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Gerenciamento de Serviços Jurídicos

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Indaial – 2020
Gerenciamento de 
ServiçoS JurídicoS
Prof.ª Patrícia Esteves de Mendonça
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof.ª Patrícia Esteves de Mendonça
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
M539g
 Mendonça, Patrícia Esteves de
 Gerenciamento de serviços jurídicos. / Patrícia Esteves de 
Mendonça. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.
 183 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-068-7
 1. Serviços jurídicos. – Brasil. Centro Universitário Leonardo Da 
Vinci.
CDD 340
apreSentação
Todos nós, ao longo da vida, precisaremos dos mais diversos 
serviços jurídicos, como, por exemplo, emissão de certidões de nascimento, 
casamento, contratos de trabalho, registro de imóveis etc. Assim, todos 
esses documentos e peculiaridades ligadas ao mundo jurídico, necessitam 
de profissionais que tenham conhecimentos técnicos sobre o conteúdo e 
procedimentos relativo às questões legais.
Para tanto, não é necessário que seja um advogado o prestador 
desses serviços. Dessa forma, surge o Tecnólogo de Serviços Jurídicos, o qual 
poderá auxiliar na prestação de serviços relacionados a questões legais, sem 
envolver processos contencioso. 
Este Livro Didático, tem como objetivo introduzir os conhecimentos 
fundamentais para desenvolver essa atividade profissionalmente. Garantindo 
formação necessária para auxiliar profissionais do direito e leigos no acesso 
à justiça. 
Prof.ª Patrícia Esteves de Mendonça 
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
Sumário
UNIDADE 1 — O PROFISSIONAL DE SERVIÇOS JURÍDICOS ................................................ 1
TÓPICO 1 — SERVIÇOS JURÍDICOS ............................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 HISTÓRICO DA PROFISSÃO ......................................................................................................... 3
3 O PROFISSIONAL DE SERVIÇOS JURÍDICOS NO BRASIL .................................................. 6
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 11
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 12
TÓPICO 2 — ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL DE SERVIÇOS JURÍDICOS ................. 13
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 13
2 O PAPEL MULTIDISCIPLINAR DO TÉCNICO EM SERVIÇOS JURÍDICOS: 
 ATRIBUIÇÕES ................................................................................................................................... 13
2.1 ANALISTA ..................................................................................................................................... 13
2.2 TÉCNICO ....................................................................................................................................... 16
2.3 ASSESSOR JURÍDICO .................................................................................................................. 16
2.4 OFICIAL DE JUSTIÇA ................................................................................................................. 18
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 22
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 23
TÓPICO 3 — QUALIDADE E ÉTICA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO ................................... 25
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 25
2 GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS PÚBLICOS ......................................................... 25
3 ÉTICA PROFISSIONAL ................................................................................................................... 33
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 44
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 46
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 47
UNIDADE 2 — A FUNÇÃO DO PROFISSIONAL DE SERVIÇOS JURÍDICOS ................... 49
TÓPICO 1 — ESTRUTURA JUDICIÁRIA E OS CARTÓRIOS JUDICIAIS ............................ 51
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 51
2 O PODER JUDICIÁRIO ................................................................................................................... 52
2.1 JURISDIÇÃO ................................................................................................................................ 52
2.2 A ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO ............................................................................... 55
2.3 OS CARTÓRIOS JUDICIAIS COMO BASE DO FUNCIONAMENTO DO 
 JUDICIÁRIO .................................................................................................................................. 59
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 78
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 79
TÓPICO2 — ATENDIMENTO NOS CARTÓRIOS E EXTRAJUDICIAIS E SUAS 
 ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS. ...................................................................... 81
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 81
2 TABELIONATO DE NOTAS ........................................................................................................... 82
3 TABELIONATO DE PROTESTO .................................................................................................... 87
4 REGISTROS PÚBLICOS .................................................................................................................. 89
4.1 REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS ........................................................................ 89
4.2 REGISTRO CIVIL DE PESSOAS JURÍDICAS ........................................................................... 91
4.3 REGISTRO DE IMÓVEIS ............................................................................................................. 92
4.4 REGISTRO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS ........................................................................... 98
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 102
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 103
TÓPICO 3 — DA SEGURANÇA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO DE DEMAIS 
 ÓRGÃOS DE ACESSO À JUSTIÇA ...................................................................... 105
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 105
2 ARBITRAGEM ................................................................................................................................. 106
3 CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO ................................................................................................... 109
3.1 DA CONCILIAÇÃO ................................................................................................................... 110
3.2 DA MEDIAÇÃO ......................................................................................................................... 111
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 115
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 116
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 117
UNIDADE 3 — ATENDIMENTO PELO PROFISSIONAL DE SERVIÇOS JURÍDICOS ... 119
TÓPICO 1 — TÉCNICAS DE ATENDIMENTO AO CLIENTE................................................. 121
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 121
2 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DA ROTINA DE TRABALHO .............................. 122
3 O ATENDIMENTO AO CLIENTE ............................................................................................... 122
4 O CADASTRO DO CLIENTE ....................................................................................................... 125
5 AUTOMATIZAÇÃO DO ATENDIMENTO AO CLIENTE ..................................................... 127
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 134
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 135
TÓPICO 2 — DA SEGURANÇA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO ......................................... 137
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 137
2 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ....................................................................... 139
2.1 CONCEITO DE CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO ........................................... 139
2.2 OBJETO DO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO ................................................. 142
2.3 NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ................... 142
2.4 DURAÇÃO E POSSIBILIDADE DE RESILIÇÃO UNILATERAL DO CONTRATO 
 DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS .............................................................................................. 143
2.5 EXTINÇÃO DO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ......................................... 144
2.6 NOTAS SOBRE A INTERPRETAÇÃO DOS ARTIGOS 608 E 609 DO CÓDIGO CIVIL ........ 145
2.7 O CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS JURÍDICOS ............................................ 146
3 O CONTRATO DE MANDATO ................................................................................................... 147
3.1 MANDATO E PROCURAÇÃO ................................................................................................ 147
3.2 PARTES DO CONTRATO DE MANDATO ............................................................................ 148
3.3 SEMELHANÇAS E DISTINÇÕES ENTRE O CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE 
SERVIÇOS E O CONTRATO DE MANDATO ........................................................................ 148
3.4 CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE MANDATO ...................................................... 149
3.5 FORMA DO MANDATO........................................................................................................... 149
3.6 O SUBSTABELECIMENTO ....................................................................................................... 150
3.7 ESPÉCIES DE MANDATO ........................................................................................................ 150
3.8 ACEITAÇÃO DO MANDATO E A RATIFICAÇÃO DO MANDATO ............................... 152
3.9 OBRIGAÇÕES DO MANDATÁRIO ........................................................................................ 152
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 155
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 156
TÓPICO 3 — A INFORMATIZAÇÃO E O PRESTADOR DE SERVIÇOS JURÍDICOS ........ 159
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 159
2 OS PROCESSOS ELETRÔNICOS .............................................................................................. 159
3 A ASSINATURA DIGITAL ............................................................................................................ 161
4 A CRIPTOGRAFIA .......................................................................................................................... 163
5 CERTIFICAÇÃO DIGITAL ........................................................................................................... 164
6 A LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS (LGPD)........................................... 165
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 169
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 171
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 173
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 175
1
UNIDADE 1 — 
O PROFISSIONAL DE SERVIÇOS 
JURÍDICOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo destaunidade, você deverá ser capaz de:
•	 entender	os	conceitos	iniciais	e	definições	referentes	à	profissão	de	tecnó-
logo	em	gestão	de	serviços	jurídicos,	notariais	e	de	registro;
•	 identificar	as	atribuições	do	gestor	de	serviços	jurídicos;	
•	 compreender	a	importância	da	qualidade	e	da	ética	na	prestação	de	ser-
viços	jurídicos.
Esta	 unidade	 está	 dividida	 em	 três	 tópicos.	No	 decorrer	 da	 unidade	 você	
encontrará	autoatividades	com	o	objetivo	de	reforçar	o	conteúdo	apresentado.
TÓPICO 1 – SERVIÇOS JURÍDICOS
TÓPICO	2	–	ATRIBUIÇÕES	DO	PROFISSIONAL	DE	SERVIÇOS	JURÍDICOS
TÓPICO	3	–	QUALIDADE	E	ÉTICA	NA	PRESTAÇÃO	DE	SERVIÇO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
SERVIÇOS JURÍDICOS
1 INTRODUÇÃO
O	gestor	 jurídico	 é	 um	profissional	 que	 tem	 como	 atribuição	 principal	
ter	o	domínio	técnico	jurídico	pleno,	além	de	conhecer	os	temas	fáticos	que	lhe	
são	afetos,	como	as	atividades	desenvolvidas	e	por	desenvolver	da	corporação,	
formas	e	prazos,	questões	de	ordem	financeira	e	contábil,	dentre	outras.	
Quem	é	o	profissional	de	serviços	 jurídicos?	São	as	pessoas	às	quais	os	
advogados	sempre	pedem	para	fazer	pesquisas,	tirar	cópias	ou	fazer	anotações	nas	
reuniões,	são	também	chamados	de	paralegais.	Tais	profissionais	são	preparados	
mediante	cursos,	treinamentos	e	experiência	trabalhista.	Auxiliando	advogados,	
promotores	e	juízes	ao	desenvolvimento	de	suas	atividades.	
 
	Vale	lembrar	que	o	foco	da	graduação	em	Tecnólogo	de	Serviços	Jurídicos	
não	é	na	atuação	jurídica	propriamente	dita.	Pois	o	graduado	não	poderá	atuar	
como	 advogado.	 O	 foco	 desse	 curso	 é	 preparar	 profissionais	 capacitados,	
reflexivos	e	éticos	para	auxiliar	nas	atividades	de	apoio	jurídico	administrativo.
2 HISTÓRICO DA PROFISSÃO
A	profissão	de	Tecnólogo	em	Serviços	Jurídicos	é	recente	no	nosso	país	e	
poucas	são	as	instituições	que	oferecem	esse	curso	de	graduação.	Foi	originalmente	
criado	pelo	Centro	Estadual	de	Educação	Tecnológica	Paula	Souza	(CEETEPS):	
[...]	 uma	 autarquia	 do	 Governo	 do	 Estado	 De	 São	 Paulo,	 vinculada	 à	
Secretaria	de	Desenvolvimento	Económico,	Ciência,	Tecnologia	e	Inovação	
do	Estado	de	São	Paulo,	que	administra	as	220	Escolas	Técnicas	(ETECs)	
e	 as	 66	Faculdades	de	Tecnologia	 (FATECs)	do	Estado.	Foi	 criado	pelo	
governador	Abreu	Sodré	em	1969.	O	CEETEPS	possui	mais	de	290	mil	
estudantes	matriculados	em	cursos	técnicos	e	superiores	(CPS,	2014,	s.p.).
O	CEETESP	 criou	 o	 curso	 para	 atender	 uma	demanda	do	 Tribunal	 de	
Justiça	de	São	Paulo,	percebeu	a	necessidade	de	qualificação	dos	serventuários	
que	atuam	no	Poder	Judiciário	em	sua	atividade.	Tornando-os	especialistas	no	
trabalho,	atuando	junto	àquele	órgão	da	Administração	Pública	Estadual.
A	capacitação	e	formação	de	outros	profissionais	que	atuam	em	diversos	
órgãos	públicos	e	privados,	aprimorando	a	prestação	de	serviço,	atinge,	de	forma	
direta,	a	qualidade	das	prestações	jurisdicionais.
UNIDADE 1 — O PROFISSIONAL DE SERVIÇOS JURÍDICOS
4
Então,	 em	 setembro	 de	 2005,	 foi	 criado	 o	 Curso	 Técnico	 de	 Serviços	
Jurídicos,	 promovendo	 a	 capacitação	 de	 servidores	 e	 serventuários	 da	 justiça,	
para	que	pudessem	implementar	ações,	e	elaborar	conteúdos,	com	o	objetivo	de	
simplificar	e	efetivar	os	serviços	jurídicos.	A	colaboração	na	criação	de	manuais	
de	procedimentos	adotados	nas	áreas	de	competência	da	Justiça	e	as	atualizações,	
também,	são	considerados	objetivos	a	 serem	desenvolvidos	pelo	Tecnólogo	de	
Serviços	Jurídicos.			
No	segundo	momento,	a	habilitação	passou	a	ser	oferecida	para	outras	
pessoas	que	não	apenas	os	serventuários	da	justiça,	destinando-se	ao	público	em	
geral.	Assim,	qualquer	pessoa	que	trabalhe	em	escritórios	de	advocacia,	empresas	
que	atuem	com	serviços	 jurídicos,	 ou	que	 tivesse	 interesse	 em	 ingressar	nesse	
mercado,	teve	acesso	a	essa	formação.					
Atualmente,	o	curso	é	oferecido	em	diversas	 instituições	de	ensino,	nas	
modalidades	presencias	e	ensino	a	distância.	Garantindo	que	diversas	pessoas	
tenham	acesso	a	formação.
Nos	Estados	Unidos,	essa	profissão	foi	regulamentada	desde	2015,	e	os	
tecnólogos	jurídicos	atuam,	inicialmente,	na	esfera	cível,	mais	especificamente	na	
área	de	direito	de	família	e	violência	doméstica.
Existe	a	previsão	de	aumento	na	atuação	para	área	trabalhista	e	imobiliária,	
mas	é	vedada	atuação	na	esfera	criminal.	Entretanto,	poderão	auxiliar	aqueles	que	
não	tem	condições	de	pagar	um	advogado	criminalista	e	fazem	a	autodefesa.	Essa	
contribuição	consiste	em	fazer	pesquisas	jurídicas,	preparar	petições,	contratos	e	
todos	os	demais	documentos	e	aconselhar	os	clientes	como	um	advogado.
A	 demanda	 por	 esse	 profissional	 nos	 EUA	 surgiu	 em	 decorrência	 aos	
custos	 extremamente	 elevados	 de	 honorários	 de	 advogados	 naquele	 país.	Até	
mesmo	os	recém	formados	cobram	muito	caro,	pois	seus	custos	são	bastante	altos	
para	o	exercício	da	profissão.	Os	honorários	são	cobrados	por	horas	trabalhadas.	
Com	 a	 criação	 da	 profissão	 do	 Tecnólogo	 em	 Serviços	 Jurídicos,	 a	
população	 de	 baixa	 renda	 americana	 deixou	 de	 ir	 aos	 tribunais	 totalmente	
desamparada.	Atualmente,	conseguem	informações	e	auxílio	sobre	os	seus	casos,	
antes	de	chegarem	aos	tribunais.
A American Bar Association	 (ABA)	 foi	 contra	 a	 criação	 da	 profissão	 de	
tecnólogo	de	serviços	 jurídicos,	pois	entendem	que	o	 treinamento	rigoroso,	ao	
qual	são	submetidos	os	advogados,	seja	fundamental	para	que	possam	defender	
os	interesses	dos	clientes.	
Em	vez	de	acesso	à	Justiça,	tudo	o	que	os	técnicos	jurídicos	vão	oferecer	
é	 acesso	 à	 injustiça”,	 disse	 aos	 jornais	 a	 ex-presidente	 da	 Seção	 de	
Direito	de	Família	da	seccional	da	ABA	no	estado,	Ruth	Edlund.	“Só	
porque	você	é	pobre,	isso	não	significa	que	seus	problemas	jurídicos	
são	simples”,	afirmou	(MELO,	2015,	s.p).
TÓPICO 1 — SERVIÇOS JURÍDICOS
5
Porém,	 existem	 opiniões	 divergentes	 dentro	 da	 própria	 associação,	
Paula	 Littlewood,	 diretora	 executiva	 da	ABA	 e	 Risa	 Kaufman,	 professora	 da	
Universidade	de	Columbia,	a	profissão	irá	aliviar	a	crise	judiciária	em	que	vive	
aquele	 país	 e	 trará	 alívio	 às	 demandas	 da	 população	 hipossuficiente,	 quando	
necessitar	recorrer	ao	judiciário	(MELO,	2015,	s.p.).
Na	teoria,	os	programas	de	assistência	judiciária	gratuita	deveriam	estar	
disponíveis	a	todas	as	pessoas	que	não	podem	contratar	um	advogado.	
No	entanto,	a	“Legal	Services	Corporation”,	a	organização	que	financia	
as	 provedoras	 de	 serviços	 de	 assistência	 judiciária	 gratuita,	 não	 tem	
verbas	 para	 sustentar	 o	 programa.	 De	 2010	 a	 2013,	 por	 exemplo,	 o	
Congresso	dos	EUA	cortou	US$	80	milhões	de	seu	orçamento.	Mais	de	
1.200	advogados	perderam	seus	empregos.	(MELO,	2015,	s.p).	
Dessa	forma,	surgiu	a	oportunidade	de	o	profissional	de	serviços	jurídicos	
ser	absorvido	pelo	mercado,	que	incluía	uma	enorme	demanda	de	assistidos	que	
não	 tinham	 condições	 de	 custear	 os	 honorários	 advocatícios,	 e	 não	 eram	bem	
atendidos	pelo	sistema	de	auxílio	jurídico	gratuito.	
Em	Portugal,	a	profissão	 foi	 regulamentada	em	2006	através	da	Portaria	
1310,	publicada	em	26	de	novembro	daquele	ano.	Nesse	país,	o	Técnico	de	Serviços	
Jurídicos	é	o	profissional	qualificado	apto	a	desempenhar	tarefas	administrativas	e	
processuais,	de	apoio	à	atividade	desenvolvida	nos	Tribunais/Julgados	de	Paz,	nos	
Cartórios	Notariais,	nas	Conservatórias	de	Registos,	nos	Escritórios	de	Advogados	
e	Solicitadores	e	nos	Gabinetes	Jurídicos	das	Empresas/Instituições.	A	profissão	em	
Portugal,	gerou	menos	polemica	em	relação	aos	Estados	Unidos,	o	profissional	tem	
funções	bem	delimitadas	e	são	considerados	auxiliares	da	justiça.	
As	 inúmeras	 reformas	 operadas	 na	 justiça	 criaram	 novas	 funções	
no	 domínio	 das	 profissões	 forenses.	 O	 agente	 de	 execução	 passou	
a	desempenhar	muitas	das	 tarefasque	se	encontravam	na	esfera	do	
tribunal,	 designadamente	 os	 atos	 de	 citação,	 notificação	 e	 penhora.	
O	 Balcão	 único,	 entendido	 como	 local	 único	 de	 atendimento	 e	
prestação	de	 serviços	 transversais,	 com	vista	 a	 celebração	de	 certos	
negócios	jurídicos,	existente	na	administração	pública,	e	ulteriormente	
adotado	por	solicitadores	e	advogados,	 reclamou,	entretanto,	destas	
profissionais	 estruturas	 informáticas,	 físicas	 e	 humanas,	 capazes	 de	
responder	às	novas	atribuições.	
Ainda	 no	 domínio	 da	 atividade	 notarial	 foram	 atribuídas	 novas	
competências	aos	advogados	e	solicitadores.	O	fenómeno	crescente	da	
litigância	de	massa	acarretou	também	uma	necessidade	suplementar	
de	 apoio	 no	 âmbito	 do	 contencioso	 empresarial	 e	 da	 advocacia	 e	
solicitaria.	O	acréscimo	de	tarefas	dos	referidos	profissionais	implicou,	
ainda,	 uma	 reorganização	 no	 desempenho	 da	 sua	 atividade	 e	 um	
maior	e	mais	qualificado	apoio.	(SOUSA,	2018,	s.p.)	
No	 Canadá,	 existe	 um	 profissional	 conhecido	 como	 “paralegal”,	 sua	
qualificação	 é	 	 através	 de	 sua	 educação,	 formação	 ou	 experiência	 adquirida	
pelo	trabalho,	por	um	advogado,	escritório	de	advogados,	corporação,	agência	
governamental	ou	outra	entidade,	e	que	atue	dando	apoio	técnico	aos	advogados	
e	assessores	jurídicos	de	empresas	e	outros	órgãos	públicos	e	provados.
UNIDADE 1 — O PROFISSIONAL DE SERVIÇOS JURÍDICOS
6
Os	 paralegais	 são	 profissionais	 tecnólogos	 de	 serviços	 jurídicos	
independentes.	 Devem	 ser	 licenciados	 pela	 Law Society of Upper Canada,	 para	
poder	atuar	nos	serviços	jurídicos	dentro	do	seu	âmbito	de	prática	para	o	público	
em	 geral.	 Paralegais	 licenciados	 em	 Ontário	 podem	 adquirir	 a	 sua	 própria	
empresa	jurídica,	também,	atuar	como	um	juiz	de	paz	e	ainda	empregar-se	como	
procurador	municipal	ou	provincial.
As	 diferenças	 entre	 advogados	 e	 paralegais	 são	 que	 os	 advogados	
podem	 dar	 aconselhamento	 jurídico,	 definir	 taxas,	 e	 representarem	
clientes,	impetrarem	ações	nos	tribunais,	acompanharem	processos	(e	
outros	documentos	do	tribunal)	como	procuradores.	Já	os	Paralegais	
são	 responsáveis	 por	 tarefas	 de	 movimentação	 tais	 como	 a	 escrita	
jurídica,	 investigação	 e	 outras	 formas	 de	 documentação	 para	 os	
advogados	para	quem	eles	trabalham	(LEITE,	2016,	s.p.)	
Existe	 o	 paralegal	 na	 África	 do	 Sul,	 eles	 têm	 autorização	 para	manter	
contatos	 com	 clientes	 dos	 advogados	 para	 quem	 trabalham,	 auxiliando	 na	
resolução	de	conflitos;	fazem	pesquisas	jurídicas,	preparam	casos	em	tribunais.	
Normalmente	são	empregados	por	grandes	corporações,	grupos	de	advogados	
renomados,	 empresas	 jurídicas,	 agentes	 imobiliários	 e	 departamentos	
governamentais	para	prestar	apoio	jurídico	às	corporações.
O Shihō Shoshi,	 no	 Japão,	 é	 um	 escrivão	 judicial,	 que	 tem	 atuação	
semelhante	ao	paralegal.	O	trabalho	do	escrivão	jurídico	fica	entre	o	do	secretário	
e	 do	 advogado.	 Não	 precisa	 estar	 vinculado	 a	 nenhum	 escritório	 para	 atuar,	
podem	representar	clientes	em	algumas	matérias	de	menor	nível,	mas	não	em	
estágios	mais	avançados	de	litígios.	
Tal	como	acontece	com	os	advogados	no	Japão,	escrivães	são	regulados	
e	devem	passar	por	um	exame	para	poderem	exercer	a	profissão.	Equivalente	a	
esse	profissional,	existe	o	Beopmusa,	na	Coreia	do	Sul.
O	 Reino	 Unido	 e	 o	 País	 de	 Gales	 reconhecem	 o	 paralegal	 que	 atua	
preparando	 os	 documentos	 referentes	 ao	 transporte	 de	 carga	 ou	 de	 terra,	
empreender	direito	de	sucessões,	contencioso	empresarial.	 	Entretanto,	atua	de	
forma	restrita	na	realização	de	litígios	nas	audiências	em	tribunais.	
Na	 prática,	 muitos	 aparecem	 em	 tribunais	 em	 todos	 os	 níveis	 como	
assistentes.	Atuam,	ainda,	 como	 representantes	da	Polícia	Estadual,	na	qual	 são	
credenciados	dando	conselhos	gerais	para	os	clientes	mantidos	em	custódia	policial.
3 O PROFISSIONAL DE SERVIÇOS JURÍDICOS NO BRASIL
A	Ordem	 dos	Advogados	 do	 Brasil	 (OAB)	 ofereceu	muita	 resistência	 à	
regulamentação	 e	 ao	 reconhecimento	 do	 profissional	 de	 serviços	 jurídicos,	 por	
entender	que	poderia	ser	uma	concorrência	ao	advogado.	
TÓPICO 1 — SERVIÇOS JURÍDICOS
7
Entretanto,	 o	 Ministério	 da	 Educação	 e	 Cultura	 (MEC),	 reconheceu	 a	
profissão	 e	 inseriu	 no	 cadastro	 nacional	 de	 cursos	 pela	 Portaria	 1.039	 do	MEC	
(3/10/2017).	Ao	contrário	do	que	muitos	afirmam,	a	função	não	é	idêntica	à	de	um	
estagiário	ou	de	um	advogado	recém	formado.	O	tecnólogo	de	serviços	jurídicos	terá	
atividade	administrativa,	sendo	um	gestor	de	escritório	e	não	é	de	sua	competência	
exercer	atividades	administrativas	no	âmbito	de	serviços	jurídicos.
A	mais	 simples	 observação	mostra	 que	 [...]	 aquele	 que	 está	melhor	
situado	 sente	 a	 urgente	 necessidade	 de	 considerar	 como	 ‘legítima’	
sua	 posição	 privilegiada,	 de	 considerar	 sua	 própria	 situação	 como	
resultado	 de	 um	 ‘mérito’	 e	 a	 alheia	 como	 produto	 de	 uma	 culpa	
(WEBER,	2004,	p.	54)
 
O	Estatuto	da	OAB	é	claro	no	seu	art.	1º,	senão	vejamos.	“São	atividades	
privativas	de	advocacia:	a	postulação	a	órgão	do	Poder	Judiciário	e	aos	juizados	
especiais;	as	atividades	de	consultoria,	assessoria	e	direção	jurídicas”	(BRASIL,	1994,	
art.	1º).	Nenhuma	dessas	atividades	é	contemplada	no	curso	de	gestão	de	serviços	
jurídicos.	Na	graduação	de	serviços	jurídicos	existem	disciplinas	relacionadas	ao	
direito,	assim	como	nos	cursos	de	administração	e	contabilidade,	mas	não	habilita	
tais	profissionais	a	exercerem	a	advocacia.
O	 debate	 ganhou	 repercussão	 desde	 2017,	 como	 revelou	 o	 Consultor	
Jurídico	(ConJur)	em	abril	daquele	ano,	quando	o	MEC	autorizou	aulas	em	uma	
faculdade	do	Paraná.	O	tecnólogo	pode	se	formar	em	dois	anos	e	sai	com	diploma	
considerado	de	ensino	superior.
A	OAB	ajuizou	 a	 ação	 civil	 pública,	 sob	 o	 fundamento	de	 que	 à	Lei	 de	
Diretrizes	 e	 Bases	 da	 Educação	 (9.394/96)	 estaria	 sendo	 violada	 no	 trecho	 que	
segmenta	a	educação	em	níveis	tecnológico	e	superior,	sob	o	argumento	de	que	a	
Ciência	do	Direito	é	material	e	formalmente	incompatível	com	sua	redução	a	um	
programa	de	curso	tecnólogo.
Entretanto,	 o	 judiciário	 entendeu	 que	 o	 MEC,	 ao	 autorizar	 que	 o	
conhecimento	 jurídico	 seja	 ensinado	 de	 forma	 técnica,	 ou	 seja,	 sem	 o	 grau	 de	
reflexão	próprio	do	bacharelado,	consubstancia	ato	de	governo,	com	todos	os	prós	
e	contras	que	daí	decorrem	ao	mercado	de	trabalho	e	à	sociedade.	Tal	decisão	é	do	
Estado-Governo,	não	do	Estado-Administração.
O	 argumento	 em	 que	 autorizar	 o	 curso	 violaria	 atividades	 privativas	
fixadas	pelo	Estatuto	da	Advocacia	(Lei	8.906/94),	também,	foi	rejeitado.	Afinal,	se	
isso	ocorrer,	será	caso	de	exercício	ilegal	da	profissão,	o	que	caracterizaria	crime	e	
deveria	ser	punido	conforme	estabelecido	em	leis	penais.		
A	Associação	 Brasileira	 de	Mantenedoras	 de	 Ensino	 Superior	 (ABMES),	
o	 Sindicato	 das	 Mantenedoras	 de	 Ensino	 Superior	 (SEMESP)	 e	 a	 Associação	
Brasileira	das	Mantenedoras	das	Faculdades	Isoladas	e	Integradas	(ABRAFI),	entre	
outras	entidades,	argumentam	que	serão	formados	profissionais	capacitados	em	
gestão,	em	incorporações	que	exijam	conhecimentos	básicos	legislativos,	sem	que	
se	confundam	com	a	advocacia.	
UNIDADE 1 — O PROFISSIONAL DE SERVIÇOS JURÍDICOS
8
Vejo	 a	 discussão	 sobre	 o	 caráter	 científico	 do	 direito	 alinhada	 em	
primeiro	plano	com	um	debate	maior,	o	do	caráter	científico	das	ciências	
sociais.	O	direito	como	ciência	tem	evidentemente	suas	peculiaridades.	
Mas	o	debate	sobre	os	mé-	todos	aplicáveis	às	ciências	sociais	é	análogo	
em	grande	parte	ao	que	se	discute	em	direito.	Nesta	primeira	parte	do	
estudo,	 vamos	 nos	 deter	 inicialmente	 nesse	 confronto	 entre	 ciências	
sociais	e	ciências	da	natureza	(AGUILLAR,	2014,	p.	7).
Na	petição	encaminhada	à	7ª	Vara	Federal	do	DF,	as	entidades	alegam	que	
o	MEC	pode	elaborar	cursos	experimentais,	conforme	a	Lei	de	Diretrizes	e	Bases	da	
Educação,e	que	uma	comissão	de	professores	“experientes”	aprovou	o	que	é	oferecido.	
As	 teorias	 da	 ação,	 ou	 teorias	 metodologicamente	 individualistas,	
portanto,	 estão	 sobrevalorizadas	 neste	 momento	 histórico	 em	 que	
visões	 estruturais	 se	 encontram	 profundamente	 enfraquecidas.	
Calcados	na	premissa	da	necessidade	de	um	conhecimento	objetivo	
da	 realidade	 social,	 alienado	 dos	 compromissos	 políticos,	 os	
modelos	 individualistas	 se	 aproximam	 das	 ciências	 da	 natureza.	
Seus	defensores	 irão	pugnar	por	uma	 convergência	 entre	 ambos	 os	
modelos	de	ciência	para,	fundamentalmente,	negar	o	caráter	científico	
do	 conhecimento	 social	 tradicional.	A	 verdadeira	 ciência,	 para	 eles,	
é	aquela	que	se	vale	de	métodos	 tipicamente	utilizados	nas	ciências	
naturais	(AGUILLAR,2014,	p.	8).
Assim,	 percebe-se	 que	 o	 mundo	 mudou	 e	 o	 profissional	 de	 serviços	
jurídicos	 tem	 expansão	 no	mercado	 e	 pode-se	 dizer	 que	 é	 fundamental	 para	 o	
melhor	desempenho	das	atividades	relacionadas	ao	direito.	
O	profissional	atuará	em	nível	de	assistência	e	assessoria	em	escritórios	de	
advocacia	de	auditoria	jurídica,	recursos	humanos,	departamentos	administrativos,	
magistratura,	 serviços	 de	 registro	 e	 notariais,	 promotoria,	 consultoria	 jurídica,	
departamentos	 jurídicos	 empresariais.	 Atuando	 como	 um	 administrador	
especializado	 em	 questões	 jurídicas,	 afinal,	 seus	 conhecimentos	 específicos	
garantem	uma	prestação	mais	adequada	das	demandas	de	um	ambiente	relacionado	
a	advocacia.	Pois,	será	um	conhecedor	do	“Livro	de	Regras”.
A	concepção	“livro	de	regras”	concentra-se	nos	procedimentos	e	na	
autoridade.	 Ela	 salvaguarda	 a	 segurança	 jurídica	 e	 a	 separação	 de	
poderes	 (Dicey,	 1915,	 p.	 120-121;	 Fuller,	 1969,	 p.	 33-34;	 Raz,	 2002,	
p.	214-219).	Sua	ideia	central	é	a	de	que	o	poder	do	Estado	deve	ser	
exercido	de	 acordo	 com	 regras	 explicitamente	 estabelecidas	 em	um	
“livro	 de	 regras”	 público	 disponível	 a	 todos.	 Todo	 o	 ordenamento	
jurídico	 deve	 seguir	 essas	 regras	 até	 que	 elas	 sejam	 alteradas.	 A	
concepção	livro	de	regras	não	estipula	nada	acerca	do	conteúdo	das	
regras.	Contudo,	 isso	 não	 significa	 que	 questões	da	 justiça	material	
das	regras	não	possam	ser	discutidas.	Significa,	simplesmente,	que	tais	
questões	não	pertencem	ao	ideal	de	devido	processo	legal.	A	concepção	
direito,	 ao	 contrário,	 incorpora	 as	 exigências	 de	 justiça	material	 ao	
devido	 processo	 legal.	 O	 devido	 processo	 legal	 necessariamente	
salvaguarda,	 por	 exemplo,	 direitos	 fundamentais,	 que	 podem	 ser	
definidos	como	direitos	humanos	que	são	 transformados	em	direito	
constitucional	positivado	(Alexy,	1998a,	p.	259-260;	Dworkin,	2001,	p.	
11-13).	A	concepção	direito	do	devido	processo	legal	necessariamente	
implica	 a	máxima	 da	 proporcionalidade	 (Allan,	 2011,	 p.	 159;	 Klatt;	
Meister,	 2012b).	 Nessa	 concepção,	 questões	 de	 justiça	 material	 das	
TÓPICO 1 — SERVIÇOS JURÍDICOS
9
regras	 são	 internas	 ao	devido	processo	 legal.	 Essa	distinção	 entre	 a	
concepção	formal	e	a	material	é	bastante	direta.	Muito	mais	complexo	
é	o	problema	normativo	sobre	qual	concepção	devemos	seguir.	Essa	
dificuldade	 é	 devido	 a	 um	 dilema	 (cf.	 Allan,	 2001,	 p.	 23):	 quando	
adotamos	a	concepção	formal,	corremos	o	risco	de	o	devido	processo	
legal	 ser	 transformado	 em	 uma	 mera	 máscara	 mal	 utilizada	 para	
legitimar	 as	 estruturas	 de	 poder	 existentes,	 escondendo	 a	 injustiça	
material	(Unger,	1976,	p.	176-181,	192-223).	Quando,	alternativamente,	
seguimos	 a	 concepção	 material,	 estamos	 vulneráveis	 à	 objeção	 do	
desacordo	 racional	 e	 do	 valor	 pluralismo	 (Craig,	 1997,	 p.	 487).	 Na	
concepção	material,	 o	 devido	 processo	 legal,	 como	 Joseph	 Raz	 nos	
lembra,	 pode	 se	 referir	 a	praticamente	qualquer	 ideal	político	 (Raz,	
2002,	p.	211,	221).	O	devido	processo	legal	parece	cair	dentro	de	uma	
completa	filosofia	social	e	pode	perder	qualquer	função	independente.	
Portanto,	não	é	uma	ideia	convincente	interpretar	o	devido	processo	
legal	como	a	regra	do	bom	direito.	Gostaria	de	sugerir	que	podemos	
resolver	esse	dilema	esclarecendo	a	 relação	entre	o	devido	processo	
legal	e	o	conceito	de	direito	(ALEXY,	2017,	p.	51).
Dessa	forma,	o	profissional,	tecnólogo	de	serviços	 jurídicos,	pode	ter	seu	
curso	devidamente	reconhecido	e	iniciar	o	exercício	da	profissão	de	forma	regular,	
sem	conflitos	com	a	advocacia.
A gestão moderna de serviços jurídicos
Lara Selem
 O fenômeno da Globalização, de forma avassaladora, tem modificado a realidade 
de consumidores, governos e sobretudo das empresas, sejam elas pequenas ou grandes, de 
serviços ou de produtos. Enquanto fenômeno, trouxe consigo o crescimento dos fluxos de 
comércio de bens e serviços e do investimento internacional. Trouxe também a aceleração 
dos fluxos de capitais e tecnologias, cujos efeitos atingem a todos, ocasionando aumento 
de concorrência e instabilidade econômica. 
 Por vezes, os efeitos desse fenômeno abrem horizontes para algumas empresas, 
porém também fazem com que outras evaporem em meio à acirrada competição que se 
instaurou no mercado. 
 E é neste cenário que se percebe o quanto é difícil e pesada a responsabilidade dos 
administradores e executivos na tarefa de gerenciar suas empresas, superar as adversidades 
e equilibrar a competitividade. 
 No caso específico do mercado jurídico brasileiro, um crescimento significativo no 
setor foi sentido nos últimos dez anos, ocasionado pela expansão geográfica das grandes 
corporações, pelos processos de privatização, fusão e aquisição de empresas, dentre outros 
fatores. Os escritórios de advocacia, por sua vez, perceberam os efeitos do fenômeno citado 
através do aumento da demanda por serviços jurídicos mais especializados, das facilidades 
e rapidez na comunicação, e das alterações no perfil da atividade econômica dos clientes, 
o que, numa análise superficial, pode significar grandes oportunidades. 
IMPORTANT
E
UNIDADE 1 — O PROFISSIONAL DE SERVIÇOS JURÍDICOS
10
 Ocorre que, de oportunidades, tais efeitos podem se transformar em ameaças, 
caso os recursos humanos e financeiros não sejam otimizados, caso não se atente ao 
controle rigoroso na qualidade dos serviços, caso não se atinja uma alta performance 
técnica, enfim, caso as ações administrativas não sejam planejadas. 
 Nesse ambiente crítico e inseguro, observa-se que muitos escritórios de advocacia, 
especialmente os de pequeno e médio porte (que são a grande maioria da indústria jurídica) 
e os de origem familiar, ainda não praticam o planejamento de suas atividades com vistas 
a aproveitar as demandas e neutralizar as ameaças, nem criam no ambiente interno uma 
mentalidade mais aberta a responder às mudanças, sejam elas de que natureza forem. 
Será, portanto, altamente recomendável que os escritórios profissionalizem suas estruturas 
e sua gestão, como verdadeiras empresas. Será preciso também que se adaptem às novas 
necessidades do mercado, com prudência na seleção de estratégias e implantação de 
novas formas de administração.
 
 Esse parece ser, a nosso ver, o grande convite feito aos advogados para que 
iniciem um processo de reflexão sobre seu negócio, atualizem seu talento administrativo, 
e percebam como podem vir a se tornar mais eficientes no combate ao ambiente instável 
e turbulento predominante na economia atual, caso façam uso dos conceitos empresariais 
em suas atividades administrativas. 
 A gestão racional é, por certo, o meio mais eficaz para combater a crise instaurada, 
a alta competição, e os reflexos da globalização, bem como para fazer com que o 
escritório jurídico ajuste-se aos novos contornos da atividade econômica e à diversidade 
de problemas que invocam soluções com maior nível de especialização técnica. Através 
da gestão planejada estrategicamente tornar-se-á possível a busca pelo desenvolvimento 
futuro do negócio como um todo, a melhora da performance administrativa, a otimizaçãodos recursos e do relacionamento com os clientes. 
 Uma adequada implantação do Planejamento Estratégico em escritórios de 
advocacia deverá, dentre outros: identificar, por meio de pesquisa, a situação presente e 
as oportunidades abertas para que desenvolva suas habilidades e sua base de clientes, 
para poder responder com mais precisão às necessidades deles; determinar as áreas de 
mercado que oferecem maior oportunidade para desenvolvimento futuro; identificar áreas 
de especialização que deveria desenvolver em nível de excelência; e, identificar as forças 
atuais e fraquezas à luz das oportunidades de mercado detectadas e para desenvolver uma 
solução factível entre sócios e equipe, no intuito de transformar aspiração em ação efetiva. 
 Com isso, os objetivos e metas que envolvem a prestação de serviços dentro de 
um escritório de advocacia poderão ser alcançados, permitindo que um forte senso de 
direção e propósito comum atinja a todos os elementos humanos que compõem a equipe 
(sócios, associados, parceiros, estagiários, apoio administrativo, etc.), agregando valor 
aos serviços prestados, permitindo que o escritório se diferencie de seus concorrentes e, 
consequentemente, supere a crise.
FONTE: <https://administradores.com.br/artigos/a-gestao-moderna-de-servicos-juridicos>. 
Acesso em: 3 jul. 2020.
11
Neste tópico, você aprendeu que:
• O	profissional	de	serviços	jurídicos	surgiu	de	uma	demanda	do	próprio	poder	
judiciário,	e	foi	introduzido	no	Brasil	através	de	cursos	técnicos	promovidos	
em	São	Paulo	com	o	objetivo	de	capacitar	 servidores	público,	para	melhor	
desempenho	de	suas	atividades.
• Posteriormente,	 foi	 ganhando	 visibilidade	 e	 o	 público	 externo	 aderiu	 ao	
curso	com	o	objetivo	de	se	especializar,	de	forma	mais	adequada	na	pratica	
de	serviços	dentro	de	órgão	públicos	e	privados,	que	tenham	afinidade	com	
questões	jurídicas.
• Outros	países	já	reconhecem	tal	atividade.	Alguns,	como	os	Estados	Unidos,	
ofereceram	maior	resistência	na	aceitação	desse	novo	profissional.	Mas,	em	
outros,	 como	 no	 Japão,	 a	 atividade	 é	 reconhecida	 e	 respeitada	 como	 um	
auxiliar	na	promoção	da	justiça.
• Apesar	 de	 muita	 resistência	 oferecida	 pela	 OAB,	 o	 curso	 de	 tecnólogo	
de	 serviços	 jurídicos	 foi	 incluído	 no	 cadastro	 nacional	 de	 cursos	 e	 está,	
atualmente,	 sendo	oferecido	por	diversas	 instituições	 tanto	na	modalidade	
presencial	quanto	EAD.
RESUMO DO TÓPICO 1
12
1	Analise	as	asserções	a	seguir	e	sinalize	se	elas	estão	certas	ou	erradas.
a)	Com	relação	ao	curso	Técnico	de	Serviços	Jurídicos,	o	qual	veio	para	atender	
uma	alta	demanda	do	Tribunal	de	 Justiça	de	São	Paulo,	percebeu-se	uma	
necessidade	de	qualificação	dos	serventuários	que	atuam	no	Poder	Judiciário.
(			)	Certo.
(			)	Errado.
b)	 No	 Japão,	 a	 atividade	 de	 escrivão	 é	 reconhecida,	 e	 para	 o	 exercício	 da	
profissão	não	 é	 necessário	 se	 submeter	 a	 nenhuma	avaliação	pelo	 órgão	
responsável	pela	atividade.
(			)	Certo.
(			)	Errado.
c)	O	curso	de	Tecnólogo	de	Serviços	 Jurídicos	 foi	 introduzido	no	Cadastro	
Nacional	de	Cursos	pelo	MEC.	Embora	tenha	tido	bastante	resistência	por	
parte	da	OAB.
(			)	Certo.
(			)	Errado.
AUTOATIVIDADE
13
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL DE SERVIÇOS JURÍDICOS
1 INTRODUÇÃO
O	 Tecnólogo	 em	 Serviços	 Jurídicos	 é	 formado	 para	 trabalhar	 na	 área	
parajurídica,	atuando	como	uma	figura	fundamental.	Auxiliando	nas	atividades	
associadas	 à	 gestão,	 cartórios,	 comunicação,	 planejamento	 estratégico	 e	
administrativas	 nos	 escritórios	 de	 advocacia	 e	 fóruns.	 Além	 de	 Tribunais	 de	
Justiça	e	Tribunais	Superiores	de	Justiça.		
Através	 da	 graduação	 o	 profissional	 dessa	 área	 aprende	 as	 técnicas	 e	
as	 ferramentas	necessárias	para	atuação	de	 forma	correta	na	área	parajurídica.	
Surgindo	diversas	oportunidades	de	concursos	públicos	tanto	na	Administração	
Pública	 em	geral,	 como	na	 área	 administrativa	 judiciária.	Além	disso,	 o	 curso	
tecnólogo	possibilita	uma	rápida	inserção	no	mercado	de	trabalho.
2 O PAPEL MULTIDISCIPLINAR DO TÉCNICO EM SERVIÇOS 
JURÍDICOS: ATRIBUIÇÕES
O	tecnólogo	de	serviços	jurídicos	possui	um	leque	de	atividades	a	serem	
desempenhadas.	Cada	uma	com	suas	especificações	e	peculiaridades	que	serão	
desenvolvidas	 ao	 longo	do	 curso,	 com	o	 objetivo	de	 entender	 com	qual	 delas	
existe	uma	identificação	maior	de	cada	profissional.		
2.1 ANALISTA
O	Analista	Judiciário	é	um	cargo	afeto	ao	Poder	Judiciário,	que	poderá	ser	
ocupado	pelo	tecnólogo	de	serviços	jurídicos.	Este	cargo	é	fundamental	e	existe	
em	 todos	os	 tribunais,	 em	 todas	as	esferas.	O	acesso	a	esse	cargo	é	através	de	
concurso	público,	conforme	determinação	do	artigo	37,	inciso	II,	da	Constituição.				
Art.	 37.	A	 administração	 pública	 direta	 e	 indireta	 de	 qualquer	 dos	
Poderes	da	União,	dos	Estados,	do	Distrito	Federal	e	dos	Municípios	
obedecerá	aos	princípios	de	legalidade,	impessoalidade,	moralidade,	
publicidade	e	eficiência	e,	também,	ao	seguinte:
I	-	os	cargos,	empregos	e	funções	públicas	são	acessíveis	aos	brasileiros	
que	 preencham	 os	 requisitos	 estabelecidos	 em	 lei,	 assim	 como	 aos	
estrangeiros,	na	forma	da	lei;
II	 -	a	 investidura	em	cargo	ou	emprego	público	depende	de	aprovação	
prévia	em	concurso	público	de	provas	ou	de	provas	e	títulos,	de	acordo	
14
UNIDADE 1 — O PROFISSIONAL DE SERVIÇOS JURÍDICOS
com	a	natureza	e	a	complexidade	do	cargo	ou	emprego,	na	forma	prevista	
em	lei,	ressalvadas	as	nomeações	para	cargo	em	comissão	declarado	em	lei	
de	livre	nomeação	e	exoneração	II	(BRASIL,	2016,	p.	36-37).
Assim,	periodicamente	são	abertos	concursos	para	o	provimento	desses	
cargos,	essenciais	ao	funcionamento	do	Poder	Judiciário.
As	 atribuições	 do	 cargo	 de	Analista	 Judiciário	 podem	 ser	 também	 de	
natureza	 administrativa,	 recursos	 humanos,	 atendimento	 ao	 público,	 arquivos	
e	afins.	Pode	também,	ser	uma	atividade	 jurídica,	como	trabalhar	auxiliando	o	
juiz.	O	cargo	de	Analista	Judiciário	de	área	jurídica,	somente	poderá	ser	ocupado,	
por	um	bacharel	em	direito.	Será	responsável	por	atividades	de	planejamento,	
organização,	coordenação,	supervisão	técnica,	assessoramento,	estudo,	pesquisa,	
elaboração	de	certidões,	pareceres,	execução,	conferência	e	redação	de	documentos;	
conferência	de	expediente	diversos;	laudos	ou	informações	e	execução	de	tarefas	
de	natureza	e	grau	de	complexidade	correlatos.
O Analista Judiciário da área administrativa, cargo que pode ser ocupado pelo 
tecnólogo de serviços jurídicos, exerce atividades de execução qualificada sob orientação 
e supervisão, envolvimento funções de contabilidade, finanças e auditoria públicas; contar, 
em todos os feitos, antes da sentença ou de qualquer despacho definitivo, mediante 
ordem do Juiz, os emolumentos e as custas; proceder à contagem do principal e dos 
juros nas ações referentes a dívidas em quantias certas e nos cálculos aritméticos que se 
fizerem necessários relativamente a direitos e obrigações; fazer o cálculo para pagamento 
de impostos; elaborar cálculos em geral, bem como proceder à contagem de custas e 
preparo de recursos; elaborar e efetuar laudos de avaliação; expedir certidões de atos e 
documentos de sua exclusiva competência; executar outras tarefas de natureza e grau de 
complexidade correlatos.
FONTE: <https://www.migalhas.com.br/mercado-de-trabalho/noticia/268486/entenda-o-
-que-um-analista-judiciario-faz>. Acesso em: 6 jul. 2020.
NOTA
Assim,	 o	 analista	 deve	 cumprir	 os	 despachos	 dos	 juízes.	 Para	 tanto	 é	
fundamental	que	entenda	as	regras	de	processo,	para	entender	o	que	deverá	ser	
feito	na	finalidade	de	dar	andamento	ao	processo,	em	conformidade	com	aquilo	
que	foi	determinado	pelo	juiz.
Os	 processos	 judiciais	 percorrem	 um	 longo	 caminho,	 desde	 sua	
propositura	 até	 o	 trânsito	 em	 julgado	 de	 uma	 sentença,	 isto	 é	 aquela	 decisão	
que	 não	 cabe	mais	 recursos.	 O	 analista,	 portanto,	 será	 responsável	 pelo	 bom	
andamento	dos	processos,responsáveis	pela	produção	das	minutas	de	decisão	e	
deverão	também	cumprir	as	tarefas	que	envolvem	o	cartório.	Por	terem	acesso	à	
área	legal,	esses	habilitados	precisam	dominar	direito	material	e	especialmente,	
direito	processual.
TÓPICO 2 — ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL DE SERVIÇOS JURÍDICOS
15
Os	tribunais,	em	regra,	são	acionados,	quando	existem	conflitos	a	serem	
solucionados	pelo	judiciário.	Tomando	por	exemplo	a	justiça	do	trabalho,	os	TRTs	
são	 acionados	 quando	 existem	 conflitos	 trabalhistas.	Os	 órgãos	 devem,	 então,	
analisar	a	queixa	e	optar	por	proceder	ou	não	com	ela.	Caso	seja	uma	denúncia	
verídica,	 os	 concursados	do	TRT	darão	 início	 ao	processo,	 garantindo	que	 ele	
prossiga	de	forma	justa.	
Então	começa	a	atuação	do	analista,	o	qual	será	responsável	por	cuidar	
das	minutas	e	dos	deveres	referentes	ao	cartório.	No	entanto,	sua	rotina	não	se	
resume	 a	 isso.	 Ele	 também	 será	 encarregado	de	 analisar	 petições	 e	 processos;	
confeccionar	 minutas	 de	 votos;	 emitir	 informações	 e	 pareceres;	 proceder	 a	
estudos	e	pesquisas	na	legislação,	na	jurisprudência	e	na	doutrina	pertinente	para	
fundamentar	a	análise	de	processo	e	emissão	de	parecer.
O	 analista,	 ainda,	deverá	 fornecer	 suporte	 técnico	 e	 administrativo	 aos	
magistrados,	 órgãos	 julgadores	 e	 unidades	 do	 Tribunal;	 inserir,	 atualizar	 e	
consultar	 informações	em	base	de	dados;	verificar	prazos	processuais;	atender	
ao	público	 interno	 e	 externo;	 redigir,	 digitar	 e	 conferir	 expedientes	diversos	 e	
executar	outras	atividades	de	mesma	natureza	e	mesmo	grau	de	complexidade.
Em	 geral,	 a	 jornada	 de	 trabalho	 dos	 analistas	 é	 composta	 de	 40	 horas	
semanais,	em	turnos	que	duram	de	11	às	18	horas	ou	de	12	às	19.	Eventualmente,	
cumprem	um	plantão	em	horário	noturno	e/ou	finais	de	semana.	
O	 analista	 deve	 ter	 nacionalidade	 brasileira.	 Se	 for	 português,	 deve	
estar	amparado	pelo	estatuto	de	igualdade	entre	brasileiros	e	portugueses,	com	
reconhecimento	do	gozo	dos	direitos	políticos,	nos	termos	do	§1º	do	art.	12	da	
Constituição	da	República	Federativa	do	Brasil,	e	na	forma	do	disposto	no	art.	13	
do	Decreto	Federal	nº	70.436,	de	18	de	abril	de	1972.
Precisa	 ser	 maior	 de	 18	 anos	 e	 estar	 em	 dia	 com	 suas	 obrigações	
eleitorais.	Os	candidatos	do	sexo	masculino,	estar	em	dia	com	o	serviço	militar.	
Não	 ter	 impedimentos	 no	 âmbito	 político.	 Ser	 capaz	 de	 comprovar	 seu	 grau	
de	escolaridade,	 isto	é,	graduação	em	qualquer	curso	de	nível	 superior	para	o	
analista	administrativo	e	ser	graduado	em	direito	para	o	analista	judiciário	e	estar	
apto	física	e	mentalmente	para	cumprir	suas	obrigações.
O	salário	desse	profissional	varia	conforme	o	órgão	empregador.	Se	for	um	
tribunal	de	instância	federal,	fica	sujeito	às	regras	de	pagamento	de	funcionários	da	
União.	Se	for	um	órgão	estadual	como	por	exemplo,	o	Tribunal	de	Justiça	do	Rio	de	
Janeiro,	o	TJRJ,	se	submete	às	regras	de	pagamento	do	poder	judiciário	daquele	estado.
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UNIDADE 1 — O PROFISSIONAL DE SERVIÇOS JURÍDICOS
2.2 TÉCNICO
O	 técnico	 judiciário	 é	 o	 servidor	 público,	 responsável	 por	 diversas	
atividades	 de	 suporte	 técnico	 e	 administrativo	 realizadas	 nos	 órgãos	 em	 que	
estão	 lotados.	 O	 técnico	 executa	 atividades	 de	 apoio	 em	 nível	 intermediário	
conforme	sua	área	de	atuação.	Entre	elas	estão	a	elaboração	relatórios	e	certidões,	
redação	e	digitação	de	documentos,	atividades	relativas	aos	recursos	humanos,	
atendimento	ao	público	e	materiais	financeiros	e	orçamentários.
Além	dessas	atribuições,	o	técnico	judiciário	é	responsável	pela	abertura	
e	 encerramento	 de	 audiências,	 tramitação	 de	 feitos,	 guarda	 e	 conservação	 de	
processos	e	comunicação	entre	as	partes	de	um	processo.
O	 técnico	 judiciário	 pode	 atuar	 em	 órgãos	 como	 Tribunal	 Regional	
Eleitoral,	 Tribunal	Regional	 do	Trabalho,	 Tribunal	 de	 Justiça,	 entre	 outros,	 na	
área	administrativa,	sem	especialidade,	deve	ter	concluído	o	ensino	médio.	
Entretanto,	caso	sua	função	exija	atividades	específicas,	como	Tecnologia	
da	 Informação,	 Transportes,	 Segurança	 do	 Trabalho	 e	 Enfermagem,	 deve	 ter	
ensino	técnico	na	área	e,	conforme	for	o	caso,	registro	de	classe.	Pois	o	trabalho	
desses	técnicos	será	relativo	à	profissão	de	cada	um.
2.3 ASSESSOR JURÍDICO
A	 função	 do	 assessor	 jurídico	 está	 relacionada	 ao	 que	 chamamos	 de	
advocacia	preventiva,	ou	seja,	a	que	evita	o	surgimento	de	uma	 líder	e	de	um	
processo	judicial.	A	advocacia	preventiva	é	composta	da	consultoria,	assessoria	
e	direção.
Na	assessoria,	assim	como	na	consultoria,	será	dada	uma	orientação	ao	
cliente	sobre	as	decisões	relativas	a	atos	e	negócios	jurídicos	que	serão	praticados.	
Porém,	existe	uma	pequena	diferença	entre	as	duas	prestações	de	serviço.	
Na	consultoria,	o	cliente	faz	um	questionamento	sobre	o	assunto	de	seu	
interesse,	a	partir	dos	dados	fornecidos	será	emitido	um	parecer,	com	os	devidos	
fundamentos	jurídicos.	Tal	parecer	poderá	ser	verbal	ou	escrito,	mas	em	ambos	
os	casos	deve	ser	conclusivo	e	fundamentado	à	luz	do	direito.
Já	na	assessoria,	o	cliente	recebe	auxílio	na	condução	da	prática	de	atos	da	
vida	civil.	Fornecendo	conhecimentos	jurídicos	essenciais	na	tomada	de	decisões	
que	geram	efeitos.	O	assessor	 jurídico	reúne	dados	e	 informações	que	possam	
evitar	que	o	cliente	tenha	prejuízos	futuros,	com	eventuais	processos	judiciais	e	
ou	anulação	do	ato	praticado	por	algum	defeito.	
TÓPICO 2 — ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL DE SERVIÇOS JURÍDICOS
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Assessoria	permite	 várias	 ações	 em	benefício	do	 cliente.	 Pode	 ser	uma	
mediação	de	conflitos,	em	que	o	mediador	conduz	até	que	se	chegue	a	um	acordo	
justo	entre	as	partes	envolvidas.	O	assessor	jurídico	poderá,	ainda,	acompanhar	o	
cliente	em	uma	reunião	em	que	as	partes	tratarão	de	assuntos	que	envolvam,	em	
alguma	medida,	conhecimentos	legais	sobre	as	matérias	constantes	das	pautas,	
como,	por	exemplo,	em	uma	Assembleia	Geral	em	um	condomínio.
A	atividade	de	direção,	na	advocacia	preventiva	é	a	coordenação	ou	chefia	de	
um	setor	nas	organizações,	cuja	função	seja	a	atividade	de	consultoria	ou	assessoria.	É	
importante	ressaltar	que	o	exercício	da	atividade	de	direção	em	setores	ou	departamentos	
jurídicos	não	seria	restrita	a	questões	de	organização,	planejamento	financeiro	e	de	
logística,	o	que	poderia	ser	exercido	perfeitamente	por	um	Administrador.
	À	frente	de	um	departamento	jurídico,	o	tecnólogo	de	serviços	jurídicos	
não	 exercerá	 diretamente	 as	 atividades	de	 postulação,	 ou	 eventualmente	 a	 de	
assessoramento,	 mas	 será	 o	 responsável	 pela	 estratégia	 que	 será	 adotada	 na	
demanda	 judicial	 ou	 administrativa;	 conduzirá	 seus	 auxiliares	 nas	 pesquisas;	
revisará	petições	e	outras	peças	técnicas;	será	o	principal	norte	para	a	corrente	
doutrinária	a	ser	adotada	a	cada	caso.
A	atividade	de	assessoria	 jurídica	passou	a	existir	 representada	por	
uma	pessoa	ou	empresa	que	tinha	por	responsabilidade	não	apenas	
a	 identificação	 e	 investigação	 de	 problemas	 relacionados	 à	 política,	
organização,	 procedimentos	 e	métodos,	mas,	 também,	 à	 orientação	
adequada	 à	 resolução	 dos	 problemas.	 Existia	 um	 problema,	 mas	 o	
pessoal	 efetivo,	 ou	 seja,	 interno,	não	 tinha	 especialização	necessária	
para	resolvê-lo	(KUBR,	1986,	p.	145).
Desta	forma	é	fundamental	que	tenha	os	conhecimentos	que	lhe	permitirá	
exercer	seu	ofício	com	o	grau	de	qualidade	e	apuro	técnico	que	se	espera	de	um	
departamento	 jurídico.	O	 tecnólogo	de	 serviços	 jurídicos,	 ao	assumir	a	 função	
de	assessor	jurídico,	deve	se	empenhar	nos	conhecimentos	referentes	à	área	do	
direito	que	pretende	atuar.
O	assessor	jurídico	tem	três	princípios	básicos.	O	primeiro	é	o	conhecimento	
técnico	 de	 direito	 no	 seu	 ramo	 específico.	O	 segundo	 princípio	 é	 a	 formação,	
especialização	 e	 qualificação	 que	 servem	 para	 a	 personalidade	 e	 inteligência	
emocional,	fundamentais	ao	exercício	da	função.	
Se	ele	não	faz	esta	formaçãopsicológica	e	filosófica	contínua	–	para	si	
mesmo,	não	para	os	outros	–	corre	o	risco	de	acreditar-se	um	grande	
advogado,	porém	não	possui	mais	os	fundamentos,	não	possui	mais	
a	 fonte	 da	 inteligência.	 Isto	 é,	 a	 competência	 psicológico-filosófica	
serve	 para	manter	 o	 exercício	 da	 sua	 inteligência,	 do	 seu	 intelecto.	
Se	ele	não	faz	isso,	corre	o	risco	de	sentir-se	potente,	porque,	é	claro,	
as	 pessoas	 recorrem	 ao	 advogado	 somente	 quando	 têm	 problemas	
(MENEGHETTI,	2007,	p.	39).
O	último	princípio	está	relacionado	ao	conhecimento	real	e	integral	do	caso	
antes	mesmo	de	aceitar	a	causa.	Pois,	apenas	dessa	forma	poderá	prestar	a	melhor	
assessoria	ao	cliente,	solucionando	seus	questionamentos	de	forma	adequada.
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UNIDADE 1 — O PROFISSIONAL DE SERVIÇOS JURÍDICOS
2.4 OFICIAL DE JUSTIÇA
As	atividades	do	Oficial	de	Justiça	são	determinadas	pela	Constituição	e,	
em	especial,	pelo	Código	de	Processo	Civil,	Código	de	Processo	Penal	e	demais	leis	
relativas	à	procedimento.	São	consideradas,	também,	as	normas	administrativas	
editadas	 pelas	 Corregedorias	 de	 Justiça	 de	 cada	 Estado,	 que	 regulamentam	
situações	especificas,	com	relação	à	forma	pela	qual	as	normas	legais	devem	ser	
observadas.	Desde	a	antiguidade,	o	Oficial	de	Justiça	tem	importante	papel	para	
a	prestação	jurisdicional.
A	origem	da	função	do	Oficial	de	Justiça	é	muito	antiga
Segundo	 alguns	 historiadores,	 a	 carreira	 do	 oficial	 de	 justiça	 tem	 sua	
origem,	no	Direito	Hebraico,	quando	os	Juízes	de	Paz	tinham	alguns	oficiais	
encarregados	de	executar	as	ordens	que	lhes	eram	confiadas;	embora	as	
suas	 funções	não	 estivessem	claramente	 especificadas	no	processo	 civil,	
sabe-se	 que	 eles	 eram	 os	 executores	 da	 sentença	 proferida	 no	 processo	
penal.	Munidos	de	um	longo	bastão,	competia-lhes	prender	o	acusado,	tão	
logo	era	prolatada	a	sentença	condenatória	(PIRES	1994,	p.	19).
	No	período	Justinianeu,	“foram	atribuídas	sucessivamente	aos	Apparitores	
e	executores	as	funções	que,	na	atualidade,	são	desempenhadas	pelos	Oficiais	de	
Justiça.	O	 legislador	 romano	 criou	órgãos	para	ajudá-los	no	 cumprimento	das	
sentenças”	(NARY,	1974,	p.	22).
O	Código	Filipino	utiliza,	pela	primeira	vez	a	expressão	“meirinho”,	que	
até	os	dias	de	hoje	ainda	é	utilizada	como	referência	ao	Oficial	de	Justiça.	Aquele	
código	inovou	ao	adotar	diversas	atribuições	diferenciada	como	o	“meirinho-mor”,	
o	“meirinho	da	corte”,	o	“meirinho	das	cadeias”,	e	o	“meirinho”,	propriamente	
dito,	com	a	função	típica	do	Oficial	de	Justiça	de	hoje.
No	 Brasil,	 desde	 a	 época	 imperial,	 adotou-se	 os	 princípios	 do	 direito	
português.	Assim,	considera-se	o	Oficial	de	Justiça	um	executor	de	ordens,	aquele	
que	fica	responsável	em	efetuar	os	mandados	proferidos	por	juízes.	Cabe	a	esse	
profissional	notificar,	intimar,	citar,	realizar	diligências	e	vários	atos	processuais	ao	
seu	encargo.	Considerando	suas	principais	atribuições	o	intercâmbio	processual	
e	as	práticas	de	atos	de	execução.			
O	Código	de	Processo	Civil,	no	artigo	154,	traz	as	atribuições	do	Oficial	de	
Justiça	nos	seguintes	termos:
Art.	154.	Incumbe	ao	oficial	de	justiça:
I	 -	 fazer	pessoalmente	citações,	prisões,	penhoras,	arrestos	e	demais	
diligências	próprias	do	 seu	ofício,	 sempre	que	possível	na	presença	
de	 2	 (duas)	 testemunhas,	 certificando	no	mandado	o	 ocorrido,	 com	
menção	ao	lugar,	ao	dia	e	à	hora;
II	-	executar	as	ordens	do	juiz	a	que	estiver	subordinado;
III	-	entregar	o	mandado	em	cartório	após	seu	cumprimento;
IV	-	auxiliar	o	juiz	na	manutenção	da	ordem;
V	-	efetuar	avaliações,	quando	for	o	caso;
VI	-	certificar,	em	mandado,	proposta	de	autocomposição	apresentada	
TÓPICO 2 — ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL DE SERVIÇOS JURÍDICOS
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por	qualquer	das	partes,	na	ocasião	de	realização	de	ato	de	comunicação	
que	lhe	couber.
Parágrafo	único.	Certificada	a	proposta	de	autocomposição	prevista	
no	 inciso	 VI,	 o	 juiz	 ordenará	 a	 intimação	 da	 parte	 contrária	 para	
manifestar-se,	no	prazo	de	5	(cinco)	dias,	sem	prejuízo	do	andamento	
regular	do	processo,	entendendo-se	o	silêncio	como	recusa	(BRASIL,	
2015,	art.	154).
Alguns	doutrinadores	entendem	que	o	Oficial	de	Justiça	é	uma	pequena	
engrenagem,	mas	fundamental	para	o	funcionamento	do	sistema.
A	grande	maioria	dos	atos	processuais	necessita	da	participação	de	
oficial	de	justiça	para	seu	cumprimento.	Um	dos	requisitos	importantes	
para	que	o	Oficial	de	Justiça	cumpra	seu	trabalho	e	efetivamente	sirva	
ao	Judiciário	de	forma	serena	e	correta,	é	a	realização	do	ato	com	bom	
senso	e	dedicação	e	com	fiel	observância	da	lei.	(PIRES,	1994,	p.	15)
O	Oficial	de	Justiça	representa	a	figura	do	juiz	fora	do	prédio	do	Fórum,	
sendo	fundamental	a	sua	existência	para	a	ocorrência	de	andamento	processual	de	
forma	satisfatória.	Dessa	forma,	o	Oficial	de	justiça	deve	ser	profundo	conhecedor	
das	regras	processuais	para	que	possa	promover	as	diligências	de	forma	correta.
É	 importante	ressaltar	que	mesmo	esse	profissional	sendo	fundamental	
para	promoção	de	justiça	de	forma	adequada,	ele	sofre	limitações	nos	exercícios	
de	 suas	 atividades.	 Principalmente	 nas	 suas	 funções	 de	 executores	 de	 ordens	
judiciais,	nas	quais	esses	servidores	muitas	vezes	correm	perigo	de	vida.	Fazendo	
jus	ao	adicional	de	periculosidade	pelo	exercício	da	função.
Princípios	 são	 regras	 norteadoras	 utilizadas	 pelo	 legislador	 para	
determinar	 o	 direcionamento	 adequado	 da	 regra	 a	 ser	 criada.	 Os	 princípios	
constitucionais	 são	 regras	 mestras,	 são	 eles	 que	 definem	 a	 estrutura	 de	 uma	
constituição.	 Podem	 ser	 considerados	 os	 alicerces	 do	 sistema	 jurídico	de	 cada	
Estado,	pois	direcionam	todo	ordenamento	jurídico.
Conforme	 o	 	 artigo	 37	 da	 Constituição	 Federal,	 são	 princípios	
Constitucionais	 a	 legalidade	 que	 determina	 que	 somente	 é	 permitido	 fazer	 o	
que	 a	 lei	 autoriza;	 a	 impessoalidade	 determinando	 a	 isonomia	 como	 regra;	 a	
moralidade,	 o	 dever	 de	 zelar	 pela	 probidade,	 respeitando	 os	 princípios	 éticos	
de	 razoabilidade	e	 justiça;	 a	publicidade	estabelecendo	que	os	 atos	devam	ser	
transparentes,	salvo	os	que	a	lei	exigir	segredo	de	Justiça;	a	eficiência,	buscando	
alcançar	o	resultado	desejado,	por	meio	do	exercício	de	sua	competência,	de	forma	
imparcial,	 neutra,	 transparente,	 participativa,	 eficaz,	 sem	 burocracia	 e	 sempre	
em	busca	da	qualidade	e	a	celeridade,	o	juiz	deve	ser	ágil	no	cumprimento	dos	
mandados	judiciais.
Desta	forma,	é	importante	ressaltar	que	a	função	do	Oficial	de	Justiça	deve	
ser	exercida	em	consonância	com	tais	princípios.	E	deverá	ser	diligente	no	exercício	
da	 função	 para	 não	 violar	 nenhum	 desses	 princípios.	Além	 de	 tais	 princípios,	
existem	os	processuais	–	relativos	às	leis	processuais	e	que	atingem	diretamente	a	
função	do	Oficial	de	Justiça.	De	acordo	com	Andrade	(2012),	são	eles:
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UNIDADE 1 — O PROFISSIONAL DE SERVIÇOS JURÍDICOS
• Imparcialidade:	tal	princípio	permite	que	o	Poder	Judiciário	decida	livremente	
sobre	os	conflitos	que	lhe	são	apresentados,	sem	se	abalar	com	pressões	externa.
• Lealdade:	o	dever	de	as	partes	agir	de	 forma	 leal	no	processo.	Àquele	que	
usar	do	processo	para	obter	vantagem	 indevida	por	meios	 ardis	há	de	 ser	
aplicada	as	penalidades	cabíveis.
• Boa-fé:	tal	princípio	determina	que	deve	ser	aproveitar	os	efeitos	possíveis	do	
ato	praticado,	de	boa-fé,	com	base	em	erro	justificado	pelas	circunstâncias.
• Celeridade:	estabelece	que	deve	ser	ágil	no	cumprimento	dos	mandados	judiciais.	
• Transparência:	traz	ao	conhecimento	público	e	geral	dos	administrados	a	forma	
como	o	serviço	foi	prestado,	os	gastos	e	a	disponibilidade	de	atendimento.	
• Probidade:	é	o	princípio	que	exige	que	o	agente	público	deva	agir	com	retidão	
no	trato	da	coisa	pública,	sob	pena	de	incorrer	na	perda	da	função	pública,	
suspensão	dos	direitos	políticos,	indisponibilidade	dos	bens	e	o	ressarcimento	
ao	erário,	sem	prejuízo	da	ação	penal	cabível.
• Eficiência:	este	princípio	impõeaos	agentes	públicos,	as	pessoas	físicas	que	exercem	
funções	públicas	em	nome	da	Administração,	uma	atuação	célere	e	tecnicamente	
adequada,	sempre	objetivando	um	melhor	desempenho	de	suas	atividades.				
Os	Oficiais	de	Justiça,	apesar	de	cumprir	diversas	diligências	fora	dos	prédios	
dos	tribunais,	não	têm	à	disposição	veículos	do	Estado.	São	obrigados	a	utilizar	seus	
veículos	 próprios	 para	 o	 cumprimento	 de	 funções.	 Eventualmente	 são	 obrigados	
a	 conduzir	 testemunhas	 que	 não	 comparecem	 às	 audiências	 e	 transportar	 algum	
bem	apreendido.	Para	tanto,	recebem	um	auxilio	referente,	apenas,	ao	combustível	
utilizado	em	tais	situações.	O	Oficial	de	Justiça	responde	pelos	atos	não	praticados	e	
têm	responsabilidade	civil	pelo	não	cumprimento	dos	atos	processuais.	
Art.	155	do	CPC	-	O	escrivão,	o	chefe	de	secretaria	e	o	oficial	de	justiça	
são	responsáveis,	civil	e	regressivamente,	quando:
I	-	sem	justo	motivo,	se	recusarem	a	cumprir	no	prazo	os	atos	impostos	
pela	lei	ou	pelo	juiz	a	que	estão	subordinados;
II	-	praticarem	ato	nulo	com	dolo	ou	culpa	(BRASIL,	2015,	art.	155)	
Assim,	 a	 parte	 “deve	 ser	 por	 eles	 indenizado,	 desde,	 porém,	 que	 não	
tenha	 havido	 um	motivo	 justo	 para	 a	 recusa.	 Se	 a	 recusa	 se	 deu	 por	motivo	
justificado,	ainda	que	tenha	causado	prejuízo,	não	haverá	responsabilidade	pelo	
ressarcimento”	(LEVENHAGEN,	1995,	p.	162).
Entretanto,	 se	 o	 não	 cumprimento	 ocorreu	 por	 motivo	 justificado	 não	
existe	a	obrigação	de	indenizar.	
O	 oficial	 de	 justiça,	 por	 exemplo,	 que	 se	 recuse	 de	 cumprir	 um	
mandado	 de	 intimação	 de	 testemunhas,	 porque	 estas	 residem	 em	
lugar	interditado	pela	Saúde	Pública,	por	estar	ali	se	alastrando	uma	
doença	 contagiosa,	 essa	 recusa	 –	 desde	 que	 comprovada	 à	 causa	 –	
não	 acarretará	 qualquer	 responsabilidade	 ao	 oficial,	 por	 possíveis	
prejuízos	que	as	partes	vierem	a	sofrer	(LEVENHAGEN,	1995,	p.	163).
É	 importante	 ressaltar	 que	 no	 Brasil	 atual	 o	 cenário	 é	 de	 violência,	
principalmente	 nas	 cidades	 grandes,	 o	 que	 dificulta	 e	 muito	 o	 trabalho	 do	
Oficial	 de	 Justiça.	 O	 processo	 é	 uma	 sequência	 de	 atos	 gerados	 pelas	 partes,	
TÓPICO 2 — ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL DE SERVIÇOS JURÍDICOS
21
com	 a	 finalidade	 única	 de	 solução	 da	 lide.	 É	 necessário	 que	 o	 ato	 processual	
esteja	previsto	na	lei	ou,	pelo	menos,	que	não	a	contrarie,	realizado	de	sorte	que	
preencha	o	fim	pretendido.	Deve	haver	um	nexo	necessário	entre	a	realização	do	
ato	e	sua	finalidade	(PIRES,1994).
O	Oficial	de	Justiça	também	é	responsável	por	movimentar	e	dar	vida	à	
ação	ao	 realizar	os	atos	de	Citação,	 Intimação,	Notificação,	Penhora	e	Arresto,	
Sequestro,	Avaliação,	Busca	e	Apreensão,	Desocupação,	 Imissão	e	Manutenção	
de	Posse.	Tem	o	dever	de	trazer	ao	processo	a	realidade	dos	fatos,	a	qual,	muitas	
vezes,	é	omitida	ou	destorcida	pelas	partes.	O	Oficial	de	Justiça	tem	o	contato	com	
o	mundo	real	e	informa	a	realidade	ao	juízo.		
Conforme	 o	 inciso	 VI	 do	 artigo	 154	 do	 CPC,	 o	 Oficial	 de	 Justiça	 tem	
atribuição	de	propor	a	autocomposição.	Essa	função	foi	introduzida	pelo	Código	
de	Processo	Civil	de	2015,	no	antigo	não	se	fazia	menção	a	isso.	O	que	é	considerado	
bastante	razoável,	pois	o	oficial	de	justiça	é	o	primeiro	a	ter	contato	com	a	parte.				
Certamente	o	Oficial	de	Justiça,	ao	promover	o	devido	ato	processual,	obterá	
êxito	em	conseguir	do	jurisdicionado	alguma	proposta	de	autocomposição,	o	que	
agiliza,	ainda	mais,	o	trâmite	processual,	quando	poderá	ocorrer	a	homologação	
da	autocomposição	antes	mesmo	do	comparecimento	pessoal	das	partes	junto	ao	
órgão	jurisdicional	competente.
Assim,	resta	provado	a	valorização	conferida	ao	Oficial	de	Justiça,	pelo	
legislador.	Tal	nova	atribuição	funcional	deste	serventuário	da	 justiça	só	 tende	
a	prestigiar	a	solução	consensual	dos	conflitos,	o	que	é	amplamente	incentivado	
pelo	novo	CPC.
O	 Oficial	 de	 Justiça	 exerce	 função	 de	 incontestável	 relevância	 no	
universo	judiciário.	É	através	dele	que	se	concretiza	grande	parte	dos	
comandos	judiciais	atuando	a	meirinho	como	verdadeira	longa manus 
do	magistrado.	[...]	É	um	auxiliar	da	Justiça	e,	no	complexo	de	sutilezas	
dos	atos	processuais,	é	elemento	importante	para	a	plena	realização	da	
justiça	(PIRES	1994,	p.	7	e	17).
Conclui-se,	então,	que	a	atividade	do	Oficial	de	Justiça	é	fundamental	para	
que	ocorra	 a	 efetividade	dos	 atos	 jurisdicionais,	 que	precisão	ocorrer	 além	do	
espaço	físico	dos	tribunais	e	será	considerado	a	longa manus do	juiz,	cumprindo	
suas	determinações	e	mandados.
22
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A	formação	em	tecnólogo	de	serviços	jurídicos	capacita	o	profissional	para	
os	exercícios	de	diversas	atividades	relativas	ao	mundo	jurídico,	nas	quais	
terá	a	oportunidade	de	utilizar	seus	conhecimentos	referentes	as	disciplinas	
de	direitos	em	suas	diversas	áreas.	Tem	o	dever	de	cumprir	os	despachos	
dos	juízes.
• Outra	 possibilidade	 de	 atuação	 do	 formado	 em	 serviços	 jurídicos	 é	 a	 de	
técnico	 judiciário,	 ou	 seja,	 o	 funcionário	 responsável	 em	 dar	 suporte	 ao	
judiciário	em	diversos	aspectos.	É	um	servidor	público	do	poder	judiciário	
que	 participa	 de	 comissões,	 quando	 lhe	 for	 solicitado,	 e	 de	 treinamentos	
diversos	de	interesse	da	administração.	Executa	os	serviços	de	expediente,	
servir	nas	audiências,	elaborar	e	digitar	pautas	de	publicação,	desenvolver	
atividades	 em	 geral	 dos	 órgãos	 em	 que	 trabalham,	 elaborar	 certidões	 e	
relatórios,	indexar	documentos,	atender	ao	público,	entre	outras	atividades	
a	ele	incumbidas	por	seu	superior.	
• O	 trabalho	 do	 assessor	 jurídico	 é	 mais	 complexo,	 ele	 atua	 na	 chamada	
advocacia	preventiva	e	de	suporte	ao	cliente	na	prática	de	atos	que	envolvam	
alguma	situação	que	possa	ter	consequências	jurídicas.	
• O	objetivo	da	assessoria	jurídica	é	evitar	que	o	cliente	venha	a	ser	obrigado	a	
se	submeter	a	um	processo	judicial	ou	gere	nulidade	do	ato	praticado.
• O	assessor	também	pode	ter	a	função	de	administrar	ambientes	relacionados	
à	 atividade	 jurídica,	 como	 escritórios	 de	 advocacia	 ou	 incorporações	 que	
possuam	algum	setor	jurídico	ou	que	necessitem	de	direcionamento	jurídico	
para	o	exercício	de	suas	atividades.
• O	 oficial	 de	 justiça	 é	 o	 servidor	 público	 responsável	 pela	 prática	 dos	 atos	
processuais	que	devem	ocorrer	fora	do	tribunal.	É	através	desse	profissional	
que	 o	 juiz	 toma	 conhecimento	 da	 realidade,	 que	 por	 vezes	 poderá	 ser	
distorcida	pelas	partes	em	suas	petições.
23
1	Analise	as	asserções	a	seguir	e	sinalize	se	elas	estão	certas	ou	erradas.
a)	A	atividade	do	analista	poderá,	também,	envolver	questões	administrativas	
como	rotina	de	RH,	por	exemplo.
(			)	Certo.
(			)	Errado.
b)	 O	 técnico	 judiciário	 não	 é,	 necessariamente,	 um	 servidor	 público.	 Tal	
atividade	poderá	ser	desempenhada	por	qualquer	particular,	sem	prestar	
concurso.
(			)	Certo.
(			)	Errado.
c)	O	assessor	jurídico	tem	atribuição	relacionada	ao	contencioso,	não	faz	parte	
das	 suas	 atribuições	 agir	 preventivamente	 evitando,	 assim,	 os	 conflitos	
judiciais.
(			)	Certo.
(			)	Errado.
AUTOATIVIDADE
24
25
TÓPICO 3 — 
UNIDADE 1
QUALIDADE E ÉTICA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
1 INTRODUÇÃO
Existe	um	conjunto	de	normas	morais	que	devem	ser	exercidas	por	todos	
os	profissionais,	em	qualquer	atividade	que	desempenhe,	é	o	que	se	dá	o	nome	
de	ética	profissional.	Ética	é	um	conceito	filosófico	que	classifica	o	que	é	certo	
ou	errado	dentro	da	sociedade,	garantindo	uma	convivência	harmônica	entre	as	
pessoas.	
A	importância	da	ética	profissional	no	ambiente	corporativo	é	fundamental,	
pelo	 fato	de	permitir	que	o	ambiente	de	 trabalho	possa	ser	harmonioso,	o	que	
reflete	 diretamente	 no	 nível	 de	 comprometimento	 do	 grupo.	 Dessa	 forma,	 os	
funcionários	se	tornam	mais	comprometidos	e	satisfeitos	com	o	trabalho.	Logo,	
todo	o	clima	amigável	irá	fazer	com	que	o	rendimento	aumente.Já	sob	o	ponto	de	vista	das	 incorporações:	“a	ética	profissional	faz	com	
que	a	empresa	consiga	passar	uma	imagem	muito	positiva.	Isso	dá	credibilidade	
ao	órgão,	que,	naturalmente,	consegue	atingir	aqueles	objetivos	pré-estipulados”	
(EDITAL	CONCURSOS	BRASIL,	2020,	s.p.).
2 GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS PÚBLICOS
A	cada	dia	que	passa,	cresce	o	número	de	advogados	no	mercado,	o	que	faz	
com	que	a	concorrência	aumente	e	torne-se	extremamente	necessário	que	sejam	
estabelecidos	critérios	para	tomada	de	decisões	em	ações	planejadas,	necessidade	
de	 manutenção	 do	 espírito	 empreendedor,	 preparação	 para	 as	 modificações	
naturais	do	mercado.
Dessa	forma,	conclui-se	que	as	organizações	que	ponderam	os	interesses	
tanto	empregados,	gestores,	como	os	seus	clientes,	considerando	as	capacidades	
e	necessidades	de	cada	um	para	tomar	as	decisões	mais	adequadas,	com	melhoria	
com	 base	 na	 alocação	 de	 seus	 recursos	 disponíveis	 de	 forma	 a	 buscar	 uma	
qualidade	satisfatória	que	atenda	ou	supere	as	expectativas	dos	seus	clientes.
O	mundo	atual	necessita	de	tomada	de	decisões	mais	céleres,	com	isso,	
os	 serviços	 jurídicos	 tornaram-se	mais	 dinâmicos.	 Uma	 empresa	 que	 procura	
assessoria	jurídica	externa,	não	busca	apenas	um	parecer	jurídico	com	reprodução	
da	letra	fria	da	lei,	mas	sim	a	interpretação	para	que	a	melhor	decisão	seja	adotada.			
26
UNIDADE 1 — O PROFISSIONAL DE SERVIÇOS JURÍDICOS
Assim,	o	assessor	jurídico	torna-se	peça	fundamental	para	o	sucesso	do	
negócio.	O	cliente	procura	confiança,	o	preço	pode	ser	a	parte	menos	importante,	
pois	a	credibilidade	no	profissional	é	fundamental.	
As	 informações	 são	 facilmente	 obtidas	 atualmente,	 pelos	 clientes	 e	 via	
internet.	 Todos	 os	 Tribunais	 possuem	 redes	 sociais,	 nas	 quais	 divulgam	 suas	
principais	decisões.		Além	das	informações	veiculadas	pela	imprensa,	os	próprios	
tribunais	superiores	transmitem,	ao	vivo,	sessões	de	julgamento	em	rede	nacional.			
Portanto,	os	clientes	têm	noções	sobre	assuntos	diversos	mesmo	sendo	leigos,	o	
que	torna	necessário	não	só	mais	a	atualização	diária	do	profissional	para	os	conhecimentos	
científicos,	como	também,	a	obrigatoriedade	de	se	ter	postura	e	conhecimento	da	área	da	
administração	para	atender	este	tipo	de	demanda,	pois,	torna	cada	vez	mais	exigente	a	
prestação	de	serviço	e,	por	consequência,	a	cobrança	por	resultados.
Os	 prestadores	 de	 serviços	 jurídicos	 precisam	 perceber	 a	 quantidade	 de	
serviços	que	poderão	ser	ofertados	aos	clientes.	Avaliar	os	serviços	que	estão	sendo	
oferecidos.	A	percepção	das	novas	demandas,	será	um	diferencial	para	que	o	cliente	
escolha	o	prestador	de	serviços	jurídicos	mais	adequado	ao	seu	perfil	e	necessidades.
São	 fundamentais	 o	 aperfeiçoamento	 contínuo	 e	 a	 preocupação	 para	
prestar	um	serviço	com	qualidade,	impõe	que	se	tenha	conhecimento	não	só	da	
área	do	direito,	como	também	da	área	da	administração.	Surge,	então,	a	figura	do	
tecnólogo	de	serviços	jurídicos	como	administrador,	pois	as	faculdades	de	direito	
não	qualificam	os	bacharéis	a	exercerem	essa	função.	
Os	escritórios	de	advocacia	precisam	considerar	o	quanto	é	importante	a	
qualidade	na	prestação	dos	serviços.	Modificando	os	aspectos	apontados	como	
vulneráveis	e	mantendo	os	apontados	como	de	boa	performance.	Nesse	contexto,	
o	profissional	de	serviços	jurídicos	poderá	fazer	todo	um	diferencial,	auxiliando	
na	gestão	do	negócio.
Via	 de	 regra,	 é	 feito	 um	 planejamento	 estratégico	 nas	 organizações	
incluindo	 todas	 as	 partes	 interessadas.	 Assim,	 a	 responsabilidade	 sobre	 os	
resultados	é	parcelada	entre	todos.	Fazendo-se	uma	prevenção	contra	possíveis	
ameaças	às	estratégias	adotadas.	
A	 administração	 bem	 feita	 é	 fundamental	 em	 qualquer	 atividade,	 não	
apenas	 na	 advocacia.	 Uma	 boa	 administração	 requer	 planejamento	 sendo	
“uma	 forma	 de	 atuar	 que	 se	 materializa	 em	 um	 conjunto	 de	 providências	
a	 serem	 tomadas”	 (SANTOS,	 2010,	 p.	 33).	 Cabendo,	 assim,	 ao	 tecnólogo	 de	
serviços	jurídicos	planejar,	mediante	aos	estudos,	todos	os	pontos	de	referência	
estabelecidos	 para	 a	 ação	 empresarial	 com	 habilidade,	 enfrentando	 os	 seus	
desafios	quanto	à	qualidade	e	resultados	imediatos.
Antes	 de	 mais	 nada,	 precisa-se	 identificar	 o	 que	 é	 serviço,	 ou	 seja,	 um	
conjunto	das	prestações	que	o	usuário	espera	além	do	produto	ou	do	serviço	de	base,	
em	função	do	preço,	da	imagem	e	da	reputação	presentes	(HOROVITZ,	1993,	p.	47).
TÓPICO 3 — QUALIDADE E ÉTICA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
27
Um	serviço	poderá	“alcançar	um	termo	mais	amplo,	tendo	nas	décadas	
de	1960,	1970	e	1980	sido	sugerida	uma	série	de	definições,	acrescendo	que	na	
maioria	das	vezes,	um	serviço	envolve	interações	de	algum	tipo	com	o	provedor	
de	serviço”	(GRÖNROOS,	2009,	p.	46).
O	conceito	de	serviço	é:		
qualquer	 ato	 ou	 desempenho	 que	 uma	 parte	 possa	 oferecer	 a	
outra,	 desde	 que	 seja	 essencialmente	 intangível	 e	 que	 não	 resulte	
em	 propriedade	 de	 alguma	 coisa.	 Nos	 escritórios	 de	 advocacia,	 os	
principais	serviços	são:	serviços	de	preposição,	serviços	de	cobrança,	
consultoria	 jurídica	 e	 serviços	 gerais	 (ações	 de	 todas	 as	 áreas	 do	
Direito)	(KOTLER,	1998,	p.78).
Após	 entender	 o	 conceito	 de	 serviço,	 é	 fundamental	 que	 o	 prestador	
de	 serviços	 jurídicos	 tenha	 consciência	 que	 é	 preciso	 gerir	 o	 seu	 negócio	 da	
melhor	forma.	Para	tanto,	é	fundamental	conhecer	os	mecanismos	de	gestão	de	
serviços.	“Um	grande	número	de	organizações	adota,	como	modelo	de	gestão,	
direcionamento	por	processos	buscando	atingir	maior	agilidade	e	flexibilidade,	
diminuição	 de	 gastos,	 melhoria	 no	 atendimento	 e	 qualidade	 entre	 outros	
benefícios	aos	clientes”	(VIEIRA,	2010,	p.	24).
A	gestão	de	 serviço	 é,	portanto,	uma	maneira	de	 se	procurar	 entender	
como	deverá	ser	administrada	uma	empresa	na	prestação	de	serviços.	Uma	boa	
prestação	de	serviços	proporciona	benefícios	aos	clientes,	de	forma	concreta,	que	
possa	ser	percebida	por	todos.
 
Portanto,	 a	 gestão	 de	 serviços	 é	 essencial	 para	 as	 organizações,	 sendo	
o	 planejamento	 estratégico	 indispensável,	 devendo	 existir	 uma	 preocupação	
permanente	 com	 tal	 gestão,	 de	 forma	 a	 refletir	 direta	 e	 constantemente	 na	
qualidade	dos	serviços,	conquanto	primordial	para	o	êxito	e	competitividade	das	
empresas	(VIEIRA,	2010).
A	 concorrência	 é	 muito	 grande,	 portanto	 a	 qualidade	 na	 prestação	 é	
fundamental	 para	 que	 o	 prestador	 de	 serviço	 se	 destaque	 no	 mercado,	 “as	
organizações,	 a	 cada	 dia	 buscam	 melhorar	 suas	 ações	 de	 gestão,	 através	 de	
adequações	às	necessidades	dos	clientes	e	às	constantes	inovações	tecnológicas	e	
manutenção	da	competitividade”	(VIEIRA,	2010,	p.	26).
A	 doutrina	 dos	Grönroos	 (2009)	 apresenta	 o	 que	 se	 chama	de	 “pacote	
de	 serviços”,	 o	 qual	 representa	 diversos	 serviços,	 tangíveis	 e	 intangíveis	 que,	
conjuntamente,	representam	o	serviço.	Diante	disso,	o	serviço	será	dividido	entre	
o	serviço	central	e	os	serviços	secundários	ou	periféricos.	
Dividindo-se,	 então,	os	 serviços	 em	 três	grupos	 como	 forma	de	gerir	o	
serviço	a	ser	prestado.	Os	três	grupos	são:	1)	serviço	central;	2)	serviços	(e	bens)	
capacitadores;	e	3)	serviços	(e	bens)	de	melhoria.	Os	serviços	são	classificados,	
conforme	dispõe	Nóbrega	 (2013),	 no	Quadro	 a	 seguir,	 em	 central	 e	 acessórios	
(suplementar	e	complementar).				
28
UNIDADE 1 — O PROFISSIONAL DE SERVIÇOS JURÍDICOS
QUADRO 1 – OS TIPOS DE SERVIÇOS
Tipo	de	Serviço Conceituação
Serviço	Central Serviço	essencial,	motivo	da	procura
Serviços	
Acessórios
Serviços	
complementares
Serviços	que	viabilizam	o	uso	do	serviço	
central.	Sem	eles,	geralmente	não	se	
consegue	fazer	uso	do	serviço	central.
Serviços	
suplementares
Serviços	usados	para	agregar	valor,	ou	
para	fins	de	diferenciação.
FONTE: Adaptado de Nóbrega (2013)
A	 prestação	 de	 serviço	 deve,	 ao	 mesmo	 tempo,	 oferecer	 alto	 nível	 de	
perícia	e	qualidade

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