Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

MARINHA DO BRASIL 
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS 
ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NAVEGAÇÃO, COMUNICAÇÕES E 
METEOROLOGIA 
(NCM) 
 
 
 
1ª edição 
Belém-PA 
2009 
 2
© 2009 direitos reservados à Diretoria de Portos e Costas 
 
Autores: Gilmar Wanzeller Siqueira 
 José Vivekananda A. do Nascimento 
 
Revisão Pedagógica: Erika Ferreira Pinheiro Guimarães Suzana 
Revisão Ortográfica: Esmaelino Neves de Farias 
Digitação/Diagramação: Roberto Ramos Smith 
 
Coordenação Geral: CC Maurício Cezar Josino de Castro e Souza 
 
 
____________ exemplares 
 
Diretoria de Portos e Costas 
Rua Teófilo Otoni, no 4 – Centro 
Rio de Janeiro, RJ 
20090-070 
http://www.dpc.mar.mil.br 
secom@dpc.mar.mil.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto no 1825, de 20 de dezembro de 1907 
IMPRESSO NO BRASIL / PRINTED IN BRAZIL 
 3
SUMÁRIO 
1. CARTA NÁUTICA ........................................................................................... 4 
2. ACESSÓRIOS DE NAVEGAÇÃO ................................................................ 14 
3. CONCEITOS BÁSICOS DE NAVEGAÇÃO .................................................. 18 
4. NAVEGAÇÃO FLUVIAL ............................................................................... 49 
5. CÓDIGO INTERNACIONAL DE SINAIS ...................................................... 56 
6. NAVEGAÇÃO E COMUNICAÇÕES ELETRÔNICAS ................................... 80 
7. LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DE COMUNICAÇÕES .................................. 108 
8. TEORIA DA METEOROLOGIA .................................................................. 148 
8.1- A importância do estudo da meteorologia como fator de segurança à 
navegação.............................................................................................148 
8.2- temperatura como fenômeno de causa das variações atmosféricas, por 
meio da radiação solar ......................................................................... 150 
8.3- pressão e umidade atmosférica, causas e os efeitos de suas variações
 ............................................................................................................. 154 
8.4- processo de variação de pressão e o gradiente de horizontal de pressão
 ............................................................................................................. 160 
8.5- circulação de ar nas baixas e altas pressões atmosféricas ................. 163 
8.6- processo de formação das nuvens em suas diversas altitudes ........... 166 
8.7- características da nuvem cumulonimbus (Cb) ..................................... 171 
8.8- processo de formação de nuvens com o ciclo hidrológico ................... 173 
8.9- nevoeiro ............................................................................................... 176 
8.10- processo de formação de nevoeiros e o perigo que representa para o 
navegante. ........................................................................................... 177 
9. SISTEMAS SINÓTICOS E INFORMAÇÕES METEOROLÓGICAS ........... 187 
9.1- Descrição do processo de formação de frentes, citando os tipos de 
frentes .................................................................................................. 187 
9.2- descrição da circulação de ar e a nebulosidade observada durante a 
aproximação e passagem de frentes frias e quentes ........................... 190 
9.3- interpretação de cartas sinóticas e boletins meteorológicos ................ 194 
9.4- interpretação de imagens de satélites meteorológicos ........................ 200 
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 216 
 
 4
1. CARTA NÁUTICA 
Nesta unidade, você vai: 
 
 
���� Explicar a projeção de Mercator; 
���� Definir meridianos, círculos máximos e paralelos, Latitude e 
Longitude; 
���� Identificar as principais notações de uma Carta Náutica: 
escala, sondagens, auxílios à navegação, faróis, faroletes, 
balizamentos, círculo azimutal, escalas de latitude e 
longitude, indicação de declinação magnética, ano de 
confecção e registro de alterações; 
���� Obter coordenadas geográficas de pontos notáveis em uma 
carta náutica; 
���� Explicar como e porque são feitas alterações nas cartas 
náuticas;e 
���� Citar as técnicas recomendadas no manuseio, uso e guarda 
das Cartas Náuticas. 
 
Carta Náutica é a representação, em um plano (o do papel), da região da Terra 
em que um observador está localizado ou navegando, que dá a ele, observador, a 
possibilidade de conhecer o que está em seu entorno, tanto os perigos como as 
facilidades para tomar caminhos seguros para chegar a um destino. 
 
 
 
 
 
 
 
 5
 
Fig-1.1 – Carta Náutica da ilha de Fernando de Noronha. 
 
 
As Cartas Náuticas possibilitam a perfeita localização do navegador, através de 
um sistema, criado pelo homem, chamado sistema de coordenadas geográficas, 
onde a superfície do planeta Terra é coberta por uma infinidade de linhas imaginárias, 
denominadas paralelos e peridianos, criadas e dispostas de modo a facilitar a 
identificação do posicionamento de pessoas e lugares. 
 
 
Paralelos (ou paralelos de Latitude) 
 
São círculos imaginários, na superfície da Terra, reSultados da intercessão da 
superfície do Planeta com planos perpendiculares ao seu eixo de rotação. 
 
 6
 
FIG-1.2 – Paralelos. 
 
Meridianos 
 
São círculos imaginários, na Terra, reSultantes da intercessão da sua superfície 
com planos que contêm seu eixo de rotação. 
 
Os planos que SE INTERCEPTAM ou são concorrentes no eixo da Esfera 
Terrestre, determinam, na superfície da mesma, Círculos Máximos 
chamados MERIDIANOS.
PN
PS
 
FIG-1.3 – Meridianos. 
 
 7
 
FIG-1.4 – Meridianos e paralelos. 
Fonte: http://www.sispesca.io.usp.br/outros/cursos/navegacao/sld010.htm 
 
 
Por cada ponto da superfície da Terra passam, simultânea e 
imaginariamente, um paralelo e um meridiano. 
 
Latitude 
 
 Cada paralelo recebe uma numeração, em graus, minutos e segundos de arco, 
de acordo com a sua distância ao PARALELO ZERO, para o Norte ou para o Sul. 
 
 
FIG-1.5 – Fonte: www.escolanautica.com.br 
 8
 
 A distância e o sentido (Norte ou Sul) em relação ao Equador, distingue um 
paralelo de todos os infinitos outros e recebe o nome de Latitude. 
 
 
Longitude 
 
 Cada meridiano recebe um número que é o equivalente à sua distância ao 
MERIDIANO ZERO, para Leste ou para Oeste deste referencial. 
 
 
FIG-1.6 – Fonte: www.escolanautica.com.br 
 
 
 
As Latitudes são medidas de 00º a 90º, para o Norte (N) ou para 
o Sul (S), a partir do EQUADOR e as Longitudes de 000o a 180º, 
para o Leste (E) ou para o Oeste (W), a partir do MERIDIANO DE 
GREENWICH, ou seja, no MERIDIANO ZERO. 
 
 
 Latitude (j) e Longitude (l) são as coordenadas do sistema geográfico, que 
definem a posição de um ponto qualquer (ou de um observador) na superfície da Terra. 
 As Cartas Náuticas, usadas na Navegação, são projeções cilíndricas (em um 
cilindro imaginário que envolve a Terra), idealizadas por Mercator, daí serem chamadas 
mercatorianas, onde os paralelos aparecem como retas horizontais e os meridianos 
como retas verticais: 
 9
 
FIG-1.7 – Projeção cilíndrica. 
 
 
FIG-1.8 
 
 10
 
FIG-1.9 
 
As escalas de Latitudes também servem para medir distâncias: 
 
 
FIG-1.10 – Fonte: www.escolanautica.com.br 
 11
Principais notações de uma Carta Náutica: 
 
Escala da Carta, sondagens, auxílios à navegação, faróis, faroletes, 
balizamentos, círculo azimutal, escalas de Latitude e Longitude, indicação de 
declinação magnética, ano de confecção e registros de alterações. 
A escala de uma Carta Náutica é a relação entre o tamanho real (1) do conteúdo 
que ela mostra e o número de vezes a que esse conteúdo foi reduzido para que 
coubesse naquele pedaço de papel (100.000.000.000,por exemplo). Assim, na 
legenda de cada Carta há uma numeração que representa essa relação: 
1:100.000.000.000 ; quanto menor é a escala, menos detalhes são mostrados e menor 
é a abrangência da Carta. 
Também na legenda da Carta encontra-se a unidade de medida das sondagens 
(pés ou metros) representadas pelos números impressos nas regiões que representam 
água. 
Os faróis, faroletes, balizas, etc., enfim, todo o balizamento, tem sua 
representação individual codificada em desenhos que constam da publicação CARTA 
12000, da Diretoria de Hidrografia e Navegação – DHN, assim como todos os demais 
símbolos e abreviaturas contidos em uma Carta. 
O uso correto de uma Carta Náutica depende do conhecimento, pelo usuário, do 
conteúdo representativo dessas Cartas e, por conseguinte, do manuseio da CARTA 
12000, que deve, em todos os casos, estar sempre disponível num Camarim de 
Cartas a bordo, atualizado e pronto para consulta. 
Toda Carta está sujeita a constantes atualizações, podendo ser “permanentes” 
ou “temporárias”, conforme sejam anunciadas pela Autoridade Marítima (responsável 
pela coleta e divulgação dessas CORREÇÕES). 
Os Avisos Aos Navegantes (“Notice To Mariners”) são publicações quinzenais 
que condensam todas as correções diariamente coletadas, nos últimos 15 dias, pelos 
próprios navegantes e reportadas à Autoridade Marítima. 
A participação do navegante, ao reportar, à Autoridade Marítima, diferenças 
entre a realidade e o que uma Carta mostra, é fundamental para a segurança da 
navegação. Procure sempre divulgar, sem medo de errar e com a maior rapidez 
possível, sempre fiel ao que observou, às discrepâncias entre o que mostra uma Carta 
e o que sua prática constata ou constatou. Use, para isso, qualquer meio de 
comunicação. 
 
 12
Obtenção das coordenadas geográficas de pontos notáveis 
Pontos Notáveis de uma Carta são todos aqueles que realmente existem, 
notados visualmente pelo navegante, e representados naquela Carta. Para determinar 
a posição geográfica (Latitude e Longitude) de um deles ou de qualquer outro ponto, 
basta medir, nas escalas correspondentes (escala de Latitudes e escala de Longitudes) 
da própria Carta, a menor distância até um paralelo (e meridiano) já traçados e de 
valores conhecidos, medindo as respectivas diferenças de Latitude e de Longitude. 
A diferença de Latitude e a diferença de Longitude para paralelo e meridiano de 
valores conhecidos, ajuda a determinar as coordenadas geográficas de pontos 
notáveis. 
 
3º
2º
30’
2º
3º
30’
43º44º 30’
44º 30’ 43º ϕϕϕϕ = 02o 
10’0 N e λλλλ = 043º 10’0 W 
FIG-1.11 
 13
 
Uso, guarda e cuidados com as Cartas Náuticas 
 
• Devem ser guardadas estendidas em gavetas de tamanhos apropriados, de modo à 
nunca dobrá-las. 
• Devem ser mantidas arrumadas, ordenadas numericamente e separadas por 
regiões, de maneira a facilitar suas consultas e uso. 
• Não devem ser furadas com o compasso. 
• Devem ser escritas e traçadas unicamente com lápis e grafite macios (2B) de modo 
a não deixá-las marcadas. Usar tintas apenas para correções permanentes. 
• Devem ser apagadas com borracha macia. 
 
 
Os cuidados com as ferramentas de trabalho refletem a 
qualidade do profissional que as usa. 
 
 14
2. ACESSÓRIOS DE NAVEGAÇÃO 
 
Nesta unidade, você vai: 
 
 
���� Citar os principais acessórios utilizados na arte da 
navegação 
���� Demonstrar a utilização da régua paralela 
���� Explicar a finalidade do compasso de navegação 
���� Descrever os cuidados necessários na utilização e guarda 
do binóculo 
 
Além de lápis e borracha (citados no item anterior como acessórios de 
navegação e das Cartas Náuticas), os quais devem ser bem escolhidos e usados, 
existe ainda uma gama de outros acessórios para os quais devemos dedicar a máxima 
atenção no acondicionamento, na guarda e principalmente no uso, jamais esquecendo 
que os balanços e caturros de uma embarcação podem acontecer a qualquer 
momento. Não são desculpadas, portanto, avarias causadas por quedas desses 
materiais. 
O compasso, a régua paralela e os binóculos devem merecer os maiores 
cuidados, preferencialmente sendo mantidos seguros por cabos de segurança que os 
impeçam de cair nos casos de balanços acentuados e, preferencialmente, sendo 
mantidos seguros por cabos de segurança que os impeçam de cair nos casos de 
balanços acentuados. Os binóculos devem ser usados somente após terem suas alças 
passadas por sobre o pescoço do usuário; além disso, devem-se manter limpas suas 
lentes com flanela seca e macia e, fora de uso, com as tampas plásticas de proteção. 
Réguas paralelas devem ser usadas para reproduzir direções e, portanto, não 
devem ter folgas embora precisem ter macias suas articulações. 
Compassos são usados para medir distâncias, mas não devem marcar as 
Cartas, sendo usados sempre associadamente a um lápis (na mão diferente daquela 
em que está o compasso, para marcar o papel). São também considerados 
assessórios de navegação os livros e publicações que servem de auxílio à navegação, 
como as Tábuas de Marés, os roteiros, as listas de faróis, etc. 
 15
 
 
TTeessttee ddee aauuttooaavvaalliiaaççããoo ddaass UUnniiddaaddeess 11 ee 22 
 
1. Explique sucintamente a projeção de Mercator. 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
2. Defina: 
 
a) Meridianos: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
b) Círculos máximos: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
c) Paralelos: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
d) Latitude: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
e) Longitude: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
 16
 
3. Identifique, em uma Carta Náutica qualquer: 
 
a) A escala: 
Carta____________; Escala __________________ 
 
b) A unidade das sondagens: 
Carta___________; Sondagens em ____________ 
 
c) A posição geográfica de um farol: 
Carta_______ Farol________ Latitude___________ Longitude ____________ 
 
d) A posição geográfica de um farolete: 
____________________ ; _________________ 
 
e) A posição geográfica de uma bóia: 
_____________________ ; _________________ 
 
f) A declinação magnética e ano de confecção: 
___________________ ; _________________ 
 
4. Obtenha as coordenadas geográficas de um ponto notável em uma Carta Náutica, 
citando de que ponto se trata: 
________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
 
5. Obtenha a distância, em uma Carta Náutica, entre dois pontos, citando-os: 
_____________________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
 
 17
6. Explique como e porque são feitas alterações nas Cartas Náuticas: 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
7. Cite as técnicas recomendadas no manuseio, uso e guarda das Cartas Náuticas:_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 18
3. CONCEITOS BÁSICOS DE NAVEGAÇÃO 
 
Nesta unidade, você vai: 
 
 
���� Definir rumo, linha de visada, marcação, Nortes verdadeiro, 
magnético e da agulha 
���� Converter rumo verdadeiro em rumo magnético e em rumo 
da agulha 
���� Definir marcações verdadeira, magnética, da agulha, 
relativa e polar 
���� Converter marcação magnética em verdadeira e em 
marcação da agulha 
���� Explicar a relação entre nós, milha, jarda e converte-los à 
escala métrica 
���� Explicar a relaçõa entre grau e milha 
���� Efetuar adição e subtração envolvendo medidas em graus e 
seus submúltiplos 
���� Definir hora estimada de chegada (ETA) e hora estimada de 
saída (ETD) 
���� Definir posições verdadeira e estimada 
 
A Terra é um grande ímã! 
 
Os cientistas explicam que outro limite, além da atmosfera, parece separar o 
ambiente da Terra do ambiente do espaço. Este limite é conhecido como 
Magnetopausa. É o limite entre aquela região de espaço dominada pelo campo 
magnético da Terra, chamado de Magnetosfera, e o espaço interplanetário onde 
campos magnéticos são dominados principalmente pelo Sol. A Terra tem um campo 
magnético forte, como se a Terra fosse uma enorme barra de imã. 
A bússola magnética trabalha e encontra as direções na superfície da Terra por 
causa deste campo magnético. Este mesmo campo magnético estende-se para longe 
no espaço exterior. 
Quem já teve a oportunidade de observar uma bússola, constatou que uma 
agulha dentro dela sempre aponta em uma determinada direção. Esta agulha está 
magnetizada, o que nos leva então a concluir que existe um campo magnético 
associado à Terra. A observação do ponteiro de uma bússola se movimentando causou 
tamanho susto em Einstein, quando ele tinha apenas três anos de idade, que 
 19
provavelmente foi tal observação a maior responsável por ele ter-se dedicado ao 
estudo de fenômenos físicos. 
Foi William Gilbert que, em torno de 1600, escreveu, a pedido da Rainha 
Elizabeth I da Inglaterra, o livro ''De Magnete'', tratando sobre fenômenos magnéticos 
conhecidos até então. Foi neste livro que William Gilbert mostrou sua teoria de que a 
Terra era um ímã gigante. 
A Terra seria então um ímã com o polo Norte magnético próximo ao polo Sul 
geográfico e o polo Sul magnético próximo ao seu polo Norte geográfico. A terra pode 
ser imaginada como tendo um grande ímã de dois polos em seu interior, ou mais 
modernamente, com uma espira circular gigantesca percorrida por uma corrente muito 
grande a muitos quilômetros de seu interior, e o plano desta espira estaria deslocado 
cerca de 11,5° em relação ao plano do Equador. 
Pesquisas geológicas recentes afirmam que a parte central da Terra seja 
constituída por ferro fundido, e correntes elétricas existentes dentro deste núcleo de 
ferro seriam as responsáveis pela existência do campo magnético. Estes estudos ainda 
não foram totalmente comprovados, porém a Lua não possui núcleo derretido assim 
como não possui campo magnético, e vários outros planetas do nosso sistema solar 
apresentam campos magnéticos, como o próprio Sol. Até mesmo nossa galáxia possui 
um campo magnético, que apesar de muito pequeno, é importante devido ao grande 
volume que ele ocupa. Um dos maiores interesses em viagens espaciais está 
concentrado no estudo de campos magnéticos existentes no espaço e fontes de campo 
magnético em outros planetas. 
Estudos muito aprofundados vêm sendo feitos há séculos devido à importância 
de se saber qual é o modulo, a direção e o sentido do campo magnético terrestre, que 
já foi extremamente útil para os navegadores do passado, e ainda continua sendo para 
navegadores e aventureiros de hoje. 
Fonte: http://www.coladaweb.com/fisica/campo_magnetico.htm 
 
 20
 
FIG-2.1 – Linhas de força de um campo magnético 
Fonte: http://www.feiradeciencias.com.br/sala13/13_T01.asp 
 
 
FIG-2.2 – Campo magnético terrestre com seus meridianos magnéticos. 
Figura: http://www.ensinodefisica.net/2_Atividades/femag-magnetismo_terrestre.pdf 
 
As linhas de força do campo magnético terrestre são denominadas Meridianos 
Magnéticos, à semelhança dos Meridianos Geográficos; mas, diferentes destes, não 
são linhas regulares por causa das grandes variações de material magnético ao longo 
da superfície Terra, tanto quanto no seu interior. 
 
 21
 
FIG-2.3 – A distribuição desuniforme dos materiais magnéticos na Terra causa, de lugar, uma grande 
variação do campo magnético terrestre e, em consequência, as distorções dos meridianos magnéticos, 
fazendo com que os mesmos tornem-se curvas absolutamente irregulares. 
 
Uma agulha livremente suspensa, tende a apontar para a direção da tangente ao 
meridiano magnético daquele lugar. 
Como nesse mesmo lugar onde se encontra a agulha, passa também um 
Meridiano Geográfico, sugerindo também uma tangente a ele, chama-se DECLINAÇÃO 
MAGNÉTICA de um lugar ao ângulo horizontal formado entres essas tangentes. 
Não devemos confundir DECLINAÇÃO com INCLINAÇÃO magnética, pois essa 
última é o ângulo vertical que a agulha suspensa forma com o plano horizontal, devido 
à tendência da agulha ter uma de suas extremidades, mais do que a outra, atraída para 
o centro da Terra e, portanto, permanecer com uma certa inclinação quando suspensa 
livremente. 
Declinação: o mesmo que declinação magnética, é o ângulo, medido em um 
plano horizontal, entre o Norte Geográfico (NG) e o Norte Magnético (NM), ou, em 
outras palavras, é a diferença entre o azimute magnético e o azimute geográfico. 
A declinação em um ponto pode ser Leste ou Oeste. Leste quando o NG se 
encontra à esquerda do NM e Oeste quando acontece o contrário, isto é, o NG esta à 
direita do NM. Atualmente, no Brasil, a declinação magnética é Oeste. 
Ao se fazer medidas azimutais (marcações) com uma bússola, tais como 
direções de pontos notáveis de terra, sentido em que a embarcação navega e outras 
direções, é necessário fazer a devida correção da declinação magnética para se ter as 
medidas a partir do Norte geográfico ou do Norte verdadeiro. 
 22
 
Para se fazer a correção: 
 
• Declinação Leste: somar o valor da declinação à medida realizada. 
• Declinação Oeste: subtrair o valor da declinação da medida feita. 
 
A declinação magnética varia com o tempo. Assim como a declinação, a 
variação pode ser Oeste e Leste. Quando for Oeste, implica em aumento da declinação 
com o tempo, e quando Leste implica em diminuição. Abaixo, segue uma tabela com as 
declinações, e suas variações anuais, de algumas capitais brasileiras. Note que todas 
têm declinação Oeste e que poucas tem variação anual Leste, isto é, a declinação está 
diminuindo. Tempestades solares podem provocar desvios significativos entre a 
declinação real e a calculada. 
 
Declinação para algumas cidades brasileiras (01/01/2007) 
Cidade Declinação Variação anual 
Belo Horizonte (MG) 21° 45' W 0° 4' W 
Brasília (DF) 20° 22' W 0° 5' W 
Maceió 22° 44' W 0° 1' E 
Manaus (AM) 14° 22' W 0° 7' W 
Natal (RN) 21° 46' W 0° 2' E 
Porto Alegre (RS) 15° 12' W 0° 8' W 
Porto Velho (RO) 11° 03' W 0° 9' W 
Recife 22° 22' W 0° 2' E 
Rio de Janeiro (RJ) 21° 41' W 0° 4' W 
Salvador 23° 07' W 0° 0' W 
São Paulo 20° 0' W 0° 6' W 
TAB-2.1 
 
O valor da declinação magnética de um local pode ser facilmente encontrado em 
Cartas topográficas na escala 1:50000 do território nacional, nas quais é dada a 
declinação do ano em que a Carta foi confeccionada e o valor de sua variação anual. 
Podem também ser calculados a partir da consulta de mapas isogônicos, publicados 
anualmente pelo Observatório Nacional ou calculada com auxílio de “software” 
específico, tais como Emag, DeclinaçãoMagnética e GeoMag®. 
 23
No site NOAA você pode calcular rapidamente e “on-line”, a declinação e sua 
variação anual para qualquer localidade do mundo, desde que saiba suas coordenadas 
(Latitude e Longitude). No site do Observatório Nacional isto também pode ser 
feito. 
Muitas bússolas, como a bússola de geólogo, possuem um parafuso que permite 
rodar o seu limbo, fazendo a correção da declinação magnética. Desta forma, todas as 
medidas já serão dadas segundo o Norte Verdadeiro. É importante lembrar que esta 
correção deve ser sempre feita para cada local diferente, se estes locais forem muito 
distantes entre si. 
 
 
FIG-2.4 – Autor: E. Zimbres 
 
Compensação da declinação pela rotação do limbo da bússola. 
 
• Declinação Oeste (Brasil): levar o 0° do limbo da bússola para a esquerda; 
• Declinação Leste: levar o 0° do limbo da bússola para a direita. 
 
As Cartas Náuticas também fornecem as declinações e suas variações anuais, 
sempre impressas nas rosas dos ventos e também em isogônicas, ou seja, linhas que 
unem pontos de mesma declinação magnética. 
 
 
Com a existência de dois Nortes (o verdadeiro e o magnétiico), 
pressupõe-se a existência de dois rumos para a mesma proa 
de uma embarcação: o rumo verdadeiro e o rumo magnético. 
 
 O rumo verdadeiro é contado a partir do Norte verdadeiro e o rumo 
magnético a partir do Norte magnético, ambos até a proa da embarcação, no sentido 
nordeste. 
 24
 Como a declinação é a distância angular entre esses dois Nortes, temos aí três 
variáveis que se combinam de forma a deduzir (calcular) qualquer delas a partir do 
conhecimento das outras duas: 
 
Rumo verdadeiro - rumo magnético - declinação magnética 
 NNNN
EEEE
SSSS
WWWW
DecDecDecDec....mg=mg=mg=mg=aaaa19191919°°°°WWWWNmgNmgNmgNmg
 
FIG-2.5 
 
NOTA: As Rosas dos Ventos mostradas neste capítulo foram copiadas do site 
http://www.mar.mil.br/dhn/bhmn/download/cap3.pdf e sofreram montagens 
(sobreposições) pelo autor. 
 
Desvio da agulha 
 
 Uma embarcação pode exercer considerável influência sobre as agulhas 
magnéticas nela instaladas, não só pelos equipamentos elétricos (que produzem 
campos magnéticos) às proximidades dessas agulhas, como também pelo próprio 
casco, quando metálico. 
 Como a distribuição desses campos magnéticos menores varia de embarcação 
para embarcação, de acordo com as localizações daqueles equipamentos e das 
agulhas, essas variações na indicação das agulhas, chamada de desvio da agulha, 
também é uma particularidade de cada embarcação. Ainda, numa mesma embarcação, 
 25
essa influência também varia com a forma, com o material do qual o casco é construído 
e com a posição relativa do casco em relação à agulha, o que é função do Rumo da 
embarcação. 
 Pelos motivos acima expostos, cada agulha, em cada embarcação, deve ter 
uma tabela (ou curva), construída ao fazer a embarcação girar em torno de si própria, 
assumindo todas as proas possíveis, anotando-se, por comparação com uma indicação 
verdadeira, os desvios da agulha para os principais valores de proa. 
 Distingue-se, então, o Norte da agulha, diferente do magnético e do verdadeiro. 
 Desvio da agulha é definido como o ângulo entre o Norte magnético e o Norte 
da agulha 
 
 
FIG-2.6 
 
 26
 
FIG-2.7 – Uma Tabela/Curva de Desvios de um Navio: cópia do NT Guará 
 
 27
Rumos e marcações 
 
 Tanto os rumos como as marcações são ângulos, medidos no horizonte; a 
diferença é que os rumos subentendem direções e sentidos (de 0o a 360º) da proa de 
uma embarcação, já as marcações (também de 0o a 360º) referem-se à direção e ao 
sentido em que instantaneamente encontram-se os alvo (fixos ou móveis) fora da 
embarcação. 
 Os rumos e as marcações podem ser: 
 
• da agulha – se a contagem do arco de horizonte inicia no Norte da agulha; 
• magnética – se a contagem inicia no Norte magnético; e 
• verdadeiro – se a contagem é a partir do Norte geográfico (ou verdadeiro). 
 
1
NNNN
EEEE
SSSS
WWWW
DecDecDecDec....mgmgmgmg locallocallocallocal igualigualigualigual aaaa 19191919°°°°WWWW
NmgNmgNmgNmg
Se o Se o Se o Se o dagdagdagdag for 5for 5for 5for 5°°°°EEEE
NagNagNagNag
 
FIG-2.8 
 
 28
NNNN
EEEE
SSSS
WWWW
NmgNmgNmgNmgNagNagNagNag
 
FIG-2.9 – Fonte: http://www.mar.mil.br/dhn/camr/sinaliza.html 
 
 O governo de uma embarcação é executado pelo timoneiro ou piloto automático, 
“dando leme” para um bordo e para outro, à medida que a proa se afasta do rumo 
predeterminado pelo navegador, chamado rumo de governo, geralmente igual ao 
rumo verdadeiro (aquele plotado na Carta Náutica). Assim, se a embarcação dá uma 
pequena guinada para bombordo (esquerda), a ação do timoneiro (ou do piloto 
automático) é dar uma pequena angulação de leme para boreste (direita), para que a 
embarcação retorne ao rumo de governo. Quanto pior o estado do mar, maiores serão 
as guinadas dadas pela proa do navio, portanto, maiores serão os ângulos de leme 
dados pelo timoneiro, para o bordo contrário ao da guinada, com o objetivo de fazer 
com que a proa retome mais rapidamente o rumo de governo. O governo de uma 
embarcação exige, além de técnica, habilidade do timoneiro, adquirida com 
treinamento na própria embarcação. 
 Guinadas para boreste implicam no aumento do valor numérico do rumo 
mostrado na agulha. Para bombordo, o rumo diminui. 
 
 29
61
RRRR
EEEE
SSSS
UUUU
MMMM
OOOO
 
FIG-2.10 – Fonte: http://www.mar.mil.br/dhn/bhmn/download/cap31.pdf 
 
 Pela influência que o vento e a corrente exercem, é normal que a embarcação, 
embora “aproada” no rumo de governo, siga numa direção um pouco diferente. Tal 
constatação é feita quando se obtém duas posições observadas (verdadeiras) 
sucessivas que, unidas na Carta Náutica por um segmento de reta, determinando 
assim o rumo no fundo, nos permite comparar com o rumo de governo. 
 30
 
 
FIG-2.11 – Uma agulha imantada, suspensa livremente na superfície da Terra, tende a orientar-se 
segundo a tangente do meridiano magnético daquele local, e é conhecida como direção Norte-Sul 
magnética do lugar. 
 
O horizonte de um observador é representado, em uma Carta Náutica, pela rosa 
dos ventos, com todos os seus pontos cardeais, colaterais e sub-colaterais. Nela 
podemos também representar o Norte magnético, próximo do Norte verdadeiro: 
 
FIG-2.12 
 
 
 
 31
Rumo e marcação(verdadeiros e magnéticos). 
 
Norte verdadeiro – é o ponto cardeal, do horizonte, para onde deve apontar 
uma agulha giroscópica sem erros. 
 
Rumo verdadeiro – é o arco, medido no horizonte, desde o Norte Verdadeiro 
até a proa da embarcação, de 000o a 360º, no sentido horário (NE). 
 
Marcação verdadeira – de um alvo é o arco de horizonte medido desde o Norte 
Verdadeiro até a direção para onde está apontado esse alvo, também de 000o a 360º, 
no sentido horário (NE). 
 
Norte magnético – é a direção para onde aponta uma Agulha Magnética 
suspensa, livre para girar, e influenciada tão somente pelo magnetismo terrestre. 
 
Rumos e marcações magnéticos – são, como os verdadeiros, arcos 
horizontais, só que medidos a partir do Norte magnético. 
 32
 
Declinação Magnética (Dec Mag) em determinado ponto da superfície da Terra é o 
ângulo horizontal formado entre os planos verticais dos Meridianos Geográfico e 
Magnético, nesse ponto.
A Declinação Magnética é um arco orientado e tem como origem o Meridiano Verdadeiro. 
Assim, se a parte norte do meridiano estiver para o oriente, receberá o sinal Leste (E) mas, 
caso esteja para o ocidente, receberá o sinal Oeste (W).
M
e
ri
d
ia
n
o
 
 
 
 
 G
e
o
g
rá
fi
co
Norte Geográfico
Sul Geográfico
Sul Magnético
Norte Magnético
Norte Geográfico
Sul Geográfico
Sul Magnético
Norte MagnéticoM
e
ri
d
ia
n
o
 
 
 
 
 G
e
o
g
rá
fi
co
 
FIG-2.13 
 
 
FIG-2.14 
 
 33
Prática de marcação de um ponto notável 
 
 
FIG-2.15 
 
Linhas de posição (LDP) 
 
 Uma linha de posição é o lugargeométrico das possíveis posições que o navio 
ocupa. Em outras palavras, é a linha formada por pontos (posições) que a embarcação 
pode estar ocupando. Uma única Linha de Posição não define a posição de uma 
embarcação, mas duas dessas linhas, cruzadas, fornecem uma posição. 
 Por exemplo, quando o navegador faz a marcação de um ponto fixo de terra 
(reprodução, na Carta, de uma linha de visada) usando uma alidade de pínula... 
36
 
FIG-2.16 
 
 
 34
... por sobre uma agulha... 
 
 
FIG-2.17 
 
... anotando o valor da marcação feita (lido na rosa da agulha)... 
 
... transforma tal marcação em marcação verdadeira (se ela ainda não é) e, com 
o auxílio de uma régua paralela, traça essa marcação na Carta Náutica... 
 
 
FIG-2.18 
 
 35
 A linha de posição acima (segmento pontilhado que pode estender-se ainda 
mais para sudOeste) é o lugar geométrico das posições que a embarcação pode estar 
ocupando. 
 Quando traçamos duas linhas de posição simultâneas, ao serem cruzadas, 
definirão a posição da embarcação. Por exemplo: se, além da marcação de um farol, 
tomamos-lhe a distância-radar, obtendo o círculo de iguais distâncias, que é outra LDP, 
teremos... 
 
 
FIG-2.19 
 36
 
 Resumindo: 
 
A posição observada de uma embarcação é o ponto resultante do cruzamento 
de duas ou mais linhas de posição. 
São também linhas de posição os alinhamentos, as marcações e as isobáticas. 
 
a. Alinhamentos 
 
 
FIG-2.20 – Linha de posição - alinhamento 
 
b. Marcações de pontos notáveis de terra, que são as reproduções, na Carta, 
das linhas de visada de pontos notáveis. Uma marcação é um ângulo horizontal 
formado entre o Norte da rosa dos ventos e a linha de visada do ponto notável. 
Ela pode ser verdadeira, da agulha ou magnética, conforme o Norte seja, 
respectivamente, o verdadeiro, o da agulha magnética ou o Norte magnético. 
Uma marcação pode ser, ainda, dita polar ou relativa, se, respectivamente, for 
contada a partir da proa da embarcação, de 000o a 180º (para boreste ou 
bombordo) ou de 000 º a 360º. 
 
 
 37
c. Isobáticas: linhas, na Carta, que unem pontos de mesma profundidade. 
96
 
FIG-2.21 
 
Conversão de rumos e marcações 
 
Os rumos e as marcações podem ser: 
 
• da agulha; 
• magnético(a); e 
• verdadeiro(a). 
 
 A conversão de qualquer deles para os outros dois do trabalho que estamos 
fazendo: 
 
a. se usarmos uma agulha magnética para governar a embarcação e também 
para navegar, fazendo marcações de pontos de terra com ela, precisamos converter 
tais marcações em verdadeiras (já que elas serão lidas como marcações da agulha) 
para então traçá-las na Carta Náutica determinando a posição da embarcação. Depois 
de determinada a posição da embarcação, traçamos o rumo mais seguro na Carta 
(onde podemos distinguir todos os obstáculos e profundidades) e transformar esse 
rumo lido na Carta (que é rumo verdadeiro) em rumo de governo (que é rumo da 
agulha). 
 38
b. se trabalharmos com uma agulha giroscópica fazendo marcações e 
governando a embarcação, só precisamos saber qual o erro da giro (egi) para 
transformar as marcações da giro (mgi) em marcações verdadeiras, traçá-las na Carta 
determinando a posição da embarcação, escolher o rumo mais “safo”, que é um rumo 
verdadeiro, e transformá-lo em rumo da giro (rgi) que será o rumo de governo. 
 
Resumindo: 
 
 Quando trabalhando com agulha magnética, usamos a declinação (DecMg) e o 
desvio da agulha (Dag) para transformar marcações da agulha em marcações 
verdadeiras de modo a podermos traçá-las na Carta e depois para transformar o rumo 
verdadeiro em rumo da agulha (de governo). 
 Quando trabalhamos com agulha giroscópica apenas usamos o Egi para 
transformar as marcações da giro em verdadeiras e, quando já determinado o rumo 
verdadeiro na Carta, para transformar o Rv em Rgi (de governo). 
 O rumo de governo, conclui-se, é dito da agulha ou de giro, conforme se esteja 
trabalhando, respectivamente, com uma agulha magnética ou giroscópica. 
 
Como são feitas as conversões de rumos e marcações 
 
Conversão de marcação da agulha (Mag) em marcação verdadeira (Mv) 
 
declinação magnética (Dmg) e desvio da agulha(Dag) quando de sinais Leste (E) são 
aditivas (somadas); se de sinais Oeste (W), são subtrativas (diminuídas). 
 39
 
Exemplo 1: 
 
Dados: Mag= 347º ; Dmg= 17ºW ; Dag= 2ºE ; Pede-se a Mv 
 
Combinam-se a Dmg e o Dag resultando dessa combinação a variação total (Vt) 
somando-se algebricamente as parcelas, isto é, se de sinais iguais somam-se os 
valores e atribui-se o sinal comum. Se de sinais diferentes, subtrai-se o menor do maior 
valor e atribui-se o sinal do maior; Vt, então, é aplicada à Mag, seguindo os mesmos 
critérios de sinais, para calcular a Mv. 
 
Dmg=17ºW Mag=347º 
Dag = 2º E Vt = 15ºW 
Vt = 15ºW Mv=332º 
 
Exemplo 2: 
 
Dados: Mag=010º ; Dmg=19ºW ; Dag= 1ºW ; pede-se a Mv. 
 
Dmg=019ºW Mag=010º 
Dag = 1ºW Vt = 20ºW 
Vt = 20ºW Mv =350o 
 
Exemplo 3: 
Dados: Rv= 348º ; Dmg=22ºW ; Dag=1º W ; pede-se o Rag. 
 
DMg=22ºW Rv=348º 
Dag = 1ºW Vt= 23ºW 
Vt =23ºW Rag=011o 
 40
 
Exemplo 4: 
 
Dados: Mgi= 116o ; Egi= 0,5º E ; pede-se a Mv. 
 
Mgi= 116º 
Egi= 0,5ºE 
Mv= 116,5o 
 
 
Medidas de distância: graus, minutos, milhas e nós 
 
 Por ser a Terra, palco de nossas navegações, considerada de forma esférica, 
todas as medidas tomadas na sua superfície são medidas em graus (cujos 
submúltiplos são o minuto de arco e o segundo de arco). Cada grau tem sessenta 
minutos de arco (60’) e cada minuto de arco tem sessenta segundos de arco (60’’). 
Raramente, em Navegação, são usados os segundos de arco, preferindo-se, quase 
sempre, subdividir o minuto de arco em dez partes, assim, restringindo as medidas em 
graus, minutos e décimos de minutos. 
 Cada minuto de arco (medida de distância tomada sempre na escala de 
Latitudes) equivale a uma milha náutica ( 1’ = 1M) e uma milha náutica equivale a 1852 
metros ( 1M = 1852m). 
 O nó é a unidade de velocidade usada pelos navegadores aquaviários e que 
representa a quantidade de milhas navegadas a cada hora ( 1 Nó = 1 M/h ; 10 Nós = 
10 M/h). 
 
Diferença de Latitude (∆∆∆∆ϕϕϕϕ) e Latitude média (ϕϕϕϕm) 
 
 Diferença de Latitude entre dois pontos é o arco de meridiano medido entre os 
paralelos desses pontos. 
 Latitude média entre dois pontos é o paralelo entre esses pontos. 
 Ambas são calculadas apenas entre as Latitudes desses pontos. 
 41
 
Diferença de Longitude (∆∆∆∆λλλλ) e Longitude média (λλλλm). 
 
 Diferença de Longitude entre dois pontos é o menor arco de Equador medido 
entre os meridianos desses pontos. 
 Longitude média é o meridiano situado a meia distância dos meridianos desses 
pontos. 
 Ambas são calculadas apenas entre as Longitudes desses pontos. 
 
Exemplos: 
 
 Calcular a diferença de Latitude, a Latitude Média, a diferença de Longitude e a 
Longitude Média entre os seguintes pontos : 
 
1. ϕϕϕϕ1 = 14º36’8 N ; λλλλ1 = 132º46’4 E e ϕϕϕϕ2 = 34º37’5 N ; λλλλ2 = 52º46’1 E 
 
 A diferença de Latitude, quando de mesmo sinal, é calculada pela diferença 
entre seus valores absolutos: 
 
ϕϕϕϕ2 = 34º37’5 N 
ϕϕϕϕ1 = 14º36’8 N 
∆∆∆∆ϕϕϕϕ = 20º00’7 (N ou S, conforme o sentido do movimento) 
 
 A Latitude média, quando de mesmo sinal, é a semi-soma entre seus valores 
absolutos: 
 
 ϕϕϕϕ2 = 34º37’5 N 
ϕϕϕϕ1 = 14º36’8 N 
2ϕϕϕϕm=49º14’3 ϕϕϕϕm=24º37’15 N ou 24º37’09’’ N (sinal comum às duas) 
 42
 
 A diferença de Longitude, quando de mesmo sinal, é calculada pela 
diferença entre os valores absolutos: 
 
λλλλ1 = 132º46’4 E 
λλλλ2 = 52º46’1 E 
∆∆∆∆λλλλ=080º00’3 E (sinal comum às duas Longitudes) 
 
 A Longitude média, quando de mesmo sinal, é a semissoma das 
componentes: 
 
λλλλ1 = 132º46’4 E 
λλλλ2 = 52º46’1 E 
2λλλλm=185º32’5 E λλλλm=92º46’25E ( sinal comum às Longitudes ). 
 
2. ϕϕϕϕ1 = 44º25’4 N ; λλλλ1 = 002º46’4 W e ϕϕϕϕ2 = 06º37’5 S ; λλλλ2 = 152º54’2 E 
 
 A diferença de Latitude, quando de sinais diferentes, é calculada pela soma 
de seus valores absolutos: 
 
ϕϕϕϕ1 = 44º25’4 N 
ϕϕϕϕ2 = 06º37’5 S 
∆∆∆∆ϕϕϕϕ = 51o02' 9 (N ou S, conforme o sentido do movimento). 
 
 A Latitude média, quando de sinais diferentes, é a semi-diferença entre seus 
valores absolutos: 
 
ϕϕϕϕ1 = 44º25’4 N 
ϕϕϕϕ2 = 06º37’5 S 
2ϕϕϕϕm = 37o47' 9 ϕϕϕϕm = 18º53’45 N ou 18º53’27’’ (sinal do maior dos valores absolutos) 
 
 A diferença de Longitude, quando de sinais diferentes, é calculada pela 
soma dos valores absolutos: 
 
 43
λλλλ1 = 002º46’4 W 
λλλλ2 = 152º54’2 E 
∆∆∆∆λλλλ = 155º40’6 (E ou W, de acordo com o sentido do movimento. Se a soma ultrapassar 
180º, subtraí-la de 360º e inverter o sinal). 
 
 A Longitude média, quando de sinais diferentes, é a semi-diferença entre as 
componentes: 
 
λλλλ1 = 002º46’4 W 
λλλλ2 = 152º54’2 E 
2∆∆∆∆λλλλ = 150º07’8 ∆∆∆∆λλλλ = 075º03’9 E (sinal da Longitude de maior valor absoluto). 
 
ETA e ETD 
 
 Diretamente relacionados à eficiência do transporte aquaviário estão o instante 
previsto de chegada (Estimated Time of Arrival – ETA) que depende do instante 
previsto para a partida (Estimated Time of Departure – ETD). 
 O cálculo do ETA depende, fundamentalmente: 
 
• do ETD; 
• da distância a navegar; e 
• da velocidade prevista para a embarcação. 
 
 A velocidade média prevista para a embarcação desenvolver em um ou vários 
trechos é muito menos que um exercício de adivinhação e muito mais um fruto de 
experiências anteriores e do conhecimento das influências do vento, da corrente e das 
condições de carregamento da embarcação mas, ainda assim,só a experiência é capaz 
de aperfeiçoar. 
 
 Exemplo: calcule o ETA em Natal (RN) de uma embarcação cujo ETD de 
Salinópolis é 10/01/2009 às 10:30 (h:m), sabendo-se que a distância aproximada entre 
esses portos é 780 M e que a velocidade prevista da embarcação é 10 Nós. 
 
 
 
 44
Solução: 
 Da cinemática, sabemos que o tempo é a razão entre o espaço e a velocidade, 
ou seja: t (h) = d (M) / v (nó) 
 t (h) = 780/10 = 78 h, ou seja, 3 dias mais 6 horas 
Somando-se esse tempo ao ETD teremos determinado o ETA: 
 
ETD = 10/01/2009 às 10:30 
+ t = 03 06:00 
ETA = 13/01/2009 às 16:30 h 
 
Posição verdadeira e posição estimada 
 
 As sucessivas determinações da posição da embarcação, ao longo de uma 
derrota são o principal fator da segurança buscada para navegar. A grande maioria dos 
acidentes com embarcações estão relacionadas com a incerteza da posição. 
 
 Posição verdadeira de uma embarcação é aquela em que há absoluta certeza 
e confiabilidade, determinada por métodos precisos e em condições favoráveis. O 
cruzamento de duas linhas de posição, tomadas de reconhecidos pontos notáveis, por 
exemplo, com instrumentos confiáveis (agulha, alidade, radar, etc.). 
 Posição estimada é aquela fruto da estima, quando não há, por quaisquer 
motivos, condições de determinação de uma posição verdadeira. A estimada é 
importante apenas para manter a noção de localização, mas sempre é plotada sobre o 
Rumo Verdadeiro e leva em consideração a distância navegada a partir da última 
Verdadeira, calculada, essa distância, pelo tempo navegado e pela estima da 
velocidade desenvolvida. A verdadeira é simbolizada, na Carta Náutica, por um 
pequeno círculo envolvendo o ponto-posição e a estimada tem um pequeno triângulo a 
envolver esse ponto. 
 
 45
 
 
 TT eess tt ee ddee aauu tt ooaa vvaa ll ii aa ççããoo ddaa UUnn iiddaa ddee 33 
 
1. Defina: 
 
a) rumo: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
b) linha de visada: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
c) marcação: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
d) Norte verdadeiro: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
e) magnético e da agulha: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
 
 
 
 46
 2. Calcule rumo verdadeiro e o rumo magnético a partir do rumo da agulha igual a 
357º, conhecendo a Declinação Magnética e o Desvio da Agulha como sendo, 
respectivamente, 19º E e 2º W. 
 
 
 
 
3. Calcule rumo da agulha e o rumo magnético a partir do rumo verdadeiro igual a 
349º, conhecendo a Declinação Magnética e o Desvio da Agulha como sendo, 
respectivamente, 21º E e 3ºW. 
 
 
 
 
 
4. Defina: 
a) marcação verdadeira: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
b) marcação magnética: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
c) marcação da agulha: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
 
 
 
 47
d) marcação relativa: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
e) marcação polar: _______________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
 
5. Converta a marcação verdadeira 005º em marcação agulha e marcação magnética, 
conhecendo a Declinação e o Desvio como sendo, respectivamente, 20º W e 00o. 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
6. Explique a relação entre nó, milha e jarda: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
7. Explique a relação entre grau e milha: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
8. Calcule a diferença de Latitude entre ϕϕϕϕ1 = 51º53’2 N e ϕϕϕϕ2 = 36º07’5 N 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________ 
 
 
 48
9. Calcule a Latitude média entre os valores ϕϕϕϕ1 = 14º25’4 N e ϕϕϕϕ2 = 06º07’5 S 
 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________________________________________ 
 
10. Defina hora estimada de chegada (ETA) e hora estimada de saída (ETD): 
 
 
 
 
 
 
11. Defina posições verdadeira e estimada: 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________ 
 
 
 49
4. NAVEGAÇÃO FLUVIAL 
 
Nesta unidade, você vai: 
 
 
���� Descrever as características da navegação fluvial: 
equipamentos, auxílios e regras 
���� Descrever a navegação por eclusas 
���� Descrever os sinais visuais fixos referentes: à mudança de 
margem, ao canal junto à margem, ao canal na metade do 
rio, bifurcação de canal, ao perigo isolado e novo perigo 
���� Descrever os sinais navegar junto à margem e no meio do 
rio, mudar de margem, alinhamento, quilometragem 
percorrida, redução de velocidade, fundeio proibido e 
obstrução aérea 
���� Descrever os sinais náuticos complementares para pontes, 
vão navegáveis, cais píeres, molhes, enrocamentos, 
terminais e trapiches 
 
Objeto principal de nosso estudo aqui, a navegação fluvial guarda diferenças 
importantes para as navegações “barra fora”, especialmente pelas características 
próprias que possui, como: 
Os leitos dos rios, pelos fenômenos físico-geográficos a que estão sujeitos 
(assoreamentos, dragagens, marés, etc.), têm constantemente modificadas as 
profundidades de certas regiões, o que maximiza a importância do uso dos 
equipamentos de sondagens e das atualizações na sinalização disponível. 
Apesar de quase todos os trechos da navegação fluvial serem ladeados de terra 
(margens dos rios) por ambos os bordos, a sinalização, por sofrer influência de 
correntezas fortes, enchentes e até furtos e depredações, ainda é precária, o que eleva 
a importância do conhecimento prático das regiões e da navegação-radar. 
Pela crescente necessidade de construção de eclusas, que mantêm a 
navegabilidade nas malhas fluviais, há a necessidade do navegador manter-se 
inteirado das regras especiais existentes na navegação por eclusas. 
 
 50
 
FIG-4.1 – Esquema de funcionamento de Eclusas. 
Fonte: http://www.dnit.gov.br/menu/hidrovias_portos/eclusa 
 
A sinalização náutica adotada na navegação fluvial, embora em nenhum aspecto 
se contraponha às regras do Regulamento Internacional Para Evitar Abalroamento no 
Mar (RIPEAM), possui sinalizações adicionais e próprias de cada região, adquiridas 
pelos usos e costumes dos navegadores dessas regiões, tais como as mostradas na 
tabela a seguir. 
 
 
Quilometragem em relação à foz; válida para o eixo do rio (no 
exemplo, PK de Pirapora - MG) 
 Perigo isolado avante; reduzir a velocidade 
 O canal permanece junto à margem que vem sendo seguida 
 
Navegar pelo meio do rio até o próximo sinal situado na 
margem oposta 
 
Cruzar o rio, em linha reta, até o próximo sinal situado na 
margem oposta 
 
Afastar da margem até o próximo sinal situado na mesma 
margem 
 
Indica canal junto à ilha. O canal está situado entre esta e a 
margem oposta 
 
Indica canal junto à ilha. O canal está situado entre esta e a 
margem que vem sendo seguida 
 Indica o canal em relação à ilha 
• Bóia cega - deixa para boreste de quem desce o rio e a 
bombordo para quem sobe o rio 
• Bóia cega - deixa para bombordo de quem desce o rio e a 
boreste para quem sobe o rio 
TAB-4.1 
 
 51
Balizamento em hidrovias 
 
Devido a utilização crescente de “amadores” para fins de esporte e/ou recreio 
nos rios e nas hidrovias, foi criada uma sinalização náutica específica. 
Os sinais indicam ao navegante o que ele deve fazer para manter-se no canal 
navegável. 
 
Usados nas margens ou pilares de pontes 
 
Retângulo ou 
quadrado verde 
Manter-se junto à margem até o próximo sinal. 
Triângulo 
encarnado 
Manter-se junto à margem até o próximo sinal. 
X Mudar de margem (cruzar para outra margem na direção 
do próximo sinal). 
H Navegue no meio do rio até o próximo sinal. 
+ Perigo isolado. 
Y Bifurcação de canal. 
- Tráfego nos dois sentidos. 
TAB-4.2 
 
 
FIG-4.2 
 
 52
 
 
FIG-4.3 
 
Convenção para uso das cores verde e encarnada 
 
• Quando descendo o rio – Verde – margem direita 
• Encarnado – margem esquerda 
• Quando subindo o rio – Verde – margem esquerda 
• Encarnado – margem direita 
 
 53
 
 
 TT eess tt ee ddee aauu tt ooaa vvaa ll ii aa ççããoo ddaa UUnn iiddaa ddee 44 
 
1 Descreva as características da navegação fluvial: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
2 Cite os principais equipamentos de navegação e de auxílio à navegação fluvial: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
3 Cite as principais regras da navegação fluvial: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
4 Descreva o princípio de funcionamento do radar: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
5 Cite as informações obtidas no radar: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
6 Como você identifica o movimento relativo de outra embarcação pela apresentação 
no radar? 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
 54
7- Descreva como você identifica uma situação de risco de abalroamento por meio do 
radar: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
8- Descreva a finalidade e o princípio de funcionamento do ecobatímetro: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
9 Descreva a formação de um comboio de balsas: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
10 Descreva as principais regras de navegação de empurra de comboios de balsas: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
11 Explique como funciona o sistema de transposição de desnível por meio de 
barragens e eclusas: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
12 Descreva as principais regras de navegação por eclusas: 
______________________________________________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 55
13 Descreva cada um dos seguintes sinais visuais fixos referentes: à mudança de 
margem, ao canal junto à margem, ao canal na metade do rio, bifurcação de canal, ao perigo 
isolado e novo perigo: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
14 Descreva cada um dos seguintes sinais náuticos complementares do balizamento 
fluvial e lacustre: navegar junto à margem e no meio do rio, mudar de margem, 
alinhamento, quilometragem percorrida, redução de velocidade, fundeio proibido e 
obstrução aérea: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
15 Descreva cada um dos seguintes sinais náuticos complementares: para pontes, 
vãos navegáveis, cais, píeres, molhes, enrocamentos, terminais e trapiches: 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
16 Identifique as características luminosas das bóias do sistema de balizamento 
International Association of Marine Aids to Navigation and Light House Authorities ( 
IALA B): 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 56
5. CÓDIGO INTERNACIONAL DE SINAIS 
 
Nesta unidade, você vai: 
 
 
���� Explicar a finalidade do Código Internacional de Sinais (CIS) 
���� Identificar as bandeiras alfabéticas, galhardetes e cornetas 
substitutas 
���� Interpretar o significado das bandeiras alfabéticas içadas 
isoladamente 
���� Executar a transmissão dos sinais mais comuns de 
manobra e de emergência 
 
Nas hidrovias, a Autoridade Marítima faz cumprir o acordo internacional do CIS 
(Código Internacional de Sinais), conforme abaixo (Fonte: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_internacional_de_sinais). 
 
Letra 
Código 
NATO 
Bandeira Significado 
A Alfa 
 
Tenho um mergulhador na água; conserve-se afastado e a 
pouca velocidade. 
B Bravo 
 
Carrego, descarrego ou transporto carga perigosa. 
C Charlie 
 
Sim (Afirmativo). 
D Delta 
 
Mantenha-se afastado, estou a manobrar com dificuldade. 
E Echo 
 
Estou a guinar para estibordo (boreste). 
F Foxtrot 
 
Estou com avaria; comunique comigo. 
G Golf 
 
Necessito de um piloto (prático). 
H Hotel 
 
Tenho piloto (prático) a bordo. 
 57
I India 
 
Estou a guinar para bombordo. 
J Juliet 
 
estou com incêndio a bordo: mantenha-se afastado. 
K Kilo 
 
Tenho uma comunicação a fazer. 
L Lima 
 
Você deve parar sua embarcação imediatamente. 
M Mike 
 
O meu navio está parado. 
N November 
 
Não (Negativo). 
O Oscar 
 
Homem ao mar. 
P Papa 
 
No porto: todas as pessoas devem regressar a bordo pois 
o navio vai largar. No mar: pode ser usado por 
embarcações de pesca para dizer: "Minhas redes podem 
obstruí-lo". 
Q Quebec 
 
Peço livre prática (licença para entrar em porto). 
R Romeo 
 
Sem significado (na Marinha Portuguesa esta bandeira 
poderá significar que o navio está em missão de busca e 
salvamento (SAR - Search And Rescue), em missão de 
fiscalização ou a efetuar operações de reabastecimento no 
mar). 
S Sierra 
 
Estou a fazer marcha a ré a toda a força. 
T Tango 
 
Mantenha-se afastado. 
U Uniform 
 
Vai sobre um perigo. 
V Victor 
 
Peço assistência. 
 58
W Whiskey 
 
Peço assistência médica. 
X Xray 
 
Pare as suas manobras. 
Y Yankee 
 
Estou a garrar (arrastar a âncora). 
Z Zulu 
 
Peço reboque. 
TAB-5.1 
 
Combinações 
 
As letras poderão ser combinadas adquirindo outros significados. Exemplo de 
alguns sinais de duas letras e seu significado: 
 
AC Estou a abandonar o meu navio 
AN Preciso de um médico 
BR Necessito de um helicóptero 
CD Peço assistência imeadiata 
DV Estou à deriva 
EF O SOS/MAYDAY encontra-se cancelado 
FA Pode fornecer-me a minha posição? 
GW Homem ao mar. Efetue a sua recolha 
JL Corre o risco de encalhar 
NC Estou em perigo e peço assistência imediata 
PD As suas luzes de navegação não são visíveis 
PP Mantenha-se bastante afastado de mim 
QD Estou a deslocar-me para vante 
QT Estou a deslocar-me para ré 
QU Fundear não é permitido 
QX Solicito autorização para fundear 
RU Mantenha-se afastado de mim. Estou a manobrar com dificuldade 
SO Deve parar o seu navio imediatamente 
UM O porto está fechado ao tráfego marítimo 
UP Solicito autorização para entrar o porto com urgência. Encontro-me em 
dificuldades 
YU Vou comunicar com a sua estação através do Código Internacional de 
Sinais 
ZL O seu sinal foi recebido mas não compreendido 
TAB-5.2 
 59
Código Q 
 
Código Pergunta Resposta ou informação 
QAP Está na escuta? 
Permaneça na escuta ou estou na 
escuta 
QAM Qual é a condição meteorológica? Aqui a condição meteorologia é ... 
QRA Qual o nome operador? O meu nome é ... 
QRB 
A qual distância aproximada você está 
da minha estação? 
A distância aproximada entre nossas 
estações é... milhas náuticas (ou 
quilômetros) 
QRC 
Que organização particular (ou 
administração estadual) liquida as 
contas de sua estação? 
A liquidação das contas da minha 
estação está sob o encargo da 
organização particular... (ou da 
administração estadual...) 
QRD Aonde vai e de onde vem? Vou a... e venho de... 
QRE 
A que horas pensa chegar a... (ou 
estar sobre...) (lugar) 
Penso chegar a...(lugar) (ou estar 
sobre...) às... horas. 
QRG 
Qual é minha frequência exata (ou 
frequência exata de...)? 
Sua frequência exata (ou frequência 
exata de...) é... kHz (ou... MHz). 
QRH Minha frequência varia? Sua frequência varia. 
QRI 
Como é a tonalidade de minha 
estação? 
A tonalidade de sua estação é: 
1. Boa 
2. Variável 
3. Ruim 
QRJ 
Quantas chamadas radiotelefônicas 
você tem para despachar? 
Eu tenho ... chamadas radiotelefônicas 
para despachar. 
QRK 
Qual a clareza dos meus sinais (ou 
de...) ? 
A clareza de seus sinais (ou dos sinais 
de) é: 
1. Ruim 
2. Pobre 
3. Razoável 
4. Boa 
5. Excelente 
QRL Você está ocupado? 
Estou ocupado (ou ocupado com...). 
Favor não interferir 
QRM Está sendo interferido? 
Sofre interferência: 
1. Nulas 
2. Ligeira 
3. Moderada 
4. Severa 
5. Extrema 
 60
QRN Está sendo perturbado por estática? 
Estou sendo perturbado por estática: 
1. Não 
2. Ligeiramente 
3. Moderadamente 
4. Severamente 
5. Extremamente 
QRO 
Devo aumentar a potência do 
transmissor? 
Aumente a potência do transmissor. 
QRP 
Devo diminuir a potência do 
transmissor? 
Diminua a potência do transmissor. 
QRQ Devo transmitir mais depressa? 
Transmita mais depressa (...palavras 
por minuto). 
QRR 
Está pronto para operação 
automática? 
Estou pronto para operação 
automática. Transmita à... palavras 
por minuto. 
QRS Devo transmitir mais devagar? 
Transmita mais devagar (... palavras 
por minuto). 
QRT Devo cessar a transmissão? Cesse a transmissão. 
QRU Tem algo para mim? Não tenho nada para você. 
QRV Está preparado? Estou preparado. 
QRW 
Devo avisar a... que você o está 
chamando em ... kHz(ou...MHz). 
Por favor, avise ... que o estou 
chamando em ...kHz(ou ...MHz). 
QRX Quando você chamará novamente?Eu o chamarei novamente às... horas, 
em ...kHz(ou ...MHz). 
QRY 
Qual a minha ordem de vez? 
(Refere-se a comunicação) 
É número ...(ou de acordo com 
qualquer indicação) 
(Refere-se a comunicação) 
QRZ Quem está me chamando? 
Você está sendo chamado por ... em... 
kHz (ou ... MHz). 
QSA 
Qual a intensidade de meus sinais(ou 
dos sinais de...)? 
A intensidade dos seus sinais (ou dos 
sinais de ...) é: 
1. Apenas perceptível 
2. Fraca 
3. Satisfatória 
4. Boa 
5. Ótima 
QSB A intensidade de meus sinais varia? A intensidade de seus sinais varia. 
QSC Sua embarcação é de carga? Minha embarcação é de carga. 
QSD Minha manipulação está defeituosa? Sua manipulação está defeituosa. 
QSE Qual o deslocamento estimado da O deslocamento estimado da 
 61
embarcação de salvamento? embarcação de salvamento é ... 
(números e unidades). 
QSF Você realizou o salvamento? 
Eu realizei o salvamento e estou 
seguindo para a base ... (com ... 
pessoas feridas necessitando 
ambulância). 
QSG 
Devo transmitir ... telegramas de uma 
vez? 
Transmita ... telegramas de uma vez. 
QSH 
Você é capaz de retornar usando seu 
equipamento radio goniométrico? 
Eu sou capaz de retornar usando meu 
equipamento radio goniométrico. 
QSI 
Não consegui interromper a ... 
(indicativo de chamada). 
Sua transmissão ou informe que não 
conseguir interromper sua transmissão 
em ...kHz (ou ... MHz). 
QSJ 
Qual a taxa a ser cobrada para ... 
incluindo sua taxa interna? 
A taxa a ser cobrada para ... incluindo 
a minha taxa interna é ... francos, ou 
reais, ou dólares ... 
QSK 
Pode ouvir-me entre seus sinais, em 
casa afirmativo, posso interromper sua 
transmissão? 
Posso ouvi-lo entre meus sinais: pode 
interromper minha transmissão. 
QSL Pode acusar recebimento? Acuso recebimento. 
QSM 
Devo repetir o último telegrama que 
transmiti para você (ou algum 
telegrama anterior)? 
Repita o último telegrama que você 
enviou para mim(ou telegrama(s) 
número(s)...). 
QSN 
Escutou-me ou ...(indicativo de 
chamada) em ...kHz (ou ...MHz)? 
Escutei-o ou ...(indicativo de chamada) 
em ...kHz (ou ...MHz) 
QSO 
Pode comunicar-me diretamente (ou 
por retransmissão) com...? 
Posso comunicar-me diretamente (ou 
por retransmissão) com... . 
QSP Quer retransmitir gratuitamente a ...? Vou retransmitir gratuitamente a... . 
QSQ 
Há médicos a bordo ou ... (nome da 
pessoa) a bordo? 
Há médicos a bordo ou ... (nome da 
pessoa) a bordo. 
QSR 
Devo repetir a chamada na frequência 
de chamada? 
Repita a chamada na frequência de 
chamada: não ouvi você (ou há 
interferência). 
QSS 
Que frequência de trabalho você 
usará? 
Usarei a frequência de trabalho de 
...KHz (normalmente basta indicar os 
três último algarismo da frequência). 
QSU 
Devo transmitir ou responder nesta 
frequência ou em ...KHz(ou ... MHz) 
com emissões do tipo...? 
Transmita ou responda nesta 
frequência ou em ...KHz(ou ... MHz) 
com emissões do tipo... . 
QSV Devo transmitir uma série de "v" nesta Transmita uma série de "v" nesta 
 62
frequência ou em ... KHz(ou ... MHz)? frequência ou em ... KHz(ou ... MHz)? 
QSW 
Vai transmitir nesta frequência ou em 
... KHz (ou ... MHz) (com emissão do 
tipo ...)? 
Vou transmitir nesta frequência ou em 
... KHz (ou ... MHz) (com emissão do 
tipo ...), 
QSX 
Quer escutar a ... (indicativo de 
chamada) em ... KHz ( ou ... MHz)? 
Estou escutando a ... (indicativo de 
chamada) em ... KHz ( ou ... MHz)? 
QSY Devo transmitir em outra frequência? 
Transmita em outra frequência ou em 
... KHz (ou... MHz). 
QSZ 
Tenho que transmitir cada palavra ou 
grupo mais de uma vez? 
Transmita cada palavra ou grupo duas 
vezes (ou ... vezes). 
QTA 
Devo cancelar o mensagem número 
...? 
Cancele o mensagem número ... . 
QTB 
Concorda com minha contagem de 
palavras? 
Eu não concordo com sua contagem 
de palavras; vou pedir a primeira letras 
ou dígito de cada palavra ou grupo. 
QTC Quantos recados para transmitir? 
Tenho ... recado transmitir (ou para 
...). 
QTD 
O que recolheu o barca ou a aeronave 
de salvamento? 
... (identificação) recolheu: 
1. ... (número) sobreviventes. 
2. ... restos de naufrágio. 
3. ... (número) de cadáveres 
QTE 
Qual a minha orientação com relação a 
você? ou 
Qual a minha orientação com relação a 
... (indicativo de chamada) 
Sua orientação verdadeira com 
relação a mim é... grau as... horas ou 
A orientação verdadeira de 
...(indicativo de chamada) com relação 
a ... (indicativo de chamada) era de ... 
grau as ... horas. 
QTF 
Quer indicar a posição de minha 
estação de acordo com as orientações 
tomadas pelas estações 
radiogoniométricas que você controla? 
A posição de sua estação de acordo 
com as orientações tomadas pelas 
estações radio goniométricas que, eu 
controlo era ... Latitude, ... Longitude, 
(ou outra indicação de posição) tipo... 
às ... horas. 
QTG 
Quer transmitir dois traços de 10 
segundos cada, seguidos de seu 
indicativo de chamada (repetindo ... 
vezes) em KHz(ou ...MHz)? 
Quer pedir dois traços de 10 segundos 
cada, seguidos de seu indicativo de 
chamada (repetindo ... vezes) em 
KHz(ou ...MHz)? 
Vou transmitir dois traços de 10 
segundos cada, seguidos de seu 
indicativo de chamada (repetindo ... 
vezes) em KHz(ou ...MHz). 
Pedi dois traços de 10 segundos cada, 
seguidos de seu indicativo de 
chamada (repetindo ... vezes) em 
KHz(ou ...MHz). 
 63
QTH 
Qual é seu local endereço posição em 
Latitude e Longitude (ou de acordo 
com qualquer outra indicação)? 
Meu local de endereço posição é ... de 
Latitude, ... de Longitude(ou de acorde 
com qualquer outra indicação). 
QTI Qual é o seu rumo VERDADEIRO? Meu rumo VERDADEIRO é ... graus. 
QTJ 
Qual a sua velocidade (refere-se à 
velocidade de um navio ou aeronave 
com relação à água ou ar, 
respectivamente). 
Minha velocidade é de ... nós (ou 
quilômetros por horas, ou milhas por 
hora). (indique a velocidade de um 
navio ou aeronave através da água ou 
ar, respectivamente). 
QTK 
Qual a velocidade de sua aeronave 
com relação à superfície terrestre? 
A velocidade de minha aeronave com 
relação à superfície terrestre ... nós 
(ou quilômetros por horas, ou milhas 
terrestres por hora). 
QTL Qual o seu rumo VERDADEIRO? Meu rumo VERDADEIRO é ... graus. 
QTM Qual é o seu rumo MAGNÉTICO? Meu rumo MAGNÉTICO é ... graus. 
QTN A que horas saiu de ... (lugar)? Saí de ... (lugar) às ... horas. 
QTO 
Pode comunicar-se com minha 
estação por meio de código 
internacional de sinais? 
Vou comunicar-me com sua estação 
por meio de código internacional de 
sinais. 
QTR Qual é a hora certa? A hora certa é ... horas. 
QTS 
Quer transmitir seu indicativo de 
chamada para sintonizar ou para que 
sua frequência possa ser medida 
agora (ou às ... horas) em ... KHz (ou 
MHz)? 
Vou transmitir meu indicativo de 
chamada para sintonizar ou para que 
sua frequência possa ser medida 
agora (ou às ... horas) em ... KHz (ou 
MHz). 
QTT 
 
O sinal de identificação que segue se 
sobrepõe à outra emissão. 
QTU 
Qual é o horário de funcionamento de 
sua estação? 
O horário de funcionamento da minha 
estação é ... horas. 
QTV 
Devo fazer escuta por você na 
frequência de ... KHz (ou ... MHz) das 
... às ... horas? 
Faça escuta por você na frequência de 
... KHz (ou ... MHz) das ... às ... horas. 
QTW Como se encontra os sobrevivente? 
Os sobreviventes se encontras em ... 
condições e precisam urgentemente ... 
QTX 
Quer manter sua estação aberta para 
nova comunicação comigo até que eu 
o avise(ou até às... horas)? 
Vou manter minha estação aberta 
para nova comunicação com você até 
que me avise (ou até ás ... horas) 
QTY 
Você está seguindo para o lugar do 
acidente? Caso afirmativo, quando 
espera chegar? 
Estou seguindo para o lugar do 
acidente e espero chegar às ... horas 
em ... (data). 
 64
QTZ Você continua a busca? 
Continuo a busca de ... (aeronave, 
navio, dispositivo de salvamento, 
sobreviventes ou destroços). 
QUA 
Tem notícias de ... (indicativo de 
chamada)? 
Envio notícias de ...(indicativode 
chamada). 
QUB 
Pode dar-me na seguinte ordem, 
informações sobre: a direção em graus 
VERDADEIROS e velocidade do vento 
na superfície; visibilidade; condições 
metereológicas atuais; quantidade, tipo 
e altura das nuvens sobre a superfície 
em ... (lugar de observação)? 
Envio informações solicitadas: (As 
unidades usadas para velocidade e 
distâncias devem ser indicadas). 
QUC 
Qual é o número (ou outra estação) da 
última mensagem que você recebeu de 
mim ou de ... (indicativo de chamada)? 
O número (ou outra estação) da última 
mensagem recebida de você ou de ... 
(indicativo de chamada) é ... . 
QUD 
Recebeu o sinal de urgência 
transmitido por ... (indicativo de 
chamada da estação móvel)? 
Recebi o sinal de urgência transmitido 
por ... (indicativo de chamada da 
estação móvel) às ... horas. 
QUE 
Pode usar telefonia tem ... (idioma) por 
meio de intérprete, se possível, em 
quaisquer frequência? 
Posso usar telefonia em ... (idioma) 
em ... KHz (ou ... MHz). 
QUF 
Recebeu o sinal de perigo transmitido 
por ... (indicativo de chamada da 
estação móvel)? 
Recebi o sinal de perigo transmitido 
por ... (indicativo de chamada da 
estação móvel)? 
QUH 
Quer dar-me a pressão barométrica 
atual ao nível do mar? 
A pressão barométrica atual ao nível 
do mar é ...(unidades). 
QUI 
Suas luzes de navegação estão 
acesas? 
Minhas luzes de navegação estão 
acesas 
QUJ 
Quer indicar o rumo VERDADEIRO 
para chegar a você (ou ...)? 
O rumo VERDADEIRO para me 
alcançar (ou ...) ... graus às ... horas. 
QUK 
Pode me informar as condições do mar 
observada em ... (lugar ou 
coordenadas)? 
O mar em ... (lugar ou coordenadas) 
está ... . 
QUL 
Pode me informar as vagas 
observadas em ... (lugar ou 
coordenadas)? 
As vagas em ... (lugar ou 
coordenadas) são ... . 
QUM Posso recomeçar tráfego normal? Pode começar tráfego normal. 
QUN 
Solicito às embarcações que se 
encontram em minhas proximidades 
imediatas ou (nas proximidades de ... 
Latitude e ... Longitude) ou (nas 
Minha posição, rumo VERDADEIRO e 
velocidade são ... . 
 65
proximidades de ... ) favor indicar rumo 
VERDADEIRO e velocidade. 
QUO 
Devo efetuar busca de: 
1. aeronave 
2. navio 
3. embarcação de salvamento nas 
proximidades de ... Latitude, ... 
Longitude (ou de acordo com 
qualquer outra indicação) ? 
Efetue busca de: 
1. aeronave 
2. navio 
3. embarcação de salvamento nas 
proximidades de ... Latitude, ... 
Longitude (ou de acordo com 
qualquer outra indicação). 
QUP 
Quer indicar sua posição por meio de: 
1. refletores 
2. rastro de fumaça 
3. sinais pirotécnicos? 
Estou indicando minha posição por 
meio de: 
1. refletores 
2. rastro de fumaça 
3. sinais pirotécnicos? 
QUQ 
Devo orientar meu refletor quase 
verticalmente para uma nuvem, 
piscando se possível e, caso aviste 
sua aeronave, dirigir o facho contra o 
vento e sobre a água (ou solo) para 
facilitar seu pouso? 
Por favor, orientar seu refletor quase 
verticalmente para uma nuvem, 
piscando se possível e, caso aviste 
sua aeronave, dirigir o facho contra o 
vento e sobre a água (ou solo) para 
facilitar meu pouso. 
QUR 
Os sobreviventes: 
1. Receberam equipamentos 
salva-vidas? 
2. Foram recolhidos por 
embarcação de salvamento? 
3. Foram encontrados por grupo 
de salvamento de terra? 
Os sobreviventes: 
1. Receberam equipamentos 
salva-vidas? 
2. Foram recolhidos por 
embarcação de salvamento? 
3. Foram encontrados por grupo 
de salvamento de terra. 
QUS 
Você avistou sobreviventes ou 
destroços? Em caso afirmativo, em 
que posição? 
Avistei: 
1. sobreviventes na água; 
2. sobreviventes em balsas; 
3. destroços na Latitude ..., 
Longitude ... (ou de acordo com 
qualquer outra informação). 
QUT Foi marcado o local do acidente? 
A posição do acidente está marcada 
por: 
1. balsa flamíjena ou fumígena; 
2. bóia; 
3. produto corante; 
4. ... (especificar qualquer outro 
sinal) 
QUU 
Devo dirigir o navio ou aeronave para 
minha posição? 
Dirija o navio ou aeronave (indicativo 
de chamada)? 
1. para sua posição transmitindo 
 66
seu indicativo de chamada e 
traços longos em ... KHz (ou ... 
MHz); 
2. transmitindo em ... KHz (ou 
MHz) o rumo verdadeiro para 
chegar a você. 
QUW 
Você está na área de busca designada 
como ... nome da zona ou Latitude e 
Longitude) ? 
Estou na área de busca (designação). 
QUY 
Foi marcada a posição da embarcação 
de salvamento? 
A posição da embarcação de 
salvamento foi marcada às ... horas 
por: 
TAB-5.3 
 
 
Código Morse 
 
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre. 
 
O Código Morse é um sistema de representação de letras, números e sinais de 
pontuação através de um sinal codificado enviado intermitentemente. Foi desenvolvido 
por Samuel Morse e Alfred Vail em 1835, criadores do telégrafo elétrico (importante 
meio de comunicação a distância), dispositivo que utiliza correntes elétricas para 
controlar eletroímãs que funcionam para emissão ou recepção de sinais. 
Uma mensagem codificada em Morse pode ser transmitida de várias maneiras 
em pulsos (ou tons) curtos e longos: 
 
• pulsos elétricos transmitidos em um cabo; 
• ondas mecânicas (perturbações sonoras); 
• sinais visuais (luzes acendendo e apagando); 
• ondas eletromagnéticas (sinais de rádio); 
 
Este sistema representa letras, números e sinais de pontuação apenas com uma 
sequência de pontos, traços, e espaços. 
Portanto, com o desenvolvimento de tecnologias de comunicação mais 
avançadas, o uso do código Morse é agora um pouco obsoleto, embora ainda seja 
empregado em algumas finalidades específicas, incluindo rádio faróis, e por CW 
 67
(continous wave-ondas contínuas), operadores de radioamadorismo. Código Morse é o 
único modo de modulação feito para ser facilmente compreendido por humanos sem 
ajuda de um computador, tornando-o apropriado para mandar dados digitais em canais 
de voz. 
Código Morse pode ser transmitido de muitas maneiras: originalmente como 
pulso elétrico através de uma rede telegráfica, mas também como tom de áudio, como 
um sinal de rádio com pulsos ou tons curtos e longos, ou como sinal mecânico ou 
visual (ex: sinal de luz) usando ferramentas como lâmpadas de Aldis e heliógrafos. 
Porque o Código Morse é transmitido usando apenas dois estados — ligado e 
desligado — é uma estranha forma de código digital. O código Morse internacional é 
composto de seis elementos: 
 
1. Sinal curto, ponto ou 'dit' (·) 
2. Sinal longo, traço ou 'dah' (-) 
3. Intervalo entre caracteres (entre pontos e traços) 
4. Intervalo curto (entre letras) 
5. Intervalo médio (entre palavras) 
6. Intervalo longo (entre sentenças) 
 
Portanto, o comprimento variável de caracteres do Código Morse dificulta a 
adaptação à comunicação automatizada, então foi amplamente substituída por mais 
formatos regulares, incluindo o Código Baudot e ASCII. 
O que se é chamado hoje de Código Morse difere em parte do que foi 
originalmente desenvolvido por Morse e seu assistente, Alfred Vail. Em 1948 uma 
distinção das sequências do código, incluindo mudanças a onze das letras, foi feita na 
Alemanha e eventualmente adotada como o padrão mundial como Morse Internacional. 
A especificação original do código de Morse, muito limitada para o uso nos Estados 
Unidos, tornou-se conhecida como Railroad ou Código Morse Americano, e 
atualmente é muito raro o seu uso. 
 
Desenvolvimento 
 
Pingala, um estudante/músico/matemático que viveu na antiga Índia entre 400 e 
200 a.C., foi o primeiro a usar um código binário de sílabas curtas e longas (traços 
curtos e longos), muito similar ao código Morse. Uma sílaba longa é igual ao 
 68
comprimento de duas sílabas curtas, para representar símbolos musicais (melhor que 
letras). 
Nos meados dos anos de 1830, Samuel Morse e Alfred Vail desenvolveram o 
telégrafo elétrico, que usa correntes elétricas para controlar um eletroímã localizado no 
fim da recepção do linha transmissora. Os limites tecnológicos da época tornaram 
impossívelmarcar caracteres individuais de uma forma compreensível. Então os 
inventores tiveram que inventar um método alternativo de comunicação. No início de 
1937, William Crooke e Charles Wheatstone operaram telégrafos elétricos na Inglaterra 
que também controlaram os eletroímãs nos receptores. Porém, os seus ponteiros de 
agulha dos sistemas giravam no sentido de indicar os caracteres sendo enviados. Em 
contraste, o sistema de telégrafo inicial de Morse e Vail, o qual entrou na primeira 
operação em 1844, marcou uma fita magnética de papel — quando a corrente elétrica 
era transmitida, o eletroímã do receptor girava a armação, de modo que começou a 
arranhar uma fita magnética móvel, e quando a corrente foi removida, o receptor 
retratou a armação, de forma que uma porção da fita permaneceu sem marca. 
O código Morse foi desenvolvido de modo que os operadores pudessem traduzir 
as identificações marcadas na fita de papel em mensagens de texto. Inicialmente, 
Morse planejou transmitir somente números, e usar um dicionário para procurar cada 
palavra de acordo com o número que foi enviado. Porém, o código foi expandido para 
incluir letras e caracteres especiais, podendo assim ser usado para mensagens mais 
completas. As marcas curtas foram chamadas de "pontos", e as longas de "traços", e 
as letras mais comuns usadas na língua inglesa foram nomeadas nas menores 
sequências. 
No telégrafo original de Morse, as armações dos receptores fizeram um barulho 
de clicado como se movessem dentro e fora da posição da marcação da fita. 
Operadores logo aprenderam a ler os clicados como o início e o fim dos pontos e 
traços, mostrando que não é necessário muito tempo para usar a fita. 
Quando o código Morse foi adotado no rádio, os pontos e os traços foram 
normalmente enviados como tons curtos e longos. Isso foi posteriormente provado que 
as pessoas se tornariam mais hábeis na recepção do código Morse quando é ensinado 
como uma linguagem ouvida, ao invés de lida de páginas. Para refletir o som do código 
Morse, profissionais vocalizaram os pontos como "dit" e os traços como "dah". Quando 
um "dit" não é o elemento final do caráter, seu som é encurtado para "di" para manter 
um melhor ritmo vocal. 
 69
Mensagens Morse são geralmente transmitidas por uma ferramenta de 
transmissão manual, como o telégrafo, mas há variações introduzidas pela prática de 
enviar e receber — operadores mais experientes conseguem enviar e receber em altas 
velocidades. Em geral, qualquer código representando símbolo escrito como sinais de 
durações variadas pode ser transmitido por código Morse, mas o termo é usado 
especialmente para dois tipos de código Morse usado para o alfabeto inglês e símbolos 
associados. 
Companhias de telégrafo cobravam baseada na duração da mensagem enviada. 
Códigos comerciais elaborados foram desenvolvido para codificar frases comuns em 
grupos de cinco letras que eram enviadas como palavras simples. Exemplos: BYOXO 
(Você está tentando sair fora disso?), LIOUY (Por que você não responde minhas 
perguntas?), e AYYLU (Código não claro, repita mais claramente). As letras desses 
grupos de cinco letras eram enviadas individualmente usando código Morse. Na 
terminologia da rede de computadores, poderia dizer que o código comercial é 
colocada na topo do código Morse, o qual é levado ao topo do código binário, o qual é 
levado ao topo do rede física de telegrafia. Ainda em uso no radioamadorismo são o 
Código Q e o Código Z; eles foram e são usados por operadores para serviços como 
qualidade da transmissão, mudanças de frequências, e telegramas. 
Quando considerado como um padrão para codificação da informação, o código 
Morse teve uma vida próspera que ainda não foi ultrapassado por nenhum outro 
esquema de codificação eletrônica. O código Morse foi usado como um padrão 
internacional para comunicações marítimas até 1999 quando foi substituído pelo 
Sistema de Segurança de Perigo Marítimo global. Quando a marinha francesa cessou 
de usar o código Morse em 1997, a mensagem final transmitida foi "Chamando todos. 
Este é o nosso último grito antes do nosso silêncio eterno." 
Recentemente algumas competições de altas velocidade têm sido amplamente 
divulgadas entre operadores de código Morse e usuários de mensagens SMS de 
telefone celular. O código Morse tem constantemente ganho as competições, 
conduzindo a especulação que os fabricantes de telefone celular podem construir um 
código Morse relacionado para telefones celulares. A ligação traduziria 
automaticamente o código Morse colocado dentro do texto de modo que poderia ser 
enviada por qualquer telefone celular que suporte SMS, então o receptor da mensagem 
precisaria saber código Morse para entender a mensagem. Outra aplicação especulada 
inclui pegar um aplicação de assistência a código Morse e usando o alerta vibratório do 
celular para traduzir a mensagem SMS em mensagens silenciosas, leitura "mão-livre" 
 70
da mensagens recebidas. Alguns celulares ainda têm informativo audivel para alguns 
celulares que permitem código Morse introduzido em SMS's enviadas. 
 
Código Morse internacional moderno 
 
O código Morse internacional moderno foi criado por Friedrich Clemes Gerke em 
1848 e usado por telegrafistas entre Hamburgo e Cuxhaven na Alemanha. Depois de 
algumas modificações secundárias em 1865 foi padronizado pelo Congresso 
Internacional Telegráfico em Paris em 1865, e posteriormente regulamentado pelo ITU 
com Código Morse internacional. 
O código Morse internacional continua em uso atualmente, porém se tornou 
quase exclusivamente para radioamadores. Até 2003 a União internacional de 
telecomunicações UIT (ITU, em inglês), designou proficiência em código Morse como 
parte do exame para licença de radioamadores pelo o mundo. Em alguns países, 
alguma parcela das bandas para radioamadores continuam sendo reservadas para 
transmissão unicamente em código Morse. 
Desde que Morse confiou em um único sinal de rádio, necessitou-se de 
equipamentos menos complexos que outras formas de radiocomunicação, e pode ser 
usado com ruídos muitos altos e ambientes com baixo sinal. Requer também menos 
largura de banda que comunicações com voz, normalmente 100-150 Hz, comparada 
com os 4000 Hz de banda de voz. O uso extensivo de pro - sinais, Código Q, e 
formatos restritos de mensagens codificadas (típicas de comunicação entre 
operadores) facilita a comunicação entre radioamadores que não dividem o mesmo 
idioma e têm grande dificuldade em comunicação de voz. 
Código Morse também é popular entre operadores QRP por possibilitar 
comunicações a distâncias muito longas, com baixa potência. A habilidade de recepção 
pode ser sustentada por operadores treinados até mesmo quando o sinal é dificilmente 
ouvido, pelo fato de que a energia transmitida é concentrada dentro de uma pequena 
largura de banda, tornado possível por usar filtros receptores estreitos, que suprimem 
ou eliminam interferência em frequências próximas. A largura de onda estreita também 
tira vantagem da seletividade auricular natural do cérebro humano, futuramente 
aumentando a capacidade de receber sinais fracos. 
A Conferência Mundial de Radiocomunicação de 2003 tornou opcional o 
conhecimento de código Morse para licença de radioamador. 
 
 71
 
FIG-5.1 – Um batedor comercialmente fabricado usado junto com uma chave eletrônica para gerar alta 
velocidade de transmissão de código Morse. 
 
Radioamadores e militares qualificados em código Morse podem frequentemente 
entender código a taxas excedendo 40 WPM(palavras por minuto). Concursos 
internacionais em código acontecem ocasionalmente. Existem também alguns clubes 
de radioamadores que requerem altas velocidades em transmissão e recepção, o maior 
deles tem o padrão de 60WPM. Em julho de 1939, em um concurso em Asheville, 
Carolina do Norte, Ted R. Elroy marcou um recorde ainda não quebrado de 75.2WPM. 
No seu livro on-line dealta velocidade de transmissão, William Pierpont (N0HFF) anota 
alguns operadores que talvez tenha passado 100WPM. Por esse ritmo eles estão 
ouvindo frases e sentenças em lugar de palavras. 
Embora a tradicional chave telegráfica (chave direta) ainda seja usada por vários 
amadores, o uso de chaves semi e totalmente automáticas prevalece atualmente. 
Programas de computador são também frequentemente empregados para produzir e 
decodificar sinais de código Morse. A maior velocidade já enviada por uma chave direta 
foi alcançada em 1942 por Harry Turner ( W9YZE ) que alcançou 35WPM em uma 
demonstração numa base do exército estado. 
Em 24 de maio de 2004, no aniversário de 60 anos da primeira transmissão 
telegráfica, o IUT adicionou o caracter "@" (arroba) ao código Morse, como um "AC" 
juntos. O novo caracter facilitou o envio de endereços de correio eletrônico por código 
Morse e isso é notável, já que é a primeira adição ao código Morse desde a I Guerra 
Mundial. 
 
Código Morse como uma tecnologia de assistência 
 
O código Morse no século XXI tem um papel de tecnologia de assistência, 
ajudando pessoas com impossibilidades de comunicação. O código Morse pode ser 
enviado por alguém com as mais variadas incapacidades de movimento, contanto que 
 72
tenha o mínimo de coordenação motora. Em alguns casos isso pode ser soprar e sugar 
em um tubo plástico. Pessoas com alguma incapacidade de movimento além de 
inaptidão sensorial (exemplo: pessoas que são surdas e/ou mudas, e têm algum 
problema de coordenação motora) podem receber código Morse por um "beliscão" na 
pele. Produtos estão à disposição para permitir um sistema operacional de computador 
ser controlado por código Morse, permitindo ao usuário acessar a internet e o correio 
eletrônico. 
Em um caso reportado em uma revista sobre radioamadorismo, um velho 
operador de rádio de um barco teve um derrame cerebral e perdeu a capacidade de 
falar e escrever, e teve como se comunicar com seu médico (também um radioamador) 
com esse programa de computador piscando seus olhos em código Morse. Um caso 
mais bem confirmado ocorreu em 1966, quando o prisioneiro de guerra Jeremiah 
Denton, mostrado pela televisão por seus capturadores vietnamitas, piscou em código 
Morse a palavra tortura. 
 
Representação e ritmo 
 
Existem dois símbolos usados para representar letras, chamados de pontos e traços ou 
(mais comumente usado entre usuários de CW) dits e dahs. A duração do dit determina 
o ritmo a qual a mensagem é enviada. Aqui está uma ilustração de convenções de 
ritmo. Sua intenção é mostrar exatamente o ritmo — normalmente seria escrito algo 
como isso: 
 
 
 
Na caixa de texto acima, máxima velocidade de código Morse, um dah é 
convencionalmente 3 vezes a duração do dit. Espaços entre dits e dahs em um 
caracter têm a duração de um dit. Espaços entre letras em uma palavra têm a duração 
de um dah (3 dits). Espaços entre palavras têm a duração de 7 dits. 
-.-. --- -.. .. --. --- / -- --- .-. ... . 
C O D I G O (espaço) M O R S E 
onde - representa dah e · representa dit. Aqui está a convenção de ritmo exata 
para a mesma mensagem (= representa ligado, · representa desligado, todos 
para a duração de um dit): 
===.=.===.=...===.===.===...===.=.=...=.=...===.===.=...===.===.===.......===.
===...===.===.===...=.===.=...=.=.=...= 
 73
Esse aprendizado de código Morse é frequentemente ensinada para enviar e 
entender letras e outros símbolos nos seus objetivos de velocidade, que é com relativa 
normalidade o ritmo dos pontos, traços e espaços em cada símbolo para aquela 
velocidade. Espaços exagerados entre símbolos e palavras são usados para dar um 
tempo para pensar, que pode ser reduzida com a prática e a familiaridade. Isso torna a 
forma do som de letras e símbolos fácil de se aprender. Esse método de ensinar é 
chamado de método de Farnsworth. Outro método de ensino popular é o método 
Koch, que usa a velocidade designada de início, mas começa com apenas dois 
caracteres. Uma vez conseguido copiar sequências que contêm esses dois caracteres 
com 90% de precisão, outro caratcer é adicionado, e assim até todos os caracteres 
serem dominados. 
Código Morse é frequentemente falado ou escrito dessa forma: 
 
 
-- --- ·-· ··· · / -·-· --- -·· · 
Dah-dah dah-dah-dah di-dah-dit di-di-dit dit, Dah-di-dah-dit dah-dah-dah dah-di-dit dit. 
 
Note que há um pequeno pormenor em aprender a ler código Morse escrito 
como está acima, o som de todas as letras e símbolos precisam estar compreendidos, 
para aprender e receber. 
A velocidade do código Morse é tipicamente especificado em palavras por 
minuto (WPM). O padrão paris define a velocidade de transmissão como o ritmo de 
ponto e traço necessário para enviar a palavra "Paris" um dado número de vezes por 
minuto. A palavra Paris é escolhida porque tem precisamente 50 "dits" baseado no 
ritmo do livro de texto. 
Fala-se que músicos aprendem o ritmo de caracter em código Morse mais 
rapidamente que não-músicos. Reciprocamente, código Morse tem sido usado na 
música, como fonte para padrão rítmico e em gravações, como em Wireless Fantasy 
de Vladimir Ussachevsky e na música YYZ da banda de Rock Rush. 
 
 74
Letras, números, pontuações e sinais especiais 
 
Letra Código Internacional Letra Código Internacional 
A .- N -. 
B -... O --- 
C -.-. P .--. 
D -.. Q --.- 
E . R .-. 
F ..-. S ... 
G --. T - 
H .... U ..- 
I .. V ...- 
J .--- W .-- 
K -.- X -..- 
L .-.. Y -.-- 
M -- Z --.. 
TAB-5.4 – Letras 
 
 
Números Código internacional 
0 ----- 
1 ·---- 
2 ··--- 
3 ···-- 
4 ····- 
5 ····· 
6 -···· 
7 --··· 
8 ---·· 
9 ----· 
TAB-5.5 - Números 
 
 
 
 
 75
Pontuações comuns Código internacional 
Ponto [.] ·-·-·- 
Vírgula [,] --··-- 
Interrogação [?] ··--·· 
Apóstrofo ['] ·----· 
Exclamação [!] -·-·-- 
Barra [/] -··-· 
Parênteses [(] -·--· 
Parênteses [)] -·--·- 
E comercial [&] · ··· 
Dois pontos [:] ---··· 
Ponto e vírgula [;] -·-·-· 
Igual [=] -···- 
Hífen [-] -····- 
Linha baixa [_] ··--·- 
Aspas ["] ·-··-· 
Cifrão [$] ···-··- 
Arroba [@] ·--·-· 
TAB-5.6 – Pontuações comuns 
 
 
O "@"(arroba) foi adicionado em 2004, e combina A e C em um caracter. 
A "!"(exclamação), não é oficialmente reconhecido em nenhum lugar. A junção 
de K e W -·-·-- foi proposto no ano de 1980, pela Heathkit Company (um vendedor de 
conjuntos de equipamentos de radio-amadorismo). Enquanto o programa de 
computador tradutor de código Morse prefere essa versão, o uso "em-ar" não é ainda 
universal como alguns operadores de rádio canadenses e nos Estados Unidos 
continuam preferindo a antiga junção de M e N ---·. 
 
Sinais especiais 
 
Sinais especiais são pontos/traços sequenciados que têm um significado 
especial. Eles podem frequentemente ser visto como se fossem compostos por um, 
dois ou três caracteres alfabético do código Morse. Quando compostos nesse sentido 
de mais que um caracter, eles são enviados juntos; isso é, omitindo as pausas normais 
 76
que estariam entre elas se fossem enviadas como letras de um texto. Essas ligações 
são normalmente representadas impresso por letras com uma barra acima delas. 
 
 
Sinal Código Significado Comentário 
 
·-·-· 
Parar (fim da 
mensagem) 
Frequentemente escrito como + 
 
·-··· 
Espere (por 10 
segundos) 
Responde com C (sim). AS2 significa espere 2 
minutos, AS5 5 minutos, etc. Para pausas de 10 
minutos ou mais, use QRX (veja código Q) 
 
-···- 
Separador dentro da 
mensagem 
Frequentemente escrito como =. Na prática, 
indistinguível para , e algumas vezes escrito 
assim 
 
-·-··-·· Saindo do ar "Livre" 
 
-··--- 
Troque por código 
wabun 
 
-·- 
Convite geral para 
transmitir 
Frequentemente enviado após CQ 
 
-·--· 
Convite específico 
para transmitir 
Frequentemente indica "de volta para você" 
 
·-· Recebido e entendido "Roger" 
 
···-·- Fim (fim do contato) Na prática, indistinguívelde , e algumas 
vezes escrito assim 
 
···---··· 
Mensagem de sério 
perigo e pedido por 
ajuda urgente. 
Não usada ao menos em eminência de perigo 
para a vida ou para embarcações no mar. Veja 
SOS 
TAB-5.7 – Sinais especiais. 
 
Embora esses não seja realmente símbolos especiais, um erro pode ser 
indicado por uma série de s: 
 
······· Erro, corrigir seguintes palavras (seis ou mais pontos em sequencia) 
· · · Erro (facilmente identificada por ritmo "quebrado") 
TAB-5.8 - Erros. 
 77
 
Outros caracteres 
 
Caracter Código 
ä ·-·- (também æ) 
à ·--·- (também å) 
ç -·-·· (também ĉ) 
ch ---- 
ð ··--· 
è ·-··- 
é ··-·· 
ĝ --·-· 
ĥ -·--· 
ĵ ·---· 
ñ --·-- 
ö ---· (também ø) 
ŝ ···-· 
þ ·--·· 
u ··-- (também ŭ) 
TAB-5.9 – Outros caracteres. 
 
 78
 
 
 TT eess tt ee ddee aauu tt ooaa vvaa ll ii aa ççããoo ddaa UUnn iiddaa ddee 55 
 
 
1 Explique a finalidade do Código Internacional de Sinais (CIS): 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
2 Cite e identifique 10 (dez) das bandeiras alfabéticas, galhardetes e cornetas 
substitutas: 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
3 Interprete o significado das bandeiras alfabéticas içadas isoladamente: 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
 
 79
4 Descreva a execução da transmissão dos sinais mais comuns de manobra e de 
emergência: 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
 
 80
6. NAVEGAÇÃO E COMUNICAÇÕES ELETRÔNICAS 
 
Nesta unidade, você vai: 
 
 
���� Descrever a instalação básica de uma estação rádio 
���� Especificar a utilização dos transceptores quanto à faixa de 
frequência em que operam 
���� Operar um transceptor de VHF, observando a correta 
utlização das frequências de chamadas 
���� Operar um transceptor de HF, observando a correta 
utlização das frequências de chamadas 
���� Identificar os sinais de socorro, urgência e segurança 
���� Transmitir mensagens utilizando a fonética universal 
���� Explicar a importância do uso padrão nos procedimentos 
radiotelefônicos e da disciplina nos circuitos 
 
O uso do radar na navegação fluvial 
 
O radar é composto por uma antena transmissora receptora de sinais para 
Super Alta Frequência (SHF), a transmissão é um pulso eletromagnético de alta 
potência, curto período e feixe muito estreito. Durante a propagação pelo espaço, o 
feixe se alarga em forma de cone, até atingir ao alvo que está sendo monitorado, sendo 
então refletido, e, retornando para a antena, que neste momento é receptora de sinais. 
Como se sabe a velocidade de propagação do pulso, e pelo tempo de chegada do eco, 
pode-se facilmente calcular a distância do objeto. É possível, também, saber se o alvo 
está se afastando, ou se aproximando da estação; isto se deve ao Efeito Doppler, isto 
é, pela defasagem de frequência entre o sinal emitido e recebido. 
 
 
Construção física do Radar 
 
O Equipamento de radar é composto de uma antena transceptora, da linha de 
transmissão, ou guia de onda, de um transmissor de alta potência e alta frequência, do 
sistema de recepção, decodificação, processamento e visualização das informações 
coletadas, além da mesa de interface entre equipamento e operador. 
 81
 
Sistema de Transmissão 
 
O sistema de transmissão é composto por 3 elementos principais: o oscilador, o 
modulador, e o próprio transmissor. O transmissor fornece radiofrequência para a 
antena em forma de pulsos eletromagnéticos modulados de alta potência que são 
disparados contra a antena parabólica que remete-os unidirecionalmente em direção 
ao alvo. 
 
Oscilador – A produção do sinal do radar começa no oscilador, que é um 
dispositivo que gera radiofrequência num comprimento de onda desejado. A maioria 
dos radares usa bandas de frequências de rádio (MHz- milhões de Hertz até centenas 
de milhões) ou de microondas (de centenas de milhões até GHz- dezenas de bilhões 
de Hertz). 
O dispositivo precisa produzir uma frequência estável, pois o radar necessita de 
precisão para calcular o efeito Doppler. 
 
Modulador – O modulador, pode variar o sinal em amplitude ou frequência, 
conforme o caso. Num radar de pulso, o sinal é ligado e desligado rapidamente no 
oscilador, neste caso, o modulador faz a mistura de um comprimento de onda 
secundário à frequência fundamental. 
Da estabilidade do sinal gerado no oscilador e da modulação dependerá a qualidade do 
eco captado após atingir o alvo. 
 
Transmissor – A função do transmissor, é amplificar o sinal gerado no oscilador 
e misturado no modulador. Dependendo do ganho, um transmissor pode amplificar a 
potência de 1 Watt para 1 Megawatt. 
Os radares, em geral, necessitam enviar pulsos de alta potência, que após se 
propagarem, atingem o alvo e refletem numa espécie de eco. O sinal refletido, bem 
mais fraco que o emitido, é captado pela antena e amplificado novamente. 
 
 
Antena – Depois que o transmissor amplifica o sinal no nível desejado, ele envia 
para a antena, que em alguns radares tem a forma de um prato de metal (Antena 
Parabólica). 
 82
As ondas eletromagnéticas, depois de geradas e amplificadas, são levadas por 
guias de onda em direção ao foco do disco parabólico. Disparadas contra a parábola, 
se propagam para o ambiente. 
O extremo de saída da guia de onda é localizado no foco da parabólica. 
Semelhante às ondas luminosas no foco de num espelho parabólico, as ondas de radar 
se propagam em direção à parábola e por esta são emitidas todas na mesma direção 
do alvo. Normalmente as antenas são giratórias, para mudar a direção das emissões, 
permitindo que o radar faça uma varredura na área ao invés de sempre apontar para a 
mesma direção. 
 
Sistema de Recepção 
 
O receptor do radar detecta e amplifica os ecos produzidos quando as ondas 
refletem no alvo. Geralmente a antena de transmissão e recepção é a mesma, 
principalmente nos radares pulsados. 
O sistema funciona da seguinte forma: o pulso gerado é disparado contra a 
antena que o envia ao espaço. O sinal bate no alvo e retorna em forma de eco. Neste 
momento é captado pela mesma antena, pois o transmissorestá desligado. Pois, se 
estivesse ligado, devida alta potência, o receptor não receberia o pulso refletido, e sim 
o pulso emitido. 
Para gerenciar a transcepção do radar, é utilizado um dispositivo que comuta o 
momento de transmissão e recepção. Determinando assim quando a antena está 
ligada ao transmissor ou ao receptor. O receptor, recebe o sinal fraco provindo do alvo 
em direção à antena e amplifica-o. Após a ampliação, o sinal é processado, 
demodulado, integrado e enviado para o monitor que é lido pelo operador de radar. 
 
Antena – A antena recebe o eco radielétrico do sinal emitido no momento em 
que está comutada para recepção. Pelo fato de ser parabólica, reflete a radiofrequência 
em direção ao seu foco. O sinal é captado por um dispositivo localizado no ponto focal, 
este pode ser um dipolo, ou um preamplificador de baixo ruído numa cavidade 
ressonante, neste momento, a radiofrequência se propaga através da linha de 
transmissão (No caso do pré amplificador estar localizado no foco) ou pela guia de 
onda em direção a um pré-amplificador localizado distante da antena. 
 
 83
Comutador (ou Duplexador) – O comutador possibilita ao sistema de radar 
emitir sinais e recebê-los na mesma antena. Em geral, atua como um relé entre a 
antena e o conjunto transmissor/receptor. 
Isso evita que o sinal de grande intensidade vindo do transmissor chegue ao 
receptor causando sobrecarga, pois o receptor espera por um sinal de retorno de baixa 
intensidade. 
O relé comutador conecta o transmissor à antena somente quando o sinal está 
sendo transmitido. Entre dois pulsos, o comutador desconecta o transmissor e liga o 
receptor à antena. Para o radar de pulso contínuo, o receptor e o transmissor operam 
ao mesmo tempo. Este sistema não opera com comutador. Neste caso, o receptor 
através de uma cavidade ressonante separa o sinal por frequências automaticamente. 
Como o receptor precisa interpretar sinais fracos ao mesmo tempo que 
transmissor está operando, os radares de onda contínua têm duas antenas separadas, 
uma de transmissão e outra para recepção defasada da primeira. 
 
Receptor – Muitos radares modernos utilizam equipamentos digitais, pois este 
permite o executar funções mais complicadas. Para usar este tipo de equipamento, o 
sistema necessita de um conversor analógico-digital para transitar de uma forma a 
outra. A entrada do sinal analógico pode ser de qualquer valor, de zero a dez milhões, 
incluindo frações destes valores. Todavia, a informação digital trabalha a valores 
discretos, em intervalos regulares, como 0 e 1, ou 2, porém nada entre estes. O 
sistema digital pode requerer uma fração de sinal para arredondar números decimais 
como 0.66666667, ou 0.667, ou 0.7, ou mesmo 1. Após o sinal analógico ser convertido 
para sinal discreto, o número será usualmente expresso na forma binária, com uma 
série de zeros e uns que representam o sinal de entrada. O conversor analógico-digital 
mede o sinal analógico de entrada muitas vezes por segundo e expressa cada sinal 
como um número binário. Uma vez que o sinal é digitalizado, o receptor pode executar 
complexas funções sobre este. Uma das mais importantes funções para o receptor é o 
filtro Doppler, baseado no efeito do mesmo nome. Ele é usado para diferenciar alvos 
múltiplos. Seguido do filtro Doppler, o receptor executa outras funções como maximizar 
a força do sinal de retorno, eliminar o ruído e a interferência do sinal. 
 
Visor – O visor é o resultado final das etapas de conversão do sinal recebido 
pelo radar em informação útil. Antes, os sistemas de radares usavam apenas 
modulação em amplitude – o sinal de força, ou amplitude era função da distância da 
 84
antena. Nestes sistemas, um ponto de sinal forte aparece no lugar da tela que 
corresponde o alvo distante. Mais usual e mais moderno é o visor de plano de 
indicação posicional (PPI). O PPI mostra a direção do alvo em relação ao radar (em 
relação ao Norte) com um ângulo de medida de cima do visor, enquanto que a 
distancia do alvo é representado como a distância até o centro do visor. Em alguns 
sistemas de radares que usam PPI mostra a real amplitude do sinal, enquanto que 
outros processam o sinal antes de exibi-lo e mostram alvos em potencial em forma de 
símbolos. Alguns sistemas simples de radares, para assinalar a presença de um objeto 
e não sua velocidade ou distância, notificam o controlador com um sinal de áudio, 
como um beep. 
 
 
O tamanho e a intensidade do alvo que aparece na Tela do 
Radar, chamada PPI (Plan Position Indicator), depende da 
intensidade do eco recebido. Assim, quanto mais capacidade 
refletora tiver o alvo detectado melhor será a indicação na tela. 
 
 
FIG-6.1 
 
 85
 
FIG-6.2 – PPI (Plan Position Indicator) 
 
 
FIG-6.3 – Tela de radar. 
 
Para o aprendizado do uso correto do Radar recomenda-se a prática,pelo 
aprendiz, em quartos de serviço de efetivas horas, com instrutor de reconhecida 
 86
intimidade com o aparelho, durante, no mínimo, uma semana, executando exercícios 
sistematicamente. Sugere-se exercícios que envolvam: 
 
• a citação das informações obtidas do radar: a precisão da distância e a 
imprecisão da marcação obtidas 
• a o movimento relativo de outra embarcação pela apresentação no radar; e 
• a definição de situações de risco de abalroamento por meio do radar. 
 
Medidores da profundidade 
 
Um dos principais fatores de segurança da navegação é a profundidade da água 
em que a embarcação navega. Em nenhum instante ou local o navegador pode 
negligenciar a segurança de navegar em águas cujo calado seja inferior à 
profundidade do local em que a embarcação está a navegar. 
Na maioria das Cartas Náuticas, a profundidade é medida em metros, mas há 
Cartas em que as mesmas são referenciadas em pés. Seja qual for a unidade de 
medida da profundidade, o navegante tem que ter a certeza de que a derrota 
executada pela embarcação está garantidamente traçada sobre águas cujas 
profundidades sejam superiores ao maior dos calados da embarcação (na popa, na 
proa, à meia nau, além de a boreste e a bombordo). 
Exatamente pela importância que tem a profundidade na segurança das 
embarcações, é que os instrumentos de medição dessa profundidade tomam grande 
importância nessa segurança. 
O mais rudimentar dos instrumentos de medição de profundidade é o prumo de 
mão, que consiste de um peso qualquer, denominado poita , amarrado ao chicote de 
um longo cabo, marcado com graduações de distância, que permita, com folga para 
que o peso chegue até o fundo, que, quando mantido o cabo na posição mais vertical 
possível, seja medida a menor distância entre a superfície e o fundo. É claro que 
existem falhas na precisão desse tipo de medição, seja da verticalidade do cabo, seja 
do seio que nele é formado pela força de uma corrente ou até de imprecisão nas 
marcações métricas feitas manualmente ao longo desse cabo. De todas as formas, o 
uso prumo de mão ainda é o meio mais simples de se conhecer a profundidade. 
 
 87
 
FIG-6.4 – Prumo de mão. 
 
 
Máquina de sondar 
 
É uma adaptação do Prumo de Mão, com uma polia fixa, facilitadora das ações 
de arriar e içar. 
 
 
FIG-6.5 – Máquina de sondar. 
 
 
 
 
 88
Ecobatímetro: princípio de funcionamento e utilização. 
 
É o aparelho utilizado para sondagem que se baseia na medição do tempo 
decorrido entre a emissão de um pulso sonoro, de frequência sônica ou ultrassônica, e 
a recepção do mesmo sinal após ser refletido pelo fundo do mar ou do rio. O tempo 
que o som leva entre o momento de sua emissão e o de sua recepção determina a 
profundidade entre a superfície da água e o leito do canal. Este método é também se 
empregue na indústria, para efetuar a medição de nível em reservatórios, inclusive em 
tanques de navios. 
 
 
 
FIG-6.6 – Mostrador do ecobatímetro. 
Fonte: http://images.google.comimages?hl=es&safe=on&q=ecosonda 
 
 
 89
 
FIG-6.7– Funcionamento do ecobatímetro. Fonte: 
http://images.google.com/imgres?imgurl=http://freehost02.websamba.com/biogeo1/imatges_tecto/ecoson
da.jpg 
 
Formação de comboio de balsas 
 
As administrações da hidrovias brasileiras são responsáveis pelos estudos e 
estabelecimento de regras para a formação de comboios em suas águas interiores, 
dadas as peculiaridades de cada hidrovia, sem, contudo, prescindir da autorização 
formal da Autoridade Marítima Brasileira. Já na navegação “barra fora” a própria 
Autoridade Marítima é a encarregada pelo estabelecimento da regras de formação de 
comboio, como também da fiscalização do cumprimento de tais regras. Os 
navegadores de águas interiores brasileiras tem, entre os deveres, o de conhecer as 
Regras para a Formação de Comboio, as Regras de Transposição de Níveis por 
Eclusas e as Regras de Empurra das águas em que navega, particularmente diferentes 
em cada região. 
 
 90
Sinalização náutica em águas interiores 
 
Além das regras de sinalização adotada pelo Brasil em Convenção 
Internacional, há regras e sinalização particulares nas hidrovias, sempre de acordo com 
as características e necessidades locais. Dividindo-as em gerais e particulares, as 
citamos: 
Gerais (regras e sinais adotados internacionalmente). 
 
 
FIG-6.8 – Sistema B de balizamento da IALA – balizamento cego e luminoso – sinais laterais. 
 
 91
 
FIG-6.9 – Sistema B de balizamento da IALA – balizamento cego e luminoso – sinais laterais. 
 
 92
 
FIG-6.10 – Sistema B de balizamento da IALA – balizamento cego e luminoso – sinais laterais. 
 
 93
 
FIG-6.11 – Sistema B de balizamento da IALA – balizamento cego e luminoso – sinais laterais. 
 
Particulares - Além dos Sinais e Marcas do IALA “B”, a Autoridade Marítima 
brasileira adota, em suas hidrovias interiores, o seguinte: 
 94
 
 
 
Marca a quilometragem em relação à foz; válida para o eixo do rio (no exemplo, PK de Pirapora 
- MG) 
 
Perigo isolado avante; reduzir a 
velocidade 
 
O canal permanece junto à margem que vem sendo 
seguida 
 
Navegar pelo meio do rio até o próximo sinal situado na margem oposta 
 
Cruzar o rio, em linha reta, até o próximo sinal situado na margem oposta 
 
Afastar da margem até o próximo sinal situado na mesma margem 
 
Indica canal junto à ilha. O canal está situado entre esta e a margem oposta 
 
Indica canal junto à ilha. O canal está situado entre esta e a margem que vem sendo seguida 
 
Indica o canal em relação à ilha 
 
Bóia cega - deixa para boreste de quem desce 
o rio e a bombordo para quem sobe o rio 
Bóia cega - deixa para bombordo de quem 
desce o rio e a boreste para quem sobe o rio 
FIG-6.12. Sinalizações particulares. 
 95
 
Navegação em águas rasas 
 
O termo “Águas Rasas”, considerado em relação a certa embarcação e que 
pressupõe certos cuidados no navegar, tratados neste tópico, significa DISTÂNCIA 
ENTRE O FUNDO E A QUILHA INFERIOR À METADE DO CALADO. 
O efeito principal é o aumento da resistência à propulsão, diminuindo a 
velocidade e, consequentemente, do governo. Alem disso, o calado a meio navio é 
acrescido de uma quantidade proporcional ao aumento da velocidade, o que precisa 
ser levado em conta quando navegando em profundidades reduzidas. As influências na 
manobrabilidade de uma embarcação acontecem na seguinte sequência: 
A velocidade começa a ser reduzida a partir do momento que ela encontra 
profundidades inferiores a seis vezes seu calado. 
A resistência ao avanço começa a atuar em profundidades inferiores a 3,5 vezes 
o calado. 
As forças laterais incidentes sobre a carena aparecem a profundidades inferiores 
a 2,5 vezes o calado. 
Uma embarcação em movimento tem calado maior do que quando parada, 
sendo mínima essa variação para velocidades abaixo de 5 nós. Este sentamento, 
chamado EFEITO SQUAT (ou SQUASH) é diferente entre as situações de “mar aberto” 
e “águas confinadas”. 
 
Interação entre embarcações 
 
Quando duas embarcações navegando aproximam-se uma da outra, são 
produzidos efeitos importantes, de uma sobre a outra, que interferem no 
comportamento normal dessas embarcações, de maneira que o desconhecimento 
desses efeitos e a falta de providências para minimizá-los podem vir a causar 
acidentes. 
Dependendo da relação entre os tamanhos das embarcações e da forma como 
se aproximam uma da outra, elas interagem de formas e intensidades diferentes. 
 
 96
Embarcações cruzando-se em rumos paralelos e opostos 
 
Destacam-se três (3) momentos diferentes: 
Suas bochechas (amuras) se repelem pelas ondas formadas em cada uma 
delas, provocando a tendência de afastarem-se e, se embarcações de portes 
diferentes, a menor sofrerá os maiores efeitos: 
 
 
FIG-6.13 
 
Quando estiverem pelo través, a corrente de popa de uma e as ondas de proa 
da outra equilibram-se, provocando a tendência das embarcações manterem-se 
paralelas: 
 
FIG-6.14 
 
No momento em que cruzarem-se as alhetas, o movimento dos filetes líquidos e 
a corrente de sucção de cada um dos hélices provocarão uma mútua atração das 
popas, instantes em que se devem redobrar os cuidados: 
 
 
FIG-6.15 
 97
Estas interações acontecem entre embarcações de portes diferentes e a menor 
é que sentirá tais efeitos e, para minimizá-los, ao alcançarem o través, é prudente 
guinar levemente para o bordo da outra embarcação. 
É conveniente que ambas mantenham velocidade reduzida, sem prejudicar seus 
governos. 
 
Interação entre navios alcançados (caso geral). 
 
Os seguintes reSultados foram encontrados em experiências feitas em tanques 
de provas hidrodinâmicos, com embarcações a velocidades constantes e rumos 
paralelos: 
No início da aproximação, a proa da embarcação que alcança tende a cair para 
cima da alcançada, por encontrar menor resistência ao avanço, como se alcançasse 
um vácuo. 
Quando estiverem pelo través, as pressões laterais tenderão a aproximar seus 
centros de gravidade e as proas tenderão a se afastarem. 
 
Embarcação grande alcançando uma pequena. 
 
Quando uma embarcação pequena é alcançada por uma grande, pode, a 
pequena distância, ter seu governo perturbado pelo movimento das águas que este 
provoca. 
 
 
FIG-6.16 
As ondas que se formam na proa da embarcação que alcança repelem a popa 
do alcançado que, por isso, tenderá a guinar perigosamente para seu caminho, 
 98
atravessando-lhe a derrota. Nesse caso, a manobra de carregar o leme para o bordo 
oposto, pela embarcação alcançada, não surtirá efeito. 
Depois da ultrapassagem, a corrente de esteira da embarcação que ultrapassou 
tende a atrair a proa da ultrapassada que, mesmo que carregue o leme para o bordo 
oposto, não conseguirá quebrar essa perigosa guinada. 
A embarcação que ultrapassa deverá escolher, como melhor local para 
ultrapassagem, aquele que lhe permita a maior distância possível da ultrapassada. 
Além disso, não é prudente tentar aumentar a velocidade de ultrapassagem pelo 
aumento da velocidade da embarcação que ultrapassa, a não ser que isto seja 
extremamente necessário. Já a ultrapassada deve manter-se o mais distante possível 
da que ultrapassa. 
 
Desencalhe 
 
Dependendo do tamanho dela e da carga (tipo, natureza, periculosidade, etc.) 
que esteja transportando, a faina para desencalhar uma embarcação deve ser 
previamente estudada e planejada com análise meticulosa: 
• das condições em que se encontra a embarcação encalhada; 
• da forma como veio a encalhar; e 
• dos recursos, naturais e artificiais, internos e externos, a serem utilizados no 
desencalhe. 
 
Há duas circunstâncias diferentes para uma embarcação encalhar: 
• aquela em que, devido ao iminente perigo de ela vir a afundar, 
propositadamente seu comandante decide por procurar um baixio ou praia 
para suportar-lhe o casco, salvando-a do naufrágio. A esse ato deliberado 
chamamos de Varação. 
• aquela circunstância fortuita, não intencionalem que a embarcação toca o 
fundo e nele fica preso e total ou parcialmente imóvel. Esse é o Encalhe. 
É lógico que numa Varação, a decisão, a decisão de encalhar a embarcação é 
precedida de uma análise do fundo, mesmo porque, se esse fundo for de pedras, 
haverá o risco maior de avarias no casco e um afundamento mais rápido. 
Em qualquer das circunstâncias, seja Varação, seja Encalhe, é sempre oportuno 
o cuidado de, tanto quanto possível, proteger e deixar safos o(s) propulsor(es) e o(s) 
 99
hélice(s), pela ação conjunta deles próprios, na tentativa de guinar o casco para safar 
sua parte mais sensível (geralmente a popa, onde estão leme e hélice), ou pela 
utilização, lançamento, dos ferros (âncoras e/ou ancorote) de bordo. Esta é uma ação 
que precede ao encalhe. 
Depois de consumado o encalhe e cessadas as causas que levaram a 
embarcação a encalhar, há três maneiras de se iniciar tentativas de desencalhe: 
• utilizando recursos próprios da embarcação, como a ação conjunta de 
leme(s) e propulsor(es), diminuição de calado; uso de ferros que foram 
lançados, movimentação de carga, lastro ou ambos, que venham a diminuir 
a pressão do casco no fundo etc.; 
• utilizando recursos externos, como de embarcações que venham a puxar a 
encalhada, calcular o instante da preamar no local de modo a aumentar a 
possibilidade de desencalhe, etc. 
• utilizando a combinação de vários ou todos os recursos citados nos itens 
anteriores. 
 
Orientações úteis em tentativas de desencalhe: 
Proceder a uma minuciosa sondagem em torno da embarcação encalhada, que 
permita uma ulterior, mas não menos detalhada análise, na tentativa de conhecer 
qual(is) região(ões) do casco mais pressionam o fundo, bem como a natureza desse 
fundo. Tal providência é importantíssima para a determinação da movimentação de 
lastro e/ou carga que venha a facilitar o desencalhe; 
Avaliar criteriosamente, através de testes, as condições de funcionamento do(s) 
propulsor(es) e do(s) leme(s) no sentido de utilizá-los, aproveitando, principalmente, a 
Pressão Lateral das Pás e a Corrente de Descarga; 
Evitar, tanto quanto possível, o acúmulo de sujeira e a presença de areia 
aspirados, comuns em situação de encalhe, na água de refrigeração das máquinas, 
que impedem o pleno funcionamento do(s) propulsor(es); 
Manter o suprimento de ar de partida convenientemente alto para o caso de 
muitas e sucessivas partidas, a vante e a ré, dos(s) propulsor(es). 
Reforçar os cuidados e a vigilância no convés, especialmente nos locais 
próximos aos cabeços onde serão gurnidos cabos de reboque, para evitar acidentes no 
caso de se partirem tais cabos, que serão naturalmente tensionados. 
 100
Manter calma e serenidade de forma a contagiar a tripulação com atitudes e 
idéias otimistas. 
 
 
Para tentativas de desencalhe com meios próprios 
Sondar, de forma confiável, por mais de uma vez e por pessoas e equipamentos 
diferentes (se possível) toda a região em torno da embarcação. 
Analisar os reSultados das sondagens em torno da embarcação, determinando, 
assim, quais as regiões do casco mais pressionam o fundo. 
Analisar, criteriosamente e junto com o Chefe de Máquinas e Imediato, toda a 
situação da carga, lastro, água potável, combustível e lubrificante, no sentido de 
determinar as movimentações (transferências) a serem efetuadas com o objetivo de 
diminuir a pressão do casco sobre o fundo, tendo o cuidado de não criar outra 
pressões, em regiões diferentes do casco. É importante ter em mente que, das 
substâncias a serem movimentadas, apenas o lastro pode ser sem grandes prejuízos 
descartado (desembarcado), mas não sem antes ter plena certeza do beneficio dessa 
ação. 
Calcular a atual altura da maré no local e determinar qual o instante e altura da 
preamar. 
Certificar-se de que o(s) propulsor(es) estão prontos e com disponibilidade para 
várias partidas. 
Programar o início da faina de modo que a mesma culmine com o instante da 
preamar, isto é, as transferências terminem minutos antes da preamar, momentos em 
que deverá ser intensificado o(s) movimento(s) do(s) propulsor(es). 
Quando da intensificação de movimentos do(s) propulsor(es), escolher um ponto 
fixo de referência fora da embarcação, alinhado a outro ponto dentro da embarcação, 
que possa vir a indicar qualquer movimento da embarcação, criando uma tendência de 
movimento, para, então “seguir” essa tendência nas ações subsequentes. É importante 
acreditar que uma embarcação encalhada “procura” seu próprio “caminho” para 
desencalhar. 
A importância de se inverter, continuamente, de marcha avante para marcha à ré 
e vice-versa, usando a máxima possível potência das máquinas, aliando a isso a 
contínua movimentação(s) da(s) porta(s) do(s) leme(s), é CRIAR UMA TENDÊNCIA de 
movimentação do casco. É por esse motivo que a(s) porta(s) do(s) leme(s) deve(m) ser 
 101
carregada(s) sempre em concordância com as correntes criadas pela movimentação 
do(s) hélice(s), sempre levando em consideração o(s) PASSO(s) do(s) hélice(s). 
Quando auxiliada, durante uma faina de tentativa de desencalhe, por outra(s) 
embarcação(ões), ter em mente que é aconselhável que a embarcação encalhada 
venha a ser puxada, numa direção próxima aquela que a leve para águas profundas, 
mas sempre “em zig-zag”, de forma totalmente controlada por uma única pessoa (o 
responsável pela faina), que comandará, via rádio, a sincronia das guinadas do(s) 
rebocador(es). 
Jamais deixar de, através de relatório, proceder a uma análise: 
 
• das circunstâncias que levaram a embarcação a encalhar; 
• das ações tomadas nas tentativas de desencalhe; 
• das condições do casco após o desencalhe, mesmo que para isso seja 
necessária uma inspeção subaquática. 
 
Radiocomunicação 
 
A radiocomunicação é um meio de comunicação por transcepção de informação, 
podendo ser realizada por radiação eletromagnética que se propaga através do 
espaço. 
Uma estação de radiocomunicação é o sistema utilizado para executar contatos 
à distância entre duas estações. É composta basicamente de um transceptor 
(transmissor-receptor) de radiocomunicação, de uma linha de transmissão e da antena 
propriamente dita. A este sistema se dá o nome de sistema irradiante. 
A radiodifusão é uma emissão comercial, que ocorre apenas por transmissão de 
sinais, sem transcepção dos mesmos. 
 
Estrutura 
 
O rádio é um sistema de comunicação através de ondas eletromagnéticas 
propagadas no espaço que, por serem de comprimento diferente, são classificadas em 
ondas curtas de alta frequência e ondas longas de baixa frequência, assim, utilizadas 
para fins diversos. 
Os sistemas de radiocomunicação normais são formados por dois componentes 
básicos: 
 102
Transmissor – composto por um gerador de oscilações, que converte a corrente 
elétrica em oscilações de uma determinada frequência de rádio; um transdutor que 
converte a informação a ser transmitida em impulsos elétricos equivalentes a cada 
valor e um modulador, que controla as variações na intensidade de oscilação ou na 
frequência da onda portadora, sendo efetuada em níveis baixo ou alto.Quando a 
amplitude da onda portadora varia segundo as variações da frequência e da 
intensidade de um sinal sonoro, denomina-se modulação AM. Já quando a frequência 
da onda portadora varia dentro de um nível estabelecido a um ritmo igual à frequência 
de um sinal sonoro, denomina-se modulação FM; 
 
Receptor – Tem como componentes principais: a antena para captar as ondas 
eletromagnéticas e convertê-las em oscilações elétricas; amplificadores que aumentam 
a intensidade dessas oscilações; equipamentos para desmodulação; um auto falante 
para converter os impulsos em ondas sonoras e na maior parte dos receptores 
osciladores para gerar ondas de radiofrequência que possam se misturar com as ondas 
recebidas. 
 
História 
 
Segundo alguns autores, a tecnologia de transmissão de som por ondas de 
rádio foidesenvolvida pelo italiano Guglielmo Marconi, no fim do século XIX, mas a 
Suprema Corte Americana concedeu a Nikola Tesla o mérito da criação do rádio, tendo 
em vista que Marconi usara 19 patentes de Tesla em seu projeto. Na mesma época em 
1893, no Brasil, um padre chamado Roberto Landell de Moura também buscava 
resultados semelhantes em experiências feitas em São Paulo. 
 
As primeiras radioemissões 
 
O início da história do rádio foi marcado pelas transmissões radiofônicas, sendo 
a transcepção utilizada quase na mesma época. Consideram alguns que a primeira 
transmissão radiofônica do mundo foi realizada em 1906, nos EUA por Lee de Forest 
experimentalmente para testar a válvula triodo. 
No Brasil, a primeira transmissão foi realizada no centenário da Independência 
do Brasil, em 7 de setembro de 1922, em que o presidente Epitácio Pessoa, 
acompanhado pelos reis da Bélgica, Alberto I e Isabel, abriu a Exposição do Centenário 
 103
no Rio de Janeiro. O discurso de abertura de Epitácio Pessoa foi transmitido para 
receptores instalados em Niterói, Petrópolis e São Paulo, através de uma antena 
instalada no Corcovado. No mesmo dia, à noite, a ópera “O Guarani” de Carlos Gomes 
foi transmitida do Teatro Municipal para alto-falantes instalados na exposição, 
assombrando a população ali presente. Era o começo da primeira estação de rádio do 
Brasil: a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Fundada por Roquette-Pinto, a emissora foi 
doada ao governo em 1936 e existe até hoje, mas com o nome de Rádio MEC. 
 
Tecnologia 
 
 
FIG-6.17 – Rádio com tocafitas cassete. Anos 80. 
 
Receptor – A função do receptor de rádio é a descodificação dos sinais 
eletromagnéticos recebidos do espaço, captados pela antena, transformando-os em 
ondas sonoras, sinais digitais e/ou analógicos. A televisão e o rádio automotivo, por 
exemplo, são receptores. 
O equipamento é conectado a uma antena receptora, um sistema de sintonia e 
amplificadores de áudio, vídeo e/ou sinais digitais. 
 
 
FIG-6.18 – Rádio de 1936, em madeira, AM e Ondas Curtas. 
 
Transmissor – O radiotransmissor converte sinais sonoros, analógicos ou 
digitais em ondas eletromagnéticas, enviando-os para o espaço através de uma antena 
 104
transmissora, para serem recebidos por um radio receptor, por exemplo, emissoras de 
AM, FM ou de TV Alem do LW. 
 
Transceptor – O radiotransceptor, funciona das duas formas: como transmissor 
e receptor. Alguns exemplos de transceptor são, o telefone celular, os radares nos 
aeroportos, os equipamentos de comunicações em veículos oficiais, e de empresas 
particulares. 
Além da radiodifusão, existem outras modalidades na utilização de 
equipamentos emissores de radiofrequência que influenciam nas radiocomunicações. 
Radiotelegrafia, bastante utilizada até meados da década de 1970. Após o 
advento da digitalização, a transcepção via código Morse caiu em desuso 
comercialmente e militarmente, embora ainda existam utilizadores da radiotelegrafia. 
Radiotelefonia ainda utilizada, porém em outros modos, por exemplo, os 
telefones celulares são modos de radilotelefonia. 
Radio emissora não é necessariamente radiodifusão, ou radiocomunicação. 
Uma radio emissora pode emitir sinais de rádio para os mais diversos fins, desde 
militares até industriais. 
Radiocomunicação é a modalidade mais utilizada. 
Radiogoniometria é uma modalidade de radio localização. Um radiogoniômetro 
localiza uma emissão de radiofrequência de qualquer modalidade. 
Radiolocalização é uma forma de radiogoniometria. Um radiofarol, por exemplo, 
sendo um radioemissor, emite sinais que são recebidos por um radiogoniômetro, que 
tendo um sistema mono direcional de recepção, faz a triangulação da emissora, 
localizando-a com precisão. 
Radioterapia por Diatermia, chamado por alguns do meio médico de Ondas 
Curtas. Este sistema, embora não pertença ao assunto radiocomunicação, tem sua 
relevância, pois, é um dos maiores interferentes (Poluidor) nas radiocomunicações. 
Trata-se de um equipamento transmissor de radiofrequência de alta potência utilizado 
em medicina e não em comunicação. Também não se deve confundir com 
Radioterapia por Radiação Ionizante), esta é realizada no comprimento de onda dos 
raios-x. 
Sua relevância à radiocomunicação se dá pelo fato de serem (juntamente aos 
equipamentos de diatermia) grandes poluidores do espectro eletromagnético. 
 105
É um meio de comunicação que ocupa lugar de destaque. Apesar de ser um 
hobby, este tem vital importância para as pesquisas e desenvolvimento em diversas 
modalidades desta ciência. 
As estações de radiocomunicação mantidas por radioamadores, se prestam para 
comunicados e conversas informais além dos concursos e competições nacionais e 
internacionais os chamados contestes. Além do passatempo, os radioamadores 
prestam serviços para testes de condições de propagação ionosférica, direta, e por 
reflexão, (inclusive lunar) nas mais diversas frequências do espectro. 
Em casos extremos, as estações de radiocomunicações de radioamadores, em 
função de sua portabilidade, agilidade, gama de utilização, potência, e sistemas de 
antenas de fácil montagem e alcance, auxiliam as autoridades de Defesa Civil do 
mundo inteiro nas situações de risco e calamidades públicas. 
 106
 
 
 TT eess tt ee ddee aauu tt ooaa vvaa ll ii aa ççããoo ddaa UUnn iiddaa ddee 66 
 
 
1 Descreva a instalação básica de uma estação rádio: 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
2 Especifique a utilização dos transceptores quanto à faixa de frequência em que 
operam: 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
3 Descreva, sucintamente, a operação de um transceptor de VHF, observando a 
correta utilização das frequências de chamadas: 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
4 Descreva, sucintamente, a operação um transceptor de HF, observando a correta 
utilização das frequências de chamadas: 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
 
 
 107
5 Identifique os sinais de socorro, urgência e segurança: 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
6 Redija, em três linhas, com um mínimo de 10 palavras, uma mensagens utilizando 
a fonética universal codificada: 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
7 Explique a importância do uso padrão nos procedimentos radiotelefônicos e da 
disciplina nos circuitos: 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
 
 108
7. LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DE COMUNICAÇÕESNesta unidade, você vai: 
 
 
���� Citar as atribuições da Agência Nacional de 
Telecomunicações (ANATEL) na implantação/modificação 
de uma estação radio a bordo 
���� Descrever as providências obrigatórias para legalização de 
uma estação radiotelefônica 
���� Identificar os documentos e as publicações de uma estação 
radiotelefônica 
 
DECRETO NO- 6.246, DE 24 DE OUTUBRO DE 2007 
 
Cria a Empresa Brasil de Comunicação - EBC, aprova seu Estatuto e dáoutras 
providências. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, 
inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Medida Provisória no 398, de 
10 de outubro de 2007, 
 
D E C R E T A : 
 
Art. 1o Fica criada a Empresa Brasil de Comunicação - EBC, empresa pública 
federal, vinculada à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. 
Art. 2o A constituição inicial do capital social da EBC darse-á nos termos da 
autorização constante do art. 5o, combinado com o § 1o do art. 9o da Medida 
Provisória no 398, de 10 de outubro de 2007, com a transferência, pela União, de R$ 
20.000.000,00 (vinte milhões de reais) das dotações orçamentárias destinadas ao 
suporte de operação dos serviços de radiodifusão pública. 
Art. 3o A função do representante da União de que trata o art. 10 da Medida 
Provisória no 398, de 2007, será considerada de relevante interesse público, não 
remunerada. 
Art. 4o Fica aprovado o Estatuto Social da EBC, nos termos do Anexo deste 
Decreto. 
 109
Art. 5o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Brasília, 24 de outubro de 2007; 186o da Independência e 
119 o da República. 
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA 
Guido Mantega 
Paulo Bernardo Silva 
Franklin Martins 
 
 
A N E X O 
 
CAPÍTULO I – DA DENOMINAÇÃO, NATUREZA, DURAÇÃO E SEDE 
 
Art. 1º A EMPRESA BRASIL DE COMUNICAÇÃO – EBC é uma empresa 
pública, organizada sob a forma de sociedade anônima de capital fechado, vinculada à 
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. 
§ 1º O prazo de duração da sociedade é indeterminado. 
§ 2º A EBC tem sede e foro na cidade do Rio de Janeiro, com atuação em todo 
território nacional, e escritório central na cidade de Brasília, podendo instalar 
escritórios, dependências e centros de produção e radiodifusão em qualquer local. 
 
 
CAPÍTULO II – DA FINALIDADE, PRINCÍPIOS, OBJETIVOS E 
COMPETÊNCIAS 
 
Art. 2º A EBC tem por finalidade a prestação de serviços de radiodifusão pública 
e serviços conexos, com observação dos seguintes princípios: 
I - complementaridade entre os sistemas privado, público e estatal; 
II - promoção do acesso à informação por meio da pluralidade de fontes de 
produção e distribuição do conteúdo; 
III - produção e programação com finalidades educativas, artísticas, culturais, 
científicas e informativas; 
IV - promoção da cultura nacional, estímulo à produção regional e à produção 
independente; 
 110
V - autonomia em relação ao Governo Federal para definir produção, 
programação e distribuição de conteúdo no sistema público de radiodifusão; e 
VI - participação da sociedade civil no controle da aplicação dos princípios do 
sistema público de radiodifusão, respeitando-se a pluralidade da sociedade brasileira. 
 
Art. 3º São objetivos da EBC: 
I - oferecer mecanismos para debate público acerca de temas de relevância 
nacional e internacional; 
II - desenvolver a consciência crítica do cidadão, mediante programação 
educativa, artística, cultural, informativa, científica e promotora de cidadania; 
III - fomentar a construção da cidadania, a consolidação da democracia e a 
participação na sociedade, garantindo o direito à informação do cidadão; 
IV - cooperar com os processos educacionais e de formação do cidadão; 
V - apoiar processos de inclusão social e socialização da produção de 
conhecimento por intermédio do oferecimento de espaços para exibição de conteúdos 
produzidos pelos diversos grupos sociais e regionais; 
VI - buscar excelência em conteúdos e linguagens e desenvolver 
formatos criativos e inovadores, constituindo-se em centro de inovação e 
formação de talentos; 
VII - direcionar sua produção e programação pelas finalidades educativas, 
artísticas, culturais, informativas, científicas e promotoras da cidadania, sem com isso 
retirar seu caráter competitivo na busca do interesse do maior número de ouvintes ou 
telespectadores; e 
VIII - promover parcerias e fomentar produção audiovisual nacional, contribuindo 
para a expansão de sua produção e difusão. 
 
Art. 4º Para realização de sua finalidade, compete à EBC: 
I - implantar e operar as emissoras e explorar os serviços de radiodifusão pública 
sonora e de sons e imagens do Governo Federal; 
II - implantar e operar as suas próprias redes de repetição e retransmissão de 
radiodifusão, explorando os respectivos serviços; 
III - estabelecer cooperação e colaboração com entidades públicas ou privadas 
que explorem o serviço de radiodifusão pública, mediante convênios ou outros ajustes, 
com vistas à formação de Rede Nacional de Comunicação Pública; 
 111
IV - produzir e difundir programação informativa, educativa, artística, cultural, 
científica, de cidadania e de recreação; 
V - promover e estimular a formação e o treinamento de pessoal especializado, 
necessários às atividades de radiodifusão, comunicação e serviços conexos; 
VI - prestar serviços no campo de radiodifusão, comunicação e serviços 
conexos, inclusive para a transmissão de atos e matérias do Governo Federal; 
VII - distribuir a publicidade legal dos órgãos e entidades da administração 
federal, à exceção daquela veiculada pelos órgãos oficiais da União; e 
VIII - exercer outras atividades afins, que lhe forem atribuídas pela Secretaria de 
Comunicação Social da Presidência da República ou pelo seu Conselho Curador. 
Parágrafo único. Para fins do disposto no inciso VII do caput, entende se como 
publicidade legal a publicação de avisos, balanços, relatórios e outros a que os órgãos 
e entidades da administração federal estejam obrigados por força de lei ou 
regulamento. 
 
CAPÍTULO III – DO CAPITAL E DAS AÇÕES 
 
Art. 5º O capital social da EBC é de R$ 200.000.000,00 (duzentos milhões de 
reais), dividido em duzentas mil ações ordinárias nominativas e sem valor nominal. 
§ 1º Cada ação ordinária confere ao seu titular direito a voto nas deliberações da 
assembléia geral. 
§ 2º O preço, as condições de emissão, subscrição e integralização de ações 
serão estabelecidas pela assembléia geral. 
§ 3º Os acionistas terão direito de preferência na subscrição de novas ações, 
quando de sua emissão e colocação, na proporção da quantidade de ações que 
possuírem. 
 
Art. 6º O capital social poderá ser aumentado mediante a capitalização de 
recursos que os acionistas destinarem a esse fim, bem como por meio de incorporação 
de bens e direitos e nos demais casos previstos na legislação, mediante prévia 
aprovação da assembléia geral. 
§ 1º Os aumentos do capital social serão autorizados pela assembléia geral, por 
proposta dos administradores da EBC, ouvido o Conselho Fiscal. 
 112
§ 2º Na hipótese do § 1º, a assembléia geral fixará ainda as condições de 
subscrição e integralização do capital social, bem como deliberará sobre a quantidade 
de ações a serem emitidas. 
§ 3º Sobre os recursos transferidos pela União, para fins de aumento de capital 
da EBC, incidirão encargos financeiros na forma da legislação vigente, desde o dia da 
transferência até a data da capitalização. 
 
Art. 7º Poderão ser acionistas da EBC as entidades da administração federal 
indireta, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, bem assim suas entidades da 
administração indireta. 
Parágrafo único. A participação de que trata o caput poderá ser realizada 
mediante a transferência, para o patrimônio da EBC, de bens representativos dos 
acervos de estações de radiodifusão de sua propriedadeou de outros bens 
necessários e úteis ao seu funcionamento. 
 
CAPÍTULO IV – DOS RECURSOS FINANCEIROS 
 
Art. 8º Os recursos da EBC serão constituídos da receita proveniente: 
I - de dotações orçamentárias; 
II - da exploração dos serviços de radiodifusão pública; 
III - de prestação de serviços a entes públicos ou privados, da distribuição de 
conteúdo, modelos de programação, licenciamento de marcas e produtos e outras 
atividades inerentes à comunicação; 
IV - de doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe forem 
destinados por pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado; 
V - de publicidade institucional de entidades de direito público e de direito 
privado, a título de apoio cultural, admitindo-se o patrocínio de programas, eventos e 
projetos; 
VI - de publicidade institucional de entidades de direito público e de direito 
privado, voltada a programas, eventos e projetos de utilidade pública, de promoção da 
cidadania e de responsabilidade social ou ambiental; 
VII - da distribuição da publicidade legal dos órgãos e entidades da 
administração pública federal, segundo o disposto no parágrafo único do art. 4º; 
 113
VIII - de recursos obtidos nos sistemas instituídos pelas Leis nos 8.313, de 28 de 
dezembro de 1991, 8.685, de 20 de julho de 1993, e 11.437, de 28 de dezembro de 
2006; 
IX - de recursos provenientes de acordos e convênios que realizar com 
entidades nacionais e internacionais, públicas ou privadas; 
X - de rendimentos de aplicações financeiras que realizar; e 
XI - de rendas provenientes de outras fontes. 
 
CAPÍTULO V – DA ASSEMBLÉIA GERAL 
 
Art. 9º A assembléia geral de acionistas será convocada por deliberação do 
Conselho de Administração ou, nas hipóteses admitidas em lei, pelo Diretor-Presidente, 
pelo Conselho Fiscal, por grupo de acionistas ou por acionista isoladamente. 
§ 1º A assembléia geral reunir-se-á, ordinariamente, uma vez ao ano, dentro dos 
quatro primeiros meses após o término do exercício social e, extraordinariamente, 
sempre que se fizer necessário, por convocação do Conselho de Administração. 
§ 2º Os trabalhos da assembléia geral serão dirigidos pelo Presidente do 
Conselho de Administração da EBC, por seu substituto, ou, na ausência ou 
impedimento de ambos, por um dos acionistas ou administrador da empresa presentes, 
escolhido pelos acionistas. 
§ 3º A assembléia geral só poderá deliberar sobre os assuntos da ordem do dia 
constantes do respectivo edital de convocação, que deve conter apenas temas 
específicos, e suas deliberações serão tomadas por maioria de votos. 
 
Art. 10. Além dos poderes definidos em lei, compete especialmente à 
assembléia geral: 
I - reformar o Estatuto para a aprovação do Presidente da República; 
II - tomar anualmente as contas dos administradores e deliberar sobre as 
demonstrações financeiras por eles apresentadas; 
III - deliberar sobre a destinação do reSultado do exercício, sobre a distribuição 
de dividendos e o pagamento de juros sobre o capital próprio; 
IV - deliberar sobre a avaliação dos bens com que o acionista concorrer para o 
capital social; 
V - deliberar sobre cisão, fusão ou incorporação da EBC, sua dissolução e 
liquidação, bem como eleger e destituir os liquidantes e julgar-lhes as contas; 
 114
VI - deliberar sobre a transformação da EBC; 
VII - autorizar a permuta de ações ou outros valores mobiliários de emissão da 
EBC; 
VIII - fixar a remuneração global dos membros do Conselho de Administração, 
da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal; e 
IX - deliberar sobre outros assuntos que lhe forem propostos. 
 
CAPÍTULO VI – DA ADMINISTRAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA EBC 
 
Art. 11. São órgãos de administração: 
I - o Conselho de Administração; e 
II - a Diretoria Executiva. 
Parágrafo único. A estrutura organizacional interna da EBC e as funções das 
áreas técnicas que a compõem serão definidas em regimento interno, elaborado pela 
Diretoria Executiva e aprovado pelo Conselho de Administração. 
 
Art. 12. Os órgãos de administração serão integrados por brasileiros dotados de 
notórios conhecimentos, inclusive sobre as melhores práticas de governança 
corporativa, experiência, idoneidade moral, reputação ilibada e capacidade técnica 
compatível com o cargo, todos residentes no País. 
Parágrafo único. Os membros da Diretoria Executiva deverão ter experiência 
profissional mínima de três anos em suas respectivas áreas de atuação. 
 
Art. 13. Não podem participar dos órgãos de administração, além dos impedidos 
por lei: 
I - os que detenham controle ou participação relevante no capital social de 
pessoa jurídica inadimplente com a empresa ou que lhe tenha causado prejuízo ainda 
não ressarcido, estendendo-se esse impedimento aos que tenham ocupado cargo de 
administração em pessoa jurídica nessa situação, no exercício social imediatamente 
anterior à data da eleição ou nomeação; 
II - os que houverem sido condenados por crime falimentar, de sonegação fiscal, 
de prevaricação, de corrupção ativa ou passiva, de concussão, de peculato, contra a 
economia popular, contra a fé pública, contra a propriedade ou que houverem sido 
condenados a pena criminal que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos 
públicos; 
 115
III - os declarados inabilitados para cargos de administração em empresas 
sujeitas a autorização, controle e fiscalização de órgãos e entidades da administração 
pública direta e indireta; 
IV - os declarados falidos ou insolventes; 
V - os que detiveram o controle ou participaram da administração de pessoa 
jurídica concordatária, falida ou insolvente, no período de cinco anos anteriores à data 
da eleição ou nomeação, salvo na condição de síndico, comissário ou administrador 
judicial; 
VI - sócio, ascendente, descendente ou parente colateral ou afim, até o terceiro 
grau, de membro do Conselho de Administração ou da Diretoria Executiva; 
VII - os que ocuparem cargos em sociedades que possam ser consideradas 
concorrentes no mercado, em especial em conselhos conSultivos, de administração ou 
fiscal, salvo dispensa da assembléia geral; e 
VIII - os que tiverem interesse conflitante com a sociedade, salvo dispensa da 
assembléia geral. 
§ 1º Aos integrantes dos órgãos de administração é vedado intervir em operação 
em que, direta ou indiretamente, sejam interessadas sociedades de que detenham o 
controle ou participação superior a cinco por cento do capital social. 
§ 2º O impedimento referido no § 1º aplica-se, ainda, quando se tratar de 
empresa em que ocupem ou tenham ocupado, em período imediatamente anterior à 
investidura na EBC, cargo de gestão. 
 
CAPÍTULO VII – DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO 
 
Art. 14. O Conselho de Administração será composto: 
I - por um membro indicado pelo Ministro de Estado Chefe da Secretaria de 
Comunicação Social da Presidência da República, que exercerá a presidência do 
colegiado; 
II - pelo Diretor-Presidente; 
III - por um membro indicado pelo Ministro de Estado do Planejamento, 
Orçamento e Gestão; 
IV - por um membro indicado pelo Ministro de Estado das Comunicações; e 
V - por um membro indicado pelos acionistas minoritários, e, não havendo estes, 
um membro indicado pelo Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Comunicação 
Social da Presidência da República. 
 116
§ 1º Os membros do Conselho de Administração serão nomeados pelo 
Presidente da República dentre brasileiros de notório conhecimento e experiência, 
idoneidade moral e reputação ilibada. 
§ 2º O prazo de gestão dos membros do Conselho de Administração, à exceção 
do referido no inciso II do caput, será de três anos, permitidas reconduções. 
§ 3º A investidura dos membros do Conselho de Administração dar-se-á 
mediante assinatura do termo de posse em livro próprio. 
§ 4º O prazo de gestão do Conselho de Administração contar18 será a partir da 
data de publicação do ato de nomeação e estende-se até a investidura dos novosadministradores. 
§ 5º Na hipótese de recondução, o prazo do novo mandato contar-se-á da data 
da assinatura do termo de posse. 
§ 6º Em caso de vacância no curso do mandato, será nomeado novo 
conselheiro, nos termos do caput deste artigo, que completará o mandato do 
substituído. 
§ 7º O Conselho de Administração reunir-se-á, ordinariamente, a cada mês e, 
extraordinariamente, sempre que convocado pelo seu Presidente ou por dois terços 
dos seus membros. 
§ 8º As decisões do Conselho de Administração serão tomadas por maioria 
simples, cabendo ao Presidente o voto de qualidade, em caso de empate. 
§ 9º O Conselheiro que, por qualquer motivo, tiver interesse particular ou 
conflitante com o da EBC em determinada deliberação não participará da discussão e 
votação desse item. 
§ 10. Em caso de vacância, falta ou impossibilidade temporária de seu 
Presidente, o Conselho de Administração será presidido interinamente pelo conselheiro 
escolhido pelos remanescentes. 
§ 11. Além das demais hipóteses previstas em lei, considerar-se-á vago o cargo 
de membro do Conselho de Administração que, sem causa justificada, deixar de 
comparecer a mais de duas reuniões consecutivas ou três alternadas, no intervalo de 
trezentos e sessenta e cinco dias. 
§ 12. A remuneração dos membros do Conselho de Administração, além do 
reembolso, obrigatório, das despesas de locomoção e estadia necessárias ao 
desempenho da função, será fixada pela assembléia geral e não excederá, em 
nenhuma hipótese, a dez por cento da remuneração mensal média dos diretores. 
 117
§ 13. As deliberações serão lavradas em atas, que serão redigidas com clareza, 
e registradas todas as decisões tomadas, tornando-se objeto de aprovação formal. 
 
Art. 15. O Conselho de Administração é o órgão de orientação e de direção 
superior da EBC, competindo-lhe: 
I - fixar a orientação geral dos negócios da EBC, respeitadas as competências 
do Conselho Curador; 
II - convocar, nos casos previstos em lei e no presente Estatuto, a assembléia 
geral, apresentando propostas para sua deliberação; 
III - eleger e destituir os membros da Diretoria Executiva, observado o disposto 
no art. 16 deste Estatuto; 
IV - opinar e encaminhar à assembléia geral: 
a) o relatório da administração e as contas da Diretoria Executiva; 
b) a destinação de lucros ou reSultados da empresa; 
c) a distribuição de dividendos e o pagamento de juros sobre o capital próprio; e 
d) o aumento de capital, o preço e as condições de emissão, 20 
subscrição e integralização de ações; 
V - aprovar o regimento interno da EBC, que detalhará as atribuições e as 
competências dos diretores, bem como a sua estrutura organizacional e o seu 
funcionamento, observado o disposto neste Estatuto; 
VI - fiscalizar a gestão dos diretores, examinar os livros e papéis da EBC, 
solicitar informações sobre editais de licitação, contratos celebrados, ou em vias de 
celebração, aditivos contratuais e de quaisquer outros atos praticados pelos dirigentes, 
bem como sobre as providências adotadas pela administração para regularizar 
diligências do Tribunal de Contas da União e da Controladoria-Geral da União; 
VII - autorizar a alienação de bens do ativo permanente, quando de valor 
superior a cinco por cento do patrimônio líquido, a constituição de ônus reais e a 
prestação de garantia pela EBC; 
VIII - autorizar e homologar a contratação de auditores independentes, bem 
como a sua destituição; 
IX - aprovar o plano estratégico, bem como os respectivos planos plurianuais e 
programas anuais de dispêndios e de investimentos; 
X - aprovar normas para licitação e para contratação de aquisição de obras e 
serviços; 
 118
XI - definir as normas específicas para contratação de pessoal permanente da 
EBC por meio de concurso público de provas ou de provas e títulos; 
XII - determinar o valor acima do qual os atos, contratos ou operações, embora 
de competência da Diretoria Executiva, deverão ser submetidos à aprovação do 
Conselho de Administração; 
XIII - encaminhar à assembléia geral as propostas de alterações do Estatuto da 
EBC; 
XIV - definir as atribuições da unidade de auditoria interna, e regulamentar o seu 
funcionamento, cabendo-lhe, ainda, nomear e destituir o seu titular; 
XV - estabelecer as diretrizes para elaboração do Plano Anual de Atividades de 
Auditoria Interna - PAINT para o exercício seguinte, até o último dia útil do mês de 
dezembro de cada ano, e aprovar esse Plano; 
XVI - autorizar a abertura, a transferência ou encerramento de escritórios, 
dependências e centros de produção e radiodifusão da EBC; 
XVII - aprovar o plano de cargos, carreira e salários e o quadro de pessoal da 
EBC; 
XVIII - autorizar a contratação de empréstimos, seguros, obras, serviços, 
projetos, pesquisas, profissionais autônomos e a prestação de cauções, avais e fianças 
no interesse da EBC; 
XIX - acompanhar o desempenho econômico e financeiro da sociedade; 
XX - encaminhar ao Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Comunicação 
Social a proposta de criação de cargos e a fixação de salários, benefícios e vantagens; 
XXI - designar e destituir o titular da Ouvidoria; e 
XXII - decidir os casos omissos deste Estatuto. 
 
CAPÍTULO VIII – DA DIRETORIA EXECUTIVA 
 
Art. 16. A Diretoria Executiva será constituída: 
I - de um Diretor-Presidente, nomeado pelo Presidente da República; 
II - de um Diretor-Geral, nomeado pelo Presidente da República; 
III - de um Diretor de Jornalismo; 
IV - de um Diretor Administrativo-Financeiro; 
V - de um Diretor de Programação e Conteúdo; 
VI - de um Diretor de Relacionamento; 
VII - de um Diretor de Serviços; e 
 119
VIII - de um Diretor de Suporte. 
§ 1º Os diretores referidos nos incisos III a VIII serão eleitos e destituíveis pelo 
Conselho de Administração. 
§ 2º É de três anos o prazo de gestão da Diretoria Executiva, exceto o Diretor-
Presidente que terá mandato de quatro anos, permitida a recondução. 
§ 3º O Diretor-Presidente será substituído pelo Diretor-Geral da EBC nos seus 
afastamentos ou impedimentos eventuais e interinamente no caso de renúncia ou 
impedimento definitivo. 
§ 4º Além das hipóteses comuns de vacância, será considerado vago o cargo de 
Diretor-Presidente quando ocorrer o afastamento do titular por mais de trinta dias, sem 
que tenha havido autorização do Conselho de Administração. 
§ 5º É assegurado aos membros da Diretoria Executiva o gozo de férias anuais 
remuneradas, sendo vedado o pagamento em dobro da remuneração relativa a férias 
anuais não gozadas no decorrer do período concessivo. 
§ 6º Os membros da Diretoria Executiva são responsáveis pelos atos praticados 
em desconformidade com a lei, com o Estatuto da EBC e com as diretrizes 
institucionais emanadas do Conselho de Administração. 
§ 7º Os membros da Diretoria Executiva serão destituídos nas hipóteses legais 
ou se receberem dois votos de desconfiança do Conselho Curador, no período de doze 
meses, emitidos com interstício mínimo de trinta dias entre ambos. 
§ 8º Os diretores, à exceção do Diretor-Presidente e do Diretor-Geral, serão 
substituídos, nas suas ausências temporárias ou nos seus afastamentos ou 
impedimentos eventuais, por funcionário da EBC por eles escolhidos e designados 
mediante ato do Diretor-Geral. 
 
Art. 17. Compete ao Diretor-Presidente: 
I - dirigir, coordenar e controlar as atividades da EBC; 
II - conduzir o planejamento estratégico institucional da EBC; 
III - exercer a representação institucional perante o Governo e a sociedade de 
forma geral; 
IV - aprovar políticas, planos e diretrizes propostos pelos Diretores junto ao 
Conselho de Administração e ao Conselho Curador naquilo que for suas respectivas 
atribuições; 
 120
V - praticar os demais atos de gestão, não compreendidos na área de 
competência da assembléia geral, do Conselho de Administração, do Conselho 
Curador e do Conselho Fiscal; 
VI - representar, ativa e passivamente,a EBC, em juízo ou fora dele, podendo, 
para tanto, delegar poderes e, em conjunto com o Diretor- Geral, constituir 
procuradores, especificando no instrumento os atos ou operações que poderão praticar 
e a duração do mandado; 
VII - estabelecer junto ao Conselho de Administração e ao Conselho Curador as 
prioridades das ações naquilo que for suas respectivas atribuições; 
VIII - propor aos Diretores programas de trabalho e medidas necessárias à 
defesa dos interesses da EBC; 
IX - cumprir e fazer cumprir as deliberações emanadas da assembléia geral, do 
Conselho de Administração, do Conselho Curador e da Diretoria Executiva; 
X - requisitar e designar servidores para o exercício de cargo em comissão ou 
função de confiança, bem como restituí-los ao órgão de origem, na forma da lei; 
XI - autorizar a cessão de empregados, assim como a contratação, por prazo 
determinado, de pessoal técnico especializado, observada a legislação pertinente; 
XII - manter o Conselho Curador, Conselho de Administração e Conselho Fiscal 
informados sobre as atividades da EBC; 
XIII - determinar a realização de inspeções técnicas, auditagens, sindicâncias ou 
inquéritos; 
XIV - convocar, instalar e presidir as reuniões da Diretoria Executiva; 
XV - submeter ao Conselho de Administração as propostas orçamentárias da 
EBC; 
XVI - submeter ao Conselho de Administração proposta de normas gerais de 
administração de pessoal, inclusive às relativas à fixação de quadro; 
XVII - submeter ao Conselho de Administração proposta de estrutura 
organizacional da EBC e seu regimento interno, bem como de criação de escritórios, 
dependências ou centros de produção e radiodifusão; 
XVIII - submeter ao Conselho de Administração proposta de alteração do 
Estatuto da EBC; 
XIX - submeter ao Conselho de Administração as propostas de alteração do 
capital social da EBC; 
XX - encaminhar aos Conselhos de Administração e Fiscal os reSultados do 
exercício findo; 
 121
XXI - elaborar, em conjunto com o Diretor-Geral, e encaminhar ao Conselho 
Curador o plano anual de trabalho e o relatório anual de sua implementação; 
XXII - encaminhar anualmente ao Conselho Curador as diretrizes educativas, 
artísticas, culturais e informativas integrantes da política de comunicação da EBC; 
XXIII - encaminhar à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da 
República a proposta de instituição de câmaras técnicas setoriais com vistas a 
promover a articulação com entidades governamentais e agentes econômicos que 
atuam na área de comunicação e serviços conexos; 
XXIV - propor ao Conselho de Administração, em conjunto com o Diretor-Geral, 
as nomeações e destituições dos demais diretores; 
XXV - convocar a assembléia geral nos casos previstos em lei; e 
XXVI - delegar, no todo ou em parte, competências e atribuições ao Diretor-
Geral da EBC. 
Art. 18. Compete ao Diretor-Geral: 
I - substituir o Diretor-Presidente em suas ausências e impedimentos; 
II - admitir, designar, promover, transferir e dispensar empregados, de acordo 
com as normas da EBC; 
III - ordenar despesas e, juntamente com Diretor Administrativo-Financeiro, 
assinar ordens de pagamento; 
IV - supervisionar os diretores das áreas operacionais na execução dos seus 
trabalhos; 
V - supervisionar as atividades de assessoria e de apoio e suporte à Diretoria 
Executiva da EBC e às suas áreas de assessoria; 
VI - supervisionar as atividades de planejamento, desenvolvimento e de suporte 
à consecução do objeto social; 
VII - delegar, no todo ou em parte, atribuições e competências aos demais 
diretores sem designação específica, de acordo com as conveniências da gestão; 
VIII - coordenar a elaboração de regulamentos e normas internas a serem 
submetidas à aprovação do Conselho de Administração; 
IX - coordenar a elaboração, execução do orçamento e preparar os relatórios de 
acompanhamento; 
X - propor ao Diretor-Presidente a distribuição de competências e de atribuições 
entre os membros das demais diretorias, além das previstas neste Estatuto; 
XI - aprovar e assinar pela EBC, juntamente com outro diretor, contratos, 
convênios, ajustes e acordos; e 
 122
XII - coordenar a Secretaria da Diretoria Executiva. 
Parágrafo único. O Diretor-Geral será substituído, nos seus afastamentos ou 
impedimentos eventuais, por um dos diretores das áreas operacionais da EBC, por ele 
designado. 
 
Art. 19. Compete ao Diretor de Jornalismo: 
I - responder pelo conteúdo jornalístico que seja veiculado pela EBC; 
II - supervisionar, editar e veicular reportagens e programas 
jornalísticos, com exatidão e qualidade, em âmbito nacional e internacional; 
III - dirigir, planejar e organizar a execução das atividades de captação 
jornalística e dos atos e fatos relevantes do cotidiano e de interesse da sociedade 
como um todo; 
IV - distribuir notícias de acontecimentos nacionais e internacionais a todas as 
emissoras de televisão, rádio e outras mídias, públicas ou privadas; 
V - dirigir, aprovar e acompanhar o conteúdo editorial dos serviços jornalísticos 
para o exterior; 
VI - aprovar e acompanhar o conteúdo jornalístico veiculado na EBC que não 
seja de produção própria; 
VII - dirigir e planejar o conteúdo jornalístico do portal da EBC, na internet e 
outras mídias; 
VIII - dirigir, planejar, implementar e organizar a execução de projetos especiais 
de jornalismo desenvolvidos pela EBC; e 
IX - planejar, dirigir, gerir e executar todo o formato dos programas jornalísticos 
apresentados (áudio, estética, cenário, iluminação, linguagem, apresentadores), em 
conjunto com o Diretor de Programação e Conteúdo. 
 
Art. 20. Compete ao Diretor Administrativo-Financeiro: 
I - apoiar o Diretor-Geral na gestão organizacional e na administração geral da 
EBC, bem como o Diretor-Presidente em suas atribuições; 
II - dirigir, planejar e organizar a execução das atividades de gestão de recursos 
humanos, financeira, contábil e tributária da EBC; 
III - administrar o patrimônio da EBC, inventariando e zelando pela manutenção 
dos bens da empresa; 
IV - acompanhar a execução orçamentária da EBC; 
 123
V - preparar documentação de prestação de contas da EBC para os órgãos 
externos e para o Conselho Fiscal; 
VI - administrar as atividades operacionais relativas aos recursos humanos da 
EBC; 
VII - administrar as atividades relativas à administração de compras e 
suprimentos, segurança, administração e controle de almoxarifado e serviços gerais 
internos; 
VIII - manifestar-se sobre toda documentação pertinente a aquisição, oneração e 
alienação de bens e direitos ou que constitua a EBC em obrigação pecuniária de 
qualquer espécie, observando e fazendo observar as normas internas e limites de 
alçada aplicáveis e as leis em vigor; 
IX - elaborar propostas de normas para licitação e contratação de aquisição de 
obras e serviços; 
X - elaborar proposta de cargos, carreira e salários e o quadro de pessoal da 
EBC; e 
XI - elaborar as demonstrações financeiras da EBC, encaminhando-as ao 
Diretor-Presidente e ao Diretor-Geral. 
 
Art. 21. Compete ao Diretor de Programação e Conteúdo: 
I - zelar pela produção e programação da EBC, respeitando as finalidades 
educativas, artísticas, culturais, informativas, científicas, tecnológicas e promotoras de 
cidadania, buscando alinhar simultaneamente os interesses de competitividade da 
empresa; 
II - garantir a qualidade da programação e do conteúdo da EBC; 
III - supervisionar as produções da EBC; 
IV - supervisionar, produzir e distribuir as chamadas na grade de programação, 
bem como a interprogramação; 
V - administrar os recursos técnicos e operacionais para garantir a regularidade 
de horário e de programação, respeitando a sequência da programação; 
VI - contemplar a diversidade sócio-cultural e regional do País para selecionar e 
criar programas e conteúdos que atendam aos princípios e objetivos da EBC; 
VII - buscar continuamente a inovação do conteúdo;VIII - promover a integração das áreas de programação e de conteúdo em todos 
os níveis hierárquicos; 
 124
IX - planejar, dirigir, gerir e executar todo o formato dos programas apresentados 
(áudio, estética, cenário, iluminação, linguagem, apresentadores), em todas as mídias 
operadas pela EBC; 
X - o regimento interno, na definição da programação e no estudo de novos 
formatos de programas; 
XI - planejar, dirigir, gerir e executar produtos produzidos pela EBC a serem 
veiculados na sua própria mídia ou em outras do seu interesse; e 
XII - planejar e alocar as equipes de produção. 
 
Art. 22. Compete ao Diretor de Relacionamento: 
I - apoiar o Diretor-Presidente no desenvolvimento do relacionamento 
institucional da EBC junto ao poder público, nos âmbitos federal, estadual e municipal, 
visando o estabelecimento das condições institucionais para o cumprimento de seus 
objetivos; 
II - apoiar o Diretor-Presidente no desenvolvimento do relacionamento 
institucional da EBC junto à sociedade; 
III - apoiar o Diretor-Presidente no relacionamento da EBC junto aos fóruns e 
associações representativas do setor de radiodifusão pública e privada, produção 
independente, comunicação social e outras áreas correlatas à sua missão; 
IV - apoiar o Diretor-Geral no desenvolvimento do relacionamento institucional 
da EBC no contexto das relações internacionais; 
V - acompanhar a execução de convênios, projetos e parcerias da EBC junto a 
entidades públicas e privadas, visando a implantação da Rede Nacional de 
Comunicação Pública; 
VI - promover a captação de recursos referidos no art. 8º, em conjunto com as 
diretorias afins; e 
VII - efetuar a distribuição e promover o licenciamento de conteúdos gerados 
pelas programações realizadas pela EBC. 
 
Art. 23. Compete ao Diretor de Serviços: 
I - elaborar, organizar e gerir a política de serviços da EBC, emconjunto com as 
diretorias afins; 
II - planejar, implantar, organizar e dirigir a execução de projetos especiais de 
comunicação para terceiros; 
 125
III - dirigir a prestação de serviços de planejamento, produção, edição e 
veiculação de conteúdo em todas as áreas da comunicação social para pessoas 
públicas ou privadas; 
IV - dirigir a prestação de serviços de planejamento, montagem e operação de 
emissoras de televisão, rádio, sítios multimídia na internet, outras mídias e serviços 
conexos; 
V - planejar, organizar e dirigir a execução das atividades de produção e 
distribuição de publicidade legal; 
VI - montar, planejar, organizar e dirigir pessoal, equipamentos e instalações 
para garantir a agilidade e autonomia na execução dos serviços; 
VII - dirigir a prestação de serviços de formação e capacitação de pessoal nas 
áreas de comunicação, radiodifusão e serviços conexos; 
VIII - planejar, organizar e dirigir serviços de documentação, arquivamento e 
análise de mídia; e 
IX - elaborar projetos para aproveitamento de áreas de oportunidade da EBC. 
 
Art. 24. Compete ao Diretor de Suporte: 
I - instalar, operar e manter os sistemas e redes de geração e de transmissão 
analógicas e digitais utilizados pela EBC; 
II - coordenar, controlar e executar as atividades de operação interna e externa 
das emissoras de rádio e televisão da EBC; 
III - dirigir a execução das atividades de formação, transmissão e distribuição 
das redes nacionais obrigatórias de rádio e televisão; 
IV - desenvolver e implantar projetos de atualização tecnológica da EBC; e 
V - planejar, organizar e dirigir a execução das atividades de tecnologia de 
informação da EBC. 
 
CAPÍTULO IX – DO CONSELHO FISCAL 
 
Art. 25. O Conselho Fiscal da EBC será constituído por três membros, e 
respectivos suplentes, designados pelo Presidente da República, para o exercício de 
suas atribuições pelo prazo de quatro anos, vedada a recondução, sendo: 
I - um membro indicado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência 
da República; 
 126
II - um membro indicado pelo Ministro de Estado da Fazenda, como 
representante do Tesouro Nacional; e 
III - um membro indicado pelos acionistas minoritários, ou, na falta destes, por 
um representante indicado pelo Ministro de Estado Chefe da Secretaria de 
Comunicação Social da Presidência da República. 
§ 1º Os membros do Conselho Fiscal, em sua primeira reunião, elegerão o seu 
Presidente, ao qual caberá dar cumprimento às deliberações do órgão. 
§ 2º O Conselho Fiscal reunir-se-á, ordinariamente, a cada dois meses e, 
extraordinariamente, sempre que convocado pelo Conselho de Administração. 
§ 3º As decisões do Conselho Fiscal serão tomadas por maioria simples, 
cabendo ao Presidente o voto de qualidade, em caso de empate. 
§ 4º No caso de ausência, o membro do Conselho Fiscal será substituído pelo 
respectivo suplente. 
§ 5º No caso de vacância ou afastamento, o membro suplente ocupará o cargo 
até que seja indicado o novo conselheiro para complementar o prazo restante. 
§ 6º O Conselho Fiscal poderá solicitar à EBC a designação de pessoal 
qualificado para secretariá-lo e prestar-lhe apoio técnico. 
§ 7º O prazo do mandato contar-se-á a partir da designação, nos termos do 
caput. 
§ 8º Além das demais hipóteses previstas em lei, considerar-se-á vaga a função 
de membro do Conselho Fiscal que, sem causa justificada, deixar de exercer suas 
atribuições por mais de duas reuniões consecutivas ou três alternadas. 
§ 9º Findo o mandato, o membro do Conselho Fiscal permanecerá no exercício 
da função até a investidura do novo titular. 
 
Art. 26. Somente podem ser eleitos para o Conselho Fiscal pessoas naturais, 
residentes no País, diplomadas em curso de nível universitário, ou que tenham 
exercido, por prazo mínimo de três anos, cargo de administrador de empresa ou de 
conselheiro fiscal. 
§ 1º Não podem ser designados para o Conselho Fiscal, além das pessoas 
enumeradas nos parágrafos do artigo 147 da Lei no 6.404 de 15 de dezembro de 1976, 
membros de órgãos de administração e empregados da EBC, e o cônjuge ou parente, 
até terceiro grau, de administrador da empresa. 
§ 2º A remuneração dos membros do Conselho Fiscal, além do reembolso, 
obrigatório, das despesas de locomoção e estadia necessárias ao desempenho da 
 127
função, será fixada pela assembléia geral e não excederá, em nenhuma hipótese, a 
dez por cento da remuneração mensal média dos diretores. 
 
Art. 27. As deliberações do Conselho Fiscal serão lançadas em livro de atas do 
Conselho Fiscal. 
 
Art. 28. Compete ao Conselho Fiscal: 
I - fiscalizar os atos dos administradores e verificar o cumprimento dos seus 
deveres legais e estatutários; 
II - acompanhar a gestão financeira e patrimonial da EBC e fiscalizar a execução 
orçamentária, podendo examinar livros e documentos, bem como requisitar 
informações; 
III - opinar sobre o relatório anual da administração, fazendo constar do seu 
parecer as informações complementares que julgar necessárias ou úteis à deliberação 
da assembléia geral; 
IV - opinar sobre as propostas dos órgãos da administração, relativas a 
modificação do capital social, aos planos de investimento ou orçamentos de capital, 
distribuição de dividendos, transformação, incorporação, fusão ou cisão; 
V - denunciar aos órgãos de administração e, se estes não tomarem 
providências necessárias para a proteção dos interesses da EBC, à assembléia geral, 
os erros, fraudes, crimes ou ilícitos de que tomar conhecimento e sugerir providências; 
VI - analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais demonstrações 
financeiras elaboradas periodicamente pela EBC; 
VII - examinar as demonstrações financeiras do exercício social e sobre elas 
opinar; 
VIII - exercer suas atribuições, durante a liquidação, tendo em vista as 
disposições especiais que a regulam; 
IX - pronunciar-se sobre assuntos de sua atribuição que lhe forem submetidos 
pelo Conselho de Administração ou pela Diretoria Executiva; 
X - convocar a assembléia geral ordináriase os órgãos da administração 
retardarem mais de um mês essa convocação, e extraordinária, sempre que ocorrerem 
motivos graves ou urgentes, incluindo na agenda das assembléias as matérias que 
considerem necessárias; 
XI - comparecer às reuniões do Conselho de Administração ou da Diretoria 
Executiva nas matérias em que por força de lei deva opinar; 
 128
XII - fornecer ao acionista ou grupo de acionistas, que representem, no mínimo, 
cinco por cento do capital social, sempre que solicitadas, informações sobre matérias 
de sua competência; e 
XIII - elaborar e aprovar o seu regimento interno. 
Parágrafo único. As atribuições e poderes conferidos por lei ou por este Estatuto 
ao Conselho Fiscal não podem ser outorgados a outro órgão da EBC. 
 
CAPÍTULO X – DO CONSELHO CURADOR 
 
Art. 29. O Conselho Curador da EBC, órgão de natureza conSultiva e 
deliberativa, será integrado por vinte membros, designados pelo Presidente da 
República. 
§ 1º Os titulares do Conselho Curador serão escolhidos dentre brasileiros natos 
ou naturalizados há mais de dez anos, de reputação ilibada e reconhecido espírito 
público, segundo a seguinte composição: 
I - Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Comunicação Social da 
Presidência da República; 
II - Ministro de Estado da Cultura; 
III - Ministro de Estado de Educação; 
IV - Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia; 
V - um representante dos funcionários da EBC, eleito pelos próprios funcionários 
mediante voto direto e secreto, na forma do regimento interno; e 
VI - quinze representantes da sociedade civil, designados pelo Presidente da 
República, indicados segundo critérios de representação regional, diversidade cultural 
e pluralidade de experiências profissionais. 
§ 2º É vedada a indicação ao Conselho Curador de: 
I - pessoa que tenha vínculo de parentesco até terceiro grau com membro da 
Diretoria Executiva; e 
II - agente público detentor de cargo eletivo ou investido exclusivamente em 
cargo em comissão de livre provimento da União, Estados, Distrito Federal ou 
Municípios, à exceção dos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do § 1º. 
§ 3º O conselheiro referido no inciso V do § 1º terá mandato de dois anos, 
vedada a recondução. 
§ 4º Os primeiros conselheiros referidos no inciso VI do § 1º serão escolhidos e 
designados pelo Presidente da República para mandatos de dois e quatro anos, sendo 
 129
oito conselheiros para o mandato de dois anos e sete conselheiros para o mandato de 
quatro anos. 
§ 5º O mandato dos titulares do Conselho Curador referidos no inciso VI do § 1º 
será de quatro anos, renováveis por uma única vez. 
§ 6º Findo o mandato, o membro do Conselho Curador permanecerá no 
exercício da função até a designação do novo titular. 
§ 7º Os membros do Conselho Curador referidos nos incisos V e VI do 
§ 1º perderão o mandato nas hipóteses de renúncia, processo judicial com 
decisão definitiva, ou na hipótese de ausência injustificada a três sessões do colegiado, 
durante o período de doze meses. 
§ 8º Os membros do Conselho Curador referidos no inciso VI do § 1º também 
perderão o mandato por decisão do Presidente da República, mediante a provocação 
de três quintos da totalidade dos seus membros. 
§ 9º O membro do Conselho Curador referido no inciso V receberá reembolso 
das despesas de locomoção e estadia necessárias ao desempenho da função. 
 
Art. 30. O Conselho Curador poderá solicitar à EBC a designação de pessoal 
qualificado para secretariá-lo e prestar-lhe apoio técnico. 
 
Art. 31. As determinações expedidas pelo Conselho Curador, no exercício de 
suas atribuições, são de observância cogente pelos órgãos de administração. 
 
Art. 32. O Conselho Curador deve se reunir, ordinariamente, a cada dois meses 
e, extraordinariamente, sempre que convocado por seu Presidente ou por dois terços 
de seus membros. 
 
Art. 33. Participarão das reuniões do Conselho Curador, sem direito a voto, o 
Diretor- Presidente e o Diretor-Geral da EBC. 
 
Art. 34. A participação dos integrantes do Conselho Curador referido no inciso VI 
do § 1º do art. 29, às suas reuniões, será remunerada à razão de dez por cento da 
remuneração percebida pelo Diretor-Presidente, e suas despesas de deslocamento e 
estadia, para o exercício de suas atribuições, serão suportadas pela EBC. 
 
 
 130
Art. 35. Compete ao Conselho Curador: 
I - aprovar, anualmente, o planejamento proposto pela Diretoria de Programação 
e Conteúdo, buscando sempre mantê-lo alinhado às diretrizes educativas, artísticas, 
culturais e informativas integrantes da política de comunicação a ser observada pela 
EBC; 
II - zelar pelo cumprimento dos princípios e objetivos descritos nos arts. 2º e 3º 
deste Estatuto; 
III - opinar sobre matérias relacionadas ao cumprimento dos princípios e 
objetivos descritos nos arts. 2º e 3º deste Estatuto 
IV - aprovar as diretrizes educativas, artísticas, culturais e informativas 
integrantes da política de comunicação propostas pela Diretoria Executiva da EBC; 
V - aprovar, anualmente, linha editorial de produção e programação proposta 
pela Diretoria de Jornalismo, buscando sempre mantê-la alinhada aos princípios e 
objetivos da EBC, manifestando-se sobre sua aplicação na prática; 
VI - deliberar, pela maioria absoluta de seus membros, quanto à imputação de 
voto de desconfiança aos membros da Diretoria Executiva, no que diz respeito ao 
cumprimento dos princípios e objetivos descritos nos arts. 2º e 3º deste Estatuto, 
garantido o direito à oitiva do membro objeto do voto; 
VII - eleger, dentre seus membros, o Presidente, por meio de voto direto; e 
VIII - aprovar o seu regimento interno. 
Parágrafo único. Caberá, ainda, ao Conselho Curador acompanhar o 
processo de conSulta pública, a ser implementado pela EBC, para a 
renovação de sua composição, relativamente aos membros referidos 
no inciso VI do § 1º do art. 29. 
 
CAPÍTULO XI – DAS ÁREAS DE ASSESSORIA DA DIRETORIA EXECUTIVA 
 
Art. 36. Integram a Assessoria da Diretoria Executiva, sem prejuízo de outros 
órgãos de assessoramento que venham a ser criados pelo Diretor-Presidente: 
I - a Assessoria Jurídica; e 
II - a Secretaria; 
 
Art. 37. Compete à Assessoria Jurídica: 
I - controlar e acompanhar os aspectos jurídicos da EBC; 
 131
II - assistir judicial e extrajudicialmente a EBC em todos os processos, em todas 
as áreas do direito; 
III - responder pela advocacia preventiva em todas as áreas da EBC; 
IV - atender a solicitações e propor soluções jurídicas para as áreas internas da 
EBC; 
V - examinar previamente a legalidade de todos os contratos, acordos, ajustes e 
convênios, bem como a minuta de editais, licitações e concursos públicos; 
VI - solicitar a contratação de advogados externos sempre que necessário; e 
VII - estabelecer canais de interlocução e acompanhamento institucionais com 
as demais ares da EBC para atualização, aprovação, difusão e guarda, tanto em meio 
físico como em meio magnético, de instrumentos normativos, bem como quanto ao 
compartilhamento de informações jurídicas entre as diversas áreas de trabalho. 
 
Art. 38. A Secretaria, vinculada ao Diretor-Geral da EBC, terá as seguintes 
atribuições: 
I - prestar assistência aos Conselhos de Administração e Curador e ao Diretor-
Presidente da EBC; 
II - dar apoio à Diretoria Executiva na execução das ações do Diretor- Geral; 
III - auxiliar e dar suporte às atividades de representação política e institucional 
do Diretor-Presidente; 
IV - receber e encaminhar autoridades e personalidades em visita à Diretoria 
Executiva; 
V - executar as atividades de secretaria-geral no apoio administrativo à Diretoria 
Executiva; e 
VI - dar apoio aos grupos de trabalho. 
 
CAPÍTULO XII – DAS ÁREAS COMPLEMENTARES 
 
Art. 39. A EBC disporá de uma Ouvidoria, vinculada ao Diretor-Presidente, à 
qual compete: 
I - oferecer canais de comunicação com o cidadão, assegurando- lhe o direito à 
críticae a sugestões sobre o conteúdo e a programação da EBC; e 
II - enviar resposta fundamentada aos cidadãos, ouvidas as Diretorias de área, e 
por meio do sistema de comunicação da EBC, com direcionamento estratégico do 
Diretor-Presidente. 
 132
Art. 40. A EBC disporá de Auditoria Interna, vinculada ao Conselho de 
Administração, à qual compete executar as atividades de auditoria de natureza 
contábil, financeira, orçamentária, administrativa, patrimonial e operacional da EBC, 
com a orientação normativa e a supervisão técnica da Controladoria-Geral da União e 
de acordo com a legislação pertinente, bem como propor as medidas preventivas e 
corretivas dos desvios detectados e verificar o cumprimento e a implementação, pela 
EBC, de recomendações ou determinações efetuadas pelos órgãos central e setoriais 
do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo, pelo Tribunal de Contas da União 
e pelo 
Conselho Fiscal. 
§ 1º O titular da Auditoria Interna, empregado habilitado da EBC, será designado 
e destituído, por proposta do Diretor-Presidente, pelo Conselho de Administração, e, 
após, submetido à aprovação da Controladoria-Geral da União. 
§ 2º O planejamento das atividades de auditoria interna será consignado no 
PAINT para cada exercício social, o qual deverá ser submetido previamente à análise 
da Controladoria-Geral da União, até o último dia útil do mês de novembro do exercício 
anterior ao de sua execução. 
§ 3º O PAINT, elaborado de acordo com as normas da Controladoria-Geral da 
União, deverá ser aprovado pelo Conselho de Administração até o último dia útil do 
mês de dezembro do exercício anterior ao de sua execução e encaminhado àquele 
órgão até o dia 31 de janeiro de cada ano a ser aplicado. 
§ 4º Os reSultados anuais dos trabalhos de auditoria interna serão apresentados 
no Relatório Anual de Atividades de Auditoria Interna -RAINT, em conformidade com as 
normas da Controladoria-Geral da União, o qual deverá ser a ela encaminhado até o 
dia 31 de janeiro do exercício subsequente. 
 
CAPÍTULO XII – DO EXERCÍCIO SOCIAL, DO LUCRO, DO DIVIDENDO E DAS 
RESERVAS 
 
Art. 41. O exercício social da EBC corresponderá ao ano civil e as 
demonstrações financeiras serão elaboradas em 31 de dezembro de cada exercício. 
§ 1º As demonstrações financeiras, além dos requisitos legais e regulamentares, 
devem conter: 
I - balanço patrimonial; 
II - demonstração do reSultado do exercício; 
 133
III - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados ou demonstrações das 
mutações patrimoniais; e 
IV - demonstrações das origens e aplicações dos recursos. 
§ 2º As demonstrações financeiras de que trata o caput deste artigo serão 
auditadas por auditores independentes registrados na Comissão de Valores Mobiliários 
- CVM. 
§ 3º As demonstrações financeiras, acompanhadas do parecer dos auditores 
independentes, da Auditoria Interna, do Conselho Fiscal e da manifestação do 
Conselho de Administração, serão encaminhadas à deliberação da assembléia geral e, 
em seguida, encaminhadas à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da 
República. 
 
Art. 42. O Conselho de Administração, efetuada a dedução para atender a 
prejuízos acumulados e a provisão para o imposto sobre a renda, proporá à assembléia 
geral a destinação do reSultado do exercício, observado o seguinte: 
I - cinco por cento do lucro líquido para constituição da reserva legal, até que 
esta alcance vinte por cento do capital social; e 
II - vinte e cinco por cento do lucro líquido ajustado, no mínimo, para o 
pagamento de dividendos aos acionistas, na proporção de suas ações. 
§ 1º Observada a legislação vigente, o Conselho de Administração poderá 
propor à assembléia geral o pagamento aos acionistas de juros sobre o capital próprio 
ou dividendos, a título de remuneração. 
§ 2º Sobre os valores dos dividendos e dos juros, a título de remuneração sobre 
o capital próprio, devidos aos acionistas, incidirão encargos financeiros equivalentes à 
taxa SELIC, a partir do encerramento do exercício social até o dia do efetivo 
recolhimento ou pagamento, sem prejuízo da incidência de juros moratórios sempre 
que esse recolhimento ou pagamento não se verificar na data fixada em lei ou 
deliberação da assembléia geral, devendo ser considerada como a taxa diária, para a 
atualização desse valor durante os cinco dias úteis anteriores à data do pagamento ou 
recolhimento, a mesma taxa SELIC divulgada no quinto dia útil que antecede o dia da 
efetiva quitação da obrigação. 
§ 3º Os prejuízos acumulados serão deduzidos, obrigatoriamente, do lucro 
acumulado, das reservas de lucros e da reserva legal, nessa ordem, para, só então, 
virem a ser deduzidos do capital social, na forma prevista no art. 173 da Lei no 6.404, 
de 1976. 
 134
§ 4º Do lucro líquido do exercício, após as deduções anteriores, o Conselho de 
Administração poderá propor à assembléia geral o percentual de participação dos 
empregados nos lucros auferidos, em cada exercício, na forma da legislação em vigor. 
§ 5º O saldo do lucro, após as destinações legais e estatutárias, será colocado à 
disposição da assembléia geral, acompanhado de plano de aplicação apresentado pelo 
Conselho de Administração, por proposta da Diretoria Executiva e aprovado pelo 
Conselho Fiscal. 
 
CAPÍTULO XIII – DO PESSOAL 
 
Art. 43. O regime jurídico do pessoal da EBC será o da Consolidação das Leis 
do Trabalho e respectiva legislação complementar. 
 
Art. 44. A contratação do pessoal permanente da EBC far-se-á por meio de 
concurso público de provas ou de provas e títulos, observadas as normas específicas 
editadas pelo Conselho de Administração 
 
Art. 45. Os cargos em comissão ou de função de confiança de chefia e 
assessoramento da EBC serão ocupados por designação do Diretor-Presidente, em 
observância aos dispositivos legais sobre a matéria. 
 
Art. 46. A EBC poderá patrocinar entidade fechada de previdência privada, nos 
termos da legislação vigente. 
Parágrafo único. O patrocínio de que trata o caput poderá ser feito mediante 
adesão a entidade fechada de previdência privada já existente. 
 
CAPÍTULO XIV – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Art. 47. A EBC assegurará aos integrantes e ex-integrantes da Diretoria 
Executiva, dos Conselhos de Administração e Fiscal e aos seus empregados a defesa 
em processos judiciais e administrativos contra eles instaurados pela prática de atos no 
exercício do cargo, atividade ou função, desde que não haja incompatibilidade com os 
interesses da empresa. 
§ 1º A forma do benefício mencionado no caput será definida pelo Conselho de 
Administração, ouvida a área jurídica da EBC. 
 135
§ 2º A EBC poderá manter, na forma e extensão definida pelo Conselho de 
Administração, observado, no que couber, o disposto no caput, contrato de seguro 
permanente em favor das pessoas ali mencionadas, para resguardá-las de 
responsabilidade por atos ou fatos pelos quais eventualmente possam vir a ser 
demandados judicial ou administrativamente. 
§ 3º Se alguma das pessoas mencionadas no caput for condenada, com decisão 
judicial transitada em julgado, com fundamento em violação da lei ou do Estatuto ou 
decorrente de ato doloso, deverá ressarcir a EBC de todos os custos e despesas 
decorrentes da defesa, além de eventuais prejuízos. 
 
Art. 48. É vedada à EBC conceder financiamento ou prestar fiança a terceiros, 
sob qualquer modalidade, em negócios estranhos a suas finalidades, bem como 
realizar contribuições ou conceder auxílios não consignados no orçamento. 
 
Art. 49. Os administradores, os membros dos Conselho de Administração, 
Curador e Fiscal e os empregados da EBC investidos em cargos de confiança, de 
direção, assessoramento ou chefia, ao assumirem, anualmente e ao deixarem suas 
funções, deverão apresentar declaração de bens e renda, de acordo com a legislação 
vigente. 
 
Art. 50. Para fins de implantação, fica a EBC equiparada às pessoas jurídicas 
referidasno art. 1º da Lei no 8.745, de 9 de dezembro de 1993, com vistas à 
contratação de pessoal técnico e administrativo por tempo determinado. 
§ 1º Considera-se como necessidade temporária de excepcional interesse 
público, para os efeitos da Lei no 8.745, de 1993, a contratação de pessoal técnico e 
administrativo por tempo determinado, imprescindível ao funcionamento inicial da EBC. 
§ 2º As contratações a que se refere o caput observarão o disposto no caput do 
art. 3º, no art. 6º, no inciso II do art. 7º e nos arts. 9º e 12 da Lei no 8.745, de 1993, e 
não poderão exceder o prazo de trinta e seis meses, a contar da data da instalação da 
EBC. 
§ 3º Durante os primeiros noventa dias a contar da publicação deste Decreto, 
poderá ser contratado, nos termos do caput e do § 1º, mediante análise de curriculum 
vitae, e nos quantitativos aprovados pelo Ministro de Estado Chefe da Secretaria de 
Comunicação Social da Presidência da República, pessoal técnico e administrativo 
 136
para atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse público, pelo 
prazo improrrogável de trinta e seis meses. 
 
Art. 51. A EBC rege-se pela Medida Provisória no 398, de 10 de outubro de 
2007, pela Lei no 6.404, de 1976, por este Estatuto e pelas demais normas que lhe 
sejam aplicáveis. 
 
 
MEDIDA PROVISÓRIA Nº 398, DE 10 DE OUTUBRO DE 2007. 
 
Presidência da República 
Casa Civil 
Subchefia para Assuntos Jurídicos 
 
Institui os princípios e objetivos dos serviços de radiodifusão pública explorados 
pelo Poder Executivo ou outorgados a entidades de sua administração indireta, 
autoriza o Poder Executivo a constituir a Empresa Brasil de Comunicação - EBC, e dá 
outras providências. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 
da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de Lei: 
 
Art. 1º Os serviços de radiodifusão pública explorados pelo Poder Executivo ou 
mediante outorga a entidades de sua administração indireta, no âmbito federal, serão 
prestados conforme as disposições desta Medida Provisória. 
 
Art. 2º A prestação dos serviços de radiodifusão pública por órgãos do Poder 
Executivo ou mediante outorga a entidades de sua administração indireta deverá 
observar os seguintes princípios: 
I - complementaridade entre os sistemas privado, público e estatal; 
II - promoção do acesso à informação por meio da pluralidade de fontes de 
produção e distribuição do conteúdo; 
III - produção e programação com finalidades educativas, artísticas, culturais, 
científicas e informativas; 
 137
IV - promoção da cultura nacional, estímulo à produção regional e à produção 
independente; 
V - autonomia em relação ao Governo Federal para definir produção, 
programação e distribuição de conteúdo no sistema público de radiodifusão; e 
VI - participação da sociedade civil no controle da aplicação dos princípios do 
sistema público de radiodifusão, respeitando-se a pluralidade da sociedade brasileira. 
 
Art. 3º Constituem objetivos dos serviços de radiodifusão pública explorados 
pelo Poder Executivo ou mediante outorga a entidades de sua administração indireta: 
I - oferecer mecanismos para debate público acerca de temas de relevância 
nacional e internacional; 
II - desenvolver a consciência crítica do cidadão, mediante programação 
educativa, artística, cultural, informativa, científica e promotora de cidadania; 
III - fomentar a construção da cidadania, a consolidação da democracia e a 
participação na sociedade, garantindo o direito à informação do cidadão; 
IV - cooperar com os processos educacionais e de formação do cidadão; 
V - apoiar processos de inclusão social e socialização da produção de 
conhecimento por intermédio do oferecimento de espaços para exibição de conteúdos 
produzidos pelos diversos grupos sociais e regionais; 
VI - buscar excelência em conteúdos e linguagens e desenvolver formatos 
criativos e inovadores, constituindo-se em centro de inovação e formação de talentos; 
VII - direcionar sua produção e programação pelas finalidades educativas, 
artísticas, culturais, informativas, científicas e promotoras da cidadania, sem com isso 
retirar seu caráter competitivo na busca do interesse do maior número de ouvintes ou 
telespectadores; e 
VIII - promover parcerias e fomentar produção audiovisual nacional, contribuindo 
para a expansão de sua produção e difusão. 
 
Art. 4º Os serviços de radiodifusão pública outorgados a entidades da 
administração indireta do Poder Executivo serão prestados pela empresa pública de 
que trata o art. 5º, e poderão ser difundidos e reproduzidos por suas afiliadas, 
associadas, repetidoras e retransmissoras do sistema público de radiodifusão, e outras 
entidades públicas ou privadas parceiras, na forma do inciso III do art. 8º. 
 
 138
Art. 5ª Fica o Poder Executivo autorizado a criar a empresa pública denominada 
Empresa Brasil de Comunicação - EBC, vinculada à Secretaria de Comunicação Social 
da Presidência da República. 
 
Art. 6º A EBC tem por finalidade a prestação de serviços de radiodifusão pública 
e serviços conexos, observados os princípios e objetivos estabelecidos nesta Medida 
Provisória. 
Parágrafo único. A EBC, com prazo de duração indeterminado, terá sede e foro 
na cidade do Rio de Janeiro e escritório central na cidade de Brasília, podendo instalar 
escritórios, dependências e centros de produção e radiodifusão em qualquer local. 
 
Art. 7º A União integralizará o capital social da EBC e promoverá a constituição 
inicial de seu patrimônio por meio de capitalização e da incorporação de bens móveis 
ou imóveis. 
 
Art. 8º Compete à EBC: 
I - implantar e operar as emissoras e explorar os serviços de radiodifusão pública 
sonora e de sons e imagens do Governo Federal; 
II - implantar e operar as suas próprias redes de Repetição e Retransmissão de 
Radiodifusão, explorando os respectivos serviços; 
III - estabelecer cooperação e colaboração com entidades públicas ou privadas 
que explorem serviços de comunicação ou radiodifusão pública, mediante convênios ou 
outros ajustes, com vistas à formação da Rede Nacional de Comunicação Pública; 
IV - produzir e difundir programação informativa, educativa, artística, cultural, 
científica, de cidadania e de recreação; 
V - promover e estimular a formação e o treinamento de pessoal especializado, 
necessário às atividades de radiodifusão, comunicação e serviços conexos; 
VI - prestar serviços no campo de radiodifusão, comunicação e serviços 
conexos, inclusive para transmissão de atos e matérias do Governo Federal; 
VII - distribuir a publicidade legal dos órgãos e entidades da administração 
federal, à exceção daquela veiculada pelos órgãos oficiais da União; e 
VIII - exercer outras atividades afins, que lhe forem atribuídas pela Secretaria de 
Comunicação Social da Presidência da República ou pelo Conselho Curador da EBC. 
 139
§ 1º Para fins do disposto no inciso VII do caput, entende-se como publicidade 
legal a publicação de avisos, balanços, relatórios e outros a que os órgãos e entidades 
da administração pública federal estejam obrigados por força de lei ou regulamento. 
§ 2º É dispensada a licitação para a: 
I - celebração dos ajustes mencionados no inciso III, que poderão ser firmados 
por até dez anos, renováveis por iguais períodos; 
II - contratação da EBC por órgãos e entidades da administração pública, com 
vistas à realização de atividades relacionadas ao seu objeto, desde que o preço 
contratado seja compatível com o de mercado. 
 
Art. 9º A EBC será organizada sob a forma de sociedade anônima de capital 
fechado e terá seu capital representado por ações ordinárias nominativas, das quais 
pelo menos cinquenta e um por cento serão de titularidade da União. 
§ 1º A integralização do capital da EBC será realizada com recursos oriundos de 
dotações consignadas no orçamento da União, destinadas ao suporte e operação dosserviços de radiodifusão pública, mediante a incorporação do patrimônio da 
RADIOBRÁS - Empresa Brasileira de Comunicação S.A., criada pela Lei no 6.301, de 
15 de dezembro de 1975, e da incorporação de bens móveis e imóveis decorrentes do 
disposto no art. 26. 
§ 2º Será admitida no restante do capital da EBC a participação de entidades da 
administração indireta federal, bem como de Estados, do Distrito Federal e de 
Municípios, ou de entidades de sua administração indireta. 
§ 3º A participação de que trata o § 2o poderá ser realizada mediante a 
transferência, para o patrimônio da EBC, de bens representativos dos acervos de 
estações de radiodifusão de sua propriedade ou de outros bens necessários e úteis ao 
seu funcionamento. 
 
Art. 10. O Ministro de Estado da Fazenda designará o representante da União 
nos atos constitutivos da EBC, dentre os membros da Procuradoria-Geral da Fazenda 
Nacional. 
Parágrafo único. O Estatuto da EBC será publicado por decreto do Poder 
Executivo e seus atos constitutivos serão arquivados no Registro do Comércio. 
 
Art. 11. Os recursos da EBC serão constituídos da receita proveniente: 
I - de dotações orçamentárias; 
 140
II - da exploração dos serviços de radiodifusão pública; 
III - de prestação de serviços a entes públicos ou privados, da distribuição de 
conteúdo, modelos de programação, licenciamento de marcas e produtos e outras 
atividades inerentes à comunicação; 
IV - de doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe forem 
destinados por pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado; 
V - de publicidade institucional de entidades de direito público e de direito 
privado, a título de apoio cultural, admitindo-se o patrocínio de programas, eventos e 
projetos; 
VI - de publicidade institucional de entidades de direito público e de direito 
privado, voltada a programas, eventos e projetos de utilidade pública, de promoção da 
cidadania, de responsabilidade social ou ambiental; 
VII - da distribuição da publicidade legal dos órgãos e entidades da 
administração pública federal, segundo o disposto no § 1º do art. 8º; 
VIII - de recursos obtidos nos sistemas instituídos pelas Leis nos 8.313, de 23 de 
dezembro de 1991, 8.685, de 20 de julho de 1993, e 11.437, de 28 de dezembro de 
2006; 
IX - de recursos provenientes de acordos e convênios que realizar com 
entidades nacionais e internacionais, públicas ou privadas; 
X - de rendimentos de aplicações financeiras que realizar; e 
XI - de rendas provenientes de outras fontes. 
§ 1º É vedada, nas hipóteses dos incisos V e VI, a veiculação de anúncios de 
produtos e serviços. 
§ 2º Para os fins do inciso VII, fica a EBC equiparada às agências a que se 
refere a Lei no 4.680, de 18 de junho de 1965. 
 
Art. 12. A EBC será administrada por um Conselho de Administração e por uma 
Diretoria Executiva, e na sua composição contará ainda com um Conselho Fiscal e um 
Conselho Curador. 
 
Art. 13. O Conselho de Administração, cujos membros serão nomeados pelo 
Presidente da República, será constituído: 
I - de um Presidente, indicado pelo Ministro de Estado Chefe da Secretaria de 
Comunicação Social da Presidência da República; 
II - do Diretor-Presidente da Diretoria Executiva; 
 141
III - de um Conselheiro, indicado pelo Ministro de Estado do Planejamento, 
Orçamento e Gestão; 
IV - de um Conselheiro, indicado pelo Ministro de Estado das Comunicações; e 
V - de um Conselheiro, indicado conforme o Estatuto. 
§ 1º O Conselho de Administração reunir-se-á, ordinariamente, a cada mês e, 
extraordinariamente, sempre que convocado pelo seu Presidente ou por dois terços 
dos seus membros. 
§ 2º As decisões do Conselho de Administração serão tomadas por maioria 
simples, cabendo ao Presidente o voto de qualidade, em caso de empate. 
§ 3º O quorum de deliberação é o de maioria absoluta de seus membros. 
 
Art. 14. O Conselho Fiscal será constituído por três membros, e respectivos 
suplentes, designados pelo Presidente da República. 
§ 1º O Conselho Fiscal contará com um representante do Tesouro Nacional, 
garantindo-se, ainda, a participação dos acionistas minoritários, nos termos do 
Estatuto. 
§ 2º Os conselheiros exercerão suas atribuições pelo prazo de quatro anos, 
vedada a recondução. 
§ 3º O Conselho Fiscal reunir-se-á, ordinariamente, a cada dois meses e sempre 
que convocado pelo Conselho de Administração. 
§ 4º As decisões do Conselho Fiscal serão tomadas por maioria simples, 
cabendo ao Presidente o voto de qualidade, em caso de empate. 
§ 5º As reuniões do Conselho Fiscal só terão caráter deliberativo se contarem 
com a presença do Presidente e de pelo menos um membro. 
 
Art. 15. O Conselho Curador, órgão de natureza conSultiva e deliberativa da 
EBC, será integrado por vinte membros, designados pelo Presidente da República. 
§ 1º Os titulares do Conselho Curador serão escolhidos dentre brasileiros natos 
ou naturalizados há mais de dez anos, de reputação ilibada e reconhecido espírito 
público, da seguinte forma: 
I - quatro Ministros de Estado; 
II - um representante dos funcionários, escolhido na forma do Estatuto; 
III - quinze representantes da sociedade civil, indicados na forma do Estatuto, 
segundo critérios de representação regional, diversidade cultural e pluralidade de 
experiências profissionais. 
 142
§ 2º É vedada a indicação ao Conselho Curador de: 
I - pessoa que tenha vínculo de parentesco até terceiro grau com membro da 
Diretoria Executiva; 
II - agente público detentor de cargo eletivo ou investido exclusivamente em 
cargo em comissão de livre provimento da União, Estados, Distrito Federal ou 
Municípios, à exceção dos referidos nos incisos I e II do § 1º; 
§ 3º O mandato do Conselheiro referido no inciso II do § 1º será de dois anos, 
vedada a sua recondução. 
§ 4º O mandato dos titulares do Conselho Curador referidos no inciso III do § 1º 
será de quatro anos, renovável por uma única vez. 
§ 5º Os primeiros conselheiros referidos no inciso III do § 1º serão escolhidos e 
designados pelo Presidente da República para mandatos de dois e quatro anos, na 
forma do Estatuto. 
§ 6º As determinações expedidas pelo Conselho Curador, no exercício de suas 
atribuições, são de observância cogente pelos órgãos de administração. 
§ 7º O Conselho Curador deverá se reunir, ordinariamente, a cada dois meses e, 
extraordinariamente, sempre que convocado por seu Presidente ou por dois terços de 
seus membros. 
§ 8º Participarão das reuniões do Conselho Curador, sem direito a voto, o 
Diretor-Presidente e o Diretor-Geral da EBC. 
§ 9º Os membros do Conselho Curador referidos nos incisos II e III do § 1º 
perderão o mandato nas hipóteses de renúncia, processo judicial com decisão 
definitiva, ou na hipótese de ausência injustificada a três sessões do Colegiado, 
durante o período de doze meses. 
§ 10. Os membros do Conselho Curador referidos no inciso III do § 1º também 
perderão o mandato por decisão do Presidente da República, mediante a provocação 
de três quintos dos seus membros. 
 
Art. 16. A participação dos integrantes do Conselho Curador referidos no 
inciso III do § 1º do art. 15, às suas reuniões, será remunerada mediante pro 
labore, nos termos do Estatuto, e suas despesas de deslocamento e estadia, para o 
exercício de suas atribuições, serão suportadas pela EBC. 
Parágrafo único. A remuneração referida no caput não poderá ultrapassar 
mensalmente dez por cento da remuneração mensal percebida pelo Diretor-Presidente. 
 
 143
Art. 17. Compete ao Conselho Curador: 
I - aprovar as diretrizes educativas, artísticas, culturais e informativas integrantes 
da política de comunicação propostas pela Diretoria Executiva da EBC; 
II - zelar pelo cumprimento dos princípios e objetivos previstos nesta Medida 
Provisória; 
III - opinar sobre matérias relacionadas ao cumprimento dos princípios e 
objetivos previstos nesta Medida Provisória; 
IV - aprovara linha editorial de produção e programação proposta pela Diretoria 
Executiva da EBC e manifestar-se sobre sua aplicação prática; 
V - deliberar, pela maioria absoluta de seus membros, quanto à imputação de 
voto de desconfiança aos membros da Diretoria Executiva, no que diz respeito ao 
cumprimento dos princípios e objetivos desta Medida Provisória; e 
VI - eleger o seu Presidente, dentre seus membros. 
Parágrafo único. Caberá, ainda, ao Conselho Curador acompanhar o processo 
de conSulta pública, a ser implementado pela EBC, na forma do Estatuto, para a 
renovação de sua composição, relativamente aos membros referidos no inciso III do § 
1º do art. 15. 
 
Art. 18. A condição de membro do Conselho Curador, bem como dos órgãos de 
administração da EBC, a responsabilidade editorial e as atividades de seleção e 
direção da programação veiculada são privativas de brasileiros natos ou naturalizados 
há mais de dez anos, nos termos do § 2º do art. 222 da Constituição. 
 
Art. 19. A Diretoria Executiva será composta de um Diretor-Presidente e um 
Diretor-Geral, nomeados pelo Presidente da República, e até seis diretores, eleitos e 
destituíveis pelo Conselho de Administração. 
§ 1º Os membros da Diretoria Executiva são responsáveis pelos atos praticados 
em desconformidade com a lei, com o Estatuto da EBC e com as diretrizes 
institucionais emanadas pelo Conselho de Administração. 
§ 2º O mandato do Diretor-Presidente será de quatro anos. 
§ 3º Os membros da Diretoria Executiva serão destituídos nas hipóteses legais 
ou se receberem dois votos de desconfiança do Conselho Curador, no período de doze 
meses, emitidos com interstício mínimo de trinta dias entre ambos. 
§ 4º As atribuições dos membros da Diretoria Executiva serão definidas pelo 
Estatuto. 
 144
 
Art. 20. Observadas as ressalvas desta Medida Provisória e da legislação de 
comunicação social, a EBC será regida pela legislação referente às sociedades por 
ações. 
 
Art. 21. O regime jurídico do pessoal da EBC será o da Consolidação das Leis 
do Trabalho e respectiva legislação complementar. 
 
Art. 22. A contratação de pessoal permanente da EBC far-se-á por meio de 
concurso público de provas ou de provas e títulos, observadas as normas específicas 
editadas pelo Conselho de Administração. 
§ 1º A EBC sucederá a RADIOBRÁS nos seus direitos e obrigações, e 
absorverá, mediante sucessão trabalhista, os empregados integrantes do seu quadro 
de pessoal. 
§ 2º Para fins de implantação, fica a EBC equiparada às pessoas jurídicas 
referidas no art. 1o da Lei no 8.745, de 9 de dezembro de 1993, com vistas à 
contratação de pessoal técnico e administrativo por tempo determinado. 
§ 3º Considera-se como necessidade temporária de excepcional interesse 
público, para os efeitos da Lei no 8.745, de 1993, a contratação de pessoal técnico e 
administrativo por tempo determinado, imprescindível ao funcionamento inicial da EBC. 
§ 4º As contratações a que se refere o § 2o observarão o disposto no caput do 
art. 3º, no art. 6º, no inciso II do art. 7º e nos arts. 9º e 12 da Lei no 8.745, de 1993, e 
não poderão exceder o prazo de trinta e seis meses, a contar da data da instalação da 
EBC. 
§ 5o Durante os primeiros noventa dias a contar da constituição da EBC, poderá 
ser contratado, nos termos dos §§ 2o e 3o, mediante análise de curriculum vitae, e nos 
quantitativos aprovados pelo Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Comunicação 
Social, pessoal técnico e administrativo para atendimento de necessidade temporária 
de excepcional interesse público, pelo prazo improrrogável de trinta e seis meses. 
 
Art. 23. Fica a EBC autorizada a patrocinar entidade fechada de previdência 
privada, nos termos da legislação vigente. 
 
 145
Art. 24. As outorgas do serviço de radiodifusão exploradas pela RADIOBRÁS 
serão transferidas diretamente à EBC, cabendo ao Ministério das Comunicações, em 
conjunto com a EBC, as providências cabíveis para formalização desta disposição. 
 
Art. 25. A EBC terá regulamento simplificado para contratação de serviços e 
aquisição de bens, editado por decreto, observados os princípios constitucionais da 
publicidade, impessoalidade, moralidade, economicidade e eficiência. 
 
Art. 26. O contrato de gestão firmado entre a União e a Associação de 
Comunicação Educativa Roquette Pinto - ACERP, nos termos da Lei no 9.637, de 15 
de maio de 1998, será objeto de repactuação, com vistas ao cumprimento do disposto 
nesta Medida Provisória, no prazo de até noventa dias a contar da sua publicação. 
§ 1º Até a data do seu encerramento, o contrato de gestão firmado entre a União 
e a ACERP terá seu objeto reduzido para adequar-se às disposições desta Medida 
Provisória, garantida a liquidação das obrigações previamente assumidas pela ACERP. 
§ 2º O Poder Executivo poderá, mediante decreto, transpor, remanejar, transferir 
ou utilizar, total ou parcialmente, as dotações orçamentárias aprovadas na Lei 
Orçamentária de 2007 para o cumprimento do contrato de gestão referido no § 1º em 
decorrência do disposto nesta Medida Provisória, mantida a estrutura programática, 
expressa por categoria de programação, conforme definida no art. 5º, § 1º, da Lei nº 
11.439, de 29 de dezembro de 2006, inclusive os títulos, descritores, metas e objetivos, 
assim como o respectivo detalhamento por esfera orçamentária, grupos de natureza da 
despesa, fontes de recursos, modalidades de aplicação e identificadores de uso e de 
reSultado primário, mantidos os valores das programações aprovadas na Lei 
Orçamentária de 2007 ou em seus créditos adicionais, podendo haver, 
excepcionalmente, ajuste na classificação funcional. 
§ 3º Reverterão à EBC os bens permitidos, cedidos ou transferidos para a 
ACERP pela União para os fins do cumprimento do contrato de gestão referido no 
caput. 
§ 4º Em decorrência do disposto neste artigo, serão incorporados ao patrimônio 
da União e transferidos para a EBC o patrimônio, os legados e as doações destinados 
à ACERP sujeitos ao disposto na alínea “i” do inciso I do art. 2º da Lei nº 9.637, de 
1998. 
 
 146
Art. 27. A EBC poderá contratar, em caráter excepcional e segundo critérios 
fixados pelo Conselho de Administração, especialistas para a execução de trabalhos 
nas áreas artística, audiovisual e jornalística, por projetos ou prazos limitados, sendo 
inexigível a licitação quando configurada a hipótese referida no caput do art. 25 da Lei 
no 8.666, de 21 de junho de 1993. 
 
Art. 28. A RADIOBRÁS será incorporada à EBC após sua regular constituição, 
nos termos do art. 5º desta Medida Provisória. 
Parágrafo único. Os bens e equipamentos integrantes do acervo da 
RADIOBRÁS serão transferidos e incorporados ao patrimônio da EBC. 
 
Art. 29. As prestadoras de serviços de TV a Cabo (CATV), de distribuição de 
sinais de televisão e de áudio por assinatura via satélite (DTH), de distribuição de sinais 
multiponto multicanal (MMDS), televisão por assinatura (TVA), bem como as 
prestadoras de outros serviços afins, independentemente da tecnologia empregada, 
que vierem a ser disciplinados pela Agência Nacional de Telecomunicações - Anatel, 
deverão tornar disponível, gratuitamente, dois canais destinados ao Poder Executivo 
Federal, a serem operados pela EBC, um deles para o estabelecimento da Rede 
Nacional de Comunicação Pública e o outro para a transmissão de atos e matérias de 
interesse do Governo Federal. 
Parágrafo único. Caberá à Anatel regulamentar a forma do disposto no caput às 
atuais e futuras outorgas, sem prejuízo de sua aplicação imediata. 
 
Art. 30. Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Brasília, 10 de outubro de 2007; 186o da Independência e 119o da República. 
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA 
Paulo Bernardo Silva 
Dilma Rousseff 
Franklin Martins 
 147
 
 
 TT eess tt ee ddee aauu tt ooaa vvaa ll ii aa ççããoo ddaa UUnn iiddaa ddee 77 
 
1 Cite as atribuiçõesda Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) na 
implantação/modificação de uma estação radio a bordo: 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
2 Descreva as providências obrigatórias para legalização de uma estação 
radiotelefônica: 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
3 Identifique os documentos e as publicações de uma estação radiotelefônica: 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 148
8. TEORIA DA METEOROLOGIA 
 
Nesta unidade, você vai: 
 
 
���� Explicar a importância do estudo da meteorologia como 
fator de segurança na navegação 
���� Evidenciar a temperatura como fenômeno causa das 
variações atmosféricas, por meio da radiação solar 
���� Conceituar pressão e umidade, citando as causas e os 
efeitos de suas variações 
���� Descrever o processo de variação da pressão e o gradiente 
horizontal de pressão 
���� Explicar a circulação de ar nas baixas e altas pressões 
atmosféricas 
���� Descrever o processo de formação das nuvens em suas 
diversas altitudes 
���� Descrever as características da nuvem cumulonimbus (Cb) 
���� Correlacionar o processo de formação de nuvens com o 
ciclo hidrológico 
 
8.1- A importância do estudo da meteorologia como fator de segurança à 
navegação 
 
A Meteorologia é a “ciência que investiga os fenômenos atmosféricos” 
(AURÉLIO, 1986) 
As informações meteorológicas são importantes para o navegante no mar e 
em todos os níveis de navegação, pois tanto o amador quanto o navegador de longo 
curso precisam capazes de interpretar essas informações recebidas a bordo, porque 
todos nós sabemos a importância da meteorologia e como ela afeta diretamente a 
segurança do navegador. De acordo com Lobo & Soares (2006), no estágio atual de 
desenvolvimento científico e tecnológico, os profissionais de meteorologia estão 
capacitados a produzir diariamente informação de previsão do tempo de ótima 
qualidade. Ainda para esses autores, é de fundamental importância que os navegantes, 
usuários desses produtos, estejam qualificados para interpretar as informações 
 149
recebidas a bordo, e então, serem capazes de tomar decisões seguras e firmes para 
minimizar os efeitos do mar agitado sobre a embarcação, a carga, a tripulação e os 
passageiros. 
O Centro de Hidrografia da Marinha é por lei, o órgão, a organização militar 
responsável pela operação do serviço meteorológico marinho. Segundo legislação 
brasileira, a Marinha tem responsabilidade pela meteorologia marinha; toda a área 
oceânica adjacente ao nosso litoral é de responsabilidade da Marinha do Brasil. Essa 
instituição fica localizado na Ponta da Armação em Niterói, em um complexo onde 
congrega diversas organizações que são coordenadas pela Diretoria de Hidrografia e 
Navegação. 
 
 
O compromisso internacional que é atendido é produzir e 
divulgar análises e previsões meteorológicas para a área 
marítima de responsabilidade do Brasil, a fim de atender os 
compromissos assumidos perante a comunidade marítima, 
como integrante da Convenção Internacional para Salvaguarda 
da Vida Humana no Mar (SOLAS). 
 
De maneia geral, os oceanos do mundo são divididos por diversos países que 
assumiram perante a ONU a responsabilidade da segurança; meteorologia e 
navegação; então, o que nós chamamos de Met-área VII é equivalente a Nav-área VII 
e vai desde o limite Norte do Brasil até o nosso limite Sul e até 020º W de Longitude, 
então o Brasil é responsável por esta área, assim como a África do Sul por essa área, a 
Argentina, Reino Unido e assim vai. 
A meteorologia é um intercâmbio mundial de dados, não se faz meteorologia 
no mundo sem essa troca contínua dia a dia de diversas informações de dados, só 
para vocês terem uma idéia a rede de computação que atende a meteorologia no 
mundo e a maior rede de informática do mundo, isso funciona 24 horas por dia, sete 
dias por semana isso praticamente todos os países que compõem a ONU fazem parte 
dessa rede de transmissão de dados meteorológicos; recebe-se continuamente 
diversas vezes ao dia a informação da observação meteorológica que o navio faz a 
cada 6 horas ele vai lá e observa a nebulosidade, vento, intensidade de ventos, a altura 
das ondas, informação de diversas bóias tanto de deriva como bóias fundeadas, 
informações de observações feitas na costa, lançamento de rádiossonda, informações 
de satélite, imagens de satélite e outros. 
 150
 
 
 
Sendo assim, o propósito principal da meteorologia é fornecer 
informações pertinentes à tripulação e, a partir daí , capacitá-la 
a minimizar os efeitos do mau tempo que deverá chegar, e a 
preparar a sua derrota, desviar seu rumo, para não ser 
surpreendido no mar pelo mau tempo previamente anunciado. 
 
 
8.2- temperatura como fenômeno de causa das variações atmosféricas, por meio 
da radiação solar 
 
A medida da temperatura é de grande importância no estudo da 
meteorologia. Esta medida é feita por meio de termômetros, graduados em graus 
centígrados (ou Celsius) ou em graus Fahrenheit. Ambas as escalas têm como 
referências o ponto de congelamento e o ponto de ebulição da água, com a 
temperatura de congelamento em 0ºC ou 32ºF, e a temperatura de ebulição em 100ºC 
ou 212ºF (Miguens,1999). 
A temperatura do ar varia verticalmente na atmosfera, diminuindo com a 
altitude, ao longo de toda a troposfera (figura 8.1). A razão física para tal fato é que 
a pressão do ar varia, diminuindo à medida que a altitude aumenta, ou seja, o ar vai se 
expandindo com a altitude e, consequentemente, sua temperatura vai diminuindo 
proporcionalmente. 
 
 151
 
Figura 8.1 – Variação da temperatura com a Latitude, de modo com a lei dos gases, o resfriamento do 
ar, na medida em que se eleva, deve-se basicamente a sua contínua expansão em altitude. Este 
processo físico é de fundamental importância no comportamento da umidade relativa a da formação de 
nebulosidade, como veremos mais adiante (Fonte: MORAN, 1994, modificada apud Lobo & Soares, 
2006). 
 
O comportamento do ar na atmosfera segue perfeitamente as leis da física 
para os gases, ou seja, todo gás que se expande, tem a sua temperatura diminuída 
proporcionalmente. Neste comportamento da atmosfera baseia-se a formação das 
nuvens. Conforme será observado ao longo deste trabalho, a atmosfera é um imenso 
laboratório que obedece às leis da física no desenvolvimento dos processos 
desencadeados nos fenômenos meteorológicos, razão pela qual é possível existir 
sofisticados e confiáveis sistemas de previsão do tempo (Lobo & Soares, 2006). 
 
 
A temperatura do ar varia também horizontalmente com a 
Latitude, conforme se desloca das baixas Latitudes, próximo 
ao equador, para as Latitudes médias e para as altas 
Latitudes, próximas aos polos, a temperaturaà superfície irá 
diminuindo. 
 
A razão encontra-se na variabilidade da distribuição de energia proveniente da 
radiação solar, fato esse acentuado pela variabilidade sazonal do angulo de incidência 
dos raios solares e também pelo albedo das superfícies cobertas de neve. Esta 
variação horizontal de temperatura com a Latitude mantém um gradiente horizontal de 
 152
temperatura, que favorece a circulação geral das massas de ar frias e quentes e 
consequentemente os sistemas de frentes frias e quentes (Lobo & Soares, 2006). 
Conforme mencionamos no inicio, a temperatura é o indicador da quantidade 
de calor presente no ar, denominado calor sensível. Uma das importantes 
características da circulação das massas de ar é que essa quantidade de calor sensível 
é transportada de uma região para outra bem distante, contribuindo de forma 
fundamental para o equilíbrio térmico do planeta Terra. As circulações das correntes 
marítimas da mesma forma são também muito importantes para esse equilíbrio. 
 
 
De maneira geral, a energia irradiada pelo Sol e a fonte 
principal que anima todos os fenômenos de tempo na Terra e 
que esta energia ao atravessar a atmosfera que envolve é 
absorvida ou refletida de maneiras diferentes reSultantes daí 
que somente ≅≅≅≅ 43% dela atinge a superfície terrestre. 
 
De maneira geral, a energia irradiada pelo Sol e a fonte principal que anima 
todos os fenômenos de tempo na Terra e que esta energia ao atravessar a atmosfera 
que envolve é absorvida ou refletida de maneiras diferentes reSultantes daí que 
somente ≅ 43% dela atinge a superfície terrestre. 
De acordo com Vianello & Alves (1991), a variação diária da temperatura do ar 
está diretamente relacionada com a chegada de energia solar e o consequente 
aquecimento do solo. Existe uma defasagem entre a máxima temperatura da superfície 
do solo e a do ar. Tal defasagem aumenta com ao afastamento da superfície, ou seja: 
para a camada do ar imediatamente em contato com o solo, as temperaturas máximas 
ocorrem simultaneamente. 
Como sabemos, as massas de ar terrestre tanto aquecem como resfriam muita 
mais rapidamente do que as aquáticas. Assim, durante a noite, enquanto a água retém 
seu calor, a terra o perde mais rapidamente para atmosfera (radiação terrestre). Essa 
variação de temperatura mais lenta pelas superfícies líquidas pode ser assim 
justificada: 
 
 
a) As superfícies das águas absorvem apenas cerca de 60% da 
radiação solar enquanto as superfícies terrestres absorvem 80 
a 90%; 
b) O calor específico da água é quatro vezes maior o que da 
terra 
 
 153
Diante dessas considerações, há de se convir que a temperatura é o indicador 
de quantidade de calor presente em um corpo que, por sua vez, é uma função direta da 
maior ou menor velocidade de agitação das partículas componentes desse corpo 
(Barros, 1991). 
Os termômetros medem temperaturas pela dilatação (ou contração) da 
substância nele empregada, que é como sabemos, proporcional à variação da 
temperatura. Toda substância reage a temperaturas diferentes (dilatando-se ou 
contraindo-se). Existem, no entanto, determinadas substâncias cujas variações 
regulares constituem um meio de melhor definir o estado calorífico de uma massa 
qualquer. Os termômetros são baseados, principalmente, na dilatação, contração e 
condutividade elétrica de certas substâncias. 
Os termômetros usados a bordo utilizam como elemento sensível o mercúrio, 
sendo compostos por um tubo fixo de vidro, de diâmetro uniforme, graduado em 
escala, fechado num extremo e possuindo no outro um depósito (bulbo), conforme 
mostrado na figura 8.2. O depósito e uma parte do interior do tubo contêm mercúrio, 
ficando o resto vazio. Quando a temperatura aumenta, o mercúrio se dilata e o topo da 
sua coluna indica na escala gravada no vidro, o valor da temperatura. Outros tipos de 
termômetro utilizados em meteorologia são: – termômetros elétricos: usados com 
mais frequência, na meteorologia, em observações de altitude. – termômetro de 
máxima e mínima (figura 8.2): Mede a maior e a menor temperatura ocorrida num 
dado intervalo de tempo. – termômetro de água do mar (figura 8.2); tem um formato 
especial, com uma carcaça protetora metálica que se avoluma na altura do bulbo, para 
tornar o instrumento mais resistente; destina-se a medir a temperatura da água do mar 
à superfície. 
 
 
 154
 
FIG-8.2 – Apresenta o termômetro do tipo convencional, termômetro de máxima e mínima e termômetro 
de água do mar, respectivamente (Miguens, 1999). 
 
 
8.3- pressão e umidade atmosférica, causas e os efeitos de suas variações 
 
O ar, apesar de invisível, encontra-se em toda parte e tem na sua composição 
diversos gases, micro partículas de poeira e vapor de água. A atmosfera terrestre é 
composta de várias camadas que vão ficando mais rarefeitas à medida que se 
distanciam da superfície da Terra. Como estamos mergulhados nela, sofremos a ação 
da matéria sobre o nosso corpo, que é o peso dessa camada de ar pressionando cada 
ponto de nossa pele. Dizemos que o ar exerce pressão sobre todos os objetos que se 
encontram na atmosfera. Essa pressão exercida pelo ar é chamada de pressão 
atmosférica. Como a pressão atmosférica varia com a altura, podemos falar de 
diferença de pressão entre dois pontos que se encontra em alturas diferentes. Temos 
diferença de pressão também quando deparamos com locais onde o ar é mais denso 
em relação a locais onde o ar é menos denso. 
 
 
O movimento dos corpos sejam eles os sólidos, os líquidos e 
os gasosos, se dão sempre do ponto de maior pressão para o 
de menor pressão. 
 
Quanto mais subimos em direção às outras camadas atmosféricas, menor será 
a pressão atmosférica. Como normalmente estamos junto à superfície da Terra, 
 155
portanto, submersos em todas as camadas atmosféricas, a pressão atmosférica é 
maior, pois a quantidade de matéria que está acima de nós é maior. 
Podemos então conceituar a pressão atmosférica na meteorologia com a força 
exercida pelo peso da coluna de ar, que forma a atmosfera, sobre uma determinada 
área. Além da altitude, a temperatura influencia na pressão atmosférica, pois com o ar 
mais frio este se contrai ficando mais denso e consequentemente mais pesado, e 
quando aquecido se expande ficando mais leve e consequentemente exercendo uma 
pressão menor. Com base nisto podemos dizer que nos locais mais frios como nos 
polos a pressão atmosférica é maior do que em lugares mais quentes como no 
equador. 
Assim, a pressão a uma altitude especificada é o peso, por unidade de área, da 
atmosfera acima dessa altitude. Logo, a pressão decresce à medida que a altitude 
aumenta, pois o peso da atmosfera remanescente diminui continuamente (figura 8.3). 
 
 
FIG-8.3 – Variação vertical da pressão atmosférica. Fonte: Miguens (1999) 
 
De acordo com Miguens (1999), os barômetros de mercúrio não são 
convenientes para uso a bordo, em virtude de sua fragilidade, tamanho e 
susceptibilidade a erros devidos aos movimentos do navio. Alguns navios, entretanto, 
dispõem de um barômetro de mercúrio (dispõe de um tubo vertical de vidro 
contendo mercúrio; a altura da coluna líquida, neste tubo, exprimirá o valor da 
pressão), embora este instrumento não seja, normalmente, utilizado para consultas e 
leituras rotineiras, servindo apenas para aferições mais frequentes e controle do 
barômetro aneróide (visto ser de alta precisão) (figura 8.4). Normalmente, a pressão 
atmosférica é medida a bordo por meio de barômetros aneróides (figura 8.5), 
 156
localizados no passadiço, no camarim de navegação ou em suas proximidades. Em um 
barômetro aneróide, o elemento sensível consta de uma série de câmaras metálicas 
ocas, que se deformam pela ação da pressão. Esta deformação transmite-se a um 
ponteiro, que indica o valor da pressão em um mostrador graduado. Os barômetros 
aneróides são instrumentos compactos, resistentes e bastante convenientespara uso a 
bordo, embora não tenham uma precisão tão alta como os barômetros de mercúrio. 
 
 
FIG-8.4 – Barômetros de Hg (leitura correta da pressão atmosférica). 
Fonte: http//www.wikipedia.org 
 
 157
 
FIG-8.5 – Vista parcial de um barômetro aneróide. Fonte: http//www.wikipedia.org 
 
Segundo Lobo & Soares (2006), a umidade do ar é um dos mais importantes 
parâmetros para o bom entendimento dos fenômenos meteorológicos, visto que o 
comportamento do vapor de água na atmosfera (umidade do ar) mantém rigorosa 
relação com a temperatura do ar e as leis da física. Na atmosfera observa-se água, no 
seu estado gasoso, como vapor de água, no seu estado líquido, como gotículas de 
nuvens e gotas de chuva e no seu estado sólido, como cristais de gelo. Entre as 
principais propriedades ressalta-se a conservação e transformação de energia. 
Para Miguens (1999), a umidade é um termo geral que descreve o conteúdo de 
vapor de água existente no ar atmosférico. O aquecimento ou o resfriamento da água 
causa sua mudança de um para outro de seus três estados: sólido, líquido e gasoso 
(vapor de água). A aplicação contínua de calor derrete o gelo, tornando-o líquida 
(água), que, por sua vez, evapora, transformando-se em vapor de água. A retirada 
contínua de calor do vapor de água causa sua condensação e a passagem para o 
estado líquido; a água, por seu turno, transforma-se em gelo, com o prosseguimento do 
processo de remoção de calor. Estas mudanças de estado são sempre acompanhadas 
de ganho ou perda de calor pelos ambientes próximos. 
 
 158
 
O vapor de água existente na atmosfera provém da evaporação 
das superfícies líquidas da crosta terrestre (oceanos, rios, 
lagos, etc.); logo, normalmente, sua quantidade diminui com a 
altitude. 
 
Uma das principais características da umidade do ar é armazenar e transportar 
para outras regiões, elevadas quantidades de energia e ser o elemento principal de 
suporte de energia dos fenômenos meteorológicos de extraordinária intensidade como 
as tormentas tropicais, furacões e tempestades. A principal razão dos furacões e 
tempestades violentas ocorrerem sobre os oceanos e se dissiparem ao penetrar no 
continente é que nos oceanos alimentam-se de umidade e consequentemente de 
energia, armazenada e liberada convenientemente, na forma de calor latente. A 
umidade do ar associado às transformações do estado físico da água por ocasião da 
evaporação e da condensação e a energia envolvida nesses processos sob a forma de 
calor latente são fatores responsáveis pelo estado do tempo, sua nebulosidade e 
precipitação (Lobo & Soares, 2006). 
De acordo como Lobo & Soares op cit, uma das principais propriedades do ar 
atmosférico é capacidade de conter umidade proporcionalmente à sua temperatura. 
Quanto maior a temperatura, maior a quantidade de vapor de água que o ar poderá 
conter. Para cada temperatura existe um limite máximo de umidade que o ar pode 
conter. Diz-se que o ar atmosférico está saturado quando contém a quantidade máxima 
de vapor de água para a sua temperatura. Então no caso de ar saturado, se a 
temperatura diminuir, consequentemente, a capacidade do ar em conter umidade será 
menor e o excesso de vapor de água presente no ar irá se condensar imediatamente, 
apresentando gotículas de nuvem. No caso do ar não estar saturado, com a diminuição 
gradual e contínua da temperatura do ar, se chegará o momento em que será atingida 
uma temperatura doar na qual a capacidade máxima de conter umidade é igual a 
quantidade de vapor d'água existente no ar. Então para essa temperatura o ar atingiu 
sua condição de saturado. A essa temperatura do ar, na qual o ar atingiu, por 
resfriamento, a condição de saturado, diz-se ser temperatura do ponto de orvalho. 
Nessa situação a umidade relativa é 100%. Neste momento, apresenta-se um 
novo conceito, que será muito utilizado em meteorologia, ou seja, umidade relativa, a 
qual tem a seguinte definição: é a relação entre a quantidade de vapor d'água 
realmente existente no ar e a quantidade máxima de vapor d'água.que o ar pode conter 
na mesma temperatura. Valor esse expresso em percentagem. Numa situação em que 
 159
a umidade do ar permaneça constante, ou seja, sem acréscimo ou retirada de 
umidade, e a temperatura do ar aumenta, a sua capacidade de conter umidade até se 
saturar aumenta; logo, a sua umidade relativa diminui e se a temperatura a do ar 
diminuir, o seu limite de conter umidade até se saturar diminui: logo, a sua umidade 
relativa aumenta. A vista disto constata-se que a umidade relativa varia inversamente 
proporcional à variação da temperatura. 
Além da umidade relativa, que é o parâmetro mais usado para expressar a 
umidade do ar, temos também o parâmetro umidade absoluta, que é definida como a 
quantidade de gramas de vapor de água contida em um metro cúbico de ar. A umidade 
absoluta aumenta por acréscimo de vapor de água por meio da evaporação e diminui 
por retirada de vapor d'água do ar por meio da condensação. A variação da umidade 
absoluta é independente da temperatura do ar. Ela é função apenas de acréscimo ou 
retirada de vapor de água do ar. Dai a importância dos oceanos em contribuir 
significativamente por meio da evaporação para o aumento da umidade. 
Segundo o Manual do Observador Meteorológico (1992), a umidade do ar é 
determinada por meio de higrômetros e psicrômetros. O higrômetro mais comum utiliza 
o cabelo humano como elemento sensível, porém, outras substâncias de propriedades 
idênticas também podem ser usadas. O cabelo, por ser bastante sensível às variações 
da umidade do ar, além de sofrer a influência da temperatura, faz com que os 
higrômetros construídos com ele indiquem diretamente a umidade relativa do ar (figura 
abaixo). 
 
 
FIG-8.6 – Higrômetro para indicar umidade relativa do ar: Fonte: Miguens (1999). 
 
 160
Os higrógrafos são instrumentos que registram a umidade relativa do ar. O 
princípio de funcionamento é idêntico ao do higrômetro, acrescido do sistema de 
relojoaria e do tambor giratório no qual é enrolado o papel de registro. No entanto, são 
os psicrômetros que fornecem as medidas mais precisas da umidade do ar. O tipo mais 
comum deste instrumento utilizado a bordo é o psicrômetro de funda, que possui dois 
termômetros iguais, geralmente graduados de meio em meio grau centígrado, sendo 
que um dos termômetros tem o bulbo envolto por uma camisa de musselina. Os 
termômetros são montados em uma armação metálica, provida de um punho, em torno 
do qual pode girar. 
 
 
FIG-8.7 – Psicrômetro de Funda. Fonte: http//www.wikipedia.org 
 
 
8.4- processo de variação de pressão e o gradiente de horizontal de pressão 
 
Para Lobo & Soares (2006), por definição, pressão atmosférica é a força 
exercida pelo peso da atmosfera sobre uma área unitária. Assim a pressão à superfície 
é o peso de toda a coluna de ar acima. Já a pressão a uma determinada altitude é o 
 161
peso da coluna de ar acima dessa altitude. Logo, a pressão atmosférica decresce, à 
medida que aumenta a altitude. Um aspecto importante que deve ser entendido é que o 
peso da coluna de ar depende da densidade do ar no momento considerado. Se o ar 
estiver mais denso, no caso de ar frio, estará mais pesado e a pressão será maior. Se 
o ar estiver menos denso, no caso de ar quente estará menos pesado e a pressão será 
menor. Isto explica a variação diurna da pressão. Isto significa dizer que se o ar da 
coluna se expandir fica menos denso, e a pressão diminui. É o caso de aquecimento do 
ar. Entretanto, se o ar da coluna se comprime, o ar fica mais denso e a pressão 
aumenta. 
 
 
FIG-8.8 – Apresenta uma zona de baixa pressão e corrente ascendente do vento. 
Fonte: Anotações do autor. 
 
 
FIG-8.9 – Apresenta uma zona de alta pressão e corrente descendente do vento. 
Fonte: Anotações do autor. 
 
 
É interessante observar que, se devido ao movimento 
horizontal do ar, houvera substituição gradual do ar de 
determinada região por outro ar mais frio, à pressão dessa 
região indicará uma variação positiva. 
 
 162
Pode-se dizer que nessa região passa-se a observar uma alta pressão. No 
caso de haver a substituição gradual do ar de uma área específica por outro mais 
quente, a pressão dessa região apresentará uma variação negativa, ou seja, a pressão 
diminuirá. Neste caso, pode-se dizer que nessa região passa-se a observar uma baixa 
pressão. 
 
O ar, apesar de invisível, encontra-se em toda parte e tem na 
sua composição, diversos gases, micropartículas de poeira e 
vapor de água. A atmosfera terrestre é composta de várias 
camadas que vão ficando mais rarefeitas à medida que se 
distanciam da superfície da Terra. 
 
Como estamos mergulhados nela, sofremos a ação da matéria sobre o nosso 
corpo, que é o peso dessa camada de ar pressionando cada ponto de nossa pele. 
Dizemos que o ar exerce pressão sobre todos os objetos que se encontram na 
atmosfera. Essa pressão exercida pelo ar é chamada de pressão atmosférica. 
Se subirmos uma montanha de 1.000 m de altura, a quantidade de ar que está 
sobre nossa cabeça diminui; logo, a pressão atmosférica também diminui. Quanto mais 
subimos em direção às outras camadas atmosféricas, menor será a pressão 
atmosférica. Como normalmente estamos junto à superfície da Terra, portanto, 
submersos em todas as camadas atmosféricas, a pressão atmosférica é maior, pois a 
quantidade de matéria que está acima de nós é maior. 
 
 
FIG-8.10 – Esquema ilustrativo da variação da pressão em função da altitude. 
Fonte: Vasconcelos (2004). 
 163
8.5- circulação de ar nas baixas e altas pressões atmosféricas 
 
Considerando o vento e a pressão em um modelo de terra ideal, sem as 
variações das estações e sem a distribuição terra − água. A figura 8.11 mostra a 
distribuição dos ventos sobre a superfície do planeta. A característica mais importante 
da circulação geral nos trópicos é a Célula de Hadley. Na região do equador, o 
aquecimento é muito intenso e as pressões são baixas; o ar à volta converge numa 
estreita faixa, formando em superfície a zona de convergência intertropical e ascende 
dando inicio à Célula de Hadley, onde o ar descende próximo ao subtrópico, gerando, 
em superfície, os cinturões de alta pressão. Com o cinturão, dois, três ou quatros 
grandes e estáveis anticiclones são formados. O ar está descendo e o vento é fraco no 
centro destes anticiclones. Nesta região prevalece a calmaria e devido a isso, alguns 
marinheiros chamam estas regiões de Latitudes dos cavalos (a origem do nome é 
devido a um transporte, por navio, de cavalos). 
Ventos em torno do cinturão de alta pressão são espiralados e movem−se 
tanto em direção equatorial como em direção as médias Latitudes. Os ventos que se 
movem em direção ao equador são fortes. O ar ao se deslocar dos subtrópicos para o 
equador sofre a ação deflectiva devido à força de Coriolis, gerando, assim, em 
superfície, ventos de direção NE no hemisfério Norte e, de direção SE no hemisfério 
Sul, os chamados ventos Alísios. 
Entre aproximadamente 300 e 600 de Latitude, a pressão e os modelos de 
vento, tornam−se mais complexos. O cinturão entre estas Latitudes é uma zona de 
conflito entre massas de ar com diferentes características. Massas de ar frio e seco 
movem−se dentro desta região, aquecendo em direção ao equador. Estas massas 
formam as frentes polares. Como resultado desta atividade, pressão e vento podem 
variar, nesta região, de dia para dia ou de semana para semana. Na média, entretanto, 
os ventos são mais frequentes de Oeste, que devido à ação deflectiva de Coriolis tem 
direção NW no hemisfério Sul e SW no hemisfério Norte. Esta região é reconhecida 
pela prevalência de ventos de Oeste. 
Nos polos, o ar é intensamente frio. Como reSultado, altas pressões ocorrem, 
espiralando os ventos em volta dos anticiclones polares criando superfícies de vento, 
em geral de direção Leste, conhecidos como ventos polares de Leste, que devido à 
deflecção tem direção média de SE no hemisfério Sul e NE no hemisfério Norte. 
 
 164
 
FIG-8.11 – Diagrama esquemático dos ventos e pressões em superfície mostrando as 
características de uma Terra ideal, sem o efeito dos oceanos e as variações das estações. Fonte: 
Anotações do autor. 
 
 
Os centros de baixa pressão especificam a área onde ocorre 
uma depressão barométrica. O centro de baixa pressão é 
delimitado por uma série de isóbaras quase circulares que 
envolvem uma região de pressões baixas, ou seja, uma área 
onde as pressões atmosféricas decrescem da periferia para o 
centro. O centro de baixa pressão pode ser denominado de 
ciclone. 
 
Como o comportamento meteorológico da atmosfera é diferente da região 
tropical para as Latitudes médias ou extratropicais, então se considera também dois 
tipos diferentes de centros de baixa pressão, os ciclones extratropicais e os 
ciclones tropicais (Lobo & Soares, 2006). As depressões ou ciclones se formam 
basicamente em razão de movimentos verticais ascendentes de ar que estão sempre 
ligados ao aquecimento da massa de ar. 
 
 
Os centros de alta pressão fazem parte de sistemas de altas 
pressões; da mesma forma, os centros de baixa pressão fazem 
parte de sistemas de baixa pressão. O centro de alta pressão à 
superfície, ou seja, ao nível do mar, é a área onde ocorre uma 
 165
elevação barométrica. O centro de alta é delimitado por uma 
série de isóbaras quase circulares, que envolvem uma área 
onde as pressões atmosféricas aumentam da periferia para o 
centro. O centro de alta pressão pode ser denominado de 
anticiclone. 
 
Ocorre sempre mudança no estado do tempo numa região quando os 
sistemas de pressão se deslocam. A região sujeita aos efeitos de um anticiclone que 
se movimenta, afastando-se, ao mesmo tempo em que um ciclone se aproxime e 
ocupe essa área, com suas características bem diferentes, afetará as condições do 
tempo até então observadas (Lobo & Soares, 2006). As altas pressões se formam nas 
regiões onde ocorrem convergência de ar subsidente e/ou descendente. No 
hemisfério Sul, os dois locais mais importantes são: os anticiclones subtropicais ou 
zona de calmaria tropical e a zona de alta pressão polar. Nelas o ar se acumula, 
torna-se pesado e se desloca para o solo. 
Segundo Vasconcelos (2004), os ventos, massas de ar em movimento, 
descrevem na atmosfera trajetórias reSultantes, sobretudo, das diferenças de pressão 
entre distintas regiões atmosféricas. Devido a essas diferenças de pressão, há 
deslocamentos verticais e horizontais de massa de ar, de regiões de maior, para menor 
pressão. Os transportes energético e mássico determinam as condições atmosféricas 
de temperatura e umidade. Essas massas de ar podem sofrer modificações a intervalos 
variáveis de tempo compreendido entre horas, dias e semanas, variando também de 
uma região para outra, caracterizando os chamados ventos variáveis. Essas alterações 
são fundamentais para previsões meteorológicas. Entretanto, os ventos médios 
estendem-se por grandes áreas em períodos relativamente longos, estabelecendo a 
média da circulação global. Há uma estreita relação entre os ventos médios e os 
ventos variáveis. 
Ainda para esse autor, é através dos processos de condensação que o vapor 
da água presente na atmosfera pode passar à fase líquida originando os denominados 
fenômenos meteorológicos aquosos, tais como as nuvens, os nevoeiros, as geadas, as 
neblinas, os granizos, as neves e os orvalhos. Como resultados de sua facilidade em 
mudar de fase nas condições atmosféricas normais, a água permanece na atmosfera 
sob forma de vapor num tempo relativamente curto de 10 dias. Esse é de 
extremamente importância para o controle de certos poluentes na atmosfera, pois 
durante as precipitações estes retornam à superfície terrestre arrastados pela força das 
chuvas. 
 166
 
 
Os ventos são produzidosna atmosfera por influência de 
gradiente de pressão, pelo movimento de rotação da Terra, pela 
força centrífuga que se opõe ao seu movimento, além do atrito 
sobre grandes superfícies como solos e oceanos. 
 
 
FIG-8.12 – Mapa de velocidade e direção do vento. Fonte: http//www.wikipedia.org 
 
 
8.6- processo de formação das nuvens em suas diversas altitudes 
 
De acordo com o Atlas Internacional de Nuvens, produzido pela Organização 
Meteorológica Mundial, traduzido pelo Departamento Nacional de Meteorologia e 
rotineiramente usado pelos observadores meteorológicos, “nuvem é um conjunto visível 
de partículas minúsculas de água líquida ou de gelo, ou de ambos ao mesmo tempo, 
em suspensão na atmosfera. Esse conjunto pode também conter partículas de água 
 167
líquida ou de gelo em maiores dimensões, e partículas procedentes, por exemplo, de 
vapores industriais de fumaças ou de poeiras”. 
Para Vianello & Alves (1991), os principais fatores que interferem na descrição 
do aspecto de uma nuvem são as suas dimensões, sua forma, sua estrutura e sua 
textura, assim como sua luminância e cor. 
 
Em geral, as nuvens são sustentadas por correntes 
ascendentes na atmosfera e, apesar de parecerem flutuar, os 
elementos que as compõem caem lentamente em relação ao ar 
circundante. 
 
As nuvens, portanto, reSultam da condensação e/ou do congelamento do vapor 
de água existente no ar atmosférico. O processo mais frequente de formação de 
nuvens é o resfriamento do ar atmosférico provocado pela sua subida. As nuvens se 
formam quando o ar saturado é resfriado. 
Para que ocorra a condensação do vapor de água contido no ar atmosférico e 
se desencadeie o processo de formação de nuvens em determinado nível de altitude, é 
necessário que haja resfriamento do ar até que a umidade relativa tenha atingido o 
índice de 100%. A atmosfera, a cada nível de altitude, tem uma temperatura do ar 
distinta, porque, conforme sobe, o ar se expande e, consequentemente, se resfria. 
Esse resfriamento afetará continuamente a umidade relativa da massa de ar 
ascendente, até atingir o nível em que ela chegará a 100%, na altitude denominada 
nível de condensação, em que a temperatura do ar será a própria temperatura do ponto 
de orvalho. Nesse nível, que coincide com o nível da base das nuvens baixas, iniciar-
se-á a condensação, que continuará a se processar com a subida da massa de ar 
(Miguens, 1999). 
As nuvens classificam-se, segundo padronização internacional, em dez tipos, 
dependendo da altitude da base da nuvem. Estes dez tipos de nuvens dividem-se em: 
altas, médias e baixas. 
 
Nuvens Baixas Nuvens Médias Nuvens altas 
Stratus (St) Altostratus (As) Cirrus (Ci) 
Nimbostratus (Ns) Altocumulus (Ac) Cirrostratuus (Cs) 
Stratocumulus (Sc) Cirrocumulus (Cc) 
Cumulus (Cu) 
Cumulonimbus (Cb) 
TAB-8.1 – Descrição das nuvens do ponto de vista da altitude. 
 
 168
Abaixo fazemos uma descrição sumária dos diversos tipos de nuvens 
encontradas, baseada em diversos autores, como Miguens (1999), Vasconcelos 
(2004), Lobo & Soares (2006) e Siqueira (2006). 
 
Stratus (St) – O seu nome significa “nuvens em camadas”. São baixas (de 500 a 
1000 m) e horizontais, formando uma capa semelhante a neblina. Estendidas em 
camadas uniformes, podem indicar chuva. 
 
Nimbus (Ni) – Negras ou cinzentas, sem forma definida, mais parecendo trapos. 
São nuvens típicas de mau tempo com chuvas. 
 
Cumulus (Cu) – Arredondadas, parecendo uma montanha de algodão. São em 
geral maciças, formadas por correntes de ar ascendentes durante o dia. A sua altura 
média, a contar da base, é de 1000 m. Quando os cumulos vão crescendo rapidamente 
para o alto, assumindo forma de torre ou couve-flor, devemos ficar atentos. Em seu 
interior desenvolvem-se correntes ascendentes e descendentes de grande velocidade, 
das quais reSultam ventos fortes, próprios dos temporais de verão, pois se 
transformam em cumulonimbus. Quando este crescimento não ocorre, os cumulus 
trazem apenas chuvas passageiras. 
 
Stratocumulus (Sc) – São nuvens ligeiramente acinzentadas, com forma de 
rolos não uniformes, e cerca de dois quilômetros de altitude. 
 
Cumulonimbus (Cb) – São Nuvens muito densas e acinzentadas, com formato 
que lembra grandes torres ou cogumelos. Normalmente são seguidas de mau tempo 
com fortes ventos, chuvas pesadas e relâmpagos. 
 
Altostratous (As) – São nuvens que se assemelham ligeiramente a um véu 
acinzentado, deixando o céu fosco. Normalmente, indicam a aproximação de chuvas e 
ventos. 
 
Altocumulus (Ac) - Estas nuvens têm aparência de pequenos chumaços de 
algodão, sendo, normalmente, associadas às mudanças de tempo. Geralmente são 
dispostos em grupos, linhas ou ondas, numa altitude que varia de três a seis 
quilômetros. 
 169
 
Cirrus (Ci) – Formadas por pequenos cristais de gelo, aparecem em uma 
altitude de seis a dez km. São de aspectos delicados e filamentosos. Quando 
aparecem isoladas e sem organização, não têm nenhum significado. Se aparecerem 
em faixas ou em “rabos de galo”, em geral anunciam ventos fortes e mau tempo, 
geralmente entrada de Sudoeste. 
 
Alto stratos (As) – Em forma de véu espesso, cinzento, mas brilhante e sem 
sombreados. Ocorrem em altitudes de 2,5 a 6 Km. 
 
Cirroscumulus (Cc) – Pequenos rolos dispostos em grupos, constituindo o céu 
de carneiros, do qual se costuma dizer que vem chuva ou vento. 
 
 
FIG-8.13 – Classificação das nuvens conforme a altitude 
 Fonte: modificada de Miguens (1999) e de outros autores. 
 
 
Quando a massa de ar úmido entra em contato com a superfície 
da água fria, a umidade se condensa, formando os nevoeiros. 
 
 170
Abaixo apresentamos uma sequência de fotos de vários tipos de nuvens que 
podem ser observadas pelo snavegantes. 
 
 
 
Cirrus 
 
Cirrostratos 
 
 
Cirrostratos 
 
Altostratos 
 
 
Cumulonimbus capillatus 
 
Cumulonimbus 
 
 
Cumulonimbus 
 
Altostratos 
 
FIG-8.14 – Fonte: III Simpósio de Segurança do Navegador Amador Meteorologia, pelo Cap. Fragata 
Antônio Cláudio Vieira. 
 
 171
8.7- características da nuvem cumulonimbus (Cb) 
 
A outra forma geral das nuvens apresenta uma natureza volumosa, com 
desenvolvimento vertical considerável. São as nuvens cumuliformes. Enquanto as 
nuvens estratiformes se desenvolvem horizontalmente, as nuvens cumuliformes se 
desenvolvem verticalmente. 
 
 
A presença de correntes ascendentes, verticais, caracterizam 
as nuvens cumuliformes, que podem ser notadas observando-
se o aspecto das nuvens, principalmente nos seus estágios de 
formação. 
 
Estas nuvens estão associadas com algum grau de instabilidade na atmosfera 
e a presença de correntes verticais. De fato, são estas correntes ascendentes que 
causam o desenvolvimento vertical das nuvens cumuliformes. Algumas destas 
nuvens, denominadas cumulonimbus, desenvolvem-se desde as proximidades da 
superfície, através da troposfera, até grandes altitudes, alcançando os primeiros níveis 
da estratosfera. 
 
 
Uma nuvem cumulonimbus significa que o navegante pode 
encontrar trovoada e precipitação pesada, sob forma de 
pancadas, contínua turbulência e granizo em alguns pontos. 
 
O topo da nuvem é a região onde se formam os cristais de gelo, havendo 
dificuldade de distinguir o seu contorno, em contraste com a parte mais baixa da 
nuvem, perfeitamente delineada. A presença de cristais de gelo pode produzir chuvas 
pesadas. 
As nuvens cumuliformes apresentam protuberâncias, numa aparência de 
couve-flor, em contraste com a forma plana característica das nuvens estratiformes. 
As bases das nuvens cumuliformes normalmente se apresentam num mesmo nível, 
enquanto que a altitude dos seus topos é muito variável. 
 
 172
 
 
FIG-8.15 – Vista parcial da nuvem do tipo cumulonimbus. 
Fonte: http://www.wikipedia.org. 
 
O topo das nuvens deste tipo marca o limite das correntes verticais que as 
produziram. A base das nuvens cumuliformesestá, em geral, abaixo de 1.500 metros, 
pois, raramente, o teor de umidade é tão baixo que permita que o ar seja elevado até 
esta altitude sem haver condensação. O topo, no entanto, pode estar a qualquer 
altitude, dependendo apenas do grau de instabilidade da atmosfera. As nuvens 
cumuliformes dividem-se em três tipos, dependendo do seu tamanho e aspecto: 
 
 
a) Cumulus de bom tempo ou, simplesmente, cumulus; 
b) Cumulus congestus ou pesados; e 
c) Cumulonimbus. 
 
O cumulus ou cumulus de bom tempo é uma nuvem pequena, vista 
comumente nas tardes de verão; sua altura, da base ao topo, não é maior que 1.000 
metros e nenhuma precipitação está a ela associada. 
O cumulus congestus já é uma nuvem maior; o seu topo poderá estar até 
3.000 ou 4.000 metros acima de sua base. Geralmente, não há precipitação decorrente 
de tal nuvem e, se isto vier a ocorrer, será sob a forma de pancadas, as quais podem 
se evaporar antes de atingir o solo. Um cumulus congestus poderá se degenerar, 
dando origem a pequenos cumulus, ou crescer cada vez mais e se transformar, 
rapidamente, num cumulonimbus com trovoadas. 
 
 
 173
8.8- processo de formação de nuvens com o ciclo hidrológico 
 
O ciclo hidrológico pode ser considerado como uma grande máquina de 
reciclagem da água, que atua continuamente e envolve as mudanças do estado 
sólido, liquido e gasoso. Chamamos de ciclo hidrológico, ou ciclo da água, à 
constante mudança de estado físico da água na natureza. O grande motor deste ciclo é 
o calor irradiado pelo sol (figura 8.16). 
 
 
A água da Terra - que constitui a hidrosfera - distribui-se por 
três reservatórios principais – os oceanos, os continentes e a 
atmosfera –, entre os quais existe uma circulação contínua – 
ciclo da água ou ciclo hidrológico. Este ciclo é responsável 
pela renovação da água no planeta. 
 
 
FIG-8.16 – Vista parcial de todas as etapas do ciclo hidrológico. Fonte. (Vital & Maia, 2002). 
 
Em seu incessante movimento na atmosfera e nas camadas mais superficiais 
da crosta, a água pode percorrer desde o mais simples até o mais complexo dos 
caminhos. 
 
 174
 
FIG-8.17 – Vista dos reservatórios principais dentro do ciclo hidrológico: 
Fonte. (Lobo & Soares, 2006). 
 
Denomina-se precipitação à descida de uma parcela do ar atmosférico sob a 
forma líquida e/ou sólida para níveis inferiores. Pode ocorrer sob a forma de chuva, 
chuvisco ou garoa, neve e granizo, ou uma combinação deles. 
 
 
FIG-8.18 – Vista global das etapas do ciclo hidrológico, em destaque a fase de precipitação: Fonte. 
(Miguens,1999). 
 175
 
 
Nem toda precipitação atinge a superfície terrestre, pois parte 
dela evapora-se em seu caminho descendente, ao encontrar 
maiores pressões e temperaturas. A precipitação ocorre 
quando o tamanho e o peso das gotas de água, das partículas 
e cristais de gelo, ou flocos de neve, são suficientes para 
romperem o equilíbrio entre a força da gravidade e as 
correntes de ar ascendentes. A precipitação constitui uma 
etapa do ciclo da água na natureza que é importante no 
equilíbrio térmico do planeta Terra. 
 
Segundo o Manual do Observador Meteorológico (1991) e o Manual de 
Meteorologia do Passadiço (1995), o caráter da precipitação ajuda muito na 
classificação das nuvens quanto à sua forma. Assim é que, precipitação leve, contínua 
e extensiva indica nuvens stratus, e a precipitação forte, descontínua, em pancadas, 
com ou sem trovões, indica nuvens cumuliformes. Às vezes, observam-se pancadas 
de chuvas fortes caírem de uma camada de nuvens estratiformes, mas isto significa 
que há nuvens cumuliformes na camada, porém, invisíveis para o observador. 
Entretanto, para Ayoade, (2006), a correlação entre a quantidade de nuvens e a 
precipitação nem sempre é alta ou confiável. Por exemplo, as áreas costeiras da 
Namíbia, Marrocos ou Peru, apresentam elevadas quantidades de nuvens, mas essas 
áreas recebem muito pouca precipitação. Ainda para esse autor, notáveis quantidades 
de chuva normalmente caem nos trópicos, das nuvens cumulonimbus, enquanto na 
região temperada uma precipitação considerável cais das nuvens nimbostratus e, no 
verão, dos cumulonimbus. 
Segundo Vasconcelos (2004), a formação de nuvens envolve um processo de 
expansão adiabática de um determinado volume de ar que ascende da atmosfera, por 
exemplo, evaporação de água no ciclo hidrológico. Neste processo não há 
transferência de calor. Ainda para esse autor, massas de ar deslocam-se verticalmente 
na atmosfera devido a fatores com relevo da superfície terrestre, o impacto com 
superfícies frontais e a convecção térmica. Quando um determinado volume de ar se 
eleva na atmosfera, ele sofre expansão, como consequência do decréscimo da pressão 
com altitude. Essa expansão é considerada adiabática, pois ocorre num tempo 
relativamente curto e o ar não é condutor de calor, não havendo trocas térmicas com 
ambiente. A energia utilizada nesse processo é energia interna do próprio volume de ar 
e como decorrência, há resfriamento. 
 176
À medida que o volume de ar sofre resfriamento, sua capacidade em reter o 
vapor de água decresce. Quando a pressão parcial do vapor de água torna-se igual à 
pressão parcial de saturação, inicia-se a condensação, visualizando-se a formação de 
nuvens (Vasconcelos, 2004). 
 
8.9- nevoeiro 
 
Para Vasconcelos (2004), os nevoeiros constituem-se num conjunto de 
partículas microscópicas de gotículas de água em suspensão, a altitudes muito 
próximas ao solo e têm a propriedade de reduzir sensivelmente a visibilidade Do 
mesmo modo que as nuvens, os nevoeiros são formados a partir de um volume de ar 
saturado de vapor de água. 
De acordo com Lobo & Soares, (2006), os nevoeiros se formam por 
saturação do ar e imediata condensação do excesso de umidade, ou seja, 
condensação do vapor de água que ultrapassa a capacidade do ar saturado na nova 
temperatura atingida. O que caracteriza o nevoeiro e o diferencia da nuvem, é que a 
formação do nevoeiro sempre ocorre na camada da atmosfera junto à superfície, 
superfície essa que afeta a temperatura do ar e propicia a formação de nevoeiro, como 
nos casos dos nevoeiros de radiação e advecção. Segundo Miguens (1999), os 
processos capazes de levar o ar úmido da superfície à saturação e, assim, produzir 
nevoeiro são dois: o resfriamento e o aumento da evaporação. 
 
 
O nevoeiro é, em síntese, uma nuvem que toca a superfície; uma 
nuvem cuja base esteja abaixo de 15m (50 pés) de altura é 
denominada de nevoeiro. O nevoeiro é formado pela 
condensação do vapor de água nas baixas camadas da 
atmosfera, reduzindo a visibilidade horizontal. É constituído de 
gotículas de água minúsculas em suspensão na atmosfera. Seu 
aspecto é branco leitoso ou acinzentado, dependendo da 
concentração de poluentes no ar. Em ambos os casos, pode-se 
sentir a umidade. 
 
Quando os nevoeiros são formados por partículas de dimensões inferiores a 
60 µµµµm contornam os objetos e não os molham. No entanto, quando são constituídos de 
partículas superiores a 60 µµµµm, há choque com as superfícies dos mesmos, molhando-
 177
os. Esses nevoeiros recebem a denominação de especial de neblina (Vasconcelos, 
2004). 
 
 
 
8.10- processo de formação de nevoeiros e o perigo que representa para o 
navegante. 
 
Uma coisa extremamente importante para o navegante é a visibilidade. De 
maneira geral, ninguém quer suspender e de repente ver que a visibilidade está a 
duzentos metros. É uma coisa que preocupa bastante e é extremamente importante 
por causa da segurança marítima envolvida. A definição formal é que a visibilidade é a 
maior distância do local ao objeto em condições convenientes. São vários os motivos 
pelos quais a visibilidade é afetada: formação de névoa, nevoeiro, espuma do mar, e 
poeira na costa quando venta principalmente perto de deserto. 
 
 
Quais são as classificações da visibilidade? 
a) Névoa: na névoa nós falamosque a visibilidade está acima de 
1 km, mas já existe restrição de visibilidade senão não 
haveria alerta; 
b) Nevoeiro: visibilidade abaixo de 1 km. 
 
 
Esse é o padrão internacional névoa acima de 1/2 MN (milhas 
náuticas ou milhas marítimas) e nevoeiro abaixo de 1/2 MN. 
 
A névoa pode ser tanto úmida quanto seca. Quando a umidade relativa estiver 
acima de 60%, nós chamamos de névoa úmida (esses processos são diferentes, 
obviamente). O que nós chamamos de névoa seca é principalmente poluição. 
Navegando junto à costa pode-se encontrar nevoeiro devido a processos 
poluentes, por exemplo, com vento de terra. São vários os processos de formação de 
nevoeiros, dos quais dois, que afetam os navegantes aqui na nossa área, serão 
mencionados com mais detalhes: 
 
 178
 
Segundo Miguens (1999), para sua formação, o nevoeiro requer 
condições especiais, tais como: 
a) Alta umidade relativa; 
b) Estabilidade atmosférica (ausência de correntes verticais); 
c) Resfriamento conveniente; 
d) Presença de núcleos de condensação; e 
e) Ventos fracos de superfície.. 
 
Há semelhança entre nuvens baixas e nevoeiro. A diferença é que a base do 
nevoeiro está a menos de 15 metros da superfície, enquanto que a base de uma 
nuvem baixa estará em uma altura maior. Com a ocorrência de ventos fortes, ou pelo 
aquecimento, o nevoeiro se dissipa, ou pode ocorrer sua ascensão, formando uma 
nuvem tipo stratus. O nevoeiro diminui a visibilidade para menos de 1 km; no caso de 
nevoeiro denso, a visibilidade pode ser reduzida a zero. Logo que for observada a 
ocorrência de nevoeiro, é necessário pôr em prática as medidas de segurança para 
navegação sob visibilidade restrita, especialmente aquelas estabelecidas pelos 
regulamentos internacionais, como o RIPEAM (Regulamento Internacional para 
Evitar Abalroamento no Mar) (Miguens,1999). 
 
Para Lobo & Soares (2006), os tipos mais comuns de 
nevoeiros são: nevoeiro de radiação (que ocorre normalmente 
sobre o continente) e o nevoeiro de advecção (que é o tipo 
mais frequente sobre o mar), sendo este último de especial 
interesse dos navegantes. 
 
O nevoeiro de radiação é formado pelo ar úmido em contacto com a 
superfície da Terra, que foi submetida a um resfriamento noturno por radiação. Em 
noites claras e calmas, o solo perde calor muito rapidamente. O ar em contacto com o 
solo é resfriado por condução; a umidade relativa aumenta, e ocorrem saturação e 
condensação, formando-se nevoeiro nas camadas próximas da superfície. Os 
nevoeiros de radiação não se formam normalmente sobre o mar, pois a superfície da 
água não sofre um grande resfriamento por radiação à noite (Miguens, 1999).. 
Porém, um vento que sopra de terra para o mar poderá transportar o nevoeiro 
de radiação para áreas marítimas costeiras, criando uma situação perigosa para a 
navegação marítima, especialmente para embarcações que se aproximam da costa, 
vindas de uma área de boa visibilidade e que, de repente, deparam-se com um banco 
espesso de nevoeiro. O nevoeiro de radiação é, então, o tipo mais comum de 
 179
nevoeiro terrestre, ou continental, pois no mar o resfriamento noturno é muito pequeno. 
Forma-se, normalmente, à tardinha ou de madrugada (Miguens, 1999). 
Ainda para esse autor, o nevoeiro de radiação forma-se nos lugares úmidos, 
normalmente após dia e noite límpidos, se o vento não é forte e o ar é estável. Essas 
condições são frequentes nos anticiclones. Ele começa a se dissipar à medida que os 
raios solares aquecem o solo, que, por sua vez, aquece o ar adjacente por condução. 
Como os demais nevoeiros, quando o vento se intensifica, tende a se dissipar, ou se 
elevar, tornando-se uma nuvem baixa. 
 
As condições favoráveis para a formação de nevoeiro de 
radiação são: 
a) Ar calmo, ou quase calmo; 
b) Céu claro; e 
c) Alta umidade relativa. 
 
A figura 8.19 mostra um nevoeiro de radiação formado sobre terra sendo 
conduzido para uma área marítima costeira, por um vento que sopra de terra para o 
mar, afetando a visibilidade na referida área. 
 
 
FIG-8.19 – Nevoeiro de radiação formado em terra e que se desloca para o mar: 
Fonte. (Miguens, 1999). 
 
No Rio de Janeiro acontece muito, principalmente no inverno, o nevoeiro por 
radiação. Pode ser visto de manhã: ele começa a se dissipar porque o vento começa a 
entrar um pouquinho, ele levanta e depois dissipa-se totalmente e o céu fica azul. Não 
se tem como predizer a hora que esse nevoeiro vai dissipar, por ser muito complexa e 
exclusivamente subjetiva essa avaliação. 
 180
Já o nevoeiro de advecção não tem hora para ocorrer, por isso os 
navegantes devem ter especial atenção nas condições propícias à formação de 
nevoeiros de advecção para não serem surpreendidos em situação adversa de má 
visibilidade ao retornarem com suas embarcações e demandarem o canal de acesso 
ao porto em condições de má visibilidade. Esse fenômeno ocorre comumente no 
final da tarde em dias em que a TSM está acentuadamente baixa em relação à 
temperatura da superfície do continente e, consequentemente, à temperatura do ar. Se 
as condições de circulação do vento e a umidade do ar forem propícias, o navegante 
poderá encontrar nevoeiro de advecção (Lobo & Soares, 2006). 
É recomendável ao navegante acompanhar a evolução e a tendência da 
circulação local, assim como a temperatura do ar sobre o continente e a TSM, e 
também a umidade relativa do ar sobre o continente, bem como a temperatura do 
ponto de orvalho do ar continental. Ter especial atenção à diferença entre a 
temperatura do ponto de orvalho e a TSM. As condições são propícias à formação 
de nevoeiro quando essa diferença é próxima de 1°C em mar aberto e 2°C 
próximo à costa, e a umidade relativa do ar for bem alta, algo como 95%. O 
conhecimento das condições propícias deixa o navegante mais seguro quanto à 
possibilidade da ocorrência ou não do fenômeno, uma vez que se as condições 
favoráveis não forem atendidas, o processo de formação de nevoeiro não ocorrerá. É 
também importante o ar estar estável, ou seja, sem movimento ascendente (Lobo & 
Soares, 2006). 
Segundo Miguens (1999), a previsão do nevoeiro de advecção consiste em 
estabelecer a trajetória do ar quente e úmido e estudar o resfriamento que este sofre 
em seu deslocamento. O nevoeiro de advecção pode ser muito denso e persistir por 
longos períodos. Na previsão do nevoeiro de advecção atentar, também, para que haja 
as seguintes condições propícias: o mar seja bem mais frio que o ar; o ar se desloque 
sobre isotermas cada vez mais frias, com velocidade moderada (vento moderado); 
elevada umidade relativa e grande estabilidade atmosférica. 
O nevoeiro de advecção ocorre muito na costa Sul do Brasil, e também em 
frente a Cabo Frio, no Rio de Janeiro, devido a uma massa de ar quente e úmida vindo 
do continente, vento de NW. Ele encontra essa água do mar mais fria e atinge a 
temperatura do ponto de orvalho em 100%. 
Ao longo da costa brasileira, existe a Corrente do Brasil, que é uma corrente de 
água quente vinda do Norte para o Sul e também temos, subindo pelo continente, a 
Corrente Falklands (Malvinas) com água fria. Então, o que acontece, e quem surfa 
 181
sabe disso, onde estiver chegando essa água fria próximo da costa vai formar esse 
tipo de nevoeiro: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e em Cabo Frio-RJ são regiões 
típicas de formação desses nevoeiros. Esse nevoeiro é bastante espesso, 
normalmente é de 100m, 200m a visibilidade, e uma situação que ocorre no Rio de 
Janeiro, onde há uma corrente de água fria na altura de Cabo Frio e, se persistir o 
vento de Leste por 2, 3 dias, essa água fria que está ali em Arraial do Cabo se desloca 
em direção à baía de Guanabara, tornando possível ver o nevoeiro entrando pela baía 
de Guanabara. 
 
 
 
 TT eess tt ee ddee aauu tt ooaa vvaa ll ii aa ççããoo ddaa UUnn iiddaa ddee 88 
 
 
1a Faça uma resenha sobre a grande importância do estudoda meteorologia como 
fator de segurança da navegação marítima e costeira 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
 
 
2a Como são realizadas as medidas de temperatura? 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
 182
3a A temperatura do ar varia também horizontalmente com a Latitude, conforme se 
desloca das baixas Latitudes, próximo ao equador, para as Latitudes médias e para as 
altas Latitudes, próximas aos polos, a temperatura à superfície irá diminuindo. 
Descreva a razão dessa variabilidade. 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
 
 
4a Como sabemos, as massas de ar terrestre, tanto aquecem como resfriam muita 
mais rapidamente do que as aquáticas. Assim, durante a noite, enquanto a água retém 
seu calor a terra o perde mais rapidamente para atmosfera (radiação terrestre). Essa 
variação de temperatura mais lenta pelas superfícies líquidas pode ser justificada por: 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
 
5a Conceitue de pressão atmosférica e umidade relativa do ar 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 183
6a Descreva o funcionamento dos barômetros de Hg e aneróide, respectivamente. 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
 
 
7a Explique uma das principais características da umidade do ar 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
 
 
8a Segundo o Manual do Observador Meteorológico, a umidade do ar é determinada 
em função de quais instrumentos? 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
 
 
9a Como a pressão atmosférica varia com a altitude? 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
 
 
10a Como são formados os ventos? 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
 
 
 184
11a Faça uma descrição breve da circulação atmosférica. 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
 
 
12a Como se formam, no nosso planeta, os centros de alta e baixa pressão? 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
 
 
13a Como as nuvens podem ser classificadas, segundo o padrão internacional? 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
 
 
14a Faça uma descrição sumária de dois tipos de nuvens, a seu critério 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
 
 185
15a Descreva a formação das nuvens cumulonimbus. 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
 
 
16a Faça um comentário geral acerca do ciclo hidrológico. 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
 
 
17a Como ocorrem as precipitações? 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
 
 
 186
18a Faça uma descrição breve do processo de formação de nevoeiros e qual o real 
perigo que esse fenômeno representa para a navegação marítima. 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 187
9. SISTEMAS SINÓTICOS E INFORMAÇÕES METEOROLÓGICAS 
 
Nesta unidade, você vai: 
 
 
���� Descrever o processo de formação de frentes, citando os 
tipos de frentes 
���� Descrever a circulação de ar e a nebulosidade observada 
durante a aproximação e passagem de frentes fria e quente 
���� Interpretar cartas sinóticas e boletins meteorológicos 
���� Interpretar imagens de satélites meteorológicos 
 
9.1- Descrição do processo de formação de frentes, citando os tipos de frentes 
 
Segundo Lobo & Soares (2006), denomina-se massa de ar uma grande 
quantidade de ar, cobrindo uma extensa região, que normalmente se caracteriza 
por sua temperatura horizontal, além de outros parâmetros como umidade. A 
fronteira entre as massas de ar quente e a fria, denomina-se superfície frontal, que é 
onde se observam as grandes alterações do estado do tempo. Essa superfície 
frontal se estende da superfície até os elevados níveis de altitude. A linha que a 
representa na superfície do solo e do oceano denomina-se frente. Então para o 
observador que normalmente está na superfície, frente significa a linha de 
separação entre duas massas de ar (figura 9.1). 
 
 
FIG-9.1 – No encontro de duas massas de ar de características diferentes (frias e quentes) identifica-se 
a superfície que delimita essas massas. A interceptação dessa superfície, denominada superfície frontal 
com o solo ou o oceano, é uma linha conhecida como frente (Fonte: BRASIL, DHN, 1991, modificada 
apud Lobo & Soares, 2006). 
 
 188
 
As frentes classificam-se em: 
a) Frias; 
b) Quentes; 
c) Oclusas; e 
e) Estacionárias. 
 
Diz-se que uma frente é fria quando a massa de ar que avança é mais fria do 
que a que se encontra em determinada região, isto é, a massa de ar frio se desloca 
para substituir uma massa de ar quente na superfície. O ar quente, mais leve, sobe 
quando empurrado pelo ar frio, formando na frente fria uma rampa abrupta, com 
inclinação forte. Assim, a faixa de mau tempo associada a uma frente fria é, em geral, 
mais estreita, embora mais rigorosa, do que a de uma frente quente. A frente fria 
apresenta formação de nuvens cumuliformes, com chuvas em forma de pancadas 
moderadas a fortes e trovoadas. Quando a massa é muito seca, pode não apresentar 
nebulosidade e suas tempestades são apenas relacionadas a ventos fortes (Miguens, 
1999). Quando o deslocamento da frente fria é lento, as mudanças não ocorrem tão 
bruscamente, mas sim lenta e gradativamente, formando nuvens estratiformes, que 
ocasionam precipitação contínua e persistente. 
 
 
FIG-9.2 - Sentido do deslocamento de uma Frente Fria: Fonte. (Miguens, 1999). 
 
A frente quente ocorre quando há substituição do ar frio pelo ar quente à 
superfície. Na frente quente, então, o ar quente se desloca contra a massa de ar frio; 
como o ar quente é mais leve, a frente quente eleva-se sobre a massa de ar frio, 
formando uma rampa suave, com menor inclinação. Por isso, o mau tempo associado a 
uma frente quente, embora menos rigoroso, estende-se normalmente em uma faixa 
mais larga que nas frentes frias. Na região que precede a frente quente, vai ocorrendo 
uma lenta queda de pressão atmosférica, com o desenvolvimento de nuvens altas 
 189
(cirrus, cirrocumulus, cirrostratus), com cirrus presentes até cerca de 500 km 
adiante da frente (Miguens, 1999). 
 
 
FIG-9.3 – Sentido do deslocamento de uma frente quente: Fonte. (Miguens, 1999). 
 
Uma frente oclusa é formada quando uma frente fria alcança uma frente 
quente e uma das duas frentes, quente ou fria, deixa de ter contacto com o solo, para 
elevar-se sobre a superfície da outra. A frente oclusa, assim, é proveniente do 
encontro de uma frente fria com uma frente quente; as frentes oclusas estão, em 
geral, associadas às circulações ciclônicas. Na região em que se forma a oclusão, 
observa-se a existência de três massas de ar de natureza diferente: uma quente, uma 
fria, e uma terceira mais fria ou mais quente do que as outras duas (Miguens, 1999). 
 
 
FIG-9.4 – Frentes Oclusas. As frentes frias normalmente deslocam-se na direção SE no HN e na direção 
NE no HS. Como a frente fria pode caminhar bem mais rápida que a frente quente é possível 
desencadear a oclusão, suspendendo a frente quente. A oclusão mais comum é a do tipo fria que ocorre 
 190
quando o ar que chega é mais frio que o ar fresco que já está na região. Fonte: (England,1973 apud 
Lobo & Soares, 2006). 
 
As frentes estacionárias ocorrem quando não se observa deslocamento da 
superfície frontal, que se mantém fixa, não havendo, assim, substituição do ar à 
superfície. Nessa situação, os ventos são paralelos à frente em ambos os lados, porém 
de direções opostas. Sua tendência é se dissipar, num processo de frontólise, se não 
vier a receber um reforço de uma massa de ar (geralmente fria), para reiniciar o seu 
deslocamento. 
 
 
FIG-9.5 – Circulação e Nebulosidade na Frente Estacionária (HN). A frente estacionária em ambos os 
lados apresenta ventos à superfície essencialmente paralelos à frente e frequentemente uma larga 
região de nebulosidade e precipitação ou neve no lado frio da frente. As nuvens estratificadas e a 
precipitação reSultam da ascensão do ar quente ao longo da superfície frontal de suave inclinação. 
Fonte: (Moran, 1994 apud Lobo & Soares, 2006). 
 
 
9.2- descrição da circulação de ar e a nebulosidade observada durante a 
aproximação e passagem de frentes frias e quentes 
 
Segundo Lobo & Soares (2006), a formação de uma frente fria está 
normalmente associada à formação de uma região de baixa pressão, na junção das 
áreas onduladas da frente fria e da frente quente. Nessa região de depressão a 
 191
circulação ciclônica é intensificada. A frente fria, nesse trecho, move-se mais rápida 
que a frente quente. As duas frentes se juntam nessa região, no processo 
denominado oclusão. No momento em que a oclusão se inicia, a circulação ciclônica 
está com sua intensidade máxima. À proporção que a oclusão continua avançando, a 
circulação ciclônica nessa região diminui e, consequentemente, a área de baixa 
pressão se enfraquece. O movimento frontal fica mais lento, reduzindo a ondulação e 
tornando-se outra vez uma simples frente estacionária, em equilíbrio, como visto na 
figura 9.6, enquanto o centro de baixa pressão desaparece. 
 
 
FIG-9.6 – Circulaçãodo Ar na Frente (HN): O navegante observa que os ventos na superfície têm 
direções distintas antes e depois da frente. Na frente fria, o ar frio sopra na direção da frente, enquanto 
que o ar quente sopra na direção paralela à frente, ao mesmo tempo em que tem movimento 
ascendente, reSultando em nuvens e precipitações limitadas a uma estreita faixa adiante da frente. Para 
facilitar a clareza da figura, a seção vertical apresenta medidas consideravelmente exageradas. Fonte: 
(Moran,1994, apud Lobo & Soares, 2006). 
 
Uma frente fria apresenta acentuada inclinação da superfície frontal, 
reSultando em intensa atividade convectiva, em estreita faixa de nebulosidade ao 
longo da frente (figuras 9.7). 
 
 192
 
FIG-9.7 – Nebulosidade na frente fria: A frente fria tem como característica acentuada inclinação da 
superfície frontal, propiciando intenso movimento convectivo do ar quente e úmido que, ao atingir o nível 
de condensação e a temperatura do ponto de orvalho, inicia a formação de nuvens de desenvolvimento 
vertical (Cb), reSultando, ao longo de toda extensão, 
a frente fria, uma estreita faixa repleta de conglomerados de cumulonimbus. Fonte: (Lobo & Soares, 
2006). 
 
É interessante ressaltar que o navegante sujeito aos efeitos 
meteorológicos de uma depressão extratropical observa 
ventos fortes e mar agitado, principalmente durante a estação 
de inverno. Recomenda-se que o navegante acompanhe a 
passagem da frente pela indicação da variação dos 
parâmetros, pressão atmosférica, temperatura do ar e direção 
do vento, nas fases de aproximação e de passagem da frente:. 
 
 
Na aproximação da frente fria: 
a) A pressão do ar cai; 
b) A temperatura do ar aumenta; 
c) O vento predominante sopra no HS do quadrante Norte, 
normalmente NW ou N, e no HN de SW ou S; 
d) A nebulosidade aumenta com surgimento no horizontal de 
topo de Cumulonimbus, ou seja, nuvens Cirrus, tipo em garras 
ou rabo de galo. 
 
 
Após a passagem da frente fria: 
a) A pressão atmosférica aumenta; 
b) A temperatura do ar cai; 
c) A direção do vento predominante no HS do quadrante Sul, 
normalmente SW, e no HN é de NW; 
d) A visibilidade é reduzida durante as pancadas de chuvas e; 
e) Observam-se trovoadas. 
 
 193
Quando o deslocamento da frente fria é lenta, as mudanças não ocorrem tão 
abruptamente, mas lenta e gradualmente, formando nuvens estratiformes que 
ocasionam precipitação contínua e persistente. Da mesma forma, quando a massa de 
ar quente é muito seca, não se observa nebulosidade, estando o mau tempo 
relacionado apenas a ventos fortes (Lobo & Soares, 2006). 
A formação de frente quente ocorre quando há substituição do ar frio pelo ar 
quente à superfície do solo ou do oceano. Uma frente quente apresenta suave 
inclinação da superfície frontal, reSultando em fraca atividade convectiva, em larga 
faixa de nebulosidade ao longo da frente (figuras 9.8 e 9.9). 
 
 
 
FIG-9.8 – Circulação do Ar na Frente Quente (HN): Na frente quente o ar quente sopra na direção da 
frente, ao mesmo tempo em que ascende suavemente, enquanto que o ar frio recua, reSultando em 
nuvens estratificadas e precipitação do lago do ar frio. Fonte: (Moran, 
1994 apud Lobo & Soares, 2006). 
 
 194
 
FIG-9.9 – Nebulosidade na Frente Quente: A frente quente tem como característica suave inclinação da 
superfície frontal, propiciando gradual ascensão do ar quente em formação de nuvens estratificadas 
como stratus, nimbostratus, a altostratus, cirrostratus e cirrus, ao longo da superfície frontal, no lado do 
ar frio, em uma extensa região Fonte: (Lobo & Soares, 2006). 
 
Observa-se a seguinte variação dos parâmetros meteorológicos. 
 
 
Na aproximação da frente quente: 
a) Nebulosidade estratiforme, numa extensa faixa, ocasionando 
precipitação leve e contínua ou garoa; 
b) A pressão cai lentamente durante bastante tempo; 
c) A temperatura do ar se mantém quase constante; 
d) O vento é fraco, e sopra no HS de NE e no HN de SE; e 
e) A visibilidade é boa até o início da garoa ou chuva. 
 
 
Após a passagem da frente quente: 
a) A pressão atmosférica diminui; 
b) O vento predominante sopra no HS de NW e no HN de SW; e 
c) A temperatura do ar aumenta. 
 
 
9.3- interpretação de cartas sinóticas e boletins meteorológicos 
 
As Cartas sinóticas de pressão atmosférica referentes à superfície são 
importantes para a avaliação do estado do tempo presente e por isso o seu valor para 
a análise de sua evolução e a consequente previsão do tempo para as próximas horas 
na região de interesse do navegante. As Cartas sinóticas de previsão à superfície são 
transmitidas por fac-símile ou internet, dispondo de receptor apropriado, recebendo as 
informações na forma gráfica (Lobo & soares, 2006). Sugere-se que o navegante 
 195
tenha pelo menos as 3 últimas Cartas sinóticas para que ele tenha uma idéia da 
evolução das frentes e outros sistemas. Essas Cartas são feitas duas vezes por 
dia com intervalos de 12 h. 
A conSulta à Carta sinótica de pressão do ar referente à superfície 
normalmente é realizada quando há deslocamento de massa de ar frio para a direção 
da região tropical, em que a configuração da frente fria apresentada se mostra na 
forma de uma linha quase perpendicular ao litoral Sul do Brasil. Ao mesmo tempo em 
que a frente fria vai se deslocando ao longo da costa Sul e sudeste, vai se afastando 
da direção do oceano. Quando as frentes frias atingem as Latitudes da Bahia, 
praticamente estão paralelas à costa e bastante afastadas do litoral, afetando as 
embarcações que estiverem navegando em alto mar. 
 
 
 
As particularidades de um campo isobárico que devem ser 
usadas no trabalho de prognóstico do tempo são: 
a) A distância entre os centros de anticiclones e ciclones; 
b) A diferença de pressão entre os anticiclones que determinam 
o sistema frontal 
c) Mais próximo do navio e que influenciará no tempo local; e 
e) O gradiente isobárico de cada sistema de pressão que 
constitui o estado da atmosfera local. 
 
A simbologia para representação dos parâmetros nas Cartas sinóticas está 
mostrada na figura 9.10. 
 196
 
FIG-9.10 – Visualização dos parâmetros utilizados nas castas sinóticas de pressão a superfície. 
A distância média entre os centros de pressão é dada pela evolução típica do 
tempo fornecida pelos órgãos que fazem o trabalho de Climatologia. Quanto mais 
próximos estiverem os centros de pressão, mais forte será o vento. 
A diferença de pressão entre os anticiclones que determinam um sistema 
frontal indica o caráter de movimento do sistema, que pode ser enquadrado em um dos 
casos: velocidade alta, média ou baixa. 
O gradiente de pressão é representado pela distância entre as isóbaras, e 
determina a intensidade do vento, que pode ser calculada através escala do vento 
 197
geostrófico inserida nas Cartas sinóticas, onde são apresentados os sistemas 
isobáricos. 
Quanto mais estreito for o espaçamento entre as isóbaras, maior será o 
gradiente de pressão e, portanto, maior será a intensidade do vento. Como sabemos os 
ventos não sopram exatamente paralelos às isóbaras, formando ângulos de 20º a 30º 
para dentro, na direção dos centros de baixa pressão; nos anticiclones, os ventos 
fazem um ângulo maior para fora com as isóbaras. 
 
FIG-9.11 – Modelo de uma Carta sinótica de pressão à superfície. 
O Boletim Meteorológico para Navios é transmitido em “broadcast” por 
estações de rádio, a intervalos regulares. Os detalhes de horários, frequências, 
potências, etc. encontram- se em publicações da OMM (Organização Meteorológica 
Mundial) e, também, em publicações especiais das nações marítimas que fazem as 
irradiações. No caso do Brasil, existe a Lista de Auxílios-Rádio, publicada pela Diretoria 
de Hidrografia e Navegação (Miguens, 1999). 
 
 198
 
As partes que constituem o Meteoromarinha são: 
a) Parte I – avisos de mau tempo (também informados por 
Avisos aos Navegantes); 
b) ParteII – resumo descritivo do tempo; 
c) Parte III – previsão do tempo para as áreas de 
responsabilidade do país que emite; 
d) Parte IV – análise sinótica da Carta de superfície que deu 
origem ao boletim, em forma resumida e codificada (código 
FM46-IV IAC FLEET da OMM, “International Analisys Code for 
Marine Use IAC-FLEET”, modelo DHN 5911); 
e) Parte V – mensagens “SHIP” significativas, transmitidas por 
navios (código FM - 13-XI SHIP da OMM, modelo DHN 5934); 
ff)) Parte VI – mensagens “SYNOP” de estações de terra 
significativas (código FM-12-XI SYNOP da OMM, modelo DHN 
5934). 
 
As partes I, II e III são transmitidas em linguagem clara, em português, e 
repetidas em inglês, após a parte VI. 
 
 
Os avisos de mau tempo são emitidos quando uma ou mais das 
seguintes condições meteorológicas estejam previstas: 
a) Vento de força 7 ou acima, na escala Beaufort (intensidade de 
28 nós ou mais); 
b) Ondas de 4 m ou maiores, em águas profundas (mar de 
grandes vagas ou vagalhões); e 
c) Visibilidade restrita a 2 km, ou menos 
 
O compromisso internacional que nós atendemos é produzir e divulgar análises 
e previsões meteorológicas para a área marítima de responsabilidade do Brasil, a fim 
de atender aos compromissos assumidos perante a comunidade marítima, como 
integrante da Convenção Internacional para Salvaguarda da Vida Humana no Mar 
(SOLAS). 
Nav-área VII vai desde o limite Norte até o nosso limite Sul; então, o Brasil é 
responsável por esta área. 
 
ALFA Do Arroio Chuí ao Cabo de Santa Marta 
BRAVO Do Cabo de Santa Marta ao Cabo Frio (Oceânico) 
CHARLIE Do Cabo de Santa Marta ao Cabo Frio (Costeira) 
DELTA Cabo Frio a Caravelas 
ECHO De Caravelas a Salvador 
 199
FOXTROT De Salvador a Natal 
GOLF De Natal a São Luiz 
HOTEL De São Luiz ao Cabo Orange 
NOVEMBER Norte Oceânica (Oeste de 020°W, de 7°N a 15° S) 
SIERRA Sul Oceânica (Oeste de 020°W, de 15°S a 36°S) 
TAB-9.1 
 
Cada área pode ainda ser subdividida em parte Norte ou Sul e parte Leste ou 
Oeste para melhor identificar as variações do tempo dentro da mesma região. 
 
FIG-9.12 – Áreas de Previsão Meteorológica: Fonte: (Miguens, 1999). 
Além da Carta meteorológica por “fac-símile” (que também pode ser recebida 
pela INTERNET) e do meteoromarinha, o CHM também transmite o Boletim de 
Previsão para Áreas Portuárias e o Boletim Especial de Previsão do Tempo 
(Miguens, 1999). 
O boletim de previsão para áreas portuárias fornece as condições 
meteorológicas previstas para as proximidades de um porto. É redigido em linguagem 
clara e, normalmente, transmitido por radiotelefonia, contendo as seguintes 
 200
informações: área abrangida e data-hora (HMG) do término do período de sua 
validade; aviso de mau tempo; previsão do estado do tempo; previsão do estado do 
céu; previsão dos ventos predominantes; previsão de ondas; e previsão de visibilidade 
e da tendência da temperatura. 
O boletim especial de previsão do tempo, emitido pelo CHM mediante 
solicitação do interessado, fornece previsões meteorológicas para uma área marítima 
bem definida e para finalidades específicas, tais como operações de reboque, socorro 
e salvamento; deslocamento de plataformas de petróleo, regatas oceânicas, operações 
militares e outras atividades que, por sua peculiaridade, exigem informações 
detalhadas que, normalmente, não constam dos boletins meteorológicos padrões. A 
forma e o conteúdo das previsões especiais obedecem, de maneira geral, aos modelos 
das Partes I, II e III do Meteoromarinha (Miguens, 1999). 
 
 
9.4- interpretação de imagens de satélites meteorológicos 
 
Os centros de previsão do tempo, como também os navegantes, trabalham 
com o recurso de grande precisão que são imagens de satélites meteorológicos. Essa 
ferramenta, de grande utilidade principalmente em áreas carentes de informação como 
aquelas sujeitas à influência de fenômenos extratropicais (frente fria), são obtidas por 
satélites geoestacionários que fornecem uma visão circular de uma face da terra ou 
descrevem ao longo do meridiano superior do local sua órbita polar, respectivamente 
(Lobo & Soares, 2006). Nos oceanos, normalmente, tem-se menos observações 
meteorológicas a superfície do que nos continentes, então as imagens cobrindo o 
oceano e o mar costeiro nos ajudam a identificar os elementos e fenômenos que estão 
ocorrendo no instante da imagem e sua respectiva evolução. 
 
 
Na imagem IR, as partes bem brancas indicam a presença de 
grandes nuvens Cumulonimbus (Cb) tão comuns em frentes 
frias, tormentas tropicais e tempestades isoladas. 
 
Os Cumulonimbus que provocam trovoadas, relâmpagos, e fortes precipitações 
associadas a fortes ventos aparecem nas imagens IR como regiões bem brancas, 
diferenciando-as das regiões menos brancas ou cinzasclara, cinzaescuras ou cor 
escura. Quanto menos clara a imagem IR, menor é a espessura da nuvem 
 201
representada, indicando que a nuvem não é Cumulus e sim Stratus. E quanto menos 
claro aparece um Stratus mais baixo ele está. Os Cirrus aparecem bem mais brancos 
que os baixos Stratus. Normalmente, pela intensidade do branco nas imagens IR, 
identifica-se primeiro o Cumulonimbus (Cb), os Cirrus, os baixo Stratus ou pequenos 
Cumulus e a superfície do oceano ou continente (Lobo & Soares, 2006).. 
 
 202
 
 
 TT eess tt ee ddee aauu tt ooaa vvaa ll ii aa ççããoo ddaa UUnn iiddaa ddee 99 
 
 
1a Descreva a formação das frentes frias, quentes, estacionárias e oclusas. Faça uma 
pesquisa e responda por que a ocorrência de frente fria, tanto no hemisfério Norte 
como no hemisfério Sul, está associada a qual aspecto da configuração isobárica. 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
2a Descreva quais as informações obtidas na aproximação e após a passagem de uma 
frente fria e quente. 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
 
 203
3a Qual a importância das Cartas sinóticas para a navegação marítima? 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
 
4a Quais as partes que compõem a Meteoromarinha? 
______________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
 
5a O que são Boletim de Previsão para Áreas Portuárias e o Boletim Especial de 
Previsão do Tempo? 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
 
6a Como ocorrem as interpretações de imagens de satélites meteorológicos? 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
 
 
 204
Chave de respostas do teste de autoavaliação das Unidades 1 e 2 
 
1. Muito utilizada nas navegações por permitirem medições exatas das 
coordenadas geográficas, as Projeções de Mercator são representações, em um plano 
(o do papel) da superfície da Terra. 
 
2. a) São semicírculos máximos imaginários da esfera terrestre, limitados pelos 
polos geográficos. 
 b) São intercessões da superfície de uma esfera com um plano que a secciona, 
passando-lhe pelo centro. 
 c) são círculos imaginários da esfera terrestre, originados da intercessão da 
superfície dessa esfera com planos perpendiculares ao seu eixo de rotação. 
 d) é o arco de meridiano contado desde o equador até o paralelo, de zero a 
noventa graus, para o norte ou para o sul. 
 e) é o arco de equador medido desde o Meridiano de Greenwich (Primeiro 
Meridiano) até o meridiano do lugar, ou do observador. 
 
3. Prática na Carta Náutica (de a a f). Enviar respostas pelo correio eletrônico, citando 
o número da carta náutica utilizada. 
 
4. Prática na Carta Náutica. Enviar respostas pelo correio eletrônico, citando o número 
da carta náutica utilizada. 
 
5. Prática na Carta Náutica. Enviar respostas pelo correio eletrônico, citando o número 
da carta náutica utilizada. 
 
6. Correções nas Cartas são feitas pelo acompanhamento da publicação quinzenal 
Avisos aos Navegantes (Notices to Mariners), de onde são retiradas as alterações, que 
podem ser permanentes ou temporárias. As alterações são feitas porque as Cartas 
Náuticas que não são corrigidas tornam-se inconfiáveis e podem ser causadoras de 
acidentes por apresentarem informações desatualizadas e, por isso, erradas. 
 
 205
7. As Cartas Náuticas: 
- Devem ser guardadas estendidas em gavetas de tamanhos apropriados, de modo à 
nunca dobrá-las. 
- Devem ser ordenadas numericamente e separadas por regiões, de maneira a facilitar 
suas consulta, uso e MANTIDAS ARRUMADAS. 
- Não devem ser furadas com o compasso. 
- Devem ser escritas e traçadas unicamente com lápis e grafite macios (2B) de modo a 
não deixá-las marcadas. Apenas usar tintas para correções permanentes. 
- Devem ser apagadas com borracha macia. 
 
 206
 
Chave de respostas do teste de autoavaliação da Unidade 3 
 
1. a) Rumo de uma embarcação é o arco de horizonte contado, de zero a trezentos e 
sessenta graus, desde o Norte até a proa da embarcação, no sentido crescente da 
Rosa dos Ventos. 
b) Linha de Visada é o segmento da reta que une o olho do observador e o objeto por 
ele avistado. 
c) Marcação de um alvo é o arco de horizonte contado desde o norte do horizonte até a 
linha de visada do alvo. 
d) Norte Verdadeiro é o ponto cardeal do horizonte definido pela sua intercessão com o 
vertical norte. 
e) Norte Magnético é o ponto do horizonte definido pela sua intercessão com a direção 
norte do campo magnético local. Norte da Agulha é o ponto do horizonte definido pela 
sua intercessão com a linha de visada do norte mostrado na Rosa dos Ventos dessa 
agulha. 
 
2. Rv = 014º e Rmg = 016º. 
 
3. Rag = 331º e Rmg = 328º. 
 
4. a) Marcação Verdadeira de um alvo é o arco de horizonte medido desde o norte 
verdadeiro até a linha de visada do alvo, de 000o a 360º, no sentido crescente da Rosa 
dos Ventos. 
b) Marcação Magnética de um alvo é o arco de horizonte medido desde o norte 
magnético até a linha de visada do alvo, de 000o a 360º, no sentido crescente da Rosa 
dos Ventos. 
c) Marcação da Agulha de um alvo é o arco de horizonte medido desde o norte da 
agulha até a linha de visada do alvo, de 000o a 360º, no sentido crescente da Rosa 
dos Ventos. 
 207
d) Marcação Relativa de um alvo é o arco de horizonte medido desde a proa da 
embarcação até a linha de visada do alvo, de 000o a 360º, no sentido crescente da 
Rosa dos Vento. 
e) Marcação Polar é o arco de horizonte medido desde a proa da embarcação até a 
linha de visada do alvo, de 000o a 180º, para boreste (BE) ou para bombordo (BB). 
 
5. Mmg =025º e Mag = 025º. 
 
6. Nó é unidade de velocidade, Milha e Jarda e Polegada são unidades de distância. 
Um (1) Nó é a velocidade equivalente a uma (1) Milha pó Hora. 
 
As principais equivalências entre as medidas lineares usadas em Náutica são: 
 1 polegada = 2,54 centímetros 
 1 pé = 30,4799 centímetros 
 1 jarda = 0,914399 metro 
 1 milha marítima = 1,852 quilômetros 
 1 centímetro = 0,39370113 polegada 
1 metro = 39,370113 polegadas = 3,28084 pés = 1,093614 jardas 
7. Cada grau tem sessenta minutos de arco (60’) e cada minuto de arco do Equador 
Terrestre mede uma Milha Náutica ( 1 M). 
8. 15º15.7 
9. 04º08’95 N 
10. Hora Estimada de Chegada, ou Estimation Time of Arrived, ETA, É o instante 
previsto para a chegada, expresso em Dia, Hora e Minuto. 
11. Posição Verdadeira de uma embarcação é a posição determinada por método(s) 
que não deixa(m) dúvida sobre sua veracidade. Posição Estimada é a fundamentada 
na Cinemática, que leva em conta s distância, o tempo e a velocidade, sem considerar 
a influência de vento e corrente. 
 208
 
Chave de respostas do teste de autoavaliação da Unidade 4 
 
1. - Modificações constantes nas profundidades 
- Sinalização constantemente alterada por influencia de correntezas e do homem 
- Acidentes geográficos e hidrográficos peculiares e frequentes (remansos, 
correntezas, etc.) 
- construções, pelo homem, de acidentes que peculiarizam a navegação, como pontes, 
eclusas, etc. 
 
2. - Ecobatímetro e Prumo de Mão – para sondagens 
- Radar (para controlar o próprio movimento da embarcação, e as distâncias a alvos e 
perigos potenciais) 
- VHF (para garantir a comunicação com terra e outras embarcações na área) 
- Cartas Náuticas, Lista de Faróis, Roteiros, Lista de Auxílio-Rádio e Avisos aos 
Navegantes atuais. 
 
3. Além daquelas que constam em todo o Balizamento de Hidrovias, do Código 
Internacional de Sinais e do RIPEAM, devem ser constantemente usadas as REGRAS 
PARA NAVEGAÇÃO EM ÁGUAS RASAS e as regras que dizem respeito a 
INTERAÇÃO ENTRE EMBARCAÇÕES. 
 
4. O princípio de funcionamento do radar é o da emissão e recepção de ondas que 
transforma em imagens, mostradas em uma tela (Plan Position Indicator-PPI) os ecos 
recebidos. 
 
5. Marcação (com relativa precisão) de alvos e Distância (com grande precisão). 
 
6. Unindo sucessivos pontos, com lápis de cera, na própria tela do Radar, ou plotandotais pontos (com suas marcações e distâncias a um mesmo ponto,que representa a 
sua própria embarcação) e unindo-os no papel, que pode ser uma Folha de Plotagens. 
 
 209
7. Há rota de colisão quando o valor de sucessivas marcações do mesmo alvo 
permanece inalterado ou variando pouco. 
 
8. O Ecobatímetro destina-se a medir a distância do casco da embarcação ao fundo do 
local em que ela flutua. Seu princípio de funcionamento é baseado na medição da 
distância percorrida por uma onda sonora ao se propagar na água, conhecida a 
velocidade de propagação e o tempo decorrido entre sua emissão e a recepção de seu 
eco. 
 
9. Muito comum na região amazônica, um comboio de balsas visa a substituição, com 
certas vantagens, dos navios: com pouco calado, baixo custo de tripulação e de 
manutenção, aproveitam a condição de navegar em águas calmas para “amarrar”, de 
forma segura, as balsas entre si e propulsioná-las através de um “empurrador”, 
também “amarrado” seguramente ao comboio, geralmente através de cilindros de aço 
com deslocamento pneumático. 
 
10. a 16. – Questões que devem ser pesquisadas pelo aluno, que deverá remeter as 
respostas para a caixa postal (E-Mail) vivekananda@hotmail.com . 
 
 
 210
 
Chave de respostas do teste de autoavaliação da Unidade 5 
 
 
Questões 1. a 4. – Devem ser respondidas, depois de consultados os apontamentos 
e outras fontes. As respostas deverão ser enviadas para jvivekananda@hotmail.com . 
 
 
 
Chave de respostas do teste de autoavaliação da Unidade 6 
 
Questões 1. a 7. – Devem ser respondidas, depois de consultados os apontamentos 
e outras fontes. As respostas deverão ser enviadas para jvivekananda@hotmail.com . 
 
 
 
 
Chave de respostas do teste de autoavaliação da Unidade 7 
 
 
Questões 1. a 3. – Devem ser respondidas, depois de consultados os apontamentos 
e outras fontes. As respostas deverão ser enviadas para jvivekananda@hotmail.com . 
 211
 
Chave de respostas do teste de autoavaliação da Unidade 8 
 
1. No estágio atual de desenvolvimento científico e tecnológico, os profissionais de 
meteorologia estão capacitados a produzir diariamente informação de previsão 
do tempo de ótima qualidade. Sendo assim, é de fundamental importância que 
os navegantes, usuários desses produtos, estejam qualificados para interpretar 
as informações recebidas a bordo e, então, serem capazes de tomar decisões 
seguras e firmes para minimizar os efeitos do mar agitado sobre a embarcação, 
a carga e a tripulação. 
2. A medida da temperatura do ar é de grande importância no estudo da 
meteorologia. Esta medida é feita por meio de termômetros, graduados em 
graus centígrados (ou Celsius) ou em graus Fahrenheit. Ambas as escalas têm 
como referências o ponto de congelamento e o ponto de ebulição da água, com 
a temperatura de congelamento em 0ºC ou 32ºF, e a temperatura de ebulição 
em 100ºC ou 212ºF O comportamento do ar na atmosfera segue perfeitamente 
as leis da física para os gases. Descreve esse comportamento. 
3. A razão encontra-se na variabilidade da distribuição de energia proveniente da 
radiação solar, fato esse acentuado pela variabilidade sazonal do angulo de 
incidência dos raios solares e também pelo albedo das superfícies cobertas de 
neve. Esta variação horizontal de temperatura com a latitude mantém um 
gradiente horizontal de temperatura, que favorece a circulação geral das 
massas de ar frias e quentes e consequentemente os sistemas de frentes frias e 
quentes 
4. a) As superfícies das águas absorvem apenas cerca de 60% da radiação solar 
enquanto as superfícies terrestres absorvem 80 a 90%; e b) O calor específico 
da água é quatro vezes maior o que da terra. 
5. Por definição, pressão atmosférica é a força exercida pelo peso da atmosfera 
sobre uma área unitária. Assim a pressão à superfície é o peso de toda a coluna 
de ar acima. Já a pressão a uma determinada altitude é o peso da coluna de ar 
acima dessa altitude. A umidade relativa é um termo geral que descreve o 
conteúdo de vapor de água existente no ar atmosférico. O aquecimento ou o 
resfriamento da água causa sua mudança de um para outro de seus três 
estados: sólido, líquido e gasoso (vapor de água). 
6. O barômetro de mercúrio dispõe de um tubo vertical de vidro contendo 
mercúrio, a altura da coluna líquida, neste tubo, exprimirá o valor da pressão, 
embora este instrumento não seja, normalmente, utilizado para consultas e 
leituras rotineiras, servindo apenas para aferições mais frequentes e controle do 
 212
barômetro aneróide (visto ser de alta precisão). Em um barômetro aneróide, o 
elemento sensível consta de uma série de câmaras metálicas ocas, que se 
deformam pela ação da pressão. Esta deformação transmite-se a um ponteiro, 
que indica o valor da pressão em um mostrador graduado. Os barômetros 
aneróides são instrumentos compactos, resistentes e bastante convenientes 
para uso a bordo, embora não tenham uma precisão tão alta como os 
barômetros de mercúrio. 
7. Uma das principais características da umidade do ar é armazenar e transportar 
para outras regiões elevadas quantidades de energia e ser o elemento principal 
de suporte de energia dos fenômenos meteorológicos de extraordinária 
intensidade como as tormentas tropicais, furacões e tempestades 
8. A umidade do ar é determinada por meio de higrômetros e psicrômetros. 
9. Se subirmos uma montanha de 1.000 m de altura, a quantidade de ar que está 
sobre nossa cabeça diminui, logo, a pressão atmosférica também diminui com 
relação a altitude. Quanto mais subimos em direção às outras camadas 
atmosféricas, menor será a pressão atmosférica. Como são formados os 
ambientes de baixa e alta pressão atmosférica. 
10. Os ventos são produzidos na atmosfera por influência de gradiente de pressão, 
pelo movimento de rotação da Terra, pela força centrífuga que se opõe ao seu 
movimento, além do atrito sobre grades superfícies como solos e oceanos. 
11. Na região do equador o aquecimento é muito intenso e as pressões são baixas, 
o ar à volta converge em uma estreita faixa, formando em superfície a zona de 
convergência intertropical e ascende dando início à Célula de Hadley, onde o ar 
descende próximo ao subtrópico gerando, em superfície, os cinturões de alta 
pressão. O ar, ao se deslocar dos subtrópicos para o equador, sofre a ação 
deflectiva devido à força de Coriolis, gerando assim, em superfície, ventos de 
direção NE no hemisfério Norte e direção SE no hemisfério Sul, os chamados 
ventos Alísios. Entre aproximadamente 300 e 600 de latitude, a pressão e os 
modelos de vento tornam−se mais complexos. O cinturão entre estas latitudes é 
uma zona de conflito entre massas de ar com diferentes características. Massas 
de ar frio e seco movem−se dentro desta região, aquecendo em direção ao 
equador. Essas massas formam as frentes polares. Nos polos o ar é 
intensamente frio. Como resultado, altas pressões ocorrem, espiralando os 
ventos em volta dos anticiclones polares criando superfícies de vento, em geral 
de direção leste, conhecidas como ventos polares de leste, que devido à 
deflecção têm direção média de SE no hemisfério Sul e NE no hemisfério Norte. 
12. É interessante observar que, se devido ao movimento horizontal do ar, houver a 
substituição gradual do ar de determinada região por outro mais frio, a pressão 
dessa região indicará uma variação positiva. Pode-se dizer que nessa região 
passa-se a observar uma alta pressão. No caso de haver a substituição gradual 
do ar de uma área específica por outro, mas quente, a pressão dessa região 
 213
apresentará uma variação negativa, ou seja, a pressão diminuirá. Neste caso, 
pode-se dizer que nessa região passa-se a observar uma baixa pressão. 
13. As nuvens classificam-se, segundo padronização internacional, em dez tipos, 
dependendo da altitude da base da nuvem. Estes dez tipos de nuvens dividem-
se em: altas, médias e baixas. 
14. As nuvens Nimbus (Ni) são negras ou cinzentas, sem forma definida,mais 
parecendo trapos. São nuvens típicas de mau tempo com chuvas.Já as nuvens 
Cumulus (Cu), são arredondadas, parecendo uma montanha de algodão. São 
em geral maciças formadas por correntes de ar ascendentes durante o dia. A 
sua altura média, a contar da base, é de 1000 m. Quando os cumulos vão 
crescendo rapidamente para o alto, assumindo forma de torre ou couve-flor, 
devemos ficar atentos. Em seu interior desenvolvem-se correntes ascendentes 
e descendentes de grande velocidade, das quais resultam ventos fortes, 
próprios dos temporais de verão, pois se transformam em cumulonimbus. 
Quando este crescimento não ocorre, os cumulus trazem apenas chuvas 
passageiras. 
15. As nuvens cumulonimbus, desenvolvem-se desde as proximidades da 
superfície, através da troposfera, até grandes altitudes, alcançando os primeiros 
níveis da estratosfera. Uma nuvem cumulonimbus significa que o navegante 
pode encontrar trovoada e precipitação pesada, sob forma de pancadas, 
contínua turbulência e granizo em alguns pontos. 
16. O ciclo hidrológico pode ser considerado como uma grande máquina de 
reciclagem da água, que atua continuamente e envolve as mudanças do estado 
sólido, liquido e gasoso. Chamamos de ciclo hidrológico, ou ciclo da água, à 
constante mudança de estado físico da água na natureza. O grande motor deste 
ciclo é o calor irradiado pelo sol. 
17. Denomina-se precipitação à descida de uma parcela do ar atmosférico sob a 
forma líquida e/ou sólida para níveis inferiores. Pode ocorrer sob a forma de 
chuva, chuvisco ou garoa, neve e granizo, ou uma combinação deles. 
18. Os nevoeiros se formam por saturação do ar e imediata condensação do 
excesso de umidade, ou seja, condensação do vapor de água que ultrapassa a 
capacidade do ar saturado na nova temperatura atingida. O nevoeiro reduz a 
visibilidade a menos de um km e, no caso de nevoeiro denso, esta diminui a 
menos de 100 metros. Navegar com má visibilidade é perigoso, portanto, deve-
se ficar atento quando as condições forem propícias à formação de nevoeiro. 
 
 
 214
 
Chave de respostas do teste de autoavaliação da Unidade 9 
 
1. Diz-se que uma frente é fria quando a massa de ar que avança é mais fria do que a 
que se encontra em determinada região, isto é, a massa de ar frio se desloca para 
substituir uma massa de ar quente na superfície. O ar quente, mais leve, sobe quando 
empurrado pelo ar frio, formando na frente fria uma rampa abrupta, com inclinação 
forte. A frente quente ocorre quando há substituição do ar frio pelo ar quente à 
superfície. Na frente quente, então, o ar quente se desloca contra a massa de ar frio; 
como o ar quente é mais leve, a frente quente eleva-se sobre a massa de ar frio, 
formando uma rampa suave, com menor inclinação. Uma frente oclusa é formada 
quando uma frente fria alcança uma frente quente e uma das duas frentes, quente ou 
fria, deixa de ter contacto com o solo, para elevar-se sobre a superfície da outra. As 
frentes estacionárias ocorrem quando não se observa deslocamento da superfície 
frontal, que se mantém fixa, não havendo, assim, substituição do ar à superfície. 
2. Para aproximação frente fria: a) pressão do ar cai; b) a temperatura do ar aumenta; c) 
o vento predominante sopra no HS do quadrante norte, normalmente NW ou N, e no 
HN de SW ou S; d) a nebulosidade aumenta com surgimento no horizontal de topo de 
Cumulonimbus, ou seja, nuvens Cirrus, tipo em garras ou rabo de galo. Após a 
passagem da frente fria: a) a pressão atmosférica aumenta; b) a temperatura do ar 
cai; c) a direção do vento predominante no HS do quadrante sul, normalmente SW, e 
no HN é de NW; d) a visibilidade reduz durantes às pancadas de chuvas e; e) observa-
se trovoadas. Para aproximação da frente quente: a) nebulosidade estratiforme, 
numa extensa faixa, ocasionando precipitação leve e contínua ou garoa; b) a pressão 
cai lentamente durante bastante tempo; c) a temperatura do ar se mantém quase 
constante; d) o vento é fraco, e sopra no HS de NE e no HN de SE e; e) a visibilidade é 
boa até o início da garoa ou chuva. Após a passagem da frente quente: a) a pressão 
atmosférica diminui; b) o vento predominante sopra no HS de NW e no HN de SW e; d) 
a temperatura do ar aumenta. 
3. As cartas sinóticas de pressão atmosférica à superfície são importantes para a 
avaliação do estado do tempo presente e por isso o seu valor para a análise de sua 
evolução e a consequente previsão do tempo para as próximas horas na região de 
interesse do navegante. 
4. Parte I – avisos de mau tempo (também informados por Avisos aos Navegantes); Parte 
II – resumo descritivo do tempo; Parte III – previsão do tempo para as áreas de 
responsabilidade do país que emite; Parte IV – análise sinótica da carta de superfície 
que deu origem ao boletim, em forma resumida e codificada (código FM46-IV IAC 
FLEET da OMM, “International Analisys Code for Marine Use IAC-FLEET”, modelo 
DHN 5911); Parte V – mensagens “SHIP” significativas, transmitidas por navios (código 
FM - 13-XI SHIP da OMM, modelo DHN 5934); Parte VI – mensagens “SYNOP” de 
estações de terra significativas (código FM-12-XI SYNOP da OMM, modelo DHN 5934). 
 215
5. O Boletim de previsão para áreas portuárias fornece as condições meteorológicas 
previstas para as proximidades de um porto. O Boletim especial de previsão do 
tempo, emitido pelo CHM mediante solicitação do interessado, fornece previsões 
meteorológicas para uma área marítima bem definida e para finalidades específicas, 
tais como operações de reboque, socorro e salvamento, deslocamento de plataformas 
de petróleo, regatas oceânicas, operações militares e outras atividades que, por sua 
peculiaridade, exigem informações detalhadas que, normalmente, não constam dos 
boletins meteorológicos padrões. 
6. Essa ferramenta, de grande utilidade principalmente em áreas carentes de informação 
como aquelas sujeitas à influência de fenômenos extratropicais (frente fria) são obtidas 
por satélites geoestacionários, que fornecem uma visão circular de uma face da terra 
ou descreve ao longo do meridiano superior do local sua órbita polar, respectivamente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 216
REFERÊNCIAS 
 
AYOADE, J.O. 2006. Introdução à Climatologia para os Trópicos. 11a Edição, Rio 
de Janeiro, Brasil, 332p. 
 
BARROS, Geraldo Luiz Miranda de. Meteorologia para Navegantes. Rio de Janeiro: 
Ed. Marítima, 1991. 
 
BARROS, Geraldo Luiz Miranda de. Navegando com a eletrônica. 1. ed. Rio de 
Janeiro: Catau, 1995. 
 
BARROS, Geraldo Luiz Miranda de. Navegar é fácil. Rio de Janeiro: Marítimas, 1999. 
 
BARROS, Geraldo Luiz Miranda de. Radiotelefonia Marítima. Rio de Janeiro: 
Marítimas, 1994. 
 
BOAT THRUSTER. Desenvolvido pela Companhia Interamericana de Navegação e 
Comércio - CINCO. Hidrovia Paraguai-Paraná. Apresenta o sistema de leme de 
proa que utiliza uma pequena embarcação monitorada por controle remoto, 
diretamente da cabine de comando do empurrador. Disponível em: 
http://www.cinconav.com.br. Acesso em 18 mar. 2002. 
 
BÓIAS DE AMARRAÇÃO. Desenvolvido pela Companhia Interamericana de 
Navegação e Comércio - CINCO. Hidrovia Paraguai-Paraná. Apresenta o sistema 
de bóias de amarração projetado para atender às condições de fundeios de 
barcaças vazias e carregadas. Disponível em: 
http://www.cinconav.com.br/ecologia/amarra.html. Acesso em 18 mar. 2002. 
 
BRASIL. Decreto nº 2.716, de 10 de abril de 1998. Promulga o Acordo de Transporte 
Fluvial pela Hidrovia a Paraguai-Paraná. Diário Oficial da República Federativa 
do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 11 abr. 1998. 
 
BRASIL. Diretoria de Aeronáutica Civil. Meteorologia para Pilotos. Rio de Janeiro, 
1950. 
 217
BRASIL. Marinha do Brasil. Diretoria de Hidrografia e Navegação. Manual do 
Observador Meteorológico. Rio de Janeiro, 1992. 
 
BRASIL. Marinha do Brasil. Diretoria de Portos e Costas. Regulamento Internacional 
para Evitar Abalroamentos no Mar – RIPEAM-1972. Rio de janeiro, 1996. 
 
BRASIL. Marinha do Brasil.Estado Maior da Armada. Código Internacional de 
Sinais. Rio de Janeiro, Imprensa Naval. 1974. 
 
BRASIL. Ministério dos Transportes. Secretaria de Transportes Aquaviários - STA. 
Apresenta a estrutura organizacional e as atribuições da STA. Disponível em: 
http://www.transportes.gov.br/STA/default.asp. Acesso em 18 mar. 2002. 
 
COMBOIOS. Desenvolvido pela Companhia Interamericana de Navegação e Comércio 
- CINCO. Capacidade de comboios na Hidrovia Paraguai-Paraná. Disponível em: 
http://www.cinconav.com.br/rotas/rotas04.html. Acesso em 18 mar. 2002. 
 
Diretoria de Hidrografia e Navegação. Manual de Meteorologia do Passadiço. 1995. 
2a Edição, Rio de Janeiro, Brasil, 99p. 
 
Diretoria de Hidrografia e Navegação. Manual do Observador Meteorológico. 1992. 
1a Edição, Rio de Janeiro, Brasil, 150p. 
 
ECLUSAS. Desenvolvido pela Administração das hidrovias da Amazônia Oriental. 
Apresenta o sistema de eclusas de Tucuruí. Disponível em: 
http://www.ahimor.gov.br/eclusas/index.htm. Acesso em 18 mar. 2002. 
 
GOMES, Carlos Rubens Caminha. A Prática da Navegação. Rio de Janeiro: Sindicato 
Nacional dos Oficiais de Náutica da Marinha Mercante, 1979. 
 
HIDROVIA DO MADEIRA. Desenvolvido pela Administração das hidrovias da 
Amazônia ocidental. Apresenta as características da Hidrovia do Madeira. 
Disponível em: http://www.ahimoc.com.br/hidmadeira.htm. Acesso em 18 mar. 
2002. 
 
 218
HIDROVIA DO MARAJÓ. Desenvolvido pela Administração das hidrovias da Amazônia 
oriental. Apresenta as características da Hidrovia do Marajó. Disponível em: 
http://www.ahimor.gov.br/marajo/index.htm. Acesso em 18 mar. 2002. 
 
HIDROVIA DO SÃO FRANCISCO. Desenvolvido pela Administração da hidrovia do 
São Francisco. Apresenta as características da Hidrovia do São Francisco. 
Disponível em: http://www.interpira.com.br/ahsfra/default.htm. Acesso em 18 mar. 
2002. 
 
HIDROVIA DO TAPAJÓS. Desenvolvido pela Administração das hidrovias da 
Amazônia oriental. Apresenta as características da Hidrovia do Tapajós / Teles 
Pires. Disponível em: http://www.ahimor.gov.br/tapajos/index.htm. Acesso em 18 
mar. 2002. 
 
HIDROVIA DO TIETÊ PARANÁ. Desenvolvido pela Companhia Energética de São 
Paulo - CESP. Apresenta as características da Hidrovia do Tietê / Paraná. 
Disponível em: http://www.cesp.com.br. Acesso em 18 mar. 2002. 
 
HIDROVIA DO TOCANTINS. Desenvolvido pela Administração das hidrovias da 
Amazônia oriental. Apresenta as características da Hidrovia do Tocantins / 
Araguaia. Disponível em: http://www.ahimor.gov.br/tocantins/index.htm. Acesso em 
18 mar. 2002. 
 
KOSINSK V.; DEHOUSE N. M.; ARNOULD R. E. Exploitation and management of 
the inland navigation. Liège: Institute for International Training and Transport, 
1993. 
 
LOBO, P. R. V & Soares, C. A. 2006. Meteorologia e Oceanografia, Usuário 
Navegante. 1a Edição, 466p. 
 
MIGUENS, A. P. 1999. Navegação. A Ciência e Arte. Volume II – Navegação 
Astronômica e Derrotas. 
 
PROPULSÃO AZIMUTAL. Desenvolvido pela Companhia Interamericana de 
Navegação e Comércio - CINCO. Apresenta os fundamentos da propulsão 
 219
azimutal. Disponível em: http://www.cinco.com.br/ecologia/azimutal.html. Acesso 
em 10 out. 2001. 
 
VASCONCELOS, N. M. S. 2004. Química da Atmosfera. Coleção Magister. Edições 
Demócrito Rocha, Fortaleza, Ceará, 128p. 
 
VIANELLO, R. L & Alves, A. H. 1991. Meteorologia Básica e Aplicações. 
Universidade Federal de Viçosa, Imprensa Universitária, Viçosa – Minas Gerais, 
449p. 
 
VIDAL, E. M & Maia, J. e. B. 2002. Terra e o Movimento. Coleção Magister. Edições 
Demócrito Rocha, Fortaleza, Ceará, 128p.

Mais conteúdos dessa disciplina