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Criminalística e 
Investigação Criminal
Universidade do Sul de Santa Catarina
Disciplina na modalidade a distância
Crim
inalística e Investigação Crim
inal
Universidade do Sul de Santa Catarina
Palhoça
UnisulVirtual
2011
Criminalística e 
Investigação Criminal
Disciplina na modalidade a distância
Créditos
Universidade do Sul de Santa Catarina | Campus UnisulVirtual | Educação Superior a Distância
Reitor
Ailton Nazareno Soares
Vice-Reitor 
Sebastião Salésio Heerdt
Chefe de Gabinete da Reitoria 
Willian Corrêa Máximo
Pró-Reitor de Ensino e 
Pró-Reitor de Pesquisa, 
Pós-Graduação e Inovação
Mauri Luiz Heerdt
Pró-Reitora de Administração 
Acadêmica
Miriam de Fátima Bora Rosa
Pró-Reitor de Desenvolvimento 
e Inovação Institucional
Valter Alves Schmitz Neto
Diretora do Campus 
Universitário de Tubarão
Milene Pacheco Kindermann
Diretor do Campus Universitário 
da Grande Florianópolis
Hércules Nunes de Araújo
Secretária-Geral de Ensino
Solange Antunes de Souza
Diretora do Campus 
Universitário UnisulVirtual
Jucimara Roesler
Equipe UnisulVirtual 
Diretor Adjunto
Moacir Heerdt 
Secretaria Executiva e Cerimonial
Jackson Schuelter Wiggers (Coord.)
Marcelo Fraiberg Machado
Tenille Catarina
Assessoria de Assuntos 
Internacionais 
Murilo Matos Mendonça
Assessoria de Relação com Poder 
Público e Forças Armadas
Adenir Siqueira Viana
Walter Félix Cardoso Junior
Assessoria DAD - Disciplinas a 
Distância
Patrícia da Silva Meneghel (Coord.)
Carlos Alberto Areias
Cláudia Berh V. da Silva
Conceição Aparecida Kindermann
Luiz Fernando Meneghel
Renata Souza de A. Subtil
Assessoria de Inovação e 
Qualidade de EAD
Denia Falcão de Bittencourt (Coord.)
Andrea Ouriques Balbinot
Carmen Maria Cipriani Pandini
Assessoria de Tecnologia 
Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.)
Felipe Fernandes
Felipe Jacson de Freitas
Jefferson Amorin Oliveira
Phelipe Luiz Winter da Silva
Priscila da Silva
Rodrigo Battistotti Pimpão
Tamara Bruna Ferreira da Silva
Coordenação Cursos
Coordenadores de UNA
Diva Marília Flemming
Marciel Evangelista Catâneo
Roberto Iunskovski
Auxiliares de Coordenação
Ana Denise Goularte de Souza
Camile Martinelli Silveira
Fabiana Lange Patricio
Tânia Regina Goularte Waltemann
Coordenadores Graduação
Aloísio José Rodrigues
Ana Luísa Mülbert
Ana Paula R.Pacheco
Artur Beck Neto
Bernardino José da Silva
Charles Odair Cesconetto da Silva
Dilsa Mondardo
Diva Marília Flemming
Horácio Dutra Mello
Itamar Pedro Bevilaqua
Jairo Afonso Henkes
Janaína Baeta Neves
Jorge Alexandre Nogared Cardoso
José Carlos da Silva Junior
José Gabriel da Silva
José Humberto Dias de Toledo
Joseane Borges de Miranda
Luiz G. Buchmann Figueiredo
Marciel Evangelista Catâneo
Maria Cristina Schweitzer Veit
Maria da Graça Poyer
Mauro Faccioni Filho
Moacir Fogaça
Nélio Herzmann
Onei Tadeu Dutra
Patrícia Fontanella
Roberto Iunskovski
Rose Clér Estivalete Beche
Vice-Coordenadores Graduação
Adriana Santos Rammê
Bernardino José da Silva
Catia Melissa Silveira Rodrigues
Horácio Dutra Mello
Jardel Mendes Vieira
Joel Irineu Lohn
José Carlos Noronha de Oliveira
José Gabriel da Silva
José Humberto Dias de Toledo
Luciana Manfroi
Rogério Santos da Costa
Rosa Beatriz Madruga Pinheiro
Sergio Sell
Tatiana Lee Marques
Valnei Carlos Denardin
Sâmia Mônica Fortunato (Adjunta)
Coordenadores Pós-Graduação
Aloísio José Rodrigues
Anelise Leal Vieira Cubas
Bernardino José da Silva
Carmen Maria Cipriani Pandini
Daniela Ernani Monteiro Will
Giovani de Paula
Karla Leonora Dayse Nunes
Letícia Cristina Bizarro Barbosa
Luiz Otávio Botelho Lento
Roberto Iunskovski
Rodrigo Nunes Lunardelli
Rogério Santos da Costa
Thiago Coelho Soares
Vera Rejane Niedersberg Schuhmacher
Gerência Administração
Acadêmica
Angelita Marçal Flores (Gerente)
Fernanda Farias
Secretaria de Ensino a Distância
Samara Josten Flores (Secretária de Ensino)
Giane dos Passos (Secretária Acadêmica)
Adenir Soares Júnior
Alessandro Alves da Silva
Andréa Luci Mandira
Cristina Mara Schauffert
Djeime Sammer Bortolotti
Douglas Silveira
Evilym Melo Livramento
Fabiano Silva Michels
Fabricio Botelho Espíndola
Felipe Wronski Henrique
Gisele Terezinha Cardoso Ferreira
Indyanara Ramos
Janaina Conceição
Jorge Luiz Vilhar Malaquias
Juliana Broering Martins
Luana Borges da Silva
Luana Tarsila Hellmann
Luíza Koing  Zumblick
Maria José Rossetti
Marilene de Fátima Capeleto
Patricia A. Pereira de Carvalho
Paulo Lisboa Cordeiro
Paulo Mauricio Silveira Bubalo
Rosângela Mara Siegel
Simone Torres de Oliveira
Vanessa Pereira Santos Metzker
Vanilda Liordina Heerdt
Gestão Documental
Lamuniê Souza (Coord.)
Clair Maria Cardoso
Daniel Lucas de Medeiros
Jaliza Thizon de Bona
Guilherme Henrique Koerich
Josiane Leal
Marília Locks Fernandes
Gerência Administrativa e 
Financeira
Renato André Luz (Gerente)
Ana Luise Wehrle
Anderson Zandré Prudêncio
Daniel Contessa Lisboa
Naiara Jeremias da Rocha
Rafael Bourdot Back 
Thais Helena Bonetti
Valmir Venício Inácio
Gerência de Ensino, Pesquisa e 
Extensão
Janaína Baeta Neves (Gerente)
Aracelli Araldi
Elaboração de Projeto
Carolina Hoeller da Silva Boing
Vanderlei Brasil
Francielle Arruda Rampelotte
Reconhecimento de Curso
Maria de Fátima Martins 
Extensão
Maria Cristina Veit (Coord.)
Pesquisa
Daniela E. M. Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC)
Mauro Faccioni Filho (Coord. Nuvem)
Pós-Graduação
Anelise Leal Vieira Cubas (Coord.)
Biblioteca
Salete Cecília e Souza (Coord.)
Paula Sanhudo da Silva
Marília Ignacio de Espíndola
Renan Felipe Cascaes
Gestão Docente e Discente
Enzo de Oliveira Moreira (Coord.)
Capacitação e Assessoria ao 
Docente
Alessandra de Oliveira (Assessoria)
Adriana Silveira
Alexandre Wagner da Rocha
Elaine Cristiane Surian (Capacitação)
Elizete De Marco
Fabiana Pereira
Iris de Souza Barros
Juliana Cardoso Esmeraldino
Maria Lina Moratelli Prado
Simone Zigunovas
Tutoria e Suporte
Anderson da Silveira (Núcleo Comunicação)
Claudia N. Nascimento (Núcleo Norte-
Nordeste)
Maria Eugênia F. Celeghin (Núcleo Pólos)
Andreza Talles Cascais
Daniela Cassol Peres
Débora Cristina Silveira
Ednéia Araujo Alberto (Núcleo Sudeste)
Francine Cardoso da Silva
Janaina Conceição (Núcleo Sul)
Joice de Castro Peres
Karla F. Wisniewski Desengrini
Kelin Buss
Liana Ferreira
Luiz Antônio Pires
Maria Aparecida Teixeira
Mayara de Oliveira Bastos
Michael Mattar
Patrícia de Souza Amorim
Poliana Simao
Schenon Souza Preto
Gerência de Desenho e 
Desenvolvimento de Materiais 
Didáticos
Márcia Loch (Gerente)
Desenho Educacional
Cristina Klipp de Oliveira (Coord. Grad./DAD)
Roseli A. Rocha Moterle (Coord. Pós/Ext.)
Aline Cassol Daga
Aline Pimentel
Carmelita Schulze
Daniela Siqueira de Menezes
Delma Cristiane Morari
Eliete de Oliveira Costa
Eloísa Machado Seemann
Flavia Lumi Matuzawa
Geovania Japiassu Martins
Isabel Zoldan da Veiga Rambo
João Marcos de Souza Alves
Leandro Romanó Bamberg
Lygia Pereira
Lis Airê Fogolari
Luiz Henrique Milani Queriquelli
Marcelo Tavares de Souza Campos
Mariana Aparecida dos Santos
Marina Melhado Gomes da Silva
Marina Cabeda Egger Moellwald
Mirian Elizabet Hahmeyer Collares Elpo
Pâmella Rocha Flores da Silva
Rafael da Cunha Lara
Roberta de Fátima Martins
Roseli Aparecida Rocha Moterle
Sabrina Bleicher
Verônica Ribas Cúrcio
Acessibilidade 
Vanessa de Andrade Manoel (Coord.) 
Letícia Regiane Da Silva Tobal
Mariella Gloria Rodrigues
Vanesa Montagna
Avaliação da aprendizagem 
Claudia Gabriela Dreher
Jaqueline Cardozo Polla
Nágila Cristina Hinckel
Sabrina Paula Soares Scaranto
Thayanny Aparecida B. da Conceição
Gerência de Logística
Jeferson Cassiano A. da Costa (Gerente)
Logísitca de Materiais
Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.)
Abraao do Nascimento Germano
Bruna Maciel
Fernando Sardão da Silva
Fylippy Margino dos Santos
Guilherme Lentz
Marlon Eliseu Pereira
Pablo Varela da Silveira
Rubens Amorim
Yslann David Melo Cordeiro
Avaliações Presenciais
Graciele M. Lindenmayr (Coord.)
Ana Paula de Andrade
Angelica Cristina Gollo
Cristilaine Medeiros
Daiana Cristina Bortolotti
Delano Pinheiro Gomes
Edson Martins Rosa Junior
Fernando Steimbach
Fernando Oliveira SantosLisdeise Nunes Felipe
Marcelo Ramos
Marcio Ventura
Osni Jose Seidler Junior
Thais Bortolotti
Gerência de Marketing
Eliza B. Dallanhol Locks (Gerente)
Relacionamento com o Mercado 
Alvaro José Souto
Relacionamento com Polos 
Presenciais
Alex Fabiano Wehrle (Coord.)
Jeferson Pandolfo
Karine Augusta Zanoni
Marcia Luz de Oliveira
Mayara Pereira Rosa
Luciana Tomadão Borguetti
Assuntos Jurídicos
Bruno Lucion Roso
Sheila Cristina Martins
Marketing Estratégico
Rafael Bavaresco Bongiolo
Portal e Comunicação
Catia Melissa Silveira Rodrigues
Andreia Drewes
Luiz Felipe Buchmann Figueiredo
Rafael Pessi
Gerência de Produção
Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente)
Francini Ferreira Dias
Design Visual
Pedro Paulo Alves Teixeira (Coord.)
Alberto Regis Elias
Alex Sandro Xavier
Anne Cristyne Pereira
Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro
Daiana Ferreira Cassanego
Davi Pieper
Diogo Rafael da Silva
Edison Rodrigo Valim
Fernanda Fernandes
Frederico Trilha
Jordana Paula Schulka
Marcelo Neri da Silva
Nelson Rosa
Noemia Souza Mesquita
Oberdan Porto Leal Piantino
Multimídia
Sérgio Giron (Coord.)
Dandara Lemos Reynaldo
Cleber Magri
Fernando Gustav Soares Lima
Josué Lange
Conferência (e-OLA)
Carla Fabiana Feltrin Raimundo (Coord.)
Bruno Augusto Zunino 
Gabriel Barbosa
Produção Industrial
Marcelo Bittencourt (Coord.)
Gerência Serviço de Atenção 
Integral ao Acadêmico
Maria Isabel Aragon (Gerente)
Ana Paula Batista Detóni
André Luiz Portes 
Carolina Dias Damasceno
Cleide Inácio Goulart Seeman
Denise Fernandes
Francielle Fernandes
Holdrin Milet Brandão
Jenniffer Camargo
Jessica da Silva Bruchado
Jonatas Collaço de Souza
Juliana Cardoso da Silva
Juliana Elen Tizian
Kamilla Rosa
Mariana Souza
Marilene Fátima Capeleto
Maurício dos Santos Augusto
Maycon de Sousa Candido
Monique Napoli Ribeiro
Priscilla Geovana Pagani
Sabrina Mari Kawano Gonçalves
Scheila Cristina Martins
Taize Muller
Tatiane Crestani Trentin
Avenida dos Lagos, 41 – Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-900 | Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: cursovirtual@unisul.br | Site: www.unisul.br/unisulvirtual
Palhoça
UnisulVirtual
2011
Revisão e atualização de conteúdo
Adriano Mendes Barbosa 
Design Instrucional 
Carmen Maria Cipriani Pandini
Sabrina Bleicher
2ª edição
 Maria Carolina Milani Caldas Opilhar
Criminalística e 
Investigação Criminal
Livro didático
Edição – Livro Didático
Professor Conteudista
Maria Carolina Milani Caldas Opilhar
Revisão e atualização de conteúdo
Adriano Mendes Barbosa
Design Instrucional 
Carmen Maria Cipriani Pandini
Sabrina Bleicher (2ª Ed.)
Projeto Gráfico e Capa
Equipe UnisulVirtual
Diagramação
Anne Cristyne Pereira
Revisão
B2B
Ana Paula Aguiar dos Santos (2ª ed.)
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul
Copyright © UnisulVirtual 2011
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. 
341.598 
O69 Opilhar, Maria Carolina Milani Caldas
 Criminalística e investigação criminal : livro didático / Maria 
Carolina Milani Caldas Opilhar ; revisão e atualização de conteúdo Adriano 
Mendes Barbosa ; design instrucional Carmen Maria Cipriani Pandini, 
Sabrina Bleicher. – 2. ed. – Palhoça : UnisulVirtual, 2011.
124 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
1. Crime e criminosos. 2. Inquérito policial. I. Barbosa, Adriano Mendes. 
II. Pandini, Carmen Maria Cipriani. III. Bleicher, Sabrina. IV. Título.
Sumário
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7
Palavras da professora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
UNIDADE 1 - Criminalística. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
UNIDADE 2 - Metodologia de redação de laudos periciais . . . . . . . . . . . . . . 33
UNIDADE 3 - Investigação Criminal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
UNIDADE 4 - Técnicas de Investigação Criminal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
UNIDADE 5 - Limites da Investigação Criminal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
Sobre o professor conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
Respostas e comentários das atividades de autoavaliação . . . . . . . . . . . . . 119
Biblioteca Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
7
Apresentação
Este livro didático corresponde à disciplina Criminalística e 
Investigação Criminal.
O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma 
e aborda conteúdos especialmente selecionados e relacionados 
à sua área de formação. Ao adotar uma linguagem didática 
e dialógica, objetivamos facilitar seu estudo a distância, 
proporcionando condições favoráveis às múltiplas interações e a 
um aprendizado contextualizado e eficaz.
Lembre-se de que sua caminhada, nesta disciplina, será 
acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema 
Tutorial da UnisulVirtual, por isso a “distância” fica 
caracterizada somente na modalidade de ensino que você optou 
para sua formação, pois na relação de aprendizagem professores 
e instituição estarão sempre conectados com você.
Então, sempre que sentir necessidade entre em contato; você tem 
à disposição diversas ferramentas e canais de acesso tais como: 
telefone, e-mail e o Espaço Unisul Virtual de Aprendizagem, 
que é o canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e 
recebido fica registrado para seu maior controle e comodidade. 
Nossa equipe técnica e pedagógica terá o maior prazer em lhe 
atender, pois sua aprendizagem é o nosso principal objetivo.
Bom estudo e sucesso!
Equipe UnisulVirtual.
Palavras da professora
Prezado(a) aluno(a):
O presente livro tem por objetivo estudar a Criminalística e a 
Investigação Criminal.
Para tanto, inicio apresentando o tema a partir de 
conceitos-chave, para assim, possibilitar uma compreensão 
contextualizada sobre o conjunto de conhecimentos acerca 
da pesquisa, coleta, conservação e exame dos vestígios, 
que possibilitam a realização da prova pericial, objeto da 
criminalística.
Em seguida, você vai estudar mais detalhadamente as 
perícias. As perícias são concebidas como as provas técnicas 
produzidas pelos peritos, de suma importância para apuração 
da materialidade e autoria do crime.
Você terá a oportunidade de estudar também como se 
constituem os locais de crime, a importância do isolamento e 
da preservação de provas na área onde o crime foi cometido 
e os procedimentos empregados no exame de levantamento 
de local, possibilitando a confecção do laudo de exame de 
levantamento de local, de suma relevância à investigação 
criminal.
O livro aborda, ainda, a metodologia de redação de laudos 
periciais, que segue padrão metodológico importante para 
a sua compreensão na condição de prova técnica. Você irá 
conhecer também alguns modelos de laudos periciais.
Na parte que aborda a Investigação Criminal, faço breves 
comentários sobre o conceito e o histórico da Polícia, assunto 
relevante para compreender a função investigação criminal 
na atualidade, mencionando as competências das Polícias 
dispostas pela Constituição Federal de 1988, que atuam 
10
Universidade do Sul de Santa Catarina
nas suas atribuições com a finalidade de prover segurança à 
sociedade.
Em seguida, apresento e discuto o conceito da investigação 
criminal, concebendo-a como o trabalho realizado pelas Polícias 
Federale Civil, entre outros órgãos, com o objetivo de apurar 
infrações criminais, amealhando provas técnicas e testemunhais 
para subsidiar o processo criminal.
Neste estudo, você terá a oportunidade de estudar sobre o 
inquérito policial, constatando tratar-se de procedimento sigiloso, 
inquisitivo e informativo, de competência exclusiva das Polícias 
Federal e Civil, no qual a investigação criminal é formalizada. 
Cito, neste contexto, algumas técnicas de investigação 
criminal, considerando ser imprescindível ao êxito da atividade 
investigativa policial a adoção de metodologia e técnicas 
adequadas.
Por fim, você terá a oportunidade de conhecer os limites da 
investigação policial, que necessita atuar sempre respeitando 
normas materiais e processuais inerentes a um Estado 
Democrático de Direito. Entre estas normas, das quais destaco 
os direitos fundamentais elencados pela Constituição Federal de 
1988, você poderá observar que a busca pela prova na atividade 
investigativa não é absoluta.
Espero que o conteúdo tratado neste livro traga informações 
e subsídios úteis ao seu cotidiano de trabalho e que possa 
minimizar os problemas de Segurança Pública existentes no 
Brasil.
Profa. Maria Carolina Milani Caldas Opilhar
Plano de estudo
O plano de estudos visa a orientá-lo no desenvolvimento da 
disciplina. Ele possui elementos que o ajudarão a conhecer o 
contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudos. 
O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva 
em conta instrumentos que se articulam e se complementam, 
portanto, a construção de competências se dá sobre a 
articulação de metodologias e por meio das diversas formas de 
ação/mediação.
São elementos desse processo:
 � o livro didático;
 � o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA);
 � as atividades de avaliação (a distância, presenciais e de 
autoavaliação); 
 � o Sistema Tutorial.
Ementa
Criminalística. Conceito. Perícias. Locais de crime. 
Metodologia de redação de laudos periciais. Modelos de 
laudos periciais. Investigação Criminal. Conceito e histórico 
da polícia. Conceito de investigação criminal. Conceito de 
prova. Evolução histórica da prova criminal. Inquérito policial. 
Técnicas de investigação criminal.
12
Universidade do Sul de Santa Catarina
Objetivos da disciplina
Geral:
Obter conhecimento teórico acerca da criminalística e da 
investigação criminal.
Específicos:
 � Conhecer os conceitos e objetivos da criminalística. 
 � Descrever as perícias e a sua importância como prova 
criminal. 
 � Saber acerca dos locais de crime, a necessidade 
do isolamento para a preservação das provas e os 
procedimentos empregados no exame de levantamento 
de local. 
 � Conhecer a metodologia aplicada para a redação de 
laudos periciais. 
 � Compreender os conceitos e objetivos da investigação 
criminal. 
 � Conhecer a prova criminal, seu conceito e sua evolução 
histórica. 
 � Conhecer o inquérito policial. 
 � Descrever as técnicas de investigação criminal e estar 
apto a aplicá-las.
Carga Horária
A carga horária total da disciplina é 60 horas-aula.
13
Criminalística e Investigação Criminal
Conteúdo programático/objetivos
Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta 
disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos 
resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de 
estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de 
conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento 
de habilidades e competências necessárias à sua formação. 
Unidades de estudo: 5 
Unidade 1 – Criminalística
Na Unidade 1 você conhecerá a criminalística como um conjunto 
de conhecimentos científicos utilizados para a elaboração da 
prova pericial. Ao longo da unidade, você estudará as perícias, 
os locais de crime e os procedimentos empregados no exame de 
levantamento de local, com ênfase na importância do isolamento 
da área onde ocorreu o delito.
Unidade 2 – Metodologia de Redação de Laudos Periciais
Nesta unidade você conhecerá a forma como são elaborados os 
laudos periciais e alguns modelos de laudo pericial.
Unidade 3 – Investigação Criminal
Na Unidade 3, você poderá compreender o conceito e o histórico 
da Polícia. Você poderá identificar os procedimentos de apuração 
de infrações criminais e de provas técnicas e testemunhais que 
subsidiam o processo criminal e conhecerá os procedimentos de 
prova criminal e o seu histórico. Você conhecerá também, em 
mais detalhes, o inquérito policial.
14
Universidade do Sul de Santa Catarina
Unidade 4 – Técnicas de Investigação Criminal
Você conhecerá, ao estudar esta unidade, as técnicas de 
investigação policial. Identificará a função das Polícias 
Investigativas e poderá verificar qual a relação com a investigação 
experimental e suas respectivas técnicas. Você conhecerá, 
também, técnicas como o interrogatório, a infiltração policial, a 
técnica do informante e da vigilância.
Unidade 5 – Limites da Investigação Criminal
Na Unidade 5 você conhecerá a prova criminal, seu conceito e sua 
evolução histórica. Com o estudo da unidade, poderá relacionar 
a prova às manifestações e aos princípios constitucionais de 
garantia dos direitos fundamentais.
Agenda de atividades/Cronograma
 � Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar 
periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus 
estudos depende da priorização do tempo para a leitura, 
da realização de análises e sínteses do conteúdo e da 
interação com os seus colegas e professor.
 � Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço 
a seguir as datas com base no cronograma da disciplina 
disponibilizado no EVA.
 � Use o quadro para agendar e programar as atividades 
relativas ao desenvolvimento da disciplina.
15
Criminalística e Investigação Criminal
Atividades obrigatórias
Demais atividades (registro pessoal)
1UNIDADE 1
Criminalística
Objetivos de aprendizagem
 � Compreender a Criminalística como um conjunto de 
conhecimentos científicos utilizados para a elaboração 
da prova pericial. 
 � Estudar as perícias, os locais de crime e os 
procedimentos empregados no exame de 
levantamento de local, enfatizando a importância do 
isolamento da área onde ocorreu o delito.
Seções de estudo
Seção 1 Criminalística: conceituação
Seção 2 Perícias
Seção 3 Locais do Crime
Seção 4 Levantamento pericial: procedimentos empregados 
no exame do local
18
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
As Polícias Investigativas mais avançadas priorizam a prova 
pericial, considerando que, por ser científica, é mais difícil de 
ser refutada, contrariada. Também, as Polícias do Brasil que têm 
como competência a apuração de crimes vêm seguindo este norte.
Concebendo-se a perícia como prova primordial para a 
elucidação dos delitos, o estudo da Criminalística afigura-se 
como de extrema relevância.
Vamos ao estudo, então? 
Seção 1 – Criminalística: conceituação
Não lhe deve ser novidade que a Constituição Federal de 1988 
estabelece que a segurança pública, no nosso País, é dever de 
Estado e é exercida por diversas Polícias. Em seu artigo 144, a 
Carta Magna definiu as competências das Polícias, dispondo, 
entre outros, que o policiamento ostensivo, preventivo, compete 
à Polícia Militar e a apuração das infrações penais compete 
às Polícias Federal e Civil, esta também chamada de Polícia 
Judiciária. As competências das Polícias serão objeto de 
discussão, porém, serão detalhadas posteriormente.
A Polícia Civil, via de regra, atua repressivamente após a prática 
do crime. Seu objetivo é a elucidação dos delitos, procurando 
demonstrar a existência do fato criminoso, a autoria e estabelecer 
as condições em que o crime ocorreu. Este trabalho é feito pela 
investigação policial.
Neste livro, a autora apresenta como 
sinônimos os termos de infração 
penal, crime e delito.
19
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 1
É interessante notar que a investigação policial é 
formalizada atravésde peça preliminar e informativa 
denominada inquérito policial, o qual subsidia o 
processo criminal. Após a conclusão do inquérito 
policial, este é remetido ao Poder Judiciário, que poderá 
valer-se das provas amealhadas na fase policial durante 
o processo criminal e na prolatação da sentença.
Neste contexto, o trabalho pericial é de suma importância para 
demonstrar materialidade e autoria do crime. Via de regra, a perícia é 
realizada na fase policial, até porque muitas delas necessitam ser feitas 
imediatamente ou logo após a prática do crime.
As Polícias Investigativas mais avançadas do mundo têm como 
prioridade o trabalho pericial, menos sujeito a falhas do que a prova 
testemunhal. Acerca deste tema, Espíndula (2002, p. 22) discorre:
[...] a prova pericial é produzida a partir de 
fundamentação científica, enquanto que as chamadas 
provas subjetivas dependem do testemunho ou 
interpretação das pessoas, podendo ocorrer uma série de 
erros, desde a simples falta de capacidade da pessoa em 
relatar determinado fato, até o emprego de má-fé, onde 
exista a intenção de distorcer os fatos para não se chegar 
à verdade.
É importante notar, ainda, que no sistema processual penal 
brasileiro, as pessoas ouvidas na Delegacia de Polícia são 
reinquiridas em Juízo, o que pode relativizar o valor probatório do 
que foi dito na fase policial. A prova técnica, por óbvio, é científica, 
objetiva, portanto mais difícil de ser contestada. Contudo, com a 
reforma do Código de Processo Penal pátrio promovida pela Lei 
11690/2008, o art. 159, § 3º, passou a admitir no processo penal 
a faculdade de formulação de quesitos em face dos laudos periciais 
por parte de assistente técnico indicado pelo Ministério Público, 
assistente de acusação, ofendido, querelante ou acusado. Determina 
o citado dispositivo legal e seu § 3o:
20
Universidade do Sul de Santa Catarina
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias 
serão realizados por perito oficial, portador de diploma de 
curso superior. 
[...] 
§3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente 
de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a 
formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.
No Brasil não há hierarquia entre as provas, e o Juiz pode 
decidir de acordo com a sua consciência, desde que o faça 
motivadamente. É o chamado sistema da persuasão racional 
adotado pelo Código de Processo Penal no seu art. 155, que 
informa que o sistema de apreciação de provas na processualística 
penal brasileira é o da persuasão racional, também denominado 
de sistema da livre convicção. Determina o citado dispositivo 
legal: 
[...] o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da 
prova produzida em contraditório judicial, não podendo 
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos 
informativos colhidos na investigação, ressalvadas as 
provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Desse modo, temos um sistema processual penal que permite 
todos os meios de prova, a princípio, com o mesmo valor 
probatório. Ocorre que, analisando as sentenças criminais, 
verifica-se a prevalência da prova pericial sobre as demais, pelos 
motivos já expostos.
Os laudos periciais são realizados por meio de conhecimento 
advindo da Criminalística. A Enciclopédia Saraiva de Direito 
conceitua Criminalística como sendo:
[...] Conjunto de conhecimentos que, reunindo as 
contribuições das várias ciências, indica os meios 
para descobrir crimes, identificar os seus autores e 
encontrá-los, utilizando-se de subsídios da química, 
da antropologia, da psicologia, da medicina legal, da 
psiquiatria, da datiloscopia etc., que são consideradas 
ciências auxiliares do Direito penal (ENCICLOPÉDIA 
..., 1997, p. 486).
21
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 1
Segundo Gilberto Porto (1960, p.28), Criminalística pode ser 
conceituada como:
[...] sistema que se dedica à aplicação de faculdades de 
observação e de conhecimento científico que nos levem 
a descobrir, defender, pesar e interpretar os indícios de 
um delito, de molde a sermos conduzidos à descoberta 
do criminoso, possibilitando à Justiça a aplicação da justa 
pena”. 
José Del Picchia Filho (1982, p. 5) preferiu abordá-la como 
disciplina “[...] que cogita do reconhecimento e análise dos 
vestígios extrínsecos relacionados com o crime ou com a 
identificação de seus participantes”. 
Segundo Garcia (2002, p.319), a Criminalística:
 [...] trata da pesquisa, da coleta, da conservação e 
do exame dos vestígios, ou seja, da prova objetiva ou 
material no campo dos fatos processuais, cujos encargos 
estão afetos aos órgãos específicos, que são os laboratórios 
de Polícia Técnica.
A Criminalística é também denominada Polícia 
Científica, Polícia Técnica ou Policiologia, e difere 
da Criminologia que estuda o perfil do criminoso 
e os motivos que o levaram à prática do crime. São 
disciplinas que integram a Criminalística, entre outras, 
Locais de Crime, Medicina Legal, Balística Forense, 
Papiloscopia, Documentoscopia, Odontologia Legal, 
Toxicologia Forense e Hematologia Forense.
22
Universidade do Sul de Santa Catarina
Em Santa Catarina, o trabalho pericial é realizado pelo Instituto 
Geral de Perícias, que apresenta o organograma a seguir: 
Figura 1.1: Organograma do Instituto Geral de Perícias. 
Fonte: Instituto..., [200-]. 
23
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 1
Você que reside em outro Estado, faça uma pesquisa 
sobre o assunto. Como funciona o Instituto Nacional 
de Perícias? Use o espaço abaixo para registrar sua 
pesquisa e socialize a investigação no Espaço Virtual de 
Aprendizagem. 
- A seguir, você vai estudar o objeto que trata das provas e os 
procedimentos de perícia.
Seção 2 – Perícias
A investigação policial tem como foco a obtenção de provas 
criminais que podem ser testemunhais e técnicas.
Prova Criminal é aquela utilizada para demonstrar ao 
Juiz a veracidade ou falsidade da imputação feita ao réu e 
das circunstâncias que possam influir no julgamento da 
responsabilidade e na individualização das penas.
Você sabe a diferença entre provas criminais e técnicas?
As provas técnicas são as perícias, realizadas por peritos 
criminais, e são formadas pelas evidências materiais do crime. 
As provas testemunhais são constituídas pelos depoimentos das 
testemunhas, abrangendo, no sentido amplo, as declarações das 
vítimas e o interrogatório dos suspeitos ou indiciados.
24
Universidade do Sul de Santa Catarina
Perícia, segundo Garcia (2002), é o conjunto de técnicas 
usadas, visando provar a materialidade do crime e 
apontar o autor. Um das perícias realizadas trata-se do 
exame de corpo de delito. O corpo de delito, por sua 
vez, é o conjunto de vestígios deixados pelo criminoso.
Há diferenciação entre corpo de delito e exame de corpo de 
delito. Segundo Jesus (2002), o exame de corpo de delito é um 
auto em que se descrevem as observações dos peritos e o corpo de 
delito é o próprio crime na sua tipicidade.
Nos crimes que deixam vestígios, o exame de corpo de 
delito é obrigatório, sob pena de nulidade processual, 
nos termos do artigo 158 do Código de Processo Penal 
Brasileiro.
Dispõe o artigo 167 do Código de Processo Penal Brasileiro 
(CPP): 
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de 
delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova 
testemunhal poderá suprir-lhe a falta (BRASIL, 1941).
Portanto, havendo vestígios, o exame de corpo de delito é 
imprescindível. Não havendo vestígios, a prova testemunhal é 
apta a suprir o auto de exame de corpo de delito.
É relevante ressaltar que o Código de Processo Penal Brasileiro 
não mais exige a realização de exame de corpo de delito e outras 
perícias por dois peritos oficiais. Conforme o atual art. 159 do 
CPP, basta apenas um perito para formulação do laudo pericial. 
Determina o citado dispositivo legal, que “o exame de corpo de 
delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador 
de diploma de curso superior.” Todavia, não havendo peritosoficiais para produção da perícia, autoriza o § 1o do art. 159:
25
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 1
Art. 159. [...] 
§ 1º. Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 
2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso 
superior preferencialmente na área específica, dentre 
as que tiverem habilitação técnica relacionada com a 
natureza do exame. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 
2008) (BRASIL, 1941).
Seção 3 – Locais do crime
Segundo Kedhy (1963, p.11), “[...] local de crime é toda área onde 
tenha ocorrido um fato que assuma a configuração de delito e 
que, portanto, exija as providências da polícia”. 
O exame de levantamento de local deve ser diferenciado de 
acordo com a natureza da ocorrência. Dessa forma, há exame de 
levantamento de local de homicídio, suicídio, afogamento, furto 
qualificado, acidente de trânsito, dano, estupro, incêndio, disparo 
de arma de fogo e outros.
Isolamento e preservação das provas e vestígios essenciais à 
investigação
O isolamento do local de crime é a primeira providência a ser 
tomada e é responsabilidade dos policiais e peritos, que devem 
sempre ter em mente a importância da proteção do local do 
crime, para a preservação dos vestígios, e, consequentemente, 
para a investigação criminal.
[...] isolamento é a proteção a fim de que o 
local permaneça sem alteração, possibilitando, 
consequentemente, um levantamento pericial eficaz 
(GARCIA, 2002, p. 324).
Esclarece Alberi Espíndula (2002, p. 3) que:
26
Universidade do Sul de Santa Catarina
[...] diante da sensibilidade que representa um local 
de crime, importante destacar que todo elemento 
encontrado naquele ambiente é denominado de vestígio, 
o qual significa todo material bruto que o perito constata 
no local do crime ou faz parte do conjunto de um 
exame pericial qualquer, que, somente após examiná-
los adequadamente é que poderemos saber se este 
vestígio está ou não relacionado ao evento periciado. 
Por essa razão, quando das providências de isolamento e 
preservação, levadas a efeito pelo primeiro policial, nada 
poderá ser desconsiderado dentro da área da possível 
ocorrência do delito (ESPÍNDULA, 2002, p.3).
A alteração do local de crime é prevista como infração penal pelo 
artigo 166 do Código Penal:
Art. 166. Alterar, sem licença de autoridade competente, 
o aspecto de local especialmente protegido por lei. Pena – 
detenção de um mês a um ano e multa (BRASIL, 1941).
O Código Brasileiro de Trânsito, no artigo 312, também tipificou 
como crime a alteração de local de acidente de trânsito:
Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente 
automobilístico, com vítima, na pendência do respectivo 
procedimento policial preparatório, inquérito policial ou 
processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, a 
fim de induzir a erro o agente policial, o perito ou juiz: 
Pena: detenção de seis meses a um ano, ou multa. 
Parágrafo único: Aplica-se o disposto neste artigo, ainda 
que não iniciados, quando da inovação, o procedimento 
preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se refere 
(BRASIL, 1997).
Dispõe o artigo 169 do Código de Processo Penal Brasileiro:
Art. 169. Para efeito de exame de local onde houver 
sido praticada a infração, a autoridade providenciará 
imediatamente para que não se altere o estado das 
coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir 
seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas 
elucidativos (BRASIL, 1941).
O artigo 6º do Código de Processo Penal enumera as 
providências que devem ser tomadas tão logo o delegado de 
27
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 1
polícia tenha conhecimento do fato delituoso. O inciso II deste 
artigo menciona que a autoridade policial deve apreender os 
instrumentos e todos os objetos que tiverem relação com o fato. 
Não obstante, a prática demonstra que nada deve ser alterado 
até a chegada dos peritos no local, e que apenas após o exame de 
levantamento de local é possível a apreensão de qualquer material 
encontrado na cena do crime.
Apenas a título de exemplo, um projétil, parte de uma munição 
deflagrada, apreendido na cena do crime, pode vir a elucidar a 
autoria de um homicídio. Através do Laudo de Comparação 
Balística, tendo como objetos de exame o projétil e a arma de 
fogo de um suspeito, é possível verificar se ele foi expelido pelo 
cano daquela arma. Da mesma forma, um estojo, parte de uma 
munição deflagrada, sendo objeto de exame com arma de fogo, 
através de suas marcas de percussão, é possível constatar se foi 
deflagrado por aquela arma.
Seção 4 – Levantamento pericial: procedimentos 
empregados no exame do local
O levantamento pericial é o trabalho pericial realizado nos 
locais de crime. Depois de concluído, o levantamento pericial dá 
origem ao laudo de exame de levantamento de local.
Segundo Garcia (2002, p. 326), uma perícia completa de 
levantamento de local necessita de várias fases, a saber:
[...] isolamento, observações prévias ou exame do local, 
fotografia, desenho ou croqui, coleta e embalagem 
de evidências, transporte de evidências, exame das 
evidências em laboratório, avaliação e interpretação, e 
redação de laudo. 
Espíndula (2002) elencou alguns procedimentos a serem 
realizados nos exames de locais de crimes contra a vida, 
que podem ser, via de regra, utilizados em todos os exames 
28
Universidade do Sul de Santa Catarina
de levantamento de locais. A seguir você conhecerá estes 
procedimentos em detalhes. 
Procedimentos anteriores ao exame
 � anotação do endereço do fato; 
 � preparação do material utilizado no exame; 
 � reconhecimento do tipo de solicitação (natureza do 
exame); 
 � anotação do horário de solicitação do exame. 
Exame preliminar da cena do crime
 � entrevista com o primeiro policial a chegar no local 
do fato visando à tomada de informações relativas ao 
histórico; 
 � visualização geral da cena do crime e verificação da 
adequação do isolamento; 
 � escolha do tipo de padrão a ser utilizado na busca de vestígios 
(em linha, em grade, em espiral, em quadrantes etc.); 
 � formulação dos objetivos do exame; 
 � busca de vestígios, que deve prever especial atenção às 
evidências facilmente destrutíveis, tais como: marcas de 
solado, impressões em poeira, entre outras. 
Anotações gerais da cena do crime
 � data e hora do início dos exames; 
 � localização exata do evento; 
 � condições atmosféricas; 
29
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 1
 � condições de iluminação; 
 � condições de visibilidade; 
 � completa análise das vias de acesso; 
 � descrição do local, com nível de detalhe exigido para 
cada caso; 
 � condições topográficas da área. 
Croqui da cena do crime
O croqui é o desenho do local do crime, devendo sempre ser 
apresentado, independente da complexidade do local. Neste 
desenho recomenda-se incluir:
 � dimensões de portas, móveis, janelas, caso necessário; 
 � distâncias de objetos até pontos específicos, como vias de 
acesso (entrada e saída); 
 � distâncias entre objetos; 
 � medidas que forneçam a exata posição das evidências 
encontradas na cena do crime; 
 � coordenadas geográficas em locais abertos (obtidas por 
mapas ou GPS). 
Importância das fotografias da cena do crime
As fotografias, internas e externas, são imprescindíveis para a 
elaboração do laudo de exame de levantamento de local.
Segundo Garcia, a fotografia é o mais perfeito dos processos 
de levantamento de local de crime, por tratar-se de uma 
“reconstituição permanente da ocorrência, que irá permitir 
futuras consultas” (GARCIA, 2002, p. 326).
30
Universidade do Sul de Santa Catarina
Espíndula (2002) também discorre sobre o processamento do 
local: coleta, identificação e preservação das evidências.
Procedimentos de coleta
Todas as evidências devem ser coletadas de forma legal, visando à 
sua admissão como provas em um processo.
Os dois peritos de local devem efetuar a coleta de todas as 
evidências.
As evidências devem ser anotadas no croquie fotografas antes da 
sua coleta.
Identificação
Todas as evidências devem ser cuidadosamente identificadas. As 
marcas identificadoras podem incluir iniciais, números etc., os 
quais permitam ao perito que realiza a coleta reconhecer, em data 
posterior, cada evidência como aquela coletada na cena do crime.
Importância da preservação
Cada item das evidências deve ser colocado em um recipiente 
ou invólucro adequado à natureza de cada material, tais como 
sacos plásticos, envelopes de papel, caixas que necessitam ser 
corretamente identificados e vedados ou lacrados.
Evidentemente que técnicas especiais deverão ser aplicadas 
de acordo com o delito praticado. Algumas recomendações 
específicas deverão ser aplicadas nos locais de morte por 
precipitação, por ação do calor, por arma de fogo, por 
afogamento, por envenenamento, por aborto e outros.
- Leia, a seguir, a síntese da unidade, realize as atividades de 
Autoavaliação e consulte o saiba mais para ampliar seus conhecimentos 
acerca do assunto estudado.
31
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 1
Síntese
Nesta unidade você teve a oportunidade de ver que, de acordo 
com a Constituição Federal de 1988, a atividade investigativa 
criminal é realizada, entre outros, pela Polícia Federal e pelas 
Polícias Civis dos Estados, estas também chamadas de Polícias 
Juridiciárias.
A atividade de investigação criminal consiste na apuração 
dos crimes, que é feita através da busca de provas, periciais ou 
testemunhais.
As provas periciais são técnicas, realizadas por peritos criminais 
e são formadas pelas evidências materiais do crime. As 
provas testemunhais são constituídas pelos depoimentos das 
testemunhas, abrangendo, no sentido amplo, as declarações das 
vítimas e o interrogatório dos suspeitos ou indiciados.
A pesquisa, coleta e produção das provas periciais competem 
à Criminalística. Via de regra, o trabalho pericial exige 
imediatidade. A título de exemplo, o exame residuográfico 
de verificação de pólvora exige a condução do suspeito 
imediatamente após a prática do delito. O exame de lesões 
corporais e de verificação de aborto exige lapso temporal curto 
entre o crime e o exame.
Considerada a importância da prova pericial e científica é 
imprescindível o isolamento e a preservação do local do crime. 
Falhas no isolamento do local do crime podem impossibilitar 
a produção da prova pericial. Vestígios deixados no local do 
crime podem levar ao autor. Como exemplo, um simples estojo 
componente de munição ou projétil componente de munição, 
encontrado em local de homicídio mediante disparo de arma de 
fogo, pode, através de perícia, ser prova crucial para demonstrar 
autoria.
32
Universidade do Sul de Santa Catarina
Atividades de autoavaliação
Ao final de cada unidade, você realizará atividades de autoavaliação. O 
gabarito está disponível no final do livro didático. Mas, esforce-se para 
resolver as atividades sem ajuda do gabarito, pois, assim, você estará 
promovendo (estimulando) a sua aprendizagem.
1) Analise as questões abaixo e assinale verdadeiro ou falso, conforme 
a proposição. Confira se atendeu às expectativas no final do livro 
didático. 
( ) Nos crimes que ocorreram mediante disparo de arma de fogo, a 
apreensão de estojos no local não é importante, posto que não seja 
possível realizar perícia comparativa entre o estojo e a arma de fogo. 
( ) Nos crimes que ocorreram mediante disparo de arma de fogo, a 
apreensão de projéteis no local possibilita a realização do laudo de 
identificação de projéteis e, quando a arma é apreendida, o laudo de 
comparação balística. 
( ) O rol de provas elencados no Código de Processo Penal Brasileiro é 
exemplificativo. 
( ) O sistema de provas previsto no Código de Processo Penal Brasileiro é 
o da íntima convicção. 
( ) A prova testemunhal pode suprir a prova pericial quando a infração 
penal não deixar vestígios.
Saiba mais
Se você desejar, aprofunde os conteúdos estudados nesta unidade 
ao consultar as seguintes referências:
DAMÁSIO, Jesus. Código de Processo Penal Anotado. 18 ed. 
São Paulo: Saraiva. 2002. p.157.
DEL PICCHIA FILHO, José. Tratado de documentoscopia. 
Editora Universitária de Direito: São Paulo. 1982.
GARCIA, Ismar Estulano. Inquérito – Procedimento Policial. 
Inquérito - Procedimento Policial. 9 ed. Goiânia: AB Editora. 
2002. p. 319.
PORTO, Gilberto. Manual de Criminalística. Escola de Polícia 
de São Paulo, 1960. p. 28.
2UNIDADE 2 
Metodologia de redação de 
laudos periciais
Objetivos de aprendizagem
 � Conhecer a forma como são elaborados os laudos 
periciais. 
 � Conhecer alguns modelos de laudo pericial. 
Seções de estudo
Seção 1 O Laudo pericial: caracterização
Seção 2 Modelos de laudo pericial
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
Todos aqueles que queiram se aprofundar no tema da segurança 
pública têm, necessariamente, de saber acerca da importância da 
prova pericial e conhecer a metodologia de redação dos laudos 
periciais. Cabe aos estudiosos do assunto segurança pública 
estar aptos a interpretar e avaliar laudos periciais, na sua forma e 
conteúdo.
Seção 1 – O Laudo Pericial: caracterização
O laudo pericial deve ser simples e preciso, facilmente 
compreendido e assimilado. Não deve tecer juízos de valor, 
considerações subjetivas, mas fornecer objetivamente informações 
técnicas.
Existem diversos tipos de laudos periciais, dentre eles podemos 
destacar:
a) laudo de levantamento de local; 
b) laudo de identificação de projétil, laudo de comparação 
balística; 
c) laudo de verificação de eficácia de arma de fogo; 
d) laudo de exame cadavérico, laudo de constatação de 
danos, cada qual com as suas peculiaridades. 
Não obstante, de forma geral, podem-se definir alguns requisitos 
inerentes a todos os laudos.
Toccheto (2005, p. 50-54) elenca alguns itens a serem 
preenchidos na elaboração de laudo pericial relacionado a crimes 
contra o patrimônio, que, de forma geral, podem ser adotados na 
confecção dos demais. Veja quais são:
35
Criminalistica e Investigação Criminal
Unidade 2 
1. Preâmbulo ou histórico.
2. Preliminares.
3. Objetivo da perícia ou quesitos.
4. Dos exames periciais.
5. Considerações técnicas ou discussão.
6. Conclusão e/ou respostas aos quesitos.
7. Fecho ou encerramento.
8. Anexos.
- A seguir, você terá a oportunidade de conhecer cada um deles... 
Preâmbulo ou Histórico
Discriminar a data, a hora e o local em que for elaborado o laudo 
pericial, o nome do instituto e órgãos superiores aos quais está 
subordinado, tipo de laudo, a data da requisição e/ou solicitação, 
nome da autoridade que requisitou e/ou solicitou a perícia, 
nome do diretor e dos peritos signatários do laudo, bem como o 
objetivo geral dos exames periciais.
Fazer, neste tópico, um pequeno histórico da requisição, bem 
como uma síntese do fato que originou a requisição da perícia 
e as providências tomadas referentes ao fato. Informações 
fornecidas por autoridades, funcionários e proprietários devem 
ser relatadas neste item.
Preliminares
Neste tópico, o relator vai consignar as informações referentes à 
preservação e isolamento do local e quaisquer outras alterações 
que forem relevantes ao caso, ou que prejudicaram o andamento 
36
Universidade do Sul de Santa Catarina
dos trabalhos periciais. Nos casos de exames em peças, este 
tópico destina-se à consignação de qualquer fato conflitante 
entre a requisição e o objeto de exame, tais como número de 
peças distinto do constante na requisição, peças que não estão 
discriminadas, objetivos do exame incompatíveis com o tipo de 
peça a ser examinada.
Objetivo da Perícia ou quesitos
Descrever, conforme consta na requisição, quais os objetivos a 
serem buscados na perícia, os quais deverão estar contidos na 
requisição da perícia ou nos quesitos formulados. Não sendo 
especificados na requisição os objetivos da perícia, é de bom 
alvitre que os peritos descrevam com certa precisão quais são os 
objetivos periciais pertinentesàqueles exames.
Dos Exames Periciais
Discriminar todas as técnicas e métodos empregados e os 
respectivos exames levados a efeito naquela perícia. Não é 
necessário que, nos exames periciais, constem de forma explícita 
os subitens seguintes, mas seu conteúdo deve obrigatoriamente 
integrar o texto relativo aos exames periciais:
a) do local: constitui a parte essencial. A descrição deve 
ser metódica, objetiva, fiel, minuciosa, clara, síntese do 
observado. Quando os fatos forem variados, convém 
distribuí-los em capítulos conforme sua natureza e 
interdependência. Evitar informações, discussões, 
hipóteses, diagnósticos e conclusões; 
b) dos vestígios: partindo-se das indicações (referências) 
maiores para as menores (detalhes). 
Descrever conforme a ordem de maior importância, como o 
acesso ao terreno, ao prédio, ao cômodo, à gaveta etc. Aqui 
devem ser relacionados e devidamente descritos todos os vestígios 
constatados no exame pericial. Deve-se ater somente à descrição 
37
Criminalistica e Investigação Criminal
Unidade 2 
dos vestígios, deixando para o tópico seguinte a sua respectiva 
análise e interpretação.
As técnicas ou métodos empregados devem 
sempre partir do geral para o particular, de exames 
macroscópicos para exames microscópicos. Quando for 
empregada mais de uma técnica na realização de um 
determinado exame, é preciso citá-la na ordem em que 
foi aplicada.
Considerações Técnicas ou Discussão
Do histórico e das descrições (local e vestígios) defluem as 
conclusões. Porém, em certos casos, há a necessidade de cotejar 
fatos, de analisá-los, dissipar dúvidas ou ajustar obscuridades. Por 
meio da discussão, asseguram-se conclusões lógicas, afastando-se 
as hipóteses capazes de gerar confusão, evidenciando-se aquelas 
que, depois de cotejadas, conduzirão e subsidiarão a conclusão.
É preciso buscar a coerência ou não dos elementos observados e 
anteriormente citados. Confrontá-los com a normalidade.
Enfim, relatar neste tópico as análises e interpretações das 
evidências constatadas e respectivos exames, de maneira a 
facilitar a compreensão e entendimento por parte dos usuários do 
laudo pericial.
Conclusão e/ou respostas aos quesitos
A conclusão pericial inserida no laudo pericial deve ser, 
obrigatoriamente, uma consequência natural do que já foi 
argumentado, exposto, demonstrado e provado tecnicamente nos 
tópicos anteriores do laudo.
A conclusão deve obedecer a critérios técnicos conforme 
já recomendados, ou seja: somente quando nos restar uma 
possibilidade para aquele evento, sob a ótica técnico-científica, é 
que se pode concluir de forma categórica.
38
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para chegar-se a essa única possibilidade, tem-se apenas duas 
situações viáveis.
A primeira situação é quando, no conjunto dos vestígios 
constatados e examinados, há um, por si só, determinante. 
Obviamente que vestígio determinante, neste caso, deve estar 
caracterizado pela sua condição autônoma associada ao seu 
significado no evento em estudo. Em muitos casos, este vestígio 
determinante pode estar associado a outros elementos de 
convicção técnico-científica. Veja um exemplo para entender 
melhor esse conceito.
Impressão digital individualmente é um vestígio 
determinante, mas, se for encontrado um desses 
vestígios no local do crime, não quer dizer que foi 
identificado o autor do crime e, por consequência, 
trata-se de um homicídio.
Por outro lado, em um local de incêndio, a constatação de 
múltiplos focos iniciais não é um vestígio determinante por si 
só, mas, se restar comprovado que tais focos eram isolados ou 
incomunicáveis, e em conjunto com as observações anteriores, 
nos locais correspondentes aos focos forem retiradas amostras 
de materiais que apresentem resultados positivos em exames 
laboratoriais, em pesquisa de vestígios de hidrocarbonetos 
voláteis, o grau de clareza da ação dolosa será determinante para 
a caracterização e materialização do delito.
A segunda situação em que os peritos poderão ter apenas 
uma possibilidade será em um universo de vários vestígios, 
onde nenhum deles por si só seja determinante, mas apenas 
probabilísticos, e que, no seu conjunto de informações técnico-
científicas levem a uma única possibilidade.
Todavia, existem várias situações em que os peritos poderão ter 
vários vestígios relacionados com o fato, em que nenhum deles 
por si seja determinante. Neste caso, os peritos deverão apontar 
quais são e descrevê-los. Existem, por vezes, situações em que, 
apesar da existência de vestígios, mesmo analisando-os em seu 
conjunto, não será possível chegar a uma definição quanto ao 
diagnóstico. Neste caso, os peritos não poderão fazer qualquer 
39
Criminalistica e Investigação Criminal
Unidade 2 
afirmativa conclusiva quanto ao fato, salientando que os vestígios 
existentes são quantitativa e qualitativamente insuficientes para se 
chegar a uma conclusão categórica.
Há, ainda, a situação na qual, através do seu exame ou de 
sua análise, não se observem vestígios materiais capazes de 
fundamentar uma conclusão. Neste caso, deve constar no laudo 
que, em face da exiguidade de vestígios, não há elementos 
técnicos com os quais possa ser fundamentada uma conclusão 
categórica.
Mesmo que não seja possível uma conclusão 
categórica em uma determinada perícia, deve constar 
no laudo o tópico correspondente e, nele informada 
a impossibilidade de conclusão em face dos motivos 
que devem ser mencionados (exiguidade de vestígios, 
falta de preservação etc.), de forma clara e explicativa, 
porém, poderá ser levantada uma causa mais provável.
Então, não sendo possível concluir um laudo pericial para 
auxiliar no contexto geral das investigações e, posteriormente, 
à justiça, o perito deverá tomar todo o cuidado, tanto no exame 
quanto no texto dessas argumentações.
Em alguns casos concretos, os peritos terão condições de eliminar 
algumas admissibilidades ou hipóteses, e, com isso, delimitar 
o trabalho dos investigadores de polícia, e, posteriormente, da 
justiça. A eliminação de algumas das possibilidades na verdade 
é uma conclusão pela sua exclusão, e, portanto, deve seguir o 
mesmo rigor técnico-científico já mencionado.
O técnico-científico se refere à técnica criminalística e o 
científico às demais leis da ciência. O perito poderá se valer, 
para as suas conclusões, ou de alguma técnica criminalística 
já consagrada ou de alguma lei da ciência de qualquer área do 
conhecimento científico, ou de ambas, de acordo com cada 
situação.
40
Universidade do Sul de Santa Catarina
Fecho ou Encerramento
Analise o modelo de laudo apresentado a seguir e verifique os 
elementos que ele contém.
Modelo de fecho ou encerramento de laudo pericial
Este laudo, composto por (...) páginas impressas em seu anverso, 
foi feito em duas vias de igual teor, pelos peritos da Seção de 
Crimes Contra o Patrimônio, estando ambas as vias autenticadas 
com a rubrica dos seus subscritores, acompanhadas pelos anexos 
(citar quais os anexos e o seu número), bem como se devolve 
todo o material, descrito no tópico documentos de exame, 
lacrados no envelope nº ...
Local e data
Nome dos peritos.
Classe e/ou cargo
Anexos
É necessário incluir, ao final, todos os anexos que foram 
produzidos e que sejam necessários para acompanhar o laudo, 
visando a melhor compreensão do mesmo, tais como, resultado 
de exames complementares, fotografias, gráficos, relatórios de 
outros peritos/profissionais etc.
No entanto, considerando os avanços da informática, muitos 
recursos gráficos podem ser inseridos no lado ou logo abaixo 
da parte do texto a que se refere tal assunto. Em especial para 
evidenciar algum detalhe a que o texto esteja se referindo naquele 
momento da argumentação. As fotografias, quando digitais ou 
digitalizadas, podem seguir esse mesmo critério.
41
Criminalistica e Investigação Criminal
Unidade 2 
Seção 2 – Modelos de laudos Periciais
Seguem abaixo alguns modelos de laudos periciais. Estes 
modelos foram extraídosda obra “Inquérito e Procedimentos 
Policial” (GARCIA, 2002, p. 397-398, 415-416, 448-449).
Analise atentamente cada um deles:
a) LAUDO DE EXAME DE DOCUMENTOS
Aos... dias do mês de ... do ano de ..., nesta Capital, no 
Departamento de Criminalística, pelo Diretor LL foram 
designados PP e PQ para proceder ao exame pericial de 
documento, a fim de ser atendida requisição do Bel. AA, 
Delegado Titular do 1ª DP, conforme Ofício nº ...
Peças Motivantes
Trata-se de manuscritos apostos em um pedaço de papel sem 
pauta medindo aproximadamente 14,7 cm e 6,7 cm.
O documento encontra-se colado em uma folha de papel sem 
pauta apresentando no canto superior direito “24-Z”.
Trata-se de envelope que apresenta manuscritos feitos com 
caneta dita esferográfica, tinta preta. Encontra-se ele endereçado 
a SS e está colado a uma folha em branco, apresentando no 
canto superior direito o n. “25-z”.
1 - Peças Paradigmáticas
Como espécimes de confronto, contamos com padrões 
autênticos de JJ e JL, contidos em Auto de Colheita de Material 
Gráfico Autêntico, coletados pela Polícia Civil de São Paulo – 
DEGRAN – através do Dr. AB.
2 – Dos Exames
As peças motivantes e paradigmáticas foram examinadas a 
olho nu e por meios óticos adequados em busca de hábitos 
gráficos característicos que, uma vez determinados, foram 
confrontados entre si para uma possível origem comum ou 
não. Fotomacrografias foram tomadas, e os assinalamentos 
necessários foram permitindo, assim, um controle da conclusão 
pericial.
42
Universidade do Sul de Santa Catarina
3 – Quesitos e Respostas
1º - O autor do Auto de Colheita de Material Gráfico Autêntico, JJ, 
é também autor das escritas gravadas no bilhete de fls. 24, doc 
05 e envelope, doc 06, fls. 25?
Resposta: sim
Para que dois grafismos sejam aceitos como do mesmo 
punho é necessário que em ambos os seguintes valores sejam 
convergentes:
a) habilidade gráfica; 
b) hábitos gráficos; 
c) que não haja divergências estruturais entre os dois grafismos. 
[...] 
[...] na carta de confronto em anexo, 01 a 07, os assinalamentos 
mais preponderantes estão em quantidade e qualidade 
suficientes para afirmarmos que as peças motivantes foram 
produzidas por JJ.
[...]
É o nosso relatório.
Obs: O material examinado é devolvido com o presente laudo.
Goiânia, ....... de....... de........
PP PQ
1º Médico-legista 2ºMédico-Legista
43
Criminalistica e Investigação Criminal
Unidade 2 
b) LAUDO DE EXAME DE ARMA DE FOGO
Aos ... dias do mês de .... do ano de ....., nesta Capital, no 
Departamento de Criminalística da Diretoria Geral da Polícia 
Civil, pelo Diretor LL, foram designados os peritos PP e PQ 
para proceder ao exame pericial em arma de fogo, a fim de ser 
atendida requisição do Bel AA, Delegado do 1º Distrito Policial, 
através do Ofício nº.
1 – Características das Peças Examinadas
Aos peritos foram apresentados sete cartuchos intactos e um 
estojo calibre nominal 7.65 mm, de marca CBC, bem como 
uma arma de fogo, curta e de porte, classificada como pistola 
semiautomática, tendo as seguintes características:
a) Marca Beretta; 
b) Fabricação italiana; 
c) N. de série 683C09; 
d) Calibre nominal 7.65mm; 
e) Mecanismo de percussão central, cão aparente e pino 
percurso isolado; 
f) Carregamento por pente; 
g) Coronha guarnecida por talas de plástico pretas com 
inscrição “Cb. BN”(lateral esquerda), bem como com o 
logotipo da marca da arma; 
h) Dimensões: 8,5cm de comprimento de cano X13,5 de 
diagonal máxima; 
i) Acabamento oxidado, em desgaste; 
OBS: Foi utilizado um cartucho em disparo experimental.
2 – Funcionamento da arma
O estado geral da arma é bom, não apresentando suas peças 
quaisquer anomalias que impeçam seu funcionamento. Está apta 
à realização de disparos.
3 – Quesitos e Respostas
a) Quais as características da arma periciada? 
Resposta_ ver item 1. 
44
Universidade do Sul de Santa Catarina
b) No estado em que se encontra, está em perfeitas 
condições de uso? 
Resposta: Sim, ver item 2. 
c) A munição que a acompanha é do mesmo calibre da 
arma, e qual o seu estado? 
Resposta: Sim, estado em condições de uso. Seu calibre 
corresponde ao da arma, ou seja, 7,65mm.
d) Há evidências de disparo recente? 
Resposta: Ver laudo químico. 
e) O pedaço de chumbo pertence ao mesmo calibre da 
arma? 
Resposta: O pedaço de chumbo a que se refere o 
quesito é um projétil de arma de fogo calibre nominal 
7.65mm, que, inclusive, foi expelido pela arma de fogo 
aqui periciada. Portanto, a resposta não só é afirmativa, 
como também identifica a arma que o expeliu. Ver fotos 
1 e 2.
É o relatório.
OBS: O material examinado é devolvido com o presente.
Goiânia,... de.... de ....
PP PQ
1º Médico-legista 2ºMédico-Legista
Fecha Caixa cinza
45
Criminalistica e Investigação Criminal
Unidade 2 
Aos... dias do mês de ... de ...., no Necrotério do Instituto Médico-
Legal, nós, médicos-legistas que abaixo assinamos, atendendo 
à requisição da Delegacia do 1º DP, procedemos ao exame 
CADAVÉRICO no cadáver que nos foi apresentado como sendo 
de SS (qualificação completa), no qual observamos:
Descrições das lesões: 1 – ferida pérfuro-contusa, medindo 0,8 
cm de diâmetro, com área de chamuscamento, localizada na 
região bucinadora (cochecha) direita, com trajeto transfixando 
a língua e ramo mandibular esquerdo, com saída na região 
bucinadora contralateral; 2 – ferida pérfuro-contusa, medindo 
0,8 com de diâmetro, com área de chamuscamento e câmara 
de mina, localizada na região parietal esquerda, logo acima do 
pavilhão auricular (orelha), transfixante, com grande destruição 
de massa encefálica, com saída na região carotideana direita, 
logo abaixo do pavilhão auricular; 3 – sem outras lesões. Nada 
mais tendo sido constatado, passamos a responder aos quesitos.
1º - Houve morte?
Resposta: Sim, houve morte.
2º - Qual a causa da morte? 
Resposta: Hemorragia intracraniana.
3º - Qual o instrumento ou meio que a produziu?
Resposta: Pérfuro-contundente.
4º - Foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia, 
tortura ou outro meio insidioso ou cruel?
Resposta: Prejudicado.
5º - Qual a data do óbito (especificar hora, dia, mês e ano)? 
Resposta: Óbito dia .../.../..., às 17 h.
Dado e passado no Instituto Médico-Legal, em Goiânia, Capital 
de Goiás,aos ... dias do mês de .... de ....
PP PQ
1º Médico-legista 2º Médico-Legista
c) LAUDO DE EXAME CADAVÉRICO
46
Universidade do Sul de Santa Catarina
Aos... dias do mês de ...., no Gabinete do Instituto Médico-Legal, nós, médicos-
legistas que abaixo assinamos, atendendo à requisição da Delegacia do 1º DP, 
procedemos ao exame de corpo de delito - LESÕES CORPORAIS - a pessoa 
que nos foi apresentada como sendo SS (qualificação completa), na qual 
observamos:
DESCRIÇÃO DAS LESÕES: 1 - cicatriz de ferida pérfuro-cortante, medindo 3 
cm de extensão, localizada no hipocôndrio esquerdo, próximo ao rebordo 
costal; 2 - cicatriz de incisão cirúrgica, mediana, medindo 25 cm de extensão, 
localizada na linha média do abdome; 3 – cicatriz de incisão cirúrgica, medindo 
2 cm de extensão, localizada no flanco esquerdo (dreno); 4 – relatório de 
lesões, cujo teor é o seguinte: “Aos .../.../.., examinei SS e constatei o seguinte: 
estado geral comprometido. Lesões apresentadas: 1 – ferida penetrante no 
abdome, no hipocôndrio esquerdo; 2 – choque hipovolêmico, Instrumento: 
arma branca. Tratamento: cirúrgico, ressecção de estômago devido à laceração 
extensa; reposição sanguínea; antibióticos, soroterapia. Sequelas que 
futuramente poderão se apresentar: distúrbio digestivo. Afastamento de suas 
ocupações por 40 dias. Hospital BDF. Dr. OS, CRM – GO 007”. Nada mais tendo 
sido constatado, passamos a responderos seguintes quesitos:
1º - Houve ofensa à integridade corporal ou à saúde do paciente? Resposta: 
Sim.
2º - Qual o instrumento ou meio que a produziu? Resposta: Pérfuro-cortante.
3º - Foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou 
outro meio insidioso ou cruel? Resposta: Prejudicado.
4º - Resultou incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta 
dias? Resposta – Sim.
5º - Resultou perigo de vida? Sim, devido à lesão penetrante no abdome 
com a laceração do estômago e devido ao estado geral comprometido 
produzido por choque hipovolêmico que necessitou de cirurgia e de reposição 
sanguínea.
6º - Resultou debilidade permanente ou perda ou inutilização de membro, 
sentido ou função? Resposta: Sim, debilidade permanente da função digestiva.
7º - Resultou incapacidade permanente para o trabalho, enfermidade incurável 
ou deformidade permanente? Resposta: Não.
8º - Resultou aceleração de parto ou aborto? Resposta: Não.
Dado e passado no Instituto Médico-Legal, em Goiânia, Capital de Goiás, aos ... 
dias do mês de .... de ....
PP PQ
1º Médico-legista 2º Médico-Legista
d) LAUDO DE EXAME DE LESÕES CORPORAIS
47
Criminalistica e Investigação Criminal
Unidade 2 
- Leia, a seguir, a síntese da unidade, realize as atividades de 
Autoavaliação e consulte o Saiba mais para ampliar seus conhecimentos 
acerca do assunto estudado.
Síntese
O laudo pericial deve ter linguagem clara, acessível, e as 
informações devem ser objetivas, sem haver juízos de valor.
O laudo pericial deve ser formado por:
1. Preâmbulo ou histórico.
Discriminar a data, a hora e o local em que for elaborado o laudo 
pericial, o nome do instituto e órgãos superiores aos quais está 
subordinado, tipo de laudo, a data da requisição e/ou solicitação, 
nome da autoridade que requisitou e/ou solicitou a perícia, 
nome do diretor e dos peritos signatários do laudo, bem como o 
objetivo geral dos exames periciais.
2. Preliminares.
Neste tópico, o relator vai consignar as informações referentes à 
preservação e isolamento do local e quaisquer outras alterações 
que forem relevantes ao caso, ou que prejudicaram o andamento 
dos trabalhos periciais.
3. Objetivo da perícia ou quesitos.
Descrever, conforme consta na requisição, quais os objetivos a 
serem buscados na perícia, os quais deverão estar contidos na 
requisição da perícia ou nos quesitos formulados.
4. Dos exames periciais.
Discriminar todas as técnicas e métodos empregados e os 
respectivos exames levados a efeito naquela perícia.
5. Considerações técnicas ou discussão.
48
Universidade do Sul de Santa Catarina
Do histórico e das descrições (local e vestígios) defluem as 
conclusões. Porém, em certos casos, há necessidade de cotejar 
fatos, de analisá-los, dissipar dúvidas ou ajustar obscuridades.
6. Conclusão e/ou respostas aos quesitos.
7. Fecho ou encerramento.
8. Anexos.
Atividades de autoavaliação
Leia as questões a seguir e responda com base no conteúdo. Verifique 
no final do livro as indicações e comentários.
1. Qual a importância do laudo pericial na investigação criminal?
2. Que tipo de prova é o laudo pericial?
3. O laudo pericial é sempre conclusivo?
49
Criminalistica e Investigação Criminal
Unidade 2 
Saiba mais
Para aprofundar seus conhecimentos tratados nesta unidade você 
pode assistir o filme:
Seven – Os Sete Crimes Capitais. (EUA). 
Lançado em 1995. Gênero: Policial.
Duração: 128 min. Direção: David 
Fincher.
Com a direção de David Fincher e a 
atuação dos atores Morgan Freeman, 
Brad Pitt, Daniel Zacapa, Gwyneth 
Paltrow, o filme conta a história de 
dois policiais, um jovem e impetuoso 
(Brad Pitt) e o outro maduro e prestes 
a se aposentar (Morgan Freeman), que 
são encarregados de uma periogosa 
investigação: encontrar um serial killer que mata as pessoas 
seguindo a ordem dos sete pecados capitais. 
(Texto e imagem adaptado de: Seven – Os Sete Crimes Capitais. Disponível em:<http://www.
adorocinema.com/filmes/seven/trailers-e-imagens/#52361>. Acesso em 15 mar. 2011).
3UNIDADE 3
Investigação Criminal
Objetivos de aprendizagem
 � Compreender o conceito e o histórico da Polícia. 
 � Contextualizar a investigação criminal, concebendo-a 
como o trabalho realizado pelas Polícias Federal e Civil, 
entre outros órgãos. 
 � Identificar os procedimentos de apuração de infrações 
criminais, provas técnicas e testemunhais para subsidiar 
o processo criminal. 
 � Identificar procedimentos de prova criminal e o 
seu histórico com base nos pontos relevantes para 
compreender o sistema de provas brasileiro da 
atualidade. 
 � Conhecer o inquérito policial percebendo-o como 
procedimento sigiloso, inquisitivo e informativo, de 
competência exclusiva das Polícias Federal e Civil, no 
qual a investigação criminal é formalizada. 
Seções de estudo
Seção 1 Conceito e histórico da polícia
Seção 2 A investigação criminal e a prova criminal
Seção 3 Evolução histórica da prova criminal
Seção 4 Inquérito Policial
52
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
Para que você compreenda como é exercida a atividade estatal 
de segurança pública brasileira na atualidade, é imprescindível 
que verifique quais são as polícias existentes que integram este 
sistema e quais suas respectivas funções. Dessa forma, saberá 
quais polícias serão responsáveis pela investigação criminal.
Importante, também, verificar o que é investigação criminal, 
inquérito policial e prova criminal, e saber quais os tipos de 
provas já foram aceitáveis em tempos passados e como é o sistema 
de provas da atualidade.
Seção 1 – Conceito e histórico da polícia
A palavra Polícia é vocábulo derivado do latim “politia”, que, 
por sua vez, procede do grego “politeia”, que significa, segundo 
Thomé (1997, p.10), “administração da cidade”.
Segundo o mesmo autor, Polícia também pode ser definida como:
[...] instrumento de utilidade e que passa a ser responsável 
pela investigação das infrações penais cometidas e pela 
política de disciplina e restrição empregada a serviço do 
povo (THOMÉ, 1997, p.10).
Marcineiro e Pacheco (2001, p. 47-48) conceituam Polícia como 
sendo:
[...] a organização administrativa que tem por atribuição 
impor limitações à liberdade (individual ou de grupo) na 
exata medida necessária à salvaguarda e manutenção da 
ordem pública [...]. No entanto, a polícia mais visível a 
todos é a de segurança pública e por isso mesmo todos 
tendemos a confundi-la, enquanto parte, com o todo 
[...] a polícia se especializa e hoje, se apresenta com 
53
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 3
duas funções: a polícia preventiva (administrativa), de 
proteção individual e coletiva e a polícia judiciária, ou 
seja, atividade policial repressiva (judicial) ao crime e de 
auxílio à justiça penal (investigação científica dos crimes).
Segundo Tourinho Filho (2001, p. 27),
[...] a Polícia é o órgão incumbido de manter e preservar 
a ordem pública e a incolumidade das pessoas e do 
patrimônio. 
Você já teve a oportunidade de ler o que dispõe o artigo 144 da 
Constituição Federal de 1988 com relação à segurança pública. 
Diz o artigo:
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e 
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação 
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do 
patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
I – polícia federal; 
II – polícia rodoviária federal; 
III – polícia ferroviária federal; 
IV – polícias civis; 
V – polícias militares e corpos de bombeiros militares.
Portanto, às Polícias Rodoviária Federal, Ferroviária Federal e 
Militares cabe o policiamento ostensivo, atuando precipuamente 
na prevenção dos delitos.
De outro lado, é interessante que você perceba que a atuação 
principal das Polícias Federal e Civis ocorre após a prática do 
crime, na repressão dos delitos. Apuram materialidade e autoria 
das infrações penais por meio da funçãoinvestigativa.
O que cabe à Polícia Federal?
À Polícia Federal cabe a apuração das infrações penais contra 
a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e 
interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas 
públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha 
repercussão interestadual ou internacional e exija repressão 
54
Universidade do Sul de Santa Catarina
uniforme, segundo se dispuser em lei, além de prevenir e 
reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o 
contrabando e o descaminho, nos termos do artigo 144, § 1º, I e 
II da Constituição Federal de 1988.
O que cabe à Polícia Civil?
A Polícia Civil, também chamada de Polícia Judiciária, tem 
competência residual, tendo a função de apurar as infrações 
penais e respectivas autorias, ressalvadas as atribuições da Polícia 
Federal e as infrações da alçada militar, de acordo com o artigo 
144, § 4º, da Carta Magna.
A Polícia como organização surgiu em 1829, na 
Inglaterra, com a criação da Polícia Metropolitana de 
Londres, considerada a primeira organização policial 
do mundo. No Brasil, segundo Marcineiro e Pacheco 
(2001, p.15), a história da Polícia tem início apenas no 
século XIX, no ano de 1808, com a vinda da Família 
Real Portuguesa ao Brasil, em decorrência das invasões 
napoleônicas no continente europeu.
Inicialmente, segundo Thomé (1997), a ação militar em defesa 
da posse, a função policial e a função de julgar não estavam 
separadas. A atividade investigativa ficava sob a responsabilidade 
dos magistrados, em especial dos Juízes de Paz. Com o rápido 
crescimento das atividades econômicas e sociais, fez-se necessária 
a organização dos serviços policiais.
Segundo Marcineiro e Pacheco (2001), a origem da Polícia 
Judiciária, como organização, ocorreu em 1841, com a 
promulgação da Lei nº 261, de 03 de dezembro, que apresentava 
uma organização policial incipiente, criando em cada província 
um Chefe de Polícia, com seus delegados e subdelegados 
escolhidos dentre os cidadãos.
A partir da promulgação da república, em 1889, a Polícia 
passou a atuar de acordo com o modelo político vigente. Na 
democracia, a Polícia tinha como foco a segurança pública 
dos cidadãos, e, nos períodos ditatoriais, a Polícia tinha como 
Segundo Silva (1999, p.130), 
Democracia é “[...] um regime 
político em que o poder repousa na 
vontade do povo”. 
55
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 3
prioridade salvaguardar a segurança nacional estatal, o que fica 
evidenciado pelos dispositivos que versavam sobre segurança 
pública, inseridos nas Constituições Federais que se sucederam.
Importante a diferenciação que Marcineiro e Pacheco, 
na obra Polícia Comunitária. Evoluindo para a Polícia 
do Século XXI, p.33, fazem entre segurança nacional 
e segurança pública: a primeira com sendo a defesa 
do Estado e a segunda tendo o foco na segurança da 
sociedade.
A atual Constituição Federal de 1988 é fruto de uma 
redemocratização, iniciada em 1985, após vinte e um anos de 
regime de exceção. Promulgada em um Estado Democrático 
de Direito, a Carta Magna prima pela garantia dos direitos 
individuais.
Nesse contexto, a Polícia passa a ter o dever de prestar serviços 
respeitando tais garantias e contribuindo para salvaguardá-las.
– Você estudou até aqui o conceito de polícia e um pouquinho da sua 
história. Na próxima seção, você conhecerá o conceito de investigação 
criminal e o conceito de provas criminais, conceitos fundamentais desta 
unidade. Vamos adiante?
Seção 2 – A investigação criminal e a prova criminal
A investigação é um ato instintivo do homem que o faz movido 
pelo princípio inteligente e pelo instinto de curiosidade. De 
acordo com Bueno (1977, p. 685), investigar significa “[...] 
indagar, pesquisar, fazer diligências para achar, [...], descobrir”.
Mas você sabe que sentido esta palavra assume no 
contexto da segurança pública?
Segundo Canotilho (1999, 
p.372), “[...] garantias 
são os meios processuais 
adequados à proteção dos 
direitos.
56
Universidade do Sul de Santa Catarina
A investigação policial é atividade de natureza sigilosa exercida 
por policial ou equipe de policiais determinada por autoridade 
competente que, utilizando metodologia e técnicas próprias, visa 
à obtenção de evidências, indícios e provas de materialidade e de 
autoria do crime.
Em outras palavras, a investigação policial, ou investigação 
criminal, é atividade policial direcionada à apuração das infrações 
penais e de sua autoria. É o trabalho realizado por policiais, 
especialmente delegados e seus agentes, procurando esclarecer a 
autoria e materialidade de delitos, bem como as circunstâncias 
em que ocorreram. Estas circunstâncias são detalhes de fatos 
criminosos com a preocupação de melhor identificar as pessoas 
com eles relacionados e o próprio objeto do crime, visando a 
reunir elementos probatórios para o indiciamento ou não e 
posterior encaminhamento à apreciação judicial.
Você sabe qual o objetivo da investigação criminal?
O objetivo da investigação criminal é amealhar provas criminais, 
para comprovar materialidade e autoria do delito.
A prova criminal 
O vocábulo “prova” origina-se do latim probatio, que, por sua 
vez, emana do verbo probare, com o significado de demonstrar, 
reconhecer, formar juízo sobre um fato.
A prova consiste, pois, na demonstração da existência ou da 
veracidade daquilo que se alega como fundamento do direito que 
se defende ou que se contesta (DE PLÁCIDO e SILVA, 1978, p. 
1253).
Grinover, Fernandes e Gomes Filho 
(1996, p. 106) diferem fonte de 
prova, meio de prova e objeto da 
prova: “Pode-se, assim, distinguir 
entre fonte de prova (os fatos 
percebidos pelo juiz), meio de prova 
(instrumentos pelos quais os fatos 
se fixam em juízo) e objeto da prova 
(o fato a ser provado, que se deduz 
da fonte e se introduz no processo 
pelo meio de prova)”.
57
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 3
Segundo Greco Filho (1997, p. 196), “a prova é todo 
meio destinado a convencer o juiz a respeito da 
verdade de uma situação de fato”.
Todas as afirmações de fato feitas pelo autor, bem como as 
afirmações feitas pelo réu, que normalmente se contrapõem 
àquelas, podem ou não corresponder à verdade. De acordo com 
Cintra (2003, p. 348),
[...] as dúvidas sobre a veracidade das afirmações de fato 
feitas pelo autor ou por ambas as partes no processo, a 
propósito de dada pretensão em juízo, constituem as 
questões de fato que devem ser resolvidas pelo juiz, à 
vista da prova dos fatos pretéritos relevante.
Portanto, ainda de acordo com Cintra (2003), a prova constitui 
o instrumento por meio do qual se forma a convicção do juiz a 
respeito da ocorrência ou inocorrência dos fatos controvertidos no 
processo.
Especificamente com relação à prova criminal, pode-se afirmar 
que é aquela utilizada para demonstrar a ocorrência ou não 
de uma infração penal e as circunstâncias que possam influir 
no julgamento da responsabilidade e na individualização das 
penas. As provas criminais formam a convicção a respeito da 
autoria e materialidade da infração penal, das condições de 
antijuridicidade e culpabilidade, e de todos os demais elementos 
necessários para fundamentar uma decisão condenatória ou 
absolvitória.
Em síntese, a prova criminal é aquela utilizada para demonstrar 
ao Juiz a veracidade ou falsidade da imputação feita ao réu 
e as circunstâncias que possam influir no julgamento da 
responsabilidade e na individualização das penas.
58
Universidade do Sul de Santa Catarina
Secão 3 – Evolução histórica da prova criminal
O sistema probatório, no Processo Penal Brasileiro, adotou o 
modelo europeu-continental, fazendo-se importante uma breve 
análise das origens deste modelo.
Os meios de prova, concebidos como instrumentos de 
reconstituição de fatos pretéritos, sempre acompanharam a 
história da civilização, estando fortemente condicionados por 
circunstâncias históricas e culturais.
Na Antiguidade, a religião era a forçapropulsora 
das organizações rudimentares e, posteriormente, 
das cidades, estando acima de tudo e de todos. Leis 
e religião se misturavam. Coulange (1996, p.152) 
menciona que o respeito dos antigos às leis advinha da 
crença de que estas eram ditadas pelos deuses, tinham 
origem sagrada. 
Esta foi uma época em que os homens não conheceram a 
liberdade individual, pois não se tinha a mais leve ideia sobre 
a individualidade humana e sobre os Direitos a ela inerentes. 
Foi neste período em que se instituíram as ordálias ou juízos de 
Deus, e os juramentos. Aqueles se fundavam na crença de que 
Deus não deixaria de sustentar o Direito do inocente, estes no 
pressuposto de que ninguém se atreveria a tomar Deus como 
testemunha de uma falsidade.
Santos (1970, p. 25) conceitua ordália como 
[...] sendo a submissão de alguém a uma prova, na 
esperança de que Deus não o deixaria sair com vida ou 
sem um sinal evidente, se não dissesse a verdade ou fosse 
culpado.
Segundo Santos (1970), as ordálias constituíram a prova 
suprema usada pelos germanos primitivos e os povos 
antigos da Ásia, não tendo aplicação entre os romanos, 
que, segundo Sznick (1978), conheceram e fizeram uso 
da tortura contra seus escravos na Antiguidade .
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Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 3
Durante muitos séculos na Idade Média, com o domínio absoluto 
dos bárbaros na Europa, as ordálias também tiveram aplicação.
Segundo Santos, (1970, p. 26) na prova pelo fogo se fazia o 
acusado carregar uma barra de ferro em brasa por certa distância, 
ou caminhar, com os pés nus, sobre ferros candentes, e a prova 
pela água fervente consistia no acusado tirar um ou mais objetos 
do fundo de uma caldeira de água fervente, sendo o acusado 
absolvido se não restassem lesões e condenado no caso contrário.
Montesquieu (1996, p. 553) menciona que a prova pela água 
fervente podia ser substituída, a critério do acusador, por 
certa quantia e pelo juramento de algumas testemunhas que 
declarassem que o acusado não havia cometido o crime. 
Acerca dos juramentos, Santos (1970, p. 30-31) analisa:
Compreende-se facilmente a inclusão do juramento entre 
os velhos sistemas probatórios, que se reflete na influência 
exercida pelas religiões sobre os homens e as organizações 
sociais da Antiguidade e da Idade Média, bem como 
na circunstância de ser quase impossível, numa época 
em que a escrita não existia, colherem-se provas 
testemunhais, dada a pouca densidade da população e 
a própria natureza patriarcal dos agregados humanos. 
Assim, pode-se dizer que a prova pelo juramento decorria 
da própria necessidade [...].
Com a desmoralização do juramento, instituiu-se como instituto 
probatório o duelo, também chamado combate judiciário.
No final da época medieval e durante a Idade Moderna surgiram, 
na Europa, os tribunais da inquisição, período em eram tidos 
como hereges os que contrariavam os dogmas oficiais da Igreja 
Católica.
Mas para que a tortura era utilizada? Qual a finalidade?
Discorrendo sobre este momento, Cotrin (1997, p. 157) menciona 
que “a tortura era utilizada oficialmente nos interrogatórios, na 
presença dos juízes, com a finalidade de obter a confissão”. 
60
Universidade do Sul de Santa Catarina
Novinski (1982, p. 47) nomina este método de “inquisitivo”, 
atuante nos séculos XVI, XVII e XVIII, e que atendia aos 
interesses de todas as facções do poder: coroa, nobreza e clero. 
Considerando a dificuldade de se obter outros meios de prova, 
a confissão do acusado representava o objetivo primordial do 
procedimento inquisitório. Enfocando a tortura, Gomes Filho 
(1997, p. 22), menciona que: “somente ela podia fornecer a 
certeza moral a respeito dos fatos investigados, e a pesquisa cedia 
vez à confirmação de uma verdade já estabelecida”.
No que se refere à valoração das provas, é neste 
período que surgiu o sistema das provas legais, 
pelo qual cada prova tinha seu valor previamente 
determinado, e somente a combinação destas 
autorizaria uma condenação criminal.
A tortura clássica tornou-se mecanismo regulamentado e 
legalizado de Prova. Segundo Foucault (2002, p. 36), “a tortura é 
um jogo judiciário estrito [...], o paciente é submetido a uma série 
de provas, de severidade graduada, e que ele ganha aguentando 
ou perde confessando”. 
Ortega (1998, p. 463), discorrendo sobre o sistema jurídico-
penal e processual penal, nos séculos XVI e XVII, na Europa, 
menciona que a tortura tratava-se de peça fundamental 
no processo, utilizada para obter a confissão do réu, e era 
diferenciada de acordo com a classe social a que pertencia o 
indivíduo, estando a nobreza sujeita à tortura apenas nos delitos 
considerados extremamente graves. Portanto, o princípio da 
igualdade era inexistente naquela época. 
Sobre este tema, Beccaria (1993, p. 36), autor da obra 
Dos Delitos e Das Penas, escrita no século XVIII, cuja 
essência é a defesa do indivíduo contra as atrocidades 
e arbitrariedades daqueles tempos, e que influenciou a 
reforma de muitos Códigos Penais e Processuais Penais 
Europeus, manifestou-se afirmando que a tortura é 
muitas vezes um meio seguro de condenar o inocente 
fraco e de absolver o criminoso robusto. 
61
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 3
Valiente (2002, p. 161 - 162) sintetiza algumas das ideias 
defendidas por Beccaria, na obra citada: a mudança do processo 
inquisitivo para o acusatório, público, com meios de prova claros 
e racionais; a igualdade entre nobres, burgueses e plebeus; a 
proporcionalidade entre os delitos e as penas; a nítida separação 
entre a religião e o Estado e seus Poderes, desvinculando os 
conceitos de pecado e delito; a supressão total da tortura e da 
pena de morte; e a preferência dos métodos preventivos aos 
repressivos; ideias estas que continuam a influenciar os sistemas 
penais e processuais penais atuais. 
Para Bentham (2002, p. 316), a tortura era empregada para 
suprir a deficiência dos meios probatórios da época:
A tortura, empregada para arrancar as confissões, 
objetiva suprir a deficiência das provas. Supondo que 
o delito não está provado, que faz o juiz? Ordena 
atormentar uma pessoa, na dúvida de ser inocente ou 
culpado. (tradução da autora).
Sabadell (2002, p. 275), discorrendo sobre a tortura oficializada, 
afirma:
A tortura judicial está vinculada ao sistema de provas 
legais, desenvolvido a partir do século XIII pelos 
doutrinadores do Direito medieval europeu. Sua base é a 
classificação sistemática das provas romanas, segundo o 
método escolástico, em graus: provas plenas, semiplenas, 
indícios e presunções. Acima da prova plena está o 
notorium. Por meio deste instituto era concedida a 
dispensa de produção de provas em determinados casos. 
Sabadell (2002) conceitua notorium como sendo a prova à qual 
se deve dar a máxima credibilidade, já que, diferentemente 
das demais provas, não se permite que se estabeleça nenhuma 
discussão ou questionamento.
No livro original, sem 
tradução, o texto é o 
seguinte: “La tortura, 
empleada para arrancar las 
confesiones, se encamina 
a suplir la insufi ciencia de 
las pruebas. En el supuesto 
de que el delito no está 
probado, qué hace el juez? 
Ordena atormentar a una 
persona, en la duda de si 
es inocente o culpable”.
62
Universidade do Sul de Santa Catarina
Na Idade Média e grande período da Idade Moderna, inexistia a 
concepção de direitos individuais, havendo sempre a prevalência 
do interesse público em detrimento do indivíduo, o que se 
coaduna com o sistema inquisitório. A confissão era a regina 
probatium* e o depoimento de uma só testemunha não possuía 
valor probatório (testis unus, testis nullus**).
Em matéria de processo penal, o princípio da inocência do 
acusado era desconhecido, as provas não eram reunidas para 
apurar uma possível responsabilidade penal do réu, sendo que 
esta era constituída por cada um dos elementos que permitiam 
reconhecer um culpado.
De acordo com Sabadell (2002, p. 278),
[...] a existência de uma meia prova implicava a 
consideraçãodo réu como meio culpado. Um grau 
alcançado na demonstração da culpa (prova semiplena), 
implicava, consequentemente, um determinado grau de 
punição, incluindo a autorização para o uso da tortura. 
Em outras palavras, não se torturava um inocente, e sim 
um meio culpado, para confirmar a suspeita legalmente 
criada de que ele era realmente culpado. 
Foram citados alguns meios de prova utilizados no transcorrer 
da história. É importante, também, mencionar os sistemas de 
valoração de prova, além do já citado sistema das provas legais.
Conforme Sabadell (2002), o sistema das provas legais passou 
por várias fases, sendo inicialmente rígido, mas ao longo dos 
séculos a doutrina o submeteu a modificações para facilitar a 
sua aplicação, até o surgimento posterior do sistema da livre 
apreciação de provas.
Os ideais iluministas postulados pela Revolução Francesa 
romperam com o sistema inquisitivo, e, através da 
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 
1789, conferiram maior liberdade aos juízes na apreciação 
da prova e na indicação dos motivos da convicção 
(GOMES, 1997, p. 28-29).
* tradução: rainha das Provas (cf. 
CALDAS, [19--].)
** tradução: uma só testemunha 
equivale a nenhuma testemunha. 
(cf. CALDAS, [19--].)
63
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 3
Tratava-se do sistema da íntima convicção. Tais ideais foram uma 
reação ao sistema inquisitório e à doutrina das provas legais. Vêm 
ao encontro de um sistema probatório que respeita o ser humano 
enquanto sujeito de direitos e garantias individuais, entre elas, a 
proibição legal da tortura, a presunção de inocência do acusado e 
o direito ao contraditório.
Segundo Grinover (1982), a Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão, de 1789, advinda da Revolução Francesa, 
consagrou a escola do Direito Natural, “selando a concepção 
da existência de direitos subjetivos preexistentes ao Estado, não 
criados, mas reconhecidos por este”.
Acerca desta Declaração, menciona Bobbio (1992, p. 93),
[...] o núcleo doutrinário da Declaração está contido 
nos três artigos iniciais: o primeiro refere-se à condição 
natural dos indivíduos que precede a formação da 
sociedade civil; o segundo, à finalidade da sociedade 
política, que vem depois (...) do estado de natureza; o 
terceiro, ao Princípio de legitimidade do poder que cabe 
à nação 
Segundo a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do 
Cidadão (1789):
Art.1º. Os homens nascem e são livres e iguais em 
direitos. As distinções sociais só podem fundamentar-se 
na utilidade comum. 
 
Art. 2º. A finalidade de toda associação política é a 
conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do 
homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade a 
segurança e a resistência à opressão. 
 
Art. 3º. O princípio de toda a soberania reside, 
essencialmente, na nação. Nenhuma operação, nenhum 
indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane 
expressamente.
Gomes Filho (1997, p. 55) entende que uma verdadeira Justiça 
penal pressupõe o reconhecimento, à defesa, do poder de 
produzir provas contrárias às da acusação, a fim de obter-se não 
64
Universidade do Sul de Santa Catarina
uma verdade extorquida inquisitoriamente, mas uma verdade 
obtida através de meios probatórios produzidos pelas partes.
Gomes Filho (1997, p. 31) afirma que, em 1808, o Code 
d’instruction criminelle francês instituiu a combinação entre 
os padrões inquisitório e acusatório, influenciando os demais 
ordenamentos continentais e representando, até os dias atuais, o 
modelo inspirador da maioria das legislações.
A doutrina passou a postular limitações à íntima convicção do 
juiz, e, segundo esta nova concepção, o juiz só estaria autorizado 
a condenar se, além de convencido, estivesse amparado por um 
mínimo de elementos probatórios. Passou-se a postular pelo 
sistema da persuasão racional, também chamado por Capez 
(2002, p. 267) de “sistema da livre (e não íntima) convicção, da 
verdade real ou do livre convencimento”.
Conforme Colucci (1988, p. 237):
Num terceiro estágio, em respeito ao contraditório, fixou-
se como pressuposto do direito de defesa o conhecimento 
pelas partes dos caminhos percorridos pelo juiz ao julgar 
(persuasão racional), cedendo-se ao julgador liberdade 
de valoração da prova, desde que acompanhada de 
demonstração lógica dos motivos da decisão. A motivação 
das sentenças e decisões de modo geral, tornou-se 
verdadeira garantia individual, evitando-se que a 
excessiva liberdade na avaliação das provas transformasse 
o processo penal em instrumento de opressão e terror, em 
vez de protetor das liberdades públicas.
O sistema de apreciação de provas na processualística penal 
brasileira é o da persuasão racional, também denominado de 
sistema da livre convicção, expresso no art. 155 do Código 
Processual Penal Brasileiro:
Não serão atendíveis as restrições à prova estabelecidas 
pela lei civil, salvo quanto ao estado das pessoas; nem é 
prefixada uma hierarquia de provas: na livre apreciação 
destas, o juiz formará, honesta e lealmente, a sua 
convicção. A própria confissão do acusado não constitui, 
fatalmente, prova plena de sua culpabilidade. Todas as 
provas são relativas; nenhuma delas terá, ex vi legis, valor 
Código de Processo Penal Brasileiro, 
art. 155: “o juiz formará sua 
convicção pela livre apreciação da 
prova produzida em contraditório 
judicial.” (BRASIL, 2008).
Oportuna a transcrição deste trecho 
da Exposição de Motivos do Código 
Processual Penal Brasileiro. Trecho 
extraído da Exposição de Motivos do 
Código Processual Penal Brasileiro, 
no capítulo que discorre sobre 
Provas.
65
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 3
decisivo, ou necessariamente maior prestígio que outra. 
Se é certo que o juiz fica adstrito às provas constantes 
dos autos, não é menos certo que não fica adstrito a 
nenhum critério apriorístico no apurar, através delas, a 
verdade material. Nunca é demais, porém, advertir que 
livre convencimento não quer dizer puro capricho de 
opinião ou mero arbítrio da apreciação das Provas. O juiz 
está livre de preconceitos legais na aferição das Provas, 
mas não pode abstrair-se ou alhear-se ao seu conteúdo. 
Não estará ele dispensado de motivar sua sentença. E 
precisamente nisto reside a suficiente Garantia do Direito 
das partes e do interesse social (BRASIL, 2008).
Através do sistema da persuasão racional, não há hierarquia entre 
as Provas e o juiz pode decidir de acordo com a sua consciência, 
desde que o faça motivadamente e, considerando-se a visão 
sistêmica, obedecendo à Constituição da República, o Código 
de Processo Penal e demais legislações vigentes. Tal motivação 
não se faz necessária apenas nas decisões do júri, considerando a 
soberania dos vereditos e o sigilo das votações, preceituados no 
artigo 5º, XXXVIII, da Carta Magna.
De outro lado, os meios de prova mencionados no Código de 
Processo Penal são apenas exemplificativos, admitindo-se as 
provas inominadas.
Acerca deste sistema, entende Capez (2002, p. 267), que:
(...) atende às exigências da busca da verdade real, 
rejeitando o formalismo exacerbado, e impede o 
absolutismo pleno do julgador, gerador do arbítrio, 
na medida em que exige motivação. Não basta ao 
magistrado embasar a sua decisão nos elementos 
probatórios carreados aos autos, devendo indicá-los 
especificamente. Não pode, igualmente, o magistrado 
buscar como fundamento elementos estranhos aos autos.
Tem-se, pois, um sistema processual penal que permite 
todos os meios de prova, limitados, entretanto, pelas normas 
constitucionais e infraconstitucionais.
Neste sistema, concebe-se a prova no Processo Penal como 
verdadeiro direito garantido às Polícias, à acusação e à defesa, 
assegurado pela leitura coordenada da Constituição da República, 
e por textos legais internacionais.
66
Universidade do Sul de Santa Catarina
Seção 4 - Inquérito policial
Como você viu anteriormente, o objetivo principal das Polícias 
Civil e Federal é a investigação criminal, que procurademonstrar 
a existência do fato criminoso, a autoria e estabelece as condições 
em que o crime ocorreu.
Mas, a investigação criminal não é atividade exclusiva destas 
Polícias. O Ministério Público, Congresso Nacional, Polícias 
Militares e outros órgãos podem exercer atividade investigativa.
O inquérito policial é de atribuição exclusiva das 
Polícias Federal e Civil.
Após a prática da infração penal, cabe à Polícia Judiciária a 
apuração imediata do delito, por meio da investigação policial, 
cujos atos e resultados deverão ser formalizados, via de regra, 
através do inquérito policial. 
O auto de prisão em flagrante, previsto no Código de 
Processo Penal Brasileiro, o termo circunstanciado, previsto 
nas Leis Federais n. 9099/95 e n. 10259/2001, e o auto de 
apuração de atos infracionais, previsto no Código da Criança 
e do Adolescente (Lei Federal n. 8069/90), também são 
procedimentos policiais que podem ensejar investigação. 
Considerando que, de forma geral, os atos investigativos são 
praticados no inquérito policial, este estudo aborda apenas este.
 Segundo Tourinho Filho (2001, p. 25), inquérito policial 
é “o conjunto de diligências realizadas pela Polícia 
visando a investigar o fato típico e a apurar a respectiva 
autoria”.
Via de regra, a notícia de um crime chega ao conhecimento 
da autoridade policial através do boletim de ocorrência, 
mediante requisição ministerial ou judicial, ou ainda, mediante 
requerimento de qualquer pessoa.
A partir deste momento, normalmente, cabe ao delegado de 
polícia determinar a instauração do inquérito policial, onde se 
67
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 3
diligenciará para buscar provas demonstrando materialidade e 
autoria do crime, o que é feito através da investigação.
As atividades são as mais diversas de acordo com o 
delito praticado, declarações de vítimas; depoimentos de 
testemunhas; interrogatório de suspeito e/ou indiciado; 
representações por mandados de busca e apreensão, 
prisões, quebra do sigilo telefônico, quebra do sigilo 
bancário, quebra de sigilo fiscal; requisição de todas as 
perícias necessárias; realização de acareações, avaliações 
reconhecimentos pessoais, fotográficos; e outros.
Todos estes atos são formalizados no inquérito policial, não 
existindo um rito preestabelecido para a atividade investigativa. 
Estas têm uma sequência determinada pela autoridade policial 
que estiver presidindo o inquérito policial, em face da necessidade 
da realização desta ou daquela diligência, de acordo com as 
peculiaridades da infração penal praticada.
O inquérito policial apresenta a forma escrita; é de natureza inquisitiva, 
em que o princípio do contraditório não é considerado; é sigiloso; é, 
de forma geral, de iniciativa obrigatória e indisponível; após a sua 
instauração, não pode ser arquivado pelo delegado de polícia, nos 
termos do artigo 17 do Código de Processo Penal Brasileiro.
O artigo 6º. do Código de Processo penal Brasileiro 
delibera quanto aos procedimentos da Polícia Judiciária 
na apuração dos delitos, destacando-se: 
 
a) Comparecimento e preservação do local. 
b) Apreensão dos instrumentos e todos os objetos 
relacionados com o fato. 
c) Coleta de todas as provas do fato e de suas 
circunstâncias. 
d) Oitiva do ofendido ou da vítima; se for possível. 
e) Oitiva do indiciado. 
f) Reconhecimento de pessoas e coisas e acareações. 
g) Exame de corpo de delito, se for o caso. 
h) Identificação datiloscópica do indiciado, se for o caso. 
i) Investigação sobre a vida pregressa do indiciado, 
inclusive seus antecedentes criminais. 
j) Reprodução simulada dos fatos, se for o caso. 
68
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para que a investigação policial tenha resultado e o inquérito 
policial seja concluído comprovando materialidade e autoria do 
crime, faz-se necessária a aplicação de técnicas investigativas. 
Quando crime, cabe à Polícia realizar planejamento específico, 
detalhando quais atividades investigativas serão realizadas, em 
que tempo, e definindo as técnicas a serem aplicadas. Não se 
pode contar com a improvisação e com a sorte no que concerne à 
investigação policial.
- Leia, a seguir, a síntese da unidade, realize as atividades de 
Autoavaliação e consulte o Saiba mais para ampliar seus conhecimentos 
acerca do assunto estudado.
Síntese
As polícias existentes no Brasil e suas atribuições estão descritas 
na Constituição Federal de 1988. Através da Carta Magna, 
verificamos que cabe à Polícia Federal e às Polícias Civis dos 
Estados, também chamadas Polícias Judiciárias, a função 
investigativa criminal, ou investigativa policial.
Investigação criminal é a atividade voltada à apuração das 
infrações penais, através da elucidação da materialidade e 
autoria dos delitos. Para tanto, busca-se amealhar provas 
criminais, concebida como aquelas utilizadas para demonstrar 
ao Juiz a veracidade ou falsidade da imputação feita ao réu 
e as circunstâncias que possam influir no julgamento da 
responsabilidade e na individualização das penas.
Os meios de prova, concebidos como instrumentos de 
reconstituição de fatos pretéritos, sempre acompanharam a 
história da civilização, estando fortemente condicionados por 
circunstâncias históricas e culturais.
O sistema de provas foi sendo alterado com o transcorrer dos 
tempos. Na Idade Média e grande período da Idade Moderna, 
vigia o sistema de provas legais, que eram previamente 
determinadas e hierarquizadas, sendo a confissão considerada 
aquela de maior valor, nominando-a de “rainha das provas”.
69
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 3
O sistema das provas legais passou por várias fases, sendo 
inicialmente rígido, mas, ao longo dos séculos, a doutrina o 
submeteu a modificações para facilitar a sua aplicação, até o 
surgimento posterior do sistema da livre apreciação de provas.
Após a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do 
Cidadão, de 1789, que conferiu diversos direitos e garantias 
ao homem até então não existentes, surgiu o sistema da livre 
de apreciação de provas, em que o juiz tinha total liberdade na 
valoração das provas e nas suas decisões processuais, decisão 
absolutória ou condenatória, ficando isento de motivar as suas 
sentenças absolutórias ou condenatórias.
Após abusos praticados nas sentenças, criou-se o sistema da 
livre convicção, verdade real ou persuasão racional, no qual 
a obrigatoriedade da motivação das decisões judiciais e das 
sentenças tornou-se verdadeira garantia individual. Este sistema 
foi o adotado pelo Código de Processo Penal Brasileiro vigente.
Além das Polícias mencionadas, outros órgãos exercem função 
investigativa, entre eles, Congresso Nacional, Assembleias 
Legislativas dos Estados, Ministério Público.
Ocorre que o inquérito policial é de atribuição exclusiva das 
Polícias Federal e Civis.
Atividades de autoavaliação
Ao final de cada unidade, você realizará atividades de autoavaliação. O 
gabarito está disponível no final do livro didático. Mas, esforce-se para 
resolver as atividades sem ajuda do gabarito, pois, assim, você estará 
promovendo (estimulando) a sua aprendizagem.
1) Assinale verdadeiro ou falso:
( ) O sistema de provas previsto no Código de Processo Penal Brasileiro é 
o da íntima convicção. 
( ) O inquérito policial é peça imprescindível para a instauração do 
processo criminal. 
( ) As Polícias exercem atividades excludentes, razão pela qual a Polícia 
Militar é proibida de realizar qualquer tipo de investigação criminal. 
70
Universidade do Sul de Santa Catarina
2) Responda à seguinte questão:
Na sua percepção, durante o curso de uma investigação, os policiais 
devem estar voltados prioritariamente a indicar e localizar o autor do 
crime ou à busca da verdade?
Saiba mais
Para complementar seus conhecimentos, você consultar as 
seguintes obras:
MARCINEIRO, Nazareno e PACHECO, Giovanni Cardoso. 
Polícia Comunitária. Evoluindo para a Polícia do Século XXI. 
Florianópolis: Editora Insular. 2001. 
ROCHA, LuizCarlos. Investigação policial: teoria e prática. 
São Paulo: Edipro, 2003.
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Código de 
Processo Penal Comentado. 5 edição. 1 vol. São Paulo: Saraiva. 
2001. 
THOMÉ, Ricardo Lemos. Contribuição à Prática da Polícia 
Judiciária. Florianópolis: Editora do Autor. 1997. 
4UNIDADE 4
Técnicas de Investigação 
Criminal
Objetivos de aprendizagem
 � Estudar técnicas de investigação policial. 
 � Identificar a função das Polícias Investigativas e verificar 
qual a relação com a investigação experimental e suas 
respectivas técnicas. 
 � Conhecer e técnicas como o interrogatório, infiltração 
policial, informante e vigilância. 
Seções de estudo
Seção 1 Interrogatório
Seção 2 Infiltração policial
Seção 3 Informante
Seção 4 Vigilância
72
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
Para iniciar os estudos desta unidade, considero oportuno 
que você conheça termos-chave para a compreensão do que 
se pretende abordar. Assim, ficará mais fácil o entendimento 
do conteúdo desenvolvido nas seções que seguem. Vamos lá? 
Comecemos com a palavra “técnica.”
Bem, técnica, de acordo com Pasold (2003, p. 107):
[...] é um conjunto diferenciado de informações, reunidas 
e acionadas em forma instrumental, para realizar 
operações intelectuais ou física, sob o comando de uma 
ou mais bases lógicas de pesquisa.
Então, podemos dizer que a investigação necessita de técnicas 
que assegurem um trabalho lógico, sequencial, pautado 
pelas garantias individuais e coletivas do cidadão, na busca 
imparcial da verdade objetivando cumprir o dever do Estado, 
na preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas 
e do patrimônio. Visa à investigação policial resposta para as 
perguntas: 
a) Quem?
b) O quê?
c) Onde?
d) Com que auxílio?
e) Por quê?
f) De que maneira?
g) Quando?
Agora veremos o que é um procedimento. Mas, como podemos 
definir procedimento?
Procedimento é o conjunto dos atos pelos quais se ordenam e se 
exercitam, sob determinados preceitos legais, os meios necessários 
73
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 4
para instruir a causa e assegurar ou restabelecer uma relação 
jurídica controvertida.
Então, na investigação policial podemos dizer que procedimento 
é o conjunto dos atos policiais que tem por objetivo colher as 
provas da infração penal. Concorda?
O procedimento se consubstancia nos diversos atos policiais no 
decorrer das investigações e a técnica representa a maneira como 
o procedimento é realizado.
A investigação é direcionada de acordo com os diferentes tipos 
de delitos, guardando características próprias e peculiares em 
função dos mesmos.
É um estudo profundo de um problema, com a finalidade de 
descobrir fatos novos. Tanto a investigação quanto a análise 
se baseiam no exame completo de um problema concreto. A 
investigação será realizada a fim de obter informação sobre 
um tema, nela se procura, sobretudo, recolher e organizar 
informações básicas.
- Na sequência desta unidade, você terá a oportunidade de conhecer 
algumas técnicas policiais mais comumente usadas num processo de 
investigação. Vamos lá?
Seção 1 – Interrogatório
Interrogatório é o termo utilizado pelo Código de Processo 
Penal para conceituar a inquirição do acusado no processo penal. 
O procedimento do interrogatório encontra-se disposto nos 
artigos 185 a 196 do Código de Processo Penal, que foram todos 
alterados pela Lei n. 10792, de 1.12.2003.
No âmbito policial, denomina-se interrogatório o ato em que 
o suspeito ou indiciado pela prática da infração penal presta 
depoimento formalmente nos autos, perante a autoridade policial. 
Usualmente conceitua-se declaração como sendo a inquirição da 
74
Universidade do Sul de Santa Catarina
vítima e depoimento a inquirição da testemunha. Evidentemente 
que as técnicas ora mencionadas também podem ser aplicadas 
durante a tomada de declarações da vítima ou a tomada de 
depoimento de testemunha.
O interrogatório deve sempre ser orientado através 
de técnica, chamada técnica de interrogatório. O 
interrogador tem o dever de conhecer o fato que 
investiga, melhor do que o investigando, a fim de que 
saiba fazer as perguntas com pertinência, segurança e 
sabedoria, demonstrando firmeza e seriedade.
A preparação é importante porque é comum o autor da infração 
penal, embora confessando o delito, fazê-lo de forma a se 
beneficiar, diminuindo as consequências penais, alegando, por 
exemplo, uma legítima defesa putativa ou uma injusta provocação 
da vítima etc.
Dessa forma, é importante que o interrogador busque, de forma 
técnica, elucidar o crime, tentando sempre buscar a verdade dos 
fatos. A seguir, você conhecerá, com mais detalhes, as técnicas de 
interrogatório mais utilizadas. 
Técnicas de abordagem dos fatos
Os fatos acontecem dentro de uma estrutura de tempo, espaço, 
ação e resultado. Entretanto, quando alguém vai narrá-los, 
nem sempre o faz obedecendo a uma sequência real desses fatos 
dentro daquela estrutura. Pode acontecer que o interrogador, em 
favor da investigação, não tenha interesse de obter a narrativa de 
maneira ordenada.
Assim, levando-se em conta a sequência como um interrogado 
pode narrar os fatos que estão sendo investigados, o interrogador 
pode se valer de cinco técnicas, a saber: da sequência memorial; 
da sequência dos fatos; da sequência embaralhada; da sequência 
protaitiva e da sequência retroativa:
75
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 4
 � A experiência tem demonstrado que a prática de um 
delito, via de regra, quebra a rotina de quem o pratica, 
tanto por força das atividades necessárias à perpetração 
do delito, como em razão dos cuidados que se toma para 
ocultar os fatos. Isto não pode deixar de ser levado em 
conta por quem investiga. 
 � Por essa razão, é importante buscar apurar onde e com 
quem o suspeito ou indiciado esteve durante todo o dia 
do crime, manteve contatos ou encontros com pessoas 
estranhas, ausentou-se de casa ou do trabalho sob 
qualquer pretexto, se saiu mais cedo ou chegou mais 
tarde etc. 
 � Dessa forma, a sequência como os fatos serão abordados 
deve obedecer a critérios técnicos que sejam de pleno 
conhecimento e domínio do interrogador. 
A aplicação de técnicas na atividade investigativa 
consiste no uso da inteligência. O policial que faz 
uso da violência na investigação, além de incidir em 
conduta criminosa também não prima pelo raciocínio 
inteligente, promovendo resultados negativos para o 
caso específico e para a Instituição Policial. 
O emprego de técnicas no transcurso do interrogatório norteia 
o interrogador para que demonstre conhecimento e segurança 
acerca do delito que investiga, e obtenha objetivamente a 
informação desejada.
Técnica da Sequência Memorial
Esta técnica tem aplicação quando a pessoa que estiver sendo 
inquirida se prontifica a narrar os fatos espontaneamente. A 
sequência com que os fatos são narrados depende da lembrança 
que interrogando tenha das circunstâncias do fato.
Muitas vezes o interrogando inicia a sua fala pelo ato executório e 
depois desordenadamente vai narrando as demais circunstâncias, 
por parte, na medida em que estas vão lhe surgindo na memória.
76
Universidade do Sul de Santa Catarina
Técnica da Sequência dos Fatos
Esta técnica procura abordar o acontecido levando em conta 
a sequência em que os fatos se desenrolaram, percorrendo a 
narrativa do início ao fim do delito.
Para aplicação desta técnica faz-se necessário que a pessoa que 
estiver sendo inquirida demonstre a vontade de expor os fatos, 
devendo o interrogador conduzir a narrativa para que os fatos 
sejam relatados de forma clara e dentro da sequência dos próprios 
acontecimentos, quando, como e porque iniciou, como se 
desenvolveu e como e quando terminou.
Técnica da Sequência Embaralhada
Esta técnica aplica-se quando há indícios de que a pessoa que 
está sendo inquirida optou por mentir acerca dos fatos que se 
investiga.
O interrogador deve, então, embaralharao máximo os pontos já 
abordados, induzindo o interrogando a erro, para que não consiga 
responder com encadeamento, lógica e coerência às perguntas 
feitas, fazendo-a constatar que a sua versão dos fatos não condiz 
com as demais provas materiais e testemunhais amealhadas. 
Somente uma narrativa real e verdadeira se sustentaria harmônica 
diante desta técnica.
Técnica da Sequência Protaitiva
É a técnica pela qual o interrogador parte de um determinado 
momento, que pode ser de horas ou dias antes do crime, e 
vai avançando no tempo, buscando esclarecer as atividades e 
convivências da pessoa que se interroga, levando-se em conta 
o tempo decorrido, a partir do momento estabelecido pelo 
interrogador.
A experiência tem demonstrado que, para esconder atividades e 
encontros relacionados com a preparação e execução do crime, 
o suspeito ou indiciado acaba inventando situações que são 
facilmente desmentidas posteriormente.
77
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 4
Técnica da Sequência Retroativa
Esta técnica percorre o tempo de forma inversa aos 
acontecimentos.
Parte de um determinado momento que pode ser da comunicação 
do delito ou de sua execução e vai retroagindo no tempo até um 
determinado horário, cujas evidências indiquem como sendo 
o tempo gasto para o suspeito ou indiciado cogitar, preparar e 
executar o delito.
Técnicas de Comportamento
São técnicas que tratam da postura, da forma como o 
interrogador deve se comportar diante do interrogando.
Técnica da Espontaneidade
É a técnica que deve ser utilizada para o início de um 
interrogatório.
Consiste em permitir que o interrogando, espontaneamente, sem 
qualquer interferência do interrogador, narre livremente o fato 
criminoso. Por esta técnica, o interrogando faz uma narrativa dos 
fatos por ele praticados; da forma mais livre possível.
Através desta técnica, o interrogador se comporta de forma 
amigável com o interrogando, dando a este um grau de liberdade 
maior nas suas colocações.
Ainda que a narrativa não corresponda àquilo que já foi 
apurado nos autos, o interrogador não deverá interferir, tudo 
registrando fielmente, inclusive não deixar transparecer que 
não está acreditando na versão apresentada. Se a versão for 
mentirosa, certamente não resistirá ao crivo da investigação séria, 
profissional e criteriosa. A verdade virá naturalmente à tona.
Todavia, é interessante que perceba que nem todo autor de crime 
confessa o fato espontaneamente e aí se faz necessário o emprego 
de outras técnicas para se chegar à verdade.
78
Universidade do Sul de Santa Catarina
Técnica da Indução
Caracteriza-se pela formulação de perguntas ao interrogando que 
o induzam, pela própria maneira como são formuladas, a dar uma 
resposta certa e objetiva.
A técnica da indução permite ao interrogador direcionar 
o diálogo. Através desta técnica, o interrogador discute as 
circunstâncias do delito e elucida pontos relevantes mencionados 
durante a narrativa espontânea.
O que caracteriza esta técnica é a formulação de perguntas bem 
elaboradas que induzam o interrogando a dar uma resposta certa, 
precisa, sobre este ou aquele momento do delito, sobre esta ou 
aquela circunstância não esclarecida.
As perguntas devem ser claras, diretas e de preferência curtas, 
para que não paire dúvidas ao interrogando sobre a resposta 
que deverá dar. O interrogador jamais deve contar o fato que 
investiga ao interrogando, pois, assim fazendo, correrá o risco de 
prejudicar a busca da verdade.
De um modo geral, ainda que o interrogando resolva narrar os 
fatos espontaneamente, dificilmente o fará de forma completa, 
isso acontece tanto intencionalmente, como por qualquer outro 
motivo, como esquecimento e até mesmo por desconhecer este ou 
aquele detalhe.
Assim, pela técnica da indução, formulando perguntas bem 
elaboradas, leva-se o interrogando a, se tiver mentido na narrativa 
espontânea, não conseguir sustentar a sua versão dos fatos.
Técnica da Persuasão
Esta técnica tem por objetivo persuadir, convencer o investigando 
a primar pela verdade dos fatos. Assim, o policial deve 
argumentar com os benefícios da lei, mostrando ao interrogando 
que somente tem a ganhar se disser a verdade. Evidentemente, o 
interrogador jamais deve inventar benefícios legais inexistentes.
79
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 4
As Leis Federais de números 8.072/1990 e 9.269/1996 preveem 
diminuição da pena de um a dois terços para o concorrente que 
confessa o delito, delatando os demais participantes.
A Lei Federal n. 9.807/1999, em seu art. 13, dispõe que o 
juiz poderá conceder o perdão judicial, com a consequente 
extinção da punibilidade ao acusado que, sendo primário, tenha 
colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação ou 
processo criminal.
A Lei Federal n. 9034/95, que dispõe sobre a utilização de meios 
operacionais para a prevenção e repressão de ações praticadas 
por organizações criminosas, no seu artigo 6º, menciona a 
colaboração eficaz, ou delação premiada, que consiste em um 
instrumento que permite ao indiciado, em troca da diminuição 
de pena, fornecer informações que propiciem o desmantelamento 
de organização criminosa da qual faça parte, ou que tenha 
conhecimento das suas atividades.
Entre as atenuantes do crime, há a confissão espontânea, prevista 
no art. 65, inciso III, letra “d” do Código Penal Brasileiro, 
constituindo um incentivo à confissão.
Outros argumentos ainda podem ser utilizados pelo interrogador, 
tais como a possibilidade de responder o crime em liberdade, em 
face da primariedade, bons antecedentes, residência fixa, emprego 
e profissão certos etc.
Além dos benefícios legais, que outros podem ser 
sustentados?
O primeiro argumento é de que, uma vez esclarecido o fato 
criminoso, cessa a perseguição da polícia, que sempre causa 
transtornos à vida pessoal, social e profissional de alguém.
80
Universidade do Sul de Santa Catarina
Sabe-se que o silêncio do interrogado não pode ser interpretado 
em prejuízo a sua defesa, nos termos do artigo 5º, LXIII, da 
Constituição Federal de 1988.
Não obstante, esta atitude motiva a intensificação das 
investigações.
A cessação da pressão social e da imprensa também pode 
constituir um forte argumento para convencer uma pessoa a 
esclarecer o delito.
Técnica do Desmentido
Esta técnica consiste em relacionar e mostrar ao suspeito que está 
faltando com a verdade, mostrando a ele todas as controvérsias 
que seu interrogatório apresenta, oferecendo a ele, depois, a 
oportunidade de dizer a verdade. Com paciência, o interrogador 
deve aguardar a reação do suspeito, agindo sempre com calma e 
segurança.
Depois da aplicação desta técnica, deve-se retornar à técnica da 
espontaneidade.
Técnica do Questionamento
Consiste em questionar o que foi dito pelo indiciado e que não 
estiver de acordo com o que se apurou. Deve-se indagar acerca do 
que foi alegado pelo indiciado que esteja mal esclarecido.
Técnica da Alternância
Consiste na aplicação das técnicas mencionadas acima, com 
o diferencial de que a aplicação de cada técnica deve ser feita 
por policial diferente, alterando-se, portanto, as técnicas e seus 
aplicadores.
Art. 5º, LXIII, da Constituição Federal 
de 1988: “O preso será informado 
de seus direitos, entre os quais o 
de permanecer calado, sendo-lhe 
assegurada a assistência da família 
e de advogado” (BRASIL, 1988).
81
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 4
Cada policial deverá estar plenamente certo da técnica que irá 
aplicar, além de conhecer com a maior profundidade possível o 
fato delituoso que estiver sendo apurado.
Esta técnica tem proporcionado bons resultados práticos, pois 
é muito comum o investigando, no decorrer da aplicação das 
técnicas, escolher um dos policiais para revelar a verdade, por ter 
maior afinidade com ele do que com os demais.
Técnica da Informação Cruzada
Aplica-se esta técnica nos casos em que se investiga dois ou mais 
coautores ou partícipes do delito, e quando a versõesdos fatos 
oferecidas por eles sejam controversas.
Deve ser aplicada por um único policial, de maneira que se 
mantenha um perfeito domínio sobre os pontos abordados e que 
estes sejam explorados com todos os interrogandos.
É importante inquirir os suspeitos separadamente, 
impossibilitando que um deles tome conhecimento das 
declarações dos demais.
Quando o interrogador verifica que existem divergências, 
questionar o interrogando cuja versão esteja em desacordo com 
o conjunto probatório, podendo realizar acareação entre os 
suspeitos, a fim de elucidar os fatos.
É interessante que você perceba que a acareação deve ser breve e 
se restringir apenas ao ponto em que houve controvérsia.
Do Emprego do Detector de Mentiras
Diferentemente de outros Países, o detector de mentiras 
não é utilizado no Brasil, sabendo-se que ele busca afetar 
psicologicamente o suspeito.
82
Universidade do Sul de Santa Catarina
Seção 2 – Infiltração policial
A infiltração policial trata-se de técnica operacional eficaz, que 
permite a obtenção de conhecimentos profundos da organização 
criminosa, obtidos pelo policial infiltrado.
Apresenta elevado risco para o policial infiltrado, pelo que 
requer planejamento e preparação. Deve ser realizada por 
tempo determinado, mediante prévia autorização judicial e, 
preferencialmente, sob acompanhamento do Ministério Público.
No Brasil, em descompasso com a maioria dos países mais 
avançados no tocante à repressão ao crime, a infiltração até 
bem pouco tempo não era permitida. Foi inserida no sistema 
processual penal brasileiro pela Lei n. 10217/01, que alterou a 
redação do artigo 2º da Lei Federal n. 9034/95:
Art. 2º. Em qualquer fase da persecução criminal são 
permitidos, sem prejuízo dos já previstos em lei, os 
seguintes procedimentos de investigação e formação de 
provas: 
[...] 
V – infiltração por agentes de polícia ou de inteligência, 
em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos 
especializados pertinentes, mediante circunstanciada 
autorização judicial (BRASIL, 2001).
Trata-se de uma técnica de investigação que objetiva obter 
informações mediante o recrutamento e posterior inserção de 
pessoas, em determinado ambiente, sob a proteção de uma 
história-cobertura.
A infiltração visa a atingir, entre outros, os seguintes objetivos: 
obter informações ou provas; constatar se um crime está sendo 
planejado ou realizado; determinar o momento oportuno 
para a realização de uma operação policial; identificar pessoas 
envolvidas em um crime.
83
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 4
Seção 3 – Informante
A técnica do informante permite estabelecer procedimentos 
uniformes, a serem utilizados no manejo de fontes vivas 
(informantes), que se encontram inseridos na comunidade, e, 
portanto, possuem informação de grande valia.
Existe a necessidade de sua regulamentação através de diretrizes 
gerais, a serem seguidas pelos órgãos policiais, que contemplem o 
acompanhamento e fiscalização pelas Corregedorias de Polícia.
Seção 4 – Vigilância
A vigilância é a observação encoberta, contínua ou periódica 
de pessoas, veículos, lugares e objetos com a finalidade de obter 
informações sobre as atividades e a identidade de pessoas. Muito 
frequentemente, a vigilância é a única técnica de investigação 
a que se pode recorrer para averiguar a identidade dos 
fornecedores, transportadores e compradores de drogas ilícitas.
O planejamento de uma operação de vigilância, seja a pé ou por 
outros meios, deve levar em conta a possibilidade de uma contra-
vigilância, por parte do suspeito ou de seus cúmplices, por meios 
similares, incluídas as contramedidas eletrônicas.
Quais os tipos de vigilância existentes?
De modo geral, existem três tipos de vigilância:
a) Vigilância móvel: em que o investigador segue um 
indivíduo a pé ou em um veículo. 
b) Vigilância fixa: que consiste em vigiar continuamente, a 
partir de um ponto fixo, um local, objeto ou pessoa. 
84
Universidade do Sul de Santa Catarina
c) Vigilância eletrônica: na qual se utilizam aparatos 
eletrônicos, mecânicos ou de outra índole para interceptar 
o conteúdo de comunicações orais ou telefônicas. 
Quais os são objetivos de uma operação de vigilância?
 � Obter provas de um delito. 
 � Proteger agentes encobertos ou corroborar seu 
testemunho. 
 � Localizar pessoas observando seus conhecidos e os 
lugares que frequentam. 
 � Testar a confiabilidade de informantes. 
 � Localizar bens escondidos ou contrabando. 
 � Impedir que se cometa um ato criminoso ou prender 
uma pessoa no momento em que comete o delito. 
 � Obter informações que possam ser utilizadas em 
interrogatórios. 
 � Obter pistas e informações graças aos contatos mantidos 
com outras fontes. 
 � Determinar onde se encontra uma pessoa a qualquer 
momento. 
 � Obter provas admissíveis nos tribunais. 
Uma das primeiras medidas que antecedem qualquer operação 
de vigilância é a designação do policial coordenador. Nas 
operações em que participam vários policiais, deve ser preparado 
um plano tático que preveja as eventualidades e especifique a 
função de cada um dos policiais, a duração da vigilância, as 
substituições. Além disso, deve-se estabelecer um sistema seguro 
de comunicação com os superiores e uma coordenação central.
85
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 4
Também devem ser combinados sinais para a comunicação entre 
os policiais da vigilância.
Na sequência, você tem a oportunidade de ver mais 
pormenorizadamente aspectos da vigilância eletrônica, 
considerando a sua ampla utilização e sua previsão legal.
a) Vigilância eletrônica
A vigilância eletrônica compreende muitas e diversas tecnologias, 
algumas das quais exigem um equipamento complexo e caro. Em 
muitos países, a vigilância eletrônica está estritamente limitada 
pelo temor de violar o direito à intimidade das pessoas. É 
extremamente importante que se levem em conta essas limitações 
potenciais à estratégia de investigação, e se atue de acordo ao 
planejar as operações de vigilância eletrônica.
A vigilância eletrônica é um aparato investigativo que ocasiona 
excelentes resultados operacionais, destacadamente no combate 
ao crime organizado e ao tráfico de drogas.
Para utilizar eficazmente os diversos aparatos e técnicas 
requeridas por esse modo especializado de investigação, é 
necessário receber instrução e capacitação especializadas.
Considerando a abrangência do tema, é oportuno destacar que o 
estudo procurou enfocar a vigilância que se cumpre como recurso 
de investigação policial, mediante a captação de conversações 
ambientais e a interceptação de comunicações telefônicas.
b) Captação de conversações ambientais
No que concerne à captação de conversações ambientais, a Lei 
Federal n. 10217/2001 instituiu no sistema jurídico brasileiro 
esta modalidade de vigilância eletrônica. A Lei Federal 
n.10217/2001 acrescentou o inciso IV, ao artigo 2º da Lei Federal 
n. 9034/1995, disciplinando expressamente acerca da captação 
e interceptação ambiental de sinais eletromagnéticos, óticos ou 
acústicos, bem como o seu registro e análise.
86
Universidade do Sul de Santa Catarina
c) Interceptação de comunicações telefônicas
Mendes, (1999), como a maioria dos doutrinadores, considera 
interceptação telefônica a captação, por terceiro, de conversa 
telefônica, sem ou com o conhecimento de um ou de ambos 
os interlocutores. Quando feita por um dos interlocutores, a 
captação é chamada gravação de conversa telefônica. A prova 
obtida mediante gravação de conversa telefônica será objeto de 
comentário posteriormente.
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, inciso 
XII estabelece: (...) é inviolável o sigilo da correspondência e 
das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações 
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas 
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de 
investigação criminal ou instrução processual penal.
Anteriormente à previsão constitucional o fundamento legalutilizado para a interceptação era o artigo 57, inciso II, alínea 
“e” da Lei n. 4117/62 (Código Brasileiro das Telecomunicações), 
que, excepcionando o princípio constitucional, admitia fossem 
violadas as comunicações, desde que judicialmente autorizadas e 
“para fins de investigação criminal ou prova em processo penal” 
(BRASIL, 1962).
Com o advento da Constituição Federal de 1988, a quebra do 
sigilo das comunicações passou a ter tratamento constitucional, 
porém, exigindo necessária regulamentação por lei ordinária, no 
entendimento majoritário da doutrina e jurisprudência, inclusive 
do Supremo Tribunal Federal.
Em 1996, entrou em vigor a Lei Federal n. 9296/96, 
que regulamentou o inciso XII, parte final, do artigo 
5º, da Constituição Federal e tratou das interceptações 
telefônicas. O parágrafo único do artigo 1º da Lei 
n. 9296/96, Lei n. 9296/96, artigo 1º, § único: “O 
disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo 
de comunicações em sistemas de informática e 
telemática” (BRASIL, 1996) estendeu a sua abrangência 
à interceptação do fluxo de comunicações em sistemas 
de informática e telemática. A discussão doutrinária 
acerca da legalidade deste dispositivo será comentada 
oportunamente.
87
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 4
A Lei n. 9296/96 prevê diversas exigências para a concessão de 
interceptação telefônica, tais como:
 � a interceptação deve ser utilizada como prova em 
investigação criminal e em instrução processual penal; 
 � infração penal apurada deve ser punida com pena de 
reclusão; 
 � requerimento deve ser feito pela autoridade policial, 
na investigação criminal, ou pelo representante do 
Ministério Público, na investigação criminal e na 
instrução processual penal; 
 � necessidade de ordem judicial; 
 � prazo máximo de interceptação de quinze dias, 
prorrogável por igual período, comprovada necessidade; 
 � procedimento deve tramitar em segredo de justiça; 
 � exigência de realização de auto circunstanciado após 
o término da interceptação, constando o resumo das 
operações realizadas. 
A mencionada Lei, em seu artigo 10º, previu: 
Art. 10º. Constitui crime realizar interceptação de 
comunicações telefônicas, de informática ou telemática, 
ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou 
com objetivos não autorizados em lei. 
Penal – reclusão, de dois a quatro anos, e multa 
(BRASIL, 1996).
Com o advento da Constituição Federal de 1988, que inseriu 
diversos direitos e garantias individuais muitas vezes limitadores 
da busca da prova criminal, e também em razão dos crescentes 
índices da criminalidade, os agentes estatais que realizam 
investigação viram-se obrigados a se aperfeiçoar no exercício 
profissional e a se pautar em técnicas eficazes à atividade 
investigativa.
88
Universidade do Sul de Santa Catarina
Dessa forma, técnicas e procedimentos passaram a ser adotados. 
Nesse contexto, recursos como técnicas de interrogatório, 
infiltração, uso de informantes e vigilância são cada vez mais 
utilizados pelas Polícias investigativas na elucidação dos delitos.
– Leia, a seguir, a síntese da unidade, realize as atividades de 
autoavaliação e consulte o saiba mais para ampliar seus conhecimentos 
acerca do assunto estudado.
Síntese
A atividade investigativa afigura-se como trabalho lógico e 
sequencial que objetiva a apuração das infrações penais, através 
da coleta de provas criminais.
Dessa forma, é imprescindível ao êxito desta atividade a adoção 
de procedimento, que se consubstancia na escolha dos diversos 
atos policiais no decorrer das investigações e a técnica representa 
a maneira como o procedimento é realizado.
Interrogatório é o termo utilizado pelo Código de Processo 
Penal para conceituar a inquirição do acusado no processo penal. 
O procedimento do interrogatório encontra-se disposto nos 
artigos 185 a 196 do Código de Processo Penal, que foram todos 
alterados pela Lei n.10792, de 1.12.2003.
Algumas técnicas investigativas foram estudadas nesta unidade.
Interrogatório 
É o ato em que o suspeito ou indiciado pela prática da infração 
penal presta depoimento formalmente nos autos, perante a 
autoridade policial. As técnicas de interrogatório também podem 
ser utilizadas na inquirição da vítima e testemunha. 
As técnicas de interrogatório são as seguintes:
89
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 4
1. Técnicas de abordagem dos fatos: da sequência memorial, 
da sequência dos fatos, da sequência embaralhada, da 
sequência protaitiva e da sequência retroativa.
2. Técnicas de comportamento: da espontaneidade, 
da indução da persuasão, do desmentido, do 
questionamento, da alternância e da informação cruzada.
Infiltração 
A infiltração policial trata-se de técnica operacional eficaz, que 
permite a obtenção de conhecimentos profundos da organização 
criminosa, obtidos pelo policial infiltrado. Requer planejamento 
e preparação e foi inserida no sistema processual penal brasileiro 
está pela Lei 10217/01, que alterou a redação do artigo 2º da Lei 
Federal n. 9034/95.
Informante
A técnica do informante permite estabelecer procedimentos 
uniformes, a serem utilizados no manejo de fontes vivas 
(informantes), que se encontram inseridos na comunidade, e, 
portanto, possuem informação de grande valia.
Vigilância
A vigilância é a observação encoberta, contínua ou periódica de 
pessoas, veículos, lugares e objetos, com a finalidade de obter 
informações sobre as atividades e a identidade de pessoas. Muito 
frequentemente, a vigilância é a única técnica de investigação 
a que se pode recorrer para averiguar a identidade dos 
fornecedores, transportadores e compradores de drogas ilícitas.
A vigilância eletrônica compreende muitas e diversas tecnologias, 
algumas das quais exigem um equipamento complexo e caro. Em 
muitos países, a vigilância eletrônica está estritamente limitada 
pelo temor de violar o direito à intimidade das pessoas. É 
extremamente importante que se leve em conta essas limitações 
90
Universidade do Sul de Santa Catarina
potenciais à estratégia de investigação, e atue de acordo ao 
planejar as operações de vigilância eletrônica.
São modalidades de vigilância eletrônica a captação de 
conversações ambientais e a interceptação de comunicações 
telefônicas.
A captação de conversações ambientais encontra-se prevista no 
inciso IV, do artigo 2º da Lei Federal n. 9034/95. Este inciso foi 
acrescentado pela Lei Federal n. 10217/2001.
A interceptação de comunicações telefônicas encontra-se 
disciplinada pela Lei Federal n. 9296/96.
Atividades de autoavaliação
Ao final de cada unidade, você realizará atividades de autoavaliação. O 
gabarito está disponível no final do livro didático. Mas, esforce-se para 
resolver as atividades sem ajuda do gabarito, pois, assim, você estará 
promovendo (estimulando) a sua aprendizagem.
1) Assinale verdadeiro ou falso:
( ) Durante o interrogatório do indiciado, o advogado poderá fazer 
perguntas, em face do princípio do contraditório consagrado pela 
Constituição Federal de 1988. 
( ) É necessário que a vítima seja interrompida durante o relato do 
ocorrido, para que sejam feitas perguntas dirigidas aos autores, armas 
e outros dados importantes. 
( ) No caso de haver mais de um suspeito, é importante que eles sejam 
interrogados conjuntamente. 
( ) O detector de mentiras e a hipnose são meios de prova aceitos no 
ordenamento brasileiro, considerando que o rol de provas elencado no 
Código de Processo Penal Brasileiro seja apenas exemplificativo. 
( ) São modalidades de vigilância eletrônica a captação de conversação 
ambiental e a interceptação telefônica. 
( ) Interceptação telefônica e gravação telefônica são sinônimos. 
91
Criminalística e Investigação Criminal
Unidade 4
2) Responda à seguinte questão:
Um indivíduo é ameaçado de morte por telefone e grava esta ameaça, 
durante uma conversação. Ele realizou gravação telefônica ou 
interceptação telefônica? Por quê? Justifique sua resposta.
Saiba maisSe você desejar, aprofunde os conteúdos estudados nesta unidade 
ao consultar as seguintes referências:
PASOLD, Cesar Luiz. Prática da Pesquisa Jurídica: Idéias e 
Ferramentas Úteis para o Pesquisador do Direito, 2003, p.107.
MENDES, Maria Gilmaíse de Oliveira. Direito à Intimidade e 
Interceptação Telefônica. Belo Horizonte: Mandamentos, 1999. 
204p.
5UNIDADE 5
Limites da Investigação 
Criminal
Objetivos de aprendizagem
 � Conhecer a prova criminal, seu conceito e sua evolução 
histórica. 
 � Relacionar a prova às manifestações e aos princípios 
constitucionais de garantia dos direitos fundamentais.
Seções de estudo
Seção 1 Sobre as provas: história e garantias constitucionais
94
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
Para a manutenção de um Estado Democrático de Direito, é 
necessário que a atividade estatal seja limitada por direitos e 
garantias individuais.
Nesse sentido, a Constituição Federal de 1988, tida como 
garantista, instituiu diversos direitos individuais ao cidadão 
que devem ser respeitados e acabam por limitar a atuação 
policial investigativa na busca da prova. Também outras normas 
infraconstitucionais elencam direitos individuais, de ordem 
material e processual.
A Constituição da República explicita, entre outros, o direito 
à vida, à liberdade, à igualdade, à integridade física e moral, 
à privacidade, à honra e imagem, bem como garante as 
inviolabilidades da manifestação do pensamento, da liberdade 
espiritual, da expressão intelectual, artística e científica, do 
domicílio, do sigilo da correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e telefônicas. Assegura, ainda, a garantia 
da inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos e o 
direito a não produzir prova contra si próprio. Todos devem ser 
considerados na investigação criminal.
Como você já teve a oportunidade de ver, a investigação policial 
almeja a apuração da materialidade e autoria dos crimes, 
mediante a obtenção de provas criminais.
Nesta unidade, você terá a oportunidade de estudar sobre as 
provas, sua história e como elas se inserem no ordenamento 
jurídico brasileiro e são concebidas no âmbito dos direitos e 
princípios constitucionais.
Vamos lá? Comecemos, então, com um pouco de história.
95
Ciminalística e Investigação Penal
Unidade 5
Seção 1 – Sobre as provas: história e garantias 
constitucionais
Num Estado Democrático de Direito, a busca pela prova 
na investigação policial não é absoluta, encontrando limites 
expressos constitucional e infraconstitucionalmente.
A prova, instrumento por meio do qual se forma a convicção 
do juiz a respeito da ocorrência ou inocorrência dos fatos 
controvertidos no processo, sempre foi influenciada pelo contexto 
histórico, social e cultural da civilização.
Que durante a Antiguidade e parte da Idade 
Média, quando a religião era o valor supremo 
das organizações e desconheciam-se os direitos 
fundamentais, instituíram-se as ordálias e os 
juramentos, meios de prova que outorgavam a Deus a 
capacidade de condenar ou absolver os indivíduos? 
Que no final da Idade Média e grande período da Idade 
Moderna, com a criação dos Tribunais da Inquisição, 
a tortura era oficialmente aceita como meio de Prova 
necessário para a obtenção da confissão? 
Utilizava-se o sistema das provas legais, em que a 
confissão era mais valorada do que as demais provas.
Desconhecendo o princípio da presunção de inocência, as provas 
não eram reunidas para apurar uma possível culpabilidade do 
réu, sendo que esta era constituída de cada um dos elementos que 
permitiam reconhecer um culpado.
Prevalecia a concepção organicista da sociedade, em que o 
interesse do Estado estava acima do indivíduo, o qual não possuía 
direitos e garantias limitadores do poder estatal.
Apenas com os ideais iluministas da Revolução Francesa, os 
valores do homem considerado em sua individualidade passaram 
a serem observados. Contrapondo-se ao sistema das provas 
legais, criou-se o sistema da íntima convicção, concedendo total 
liberdade aos juízes na apreciação da Prova, dispensando-os de 
motivar suas decisões.
96
Universidade do Sul de Santa Catarina
O homem passou a ser respeitado enquanto sujeito 
de direitos e garantias, entre elas, a proibição legal 
da tortura, a presunção de inocência do acusado e 
o direito ao contraditório. A busca pela verdade na 
investigação e no processo criminal passou a sofrer 
limitações consubstanciadas nas liberdades públicas.
Posteriormente, opondo-se ao subjetivismo da íntima convicção 
do juiz, surgiu o sistema da persuasão racional ou livre convicção, 
pelo qual a motivação das decisões judiciais tornou-se verdadeira 
garantia individual.
Como você pode ver, através do sistema da persuasão racional, 
adotado pelo Código Processual Penal Brasileiro, não há 
hierarquia entre as provas e o juiz pode decidir de acordo com 
a sua consciência, desde que o faça motivadamente e obedeça à 
Constituição da República e demais textos legais.
A Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 
1789, e outros textos internacionais sobre Direitos 
humanos, proclamaram diversos direitos fundamentais, 
muitos deles consagrados pela Constituição Federal de 
1988.
Estes direitos e garantias consubstanciam-se em limites à 
atividade estatal, inclusive no que concerne à produção da prova 
na investigação e no processo penal.
Neste contexto, no Estado Democrático brasileiro, os princípios 
e regras insertos, explícita ou implicitamente, na Constituição 
da República, atuam como norteadores da fase policial e do 
processo penal, que passa a ser concebido não apenas como 
instrumento para persecução penal, mas, também, como meio 
para salvaguardar direitos fundamentais.
Quando a prova viola normas de direito material, tais 
como os princípios constitucionais, é tida como ilícita. 
Quando a prova ofende preceitos de ordem processual, 
é chamada ilegítima. Ambas as provas, as ilícitas e as 
ilegítimas, são ilegais.
97
Ciminalística e Investigação Penal
Unidade 5
Nesta linha de pensamento, verifica-se que a atuação da Polícia 
em um Estado Democrático de Direito é limitada, também, 
pelos direitos e garantias individuais. Aos Poderes Executivo, 
Legislativo e Judiciário cabe respeitar os direitos fundamentais, 
também chamados de liberdades públicas, conceituadas por 
Grinover (1992, p. 15) como sendo “[...] os Direitos do homem 
que o Estado, através de sua consagração, transferiu do Direito 
natural ao Direito positivo”. 
Acerca deste tema, sintetizam Grinover, Scarance e Gomes Filho 
(1999, p. 113):
[...] os Direitos do homem, segundo a moderna doutrina 
constitucional, não podem ser entendidos em sentido 
absoluto, em face da natural restrição resultante do 
Princípio da convivência das liberdades, pelo que não se 
permite que qualquer delas seja exercida de modo danoso 
à ordem pública e às liberdades públicas. As grandes 
linhas evolutivas dos Direitos Fundamentais, após o 
liberalismo, acentuaram a transformação dos Direitos 
individuais em Direitos do homem inserido na sociedade. 
De tal modo que não é mais exclusivamente com 
relação ao indivíduo, mas no enfoque de sua inserção na 
sociedade, que se justificam, no Estado social de Direito, 
tanto os Direitos como as suas limitações.
Efetivamente, o processo penal é o instrumento no qual se 
desenvolve a instrução probatória, através de quaisquer meios de 
provas, desde que não ofendam os direitos fundamentais, que se 
colocam como limites à atividade investigativa policial.
A utilização das provas e os direitos fundamentais
A Constituição da República explicita as garantias concernentes 
à vida, liberdade, igualdade, segurança, propriedade, integridade 
física e moral, intimidade, vida privada, honra e imagem das 
pessoas; bem como às inviolabilidades da manifestação do 
pensamento, da liberdade espiritual, da expressão intelectual, 
artística e científica, do domicílio, do sigilo da correspondência e 
das comunicações telegráficas, de dados e telefônicas.Assegura, 
ainda, as seguintes garantias, entre outras: da inadmissibilidade 
das provas obtidas por meios ilícitos, da publicidade dos atos 
“Liberdades fundamentais 
e liberdades públicas 
são também expressões 
usadas para exprimir 
Direitos Fundamentais” 
(cf. SILVA, 1999, p. 181). 
No contexto desta 
discussão, a autora 
adotou como sinônimas 
as expressões “Direito à 
intimidade” e “Direito à 
Privacidade”.
98
Universidade do Sul de Santa Catarina
processuais, do interrogado reservar-se no direito de permanecer 
calado.
Relembre o que diz o artigo 5º da Constituição da República:
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção 
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e 
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
Direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
[...] 
III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento 
desumano ou degradante; 
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado 
o anonimato; 
[...] 
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, 
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e 
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e 
a suas liturgias; 
[...] 
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, 
científica e de comunicação, independentemente de 
censura ou licença; 
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a 
honra e a imagem das pessoas, assegurado o Direito à 
indenização pelo dano material ou moral decorrente de 
sua violação; 
XI- a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela 
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo 
em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar 
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 
XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das 
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações 
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas 
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de 
investigação criminal ou instrução processual penal; 
[...] 
LVI – são inadmissíveis, no processo, as Provas obtidas 
por meios ilícitos; 
[...] 
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos 
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse 
social o exigirem; 
[...] 
LXIII – o preso será informado de seus Direitos, entre 
os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a 
assistência da família e de advogado (BRASIL, 1988).
99
Ciminalística e Investigação Penal
Unidade 5
Também a tortura está proibida em diversas declarações 
internacionais, inclusive na Convenção Americana sobre Direitos 
Humanos, de 1969, e no Pacto Internacional sobre os Direitos 
Civis e Políticos, de 1966, mencionados anteriormente. No Brasil, 
trata-se de crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
Desta forma, qualquer tipo de violação à integridade física e 
psíquica do acusado, bem como a utilização de meios que afetem 
a liberdade de declaração, a intimidade e a dignidade pessoal 
do acusado, tais como o detector de mentiras, o hipnose, a 
narcoanálise, não são aceitas pelo ordenamento brasileiro, ainda 
que com o consentimento do interrogado, posto que tais direitos, 
enquanto fundamentais, são irrenunciáveis (SILVA, 1999, p. 185).
Em face da garantia constitucional da presunção de inocência, é 
vedado constranger o suspeito a fornecer provas que prejudiquem 
a sua defesa, razão pela qual as intervenções corporais, tais como 
exames de sangue e testes de alcoolemia, sem a anuência daquele, 
são vedados pelo nosso sistema legal. Faz-se importante lembrar 
que, da mesma forma, a sua negativa não presume a veracidade 
do fato que se quer provar.
Acerca deste tema, afirma Gomes Filho (1997, p. 119):
[...] o que se deve contestar em relação a essas 
intervenções, ainda que mínimas, é a violação do Direito 
à não autoincriminação e à liberdade pessoal, pois se 
ninguém pode ser obrigado a declarar-se culpado, 
também deve ter assegurado o seu Direito a não fornecer 
Provas incriminadoras contra si mesmo. O Direito à 
Prova não vai ao ponto de conferir a uma das partes no 
processo prerrogativas sobre o próprio corpo e a liberdade 
de escolha da outra.
A garantia constitucional da inviolabilidade do domicílio 
excepciona apenas a entrada, sem consentimento do morador, em 
caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, 
durante o dia, por ordem judicial, garantindo a privacidade do 
cidadão.
Como já visto, a Constituição da República garantiu, ainda, a 
inviolabilidade do sigilo da correspondência e das comunicações 
Constituição da República, 
artigo 5º, inciso XLIII 
– “a lei considerará 
crimes inafiançáveis e 
insuscetíveis de graça ou 
anistia a prática da tortura 
[...]” (BRASIL, 1988). O 
crime de tortura encontra-
se tipificado na Lei n. 9455, 
de 07 de abril de 1997.
Constituição da República, 
art. 5º, XI – “a casa 
é asilo inviolável do 
indivíduo, ninguém 
nela podendo penetrar, 
sem consentimento do 
morador, salvo em caso 
de flagrante delito ou 
desastre, ou para prestar 
socorro, ou, durante o dia, 
por determinação judicial” 
(BRASIL, 1988).
100
Universidade do Sul de Santa Catarina
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no 
último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que 
a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução 
processual penal.
Na Constituição da República, o artigo 5º, inciso XII 
descreve que é inviolável o sigilo da correspondência 
e das comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por 
ordem judicial, nas hipóteses e na forma em que a 
lei estabelecer para fins de investigação criminal ou 
instrução processual penal.
Desconsiderando-se a discussão doutrinária acerca da expressão 
“último caso” incidir exclusivamente sobre as comunicações 
telefônicas ou abranger as comunicações telegráficas, de dados e 
telefônicas, devemos concluir que, pela leitura do inciso XII do 
artigo 5º da Constituição da República, verifica-se que o sigilo 
da correspondência não atinge nenhuma das duas interpretações 
(MENDES, 1999, p. 173-174).
Desta forma, defende-se a análise gramatical deste inciso e 
advoga-se que o sigilo da correspondência e/ou das comunicações 
telegráficas e de dados não comporta exceções, sendo absoluto, 
ou, embasado na visão sistêmica do ordenamento jurídico, 
defende-se que nenhuma liberdade individual é absoluta, e 
que, portanto, a interceptação da correspondência e/ou das 
comunicações telegráficas e de dados, respeitados certos 
parâmetros, é possível.
O que diz o Supremo Tribunal Federal sobre isso?
O Supremo Tribunal Federal já decidiu favoravelmente à 
possibilidade da interceptação, pela administração penitenciária, 
de correspondência que seria remetida por preso, com 
fundamento em razões de segurança pública, de disciplina 
prisional ou de preservação da ordem jurídica.
Lei n. 6538/78, art. 47: Para os 
efeitos desta Lei, são adotadas as 
seguintes definições: [...]
Correspondência: É toda 
comunicação de pessoa a pessoa, por 
meio de carta, através da via postal 
ou telegráfica” (BRASIL, 1947).
101
Ciminalística e Investigação Penal
Unidade 5
O Código de Processo Penal prevê que as cartas poderão ser 
exibidas em juízo pelo respectivo destinatário, para a defesa de 
seu direito.
Código de Processo Penal, art. 233: “As cartas 
particulares, interceptadas ou obtidas por meios 
criminosos, não serão admitidas em juízo”. § único: “As 
cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo 
destinatário, para a defesa de seu Direito, ainda que 
não haja consentimento do signatário” (BRASIL, 1941).
A inviolabilidade do sigilo de dados complementa a previsão ao 
direito à intimidade e abrange as informações bancárias e fiscais 
dos cidadãos.
O Art. 3º da Lei Complementar 105/2001
No que se refere ao sigilo bancário, os artigos 3º e 4º da Lei 
Complementar 105/2001, a qual dispõe sobre o sigilo das 
operações de instituiçõesfinanceiras e dá outras providências, 
permite a violação do sigilo bancário por decisão judicial ou por 
determinação de comissão parlamentar de inquérito.
Veja o que diz o artigo 3º e 4º da Lei Complementar 105/2001:
Art. 3º. Serão prestadas pelo Banco Central do Brasil, 
pela Comissão de Valores Mobiliários e pelas instituições 
financeiras as informações ordenadas pelo Poder 
Judiciário, preservado o seu caráter sigiloso mediante 
acesso restrito às partes, que delas não poderão servir-se 
para fins estranhos à lide. 
§ 1º Dependem de prévia autorização do Poder 
Judiciário a prestação de informações e o fornecimento 
de documentos sigilosos solicitados por comissão 
de inquérito administrativo destinada a apurar 
responsabilidade de servidor público por infração 
praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha 
relação com as atribuições do cargo em que se encontre 
investido. 
§ 2º Nas hipóteses do § 1º, o requerimento de quebra de 
sigilo independe da existência de processo judicial em 
curso. 
102
Universidade do Sul de Santa Catarina
 
§ 3º Além dos casos previstos neste artigo, o Banco 
Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários 
fornecerão à Advocacia-Geral da União as informações 
e os documentos necessários à defesa da União nas ações 
em que seja parte. 
 
Art. 4º. O Banco Central do Brasil e a Comissão de 
Valores Mobiliários, nas áreas de suas atribuições, e as 
instituições financeiras fornecerão ao Poder Legislativo 
Federal as informações e os documentos sigilosos que, 
fundamentadamente, se fizerem necessários ao exercício 
de suas respectivas competências constitucionais e legais. 
§ 1º As comissões parlamentares de inquérito, no 
exercício de sua competência constitucional e legal 
de ampla investigação, obterão as informações e 
documentos sigilosos de que necessitarem, diretamente 
das instituições financeiras, ou por intermédio do 
Banco Central do Brasil ou da Comissão de Valores 
Mobiliários. 
§ 2º As solicitações de que trata este artigo deverão 
ser previamente aprovadas pelo Plenário da Câmara 
dos Deputados, do Senado Federal, ou do plenário de 
suas respectivas comissões parlamentares de inquérito 
(BRASIL, 2001).
Também o sigilo fiscal pode ser excepcionado por ordem judicial 
ou determinação de comissão parlamentar de inquérito.
De acordo com o Código Tributário Nacional (BRASIL, 1966): 
Art. 198: Sem prejuízo do disposto na legislação 
criminal, é vedada a divulgação, para qualquer fim, por 
parte da Fazenda Pública ou de seus funcionários, de 
qualquer informação, obtida em razão do ofício, sobre 
a situação econômica ou financeira dos sujeitos passivos 
ou de terceiros e sobre a natureza e o estado dos seus 
negócios ou atividades. 
Parágrafo único: Excetuam-se do disposto neste artigo, 
unicamente, os casos previstos no artigo seguinte e os de 
requisição regular da autoridade judiciária no interesse da 
Justiça. 
De acordo com a Constituição Federal:
103
Ciminalística e Investigação Penal
Unidade 5
Art. 58. [...] 
[...] 
§ 3º: As comissões parlamentares de inquérito, que 
terão poderes de investigação próprios das autoridades 
judiciais, além de outros previstos nos regimentos 
das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara de 
Deputados e pelo Senado Federal [...].
Neste sentido, faz-se importante realizar uma breve análise sobre 
as interceptações telefônicas.
Interceptação telefônica
Como já foi mencionado, há diferenciação entre esta e gravação 
telefônica. Quando feita por um dos interlocutores, a captação 
é chamada gravação de conversa telefônica. O entendimento 
doutrinário e jurisprudencial majoritário é no sentido de dar à 
gravação, telefônica ou ambiental, tratamento diferenciado da 
interceptação, aceitando-se a gravação, por um dos interlocutores, 
como prova lícita. Este é o entendimento pacífico do Supremo 
Tribunal Federal:
Interceptação telefônica e gravação de negociações 
entabuladas entre sequestradores, de um lado, e policiais 
e parentes da vítima, de outro, com o conhecimento dos 
últimos, recipiendários das ligações. Licitude desse meio 
de prova. Precedente do STF: (HC 74.678, 1ª Turma, 
10.06.97). 2. (...). (STF -1ª Turma. HC 75261 – MG – 1ª 
Turma - Rel. Min. Octavio Gallotti - . j. em 24.06.1997 
- p. DJU em 22.08.97.
O parágrafo único do artigo 1º da Lei n. 9296/96 (Lei n. 
9296/96, artigo 1º, § único - “O disposto nesta Lei aplica-
se à interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de 
informática e telemática” (BRASIL, 1996) - estende a sua 
abrangência à interceptação do fluxo de comunicações em 
sistemas de informática e telemática. Existe discrepância 
doutrinária acerca da constitucionalidade deste dispositivo.
Streck (2001, p. 42-44) não vislumbra qualquer 
inconstitucionalidade neste artigo, alegando que o fluxo 
de comunicações em sistema de informática e telemática 
104
Universidade do Sul de Santa Catarina
são variantes da modalidade de comunicações telefônicas. 
Conceituando a informática como a prática de comunicações 
via computador e a telemática como a ciência que trata da 
manipulação e utilização da informação através do uso 
combinado do computador e meios de comunicação, este autor 
entende que o veículo de tais variantes é o telefone, e que, 
portanto, será possível a interceptação para prova em investigação 
criminal e em instrução processual penal, sendo o caso.
De outro lado, Greco Filho (1996) concebe que esta questão está 
centrada na interpretação que se dá à expressão “último caso”, 
prevista no inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal. Este 
autor, entendendo que tal expressão limita-se às comunicações 
telefônicas, excluindo as comunicações telegráficas e de dados, e 
vislumbra os sistemas de informática e telemática como variantes 
das comunicações de dados, considera inconstitucional o 
dispositivo sob comento.
Outros Tribunais, como o Superior Tribunal e Justiça e o 
Tribunal de Justiça de Santa Catarina, já decidiram pela 
constitucionalidade das interceptações dos sistemas de informática 
e telemática. Nesse sentido, verifique o quadro a seguir:
STJ – HC 15026 – SC – 6ª T. – Rel. 
Min. Vicente Leal – p. DJU em 
04.11.2002 TJSC – MS . 251– (17096) 
– Blumenau – Rel. Des. Otávio 
Roberto Pamplona – p. DJSC em 
26.10.2001 – p. 119 CONSTITUCIONAL – PROCESSUAL PENAL – HABEAS-CORPUS – 
SIGILO DE DADOS – QUEBRA – BUSCA E APREENSÃO – INDÍCIOS 
DE CRIME– INVESTIGAÇÃO CRIMINAL – LEGALIDADE – CF, ART. 
5º, XII – Leis n. 9.034/95 e n. 9.296/96 – Embora a Carta Magna, 
no capítulo das franquias democráticas ponha em destaque o 
direito à privacidade, contém expressa ressalva para admitir a 
quebra do sigilo para fins de investigação criminal ou instrução 
processual penal (art. 5º, XII), por ordem judicial. A jurisprudência 
pretoriana é unissonante na afirmação de que o direito ao 
sigilo bancário, bem como ao sigilo de dados, a despeito de sua 
magnitude constitucional, não é um direito absoluto, cedendo 
espaço quando presente em maior dimensão o interesse público. 
A legislação integrativa do canon constitucional autoriza, em 
sede de persecução criminal, mediante autorização judicial, “o 
acesso a dados, documentos e informações fiscais, bancários, 
financeiras e eleitorais” (Lei n. 9.034/95, art. 2º, III), bem como 
“ a interceptação do fluxo de comunicações em sistema de 
informática e telemática” (Lei n. 9.296/96, art. 1º, parágrafo único). 
Habeas-corpus denegado”. STJ – HC 15026 – SC – 6ª T. – Rel. Min. 
Vicente Leal –p. DJU em 04.11.2002.
105
Ciminalística e Investigação Penal
Unidade 5
Ainda, decisão do Tribunal de Justiça de Santa Catarina com 
relação à prova. Leia atentamente mandado de segurança a 
seguir:
MANDADO DE SEGURANÇA – DECISÃO MONOCRÁTICA – 
QUEBRA DE SIGILO DE CORREIOS ELETRÔNICOS (E-MAIL) – ART. 
5º, XII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – CORRESPONDÊNCIA 
– SISTEMA DE INFORMÁTICA E TELEMÁTICA – INCLUSÃO 
NO CONCEITO – Há controvérsia se as comunicações em 
sistema de informática/telemática, via correio eletrônico(e-mail), estão compreendidas no sigilo de correspondência, 
de dados ou de comunicações telefônicas preconizado pelo 
art. 5º, XII, da Constituição Federal. A Lei nº 9.296/1996, no 
parágrafo único do seu art. 1º, equiparou-as às comunicações 
telefônicas, em relação às quais é pacífico que cabe a quebra 
do sigilo por determinação judicial. A matéria é objeto da 
ADIN nº 1.499-9, na qual foi indeferida a medida liminar, não 
por ausência do fumus boni iuris, mas do periculum in mora, 
estando pendente de julgamento. Na espécie, todavia, para a 
análise do caso não há a necessidade de se perquirir sobre a 
constitucionalidade da equiparação. É que a interceptação do 
fluxo de tais comunicações (informática e telemática), ainda 
que constitucional, porque representa exceção à garantia 
constitucional prevista no preceito referido, há de ser deflagrada 
com cautela, devendo o magistrado verificar se estão presentes 
os pressupostos legais para o deferimento da medida e, em caso 
positivo, seguir o procedimento fixado na Lei nº 9.296, de 1996, 
disso dependendo a licitude ou ilicitude da medida. No caso, 
sendo as infrações investigadas punidas, no máximo, com a pena 
de detenção, descabe a quebra do sigilo, ante a regra inserta no 
inciso III do art. 2º da Lei nº 9.256/1996. Segurança concedida. 
(TJSC – MS. 251 – (17096) – Blumenau – Rel. Des. Otávio Roberto 
Pamplona – p. DJSC em 26.10.2001 – p. 119).
Foram sucintamente mencionados neste item, em caráter 
exemplificativo, apenas alguns limites materiais à prova, que 
ensejam muita discussão doutrinária e jurisprudencial.
106
Universidade do Sul de Santa Catarina
Limitações probatórias
Além dos preceitos limitativos de ordem material, existem 
limitações probatórias previstas no Código de Processo Penal. 
Podemos citar: a obrigatoriedade da prova pericial para a 
constatação da materialidade da infração penal, quando esta 
deixar vestígios, com possibilidade de suprimento pela prova 
testemunhal, no caso de desaparecimento destes vestígios; a 
impossibilidade de condenação embasada exclusivamente na 
confissão do acusado; restrições de prova relacionadas ao estado 
civil das pessoas; proibição de depor como testemunhas as 
pessoas que, em razão de função, ministério, ofício, ou profissão, 
devam guardar segredo. Nesta lista de limitações probatórias, 
destaca-se que não há sem necessidade, em regra, dos laudos 
periciais serem lavrados por dois peritos oficiais, conforme o que 
prescreve o art. 159 do CPP (BRASIL, 1941).
Código de Processo Penal (BRASIL, 1941) define em 
seu art. 158 – “Quando a infração deixar vestígios, será 
indispensável o exame de corpo de delito, direto ou 
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado”; 
art. 167 – “Não sendo possível o exame de corpo de 
delito, por haverem desaparecido os vestígios, a Prova 
testemunhal poderá suprir-lhe a falta”; art. 159, caput 
– “O exame de corpo de delito e outras perícias serão 
realizados por perito oficial, portador de diploma de 
curso superior”; art. 155, parágrafo único – “Somente 
quanto ao estado das pessoas serão observadas as 
restrições estabelecidas na lei civil”; art. 62 – “No 
caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da 
certidão de óbito, e depois de ouvido o Ministério 
Público, declarará extinta e punibilidade”; e art. 207 – 
“São proibidas de depor as pessoas que, em razão de 
função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar 
segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, 
quiserem dar o seu testemunho” . 
Portanto, perceba que a produção da prova criminal encontra-se 
limitada por preceitos insculpidos na Constituição da República, 
Código de Processo Penal, e demais textos legais que, quando 
violados, conferem ilegalidade à prova.
107
Ciminalística e Investigação Penal
Unidade 5
Síntese
A prova criminal, objeto da investigação policial, sempre 
foi influenciada pelo contexto histórico, social e cultural da 
civilização.
Durante a Antiguidade, e parte da Idade Média, quando a 
religião era o valor supremo das organizações e desconheciam-
se os direitos fundamentais, instituíram-se as ordálias e os 
juramentos, meios de prova que outorgavam a Deus a capacidade 
de condenar ou absolver os indivíduos.
No final da Idade Média, e grande período da Idade Moderna, 
com a criação dos tribunais da inquisição, a tortura era 
oficialmente aceita como meio de Prova necessário para a 
obtenção da confissão. Utilizava-se o sistema das provas legais, 
em que a confissão era mais valorada do que as demais provas.
Desconhecendo o princípio da presunção de inocência, as provas 
não eram reunidas para apurar uma possível culpabilidade do 
réu, sendo que esta era constituída de cada um dos elementos que 
permitiam reconhecer um culpado.
Prevalecia a concepção organicista da sociedade, em que o 
interesse do Estado estava acima do indivíduo, o qual não possuía 
direitos e garantias limitadores do poder estatal.
Apenas com os ideais iluministas da Revolução Francesa, os 
valores do homem considerado em sua individualidade passaram 
a ser observados. Contrapondo-se ao sistema das provas legais, 
criou-se o sistema da íntima convicção, concedendo total 
liberdade aos juízes na apreciação da prova, dispensando-os de 
motivar suas decisões.
O homem passou a ser respeitado enquanto sujeito de direitos e 
garantias, entre elas, a proibição legal da tortura, a presunção de 
inocência do acusado e o Direito ao contraditório. A busca pela 
verdade no processo passou a sofrer limitações consubstanciadas 
nas liberdades públicas.
108
Universidade do Sul de Santa Catarina
Posteriormente, opondo-se ao subjetivismo da íntima convicção 
do juiz, surgiu o sistema da persuasão racional ou livre convicção, 
pelo qual a motivação das decisões judiciais tornou-se verdadeira 
garantia individual.
Através do sistema da persuasão racional, adotado pelo Código 
Processual Penal Brasileiro, não há hierarquia entre as provas e 
o juiz pode decidir de acordo com a sua consciência, desde que 
o faça motivadamente e obedeça à Constituição da República e 
demais textos legais.
A Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1789, e 
outros textos internacionais sobre direitos humanos proclamaram 
diversos direitos fundamentais, muitos deles consagrados pela 
Constituição da República.
Estes direitos e garantias consubstanciam-se em limites à 
atividade estatal, inclusive no que concerne à produção da prova 
no processo penal.
Neste contexto, no Estado Democrático Brasileiro os princípios 
insertos, explícita ou implicitamente, na Constituição da 
República, atuam como norteadores do processo penal, que passa 
a ser concebido não apenas como instrumento para persecução 
penal, mas também como meio para salvaguardar direitos 
fundamentais.
A Constituição da República explicita, entre outros, o direito 
à vida, à liberdade, à igualdade, à integridade física e moral, 
à privacidade, à honra e imagem, bem como garante as 
inviolabilidades da manifestação do pensamento, da liberdade 
espiritual, da expressão intelectual, artística e científica, do 
domicílio, do sigilo da correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e telefônicas. Assegura, ainda, a garantia da 
inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos.
Todos estes direitos e garantias limitam a atividade policial 
investigativa.
Quando uma prova é produzida com ofensa a algum destes 
direitos e garantias, é tida como ilícita, posto que ofende norma 
de direito material, e passa a não ter qualquer valor para embasar 
109
Ciminalística e Investigação Penal
Unidade 5
uma sentença, além da responsabilidade penal e administrativa a 
quem produziu a prova está sujeito.
Atividades de autoavaliação
Ao final de cada unidade, você realizará atividades de autoavaliação. O 
gabarito está disponível no final do livro didático. Mas, esforce-se para 
resolver as atividades sem ajuda do gabarito, pois, assim, você estará 
promovendo (estimulando) a sua aprendizagem.
1) Assinale verdadeiroou falso:
( ) Exames de sangue e testes de alcoolemia podem ser realizados no 
suspeito mesmo que sem a sua anuência. 
( ) É permitida a entrada da Polícia em domicílio, sem consentimento 
do morador, em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar 
socorro, ainda que sem ordem judicial. 
( ) É permitida a entrada da Polícia em domicílio, sem consentimento do 
morador, durante o dia ou à noite, com ordem judicial. 
( ) O registro dos arquivos extraídos da memória de computador, objeto 
de exclusiva apreensão mediante entrada em residência, sem ordem 
judicial, constitui prova lícita. 
( ) Captação de conversa ambiental por um dos interlocutores é prova 
lícita.
2) Responda à seguinte questão:
Para comprovar um crime de trânsito, expondo a dano potencial a 
incolumidade de outrem, previsto no artigo 306, do Código de Trânsito 
Brasileiro, é possível comprovar a embriaguez constrangendo o 
condutor a realizar o teste do bafômetro, mesmo sem a sua anuência? 
Em caso negativo, fundamente e informe que outros meios de prova 
poderiam ser utilizados para tanto.
110
Universidade do Sul de Santa Catarina
Saiba mais
Se você desejar, aprofunde os conteúdos estudados nesta unidade 
ao consultar as seguintes referências:
GRECO FILHO, Vicente. Interceptação Telefônica- 
Considerações sobre a Lei n. 9296, de 24 de julho de 1996. São 
Paulo: Saraiva, 1996. 60 p.
MENDES, Maria Gilmaíse de Oliveira. Direito à Intimidade e 
Interceptação Telefônica. 1999, p.173-174.
STRECK, Lenio Luiz. As interceptações telefônicas e 
os direitos fundamentais. 2.ed. Porto Alegre: Livraria do 
Advogado, 2001.
Para concluir o estudo
Este livro teve por finalidade estudar os temas Criminalística 
e Investigação Criminal.
Na atualidade, o tema segurança pública vem sendo objeto 
de maior atenção pela sociedade e pelo Estado.
Os crescentes índices de criminalidade verificados no País e 
as deficiências estatais no combate ao crime são temas com 
os quais a sociedade está cada vez mais preocupada, uma vez 
que a atinge diretamente.
São exorbitantes os gastos públicos gerados em decorrência 
da atividade delitiva e é negativa a visão, pela sociedade, da 
atuação estatal nesta área.
Estes são apenas alguns dos motivos pelos quais a segurança 
pública vem sendo objeto de preocupação pelo poder público.
A par da discussão acerca da omissão do poder estatal em 
programas que tenham como foco a prevenção, tais como 
educação, saúde, moradia, emprego, é certa a necessidade 
perene da atividade policial em qualquer organização social 
atual, considerando que a função repressiva sempre terá de 
existir.
Com as alterações e criações de leis, com a especialização 
das perícias, com a rotatividade dos profissionais que atuam 
direta ou indiretamente na atividade investigativa policial, a 
busca pela prova criminal está em constante mutação.
Espero que você, aluno, que por interesses profissionais e/ou 
pessoais, está realizando este curso, considere esta disciplina 
como o ponto de partida para o estudo aprofundado e 
permanente da investigação policial.
Profa. Maria Carolina Milani Caldas Opilhar
Referências
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De Angelis. São Paulo: Edipro,1993.120 p. Título original: Dei 
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Coutinho. Rio de Janeiro: Campus, 1992. 217 p. Título original: 
Ĺeta dei Diritti.
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promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.
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BRASIL. Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941. Código 
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BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre 
o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito 
tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5172.htm>. Acesso 
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BRASIL. Lei nº 6.538, de 22 de junho de 1978. Dispõe sobre 
os Serviços Postais. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/Leis/L6538.htm> Acesso em: 11 mar. 2011.
BRASIL. Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996. Regulamenta 
o inciso XII, parte final, do art. 5° da Constituição Federal. 
Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9296.
htm> Acesso em: 11 mar. 2011.
BRASIL. Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o 
Código de Trânsito Brasileiro. Disponível em:<http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/Leis/L9503.htm>. Acesso em: 22 mar. 2011.
BRASIL. Lei no 10.217, de 11 de abril de 2001. Altera os arts. 1º 
e 2º da Lei nº 9.034, de 3 de maio de 1995, que dispõe sobre a 
utilização de meios operacionais para a prevenção e repressão 
de ações praticadas por organizações criminosas. Disponível 
em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10217.
htm>. Acesso em: 11 mar. 2011.
114
Universidade do Sul de Santa Catarina
BRASIL. Lei complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001. Dispõe 
sobre o sigilo das operações de instituições financeiras e dá outras 
providências. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/
LCP/Lcp105.htm>. Acesso em: 11 mar. 2011.
BRASIL. Lei nº 11.690, de 9 de junho de 2008. Altera dispositivos do 
Decreto-Lei 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal, 
relativos à prova, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm>. Acesso em: 11 
mar. 2011.
BENTHAM, Jeremias. Tratado de Las Pruebas Judiciales. Buenos Aires: 
Valletta Ediciones, 2002. 
BUENO, Francisco da Silveira. Dicionário Escolar da Língua Portuguesa. 
Ministério da Educação e Cultura. 6. ed. 1977. 1394p.
CALDAS, Gilberto. O latim do direito. São Paulo: Brasiliense, [19--].
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da 
Constituição. 3 ed. Coimbra: Livraria Almedina, 1999. 1414p.
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 8 ed. São Paulo: Saraiva. 
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CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pelegrini; DINAMARCO, 
Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. 19 ed. São Paulo: Malheiros 
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CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pelegrinni; 
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COTRIN, Gilberto. História e Consciência do Mundo. 5 ed. São Paulo: 
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ENCICLOPÉDIA SARAIVA DE DIREITO. São Paulo: Saraiva. 1997.
ESPÍNDULA, Alberi. Local de Crime. Isolamento e Preservação, Exames 
Periciais e Investigação Criminal. Colaboradores: Antonio Mestre Junior 
et al. Brasília: Alberi Espíndula. 2002, 16p.
ESPÍNDULA. Alberi. Perícia Criminal eCível. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 
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GARCIA, Ismar Estulano. Inquérito - Procedimento Policial. 9 ed. Goiânia: 
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GOMES FILHO, Antônio Magalhães. Direito à Prova no Processo Penal. 
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GRECO FILHO, Vicente. Interceptação Telefônica- Considerações sobre a 
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GRINOVER, Ada Pellegrini. Liberdades Públicas e Processo Penal. 2. ed. 
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GRINOVER, Ada Pellegrini; FERNANDES, Antônio Scarance; GOMES FILHO, 
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MONTESQUIEU, Charles de Secondat, Baron de. O Espírito das Leis. 
Tradução de Cristina Murachco. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996. 
851p. Título original: De Ĺ ´Esprit dês Lois.
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NOVINSKY, Anita Waingort. A Inquisição. São Paulo: Brasiliense, 1982. 96 p.
ORTEGA, Manuel Segura. La Situacion Del Derecho Penal em Los Siglos XVI 
y XVII. In: MARTINÉZ, Gregório Peces-Barba et al. História de Los Derechos 
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PASOLD, Cesar Luiz. Prática da Pesquisa Jurídica: Ideias e Ferramentas Úteis 
para o Pesquisador do Direito. 8 ed. Florianópolis: OAB/SC Editora, 2003. 243p.
PORTO, Gilberto da Silva. Manual da Criminalística. Escola de Polícia de São 
Paulo, 1960.
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STRECK, Lenio Luiz. As Interceptações Telefônicas e os Direitos 
Fundamentais. Constituição – Cidadania – Violência. A Lei 9296/96 e seus 
Reflexos Penais e Processuais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1997. 110p.
THOMÉ, Ricardo Lemos. Contribuição à Prática da Polícia Judiciária. 
Florianópolis: Editora do Autor, 1997. 275p.
TOCCHETTO, Domingos; ESPINDULA, Alberi. Criminalística. Procedimentos e 
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TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Código de Processo Penal Comentado. 
5 edição. 1 vol. São Paulo: Saraiva, 2001. 666p.
DE PLÁCIDO e SILVA. Vocabulário Jurídico. 5 ed. III J-P. Rio de Janeiro: Forense, 
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SABADELL, Ana Lucia. Problemas Metodológicos na História do Controle Social: 
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SARAIVA, Rodolpho Figueiredo. A prova ilegal no Processo Penal. 
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SEVEN – Os Sete Crimes Capitais. Adoro Cinema. Disponível em: <http://www.
adorocinema.com/filmes/seven/trailers-e-imagens/#52361>. Acesso em: 15 mar. 
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STRECK, Lenio Luiz. As interceptações telefônicas e os direitos 
fundamentais. 2. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001.
SZNICK, Valdir. Tortura. São Paulo: Universitária de Direito, 1998. 293 p.
VALIENTE, Francisco Tomás Y. La Tortura Judicial en España. Barcelona: Crítica, 
2002. 273 p.
Maria Carolina Milani Caldas Opilhar é graduada em 
Administração de Empresas, pela Universidade do Estado de 
Santa Catarina – UDESC e em Direito, pela Universidade 
Federal de Santa Catarina – UFSC. Realizou Mestrado em 
Ciência Jurídica, pela UNIVALI/ SC – Universidade do Vale 
do Itajaí, com dissertação aprovada em junho de 2004. Possui 
especialização em Meio Ambiente e Trânsito, pela Unisul, 
com monografia aprovada em maio de 2003. Está cursando 
Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão de Segurança Pública, 
na ACADEPOL - Academia de Polícia Civil de Santa 
Catarina. É Delegada de Polícia, integrante da Polícia Civil 
do Estado de Santa Catarina e faz parte do corpo docente 
da ACADEPOL – Academia de Polícia Civil de Santa 
Catarina. Atualmente, presta serviços na Delegacia de Polícia 
de Palhoça, Santa Catarina.
Adriano Mendes Barbosa (2ª edição) é delegado da Polícia 
Federal, mestre em Defense Analysis pela Naval Postgraduate 
School (NPS), Califórnia, EUA, com grau revalidado pela 
Universidade de Brasília (Unb) como mestre em Relações 
Internacionais. É professor da Academia Nacional de Polícia 
(ANP) e da Polícia Federal para os cursos de Formação 
Profissional, Superior de Polícia (Pós-Graduação em 
Gestão de Políticas Segurança Pública), Especial de Polícia 
(Pós-Graduação em Execução de Políticas de Segurança 
Pública) e na Pós-Graduação em Ciências Policiais nas 
concentrações de Investigação Criminal e Inteligência 
Policial. Na Pós-Graduação em Gestão de Políticas de 
Segurança Pública é também orientador de monografias na 
temática de Investigação Criminal e Inteligência Policial. 
É também professor da Rede de Ensino LFG para o curso 
de Pós-Graduação em Investigação, Constituição e Direito 
de Defesa. É conferencista, articulista, escritor e palestrante 
sobre as temáticas de Investigação Criminal e Inteligência 
Policial, também é membro da Comissão Editorial da Revista 
Brasileira de Ciências Policiais.
Sobre o professor conteudista
Respostas e comentários das 
atividades de autoavaliação
Respostas e comentários das questões das unidades do livro 
didático
Unidade 1
1) Analise as questões abaixo e assinale verdadeiro ou falso, 
conforme a proposição. 
(F) Nos crimes que ocorreram mediante disparo de arma de 
fogo, a apreensão de estojos no local não é importante, 
posto que não seja possível realizar perícia comparativa entre 
o estojo e a arma de fogo. 
(V) Nos crimes que ocorreram mediante disparo de arma 
de fogo, a apreensão de projéteis no local possibilita a 
realização do laudo de identificação de projéteis e, quando a 
arma é apreendida, o laudo de comparação balística.
(V) O rol de provas elencados no Código de Processo Penal 
Brasileiro é exemplificativo.
(F) O sistema de provas previsto no Código de Processo Penal 
Brasileiro é o da íntima convicção. 
(V) A prova testemunhal pode suprir a prova pericial quando a 
infração penal não deixar vestígios.
Unidade 2
1) Qual a importância do laudo pericial na investigação 
criminal? 
R: O laudo pericial vem sendo percebido como uma das provas 
cruciais para a investigação, posto que, na condição de prova 
objetiva, científica, seja mais difícil de ser refutado. As Polícias 
investigativas mais avançadas do mundo vêm priorizando a 
prova pericial.
120
Universidade do Sul de Santa Catarina
2) Que tipo de prova é o laudo pericial? 
R: O laudo pericial é prova objetiva, científica. 
3) O laudo pericial é sempre conclusivo? 
R: O laudo pericial nem sempre é conclusivo. No sistema da livre 
convicção, adotado pelo Código de Processo Penal Brasileiro, as 
provas não possuem valor predeterminado, e, portanto,não são 
hierarquizadas, ficando a critério do juiz esta valoração.
Unidade 3
1) Assinale verdadeiro ou falso:
(F) O sistema de provas previsto no Código de Processo Penal Brasileiro é 
o da íntima convicção. 
(F) O inquérito policial é peça imprescindível para a instauração do 
processo criminal. 
(F) As Polícias exercem atividades excludentes, razão pela qual a Polícia 
Militar é proibida de realizar qualquer tipo de investigação criminal. 
2) Responda à seguinte questão:
Na sua percepção, durante o curso de uma investigação, os policiais 
devem estar voltados prioritariamente a indicar e localizar o autor do 
crime ou à busca da verdade?
R: Em um Estado Democrático de Direito, o objetivo primordial da 
investigação deve ser a busca da verdade dos fatos, ainda que a 
verdade demonstre que o suspeito não seja o autor do crime ou 
que o autor tenha agido embasado em alguma excludente de 
antijuridicidade, tal como legítima defesa ou estado de necessidade. 
Dessa forma, muitas vezes no transcorrer da atividade investigativa são 
coletadas provas em favor da inocência do suspeito.
Unidade 4
1) Assinale verdadeiro ou falso:
(F) Durante o interrogatório do indiciado, o advogado poderá fazer 
perguntas, em face do princípio do contraditório consagrado pela 
Constituição Federal de 1988. 
121
Criminalística e Investigação Criminal
(F) É necessário que a vítima seja interrompida durante o relato do 
ocorrido, para que sejam feitas perguntas dirigidas aos autores, armas e 
outros dados importantes. 
(F) No caso de haver mais de um suspeito, é importante que eles sejam 
interrogados conjuntamente.
(F) O detector de mentiras e a hipnose são meios de prova aceitos no 
ordenamento brasileiro, considerando que o rol de provas elencado no 
Código de Processo Penal Brasileiro seja apenas exemplificativo. 
(V) São modalidades de vigilância eletrônica a captação de conversação 
ambiental e a interceptação telefônica. 
(F) Interceptação telefônica e gravação telefônica são sinônimos. 
2) Responda à seguinte questão: 
Um indivíduo é ameaçado de morte por telefone e grava esta ameaça, 
durante uma conversação. Ele realizou gravação telefônica ou 
interceptação telefônica? Por quê?
R: Realiza gravação telefônica. A interceptação necessita de ordem judicial 
para ser feita e é sempre realizada por um terceiro.
Unidade 5
1) Assinale verdadeiro ou falso:
(F) Exames de sangue e testes de alcoolemia podem ser realizados no 
suspeito mesmo que sem a sua anuência. 
(V) É permitida a entrada da Polícia em domicílio, sem consentimento 
do morador, em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar 
socorro, ainda que sem ordem judicial.
(F) É permitida a entrada da Polícia em domicílio, sem consentimento do 
morador, durante o dia ou à noite, com ordem judicial. 
(F) O registro dos arquivos extraídos da memória de computador, objeto 
de exclusiva apreensão mediante entrada em residência, sem ordem 
judicial, constitui prova lícita. 
(V) Captação de conversa ambiental por um dos interlocutores, é prova 
lícita.
2) Responda à seguinte questão:
Para comprovar o crime de trânsito, expondo a dano potencial a 
incolumidade de outrem, previsto no artigo 306, do Código de Trânsito 
122
Universidade do Sul de Santa Catarina
Brasileiro, é possível comprovar a embriaguez constrangendo o 
condutor a realizar o teste do bafômetro, mesmo sem a sua anuência? 
Em caso negativo, fundamente e informe que outros meios de prova 
poderiam ser utilizados para tanto.
R: Em face do direito de que ninguém seja obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa, senão em virtude de lei, previsto no artigo 5º, II, da 
Constituição Federal de 1988, ninguém pode ser obrigado a produzir 
prova contra si próprio, pelo que não é possível constranger alguém a 
realizar o bafômetro, sem o seu consentimento.
A prova testemunhal e o laudo pericial de verificação de embriaguez, 
realizado por médicos legistas, são outros meios de prova que podem 
demonstrar o estado de embriaguez.
Biblioteca Virtual
Veja a seguir os serviços oferecidos pela Biblioteca Virtual aos 
alunos a distância:
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Qualquer dúvida escreva para bv@unisul.br
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Criminalística e 
Investigação Criminal
Universidade do Sul de Santa Catarina
Disciplina na modalidade a distância
Crim
inalística e Investigação Crim
inal
	Apresentação
	Palavras da professora
	Plano de estudo
	Criminalística
	Metodologia de redação de laudos periciais
	Investigação Criminal
	Técnicas de Investigação Criminal
	Limites da Investigação	Criminal
	Para concluir o estudo
	Referências
	Sobre o professor conteudista
	Respostas e comentários das atividades de autoavaliação
	Biblioteca Virtual

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