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1ºAula Ensino e Tecnologia Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • entender os conceitos de globalização; • compreender os aspectos históricos da globalização; • reconhecer a teoria que abrange a globalização e as tecnologias; • entender as dimensões da tecnologia educacional. Caros alunos, Iniciamos nossa primeira aula com o objetivo de propor considerações e reflexões a respeito do ensino e sua estreita relação com a tecnologia, questão que se coloca imprescindível nos contextos contemporâneos no que se refere à formação acadêmica. Entender os conceitos que permeiam essa relação nos dará base para o entendimento dos elementos essenciais na busca pela compreensão do contexto da formação profissional atual. No decorrer dessa aula, veremos as relações que permeiam a ligação entre esses dois aspectos que se entrelaçam cada vez mais, alterando, assim, a busca pelo conhecimento como parte de um todo e, ao mesmo tempo, com seus aspectos individuais. Para a compreensão dos temas é importante partirmos do princípio que utilizar a tecnologia como ferramenta para democratizar o ensino, a partir do acesso a ele, provoca a abertura de inúmeras possibilidades para a comunidade escolar em todos os níveis de formação, especialmente no Ensino Superior, já que permite uma inclusão maior daqueles que, antes, não conseguiriam fazer parte desse grupo, ainda seleto no Brasil. Ao utilizarmos essa ferramenta para aprimorarmos os conhecimentos necessários para a formação acadêmica, além das questões já citadas, na prática, facilitamos o aprendizado e aumentamos o interesse dos acadêmicos em ampliar seus horizontes educacionais, já que, ao falarmos de inovação tecnológica no ensino, falamos, também, de conteúdo, mas, sobretudo, de interação. Para que a aprendizagem seja satisfatória/excelente, sugerimos que leiam sempre a página inicial de cada aula, bem como seus objetivos para programar e organizar seus estudos. Lembrem-se ainda que nos estudos vocês precisarão fazer da pesquisa uma companheira constante de caminhada. Esperamos incentivá-los a buscar novos horizontes na formação acadêmica, não só nos teóricos, como, principalmente, os que levarão ao trabalho profissional de qualidade e permeado pelo domínio dos conhecimentos necessários. Vocês são os protagonistas da aprendizagem! Portanto, contamos com a participação ativa! Boa Aula! Bons estudos! 6Tecnologias Educacionais e Linguagens 1 -Tecnologia, Educação e Acessibilidade 2 -Tecnologia e Educação 1 - Tecnologia, Educação e Acessibilidade Ao observarmos a globalização da contemporaneidade é impossível não entendermos que a tecnologia está presente em grande parte do nosso cotidiano, das relações profissionais até às pessoais. Estamos submersos em aparelhos que permitem da resolução de problemas burocráticos, como acesso a documentos, aos triviais, como estabelecer contatos com familiares e amigos. Inclui-se nesse rol o acesso à educação, já que é cada vez mais é pertinente utilizar as ferramentas tecnológicas para aprimorarmos os conhecimentos em diferentes áreas, o que nos leva à acessibilidade, palavra que se destaca nesse contexto, pois a tecnologia associada à educação promove o acesso de mais pessoas aos contextos formativos acadêmicos. Sendo assim, faz-se importante definirmos cada um desses elementos que formam a base das questões educacionais no século XXI. Ressalta-se que, quando falamos em tecnologia, educação e acessibilidade, não há uma fórmula mágica para que a utilização dessas relações seja infalível no contexto acadêmico, mas, sim, consideramos que houve um desenvolvimento bastante significativo nos aspectos inseridos no processo de formação profissional, objetivo fundamental do ensino superior. Considerando que grande parte dos acadêmicos vêm de estruturas educacionais tradicionais, nas quais a utilização de ferramentas tecnológicas é inexistente ou, ainda, bastante precária, é necessário observarmos conceitos relevantes para a passagem do tradicional para o inovador, não só para tudo que essa nova configuração oferece, mas que também exige. 1.1- Globalização 1.1.1- Conceito Inicialmente é preciso esclarecer que o conceito de globalização está vinculado às transformações no espaço geográfico em dimensões globais que abrangem aspectos econômicos, políticos, ambientais, culturais, sociais, educacionais, entre outros. O processo de globalização se reforça na medida em que a sociedade interage e novos posicionamentos são adotados, principalmente sob a influência do processo civilizatório, intrinsecamente ligado às transformações políticas e econômicas. O século XX rompeu os limites nessas esferas, integralizando a economia mundial, impulsionando as nações para uma unidade de ações. O ponto central da mudança é a integração dos mercados formando uma “aldeia-global”, explorada pelas grandes corporações internacionais (KLOCK, 2009). Seções de estudo FIGURA 1: GLOBALIZAÇÃO SOCIAL Fonte: Disponível em: https://www.todamateria.com.br/globalizacao/. Acesso em: 05 Mar. 2022. Os conceitos de globalização revelam que esse fenômeno possui um alcance que ultrapassa o aspecto econômico, político, tecnológico, ideológico, atingindo esferas valorativas de padrões éticos e culturais, conforme pode ser visto nos conceitos destacados a seguir. • A GLOBALIZAÇÃO refere-se a todos os processos que, nas práticas e nas normas, não são obstaculizados nem impedidos pelas fronteiras territoriais e jurisdicionais dos Estados soberanos. • GLOBALIZAÇÃO - conjunto de ações políticas, econômicas e culturais que objetivam a integração do mundo e do pensamento em um só mercado. • GLOBALIZAÇÃO: um fenômeno decorrente dos avanços tecnológicos que permitem a transmissão de informações com extrema rapidez de uma parte a outra do planeta. • A GLOBALIZAÇÃO financeira se refere à possibilidade de que o capital possa circular pelo planeta em segundos e suas consequências sobre a economia dos países. • A GLOBALIZAÇÃO é um processo de integração mundial, baseado nos avanços tecnológicos e das telecomunicações. Tem por base a eliminação das barreiras tarifáricas e a formação de blocos econômicos. Embora muitas pessoas só vejam vantagens na globalização podemos observar prejuízos também, principalmente para os países pobres, que não detêm as tecnologias mais avançadas, tornando-se mais dependentes, a cada dia que passa dos países ricos. • A GLOBALIZAÇÃO é um dos processos de aprofundamento da integração econômica, social, cultural, política, com o barateamento dos meios de transporte e comunicação dos países do mundo no final do século XX e início do século XXI. É um fenômeno observado na necessidade de formar uma Aldeia Global que permita maiores ganhos para os mercados internos já saturados. • GLOBALIZAÇÃO: a expansão do 7 capitalismo, no início do século XIX, pode ser representada como o marco histórico do início do processo de internacionalização. Processo este que conduz a crescente integração das economias e das sociedades dos vários países, especialmente no que tange à produção de mercadorias e serviços, aos mercados financeiros, e à difusão de informações. • A GLOBALIZAÇÃO designa o fenômeno de abertura das economias e das fronteiras, resultante do crescimento das trocas comerciais e dos movimentos de capitais, da circulação dos homens e das ideias, da divulgação da informação, dos conhecimentos e das técnicas. Simultaneamente geográfico e setorial este processo não é recente, mas tem vindo a intensificar-se nos últimos anos. • GLOBALIZAÇÃO - Conjunto dos processos e tendências de internacionalização da economia, da política e da cultura. Exemplos: a criação de mercados e blocos políticos continentais e mundiais; o surgimento de empresas multinacionais; a preferência generalizada de jovens de todo o mundo pela música e cinema ocidentais (GEORADICAL, 2020). De acordo com Ianni (2006,p. 119): A noção de aldeia global é bem uma expressão da globalidade das ideias, padrões e valores socioculturais e imaginários. Pode ser vista como uma teoria da cultura mundial, entendida como cultura de massa, mercado de bens culturais, universo de signos e símbolos, linguagens e significados que povoam o modo pelo qual uns e outros situam-se no mundo, ou pensam, imaginam, sentem e agem. Essas mudanças sociais recebem titulações de acordo com Gourevitch (1975, p. 263) são denominadas como “ritmos sociais”, já para Santos (2003, p 27) “são fenômenos sociais acelerados”. Hobsbawm (2007) posiciona-se em relação à globalização como um fenômeno social relacionado aos fatores de guerra, paz, imigração, futebol, xenofobia, democracia, terror e império, posto que todos influenciam, de forma significante, o meio ambiente. Esse autor, ainda, refere-se ao século XX como “A era dos extremos”, uma vez que foi o “século em que a humanidade combinou catástrofes de dimensões inéditas, conquistas materiais substanciais e um aumento sem precedentes da nossa capacidade de transformar e talvez destruir o planeta – e até penetrar no espaço exterior” (HOBSBAWM, 2007, p. 9). Globalização é uma referência de visão do mundo como uma nave movida por quatro motores ao mesmo tempo: ciência, técnica, indústria e tecnologia. Como elementos indissociáveis e constituintes da transformação social, o fenômeno confere ao planeta uma característica de civilização e cultura comuns. A soberania colide com o surgimento da sociedade mundial. Emancipadora e opressora, a nação torna extremamente difícil a criação de confederações que corresponderiam às necessidades vitais dos continentes (MORIN, 2019). A globalização permitiu o acesso às tecnologias, interação e permissão, rompendo os limites econômicos, sociais, culturais, geográficos e tecnológicos, além de inspirar o mundo na busca pelo progresso. Tais aspirações foram e são cada dia mais intensas, pois representam novas possibilidades e oportunidades. 1.1.2 - Aspecto Histórico De acordo com Abrantes (2018, p. 1) “historicamente, a globalização consiste no processo de aumento das relações entre os países a partir da diminuição das suas distâncias. Essas relações são principalmente econômicas, mas também sociais, culturais ou políticas”. Quando se fala em globalização, a ideia inicial é relacionar esse fenômeno à sociedade tecnológica. No entanto, a globalização é um processo que nos remete ao período mercantilista, quando a marca desse período se dá em razão da necessidade de expansão territorial em busca de crescimento econômico. Embora o escopo econômico prevalecesse, com o surgimento das colônias de exploração na África e na Ásia, criaram-se as demandas por força de trabalho e mercadorias entre os países e colônias que levaram interações culturais (ABRANTES, 2018). Durante a Revolução Industrial no século XVIII, a Globalização tomou força uma vez que a produção industrial e as relações se tornaram mais intensas, uma vez que a matéria-prima era produzida conforme as aptidões locais. Nesse contexto de expansão econômica o mundo em franco processo de desenvolvimento tornou esse processo de transformações ainda mais complexo, atingindo seu ápice após a 2ª Guerra Mundial, no final do século XX (ABRANTES, 2018). O rompimento das barreiras alfandegárias permitiu o intercâmbio comercial, de modo que indústria e comércio locais expandiram mundialmente suas relações, criando suas filiais em outros países. A tecnologia dá força a globalização quando passa a repercutir diretamente sobre a comunicação e a informática rompendo tempo e espaço, criando a chamada aldeia global (ABRANTES, 2018). De forma pontual, o processo de globalização ao longo da história se deu em quatro fases, conforme destaca Abrantes (2018, p.2): 1ª fase (séculos XV – XVIII): Grandes Navegações e Descobertas Marítimas – Revolução Industrial. 2ª fase (séculos XVIII a XX): Revolução Industrial – 2ª Guerra Mundial: expansão do capitalismo. 3ª fase (final do século XX): 2ª Guerra Mundial – queda do Muro de Berlim, fim da União Soviética e do regime socialista, Guerra Fria. 4ª fase (século XXI): Nova Ordem Mundial: domínio do capitalismo no mundo. A partir da 4ª fase, a presença de culturas diversas no mesmo espaço é uma realidade cada vez mais frequente, especialmente no espaço escolar. A diversidade cultural na 8Tecnologias Educacionais e Linguagens educação passa a ser o ponto de partida para a construção do conhecimento. Considerar as diferenças culturais que revelam identidades permite o entendimento do mundo global em sua multiculturalidade, pois a ampliação do conhecimento das etnias, costumes, línguas e povos constrói uma trama de culturas, que podem, inclusive, culminar emnovas culturas. 1.1.3 - Globalização no Espaço Escolar A globalização permite entender o mundo a partir de pressupostos de espaço e tempo, sincronia e diacronia, micro e macro, singular e universal, individualismo e holismo, pequeno relato e grande relato. A sociedade global revela-se complexa e problemática, articulada e fragmentada, integrada e contraditória. Tais aspectos podem ser considerados integradores e acentuadores de diversidades e singularidades (KLOCK, 2011). No entanto, sentimentos opostos passaram a emergir, como a intolerância, a xenofobia, o racismo e o medo. E, consequentemente, a violência moral e física. No ambiente educacional, dada à diversidade de sujeitos advindos de suas culturas, fez emergir um cenário de diferenças, para as quais teve que ocorrer uma nova postura dos educadores. Nesse sentido, Giddens (1991, p. 69,70) declara que: [...] relações sociais em escala mundial, que ligam localidades distantes de tal maneira que acontecimentos locais são modelados por eventos que ocorrem a muitas milhas de distância e vice-versa. Este é um processo dialético porque tais acontecimentos locais podem se deslocar numa direção inversa às relações muito distanciadas que o modelam. A transformação local é tanto uma parte da globalização quanto a extensão lateral das conexões sociais através do tempo e do espaço. Os efeitos da globalização sobre a sociedade reabrem discussões sobre algumas questões fundamentais. Emergiram aspectos que, em um primeiro momento, pareciam integradores e aperfeiçoadores de diversidades, singularidades. Porém, desigualdades e tensões antagonistas mostram um lado obscuro desse fenômeno. Santos (1997, p. 122) afirma que: [...] uma vez que todas as culturas tendem a distribuir pessoas e grupos de acordo com dois princípios concorrentes de pertença hierárquica, e portanto, com concepções concorrentes de igualdade e diferença, as pessoas e os grupos sociais têm o direito a serem iguais quando a diferença os inferioriza, e o direito a ser diferentes quando a igualdade os descaracteriza. A união de culturas faz emergir o chamado multiculturalismo entendido como “corpo teórico e político de conhecimentos, que privilegia o múltiplo, o plural, as identidades [...] silenciadas e que busca formas alternativas para sua incorporação ao cotidiano educacional” (MOREIRA; CANDAU, 2008, p. 59). 1.2 - Tecnologia Tecnologia é uma palavra tão presente no dia a dia das pessoas e é utilizada de formas diversas ao longo da história humana. Por exemplo, a descoberta da roda e do fogo são marcos fundamentais para o entendimento de que as novas formas de fazer estão diretamente relacionadas ao uso de técnicas, instrumentos e métodos. Tecnologia é um produto da ciência e da engenharia que envolve um conjunto de instrumentos, métodos e técnicas que visam a resolução de problemas. É uma aplicação prática do conhecimento científico em diversas áreas de pesquisa. A palavra tecnologia tem origem no grego "tekhne" que significa "técnica, arte, ofício" juntamente com o sufixo "logia" que significa "estudo". (Fonte: Disponível em: https:// www.significados.com.br/tecnologia-2/. Acessoem: 23 jan. 2023). Assim, o surgimento e a descoberta de novas formas do fazer, dotadas de conhecimentos técnicos e científicos, moldam as sociedades, criando sistemas sociais e sendo determinantes para a construção delas, as quais são colocadas em níveis de desenvolvimento de acordo com o acesso às técnicas, independente da matéria-prima que determinado território detém. FIGURA 2: Evolução das Tecnologias Fonte: Disponível em: http://ead-anovaescola.blogspot.com/2011/09/evolucao- tecnologica-linha-do-tempo.html. Acesso em: 15 Jan. 2020. A tecnologia passa a ser compreendida a partir da necessidade da superação dos paradigmas predominantes em cada momento histórico, implica dizer que a tecnologia é a técnica, o instrumento e o método que satisfaz o ser humano. Toda sociedade toma um paradigma norteador da vida social em cada aspecto em que ela acontece. Entretanto, ocorre uma variação do enfoque paradigmático na medida em que se questiona o modelo padrão tomado para se perceber o mundo. Quando o modelo proposto e praticado se mostra insuficiente para explicar determinada teoria e fundamentar determinada situação, necessário se faz redefini-lo, e, nesse sentido, Thomas Kuhn afirma que o objetivo da mudança paradigmática é “apresentar uma nova aplicação do paradigma 9 ou aumentar a precisão de uma aplicação já feita” (KUHN, 1998, p.51). Para Karl Popper (1981) uma teoria ou sistema podem ser tomados como verdadeiros até que sejam negados, ou seja, uma teoria é válida transitoriamente até que, quando posta à prova diante de uma nova teoria ou sistema de forma empírica, esta não a supere. A fundamentação da mudança paradigmática das teorias científicas aplicadas ao ensino, principalmente no que concerne ao uso de tecnologias, confirma que o paradigma se altera em razão da insuficiência dos métodos adotados para sua efetividade, necessitando de uma renovação do modelo adotado, justificando, assim, a inovação do modelo tradicional e a incorporação de novas formas de fazer, ou seja, a incorporação de tecnologias. FIGURA 3: Dimensão das Tecnologias Fonte: Disponível em: https://www.timetoast.com/timelines/evolucao-da- tecnologia-nos-ultimos-100-anos. Acesso em: 22 Nov. 2021. Nesse sentido, é importante compreender como a dinâmica social repercutiu na educação, pois, a tecnologia enquanto o estudo da técnica, do instrumento e do método pode ser observada sobre múltiplos aspectos ao longo da história e sob as diferentes perspectivas em que se observa. Temos, então, a possibilidade de compreender tecnologia ambiental, tecnologia de gestão, tecnologia de comunicação, tecnologia de informação, tecnologia de educação, entre outras (ROCHA, 2014). 1.3 - Educação A educação é um direito fundamental que contribui, por meio do ensino e da aprendizagem, para o desenvolvimento humano em todos os contextos, pois possibilita a potencialização da capacidade intelectual, assim, por sua natureza dinâmica, não se limita à instrução ou à transmissão do conhecimento, indo além, compreendendo a ampliação da autonomia e do senso crítico, considerando a habilidades e competências dos sujeitos envolvidos. Ressalta-se que o processo educacional associa-se não somente à formação acadêmica, mas, também, consolida-se na convivência familiar e social, dessa maneira, pode ser caracterizada como formal ou informal. QUADRO 1: EDUCAÇÃO FORMAL E INFORMAL EDUCAÇÃO FORMAL EDUCAÇÃO INFORMAL Possui reconhecimento oficial e abrange o âmbito escolar, níveis, graus, currículos e diplomas. O saber é apresentado formalmente por meio das disciplinas escolares e é mediado por um educador. Conhecimento adquirido por meio da vivência e da interação social. Não há formalidade de lugar, horário ou currículo. A aprendizagem informal ocorre espontaneamente. Fonte: Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/educacao. Acesso em: 22 nov. 2021. É notório que a educação configura-se um dos elementos essenciais para o desenvolvimento da sociedade, pois são as ações realizadas por cada indivíduo ao exercitar suas habilidades que movem o contexto social, sendo assim, reflexo direto da educação, seja ela formal e/ou informal. Porém, é a orientação educacional formal que proporciona as ferramentas para que as ações praticadas sejam efetivas, pois, a partir do aprimoramento do conhecimento em diferentes áreas, que o indivíduo pode concretizar o desenvolvimento nas mais variadas esferas da vida em sociedade. A escola existe para formar sujeitos preparados para sobreviver nesta sociedade e, para isso, precisam da ciência, da cultura, da arte, precisam saber coisas, saber resolver dilemas, ter autonomia e responsabilidade, saber dos seus direitos e deveres, construir sua dignidade humana, ter uma autoimagem positiva, desenvolver capacidades cognitivas para apropriar-se criticamente dos benefícios da ciência e da tecnologia em favor do seu trabalho, da sua vida cotidiana, do seu crescimento pessoal (LIBÂNEO, J.C. As Teorias Pedagógicas Modernas Resignificadas pelo Debate Contemporâneo na Educação. Disponível em: https://www.fclar.unesp.br/ PET/Pedagogia/capitulo-libaneo.pdf. Acesso em: 24 Nov. 2021). No contexto contemporâneo houve a ressignificação do papel das instituições escolares na formação em todos os níveis; isso se deu pela inserção da tecnologia como componente fundamental para desenvolver as habilidades e competências necessárias para se inserir na sociedade, considerando as diversas interações comunicativas, especialmente no contexto profissional, pois pressupõe uma formação teórica e prática, ou seja, formal e informal. Essa relação tornou-se o grande desafio para a comunidade escolar, especialmente para acadêmicos e professores, pois estes têm que se recolocarem como mediadores e provocadores do processo de ensino- aprendizagem, utilizando aulas estruturadas a partir de dinâmicas que contemplem teoria e prática, enquanto aqueles precisam reposicionarem-se como sujeitos ativos na busca e assimilação do conhecimento. Nesse contexto, as instituições educacionais também precisam investir em estrutura física que comporte as diferentes dinâmicas para diferentes aprendizados, pois não basta o comprometimento 10Tecnologias Educacionais e Linguagens de professores e acadêmicos, é preciso que toda a comunidade escolar se aprimore. FIGURA 4: ALFABETIZAÇÃO DIGITAL Fonte: Disponível em: https://culturanerdegeek.com.br/educacao-digital- conceito-beneficios-e-realidade/. Acesso em: 22 Nov. 2021. Sob essa perspectiva, ressalta-se as estruturas tecnológicas para permitir o crescimento do interesse pelo processo de ensino-aprendizagem, mas se engana quem considera que apenas a compra de computadores/tablets e acesso à Internet são suficientes, há de se investir na chamada “alfabetização digital”, termo que nomeia o livro lançado em 1997 pelo especialista em tecnologia estadunidense Paul Gilster e que o conceituou como “[...] a habilidade de entender e usar as informações provenientes de diversas fontes digitais” (Disponível em: https://www.arvore.com.br/blog/. Acesso em: 15 Nov.2022). Importante apontar que esse foi o início da conceituação da tecnologia aliada à educação, pois inúmeros pesquisadores continuam a produzir material de qualidade sobre a temática. Ainda considerando os estudos de Gilster (1997) o autor define quatro competências fundamentais para o processo de “alfabetização digital”: a) capacidade de procurar informações digitais na Internet: no contexto virtual é preciso discernimento e atenção às páginas nas quais se pesquisa para garantir a validade das informações. b) conhecimento de navegação por meio dos hipertextos: considerando dinâmica do hipertexto, é preciso ampliar os horizontes para ler e entender os textos para utilizá-los como fonte de informação. c) habilidade para reunir informações: relaciona-se com a disposição em pesquisar diferentes informações em número suficiente paraum entendimento amplo. d) capacidade de avaliar conteúdo: ligada ao senso crítico e ao aprimoramento da leitura, especialmente no contexto acadêmico. VOCÊ SABIA! O Hipertexto é um conceito associado às tecnologias da informação e que faz referência à escrita eletrônica. Desde sua origem, o hipertexto vem mudando a noção tradicional de autoria, uma vez que ele contempla diversos textos. Trata-se, portanto, de uma espécie de obra coletiva, ou seja, apresenta textos dentro de outros, formando assim, uma grande rede de informações interativas. Nesse sentido, sua maior diferença é justamente a forma de escrita e leitura. Assim, num texto tradicional a leitura segue uma linearidade, enquanto no hipertexto ela é não- linear. (Fonte: Disponível em: https://www.todamateria.com.br/o-que-e- hipertexto/#:~:text=. Acesso em: 22 Nov. 2021). Dessa maneira, a “alfabetização digital” vai muito além da utilização cotidiana dos dispositivos eletrônicos, ela necessita que o indivíduo otimize as ferramentas digitais, compreendendo como utilizá-las de forma efetiva para ampliar o aprendizado, gerando um “impacto digital” nos processos comunicativos pessoais e profissionais. Dessa forma, desenvolverá a “fluência digital” referente à habilidade de navegar no mundo digital com confiança e naturalidade, esse elemento possibilita a aplicação das tecnologias de informação de maneira autônoma, consciente, apropriada e criativa. 1.4 - Acessibilidade Ao mencionarmos o termo acessibilidade é natural que, em um primeiro momento, venha à cabeça questões estruturais do cotidiano urbano, porém, nosso foco aqui está no contexto da acessibilidade ao universo digital, a qual vai muito além do simples acesso à Internet ou dispositivos de última geração. Ela engloba possibilidade de estar inserido no universo educacional por meio da tecnologia em uma conjuntura amplamente inclusiva, o que pressupõe a preparação dos sujeitos envolvidos no processo de ensino- aprendizagem para a utilização das ferramentas digitais, pois nada adianta ter Internet e dispositivos se não temos a capacidade de lidar com eles. FIGURA 5: ACESSIBILIDADE DIGITAL Fonte: Disponível em: https://www.alura.com.br/artigos/acessibilidade-digital- criar-conteudos-acessiveis-aprenda-7-dicas. Acesso em: 22 nov. 2021. É indispensável entender que acessibilidade conceitua-se como a possibilidade de transposição das barreiras existentes nas diferentes conjunturas sociais, garantindo aos indivíduos que participem ativamente nos setores da sociedade. Essa relação inclui os processos comunicativos e informativos o que, na contemporaneidade, inclui a educação e as tecnologias. Na educação a acessibilidade engloba questões estruturais e, principalmente, a preparação dos sujeitos envolvidos para entenderem e dominarem os elementos que auxiliarão no processo de ensino-aprendizagem, ou seja, o professor/tutor deve aprimorar as relações teóricas e práticas que possibilitam 11 desenvolver o conhecimento, considerando as diferenças e necessidades individuais e coletivas, os acadêmicos precisam entender que é preciso mudar a postura diante do universo digital educacional, para que seja possível transformar informação em conhecimento e, enfim, em sabedoria; já as instituições de ensino devem investir em suas estruturas físicas e humanas, possibilitando o encontro dos sujeitos em um ambiente que estimule o trabalho de todos. 2 - Tecnologia e Educação É indiscutível que as tecnologias têm sido eficazes na redução das distâncias entre pessoas e lugares. Tornou-se clichê dizer que a tecnologia e seu impacto na sociedade avançam rapidamente. Também é comum dizer que as sociedades e as estruturas legais enfrentam dificuldades para se adaptar ao ritmo da tecnologia e às mudanças comportamentais que ela exige. Mas a adaptação é uma meta valiosa, porque não há futuro habitável sem ela. O movimento dos direitos humanos tomou nota e, sistemática e espontaneamente, procurou maneiras de se adaptar à era transformadora da sociedade da informação (PIRACÉS, 2020). FIGURA 6: TECNOLOGIAS Fonte: Disponível em: https://www.preferins.com/insurance/business-insurance/ the-risks-of-portable-data-drives-in-the-hands-of-employees. Acesso em 22 Nov. 2021 Na atualidade, as campanhas de direitos humanos dependem fortemente de mídias sociais e e-mail. A apresentação dos resultados da pesquisa em tribunais, escritórios políticos e espaços públicos, geralmente incorpora a visualização de dados. As práticas de busca de fatos geralmente incluem o uso de sensoriamento remoto e inteligência de código aberto. Além disso, a pesquisa em direitos humanos depende cada vez mais da análise computacional. As comunicações criptografadas e as ferramentas e serviços que as fornecem são consideradas fundamentais para a segurança dos direitos humanos na comunidade. Nos últimos anos, a noção de tecnologia e direitos humanos como área de prática chamou a atenção em todas as disciplinas. O crescente uso do termo “tecnologia de direitos humanos” sinaliza o interesse de comunidades técnicas, científicas e profissionais em promovê-lo como um campo de prática. Uma Conferência sobre Direitos Humanos e Tecnologia, realizada em 2011 em Berkeley, lançou debate construtivo sobre os usos da tecnologia na prática de direitos humanos. Desde então, um número crescente de esforços para criar diálogo, promover debate e envolver tecnólogos com defensores de direitos surgiu em todo o mundo. É nesse contexto que a educação a distância tomou novo rumo, pois com o uso das tecnologias, os direitos dos cidadãos estão garantidos. Como bem destaca Goulart (2012, p.147): Os direitos humanos têm uma composição histórica. Isso significa que dependendo do momento histórico, sua disposição será diferente. Isto é especialmente relevante, neste caso, uma vez que as mudanças históricas, no que se refere às novas tecnologias informáticas, certamente possuem forte impacto na compreensão – e ampliação - dos direitos humanos e fundamentais. Diante da evolução histórica dos direitos humanos, as novas tecnologias utilizadas na educação passam a ser denominadas de direitos de quinta geração (OLIVEIRA JÚNIOR, 2007). A educação sofreu fortes impactos com o processo da globalização. As transformações no sistema educacional, ocorreram, especialmente, no que concerne a incorporação de novas tecnologias a partir da implementação da internet, novas metodologias e modalidades educacionais foram sendo implantadas com intuito de ajudar a solucionar os problemas referentes à ampliação do acesso à educação das populações de localidades mais distantes, marcadas por graves problemas econômicos, sociais e culturais (EVANS; NATION, 2007). FIGURA 7: GLOBALIZAÇÃO TECNOLÓGICA Fonte: Disponível em: https://canaltech.com.br/educacao/educacao-e- tecnologia-desafios-e-tendencias-183706/. Acesso em 22 Nov. 2021. Apesar do desafio de aliar tecnologia à educação, as instituições de ensino têm conseguido dinamizar o processo de ensino-aprendizagem mediado pelo contexto tecnológico. É claro que é preciso fazê-lo com dinamismo, responsabilidade e criatividade, pois os sujeitos desse processo precisam entender que as ferramentas tecnológicas não substituem as ações individuais. Assim, da mesma forma que os professores não devem, 12Tecnologias Educacionais e Linguagens simplesmente, reproduzir materiais sem os devidos direitos autorais, os acadêmicos não podem tomar para si pensamentos de outrem, bem como as instituições devem pensar em plataformas educacionais de qualidade e que permitam à comunidade acadêmica aproveitarem o espaço virtual com eficiência. Ressalta-se que a tecnologia não diminui o papel e a responsabilidade desses sujeitos na busca e no acesso ao conhecimento. A figura do professor mudou muito ao longo das décadas. Ele não é mais visto como alguém que detém todo o conhecimento disponível na área em que atua. Tampouco é preciso que oaluno passe horas na biblioteca com uma pilha de livros para que encontre o que busca. Na educação do século XXI, o conhecimento está fora da redoma (Disponível em: https:// meuartigo.brasilescola.uol.com.br/direito/ educacao-tecnologia.htm. Acesso em: 22 Nov. 2022). Nesse contexto, a tecnologia surge como um elemento transformador dos espaços e dos sujeitos. Importante lembrar que, por muito tempo, professores que utilizavam ferramentas tecnológicas eram vistos por gestores e alunos como aqueles que estavam “enrolando a aula”. Essa relação modificou- se radicalmente na contemporaneidade, o surgimento dos dispositivos, da internet e, principalmente, o acesso a tudo isso, contribuiu para que o pensamento sobre a educação tivesse um salto de inclusão dos equipamentos tecnológicos, já que fazem parte do cotidiano da maioria dos indivíduos. Além disso, as exigências dos acadêmicos por um ensino que possibilitasse a utilização desses elementos, com foco na formação profissional para o futuro, já que esse avanço tecnológico possibilitou o surgimento de novas profissões, antes não contempladas no processo acadêmico. 2.1 - Educação a Distância (EaD) A educação no modelo presencial é a educação como pensamos prioritariamente, já que esse foi o modelo educacional experienciado por muitos de nós ou por nossos antepassados. Marcada pela aula presencial entre professor e alunos em que a metodologia predominantemente era o tipo palestra (LEÃO, 1999). A dinâmica social caracterizada pelo intercâmbio de conhecimentos para fins científicos e do mundo do trabalho sempre impôs demandas pelo acesso à educação, tornando inaceitável a distância como obstáculo para obtenção de conhecimentos (LEÃO, 1999). Na Grécia antiga a sociedade insurgia-se contra os obstáculos para obtenção de comunicação e conhecimento. De modo que, em um ambiente em que a escrita era utilizada para registrar o cotidiano, a troca de informações se dava por meio de cartas, que até o advento do computador manteve- se como um dos principais meios de comunicação. Foi assim que surgiu o pergaminho (SANTIAGO, 2020). FIGURA 8: PERGAMINHO DA TORÁ MAIS ANTIGO DO MUNDO Fonte: Disponível em: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2013/05/ encontrado-na-italia-manuscrito-da-tora-mais-antigo-do-mundo-.html. Acesso em: 13 Fev. 2021. O Cristianismo também marcou a história da comunicação pois foi por meio de cartas redigidas pelos apóstolos que a doutrina de Jesus Cristo foi disseminada pelo mundo: Esse epistolário greco-romano vai se manifestar no Cristianismo nascente, através do trabalho do apóstolo Paulo de Tarso, que pregava os ensinamentos de Jesus Cristo por meio de cartas, e por isso é citado por muitos estudiosos como o personagem que mais contribuiu para disseminar o Cristianismo. Autor de quatorze cartas, que foram transformadas em livros no Novo Testamento, o apóstolo Paulo pregava e passava ensinamentos para as comunidades que visitava, sempre falando sobre as palavras de Jesus Cristo. Ao ler as cartas paulinas, percebo como elas são cheias de detalhes e bem contextualizadas, fazendo com que aquelas pessoas que recebessem as cartas, pensassem e refletissem sobre aquelas palavras e suas condutas. Os ensinamentos eram claros e em muitos momentos eram consultados novamente pelo grupo. Além disso, Paulo delegava às pessoas mais destacadas a função de informar sobre a recepção das pessoas quanto aos ensinamentos e como estava o aprendizado das mesmas e suas ações enquanto cristãos. Esta forma de ensinar a distância através de cartas lhe destaca como o primeiro professor, educador, conteudista e multiplicador em educação a distância, que se preocupava criteriosamente com o conteúdo escrito e acompanhava como seus 13 ensinamentos eram recebidos e assimilados pelas pessoas. Atravessando os séculos, a EaD adquire especial desenvolvimento nos períodos do Humanismo e do Iluminismo (LOBO, 2014, p.55). Em um processo constante de transformação a educação à distância foi tomando força e em 1728, Cauleb Phillips, professor de taquigrafia, por meio da Gazeta de Boston disponibilizou-se a enviar cartas com seus ensinamentos aos interessados (Fonte: Disponível em: http://ensinoadistancia. wikidot.com/como-surgiu-onde-surgiu. Acesso em: 10 Jun. 2020). FIGURA 9: TAQUIGRAFIA Fonte: Disponível em: http://taquigrafiaparatodos.blogspot.com/2012/11/sinais- auxiliares-usados-em-taquigrafia.html. Acesso em: 12 Fev. 2020. Em 1856, em Berlim, Charles Toussaint e Gustav Langenscheidt fundam a primeira escola por correspondência, publicando sob o título Cartas a instrução de aprender a língua francesa, pautada no método de autoaprendizagem, inaugurando, assim, a educação a distância. Em 1891, Thomas J. Foster, em Scarnton (Pennsylvania) inicia o International Correspondence Institute (SÁ, 2007). FIGURA 10: Primeira Escola por Correspondência Fonte: Disponível em: https://media.timetoast.com/timelines/evolucion-de-la- educacion-a-distancia-310063ad-8d81-47ff-ade2-76779f31e8bb. Acesso em: 12 Fev. 2020. Verifica-se que a Educação a Distância vem sendo desenvolvida desde tempos remotos, mas foi no século XX que assumiu o status que a colocou no ápice da atualidade das intenções pedagógicas de um número cada vez maior de países. De acordo com estudos sobre a modalidade de ensino a distância, verifica-se que ela surgiu em decorrência da: [...] política de urgência da formação escolar, que na necessidade crescente de habilitações específicas exigida pelo mercado de trabalho, e, da impossibilidade de muitas pessoas virem a frequentar aulas presenciais, em decorrências de vários motivos pessoais, surge, então, um conjunto complexo e inesgotável de probabilidade de aquisição de conhecimento por meio do ensino à distância. Essa nova modalidade de ensino está permeada por um entorno pedagógico, profissional e financeiro espalhados em vários núcleos por todo o globo (OLIVEIRA et al., 2016). FIGURA 11: GERAÇÕES DA EAD Fonte: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1414-40772013000300012. Acesso em: 12 Fev. 2020. A educação a distância está dividida em cinco gerações, a primeira geração foi definida pela tecnologia de impressão. Embora tenha havido exemplos de ensino à distância de primeira geração há centenas de anos, a combinação de tecnologia de impressão e serviços postais tornou amplamente disponível o que é conhecido como educação por correspondência. Impulsionada por um forte senso de justiça social, a educação por correspondência foi fornecida por uma variedade de organizações, apenas algumas focadas em qualificações. Os educadores a distância de primeira geração consideraram importante oferecer oportunidades educacionais para aqueles que não tinham facilidades de acesso às instituições de ensino (ANDERSON; SIMPSON, 2020). A segunda geração do ensino a distância usou de tecnologias como rádio e televisão. Essas tecnologias de transmissão foram aprimoradas e agregadas à educação a distância consideravelmente. No entanto, a interação entre o professor e o aluno, ou entre os alunos, permaneceu mínima. A educação a distância de segunda geração promoveu o aumento de trabalhos acadêmico de pesquisa e introduziu 14Tecnologias Educacionais e Linguagens o conceito de desenvolvimento de equipes de materiais de ensino (EVANS; NATION, 2007). O ensino e aprendizagem a distância de primeira e segunda geração ocorriam por meio de material estruturado pelo professor envolvendo a comunicação do conteúdo ao aluno. A aprendizagem era geralmente vista como um processo individual e não social. Os modelos de aprendizagem basearam-se em teorias cognitivas ou comportamentais da aprendizagem. Pretendia-se que as informações fornecidas no material fossem adquiridas pelo aluno. Essa abordagem começou a mudar com um reconhecimento crescente das possibilidades apresentadas pela interação. A teoria da distânciatransacional reconheceu a importância da estrutura e do diálogo e, juntamente com seu influente editorial sobre interação, contribuiu para o avanço da primeira e da segunda geração (MOORE, 1989/1993). A terceira geração do ensino a distância é focada na conferência por computador, por meio de teleconferência (áudio e vídeo). A terceira geração focou-se na natureza sistêmica da educação a distância. A quarta geração foi baseada no potencial da teleconferência. Apesar das diferentes terminologias e áreas de foco, o segmento mais comum além das duas primeiras gerações foi o reconhecimento da interação. A interação permaneceu posteriormente um foco central para a educação a distância. As teleconferências de vídeo e áudio passaram a ser amplamente utilizadas. As conferências de áudio e vídeo estenderam a interação e destacaram a necessidade de desenvolver habilidades de facilitação. Da mesma forma, a educação a distância mediada por computador online continua e amplia o foco na interação. Essas tecnologias apoiam uma mudança na educação a distância do foco anterior na organização e no ensino didático para o foco na construção social do conhecimento (ANDERSON; SIMPSON, 2020). FIGURA 12: EVOLUÇÃO DO EaD Fonte: Disponível em: https://www.slideshare.net/nortoncg1/a-evoluo-histrica- da-ead. Acesso em: 12 Fev. 2020. Quando Taylor (2001) falou pela primeira vez sobre a geração de educação a distância mediada por computador, 20 anos atrás, ele sugeriu que muitas instituições de ensino superior estavam apenas começando a implementar suas possibilidades, e que essa educação a distância poderia reconhecer e apoiar a diversidade. VOCÊ SABIA: Na atualidade, o pergaminho é utilizado, sim, para a confecção de diplomas universitários, títulos e letras do Tesouro Nacional por ser considerado um material difícil de ser falsificado, graças às nuances naturais e à sua grande durabilidade. Se antigamente essa matéria prima era distribuída apenas por muitas empresas da Europa, hoje na Região Nordeste do Brasil converteu-se em expressiva fonte de renda, auxiliando a economia local (Fonte: Disponível em:: https://pt.wikipedia. org/wiki/Pergaminho. Acesso em: 22 Nov. 2022). 2.1.1 - Educação a Distância no Brasil O marco de desenvolvimento da Educação a Distância no Brasil foi o ano de 1904, quando os cursos por correspondência foram sendo instalados no país. Esses cursos funcionavam por meio de apostilas impressas que eram enviadas via correio, o aluno estudava em casa e no horário que ficasse melhor para ele, quando terminava os estudos desenvolvia as atividades enviadas junto com o material didático, devolvia as atividades para a instituição que corrigia e aplicava a nota (SANTOS, 2008). Santos (2008) declara que “a história da EaD se inicia com a instalação das chamadas escolas internacionais, instituições privadas que ofereciam cursos por correspondência”. Em 1923 os alunos tiveram oportunidade de estudar por meio de aulas transmitidas pelo rádio. Em 1934 foi criado o Instituto Universal Brasileiro, foram os primeiros cursos a distância profissionalizantes, abrangendo várias áreas. O marco da utilização da EaD no país ocorreu com a utilização da radiodifusão com fins educativos em 1936, com a instalação por Edgard Roquete-Pinto da Rádio-Escola Municipal […]. Já em 1939 foi criado o Instituto Monitor, que oferecia cursos técnico-profissionais por correspondência considerados os mais antigos e conhecidos cursos a distância no país. Desde então, há registros de experiências periódicas, algumas mais abrangentes, outras mais localizadas, algumas desenvolvidas e outras que ficaram só no projeto (SANTOS, 2008, p. 32). Em 1947 foram criados o SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial e SESC - Serviço Social do Comércio, que por meio das aulas transmitidas pelo rádio foi criada a Nova Universidade do Ar, os alunos inscreviam- se e ouviam as aulas nos horários combinados, aulas de aproximadamente 1 hora a 1 hora e 30 minutos, por ondas radiofônicas. Em 1960, foram criados os projetos SACI e Minerva, eram cursos na área da educação. A partir de 1974 o rádio perde espaço para a Televisão, em 1976 foi criado o Sistema Nacional de Tele-educação (GONÇALVES, 2015). 15 FIGURA 13: EVOLUÇÃO DA EAD NO BRASIL I Fonte: Disponível em: http://portal.mec.gov.br/. Acesso em: 12 Fev. 2020. A partir de 1991, o ensino a distância passa a usar as tecnologias disponíveis. Em 1996 “A educação a distância foi reconhecida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), tendo obtido esse reconhecimento em todos os níveis de formação existentes” (Fonte: Disponível em: https://www.estudiosite.com.br/site/educacao-a-distancia/ conheca-fatos-mais-marcantes-da-historia-da-ead. Acesso em: 12 Fev. 2020). FIGURA 14: EVOLUÇÃO DA EAD NO BRASIL II Fonte: Disponível em: http://portal.mec.gov.br/. Acesso em: 12 Fev. 2020. Apesar de fazer parte da educação no Brasil, foi somente em 1996, com a inclusão da modalidade EaD na LDB (Lei de Diretrizess e Bases da Educação) por meio do ProInfo (Programa Nacional de Informática na Educação) que despertou o interesse de instituições de ensino e acadêmicos constituindo, assim, uma modalidade que se integrou ao conceito de educação no país. Ressalta-se o EaD, atualmente, constitui uma das modalidades que mais cresce, especialmente com o desenvolvimento dos dispositivos de acesso à Internet. 16Tecnologias Educacionais e Linguagens FIGURA 15: EVOLUÇÃO DA EAD NO BRASIL III Fonte: Disponível em: http://portal.mec.gov.br/. Acesso em: 12 Fev. 2020. 17 VOCÊ SABIA: Em 1941 surge o Instituto Universal Brasileiro, segundo instituto brasileiro a oferecer também cursos profissionalizantes sistematicamente. Fundado por um ex-sócio do Instituto Monitor, já formou mais de 4 milhões de pessoas e hoje possui cerca de 200 mil alunos; juntaram-se ao Instituto Monitor e ao Instituto Universal Brasileiro outras organizações similares, que foram responsáveis pelo atendimento de milhões de alunos em cursos abertos de iniciação profissionalizante a distância. Algumas dessas instituições atuam até hoje (Fonte: Disponível em: https://elmclarrypage.weebly.com/a-histoacuteria-do-ensino-agrave-dis tacircncia-no-brasil.html. Acesso em: 22 Nov. 2022). Nossa primeira aula apresentou conceitos essenciais para entendermos a dinâmica e os elementos inseridos no EaD. Vamos, então, recordar: Retomando a aula 1 - Tecnologia, Educação e Acessibilidade A primeira seção introduz os estudos dessa aula apresentando o trinômio Tecnologia, Educação e Acessibilidade, assim, relacionando esses elementos como fundamentais para a educação contemporânea. Vimos que os conceitos de globalização revelam que esse fenômeno possui um alcance que ultrapassa o aspecto econômico, político, tecnológico, ideológico, atingindo esferas valorativas de padrões éticos e culturais. Observamos a importância da tecnologia em todos os aspectos da vida cotidiana e como ela se consolidou na educação como ferramenta essencial na formação acadêmica contemporânea, agindo diretamente na forma como os sujeitos educacionais lidam com as situações que permeiam as relações sociais e acadêmicas. Foco de nossos estudos a educação é a base de toda a sociedade que deseja aprimorar os aspectos envolvidos nas diversas relações, partindo do individual para o coletivo, passando pela formação acadêmica de qualidade, chegando ao cidadão consciente de sua ação social. 2 - Tecnologia e Educação Vimos que as tecnologias promoveram grande impacto na sociedade, aumentando o ritmo das mudanças comportamentais que ela exige. Constatamos que a noção de tecnologia e direitos humanos como prática ativa foi sendo empregada em todas as áreas da vida das pessoas, principalmente no campo da educação, pois educação como direito humano significa o direito garantido para todos, sem discriminação. O EaD veio formar um novo conceito de justiça social, mitigandodesigualdades de tempo e espaço para que as pessoas possam estudar. Constatou-se que a evolução da educação foi paulatina, sendo o modelo presencial por muitos anos utilizados, até que começaram os primeiros esboços da EaD, quando por volta de 1728 o processo de taquigrafia passou a ser usado para transmitir ensinamentos a distância. Em 1856 foi fundada a primeira escola por correspondência. Mas foi no século XX que a EaD assumiu o status que a colocou no ápice da atualidade das intenções pedagógicas de um número cada vez maior de países. No Brasil, a Educação a Distância teve início em 1904 com os cursos por correspondência instalados no país. Em 1923 os alunos tiveram oportunidade de estudar por meio de aulas transmitidas pelo rádio. Em 1934 foi criado o Instituto Universal Brasileiro, com os primeiros cursos à distância profissionalizantes, abrangendo várias áreas. E a partir de 1991, o ensino a distância passa a usar as tecnologias hoje disponíveis. ABRANTES, Beatriz. O que é Globalização? Entenda tudo sobre esse processo e sua influência no mundo. 12 de abril de 2018. Disponível em: https://www.stoodi.com.br/ blog/2018/04/12/o-que-e-globalizacao/. Acesso em: 20 Dez. 2019. GEORADICAL. Conceitos de globalização. Disponível em: http://geografiageoradical.blogspot.com.br/2009/10/ conceitos-de-globalizacao.html. Acesso em: Fev. 2020. GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. São Paulo: Unesp, 1991. MARTINS, Rômulo. Como a tecnologia aumenta a produtividade no trabalho. Disponível em: https://www. qinetwork.com.br/tecnologia-aumenta-produtividade/. Acesso em: Dez. 2019. Vale a pena ler Vale a pena BARRETO, Raquel Goulart. Tecnologia e educação: trabalho e formação docente. Educ. Soc., Campinas, v. 25, n. 89, p. 1181-1201, 2004. Fonte: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ a r t t e x t & p i d = S 0 1 0 1 7 3 3 0 2 0 0 4 0 0 0 4 0 0 0 0 6 & l n g =en&nrm=iso. Acesso em: Fev. 2020. GORENDER, Jacob. Globalização, tecnologia e relações de trabalho. Estud. av., São Paulo, v. 11, n. 29, p. 311-361, Apr. 1997. Disponível em: http:// www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid= S010340141997000100017&lng=en&nrm=iso. Acesso em: Fev. 2020. O Avanço do EAD no Brasil - Ensino a Distância. Disponível em: https://www.ead.com.br/ead/avanco- ensino-a-distancia-no-brasil.html. Acesso em: 22 Fev. 2021. A evolução da EAD no Brasil - Professora Sandra Mara de Andrade. Disponível em: https://www.youtube. com/watch?v=kDNXWO3_vbw. Acesso em: 26 Jan. 2021. Vale a pena acessar 18Tecnologias Educacionais e Linguagens A GUERRA DO FOGO. Franco-canado- estadunidense. 1981. A ERA DA ESTUPIDEZ. Reino Unido. 2009. BLADE RUNNER, O CAÇADOR DE ANDROIDES. EUA, 1982. Globalização - Definição e Contexto Político, Econômico e Cultural. Disponível em: https://www. youtube.com/watch?v=e0Phe6Ajv9A. Acesso em: 22 Jan. 2022. Seminário Internacional de Educação e Tecnologias como Direito Humano: Abertura. Disponível em: https:// www.youtube.com/watch?v=zuALT910PM8. Acesso em: 22 Jan. 2022. Vale a pena assistir EAD: entenda TUDO sobre a modalidade de ensino a distância. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=yz1OnoE2qmc. Acesso em: 22 Nov. 2021. Minhas anotações