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TEma: Incontinência urinária Objetivos: 1- compreender a incontinência urinária no idoso ( etiologia , epidemiologia , quadro clínicos , tratamento e consequências ) 2- correlacionar os medicamentos e a incontinência urinária ( iatrogenia medicamentosa) 3- entender os impactos psicossociais na incontinência urinária ma pessoa idosa klênya Maria - p3 1- compreender a incontinência urinária no idoso ( etiologia , epidemiologia , quadro clínicos , tratamento e consequências ) introdução: Incontinência urinária (IU) é definida como qualquer perda involuntária de urina. Essa perda involuntária de urina pode estar associada com a urgência ou também com esforço, incluindo atividades esportivas, ou em espirros ou tosse. A IU é uma condição que afeta dramaticamente a qualidade de vida, comprometendo o bem-estar físico, emocional, psicológico e social. A IU pode acometer indivíduos de todas as idades, de ambos os sexos e de todos os níveis sociais e econômicos. uma das maiores síndromes geriátricas registradas, que pode comprometer a qualidade de vida tanto dos indivíduos afetados quanto dos familiares ou cuidadores envolvidos. A continência em si depende da integridade do trato urinário inferior, controle neurológico, cognição, mobilidade e motivação De maneira geral, a presença de IU pode ser dividida de acordo com a etiologia em neurogênica (p.ex., por lesão medular traumática, esclerose múltipla, acidente vascular cerebral) e não neurogênica (p. ex. hiperatividade detrusora, insuficiência intrínseca do esfíncter uretral, cirurgias da próstata) A IU pode ser classificada de acordo com o tipo de incontinência em IU aos esforços, IU de urgência e IU mista. A Incontinência Urinária aos Esforços (IUE) ocorre devido a uma deficiência no suporte vesical e uretral que é feito pelos músculos do assoalho pélvico ou por uma fraqueza ou lesão do esfíncter uretral. Essa condição leva a perda de urina em situações de aumento da pressão intra-abdominal, tais como, tossir, espirrar, correr, rir, pegar peso, levantar da posição sentada ou até mesmo andar. Em geral, não ocorrem perdas em repouso e durante o sono. Essa situação é bastante frequente em mulheres. Em homens sem alterações neurológicas relevantes, esse tipo de incontinência ocorre após prostatectomia, em que o mecanismo esfincteriano proximal é removido. Nesses casos, a continência fica dependente do esfíncter uretral estriado e uma lesão parcial ou total deste componente esfincteriano pode levar a IU. A Incontinência Urinária de Urgência (IUU) ocorre como consequência da hiperatividade detrusora (HD), que ocorre quando o músculo detrusor apresenta contração involuntária. Para a preservação da continência urinária, é fundamental que a bexiga apresente função normal e a pressão intravesical deve permanecer relativamente baixa e constante durante todo o seu enchimento. Em pessoas com a sensibilidade vesical preservada, a HD leva a um desejo súbito e imperioso de urinar. Quando a contração vesical supera a capacidade de oclusão uretral gerada pelo esfíncter, ocorre a IUU. Várias situações podem levar a hiperatividade detrusora, desde uma infecção urinária que irrita a mucosa vesical até uma alteração, identificável ou não, da inervação vesical. Os sintomas mais comuns associados a IUU são urgência miccional, polaciúria e noctúria (necessidade de acordar a noite devido a desejo miccional). A incontinência Urinária Mista (IUM) é a combinação da IUE e IUU, ou seja, uma insuficiência de oclusão uretral associada à hiperatividade detrusora. A identificação de fatores de risco e da condição em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado dão à Atenção Primária um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos. Este Protocolo visa a estabelecer os critérios diagnósticos e terapêuticos não cirúrgicos das causas não neurogênicas de insuficiência urinária (IU), especificamente da IU aos esforços e da IU por urgência no adulto, considerando as diferentes condutas terapêuticas para homens e mulheres. A descrição da metodologia científica, elaboração das estratégias de busca, descrição do fluxo de seleção das evidências e as tabulações dos dados das características dos participantes, características dos estudos e desfechos de eficácia e segurança estão detalhados no Apêndice. Recentemente, alguns autores incluíram o termo IU funcional para designar aqueles casos provocados pela impossibilidade ou dificuldade em chegar ao banheiro por causa de alterações físicas, cognitivas ou barreiras ambientais Incontinência urinária transitória É caracterizada quando há perda precipitada por insulto psicológico, medicamentoso ou orgânico, que cessa ou melhora após controle do fator desencadeante. Existe um mnemônico que resume as causas da IUT: DIURAMID (delirium, infecções do trato urinário, uretrite e vaginites atróficas, restrição de mobilidade, aumento do débito urinário, medicamentos, impactação fecal e distúrbios psíquicos). Incontinência urinária estabelecida Atualmente, são cinco os tipos de incontinência urinária estabelecida: Incontinência urinária de estresse A incontinência urinária de estresse se caracteriza por perda involuntária de urina que ocorre com o aumento da pressão intra-abdominal e pode ser causada por tosses, espirros, risadas excessivas ou atividade física no caso de ausência de contrações vesicais. Os mecanismos envolvidos no caso de IU por estresse são a hipermobilidade uretral (decorrente do comprometimento do suporte anatômico dos órgãos pélvicos) e a deficiência esfincteriana intrínseca (perda do tônus do esfíncter). É a principal causa em mulheres jovens e é incomum em homens. Incontinência urinária de urgência A incontinência urinária de urgência caracteriza-se pela perda de urina precedida ou acompanhada de um desejo urgente de urinar, com perda variável que depende da função esfincteriana uretral e da capacidade do paciente em suprimir essa urgência. É o tipo mais comum de IU estabelecida em idosos na comunidade. De acordo com a literatura, a maioria das evidências apontam que ela resulta da hiperatividade do músculo detrusor que causa contrações involuntárias durante o enchimento vesical. As causas mais comuns são: transtornos neurológicos, anormalidades vesicais e causas idiopáticas. Incontinência urinária por hiperfluxo ou transbordamento A incontinência urinária por hiperfluxo ou transbordamento tende a decorrer de inabilidades do esvaziamento vesical pela hipocontratilidade do músculo detrusor, obstruções uretrais ou ambos. Comum em homens idosos, por obstrução secundária à hiperplasia prostática benigna. Incontinência urinária mista Na incontinência urinária mista observa-se coexistência de mais de um tipo no mesmo paciente, sendo bastante frequente em idosos. Incontinência urinária funcional A incontinência urinária funcionai quel relaciona-se a fatores externos ao trato urinário, como comprometimento cognitivo, fatores ambientais, limitações físicas e psíquicas. Atualmente, questiona-se este tipo de incontinência devido à raridade de integridade do trato urinário inferior em idosos. Mais uma classificação: ETIOLOGIA: A incontinência Urinária está associada a causas multifatoriais , Embora o envelhecimento não seja por si mesmo uma causa da IU, as mudanças relacionadas ao processo de envelhecimento, como alterações hormonais, têm o potencial de afetar o trato urinário baixo e provocar sintomas que podem aparecer sem patologia aparente. Nos homens, podem-se observar problemas miccionais devido à hiperplasia da próstata, presente em aproximadamente 50% aos 50 anos de idade. Enquanto nas mulheres, os fatores anatômicos, a obesidade, os antecedentes obstétricos e a menopausa são fatores específicos para o desenvolvimento da IU. Fraqueza Muscular: A redução da força muscular do assoalho pélvico pode levar à incontinência urinária, especialmente em mulheres após a menopausa e em homens após procedimentos cirúrgicos como a prostatectomia.Alterações Neurológicas: Danos nos nervos que controlam a bexiga podem causar incontinência. Isso pode ocorrer devido a condições como acidente vascular cerebral (AVC), doença de Parkinson, esclerose múltipla ou lesões na medula espinhal. Alterações Hormonais: Nas mulheres, a diminuição dos níveis de estrogênio após a menopausa pode enfraquecer os músculos do assoalho pélvico e contribuir para a incontinência urinária. Obstrução: A presença de obstruções no trato urinário, como cálculos renais, aumento da próstata em homens (hiperplasia prostática benigna) ou estenose uretral, pode levar a problemas de continência. Condições de Saúde: Doenças como diabetes, infecções urinárias, doenças neurológicas degenerativas (como Alzheimer) e condições que causam tosse crônica (como DPOC) podem afetar a continência urinária. Medicamentos: Alguns medicamentos, como diuréticos, sedativos, antidepressivos, e até mesmo cafeína e álcool, podem influenciar na função da bexiga e na capacidade de controle urinário. Fatores Psicológicos: Estresse emocional, ansiedade e depressão podem afetar a função da bexiga e contribuir para a incontinência urinária em alguns casos. EPIDEMIOLOGIA: 1-Prevalência Geral: Estima-se que cerca de 25% a 45% das mulheres e 10% a 20% dos homens em todo o mundo sofrem de incontinência urinária em algum momento de suas vidas. 2-Idade: A prevalência da incontinência urinária aumenta com a idade. Entre os idosos acima de 65 anos, a prevalência é ainda maior, chegando a 30% a 50%. 3-Sexo: As mulheres têm uma incidência maior de incontinência urinária em comparação com os homens, principalmente devido a fatores como gravidez, parto e menopausa. O quadro clínico da incontinência urinária pode variar dependendo do tipo específico de incontinência e das características individuais do paciente. Algumas características do quadro clínico em mulheres e homens com incontinência urinária: Mulheres: Incontinência de Esforço: Caracterizada pela perda de urina ao realizar atividades como tossir, espirrar, rir, levantar objetos pesados ou durante atividades físicas. Geralmente está associada a fraqueza dos músculos do assoalho pélvico. Incontinência de Urgência: Manifesta-se pela necessidade súbita e forte de urinar, muitas vezes acompanhada da incapacidade de segurar a urina até chegar ao banheiro. Pode estar relacionada a distúrbios neurológicos, irritação da bexiga ou infecções. Incontinência Mista: Combinação de incontinência de esforço e incontinência de urgência, sendo comum em mulheres mais velhas. Incontinência Funcional: Não relacionada a problemas da bexiga ou do trato urinário, mas sim a fatores externos como mobilidade reduzida, demência ou outras condições que dificultam o acesso ao banheiro a tempo. Sintomas Adicionais: Além dos episódios de perda de urina, as mulheres podem apresentar sintomas como aumento da frequência urinária, urgência miccional, noctúria (necessidade de urinar à noite) e sensação de esvaziamento incompleto da bexiga. Ao exame físico é importante realizar 1) avaliação cognitiva, da mobilidade e funcionalidade do paciente; 2) exame neurológico detalhado que inclua avaliação de reflexos, sensibilidade e integridade das vias sacrais; 3) toque retal para avaliar o tônus esfincteriano, presença de massas, fecalomas e avaliação da próstata, no caso de pacientes homens; 4) exame pélvico, inspeção de prolapsos e atrofia genitais em mulheres; 5) teste de estresse com paciente na posição supina, com bexiga cheia e tossir vigorosamente para avaliar a IU por estresse. Para o diagnóstico, sabe-se que é basicamente clínico, a partir dos achados na anamnese e exame físico, mas há a importância de realizar alguns outros exames. Dentre esses, encontram-se exames laboratoriais, como sumário de urina para investigação de infecção, hematúria e glicosúria, medida do volume residual pós-miccional (VRPM) por método não invasivo, estudo urodinâmico e citoscopia. As últimas diretrizes recomendam avaliação urodinâmica antes de qualquer procedimento invasivo ou cirúrgico. Homens: Incontinência de Esforço: Também pode ocorrer em homens, especialmente após cirurgia de próstata, resultando em vazamento de urina ao tossir, espirrar, levantar objetos ou praticar atividades físicas. Incontinência de Urgência: Semelhante ao quadro nas mulheres, caracterizado por uma forte necessidade súbita de urinar e dificuldade em controlar a bexiga. Incontinência por Transbordamento: Observada em casos de obstrução do fluxo urinário, como na hiperplasia prostática benigna, resultando em vazamento contínuo de urina devido à bexiga superdistendida. Incontinência após Cirurgia de Próstata: Pode ocorrer como resultado de danos aos músculos e nervos durante a cirurgia, levando a dificuldades no controle da bexiga. Sintomas Adicionais: Além dos sintomas específicos de cada tipo de incontinência, os homens também podem apresentar sintomas relacionados à próstata, como dificuldade para iniciar ou interromper o fluxo urinário, jato urinário fraco, dor ou desconforto na região pélvica. TRATAMENTO: IUE ( Incontinência Urinária aos Esforços) Tratamento conservador da IUE e medidas gerais: sempre é recomendada a conduta conservadora antes do tratamento invasivo. Nas mulheres o tratamento conservador incluem mudanças no estilo de vida e a adoção de técnicas de reabilitação. O tratamento conservador por meio de orientação, exercícios pélvicos e biofeedback deve ser a primeira escolha nos primeiros 12 meses, por antecipar a recuperação espontânea da continência. Nas mulheres, o excesso de peso foi identificado como um fator de risco para a IU em muitos estudos epidemiológicos - ou seja , adotar uma boa alimentação já ajudará a prevenir ou melhor essa IU Nas mulheres, a atividade física regular pode fortalecer a musculatura do assoalho pélvico e possivelmente diminuir o risco de desenvolvimento de IU, especialmente IUE. No entanto, é possível que o exercício físico pesado possa agravar o quadro. Estudos em diferentes populações concluíram que o exercício físico extenuante aumenta o risco de IUE durante os períodos de atividade física A modificação da ingestão de líquidos, em particular a restrição, é uma conduta comumente usada por pessoas com IU para aliviar os seus sintomas. O aconselhamento pelos profissionais da saúde sobre a ingestão de líquidos deve basear-se numa ingestão de líquidos em 24 horas que seja suficiente para evitar a desidratação. Nos homens, o tratamento conservador por meio de orientação, exercícios pélvicos e biofeedback deve ser a primeira escolha nos primeiros 12 meses, por antecipar a recuperação espontânea da continência . Os fatores de estilo de vida que podem estar associados à IUE incluem dieta, micção de horário e adequação da ingestão de líquidos. A adequação desses fatores pode melhorar a IUE. O biofeedback é uma técnica utilizada no tratamento da incontinência urinária que visa ajudar os pacientes a melhorar o controle dos músculos do assoalho pélvico. Nesse processo, são utilizados dispositivos eletrônicos para monitorar e fornecer feedback em tempo real sobre a atividade muscular. No caso da incontinência urinária, o biofeedback pode ser realizado da seguinte forma: Eletrodos ou sensores: São colocados na região do assoalho pélvico para detectar a atividade muscular. Feedback visual ou auditivo: Os sinais elétricos dos músculos são convertidos em sinais visuais ou sonoros, permitindo que o paciente veja ou ouça a atividade muscular. Treinamento muscular: Com o feedback em tempo real, o paciente pode aprender a contrair e relaxar os músculos do assoalho pélvico de forma adequada. Isso ajuda a fortalecer esses músculos e melhorar o controle sobre a bexiga. Incontinência Urinária de Urgência Tratamento conservador da IUU e medidas gerais A mudança de estilo de vida é a opção de primeira linha para todos os pacientes com IUU. Consiste em mudanças de hábitos para aliviar os sintomas vesicais e reeducação vesical para treinar habilidades para controlara IUU. As orientações compreendem o diário miccional, orientações para dieta e ingesta hídrica, estratégias para o controle do desejo miccional, treinamento dos músculos do assoalho pélvico (com ou sem biofeedback) e estimulação elétrica O Treinamento vesical é a terapia de primeira linha para adultos com IUU. Consiste em um programa de educação do paciente com um esquema de micção programada com ajuste gradual dos intervalos. Os objetivos específicos são corrigir os hábitos defeituosos de micção frequente, melhorar o controle sobre a urgência, prolongar os intervalos de micção, aumentar a capacidade da bexiga, reduzir episódios de incontinência e restaurar confiança do paciente A Eletroestimulação, sempre que disponível, deve ser considerada complementar à terapia comportamental em pacientes com IUU. Em teoria, a neuroestimulação deve ser minimamente invasiva, facilmente aplicável e não causar constragimento desnecessário. Além disso, a sustentabilidade e a relação custo-eficácia são relevantes considerando tratamentos farmacológicos. São descritos diferentes protocolos de tratamento (3, 6, 8, 12 semanas) com os dados mais objetivos a favor do esquema de 12 semanas . Sendo assim, o estímulo deve ser feito uma vez por semana até, no máximo, 12 semanas. A extensão do tratamento deve levar em conta a gravidade do quadro e resposta ao tratamento. Mudanças de hábitos incluem a redução da ingestão de fluídos, cafeína, alimentos ácidos e álcool, além da orientação como perda de peso, cessação do tabagismo e tratamento da constipação Medicamentos: Alguns medicamentos podem ser prescritos para tratar a incontinência urinária, incluindo medicamentos para relaxar a bexiga ou para reduzir a produção de urina. Exemplos: Antimuscarínicos: São medicamentos que ajudam a relaxar a bexiga e reduzir a urgência urinária. Exemplos incluem oxibutinina, tolterodina, fesoterodina, solifenacina e darifenacina. Beta-3 agonistas: Esses medicamentos estimulam receptores específicos na bexiga, ajudando a aumentar a capacidade da bexiga e reduzir a urgência urinária. Mirabegron é um exemplo de beta-3 agonista usado para tratar a incontinência urinária. Cirurgia: Em casos graves ou quando outras opções de tratamento não são eficazes, a cirurgia pode ser considerada. Isso pode incluir procedimentos para reparar tecidos enfraquecidos, corrigir obstruções ou implantar dispositivos para suportar a bexiga. Sling uretral: Esta é uma das cirurgias mais comuns para tratar a incontinência urinária de esforço em mulheres. Durante o procedimento, um sling (uma faixa ou fita) é colocado sob a uretra para dar suporte e ajudar a manter a uretra fechada quando há pressão sobre a bexiga. Colposuspensão: Neste procedimento, os ligamentos que suportam a uretra e a bexiga são reforçados para melhorar a continência urinária. Injeções de bulking agents: Essa técnica envolve a injeção de materiais como colágeno ou ácido hialurônico ao redor da uretra para aumentar o diâmetro da uretra e melhorar o controle da urina. A incontinência urinária pode ter várias consequências na vida da pessoa idosa: Impacto na qualidade de vida: A incontinência urinária pode afetar significativamente a qualidade de vida, causando constrangimento, isolamento social, ansiedade, depressão e perda da autoestima. Restrição de atividades: Pessoas com incontinência urinária podem evitar participar de atividades sociais, esportivas ou de lazer devido ao medo de vazamentos ou constrangimentos. Problemas de sono: A necessidade de acordar várias vezes durante a noite para urinar (noctúria) pode resultar em distúrbios do sono, levando à fadiga, irritabilidade e redução da capacidade cognitiva durante o dia. Risco de infecções: A umidade causada pela incontinência pode aumentar o risco de infecções do trato urinário, da pele e das mucosas. Desconforto e irritação: O contato constante da pele com a urina pode levar a irritações, dermatites e até úlceras de pressão em casos mais graves. Limitação da mobilidade: O medo de vazamentos pode levar a pessoa a restringir seus movimentos e atividades, o que pode contribuir para a perda de força muscular e redução da mobilidade. Impacto nas relações interpessoais: A incontinência urinária pode causar constrangimentos nas relações familiares, sociais e íntimas, levando a dificuldades de comunicação e até mesmo ao isolamento. As pessoas idosas têm maior probabilidade de desenvolver incontinência urinária devido a uma série de fatores relacionados ao envelhecimento e às condições de saúde comuns nessa faixa etária: Fraqueza muscular: Com o envelhecimento, os músculos do assoalho pélvico podem enfraquecer, o que pode levar à perda de controle da bexiga. Alterações hormonais: Nas mulheres, a diminuição dos níveis de estrogênio após a menopausa pode contribuir para a incontinência urinária devido ao enfraquecimento dos tecidos que suportam a bexiga e a uretra. Redução da capacidade da bexiga: Com o tempo, a bexiga pode perder parte de sua capacidade de armazenamento de urina, levando a uma necessidade mais frequente de urinar (polaciúria) e até mesmo a episódios de incontinência. Condições médicas: Doenças crônicas comuns em idosos, como diabetes, doenças neurológicas (como Parkinson e Alzheimer) e condições cardíacas, podem afetar o funcionamento da bexiga e dos músculos do assoalho pélvico. Medicamentos: Alguns medicamentos comuns em idosos, como diuréticos, podem aumentar a produção de urina e contribuir para a incontinência urinária. Problemas de mobilidade: Dificuldades de locomoção e de acessar o banheiro rapidamente podem levar a episódios de incontinência, especialmente em casos de urgência urinária. Cirurgias prévias: Algumas cirurgias abdominais, como as realizadas na próstata (no caso dos homens) ou no útero (no caso das mulheres), podem afetar a função da bexiga e contribuir para a incontinência. Doenças do trato urinário: Infecções urinárias frequentes, obstruções no trato urinário e outras condições relacionadas podem aumentar o risco de incontinência em pessoas idosas. 2- correlacionar os medicamentos e a incontinência urinária ( iatrogenia medicamentosa) A iatrogenia medicamentosa refere-se aos efeitos adversos causados por medicamentos, que podem incluir a incontinência urinária. Alguns medicamentos podem influenciar diretamente a função da bexiga e dos músculos do assoalho pélvico, aumentando o risco de incontinência. Diuréticos: Medicamentos diuréticos, como a furosemida, podem aumentar a produção de urina e levar à incontinência por aumento da frequência urinária e urgência. Bloqueadores alfa-adrenérgicos: Alguns medicamentos usados para tratar condições como hipertensão arterial, como os bloqueadores alfa-adrenérgicos (exemplo: tansulosina), podem relaxar os músculos do esfíncter urinário e contribuir para a incontinência. Sedativos e tranquilizantes: Medicamentos sedativos e tranquilizantes, como benzodiazepínicos (exemplo: diazepam), podem causar relaxamento muscular excessivo, incluindo os músculos do assoalho pélvico, aumentando o risco de incontinência. Anticolinérgicos: Alguns medicamentos usados para tratar condições como doença de Parkinson, bexiga hiperativa e enurese noturna, que têm efeitos anticolinérgicos (exemplo: oxibutinina), podem interferir na função da bexiga e aumentar o risco de incontinência. Antidepressivos: Alguns antidepressivos, especialmente os tricíclicos, podem causar retenção urinária e impactar negativamente a função da bexiga, levando à incontinência em alguns casos. Hipnóticos: Alguns medicamentos hipnóticos, usados para induzir o sono, podem causar sonolência excessiva e comprometer a capacidade de acordar para urinar durante a noite, contribuindo para a incontinência noturna. 3- entender os impactos biopsicossociais da incontinência urinária na pessoa idosa A incontinência urinária na pessoa idosa pode ter impactos significativos nos aspectos biopsicossociais. Aspecto Biológico: Infecções do trato urinário (ITUs) recorrentes devido à exposiçãoconstante à umidade e à presença de bactérias na região genital. Risco aumentado de desenvolvimento de lesões na pele, como dermatite de fraldas, devido à exposição prolongada à urina e às fezes. Aumento do risco de quedas e lesões associadas, especialmente durante episódios de urgência urinária e idas frequentes ao banheiro. Aspecto Psicológico: Impacto na autoestima e na imagem corporal devido ao constrangimento e à vergonha associados à incontinência. Desenvolvimento ou agravamento de sintomas de ansiedade, depressão e estresse emocional devido ao impacto na qualidade de vida e nas relações sociais. Sentimentos de frustração, raiva e impotência diante da condição, especialmente quando não há melhora significativa com o tratamento. Aspecto Social: Isolamento social devido ao receio de constrangimento em situações sociais, levando a uma redução na participação em atividades sociais e recreativas. Impacto nas relações interpessoais, incluindo parceiros, familiares e cuidadores, devido à necessidade de assistência e ao estresse associado ao manejo da incontinência. Restrições nas atividades diárias e na participação em eventos sociais devido à necessidade frequente de usar banheiros ou de lidar com vazamentos. 3- entender os impactos biopsicossociais da incontinência urinária na pessoa idosa Aspecto Econômico: Custo adicional com a compra de produtos para incontinência, como fraldas, absorventes e produtos de cuidados com a pele. Despesas com consultas médicas, exames e tratamentos relacionados à incontinência, especialmente em casos mais graves que exigem intervenções mais complexas. Aspecto Funcional: Redução da autonomia e da independência devido à necessidade de depender de cuidadores para auxílio na higiene pessoal e no manejo da incontinência. Limitações nas atividades diárias e na qualidade de vida devido à preocupação constante com vazamentos e à necessidade de planejamento cuidadoso das atividades.