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MARINHA DO BRASIL DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO NAVEGAÇÃO, COMUNICAÇÕES E METEOROLOGIA (NCM) 1ª edição Belém-PA 2009 2 © 2009 direitos reservados à Diretoria de Portos e Costas Autores: Gilmar Wanzeller Siqueira José Vivekananda A. do Nascimento Revisão Pedagógica: Erika Ferreira Pinheiro Guimarães Suzana Revisão Ortográfica: Esmaelino Neves de Farias Digitação/Diagramação: Roberto Ramos Smith Coordenação Geral: CC Maurício Cezar Josino de Castro e Souza ____________ exemplares Diretoria de Portos e Costas Rua Teófilo Otoni, no 4 – Centro Rio de Janeiro, RJ 20090-070 http://www.dpc.mar.mil.br secom@dpc.mar.mil.br Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto no 1825, de 20 de dezembro de 1907 IMPRESSO NO BRASIL / PRINTED IN BRAZIL 3 SUMÁRIO 1. CARTA NÁUTICA ........................................................................................... 4 2. ACESSÓRIOS DE NAVEGAÇÃO ................................................................ 14 3. CONCEITOS BÁSICOS DE NAVEGAÇÃO .................................................. 18 4. NAVEGAÇÃO FLUVIAL ............................................................................... 49 5. CÓDIGO INTERNACIONAL DE SINAIS ...................................................... 56 6. NAVEGAÇÃO E COMUNICAÇÕES ELETRÔNICAS ................................... 80 7. LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DE COMUNICAÇÕES .................................. 108 8. TEORIA DA METEOROLOGIA .................................................................. 148 8.1- A importância do estudo da meteorologia como fator de segurança à navegação.............................................................................................148 8.2- temperatura como fenômeno de causa das variações atmosféricas, por meio da radiação solar ......................................................................... 150 8.3- pressão e umidade atmosférica, causas e os efeitos de suas variações ............................................................................................................. 154 8.4- processo de variação de pressão e o gradiente de horizontal de pressão ............................................................................................................. 160 8.5- circulação de ar nas baixas e altas pressões atmosféricas ................. 163 8.6- processo de formação das nuvens em suas diversas altitudes ........... 166 8.7- características da nuvem cumulonimbus (Cb) ..................................... 171 8.8- processo de formação de nuvens com o ciclo hidrológico ................... 173 8.9- nevoeiro ............................................................................................... 176 8.10- processo de formação de nevoeiros e o perigo que representa para o navegante. ........................................................................................... 177 9. SISTEMAS SINÓTICOS E INFORMAÇÕES METEOROLÓGICAS ........... 187 9.1- Descrição do processo de formação de frentes, citando os tipos de frentes .................................................................................................. 187 9.2- descrição da circulação de ar e a nebulosidade observada durante a aproximação e passagem de frentes frias e quentes ........................... 190 9.3- interpretação de cartas sinóticas e boletins meteorológicos ................ 194 9.4- interpretação de imagens de satélites meteorológicos ........................ 200 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 216 4 1. CARTA NÁUTICA Nesta unidade, você vai: ���� Explicar a projeção de Mercator; ���� Definir meridianos, círculos máximos e paralelos, Latitude e Longitude; ���� Identificar as principais notações de uma Carta Náutica: escala, sondagens, auxílios à navegação, faróis, faroletes, balizamentos, círculo azimutal, escalas de latitude e longitude, indicação de declinação magnética, ano de confecção e registro de alterações; ���� Obter coordenadas geográficas de pontos notáveis em uma carta náutica; ���� Explicar como e porque são feitas alterações nas cartas náuticas;e ���� Citar as técnicas recomendadas no manuseio, uso e guarda das Cartas Náuticas. Carta Náutica é a representação, em um plano (o do papel), da região da Terra em que um observador está localizado ou navegando, que dá a ele, observador, a possibilidade de conhecer o que está em seu entorno, tanto os perigos como as facilidades para tomar caminhos seguros para chegar a um destino. 5 Fig-1.1 – Carta Náutica da ilha de Fernando de Noronha. As Cartas Náuticas possibilitam a perfeita localização do navegador, através de um sistema, criado pelo homem, chamado sistema de coordenadas geográficas, onde a superfície do planeta Terra é coberta por uma infinidade de linhas imaginárias, denominadas paralelos e peridianos, criadas e dispostas de modo a facilitar a identificação do posicionamento de pessoas e lugares. Paralelos (ou paralelos de Latitude) São círculos imaginários, na superfície da Terra, reSultados da intercessão da superfície do Planeta com planos perpendiculares ao seu eixo de rotação. 6 FIG-1.2 – Paralelos. Meridianos São círculos imaginários, na Terra, reSultantes da intercessão da sua superfície com planos que contêm seu eixo de rotação. Os planos que SE INTERCEPTAM ou são concorrentes no eixo da Esfera Terrestre, determinam, na superfície da mesma, Círculos Máximos chamados MERIDIANOS. PN PS FIG-1.3 – Meridianos. 7 FIG-1.4 – Meridianos e paralelos. Fonte: http://www.sispesca.io.usp.br/outros/cursos/navegacao/sld010.htm Por cada ponto da superfície da Terra passam, simultânea e imaginariamente, um paralelo e um meridiano. Latitude Cada paralelo recebe uma numeração, em graus, minutos e segundos de arco, de acordo com a sua distância ao PARALELO ZERO, para o Norte ou para o Sul. FIG-1.5 – Fonte: www.escolanautica.com.br 8 A distância e o sentido (Norte ou Sul) em relação ao Equador, distingue um paralelo de todos os infinitos outros e recebe o nome de Latitude. Longitude Cada meridiano recebe um número que é o equivalente à sua distância ao MERIDIANO ZERO, para Leste ou para Oeste deste referencial. FIG-1.6 – Fonte: www.escolanautica.com.br As Latitudes são medidas de 00º a 90º, para o Norte (N) ou para o Sul (S), a partir do EQUADOR e as Longitudes de 000o a 180º, para o Leste (E) ou para o Oeste (W), a partir do MERIDIANO DE GREENWICH, ou seja, no MERIDIANO ZERO. Latitude (j) e Longitude (l) são as coordenadas do sistema geográfico, que definem a posição de um ponto qualquer (ou de um observador) na superfície da Terra. As Cartas Náuticas, usadas na Navegação, são projeções cilíndricas (em um cilindro imaginário que envolve a Terra), idealizadas por Mercator, daí serem chamadas mercatorianas, onde os paralelos aparecem como retas horizontais e os meridianos como retas verticais: 9 FIG-1.7 – Projeção cilíndrica. FIG-1.8 10 FIG-1.9 As escalas de Latitudes também servem para medir distâncias: FIG-1.10 – Fonte: www.escolanautica.com.br 11 Principais notações de uma Carta Náutica: Escala da Carta, sondagens, auxílios à navegação, faróis, faroletes, balizamentos, círculo azimutal, escalas de Latitude e Longitude, indicação de declinação magnética, ano de confecção e registros de alterações. A escala de uma Carta Náutica é a relação entre o tamanho real (1) do conteúdo que ela mostra e o número de vezes a que esse conteúdo foi reduzido para que coubesse naquele pedaço de papel (100.000.000.000,por exemplo). Assim, na legenda de cada Carta há uma numeração que representa essa relação: 1:100.000.000.000 ; quanto menor é a escala, menos detalhes são mostrados e menor é a abrangência da Carta. Também na legenda da Carta encontra-se a unidade de medida das sondagens (pés ou metros) representadas pelos números impressos nas regiões que representam água. Os faróis, faroletes, balizas, etc., enfim, todo o balizamento, tem sua representação individual codificada em desenhos que constam da publicação CARTA 12000, da Diretoria de Hidrografia e Navegação – DHN, assim como todos os demais símbolos e abreviaturas contidos em uma Carta. O uso correto de uma Carta Náutica depende do conhecimento, pelo usuário, do conteúdo representativo dessas Cartas e, por conseguinte, do manuseio da CARTA 12000, que deve, em todos os casos, estar sempre disponível num Camarim de Cartas a bordo, atualizado e pronto para consulta. Toda Carta está sujeita a constantes atualizações, podendo ser “permanentes” ou “temporárias”, conforme sejam anunciadas pela Autoridade Marítima (responsável pela coleta e divulgação dessas CORREÇÕES). Os Avisos Aos Navegantes (“Notice To Mariners”) são publicações quinzenais que condensam todas as correções diariamente coletadas, nos últimos 15 dias, pelos próprios navegantes e reportadas à Autoridade Marítima. A participação do navegante, ao reportar, à Autoridade Marítima, diferenças entre a realidade e o que uma Carta mostra, é fundamental para a segurança da navegação. Procure sempre divulgar, sem medo de errar e com a maior rapidez possível, sempre fiel ao que observou, às discrepâncias entre o que mostra uma Carta e o que sua prática constata ou constatou. Use, para isso, qualquer meio de comunicação. 12 Obtenção das coordenadas geográficas de pontos notáveis Pontos Notáveis de uma Carta são todos aqueles que realmente existem, notados visualmente pelo navegante, e representados naquela Carta. Para determinar a posição geográfica (Latitude e Longitude) de um deles ou de qualquer outro ponto, basta medir, nas escalas correspondentes (escala de Latitudes e escala de Longitudes) da própria Carta, a menor distância até um paralelo (e meridiano) já traçados e de valores conhecidos, medindo as respectivas diferenças de Latitude e de Longitude. A diferença de Latitude e a diferença de Longitude para paralelo e meridiano de valores conhecidos, ajuda a determinar as coordenadas geográficas de pontos notáveis. 3º 2º 30’ 2º 3º 30’ 43º44º 30’ 44º 30’ 43º ϕϕϕϕ = 02o 10’0 N e λλλλ = 043º 10’0 W FIG-1.11 13 Uso, guarda e cuidados com as Cartas Náuticas • Devem ser guardadas estendidas em gavetas de tamanhos apropriados, de modo à nunca dobrá-las. • Devem ser mantidas arrumadas, ordenadas numericamente e separadas por regiões, de maneira a facilitar suas consultas e uso. • Não devem ser furadas com o compasso. • Devem ser escritas e traçadas unicamente com lápis e grafite macios (2B) de modo a não deixá-las marcadas. Usar tintas apenas para correções permanentes. • Devem ser apagadas com borracha macia. Os cuidados com as ferramentas de trabalho refletem a qualidade do profissional que as usa. 14 2. ACESSÓRIOS DE NAVEGAÇÃO Nesta unidade, você vai: ���� Citar os principais acessórios utilizados na arte da navegação ���� Demonstrar a utilização da régua paralela ���� Explicar a finalidade do compasso de navegação ���� Descrever os cuidados necessários na utilização e guarda do binóculo Além de lápis e borracha (citados no item anterior como acessórios de navegação e das Cartas Náuticas), os quais devem ser bem escolhidos e usados, existe ainda uma gama de outros acessórios para os quais devemos dedicar a máxima atenção no acondicionamento, na guarda e principalmente no uso, jamais esquecendo que os balanços e caturros de uma embarcação podem acontecer a qualquer momento. Não são desculpadas, portanto, avarias causadas por quedas desses materiais. O compasso, a régua paralela e os binóculos devem merecer os maiores cuidados, preferencialmente sendo mantidos seguros por cabos de segurança que os impeçam de cair nos casos de balanços acentuados e, preferencialmente, sendo mantidos seguros por cabos de segurança que os impeçam de cair nos casos de balanços acentuados. Os binóculos devem ser usados somente após terem suas alças passadas por sobre o pescoço do usuário; além disso, devem-se manter limpas suas lentes com flanela seca e macia e, fora de uso, com as tampas plásticas de proteção. Réguas paralelas devem ser usadas para reproduzir direções e, portanto, não devem ter folgas embora precisem ter macias suas articulações. Compassos são usados para medir distâncias, mas não devem marcar as Cartas, sendo usados sempre associadamente a um lápis (na mão diferente daquela em que está o compasso, para marcar o papel). São também considerados assessórios de navegação os livros e publicações que servem de auxílio à navegação, como as Tábuas de Marés, os roteiros, as listas de faróis, etc. 15 TTeessttee ddee aauuttooaavvaalliiaaççããoo ddaass UUnniiddaaddeess 11 ee 22 1. Explique sucintamente a projeção de Mercator. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2. Defina: a) Meridianos: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ b) Círculos máximos: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ c) Paralelos: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ d) Latitude: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ e) Longitude: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 16 3. Identifique, em uma Carta Náutica qualquer: a) A escala: Carta____________; Escala __________________ b) A unidade das sondagens: Carta___________; Sondagens em ____________ c) A posição geográfica de um farol: Carta_______ Farol________ Latitude___________ Longitude ____________ d) A posição geográfica de um farolete: ____________________ ; _________________ e) A posição geográfica de uma bóia: _____________________ ; _________________ f) A declinação magnética e ano de confecção: ___________________ ; _________________ 4. Obtenha as coordenadas geográficas de um ponto notável em uma Carta Náutica, citando de que ponto se trata: ________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 5. Obtenha a distância, em uma Carta Náutica, entre dois pontos, citando-os: _____________________________________________________________________ _______________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 17 6. Explique como e porque são feitas alterações nas Cartas Náuticas: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 7. Cite as técnicas recomendadas no manuseio, uso e guarda das Cartas Náuticas:_____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 18 3. CONCEITOS BÁSICOS DE NAVEGAÇÃO Nesta unidade, você vai: ���� Definir rumo, linha de visada, marcação, Nortes verdadeiro, magnético e da agulha ���� Converter rumo verdadeiro em rumo magnético e em rumo da agulha ���� Definir marcações verdadeira, magnética, da agulha, relativa e polar ���� Converter marcação magnética em verdadeira e em marcação da agulha ���� Explicar a relação entre nós, milha, jarda e converte-los à escala métrica ���� Explicar a relaçõa entre grau e milha ���� Efetuar adição e subtração envolvendo medidas em graus e seus submúltiplos ���� Definir hora estimada de chegada (ETA) e hora estimada de saída (ETD) ���� Definir posições verdadeira e estimada A Terra é um grande ímã! Os cientistas explicam que outro limite, além da atmosfera, parece separar o ambiente da Terra do ambiente do espaço. Este limite é conhecido como Magnetopausa. É o limite entre aquela região de espaço dominada pelo campo magnético da Terra, chamado de Magnetosfera, e o espaço interplanetário onde campos magnéticos são dominados principalmente pelo Sol. A Terra tem um campo magnético forte, como se a Terra fosse uma enorme barra de imã. A bússola magnética trabalha e encontra as direções na superfície da Terra por causa deste campo magnético. Este mesmo campo magnético estende-se para longe no espaço exterior. Quem já teve a oportunidade de observar uma bússola, constatou que uma agulha dentro dela sempre aponta em uma determinada direção. Esta agulha está magnetizada, o que nos leva então a concluir que existe um campo magnético associado à Terra. A observação do ponteiro de uma bússola se movimentando causou tamanho susto em Einstein, quando ele tinha apenas três anos de idade, que 19 provavelmente foi tal observação a maior responsável por ele ter-se dedicado ao estudo de fenômenos físicos. Foi William Gilbert que, em torno de 1600, escreveu, a pedido da Rainha Elizabeth I da Inglaterra, o livro ''De Magnete'', tratando sobre fenômenos magnéticos conhecidos até então. Foi neste livro que William Gilbert mostrou sua teoria de que a Terra era um ímã gigante. A Terra seria então um ímã com o polo Norte magnético próximo ao polo Sul geográfico e o polo Sul magnético próximo ao seu polo Norte geográfico. A terra pode ser imaginada como tendo um grande ímã de dois polos em seu interior, ou mais modernamente, com uma espira circular gigantesca percorrida por uma corrente muito grande a muitos quilômetros de seu interior, e o plano desta espira estaria deslocado cerca de 11,5° em relação ao plano do Equador. Pesquisas geológicas recentes afirmam que a parte central da Terra seja constituída por ferro fundido, e correntes elétricas existentes dentro deste núcleo de ferro seriam as responsáveis pela existência do campo magnético. Estes estudos ainda não foram totalmente comprovados, porém a Lua não possui núcleo derretido assim como não possui campo magnético, e vários outros planetas do nosso sistema solar apresentam campos magnéticos, como o próprio Sol. Até mesmo nossa galáxia possui um campo magnético, que apesar de muito pequeno, é importante devido ao grande volume que ele ocupa. Um dos maiores interesses em viagens espaciais está concentrado no estudo de campos magnéticos existentes no espaço e fontes de campo magnético em outros planetas. Estudos muito aprofundados vêm sendo feitos há séculos devido à importância de se saber qual é o modulo, a direção e o sentido do campo magnético terrestre, que já foi extremamente útil para os navegadores do passado, e ainda continua sendo para navegadores e aventureiros de hoje. Fonte: http://www.coladaweb.com/fisica/campo_magnetico.htm 20 FIG-2.1 – Linhas de força de um campo magnético Fonte: http://www.feiradeciencias.com.br/sala13/13_T01.asp FIG-2.2 – Campo magnético terrestre com seus meridianos magnéticos. Figura: http://www.ensinodefisica.net/2_Atividades/femag-magnetismo_terrestre.pdf As linhas de força do campo magnético terrestre são denominadas Meridianos Magnéticos, à semelhança dos Meridianos Geográficos; mas, diferentes destes, não são linhas regulares por causa das grandes variações de material magnético ao longo da superfície Terra, tanto quanto no seu interior. 21 FIG-2.3 – A distribuição desuniforme dos materiais magnéticos na Terra causa, de lugar, uma grande variação do campo magnético terrestre e, em consequência, as distorções dos meridianos magnéticos, fazendo com que os mesmos tornem-se curvas absolutamente irregulares. Uma agulha livremente suspensa, tende a apontar para a direção da tangente ao meridiano magnético daquele lugar. Como nesse mesmo lugar onde se encontra a agulha, passa também um Meridiano Geográfico, sugerindo também uma tangente a ele, chama-se DECLINAÇÃO MAGNÉTICA de um lugar ao ângulo horizontal formado entres essas tangentes. Não devemos confundir DECLINAÇÃO com INCLINAÇÃO magnética, pois essa última é o ângulo vertical que a agulha suspensa forma com o plano horizontal, devido à tendência da agulha ter uma de suas extremidades, mais do que a outra, atraída para o centro da Terra e, portanto, permanecer com uma certa inclinação quando suspensa livremente. Declinação: o mesmo que declinação magnética, é o ângulo, medido em um plano horizontal, entre o Norte Geográfico (NG) e o Norte Magnético (NM), ou, em outras palavras, é a diferença entre o azimute magnético e o azimute geográfico. A declinação em um ponto pode ser Leste ou Oeste. Leste quando o NG se encontra à esquerda do NM e Oeste quando acontece o contrário, isto é, o NG esta à direita do NM. Atualmente, no Brasil, a declinação magnética é Oeste. Ao se fazer medidas azimutais (marcações) com uma bússola, tais como direções de pontos notáveis de terra, sentido em que a embarcação navega e outras direções, é necessário fazer a devida correção da declinação magnética para se ter as medidas a partir do Norte geográfico ou do Norte verdadeiro. 22 Para se fazer a correção: • Declinação Leste: somar o valor da declinação à medida realizada. • Declinação Oeste: subtrair o valor da declinação da medida feita. A declinação magnética varia com o tempo. Assim como a declinação, a variação pode ser Oeste e Leste. Quando for Oeste, implica em aumento da declinação com o tempo, e quando Leste implica em diminuição. Abaixo, segue uma tabela com as declinações, e suas variações anuais, de algumas capitais brasileiras. Note que todas têm declinação Oeste e que poucas tem variação anual Leste, isto é, a declinação está diminuindo. Tempestades solares podem provocar desvios significativos entre a declinação real e a calculada. Declinação para algumas cidades brasileiras (01/01/2007) Cidade Declinação Variação anual Belo Horizonte (MG) 21° 45' W 0° 4' W Brasília (DF) 20° 22' W 0° 5' W Maceió 22° 44' W 0° 1' E Manaus (AM) 14° 22' W 0° 7' W Natal (RN) 21° 46' W 0° 2' E Porto Alegre (RS) 15° 12' W 0° 8' W Porto Velho (RO) 11° 03' W 0° 9' W Recife 22° 22' W 0° 2' E Rio de Janeiro (RJ) 21° 41' W 0° 4' W Salvador 23° 07' W 0° 0' W São Paulo 20° 0' W 0° 6' W TAB-2.1 O valor da declinação magnética de um local pode ser facilmente encontrado em Cartas topográficas na escala 1:50000 do território nacional, nas quais é dada a declinação do ano em que a Carta foi confeccionada e o valor de sua variação anual. Podem também ser calculados a partir da consulta de mapas isogônicos, publicados anualmente pelo Observatório Nacional ou calculada com auxílio de “software” específico, tais como Emag, DeclinaçãoMagnética e GeoMag®. 23 No site NOAA você pode calcular rapidamente e “on-line”, a declinação e sua variação anual para qualquer localidade do mundo, desde que saiba suas coordenadas (Latitude e Longitude). No site do Observatório Nacional isto também pode ser feito. Muitas bússolas, como a bússola de geólogo, possuem um parafuso que permite rodar o seu limbo, fazendo a correção da declinação magnética. Desta forma, todas as medidas já serão dadas segundo o Norte Verdadeiro. É importante lembrar que esta correção deve ser sempre feita para cada local diferente, se estes locais forem muito distantes entre si. FIG-2.4 – Autor: E. Zimbres Compensação da declinação pela rotação do limbo da bússola. • Declinação Oeste (Brasil): levar o 0° do limbo da bússola para a esquerda; • Declinação Leste: levar o 0° do limbo da bússola para a direita. As Cartas Náuticas também fornecem as declinações e suas variações anuais, sempre impressas nas rosas dos ventos e também em isogônicas, ou seja, linhas que unem pontos de mesma declinação magnética. Com a existência de dois Nortes (o verdadeiro e o magnétiico), pressupõe-se a existência de dois rumos para a mesma proa de uma embarcação: o rumo verdadeiro e o rumo magnético. O rumo verdadeiro é contado a partir do Norte verdadeiro e o rumo magnético a partir do Norte magnético, ambos até a proa da embarcação, no sentido nordeste. 24 Como a declinação é a distância angular entre esses dois Nortes, temos aí três variáveis que se combinam de forma a deduzir (calcular) qualquer delas a partir do conhecimento das outras duas: Rumo verdadeiro - rumo magnético - declinação magnética NNNN EEEE SSSS WWWW DecDecDecDec....mg=mg=mg=mg=aaaa19191919°°°°WWWWNmgNmgNmgNmg FIG-2.5 NOTA: As Rosas dos Ventos mostradas neste capítulo foram copiadas do site http://www.mar.mil.br/dhn/bhmn/download/cap3.pdf e sofreram montagens (sobreposições) pelo autor. Desvio da agulha Uma embarcação pode exercer considerável influência sobre as agulhas magnéticas nela instaladas, não só pelos equipamentos elétricos (que produzem campos magnéticos) às proximidades dessas agulhas, como também pelo próprio casco, quando metálico. Como a distribuição desses campos magnéticos menores varia de embarcação para embarcação, de acordo com as localizações daqueles equipamentos e das agulhas, essas variações na indicação das agulhas, chamada de desvio da agulha, também é uma particularidade de cada embarcação. Ainda, numa mesma embarcação, 25 essa influência também varia com a forma, com o material do qual o casco é construído e com a posição relativa do casco em relação à agulha, o que é função do Rumo da embarcação. Pelos motivos acima expostos, cada agulha, em cada embarcação, deve ter uma tabela (ou curva), construída ao fazer a embarcação girar em torno de si própria, assumindo todas as proas possíveis, anotando-se, por comparação com uma indicação verdadeira, os desvios da agulha para os principais valores de proa. Distingue-se, então, o Norte da agulha, diferente do magnético e do verdadeiro. Desvio da agulha é definido como o ângulo entre o Norte magnético e o Norte da agulha FIG-2.6 26 FIG-2.7 – Uma Tabela/Curva de Desvios de um Navio: cópia do NT Guará 27 Rumos e marcações Tanto os rumos como as marcações são ângulos, medidos no horizonte; a diferença é que os rumos subentendem direções e sentidos (de 0o a 360º) da proa de uma embarcação, já as marcações (também de 0o a 360º) referem-se à direção e ao sentido em que instantaneamente encontram-se os alvo (fixos ou móveis) fora da embarcação. Os rumos e as marcações podem ser: • da agulha – se a contagem do arco de horizonte inicia no Norte da agulha; • magnética – se a contagem inicia no Norte magnético; e • verdadeiro – se a contagem é a partir do Norte geográfico (ou verdadeiro). 1 NNNN EEEE SSSS WWWW DecDecDecDec....mgmgmgmg locallocallocallocal igualigualigualigual aaaa 19191919°°°°WWWW NmgNmgNmgNmg Se o Se o Se o Se o dagdagdagdag for 5for 5for 5for 5°°°°EEEE NagNagNagNag FIG-2.8 28 NNNN EEEE SSSS WWWW NmgNmgNmgNmgNagNagNagNag FIG-2.9 – Fonte: http://www.mar.mil.br/dhn/camr/sinaliza.html O governo de uma embarcação é executado pelo timoneiro ou piloto automático, “dando leme” para um bordo e para outro, à medida que a proa se afasta do rumo predeterminado pelo navegador, chamado rumo de governo, geralmente igual ao rumo verdadeiro (aquele plotado na Carta Náutica). Assim, se a embarcação dá uma pequena guinada para bombordo (esquerda), a ação do timoneiro (ou do piloto automático) é dar uma pequena angulação de leme para boreste (direita), para que a embarcação retorne ao rumo de governo. Quanto pior o estado do mar, maiores serão as guinadas dadas pela proa do navio, portanto, maiores serão os ângulos de leme dados pelo timoneiro, para o bordo contrário ao da guinada, com o objetivo de fazer com que a proa retome mais rapidamente o rumo de governo. O governo de uma embarcação exige, além de técnica, habilidade do timoneiro, adquirida com treinamento na própria embarcação. Guinadas para boreste implicam no aumento do valor numérico do rumo mostrado na agulha. Para bombordo, o rumo diminui. 29 61 RRRR EEEE SSSS UUUU MMMM OOOO FIG-2.10 – Fonte: http://www.mar.mil.br/dhn/bhmn/download/cap31.pdf Pela influência que o vento e a corrente exercem, é normal que a embarcação, embora “aproada” no rumo de governo, siga numa direção um pouco diferente. Tal constatação é feita quando se obtém duas posições observadas (verdadeiras) sucessivas que, unidas na Carta Náutica por um segmento de reta, determinando assim o rumo no fundo, nos permite comparar com o rumo de governo. 30 FIG-2.11 – Uma agulha imantada, suspensa livremente na superfície da Terra, tende a orientar-se segundo a tangente do meridiano magnético daquele local, e é conhecida como direção Norte-Sul magnética do lugar. O horizonte de um observador é representado, em uma Carta Náutica, pela rosa dos ventos, com todos os seus pontos cardeais, colaterais e sub-colaterais. Nela podemos também representar o Norte magnético, próximo do Norte verdadeiro: FIG-2.12 31 Rumo e marcação(verdadeiros e magnéticos). Norte verdadeiro – é o ponto cardeal, do horizonte, para onde deve apontar uma agulha giroscópica sem erros. Rumo verdadeiro – é o arco, medido no horizonte, desde o Norte Verdadeiro até a proa da embarcação, de 000o a 360º, no sentido horário (NE). Marcação verdadeira – de um alvo é o arco de horizonte medido desde o Norte Verdadeiro até a direção para onde está apontado esse alvo, também de 000o a 360º, no sentido horário (NE). Norte magnético – é a direção para onde aponta uma Agulha Magnética suspensa, livre para girar, e influenciada tão somente pelo magnetismo terrestre. Rumos e marcações magnéticos – são, como os verdadeiros, arcos horizontais, só que medidos a partir do Norte magnético. 32 Declinação Magnética (Dec Mag) em determinado ponto da superfície da Terra é o ângulo horizontal formado entre os planos verticais dos Meridianos Geográfico e Magnético, nesse ponto. A Declinação Magnética é um arco orientado e tem como origem o Meridiano Verdadeiro. Assim, se a parte norte do meridiano estiver para o oriente, receberá o sinal Leste (E) mas, caso esteja para o ocidente, receberá o sinal Oeste (W). M e ri d ia n o G e o g rá fi co Norte Geográfico Sul Geográfico Sul Magnético Norte Magnético Norte Geográfico Sul Geográfico Sul Magnético Norte MagnéticoM e ri d ia n o G e o g rá fi co FIG-2.13 FIG-2.14 33 Prática de marcação de um ponto notável FIG-2.15 Linhas de posição (LDP) Uma linha de posição é o lugargeométrico das possíveis posições que o navio ocupa. Em outras palavras, é a linha formada por pontos (posições) que a embarcação pode estar ocupando. Uma única Linha de Posição não define a posição de uma embarcação, mas duas dessas linhas, cruzadas, fornecem uma posição. Por exemplo, quando o navegador faz a marcação de um ponto fixo de terra (reprodução, na Carta, de uma linha de visada) usando uma alidade de pínula... 36 FIG-2.16 34 ... por sobre uma agulha... FIG-2.17 ... anotando o valor da marcação feita (lido na rosa da agulha)... ... transforma tal marcação em marcação verdadeira (se ela ainda não é) e, com o auxílio de uma régua paralela, traça essa marcação na Carta Náutica... FIG-2.18 35 A linha de posição acima (segmento pontilhado que pode estender-se ainda mais para sudOeste) é o lugar geométrico das posições que a embarcação pode estar ocupando. Quando traçamos duas linhas de posição simultâneas, ao serem cruzadas, definirão a posição da embarcação. Por exemplo: se, além da marcação de um farol, tomamos-lhe a distância-radar, obtendo o círculo de iguais distâncias, que é outra LDP, teremos... FIG-2.19 36 Resumindo: A posição observada de uma embarcação é o ponto resultante do cruzamento de duas ou mais linhas de posição. São também linhas de posição os alinhamentos, as marcações e as isobáticas. a. Alinhamentos FIG-2.20 – Linha de posição - alinhamento b. Marcações de pontos notáveis de terra, que são as reproduções, na Carta, das linhas de visada de pontos notáveis. Uma marcação é um ângulo horizontal formado entre o Norte da rosa dos ventos e a linha de visada do ponto notável. Ela pode ser verdadeira, da agulha ou magnética, conforme o Norte seja, respectivamente, o verdadeiro, o da agulha magnética ou o Norte magnético. Uma marcação pode ser, ainda, dita polar ou relativa, se, respectivamente, for contada a partir da proa da embarcação, de 000o a 180º (para boreste ou bombordo) ou de 000 º a 360º. 37 c. Isobáticas: linhas, na Carta, que unem pontos de mesma profundidade. 96 FIG-2.21 Conversão de rumos e marcações Os rumos e as marcações podem ser: • da agulha; • magnético(a); e • verdadeiro(a). A conversão de qualquer deles para os outros dois do trabalho que estamos fazendo: a. se usarmos uma agulha magnética para governar a embarcação e também para navegar, fazendo marcações de pontos de terra com ela, precisamos converter tais marcações em verdadeiras (já que elas serão lidas como marcações da agulha) para então traçá-las na Carta Náutica determinando a posição da embarcação. Depois de determinada a posição da embarcação, traçamos o rumo mais seguro na Carta (onde podemos distinguir todos os obstáculos e profundidades) e transformar esse rumo lido na Carta (que é rumo verdadeiro) em rumo de governo (que é rumo da agulha). 38 b. se trabalharmos com uma agulha giroscópica fazendo marcações e governando a embarcação, só precisamos saber qual o erro da giro (egi) para transformar as marcações da giro (mgi) em marcações verdadeiras, traçá-las na Carta determinando a posição da embarcação, escolher o rumo mais “safo”, que é um rumo verdadeiro, e transformá-lo em rumo da giro (rgi) que será o rumo de governo. Resumindo: Quando trabalhando com agulha magnética, usamos a declinação (DecMg) e o desvio da agulha (Dag) para transformar marcações da agulha em marcações verdadeiras de modo a podermos traçá-las na Carta e depois para transformar o rumo verdadeiro em rumo da agulha (de governo). Quando trabalhamos com agulha giroscópica apenas usamos o Egi para transformar as marcações da giro em verdadeiras e, quando já determinado o rumo verdadeiro na Carta, para transformar o Rv em Rgi (de governo). O rumo de governo, conclui-se, é dito da agulha ou de giro, conforme se esteja trabalhando, respectivamente, com uma agulha magnética ou giroscópica. Como são feitas as conversões de rumos e marcações Conversão de marcação da agulha (Mag) em marcação verdadeira (Mv) declinação magnética (Dmg) e desvio da agulha(Dag) quando de sinais Leste (E) são aditivas (somadas); se de sinais Oeste (W), são subtrativas (diminuídas). 39 Exemplo 1: Dados: Mag= 347º ; Dmg= 17ºW ; Dag= 2ºE ; Pede-se a Mv Combinam-se a Dmg e o Dag resultando dessa combinação a variação total (Vt) somando-se algebricamente as parcelas, isto é, se de sinais iguais somam-se os valores e atribui-se o sinal comum. Se de sinais diferentes, subtrai-se o menor do maior valor e atribui-se o sinal do maior; Vt, então, é aplicada à Mag, seguindo os mesmos critérios de sinais, para calcular a Mv. Dmg=17ºW Mag=347º Dag = 2º E Vt = 15ºW Vt = 15ºW Mv=332º Exemplo 2: Dados: Mag=010º ; Dmg=19ºW ; Dag= 1ºW ; pede-se a Mv. Dmg=019ºW Mag=010º Dag = 1ºW Vt = 20ºW Vt = 20ºW Mv =350o Exemplo 3: Dados: Rv= 348º ; Dmg=22ºW ; Dag=1º W ; pede-se o Rag. DMg=22ºW Rv=348º Dag = 1ºW Vt= 23ºW Vt =23ºW Rag=011o 40 Exemplo 4: Dados: Mgi= 116o ; Egi= 0,5º E ; pede-se a Mv. Mgi= 116º Egi= 0,5ºE Mv= 116,5o Medidas de distância: graus, minutos, milhas e nós Por ser a Terra, palco de nossas navegações, considerada de forma esférica, todas as medidas tomadas na sua superfície são medidas em graus (cujos submúltiplos são o minuto de arco e o segundo de arco). Cada grau tem sessenta minutos de arco (60’) e cada minuto de arco tem sessenta segundos de arco (60’’). Raramente, em Navegação, são usados os segundos de arco, preferindo-se, quase sempre, subdividir o minuto de arco em dez partes, assim, restringindo as medidas em graus, minutos e décimos de minutos. Cada minuto de arco (medida de distância tomada sempre na escala de Latitudes) equivale a uma milha náutica ( 1’ = 1M) e uma milha náutica equivale a 1852 metros ( 1M = 1852m). O nó é a unidade de velocidade usada pelos navegadores aquaviários e que representa a quantidade de milhas navegadas a cada hora ( 1 Nó = 1 M/h ; 10 Nós = 10 M/h). Diferença de Latitude (∆∆∆∆ϕϕϕϕ) e Latitude média (ϕϕϕϕm) Diferença de Latitude entre dois pontos é o arco de meridiano medido entre os paralelos desses pontos. Latitude média entre dois pontos é o paralelo entre esses pontos. Ambas são calculadas apenas entre as Latitudes desses pontos. 41 Diferença de Longitude (∆∆∆∆λλλλ) e Longitude média (λλλλm). Diferença de Longitude entre dois pontos é o menor arco de Equador medido entre os meridianos desses pontos. Longitude média é o meridiano situado a meia distância dos meridianos desses pontos. Ambas são calculadas apenas entre as Longitudes desses pontos. Exemplos: Calcular a diferença de Latitude, a Latitude Média, a diferença de Longitude e a Longitude Média entre os seguintes pontos : 1. ϕϕϕϕ1 = 14º36’8 N ; λλλλ1 = 132º46’4 E e ϕϕϕϕ2 = 34º37’5 N ; λλλλ2 = 52º46’1 E A diferença de Latitude, quando de mesmo sinal, é calculada pela diferença entre seus valores absolutos: ϕϕϕϕ2 = 34º37’5 N ϕϕϕϕ1 = 14º36’8 N ∆∆∆∆ϕϕϕϕ = 20º00’7 (N ou S, conforme o sentido do movimento) A Latitude média, quando de mesmo sinal, é a semi-soma entre seus valores absolutos: ϕϕϕϕ2 = 34º37’5 N ϕϕϕϕ1 = 14º36’8 N 2ϕϕϕϕm=49º14’3 ϕϕϕϕm=24º37’15 N ou 24º37’09’’ N (sinal comum às duas) 42 A diferença de Longitude, quando de mesmo sinal, é calculada pela diferença entre os valores absolutos: λλλλ1 = 132º46’4 E λλλλ2 = 52º46’1 E ∆∆∆∆λλλλ=080º00’3 E (sinal comum às duas Longitudes) A Longitude média, quando de mesmo sinal, é a semissoma das componentes: λλλλ1 = 132º46’4 E λλλλ2 = 52º46’1 E 2λλλλm=185º32’5 E λλλλm=92º46’25E ( sinal comum às Longitudes ). 2. ϕϕϕϕ1 = 44º25’4 N ; λλλλ1 = 002º46’4 W e ϕϕϕϕ2 = 06º37’5 S ; λλλλ2 = 152º54’2 E A diferença de Latitude, quando de sinais diferentes, é calculada pela soma de seus valores absolutos: ϕϕϕϕ1 = 44º25’4 N ϕϕϕϕ2 = 06º37’5 S ∆∆∆∆ϕϕϕϕ = 51o02' 9 (N ou S, conforme o sentido do movimento). A Latitude média, quando de sinais diferentes, é a semi-diferença entre seus valores absolutos: ϕϕϕϕ1 = 44º25’4 N ϕϕϕϕ2 = 06º37’5 S 2ϕϕϕϕm = 37o47' 9 ϕϕϕϕm = 18º53’45 N ou 18º53’27’’ (sinal do maior dos valores absolutos) A diferença de Longitude, quando de sinais diferentes, é calculada pela soma dos valores absolutos: 43 λλλλ1 = 002º46’4 W λλλλ2 = 152º54’2 E ∆∆∆∆λλλλ = 155º40’6 (E ou W, de acordo com o sentido do movimento. Se a soma ultrapassar 180º, subtraí-la de 360º e inverter o sinal). A Longitude média, quando de sinais diferentes, é a semi-diferença entre as componentes: λλλλ1 = 002º46’4 W λλλλ2 = 152º54’2 E 2∆∆∆∆λλλλ = 150º07’8 ∆∆∆∆λλλλ = 075º03’9 E (sinal da Longitude de maior valor absoluto). ETA e ETD Diretamente relacionados à eficiência do transporte aquaviário estão o instante previsto de chegada (Estimated Time of Arrival – ETA) que depende do instante previsto para a partida (Estimated Time of Departure – ETD). O cálculo do ETA depende, fundamentalmente: • do ETD; • da distância a navegar; e • da velocidade prevista para a embarcação. A velocidade média prevista para a embarcação desenvolver em um ou vários trechos é muito menos que um exercício de adivinhação e muito mais um fruto de experiências anteriores e do conhecimento das influências do vento, da corrente e das condições de carregamento da embarcação mas, ainda assim,só a experiência é capaz de aperfeiçoar. Exemplo: calcule o ETA em Natal (RN) de uma embarcação cujo ETD de Salinópolis é 10/01/2009 às 10:30 (h:m), sabendo-se que a distância aproximada entre esses portos é 780 M e que a velocidade prevista da embarcação é 10 Nós. 44 Solução: Da cinemática, sabemos que o tempo é a razão entre o espaço e a velocidade, ou seja: t (h) = d (M) / v (nó) t (h) = 780/10 = 78 h, ou seja, 3 dias mais 6 horas Somando-se esse tempo ao ETD teremos determinado o ETA: ETD = 10/01/2009 às 10:30 + t = 03 06:00 ETA = 13/01/2009 às 16:30 h Posição verdadeira e posição estimada As sucessivas determinações da posição da embarcação, ao longo de uma derrota são o principal fator da segurança buscada para navegar. A grande maioria dos acidentes com embarcações estão relacionadas com a incerteza da posição. Posição verdadeira de uma embarcação é aquela em que há absoluta certeza e confiabilidade, determinada por métodos precisos e em condições favoráveis. O cruzamento de duas linhas de posição, tomadas de reconhecidos pontos notáveis, por exemplo, com instrumentos confiáveis (agulha, alidade, radar, etc.). Posição estimada é aquela fruto da estima, quando não há, por quaisquer motivos, condições de determinação de uma posição verdadeira. A estimada é importante apenas para manter a noção de localização, mas sempre é plotada sobre o Rumo Verdadeiro e leva em consideração a distância navegada a partir da última Verdadeira, calculada, essa distância, pelo tempo navegado e pela estima da velocidade desenvolvida. A verdadeira é simbolizada, na Carta Náutica, por um pequeno círculo envolvendo o ponto-posição e a estimada tem um pequeno triângulo a envolver esse ponto. 45 TT eess tt ee ddee aauu tt ooaa vvaa ll ii aa ççããoo ddaa UUnn iiddaa ddee 33 1. Defina: a) rumo: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ b) linha de visada: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ c) marcação: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ d) Norte verdadeiro: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ e) magnético e da agulha: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 46 2. Calcule rumo verdadeiro e o rumo magnético a partir do rumo da agulha igual a 357º, conhecendo a Declinação Magnética e o Desvio da Agulha como sendo, respectivamente, 19º E e 2º W. 3. Calcule rumo da agulha e o rumo magnético a partir do rumo verdadeiro igual a 349º, conhecendo a Declinação Magnética e o Desvio da Agulha como sendo, respectivamente, 21º E e 3ºW. 4. Defina: a) marcação verdadeira: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ b) marcação magnética: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ c) marcação da agulha: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 47 d) marcação relativa: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ e) marcação polar: _______________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5. Converta a marcação verdadeira 005º em marcação agulha e marcação magnética, conhecendo a Declinação e o Desvio como sendo, respectivamente, 20º W e 00o. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 6. Explique a relação entre nó, milha e jarda: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 7. Explique a relação entre grau e milha: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 8. Calcule a diferença de Latitude entre ϕϕϕϕ1 = 51º53’2 N e ϕϕϕϕ2 = 36º07’5 N ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 48 9. Calcule a Latitude média entre os valores ϕϕϕϕ1 = 14º25’4 N e ϕϕϕϕ2 = 06º07’5 S _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ 10. Defina hora estimada de chegada (ETA) e hora estimada de saída (ETD): 11. Defina posições verdadeira e estimada: ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 49 4. NAVEGAÇÃO FLUVIAL Nesta unidade, você vai: ���� Descrever as características da navegação fluvial: equipamentos, auxílios e regras ���� Descrever a navegação por eclusas ���� Descrever os sinais visuais fixos referentes: à mudança de margem, ao canal junto à margem, ao canal na metade do rio, bifurcação de canal, ao perigo isolado e novo perigo ���� Descrever os sinais navegar junto à margem e no meio do rio, mudar de margem, alinhamento, quilometragem percorrida, redução de velocidade, fundeio proibido e obstrução aérea ���� Descrever os sinais náuticos complementares para pontes, vão navegáveis, cais píeres, molhes, enrocamentos, terminais e trapiches Objeto principal de nosso estudo aqui, a navegação fluvial guarda diferenças importantes para as navegações “barra fora”, especialmente pelas características próprias que possui, como: Os leitos dos rios, pelos fenômenos físico-geográficos a que estão sujeitos (assoreamentos, dragagens, marés, etc.), têm constantemente modificadas as profundidades de certas regiões, o que maximiza a importância do uso dos equipamentos de sondagens e das atualizações na sinalização disponível. Apesar de quase todos os trechos da navegação fluvial serem ladeados de terra (margens dos rios) por ambos os bordos, a sinalização, por sofrer influência de correntezas fortes, enchentes e até furtos e depredações, ainda é precária, o que eleva a importância do conhecimento prático das regiões e da navegação-radar. Pela crescente necessidade de construção de eclusas, que mantêm a navegabilidade nas malhas fluviais, há a necessidade do navegador manter-se inteirado das regras especiais existentes na navegação por eclusas. 50 FIG-4.1 – Esquema de funcionamento de Eclusas. Fonte: http://www.dnit.gov.br/menu/hidrovias_portos/eclusa A sinalização náutica adotada na navegação fluvial, embora em nenhum aspecto se contraponha às regras do Regulamento Internacional Para Evitar Abalroamento no Mar (RIPEAM), possui sinalizações adicionais e próprias de cada região, adquiridas pelos usos e costumes dos navegadores dessas regiões, tais como as mostradas na tabela a seguir. Quilometragem em relação à foz; válida para o eixo do rio (no exemplo, PK de Pirapora - MG) Perigo isolado avante; reduzir a velocidade O canal permanece junto à margem que vem sendo seguida Navegar pelo meio do rio até o próximo sinal situado na margem oposta Cruzar o rio, em linha reta, até o próximo sinal situado na margem oposta Afastar da margem até o próximo sinal situado na mesma margem Indica canal junto à ilha. O canal está situado entre esta e a margem oposta Indica canal junto à ilha. O canal está situado entre esta e a margem que vem sendo seguida Indica o canal em relação à ilha • Bóia cega - deixa para boreste de quem desce o rio e a bombordo para quem sobe o rio • Bóia cega - deixa para bombordo de quem desce o rio e a boreste para quem sobe o rio TAB-4.1 51 Balizamento em hidrovias Devido a utilização crescente de “amadores” para fins de esporte e/ou recreio nos rios e nas hidrovias, foi criada uma sinalização náutica específica. Os sinais indicam ao navegante o que ele deve fazer para manter-se no canal navegável. Usados nas margens ou pilares de pontes Retângulo ou quadrado verde Manter-se junto à margem até o próximo sinal. Triângulo encarnado Manter-se junto à margem até o próximo sinal. X Mudar de margem (cruzar para outra margem na direção do próximo sinal). H Navegue no meio do rio até o próximo sinal. + Perigo isolado. Y Bifurcação de canal. - Tráfego nos dois sentidos. TAB-4.2 FIG-4.2 52 FIG-4.3 Convenção para uso das cores verde e encarnada • Quando descendo o rio – Verde – margem direita • Encarnado – margem esquerda • Quando subindo o rio – Verde – margem esquerda • Encarnado – margem direita 53 TT eess tt ee ddee aauu tt ooaa vvaa ll ii aa ççããoo ddaa UUnn iiddaa ddee 44 1 Descreva as características da navegação fluvial: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2 Cite os principais equipamentos de navegação e de auxílio à navegação fluvial: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3 Cite as principais regras da navegação fluvial: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 4 Descreva o princípio de funcionamento do radar: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5 Cite as informações obtidas no radar: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 6 Como você identifica o movimento relativo de outra embarcação pela apresentação no radar? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 54 7- Descreva como você identifica uma situação de risco de abalroamento por meio do radar: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 8- Descreva a finalidade e o princípio de funcionamento do ecobatímetro: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 9 Descreva a formação de um comboio de balsas: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 10 Descreva as principais regras de navegação de empurra de comboios de balsas: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 11 Explique como funciona o sistema de transposição de desnível por meio de barragens e eclusas: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 12 Descreva as principais regras de navegação por eclusas: ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 55 13 Descreva cada um dos seguintes sinais visuais fixos referentes: à mudança de margem, ao canal junto à margem, ao canal na metade do rio, bifurcação de canal, ao perigo isolado e novo perigo: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 14 Descreva cada um dos seguintes sinais náuticos complementares do balizamento fluvial e lacustre: navegar junto à margem e no meio do rio, mudar de margem, alinhamento, quilometragem percorrida, redução de velocidade, fundeio proibido e obstrução aérea: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 15 Descreva cada um dos seguintes sinais náuticos complementares: para pontes, vãos navegáveis, cais, píeres, molhes, enrocamentos, terminais e trapiches: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 16 Identifique as características luminosas das bóias do sistema de balizamento International Association of Marine Aids to Navigation and Light House Authorities ( IALA B): _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 56 5. CÓDIGO INTERNACIONAL DE SINAIS Nesta unidade, você vai: ���� Explicar a finalidade do Código Internacional de Sinais (CIS) ���� Identificar as bandeiras alfabéticas, galhardetes e cornetas substitutas ���� Interpretar o significado das bandeiras alfabéticas içadas isoladamente ���� Executar a transmissão dos sinais mais comuns de manobra e de emergência Nas hidrovias, a Autoridade Marítima faz cumprir o acordo internacional do CIS (Código Internacional de Sinais), conforme abaixo (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_internacional_de_sinais). Letra Código NATO Bandeira Significado A Alfa Tenho um mergulhador na água; conserve-se afastado e a pouca velocidade. B Bravo Carrego, descarrego ou transporto carga perigosa. C Charlie Sim (Afirmativo). D Delta Mantenha-se afastado, estou a manobrar com dificuldade. E Echo Estou a guinar para estibordo (boreste). F Foxtrot Estou com avaria; comunique comigo. G Golf Necessito de um piloto (prático). H Hotel Tenho piloto (prático) a bordo. 57 I India Estou a guinar para bombordo. J Juliet estou com incêndio a bordo: mantenha-se afastado. K Kilo Tenho uma comunicação a fazer. L Lima Você deve parar sua embarcação imediatamente. M Mike O meu navio está parado. N November Não (Negativo). O Oscar Homem ao mar. P Papa No porto: todas as pessoas devem regressar a bordo pois o navio vai largar. No mar: pode ser usado por embarcações de pesca para dizer: "Minhas redes podem obstruí-lo". Q Quebec Peço livre prática (licença para entrar em porto). R Romeo Sem significado (na Marinha Portuguesa esta bandeira poderá significar que o navio está em missão de busca e salvamento (SAR - Search And Rescue), em missão de fiscalização ou a efetuar operações de reabastecimento no mar). S Sierra Estou a fazer marcha a ré a toda a força. T Tango Mantenha-se afastado. U Uniform Vai sobre um perigo. V Victor Peço assistência. 58 W Whiskey Peço assistência médica. X Xray Pare as suas manobras. Y Yankee Estou a garrar (arrastar a âncora). Z Zulu Peço reboque. TAB-5.1 Combinações As letras poderão ser combinadas adquirindo outros significados. Exemplo de alguns sinais de duas letras e seu significado: AC Estou a abandonar o meu navio AN Preciso de um médico BR Necessito de um helicóptero CD Peço assistência imeadiata DV Estou à deriva EF O SOS/MAYDAY encontra-se cancelado FA Pode fornecer-me a minha posição? GW Homem ao mar. Efetue a sua recolha JL Corre o risco de encalhar NC Estou em perigo e peço assistência imediata PD As suas luzes de navegação não são visíveis PP Mantenha-se bastante afastado de mim QD Estou a deslocar-me para vante QT Estou a deslocar-me para ré QU Fundear não é permitido QX Solicito autorização para fundear RU Mantenha-se afastado de mim. Estou a manobrar com dificuldade SO Deve parar o seu navio imediatamente UM O porto está fechado ao tráfego marítimo UP Solicito autorização para entrar o porto com urgência. Encontro-me em dificuldades YU Vou comunicar com a sua estação através do Código Internacional de Sinais ZL O seu sinal foi recebido mas não compreendido TAB-5.2 59 Código Q Código Pergunta Resposta ou informação QAP Está na escuta? Permaneça na escuta ou estou na escuta QAM Qual é a condição meteorológica? Aqui a condição meteorologia é ... QRA Qual o nome operador? O meu nome é ... QRB A qual distância aproximada você está da minha estação? A distância aproximada entre nossas estações é... milhas náuticas (ou quilômetros) QRC Que organização particular (ou administração estadual) liquida as contas de sua estação? A liquidação das contas da minha estação está sob o encargo da organização particular... (ou da administração estadual...) QRD Aonde vai e de onde vem? Vou a... e venho de... QRE A que horas pensa chegar a... (ou estar sobre...) (lugar) Penso chegar a...(lugar) (ou estar sobre...) às... horas. QRG Qual é minha frequência exata (ou frequência exata de...)? Sua frequência exata (ou frequência exata de...) é... kHz (ou... MHz). QRH Minha frequência varia? Sua frequência varia. QRI Como é a tonalidade de minha estação? A tonalidade de sua estação é: 1. Boa 2. Variável 3. Ruim QRJ Quantas chamadas radiotelefônicas você tem para despachar? Eu tenho ... chamadas radiotelefônicas para despachar. QRK Qual a clareza dos meus sinais (ou de...) ? A clareza de seus sinais (ou dos sinais de) é: 1. Ruim 2. Pobre 3. Razoável 4. Boa 5. Excelente QRL Você está ocupado? Estou ocupado (ou ocupado com...). Favor não interferir QRM Está sendo interferido? Sofre interferência: 1. Nulas 2. Ligeira 3. Moderada 4. Severa 5. Extrema 60 QRN Está sendo perturbado por estática? Estou sendo perturbado por estática: 1. Não 2. Ligeiramente 3. Moderadamente 4. Severamente 5. Extremamente QRO Devo aumentar a potência do transmissor? Aumente a potência do transmissor. QRP Devo diminuir a potência do transmissor? Diminua a potência do transmissor. QRQ Devo transmitir mais depressa? Transmita mais depressa (...palavras por minuto). QRR Está pronto para operação automática? Estou pronto para operação automática. Transmita à... palavras por minuto. QRS Devo transmitir mais devagar? Transmita mais devagar (... palavras por minuto). QRT Devo cessar a transmissão? Cesse a transmissão. QRU Tem algo para mim? Não tenho nada para você. QRV Está preparado? Estou preparado. QRW Devo avisar a... que você o está chamando em ... kHz(ou...MHz). Por favor, avise ... que o estou chamando em ...kHz(ou ...MHz). QRX Quando você chamará novamente?Eu o chamarei novamente às... horas, em ...kHz(ou ...MHz). QRY Qual a minha ordem de vez? (Refere-se a comunicação) É número ...(ou de acordo com qualquer indicação) (Refere-se a comunicação) QRZ Quem está me chamando? Você está sendo chamado por ... em... kHz (ou ... MHz). QSA Qual a intensidade de meus sinais(ou dos sinais de...)? A intensidade dos seus sinais (ou dos sinais de ...) é: 1. Apenas perceptível 2. Fraca 3. Satisfatória 4. Boa 5. Ótima QSB A intensidade de meus sinais varia? A intensidade de seus sinais varia. QSC Sua embarcação é de carga? Minha embarcação é de carga. QSD Minha manipulação está defeituosa? Sua manipulação está defeituosa. QSE Qual o deslocamento estimado da O deslocamento estimado da 61 embarcação de salvamento? embarcação de salvamento é ... (números e unidades). QSF Você realizou o salvamento? Eu realizei o salvamento e estou seguindo para a base ... (com ... pessoas feridas necessitando ambulância). QSG Devo transmitir ... telegramas de uma vez? Transmita ... telegramas de uma vez. QSH Você é capaz de retornar usando seu equipamento radio goniométrico? Eu sou capaz de retornar usando meu equipamento radio goniométrico. QSI Não consegui interromper a ... (indicativo de chamada). Sua transmissão ou informe que não conseguir interromper sua transmissão em ...kHz (ou ... MHz). QSJ Qual a taxa a ser cobrada para ... incluindo sua taxa interna? A taxa a ser cobrada para ... incluindo a minha taxa interna é ... francos, ou reais, ou dólares ... QSK Pode ouvir-me entre seus sinais, em casa afirmativo, posso interromper sua transmissão? Posso ouvi-lo entre meus sinais: pode interromper minha transmissão. QSL Pode acusar recebimento? Acuso recebimento. QSM Devo repetir o último telegrama que transmiti para você (ou algum telegrama anterior)? Repita o último telegrama que você enviou para mim(ou telegrama(s) número(s)...). QSN Escutou-me ou ...(indicativo de chamada) em ...kHz (ou ...MHz)? Escutei-o ou ...(indicativo de chamada) em ...kHz (ou ...MHz) QSO Pode comunicar-me diretamente (ou por retransmissão) com...? Posso comunicar-me diretamente (ou por retransmissão) com... . QSP Quer retransmitir gratuitamente a ...? Vou retransmitir gratuitamente a... . QSQ Há médicos a bordo ou ... (nome da pessoa) a bordo? Há médicos a bordo ou ... (nome da pessoa) a bordo. QSR Devo repetir a chamada na frequência de chamada? Repita a chamada na frequência de chamada: não ouvi você (ou há interferência). QSS Que frequência de trabalho você usará? Usarei a frequência de trabalho de ...KHz (normalmente basta indicar os três último algarismo da frequência). QSU Devo transmitir ou responder nesta frequência ou em ...KHz(ou ... MHz) com emissões do tipo...? Transmita ou responda nesta frequência ou em ...KHz(ou ... MHz) com emissões do tipo... . QSV Devo transmitir uma série de "v" nesta Transmita uma série de "v" nesta 62 frequência ou em ... KHz(ou ... MHz)? frequência ou em ... KHz(ou ... MHz)? QSW Vai transmitir nesta frequência ou em ... KHz (ou ... MHz) (com emissão do tipo ...)? Vou transmitir nesta frequência ou em ... KHz (ou ... MHz) (com emissão do tipo ...), QSX Quer escutar a ... (indicativo de chamada) em ... KHz ( ou ... MHz)? Estou escutando a ... (indicativo de chamada) em ... KHz ( ou ... MHz)? QSY Devo transmitir em outra frequência? Transmita em outra frequência ou em ... KHz (ou... MHz). QSZ Tenho que transmitir cada palavra ou grupo mais de uma vez? Transmita cada palavra ou grupo duas vezes (ou ... vezes). QTA Devo cancelar o mensagem número ...? Cancele o mensagem número ... . QTB Concorda com minha contagem de palavras? Eu não concordo com sua contagem de palavras; vou pedir a primeira letras ou dígito de cada palavra ou grupo. QTC Quantos recados para transmitir? Tenho ... recado transmitir (ou para ...). QTD O que recolheu o barca ou a aeronave de salvamento? ... (identificação) recolheu: 1. ... (número) sobreviventes. 2. ... restos de naufrágio. 3. ... (número) de cadáveres QTE Qual a minha orientação com relação a você? ou Qual a minha orientação com relação a ... (indicativo de chamada) Sua orientação verdadeira com relação a mim é... grau as... horas ou A orientação verdadeira de ...(indicativo de chamada) com relação a ... (indicativo de chamada) era de ... grau as ... horas. QTF Quer indicar a posição de minha estação de acordo com as orientações tomadas pelas estações radiogoniométricas que você controla? A posição de sua estação de acordo com as orientações tomadas pelas estações radio goniométricas que, eu controlo era ... Latitude, ... Longitude, (ou outra indicação de posição) tipo... às ... horas. QTG Quer transmitir dois traços de 10 segundos cada, seguidos de seu indicativo de chamada (repetindo ... vezes) em KHz(ou ...MHz)? Quer pedir dois traços de 10 segundos cada, seguidos de seu indicativo de chamada (repetindo ... vezes) em KHz(ou ...MHz)? Vou transmitir dois traços de 10 segundos cada, seguidos de seu indicativo de chamada (repetindo ... vezes) em KHz(ou ...MHz). Pedi dois traços de 10 segundos cada, seguidos de seu indicativo de chamada (repetindo ... vezes) em KHz(ou ...MHz). 63 QTH Qual é seu local endereço posição em Latitude e Longitude (ou de acordo com qualquer outra indicação)? Meu local de endereço posição é ... de Latitude, ... de Longitude(ou de acorde com qualquer outra indicação). QTI Qual é o seu rumo VERDADEIRO? Meu rumo VERDADEIRO é ... graus. QTJ Qual a sua velocidade (refere-se à velocidade de um navio ou aeronave com relação à água ou ar, respectivamente). Minha velocidade é de ... nós (ou quilômetros por horas, ou milhas por hora). (indique a velocidade de um navio ou aeronave através da água ou ar, respectivamente). QTK Qual a velocidade de sua aeronave com relação à superfície terrestre? A velocidade de minha aeronave com relação à superfície terrestre ... nós (ou quilômetros por horas, ou milhas terrestres por hora). QTL Qual o seu rumo VERDADEIRO? Meu rumo VERDADEIRO é ... graus. QTM Qual é o seu rumo MAGNÉTICO? Meu rumo MAGNÉTICO é ... graus. QTN A que horas saiu de ... (lugar)? Saí de ... (lugar) às ... horas. QTO Pode comunicar-se com minha estação por meio de código internacional de sinais? Vou comunicar-me com sua estação por meio de código internacional de sinais. QTR Qual é a hora certa? A hora certa é ... horas. QTS Quer transmitir seu indicativo de chamada para sintonizar ou para que sua frequência possa ser medida agora (ou às ... horas) em ... KHz (ou MHz)? Vou transmitir meu indicativo de chamada para sintonizar ou para que sua frequência possa ser medida agora (ou às ... horas) em ... KHz (ou MHz). QTT O sinal de identificação que segue se sobrepõe à outra emissão. QTU Qual é o horário de funcionamento de sua estação? O horário de funcionamento da minha estação é ... horas. QTV Devo fazer escuta por você na frequência de ... KHz (ou ... MHz) das ... às ... horas? Faça escuta por você na frequência de ... KHz (ou ... MHz) das ... às ... horas. QTW Como se encontra os sobrevivente? Os sobreviventes se encontras em ... condições e precisam urgentemente ... QTX Quer manter sua estação aberta para nova comunicação comigo até que eu o avise(ou até às... horas)? Vou manter minha estação aberta para nova comunicação com você até que me avise (ou até ás ... horas) QTY Você está seguindo para o lugar do acidente? Caso afirmativo, quando espera chegar? Estou seguindo para o lugar do acidente e espero chegar às ... horas em ... (data). 64 QTZ Você continua a busca? Continuo a busca de ... (aeronave, navio, dispositivo de salvamento, sobreviventes ou destroços). QUA Tem notícias de ... (indicativo de chamada)? Envio notícias de ...(indicativode chamada). QUB Pode dar-me na seguinte ordem, informações sobre: a direção em graus VERDADEIROS e velocidade do vento na superfície; visibilidade; condições metereológicas atuais; quantidade, tipo e altura das nuvens sobre a superfície em ... (lugar de observação)? Envio informações solicitadas: (As unidades usadas para velocidade e distâncias devem ser indicadas). QUC Qual é o número (ou outra estação) da última mensagem que você recebeu de mim ou de ... (indicativo de chamada)? O número (ou outra estação) da última mensagem recebida de você ou de ... (indicativo de chamada) é ... . QUD Recebeu o sinal de urgência transmitido por ... (indicativo de chamada da estação móvel)? Recebi o sinal de urgência transmitido por ... (indicativo de chamada da estação móvel) às ... horas. QUE Pode usar telefonia tem ... (idioma) por meio de intérprete, se possível, em quaisquer frequência? Posso usar telefonia em ... (idioma) em ... KHz (ou ... MHz). QUF Recebeu o sinal de perigo transmitido por ... (indicativo de chamada da estação móvel)? Recebi o sinal de perigo transmitido por ... (indicativo de chamada da estação móvel)? QUH Quer dar-me a pressão barométrica atual ao nível do mar? A pressão barométrica atual ao nível do mar é ...(unidades). QUI Suas luzes de navegação estão acesas? Minhas luzes de navegação estão acesas QUJ Quer indicar o rumo VERDADEIRO para chegar a você (ou ...)? O rumo VERDADEIRO para me alcançar (ou ...) ... graus às ... horas. QUK Pode me informar as condições do mar observada em ... (lugar ou coordenadas)? O mar em ... (lugar ou coordenadas) está ... . QUL Pode me informar as vagas observadas em ... (lugar ou coordenadas)? As vagas em ... (lugar ou coordenadas) são ... . QUM Posso recomeçar tráfego normal? Pode começar tráfego normal. QUN Solicito às embarcações que se encontram em minhas proximidades imediatas ou (nas proximidades de ... Latitude e ... Longitude) ou (nas Minha posição, rumo VERDADEIRO e velocidade são ... . 65 proximidades de ... ) favor indicar rumo VERDADEIRO e velocidade. QUO Devo efetuar busca de: 1. aeronave 2. navio 3. embarcação de salvamento nas proximidades de ... Latitude, ... Longitude (ou de acordo com qualquer outra indicação) ? Efetue busca de: 1. aeronave 2. navio 3. embarcação de salvamento nas proximidades de ... Latitude, ... Longitude (ou de acordo com qualquer outra indicação). QUP Quer indicar sua posição por meio de: 1. refletores 2. rastro de fumaça 3. sinais pirotécnicos? Estou indicando minha posição por meio de: 1. refletores 2. rastro de fumaça 3. sinais pirotécnicos? QUQ Devo orientar meu refletor quase verticalmente para uma nuvem, piscando se possível e, caso aviste sua aeronave, dirigir o facho contra o vento e sobre a água (ou solo) para facilitar seu pouso? Por favor, orientar seu refletor quase verticalmente para uma nuvem, piscando se possível e, caso aviste sua aeronave, dirigir o facho contra o vento e sobre a água (ou solo) para facilitar meu pouso. QUR Os sobreviventes: 1. Receberam equipamentos salva-vidas? 2. Foram recolhidos por embarcação de salvamento? 3. Foram encontrados por grupo de salvamento de terra? Os sobreviventes: 1. Receberam equipamentos salva-vidas? 2. Foram recolhidos por embarcação de salvamento? 3. Foram encontrados por grupo de salvamento de terra. QUS Você avistou sobreviventes ou destroços? Em caso afirmativo, em que posição? Avistei: 1. sobreviventes na água; 2. sobreviventes em balsas; 3. destroços na Latitude ..., Longitude ... (ou de acordo com qualquer outra informação). QUT Foi marcado o local do acidente? A posição do acidente está marcada por: 1. balsa flamíjena ou fumígena; 2. bóia; 3. produto corante; 4. ... (especificar qualquer outro sinal) QUU Devo dirigir o navio ou aeronave para minha posição? Dirija o navio ou aeronave (indicativo de chamada)? 1. para sua posição transmitindo 66 seu indicativo de chamada e traços longos em ... KHz (ou ... MHz); 2. transmitindo em ... KHz (ou MHz) o rumo verdadeiro para chegar a você. QUW Você está na área de busca designada como ... nome da zona ou Latitude e Longitude) ? Estou na área de busca (designação). QUY Foi marcada a posição da embarcação de salvamento? A posição da embarcação de salvamento foi marcada às ... horas por: TAB-5.3 Código Morse Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre. O Código Morse é um sistema de representação de letras, números e sinais de pontuação através de um sinal codificado enviado intermitentemente. Foi desenvolvido por Samuel Morse e Alfred Vail em 1835, criadores do telégrafo elétrico (importante meio de comunicação a distância), dispositivo que utiliza correntes elétricas para controlar eletroímãs que funcionam para emissão ou recepção de sinais. Uma mensagem codificada em Morse pode ser transmitida de várias maneiras em pulsos (ou tons) curtos e longos: • pulsos elétricos transmitidos em um cabo; • ondas mecânicas (perturbações sonoras); • sinais visuais (luzes acendendo e apagando); • ondas eletromagnéticas (sinais de rádio); Este sistema representa letras, números e sinais de pontuação apenas com uma sequência de pontos, traços, e espaços. Portanto, com o desenvolvimento de tecnologias de comunicação mais avançadas, o uso do código Morse é agora um pouco obsoleto, embora ainda seja empregado em algumas finalidades específicas, incluindo rádio faróis, e por CW 67 (continous wave-ondas contínuas), operadores de radioamadorismo. Código Morse é o único modo de modulação feito para ser facilmente compreendido por humanos sem ajuda de um computador, tornando-o apropriado para mandar dados digitais em canais de voz. Código Morse pode ser transmitido de muitas maneiras: originalmente como pulso elétrico através de uma rede telegráfica, mas também como tom de áudio, como um sinal de rádio com pulsos ou tons curtos e longos, ou como sinal mecânico ou visual (ex: sinal de luz) usando ferramentas como lâmpadas de Aldis e heliógrafos. Porque o Código Morse é transmitido usando apenas dois estados — ligado e desligado — é uma estranha forma de código digital. O código Morse internacional é composto de seis elementos: 1. Sinal curto, ponto ou 'dit' (·) 2. Sinal longo, traço ou 'dah' (-) 3. Intervalo entre caracteres (entre pontos e traços) 4. Intervalo curto (entre letras) 5. Intervalo médio (entre palavras) 6. Intervalo longo (entre sentenças) Portanto, o comprimento variável de caracteres do Código Morse dificulta a adaptação à comunicação automatizada, então foi amplamente substituída por mais formatos regulares, incluindo o Código Baudot e ASCII. O que se é chamado hoje de Código Morse difere em parte do que foi originalmente desenvolvido por Morse e seu assistente, Alfred Vail. Em 1948 uma distinção das sequências do código, incluindo mudanças a onze das letras, foi feita na Alemanha e eventualmente adotada como o padrão mundial como Morse Internacional. A especificação original do código de Morse, muito limitada para o uso nos Estados Unidos, tornou-se conhecida como Railroad ou Código Morse Americano, e atualmente é muito raro o seu uso. Desenvolvimento Pingala, um estudante/músico/matemático que viveu na antiga Índia entre 400 e 200 a.C., foi o primeiro a usar um código binário de sílabas curtas e longas (traços curtos e longos), muito similar ao código Morse. Uma sílaba longa é igual ao 68 comprimento de duas sílabas curtas, para representar símbolos musicais (melhor que letras). Nos meados dos anos de 1830, Samuel Morse e Alfred Vail desenvolveram o telégrafo elétrico, que usa correntes elétricas para controlar um eletroímã localizado no fim da recepção do linha transmissora. Os limites tecnológicos da época tornaram impossívelmarcar caracteres individuais de uma forma compreensível. Então os inventores tiveram que inventar um método alternativo de comunicação. No início de 1937, William Crooke e Charles Wheatstone operaram telégrafos elétricos na Inglaterra que também controlaram os eletroímãs nos receptores. Porém, os seus ponteiros de agulha dos sistemas giravam no sentido de indicar os caracteres sendo enviados. Em contraste, o sistema de telégrafo inicial de Morse e Vail, o qual entrou na primeira operação em 1844, marcou uma fita magnética de papel — quando a corrente elétrica era transmitida, o eletroímã do receptor girava a armação, de modo que começou a arranhar uma fita magnética móvel, e quando a corrente foi removida, o receptor retratou a armação, de forma que uma porção da fita permaneceu sem marca. O código Morse foi desenvolvido de modo que os operadores pudessem traduzir as identificações marcadas na fita de papel em mensagens de texto. Inicialmente, Morse planejou transmitir somente números, e usar um dicionário para procurar cada palavra de acordo com o número que foi enviado. Porém, o código foi expandido para incluir letras e caracteres especiais, podendo assim ser usado para mensagens mais completas. As marcas curtas foram chamadas de "pontos", e as longas de "traços", e as letras mais comuns usadas na língua inglesa foram nomeadas nas menores sequências. No telégrafo original de Morse, as armações dos receptores fizeram um barulho de clicado como se movessem dentro e fora da posição da marcação da fita. Operadores logo aprenderam a ler os clicados como o início e o fim dos pontos e traços, mostrando que não é necessário muito tempo para usar a fita. Quando o código Morse foi adotado no rádio, os pontos e os traços foram normalmente enviados como tons curtos e longos. Isso foi posteriormente provado que as pessoas se tornariam mais hábeis na recepção do código Morse quando é ensinado como uma linguagem ouvida, ao invés de lida de páginas. Para refletir o som do código Morse, profissionais vocalizaram os pontos como "dit" e os traços como "dah". Quando um "dit" não é o elemento final do caráter, seu som é encurtado para "di" para manter um melhor ritmo vocal. 69 Mensagens Morse são geralmente transmitidas por uma ferramenta de transmissão manual, como o telégrafo, mas há variações introduzidas pela prática de enviar e receber — operadores mais experientes conseguem enviar e receber em altas velocidades. Em geral, qualquer código representando símbolo escrito como sinais de durações variadas pode ser transmitido por código Morse, mas o termo é usado especialmente para dois tipos de código Morse usado para o alfabeto inglês e símbolos associados. Companhias de telégrafo cobravam baseada na duração da mensagem enviada. Códigos comerciais elaborados foram desenvolvido para codificar frases comuns em grupos de cinco letras que eram enviadas como palavras simples. Exemplos: BYOXO (Você está tentando sair fora disso?), LIOUY (Por que você não responde minhas perguntas?), e AYYLU (Código não claro, repita mais claramente). As letras desses grupos de cinco letras eram enviadas individualmente usando código Morse. Na terminologia da rede de computadores, poderia dizer que o código comercial é colocada na topo do código Morse, o qual é levado ao topo do código binário, o qual é levado ao topo do rede física de telegrafia. Ainda em uso no radioamadorismo são o Código Q e o Código Z; eles foram e são usados por operadores para serviços como qualidade da transmissão, mudanças de frequências, e telegramas. Quando considerado como um padrão para codificação da informação, o código Morse teve uma vida próspera que ainda não foi ultrapassado por nenhum outro esquema de codificação eletrônica. O código Morse foi usado como um padrão internacional para comunicações marítimas até 1999 quando foi substituído pelo Sistema de Segurança de Perigo Marítimo global. Quando a marinha francesa cessou de usar o código Morse em 1997, a mensagem final transmitida foi "Chamando todos. Este é o nosso último grito antes do nosso silêncio eterno." Recentemente algumas competições de altas velocidade têm sido amplamente divulgadas entre operadores de código Morse e usuários de mensagens SMS de telefone celular. O código Morse tem constantemente ganho as competições, conduzindo a especulação que os fabricantes de telefone celular podem construir um código Morse relacionado para telefones celulares. A ligação traduziria automaticamente o código Morse colocado dentro do texto de modo que poderia ser enviada por qualquer telefone celular que suporte SMS, então o receptor da mensagem precisaria saber código Morse para entender a mensagem. Outra aplicação especulada inclui pegar um aplicação de assistência a código Morse e usando o alerta vibratório do celular para traduzir a mensagem SMS em mensagens silenciosas, leitura "mão-livre" 70 da mensagens recebidas. Alguns celulares ainda têm informativo audivel para alguns celulares que permitem código Morse introduzido em SMS's enviadas. Código Morse internacional moderno O código Morse internacional moderno foi criado por Friedrich Clemes Gerke em 1848 e usado por telegrafistas entre Hamburgo e Cuxhaven na Alemanha. Depois de algumas modificações secundárias em 1865 foi padronizado pelo Congresso Internacional Telegráfico em Paris em 1865, e posteriormente regulamentado pelo ITU com Código Morse internacional. O código Morse internacional continua em uso atualmente, porém se tornou quase exclusivamente para radioamadores. Até 2003 a União internacional de telecomunicações UIT (ITU, em inglês), designou proficiência em código Morse como parte do exame para licença de radioamadores pelo o mundo. Em alguns países, alguma parcela das bandas para radioamadores continuam sendo reservadas para transmissão unicamente em código Morse. Desde que Morse confiou em um único sinal de rádio, necessitou-se de equipamentos menos complexos que outras formas de radiocomunicação, e pode ser usado com ruídos muitos altos e ambientes com baixo sinal. Requer também menos largura de banda que comunicações com voz, normalmente 100-150 Hz, comparada com os 4000 Hz de banda de voz. O uso extensivo de pro - sinais, Código Q, e formatos restritos de mensagens codificadas (típicas de comunicação entre operadores) facilita a comunicação entre radioamadores que não dividem o mesmo idioma e têm grande dificuldade em comunicação de voz. Código Morse também é popular entre operadores QRP por possibilitar comunicações a distâncias muito longas, com baixa potência. A habilidade de recepção pode ser sustentada por operadores treinados até mesmo quando o sinal é dificilmente ouvido, pelo fato de que a energia transmitida é concentrada dentro de uma pequena largura de banda, tornado possível por usar filtros receptores estreitos, que suprimem ou eliminam interferência em frequências próximas. A largura de onda estreita também tira vantagem da seletividade auricular natural do cérebro humano, futuramente aumentando a capacidade de receber sinais fracos. A Conferência Mundial de Radiocomunicação de 2003 tornou opcional o conhecimento de código Morse para licença de radioamador. 71 FIG-5.1 – Um batedor comercialmente fabricado usado junto com uma chave eletrônica para gerar alta velocidade de transmissão de código Morse. Radioamadores e militares qualificados em código Morse podem frequentemente entender código a taxas excedendo 40 WPM(palavras por minuto). Concursos internacionais em código acontecem ocasionalmente. Existem também alguns clubes de radioamadores que requerem altas velocidades em transmissão e recepção, o maior deles tem o padrão de 60WPM. Em julho de 1939, em um concurso em Asheville, Carolina do Norte, Ted R. Elroy marcou um recorde ainda não quebrado de 75.2WPM. No seu livro on-line dealta velocidade de transmissão, William Pierpont (N0HFF) anota alguns operadores que talvez tenha passado 100WPM. Por esse ritmo eles estão ouvindo frases e sentenças em lugar de palavras. Embora a tradicional chave telegráfica (chave direta) ainda seja usada por vários amadores, o uso de chaves semi e totalmente automáticas prevalece atualmente. Programas de computador são também frequentemente empregados para produzir e decodificar sinais de código Morse. A maior velocidade já enviada por uma chave direta foi alcançada em 1942 por Harry Turner ( W9YZE ) que alcançou 35WPM em uma demonstração numa base do exército estado. Em 24 de maio de 2004, no aniversário de 60 anos da primeira transmissão telegráfica, o IUT adicionou o caracter "@" (arroba) ao código Morse, como um "AC" juntos. O novo caracter facilitou o envio de endereços de correio eletrônico por código Morse e isso é notável, já que é a primeira adição ao código Morse desde a I Guerra Mundial. Código Morse como uma tecnologia de assistência O código Morse no século XXI tem um papel de tecnologia de assistência, ajudando pessoas com impossibilidades de comunicação. O código Morse pode ser enviado por alguém com as mais variadas incapacidades de movimento, contanto que 72 tenha o mínimo de coordenação motora. Em alguns casos isso pode ser soprar e sugar em um tubo plástico. Pessoas com alguma incapacidade de movimento além de inaptidão sensorial (exemplo: pessoas que são surdas e/ou mudas, e têm algum problema de coordenação motora) podem receber código Morse por um "beliscão" na pele. Produtos estão à disposição para permitir um sistema operacional de computador ser controlado por código Morse, permitindo ao usuário acessar a internet e o correio eletrônico. Em um caso reportado em uma revista sobre radioamadorismo, um velho operador de rádio de um barco teve um derrame cerebral e perdeu a capacidade de falar e escrever, e teve como se comunicar com seu médico (também um radioamador) com esse programa de computador piscando seus olhos em código Morse. Um caso mais bem confirmado ocorreu em 1966, quando o prisioneiro de guerra Jeremiah Denton, mostrado pela televisão por seus capturadores vietnamitas, piscou em código Morse a palavra tortura. Representação e ritmo Existem dois símbolos usados para representar letras, chamados de pontos e traços ou (mais comumente usado entre usuários de CW) dits e dahs. A duração do dit determina o ritmo a qual a mensagem é enviada. Aqui está uma ilustração de convenções de ritmo. Sua intenção é mostrar exatamente o ritmo — normalmente seria escrito algo como isso: Na caixa de texto acima, máxima velocidade de código Morse, um dah é convencionalmente 3 vezes a duração do dit. Espaços entre dits e dahs em um caracter têm a duração de um dit. Espaços entre letras em uma palavra têm a duração de um dah (3 dits). Espaços entre palavras têm a duração de 7 dits. -.-. --- -.. .. --. --- / -- --- .-. ... . C O D I G O (espaço) M O R S E onde - representa dah e · representa dit. Aqui está a convenção de ritmo exata para a mesma mensagem (= representa ligado, · representa desligado, todos para a duração de um dit): ===.=.===.=...===.===.===...===.=.=...=.=...===.===.=...===.===.===.......===. ===...===.===.===...=.===.=...=.=.=...= 73 Esse aprendizado de código Morse é frequentemente ensinada para enviar e entender letras e outros símbolos nos seus objetivos de velocidade, que é com relativa normalidade o ritmo dos pontos, traços e espaços em cada símbolo para aquela velocidade. Espaços exagerados entre símbolos e palavras são usados para dar um tempo para pensar, que pode ser reduzida com a prática e a familiaridade. Isso torna a forma do som de letras e símbolos fácil de se aprender. Esse método de ensinar é chamado de método de Farnsworth. Outro método de ensino popular é o método Koch, que usa a velocidade designada de início, mas começa com apenas dois caracteres. Uma vez conseguido copiar sequências que contêm esses dois caracteres com 90% de precisão, outro caratcer é adicionado, e assim até todos os caracteres serem dominados. Código Morse é frequentemente falado ou escrito dessa forma: -- --- ·-· ··· · / -·-· --- -·· · Dah-dah dah-dah-dah di-dah-dit di-di-dit dit, Dah-di-dah-dit dah-dah-dah dah-di-dit dit. Note que há um pequeno pormenor em aprender a ler código Morse escrito como está acima, o som de todas as letras e símbolos precisam estar compreendidos, para aprender e receber. A velocidade do código Morse é tipicamente especificado em palavras por minuto (WPM). O padrão paris define a velocidade de transmissão como o ritmo de ponto e traço necessário para enviar a palavra "Paris" um dado número de vezes por minuto. A palavra Paris é escolhida porque tem precisamente 50 "dits" baseado no ritmo do livro de texto. Fala-se que músicos aprendem o ritmo de caracter em código Morse mais rapidamente que não-músicos. Reciprocamente, código Morse tem sido usado na música, como fonte para padrão rítmico e em gravações, como em Wireless Fantasy de Vladimir Ussachevsky e na música YYZ da banda de Rock Rush. 74 Letras, números, pontuações e sinais especiais Letra Código Internacional Letra Código Internacional A .- N -. B -... O --- C -.-. P .--. D -.. Q --.- E . R .-. F ..-. S ... G --. T - H .... U ..- I .. V ...- J .--- W .-- K -.- X -..- L .-.. Y -.-- M -- Z --.. TAB-5.4 – Letras Números Código internacional 0 ----- 1 ·---- 2 ··--- 3 ···-- 4 ····- 5 ····· 6 -···· 7 --··· 8 ---·· 9 ----· TAB-5.5 - Números 75 Pontuações comuns Código internacional Ponto [.] ·-·-·- Vírgula [,] --··-- Interrogação [?] ··--·· Apóstrofo ['] ·----· Exclamação [!] -·-·-- Barra [/] -··-· Parênteses [(] -·--· Parênteses [)] -·--·- E comercial [&] · ··· Dois pontos [:] ---··· Ponto e vírgula [;] -·-·-· Igual [=] -···- Hífen [-] -····- Linha baixa [_] ··--·- Aspas ["] ·-··-· Cifrão [$] ···-··- Arroba [@] ·--·-· TAB-5.6 – Pontuações comuns O "@"(arroba) foi adicionado em 2004, e combina A e C em um caracter. A "!"(exclamação), não é oficialmente reconhecido em nenhum lugar. A junção de K e W -·-·-- foi proposto no ano de 1980, pela Heathkit Company (um vendedor de conjuntos de equipamentos de radio-amadorismo). Enquanto o programa de computador tradutor de código Morse prefere essa versão, o uso "em-ar" não é ainda universal como alguns operadores de rádio canadenses e nos Estados Unidos continuam preferindo a antiga junção de M e N ---·. Sinais especiais Sinais especiais são pontos/traços sequenciados que têm um significado especial. Eles podem frequentemente ser visto como se fossem compostos por um, dois ou três caracteres alfabético do código Morse. Quando compostos nesse sentido de mais que um caracter, eles são enviados juntos; isso é, omitindo as pausas normais 76 que estariam entre elas se fossem enviadas como letras de um texto. Essas ligações são normalmente representadas impresso por letras com uma barra acima delas. Sinal Código Significado Comentário ·-·-· Parar (fim da mensagem) Frequentemente escrito como + ·-··· Espere (por 10 segundos) Responde com C (sim). AS2 significa espere 2 minutos, AS5 5 minutos, etc. Para pausas de 10 minutos ou mais, use QRX (veja código Q) -···- Separador dentro da mensagem Frequentemente escrito como =. Na prática, indistinguível para , e algumas vezes escrito assim -·-··-·· Saindo do ar "Livre" -··--- Troque por código wabun -·- Convite geral para transmitir Frequentemente enviado após CQ -·--· Convite específico para transmitir Frequentemente indica "de volta para você" ·-· Recebido e entendido "Roger" ···-·- Fim (fim do contato) Na prática, indistinguívelde , e algumas vezes escrito assim ···---··· Mensagem de sério perigo e pedido por ajuda urgente. Não usada ao menos em eminência de perigo para a vida ou para embarcações no mar. Veja SOS TAB-5.7 – Sinais especiais. Embora esses não seja realmente símbolos especiais, um erro pode ser indicado por uma série de s: ······· Erro, corrigir seguintes palavras (seis ou mais pontos em sequencia) · · · Erro (facilmente identificada por ritmo "quebrado") TAB-5.8 - Erros. 77 Outros caracteres Caracter Código ä ·-·- (também æ) à ·--·- (também å) ç -·-·· (também ĉ) ch ---- ð ··--· è ·-··- é ··-·· ĝ --·-· ĥ -·--· ĵ ·---· ñ --·-- ö ---· (também ø) ŝ ···-· þ ·--·· u ··-- (também ŭ) TAB-5.9 – Outros caracteres. 78 TT eess tt ee ddee aauu tt ooaa vvaa ll ii aa ççããoo ddaa UUnn iiddaa ddee 55 1 Explique a finalidade do Código Internacional de Sinais (CIS): _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2 Cite e identifique 10 (dez) das bandeiras alfabéticas, galhardetes e cornetas substitutas: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3 Interprete o significado das bandeiras alfabéticas içadas isoladamente: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 79 4 Descreva a execução da transmissão dos sinais mais comuns de manobra e de emergência: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 80 6. NAVEGAÇÃO E COMUNICAÇÕES ELETRÔNICAS Nesta unidade, você vai: ���� Descrever a instalação básica de uma estação rádio ���� Especificar a utilização dos transceptores quanto à faixa de frequência em que operam ���� Operar um transceptor de VHF, observando a correta utlização das frequências de chamadas ���� Operar um transceptor de HF, observando a correta utlização das frequências de chamadas ���� Identificar os sinais de socorro, urgência e segurança ���� Transmitir mensagens utilizando a fonética universal ���� Explicar a importância do uso padrão nos procedimentos radiotelefônicos e da disciplina nos circuitos O uso do radar na navegação fluvial O radar é composto por uma antena transmissora receptora de sinais para Super Alta Frequência (SHF), a transmissão é um pulso eletromagnético de alta potência, curto período e feixe muito estreito. Durante a propagação pelo espaço, o feixe se alarga em forma de cone, até atingir ao alvo que está sendo monitorado, sendo então refletido, e, retornando para a antena, que neste momento é receptora de sinais. Como se sabe a velocidade de propagação do pulso, e pelo tempo de chegada do eco, pode-se facilmente calcular a distância do objeto. É possível, também, saber se o alvo está se afastando, ou se aproximando da estação; isto se deve ao Efeito Doppler, isto é, pela defasagem de frequência entre o sinal emitido e recebido. Construção física do Radar O Equipamento de radar é composto de uma antena transceptora, da linha de transmissão, ou guia de onda, de um transmissor de alta potência e alta frequência, do sistema de recepção, decodificação, processamento e visualização das informações coletadas, além da mesa de interface entre equipamento e operador. 81 Sistema de Transmissão O sistema de transmissão é composto por 3 elementos principais: o oscilador, o modulador, e o próprio transmissor. O transmissor fornece radiofrequência para a antena em forma de pulsos eletromagnéticos modulados de alta potência que são disparados contra a antena parabólica que remete-os unidirecionalmente em direção ao alvo. Oscilador – A produção do sinal do radar começa no oscilador, que é um dispositivo que gera radiofrequência num comprimento de onda desejado. A maioria dos radares usa bandas de frequências de rádio (MHz- milhões de Hertz até centenas de milhões) ou de microondas (de centenas de milhões até GHz- dezenas de bilhões de Hertz). O dispositivo precisa produzir uma frequência estável, pois o radar necessita de precisão para calcular o efeito Doppler. Modulador – O modulador, pode variar o sinal em amplitude ou frequência, conforme o caso. Num radar de pulso, o sinal é ligado e desligado rapidamente no oscilador, neste caso, o modulador faz a mistura de um comprimento de onda secundário à frequência fundamental. Da estabilidade do sinal gerado no oscilador e da modulação dependerá a qualidade do eco captado após atingir o alvo. Transmissor – A função do transmissor, é amplificar o sinal gerado no oscilador e misturado no modulador. Dependendo do ganho, um transmissor pode amplificar a potência de 1 Watt para 1 Megawatt. Os radares, em geral, necessitam enviar pulsos de alta potência, que após se propagarem, atingem o alvo e refletem numa espécie de eco. O sinal refletido, bem mais fraco que o emitido, é captado pela antena e amplificado novamente. Antena – Depois que o transmissor amplifica o sinal no nível desejado, ele envia para a antena, que em alguns radares tem a forma de um prato de metal (Antena Parabólica). 82 As ondas eletromagnéticas, depois de geradas e amplificadas, são levadas por guias de onda em direção ao foco do disco parabólico. Disparadas contra a parábola, se propagam para o ambiente. O extremo de saída da guia de onda é localizado no foco da parabólica. Semelhante às ondas luminosas no foco de num espelho parabólico, as ondas de radar se propagam em direção à parábola e por esta são emitidas todas na mesma direção do alvo. Normalmente as antenas são giratórias, para mudar a direção das emissões, permitindo que o radar faça uma varredura na área ao invés de sempre apontar para a mesma direção. Sistema de Recepção O receptor do radar detecta e amplifica os ecos produzidos quando as ondas refletem no alvo. Geralmente a antena de transmissão e recepção é a mesma, principalmente nos radares pulsados. O sistema funciona da seguinte forma: o pulso gerado é disparado contra a antena que o envia ao espaço. O sinal bate no alvo e retorna em forma de eco. Neste momento é captado pela mesma antena, pois o transmissorestá desligado. Pois, se estivesse ligado, devida alta potência, o receptor não receberia o pulso refletido, e sim o pulso emitido. Para gerenciar a transcepção do radar, é utilizado um dispositivo que comuta o momento de transmissão e recepção. Determinando assim quando a antena está ligada ao transmissor ou ao receptor. O receptor, recebe o sinal fraco provindo do alvo em direção à antena e amplifica-o. Após a ampliação, o sinal é processado, demodulado, integrado e enviado para o monitor que é lido pelo operador de radar. Antena – A antena recebe o eco radielétrico do sinal emitido no momento em que está comutada para recepção. Pelo fato de ser parabólica, reflete a radiofrequência em direção ao seu foco. O sinal é captado por um dispositivo localizado no ponto focal, este pode ser um dipolo, ou um preamplificador de baixo ruído numa cavidade ressonante, neste momento, a radiofrequência se propaga através da linha de transmissão (No caso do pré amplificador estar localizado no foco) ou pela guia de onda em direção a um pré-amplificador localizado distante da antena. 83 Comutador (ou Duplexador) – O comutador possibilita ao sistema de radar emitir sinais e recebê-los na mesma antena. Em geral, atua como um relé entre a antena e o conjunto transmissor/receptor. Isso evita que o sinal de grande intensidade vindo do transmissor chegue ao receptor causando sobrecarga, pois o receptor espera por um sinal de retorno de baixa intensidade. O relé comutador conecta o transmissor à antena somente quando o sinal está sendo transmitido. Entre dois pulsos, o comutador desconecta o transmissor e liga o receptor à antena. Para o radar de pulso contínuo, o receptor e o transmissor operam ao mesmo tempo. Este sistema não opera com comutador. Neste caso, o receptor através de uma cavidade ressonante separa o sinal por frequências automaticamente. Como o receptor precisa interpretar sinais fracos ao mesmo tempo que transmissor está operando, os radares de onda contínua têm duas antenas separadas, uma de transmissão e outra para recepção defasada da primeira. Receptor – Muitos radares modernos utilizam equipamentos digitais, pois este permite o executar funções mais complicadas. Para usar este tipo de equipamento, o sistema necessita de um conversor analógico-digital para transitar de uma forma a outra. A entrada do sinal analógico pode ser de qualquer valor, de zero a dez milhões, incluindo frações destes valores. Todavia, a informação digital trabalha a valores discretos, em intervalos regulares, como 0 e 1, ou 2, porém nada entre estes. O sistema digital pode requerer uma fração de sinal para arredondar números decimais como 0.66666667, ou 0.667, ou 0.7, ou mesmo 1. Após o sinal analógico ser convertido para sinal discreto, o número será usualmente expresso na forma binária, com uma série de zeros e uns que representam o sinal de entrada. O conversor analógico-digital mede o sinal analógico de entrada muitas vezes por segundo e expressa cada sinal como um número binário. Uma vez que o sinal é digitalizado, o receptor pode executar complexas funções sobre este. Uma das mais importantes funções para o receptor é o filtro Doppler, baseado no efeito do mesmo nome. Ele é usado para diferenciar alvos múltiplos. Seguido do filtro Doppler, o receptor executa outras funções como maximizar a força do sinal de retorno, eliminar o ruído e a interferência do sinal. Visor – O visor é o resultado final das etapas de conversão do sinal recebido pelo radar em informação útil. Antes, os sistemas de radares usavam apenas modulação em amplitude – o sinal de força, ou amplitude era função da distância da 84 antena. Nestes sistemas, um ponto de sinal forte aparece no lugar da tela que corresponde o alvo distante. Mais usual e mais moderno é o visor de plano de indicação posicional (PPI). O PPI mostra a direção do alvo em relação ao radar (em relação ao Norte) com um ângulo de medida de cima do visor, enquanto que a distancia do alvo é representado como a distância até o centro do visor. Em alguns sistemas de radares que usam PPI mostra a real amplitude do sinal, enquanto que outros processam o sinal antes de exibi-lo e mostram alvos em potencial em forma de símbolos. Alguns sistemas simples de radares, para assinalar a presença de um objeto e não sua velocidade ou distância, notificam o controlador com um sinal de áudio, como um beep. O tamanho e a intensidade do alvo que aparece na Tela do Radar, chamada PPI (Plan Position Indicator), depende da intensidade do eco recebido. Assim, quanto mais capacidade refletora tiver o alvo detectado melhor será a indicação na tela. FIG-6.1 85 FIG-6.2 – PPI (Plan Position Indicator) FIG-6.3 – Tela de radar. Para o aprendizado do uso correto do Radar recomenda-se a prática,pelo aprendiz, em quartos de serviço de efetivas horas, com instrutor de reconhecida 86 intimidade com o aparelho, durante, no mínimo, uma semana, executando exercícios sistematicamente. Sugere-se exercícios que envolvam: • a citação das informações obtidas do radar: a precisão da distância e a imprecisão da marcação obtidas • a o movimento relativo de outra embarcação pela apresentação no radar; e • a definição de situações de risco de abalroamento por meio do radar. Medidores da profundidade Um dos principais fatores de segurança da navegação é a profundidade da água em que a embarcação navega. Em nenhum instante ou local o navegador pode negligenciar a segurança de navegar em águas cujo calado seja inferior à profundidade do local em que a embarcação está a navegar. Na maioria das Cartas Náuticas, a profundidade é medida em metros, mas há Cartas em que as mesmas são referenciadas em pés. Seja qual for a unidade de medida da profundidade, o navegante tem que ter a certeza de que a derrota executada pela embarcação está garantidamente traçada sobre águas cujas profundidades sejam superiores ao maior dos calados da embarcação (na popa, na proa, à meia nau, além de a boreste e a bombordo). Exatamente pela importância que tem a profundidade na segurança das embarcações, é que os instrumentos de medição dessa profundidade tomam grande importância nessa segurança. O mais rudimentar dos instrumentos de medição de profundidade é o prumo de mão, que consiste de um peso qualquer, denominado poita , amarrado ao chicote de um longo cabo, marcado com graduações de distância, que permita, com folga para que o peso chegue até o fundo, que, quando mantido o cabo na posição mais vertical possível, seja medida a menor distância entre a superfície e o fundo. É claro que existem falhas na precisão desse tipo de medição, seja da verticalidade do cabo, seja do seio que nele é formado pela força de uma corrente ou até de imprecisão nas marcações métricas feitas manualmente ao longo desse cabo. De todas as formas, o uso prumo de mão ainda é o meio mais simples de se conhecer a profundidade. 87 FIG-6.4 – Prumo de mão. Máquina de sondar É uma adaptação do Prumo de Mão, com uma polia fixa, facilitadora das ações de arriar e içar. FIG-6.5 – Máquina de sondar. 88 Ecobatímetro: princípio de funcionamento e utilização. É o aparelho utilizado para sondagem que se baseia na medição do tempo decorrido entre a emissão de um pulso sonoro, de frequência sônica ou ultrassônica, e a recepção do mesmo sinal após ser refletido pelo fundo do mar ou do rio. O tempo que o som leva entre o momento de sua emissão e o de sua recepção determina a profundidade entre a superfície da água e o leito do canal. Este método é também se empregue na indústria, para efetuar a medição de nível em reservatórios, inclusive em tanques de navios. FIG-6.6 – Mostrador do ecobatímetro. Fonte: http://images.google.comimages?hl=es&safe=on&q=ecosonda 89 FIG-6.7– Funcionamento do ecobatímetro. Fonte: http://images.google.com/imgres?imgurl=http://freehost02.websamba.com/biogeo1/imatges_tecto/ecoson da.jpg Formação de comboio de balsas As administrações da hidrovias brasileiras são responsáveis pelos estudos e estabelecimento de regras para a formação de comboios em suas águas interiores, dadas as peculiaridades de cada hidrovia, sem, contudo, prescindir da autorização formal da Autoridade Marítima Brasileira. Já na navegação “barra fora” a própria Autoridade Marítima é a encarregada pelo estabelecimento da regras de formação de comboio, como também da fiscalização do cumprimento de tais regras. Os navegadores de águas interiores brasileiras tem, entre os deveres, o de conhecer as Regras para a Formação de Comboio, as Regras de Transposição de Níveis por Eclusas e as Regras de Empurra das águas em que navega, particularmente diferentes em cada região. 90 Sinalização náutica em águas interiores Além das regras de sinalização adotada pelo Brasil em Convenção Internacional, há regras e sinalização particulares nas hidrovias, sempre de acordo com as características e necessidades locais. Dividindo-as em gerais e particulares, as citamos: Gerais (regras e sinais adotados internacionalmente). FIG-6.8 – Sistema B de balizamento da IALA – balizamento cego e luminoso – sinais laterais. 91 FIG-6.9 – Sistema B de balizamento da IALA – balizamento cego e luminoso – sinais laterais. 92 FIG-6.10 – Sistema B de balizamento da IALA – balizamento cego e luminoso – sinais laterais. 93 FIG-6.11 – Sistema B de balizamento da IALA – balizamento cego e luminoso – sinais laterais. Particulares - Além dos Sinais e Marcas do IALA “B”, a Autoridade Marítima brasileira adota, em suas hidrovias interiores, o seguinte: 94 Marca a quilometragem em relação à foz; válida para o eixo do rio (no exemplo, PK de Pirapora - MG) Perigo isolado avante; reduzir a velocidade O canal permanece junto à margem que vem sendo seguida Navegar pelo meio do rio até o próximo sinal situado na margem oposta Cruzar o rio, em linha reta, até o próximo sinal situado na margem oposta Afastar da margem até o próximo sinal situado na mesma margem Indica canal junto à ilha. O canal está situado entre esta e a margem oposta Indica canal junto à ilha. O canal está situado entre esta e a margem que vem sendo seguida Indica o canal em relação à ilha Bóia cega - deixa para boreste de quem desce o rio e a bombordo para quem sobe o rio Bóia cega - deixa para bombordo de quem desce o rio e a boreste para quem sobe o rio FIG-6.12. Sinalizações particulares. 95 Navegação em águas rasas O termo “Águas Rasas”, considerado em relação a certa embarcação e que pressupõe certos cuidados no navegar, tratados neste tópico, significa DISTÂNCIA ENTRE O FUNDO E A QUILHA INFERIOR À METADE DO CALADO. O efeito principal é o aumento da resistência à propulsão, diminuindo a velocidade e, consequentemente, do governo. Alem disso, o calado a meio navio é acrescido de uma quantidade proporcional ao aumento da velocidade, o que precisa ser levado em conta quando navegando em profundidades reduzidas. As influências na manobrabilidade de uma embarcação acontecem na seguinte sequência: A velocidade começa a ser reduzida a partir do momento que ela encontra profundidades inferiores a seis vezes seu calado. A resistência ao avanço começa a atuar em profundidades inferiores a 3,5 vezes o calado. As forças laterais incidentes sobre a carena aparecem a profundidades inferiores a 2,5 vezes o calado. Uma embarcação em movimento tem calado maior do que quando parada, sendo mínima essa variação para velocidades abaixo de 5 nós. Este sentamento, chamado EFEITO SQUAT (ou SQUASH) é diferente entre as situações de “mar aberto” e “águas confinadas”. Interação entre embarcações Quando duas embarcações navegando aproximam-se uma da outra, são produzidos efeitos importantes, de uma sobre a outra, que interferem no comportamento normal dessas embarcações, de maneira que o desconhecimento desses efeitos e a falta de providências para minimizá-los podem vir a causar acidentes. Dependendo da relação entre os tamanhos das embarcações e da forma como se aproximam uma da outra, elas interagem de formas e intensidades diferentes. 96 Embarcações cruzando-se em rumos paralelos e opostos Destacam-se três (3) momentos diferentes: Suas bochechas (amuras) se repelem pelas ondas formadas em cada uma delas, provocando a tendência de afastarem-se e, se embarcações de portes diferentes, a menor sofrerá os maiores efeitos: FIG-6.13 Quando estiverem pelo través, a corrente de popa de uma e as ondas de proa da outra equilibram-se, provocando a tendência das embarcações manterem-se paralelas: FIG-6.14 No momento em que cruzarem-se as alhetas, o movimento dos filetes líquidos e a corrente de sucção de cada um dos hélices provocarão uma mútua atração das popas, instantes em que se devem redobrar os cuidados: FIG-6.15 97 Estas interações acontecem entre embarcações de portes diferentes e a menor é que sentirá tais efeitos e, para minimizá-los, ao alcançarem o través, é prudente guinar levemente para o bordo da outra embarcação. É conveniente que ambas mantenham velocidade reduzida, sem prejudicar seus governos. Interação entre navios alcançados (caso geral). Os seguintes reSultados foram encontrados em experiências feitas em tanques de provas hidrodinâmicos, com embarcações a velocidades constantes e rumos paralelos: No início da aproximação, a proa da embarcação que alcança tende a cair para cima da alcançada, por encontrar menor resistência ao avanço, como se alcançasse um vácuo. Quando estiverem pelo través, as pressões laterais tenderão a aproximar seus centros de gravidade e as proas tenderão a se afastarem. Embarcação grande alcançando uma pequena. Quando uma embarcação pequena é alcançada por uma grande, pode, a pequena distância, ter seu governo perturbado pelo movimento das águas que este provoca. FIG-6.16 As ondas que se formam na proa da embarcação que alcança repelem a popa do alcançado que, por isso, tenderá a guinar perigosamente para seu caminho, 98 atravessando-lhe a derrota. Nesse caso, a manobra de carregar o leme para o bordo oposto, pela embarcação alcançada, não surtirá efeito. Depois da ultrapassagem, a corrente de esteira da embarcação que ultrapassou tende a atrair a proa da ultrapassada que, mesmo que carregue o leme para o bordo oposto, não conseguirá quebrar essa perigosa guinada. A embarcação que ultrapassa deverá escolher, como melhor local para ultrapassagem, aquele que lhe permita a maior distância possível da ultrapassada. Além disso, não é prudente tentar aumentar a velocidade de ultrapassagem pelo aumento da velocidade da embarcação que ultrapassa, a não ser que isto seja extremamente necessário. Já a ultrapassada deve manter-se o mais distante possível da que ultrapassa. Desencalhe Dependendo do tamanho dela e da carga (tipo, natureza, periculosidade, etc.) que esteja transportando, a faina para desencalhar uma embarcação deve ser previamente estudada e planejada com análise meticulosa: • das condições em que se encontra a embarcação encalhada; • da forma como veio a encalhar; e • dos recursos, naturais e artificiais, internos e externos, a serem utilizados no desencalhe. Há duas circunstâncias diferentes para uma embarcação encalhar: • aquela em que, devido ao iminente perigo de ela vir a afundar, propositadamente seu comandante decide por procurar um baixio ou praia para suportar-lhe o casco, salvando-a do naufrágio. A esse ato deliberado chamamos de Varação. • aquela circunstância fortuita, não intencionalem que a embarcação toca o fundo e nele fica preso e total ou parcialmente imóvel. Esse é o Encalhe. É lógico que numa Varação, a decisão, a decisão de encalhar a embarcação é precedida de uma análise do fundo, mesmo porque, se esse fundo for de pedras, haverá o risco maior de avarias no casco e um afundamento mais rápido. Em qualquer das circunstâncias, seja Varação, seja Encalhe, é sempre oportuno o cuidado de, tanto quanto possível, proteger e deixar safos o(s) propulsor(es) e o(s) 99 hélice(s), pela ação conjunta deles próprios, na tentativa de guinar o casco para safar sua parte mais sensível (geralmente a popa, onde estão leme e hélice), ou pela utilização, lançamento, dos ferros (âncoras e/ou ancorote) de bordo. Esta é uma ação que precede ao encalhe. Depois de consumado o encalhe e cessadas as causas que levaram a embarcação a encalhar, há três maneiras de se iniciar tentativas de desencalhe: • utilizando recursos próprios da embarcação, como a ação conjunta de leme(s) e propulsor(es), diminuição de calado; uso de ferros que foram lançados, movimentação de carga, lastro ou ambos, que venham a diminuir a pressão do casco no fundo etc.; • utilizando recursos externos, como de embarcações que venham a puxar a encalhada, calcular o instante da preamar no local de modo a aumentar a possibilidade de desencalhe, etc. • utilizando a combinação de vários ou todos os recursos citados nos itens anteriores. Orientações úteis em tentativas de desencalhe: Proceder a uma minuciosa sondagem em torno da embarcação encalhada, que permita uma ulterior, mas não menos detalhada análise, na tentativa de conhecer qual(is) região(ões) do casco mais pressionam o fundo, bem como a natureza desse fundo. Tal providência é importantíssima para a determinação da movimentação de lastro e/ou carga que venha a facilitar o desencalhe; Avaliar criteriosamente, através de testes, as condições de funcionamento do(s) propulsor(es) e do(s) leme(s) no sentido de utilizá-los, aproveitando, principalmente, a Pressão Lateral das Pás e a Corrente de Descarga; Evitar, tanto quanto possível, o acúmulo de sujeira e a presença de areia aspirados, comuns em situação de encalhe, na água de refrigeração das máquinas, que impedem o pleno funcionamento do(s) propulsor(es); Manter o suprimento de ar de partida convenientemente alto para o caso de muitas e sucessivas partidas, a vante e a ré, dos(s) propulsor(es). Reforçar os cuidados e a vigilância no convés, especialmente nos locais próximos aos cabeços onde serão gurnidos cabos de reboque, para evitar acidentes no caso de se partirem tais cabos, que serão naturalmente tensionados. 100 Manter calma e serenidade de forma a contagiar a tripulação com atitudes e idéias otimistas. Para tentativas de desencalhe com meios próprios Sondar, de forma confiável, por mais de uma vez e por pessoas e equipamentos diferentes (se possível) toda a região em torno da embarcação. Analisar os reSultados das sondagens em torno da embarcação, determinando, assim, quais as regiões do casco mais pressionam o fundo. Analisar, criteriosamente e junto com o Chefe de Máquinas e Imediato, toda a situação da carga, lastro, água potável, combustível e lubrificante, no sentido de determinar as movimentações (transferências) a serem efetuadas com o objetivo de diminuir a pressão do casco sobre o fundo, tendo o cuidado de não criar outra pressões, em regiões diferentes do casco. É importante ter em mente que, das substâncias a serem movimentadas, apenas o lastro pode ser sem grandes prejuízos descartado (desembarcado), mas não sem antes ter plena certeza do beneficio dessa ação. Calcular a atual altura da maré no local e determinar qual o instante e altura da preamar. Certificar-se de que o(s) propulsor(es) estão prontos e com disponibilidade para várias partidas. Programar o início da faina de modo que a mesma culmine com o instante da preamar, isto é, as transferências terminem minutos antes da preamar, momentos em que deverá ser intensificado o(s) movimento(s) do(s) propulsor(es). Quando da intensificação de movimentos do(s) propulsor(es), escolher um ponto fixo de referência fora da embarcação, alinhado a outro ponto dentro da embarcação, que possa vir a indicar qualquer movimento da embarcação, criando uma tendência de movimento, para, então “seguir” essa tendência nas ações subsequentes. É importante acreditar que uma embarcação encalhada “procura” seu próprio “caminho” para desencalhar. A importância de se inverter, continuamente, de marcha avante para marcha à ré e vice-versa, usando a máxima possível potência das máquinas, aliando a isso a contínua movimentação(s) da(s) porta(s) do(s) leme(s), é CRIAR UMA TENDÊNCIA de movimentação do casco. É por esse motivo que a(s) porta(s) do(s) leme(s) deve(m) ser 101 carregada(s) sempre em concordância com as correntes criadas pela movimentação do(s) hélice(s), sempre levando em consideração o(s) PASSO(s) do(s) hélice(s). Quando auxiliada, durante uma faina de tentativa de desencalhe, por outra(s) embarcação(ões), ter em mente que é aconselhável que a embarcação encalhada venha a ser puxada, numa direção próxima aquela que a leve para águas profundas, mas sempre “em zig-zag”, de forma totalmente controlada por uma única pessoa (o responsável pela faina), que comandará, via rádio, a sincronia das guinadas do(s) rebocador(es). Jamais deixar de, através de relatório, proceder a uma análise: • das circunstâncias que levaram a embarcação a encalhar; • das ações tomadas nas tentativas de desencalhe; • das condições do casco após o desencalhe, mesmo que para isso seja necessária uma inspeção subaquática. Radiocomunicação A radiocomunicação é um meio de comunicação por transcepção de informação, podendo ser realizada por radiação eletromagnética que se propaga através do espaço. Uma estação de radiocomunicação é o sistema utilizado para executar contatos à distância entre duas estações. É composta basicamente de um transceptor (transmissor-receptor) de radiocomunicação, de uma linha de transmissão e da antena propriamente dita. A este sistema se dá o nome de sistema irradiante. A radiodifusão é uma emissão comercial, que ocorre apenas por transmissão de sinais, sem transcepção dos mesmos. Estrutura O rádio é um sistema de comunicação através de ondas eletromagnéticas propagadas no espaço que, por serem de comprimento diferente, são classificadas em ondas curtas de alta frequência e ondas longas de baixa frequência, assim, utilizadas para fins diversos. Os sistemas de radiocomunicação normais são formados por dois componentes básicos: 102 Transmissor – composto por um gerador de oscilações, que converte a corrente elétrica em oscilações de uma determinada frequência de rádio; um transdutor que converte a informação a ser transmitida em impulsos elétricos equivalentes a cada valor e um modulador, que controla as variações na intensidade de oscilação ou na frequência da onda portadora, sendo efetuada em níveis baixo ou alto.Quando a amplitude da onda portadora varia segundo as variações da frequência e da intensidade de um sinal sonoro, denomina-se modulação AM. Já quando a frequência da onda portadora varia dentro de um nível estabelecido a um ritmo igual à frequência de um sinal sonoro, denomina-se modulação FM; Receptor – Tem como componentes principais: a antena para captar as ondas eletromagnéticas e convertê-las em oscilações elétricas; amplificadores que aumentam a intensidade dessas oscilações; equipamentos para desmodulação; um auto falante para converter os impulsos em ondas sonoras e na maior parte dos receptores osciladores para gerar ondas de radiofrequência que possam se misturar com as ondas recebidas. História Segundo alguns autores, a tecnologia de transmissão de som por ondas de rádio foidesenvolvida pelo italiano Guglielmo Marconi, no fim do século XIX, mas a Suprema Corte Americana concedeu a Nikola Tesla o mérito da criação do rádio, tendo em vista que Marconi usara 19 patentes de Tesla em seu projeto. Na mesma época em 1893, no Brasil, um padre chamado Roberto Landell de Moura também buscava resultados semelhantes em experiências feitas em São Paulo. As primeiras radioemissões O início da história do rádio foi marcado pelas transmissões radiofônicas, sendo a transcepção utilizada quase na mesma época. Consideram alguns que a primeira transmissão radiofônica do mundo foi realizada em 1906, nos EUA por Lee de Forest experimentalmente para testar a válvula triodo. No Brasil, a primeira transmissão foi realizada no centenário da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1922, em que o presidente Epitácio Pessoa, acompanhado pelos reis da Bélgica, Alberto I e Isabel, abriu a Exposição do Centenário 103 no Rio de Janeiro. O discurso de abertura de Epitácio Pessoa foi transmitido para receptores instalados em Niterói, Petrópolis e São Paulo, através de uma antena instalada no Corcovado. No mesmo dia, à noite, a ópera “O Guarani” de Carlos Gomes foi transmitida do Teatro Municipal para alto-falantes instalados na exposição, assombrando a população ali presente. Era o começo da primeira estação de rádio do Brasil: a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Fundada por Roquette-Pinto, a emissora foi doada ao governo em 1936 e existe até hoje, mas com o nome de Rádio MEC. Tecnologia FIG-6.17 – Rádio com tocafitas cassete. Anos 80. Receptor – A função do receptor de rádio é a descodificação dos sinais eletromagnéticos recebidos do espaço, captados pela antena, transformando-os em ondas sonoras, sinais digitais e/ou analógicos. A televisão e o rádio automotivo, por exemplo, são receptores. O equipamento é conectado a uma antena receptora, um sistema de sintonia e amplificadores de áudio, vídeo e/ou sinais digitais. FIG-6.18 – Rádio de 1936, em madeira, AM e Ondas Curtas. Transmissor – O radiotransmissor converte sinais sonoros, analógicos ou digitais em ondas eletromagnéticas, enviando-os para o espaço através de uma antena 104 transmissora, para serem recebidos por um radio receptor, por exemplo, emissoras de AM, FM ou de TV Alem do LW. Transceptor – O radiotransceptor, funciona das duas formas: como transmissor e receptor. Alguns exemplos de transceptor são, o telefone celular, os radares nos aeroportos, os equipamentos de comunicações em veículos oficiais, e de empresas particulares. Além da radiodifusão, existem outras modalidades na utilização de equipamentos emissores de radiofrequência que influenciam nas radiocomunicações. Radiotelegrafia, bastante utilizada até meados da década de 1970. Após o advento da digitalização, a transcepção via código Morse caiu em desuso comercialmente e militarmente, embora ainda existam utilizadores da radiotelegrafia. Radiotelefonia ainda utilizada, porém em outros modos, por exemplo, os telefones celulares são modos de radilotelefonia. Radio emissora não é necessariamente radiodifusão, ou radiocomunicação. Uma radio emissora pode emitir sinais de rádio para os mais diversos fins, desde militares até industriais. Radiocomunicação é a modalidade mais utilizada. Radiogoniometria é uma modalidade de radio localização. Um radiogoniômetro localiza uma emissão de radiofrequência de qualquer modalidade. Radiolocalização é uma forma de radiogoniometria. Um radiofarol, por exemplo, sendo um radioemissor, emite sinais que são recebidos por um radiogoniômetro, que tendo um sistema mono direcional de recepção, faz a triangulação da emissora, localizando-a com precisão. Radioterapia por Diatermia, chamado por alguns do meio médico de Ondas Curtas. Este sistema, embora não pertença ao assunto radiocomunicação, tem sua relevância, pois, é um dos maiores interferentes (Poluidor) nas radiocomunicações. Trata-se de um equipamento transmissor de radiofrequência de alta potência utilizado em medicina e não em comunicação. Também não se deve confundir com Radioterapia por Radiação Ionizante), esta é realizada no comprimento de onda dos raios-x. Sua relevância à radiocomunicação se dá pelo fato de serem (juntamente aos equipamentos de diatermia) grandes poluidores do espectro eletromagnético. 105 É um meio de comunicação que ocupa lugar de destaque. Apesar de ser um hobby, este tem vital importância para as pesquisas e desenvolvimento em diversas modalidades desta ciência. As estações de radiocomunicação mantidas por radioamadores, se prestam para comunicados e conversas informais além dos concursos e competições nacionais e internacionais os chamados contestes. Além do passatempo, os radioamadores prestam serviços para testes de condições de propagação ionosférica, direta, e por reflexão, (inclusive lunar) nas mais diversas frequências do espectro. Em casos extremos, as estações de radiocomunicações de radioamadores, em função de sua portabilidade, agilidade, gama de utilização, potência, e sistemas de antenas de fácil montagem e alcance, auxiliam as autoridades de Defesa Civil do mundo inteiro nas situações de risco e calamidades públicas. 106 TT eess tt ee ddee aauu tt ooaa vvaa ll ii aa ççããoo ddaa UUnn iiddaa ddee 66 1 Descreva a instalação básica de uma estação rádio: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2 Especifique a utilização dos transceptores quanto à faixa de frequência em que operam: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3 Descreva, sucintamente, a operação de um transceptor de VHF, observando a correta utilização das frequências de chamadas: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 4 Descreva, sucintamente, a operação um transceptor de HF, observando a correta utilização das frequências de chamadas: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 107 5 Identifique os sinais de socorro, urgência e segurança: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 6 Redija, em três linhas, com um mínimo de 10 palavras, uma mensagens utilizando a fonética universal codificada: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 7 Explique a importância do uso padrão nos procedimentos radiotelefônicos e da disciplina nos circuitos: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 108 7. LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DE COMUNICAÇÕESNesta unidade, você vai: ���� Citar as atribuições da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) na implantação/modificação de uma estação radio a bordo ���� Descrever as providências obrigatórias para legalização de uma estação radiotelefônica ���� Identificar os documentos e as publicações de uma estação radiotelefônica DECRETO NO- 6.246, DE 24 DE OUTUBRO DE 2007 Cria a Empresa Brasil de Comunicação - EBC, aprova seu Estatuto e dáoutras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Medida Provisória no 398, de 10 de outubro de 2007, D E C R E T A : Art. 1o Fica criada a Empresa Brasil de Comunicação - EBC, empresa pública federal, vinculada à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Art. 2o A constituição inicial do capital social da EBC darse-á nos termos da autorização constante do art. 5o, combinado com o § 1o do art. 9o da Medida Provisória no 398, de 10 de outubro de 2007, com a transferência, pela União, de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais) das dotações orçamentárias destinadas ao suporte de operação dos serviços de radiodifusão pública. Art. 3o A função do representante da União de que trata o art. 10 da Medida Provisória no 398, de 2007, será considerada de relevante interesse público, não remunerada. Art. 4o Fica aprovado o Estatuto Social da EBC, nos termos do Anexo deste Decreto. 109 Art. 5o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 24 de outubro de 2007; 186o da Independência e 119 o da República. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Guido Mantega Paulo Bernardo Silva Franklin Martins A N E X O CAPÍTULO I – DA DENOMINAÇÃO, NATUREZA, DURAÇÃO E SEDE Art. 1º A EMPRESA BRASIL DE COMUNICAÇÃO – EBC é uma empresa pública, organizada sob a forma de sociedade anônima de capital fechado, vinculada à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. § 1º O prazo de duração da sociedade é indeterminado. § 2º A EBC tem sede e foro na cidade do Rio de Janeiro, com atuação em todo território nacional, e escritório central na cidade de Brasília, podendo instalar escritórios, dependências e centros de produção e radiodifusão em qualquer local. CAPÍTULO II – DA FINALIDADE, PRINCÍPIOS, OBJETIVOS E COMPETÊNCIAS Art. 2º A EBC tem por finalidade a prestação de serviços de radiodifusão pública e serviços conexos, com observação dos seguintes princípios: I - complementaridade entre os sistemas privado, público e estatal; II - promoção do acesso à informação por meio da pluralidade de fontes de produção e distribuição do conteúdo; III - produção e programação com finalidades educativas, artísticas, culturais, científicas e informativas; IV - promoção da cultura nacional, estímulo à produção regional e à produção independente; 110 V - autonomia em relação ao Governo Federal para definir produção, programação e distribuição de conteúdo no sistema público de radiodifusão; e VI - participação da sociedade civil no controle da aplicação dos princípios do sistema público de radiodifusão, respeitando-se a pluralidade da sociedade brasileira. Art. 3º São objetivos da EBC: I - oferecer mecanismos para debate público acerca de temas de relevância nacional e internacional; II - desenvolver a consciência crítica do cidadão, mediante programação educativa, artística, cultural, informativa, científica e promotora de cidadania; III - fomentar a construção da cidadania, a consolidação da democracia e a participação na sociedade, garantindo o direito à informação do cidadão; IV - cooperar com os processos educacionais e de formação do cidadão; V - apoiar processos de inclusão social e socialização da produção de conhecimento por intermédio do oferecimento de espaços para exibição de conteúdos produzidos pelos diversos grupos sociais e regionais; VI - buscar excelência em conteúdos e linguagens e desenvolver formatos criativos e inovadores, constituindo-se em centro de inovação e formação de talentos; VII - direcionar sua produção e programação pelas finalidades educativas, artísticas, culturais, informativas, científicas e promotoras da cidadania, sem com isso retirar seu caráter competitivo na busca do interesse do maior número de ouvintes ou telespectadores; e VIII - promover parcerias e fomentar produção audiovisual nacional, contribuindo para a expansão de sua produção e difusão. Art. 4º Para realização de sua finalidade, compete à EBC: I - implantar e operar as emissoras e explorar os serviços de radiodifusão pública sonora e de sons e imagens do Governo Federal; II - implantar e operar as suas próprias redes de repetição e retransmissão de radiodifusão, explorando os respectivos serviços; III - estabelecer cooperação e colaboração com entidades públicas ou privadas que explorem o serviço de radiodifusão pública, mediante convênios ou outros ajustes, com vistas à formação de Rede Nacional de Comunicação Pública; 111 IV - produzir e difundir programação informativa, educativa, artística, cultural, científica, de cidadania e de recreação; V - promover e estimular a formação e o treinamento de pessoal especializado, necessários às atividades de radiodifusão, comunicação e serviços conexos; VI - prestar serviços no campo de radiodifusão, comunicação e serviços conexos, inclusive para a transmissão de atos e matérias do Governo Federal; VII - distribuir a publicidade legal dos órgãos e entidades da administração federal, à exceção daquela veiculada pelos órgãos oficiais da União; e VIII - exercer outras atividades afins, que lhe forem atribuídas pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República ou pelo seu Conselho Curador. Parágrafo único. Para fins do disposto no inciso VII do caput, entende se como publicidade legal a publicação de avisos, balanços, relatórios e outros a que os órgãos e entidades da administração federal estejam obrigados por força de lei ou regulamento. CAPÍTULO III – DO CAPITAL E DAS AÇÕES Art. 5º O capital social da EBC é de R$ 200.000.000,00 (duzentos milhões de reais), dividido em duzentas mil ações ordinárias nominativas e sem valor nominal. § 1º Cada ação ordinária confere ao seu titular direito a voto nas deliberações da assembléia geral. § 2º O preço, as condições de emissão, subscrição e integralização de ações serão estabelecidas pela assembléia geral. § 3º Os acionistas terão direito de preferência na subscrição de novas ações, quando de sua emissão e colocação, na proporção da quantidade de ações que possuírem. Art. 6º O capital social poderá ser aumentado mediante a capitalização de recursos que os acionistas destinarem a esse fim, bem como por meio de incorporação de bens e direitos e nos demais casos previstos na legislação, mediante prévia aprovação da assembléia geral. § 1º Os aumentos do capital social serão autorizados pela assembléia geral, por proposta dos administradores da EBC, ouvido o Conselho Fiscal. 112 § 2º Na hipótese do § 1º, a assembléia geral fixará ainda as condições de subscrição e integralização do capital social, bem como deliberará sobre a quantidade de ações a serem emitidas. § 3º Sobre os recursos transferidos pela União, para fins de aumento de capital da EBC, incidirão encargos financeiros na forma da legislação vigente, desde o dia da transferência até a data da capitalização. Art. 7º Poderão ser acionistas da EBC as entidades da administração federal indireta, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, bem assim suas entidades da administração indireta. Parágrafo único. A participação de que trata o caput poderá ser realizada mediante a transferência, para o patrimônio da EBC, de bens representativos dos acervos de estações de radiodifusão de sua propriedadeou de outros bens necessários e úteis ao seu funcionamento. CAPÍTULO IV – DOS RECURSOS FINANCEIROS Art. 8º Os recursos da EBC serão constituídos da receita proveniente: I - de dotações orçamentárias; II - da exploração dos serviços de radiodifusão pública; III - de prestação de serviços a entes públicos ou privados, da distribuição de conteúdo, modelos de programação, licenciamento de marcas e produtos e outras atividades inerentes à comunicação; IV - de doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe forem destinados por pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado; V - de publicidade institucional de entidades de direito público e de direito privado, a título de apoio cultural, admitindo-se o patrocínio de programas, eventos e projetos; VI - de publicidade institucional de entidades de direito público e de direito privado, voltada a programas, eventos e projetos de utilidade pública, de promoção da cidadania e de responsabilidade social ou ambiental; VII - da distribuição da publicidade legal dos órgãos e entidades da administração pública federal, segundo o disposto no parágrafo único do art. 4º; 113 VIII - de recursos obtidos nos sistemas instituídos pelas Leis nos 8.313, de 28 de dezembro de 1991, 8.685, de 20 de julho de 1993, e 11.437, de 28 de dezembro de 2006; IX - de recursos provenientes de acordos e convênios que realizar com entidades nacionais e internacionais, públicas ou privadas; X - de rendimentos de aplicações financeiras que realizar; e XI - de rendas provenientes de outras fontes. CAPÍTULO V – DA ASSEMBLÉIA GERAL Art. 9º A assembléia geral de acionistas será convocada por deliberação do Conselho de Administração ou, nas hipóteses admitidas em lei, pelo Diretor-Presidente, pelo Conselho Fiscal, por grupo de acionistas ou por acionista isoladamente. § 1º A assembléia geral reunir-se-á, ordinariamente, uma vez ao ano, dentro dos quatro primeiros meses após o término do exercício social e, extraordinariamente, sempre que se fizer necessário, por convocação do Conselho de Administração. § 2º Os trabalhos da assembléia geral serão dirigidos pelo Presidente do Conselho de Administração da EBC, por seu substituto, ou, na ausência ou impedimento de ambos, por um dos acionistas ou administrador da empresa presentes, escolhido pelos acionistas. § 3º A assembléia geral só poderá deliberar sobre os assuntos da ordem do dia constantes do respectivo edital de convocação, que deve conter apenas temas específicos, e suas deliberações serão tomadas por maioria de votos. Art. 10. Além dos poderes definidos em lei, compete especialmente à assembléia geral: I - reformar o Estatuto para a aprovação do Presidente da República; II - tomar anualmente as contas dos administradores e deliberar sobre as demonstrações financeiras por eles apresentadas; III - deliberar sobre a destinação do reSultado do exercício, sobre a distribuição de dividendos e o pagamento de juros sobre o capital próprio; IV - deliberar sobre a avaliação dos bens com que o acionista concorrer para o capital social; V - deliberar sobre cisão, fusão ou incorporação da EBC, sua dissolução e liquidação, bem como eleger e destituir os liquidantes e julgar-lhes as contas; 114 VI - deliberar sobre a transformação da EBC; VII - autorizar a permuta de ações ou outros valores mobiliários de emissão da EBC; VIII - fixar a remuneração global dos membros do Conselho de Administração, da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal; e IX - deliberar sobre outros assuntos que lhe forem propostos. CAPÍTULO VI – DA ADMINISTRAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA EBC Art. 11. São órgãos de administração: I - o Conselho de Administração; e II - a Diretoria Executiva. Parágrafo único. A estrutura organizacional interna da EBC e as funções das áreas técnicas que a compõem serão definidas em regimento interno, elaborado pela Diretoria Executiva e aprovado pelo Conselho de Administração. Art. 12. Os órgãos de administração serão integrados por brasileiros dotados de notórios conhecimentos, inclusive sobre as melhores práticas de governança corporativa, experiência, idoneidade moral, reputação ilibada e capacidade técnica compatível com o cargo, todos residentes no País. Parágrafo único. Os membros da Diretoria Executiva deverão ter experiência profissional mínima de três anos em suas respectivas áreas de atuação. Art. 13. Não podem participar dos órgãos de administração, além dos impedidos por lei: I - os que detenham controle ou participação relevante no capital social de pessoa jurídica inadimplente com a empresa ou que lhe tenha causado prejuízo ainda não ressarcido, estendendo-se esse impedimento aos que tenham ocupado cargo de administração em pessoa jurídica nessa situação, no exercício social imediatamente anterior à data da eleição ou nomeação; II - os que houverem sido condenados por crime falimentar, de sonegação fiscal, de prevaricação, de corrupção ativa ou passiva, de concussão, de peculato, contra a economia popular, contra a fé pública, contra a propriedade ou que houverem sido condenados a pena criminal que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; 115 III - os declarados inabilitados para cargos de administração em empresas sujeitas a autorização, controle e fiscalização de órgãos e entidades da administração pública direta e indireta; IV - os declarados falidos ou insolventes; V - os que detiveram o controle ou participaram da administração de pessoa jurídica concordatária, falida ou insolvente, no período de cinco anos anteriores à data da eleição ou nomeação, salvo na condição de síndico, comissário ou administrador judicial; VI - sócio, ascendente, descendente ou parente colateral ou afim, até o terceiro grau, de membro do Conselho de Administração ou da Diretoria Executiva; VII - os que ocuparem cargos em sociedades que possam ser consideradas concorrentes no mercado, em especial em conselhos conSultivos, de administração ou fiscal, salvo dispensa da assembléia geral; e VIII - os que tiverem interesse conflitante com a sociedade, salvo dispensa da assembléia geral. § 1º Aos integrantes dos órgãos de administração é vedado intervir em operação em que, direta ou indiretamente, sejam interessadas sociedades de que detenham o controle ou participação superior a cinco por cento do capital social. § 2º O impedimento referido no § 1º aplica-se, ainda, quando se tratar de empresa em que ocupem ou tenham ocupado, em período imediatamente anterior à investidura na EBC, cargo de gestão. CAPÍTULO VII – DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Art. 14. O Conselho de Administração será composto: I - por um membro indicado pelo Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, que exercerá a presidência do colegiado; II - pelo Diretor-Presidente; III - por um membro indicado pelo Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão; IV - por um membro indicado pelo Ministro de Estado das Comunicações; e V - por um membro indicado pelos acionistas minoritários, e, não havendo estes, um membro indicado pelo Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. 116 § 1º Os membros do Conselho de Administração serão nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros de notório conhecimento e experiência, idoneidade moral e reputação ilibada. § 2º O prazo de gestão dos membros do Conselho de Administração, à exceção do referido no inciso II do caput, será de três anos, permitidas reconduções. § 3º A investidura dos membros do Conselho de Administração dar-se-á mediante assinatura do termo de posse em livro próprio. § 4º O prazo de gestão do Conselho de Administração contar18 será a partir da data de publicação do ato de nomeação e estende-se até a investidura dos novosadministradores. § 5º Na hipótese de recondução, o prazo do novo mandato contar-se-á da data da assinatura do termo de posse. § 6º Em caso de vacância no curso do mandato, será nomeado novo conselheiro, nos termos do caput deste artigo, que completará o mandato do substituído. § 7º O Conselho de Administração reunir-se-á, ordinariamente, a cada mês e, extraordinariamente, sempre que convocado pelo seu Presidente ou por dois terços dos seus membros. § 8º As decisões do Conselho de Administração serão tomadas por maioria simples, cabendo ao Presidente o voto de qualidade, em caso de empate. § 9º O Conselheiro que, por qualquer motivo, tiver interesse particular ou conflitante com o da EBC em determinada deliberação não participará da discussão e votação desse item. § 10. Em caso de vacância, falta ou impossibilidade temporária de seu Presidente, o Conselho de Administração será presidido interinamente pelo conselheiro escolhido pelos remanescentes. § 11. Além das demais hipóteses previstas em lei, considerar-se-á vago o cargo de membro do Conselho de Administração que, sem causa justificada, deixar de comparecer a mais de duas reuniões consecutivas ou três alternadas, no intervalo de trezentos e sessenta e cinco dias. § 12. A remuneração dos membros do Conselho de Administração, além do reembolso, obrigatório, das despesas de locomoção e estadia necessárias ao desempenho da função, será fixada pela assembléia geral e não excederá, em nenhuma hipótese, a dez por cento da remuneração mensal média dos diretores. 117 § 13. As deliberações serão lavradas em atas, que serão redigidas com clareza, e registradas todas as decisões tomadas, tornando-se objeto de aprovação formal. Art. 15. O Conselho de Administração é o órgão de orientação e de direção superior da EBC, competindo-lhe: I - fixar a orientação geral dos negócios da EBC, respeitadas as competências do Conselho Curador; II - convocar, nos casos previstos em lei e no presente Estatuto, a assembléia geral, apresentando propostas para sua deliberação; III - eleger e destituir os membros da Diretoria Executiva, observado o disposto no art. 16 deste Estatuto; IV - opinar e encaminhar à assembléia geral: a) o relatório da administração e as contas da Diretoria Executiva; b) a destinação de lucros ou reSultados da empresa; c) a distribuição de dividendos e o pagamento de juros sobre o capital próprio; e d) o aumento de capital, o preço e as condições de emissão, 20 subscrição e integralização de ações; V - aprovar o regimento interno da EBC, que detalhará as atribuições e as competências dos diretores, bem como a sua estrutura organizacional e o seu funcionamento, observado o disposto neste Estatuto; VI - fiscalizar a gestão dos diretores, examinar os livros e papéis da EBC, solicitar informações sobre editais de licitação, contratos celebrados, ou em vias de celebração, aditivos contratuais e de quaisquer outros atos praticados pelos dirigentes, bem como sobre as providências adotadas pela administração para regularizar diligências do Tribunal de Contas da União e da Controladoria-Geral da União; VII - autorizar a alienação de bens do ativo permanente, quando de valor superior a cinco por cento do patrimônio líquido, a constituição de ônus reais e a prestação de garantia pela EBC; VIII - autorizar e homologar a contratação de auditores independentes, bem como a sua destituição; IX - aprovar o plano estratégico, bem como os respectivos planos plurianuais e programas anuais de dispêndios e de investimentos; X - aprovar normas para licitação e para contratação de aquisição de obras e serviços; 118 XI - definir as normas específicas para contratação de pessoal permanente da EBC por meio de concurso público de provas ou de provas e títulos; XII - determinar o valor acima do qual os atos, contratos ou operações, embora de competência da Diretoria Executiva, deverão ser submetidos à aprovação do Conselho de Administração; XIII - encaminhar à assembléia geral as propostas de alterações do Estatuto da EBC; XIV - definir as atribuições da unidade de auditoria interna, e regulamentar o seu funcionamento, cabendo-lhe, ainda, nomear e destituir o seu titular; XV - estabelecer as diretrizes para elaboração do Plano Anual de Atividades de Auditoria Interna - PAINT para o exercício seguinte, até o último dia útil do mês de dezembro de cada ano, e aprovar esse Plano; XVI - autorizar a abertura, a transferência ou encerramento de escritórios, dependências e centros de produção e radiodifusão da EBC; XVII - aprovar o plano de cargos, carreira e salários e o quadro de pessoal da EBC; XVIII - autorizar a contratação de empréstimos, seguros, obras, serviços, projetos, pesquisas, profissionais autônomos e a prestação de cauções, avais e fianças no interesse da EBC; XIX - acompanhar o desempenho econômico e financeiro da sociedade; XX - encaminhar ao Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Comunicação Social a proposta de criação de cargos e a fixação de salários, benefícios e vantagens; XXI - designar e destituir o titular da Ouvidoria; e XXII - decidir os casos omissos deste Estatuto. CAPÍTULO VIII – DA DIRETORIA EXECUTIVA Art. 16. A Diretoria Executiva será constituída: I - de um Diretor-Presidente, nomeado pelo Presidente da República; II - de um Diretor-Geral, nomeado pelo Presidente da República; III - de um Diretor de Jornalismo; IV - de um Diretor Administrativo-Financeiro; V - de um Diretor de Programação e Conteúdo; VI - de um Diretor de Relacionamento; VII - de um Diretor de Serviços; e 119 VIII - de um Diretor de Suporte. § 1º Os diretores referidos nos incisos III a VIII serão eleitos e destituíveis pelo Conselho de Administração. § 2º É de três anos o prazo de gestão da Diretoria Executiva, exceto o Diretor- Presidente que terá mandato de quatro anos, permitida a recondução. § 3º O Diretor-Presidente será substituído pelo Diretor-Geral da EBC nos seus afastamentos ou impedimentos eventuais e interinamente no caso de renúncia ou impedimento definitivo. § 4º Além das hipóteses comuns de vacância, será considerado vago o cargo de Diretor-Presidente quando ocorrer o afastamento do titular por mais de trinta dias, sem que tenha havido autorização do Conselho de Administração. § 5º É assegurado aos membros da Diretoria Executiva o gozo de férias anuais remuneradas, sendo vedado o pagamento em dobro da remuneração relativa a férias anuais não gozadas no decorrer do período concessivo. § 6º Os membros da Diretoria Executiva são responsáveis pelos atos praticados em desconformidade com a lei, com o Estatuto da EBC e com as diretrizes institucionais emanadas do Conselho de Administração. § 7º Os membros da Diretoria Executiva serão destituídos nas hipóteses legais ou se receberem dois votos de desconfiança do Conselho Curador, no período de doze meses, emitidos com interstício mínimo de trinta dias entre ambos. § 8º Os diretores, à exceção do Diretor-Presidente e do Diretor-Geral, serão substituídos, nas suas ausências temporárias ou nos seus afastamentos ou impedimentos eventuais, por funcionário da EBC por eles escolhidos e designados mediante ato do Diretor-Geral. Art. 17. Compete ao Diretor-Presidente: I - dirigir, coordenar e controlar as atividades da EBC; II - conduzir o planejamento estratégico institucional da EBC; III - exercer a representação institucional perante o Governo e a sociedade de forma geral; IV - aprovar políticas, planos e diretrizes propostos pelos Diretores junto ao Conselho de Administração e ao Conselho Curador naquilo que for suas respectivas atribuições; 120 V - praticar os demais atos de gestão, não compreendidos na área de competência da assembléia geral, do Conselho de Administração, do Conselho Curador e do Conselho Fiscal; VI - representar, ativa e passivamente,a EBC, em juízo ou fora dele, podendo, para tanto, delegar poderes e, em conjunto com o Diretor- Geral, constituir procuradores, especificando no instrumento os atos ou operações que poderão praticar e a duração do mandado; VII - estabelecer junto ao Conselho de Administração e ao Conselho Curador as prioridades das ações naquilo que for suas respectivas atribuições; VIII - propor aos Diretores programas de trabalho e medidas necessárias à defesa dos interesses da EBC; IX - cumprir e fazer cumprir as deliberações emanadas da assembléia geral, do Conselho de Administração, do Conselho Curador e da Diretoria Executiva; X - requisitar e designar servidores para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança, bem como restituí-los ao órgão de origem, na forma da lei; XI - autorizar a cessão de empregados, assim como a contratação, por prazo determinado, de pessoal técnico especializado, observada a legislação pertinente; XII - manter o Conselho Curador, Conselho de Administração e Conselho Fiscal informados sobre as atividades da EBC; XIII - determinar a realização de inspeções técnicas, auditagens, sindicâncias ou inquéritos; XIV - convocar, instalar e presidir as reuniões da Diretoria Executiva; XV - submeter ao Conselho de Administração as propostas orçamentárias da EBC; XVI - submeter ao Conselho de Administração proposta de normas gerais de administração de pessoal, inclusive às relativas à fixação de quadro; XVII - submeter ao Conselho de Administração proposta de estrutura organizacional da EBC e seu regimento interno, bem como de criação de escritórios, dependências ou centros de produção e radiodifusão; XVIII - submeter ao Conselho de Administração proposta de alteração do Estatuto da EBC; XIX - submeter ao Conselho de Administração as propostas de alteração do capital social da EBC; XX - encaminhar aos Conselhos de Administração e Fiscal os reSultados do exercício findo; 121 XXI - elaborar, em conjunto com o Diretor-Geral, e encaminhar ao Conselho Curador o plano anual de trabalho e o relatório anual de sua implementação; XXII - encaminhar anualmente ao Conselho Curador as diretrizes educativas, artísticas, culturais e informativas integrantes da política de comunicação da EBC; XXIII - encaminhar à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República a proposta de instituição de câmaras técnicas setoriais com vistas a promover a articulação com entidades governamentais e agentes econômicos que atuam na área de comunicação e serviços conexos; XXIV - propor ao Conselho de Administração, em conjunto com o Diretor-Geral, as nomeações e destituições dos demais diretores; XXV - convocar a assembléia geral nos casos previstos em lei; e XXVI - delegar, no todo ou em parte, competências e atribuições ao Diretor- Geral da EBC. Art. 18. Compete ao Diretor-Geral: I - substituir o Diretor-Presidente em suas ausências e impedimentos; II - admitir, designar, promover, transferir e dispensar empregados, de acordo com as normas da EBC; III - ordenar despesas e, juntamente com Diretor Administrativo-Financeiro, assinar ordens de pagamento; IV - supervisionar os diretores das áreas operacionais na execução dos seus trabalhos; V - supervisionar as atividades de assessoria e de apoio e suporte à Diretoria Executiva da EBC e às suas áreas de assessoria; VI - supervisionar as atividades de planejamento, desenvolvimento e de suporte à consecução do objeto social; VII - delegar, no todo ou em parte, atribuições e competências aos demais diretores sem designação específica, de acordo com as conveniências da gestão; VIII - coordenar a elaboração de regulamentos e normas internas a serem submetidas à aprovação do Conselho de Administração; IX - coordenar a elaboração, execução do orçamento e preparar os relatórios de acompanhamento; X - propor ao Diretor-Presidente a distribuição de competências e de atribuições entre os membros das demais diretorias, além das previstas neste Estatuto; XI - aprovar e assinar pela EBC, juntamente com outro diretor, contratos, convênios, ajustes e acordos; e 122 XII - coordenar a Secretaria da Diretoria Executiva. Parágrafo único. O Diretor-Geral será substituído, nos seus afastamentos ou impedimentos eventuais, por um dos diretores das áreas operacionais da EBC, por ele designado. Art. 19. Compete ao Diretor de Jornalismo: I - responder pelo conteúdo jornalístico que seja veiculado pela EBC; II - supervisionar, editar e veicular reportagens e programas jornalísticos, com exatidão e qualidade, em âmbito nacional e internacional; III - dirigir, planejar e organizar a execução das atividades de captação jornalística e dos atos e fatos relevantes do cotidiano e de interesse da sociedade como um todo; IV - distribuir notícias de acontecimentos nacionais e internacionais a todas as emissoras de televisão, rádio e outras mídias, públicas ou privadas; V - dirigir, aprovar e acompanhar o conteúdo editorial dos serviços jornalísticos para o exterior; VI - aprovar e acompanhar o conteúdo jornalístico veiculado na EBC que não seja de produção própria; VII - dirigir e planejar o conteúdo jornalístico do portal da EBC, na internet e outras mídias; VIII - dirigir, planejar, implementar e organizar a execução de projetos especiais de jornalismo desenvolvidos pela EBC; e IX - planejar, dirigir, gerir e executar todo o formato dos programas jornalísticos apresentados (áudio, estética, cenário, iluminação, linguagem, apresentadores), em conjunto com o Diretor de Programação e Conteúdo. Art. 20. Compete ao Diretor Administrativo-Financeiro: I - apoiar o Diretor-Geral na gestão organizacional e na administração geral da EBC, bem como o Diretor-Presidente em suas atribuições; II - dirigir, planejar e organizar a execução das atividades de gestão de recursos humanos, financeira, contábil e tributária da EBC; III - administrar o patrimônio da EBC, inventariando e zelando pela manutenção dos bens da empresa; IV - acompanhar a execução orçamentária da EBC; 123 V - preparar documentação de prestação de contas da EBC para os órgãos externos e para o Conselho Fiscal; VI - administrar as atividades operacionais relativas aos recursos humanos da EBC; VII - administrar as atividades relativas à administração de compras e suprimentos, segurança, administração e controle de almoxarifado e serviços gerais internos; VIII - manifestar-se sobre toda documentação pertinente a aquisição, oneração e alienação de bens e direitos ou que constitua a EBC em obrigação pecuniária de qualquer espécie, observando e fazendo observar as normas internas e limites de alçada aplicáveis e as leis em vigor; IX - elaborar propostas de normas para licitação e contratação de aquisição de obras e serviços; X - elaborar proposta de cargos, carreira e salários e o quadro de pessoal da EBC; e XI - elaborar as demonstrações financeiras da EBC, encaminhando-as ao Diretor-Presidente e ao Diretor-Geral. Art. 21. Compete ao Diretor de Programação e Conteúdo: I - zelar pela produção e programação da EBC, respeitando as finalidades educativas, artísticas, culturais, informativas, científicas, tecnológicas e promotoras de cidadania, buscando alinhar simultaneamente os interesses de competitividade da empresa; II - garantir a qualidade da programação e do conteúdo da EBC; III - supervisionar as produções da EBC; IV - supervisionar, produzir e distribuir as chamadas na grade de programação, bem como a interprogramação; V - administrar os recursos técnicos e operacionais para garantir a regularidade de horário e de programação, respeitando a sequência da programação; VI - contemplar a diversidade sócio-cultural e regional do País para selecionar e criar programas e conteúdos que atendam aos princípios e objetivos da EBC; VII - buscar continuamente a inovação do conteúdo;VIII - promover a integração das áreas de programação e de conteúdo em todos os níveis hierárquicos; 124 IX - planejar, dirigir, gerir e executar todo o formato dos programas apresentados (áudio, estética, cenário, iluminação, linguagem, apresentadores), em todas as mídias operadas pela EBC; X - o regimento interno, na definição da programação e no estudo de novos formatos de programas; XI - planejar, dirigir, gerir e executar produtos produzidos pela EBC a serem veiculados na sua própria mídia ou em outras do seu interesse; e XII - planejar e alocar as equipes de produção. Art. 22. Compete ao Diretor de Relacionamento: I - apoiar o Diretor-Presidente no desenvolvimento do relacionamento institucional da EBC junto ao poder público, nos âmbitos federal, estadual e municipal, visando o estabelecimento das condições institucionais para o cumprimento de seus objetivos; II - apoiar o Diretor-Presidente no desenvolvimento do relacionamento institucional da EBC junto à sociedade; III - apoiar o Diretor-Presidente no relacionamento da EBC junto aos fóruns e associações representativas do setor de radiodifusão pública e privada, produção independente, comunicação social e outras áreas correlatas à sua missão; IV - apoiar o Diretor-Geral no desenvolvimento do relacionamento institucional da EBC no contexto das relações internacionais; V - acompanhar a execução de convênios, projetos e parcerias da EBC junto a entidades públicas e privadas, visando a implantação da Rede Nacional de Comunicação Pública; VI - promover a captação de recursos referidos no art. 8º, em conjunto com as diretorias afins; e VII - efetuar a distribuição e promover o licenciamento de conteúdos gerados pelas programações realizadas pela EBC. Art. 23. Compete ao Diretor de Serviços: I - elaborar, organizar e gerir a política de serviços da EBC, emconjunto com as diretorias afins; II - planejar, implantar, organizar e dirigir a execução de projetos especiais de comunicação para terceiros; 125 III - dirigir a prestação de serviços de planejamento, produção, edição e veiculação de conteúdo em todas as áreas da comunicação social para pessoas públicas ou privadas; IV - dirigir a prestação de serviços de planejamento, montagem e operação de emissoras de televisão, rádio, sítios multimídia na internet, outras mídias e serviços conexos; V - planejar, organizar e dirigir a execução das atividades de produção e distribuição de publicidade legal; VI - montar, planejar, organizar e dirigir pessoal, equipamentos e instalações para garantir a agilidade e autonomia na execução dos serviços; VII - dirigir a prestação de serviços de formação e capacitação de pessoal nas áreas de comunicação, radiodifusão e serviços conexos; VIII - planejar, organizar e dirigir serviços de documentação, arquivamento e análise de mídia; e IX - elaborar projetos para aproveitamento de áreas de oportunidade da EBC. Art. 24. Compete ao Diretor de Suporte: I - instalar, operar e manter os sistemas e redes de geração e de transmissão analógicas e digitais utilizados pela EBC; II - coordenar, controlar e executar as atividades de operação interna e externa das emissoras de rádio e televisão da EBC; III - dirigir a execução das atividades de formação, transmissão e distribuição das redes nacionais obrigatórias de rádio e televisão; IV - desenvolver e implantar projetos de atualização tecnológica da EBC; e V - planejar, organizar e dirigir a execução das atividades de tecnologia de informação da EBC. CAPÍTULO IX – DO CONSELHO FISCAL Art. 25. O Conselho Fiscal da EBC será constituído por três membros, e respectivos suplentes, designados pelo Presidente da República, para o exercício de suas atribuições pelo prazo de quatro anos, vedada a recondução, sendo: I - um membro indicado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República; 126 II - um membro indicado pelo Ministro de Estado da Fazenda, como representante do Tesouro Nacional; e III - um membro indicado pelos acionistas minoritários, ou, na falta destes, por um representante indicado pelo Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. § 1º Os membros do Conselho Fiscal, em sua primeira reunião, elegerão o seu Presidente, ao qual caberá dar cumprimento às deliberações do órgão. § 2º O Conselho Fiscal reunir-se-á, ordinariamente, a cada dois meses e, extraordinariamente, sempre que convocado pelo Conselho de Administração. § 3º As decisões do Conselho Fiscal serão tomadas por maioria simples, cabendo ao Presidente o voto de qualidade, em caso de empate. § 4º No caso de ausência, o membro do Conselho Fiscal será substituído pelo respectivo suplente. § 5º No caso de vacância ou afastamento, o membro suplente ocupará o cargo até que seja indicado o novo conselheiro para complementar o prazo restante. § 6º O Conselho Fiscal poderá solicitar à EBC a designação de pessoal qualificado para secretariá-lo e prestar-lhe apoio técnico. § 7º O prazo do mandato contar-se-á a partir da designação, nos termos do caput. § 8º Além das demais hipóteses previstas em lei, considerar-se-á vaga a função de membro do Conselho Fiscal que, sem causa justificada, deixar de exercer suas atribuições por mais de duas reuniões consecutivas ou três alternadas. § 9º Findo o mandato, o membro do Conselho Fiscal permanecerá no exercício da função até a investidura do novo titular. Art. 26. Somente podem ser eleitos para o Conselho Fiscal pessoas naturais, residentes no País, diplomadas em curso de nível universitário, ou que tenham exercido, por prazo mínimo de três anos, cargo de administrador de empresa ou de conselheiro fiscal. § 1º Não podem ser designados para o Conselho Fiscal, além das pessoas enumeradas nos parágrafos do artigo 147 da Lei no 6.404 de 15 de dezembro de 1976, membros de órgãos de administração e empregados da EBC, e o cônjuge ou parente, até terceiro grau, de administrador da empresa. § 2º A remuneração dos membros do Conselho Fiscal, além do reembolso, obrigatório, das despesas de locomoção e estadia necessárias ao desempenho da 127 função, será fixada pela assembléia geral e não excederá, em nenhuma hipótese, a dez por cento da remuneração mensal média dos diretores. Art. 27. As deliberações do Conselho Fiscal serão lançadas em livro de atas do Conselho Fiscal. Art. 28. Compete ao Conselho Fiscal: I - fiscalizar os atos dos administradores e verificar o cumprimento dos seus deveres legais e estatutários; II - acompanhar a gestão financeira e patrimonial da EBC e fiscalizar a execução orçamentária, podendo examinar livros e documentos, bem como requisitar informações; III - opinar sobre o relatório anual da administração, fazendo constar do seu parecer as informações complementares que julgar necessárias ou úteis à deliberação da assembléia geral; IV - opinar sobre as propostas dos órgãos da administração, relativas a modificação do capital social, aos planos de investimento ou orçamentos de capital, distribuição de dividendos, transformação, incorporação, fusão ou cisão; V - denunciar aos órgãos de administração e, se estes não tomarem providências necessárias para a proteção dos interesses da EBC, à assembléia geral, os erros, fraudes, crimes ou ilícitos de que tomar conhecimento e sugerir providências; VI - analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais demonstrações financeiras elaboradas periodicamente pela EBC; VII - examinar as demonstrações financeiras do exercício social e sobre elas opinar; VIII - exercer suas atribuições, durante a liquidação, tendo em vista as disposições especiais que a regulam; IX - pronunciar-se sobre assuntos de sua atribuição que lhe forem submetidos pelo Conselho de Administração ou pela Diretoria Executiva; X - convocar a assembléia geral ordináriase os órgãos da administração retardarem mais de um mês essa convocação, e extraordinária, sempre que ocorrerem motivos graves ou urgentes, incluindo na agenda das assembléias as matérias que considerem necessárias; XI - comparecer às reuniões do Conselho de Administração ou da Diretoria Executiva nas matérias em que por força de lei deva opinar; 128 XII - fornecer ao acionista ou grupo de acionistas, que representem, no mínimo, cinco por cento do capital social, sempre que solicitadas, informações sobre matérias de sua competência; e XIII - elaborar e aprovar o seu regimento interno. Parágrafo único. As atribuições e poderes conferidos por lei ou por este Estatuto ao Conselho Fiscal não podem ser outorgados a outro órgão da EBC. CAPÍTULO X – DO CONSELHO CURADOR Art. 29. O Conselho Curador da EBC, órgão de natureza conSultiva e deliberativa, será integrado por vinte membros, designados pelo Presidente da República. § 1º Os titulares do Conselho Curador serão escolhidos dentre brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, de reputação ilibada e reconhecido espírito público, segundo a seguinte composição: I - Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República; II - Ministro de Estado da Cultura; III - Ministro de Estado de Educação; IV - Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia; V - um representante dos funcionários da EBC, eleito pelos próprios funcionários mediante voto direto e secreto, na forma do regimento interno; e VI - quinze representantes da sociedade civil, designados pelo Presidente da República, indicados segundo critérios de representação regional, diversidade cultural e pluralidade de experiências profissionais. § 2º É vedada a indicação ao Conselho Curador de: I - pessoa que tenha vínculo de parentesco até terceiro grau com membro da Diretoria Executiva; e II - agente público detentor de cargo eletivo ou investido exclusivamente em cargo em comissão de livre provimento da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, à exceção dos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do § 1º. § 3º O conselheiro referido no inciso V do § 1º terá mandato de dois anos, vedada a recondução. § 4º Os primeiros conselheiros referidos no inciso VI do § 1º serão escolhidos e designados pelo Presidente da República para mandatos de dois e quatro anos, sendo 129 oito conselheiros para o mandato de dois anos e sete conselheiros para o mandato de quatro anos. § 5º O mandato dos titulares do Conselho Curador referidos no inciso VI do § 1º será de quatro anos, renováveis por uma única vez. § 6º Findo o mandato, o membro do Conselho Curador permanecerá no exercício da função até a designação do novo titular. § 7º Os membros do Conselho Curador referidos nos incisos V e VI do § 1º perderão o mandato nas hipóteses de renúncia, processo judicial com decisão definitiva, ou na hipótese de ausência injustificada a três sessões do colegiado, durante o período de doze meses. § 8º Os membros do Conselho Curador referidos no inciso VI do § 1º também perderão o mandato por decisão do Presidente da República, mediante a provocação de três quintos da totalidade dos seus membros. § 9º O membro do Conselho Curador referido no inciso V receberá reembolso das despesas de locomoção e estadia necessárias ao desempenho da função. Art. 30. O Conselho Curador poderá solicitar à EBC a designação de pessoal qualificado para secretariá-lo e prestar-lhe apoio técnico. Art. 31. As determinações expedidas pelo Conselho Curador, no exercício de suas atribuições, são de observância cogente pelos órgãos de administração. Art. 32. O Conselho Curador deve se reunir, ordinariamente, a cada dois meses e, extraordinariamente, sempre que convocado por seu Presidente ou por dois terços de seus membros. Art. 33. Participarão das reuniões do Conselho Curador, sem direito a voto, o Diretor- Presidente e o Diretor-Geral da EBC. Art. 34. A participação dos integrantes do Conselho Curador referido no inciso VI do § 1º do art. 29, às suas reuniões, será remunerada à razão de dez por cento da remuneração percebida pelo Diretor-Presidente, e suas despesas de deslocamento e estadia, para o exercício de suas atribuições, serão suportadas pela EBC. 130 Art. 35. Compete ao Conselho Curador: I - aprovar, anualmente, o planejamento proposto pela Diretoria de Programação e Conteúdo, buscando sempre mantê-lo alinhado às diretrizes educativas, artísticas, culturais e informativas integrantes da política de comunicação a ser observada pela EBC; II - zelar pelo cumprimento dos princípios e objetivos descritos nos arts. 2º e 3º deste Estatuto; III - opinar sobre matérias relacionadas ao cumprimento dos princípios e objetivos descritos nos arts. 2º e 3º deste Estatuto IV - aprovar as diretrizes educativas, artísticas, culturais e informativas integrantes da política de comunicação propostas pela Diretoria Executiva da EBC; V - aprovar, anualmente, linha editorial de produção e programação proposta pela Diretoria de Jornalismo, buscando sempre mantê-la alinhada aos princípios e objetivos da EBC, manifestando-se sobre sua aplicação na prática; VI - deliberar, pela maioria absoluta de seus membros, quanto à imputação de voto de desconfiança aos membros da Diretoria Executiva, no que diz respeito ao cumprimento dos princípios e objetivos descritos nos arts. 2º e 3º deste Estatuto, garantido o direito à oitiva do membro objeto do voto; VII - eleger, dentre seus membros, o Presidente, por meio de voto direto; e VIII - aprovar o seu regimento interno. Parágrafo único. Caberá, ainda, ao Conselho Curador acompanhar o processo de conSulta pública, a ser implementado pela EBC, para a renovação de sua composição, relativamente aos membros referidos no inciso VI do § 1º do art. 29. CAPÍTULO XI – DAS ÁREAS DE ASSESSORIA DA DIRETORIA EXECUTIVA Art. 36. Integram a Assessoria da Diretoria Executiva, sem prejuízo de outros órgãos de assessoramento que venham a ser criados pelo Diretor-Presidente: I - a Assessoria Jurídica; e II - a Secretaria; Art. 37. Compete à Assessoria Jurídica: I - controlar e acompanhar os aspectos jurídicos da EBC; 131 II - assistir judicial e extrajudicialmente a EBC em todos os processos, em todas as áreas do direito; III - responder pela advocacia preventiva em todas as áreas da EBC; IV - atender a solicitações e propor soluções jurídicas para as áreas internas da EBC; V - examinar previamente a legalidade de todos os contratos, acordos, ajustes e convênios, bem como a minuta de editais, licitações e concursos públicos; VI - solicitar a contratação de advogados externos sempre que necessário; e VII - estabelecer canais de interlocução e acompanhamento institucionais com as demais ares da EBC para atualização, aprovação, difusão e guarda, tanto em meio físico como em meio magnético, de instrumentos normativos, bem como quanto ao compartilhamento de informações jurídicas entre as diversas áreas de trabalho. Art. 38. A Secretaria, vinculada ao Diretor-Geral da EBC, terá as seguintes atribuições: I - prestar assistência aos Conselhos de Administração e Curador e ao Diretor- Presidente da EBC; II - dar apoio à Diretoria Executiva na execução das ações do Diretor- Geral; III - auxiliar e dar suporte às atividades de representação política e institucional do Diretor-Presidente; IV - receber e encaminhar autoridades e personalidades em visita à Diretoria Executiva; V - executar as atividades de secretaria-geral no apoio administrativo à Diretoria Executiva; e VI - dar apoio aos grupos de trabalho. CAPÍTULO XII – DAS ÁREAS COMPLEMENTARES Art. 39. A EBC disporá de uma Ouvidoria, vinculada ao Diretor-Presidente, à qual compete: I - oferecer canais de comunicação com o cidadão, assegurando- lhe o direito à críticae a sugestões sobre o conteúdo e a programação da EBC; e II - enviar resposta fundamentada aos cidadãos, ouvidas as Diretorias de área, e por meio do sistema de comunicação da EBC, com direcionamento estratégico do Diretor-Presidente. 132 Art. 40. A EBC disporá de Auditoria Interna, vinculada ao Conselho de Administração, à qual compete executar as atividades de auditoria de natureza contábil, financeira, orçamentária, administrativa, patrimonial e operacional da EBC, com a orientação normativa e a supervisão técnica da Controladoria-Geral da União e de acordo com a legislação pertinente, bem como propor as medidas preventivas e corretivas dos desvios detectados e verificar o cumprimento e a implementação, pela EBC, de recomendações ou determinações efetuadas pelos órgãos central e setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo, pelo Tribunal de Contas da União e pelo Conselho Fiscal. § 1º O titular da Auditoria Interna, empregado habilitado da EBC, será designado e destituído, por proposta do Diretor-Presidente, pelo Conselho de Administração, e, após, submetido à aprovação da Controladoria-Geral da União. § 2º O planejamento das atividades de auditoria interna será consignado no PAINT para cada exercício social, o qual deverá ser submetido previamente à análise da Controladoria-Geral da União, até o último dia útil do mês de novembro do exercício anterior ao de sua execução. § 3º O PAINT, elaborado de acordo com as normas da Controladoria-Geral da União, deverá ser aprovado pelo Conselho de Administração até o último dia útil do mês de dezembro do exercício anterior ao de sua execução e encaminhado àquele órgão até o dia 31 de janeiro de cada ano a ser aplicado. § 4º Os reSultados anuais dos trabalhos de auditoria interna serão apresentados no Relatório Anual de Atividades de Auditoria Interna -RAINT, em conformidade com as normas da Controladoria-Geral da União, o qual deverá ser a ela encaminhado até o dia 31 de janeiro do exercício subsequente. CAPÍTULO XII – DO EXERCÍCIO SOCIAL, DO LUCRO, DO DIVIDENDO E DAS RESERVAS Art. 41. O exercício social da EBC corresponderá ao ano civil e as demonstrações financeiras serão elaboradas em 31 de dezembro de cada exercício. § 1º As demonstrações financeiras, além dos requisitos legais e regulamentares, devem conter: I - balanço patrimonial; II - demonstração do reSultado do exercício; 133 III - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados ou demonstrações das mutações patrimoniais; e IV - demonstrações das origens e aplicações dos recursos. § 2º As demonstrações financeiras de que trata o caput deste artigo serão auditadas por auditores independentes registrados na Comissão de Valores Mobiliários - CVM. § 3º As demonstrações financeiras, acompanhadas do parecer dos auditores independentes, da Auditoria Interna, do Conselho Fiscal e da manifestação do Conselho de Administração, serão encaminhadas à deliberação da assembléia geral e, em seguida, encaminhadas à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Art. 42. O Conselho de Administração, efetuada a dedução para atender a prejuízos acumulados e a provisão para o imposto sobre a renda, proporá à assembléia geral a destinação do reSultado do exercício, observado o seguinte: I - cinco por cento do lucro líquido para constituição da reserva legal, até que esta alcance vinte por cento do capital social; e II - vinte e cinco por cento do lucro líquido ajustado, no mínimo, para o pagamento de dividendos aos acionistas, na proporção de suas ações. § 1º Observada a legislação vigente, o Conselho de Administração poderá propor à assembléia geral o pagamento aos acionistas de juros sobre o capital próprio ou dividendos, a título de remuneração. § 2º Sobre os valores dos dividendos e dos juros, a título de remuneração sobre o capital próprio, devidos aos acionistas, incidirão encargos financeiros equivalentes à taxa SELIC, a partir do encerramento do exercício social até o dia do efetivo recolhimento ou pagamento, sem prejuízo da incidência de juros moratórios sempre que esse recolhimento ou pagamento não se verificar na data fixada em lei ou deliberação da assembléia geral, devendo ser considerada como a taxa diária, para a atualização desse valor durante os cinco dias úteis anteriores à data do pagamento ou recolhimento, a mesma taxa SELIC divulgada no quinto dia útil que antecede o dia da efetiva quitação da obrigação. § 3º Os prejuízos acumulados serão deduzidos, obrigatoriamente, do lucro acumulado, das reservas de lucros e da reserva legal, nessa ordem, para, só então, virem a ser deduzidos do capital social, na forma prevista no art. 173 da Lei no 6.404, de 1976. 134 § 4º Do lucro líquido do exercício, após as deduções anteriores, o Conselho de Administração poderá propor à assembléia geral o percentual de participação dos empregados nos lucros auferidos, em cada exercício, na forma da legislação em vigor. § 5º O saldo do lucro, após as destinações legais e estatutárias, será colocado à disposição da assembléia geral, acompanhado de plano de aplicação apresentado pelo Conselho de Administração, por proposta da Diretoria Executiva e aprovado pelo Conselho Fiscal. CAPÍTULO XIII – DO PESSOAL Art. 43. O regime jurídico do pessoal da EBC será o da Consolidação das Leis do Trabalho e respectiva legislação complementar. Art. 44. A contratação do pessoal permanente da EBC far-se-á por meio de concurso público de provas ou de provas e títulos, observadas as normas específicas editadas pelo Conselho de Administração Art. 45. Os cargos em comissão ou de função de confiança de chefia e assessoramento da EBC serão ocupados por designação do Diretor-Presidente, em observância aos dispositivos legais sobre a matéria. Art. 46. A EBC poderá patrocinar entidade fechada de previdência privada, nos termos da legislação vigente. Parágrafo único. O patrocínio de que trata o caput poderá ser feito mediante adesão a entidade fechada de previdência privada já existente. CAPÍTULO XIV – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 47. A EBC assegurará aos integrantes e ex-integrantes da Diretoria Executiva, dos Conselhos de Administração e Fiscal e aos seus empregados a defesa em processos judiciais e administrativos contra eles instaurados pela prática de atos no exercício do cargo, atividade ou função, desde que não haja incompatibilidade com os interesses da empresa. § 1º A forma do benefício mencionado no caput será definida pelo Conselho de Administração, ouvida a área jurídica da EBC. 135 § 2º A EBC poderá manter, na forma e extensão definida pelo Conselho de Administração, observado, no que couber, o disposto no caput, contrato de seguro permanente em favor das pessoas ali mencionadas, para resguardá-las de responsabilidade por atos ou fatos pelos quais eventualmente possam vir a ser demandados judicial ou administrativamente. § 3º Se alguma das pessoas mencionadas no caput for condenada, com decisão judicial transitada em julgado, com fundamento em violação da lei ou do Estatuto ou decorrente de ato doloso, deverá ressarcir a EBC de todos os custos e despesas decorrentes da defesa, além de eventuais prejuízos. Art. 48. É vedada à EBC conceder financiamento ou prestar fiança a terceiros, sob qualquer modalidade, em negócios estranhos a suas finalidades, bem como realizar contribuições ou conceder auxílios não consignados no orçamento. Art. 49. Os administradores, os membros dos Conselho de Administração, Curador e Fiscal e os empregados da EBC investidos em cargos de confiança, de direção, assessoramento ou chefia, ao assumirem, anualmente e ao deixarem suas funções, deverão apresentar declaração de bens e renda, de acordo com a legislação vigente. Art. 50. Para fins de implantação, fica a EBC equiparada às pessoas jurídicas referidasno art. 1º da Lei no 8.745, de 9 de dezembro de 1993, com vistas à contratação de pessoal técnico e administrativo por tempo determinado. § 1º Considera-se como necessidade temporária de excepcional interesse público, para os efeitos da Lei no 8.745, de 1993, a contratação de pessoal técnico e administrativo por tempo determinado, imprescindível ao funcionamento inicial da EBC. § 2º As contratações a que se refere o caput observarão o disposto no caput do art. 3º, no art. 6º, no inciso II do art. 7º e nos arts. 9º e 12 da Lei no 8.745, de 1993, e não poderão exceder o prazo de trinta e seis meses, a contar da data da instalação da EBC. § 3º Durante os primeiros noventa dias a contar da publicação deste Decreto, poderá ser contratado, nos termos do caput e do § 1º, mediante análise de curriculum vitae, e nos quantitativos aprovados pelo Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, pessoal técnico e administrativo 136 para atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse público, pelo prazo improrrogável de trinta e seis meses. Art. 51. A EBC rege-se pela Medida Provisória no 398, de 10 de outubro de 2007, pela Lei no 6.404, de 1976, por este Estatuto e pelas demais normas que lhe sejam aplicáveis. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 398, DE 10 DE OUTUBRO DE 2007. Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos Institui os princípios e objetivos dos serviços de radiodifusão pública explorados pelo Poder Executivo ou outorgados a entidades de sua administração indireta, autoriza o Poder Executivo a constituir a Empresa Brasil de Comunicação - EBC, e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de Lei: Art. 1º Os serviços de radiodifusão pública explorados pelo Poder Executivo ou mediante outorga a entidades de sua administração indireta, no âmbito federal, serão prestados conforme as disposições desta Medida Provisória. Art. 2º A prestação dos serviços de radiodifusão pública por órgãos do Poder Executivo ou mediante outorga a entidades de sua administração indireta deverá observar os seguintes princípios: I - complementaridade entre os sistemas privado, público e estatal; II - promoção do acesso à informação por meio da pluralidade de fontes de produção e distribuição do conteúdo; III - produção e programação com finalidades educativas, artísticas, culturais, científicas e informativas; 137 IV - promoção da cultura nacional, estímulo à produção regional e à produção independente; V - autonomia em relação ao Governo Federal para definir produção, programação e distribuição de conteúdo no sistema público de radiodifusão; e VI - participação da sociedade civil no controle da aplicação dos princípios do sistema público de radiodifusão, respeitando-se a pluralidade da sociedade brasileira. Art. 3º Constituem objetivos dos serviços de radiodifusão pública explorados pelo Poder Executivo ou mediante outorga a entidades de sua administração indireta: I - oferecer mecanismos para debate público acerca de temas de relevância nacional e internacional; II - desenvolver a consciência crítica do cidadão, mediante programação educativa, artística, cultural, informativa, científica e promotora de cidadania; III - fomentar a construção da cidadania, a consolidação da democracia e a participação na sociedade, garantindo o direito à informação do cidadão; IV - cooperar com os processos educacionais e de formação do cidadão; V - apoiar processos de inclusão social e socialização da produção de conhecimento por intermédio do oferecimento de espaços para exibição de conteúdos produzidos pelos diversos grupos sociais e regionais; VI - buscar excelência em conteúdos e linguagens e desenvolver formatos criativos e inovadores, constituindo-se em centro de inovação e formação de talentos; VII - direcionar sua produção e programação pelas finalidades educativas, artísticas, culturais, informativas, científicas e promotoras da cidadania, sem com isso retirar seu caráter competitivo na busca do interesse do maior número de ouvintes ou telespectadores; e VIII - promover parcerias e fomentar produção audiovisual nacional, contribuindo para a expansão de sua produção e difusão. Art. 4º Os serviços de radiodifusão pública outorgados a entidades da administração indireta do Poder Executivo serão prestados pela empresa pública de que trata o art. 5º, e poderão ser difundidos e reproduzidos por suas afiliadas, associadas, repetidoras e retransmissoras do sistema público de radiodifusão, e outras entidades públicas ou privadas parceiras, na forma do inciso III do art. 8º. 138 Art. 5ª Fica o Poder Executivo autorizado a criar a empresa pública denominada Empresa Brasil de Comunicação - EBC, vinculada à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Art. 6º A EBC tem por finalidade a prestação de serviços de radiodifusão pública e serviços conexos, observados os princípios e objetivos estabelecidos nesta Medida Provisória. Parágrafo único. A EBC, com prazo de duração indeterminado, terá sede e foro na cidade do Rio de Janeiro e escritório central na cidade de Brasília, podendo instalar escritórios, dependências e centros de produção e radiodifusão em qualquer local. Art. 7º A União integralizará o capital social da EBC e promoverá a constituição inicial de seu patrimônio por meio de capitalização e da incorporação de bens móveis ou imóveis. Art. 8º Compete à EBC: I - implantar e operar as emissoras e explorar os serviços de radiodifusão pública sonora e de sons e imagens do Governo Federal; II - implantar e operar as suas próprias redes de Repetição e Retransmissão de Radiodifusão, explorando os respectivos serviços; III - estabelecer cooperação e colaboração com entidades públicas ou privadas que explorem serviços de comunicação ou radiodifusão pública, mediante convênios ou outros ajustes, com vistas à formação da Rede Nacional de Comunicação Pública; IV - produzir e difundir programação informativa, educativa, artística, cultural, científica, de cidadania e de recreação; V - promover e estimular a formação e o treinamento de pessoal especializado, necessário às atividades de radiodifusão, comunicação e serviços conexos; VI - prestar serviços no campo de radiodifusão, comunicação e serviços conexos, inclusive para transmissão de atos e matérias do Governo Federal; VII - distribuir a publicidade legal dos órgãos e entidades da administração federal, à exceção daquela veiculada pelos órgãos oficiais da União; e VIII - exercer outras atividades afins, que lhe forem atribuídas pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República ou pelo Conselho Curador da EBC. 139 § 1º Para fins do disposto no inciso VII do caput, entende-se como publicidade legal a publicação de avisos, balanços, relatórios e outros a que os órgãos e entidades da administração pública federal estejam obrigados por força de lei ou regulamento. § 2º É dispensada a licitação para a: I - celebração dos ajustes mencionados no inciso III, que poderão ser firmados por até dez anos, renováveis por iguais períodos; II - contratação da EBC por órgãos e entidades da administração pública, com vistas à realização de atividades relacionadas ao seu objeto, desde que o preço contratado seja compatível com o de mercado. Art. 9º A EBC será organizada sob a forma de sociedade anônima de capital fechado e terá seu capital representado por ações ordinárias nominativas, das quais pelo menos cinquenta e um por cento serão de titularidade da União. § 1º A integralização do capital da EBC será realizada com recursos oriundos de dotações consignadas no orçamento da União, destinadas ao suporte e operação dosserviços de radiodifusão pública, mediante a incorporação do patrimônio da RADIOBRÁS - Empresa Brasileira de Comunicação S.A., criada pela Lei no 6.301, de 15 de dezembro de 1975, e da incorporação de bens móveis e imóveis decorrentes do disposto no art. 26. § 2º Será admitida no restante do capital da EBC a participação de entidades da administração indireta federal, bem como de Estados, do Distrito Federal e de Municípios, ou de entidades de sua administração indireta. § 3º A participação de que trata o § 2o poderá ser realizada mediante a transferência, para o patrimônio da EBC, de bens representativos dos acervos de estações de radiodifusão de sua propriedade ou de outros bens necessários e úteis ao seu funcionamento. Art. 10. O Ministro de Estado da Fazenda designará o representante da União nos atos constitutivos da EBC, dentre os membros da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Parágrafo único. O Estatuto da EBC será publicado por decreto do Poder Executivo e seus atos constitutivos serão arquivados no Registro do Comércio. Art. 11. Os recursos da EBC serão constituídos da receita proveniente: I - de dotações orçamentárias; 140 II - da exploração dos serviços de radiodifusão pública; III - de prestação de serviços a entes públicos ou privados, da distribuição de conteúdo, modelos de programação, licenciamento de marcas e produtos e outras atividades inerentes à comunicação; IV - de doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe forem destinados por pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado; V - de publicidade institucional de entidades de direito público e de direito privado, a título de apoio cultural, admitindo-se o patrocínio de programas, eventos e projetos; VI - de publicidade institucional de entidades de direito público e de direito privado, voltada a programas, eventos e projetos de utilidade pública, de promoção da cidadania, de responsabilidade social ou ambiental; VII - da distribuição da publicidade legal dos órgãos e entidades da administração pública federal, segundo o disposto no § 1º do art. 8º; VIII - de recursos obtidos nos sistemas instituídos pelas Leis nos 8.313, de 23 de dezembro de 1991, 8.685, de 20 de julho de 1993, e 11.437, de 28 de dezembro de 2006; IX - de recursos provenientes de acordos e convênios que realizar com entidades nacionais e internacionais, públicas ou privadas; X - de rendimentos de aplicações financeiras que realizar; e XI - de rendas provenientes de outras fontes. § 1º É vedada, nas hipóteses dos incisos V e VI, a veiculação de anúncios de produtos e serviços. § 2º Para os fins do inciso VII, fica a EBC equiparada às agências a que se refere a Lei no 4.680, de 18 de junho de 1965. Art. 12. A EBC será administrada por um Conselho de Administração e por uma Diretoria Executiva, e na sua composição contará ainda com um Conselho Fiscal e um Conselho Curador. Art. 13. O Conselho de Administração, cujos membros serão nomeados pelo Presidente da República, será constituído: I - de um Presidente, indicado pelo Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República; II - do Diretor-Presidente da Diretoria Executiva; 141 III - de um Conselheiro, indicado pelo Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão; IV - de um Conselheiro, indicado pelo Ministro de Estado das Comunicações; e V - de um Conselheiro, indicado conforme o Estatuto. § 1º O Conselho de Administração reunir-se-á, ordinariamente, a cada mês e, extraordinariamente, sempre que convocado pelo seu Presidente ou por dois terços dos seus membros. § 2º As decisões do Conselho de Administração serão tomadas por maioria simples, cabendo ao Presidente o voto de qualidade, em caso de empate. § 3º O quorum de deliberação é o de maioria absoluta de seus membros. Art. 14. O Conselho Fiscal será constituído por três membros, e respectivos suplentes, designados pelo Presidente da República. § 1º O Conselho Fiscal contará com um representante do Tesouro Nacional, garantindo-se, ainda, a participação dos acionistas minoritários, nos termos do Estatuto. § 2º Os conselheiros exercerão suas atribuições pelo prazo de quatro anos, vedada a recondução. § 3º O Conselho Fiscal reunir-se-á, ordinariamente, a cada dois meses e sempre que convocado pelo Conselho de Administração. § 4º As decisões do Conselho Fiscal serão tomadas por maioria simples, cabendo ao Presidente o voto de qualidade, em caso de empate. § 5º As reuniões do Conselho Fiscal só terão caráter deliberativo se contarem com a presença do Presidente e de pelo menos um membro. Art. 15. O Conselho Curador, órgão de natureza conSultiva e deliberativa da EBC, será integrado por vinte membros, designados pelo Presidente da República. § 1º Os titulares do Conselho Curador serão escolhidos dentre brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, de reputação ilibada e reconhecido espírito público, da seguinte forma: I - quatro Ministros de Estado; II - um representante dos funcionários, escolhido na forma do Estatuto; III - quinze representantes da sociedade civil, indicados na forma do Estatuto, segundo critérios de representação regional, diversidade cultural e pluralidade de experiências profissionais. 142 § 2º É vedada a indicação ao Conselho Curador de: I - pessoa que tenha vínculo de parentesco até terceiro grau com membro da Diretoria Executiva; II - agente público detentor de cargo eletivo ou investido exclusivamente em cargo em comissão de livre provimento da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, à exceção dos referidos nos incisos I e II do § 1º; § 3º O mandato do Conselheiro referido no inciso II do § 1º será de dois anos, vedada a sua recondução. § 4º O mandato dos titulares do Conselho Curador referidos no inciso III do § 1º será de quatro anos, renovável por uma única vez. § 5º Os primeiros conselheiros referidos no inciso III do § 1º serão escolhidos e designados pelo Presidente da República para mandatos de dois e quatro anos, na forma do Estatuto. § 6º As determinações expedidas pelo Conselho Curador, no exercício de suas atribuições, são de observância cogente pelos órgãos de administração. § 7º O Conselho Curador deverá se reunir, ordinariamente, a cada dois meses e, extraordinariamente, sempre que convocado por seu Presidente ou por dois terços de seus membros. § 8º Participarão das reuniões do Conselho Curador, sem direito a voto, o Diretor-Presidente e o Diretor-Geral da EBC. § 9º Os membros do Conselho Curador referidos nos incisos II e III do § 1º perderão o mandato nas hipóteses de renúncia, processo judicial com decisão definitiva, ou na hipótese de ausência injustificada a três sessões do Colegiado, durante o período de doze meses. § 10. Os membros do Conselho Curador referidos no inciso III do § 1º também perderão o mandato por decisão do Presidente da República, mediante a provocação de três quintos dos seus membros. Art. 16. A participação dos integrantes do Conselho Curador referidos no inciso III do § 1º do art. 15, às suas reuniões, será remunerada mediante pro labore, nos termos do Estatuto, e suas despesas de deslocamento e estadia, para o exercício de suas atribuições, serão suportadas pela EBC. Parágrafo único. A remuneração referida no caput não poderá ultrapassar mensalmente dez por cento da remuneração mensal percebida pelo Diretor-Presidente. 143 Art. 17. Compete ao Conselho Curador: I - aprovar as diretrizes educativas, artísticas, culturais e informativas integrantes da política de comunicação propostas pela Diretoria Executiva da EBC; II - zelar pelo cumprimento dos princípios e objetivos previstos nesta Medida Provisória; III - opinar sobre matérias relacionadas ao cumprimento dos princípios e objetivos previstos nesta Medida Provisória; IV - aprovara linha editorial de produção e programação proposta pela Diretoria Executiva da EBC e manifestar-se sobre sua aplicação prática; V - deliberar, pela maioria absoluta de seus membros, quanto à imputação de voto de desconfiança aos membros da Diretoria Executiva, no que diz respeito ao cumprimento dos princípios e objetivos desta Medida Provisória; e VI - eleger o seu Presidente, dentre seus membros. Parágrafo único. Caberá, ainda, ao Conselho Curador acompanhar o processo de conSulta pública, a ser implementado pela EBC, na forma do Estatuto, para a renovação de sua composição, relativamente aos membros referidos no inciso III do § 1º do art. 15. Art. 18. A condição de membro do Conselho Curador, bem como dos órgãos de administração da EBC, a responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção da programação veiculada são privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, nos termos do § 2º do art. 222 da Constituição. Art. 19. A Diretoria Executiva será composta de um Diretor-Presidente e um Diretor-Geral, nomeados pelo Presidente da República, e até seis diretores, eleitos e destituíveis pelo Conselho de Administração. § 1º Os membros da Diretoria Executiva são responsáveis pelos atos praticados em desconformidade com a lei, com o Estatuto da EBC e com as diretrizes institucionais emanadas pelo Conselho de Administração. § 2º O mandato do Diretor-Presidente será de quatro anos. § 3º Os membros da Diretoria Executiva serão destituídos nas hipóteses legais ou se receberem dois votos de desconfiança do Conselho Curador, no período de doze meses, emitidos com interstício mínimo de trinta dias entre ambos. § 4º As atribuições dos membros da Diretoria Executiva serão definidas pelo Estatuto. 144 Art. 20. Observadas as ressalvas desta Medida Provisória e da legislação de comunicação social, a EBC será regida pela legislação referente às sociedades por ações. Art. 21. O regime jurídico do pessoal da EBC será o da Consolidação das Leis do Trabalho e respectiva legislação complementar. Art. 22. A contratação de pessoal permanente da EBC far-se-á por meio de concurso público de provas ou de provas e títulos, observadas as normas específicas editadas pelo Conselho de Administração. § 1º A EBC sucederá a RADIOBRÁS nos seus direitos e obrigações, e absorverá, mediante sucessão trabalhista, os empregados integrantes do seu quadro de pessoal. § 2º Para fins de implantação, fica a EBC equiparada às pessoas jurídicas referidas no art. 1o da Lei no 8.745, de 9 de dezembro de 1993, com vistas à contratação de pessoal técnico e administrativo por tempo determinado. § 3º Considera-se como necessidade temporária de excepcional interesse público, para os efeitos da Lei no 8.745, de 1993, a contratação de pessoal técnico e administrativo por tempo determinado, imprescindível ao funcionamento inicial da EBC. § 4º As contratações a que se refere o § 2o observarão o disposto no caput do art. 3º, no art. 6º, no inciso II do art. 7º e nos arts. 9º e 12 da Lei no 8.745, de 1993, e não poderão exceder o prazo de trinta e seis meses, a contar da data da instalação da EBC. § 5o Durante os primeiros noventa dias a contar da constituição da EBC, poderá ser contratado, nos termos dos §§ 2o e 3o, mediante análise de curriculum vitae, e nos quantitativos aprovados pelo Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Comunicação Social, pessoal técnico e administrativo para atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse público, pelo prazo improrrogável de trinta e seis meses. Art. 23. Fica a EBC autorizada a patrocinar entidade fechada de previdência privada, nos termos da legislação vigente. 145 Art. 24. As outorgas do serviço de radiodifusão exploradas pela RADIOBRÁS serão transferidas diretamente à EBC, cabendo ao Ministério das Comunicações, em conjunto com a EBC, as providências cabíveis para formalização desta disposição. Art. 25. A EBC terá regulamento simplificado para contratação de serviços e aquisição de bens, editado por decreto, observados os princípios constitucionais da publicidade, impessoalidade, moralidade, economicidade e eficiência. Art. 26. O contrato de gestão firmado entre a União e a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto - ACERP, nos termos da Lei no 9.637, de 15 de maio de 1998, será objeto de repactuação, com vistas ao cumprimento do disposto nesta Medida Provisória, no prazo de até noventa dias a contar da sua publicação. § 1º Até a data do seu encerramento, o contrato de gestão firmado entre a União e a ACERP terá seu objeto reduzido para adequar-se às disposições desta Medida Provisória, garantida a liquidação das obrigações previamente assumidas pela ACERP. § 2º O Poder Executivo poderá, mediante decreto, transpor, remanejar, transferir ou utilizar, total ou parcialmente, as dotações orçamentárias aprovadas na Lei Orçamentária de 2007 para o cumprimento do contrato de gestão referido no § 1º em decorrência do disposto nesta Medida Provisória, mantida a estrutura programática, expressa por categoria de programação, conforme definida no art. 5º, § 1º, da Lei nº 11.439, de 29 de dezembro de 2006, inclusive os títulos, descritores, metas e objetivos, assim como o respectivo detalhamento por esfera orçamentária, grupos de natureza da despesa, fontes de recursos, modalidades de aplicação e identificadores de uso e de reSultado primário, mantidos os valores das programações aprovadas na Lei Orçamentária de 2007 ou em seus créditos adicionais, podendo haver, excepcionalmente, ajuste na classificação funcional. § 3º Reverterão à EBC os bens permitidos, cedidos ou transferidos para a ACERP pela União para os fins do cumprimento do contrato de gestão referido no caput. § 4º Em decorrência do disposto neste artigo, serão incorporados ao patrimônio da União e transferidos para a EBC o patrimônio, os legados e as doações destinados à ACERP sujeitos ao disposto na alínea “i” do inciso I do art. 2º da Lei nº 9.637, de 1998. 146 Art. 27. A EBC poderá contratar, em caráter excepcional e segundo critérios fixados pelo Conselho de Administração, especialistas para a execução de trabalhos nas áreas artística, audiovisual e jornalística, por projetos ou prazos limitados, sendo inexigível a licitação quando configurada a hipótese referida no caput do art. 25 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993. Art. 28. A RADIOBRÁS será incorporada à EBC após sua regular constituição, nos termos do art. 5º desta Medida Provisória. Parágrafo único. Os bens e equipamentos integrantes do acervo da RADIOBRÁS serão transferidos e incorporados ao patrimônio da EBC. Art. 29. As prestadoras de serviços de TV a Cabo (CATV), de distribuição de sinais de televisão e de áudio por assinatura via satélite (DTH), de distribuição de sinais multiponto multicanal (MMDS), televisão por assinatura (TVA), bem como as prestadoras de outros serviços afins, independentemente da tecnologia empregada, que vierem a ser disciplinados pela Agência Nacional de Telecomunicações - Anatel, deverão tornar disponível, gratuitamente, dois canais destinados ao Poder Executivo Federal, a serem operados pela EBC, um deles para o estabelecimento da Rede Nacional de Comunicação Pública e o outro para a transmissão de atos e matérias de interesse do Governo Federal. Parágrafo único. Caberá à Anatel regulamentar a forma do disposto no caput às atuais e futuras outorgas, sem prejuízo de sua aplicação imediata. Art. 30. Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 10 de outubro de 2007; 186o da Independência e 119o da República. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Paulo Bernardo Silva Dilma Rousseff Franklin Martins 147 TT eess tt ee ddee aauu tt ooaa vvaa ll ii aa ççããoo ddaa UUnn iiddaa ddee 77 1 Cite as atribuiçõesda Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) na implantação/modificação de uma estação radio a bordo: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2 Descreva as providências obrigatórias para legalização de uma estação radiotelefônica: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3 Identifique os documentos e as publicações de uma estação radiotelefônica: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 148 8. TEORIA DA METEOROLOGIA Nesta unidade, você vai: ���� Explicar a importância do estudo da meteorologia como fator de segurança na navegação ���� Evidenciar a temperatura como fenômeno causa das variações atmosféricas, por meio da radiação solar ���� Conceituar pressão e umidade, citando as causas e os efeitos de suas variações ���� Descrever o processo de variação da pressão e o gradiente horizontal de pressão ���� Explicar a circulação de ar nas baixas e altas pressões atmosféricas ���� Descrever o processo de formação das nuvens em suas diversas altitudes ���� Descrever as características da nuvem cumulonimbus (Cb) ���� Correlacionar o processo de formação de nuvens com o ciclo hidrológico 8.1- A importância do estudo da meteorologia como fator de segurança à navegação A Meteorologia é a “ciência que investiga os fenômenos atmosféricos” (AURÉLIO, 1986) As informações meteorológicas são importantes para o navegante no mar e em todos os níveis de navegação, pois tanto o amador quanto o navegador de longo curso precisam capazes de interpretar essas informações recebidas a bordo, porque todos nós sabemos a importância da meteorologia e como ela afeta diretamente a segurança do navegador. De acordo com Lobo & Soares (2006), no estágio atual de desenvolvimento científico e tecnológico, os profissionais de meteorologia estão capacitados a produzir diariamente informação de previsão do tempo de ótima qualidade. Ainda para esses autores, é de fundamental importância que os navegantes, usuários desses produtos, estejam qualificados para interpretar as informações 149 recebidas a bordo, e então, serem capazes de tomar decisões seguras e firmes para minimizar os efeitos do mar agitado sobre a embarcação, a carga, a tripulação e os passageiros. O Centro de Hidrografia da Marinha é por lei, o órgão, a organização militar responsável pela operação do serviço meteorológico marinho. Segundo legislação brasileira, a Marinha tem responsabilidade pela meteorologia marinha; toda a área oceânica adjacente ao nosso litoral é de responsabilidade da Marinha do Brasil. Essa instituição fica localizado na Ponta da Armação em Niterói, em um complexo onde congrega diversas organizações que são coordenadas pela Diretoria de Hidrografia e Navegação. O compromisso internacional que é atendido é produzir e divulgar análises e previsões meteorológicas para a área marítima de responsabilidade do Brasil, a fim de atender os compromissos assumidos perante a comunidade marítima, como integrante da Convenção Internacional para Salvaguarda da Vida Humana no Mar (SOLAS). De maneia geral, os oceanos do mundo são divididos por diversos países que assumiram perante a ONU a responsabilidade da segurança; meteorologia e navegação; então, o que nós chamamos de Met-área VII é equivalente a Nav-área VII e vai desde o limite Norte do Brasil até o nosso limite Sul e até 020º W de Longitude, então o Brasil é responsável por esta área, assim como a África do Sul por essa área, a Argentina, Reino Unido e assim vai. A meteorologia é um intercâmbio mundial de dados, não se faz meteorologia no mundo sem essa troca contínua dia a dia de diversas informações de dados, só para vocês terem uma idéia a rede de computação que atende a meteorologia no mundo e a maior rede de informática do mundo, isso funciona 24 horas por dia, sete dias por semana isso praticamente todos os países que compõem a ONU fazem parte dessa rede de transmissão de dados meteorológicos; recebe-se continuamente diversas vezes ao dia a informação da observação meteorológica que o navio faz a cada 6 horas ele vai lá e observa a nebulosidade, vento, intensidade de ventos, a altura das ondas, informação de diversas bóias tanto de deriva como bóias fundeadas, informações de observações feitas na costa, lançamento de rádiossonda, informações de satélite, imagens de satélite e outros. 150 Sendo assim, o propósito principal da meteorologia é fornecer informações pertinentes à tripulação e, a partir daí , capacitá-la a minimizar os efeitos do mau tempo que deverá chegar, e a preparar a sua derrota, desviar seu rumo, para não ser surpreendido no mar pelo mau tempo previamente anunciado. 8.2- temperatura como fenômeno de causa das variações atmosféricas, por meio da radiação solar A medida da temperatura é de grande importância no estudo da meteorologia. Esta medida é feita por meio de termômetros, graduados em graus centígrados (ou Celsius) ou em graus Fahrenheit. Ambas as escalas têm como referências o ponto de congelamento e o ponto de ebulição da água, com a temperatura de congelamento em 0ºC ou 32ºF, e a temperatura de ebulição em 100ºC ou 212ºF (Miguens,1999). A temperatura do ar varia verticalmente na atmosfera, diminuindo com a altitude, ao longo de toda a troposfera (figura 8.1). A razão física para tal fato é que a pressão do ar varia, diminuindo à medida que a altitude aumenta, ou seja, o ar vai se expandindo com a altitude e, consequentemente, sua temperatura vai diminuindo proporcionalmente. 151 Figura 8.1 – Variação da temperatura com a Latitude, de modo com a lei dos gases, o resfriamento do ar, na medida em que se eleva, deve-se basicamente a sua contínua expansão em altitude. Este processo físico é de fundamental importância no comportamento da umidade relativa a da formação de nebulosidade, como veremos mais adiante (Fonte: MORAN, 1994, modificada apud Lobo & Soares, 2006). O comportamento do ar na atmosfera segue perfeitamente as leis da física para os gases, ou seja, todo gás que se expande, tem a sua temperatura diminuída proporcionalmente. Neste comportamento da atmosfera baseia-se a formação das nuvens. Conforme será observado ao longo deste trabalho, a atmosfera é um imenso laboratório que obedece às leis da física no desenvolvimento dos processos desencadeados nos fenômenos meteorológicos, razão pela qual é possível existir sofisticados e confiáveis sistemas de previsão do tempo (Lobo & Soares, 2006). A temperatura do ar varia também horizontalmente com a Latitude, conforme se desloca das baixas Latitudes, próximo ao equador, para as Latitudes médias e para as altas Latitudes, próximas aos polos, a temperaturaà superfície irá diminuindo. A razão encontra-se na variabilidade da distribuição de energia proveniente da radiação solar, fato esse acentuado pela variabilidade sazonal do angulo de incidência dos raios solares e também pelo albedo das superfícies cobertas de neve. Esta variação horizontal de temperatura com a Latitude mantém um gradiente horizontal de 152 temperatura, que favorece a circulação geral das massas de ar frias e quentes e consequentemente os sistemas de frentes frias e quentes (Lobo & Soares, 2006). Conforme mencionamos no inicio, a temperatura é o indicador da quantidade de calor presente no ar, denominado calor sensível. Uma das importantes características da circulação das massas de ar é que essa quantidade de calor sensível é transportada de uma região para outra bem distante, contribuindo de forma fundamental para o equilíbrio térmico do planeta Terra. As circulações das correntes marítimas da mesma forma são também muito importantes para esse equilíbrio. De maneira geral, a energia irradiada pelo Sol e a fonte principal que anima todos os fenômenos de tempo na Terra e que esta energia ao atravessar a atmosfera que envolve é absorvida ou refletida de maneiras diferentes reSultantes daí que somente ≅≅≅≅ 43% dela atinge a superfície terrestre. De maneira geral, a energia irradiada pelo Sol e a fonte principal que anima todos os fenômenos de tempo na Terra e que esta energia ao atravessar a atmosfera que envolve é absorvida ou refletida de maneiras diferentes reSultantes daí que somente ≅ 43% dela atinge a superfície terrestre. De acordo com Vianello & Alves (1991), a variação diária da temperatura do ar está diretamente relacionada com a chegada de energia solar e o consequente aquecimento do solo. Existe uma defasagem entre a máxima temperatura da superfície do solo e a do ar. Tal defasagem aumenta com ao afastamento da superfície, ou seja: para a camada do ar imediatamente em contato com o solo, as temperaturas máximas ocorrem simultaneamente. Como sabemos, as massas de ar terrestre tanto aquecem como resfriam muita mais rapidamente do que as aquáticas. Assim, durante a noite, enquanto a água retém seu calor, a terra o perde mais rapidamente para atmosfera (radiação terrestre). Essa variação de temperatura mais lenta pelas superfícies líquidas pode ser assim justificada: a) As superfícies das águas absorvem apenas cerca de 60% da radiação solar enquanto as superfícies terrestres absorvem 80 a 90%; b) O calor específico da água é quatro vezes maior o que da terra 153 Diante dessas considerações, há de se convir que a temperatura é o indicador de quantidade de calor presente em um corpo que, por sua vez, é uma função direta da maior ou menor velocidade de agitação das partículas componentes desse corpo (Barros, 1991). Os termômetros medem temperaturas pela dilatação (ou contração) da substância nele empregada, que é como sabemos, proporcional à variação da temperatura. Toda substância reage a temperaturas diferentes (dilatando-se ou contraindo-se). Existem, no entanto, determinadas substâncias cujas variações regulares constituem um meio de melhor definir o estado calorífico de uma massa qualquer. Os termômetros são baseados, principalmente, na dilatação, contração e condutividade elétrica de certas substâncias. Os termômetros usados a bordo utilizam como elemento sensível o mercúrio, sendo compostos por um tubo fixo de vidro, de diâmetro uniforme, graduado em escala, fechado num extremo e possuindo no outro um depósito (bulbo), conforme mostrado na figura 8.2. O depósito e uma parte do interior do tubo contêm mercúrio, ficando o resto vazio. Quando a temperatura aumenta, o mercúrio se dilata e o topo da sua coluna indica na escala gravada no vidro, o valor da temperatura. Outros tipos de termômetro utilizados em meteorologia são: – termômetros elétricos: usados com mais frequência, na meteorologia, em observações de altitude. – termômetro de máxima e mínima (figura 8.2): Mede a maior e a menor temperatura ocorrida num dado intervalo de tempo. – termômetro de água do mar (figura 8.2); tem um formato especial, com uma carcaça protetora metálica que se avoluma na altura do bulbo, para tornar o instrumento mais resistente; destina-se a medir a temperatura da água do mar à superfície. 154 FIG-8.2 – Apresenta o termômetro do tipo convencional, termômetro de máxima e mínima e termômetro de água do mar, respectivamente (Miguens, 1999). 8.3- pressão e umidade atmosférica, causas e os efeitos de suas variações O ar, apesar de invisível, encontra-se em toda parte e tem na sua composição diversos gases, micro partículas de poeira e vapor de água. A atmosfera terrestre é composta de várias camadas que vão ficando mais rarefeitas à medida que se distanciam da superfície da Terra. Como estamos mergulhados nela, sofremos a ação da matéria sobre o nosso corpo, que é o peso dessa camada de ar pressionando cada ponto de nossa pele. Dizemos que o ar exerce pressão sobre todos os objetos que se encontram na atmosfera. Essa pressão exercida pelo ar é chamada de pressão atmosférica. Como a pressão atmosférica varia com a altura, podemos falar de diferença de pressão entre dois pontos que se encontra em alturas diferentes. Temos diferença de pressão também quando deparamos com locais onde o ar é mais denso em relação a locais onde o ar é menos denso. O movimento dos corpos sejam eles os sólidos, os líquidos e os gasosos, se dão sempre do ponto de maior pressão para o de menor pressão. Quanto mais subimos em direção às outras camadas atmosféricas, menor será a pressão atmosférica. Como normalmente estamos junto à superfície da Terra, 155 portanto, submersos em todas as camadas atmosféricas, a pressão atmosférica é maior, pois a quantidade de matéria que está acima de nós é maior. Podemos então conceituar a pressão atmosférica na meteorologia com a força exercida pelo peso da coluna de ar, que forma a atmosfera, sobre uma determinada área. Além da altitude, a temperatura influencia na pressão atmosférica, pois com o ar mais frio este se contrai ficando mais denso e consequentemente mais pesado, e quando aquecido se expande ficando mais leve e consequentemente exercendo uma pressão menor. Com base nisto podemos dizer que nos locais mais frios como nos polos a pressão atmosférica é maior do que em lugares mais quentes como no equador. Assim, a pressão a uma altitude especificada é o peso, por unidade de área, da atmosfera acima dessa altitude. Logo, a pressão decresce à medida que a altitude aumenta, pois o peso da atmosfera remanescente diminui continuamente (figura 8.3). FIG-8.3 – Variação vertical da pressão atmosférica. Fonte: Miguens (1999) De acordo com Miguens (1999), os barômetros de mercúrio não são convenientes para uso a bordo, em virtude de sua fragilidade, tamanho e susceptibilidade a erros devidos aos movimentos do navio. Alguns navios, entretanto, dispõem de um barômetro de mercúrio (dispõe de um tubo vertical de vidro contendo mercúrio; a altura da coluna líquida, neste tubo, exprimirá o valor da pressão), embora este instrumento não seja, normalmente, utilizado para consultas e leituras rotineiras, servindo apenas para aferições mais frequentes e controle do barômetro aneróide (visto ser de alta precisão) (figura 8.4). Normalmente, a pressão atmosférica é medida a bordo por meio de barômetros aneróides (figura 8.5), 156 localizados no passadiço, no camarim de navegação ou em suas proximidades. Em um barômetro aneróide, o elemento sensível consta de uma série de câmaras metálicas ocas, que se deformam pela ação da pressão. Esta deformação transmite-se a um ponteiro, que indica o valor da pressão em um mostrador graduado. Os barômetros aneróides são instrumentos compactos, resistentes e bastante convenientespara uso a bordo, embora não tenham uma precisão tão alta como os barômetros de mercúrio. FIG-8.4 – Barômetros de Hg (leitura correta da pressão atmosférica). Fonte: http//www.wikipedia.org 157 FIG-8.5 – Vista parcial de um barômetro aneróide. Fonte: http//www.wikipedia.org Segundo Lobo & Soares (2006), a umidade do ar é um dos mais importantes parâmetros para o bom entendimento dos fenômenos meteorológicos, visto que o comportamento do vapor de água na atmosfera (umidade do ar) mantém rigorosa relação com a temperatura do ar e as leis da física. Na atmosfera observa-se água, no seu estado gasoso, como vapor de água, no seu estado líquido, como gotículas de nuvens e gotas de chuva e no seu estado sólido, como cristais de gelo. Entre as principais propriedades ressalta-se a conservação e transformação de energia. Para Miguens (1999), a umidade é um termo geral que descreve o conteúdo de vapor de água existente no ar atmosférico. O aquecimento ou o resfriamento da água causa sua mudança de um para outro de seus três estados: sólido, líquido e gasoso (vapor de água). A aplicação contínua de calor derrete o gelo, tornando-o líquida (água), que, por sua vez, evapora, transformando-se em vapor de água. A retirada contínua de calor do vapor de água causa sua condensação e a passagem para o estado líquido; a água, por seu turno, transforma-se em gelo, com o prosseguimento do processo de remoção de calor. Estas mudanças de estado são sempre acompanhadas de ganho ou perda de calor pelos ambientes próximos. 158 O vapor de água existente na atmosfera provém da evaporação das superfícies líquidas da crosta terrestre (oceanos, rios, lagos, etc.); logo, normalmente, sua quantidade diminui com a altitude. Uma das principais características da umidade do ar é armazenar e transportar para outras regiões, elevadas quantidades de energia e ser o elemento principal de suporte de energia dos fenômenos meteorológicos de extraordinária intensidade como as tormentas tropicais, furacões e tempestades. A principal razão dos furacões e tempestades violentas ocorrerem sobre os oceanos e se dissiparem ao penetrar no continente é que nos oceanos alimentam-se de umidade e consequentemente de energia, armazenada e liberada convenientemente, na forma de calor latente. A umidade do ar associado às transformações do estado físico da água por ocasião da evaporação e da condensação e a energia envolvida nesses processos sob a forma de calor latente são fatores responsáveis pelo estado do tempo, sua nebulosidade e precipitação (Lobo & Soares, 2006). De acordo como Lobo & Soares op cit, uma das principais propriedades do ar atmosférico é capacidade de conter umidade proporcionalmente à sua temperatura. Quanto maior a temperatura, maior a quantidade de vapor de água que o ar poderá conter. Para cada temperatura existe um limite máximo de umidade que o ar pode conter. Diz-se que o ar atmosférico está saturado quando contém a quantidade máxima de vapor de água para a sua temperatura. Então no caso de ar saturado, se a temperatura diminuir, consequentemente, a capacidade do ar em conter umidade será menor e o excesso de vapor de água presente no ar irá se condensar imediatamente, apresentando gotículas de nuvem. No caso do ar não estar saturado, com a diminuição gradual e contínua da temperatura do ar, se chegará o momento em que será atingida uma temperatura doar na qual a capacidade máxima de conter umidade é igual a quantidade de vapor d'água existente no ar. Então para essa temperatura o ar atingiu sua condição de saturado. A essa temperatura do ar, na qual o ar atingiu, por resfriamento, a condição de saturado, diz-se ser temperatura do ponto de orvalho. Nessa situação a umidade relativa é 100%. Neste momento, apresenta-se um novo conceito, que será muito utilizado em meteorologia, ou seja, umidade relativa, a qual tem a seguinte definição: é a relação entre a quantidade de vapor d'água realmente existente no ar e a quantidade máxima de vapor d'água.que o ar pode conter na mesma temperatura. Valor esse expresso em percentagem. Numa situação em que 159 a umidade do ar permaneça constante, ou seja, sem acréscimo ou retirada de umidade, e a temperatura do ar aumenta, a sua capacidade de conter umidade até se saturar aumenta; logo, a sua umidade relativa diminui e se a temperatura a do ar diminuir, o seu limite de conter umidade até se saturar diminui: logo, a sua umidade relativa aumenta. A vista disto constata-se que a umidade relativa varia inversamente proporcional à variação da temperatura. Além da umidade relativa, que é o parâmetro mais usado para expressar a umidade do ar, temos também o parâmetro umidade absoluta, que é definida como a quantidade de gramas de vapor de água contida em um metro cúbico de ar. A umidade absoluta aumenta por acréscimo de vapor de água por meio da evaporação e diminui por retirada de vapor d'água do ar por meio da condensação. A variação da umidade absoluta é independente da temperatura do ar. Ela é função apenas de acréscimo ou retirada de vapor de água do ar. Dai a importância dos oceanos em contribuir significativamente por meio da evaporação para o aumento da umidade. Segundo o Manual do Observador Meteorológico (1992), a umidade do ar é determinada por meio de higrômetros e psicrômetros. O higrômetro mais comum utiliza o cabelo humano como elemento sensível, porém, outras substâncias de propriedades idênticas também podem ser usadas. O cabelo, por ser bastante sensível às variações da umidade do ar, além de sofrer a influência da temperatura, faz com que os higrômetros construídos com ele indiquem diretamente a umidade relativa do ar (figura abaixo). FIG-8.6 – Higrômetro para indicar umidade relativa do ar: Fonte: Miguens (1999). 160 Os higrógrafos são instrumentos que registram a umidade relativa do ar. O princípio de funcionamento é idêntico ao do higrômetro, acrescido do sistema de relojoaria e do tambor giratório no qual é enrolado o papel de registro. No entanto, são os psicrômetros que fornecem as medidas mais precisas da umidade do ar. O tipo mais comum deste instrumento utilizado a bordo é o psicrômetro de funda, que possui dois termômetros iguais, geralmente graduados de meio em meio grau centígrado, sendo que um dos termômetros tem o bulbo envolto por uma camisa de musselina. Os termômetros são montados em uma armação metálica, provida de um punho, em torno do qual pode girar. FIG-8.7 – Psicrômetro de Funda. Fonte: http//www.wikipedia.org 8.4- processo de variação de pressão e o gradiente de horizontal de pressão Para Lobo & Soares (2006), por definição, pressão atmosférica é a força exercida pelo peso da atmosfera sobre uma área unitária. Assim a pressão à superfície é o peso de toda a coluna de ar acima. Já a pressão a uma determinada altitude é o 161 peso da coluna de ar acima dessa altitude. Logo, a pressão atmosférica decresce, à medida que aumenta a altitude. Um aspecto importante que deve ser entendido é que o peso da coluna de ar depende da densidade do ar no momento considerado. Se o ar estiver mais denso, no caso de ar frio, estará mais pesado e a pressão será maior. Se o ar estiver menos denso, no caso de ar quente estará menos pesado e a pressão será menor. Isto explica a variação diurna da pressão. Isto significa dizer que se o ar da coluna se expandir fica menos denso, e a pressão diminui. É o caso de aquecimento do ar. Entretanto, se o ar da coluna se comprime, o ar fica mais denso e a pressão aumenta. FIG-8.8 – Apresenta uma zona de baixa pressão e corrente ascendente do vento. Fonte: Anotações do autor. FIG-8.9 – Apresenta uma zona de alta pressão e corrente descendente do vento. Fonte: Anotações do autor. É interessante observar que, se devido ao movimento horizontal do ar, houvera substituição gradual do ar de determinada região por outro ar mais frio, à pressão dessa região indicará uma variação positiva. 162 Pode-se dizer que nessa região passa-se a observar uma alta pressão. No caso de haver a substituição gradual do ar de uma área específica por outro mais quente, a pressão dessa região apresentará uma variação negativa, ou seja, a pressão diminuirá. Neste caso, pode-se dizer que nessa região passa-se a observar uma baixa pressão. O ar, apesar de invisível, encontra-se em toda parte e tem na sua composição, diversos gases, micropartículas de poeira e vapor de água. A atmosfera terrestre é composta de várias camadas que vão ficando mais rarefeitas à medida que se distanciam da superfície da Terra. Como estamos mergulhados nela, sofremos a ação da matéria sobre o nosso corpo, que é o peso dessa camada de ar pressionando cada ponto de nossa pele. Dizemos que o ar exerce pressão sobre todos os objetos que se encontram na atmosfera. Essa pressão exercida pelo ar é chamada de pressão atmosférica. Se subirmos uma montanha de 1.000 m de altura, a quantidade de ar que está sobre nossa cabeça diminui; logo, a pressão atmosférica também diminui. Quanto mais subimos em direção às outras camadas atmosféricas, menor será a pressão atmosférica. Como normalmente estamos junto à superfície da Terra, portanto, submersos em todas as camadas atmosféricas, a pressão atmosférica é maior, pois a quantidade de matéria que está acima de nós é maior. FIG-8.10 – Esquema ilustrativo da variação da pressão em função da altitude. Fonte: Vasconcelos (2004). 163 8.5- circulação de ar nas baixas e altas pressões atmosféricas Considerando o vento e a pressão em um modelo de terra ideal, sem as variações das estações e sem a distribuição terra − água. A figura 8.11 mostra a distribuição dos ventos sobre a superfície do planeta. A característica mais importante da circulação geral nos trópicos é a Célula de Hadley. Na região do equador, o aquecimento é muito intenso e as pressões são baixas; o ar à volta converge numa estreita faixa, formando em superfície a zona de convergência intertropical e ascende dando inicio à Célula de Hadley, onde o ar descende próximo ao subtrópico, gerando, em superfície, os cinturões de alta pressão. Com o cinturão, dois, três ou quatros grandes e estáveis anticiclones são formados. O ar está descendo e o vento é fraco no centro destes anticiclones. Nesta região prevalece a calmaria e devido a isso, alguns marinheiros chamam estas regiões de Latitudes dos cavalos (a origem do nome é devido a um transporte, por navio, de cavalos). Ventos em torno do cinturão de alta pressão são espiralados e movem−se tanto em direção equatorial como em direção as médias Latitudes. Os ventos que se movem em direção ao equador são fortes. O ar ao se deslocar dos subtrópicos para o equador sofre a ação deflectiva devido à força de Coriolis, gerando, assim, em superfície, ventos de direção NE no hemisfério Norte e, de direção SE no hemisfério Sul, os chamados ventos Alísios. Entre aproximadamente 300 e 600 de Latitude, a pressão e os modelos de vento, tornam−se mais complexos. O cinturão entre estas Latitudes é uma zona de conflito entre massas de ar com diferentes características. Massas de ar frio e seco movem−se dentro desta região, aquecendo em direção ao equador. Estas massas formam as frentes polares. Como resultado desta atividade, pressão e vento podem variar, nesta região, de dia para dia ou de semana para semana. Na média, entretanto, os ventos são mais frequentes de Oeste, que devido à ação deflectiva de Coriolis tem direção NW no hemisfério Sul e SW no hemisfério Norte. Esta região é reconhecida pela prevalência de ventos de Oeste. Nos polos, o ar é intensamente frio. Como reSultado, altas pressões ocorrem, espiralando os ventos em volta dos anticiclones polares criando superfícies de vento, em geral de direção Leste, conhecidos como ventos polares de Leste, que devido à deflecção tem direção média de SE no hemisfério Sul e NE no hemisfério Norte. 164 FIG-8.11 – Diagrama esquemático dos ventos e pressões em superfície mostrando as características de uma Terra ideal, sem o efeito dos oceanos e as variações das estações. Fonte: Anotações do autor. Os centros de baixa pressão especificam a área onde ocorre uma depressão barométrica. O centro de baixa pressão é delimitado por uma série de isóbaras quase circulares que envolvem uma região de pressões baixas, ou seja, uma área onde as pressões atmosféricas decrescem da periferia para o centro. O centro de baixa pressão pode ser denominado de ciclone. Como o comportamento meteorológico da atmosfera é diferente da região tropical para as Latitudes médias ou extratropicais, então se considera também dois tipos diferentes de centros de baixa pressão, os ciclones extratropicais e os ciclones tropicais (Lobo & Soares, 2006). As depressões ou ciclones se formam basicamente em razão de movimentos verticais ascendentes de ar que estão sempre ligados ao aquecimento da massa de ar. Os centros de alta pressão fazem parte de sistemas de altas pressões; da mesma forma, os centros de baixa pressão fazem parte de sistemas de baixa pressão. O centro de alta pressão à superfície, ou seja, ao nível do mar, é a área onde ocorre uma 165 elevação barométrica. O centro de alta é delimitado por uma série de isóbaras quase circulares, que envolvem uma área onde as pressões atmosféricas aumentam da periferia para o centro. O centro de alta pressão pode ser denominado de anticiclone. Ocorre sempre mudança no estado do tempo numa região quando os sistemas de pressão se deslocam. A região sujeita aos efeitos de um anticiclone que se movimenta, afastando-se, ao mesmo tempo em que um ciclone se aproxime e ocupe essa área, com suas características bem diferentes, afetará as condições do tempo até então observadas (Lobo & Soares, 2006). As altas pressões se formam nas regiões onde ocorrem convergência de ar subsidente e/ou descendente. No hemisfério Sul, os dois locais mais importantes são: os anticiclones subtropicais ou zona de calmaria tropical e a zona de alta pressão polar. Nelas o ar se acumula, torna-se pesado e se desloca para o solo. Segundo Vasconcelos (2004), os ventos, massas de ar em movimento, descrevem na atmosfera trajetórias reSultantes, sobretudo, das diferenças de pressão entre distintas regiões atmosféricas. Devido a essas diferenças de pressão, há deslocamentos verticais e horizontais de massa de ar, de regiões de maior, para menor pressão. Os transportes energético e mássico determinam as condições atmosféricas de temperatura e umidade. Essas massas de ar podem sofrer modificações a intervalos variáveis de tempo compreendido entre horas, dias e semanas, variando também de uma região para outra, caracterizando os chamados ventos variáveis. Essas alterações são fundamentais para previsões meteorológicas. Entretanto, os ventos médios estendem-se por grandes áreas em períodos relativamente longos, estabelecendo a média da circulação global. Há uma estreita relação entre os ventos médios e os ventos variáveis. Ainda para esse autor, é através dos processos de condensação que o vapor da água presente na atmosfera pode passar à fase líquida originando os denominados fenômenos meteorológicos aquosos, tais como as nuvens, os nevoeiros, as geadas, as neblinas, os granizos, as neves e os orvalhos. Como resultados de sua facilidade em mudar de fase nas condições atmosféricas normais, a água permanece na atmosfera sob forma de vapor num tempo relativamente curto de 10 dias. Esse é de extremamente importância para o controle de certos poluentes na atmosfera, pois durante as precipitações estes retornam à superfície terrestre arrastados pela força das chuvas. 166 Os ventos são produzidosna atmosfera por influência de gradiente de pressão, pelo movimento de rotação da Terra, pela força centrífuga que se opõe ao seu movimento, além do atrito sobre grandes superfícies como solos e oceanos. FIG-8.12 – Mapa de velocidade e direção do vento. Fonte: http//www.wikipedia.org 8.6- processo de formação das nuvens em suas diversas altitudes De acordo com o Atlas Internacional de Nuvens, produzido pela Organização Meteorológica Mundial, traduzido pelo Departamento Nacional de Meteorologia e rotineiramente usado pelos observadores meteorológicos, “nuvem é um conjunto visível de partículas minúsculas de água líquida ou de gelo, ou de ambos ao mesmo tempo, em suspensão na atmosfera. Esse conjunto pode também conter partículas de água 167 líquida ou de gelo em maiores dimensões, e partículas procedentes, por exemplo, de vapores industriais de fumaças ou de poeiras”. Para Vianello & Alves (1991), os principais fatores que interferem na descrição do aspecto de uma nuvem são as suas dimensões, sua forma, sua estrutura e sua textura, assim como sua luminância e cor. Em geral, as nuvens são sustentadas por correntes ascendentes na atmosfera e, apesar de parecerem flutuar, os elementos que as compõem caem lentamente em relação ao ar circundante. As nuvens, portanto, reSultam da condensação e/ou do congelamento do vapor de água existente no ar atmosférico. O processo mais frequente de formação de nuvens é o resfriamento do ar atmosférico provocado pela sua subida. As nuvens se formam quando o ar saturado é resfriado. Para que ocorra a condensação do vapor de água contido no ar atmosférico e se desencadeie o processo de formação de nuvens em determinado nível de altitude, é necessário que haja resfriamento do ar até que a umidade relativa tenha atingido o índice de 100%. A atmosfera, a cada nível de altitude, tem uma temperatura do ar distinta, porque, conforme sobe, o ar se expande e, consequentemente, se resfria. Esse resfriamento afetará continuamente a umidade relativa da massa de ar ascendente, até atingir o nível em que ela chegará a 100%, na altitude denominada nível de condensação, em que a temperatura do ar será a própria temperatura do ponto de orvalho. Nesse nível, que coincide com o nível da base das nuvens baixas, iniciar- se-á a condensação, que continuará a se processar com a subida da massa de ar (Miguens, 1999). As nuvens classificam-se, segundo padronização internacional, em dez tipos, dependendo da altitude da base da nuvem. Estes dez tipos de nuvens dividem-se em: altas, médias e baixas. Nuvens Baixas Nuvens Médias Nuvens altas Stratus (St) Altostratus (As) Cirrus (Ci) Nimbostratus (Ns) Altocumulus (Ac) Cirrostratuus (Cs) Stratocumulus (Sc) Cirrocumulus (Cc) Cumulus (Cu) Cumulonimbus (Cb) TAB-8.1 – Descrição das nuvens do ponto de vista da altitude. 168 Abaixo fazemos uma descrição sumária dos diversos tipos de nuvens encontradas, baseada em diversos autores, como Miguens (1999), Vasconcelos (2004), Lobo & Soares (2006) e Siqueira (2006). Stratus (St) – O seu nome significa “nuvens em camadas”. São baixas (de 500 a 1000 m) e horizontais, formando uma capa semelhante a neblina. Estendidas em camadas uniformes, podem indicar chuva. Nimbus (Ni) – Negras ou cinzentas, sem forma definida, mais parecendo trapos. São nuvens típicas de mau tempo com chuvas. Cumulus (Cu) – Arredondadas, parecendo uma montanha de algodão. São em geral maciças, formadas por correntes de ar ascendentes durante o dia. A sua altura média, a contar da base, é de 1000 m. Quando os cumulos vão crescendo rapidamente para o alto, assumindo forma de torre ou couve-flor, devemos ficar atentos. Em seu interior desenvolvem-se correntes ascendentes e descendentes de grande velocidade, das quais reSultam ventos fortes, próprios dos temporais de verão, pois se transformam em cumulonimbus. Quando este crescimento não ocorre, os cumulus trazem apenas chuvas passageiras. Stratocumulus (Sc) – São nuvens ligeiramente acinzentadas, com forma de rolos não uniformes, e cerca de dois quilômetros de altitude. Cumulonimbus (Cb) – São Nuvens muito densas e acinzentadas, com formato que lembra grandes torres ou cogumelos. Normalmente são seguidas de mau tempo com fortes ventos, chuvas pesadas e relâmpagos. Altostratous (As) – São nuvens que se assemelham ligeiramente a um véu acinzentado, deixando o céu fosco. Normalmente, indicam a aproximação de chuvas e ventos. Altocumulus (Ac) - Estas nuvens têm aparência de pequenos chumaços de algodão, sendo, normalmente, associadas às mudanças de tempo. Geralmente são dispostos em grupos, linhas ou ondas, numa altitude que varia de três a seis quilômetros. 169 Cirrus (Ci) – Formadas por pequenos cristais de gelo, aparecem em uma altitude de seis a dez km. São de aspectos delicados e filamentosos. Quando aparecem isoladas e sem organização, não têm nenhum significado. Se aparecerem em faixas ou em “rabos de galo”, em geral anunciam ventos fortes e mau tempo, geralmente entrada de Sudoeste. Alto stratos (As) – Em forma de véu espesso, cinzento, mas brilhante e sem sombreados. Ocorrem em altitudes de 2,5 a 6 Km. Cirroscumulus (Cc) – Pequenos rolos dispostos em grupos, constituindo o céu de carneiros, do qual se costuma dizer que vem chuva ou vento. FIG-8.13 – Classificação das nuvens conforme a altitude Fonte: modificada de Miguens (1999) e de outros autores. Quando a massa de ar úmido entra em contato com a superfície da água fria, a umidade se condensa, formando os nevoeiros. 170 Abaixo apresentamos uma sequência de fotos de vários tipos de nuvens que podem ser observadas pelo snavegantes. Cirrus Cirrostratos Cirrostratos Altostratos Cumulonimbus capillatus Cumulonimbus Cumulonimbus Altostratos FIG-8.14 – Fonte: III Simpósio de Segurança do Navegador Amador Meteorologia, pelo Cap. Fragata Antônio Cláudio Vieira. 171 8.7- características da nuvem cumulonimbus (Cb) A outra forma geral das nuvens apresenta uma natureza volumosa, com desenvolvimento vertical considerável. São as nuvens cumuliformes. Enquanto as nuvens estratiformes se desenvolvem horizontalmente, as nuvens cumuliformes se desenvolvem verticalmente. A presença de correntes ascendentes, verticais, caracterizam as nuvens cumuliformes, que podem ser notadas observando- se o aspecto das nuvens, principalmente nos seus estágios de formação. Estas nuvens estão associadas com algum grau de instabilidade na atmosfera e a presença de correntes verticais. De fato, são estas correntes ascendentes que causam o desenvolvimento vertical das nuvens cumuliformes. Algumas destas nuvens, denominadas cumulonimbus, desenvolvem-se desde as proximidades da superfície, através da troposfera, até grandes altitudes, alcançando os primeiros níveis da estratosfera. Uma nuvem cumulonimbus significa que o navegante pode encontrar trovoada e precipitação pesada, sob forma de pancadas, contínua turbulência e granizo em alguns pontos. O topo da nuvem é a região onde se formam os cristais de gelo, havendo dificuldade de distinguir o seu contorno, em contraste com a parte mais baixa da nuvem, perfeitamente delineada. A presença de cristais de gelo pode produzir chuvas pesadas. As nuvens cumuliformes apresentam protuberâncias, numa aparência de couve-flor, em contraste com a forma plana característica das nuvens estratiformes. As bases das nuvens cumuliformes normalmente se apresentam num mesmo nível, enquanto que a altitude dos seus topos é muito variável. 172 FIG-8.15 – Vista parcial da nuvem do tipo cumulonimbus. Fonte: http://www.wikipedia.org. O topo das nuvens deste tipo marca o limite das correntes verticais que as produziram. A base das nuvens cumuliformesestá, em geral, abaixo de 1.500 metros, pois, raramente, o teor de umidade é tão baixo que permita que o ar seja elevado até esta altitude sem haver condensação. O topo, no entanto, pode estar a qualquer altitude, dependendo apenas do grau de instabilidade da atmosfera. As nuvens cumuliformes dividem-se em três tipos, dependendo do seu tamanho e aspecto: a) Cumulus de bom tempo ou, simplesmente, cumulus; b) Cumulus congestus ou pesados; e c) Cumulonimbus. O cumulus ou cumulus de bom tempo é uma nuvem pequena, vista comumente nas tardes de verão; sua altura, da base ao topo, não é maior que 1.000 metros e nenhuma precipitação está a ela associada. O cumulus congestus já é uma nuvem maior; o seu topo poderá estar até 3.000 ou 4.000 metros acima de sua base. Geralmente, não há precipitação decorrente de tal nuvem e, se isto vier a ocorrer, será sob a forma de pancadas, as quais podem se evaporar antes de atingir o solo. Um cumulus congestus poderá se degenerar, dando origem a pequenos cumulus, ou crescer cada vez mais e se transformar, rapidamente, num cumulonimbus com trovoadas. 173 8.8- processo de formação de nuvens com o ciclo hidrológico O ciclo hidrológico pode ser considerado como uma grande máquina de reciclagem da água, que atua continuamente e envolve as mudanças do estado sólido, liquido e gasoso. Chamamos de ciclo hidrológico, ou ciclo da água, à constante mudança de estado físico da água na natureza. O grande motor deste ciclo é o calor irradiado pelo sol (figura 8.16). A água da Terra - que constitui a hidrosfera - distribui-se por três reservatórios principais – os oceanos, os continentes e a atmosfera –, entre os quais existe uma circulação contínua – ciclo da água ou ciclo hidrológico. Este ciclo é responsável pela renovação da água no planeta. FIG-8.16 – Vista parcial de todas as etapas do ciclo hidrológico. Fonte. (Vital & Maia, 2002). Em seu incessante movimento na atmosfera e nas camadas mais superficiais da crosta, a água pode percorrer desde o mais simples até o mais complexo dos caminhos. 174 FIG-8.17 – Vista dos reservatórios principais dentro do ciclo hidrológico: Fonte. (Lobo & Soares, 2006). Denomina-se precipitação à descida de uma parcela do ar atmosférico sob a forma líquida e/ou sólida para níveis inferiores. Pode ocorrer sob a forma de chuva, chuvisco ou garoa, neve e granizo, ou uma combinação deles. FIG-8.18 – Vista global das etapas do ciclo hidrológico, em destaque a fase de precipitação: Fonte. (Miguens,1999). 175 Nem toda precipitação atinge a superfície terrestre, pois parte dela evapora-se em seu caminho descendente, ao encontrar maiores pressões e temperaturas. A precipitação ocorre quando o tamanho e o peso das gotas de água, das partículas e cristais de gelo, ou flocos de neve, são suficientes para romperem o equilíbrio entre a força da gravidade e as correntes de ar ascendentes. A precipitação constitui uma etapa do ciclo da água na natureza que é importante no equilíbrio térmico do planeta Terra. Segundo o Manual do Observador Meteorológico (1991) e o Manual de Meteorologia do Passadiço (1995), o caráter da precipitação ajuda muito na classificação das nuvens quanto à sua forma. Assim é que, precipitação leve, contínua e extensiva indica nuvens stratus, e a precipitação forte, descontínua, em pancadas, com ou sem trovões, indica nuvens cumuliformes. Às vezes, observam-se pancadas de chuvas fortes caírem de uma camada de nuvens estratiformes, mas isto significa que há nuvens cumuliformes na camada, porém, invisíveis para o observador. Entretanto, para Ayoade, (2006), a correlação entre a quantidade de nuvens e a precipitação nem sempre é alta ou confiável. Por exemplo, as áreas costeiras da Namíbia, Marrocos ou Peru, apresentam elevadas quantidades de nuvens, mas essas áreas recebem muito pouca precipitação. Ainda para esse autor, notáveis quantidades de chuva normalmente caem nos trópicos, das nuvens cumulonimbus, enquanto na região temperada uma precipitação considerável cais das nuvens nimbostratus e, no verão, dos cumulonimbus. Segundo Vasconcelos (2004), a formação de nuvens envolve um processo de expansão adiabática de um determinado volume de ar que ascende da atmosfera, por exemplo, evaporação de água no ciclo hidrológico. Neste processo não há transferência de calor. Ainda para esse autor, massas de ar deslocam-se verticalmente na atmosfera devido a fatores com relevo da superfície terrestre, o impacto com superfícies frontais e a convecção térmica. Quando um determinado volume de ar se eleva na atmosfera, ele sofre expansão, como consequência do decréscimo da pressão com altitude. Essa expansão é considerada adiabática, pois ocorre num tempo relativamente curto e o ar não é condutor de calor, não havendo trocas térmicas com ambiente. A energia utilizada nesse processo é energia interna do próprio volume de ar e como decorrência, há resfriamento. 176 À medida que o volume de ar sofre resfriamento, sua capacidade em reter o vapor de água decresce. Quando a pressão parcial do vapor de água torna-se igual à pressão parcial de saturação, inicia-se a condensação, visualizando-se a formação de nuvens (Vasconcelos, 2004). 8.9- nevoeiro Para Vasconcelos (2004), os nevoeiros constituem-se num conjunto de partículas microscópicas de gotículas de água em suspensão, a altitudes muito próximas ao solo e têm a propriedade de reduzir sensivelmente a visibilidade Do mesmo modo que as nuvens, os nevoeiros são formados a partir de um volume de ar saturado de vapor de água. De acordo com Lobo & Soares, (2006), os nevoeiros se formam por saturação do ar e imediata condensação do excesso de umidade, ou seja, condensação do vapor de água que ultrapassa a capacidade do ar saturado na nova temperatura atingida. O que caracteriza o nevoeiro e o diferencia da nuvem, é que a formação do nevoeiro sempre ocorre na camada da atmosfera junto à superfície, superfície essa que afeta a temperatura do ar e propicia a formação de nevoeiro, como nos casos dos nevoeiros de radiação e advecção. Segundo Miguens (1999), os processos capazes de levar o ar úmido da superfície à saturação e, assim, produzir nevoeiro são dois: o resfriamento e o aumento da evaporação. O nevoeiro é, em síntese, uma nuvem que toca a superfície; uma nuvem cuja base esteja abaixo de 15m (50 pés) de altura é denominada de nevoeiro. O nevoeiro é formado pela condensação do vapor de água nas baixas camadas da atmosfera, reduzindo a visibilidade horizontal. É constituído de gotículas de água minúsculas em suspensão na atmosfera. Seu aspecto é branco leitoso ou acinzentado, dependendo da concentração de poluentes no ar. Em ambos os casos, pode-se sentir a umidade. Quando os nevoeiros são formados por partículas de dimensões inferiores a 60 µµµµm contornam os objetos e não os molham. No entanto, quando são constituídos de partículas superiores a 60 µµµµm, há choque com as superfícies dos mesmos, molhando- 177 os. Esses nevoeiros recebem a denominação de especial de neblina (Vasconcelos, 2004). 8.10- processo de formação de nevoeiros e o perigo que representa para o navegante. Uma coisa extremamente importante para o navegante é a visibilidade. De maneira geral, ninguém quer suspender e de repente ver que a visibilidade está a duzentos metros. É uma coisa que preocupa bastante e é extremamente importante por causa da segurança marítima envolvida. A definição formal é que a visibilidade é a maior distância do local ao objeto em condições convenientes. São vários os motivos pelos quais a visibilidade é afetada: formação de névoa, nevoeiro, espuma do mar, e poeira na costa quando venta principalmente perto de deserto. Quais são as classificações da visibilidade? a) Névoa: na névoa nós falamosque a visibilidade está acima de 1 km, mas já existe restrição de visibilidade senão não haveria alerta; b) Nevoeiro: visibilidade abaixo de 1 km. Esse é o padrão internacional névoa acima de 1/2 MN (milhas náuticas ou milhas marítimas) e nevoeiro abaixo de 1/2 MN. A névoa pode ser tanto úmida quanto seca. Quando a umidade relativa estiver acima de 60%, nós chamamos de névoa úmida (esses processos são diferentes, obviamente). O que nós chamamos de névoa seca é principalmente poluição. Navegando junto à costa pode-se encontrar nevoeiro devido a processos poluentes, por exemplo, com vento de terra. São vários os processos de formação de nevoeiros, dos quais dois, que afetam os navegantes aqui na nossa área, serão mencionados com mais detalhes: 178 Segundo Miguens (1999), para sua formação, o nevoeiro requer condições especiais, tais como: a) Alta umidade relativa; b) Estabilidade atmosférica (ausência de correntes verticais); c) Resfriamento conveniente; d) Presença de núcleos de condensação; e e) Ventos fracos de superfície.. Há semelhança entre nuvens baixas e nevoeiro. A diferença é que a base do nevoeiro está a menos de 15 metros da superfície, enquanto que a base de uma nuvem baixa estará em uma altura maior. Com a ocorrência de ventos fortes, ou pelo aquecimento, o nevoeiro se dissipa, ou pode ocorrer sua ascensão, formando uma nuvem tipo stratus. O nevoeiro diminui a visibilidade para menos de 1 km; no caso de nevoeiro denso, a visibilidade pode ser reduzida a zero. Logo que for observada a ocorrência de nevoeiro, é necessário pôr em prática as medidas de segurança para navegação sob visibilidade restrita, especialmente aquelas estabelecidas pelos regulamentos internacionais, como o RIPEAM (Regulamento Internacional para Evitar Abalroamento no Mar) (Miguens,1999). Para Lobo & Soares (2006), os tipos mais comuns de nevoeiros são: nevoeiro de radiação (que ocorre normalmente sobre o continente) e o nevoeiro de advecção (que é o tipo mais frequente sobre o mar), sendo este último de especial interesse dos navegantes. O nevoeiro de radiação é formado pelo ar úmido em contacto com a superfície da Terra, que foi submetida a um resfriamento noturno por radiação. Em noites claras e calmas, o solo perde calor muito rapidamente. O ar em contacto com o solo é resfriado por condução; a umidade relativa aumenta, e ocorrem saturação e condensação, formando-se nevoeiro nas camadas próximas da superfície. Os nevoeiros de radiação não se formam normalmente sobre o mar, pois a superfície da água não sofre um grande resfriamento por radiação à noite (Miguens, 1999).. Porém, um vento que sopra de terra para o mar poderá transportar o nevoeiro de radiação para áreas marítimas costeiras, criando uma situação perigosa para a navegação marítima, especialmente para embarcações que se aproximam da costa, vindas de uma área de boa visibilidade e que, de repente, deparam-se com um banco espesso de nevoeiro. O nevoeiro de radiação é, então, o tipo mais comum de 179 nevoeiro terrestre, ou continental, pois no mar o resfriamento noturno é muito pequeno. Forma-se, normalmente, à tardinha ou de madrugada (Miguens, 1999). Ainda para esse autor, o nevoeiro de radiação forma-se nos lugares úmidos, normalmente após dia e noite límpidos, se o vento não é forte e o ar é estável. Essas condições são frequentes nos anticiclones. Ele começa a se dissipar à medida que os raios solares aquecem o solo, que, por sua vez, aquece o ar adjacente por condução. Como os demais nevoeiros, quando o vento se intensifica, tende a se dissipar, ou se elevar, tornando-se uma nuvem baixa. As condições favoráveis para a formação de nevoeiro de radiação são: a) Ar calmo, ou quase calmo; b) Céu claro; e c) Alta umidade relativa. A figura 8.19 mostra um nevoeiro de radiação formado sobre terra sendo conduzido para uma área marítima costeira, por um vento que sopra de terra para o mar, afetando a visibilidade na referida área. FIG-8.19 – Nevoeiro de radiação formado em terra e que se desloca para o mar: Fonte. (Miguens, 1999). No Rio de Janeiro acontece muito, principalmente no inverno, o nevoeiro por radiação. Pode ser visto de manhã: ele começa a se dissipar porque o vento começa a entrar um pouquinho, ele levanta e depois dissipa-se totalmente e o céu fica azul. Não se tem como predizer a hora que esse nevoeiro vai dissipar, por ser muito complexa e exclusivamente subjetiva essa avaliação. 180 Já o nevoeiro de advecção não tem hora para ocorrer, por isso os navegantes devem ter especial atenção nas condições propícias à formação de nevoeiros de advecção para não serem surpreendidos em situação adversa de má visibilidade ao retornarem com suas embarcações e demandarem o canal de acesso ao porto em condições de má visibilidade. Esse fenômeno ocorre comumente no final da tarde em dias em que a TSM está acentuadamente baixa em relação à temperatura da superfície do continente e, consequentemente, à temperatura do ar. Se as condições de circulação do vento e a umidade do ar forem propícias, o navegante poderá encontrar nevoeiro de advecção (Lobo & Soares, 2006). É recomendável ao navegante acompanhar a evolução e a tendência da circulação local, assim como a temperatura do ar sobre o continente e a TSM, e também a umidade relativa do ar sobre o continente, bem como a temperatura do ponto de orvalho do ar continental. Ter especial atenção à diferença entre a temperatura do ponto de orvalho e a TSM. As condições são propícias à formação de nevoeiro quando essa diferença é próxima de 1°C em mar aberto e 2°C próximo à costa, e a umidade relativa do ar for bem alta, algo como 95%. O conhecimento das condições propícias deixa o navegante mais seguro quanto à possibilidade da ocorrência ou não do fenômeno, uma vez que se as condições favoráveis não forem atendidas, o processo de formação de nevoeiro não ocorrerá. É também importante o ar estar estável, ou seja, sem movimento ascendente (Lobo & Soares, 2006). Segundo Miguens (1999), a previsão do nevoeiro de advecção consiste em estabelecer a trajetória do ar quente e úmido e estudar o resfriamento que este sofre em seu deslocamento. O nevoeiro de advecção pode ser muito denso e persistir por longos períodos. Na previsão do nevoeiro de advecção atentar, também, para que haja as seguintes condições propícias: o mar seja bem mais frio que o ar; o ar se desloque sobre isotermas cada vez mais frias, com velocidade moderada (vento moderado); elevada umidade relativa e grande estabilidade atmosférica. O nevoeiro de advecção ocorre muito na costa Sul do Brasil, e também em frente a Cabo Frio, no Rio de Janeiro, devido a uma massa de ar quente e úmida vindo do continente, vento de NW. Ele encontra essa água do mar mais fria e atinge a temperatura do ponto de orvalho em 100%. Ao longo da costa brasileira, existe a Corrente do Brasil, que é uma corrente de água quente vinda do Norte para o Sul e também temos, subindo pelo continente, a Corrente Falklands (Malvinas) com água fria. Então, o que acontece, e quem surfa 181 sabe disso, onde estiver chegando essa água fria próximo da costa vai formar esse tipo de nevoeiro: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e em Cabo Frio-RJ são regiões típicas de formação desses nevoeiros. Esse nevoeiro é bastante espesso, normalmente é de 100m, 200m a visibilidade, e uma situação que ocorre no Rio de Janeiro, onde há uma corrente de água fria na altura de Cabo Frio e, se persistir o vento de Leste por 2, 3 dias, essa água fria que está ali em Arraial do Cabo se desloca em direção à baía de Guanabara, tornando possível ver o nevoeiro entrando pela baía de Guanabara. TT eess tt ee ddee aauu tt ooaa vvaa ll ii aa ççããoo ddaa UUnn iiddaa ddee 88 1a Faça uma resenha sobre a grande importância do estudoda meteorologia como fator de segurança da navegação marítima e costeira ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 2a Como são realizadas as medidas de temperatura? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 182 3a A temperatura do ar varia também horizontalmente com a Latitude, conforme se desloca das baixas Latitudes, próximo ao equador, para as Latitudes médias e para as altas Latitudes, próximas aos polos, a temperatura à superfície irá diminuindo. Descreva a razão dessa variabilidade. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 4a Como sabemos, as massas de ar terrestre, tanto aquecem como resfriam muita mais rapidamente do que as aquáticas. Assim, durante a noite, enquanto a água retém seu calor a terra o perde mais rapidamente para atmosfera (radiação terrestre). Essa variação de temperatura mais lenta pelas superfícies líquidas pode ser justificada por: ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 5a Conceitue de pressão atmosférica e umidade relativa do ar ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 183 6a Descreva o funcionamento dos barômetros de Hg e aneróide, respectivamente. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 7a Explique uma das principais características da umidade do ar ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 8a Segundo o Manual do Observador Meteorológico, a umidade do ar é determinada em função de quais instrumentos? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 9a Como a pressão atmosférica varia com a altitude? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 10a Como são formados os ventos? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 184 11a Faça uma descrição breve da circulação atmosférica. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 12a Como se formam, no nosso planeta, os centros de alta e baixa pressão? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 13a Como as nuvens podem ser classificadas, segundo o padrão internacional? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 14a Faça uma descrição sumária de dois tipos de nuvens, a seu critério ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 185 15a Descreva a formação das nuvens cumulonimbus. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 16a Faça um comentário geral acerca do ciclo hidrológico. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 17a Como ocorrem as precipitações? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 186 18a Faça uma descrição breve do processo de formação de nevoeiros e qual o real perigo que esse fenômeno representa para a navegação marítima. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 187 9. SISTEMAS SINÓTICOS E INFORMAÇÕES METEOROLÓGICAS Nesta unidade, você vai: ���� Descrever o processo de formação de frentes, citando os tipos de frentes ���� Descrever a circulação de ar e a nebulosidade observada durante a aproximação e passagem de frentes fria e quente ���� Interpretar cartas sinóticas e boletins meteorológicos ���� Interpretar imagens de satélites meteorológicos 9.1- Descrição do processo de formação de frentes, citando os tipos de frentes Segundo Lobo & Soares (2006), denomina-se massa de ar uma grande quantidade de ar, cobrindo uma extensa região, que normalmente se caracteriza por sua temperatura horizontal, além de outros parâmetros como umidade. A fronteira entre as massas de ar quente e a fria, denomina-se superfície frontal, que é onde se observam as grandes alterações do estado do tempo. Essa superfície frontal se estende da superfície até os elevados níveis de altitude. A linha que a representa na superfície do solo e do oceano denomina-se frente. Então para o observador que normalmente está na superfície, frente significa a linha de separação entre duas massas de ar (figura 9.1). FIG-9.1 – No encontro de duas massas de ar de características diferentes (frias e quentes) identifica-se a superfície que delimita essas massas. A interceptação dessa superfície, denominada superfície frontal com o solo ou o oceano, é uma linha conhecida como frente (Fonte: BRASIL, DHN, 1991, modificada apud Lobo & Soares, 2006). 188 As frentes classificam-se em: a) Frias; b) Quentes; c) Oclusas; e e) Estacionárias. Diz-se que uma frente é fria quando a massa de ar que avança é mais fria do que a que se encontra em determinada região, isto é, a massa de ar frio se desloca para substituir uma massa de ar quente na superfície. O ar quente, mais leve, sobe quando empurrado pelo ar frio, formando na frente fria uma rampa abrupta, com inclinação forte. Assim, a faixa de mau tempo associada a uma frente fria é, em geral, mais estreita, embora mais rigorosa, do que a de uma frente quente. A frente fria apresenta formação de nuvens cumuliformes, com chuvas em forma de pancadas moderadas a fortes e trovoadas. Quando a massa é muito seca, pode não apresentar nebulosidade e suas tempestades são apenas relacionadas a ventos fortes (Miguens, 1999). Quando o deslocamento da frente fria é lento, as mudanças não ocorrem tão bruscamente, mas sim lenta e gradativamente, formando nuvens estratiformes, que ocasionam precipitação contínua e persistente. FIG-9.2 - Sentido do deslocamento de uma Frente Fria: Fonte. (Miguens, 1999). A frente quente ocorre quando há substituição do ar frio pelo ar quente à superfície. Na frente quente, então, o ar quente se desloca contra a massa de ar frio; como o ar quente é mais leve, a frente quente eleva-se sobre a massa de ar frio, formando uma rampa suave, com menor inclinação. Por isso, o mau tempo associado a uma frente quente, embora menos rigoroso, estende-se normalmente em uma faixa mais larga que nas frentes frias. Na região que precede a frente quente, vai ocorrendo uma lenta queda de pressão atmosférica, com o desenvolvimento de nuvens altas 189 (cirrus, cirrocumulus, cirrostratus), com cirrus presentes até cerca de 500 km adiante da frente (Miguens, 1999). FIG-9.3 – Sentido do deslocamento de uma frente quente: Fonte. (Miguens, 1999). Uma frente oclusa é formada quando uma frente fria alcança uma frente quente e uma das duas frentes, quente ou fria, deixa de ter contacto com o solo, para elevar-se sobre a superfície da outra. A frente oclusa, assim, é proveniente do encontro de uma frente fria com uma frente quente; as frentes oclusas estão, em geral, associadas às circulações ciclônicas. Na região em que se forma a oclusão, observa-se a existência de três massas de ar de natureza diferente: uma quente, uma fria, e uma terceira mais fria ou mais quente do que as outras duas (Miguens, 1999). FIG-9.4 – Frentes Oclusas. As frentes frias normalmente deslocam-se na direção SE no HN e na direção NE no HS. Como a frente fria pode caminhar bem mais rápida que a frente quente é possível desencadear a oclusão, suspendendo a frente quente. A oclusão mais comum é a do tipo fria que ocorre 190 quando o ar que chega é mais frio que o ar fresco que já está na região. Fonte: (England,1973 apud Lobo & Soares, 2006). As frentes estacionárias ocorrem quando não se observa deslocamento da superfície frontal, que se mantém fixa, não havendo, assim, substituição do ar à superfície. Nessa situação, os ventos são paralelos à frente em ambos os lados, porém de direções opostas. Sua tendência é se dissipar, num processo de frontólise, se não vier a receber um reforço de uma massa de ar (geralmente fria), para reiniciar o seu deslocamento. FIG-9.5 – Circulação e Nebulosidade na Frente Estacionária (HN). A frente estacionária em ambos os lados apresenta ventos à superfície essencialmente paralelos à frente e frequentemente uma larga região de nebulosidade e precipitação ou neve no lado frio da frente. As nuvens estratificadas e a precipitação reSultam da ascensão do ar quente ao longo da superfície frontal de suave inclinação. Fonte: (Moran, 1994 apud Lobo & Soares, 2006). 9.2- descrição da circulação de ar e a nebulosidade observada durante a aproximação e passagem de frentes frias e quentes Segundo Lobo & Soares (2006), a formação de uma frente fria está normalmente associada à formação de uma região de baixa pressão, na junção das áreas onduladas da frente fria e da frente quente. Nessa região de depressão a 191 circulação ciclônica é intensificada. A frente fria, nesse trecho, move-se mais rápida que a frente quente. As duas frentes se juntam nessa região, no processo denominado oclusão. No momento em que a oclusão se inicia, a circulação ciclônica está com sua intensidade máxima. À proporção que a oclusão continua avançando, a circulação ciclônica nessa região diminui e, consequentemente, a área de baixa pressão se enfraquece. O movimento frontal fica mais lento, reduzindo a ondulação e tornando-se outra vez uma simples frente estacionária, em equilíbrio, como visto na figura 9.6, enquanto o centro de baixa pressão desaparece. FIG-9.6 – Circulaçãodo Ar na Frente (HN): O navegante observa que os ventos na superfície têm direções distintas antes e depois da frente. Na frente fria, o ar frio sopra na direção da frente, enquanto que o ar quente sopra na direção paralela à frente, ao mesmo tempo em que tem movimento ascendente, reSultando em nuvens e precipitações limitadas a uma estreita faixa adiante da frente. Para facilitar a clareza da figura, a seção vertical apresenta medidas consideravelmente exageradas. Fonte: (Moran,1994, apud Lobo & Soares, 2006). Uma frente fria apresenta acentuada inclinação da superfície frontal, reSultando em intensa atividade convectiva, em estreita faixa de nebulosidade ao longo da frente (figuras 9.7). 192 FIG-9.7 – Nebulosidade na frente fria: A frente fria tem como característica acentuada inclinação da superfície frontal, propiciando intenso movimento convectivo do ar quente e úmido que, ao atingir o nível de condensação e a temperatura do ponto de orvalho, inicia a formação de nuvens de desenvolvimento vertical (Cb), reSultando, ao longo de toda extensão, a frente fria, uma estreita faixa repleta de conglomerados de cumulonimbus. Fonte: (Lobo & Soares, 2006). É interessante ressaltar que o navegante sujeito aos efeitos meteorológicos de uma depressão extratropical observa ventos fortes e mar agitado, principalmente durante a estação de inverno. Recomenda-se que o navegante acompanhe a passagem da frente pela indicação da variação dos parâmetros, pressão atmosférica, temperatura do ar e direção do vento, nas fases de aproximação e de passagem da frente:. Na aproximação da frente fria: a) A pressão do ar cai; b) A temperatura do ar aumenta; c) O vento predominante sopra no HS do quadrante Norte, normalmente NW ou N, e no HN de SW ou S; d) A nebulosidade aumenta com surgimento no horizontal de topo de Cumulonimbus, ou seja, nuvens Cirrus, tipo em garras ou rabo de galo. Após a passagem da frente fria: a) A pressão atmosférica aumenta; b) A temperatura do ar cai; c) A direção do vento predominante no HS do quadrante Sul, normalmente SW, e no HN é de NW; d) A visibilidade é reduzida durante as pancadas de chuvas e; e) Observam-se trovoadas. 193 Quando o deslocamento da frente fria é lenta, as mudanças não ocorrem tão abruptamente, mas lenta e gradualmente, formando nuvens estratiformes que ocasionam precipitação contínua e persistente. Da mesma forma, quando a massa de ar quente é muito seca, não se observa nebulosidade, estando o mau tempo relacionado apenas a ventos fortes (Lobo & Soares, 2006). A formação de frente quente ocorre quando há substituição do ar frio pelo ar quente à superfície do solo ou do oceano. Uma frente quente apresenta suave inclinação da superfície frontal, reSultando em fraca atividade convectiva, em larga faixa de nebulosidade ao longo da frente (figuras 9.8 e 9.9). FIG-9.8 – Circulação do Ar na Frente Quente (HN): Na frente quente o ar quente sopra na direção da frente, ao mesmo tempo em que ascende suavemente, enquanto que o ar frio recua, reSultando em nuvens estratificadas e precipitação do lago do ar frio. Fonte: (Moran, 1994 apud Lobo & Soares, 2006). 194 FIG-9.9 – Nebulosidade na Frente Quente: A frente quente tem como característica suave inclinação da superfície frontal, propiciando gradual ascensão do ar quente em formação de nuvens estratificadas como stratus, nimbostratus, a altostratus, cirrostratus e cirrus, ao longo da superfície frontal, no lado do ar frio, em uma extensa região Fonte: (Lobo & Soares, 2006). Observa-se a seguinte variação dos parâmetros meteorológicos. Na aproximação da frente quente: a) Nebulosidade estratiforme, numa extensa faixa, ocasionando precipitação leve e contínua ou garoa; b) A pressão cai lentamente durante bastante tempo; c) A temperatura do ar se mantém quase constante; d) O vento é fraco, e sopra no HS de NE e no HN de SE; e e) A visibilidade é boa até o início da garoa ou chuva. Após a passagem da frente quente: a) A pressão atmosférica diminui; b) O vento predominante sopra no HS de NW e no HN de SW; e c) A temperatura do ar aumenta. 9.3- interpretação de cartas sinóticas e boletins meteorológicos As Cartas sinóticas de pressão atmosférica referentes à superfície são importantes para a avaliação do estado do tempo presente e por isso o seu valor para a análise de sua evolução e a consequente previsão do tempo para as próximas horas na região de interesse do navegante. As Cartas sinóticas de previsão à superfície são transmitidas por fac-símile ou internet, dispondo de receptor apropriado, recebendo as informações na forma gráfica (Lobo & soares, 2006). Sugere-se que o navegante 195 tenha pelo menos as 3 últimas Cartas sinóticas para que ele tenha uma idéia da evolução das frentes e outros sistemas. Essas Cartas são feitas duas vezes por dia com intervalos de 12 h. A conSulta à Carta sinótica de pressão do ar referente à superfície normalmente é realizada quando há deslocamento de massa de ar frio para a direção da região tropical, em que a configuração da frente fria apresentada se mostra na forma de uma linha quase perpendicular ao litoral Sul do Brasil. Ao mesmo tempo em que a frente fria vai se deslocando ao longo da costa Sul e sudeste, vai se afastando da direção do oceano. Quando as frentes frias atingem as Latitudes da Bahia, praticamente estão paralelas à costa e bastante afastadas do litoral, afetando as embarcações que estiverem navegando em alto mar. As particularidades de um campo isobárico que devem ser usadas no trabalho de prognóstico do tempo são: a) A distância entre os centros de anticiclones e ciclones; b) A diferença de pressão entre os anticiclones que determinam o sistema frontal c) Mais próximo do navio e que influenciará no tempo local; e e) O gradiente isobárico de cada sistema de pressão que constitui o estado da atmosfera local. A simbologia para representação dos parâmetros nas Cartas sinóticas está mostrada na figura 9.10. 196 FIG-9.10 – Visualização dos parâmetros utilizados nas castas sinóticas de pressão a superfície. A distância média entre os centros de pressão é dada pela evolução típica do tempo fornecida pelos órgãos que fazem o trabalho de Climatologia. Quanto mais próximos estiverem os centros de pressão, mais forte será o vento. A diferença de pressão entre os anticiclones que determinam um sistema frontal indica o caráter de movimento do sistema, que pode ser enquadrado em um dos casos: velocidade alta, média ou baixa. O gradiente de pressão é representado pela distância entre as isóbaras, e determina a intensidade do vento, que pode ser calculada através escala do vento 197 geostrófico inserida nas Cartas sinóticas, onde são apresentados os sistemas isobáricos. Quanto mais estreito for o espaçamento entre as isóbaras, maior será o gradiente de pressão e, portanto, maior será a intensidade do vento. Como sabemos os ventos não sopram exatamente paralelos às isóbaras, formando ângulos de 20º a 30º para dentro, na direção dos centros de baixa pressão; nos anticiclones, os ventos fazem um ângulo maior para fora com as isóbaras. FIG-9.11 – Modelo de uma Carta sinótica de pressão à superfície. O Boletim Meteorológico para Navios é transmitido em “broadcast” por estações de rádio, a intervalos regulares. Os detalhes de horários, frequências, potências, etc. encontram- se em publicações da OMM (Organização Meteorológica Mundial) e, também, em publicações especiais das nações marítimas que fazem as irradiações. No caso do Brasil, existe a Lista de Auxílios-Rádio, publicada pela Diretoria de Hidrografia e Navegação (Miguens, 1999). 198 As partes que constituem o Meteoromarinha são: a) Parte I – avisos de mau tempo (também informados por Avisos aos Navegantes); b) ParteII – resumo descritivo do tempo; c) Parte III – previsão do tempo para as áreas de responsabilidade do país que emite; d) Parte IV – análise sinótica da Carta de superfície que deu origem ao boletim, em forma resumida e codificada (código FM46-IV IAC FLEET da OMM, “International Analisys Code for Marine Use IAC-FLEET”, modelo DHN 5911); e) Parte V – mensagens “SHIP” significativas, transmitidas por navios (código FM - 13-XI SHIP da OMM, modelo DHN 5934); ff)) Parte VI – mensagens “SYNOP” de estações de terra significativas (código FM-12-XI SYNOP da OMM, modelo DHN 5934). As partes I, II e III são transmitidas em linguagem clara, em português, e repetidas em inglês, após a parte VI. Os avisos de mau tempo são emitidos quando uma ou mais das seguintes condições meteorológicas estejam previstas: a) Vento de força 7 ou acima, na escala Beaufort (intensidade de 28 nós ou mais); b) Ondas de 4 m ou maiores, em águas profundas (mar de grandes vagas ou vagalhões); e c) Visibilidade restrita a 2 km, ou menos O compromisso internacional que nós atendemos é produzir e divulgar análises e previsões meteorológicas para a área marítima de responsabilidade do Brasil, a fim de atender aos compromissos assumidos perante a comunidade marítima, como integrante da Convenção Internacional para Salvaguarda da Vida Humana no Mar (SOLAS). Nav-área VII vai desde o limite Norte até o nosso limite Sul; então, o Brasil é responsável por esta área. ALFA Do Arroio Chuí ao Cabo de Santa Marta BRAVO Do Cabo de Santa Marta ao Cabo Frio (Oceânico) CHARLIE Do Cabo de Santa Marta ao Cabo Frio (Costeira) DELTA Cabo Frio a Caravelas ECHO De Caravelas a Salvador 199 FOXTROT De Salvador a Natal GOLF De Natal a São Luiz HOTEL De São Luiz ao Cabo Orange NOVEMBER Norte Oceânica (Oeste de 020°W, de 7°N a 15° S) SIERRA Sul Oceânica (Oeste de 020°W, de 15°S a 36°S) TAB-9.1 Cada área pode ainda ser subdividida em parte Norte ou Sul e parte Leste ou Oeste para melhor identificar as variações do tempo dentro da mesma região. FIG-9.12 – Áreas de Previsão Meteorológica: Fonte: (Miguens, 1999). Além da Carta meteorológica por “fac-símile” (que também pode ser recebida pela INTERNET) e do meteoromarinha, o CHM também transmite o Boletim de Previsão para Áreas Portuárias e o Boletim Especial de Previsão do Tempo (Miguens, 1999). O boletim de previsão para áreas portuárias fornece as condições meteorológicas previstas para as proximidades de um porto. É redigido em linguagem clara e, normalmente, transmitido por radiotelefonia, contendo as seguintes 200 informações: área abrangida e data-hora (HMG) do término do período de sua validade; aviso de mau tempo; previsão do estado do tempo; previsão do estado do céu; previsão dos ventos predominantes; previsão de ondas; e previsão de visibilidade e da tendência da temperatura. O boletim especial de previsão do tempo, emitido pelo CHM mediante solicitação do interessado, fornece previsões meteorológicas para uma área marítima bem definida e para finalidades específicas, tais como operações de reboque, socorro e salvamento; deslocamento de plataformas de petróleo, regatas oceânicas, operações militares e outras atividades que, por sua peculiaridade, exigem informações detalhadas que, normalmente, não constam dos boletins meteorológicos padrões. A forma e o conteúdo das previsões especiais obedecem, de maneira geral, aos modelos das Partes I, II e III do Meteoromarinha (Miguens, 1999). 9.4- interpretação de imagens de satélites meteorológicos Os centros de previsão do tempo, como também os navegantes, trabalham com o recurso de grande precisão que são imagens de satélites meteorológicos. Essa ferramenta, de grande utilidade principalmente em áreas carentes de informação como aquelas sujeitas à influência de fenômenos extratropicais (frente fria), são obtidas por satélites geoestacionários que fornecem uma visão circular de uma face da terra ou descrevem ao longo do meridiano superior do local sua órbita polar, respectivamente (Lobo & Soares, 2006). Nos oceanos, normalmente, tem-se menos observações meteorológicas a superfície do que nos continentes, então as imagens cobrindo o oceano e o mar costeiro nos ajudam a identificar os elementos e fenômenos que estão ocorrendo no instante da imagem e sua respectiva evolução. Na imagem IR, as partes bem brancas indicam a presença de grandes nuvens Cumulonimbus (Cb) tão comuns em frentes frias, tormentas tropicais e tempestades isoladas. Os Cumulonimbus que provocam trovoadas, relâmpagos, e fortes precipitações associadas a fortes ventos aparecem nas imagens IR como regiões bem brancas, diferenciando-as das regiões menos brancas ou cinzasclara, cinzaescuras ou cor escura. Quanto menos clara a imagem IR, menor é a espessura da nuvem 201 representada, indicando que a nuvem não é Cumulus e sim Stratus. E quanto menos claro aparece um Stratus mais baixo ele está. Os Cirrus aparecem bem mais brancos que os baixos Stratus. Normalmente, pela intensidade do branco nas imagens IR, identifica-se primeiro o Cumulonimbus (Cb), os Cirrus, os baixo Stratus ou pequenos Cumulus e a superfície do oceano ou continente (Lobo & Soares, 2006).. 202 TT eess tt ee ddee aauu tt ooaa vvaa ll ii aa ççããoo ddaa UUnn iiddaa ddee 99 1a Descreva a formação das frentes frias, quentes, estacionárias e oclusas. Faça uma pesquisa e responda por que a ocorrência de frente fria, tanto no hemisfério Norte como no hemisfério Sul, está associada a qual aspecto da configuração isobárica. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2a Descreva quais as informações obtidas na aproximação e após a passagem de uma frente fria e quente. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 203 3a Qual a importância das Cartas sinóticas para a navegação marítima? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 4a Quais as partes que compõem a Meteoromarinha? ______________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 5a O que são Boletim de Previsão para Áreas Portuárias e o Boletim Especial de Previsão do Tempo? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 6a Como ocorrem as interpretações de imagens de satélites meteorológicos? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 204 Chave de respostas do teste de autoavaliação das Unidades 1 e 2 1. Muito utilizada nas navegações por permitirem medições exatas das coordenadas geográficas, as Projeções de Mercator são representações, em um plano (o do papel) da superfície da Terra. 2. a) São semicírculos máximos imaginários da esfera terrestre, limitados pelos polos geográficos. b) São intercessões da superfície de uma esfera com um plano que a secciona, passando-lhe pelo centro. c) são círculos imaginários da esfera terrestre, originados da intercessão da superfície dessa esfera com planos perpendiculares ao seu eixo de rotação. d) é o arco de meridiano contado desde o equador até o paralelo, de zero a noventa graus, para o norte ou para o sul. e) é o arco de equador medido desde o Meridiano de Greenwich (Primeiro Meridiano) até o meridiano do lugar, ou do observador. 3. Prática na Carta Náutica (de a a f). Enviar respostas pelo correio eletrônico, citando o número da carta náutica utilizada. 4. Prática na Carta Náutica. Enviar respostas pelo correio eletrônico, citando o número da carta náutica utilizada. 5. Prática na Carta Náutica. Enviar respostas pelo correio eletrônico, citando o número da carta náutica utilizada. 6. Correções nas Cartas são feitas pelo acompanhamento da publicação quinzenal Avisos aos Navegantes (Notices to Mariners), de onde são retiradas as alterações, que podem ser permanentes ou temporárias. As alterações são feitas porque as Cartas Náuticas que não são corrigidas tornam-se inconfiáveis e podem ser causadoras de acidentes por apresentarem informações desatualizadas e, por isso, erradas. 205 7. As Cartas Náuticas: - Devem ser guardadas estendidas em gavetas de tamanhos apropriados, de modo à nunca dobrá-las. - Devem ser ordenadas numericamente e separadas por regiões, de maneira a facilitar suas consulta, uso e MANTIDAS ARRUMADAS. - Não devem ser furadas com o compasso. - Devem ser escritas e traçadas unicamente com lápis e grafite macios (2B) de modo a não deixá-las marcadas. Apenas usar tintas para correções permanentes. - Devem ser apagadas com borracha macia. 206 Chave de respostas do teste de autoavaliação da Unidade 3 1. a) Rumo de uma embarcação é o arco de horizonte contado, de zero a trezentos e sessenta graus, desde o Norte até a proa da embarcação, no sentido crescente da Rosa dos Ventos. b) Linha de Visada é o segmento da reta que une o olho do observador e o objeto por ele avistado. c) Marcação de um alvo é o arco de horizonte contado desde o norte do horizonte até a linha de visada do alvo. d) Norte Verdadeiro é o ponto cardeal do horizonte definido pela sua intercessão com o vertical norte. e) Norte Magnético é o ponto do horizonte definido pela sua intercessão com a direção norte do campo magnético local. Norte da Agulha é o ponto do horizonte definido pela sua intercessão com a linha de visada do norte mostrado na Rosa dos Ventos dessa agulha. 2. Rv = 014º e Rmg = 016º. 3. Rag = 331º e Rmg = 328º. 4. a) Marcação Verdadeira de um alvo é o arco de horizonte medido desde o norte verdadeiro até a linha de visada do alvo, de 000o a 360º, no sentido crescente da Rosa dos Ventos. b) Marcação Magnética de um alvo é o arco de horizonte medido desde o norte magnético até a linha de visada do alvo, de 000o a 360º, no sentido crescente da Rosa dos Ventos. c) Marcação da Agulha de um alvo é o arco de horizonte medido desde o norte da agulha até a linha de visada do alvo, de 000o a 360º, no sentido crescente da Rosa dos Ventos. 207 d) Marcação Relativa de um alvo é o arco de horizonte medido desde a proa da embarcação até a linha de visada do alvo, de 000o a 360º, no sentido crescente da Rosa dos Vento. e) Marcação Polar é o arco de horizonte medido desde a proa da embarcação até a linha de visada do alvo, de 000o a 180º, para boreste (BE) ou para bombordo (BB). 5. Mmg =025º e Mag = 025º. 6. Nó é unidade de velocidade, Milha e Jarda e Polegada são unidades de distância. Um (1) Nó é a velocidade equivalente a uma (1) Milha pó Hora. As principais equivalências entre as medidas lineares usadas em Náutica são: 1 polegada = 2,54 centímetros 1 pé = 30,4799 centímetros 1 jarda = 0,914399 metro 1 milha marítima = 1,852 quilômetros 1 centímetro = 0,39370113 polegada 1 metro = 39,370113 polegadas = 3,28084 pés = 1,093614 jardas 7. Cada grau tem sessenta minutos de arco (60’) e cada minuto de arco do Equador Terrestre mede uma Milha Náutica ( 1 M). 8. 15º15.7 9. 04º08’95 N 10. Hora Estimada de Chegada, ou Estimation Time of Arrived, ETA, É o instante previsto para a chegada, expresso em Dia, Hora e Minuto. 11. Posição Verdadeira de uma embarcação é a posição determinada por método(s) que não deixa(m) dúvida sobre sua veracidade. Posição Estimada é a fundamentada na Cinemática, que leva em conta s distância, o tempo e a velocidade, sem considerar a influência de vento e corrente. 208 Chave de respostas do teste de autoavaliação da Unidade 4 1. - Modificações constantes nas profundidades - Sinalização constantemente alterada por influencia de correntezas e do homem - Acidentes geográficos e hidrográficos peculiares e frequentes (remansos, correntezas, etc.) - construções, pelo homem, de acidentes que peculiarizam a navegação, como pontes, eclusas, etc. 2. - Ecobatímetro e Prumo de Mão – para sondagens - Radar (para controlar o próprio movimento da embarcação, e as distâncias a alvos e perigos potenciais) - VHF (para garantir a comunicação com terra e outras embarcações na área) - Cartas Náuticas, Lista de Faróis, Roteiros, Lista de Auxílio-Rádio e Avisos aos Navegantes atuais. 3. Além daquelas que constam em todo o Balizamento de Hidrovias, do Código Internacional de Sinais e do RIPEAM, devem ser constantemente usadas as REGRAS PARA NAVEGAÇÃO EM ÁGUAS RASAS e as regras que dizem respeito a INTERAÇÃO ENTRE EMBARCAÇÕES. 4. O princípio de funcionamento do radar é o da emissão e recepção de ondas que transforma em imagens, mostradas em uma tela (Plan Position Indicator-PPI) os ecos recebidos. 5. Marcação (com relativa precisão) de alvos e Distância (com grande precisão). 6. Unindo sucessivos pontos, com lápis de cera, na própria tela do Radar, ou plotandotais pontos (com suas marcações e distâncias a um mesmo ponto,que representa a sua própria embarcação) e unindo-os no papel, que pode ser uma Folha de Plotagens. 209 7. Há rota de colisão quando o valor de sucessivas marcações do mesmo alvo permanece inalterado ou variando pouco. 8. O Ecobatímetro destina-se a medir a distância do casco da embarcação ao fundo do local em que ela flutua. Seu princípio de funcionamento é baseado na medição da distância percorrida por uma onda sonora ao se propagar na água, conhecida a velocidade de propagação e o tempo decorrido entre sua emissão e a recepção de seu eco. 9. Muito comum na região amazônica, um comboio de balsas visa a substituição, com certas vantagens, dos navios: com pouco calado, baixo custo de tripulação e de manutenção, aproveitam a condição de navegar em águas calmas para “amarrar”, de forma segura, as balsas entre si e propulsioná-las através de um “empurrador”, também “amarrado” seguramente ao comboio, geralmente através de cilindros de aço com deslocamento pneumático. 10. a 16. – Questões que devem ser pesquisadas pelo aluno, que deverá remeter as respostas para a caixa postal (E-Mail) vivekananda@hotmail.com . 210 Chave de respostas do teste de autoavaliação da Unidade 5 Questões 1. a 4. – Devem ser respondidas, depois de consultados os apontamentos e outras fontes. As respostas deverão ser enviadas para jvivekananda@hotmail.com . Chave de respostas do teste de autoavaliação da Unidade 6 Questões 1. a 7. – Devem ser respondidas, depois de consultados os apontamentos e outras fontes. As respostas deverão ser enviadas para jvivekananda@hotmail.com . Chave de respostas do teste de autoavaliação da Unidade 7 Questões 1. a 3. – Devem ser respondidas, depois de consultados os apontamentos e outras fontes. As respostas deverão ser enviadas para jvivekananda@hotmail.com . 211 Chave de respostas do teste de autoavaliação da Unidade 8 1. No estágio atual de desenvolvimento científico e tecnológico, os profissionais de meteorologia estão capacitados a produzir diariamente informação de previsão do tempo de ótima qualidade. Sendo assim, é de fundamental importância que os navegantes, usuários desses produtos, estejam qualificados para interpretar as informações recebidas a bordo e, então, serem capazes de tomar decisões seguras e firmes para minimizar os efeitos do mar agitado sobre a embarcação, a carga e a tripulação. 2. A medida da temperatura do ar é de grande importância no estudo da meteorologia. Esta medida é feita por meio de termômetros, graduados em graus centígrados (ou Celsius) ou em graus Fahrenheit. Ambas as escalas têm como referências o ponto de congelamento e o ponto de ebulição da água, com a temperatura de congelamento em 0ºC ou 32ºF, e a temperatura de ebulição em 100ºC ou 212ºF O comportamento do ar na atmosfera segue perfeitamente as leis da física para os gases. Descreve esse comportamento. 3. A razão encontra-se na variabilidade da distribuição de energia proveniente da radiação solar, fato esse acentuado pela variabilidade sazonal do angulo de incidência dos raios solares e também pelo albedo das superfícies cobertas de neve. Esta variação horizontal de temperatura com a latitude mantém um gradiente horizontal de temperatura, que favorece a circulação geral das massas de ar frias e quentes e consequentemente os sistemas de frentes frias e quentes 4. a) As superfícies das águas absorvem apenas cerca de 60% da radiação solar enquanto as superfícies terrestres absorvem 80 a 90%; e b) O calor específico da água é quatro vezes maior o que da terra. 5. Por definição, pressão atmosférica é a força exercida pelo peso da atmosfera sobre uma área unitária. Assim a pressão à superfície é o peso de toda a coluna de ar acima. Já a pressão a uma determinada altitude é o peso da coluna de ar acima dessa altitude. A umidade relativa é um termo geral que descreve o conteúdo de vapor de água existente no ar atmosférico. O aquecimento ou o resfriamento da água causa sua mudança de um para outro de seus três estados: sólido, líquido e gasoso (vapor de água). 6. O barômetro de mercúrio dispõe de um tubo vertical de vidro contendo mercúrio, a altura da coluna líquida, neste tubo, exprimirá o valor da pressão, embora este instrumento não seja, normalmente, utilizado para consultas e leituras rotineiras, servindo apenas para aferições mais frequentes e controle do 212 barômetro aneróide (visto ser de alta precisão). Em um barômetro aneróide, o elemento sensível consta de uma série de câmaras metálicas ocas, que se deformam pela ação da pressão. Esta deformação transmite-se a um ponteiro, que indica o valor da pressão em um mostrador graduado. Os barômetros aneróides são instrumentos compactos, resistentes e bastante convenientes para uso a bordo, embora não tenham uma precisão tão alta como os barômetros de mercúrio. 7. Uma das principais características da umidade do ar é armazenar e transportar para outras regiões elevadas quantidades de energia e ser o elemento principal de suporte de energia dos fenômenos meteorológicos de extraordinária intensidade como as tormentas tropicais, furacões e tempestades 8. A umidade do ar é determinada por meio de higrômetros e psicrômetros. 9. Se subirmos uma montanha de 1.000 m de altura, a quantidade de ar que está sobre nossa cabeça diminui, logo, a pressão atmosférica também diminui com relação a altitude. Quanto mais subimos em direção às outras camadas atmosféricas, menor será a pressão atmosférica. Como são formados os ambientes de baixa e alta pressão atmosférica. 10. Os ventos são produzidos na atmosfera por influência de gradiente de pressão, pelo movimento de rotação da Terra, pela força centrífuga que se opõe ao seu movimento, além do atrito sobre grades superfícies como solos e oceanos. 11. Na região do equador o aquecimento é muito intenso e as pressões são baixas, o ar à volta converge em uma estreita faixa, formando em superfície a zona de convergência intertropical e ascende dando início à Célula de Hadley, onde o ar descende próximo ao subtrópico gerando, em superfície, os cinturões de alta pressão. O ar, ao se deslocar dos subtrópicos para o equador, sofre a ação deflectiva devido à força de Coriolis, gerando assim, em superfície, ventos de direção NE no hemisfério Norte e direção SE no hemisfério Sul, os chamados ventos Alísios. Entre aproximadamente 300 e 600 de latitude, a pressão e os modelos de vento tornam−se mais complexos. O cinturão entre estas latitudes é uma zona de conflito entre massas de ar com diferentes características. Massas de ar frio e seco movem−se dentro desta região, aquecendo em direção ao equador. Essas massas formam as frentes polares. Nos polos o ar é intensamente frio. Como resultado, altas pressões ocorrem, espiralando os ventos em volta dos anticiclones polares criando superfícies de vento, em geral de direção leste, conhecidas como ventos polares de leste, que devido à deflecção têm direção média de SE no hemisfério Sul e NE no hemisfério Norte. 12. É interessante observar que, se devido ao movimento horizontal do ar, houver a substituição gradual do ar de determinada região por outro mais frio, a pressão dessa região indicará uma variação positiva. Pode-se dizer que nessa região passa-se a observar uma alta pressão. No caso de haver a substituição gradual do ar de uma área específica por outro, mas quente, a pressão dessa região 213 apresentará uma variação negativa, ou seja, a pressão diminuirá. Neste caso, pode-se dizer que nessa região passa-se a observar uma baixa pressão. 13. As nuvens classificam-se, segundo padronização internacional, em dez tipos, dependendo da altitude da base da nuvem. Estes dez tipos de nuvens dividem- se em: altas, médias e baixas. 14. As nuvens Nimbus (Ni) são negras ou cinzentas, sem forma definida,mais parecendo trapos. São nuvens típicas de mau tempo com chuvas.Já as nuvens Cumulus (Cu), são arredondadas, parecendo uma montanha de algodão. São em geral maciças formadas por correntes de ar ascendentes durante o dia. A sua altura média, a contar da base, é de 1000 m. Quando os cumulos vão crescendo rapidamente para o alto, assumindo forma de torre ou couve-flor, devemos ficar atentos. Em seu interior desenvolvem-se correntes ascendentes e descendentes de grande velocidade, das quais resultam ventos fortes, próprios dos temporais de verão, pois se transformam em cumulonimbus. Quando este crescimento não ocorre, os cumulus trazem apenas chuvas passageiras. 15. As nuvens cumulonimbus, desenvolvem-se desde as proximidades da superfície, através da troposfera, até grandes altitudes, alcançando os primeiros níveis da estratosfera. Uma nuvem cumulonimbus significa que o navegante pode encontrar trovoada e precipitação pesada, sob forma de pancadas, contínua turbulência e granizo em alguns pontos. 16. O ciclo hidrológico pode ser considerado como uma grande máquina de reciclagem da água, que atua continuamente e envolve as mudanças do estado sólido, liquido e gasoso. Chamamos de ciclo hidrológico, ou ciclo da água, à constante mudança de estado físico da água na natureza. O grande motor deste ciclo é o calor irradiado pelo sol. 17. Denomina-se precipitação à descida de uma parcela do ar atmosférico sob a forma líquida e/ou sólida para níveis inferiores. Pode ocorrer sob a forma de chuva, chuvisco ou garoa, neve e granizo, ou uma combinação deles. 18. Os nevoeiros se formam por saturação do ar e imediata condensação do excesso de umidade, ou seja, condensação do vapor de água que ultrapassa a capacidade do ar saturado na nova temperatura atingida. O nevoeiro reduz a visibilidade a menos de um km e, no caso de nevoeiro denso, esta diminui a menos de 100 metros. Navegar com má visibilidade é perigoso, portanto, deve- se ficar atento quando as condições forem propícias à formação de nevoeiro. 214 Chave de respostas do teste de autoavaliação da Unidade 9 1. Diz-se que uma frente é fria quando a massa de ar que avança é mais fria do que a que se encontra em determinada região, isto é, a massa de ar frio se desloca para substituir uma massa de ar quente na superfície. O ar quente, mais leve, sobe quando empurrado pelo ar frio, formando na frente fria uma rampa abrupta, com inclinação forte. A frente quente ocorre quando há substituição do ar frio pelo ar quente à superfície. Na frente quente, então, o ar quente se desloca contra a massa de ar frio; como o ar quente é mais leve, a frente quente eleva-se sobre a massa de ar frio, formando uma rampa suave, com menor inclinação. Uma frente oclusa é formada quando uma frente fria alcança uma frente quente e uma das duas frentes, quente ou fria, deixa de ter contacto com o solo, para elevar-se sobre a superfície da outra. As frentes estacionárias ocorrem quando não se observa deslocamento da superfície frontal, que se mantém fixa, não havendo, assim, substituição do ar à superfície. 2. Para aproximação frente fria: a) pressão do ar cai; b) a temperatura do ar aumenta; c) o vento predominante sopra no HS do quadrante norte, normalmente NW ou N, e no HN de SW ou S; d) a nebulosidade aumenta com surgimento no horizontal de topo de Cumulonimbus, ou seja, nuvens Cirrus, tipo em garras ou rabo de galo. Após a passagem da frente fria: a) a pressão atmosférica aumenta; b) a temperatura do ar cai; c) a direção do vento predominante no HS do quadrante sul, normalmente SW, e no HN é de NW; d) a visibilidade reduz durantes às pancadas de chuvas e; e) observa- se trovoadas. Para aproximação da frente quente: a) nebulosidade estratiforme, numa extensa faixa, ocasionando precipitação leve e contínua ou garoa; b) a pressão cai lentamente durante bastante tempo; c) a temperatura do ar se mantém quase constante; d) o vento é fraco, e sopra no HS de NE e no HN de SE e; e) a visibilidade é boa até o início da garoa ou chuva. Após a passagem da frente quente: a) a pressão atmosférica diminui; b) o vento predominante sopra no HS de NW e no HN de SW e; d) a temperatura do ar aumenta. 3. As cartas sinóticas de pressão atmosférica à superfície são importantes para a avaliação do estado do tempo presente e por isso o seu valor para a análise de sua evolução e a consequente previsão do tempo para as próximas horas na região de interesse do navegante. 4. Parte I – avisos de mau tempo (também informados por Avisos aos Navegantes); Parte II – resumo descritivo do tempo; Parte III – previsão do tempo para as áreas de responsabilidade do país que emite; Parte IV – análise sinótica da carta de superfície que deu origem ao boletim, em forma resumida e codificada (código FM46-IV IAC FLEET da OMM, “International Analisys Code for Marine Use IAC-FLEET”, modelo DHN 5911); Parte V – mensagens “SHIP” significativas, transmitidas por navios (código FM - 13-XI SHIP da OMM, modelo DHN 5934); Parte VI – mensagens “SYNOP” de estações de terra significativas (código FM-12-XI SYNOP da OMM, modelo DHN 5934). 215 5. O Boletim de previsão para áreas portuárias fornece as condições meteorológicas previstas para as proximidades de um porto. O Boletim especial de previsão do tempo, emitido pelo CHM mediante solicitação do interessado, fornece previsões meteorológicas para uma área marítima bem definida e para finalidades específicas, tais como operações de reboque, socorro e salvamento, deslocamento de plataformas de petróleo, regatas oceânicas, operações militares e outras atividades que, por sua peculiaridade, exigem informações detalhadas que, normalmente, não constam dos boletins meteorológicos padrões. 6. Essa ferramenta, de grande utilidade principalmente em áreas carentes de informação como aquelas sujeitas à influência de fenômenos extratropicais (frente fria) são obtidas por satélites geoestacionários, que fornecem uma visão circular de uma face da terra ou descreve ao longo do meridiano superior do local sua órbita polar, respectivamente 216 REFERÊNCIAS AYOADE, J.O. 2006. 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