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<p>Indaial – 2022</p><p>Biomedicina</p><p>estética</p><p>Prof.ª Suianne Leticia Antunes Mota</p><p>Prof.ª Suzana Gonçalves Carvalho</p><p>1a Edição</p><p>Procedimentos</p><p>injetáveis em</p><p>Elaboração:</p><p>Prof.ª Suianne Leticia Antunes Mota</p><p>Prof.ª Suzana Gonçalves Carvalho</p><p>Copyright © UNIASSELVI 2022</p><p>Revisão, Diagramação e Produção:</p><p>Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech</p><p>Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI</p><p>Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI</p><p>Impresso por:</p><p>M917p</p><p>Mota, Suianne Leticia Antunes</p><p>Procedimentos injetáveis em biomedicina estética. / Suianne</p><p>Leticia Antunes Mota; Suzana Gonçalves Carvalho. – Indaial: UNIASSELVI,</p><p>2022.</p><p>139 p.; il.</p><p>ISBN 978-85-515-0495-6</p><p>1. Biomedicina estética. – Brasil. I. Carvalho, Suzana Gonçalves II.</p><p>Centro Universitário Leonardo Da Vinci.</p><p>CDD 610</p><p>Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Procedimentos Injetáveis em</p><p>Biomedicina Estética!</p><p>A biomedicina estética está em constante evolução, por se tratar de uma</p><p>ferramenta importante quando pensamos em beleza, autoestima e qualidade de vida.</p><p>Essa área da biomedicina teve início em 2011 com a criação da Resolução nº 197, de 21</p><p>de fevereiro de 2011, do Conselho Federal de Biomedicina. Nessa disciplina, faremos</p><p>uma revisão da legislação no que concerne à biomedicina estética, aprenderemos sobre</p><p>a estrutura e a avaliação da pele, além da avaliação dos aspectos faciais e corporais</p><p>e suas disfunções. Veremos, também, procedimentos injetáveis em biomedicina</p><p>estética, como: toxina botulínica, preenchedores, bioestimuladores, mesoterapia</p><p>(intradermoterapia) e Procedimentos Estéticos Injetáveis para Microvasos (PEIM).</p><p>Na Unidade 1, abordaremos a avaliação facial e corporal relacionada a</p><p>procedimentos minimamente invasivos, para isso, será realizada uma abordagem de</p><p>conceitos básicos, necessários para o entendimento da estética e dos procedimentos</p><p>minimamente invasivos. Começaremos a unidade abordando sobre a biomedicina</p><p>estética e as legislações envolvidas com essa profissão, posteriormente, aprenderemos</p><p>sobre a anatomia da pele, bem como as disfunções faciais e corporais que podem</p><p>ocorrer nesse tecido, por que ocorrem e como corrigir essas disfunções e, por último,</p><p>abordaremos conceitos básicos sobre procedimentos minimamente invasivos.</p><p>Em seguida, na Unidade 2, estudaremos sobre a toxina botulínica e os</p><p>preenchedores, dando ênfase aprofundada de como realizar procedimentos com essas</p><p>substâncias, a legislação envolvida e suas aplicações gerais. Além disso, veremos</p><p>as características envolvidas com essas substâncias, como e quando aplicar, suas</p><p>possíveis reações e como evitá-las.</p><p>Por fim, na Unidade 3, aprenderemos sobre a mesoterapia e PEIM, dando ênfase</p><p>aprofundada de como aplicar essas técnicas, a legislação envolvida e suas aplicações</p><p>gerais. Além disso, veremos as características envolvidas com essas técnicas, como</p><p>e quando aplicar e suas possíveis reações adversas. Em adição, veremos outros</p><p>procedimentos minimamente invasivos, como bioestimuladores, acupuntura estética,</p><p>microagulhamento e carboxiterapia.</p><p>Bons estudos!</p><p>Prof.ª Suianne Leticia Antunes Mota</p><p>Prof.ª Suzana Gonçalves Carvalho</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e</p><p>dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes</p><p>completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você</p><p>acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar</p><p>essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só</p><p>aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.</p><p>GIO</p><p>QR CODE</p><p>Olá, eu sou a Gio!</p><p>No livro didático, você encontrará blocos com informações</p><p>adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento</p><p>acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender</p><p>melhor o que são essas informações adicionais e por que você</p><p>poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações</p><p>durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais</p><p>e outras fontes de conhecimento que complementam o</p><p>assunto estudado em questão.</p><p>Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos</p><p>os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina.</p><p>A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um</p><p>novo visual – com um formato mais prático, que cabe na</p><p>bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada</p><p>também digital, em que você pode acompanhar os recursos</p><p>adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo</p><p>deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura</p><p>interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no</p><p>texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que</p><p>também contribui para diminuir a extração de árvores para</p><p>produção de folhas de papel, por exemplo.</p><p>Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente,</p><p>apresentamos também este livro no formato digital. Portanto,</p><p>acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com</p><p>versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.</p><p>Preparamos também um novo layout. Diante disso, você</p><p>verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses</p><p>ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos</p><p>nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos,</p><p>para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os</p><p>seus estudos com um material atualizado e de qualidade.</p><p>ENADE</p><p>LEMBRETE</p><p>Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma</p><p>disciplina e com ela um novo conhecimento.</p><p>Com o objetivo de enriquecer seu conheci-</p><p>mento, construímos, além do livro que está em</p><p>suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem,</p><p>por meio dela você terá contato com o vídeo</p><p>da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-</p><p>res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de</p><p>auxiliar seu crescimento.</p><p>Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que</p><p>preparamos para seu estudo.</p><p>Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!</p><p>Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um</p><p>dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de</p><p>educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar</p><p>do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem</p><p>avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo</p><p>para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,</p><p>acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!</p><p>SUMÁRIO</p><p>UNIDADE 1 - AVALIAÇÃO FACIAL E CORPORAL RELACIONADA A PROCEDIMENTOS</p><p>MINIMAMENTE INVASIVOS ................................................................................................... 1</p><p>TÓPICO 1 - BIOMEDICINA ESTÉTICA E LEGISLAÇÃO .........................................................3</p><p>1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3</p><p>2 A ESPECIALIZAÇÃO EM BIOMEDICINA ESTÉTICA ...........................................................4</p><p>3 A LEGISLAÇÃO EM BIOMEDICINA ESTÉTICA ....................................................................4</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................... 7</p><p>AUTOATIVIDADE ....................................................................................................................8</p><p>TÓPICO 2 - SISTEMA TEGUMENTAR – A PELE ....................................................................11</p><p>1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................11</p><p>2 SISTEMA TEGUMENTAR E TECIDO ADIPOSO .................................................................. 12</p><p>3 A AVALIAÇÃO DA PELE ..................................................................................................... 16</p><p>3.1 CLASSIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DA PELE .......................................................................................17</p><p>3.2 DISFUNÇÕES</p><p>como flacidez e rugas.</p><p>Procedimentos minimamente invasivos, incluindo neurotoxinas, preenchimentos</p><p>dérmicos, ácidos, lasers, bioestimuladores, mesoterapia, PEIM e microagulhamento,</p><p>oferecem complementos poderosos e menos agressivos que a cirurgia e são</p><p>altamente eficazes em pacientes selecionados. Esses procedimentos visam solucionar</p><p>irregularidades faciais, incluindo rugas e linhas finas, diminuição de volume, contorno</p><p>e gordura indesejada. Determinar a melhor abordagem para um determinado</p><p>paciente envolve uma consideração cuidadosa das condições de saúde do paciente,</p><p>características anatômicas únicas, qualidade do tecido e resultados desejados.</p><p>2 TOXINA BOTULÍNICA</p><p>A toxina botulínica, também conhecida popularmente como botox, é</p><p>desenvolvida por uma bactéria denominada Clostridium botulinum, passando por um</p><p>processo de purificação antes da sua utilização na prática estética. É amplamente</p><p>utilizada com a finalidade de reduzir a hipertonia muscular e bloquear a liberação de</p><p>acetilcolina no nervo pré-sináptico. Existem vários tipos de toxinas produzidas pela</p><p>bactéria, conhecidas como A, B, C, D, E e F, porém, a toxina botulínica tipo A é a mais</p><p>amplamente utilizada na aplicação estética (LEMOS, 2019).</p><p>UNIDADE 1</p><p>32</p><p>O nome “botox” vem do nome comercial da toxina botulínica do tipo A, produzida</p><p>pela indústria Allegan Inc., cujo nome comercial é BOTOX®.</p><p>O mecanismo de ação da toxina botulínica compreende o bloqueio da liberação</p><p>de acetilcolina nos terminais pré-sinápticos, reduzindo, dessa forma, a contração do</p><p>músculo. Quando a forma de aplicação é injetada diretamente no músculo, a neurotoxina</p><p>é internalizada através de um receptor que se encontra na junção neuromuscular. A toxina,</p><p>no entanto, realiza a quebra das ligações peptídicas da proteína SNARE (do inglês Soluble</p><p>N-ethylmaleimide-sensitive fator attachment protein receptor), que funde as vesículas</p><p>de acetilcolina com as membranas na terminação pré-sináptica (SILVA et al., 2016).</p><p>Para a aplicação de toxina botulínica com finalidade estética, é necessário</p><p>conhecer a anatomia facial, a função de cada músculo sobre a expressão facial e as</p><p>linhas de expressão que ele produz.</p><p>QUADRO 1 – REVISÃO DOS MÚSCULOS, FUNÇÃO E LINHAS DE EXPRESSÃO QUE PRODUZEM</p><p>Músculo Função Linha de expressão</p><p>Frontal</p><p>Levantamento das sobrancelhas</p><p>enquanto expressa espanto</p><p>Concomitantes horizontais na testa</p><p>Orbicular dos olhos Fechamento dos olhos Popular "Pés de galinha"</p><p>Prócero</p><p>Contribuição na depressão da</p><p>porção medial das sobrancelhas.</p><p>Contribui durante expressão de</p><p>preocupação</p><p>Concomitantes e horizontais sobre</p><p>a glabela</p><p>Corrugador</p><p>Une as sobrancelhas próximas à</p><p>linha média durante expressão</p><p>de preocupação e auxilia no</p><p>fechamento pressionado dos olhos</p><p>Oblíquas na região da glabela e</p><p>quadrante superior interno da</p><p>órbita.</p><p>Elevador da pálpebra</p><p>superior</p><p>Levantamento da pálpebra superior</p><p>Músculo funcional. Não há</p><p>formação de linhas de expressão</p><p>Transverso do nariz</p><p>Mobilidade do nariz e auxílio ao</p><p>falar que estende as narinas</p><p>Contribui nas linhas de expressão</p><p>sobre o nariz nas laterais e nas</p><p>linhas da região infraocular interna</p><p>Depressor do septo</p><p>nasal</p><p>Abaixa o septo nasal. Sua função é</p><p>facilmente exibida no sorriso</p><p>Horizontal entre a borda do lábio</p><p>superior e a base do septo nasal</p><p>Elevador do lábio</p><p>superior (nasal)</p><p>Levanta o quadrante superior do</p><p>lábio na elevação do canino</p><p>Contribui nas rugas da lateral do</p><p>nariz, do canto dos olhos e para</p><p>o início do sulco nasogeniano</p><p>juntamente ao nariz</p><p>33</p><p>Elevador do lábio</p><p>superior (malar)</p><p>Levanta o quadrante na parte</p><p>superior do lábio na porção medial</p><p>ao canino</p><p>Auxilia para o sulco nasogeniano</p><p>e também para as rugas ao redor</p><p>dos olhos</p><p>Zigomático menor</p><p>Levanta o quadrante superior</p><p>do lábio com o elevador do lábio</p><p>superior, exibindo os dentes</p><p>mandibulares</p><p>Colabora para o sulco naso-</p><p>geniano e também para rugas ao</p><p>redor dos olhos</p><p>Zigomático maior</p><p>Levanta o ângulo da boca para</p><p>cima e para fora, como no sorriso,</p><p>semblante de felicidade e auxiliar</p><p>no processo de mastigação</p><p>Auxilia para o sulco nasogeniano,</p><p>para as rugas ao redor dos olhos</p><p>e também no alinhamento do</p><p>sorriso</p><p>Elevador do ângulo</p><p>da boca</p><p>Levanta o ângulo da boca e lábio</p><p>superior simultaneamente com o</p><p>zigomático maior</p><p>Contribui na linha do sorriso</p><p>Orbicular dos lábios Fechamento e abertura dos lábios Linhas ao redor da boca</p><p>Bucinador</p><p>Preserva constante o formato da</p><p>bochecha e está associado com</p><p>funções de assopro e assobio</p><p>Se trata de um músculo funcional</p><p>e pode contribuir com linhas em</p><p>torno da boca</p><p>Risório</p><p>Guia o ângulo da boca para cima e</p><p>para trás</p><p>Linha do sorriso</p><p>Depressor do ângulo</p><p>da boca</p><p>Contrai o ângulo da boca</p><p>Auxilia para o popular "bigode</p><p>chinês"</p><p>Depressor do lábio</p><p>inferior</p><p>Everte o lábio inferior</p><p>Auxilia para o popular "bigode</p><p>chinês”</p><p>Mentual</p><p>Protrai o mento, levantando as</p><p>partes coles da borda do queixo</p><p>Forma linha no formato de meia</p><p>-lua no queixo</p><p>Platisma ou cutâneo</p><p>do pescoço</p><p>Tensiona a pele do pescoço</p><p>enquanto que contribui para a</p><p>tração da mandíbula e do lábio</p><p>inferior para baixo</p><p>Forma as linhas do popular</p><p>“colarete" no pescoço</p><p>FONTE: Adaptado de Sposito (2004)</p><p>As linhas de expressão hipercinéticas são as mais encontradas na parte superior</p><p>da face, em que tratamentos cirúrgicos são vistos como muito invasivos e os resultados</p><p>nem sempre são agradáveis. Por esse motivo, o tratamento com toxina botulínica nessa</p><p>região tem se mostrado promissor (SPOSITO, 2004).</p><p>34</p><p>FIGURA 8 – ANATOMIA FACIAL E LINHAS DE EXPRESSÃO</p><p>FONTE: . Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>O terço inferior e médio possui músculos que estão relacionados à função</p><p>anatômica da boca, atuando tanto como agonistas como antagonistas. A aplicação de</p><p>neurotoxina nessas áreas deve ser avaliada de forma criteriosa, por se tratar de uma</p><p>região complexa. O terço inferior está relacionado aos músculos em volta da boca, que</p><p>possuem ações funcionais, como deglutição, mastigação, articulações sonoras e ações</p><p>em algumas expressões faciais, como sorriso, “biquinho”, descontentamento e birra</p><p>(SPOSITO, 2004).</p><p>3 PREENCHEDORES</p><p>Preenchedores são substâncias atóxicas e biocompatíveis que são aplicadas</p><p>na pele, desempenhando funções estéticas e corrigindo imperfeições e/ou disfunções.</p><p>O preenchedor mais amplamente utilizado para aplicação estética é o ácido hialurônico</p><p>(SILVA et al., 2016).</p><p>O ácido hialurônico é um polissacarídeo que é encontrado naturalmente na matriz</p><p>extracelular da pele, e devido ao seu caráter aniônico, desempenha importantes funções</p><p>relacionadas à hidratação, ao preenchimento e à estabilização. Por ser uma substância</p><p>biocompatível, são raras as manifestações de rejeição, sendo reações comuns pequenos</p><p>hematomas e processos inflamatórios pós-aplicação (SILVA et al., 2016).</p><p>FIGURA 9 – APLICAÇÃO DE ÁCIDO HIALURÔNICO PARA CONTORNO DOS LÁBIOS</p><p>FONTE: . Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>35</p><p>O ácido hialurônico é comumente aplicado na estética para a correção de sulcos</p><p>infraorbitais (olheiras), sulco nasogeniano (“bigode chinês”), contorno e aumento de</p><p>volume labial, contorno da mandíbula, projeção do queixo, correção do nariz, correção</p><p>de rugas e aumento do zigomático (SILVA et al., 2016).</p><p>4 BIOESTIMULADORES</p><p>Bioestimuladores são substâncias que após injetadas sob a superfície da</p><p>pele, restauram o volume e melhoram a sua aparência. Eles funcionam estimulando</p><p>a produção natural de fibroblastos (células que criam colágeno e elastina) do corpo. O</p><p>objetivo dos bioestimuladores de colágeno é ativar a renovação do colágeno na pele e,</p><p>assim, ajudar a restaurar sua estrutura e volume internos (LEMOS, 2019).</p><p>Um bioestimulador de colágeno consiste em uma substância que é injetada</p><p>na derme profunda, a camada intermediária da pele. Uma vez injetada, a substância</p><p>estimulará a produção de colágeno. Um tratamento com um bioestimulador de colágeno</p><p>é o chamado tratamento minimamente invasivo. O efeito é gradual</p><p>e os resultados</p><p>geralmente são visíveis alguns meses após o tratamento inicial, durando até dois anos</p><p>ou mais. Os bioestimuladores de colágeno fornecem resultados duradouros, em vez de</p><p>uma solução rápida. Isso ocorre porque seus resultados se acumulam ao longo do tempo, à</p><p>medida que sua pele começa a restaurar o colágeno perdido. Isso oferece uma progressão</p><p>natural de melhorias sem revelar grandes mudanças da noite para o dia (LEMOS, 2019).</p><p>O primeiro bioestimulador de colágeno lançado utiliza ácido poli-L-láctico</p><p>(PLLA) para revitalizar a produção de colágeno. O PLLA é uma substância que é usada</p><p>em pontos dissolúveis para o tratamento de feridas.</p><p>As contraindicações para esses bioestimuladores incluem: gravidez e</p><p>amamentação, alergias e distúrbios hemorrágicos.</p><p>5 MESOTERAPIA (INTRADERMOTERAPIA)</p><p>A gordura localizada é uma alteração das células adiposas, podendo ser</p><p>caracterizada como um distúrbio no metabolismo da gordura ou crescimento anormal</p><p>de gordura, sendo uma das principais queixas de insatisfação estética entre homens</p><p>e mulheres. Como resultado, várias abordagens terapêuticas de alta tecnologia,</p><p>minimamente invasivas, personalizadas e baseadas em múltiplos ativos vêm surgindo,</p><p>possibilitando uma redução efetiva e confortável da adiposidade localizada aos</p><p>pacientes (SILVA et al., 2016).</p><p>36</p><p>A intradermoterapia é uma tecnologia que visa liberar medicamentos na pele</p><p>usando força mecânica, pressão do gás e ondas de choque (em caso de intradermoterapia</p><p>pressurizada), ou aplicação de injeções intradérmicas de fármacos/aditivos muito diluídos</p><p>diretamente na área de interesse, permitindo o tratamento de diferentes aspectos</p><p>estéticos, como gordura localizada, flacidez e celulite (SILVA et al., 2016).</p><p>Esse sistema de entrega foi descrito pela primeira vez em 1936 por Marshall</p><p>Lockhart. Em 1940, Higson e outros pesquisadores desenvolveram dispositivos de alta</p><p>pressão que usavam jatos finos de fluido para penetrar na pele e depositar fármacos no</p><p>tecido subjacente. Isso permitiu a administração de medicamentos altamente viscosos,</p><p>que as agulhas tradicionais muitas vezes não conseguiam gerenciar, tornando a aplicação</p><p>menos dolorosa (SILVA et al., 2016).</p><p>O uso da intradermoterapia para o tratamento da gordura localizada envolve o</p><p>uso de medicamentos, reagentes e extratos de plantas nas camadas de gordura e tecido</p><p>conjuntivo da pele. Consiste em uma ampla gama de agentes usados para abrir vasos</p><p>sanguíneos, como enzimas, nutrientes, antibióticos e hormônios. Esse tratamento é indicado</p><p>para pequenas áreas com excesso de gordura ou depósitos de gordura localizada. Um</p><p>exemplo clássico de intradermoterapia é a aplicação de lipoenzimas, amplamente utilizada</p><p>na biomedicina estética para o tratamento de gorduras localizadas (SILVA et al., 2016).</p><p>Usos mais populares: celulite, gordura localizada, rejuvenescimento facial,</p><p>alopecia e estrias.</p><p>6 PROCEDIMENTO ESTÉTICO INJETÁVEL PARA MICROVASOS</p><p>(PEIM)</p><p>Os microvasos são considerados dilatações de veias, artérias ou capilares</p><p>inferiores a 2 milímetros de diâmetro, que afetam cerca de seis em cada 10 mulheres,</p><p>ocorrendo praticamente sempre nas pernas. Há uma predisposição genética em 90%</p><p>dos casos (Figura 10). Raramente os microvasos indicam problemas relacionados à</p><p>saúde, sendo na maioria apenas um problema relacionado à estética, classificado</p><p>como tipo I, sem caráter patológico. O procedimento estético injetável para microvasos</p><p>(PEIM) tem sido amplamente utilizado para eliminar esses vasos de menor calibre (TONI;</p><p>PEREIRA, 2017).</p><p>As principais causas de ocorrências de microvasos são: predisposição genética,</p><p>anticoncepcionais por tempo prolongado, ficar em uma mesma posição por muito tempo,</p><p>atividades de alto impacto, obesidade, sedentarismo, gravidez, diabetes e tabagismo.</p><p>37</p><p>FIGURA 10 – MICROVASOS</p><p>FONTE: .</p><p>Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>O procedimento ocorre através da injeção de glicose hipertônica com agulhas</p><p>bem finas diretamente dentro dos microvasos. A glicose é mais indicada nesses casos</p><p>por não causar nenhum tipo de reação alérgica. Esse procedimento pode ser incômodo</p><p>nas primeiras injeções antes da ação anestésica surgir (TONI; PEREIRA, 2017).</p><p>38</p><p>O USO DO ÁCIDO HIALURÔNICO NA HARMONIZAÇÃO FACIAL</p><p>Thaise Primo Santos Saboia</p><p>Mara Régina Lucena Cabral</p><p>Liberta Lamarta Favoritto Garcia Neres</p><p>Resumo</p><p>O preenchimento facial com ácido hialurônico é um procedimento minimamente</p><p>invasivo que vem se destacando positivamente ao longo dos anos na área da</p><p>Biomedicina estética. Devido à grande demanda por opções não cirúrgicas, surgiram</p><p>na harmonização facial técnicas referentes ao uso de preenchedores dérmicos, que</p><p>são capazes de proporcionar aumento de volume, equilíbrio simétrico e restauração</p><p>dos contornos faciais, promovendo o rejuvenescimento. Objetivo: realizar uma revisão</p><p>bibliográfica sobre o uso do ácido hialurônico como preenchedor na harmonização</p><p>facial dentro das extensões estéticas, bem como analisar as intercorrências acometidas</p><p>pelo ácido hialurônico. Método: tratou-se de um estudo exploratório e descritivo.</p><p>A construção da revisão foi feita através de um levantamento, utilizando artigos</p><p>científicos e periódicos, selecionados a partir das fontes: Google Acadêmico, PubMed</p><p>e Scielo. Resultados: foram analisados os artigos mais relevantes, a fim de se obter</p><p>uma melhor execução do trabalho, desenvolvendo informações quanto à literatura a</p><p>respeito desse tema. Conclusão: é notável que o uso do ácido hialurônico injetável vem</p><p>crescendo a cada dia e tem um papel fundamental nos tratamentos para a prevenção</p><p>e o gerenciamento do envelhecimento, e, através disso, vem conquistando um lugar de</p><p>destaque, melhorando, assim, o bem-estar físico, mental e social do paciente.</p><p>Palavras-chave: Harmonização. Ácido hialurônico. Envelhecimento. Hialuronidase.</p><p>Introdução</p><p>Nos últimos tempos, a sociedade está cada vez mais atenta não só ao que se</p><p>refere ao cuidado com o corpo, mas também com o facial, todavia, o envelhecimento é</p><p>um processo multifatorial, inevitável e acontece de forma natural. Com o aumento da</p><p>expectativa de vida, eleva-se também o crescimento de buscas para melhorar os aspectos</p><p>faciais, isso ocorre porque com o avanço da idade é possível observar o envelhecimento</p><p>da pele, principalmente na face, tornando-se, dessa forma, um dos motivos que levam as</p><p>pessoas a buscar recursos estéticos para diminuírem os efeitos do tempo.</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>39</p><p>[...]</p><p>De acordo com Salvi e Maia (2018), a partir de procuras não cirúrgicas, em que</p><p>as pessoas pudessem fazer os procedimentos e tratamentos tendo uma rotina normal,</p><p>surgiu um novo conceito de beleza, que é a harmonização facial, que é um conjunto</p><p>de técnicas e protocolos capazes de amenizar o efeito do tempo, ajustando o volume e</p><p>restaurando o equilíbrio dos contornos faciais. Os tratamentos minimamente invasivos</p><p>e tecnologias existentes no mercado têm sido bastante utilizados para atender a essa</p><p>finalidade. Uma das escolhas de maior destaque nesse processo de gerenciamento</p><p>do envelhecimento consiste na aplicação do Ácido Hialurônico (AH), um preenchedor</p><p>dérmico, onipresente e biocompatível, cujas características físicas e químicas estariam</p><p>relacionadas à correção de sulcos, rugas e assimetrias, promovendo a harmonização</p><p>dos contornos faciais.</p><p>Desde 2011, o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) regulamentou, na</p><p>Resolução 200/2011, a Biomedicina Estética como uma especialidade, visto que,</p><p>biomédicos estetas são profissionais aptos para exercerem com competência</p><p>procedimentos estéticos corporais, bem como procedimentos dentro da harmonização</p><p>facial. Atualmente, a harmonização facial vem sendo cada vez mais desempenhada</p><p>pelos biomédicos estetas, praticada através de técnicas novas, com o objetivo de</p><p>harmonizar a face de forma natural, buscando sempre resultados suaves, respeitando o</p><p>biotipo, a idade e a anatomia da face de cada</p><p>paciente, atendendo, assim, aos resultados</p><p>esperados e amenizando o processo de envelhecimento causado pelo tempo.</p><p>Apesar de o Ácido Hialurônico ser destaque entre os preenchedores temporários,</p><p>com mais aplicabilidade dentro da harmonização facial (HF), é necessária uma avaliação</p><p>sobre as suas indicações para cada indivíduo e seus efeitos biológicos. A disposição</p><p>do presente estudo foi de produzir uma revisão bibliográfica, avaliando as vantagens</p><p>da utilização do AH na harmonização facial, bem como amenizar o processo de</p><p>envelhecimento e atenuar as disfunções estéticas.</p><p>Materiais e métodos</p><p>O presente trabalho refere-se a uma revisão bibliográfica narrativa, norteando a</p><p>busca de estudos pesquisados em fontes credíveis de informação científica, utilizando</p><p>as bases de dados eletrônicas PubMed/MEDLINE (US National Library of Medicine),</p><p>Scielo, Lilacs e Saúde. Todos os trabalhos encontrados on-line e na íntegra. Foram</p><p>pesquisados artigos em língua portuguesa e inglesa publicados no período de 2010 a</p><p>2021. Os descritores utilizados na busca foram: harmonização facial, preenchimento</p><p>facial; ácido hialurônico; e envelhecimento. Além disso, foram feitos levantamentos de</p><p>documentos oficiais, legislações e normativas que regulamentam e norteiam a profissão</p><p>do biomédico esteta. Foram considerados como critérios de inclusão: pesquisas</p><p>científicas, relatos de casos com abordagem do assunto relacionado ao uso do ácido</p><p>hialurônico na harmonização facial e revisões sobre envelhecimento facial, indexados</p><p>nas plataformas científicas supracitadas.</p><p>40</p><p>Revisão de literatura</p><p>O envelhecimento é um processo incessante que afeta diretamente a harmonia</p><p>facial, diminuindo as funções naturais da nossa pele, tornando os fatores intrínsecos e</p><p>extrínsecos excessivos, influenciados pela alteração do material genético, exposição</p><p>solar, tabagismo, etilismo, alimentação e estresse. Essa variação de pele relacionada ao</p><p>envelhecimento demonstra-se através de rugas, manchas de pele, perda de elasticidade</p><p>e volume, reposicionamento da gordura facial e reabsorção óssea.</p><p>Os coxins de gordura da face atuam proporcionando volume no tecido mole,</p><p>possibilitando um suporte voluntário como um travesseiro para a pele e para outras</p><p>estruturas mais profundas do rosto. Em uma face jovem, essa camada de gordura</p><p>entrega um tônus de pele mais firme e sustentador. A atrofia desse tecido no processo</p><p>de envelhecimento entra como principal precursor, mostrando os sinais aparentes de</p><p>envelhecimento. Além disso, as condições de nutrição da derme são reduzidas através</p><p>da mudança da qualidade e fornecimento de sangue e líquidos nas camadas adjacentes.</p><p>De acordo com Oliveira et al. (2014), o desgaste da pele com o decorrer do tempo</p><p>está relacionado à redução do número de células no organismo e ao funcionamento</p><p>desorganizado das que se mantêm. Com isso, a derme fica com menor espessura, as</p><p>fibras de elastina se degradam e há uma redução da vascularização. Dessa forma, o</p><p>ácido hialurônico, um dos componentes importantes para a hidratação da pele, volume,</p><p>sustentação e jovialidade, também sofre as consequências do envelhecimento.</p><p>O ácido hialurônico é um polímero natural, altamente hidrofílico, que pode ter</p><p>origem natural, é encontrado na matriz extracelular da pele, no tecido conectivo e no</p><p>humor vítreo, ou na forma sintética, pela fermentação bacteriana. Tem capacidade</p><p>de promover a sustentação da derme, deixando-a firme e com mais elasticidade,</p><p>colaborando para o rejuvenescimento e o preenchimento de partes moles para corrigir</p><p>rugas, sulcos, flacidez e assimetrias. A conduta biológica é bem comum: ao injetar o AH,</p><p>ele será absorvido progressivamente por meio do dióxido de carbono e água, por fim,</p><p>será metabolizado pelo fígado.</p><p>O AH sintético foi criado em 1989 por Endre Balazs, porém, a duração no</p><p>organismo era de 24 horas. O injetável pode ter duas origens: animal, extraído da crista</p><p>de galo; e sintética, por fermentação bacteriana através da cultura de Streptococcus,</p><p>este tem sido utilizado com frequência nos últimos tempos.</p><p>Os preenchedores faciais atuais são divididos em absorvíveis e não absorvíveis,</p><p>sendo que o primeiro permanece por apenas um período no local onde é injetado. O</p><p>AH é o injetável mais utilizado para preenchimento facial dentre os absorvíveis, ele</p><p>se destaca por ser metabolizado gradativamente em um período de três a 24 meses,</p><p>dependendo da quantidade aplicada no organismo.</p><p>41</p><p>O preenchimento dérmico ou subcutâneo tem como função suavizar indícios</p><p>do envelhecimento, promovendo o rejuvenescimento facial. O procedimento deve ser</p><p>seguro, eficiente, biocompatível, não alergênico e de fácil remoção. Diante disso, o ácido</p><p>hialurônico (AH) é o preenchedor mais utilizado para o preenchimento de rugas estáticas,</p><p>cicatrizes hipotróficas, aumento de volume labial, sulco nasogeniano, nasojulgal,</p><p>correção nasal, volumização por perda de coxins gordurosos e remodelamento facial.</p><p>Segundo Ferreira e Capobianco (2016), a capacidade do AH em retardar o</p><p>envelhecimento facial está relacionada as suas propriedades antioxidantes, em que</p><p>o ácido hialurônico age nos radicais livres, aumentando a proteção da pele contra a</p><p>radiação UV e contribuindo para o aumento da capacidade de regeneração tecidual. Além</p><p>disso, destacam que o AH proporciona volume, sustentação, hidratação e elasticidade à</p><p>pele, aprimorando a sua estrutura.</p><p>A utilização de preenchedores à base de AH aumentou consideravelmente, em</p><p>se tratando de rejuvenescimento facial, que, através da sua aplicação, tem-se vários</p><p>benefícios para a qualidade dérmica. Com esse acréscimo, podem ocorrer efeitos</p><p>indesejados, mesmo sendo uma matéria degradável pelo organismo. Algumas situações</p><p>requerem ações rápidas, por isso a importância da assistência pós-procedimento.</p><p>De acordo com Salvi e Maia (2018), o procedimento, habitualmente, é realizado</p><p>através de agulhas ou cânulas, das quais o calibre será apropriado à reticulação do</p><p>preenchedor, à área e à profundidade de aplicação. A técnica poderá ser realizada por</p><p>retroinjeção, aplicações em bolus, injeções cruzadas, entre outras, levando em conta</p><p>a viscoelasticidade do preenchedor escolhido. É necessária a união de vários métodos</p><p>em um mesmo paciente, sendo uma abordagem individualizada para cada um e os</p><p>resultados são correspondentes à habilidade do profissional.</p><p>Conforme Leite e Cardoso (2019), inicialmente, os pacientes devem passar</p><p>por uma anamnese para a avaliação da indicação ou não do tratamento, para que</p><p>sejam investigados distúrbios de sangramento, gestação, hipersensibilidade, doenças</p><p>autoimunes, diabetes descompensada, bem como o uso de medicações ou fitoterápicos</p><p>relacionados a anticoagulantes.</p><p>Segundo Dantas et al. (2019), o rejuvenescimento pode acontecer de duas</p><p>formas, com prevenção ou tratamento, que pode se dar através de uma junção de</p><p>condutas e procedimentos, que visam minimizar o aparecimento dos sinais do tempo,</p><p>e formulações à base de ácido hialurônico, que tem como objetivo retroceder as</p><p>manifestações clínicas aparentes de uma pele envelhecida.</p><p>A aplicação do AH pode ser realizada em planos diferentes, com injeções no</p><p>plano subcutâneo em regiões, como nasolabial e linha de marionete. Áreas, como malar,</p><p>zigomático, mento, frontal e mandíbula, são planos mais profundos (supraperiosteal),</p><p>já na área labial ocorre superficialmente. Pode ser usada agulha ou cânula, depende</p><p>do nível de profundidade e reticulação do produto. O preenchimento utilizando a</p><p>42</p><p>microcânula é menos invasivo, pois não são feitas punções como no método tradicional</p><p>com agulha, porém, em ambos os modos, poderá haver a necessidade de anestesia na</p><p>área, dependendo da sensibilidade de cada paciente.</p><p>O conhecimento da anatomia facial e da fisiologia do tratamento é indispensável</p><p>ao profissional que realiza o procedimento, para que minimize os riscos de injeção</p><p>intravascular de AH e sua compressão, evitando áreas com o propósito de prevenir</p><p>complicações vasculares, formação</p><p>de nódulos, necrose e morte.</p><p>Diante disso, o profissional tem que estar preparado e apto para controlar</p><p>essas casualidades, dispondo da aplicação de uma enzima que degrade rápida e</p><p>especificamente essa substância, utilizando a hialuronidase. Esse procedimento diminui</p><p>a massa molar, modificando a sua viscoelasticidade, recuperando o fluxo sanguíneo</p><p>local e evitando sequelas, sendo, portanto, apropriado para reduzir as reações adversas</p><p>ocasionadas por excesso de preenchimento em locais inadequados. Não há na literatura</p><p>uma dose recomendada de hialuronidase para reverter o preenchimento com ácido</p><p>hialurônico, há sugestões que variam entre cinco e 75UI.</p><p>Conclusão</p><p>Evidenciou-se que o envelhecimento cutâneo é um processo incessante, em</p><p>que todos os indivíduos são acometidos, e o AH ajuda na prevenção e no tratamento,</p><p>por possuir características antioxidantes, entrega volume, sustentação, hidratação e</p><p>elasticidade, sendo conveniente para a correção de rugas e assimetrias, restabelecendo</p><p>a harmonia dos contornos faciais.</p><p>[...]</p><p>Dessa forma, conclui-se que o uso do AH na harmonização facial fornece os</p><p>benefícios necessários para uma pele saudável, com volume, sustentação, hidratação e</p><p>elasticidade. Entretanto, a escolha do produto e sua reticulação devem ser apropriadas,</p><p>atendendo às necessidades individuais de cada paciente, proporcionando resultados</p><p>satisfatórios.</p><p>Considerando as questões apresentadas nas publicações e as hipóteses</p><p>levantadas, foi observado que o uso do ácido hialurônico oferece muitos benefícios no</p><p>contexto dos procedimentos estéticos, entretanto, estudos futuros sobre as técnicas</p><p>empregadas e as intercorrências nos procedimentos devem ser analisados e publicados</p><p>criteriosamente, para que a utilização da técnica se torne cada vez mais segura para o</p><p>paciente.</p><p>FONTE: SABOIA, T. P. S.; CABRAL, M. R. L.; NERES, L. L. F. G. O uso do ácido hialurônico na harmonização</p><p>facial. Research, Society and Development, [s. l.], v. 10, n. 14, p. 1-7, out. 2021. Disponível em: https://</p><p>rsdjournal.org/index.php/rsd/article/download/21731/19376/262311. Acesso em: 8 fev. 2022.</p><p>43</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• Procedimentos minimamente invasivos, incluindo neurotoxinas, preenchimentos</p><p>dérmicos, ácidos, lasers, bioestimuladores, mesoterapia, PEIM e microagulhamento</p><p>oferecem complementos poderosos e importantes para a aplicação estética.</p><p>• A toxina botulínica é um composto biológico, uma importante ferramenta para a</p><p>biomedicina estética, sendo aplicada principalmente no tratamento de linhas de</p><p>expressão.</p><p>• Preenchedores são substâncias biocompatíveis que são aplicadas na pele,</p><p>desempenhando funções estéticas e corrigindo imperfeições e/ou disfunções. O</p><p>preenchedor mais utilizado no mundo é o ácido hialurônico.</p><p>• Os bioestimuladores são substâncias que, após injetadas sob a superfície da pele,</p><p>restauram o volume e melhoram a sua aparência. Sua principal função é a estimulação</p><p>da produção natural de colágeno.</p><p>• A intradermoterapia é uma tecnologia que visa liberar medicamentos na pele,</p><p>permitindo o tratamento de diferentes aspectos estéticos, como gordura localizada,</p><p>flacidez e celulite.</p><p>44</p><p>1 A toxina botulínica, também conhecida popularmente como botox, é desenvolvida</p><p>por uma bactéria denominada Clostridium botulinum, passando por um processo</p><p>de purificação antes da sua utilização na prática estética. Sobre a toxina botulínica,</p><p>assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) É utilizada com a finalidade de aumentar a hipertonia muscular e liberar</p><p>acetilcolina no nervo pré-sináptico.</p><p>b) ( ) Existem vários tipos de toxinas produzidas pela bactéria, conhecidas como A, B,</p><p>C, D, E e F, porém, a toxina botulínica tipo C é a mais amplamente utilizada na</p><p>aplicação estética.</p><p>c) ( ) O nome botox vem do nome comercial da toxina botulínica do tipo A, produzida</p><p>pela indústria Allegan Inc., cujo nome comercial é BOTOX®.</p><p>d) ( ) O mecanismo de ação da toxina botulínica compreende a liberação de acetilcolina</p><p>nos terminais pré-sinápticos, aumentando, dessa forma, a contração do músculo.</p><p>2 A gordura localizada é definida como uma modificação das células adiposas, podendo</p><p>ser descrita também como uma alteração no metabolismo da gordura ou crescimento</p><p>desenfreado de gordura, um dos principais motivos de insatisfação estética entre</p><p>ambos os sexos. Sobre a gordura localizada e os métodos existentes para o seu</p><p>tratamento, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:</p><p>( ) A toxina botulínica é um método eficaz no tratamento de gorduras localizadas,</p><p>pois bloqueia a liberação de acetilcolina nos terminais pré-sinápticos, diminuindo</p><p>a contração muscular.</p><p>( ) O PEIM é uma ótima alternativa estética para o tratamento de gorduras localizadas.</p><p>( ) A intradermoterapia é uma tecnologia que visa liberar medicamentos na pele,</p><p>permitindo o tratamento de diferentes aspectos estéticos, como gordura localizada,</p><p>flacidez e celulite.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V - V - F.</p><p>b) ( ) F - F - V.</p><p>c) ( ) V - V - V.</p><p>d) ( ) V - F - V.</p><p>3 Preenchedores são procedimentos minimamente invasivos, denominados como</p><p>substâncias biocompatíveis, que não causam toxicidade em humanos, sendo</p><p>administrados na pele e que desempenham funções estéticas importantes, corrigindo</p><p>imperfeições e/ou disfunções. Sobre os preenchedores, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>45</p><p>a) ( ) A toxina botulínica é um exemplo de preenchedor.</p><p>b) ( ) O ácido hialurônico é o preenchedor mais comumente aplicado na estética.</p><p>c) ( ) São responsáveis pela estimulação da produção de colágeno.</p><p>d) ( ) Atuam no tratamento de gorduras localizadas.</p><p>4 O envelhecimento é um processo biológico que ocorre em todas as pessoas com</p><p>o passar dos anos. Desencadeado por uma série de fatores, o envelhecimento, no</p><p>entanto, pode ocorrer por fatores intrínsecos e extrínsecos. Explique cada um desses</p><p>fatores e exemplifique.</p><p>5 A toxina botulínica é um composto natural e biológico produzida a partir de um</p><p>microrganismo denominado Clostridium botulinum, atuando principalmente no</p><p>tratamento de linhas de expressão, como um procedimento minimamente invasivo.</p><p>Descreva o mecanismo de ação da toxina botulínica para tal tratamento.</p><p>46</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>CFBM. CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Resolução nº 197, de 21 de</p><p>fevereiro de 2011. Dispõe sobre as atribuições do profissional Biomédico no</p><p>Exercício da Saúde Estética de Atuar como Responsável Técnico de Empresas</p><p>que Executam Atividades para fins Estéticos. Brasília, DF: CFBM, 2011a.</p><p>Disponível em: https://cfbm.gov.br/resolucao-no-197-de-21-de-fevereiro-</p><p>de-2011/. Acesso em: 17 jan. 2022.</p><p>CFBM. CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Resolução nº 200, de 1 de</p><p>julho de 2011. Dispõe sobre critérios para habilitação em Biomedicina Estética.</p><p>Brasília, DF: CFBM, 2011b. Disponível em: https://cfbm.gov.br/resolucao-no-200-</p><p>de-1o-de-julho-de-2011/. Acesso em: 17 jan. 2022.</p><p>CFBM. CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Resolução nº 214, de 10 de</p><p>abril de 2012. Dispõe sobre atos do profissional biomédico e, insere-se no uso</p><p>de substâncias em procedimentos estéticos. Brasília, DF: CFBM, 2012. Disponível</p><p>em: https://cfbm.gov.br/resolucao-no-214-de-10-de-abril-de-2012/. Acesso em:</p><p>17 jan. 2022.</p><p>CFBM. CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Resolução nº 241, de 29 de</p><p>maio de 2014. Dispõe sobre atos do profissional biomédico com habilitação</p><p>em biomedicina estética e regulamenta a prescrição por este profissional para</p><p>fins estéticos. Brasília, DF: CFBM, 2014. Disponível em: https://cfbm.gov.br/</p><p>resolucao-no-241-de-29-de-maio-de-2014/. Acesso em: 17 jan. 2022.</p><p>CFBM. CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Normativa CFBM nº 004/2015,</p><p>de 5 de novembro de 2015. Dispõe sobre procedimentos realizados por</p><p>Biomédicos Estetas, utilizando-se de fios de sustentação tecidual para fins</p><p>estéticos. Brasília, DF: CFBM, 2015a. Disponível em: https://crbm1.gov.br/</p><p>novosite/wp-content/uploads/2014/01/NORMATIVA-CFBM-004.2015-ESTETICA.</p><p>pdf. Acesso em: 17 jan. 2022.</p><p>CFBM. CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Normativa CFBM nº 005/2015,</p><p>de 5 de novembro de 2015. Dispõe sobre a aplicação de substâncias por via</p><p>intramuscular. Brasília, DF: CFBM, 2015b. Disponível em: https://crbm1.gov.br/</p><p>novosite/wp-content/uploads/2014/01/NORMATIVA-CFBM-005.2015-ESTETICA.</p><p>pdf. Acesso em: 17 jan. 2022.</p><p>CFBM. CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Resolução nº 304, de 23 de</p><p>abril de 2019. Dispõe sobre a especialidade em estética de biomedicina,</p><p>reconhecida pelo Conselho Federal de Biomedicina. Brasília, DF: CFBM, 2019a.</p><p>Disponível em: https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolu%C3%87%C3%83o-</p><p>n%C2%BA-304-de-23-de-abril-de-2019-84796429. Acesso em: 17 jan. 2022.</p><p>47</p><p>CFBM. CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Resolução nº 307, de 17</p><p>de maio de 2019. Dispõe sobre a especialidade da Biomedicina Estética,</p><p>reconhecida pelo Conselho Federal de Biomedicina. Brasília, DF: CFBM, 2019b.</p><p>Disponível em: https://cfbm.gov.br/resolucao-no-307-de-17-de-maio-de-2019/.</p><p>Acesso em: 17 jan. 2022.</p><p>CFBM. CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Resolução nº 330, de 5 de</p><p>novembro de 2020. Regulamenta o novo Código de Ética do Profissional</p><p>Biomédico. Brasília, DF: CFBM, 2020. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/</p><p>web/dou/-/resolucao-n-330-de-5-de-novembro-de-2020-286734436. Acesso</p><p>em: 17 jan. 2022.</p><p>CHERNEY, K. Types of Acne and How to Treat Them. Healthline, 2019. Disponível</p><p>em: https://www.healthline.com/health/beauty-skin-care/types-of-acne. Acesso</p><p>em: 18 jan. 2022.</p><p>LEMOS, J. R. O. de M. As principais queixas de disfunções estéticas faciais em</p><p>mulheres tratadas pelo farmacêutico esteta. 2019. 56 f. Monografia (Graduação</p><p>em Farmácia) – Faculdade de Enfermagem Nova Esperança de Mossoró, Mossoró,</p><p>2019. Disponível em: http://www.sistemasfacenern.com.br/repositorio/admin/</p><p>acervo/05b9e343d3715a908fb16678875a3511.pdf. Acesso em: 4 fev. 2022.</p><p>OLIVEIRA, A. L. et al. Curso didático de estética. 2. ed. São Caetano do Sul:</p><p>Yendis, 2014a. v. 1.</p><p>OLIVEIRA, A. L. et al. Curso didático de estética. 2. ed. São Caetano do Sul:</p><p>Yendis, 2014b. v. 2.</p><p>SABOIA, T. P. S.; CABRAL, M. R. L.; NERES, L. L. F. G. O uso do ácido hialurônico</p><p>na harmonização facial. Research, Society and Development, [s. l.], v. 10, n. 14,</p><p>p. 1-7, out. 2021. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/</p><p>download/21731/19376/262311. Acesso em: 8 fev. 2022.</p><p>SILVA, J. G. M.; FILONI, E.; FITZ, F. F. Physical therapy in the treatment of body</p><p>aesthetics dysfunctions - literature review. Manual Therapy, Posturology &</p><p>Rehabilitation Journal, [s. l.], v. 12, p. 220-230, 2014. Disponível em: https://</p><p>submission-mtprehabjournal.com/revista/article/view/1169. Acesso em: 4 fev. 2022.</p><p>SILVA, J. S. P. et al. Procedimentos minimamente invasivos utilizados pelo</p><p>biomédico esteta no tratamento do fotoenvelhecimento. In: AVINCH, 11., 2016,</p><p>Curitiba. Anais […]. Curitiba: UNIBRASIL, 2016, p. 1-11. Disponível em: https://</p><p>portaldeperiodicos.unibrasil.com.br/index.php/anaisevinci/article/view/1101.</p><p>Acesso em: 4 fev. 2022.</p><p>SPOSITO, M. M. M. Toxina botulínica tipo A – propriedades farmacológicas e uso</p><p>clínico. Acta Fisiátrica, São Paulo, v. 11, n. 1, 2004.</p><p>48</p><p>STÜCKER, M. et al. The cutaneous uptake of atmospheric oxygen contributes</p><p>significantly to the oxygen supply of human dermis and epidermis. The Journal</p><p>of Physiology, [s. l.], v. 538, p. 985-994, 2002.</p><p>TONI, T. Z.; PEREIRA, P. P. Procedimento estético injetável de microvasos com</p><p>glicose 75% e glicose 50%. Revista Iniciare, Campo Mourão, v. 2, n. 1, p. 53-</p><p>61, 2017. Disponível em: https://docplayer.com.br/52969552-Procedimento-</p><p>estetico-injetavel-de-microvasos-com-glicose-75-e-glicose-50.html. Acesso em:</p><p>4 fev. 2022.</p><p>VASCONCELOS, S. C. B. et al. O uso do ácido hialurônico no rejuvenescimento</p><p>facial. Revista Brasileira Militar de Ciências, [s. l.], v. 6, n. 14, p. 8-15, 2020.</p><p>49</p><p>PROCEDIMENTOS</p><p>MINIMAMENTE INVASIVOS:</p><p>TOXINA BOTULÍNICA E</p><p>PREENCHEDORES</p><p>UNIDADE 2 —</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>PLANO DE ESTUDOS</p><p>A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:</p><p>• conhecer a legislação da biomedicina estética no que concerne à realização de</p><p>procedimentos invasivos, como a toxina botulínica e os preenchedores;</p><p>• dominar a base da aplicação da toxina botulínica;</p><p>• dominar a base da aplicação de preenchedores.</p><p>Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará</p><p>autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.</p><p>TÓPICO 1 – LEGISLAÇÃO</p><p>TÓPICO 2 – TOXINA BOTULÍNICA</p><p>TÓPICO 3 – PREENCHEDORES</p><p>Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure</p><p>um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.</p><p>CHAMADA</p><p>50</p><p>CONFIRA</p><p>A TRILHA DA</p><p>UNIDADE 2!</p><p>Acesse o</p><p>QR Code abaixo:</p><p>51</p><p>TÓPICO 1 —</p><p>LEGISLAÇÃO</p><p>UNIDADE 2</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>A área da estética abriu novas oportunidades de trabalho para o biomédico,</p><p>possibilitando sua atuação em clínicas e consultórios relacionados com a estética.</p><p>Os resultados excelentes fazem com que esses procedimentos sejam cada vez mais</p><p>frequentes. A Resolução nº 241/2014, do Conselho Federal de Biomedicina, define o</p><p>biomédico como um dos profissionais responsáveis por manusear essas técnicas</p><p>(CFBM, 2014).</p><p>A biomedicina estética é uma das áreas em que o profissional pode se habilitar,</p><p>pois é um campo de atuação bastante promissor. O profissional dessa área pode</p><p>atuar em tratamentos utilizados na estética facial e corporal, tornando o processo de</p><p>envelhecimento mais lento e melhorando a autoestima dos pacientes (LABE, 2016).</p><p>No entanto, para sua atuação, é necessário realizar um curso de pós-graduação</p><p>em uma instituição reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC) ou ter, no mínimo,</p><p>500 horas de estágio supervisionado na área de estética (CFBM, 2011). Neste tópico,</p><p>você estudará de forma geral os procedimentos minimamente invasivos e conhecerá a</p><p>legislação da biomedicina estética no que concerne à realização desses procedimentos.</p><p>2 LEGISLAÇÃO</p><p>Os procedimentos minimamente invasivos são aqueles realizados com</p><p>agulhas e injeções hipodérmicas, ou seja, procedimentos injetáveis, que invadem</p><p>epiderme, derme e tecido subcutâneo sem atingir órgãos internos e considerados como</p><p>não cirúrgicos. Os profissionais que podem fazer esses procedimentos são os da área de</p><p>saúde, devidamente habilitados (PEREIRA; DELAY, 2017).</p><p>A Resolução nº 241, de 29 de maio de 2014, dispõe que o profissional com</p><p>habilitação em biomedicina estética possa prescrever substâncias de fins estéticos</p><p>(CFBM, 2014). Entretanto, essa habilitação já foi concedida aos biomédicos em 10 de</p><p>outubro de 2010, sendo definida em reunião pelos membros do Conselho Federal e</p><p>Regional de Biomedicina. Nessa reunião, foram discutidos pontos como: as disciplinas</p><p>que deveriam ser cursadas por esses profissionais, como o biomédico deveria atender e</p><p>quais as avaliações seriam feitas aos pacientes (BME, 2013).</p><p>52</p><p>As Resoluções do CFBM (nº 197/2011 e nº 241/2014) permitem que os</p><p>profissionais realizem procedimentos estéticos minimamente invasivos, tais como:</p><p>injeções intradérmicas, subcutâneas, intramusculares e periostais, sob o respaldo das</p><p>leis e regulamentações em plena vigência e eficácia.</p><p>FIGURA 1 – TIPOS DE INJEÇÕES MINIMAMENTE INVASIVAS</p><p>FONTE: .</p><p>Acesso em: 31 mar. 2022.</p><p>Seguindo as normatizações da ANVISA, as Resoluções nº 169/2009 e nº</p><p>174/2009, do CFBM, permitem que o biomédico possa realizar a prescrição das seguintes</p><p>substâncias para fins estéticos: toxina botulínica tipo A, substâncias utilizadas na</p><p>intradermoterapia, substâncias de uso injetável, conforme a ANVISA, preenchimentos</p><p>dérmicos, subcutâneo, supraperiostal, fitoterápicos, vitaminas e minerais.</p><p>Cabe aos profissionais biomédicos a prescrição de formulações magistrais ou</p><p>de referência de cosméticos, dermocosméticos, óleos essenciais e fármacos</p><p>de administração tópica. O biomédico</p><p>não está autorizado a prescrever</p><p>medicamentos, mas biomédicos habilitados em estética podem prescrever</p><p>e administrar substâncias utilizadas nas técnicas estéticas previstas na</p><p>Resolução CFBM nº 241/2014.</p><p>ATENÇÃO</p><p>Esses profissionais são qualificados para a realização dos procedimentos</p><p>mencionados nas Resoluções do CFBM, pois têm facilidade com procedimentos que</p><p>utilizam agulhas, sejam para a coleta de sangue ou para a aplicação de outras substâncias.</p><p>Entretanto, o profissional não poderá fazer uso da toxina botulínica com finalidade</p><p>terapêutica (CFBM, 2011).</p><p>53</p><p>Além disso, a atuação do biomédico em estética deve estar em consonância</p><p>com a legislação vigente do Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) e da Agência</p><p>Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), segundo a Normativa nº 01, de 10 de abril de</p><p>2012, a Resolução nº 214, de 10 de abril de 2012, a Resolução nº 200, de 1 de julho de</p><p>2011 e a Resolução nº 197, de 21 de fevereiro de 2011. O presidente do Conselho Federal</p><p>de Biomedicina estabeleceu normas do Conselho, que regulamenta a profissão.</p><p>De acordo com o Conselho Federal de Biomedicina (2015), para a realização dos</p><p>procedimentos estéticos injetáveis, o profissional deve usar no máximo 10 ml de produto</p><p>por sessão. A técnica deve ser realizada por biomédicos estetas capacitados e em</p><p>estabelecimentos que tenham Alvará de Licença Sanitária. Ficam vedados ao biomédico</p><p>os procedimentos de varizes tipo II, III e IV, que devem ser encaminhados ao médico.</p><p>Em casos de procedimentos utilizando fios de sustentação tecidual, os fios de</p><p>sutura utilizados por biomédicos devem ser absorvíveis, hipoalergênicos, biocompatíveis,</p><p>estéreis e de uso individual aprovados pela ANVISA. Os profissionais da Biomedicina só</p><p>poderão fazer esse procedimento com a classificação estabelecida pela ANVISA, sendo</p><p>vedada a utilização de técnicas invasivas cirúrgicas, mesmo sendo produto absorvível</p><p>(SUNDARAM et al., 2016).</p><p>No tratamento de aplicação de substâncias por via intramuscular, o procedimento</p><p>só poderá ser feito por biomédicos com habilitação em biomedicina estética, em</p><p>estabelecimento que possua Alvará de Licença Sanitária (CFBM, 2015).</p><p>Tratando-se de legislações sobre a realização de procedimentos estéticos, é</p><p>possível encontrar as principais Resoluções no site do Conselho Regional de Biomedicina.</p><p>São elas: Resolução nº 197, de 21 de fevereiro de 2011 – Dispõe sobre as atribuições</p><p>do profissional biomédico no exercício da saúde estética de atuar como responsável</p><p>técnico de empresas que executam atividades para fins estéticos. Resolução nº 200, de</p><p>1 de junho de 2011 – Dispõe sobre critérios para habilitação em Biomedicina Estética.</p><p>Resolução nº 214, de 10 de abril de 2012 – Dispõe sobre atos do profissional biomédico</p><p>e, insere-se no uso de substâncias em procedimentos estéticos.</p><p>Além de levar beleza e bem-estar, o biomédico também pode atuar no</p><p>desenvolvimento de pesquisas em biomedicina no ramo da estética e procedimentos.</p><p>Para cada procedimento minimamente invasivo, há uma indicação, e os recursos</p><p>permitidos atualmente são:</p><p>• aplicação de toxina botulínica tipo A;</p><p>• mesoterapia/intradermoterapia;</p><p>• preenchimentos semipermanentes;</p><p>• peelings químicos;</p><p>• carboxiterapia;</p><p>• laser fracionado;</p><p>• luz intensa pulsada;</p><p>• radiofrequência;</p><p>54</p><p>• entre outras inúmeras técnicas invasivas não cirúrgicas utilizadas no rejuvenescimento</p><p>cutâneo e em alterações nas conformações corporais (celulite, estrias, flacidez,</p><p>gordura localizada etc.).</p><p>Outra vantagem dos procedimentos minimamente invasivos é o de não causar</p><p>desconforto e não afastar o paciente de sua rotina. Quando exigem um tempo de</p><p>recuperação maior, como no caso do peeling químico, esse período não excede 15 dias, e o</p><p>paciente pode repousar em casa.</p><p>Como consta na Resolução nº 214/2012, a aplicação de substâncias nos</p><p>procedimentos estéticos deve seguir as normas do fabricante, em obediência às normas</p><p>estabelecidas pela sociedade científica. Em consonância, essa mesma Resolução confere</p><p>ao biomédico a responsabilidade técnica para utilizar e prescrever substâncias, mediante</p><p>cumprimento dos critérios necessários para obter a referente habilitação (CFBM, 2012).</p><p>Além disso, o histórico escolar do curso deve possuir toda a grade curricular</p><p>básica, incluindo disciplinas ou conteúdos de semiologia e farmacologia para atuar na</p><p>biomedicina estética, critérios exigidos para a especialização, que estão previstos na</p><p>Resolução do Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) nº 200/2011, nos art. 3º e 5º, e</p><p>estão de acordo com as normas e as Resoluções nº 169 e 174 do Conselho Federal de</p><p>Biomedicina.</p><p>Considerando o entendimento das técnicas de aplicação de substâncias, outro</p><p>requisito é conhecer os antecedentes do paciente, obtendo informações importantes,</p><p>tais como: se ele faz ou não uso de medicamentos, se é gestante ou lactante e se possui</p><p>desordens no sistema nervoso periférico ou neuromuscular (SILVA, 2012).</p><p>Como a estética está intimamente ligada ao corpo, a maneira mais atrativa de</p><p>vender seu serviço profissional é mostrando seus pacientes em redes sociais, com fotos de</p><p>antes e depois, e até mesmo os momentos em que são realizados os procedimentos. No</p><p>entanto, existem algumas considerações com relação à propaganda da atividade biomédica,</p><p>são elas: Capítulo V - Dos Limites para Divulgação e Propaganda da Atividade Biomédica:</p><p>Art. 8º - Os anúncios, individuais ou coletivos, deverão restringir-se:</p><p>a) ao nome do biomédico e respectivo número de inscrição no</p><p>Conselho;</p><p>b) às habilitações devidamente registradas;</p><p>c) aos títulos da profissão;</p><p>d) aos endereços e horários de trabalho.</p><p>[…] (CFBM, 2011).</p><p>Art. 10 O profissional biomédico poderá divulgar os títulos, cursos/</p><p>capacitações/atualizações que participou, após sua inclusão na área</p><p>de atuação.</p><p>§ 1º - O biomédico poderá utilizar mídia exterior e/ou mídia eletrônica,</p><p>obedecendo a legislação pertinente. As mídias deverão obedecer às</p><p>indicações constantes do artigo 9º e alíneas, ainda:</p><p>I- A divulgação de autorretratos (selfies) de biomédicos, acompa-</p><p>nhados de usuário ou não, desde que com autorização prévia</p><p>do usuário ou de seu representante legal, através de Termo de</p><p>Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE;</p><p>55</p><p>II- Toda atividade passível de autorização do usuário deverá ser</p><p>obrigatoriamente encaminhada ao respectivo conselho via digital,</p><p>sob responsabilidade exclusiva do Responsável Técnico - RT;</p><p>III- Divulgação de imagens por biomédico responsável pela sua</p><p>execução cientificamente comprovada, com autorização prévia</p><p>do usuário ou de seu representante legal, através de TCLE;</p><p>IV- Publicar imagens e resultado final de procedimentos, salvo nos</p><p>casos onde houver, além do TCLE para esse fim, os seguintes</p><p>dizeres constantes na descrição ou legenda da peça publicitária:</p><p>"Esta imagem não representa, em hipótese alguma, garantia de</p><p>resultado. Cada ser humano tem características anatômicas e</p><p>fisiológicas únicas";</p><p>V- No caso de divulgação de imagens relativas aos procedimentos,</p><p>conhecidos como "antes" e "depois" deverá constar legenda nas</p><p>imagens contendo a seguinte informação autorizada em TCLE:</p><p>"divulgação autorizada pelo usuário".</p><p>A realização dos procedimentos pelo profissional biomédico, quando seguidas as</p><p>pragmáticas de segurança, é eficaz e segura, com relatos de aprovação dos pacientes e</p><p>resultados visuais satisfatórios (BRATZ, 2016).</p><p>O biomédico que possuir essa habilitação poderá realizar a prescrição de</p><p>substâncias e outros produtos para fins que não sejam terapêuticos, incluindo substâncias</p><p>biológicas (toxina botulínica tipo A) (CFBM, 2014).</p><p>3 APLICAÇÕES GERAIS DOS PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE</p><p>INVASIVOS</p><p>Uma área que cresceu nesses últimos anos foi a Biomedicina Estética, que</p><p>cuida do bem-estar e beleza do paciente, levando os recursos da saúde relacionados ao</p><p>seu amplo conhecimento para a recuperação dos tecidos e do organismo como um todo</p><p>(SILVA, 2012).</p><p>Entre as técnicas utilizadas no rejuvenescimento facial e corporal,</p><p>os</p><p>procedimentos minimamente invasivos (não cirúrgicos) são os mais frequentes, em que o</p><p>biomédico esteta aplica as técnicas para as disfunções estéticas relacionadas à derme e</p><p>seus anexos e ao tecido adiposo.</p><p>Conforme a Resolução nº 197, de 21 de fevereiro de 2011, do Conselho Federal de</p><p>Biomedicina, o biomédico é um profissional capacitado para a realização de tratamentos</p><p>de disfunções corporais e faciais decorrentes do envelhecimento. Esse profissional</p><p>pode indicar tratamentos específicos através de uma anamnese minuciosa, cuidando</p><p>da saúde, do bem-estar e da beleza das pessoas (CFBM, 2011). Além disso, pode</p><p>realizar os procedimentos minimamente invasivos, como a aplicação de carboxiterapia,</p><p>peelings químicos microagulhamento, intradermoterapia, toxina botulínica do tipo A e</p><p>preenchimentos dérmicos.</p><p>56</p><p>Os procedimentos minimamente invasivos, em alta no mercado, têm</p><p>sido amplamente empregados. Um dos que mais se destacam é a carboxiterapia,</p><p>procedimento utilizado nas disfunções estéticas, caracterizada pelo uso terapêutico do</p><p>gás carbônico com o intuito de eliminar estrias, celulites, flacidez da pele e gorduras</p><p>localizadas (FELIZZOLA; MEJIA, 2014).</p><p>É uma intervenção simples e segura, entretanto, sua utilização requer</p><p>conhecimento, profissionais capacitados e ambiente apropriado. É administrada por via</p><p>subcutânea e promove vasodilatação, que melhora o fluxo de nutrientes necessários</p><p>para remodelar os componentes da matriz extracelular e reparação dos tecidos</p><p>(MACHADO, 2014).</p><p>Um dos efeitos colaterais relatados é a dor, pois no local da aplicação pode</p><p>ocorrer ardência, dormência ou pequenos hematomas. As contraindicações incluem</p><p>problemas infecciosos na pele e disfunções como: alergia, obesidade, gravidez, herpes,</p><p>acne, urticária, infecção local, epilepsia, distúrbios psiquiátricos etc. (REIS; VIEIRA, 2018).</p><p>Os peelings químicos também têm se tornado uma modalidade terapêutica</p><p>cada vez mais popular. É um dos procedimentos estéticos mais utilizados. Consiste na</p><p>aplicação de uma substância química na pele para produzir descamação do estrato</p><p>córneo e normalização da epiderme, com remodelação da pele (TRUCHUELO; CERDÁ;</p><p>FERNÁNDEZ, 2017).</p><p>O profissional que fará o peeling deve ter conhecimento dos agentes químicos,</p><p>pois são alguns dos mais amplamente utilizados no tratamento do melasma. O</p><p>procedimento produz uma melhoria considerável na qualidade da pele tratada, após um</p><p>curto período de recuperação, além de ser um procedimento econômico e relativamente</p><p>seguro (GRIMES, 2000).</p><p>O procedimento consiste na aplicação de um ou mais agentes esfoliantes na pele,</p><p>ocorrendo depois a regeneração de parte da epiderme e/ou derme, através do aumento</p><p>da expressão dos genes de colágeno. Os efeitos colaterais podem ser minimizados</p><p>quando se utilizam concentrações mais baixas, de 20% a 35%, sendo que concentrações</p><p>mais elevadas geralmente provocam irritação e podem causar hiperpigmentação pós-</p><p>inflamatória em pacientes com pele escura (SARKAR; BANSAL; GARG, 2012).</p><p>Outra técnica usada no rejuvenescimento é a intradermoterapia, um procedimento</p><p>médico que consiste na aplicação de substâncias com mecanismos de ação já conhecidos</p><p>e em baixas doses, biocompatíveis e absorvíveis, indicadas no combate aos radicais livres</p><p>e nos casos de envelhecimento leve a moderado (CHOI et al., 2012).</p><p>Entretanto, a intradermoterapia está contraindicada no tratamento de rugas de</p><p>expressão e de envelhecimento facial como tratamento isolado, podendo ser utilizada</p><p>como tratamento combinado a outras técnicas. É melhor indicada em pacientes</p><p>com sinais iniciais de envelhecimento, que apresentam desidratação cutânea leve a</p><p>moderada e formação de rugas finas (EL-DOMYATI et al., 2012).</p><p>57</p><p>O ácido hialurônico, por sua vez, é um dos preenchedores dérmicos temporários</p><p>mais usados na correção de linhas e sulcos faciais por ser seguro e eficaz. Sua forma</p><p>injetável tem conquistado lugar de destaque na prevenção ao envelhecimento. Embora</p><p>seu uso não seja um substituto para a cirurgia plástica, sua aplicação vem se destacando</p><p>como uma das opções não cirúrgicas mais aceitas pelos pacientes, devido ao seu</p><p>baixo custo e por apresentar efeitos imediatos, além de conferir volume, sustentação,</p><p>hidratação e elasticidade à pele.</p><p>As diferentes apresentações farmacêuticas disponíveis permitem a escolha do</p><p>produto com reticulação e densidade apropriada à reposição volumétrica, em diferentes</p><p>planos de tecidos e zonas anatômicas, de forma a atender às necessidades individuais</p><p>(MORAES et al., 2017).</p><p>A contração muscular proporciona expressões faciais chamadas de rugas</p><p>dinâmicas. O surgimento das rugas dinâmicas, com o tempo, pode levar à formação de</p><p>rugas que aparecem mesmo sem a ação muscular, ou seja, surgem as rugas estáticas.</p><p>Estas transmitem uma percepção de idade mais avançada, causando acurácia da</p><p>transmissão das informações de emoção (EKMAN, 1992).</p><p>Em casos de pacientes que tenham rugas hiperfuncionais, o tratamento</p><p>para a suavização pode estar indicado. Além de suavizar as rugas de expressão, os</p><p>pacientes também podem ter aparência mais jovem, melhorando sua aceitação social e</p><p>autoestima, humor e diminuição do nível de estresse (KHAN, 2001).</p><p>A ruga hiperfuncional é frequente na região frontal, na glabela, ao redor dos</p><p>olhos e na boca. Alguns tratamentos são usados na suavização e, dependendo da</p><p>profundidade e da localização, são indicados a dermoabrasão, os tratamentos a laser,</p><p>os preenchimentos, a cirurgia e as aplicações de toxina botulínica tipo A. Tais tratamentos</p><p>podem ser utilizados, ainda, em combinação, para deixar uma aparência mais jovem e</p><p>saudável. No entanto, o resultado do tratamento depende do diagnóstico correto do</p><p>problema, além de uma discussão sincera com o paciente a respeito de expectativas e</p><p>duração de efeitos (FINN; COX; EARL, 2003).</p><p>O botox é um dos procedimentos estéticos não cirúrgicos mais realizados na</p><p>atenuação de linhas de expressão na região frontal, periorbicular, terço médio e inferior da</p><p>face, pescoço e colo, hiperidrose palmar, axial, plantar e correções de assimetrias faciais</p><p>(LACORDIA; JANUÁRIO; PEREIRA, 2011).</p><p>Durante a execução do procedimento, o profissional deve ter conhecimento</p><p>anatômico, muscular, nervoso e subcutâneo da face. As durações do efeito ocorrem</p><p>de forma individualizada e dependem de fatores relacionados ao paciente, como idade,</p><p>sexo, patologia associada ou, ainda, a formação de anticorpos antitoxina botulínica, que</p><p>tendem a reduzir sua eficácia terapêutica (SANTOS, 2013).</p><p>58</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• A legislação da biomedicina estética envolve a realização dos procedimentos</p><p>minimamente invasivos.</p><p>• As Resoluções que asseguram a atuação dos biomédicos na estética são as de nº 169</p><p>e 174, do Conselho Federal de Biomedicina, e a Resolução nº 214.</p><p>• Os requisitos para obter a habilitação para atuar em biomedicina estética são, além</p><p>do histórico escolar do curso, possuir toda a grade curricular básica, bem como</p><p>disciplinas ou conteúdos de semiologia e farmacologia. São critérios exigidos para a</p><p>especialização, que estão previstos na Resolução do Conselho Federal de Biomedicina.</p><p>59</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>1 A atuação do biomédico na estética deve estar em consonância com a legislação</p><p>vigente do Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) e da Agência Nacional de</p><p>Vigilância Sanitária (ANVISA). De acordo com as Resoluções do CFBM (nº 197/2011 e</p><p>nº 241/2014), é permitido que os biomédicos realizem procedimentos minimamente</p><p>invasivos. Sobre os procedimentos médicos estéticos que podem ser atribuídos ao</p><p>biomédico esteta, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Preenchimentos dérmicos.</p><p>b) ( ) Cirurgia bariátrica.</p><p>c) ( ) Toxina botulínica com finalidade terapêutica.</p><p>d) ( ) Reconstrução de mama.</p><p>2 Os Conselhos de Classes de profissões da saúde baseiam-se em suas próprias</p><p>Resoluções para habilitar e fiscalizar seus respectivos profissionais na realização</p><p>de procedimentos estéticos. O biomédico habilitado em estética poderá realizar</p><p>determinados procedimentos da área mediante o cumprimento de critérios necessários</p><p>para obter a referente habilitação. A respeito de um dos requisitos necessários para o</p><p>profissional obter o título de biomédico esteta, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Ter curso de pós-graduação em biomedicina estética.</p><p>b) ( ) Comprovar estágio supervisionado em biomedicina estética, com 300 horas/</p><p>aula durante a graduação.</p><p>c) ( ) Ser graduado no curso de biomedicina, apenas.</p><p>d) ( ) Não há a necessidade de estar inscrito no Conselho de Classe para a atuação</p><p>em estética.</p><p>3 A harmonização facial está relacionada à execução de diversos procedimentos, como</p><p>a aplicação de toxina botulínica, de ácido hialurônico e demais dermocosméticos.</p><p>Muitas vezes, podem surgir intercorrências e complicações durante ou após esses</p><p>procedimentos. Mediante os eventuais erros durante a realização dos procedimentos</p><p>estéticos, os profissionais estetas são obrigados a reparar os danos com indenizações.</p><p>Considerando o Art. 10º, que faz referência aos limites para a divulgação e a</p><p>propaganda da atividade biomédica, quanto ao que é vedado ao biomédico, analise</p><p>as afirmativas a seguir:</p><p>I- Oferecer seus serviços profissionais através de qualquer mídia para se promover</p><p>profissionalmente.</p><p>II- Divulgar nome, endereço, laudos ou qualquer outro elemento que identifique o</p><p>paciente.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>60</p><p>III- Publicar fotografia de pacientes, salvo em veículo de divulgação estritamente científico</p><p>e com prévia e expressa autorização do paciente ou de seu representante legal.</p><p>IV- Anunciar preços de serviços, modalidade de pagamento e outras formas de</p><p>comercialização.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) As afirmativas I, II e IV estão corretas.</p><p>b) ( ) As afirmativas III e IV estão corretas.</p><p>c) ( ) As afirmativas I, II e III estão corretas.</p><p>d) ( ) As afirmativas I, II, III e IV estão corretas.</p><p>4 A Normativa nº 01, de 10 de abril de 2012 e as Resoluções nº 214, de 10 de abril de</p><p>2012, nº 200, de 1 de julho de 2011, e nº 197, de 21 de fevereiro de 2011, estabelecem</p><p>normas do Conselho que regulamenta a profissão do biomédico. Disserte sobre a</p><p>atuação do biomédico em relação ao tratamento estético injetável de microvasos,</p><p>fios de sustentação e aplicação de substâncias por via intramuscular.</p><p>5 Entre as técnicas utilizadas no rejuvenescimento facial e corporal, os procedimentos</p><p>minimamente invasivos (não cirúrgicos) são os mais frequentes, em que o biomédico</p><p>esteta aplica as técnicas para as disfunções estéticas relacionadas à derme e seus</p><p>anexos e ao tecido adiposo. Disserte sobre a Resolução que assegura a atuação dos</p><p>biomédicos na estética.</p><p>61</p><p>TOXINA BOTULÍNICA</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Neste tópico, estudaremos o uso da toxina botulínica na estética. Envelhecer</p><p>é um processo natural que ocorre com todos os indivíduos. Ao longo desse processo,</p><p>haverá alterações fisiológicas e funcionais em cada parte do corpo.</p><p>Quando falamos de envelhecimento, não estamos nos referindo apenas à idade</p><p>cronológica, mas também aos fatores externos, como o estilo de vida de cada pessoa,</p><p>a exposição ao sol etc. Esses processos são visíveis na pele nas regiões mais expostas,</p><p>e apesar de que envelhecer faz parte da vida, muitas pessoas sofrem com baixa</p><p>autoestima em decorrência do processo de envelhecimento (GIMENEZ et al., 2002).</p><p>A aplicação da toxina botulínica teve destaque ultimamente nos tratamentos</p><p>estéticos, pois ela devolve a autoestima e causa bem-estar aos pacientes. Contudo,</p><p>deve ser feita por um profissional qualificado e habilitado, seguindo todos os protocolos</p><p>de segurança, de acordo com o perfil de cada paciente (GIMENEZ et al., 2002).</p><p>É importante avaliar os aspectos individuais de cada paciente (idade, sexo,</p><p>religião, residência, escolaridade e profissão), evitando, assim, efeitos indesejados. Neste</p><p>tópico, você aprenderá a importância da toxina botulínica e suas indicações, as marcas</p><p>disponíveis no Brasil, o mecanismo de ação da toxina, as técnicas de aplicação, as</p><p>recomendações após o uso da toxina botulínica, os efeitos adversos e as contraindicações.</p><p>2 DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS</p><p>Descrita pela primeira vez há mais de um século por Justinus Kerner, em 1817,</p><p>a toxina botulínica gera grande receio por sua capacidade de provocar uma doença</p><p>conhecida como “botulismo”. A palavra é derivada do latim, botulus. Seu agente etiológico é</p><p>uma bactéria anaeróbica, gram positiva, denominada Clostridium botulinum (MIRA, 2010).</p><p>A doença pode ser adquirida pelo consumo de produtos contaminados, tais</p><p>como: carnes, legumes e conservas, apesar de já ter sido relatada em algumas infecções</p><p>de feridas. A toxina produzida por essa bactéria possui alta toxicidade devido ao seu</p><p>mecanismo de ação altamente específico, sendo o sintoma mais característico a paralisia</p><p>progressiva dos músculos voluntários que, consequentemente, ocasiona insuficiência</p><p>UNIDADE 2 TÓPICO 2 -</p><p>62</p><p>respiratória e morte (CARRUTHERS; CARRUTHERS, 2001). Por outro lado, a toxina</p><p>botulínica vai além de causar uma grave doença, e vem sendo usada cada vez mais no</p><p>campo da saúde. Ao longo dos anos, o uso da toxina prosseguiu com diversas aplicações,</p><p>que evoluíram e dispuseram novas possibilidades à medicina (BRITO; BARBOSA, 2020).</p><p>Nessa conjuntura, a toxina foi usada pela primeira vez por Alan Scott (1968), em</p><p>crianças com estrabismo, o qual concluiu que a toxina botulínica seria uma alternativa</p><p>ao método cirúrgico. Visto a melhoria, ela passou a ser utilizada também na cosmética,</p><p>sendo liberada para uso em 1992, nos EUA (MIRA, 2010). No Brasil, foi liberada pela</p><p>ANVISA apenas no ano 2000 (FISZBAUM, 2008). Atualmente, vem sendo usada em</p><p>vários outros transtornos estéticos como: redução do sorriso gengival e atenuação de</p><p>queloides, cicatrizes e hiperidrose, pois contribui para a melhoria da qualidade de vida</p><p>do paciente, restabelecendo a autoestima e a aceitação social (SILVA, 2009).</p><p>Há várias espécies bacterianas capazes de produzir toxinas: Clostridium</p><p>botulinum, Clostridium butyricum, Clostridium baratii e Clostridium argentinense (SILVA,</p><p>2009). Entretanto, a espécie C. botulinum é a mais relevante, podendo ser dividida</p><p>em quatro grupos distintos, sendo cada um destes classificados conforme as suas</p><p>características genéticas e fenotípicas, que são subdivididos em oito tipos, que vão de</p><p>A até G (Tabela 1) (MACHADO; MENEGAT, 2018).</p><p>TABELA 1 – CLASSIFICAÇÃO DOS SUBGRUPOS DE C. BOTULINUM</p><p>Subgrupo Tipo de Toxina</p><p>I A, B, F</p><p>II B, E, F</p><p>III C1, C2 e D</p><p>IV D</p><p>FONTE: A autora</p><p>Como foi citado anteriormente, a espécie C. botulinum produz oito tipos diferentes</p><p>de toxinas, desses, cinco tipos (A, B, E, F e G) podem infectar humanos, com exceção das C</p><p>(1 e 2) e D, sendo que os tipos A, B e E constituem as principais causas de doença humana</p><p>e são liberadas apenas quando ocorre a lise da bactéria (FREEMAN; COHEN, 2008).</p><p>Com relação ao seu uso na área da cosmética, a toxina do tipo A é a mais</p><p>utilizada em aplicações terapêuticas. Por esse motivo, sua utilização era inicialmente</p><p>para fins terapêuticos e somente na década de 1990 se estendeu para a área estética.</p><p>Carruthers e Carruthers demonstraram, em 1992, a minimização de rugas localizadas</p><p>na glabela com o uso da toxina botulínica. Com esses resultados e, posteriormente,</p><p>estudos clínicos, introduziu-se a aplicabilidade da toxina do tipo A como um método</p><p>eficaz e seguro no tratamento das rugas faciais (CARRUTHERS; CARRUTHERS, 2001).</p><p>63</p><p>Com relação à estrutura molecular, a toxina botulínica é formada por uma cadeia</p><p>peptídea simples de 150 kDa, constituída por duas unidades proteicas: uma de peso</p><p>molecular de 100 kDa, de cadeia pesada (Hc), e outra de 50 kDa, de cadeia leve (Lc).</p><p>Essas unidades são conectadas entre si por pontes de proteases, que são denominadas</p><p>de dissulfídricas. Por sua vez, essas porções exercem um papel fundamental no</p><p>mecanismo de ação da toxina, que é marcado</p><p>pela diminuição da contração muscular,</p><p>através da inibição da acetilcolina (CARRILHO, 2007).</p><p>FIGURA 2 – ESTRUTURA DA TOXINA BOTULÍNICA</p><p>FONTE: . Acesso em: 31 mar. 2022.</p><p>A toxina botulínica deve ser aplicada por via intramuscular, e sua ação é dose-</p><p>dependente, age bloqueando os canais de cálcio ao passo que inibe a liberação do</p><p>neurotransmissor acetilcolina e, consequentemente, a transmissão do impulso nervoso</p><p>à placa motora do músculo. Uma vez ligada à membrana neuronal, desloca-se para o</p><p>citoplasma do axônio, bloqueando a transmissão sináptica, causando fraqueza muscular</p><p>(HAMBLETON, 1992; SPOSITO, 2009).</p><p>Ao ser injetada, a toxina atingirá diretamente a corrente sanguínea e será</p><p>transportada para os terminais neuromusculares. No entanto, não atravessa a barreira</p><p>hematoencefálica e, caso ocorra a absorção cutânea, a toxina é transportada pelo</p><p>sistema linfático e levada aos terminais neuromusculares (CARRILHO, 2007).</p><p>64</p><p>FIGURA 3 – MECANISMO DE AÇÃO DA TOXINA BOTULÍNICA</p><p>FONTE: . Acesso em: 31 mar. 2022.</p><p>O tempo de ação da toxina varia conforme seus diferentes tipos. Seu feito inicial</p><p>é de dois dias e se estabiliza por volta do 15º dia. Dependendo da área aplicada, dura em</p><p>torno de dois a quatro meses nas junções neuromusculares (SILVA, 2009).</p><p>A toxina do tipo A é a que tem uma maior duração no uso estético, sendo também</p><p>a mais eficiente. Entretanto, após o período de ação da toxina, novos receptores para a</p><p>acetilcolina são formados, o que garante uma segurança ao organismo, impedindo que</p><p>a neurotoxina atinja o sistema nervoso central, tornando o procedimento reversível e</p><p>reaplicável ao longo do tempo (SPOSITO, 2009).</p><p>3 APLICAÇÕES</p><p>As “rugas de expressão”, também chamadas de dinâmicas, são provocadas</p><p>por contrações repetitivas de certos músculos faciais, que ao longo do tempo se</p><p>transformam em estáticas, devido ao envelhecimento. Podem ser causadas por exposição</p><p>solar excessiva, insuficiência de fibras colágenas e elásticas nas células, tabagismo,</p><p>ressecamento superficial da pele e fatores genéticos (ANTONIO; ANTONIO, 2016).</p><p>Os principais músculos para aplicar a toxina com o objetivo de rejuvenescimento</p><p>facial são: orbicular dos olhos, frontal, nasal, prócero, corrugador, levantador do lábio e</p><p>levantador de ângulo da boca. Seu uso aumenta a autoestima e diminui as imperfeições</p><p>estéticas como: modelamento de sobrancelha e nariz, linhas de expressão na testa,</p><p>levantar os cantos da boca, suavizar rugas dinâmicas, tanto na face como no pescoço e</p><p>colo, e corrigir assimetrias faciais (DRESSLER; BENECKE, 2007).</p><p>65</p><p>FIGURA 4 – MÚSCULOS DA FACE</p><p>FONTE: . Acesso em: 31 mar. 2022.</p><p>A aplicação da toxina deverá seguir as características pessoais de cada indivíduo,</p><p>levando em conta as suas particularidades. Alguns, por exemplo, têm expressões mais</p><p>rígidas que outros (MAIO, 2011). Antes de realizar o procedimento, inicialmente, faz-</p><p>se uma assepsia na pele e deve-se também fazer a marcação da área muscular a ser</p><p>puncionada. A toxina deve ser distribuída pelos diferentes pontos marcados. Na ficha do</p><p>paciente, devem constar a quantidade e a marca utilizadas, os pontos aplicados e a data</p><p>da aplicação e do retorno (BARBOSA; BARBOSA, 2017).</p><p>FIGURA 5 – PONTOS DE APLICAÇÃO DA TOXINA</p><p>FONTE: . Acesso em: 31 mar. 2022.</p><p>66</p><p>De acordo com Fiszbaum (2008), o paciente deve ser fotografado antes e após o</p><p>procedimento. Além disso, a aplicação deve ser feita com seringa graduada em unidade</p><p>por m/L (U) e o paciente deve estar confortável e relaxado.</p><p>O uso da toxina botulínica é seguro e eficaz na estética facial quando comparado</p><p>com um procedimento cirúrgico e raramente provoca efeitos adversos. Todavia, seu uso</p><p>requer conhecimentos anatômicos, musculares e subcutâneos da pele. De acordo com</p><p>Fiszbaum (2008), não existem relatos na literatura de efeitos adversos letais de aplicação</p><p>da toxina botulínica. Podem ocorrer efeitos mínimos e isolados, como edemas, cefaleia</p><p>e hematomas locais, em função da alta vascularização da região da face e de pequenos</p><p>traumas causados pela aplicação, que regridem logo após as primeiras horas, não havendo</p><p>a necessidade de qualquer tratamento, embora a dor possa ser amenizada com o uso de</p><p>pomadas anestésicas e com o uso de agulhas de menor calibre (KEDE; SABATOVICH, 2004).</p><p>Uma das formas para evitar efeitos adversos é através da purificação da solução,</p><p>que tem como objetivo retirar resíduos tóxicos e contaminantes. Por outro lado, o uso</p><p>incorreto pode causar alguns efeitos adversos e complicações, que podem ser evitados</p><p>com um profissional qualificado e cumprimento de protocolos (DAYAN, 2013).</p><p>FIGURA 6 – HEMATOMA PERIORBITAL</p><p>FONTE: . Acesso em: 31 mar. 2022.</p><p>Entre as principais complicações, a ptose palpebral (queda da pálpebra superior)</p><p>é uma das mais temidas e está relacionada à técnica utilizada durante a aplicação que</p><p>paralisa o músculo levantador da pálpebra superior. Além do mais, aplicações próximas</p><p>à área orbital, ou manipulação do local após a aplicação, são fatores que aumentam a</p><p>possibilidade de intercorrências. Geralmente, esses sintomas aparecem entre sete a 10</p><p>A técnica e a velocidade de aplicação do produto devem ser feitas de forma lenta.</p><p>ATENÇÃO</p><p>67</p><p>dias após a aplicação, mas normalmente tendem a ser leves e regridem espontaneamente</p><p>em duas a quatro semanas. Além da queda da pálpebra, os pacientes também sentem</p><p>sensação de peso e dificuldade de movimentar os olhos (SANTOS, 2013).</p><p>Em casos extremos, recomenda-se o uso de colírio a 0,5% de Iopidine, um</p><p>fármaco que auxilia na contração ciliar e abertura ocular, sendo recomendada uma gota</p><p>no olho três vezes ao dia, no local da queda palpebral.</p><p>FIGURA 7 – PTOSE PALPEBRAL</p><p>FONTE: Sruilk, Shutterstock (2022).</p><p>Atualmente, há várias marcas de toxina tipo A disponíveis no mercado para</p><p>aplicação estética no tratamento de rugas dinâmicas. O desafio maior é o resultado que</p><p>cada uma desenvolve nos pacientes, pois apesar de serem do mesmo tipo e possuírem</p><p>mecanismos de ação similares, diferem na formulação, na maneira de fabricação, no</p><p>tamanho do complexo etc. (BARBOSA, 2014; BORGES, 2018).</p><p>No Brasil, há cinco marcas aprovadas pela ANVISA, sendo elas:</p><p>• Botox® - Toxina onabotulínica A: ONA (Allergan, Inc., Irvine, Califórnia).</p><p>• Dysport® - Toxina abobotulínica A: ABO (Ipsen Ltd., Berkshire, Reino Unido).</p><p>• Prosigne® - TBA (Lanzhou, China).</p><p>• Xeomin® - Toxina incobotulínica A: INCO (Merz Pharma, Frankfurt).</p><p>• Botulift® - TBA (MedyTox Inc., Coreia do Sul).</p><p>Entre essas, o Botox® foi o primeiro produto a ser registrado e licenciado pelo</p><p>laboratório Allergan, sendo uma das marcas mais conhecidas no Brasil e, por esse</p><p>motivo, o procedimento ficou conhecido por todos como “Botox”. No entanto, as outras</p><p>marcas e apresentações no Brasil, liberadas pela ANVISA, são seguras e eficazes.</p><p>Contudo, segundo Odergren et al. (1998), uma unidade de um produto não corresponde</p><p>à unidade de outro fabricante, então, não há uma mesma mensuração padronizada,</p><p>devendo haver atenção no preparo para a aplicação.</p><p>68</p><p>As seringas utilizadas na aplicação da toxina no paciente são as de insulina, sendo</p><p>que as mais comuns são Ultrafine® (BD), com agulha fixa, pois evitam o desperdício. As</p><p>seringas podem apresentar o volume total de 0,3 mL (30U) ou 0,5 mL (50U) em escala</p><p>dividida em uma unidade a cada 0,01 mL, isto é, cada um dos traços corresponde a 1U</p><p>de toxina (SUNDARAM et al., 2016).</p><p>A toxina se encontra disponível na forma de pó e deverá ser refrigerada (2-</p><p>8º C), sendo necessária a sua diluição para uso. Sua reconstituição deverá ser feita</p><p>com cloreto de sódio 0,9% estéril e injetável, na seguinte proporção: a cada 100 (U)</p><p>unidades de toxina botulínica, recomenda-se 1 ml de cloreto de sódio, podendo variar a</p><p>quantidade de diluição a critério do fabricante, por isso é sempre importante ler a bula</p><p>(AYRES; SANDOVAL, 2016; BORGES, 2018).</p><p>A utilização de solução salina contém conservantes e pode não ser tão eficaz</p><p>quanto deveria pelo fato de o pH da solução ser alterado com o uso de tal diluidor.</p><p>A diluição do produto pode ser feita em qualquer quantidade, ficando a critério do</p><p>profissional o quanto quer diluir, porém, a dose que será aplicada é mensurada de acordo</p><p>com a necessidade que o paciente apresentar, conforme a avaliação do profissional.</p><p>Durante a diluição, deve-se aspirar a quantidade necessária de diluente com a seringa</p><p>apropriada, injetar o diluente no frasco lentamente e misturar de forma delicada. Além</p><p>disso, é preciso anotar a data e a hora da reconstituição no espaço reservado no rótulo</p><p>do frasco (ALLERGAN, 2018).</p><p>Existem dois tipos de diluição da toxina: seca e úmida. A seca é a mais indicada,</p><p>pois sua reconstituição é feita com 1 ml de soro a cada 100 unidades de toxina. Essa</p><p>diluição é mais segura e traz maior exatidão na aplicação no músculo do paciente,</p><p>garantindo uma efetividade do procedimento, sem que haja grande risco de a solução</p><p>migrar para outros músculos. Por outro lado, a diluição úmida é reconstituída com</p><p>muito soro, ou seja, 2 ou 3 ml. Nesse caso, há o risco de difusão da toxina para outra</p><p>musculatura que, na verdade, não deveria recebê-la (MOSCONI, 2018).</p><p>Além dos fatores citados anteriormente, a aplicação deve ser feita por um</p><p>profissional qualificado e habilitado, seguindo todos os protocolos de segurança de acordo</p><p>com o perfil de cada paciente (GIMENEZ et al., 2002). É fundamental avaliar os aspectos</p><p>individuais de cada paciente (idade, sexo, estado civil, religião, residência, escolaridade</p><p>Injetar o diluente no frasco lentamente, homogeneizando de forma delicada</p><p>no volume desejado para a aplicação e deve-se anotar a data e a hora da</p><p>reconstituição.</p><p>DICA</p><p>69</p><p>e profissão), evitando, assim, efeitos indesejados, já que a técnica utilizada faz toda a</p><p>diferença. Por isso, o profissional biomédico deve ser devidamente qualificado por órgãos</p><p>competentes, para realizar o procedimento com segurança (ALLERGAN, 2018).</p><p>Existem algumas contraindicações do uso da toxina botulínica que devem ser</p><p>respeitadas, que são: o uso da toxina em gestantes ou lactantes; locais que apresentem</p><p>riscos de infecções; pessoas com distúrbios neurológicos e neuromusculares e pacientes</p><p>sensíveis aos componentes da fórmula da toxina ou da albumina humana (SANTOS, 2013).</p><p>Após a aplicação da toxina, algumas recomendações devem ser seguidas:</p><p>• para impedir a migração do produto para as áreas não desejadas, deve-se evitar</p><p>massagear a região tratada, a realização de movimentos bruscos e viagens aéreas;</p><p>• não praticar exercícios físicos após 24 horas de aplicação;</p><p>• não abaixar a cabeça e não deitar durante as primeiras quatro horas após a aplicação;</p><p>• pode ocorrer hematoma e inchaço ao redor dos pontos de aplicação logo após a</p><p>realização dos procedimentos, que desaparecerão em aproximadamente cinco</p><p>horas;</p><p>• caso ocorram hematomas, suspender o uso de aspirina ou medicamento similar;</p><p>• após a aplicação, podem ocorrer dores de cabeça. Isto é comum e resultado da</p><p>tensão ocorrida durante a realização do procedimento;</p><p>• caso ocorra qualquer sintoma descrito, imediatamente contate seu biomédico</p><p>e o informe minuciosamente sobre as reações ocorridas e as medidas até então</p><p>adotadas;</p><p>• a ação da toxina ocorre entre 24 e 48 horas após a aplicação, sendo completa ao</p><p>fim de 14 dias. O retorno deverá acontecer entre 15 e 29 dias a contar do dia da</p><p>aplicação;</p><p>• a aplicação de maquiagem, hidratante ou protetor solar só pode ocorrer após 12</p><p>horas da aplicação;</p><p>• o uso de ácido só pode ocorrer após 24 horas da aplicação.</p><p>Informar ao paciente os resultados, a durabilidade, as possíveis intercorrências</p><p>e os efeitos colaterais do procedimento. Além disso, esse processo deve ser</p><p>feito em um pré-atendimento, esclarecendo mitos e expectativas irreais.</p><p>IMPORTANTE</p><p>70</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• A importância da toxina botulínica e suas indicações para: o modelamento de</p><p>sobrancelha e nariz, linhas de expressão na testa, levantar os cantos da boca, suavizar</p><p>rugas dinâmicas, tanto na face como pescoço e colo, e corrigir assimetrias faciais.</p><p>• Existem cinco marcas aprovadas pela ANVISA disponíveis no Brasil. Entretanto, o</p><p>Botox® foi o primeiro produto a ser registrado e licenciado pelo laboratório Allergan,</p><p>sendo uma das marcas mais conhecidas no Brasil e, por esse motivo, o procedimento</p><p>ficou conhecido por todos como “Botox”.</p><p>• As técnicas de aplicação e as recomendações após o uso da toxina botulínica. O</p><p>uso da toxina botulínica não deve ser feito em gestantes ou lactantes; em locais que</p><p>apresentem infecções; em pessoas com distúrbios neurológicos e neuromusculares e</p><p>em pacientes sensíveis aos componentes da fórmula da toxina ou da albumina humana.</p><p>• Os efeitos adversos e as contraindicações, os resultados, a durabilidade, as possíveis</p><p>intercorrências e os efeitos colaterais esperados após o procedimento.</p><p>71</p><p>1 A espécie Clostridium botulinum produz oito tipos diferentes de toxinas, classificados</p><p>conforme as suas características genéticas e fenotípicas, que vão de A até G. Com</p><p>relação ao seu uso na área da cosmética, existe um tipo de toxina que é a mais</p><p>utilizada em aplicações terapêuticas. Quanto ao nome dessa toxina, assinale a</p><p>alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Toxina tipo A.</p><p>b) ( ) Toxina tipo B.</p><p>c) ( ) Toxina tipo C.</p><p>d) ( ) Toxina tipo D.</p><p>2 O uso da toxina botulínica é seguro e eficaz na estética facial quando comparado</p><p>a procedimentos cirúrgicos. No entanto, podem ocorrer efeitos mínimos e isolados,</p><p>que regridem logo após as primeiras horas, não havendo a necessidade de qualquer</p><p>tratamento. Sobre alguns exemplos de efeitos adversos esperados durante a</p><p>aplicação, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Hematomas locais.</p><p>b) ( ) Alergia no local da aplicação.</p><p>c) ( ) Abcesso.</p><p>d) ( ) Ptose palpebral.</p><p>3 A toxina botulínica, ao ser injetada, atingirá diretamente a corrente sanguínea e será</p><p>transportada para os terminais neuromusculares. A injeção local de toxina bloqueia</p><p>a transmissão sináptica, causando fraqueza muscular, isso ocorre, pois a toxina</p><p>interfere na liberação de um neurotransmissor. Quanto ao nome do neurotransmissor</p><p>bloqueado durante a ação da toxina, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Dopamina.</p><p>b) ( ) Noradrenalina.</p><p>c) ( ) Acetilcolina.</p><p>d) ( ) Serotonina.</p><p>4 Envelhecer é um processo natural que ocorre com todos os indivíduos. Ao longo</p><p>desse processo, haverá alterações fisiológicas e funcionais em cada parte do corpo,</p><p>causando alterações também na expressão facial. Levando em conta o mecanismo</p><p>de ação da toxina botulínica no tratamento das rugas dinâmicas, disserte como a</p><p>toxina botulínica age no organismo.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>72</p><p>5 À medida que a expectativa de vida da população aumenta, cresce também o</p><p>interesse por amenizar os sinais do envelhecimento. Entre os tratamentos estéticos</p><p>disponíveis, o uso da toxina botulínica propicia resultados rápidos e seguros. Com</p><p>relação à técnica de aplicação, disserte sobre os principais músculos em que se</p><p>aplicam a toxina e suas principais indicações na estética.</p><p>73</p><p>TÓPICO 3 -</p><p>PREENCHEDORES</p><p>UNIDADE 2</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Este tópico abordará a utilização do ácido hialurônico como preenchedor facial</p><p>e suas demais áreas da estética. Esse ácido é produzido naturalmente pelo organismo</p><p>humano e tem como função a elasticidade e a hidratação da pele. Com o passar do</p><p>tempo, o tecido perde a elasticidade, o colágeno e a gordura, tornando a pele sensível,</p><p>seca, fina e com rugas.</p><p>O ácido hialurônico surge como uma alternativa para melhorar as alterações do</p><p>contorno facial oriundas do processo de envelhecimento, sendo uma nova opção de</p><p>tratamento estético e de forma menos invasiva em relação aos procedimentos cirúrgicos.</p><p>Tem sido um dos procedimentos mais realizados atualmente por ser pouco</p><p>invasivo e não necessitar de intervenção cirúrgica, apresentando</p><p>ESTÉTICAS FACIAIS ................................................................................................. 18</p><p>4 AVALIAÇÃO E DISFUNÇÕES ESTÉTICAS CORPORAIS .................................................. 23</p><p>4.1 FIBROEDEMA GELOIDE (FEG) ...........................................................................................................23</p><p>4.2 ESTRIAS ................................................................................................................................................24</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2 .........................................................................................................27</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 28</p><p>TÓPICO 3 - BASE DOS PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS ............................ 31</p><p>1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 31</p><p>2 TOXINA BOTULÍNICA ........................................................................................................ 31</p><p>3 PREENCHEDORES ........................................................................................................... 34</p><p>4 BIOESTIMULADORES ...................................................................................................... 35</p><p>5 MESOTERAPIA (INTRADERMOTERAPIA) ....................................................................... 35</p><p>6 PROCEDIMENTO ESTÉTICO INJETÁVEL PARA MICROVASOS (PEIM) .......................... 36</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 38</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 43</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 44</p><p>REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 46</p><p>UNIDADE 2 — PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS: TOXINA BOTULÍNICA</p><p>E PREENCHEDORES ........................................................................................................... 49</p><p>TÓPICO 1 — LEGISLAÇÃO .................................................................................................... 51</p><p>1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 51</p><p>2 LEGISLAÇÃO .................................................................................................................... 51</p><p>3 APLICAÇÕES GERAIS DOS PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS ................ 55</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................ 58</p><p>AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................59</p><p>TÓPICO 2 - TOXINA BOTULÍNICA ........................................................................................ 61</p><p>1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 61</p><p>2 DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS ................................................................................... 61</p><p>3 APLICAÇÕES .................................................................................................................... 64</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2 .........................................................................................................70</p><p>AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 71</p><p>TÓPICO 3 - PREENCHEDORES ............................................................................................73</p><p>1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................73</p><p>2 DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS ...................................................................................73</p><p>3 APLICAÇÕES .....................................................................................................................75</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................................79</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 85</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 86</p><p>REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 88</p><p>UNIDADE 3 — PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS: MESOTERAPIA</p><p>(INTRADERMOTERAPIA) E PEIM ........................................................................................97</p><p>TÓPICO 1 — PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS II: MESOTERAPIA</p><p>(INTRADERMOTERAPIA) E PEIM ........................................................................................99</p><p>1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................99</p><p>2 MESOTERAPIA (INTRADERMOTERAPIA) ......................................................................100</p><p>3 DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS ................................................................................. 101</p><p>4 APLICAÇÕES ...................................................................................................................103</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................106</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................107</p><p>TÓPICO 2 - PROCEDIMENTO ESTÉTICO INJETÁVEL PARA MICROVASOS – PEIM ...........109</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................109</p><p>2 DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS .................................................................................109</p><p>3 APLICAÇÕES ....................................................................................................................111</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................... 112</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 113</p><p>TÓPICO 3 - OUTROS PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS ............................. 115</p><p>1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 115</p><p>2 BIOESTIMULADORES ..................................................................................................... 116</p><p>3 ACUPUNTURA ESTÉTICA ................................................................................................117</p><p>4 MICROAGULHAMENTO ................................................................................................... 119</p><p>4.1 REJUVENESCIMENTO DA PELE ..................................................................................................... 122</p><p>4.2 CICATRIZES ........................................................................................................................................ 122</p><p>4.3 ACNE VULGAR ................................................................................................................................... 122</p><p>4.4 ALOPECIA ANDROGÊNICA E ALOPECIA AREATA ...................................................................... 123</p><p>5 CARBOXITERAPIA ..........................................................................................................124</p><p>5.1 FATORES EPIDEMIOLÓGICOS E VARIAÇÃO NA RESPOSTA DE PROCEDIMENTOS</p><p>ESTÉTICOS ..........................................................................................................................................</p><p>efeitos imediatos e</p><p>satisfatórios. Neste tópico, você estudará a importância do ácido hialurônico e suas</p><p>indicações, marcas disponíveis no Brasil, técnicas de aplicação, recomendações após o</p><p>uso do ácido, efeitos adversos e contraindicações.</p><p>2 DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS</p><p>O ácido hialurônico é um polissacarídeo presente no tecido conjuntivo, cuja</p><p>substância tem aspecto viscoelástico de consistência gelatinosa, com alto poder de</p><p>hidratação e integridade dos tecidos. Esse polímero é produzido de forma natural pelo</p><p>organismo, principalmente por fibroblastos e queratinócitos, e pode ser encontrado em</p><p>humanos nos fluidos vítreo, sinovial, cérebro, cartilagem e derme (GREENE; SIDLE, 2015).</p><p>Levando em conta as características peculiares do ácido hialurônico, ele tem</p><p>como função preencher espaços vazios, absorvendo choques, mantendo a elasticidade</p><p>e a hidratação dos tecidos e fazendo ligações com moléculas de água perdidas durante</p><p>o envelhecimento (BOHAUMILITZKY et al., 2017).</p><p>Foi isolado pela primeira vez por Karl Meyer e John Palmer em 1934, em tecidos</p><p>de humor vítreo e cordão umbilical de animais. Posteriormente, com os avanços da</p><p>tecnologia, essa substância passou a ser de Streptococcus hemolíticos e Staphylococcus</p><p>(PAN et al., 2013).</p><p>74</p><p>Atualmente, vem sendo usado na estética com o objetivo de promover a</p><p>sustentação da porção externa dos olhos, a elevação lateral das sobrancelhas e a</p><p>diminuição das rugas periorbitárias (ALMEIDA et al., 2017). Essas vantagens apresentadas</p><p>têm conquistado o público, uma vez que o procedimento é menos traumático que</p><p>cirurgias, com menos efeitos adversos, menores custos e com resultados rápidos</p><p>(COIMBRA; OLIVEIRA; URIBE, 2015).</p><p>Além disso, tem como vantagem a disponibilidade de um tratamento alternativo</p><p>em casos de complicações no tratamento. A hialuronidase, uma enzima utilizada, tem</p><p>capacidade de diminuir a viscosidade intercelular e aumentar a permeabilidade e a</p><p>absorção dos tecidos (BUHREN et al., 2016; BALASSIANO; BRAVO, 2014).</p><p>Com a finalidade de obter uma aparência mais harmônica, o ácido hialurônico</p><p>surge como uma alternativa para melhorar as alterações do contorno facial, oriundas</p><p>do processo de envelhecimento. Segundo Coimbra, Oliveira e Uribe (2015), uma face</p><p>considerada atrativa é aquela que apresenta simetria, bochechas altas e contornos</p><p>marcados. Na análise da simetria da face, utiliza-se a técnica que divide a face em três</p><p>terços horizontalmente.</p><p>FIGURA 8 – TERÇOS DA FACE</p><p>FONTE: . Acesso em: 1 abr. 2022.</p><p>O ácido hialurônico é uma das principais substâncias usadas em procedimentos</p><p>estéticos, ajudando a elevar a autoestima e a reestruturar a face. As principais indicações</p><p>são nos preenchimentos dos sulcos nasojugais, nasogenianos, rugas glabelares, rugas</p><p>finas e na rinomodelação (FERREIRA; CAPOBIANCO, 2016).</p><p>75</p><p>FIGURA 9 – ÁREAS DE PREENCHIMENTOS FACIAIS</p><p>FONTE: . Acesso em: 1 abr. 2022.</p><p>Durante o preenchimento, são utilizadas duas técnicas: as volumizadoras e</p><p>as bioestimuladoras. A volumizadora tem o objetivo de devolver o volume da face, e a</p><p>bioestimuladora de estimular a produção de colágeno e elastina. O ácido hialurônico</p><p>age corrigindo as imperfeições causadas pelo envelhecimento, ajudando a melhorar</p><p>aspectos indesejados na pele (PAVANI; FERNANDES, 2017).</p><p>3 APLICAÇÕES</p><p>O ácido hialurônico comercial se encontra disponível em seringas de 1 ml, em</p><p>forma de gel espesso, incolor, composto por uma molécula simples, com alto peso</p><p>molecular e hidrofílico. Ele pode ser armazenado em temperatura ambiente. Entretanto,</p><p>deve-se evitar a exposição do produto ao calor, pois pode estimular a formação de</p><p>monômeros, contribuindo potencialmente para a inflamação (BAUMANN, 2004).</p><p>É importante também considerar o local e o volume a ser aplicado do produto.</p><p>Um bom resultado depende da profundidade dos sulcos, das rugas e também da</p><p>viscosidade do ácido que será utilizado no procedimento (PEREIRA; DELAY, 2017;</p><p>FERREIRA; CAPOBIANCO, 2016).</p><p>Você pode combinar o ácido hialurônico com outros ativos, como o retinol,</p><p>potencializando, assim, a hidratação da pele, reduzindo as rugas e melhorando</p><p>a elasticidade e a firmeza dela.</p><p>DICA</p><p>76</p><p>Os resultados de uma única aplicação podem ser notados logo após o</p><p>procedimento e seus efeitos podem durar entre oito a 12 meses. Entretanto, seus</p><p>efeitos podem ser determinados pela degradação enzimática dos fibroblastos, tornando</p><p>a formação da cadeia do polímero mais curta. Áreas com maior mobilidade apresentam</p><p>resultados menos satisfatórios. No entanto, para prolongar esses efeitos, pode-se fazer</p><p>o uso concomitante com toxina botulínica (PEREIRA; DELAY, 2017).</p><p>Existem no mercado várias linhas de produtos à base do ácido para tratamento</p><p>facial. No Brasil, as principais marcas comercializadas são: Juvederm®, Belotero®,</p><p>Restylane®, Redexis®, Reviderm® e Matridex® (GLADSTONE; PEGGY; CARRUTHERS, 2005;</p><p>FERREIRA; CAPOBIANCO, 2016). A escolha do produto deve obedecer a alguns aspectos</p><p>como: segurança, estabilidade no local de aplicação, baixo risco de alergia, não desenvolver</p><p>reação inflamatória, fácil aplicação, resultar em aparência natural, baixa imunogenicidade,</p><p>rápida absorção, entre outros (FERREIRA; CAPOBIANCO, 2016; PIEL, 2011).</p><p>A via de administração do ácido hialurônico mais eficaz é a injetável, sua</p><p>utilização pode ser feita com cânula ou agulha. Entretanto, a escolha do material para</p><p>aplicação vai depender da preferência do profissional e da viscosidade do produto. De</p><p>forma geral, o profissional pode optar pelo uso da agulha quando a aplicação do produto</p><p>for menos viscosa e de menor profundidade no tecido, devido à espessura da agulha ser</p><p>mais fina e, nesse caso, será destinado à derme. No entanto, ocorrem maiores riscos de</p><p>sangramento pelo trauma causado pelo bisel (ANTONIO et al., 2014).</p><p>Por outro lado, o uso de agulha atrapalha a aplicação dos preenchimentos</p><p>em regiões mais profundas, enquanto, com a cânula, o procedimento é mais rápido</p><p>e seguro, já que não promove penetração intravascular, diminuindo, assim, o risco de</p><p>edema e nódulos, sendo mais confortável para o paciente e para o profissional. Além</p><p>disso, as cânulas oferecem a vantagem de gerar preenchimento uniforme (FERREIRA;</p><p>CAPOBIANCO, 2016; LIMA; MACHADO; MARSON, 2016).</p><p>Antes da realização do procedimento, é necessário que o profissional discuta a</p><p>expectativa e avalie os antecedentes do paciente, bem como se existe a possibilidade</p><p>de alergia e se o paciente faz uso de medicamentos que podem influenciar no resultado</p><p>final. Para assegurar o biomédico, é fundamental solicitar a assinatura do termo de</p><p>consentimento e realizar fotografias antes e após o procedimento (CROCCO; ALVES;</p><p>ALESSI, 2012).</p><p>Alguns sinais, como vermelhidão e edema, são comuns e podem ocorrer na</p><p>maioria dos casos. Para minimizar esses sintomas, pode-se utilizar compressa de gelo</p><p>no local e manter a cabeça elevada. Essas reações podem ser causadas pelo rompimento</p><p>dos vasos sanguíneos no local da aplicação e podem se agravar pelo aspecto do</p><p>produto e técnica incorreta de aplicação (LA GLENNE, 2004). Por isso, é aconselhável</p><p>não fazer o uso de anticoagulantes para reduzir a incidência de hematomas e minimizar</p><p>os movimentos da área aplicada (CROCCO; ALVES; ALESSI, 2012).</p><p>77</p><p>Antes da realização do procedimento, deve-se realizar assepsia da pele com</p><p>clorexidina a 4%. O procedimento não requer cuidados especiais e não interfere na rotina</p><p>do paciente. Entretanto, para o conforto deste, pode ser aplicado anestésico 30 minutos</p><p>antes do procedimento. Algumas marcas já possuem em sua formulação a lidocaína,</p><p>sendo assim desnecessário o uso tópico (ALMEIDA; SAMPAIO; QUEIROZ, 2017).</p><p>Para a realização do preenchimento facial, existem diferentes técnicas e aplicações,</p><p>mas a mais utilizada é a injeção retrógrada. Essa técnica permite que a agulha ou a cânula</p><p>seja introduzida na área da glabela, sulcos nasolabiais, lábios, sulco lacrimal, entre outros,</p><p>aplicando</p><p>o produto em um movimento de trás para frente, na direção retrógrada (WARREN;</p><p>NELIGAN, 2015). Entretanto, técnicas podem ser combinadas durante o preenchimento,</p><p>e após o produto ser aplicado, o local pode ser modelado com a ponta dos dedos para</p><p>suavizar possíveis irregularidades (PIEL, 2011; KEDE; SABATOVICH, 2004).</p><p>Apesar de a técnica ser considerada segura, o procedimento não está livre de</p><p>riscos e nem de eventos adversos. Por isso, é recomendado aplicar até 2 ml, no máximo,</p><p>em cada região. Caso seja necessário mais produto, recomenda-se outra sessão.</p><p>O profissional também deve ter conhecimento da técnica, já que aplicações muito</p><p>superficiais podem causar irregularidades aparentes, enquanto aplicações profundas</p><p>podem ser ineficazes (PIEL, 2011).</p><p>Técnicas incorretas na aplicação do produto podem levar a complicações como:</p><p>reações inflamatórias no local, hematomas, vermelhidão, infecção, nódulos, abscessos</p><p>e necrose tecidual. A região da glabela é uma das áreas mais propícias ao aparecimento</p><p>desses sinais, devido ser um local de grande quantidade de vasos sanguíneos, e seu</p><p>comprometimento pode levar a graves efeitos colaterais (FERREIRA; CAPOBIANCO,</p><p>2016; LIMA; MACHADO; MARSON, 2016).</p><p>FIGURA 10 – VASOS SANGUÍNEOS PRESENTES NA FACE</p><p>FONTE: . Acesso em: 1 abr. 2022.</p><p>78</p><p>Mesmo sendo um procedimento pouco invasivo, algumas contraindicações</p><p>merecem destaque para a realização do procedimento, são elas: gravidez, lactação,</p><p>doenças sistêmicas autoimunes e imunodepressão, distúrbios de coagulação ou uso</p><p>de anticoagulantes, inflamação ou infecção no local a ser tratado (CROCCO; ALVES;</p><p>ALESSI, 2012).</p><p>79</p><p>USO DO ÁCIDO HIALURÔNICO NA PREVENÇÃO DO ENVELHECIMENTO FACIAL</p><p>Natália Ribeiro Ferreira</p><p>Marcela Petrolini Capobianco</p><p>Atualmente, a sociedade se apresenta mais vaidosa e preocupada em manter</p><p>a beleza facial e corporal, mas o envelhecimento é um processo natural. No entanto,</p><p>há procedimentos que incrementam a circulação superficial local, melhorando, assim,</p><p>a nutrição, o metabolismo e o tônus muscular, o que proporciona uma melhora no</p><p>aspecto geral, retardando o envelhecimento precoce. Com isso, a utilização de ácidos</p><p>no rejuvenescimento facial vem se tornando um procedimento cada vez mais comum.</p><p>Na maioria dos tratamentos de rejuvenescimento, uma das etapas consiste na aplicação</p><p>do Ácido Hialurônico (AH), que confere volume, sustentação, hidratação e elasticidade</p><p>à pele, melhorando os sinais de envelhecimento. Complicações decorrentes do seu</p><p>uso são infrequentes, mas podem ocorrer devido a reações alérgicas de pacientes</p><p>em relação às substâncias químicas presentes no material utilizado nas aplicações e</p><p>também aos componentes proteicos presentes nas preparações do ácido hialurônico.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A pele é o órgão que envolve o corpo, determinando seu limite com o meio</p><p>externo e exerce diversas funções, como regulação térmica, defesa orgânica, controle</p><p>do fluxo sanguíneo, proteção contra diversos agentes do meio ambiente e funções</p><p>sensoriais (calor, frio, pressão, dor e tato), sendo um órgão vital. Sem ela, a sobrevivência</p><p>seria impossível (SCHNEIDER, 2000).</p><p>A sociedade se apresenta mais vaidosa e preocupada em manter a beleza facial</p><p>e corporal, no entanto, o envelhecimento é um processo natural (SPIRDUSO, 2005).</p><p>Conforme aumenta a expectativa de vida, aumenta também a preocupação com o</p><p>envelhecimento da pele, pois através da aparência é possível observar o avanço da</p><p>idade, principalmente na face; sendo este um dos motivos que levam os indivíduos a</p><p>procurarem produtos que possam diminuir os efeitos do tempo (MAIA, 2012).</p><p>O envelhecimento se deve a alterações em nível celular, com diminuição da</p><p>capacidade de os órgãos executarem suas funções normais, resultando, provavelmente,</p><p>em doença e morte (PEREIRA, 2008). Trata-se de deterioração progressiva, tempo-</p><p>dependente do organismo em resposta adaptativa às mudanças ambientais e, com</p><p>o passar do tempo, ocorrem alterações moleculares que desencadeiam alterações</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>80</p><p>orgânicas que levam ao envelhecimento (YAAR, 1995). É um processo biológico</p><p>complexo contínuo, que se caracteriza por alterações celulares e moleculares, com</p><p>diminuição progressiva da capacidade de homeostase do organismo, senescência e/ou</p><p>morte celular (BAGATIN, 2011).</p><p>O processo de envelhecimento compromete os fibroblastos e, consequentemente,</p><p>a síntese e a atividade de proteínas importantes, que garantem elasticidade, resistência</p><p>e hidratação da pele, como a elastina, o colágeno e as proteoglicanas (SCOTTI; VELASCO,</p><p>2003). Essas modificações levam ao aparecimento de um fenótipo característico,</p><p>compreendido pelo aparecimento de rugas, flacidez, manchas, diminuição da capacidade</p><p>de regeneração dos tecidos, perda do tônus, perda do brilho e aumento da fragilidade</p><p>capilar (VANZIN; CAMARGO, 2008).</p><p>O homem utiliza substâncias para melhorar a aparência há milhares de</p><p>anos e, inicialmente, essas substâncias utilizadas apresentavam exclusivamente</p><p>pigmentos de origem animal e vegetal, que eram aplicados topicamente na tentativa</p><p>de melhorar somente a aparência facial (MONTEIRO; PARADA, 2010). No entanto, o</p><p>mercado consumidor cosmético oferece preparações constituídas por substâncias</p><p>naturais ou sintéticas utilizadas na manutenção e no aperfeiçoamento da estética do</p><p>corpo humano, com o objetivo principal de limpá-lo, perfumá-lo, alterar ou corrigir sua</p><p>aparência, colaborando de modo a melhorar a qualidade da pele e seus anexos (GOMES;</p><p>GABRIEL, 2006; ANVISA, 2005).</p><p>Atualmente, existem medidas eficazes para amenizar e retardar o processo de</p><p>envelhecimento através de procedimentos que incrementam a circulação superficial</p><p>local, melhorando a nutrição, o metabolismo e o tônus muscular, o que proporciona</p><p>uma melhora no aspecto geral da pele, retardando, assim, o envelhecimento precoce</p><p>(BAGATIN, 2009; SANTOS, 2013).</p><p>Com isso, a utilização de ácidos no rejuvenescimento facial vem se tornando um</p><p>procedimento cada vez mais comum. Na maioria dos tratamentos de rejuvenescimento,</p><p>uma das etapas consiste na aplicação do Ácido Hialurônico (AH), que vem ganhando</p><p>destaque por ser um constituinte da matriz extracelular, cujas principais funções são</p><p>preencher os espaços não ocupados pelas células e conferir resistência aos tecidos</p><p>cutâneos (JHA et al., 2011).</p><p>ÁCIDO HIALURÔNICO</p><p>O Ácido Hialurônico (AH) é uma molécula carregada negativamente e, por</p><p>isso, possui uma alta capacidade de se ligar à molécula de água, formando um bloco</p><p>coeso com grande força para preencher as rugas (LIU et al., 2011). É componente</p><p>de importantes líquidos do corpo, por exemplo, o líquido sinovial, que tem a função</p><p>de lubrificar as articulações sinoviais, e o humor vítreo, líquido viscoso que atua na</p><p>manutenção da forma esférica do olho. Vale ressaltar que a maior parte do AH no</p><p>81</p><p>organismo está situada na pele, conferindo-lhe volume, sustentação, hidratação e</p><p>elasticidade (BANSAL et al., 2010; NOBLE et al., 2011).</p><p>São substâncias presentes em todos os organismos vivos e devido a sua</p><p>natureza hidratante, viscoelástica e a sua biocompatibilidade, também é utilizado</p><p>em várias aplicações clínicas, incluindo a suplementação de fluido das articulações</p><p>em artrite, cirurgia dos olhos e no auxílio da cicatrização e da regeneração de feridas</p><p>cirúrgicas (DAHIYA; KAMAL, 2013).</p><p>Apresenta uma capacidade de reter até 100 vezes o seu peso molecular (1 x</p><p>105 até 5 x 105 daltons) em água, o que induz uma expansão da matriz extracelular,</p><p>facilitando a difusão de moléculas hidrossolúveis, porém, a quantidade de AH é</p><p>inversamente proporcional ao tempo de vida do organismo. Com o envelhecimento,</p><p>ocorre a diminuição de AH, alterando a quantidade de água, daí o surgimento de rugas</p><p>na pele de idosos, desidratação, alteração da elasticidade, perda do turgor e formação</p><p>de manchas (PRESTWICH, 2011; LEE, 2008).</p><p>Ao devolver o AH nas camadas internas da pele, restabelece-se o equilíbrio</p><p>hídrico, filtrando e regulando a distribuição</p><p>de proteínas nos tecidos e compondo um</p><p>ambiente físico, no qual ocorre o movimento das células, contribuindo para a melhora</p><p>na estrutura e elasticidade da pele, removendo rugas, realçando e restaurando o volume</p><p>facial, criando volume labial, suavizando as linhas de expressão e proporcionando o</p><p>rejuvenescimento facial (BERTOLAMI et al., 1992; FRASER et al., 2007).</p><p>Apresenta um efeito antioxidante, pois atua como sequestrante de radicais</p><p>livres, aumentando a proteção da pele em relação à radiação ultravioleta e contribui para</p><p>o aumento da capacidade de reparação tecidual, representando, assim, uma alternativa</p><p>no tratamento do envelhecimento facial e no preenchimento de partes moles para</p><p>corrigir depressões, rugas e sulcos (GUILLAUME et al., 2006; SALLES et al., 2011).</p><p>Como preenchedor dérmico, o AH foi desenvolvido em 1989, quando Endre</p><p>Balazs observou sua biocompatibilidade com a pele e ausência de imunogenicidade</p><p>(PIACQUADIO et al., 1997). Entretanto, a degradação do produto era extremamente</p><p>rápida e a meia-vida do AH não estabilizado era por volta de 24 horas no tecido cutâneo</p><p>(MONTEIRO, 2011). Portanto, o produto teve que ser estabilizado por meio de uma</p><p>tecnologia molecular denominada cross-linking, através de substâncias geradoras</p><p>de ligações intermoleculares que aumentam a estabilidade e durabilidade clínica</p><p>do implante, com o objetivo de produzir formas adequadas para utilizá-lo como um</p><p>preenchedor cutâneo (GONÇALVES et al., 2006; FALCONE et al., 2008).</p><p>Na ausência do processo de estabilização dessa molécula, o tempo de</p><p>permanência no tecido cutâneo seria de horas ou dias, apenas (PILLONI, 2011). Por outro</p><p>lado, o excesso de modificações na sua estrutura molecular para aumentar o tempo</p><p>de permanência tecidual pode afetar negativamente suas propriedades e diminuir sua</p><p>biocompatibilidade cutânea (PRESTWICH, 2011).</p><p>82</p><p>Complicações decorrentes do seu uso são infrequentes e autolimitadas,</p><p>incluindo reações inflamatórias, pequenos hematomas, abscessos nos sítios de</p><p>aplicação, necrose tecidual (por injeção intravascular ou compressão da rede vascular</p><p>adjacente), edema persistente e granulomas (ALSTER, 2000; HOFFMANN et al., 2003).</p><p>Ressalta-se que edema persistente e granulomas podem ser desencadeados por alergia</p><p>ao material, que contém substâncias como: divinil sulfona e butanediol-diglicidil-éter,</p><p>ou resposta imunológica aos componentes proteicos presentes nas preparações de AH.</p><p>Essas complicações podem ser tratadas com injeção local de hialuronidase (BRODY,</p><p>2005; CROCCO; ALVES; ALESSI, 2012).</p><p>A hialuronidase é uma enzima produzida a partir da fermentação bacteriana não</p><p>patogênica de Streptococcus e Staphylococcus, que hidrolisam o AH no tecido conjuntivo</p><p>e reduzem sua viscosidade, aumentando, assim, a permeabilidade hídrica dos tecidos</p><p>(NECAS et al., 2008; OGRODOWSKI et al., 2006). São as diferentes origens, formulações</p><p>e concentrações que geram grandes polêmicas em relação à possibilidade de efeitos</p><p>colaterais e eventos alérgicos decorrentes do uso do AH. As maiores desvantagens são</p><p>o custo elevado e a baixa durabilidade dos resultados, que são evidenciados por seis a</p><p>12 meses após o uso (LIU et al., 2008; PRINCE, 2005).</p><p>FONTES DE EXTRAÇÃO DO ÁCIDO HIALURÔNICO</p><p>O AH foi isolado pela primeira vez em 1934, a partir do humor vítreo da vaca.</p><p>Depois foi isolado do cordão umbilical humano, fluido sinovial e, mais tarde, da crista de</p><p>galos (PIRES et al., 2010; BANSAL et al., 2010). No entanto, sua obtenção a partir dessas</p><p>fontes naturais apresenta algumas desvantagens, como a necessidade de purificação</p><p>laboriosa, pois se encontra usualmente misturado com outros mucopolissacarídeos e</p><p>proteínas, o que gera uma redução da sua massa molar devido à degradação das suas</p><p>cadeias nos procedimentos de purificação (OGRODOWSKI, 2005; GONTIJA et al., 2012).</p><p>Ressalta-se que os métodos de extração utilizando diferentes líquidos extratores,</p><p>como acetona, clorofórmio, hidróxido de sódio, etanol e metanol, são necessários para</p><p>garantir a quebra da molécula e liberação do AH do complexo de outros polissacarídeos</p><p>e proteínas (ROSA, 2008; IGNATOVA et al.,1990).</p><p>USO DO ÁCIDO HIALURÔNICO NA COSMETOLOGIA</p><p>Existem várias empresas que comercializam o produto legalmente no Brasil,</p><p>trata-se de uma grande evolução da indústria química e farmacêutica (ROCQUET et al.,</p><p>2008). Algumas das marcas mais comumente utilizadas são o Surgiderm, Juvederm,</p><p>Hylaform, Restylane, Perlane, Esthelis e Forthelis. Ressalta-se que a escolha da</p><p>marca a ser utilizada depende do profissional que realizará o procedimento e da queixa</p><p>de cada paciente (PINSKY et al., 2008).</p><p>83</p><p>O profissional considerará vários aspectos para a escolha do AH mais apropriado</p><p>para cada situação, considerando, além das características químicas, a segurança, a</p><p>compatibilidade biológica, o baixo risco de alergia, a baixa imunogenicidade, o tempo</p><p>de reabsorção, a forma de obtenção do produto e o custo para o paciente (JOHANNEN,</p><p>2009). Essas são as características de preenchedores dérmicos que são muito bem</p><p>respondidas pelo Ácido Hialurônico, o que o faz ser um produto muito bem aceito em</p><p>todo o mundo para o preenchimento cutâneo temporário (MONTEIRO, 2010).</p><p>Segundo a Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos, no ano de 2012, foram</p><p>realizados cerca de dois milhões de procedimentos utilizando AH como preenchedor</p><p>dérmico, resultando em um aumento de 5% dos procedimentos realizados em 2011</p><p>e 205% em 2000, ficando atrás apenas da toxina botulínica (AMERICAN SOCIETY OF</p><p>PLASTIC SURGEON, 2012).</p><p>Atualmente, o AH na forma de gel injetável é considerado tratamento padrão ouro</p><p>na abordagem estética para a correção de rugas, perda de contorno e reposição de volume</p><p>facial. Como exemplo, cita-se sua utilização no preenchimento dos sulcos nasojugais</p><p>(conhecidos popularmente como olheiras), nos sulcos nasogenianos (conhecidos como</p><p>“bigode chinês”), nas rugas glabelares (rugas do nariz e entre as sobrancelhas) e nas</p><p>rugas finas, conhecidas popularmente como “pés de galinha” (JAIN, 2013).</p><p>Deve-se levar em consideração que o volume de AH a ser injetado para uma boa</p><p>correção depende da profundidade dos sulcos das rugas e também da viscosidade do</p><p>ácido que será utilizado nesse procedimento (FRASER et al., 2007).</p><p>A aplicação dérmica de preenchedores de alta viscosidade tem como função</p><p>preencher grandes volumes e, desse modo, remodelar o rosto e corrigir depressões</p><p>(SALLES et al., 2011). Os comercializados no Brasil são o Juvederm, Belotero, Restylane,</p><p>Redexis, Reviderm, Matridex, entre outros. Essa aplicação pode ser feita com agulha ou</p><p>com cânula, dependendo da preferência do médico (GLADSTONE; PEGGY; CARRUTHERS,</p><p>2005). O uso da agulha é mais simples e mais preciso do que o uso da cânula, pois atinge</p><p>uma menor profundidade no tecido, devido à espessura da agulha ser mais fina e delicada,</p><p>oferecendo mais conforto e suavidade, principalmente para os pacientes mais sensíveis</p><p>(EL-SAYAD et al., 2012).</p><p>Enfim, mesmo em meio a polêmicas, o AH representa uma alternativa</p><p>moderna e eficaz para o tratamento do envelhecimento cutâneo, sendo utilizado para</p><p>preenchimento de partes moles e também para corrigir depressões, rugas e sulcos,</p><p>resultando em uma pele aparentemente melhor e mais jovial (SANTOS, 2013).</p><p>84</p><p>JUSTIFICATIVA</p><p>O processo de envelhecimento cutâneo não pode ser revertido, portanto, as</p><p>rugas não podem ser evitadas e, mais cedo ou mais tarde, elas aparecerão. No entanto,</p><p>o mercado consumidor cosmético oferece medidas eficazes para amenizá-las, através</p><p>de procedimentos que utilizam o AH como um agente precursor, proporcionando uma</p><p>melhora no aspecto geral, retardando, assim, o envelhecimento precoce cutâneo.</p><p>METODOLOGIA</p><p>Este trabalho consistiu na elaboração de um artigo científico de revisão</p><p>bibliográfica. Para a revisão, foram utilizados os bancos de dados Google Acadêmico</p><p>e Scielo, no período de janeiro a junho de 2016. As palavras-chave utilizadas na busca</p><p>foram: rejuvenescimento</p><p>facial, ácido hialurônico, hialuronidase e dermocosméticos.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Conclui-se que:</p><p>• o ácido hialurônico ajuda na prevenção do envelhecimento facial, pois apresenta</p><p>propriedades antioxidantes, confere volume, sustentação, hidratação e elasticidade</p><p>à pele, melhorando, assim, sua estrutura e as linhas de expressão;</p><p>• complicações relatadas decorrentes de seu uso geralmente são infrequentes, mas</p><p>podem ocorrer devido a reações alérgicas de pacientes em relação às substâncias</p><p>químicas presentes no material utilizado nas aplicações e também aos componentes</p><p>proteicos presentes nas preparações do ácido hialurônico;</p><p>• o uso do ácido hialurônico na cosmetologia tem se tornado muito frequente, pela</p><p>capacidade de esta substância atuar como preenchedor dérmico, corrigindo as</p><p>rugas e repondo o volume facial.</p><p>FONTE: FERREIRA, N. R.; CAPOBIANCO, M. P. Uso do ácido hialurônico na prevenção do envelhecimento</p><p>facial. Revista Científica Unilago, Grandes Lagos, 2016. Disponível em: http://www.unilago.edu.br/</p><p>revista/edicaoatual/Sumario/2016/downloads/33.pdf. Acesso em: 19 jan. 2022.</p><p>85</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• O ácido hialurônico surge como uma alternativa para melhorar as alterações do</p><p>contorno facial oriundas do processo de envelhecimento, sendo uma nova opção</p><p>de tratamento estético, de forma menos invasiva em relação aos procedimentos</p><p>cirúrgicos. É usado na estética para a correção de rugas, perda de contorno e</p><p>reposição de volume facial.</p><p>• As marcas disponíveis no Brasil de ácido hialurônico para comercialização são:</p><p>Juvederm, Belotero, Restylane, Redexis, Reviderm, Matridex, entre outros.</p><p>• As técnicas de aplicação e recomendações após o uso do ácido hialurônico. A técnica</p><p>volumizadora tem o objetivo de devolver o volume da face, e a técnica bioestimuladora</p><p>de estimular a produção de colágeno e elastina. O ácido hialurônico age corrigindo</p><p>as imperfeições causadas pelo envelhecimento, ajudando a melhorar aspectos</p><p>indesejados na pele.</p><p>• Efeitos adversos e contraindicações podem ocorrer devido a reações alérgicas de</p><p>pacientes em relação às substâncias químicas presentes no material utilizado nas</p><p>aplicações e também aos componentes proteicos presentes nas preparações do ácido</p><p>hialurônico. Técnicas incorretas na aplicação do produto podem levar a complicações</p><p>como: reações inflamatórias no local, hematomas, vermelhidão, infecção, nódulos,</p><p>abscessos e necrose tecidual.</p><p>86</p><p>1 A via de administração do ácido hialurônico mais eficaz é a injetável, sua utilização</p><p>pode ser feita com cânula ou agulha. No entanto, a utilização destas na aplicação</p><p>do produto vai depender da preferência do profissional e da viscosidade do produto.</p><p>Quanto mais fluido for o produto, sua aplicação será destinada à derme, e quanto</p><p>mais viscoso for, mais profunda será sua aplicação. Com relação ao material usado</p><p>na aplicação, é aconselhável o uso da agulha durante a realização do procedimento</p><p>com ácido hialurônico na estética em alguns casos, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Quando a aplicação for menos profunda.</p><p>b) ( ) Quando a espessura da pele for mais grossa.</p><p>c) ( ) Quando o produto for aplicado no músculo.</p><p>d) ( ) Quando o produto for mais viscoso.</p><p>2 O ácido hialurônico é um polissacarídeo presente no tecido conjuntivo, cuja</p><p>substância tem aspecto viscoso e elástico de consistência gelatinosa, com alto poder</p><p>de hidratação e integridade dos tecidos. Assinale a alternativa CORRETA quanto às</p><p>principais indicações no tratamento do ácido hialurônico na estética:</p><p>a) ( ) Estrabismo.</p><p>b) ( ) Sulcos nasogenianos.</p><p>c) ( ) Rinoplastia.</p><p>d) ( ) Hiperidrose.</p><p>3 O ácido hialurônico é produzido naturalmente pelo organismo humano e tem como</p><p>função a elasticidade e a hidratação da pele. Com o passar do tempo, o tecido perde</p><p>essa substância, tornando a pele sensível, seca, fina e com rugas. O ácido hialurônico</p><p>comercial encontra-se disponível em seringas de 1 ml em forma de gel espesso</p><p>e incolor. Com relação às propriedades moleculares do ácido hialurônico, este é</p><p>composto por uma molécula. Sobre ela, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Alto peso molecular e hidrofílica.</p><p>b) ( ) Alto peso molecular e hidrofóbica.</p><p>c) ( ) Alto peso molecular e higroscópica.</p><p>d) ( ) Baixo peso molecular e hidrofílica.</p><p>4 Uma paciente de 45 anos de idade procurou um biomédico esteta para a realização</p><p>de um procedimento minimamente invasivo, já que ela não queria se submeter</p><p>a cirurgias. Ao exame clínico, foram identificados: rugas estáticas na área dos</p><p>olhos, sulcos nasogenianos e entre as sobrancelhas. Considerando o caso clínico</p><p>apresentado, disserte sobre como as propriedades do ácido hialurônico podem ajudar</p><p>a melhorar as alterações na face oriundas do processo de envelhecimento.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>87</p><p>5 O ácido hialurônico surge como uma alternativa para melhorar as alterações do</p><p>contorno facial oriundas do processo de envelhecimento, sendo uma nova opção</p><p>de tratamento estético de forma menos invasiva em relação aos procedimentos</p><p>cirúrgicos. Apesar de o procedimento ser considerado seguro, há, no entanto,</p><p>algumas contraindicações para a realização do procedimento. Disserte sobre quais</p><p>são as contraindicações do uso do ácido hialurônico.</p><p>88</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALLERGAN. Botox® - Bula para o paciente. Allergan, 2018. Disponível em:</p><p>https://allergan-web-cdn-prod.azureedge.net/allerganbrazil/allerganbrazil/</p><p>media/allergan-brazil/botox_bula_paciente.pdf. Acesso em: 16 jan. 2022.</p><p>ALMEIDA, T. A. et al. 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No decorrer dela, você encontrará</p><p>autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.</p><p>TÓPICO 1 – PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS II: MESOTERAPIA</p><p>(INTRADERMOTERAPIA) E PEIM</p><p>TÓPICO 2 – PROCEDIMENTO ESTÉTICO INJETÁVEL PARA MICROVASOS – PEIM</p><p>TÓPICO 3 – OUTROS PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS</p><p>Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure</p><p>um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.</p><p>CHAMADA</p><p>98</p><p>CONFIRA</p><p>A TRILHA DA</p><p>UNIDADE 3!</p><p>Acesse o</p><p>QR Code abaixo:</p><p>99</p><p>TÓPICO 1 —</p><p>PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE</p><p>INVASIVOS II: MESOTERAPIA</p><p>(INTRADERMOTERAPIA) E PEIM</p><p>UNIDADE 3</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>As atividades dos profissionais habilitados em biomedicina estética são</p><p>compreendidas por: iontoforese, eletroterapia, ultrassom estético, radiofrequência,</p><p>terapias com laser, terapias com luz intensa pulsada, LED (do inglês Light Emitting</p><p>Diode), peelings (tanto químicos quanto mecânicos), cosmetologia, carboxiterapia,</p><p>intradermoterapia, preenchimentos, procedimento estético injetável para microvasos</p><p>(PEIM), fios de sustentação tecidual absorvíveis com finalidade estética e aplicação de</p><p>substâncias por via intramuscular para fins estéticos.</p><p>A gordura localizada é uma modificação de células adiposas, que pode ser</p><p>descrita como uma alteração no metabolismo da gordura corporal ou um crescimento</p><p>desenfreado de gordura, sendo um dos motivos de baixa autoestima, tanto em</p><p>mulheres quanto em homens. Diante disso, várias condutas terapêuticas tecnológicas,</p><p>consideradas minimamente invasivas, personalizadas e fundamentadas em múltiplos</p><p>ativos, vêm sendo desenvolvidas, viabilizando uma redução efetiva e confortável da</p><p>gordura localizada nesses pacientes (SILVA et al., 2016).</p><p>A Resolução nº 200, de 1 de julho de 2011, do Conselho Federal de Biomedicina</p><p>(CFBM), dispõe sobre os critérios para a habilitação em biomedicina estética, em que a</p><p>intradermoterapia é um requisito mínimo e obrigatório para a atuação em biomedicina</p><p>estética (CFBM, 2011).</p><p>A intradermoterapia é uma ferramenta estética introduzida desde 1958, que trata</p><p>da administração de injeções intradérmicas, com substâncias de ações farmacológicas,</p><p>que são aplicadas exatamente na região requerida. Existem descrições da utilização da</p><p>intradermoterapia no tratamento terapêutico de doenças que causam dor e dermatites.</p><p>Os centros estéticos utilizam a técnica empregando o nome popular: mesoterapia</p><p>(HERREROS; MORAES; VELHO, 2011).</p><p>A intradermoterapia é um procedimento minimamente invasivo, realizado</p><p>por meio de terapia intradérmica local, com ativos ou outros compostos bioativos</p><p>administrados em pequenas quantidades, as quais reduzidas de multipunções</p><p>dérmicas, sendo que o local da injeção corresponde à área da disfunção estética. A</p><p>terapia intradérmica local é usada quando não existem outras opções de terapia, quando</p><p>outras terapias falharam (ou por qualquer motivo não podem ser usadas), quando há um</p><p>100</p><p>possível benefício sinérgico com outras terapias farmacológicas/não farmacológicas e,</p><p>principalmente, quando essa técnica pode ter um efeito, evitando o uso sistêmico de</p><p>fármacos. É necessária experiência farmacológica e clínica para a correta aplicação</p><p>da mesoterapia. A desconsideração dos procedimentos corretos constitui negligência</p><p>profissional (HERREROS; MORAES; VELHO, 2011).</p><p>Além da aplicação para a redução da gordura localizada, a técnica pode ser</p><p>aplicada para outras finalidades, como clareamento da pele, tratamento da perda</p><p>de cabelo, redução de linhas de expressão, redução da celulite, contorno corporal e</p><p>tratamento da flacidez (HERREROS; MORAES; VELHO, 2011).</p><p>As principais reações adversas dessa técnica incluem dor, processo inflamatório,</p><p>náusea, sensibilidade, coceira, vermelhidão, cicatrizes, manchas na pele, contusão, inchaço</p><p>no local da aplicação, irritação da pele e infecção (HERREROS; MORAES; VELHO, 2011).</p><p>A seguir, abordaremos essa técnica de forma detalhada, apresentando sua</p><p>definição, características, vantagens, limitações, contraindicações, complicações,</p><p>aplicações e como funciona o procedimento.</p><p>2 MESOTERAPIA (INTRADERMOTERAPIA)</p><p>A intradermoterapia, também conhecida como mesoterapia, consiste na</p><p>aplicação de injeções intradérmicas de substâncias farmacológicas diluídas diretamente</p><p>na região a ser tratada, como enzimas, extratos naturais, hormônios, vitaminas, minerais,</p><p>fármacos e medicamentos, como antibióticos e vasodilatadores. Foi, inicialmente,</p><p>realizada na década de 1950 por um médico francês. Desde então, tornou-se um</p><p>tratamento opcional para diversas condições, incluindo disfunções estéticas, como</p><p>gordura localizada, rugas e linhas de expressão, flacidez e celulite, e os resultados</p><p>podem ser obtidos pela combinação de diferentes substâncias (HERREROS; MORAES;</p><p>VELHO, 2011; MAIA et al., 2001).</p><p>Afinal, o que é um fármaco? Fármaco pode ser definido como uma</p><p>substância química que contenha propriedades farmacológicas com</p><p>finalidade benéfica e medicamentosa, produzindo efeito biológico. Um</p><p>medicamento, por sua vez, para fins de diferenciação, trata-se de uma</p><p>preparação elaborada, que pode conter um ou mais fármacos (princípio</p><p>ativo), visando ao uso terapêutico. Medicamentos, além de conterem o</p><p>fármaco em sua composição, contêm substâncias químicas denominadas</p><p>excipientes, como conservantes e antioxidantes, por exemplo (RANG et</p><p>al., 2012; KATZUNG, 2010).</p><p>NOTA</p><p>101</p><p>O mecanismo que leva à redução da adiposidade localizada está relacionado ao</p><p>tipo de substância utilizada, podendo se basear na ativação da lipólise ou morte celular</p><p>acidental, sendo esta última conhecida como “ablativo”, e envolvendo tumefação celular e</p><p>coagulação do citoplasma (HERREROS; MORAES; VELHO, 2011; MAIA et al., 2001).</p><p>A intradermoterapia pode ser aplicada por meio de agulhas ou pela técnica</p><p>pressurizada. Tradicionalmente, múltiplas injeções intradérmicas ou subcutâneas</p><p>são aplicadas usando agulhas de calibre muito fino, diretamente sobre ou perto dos</p><p>locais afetados. O método de intradermoterapia pressurizada, ao contrário, utiliza uma</p><p>tecnologia sem agulha, que visa liberar a substância terapêutica na pele ou tecido</p><p>subcutâneo por meio de forças, pressões de gás e ondas de choque mecânicas, sem</p><p>a necessidade de injetá-las com agulhas, proporcionando maior conforto ao paciente</p><p>durante a aplicação (HERREROS; MORAES; VELHO, 2011; MAIA et al., 2001).</p><p>3 DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS</p><p>A utilização de agulhas para tratamento de doenças ou disfunções tem uma</p><p>longa história, iniciando com Hipócrates em 400 a.C., que utilizava uma aplicação local</p><p>de cacto para tratamento de dores no ombro, os chineses, utilizando acupuntura na</p><p>medicina tradicional chinesa (há 2000 anos) e, posteriormente, a injeção de compostos</p><p>acompanhando a invenção da agulha oca desde o século XIX. A intradermoterapia é um</p><p>procedimento desenvolvido na década de 1950 pelo médico francês Dr. Michel Pistor,</p><p>para o tratamento de dores e distúrbios vasculares, uma das pessoas mais renomadas</p><p>nacionalmente, com realizações significativas no seu país (HERREROS; MORAES; VELHO,</p><p>2011; SIVAGNANAM, 2010).</p><p>A intradermoterapia teve início quando Pistor realizou a injeção de procaína pela</p><p>via intravenosa para o tratamento da asma, descobrindo que, apesar de a condição original</p><p>não melhorar, ocorreu uma melhora significativa na deficiência auditiva do paciente. Com</p><p>o intuito</p><p>de intensificar o efeito, Pistor realizou a injeção de doses reduzidas de procaína</p><p>A intradermoterapia não possui apenas finalidade estética, ela é aplicada</p><p>também no tratamento de algumas doenças dermatológicas. Alguns</p><p>medicamentos utilizados por via intradérmica no tratamento dessas</p><p>doenças são: acetonido de triancinolona, antimoniato de meglumina,</p><p>interferon alfa-2b, lincomicina, metotrexato, plasma rico em plaquetas,</p><p>ácido tranexâmico, secuquinumabe, verapamil, bleomicina, 5-fluorouracil,</p><p>glicocorticoide, interleucina-2, toxina botulínica, ciclosporina, minoxidil,</p><p>ixequizumabe e brodalumabe (CANZONA et al., 2020).</p><p>INTERESSANTE</p><p>102</p><p>de três a cinco milímetros de profundidade aos arredores do alvo terapêutico, ou seja, no</p><p>próprio canal auditivo. Desde então, dezenas de pacientes surdos procuraram por Pistor,</p><p>porém, foram observadas outras condições relacionadas, como eczema do canal auditivo,</p><p>dor na articulação temporomandibular e zumbido (SIVAGNANAM, 2010).</p><p>Pistor cunhou o termo “mesoterapia” em sua primeira publicação da técnica,</p><p>em uma revista médica local em 1958. Ele a definiu como tratamento do mesoderma</p><p>(a camada germinativa primária que se desenvolve em tecido conjuntivo, músculo e</p><p>sistema circulatório), referindo-se aos efeitos da procaína local em tão grande número</p><p>de tecidos. Assim, a “mesoterapia” pode ser considerada um desdobramento da</p><p>farmacoterapia, decorrente da manipulação fortuita da via intradérmica, até então,</p><p>menos explorada, para tratar condições médicas. Pistor foi responsável pela fundação</p><p>da Sociedade Francesa de Mesoterapia, no ano de 1964, e ampliou o procedimento para</p><p>o tratamento de patologias humanas, veterinárias e disfunções estéticas gerais.</p><p>Em 1987, a Academia Nacional Francesa de Medicina realizou o reconhecimento</p><p>oficial da mesoterapia como uma especialidade médica. Nesse intervalo de tempo, a</p><p>mesoterapia passou a se tornar popular em grande parte da Europa, América do Sul</p><p>e, posteriormente, nos Estados Unidos e países asiáticos. Pistor faleceu em 2003</p><p>(HERREROS; MORAES; VELHO, 2011; SIVAGNANAM, 2010).</p><p>A terapia intradérmica é uma técnica de injeção que, se bem aplicada</p><p>isoladamente ou em combinação com outras terapias, é útil em diversas condições</p><p>clínicas. A justificativa científica para essa técnica se baseia no fato de que um</p><p>medicamento injetado em pequenas doses na camada superficial da pele se</p><p>espalha lentamente para os tecidos subjacentes e permanece por mais tempo do</p><p>que a administração sistêmica, como confirmado em estudos pré-clínicos. De fato,</p><p>concentrações mais altas de droga injetada por via intradérmica foram detectadas na</p><p>pele, músculos e articulações subjacentes ao local da infiltração em comparação com</p><p>a administração intramuscular. Além disso, uma maior resposta imune, tanto primária</p><p>quanto secundária, foi relatada após a injeção intradérmica em comparação com a</p><p>administração intramuscular (CANZONA et al., 2020).</p><p>Muitas vantagens desta técnica têm sido descritas: minimamente invasiva,</p><p>menor dose do fármaco em relação ao tratamento sistêmico, menor risco de eventos</p><p>adversos sistêmicos e simples aplicação. A mesoterapia consiste em uma ou mais</p><p>microinjeções intradérmicas na área a ser tratada. Agulhas de 13 mm (calibre 30 ou</p><p>32) ou agulhas de 4 mm (calibre 27) são usadas. É recomendado entre 30° e 45° para</p><p>aplicação, para depositar o fármaco na derme até uma profundidade de cerca de 2</p><p>milímetros (HERREROS; MORAES; VELHO, 2011; CANZONA et al., 2020).</p><p>A técnica de intradermoterapia utiliza agulhas muito finas para a aplicação</p><p>de uma série de injeções no mesoderma. O intuito por trás da intradermoterapia é a</p><p>correção de problemas subjacentes, como a má circulação e a inflamação que causam</p><p>danos à pele (HERREROS; MORAES; VELHO, 2011; MAIA et al., 2001).</p><p>103</p><p>Os efeitos adversos desse procedimento podem incluir: dor, inflamação, náusea,</p><p>sensibilidade, contusão, coceira, inchaço no local de aplicação, vermelhidão, irritação à</p><p>pele, cicatrizes, infecção e manchas.</p><p>4 APLICAÇÕES</p><p>As principais aplicações da técnica de intradermoterapia são:</p><p>• remoção de gorduras em áreas localizadas, como pernas, braços, barriga, rosto, coxas,</p><p>glúteos e quadril. Esse procedimento é considerado simples e seguro, são utilizados</p><p>ativos que realizam a quebra da gordura e aumento da circulação local, fazendo com</p><p>que ocorra a eliminação de gorduras localizadas através da perda calórica;</p><p>• clareamento da pele;</p><p>• tratamento de alopecia (perda do cabelo): esse tratamento consiste na injeção de</p><p>extratos, vitaminas ou medicamentos, como Minoxidil e Finasterida, no local em que</p><p>se deseja promover o crescimento dos fios;</p><p>• redução de linhas e rugas;</p><p>• redução de fibroedema geloide: nesse procedimento, é utilizada uma mescla de ativos</p><p>que auxiliam na eliminação da fibroedema geloide, melhorando o aspecto da pele;</p><p>• contorno corporal;</p><p>• tratamento da flacidez: são utilizados ativos que proporcionam o aumento da</p><p>tonificação da pele, aumentando a síntese de elastina e colágeno, tornando,</p><p>consequentemente, a pele mais firme.</p><p>FIGURA 1 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE GORDURAS EM ÁREAS LOCALIZADAS</p><p>FONTE: . Acesso em: 28 fev. 2022.</p><p>Alguns estudos descritos na literatura ainda abordam a utilização de</p><p>intradermoterapia para aplicação em doenças funcionais na pele (nesses casos, alguns</p><p>não possuem finalidade estética, e não cabe o tratamento com biomédico em estética), por</p><p>104</p><p>exemplo, alopecias, acnes císticas, queloides, hidrosadenite supurativa, verrugas, vitiligo,</p><p>mixedema pré-tibial, neoplasias cutâneas, psoríase, leishmaniose cutânea, melasma e</p><p>necrobiose lipoídica (HERREROS; MORAES; VELHO, 2011; CANZONA et al., 2020).</p><p>As injeções podem ser dadas em diferentes profundidades, dependendo da</p><p>condição e do tratamento do paciente. Cada injeção deve administrar apenas uma</p><p>pequena gota da substância farmacológica na pele. Geralmente, para o tratamento, são</p><p>necessárias várias sessões de mesoterapia, a fim de se obter o efeito desejado, com</p><p>retornos entre dez e 15 dias (HERREROS; MORAES; VELHO, 2011; MAIA et al., 2001).</p><p>Um exemplo clássico da aplicação da intradermoterapia diz respeito às aplicações</p><p>de lipoenzimas para tratamento da gordura localizada, que vêm ganhando destaque na</p><p>estética, uma vez que apresenta diversas vantagens quando comparada a métodos</p><p>cirúrgicos. Dentre os benefícios, podemos citar que ela é menos invasiva, traz bons</p><p>resultados em um curto período de tempo, acelera o metabolismo e pode ser realizada</p><p>em várias partes do corpo (HERREROS; MORAES; VELHO, 2011; MAIA et al., 2001).</p><p>Como se trata de um procedimento minimamente invasivo, a recuperação é</p><p>imediata, muitas pessoas conseguem realizar suas atividades normais no mesmo dia e</p><p>algumas necessitam de pelo menos um dia de folga devido a dores frequentes.</p><p>Técnicas de injeção de mesoterapia:</p><p>• ponto por ponto: técnica relatada pela primeira vez pelo médico francês Dr. Pistor,</p><p>abrangendo a injeção de 0,02 ml a 0,05 ml de ativos, de forma perpendicular à pele</p><p>(aproximadamente 4 mm de profundidade), dada de 1 cm a 2 cm de distância entre</p><p>as aplicações (SIVAGNANAM, 2010);</p><p>• nappage (do francês, para “cobrir”): trata-se de injeções superficiais</p><p>(aproximadamente, 2 mm de profundidade) com agulha de 4 mm, envolvendo</p><p>uma grande área. As injeções são aplicadas com um ângulo de aproximadamente</p><p>45º da pele, ao passo que é aplicada uma pressão positiva leve e constante no</p><p>êmbolo, o aplicador rapidamente sacode o pulso. Em cada área, uma gota de ativo</p><p>é introduzida. Em comparação, essa é uma técnica mais desconfortável para o</p><p>paciente (SIVAGNANAM, 2010);</p><p>O contorno corporal consiste na modelação das circunferências de tal forma</p><p>que fique mais agradável para a paciente, sem que seja necessário fazer</p><p>cirurgias plásticas. É válido ressaltar que, em muitos casos, não é possível</p><p>chegar ao resultado desejado somente com a intradermoterapia.</p><p>INTERESSANTE</p><p>105</p><p>• epidérmico: técnica mais superficial (1</p><p>mm de profundidade) em comparação às</p><p>demais, sendo que por essa técnica não ocorre penetração na camada basal. O</p><p>tamanho da agulha varia entre 27 a 31 calibres com o bisel orientado para longe da</p><p>pele e empurrado com uma pressão leve e positiva aplicada ao êmbolo. É realizado</p><p>um padrão de grade com intervalos de 1 cm em toda a área de aplicação. Injeções</p><p>múltiplas com doses reduzidas de ativos, em locais precisos, em uma única sessão,</p><p>são altamente exigentes para o esteticista (SIVAGNANAM, 2010).</p><p>106</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• A intradermoterapia, também denominada mesoterapia, é um procedimento estético</p><p>valioso criado na década de 1950, que consiste na administração de injeções com</p><p>substâncias com atividades farmacológicas para tratamentos específicos.</p><p>• A intradermoterapia pode provocar reações adversas, assim como grande parte dos</p><p>procedimentos estéticos, porém são efeitos adversos brandos, como dor; inflamação,</p><p>náuseas, sensibilidade, contusão, coceira, inchaço local, irritação, vermelhidão,</p><p>cicatrizes, manchas e infecções.</p><p>• As principais aplicações da intradermoterapia/mesoterapia consistem em redução da</p><p>gordura localizada, clareamento da pele, tratamento de alopecia, redução de linhas</p><p>de expressão, redução de celulites, contorno corporal e redução da flacidez.</p><p>• A intradermoterapia é um requisito mínimo para a atuação como biomédico esteta,</p><p>de acordo com a Resolução nº 200, de 1 de julho de 2011, do Conselho Federal de</p><p>Biomedicina (CFBM), que dispõe sobre os critérios para a habilitação em biomedicina</p><p>estética.</p><p>107</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>1 A intradermoterapia é um procedimento estético que possui como finalidade liberar</p><p>ativos na pele através de injeções intradérmicas, permitindo, dessa forma, que</p><p>seja realizado o tratamento de diferentes disfunções estéticas, tornando-se uma</p><p>ferramenta importante para a aplicação estética. Sobre estas aplicações, assinale a</p><p>alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) São aplicadas para tratamento de gordura localizada, principalmente em áreas</p><p>de maior depósito de gordura, como pernas, braços, barriga, rosto, coxas, glúteos</p><p>e quadris.</p><p>b) ( ) São aplicadas como preenchimento em áreas requeridas, como lábios, olheiras</p><p>e outras áreas de preenchimento.</p><p>c) ( ) São aplicadas principalmente no tratamento de linhas de expressão, utilizando</p><p>toxina botulínica como substância farmacológica.</p><p>d) ( ) São aplicadas principalmente em tratamentos faciais, como em olheiras,</p><p>preenchimento labial, levantamento das sobrancelhas, entre outros.</p><p>2 A técnica de intradermoterapia/mesoterapia é um requisito obrigatório, de acordo</p><p>com o Conselho Federal de Biomedicina, através de uma legislação, que dispõe sobre</p><p>os critérios para a habilitação em biomedicina estética. Sobre a legislação que dispõe</p><p>sobre a obrigatoriedade da técnica para o exercício da profissão, assinale a alternativa</p><p>CORRETA:</p><p>a) ( ) Resolução nº 200, de 1 de julho de 2011.</p><p>b) ( ) Normativa CFBM nº 003/2015, de 5 de novembro de 2015.</p><p>c) ( ) Resolução nº 214, de 10 de abril de 2012.</p><p>d) ( ) Normativa CFBM nº 001/2016, de 28 de janeiro de 2016.</p><p>3 A intradermoterapia consiste em uma série de microinjeções na camada superficial</p><p>da pele de ingredientes ativos que se difundem lentamente nos tecidos subjacentes.</p><p>Essa técnica é aplicada em diferentes condições clínicas e, também, em dermatologia,</p><p>pode desempenhar um papel útil no caminho do tratamento de muitos pacientes. De</p><p>acordo com as substâncias farmacológicas comumente utilizadas no tratamento da</p><p>intradermoterapia, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:</p><p>( ) Vitaminas e enzimas são substâncias comumente utilizadas no tratamento com</p><p>essa técnica.</p><p>( ) Ácido hialurônico, toxina botulínica e glicose são exemplos dessas substâncias.</p><p>( ) Medicamentos, como antibióticos e vasodilatadores, são exemplos dessas</p><p>substâncias.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>108</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V - F - F.</p><p>b) ( ) V - F - V.</p><p>c) ( ) F - V - F.</p><p>d) ( ) F - F - V.</p><p>4 A intradermoterapia é um procedimento que tem por finalidade liberar ativos na</p><p>pele utilizando força mecânica, pressão do gás e ondas de choque (no caso de</p><p>intradermoterapia pressurizada), ou aplicação de injeções intradérmicas de fármacos/</p><p>aditivos pontualmente na área de tratamento, possibilitando a prática de diferentes</p><p>procedimentos estéticos, como gordura localizada, flacidez e celulite. De acordo com o</p><p>conteúdo aprendido sobre intradermoterapia, liste as principais aplicações dessa técnica.</p><p>5 Procedimentos minimamente invasivos, englobando microagulhamento,</p><p>intradermoterapia, aplicação de bioestimuladores, preenchedores, neurotoxinas,</p><p>ácidos e PEIM, são ferramentas importantes na área estética. Nesse contexto,</p><p>disserte sobre a intradermoterapia para a gordura localizada.</p><p>109</p><p>PROCEDIMENTO ESTÉTICO INJETÁVEL PARA</p><p>MICROVASOS – PEIM</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>O Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) criou a Normativa CFBM nº 003/2015,</p><p>em 5 de novembro de 2015, que dispõe sobre o Procedimento Estético Injetável para</p><p>Microvasos (PEIM). Essa Resolução define o PEIM com uso exclusivo de glicose 50% e</p><p>75%, com quantidade não podendo exceder 10 mililitros por sessão, além de vedar o</p><p>procedimento em varizes enquadradas no tipo II, III e IV, de acordo com a Classificação</p><p>de Francischelli (CFBM, 2015).</p><p>Os microvasos, também denominados telangiectasias e varizes, são resultados de</p><p>problemas encontrados nas válvulas responsáveis pelo direcionamento de sangue. Muitos</p><p>fatores podem inferir sobre o aparecimento de microvasos, como tabagismo, obesidade,</p><p>diabetes, genética, posições que possam vir a prejudicar a circulação, entre outros. Podem</p><p>ser classificados em quatro tipos, de acordo com a Classificação de Francischelli.</p><p>O procedimento estético injetável para microvasos possui como principal função</p><p>eliminar ou reduzir esses microvasos, principalmente encontrados nas pernas, através</p><p>de substâncias biocompatíveis regulamentadas (glicose 50% ou 75% em associação</p><p>com a lidocaína, de acordo com o Conselho Federal de Biomedicina), que auxiliarão</p><p>no direcionamento do sangue. Trata-se de uma técnica segura e com muitos estudos</p><p>evidenciados (TONI; PEREIRA, 2017).</p><p>Neste tópico, abordaremos a técnica de forma detalhada, apresentando sua</p><p>definição, características, tipos de varizes, contraindicações, complicações, aplicações,</p><p>como funciona o procedimento estético e quando pode ser utilizado.</p><p>2 DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS</p><p>O PEIM é um procedimento estético realizado com a finalidade de eliminar os</p><p>microvasos que surgem no corpo, principalmente nas pernas, tornando-se um incômodo</p><p>do ponto de vista estético. Esses microvasos são denominados telangiectasias. O</p><p>aparecimento dessas telangiectasias pode estar relacionado com o refluxo sanguíneo</p><p>decorrente em veias profundas (Figura 2), podendo ser ocasionado por problemas nas</p><p>válvulas que direcionam o sangue para a direção correta. Existem, além disso, mais fatores</p><p>que influenciam no surgimento dos microvasos, como fatores genéticos, gestações,</p><p>posições que prejudiquem a circulação, atividades físicas de alto impacto, sobrepeso,</p><p>UNIDADE 3 TÓPICO 2 -</p><p>110</p><p>sedentarismo, tabagismo, diabetes e uso de medicamentos anticoncepcionais, que</p><p>podem dificultar a circulação do sangue nas pernas, desencadeando na formação de</p><p>microvasos (TONI; PEREIRA, 2017).</p><p>FIGURA 2 – COMPARAÇÃO ESQUEMÁTICA DE PERNAS COM E SEM MICROVASOS</p><p>FONTE: . Acesso em: 1 mar. 2022.</p><p>De acordo com a Classificação de Francischelli, as varizes (microvasos) podem</p><p>ser classificadas em quatro tipos: tipo 1, tipo 2, tipo 3 e tipo 4 (Tabela 1). O procedimento</p><p>de PEIM só pode ser realizado em varizes classificadas como tipo 1, ficando vedada a</p><p>utilização do procedimento nos demais tipos de varizes, sendo esses tipos de varizes</p><p>tratados por médicos vasculares.</p><p>TABELA 1 – TIPOS DE VARIZES DE ACORDO COM A CLASSIFICAÇÃO DE</p><p>FRANCISCHELLI</p><p>Tipo de Varizes Características</p><p>Tipo 1 Varizes problemáticas do ponto de vista estético ao paciente.</p><p>Tipo 2</p><p>Varizes que apresentam problemas funcionais e estéticos ao</p><p>paciente.</p><p>Tipo 3</p><p>Varizes que apresentam problemas funcionais ao paciente,</p><p>porém não são problemas do ponto de vista estético.</p><p>Tipo 4</p><p>Varizes que apresentam problemas funcionais e complicações à</p><p>saúde do paciente.</p><p>FONTE: A autora</p><p>Uma agulha de baixo calibre e fina é utilizada para administrar substâncias com</p><p>capacidade de eliminar os microvasos. O procedimento pode ser incômodo devido às</p><p>injeções, e cada sessão pode levar cerca de 1 hora, dependendo do caso. O procedimento</p><p>não atrapalha as atividades normais do paciente, que deve evitar apenas atividades</p><p>físicas por um período de 24 horas (TONI; PEREIRA, 2017).</p><p>111</p><p>Não é indicado nos casos de patologias vasculares, insuficiência renal, infecção,</p><p>casos de trombose, diabetes descompensada, arteriopatias, doenças no fígado, gravidez</p><p>e casos de câncer ativos (TONI; PEREIRA, 2017).</p><p>As principais complicações consistem em: hiperpigmentação, não desapareci-</p><p>mento das varizes, edema temporário, bolhas e, em casos raros, necrose e flebite (TONI;</p><p>PEREIRA, 2017).</p><p>3 APLICAÇÕES</p><p>A aplicação consiste na utilização de uma agulha de pequeno calibre e bem</p><p>fina para injeção no interior do vaso sanguíneo, com soluções de glicose hipertônica</p><p>(50% ou 75%) com anestésico (lidocaína). Nas primeiras aplicações, o paciente pode</p><p>sentir incômodo e dor, porém, devido à presença do anestésico, a dor logo desaparece.</p><p>A glicose é a substância mais indicada por ser biocompátivel e não causar reações</p><p>adversas, além disso, é o esclerosante permitido pelo CFBM. Esse procedimento pode</p><p>durar de uma a seis sessões (TONI; PEREIRA, 2017).</p><p>Quando o paciente procura tratamento estético para a realização do PEIM, a</p><p>primeira etapa do protocolo é realizar uma anamnese, que consiste em saber dados</p><p>básicos e importantes do paciente, como saber se é diabético ou não. Além disso, o</p><p>profissional biomédico deve deixar claro ao paciente as limitações e as vantagens da</p><p>técnica, realizar avaliação do paciente em posição ortostática (verificando principalmente</p><p>se são varizes do tipo 1), realizar fotodocumentação e antissepsia para evitar infecções</p><p>recorrentes. A aplicação da glicose deve ser feita de forma lenta e, após a aplicação,</p><p>deve ser realizada a compressão local (TONI; PEREIRA, 2017).</p><p>As orientações básicas ao paciente após o procedimento estético são: não</p><p>tomar sol por um período de 10 dias, não realizar nenhum tipo de esforço físico em um</p><p>período de 24 horas, usar meia ou faixa de compressão, não fazer repouso e não fazer</p><p>depilação ou massagem por um período de 24 horas (TONI; PEREIRA, 2017).</p><p>É importante enfatizar que esse procedimento deve ser muito bem avaliado</p><p>antes de realizado, para verificar se o grau dos microvasos é puramente</p><p>estético ou se existe a necessidade de recomendações médicas, que é o</p><p>caso das varizes do tipo II, III e IV pela Classificação de Francischelli.</p><p>INTERESSANTE</p><p>112</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• O Procedimento Estético Injetável para Microvasos (PEIM) passou a ser um</p><p>procedimento legalizado pelo Conselho Federal de Biomedicina a partir da Normativa</p><p>CFBM nº 003/2015, de 5 de novembro de 2015, que dispõe sobre tal procedimento.</p><p>• De acordo com a Resolução vigente, o PEIM, para biomédicos, só pode ser realizado</p><p>com glicose 50% e 75% e anestésicos, como a lidocaína. O procedimento não pode</p><p>ser realizado em varizes enquadradas no tipo II, III e IV, conforme a Classificação de</p><p>Francischelli.</p><p>• De acordo com a Classificação de Francischelli, os microvasos podem ser classificados</p><p>em quatro tipos, sendo eles: tipo I, tipo II, tipo III e tipo IV. O tipo I é o único que causa</p><p>somente problemas estéticos, sendo os microvasos a serem tratados por PEIM.</p><p>• Fatores genéticos, gravidez, posições, atividades físicas, obesidade, sedentarismo,</p><p>tabagismo, diabetes e uso de hormônios são fatores que podem desencadear a</p><p>formação de microvasos.</p><p>113</p><p>1 O Procedimento Estético Injetável para Microvasos (PEIM) é amplamente utilizado</p><p>para eliminar vasos de menor calibre, tornando-se uma ferramenta importante para</p><p>a aplicação estética no tratamento de varizes externas. Sobre a técnica de PEIM,</p><p>assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) De acordo com o Conselho Federal de Biomedicina, só é permitido realizar a</p><p>aplicação de glicose 50% ou 75% juntamente a um anestésico, como a lidocaína.</p><p>b) ( ) Várias substâncias podem ser utilizadas para o procedimento de PEIM, como a</p><p>toxina botulínica.</p><p>c) ( ) É um procedimento indolor, que não possui reações adversas e, na maioria dos</p><p>casos, uma sessão é necessária para resolver os problemas.</p><p>d) ( ) São utilizadas no tratamento de varizes do tipo II.</p><p>2 Os microvasos são denominados como dilatações de artérias, veias ou capilares,</p><p>menores que 2 mm de diâmetro, afetando aproximadamente seis em cada 10</p><p>mulheres, ocorrendo em sua maioria nas pernas. Existe uma predisposição genética</p><p>em cerca de 90% dos casos, em que os microvasos podem originar varizes. Sobre os</p><p>tipos de varizes, associe os itens, utilizando o código a seguir:</p><p>I- Tipo I.</p><p>II- Tipo II.</p><p>III- Tipo III.</p><p>IV- Tipo IV.</p><p>( ) Varizes problemáticas do ponto de vista estético.</p><p>( ) Varizes que apresentam problemas funcionais e complicações à saúde.</p><p>( ) Varizes que apresentam problemas funcionais, porém não são problemas do ponto</p><p>de vista estético.</p><p>( ) Varizes que apresentam problemas funcionais e estéticos.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) I - III - IV - II.</p><p>b) ( ) I - IV - III - II.</p><p>c) ( ) II - IV - III - I .</p><p>d) ( ) III - IV - I - II.</p><p>3 A técnica de Procedimento Estético Injetável para Microvasos (PEIM) é regulamentada</p><p>pelo Conselho Federal de Biomedicina através de uma legislação, que dispõe sobre</p><p>a técnica, listando as substâncias a serem utilizadas e os tipos de varizes a serem</p><p>tratados. Sobre a legislação que dispõe sobre a técnica, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>114</p><p>a) ( ) Resolução nº 200, de 1 de julho de 2011.</p><p>b) ( ) Normativa CFBM nº 003/2015, de 5 de novembro de 2015.</p><p>c) ( ) Resolução nº 214, de 10 de abril de 2012.</p><p>d) ( ) Normativa CFBM nº 001/2016, de 28 de janeiro de 2016.</p><p>4 De acordo com o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), o Procedimento Estético</p><p>Injetável para Microvasos (PEIM) deve ocorrer sempre de acordo com a legislação</p><p>vigente para os profissionais biomédicos, cabendo ao biomédico a responsabilidade</p><p>de avaliar o paciente e realizar o procedimento da forma mais segura possível. Nesse</p><p>contexto, disserte sobre como funciona o procedimento, desde a procura do paciente</p><p>pelo tratamento até a realização do procedimento.</p><p>5 Os microvasos são ocasionados devido a problemas nas válvulas que são responsáveis</p><p>por direcionar o sangue, acometidos principalmente em mulheres e podendo ser</p><p>ocasionados por diversos fatores, internos ou externos. Cite pelo menos cinco fatores</p><p>que podem favorecer a formação de microvasos.</p><p>115</p><p>TÓPICO 3 -</p><p>OUTROS PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE</p><p>INVASIVOS</p><p>UNIDADE 3</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>De acordo com o Conselho Federal de Biomedicina, o profissional licenciado</p><p>em biomedicina estética pode atuar em diversos procedimentos minimamente</p><p>invasivos. Como vimos anteriormente, pode atuar na aplicação de toxina botulínica</p><p>e preenchedores, na intradermoterapia/mesoterapia, em procedimentos estéticos</p><p>injetáveis para microvasos (PEIM) e também em outros procedimentos, como aplicação</p><p>de bioestimuladores, na acupuntura estética, no microagulhamento e na carboxiterapia,</p><p>que serão vistos de forma detalhada neste tópico, sendo alguns desses procedimentos</p><p>requisitos mínimos para atuação na profissão.</p><p>A técnica utilizando aplicação de estimuladores atua principalmente</p><p>estimulando a síntese de colágeno na pele, atuando em fatores causados pelo processo</p><p>de envelhecimento da pele. Esse procedimento</p><p>126</p><p>5.2 MECANISMOS DE DEFESA DO PACIENTE FRENTE A PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE</p><p>INVASIVOS............................................................................................................................................ 127</p><p>5.3 ENTENDENDO A IMPORTÂNCIA DOS ATIVOS PARA APLICAÇÃO EM BIOMEDICINA</p><p>ESTÉTICA .............................................................................................................................................128</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................130</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................135</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................136</p><p>REFERÊNCIAS ....................................................................................................................138</p><p>1</p><p>UNIDADE 1 -</p><p>AVALIAÇÃO FACIAL E</p><p>CORPORAL RELACIONADA</p><p>A PROCEDIMENTOS</p><p>MINIMAMENTE INVASIVOS</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>PLANO DE ESTUDOS</p><p>A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:</p><p>• conhecer a legislação vigente da biomedicina estética no que concerne às técnicas</p><p>invasivas;</p><p>• avaliar as características faciais para a aplicação de técnicas de procedimentos</p><p>minimamente invasivos em biomedicina estética;</p><p>• avaliar características corporais para a aplicação de técnicas de procedimentos</p><p>minimamente invasivos em biomedicina estética;</p><p>• compreender a base das técnicas e procedimentos com o uso de toxina botulínica,</p><p>preenchedores, bioestimulantes, mesoterapia (intradermoterapia) e PEIM.</p><p>Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará</p><p>autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.</p><p>TÓPICO 1 – BIOMEDICINA ESTÉTICA E LEGISLAÇÃO</p><p>TÓPICO 2 – SISTEMA TEGUMENTAR – A PELE</p><p>TÓPICO 3 – BASE DOS PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS</p><p>Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure</p><p>um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.</p><p>CHAMADA</p><p>2</p><p>CONFIRA</p><p>A TRILHA DA</p><p>UNIDADE 1!</p><p>Acesse o</p><p>QR Code abaixo:</p><p>3</p><p>BIOMEDICINA ESTÉTICA E LEGISLAÇÃO</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Desde o surgimento da biomedicina, em 1966, diversas modificações foram</p><p>realizadas no curso. Atualmente, o curso de biomedicina oferece oportunidade em mais</p><p>de 31 áreas de atuação, em que podemos citar a biomedicina estética como uma dessas</p><p>áreas.</p><p>A biomedicina estética é responsável por cuidados relacionados ao bem-estar,</p><p>à saúde e à beleza do paciente, envolvendo procedimentos minimamente invasivos e</p><p>estando em consonância com a legislação vigente da Agência Nacional de Vigilância</p><p>Sanitária (ANVISA) e com o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM). A estética trata do</p><p>estudo filosófico da beleza e do gosto. Está intimamente relacionada à filosofia da arte,</p><p>que se preocupa com a natureza da arte e os conceitos em termos dos quais as artes</p><p>individuais são interpretadas e avaliadas.</p><p>Para entendermos de biomedicina estética, é necessário sabermos as legislações</p><p>que estão atreladas a essa profissão. Neste tópico, abordaremos a biomedicina estética</p><p>e as legislações envolvidas com a profissão, quais são os requisitos mínimos para se</p><p>especializar em biomedicina estética, quais as áreas dessa profissão e o código de ética.</p><p>Veja, a seguir, a legislação envolvida com a biomedicina estética:</p><p>• Resolução nº 197, de 21 de fevereiro de 2011.</p><p>• Resolução nº 200, de 1 de julho de 2011.</p><p>• Resolução nº 214, de 10 de abril de 2012.</p><p>• Resolução nº 241, de 29 de maio de 2014.</p><p>• Normativa CFBM nº 004, de 5 de novembro de 2015.</p><p>• Normativa CFBM nº 005, de 5 de novembro de 2015.</p><p>• Resolução nº 304, de 23 de abril de 2019.</p><p>• Resolução nº 307, de 17 de maio de 2019.</p><p>• Resolução nº 330, de 5 de novembro de 2020.</p><p>Em adição, veremos o Código de Ética em biomedicina emitido pelo Conselho</p><p>Federal de Biomedicina e as providências para a forma de divulgação de procedimentos</p><p>estéticos.</p><p>TÓPICO 1 - UNIDADE 1</p><p>4</p><p>2 A ESPECIALIZAÇÃO EM BIOMEDICINA ESTÉTICA</p><p>Para trabalhar na área de biomedicina estética, é necessário realizar graduação</p><p>em biomedicina e, além disso, apresentar especialização na área de estética ou estágio</p><p>supervisionado, totalizando 500 horas. Assim, para atuar de forma legal nessa área</p><p>profissional, é necessário realizar uma pós-graduação em biomedicina estética, podendo</p><p>ser especialização, mestrado e/ou doutorado ou realizar estágio supervisionado de</p><p>longa duração.</p><p>A seguir, compreenderemos os requisitos mínimos para a habilitação profissional,</p><p>tanto provisória quanto definitiva, contidos na legislação específica para a área.</p><p>3 A LEGISLAÇÃO EM BIOMEDICINA ESTÉTICA</p><p>A biomedicina estética teve seu início em 2011 com a Resolução nº 197, de 21 de</p><p>fevereiro de 2011, do Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), responsável por dispor</p><p>sobre as atribuições do profissional biomédico no exercício da biomedicina estética e</p><p>atuação como responsável técnico de empresas que executam atividades para fins</p><p>estéticos. Essa Resolução foi responsável por habilitar o biomédico a atuar na área de</p><p>saúde estética, desde que fosse devidamente especializado (CFBM, 2011a).</p><p>Nesse mesmo ano, o CFBM criou a Resolução nº 200, de 1 de julho de 2011,</p><p>que dispõe sobre os critérios para a habilitação em biomedicina estética, considerando</p><p>principalmente o déficit de normatização relacionado ao registro desses profissionais.</p><p>Essa Resolução estabeleceu os requisitos mínimos necessários para a habilitação</p><p>provisória e definitiva em biomedicina estética. Entre os requisitos para a habilitação</p><p>provisória estão: cosmetologia, eletroterapia, sonoforese, iontoforese, radiofrequência</p><p>estética, laserterapia, carboxiterapia, peelings químicos e mecânicos, intradermoterapia,</p><p>certificados de participação em eventos em saúde estética, declaração de matrícula em</p><p>curso de pós-graduação em estética e comprovante de experiência na área de pelo</p><p>menos um ano.</p><p>Os requisitos para a habilitação definitiva incluem: diploma e/ou certificado</p><p>com título de especialização em estética (Lato Sensu), reconhecido pela Associação</p><p>Brasileira de Biomedicina (ABBM), ou certificado de pós-graduação (Stricto Sensu),</p><p>que são os cursos de mestrado e/ou doutorado, de acordo com a Lei de Diretrizes e</p><p>Bases da Educação (LDB). Para a habilitação definitiva, deve-se respeitar o estágio</p><p>supervisionado de, no mínimo, 500 horas (CFBM, 2011b).</p><p>Considerando o déficit de normatização da atividade do profissional biomédico</p><p>em relação ao uso de substâncias, o CFBM criou a Resolução nº 214, de 10 de abril de</p><p>2012, que dispõe sobre os atos do profissional biomédico e o uso de substâncias em</p><p>procedimentos estéticos.</p><p>5</p><p>Essa Resolução faz uma relação das substâncias legalmente habilitadas para</p><p>o uso profissional do biomédico esteta, sendo essas substâncias: materiais biológicos</p><p>(toxina botulínica), nutrientes (vitaminas, coenzima Q10, entre outros), fitoterápicos,</p><p>AYSLIM (extrato de manga africana), ácido glicólico, ácido alfa lipoico, ácido hialurônico,</p><p>aminofilina, bicarbonato de sódio, biotina, blufemedil, cafeína, centelha asiática,</p><p>castanha-da-Índia, Green tea (chá verde), cloreto de magnésio, colágeno, complexo</p><p>B, dente-de-leão, desoxicolato de sódio, dimetilaminoetanol (DMAE), D-pantenol,</p><p>elastina, glicosaminoglicanos (GAG), L-glutamina, L-carnitina, L-fenilalanina, finaterida,</p><p>glicina glutationa, hialuronidase, L-taurina, L-triptofano, L-ornitina, lidocaína, Minoxidil,</p><p>procaína, rutina, solução fisiológica, silício orgânico e vitamina C (CFBM, 2012).</p><p>Outro avanço na biomedicina estética aconteceu em 2014, o CFBM criou a</p><p>Resolução nº 241, de 29 de maio de 2014, que dispõe sobre a habilitação do profissional</p><p>biomédico esteta e regulamenta a prescrição por esse profissional para finalidades</p><p>estéticas.</p><p>Essa Resolução estabelece que o profissional pode prescrever substâncias</p><p>e outros</p><p>ocorre através da aplicação de polímeros</p><p>biocompatíveis, sendo o mais amplamente utilizado o ácido poli-L-láctico (PLLA).</p><p>A acupuntura estética foi regulamentada em 2016 pelo Conselho Federal de</p><p>Biomedicina e requer que o profissional seja devidamente habilitado em acupuntura</p><p>para utilizar técnicas de acupontos, para objetivos estéticos. É uma técnica da medicina</p><p>tradicional chinesa e visa à redução de linhas de expressões faciais.</p><p>O microagulhamento é um procedimento amplamente utilizado nos centros</p><p>estéticos, pois atua no tratamento de diversas disfunções estéticas, como cicatrizes,</p><p>rejuvenescimento da pele, acnes e até mesmo no melasma. Consiste em uma técnica</p><p>utilizando o dermaroller como ferramenta.</p><p>A carboxiterapia é um procedimento que utiliza o dióxido de carbono como</p><p>principal ferramenta para o tratamento de várias complicações estéticas, como olheiras,</p><p>celulites, estrias e gorduras localizadas. É um requisito obrigatório para a legalização</p><p>como biomédico esteta e é um procedimento seguro aprovado pela Food and Drug</p><p>Administration (FDA).</p><p>116</p><p>2 BIOESTIMULADORES</p><p>No processo de envelhecimento, tanto as alterações denominadas intrínsecas,</p><p>relacionadas à capacidade de regeneração celular resultante da ação cronológica,</p><p>quanto alterações extrínsecas, causadas pela radiação ultravioleta, podem acelerar o</p><p>processo, causando um envelhecimento precoce. Tratamentos que visam à restauração</p><p>da síntese de colágeno e estimulação da produção de fibroblastos são fundamentais para</p><p>a manutenção da pele. O uso de produtos promissores, que visam estimular a síntese</p><p>de colágeno, composto que desempenha um papel importante na matriz extracelular,</p><p>representa uma alternativa eficaz para melhorar as propriedades da pele e suas</p><p>características mecânicas no tratamento das alterações causadas pelo envelhecimento</p><p>da pele (CUNHA et al., 2020; KATZUNG, 2010).</p><p>Outra característica do processo de envelhecimento é que com o passar dos</p><p>anos o tipo de colágeno encontrado na pele é modificado, sendo o colágeno do tipo I</p><p>predominante em jovens, enquanto o colágeno do tipo III é predominante em pessoas</p><p>com idade avançada. Essas modificações influenciam diretamente nas propriedades da</p><p>pele (CUNHA et al., 2020; KATZUNG, 2010).</p><p>Os bioestimuladores atuam induzindo a resposta inflamatória tecidual, levando a</p><p>uma degradação lenta, resultando na deposição de colágeno. O sucesso do tratamento</p><p>é dependente principalmente do paciente, do polímero utilizado e da técnica utilizada</p><p>para a injeção do polímero. Vários fatores devem ser levados em consideração na</p><p>escolha do polímero apropriado para utilização como bioestimulador: tamanho de</p><p>partícula, biocompatibilidade, composição, estrutura química, ângulo de contato, tensão</p><p>superficial e carga (CUNHA et al., 2020).</p><p>Polímeros são considerados macromoléculas compostas por monômeros e são muito</p><p>utilizados nas indústrias em diversas áreas, desde a agricultura até a farmacêutica. São</p><p>classificados de acordo com a sua forma de obtenção em polímeros naturais e</p><p>sintéticos. Polímeros naturais são provenientes da natureza, sem modificações</p><p>químicas e estruturais. Apresentam características estruturais que os</p><p>fazem bons componentes em sistemas de liberação, como atoxicidade,</p><p>biocompatibilidade, biodegradabilidade e mucoadesão, são exemplos:</p><p>amido, quitosana, ácido hialurônico, pectina, goma gelana, gelatina,</p><p>alginato, entre outros. Os polímeros sintéticos, por sua vez, apresentam</p><p>modificações estruturais e apresentam como principais características,</p><p>que fazem bons excipientes em sistemas de liberação, boa resistência</p><p>mecânica, capacidade filmógena, resistência térmica e capacidade</p><p>de intumescimento. São exemplos de polímeros sintéticos: polietileno,</p><p>polipropileno, policloreto de vinila (PVC) e poliacetato de vinila (PVA).</p><p>INTERESSANTE</p><p>117</p><p>Os bioestimuladores mais amplamente utilizados com finalidade estética para</p><p>estimular a síntese de colágeno são o ácido poli-L-láctico (PLLA) e a hidroxiapatita de</p><p>cálcio (CaHA).</p><p>O PLLA é utilizado para aplicação estética desde 1999. É um polímero de alto peso</p><p>molecular (140kD), derivado do ácido lático. É considerado com alta biocompatibilidade,</p><p>uma vez que sua hidrólise ocorre por uma via não enzimática, consequentemente,</p><p>formam dímeros e monômeros, que são fagocitados por macrófagos, metabolizando</p><p>H2O, CO2 ou sendo adicionados à glucose.</p><p>Após a aplicação do polímero na pele, ocorre a liberação plaquetária na matriz</p><p>extracelular, que é responsável pela liberação de fatores quimiotáticos e homeostáticos,</p><p>sendo esses precursores para a atração de neutrófilos, monócitos e fibroblastos, dando</p><p>início ao processo inflamatório. Os neutrófilos, dessa forma, realizam a fagocitose dos</p><p>compostos estranhos, secretando enzimas e citoquinas. No período por volta de 7 a 10</p><p>dias após a administração de PLLA, os macrófagos tentam, juntamente a outras células,</p><p>fagocitar partículas, secretando fatores de crescimento e dando início à reconstrução.</p><p>Os fibroblastos, no entanto, começam a secretar componentes, como o colágeno tipo I,</p><p>em grande quantidade, e o colágeno tipo III, em menor quantidade (CUNHA et al., 2020).</p><p>A hidroxiapatita de cálcio (CaHA) foi aprovada como bioestimulante em 2006</p><p>pela Food and Drug Administration (FDA), para tratamento de reposição de volume,</p><p>tratamento de rugas e sulcos na face. A hidroxiapatita de cálcio é uma substância de</p><p>origem sintética, biocompatível, biodegradável e atóxica, que possui fosfato e cálcio em</p><p>sua composição (CUNHA et al., 2020).</p><p>3 ACUPUNTURA ESTÉTICA</p><p>O Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) criou a Normativa CFBM nº 001/2016,</p><p>de 28 de janeiro de 2016, que dispõe sobre a atividade do biomédico acupunturista,</p><p>que permite ao biomédico devidamente habilitado em acupuntura utilizar técnicas de</p><p>acupontos para objetivos estéticos (CFBM, 2016).</p><p>Na medicina tradicional chinesa, a técnica de acupuntura é utilizada para</p><p>intensificar o deslocamento de energia vital (denominada “qi” ou “chi”) em todo o corpo.</p><p>Pensa-se que essa energia vital circule por meio de linhas de energia, denominadas como</p><p>meridianos. Conforme a medicina tradicional chinesa, as patologias são decorrentes de</p><p>bloqueios no deslocamento da energia vital. Ao introduzir agulhas em pontos específicos</p><p>ao longo das linhas meridianas, os profissionais visam restaurar o fluxo de energia vital</p><p>e, consequentemente, melhorar disfunções relacionadas à saúde (WONG, 2020).</p><p>A filosofia da medicina tradicional chinesa compreendida por trás da acupuntura</p><p>é complexa, pois a prática não é tradicionalmente baseada na ciência e na medicina.</p><p>118</p><p>Os antigos presumiam que o corpo humano era completo e animado por uma força</p><p>vital que eles chamavam de ‘qi’ (pronuncia-se ‘chee’) e quando o qi de determinada</p><p>pessoa estava correndo bem e indo para ambientes certos, então o indivíduo tinha uma</p><p>boa saúde física e mental. Em contrapartida, quando o qi estava fluindo incorretamente</p><p>(bloqueado ou deficiente), isso acarretaria doença (WONG, 2020).</p><p>A definição de qi está relacionada com o funcionamento interno natural de</p><p>determinado indivíduo. Algumas vezes, o indivíduo pode estar mais susceptível a contrair</p><p>doenças quando está sob condições de estresse e ansiedade. Quando o indivíduo está</p><p>relaxado e saudável, o corpo transmite isso relativamente bem. Em síntese, o humor, a</p><p>saúde mental e o bem-estar geral afetam diretamente na saúde e no bem-estar físico.</p><p>Dessa forma, a acupuntura tem como finalidade ajudar as pessoas a alcançar o equilíbrio,</p><p>ou qi, e, por conseguinte, proporcionar alívio para muitas patologias (WONG, 2020).</p><p>A acupuntura estética é um procedimento minimamente invasivo, que abrange a</p><p>utilização de acupuntura para aprimorar a pele e suprimir o processo de envelhecimento</p><p>(Figura 3). Conhecida como um ‘rejuvenescimento facial’, a acupuntura estética usualmente</p><p>é utilizada como uma variação aos liftings cirúrgicos e procedimentos convencionais,</p><p>responsáveis por reverter os sinais ocasionados</p><p>pelo processo de envelhecimento da pele.</p><p>Alguns autores afirmam que a acupuntura estética pode auxiliar na redução de rugas,</p><p>reduzir linhas finas, eliminar manchas da idade e elevar pálpebras caídas. Grande parte</p><p>dos cursos de tratamento com acupuntura estética envolve 10 ou mais sessões, além de</p><p>sessões adicionais para manutenção dos resultados (WONG, 2020).</p><p>FIGURA 3 – ACUPUNTURA ESTÉTICA</p><p>FONTE: . Acesso em: 1 mar. 2022.</p><p>A acupuntura estética possui como finalidade melhorar a pele e atuar principalmente</p><p>no tratamento do envelhecimento, em parte, realizando o estímulo da produção de</p><p>colágeno. À medida que ocorre o processo de envelhecimento, a camada superior da</p><p>pele perde colágeno e, consequentemente, torna-se menos elástica, porém, não existem</p><p>evidências científicas que apoiem a afirmação de que a acupuntura pode desencadear a</p><p>promoção da produção de colágeno. Alguns autores sugerem que a acupuntura estética</p><p>pode auxiliar no rejuvenescimento da pele, melhorando a energia geral (WONG, 2020).</p><p>119</p><p>Vale destacar que a acupuntura é, de forma geral, considerada segura quando</p><p>exercida por um profissional devidamente apto a realizar o procedimento. Conforme o</p><p>Centro Nacional de Medicina Complementar e Alternativa, a acupuntura pode ocasionar</p><p>diversos efeitos adversos (como infecções e órgãos perfurados) quando aplicada de</p><p>forma irregular (WONG, 2020).</p><p>No rosto, o profissional acupunturista introduz cerca de quarenta a setenta</p><p>agulhas minúsculas e indolores. Conforme as agulhas entram em contato com a pele,</p><p>desencadeiam feridas dentro de seu limiar, denominadas de microtraumas positivos.</p><p>Quando o corpo de determinado indivíduo sente essas feridas, passa a realizar a</p><p>reparação. Esse é o mesmo princípio que o microagulhamento usa para obter bons</p><p>resultados para o tratamento do envelhecimento, porém, a acupuntura é considerada</p><p>menos intensa, com média de cerca de cinquenta punções. O microagulhamento realiza</p><p>centenas de picadas por meio de um dispositivo denominado dermaroller (WONG, 2020).</p><p>Essas punções são responsáveis por estimular os sistemas linfático e</p><p>circulatório, que atuam juntamente com a finalidade de fornecer nutrientes e oxigênio</p><p>para as células da pele, nutrindo, dessa forma, a pele de dentro para fora. Isso auxilia na</p><p>uniformização da pele, além de promover o brilho. Os microtraumas positivos também</p><p>ajudam na produção de colágeno, auxiliando na melhora da elasticidade, reduzindo</p><p>linhas de expressão e rugas (WONG, 2020).</p><p>4 MICROAGULHAMENTO</p><p>O conceito de microagulhamento teve início em 1995, quando Orentreich e</p><p>Orentreich descreveram o agulhamento dérmico na forma de subcisão para o tratamento</p><p>de cicatrizes. Posteriormente, de forma independente, em 1997, o cirurgião plástico</p><p>Camirand utilizou pistolas de tatuagem sem tinta para a retirada de cicatrizes pós-</p><p>cirúrgicas. A técnica de microagulhamento em si foi desenvolvida pelo inventor alemão</p><p>Liebl, em 2000, e o cirurgião plástico Fernandes, em 2006, projetou um dispositivo em</p><p>forma de tambor com múltiplas agulhas finas salientes para a indução percutânea de</p><p>colágeno (SINGH; YADAV, 2016).</p><p>O microagulhamento é uma técnica terapêutica muito simples, segura, eficaz e</p><p>minimamente invasiva (Figura 4). Foi inicialmente introduzido para o rejuvenescimento da</p><p>pele, no entanto, atualmente, é utilizado para uma ampla gama de indicações, incluindo</p><p>cicatriz de acne, acne, cicatriz pós-traumática/queimadura, alopecia, rejuvenescimento</p><p>da pele, administração de medicamentos, hiperidrose, estrias, entre outras. Além disso,</p><p>durante os últimos 10 anos, muitas inovações foram feitas no instrumento inicial, que</p><p>era usado para microagulhamento. Essa técnica pode ser combinada com outras para</p><p>proporcionar melhores resultados. Em particular, é uma técnica muito segura para tipos</p><p>de pele escura, em que o risco de pigmentação pós-inflamatória é muito alto com outras</p><p>técnicas que danificam a epiderme (SINGH; YADAV, 2016).</p><p>120</p><p>FIGURA 4 – MICROAGULHAMENTO</p><p>FONTE: . Acesso em: 1 mar. 2022.</p><p>O dermaroller padrão tem um cabo de 12 cm de comprimento com um cilindro em</p><p>forma de tambor de 2 x 2 cm de largura em uma extremidade, cravejado com 8 linhas e 24</p><p>conjuntos circulares de 192 microagulhas finas, geralmente, 0,5-3 mm de comprimento e</p><p>0,1-0,25 mm de diâmetro. Essas microagulhas de uso único são sintetizadas por técnicas</p><p>de gravação de íons reativos em silício ou aço inoxidável de grau médico. O instrumento</p><p>passa por um processo de pré-esterilização por irradiação gama. Trabalhar com um</p><p>dermaroller tradicional contendo cerca de 192 agulhas de 2 mm de comprimento e 0,07</p><p>mm de diâmetro sobre uma área de pele por aproximadamente 15 vezes resulta em 250</p><p>orifícios por cm quadrado até a derme, dependendo da pressão aplicada sob o dispositivo.</p><p>Cada aplicação produz cerca de 16 micropunturas no estrato córneo por cm quadrado</p><p>sem causar danos significativos à epiderme (SINGH; YADAV, 2016).</p><p>FIGURA 5 – DERMAROLLER</p><p>FONTE: . Acesso em: 1 mar. 2022.</p><p>Micropunturas são criadas usando microagulhas, que produzem uma lesão</p><p>controlada da pele, sem danificar a epiderme. Essas microlesões levam ao sangramento</p><p>superficial mínimo e estabelecem uma cascata de cicatrização de feridas com liberação</p><p>de vários fatores de crescimento, como fator de crescimento derivado de plaquetas</p><p>(PGF), fator de crescimento transformador alfa e beta (TGF-α e TGF-β), proteína</p><p>ativadora do tecido conjuntivo, fator de crescimento do tecido conjuntivo e fator de</p><p>crescimento de fibroblastos (FGF) (SINGH; YADAV, 2016).</p><p>121</p><p>As agulhas também quebram os antigos fios endurecidos da cicatriz e permitem</p><p>que ela seja revascularizada. A neovascularização e a neocolagênese são iniciadas pela</p><p>migração e proliferação de fibroblastos e estabelecimento de matriz intercelular. Uma</p><p>matriz de fibronectina se forma após cinco dias de lesão, que determina a deposição de</p><p>colágeno, resultando em endurecimento da pele, que persiste por cinco a sete anos na</p><p>forma de colágeno III. A profundidade da neocolagênese varia de cinco a 600 µm com</p><p>uma agulha de 1,5 mm de comprimento (SINGH; YADAV, 2016).</p><p>O microagulhamento é uma técnica relativamente simples, com duração de 10</p><p>a 20 minutos, conforme a área de tratamento. Durante o procedimento, os pacientes</p><p>devem ser devidamente aconselhados, com antecedência do procedimento, explanando</p><p>a técnica, os resultados esperados, a possível resposta tardia e a demanda de muitas</p><p>sessões. A pele, no entanto, deve ser estimulada, de preferência, diariamente por pelo</p><p>menos trinta dias com formulações contendo vitamina A e C para favorecer a síntese</p><p>de colágeno dérmico. A vitamina A estimula cerca de 400-1000 genes responsáveis por</p><p>controlar a proliferação e a diferenciação celular na derme e epiderme, e a vitamina C é</p><p>imprescindível para a síntese de colágeno normal (SINGH; YADAV, 2016).</p><p>A técnica é realizada sob anestesia local, com uma mistura de lidocaína e</p><p>prilocaína/tetracaína, por um período que varia entre 45 minutos a uma hora. Após</p><p>o preparo do local de aplicação com antisséptico e soro fisiológico, a pele deve ser</p><p>esticada, sendo realizado um rolamento cinco vezes cada na direção horizontal, vertical</p><p>e oblíqua. O resultado do procedimento é apontado como sangramento pontual e</p><p>uniforme, que pode ser controlado de forma simples. Posteriormente ao tratamento, a</p><p>área é hidratada com soro fisiológico ou são utilizadas compressas de gelo para gerar</p><p>conforto ao paciente.</p><p>Após essa etapa, o paciente é aconselhado sobre a utilização do protetor solar</p><p>de forma regular e a seguir as medidas de proteção solar. A técnica é bem tolerada pelos</p><p>pacientes e na maioria das vezes não há sequelas após o tratamento, com exceção de</p><p>leve eritema e edema, que dura cerca de dois a três dias. O procedimento não acarreta</p><p>a inatividade do paciente para o exercício das atividades normais, podendo retomar o</p><p>trabalho diário no dia seguinte. Os</p><p>procedimentos são realizados em períodos de três a</p><p>oito semanas e são demandadas muitas sessões para a obtenção do requerido na pele.</p><p>Os resultados não são observados rapidamente, pois o colágeno sintetizado continua</p><p>sendo depositado por um período de três a seis meses após a finalização do tratamento</p><p>(SINGH; YADAV, 2016).</p><p>O microagulhamento tem sido usado para uma ampla gama de indicações,</p><p>com muitos ensaios comprovando sua utilidade. Tem sido aplicado isoladamente, bem</p><p>como em combinação com outras modalidades de tratamento, como peeling químico,</p><p>plasma rico em plaquetas, radiofrequência, subcisão, elevação por punção e lasers. É</p><p>frequentemente utilizado em conjunto com uma formulação tópica e, portanto, aumenta</p><p>sua penetração e ação (SINGH; YADAV, 2016).</p><p>122</p><p>4.1 REJUVENESCIMENTO DA PELE</p><p>Vários fatores podem estar relacionados com o processo de rejuvenescimento</p><p>da pele, reduzindo os efeitos desencadeados pelo processo de envelhecimento natural.</p><p>Esses fatores estão diretamente relacionados com linhas de expressão e rugas (SINGH;</p><p>YADAV, 2016).</p><p>O microagulhamento leva à reorganização das velhas fibras de colágeno e à</p><p>formação de novo colágeno, elastina e capilares, levando ao efeito de firmamento da</p><p>pele. Essa indução percutânea de colágeno leva a uma aparência geral jovem da pele,</p><p>reduzindo as linhas finas, as rugas e o tamanho dos poros, dando mais maleabilidade e</p><p>elasticidade. Os efeitos são potencializados quando o procedimento é combinado com soro</p><p>antienvelhecimento tópico de vitamina C e aplicação de tretinoína (SINGH; YADAV, 2016).</p><p>4.2 CICATRIZES</p><p>Cicatrizes são o resultado de um processo de lesão na pele e podem ser</p><p>desencadeadas por diversos fatores, tanto internos quanto externos. O tipo de cicatriz</p><p>influencia no procedimento a ser realizado para o seu tratamento, além de como deve</p><p>ser desenvolvida a técnica. As cicatrizes podem ser classificadas em cicatrizes de acne</p><p>e cicatrizes sem acne (SINGH; YADAV, 2016).</p><p>• cicatrizes de acne: a indicação mais utilizada de microagulhamento é para</p><p>o tratamento de cicatrizes atróficas faciais pós-acne. Um grande número de</p><p>estudos é descrito na literatura avaliando a técnica isoladamente, bem como em</p><p>combinação com peelings químicos, ricos em plaquetas, subcisão e crioterapia. Os</p><p>resultados mostram que o microagulhamento é mais eficaz para o tratamento de</p><p>cicatrizes causadas por acnes. É seguro para todos os tipos de pele, com tempo de</p><p>inatividade mínimo. Apenas a área afetada precisa ser tratada e não há risco mínimo</p><p>de discromia pós-inflamatória. No entanto, no mínimo quatro a seis sessões são</p><p>necessárias para a apresentação de resultados (SINGH; YADAV, 2016);</p><p>• cicatrizes sem acne: estudos também apontam a eficácia do microagulhamento para</p><p>aplicação no tratamento de cicatrizes não ocasionadas por acne. O microagulhamento</p><p>tem sido utilizado para quase todos os tipos de cicatrizes pós-cirúrgicas. Alguns</p><p>estudos apontaram a técnica como eficaz na redução até mesmo de cicatrizes de</p><p>queimaduras, reduzindo até 80% dessas cicatrizes. O microagulhamento também é</p><p>eficaz para cicatrizes de varicela e cicatrizes pós-traumáticas (SINGH; YADAV, 2016).</p><p>4.3 ACNE VULGAR</p><p>A acne vulgar é uma disfunção dermatológica ocasionada principalmente</p><p>por fatores hormonais, em ambos os sexos. Esse tipo de acne desencadeia pústulas,</p><p>pápulas, nódulos e cistos, ocasionando processos inflamatórios e liberando pus.</p><p>123</p><p>A técnica de radiofrequência com microagulhamento fracionado expandiu a</p><p>aplicação do microagulhamento também na acne vulgar. A técnica tem como alvo direto</p><p>as glândulas sebáceas e auxilia na redução da produção de sebo. Também é conhecida</p><p>por reduzir a hiperproliferação de queratinócitos (SINGH; YADAV, 2016).</p><p>4.4 ALOPECIA ANDROGÊNICA E ALOPECIA AREATA</p><p>O uso de microagulhamento no couro cabeludo para alopecia é um de seus</p><p>avanços recentes. Existem resultados na literatura de que a utilização do procedimento</p><p>associada com minoxidil favorece ainda mais o tratamento e os resultados (SINGH;</p><p>YADAV, 2016).</p><p>As contraindicações do microagulhamento incluem: acne ativa; herpes labial ou</p><p>qualquer outra infecção local, como verrugas; doença de pele crônica moderada a grave,</p><p>como eczema e psoríase; discrasias sanguíneas, pacientes em terapia anticoagulante;</p><p>tendência extrema de queloide e pacientes em quimioterapia/radioterapia (SINGH;</p><p>YADAV, 2016).</p><p>Apesar das inúmeras vantagens, a técnica de microagulhamento também</p><p>possui algumas limitações. É menos eficaz em alguns tipos de cicatrizes, como cicatrizes</p><p>sem caroço, cicatrizes lineares e cicatrizes profundas. No entanto, combinar outros</p><p>procedimentos cirúrgicos ao microagulhamento pode melhorar seus resultados. Certas</p><p>A técnica de microagulhamento tem sido bem explorada para aumentar a penetração de</p><p>fármacos através da barreira cutânea. Isso foi comprovado em modelos de pele in vitro,</p><p>em que foi observada a absorção aprimorada de moléculas maiores, como a calceína. As</p><p>microagulhas cobrem uma gama de atividades entre a de um adesivo transdérmico e uma</p><p>agulha hipodérmica, tentando obter as vantagens de ambos e eliminar as desvantagens de</p><p>cada um deles. O microagulhamento tem sido usado para a administração transdérmica</p><p>de vários tipos de drogas, incluindo biofármacos macromoleculares, como insulina,</p><p>hormônio do crescimento, heparina e albumina, imunobiológicos, proteínas, peptídeos e</p><p>medicamentos, como aspirina, minoxidil, tretinoína e ácido L-ascórbico.</p><p>O microagulhamento também foi combinado com outras técnicas</p><p>avançadas, como microbombas, sonoforese, iontoforese e eletroporação</p><p>para melhor penetração do medicamento. Com relação à estética,</p><p>o microagulhamento é frequentemente combinado com tretinoína</p><p>tópica e vitamina C para o tratamento de cicatrizes de acne e</p><p>rejuvenescimento da pele. O aumento da penetração de minoxidil e</p><p>plasma rico em plaquetas para alopecia androgênica é outra aplicação.</p><p>O microagulhamento aumenta o efeito do ácido 5-aminolevulínico para</p><p>uma terapia fotodinâmica mais eficaz.</p><p>INTERESSANTE</p><p>124</p><p>reações adversas também são decorrentes do procedimento, sendo as mais comuns o</p><p>eritema e a irritação, que geralmente desaparecem em poucas horas. Outros eventos</p><p>observados são hiperpigmentação pós-inflamatória, agravamento da acne e reativação</p><p>de herpes, hipersensibilidade sistêmica, alergia e infecções locais após o uso de um</p><p>instrumento não estéril (SINGH; YADAV, 2016).</p><p>5 CARBOXITERAPIA</p><p>De acordo com a Resolução nº 200, de 1 de julho de 2011, do Conselho Federal</p><p>de Biomedicina (CFBM), que dispõe sobre os critérios para a habilitação em biomedicina</p><p>estética, a carboxiterapia é um requisito mínimo e obrigatório para a atuação em</p><p>biomedicina estética (CFBM, 2011).</p><p>A carboxiterapia foi originada na década de 1930, na França. O tratamento era</p><p>realizado através da pele, por uma via denominada percutânea, por meio de banhos de</p><p>água gaseificada aquecida. O procedimento, a princípio, era utilizado para o tratamento</p><p>de úlceras e arteriopatia, porém, com o tempo, foi ganhando novas aplicações. Após</p><p>muitos estudos do procedimento, a técnica deixou de ser tópica e passou a ser infundida</p><p>de forma direta no tecido subcutâneo, oferecendo, dessa forma, melhores resultados</p><p>(PIANEZ et al., 2016).</p><p>A carboxiterapia é uma técnica que utiliza administrações de dióxido de carbono</p><p>para o tratamento de olheiras, celulites e estrias. Mostra uma melhora principalmente</p><p>na elasticidade da pele, em linhas de expressão e na circulação sanguínea, porém</p><p>também tem atividade na redução de gordura, auxilia no reparo de colágeno da pele,</p><p>além de atuar na redução de olheiras por elevar o fluxo sanguíneo nas pálpebras. Os</p><p>principais locais de aplicação dessa técnica são: rosto, glúteos, pescoço, abdômen,</p><p>coxas, pálpebras e braços (GOTTER, 2018).</p><p>As principais aplicações da carboxiterapia são em:</p><p>• estrias: nas estrias, a carboxiterapia atua na estimulação da síntese de colágeno,</p><p>fazendo com que melhore o aspecto visual da pele;</p><p>• olheiras:</p><p>o principal motivo das causas de olheiras é a má circulação, dessa forma,</p><p>a carboxiterapia atua promovendo a circulação e reduzindo o acúmulo de coloração</p><p>azulada;</p><p>• celulites: a carboxiterapia atua na gordura subcutânea, fazendo com que células</p><p>de gordura sejam rompidas, sendo uma alternativa segura e eficaz para o tratamento</p><p>das celulites, com estudos comprovados;</p><p>• alopecia: como uma das causas da alopecia é a má circulação, o procedimento</p><p>pode favorecer o tratamento da alopecia.</p><p>125</p><p>Essa técnica apresenta segurança e eficácia comprovada, sendo aprovada pela</p><p>Food and Drug Administration (FDA) e não demonstra praticamente nenhuma reação</p><p>adversa. Em poucos casos, pode causar hematomas no local da aplicação, principalmente</p><p>em braços e pernas, sendo que o paciente pode retornar as suas atividades normais</p><p>após a realização do procedimento estético (utilizar banheira ou nadar somente um dia</p><p>após a aplicação). Para que o tratamento seja realizado com sucesso, são necessárias</p><p>entre sete a 10 sessões (PIANEZ et al., 2016; GOTTER, 2018).</p><p>Um estudo realizado em 2016 consistiu na avaliação e nos resultados do</p><p>tratamento com carboxiterapia em mulheres com idade de aproximadamente 29 e ± 61</p><p>anos, sendo realizadas oito sessões em cada paciente com intervalo de sete dias entre</p><p>as sessões. Os resultados mostraram-se promissores, com a redução na celulite de</p><p>grau III para grau II (PIANEZ et al., 2016).</p><p>O procedimento varia de acordo com a área a ser tratada, porém a base da</p><p>técnica é a mesma. Para o procedimento, é necessário que um tanque contendo dióxido</p><p>de carbono (CO2) seja acoplado juntamente a um regulador de fluxo, com um filtro na</p><p>sua extremidade. O filtro faz com que qualquer tipo de impureza seja eliminada e não</p><p>chegue ao corpo, o gás então atravessa uma agulha de pequeno calibre, sendo injetado</p><p>sob a pele (Figura 6). A técnica é considerada indolor e leva pouco tempo para ser</p><p>realizada (cerca de 15 a 30 minutos) (PIANEZ et al., 2016; GOTTER, 2018).</p><p>FIGURA 6 – PROCEDIMENTO DE CARBOXITERAPIA</p><p>FONTE: . Acesso em: 1 mar. 2022.</p><p>O termo celulite é utilizado de forma errônea, uma vez que, na patologia,</p><p>o sufixo ITE está relacionado a um processo inflamatório. Em celulites, não</p><p>existe um processo inflamatório.</p><p>INTERESSANTE</p><p>126</p><p>No tecido, o dióxido de carbono reage com as moléculas de água, e o ácido</p><p>carbônico molecular é formado. Este ácido reduz o pH do tecido, assim, o denominado</p><p>Efeito de Bohr ocorre, quanto menor o pH, mais fraca é a ligação entre a hemoglobina</p><p>e o oxigênio. Enquanto a carboxiterapia está sendo aplicada, a liberação de oxigênio da</p><p>hemoglobina é aumentada. Além disso, ao nível de pH de 6,8 ou menos, a permeabilidade</p><p>das paredes capilares é aumentada. Em pH de 6,5 ou menos, a flexibilidade das fibras de</p><p>colágeno é aumentada, enquanto sua firmeza diminui.</p><p>Outras reações químicas incluem a redução de íons de cálcio bivalentes e a</p><p>divisão do ácido carbônico em H+ a HCO3, resultando na formação de bicarbonato de</p><p>cálcio, bicarbonato de sódio e bicarbonato de potássio. Como reação, o pH se torna</p><p>alcalino, o que finalmente leva a um efeito analgésico e espasmolítico. O tônus das</p><p>artérias e dos capilares é diminuído e a temperatura da pele é aumentada em 1 °C.</p><p>Esse efeito combinado com a atividade alterada das terminações nervosas melhora a</p><p>troficidade das localidades tratadas. Ao mesmo tempo, a oxidação das gorduras das</p><p>células gordurosas é ativada, sendo que alguns autores afirmam que há efeito lipolítico</p><p>direto sobre os adipócitos. O CO2 residual é exalado pelos pulmões. Outros efeitos da</p><p>carboxiterapia também são descritos, que levam à dilatação das artérias coronárias,</p><p>bradicardia e redução da pressão arterial (PIANEZ et al., 2016; ZELENKOVÁ, 2017).</p><p>As contraindicações do procedimento incluem casos de doença cardíaca</p><p>isquêmica grave, embolia aguda, tromboflebite, flebotrombose, gangrena, insuficiência</p><p>renal, hipertensão não tratada, acidente vascular cerebral, gravidez, lactação, adiposidade</p><p>grave (após contorno corporal), doença infecciosa aguda, febre e coagulação sanguínea.</p><p>Outras contraindicações também incluem expectativas irreais por parte do paciente e</p><p>idade biológica elevada (PIANEZ et al., 2016; ZELENKOVÁ, 2017).</p><p>5.1 FATORES EPIDEMIOLÓGICOS E VARIAÇÃO NA RESPOSTA</p><p>DE PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS</p><p>Diversos estudos já apontam a raça como um fator epidemiológico importante</p><p>a ser levado em consideração na resposta de procedimentos estéticos utilizando ativos.</p><p>Um bom exemplo disso pode ser comparando chineses e europeus na metabolização de</p><p>etanal. Os chineses produzem mais concentração de acetaldeído, causando palpitação</p><p>e rubor (RANG et al., 2012; KATZUNG, 2010).</p><p>A idade é fator que influencia diretamente na ação dos ativos e nas respostas</p><p>a procedimentos estéticos. A eliminação de ativos é diferente em recém-nascidos e</p><p>idosos, dessa forma, ativos tendem a ser mais eficientes em adultos. Além disso, a</p><p>composição corporal é diferente de acordo com a idade, principalmente em gordura e</p><p>líquidos, sendo que idosos produzem muito menos líquidos e determinadas enzimas do</p><p>que jovens.</p><p>127</p><p>A excreção renal de ativos, em consonância à meia-vida de eliminação</p><p>plasmática, também é influenciada com a idade. Um exemplo disso pode ser dado com</p><p>a gentamicina (antibiótico), em recém-nascidos, apresentam tempo de meia-vida > 18</p><p>horas, aproximadamente 10 horas para bebês e entre uma a quatro horas para adultos</p><p>(RANG et al., 2012; ATKINSON et al., 2006; KATZUNG, 2010).</p><p>Diversas enzimas envolvidas na metabolização de ativos possuem baixa atividade</p><p>em recém-nascidos, entre elas, acetiltransferases, esterases e glucuronil-transferases.</p><p>Na gravidez, a distribuição de ativos pode ser comprometida por modificações</p><p>fisiológicas no feto e na mãe. A ligação de ativos a proteínas plasmáticas pode ser influenciada</p><p>devido à redução da concentração de albumina (RANG et al., 2012; KATZUNG, 2010).</p><p>Algumas doenças podem limitar alguns procedimentos estéticos, pessoas</p><p>com trombose, patologias vasculares e diabetes não podem realizar o Procedimento</p><p>Estético Injetável para Microvasos (PEIM), também ocorrem limitações para outros</p><p>procedimentos estéticos.</p><p>Muitas pessoas, principalmente idosos, fazem tratamento contínuo com mais</p><p>de um medicamento para o tratamento de doenças crônicas. Em casos de tratamentos</p><p>agudos ou oportunistas (por exemplo, infecções), são tratados com medicamentos</p><p>adicionais, isso faz com que aumente o potencial para interações entre esses ativos.</p><p>Essas interações podem desencadear desde a perda da eficácia do tratamento até</p><p>reações adversas graves (RANG et al., 2012; KATZUNG, 2010).</p><p>5.2 MECANISMOS DE DEFESA DO PACIENTE FRENTE A</p><p>PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS</p><p>Muitos procedimentos minimamente invasivos (praticamente todos)</p><p>desencadeiam uma resposta inflamatória ao paciente, que algumas vezes é vista como</p><p>vantajosa, uma vez que faz parte do protocolo de tratamento do paciente, e algumas</p><p>vezes essas respostas são vistas como limitações da técnica. O mecanismo de defesa</p><p>do paciente envolve principalmente mediadores inflamatórios, gerados por um processo</p><p>inflamatório, gerando características como: dor, rubor, calor, intumescimento e perda da</p><p>função (RANG et al., 2012; KATZUNG, 2010).</p><p>Respostas inflamatórias ocorrem principalmente após a exposição a algum</p><p>microrganismo, substância nociva ou após alguma lesão. O sistema imune geralmente</p><p>atua com uma resposta inata não adaptativa e uma resposta imunológica adaptativa.</p><p>O resultado é a cura sem o aparecimento de cicatrizes. Grande parte dos tratamentos</p><p>estéticos disponíveis envolve processo inflamatório (RANG et al., 2012; KATZUNG, 2010).</p><p>128</p><p>Como o organismo consegue identificar se determinada célula é um patógeno ou</p><p>elemento idôneo? O organismo conta com uma gama de receptores de reconhecimento</p><p>padrão PRR (do inglês, Pattern Recognition Receptors). Esses receptores possuem</p><p>como função reconhecer PAMPs (do inglês, Pathogen-Associated</p><p>Molecular Patterns),</p><p>produtos esses provenientes de vírus, fungos, bactérias, entre outros (RANG et al., 2012;</p><p>KATZUNG, 2010).</p><p>O processo inflamatório conta com células presentes normalmente nos tecidos</p><p>e outras móveis, e conseguem acesso através da corrente sanguínea. São células</p><p>do sistema imunológico: leucócitos polimorfonucleares (neutrófilos), mastócitos,</p><p>monócitos/macrófagos, células dendríticas, eosinófilos, basófilos, células endoteliais</p><p>vasculares, plaquetas e células natural killer (RANG et al., 2012; KATZUNG, 2010).</p><p>Devido ao processo inflamatório desencadeado nos pacientes, em muitos</p><p>procedimentos, são utilizadas substâncias biocompatíveis e atóxicas, com o intuito</p><p>principal de não desencadear uma resposta inflamatória duradoura.</p><p>5.3 ENTENDENDO A IMPORTÂNCIA DOS ATIVOS PARA</p><p>APLICAÇÃO EM BIOMEDICINA ESTÉTICA</p><p>Entender sobre ativos vai além das grandes áreas de farmácia e medicina,</p><p>sendo de grande importância também na estética e na cosmética. Quando pensamos</p><p>em estética e cosmética, pensamos em cuidados e recuperação, visto que muitas</p><p>vezes necessitam de tratamento farmacológico para serem alcançados. A aplicação</p><p>farmacológica na estética e na cosmética se encontra principalmente nas seguintes</p><p>finalidades:</p><p>• recuperação estética: nessas situações, são utilizados principalmente agentes</p><p>cicatrizantes, calmantes e de regeneração celular. Como exemplo: a alantoína e o</p><p>d-pantenol;</p><p>• controle da oleosidade: também denominados seborreguladores. Por exemplo: a</p><p>espironolactona;</p><p>• hidratação: princípios ativos que atuam no processo de hidratação da pele.</p><p>Exemplo: o algasan e o ácido hialurônico;</p><p>• adstringentes: utilizados para reduzir a secreção nas mucosas. Como exemplo: o</p><p>sulfato de zinco;</p><p>• antibióticos: utilizados para o tratamento de infecções bacterianas, como acne</p><p>(causada por Propionibacterium acnes) e foliculite. Irgasan, eritromicina e clindamicina</p><p>são exemplos de fármacos utilizados no tratamento de infecções bacterianas;</p><p>• anti-inflamatórios: utilizados em processos inflamatórios relacionados à estética</p><p>e após procedimentos que desencadeiam processos inflamatórios.</p><p>129</p><p>Além de ativos empregados para essas finalidades, existem também fármacos</p><p>utilizados para tratamento medicinal, que possuem uso off label para finalidades estéticas</p><p>e cosméticas. Exemplos incluem o uso do minoxidil, anti-hipertensor, utilizado como</p><p>uso off label para tratar alopecia, e da toxina botulínica, que é usada medicinalmente</p><p>para alívio do espasmo muscular e amplamente em alterações cosméticas.</p><p>O termo off label se refere ao uso de ativos que não seguem indicações,</p><p>estudos, efeitos adversos e contraindicações para o uso no qual está sendo</p><p>utilizado e sim para outra função farmacológica, por exemplo, a utilização de</p><p>propranolol como ansiolítico.</p><p>NOTA</p><p>130</p><p>ACUPUNTURA E A MINIMIZAÇÃO DE RUGAS FACIAIS: UMA REVISÃO</p><p>BIBLIOGRÁFICA</p><p>Aline Pierezan</p><p>Danieli Carla Menin</p><p>Deisi Mara Rech</p><p>Patricia Elisa Ulmer</p><p>Taís Gonçalves Azevedo</p><p>Eidimara Ferreira</p><p>Margarete Rien</p><p>Micheline Machado Teixeira</p><p>Resumo</p><p>A acupuntura estética facial é um processo que contribui para a redução de</p><p>rugas, além de minimizar o decurso do envelhecimento, reparando a estrutura da pele,</p><p>restaurando o estrato córneo e estimulando a circulação sanguínea e linfática, bem como</p><p>a produção de colágeno. Esse artigo tem como objetivo compreender o mecanismo e a</p><p>eficácia da acupuntura na atenuação das rugas no tratamento facial. A pesquisa teve</p><p>como fonte de dados a revisão de literatura em artigos científicos nos seguintes sites:</p><p>Scielo, PubMed e Google Acadêmico, mostrando os benefícios da acupuntura para o</p><p>rejuvenescimento facial, por tratar do indivíduo como um todo e quaisquer condições</p><p>subjacentes que geralmente contribuem para o envelhecimento prematuro. O tratamento</p><p>de acupuntura facial é baseado nos princípios da medicina tradicional chinesa e envolve a</p><p>inserção de agulhas finas em pontos específicos da face para manipular o movimento de</p><p>energia no corpo, de acordo com o indivíduo e as suas necessidades.</p><p>Palavras-chave: Acupuntura facial. Envelhecimento facial. Rugas.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, uma vez que apresenta</p><p>modificações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas, psicológicas e funcionais que</p><p>contribuem para a perda gradual da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio</p><p>ambiente, ocasionando maior fragilidade e, consequentemente, maior incidência</p><p>aos processos patológicos. Sobre o tema, as teorias que tentam explicar o complexo</p><p>processo de envelhecimento relacionam-se ao envelhecimento intrínseco, que é</p><p>determinado pela genética e pelo tempo cronológico, e ao envelhecimento extrínseco,</p><p>que decorre da exposição da pele às influências do meio ambiente.</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>131</p><p>A pele é o maior órgão do corpo humano e o que mais reflete os efeitos</p><p>cronológicos e ambientais. A estrutura básica da pele é constituída por epiderme, derme</p><p>e tecido subcutâneo. A epiderme é a região mais externa, não vascularizada, cuja função</p><p>é realizar a interface com o meio ambiente.</p><p>Com o envelhecimento, a pele sofre um estreitamento, perda de função e</p><p>estabilidade estrutural e há uma intensa diminuição na espessura da estrutura formada</p><p>pela junção da derme com a epiderme, com alterações na percepção neurossensorial,</p><p>permeabilidade e capacidade de reparo. Isso é elucidado pelo desdobramento nas</p><p>papilas dérmicas que unem a epiderme à derme dos indivíduos jovens, e que perdem</p><p>a sua função com o passar dos anos, tanto na fase adulta como em idosos, tornando</p><p>a junção dermoepidérmica mais comprimida e fragilizada e, suas fibras, fragmentadas,</p><p>afetando a atividade de diferenciação celular na camada basal e inibindo as trocas de</p><p>nutrientes e oxigênio para as camadas superiores da epiderme, especialmente na região</p><p>facial, dando origem aos sulcos e às rugas.</p><p>As rugas são sulcos ou pregas na superfície da pele que representam um parâmetro</p><p>do envelhecimento cutâneo. São classificadas de acordo com a sua profundidade:</p><p>rugas superficiais, em que há uma diminuição de fibras elásticas na derme papilar e</p><p>desaparecem ao estiramento da pele, e rugas profundas, que são decorrentes da ação solar</p><p>e não desaparecem ao estiramento da pele. O tratamento para rugas tem como finalidade</p><p>harmonizar os músculos faciais e impulsionar a produção de colágeno, suavizando as rugas</p><p>e possibilitando uma maior elasticidade da pele. Os principais traços do envelhecimento são</p><p>rugas, hipercromias, desidratação, perda de luminosidade e ptose tissular.</p><p>Como terapia para reverter os sinais do tempo, a acupuntura vem sendo utilizada</p><p>para diversas patologias e também para fins estéticos variados. Como procedimento milenar,</p><p>a acupuntura é uma prática que ajuda na diminuição de sinais e rugas, além de proporcionar</p><p>a prevenção no processo de envelhecimento facial. A acupuntura possui diversos benefícios,</p><p>se comparada a outras técnicas. Além de ser praticamente indolor, os resultados são rápidos</p><p>e os efeitos são do interior para o exterior, em que as contraindicações se limitam ao período</p><p>de gestação, dermatites ou áreas tumorais e portadores de marca-passo.</p><p>Assim, o objetivo deste estudo foi compreender o mecanismo e a eficácia da</p><p>acupuntura na atenuação das rugas no tratamento facial. Para tanto, foi realizada uma</p><p>revisão bibliográfica, que se deu por fundamentação teórica por meio de buscas nas</p><p>bases de dados científicos: Scientific Electronic Library Online (Scielo) e National Library</p><p>of Medicine (PubMed).</p><p>MÉTODOS</p><p>A pesquisa teve como fonte de dados a revisão de literatura em artigos científicos</p><p>nacionais pesquisados no período de agosto a outubro de 2018 nos seguintes sites:</p><p>Scientific Electronic Library Online (Scielo) e National Library of Medicine (PubMed) por</p><p>um grupo de estudantes do VII nível do Curso de Estética e Cosmética da Universidade</p><p>132</p><p>de Passo Fundo (UPF), na cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, utilizando os</p><p>critérios</p><p>de inclusão correspondentes no tratamento de rugas faciais com utilização das</p><p>técnicas de acupuntura somente em artigos nacionais. Os artigos internacionais foram</p><p>excluídos. Os termos empregados para a busca foram os seguintes: acupuntura facial;</p><p>rejuvenescimento facial, acupuntura e rugas.</p><p>RESULTADOS E DISCUSSÃO</p><p>A acupuntura estética começou a aparecer no Brasil na década de 1970,</p><p>empregando a mesma metodologia da acupuntura tradicional. Os músculos faciais</p><p>apresentam algumas especificidades e atuam nas diferentes emoções. O desequilíbrio</p><p>nos músculos faciais geralmente é ocasionado por alterações emocionais que,</p><p>integrado à ineficiência do uso de grupos musculares, determinará a localização e o</p><p>tipo de ruga. Nesse sentido, a acupuntura, como método auxiliar no campo da estética,</p><p>busca o tratamento das causas e consequente efeito na minimização de problemas</p><p>biopsicológicos, além de estimular áreas reflexológicas ao ser aplicada à face.</p><p>Nesse contexto, a acupuntura é aplicada na face para minimizar as lesões</p><p>causadas pela idade. As rugas, segundo a medicina tradicional chinesa, estão associadas</p><p>às alterações dos rins, enquanto as da derme relacionam-se ao baço e ao pâncreas,</p><p>da epiderme ao pulmão e do tônus da musculatura da face ao fígado, assim como as</p><p>expressões faciais ao coração. Nesse sentido, a acupuntura busca estimular o equilíbrio</p><p>dos pontos energéticos relacionados aos órgãos causadores do respectivo problema.</p><p>Com isso, para o tratamento das rugas, esse equilíbrio é obtido pela inserção</p><p>de agulhas em pontos específicos da face, possibilitando a estimulação de colágeno,</p><p>circulação, elasticidade da pele, bem como o tônus dos músculos faciais. A acupuntura</p><p>contribui para a diminuição de rugas e atenua os fatores de envelhecimento, beneficiando</p><p>a composição da pele, restaurando o estrato córneo e reparando a circulação local. Ainda,</p><p>é importante destacar a relevância em respeitar a anatomia dos músculos da face, pois</p><p>como todo o organismo humano, possuem os músculos agonistas e os antagonistas, que</p><p>são músculos que trabalham em direções opostas. Os primeiros realizam uma determinada</p><p>ação, enquanto os segundos se distendem para facilitar a contração muscular.</p><p>Em outros termos, os músculos agonistas (agentes principais na execução</p><p>de um movimento) e os antagonistas (ação anatômica oposta à dos agonistas) estão</p><p>implicados em cada tipo de ruga e em harmonizar os grupos musculares. As marcas e</p><p>os sulcos na região facial são o resultado da perda do tônus muscular desses músculos.</p><p>Assim, na acupuntura facial, a terapia melhora o tônus muscular e a contração</p><p>dérmica, aumentando a circulação local e, consequentemente, a maximização da energia</p><p>dos canais dos órgãos e vísceras, levando o corpo a uma harmonia de matéria e de</p><p>energia. Esses resultados atuam no sistema nervoso autônomo e central, no sangue e</p><p>nos hormônios, ocasionando reações de analgesia, aumento ou diminuição das funções</p><p>orgânicas.</p><p>133</p><p>Através da inserção das agulhas ocorre o equilíbrio sintomatológico pela estimulação</p><p>de pontos específicos. Ocorre uma desorganização regional, melhorando a microcirculação</p><p>e estimulando o sistema nervoso central (SNC), ocasionando a liberação de endorfinas e</p><p>outras substâncias com efeito analgésico. Igualmente, incide na maximização de colágeno</p><p>e elastina, de tal modo que aproxima os sulcos na pele, unificando as rugas. Além disso,</p><p>a acupuntura facial pode potencialmente atuar pela qualidade da pele, promovendo a</p><p>redução de rugas e restaurando o fluxo de energia vital da face.</p><p>Assim, a acupuntura tem como objetivo a minimização ou supressão das rugas</p><p>faciais pelos acupontos, que são as regiões onde se encontra um grande acúmulo de</p><p>terminações nervosas sensoriais. De acordo com a medicina tradicional chinesa, o Wei</p><p>Qi (energia de defesa) é o encarregado por nutrir o espaço entre a pele e o osso, a sua</p><p>deficiência ocasiona a diminuição no aquecimento do espaço, transformando a pele não</p><p>aderente da sua musculatura.</p><p>Além de fortalecer o Shen Qi (energia dos rins), tem de se fortificar também</p><p>o Pi (baço/pâncreas) e o Fei (pulmão), tratando o tônus dos músculos, do tecido</p><p>conjuntivo e da epiderme. As agulhas usadas na face, inseridas por via subcutânea, têm</p><p>geralmente 0,5 cm de comprimento e 0,18 mm de espessura. Os pontos de acupuntura</p><p>são escolhidos com base no diagnóstico diferencial do paciente, na constituição da</p><p>estratégia de tratamento, principais queixas e anamnese do paciente.</p><p>Os principais pontos de localização são: IG-19 (Heliao), IG-20 (Yingxiang),</p><p>VG-26 (Renzhong ou Shuigou), VC-24 (Chengjiang), M-CP-18 (Jiachengjiang), VC-24</p><p>(Chengjiang), M-CP-6 (Yuyao), M-CP-8 (Qiuhou), M-CP-9 (Taiyang), E-2 (Sibai), VB-1</p><p>(Tongziliao), TA-23 (Shizukong), B-2 (Zanzhu), E-3 (Juliao), E-4 (Dicang) (DRUZIK; PIRES,</p><p>2011). Esses pontos, segundo Cruz e Pereira (2018), por meio da acupuntura, estimulam o</p><p>sistema linfático e circulatório, que trabalham juntos para fornecer nutrientes e oxigênio</p><p>às células da pele, nutrindo-a de dentro para fora. Isso ajuda a uniformizar e promover</p><p>o brilho da pele. Os microtraumas positivos também estimulam a produção de colágeno,</p><p>melhorando a elasticidade e minimizando linhas finas e rugas.</p><p>O tratamento da acupuntura facial produz ações no organismo de forma</p><p>localizada, provocando reações fisiológicas associadas ao estímulo neuro-humoral para</p><p>a liberação de certas substâncias e a inibição de outras. Uma das muitas teorias da</p><p>medicina tradicional chinesa sobre os vários mecanismos pelos quais a acupuntura atua</p><p>é que, com a inserção da agulha, o corpo suporta um microtrauma que, por sua vez,</p><p>estimula o sistema de reparo da lesão dentro do corpo. É esse processo de cura natural</p><p>que estimula a produção de colágeno no local da inserção da agulha. A regeneração da</p><p>derme e da epiderme produz novas proteínas de colágeno e elastina. O novo tecido da</p><p>pele parece essencialmente mais estimulado, jovem e rejuvenescido [...].</p><p>O uso da técnica refere-se ao fato de os acupontos terem relação com regiões</p><p>de acesso no trajeto externo dos canais energéticos dos órgãos e vísceras, atenuando</p><p>as rugas, trabalhando o indivíduo como um todo e normalizando o funcionamento</p><p>134</p><p>dos sistemas e órgãos internos, os quais possuem influência direta na saúde da pele,</p><p>suavizando linhas de expressão, tonificando músculos, melhorando a circulação e a</p><p>nutrição local, favorecendo uma melhora no aspecto geral da pele e retardando o seu</p><p>envelhecimento precoce.</p><p>As técnicas de tonificação são usadas em indivíduos que têm pele flácida [...].</p><p>Já as técnicas de sedação são usadas em áreas com músculos tensos, que podem se</p><p>beneficiar do relaxamento. Os métodos de tonificação podem ser usados para promover</p><p>a circulação sanguínea. Os benefícios do tratamento incluem a eliminação de algumas</p><p>rugas e a diminuição do comprimento e profundidade de outras, diminuição do edema</p><p>facial e da acne, melhora do tônus da musculatura facial, melhora da textura da pele,</p><p>com poros mais reduzidos, e diminuição da flacidez ao redor dos olhos, região malar,</p><p>queixo e pescoço.</p><p>O foco principal de um tratamento, como preconiza a medicina tradicional</p><p>chinesa, é manter as forças Yin e Yang equilibradas no organismo. A sua atuação é de</p><p>dentro para fora, melhorando a contração dérmica, aumentando o colágeno, diminuindo</p><p>os poros, ativando a circulação local do sangue e da linfa na face, além de promover</p><p>a saúde geral e o bem-estar, diminuindo as linhas de expressão, rugas, manchas da</p><p>idade, olheiras e favorecendo a hidratação facial.</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>A utilização da acupuntura na atenuação das rugas no tratamento facial</p><p>visa corrigir os sinais de envelhecimento, tanto pelo tratamento local quanto pelo</p><p>tratamento das causas subjacentes do que está especificamente manifestando o</p><p>processo de envelhecimento. Sua eficácia encontra-se no equilíbrio do organismo e,</p><p>consequentemente, na melhora física, mental e emocional, assim como na capacidade</p><p>de fortalecer o sistema imunológico do qual a pele é parte essencial, ajudando a</p><p>estimular os processos naturais de reprodução e crescimento celular, reduzindo os</p><p>sinais negativos do envelhecimento.</p><p>FONTE: PIEREZAN, A. et al. Acupuntura e a minimização de rugas faciais: uma revisão bibliográfica. Revista</p><p>Eletrônica Acervo Científico, [s. l.], v. 4, p. 1-5, maio 2019.</p><p>135</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• Os bioestimuladores são utilizados para a estimulação de colágeno na pele, tratando</p><p>disfunções estéticas ocasionadas pelo processo de envelhecimento, causado tanto</p><p>por fatores internos quanto externos.</p><p>• A acupuntura estética é um procedimento baseado na medicina tradicional chinesa.</p><p>O profissional que atua em biomedicina estética deve ser devidamente habilitado em</p><p>acupuntura, de acordo com a legislação vigente. A técnica consiste na aplicação de</p><p>agulhas nos acupontos, melhorando o fluxo de energia vital.</p><p>• O microagulhamento é um procedimento seguro e eficaz, realizado com o auxílio</p><p>do dermaroller e é aplicado no tratamento de diversos problemas do ponto de vista</p><p>estético, como alopecia, melasma, acnes e cicatrizes ocasionadas por diversos</p><p>fatores, como queimaduras e acnes.</p><p>• A carboxiterapia é um procedimento totalmente seguro e que praticamente não</p><p>causa efeitos adversos, aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) e consiste</p><p>na aplicação de dióxido de carbono (CO2) para o tratamento de diversas disfunções</p><p>estéticas, como alopecia, estrias, olheiras e celulites.</p><p>136</p><p>1 De acordo com o Conselho Federal de Biomedicina, a técnica de carboxiterapia é</p><p>um requisito obrigatório, através de uma legislação que dispõe sobre os critérios</p><p>para a habilitação em biomedicina estética. Sobre a legislação que dispõe sobre a</p><p>obrigatoriedade da técnica para o exercício da profissão, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Resolução nº 200, de 1 de julho de 2011.</p><p>b) ( ) Normativa CFBM nº 003/2015, de 5 de novembro de 2015.</p><p>c) ( ) Resolução nº 214, de 10 de abril de 2012.</p><p>d) ( ) Normativa CFBM nº 001/2016, de 28 de janeiro de 2016.</p><p>2 A técnica de acupuntura é regulamentada pelo Conselho Federal de Biomedicina</p><p>através de uma legislação, que dispõe sobre a técnica e sua aplicação para finalidade</p><p>estética, além de abordar outras aplicações da acupuntura na biomedicina. Sobre a</p><p>legislação que dispõe sobre a técnica, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Resolução nº 200, de 1 de julho de 2011.</p><p>b) ( ) Normativa CFBM nº 003/2015, de 5 de novembro de 2015.</p><p>c) ( ) Resolução nº 214, de 10 de abril de 2012.</p><p>d) ( ) Normativa CFBM nº 001/2016, de 28 de janeiro de 2016.</p><p>3 A biomedicina estética é uma das áreas, entre as mais de trinta, em que o profissional</p><p>biomédico pode atuar. Essa área está intimamente relacionada ao cuidado, à</p><p>autoestima e à saúde, incluindo os procedimentos minimamente invasivos. Sobre os</p><p>procedimentos minimamente invasivos, associe os itens, utilizando o código a seguir:</p><p>I- Intradermoterapia.</p><p>II- Carboxiterapia.</p><p>III- Peim.</p><p>( ) Consiste no tratamento de microvasos através de microinjeções de glicose 50% ou</p><p>75% juntamente a anestésicos.</p><p>( ) Consiste em injeções de substâncias farmacológicas, como vitaminas, extratos,</p><p>hormônios, enzimas, entre outros, que atuam no tratamento de diversas disfunções</p><p>estéticas.</p><p>( ) Consiste no tratamento utilizando administração de dióxido de carbono.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) I - III - II.</p><p>b) ( ) III - I - II.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>137</p><p>c) ( ) III - II - I.</p><p>d) ( ) II - I - III.</p><p>4 Bioestimuladores são substâncias que, após injetadas sob a superfície da pele,</p><p>restauram o volume e melhoram a sua aparência. Eles funcionam estimulando a</p><p>produção natural de fibroblastos do corpo. De acordo com os conhecimentos obtidos</p><p>sobre os bioestimuladores, disserte sobre esse procedimento, sua finalidade estética</p><p>e exemplifique com bioestimuladores usuais.</p><p>5 O microagulhamento é uma técnica antiga, aplicada na estética para diversas</p><p>finalidades. Muitos estudos são descritos na literatura abordando essa técnica</p><p>e suas inúmeras vantagens, resultados e segurança do procedimento, porém, a</p><p>técnica também apresenta algumas limitações. Descreva algumas limitações que o</p><p>procedimento de microagulhamento pode provocar:</p><p>138</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ATKINSON, A. J. et al. Principles of Clinical Pharmacology. 2. ed. San Diego:</p><p>Academic Press, 2006.</p><p>CANZONA, F. et al. Intradermal therapy (mesotherapy) in dermatology. Journal</p><p>of Dermatology and Skin Science, [s. l.], v. 2, n. 1, p. 22-25, 2020. Disponível</p><p>em: https://dermatoljournal.com/articles/intradermal-therapy-mesotherapy-in-</p><p>dermatology.pdf. Acesso em: 4 mar. 2022.</p><p>CFBM. CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Resolução nº 200, de 1 de</p><p>julho de 2011. Dispõe sobre critérios para habilitação em Biomedicina Estética.</p><p>Brasília, DF: CFBM, 2011. Disponível em: https://cfbm.gov.br/resolucao-no-200-</p><p>de-1o-de-julho-de-2011/. Acesso em: 17 jan. 2022.</p><p>CFBM. CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Normativa CFBM nº 003/2015,</p><p>de 5 de novembro de 2015. Dispõe sobre Procedimento Estético Injetável</p><p>para Microvasos. Brasília, DF: CFBM, 2015. Disponível em: https://crbm1.gov.</p><p>br/novosite/wp-content/uploads/2014/01/NORMATIVA-CFBM-N.003.2015-</p><p>ESTETICA.pdf. Acesso em: 17 fev. 2022.</p><p>CFBM. CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Normativa CFBM nº 001/2016,</p><p>de 28 de janeiro de 2016. Dispõe sobre Atividade do Biomédico Acupunturista.</p><p>Brasília, DF: CFBM, 2016. Disponível em: https://www.crbm2.gov.br/resolucoes-e-</p><p>normativas/NORMATIVA-001.2016-ACUPUNTURA.pdf. Acesso em: 17 fev. 2022.</p><p>CUNHA, M. G. et al. Biostimulators and their mechanisms of action. Surgical</p><p>Cosmetic Dermatololy, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, p. 109-117, apr./jun. 2020.</p><p>Disponível em: http://www.surgicalcosmetic.org.br/Content/imagebank/pdf/</p><p>v12/12_n2_771_en.pdf. Acesso em: 4 mar. 2022.</p><p>GOTTER, A. What you should know about carboxytherapy. Healthline, 2018.</p><p>Disponível em: https://www.healthline.com/health/carboxytherapy. Acesso em:</p><p>19 fev. 2022.</p><p>HERREROS, F. O. C.; MORAES, A. M.; VELHO, P. E. N. F. Mesotherapy: a</p><p>bibliographical review. Anais Brasileiros de Dermatologia, [s. l.], v. 86, n. 1, p.</p><p>96-101, 2011.</p><p>KATZUNG, B. G. Farmacologia Básica e Clínica. 10. ed. Rio de Janeiro: Artmed/</p><p>McGraw-Hill, 2010.</p><p>MAIA, R. R. et al. Comparative Study of Intradermotherapy With Pressurized</p><p>Injection System and Needles. The American Journal of Cosmetic Surgery, [s. l.],</p><p>v. 38, n. 3, p. 171-180, 2001.</p><p>139</p><p>PIANEZ, L. R. et al. Effectiveness of carboxytherapy in the treatment of cellulite</p><p>in healthy women: a pilot study. Clinical, Cosmetic and Investigational</p><p>Dermatology, London, v. 9, p. 183-190, 2016.</p><p>PIEREZAN, A. et al. Acupuntura e a minimização de rugas faciais: uma revisão</p><p>bibliográfica. Revista Eletrônica Acervo Científico, [s. l.], v. 4, p. 1-5, maio 2019.</p><p>RANG, H. P. et al. Rang & Dale: farmacologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,</p><p>2012. 808 p.</p><p>SILVA, J. S. P. et al. Procedimentos minimamente invasivos utilizados pelo</p><p>biomédico esteta no tratamento do fotoenvelhecimento. Caderno de Artigos</p><p>Científicos, Curitiba, v. 2, n. 2, 2016. Disponível em: https://portaldeperiodicos.</p><p>unibrasil.com.br/index.php/anaisevinci/article/view/1101. Acesso em: 4 mar. 2022.</p><p>SINGH, A.; YADAV, S. Microneeddlins: Advances and widening horizons. Indian</p><p>Dermatology Online Journal, Bethesda, v. 7, n. 4, p. 244-254, 2016.</p><p>SIVAGNANAM, G. Mesotherapy - The french connection. Journal of Pharmacology</p><p>& Pharmacotherapeutics, [s. l.], v. 1, n. 1, p. 4-8, 2010.</p><p>TONI, T. Z.; PEREIRA, P. P. Procedimento estético injetável de microvasos com</p><p>glicose 75% e glicose 50%. Revista Iniciare, [s. l.], v. 2, n. 1, p. 53-61, 2017.</p><p>Disponível em: https://itaeducacional.com.br/wp-content/uploads/dlm_</p><p>uploads/2018/07/Escleroterapia-para-microvasos.pdf. Acesso em: 4 mar. 2022.</p><p>WONG, C. The benefits of cosmetic acupuncture. Verywell Heath, 2020.</p><p>Disponível em: https://www.verywellhealth.com/what-is-cosmetic-</p><p>acupuncture-88707. Acesso em: 14 fev. 2022.</p><p>ZELENKOVÁ, H. Carboxytherapy - a non-invasive method in aesthetic medicine</p><p>and dermatology, and the combined usage of carboxytherapy and PRP in the</p><p>periorbital area. Global Dermatology, [s. l.], v. 4, n. 1, p. 1-5, 2017.</p><p>tipos de produtos com finalidade estética, como substâncias biológicas,</p><p>substâncias empregadas no processo de intradermoterapia, substâncias conhecidas</p><p>como correlatos de uso injetável, preenchimentos, fitoterápicos e nutrientes, seguindo</p><p>sempre o preconizado pela ANVISA. Cabe também ao biomédico esteta a prescrição de</p><p>formulações oficinais ou magistrais de cosméticos, dermocosméticos, cosmecêuticos,</p><p>fármacos de uso tópico, óleos essenciais e também de peelings químicos. O processo</p><p>de prescrição deve obedecer às etapas descritas nessa legislação (CFBM, 2014).</p><p>Em 2019, o CFBM criou a Resolução nº 304, de 23 de abril de 2019, que dispõe</p><p>sobre a especialidade em estética de biomedicina. Essa Resolução teve por finalidade</p><p>firmar a obrigatoriedade do profissional biomédico, no exercício da estética, de estar</p><p>inscrito regularmente junto ao Conselho Regional de Biomedicina e adequadamente</p><p>habilitado em estética (CFBM, 2019a). Ainda no ano de 2019, o CFBM revogou a</p><p>Resolução nº 214, de 14 de abril de 2012, e a Resolução nº 304, de 23 de abril de 2019,</p><p>com a Resolução nº 307, de 17 de maio de 2019, que dispõe sobre a especialidade da</p><p>biomedicina estética (CFBM, 2019b).</p><p>O Conselho Federal de Biomedicina deu origem à Normativa CFBM nº 004,</p><p>de 5 de novembro de 2015, que dispôs sobre procedimentos realizados</p><p>por biomédicos estetas, utilizando-se de fios de sustentação tecidual para</p><p>fins estéticos, e também a Normativa CFBM nº 005, de 5 de novembro de</p><p>2015, que dispõe sobre a aplicação de substâncias por via intramuscular.</p><p>NOTA</p><p>6</p><p>Além dos requisitos listados, o profissional biomédico esteta deve seguir</p><p>todas as atribuições descritas na Resolução nº 330, de 5 de novembro de 2020, que</p><p>regulamenta o novo Código de Ética do profissional biomédico. Essa Resolução, ao</p><p>contrário das legislações anteriores, que eram relacionadas ao Código de Ética do</p><p>profissional biomédico, teve a implementação de normas que obrigam o biomédico,</p><p>para a divulgação de imagens de procedimentos estéticos, a ter autorização prévia do</p><p>paciente através de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).</p><p>Imagens do biomédico acompanhado do paciente também devem ser</p><p>previamente autorizadas através do TCLE e imagens com o resultado final de</p><p>procedimentos estéticos devem vir acompanhadas da frase: ‘Esta imagem não</p><p>representa, em hipótese alguma, garantia do resultado’, pois cada ser humano tem</p><p>características anatômicas e fisiológicas únicas. Em imagens de “antes” e “depois”,</p><p>deverá constar a legenda ‘divulgação autorizada pelo usuário’ (CFBM, 2020).</p><p>7</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• A origem da biomedicina estética e as leis atreladas à origem dessa profissão para</p><p>o impacto dela na sociedade.</p><p>• A definição, a legislação e a atuação em biomedicina estética, levando em</p><p>consideração que, para atuar de forma legal nessa área profissional, é necessário</p><p>realizar uma pós-graduação em biomedicina estética, podendo ser especialização,</p><p>mestrado ou doutorado.</p><p>• A definição, as disposições, as considerações e os artigos das legislações envolvidas</p><p>com a biomedicina estética: Resolução nº 197, de 21 de fevereiro de 2011; Resolução</p><p>nº 200, de 1 de julho de 2011; Resolução nº 214, de 10 de abril de 2012; Resolução</p><p>nº 241, de 29 de maio de 2014; Normativa CFBM nº 004, de 5 de novembro de 2015;</p><p>Normativa CFBM nº 005, de 5 de novembro de 2015; Resolução nº 304, de 23 de</p><p>abril de 2019; Resolução nº 307, de 17 de maio de 2019 e Resolução nº 330, de 5 de</p><p>novembro de 2020.</p><p>• A importância do Código de Ética em biomedicina emitido pelo Conselho Federal</p><p>de Biomedicina e das providências para a forma de divulgação de procedimentos</p><p>estéticos, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e em quais casos ele é</p><p>necessário.</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>8</p><p>1 A biomedicina estética é uma área de atuação do biomédico, incumbida por cuidados</p><p>relacionados à satisfação, à autoestima, à saúde e à beleza do paciente, baseada</p><p>na legislação de referência para a biomedicina estética, preconizada pelo Conselho</p><p>Federal de Biomedicina (CFBM). Sobre a legislação que deu origem à profissão de</p><p>biomedicina estética devidamente reconhecida pelo órgão, assinale a alternativa</p><p>CORRETA:</p><p>a) ( ) A biomedicina estética foi reconhecida pela Resolução nº 200, de 1 de julho de</p><p>2011, que dispõe sobre as atribuições do profissional biomédico no exercício da</p><p>biomedicina estética e atuação como responsável técnico de empresas.</p><p>b) ( ) A biomedicina estética teve seu início com a Resolução nº 197, de 21 de fevereiro</p><p>de 2011, que dispõe sobre as atribuições do profissional biomédico no exercício</p><p>da biomedicina estética e atuação como responsável técnico de empresas.</p><p>c) ( ) A profissão de biomedicina estética foi devidamente reconhecida e teve seu</p><p>início com a Resolução nº 304, de 23 de abril de 2019, que dispõe sobre a</p><p>especialidade em estética de biomedicina.</p><p>d) ( ) A profissão de biomedicina estética foi devidamente reconhecida e teve seu</p><p>início com a Resolução nº 197, de 21 de fevereiro de 2011, que dispõe sobre a</p><p>especialidade em estética de biomedicina.</p><p>2 Para exercer a profissão de biomédico esteta, não basta se graduar no curso de</p><p>biomedicina, também são necessários outros requisitos mínimos para a habilitação</p><p>definitiva em biomedicina estética. De acordo com a Resolução nº 200, de 1 de</p><p>julho de 2011 e com a Resolução nº 307, de 17 de maio de 2019, classifique V para as</p><p>sentenças verdadeiras e F para as falsas:</p><p>( ) A Resolução nº 200, de 1 de julho de 2011, prevê que, para o profissional atuar na</p><p>área de biomedicina estética, ele deve apresentar diploma e/ou certificado de pós-</p><p>graduação, de acordo com a LDB.</p><p>( ) Ambas as Resoluções não tornam obrigatória a inscrição desse profissional no</p><p>Conselho Regional de Biomedicina, visto que essa não é uma obrigatoriedade.</p><p>( ) A Resolução nº 307, de 17 de maio de 2019, reforça a obrigatoriedade do profissional</p><p>biomédico esteta estar vinculado e inscrito no Conselho Regional de Biomedicina.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V - V - F.</p><p>b) ( ) F - F - V.</p><p>c) ( ) V - V - V.</p><p>d) ( ) V - F - V.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>9</p><p>3 O Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) é responsável por regulamentar e</p><p>fiscalizar a atuação do profissional biomédico, inclusive o biomédico esteta. Para isso,</p><p>são criadas Resoluções a fim de padronizar e estabelecer regras a esses profissionais.</p><p>Sobre a Resolução que dispõe sobre os atos do profissional biomédico e o uso de</p><p>substâncias em procedimentos estéticos, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Resolução nº 200, de 1 de julho de 2011.</p><p>b) ( ) Resolução nº 241, de 29 de maio de 2014.</p><p>c) ( ) Resolução nº 214, de 10 de abril de 2012.</p><p>d) ( ) Resolução nº 200, de 1 de julho de 2011.</p><p>4 O curso de biomedicina oferece oportunidade em mais de 31 áreas de atuação, em</p><p>que podemos citar a biomedicina estética, sendo que essa área contribui bastante</p><p>para a saúde e a beleza das pessoas. Disserte sobre essa área de atuação, incluindo</p><p>a sua importância para a comunidade, a regulamentação e as legislações envolvidas.</p><p>5 A partir do reconhecimento da profissão de biomedicina estética pelo Conselho</p><p>Federal de Biomedicina (CFBM), o profissional biomédico devidamente licenciado</p><p>teve autorização para exercer procedimentos minimamente invasivos e utilizar</p><p>substâncias químicas e biológicas para o exercício dessas técnicas. Cite pelo</p><p>menos sete substâncias químicas e/ou biológicas legalmente habilitadas para uso</p><p>profissional do biomédico esteta.</p><p>10</p><p>11</p><p>SISTEMA TEGUMENTAR – A PELE</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>O sistema tegumentar é o revestimento dos seres vivos, constituído por pele,</p><p>pelos, unhas e glândulas. O papel mais conhecido desse sistema é a proteção aos tecidos</p><p>subjacentes. A pele não é responsável só por proteger o corpo de substâncias externas</p><p>e microrganismos, além disso, atua evitando a perda de fluidos corporais. É considerada</p><p>o maior órgão do corpo humano, além de ser a primeira</p><p>linha de defesa do corpo,</p><p>funcionando como uma barreira. É constituída por três camadas, em que cada camada</p><p>desempenha determinada função para defender o organismo contra riscos externos/</p><p>internos e agentes infecciosos. Apresenta, também, outros papéis fundamentais, como:</p><p>isolamento e controle da temperatura corporal, sensibilidade e produção de vitaminas D</p><p>e B. A pele pode ser considerada um dos sistemas mais importantes do corpo humano</p><p>(OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>A pele possui uma coloração denominada melanina, que é promovida pelos</p><p>melanócitos. A melanina concentra parte da radiação ultravioleta (UV), porém também</p><p>possui enzimas responsáveis por reparar o DNA (ácido desoxirribonucleico), que reverte</p><p>os danos causados por esses raios. Pessoas que não apresentam genes para essas</p><p>enzimas têm grandes riscos de adquirir câncer de pele (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>Um outro papel fundamental do tecido subcutâneo é interligar a pele aos tecidos</p><p>subjacentes, como os músculos, por exemplo. Os anexos possuem funções importantes,</p><p>como o cabelo no couro cabeludo, que fornece isolamento da temperatura na cabeça.</p><p>Os pelos dos cílios e sobrancelhas impedem que entrem poeira e/ou outros compostos</p><p>externos nos olhos, e os pelos das narinas auxiliam a evitar a poeira na cavidade nasal.</p><p>As unhas são responsáveis por proteger as pontas dos dedos de lesões mecânicas e dão</p><p>aos dedos maior capacidade para pegar determinados objetos (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>Há quatro tipos de glândulas constituintes do sistema tegumentar: glândulas</p><p>sudoríparas, glândulas sebáceas, glândulas ceruminosas e glândulas mamárias. São</p><p>integralmente glândulas exócrinas, secretando compostos para fora das células e do</p><p>corpo. As glândulas sudoríparas produzem suor. São fundamentais para auxiliar no</p><p>equilíbrio da temperatura corporal. As glândulas sebáceas são responsáveis por produzir</p><p>óleo, que auxilia na inibição de bactérias, evitando que o cabelo e a pele ressequem. As</p><p>glândulas ceruminosas são responsáveis por produzir cera, que mantém a superfície</p><p>externa do tímpano flexível, impedindo o ressecamento, e as glândulas mamárias</p><p>produzem leite (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>UNIDADE 1 TÓPICO 2 -</p><p>12</p><p>2 SISTEMA TEGUMENTAR E TECIDO ADIPOSO</p><p>A pele constitui a primeira linha de defesa humana, é o maior órgão do corpo</p><p>humano. Responsável por desempenhar funções importantes para o corpo, incluindo</p><p>proteção (temperatura, radiação solar, patógenos e outros fatores extrínsecos),</p><p>sensibilidade, termorregulação, síntese e armazenamento de vitamina D, permeabilidade</p><p>cutânea, reposição celular, resistência à água, excreção de substâncias, auxílio no</p><p>sistema imunológico, entre outros. É dividida em epiderme, derme e tecido subcutâneo</p><p>(adiposo) (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>A sensibilidade da pele é responsável pelas sensações de calor, frio, tato e dor,</p><p>que são captadas por receptores específicos:</p><p>• receptores de Ruffini: calor;</p><p>• receptores de Vater-Pacini: pressão;</p><p>• receptores de Krauser: frio;</p><p>• receptores de Meissner: tato;</p><p>• discos de Merkel: tato e pressão;</p><p>• terminações nervosas: principalmente dor.</p><p>A epiderme é a camada mais externa da pele, responsável pelas propriedades de</p><p>regulação, absorção e barreira, é formada basicamente por queratinócitos, melanócitos,</p><p>células de Langerhans e células de Merkel. A epiderme não é vascularizada, recebendo</p><p>seus nutrientes da derme por difusão (STÜCKER et al., 2002) e é composta por cinco</p><p>estratos: estrato córneo, estrato lúcido, estrato granuloso, estrato espinhoso e estrato</p><p>germinativo (Figura 1).</p><p>FIGURA 1 – CAMADAS DA PELE E DA EPIDERME</p><p>FONTE: A autora</p><p>13</p><p>O estrato córneo é a camada mais externa da pele, responsável pela integridade</p><p>e continuidade do tecido. Nesse estrato, os queratinócitos perdem seu núcleo</p><p>(corneócitos) e outras organelas e dão origem ao chamado cimento lipídico. O estrato</p><p>lúcido é formado por células anucleadas e planas, já o estrato granuloso é responsável</p><p>por atuar na intervenção da queratinização. Nessa camada, há grânulos de querato-</p><p>hialina, que contêm precursores de queratina que, eventualmente, formam feixes. O</p><p>estrato espinhoso é composto por várias camadas de células. O estrato germinativo,</p><p>ou também denominado estrato basal, é separado da derme pela lâmina basal, nessa</p><p>camada, são encontrados os melanócitos (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>A epiderme é responsável por regular a passagem de substâncias através da</p><p>pele, realiza a função de barreira contra componentes estranhos, regulação térmica,</p><p>permite a perda de eletrólitos e água e atua na absorção de fármacos (OLIVEIRA et al.,</p><p>2014a). A epiderme se renova de três a quatro semanas em condições normais.</p><p>Os melanócitos são células encarregadas pela síntese de melanina,</p><p>promovendo a pigmentação da pele, cuja coloração é o resultado da combinação de</p><p>melanina, caroteno e hemoglobina. São células globulosas de núcleo irregular. Estão</p><p>localizados no estrato espinhoso e basal da epiderme (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>Os queratinócitos são células encarregadas pela síntese de queratina (proteína</p><p>de proteção), sendo as células mais numerosas da epiderme. Os queratinócitos passam</p><p>por um processo denominado queratinização e em cada estrato da epiderme ocorre</p><p>uma modificação (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>As células de Langerhans possuem forma ramificada e estão localizadas</p><p>juntamente aos queratinócitos em toda a epiderme, principalmente no estrato espinhoso.</p><p>Atuam colaborando com o sistema imunológico, processando antígenos cutâneos. Podem</p><p>desencadear, também, reações de hipersensibilidade (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>As células de Merkel são encontradas na epiderme, passando por modificação,</p><p>localizadas principalmente no estrato basal. São conhecidas como mecanorreceptoras,</p><p>por estarem em contato com as terminações nervosas (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>A derme é originada na região mesodérmica e é responsável pela sustentação</p><p>da epiderme, além de atuar na proliferação celular. Os anexos da pele também estão</p><p>situados nessa camada, tal como as glândulas sebáceas, as glândulas sudoríparas, os</p><p>folículos pilosos, os vasos sanguíneos, os linfáticos e os nervos. É constituída por duas</p><p>camadas, denominadas camada papilar e camada reticular.</p><p>A camada papilar é uma camada fina, superior, integrada basicamente de</p><p>tecido conjuntivo; a camada reticular, por sua vez, é uma camada espessa, integra</p><p>fibras de colágeno e tecido conjuntivo denso. Constitui-se de tecido conjuntivo frouxo,</p><p>14</p><p>também denominado tecido conjuntivo areolar, em que existem colágeno, elastina e</p><p>fibras reticulares. Os tipos celulares mais importantes são os fibroblastos, os adipócitos</p><p>(armazenamento de gordura) e os macrófagos (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>As glândulas sudoríparas estão localizadas na derme, encarregadas pela</p><p>síntese de suor, que atua na regulação térmica na epiderme. A composição do suor inclui</p><p>sais, água e ureia. Podem ser divididas em écrinas e apócrinas; as glândulas apócrinas</p><p>são aquelas situadas no púbis, na região inguinal e nas axilas, e as écrinas no restante</p><p>do corpo (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>As glândulas sudoríparas écrinas são glândulas tubulares enroladas que</p><p>direcionam substâncias até a camada superficial da pele, porém, alongam-se até a</p><p>camada interna da pele. Estão espalhadas por praticamente toda a extensão do corpo</p><p>humano. São moderadas pelos nervos colinérgicos simpáticos, que são equilibrados</p><p>pelo hipotálamo. O hipotálamo capta a temperatura central e também adquire dados</p><p>dos receptores de temperatura localizados na pele, modificando, assim, a produção de</p><p>suor, em associação com outros processos de termorregulação.</p><p>O suor écrino do ser humano é constituído basicamente de água, sais e</p><p>compostos orgânicos em solução. Ele possui baixas proporções de materiais gordurosos,</p><p>ureia e outros sedimentos. A concentração de sódio pode variar de 35 a 65 mmol/l e é</p><p>inferior em pessoas ambientadas a um ambiente quente (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>As glândulas sudoríparas apócrinas</p><p>só se expressam no princípio da puberdade</p><p>(por volta dos 15 anos) e produzem muito mais suor do que o normal em um período de</p><p>um mês e, em seguida, regulam e liberam proporções normais de suor após determinado</p><p>tempo. As glândulas sudoríparas apócrinas liberam suor, que contém materiais oleosos.</p><p>Estão presentes basicamente nas axilas e nas genitálias, sua produção é o principal</p><p>motivo do odor do suor, em razão das bactérias que decompõem os materiais orgânicos</p><p>dessas glândulas. O estresse emocional pode aumentar a liberação de suor das glândulas</p><p>apócrinas, ou mais diretamente: o suor já existente no túbulo é liberado. As glândulas</p><p>sudoríparas apócrinas atuam como glândulas odoríferas (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>As glândulas sebáceas são encontradas na pele dos humanos e são</p><p>responsáveis por secretar uma substância gordurosa denominada sebo, que é composta</p><p>por lipídios e o restante das células adiposas mortas. Essas glândulas estão presentes</p><p>em todo o epitélio humano, com exceção das palmas das mãos e das solas dos pés.</p><p>O sebo age protegendo e impermeabilizando o cabelo e a camada externa do epitélio,</p><p>impedindo que fiquem ressecados, frágeis e rachados. Além disso, podem impedir o</p><p>crescimento de agentes infecciosos na pele (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>As glândulas sebáceas comumente são encontradas em superfícies revestidas</p><p>de pelos, onde se encontram conexas aos folículos capilares, para liberarem sebo</p><p>nos fios, carregando-os para o exterior da pele ao longo da haste capilar. O cabelo,</p><p>o folículo piloso e a glândula sebácea compõem a unidade pilossebácea. Em áreas</p><p>15</p><p>sem revestimento de pelo, como pálpebras, mamilos, lábios, pênis e pequenos lábios,</p><p>também podem ser encontradas glândulas sebáceas, sendo os dutos os responsáveis</p><p>por transportar sebo nesses locais. Nas glândulas, o sebo é fornecido no interior de</p><p>células especializadas e é liberado conforme essas células se rompem; as glândulas</p><p>sebáceas são classificadas como glândulas holócrinas (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>O sebo é desprovido de odor, no entanto, sua degradação bacteriana pode</p><p>provocar odores. O sebo é o motivo de cabelos “oleosos”, caso não forem devidamente</p><p>limpos por alguns dias. A cera de ouvido é em parte sebo, da mesma forma que a secreção</p><p>mucopurulenta, a substância seca que se concentra nas quinas dos olhos depois de</p><p>dormir. A constituição do sebo muda entre espécies, em humanos, o conteúdo oleoso</p><p>compreende cerca de 25% de monoésteres de cera, 41% de triglicerídeos, 16% de ácidos</p><p>graxos livres e 12% de esqualeno (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>As glândulas sebáceas estão relacionadas aos distúrbios na pele, tal como</p><p>acne e queratose pilar. Uma glândula sebácea em disfunção pode acarretar em cisto</p><p>sebáceo. A isotretinoína altera de forma significativa a quantia de sebo formada pelas</p><p>glândulas sebáceas e é utilizada no tratamento da acne. O uso exagerado de esteroides</p><p>anabolizantes por fisiculturistas para impedir a perda de peso pode incitar as glândulas</p><p>sebáceas, resultando em acne (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>As glândulas ceruminosas, conhecidas por produzirem a cera de ouvido,</p><p>também denominada clinicamente como cerúmen, é caracterizada como uma substância</p><p>cerosa e de coloração amarelada e é secretada pelo ouvido humano. Possui um papel</p><p>fundamental no aparelho auditivo, ajudando a manter a limpeza e a lubrificação da pele,</p><p>além disso, é responsável por fornecer proteção contra microrganismos e insetos. O</p><p>excesso de cerúmen pode causar obstrução do canal auditivo e, consequentemente,</p><p>prejudicar a audição (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>As glândulas mamárias são responsáveis pela produção de leite em fêmeas,</p><p>para sustento dos filhos/filhotes. São glândulas sudoríparas modificadas e com tamanho</p><p>aumentado, quando comparadas às demais glândulas sudoríparas. São compostas por</p><p>alvéolos com revestimento de células epiteliais, responsáveis pela produção de leite. Os</p><p>alvéolos são responsáveis por dar origem aos lóbulos, que drenam a abertura dos mamilos.</p><p>Células mioepiteliais se contraem de forma similar às células musculares, empurrando o</p><p>leite pelos ductos lactíferos em direção ao mamilo, onde são acumulados em seios. Os</p><p>bebês espremem o leite que fica armazenado nesses seios (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>Os pelos são originados pelo processo de renovação da epiderme, onde novas</p><p>células são produzidas constantemente e células velhas ficam expostas. Quando ocorre</p><p>o acúmulo de queratina, as células ficam compactas, dando origem aos pelos e às unhas</p><p>(OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>16</p><p>As unhas são estruturas compostas de queratina. Possuem duas principais</p><p>funções no corpo humano: proteção e sensibilidade na ponta dos dedos. A ponta do</p><p>dedo possui várias terminações nervosas, que são responsáveis por garantir que sejamos</p><p>capazes de receber informações quando entramos em contato com as superfícies. A</p><p>unha pode produzir ainda força contrária à ponta do dedo, fornecendo informações</p><p>quando determinado objeto é tocado (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>A unha pode ser dividida em seis partes: raiz, leito ungueal, lâmina ungueal,</p><p>eponíquio (cutícula), perioníquio e hiponíquio. A raiz da unha também é denominada</p><p>matriz germinativa. Fica localizada abaixo da pele, na parte detrás da unha e ocupa</p><p>alguns milímetros do dedo, é responsável pela produção de grande parte da unha e do</p><p>leito ungueal. Não produz melanina, por não possuir melanócitos presentes.</p><p>A borda da raiz é caracterizada como sendo uma estrutura branca em forma</p><p>decrescente presente na unha, denominada lúnula. O leito ungueal compõe a matriz</p><p>ungueal, também denominada matriz estéril. A matriz estéril vai da lúnula até o</p><p>hiponíquio. O leito ungueal possui vasos sanguíneos, nervos e células produtoras de</p><p>melanina. Conforme a unha é desenvolvida pela matriz germinativa, ela adiciona material</p><p>na superfície inferior da unha, fazendo com que fique mais espessa, esse processo</p><p>é fundamental para que ocorra o crescimento das unhas e para que o leito ungueal</p><p>tenha característica lisa. Caso não ocorra, a unha pode ser danificada, rachando ou</p><p>formando sulcos, que são esteticamente desagradáveis. A placa ungueal é composta</p><p>de queratina. A característica rosada da unha é ocasionada pelos vasos sanguíneos sob</p><p>a unha. A superfície inferior da placa ungueal possui sulcos no decorrer do comprimento</p><p>da unha, que auxiliam na ancoragem do leito ungueal (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>A cutícula da unha também é conhecida como eponíquio, está localizada entre</p><p>a pele do dedo e a lâmina ungueal, formando uma barreira à prova d’água. O perioníquio</p><p>é conhecido como a pele que recobre a placa ungueal em seus lados. É denominada</p><p>também como borda paroníquia, é a localização das unhas encravadas, e o hiponíquio</p><p>é a área conhecida entre a placa ungueal e a ponta do dedo (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>A camada de sustentação dos revestimentos superiores (epiderme e derme) é</p><p>denominada de fáscia subcutânea, tecido subcutâneo (adiposo) e uma denominação</p><p>mais antiga, hipoderme. Contém células adiposas e também alguns anexos da pele,</p><p>tais como vasos sanguíneos e folículos capilares. A função desse tecido é de proteção,</p><p>preenchimento, reserva de energia e isolante térmico (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>3 A AVALIAÇÃO DA PELE</p><p>A pele é responsável por grande parte do peso corporal humano, equivalendo a</p><p>cerca de 20% desse peso. Vários critérios são usados para classificar os diferentes tipos</p><p>de pele. No entanto, do ponto de vista estético, a pele é classificada de acordo com vários</p><p>fatores relacionados ao seu equilíbrio: secreção sebácea, hidratação e nível de sensibilidade.</p><p>17</p><p>Assim, cada tipo de pele terá características próprias e exigirá cuidados</p><p>diferenciados. O tipo de pele é determinado pela genética, embora também seja</p><p>afetado por outros fatores e possa mudar com o tempo. A pele pode apresentar diversas</p><p>disfunções faciais, acometidas principalmente pelo tipo de pele individual, composição</p><p>da pele, fatores relacionados à exposição ao sol e ao envelhecimento.</p><p>3.1 CLASSIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DA PELE</p><p>Ao comparar a pele de diferentes indivíduos é possível observar diferenças</p><p>significativas na composição desse tecido, acarretando diferentes classificações de</p><p>biotipos de pele. A pele pode ser classificada, dessa forma, quanto ao seu aspecto,</p><p>elasticidade, textura, sensibilidade e porcentagem de óleo e água produzidos no tecido</p><p>(OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>• Pele normal ou eudérmica: é a pele que apresenta secreções sudoríferas e</p><p>sebáceas equilibradas, garantindo, dessa forma, um equilíbrio entre óleo e água.</p><p>Uma pele desse tipo é caracterizada por possuir uma boa elasticidade e hidratação</p><p>e aspecto saudável (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>• Pele seca ou alípica: esse tipo de pele é caracterizado por apresentar espessura</p><p>da epiderme reduzida e déficit de manto hidrolipídico, apresentando, assim,</p><p>irritabilidade e tendência à sensibilidade. A característica visual desse tipo de pele é</p><p>opaca, esbranquiçada e adelgaçada, acarretando na falta de viço. Uma pele desse</p><p>tipo apresenta pouca produção de água e óleo (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>• Pele oleosa ou lipídica: esse tipo de pele é caracterizado pela produção exacerbada</p><p>de secreção sebácea, resultando em uma espessura epidérmica maior. O aspecto</p><p>desse tipo de pele é com excesso de brilho e tendência à formação de lesões, como</p><p>pápulas, comedões e pústulas (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>• Pele lipídica acneica: esse tipo de pele é caracterizado pelo mesmo tipo de pele</p><p>anterior, porém pode ser decorrente a presença de lesões e inflamações intensas,</p><p>como pápulas, nódulos, comedões, pústulas e cistos (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>• Pele mista: nesse tipo de pele, a zona T exibe características diferentes das</p><p>demais áreas do rosto. Dessa forma, a zona T apresenta um excesso de secreção</p><p>sebácea, podendo apresentar comedões, e as demais partes da face apresentam</p><p>características de pele desidratadas ou normais (OLIVEIRA et al., 2014a).</p><p>A zona T é constituída pela região frontal da face, mento e nariz.</p><p>IMPORTANTE</p><p>18</p><p>3.2 DISFUNÇÕES ESTÉTICAS FACIAIS</p><p>Acnes são caracterizadas como poros entupidos na pele. Podem ser acometidas</p><p>por: produção de óleo exagerada, microrganismos, desregulação hormonal, células</p><p>lisadas e pelos encravados. Realizar a identificação do tipo de acne é de extrema</p><p>importância para o sucesso no tratamento. As acnes podem ser classificadas em não</p><p>inflamatórias ou inflamatórias. Os subtipos de acne alocados dentro dessas duas divisões</p><p>incluem: cravos, espinhas, pápulas, pústulas, nódulos e cistos (CHERNEY, 2019).</p><p>A acne denominada não inflamatória inclui cravos e espinhas. Normalmente, é</p><p>caracterizada por não causar inchaço. Responde relativamente bem aos tratamentos</p><p>estéticos considerados simples, como limpeza de pele, por exemplo. O ácido salicílico</p><p>é utilizado com frequência no tratamento da acne em geral, porém, normalmente,</p><p>funciona mais adequadamente em acne não inflamatória. Tal ácido esfolia naturalmente</p><p>a pele, removendo as células mortas, que é um dos motivos de causas de espinhas e</p><p>cravos (CHERNEY, 2019).</p><p>Os cravos acontecem quando determinado poro está entupido em decorrência</p><p>de excesso de sebo e/ou células lisadas na pele. A parte superior do poro se mantém</p><p>aberta e o restante entupido, resultando na coloração preta característica na superfície</p><p>da pele (CHERNEY, 2019).</p><p>Espinhas vermelhas visivelmente inchadas são denominadas acnes</p><p>inflamatórias. Apesar de o sebo e de as células lisadas da pele contribuírem para a</p><p>acne inflamatória, microrganismos, como as bactérias, também podem desencadear</p><p>um papel no entupimento desses poros. As bactérias podem provocar uma infecção</p><p>no interior da superfície da pele, resultando em manchas de acne, que geralmente</p><p>são doloridas e difíceis de tratar. Os produtos à base de peróxido de benzoíla auxiliam</p><p>na redução do inchaço, na eliminação de microrganismos e na remoção do excesso</p><p>de sebo. Os retinoides de uso tópico também são úteis no tratamento de pápulas e</p><p>pústulas inflamatórias (CHERNEY, 2019).</p><p>As pápulas são decorrentes quando as paredes ao redor dos poros se rompem</p><p>por causa de uma inflamação grave, resultando em poros endurecidos e entupidos,</p><p>sensíveis ao toque. A pele em torno desses poros geralmente é rosada. As pústulas</p><p>também podem ocorrer quando as paredes em volta dos poros são rompidas.</p><p>Diferentemente das pápulas, as pústulas são completadas com pus. Esses inchaços</p><p>saem da pele e geralmente são de coloração avermelhada. Frequentemente, possuem</p><p>a parte superior amarela ou branca (CHERNEY, 2019).</p><p>Os nódulos acontecem quando poros entupidos e inflamados crescem.</p><p>Diferentemente das pústulas e pápulas, os nódulos são caracterizados por serem bem</p><p>profundos, e os cistos podem progredir quando os poros são obstruídos por uma</p><p>associação de microrganismos, sebo e células lisadas. As obstruções ocorrem no interior</p><p>da pele e são mais profundas do que os nódulos. Esses inchaços são frequentemente</p><p>19</p><p>dolorosos ao toque. Os cistos são os subtipos de acne com maior forma e sua formação</p><p>pode acarretar em infecção grave. Este tipo de acne também é o mais propenso a</p><p>cicatrizar (CHERNEY, 2019).</p><p>O processo de cicatrização ocorre em três etapas: a fase inflamatória, a</p><p>proliferativa e a remodeladora. Na fase inflamatória, ocorre a formação da rede de</p><p>fibrina e a dispersão de células de defesa que removerão microrganismos e substâncias</p><p>desconhecidas. Na segunda fase, também denominada de fase proliferativa, ocorre</p><p>principalmente a proliferação de endotélio, fibloblastos e queratinócitos e também</p><p>a formação de fibronexus. Na última fase, ocorre a modificação na organização do</p><p>colágeno, sendo o colágeno tipo III substituído pelo tipo I, favorecendo as ligações</p><p>cruzadas entre monômeros e aumentando a resistência da ferida (LEMOS, 2019).</p><p>Cicatrizes faciais comuns são formadas por acnes, resultando no aumento da</p><p>proliferação do tecido ou perda tecidual (Figura 2). Essas cicatrizes são ocasionadas pela</p><p>perda de colágeno em consequência ao processo inflamatório ocasionado pela acne. Na</p><p>estética, não existe terapêutica padrão para o tratamento dessas cicatrizes, existem</p><p>tratamentos adotados, tais como peelings, dermabrasão, preenchedores, subcisão,</p><p>aplicação de lasers, técnicas de compuch e microagulhamento (LEMOS, 2019).</p><p>FIGURA 2 – CICATRIZES FACIAIS OCASIONADAS POR ACNE</p><p>FONTE: . Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>O colágeno é uma proteína tridimensional composta por várias sequências</p><p>de três aminoácidos, sendo sintetizado de forma natural pelo organismo.</p><p>Os principais tipos de colágeno são tipo I, tipo II, tipo III e tipo IV. O</p><p>colágeno tipo I é o mais abundante no corpo humano, sendo encontrado</p><p>em tendões, pele, dentes e ossos, possui forma de fibra e é resistente. O</p><p>colágeno tipo II é encontrado principalmente nas cartilagens. O colágeno</p><p>tipo III é encontrado principalmente em músculos, artérias, intestino</p><p>e útero e ainda em órgãos, como rins e baço, apresenta elasticidade e</p><p>é encontrado em formas variáveis. O colágeno tipo IV é formado por</p><p>moléculas que não estão associadas com fibrilas.</p><p>INTERESSANTE</p><p>20</p><p>Com o processo natural de envelhecimento, o colágeno presente no tecido</p><p>conjuntivo vai se tornando mais rígido e a elastina passa a entrar em déficit com a sua</p><p>elasticidade natural. Essas variações no tecido conjuntivo fazem com que o tecido</p><p>adiposo da pele não se mantenha uniforme, provocando a desidratação excessiva da</p><p>pele, resultando em flacidez e rugas faciais (LEMOS, 2019).</p><p>Em consequência a esse processo, existe a ação do vetor gravitacional, que</p><p>influencia na queda do tônus muscular, gerando flacidez e comprometendo a estética</p><p>facial. O envelhecimento provoca a redução dos valores do ângulo no sulco nasogeniano,</p><p>aumentando a distância entre a base do nariz e a comissura labial (LEMOS, 2019).</p><p>A exposição prolongada à luz ultravioleta faz com que a pele sofra</p><p>fotoenvelhecimento e, em casos mais graves, até fotocarcinogênese. A melanina é</p><p>uma substância</p><p>importante na proteção da pele contra os raios ultravioleta, porém</p><p>sua produção exagerada pode provocar manchas na pele. O processo denominado</p><p>melanogênese acontece nos melanócitos no estrato basal da epiderme, sendo</p><p>influenciado por fatores hormonais, genéticos, genes de pigmentação e exposição aos</p><p>raios ultravioleta (LEMOS, 2019). Existem vários tipos e manifestações de hipercromias</p><p>conhecidos, dentre os quais podemos destacar:</p><p>• dermatite por bijuteria e/ou perfume: manchas no rosto e/ou colo decorrentes</p><p>da ação de sensibilidade a substâncias existentes em determinados cosméticos ou</p><p>bijuterias;</p><p>• hipercromias pós-inflamatórias: decorrentes de fenômenos de agressão à pele,</p><p>como inflamação ou queimaduras;</p><p>• lentigens: são manchas não ocasionadas pela exposição ao sol. São salientes e</p><p>limitadas, apresentando coloração amarelo a marrom-escuro;</p><p>• lentigens de luz de sol ou senis: manchas escuras decorrentes de exposição</p><p>solar ou faixa etária acima de 50 anos (Figura 3).</p><p>O sulco nasogeniano é ocasionado pela contração dos músculos da face em</p><p>excesso, pela falta de descanso noturno e pelo cansaço, além de causas que</p><p>favorecem o envelhecimento estrutural da derme e do tecido subcutâneo.</p><p>NOTA</p><p>21</p><p>FIGURA 3 – LENTIGENS DE LUZ DE SOL OU SENIS</p><p>FONTE: Joyja-Lee, Shutterstock (2022).</p><p>• melanodermia residual: decorrente de um processo inflamatório crônico, que</p><p>pode levar ao aumento de melanófagos.</p><p>• melasma: decorrente principalmente em mulheres, consistindo na hipermelanogê-</p><p>nese com coloração marrom-escuro, sendo ocasionado por fatores como: exposição</p><p>prolongada ao sol, hormônios, uso de cosméticos com perfume e fatores genéticos</p><p>(Figura 4).</p><p>FIGURA 4 – MELASMA</p><p>FONTE: . Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>• queratoses senis ou actínicas (melanoses solares): manchas com coloração</p><p>variada, com escamas e crostas, podendo evoluir para carcinoma;</p><p>• máscara de gravidez ou clasma: são manchas acometidas pela gravidez ou</p><p>anticoncepcionais, que acometem principalmente a testa, as maçãs do rosto e as</p><p>têmporas;</p><p>• sardas da cor ruiva ou efélides: são representadas por manchas com coloração</p><p>marrom-avermelhada, aumentando de tamanho quando expostas ao raio</p><p>ultravioleta, são encontradas no rosto e em partes cobertas do corpo (Figura 5).</p><p>22</p><p>FIGURA 5 – SARDAS DA COR RUIVA OU EFÉLIDES</p><p>FONTE: . Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>• hiperpigmentação periorbital: melanose com aspecto circular próxima à região</p><p>periocular e pálpebras. Essa hipercromia não possui tratamento, trata-se de</p><p>casos hereditários de transmissão autossômica, desenvolvida principalmente na</p><p>adolescência;</p><p>• melanodermatites por fotossensibilização: pigmentações decorrentes de fo-</p><p>tossensibilização medicamentosa;</p><p>• melanose de Riehl: pigmentação que acomete a face, as têmporas, o colo e a</p><p>testa, é causada principalmente por fatores endócrinos, cosméticos e nervosos;</p><p>• poiquilodermia de Civatte: manchas escuras que surgem principalmente no V do</p><p>pescoço em mulheres peri e pós-menopausa.</p><p>As rugas são resultado da destruição da arquitetura na composição cutânea,</p><p>ocasionando sobras de pele, flacidez, bolsas de gordura e rugas estáticas e dinâmicas,</p><p>resultado do envelhecimento. Podem ser profundas, que permanecem mesmo com o</p><p>estiramento da pele, e superficiais, que com o estiramento da pele desaparecem. São</p><p>classificadas como estáticas, quando ficam expostas mesmo sem expressões faciais,</p><p>e dinâmicas, quando aparecem somente sob influência de expressões faciais, como o</p><p>sorriso (LEMOS, 2019).</p><p>Sulcos infraorbitais (olheiras): é o resultado do envelhecimento da região</p><p>dos olhos, acarretando alterações cutâneas e perda de volume. Várias são as causas que</p><p>podem acarretar as olheiras: aumento de melanina, sendo considerada uma melanocitose</p><p>dérmica, fricção da área periorbital, envelhecimento, provocando a redução de tecido</p><p>subcutâneo adiposo, edema periorbital, aumento de sombreamento, provocado por</p><p>situações de luminosidade, e aumento da visibilidade dos vasos (LEMOS, 2019).</p><p>É necessário sempre levar em consideração o tipo de olheira para a seleção do tipo</p><p>de tratamento. Quando decorrentes de hipervisibilidade da vasculatura e musculatura,</p><p>não é indicado nenhum tipo de tratamento, pelos benefícios serem mínimos. Quando</p><p>decorrentes pelo acúmulo de melanina, podem ser realizados peelings químicos,</p><p>23</p><p>clareadores, ácido retinoico, lasers e luz intensa pulsada. Caso sejam decorrentes de</p><p>modificações no volume periorbital, as técnicas de preenchimento podem ser realizadas.</p><p>Quando provenientes da alteração do contorno devido à flacidez, são indicados peelings</p><p>químicos, lasers e luz intensa pulsada (LEMOS, 2019).</p><p>4 AVALIAÇÃO E DISFUNÇÕES ESTÉTICAS CORPORAIS</p><p>Disfunções estéticas corporais, tais como fibroedema geloide, estrias e flacidez,</p><p>são as queixas mais comuns em pacientes atendidos em centros estéticos. Entre as</p><p>causas desses distúrbios estão o envelhecimento cronológico, o fotoenvelhecimento,</p><p>as mudanças no corpo, a gravidez e a perda ou ganho de peso. A fibroedema geloide,</p><p>conhecida popularmente como “celulite”, tem uma prevalência entre 85% e 98% em</p><p>todos os grupos étnicos (SILVA; FILONI; FITZ, 2014).</p><p>Os fatores de risco que contribuem para o seu surgimento são: excesso de</p><p>gordura corporal, fatores hormonais, dietas inadequadas, predisposição genética,</p><p>tabagismo, distúrbios posturais e ortopédicos, inatividade e também compressão</p><p>externa dos tecidos do corpo causada pelo uso de roupas apertadas.</p><p>Embora a queixa principal esteja relacionada à estética, disfunções estéticas</p><p>corporais causam problemas funcionais e emocionais, podem levar à redução da</p><p>autoestima e criar problemas nas relações interpessoais. Assim, esses distúrbios são</p><p>considerados um problema de saúde, por apresentarem grande impacto na qualidade</p><p>de vida das mulheres (SILVA; FILONI; FITZ, 2014).</p><p>4.1 FIBROEDEMA GELOIDE (FEG)</p><p>Fibroedema geloide, também denominado de celulite, é um distúrbio no panículo</p><p>adiposo e acomete de 80 a 90% das mulheres, atingindo principalmente a região das</p><p>coxas e glúteos. São alterações na circulação, que possuem como consequência</p><p>o edema, prejudicando o metabolismo e alterando o adipócito, que sofre hipertrofia,</p><p>comprimindo a microcirculação e acarretando no espessamento não inflamatório. É</p><p>apresentado como depressões na pele com aspecto denominado “casca de laranja”</p><p>(OLIVEIRA et al., 2014b).</p><p>24</p><p>FIGURA 6 – ASPECTO VISUAL DE CELULITES</p><p>FONTE: . Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>As alterações das FEGs são divididas em quatro fases:</p><p>• fase 1: ocorre a hipertrofia das células, que acarreta na congestão, comprimindo,</p><p>assim, os vasos calibrosos, que são dilatados, excretando um líquido seroso e</p><p>aumentando a congestão. Esse ciclo é vicioso;</p><p>• fase 2: a dilatação faz com que ocorra a liberação de eletrólitos e mucopolissacarídeos,</p><p>que são responsáveis por atingir as terminações nervosas e modificar as fibras</p><p>conjuntivas;</p><p>• fase 3: compressão de nervos e artérias devido à formação de um tecido composto</p><p>de colágeno;</p><p>• fase 4: desenvolvimento de fibrose cicatricial e retração esclerótica, que acomete</p><p>os nervos e provoca periarterite (OLIVEIRA et al., 2014b).</p><p>A incidência de FEG é maior em mulheres do que em homens em virtudes</p><p>fisiológicas, hormonais e anatômicas. Os lóbulos dos adipócitos em mulheres são maiores</p><p>do que nos homens. Homens possuem tecido subcutâneo com septos relativamente</p><p>mais finos e lóbulos de adipócitos menores, reduzindo a incidência. Causas etiológicas</p><p>também podem causar FEG, nas quais podemos destacar: tabagismo, sedentarismo,</p><p>fatores genéticos, fatores hormonais e problemas circulatórios (OLIVEIRA et al., 2014b).</p><p>4.2 ESTRIAS</p><p>Estrias são comuns na população e acometem principalmente as mulheres,</p><p>sendo provocadas por um estiramento em excesso do tecido. São incidentes na</p><p>adolescência, entre 12 e 14 anos, e na fase adulta, entre 20 a 30 anos. No período de</p><p>gestação, o aumento de estrias</p><p>é comum (OLIVEIRA et al., 2014b). São vistas como</p><p>desagradáveis do ponto de vista estético por questões socioculturais, também podem</p><p>estar relacionadas com ansiedade e baixa autoestima.</p><p>25</p><p>FIGURA 7 – ASPECTO VISUAL DAS ESTRIAS</p><p>FONTE: . Acesso em: 30 mar. 2022.</p><p>As estrias geralmente são decorrentes de crescimento rápido, aumento de peso</p><p>rápido, uso de contraceptivos hormonais por um longo período de tempo, gravidez,</p><p>desidratação e sedentarismo. As áreas de maior incidência são as que sofrem por</p><p>modificações elásticas, como mamas, glúteos e abdômen (OLIVEIRA et al., 2014b).</p><p>Os fatores de risco na obtenção de estrias são: ser mulher, ter um histórico</p><p>pessoal ou familiar de estrias, gravidez, crescimento rápido na adolescência, ganho e</p><p>perda de peso rapidamente, uso de corticosteroides, fazer cirurgia plástica de aumento</p><p>de mama, exercícios e uso de esteroides anabolizantes e ter um distúrbio genético,</p><p>como síndrome de Cushing ou síndrome de Marfan.</p><p>As estrias não são todas iguais. Eles variam dependendo do tempo de obtenção,</p><p>causa, localização no corpo e o tipo de pele. Variações comuns incluem: listras ou linhas</p><p>recortadas no abdômen, seios, quadris, nádegas ou outros lugares do corpo, listras</p><p>rosas, vermelhas, pretas, azuis ou roxas, listras brilhantes que desbotam para uma cor</p><p>mais clara e estrias cobrindo grandes áreas do corpo (OLIVEIRA et al., 2014b).</p><p>A síndrome de Cushing é representada por uma série de reações adversas</p><p>ocasionadas pelo uso contínuo de glicocorticoides, elevando o nível de cortisol</p><p>no sangue. Entre os sintomas característicos da síndrome de Cushing, pode-</p><p>se citar distúrbios emocionais, face de lua cheia com bochechas rosadas,</p><p>hipertensão, hipertrofia cardíaca, depósito de gordura abdominal, obesidade,</p><p>tendência a hiperplasias, aparecimento de estrias, osteoporose, úlceras na</p><p>pele e perda de massa muscular.</p><p>NOTA</p><p>26</p><p>Entre os tratamentos utilizados para estrias e melhora do seu aspecto visual,</p><p>podemos citar: introdução de agulha, promovendo resposta inflamatória e acelerando</p><p>o processo de reepitelização e reparo do tecido; microdermoabrasão; tratamento com</p><p>ácidos, porém só em estrias rubras (fase inicial), intradermoterapia e fototerapia com</p><p>lasers (OLIVEIRA et al., 2014b).</p><p>O tratamento com ácidos em estrias rubras consiste, principalmente, na síntese</p><p>de colágeno, que atua reestruturando fibras elásticas e reduzindo a espessura das</p><p>estrias. Os principais ácidos utilizados para essa finalidade são o ácido glicólico, o ácido</p><p>retinoico e o ácido L-ascórbico.</p><p>A fototerapia com lasers tem como princípio, por sua vez, a estimulação de</p><p>radicais livres de oxigênio e peróxido de hidrogênio, sendo estes responsáveis por</p><p>destruírem ligações bivalentes, causando o efeito de clareamento nas estrias.</p><p>Veremos o procedimento de intradermoterapia mais adiante e na Unidade 3.</p><p>ESTUDOS FUTUROS</p><p>27</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:</p><p>• O sistema tegumentar é composto por pele e anexos, que são as camadas da pele</p><p>e as células que as compõem (melanócitos, queratinócitos, células de Langerhans</p><p>e células de Merkel), a função das glândulas (sudoríparas, sebáceas, ceruminosas e</p><p>mamárias) e a composição, a função e o desenvolvimento de unhas e pelos.</p><p>• A pele é classificada e avaliada em normal ou eudérmica, seca ou alípica, oleosa ou</p><p>lipídica, acneica e mista.</p><p>• Existem disfunções estéticas faciais, como acnes, cicatrizes, flacidez, hipercromias,</p><p>rugas e sulcos infraorbitais (olheiras), assim, entendemos seus conceitos, fatores de</p><p>predisposição e como funciona o seu tratamento.</p><p>• Existem disfunções estéticas corporais, como fibroedema geloide (celulites) e estrias,</p><p>compreendemos seus conceitos, fatores de predisposição e como funciona o seu</p><p>tratamento.</p><p>28</p><p>1 O sistema tegumentar é a barreira física dos seres vivos, composto por pele, pelos,</p><p>unhas e glândulas. A pele não é responsável só por proteger o corpo de substâncias</p><p>externas e microrganismos, além disso, atua evitando a perda de fluidos corporais.</p><p>Sobre a pele, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) É formada basicamente por quatro camadas: epiderme, derme, hipoderme e</p><p>tecido adiposo.</p><p>b) ( ) É considerada o maior órgão do corpo humano. Uma das suas camadas é</p><p>conhecida como epiderme, dividida em cinco estratos: estrato córneo, estrato</p><p>lúcido, estrato granuloso, estrato espinhoso e estrato germinativo.</p><p>c) ( ) A pele é formada por apenas três camadas: estrato lúcido, estrato granuloso e</p><p>estrato germinativo.</p><p>d) ( ) As glândulas sebáceas, as glândulas sudoríparas, os folículos pilosos, os vasos</p><p>sanguíneos, os linfáticos e os nervos estão localizados na epiderme da pele.</p><p>2 A pele desempenha funções importantes no corpo humano, como proteção,</p><p>sensibilidade, termorregulação, produção e armazenamento de vitamina D,</p><p>entre outras funções. Dessa forma, pode ser classificada quanto ao seu aspecto,</p><p>elasticidade, textura, sensibilidade e porcentagem de óleo e água produzidos no</p><p>tecido. Sobre a pele, sua classificação e as disfunções faciais, classifique V para as</p><p>sentenças verdadeiras e F para as falsas:</p><p>( ) A pele pode ser classificada em pele normal ou eudérmica, pele seca ou alípica,</p><p>pele oleosa ou lipídica, pele lipídica acneica e pele normal.</p><p>( ) Acnes, cicatrizes e sulcos infraorbitais são exemplos de disfunções faciais.</p><p>( ) Sardas, sulcos infraorbitais e fibroedema geloide são exemplos de disfunções faciais.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V - V - F.</p><p>b) ( ) F - F - V.</p><p>c) ( ) V - V - V.</p><p>d) ( ) V - F - V.</p><p>3 Fibroedema geloide é uma desordem no panículo adiposo, principalmente em mulheres,</p><p>ocasionado por alterações na circulação e, consequentemente, causando edema,</p><p>atrapalhando o metabolismo e modificando o adipócito. Sobre o que representam o</p><p>fibroedema geloide, as estrias e a flacidez, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>29</p><p>a) ( ) Disfunções corporais.</p><p>b) ( ) Disfunções faciais.</p><p>c) ( ) Sintomas da síndrome de Cushing.</p><p>d) ( ) Problemas emocionais.</p><p>4 A epiderme é conhecida como a camada mais externa da pele, responsável pela</p><p>regulação, absorção e também por propriedades de barreira. É formada por quatro</p><p>tipos celulares: queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans e células de</p><p>Merkel. Disserte sobre esses tipos celulares, incluindo sua produção, localização e</p><p>função no organismo.</p><p>5 A derme é formada na região mesodérmica da pele e é encarregada pela sustentação</p><p>da epiderme, atuando também na proliferação celular. Nessa camada, ficam os anexos,</p><p>como as glândulas (sebáceas, sudoríparas, mamárias e ceruminosas). Disserte sobre</p><p>essas glândulas, incluindo sua função, produção e localização.</p><p>30</p><p>31</p><p>TÓPICO 3 -</p><p>BASE DOS PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE</p><p>INVASIVOS</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>A beleza é vista como um conjunto de atributos que são confortáveis aos olhos</p><p>e que são capazes de agradar o observador. A definição de beleza é versátil, de acordo</p><p>com aspectos culturais e do ponto de vista pessoal. O envelhecimento é um processo</p><p>biológico e constante, que é ocasionado por razões intrínsecas ou extrínsecas. O processo</p><p>de envelhecimento intrínseco é um evento natural e inevitável com o passar dos anos, o</p><p>extrínseco ocorre de forma precoce por exposição do organismo a fatores ambientais,</p><p>como a exposição ao sol. Durante o período de envelhecimento, ocorrem alterações</p><p>bioquímicas e estruturais das fibras de colágeno, diminuindo sua síntese e aumentando</p><p>a sua degradação, como resultado acontece a modificação do volume facial, a perda de</p><p>elasticidade, os sulcos e as marcas de expressões (VASCONCELOS et al., 2020).</p><p>A perda de colágeno é um dos principais contribuintes para o envelhecimento</p><p>facial. O colágeno é uma proteína fibrosa que dá estrutura e sustentação à pele. Quando</p><p>o conteúdo de colágeno da pele diminui com a idade, dá origem a sinais típicos de</p><p>envelhecimento,</p>