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DIMENSIONAMENTO LASTRO 1. NORMAS E PROCEDIMENTOS Tal como nas rodovias, as estradas de ferro obedecem, tanto na fase de projeto como na de construção de sua infra-estrutura e superestrutura, a determinações baseadas em normas técnicas; Tais normas são estabelecidas pela ABNT, DNIT mas também podem incorporar procedimentos adotados em outros países, especialmente aqueles de grande progresso ferroviário como EUA, França, Alemanha e Japão; Nas ferrovias a fixação de parâmetros dimensionais para a superestrutura afeta diretamente a infra-estrutura. PLATAFORMA DE TERRAPLENAGEM • a superfície final da infra-estrutura constitui a chamada plataforma, a qual é formada por solos naturais ou tratados, no caso dos cortes e aterros, ou então por estruturas quaisquer no caso de obras de arte especiais; • na ferrovia a plataforma é o suporte da estrutura da via e que recebe, através do lastro, as pressões devidas à circulação dos trens; • a plataforma fornece também espaço para as demais instalações necessárias a operação ferroviária como postes de rede aérea de comunicação, alimentação ou ainda para instalação superficial ou subterrânea de cabos condutores. PLATAFORMA DE TERRAPLENAGEM PLATAFORMA DE TERRAPLENAGEM • a plataforma tem como função básica proporcionar apoio a superestrutura da via de modo que não sofra deformações que impeçam ou influam negativamente na operação, sob as condições de tráfego que determina o traçado da linha; • para que o apoio não sofra deformações ou não influa negativamente na operação da ferrovia, é necessário que a plataforma tenha certas características de resistência; • assim como no caso das rodovias, as características físicas dos solos nas ferrovias são determinados a partir de métodos tais como: identificação visual, granulômetria, sedimentação, limites de Attenberg (limite de liquidez, limite de plasticidade, índice de plasticidade), CBR, etc. Subleito • O subleito deve receber compactação (aumentar resistência). Cuidados com a drenagem Subleito • Aterro – Zonas com maiores exigências de compactação em razão de concentração de tensões ELEMENTOS DA VIA PERMANENTE SUB-LASTRO SUB-LASTRO Funções : • aumentar a capacidade de suporte da plataforma, permitindo elevar a taxa de trabalho no terreno → menor altura da camada de lastro • evitar a penetração do lastro na plataforma; • aumentar a resistência do leito à erosão e a penetração da água, auxiliando no processo de drenagem da via (impede a subida da lama); • permitir relativa elasticidade ao apoio do lastro, para que a via permanente não seja rígida. SUB-LASTRO Funções : • aumentar a capacidade de suporte da plataforma, permitindo elevar a taxa de trabalho no terreno → menor altura da camada de lastro • evitar a penetração do lastro na plataforma; • aumentar a resistência do leito à erosão e a penetração da água, auxiliando no processo de drenagem da via (impede a subida da lama); • permitir relativa elasticidade ao apoio do lastro, para que a via permanente não seja rígida. Sub-lastro • Camada granular abaixo do lastro • Função: filtro – GRANULOMETRIA: Terzaghi – Altura: Araken Silveira – Economia – reduzir custo do lastro – Compactado 100% Ótima Proctor Modificado Bombeamento de finos do subleito • Processo auto-alimentado que leva ao colapso da via – Solo fino – Água – Super solicitação Soluções: filtro, geotextil protegido, seleção do sub- leito, solo-cimento (solo-cal, ligantes betuminosos) Características do material do sub-lastro • IG (Índice de Grupo ou capacidade de suporte) – igual a zero; • LL – máximo 35%; • IP – máximo 6%; • expansão máxima – 1%; • quando executado, o sublastro deverá ser compactado de modo a obter-se peso específico aparente correspondente a 100% do obtido no Ensaio de Proctor. SUB-LASTRO • material que se enquadre, de preferência, no grupo A1 de classificação de solos HRB (Highway Research Board): A1 Solo bem graduado constituído principalmente de pedregulho e areia, mas contendo pequena quantidade de finos. • Os solos argilosos (A4 a A7) estão sujeitos a amplas variações na resistência durante os ciclos de secagem e umedecimento, são portanto indesejáveis. • Os solos mal graduados, como areias finas (A3), são difíceis de serem compactados para alcançar altas densidades SUB-LASTRO Materiais empregados • brita • cascalho • escória • solos • saibro SUB-LASTRO Espessura do sublastro • a espessura do sublastro deverá ser tal que a distribuição de pressões através do mesmo acarrete, na sua base (plataforma), uma taxa de trabalho compatível com a capacidade de suporte da mesma; • geralmente, um sublastro com espessura de 20 cm é suficiente. LASTRO • FUNÇÕES – Distribuir esforços – Drenagem – Resistir a esforço transversal – Permitir reconstituição do nivelamento Lastro • Propriedades (NBR 7914, NBR5564) – Normas • Origem da pedra • Ensaios – Envelhecimento precoce – Abrasão (Los Angeles) – Resistência Mecânica Lastro • Propriedades – Normas – Granulometria uniforme (drenagem) – Partículas • Forma cúbica (evitar recalque) • Faces fraturadas (melhor embricamento) LASTRO Qualidades • resistência suficiente aos esforços transmitidos pelos dormentes • possuir uma elasticidade suficiente para abrandar os choques • ter dimensões que possibilitem a sua interposição entre e sob os dormentes, preenchendo as depressões da plataforma ou sublastro e permitindo o perfeito nivelamento dos trilhos LASTRO Qualidades • possuir resistência aos agentes atmosféricos • possuir permeabilidade para realizar a drenagem das águas das chuvas; • não estar sujeito a desgaste produtor de pó • permitir uma soca eficiente por meios mecânicos (socadores, vibradores). LASTRO LASTRO Especificações – segundo a AREA (American Railway Engineering Association) a) Peso específico mínimo: 2,7 g/cm3 b) Resistência à ruptura: 700 kg/cm2 (ensaio: cubos de 5 cm de aresta, levados a uma máquina de compressão) c) Solubilidade: A pedra não pode ser solúvel (ensaio: 7dm3 de pedra triturada e lavada colocada em um vaso e agitada no período de 48 horas, durante 5 min, cada 12 horas de intervalo – se houver descoloração a pedra é considerada solúvel e imprópria) d) Absorção: o aumento de peso por absorção de água de uma amostra de 230 g, quando mergulhada em água durante certo tempo, não deve ultrapassar 1% (pelo método MB 8 da ABNT). LASTRO Especificações – segundo a AREA (American Railway Engineering Association) e) Substâncias nocivas: a quantidade de substâncias nocivas e torrões de argila não deve ultrapassar 1%. f) Granulometria: pedras do lastro devem ter dimensões entre 2 e 6 cm LASTRO LASTRO Dimensionamento P → carga em uma roda do veículo tipo (mais carregado) P = peso total / número de rodas (kg) Número de rodas: 2 truques, 2 eixos cada truque, 2 rodas por eixo = 8 rodas n → relação entre as distâncias dos eixos de duas rodas consecutivas do veículo (d) e o afastamento entre os eixos dos dormentes (e) LASTRO Carga distribuída em um grupo de dormentes (Pg) LASTRO Pressão a uma altura h sob a face inferior do dormente → Fórmula de Talbot LASTRO Metodologia para dimensionamento da camada de lastro 1.Definir os parâmetros básicos da EF: • bitola; • espaçamento entre dormentes; • carga total máxima por veículo; • afastamento entre duas rodas consecutivas; • velocidade operacional; 2. Determinar a carga dinâmica (Pv); 3. Determinar a pressão sob a face inferior do dormente (Pm); 4. Determinar pressão admissível (Pap) para o material a ser utilizadono sublastro ou plataforma; 5. Determinar a altura da camada de lastro. LASTRO Limites para dimensionamento da seção • o lastro não deverá cobrir os dormentes, sendo coroado a 5cm da face superior. No caso de dormente de concreto com blocos ligados por tirante metálico, o lastro deve ficar 2cm abaixo do tirante, observando o coroamento de 5cm; • a soca deve abranger para cada lado do eixo dos trilhos sob os dormentes, no mínimo 40cm para as bitolas larga e normal e 30cm para bitola estreita; • a faixa central não atingida pela soca terá, pelo menos, 30 a 40cm de largura. LASTRO Limites para dimensionamento da seção • a capacidade de suporte da plataforma não deverá ser excedida pela pressão transmitida pelo lastro, o qual terá espessura suficiente para uniformizá-la; • a ombreira terá largura adequada a estabilidade da via, recomendando-se 30cm para as vias com trilhos longos soldados (TLS), 20cm para as vias com alta densidade de tráfego sem TLS e 15cm para as demais. LASTRO Limites para dimensionamento da seção • o talude do lastro não terá inclinação superior a 1:1,5 (altura:base); • a altura da camada de lastro sob os dormentes deve variar entre 40cm e 20cm nas linhas de bitola larga e normal e entre 30cm e 15cm nas linhas de bitola estreita; • em linhas de grande solicitação, seja pela carga ou pela velocidade, a espessura poderá ser aumentada até atingir o valor do afastamento face a face dos dormentes, usando então uma camada de brita graduada (lastro) e uma de sub lastro com material de menor granulometria; LASTRO Aspectos construtivos • a escolha do material para lastro deve obedecer ao critério econômico, observados os dispositivos das normas técnicas; • o lastro ou sub lastro somente deve ser lançado sobre a plataforma devidamente regularizada, nivelada, compactada, abaulada e que apresente adequada condição de drenagem; • a soca do lastro deve ser executada preferencialmente por processo mecânico e ser feita, em qualquer caso em camadas de aproximadamente 15cm, sendo recomendado até reduzir este valor para 10cm em linhas de grande responsabilidade. Exemplo: Uma estrada de ferro com extensão de 200km será construída em bitola larga para escoar a produção de minério de ferro. Determine a altura da camada de lastro necessária sob os dormentes. Faça também a representação da seção tipo e determine o volume de material necessário para a execução da obra. • Carga total por vagão= 119000kg • Velocidade operacional= 70km/h • Número de eixos por veículo = 4 • Distância entre eixos = 2m • CBR plataforma = 18,5% • Coeficiente NS = 5,5 • Soca = 40cm para cada lado do eixo dos trilhos • Ombreira: 30cm • Espaçamento entre dormentes = 55cm = 1820 dorm/km • Dimensões do dormente 2,8 x 0,24 x 0,17m • Inclinação talude = 1:1,5 • Fator majoração sobre a compactação = 10% • P = peso total/ número de rodas • Pg = P*e/d • kv = 1+v²/30000 • Pv = Pg*Kv • Pm = Pv/a*s • Pr = (70*CBR)/100 • Pap= Pr/ns • h>= (Pm(53,87/Pap))^0,8 • P = peso total/ número de rodas = 119000/8 = 14875kg • Pg = P*e/d = 14875*0,55/2 = 4090,62kg • kv = 1+v²/30000 = 1+70²/30000 = 1,16 ->1,4 (min) • Pv = Pg*Kv = 4090,62*1,4 = 5726,87kg • Pm = Pv/a*s = 5726,87/(24*(2*40))= 2,98kg/cm² • Pr = 70*CBR/100 = 70*18,5/100 = 12,95kg/cm² • Pap= Pr/ns =12,96/5,5 = 2,35kg/cm² • h>= (Pm(53,87/Pap))^0,8 >= (2,98(53,87/2,35))^0,8 = 29,35cm = 30cm (arredonda) – a partir da face inferior do dormente • Dormente de bitola larga = 2,80m • Dormente com altura 17cm = 12cm enterrados e 5cm descobertos • Ombreira de 30cm cada lado Pré-dimensionamento de trilho Tensões Verificações 1) Trilho M0 calculado como viga em apoio elástico Dormentes • com M0 determino os esforços cortantes e momento fletor para o dimensionamento dos dormentes Lastro • Tensões admissíveis, como por exemplo, método de Talbot Subleito MÉTODO DE HEUKELON (1962): NO BRASIL, A RFFSA PROPÕE: A - Grupo 1 N=2,2x106 B – Grupos 2 e 3 N=1,6x106 C – Grupos 4, 5 e 6 N=1,0x106 D – Grupos 7, 8 e 9 N=0,6x106 CBR≥ 8%