Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

Prévia do material em texto

Direito Penal 
Parte Especial
Os crimes em espécie – Arts 121 ao 359
Título I – Dos crimes contra a pessoa
Capítulo I – Dos crimes contra a vida
Capítulo II – Das lesões corporais
Capítulo III – Da periclitação da vida e da saúde
Capítulo IV – Da rixa
Capítulo V – Dos crimes contra a honra
Capítulo VI – Dos crimes contra a liberdade individual
Seção I – Dos crimes contra a liberdade pessoal
Seção II – Dos crimes contra a inviolabilidade do domicílio
Seção III – Dos crimes contra a inviolabilidade de correspondência
Seção IV – Dos crimes contra a inviolabilidade dos segredos
Título II – Dos crimes contra o patrimônio
Título III – Dos crimes contra a propriedade imaterial
Título IV – Dos crimes contra a organização do trabalho
Título V – Dos crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos
Título VI – Dos crimes contra a dignidade sexual
Título VII – Dos crimes contra a família
Título VIII – Dos crimes contra a incolumidade pública
Título IX – Dos crimes contra a paz pública
Título X – Dos crimes contra a fé pública
Título XI – Dos crimes contra a administração pública
Dos crimes contra a vida – Art 121 ao 128
O Código Penal arrola quatro crimes contra a vida:
(1)homicídio;
(2)induzimento, instigação ou auxílio a suicídio;
(3)infanticídio; e
(4)aborto.
Buscou, desse modo, proteger integralmente o direito à vida do ser humano, desde a sua concepção, ou seja, previamente ao seu nascimento.
No tocante à competência, salvo o homicídio culposo (CP, art. 121, § 3.°), cuja ação penal tramita perante o juízo singular (justamente pelo fato de ser culposo), todos os demais crimes são julgados pelo Tribunal do Júri, em atendimento à regra prevista no art. 5.°, inciso XXXVIII, alínea “d”, da Constituição Federal.
E a ação penal, como consectário lógico da indisponibilidade do direito à vida, sempre será pública incondicionada, circunstância que não impede, em caso de inércia do Ministério Público, a utilização da ação penal privada subsidiária da pública, garantida pelo art. 5.°, inciso LIX, da Constituição Federal.
HOMICIDIO – Art. 121. MATAR ALGUEM (preceito primário)
Direito Penal não é proibitivo.
Pena: Reclusão de 06 a 20 anos (preceito secundário)
1 - Homicídio (Art. 121, CP)
Conceito de Homicídio: É a supressão da vida extrauterina praticada por uma pessoa contra outra.
OBS: Morte Intrauterina: ABORTO – (Arts 124 a 128, CP)
OBS 2: Quando se inicia a vida extrauterina? 
Com o trabalho de parto, a morte do feto configurará homicídio ou infanticídio, desde que a vítima tenha nascido com vida.
Início trabalho de parto: Doutrina controvertida
O trabalho de parto vai se iniciar com a dilatação do colo do útero ou com incisão das camadas abdominais.
OBS3: Antecipação da morte, ainda que brevemente, configurará homicídio. 
Mesmo que a vida seja breve.
(Ex: anencéfalo, fase terminal, etc)
1.1- OBJETO JURÍDICO DO CRIME: É o bem tutelado pela norma 
É a vida fora do útero (vida extrauterina).
1.2- OBJETO MATERIAL: É a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa.
	Vítima (É o ser humano que suporta a conduta criminosa)
1.3- NUCLEO DO TIPO:
Matar (pode ocorrer por meio conduta comissiva ou omissiva)
Crime de forma livre – Não possui forma vinculada.
OBS: Transmissão dolosa de HIV, mediante ato libidinoso, conjunção carnal, ato sexual?
DOUTRINA: (Cleber Massom): Se a vítima morrer, responde por homicídio consumado.
					 Se a vítima sobreviver, não falecer, responde por tentativa de homicídio.
POSIÇÂO STJ: Entende que a transmissão dolosa de HIV mediante pratica de atos libidinosos configura lesão corporal gravíssima (art. 129, §2, II, CP – enfermidade incurável).
1.4- SUJEITO ATIVO: 
Crime Comum, pode ser praticado por qualquer pessoa
OBS: *Crime próprio: Qualidade ou condição especial do sujeito ativo.
	*Crime de mão própria: Exige qualidade especial do sujeito ativo. + Execução do delito é personalíssima, somente a pessoa pode praticar o núcleo do tipo
	*Crime comum: Não exige qualidade especial do sujeito ativo.
OBS 2: Crime cometido por Xifópagos – irmãos siameses ou indivíduos duplos.
	 Quando atuam de comum acordo: responderão por homicídio.
	 Quando um dos dois discorda, quando o homicídio é praticado por um contra a vontade do outro:
		1ª corrente: Se a separação é impraticável, deve o irmão que cometeu o delito ser absolvido. O irmão dever ser absolvido por haver a possibilidade de punição do irmão que não quis cometer o delito, o irmão inocente.
		2ª corrente: Se a separação for impraticável, o irmão culpado deve ser processado e condenado INVIABILIZANDO-SE a aplicação da pena. Porém se o irmão que não concordou com a prática do homicídio vier a cometer delito futuramente, ambos poderão ser punidos.
 Quase não há aplicação prática.
1.5- SUJEITO PASSIVO: Pessoa ou ente que sofre as consequências da infração penal.
Qualquer pessoa após o nascimento com vida.
OBS: se a vitima do delito for irmãos xifópagos:
1 – Pratica uma conduta com a intenção de matar os dois e efetivamente mata, responde por homicídio doloso em concurso formal imperfeito-impróprio.
2 – Pratica uma conduta com dolo de matar apenas um dos irmãos, mas ambos morrem, responde por homicídio doloso em concurso formal imperfeito-impróprio. (Dolo direto irmão que queria matar e dolo eventual em relação ao outro).
3 – Quer matar um dos irmãos e o outro é salvo por eficiente atuação médica o outro sobrevive, responde por homicídio doloso em concurso formal imperfeito-impróprio. (Dolo pelo que queria matar e tentativa pelo que não morreu.
Aula 	07/08/2024
1.6- ELEMENTO SUBJETIVO:
DOLO: DIRETO:
 EVENTUAL: Não tem a intenção de matar, mas assume o risco de produzir o resultado. (Ex: Caçador em aldeia indígena);
CULPA: Imprudência;
	 Imperícia;
	 Negligencia.
1.7- CONSUMAÇÃO: Art. 14, CP
Ocorre com a morte (crime material: o tipo penal prevê a conduta e o resultado naturalístico da conduta, sendo o resultado necessário para consumação do delito.
Morte: Ocorre com a cessação da atividade encefálica.
OBS: Crime Instantâneo: É aquele em que a consumação não se perdura/prolonga no tempo. É aquele em que se consuma em momento determinado.
OBS 2: Parte da Doutrina diz que o crime é instantâneo de efeitos permanentes. A consumação se dá em momento determinado, mas os efeitos são permanentes, matou acabou.
Admite tentativa: quando iniciada a execução, o crime não se consuma por circunstancias alheias a vontade do agente.
TENTATIVA BRANCA/INCRUENTA: Aquela onde o agente não consegue atingir a vítima;
TENTATIVA VERMELHA/CRUENTA: Aquela que o agente atinge a vítima e sofre ferimentos. 
1.8- CLASSIFICAÇÃO: 
SIMPLES (atinge um único bem jurídico);
COMUM (não exige qualidade especial dos sujeitos);
MATERIAL (para consumar tem que ocorrer o resultado naturalístico);
DE DANO (consuma-se apenas com a lesão ao bem jurídico tutelado);
FORMA LIVRE (não tem execução vinculada);
UNISSUBJETIVO ( o tipo penal não exige mais de uma pessoa para prática; aquele que pode ser praticado por somente uma pessoa);
PROGRESSIVO (para alcançar o resultado final o agente passa, necessariamente, pela lesão corporal, crime menos grave rotulado nesse caso de “crime de ação de passagem”);
PLURISSUBSISTENTE (é possível dividir a conduta do agente, sendo possível o instituto do crime tentado);
COMISSIVO (regra – precisa de uma ação) OU OMISSIVO IMPROPRIO-OMISSIVO POR COMISSÃO (exceção) (quando existe o dever de agir)
1.9- HOMICÍDIO SIMPLES:
Previsão legal: Art. 121, “Caput” 
Pena: 06 a 20 anos
É crime hediondo? 
Regra geral não é crime hediondo.
Exceção: Quando for homicídio simples praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que executada por um so agente. (Lei nº 8.072/90, Art, 1º, I).
Aula 12/03/2024
1.10- HOMICÍDIO PRIVILEGIADO: 
Previsão legal: Art. 121, § 1º, CP
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir apena de um sexto a um terço.
Diminui a pena de 1/6 a 1/3
Crime privilegiado tecnicamente ocorre quando as penas em abstrato do tipo penal são alteradas para menos, quando se diminui a pena em abstrato e não quando se aplica causas de diminuição de pena.
A- Privilegio tecnicamente, ocorre quando diminui a pena do crime em abstrato.
Ex: Pena do homicídio para 5 a 10 anos.
B- Natureza jurídica: Causa de diminuição de pena, apesar da doutrina chamar de homicídio privilegiado.
C- Incomunicabilidade do privilégio: não se comunica aos co-autores e/ou partícipes. 
Possui caráter subjetivo (art 30, do CP).
Ex: Pai contrata alguém para matar um sujeito que abusou de sua filha.
Não é crime hediondo o crime de homicídio privilegiado.
Relevante valor social: interesse da coletividade; (Ex: matar estuprador que está assustando e estuprando diversas mulheres de uma cidade e/ou região);
	 
Relevante valor moral: interesse particular/interesse pessoal/interesse pessoal. (Ex matar estuprador de sua filha)
Domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima: DOMINIO # INFLUENCIA (ART. 65, III, c, CP - Atenuante)
				Logo em seguida – não se tem definido tempo na doutrina.
OBS4: EUTANASIA: homicídio privilegiado.
OBS5: Onde está escrito pode, leia-se DEVE.
1.11- HOMICÍDIO QUALIFICADO: Art. 121, §2º
Pena: 12 a 30 anos
Qualificadora são circunstancias, dados acessórios do tipo penal, que alteram o patamar de pena do crime em abstrato para mais.
QUALIFICADORAS:
*Caráter/Cunho Subjetivo: NÃO SE COMUNICAM AOS CO-AUTORES E PARTÍCIPES – Art. 30 CP
1- Motivo (art. 121, §2º, I e II)
2- Finalidade especial (Art. 121, §2º, V);
3- Feminicídio (Art. 121, º 2º VI, CP);
4- Homicídio de agente ou autoridade de segurança pública (Art. 121, 2º, VII, CP);
5 – Contra menor de 14 anos (Art. 121, 2º, IX, CP);
*Caráter/Cunho Objetivo: SE COMUNICAM AOS CO-AUTORES E PARTÍCIPES – Art. 30 CP
1- Meios de execução (Art. 121, º 2º III e VII CP);
2- Modo de execução (Art. 121, º 2º IV, CP);
I – MEDIANTE PAGA OU PROMESSA DE RECOMPENSA OU POR OUTRO MOTIVO TORPE: 
Art. 121, §2º, I; 
Caráter subjetivo – não se comunicam 
Motivo torpe: Motivo vil, repugnante, ignóbil. Motivo que gera repulsa intensa na sociedade. 
O crime por si, já são repulsivos, porem a torpeza marca com intensidade ou anormalidade.
Homicídio Mercenário: É aquele cometido mediante paga ou promessa de recompensa. Não há necessidade que a recompensa seja ajustada previamente.
Crime de concurso necessário ou bilateral.
OBS: Vantagem tem que possuir caráter econômico/pecuniário?
Não necessariamente, por se tratar o homicídio que é crime contra a vida e não contra o patrimônio.
 Ex: promessa de favor sexual, promessa de casamento.
OBS 2: Comunicabilidade da qualificadora ao mandante – A qualificadora se comunica ao mandante?
1ª Corrente STF (HC 71.582/MG): Diz que a qualificadora da paga ou promessa de recompensa é elementar do tipo penal qualificado e se comunica ao mandante, aplicando a regra do art.30, onde as elementares do tipo se comunicam.
2º Corrente STJ (Resp 1.209.852/PR de 2016): A qualificadora em relação ao executor do crime no homicídio mercenário, não qualifica automaticamente, o delito em relação ao mandante.
Ex: Pai que paga alguém para matar estuprador de sua filha. (homicídio privilegiado)
O STJ diz que há que se aquilatar o caso concreto. Temos que analisar o caso concreto e avaliar o caso.
OBS 3: Ciúmes e vingança configuram motivo torpe?
STJ: CIÚMES OU VINGANÇA, não caracterizam automaticamente, dependerá da análise do caso concreto.
 
Poderá configurar, mas não é sempre. Há que ser analisado o caso concreto.
CIUMES E VINGANÇA por si não geram TORPEZA.
EX: Marido pega mulher traindo e mata – Não configura torpeza.
EX: Namorado super-ciumento e por namorada cumprimentar alguém ele mata a namorada.
II – MOTIVO FUTIL: Motivo insignificante, motivo desproporcional, motivo mínimo. Desproporção entre motivo e reação.
OBS: Ausência de motivo/sem motivos, configura motivo fútil?
Não, ausência de motivos não configura motivo fútil segundo STJ (HC 152.548/MG) – Responde, em tese, pelo homicídio simples.
Não podemos fazer analogia em “malam partem”.
Aula 14/03/2024
III – COM EMPREGO DE VENENO, FOGO, EXPLOSIVO, ASFIXIA, TORTUTA OU OUTRO MEIO INSIDIOSO OU CRUEL, OU DE QUE POSSA RESULTAR PERIGO COMUM:
Cunho objetivo, se comunica a todos os agentes do crime.
OBS1: Todas as qualificadoras somente vão incidir se houver dolo.
Veneno: Substancia nociva à saúde, capaz de intoxicar, envenenar ou matar alguém;
*Açúcar é veneno? 
O veneno precisa ser interpretado a luz do caso concreto.
OBS 2: a doutrina diz que se a vítima sabe ou quer tomar o veneno, cai na forma genérica da qualificadora – A vítima não pode saber ou querer o veneno.
Fogo: autoexplicativo – dedo duro no crime é morto queimado (colocam pneu jogam gasolina e fogo)
Asfixia: supressão da respiração por processo mecânico ou tóxico;
OBS 3: Vitima precisa estar acordada, senão será a qualificadora de outro meio que dificulte a defesa da vítima.
Tortura: mecanismo para causar dores físicas ou psíquicas atrozes/desumanas/bárbaras. 
OBS 4: Qual diferença do homicídio qualificado pela tortura, para tortura qualificada pela morte? Competência de julgamento, muda o procedimento. A diferença está no dolo.
Homicídio qualificado pela tortura, dolo em tudo.
Tortura qualificado pela morte, crime preterdoloso.
Insidioso: DISSIMULADO – MEIO TRAICOEIRO:
EX: retirar óleo de direção ou freio de automóvel para que o motorista se acidente e morra.
Cruel: Aquele que aumenta de maneira desnecessária o sofrimento da vítima. Torna a morte da vítima ainda mais dolorosa.
EX: indivíduo vai matar o estuprador da esposa, vai cortando algumas partes, até por fim matar.
Perigo Comum: Gera perigo, gera risco a um número indeterminado de pessoas. 
EX: A quer matar B (animus necandi), em um local altamente movimentado, A sai atirando atrás de B, gerando perigo para todos que estão por ali.
OBS 5: Envenenamento através de um cafezinho (meio insidioso/dissimulado). Convida alguém para um café e mistura ao café o veneno e mata o seu desafeto. Configura a qualificadora pelo meio insidioso.
Quando você vai sendo forçada a ingerir o veneno, vai configurar meio cruel.
 
OBS: qualificadora da tortura, o agente tem que agir com animus necandi de matar, mas se utiliza do meio de tortura. A finalidade é matar, mas utiliza o meio que é da tortura.
IV- Á TRAIÇÃO, DE EMBOSCADA, OU MEDIANTE DISSIMULAÇÃO OU RECURSO QUE DIFICULTE OU TORNE IMPOSSÍVEL A DEFESA DA VÍTIMA:
Aqui se trata do modo de execução do crime.
À traição: Ataque desleal, repentino e inesperado. 
FISICA: Ex: atirar pelas costas ou durante o sono
MORAL: EX: Atrair a vítima para um precipício.
OBS 1: Pressupõe uma relação de confiança entre autor e vítima.
Emboscada: Tocaia, quando o indivíduo aguarda a vítima passar e age de surpresa. Esperar para atingir.
Dissimulação: Atuação disfarçada, hipócrita. Atuar com hipocrisia fingindo bom sentimento para atingir o objetivo.
Não pressupõe relação de confiança.
EX: A se veste de policial e finge uma abordagem policial, conduz a vítima em um falso estado de flagrância e chega em local ermo e mata a vítima.
Dificultar ou tornar impossível a defesa da vítima: 
EX: matar alguém em estado de muita embriaguez, matar a vítima dormindo, ou linchamento (várias pessoas contra uma).
OBS: A idade elevada da vítima se enquadra nesta qualificadora?
A idade da vítima por si só, não qualifica por si só o homicídio por dificultar a defesa da vítima.
A idade constitui uma característica da vítima e não recurso procurado ou utilizado pelo agente.
V - PARA ASSEGURAR A EXECUÇÃO, OCULTAÇÃO, VANTAGEM OU IMPUNIDADE DE OUTRO CRIME.
Qualificadora subjetiva	
Crime parasitário – depende de um hospedeiro. 
Assim como crime de receptação, que depende de furto ou roubo.
 
*Quando comento crime de homicídio para ocultar uma contravenção penal, se aplica esta qualificadora?
 O agenteresponderá pelos dois delitos em concurso material de crimes.
*Se o agente desistir de cometer o outro crime, se aplica esta qualificadora?
Sim. Responderá por homicídio qualificado ainda que desista de praticar o outro crime.
Pode ser de crime cometido por outra pessoa?
Ex: Matar testemunha para ocultar um homicídio que seu irmão cometeu.
 Sim. Aplica-se esta qualificadora quando o crime é praticado por você ou por terceira pessoa.
Irrelevante o tempo decorrido entre o homicídio e o outro crime. Não há determinação de lapso temporal.
Sempre que cometer os dois crimes, responderá pelos dois em concurso material de crimes.
Exceção: quando desiste de praticar o crime outro ou quando o crime outro foi praticado por terceira pessoa.
VI – FEMINICÍDIO – CONTRA A MULHER POR RAZÕES DO SEXO FEMININO.
Qualificadora Objetiva (STJ – HC 433.898) – pode cumular com outras qualificadoras.
Tem correntes que acham que é subjetiva
Crime hediondo, porque todo homicídio é qualificado e todo homicídio qualificado é crime hediondo.
O que são razões do sexo feminino
Art. 121, §2º A, CP: Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
(Norma penal explicativa)
I – Violência doméstica e familiar;
OBS: Não é cumulativo pode ser um ou outro. Doméstica OU Familiar.
Ex: pai que já não mora na mesma casa, mata sua filha em razão de discussão sobre herança. Violência familiar.
Irmão que mata irmã para ficar com herança? Qualificado pelo motivo torpe.
II – Menosprezo ou discriminação à condição de mulher;
Diferença entre FEMICÍDIO e FEMINICÍDIO.
FEMICÍDIO: Toda vez que se mata mulher, não é hediondo, pode inclusive ser culposo.
FEMINICÍDIO (qualificadora): A morte de mulher em razão de condição do sexo feminino. Forma de violência de gênero.
Está muito ligado ao machismo estrutural que prevalece no país.
Ex: Maria e João disputam a mesma vaga. Maria ganha a vaga e João a mata, porque perdeu a vaga para uma mulher.
 
Não há necessidade de relação familiar ou doméstica.
Sujeito Ativo: Comum, qualquer um, inclusive mulher.
Sujeito passivo (mulher- mulher trans)???: 
1 - corrente entende que pode ser transexual;
2 - corrente entende que não pode estender a transexual, vez que seria analogia em malam partem
20/03/2024
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA NO FEMINICÍDIO: 
Art. 121, § 7º - 1/3 até metade: (incluído pela Lei nº 13.104/2015)
I – Durante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto (incluído pela Lei nº 13.104/2015);
*Fragilidade física e emocional da mulher;
*O agente precisa saber da gravidez, para afastar a a responsabilidade objetiva do agente;
*Se sabia da gravidez e matou a gestante? Responderá pelo feminicídio e pelo aborto praticado por terceiro sem o conhecimento da gestante. Art. 125,CP
II – Pessoa maior de 60 anos, com deficiência ou com doenças degenerativas que acarretem a condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental. (incluído pela Lei nº 14.344/2022);
*Fragilidade física e emocional, menor resistência
*O agente precisa saber da condição da vítima
III – Na presença física ou virtual de descendente ou ascendente da vítima ((incluído pelo Lei nº 13.771, de 2018);
*A norma foi alterada, para incidir a qualificadora quando a presença se der de modo virtual;
*Maior ou menor a fração de aumento de pena a depender do impacto psicológico causado.
IV – Em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do ar 22 da Lei 11.340 de 2006 (incluído pelo Lei nº 13.771, de 2018).
*O descumprimento das medidas protetivas de urgência por si já configura crime: Lei 11.340/06, Art.24-A
Art. 24-A.  Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.
Mas para incidir a qualificadora, precisa descumprir as medidas previstas: 
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 ;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;
c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da ofendida;
*Não há que se falar também em concurso de crimes do feminicidio majorado com o crime previsto no art. 24-A
VII –CONTRA AUTORIDADE OU AGENTE DESCRITO NOS ARTS. 142 (FORÇAS ARMADAS) E 144 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (SEGURANÇA PÚBLICA), INTEGRANTES DO SISTEMA PRISIONAL E DA FORÇA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA, NO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO OU EM DECORRÊNCIA DELA, OU CONTRA SEU CÔNJUGE, COMPANHEIRO OU PARENTE CONSANGUÍNEO ATÉ TERCEIRO GRAU, EM RAZÃO DESSA CONDIÇÃO:     (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015).
HOMICÍDIO QUAALIFICADO FUNCIONAL
Carater/cunho: Objetiva quando for no exercício da profissão
	Subjetiva: quando for em decorrência da função.
Norma Penal em branco com complemento da Constituição Federal (art. 142 e 144).
*Art. 142 - (Forças Armadas): Exército, Marinha e Aeronáutica;
*Art. 144 - (Segurança Pública): Policia Federal, Policia Rodoviária Federal, Policia Ferroviária Federal, Policia Civil, Policia Militar, Bombeiro Militar, Guarda Civil Metropolitano (Guarda Municipal – 144, §8º);
*Força Nacional:
*Integrantes do Sistema Prisional:
A Emenda Constitucional nº 104 de 2019 incluiu o inciso VI ao art. 144, Caput, incluindo as policias penais federais, estaduais e distrital. Mas nada se alterou efetivamente o CP já fazia expressa menção aos integrantes do sistema prisional.
Já os agentes de policia da Camara dos Deputados e do Senado Federal não são abrangidos pelo rol do tipo penal, nem pelas normas constitucionais. Assim como a Policia Judicial (conhecidos antigamente como agentes de segurança do Poder Judiciário.
Precisa ser no exercício da função ou em razão dela.
Ex; Matar delegado em férias com a família, em razão de uma investigação que foi conduzida pelo delegado no passado e o condenou.
*Cônjuge, companheiro, parente consanguíneo até terceiro grau, em razão da condição de parentesco.
OBS: Policial civil aposentado morto em decorrência de sua profissão é morto, incide a qualificadora?
Não. Por falta de previsão legal.
OBS 2: Filho adotivo incide a qualificadora?
Não. Porque a lei não traz expressa disposição legal.
Já há debates sobre a inconstitucionalidade da qualificadora, vez que diferencia filhos consanguíneos, filhos adotivos (filiação civil).
OBS 3: Parentes por afinidade (sogro, sogra, cunhado, ect) também não aplica a qualificadora.
Parentes consanguíneos: ASCENDENTES: Pais, avós, bisavos
					DESCENDENTES: Filhos, Netos, Bisnetos 
					COLATERAIS: Irmão, Tios, Sobrinhos
VIII- COM EMPREGO DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO OU POIBIDO:
Natureza: Objetiva
Com a derrubada do veto pelo Congresso Nacional alguns dispositivos da Lei 13964/2019 (Pacote Anticrime).
Apenas na data de 19/04/2021 foi inserido uma nova qualificadora ao homicídio o inciso VIII que trata do homicídio praticado com emprego de arma de fogo ou de uso restrito ou proibido. 
Trata-se de norma penal em branco, pois depende de norma que defina que o que é arma de fogo de uso restrito ou proibido.
As normas que atualmente complementam o dispositivo estão no decreto nº 9847/2019 que regulamenta a lei 10.823/2003 (estatuto do desarmamento).
A arma deve estar elencada como o de uso restrito ou proibido para que incida a qualificadora .
 Art. 2º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se:
....
 II - arma de fogo de uso restrito - as armas defogo automáticas, semiautomáticas ou de repetição que sejam: 
	
	a)
	não portáteis; 
	
	b)
	de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules; ou 
	
	c)
	portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules; 
     III - arma de fogo de uso proibido: 
	
	a)
	as armas de fogo classificadas de uso proibido em acordos e tratados internacionais dos quais a República Federativa do Brasil seja signatária; ou 
	
	b)
	as armas de fogo dissimuladas, com aparência de objetos inofensivos; 
     IV - munição de uso restrito - as munições que: 
	
	a)
	atinjam, na saída do cano de prova de armas de porte ou portáteis de alma raiada, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules; 
	
	b)
	sejam traçantes, perfurantes ou fumígenas; 
	
	c)
	sejam granadas de obuseiro, de canhão, de morteiro, de mão ou de bocal; ou 
	
	d)
	sejam rojões, foguetes, mísseis ou bombas de qualquer natureza; 
     V - munição de uso proibido - as munições que sejam assim definidas em acordo ou tratado internacional de que a República Federativa do Brasil seja signatária e as munições incendiárias ou químicas;
IX – CONTRA MENOR DE 14 (QUATORZE) ANOS;
A lei nº 14.344 de 24 de maio de 2022, conhecida como lei Henry Borel.
E foi assassinado no apartamento onde morava com a mãe e o padrasto na barra da Tijuca, lá no Rio de Janeiro.
O Padrasto era um vereador Jairinho.
E decorrência disso foi inserido no código penal uma nova modalidade de qualificadora de homicídio, que incide se for praticado contra criança ou adolescente menor de 14 anos 
Natureza/caráter: Objetiva.
Exige-se somente que o agente saiba da idade da vítima.
Além disso além Henry Borel também inclui majorantes específicas para essa qualificadora a semelhança do feminicídio. 
O art. 121, § 2º-B: Dispõe sobre homicídio qualificado e majorado (Lei 14.811/2024).
Institui medidas de proteção à criança e ao adolescente contra a violência nos estabelecimentos educacionais ou similares, prevê a Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração Sexual da Criança e do Adolescente e altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e as Leis nºs 8.072, de 25 de julho de 1990 (Lei dos Crimes Hediondos), e 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
§ 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é aumentada de: (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022)
I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com doença que implique o aumento de sua vulnerabilidade; (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) 
II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela. (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) 
III - 2/3 (dois terços) se o crime for praticado em instituição de educação básica pública ou privada. (Incluído pela Lei nº 14.811, de 2024)
OBS: O que acontecerá quando o homicídio possuir mais de uma qualificadora?
Uma será considerada qualificadora e as demais serão tidas como circunstancias agravantes.
AULA 21/03 2024
11.2 – HOMICÍDIO QUALIFICADO PRIVILEGIADO:
É possível desde que a qualificadora seja de cunho objetivo.
São elas as qualificadoras que dizem respeito ao meio ou modo de execução.
Pai que utiliza das qualificadoras de cunho objetivo para matar o estuprador da filha.
Privilegio (relevante valor moral), sempre tem cunho subjetivo.
OBS: HOMICIDIO QUALIFICADO PRIVILEGIADO NÃO É CRIME HEDIONDO.
Lei nº 8072/1990 – Art. 1º, I
HOMICÍDIO DOLOSO MAJORADO
Art. 121, §4º segunda parte.
Aumenta 1/3
Tem que ver a idade da vítima no momento do crime. No momento da ação ou omissão que originou o resultado morte. Decorre da teoria da atividade adotada pelo CP.
O Agente precisa ter ciência da idade da vítima.
Ela é aplicada na terceira fase de dosimetria da pena.
Somente pode ser aplicada esta causa de aumento de pena se não foi considerada como qualificadora do inciso IX.
Além disso, deve afastar as agravantes do art. 61, II, h, CP:
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - a reincidência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
Agravantes no caso de concurso de pessoas
Art. 121, §6 – Se o crime for cometido por milícia privada sobre o pretexto de prestação de serviço de segurança ou por grupo de extermínio.
Aumenta de 1/3 a metade
CONCEITO MILICIA PRIVADA: é a reunião de pessoas sejam civis ou militares que buscam atuar com violência ou grave ameaça e pretexto de devolver a paz pública movimente em comunidades carentes.
CONCEITO GRUPO DE EXTERMÍNIO: É a reunião de pessoas que praticam um assassinato tendo como vítimas as pessoas marginalizadas ou consideradas indesejadas pela sociedade. Consideram-se justiceiros podendo ser civis ou militares .
Há doutrinadores que consideram bi in idem se aplicada a majorante (terceira fase dosimetria da pena) No caso de incidência da majorante de forma conjunta com a condenação do crime de milícia privada (Art. 288-A).
Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes:         (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013)   
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.         (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) 
Parágrafo único.  A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente.     
 
Constituição de milícia privada      
 Art. 288-A.  Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código:         (Incluído dada pela Lei nº 12.720, de 2012) 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos
O STJ não considera haver bis in idem se os delitos tutelam bens jurídicos diversos e o mesmo fato é considerado na aplicação de pena de ambos.
Ainda há doutrinadores que defendem o concurso de delitos que é uma forma mais compatível com a jurisprudência do STJ.
Três ou mais pessoas (doutrina diverge quanto ao numero de pessoas);
Quatro ou mais;
Duas ou mais.
1.14 – HOMIICÍDIO CULPOSO
Art. 121, §3º CP:
Pena detenção de 1 a 3 anos
Violação do dever objetivo de cuidado.
Imprudência: Atuar descuidado, ), é o fazer perigoso. (manusear arma de fogo com diversas pessoas ao seu redor).
Negligencia: Não fazer, deixar de fazer, deixar de fazer o que a cautela recomenta. (Deixararma de fogo ao alcance de outras pessoas).
Imperícia: Falta de aptidão técnica para exercício de arte, profissão ou ofício. Em que pese, o agente está autorizado a praticar o ato, falta-lhe conhecimentos técnicos ou teóricos para tanto. (Médico cirurgião que mata paciente por falta de conhecimento prático).
Pode ser cometido por conduta comissiva ou omissiva ou por meio de omissão imprópria.
OBS: HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE VEICULO AUTOMOTOR: Art. 302, CTB.
LESÃO CORPORAL CULPOSA NA DIREÇÃO DE VEICULO AUTOMOTOR: Art. 303, CTB.
1.15 – HOMICÍDIO CULPOSO MAJORADO:
Art. 121, § 4º, primeira parte
Pena aumentada de 1/3:
*Se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício.
*Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima:
Não cabe ao agente efetuar a avaliação sobre a utilidade ou não da prestação de socorro.
OBS: SE A VÍTIMA FOR IMEDIATAMENTE SOCORRIDA POR TERCEIROS - Se terceiros socorrem a vítima de forma que, nem possibilita o terceiro a socorrê-la.
OBS: SE A MORTE FOR INSTANTANEA: Incide o aumento de pena. A lei quer forçar o agente a prestar socorro. Morte instantânea, por si só, não afasta o aumento de pena de 1/3.
Exceção: MORTE INSTANTÂNEA, EVIDENTE E INCONTESTÁVEL – Não incide o aumento de pena.
OBS: AMEAÇA DE LINXAMENTO: Não incide causa de aumento de pena. Fugiu porque estava ameaçado.
*Seu agente não procura diminuir as consequências do seu ato:
A interpretação majoritária é de que o dispositivo trata exatamente de hipótese de omissão de Socorro apenas com utilização de outras palavras 
*Foge para evitar prisão em flagrante:
Há doutrinadores que entendem que a fuga para evitar a prisão seria in constitui jornal já que o réu não poderia ser penalizado por não ter permanecido no local aguardando sua própria prisão.
O STF fixou a seguinte tese a regra que prevê o crime do artigo 305 do CTB é constitucional posto não informar o princípio da não incriminação garantido o direito ao silêncio e ressalvadas as hipóteses de exclusão de tipicidade e antijuridicidade. (RE 971959).
Por tais razões o STF não considera a incriminação da fuga como inconstitucional já que o artigo 305 do CPTB tipifica justamente o crime de fuga do local do acidente.
Art. 305 
Afastar-se o condutor do veículo do local do sinistro, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
1.16 – PERDÃO JUDICIAL:
Art. 121, §5º CP:
Copia porque despenca em prova.
Perdão judicial somente em homicídio CULPOSO
Os tribunais tem entendido que há necessidade de vínculo afetivo entre a vítima e o agente.
As consequências serão muito maiores que a pena, a pena torna-se desnecessária.
STJ: Exige laço afetivo prévio com a vítima. OU
	O Autor tem que sofrer graves consequências de ordem física.
Natureza Jurídica Perdão Judicial: Sumula 18 STJ – DECLARATÓRIA DE EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE:
“A sentença concessiva de perdão judicial do perdão judicial é declaratória de extinção de punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório”. Não serve para configurar reincidência, caso o agente cometa crime posterior.
Aula 04/04/2024
O crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio ou a automutilação está previsto no:
Art. 122 CP, 
Capítulo I (Crimes contra a vida).
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
Bem jurídico tutelado: vida humana ou a integridade corporal.
Objeto Jurídico: Vida humana.
Sujeito ativo: qualquer um, é crime comum - pode ser praticado por qualquer pessoa.
Sujeito passivo: Qualquer pessoa capaz. 
Elemento Subjetivo: Dolo direito ou eventual. 
Dolo Eventual em especial no caso de induzimento ou instigação automutilação quando a gente assume o risco de a vítima se suicidar.
 Ainda há modalidade préterdolosa, nos casos das modalidades qualificadas, vez que age com culpa no resultado. Caso houvesse dolo no resultado responderia por outro crime.
Classificação: 
Comum: Pode ser cometido por qualquer pessoa;
Formal (caput): o tipo penal descreve a conduta humana e o resultado naturalístico, porém a produção desse resultado é indiferente para a consumação do crime.
Material (§§1º e 2º): Conduta + resultado naturalístico=consumação Forma Livre: O tipo penal não prevê nenhuma conduta específica para o agente atingir o resultado.
De perigo (caput): Gera possibilidade de dano ao bem jurídico tutelado. É aquele que, para que se considere consumado, exige apenas que o bem seja exposto a perigo. Portanto, a efetiva ocorrência de dano ao bem jurídico protegido pela lei penal é desnecessária para que o crime se consume.
De dano (§§1º e 2º): Consuma-se quando o bem jurídico tutelado é atingido;
Comisso: crime de ação, implica em um fazer;
Omissivo improprio (caso o sujeito tenha o dever de garantidor): também chamado de comissivo por omissão, O sujeito tem o dever de evitar o resultado naturalístico. A doutrina aponta que só abrange crimes materiais, já que o agente deve ter o dever de evitar o resultado.
Ex: Mãe que se cala, quando a filha de 17 anos diz que vai suicidar porque viu um file sobre e entende que aquela seja a solução ara seu caso.
Instantâneo: (em caso de morte da vítima de efeitos permanetes): A consumação do crime se dá em determinado momento na linha do tempo;
Não transeunte ou Crime de fato permanente: Esta ligado aos vestígios. É aquele que deixa vestígios, tornando necessária a realização do exame de corpo de delito.
Unissubjetivo/monossubjetivo: Demanda um único agente;
Plurissubsistente: é aquele cuja prática exige mais de uma conduta para sua configuração. Em outras palavras, a conduta do agente pode ser fracionada, possibilitando a interrupção da execução, por circunstâncias alheias à vontade do agente, e, com isso, a punição do conatus (modalidade tentada do crime). 
Condicionado (nas formas dos §§1º e 2º): São aqueles que dependem da realização de uma condição para sua configuração.
TENTATIVA: Admite-se (caput); não se admite nas modalidades descritas nos §§1º e 2º (por serem modalidades condicionadas).
OBS: Importante não confundir a tentativa de realização do delito com a produção do resultado de suicídio ou automutilação.
A tentativa aqui, é referente ao auxílio,instigação ou induzimento.
Não se confunde com a eventual produção posterior do resultado suicídio ou automutilação.
CONSUMAÇÃO: A consumação ocorre quando a vítima, após ser induzida, instigada, ou auxiliada começa a praticar o suicídio ou a automutilação.
Ação penal: pública e incondicionada.
Competência: Divergência doutrinaria, por se tratarem de bens jurídicos protegidos distintos. 
Automutilação (integridade física, integridade corporal e saúde).
Suicidio (vida humana)
 Tribunal do Júri (suicídio), Automutilação (Juiz singular).
A lei 13968/2019 inseriu a figura do induzimento, instigação ou auxílio à automutilação.
Além de alterar a configuração do tipo penal e suas formas majoradas, inseriu novas qualificadoras, e previu o afastamento desse delito em favor da lesão gravíssima e do homicídio em determinados casos.
Sabemos que novatio legis in pejus só poder alcançar os fatos típicos que foram cometidos após o início de vigência da lei.
Conceitos:
Suicídio: É a morte voluntária. A conceituação dessa modalidade jurídica de morte exige 2 elementos: um subjetivo (o desejo de morrer) outro objetivo (o resultado morte). 
Excluem-se do conceito de suicídio os que morreram no cumprimento do dever: como soldados e bombeiros, os médicos por doenças infectocontagiosas, os que falecem tentando em gesto altruístico salvar semelhantes prestes a afogar-se, por exemplo. 
Automutilação: É autolesão. Quando alguém machuca a si mesmo, voluntariamente. Em princípio a lei não pune essa forma de dano. Entretanto, pune quem induz, instiga, ou auxilia automotivação. O estado resolveu adotar essa política criminal por causa do jogo” baleia azul” captado das redes sociais, havendo incentivopara jovens cometerem por meio de jogos automutilação até chegar ao suicídio. 
Induzir: criar na mente da vítima o desejo do suicídio ou da automutilação, implantar a ideia, pensamento até então inexistente; 
Instigar: estimular, reforçar ideia preexistente, alimentar o pensamento suicida ou de automutilação da vítima; 
Prestar auxílio: participar materialmente, atuar no cometimento do ato, dar o meio para o suicídio ou para a automutilação.
OBS: O induzimento ou instigação, não podem se converter em coação moral irresistível pois nesse caso não há suicídio, mas homicídio por autoria mediata.
Ex: Seu agente ameaça matar os familiares da vítima, que estão ao alcance de sua arma, caso ele não atira em si próprio, não houve do ponto de vista jurídico-penal a configuração do artigo 122 mas sim do artigo 121 do CP. 
OBS: Por outro lado dissabores da vida cotidiana, ainda que mais graves, não implicam por si só, a prática do crime, ainda que contribuam para a decisão da pessoa de tirar sua própria vida.
OBS: O auxilio material, por sua vez, deve ser acessório pois se o agente praticar atos executórios pode se configurar crime de homicídio ou de lesão corporal. Qualquer intervenção material direta na fase executória afastará o crime previsto no artigo 122 e configurará o delito de homicídio ou de lesão corporal conforme o caso.
Ex: Se a gente fornece corda para que o sujeito se enforque, configura-se auxílio ao suicídio. Se ele empurra o sujeito para que a corda o enforque, o crime será de homicídio.
FORMAS QUALIFICADAS:
Antes da modificação trazida pela Lei 13.968/2019, o artigo 122 só previa pena para as condutas que tipificava no caso de o suicídio se consumar ou de a tentativa de suicídio resultar lesão corporal de natureza grave. 
Atualmente, a ocorrência dos resultados naturalísticos lesão grave ou morte tornará o crime qualificado conforme parágrafos 1º e 2º (com novos limites mínimo e máximo da pena em abstrato):
§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
O resultado lesão grave ou gravíssima tornará a conduta punível com a pena de reclusão, de 1 a 3 anos. 
Se o resultado for a morte, seja por consumação do suicídio, seja como consequência da automutilação, a pena será de reclusão, de 2 a 6 anos.
As lesões corporais de natureza grave, estão previstas nos quatro incisos do § 1º, do art. 129, do Código Penal, e são elas: 
I – incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 (trinta) dias;
 II – perigo de vida; 
III – debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV – aceleração de parto.
As lesões corporais de natureza gravíssima, estão previstas nos cinco incisos do § 2º, do art. 129, do Código Penal, e são elas:
 I – incapacidade permanente para o trabalho; 
II – enfermidade incurável; 
III – perda ou inutilização de membro, sentido ou função; 
IV – deformidade permanente;
 V – aborto.
OBS: A definição gravíssima para lesão corporal não está definida no código penal mas sim é em decorrência de utilização pela doutrina para diferenciar as lesões corporais previstas no §1º do art. 129 , das previstas no §2º.
FORMAS MAJORADAS (CAUSAS DE AUMENTO DE PENA)
Os parágrafos 3º, 4º e 5º do artigo 122, inserido pela Lei 13.968/2019, prevêem as seguintes causas de aumento de pena: 
§ 3º A pena é duplicada:
I – se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil;
II – se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
Motivo egoístico: consiste no interesse pessoal do agente. Por exemplo, alguém que induz o sujeito, com classificação superior em lista de espera de concorrido concurso, a se matar.
Motivo torpe: é o motivo repugnante, vil, desprezível, como por exemplo a vingança, a depender do caso concreto. 
Motivo fútil: é o motivo mesquinho, insignificante, é aquele que é desproporcional em relação ao crime praticado.
A vítima com diminuição da capacidade de resistência é aquela que, por qualquer motivo, está mais suscetível ao induzimento ou à instigação, como por exemplo a pessoa que sofre alguma enfermidade, como uma depressão.
§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real.
O parágrafo 4º prevê o aumento da pena até o dobro se a conduta for realizada por meio da rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real. Para configurar este delito, a conduta típica deve ser contra uma pessoa determinada ou pessoas determinadas. Um exemplo seria a utilização de chamada de vídeo ou das mensagens do Facebook.
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual.
O parágrafo quinto traz a causa de aumento de pena que incide no caso de o agente ser o líder ou o coordenador de grupo ou de rede virtual. Neste caso, aumenta-se a pena em metade. O ponto importante dessa conduta é o fato de o agente ter uma posição de liderança ou de coordenação em grupo ou rede virtual, fazendo com que sua conduta tenha mais chances de ser eficaz, pois ele exerce influência sobre o comportamento de outras pessoas. 
HIPOTESE DE CONFIGURAÇÃO DE CRIME MAIS GRAVE:
§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal de natureza gravíssima e é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código.
O parágrafo sexto traz a desclassificação para lesão corporal gravíssima, ou seja, se o crime de automutilação ou tentativa de suicídio resultar em lesão corporal natureza gravíssima e for cometido contra menor de 14 anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, o agente não responde por este crime qualificado de participação em suicídio ou automutilação (que tem pena prevista de reclusão, de 1 a 3 anos) e, sim, pelo crime de lesão corporal gravíssima (previsto no art. 129, § 2º, do CP), cuja pena é superior: reclusão, de 2  a 8  anos.
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do art. 121 deste Código.
E o parágrafo sétimo traz a desclassificação para homicídio, ou seja, se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte e o delito é cometido contra menor de 14 anos ou contra quem não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, o agente não responde por este crime qualificado de participação em suicídio ou a automutilação (que tem pena prevista de reclusão, de 2 a 6 anos) e, sim, pelo crime de homicídio (previsto no art. 121, do CP), cuja pena é superior: reclusão, de 6 a 20  anos.
Menor de 14 anos de idade: a lei presume de forma absoluta, a incapacidade do menor de 14 anos resistir a uma ideia de suicídio ou auto mutilação. 
Assim, se a vítima menor de 14 anos, se mata ou se automutila, neste último caso, com a configuração de lesão de natureza gravíssima ,o agente responderá pelo crime de homicídio ou de lesão corporal gravíssima, respectivamente.
Vítima que por enfermidade ou deficiência mental não tem o necessário discernimento contra a prática do ato: Cuida-se de vítima que por enfermidade como: esquizofrenia ou deficiência mental (como quem nasceu com microcefalia) não tem de decidir de forma consciente e livre sobre o fim de sua própriavida ou da automutilação.
Que por qualquer outra causa não pode oferecer resistência: essa hipótese abarca qualquer causa que se torne a vítima mais vulnerável, sem possibilidade de resistir ao induzimento, á instigação ou auxílio material ao suicídio ou a automutilação.
EX: o caso de alguém que abusou do consumo de bebida alcoólica ou que usou cocaína a ponto de não ter o domínio de sua própria vontade.
Punição: deve ocorrer de acordo com resultado obtido.
Lesão corporal grave: O agente responderá nos termos do artigo 129, §2º caso a vítima seja um dos sujeitos acima.
Morte: se a vítima for uma das previstas no §7º do art. 122 e ocorrer o óbito, como consequência da conduta típica, configurará o crime de homicídio (art. 121) por expressa previsão legal. Afastando-se a forma qualificada do §2º, do art. 122 do CP. 
OBS: Vítima menor de 14 anos induzida, instigada ou auxiliada ao suicídio ou automutilação sem que ocorra lesão grave ou morte?
Divergência doutrinária: 
Deve–se considerar a incapacidade do menor para autodeterminação, mesmo que sobrevenha lesão grave ou nenhum resultado a vítima. Devendo ser afastado o tipo penal do art. 122, para o 129 (automutilação) ou 121 (suicídio);
Somente utiliza-se o parâmetro dos §§6º e 7º nos casos do resultado lesão grave ou morte. Se ausentes lesão grave ou morte, deve-se retornar a posição anterior avaliando a capacidade de autodeterminação da vítima, independente da idade;
Se não houver lesão grave ou morte o agente responderá pelo art. 122, com causa de aumento de pena prevista no §3º. Eventual resultado naturalístico não somente modificará a pena, mas o crime.
QUESTÕES INTERESSANTES: 
Suicídio a dois: um dispara no outro depois em si: Se sobreviver o que disparou (homicídio). Caso sobreviva o outro (art. 122);
Roleta russa: Antes da alteração da lei 13.968/219, somente havendo lesão corporal ou morte de ao menos um, os demais responderiam pelo delito. Atualmente responderão todos, independente do resultado.
Suicídio Americano: cada um escolhe uma arma (somente uma municiada): Se os dois combinaram a situação de livre e espontânea vontade o que sobreviver responderá por homicídio. Caso o que morreu tenha sido coagido, o coator responderá por homicídio.
Casal coloca fogo na sala: sobrevive o que colocou fogo (homicídio), sobrevive o que não participou dos atos executórios art. 122.
3 – INFANTICÍDIO:
SUJEITO ATIVO: mãe em estado puerperal;
SUJEITO PASSIVO: Filho recém-nascido ou nascente (cuja mãe é o sujeito ativo);
OBJETO JUÍDICO: Vida do neonato ou nascente;
ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo;
CLASSIFICAÇÃO:
PROPRIO: Somente pode ser cometido por agente especial, no caso a mãe;
MATERIAL: se configura com o resultado previsto no tipo, morte do filho 
FORMA LIVRE: o tipo não descreve a conduta que determina o resultado;
COMISSIVO: Ação
INSTANTANEO: A consumação não se prolonga no tempo
DE DANO: O bem jurídico precisa ser efetivamente lesado;
UNISSUBJETIVO: Pode ser cometido por uma só pessoa;
PROGRESSIVO: Passa, necessariamente, por uma lesão corporal;
PLURISSUBSISTENTE: Vários atos integram a conduta
Aula 09/04/2024
TENTATIVA: Admite-se
CIRCUNSTANCIAS ESPECIAIS: Não há
OBS: Tecnicamente se trata de homicídio doloso privilegiado.
CONCEITO: É o homicídio cometido pela mãe contra seu filho, nascente ou recém-nascido, sob influência do estado puerperal. Trata-se de um homicídio privilegiado, em que, por circunstancias particulares e especiais, houve por bem o legislador conferir o tratamento mais brando à autora do delito, diminuindo a faixa de fixação da pena (mínimo e máximo).
Distinção entre infanticídio e aborto: O infanticídio acontece durante o parto ou logo após.
Nos demais casos de eliminação da vida extrauterina configurará homicídio vida é intra-uterina aborto.
Para alguns doutrinadores o início do parto ocorre no período com um período de dilatação.
Para outros o início do parto se dá a partir da ruptura da bolsa, vez que a partir daí o feto se torna acessível às ações violentas.
Há também os que determinam que início do parto coincide com o período de expulsão. Parece ser a melhor posição, até mesmo pela melhor possibilidade de constatação e delimitação entre o delito de infanticídio e o Aborto.
DEFINIÇÃO DE ESTADO PUERPERAL: É o período que vai do deslocamento e expulsão da placenta a volta do organismo materno às condições anteriores à gravidez.
Podendo levar a mulher à distúrbios psíquicos.
Segundo a medicina legal, o estado puerperal pode ter duração de diferente em cada gravidez.
Sendo que em média se prolonga por 45 dias.
OBS: O fato de estar ou não é estado puerperal deve ser objeto de prova pericial por exigir conhecimento médico.
OBS: A prova da vida humana extra uterina pode ser realizada pelo exame chamado de doce docimasia pulmonar-respiratória, como a hidrostática de Galeno.
Para realização os pulmões do cadáver são colocados em líquido para se verificar se houve respiração e portanto, a entrada de ar nos alvéolos pulmonares.
Tendo a vida respiração houve vida extrauterina sendo que a morte posterior configura o infanticídio.
CIRME IMPOSSIVEL: se era um natimorto não se configurou o crime pois a tentativa era inidônea (crime impossível) por absoluta impropriedade do objeto material.
ERRO SOBRE A PESSOA: E se a mulher está em estado puerperal, confunde seu bebê e mata outro recém-nascido? Ela responde por homicídio ou infanticídio?
 O art.20 do CP responde:
Art. 20 [...]
§3º O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Ou seja, se ela queria matar o próprio filho, responderá por infanticídio mesmo se houver erro sobre a pessoa.
CONCURSO DE AGENTES: Segundo o art.30 do Código Penal, não se comunicam as circunstâncias de caráter pessoal, salvo quando elementares ao crime. O estado puerperal está na própria tipificação da conduta, portanto, essa condição se comunica aos que participam da conduta, mesmo quem não estejam em estado puerperal. 
Conceito:
O aborto é a interrupção na gravidez na qual se resulta na morte do feto.
Início da gravidez:
O Código Penal adota a teoria da concepção. Para fins penais, basta a fecundação do óvulo pelo espermatozoide, na qual se forma o zigoto. Boa parte da literatura médica, contudo, adota a teoria da nidação, na qual o início da gravidez se dá com a implantação do embrião no útero.
Métodos anticoncepcionais:
Os métodos anticoncepcionais não são abortivos, pois permitidos pela lei. A mulher que utiliza esses métodos está exercendo legalmente seu direito.
Modalidades de aborto:
Aborto natural: é o aborto espontâneo, não provocado. Inexiste crime, pois não há dolo.
Aborto acidental: decorre de um acidente. Inexiste crime, pois não há dolo.
Aborto criminoso: interrupção dolosa da gravidez, caracterizando alguns dos crimes previsos nos arts. 124 a 127 do CP.
Aborto legal: embora doloso, é autorizado pelo Direito Penal. Nesses casos não existe crime por expressa previsão legal.
Aborto econômico ou social: é praticado para não agravar a situação de miséria da gestante. É crime no Brasil.
Aborto eugênico: praticado para evitar o nascimento de uma criança com graves deficiências físicas ou mentais, assim como descendente de grupos discriminados em uma sociedade. É crime no Brasil.
Pena do aborto x pena do homicídio
A pena do aborto é bem menor do que a do homicídio porque no homicídio elimina-se uma vida humana já formada e consolidada. No aborto, por outro lado, elimina-se uma vida humana em formação.
Prova da gravidez:
Para que haja inquérito policial e a respectiva ação penal sobre, o crime de aborto exige prova da gravidez. Se a pessoa não está grávida, não há como abortar (crime impossível)
Aborto e o Código Penal
O Código Penal regula o crime de aborto da seguinte forma:
· Aborto provocado pela própria gestante: art. 124, CP.  
· Aborto provocado por terceiroscom consentimento da gestante: art. 124, CP (crime da gestante) e art. 126, CP (crime do terceiro).
· Aborto provocado por terceiros sem consentimento da gestante: art. 125, CP.
Podemos esquematizar os tipos referentes ao aborto da seguinte forma:
	Artigo
	Quem é punido
	Quem provoca
	Consentimento
	
	Art.124
	Gestante
	Gestante
	-
	
	Art.124
	Gestante
	Terceiro
	Sim
	Admite Participação não admite coautoria
	Art.125
	Terceiro
	Terceiro
	Não
	Admite coautoria e participação
	Art.126
	Terceiro
	Terceiro
	Sim
	Admite participação e coautoria
As causas de aumento de pena (aborto circunstanciado) estão previstas no arti.127 do CP. 
Por outro lado, as causas em que o aborto é permitido (aborto legal) estão previstas no art.128 do CP. 
Além dessas excludentes, o STF acrescentou a referente aos fetos anencéfalos (ADPF 54).
Bem jurídico protegido:
O bem jurídico tutelado pelo tipo do aborto é a vida humana intrauterina, em regra.
 No delito de aborto sem o consentimento da gestante (art. 125, CP), há dois bens jurídicos: a vida humana intrauterina e a integridade física e psíquica da gestante. 
É por esse motivo que a pena do crime do art. 125 é mais alta.
A vida do feto, no direito penal, é tutelada em sentido amplo: o óvulo fecundado, o embrião e o feto, propriamente dito, desde que ligado ao útero da gestante.
 No caso da fertilização in vitro, como o embrião não está dentro do útero, não há crime em seu descarte. 
Sujeito ativo:
Se for a figura do art. 124 do CP, será somente a gestante, que faz o aborto em si (autoaborto) ou consente para sua realização. Trata-se de modalidade de crime de mão própria.
No caso dos arts.125 e 126 do CP, o crime pode ser cometido por qualquer pessoa. 
Sujeito Passivo:
Em qualquer modalidade de aborto o sujeito passivo será o feto. 
No entanto, no caso do aborto provocado sem o consentimento da gestante, além do feto ela também será sujeito passivo. 
Meios de execução:
Trata-se de um crime de forma livre, já que qualquer meio apto a realizar o aborto é um meio de execução. Ex.: plantas abortivas, agulha de tricô, etc. 
O crime pode ser cometido de forma comissiva (ex.: ingerir medicamento) ou omissiva (ex.: médico que não ministra, dolosamente, remédio para amenizar a doença que causa aborto).
Elemento subjetivo:
É o dolo genérico, no qual o sujeito ativo só precisa desejar o aborto sem qualquer finalidade específica. 
Não existe aborto culposo.
 Para que haja punição por aborto deve haver dolo. 
Também não existe aborto preterdoloso (dolo antecedente e culpa consequente).  
Classificação: 
Art. 124
Próprio:
Material:
Forma Livre: 
Comissivo ou omissivo:
Instantâneo:
De dano:
Unissubjetivo ou plurissubjetivo:
Plurissubsistente:
Art. 125:
Comum:
Material:
Forma Livre: 
Comissivo:
Instantâneo:
De dano:
Unissubjetivo:
Plurissubsistente:
Art. 126:
Comum:
Material:
Forma Livre: 
Comissivo:
Instantâneo:
De dano:
Plurissubjetivo:
Plurissubsistente:
Consumação:
O aborto é um crime material, exigindo um resultado naturalístico. 
Só fala-se em crime de aborto consumado quando há morte do feto. Existia a discussão se o aborto exigiria a expulsão do feto morto. A resposta é negativa, não há necessidade de expulsão do feto morto, já que o crime se consuma com a morte do feto. 
Tentativa
A tentativa é possível no aborto, em todas as modalidades, já que ele é um crime plurissubsistente (fracionável). 
Por exemplo, quando o agente pratica a manobra abortiva com dolo de aborto, mas ocorre o nascimento do vida.
OBS: Quando um indivíduo realiza dolosamente uma manobra abortiva e há aceleração do parto, o bebê nasce com vida mas com a saúde prejudicada. Se ele morrer dias depois, será caso de aborto consumado ou homicídio consumado?
 Para a doutrina, trata-se de exemplo de aborto consumado, já que o indivíduo realizou a conduta dolosa. No entanto, o STJ já decidiu em um caso semelhante que seria crime de homicídio consumado, pois o bebê nasce com vida. 
Introdução
Art. 124, CP. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
Pena - detenção, de um a três anos.
Esse crime é de médio potencial ofensivo, por conta da pena cominada a ele.
Dessa forma, admite-se a suspensão condicional do processo.
Autoaborto (art. 124, CP):
O crime de autoaborto da primeira parte do artigo (“provocar aborto em si mesma”) é aquele em que a gestante, ela mesma, realiza a manobra abortiva.
 Ex.: gestante toma um abortivo. 
Trata-se de delito de mão própria, que somente pode ser cometido por ela mesma, admitindo-se a participação, mas não a coautoria. 
A pessoa que ajuda a gestante responde por aborto como partícipe, e não como coautor.
OBS: Se o terceiro pratica atos de execução, esse terceiro responderá pelo crime do art.126 do CP, e a gestante responde pelo art. 124, caput do CP. 
Consentir que terceiro pratique o aborto (art. 124, CP):
Aqui, a gestante não pratica a manobra, mas consente que um terceiro provoque a manobra abortiva nela. Trata-se de um crime de mão própria, no qual somente a gestante poderá incorrer. 
É importante notar que a gestante que concorda com o aborto responde por esse tipo, mas quem pratica o aborto responde pelo tipo do art.126 do CP. Trata-se de uma exceção à teoria monista adotada pelo Código Penal para explicar o tratamento dado a quem concorre pelo mesmo crime.
Em regra, quando há concurso de pessoas, todos que concorrem para o fato respondem pelo mesmo crime, pois no Brasil é adotada a teoria monista, na qual os coautores respondem pelo mesmo tipo penal. 
No entanto, o Código Penal estipula que o coautor, nesse caso, deverá responder por um crime diverso (teoria pluralista).
O consentimento da gestante precisa ser válido, ou seja, livre e voluntário, proferido por uma pessoa capaz de consentir. 
O art.126, parágrafo único do CP dispõe que não será válido o consentimento proferido por:
· Gestante menor de 14 anos; 
· Gestante com deficiência mental;    
· Consentimento obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
O aborto provocado por terceiro pode ser realizado de duas formas:
· Aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante (art. 125, CP);
· Aborto provocado por terceiro com o consentimento da gestante (art. 126, CP);
· Aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante.
Art. 125, CP. Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de três a dez anos.
Esse tipo é de elevado potencial ofensivo e nenhum benefício da Lei nº 9.099 poderá ser aplicado. 
Há duas hipóteses em que o indivíduo incorrerá nesse tipo penal:
· Quando a gestante não consentiu com o aborto;
· Quando a gestante consentiu, mas seu consentimento não era válido (art. 126, parágrafo único, CP). 
Trata-se de um crime de dupla subjetividade passiva, no qual as vítimas são o feto e a gestante. 
Aborto provocado por terceiro com o consentimento da gestante
Art. 126, CP. Provocar aborto com o consentimento da gestante: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
O consentimento da gestante poderá ser prestado de forma verbal, escrita ou pode ser presumido por sua conduta (ex.: gestante se dirige à clínica de aborto e faz todos os procedimentos que são exigidos).
Esse tipo exige que o consentimento da gestante esteja vigente até o final do ato. Se a gestante  se arrepender de realizar o aborto antes de sua consumação, não haverá consentimento, e o terceiro responderá pelo crime do art.125 do CP.
OBS: (Vide ADPF 54) Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 
De acordo com o entendimento firmado, o feto sem cérebro, mesmo que biologicamente vivo, é juridicamente morto, não gozando de proteção jurídica e, principalmente, de proteção jurídico-penal. "Nesse contexto, a interrupção da gestação de feto anencefálico não configura crime contra a vida - revela-se conduta atípica"
Aborto e associação criminosa
É perfeitamente possívelpensar em aborto em concurso material com o crime de associação criminosa. 
Por exemplo, no caso de uma clínica de aborto em que trabalham o obstetra, o anestesista e a enfermeira. 
O aborto circunstanciado é o aborto no qual incide causa de aumento de pena. 
Essa modalidade está prevista no art.127 do CP, e será aplicada aos crimes dos arts.126 e 125 do CP.
FORMA QUALIFICADA:
Art. 127, CP. As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Apesar de o art. falar em qualificadora, trata-se de uma majorante, porque a pena é aumentada em uma fração. Só falamos em qualificadora quando há mudança na pena mínima e máxima. Portanto, houve um erro terminológico do legislador. 
Podemos resumir as causas de aumento na seguinte tabela:
	Hipótese
	Quantum de aumento
	Se a gestante sofrer lesão corporal grave
	1/3
	Se a gestante morrer
	2x
Essa majorante não incide quando a gestante sofre lesão corporal leve. A lesão corporal, nesse caso, ficará absorvida pelo crime de aborto. 
OBS: E se o terceiro é partícipe da gestante no art. 124, sendo que o feto morre e a gestante sofre lesão corporal grave ou morre? 
Nesse caso, não se aplica o art.127 do CP. O terceiro responderá por autoaborto como partícipe. Também responderá por lesão corporal culposa (no caso de lesão grave) ou homicídio culposo (no caso de morte). 
Crime preterdoloso
As figuras circunstanciadas do aborto são crimes preterdolosos, pois existe dolo no aborto e culpa quanto à morte ou a lesão corporal grave.
Se o agente tem dolo também de causar a lesão ou morte na gestante, não se aplica o art.127 do CP. 
Nesse caso, o agente responderá pelos dois crimes em concurso: aborto e lesão corporal grave ou morte. 
Se o agente mata dolosamente uma mulher ciente de sua gravidez, ele responderá pelo homicídio e pelo aborto, ainda que não tivesse intenção de matar o feto. Isso ocorre porque quem mata ciente da gravidez assume o risco de matar o feto. Há, portanto, pelo menos dolo eventual. 
Se a gestante sofre a lesão corporal grave mas o feto nasce com vida, é possível aplicar as causas de aumento de pena independente da morte do feto. 
ABORTO NECESSÁRIO E EM CASO DE GRAVIDEZ RESULTANTE DE ESTUPRO
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54)
Aborto necessário:
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro:
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
Natureza Jurídica
São causas especiais de exclusão da ilicitude.
Aborto Necessário ou Terapêutico
O aborto necessário é o  realizado pelo médico quando não há outro meio de salvar a vida da gestante. O perigo pode ser atual, no momento do parto, ou futuro. Se não houver médico, há duas possibilidades:
· Se a gestante estiver correndo risco de vida no momento, qualquer pessoa pode intervir para interromper a gravidez, sem que isso represente um crime.
· Se a gestante não estiver correndo risco de vida naquele momento, haverá crime de aborto praticado por quem interromper essa gravidez. 
Aborto Sentimental, Piedoso, Ético ou Humanitário
É o aborto realizado por médico em gravidez resultante de estupro. Deve ser sempre realizado por médico e precedido de consentimento da gestante ou de seu representante legal. O boletim de ocorrência de estupro não precisa ser feito para que o aborto seja autorizado. No entanto, existem algumas etapas burocráticas que precisam ser enfrentadas, contidas na Portaria 2.282/20 do Ministério da Saúde.
Se for comprovado, posteriormente, que o estupro não ocorreu, o médico não responderá por crime, mas a gestante poderá responder pelo crime do art. 124, CP (aborto consentido) e por falsa comunicação de crime (art. 340, CP).
Fundamento constitucional
No aborto necessário, há dois direitos em conflito: o direito à vida do feto e da gestante. 
A lei, nesse caso, privilegia a vida da gestante em detrimento da vida do feto, por se tratar de uma vida humana já consolidada, enquanto a vida do feto é incerta, ainda é uma expectativa de vida.
No caso do aborto resultante de estupro há dois direitos em conflito: a vida do feto e a dignidade da pessoa humana da gestante. O código penal entende que não é razoável obrigar a gestante estuprada a manter a gravidez decorrente de violência. 
ANENCEFALIA
Anencefalia é uma má-formação rara que afeta o desenvolvimento do tubo neural, caracterizando-se pela ausência de tecido cerebral, assim como pela ausência total ou parcial de calota craniana. 
Para o Conselho de Medicina, o anencéfalo é um natimorto cerebral, e por isso não há vida humana intrauterina.
Como o aborto objetiva a eliminação da vida humana intrauterina, não se pode falar em aborto para o caso de anencefalia. 
O certo seria falar “antecipação terapêutica do parto”. 
ADPF 54 (ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL):
O Supremo decidiu, por meio dessa ADPF, que não é crime a antecipação terapêutica do parto no caso de anencefalia, argumentando que essa antecipação protege a vida da gestante, pois ela correria os riscos físicos e psicológicos da gestação e do parto, sendo que o bebê não viveria. 
Antes da ADPF, a antecipação era pedida por meio de ação judicial com pedido de liminar, mas essa ação poderia demorar, o que geraria um sofrimento à gestante. 
Antecipação terapêutica do parto x Aborto eugênico
No aborto eugênico, pratica-se o aborto para evitar o nascimento de pessoas com deficiência ou pertencentes a grupos marginalizados, enquanto que na antecipação terapêutica o bebê não tem qualquer expectativa de vida após o nascimento.
OBS: E se a mulher estiver grávida, não souber que o feto é anencéfalo, mas praticar a manobra abortiva? 
Nesse caso não há crime, pois não há vida intrauterina. Seria um caso de crime impossível. 
DAS LESOES CORPORAIS 
Art. 129
Bem jurídico: Integridade corporal ou a saúde.
Sujeito ativo
O sujeito ativo desse crime é qualquer pessoa, por ser um crime comum. 
Sujeito Passivo: Qualquer pessoa. Exceto as hipóteses do art. 129 §1º, IV, §2º, IV e §9º. 
Se for uma lesão corporal simples ou lesão corporal culposa, o sujeito pode ser qualquer pessoa. 
Se for lesão corporal no âmbito da violência doméstica (art.129, §9º do CP), o sujeito passivo pode ser ascendente, descendente, irmão, cônjuge, companheiro ou pessoa que tenha convivido, ou que prevaleça de relações domésticas, de coabitação ou hospitalidade. 
Se for lesão corporal do art.129, §12 do CP, serão sujeitos passivos as autoridades do art.142 e 144 da CF, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge/companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição.
Se for lesão corporal do art. 129, §13 do CP, o sujeito passivo será mulher, e o crime será motivado por razões da condição do sexo feminino.
 
Por fim, o crime do art.129, §1º, IV (lesão que acelera o parto) e §2º, V do CP (lesão que provoca aborto) só poderá ser cometido contra gestante.
 CLASSIFICAÇÃO: comum (quanto ao sujeito ativo e quanto ao sujeito passivo exceto nas hipóteses do art. 129 §1º, IV, §2º, IV e §9º);
Material;
De dano;
Comissivo ou Omissivo Impróprio;
Instantâneo;
Não transeunte;
Plurissubsistente;
Monosubjetivo;
Forma Livre 
Autolesão
A autolesão não é crime, pelo princípio da alteridade. Não se pune a conduta que prejudica apenas o próprio agente.
Entretanto a autolesão pode ser punida se for praticada para se perpetrar uma fraude, ou seja, como meio para a realização de outro delito e para se atingir outro bem jurídico:
Ex: Art. 171,  § 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
(...)
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüênciasda lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;      
  (Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro)
Também há o crime militar ,em que se pune a autolesão como meio para obtenção de resultado diverso. previsto no artigo 184 do código penal militar.
Ademais autolesão será punível, no caso de autoria mediata.
Ex: deve ser punido pelo crime de lesão corporal, o agente que leva o inimputável, que não tem consciência do que está fazendo, a ofender sua própria integridade corporal.
Elemento subjetivo:
A lesão corporal pode ser cometida tanto na modalidade culposa quanto dolosa, por expressa previsão legal.
Consumação:
A consumação se dá com a própria lesão.
Tentativa:
Admite-se. 
Lesão Corporal Simples (Leve)
Art. 129, CP. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
A lesão corporal leve tem seu conceito elaborado por exclusão, sendo considerada toda lesão que não seja grave ou gravíssima.
Parte da doutrina afirma que não se pode falar em insignificância, por envolver violência. No entanto, o STF já considerou, em antigo julgado (1988), a possibilidade de aplicar esse princípio, quando deixar lesões muito leves, como um “roxo” leve, após o acidente de carro. 
Lesão Corporal Grave
A lesão corporal grave é uma figura QUALIFICADA PELO RESULTADO.
PEna de 1 a 5 anos, de acordo com o §1º do art. 129 do CP. 
Art.129. [...]
§1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
I - Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias:
Trata-se de uma profissão lícita na qual a vítima trabalha, como, por exemplo, um pianista que demora mais de 30 dias para se recuperar de lesão nos dedos.
A incapacidade é atestada por meio de laudo pericial. 
O não exercício da profissão por vergonha (ex.: hematomas) não tem relevância penal para fins de caracterização da incapacidade. 
II - Perigo de vida:
As lesões devem ter gerado um risco real, concreto e efetivo de levar a vítima a óbito. 
Nesse caso, o autor da lesão não pode ter o dolo de homicídio, mas somente de lesão, pois se for identificado dolo de matar ele responderá por tentativa de homicídio. 
III - Debilidade permanente de membro, sentido ou função:
A debilidade permanente é entendida como o enfraquecimento da integridade corpórea da vítima, como por exemplo a perda de um dos órgãos duplos (olho, rim, etc). 
IV - Aceleração do parto:
Nessa modalidade, somente a gestante pode ser vítima e o dolo é somente o de lesionar, não o de acelerar o parto. 
Para que o indivíduo responda nessa modalidade de lesão grave o feto deve sobreviver.
Lesão Corporal Gravíssima (TAMBEM QUALIFICADA PELO RESULTADO)
A lesão corporal gravíssima são casos mais graves de lesão, previstos no §2º do art. 129 do CP.
Art.129. [...]
§2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável;
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
I - Incapacidade permanente para o trabalho:
A doutrina majoritária fala que é a incapacidade para qualquer trabalho. 
Se houver possibilidade de reabilitação em outra atividade, a lesão corporal não será gravíssima. 
II - Enfermidade incurável:
É uma doença cuja cura não é conhecida pela medicina. 
EX: quando o indivíduo sofre um trauma na cabeça que acarreta constantes convulsões, ou então, quando há transmissão dolosa de DSTs ainda incuráveis, como HIV.
III - Perda ou inutilização do membro, sentido ou função:
Nesse caso, a vítima não tem mais a função do membro ou do sentido.
EX: a perda total da visão, paraplegia, etc. 
Aqui, a perda é total, ao contrário da lesão corporal grave. 
IV - Deformidade permanente:
É quando a lesão gera marcas permanentes no corpo da vítima, como por exemplo queimaduras profundas, cicatrizes, etc. 
O STJ determinou que eventuais plásticas que disfarcem a deformidade não eliminam a qualificadora.
OBS: O Tribunal de Justiça de São Paulo julgou o caso de um tatuador que fez uma tatuagem em menor de idade sem o consentimento dos pais. Segundo o TJ, essa conduta poderá ser classificada como lesão corporal gravíssima. 
V – Aborto:
A última hipótese é quando a lesão gera o aborto da vítima gestante. O agente deve querer lesionar apenas a grávida, sem desejar o aborto, pois ele decorre apenas da culpa do agente, e não do dolo. Se houver dolo, o agente incorre no crime de aborto. 
Lesão corporal seguida de morte
Essa lesão corporal é uma lesão qualificada prevista no §3º do art.129 do CP.
Art.129. [...]
§3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
A doutrina também chama esse crime de homicídio preterdoloso, pois o agente tem dolo de lesionar a vítima, mas acaba matando-a de forma culposa. 
Se havia dolo de homicídio, o crime será de homicídio e as lesões corporais serão absorvidas. 
OBS: Para que essa qualificadora seja aplicada ao caso concreto é necessário que a morte seja ao menos previsível. 
A sexta turma do STJ considerou lesão corporal simples a morte de uma vítima lesionada na cabeça, que faleceu em decorrência de um aneurisma preexistente, já que, segundo o Tribunal, não havia previsibilidade da morte.
Lesão Corporal Privilegiada (TECNICAMENTE CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA)
Essa causa de diminuição de pena está prevista no §4º do art.129 do CP, na qual a pena será reduzida de 1/6 a 1/3.
Art.129. [...]
§4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
O motivo de relevante valor moral é aquele que visa tutelar interesse particular do agente. 
O valor social é aquele que procura tutelar interesses da coletividade.
O domínio de violenta emoção é uma condição emocional passageira que tira o agente do seu comportamento racional padrão. A ação deve ser praticada logo após a injusta provocação para ser considerada para fins dessa minorante. 
Substituição da pena
Se as lesões privilegiadas não forem graves, ou se as lesões forem recíprocas, é possível que o juiz substitua a pena privativa de liberdade pela pena de multa, conforme dispõe o §5º do art.129 do CP. 
Art.129. [...]
§5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II - se as lesões são recíprocas.
Se a lesão for realizada no contexto de violência doméstica ou familiar contra a mulher a pena não poderá ser substituída em nenhuma hipótese. 
11/04/2024
LESÃO CORPORAL MAJORADA:
São as causas de aumento de pena que incidem nas lesões corporais simples, grave e gravíssima. São as hipóteses do art.129, §§7º e 12 do CP:
Art.129. [...]
§7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§4º e 6º do art. 121 deste Código.   
Idade da vítima
Essa hipótese do §7º é aplicada às lesões corporais dolosas, e se relaciona com a idade da vítima na data dos fatos. Se a vítima for menor de 14 anos ou maior de 60 anos, a lesão corporal dolosa será majorada de 1/3. A comprovação da idade da vítima é feita por quaisquer documentos hábeis e é necessário provar que o agente sabia da idade da vítima. 
Milícia privada
A segunda hipótese do §7º também é aplicada às lesões corporais dolosas no caso de crime de lesão cometido por milícia privada, ou seja, agrupamento armado e estruturado de civis com a pretensa finalidade de “fazer justiça”.
Segurança Pública
A terceira hipótese de aumento de pena para lesão corporal está contida no §12 do art.129 do CP.
Art.129. [...]
§12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descritonos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços.
OBS: A força nacional de segurança pública é formada pelos melhores policiais para determinada missão e quando acaba a missão eles retornam a sua função anterior.
OBS: Lesão corporal via de regra não é crime hediondo.
A lesão corporal gravíssima art.129, §2º ou Lesão corporal seguida de morte, art. 129, §3º, quando praticada contra agente de segurança pública no exercício da função, ou em decorrência dela ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão desta condição, por expressa previsão legal: Art. 1º, I-A da lei de crimes hediondos.
LESÃO CORPORAL COM VIOLENCIA DOMESTICA E FAMLIAR
Trata-se de um tipo qualificado do crime de lesão corporal previsto no §9º do art.129 do CP.
Art.129. [...]
§9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. 
Sujeito passivo
Essa hipótese compreende a possibilidade de haver vítimas de qualquer gênero, apesar de a expressão “violência doméstica e familiar” comumente remeter a crimes relacionados à violência contra a mulher. O sujeito passivo poderá ser:
· Qualquer pessoa que conviva ou tenha convivido com o agressor; (O ex se enquadra nesta possibilidade)
· Cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão do agressor; (CADI)
· Pessoa que prevalece das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade. (EX: amigos que moram juntos)
Sujeito ativo
O sujeito ativo (agressor) poderá ser:
· Cônjuge, companheiro, ascendente, descendente, ou irmão da vítima;
· Pessoa que convive ou tenha convivido com a vítima;
· Pessoa que se prevalece das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade
Causas de aumento – 
As causas de aumento desse tipo qualificado estão tipificadas Previsão §10º, §11º
Art.129. [...]
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)
        § 11.  Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006)
São as seguintes hipóteses:
· Se a agressão gerar lesão corporal grave, gravíssima ou seguida de morte;
· Se a vítima for pessoa com deficiência e a lesão decorreu do contexto de violência doméstica.
LESÃO CORPORAL MOTIVADA POR RAZÕES DO SEXO FEMININO
Outra hipótese de lesão corporal qualificada é a lesão contra a mulher por razões do sexo feminino (§13), recentemente acrescentada pela Lei nº 14.188/2021.
Art.129. [...]
§13.  Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 deste Código: (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos). (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)
As razões da condição de sexo feminino são duas:
· Lesão que decorra de violência doméstica e familiar;
· Lesão que decorra do menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Violência doméstica e familiar
É definida pela Lei Maria da Penha, no art.5º:
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Menosprezo ou discriminação à condição de mulher
São situações patrocinadas por indivíduos que consideram a mulher como inferiores em relação aos homens. 
LESÃO CORPORAL CULPOSA
A lesão corporal culposa é prevista no §6º do art. 129 do CP e trata-se do tipo destinado a quem causa lesão corporal sem o dolo de gerar danos físicos à pessoa. Ex.: esbarrar sem querer em uma pessoa, que cai e se machuca.
Art.129. [...]
§6° Se a lesão é culposa:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Se a lesão culposa for gerada por acidente de trânsito, em vez do Código Penal, o indivíduo incorrerá na conduta de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor do art.303 do Código de Trânsito Brasileiro, cuja pena é maior.
Na lesão culposa do Código Penal existe uma causa de aumento de pena no §7º:
Art.129. [...]
§7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§4º e 6º do art. 121 deste Código.
Os parágrafos citados por esse dispositivo são aqueles que preveem as majorantes do homicídio culposo:
· Crime resultante de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício; (somente se aplica ao profissional – ex: medico que opera errado um paciente e ele perde a função do membro);
· Deixar de prestar imediato socorro à vítima;(somente se aplica a quem concorreu para lesão corporal e deixa de prestar socorro);
· Não tentar diminuir as consequências do seu ato, ou  (desdobramento fático da situação anterior);
· Fugir para evitar prisão em flagrante. 
PERDÃO JUDICIAL:
O §8º do art.129 do CP permite a aplicação do perdão judicial nos casos de lesão corporal culposa, nos mesmos moldes do homicídio culposo. O perdão é uma causa de extinção da punibilidade que constitui ato unilateral do juiz, ou seja, independe de aceitação do acusado.
Para essa aplicação, é necessário:
· Lesão corporal culposa;
· Consequências da infração atingem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 
OBS: SENTENÇA DECLARATÓRIA DE EXTINÇÃO DE PUNIBILIADE.
Ação Penal
Dependendo do tipo de lesão há um tipo de ação penal. 
A lesão simples e a lesão culposa são processadas por ação penal pública condicionada à representação. (ART. 88, da Lei 9099/95)
Qualquer tipo de lesão corporal, no contexto de violência contra a mulher, será processada por ação penal pública incondicionada.
Súmula 342, STJ e AÇÃO DIREITA DE INCONSTITUCIONALIDADE 19 STF. A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
As lesões graves, gravíssimas e seguidas de morte sempre serão públicas incondicionadas. 
Também são incondicionadas as lesões corporais contra agentes de segurança pública. 
	Lesão leve
	Lesão Grave
	Lesão gravíssima 
	Lesão corporal com resultado morte
	Agressão sem grandes consequências
 
Pena leve – de 3 meses a 1 ano de detenção
 
Artigo 129, caput do Código Penal
 
 
	Quando resulta em:
-sequelas temporária por mais de 30 dias
-perigo de vida
- fragilidade de membro, sentido ou função
-aceleração do parto
 
Pena – de 1 a 5 anos de reclusão
 
Artigo 129, § 1º
 
 
	Quando resulta em:
 -Incapacidade permanente para o trabalho;
-enfermidade incurável;
-perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
- deformidade permanente;
- aborto
 
Pena – 2 a 8 anos de reclusão
 
Artigo 129, § 2º
	Para configurar o crime, deve ficar claro que o autor não queria a morte, nem assumiu o risco de causá-la.
 
Pena – 4 a 12 anos de reclusão
 
Artigo 129, § 3o
 
Capítulo III (Da periclitação da vida e da saúde)
Arts. 130 a 132, 
Prevê o art. 130 do CP:
Perigo de contágio venéreo
Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea,de que sabe ou deve saber que está contaminado:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 2º - Somente se procede mediante representação.
· Bens jurídicos tutelados: incolumidade física, saúde e vida da pessoa.
· Sujeito ativo: em geral, é considerado crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa (que esteja contaminada com doença venérea). 
· Sujeito passivo: qualquer pessoa, independentemente da capacidade e do consentimento para realizar o ato sexual.
· Condutas (objetividade): neste crime, o agente, sabendo ou devendo saber de sua doença venérea, mantém qualquer espécie de contato físico sexual ou libidinoso sem qualquer proteção apta a evitar a transmissão do mal à vítima.
· A moléstia venérea é a doença transmissível através de contato sexual.
· No caso em concreto, o magistrado nomeará perito (médico cadastrado no CRM) para avaliação da enfermidade.
· Elemento Subjetivo: entende parte da doutrina que o crime exige o dolo do agente. 
· DOLO DIRETO: “(...) de que sabe)....
· DOLO EVENTUAL: “(...) ou deve saber estar contaminado”. Não possuindo forma culposa.
No entanto, outra corrente entende que o trecho “(...) ou deve saber estar contaminado” significaria a possibilidade de imputação de responsabilidade por culpa.
· Consumação: consuma-se com a prática sexual ou libidinosa, independentemente do efetivo contágio, caracterizando crime formal (aquele que independe do resultado).
· Naturalmente, a utilização de preservativo por si só desconfigurará o crime, pois não existe a conduta de colocar em perigo o sujeito passivo dolosa e nem culposamente.
· Tentativa: Parte da doutrina entende que é possível, outra parte entende que não é possível a tentativa. 
· Classificação: 
· Próprio: Demanda sujeito ativo qualificado que a pessoa contaminada; 
· Formal: Não exige um resultado naturalístico; 
· Forma vinculada: Só pode ser cometido por meio de relação sexual ou outro ato libidinoso; 
· Comissivo: Exige uma ação;
· Instantâneo: Não se prolonga no tempo;
· De perigo abstrato: Consuma-se com a relação sexual ou do ato libidinoso 
· Unissubjetivo: Um só agente.
· Plurissubsistente: em regra, vários atos integram a conduta. Qualificadora: Há previsão de modalidade qualificada quando a gente possui a intenção de transmitir a moléstia nos termos do artigo 130, §1º.
A qualificadora deste crime é bastante interessante, pois carrega o dolo de dano, em tese incompatível com o crime de perigo. 
Aqui neste caso, que é uma exceção, possibilita a inserção do dolo de dano no cenário do dolo de perigo e desejando o agente, efetivamente, transmitir a doença, sua pena bem mais alta.
Mas se chegar ao resultado danoso deve responder por lesão o homicídio conforme o caso.
· Ação penal: Desde que consentida a relação sexual, será pública, condicionada à representação do ofendido. Não sendo efetivamente transmitida a doença, caso seja, será pública incondicionada (arts. 121 e 129).
OBS: AIDS: A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida não é doença venérea, pois ela possui outras formas de transmissão que não são as vias sexuais.
Assim, caso o portador do vírus (não mais considerado letal pela medicina) da AIDS mantenha relação sexual com alguém disposto a transmitir ler o mal poderá responder pela prefigura prevista no Art. 131.
Perigo de contágio de moléstia grave
Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Vejamos sua classificação:
· Bens jurídicos tutelados: incolumidade física, saúde e vida da pessoa.
· Sujeito ativo: qualquer pessoa contaminada com moléstia grave contagiosa.
· Sujeito passivo: qualquer pessoa, desde que não contaminada pela mesma moléstia do agente.
· Condutas (objetividade): neste crime, o agente, sabendo de sua moléstia grave, pratica um ato qualquer com o fim de transmiti-la a outrem.
· O ato poderá ser direto (contato físico) ou indireto (contaminação por seringas, por exemplo).
· A moléstia, além de grave, deve ser contagiosa.
· Elemento Subjetivo: Dolo de perigo + elemento específico (transmitir moléstia grave a outrem). Não admite punição por ato culposo.
· Classificação:
· Próprio: Demanda sujeito ativo qualificado que a pessoa contaminada (para alguns); 
· Comum: Para outra parte da doutrina
· Formal: Não exige um resultado naturalístico; 
· Forma Livre: Pode ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente; 
· Comissivo: Exige uma ação;
· Instantâneo: Não se prolonga no tempo;
· De Dano: Quando contamina;
· De perigo concreto: Quando pratica o ato de produzir o contágio, mas não contaminou. 
· Unissubjetivo: Um só agente;
· Plurissubsistente:
· Unissubsistente: quando praticado em um único ato (ex: espirrar em alguém para transmitir COVID).
· Consumação: consuma-se com a prática do ato capaz de transmitir a doença. 
· Tentativa: Admite-se a tentativa.
· Ação penal: pública e incondicionada.
· Norma Penal em branco: A doença grave contagiosa deve ser prevista como tal pelo Ministério da saúde.
· Outros doutrinadores entenderem que não exige complementação normativa. 
· OBS: Lesão corporal: Se houver lesão corporal leve, em decorrência de resultado natural da ideia do agente transmitir a moléstia, responde o autor somente pela figura do art. 131. 
· Caso haja lesão grave gravíssima ou homicídio afasta-se o art. 131 e responderá pelo crime mais grave. 
· OBS: A AIDS era considerada enfermidade letal até que a medicina inventou um coquetel de drogas passível de conter seu desenvolvimento.
· Em decorrência disso a Transmissão proposital do HIV, é enquadrada no tipo de lesão corporal gravíssima (Art. 129, §2º, II, CP).
· BENEFICIOS: A suspensão condicional do processo e o oferecimento de acordo de não persecução penal são cabíveis.
· OBS: Quando a vítima já está contaminada pela moléstia: impropriedade absoluta do objeto material
· Quando o agente já está curado: ineficácia absoluta do meio.
Assim: a conduta não é típica pois o crime é impossível. 
 Perigo para a vida ou saúde de outrem
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
· Bens jurídicos tutelados: incolumidade física, saúde e vida da pessoa.
· Sujeito ativo: qualquer pessoa, é crime comum.
· Sujeito passivo: entende a doutrina que, embora a vítima pode ser qualquer pessoa, esta deve ser certa e determinada.
·  Condutas (objetividade): neste crime, o agente pratica um ato qualquer com possibilidade real de causar dano efetivo à vida ou saúde da vítima.
· Pode-se também responsabilizar a conduta omissiva (deixar de instruir empregado sobre os cuidados para a manipulação de substância química altamente danosa à saúde, etc.), devendo-se tomar cuidado para não confundir com o crime de omissão de socorro (em que há um dever de ajudar descumprido).
· Elemento subjetivo: deve haver dolo na conduta. Não há punição por ato praticado com culpa.
· Consumação: consuma-se com o simples surgimento do risco, sendo assim classificado como crime de perigo concreto.
· Se do crime resultar lesão corporal grave ou morte, o agente responderá somente por tais crimes (o crime de perigo é absorvido por estes).
· Admite-se a tentativa, por ser crime plurissubsistente (conduta é composta de vários atos de execução).
· Ação penal: pública e incondicionada.
CAUSA DE AUMENTO DE PENA:
No crime de perigo para a vida ou saúde de outrem, a pena deverá ser aumentada (na segunda fase de dosimetria) no seguinte caso:
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. 
Abandono de incapaz 
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapazde defender-se dos riscos resultantes do abandono:
Pena - detenção, de seis meses a três anos.
Vejamos sua classificação:
· Bens jurídicos tutelados: incolumidade física e metal, saúde e vida da pessoa.
· Sujeito ativo: agente deve ser pessoa com dever de cuidado, guarda, vigilância ou autoridade sobre a vítima, sendo assim um crime próprio (que exige qualidade especial do agente).
· Sujeito passivo: a vítima é a pessoa incapaz de defender-se dos riscos ocasionados pelo abandono. Note que pode ser tanto bebê quanto criança, idoso com demência ou ainda pessoa portadora de deficiência física ou mental totalmente incapacitante.
· Condutas (objetividade): o foco da conduta consiste na ação de abandonar a vítima, seja por ação (deixar bebê sob uma ponte qualquer, por exemplo) ou omissão (mudar-se de casa e deixar a criança na anterior, por exemplo).
· Subjetividade: deve haver dolo na conduta. Não há punição por ato praticado com culpa.
· Consumação: consuma-se quando, por razão do abandono, a vítima vem a enfrentar real situação de risco, sendo assim um crime de perigo concreto.
· Admite-se a tentativa
· Ação penal: pública e incondicionada.
QUALIFICADORA
O abandono de incapaz tem uma pena-base ainda maior (primeira fase de dosimetria) se por causa dele ocorrerem danos graves à saúde e vida da vítima:
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
AUMENTO DE PENA
Ademais, o abandono de incapaz também terá sua pena aumentada (na segunda fase de dosimetria) em três situações:
Aumento de pena
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:
I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima.
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos 
Exposição ou abandono de recém-nascido
Exposição ou abandono de recém-nascido
Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Vejamos sua classificação:
· Bens jurídicos tutelados: incolumidade física e mental, saúde e vida da pessoa recém-nascida.
· Sujeito ativo: há divergência na doutrina se ambos os pais poderiam ser autores desse crime ou se apenas a mãe. Entendemos que qualquer dos genitores poderia cometê-lo.
· Sujeito passivo: a vítima é a pessoa recém-nascida, não havendo um consenso sobre quando finda essa condição da criança.
·  Condutas (objetividade): o crime configura-se com a mera exposição ou abandono do recém-nascido, colocando-o diante de perigo real, com a especial finalidade de ocultar desonra própria. Devem estar presentes todos esses elementos.
· Subjetividade: deve haver dolo especial (finalidade especial) na conduta, consistente em ocultar desonra própria. Exemplo: figura queprocura ocultar filho de amante.
· Se não houver essa finalidade especial, o crime será o do artigo anterior (abandono de incapaz).
· Consumação: consuma-se quando, por razão do abandono, o recém-nascido vem a enfrentar real situação de risco, sendo assim um crime de perigo concreto.
· Admite-se a tentativa.
· Ação penal: pública e incondicionada.
QUALIFICADORA
O crime do art. 135 tem uma pena-base ainda maior (primeira fase de dosimetria) se, por causa dele, ocorrerem danos graves à saúde e vida da vítima:
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - detenção, de um a três anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Omissão de socorro
Prevê o art. 135 do CP:
Omissão de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Vejamos sua classificação:
· Bens jurídicos tutelados: a segurança do indivíduo e a saúde e a vida da sociedade em geral.
· Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa, sendo crime comum.
· Sujeito passivo: pessoas para quem tenha o agente o dever de assistência, sendo elas: Criança abandonada ou extraviada: é justamente a criança vítima dos artigos anteriores (abandono de incapaz ou recém-nascido) ou, ainda, a criança que tenha se perdido, por qualquer motivo, de sua casa ou de seus responsáveis. Inválido: a pessoa que necessita de assistência por não possuir resistência física ou psíquica aptaa lhe permitir defesa ou cuidado próprio. Ferido desamparado: é a pessoa que apresenta lesões corporais e necessita de auxílio. Quem se achar em grave e iminente perigo: além dos casos acima, o CP inclui o dever de assistência a qualquer um que, por qualquer motivo, esteja correndo risco real, grave e prestes a se consumar de ter a saúde ou a vida prejudicadas.
·  Condutas (objetividade): o crime configura-se quando o agente, verificando o dever de auxílio, deixa de prestar assistência imediata (ele próprio) ou, na impossibilidade desta, assistência mediata (chamando polícia ou médico, por exemplo).
· Veja que o dever de socorro não deve pôr em risco a vida ou saúde física do próprio agente. No entanto, existindo esse risco, sua obrigação inescusável passa a ser chamar outros que possam dar assistência sem risco pessoal.
· Subjetividade: deve haver dolo. Não há punição pela conduta culposa.
· Consumação: entende a doutrina que este crime se consuma com a simples omissão de socorro, no caso da criança, ou com a existência de perigo concreto resultante da omissão, nos demais casos. Não se admite a tentativa.
· Ação penal: pública e incondicionada.
CAUSA DE AUMENTO DE PENA
A omissão de socorro ainda deve ter sua pena aumentada (na segunda fase de dosimetria), se provocar como resultado lesão corporal grave ou morte:
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Maus tratos
Vejamos agora o crime do art. 136 do CP:
Maus-tratos
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina:
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Atenção para a sua classificação:
· Bens jurídicos tutelados: incolumidade física e mental, saúde e vida de pessoas submetidas à guarda, autoridade ou vigilância do agente para fins de educação, ensino, tratamento ou custódia.
· Sujeito ativo: é crime próprio, uma vez que só pode ser o agente do crime aquele com autoridade, guarda ou vigilância da vítima.
· Sujeito passivo: da mesma forma, a vítima só poderá ser pessoa submetida à autoridade, guarda ou vigilância do agente.
·  Condutas (objetividade): este crime admite vários tipos de conduta, conforme descritos em seu próprio núcleo: Privação de alimentos ou cuidados indispensáveis: é o caso de presos que são deixados sem comer por longos períodos, comprometendo sua saúde, ou ainda que são privados de atendimento médico ou do acesso a produtos de higiene básica. Sujeição a trabalho excessivo ou inadequado: o excesso (trabalho desumano) ou inadequação (trabalho inapropriado, sem condições de ser realizado normalmente) laborais devem ser verificados no caso em concreto, tomando por base as condições físicas da vítima, e não as condições do laboro por si só. Abuso de meio corretivo ou disciplinar: note que, nesse caso, haveria uma autorização para o agente impor meio corretivo ou disciplinar, mas ele o faz de maneira excessiva, ultrapassando os objetivos e limites da lei e da própria vítima. Abuso pode ser físico (isolamento de preso por tempo excessivo) ou mental (enfermeira de centro de internação que humilhaverbalmente os internos).
· Embora parecidos em alguns aspectos, o presente crime não se confunde com a tortura do art. 1º, inciso II da Lei 9.455/97
· Subjetividade: deve haver dolo. Conduta culposa não é punível.
· Consumação: consuma-se com a criação de um risco real por ocasião dos maus tratos do agente.
· Admite-se a tentativa.
· Ação penal: pública e incondicionada.
AUMENTO DE PENA
O crime de maus-tratos pode ter sua pena aumentada em 1/3 (segunda fase de dosimetria) no seguinte caso:
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.     
HOMICÍDIO
ART. 121
DOLOSO
SIMPLES
Art. 121, "Caput", CP
CULPOSO
SIMPLES
Art. 121, §3º, CP
QUALIFICADO
Art. 121, §2º, CP
PRIVILEGIADO
Art.121, §1º, CP
CIRCUNSTANCIADO
Art. 121,§4º - Segunda parte e §6º
PERDÃO JUDICIAL
Art. 121, §5º
CIRCUNSTANCIADO
Art. 121, §4º primeira parte, CP)
Motivos do Crime: Inciso I, II;
Meio e modo de execução do crime: III, IV;
Conexão: Inciso V.

Mais conteúdos dessa disciplina