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BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 2 SUMÁRIO 1- BIOSSEGURANÇA RELACIONADA À PRÁTICA DE MICROAGULHAMENTO 3 2- ANTES E DEPOIS 9 3- MICROAGULHAMENTO 11 4- TAMANHO DE AGULHA NO MICROAGULHAMENTO: QUEM PODE O QUÊ? 15 5- LEGISLAÇÃO 20 6- ANATOMIA, HISTOLOGIA E FISIOLOGIA DA PELE 37 REFERÊNCIAS BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 3 1- BIOSSEGURANÇA RELACIONADA À PRÁTICA DE MICROAGULHAMENTO O microagulhamento é usado para o tratamento de várias disfunções da pele, como problemas de pigmentação, rugas, acne e cicatrizes pós-queimaduras, e também no rejuvenescimento facial como parte da terapia de indução de colágeno e para veiculação de princípios ativos. Orentreich e Orentreith foram os primeiros a relatar a utilização de agulhas com o objetivo de estimular a produção de colágeno no tratamento de cicatrizes deprimidas e rugas, técnica difundida com o nome de subcisão. Seus estudos foram confirmados por outros autores, que se basearam no mesmo preceito de ruptura e remoção do colágeno subepidérmico danificado seguidas da substituição por novas fibras de colágeno e elastina. (CAMIRAND et al.,1997) Logo após, Fernandes D. (2006) relata uma proposta de utilização de um sistema de microagulhas aplicado à pele com o objetivo de gerar múltiplas micropunturas, http://blogcasadaestetica.com.br/microagulhamento-sem-erro/ BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 4 longas o suficiente para atingir a derme e desencadear estímulo inflamatório que resultaria na produção de colágeno. Para executar o procedimento é utilizado um instrumento constituído por um rolo de polietileno encravado por agulhas de aço inoxidável e estéreis, alinhadas simetricamente em fileiras, perfazendo um total de 190 a 540 unidades, variando segundo o fabricante. O comprimento das agulhas se mantém ao longo de toda a estrutura do rolo e varia de 0,25mm a 3mm de acordo com o modelo. E a Biossegurança na estética? Como funciona no microagulhamento? A Agência Nacional de Vigilância Sanitária descreve Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 63 de 25/11/2011 a emenda para Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para os Serviços de Saúde e/ou RDC nº50 de 21/02/2002. Nela, estão descritas características essenciais para montar um local seguro para realizar os procedimentos terapêuticos. Irei para um ponto que anda levantando muita polêmica que é a relação das luvas de procedimento para uma técnica como essa. Segundo a norma, as luvas devem ser descartáveis e nunca devem ser reaproveitadas. Teoricamente seguro, porém sabemos que o tecido a ser agredido pela técnica de microagulhamento, ou seja, nossa epiderme e derme, é um tecido de proteção, serve como barreira entre o organismo e o meio ambiente, portanto, está em contato com micro-organismos o tempo inteiro. http://blogcasadaestetica.com.br/limpeza-de-pele-profissional-de-estetica/ http://blogcasadaestetica.com.br/limpeza-de-pele-profissional-de-estetica/ http://blogcasadaestetica.com.br/biosseguranca-na-estetica-microagulhamento/biosseguran%C3%A7a na est%C3%A9tica BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 5 Seguem algumas orientações de biossegurança na estética que garantem a total segurança da paciente no microagulhamento: 1º Ponto – Antissepsia É o processo de eliminação ou inibição do crescimento dos micro-organismos na pele ou em outros tecidos vivos. É realizada através de antissépticos que são formulações hipoalergênicas e de baixa causticidade. Os antissépticos podem ser classificados como agentes bactericidas devido à sua capacidade de destruir as bactérias nas formas vegetativas ou como agentes bacteriostáticos, quando apenas inibem o crescimento destes micro-organismos. O melhor antisséptico para as luvas de procedimento antes do microagulhamento é o Gluconato de Clorexidina. Essa substância está disponível sob a forma de solução degermante, alcoólica e aquosa. A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, em 2013, atualizou os dados deste poderoso antisséptico e concluiu que a clorex, como nós conhecemos, tem efeito bactericida para cocos Gram positivo e bacilos Gram negativos, efeito viruscida contra vírus lipofílicos (Influenza, Citomegalovírus, Herpes, HIV) e ação fungicida, mesmo na presença de sangue e demais fluidos corporais, e ainda tem efeito residual de aproximadamente 6 a 8 horas por ação cumulativa. Então, sugiro em meus cursos que a luva seja esterilizada com essa solução antes de iniciar o procedimento. Devemos fazer a assepsia do tecido que será tratado e, para isso, podemos usar a mesma solução ou o equipamento de alta frequência que através do faiscamento indireto do gás ozônio tem efeito bactericida e fungicida. Com isso, garantimos uma técnica segura, não somente pela luva como o tecido íntegro pronto para receber a lesão. BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 6 É muito importante e já serve como dica para qualquer outro procedimento que acompanha a esfoliação tecidual ou qualquer outro tipo de agressão mesmo que mínima que a assepsia do tecido seja realizada. Ou seja, antes da esfoliação, da limpeza de pele, da carboxiterapia, do eletrolifting, eletrolipólise, microdermoabrasão, dermopuntura, micropigmentação de sobrancelha, até mesmo os serviços de manicure e pedicure pedem uma higienização como essa. Trata-se de SAÚDE! Então, tanto as luvas como o tecido devem ser HIGIENIZADOS E DEVIDAMENTE DESCONTAMINADOS! 2° Ponto – Instrumento com Registro na ANVISA Sabemos que, como qualquer outra técnica, existem os aparelhos que possuem o registro e outros não e mesmo assim são comercializados no mercado paralelo. Porém, quando falamos de rollers, esses principalmente devem ter! Olha só como é importante… Algumas marcas sem registro, na extremidade das agulhas, não apresentam uma ponta fina e pontiaguda, muitos têm em sua extremidade uma haste como se fosse uma extensão na horizontal que pode provocar rasgos e não punturas no tecido (ESTRAGO). http://blogcasadaestetica.com.br/limpeza-de-pele-profissional-de-estetica/ http://casadaestetica.com.br/estetica/acessorios-estetica/microagulhas-derma-erase-com-540-agulhas-de-aco-inoxidavel BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 7 Sem contar nos materiais que são utilizados para produzir as agulhas, muitas vezes, metais pesados e alergênicos, o modo de esterilização e descontaminação também é importante. Os rollers que possuem o registro passam por um processo de esterilização com raios gama que consiste na exposição dos produtos à ação de ondas eletromagnéticas curtas, geradas a partir de fontes de Cobalto 60 em um ambiente especialmente preparado para esse procedimento. As ondas eletromagnéticas possuem grande poder de penetração, os organismos podem ser alcançados onde quer que estejam, tanto em embalagens lacradas como em produtos acondicionados das mais variadas maneiras, o que garante a total eficácia do processo. 3º Ponto – Profundidade das agulhas. Até onde cada profissional pode ir? Segundo Negrão (2016), “As técnicas vão sendo desenvolvidas e incorporadas a algumas profissões, seus Conselhos baixam portarias para auxiliar os profissionais em como proceder e como estarão apoiados por seus Conselhos”. Ela aconselha também a eleger a profundidade de acordo com a habilitação para tratar a complicação. Ou seja, quanto maior a agulha, maior a profundidade de penetração, maior o processo inflamatório e maiores os riscos de complicações. Roller maior que 2,0mm gera intensa inflamação, pode gerar hematomas, tram-treck, e se não usados produtos livres de contaminantes, descartáveis estéreis e demais itens de biossegurança na estética, podem ser fontes de contaminações, causar granulomas e necessário medicações e em alguns casosaté internação. Caso seu paciente/cliente tenha uma reação alérgica ou outra complicação que necessite de http://casadaestetica.com.br/estetica/acessorios-estetica/microagulhas-derma-erase-com-540-agulhas-de-aco-inoxidavel BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 8 medicações, você deverá encaminhá-lo ao profissional que possa tratá-lo de forma adequada. (NEGRÃO M., 2016) BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 9 2- ANTES E DEPOIS BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 10 BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 11 3- MICROAGULHAMENTO O Microagulhamento ou Indução Percutânea de Colágeno (IPCA), surgiu na Europa durante os anos 90 e somente em 2006 começou a ganhar o mundo. Este é um procedimento simples, minimamente invasivo, de baixo custo e que traz excelentes resultados à tratamentos faciais. Ainda mais quando associado a outros procedimentos como os de Preenchimento Facial, por exemplo. O instrumento para aplicação da técnica de microagulhamento é o roller, um rolo composto por microagulhas de material inoxidável. Parece agoniante imaginar um rolo de agulhas deslizando sobre o rosto? Se a resposta é sim e você tem medo do seu paciente sentir dor, te xingar e nunca mais voltar ao consultório, fique sossegado! Pois o uso de creme anestésico, permitirá que o tratamento corra de forma tranquila e a pele receba o procedimento sem dor alguma. Ação e Benefícios Para aplicar o procedimento de microagulhamento, não basta somente comprar o roller, seguir as instruções do rótulo e ser feliz. É preciso estudar, praticar e respeitar as técnicas que envolvem este tipo de procedimento, para evitar complicações. Uma delas consiste em pressionar o roller, de forma moderada, sobre a pele do paciente e no sentido contrário às Linhas de Langerhans. A ação das agulhas causa microlesões na pele, que provocam uma reação inflamatória cicatricial benéfica para o organismo. Em outras palavras, ocorre leve sangramento por conta das microlesões que obrigam a pele a se regenerar. https://diogomelo.com.br/linhas-de-langerhans-no-mapeamento-facial/ BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 12 A estimulação de produção de colágeno e fibras naturais da pele, o aumento da vasodilatação e melhoria da circulação sanguínea, são alguns dos benefícios. A sequência de aplicações pode variar de caso para caso e deve ser feita em intervalos regulares, que costumam ser mensais. Após a cicatrização surge uma pele mais resistente, realinhada, com textura e brilho renovados, pronta para receber outros procedimentos. Indicações de Tratamento O microagulhamento é indicado para o tratamento facial de: Cicatrizes Cicatrizes de Acne Rugas Poros Dilatados Flacidez Melasma Hiperpigmentação Além disso, é um excelente veículo para entrega e potencialização de fármacos através da pele. Por outro lado o microagulhamento é contraindicado em casos como: Lesões de acne inflamatórias ativas Lesões pré-neoplásicas Infecções Irritação na pele Uso de anticoagulantes ou AAS Doenças autoimunes Distúrbios do colágeno. Posso fazer microagulhamento por conta própria? BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 13 Você certamente já ouviu a frase "Crianças, não tentem isso em casa". Então, a recomendação é não fazer o microagulhamento por conta própria. Apesar do roller ser um dispositivo de valor acessível, fácil de encontrar e comprar online, não significa que qualquer pessoa possa usá-lo. A alternativa do "faça você mesmo" pode custar caro para a pele. Em primeiro lugar, não permitido o uso de qualquer aparelho pois a ANVISA regula sua origem, qualidade, composição e autoriza apenas algumas marcas. A marca mais conhecida e utilizada por profissionais é a Dermaroller®. Complicações são possíveis caso os protocolos de microagulhamento sejam ignorados e executados por não profissionais. Por exemplo, a pressão do roller aplicada no sentido errado sobre a pele, pode causar escoriações, marcas e manchas indesejadas. E em alguns casos podem ocorrer infecções leves ou até mesmo generalizadas. Isso por conta da ação de entrada e proliferação de bactérias, devido à higienização e preparação inadequados, tanto da pele quanto do ambiente, por exemplo. Somente um especialista pode avaliar o paciente, determinar a espessura das agulhas adaptadas à necessidade do caso, quantidade de sessões, preparação pré tratamento e fármacos pós procedimento. Em resumo, a Anamnese e o estudo são indispensáveis. E a resposta para a pergunta desta publicação? Agora que já conversamos resumidamente sobre microagulhamento, é preciso responder a pergunta que deu origem a esta publicação. Microagulhamento ou Preenchimento: O que fazer primeiro? Eu, Diogo, particularmente acredito que tudo depende do caso e da fisiologia do paciente. Em peles maduras por exemplo, prefiro e recomendo iniciar com o microagulhamento antes do preenchimento. BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 14 Saiba mais no vídeo a seguir, onde eu conto o motivo da pele madura não alcançar (na maioria dos casos) o resultado desejado com preenchimento de ácido hialurônico, se não for preparada antes pelo microagulhamento BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 15 4- TAMANHO DE AGULHA NO MICROAGULHAMENTO: QUEM PODE O QUÊ? Essa, sem dúvida nenhuma, é uma das perguntas que mais recebo através das redes sociais e de do meu site. Até que tamanho de agulha eu posso usar? A resposta não é tão simples, sabe por que? Porque não há legislação para isso e essa escolha vai muito além do que simplesmente eu posso ou não usar determinadas coisas. Conforme as técnicas vão sendo desenvolvidas e incorporadas a algumas profissões, seus Conselhos baixam portarias para auxiliar os profissionais em como proceder e como estarão apoiados por seus Conselhos. O que eu recomendo, como alguém que estuda muito a técnica, é que vários fatores sejam levados em consideração ao escolher o tamanho da agulha. Por exemplo, vejo muitos profissionais querendo agulhas cada vez maiores e já é bem embasado na literatura que não há necessidade de usar agulhas maiores que 1,5mm e que é melhor mais sessões de agulhas menores do que uma sessão de 3,0mm por exemplo. Outra questão é: não é o tamanho da agulha que é indicado para determinada alteração estética. Por exemplo, se o paciente tem estrias devo usar acima de 1,5mm? O que determina a escolha da agulha não é a lesão e sim a pele, sua espessura, seu comprometimento e demais fatores. Linhas perioculares são rugas e podem ser profundas e nem por isso vou usar uma agulha de 1,5mm. Anamnese e estudo são fundamentais. Capacitação, compreensão da técnica e seu mecanismo de ação, são fundamentais para que o profissional obtenha sucesso na mesma. Sempre digo aos meus aluno que passar o roller na face é relativamente simples, mas há várias questões envolvidas: tipo de lesão, espessura da pele, alterações locais e sistêmicas, medicações tomadas pelo paciente, recursos eletroestéticos e manuais realizados, antes e após o procedimento, home care e uma infinidade de fatores relacionados a prática da técnica, que vão desde a escolha de uma aparelho até o jeito correto de manuseá-lo. BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 16 Uma das coisas que limitam os profissionais é a dor. Quanto maior a agulha, maior a dor e maior a necessidade de anestesiar. Quando falamos em anestésico entramos na limitação de diversas profissões. Então o que nos limita não é a agulha em si, mas a necessidade de fazer uso de anestésico. Agulhas até 1,0mm costumam ser bem toleradas pela maioria da população com uso de anestésico tópico vendido sem receita em farmácias, agulhas maiores, na grande maioria das vezes,exigem bloqueio anestésico e somente profissionais autorizados por seus Conselhos a executarem esse procedimento ou que possuam anestésicos mais potentes (geralmente vendidos com receita) conseguirão trabalhar oferecendo conforto a seu paciente/cliente. Portanto, a dor e a necessidade de usar o anestésico são fatores limitantes para escolha do tamanho da agulha. Outro ponto importante é o risco de complicações e habilitação para tratar as mesmas. Quanto maior a agulha, maior a profundidade de penetração, maior o processo inflamatório e maiores os riscos de complicações. A meu ver o profissional só deveria realizar um procedimento que ele tenha capacidade e autonomia para tratar as complicações. Roller maior que 2,0mm gera intensa inflamação, pode gerar hematomas, tram-treck, e se não usados produtos livres de contaminantes, descartáveis estéreis e demais itens de biossegurança podem ser fontes de contaminações, causar granulomas e necessário medicações e em alguns casos até internação. Caso seu paciente/cliente tenha uma reação alérgica ou outra complicação que necessite de medicações você deverá encaminha-lo ao profissional que possa tratá-lo de forma adequada. Não se esqueça de fazer uso de um bom aparelho. Existem aparelhos com certificação da Anvisa, porém que não apresentam uma punctura adequada. Ouço pessoas falando que usam roller de 1,5mm quando veem o que o aparelho que uso de 0,5mm faz dizem: “Nossa, é outra coisa! O que eu uso não faz isso!”. Testem os aparelhos pois há diferenças gritantes entre eles. Não se esqueçam que o uso do aparelho é único, sendo recomendado o descarte em caixa rígida imediatamente após a sessão pois é norma da Anvisa, além disso as famosas derma pen não possuem registro no Brasil sendo todas ilegais até o momento. Seja ético. BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 17 Mais importante do que o tamanho da agulha é a avaliação e a escolha adequada do aparelho e dos ativos a serem incorporados ao tratamento. Você pode estar tratando uma pessoa de pele madura, com 70 anos e extremamente fina, nesse caso uma agulha de 0,3mm pode fazer sangramento e terá ação terapêutica e não apenas de permeação cosmética. Tudo isso deve ser avaliado já que o intervalo entre as sessões está diretamente relacionado a ação e profundidade de penetração do aparelho. Como podem ver, o assunto é extenso e a capacitação adequada é a melhor saída. Recomendo leitura de livros, artigos científicos e um curso de capacitação com profissionais atualizados, com experiência na técnica e na docência, e dessa forma você poderá usufruir apenas dos benefícios das mesmas. O perigo do microagulhamento caseiro Dermatologistas dizem que tratamento pode causar queimaduras e alergias Na clínica de estética dentro de um shopping na região da Paulista, em São Paulo, um tratamento completo para suavizar manchas de espinha, com algumas sessões de microagulhamento, sai por R$ 7.000, divididos em até 12 vezes. Na internet, o rolinho com 500 microagulhas custa R$ 29. A tentação de resolver o problema em casa é grande, para desespero dos dermatologistas. A internet colabora com o “faça você mesmo”: no YouTube há mais de 85 mil vídeos ensinando como usar o dermaroller (nome de marca alemã que se tornou sinônimo do microagulhamento). Fotos no Instagram de celebridades com pontos de sangue no rosto também ajudaram a popularizar a técnica, iniciada pelas blogueiras coreanas. Entre os vídeos que ensinam como perfurar o rosto, os culotes ou o couro cabeludo está o relato da youtuber Lorena Rodrigues, 25. Com o rosto vermelho e sob o título “Deu Ruim”, ela conta como o tratamento caseiro falhou. BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 18 A estudante de veterinária comprou o aparelhinho pela internet e conseguiu cremes à base de vitamina C e ácido hialurônico com uma amiga que trabalha em uma clínica de estética. “Foi um conjunto de erros. Eu passei a pomadinha anestésica que veio junto com o roller, não senti mais nada e acho que passei com muita força.” Os cremes pioraram o quadro. Lorena ficou com o rosto queimado e teve de usar pomadas contra queimadura e com antibióticos receitadas por médicos. Até hoje recebe mensagem de pessoas desesperadas porque tiveram alguma reação e estão com o rosto vermelho. A promessa do tratamento é aumentar a produção de colágeno e minimizar marcas. Mas, apesar fama de milagroso nas clínicas de estética, para Sergio Palma, vice- presidente da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), o procedimento ainda não tem eficácia comprovada em estudos, muitos deles com falhas metodológicas. “Mais pesquisas são necessárias para consolidar o microagulhamento como uma opção terapêutica baseada em evidências para o tratamento de cicatrizes, rugas e outras condições de pele”. A lista de perigos também é grande. “Nem toda mancha pode ser tratada como melasma. Sem saber, a pessoa pode fazer um microagulhamento sobre um câncer de pele”, afirma Palma. O dermatologista também alerta para o risco do procedimento em quem tem lúpus e herpes. “Se a pessoa não fizer uma assepsia perfeita do rosto, ela pode acabar se infectando ao perfurar a pele que está cheia de bactérias”, diz o dermatologista Renato Lima. Lorice Issa Miguel, fisioterapeuta especializada em estética, diz ainda que todo o ambiente ao redor precisa estar preparado. “Estamos sempre com luvas, máscara e touca. Todos os instrumentos são esterilizados e os cremes e substâncias que aplicamos na pele têm agentes bactericidas”, diz. Lima diz que as agulhas do dermaroller vão de 0,25 mm a 2 mm de profundidade. “O microagulhamento que dá resultado, que trata marcas severas de acne, por exemplo, são os mais profundos, de 1,5 mm a 2 mm. Menos que isso, no máximo ele vai dar mais viço à pele”, afirma. BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 19 A marca alemã Dermaroller oferece um kit para uso caseiro, com agulhas de 0,2 mm (as opções mais longas são de uso profissional). Há também uma solução de limpeza para o aparelhinho doméstico. A marca não entrega no Brasil. Já a DermaRoller System indica o uso diário do roller de 0,5 mm. está à venda por aqui e possui registro certificação da Anvisa. Procurado pela reportagem, o site dermarollersystem.com.br disse que apenas importa e revende a marca. POLÊMICA O microagulhamento está no grupo dos procedimentos que causam discórdia entre dermatologistas, fisioterapeutas e esteticistas. Palma diz que o microagulhamento é um procedimento estético invasivo e, como previsto em legislação, só deve ter sua indicação e execução feita por médicos. Em setembro de 2017, a Justiça Federal do Distrito Federal suspendeu, por meio de uma liminar, uma resolução do Conselho Federal de Enfermagem que previa a atuação de seus profissionais na área estética. Palma diz que há também uma liminar em trâmite contra as resoluções do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional que permitem a aplicação da técnica. Já a Associação Brasileira de Fisioterapia Dermato-Funcional publicou um parecer em abril de 2016 no qual afirma que os fisioterapeutas podem realizar o microagulhamento. No início do mês, a profissão de esteticista e cosmetólogo foi regulamentada e, no texto da lei, não há menção a procedimentos invasivos. Na prática, médicos usam as agulhas mais profundas e outros profissionais de saúde usam as menores. BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 20 5- LEGISLAÇÃO Abaixo veremos a resolução nº 616, referente a procedimentos de estética, incluindo o microagulhemento. RESOLUÇÃO Nº 616, DE 25 DE NOVEMBRO DE 2015 Define os requisitos técnicos para o exercício do farmacêutico no âmbito da saúde estética, ampliando o rol das técnicas de natureza estética e recursos terapêuticos utilizados pelo farmacêutico em estabelecimentos de saúde estética. O Conselho Federal de Farmácia (CFF),conforme as suasatribuições previstas na Lei Federal nº 3.820/60 e, Considerando que o CFF, no âmbito de sua área específicade atuação e como entidade fiscalizadora de profissão regulamentada,exerce atividade típica de Estado, nos termos dos artigos 5º, incisoXIII; 21, inciso XXIV e 22, inciso XVI, todos da Constituição Federal; Considerandoque é atribuição do CFF expedir resoluções,competindo-lhe o múnus de definir ou modificar a competência dosfarmacêuticos em seu âmbito, nos termos do artigo 6º, alíneas "g" e"m", da Lei Federal nº 3.820/60; Considerando que, nos termos da Lei Federal nº 12.842/13,apenas é ato privativo do profissional da medicina a indicação daexecução e a execução de procedimentos invasivos, os quais sãoconsiderados tão somente a invasão dos orifícios naturais do corpoque atinjam órgãos internos; BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 21 Considerando que, no campo da estética, a identificação detais procedimentos, ou seja, das intervenções para fins estéticos queatinjam órgãos internos, é que demarcará a área de atuação exclusivados médicos; Considerando que os procedimentos que excedem a esseâmbito podem ser operados por outros profissionais da saúde, conformea sua formação e especialização; Considerando que o Conselho Federal de Medicina não reconhecea "Medicina Estética" como especialidade médica (SuperiorTribunal de Justiça, Recurso Especial nº 1.038.260, publicado no DJEde 10/02/2010); Considerando que o Decreto Federal nº 77.052/76, abrangendoas atividades exercidas em institutos de esteticismo, determinaque a verificação das condições de exercício de profissões e ocupaçõestécnicas e auxiliares relacionadas diretamente com a saúde,pelas autoridades sanitárias no desempenho da ação fiscalizadora,observará a capacidade legal do agente, por meio do exame dosdocumentos de habilitação inerentes ao seu âmbito profissional ouocupacional, compreendendo as formalidades intrínsecas e extrínsecas do diploma ou certificado respectivo, tais como o registro da expediçãopor estabelecimentos de ensino que funcionem oficialmentede acordo com as normas legais e regulamentares vigentes no País einscrição dos seus titulares, quando for o caso, nos Conselhos Regionaispertinentes, ou em outros órgãos competentes previstos nalegislação federal básica de ensino; Considerando o artigo 25 do Decreto Federal nº 20.931/32,que dispõe que os procedimentos invasivos não cirúrgicos podem serde competência dos profissionais da área da saúde, inclusive dofarmacêutico; Considerando a Lei Federal nº 13.021/14, que dispõe que asfarmácias de qualquer natureza poderão dispor, para atendimento imediatoà população, de medicamentos, vacinas e soros que atendam operfil epidemiológico de sua região demográfica; Considerando a Resolução/CFF nº 239/92 e a Resolução/CFFnº 499/08, que atribuem ao farmacêutico a competência paraaplicação de injetáveis; BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 22 Considerando a Resolução/CFF nº 573/13, que dispõe sobreas atribuições do farmacêutico no exercício da saúde estética e daresponsabilidade técnica por estabelecimentos que executam atividadesafins; Considerando os termos do OF. CIRC. Nº 07575-2013/Coord.Com./CFF, de 10/12/2013; Considerando que a Resolução/CFF nº 574/13 garante aofarmacêutico a dispensação e aplicação de vacinas; Considerando que a RDC nº 315/05, da Agência Nacional deVigilância Sanitária (Anvisa), considera como medicamentos biológicosvacinas, soros hiperimunes, hemoderivados, biomedicamentos,medicamentos obtidos a partir de fluidos biológicos ou de tecido deorigem animal, medicamentos obtidos por procedimentos biotecnológicos,anticorpos monoclonais, medicamento contendo microrganismosvivos, atenuados ou mortos, probióticos e alérgenos; Considerando que a Resolução de Diretoria Colegiada(RDC) nº 44/09, da Anvisa, prevê como prestação de serviço farmacêuticoa aplicação de injetáveis; Considerando que são exemplos de procedimentos invasivosnão cirúrgicos o fio lifting de auto sustentação, a aplicação de toxinabotulínica, o preenchimento dérmico, a carboxiterapia, a intradermoterapia/mesoterapia,agulhamento e microagulhamento estético,conforme disposto nos anexos I, II, III, IV e V, e os recursos pararealização das referidas técnicas; Considerando que as técnicas crioterápicas estéticas, como acriolipólise, são procedimentos não invasivos não cirúrgicos, conformedisposto no anexo VI; Considerando que o farmacêutico deve estar capacitado técnica,científica e profissionalmente para utilizar-se das técnicas denatureza estética e dos recursos terapêuticos especificados no âmbitodesta resolução, resolve: Art. 1º - É atribuição do farmacêutico a atuação, nos estabelecimentosde saúde estética, nas técnicas de natureza estética erecursos terapêuticos, especificados nos anexos desta resolução, desdeque para fins estritamente BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 23 estéticos, vedando-se qualquer outro ato,separado ou em conjunto, que seja considerado pela legislação ouliteratura especializada como invasivo cirúrgico. Art. 2º - O farmacêutico é capacitado para exercer a saúdeestética desde que preencha um dos seguintes requisitos: I. Ser egresso de programa de pós-graduação Lato Sensureconhecido pelo Ministério da Educação, na área de saúde estética; II. Ser egresso de curso livre na área de estética, reconhecidopelo Conselho Federal de Farmácia; III. Que comprove experiência por, pelo menos, 2 (dois)anos, contínuos ou intermitentes, sobre a qual deverá apresentar osdocumentos a seguir identificados, comprovando a experiência profissionalna área de saúde estética: a) No caso do farmacêutico com vínculo empregatício, constituidocumento obrigatório a declaração do empregador (Pessoa jurídica),em que deverá constar a identificação do empregador, comnúmero do CNPJ e endereço completo expedido pelo setor administrativoda empresa, bem como a função exercida, com a descriçãodas atividades e a indicação do período em que foram realizadas pelorequerente; b) No caso do farmacêutico como proprietário do estabelecimentode saúde estética, constitui documento obrigatório o contratosocial da empresa e o alvará de funcionamento, além da funçãoexercida, com a descrição das atividades e a indicação do período emque foram realizadas pelo requerente. Art. 3º - Em função de sua qualificação para o exercício dasaúde estética, o farmacêutico, nos estabelecimentos de saúde estéticasob sua responsabilidade, é o responsável pela aquisição das substânciase dos equipamentos necessários ao desenvolvimento das técnicasde natureza estética e recursos terapêuticos. Art. 4º - Esta resolução entrará em vigor na data de suapublicação, revogando-se as disposições em contrário. WALTER DA SILVA JORGE BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 24 JOÃO PRESIDENTE DO CONSELHO ANEXO I TOXINA BOTULÍNICA A toxina botulínica é uma neurotoxina produzida por bactériaanaeróbia denominada Clostridium botulinum (SHILPA et al.,2014), caracterizando-a como um produto biológico. O mecanismo de ação da toxina é inibir a liberação deacetilcolina na junção neuromuscular pré-sináptica, causando paralisiamuscular (ARNON, 2001). Ao longo dos anos tem-se explorado seu potencial clínico(MAHAJAM e BRUBAKER, 2007), ganhando destaque no tratamentode rugas e linhas de expressão, sendo utilizada principalmentecom finalidade estética (ANTONIO et al., 2012). Apresenta alta margem de segurança, os efeitos adversos datécnica se apresentam de forma moderada, transitória e com baixafrequência, segundo a maioria dos trabalhos publicados (COTE,2005). A injeção muscular de toxina botulínica, em dose e localizaçãoapropriadas, provoca desenervação química parcial e diminuiçãoda contratura, sem ocasionar paralisia completa. Comercialmente, as toxinas botulínicas são agentes biológicosobtidos laboratorialmente,sendo substâncias cristalinas e estáveis,liofilizadas, associadas à albumina humana e utilizadas, apósdiluição, em solução de NaCl a 0,9%. (UNNO et al, 2005). A ação da toxina botulínica no músculo tem seu início em 2a 5 dias se estendendo, em alguns casos, em até duas semanas. Umavez instalado, o efeito perdura em até seis meses. Após dois a trêsmeses, gradualmente começa a diminuir sua ação marginalmente.(DRESSLER et al., 2002). BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 25 A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) consideraa aplicação da toxina botulínica como sendo um procedimentominimamente invasivo e que a forma cosmética é uma injeção nãocirúrgica (SBCP, 2015). REFERÊNCIAS Shilpa PS, Kaul R, Sultana N, Bhat S. Botulinum toxin: TheMidas touch. J Nat Sci Biol Med. 2014;5(1):8-14. Arnon SS, Schechter R, Inglesby TV, Henderson DA, BartlettJG, Ascher MS, et al. Botulinum toxin as a biological weapon:medical and public healthmanagement. JAMA. 2001;285(8):1059-70. MahajamST, Brubaker, L. Botulinum toxin: from life-th-reateningdisease to novel medical therapy. Am J Obstet Gynecol.2007;196(1):7-15. Antonio CR, Antonio JR, Trídico LA, Fernandes TEA. Toxinabotulínica: revisão de sua aplicabilidade em doenças ao alcancedo dermatologista. Surgical e Cosmetic Dermatology. 2014; v6 n3. Coté TR, Mohan AK, Polder JA, Walton MK, Braun MM.Botulinum toxin type A injections: adverse events reported to the USFood and Drug Administration in therapeutic and cosmetic cases. JAm Acad Dermatol. 2005;53(3): 407-15. Comment in: J Am AcadDermatol. 2005;53(6):1080-2. Unno Ek, Sakato RK, Issy AM - Estudo comparativo entretoxina botulínica e bupivacaína para infiltração de pontos-gatilho emsíndrome dolorosa miofascial crônica. Rev Bras Anestesiol 2005;55:250-255. Dressler D, Chaná Cuevas P - La toxina botulínica tipo B:Dónde estamos? Rev Chil Neuro-psiquiatr 2002;40:6-8. SBCP - Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Disponívelem: http://www2.cirurgiaplastica.org.br/cirurgias-e-procedimentos/minimamente- invasivos/toxina-botulinica/. ANEXO II PREENCHIMENTOS DÉRMICOS BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 26 Os preenchedores dérmicos fazem parte do contexto do rejuvenescimentocutâneo. São capazes de promover aumento de volumecom restauração dos contornos corporais (BRANDT, 2008;MONTEIRO, 2010). Existem diversos preenchedores dérmicos disponíveis nomercado, tais como hidroxiapatita, ácido poli-L-láctico (PLLA), ácidohialurônico, entre outros (PALERMO e MATEUS, 2012). A aplicação injetável de ácido hialurônico tem sido um dosprocedimentos mais realizados e em crescente demanda para finsestéticos nos últimos anos. O produto tem se tornado cada vez maisseguro, e suas complicações na atualidade são relacionadas principalmenteà técnica de aplicação e inadequada higienização da pele.(CROCCO et al., 2012). O ácido hialurônico é um componente natural presente notecido humano, que pode ser obtido por biossíntese, cujo teor diminuicom a idade, contribuindo para a formação de rugas assim como orompimento de fibras colagenas e a diminuição da elasticidade dapele. Os preenchedores de ácido hialurônico (AH) têm sido os maisutilizados nos últimos anos no tratamento de sulcos e rugas, devido asua praticidade de aplicação e boa margem de segurança, além dosefeitos visíveis imediatamente após aplicação e longa duração. Em 2013 foram realizadas, nos Estados Unidos, cerca de 1.8milhões de pessoas recorreram à aplicação de preenchimento facialcom ácido hialurônico (ASAPS 2013).Sua biocompatibilidade e técnica de aprendizado relativamente simpleso tornaram escolha frequente na abordagem das rugas e outrasalterações do relevo cutâneo, sobretudo na face, mas também emoutras áreas, como o dorso das mãos (BOWMAN et al., 2005). Possuias propriedades de controlar os eletrólitos e água nos fluídos extracelulares,cicatrizante, protetor contra infecções e lubrificante.Acredita-se que a diminuição dos níveis deste ácido seja a principalcausa do ressecamento da pele durante o envelhecimento. O AH injetável é glicosaminoglicanos, e é conhecido por sernão permanente, com duração média de seis meses. (NAST et al.,2011; REQUENA et al., 2011), enquanto que a hidroxiapatita e oPLLA podem durar até 2 anos (PALERMO e MATEUS, 2012). BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 27 Para a condução do preenchimento dérmico se faz necessárioo uso de técnicas de anestesia tópica, infiltrativa local ou de procedimentosde bloqueios anestésicos estéticos referentes à região tratada(MATEUS e PALERMO, 2012). REFERÊNCIAS Bowman PH, Narins RS. Hialinos e Técnicas de Preenchimento.In: Carruthers J, Carruthers A. Técnicas de Preenchimento.New York: Elsevier; 2005. p. 35-56. Brandt FS, Cazzaniga A. Hyaluronic acid gel fillers in themanagement of facial aging. Clin Interv Aging. 2008;3(1):153-9. Crocco EI, Alves RO, Alessi C. Adverse events in injectablehyaluronic acid. Surgical Cosmetic 2012. Mateus A, Palermo E. Cosmiatria e laser: Prática no consultóriomédico. Gen. São Paulo, 2012. Monteiro EO, Parada MOB. Preenchimentos faciais: parteum. RBM - Rev Bras Med (Especial Dermatologia). 2010;67(7):6-14. SociedadeAmericana de Cirurgia Plástica ASAPS 2013http://www.allergan.com.br/WhatWe Treat/Pages/medical_aesthetics.aspx RequenaL, Requena C, Christensen L, Zimmermann US,Kutzner H, Cerroni L.. Adverse reactions to injectable soft tissuefillers. J Am Acad Dermatol. 2011;64(1):5-7 Nast A, Reytan N, Hartmann V, Pathirana D, Bachmann F,Erdmann R, Rzany B. . Efficacy and durability of two hyaluronicacid-based fillers in the correction of nasolabial folds: results of aprospective, randomized, double-blind, actively controlled clinical pilotstudy. Dermatol Surg. 2011;37(6):768-75 ANEXO III CARBOXITERAPIA A Carboxiterapia constitui-se de uma técnica onde se utilizao gás carbônico medicinal injetado no tecido subcutâneo, estimulandoassim efeitos BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 28 fisiológicos como melhora da circulação e oxigenaçãotecidual (CARVALHO et. al.,2005, GOLDMAN et al., 2006, WORTHINGTONe LOPEZ 2006). O CO2 é um gás inodoro, incolor e atóxico. É o produtoendógeno natural do metabolismo das reações oxidativas celulares,produzido no organismo diariamente em grandes quantidades e eliminadopelos pulmões durante a respiração (GUYTON et al., 2002,GANONG 2006). O mecanismo de ação do gás carbônico é, sobretudo, namicrocirculação vascular do tecido conectivo, promovendo uma vasodilataçãoe um aumento da drenagem veno-linfática. Com a vasodilatação,melhora-se o fluxo de nutrientes, entre eles, as proteinasesnecessárias para remodelar os componentes da matriz extracelulare para acomodar a migração e reparação tecidual (PARASSONIe VARLARO 1997). A gordura localizada vem sendo tratada de várias formas, ea carboxiterapia vem se constituindo num recurso de valor para aredução de medidas ocasionadas por acúmulo de adiposidades. Oaumento do AMP cíclico por meio da ação do CO2, ativando aenzima adenilciclase, resulta numa ação lítica sobre o tecido adiposo(LEGRAND et. al., 1999). Segundo PASCHOAL e CUNHA (2012) o gás tem rápidadifusão através dos tecidos, chega aos músculos e é eliminado emgrande parte pelos pulmões e pouco pela via renal. O mecanismo de ação do gás carbônico é, sobretudo, namicrocirculação vascular do tecido conectivo, promovendo uma vasodilataçãoe um aumento da drenagem veno-linfática. com a vasodilatação,melhora-se o fluxo de nutrientes, entre eles, as proteinasesnecessárias para remodelar os componentes da matriz extracelulare para acomodar a migração e reparação tecidual. outrosmecanismos de atuação incluem fratura direta da membrana adipocitáriae alteração na curva de dissociação da hemoglobina com ooxigênio (efeito bohr), promovendo assim uma verdadeira ação lipolíticaoxidativa. esta ação lipolítica oxidativa atuadiretamente naetiologia do fibro edema gelóide quebrando o círculo vicioso queenvolve alteração bioquímica do interstício (aumento de viscosidade),estase vênulocapilar com hipo- BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 29 oxigenação e consequente sofrimentodo adipócito, levando a lipogênese e hipertrofia (CORRÊA et. al.,2008). Pode-se dizer que os efeitos secundários apresentados pelacarboxiterapia se limitam em dor no local da aplicação, pequenoshematomas ou equimoses devido às várias punturas que desaparecemrapidamente (LOPEZ 2005). Especialistas da área afirmam que não existem muitas contraindicaçõese que também não existem importantes reações adversassistêmicas descritas sendo, portanto, um método seguro, de fácil execuçãoe amplamente utilizado na Europa, México e EUA (GÓES,2005, BRANDI et. al., 2001, BRANDI et. al., 2004). REFERÊNCIAS Góes MGC. Carboxiterapia: uma experiência surpreendente.Trabalho monográfico apresentado ao 1º Capítulo Brasileiro de Medicinae Cirurgia Estética, Curso de Pós-graduação em Medicina eCirurgia Estética, como requisito parcial para a obtenção do Grau dePós Graduação em Medicina Estética. Salvador, 2005. Parassoni L, Varlaro, V. La Carbossiterapia: una metodica inevoluzione. Riv. La Medicina Estetica.1997. 21(1). Editrice SalusInternazionale, Roma. Brandi et al. Carbon dioxide therapy in the treatment oflocalized adiposities: Clinical study and histopathological correlations.Aesth Plast Surg . 2001 (25): 170-170. Brandi CD, Aniello C, Grimaldi L, Caiazzo E, StanghelliniE. Carbon Dioxide Therapy: Effects on skin irregularity and its use asa complement to liposuction. Aesth Plast Sug, 2004. Carvalho, ACO, Viana, PC, Erazo, P. Carboxiterapia - NovaProposta para Rejuvenescimento Cutâneo. In Yamaguchi C. I AnnualMeeting of Aesthetic Procedures. São Paulo: Santos, 2005: 575-79 Goldman, MP, Bacci, PA, Leibashoff, G, Hexsel, D, Angelini,F. Carboxytherapy. In: Goldman et al. Cellulite - Pathophysiologyand Treatment. New York: Taylor & Francis, 2006: 197-208. BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 30 Worthington,A, Lopez, JC. Carboxiterapia - Utilização doCO2 para Fins Estéticos. In: Yamaguchi C. II Annual Meeting ofAesthethic Procedures. São Paulo: Santos, 2006:567-71 Guyton et al. Tratado de Fisologia Médica, Rio de Janeiro,Guanabara Koogan, 2002. Ganong, WF. Fisiologia Médica. 4 ed. São Paulo. Atheneu,2006. Legrand, J, Bartoletti, C, Pinto, R. Manual Practico de MedicinaEstética, Buenos Aires, Camaronês, 1999 Lopez, JC. Carbon Dioxide Therapy. University Hospital ofSiena: Italy; 2005. PASCHOAL, L; CUNHA,M. Fisiopatologia e atualização terapêuticada Lipodistrofia Ginoide. Rio de Janeiro, 2012. Corrêa, MS. Gontijo, ÉG. Tonani, RL. Reis, ML. Borges, FS.Análise da eficácia da carboxiterapia na redução do fibro edemagelóide: estudo piloto. Fisioterapia Ser vol. 3 - nº 2 2008. ANEXO IV INTRADERMOTERAPIA/MESOTERAPIA A intradermoterapia é um procedimento que consiste na aplicação,diretamente na região a ser tratada, de injeções intradérmicasde substâncias farmacológicas diluídas (PISTOR 1976, TENNSTEDTe LACHAPELLE 1997). A derme tornar-se-ia, então, um reservatórioa partir do qual os produtos ativariam receptores dérmicos e se difundiriamlentamente, utilizando a unidade microcirculatória (MAYA2007). A nomenclatura mais conhecida para este procedimento émesoterapia, que consiste em injeções intradérmicas ou subcutâneasde um fármaco ou de uma mistura de vários produtos, chamadamélange. A partir de 2001, surgiram trabalhos sobre o uso da intradermoterapiapara as disfunções estéticas, havendo relatos sobre ainjeção de substância lipolítica no tecido subcutâneo, para diminuir acamada de gordura em localizações como abdômen, pálpebra inferior,pescoço, glúteo ou coxas (RITTES BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 31 2001, DOERR 2007), recebendoindicações para o tratamento de lipodistrofia ginóide, (ROTUNDA2005) e gordura localizada(ROTUNDA 2005,MATARASSO 2005).As telangiectasias são pequenos capilares localizados na pele, muitofinos, ramificados, em geral de coloração avermelhada, constituídosde microfístulas arteriovenosas. Podemos afirmar que as telangiectasiassão definidas como dilatações intradérmicas das veias, cujodiâmetro estimado é de aproximadamente 1 mm (OLIVEIRA et. al.,2007). A intradermo também pode ser utilizada no tratamento dasdisfunções estéticas de flacidez estrias, rugas, telangiectasias, alopeciamanchas (CAMARGO et. al., 2011). REFERÊNCIAS Pistor M. What is mesotherapy? Chir Dent Fr. 1976;46:59-60. TennstedtD, Lachapelle JM. Effets cutanés indesirables de lamésotherapie. Ann Dermatol Venereol. 1997;124:192-6. Rotunda AM, Kolodney MS. Mesotherapy and phosphatidylcholineinjections: historical clarification and review. DermatolSurg. 2006;32:465-80. 6. Rohrich RJ. Mesotherapy: What is it? Doesit work? Plast Reconstr Surg. 2005;115:1425. Maya V. Mesotherapy. Indian J Dermatol Venereol Leprol.2007;73:60-2. Rittes PG. The use of phosphatidylcholine for correction oflower lid bulging due to prominent fat pads. Dermatol Surg.2001;27:391-2. Doerr TD. Lipoplasty of the face and neck. Curr Opin OtolaryngolHead Neck Surg. 2007;15:228-32. Rotunda AM, Avram MM, Avram AS. Cellulite: Is there arole for injectables? J Cosmet Laser Ther. 2005;7:147-54. Matarasso A, Pfeifer TM. Plastic Surgery Educational FoundationDATA Committee. Mesotherapy for body contouring. PlastReconstr Surg. 2005;115:1420-4. BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 32 Oliveira, RR. Calado, EB. Mota, DL. Vieira, AF. Cavalcanti,JS. Terapia alternativa para microvarizes e telangiectasias com uso deagulha. J Vasc Bras 2007;6(1):17-24. Camargo, FO. Moraes, AM. Neves, PE. Mesoterapia: umarevisão bibliográfica. An Bras Dermatol. 2011;86(1):96-101. ANEXO V AGULHAMENTO E MICROAGULHAMENTO ESTÉTICO Omicroagulhamento e o agulhamento estético, ou induçãopercutânea de colágeno, é baseado no uso de agulhas que perfuram apele sutilmente estimulando assim sua regeneração, promovendo aliberaçãodocolágeno e a formação de uma nova camada de pele,mais espessa, que preencherá rugas, estrias e outras imperfeições.(Orentreich & Orentreith, 1995). A técnica pode ser realizada por diferentes recursos, taiscomo o rolo de polietileno encravado por agulhas de aço inoxidávele estéreis, dermógrafos, eletrolifting e agulhas livres. O comprimentodas agulhas varia de acordo com a proposta de tratamento, paraagulhas de até 0,5 mm não se faz necessária ação anestésica, de 1,0mm a 1,5 mm indica-se ações anestésicas tópicas, já para as profundidadesde 2,0mm em diante indica-se anestesia inflitrativa oubloqueio estético da área tratada (Fabroccini & Fardella, 2009). A técnica também pode ser utilizada como veiculador deativos para rejuvenescimento como o retinol e a vitamina C; paraestímulo isolado no rejuvenescimento, melhorando a coloração, texturae brilho da pele, (Andrade-Lima et al., 2013). REFERÊNCIAS Orentreich DS, Orentreith N. Subcutaneous incisionless (subcision)surgery for the correction of depressed scars and wrinkles.Dermatol Surg. 1995; 21(6):6543-9. BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 33 Andrade-Lima EVD, Andrade-Lima MD, Takano D. Microagulhamento:estudo experimental e classificação da injúria provocada.Surg Cosmet Dermatol 2013; 5(2):110-4. Fabroccini G, Fardella N. Acne scar treatment using skinneedling. Clin Exp Dermatol. 2009; 34(8):874-9. ANEXO VI CRIOLIPÓLISE A criolipólise é um procedimento não invasivo de redução degordura localizada, que consiste no resfriamento, controlado e localizadodo adipócito, por um período de 40 a 60 minutos, comtemperaturas acima do congelamento, porém, abaixo da temperaturacorporal normal. Este congelamento leva à cristalização dos lipídiosencontrados dentro do citoplasma dos adipócitos, causando a inviabilidadedessas células, resultandoem uma paniculite localizada, ouseja, uma inflamação no tecido adiposo, e a apoptose das células,ocasionado por um processo de digestão controlada, onde os macrófagosserão responsáveis pela digestão e remoção de células lesadas,sem provocar alteração do microambiente celular, (apud URZEDOe LIPI e ROCHA; MANSTEIN, D et al, 2008; GUIDI,2013). A exposição ao frio aumenta a necessidade de produção decalor pelo corpo a fim de promover a homeotermia através da liberaçãode hormônios pelo hipotálamo, que induzem a utilização dosácidos graxos livres como substratos energéticos nas mitocôndrias,promovendo o aumento do metabolismo energético. Quando ocorre apaniculite o organismo reage causando uma resposta anti- inflamatória,ocasionando a eliminação das células lesadas. Devido a estas respostas fisiológicas ocorre a redução dopanículo adiposo e a consequente diminuição de medidas (apud URZEDOe LIPI e ROCHA). As complicações pós procedimentos incluem:alterações transitórias na função sensorial, porém, sem lesõesa longo prazo nas fibras nervosas sensoriais, eritema, o qual ocorreimediatamente após a aplicação e pode desaparecer em até 30 minutosapós o término da sessão, bem como pequenas alterações nosníveis de BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 34 lipídeos ao longo do tempo, entretanto, dentro dos limitesconsiderados normais (MANSTEIN, D et al, 2008). Para tanto, ressaltamos a importância da LEI No 13.643, DE 3 DE ABRIL DE 2018 que Regulamenta as profissões de Esteticista, que compreende o Esteticista e Cosmetólogo, e de Técnico em Estética. Senão vejamos: O PRESIDENT E DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1o Esta Lei regulamenta o exercício das profissões de Esteticista, que compreende o Esteticista e Cosmetólogo, e de Técnico em Estética. Parágrafo único. Esta Lei não compreende atividades em estética médica, nos termos definidos no art. 4o da Lei no 12.842, de 10 de julho de 2013. Art. 2o O exercício da profissão de Esteticista é livre em todo o território nacional, observadas as disposições desta Lei. Art. 3o Considera-se Técnico em Estética o profissional habilitado em: I - curso técnico com concentração em Estética oferecido por instituição regular de ensino no Brasil; II - curso técnico com concentração em Estética oferecido por escola estrangeira, com revalidação de certificado ou diploma pelo Brasil, em instituição devidamente reconhecida pelo Ministério da Educação. Parágrafo único. O profissional que possua prévia formação técnica em estética, ou que comprove o exercício da profissão há pelo menos três anos, contados da data de entrada em vigor desta Lei, terá assegurado o direito ao exercício da profissão, na forma estabelecida em regulamento. Art. 4o Considera-se Esteticista e Cosmetólogo o profissional: I - graduado em curso de nível superior com concentração em Estética e Cosmética, ou equivalente, oferecido por instituição regular de ensino no Brasil, devidamente reconhecida pelo Ministério da Educação; BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 35 II - graduado em curso de nível superior com concentração em Estética e Cosmética, ou equivalente, oferecido por escola estrangeira, com diploma revalidado no Brasil, por instituição de ensino devidamente reconhecida pelo Ministério da Educação. Art. 5o Compete ao Técnico em Estética: I - executar procedimentos estéticos faciais, corporais e capilares, utilizando como recursos de trabalho produtos cosméticos, técnicas e equipamentos com registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); II - solicitar, quando julgar necessário, parecer de outro profissional que complemente a avaliação estética; III - observar a prescrição médica ou fisioterápica apresentada pelo cliente, ou solicitar, após exame da situação, avaliação médica ou fisioterápica. Art. 6o Compete ao Esteticista e Cosmetólogo, além das atividades descritas no art. 5o desta Lei: I - a responsabilidade técnica pelos centros de estética que executam e aplicam recursos estéticos, observado o disposto nesta Lei; II - a direção, a coordenação, a supervisão e o ensino de disciplinas relativas a cursos que compreendam estudos com concentração em Estética ou Cosmetologia, desde que observadas as leis e as normas regulamentadoras da atividade docente; III - a auditoria, a consultoria e a assessoria sobre cosméticos e equipamentos específicos de estética com registro na Anvisa; IV - a elaboração de informes, pareceres técnico-científicos, estudos, trabalhos e pesquisas mercadológicas ou experimentais relativos à Estética e à Cosmetologia, em sua área de atuação; V - a elaboração do programa de atendimento, com base no quadro do cliente, estabelecendo as técnicas a serem empregadas e a quantidade de aplicações necessárias; VI - observar a prescrição médica apresentada pelo cliente, ou solicitar, após avaliação da situação, prévia prescrição médica ou fisioterápica. Art. 7o O Esteticista, no exercício das suas atividades e atribuições, deve zelar: I - pela observância a princípios éticos; BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 36 II - pela relação de transparência com o cliente, prestando-lhe o atendimento adequado e informando-o sobre técnicas, produtos utilizados e orçamento dos serviços; III - pela segurança dos clientes e das demais pessoas envolvidas no atendimento, evitando exposição a riscos e potenciais danos. BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 37 6- ANATOMIA, HISTOLOGIA E FISIOLOGIA DA PELE Podemos afirmar que a melhor maneira de aperfeiçoar nosso conhecimento sobre algum tópico é a partir da prática, repetição e, sobretudo, muito estudo. Ao longo dos anos, tivemos a oportunidade de conhecer pessoas de diversas culturas e que trabalham em diferentes áreas. Sempre me interessei por profissões e soluções que tenham por objetivo não apenas a ascensão financeira, mas também como meio de ajudar o próximo. Alguns podem ajudar indivíduos e outros, sociedades, ambos com seu mérito. Hoje consigo dizer com segurança que a enfermagem é uma das profissões que mais dedica seu tempo e esforço a ajudar o próximo. Então, resolvemos criar um ambiente onde esses profissionais podem ter acesso a novas soluções, tecnologias ou apenas conhecimento técnico para aperfeiçoar sua prática e, assim, se tornar cada vez mais capazes de ajudar o próximo. Decidi então que esse artigo deveria ser focado no tema Anatomia e Fisiologia da Pele, que é o inicio da jornada de aprendizagem de um profissional que está estudando sobre Feridas. A seguir, a anatomia e a fisiologia da pele serão apresentadas, além das principais causas e tratamentos da falta de colágeno na pele conforme vamos envelhecendo. Dessa forma, o estudo fica mais prático e, assim, o profissional se sentirá mais preparado. Acompanhe. Anatomia da pele De todos os órgãos do corpo humano, a pele é o maior. Representando 15% de nosso peso corporal, é composta por três camadas: 1. Epiderme: é a camada externa, que vemos quando olhamos no espelho. Tem como principal função a proteção do organismo. Como impede a entrada de microrganismos, e se regenera, podemos comparar a epiderme a uma armadura biológica de nosso corpo. A camada mais profunda da epiderme é o estrato basal, que produz constantemente novas células pela divisão celular. Essas são também responsáveis pela constante regeneração de nossa pele, por meio de novas células sendo empurradas gradualmente para cima, em direção à BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 38 superfície, levando em torno de sete dias para alcançar esse ponto e, desse modo, se tornando parte da proteção externa do corpo; 2. Derme: é a camada intermediária, constituída por um tecido fibroso (colágeno). Dentro dela existem os vasos sanguíneos, os nervos, glândulase folículos pilosos). A superfície da derme, que se mistura com a epiderme, é ondulada e irregular, com células chamadas papilas. A base da derme é menos claramente definida à medida que se mistura com o tecido subcutâneo, o qual contém tecido conectivo e tecido adiposo e auxilia a ancorar a pele ao músculo e ao osso; 3. Hipoderme: camada mais profunda, tem como principal função o armazenamento de nutrientes de reserva. Funciona também como um isolante térmico e proteção mecânica a pressões e traumas externos. Fisiologia da pele Durante o percurso de nossa vida, existem duas fases em que devemos ter um cuidado maior diário com a pele, são elas: ao nascer e quando ficamos velhos. Isso ocorre por que existem diferentes estágios de maturidade de nossa pele, sendo sua vulnerabilidade relativamente proporcional ao momento em que se encontra. Por isso, devemos sempre estar atentos à idade do paciente, pois é um dado de extrema importância. Afinal, existem doenças de pele com maior incidência em determinados grupos etários. Além disso, questionar se o paciente teve alguma queimadura, se ficou muito exposto ao Sol (ficar muito tempo exposto a tal radiação, por exemplo, pode deixar a pele mais seca, diminuindo a produção de colágeno), se tem alergia a algum medicamento ou composto e qual é o seu trabalho ( se é ao ar livre, se há produtos químicos à mão etc), ajuda a aplicar o tratamento mais eficaz contra feridas. BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 39 Na hora desse tipo de cuidado tratar uma ferida, é preciso rever a causa e os motivos que estão por trás daquela aparência, principalmente se a ferida estiver inflamada ou infeccionada, por exemplo. Durante o estágio fetal, a epiderme ainda é uma barreira imperfeita, pois possui apenas duas ou três camadas de células. A epiderme começa a se tornar mais espessa durante o 24ª semana de gestação. A partir da 34ª semana , o estrato córneo estará totalmente definido, já suficiente para ser comparada à pele do adulto. Saúde da pele Quando começamos a envelhecer, existe uma perda gradativa de colágeno, o que gera uma redução da elasticidade e espessura da epiderme. Os primeiros sinais de envelhecimento, desse modo, aparecem em nossa pele, o que significa que a barreira que nos protege do ambiente externo já não é tão eficiente como antes, e devemos prestar atenção para proporcionar o cuidado necessário. Por isso mesmo que a indústria de cosméticos investe em produtos que estimulam a produção de colágeno para retardar o envelhecimento precoce da pele e, quem sabe, melhorar a elasticidade. Muitas fórmulas de cremes, inclusive, já vêm com agentes e ativos de colágeno para deixar a pele mais firme e com menos rugas. Além disso, sabe-se o quanto muitas mulheres reclamam da falta de elasticidade da pele, levando-as aos procedimentos estéticos e cirurgias plásticas para melhorar a aparência a saúde da derme. Porém, o que pode ser feito, de uma forma muito menos invasiva, é a boa alimentação, regrada, com alimentos que estimulem a produção de colágeno, eliminem as células mortas e regenerem a pele. Cremes e hidratantes naturais feitos à base de frutas, por exemplo, podem ajudar a rejuvenescer a pele. Entretanto, é viável ressaltar que o envelhecimento da pele é um processo completamente natural e normal de todo o ser humano, afinal, o nosso organismo não permanece intacto, ele vai sofrendo alterações, perdendo determinadas BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 40 características, como no caso da derme, a elasticidade e o brilho, dando lugar a uma pele mais seca, sensível, enrugada e “pálida”. Desse modo, existem fatores no decorrer de nossas vidas que podem contribuir ou prejudicar a saúde da pele, fazendo com que os efeitos da idade apareçam mais cedo ou mais tarde. Alguns desses são: a constituição genética, fatores ambientais (excesso de exposição solar e poluição), má alimentação, tabagismo, entre outros, que podem resultar em surgimento de lesões benignas, pele mais seca e surgimento de úlceras varicosas ou venosas. Para concluir, sempre lembre-se de tomar bastante água, pois o líquido é indispensável para a saúde da pele, por exemplo, e a sua falta pode não somente prejudicar a saúde, como também seu organismo, causando desidratação, fadiga, pressão sanguínea irregular, entre outros. Outra maneira de manter a pele saudável e protegida é com o uso de hidratantes, sabonetes neutros, uso diário de protetor solar, mantendo assim uma ´´manutenção´´ diária da pele, protegendo-a da evaporação excessiva de água e de outros microrganismos. Definição A pele é o maior órgão do corpo humano. Reveste o organismo preservando a homeostasia do meio interno. As funções da pele são as seguintes: •Proteção contra agentes externos (físicos, químicos, mecânicos e biológicos) •Termorregulação •Resposta imunológica •Controle hemodinâmico •Sensorial •Produção e excreção de metabólitos •Endócrino A pele é constituída por três camadas: epiderme, derme e hipoderme (Fig. 12.1). BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 41 Clique na imagem para ampliar Figura 12.1 Representação das camadas da pele. Epiderme A epiderme constitui-se em um epitélio escamoso estratificado queratinizado composto por queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans e células de Merkel. Epitélios de revestimento Os epitélios podem ser classificados como de revestimento e glandular. O epitélio de revestimento reveste a superfície externa e as cavidades do corpo. É formado por células unidas entre si e dispostas sobre a membrana basal. BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 42 A membrana basal é constituída pelas lâminas basal e reticular. A lâmina basal é uma camada de matriz extracelular em contato direto com as células epiteliais. É composta por laminina, colágeno IV, entactina e pro-teoglicanas. Já a lâmina reticular é composta por fibras colágenas contínuas com o tecido conectivo. A adesão entre as células é feita por diversos mecanismos. Entre eles estão os seguintes: Caderina: proteína transmembrana que promove aderência entre células contíguas. Zônulas de oclusão: faixas de reentrâncias e saliências de membranas adjacentes. Zônula de adesão: discreta separação entre as membranas em local de acúmulo de material elétrondenso na superfície interna das membranas. Junção comunicante: estrutura proteica que contém poro hidrofílico central alinhado com o da célula adjacente, formando um canal intercelular. Desmossomo: constituído centralmente por desmogleína, uma estrutura amorfa, que se interpõe entre as membranas plasmáticas de células adjacentes. Na sua porção citoplasmática, é constituído por uma placa densa submembranosa composta por proteínas como desmoplaquinas I e II, paco-globina, desmoioquina, desmocalmina e polipeptídeo da faixa 6. Nessas placas, estão inseridos os tonofilamentos, estruturas filamentosas que formam uma rede que vai de um desmossomo a outro, passando pelo núcleo da célula. O desmossomo é formado também por glicoproteínas transmembranas denominadas caderinas, que podem ser de dois tipos: desmogleína e desmocolina (Fig. 12.2). Hemidesmossomos: estruturas de adesão semelhantes aos desmossomos, no entanto apresentam uma única placa de aderência e unem a membrana das células basais à membrana basal. BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 43 O tecido conectivo fica abaixo da membrana basal e contém os vasos sanguíneos responsáveis pela nutrição do epitélio. O epitélio de revestimento pode ser classificado, de acordo com o número de camadas e a forma das células da camada mais superficial, em epitélio simples e estratificado. O epitélio simples é composto por apenas uma camada de células e subdivide-se de acordo com o tipo celular (Tab. 12.1). O epitélio estratificado é composto pormais de uma camada de células e sua classificação baseia-se na forma das células mais superficiais. Os tipos mais frequentes no organismo são o pavimentoso e o prismático (Quadro 12.1). O epitélio pseudoestratificado é um tipo de epitélio simples que apresenta núcleos em várias alturas, dando a impressão de ser um epitélio estratificado (Quadro 12.2). O epitélio de transição é um epitélio pseudoestratificado, embora tenha a aparência de epitélio estratificado (Quadro 12.3). Todas as células estão em contato com a membrana basal, no entanto, nem todas atingem a superfície. A epiderme e os queratinócitos: os queratinócitos são as células predominantes na epiderme (estão em 80% dela), apresentam origem ectodérmica e produzem queratina – proteína que forma a camada superficial da pele (camada córnea) –, além de unhas e cabelo. São ligados entre si por estruturas de adesão denominadas desmossomos (pontes intercelulares) e com a membrana basal por hemidesmossomos. BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 44 Clique na imagem para ampliar Figura 12.2 Representação de desmossomo e hemidesmossomo. Os queratinócitos originam-se na camada basal e sofrem um processo de diferenciação à medida que atingem a superfície da pele, formando as diferentes camadas da epiderme, que são as seguintes: a) Camada basal: camada essencialmente germinativa que origina as demais camadas da epiderme por meio de progressiva diferenciação celular. É constituída por células basais, melanócitos e células de Merkel. BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 45 As células basais são cuboides, apresentam núcleo grande, alongado e hipercromático. Os melanócitos são células dendríticas de origem ectodérmica presentes na camada basal e em folículos pilosos. Apresentam prolongamentos que se comunicam com as células da camada espinhosa, formando a unidade epidermomelânica (Fig. 12.3). Sua principal função é a produção de melanossomos, grânulos ricos em melanina, que são transportados para o interior dos queratinócitos pelos dendritos. O número de melanócitos é igual nas diferentes raças, sendo a cor da pele determinada por morfologia, tamanho e distribuição dos melanócitos. As células de Merkel apresentam núcleo lobulado e citoplasma claro, contendo grânulos eosinofílicos repletos de neurotransmissores que são liberados mediante pressão. São encontradas principalmente em lábios, dedos, boca e membrana externa dos folículos pilosos e funcionam como mecanorreceptores. Abaixo da camada basal, encontra-se a membrana basal, que é uma fina estrutura constituída por muco-polissacarídeos. b) Camada espinhosa ou camada de Malpighi: constituída por queratinócitos com aspecto poligonal e por células de Langerhans – células dendríticas com origem na medula óssea. As células de Langerhans reconhecem, processam e apresentam os antígenos aos linfócitos, gerando uma resposta imunológica. Localizam-se na camada espinhosa, na derme, no timo, no baço e nos linfonodos e não apresentam estruturas de adesão. c) Camada granulosa: formada por células granulosas achatadas que se caracterizam pela grande quantidade de grânulos de queratina. d) Camada córnea: ao atingir a superfície, os queratinócitos perdem o núcleo e formam a camada córnea, que é composta por células achatadas, anucleadas e eosinofílicas. e) Zona da membrana basal: a junção dermoepidérmica ocorre através de uma estrutura denominada zona da membrana basal, que funciona como suporte mecânico, orienta o crescimento dos queratinócitos em direção à superfície, estimula BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 46 a atividade mitótica na camada basal, além de atuar como barreira. É formada por quatro componentes: •Membrana plasmática das células basais: hemi-desmossomos. •Lâmina lúcida: local por onde passam as fibrilas de ancoragem que ligam os hemidesmossomos à lâmina densa abaixo. Essa lâmina é composta por glicoproteínas. •Lâmina densa: componente fibrilar imerso em material amorfo granuloso. O principal constituinte dessa lâmina é o colágeno IV. •Sublâmina densa: composta por fibrilas de ancoragem, feixes de microfibrilas e fibras colágenas. Clique na imagem para ampliar BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 47 Clique na imagem para ampliar Derme A derme é constituída por fibras elásticas e colágenas em meio a substância fundamental. As principais células são fibroblastos, histiócitos, mastócitos e células BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 48 dendríticas. As células sanguíneas, linfócitos, plasmócitos, eosinófilos e neutrófilos, podem estar presentes em graus variados. A derme divide-se nas seguintes partes: Clique na imagem para ampliar Figura 12.3 Representação da unidade epidermomelânica. a) Derme papilar: fibras colágenas mais finas e dispostas verticalmente. Essas fibras formam as papilas dérmicas, que se moldam aos cones epiteliais da epiderme. A derme papilar apresenta maior celularidade. b) Derme reticular: composta por fibras colágenas mais espessas e onduladas dispostas paralelamente à epiderme. BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 49 c) Derme perianexial: semelhante à derme papilar com disposição em torno dos anexos. A derme aloja as estruturas anexiais: glândula sudorípara écrina e apócrina, unidade pilossebácea e músculo eretor do pelo, além de estruturas nervosas e vasculares (Fig. 12.4). Glândula sudorípara écrina. Esse tipo de glândula está presente em toda a superfície do corpo, sendo maior a concentração nas regiões palmoplantar e axilar. Origina-se de brotamentos da epiderme. A porção secretora (ácino) localiza-se na junção dermo-hipodérmica ou na porção inferior da derme. O ducto sudoríparo desemboca diretamente na superfície da pele, e o hipotálamo estimula as glândulas através de terminações simpáticas colinérgicas. A acetilcolina é o neurotransmissor responsável pela sudorese. O fluido precursor, produzido pela porção secretora da glândula, tem características semelhantes às do plasma, porém, sem proteínas. Há modificações no fluido precursor à medida que percorre o ducto, sendo os íons sódio e cloreto reabsorvidos. A reabsorção depende do fluxo da secreção através do ducto. Quando esse fluxo é lento, ocorre maior absorção de íons sódio e cloreto, resultando na diminuição da pressão osmótica no interior do ducto. Ocorre também maior reabsorção de água, tornando o fluido mais concentrado. Os principais constituintes do suor são sódio, cloreto, potássio, ureia, lactato e glicose, e a principal função das glândulas sudoríparas écrinas é a termorregulação (Fig. 12.5). BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 50 Clique na imagem para ampliar Figura 12.4 Representação de estruturas anexiais. Glândula sudorípara apócrina. Desenvolve-se a partir da porção infundibular ou superior do folículo piloso. Está presente nas regiões axilar, genital e periareolar. O ducto sudoríparo desemboca acima do ducto da glândula sebácea. A porção secretora (ácino) localiza-se na junção dermo-hipodérmica ou na derme. É composta por uma camada de células, que varia em aparência do cuboide ao colunar, circundada por células mioepiteliais. Os ápices das células colunares projetam- se para o interior do lúmen da glândula e, nos cortes histológicos, aparecem como se tivessem sido expelidos (secreção por decapitação). Estímulos nervosos e hormonais são correspondidos. A composição da secreção é parcialmente conhecida, sendo encontrados proteína, amônia, carboidratos e ácidos graxos. O odor forte decorre do processamento da secreção por bactérias. BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 51 Clique na imagem para ampliar Figura 12.5 Glândula sudorípara écrina. Folículo piloso. Forma-se a partir de projeções da epiderme parao interior da derme durante a embriogênese. Os pelos finos que recobrem a maior parte do corpo são denominados vellus, e os pelos mais longos e espessos, presentes em couro cabeludo, barba, cílios, região pubiana e axilas, são denominados pelos terminais. O folículo é dividido em segmento superior e inferior. O segmento superior constitui-se em infundíbulo – porção que vai da abertura do folículo na superfície até a inserção da glândula sebácea – e istmo – fica entre o ducto sebáceo BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 52 e vai até a inserção do músculo eretor do pelo. O segmento inferior é formado pela haste, segmento que vai do istmo ao bulbo, e pelo bulbo, porção mais inferior do folículo. O folículo piloso é composto por haste pilosa, bainha folicular interna e externa e bulbo germinativo. A matriz, no interior do bulbo, é constituída por células epiteliais e melanócito, e sua base envolve a papila, formada por tecido conectivo e vasos. As células do bulbo se multiplicam e dão origem à haste pilosa, que é formada por células queratinizadas cobertas por cutícula (Fig. 12.6). Os pelos passam por três fases evolutivas, que são as seguintes (Fig. 12.7): •Anágena: fase de intensa atividade mitótica no bulbo. Ela pode durar de 3 a 6 anos. •Catágena: nessa fase, as mitoses são interrompidas e a apoptose das células da matriz e da bainha interna é iniciada, ocasionando retração da porção inferior do folículo até o nível da inserção do músculo eretor do pelo. A duração da fase catágena é de duas semanas. •Telógena: fase de repouso. As células da papila emitem sinais para promover a atividade mitótica das células-tronco para iniciar nova fase anágena. Essa fase tem duração de três meses. BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 53 Clique na imagem para ampliar Figura 12.6 Representação de corte longitudinal de folículo piloso. Clique na imagem para ampliar Figura 12.7 Fases evolutivas dos cabelos. BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 54 Unhas A unidade ungueal é composta por seis componentes: matriz ungueal, que origina a lâmina ungueal e está localizada abaixo da borda ungueal proximal; lâmina ungueal, que está aderida ao leito ungueal; sistema cuticular, que é composto, na porção proximal, pela cutícula e, na porção distal, pelo hiponíquio; leito ungueal; sistema de ligamentos de ancoragem, entre o osso e a matriz proximalmente e entre o osso e o sulco distalmente; prega ungueal proximal, lateral e distal. A lúnula é uma área esbranquiçada em formato decrescente, distal à prega ungueal proximal, que delimita o epitélio da matriz. As unhas crescem 0,1 mm/dia nas mãos (Fig. 12.8) e metade ou um terço dessa medida nos pés. Clique na imagem para ampliar Figura 12.8 Representação de corte longitudinal da unha. Hipoderme BÁSICO DE MICROAGULHAMENTO 55 A hipoderme é formada por lóbulos de adipócitos delimitados por septos de tecido conectivo vascularizados e inervados. Ela funciona como isolante térmico e mecânico, depósito de calorias e ainda favorece a mobilidade da pele sobre os músculos. É considerada um importante local de produção e conversão hormonal. 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