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SOCIEDADE CULTURAL E EDUCACIONAL DO INTERIOR PAULISTA FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DO INTERIOR PAULISTA GUILHERME BARROS GESTÃO DO CONHECIMENTO COMO APOIO AOS PROCESSOS ORGANIZACIONAIS DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL Marilia 2019 GUILHERME BARROS GESTÃO DO CONHECIMENTO COMO APOIO AOS PROCESSOS ORGANIZACIONAIS DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Ensino Superior do Interior Paulista – FAIP, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Administração de Empresas. Orientadora: Profa. Me. Beatriz Rosa Pinheiro dos Santos Marília 2019 RESUMO O presente artigo tem como proposito apontar a utilização da gestão do conhecimento como ferramenta para empresas em fase de recuperação judicial. Sabemos que grande parte dos devedores em recuperação judicial muitas vezes não conseguem retomar suas atividades após o plano de recuperação e muitas delas chegam a ficar pelo caminho decretando sua falência. Porém essas empresas mesmo que em situação delicada tem sua importância para o mercado financeiro e sociedade, pois utilizando em sequência as ferramentas da gestão do conhecimento consegue se estabilizar e manter os quadros de funcionários, recuperar a liquidez e credibilidade junto aos credores. Palavras-chave: Gestão do conhecimento, Recuperação Judicial, empresa e conhecimento. ABSTRACT This article aims to point out the use of knowledge management as a tool for companies undergoing judicial recovery. We know that most debtors in bankruptcy are often unable to resume their activities after the recovery plan and many of them get in the way by declaring bankruptcy. But these companies, even in a delicate situation, have their importance for the financial market and society, because using the knowledge management tools in sequence can stabilize and maintain staff, recover liquidity and credibility with creditors. Keywords: knowledge management, judicial recovery, company and knowledge. 1 INTRODUÇÃO O conhecimento por si só não é fator de sucesso e competência onde muitas das vezes não traz as vantagens esperadas para as empresas, sendo assim, é necessário gerir este conhecimento para nortear os profissionais em suas tarefas e atividades. Prezando por uma boa execução do conhecimento e filtrando o que de fato é necessário, temos gestão do conhecimento como ferramenta orientadora. De acordo com Valentim (2004) a gestão do conhecimento (GC) é um processo que se baseia em atividades que criam, adquirem, compartilham e utilizam ativos do conhecimento, além de criar e cuidar de fluxos que disponibilizam informação de qualidade e também precisas para auxiliar na solução de possíveis problemas organizacionais e no processo de tomada de decisão. Também é certo dizer que a gestão do conhecimento fornece subsídios para maior domínio das atividades relacionadas e exemplificas no decorrer deste trabalho na recuperação judicial, onde o profissional responsável pela RJ in loco, sendo este o administrador judicial consegue com o auxílio desta ferramenta gerir e potencializar os resultados da empresa envolvida, tornando estes algo de extremo valor e referência para futuros casos. Ante o exposto acima, o presente artigo tem como o seu problema de pesquisa: Como os processos da gestão do conhecimento podem contribuir para a eficácia dos processos de recuperação jurídica? E o seu objetivo é analisar como as atividades básicas da gestão do conhecimento podem auxiliar na eficiência do processo de recuperação judicial e consistindo os objetivos específicos, evidenciar e convencer de que a GC é uma ferramenta de extremo impacto nas ações envolvidas. Por tratar-se de assunto escasso e inabitual referente a comparação entre gestão do conhecimento e recuperação judicial, as pesquisas realizadas foram do tipo bibliográficas e de caráter qualitativo buscando referenciais teóricos que abordassem os temas de relevância. Justifica-se o presente artigo para a importância e peso que a gestão do conhecimento tem sobre o plano de recuperação judicial apresentado pela empresa devedora, e o benefício que é gerado ao administrador judicial na execução de suas atividades. 2 METODOLOGIA A pesquisa em questão é do tipo bibliográfica, e de natureza qualitativa, que segundo Oliveira (1999) contribui como um método que agrega facilidade na descrição de assuntos que carregam consigo complexidade, principalmente quando o problema e objetivos configuram-se intensos. Para o autor a pesquisa bibliográfica (...) possui a facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos. (OLIVEIRA, 1999, p.117). O estudo em questão contemplou textos científicos relevantes no processo de busca, coleta e seleção dos artigos e livros, que foram consultados no Portal de Periódicos da CAPES empregando-se as seguintes palavras-chave: ‘Gestão do conhecimento’; ‘Recuperação Judicial’, utilizando os operadores booleanos ‘AND’ e ‘OR’. Ou seja, o intuito era resgatar pesquisas em que a inter-relação entre a gestão do conhecimento pudesse já ter sido concretizada, bem como pesquisas somente com referencial teórico sobre gestão do conhecimento, bem como estudos voltados apenas ao referencial teórico de recuperação judicial. Após o levantamento bibliográfico, foram realizadas a análise e a reflexão sobre os conteúdos abordados neste trabalho. A revisão bibliográfica apresenta o levantamento e análise de vários materiais bibliográficos, mas os principais recursos utilizados foram os artigos científicos. Todavia, enfatiza-se que para o desenvolvimento dessa pesquisa, livros também foram consultados. Ademais, desenvolveu-se uma análise cientométrica, ou seja, buscou-se analisar a quantidade de pesquisas foram realizadas nos últimos 10 anos (2008 – 2018) sobre gestão do conhecimento atrelada à recuperação judicial, justamente a fim de justificar a importância dessa pesquisa. 3 GESTÃO DO CONHECIMENTO Atualmente, o conhecimento é um dos principais recursos utilizados em uma organização e, como todo recurso necessita ser gerenciado. Diante disso, a gestão do conhecimento configura-se em um conjunto de ações extremamente necessário para que uma empresa alcance êxito em seus resultados. Segundo Choo (2003), existem dois tipos de conhecimento: o tácito e o explícito. O primeiro é o conhecimento que o sujeito organizacional adquire constantemente, relacionado à sua trajetória de vida e suas ações diárias, relacionadas tanto ao âmbito pessoal como profissional, como também corroboram Damian, Silva e Valentim (2017). Porém, é um conhecimento não palpável que se encontra armazenado na mente do indivíduo. Enquanto isso, o conhecimento explícito é aquele que é exteriorizado em algum suporte material, em que se possa de fato enxergar e manusear. A construção do conhecimento é conseguida quando se reconhece o relacionamento sinérgico entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito dentro de uma organização, e quando são elaborados processos sociais capazes de criar novos conhecimentos por meio da conversão do conhecimento tácito em conhecimento explícito. Conhecimento tácito é o conhecimento pessoal, que é difícil formalizar ou comunicar a outros. É constituído do know-how subjetivo, dos insights e intuições que uma pessoa tem depois de estar imersa numa atividade por um longo período de tempo. Conhecimento explícito é o conhecimento formal, que é fácil transmitir entre indivíduos e grupos. É frequentemente codificado em formular matemáticas, regras, especificações, e assim por diante. Os dois tipos de conhecimento são complementares (...) (CHOO, 2003, p.36-37). De acordocom Silva, Damian e Santarém Segundo (2016), a gestão do conhecimento é um conjunto de ações que visa à construção de um ambiente voltado ao aprendizado e a produção de conhecimento que auxilie no preenchimento de problemas informacionais, por intermédio de práticas de incentivo à criação, identificação, integração, recuperação, compartilhamento e utilização do conhecimento em diversos contextos organizacionais. Como complemento do conceito, torna-se interessante citar Del Massa, Damian e Valentim (2018) que afirmam que a gestão do conhecimento, além de envolver a infraestrutura da organização, também abarca como norteadores das suas práticas, a missão, visão, objetivos, metas, estratégias e principalmente as pessoas envolvidas ao ambiente organizacional, como os funcionários e os stakeholders. Com base nisso, é possível refletir que para uma empresa realizar com eficácia as ações de criação, identificação, integração, recuperação, compartilhamento e utilização do conhecimento é necessário antes promover um ambiente de conscientização, aprendizagem e adaptabilidade acerca da infraestrutura, estratégias, cultura organizacional e capital pessoal da organização. A gestão do conhecimento é um conjunto de estratégias que se articular para criar, adquirir, compartilhar e utilizar ativos do conhecimento, como também estabelecer fluxos que garantam a informação e o conhecimento necessário no tempo e formato adequados e que possam auxiliar na geração de ideias, solução de problemas e tomada de decisão (MORESI, 2001; VALENTIM, 2004; OMERZEL, 2010). Segundo Lacombe (2005), a gestão do conhecimento está focada em, por meio de estratégias, construir novos conhecimentos e compartilhá-los com os funcionários, a fim de que os mesmos possam utilizar esses conhecimentos e incorporá-los nos produtos, serviços e processos organizacionais. Com um conceito mais diretivo e focado, Dotsika e Patrick (2013) explanam que a gestão do conhecimento é um processo que tem como principais intuitos o aumento do número de vendas da organização, auxilio e melhoria dos resultados das práticas de trabalho e das tomadas de decisões, otimização do tempo nas ações organizacionais dos funcionários e capacitação diária do funcionário a fim de melhorar os serviços ofertados aos clientes. Dessa maneira, pode-se dizer que a gestão do conhecimento é mais do que uma necessidade complementar, é uma necessidade básica das organizações que almejam crescimento empresarial e resultados melhores, além do mais, gerenciar é um ato de cuidado e proteção, portanto, ao proteger o conhecimento existente e que é produzido diariamente em uma empresa, automaticamente a mesma estará demonstrando que atribui valor ao seu capital pessoal e intelectual, e que também se preocupa com a sua memória organizacional. 4 RECUPERAÇÃO JUDICIAL A recuperação judicial foi instituída no Brasil em 2005 pela lei 11.101, que substituiu a antiga Lei das Concordatas, de 1945. A diferença entre as duas é que, na recuperação judicial, é exigido que a empresa apresente um plano de reestruturação, que precisa ser aprovado pelos credores. Na concordata, era concedido alongamento de prazo ou perdão das dívidas sem a participação dos credores. O objetivo da recuperação judicial é tornar possível a superação da crise econômica do devedor permitindo amparo e assistência da sua atividade econômica, realizar a manutenção do vínculo empregatício com os funcionários, manter relacionamento com os fornecedores e a preservação da função social, ou seja, manter a empresa em atividade de modo que possa se estruturar e dispondo de uma nova chance de sucesso no nicho de mercado atuante. A RJ como é abreviada a recuperação judicial pelos profissionais do direito, geralmente é permitida para as empresas ou devedores em estado de crise econômica. Porém, também é concedida a recuperação judicial para os devedores com insolvência e iliquidez e com a situação patrimonial prejudicada e comprometida que muitas vezes buscam uma readequação de sua atividade junto ao mercado. Também podem solicitar a recuperação judicial um sócio remanescente, um cônjuge sobrevivente, inventariante e ou herdeiro. Para isso empresa privada solicitante deve ter exercido a atividade econômica há pelo menos dois anos até o momento do pedido de recuperação, de acordo com alguns requisitos, sendo estes: · Não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; · Não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; · Não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial para Microempresas e Empresas de Pequeno Porte; · Não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos na Lei 11.101/05, alteração da lei nº 11.127/05 e a LCP nº 123/06. A lei não vale para estatais e empresas de capital misto, bem como para cooperativas de crédito e planos de saúde. Também não podem pedir recuperação judicial as empresas que já tenham feito outro pedido há menos de cinco anos e as comandadas por empresários que já foram condenados por crime falimentar (relacionados a processos de falência). Durante o período do pedido de recuperação judicial, mais especificadamente na data do pedido, os débito sejam eles vencidos ou vincendos estão submetidos a Recuperação Judicial. Os direitos e privilégios dos credores do devedor em recuperação judicial poderão ser conservados em relação aos seus fiadores e afins sendo este obrigados à regressão. Por conta disso muitos credores reivindicam a quebra por exemplo de uma empresa como forma de pressionar o devedor a pagar estes débitos, uma vez que, caso não seja liquidado ou repactuado poderá ser decretada a falência. Nenhum cenário ou situação é igual para os devedores, mas pode-se afirmar que a recuperação judicial ajuizada no início da crise tende a ser mais bem sucedida quando se quer ter uma segunda chance para o sucesso. O pedido em si da Recuperação judicial é solicitado através de um documento denominado na linguagem jurídica de petição inicial. A petição inicial é a peça processual que entabula o processo jurídico, levando ao MM. Juiz o pedido, fatos e os fundamentos jurídicos para serem apreciados. Como há de se ter previamente um plano de reestruturação para ser apresentado para a recuperação judicial, a petição inicial será constituída com as seguintes informações: · As razoes e fotos que culminaram para a crise econômica da empresa e sua situação patrimonial; · As demonstrações contábeis referente aos últimos três últimos exercícios sociais juntamente com as informações para cientificar o pedido, confeccionadas com exata harmonia com a legislação societária composto obrigatoriamente de: Balanço patrimonial; Demonstração de resultados acumulados; Demonstração do resultado desde o último exercício fiscal; Relatório gerencial de fluxo de caixa e sua projeção. E ainda a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente; A relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento; Certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores; A relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor; Os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras;Certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas onde possui filial; A relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados. Após todos as informações estarem disponíveis na petição inicial e a documentação solicitada estar disponível para o juiz, o mesmo sendo favorável ao pedido de recuperação judicial nomeará o administrador judicial. Não podemos falar da recuperação judicial sem citar o profissional que será responsável por gerir as informações do solicitante, em auxilio ao juízo. O administrador judicial será nomeado durante o despacho do MM. Juiz, referente a petição inicial onde consta o pedido de recuperação judicial apresentado pelo devedor. O administrador judicial é um mediador nomeado pelo juiz , sendo um auxiliar da justiça qualificado que preza pelo bom andamento do feito. O administrador judicial é considerado um funcionário público, devendo este ser idôneo podendo ser um economista, advogado, contador, administrador de empresas ou pessoa jurídica especialista. Porém o educador Fábio Ulhoa Coelho se manifesta da seguinte forma sobre a escolha do administrador judicial: (...) O advogado não é necessariamente o profissional mais indicado para função, visto que muitas das atribuições do administrador judicial dependem, para seu bom desempenho, mais de conhecimentos da administração de empresas do que jurídicos. O ideal é a escolha recair sobre pessoas com conhecimentos ou experiência na administração de empresas do porte da devedora e, quando necessário, autorizar a contratação de advogado para assisti-lo ou à massa. Em eventual afastamento do dos administradores da empresa o administrador judicial deverá gerir a empresa até que seja nomeado um gestor judicial. 5 INTER-RELAÇÕES ENTRE A GESTÃO DO CONHECIMENTO E A RECUPERAÇÃO JURÍDICA Sem dúvida a Gestão do conhecimento tende a apoiar as atividades intelectuais desenvolvidas no dia-a-dia de um administrador judicial em uma recuperação judicial, sejam essas atividades desenvolvidas através de materiais mais complexos ou simples, documentados ou não. Buscando falar com maior propriedade através de trabalhos relacionados ao apresentado aqui, fomos surpreendidos com uma grande dificuldade e escassez em localizar trabalhos com similaridade e ou uma relação direta e mais especifica do tema gestão do conhecimento e recuperação judicial. Para comprovar essa dificuldade e fazer um comparativo foram consultadas no Portal de Periódicos da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoas de Nível Superior) pesquisas em um período de 2008 a 2018 empregando-se as seguintes palavras-chave: ‘Gestão do conhecimento’; ‘Recuperação Judicial’, utilizando os operadores booleanos ‘AND’ e ‘OR. O intuito era resgatar pesquisas em que a inter-relação entre a gestão do conhecimento pudesse já ter sido concretizada, bem como pesquisas somente com referencial teórico sobre gestão do conhecimento, bem como estudos voltados apenas ao referencial teórico de recuperação judicial. Abaixo segue o quadro com os resultados encontrados: Quadro 1: Produção brasileira sobre Gestão do conhecimento e Recuperação Judicial Base de Dados: CAPES Período: 2008 – 2018 Termos pesquisados Quantidade de artigos científicos Gestão do Conhecimento ‘AND’ Recuperação Judicial 0 Gestão do Conhecimento ‘OR’ Recuperação Judicial 674 Fonte: Elaborada pelo autor (2019). Sabemos que antes da empresa solicitar a recuperação, a mesma nem sempre possuiu cem por cento de informações precisas do seu negócio. Muitos fatores foram determinantes para que essa empresa chegasse ao ponto de não conseguir honrar com seus compromissos junto aos credores, Fatos estes que podem ter sido devido uma má análise de mercado, um mal controle financeiros e de despesas entre outros tantos motivos que estão presentes nas diversas empresas dos mais variados segmentos. Ocorre que na recuperação judicial é apresentado o plano de recuperação da empresa e este contém informações que o administrador judicial que não é parte do corpo diretor desta empresa, desconhece de imediato. É ai que a gestão do conhecimento faz toda a diferença. A fim de que os dados e informações colhidas pelo administrador judicial o auxilie no plano de recuperação e nas decisões é necessário uma gestão destas informações, a fim de que fique o mais claro evidencia-las, e com isso chegar o mais próximo dos cento por cento e em menor tempo possível. Em afinidade e correlação cito um exemplo prático e vivenciado em um escritório de advocacia que não possuiu uma área de atuação em recuperações judiciais, porém a gestão do conhecimento fora implantada como ferramenta para otimização de tempo e domínio de informações para tomadas de decisões mais efetivas. Anteriormente os setores responsáveis pela negociação dos processos se deparavam com uma lacuna na transmissão das informações que tinham que ser apresentadas em apoio aos negociadores e a diretoria. Muitas vezes esses registros não aconteciam de forma correta e as vezes estavam divergentes do atual estágio processual pois devido ao lapso de tempo perdido com as correções das falhas e dos prazos que não eram cumpridos que prejudicava a precisão. Essas falhas tinham que ser corrigidas e as atividades acabavam se acumulando e comprometendo o escritório como um todo. A solução destes problemas foi a implantação de um sistemas que permite que as informações fossem registradas em um sistema com acesso remoto por todos os setores, tudo em tempo real. Desta forma não havia mais lacunas pois as informações eram registradas e consultadas de acordo com a alimentação do sistema. E para evitar os atrasos foi habilitado um robô que avisa os responsáveis pela condução processual a se manifestarem e assim não perder os prazos estipulados dos processos. Esta foi a forma com que o escritório decidiu aplicar a gestão do conhecimento e usufruir dos benefícios que ela agrega. Esse é apenas ais um exemplo que pode auxiliar o administrador judicial na execução do seu trabalho. Considerando a complexidade informações que um plano de recuperação possui constando nele todos os credores e seus créditos, informações relacionadas aos colaboradores, históricos dos últimos anos de exército da empresa e outros vários, a getão do conhecimento traz a praticidade de cruzar essas informações e apresentar relatórios dinâmicos ao juízo para auxiliar nas decisões sobre a RJ. Pensando ao fato de que positiva a recuperação do devedor tendo sido agregado ao plano de recuperação a gestão do conhecimento, este poderá ter maiores chances futuras de estruturação da empresa e evitar que a mesma entre novamente em uma recuperação judicial ou até mesmo a falência seja decretada. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ((ESCREVER TRÊS PÁGINAS) REFERÊNCIAS15 CHOO, C.W. A organização do conhecimento: como as organizações usam a informação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões. São Paulo: SENAC, 2003, 426p. DAMIAN, I.P.M.; SILVA, E.; VALENTIM, M.L.P. Contribuição dos modelos de maturidade para a gestão do conhecimento em contextos organizacionais. In: BORGES, M.M.; CASADO, E.S (Coord.). A Ciência Aberta: o Contributo da Ciência da Informação: atas do VIII Encontro Ibérico EDICIC. Coimbra: Universidade de Coimbra, CEIS20, 2017. p.687-701. MORESI, E.A.D. Gestão da informação e do conhecimento. Inteligência organizacional e competitiva. 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