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1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 2 2 CULTURA EM TEMPOS DE CULTURA DIGITAL ................................................. 3 2.1 Contextualizando o ciberespaço e a cibercultura................................................ 8 2.2 Sociedade, tecnologia e cibercultura ................................................................ 14 2.3 Cibercultura e comunicação ............................................................................. 19 2.4 Representações e autorrepresentações: da cultura da mídia à cibercultura .... 23 3 EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS: ALGUNS ATRAVESSAMENTOS ................... 26 3.1 As tecnologias digitais e a educação ................................................................ 29 3.2 Uso pedagógico das tecnologias digitais nas práticas pedagógicas ................. 35 3.3 Tecnologias digitais nos processos e práticas pedagógicas: os desafios aos professores ................................................................................................................36 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 42 2 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. 3 2 CULTURA EM TEMPOS DE CULTURA DIGITAL Quando pensamos em cultura, são inegáveis as rápidas associações que fazemos com costumes, hábitos e crenças em nosso comportamento. A cultura é transmitida de geração em geração e é dinâmica, uma vez que está em constante evolução e acompanha as tendências da sociedade em constante movimento. Dessa forma, a cultura-mundo pode ser entendida como uma alternativa para a organização de uma ordem mundial mais humana (LIPOVETSKY; SERROY, 2011). A maneira como as pessoas se relacionam entre si e com o mundo ao seu redor revela a influência que a cultura exerce, às vezes até nas crenças e decisões que são uma parte importante das suas interações sociais. Podemos assim entender a diversidade cultural como um aspecto intrínseco da formação dos diferentes grupos sociais que compõem o mundo. Nenhuma representação cultural ou grupo é melhor do que outro, eles diferem apenas em ideais, valores, costumes e socialização. Esse entendimento nos dá a possibilidade de respeitar não apenas o que sabemos e o que é familiar para nós, mas também aquilo que não temos em comum. Em um mundo considerado hipermoderno, marcado por grandes mudanças políticas, econômicas e sociais, nos encontramos em uma era de inovações nos campos em constante evolução da ciência tecnológica que compõem ampla e globalmente o mundo atual. O avanço da civilização é a construção de “uma cultura universal que transforma uma pilha desordenada de informações em um conjunto compartilhado de conhecimentos e valores”. (LIPOVETSKY; SERROY, 2011, p.161). A cultura convergente, defendida por Jenkins (2008), é um processo tecnológico, mercadológico, cultural e social capaz de transformar aspectos no mercado da indústria cultural para a maneira que a sociedade recebe, percebe e responde aos produtos, promovendo-os navegar por diferentes modos de comunicação em busca de informações. "a convergência envolve uma mudança tanto na maneira de realizar quanto na forma de consumir os meios de comunicação"(JENKINS, 2008, p. 44). Outro ponto fundamental que merece destaque é a estreita relação que existe entre cultura convergente e inteligência coletiva, partindo do pressuposto de que o conhecimento é produzido a partir da humanidade de forma coletiva e não individual, 4 pois, deste coletivo é que os avanços sociais vão se consolidando numa construção conjunta e colaborativa. No contexto das mudanças culturais, destacam-se aquelas ocorridas em decorrência do desenvolvimento e uso das tecnologias digitais na vida das pessoas, na qual, pode ser entendida como a cultura digital que se vai estabelecendo, não só pela simplicidade da utilização dos dispositivos tecnológicos, mas também pelas alterações que esta utilização apresenta em múltiplos domínios, desde o trabalho às atividades de lazer. O digital é a base transformadora da cultura contemporânea e representam novas oportunidades de comunicação. A cultura digital transcende as fronteiras tecnológicas e pode ser instaurada como “[...] como um sistema de valores, de símbolos, de práticas e de atitudes” (MANEVY, 2008, p. 35). É através de uma tela constantemente online que diversos afazeres do tipo são realizados. As tecnologias digitais da informação e comunicação - TDICs, estão presente nas compras em uma loja virtual, na solicitação de serviço de motorista por aplicativo, na escolha de um filme para assistir na internet, no contato com as pessoas pelas redes sociais, no pagamento de contas ou na consulta de informações no Bankline, bem como, desenvolver trabalhos para fins acadêmicos como uma apresentação através das ferramentas o Power Point ou Prezzi, ou criar planilhas no Excel ou até mesmo em formato de texto com o Word, utilizando ferramentas de busca para realizar pesquisas, ou mesmo consultar as horas em nossos smartphones, esses recursos podem nos abrir para muitas possibilidades, pois, estão sempre ao nosso alcance. Por fim, percebemos as TDICs de diversas formas cada vez mais presentes em nosso cotidiano (KERCKHOVE, 2009). Se pensarmos que a cultura digital inclui questões como inclusão digital, alfabetização, segurança de dados, autenticidade da informação, aplicação de tecnologia educacional e de educação a distância, construção coletiva do conhecimento, compartilhamento de informações, etc., então o conceito de cultura digital ocupa uma proporção maior, é uma combinação e interação entre, praticamente, todas as formas de cultura existentes em todo o mundo. Isso reafirma a noção de que a cultura digital é um movimento dinamicamente construído e constantemente renovado que acompanha o desenvolvimento tecnológico e, sobretudo, a mudança social (ALONSO, 2008; RIBEIRO, 2018). 5 Tem o significado voltado para o desenvolvimento plural, sem gênero, sem nacionalidade ou país de origem como parâmetros de referência, capaz de dar espaço a todos os que o queiram compor, uma cultura sem prazos nem espaços definidos, que o disponibiliza de forma democrática a informação e a interação. Este é um período de observação de diferentes linguagens e formas de comunicação, com base em aspetos que orientam a aprendizagem ao longo da vida e melhoram como são ensinadas e aprendidas (ALONSO, 2008; KERCKHOVE, 2009; RIBEIRO, 2018). A ideia da comunicação como extensão do corpo humano é discutida, e a tecnologia é vista como uma ferramenta para disseminar informações e, sobretudo, como meio de extensão que possibilita aumentar as capacidades humanas. Neste contexto, refletindo sobre a educação, podemosperceber o impacto generalizado da comunicação como uma contribuição significativa para a digitalização, que de certa forma segue as ideias ampliadas apresentadas pelos autores sobre a expansão da diversidade que ela possibilita. Pensando no cenário educacional como um espaço onde a cultura digital requer avanço a partir de práticas instrucionais diferenciadas, incluindo as TDICs, que sendo fortes componentes que permitem uma maior aproximação com o contexto dos alunos que percebem que estão usando a tecnologia diariamente. Neste sentido, o papel do professor é um fator digno de atenção, onde se torna crucial uma reflexão aprofundada sobre a formação com base no significado e na lógica das realidades específicas dos sujeitos (SABATINI, 2016; RIBEIRO, 2018). Em se tratando de estudos envolvendo questões de tecnologia na formação de professores, Santos (2009) fez um levantamento de trabalhos encontrados na 23ª a 31ª Jornadas Anuais da Anped - Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação, de 2000 a 2008, e conseguiu identificar um descomprometimento da formação inicial nesse período, afastando-se do uso de técnicas Recursos. Neste contexto, Mandarino e Beltrão (2018) em pesquisas recentes, preocupações foram levantadas sobre à formação de professores, que ainda ocorre de forma descuidada em relação ao uso dos recursos tecnológicos no campo da educação, diferentemente do que está proposto no Plano Nacional de Educação (PNE- 2014-2024) para ser alcançado em 2024. 6 Portanto, conforme estabelecem a lei em relação às Diretrizes e Bases brasileiras n. º 9.394/96, que garante a todos os professores da educação básica recebam formação especializada de nível superior obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam (BRASIL, 1996). No entanto, é importante ressaltar que as formações relacionadas aos professores sejam contínuas segundo a atualidade e as novas ferramentas de ensino que vão surgindo, assim, é um percurso que nunca se encerra, pois, a formação permanente permite aos professores acompanhar essas inovações, bem como as tendências emergentes. Portanto, Pierre Lévy (2000) traz uma discussão importante sobre como a tecnologia está integrada ao cotidiano das pessoas. Defendendo em sua pesquisa a ideia de que estamos vivenciando a abertura de um novo espaço de comunicação, um espaço que só nós podemos explorar em seu potencial mais positivo. O autor explora o conceito de cibercultura, que poderá ser compreendida da seguinte maneira, “[...] não apenas a infraestrutura física de comunicação digital, mas o universo periférico de informações que a abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo” (LÉVY, 2000, p. 17). A cibercultura, assim como as tecnologias digitais disponíveis, fornecem uma ampla gama de redes de conhecimento e informação. Essa abordagem está muito próxima do significado da cultura digital, tendo em vista que ambas dialogam na afirmação de que as tecnologias digitais da informação e comunicação veem modificando numerosas funções cognitivas humanas. Acrescentou também que ainda existe um sentindo de acolhimento para os novos docentes que usam a cibercultura para aprimorar ou inovar as pesquisas, bem como no aprendizado, já que os alunos são sempre estimulados a construir novos conhecimentos. Nas palavras do autor, faz-se necessária: [...] uma nova forma de ensino que apoie simultaneamente a aprendizagem personalizada e a aprendizagem coletiva em rede, pois os professores são incentivados a serem facilitadores da inteligência coletiva do corpo discente, em vez de fornecedores diretos de conhecimento (LÉVY, 2000, p. 160). É definido como cultura digital ou cibercultura, o processo sociocultural de integração entre vida e tecnologia em todos os níveis cria formas de interação e socialização. Dessa forma, a tecnologia da informação nos dias atuais, pode ser vista como a cultura digital ou como cultura midiática, pois, são maneiras de identificar o 7 mundo tecnológico. Compreende-se, atualmente, que as comunicações e a informática se complementam em uma grande rede de troca, em um fluxo global. Santella (2003) entende que “graças à digitalização e compressão dos dados, caracteres de qualquer tipo podem ser recebidos, armazenados, processados e transmitidos por computadores através de uma mesma linguagem universal” (SANTAELLA, 2003, p. 71). Propõe-se uma nova pedagogia que ajudará universidades, escolas e Conhecimento adquirido ao longo da vida. Esse conhecimento é importante para a formação e desenvolvimento de sujeitos que fazem parte de uma cultura digital. Enquanto a educação está associada a tecnologias conectadas, pode ter maior influência no processo de conhecimento social, elucidando alternativas e principalmente diferenciando, ampliando e relacionando conhecimentos e aplicando as TDICs como ferramenta para facilitar o ensino pedagógicos (ALONSO, 2008; KERCKHOVE, 2009; SABATINI, 2016; RIBEIRO, 2018). Uma cultura digital multicultural, coletiva, aberta, expansiva e democrática oferece um potencial libertador e permite oportunidades e conexões virtuais no processo educacional e formativo, onde o ensino se expande e os ambientes de aprendizagem acontecem fora da sala de aula. A cultura digital, sendo ela multicultural, coletiva, aberta, expansiva e democrática, oferece um potencial libertador e permite oportunidades e conexões virtuais no processo educacional e formativo, onde o ensino se expande e os ambientes de aprendizagem acontecem fora da sala de aula. Como você viu, a cultura digital pode ser caracterizada como as práticas, costumes e formas de interação social realizadas a partir das ferramentas da tecnologia digital, como a internet e as TDICs. Você também compreendeu que a sua função na área do ensino é permitir que os professores possam planejar e desenvolver o uso das tecnologias de informação e comunicação e, dessa forma, estimular o processo de aprendizagem e a fluência na adoção dessas tecnologias. Dessa forma, no próximo tópico vamos tratar sobre a contextualização do ciberespaço e a cibercultura. 8 2.1 Contextualizando o ciberespaço e a cibercultura O prefixo cyber vem do grego e significa ‘controle’, assim, na década de 1940, o físico Norbert Wiener, cunhou o termo cibernética para definir a ciência da comunicação e do controle, tanto nos seres vivos quanto nas máquinas Kellner (2001). Ao longo do tempo, nesse sentido, os prefixos de ciber passaram a referir-se a expressões relacionadas ao campo da ciência da computação. A origem do termo ciberespaço pode ser encontrada na literatura. William Gibson, pioneiramente, usou o termo ciberespaço (cyberspace) mencionando em suas obras literárias. Quanto ao termo ciberespaço, embora frequentemente encontremos sobre a informação de que o termo em questão foi originalmente cunhado pelo norte-americano William Gibson em seu romance de ficção científica Neuromancer, de 1984, o mesmo foi cunhado pela primeira vez, por Gibson em 1982 em seu livro, intitulado como “Burning Chrome” (2003). O livro de ficção científica “Neuromancer” (GIBSON, 1984) transcende a categoria de ficção científica e torna-se referência para teorias relacionadas ao ciberespaço e à Internet. O romance inclui uma análise crítica de como a tecnologia da informação mudou a coexistência humana, a evolução da sobrevivência e a compreensão da realidade. A versão brasileira do “Neuromancer” (GIBSON, 1984), afirma no prefácio desta obra que o cyberespaço é uma interpretação física e multidimensional sobre o universo abstrato referente as informações. Um lugar para onde se vai com a mente, catapultada pela tecnologia, enquanto o corpo fica para trás. Hoje em dia, experienciamos a emergência de um universo virtual, assim, certamente esse novo universo é compostopela Internet, pelo ciberespaço, que suscita discussões em diferentes esferas do conhecimento humano, e em particular, no campo linguístico, principalmente por meio da ampla publicação de artigos de pesquisa científica sobre a linguagem e tecnologia. Pierre Lévy afirma que “é virtual toda entidade ‘desterritorializada‘, capaz de gerar diversas manifestações concretas em diferentes momentos e locais determinados, sem, contudo, estar ela mesma presa a um lugar ou tempo em particular” (LÉVY, 1999, p. 47). O filósofo e pensador Pierre Levy foi um dos primeiros estudiosos a se dedicar à tecnologia emergente da Internet. Para Lévy (1999), a expansão do ciberespaço está relacionada aos seguintes fatores: interconexão, construção de comunidades 9 virtuais e inteligência coletiva. Então, para Pierre Levy (1999), a inteligência coletiva é “uma inteligência distribuída que é constantemente aumentada e coordenada em tempo real, mobilizando assim habilidades de forma eficaz” (LEVY, 1999, p. 28). A crescente utilização de novas tecnologias ou meios convergentes (computadores, telemóveis, internet, cartões magnéticos, caixa eletrônico, etc.) na vida quotidiana e social, exige a aprendizagem de determinados comportamentos, atitudes e pensamento. Nesse contexto, alguns estudiosos começaram a refletir sobre um novo tipo de arquitetura de leitura que ocorre no ciberespaço, e nos interessa estudar os resultados e o impacto desse tipo de leitura no ciberespaço. Para Lévy, o ciberespaço constitui “o espaço de comunicação aberto pela interconexão global de computadores e memórias de computadores” (LÉVY, 1999, p. 92). Assim, Lévy descreve o caráter dinâmico deste novo espaço como: O ciberespaço se constrói em sistema de sistemas, mas, por esse mesmo fato, é também o sistema do caos. Encarnação máxima da transparência técnica, acolhe, por seu crescimento incontido, todas as opacidades de sentido. Desenha e redesenha várias vezes a figura de um labirinto móvel, em expansão, sem plano possível, universal, um labirinto com o qual o próprio Dédalo não teria sonhado. Essa universalidade desprovida de significado central, esse sistema de desordem, essa transparência labiríntica, chamo-a de "universal sem totalidade". Constitui a essência paradoxal da cibercultura (LÉVY, 1999, p. 111). Constitui assim uma nova forma de comunicação estruturada, evidenciada pelos novos espaços sociais, de comunicação, informação e de conhecimento. Ao navegar no ciberespaço, ou seja, através da interconexão mundial dos computadores, reunimos uma vasta e prolífica da comunidade de dispositivos de comunicação através dos quais experimentamos a partilha de informação. Para Lemos e Lévy (2010), a disseminação de espaços virtuais de diálogo associados à desterritorialização das conquistas de autores e leitores evidencia políticas internas e sua propensão a favorecer o livre fluxo de informações ou a liberação de palavras, ou, segundo Lévy, inteligência coletiva. Desse ponto de vista, o cibercidadão pode descobrir muitas proposições na rede que jamais nunca pensou. Mais importante ainda, na rede são as ideias expressas por quem as gera e pensa (LEMOS E LÉVY, 2010). Segundo Deleuze e Guattari (2011), o ciberespaço labiríntico pode ser conceituado como um rizoma. A definição básica usada para se referir a essa teoria da diversidade é o conceito de "rizoma", sendo que a mesma multiplicidade é o 10 alicerce do rizoma. Deleuze e Guattari (2011) apropriaram-se do termo rizoma a partir da ciência botânica, e os autores referem-se à natureza “rizoma” do cérebro humano ao explicar o conceito específico de rizoma. O rizoma não tem começo nem fim, está sempre no meio, entre as coisas, entre os objetos, entre as coisas, inter-ser, intermezzo. A árvore é a relação pai-filho, o rizoma é a união, unicamente uma aliança. A árvore obriga o verbo "ser", mas o rizoma é tecido a partir da conjunção "e.… e.… e.…". Há nesta conjunção força suficiente para sacudir e desenraizar o verbo ser (DELEUZE, 2011, p. 48). Neste contexto, os autores dizem que “qualquer ponto referente ao rizoma pode se conectar a qualquer outro, como deveria ser. É muito diferente de fixar um ponto, como, por exemplo, uma árvore ou raiz ordenada” (DELEUZE, 2011, p. 22). Esse conceito proposto por esses autores aponta para a teoria da multiplicidade. Esse conceito proposto por esses autores remete à teoria multiplicidade. Deleuze e Guattari (2011) apontam a necessidade de romper com o pensamento ocidental que impera desde os primórdios da civilização, visando nos orientarmos para uma perspectiva que conecte a diversidade de descobertas em todos os sistemas e, principalmente, na sociedade atual: As multiplicidades são rizomáticas e denunciam as pseudomultiplicidades arborescentes. (...) uma multiplicidade não tem nem sujeito, nem objeto, mas somente determinações, grandezas, dimensões que não podem crescer sem que mude de natureza (as leis de combinação crescem então com a multiplicidade). Os fios da marionete, considerados como rizoma ou multiplicidade, não remetem à vontade suposta una de um artista ou de um operador, mas à multiplicidade das fibras nervosas no que lhe concerne uma outra marionete seguindo outras dimensões conectadas às primeiras (DELEUZE E GUATTARI, 2011, p. 23 - 24). Os platôs são caracterizados por pontos de fuga, linhas de fuga e, agem conforme esses rizomas são quebrados (desterritorializado, como o ciberespaço). Os autores afirmam ainda que “um rizoma pode ser interrompido, ou seja, quebrado em um lugar qualquer, e também pode ser restaurado ao longo de uma ou outra de suas linhas e outras” (DELEUZE E GUATTARI, 2011, p. 25). Percebe-se, portanto, ao longo dos platôs, que a caracterização de rizoma é ideal como ponto de partida para a compreensão da própria diversidade ou multiplicidades, pois a base do rizoma é a própria multiplicidade. Deleuze e Guattari (2011) apontam o ser humano relacionado ao ciberespaço: 11 Escrevemos o Anti-Édipo a dois. Como cada um de nós era vários, já era muita gente. Utilizamos tudo o que nos aproximava, o mais próximo e o mais distante. Distribuímos hábeis pseudônimos para dissimular. Por que preservamos nossos nomes? Por hábito, exclusivamente por hábito. Para passarmos despercebidos. Para tornar imperceptível, não a nós mesmos, mas o que nos faz agir, experimentar ou pensar. E, finalmente, porque é agradável falar como todo mundo e dizer o sol nasce, quando todo mundo sabe que essa é apenas uma maneira de falar. Não chegar ao ponto em que não se diz mais EU, mas ao ponto em que já não, tem qualquer importância dizer ou não dizer EU. Não somos mais nós mesmos. Cada um reconhecerá os seus. Fomos ajudados, aspirados, multiplicados. (DELEUZE E GUATTARI, 2011, p. 17). Em vez do pensamento linear, a metáfora é a árvore, a matriz singular de todas as raízes e de todos os ramos, o novo pensamento se identificará mais com as estruturas múltiplas e adaptativas das raízes, seus caules subterrâneos estendendo- se em juntas, bulbos e linhas de fuga. Para o pensador, “a árvore ou raiz inspira uma triste imagem do pensamento que não para de imitar o múltiplo a partir de uma unidade superior, de centro ou de segmento” (DELEUZE, 2011, p. 35). Esse modo de pensar é insuficiente para dar conta da realidade, devido ao uso cotidiano da tecnologia em rede, em todas as dimensões da realidade atual, reforça ainda mais a discussão de que nosso pensamento também se organiza na rede, ou seja, como descreve (DELEUZE E GUATTARI, 2011, p. 34) considerou que rizomaticamente, são "substâncias nas quais não há mentes são como uma árvore, e os cérebros não têm raízes nem ramificações". O ciberespaço é caracterizado por cenários interativos e receptivos onde múltiplas vozes estão interligadas e podem contribuir para a sua escrita para alinharem-se com este campo hipertextualembasado na inteligência coletiva. Segundo Santaella (2004, p. 45), “[...] o ciberespaço é um espaço feito de circuitos informações navegáveis. O mundo virtual da comunicação por informática, um universo etério que se expande indefinidamente mais além da tela”. Em Cibercultura (1999), Lévy postula que a tecnologia não é um ator independente, separado da sociedade e da cultura, pois segundo Lévy, o comportamento humano inclui inevitavelmente "viver e pensar", entidades materiais, ideias naturais e artificiais, ideias e representações, Lévy (1999, p. 17) acrescenta ainda: […] que as imagens, as palavras, as construções de linguagem entranham- se nas almas humanas, fornecem meios e razões de viver aos homens e suas instituições, são recicladas por grupos organizados e instrumentalizados, 12 como também por circuitos de comunicação e memórias artificiais. (LEVY, 1999, p.17). Conforme de Levy (1999), a cibercultura é um agrupamento de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, modos de pensar e valores que coevoluíram com o ciberespaço. Dessa forma, a cibercultura está associada a muitas das intervenções que a tecnologia faz nas formas atuais de civilização relacionadas ao trabalho, educação, socialização, lazer, negócios e muito mais. Janet Murray (2003) destaca a continuidade da Internet como uma de suas propriedades essenciais e acerca desta explana que o computador é o meio mais poderoso já criado, pois, é um recurso infinito promissor. Pela eficiência de representar palavras e números em formato numérico, podemos armazenar e recuperar muito mais informações do que nunca possível. Os recursos cresceram exponencialmente à medida que passamos para bancos de dados globais da Internet, que podem ser acessados por meio de uma rede global de computadores interconectados. Igualmente importante para o enorme poder da mídia eletrônica é a expectativa enciclopédica que ela desperta. Com todas as formas de representação se tornando eletrônicas e com todos os computadores do mundo tendo acesso mutualmente, podemos agora imaginar uma única biblioteca global de pinturas, filmes, livros, jornais, programas de televisão e dados de bancos de dados, uma biblioteca acessível de qualquer parte do globo. É como se fosse a versão moderna da Biblioteca de Alexandria, contendo todo o conhecimento do mundo antigo, reapareceu no ciberespaço sem limites (MURRAY, 2003). A extensão do ciberespaço é a virtualização, então Levy (1999) conceituou a virtualização distinguindo-o do senso comum, assim, conforme o autor a virtualidade não se opõe à realidade, nem se opõe à matéria, ainda que não seja constante em determinadas coordenadas espaço-temporais, a virtualidade existe e é real, porém encontra-se desterritorializado. Na verdade, ocupa apenas um pequeno espaço físico, o computador. Desta forma, o computador torna-se mais do que uma ferramenta de produção de sons, textos e imagens, tornando-se um operador de virtualização. Assim, a expansão do ciberespaço é regida por três princípios básicos: a interconexão, a criação de comunidades virtuais e a inteligência coletiva. A interconexão global ou local é um princípio fundamental do ciberespaço, por sua 13 dinâmica ser conversacional. As comunidades virtuais são baseadas em relacionamentos no processo de cooperação mútua e comunicação de interesses, conhecimentos e projetos (LÉVY, 1999). Neste contexto, a inteligência coletiva pode ser considerada o objetivo do ciberespaço devido a seu caráter de compartilhamento de inteligência que emerge da colaboração de muitos indivíduos provenientes de suas diversidades. É uma inteligência distribuída na qual reside todo o conhecimento da natureza humana, porque ninguém sabe tudo, mas todos sabem alguma coisa (LÉVY, 2007, p. 212). Segundo Henry Jenkins (2009, p. 52), “estamos entrando agora em uma cultura de convergência. Não surpreendentemente, estamos despreparados para lidar com suas complexidades e contradições. Devemos encontrar maneiras de superar as mudanças que estão ocorrendo”. Ou seja, a convergência, refere-se ao fluxo de conteúdos, por meio, de diversas plataformas midiáticas, e contam com a colaboração entre vários mercados do mundo da mídia e ao comportamento migratório público do meio de comunicação, que podendo ir praticamente em qualquer parte em busca das experiências de entretenimento que desejam. Sabe-se que as mudanças socioculturais e tecnológicas interferem influenciar diretamente o comportamento dos indivíduos e em maior parte os profissionais da educação, leitores e indivíduos produtor de texto. Neste contexto, é conveniente delinear caminhos para que esses atores do ciberespaço e da cibercultura possam canalizar sua própria consciência sobre os critérios que selecionam suas práticas de leitura e escrita. Dessa forma, podemos dizer que a cibercultura é a cultura contemporânea marcada pelas tecnologias digitais. Portanto, como você pode perceber, ela é um conjunto de técnicas tanto materiais quanto intelectuais, de práticas, atividades, modos de pensamentos e de valores, que se desenvolvem com o crescimento do ciberespaço. Assim, no próximo tópico vamos apresentar a relação da tecnologia e a cibercultura conforme a sociedade. 14 2.2 Sociedade, tecnologia e cibercultura Ao lidar com questões no contexto da cibercultura, é primordial a compreensão de como a sociedade é formada conforme as novas tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs) uma vez que essa é chamada de sociedade informacional. Para construir esse tipo de sociedade devemos passar por mudanças contemporâneas que incluem processos de modernidade e pós-modernidade. A preocupação com as sociedades modernas e pós-modernas e suas implicações na formação dos sujeitos contemporâneos e nas mutações no espaço social, tanto no que diz respeito aos processos históricos, quanto na compreensão dos processos pós-industriais, em uma sociedade informacional distorcida por correntes ou processos planetários, a globalização e as aldeias globais, nos convida a reconsiderar como o futuro da sociedade pós-moderna as bases para a formação de questões contemporâneas com o advento da sociedade da informação (CUNHA, 2010). Hoje, com a atual sociedade, evidenciada pelos paradigmas de informação contemporâneos, os temas da modernidade e pós-modernidade na sociedade e na educação se referem às formações da sociedade da informação resultantes da mudança cultural, social e política. O pós-modernismo é a base para o desenvolvimento da cibercultura. Apresenta as condições socioculturais, insere-se na cena de pânico de que nos fala Kroker, estabelecendo um novo tipo de relação espaço-tempo. O espaço e o tempo pós-modernos não são mais considerados espaço e tempo modernos. David Harvey (2006) argumenta que mudanças culturais (tempo e espaço) ocorreram desde pelo menos a década de 1970 com a estabilização da cultura de massa. Dessa forma, podemos defini nossa compreensão conceitual a partir de duas perspectivas: a primeira é a finalidade, fragmentação e descontinuidade da cultura; a segunda corresponde à impermanência, fluidez e informação contínua; e uma visão mutável dos não-lugares no campo virtual e real da sociedade. Essas duas perspectivas ampliam nossa compreensão de como a cibercultura se consolida este terreno movediço contemporâneo da sociedade. Podemos entender que a sociedade, desde da fase moderna e pós-moderna, conforme os paradigmas da informação, apresenta-se novos perfis sociais e uma visão pessimista do desenvolvimento tecnológico pós-industrial. Esse pessimismo 15 ocorre em um estágio de transformação e mutação social, pois, novas formas de trabalho, família e identidade, são altamente configuradas no auge da tecnologia combinada com a informação e a fragmentação da identidade pós-moderna.Nesse contexto, surge o paradigma informacional de rede, fluxo e identidade (CUNHA, 2010). O conceito de modernidade propõe uma concepção negativa da sociedade, definida em termos de uma condição de fim, como, por exemplo, o transitório e o eterno, levando a uma sensação de fragmentação, efemeridade e mudança caótica. Essa visão é negativa para a educação porque não acredita na transformação disciplinar do sujeito e constitui uma visão imperativa das questões contemporâneas. As condições pós-modernas, afirmam que o consenso desse entendimento está em sua relação com o moderno, o transitório, fugidio, eterno e o imutável. A única certeza da modernidade é a insegurança, pois, supomos um turbilhão de mudanças no espaço social, no tempo e na história, identidades em fragmentação. Assim, a concepção pós-moderna enfatiza o termo sociedade da informação. Seu ponto de vista pós-estruturalista trouxe uma visão sob a perspectiva das relações impermanentes contemporâneas: o pensamento fluido. Do ponto de vista educacional, essa visão pode ser positiva, pois, percebemos mudanças nas diferenças culturais, mas também pode ser negativa, em uma visão cultural fragmentada e descontínua das culturas, pois o ser, o estar e o fazer estão em processo de transformações estruturais: fluxos, redes e identidades. O processo de transformação estrutural nas sociedades avançadas é o resultado da revolução tecnológica e da mudança cultural, baseada na tecnologia da informação/comunicação, bem como, na formação da economia global, entre os quais se destacam os principais fatores da estrutura social, mudança cultural e o desenvolvimento de uma consciência ecológica (CUNHA, 2010). Novos cenários políticos e culturais moldaram a nova ordem mundial a partir das tensões causadas pela mudança política e pelo comunismo, o fim da ideologia marxista e o colapso do império soviético. A revolução sociotécnica baseia-se na centralização do conhecimento chamada de nova sociedade da informação, que supera o impacto social e econômico das novas tecnologias de informação. Para compreender a nossa sociedade no século XXI, é importante entender a natureza das novas tecnologias de informação e suas Interação com sistemas sociais com base em três conceitos-chave que emergem essa mudança fundamental na 16 forma como os sistemas operam, tais como, as conexões entre as atividades, as redes que configuram as organizações e os fluxos de fatores de produção e de mercadorias. Assim, compreendemos como característica essencial da nova sociedade que seu desenvolvimento, está associado à transformação da situação das mulheres, uma redefinição social de família, sexualidade e personalidade. Portanto, desde que as mulheres entraram no mercado de trabalho, novos movimentos sociais foram fomentados para defender os diferentes papéis e valores na instituição social da família moderna e na superação do patriarcalismo (CUNHA, 2010). Esses elementos são desafios históricos para a igualdade de gênero, enfrentando a resistência da sociedade em inserir as mulheres em diferentes espaços. Neste contexto, foram levantadas algumas questões, como a desintegração do modelo familiar patriarcal, a crise do cuidado das crianças e a conversão dos valores sociais de sexualidade. Evidenciam-se, também, novos processos de socialização da diversidade de papéis no universo familiar, tais como a concentração das relações, a liberdade sexual, os movimentos da orientação sexual, a crise da família tradicional, a legitimação da diversidade sexual na sociedade. Esse fato, produz uma redefinição de papéis e novos tipos de personalidade. Os aspectos de interdependência entre as estruturas sociais globais que geram mudanças estruturais na sociedade e fortalecem a economia global na sociedade da informação e as estruturas sociais no mundo, ou seja, os sistemas de interação global, mostram que uma economia global é uma economia na qual todos os processos operam globalmente em tempo real como uma unidade, ou seja, uma economia de fluxos de capital, mercados de trabalho, mercados, processos de produção, organizações, informação e a tecnologia operam simultaneamente ao nível mundial. Na economia global, o fato de a sociedade da informação tornar a tecnologia digital da informação uma ferramenta essencial para o desenvolvimento produz um mundo interconectado baseado no fluxo de informação e comunicação, aumento da produtividade e competitividade. Neste contexto, o vínculo entre a globalização e a informacionalidade da economia consolida o sistema global interativo. A sociedade construída pela estrutura em rede em que o conhecimento é também um fluxo (CUNHA, 2010). 17 Neste sentido, o conceito pós-moderno preocupa-se em compreender o indivíduo a partir da observação de dois paradoxos: eu e nós, sujeito e a sociedade. Assim, a discussão da modernidade coloca a questão dos modos de ser, da existência na sociedade, discutindo o real e o virtual, o lugar e o não-lugar. Esses processos propiciam a planetarização, multiplicada por reivindicações de identidades locais e globais na globalização dos mercados partindo da complexidade do mundo atual, o paradoxo do mundo contemporâneo é simultaneamente, unificado, dividido, subjugado e diversos, ao mesmo tempo encantado e desencantado. Segundo as constatações sobre as transformações aceleradas do mundo atual ou as lentidões, individual e o coletivo em um conjunto cultural antropologicamente contextualizado pela modernidade em fluxo, fragmentação e em mudanças constantes aparecem conforme três movimentos complementares, tais como: O passar da modernidade, que podemos chamar de modernidade; O passar de lugares, que podemos chamar de não lugares, O passar do real ao mundo virtual. O termo sobre modernidade, discute com a sincronia das correntes de padronização e das especificidades no contexto de três excessos, o excesso de informação, imagens e o de individualidade, e isso parte do entendimento de que estamos na era do imediatismo. A velocidade de transmissão e o desenvolvimento da tecnologia de comunicação, nos fazem sentir que o planeta está encolhendo. A chegada do ciberespaço marca a primazia do tempo sobre o espaço. Estamos na era da instantaneidade e imediatismo, onde a comunicação se produz na velocidade da luz. Assim, essa velocidade nos espaços reais e virtuais produz mutações que configuram tempos e espaços que não são lugares, espaços que perdem identidade, homogeneízam relações, identidades e histórias, e nos levam a compreender os três Espaços: os espaços de circulação, consumo e modificação (CUNHA, 2010). Esses espaços transformadores são formados no contexto da era da informação e assumirão as características do paradigma da tecnologia da informação e a essência de reunir e organizar as transformações tecnológicas que se tornarão a base material da sociedade, podendo ser apresentado em cinco aspectos, como: 18 Tecnologias para agir na informação; Penetrabilidade dos efeitos das novas tecnologias; Lógica das redes; Flexibilidade; Convergência de tecnologias específicas para um sistema altamente integrado. Podemos compreender que as estruturas sociais emergentes estão imersas em paradigmas da tecnologia da informação, e que os movimentos sociais definem processos tecnológicos flexíveis e em rede. O poder do fluxo é mais importante do que o fluxo do poder. A presença ou ausência na rede e a dinâmica de cada rede em relação a outras redes são fontes de pontos cruciais de dominação e mudança em nossa sociedade: uma sociedade que podemos chamar apropriadamente de sociedade em rede, caracterizado pela prioridade da forma social sobre a ação social. A sociedade em rede e fluxos é um movimento do capital global, representando uma mudança qualitativa na experiência humana, o processode mutação transpassa, por fatores estruturais da sociedade e ampliará a visão social e cultural da sociedade da informação, ou seja, o papel do capital e dos mercados em redes, geradora e mediadora de tendências neoliberais tem o interesse em atingir estruturas informatizadas (CUNHA, 2010). Conforme as discussões acima, você pôde compreender que a sociedade informativa, na perspectiva do autor citado, sugere que vivemos em um espaço-tempo fragmentado, por um movimento descontínuo, ou seja, um fluxo e redes das informações que agem em formação social em massa, conservando as culturas nacionais a uma planetarização estendida que fragmenta e hibridiza, em um processo de bricolagem que vai se determinar no contexto do ciberespaço na cibercultura. Contudo, o mais importante em tudo isso é entender as relações do ciberespaço que se desenvolve através da origem militar, espionagem, guerra fria, universidades, ficção, assim, isso se dá devido à sua própria natureza e interface da própria especificidade conforme os multiplicadores que proporcionam a inteligência artificial, numa realidade virtualizada na telepresença, vivendo em uma comunicação ubíqua, através dos vetores de informações e comunicações na rede do conhecimento. 19 Assim podemos dizer que o advento da cibercultura possibilitou maior diálogo e integração entre culturas geograficamente distantes, produzindo novos costumes e práticas sociais mediadas pela utilização de tecnologias da informação e comunicação em rede. Assim, uma das áreas mais proeminentes da cibercultura que mais se destaca é o meio de comunicação, que elimina a necessidade de usar pessoas físicas para a comunicação como fonte de relacionamento, enfatizando a imaginação necessária para o desenvolvimento de uma imagem anônima, que terá comunhão com os demais. Portanto, através dela possibilita a interconexão, criação de comunidades virtuais e a inteligência coletiva. Dessa forma, o próximo tópico você vai compreender sobre a relação da cibercultura e o papel da comunicação. 2.3 Cibercultura e comunicação Para você o que seria a comunicação? Pois bem! A comunicação ela não é apenas uma troca de informações. Os processos de comunicação utilizam recursos como tecnologia e símbolos científicos para ocorrem interações culturais e sociais. Por meio desse processo, o ser humano consegue expressar pensamentos, sentimentos, gerenciar a transmissão e a recepção de conhecimento, bem como, organizar e se manter contando com o mundo. Dessa forma, a comunicação corresponde a um processo de desenvolvimento e em constante evolução (SOUZA et al., 2010). De uma série de descobertas e criações tecnológicas, nasceu a cibercultura, que surgiu como um interessante movimento envolvendo a sociedade com as novas tecnologias, criando um mundo chamado ciberespaço e reinventando a comunicação, transformando a comunicação em um espaço maleável, interativo e ao alcance de quem tiver interesse. Antes do advento da cultura virtual, a produção de informação era limitada. Os meios de comunicação tradicionais, tais como, o rádio e a televisão, que produzem conteúdo em um sistema, onde uma minoria pode expressar sua opinião entre a maioria, onde a produção é feita por um pequeno grupo de pessoas com objetivo de abarcar o coletivo, sendo bem diferente do processo desenvolvido no ciberespaço, sendo este desenvolvido no coletivo e para o coletivo, o que significa que qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo pode produzir e receber conteúdo. 20 Esse desenvolvimento foi auxiliado por outro grande auxílio tecnológico, a invenção do sistema de internet sem fio que hoje chamamos de Wi-Fi. Dessa forma, WI-FI garante mais mobilidade para a comunicação e a distribuição de conteúdo, não, mas de forma de limitada, porém a maneira interativa e irrestringível. A esta revolução tecnológica, em nome da comunicação, associa-se o seu novo método de produção de informação, de grande valia para o desenvolvimento da interação e dinâmicas sociais, tais como: web 2.0, espaços virtuais e redes sociais, evolução (SOUZA et al., 2010). A partir da década de 1980, a evolução da economia mundial mudou o mundo, os avanços tecnológicos estarão, assim, direcionados para a criação de paradigmas nas esferas cultural, econômica e social. O desenvolvimento da Internet é, sem dúvida, o marco máximo na expansão da cultura da Cibercultura, e o aumento da interatividade levou à necessidade de fortalecer o conceito de troca de informações e colaboração entre usuários da Internet e sites e serviços virtuais. Assim, Web 2.0 é um termo cunhado por Tim O'Reilly, em 2004, para explicar a segunda geração da WWW (World Wide Web). A Web 2.0 é a mudança para a Internet como plataforma e a compreensão das regras para o sucesso na nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que explorem os efeitos de rede para melhorar como ele é usado pelas pessoas e aproveitar a inteligência coletiva. Em outras palavras, a Web 2.0 abraça a ideia de que a ferramenta online é mais dinâmica e que seus usuários ajudam a criar seu conteúdo. Para os críticos, a mudança foi pouco mais que um mero golpe publicitário, já que a interatividade fornecida pela Web 2.0 continuou mesmo com muitos sites usando essas interfaces gráficas. A primeira interface web, Web 1.0, era apenas uma simulação do modelo de comunicação de massa, onde sites e portais antigos eram apenas transmissores de conteúdo limitado (SOUZA et al., 2010). De acordo com Tim O'Reilly (2010), a primeira versão do modelo de autoria para um site era offline, enquanto a autoria da Web 2.0 era online. Na primeira versão é necessário ter uma linguagem de programação de alto nível, na segunda versão o usuário é o administrador que controla o processo de comunicação. Contudo, a maior diferença apresentada através dessa nova plataforma revela a socialização dos conteúdos e a distribuição de novas mídias e essas mídias, tem como exemplo: 21 Blogs: é uma ferramenta, com baixo custo e os próprios usuários criam e publicam conteúdos. É também um meio disponível para qualquer pessoa interessada sendo esta uma das primeiras ferramentas amplamente utilizadas. Youtube: é também um site alimentado por usuários, porém, essa relação acontece através da partilha de vídeos em formato digital; P2P (Peer to Peer): com a tradução ponto a ponto, está é uma rede de serviços de compartilhamento de arquivos, utilizados através da internet. A tecnologia reduz custos e facilita a distribuição de conteúdo. Comunidades Virtuais: são os sites, portais e games que reúnem usuários por interesses em comum. Então a cibercultura, atua como um componente tecnológico considerável para a comunicação e difusora da informação contemporânea, por dois fatores fundamentais. O primeiro destaca cotidianamente as relações pessoais de seus usuários, o segundo atua na questão dos produtos tecnológicos ofertados pelos ambientes virtuais e os mesmos facilitam a comunicação e integração entre os seres humanos, assim, de um ponto de vista evolutivo, o indivíduo produz, distribui e possibilita a crítica de informações que desempenham um papel vital na sociedade contemporânea (TARDIVO, 2015). No que diz respeito à sociabilidade e o uso da cibercultura com a tecnologia que chamamos de internet, tem-se que a identidade e o sentimento de pertencimento são aspectos que atribui sentindo como indivíduo integrante de um grupo social em uma ampla rede tecnológica, assim, hoje o mundo está quase que completamente relacionado pelos meios de comunicação, a identidade social é formada a partir de um conjunto de atributos culturais a partir de um repertório múltiplo. Assim, o sentimento de pertencimento a um grupo depende do fluxo de informações e imagens transmitidas por esse meio. Embora tenha ampliadoo acesso a uma diversidade incontável de códigos culturais, a internet significa essencialmente a possibilidade de identidades múltiplas para cada internauta porque constrói inúmeros personagens, através do anonimato, em espaços de interação social. Dessa forma, demonstramos que os aspectos diferenciais da possibilidade de estabelecer as relações sociais no ciberespaço são caracterizadas pela aquisição dos 22 traços de identificação, sendo que os indivíduos escolhem os grupos aos quais desejam pertencer de acordo com seus próprios interesses, tendo a chance de participar de quantas comunidades desejarem nas redes tecnológicas (TARDIVO, 2015). A formação de comunidades virtuais, nasce da influência das novas tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs), da consolidação de uma cibercultura, e dos processos de fragmentação das identidades culturais, isso reflete diretamente a influência da globalização, uma característica inerente à modernidade. Assim, compreende-se que a cibercultura, representada pela disponibilização de redes alternativas de comunicação na Internet, sem dúvida mudou a forma como nos comunicamos, incluindo o acesso à informação, comunicação, formas de trabalho e relações sociais. A cibercultura contempla um cenário vertiginoso de fluxo de informações, pois, a comunicação entre o ciberespaço e os sujeitos ocorre nesse contexto, a chamada comunicação em tempo real ou síncrona. Essa característica de realização social na cibercultura é o tapete no qual as relações e interações em rede se desenvolvem, organizadas sob princípios construtivistas e intercambiáveis de informação e conhecimento. No entanto, a ideia de que as relações que se desenvolvem no tecido social do ciberespaço não se reduzem a uma forma utilitária e casual de colaboração, pensamento esse que corrobora com uma imagem da cultura digital reduzida a um meio artificial (SANTOS et al., 2016). Ressalte-se que a sociabilidade permitida pelos dispositivos de comunicações sociais da cibercultura, possibilita o processamento identitário do Eu (Autônomo) e de outro (alteridade) diante da virtualização, o que é essencial para a imersão sociológica. Ao instalar tais dispositivos na cibercultura, relacionamentos mais calorosos podem ser construídos, pois a acuidade da comunicação e a virtualização permitem encontros compartilhados que transcendem o espaço territorial. Com a virtualização das pessoas e dos espaços, demonstra-se a verdade sociológica da interação na cibercultura. Abre-se um páreo com as formas presenciais de comunicação e interação humana, pondo em xeque seu tônus simbólico e real. No entanto, há uma tensão teórica que pode ser incorporada em pesquisas futuras, os frutos das diferentes comunidades virtuais generalizadas na Internet, as formas de comunicação e os jogos sociais desbravados pelo fenômeno das redes 23 sociais, o caminho simbólico para a libertação da internet, o rol de práticas e a inserção vertiginosa de indivíduos testemunha uma verdade de sociabilidade e interação complexas e reais. Assim, é possível chamar a atenção para as intermitências e mutações que as relações desenvolvidas no ciberespaço, tem provocado sobre os devires e práticas socioculturais contemporâneas, especialmente no tocante à sociabilidade (SANTOS et al., 2016). Contudo, você conseguiu compreender a comunicação relacionada a cibercultura, pois, dentro da era digital, ela disponibiliza uma variedade de ferramentas que facilitam essa interação, produzindo e transmitindo informações que garantem um compartilhamento ágil, em tempo real entre os seres humanos. Contudo, no próximo tópico vamos tratar sobre as representações da cultura da mídia à cibercultura. 2.4 Representações e autorrepresentações: da cultura da mídia à cibercultura Se de um lado a televisão é um símbolo da cultura popular, pelo outro, os computadores conectados em rede parecem ser a essência da cibercultura, seja nas telas das televisões ou dos computadores, a cultura midiática interfere sobremaneira no cotidiano social, pois, intervém nas relações sociais, construindo e estabelecendo as percepções do mundo e dos sujeitos. No entanto, com a introdução e prevalência de computadores pessoais em residências e nos locais de trabalhos, as pessoas, diante do conteúdo transmitido, desistiram de sua posição geralmente passiva de um relacionamento de recepção unidirecional com a televisão, diante dos conteúdos veiculados, e passam a aderir ao modo interativo bidirecional, exigido pela interface com os computadores (SANTAELLA, 2003). Assim, com a introdução e integração de mídias interativas na prática diária, os hábitos de consumo de produtos culturais de mídia começam a mudar. Conforme proposto por Santaella (2003, p.128), a essência da cibercultura é inerentemente heterogênea, então, neste caso a realidade torna-se diversa, porque o meio está sempre mudando sua natureza e sua forma de perceber, misturando identidades e referencialidades, a cultura crescentemente representacional. No entanto, dizer que a realidade tornou-se plural no contexto da cibercultura, não significa necessariamente que as representações veiculadas por essa nova 24 configuração definida pela informática incluam também a diversidade e o pluralismo social e cultural, pois, essa Torre de Babel que parece ser o ciberespaço dialoga com as mídias tradicionais e instituições sociais, está imbuída de valores historicamente estabelecidos e reproduzidos em diversos foros, enquanto permite novos entrelaçamentos. O ciberespaço é um componente importante da cibercultura, dessa forma, podemos entendê-lo como “onde estamos quando entramos em um ambiente simulado (realidade virtual), e um conjunto de redes de computadores, interligados ou não em todo o planeta, a internet” (LEMOS, 2003, p.137). Portanto, o ciberespaço não é uma realidade independente, nem um não-lugar desconectado da realidade, mas uma expansão e complicação da realidade, que se constitui de uma tecnologia que produz e medeia mensagens, discursos e representações que falam com outras mídias sendo afetadas da mesma forma que afetam seu conteúdo. Se, por um lado, a cultura midiática floresce entre uma gama mais diversificada de produtos culturais e mostra a possibilidade de selecionar o público de acordo com interesses pessoais e alternativos, personalizando o consumo simbólico, por outro lado, a representação dominante de uma cultura que também se replica nos confins do ciberespaço exige uma replicação pública universal. Atualmente, usando códigos de domínio comuns que são mais fáceis de decodificar e entender pela maioria das pessoas, os produtos culturais da mídia continuam a moldar o interesse, opiniões, gostos e percepções das pessoas (KELLNER, 2001). Por esse motivo, as representações em diferentes mídias são frequentemente estereotipadas, apresentando imagens preconcebidas e simplificadas de eventos sociais em diferentes esferas da vida cotidiana, assim, como das identidades culturais, que condensa a diversidade de possibilidades de experimentar a vida e a diversidade de identidades, limita a possibilidade de identidade ao tornar visíveis certos padrões sociais (KELLNER, 2001). As representações feitas de normas e instituições e expressas, por meio, de códigos linguísticos e visuais são construções histórico-sociais, capazes de constranger e moldar visões de mundo, modos de perceber e conceber indivíduos, sociedades e fenômenos sociais. Dessa forma, “representa processos que envolvem percepção, identificação, reconhecimento, categorização, legitimação e exclusão” (PESAVENTO, 2003, p.40), criando significados com o qual podemos dar sentido às 25 nossas experiências pessoais e coletivas. Porém, são as representações construídas pelos discursos hegemônicos que circulam e se estabelecem noschamados espaços oficiais, são reproduzidas em diferentes domínios e se integram socialmente. Neste contexto, as representações midiáticas se configuram para produzir discursos e modalidades para versões arbitrárias e normativas da realidade, porque constrangem e homogeneizam, suprimem ou estimulam determinados comportamentos, desejos, gostos e vontades, em contexto de rejeição social, enfraquecendo a legitimidade da pluralidade. Essa realidade controla as visões categóricas e normalizadoras da identidade e cria uma rede semântica que limita a representação, a categorização e a realização efetivas das identidades (PESAVENTO, 2003). Para Pesavento (2003), o poder da representação reside em sua capacidade de mobilizar e gerar aceitação e legitimidade social. As representações se inserem em regimes de verossimilhança e de credibilidade, e não de veracidade. A representação apresenta diversas configurações, podemos dizer que o mundo é construído de formas contraditórias e variadas por diferentes grupos da sociedade. Para compreender as representações e como se estabelece a sua hegemonia, é necessário compreender os processos da sua construção e compreender os mecanismos ideológicos de produção de sentido que constituem o processo de significação, mas para isso é necessário inscrever o discurso que conforma as representações num quadro mais amplo, pois há todo um espaço social que significa. Isso significa relacioná-lo criticamente com o contexto sociocultural e histórico que permite sua configuração atual e, como sugere Woodward (2007), deslocar o foco dos sistemas representacionais para as identidades que eles geram porque é um significado produzido por meio de representações nas quais nos posicionamos como sujeitos e damos sentido à nossa experiência. Portanto, pode-se considerar que o contexto da cibercultura torna os termos de produção e circulação de uma variedade de discursos mais acessíveis e destaca novas configurações sociais e modos estruturais de “narrativas do eu”, isso não só permite novas representações, mas sobretudo torna as representações visíveis, permitindo a interação com experiências vividas, histórias e personagens, permitindo também a possibilidade de questionar e relatar posições e identidades hegemônicas desde outros lugares. Nesse contexto, a Internet pode ser vista como um fator de 26 ruptura com as formas tradicionais de comunicação e interação, pois as relações estabelecidas no ciberespaço tornam-se mais complexas, permeáveis e trespassando o domínio do real e do virtual e intermediando os modos de perceber o mundo, indivíduos e grupos sociais. Portanto, o ciberespaço não é apenas um fenômeno tecnológico, mas também um fenômeno social (LEMOS, 2002). Enfim, de acordo com Rüdiger (2002), se a televisão nos permite ver acontecimentos e servem de referência à nossa consciência, apresentando e disponibilizando representações e modelos de estilos de vida e papéis sociais que podemos identificar, a cibercultura nos torna protagonistas, ou seja, passa de narrativas e representações padronizadas de eventos, indivíduos e grupos sociais para a possibilidade de autorrepresentações e das narrativas de si. Portanto, podemos dizer que a cibercultura é uma extensão e dinamização da sociabilidade. Como você pôde compreender, as representações no meio da cibercultura estão cada vez mais conectadas através dos meios tecnológicos e da mídia com uma frequência que só faz crescer, pois, por meio, desse mundo midiático as pessoas compartilham ideias, conhecimentos e informações sobre seus problemas, dificuldades e necessidades, que, em muitos casos, não fariam nem em suas relações mais íntimas, justamente pelo fato de que relações mantidas nas redes são, por definição, limitadas no tempo e no espaço. Pois bem! Agora que você conseguiu aprender sobre a relação da cultura digital e alguns aspectos diferentes mencionados ao longo do texto, vamos abordar o tema sobre a educação voltada para as tecnologias. 3 EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS: ALGUNS ATRAVESSAMENTOS À medida que as pessoas percebem que as tecnologias digitais são na sociedade contemporânea, entende-se que um conjunto de elementos relacionados ao digital, incluindo sites pessoais ou institucionais, redes sociais, artefatos digitais, entre outros, e todos os tipos de relacionamentos mantidos pelos sujeitos, constituem uma série de conceitos e ideias que geram a Cultura Digital. Neste contexto, o mundo da educação certamente não está imune a essa reestruturação (BUCKINGHAM, 2010). 27 Um dos mestres da tecnologia na década de 1980, o americano Seymour Papert (1980), afirmava que os computadores mudariam a educação e tornariam o processo educacional praticamente redundante. Conforme o autor, o computador proporcionaria aos indivíduos a capacidade de determinar seus próprios padrões educacionais. De acordo com Buckingham (2010), Papert foi muito radicalista ao confirmar que no futuro não existiriam mais escolas. Ele não estava sozinho. Steve Jobs, o fundador da Apple Computers, então preparando o caminho para alcançar o mercado educacional americano, era outro defensor apaixonado do potencial revolucionário da computação educacional; eles mais tarde juntaram-se a uma coorte entusiástica de marqueteiros visionários, como Bill Gates, da Microsoft, ávidos por usar as escolas como trampolins para um mercado doméstico muito mais valioso (BUCKINGHAM, 2010, p. 38, grifo do autor). Para o bem ou para o mal, “a escola como instituição ainda existe entre nós e apesar da influência da tecnologia, muito do ensino e aprendizagem que ocorre ali permanece praticamente intacto” (BOCKINGHAM, 2010, p. 38). Mesmo diante do debate, fica claro que os tablets, computadores e a Internet são um elemento básico da vida nas disciplinas escolares de hoje. Por exemplo, o primeiro relacionamento de uma criança com a tecnologia não ocorre mais em um ambiente escolar. Eles entram no espaço escolar, muitas vezes com conhecimento tecnológico e habilidades prévias. Dessa forma, simultaneamente, a tecnologia digital tem um grande potencial como ferramenta educacional, se sustenta que seus usos na educação não estariam estimulando a imaginação e a inteligência dos jovens. Essas duas perspectivas estão cada vez mais presentes na pesquisa sobre alfabetização, aprendizagem, ensino, entre outros. Os debates sobre a presença das tecnologias digitais nos ambientes escolares se fundamentam, de maneira geral, em oposições deterministas, em que a tecnologia é vista como autônoma em relação a outras forças que atuam na sociedade e independentemente de qualquer ambiente ou contexto. Nos primórdios da televisão, o debate sobre o contraste era recorrente. A televisão foi originalmente promovida entre pais e professores como um meio educacional. Segundo Buckingham (2007), a televisão é vista como a personificação do futuro da educação. De acordo com esse autor, essas tecnologias eram descritas como máquinas de ensinar que iriam trazer novas experiências e novas formas de aprender do mundo exterior para dentro da sala de aula” (BUCKINGHAM, 2007, p.31). 28 Mesmo assim, as esperanças utópicas foram contrabalançadas pelo medo de que a televisão pudesse substituir os professores. A forma de comunicação "foi exaltada como uma maneira de promover o desenvolvimento emocional e educacional das crianças, mas também, foi condenada como um desvio de atividades mais saudáveis e gratificantes" (BUCKINGHAM, 2007, p.31). A integração da tecnologia no processo de ensino faz parte de um poderoso discurso relacionado à cultura digital. Existe uma forma de utilizar as novas tecnologias como recurso pedagógico produtivo, e nesse sentido, observa-se uma marca imperativa que vincula a tecnologia a uma “melhor educação”, “educação digital” para uma educação do e para o futuro”.A inserção das novas tecnologias no ambiente escolar, além de constituir um discurso próprio, tem nos últimos anos concretizado ou implicado a integração de alunos e escolas na lógica da rede, ampliando os benefícios da educação digital. Além disso, pode-se perceber hoje alguma governança das práticas de ensino para a inserção e uso de recursos digitais em sala de aula. Essas práticas entram em jogo quando as escolas montam laboratórios de informática, fornecem quadros brancos digitais e até mesmo quando a medicina apresenta evidências de que as habilidades de raciocínio dos jovens melhoram com o uso da tecnologia. A movimentação de aparatos tecnológicos na educação gerou, inclusive, políticas públicas, como na distribuição de tablets pelo Ministério da Educação em 2012, para professores da rede pública de ensino. Buckingham (2010, p. 41) afirma que grande parte do plano de ação também é caracterizado por uma forma de determinismo tecnológico, assim, “a tecnologia digital automaticamente produzirá certos efeitos, como, por exemplo, em relação aos modos de aprendizagem ou a determinadas formas de cognição, sem limitar o contexto social em que o que é usado, nem os atores sociais que o usam". Deve-se notar também que a maioria da experiência dos jovens com a tecnologia ocorre fora da escola. Mas a ideia de que a tecnologia sozinha pode mudar a educação é uma ilusão. É provável que a educação escolar continue a cumprir muitas funções econômicas, sociais, políticas, que não se limitam ao seu papel exclusivamente de ensino. 29 No entanto, é importante destacar que os indivíduos jovens que ingressam no espaço escolar já nascem com o auxílio da informática desde o berço. Existem câmeras de vigilância para manter os bebês dormindo; aplicativos para tablets e filmes de animação que agem como ‘babá’ do século XXI para divertir as crianças e tranquilizar os pais, uma idade mais avançada chegam jogos de videogame e computadores, ou seja, desde cedo esses jovens se encontram envoltos pelo universo das tecnologias. Como resultado, pode ser difícil para crianças e jovens separar o uso e o consumo de produtos digitais quando entram na escola e na universidade. Dito isto, as revoluções na tecnologia e na forma como esta comunica com os seus dispositivos e produtos tem sido um dos grandes impulsionadores desta tendência. A cultura digital expande e inspira outras formas de entender e se relacionar com o mundo material e simbólico, especialmente as práticas culturais percebidas como significado (BUCKINGHAM, 2010). Dessa forma, para que você compreenda melhor no próximo tópico vamos tratar sobre as tecnologias digitais e o ensino em relação à educação, pois, sabemos que a cultura digital contribui para otimizar a gestão escolar, o processo de ensino e de aprendizagem, bem como, o desenvolvimento mais completo de habilidades socioemocionais e das competências dos sujeitos. 3.1 As tecnologias digitais e a educação As facilidades proporcionadas pelas tecnologias digitais possibilitam a exploração de ambientes virtuais, possibilitando que professores e alunos realizem as mais diversas atividades. No caso específico da formação de professores, pesquisas sobre o uso do ambiente digital na formação continuada podem colaborar no planejamento de políticas de formação de professores. Embora haja uma grande bibliografia sobre formação de professores, como mostram nossas pesquisas, são poucos os estudos que tratam da formação nesse contexto, como temos evidenciado nas nossas buscas (BUENO, 2014). As mudanças tecnológicas vivenciadas pelos sujeitos de uma sociedade contemporânea não representam simplesmente a introdução de equipamentos sociais, mas principalmente mudanças sociais, culturais, laborais e educacionais, 30 pois, essas atividades não estão isoladas das demais atividades humanas. O desenvolvimento da tecnologia digital de informação e comunicação facilita a aprendizagem em rede não presencial. Essas tecnologias estão redesenhando a educação, criando oportunidades de ensino e aprendizagem em que os alunos não assumem mais passivamente os papéis de produtores e desenvolvedores de conteúdo. Enquanto os tempos mostram que existem muitas oportunidades de mudança no processo de ensino, as escolas permanecem conservadoras e lentas para se adaptar a essas ferramentas e tecnologias. Conforme pesquisa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), são os interesses, e não as necessidades do trabalho, que levam os alunos a abandonar a escola. As disciplinas são soltas e não estão diretamente ligadas à vida dos alunos. Os professores estão desmotivados, a infraestrutura está comprometida e a maioria dos alunos tem acesso precário à Internet. Contudo, uma escola assim, a distância entre as escolas necessárias e as reais cresce cada vez mais. Contudo, se quisermos provar que a educação é um desastre e as escolas estão atrasadas, temos inúmeras estatísticas e experiências para provar isso; basta focar na taxa de repetência e na taxa de abandono, se fôssemos provar que as escolas são burocratizadas, encontraríamos muitos exemplos de gestão lenta. Mas também há escolas que produziram experiências inovadoras em projetos que utilizam a tecnologia de forma criativa (BUENO, 2014). No entanto, tudo aconteceu simultaneamente: atraso, burocracia e inovação. O desencadeamento de ações por meio da tecnologia digital também cria oportunidades para estabelecer diferentes formas de comunicação. Essas oportunidades estão à disposição de professores, alunos e instituições, proporcionando a interação entre eles a qualquer momento, independentemente do espaço geográfico. É inegavelmente uma área que tem gerado tanto interesse e resistência. Portanto, mudanças no campo do ensino devem ser cautelosas e urgentes. Estudos apontam, que isso significa que as mudanças esperadas no ensino não podem ser resolvidas por soluções mágicas, como a compra de equipamentos complexos. Essa mudança é muito mais complexa e os desafios são enormes. Assim, corre-se o risco de ter que contentar em trabalhar em um ambiente ultrapassado que não cabe na sociedade atual. 31 Como mencionado acima, é possível usar a rede para atualizar, armazenar, recuperar, distribuir e compartilhar informações instantaneamente, superar as limitações de tempo e espaço; construir conhecimento sobre o assunto, colaborar e aprender cooperativamente e ter maior autonomia do sujeito, maior interatividade através do uso da comunicação assíncrona e síncrona; possibilidade de tomada de decisão através do aumento da consciência e desenvolvimento da inteligência coletiva. As tecnologias digitais não foram criadas para a educação, e também não considero que sejam a salvação para todas as suas mazelas. Contudo, compreende- se que elas vêm mudando como são ensinados o tempo todo, o que não pode ser ignorado, não porque esteja na moda, mas porque são estratégias interessantes do momento. A grande questão é refletir se e como a aprendizagem é transformada pela tecnologia, e considerar todas a possibilidades que ela oferece (BUENO, 2014). Assim, a tecnologia digital é um conceito ambíguo que varia segundo o contexto e a perspectiva teórica do autor, pode ser vista como artefatos, culturas, atividades com objetivos específicos, processos criativos, conhecimentos sobre tecnologia e seus respectivos processos, entre outros. Em outra definição da tecnologia, o estudo do uso de ferramentas, equipamentos, máquinas, dispositivos, materiais, visando realizar uma ação intencional e analisar seus efeitos, envolve o uso de uma ou mais tecnologias para alcançar um determinado resultado, isso inclui crenças e valores como a base para a ação e em relação ao desenvolvimento humano estão inter- relacionadas. Destaca-se que as tecnologias digitais de informaçãoe comunicação (TDICs), como é hoje, é o resultado da fusão de diferentes tecnologias como vídeo, TV digital, gráficos, DVD, celulares, MP3, jogos, realidade virtual, etc., que se inter-relacionam para formar novas tecnologias. Neste contexto, as tecnologias digitais, quando relacionadas às telecomunicações, combinam a internet com recursos de navegação, envio e recebimento de textos, imagens, sons e vídeos. Da mesma forma, os telefones móveis ou celulares já contêm câmeras para captura de imagens, gravadores de som e imagem, videogames, acesso à Internet. Uso de tecnologias digitais na mediatização do processo educativo destaca-se para o novo espaço de ensino que se diferencia do espaço tradicional. No entanto, para potencializar a aprendizagem formal e a formação ao longo da vida, é importante 32 ir além da possibilidade de adquirir diferentes objetos de produção e distribuir riquezas simbólicas e materiais. As tecnologias digitais associadas à Internet possibilitam a ampliação das relações humanas e o acesso à informação, entre outras ações. Muitos professores desconhecem essas possibilidades. Para mudar isso, os professores precisam entender, experimentar e pesquisar tecnologias digitais. As tecnologias digitais como a Internet ampliaram o alcance de nossas interações para além dos limites geográficos das comunidades tradicionais, ampliando as possibilidades de comunidade e exigindo novos tipos de comunidades baseadas em práticas compartilhadas. É importante definir alguns dos termos usados aqui. Termos como, 'ambiente digital', 'rede social' e 'comunidade virtual' referem-se a espaços de educação a distância (EaD) que os professores utilizam para aprender ou ensinar na educação formal, institucional ou não formal (BUENO, 2014). De acordo com isso, define-se o conceito de comunidade na Internet como uma agregação de laços sociais que surgem quando um número suficiente de pessoas se envolve em discussões públicas por tempo suficiente para desenvolver uma rede de relacionamentos. A ideia de uma comunidade virtual inclui a promessa de intimidade e camaradagem, relacionamentos mais simples e confortáveis. Não é tão simples assim, mas muitas pessoas já passaram por isso, na prática. A efetiva contribuição aplicada à educação fica evidente quando a tecnologia digital é utilizada como elemento intermediário entre o conhecimento científico e a experiência vivida de quem usa a tecnologia para ler o mundo, como pensamento expresso, por meio, de palavras combinadas com outras formas. Assim como, as múltiplas mídias e linguagens das tecnologias digitais, para o estabelecimento de diálogo com os pares e também para a produção colaborativa de conhecimento. Com o advento das tecnologias digitais e, mais especificamente, dos ambientes virtuais de aprendizagem, houve uma crise de paradigmas na educação. Essa mudança de paradigma se deve à necessidade de atualização e foco em novos caminhos de aprendizagem diante de novos perfis de sujeitos, novas formas de pensar, novas ferramentas, menos lineares e mais hipermidiáticas, focalizando um novo caminho para a aprendizagem. Adaptar espaços virtuais à educação é mais do que apenas converter o conteúdo de uma sala de aula presencial para uma virtual. Essa é uma tarefa que exige muita disciplina e pesquisa. O uso da tecnologia na formação de professores 33 tem sido referência na busca por uma educação de qualidade e oportuniza que os alunos-educadores reflitam sobre sua prática, analisem e comparem seus conhecimentos para estimular a construção permanente do seu conhecimento, fruto de uma interação entre seus pares (BUENO, 2014). A alternância em ambientes digitais pode ser um processo valioso para a busca de informações durante a construção do conhecimento, gerando ambientes interativos que facilitam e motivam o aprendizado, e coletar dados irrelevantes que não agregam à qualidade do ensino pode ser uma distração e inútil. Estudantes de todo o mundo está escolhendo a educação a distância como uma alternativa à instrução presencial. Conforme observado acima, um em cada quatro alunos de graduação nos Estados Unidos fez pelo menos um curso a distância. O conceito de aprendizagem comunitária influencia a teoria e a prática em muitos níveis. As comunidades virtuais não são limitadas por estruturas formais: elas criam conexões entre pessoas ao focar em aspectos específicos das capacidades exigidas de uma organização. No entanto, as propriedades exigidas das comunidades virtuais, como autonomia, orientação profissional e informalidade, tornam seu uso um desafio para as empresas. Uma organização hierárquica mais tradicional, como uma instituição escolar. As escolas são cada vez mais desafiadas intelectualmente. A comunidade de desenvolvimento profissional tem demonstrado grande interesse nas atividades nesses espaços. Mas no campo da educação, a aprendizagem não é apenas um meio para um fim; é o resultado da interação entre a pessoa, o ambiente e a constituição mental do aluno. A perspectiva de comunidades também é, portanto, relevante nesse nível. Nas escolas, a mudança é ainda mais profunda porque muda toda a teoria da aprendizagem. Isso inevitavelmente levará mais tempo. Nessa perspectiva, a escola não é um lugar privilegiado de aprendizagem, nem um mundo fechado onde os alunos adquirem conhecimentos para serem aplicados no mundo exterior, mas como parte de um sistema de aprendizagem mais amplo. A sala de aula não é o principal local de aprendizagem. A própria vida é o principal evento de aprendizagem. Escolas, salas de aula e cursos de formação ainda têm um papel a desempenhar na concretização desta visão, mas devem servir ao aprendizado que está acontecendo no mundo (BUENO, 2014). 34 A partir dessas experiências já mencionadas, podemos deduzir que há complexidade na vida. A vida é complicada. Mas quando o pensamento complexo é visto como uma das formas de mudar o comportamento educacional, o paradigma atual, o modelo tecnológico de transmissão de informações, não se aplica mais. Além de não destruir a possibilidade de um ensino inovador, essas práticas não consideram as expectativas dos educandos. Reitera-se que o mero uso de tecnologias digitais para promover o currículo não implica por si só a inovação ou mudança de paradigma, nem subscrevo a ideia de abandonar o que já existe em termos de formação continuada de professores. Pois, é necessário vivenciar uma nova forma de educar do atual momento sócio histórica pautada na complexidade e no pensamento sistêmico, enfatizando a dimensão ontológica que é a concepção de mundo do professor. Contudo, os recursos tecnológicos se totalmente utilizados em serviços de aprendizagem, abre a possibilidade didáticas e formativas. Assim, torna-se uma prática inovadora, incluindo as propostas para permitir o desenvolvimento de novas tecnologias de informação e intercâmbios para expandir os recursos de aprendizagem. Os paradigmas inovadores, emergentes ou complexos apresentam uma reflexão e uma mudança na educação que requerem a interligação de múltiplas abordagens, visões e âmbitos. No início de século XXI, os paradigmas de inovação surgiram sob diferentes nomes, incluindo: sistêmico, emergente ou complexo. Hoje se fala muito em complexidade, sistemas complexos, complexidade das organizações, complexidade da sociedade, mas essa teoria não é nova; o seu reconhecimento pela ciência é que é recente. Contudo, para pensar de uma forma complexa é preciso mudar crenças muito básicas: ao invés de acreditar que os indivíduos serão objetos de estudo, é preciso definir bem, é preciso acreditar que as pessoas sempre estudam ou lidam com objetos em um contexto, e esse contexto não se refere apenas ao ambiente, mas ao relacionamento entre todas as pessoas envolvidas. Contextualizar é colocar o objeto de voltano contexto, ou seja, vendo ele existir no sistema, olhando as interconexões, interagindo com outros sistemas como uma rede interconectada que pode ser chamada de comunidade (BUENO, 2014). Neste contexto, no próximo tópico vamos apresentar o uso pedagógico das tecnologias digitais nas práticas pedagógicas, para que você compreenda como este avanço tecnológico auxilia na aprendizagem atualmente. 35 3.2 Uso pedagógico das tecnologias digitais nas práticas pedagógicas Com o avanço da tecnologia em nossa sociedade, os computadores tornaram- se uma ferramenta eficaz para que os professores introduzam o uso da tecnologia digital na educação em sua prática docente, proporcionando assim aos alunos novas formas de acúmulo de conhecimento. Com o potencial das tecnologias digitais, os professores poderão desenvolver métodos que facilitem o processo de construção do conhecimento e o apoio de recursos tecnológicos. As contribuições pedagógicas para uma atividade pedagógica voltada para o sujeito requerem, coisas mais atuais, tais como, o uso das mídias e das tecnologias da educação. Os professores devem ter acesso aos aparatos tecnológicos, não apenas para uso próprio, mas também para utilizar esses recursos em sala de aula para facilitar o aprendizado dos alunos (SILVA, 2011). O uso de mídias e tecnologias educacionais possibilita aos professores realizar atividades pedagógicas inovadoras onde os computadores podem ser considerados ferramentas de apoio que facilitam o processo de ensino e aprendizagem, oportunizando aos alunos a utilização dos computadores para novas descobertas. Além dos textos escritos, os professores poderão apresentar práticas pedagógicas, além da comunicação oral e escrita, comunicação visual em filmes, jogos educativos, que facilitarão o aprendizado e poderão complementar a comunicação virtual no ambiente escolar. Mas para redefinir esse ato de ensinar, os professores devem ter um conhecimento básico do uso de dispositivos tecnológicos no ensino. Aulas para estimular a interação, o interesse e a curiosidade do aluno em descobrir diferentes formas de comunicação e aprendizado. Esse tipo de aprendizado não é tanto sobre a aquisição de usos codificados, mas sobre o domínio da base de conhecimento das ferramentas intelectuais, que podem ser vistas, tanto como um meio, quanto, como uma finalidade da vida humana. Meio, porque todos devem aprender a entender o mundo ao seu redor, pelo menos na medida necessária para viver com dignidade e desenvolver habilidades profissionais e de comunicação. Com o objetivo de compreender, de conhecer, de descobrir. 36 O aluno que está desenvolvendo o processo de aprendizagem assume o papel de aprendiz, pois busca aprender e desenvolver um papel significativo com seus professores e colegas, e se diverte mais em sala de aula. Portanto, é importante que os professores estejam abertos a encontrar formas inovadoras de despertar o interesse e a curiosidade dos alunos nas diversas atividades propostas em sala de aula. É importante que o envolvimento individual e do grupo possa se unir para tornar a aula divertida e agradável, para que os futuros alunos possam obter uma perspectiva mais ampla do mundo em que vivem. O modelo desenvolvido usando mídia integrada é, um avanço, pois aumenta a possibilidade de múltiplas representações, incorporando o conteúdo com a promoção efetiva do diálogo entre todos os participantes (SILVA, 2011). Assim, podemos perceber que a educação é uma combinação e essas mudanças na sociedade tiveram um forte impacto no trabalho efetivo dos professores e na forma como os alunos interagem com a diversidade de dispositivos de informação e tecnologia existentes na sociedade. Esta realidade, no que lhe concerne, tem suscitado novos desafios para a humanidade, entre os quais Isso é constantemente desafiado pela criação de novas dinâmicas de ação em diferentes espaços de interação e convivência social. Necessidade de compreender a existência de um novo movimento sociocultural, a cultura de rede (GUARAZI; MATOS, 2009). Dando continuidade ao assunto, vamos finalizar o conteúdo tratando sobre as tecnologias digitais nos processos e práticas pedagógicas: os desafios aos professores. 3.3 Tecnologias digitais nos processos e práticas pedagógicas: os desafios aos professores A tecnologia está presente no nosso quotidiano e tem sido explorada em profundidade no nosso quotidiano pessoal e profissional, assim as escolas, como extensão da nossa experiência, sempre desafiaram em relação à procura de conhecimento. Nesse sentido, a tecnologia é uma ferramenta de informação e comunicação que muda o comportamento e o pensamento das pessoas contemporâneas (PINTO, 2010). 37 O desenvolvimento da técnica, da ciência e da tecnologia devem ser compreendidos conforme a relação com as especificidades sociais, políticas, econômicas e culturais. Essas atividades constroem relacionamentos entre as pessoas e a natureza; é o esforço humano para criar a capacidade de superar a dificuldade das barreiras naturais. Nesse sentido, pode-se dizer que as histórias do homem e da tecnologia estão entrelaçadas, e que a tecnologia é tão antiga quanto o homem. Ela, a tecnologia, originou-se no uso de objetos que se transformaram em instrumentos naturais; estes se complexificaram na construção das sociedades humanas (PINTO, 2010). Mesmo inconscientemente, nos tornamos sujeitos técnicos, ato que continua buscando adaptações aos complexos componentes da formação contínua. Devemos lembrar que muitos educadores estão se modernizando para mudar e repensar como ensinam e se adaptam ao mundo digital. Para reforçamos esse pensamento, o valor da tecnologia na educação vem inteiramente de sua aplicação. Saber orientar o uso da Internet em sala de aula deve ser uma atividade de muita responsabilidade, por exigir a atenção do professor, numa vista progressista, de forma que complementa o desenvolvimento das habilidades cognitivas que influenciam o aluno a refletir e compreender, de acordo com que acessam, armazenam, manipulam e analisam as informações que sondam na Internet (ARAÚJO, 2005). A compreensão dessa realidade se torna cada vez mais evidente em nossas vidas, tendo em vista que sociedade está cada vez mais acostumada com a tecnologia, busca-se adaptação e novas modalidades de ensino, seja como pesquisadores, acadêmicos e educadores, ou mesmo alunos do ensino fundamental. No entanto, no mundo em que vivemos, muitas vezes encontramos educadores ansiosos para transformar suas práticas de ensino usando máquinas ou outras tecnologias como ferramentas de ensino (LAW, 2004). Conforme MORAN (2007), na era do conhecimento, distribuir conhecimento é distribuir renda. Não há desenvolvimento sem inovação tecnológica e não há inovação sem pesquisa, educação e escola." Entendemos, portanto, que a tecnologia pode ser entendida como uma forma de sobrevivência em uma sociedade tão competitiva, portanto, ao ingressar na escola, o conteúdo resultante deve trazer uma preparação para o futuro. Essa sugestão de pesquisa enfrenta o seguinte dilema, nomeadamente um educador para ser inovador em sua área precisa ser orientado pelo uso da 38 tecnologia por parte da equipe gestora da escola, para que ao trabalhar com os alunos sejam motivados a interagir com as máquinas e os recursos disponíveis. A educação no mundo de hoje tende a ser orientada para a tecnologia, por isso, há uma necessidade de compreensão e interpretação do professor e do aluno sobre essas novas tecnologias. A partir da utilização da tecnologia no ambiente escolar, são evidentes as diferenças nas atitudes dos professores frente aos novos desafios, como a satisfação em se envolver com realidades tecnológicas ou a ansiedade diante de novas mudanças. No caso dos alunos, também ocorreram mudanças,pois, eles ficaram mais motivados a estudar e aprender, e as aulas passaram a ser menos expositivas (THOALDO, 2010). Assim, as escolas devem atualizar seu currículo para se adequar ao mundo tecnológico, buscando a novidade para superar os vestígios do ensino antigo como o quadro-negro, mas que precisa ser apoiado. Embora seja brilhante ao garantir que a tecnologia esteja gradualmente engolindo as escolas, simultaneamente, Drucker (1994) destaca a seriedade de repensar o desempenho e a função social da educação escolar, seu foco, seu objetivo, mas, sobretudo porque irá nos impelir a produzir coisas novas e não porque irá consentir que improvisassem melhor as coisas velhas. O desafio para os professores hoje é reconhecer os novos modos de comunicação e as linguagens existentes na sociedade que devem possibilitar parte da sala de aula, não como um dispositivo tecnológico que imprimem o ensino moderno, mas conhecendo o potencial e as TICs podem contribuir para o ensino como recursos e apoio pedagógico às aulas presenciais e ambientes de aprendizagem no ensino à distância (DRUCKER,1994). Portanto, é preciso considerar a função das escolas e dos educadores, criar caminhos para que os alunos aprendam. Nesse caso, a tecnologia designa um novo ambiente para o desenvolvimento de atividades em que os educadores podem, por exemplo, tornar as salas de aula mais interessantes com salas de aula interativas que usam computadores, inovar com pesquisas na Internet, criar páginas que se comuniquem com os alunos e desenvolver aulas virtuais tanto em grupos, discussões e produções digitais, ou seja, cursos vivenciais, dentro das propostas de ensino da escolar (MENDES, 2009). 39 Partindo do pressuposto de que a escola é parte fundamental da transformação educacional,., além disso, compreende-se que o ensino não evolui com profissionais desconectados da tecnologia e mal preparados ao lidar com as mesmas. Persistem entre muitos educadores os estereótipos de que muitos educadores estão ensinando sem treinamento adequado ou fora de sua área, e continuam as críticas de que mesmo que se conheça o conteúdo, não se consegue administrar bem as salas de aula, há falhas para motivar os alunos, em aplicar dinâmicas para aprender e, não se utilizam novas avaliações. Dentro dessa perspectiva, Moran (2007) afirma que o número de aulas continua crescendo, e os professores tendem a reproduzir rotinas e modelos; fazendo o mínimo de atividade possível para reduzir o tempo de correções Hoje, as políticas públicas debatem se as escolas ou outras instituições de ensino supervisionam os alunos, mesmo à distância, realizando atividades virtuais que estimulem os alunos a se estabelecerem como pesquisadores. Mas talvez isso só aconteça se as escolas forem devidamente capacitadas para trabalhar em salas de aula que enfatizem a virtualidade, e não quando conteúdos soltos, sem planejamento e estrutura não permitem que os professores adquiram maior capacidade de fazer acontecer na aprendizagem de modo a questionar, criar e provocar o aluno (NOVAIS, 2004). Conseguir alguns computadores é apenas o começo, na sequência é necessário conectá-los à internet e desencadear uma busca interna e outra campanha de intercâmbio. No entanto, cabe ao professor confiar que esta aprendendo fazendo e não esperando passivamente a iniciativa do currículo e da hierarquia administrativa (FAGUNDES ,1999) Contudo, os professores pesquisadores estão sempre um passo à frente na construção do conhecimento. Um professor que usa a pesquisa, não só para ensinar em sala de aula, mas para estimular a reflexão, a crítica, é o aprendizado mais amplo em que os alunos buscam saber mais e fazer melhor. O professor deve estar sempre na construção do conhecimento para que os maiores beneficiados que sejam seus alunos, pois a pesquisa constrói conhecimento sobre uma gama mais ampla de assuntos que pertencem ao seu cotidiano. Por meio da pesquisa, professores e alunos podem conhecer e descobrir diferentes recursos e materiais que podem ser utilizados como motivadores de aprendizagem e estimular a exploração de novos 40 conhecimentos. Dessa forma, professores e alunos podem construir novos conhecimentos para oferecer soluções para problemas no ambiente escolar (NOVAIS, 2004). Moran (2007) defende o papel do educador como orientador e mediador do processo de aprendizagem dos alunos, e confirma alguns aspectos relevantes desse processo como: Intelectual: para informar, ajudar a escolher as informações mais importantes para que o aluno possa trabalhar com elas de forma significativa, avaliando- as conceitual 8 e eticamente para adaptá-las ao seu contexto pessoal; emocional: para incentivar, motivar, estimular, organizar os limites com equilíbrio, credibilidade, autenticidade e empatia; gerencial e comunicacional: o organizador das atividades que envolvem principalmente grupos ou equipes de trabalho pedagógico. O professor ajuda a desenvolver todas as formas de expressão, de interação, de sinergia, de troca de linguagens, de conteúdos e tecnologias; ético: orienta o aluno a assumir e vivenciar valores construtivos, tanto individual quanto socialmente, e organizar seu quadro referencial de valores, ideias, atitudes a partir de conceitos como liberdade, cooperação, integração social, etc. (MORAN, 2007, p. 78). À medida que os autores de referência fazem essas afirmações, nota-se que os educadores são atores fundamentais nas interações escolares e que deve existir uma relação de diálogo no ambiente de aprendizagem, seja uma sala de aula ou um laboratório de informática, isso é auxiliado por mídias educacionais, mas essencialmente acontece pela ação humana: ou seja, ora pelo sujeito que aprende, ora pelo sujeito que acompanha e mobiliza para realizar tal ação (PERNÍAS, 2002). Nesse sentido, citamos a contribuição de Pernías (2002), que, em sua análise sobre as vantagens da educação tecnológica, diz que a melhor e maior vantagem é que os alunos podem ser atendidos de forma mais pessoal e o professor pode fazer conexões que não faria quando estivesse na frente deles. A tecnologia nos permite fazer isso. De alguma forma, professores e alunos que usam a tecnologia podem ter conhecimento muito além. Isso já era possível na pedagogia clássica, pois, os alunos podiam trocar cartas com os alunos de outro lugar. Hoje, graças à tecnologia e à Internet, podemos não apenas escrever cartas, mas também conhecer outras pessoas em menos tempo, o que nos permite ficar mais próximos delas. Pode-se assim reconhecer que, como agentes facilitadores de grupos e vínculos, os educadores devem ser responsáveis por projetar um espaço estimulante, confortável, criativo e favoreça a aprendizagem. Este é um dos pilares importantes em uma relação dialógica, comunicação e na interação, alguns pontos atribuídos ao 41 trabalho docente. A tecnologia digital por si só não mudará o processo de ensino e aprendizagem dos alunos. Com isso, a defesa é que a tecnologia seja utilizada em caráter pedagógico, ou seja, para potencializar o aprendizado, a leitura e a escrita dos alunos em diversas disciplinas do currículo escolar. Mendes (2009) criticou as escolas pela falta de exploração de outras linguagens além do quadro-negro para explorar os computadores sem medo, agregando novas práticas ao currículo e às disciplinas. Assim, as escolas precisam inovar colocando os atores de seus serviços na frente dos computadores e deixando que eles gerenciem em parte seu próprio aprendizado. Existe também o complexo de inferioridade do professor diante da máquina, pois a sala de aula não é mais o único local onde ele pode atuar, pois, ao colocar os alunos em frente ao computador, o professor automaticamente não é mais o centro das atenções na sala de aula. Os aprendizes passam a gerir a própria aprendizagem, mesmoem partes. No primeiro momento, a sensação de desconforto pode ser considerável para o professor, pois suas habilidades de gerenciamento de classe não se aplicam mais no novo ambiente (MENDES, 2009). Portanto, a busca por um laboratório de informática é um passo importante, mas só isso não é suficiente para implementar uma cultura de TDICs nas escolas públicas brasileiras, o maior desafio é despertar a disposição e a motivação dos educadores para saírem de sua zona de conforto e participem da inclusão incluindo o uso do computador em uma nova linguagem, trazendo a tecnologia para a realidade escolar. A nova tecnologia traz os seres humanos para a era da comunicação universal, remove a distância, ajuda muito a moldar sociedade futura e, como tal, não corresponderá a nenhum modelo anterior. As informações mais rigorosas e mais atualizadas podem ser postas ao dispor de quem quer que seja, em qualquer parte do mundo, muitas vezes, em tempo real, e atingem as regiões mais recônditas. As próprias escolas tornam-se um terreno fértil para o trabalho e a superação de barreiras que excluem os alunos da alfabetização digital, mesmo que muitas se integrem ao simples uso da tecnologia em seus celulares ou smartphones, pois, as ferramentas tecnológicas são, simultaneamente, amplamente solidárias e sofisticadas, as informações devem vir da infraestrutura de informática disponível no laboratório para dar conta das metodologias claras e avaliações fundamentadas (MENDES, 2009). 42 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALONSO, K.M. 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