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ACESSE AQUI ESTE MATERIAL DIGITAL! CLÁUDIA CRISTINA BATISTELA FRANCISCO DEIVISON AUGUSTO DOS SANTOS DOMINGUES SUELEN DE AGUIAR SILVA GESTÃO DE PRODUTOS, MARCAS E SERVIÇOS Coordenador(a) de Conteúdo Fernanda Gabriela de Andrade Coutinho, Juliana Moraes, Fabio Luiz Iba Projeto Gráfico e Capa Arthur Cantareli Silva Editoração Ellen Jeane Versari Revisão Textual Harry Wiese Ilustração Eduardo Aparecido Alves Fotos Shutterstock e Envato Impresso por: Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722. Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a). Núcleo de Educação a Distância. FRANCISCO, Cláudia Cristina Batistela; DOMINGUES, Deivison Augusto dos Santos; SILVA, Suelen de Aguiar. Gestão de Produtos, Marcas e Serviços / Cláudia Cristina Batistela Francisco, Deivison Augusto dos Santos Domingues, Suelen de Aguiar Silva. Florianópolis, SC: Arqué, 2024. 312 p. ISBN papel 978-65-6137-017-2 ISBN digital 978-65-6137-018-9 1. Palavra-chave 2. Palavra-chave 3. EaD. I. Título. CDD - 658.404 EXPEDIENTE FICHA CATALOGRÁFICA N964 02511579 RECURSOS DE IMERSÃO Utilizado para temas, assuntos ou con- ceitos avançados, levando ao aprofun- damento do que está sendo trabalhado naquele momento do texto. APROFUNDANDO Uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Aqui você terá indicações de filmes que se conectam com o tema do conteúdo. INDICAÇÃO DE FILME Uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Aqui você terá indicações de livros que agregarão muito na sua vida profissional. INDICAÇÃO DE LIVRO Utilizado para desmistificar pontos que possam gerar confusão sobre o tema. Após o texto trazer a explicação, essa interlocução pode trazer pontos adicionais que contribuam para que o estudante não fique com dúvidas sobre o tema. ZOOM NO CONHECIMENTO Este item corresponde a uma proposta de reflexão que pode ser apresentada por meio de uma frase, um trecho breve ou uma pergunta. PENSANDO JUNTOS Utilizado para aprofundar o conhecimento em conteúdos relevantes utilizando uma lingua- gem audiovisual. EM FOCO Utilizado para agregar um con- teúdo externo. EU INDICO Professores especialistas e con- vidados, ampliando as discus- sões sobre os temas por meio de fantásticos podcasts. PLAY NO CONHECIMENTO PRODUTOS AUDIOVISUAIS Os elementos abaixo possuem recursos audiovisuais. Recursos de mídia dispo- níveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem. 4 117 179 257 U N I D A D E 3 O CICLO DE VIDA DO PRODUTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .118 A MARCA COMO EXPERIÊNCIA VALORATIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .134 U N I D A D E 4 A MARCA COMO ESTILO DE VIDA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .180 SERVIÇOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .224 U N I D A D E 5 CRIAÇÃO DE NOVOS SERVIÇOS PARA OS CONSUMIDORES . . . . . . . . . . . . . . . .258 ESTRATÉGIAS E MERCADO DE SERVIÇOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .272 7U N I D A D E 1 PRODUTOS: CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 45U N I D A D E 2 NOVOS PRODUTOS, CONCEITO E PLANEJAMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .46 PRODUTOS E SUAS PERCEPÇÕES, EMBALAGENS E RÓTULOS . . . . . . . . . . . . . . . .82 5 CAMINHOS DE APRENDIZAGEM UNIDADE 1 MINHAS METAS PRODUTOS: CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES Conhecer o conceito de produtos. Identificar os diferentes níveis de produto. Compreender as classificações existentes, segundo sua utilização e sua procura. T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 1 8 INICIE SUA JORNADA Iniciaremos nossos estudos aprofundando-nos mais no item mix de marketing Produto. Muito se fala sobre este item, todavia, poucos conhecem a fundo suas principais características e suas classificações. É de extrema importância compreendê-lo, pois podemos dizer que o produto é o principal item dentro do composto mercadológico, afinal, é em busca dele que o consumidor vai, cabe a ele sanar as necessidades e os desejos que motivaram a compra. Assim, iniciaremos nossos estudos conhecendo os conceitos que estruturam o produto, compreendendo a forma como ele é composto e quais são os seus principais objetivos. Seguindo nossos estudos, conheceremos os diferentes grupos em que os produtos podem ser classificados e que podem ser motivados por diversas variáveis, por exemplo, a frequência de uso, de procura, de duração etc. Aprofundaremos nossos conhecimentos em relação ao uso do produto quando ele é destinado ao consumo ou a algum processo industrial, passando, então, a fazer parte de outro bem ou serviço. Abordaremos, também, neste tema de aprendizagem, os diferentes níveis de produto e a relevância destes níveis frente ao consumidor. Também conheceremos a relação dessa variável, passando pelas diferentes dimensões e pelo composto do produto. Finalizaremos nosso tema compreendendo mais as famílias e as linhas de produtos e como são planejadas, identificando, também, algumas estratégias que permitem o lançamento de novos produtos a fim de se atingir novos mercados, tanto para consumidores de classes superiores quanto inferiores. Estudante! Espero que o conteúdo apresentado neste material consiga colaborar, de forma efetiva, em seu processo de ensino/aprendizagem e permita levar você à reflexão acerca da importância deste tema para a boa atuação de um gestor. Espero que a leitura seja tão agradável quanto foi escrevê-lo! Bons estudos, um abraço! UNICESUMAR 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 DESENVOLVA SEU POTENCIAL PRODUTOS: CONCEITOS Estudante! Iniciaremos nossos estudos conhecendo mais acerca do item Produto, que é considerado um dos mais importantes dentro do Mix de Marketing. Iniciaremos com uma breve reflexão. Convido você a olhar para o seu lado e observar a quantidade de produtos presentes no ambiente em que você está. Perceba a forma como estes diversos produtos estão inseridos em nosso dia a dia e veja que os diferentes produtos existentes e incluídos em nosso cotidiano possuem diversas finalidades, por exemplo, facilitar as atividades exercidas, substituir procedimentos, acelerar etapas etc. Um produto vai muito além do que aquele encontrado em uma prateleira de supermercado, em uma arara de loja, em uma concessionária de carros. Produto é todo bem que possui a finalidade de sanar uma necessidade ou um desejo do consumidor, preferencialmente, de forma satisfatória ou, ainda, em uma definição mais simplificada, podemos dizer que produto é tudo aquilo que está disponível para compra por determinado preço. “ Quando a Ford vende um modelo Ecosport, está vendendo apenas certo número de componentes, como chapas de aço, um motor de quatro rodas? Quando a tintas Coral vende uma lata de tinta, está vendendo apenas uma lata com produtos químicos? Quando a Via- ção Garcia vende uma passagem de Curitiba para Cascavel, está vendendo apenas o uso e o desgaste dos assentos de um ônibus e muita fadiga do motorista? A resposta para todas essas perguntas é: não. Essas empresas estão realmente vendendo a satisfação, o uso ou benefício desejado pelo consumidor (IRIGARAY et al., 2011, p. 10). É válido ressaltar que o produto tende a fugir somente de bens físicos, como os exemplos citados anteriormente, o conceito de produto tende a ultrapassar os limites da tangibilidade. Kotler e Keller (2006, p. 366) confirmam isso ao dizerem que “muitas pessoas acham queum produto é uma oferta tangível, mas ele pode 1 1 ser muito mais do que isso. Um produto é tudo que possa ser oferecido a um mercado para satisfazer uma necessidade ou um desejo”. Assim, confirmamos a ideia de que um produto pode ser tanto um bem quanto um serviço, conforme também destacado por Gobe et al. (2004, p. 64) ao afirmarem que “produto é um conjunto de atributos tangíveis ou intangíveis, que proporciona benefícios reais ou percebidos com a finalidade de satisfazer as necessidades e os desejos do consumidor”. De forma geral, quando falamos da gestão de produtos, é necessário compreendermos a forma como ela é composta, e os elementos que podem estar, diretamente, envolvidos nesta gestão. Atributos Embalagem Produto Marca Linha Figura 1 – Elementos do produto / Fonte: o autor. Descrição da Imagem: a figura mostra um quadrado grande dividido em quatro pequenos quadrados interna- mente. Cada um deles tem uma cor e a indicação de um elemento do produto: Vermelho: Atributos Azul: Embalagem Amarelo: Marca Verde: Linha No centro, há um quadrado branco que contempla todos os elementos e está escrito: Produto. As atividades, na Gestão de Produtos, estão, diretamente, ligadas à administração de quatro elementos principais, sendo eles: ■ linha ■ marca ■ embalagem e ■ atributos. UNICESUMAR 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 Tais elementos são apresentados a seguir. LINHA: tende a se expandir mediante o sucesso do produto raiz, ou seja, se o produto obtiver sucesso em sua versão, novas versões podem surgir, buscando aprimorar os resultados obtidos com o primeiro. “ A linha de produtos é formada por todos os produtos que a empresa comercializa, ou podem ser fabricados internamente, ou simples- mente adquiridos no mercado interno ou no exterior. Quando a fabricação precede a venda, a empresa padroniza seus produtos, estocando-os para serem comercializados. A empresa trabalha en- tão com uma linha própria de produtos (GURGEL, 2001, p. 61). MARCA: é referente ao nome de determinado produto, que tem a finalidade de identificar e distinguir um produto ou serviço dos demais. Essa marca pode ser re- gistrada, levando o uso à exclusividade do seu fabricante ou revendedor. Estudare- mos ao longo do tema de aprendizagem, mais definições e classificações da marca. Descrição da Imagem: a figura mostra diversas logomarcas coloridas de empresas mundialmente conhecidas: Coca-cola, Samsung, Mastercard, Yahoo, Google, Unilever, Nikon, Mc Donalds, Adidas, Facebook, Youtube, Starbucks; Apple, Twiter, Amazon. Figura 2 – Exemplos de marca / Fonte: Shutterstock. 1 1 EMBALAGEM: diferente do que se pensa, a embalagem não é somente o invó- lucro que envolve o produto. Ela pode ter diversas finalidades, como: proteger o produto, identificar, facilitar o transporte, entre outros. “ A utilização de uma boa embalagem ajuda a vender os produtos a um melhor preço e contribui para o aprimoramento da qualidade. A utilização de uma embalagem deficiente pode ser uma visão míope de quem está desenvolvendo o produto, pois a embalagem deve ter sofisticação técnica e exercer as funções necessárias. A boa emba- lagem pode ser o fator determinante da preferência do usuário de produtos tecnicamente iguais (GURGEL, 2001, p. 299). Estudaremos, mais à frente, as principais características e funções da embalagem de um produto. ATRIBUTOS: os atributos são referentes às características diversas que um produ- to pode ter e costumam mudar de produto para produto. Podem ser consideradas atributos as características, como peso, material de composição, textura, cor etc. DIMENSÕES DO PRODUTO Além disso, os produtos possuem três dimensões diferentes, que são motivadas pelo atendimento a uma demanda específica, que pode ser funcional, estética ou psicológica. DIMENSÃO ESTÉTICA Consiste na relação que se dá entre um produto e um usuário, em termos de processos sensoriais, isto é, de experiência sinestésica com o objeto. Em certos casos, a escolha do con- sumidor entre produtos concorrentes é baseada em aspectos estéticos, principalmente nas situações em que as funções práticas dos produtos se assemelham. A estética, sendo a ex- pressão do belo e do admirável, é percebida como totalidade, o que reduz a atenção sobre os detalhes. UNICESUMAR 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 DIMENSÃO PSICOLÓGICA A dimensão psicológica dos produtos está em consonância com a estima de satisfação que eles podem gerar para seus usuários. O grau de satisfação dos indivíduos com o uso de produtos envolve aspectos subjetivos e inconscientes. Como exemplo, verifique a afirmação a seguir: “O que é fantásti- co em ser dono de uma BMW é saber que todas as outras pessoas que não têm meios de comprá-la sabem o que é ter um carro desses”. Nessa citação, o poder psicológico de uma marca é elemento fundamental de um produto e pode atingir a mente dos consumidores. DIMENSÃO FUNCIONAL A funcionalidade está ligada à utilidade básica prevista para um produto. Em uma cadeira, por exemplo, a superfície do assento deve suportar o peso do corpo do usuário; o arredon- damento da borda frontal do assento deve evitar deficiências de circulação nas pernas etc. Os atributos que garantem a funcionalidade dos produtos não se apresentam segmenta- dos, mas formam um conjunto. Quadro 1 – Dimensão do produto / Fonte: adaptado de Gobe et al. (2004, p. 66). Agora que você já conhece a definição das possíveis dimensões de um produto, refinaremos mais esses conceitos, iniciando pela dimensão estética. Essa di- mensão está relacionada, diretamente, aos processos sensoriais que o produto oferecerá ao consumidor. Obrigado por Fumar Ano: 2006 Sinopse: Aaron Eckhart, estrela no papel de Nick Naylor, um carismático especialista em manipulação a favor da indústria tabagista, luta para proteger o direito de fumar da nação – mesmo que isso possa matá-lo e, ao mesmo tempo, preocupa- se em ser um exemplo para seu filho de 12 anos. Comentário: contudo, quando ele provoca a ira de um senador (William H. Macy), que faz campanha para ‘apagar’ os cigarros de vez, os poderes de Nick de ‘filtrar a verdade’ serão colocados à prova. INDICAÇÃO DE FILME 1 4 A dimensão estética também pode ser chamada de Design, vem acompanhada de inovações no mercado, chamando a atenção do consumidor para o produto, no entanto, sua aparência ou design tende a tirar a atenção dos detalhes que po- dem deixar a desejar. Eis um exemplo de produto com dimensão estética, a lixeira Garbino, criado pelo Designer Karin Rashid, é marcada por curvas modernas, muitas cores e bom humor e, até outubro de 2008, haviam sido vendidas, apro- ximadamente, quatro milhões de unidades, inclusive, aqui no Brasil. Figura 3 – Lixeira Umbra Garbino Fonte: https://donnabagno.blogspot.com/2012/05/ designfuncionalidade-e-muito-estilo.html. . Acesso em: 6 mar. 2024. Descrição da Imagem: a figura mostra três lixeiras Garbino de plástico: uma preta, uma branca e uma verde. Essa é uma das dimensões que mais influencia o consumidor, afinal, ela é perce- bida no primeiro contato com o produto, todavia ela também pode interferir em uma relação a longo prazo junto ao consumidor, pois, devido à atenção chamada pelo seu design, sua funcionalidade pode não corresponder ao esperado e só ser percebida após a aquisição. NÍVEIS DE PRODUTO Em uma breve reflexão, é possível chegar à conclusão de que os consumidores não compram um produto específico. No momento da compra, eles adquirem os benefícios que serão proporcionados por este, ou seja, a satisfação de suas necessidades. Assim, podemos afirmar que produtos consistem na junção de benefícios com a finalidade de sanar essas necessidades do consumidor. UNICESUMAR 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 Assim, frente a esse conceito, Kotler e Keller (2006) apresentam os níveis de produto, que apresentam, de forma simples, a categorização de um produto frente ao consumidor. Logo, analisar e trabalhar os níveis de produtoconsiste em uma busca pela agregação no produto tanto nos objetivos quanto no preço. A cada dia, devido a diversos fatores e, também, à concorrência, é possível encontrar diversos produtos semelhantes no mercado tanto em características específicas quanto em valores. Cabe a nós, gestores, a função de criar a diferenciação nos produtos e fazer com que o consumidor opte por este no momento da compra, sanando, assim, sua necessidade ou desejo que o motivou a buscar o produto. Para isso, faz-se o uso dos níveis de produto, que permitirão localizar em que etapa o produto está facilitando a elaboração de estratégias para se atingir o ponto desejado. Quando falamos de nível de produto, é necessário observar que cada um destes níveis pode proporcionar ao consumidor uma experiência diferente e única. Conforme os níveis vão sendo ultrapassados, uma valorização é acrescida, logo, ele passa a oferecer diferentes atrativos e, consequentemente, a produzir resultados mais efetivos frente aos consumidores. Produto Potencial Produção Ampliado Produto Esperado Produto Básico Beneficiário Central Figura 4 – Níveis de produto / Fonte: Kotler e Keller (2006, p. 367). Descrição da Imagem: o infográfico mostra um círculo dividido internamente em cinco níveis de produtos di- ferentes. O círculo é vermelho e a cada nível de produto, muda o subtom da cor principal. De cima para baixo, a divisão indica os seguintes níveis de produto: Produto potencial; Produto ampliado; Produto esperado; Produto básico. Na base da figura, há um círculo indicando “Beneficiário central”. É possível encontrar diversos produtos semelhantes no mercado 1 1 Conheceremos, a seguir, os cinco níveis de produto: BENEFÍCIO CENTRAL Este nível é caracterizado pela compra do benefício central, ou seja, a compra é dire- cionada para aquilo que o consumidor deseja. Este, também, é considerado o nível mais importante, fundamental, afinal, é exatamente aquilo que o consumidor está comprando. PRODUTO BÁSICO Neste caso, o benefício central é transformado em um produto que, também, é con- siderado básico, ou seja, junto à aquisição são ofertados alguns complementos que colaboram para que a experiência junto ao produto ou serviço seja possível. PRODUTO ESPERADO Neste nível, o consumidor já espera algumas características e alguns atributos ofe- recidos pelo produto e tende a trabalhar com as expectativas do consumidor, muitas vezes, diretamente ligadas à funcionalidade do produto ou ao serviço comprado. PRODUTO AMPLIADO Este é o momento de superar as expectativas do consumidor e quando algumas gentilezas são oferecidas, buscando otimizar a satisfação do consumidor. Neste nível, a empresa leva em consideração as experiências e expectativas do consumidor. Muitas vezes, o esforço direcionado pela empresa é individual, busca atender à particularida- de de cada um, ou seja, é a personalização de um produto para um cliente específico. PRODUTO POTENCIAL Nesta etapa, os produtos já evoluíram e possuem todas as informações necessárias para suprir as necessidades dos consumidores. Todavia, neste momento, as empresas buscam novas formas de atender ao consumidor com esse produto. Comumente, a oferta pode ser realizada de formas diferentes a fim de atrair novos consumidores. UNICESUMAR 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 Beneficiário Central Produto Básico Produto Esperado Produto Ampliado Produto Potencial Um hóspede de hotel está comprando “descanso e pernoite”. O comprador de uma furadeira está comprando “furos”. Um quarto de hotel inclui cama, banheiro, toalhas, escrivaninha, penteadeira e armário. Os hóspedes de hotel esperam cama arrumada, toalhas limpas, lâmpadas que funcionem e um relativo grau de tranquilidade. A empresa agrega ao seu produto em questões de embalagem, serviços, propaganda, sugestões do próprio cliente, financiamento, entrega, armazenagem e outros fatores que a pessoas valorizam. É nessa esfera que as empresas procuram novas maneiras de satisfazer os clientes e diferenciar sua aferta. Por exemplo, em uma época em que os clientes estão exigindo acesso à internet cada vez mais rápido e conexões sem fio, uma empresa pode investir seu capital na criação de diversos produtos potenciais, como a instalação de fibra óptica e investimentos em equipamento sem fio de última geração. Figura 5 – Exemplos de níveis de produto / Fonte: adaptada de Light (2019). Descrição da Imagem: o infográfico indica cada nível de produto e sua definição através de exemplificações. De cima para baixo: Beneficiário central: um hóspede de hotel está comprando “descanso e pernoite”. O comprador de uma furadeira está comprando “furos”. Produto básico: um quarto de hotel inclui cama, banheiros, toalhas, escrivaninha, penteadeira e armário. Produto esperado: os hóspedes de hotel esperam cama arrumada, toalhas limpas, lâmpadas que funcionem e um relativo grau de tranquilidade. Produto ampliado: a empresa agrega ao seu produto em questões de embalagem, serviços, propaganda, sugestões do próprio cliente, financiamento, entrega, armazenagem e outros fatores que as pessoas valorizam. Produto potencial: é nessa esfera que as empresas procuram novas maneiras de satisfazer os clientes e diferenciar sua oferta. Por exemplo, em uma época em que os clientes estão exigindo acesso à internet cada vez mais rápido e conexões sem fio, uma empresa pode investir seu capital na criação de diversos produtos potenciais como a instalação de fibra óptica e investimentos em equipamento sem fio de última geração. 1 8 A análise dos níveis de produto permite que o gestor tenha mais conhecimento acerca do seu produto, do concorrente e, também, do seu consumidor. Hoje, devido à concorrência de fácil acesso (a internet facilitou o acesso a diferentes produtos e marcas) a compreensão desses fatores é indispensável. Além disso, essa análise permite a gestão eficiente dos recursos voltados ao produto, agrega valores e otimiza a experiência com o usuário. CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS Para aplicar, corretamente, as estratégias de marketing e de gestão de produtos, é fundamental conhecer e compreender suas principais características e classifi- cações. Somente, assim, será possível promover, lançar e comercializar produtos que podem ser classificados segundo suas características mercadológicas, con- forme apresentados, no organograma a seguir: Produtos Produtos de consumo Produtos Industriais Equipamentos Componentes Suprimentos Matéria-prima Instalações Serviços Industriais Não Procurado Especialidade Compra Comparada Conveniência Básico de Impulso de Emergência Figura 6 – Classificação de produtos / Fonte: o autor. UNICESUMAR 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 Descrição da Imagem: o infográfico é um fluxograma que indica a classificação de produtos. As linhas que ligam cada retângulo estão na cor preta, e os retângulos que indicam cada classificação estão na cor roxa e a fonte está na cor preta. Na parte central superior do fluxograma há a indicação: “Produtos”. Saindo deste retângulo, há duas indicações: à esquerda há os “Produtos industriais”; à direita, há os “Produtos de consumo”. Partindo dos produtos industriais, para baixo, há a indicação de seis classificações: Equipamentos; Componentes; Suprimentos; Matéria-prima; Ins- talações; Serviços industriais. Partindo dos produtos de consumo, há a indicação de quatro classificações, para baixo: Não procurado; Especialidade; Compra comparada; Conveniência. Saindo do retângulo “Conveniência”, há outras três classificações: básico; de impulso; de emergência. Conheceremos, agora, de forma mais aprofundada cada uma das classificações. PRODUTOS DE CONSUMO Os produtos de consumo são aqueles buscados pelos consumidores a fim de sanar uma necessidade ou um desejo específico. É importante ressaltar que, nesse caso, o consumo pode ser próprio ou de terceiros, assim também acontece para o desejo deles. Dentro dos produtos de consumo, encontramos outrasdivisões, que tendem a acontecer segundo a forma como os produtos são procurados e comprados por sua durabilidade. Quando falamos na classificação de durabilidade, ela acontece da seguinte forma: BENS DURÁVEIS: os bens duráveis são aqueles que, mesmo após o uso, continuam com sua capacidade original de utilização. Para facilitar, analisaremos um exemplo, uma geladeira é considerada um bem durável, pois, apesar de seu uso constante, sua capacidade de gelar e conservar alimentos continua o mesmo. O consumo pode ser próprio ou de terceiros 1 1 Figura 7 – Bens duráveis / Fonte: Shutterstock. Descrição da Imagem: a foto é de um ambiente interno com parede verde ao fundo e o chão de vinílico em tons marrom. Há diversos eletrodomésticos, um ao lado do outro, encostados na parede, todos brancos, indicando exem- plos de bens duráveis. Da esquerda para a direita: micro-ondas (em cima dele: uma torradeira e uma sanduicheira); máquina de lavar roupas (em cima dela: uma chaleira elétrica e um liquidificador); geladeira duplex; máquina de lavar louças (em cima dela: uma cafeteira); um fogão seis bocas (em cima dele: uma batedeira); televisão. BENS NÃO DURÁVEIS: são aqueles que, após o uso, suas funcionalidades tendem a diminuir, ou acabar. Esses bens tendem a sobreviver a pouco uso, ou, ainda, possuem a vida útil reduzida. Encontram-se, nessa classificação, os pro- dutos alimentícios, os bens descartáveis, os produtos de higiene etc. A classificação de produtos de consumo também pode acontecer segundo a for- ma como eles são procurados. Essa segmentação acontece da seguinte maneira: produtos de conveniência, produtos especiais, produtos de compra comparada e produtos não procurados. PRODUTOS DE CONVENIÊNCIA: são aqueles comprados com certa frequência e com esforços mínimos. Tendem a ser colocados, de forma estratégica, dentro dos estabelecimentos comerciais, buscam incentivar seu consumo, lembrando o consumidor, com frequência, que o produto está à sua disposição. Comumente, esses bens não são caros e, ainda, podem ser divididos em três grupos: UNICESUMAR 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 BÁSICOS São produtos comprados com frequência e regularidade, por exemplo, arroz, feijão, itens de higiene pessoal. DE IMPULSO São itens adquiridos sem planejamentos ou esforços, comumente, não estão ligados a uma necessidade específica, por exemplo, chocolates, balas, perfumes etc. DE EMERGÊNCIA São bens que costumam ser adquiridos quando a necessidade existe, comumente, são motivados por uma emergência, por exemplo, guarda-chuvas em caso de temporais. PRODUTOS DE COMPRA COMPARADA: os produtos nessa classificação demandam atenção, tempo e pesquisa antes da compra. Nessa etapa, a compa- ração de possibilidades é realizada pelo consumidor. Esses produtos tendem a custar mais do que os bens de conveniência, por esse motivo, são analisados de forma mais criteriosa pelos consumidores, a insatisfação com os produtos pode resultar em prejuízos para o consumidor. Como exemplo podemos citar: vestuá- rio, carros, móveis, eletrodomésticos etc. 1 1 PRODUTOS DE ESPECIALIDADE: esses produtos tendem a ser exclusivos em alguns aspectos, são procurados com pouca frequência, e o valor desembol- sado para compra é elevado. Essa classificação tem como uma de suas caracte- rísticas os esforços que são realizados pelo consumidor para adquiri-lo. Nesta classificação, o consumidor tende a não abrir mão da marca ou do produto que deseja, ou seja, esses bens não envolvem a comparação, os consumidores tendem a investir tempo e energia para chegar ao produto desejado. Exemplos estão pre- sentes nas grandes marcas, como BMW para carros, bebidas importadas, grifes de luxo etc. PRODUTOS NÃO PROCURADOS: são os produtos que os consumidores não costumam procurar, ou ainda, não sabem de sua existência. Comumente, esses produtos são adquiridos frente às necessidades, ou quando são influenciados por profissionais. Dentro das categorias, são os produtos que demandam mais esforço pessoal e estratégias de vendas, afinal, o consumidor tende a procurá-lo somente quando necessita. Como exemplo podemos citar: seguro de vida, sepulturas, planos de previdência privada etc. É importante destacar que a classificação de um produto está, diretamente, ligada à estratégia que será utilizada e, assim, podemos confirmar essa afirmação, na citação a seguir (CHURCHILL; PETER, 2010, p. 234): “ Embora as canetas sejam produtos de conveniência na maioria dos casos, alguns fabricantes têm canetas que não pertencem a essa categoria. A Recife, sediada em Paris, produz uma linha de canetas tinteiro e esferográficas revestidas de ebonite, uma borracha vulcanizada que é retirada de árvores em florestas tropicais sem prejudicá-las e, portanto, sem danificar o meio ambiente. As canetas custam de 78 a 200 dólares cada uma e encontram-se disponíveis em lojas especializadas e em algumas lojas de departamento mais sofisticadas, logo, podemos afirmar que essas canetas são consideradas bens de especialidade. Assim, é possível concluir que determinado produto pode se encaixar em cate- gorias diferentes, quando analisados diferentes públicos, e essas, ainda, podem variar, levando em consideração diversos fatores. O gestor deve conhecer seu UNICESUMAR 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 produto, seu consumidor e, principalmente, as categorias dos produtos, pois, somente assim, será possível elaborar um composto de marketing adequado ao seu produto, porque produtos diferentes requerem esforços diferentes para atingir o consumidor. Vamos conferir, a seguir, alguns exemplos de composto, levando em consideração as diferentes categorias do produto. CATEGORIA TIPO DE DECISÃO DE COMPRA PREÇO PROMOÇÃO PRAÇA Conveniência Tomada de decisão rotineira; Baixo envolvimento; Pouco tempo de decisão; Pouca busca de informações Relativamente baixo Mídia de Massa Ampla Compra comparada Tomada de decisão limitada; Envolvimento moderado; Mais tempo de decisão; Mais busca de informações Moderado Mídia de massa: alguma ênfase em vendas pessoais Seletiva Especialidade Tomada de decisão extensiva; Alto envolvimento; Tempo de decisão longo; Busca de muitas informações Relativamente caro Mídia de Massa: mais ênfase em vendas pessoais Exclusiva Quadro 2 – Categorias básicas de produtos de consumo / Fonte: Churchill e Peter (2010, p. 235). Levando em conta as informações anteriores, vale ressaltar que o profissional de marketing pode mudar a categoria do produto mediante a alteração de al- gumas características. Churchill e Peter (2010, p. 235) apresentam um exemplo 1 4 que permite visualizar essa situação na prática “ao invés de apenas um tipo genérico de meias esportivas, trabalhar com meias específicas para cada esporte, assim, o produto de conveniência se transforma em um bem de compra comparada, sendo possível obter mais lucros”. Produtos industriais Dando continuidade aos nossos estudos, conheceremos, agora, um pouco mais acerca dos bens ou produtos industriais. Diferente dos bens de consumo, os in- dustriais tendem a ser adquiridos por empresas, ou seja, por pessoas jurídicas. Os produtos industriais são componentes de um processo produtivo. Churchill e Peter (2010, p. 236) dizem que “os compradores organizacionais compram ma- térias-primas, peças, máquinas, suprimentos e equipamentos para fabricar seus produtos e operacionalizar os negócios, esses são os produtos industriais”. Os pro- dutos industriais, segundo Churchill e Peter (2010), podem ser classificados em: EQUIPAMENTOS/ACESSÓRIOS São os bens utilizados no processo produtivo para que seja possível a fabricação do produto, todavia não se tornam parte do produto acabado, e como exemplo podemos citar as ferramentas utilizadas, as empilhadeiras etc. COMPONENTES Consistem em peças e materiais já prontos, que vão compor determinado produto ou serviço. Por exemplo, em uma fábrica de carros, os pneus são adquiridos já prontos,tornando-se somente parte do produto final, logo, consideramos os pneus, nessa situa- ção, um componente. SUPRIMENTOS Consistem nos bens industriais que são consumidos no processo de produção de determinados produtos. Os suprimentos tendem a facilitar e colaborar no processo produtivo, todavia não entram no produto final, por exemplo canetas, lâmpadas, papel utilizado nos pedidos e relatórios etc. O profissional de marketing pode mudar a categoria do produto mediante a alteração de algumas características UNICESUMAR 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 MATÉRIA-PRIMA É a classificação mais simples dos bens, ela consiste nos itens que são processados pela fábrica para se tornarem parte do produto final ou, até mesmo, o produto em si, por exemplo, algodão, aço, alumínio etc. INSTALAÇÕES Consistem em bens industriais que não são portáteis. Entram nesta categoria as máqui- nas de grande porte, por exemplo fornalhas, máquinas de linha de montagem etc. SERVIÇOS EMPRESARIAIS Nessa classificação estão presentes os serviços que dão suporte e colaboram para o funcionamento da empresa. Encontramos, na categoria, alguns serviços que são terceirizados, buscando facilitar as operações, por exemplo, serviços contábeis, de engenharia etc. Figura 8 – Exemplo de instalações / Fonte: Shutterstock. Descrição da Imagem: a foto mostra uma planta de fábrica de controle de automação plc com braços e máquinas robóticas. Os braços são da cor laranja e estão soldando uma peça que está ao centro. 1 1 CATEGORIA TIPO DE DECISÃO DE COMPRA PREÇO PROMOÇÃO Instalações Complexa; esporádica; demorada; envolve muitos membros do centro de compras Não é tão importante Vendas pessoais Equipamentos Menos complexa e demorada; envolve menos membros do centro de compras Pode ser importante Propaganda Componentes Menos complexa; frequentemente, envolve vários membros do centro de compras Pode ser importante Vendas pessoais Matérias-primas Frequente; a complexidade varia Muito impor- tante Vendas pessoais Suprimentos Simples; frequentemente; pode haver um único comprador Importante Propaganda Serviços Empresariais Varia Varia Varia Quadro 3 – Categorias básicas de produtos industriais / Fonte: Churchill e Peter (2010, p. 235). A análise que antecede a compra dos produtos industriais tende a ser realizada de forma mais criteriosa se comparada com os bens de consumo. Isso se dá, pois esses materiais tendem a fazer parte de um processo produtivo e a escolha de um produto com qualidade insatisfatória tende a refletir, diretamente, no produto ou UNICESUMAR 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 serviço esperado. Por exemplo, um restaurante que utiliza matéria-prima de baixa qualidade tende a oferecer produtos de baixa-qualidade, mesmo que a manipulação deste seja realizada de forma eficiente. É complexo elevar a qualidade de um insumo apenas dentro de um processo produtivo. Assim, é de extrema importância, além de divulgar a qualidade, oferecer qualidade nos bens industriais. Quando existe uma associação de qualidade e preço justo, as possibilidades de fidelização e compras frequentes são maiores e mais eficientes. A marca como sinônimo de produto Provavelmente, em algum momento de sua vida, você utilizou um Cotonete para sua higiene pessoal, consumiu Sucrilhos, tomou leite com Nescau, ou, ainda, na correria, substituiu uma refeição por um Miojo. Em nossa exemplificação, utiliza- mos marcas para representar os produtos utilizados em nosso cotidiano. Esses ca- sos são considerados situações em que a marca se torna um sinônimo de produto. Apesar de existirem alguns estudos que divergem disso, podemos dizer que, quando uma marca vira um sinônimo de produto, a consideramos seu ápice. Afinal, ele se torna reconhecido como ponto focal, produto referência. Estudos apontam que, quando um consumidor tem em mente uma marca específica, menores são as chances de ele optar por um produto concorrente. A operacionalização desse processo não é fácil, todavia é possível. Para isso, po- demos considerar duas possibilidades. A primeira delas consiste em grandes in- vestimentos em comunicação, expondo, assim, o produto ligado à marca. Outra possibilidade é quando a marca é a pioneira no lançamento do produto, sendo possível associar o produto à marca de forma simples, já em sua introdução no mercado. APROFUNDANDO COMPOSTO DE PRODUTO Estudante! Convido você, agora, a conhecer mais as possíveis decisões e estraté- gias que podem ser realizadas quando nos referimos aos produtos, que também são conhecidas como compostos de produtos. A análise que antecede a compra dos produtos industriais tende a ser realizada de forma mais criteriosa se comparada com os bens de consumo 1 8 Aprofundaremos mais nossos estudos nos compostos: abrangência, extensão, profundidade e consistência, conforme apresentado por Dias (2003): PROFUNDIDADE É um item de extrema importância, afinal, ele está, diretamente, ligado a diferentes tipos do mesmo produto. Essa diferenciação nos tipos permite agradar mais consumi- dores, afinal, pode oferecer características diferentes do mesmo produto, como cores, sabores etc. Neste contexto, entram, também, os diferentes tamanhos. Para facilitar a compreensão, imaginaremos uma linha de salgadinhos de milho com os seguintes sabores: queijo, presunto, churrasco, cebola e parmesão. Além da variedade dos sabo- res, é possível encontrá-los em embalagens diferentes, de 100g, 200g e 300g. Logo, podemos afirmar que a profundidade deste tipo de salgadinho é 15. AMPLITUDE DOS PRODUTOS OU DO COMPOSTO Está, diretamente, ligada ao número de linhas de produtos que a empresa pratica. Por exemplo, a Nestlé possui, em seu composto, chocolates, temperos, biscoitos, cafés, sorvetes etc. CONSISTÊNCIA Esta característica refere-se ao nível de semelhança entre as linhas de produtos e seu uso final, envolvendo a matéria-prima e o processo produtivo para sua fabricação. Tam- bém entram nessa característica os canais de distribuição e os padrões de qualidade dos produtos. Quanto mais relacionados estiverem os diferentes tipos de produtos no consumo final, mais consistente é o composto de produtos. EXTENSÃO Esta também é uma característica muito importante para o gestor, é referente ao número de itens de determinado produto, em cada uma das linhas oferecidas pela empresa. Por exemplo, imaginaremos uma marca que comercializa leite condensado, logo, a extensão dos produtos seria, leite condensado tradicional, leite condensado light, leite condensado sem lactose, leite condensado diet etc. UNICESUMAR 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 Figura 9 – Extensão de produtos Moça Fiesta / Fonte: Shutterstock. Descrição da Imagem: a foto mostra uma prateleira com latas de produtos Moça Fiesta Nestlé: da esquerda para a direita: Sweet condensed milk – Leche Condensado Azucarado; Sweet condensed milk – Fat free – Sin grasa; Dulce de leche. Não é sempre que uma extensão dá certo . Coca-Cola ou café? Na dúvida, tome uma Coca-Cola Blak, uma mistura de ambos. Pena que o produto não durou muito já que não fez o sucesso que se esperava e durou exatos dois anos no mercado. Nada quando comparado aos mais de cem anos da versão tradicional. Lançada em 2006, a Coca-Cola Blak fez promoções, na França e no Canadá. Nos Estados Unidos, chegou a oferecer garrafas, gratuita- mente, para divulgar o produto. O sabor, no entanto, não foi do agrado do consumidor, já que a bebida era uma coca com gosto de café ou um café com gosto de coca. O produto chegou a ser lançado, em alguns países, nas máquinas post-mix, mas, mesmo assim, não ob- teve o sucesso esperado. Anunciado como uma versão “Light”, a Coca-Cola Blak tentou a última cartada divulgando seus baixos teores de calorias, carboidratos e açúcar, mas nem isso foi suficiente para atrair o gosto da população. A Coca-Cola Blak foi descontinuada em 2008 (PORTAL MARKETING NET, 2017). ZOOM NO CONHECIMENTO 1 1 FAMÍLIA ELINHA DE PRODUTOS Raramente uma empresa consegue se expandir e se manter no mercado com apenas um produto específico. Para confirmar esta informação, basta olhar as empresas existentes no mercado. Facilmente, encontramos diversas que inicia- ram com apenas um produto, todavia, com o passar do tempo, a necessidade de expansão foi detectada para, assim, atingir novos consumidores, novos mercados e gerar lucro. Um exemplo claro da família de produtos é a da marca Ypê cuja empresa iniciou suas atividades fabricando e comercializando sabão em barra e, hoje, conta com uma família de diversos produtos voltados à limpeza. Figura 10 – Família de produtos Ypê / Fonte: Shutterstock. Descrição da Imagem: a foto mostra diversas embalagens indicando produtos de limpeza Ypê coloridos: escova de limpza, rodo, embalagem de detergente, de lava-roupas, de desinfetante. Assim, criar uma família de produtos pode ser considerado uma grande alterna- tiva e, até mesmo, solução para uma empresa, no entanto, é necessário direcio- nar atenção e esforços para estudo e análise. UNICESUMAR 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 “ Uma família de produtos, ajustada a determinado conceito defini- do para um segmento de mercado, permite todo um tratamento mercadológico. Os investimentos promocionais são realizados em nome da família, concentrados, portanto, e necessitam de massa crítica, para que possam despertar no mercado elevado interesse, um desejo de compra. A promoção de um produto de forma isolada não será suportada por um percentual aceitável sobre o faturamento adequado (GURGEL, 2001, p. 73). Utilizar a estratégia de criar uma família de produtos pode ser considerado uma solução para empresa, todavia, para que isso aconteça, diversas análises de mercado e vários estudos são necessários, buscando conhecer as reais necessidades e os desejos dos consumidores, afinal, não é porque um produto foi sucesso que os demais itens da família também serão. Apesar de termos estudado, anteriormente, a linha de produtos, devido à sua importância na gestão de produtos, nos aprofundaremos mais nesse assunto. As linhas tendem a complementar as famílias de produtos. Comumente, o lançamento da linha de um produto dá-se devido aos diversos perfis existentes que consomem o produto. Aumentá-la pode segmentar o mercado e direcionar o produto de uma forma mais personalizada ao consumidor. “ Um exemplo de adoção à linha de produtos é o sabão OMO da Uni- lever. Contrariando o pensamento tradicional, a Unilever lançou diversas versões deste nos últimos anos, buscando atender à neces- sidade de diferentes consumidores, lançou o Omo máquina, ação, cores, progress, líquido, entre outros (IRIGARAY et al., 2011, p. 37). No momento da criação ou expansão de uma linha de produtos, é de extrema importância realizar uma análise nas perspectivas internas e externas. Afinal, trabalhar com a linha de produtos pode ser a solu- ção ou a complicação da situação da empresa. Ao expandir a linha de produtos, pode-se aumentar a lucratividade para a empresa, aumentar o público-alvo, a participação no mer- cado, mas também, pode-se manchar a marca da empresa caso um dos produtos da linha não atenda, de forma satisfatória, o consumidor. Ao expandir a linha de produtos, pode-se aumentar a lucratividade para a empresa 1 1 Além disso, a linha pode ser expandida com outra finalidade, por exemplo, baixar o valor do produto para atender a um novo tipo de público, ou o inverso, elevar o preço para um novo produto. Vamos conhecer, agora, um pouco mais das duas possibilidades. Um bom gestor deve acompanhar de perto cada um dos produtos existentes em uma linha, assim, poderá garantir que a família ou linha caminhe de forma consistente. Se em determinado momento um produto começar a prejudicar a linha, ele deve ser excluído, colaborando para a continuidade do sucesso da marca. Ampliar a linha para baixo Isso significa que a empresa lançará uma segunda linha de produtos, acrescen- tando produtos que são diferentes e podem ser oferecidos ao consumidor com um custo inferior ao principal. Esta estratégia está baseada em conquistar o con- sumidor, por meio do preço, ou seja, o consumidor optará por este, devido ao seu custo inferior quando comparado ao semelhante. Alto Alto P re ço Baixo Baixo Qualidade Novo Produto Produto Atual Figura 11 – Ampliar linha para baixo / Fonte: adaptada de Filho (2010). Descrição da Imagem: o gráfico mostra dois eixos. No eixo vertical, na base, há indicação de “Baixo”. No meio do eixo, há indicação de “Preço”; no topo do eixo, há indicação “Alto” com a seta do eixo indicando para cima. No eixo horizontal, há a indicação de “Baixo” à esquerda; no meio do eixo, há indicação de “Qualidade”; à direita do eixo, há indicação de “Alto” e a seta indicando para a direita. Na parte interna do gráfico, há um retângulo no alto, à direita, indicando “Produto Atual”. Partindo dele para baixo, há uma seta para baixo, à esquerda, indicando outro retângulo escrito “Novo Produto”. UNICESUMAR 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 É de extrema importância ter cuidado ao se utilizar essa estratégia, pois, se reali- zada de forma errônea, pode comprometer a marca, afetando a comercialização dos demais itens da família. Filho (2010) apresenta alguns motivos que podem levar a organização a ampliar sua linha para baixo, são elas: ■ Os segmentos mais altos do mercado para este produto estão apresentan- do lucratividade ou crescimento lento. Em alguns casos, a linha também pode estar estagnada no mercado, não apresentando índices de cresci- mento, o que compromete a lucratividade da empresa. ■ A organização pode ter se adentrado no mercado superior, buscando a fixação de uma imagem de qualidade, assim, quando a marca já for re- conhecida por esta, ela poderá atuar em mercados inferiores, levando os produtos ao consumidor com a qualidade já reconhecida. ■ Pode existir uma briga de mercado, nesta os concorrentes podem atacar a organização, assim, a empresa lança nova linha como contra-ataque, forçando o concorrente a lançar uma linha inferior para se defender. ■ É identificada, no mercado, uma oportunidade de mercado, permitindo a atuação para a maximização dos lucros e o atendimento a novos públicos. Ampliar a linha para cima Essa estratégia consiste no oposto da anterior, comumente, ela é praticada por organizações e linhas que estão em determinado nível e desejam subir, ou seja, oferecer o produto a um grupo de consumidores com melhor poder aquisitivo, atendendo, assim, clientes de outras classes. 1 4 Alto Alto P re ço Baixo Baixo Qualidade Produto Atual Novo Produto Figura 12 – Ampliar linha para cima / Fonte: adaptada de Filho (2010). Descrição da Imagem: o gráfico mostra dois eixos. No eixo vertical, na base, há indicação de “Baixo”. No meio do eixo, há indicação de “Preço”; no topo do eixo, há indicação “Alto” com a seta do eixo indicando para cima. No eixo horizontal, há a indicação de “Baixo” à esquerda; no meio do eixo, há indicação de “Qualidade”; à direita do eixo, há indicação de “Alto” e a seta indicando para a direita. Na parte interna do gráfico, há um retângulo na parte inferior esquerda, há um retângulo indicando “Produto Atual”. Partindo dele para cima, no sentido superior direito, há uma seta indicando outro retângulo escrito “Novo Produto”. Comumente, essa estratégia é motivada pelos fatores a seguir: ■ Os produtos ofertados para públicos de níveis superiores têm obtido me- lhores margens, possibilitando, assim, uma atuação mais lucrativa pela empresa, atingindo melhores resultados. ■ O mercado superior permite maior crescimento dentro do segmento, logo, atingir novos públicos e mercados pode ser uma boa estratégia, principalmente quando nos referimos a nichos de mercado. ■ Posicionamento estratégico no mercado, atuando como uma empresa direcionada a diferentes tipos de público. ■ Posicionar-se como um fabricante de produtos que ofereçauma qualida- de superior aos produtos já fabricados. ■ Ao adotar a estratégia de ampliação de linha para cima, é necessário cautela, pois existem alguns fatores que podem interferir e, até mesmo, prejudicar as estratégias. Assim, antes de adotá-las, devem-se realizar algumas verificações, como: UNICESUMAR 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 ■ Aferir a força de vendas da empresa, analisando se ela possui capacidade de comercializar e trabalhar de forma efetiva com o novo produto, afinal, se isso não acontecer, a imagem do novo produto pode ser apresentada de forma errônea ao consumidor. ■ Verificar a capacidade do sistema de distribuição, afinal, de nada adianta se lançar um novo produto que desperte a curiosidade no consumidor se ele não estará disponível para a compra. ■ Ter cuidado com a concorrência, afinal, se entenderem como um ataque direto, podem contra-atacar, e, em muitos casos, o novo produto não possui força suficiente para se manter no mercado. ■ A não aceitação do novo produto pelos consumidores, nesta etapa, os esforços também devem ser direcionados ao consumidor, pois ele é o ponto focal desta mudança. É importante destacar que ações apresentadas também podem ser realizadas ao mesmo tempo, ou seja, na hora de realizar a ampliação, ela pode acontecer tanto para cima quanto para baixo, ao mesmo tempo. Alto Alto P re ço Baixo Baixo Qualidade Produto Atual Novo Produto Novo Produto Figura 13 – Ampliar o produto para cima e para baixo / Fonte: adaptada de Filho (2010). Descrição da Imagem: o gráfico mostra dois eixos. No eixo vertical, na base, há indicação de “Baixo”. No meio do eixo, há indicação de “Preço”; no topo do eixo, há indicação “Alto” com a seta do eixo indicando para cima. No eixo horizontal, há a indicação de “Baixo” à esquerda; no meio do eixo, há indicação de “Qualidade”; à direita do eixo, há indicação de “Alto” e a seta indicando para a direita. Na parte interna do gráfico, há um retângulo na parte inferior esquerda, há um retângulo indicando “Produto Atual”. Partindo dele para cima, no sentido superior direito, há uma seta indicando outro retângulo escrito “Novo Produto”. 1 1 Ao focar os esforços da empresa na ampliação tanto para cima quando para baixo, é necessário ter a cautela para que não ocorra a chamada canibalização. Este fenômeno acontece quando um determinado produto “ataca”, diretamente, outro produto ofertado pela mesma organização, tirando, assim, o seu espaço de mercado. Gerência de Produtos Este livro atende às necessidades didáticas e práticas sobre o gerenciamento de produtos, serviços ou marcas, reunindo o que existe de mais atual sobre o tema. Com grande experiência em atividades acadêmicas, profissionais e consultoria em marketing, os autores redigiram este livro com base em conhecimentos teóricos e experiências práticas. O livro aborda todo o processo de planejamento de marketing de produtos, envolvendo: estruturação organizacional de marketing e gerência de produtos; gerência e o gerente de produtos; planejamento de marketing; informações para marketing; análise da situação; objetivos e metas de marketing, desenvolvimento e definição das estratégias de marketing; segmentação de mercado, direcionamento e posicionamento de produtos; estratégias e decisões de produtos; estratégias e decisões de serviços; novos produtos: desenvolvimento e lançamento; estratégias e decisões de preços; comunicação Integrada de Marketing; construção e gestão de marcas de valor; estratégias e decisões de canais de marketing; gerenciamento de categorias; plano de marketing; métricas, avaliação e controle de marketing. INDICAÇÃO DE LIVRO Por exemplo, uma empresa trabalha com uma linha de perfumes focados no público A, todavia, para expandir seu mercado, optou por lançar uma nova linha de perfumes de valor inferior para atender ao público B. Devido ao prestígio da marca, os consumidores A começaram a consumir o novo produto (linha B), deixando de utilizar os produtos A, logo, um produto está “brigando” com outro produto da própria empresa ocorrendo, assim, a canibalização. UNICESUMAR 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 NOVOS DESAFIOS Estudante! Finalizamos, aqui, este tema de aprendizagem, buscando compreender o item mais importante do composto mercadológico, o produto. Espero que as informações apresentadas tenham permitido a você a reflexão necessária acerca desse item, possibilitando identificar quais são as variáveis que o compõem. Em nosso primeiro tema, aprofundamos nossos conhecimentos acerca dos conceitos e das características de um produto, fugindo do pensamento de que o produto é somente algo tangível, e identificamos os principais elementos que são responsáveis por compor este item tão importante. Os diferentes níveis de produtos também fizeram parte de nossos estudos, possibilitando compreender os reais motivos que levam o consumidor a optar e adquirir determinado produto. Abordamos, também, os diferentes grupos em que os produtos podem ser classificados, de modo geral, em produtos de consumo e industriais. Além disso, esses grupos também foram identificados e classificados no nosso Tema de Aprendizagem, permitindo compreender as classificações e subdivisões existentes nestas categorias, estas que estão, diretamente, ligadas à forma como vão ser aplicados e utilizados. Finalizamos nossos estudos, neste Tema de Aprendizagem, conhecendo mais acerca das famílias de produtos e quais são as características dessa estratégia, além, é claro, das linhas e suas estratégias quando o objetivo é atingir novos consumidores tanto para cima quanto para baixo. Espero que o conteúdo apresentado neste material tenha despertado em você o interesse para continuar os estudos e, é claro, pesquisar mais sobre produtos. Que este seja apenas o início de uma carreira de sucesso! Bons estudos, um abraço! 1 8 1. Verificamos, em nossos estudos, que um produto vai muito além daquele que encontramos em um supermercado. Estudamos as diversas classificações e os níveis que um produto pode ter. Assim, segundo nossos estudos, assinale a alternativa que apresenta, correta- mente, os níveis de produto estudados: a) Potencial, ampliado, esperado, básico e central. b) Potencial, esperado, complexo, básico e norteador. c) Ampliado, esperado, complexo, potencial e lucrativo. d) Básico, complexo, lucrativo e estimulante. e) Básico, intermediário, complexo e avançado. 2. Analise o excerto a seguir: Esses produtos tendem a ser exclusivos em alguns aspectos, são procurados com pouca frequência, e o valor desembolsado para compra é elevado. Essa classificação tem como uma de suas características os esforços que são realizados pelo consumidor para adquiri-lo, nesta classificação o consumidor tende a não abrir mão da marca ou do produto que deseja: Segundo nossos estudos, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o tipo de pro- duto apresentado no trecho. a) Produtos não procurados. b) Produtos de especialidade. c) Produtos de compra comparada. d) Produtos de conveniência. e) Serviços não procurados. 3. Analise o caso a seguir: Uma empresa de refrigerantes lançará uma nova linha de produtos, com opções de bebidas com um custo inferior a fim de conquistar novos consumidores. O caso apresentado faz referência a uma estratégia estudada em nossa disciplina, assim, segundo o conteúdo, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, que estratégia é essa: a) Ampliar a linha para cima. b) Ampliar a linha para baixo. c) Ampliar a linha para as laterais. d) Ampliar a linha para cima e para baixo. e) Mix de marketing. VAMOS PRATICAR 1 9 4. Os produtos de conveniência são aqueles comprados com certa frequência e com esforços mínimos. Tendem a ser colocados de forma estratégica dentro dos estabelecimentos co- merciais, buscando incentivar seu consumo. Segundo nossos estudos, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a forma como os produtos de conveniência pode ser dividida:a) De impulso, complexos e avançados. b) De emergência, básicos e complexos. c) Básicos, de impulso e de emergência. d) Básicos, complexos e avançados. e) De emergência, complexos e necessários. 5. Ao focar os esforços da empresa na ampliação tanto para cima quando para baixo, é de extrema importância ter cautela para que não ocorra a chamada canibalização. Segundo nossos estudos, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, em que consiste esse fenômeno: a) Esse fenômeno acontece quando determinado produto abandona o mercado, dando lugar a outro. b) Esse fenômeno acontece quando determinado produto substitui, diretamente, outro produto ofertado pela concorrência. c) Esse fenômeno acontece quando determinado produto “ataca”, diretamente, outro pro- duto ofertado pela mesma organização. d) Esse fenômeno acontece quando determinado produto “ataca”, diretamente, outro pro- duto ofertado pela concorrência. e) Esse fenômeno acontece quando determinado produto “ataca”, diretamente, outro pro- duto ofertado pela concorrência de mesmo valor de mercado. VAMOS PRATICAR 4 1 REFERÊNCIAS BAGNO, D. (2012). Design, funcionalidade e muito estilo. Disponível em: https://donnabagno. blogspot.com/2012/05/designfuncionalidade-e-muito-estilo.html. Acesso em: 20 fev. 2024. CHURCHILL, G.; PETER, J. P. Marketing. Criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2010. CHURCHILL, G.; PETER, J. P. Marketing. Criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2011. DIAS, S. R. Gestão de marketing. São Paulo: Saraiva, 2003. FILHO, E. R. Gerência de produtos para a gestão comercial: um enfoque prático. Curitiba: Ib- pex, 2010. GOBE, A. C. et al. Gerência de produtos. São Paulo: Saraiva, 2004. GURGEL, F. C. A. Administração do produto. São Paulo: Atlas, 2001. IRIGARAY, H. A. et al. Gestão e desenvolvimento de produtos e marcas. 3. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2011. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2006. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. Rio de Janeiro: Prentice Hall, 2015. KOTLER, P. Administração de marketing: análise, planejamento, implementação e controle. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1998. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 9. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003. LIGHT. (2019). Disponível em: http://www.light.com.br. Acesso em: 18 fev. 2019. PORTAL MARKETING NET. Produtos que não deram certo: a coca-cola com café – coca-cola blak. (2017). Disponível em: https://www.portaldomarketing.net.br/produtos-que-nao-deram- -certo-a-coca-cola-com-cafe-coca-cola-blak/. Acesso em: 21 fev. 2024. 4 1 1. A 2. B 3. B 4. C 5. C CONFIRA SUAS RESPOSTAS 4 1 MEU ESPAÇO 4 1 UNIDADE 2 MINHAS METAS NOVOS PRODUTOS, CONCEITO E PLANEJAMENTO Compreender o que leva as empresas ao desenvolvimento de novos produtos. Identificar as diversas etapas existentes do desenvolvimento de um novo produto. Conhecer os processos envolvidos na criação e na avaliação de ideias. Conceituar as etapas do lançamento de produtos. Compreender as diferentes formas de se descontinuar produtos. T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 2 4 1 INICIE SUA JORNADA Neste tema de aprendizagem, conheceremos mais os novos produtos, tanto a parte conceitual quanto os processos que permeiam o desenvolvimento destes. Primeiramente, uma empresa de sucesso é aquela que consegue produzir e en- tregar valor ao seu consumidor, logo, é necessário compreender que o processo de lançamento de novos produtos é muito mais profundo e detalhado do que parece. Ele deve partir da análise do consumidor e do mercado, compreendendo quais são suas necessidades e quais suas reais motivações. O processo é complexo. Assim, espero que o conteúdo apresentado aqui co- labore na compreensão deste processo que é tão importante, diria até vital para uma organização. É provável que você já tenha se questionado acerca do porquê de desenvolver um novo produto. Este questionamento servirá como tema inicial de nossos estudos. Conheceremos mais as necessidades que motivam o planejamento e lançamento de novos produtos. Conheceremos, também, o processo de desenvolvimento de um novo produ- to, a forma como ele ocorre e quais são as diversas etapas que o compõem, assim como a etapa de planejamento, que também é uma das norteadoras de nossos estudos e uma das etapas principais de todo o processo. Aprofundaremos nossos conhecimentos nas fases de criação, seguindo pela avaliação de ideias. Antes de finalizarmos nosso tema de aprendizagem, compreenderemos o lançamento de um novo produto, identificando quais são os departamentos e os procedimentos que devem estar alinhados para que tudo ocorra da melhor forma possível. Finalizaremos nosso tema compreendendo a necessidade de descontinuar um produto, aprofundando nossos conhecimentos nas diversas variáveis que podem levar uma organização a optar por este método. Espero que o conteúdo apresentado, neste tema de aprendizagem, colabore em seus estudos, despertando o interesse pela área de gestão de novos produtos. Ótima leitura e bons estudos! UNICESUMAR 4 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 DESENVOLVA SEU POTENCIAL POR QUE DESENVOLVER NOVOS PRODUTOS Estudante! É provável que você já tenha se questionado sobre o porquê de lançar novos produtos no mercado frente às milhares de possibilidades já existentes. A resposta é simples. O mercado muda, e as pessoas mudam, logo, é necessário se adaptar a essas mudanças. Frente a isso, alguns produtos ofertados, anterior- mente, já não suprem a necessidade atual ou futura dos consumidores, por este motivo, é necessário estar atento ao mercado e trabalhar de forma constante para se ofertar sempre o melhor ao consumidor. Veja bem, há certo tempo surgiam, no mercado, os primeiros carros fabricados com a ideia de se substituir as carroças, que já não atendiam mais às necessidades dos consumidores pelo fato de não serem velozes o suficiente. Essa invenção revolucionou a época (perceba a importância desse lançamento tanto para a história quanto para o mercado). Agora, imagine a seguinte situação: você está viajando e acaba de sair de um evento, precisa retornar ao seu hotel, todavia não encontra um táxi, transporte público ou, até mesmo, um motorista particular. Neste momento, você se ques- tiona como é complicado encontrar um transporte em cidades desconhecidas e, ainda, imagina como seria mais fácil se, com apenas alguns toques, conseguisse encontrar um serviço de motorista particular para levá-lo ao seu destino. Pois bem, estudante, foi assim que nasceu a empresa Uber. 4 8 Conheça um pouco mais sobre o Uber acessando aqui. Nesse momento, o objetivo de nossos estudos não é focar na inovação da empre- sa, e sim direcionar nosso pensamento a perceber como o mercado muda. Perce- ba que a necessidade do consumidor é a mesma, ou seja, ir de um lugar ao outro, todavia veja como a globalização e a evolução do mercado criaram a necessidade de novos produtos que atendem a mesma demanda, só que de formas diferentes. Agora, não é mais preciso ter um carro para desfrutar dos benefícios, ou seja, essa evolução colaborou para o lançamento de novos produtos e serviços. EU INDICO Gestão de Novos Produtos Colocar um novo produto no mercado, que cumpra os obje- tivos desejados por empresas e consumidores é o desafio de milhares de marcas. Esse é, também, o grande desafio dos gestores de produtos. Este livro apresenta todas as etapas do processo de desenvolvimento de novos produtos – da identifi- cação e seleção de oportunidades até o lançamento. Adotando um foco gerencial e a perspectiva do marketing, Crawford e Di Benedetto mostram os conceitos e as “boas práticas” do se- tor, por meio de estudos de caso e exemplos amplos e atuais, pesquisas inéditas e inúmeras referências. Listas de questões pontuam o texto e desafiam o leitor a refletir sobre o conteú- do apresentado. Sucesso há mais de três décadas, esse livro já ajudou a formar milhares de gestoresao redor do mundo e chega à sua 11ª edição, abrindo caminho para futuros gestores conhecerem os segredos do mercado e descobrirem o poder da inovação. INDICAÇÃO DE LIVRO Vejamos outro exemplo, o ramo da alimentação. O ser humano possui como necessidade fisiológica a alimentação, devido ao cotidiano as pessoas começa- ram a ficar mais tempo fora de casa, não têm tempo suficiente para realizar suas refeições dentro dos lares, nascendo, assim, as empresas especializadas em food service, atendendo à necessidade de alimentação fora dos lares. Da mesma forma, acontece nos demais ramos de negócios. UNICESUMAR 4 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 As necessidades existem, todavia, a forma de saná-las muda, e é nesse mo- mento que nós, gestores, precisamos estar atentos. São essas mudanças que incen- tivam o mercado e colaboram para o surgimento de novos negócios, justificando, assim, a importância do desenvolvimento de novos produtos. O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS Agora que você já conhece o motivo e a importância do desenvolvimento de novos produtos, vamos nos aprofundar acerca desse processo, conhecendo um pouco mais a área de tanta importância para a empresa. “ De modo geral, desenvolver produtos consiste em um conjunto de atividades por meio das quais busca-se, a partir das necessi- dades do mercado e das possibilidades e restrições tecnológicas, considerando as estratégias competitivas e de produto da empresa, chegar às especificações de projeto de um produto e de seu proces- so de produção, para que a manufatura seja capaz de produzi-lo. O desenvolvimento de produto também envolve as atividades de acompanhamento do produto após o lançamento, para assim, se- rem realizadas as eventuais mudanças necessárias (ROZENFELD et al., 2013, p. 5). O processo de desenvolvimento de novos produtos é detalhado e um pouco complexo, além de ser composto de diversas etapas. Kotler e Armstrong (2003, p. 239) apresentam que o desenvolvimento de novos produtos é composto de oito etapas, sendo elas: “geração de idéias, seleção de idéias, desenvolvimento e teste de conceito, desenvolvimento da estratégia de marketing, análise do negócio, desen- volvimento do produto, teste de mercado e comercialização de novos produtos”. As etapas podem ser conferidas de forma mais detalhadas no quadro a seguir: 5 1 GERAÇÃO DE IDEIAS A primeira etapa consiste em levantar ideias para o de- senvolvimento de um novo produto. Este levantamento de ideias pode ser proveniente basicamente de quatro fontes: departamento de Pesquisa e Desenvolvimento, sugestões ou reclamações de usuários, pesquisa formal das necessidades dos usuários, análise dos produtos dos concorrentes. SELEÇÃO DE IDEIAS Uma vez levantadas as ideias para o desenvolvimento de um novo produto, essas ideias precisam ser selecionadas, pois nem todas são viáveis de serem desenvolvidas. Para evitar o prejuízo de lançar um produto que não terá suces- so, a seleção de ideias consiste em uma análise de: nível de investimento para desenvolver o produto, potencial de lucro deste produto e potencial de se obter uma patente de propriedade intelectual (KOTLER; ARMSTRONG, 2003; CHURCHILL; PETER, 2007). DESENVOLVIMENTO E TESTE DE CONCEITO O Desenvolvimento e Teste de Conceito, como bem co- locam Crocco et al. (2006, p. 12-13), é um teste da “versão detalhada da ideia apresentada em termos significativos para o consumidor”. Ou seja, é uma validação por parte dos consumidores da ideia de um produto, o que representa uma economia para a empresa, evitando custos de fabri- cação do mesmo para ser avaliado. Se a ideia for mal ava- liada, a empresa pode decidir por não fabricar o produto. DESENVOLVIMENTO DA ESTRATÉGIA DE MARKETING Consiste em definir um plano estratégico de marketing para o produto. Essa definição requer: o delineamento do mercado-alvo, a decisão sobre qual posicionamento que a empresa pretende ter com o novo produto no merca- do-alvo, a definição do preço e do custo do produto, bem como o cálculo da estimativa de vendas a participação de mercado a curto e médio prazo (CROCCO et al., 2006; KOTLER; ARMSTRONG, 2003). ANÁLISE DO NEGÓCIO Com base nas informações obtidas, anteriormente, na qual são feitos só cálculos de custo do novo produto e estima- tiva de vendas/lucro, a quinta etapa consiste em analisar se a estimativa de lucro versus investimento demandado para o lançamento do novo produto satisfaz os objetivos organizacionais (KOTLER; ARMSTRONG, 2003). UNICESUMAR 5 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO Se uma ideia de novo produto é aprovada na etapa ante- rior – análise do negócio, então, é o momento de desen- volver o protótipo do produto, ou seja, é hora de fabricar o primeiro modelo do produto para realização de testes. Este modelo é submetido a uma série de testes para verificar se realmente o produto apresenta o desempenho esperado e poderá ser colocado no mercado. TESTE DE MERCADO Não é prudente lançar um produto em escala nacional ou mesmo regional em um país de dimensões continentais como o nosso, pois, se o produto não agradar o mercado consumidor, o prejuízo será muito grande. Para evitar esse tipo de prejuízo, é recomendada a etapa do teste de mer- cado. Nesta etapa é feito o lançamento do novo produto em uma ou poucas cidades para analisar seu desempenho nestas cidades e levantar possíveis imperfeições em seu desempenho (CROCCO et al., 2006). Essa ação serve para verificar se o produto terá a aceitação prevista na quarta etapa – desenvolvimento da estratégia de marketing. COMERCIALIZAÇÃO DE NOVOS PRODUTOS Nesta etapa, pressupõe-se que o produto teve boa acei- tação no teste de mercado. É hora, então, de definir em quais cidades ou estados o produto será lançado, qual será o tipo de investimento feito na distribuição e promo- ção para lançar o produto. Esta etapa requer acompanha- mento do desempenho do produto para verificar se o que ocorreu no mercado-teste ou piloto se repete, ou se as vendas se apresentam ainda melhores. Após todos os tes- tes anteriores realizados, a tendência é de que o produto apresente um bom desempenho. Quadro 1 – Etapas de desenvolvimento de novos produtos Fonte: Pépece e Pieske (2018, p. 40). O desenvolvimento de novos produtos é considerado um processo de negócio, extremamente, complexo e cada dia mais crítico, pois a concorrência está em amplo crescimento e evolução. Os concorrentes não são somente as lojas exis- tentes na mesma cidade, devido ao advento da internet, é possível comprar de empresas que são sediadas fora do país, muitas vezes, com um custo inferior para o consumidor. 5 1 Para se desenvolverem produtos bem-sucedidos, é essencial que a empresa esteja com foco nesse processo, ou seja, é de extrema importância a integração de diversas áreas e processos, sendo eles, segundo Rozenfeld et al. (2013): ■ Monitorar o mercado ■ Vender ■ Atender o cliente ■ Assistência técnica ■ Produção ■ Suprimentos ■ Distribuição ■ Pesquisa e desenvolvimentos ■ Planejamento estratégico Esses processos são de extrema importância para o departamento de desenvol- vimento de produtos, afinal, estão em contato direto com o consumidor, com o mercado e com o produto em si. Assim, podemos dizer que o desenvolvimento de novos produtos envolve todos os departamentos da empresa, e é de extrema importância que cada um dos envolvidos veja o produto de uma perspectiva diferente, mas sempre, de forma a complementar a ideia. “ Essa particularidade exige que essas atividades e decisões sejam rea- lizadas em conjunto, de forma integrada, evidenciando a necessidade de se estruturar um projeto específico reunindo as atividades a serem executadas de forma dedicada (ROZENFELD et al., 2013, p. 33). PLANEJAMENTO DE PRODUTOS A etapa do planejamento de produtos deve fazer parte do plano de marketing da organização, sendo este o principal objetivo do gestor de produtos. No momento de se realizar planejamentode produtos, é de extrema importância considerar a história deles ao longo da história da organização. A etapa do planejamento de produtos deve fazer parte do plano de marketing UNICESUMAR 5 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 “ O planejamento deve considerar a história do produto ao longo do tempo, ou seja, deve contemplar dados sobre as vendas passadas, campanhas promocionais realizadas e seus efeitos, bem como a par- ticipação do produto no mercado (share) e em que estágio do ciclo de vida ele se encontra. Aspectos fundamentais no planejamento de produto são as condições econômicas e os planos de ação dos concor- rentes entre outras informações importantes (FILHO, 2010, p. 53). ITEM CARACTERIZAÇÃO Objetivos de Mercado para o Produto Objetivos de vendas, de participação de mercado, de lucros. Público-Alvo do Produto Com características demográficas, psicográficas e expectativas. Atributos e benefícios do Produto Tudo o que diferencia dos produtos da concorrência e que representa valor para o cliente. Patentes do Produto Mecanismos de proteção legal contra a concorrência. Serviços agregados do Produto Suporte, pós-venda, assistência técnica, treinamento etc. Marca do Produto Decisões de posicionamento da marca em relação ao público-alvo. Posicionamento e Imagem A visão de como se deseja que o cliente perceba o produto no mercado. Embalagem Definições sobre diferenciação em relação à concorrência ou estabelecimento de diferenciais com ênfase no cliente. 5 4 ITEM CARACTERIZAÇÃO Parcerias Como estabelecer alianças ao longo do canal de distribuição, de forma a agregar valor ao produto/serviço, em termos de tecnologia, serviços agregados etc. Quadro 2 – Componentes necessários para o planejamento de produtos Fonte: Filho (2010, p. 54). Existem diversas definições e etapas para que se faça o planejamento de novos produtos, todavia, consideraremos, em nossos estudos, as etapas apresentadas por Kotler (1998). CRIAÇÃO DE IDEIAS PARA O NOVO PRODUTO: É nesta etapa que as necessidades dos consumidores são analisadas, de forma es- pecífica, pelos gestores. O responsável pelo planejamento analisa, nesse momento, a importância e a extensão destas necessidades. O gerente de produtos tende a analisar outros fatores e pontos que são referentes ao lançamento, como a capacidade de entrega, de produção etc. AVALIAÇÃO DA IDEIA SELECIONADA É necessário avaliar as diferentes ideias existentes, afinal, nem todas as ideias apresen- tadas podem ser realizadas ou elaboradas pelo empreendimento. Essa etapa é muito importante, afinal, devem-se realizar diversas análises, pois muitas das levantadas podem não ser viáveis para a empresa. Pesquisas e reuniões são de extrema importân- cia nessa etapa. DESENVOLVIMENTO DE NOVO PRODUTO Com todas as análises realizadas, passa-se, então, para a execução do projeto/produ- to, agora, o produto segue para linha de fábrica para a execução e a entrega ao con- sumidor. Os tópicos apresentados por Kotler (1998) servirão como norteadores para a continuidade de nossos estudos. Discutiremos, agora, as etapas de geração e avaliação de ideias. UNICESUMAR 5 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 CRIAÇÃO DE IDEIAS É de extrema importância destacar que todos os produtos e serviços existentes no mercado começaram como ideias, logo, é necessária uma reflexão, pois você, como gestor, deve estar em uma procura constante para encontrar uma ideia de produto ou serviço que seja viável e atenda às necessidades do consumidor de forma satisfatória. Existem diversas análises e estratégias que podem colaborar para o lançamen- to de uma nova ideia, e observar o consumidor é um dos pontos iniciais para a invenção de um futuro produto de sucesso. “ A busca de novas ideias deve começar pelos desejos e necessidades dos clientes. A John Deere fez isso quando pediu que fazendeiros descrevessem seu trator ideal. Depois, a empresa deu a eles o que haviam pedido: máquinas fortes e seguras com cabines à prova de som, assentos com apoio traseiro, mais faróis para melhor visão no- turna e mais vidro para melhor visibilidade. As queixas dos clientes quanto aos produtos existentes também podem gerar idéias para nossos produtos, por exemplo, os consumidores da 3M reclamavam que as esponjas enferrujam e partiam depois de pouco uso. A 3M respondeu com uma nova esponja que já vem com sabão e não enferruja (CHURCHILL; PETER, 2011, p. 263). Analisar o consumidor no momento da geração de ideias é fundamental, afinal, ele é quem, literalmente, as comprará. Vamos conhecer, agora, algumas ferramen- tas que podem ser aliadas e de extrema importância para esta etapa. Brainstorming É uma chuva de ideias, consiste em uma ferramenta em que pessoas em um grupo, e este grupo propõe sugestões de produto, serviço, soluções, sem filtros, nesta técnica. Não existem pensamentos errados ou absurdos, todas as sugestões são bem-vindas, e estas serão analisadas mais a fundo posteriormente. 5 1 Comumente, os grupos de brainstorming levam até dez participantes e um mediador que deve estar focado em manter a atenção do grupo, evitando disper- sões. O mediador atua como figura importante, afinal, ele direciona o grupo e pode funcionar como um direcionador das ideias. Um bom brainstorming deve possuir algumas características, sendo elas: QUANTIDADE DE IDEIAS Quanto maior a quantidade de ideias direcionadas ao projeto, melhor; afinal, a análise e filtro posteriores podem resultar e direcionar estas para novos produtos e serviços. LIBERDADE DE EXPRESSÃO Os participantes da “tempestade de ideias” devem ter liberdade para se expressar, sem críticas ou julgamentos, afinal, este é o objetivo desta técnica. PENSAR FORA DA CAIXA Como o objetivo é encontrar novas e possíveis soluções, a flexibilidade no pensa- mento para uma solução fora do tradicional é bem-vinda, podendo apresentar ótimos resultados. TANGIBILIDADE Todas as ideias apresentadas devem possibilitar a execução, neste momento, o media- dor é fundamental, afinal, ele irá direcionar o pensamento. Apesar de esta técnica ser aberta, é muito importante que as ideias geradas possibilitem a execução. INTERATIVIDADE As ideias apresentadas devem possibilitar aperfeiçoamentos, ou mesmo, associações, que vão permitir aflorar as ideias e, até mesmo, servir como base para a criação de novos produtos que até o momento não eram o foco da discussão. Essa técnica é muito eficiente e permite uma análise aprofundada das diversas possibilidades de lançamento de novos produtos, além de permitir o aprimora- mento de produtos e serviços já existentes. UNICESUMAR 5 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 Scamper Consiste em uma técnica cujo objetivo é estimular o pensamento inovador e criativo. Assim como o brainstorming, essa técnica deve ser acompanhada de um mediador. Esse processo é composto por um acrônimo, ou seja, cada uma das letras que compõem o nome da técnica é desmembrada para uma palavra. Assim, Scamper é composto de sete direcionadores principais: ■ Substituir; ■ Combinar; ■ Adaptar; ■ Modificar; ■ Procurar usos diversificados; ■ Eliminar; e ■ Rearrumar, buscando sempre diferentes e possíveis soluções para um produto, serviço, projeto e processo. SCAMPER R= REARRUMAR S= SUBSTITUIR E= ELIMINAR C= COMBINAR P= PROCURAR DIFERENTES USOS A= ADAPTAR M= MODIFICAR Figura 1 – Scamper / Fonte: o autor. Descrição da Imagem: o infográfico apresenta a técnica Scamper e seus sete direcionadores principais. Ao centro, um círculo branco escrito em preto “SCAMPER”. Desse círculo, saem sete indicações, todas em células com fundo azul e fonte preta, escritos os seguintes direcionadores: S = Substituir; C = Combinar; A = Adaptar; M = Modificar; P = Procurar diferentes usos; E = Eliminar; e R = Rearrumar. 5 8 Esta técnica consiste em utilizar um conjunto de perguntas que são direcionadas ao problema. Em nosso caso, ao produto ou serviço, possibilitando a reflexão que resulta em novas ideias que,comumente, não aconteceriam se as técnicas utilizadas fossem as convencionais. Design thinking Consiste em uma metodologia cuja abordagem busca a solução dos problemas de forma colaborativa. As pessoas são colocadas como o centro do desenvolvimento do produto, levando em consideração não só os consumidores, mas todas as pessoas envolvidas no processo. O design thinking tenta mapear as ideias baseando-se em experiências já vivenciadas, que levam em conta culturas, processos etc. É, basicamente, um conjunto de processos e métodos diferenciados para se abordar diferentes problemas, em nosso caso, o novo produto. Tem como fundamento a vivência e o aspecto humano envolvidos, comumente, utilizam-se a prototipação e os mapas mentais para se chegar a uma conclusão. Crowdsourcing O crowdsourcing consiste na solicitação de ideias ou de um conteúdo específico para um grupo on-line de pessoas. É, basicamente, a ação de se obterem as ideias (a técnica também é utilizada para conteúdos e serviços específicos) pela internet, por meio de comunidades virtuais. Comumente, essa técnica é utilizada para a execução de tarefas consideradas mais simples ou, até mesmo, para partes menores de um grande projeto. Podemos dizer que é, praticamente, uma terceirização coletiva de ideias. É válido ressaltar que estas não são as únicas ferramentas para a geração de ideias, todavia, são as mais consultadas e utilizadas. A seguir, conheceremos, de forma resumida, mais algumas técnicas que podem ser utilizadas para se gerar ideias. O design thinking tenta mapear as ideias baseando-se em experiências já vivenciadas UNICESUMAR 5 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 TÉCNICA DESCRIÇÃO Método Delphi Um painel de especialistas preenche um questionário. Em seguida, um pesquisador tabula os resultados e os envia aos membros do painel. O processo é repetido até que o painel chegue a um consenso ou a um impasse. Análise de benefícios Depois de listar todos os benefícios que os clientes rece- bem do produto estudado, pensar nos benefícios que estão faltando na lista, atualmente. Análise de uso Perguntar aos clientes como eles usam o produto estuda- do, anotando os vários usos. Perfil relativo de marca Perguntar aos mercados-alvo se o nome da marca faz sen- tido para outras categorias de produtos em consideração. Uma extensão da marca que faça sentido para comprado- res potenciais pode ser uma base para um novo produto. Propriedades exclusivas Listar todas as propriedades comuns a um produto ou material, atualmente, no mercado. Procurar propriedades exclusivas do produto da organização. Calcanhar-de-Aquiles Listar os pontos fracos de um produto ou linha de produtos. “Enxugar” a lista até um ou dois pontos fracos com mais probabilidade de inspirar uma resposta dos concorrentes. Identificar conceitos de produtos que poderiam resultar da correção desses pontos fracos. Associação livre Anotar um aspecto da situação do produto – um atribu- to, uso ou usuário. Deixar a mente divagar e anotar todas as ideias que surgirem, repetindo o processo para outros aspectos da situação do produto. Atividade de estereótipo Perguntar “Como faria isso?” referindo-se a como um mem- bro de algum grupo ou pessoa específica usaria o produto. Por exemplo, que tipo de bicicleta um senador usaria? Vale também perguntar o que o estereótipo não faria. 1 1 TÉCNICA DESCRIÇÃO Estudo de fracassos de outras pessoas Estudar os produtos que fracassaram, procurando maneiras de se solucionar os problemas que levaram ao fracasso. Quadro 3 – Técnicas para se gerar ideias / Fonte: Churchill e Peter (2011, p. 265). É de extrema importância conhecer as possibilidades de geração de ideias, assim será possível selecionar a melhor técnica ou metodologia para se utilizar dentro de seu projeto, produto ou empresa. AVALIAÇÃO DE IDEIAS Após gerar as ideias utilizando uma ou mais entre as estratégias e metodologias apresentadas anteriormente, é de grande importância organizá-las e selecioná- las, verificando, assim, quais, de fato, merecem ser desenvolvidas e utilizadas. A etapa de avaliação deve ser realizada de forma minuciosa e detalhada, afinal, serão essas que servirão como base para todo o planejamento e toda execução do produto ou projeto. Neste momento é necessário realizar um paralelo entre a ideia e os reais objetivos da empresa, afinal, esta não pode fugir do proposto. Análise 111° da oportunidade de negócio Esta é uma análise considerada simples, comumente, utilizada por jovens em- preendedores. Consiste em uma reflexão acerca da importância da sua ideia em relação aos fatores internos e externos, ela pode ser realizada utilizando o esquema a seguir: UNICESUMAR 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 Conhece muitas pessoas que pagariam pela sua solução? sim! São contatos diretos! sim! A maior p arte são contatos diretos! sim! A maior p arte são contatos indiretos! acho que sim... talvez não... não... bilhões milhões milhares dezenas Resolve o problema de muitas pessoas? básica segu- rança social auto- estim a auto- realização region al n acion al globalcidade/ bairro Tipos de problem a (necessidade)? A lcan ce d a su a id eia “atu al”? só de olhar só de ler requer explica- ção requer dem ons- tração R$ m i- lh are s R$ m i- lh ões R$ b ilh õe sR$ cente nas de m ilh ões baixa média alta altís sím a não é na região no segmento em que atuo no Brasil no mundo É lu crativa? É inovadora? O p ro b le m a re p re se n ta u m d es afi o in te le ct u al ? O problema representa uma de suas paixões pessoais? Tenho certeza que sim! gosto de problema gosto do produto e gosto de problema gosto do produto e acho que gosto do problema gosto do produto, mas não do problema talvez sim... não sei... talvez não... acho que não! não! si m , é a g or a e co n ti n u ar á se n d o n o m éd io /l on g o p ra zo ! si m , d efi n it iv am en te ! si m ... en te n d o q u e si m ... ac h o q u e si m ... ta lv ez s im ... ta lv ez n ão ... ac h o q u e n ão ! n ão ! n ão s ei ... Ta m anho d o “s eu” m erc ado? B en efício claro p ara clien te? aspectos internos aspectos externos Marque a bolinha que corresponde a sua resposta! Figura 2 – Formulário para análise 360 / Fonte: Canvas Brasil (2012, on-line). 1 1 Descrição da Imagem: o infográfico mostra um formulário para análise 360 na forma de um círculo divido ao meio: do lado direito, cinza, “aspectos externos”; do lado esquerdo, amarelo, “aspectos internos”. Nos aspectos externos, o semicírculo está indicando sete perguntas a serem respondidas. Cada uma tem possibilidades de respostas. De cima para baixo: *Resolve o problema de muitas pessoas? bilhões/milhões/milhares/dezenas. *Tipos de problema (necessidade)? autorrealização/autoestima/social/segurança/básica. *Alcance da sua ideia “atual”? global/nacional/regional/cidade ou bairro. *Benefício claro para cliente? só de olhar/só de ler/requer explicação/requer demonstração. *Tamanho do seu “mercado”? R$ bilhões/R$ centenas de milhões/R$ milhões/R$ milhares. *É lucrativa? altíssima/alta/média/baixa. *É inovadora? no mundo/no Brasil/no segmento em que atuo/na região/não é. Nos aspectos internos, o semicírculo está indicando três perguntas a serem respondidas. Cada uma tem possibi- lidades de respostas. De cima para baixo: *Conhece muitas pessoas que pagariam pela sua solução? sim! a maior parte são contatos diretos/ a maior parte são contatos indiretos/acho que sim.../talvez não.../não... *O problema representa um desafio intelectual? sim, é agora e continuará sendo no médio-longo prazo/sim, definitivamente!/sim.../entendo que sim.../acho que sim.../talvez sim.../não sei.../talvez não.../acho que não.../não! *O problema representa uma de suas paixões pessoais? tenho certeza que sim!/gosto de problema/gosto do produto e gostode problema/ gosto do produto e acho que gosto de problema/ gosto do produto mas não do problema/talvez sim.../não sei.../talvez não.../acho que não!/não! Deve-se iniciar a análise escolhendo a ideia que será avaliada. É importante des- tacar que a ferramenta analisa as ideias de forma individual, logo, é necessário realizar análises diversas para ideias diversas. Ela consiste em duas etapas: ■ a avaliação dos aspectos internos; e ■ a dos externos. A melhor oportunidade será aquela que conseguir melhor pontuação. É impor- tante conhecer a ferramenta de forma mais detalhada, pois ela pode oferecer outros pontos importantes da seleção, além de possuir outros detalhes que pre- cisam ser analisados. UNICESUMAR 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 Mapa de empatia O mapa de empatia colabora no processo de análise de ideias, pois ajuda a dire- cionar a atenção aos desejos e às necessidades dos clientes. Ele é uma ferramenta visual que colabora no momento de se colocar no lugar dos consumidores, per- mitindo compreendê-lo, de forma satisfatória e profunda. Logo, associar a ideia com o que o consumidor pensa dela é uma ótima forma de compreender seus resultados no mercado. Figura 3 – Modelo de Mapa de Empatia / Fonte: Canvas Brasil (2012, on-line). Descrição da Imagem: este modelo de mapa da empatia está apresentado na forma de um retângulo. Há uma parte superior dividida em quatro partes: O que ele PENSA E SENTE? O que realmente conta, principais preocupações e aspirações. O que ele VÊ? Amigos, ambiente, o que o mercado oferece. O que ele FALA E FAZ? Atitude em público, aparência, comportamento com outros. O que ele ESCUTA? O que amigos dizem, o que o chefe fala, o que influenciadores dizem. Na base do retângulo, há duas indicações: à esquerda: FRAQUEZAS – medos, frustrações, obstáculos à direita: GANHOS – desejos e necessidades, formas de medir sucesso, obstáculos. A análise e a triagem das ideias são uma etapa que sucede a etapa de geração, e o principal objetivo é descartar as ideias que são consideradas ruins, evitando, 1 4 assim, o desempenho em vão, custos desnecessários, entre outros. Comumente, a empresa conta com um grupo de stakeholders que são responsáveis pela apro- vação, por meio de uma avaliação que pode ser simples ou complexa, assim, a organização ponderará os requisitos seguindo os próprios critérios, chegando à conclusão de ser viável, ou não. Após esta etapa, a ideia pode ser descartada, ou seguir para a próxima etapa, o desenvolvimento de um novo produto. LANÇAMENTO DO PRODUTO O lançamento do produto é a etapa em que todas as análises e os planejamentos são colocados a teste. O objetivo desse momento é inserir o produto no mercado, visando garantir a aceitação pelos consumidores e possíveis clientes. Somente no momento do lançamento é possível verificar como, de fato, será a aceitação do produto. A etapa do lançamento de um produto é composta de algumas partes, e, segundo Rozenfeld et al. (2013), são elas: Desenvolver o processo de vendas A primeira etapa consiste em desenhar o processo de vendas. Diferente do que se pensa, não é necessário criar um canal específico para a venda do produto, todavia a forma como ele será comercializado deve ser analisada, afinal, produtos diferentes requerem métodos de vendas diferentes. Nesse momento, é necessário refletir se as vendas acontecerão via internet, diretamente no ponto de venda (PDV), com o auxílio de um vendedor etc. Os recursos que serão utilizados durante o processo de vendas devem ser ad- quiridos com antecedência, evitando, assim, imprevistos e para não negativarem a ação de lançamento junto ao consumidor. Por exemplo, no lançamento de uma tinta para impressoras, ecologicamente correta, as impressoras que farão o uso do produto devem ser adquiridas antes do processo em si, permitindo os testes e a apresentação do produto ao cliente. É importante que a equipe de vendas também esteja alinhada, seja ela própria, dos revendedores seja terceirizada. UNICESUMAR 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 Desenvolver o processo de distribuição Assim como no desenvolvimento do produto, é necessário desenhar o proces- so de distribuição, afinal, de nada adianta seu produto despertar o interesse no consumidor e não estar disponível quando ele deseja, ou não existirem meios pelos quais os produtos cheguem ao consumidor. Rozenfeld et al. (2013, p. 421) apresentam que “este processo tem como objetivo garantir que qualquer cliente seja atendido dentro de um prazo mínimo e para isso a empresa precisa manter um bom estoque de produtos”. Além disso, os distribuidores também devem estar abastecidos com o pro- duto. É importante analisar, nesse momento, se o sistema de distribuição será centralizado ou descentralizado. O sistema de distribuição também deve estar alinhado com o processo produtivo, afinal, ambos estão diretamente ligados à relação de disponibilização do produto ao consumidor final. Desenvolver o processo de atendimento ao cliente O processo de atendimento ao consumidor está, diretamente, ligado com a co- municação entre o consumidor e a empresa. O objetivo do processo é manter o consumidor satisfeito, ou seja, compreender o consumidor em suas diversas faces e oferecer um atendimento que seja efetivo e condizente com sua realidade. Quando falamos em atendimento, ele não está limitado ao momento da venda, mas também no pré-venda e pós-venda. Para isso, as redes sociais e os canais on-line podem colaborar, efetivamente, afinal, possibilitam eliminar as barreiras, permitindo contato direto entre as partes interessadas. Mesmo que a empresa não trabalhe, diretamente, com o consumidor, oferecendo bens industriais, por exemplo, é de extrema importância conhecer o consumidor final e compreender a importância dele em seu processo. Um bom atendimento ofertado pela empresa também é uma ação efetiva de marketing, pois mostra como a empresa se preocupa com o consumidor. Para isso, as redes sociais e os canais on-line podem colaborar 1 1 “ No momento do desenvolvimento de produtos devem ser identifi- cados quais são os serviços mais valorizados pelos clientes. Esse é um bom modo de procurar o equilíbrio na concepção do processo de atendimento ao cliente (ROZENFELD et al., 2013, p. 423). Desenvolver o processo de assistência técnica A mudança do mercado e o perfil dos consumidores têm feito com que a indús- tria se transforme, e os produtos estão se tornando cada vez mais confiáveis. Os produtos são mais fortes, duráveis e de fácil conserto, entretanto, eles ainda são considerados descartáveis, pois o custo, razoavelmente baixo, permite a substi- tuição fácil por um produto mais recente. O fato de os bens serem mais duráveis permitem que as empresas ofertem garantias maiores, todavia, é necessário con- tar com uma assistência técnica. Essa operacionalização agrega valor ao produto, inspirando mais confian- ça no consumidor, servindo como incentivo no momento da compra. Existem alguns produtos que precisam de manutenção, e essa necessidade é inevitável, nestes casos, a empresa pode vender junto com o produto uma garantia, resultan- do em outra fonte de renda. Logo, desenvolver um departamento de assistência técnica e disponibilizar este ao seu consumidor poderá colaborar, de forma efe- tiva, no processo de vendas, afinal, no momento da compra, ele se sente seguro e amparado em casos de futuros defeitos. UNICESUMAR 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 Promover o marketing de lançamento Todas as etapas de lançamento do produto são fundamentais, todavia, o pla- nejamento das estratégias do produto para quando isso ocorre é fundamental. Afinal, o consumidor precisa conhecer o produto antes de comprá-lo, e, para isso, o marketing e suas vertentes colaboram, de forma efetiva, nessa etapa. As tarefas dessa etapa estão divididas, segundo Rozenfeld et al. (2013, p. 425) em: “atualizar o plano de lançamento, preparar a campanha publicitária, desenvolver a propaganda, promoveras vendas e contratar os fornecedores de serviço”. É o momento em que as estratégias planejadas anteriormente são colocadas em ação, com a finalidade de apresentar o produto ao consumidor e, ao mesmo tempo, conquistá-lo, fazendo com que este opte pelo produto ofertado por sua empresa. Lançar o produto Etapa de lançamento do produto quando a empresa já cumpriu todas as fases anteriores do planejamento, todavia, uma revisão dos processos e um checklist das atividades gerenciais realizadas podem colaborar no processo, afinal, o pla- nejamento nunca é demais. “ É comum que algumas empresas sejam negligentes com esta tarefa e lancem seus produtos sem que alguns dos processos de apoio es- tejam em produção, por exemplo, o de atendimento ao cliente. A desculpa, nesses momentos, está sempre relacionada com o impacto dessas atividades no tempo de lançamento, ou seja, ‘se nós esperar- mos a finalização do processo de atendimentos ao cliente, não aten- deremos ao prazo de lançamento’. Essa atitude pode ser arriscada. Deve-se ponderar as vantagens e desvantagens. Se o mercado não tiver muitos concorrentes, não existe tanto problema assim em uma primeira análise simplista, pois os clientes iniciais podem absorver o atraso. Mas, mesmo nesse caso, isso pode ser fatal para a imagem da empresa. Estar em atraso com o prazo para colocação de um pro- cesso de apoio para a produção, mostra uma falha de planejamento (ROZENFELD et al., 2013, p. 428). 1 8 Por fim, o evento de lançamento do produto (que pode ser realizado de várias formas) fecha alguns ciclos e iniciam outros. Eventos abertos ao público de inte- resse, como feiras específicas e eventos abertos ao público-alvo são ótimas opções para se apostar no lançamento. Finalizamos, aqui, nossos estudos acerca do lançamento de um novo produto, é imprescindível conhecer todas essas etapas e, se necessário, um aprofundamento em cada uma delas. Um bom gestor deve compreender todas as etapas, buscando ofertar credibilidade e segurança à empresa quanto ao lançamento do produto. DESCONTINUAR O PRODUTO Falaremos, agora, de um momento que muitas empresas não desejam, todavia, em alguns casos, é de grande importância tomar essa atitude, a descontinuidade do produto. Esse momento é crucial e é importante que a empresa saiba como identificá-lo. De forma geral, podemos dizer que a descontinuação de um produto pode ser identificada a partir de diversos fatores, como perda de participação no mer- cado (que pode resultar de variáveis internas e externas), diminuição de lucro, os custos referentes à produção e à distribuição do produto podem sofrer alterações durante o tempo que inviabilizam a continuidade do produto, o produto deixar de ser relevante, estrategicamente, ou, ainda, a redução nas vendas, que pode ser significativa nos resultados da empresa. É imprescindível que o gestor esteja atento ao produto e à sua relação aos 4Ps do Marketing, afinal, eles permitem uma análise mais aprofundada do produto e de seus resultados e suas variáveis, pois, em muitos casos, o produto já está em sua fase de declínio. UNICESUMAR 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 O Produto está entrando em sua fase de declínio Essa etapa é marcada pela queda do produto no mercado, é quando perde con- sumidores e deixa de arrecadar o necessário para que se mantenha. O produto não cobre os custos necessários de sua produção e distribuição É importante que os produtos ofertados pela empresa contribuam, de forma positiva, para a cobertura, não só de seus custos, mas também das demais ati- vidades da empresa, colaborando para a manutenção da empresa. Isso pode ser ocasionado por diversos fatores, como o aumento nos custos da matéria-prima, da mão de obra, das leis trabalhistas, entre outros. Esta é uma das fases em que as empresas mais costumam tomar ações para a retirada do produto do mercado. A empresa muda de estratégia frente ao consumidor Este fator está, diretamente, ligado à mudança do objetivo da empresa, ou seja, a empresa não deseja mais trabalhar com o produto ou com essa linha. Não é tão comum encontrar situações de descontinuidade do produto nessa categoria, pois, muitas vezes, as empresas optam por vender a marca do produto para outra em- presa, permitindo que continue com a operação. Caso a venda não seja o objetivo da empresa, nesse momento, análises também são importantes para verificar se ainda é viável a continuidade do produto, afinal, além de custos, diversos esfor- ços são direcionados para a sua fabricação. Verificaremos um exemplo a seguir: A Google opta por desativar o encurtador de links ao ofertar outro produto/ serviço ao consumidor, muda sua estratégia frente ao mercado, direciona seus esforços ao novo serviço que pretende substituir o ofertado anteriormente, afir- mando que a nova plataforma atenderá, de forma mais completa, o consumidor. Quando o produto não atinge o patamar planejado pela empresa Este é um dos outros fatores que pode motivar uma empresa a descontinuar o produto, isso não quer dizer que ele não foi aceito pelo consumidor ou, até mes- mo, que ele não é consumido, todavia, a recepção do produto pelo consumidor não aconteceu de forma efetiva. 1 1 Um exemplo de descontinuidade nessa categoria é o produto oferecido pela Del Valle, marca da empresa Coca-Cola. O produto foi lançado no mercado com a proposta de oferecer uma limonada diferenciada. Apesar de causar, nas redes sociais, com consumidores que aprovaram e desaprovaram o produto, a empresa optou por descontinuá-lo. Concorrência A indústria brasileira é, extremamente, copiadora. Ela se utiliza de ideias de seus concorrentes e até do mercado externo para lançar produtos. Devido a essa ca- racterística, muitos produtos semelhantes são lançados no mercado, fazendo com que a concorrência aconteça em nível nacional, de forma exacerbada, e internacional (devido à internet e à facilidade de compras em outros países). É de extrema importância que a empresa saiba analisar a concorrência e perceba o momento correto de descontinuar o produto. Solicitação de órgãos regulamentadores Existem algumas situações em que é necessário retirar o produto do mercado, pois não atende, ou deixa de atender a alguma necessidade legal, conforme po- demos verificar no caso a seguir. O texto da imagem está aqui abaixo, editável: Olá, Vanessa. Boa tarde, tudo bem? Me chamo Taynara, recebemos seu e-mail a respeito de não está encontrando as fitas 3D Whitestrips. Agradecemos o envio da sua mensagem. Informamos que as fitas 3D Whitestrips foram descontinuadas no Brasil em 8 de agosto de 2015, por causa da regulamentação da ANVISA que requer que os produtos com peróxido devem ser vendidos apenas com prescrição médica. Informo que todos os seus relatos foram compartilhados com as áreas responsáveis da empresa P&G. Serviço de Atendimento ao Consumidor P&G. Quadro 4 – E-mail recebido por usuário do produto / Fonte: Sial (2019, on-line). UNICESUMAR 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 Quando isso ocorre, comumente, a justiça entra em contato com a empresa, solicitando a retirada do produto do mercado. Um exemplo deste momento são as fitas clareadoras da Oral B, que, devido às normas existentes no Brasil, tiveram suas vendas suspensas no Brasil, em 2015, por conter substâncias que, dentro do Brasil, só podem ser utilizadas com recomendação médica. Este também é o caso de grande parte dos medicamentos, que, normalmente, são retirados do mercado, após a notificação da ANVISA. O produto não apresenta mais vantagens quando analisado do ponto de vista econômico A empresa deve reconhecer o momento em que o produto deixa de oferecer lucros, ou seja, vantagens do ponto de vista econômico, dentro de uma análise, este é o momento de descontinuar o produto. Outros fatores podem ser obser- vados nesse caso, por exemplo, a perda de participação no mercado, o aumento significativo dos insumos e a impossibilidade do aumento do preço que resulta na diminuição de lucrose, até mesmo, a redução das vendas. Em alguns casos, todos os fatores apresentados podem estar inseridos em um mesmo produto. A descontinuidade de um produto também pode ser programada, ou seja, a empresa lança o produto com uma data já pré-definida para que seja retirado do mercado. Esse processo é diferente do conhecido para produtos promocionais, estes que são inseridos no mercado por um curto espaço de tempo. Existem, também, casos em que o produto é descontinuado, todavia a empresa continua fabricando as peças de reposição necessárias para atender aos consumidores. Rozenfeld et al. (2013) apresentam que o processo de descontinuar um produto é um pouco mais complexo do que parece, ele é composto de um ciclo de proce- dimentos que deve ser realizado, evitando, assim, o descontentamento do consu- midor. Verificamos, em nossos estudos, que o produto pode ser descontinuado por diversos motivos, entre eles, fatores internos e externos. Assim, a fim de se descontinuar um produto, de forma eficiente, conheceremos as etapas propostas pelo autor para se retirar o produto do mercado. 1 1 PRIMEIRA ETAPA A primeira etapa consiste em analisar e aprovar a descontinuidade do produto, decisão que deve ser tomada pela alta diretoria, levando em conta os diversos fatores e os envolvidos na etapa. Entram na análise as implicações financeiras, a imagem da empresa, os possíveis produtos substitutos, a continuidade da fabricação de itens de reposição etc. SEGUNDA ETAPA A segunda etapa consiste em colocar no papel, ou seja, desenhar o planejamento da descontinuidade do produto. Esse planejamento deve conter todas as atividades que deverão ser realizadas dentro do processo, garantindo que o produto seja descontinua- do e não contemple pendências junto ao mercado e ao consumidor. TERCEIRA ETAPA Esta etapa, apesar de não estar presente em muitos tipos de produtos, também deve ser considerada. Ela consiste em preparar a empresa para o recebimento dos pro- dutos (ainda existentes no mercado) que foram descontinuados. Em caso de simples descarte, a empresa deve responsabilizar-se pelos impactos ambientais e, quando necessário, deve preparar uma linha de desmontagem e descarte, além, é claro, da logística de recolhimento. QUARTA ETAPA Após preparar a empresa para o recebimento do produto, é importante também acom- panhar o recebimento e a forma como estes serão recepcionados e qual destino será dado a eles. QUINTA ETAPA Na penúltima etapa, o produto, de fato, é descontinuado. A produção é suspensa, todavia, as peças necessárias para as manutenções necessárias do produto continuam em fabricação, oferecendo o suporte necessário ao consumidor. SEXTA ETAPA A última etapa do processo consiste em finalizar o suporte ao produto. Aqui a linha de peças de reposição também é finalizada, todavia, ela carece de uma análise a fim de se verificar a situação dos produtos no mercado e evitar problemas com os consumidores e com os órgãos de proteção. UNICESUMAR 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 Descontinuar um produto não é uma escolha fácil. Esse processo é complexo e deve ser realizado de forma muito cautelosa e criteriosa. Afinal, caso o pro- cesso não seja realizado de forma efetiva, pode ocasionar perdas significativas e problemas com os órgãos de proteção ao consumidor. Além disso, se a escolha não for tomada pela empresa, no momento correto, sérios desprendimentos fi- nanceiros podem ser necessários, inclusive, perda de credibilidade da empresa e, até mesmo, a falência. NOVOS DESAFIOS Estudante! Este tema de aprendizagem foi elaborado buscando apresentar os conceitos, de forma clara, na tentativa de associá-los com a prática, possibilitando a compreensão do conteúdo, de forma simples e efetiva. Iniciamos nossos estudos descobrindo que lançar um novo produto vai muito além de uma festa ou ação de lançamento. Vimos que esse processo é complexo, que é composto por diversas etapas que devem ser analisadas e cumpridas de forma séria e comprometida pela organização. Conhecemos os reais fatores que motivam e justificam o lançamento de novos produtos, identificamos as variáveis que possibilitaram um novo olhar para o mercado. Apontamos todas as etapas existentes no desenvolvimento de um novo produto, conhecemos todos os diferentes estágios e as principais características de cada um. O planejamento de produtos também foi um dos temas de destaque em nosso material, e verificamos como esse processo deve ocorrer, suas particularidades e características. A criação de ideias também foi tema de nossos estudos. Vimos como essa ação pode ser realizada dentro das organizações, além de conhecer as principais técnicas e ferramentas que podem ser utilizadas. 1 4 Após criar a ideia, é muito importante saber avaliá-la; afinal, os envolvidos no projeto podem estar tão focados que deixam passar informações importantes e detalhes fundamentais para o sucesso do produto, portanto, avaliar a ideia é imprescindível para um projeto de sucesso. Também trabalhamos o lançamento de produtos junto a todos os departamentos e as ferramentas que devem estar alinhadas para que ocorra de forma satisfatória. Finalizamos nossos estudos, compreendendo a descontinuidade de um produto, identificando quando a ação deve ser tomada e as variáveis que podem motivar uma empresa a tomá-la. UNICESUMAR 1 5 1. O processo de desenvolvimento de novos produtos é detalhado e um pouco complexo, além de ser composto de diversas etapas. Segundo nossos estudos, acerca dessa analise as afirmativas: I - A etapa de geração de ideias consiste em levantar ideias para o desenvolvimento de um novo produto. II - Na etapa de teste de mercado é feito o lançamento do novo produto em uma ou pou- cas cidades para analisar seu desempenho e levantar possíveis imperfeições em seu desempenho. III - A etapa de análise de negócio consiste em analisar se a estimativa de lucro versus o investimento demandado para o lançamento do novo produto satisfaz os objetivos organizacionais. IV - O delineamento do mercado-alvo, a decisão sobre qual posicionamento que a empresa pretende ter com o novo produto no mercado-alvo é uma das ações do desenvolvimento de estratégia de marketing. É correto o que se afirma em: a) I e III, apenas. b) I, II e IV, apenas. c) II, III e IV, apenas. d) I, II e III, apenas. e) I, II, III e IV. 2. Quando falamos em planejamento de produtos, é necessário compreender todas as etapas do processo. Segundo nossos estudos acerca das diversas etapas, analise as afirmações a seguir e a relação proposta entre elas: I - As parcerias são consideradas um componente necessário para o planejamento de pro- dutos. PORQUE II - Elas permitem estabelecer alianças, ao longo do canal de distribuição, agregando valor ao produto. A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta: VAMOS PRATICAR 1 1 a) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é falsa. b) A asserção II é uma proposição verdadeira, e a I é falsa. c) As asserções I e II são proposições falsas. d) As asserções I e II são proposições verdadeiras. e) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. 3. Em nosso tema de aprendizagem, estudamos a descontinuidade dos produtos e, entre as diversas possibilidades, verificamos um exemplo das fitas clareadoras da Oral B. Segundo nossos estudos, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o motivo que levou a empresa a retirar o produto do mercado: a) A retirada ocorreu, pois o produto não cobriu os custos necessários de sua produção e distribuição. b) A retirada ocorreu, pois existiu solicitação de órgãos regulamentadores. c) A retirada ocorreu, pois a empresa mudou de estratégia frente ao consumidor. d) A retirada ocorreu, pois o produto não atingiu o patamar planejado pela empresa. e) A retirada ocorreu, pois a concorrência conseguiu prejudicar os negócios, diminuindo, significativamente, o número de consumidores. 4. Estudamosalgumas ferramentas que podem colaborar e facilitar o processo de avalia- ção de ideias. Um dos métodos estudados foi o mapa de empatia, que consiste em uma ferramenta visual que colabora no momento de se colocar no lugar dos consumidores, permitindo compreendê-lo, de forma satisfatória e profunda. Acerca desta ferramenta, assinale a alternativa correta: a) O mapa de empatia não colabora no processo de análise de ideias, mas ajuda a direcionar a atenção aos desejos e às necessidades dos clientes. b) O mapa de empatia colabora no processo de análise de ideias, mas não ajuda a direcionar a atenção aos desejos e às necessidades dos clientes. c) O mapa de empatia colabora no processo de análise de ideias, pois ajuda a direcionar a atenção aos desejos e às necessidades dos concorrentes. d) O mapa de empatia colabora no processo de análise de ideias, pois ajuda a direcionar a atenção aos desejos e às necessidades dos clientes. e) O mapa de empatia colabora no processo de análise de ideias, pois ajuda a direcionar a atenção aos desejos e às necessidades dos stakeholders. VAMOS PRATICAR 1 1 5. Vimos, em nossa disciplina, que o SCAMPER é uma técnica que pode ser utilizada em uma importante etapa do desenvolvimento de novos produtos. Assim, segundo nossos estu- dos, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a etapa em que essa técnica é, amplamente, utilizada: a) Seleção de ideias. b) Geração de ideias. c) Aprofundamento de ideias. d) Classificação de ideias. e) Substituição de ideias. VAMOS PRATICAR 1 8 REFERÊNCIAS CANVAS BRASIL. (2012). Disponível em: http://canvabrasil.blogspot.com/2012/04/mapa-da- -empatia.html. Acesso em: 22 fev. 2024. CHURCHILL, G.; PETER, J. P. Marketing. Criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2011. FILHO, E. R. Gerência de produtos para a gestão comercial: um enfoque prático. Curitiba: Ib- pex, 2010. KOTLER, P. Administração de Marketing: análise, planejamento, implementação e controle. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1998. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 9. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003. PÉPECE, O.; PIESKE, A. Gestão de produtos e marcas. Maringá: Unicesumar, 2018. ROZENFELD, H. et al. Gestão de desenvolvimento de produtos: uma referência para a melhoria do processo. São Paulo: Saraiva, 2013. SIAL, V. (2019). Disponível em: https://www.vanessasial.com/2015/10/oral-b-3d-whitestrips-fi- tas.html. Acesso em: 6 fev. 2020. 1 9 1. E 2. D 3. B 4. D 5. B CONFIRA SUAS RESPOSTAS 8 1 MEU ESPAÇO 8 1 MINHAS METAS PRODUTOS E SUAS PERCEPÇÕES, EMBALAGENS E RÓTULOS Compreender a importância do visual do produto no mercado. Conhecer a embalagem e suas diversas classificações e tipos. Verificar as características da rotulagem e como as cores a influenciam. Identificar os diferentes ciclos do produto. Apresentar o conceito e as variações da obsolescência de produto. T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 3 8 1 INICIE SUA JORNADA Compreender os produtos e suas variáveis é de extrema importância para qualquer gestor que deseja atuar, de forma satisfatória, no ramo, logo, é necessário conhecer os produtos e os demais itens que o compõem, além de suas diversas variáveis e os itens que estão, diretamente, ligados. Em nossa primeira aula, conheceremos a percepção visual do produto no mercado, ou seja, a influência que o visual causa no consumidor, colaborando para a realização dos negócios, podendo, ainda, funcionar como estratégia para alavancar as vendas. Posteriormente, aprofundaremos nossos estudos acerca do item embalagem, compreendendo mais a importância desse item para os produtos, e, também, alguns dos diferentes tipos e a forma como acontece a classificação das embalagens. Estudos que nos permitirão perceber a importância desse item e a forma como atua junto aos diferentes tipos de produtos e usos. Após conhecermos essas especificidades, entenderemos as características que compõem e estruturam o rótulo e como o componente pode ser utilizado como ferramenta de marketing, estudando, inclusive, a forma como as cores influenciam nas decisões dos consumidores. Bons estudos e um abraço! DESENVOLVA SEU POTENCIAL A PERCEPÇÃO VISUAL DO PRODUTO NO MERCADO Estudante! Agora, conheceremos mais acerca das percepções visuais de um produto no mercado, ou seja, a atração visual provocada por determinado produto no consumidor, que, consequentemente, poderá resultar em compra. Quando falamos de um produto atrativo, raramente, referimo-nos aos estímulos que o som, o cheiro ou o paladar podem causar. A percepção humana é motivada pela visão, assim, quando falamos sobre o estilo de determinado produto, estamos falando do seu estilo visual, aquilo que o consumidor enxerga. UNICESUMAR 8 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 3 Logo, podemos afirmar que o fato de um produto ser atrativo está, diretamente, ligado aos seus aspectos visuais. Logo, o estilo de um produto é de extrema im- portância, afinal, ele será um dos impulsionadores. “ Estilo de produto é a qualidade que provoca a sua atração visual. A forma visual pode ser feia, desequilibrada ou grosseira. Ou pode ser transformada em uma forma bela, que é admirada por todos que olhem. Hoje, todos os segmentos da sociedade, desde consu- midores individuais até o governo aceitam a ideia de que o estilo é uma forma importante de se adicionar valor ao produto, mesmo sem haver mudanças significativas no seu funcionamento técnico. Nem sempre o estilo precisa ser vistoso, elaborado ou dispendioso (BAXTER, 1998, p. 25). O estilo de um produto pode ser considerado um dos grandes responsáveis pelas vendas, afinal, em muitos casos, o consumidor já imagina aquele determinado produto inserido em sua casa, escritório etc. É de extrema importância que um produto atraia a atenção do consumidor para si, todavia, quando falamos em atrair a atenção do consumidor, ela pode acontecer de três formas diferentes, que são: PRIMEIRA Um objeto precisa ser considerado atrativo quando chama a sua atenção, por ser, visualmente, agradável. Quando você está dirigindo ou andando pela rua, uma casa bem projetada pode chamar sua atenção. Da mesma forma, um produto pode chamar sua atenção quando você anda no shopping center ou quando vê a foto dele numa revista. SEGUNDA Um objeto atraente é um objeto desejável. Fazendo com que o con- sumidor deseje possuir o produto, estará vencida mais da metade da batalha de marketing deste produto. Se um produto pode ser trans- formado em um objeto desejável, simplesmente pelo seu aspecto visual, então, terá um forte poder de marketing. 8 4 TERCEIRA Unindo as suas qualidades, um produto que é capaz de chamar a atenção e se torna desejável faz com que os consumidores se sintam arrastados em direção ao produto. O significado literal do termo atrativo. Quadro 1 – Atrativos do estilo do produto / Fonte: adaptado de Baxter (1998, p. 46). É importante refletir acerca de como desenvolver atrativos nos produtos para os consumidores, logo, é preciso compreender quais fatores são considerados para cada tipo. Assim, conheceremos quais são as quatro formas para atrair consumidores, segundo Baxter (1998): ATRAÇÃO DAQUILO QUE JÁ É CONHECIDO Muitos produtos dependem de uma compra contínua para que permaneçam no mercado. Assim, é de grande importância que o consumidor se acostume a comprá- los, com certa frequência. Se, em uma reelaboração do produto, o design, ou seja, a aparência visual for, drasticamente, modificada, existe a possibilidade de o consumidor não reconhecer o produto no PDV, rompendo o elo existente entre ele e o produto. Além disso, a alteração também pode ser prejudicial pelo fato de consumidores comprarem os novos produtos e, apenas no momento do uso, perceberem que somente a embalagem mudou e o produto continua o mesmo, sentindo-se, então, ludibriados pela organização. Logo, em uma reestruturação da embalagem do produto é importante respeitar a imagem anterior do produto, permitindo o reconhecimentodos consumidores pelo novo produto. ATRAÇÃO SEMÂNTICA Consiste em transmitir confiança, por meio da imagem do produto para novos consumidores. Esta técnica é utilizada para transmitir ao consumidor a imagem de que determinado produto desempenha bem sua função (muitas vezes, convencendo-o apenas pelo design). Mesmo sem testar, ou conhecer o produto, o consumidor o adquire. Os produtos devem apresentar ao consumidor a imagem de que executam bem a função para a qual foram projetadas. UNICESUMAR 8 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 3 ATRAÇÃO SIMBÓLICA Essa estratégia está atrelada ao fato de alocar o produto para uma atitude ou um estilo, ou seja, se a aparência do produto ofertado por sua empresa for o mais importante, é necessário aderir este produto a um estilo de vida ou de grupos. A confiança no produto, por parte do consumidor, é medida a partir do grau de autoimagem deste no mesmo. Por exemplo, “este produto é refinado, sofisticado e se parece comigo, que pertenço a uma família tradicional da cidade” (BAXTER, 1998, p. 47), a atração simbólica é pautada pela incorporação do produto no estilo de vida do consumidor. ATRAÇÃO INTRÍNSECA DA FORMA VISUAL Consiste nos atributos básicos para que a atração visual do consumidor aconteça, consiste em suas características, sua beleza, um aspecto estético que deve ser imposto pelo produto, resultando, assim, na incorporação dos aspectos ligados à percepção visual, fazendo com que o consumidor adquira seus produtos. Estudante! É possível entender que a percepção visual do consumidor sobre o produto exerce grandes influências em relação ao resultado final, ou seja, a compra, assim, pode-se compreender o motivo pelo qual as empresas investem em comerciais, pois permitem apresentar os produtos com todo o seu design e funcionalidade. É válido perceber que todo consumidor possui uma forma própria de observar tudo o que lhe rodeia e interessa, assim como o contrário. Logo, análises aprofundadas acerca de como o cérebro reage aos estímulos podem colaborar no momento de se realizar estudos aprofundados sobre a percepção do consumidor junto ao produto. 8 1 Concluímos que a percepção visual é muito importante para a realização dos negócios, todavia, se associada a produtos que atendam às necessidades, podem apresentar resultados efetivos e satisfatórios para a organização. Para colaborar na percepção visual do produto, devemos considerar os itens embalagem e rótulos, que abordaremos a seguir em nossos estudos, buscando compreender de que trata cada um desses itens, e a forma como atuam junto ao consumidor. EMBALAGEM Você já imaginou um produto sem embalagem? Sem aquela “proteção” que abraça os produtos que a indústria produz? Afinal, o que e qual é a função das embalagens? A embalagem consiste, basicamente, em um recipiente ou envoltura cuja finalidade era armazenar um produto por determinado período. Ela pode armazená- lo de forma individual, ou, ainda, em grupos. As funções iniciais da embalagem são proteger, aumentar sua validade (shelf life), facilitar a distribuição e a identificação por parte do consumidor, todavia com o desenvolvimento da sociedade e das estratégias de marketing, novas funções foram atribuídas a este componente. Não somente a marca é responsável por divulgar e apresentar determinado produto ao consumidor, a embalagem também possui essa função, principalmente, quando nos referimos ao ponto de venda. A embalagem é um item fundamental para comunicar o consumidor acerca de determinado produto. “ A embalagem é um elemento fundamental da estratégia de produto na maioria das empresas, já que quase todos os bens comercializa- dos devem ser embalados. Em alguns poucos casos, a embalagem ainda é vista somente como um envoltório, mas na maioria deles, é tratada como uma poderosa ferramenta de marketing, capaz de criar valor para clientes. Embalagens bem desenhadas são vitrines para produtos, agregando-lhes valor, influenciando a qualidade percebida por consumidores e posicionando a marca (GOBE, 2004, p. 103). A percepção visual é muito importante para a realização dos negócios UNICESUMAR 8 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 3 Uma coisa é certa, a embalagem deve desempenhar diversas funções junto ao produto, principalmente, quando ligadas à venda, ela deve: chamar a atenção do consumidor, apresentar as principais características do produto, conquistar a confiança do consumidor e transmitir uma imagem positiva, não só em relação ao produto, mas também à organização que está por trás dele. Com o passar dos anos, as embalagens tornaram-se aliadas importantes das organizações e da sociedade como um todo; afinal, elas permitiram a distribui- ção de diversos produtos, ligados a diversas áreas, como alimentação e saúde, permitindo que esses produtos atingissem áreas e consumidores que ainda não os usufruíam, colaborando para o aumento do consumo. Conforme apresentado pela Boa União (2018), “a embalagem tornou-se essencial para otimizar o apro- veitamento dos alimentos e insumos demandados pela sociedade e para reduzir o desperdício global”. Além disso, colaborou, de forma significativa, no processo de transporte de produtos frágeis e perecíveis, independentemente do seu valor. A Coca-Cola chegou ao Brasil, em 1942. Durante a II Guerra Mundial, Robert Woodruff assegurou que qualquer soldado norte-americano, onde quer que estivesse, poderia tomar uma Coca-Cola por US$ 0,05. Foi a estratégia que introduziu o produto em novos mercados e o tornou, mundialmente, conhecido. Em 1959, a Coca-Cola empregou uma nova ação mercadológica para implantar o conceito de vasilhame em casa e a venda em domicílio. Em 1988, a empresa inunda o mercado brasileiro com várias novidades. Primeiro as embalagens one way, depois, a tampa com rosca. Nesse ano, a Coca-Cola também lançou as miniaturas que foram uma verdadeira coqueluche. Seis milhões de miniaturas foram disputados, avidamente, pelos fãs do refrigerante. A década de 1990 foi marcada pelo lançamento da Big Coke (2 litros) e da lata de alumínio 100% reciclável. Pouco tempo depois, chegou ao mercado a Super Família, garrafa plástica retornável de 1,5 l que atende às exigências da Legislação Internacional de Proteção Ambiental. Em 1992, a Coca-Cola comemorou seus 50 anos de atividades no Brasil com o lançamento das Coke Machines – Máquinas para vender refrigerantes em lata. A empresa também foi pioneira ao fabricar a Coca-Cola light, o primeiro refrigerante light do país. Quatro anos mais tarde, em 2001, a famosa garrafa contour de 237 ml, marca registrada da Coca-Cola, criada em 1916, é relançada no mercado brasileiro, resgatando a exclusividade da marca (NEGRÃO, 2008, p. 28). APROFUNDANDO 8 8 Uma embalagem pode possuir diversas características, incluindo a possibilidade de exercer diferentes funções frente ao mercado e ao consumidor. Segundo a li- teratura, a embalagem pode ser classificada, de forma geral, em quatro principais grupos de funções, que são: CONTENÇÃO Nesse caso, a embalagem possui a finalidade de acondicionar o produto de forma correta, garantindo que chegará às mãos de seus usuários nas condições ideais para o consumo, além disso, elas colaboram no processo de transporte e armazenagem dos produtos. PROTEÇÃO Consiste em proteger o produto, mantendo sua integridade até que ele chegue ao consumidor. Defeitos percebidos na embalagem de determinado produto demonstram que, neste caso, a embalagem não está atendendo aos critérios necessários, ou seja, não protege o produto de forma eficiente, além disso, esses problemas podem identifi- car falhas tanto no processo de fabricação quanto transporte e armazenagem. COMUNICAÇÃO Ela deve apresentar informações importantes sobre o produto (podem-se utilizar tam- bém rótulos fixados nas embalagens, apresentando essas informações), como valida- de, modo de usar, informações sobre o fabricante, composição, código de barras etc. SERVIÇO OU CONVENIÊNCIA Essa função é referente à conveniênciaque a embalagem fornece no momento de utilização, ou seja, ela deve facilitar o uso do produto. Nessa função estão presentes alguns aspectos, por exemplo: fecho entre as utilizações, sistemas facilitadores de abertura (abre fácil), possibilidades de aquecimento/congelamento etc. Além disso, são incluídas na função as diferentes ações relacionadas ao marketing e a comunica- ção voltada às vendas; afinal, é importante que embalagem atraia a atenção do consu- midor, seduzindo-o e motivando-o a realizar a compra. É importante destacar que os grupos apresentam as características das possíveis funções exercidas pela embalagem, todavia, uma embalagem pode possuir mais de uma característica, ou seja, possuir direcionadores para oferecer ao consumi- dor mais de uma função. UNICESUMAR 8 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 3 TIPOS DE EMBALAGENS Assim como os produtos, as embalagens também possuem características e tipos diferentes. A Associação Brasileira de Embalagens (ABRE) apresenta os princi- pais tipos de embalagens, como: ■ Blister: este é um tipo de embalagem composta por um suporte que pode ser metálico, de cartão ou filme plástico. Figura 1 – Embalagem blister / Fonte: Shutterstock. Descrição da Imagem: a imagem mostra três embalagens do tipo blister, cada uma tem duas pilhas dentro. Uma é amarela, a outra branca, e a última, à direita, é preta. O produto é fixado nessa base por um filme em formato de bolha ou contornando o produto (pode ser utilizado o sistema a vácuo para isso). É um tipo de emba- lagem muito utilizada como cartela de comprimidos, na indústria farmacêutica, mas também pode ser encontrada em outros produtos, tais como pilhas, canetas, escovas dentais etc. ■ Cartucho: consiste em uma embalagem composta, basicamente, por papel cartão. Amplamente utilizada pela indústria, pode ser encontrada em cereais matinais, sabão em pó, creme dental, amido de milho (em caixa) etc. ■ Embalagem cartonada: também conhecida como embalagem longa vida, é composta por diversas camadas que têm o objetivo principal de prolongar a vida do produto, em prateleira, protegendo-o de luz, água, microrganismos, gases, entre outros. 9 1 plástico plástico plástico plástico papel alumínio São várias camadas dos três materiais que, somadas, resultam em: 75% de papel, 20% de alumínio e 5% de plástico. Figura 2 – Composição de embalagem cartonada asséptica Fonte: Química Verde (2012, on-line). Descrição da Imagem: a ilustração apresenta uma embalagem cartonada asséptica azul, e ao lado há a indicação das camadas. De cima para baixo: plástico, plástico, alumínio, plástico, papel, plástico. Abaixo, tem o texto: São várias camadas dos três materiais que, somadas, resultam em: 75% de papel; 20% de alumínio e 5% de plástico. A embalagem cartonada classificada como asséptica é composta por 75% de papel cartão, 20% de filmes de polietileno de baixa densidade e 5% de alumínio. ■ Embalagem mista: este tipo de embalagem consiste na combinação de dois ou mais materiais reciclados. Como exemplo da composição po- demos apresentar o plástico com metal/madeira/vidro etc. A vantagem na utilização deste tipo de embalagem dá-se devido à resistência que a combinação pode oferecer no momento de proteger, ou transportar determinado produto, além de colaborar no processo de atrair novos consumidores. ■ Bisnagas: podem ser fabricadas de material plástico ou metálico, e o uso pode variar, segundo a necessidade da organização. Neste tipo de embalagem, é possível encontrar de produtos alimentícios até produtos de limpeza e higiene pessoal. ■ Embalagens multicamadas: combinam, de forma satisfatória, diversos materiais, como: papel, papelão e alumínio. Diferente das embalagens cartonadas, este tipo de embalagem não conta com um padrão a ser uti- lizado tanto para camadas quanto para materiais. UNICESUMAR 9 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 3 ■ Embalagem de vidro: comumente ligados a produtos que necessitam de pasteurização, este tipo de embalagem é amplamente encontrado no mercado. Todavia, devido ao seu custo elevado, não é a primeira opção da organização no momento de analisar e disponibilizar seus produtos aos consumidores. Podem variar entre garrafas, potes, entre outros modelos existentes no mercado. ■ Embalagens laminadas: são embalagens compostas por filme plásti- co metalizado, uma camada de adesivo e uma camada de filme plástico. Comumente, encontrada no mercado, e são aliadas na conservação de produtos secos, como café, biscoitos, salgadinhos etc. ■ Latas: disponíveis no mercado tanto em alimentos quanto em produtos de higiene e limpeza, entre outros, as latas são, amplamente, utilizadas e podem ser produzidas a partir de vários materiais. É importante desta- car que, apesar de parecer simples, essa embalagem pode ser um tanto quanto complexa, pois a espessura do revestimento pode variar, segundo o produto a ser envasado, quando utilizado para produtos corrosivos, o revestimento tende a ser mais grosso, evitando o ataque do próprio produto à embalagem. Os tipos de embalagens apresentados não são os únicos, todavia são os mais utilizados no mercado, logo, estruturamos nossos estudos com base neles. Ao optar por uma embalagem específica, é de extrema importância que o gestor responsável pelo produto realize análises diversas a fim de se encontrar o melhor tipo de embalagem para seu produto, permitindo que esta atue como aliada ao produto frente ao consumidor. 9 1 CLASSIFICAÇÃO DE EMBALAGENS Estudante! As embalagens tendem a ser classificadas segundo sua proximidade ao produto e sua função. A classificação pode acontecer, de modo geral, em três tipos, são eles: Embalagens primárias Esse tipo de embalagem é de fácil identificação e assimilação. Consiste, basica- mente, na embalagem que envolve o produto, havendo contato direto entre eles. Ela pode ser utilizada para identificação e promoção ou apenas para proteção, de modo geral, podemos dizer que a embalagem primária é a que “defende” o produto do mundo externo. Figura 3 – Exemplo de embalagem primária / Fonte: Shutterstock. Descrição da Imagem: a imagem mostra duas garrafas escuras de vinho lado a lado. À esquerda, há um rótulo em branco; à direta, a outra garrafa está sem rótulo. UNICESUMAR 9 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 3 Ainda dentro dessa classificação, as embalagens podem ser divididas em dois grupos: as que necessitam serem retiradas do produto antes do uso, por exemplo, a embalagem de um sanduíche, e as que acompanham o consumo do produto até o final, sendo descartadas somente após o término, como vinhos. Esse tipo pode ser a única embalagem do produto, contendo todas as informações sobre a mar- ca, informações do produto ou, ainda, ser apenas uma embalagem de proteção, contando com uma embalagem secundária com as informações acerca deste. Embalagens secundárias A embalagem secundária é a que sobrepõe a embalagem primária, ou seja, além da embalagem primária que, neste caso, é a de proteção ou conservação, o pro- duto consiste em mais uma camada de embalagem. Figura 4 – Exemplo de embalagem secundária / Fonte: Shutterstock. Descrição da Imagem: A imagem mostra duas embalagens de corn flakes como exemplo de embalagem secundária. As embalagens secundárias são encontradas no mercado em diversas situações, como em caixas de creme dental (a caixa que envolve o tubo), caixa de cereal matinal (caixa que envolve o pacote interior) etc. 9 4 Embalagens terciárias Esta embalagem é amplamente conhecida por ser embalagem de transporte. Quando falamos em embalagens de transporte, elas podem ser das mais simples, para uso cotidiano, como sacolas ou, até mesmo, as embalagens para usos corporativos, como caixas plásticas de transporte, engradados de bebidas etc. Por fim, é de grande importância atentarmos em alguns pontos sobre o momento da criação da embalagem. As preocupações devem ser analisadas e elaboradas, de forma atenciosa e crítica, pelo gestor. Segundo Filho (2010),são os seguintes: CRIAR O CONCEITO DA EMBALAGEM Definir o que a embalagem, efetivamente, é e o que deve fazer pelo produto (protegê-lo, apresentá-lo, valorizá-lo etc.). SEGURANÇA Pensar em mecanismos que garantam a integridade do produto (lacre) e do cliente/consumidor. TESTESDE ENGENHARIA Visa assegurar a resistência da embalagem a todas as situações pelas quais ela passará (transporte, quedas, manuseio, movimentação etc.). TESTES VISUAIS Visa garantir a visibilidade da utilização de cores e textos na embalagem. TESTES DE CONSUMO Para assegurar resposta favorável do mercado à embalagem e, principalmente, ao produto que ela conterá. NECESSIDADE DE TEXTOS Informacionais, promocionais e para atender as necessidades legais. UNICESUMAR 9 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 3 HARMONIA DA EMBALAGEM Em relação aos demais elementos do mix de marketing. ECOLOGIA A questão ambiental ocupa espaço relevante na mente dos clientes/consumidores, exigindo preocupação com as questões da reciclagem, retorno da embalagem ao processo produtivo etc. OUTRAS QUESTÕES Como o tamanho, a forma, os materiais componentes da embalagem etc. Quadro 2 – Preocupações do gestor em relação às embalagens Fonte: Filho (2010, p. 119). A embalagem deve ser considerada como um meio, e não como um fim; afinal, ela é parte importante e estruturante do produto e deve ser estudada e analisada, buscando sempre oferecer as melhores opções aos consumidores. ROTULAGEM Além de embalar os produtos, também precisamos fornecer algumas informa- ções aos nossos consumidores, e essa função tão importante pode ser atribuída ao rótulo. Diferente do que se pensa, rotular um produto vai muito além de criar um nome a uma marca para estampá-lo. Elaborar um rótulo de qualidade é uma estratégia de marketing, pois o rótulo é considerado a parte responsável por apre- sentar o seu produto ao consumidor no PDV (ponto de venda), afinal, ele deve apresentar todas as informações acerca dele, como forma de uso, ingredientes, instruções, características etc. “ Rótulos podem dar suporte ao marketing, promovendo o produto, acrescentando valor para os clientes ao oferecer informações que os ajudem na seleção e uso do produto. Os rótulos auxiliam o esforço promocional da organização também ao chamar atenção para os produtos e seus benefícios. Se a promoção enfatiza certas caracte- rísticas ou mensagens sobre a qualidade de um produto, elas podem ser reforçadas no rótulo (CHURCHILL; PETER, 2011, p. 277). 9 1 É válido ressaltar que, para cada segmento de produto e mercado, existe um órgão responsável regulamentador. Podemos citar como exemplo, para a indús- tria alimentícia, o órgão responsável, que é a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), logo, o processo de elaboração de rótulos deve atender a todas as especificidades estipuladas pelos mesmos. “ Todas as embalagens exibem informações em maior ou menor grau. Em geral, essas informações podem ser divididas em diferentes ti- pos, como marca, atribuição de nomes, variante do produto, caracte- rísticas e benefícios, pesos, medidas etc. Muitas vezes, a quantidade de informações parece exceder em muito o espaço disponível para elas. As demandas impostas pela legislação moderna de proteção ao consumidor atendem às necessidades do proprietário de marca, disposto a assegurar que os consumidores entendam o produto e saibam como ele satisfaz suas exigências (CALVER, 2009, p. 126). Raramente, um rótulo será único, afinal, ele está, diretamente, ligado ao tipo, perfil do consumidor e, também, ao atendimento das exigências legais, assim, ele deverá ser atualizado e renovado, de forma constante, buscando atender a essas necessidades. Quando um gestor lida com o desenvolvimento de um rótulo, é de extrema importância que ele consiga aliar, de forma satisfatória, resistência, qualidade, design, durabilidade, entre diversas qualidades que um bom rótulo deve ofere- cer; afinal, ele deve chegar intacto ao consumidor. Escolher a melhor forma de rotular o produto permitirá a entrega das informações de forma satisfatória ao consumidor, assim, conheceremos alguns dentre os principais tipos de rótulos encontrados no mercado. UNICESUMAR 9 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 3 Rótulo manga Também conhecido por PEBDL (Polietileno de Baixa densidade linear), é, am- plamente, encontrado no mercado, pois os elementos que o estruturam permitem maior resistência ao rótulo, além de ser, quase em todas as opções, fabricado de um material reciclável, colaborando com a sustentabilidade da empresa. O rótulo manga consiste em um rótulo que envolve o produto em toda sua cir- cunferência, permitindo realizar, ainda, uma comunicação 360°, não deforman- do a embalagem, tornando-se uma ótima opção para garrafas, tubos, bisnagas, vidros cilíndricos etc. Rótulo BOPP ou filme BOPP Fabricado de filme plástico (poliolefínico), é extremamente versátil e pode pos- suir diversos acabamentos diferentes, buscando sempre atender às necessidades da empresa. Eles podem ser transparentes, foscos, metalizados etc. e possuem um custo superior, quando comparado com o rótulo manga. Outro ponto im- portante a se destacar é que os rótulos fabricados com esse material não possuem elasticidade, logo, deve ser aplicado somente a superfícies que não são flexíveis, comumente utilizado para vidros. Ao se optar pelo BOPP, pode-se imprimir Figura 5 – Produtos com rótulo tipo manga Fonte: Shutterstock. Descrição da Imagem: a imagem mostra uma embalagem de alvejante indicando este termo no rótulo “Alvejante”. 9 8 etiquetas, adesivos, entre outros. É válido ressaltar que esse tipo de rótulo possui baixa densidade e uma superfície lisa, ou seja, pode ser aplicado a produtos que vão ser armazenados tanto em ambientes secos, quanto úmidos. Rótulo couché É um rótulo desenvolvido em papel couché, um dos mais utilizados pela in- dústria, devido ao seu baixo custo, podendo ser adesivo ou não. Além do custo, apresenta outras vantagens, como acabamento brilhante natural, fornece melhor acabamento ao produto, fazendo com que este chame a atenção do consumidor de forma facilitada. Por se tratar de papel, este tipo de material não deve ser exposto à umidade, pois pode fazer com que o rótulo derreta, perdendo, assim, todas as informações aplicadas no mesmo. Rótulo termoencolhível ou sleeve É um dos mais procurados pelas empresas, por permitir um acabamento adaptá- vel à embalagem do produto. Assim como o rótulo manga, ele permite embalar o produto 360°, todavia, possibilita que se adapte a forma do produto, apresenta re- sistência considerável e tende a durar mais se comparado aos outros tipos de rótulo. Descrição da Imagem: a imagem mostra uma garrafa de iogurte vermelha e rosa. Figura 6 – Produtos com rótulo tipo sleeve Fonte: Shutterstock. UNICESUMAR 9 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 3 Além disso, ele pode ser integrado ao lacre do produto, oferecendo mais segu- rança ao consumidor. Existem, no mercado, diversos materiais que possibilitam estruturar esse rótulo, todos com acabamento plástico. Pode ser utilizado tanto em produtos que necessitam de armazenamento seco, quanto úmido. Impressão direta sobre a embalagem Além dos diferentes rótulos existentes que permitem a aplicação sobre a em- balagem do produto, encontramos, no mercado, também, a possibilidade de estampar, ou seja, imprimir, diretamente, no produto o seu rótulo. Essa técnica pode ser realizada em diferentes tipos de materiais e possui um custo superior aos rótulos, todavia entre todas as opções, é o que fornece mais resistência e durabilidade; afinal, por ser estampado diretamente na embalagem do produto, deve estar intacto para que o consumidor o utilize. O tipo de rótulo deve ser analisado de forma criteriosa pelo gestor responsável pelo produto, levando em conta fatores internos e externos e conhecendo de forma detalhada cada um dos diferentes tipos de rótulos existentes no mercado, somente assim será possível atingirtodos os objetivos desejados pelo rótulo do produto. Conheceremos, a seguir, algumas etapas e informações que devem conter em um rótulo, ressaltando que é de extrema importância adaptar as informa- ções segundo a necessidade do produto e as exigências legais. Por exemplo, se o rótulo a ser desenvolvido for de um medicamento, é preciso verificar, junto ao órgão regulamentador, quais são as suas necessidades, ou seja, quais informações devem, obrigatoriamente, ser apresentadas. Para nossos estudos, utilizaremos os produtos alimentícios como base. 1 1 1 O que os rótulos devem apresentar Marca, nome fantasia, dinominação Identificação de origem Instruções de uso Modo de preparar Denominação de vendaTabela nutricional Pinel principal Lista de Ingredientes Alimento Indústri Brasileira Conteúdo Líquido XXg Figura 7 – O que um rótulo deve conter / Fonte: Machado (2015, p. 37). Descrição da Imagem: O infográfico mostra um círculo cinza representando uma embalagem de um produto, dentro dele a palavra “Alimento”; abaixo, ainda dentro do círculo, está escrito: “Indústria Brasileira Conteúdo Líquido XXg”. A formas dentro do círculo, todas brancas, cada uma indicando um elemento que deve conter no rótulo: Marca, nome fantasia, denominação; Identificação de origem; Instruções de uso/Modo de preparar; Lista de ingredientes; Pinel principal; Tabela nutricional; Denominação de venda. Segundo as normas estabelecidas pela Anvisa e no Manual de Rotulagem de Alimentos (2015), conheceremos quais são as informações que devem ter, obri- gatoriamente, nos produtos alimentícios: ■ Designação da venda do alimento: consiste em apresentar as informa- ções acerca do produto que está sendo oferecido, apresentando, também, as especificidades daquele produto. Em uma embalagem de vinagre, deve- mos encontrar essa informação e, também, a especificidade do produto, por exemplo: vinagre alcoólico de maçã, de vinho etc. ■ Relação dos ingredientes presentes no produto: obrigatoriamente, toda embalagem de produto alimentício deve apresentar a relação da com- posição do mesmo, ou seja, os ingredientes que foram utilizados em seu preparo. Os ingredientes são apresentados na relação, em ordem decres- cente, segundo a quantidade presente em maior quantidade no produto. UNICESUMAR 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 3 Figura 8 – Relação de ingredientes de produto / Fonte: adaptada de Anvisa (2019). Descrição da Imagem: a imagem mostra a foto de uma lista de ingredientes de um produto alimentício: INGREDIENTES: Cereais integrais (81,3%) [farinha de aveia integral (29,6%), trigo integral (29,6%), farinha de cevada integral (17,9%), farinha de milho integral (2,1%), farinha de arroz integral (2,1%)], xarope de açúcar ama- relo parcialmente invertido, açúcar, amigo de trigo, vitaminas e minerais (cálcio, vitamina C, niacina, ferro, ácido pantotenico, ácido fólico, vitamina D, vitamina B6, riboflavina), sal, óleo de girassol, corantes (anato, carotenos), xarope de açúcar caramelizado, antioxidante (extrato rico em tocoferóis). Pode conter frutos secos de casca rija. Produtos que são compostos de ingredientes únicos estão dispensados desta normativa, por exemplo, leite, açúcar etc. Origem do produto: deve conter as informações necessárias acerca do local em que o produto foi fabricado, apresentando, também, as informações da em- presa fabricante, como nome, endereço, informações para contato etc. Conteúdo em peso: apresentar o peso ou volume do produto, o que pode ser apresentado em gramas, quilos, litros etc. Além disso, existem algumas espe- cificidades, como o caso de conservas, que deve apresentar dois tipos de peso, o em massa e o drenado. Informações nutricionais: a tabela nutricional é um item obrigatório nos produtos alimentícios, além de ser de extrema importância para o consumidor, afinal, esse item permitirá que ele compreenda, de forma clara, o que estará con- sumindo e conheça um pouco mais acerca do produto que está utilizando. 1 1 1 Figura 9 – Tabela nutricional / Fonte: Anvisa (2019, on-line). Descrição da Imagem: A imagem mostra a tabela nutricional de um alimento. INFORMAÇÃO NUTRICIONAL Porção de 50 g (2 fatias) Quantidade por poção % VD (*) Valor energético 170 kcal = 714 kJ 9% Carboidratos 34 g 11% Proteínas 4,8 g 6% Gorduras totais 1,5 g 3% Gorduras saturadas 0 g 0% Gorduras trans 0 g 0% Fibra alimentar 0 g 0% Sòdio 66 g 3% (*) % Valores diários de referência com base em uma dieta de 2000 kcal ou 8400 kJ. Seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas. Informações nutricionais complementares: são as informações extras, colo- cadas estrategicamente, para atrair a atenção do consumidor. Os produtos apre- sentam informações, como: zero açúcar, baixo teor de sódio, diet, light etc. Alergênicos: a regulamentação vigente obriga a inserção de produtos que podem ser considerados alergênicos, nos rótulos dos produtos. Anteriormente, somente a presença do glúten deveria ser informada, todavia, devido ao alto índi- ce de crises alérgicas, os produtos devem, obrigatoriamente, informar a presença dos produtos a seguir em sua composição. UNICESUMAR 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 3 ■ Peixes e crustáceos. ■ Ovos. ■ Soja, trigo ou amendoim. ■ Leite. ■ Oleaginosas diversas. Estes, que são responsáveis por 90% das crises alérgicas, devem, atendendo à regulamentação, serem apresentados, de forma destacada, no rótulo do produto. Prazo de validade Obrigatoriamente, todos os produtos alimentícios (entre outras categorias) de- vem apresentar o prazo de validade de forma clara, permitindo ao consumidor identificar, por meio de visualização, se o produto está bom para o consumo. Para os produtos que apresentam prazos de validade inferiores a três meses, é necessária a apresentação do dia, mês e ano do vencimento do produto, para os produtos com prazo superior, apenas o mês e o ano. Deve incluir, também, a data de fabricação do produto. Lote Também deve ser apresentado no produto, de forma clara, permitindo, assim, a identificação da fabricação do produto, pois, em casos de problemas e avarias, o lote permite a identificação e o recolhimento destes produtos. Existem alguns itens de extrema importância, que não são exclusivos ou presentes em rótulos de produtos alimentícios. Vamos conhecer alguns destes: Modo de usar Deve apresentar as informações acerca do uso do produto, permitindo ao con- sumidor compreender a forma de manipulá-lo, a fim de se obter melhores apro- veitamento e resultado do produto. 1 1 4 Etiquetas de eficiência energética Consiste em selos que apresentam a classificação do produto segundo sua avaliação energética, ou seja, apresentam a quantidade de energia gasta em determinado pro- duto. Comumente, encontramos esta etiqueta em eletrodomésticos e eletrônicos. Este tipo de etiqueta, em alguns produtos, também pode ser considerado como rótulo, afinal, apresentam todas as informações necessárias acerca do mesmo. Figura 10 – Selo de eficiência energética / Fonte: Mundo da elétrica (2019, on-line). Descrição da Imagem: a imagem mostra uma foto de um selo de eficiencia energética de um refrigerador. Nele, está a indicação do Fabricante, Marca, Tipo de degelo, gráfico indicando da maior eficiência até a menor eficiência (A, B, C, D e E, respectivamente). Indicação do consumo de energia, Selo do INMETRO. UNICESUMAR 1 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 3 Código de barras: não existe lei ou normativa que obrigue o fabricante a apre- sentar código de barras em seu rótulo ou embalagem, todavia o código de barras é uma ferramenta que facilita a gestão dos produtos. Assim, caso queira ofertar seus produtos para grandes comerciantes, é de extrema importância aderir a esta ferramenta. Os rótulos ainda podem ser classificados em três diferentes grupos, que se- gundo Gobe et al. (2004) são: INFORMATIVOS Consistem em rótulos que costumam chamar a atenção do consumidor para uma ne- cessidadeespecífica ou algum cuidado. Podemos citar como exemplos alguns rótulos que contenham as frases: produto inflamável, mantenha longe do alcance de crianças, não expor ao sol etc. CLASSIFICATÓRIOS Apresentam informações sobre a qualidade, a categoria ou o atributo de determinado produto, como tipo A ou B, integral etc. DESCRITIVOS São os rótulos completos, que apresentam todas as informações anteriores, comumen- te, são os mais poluídos, visualmente, todavia são os que atendem a todas as normas estipuladas. Basicamente, todas as embalagens possuem um rótulo. Diversas vezes, este ele- mento é o responsável pela transmissão da informação de um produto, princi- palmente, quando as embalagens possuem baixo poder de diferenciação. Nestes casos, a rotulagem passa a ser umas das preocupações centrais da estratégia de embalagem. 1 1 1 Como princípio geral, os rótulos dos alimentos não devem: • Apresentar informação falsa. • Atribuir efeitos ou propriedades que não possuam. • Destacar a presença ou ausência de componentes que sejam intrínsecos ou próprios de alimentos de igual natureza, exceto, nos casos previstos em regulamentos técnicos específicos. • Ressaltar a presença de componentes que sejam adicionados como ingredientes em todos os alimentos com tecnologia de fabricação semelhante. • Ressaltar qualidades terapêuticas sob forma farmacêutica. • Indicar que o alimento possui propriedades medicinais ou terapêuticas. • Aconselhar seu consumo como estimulante para melhorar a saúde para prevenir doenças ou com ação curativa (MACHADO, 2015, p. 56). O RÓTULO E AS CORES As cores são de extrema importância e possibilitam diversas aplicações dentro do design de embalagens, podem ser utilizadas, entre várias funções, como parte da identidade de uma marca específica, colaborando no processo de identificação. “ As cores não podem ser escolhidas exclusivamente pelo gosto pes- soal, pois ele é um valor de conceituação subjetiva e variável. Exis- tem gostos para vários tipos de objetos: vestuário, carros, decoração de ambiente etc., porém, essas preferências não podem ser aplicadas indistintamente. Em termos de arte e comunicação visual quanto mais objetiva (internacional e consciente) for à escolha das cores, maiores serão as possibilidades de a imagem transmitir a mensagem ou o clima planejado. Isso significa que tem certas cores ou com- binação de cores mais adequadas do que outras para comunicar determinadas sensações ou ideias (CREPALDI, 2000, p. 13). UNICESUMAR 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 3 Com o passar do tempo, uma marca pode não só servir para identificar um produto como se tornar referência, ou seja, a partir do momento que o consu- midor visualiza aquela cor, consegue remeter seu pensamento, diretamente, a um produto específico. Por exemplo, vamos imaginar um refrigerante com o rótulo vermelho. Tenho certeza de que conseguiu visualizar a marca Coca-Cola, pois essa é referência no mercado de refrigerantes e, quando solicitada a marca vermelha, ela é a primeira que vem à mente dos consumidores. Além disso, as cores também permitem criar a diferenciação entre o produto e seus concorrentes. “ O domínio de uma cor por somente uma marca é alcançado pelo uso contínuo da cor e pela gestão rigorosa da maneira como essa cor é aplicada. Os designer e gestores de produto precisam respeitar o valor visual da marca, criando novos designs a partir de uma paleta de cores predeterminada (CALVER, 2009, p. 146). Além de diferenciar os produtos dos concorrentes, as cores também podem ser utilizadas para diferenciar um produto dentro de uma linha ou para despertar sentimentos variados nos consumidores. Vamos verificar, no quadro a seguir, quais são: VERMELHO Raiva, paixão, fúria, ira, desejo, excitação, energia, velocidade, força, poder, calor, amor, agressão, perigo, fogo, sangue, guerra, violência. ROSA Amor, inocência, saúde, felicidade, satisfação, romantismo, charme, brincadeira, leveza, delicadeza, feminilidade. AMARELO Sabedoria, conhecimento, relaxamento, alegria, felicidade, otimismo, idealismo, imaginação, esperança, claridade, radiosidade, verão, de- sonestidade, covardia, traição, inveja, cobiça, engano, doença, perigo. LARANJA Humor, energia, equilíbrio, calor, entusiasmo, vibração, expansão, extravagância, excessivo, flamejante. 1 1 8 VERDE Cura, calma, perseverança, tenacidade, autoconsciência, orgulho, imutabilidade natureza, meio ambiente, saudável, boa sorte, reno- vação, juventude, vigor, primavera, generosidade, fertilidade, ciúme, inexperiência, inveja, imaturidade, destruição. AZUL Fé, espiritualidade, contentamento, lealdade, paz, tranquilidade, calma, estabilidade, harmonia, unidade, confiança, verdade, con- fiança, conservadorismo, segurança, limpeza, ordem, céu, água, frio, tecnologia, depressão. ROXO VIOLETA Erotismo, realeza, nobreza, espiritualidade, cerimônia, mistério, trans- formação, sabedoria, conhecimento, iluminação, crueldade, arrogân- cia, luto, poder, sensibilidade, intimidade. MARROM Materialismo, excitação, terra, casa, ar livre, confiabilidade, conforto, resistência, estabilidade, simplicidade. PRETO Negação, poder, sexualidade, sofisticação, formalidade, elegância, riqueza, mistério, medo, anonimato, infelicidade, profundidade, estilo, mal, tristeza, remorso, raiva. BRANCO Afirmação, proteção, amor, respeito, mesura, pureza, simplicidade, limpeza, paz, humildade, precisão, inocência, juventude, nascimento, inverno, neve, bom, esterilidade, casamento (culturas ocidentais), morte (culturas orientais), frio, clínico, estéril. PRATA Riqueza, glamour, fascínio, diferença, natural, liso, suave, macio, ele- gante, tecnológico. OURO Preciosidade, riqueza, extravagância, calor, riqueza, opulência, pros- peridade, grandeza. Quadro 3 – Significados e significantes comumente ligados a determinadas cores Fonte: adaptado de Clemente (2020). UNICESUMAR 1 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 3 Para escolher uma cor, no momento da criação de seu rótulo, cabe realizar uma análise mais aprofundada acerca dos significados da cor, afinal, trata-se de um detalhe importante e, futuramente, poderá ser considerado como uma associação ao seu produto. Além disso, fazer a ligação entre cor do rótulo e da embalagem é um processo que pode ser um tanto quanto complexo, todavia, neste caso, o gestor responsável pode buscar auxílio, que pode ser por meio de pesquisas ou de designers. NOVOS DESAFIOS Estudante! Chegamos ao final de mais um tema de aprendizagem, regado de in- formações e dados de extrema importância para sua atuação. Iniciamos nossos estudos conhecendo mais sobre a importância da percepção visual do produto no mercado, a forma como os produtos disponíveis chamam a atenção do consumidor e como podemos elaborar as embalagens a fim de se obter melhores resultados. Dando continuidade vimos mais a fundo a embalagem, que não é somente um invólucro, mas uma importante ferramenta de marketing, que permite entregar informações importantes ao consumidor e, até mesmo, ser um fator decisivo no momento da compra. Verificamos os diferentes tipos de embalagens existentes, assim como a classificação delas, segundo o uso e o papel exercido no mercado. Após compreendermos a importância da embalagem, estudamos a impor- tância da rotulagem para o produto e a forma como ele atua junto aos clientes. Conhecemos, também, todos os itens que devem compor um rótulo eficiente, além da forma como as cores atuam junto aos rótulos, possibilitando percepções e sentimentos diferentes. 1 1 1 1. Verificamos, em nossa disciplina, que diversos itens e critérios são obrigatórios na rotulagem de um produto. Assim, assinale a alternativa que apresenta um item não obrigatório na rotulagem: a) Lote. b) Origem. c) Informações nutricionais. d) Peso. e) Código de Barras. 2. As embalagens tendem a ser classificadas de acordo com sua proximidade ao produto e sua função. Segundo a classificação de embalagens, analise as afirmativasa seguir: I - A embalagem primária consiste, basicamente, na embalagem que envolve o produto, que tem contato direto com o mesmo. II - A embalagem secundária é a que sobrepõe a embalagem primária, ou seja, além da em- balagem primária, que, neste caso, é a de proteção ou conservação, o produto consiste de mais uma camada de embalagem. III - A embalagem terciária é, amplamente, conhecida por ser uma embalagem de transporte. IV - As embalagens primárias são encontradas no mercado em diversas situações, como caixas de creme dental (a caixa que envolve o tubo), caixa de cereal matinal (caixa que envolve o pacote interior) etc. É correto o que se afirma em: a) II e III, apenas. b) I, II e III, apenas. c) I, III e IV, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. VAMOS PRATICAR 1 1 1 3. Diversas informações devem constar do rótulo de determinado produto. Além de estar atento às informações, o gestor deve analisar, de forma cautelosa, as cores que serão utilizadas. Vimos, em nossos estudos, que as cores podem causar e transmitir diversos sentimentos. Segundo nosso conteúdo, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a cor que a empresa deve utilizar em seu rótulo para transmitir sentimentos, como vibração, expansão, calor e equilíbrio: a) Azul. b) Vermelho. c) Laranja. d) Roxo. e) Preto. 4. Assim como os produtos, as embalagens também possuem características e tipos diferen- tes. Verificamos, em nossa disciplina, uma embalagem que é utilizada em longa escala pela indústria farmacêutica e é composta por um suporte que pode ser metálico e filme plástico. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, que embalagem é essa: a) Cartucho. b) Cartonada. c) Blister. d) Bisnaga. e) Embalagem cartonada. VAMOS PRATICAR 1 1 1 REFERÊNCIAS BAXTER, M. Projeto de produto: guia prático para design de novos produtos. São Paulo: Edgard Blucher, 1995. BAXTER, M. Projeto de produto: guia prático para o design de novos produtos. São Paulo: Ed- gard Blucher, 1998. BOA UNIÃO. (2018). Disponível em: http://graficaboauniao.com.br/site/service/308/. Acesso em: 7 fev. 2020. CALVER, G. O que é design de embalagens? Porto Alegre: Bookman, 2009. CHURCHILL, G.; PETER, J. P. Marketing. Criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2010. CHURCHILL, G.; PETER, J. P. Marketing. Criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2011. CLEMENTE, M. (2020). Entenda o que é psicologia das cores e descubra o significado de cada cor. Disponível em: https://rockcontent.com/br/blog/psicologia-das-cores/. Acesso em: 22 fev. 2024. CREPALDI, L. O universo das cores em Propaganda. In: Congresso Brasileiro de Ciências da Co- municação, 23., Manaus. Anais [...]. Manaus: Intercom, 2000. FILHO, E. R. Gerência de produtos para a gestão comercial: um enfoque prático. Curitiba: Ib- pex, 2010. GOBE, A. C. et al. Gerência de produtos. São Paulo: Saraiva, 2004. MACHADO, R. L. P. Manual de rotulagem de alimentos. Rio de Janeiro: Embrapa Agroindústria de Alimentos, 2015. MUNDO DA ELÉTRICA. (2019). Disponível em: https://www.youtube.com/channel/UCQzm6R- caOty8QU2VhHbRg-g. Acesso em: 22 fev. 2024. NA CADEIRA DA PAPA. (2018). Disponível em: https://brasilemsintese.ibge.gov.br/servicos.html. Acesso em: 10 fev. 2020. NEGRÃO, C. Design de embalagem: do marketing à produção. São Paulo: Novatec, 2008. QUÍMICA VERDE. (2012). Disponível em: https://www.paypal.com/br/home. Acesso em: 10 fev. 2020. 1 1 1 1. Opção E. 2. Opção B. 3. Opção C. 4. Opção C. CONFIRA SUAS RESPOSTAS 1 1 4 MEU ESPAÇO 1 1 5 UNIDADE 3 MINHAS METAS O CICLO DE VIDA DO PRODUTO Pesquisar e analisar os ciclos do produto, identificando suas diferentes fases, desde o lançamento até a retirada do mercado. Desenvolver uma apresentação detalhada sobre o conceito de obsolescência de produto, abordando suas variações, como a obsolescência funcional, tecnológica e de estilo. Elaborar estratégias para aplicar o conhecimento adquirido sobre os ciclos do produto e a obsolescência na gestão de produtos, visando otimizar a vida útil dos produtos e maximizar o valor para os clientes. T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 4 1 1 8 INICIE SUA JORNADA Verificando as diversas etapas existentes no ciclo de vida dos produtos e a obso- lescência, apresentamos as diferentes formas como ela pode acontecer, identifi- cando as características de cada uma e a forma como elas atuam junto ao meio ambiente e os impactos que esta ação pode resultar. Espero que estudar o conteúdo apresentado neste material seja tão prazeroso quanto foi escrevê-lo, e que ele contribua, de forma eficiente, em seu processo de aprendizagem. Bons estudos! Abraço! DESENVOLVA SEU POTENCIAL O CICLO DE VIDA DO PRODUTO O ciclo de vida de um produto consiste em sua história, por meio de suas etapas de venda, no mercado, ou seja, é um modelo que apresenta como o índice de vendas se comporta com o passar do tempo. A análise desse ciclo pode apresentar informações importantes acerca das diversas decisões que podem ser tomadas em relação ao produto, por exemplo, investir em mídia, divulgação, aumentar ou diminuir o preço, sair de um determinado mercado etc. Essa teoria apresenta que todo tipo de produto passará por etapas que são pré-definidas, desde o seu lançamento até a sua descontinuação, sendo definidas segundo o ciclo de vida biológico, contemplando etapas, como: ■ Introdução ■ Crescimento ■ Maturidade ■ Declínio. As etapas não possuem um prazo estipulado para início ou término, elas devem ser analisadas, individualmente, para cada um dos produtos da linha ofertada pela organização. UNICESUMAR 1 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 4 Ciclo de vida do produto V E N D A S Introdução Crescimento Maturidade Declínio Tempo Figura 1 – Ciclo de vida do produto / Fonte: o autor. Descrição da Imagem: gráfico indicando o ciclo de vida do produto. o eixo vertical VENDAS indica a seta para cima; o eixo horizontal TEMPO indica seta para a direta. A curva dentro do gráfico inicia no vértice com “Introdução”, vai para cima passando por “Crescimento”, continua subindo e passa por “Maturidade” e desce chegando ao “Declínio”. Como exemplo de vida e morte de um produto, imaginaremos uma máquina fotográfica (aqueles modelos específicos que precisavam de filmes). Durante um longo período, os usuários precisavam comprar os filmes para registrar suas fotos, sempre com número de fotos limitados. Após fotografar, os filmes eram encaminhados para estúdios de revelação e, somente após todo este processo, era possível obter as imagens (quando a foto não era queimada, por diversos fatores). As câmeras digitais surgiram no mercado (possibilitando registrar diversas fotos, conferir as fotos capturadas) e, somente após encaminhá-las para estúdios, via e-mail ou dispositivos de armazenamento para a impressão ou, ainda, impri- mir as fotos no conforto das casas. Essa evolução levou as câmeras de filme (ou analógicas) ao declínio, ocasionando a “morte” do produto, tornando-o obsoleto. Compreender cada uma das etapas permite ao gestor um olhar criterioso acerca do produto, possibilitando, de forma satisfatória, qual será a melhor es- tratégia a ser seguida pela empresa. Conheceremos mais acerca das etapas do ciclo de vida de um produto. 1 1 1 Introdução É neste estágio que o produto entra no mercado, as vendas tendem a começar lentamente, mas com o passar do tempo, aumentam. Os custos referentes ao processo produtivo e ao produto, para a empresa, costumam ser altos. “ O marketing durante esse estágio enfatiza a construção da demanda primária (demanda pela classe de produto como um todo), como ocorreu, por exemplo, com portões elétricos de garagem. Em outras palavras, os profissionais de marketing tentam estimular a demanda pelo tipo de produto e não por uma marca específica. O objetivo é fazer com que os compradores potenciais tomem consciência do produto e experimentem-no (CHURCHILL; PETER, 2011, p. 238). Nesta etapa,os lucros, comumente, são negativos, logo, um dos grandes desafios é fazer com que a empresa mantenha o dinheiro necessário para cobrir as despesas referentes à fabricação e à demanda do produto. O novo produto necessita, ainda, de investimentos diversificados, que podem estar relacionados a diversos fatores, por exemplo, o desenvolvimento tecnológico, gastos com projetos e execução de embalagens e rótulos, distribuição e propagandas. A fase de introdução de produto no mercado pode ser caracterizada por prejuízos constantes. UNICESUMAR 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 4 Crescimento Esta etapa é marcada pelas vendas que sobem rapidamente, conforme cada vez mais novos compradores resolvem experimentar e utilizar o produto, e, conse- quentemente, os lucros também sobem. “ Os desafios desse estágio incluem acompanhar a demanda e evitar os concorrentes, que são atraídos para o mercado por causa do cres- cimento em vendas da empresa e das grandes margens de lucros. Em geral, a concorrência faz os profissionais de marketing enfa- tizarem a construção de demanda secundária, ou demanda para sua marca, baixando preços ou melhorando a imagem da marca (CHURCHILL; PETER, 2011, p. 238). Frente ao aumento das vendas, surge a economia de escala, colaborando para uma distribuição mais efetiva do produto, também resultante do aumento signifi- cativo da demanda. O mercado tende a ficar mais competitivo com o surgimento de novos concorrentes, fazendo com que a empresa se posicione e busque au- mentar sua participação no mercado. Mesmo sendo um momento difícil, afinal, com o aumento de organizações ofertando o mesmo produto, o preço destes tendem a cair. Maturidade Este estágio é caracterizado por um crescimento de vendas lento e baixo; afinal, boa parte dos consumidores já possuem o produto. Nessa etapa, os concorrentes também já estão no mesmo estágio, logo, a batalha por consumidores continua buscando, nesse momento, atingir os consumidores das marcas concorrentes, o que pode ocasionar aumento de custos. Os lucros tendem a estabilizar e, ao final da maturidade, declinar. 1 1 1 Declínio A última etapa desse ciclo é marcada pelo momento em que o volume de vendas da maioria dos produtos começa a cair, tornando o produto obsoleto, sendo, então, substituídos por outro produto. Assim, as vendas caem de forma significativa assim como os lucros. Os gestores responsáveis pelo produto devem agir para responder rápido ao declínio, buscando manter o produto lucrativo. Ao fim do estágio de declínio, a empresa deve optar entre retirar o produto do mercado, ou elaborar estratégias para direcioná-lo a outro nicho, ou, ainda, buscar novos usos para ele. O modelo de ciclo de produtos pode colaborar na atuação dos gestores, pois permite uma análise mais aprofundada quando verificada a situação do produto no mercado. Esse ciclo permite a elaboração de estratégias, tendo em vista as ca- racterísticas do próximo ciclo ao qual o produto fará parte, por exemplo, quando o produto está na fase de introdução, a análise do ciclo permite que o gestor já trabalhe de forma eficiente nas estratégias da etapa de crescimento, além disso, o gestor pode aliar o estágio do produto com o composto mercadológico, como podemos ver no quadro a seguir: DIMENSÃO DA ESTRATÉGIA INTRODUÇÃO CRESCIMENTO MATURIDADE DECLÍNIO Objetivos básicos Estabelecer um mercado para o tipo de produto; persuadir adotantes iniciais a comprá-lo. Aumentar as vendas e a participação do mercado; desenvolver preferência pela marca. Defender a participação de mercado da marca; procurar crescimento, atraindo novos clientes. Limitar os custos ou procurar maneiras de reavivar as vendas e os lucros. Produto Proporcionar Alta qualidade; selecionar uma boa marca; obter proteção por patente ou marca registrada. Proporcionar Alta qualidade; acrescentar serviços para aumentar o valor. Melhorar a qualidade; acrescentar recursos para distinguir a marca dos concorrentes. Continuar oferecendo alta qualidade para manter a reputação da marca. UNICESUMAR 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 4 DIMENSÃO DA ESTRATÉGIA INTRODUÇÃO CRESCIMENTO MATURIDADE DECLÍNIO Preço Geralmente, alto para recuperar os custos de desenvolvimento; às vezes, baixo para construir, rapidamente, a demanda. Um pouco alto por causa da alta demanda. Baixo, refletindo a Intensa concorrência. Baixo, para vender o que resta do estoque, ou alto para servir um mercado de nicho. Praça Número limitado de canais. Número maior de canais para atender à demanda. Número maior de canais e mais incentivos para os revendedores. Número limitado de canais. Promoção Voltada para os adotantes iniciais; Mensagens destinadas a instruir sobre o tipo de produto; incentivos como amostras e cupons de desconto para induzir a experimentação. Voltada para públicos mais amplos; mensagens centram-se nos benefícios da marca; para produtos de consumo, ênfase em propaganda. Mensagens centram-se em diferenciar a marca dos concorrentes; grande uso de incentivos, como cupons de descontos para induzir os compradores a mudar de marca. Mínima, para manter os cursos baixos. Quadro 1 – Implicações do ciclo de vida do produto para a estratégia de Marketing Fonte: Churchill e Peter (2011, p. 241). Infelizmente, não é possível prever quanto tempo determinado produto perma- necerá em cada um dos ciclos, impossibilitando aos gestores planejarem suas estratégias, de forma efetiva, quando relacionado ao período de acontecimento, 1 1 4 apresentando, por exemplo, uma organização que pode se preparar para o de- clínio do produto, todavia, não pode preparar estratégias direcionadas a datas, como Natal, Dia das Mães etc. Outra grande limitação da ferramenta consiste na alteração do ciclo, ou seja, eles não percorrem o ciclo de forma ordenada, neste caso, podemos observar diversos produtos que fracassam sem, ao menos, passar pelo crescimento ou maturidade. Podemos apresentar também nesta situação a moda e o modismo. Assim, é necessário compreender que existem diferentes tipos de clientes que compram em diferentes tipos de estágio, logo, é imprescindível que os gestores envolvidos no produto criem estratégias para atuar junto a estes, convencendo os consumidores de que os produtos ofertados são eficientes, confiáveis e aceitos por grande parte dos consumidores. VOCÊ SABE RESPONDER? Qual é a diferença entre moda e modismo? A moda consiste em um estilo de produtos aceitos e populares, enquanto o mo- dismo consiste em produtos que experimentam um período intenso, porém breve de popularidade (CHURCHILL; PETER, 2011). O pós-declínio Existe, ainda, outra oportunidade “pós-morte”, esta acontece quando uma organi- zação percebe que o produto é muito bom, todavia, perde mercado até desapare- cer por completo. Nesse caso, a empresa pode relançar o produto com uma nova estratégia, direcionando ainda mais seus produtos, desta vez, para um público mais restrito, assim, o produto tende a voltar a ser fabricado, entretanto, em uma escala menor (mesmo que após certo período de tempo). Podemos citar, como exemplo, a Nintendo, que, entre os anos de 1993 e 1994, lançou, no mercado, o Super Nintendo Entertainment System – SNES, produto que foi sucesso, alcan- çando diversas casas e famílias. UNICESUMAR 1 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 4 Figura 2 – SNES – 1994 / Fonte: Shutterstock. Descrição da Imagem: a figura mostra uma foto de um aparelho de videogame Nintendo com o controle. Vendendo, ao todo, aproximadamente, 49 milhões de unidades, o videogame foi uma das grandes sensações do momento. Contudo, devido às diversas opções existentes no mercado e aos lançamentos nos anos consecutivos ao seu lança- mento, o SNES foi perdendo mercado e foi descontinuado, oficialmente, pela Nintendo, em 2003. Figura 3 – Nintendo Classic Edition / Fonte: Shutterstock. Descrição da Imagem: a imagem mostra a foto de um Nintendo com acaixa do produto atrás do aparelho. 1 1 1 Devido ao sucesso do produto, no ano de 2017, a Nintendo resolveu voltar com o produto no mercado, mas, desta vez, como forma de objeto para colecionadores, com resolução melhorada e jogos na memória, permitindo aos consumidores relembrarem o sucesso e, consequentemente, realizarem uma nova aquisição de um produto que já possuíram. Obsolescência do produto A obsolescência é mais presente em nossa vida do que imaginamos. Nem sem- pre percebemos, mas diversas empresas praticam essa ação com a finalidade de motivar os consumidores a realizarem uma nova compra e consumirem novos produtos. A obsolescência acontece quando um produto se torna inútil, ou di- minui suas funcionalidades, fazendo com que o consumidor adquira um novo produto para sanar suas necessidades, ou seja, com o passar do tempo, o produto deixa de ser tão útil ao consumidor, estimulando, assim, a compra de um novo produto para que atenda suas necessidades e seus desejos de forma satisfatória. Podemos dizer que a obsolescência de produtos é considerada um motor para o consumo, agindo para que a cada dia, novos produtos sejam comercializados. A obsolescência de produtos A obsolescência de produtos pode ser dividida em três grupos, que são: A Obsolescência técnica ocorre quando um novo produto lançado no mercado tende a substituir um já existente, uma tecnologia funcional substitui uma já existente no mercado. Nessa classificação, também entra a viabilidade em subs- tituir um produto em vez de se procurar peças de reposição para o reparo do antigo produto. Além de incluir diversas variáveis referentes à fabricação, como a interrupção do processo produtivo de peças de reposição ou a baixa qualidade dos componentes que o estruturam. Já, na Obsolescência perceptiva, o planejamento acontece quando a indús- tria percebe que os produtos antigos não são afetados no mercado pelos novos. Assim, estruturam e lançam novos produtos no mercado que tendem a deixar o UNICESUMAR 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 4 produto antigo como ultrapassado, mesmo que ofereça, basicamente, as mesmas características e funcionalidades deste, induzindo, assim, o consumidor a buscar uma atualização e, consequentemente, adquirir o novo produto. Um exemplo claro deste tipo de obsolescência perceptiva é a moda. A conspiração da Lâmpada Ano: 2010 Sinopse: houve um tempo em que bens de consumo eram feitos para durar. Até que, em 1920, um grupo de empresários percebeu que quanto mais seus produtos durassem, menos eles lucravam. Desde então, fabricantes reduzem a vida útil de produtos para aumentar vendas. Comentário: o atual ciclo descartável – onde o gadget mais recente está desatualizado depois de um ano e substituir um eletrônico quebrado é mais barato do que consertá-lo – é a base da economia. Mas seria um consumo infinito sustentável com recursos finitos? Confira, neste documentário, que apre- senta informações importantes para gestores de produtos so- bre a obsolescência planejada. INDICAÇÃO DE FILME A última classificação e a mais polêmica de todas é a Obsolescência programada ou planejada, que consiste na indução da redução de vida útil de determinado produto, por parte do fabricante, ou seja, a organização lança um produto no mercado com uma vida útil curta, fazendo com que o consumidor precise substituí-lo em um curto espaço de tempo. Nessa classificação, podemos dizer que o produto é criado com uma vida útil planejada, já contemplando a data em que será descartado, pois eles se tornam ultrapassados em um curto espaço de tempo. Comumente, encontramos, no mercado, produtos eletrônicos, eletrodomésticos e carros que sofrem essa obsolescência. Quando a Apple lançou o IPAD 4, haviam se passado apenas sete meses do lançamento do 3. O que vale a reflexão, neste caso, é: será que o mercado e as tecnologias evoluíram tanto neste curto espaço de tempo? 1 1 8 A obsolescência e o impacto ambiental Para toda a análise mercadológica referente ao lançamento de novos produtos, é imprescindível verificar os impactos ambientais causados pelas substituições dos produtos antigos por novos, quando falamos sobre a sustentabilidade. A troca constante de produtos influencia e incentiva a produção de lixo, além, é claro, de afetar o meio ambiente, com seus processos produtivos, como gastos em energia, emissão de poluentes, necessidade de matérias-primas etc. Inovação na Embalagem Sobre o livro: “Inovação na embalagem” apresenta uma nova metodologia para inovar na embalagem. Um método simples em seus passos, mas surpreendente nos resultados que tem apresentado, ao longo dos dez anos de sua aplicação, tanto em sala de aula como em projetos reais de mercado. O workshop de inovação na embalagem, também apresentado nesta edi- ção, gerou importante patente para uma grande empresa mul- tinacional, e sua aplicação, em sala de aula, inspirou produtos que chegaram ao mercado. Agora, os profissionais desenvol- vedores de embalagem, designers, professores e estudantes têm, em suas mãos, um roteiro detalhado para inovar na emba- lagem, de forma consistente e segura. INDICAÇÃO DE LIVRO UNICESUMAR 1 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 4 O grande problema da obsolescência programada são os lixos criados de forma desnecessária, afinal, os produtos descartados possuem materiais não biodegradáveis, gerando um alto impacto ambiental. Como possível solução desse problema, algumas empresas encaminharam os produtos utilizados para outros países, comercializando estes como produtos de segunda mão. Todavia existe uma lei que proíbe aos fabricantes encaminharem seus lixos eletrônicos para outros países, porém, alguns países e empresas não respeitam essa lei. Assim, caso sua empresa opte por trabalhar com novos produtos com a finalidade de substituir produtos antigos ofertados por sua própria empresa, é necessário que se posicione quanto à destinação dos produtos obsoletos. Assim, além de criar uma boa imagem frente ao consumidor, a empresa também colaborará com a preservação do meio ambiente. NOVOS DESAFIOS Neste tema de aprendizagem, o ciclo de vida dos produtos foi trabalhado e, por meio deste, podemos perceber todos os estágios que grande parte dos produtos percorrem, desde o seu lançamento até o declínio. Por fim, conhecemos a obso- lescência dos produtos, passando pela polêmica obsolescência programada, que, atualmente, vem ganhando espaço nas discussões acerca do produto. Espero que você tenha gostado e compreendido os temas apresentados e que possam colaborar, de forma efetiva, em seu cotidiano como um gestor de sucesso. Até aqui, vimos aspectos relacionados à gestão de produtos, agora, a partir do próximo tema, você poderá compreender os conceitos relacionados à gestão de serviços e como interagem com os produtos. Vamos continuar nossos estudos? Um abraço! 1 1 1 1. Estudamos diversos conceitos referentes aos produtos, às embalagens e aos rótulos. Um dos conceitos estudados apresenta uma estratégia utilizada pela empresa quando ela percebe que seu produto é muito bom; todavia, perdeu mercado até desaparecer por completo. Se, ao aproveitar a qualidade de seus produtos, a empresa resolve relançá-los após determinado período, essa estratégia é uma oportunidade que deve ser analisada, de forma cautelosa, pela organização. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, essa oportunidade: a) Pós-declínio. b) Mix de marketing. c) Rótulos. d) Introdução. e) Crescimento. VAMOS PRATICAR 1 1 1 REFERÊNCIAS CHURCHILL, G.; PETER, J. P. Marketing . Criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2010. CHURCHILL, G.; PETER, J. P. Marketing . Criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2011. COBRA, M. Estratégias de marketing de serviços. São Paulo: BRA Editora e Marketing, 2001. COBRA, M. Administração de marketing no Brasil. São Paulo: Cobra, 2003. COBRA, M. Administração de marketing no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. COBRA, M. Administraçãode Vendas. São Paulo: Atlas, 2011. 1 1 1 1. Alternativa A. CONFIRA SUAS RESPOSTAS 1 1 1 MINHAS METAS A MARCA COMO EXPERIÊNCIA VALORATIVA Conhecer os principais conceitos, características e funções da marca. Apontar como é construída a personalidade da marca na contemporaneidade. Apresentar características para a construção de marcas fortes. Compreender a importância do valor da marca com foco no ser humano. T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 5 1 1 4 INICIE SUA JORNADA Estudante! Seja bem-vindo a este tema de aprendizagem. Um dos principais ati- vos intangíveis de uma empresa ou negócio é a sua marca e cabe ao profissional de marketing cuidar do seu valor. Para que uma planta cresça bonita e saudável, ela precisa ser regada e cuidada. Algumas precisam de pouca água, outras preci- sam de sombra, enquanto outras necessitam de mais adubo, por exemplo. Logo, cada espécie de planta possui as suas especificidades. E de forma similar acontece com a marca, ou seja, para que ela tenha valor, seja única e conte a história da empresa, ela precisa de cuidados especiais. Assim como as plantas, a marca também possui as suas singularidades. Nesse processo, o mar- keting tem um papel fundamental, visto que, o gerente de marca precisa cuidar da gestão ou branding deste ativo tão importante. Antes de você aprender a gestão de uma marca valorativa e forte, apresentaremos a etapa anterior ao branding. Quando uma marca nasce, ela já vem carregada de princípios, valores e per- sonalidade, mas que precisam ser ajustados para que cresça, se desenvolva e re- presente a promessa do fabricante/empresa de determinado produto ou serviço. Na atualidade, esse conjunto de princípios, valores, personalidade, entre outros elementos, estão se modificando a passos largos. A globalização tecno-financeira é a principal fomentadora desta modificação, pois tem se alastrado e potenciali- zado a supressão de tempo, espaço e lugar. Agora tudo é mais rápido, competitivo e veloz, inclusive o marketing. Então, estudante, para você adentrar o universo de construção e gestão de uma marca forte na contemporaneidade, faz-se necessário, primeiro, contextualizar os paradigmas que a norteiam, o que a individualiza e a posiciona frente ao mercado e, especialmente, compreender o valor da marca centrado no ser humano. UNICESUMAR 1 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 DESENVOLVA SEU POTENCIAL CONCEITUANDO MARCAS Você já estudou a definição de marca e sabe que ela faz referência ao nome de um determinado produto e, ainda, que tem por finalidade a identificação e a distinção de um produto ou serviço dos demais. Adiante, a partir de importantes referenciais da área, verificamos as principais definições a respeito do conceito marca e as suas correlações. A American Marketing Association (AMA) define marca como “nome, ter- mo, sinal, símbolo, design, ou uma combinação de tudo isso, destinado a identi- ficar os bens ou serviços de um fornecedor ou de um grupo de fornecedores para diferenciá-los de outros concorrentes”. Ao longo dos anos, esta definição passou a ser a principal referência dos estudiosos e profissionais do setor, assim, autores como Cameira (2016) e Kotler e Keller (2012) utilizam este conceito básico para adentrar o universo das marcas. A AMA reúne mais de 30.000 membros, entre profissionais de marketing, empresários e alunos. É reconhecida como uma organização global de referência na área do marketing, foi fundada no ano de 1937, e, sua sede está localizada na cidade de Chicago, nos Estados Unidos. Agora que já sabemos a respeito da conceituação básica de marca proposta e reconhecida globalmente pela AMA, conheceremos os desdobramentos desse conceito. Syrup Sinopse: um publicitário recém-formado que atende pelo pseudônimo Scat, por achar que seu nome real não vai levá-lo a lugar algum, tem uma ideia milionária: um novo tipo de refri- gerante, que ele chama de Fukk. Quando Scat vai apresentá-lo a Addison, Cola Company descobre que Sneaky Pete, seu me- lhor amigo, roubou sua ideia. Ele, então, se une à executiva de marketing Six. Baseado no romance de Max Barry. INDICAÇÃO DE FILME 1 1 1 Para Kotler e Keller (2012), uma marca pode ser descrita como um produto ou serviço que acrescenta atributos diferenciais em relação aos outros que também foram desenvolvidos para satisfazer a mesma necessidade. Segundo os autores, essas diferenças podem ser funcionais, racionais ou tangíveis, “relacionadas com o desempenho do produto. Ou ainda, podem ser mais simbólicas, emocionais e intangíveis”, ou seja, “relacionadas com aquilo que a marca representa ou significa em termos abstratos” (KOTLER; KELLER, 2012, p. 258). No glossário de termos e verbetes da Associação de Designers Gráficos – ADG, uma marca pode ser definida como “design, nome, símbolo gráfico, lo- gotipo ou combinação desses elementos, utilizado para identificar produtos ou serviços de um fornecedor/vendedor, e diferenciá-los dos demais concorrentes” (ADG, 2000, p. 71). “ A promessa, a grande ideia e as expectativas que residem na mente de cada consumidor a respeito de um produto, de um serviço ou de uma empresa. As pessoas se apaixonam pelas marcas, confiam nelas, são fiéis a elas, compram e acreditam na sua superioridade. A marca é como a escrita manual. Representa alguma coisa (WHEE- LER, 2008, p. 12). Segundo Wheeler (2008), a marca entrou no dicionário das pessoas, no entanto, a autora explica que o seu significado pode mudar de acordo com a situação. Em alguns casos, pode funcionar como substantivo, como verbo, e também como sinônimo do nome do produto, da empresa ou de sua reputação. Tomando como parâmetro o esclarecimento de Wheeler, preste atenção na seguinte afirmativa: “fui comprar Bombril!”. Veja que a marca em si se sobrepôs ao produto. A maioria das pessoas, quando vai ao supermercado, dificilmente procura pela lã de aço, mas sim, pela marca Bombril, mesmo que a decisão de compra seja por outro produto que cumpra a mesma função. “ A marca passa a ser encarada como um ente vivo, que nasce, cres- ce, desenvolve-se e amadurece, podendo se renovar e perdurar por gerações. Assim como as pessoas, as marcas têm um passado, um presente e um futuro, constroem relacionamentos e possuem uma identidade profissional (CAMEIRA, 2016, p. 56). UNICESUMAR 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 José Roberto Martins (2006) trata a marca como um sistema integrado que promete e entrega soluções desejadas pelas pessoas. O autor classifica a marca como a união de atributos tangíveis e intangíveis, logo, tais atributos são representados por meio de um logotipo – assunto que veremos mais adiante –, gerenciados de forma apropriada e que despertam influência e criam valor. Para Calder (2018), uma marca é um conceito, no entanto, o autor adverte que existem abordagens diferenciadas quanto a ele. Por exemplo, como profissionais de marketing, eles afirmam que o produto precisa ser significativo e diferente de outros elementos. Sob o ponto de vista da psicologia, o autor reitera que os consumidores precisam perceber no produto um conceito bem desenvolvido e positivo. Calder (2018) diz que a definição de marca pode ser bem extensa e distinta. Além das vertentes do marketing e da psicologia, Calder (2018) também aponta que empresas, consultores e diferentes autores apresentam definições variadas para conceituar marcas. Nesse sentido, segundo eles, alguns acreditam que a marca pode ser o posicionamento que diferencia o produto dos demais da mesma categoria, portanto, colocam uma característica própria dela. Já outros falam que a marca é uma promessa em relação aos benefícios do produto. Outros referem-se à essência pessoal e emocional relativa a ela. Ainda outros dizem que a marca é um valor, ou seja, aquilo que a empresa pode oferecer em relação ao custo. Assim, a marca é o nome que os profissionais de marketing dão a esse processo. “ Consumidores formam conceitos de produtos exatamente comofazem com tudo que experimentam. Porém, quando se trata de produtos, os profissionais de marketing tentam influenciar as pro- priedades e as associações que compõem o conceito que um con- sumidor tem de um dado produto. Por essa razão, eu acho útil que nos refiramos a conceitos de marca como um modo de reforçar a natureza das marcas. Posicionamento, promessa, essência e asseme- lhados fazem mais sentido como formatos para descrever conceitos de marca (CALDER, 2018, p. 22). Os consumidores precisam perceber no produto um conceito bem desenvolvido e positivo . 1 1 8 Stalimir Vieira (2014) afirma que é uma ilusão acreditar que um conceito de marca pode ser eficiente a partir de definições artificiais criadas fora do contex- to ideológico da empresa. Segundo o autor, nenhum plano, mesmo que esteja bem justificado do ponto de vista técnico, pode se sustentar sem considerar que toda marca está impregnada de um ideal. “Por mais bem sustentados que sejam seus argumentos, quando o marketing trabalha sobre marcas sem consistência ideológica, a tendência é, no final das contas, a imagem ruir como um castelo de cartas” (VIEIRA, 2014, p. 6). Segundo Vieira (2014), a palavra ideologia significa um conjunto de crenças que estabelecem um compromisso de conduta. Ao afirmar que a marca deve estar impregnada de um ideal, Vieira (2014), quer dizer que devem existir valores e princípios que a orientam, bem como pessoas que acreditam nesses mesmos valores e princípios e que se agrupam em comunidades de marca, assunto que veremos mais à frente. Assim, colaborando na construção de um conceito coerente com as intenções da marca. Quando a marca não expressa compromisso e coerência sobre as suas intenções, ela tende a transparecer a ausência de identidade ou de personalidade. O com- promisso com a marca e o valor que os consumidores atribuem a ela precisam ser resguardadas pelas empresas e, seus fabricantes, pois, em muitos casos, a marca passa a valer mais do que os próprios ativos das respectivas empresas e dos seus fabricantes. Neste sentido, a ética é um componente fundamental que preci- sa ser priorizado pelos detentores da marca e pelos profissionais de marketing envolvidos no seu processo de construção. Para reiterar a afirmativa anterior, o pesquisador Mario E. René Schweriner (2010, p. 75) esclarece: “ Marcas (registradas) são nomes fantasia que sinalizam qualidade, desempenho e reputação do fabricante, bem como os seus produtos. Um quadro assinado por Renoir, por Picasso ou por Goya, de certa forma, leva a marca Renoir, Picasso ou Goya. O mesmo princípio acompanhou a fundação das grandes e clássicas marcas: o senhor Kellogg assim batizou seu cereal, bem como o senhor King Gillette, sua lâmina de barbear, e o General Johnson, suas primeiras ata- UNICESUMAR 1 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 duras esterilizadas. Marcas podem nomear fabricantes, bem como produtos, ambos podendo valer mais que os próprios ativos das respectivas companhias. A marca, de um nome ou símbolo etéreo e abstrato, passa a significar concretos bilhões de dólares. Vimos anteriormente que o conceito de marca em marketing tem várias defini- ções, desde aquela que foca a identificação e a diferenciação de produtos e servi- ços àquelas abordagens que focam a marca a partir de uma ambiência emocional e subjetiva. Agora que você já está familiarizado com diversas abordagens sobre a definição de marca, gostaríamos que você refletisse sobre uma pergunta na qual tomamos de empréstimo de Vieira (2014) e a adaptamos. O que o profissional de marketing pode fazer para transformar a marca num signo de excelência? Destarte, em todas as definições vistas, existe um consenso de que a função bási- ca de uma marca é identificar e diferenciar um produto ou serviço dos demais. No entanto, atualmente, não basta apenas identificar e diferenciar, já que o mercado possibilita uma infinidade de produtos e marcas à disposição do consumidor e que podem variar de forma significativa quando o assunto é valor e qualidade. Em outras palavras, podemos afirmar que, com o crescimento de pequenos ne- gócios potencializados, sobretudo, com o avanço das tecnologias de informação e comunicação, em especial a internet, o consumidor pode pesquisar e efetuar a sua decisão de compra a partir de alguns fatores, tais como a sua própria experiência com a marca, a reputação desta e o que outros consumidores dizem a respeito dela. ZOOM NO CONHECIMENTO Então, mais do que identificar e diferenciar um produto, uma marca serve para criar envolvimento com o consumidor, e este envolvimento se dá na confluên- cia entre mente e coração, mas, notadamente, pelo psiquismo humano. Adiante conheceremos um pouco sobre a função das marcas e os seus principais tipos. 1 4 1 A FUNÇÃO DAS MARCAS A marca exerce funções diversificadas que variam segundo o segmento de mercado em que o produto ou o serviço está inserido. As marcas, para Kotler e Keller (2012) desempenham uma função importante na vida dos consumidores, aliás, em nossa vida cotidiana. Imagine que você esteja passeando pelos corredores de um supermercado. Daí você para no setor de biscoitos e, diante dos seus olhos, estão vários tipos de batata. É possível que você se lembre de uma marca bem conhecida, reconhecida e antiga, a Ruffles, da Elma Chips. Pode ser que esta não seja a sua escolha de compra, mas certamente você se lembrará dela. Basicamente, as marcas identificam o fabricante ou a origem de um determinado produto ou serviço. E, dessa forma, possibilitam que os consumidores as diferenciem diante da concorrência, agora cada vez mais ampla e competitiva (KOTLER; KELLER, 2012). Essa função é primordial e perspicaz, pois o marketing precisa concentrar os seus esforços para que a marca seja reconhecida pelos seus públicos de interesse, já que ela será o elo entre o consumidor e o produto ou serviço. Mais adiante, no tópico sobre identidade da marca, você aprenderá a respeito da criação dessa identidade. Kotler e Keller (2012) afirmam que os consumidores podem avaliar o mesmo produto de forma diferente, ou seja, esta avaliação dependerá sobretudo das experiências anteriores que os consumidores tiveram com o produto. Consequentemente, essa avaliação estará relacionada à procedência deste, pois este elemento pode auxiliar o consumidor sobre a escolha de determinado produto, no qual ele já confia, em detrimento de outro. Um bom exemplo para que você compreenda melhor a ilustração a seguir é a seguinte: quando a identificação e a escolha do produto ocorrem pela origem de outros produtos relacionados à marca em questão. A marca Nestlé é um bom exemplo para você fazer essa associação. Vejamos o nome dos seguintes produtos: Nescau, Nesquik, Neston, Nescafé, Nespresso, Nesfit, dentre outros, todos estão associados à procedência confiável da Nestlé. A marca exerce funções diversificadas UNICESUMAR 1 4 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 Os autores citados elencam algumas dessas funções, das quais destacamos: as marcas simplificam o manuseio e o rastreamento de produtos; colaboram com a organização de estoques e da contabilidade; oferecem à empresa proteção jurídica em relação às características do produto, inclusive, a proteção da marca junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI, mediante registro. Figura 1 – Produtos Nestle / Fonte: Shutterstock. Descrição da Imagem: a imagem apresenta foto de alguns produtos Nestlé: três caixas de cápsulas de café Nespresso; um vridro de Nescafé GOLD; uma garrafa pequena de Nesquik; uma lata de Nestum e uma barra de cereal Fitness. Outra função é a garantia da qualidade do produto, pois toda vez que o consumi- dor experimenta, aprova e recomenda um produto ou um serviço, ele permanece com grande expectativa, de que a qualidade que chamou a sua atenção seja fide- digna e, às vezes, até superior. Manter o padrão de qualidade é tarefa constante e diária e um elemento determinante para a sobrevivênciae crescimento da em- presa ou marca. Este é um fator determinante para a sobrevivência de empresas/ marcas que atuam, por exemplo, no ramo alimentício. 1 4 1 O cliente dificilmente retornará a uma loja do McDonald’s, por exemplo, que só oferta hambúrguer frio ou fora do padrão da rede. Ao desenvolver e manter um padrão de qualidade dos produtos, a marca gera um fator importantíssimo, que é a fidelização. Esse fator leva em consideração o reconhecimento da – marca, – principalmente, nos casos em que ela é nova, e também a preferência e a insistência pela marca. Finalizando, a marca, além de desempenhar papel crucial na escolha de um de- terminado produto, também desempenha funções preciosas para as empresas. Assim, ela exerce diversos papéis que podem variar de acordo com o segmento em que o produto ou o serviço estão inseridos, portanto, as marcas servem para identificar o produto/serviço; esclarecer a procedência; garantir a qualidade e fidelizar o consumidor e gerar valor. Lembre-se disso! IDENTIDADE DA MARCA Agora que você é expert na conceituação de marcas e já aprendeu as suas principais funções, vamos avançar mais um pouco? Na prática, você já sabe o que é uma marca, já que ela faz parte do nosso cotidiano. Aliás, estamos a todo momento carregando marcas: nas roupas que vestimos, nos smartphones, no café que compramos daquela cafeteria que faz questão de personalizar o copo com o seu nome! O desenvolvimento criativo e prático de uma marca consiste na representação gráfica de elementos simbólicos e/ou textuais, cujo objetivo inicial é representar visualmente uma empresa. Isto é, representar o que ela faz, o que quer transmitir, assim como os seus valores. Aliado ao fator representação, as marcas tendem à primazia da personalidade. Você pode se perguntar, como assim representação, personalidade? Vamos lá, vou explicar. UNICESUMAR 1 4 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 Primeiro, vamos propor um exercício. Pare por um momento e tente recordar-se de alguma marca que você conheça – mesmo que nunca tenha tido experiência com ela – percebe mentalmente se a referida marca tem se reinventado ao longo dos anos e acompanhando as transformações no ambiente mercadológico. Agora que você já fez o exercício, reiteramos que as marcas possuem personalidade, assim como nós. Igualmente, a marca é encarada como um ente vivo, que possui identidade profissional e constrói relacionamentos certo? (CAMEIRA, 2016). Pelos motivos elencados anteriormente e por outros que ainda aprenderemos neste tema de aprendizagem, faz-se necessário dar atenção especial à constru- ção de uma marca forte e valorativa. Neste contexto, você precisa saber que mar- ca, logomarca, logo ou logotipo são terminologias empregadas para identificar o conjunto de símbolos, imagens e tipografias utilizadas para representar visual- mente a empresa. No entanto, a marca sozinha não comunica nada além de uma representação estética e conceitual, nem mesmo com a elaboração de um slogan magnânimo para acompanhá-la. PENSANDO JUNTOS Algumas etapas são importantíssimas para que uma marca seja, por um lado, um elemento estético e conceitual e, por outro, o DNA da empresa. E a primeira etapa consiste no briefing, ou seja, na utilização de uma espécie de documen- to, ou resumo, que reúne informações importantes acerca da empresa. Logo, o primeiro passo consiste em brifar o cliente, isto é, coletar informações sobre o negócio; sobre os produtos/serviços ofertados; o tempo de atuação no mercado; a sua missão, visão e valores. Uma estratégia de criação de marca adequada e funcional precisa apresentar alguns pontos: ■ Apresentar uma história sólida que justifique os motivos pelos quais de- terminado símbolo, cor ou tipologia foram utilizados. ■ Contar a história de forma simples e inteligente e apresentar uma pequena quantidade de elementos. ■ Deixar claro para o consumidor os valores da marca e o seu posiciona- mento no mercado, ou seja, fixar esta identidade no coração e na mente do consumidor. 1 4 4 Duas faces da identidade visual: a estética e o DNA Identidade visual, manual de identidade visual, manual da marca, identidade visual corporativa são alguns dos nomes atribuídos ao documento que formaliza e padroniza os aspectos visuais, simbólicos e textuais que envolvem a personalidade da marca. Todavia, não há consenso na área de qual nome seria mais adequado para se referir a esse documento tão importante. Aliás, o que se torna mais importante é a aplicação correta da marca. Isto é, como a marca é apresentada e como deve ser utilizada nas comunicações. Contudo, a padronização dos aspectos visuais da marca compreende, por exemplo, a assinatura, a sua aplicação sobre fundos, as cores, a menor redução permitida, os personagens, os uniformes, as frotas, entre outros aspectos que são definidos a partir do porte e objetivo da empresa. Assim, a correta utilização da identidade visual da marca revigora os esforços de marketing para comunicar o conceito da empresa. Por certo, podemos dizer que a identidade visual corporativa é o cartão de visita da empresa, ou seja, como ela é apresentada, basicamente, a partir de imagens, frases e tipografias. A iden- tidade é a expressão visual e verbal de uma marca, conforme esclarece Wheeler (2008, p. 14) ao afirmar que: “ A identidade dá apoio, expressão, comunicação, sintetiza e visualiza a marca. Você pode vê-la, tocá-la, agarrá-la, ouvi-la, observá-la se mover. Ela começa com um nome e um símbolo e evolui para se transformar em matriz de instrumentos e de comunicação. A iden- tidade da marca aumenta a conscientização e constrói empresas. O sistema simbólico de uma marca precisa ser compreendido em sua plenitude, ou seja, na correlação dos aspectos conceituais da identidade da marca, conforme você acompanhou no decorrer deste tópico. Por conseguinte, a partir do exposto, afirmamos que a identidade visual da marca compreende o seu aspecto estético, do ponto de vista do design, e o DNA da empresa. O que se torna mais importante é a aplicação correta da marca UNICESUMAR 1 4 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 Tipos de Marcas Importa a possibilidade de registro de marca para a sua proteção legal junto ao órgão competente, o INPI. Esse registro garante ao cliente a exclusividade sobre o nome de um produto ou serviço, bem como o de um logotipo ou logomarca que o identifique. Enfim, possuir uma marca registrada garante ao seu titular “o direito de uso exclusivo no território nacional em seu ramo de atividade econô- mica pelo período de dez anos, a partir da data da concessão. O registro pode ser prorrogado por sucessivos períodos de dez anos. De acordo com o INPI, as marcas são classificadas em relação à sua natureza, ou seja, marca de produto, marca de serviço, marca coletiva e marca de certificação. A partir dessa classificação, as marcas são configuradas da seguinte forma: Marca nominativa: é o sinal constituído por uma ou mais palavras no sentido amplo do alfabeto romano. Além disso, a marca nominativa ou verbal também compreende combinações de letras, algarismos romanos e arábicos, mas estes elementos não podem se apresentar sob forma fantasiosa ou figurativa. Figura 2 – Marca Philips / Fonte: Shutterstock. Descrição da Imagem: foto de lâmpadas e acessórios de lâmpadas da marca Philips. 1 4 1 Marca figurativa: constituída por desenho, imagem, ideograma, forma fantasio- sa ou figurativa de letra ou algarismo e palavras compostas por letras de alfabetos como hebraico, cirílico, árabe etc. Figura 3 – Arca Mercedes-Benz / Fonte: Shutterstock. Descrição da Imagem: logomarca da empresa Mercedes-Benz, que é um círculo com uma estrela de três pontas no interior. Marca mista: combina imagem e palavra. Figura 4 – Marca do Grupo Light / Fonte: adaptada de Light (2019). Descrição da Imagem: Logomarca da empresa Light na cor verde. Marca tridimensional: é a forma diferenciada de individualizar e apresentar um produto, ou seja, quando écapaz de distingui-lo de outros produtos parecidos. UNICESUMAR 1 4 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 Figura 5 – Embalagem tradicional da Toblerone em seu formato clássico de pirâmide Fonte: Shutterstock. Descrição da Imagem: foto de uma embalagem do chocolate Toblerone. Marca coletiva: identifica produtos ou serviços feitos por membros de uma determinada entidade coletiva, por exemplo, associação, cooperativa, sindicato etc. No entanto, apenas a entidade pode solicitar este registro, bem como es- tabelecer condições e proibições de uso para seus associados por meio de um regulamento de utilização. Daí percebemos a importância da criação do manual de identidade visual. Figura 6 – Vinhos do Brasil Fonte: Vinhos do Brasil ([2019], on-line). Descrição da Imagem: Logomarca da empresa Vinhos do Brasi, em verde e amarelo. Marca de certificação: este tipo de marca indica que os produtos ou serviços são certificados pelo titular da marca quanto à sua procedência, modo de fabrica- ção, qualidade, entre outras características. Deste modo, ela só poderá ser usada conforme os padrões definidos no processo. 1 4 8 Figura 7 – Selo de pureza ABIC Fonte: adaptada de Abic (2019). Descrição da Imagem: selo de pureza ABIC. Associação Brasileira da Ind. de Café. Marca de alto renome: as chamadas marcas de alto renome são reconhecidas apenas em situações especialíssimas. Por exemplo, quando a marca possui alto prestígio no mercado, e que, principalmente, tenha se fixado na cabeça dos con- sumidores, independentemente de tais consumidores serem o público para o qual a marca se destina. Figura 8 – Bebida energética Red Bull Fonte: Shutterstock. Descrição da Imagem: lata de energético da marca Red Bull, em azul e metálico, escrito em fonte vermelha. Concluindo este tópico, podemos afirmar que o sistema simbólico de uma marca precisa ser compreendido em sua plenitude, ou seja, na correlação dos aspectos conceituais da identidade da marca, integrando design ao DNA da empresa. UNICESUMAR 1 4 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE DA MARCA A marca, hoje, é o ativo intangível mais valioso de uma empresa, mas como era no passado? Vou responder. No passado, aquilo que era vendido, ou seja, um produto ou serviço, tinha, necessariamente, valor de uso. Isso significa dizer que os benefícios da utilização de produtos e serviços precisavam se concretizar por meio de sua funcionalidade. Assim, o sabão que lavava melhor, o hidratante que nutria mais a pele, a quitanda mais próxima, entre outros exemplos. E hoje, isso é diferente? Não, de forma alguma! Os produtos e serviços con- tinuam comunicando os seus atributos funcionais, no entanto, hoje vivemos outro estágio quando as marcas passaram a comunicar, principalmente, os seus atributos emocionais, ou seja, a maneira como elas atuam e o que representam em nossas vidas, por meio de sua personalidade. No contexto biopsicossocial, a personalidade pode ser descrita como o conjunto de traços típicos de determinado indivíduo. Se estamos dizendo que a personalidade diz respeito ao indivíduo, como podemos atribuí-la às marcas? Calma! Não precisa ficar confusos, já vamos explicar melhor. As marcas, na contemporaneidade, passam a atuar como uma plataforma simbólica que agrega a funcionalidade do produto à intangibilidade do seu valor. Jaime Troiano (2017) faz uma contundente afirmação a este respeito ao afirmar que a transição do benefício tangível para a representação simbólica que as marcas projetam coloca- nos diante de um diálogo de personalidades. Nas palavras do autor, “o que eu sou, o que eu quero como pessoa num jogo em que a outra interface é o que as marcas, com suas personalidades, podem significar em minha vida” (TROIANO, 2017, p. 256). A personalidade está intimamente ligada à identidade. Dito isto, você pode relembrar o que discutimos no item 1.2 sobre identidade da marca. Se percebemos as marcas como um ente vivo, elas são dotadas, sim, de personalidade. Ao contar a história de uma marca, você certamente destacará traços típicos e únicos que fazem com que ela seja diferente das outras. Assim como você percebe características intrínsecas e peculiares de um familiar ou de um amigo, o consumidor também precisa perceber essas características para que ele possa ser levado à ação de consumir. 1 5 1 Para Vieira (2014) a percepção da marca é o produto de uma expressão gráfica, porque ela tem uma cara de uma expressão filosófica, porque ela tem algo a comunicar, e de uma experiência, porque ela tem algo para trocar. “Cada um desses momentos remete à origem da marca e à confiabilidade de seus propósitos” (VIEIRA, 2014, p. 141). À luz do pensamento dos antropólogos Mary Douglas e Baron Isherwood (2004), os produtos que consumimos atuam como serviços de marcação. Isto é, os bens são dotados de valor pela concordância dos outros consumidores. A personalização de uma marca e, consequentemente, a experiência de valor que ela pode proporcionar ao consumidor, demandam ferramentas de gestão importantes e eficazes, neste momento em que se vive uma profusão de marcas, cujas escolhas são determinadas pelo nível de envolvimento e reconhecimento que o cliente tem daquela marca em sua vida cotidiana. GESTÃO DE MARCA FORTE OU BRANDING Estudante! Você já sabe que a marca serve para identificar e diferenciar um produto, e que, singularmente, ela precisa carregar atributos emocionais e subjetivos para que tenha destaque entre a concorrência. E que, sobretudo, que ela é dotada de personalidade. Agora vamos avançar mais um pouco, pois precisamos descobrir como gerenciar essa marca. Decerto, a tal ponto em que ela seja experienciada e vivida pelo consumidor em sua totalidade, física e simbólica. Consequentemente, funcionando como uma plataforma comunicante dos desejos, das expressões e da satisfação do cliente por meio do produto. Esta, no entanto, não é uma tarefa fácil, e não existe uma receita com medidas prontas. Tudo dependerá da verdadeira essência do produto ou serviço em questão, ou seja, se temos um produto de qualidade e excelência, o marketing precisa estar sintonizado com essas características. Agora, se o produto ou serviço não é tão bom assim, não devemos esperar que o pessoal de marketing faça milagre para identificar, diferenciar e criar envolvimento emocional com a marca. UNICESUMAR 1 5 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 Antes de qualquer propósito, o profissional de marketing precisa seguir padrões éticos e comunicar por meio das ferramentas do marketing o que o cliente e o potencial cliente da marca encontrarão. Em um cenário competitivo em que marcas disputam a atenção e, principalmente, o relacionamento com o cliente, o profissional de marketing precisa criar estratégias fortes e diferenciadas. Sobretudo, tais estratégias precisam estar condizentes com as qualidades do produto ou serviço para que possam atingir e sustentar sua vantagem competitiva no mercado. E de igual modo adequar e aprimorar a performance do produto. Para que a estratégia traga bons resultados, no sentido de se tornar um diferencial competitivo, é fundamental priorizar as necessidades e os desejos do consumidor e ativar o seu interesse. Tal afirmativa parece óbvia, mas, na prática, não é tão fácil assim. Por isso, o marketing conta com uma estratégia muito importante que visa o priorizar as necessidades e os desejos do cliente e despertar o seu interesse pelo produto ou serviço. Assim, inicia-se um ciclo composto, basicamente, pelo gerenciamento da marca e de seu relacionamento com o consumidor, pela promessa anunciada pela marca e pelo resultado esperado pelo cliente. A gestão de marca, ou branding, é esta estratégia tão peculiar e desafiadora para o gerenciamento de marcas fortes. Destarte, vale a pena destacar que é muito comum a confusão entre marketing e branding, pois, afinal, ambos trabalham comunicando a marca para o cliente. No entanto, o branding busca alicerçar a relação com o cliente,a incentivar o consumo por meio do envolvimento emocional com a marca. Em outras palavras, esse envolvimento pode fixar a marca na mente do cliente ao tornar o produto mais do que necessário, ultrapassando o valor econômico em detrimento do valor simbólico do produto. Assim, ao gerar valor para a marca, o branding pode influenciar positivamente o comportamento do consumidor ou do seu público de interesse em relação à marca. É fundamental priorizar as necessidades e os desejos do consumidor 1 5 1 Conforme vimos na primeira parte deste tema sobre a diversidade de conceitos atribuídos à marca, de igual modo, ocorre com o branding. Este sistema de gerenciamento de marcas não é tão novo como aparenta ser. A Procter & Gamble, no ano de 1931, já fazia uso desse sistema. Aliás, ela é reconhecida por ser a primeira empresa a criar times de gerenciamento de marcas, com o intuito de trabalhar de forma integrada o programa de marketing de produtos ao processo de fabricação e venda destes (CAMEIRA, 2016). Na visão de Eduardo Tomiya (2010, p. 36), “ O branding é um programa estruturado que tem por objetivo garan- tir que os processos, a criação e o gerenciamento de marcas estejam integrados e, no final, gerem maior valor ao acionista. Em outras pa- lavras, é um programa que busca alinhar a promessa e a entrega [...]. Para José Martins (2006) branding é o conjunto de ações ligadas à administração das marcas. “ São ações que, tomadas com conhecimento e competência, levam as marcas além da natureza econômica, passando a fazer parte da cultura, e influenciar a vida das pessoas. Ações com a capacidade de simplificar e enriquecer nossas vidas num mundo cada vez mais confuso e complexo (MARTINS, 2006, p. 8). Wheeler (2008) destaca que a gestão de marcas costumava ser uma exclusividade de grandes produtos de consumo. No entanto, sabemos que, hoje, a realidade é outra. Conforme aponta a autora, agora todas “as empresas falam da indispensa- bilidade das marcas e até mesmo os indivíduos são instigados para que se tornem marcas que caminham [...]” (WHEELER, 2008, p. 12). UNICESUMAR 1 5 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 A ESTRATÉGIA DE BRANDING A estratégia de branding de uma empresa também é chamada de arquitetura de branding, ou de arquitetura de marca, ou das marcas. Para Troiano (2017), essa arquitetura funciona como um sistema de relacionamento entre os elementos de identificação das marcas de uma empresa com o mercado. Assim, o papel da arquitetura é organizar as marcas de determinada organização para transmitir seus valores, sua força e sua personalidade. Em Kotler e Keller (2012), uma em- presa tem três opções principais: ■ Desenvolver novos elementos de marca para o novo produto. ■ Aplicar alguns de seus elementos de marca preexistentes. ■ Utilizar uma combinação de elementos de marca novos e preexistentes. Agora, você aprenderá um pouco como essas três opções citadas por Kotler e Kel- ler (2012) são aplicadas na prática. Empresas praticantes de branding classificam as marcas de diversas formas, tais como próprias, de fabricantes, individuais etc. Quando a empresa toma a decisão sobre o branding, ela avalia os benefícios e as desvantagens de cada tipo de marca. Você já sabe que a arquitetura de branding serve para que o gerente de marcas as organize e que isso não é tarefa fácil. No entanto, é importante que você saiba que existem dois componentes fundamentais em qualquer estratégia de branding, 1 5 4 que são os portfólios da marca e as extensões da marca. Primeiro, você conhecerá as extensões de marcas e alguns exemplos. Em seguida, você entenderá o papel estratégico da arquitetura de marcas. Braig e Tybout (2018) confirmam o que temos afirmado ao longo deste tema de aprendizagem: que as empresas bem-sucedidas entendem que as marcas são ativos. Destarte, os autores dizem que os gerentes bem-sucedidos procuram alavancar esses ativos quando utilizam o nome de uma marca estabelecida para criar novos produtos. No tocante à criação de novos produtos de uma mesma marca, Braig e Tybout (2018, p. 85) explicam que essas extensões de marcas são chamadas de “extensões de linhas quando estão na mesma categoria de produto que a marca-mãe [...] e são denominadas extensões de categoria quando estão em uma categoria diferente da marca-mãe”. Em outra passagem, os autores fazem mais um esclarecimento importante a esse respeito. “ A marca primária é, em geral, o maior elemento de branding na embalagem de um produto ou em um artigo de comunicação. É a ela que alguém se refere quando fala sobre a marca. Toda a marca tem uma marca primária (BRAIG; TYBOUT, 2018, p. 99). Figura 9 – Exemplo de extensão de marca / Fonte: Shutterstock. Descrição da Imagem: Imagem de alguns cartões de crédito com suas logomarcas: Citi, American Express, BankA- mericard, Cash, Capital. Que as empresas bem-sucedidas entendem que as marcas são ativos UNICESUMAR 1 5 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 Agora que você conhece a importância da marca primária, aprofundaremos um pouco aquelas três opções elencadas por Kotler e Keller (2012) que vimos ante- riormente: ■ Extensão da marca refere-se ao processo de utilização de uma marca estabelecida para lançar um novo produto. O Cartão American Express Blue é uma extensão da marca American Express. Uma dica: quando uma nova marca é combinada aquela já existente, como no caso anterior, ela também pode ser chamada de submarca. ■ Marca-mãe refere-se à marca primária ou preexistente que origina uma extensão. É o caso da marca American Express, ilustrado anteriormente. ■ Marca master ou família de marcas refere-se à marca-mãe quando está associada a diversos produtos. Figura 10 – Exemplo de marca primária Fonte: adaptada de Mãe Terra (2019). Descrição da Imagem: logomarca da empresa Mãe Terra, que é uma árvore com as fohas verdes e o tronco marrom, onde está escrito mãe terra em fonte branca. As extensões de marca podem ser classificadas de duas maneiras gerais, a exten- são de linha e a extensão de categoria. Vejamos: A extensão de linha compreende a inclusão de um produto já atendido pela marca-mãe, mas que inclui novos sabores, embalagens etc. A imagem seguir demonstra a extensão de linha do biscoito cracker original da linha Tribos da marca Mãe Terra. 1 5 1 Figura 11 – Extensão da linha Tribos do biscoito cracker original / Fonte: adaptada de Mãe Terra (2024). Descrição da Imagem: foto de alguns produtos da marca tribos: três embalagens de biscoitos Tribos: original, light, gergelim. Na extensão de categoria, a marca-mãe é utilizada para inserir uma nova cate- goria de produto distinta da atendida por ela inicialmente. Um bom exemplo é o caso da lendária marca Victorinox Swiss Army, dos famosos canivetes suíços. Além dos canivetes, a marca atende a categorias distintas, tais como relógios, fragrâncias e malas. Figura 12 – Extensão de categoria / Fonte: adaptada de Victorinox (2019). Descrição da Imagem: três fotos. Da esquerda para a direita: mulher em pé, de costas, segurando a alça de uma mala de rodinhas cinza. Ela veste blusa vermelha de mangas compridas e saia vermelha curta. Ela está em uma praça sem pessoas em volta. A foto do meio mostra a mão masculina segurando o volante de um carro. O homem está com um relógio analógico prateado e preto, a manga da camisa branca está dobrada. À direita, a foto é de uma embalagem de um perfume com um relógio de parede atrás. UNICESUMAR 1 5 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 Segundo Kotler e Keller (2012), uma linha de marca abrange todos os produtos, desde os originais às extensões de linha e de categoria vendidos por uma mes- ma marca. Uma boa estratégia de portfólio de marcas para gerar crescimento lucrativo para a empresa responde a algumas questões principais (TYBOUT; CALKINS, 2018), como: ■ É preciso acrescentar uma marca ao portfólio? ■ Como as marcas são priorizadas? ■ Caso tenhamos muitas marcas, qual seria a solução mais adequada? Na visãode Troiano (2017), existem, na atualidade, quatro modelos de arquite- tura disponíveis no mercado. Vejamos: MODELO MONOLÍTICO Todos os produtos da empresa são representados por uma única marca corporativa, são exemplos o Bradesco e a Volvo. MODELO ADITIVO As marcas ou empresas que, ao se integrarem, somam suas identidades, é o caso da Knorr Cica. MODELO DE INDEPENDÊNCIA As marcas de produtos de uma mesma empresa são autônomas, ou seja, têm vida própria. Em alguns casos, elas até podem competir entre si. MODELO DE PATERNIDADE Neste modelo, a marca de uma linha de produtos ou serviços carrega a assinatura da identidade corporativa, é o caso do Leite Moça, da Nestlé. Como vimos, Troiano (2017) apresenta quatro opções claras para a construção de arquiteturas de marcas bem definidas. Todavia, o autor apresenta alguns fatores que, ao longo dos últimos 20 anos, potencializaram o abalo e a deterioração da arquitetura das marcas corporativas, bem como das marcas de suas famílias. 1 5 8 ■ Fator 1 – multiplicação de fusões, takeovers e reconstituições corpora- tivas. ■ Fator 2 – expansão e exacerbação no uso de unidades de negócios dentro de empresas já existentes. ■ Fator 3 – o próprio desenvolvimento saudável de uma marca pode con- tribuir com efeitos colaterais, por exemplo, a própria desorganização da arquitetura das marcas. Em resumo, a arquitetura de marca é uma ferramenta para evidenciar entre todos os stakeholders as relações entre as marcas (TROIANO, 2017). Fusões, novas aquisições e descontinuidade de produtos são alguns dos desafios apresentados ao gestor de marcas que, por sua vez, precisa acompanhar os avanços mercado- lógicos e a alta competitividade. Ao tratar estrategicamente de cada marca dotada de personalidade e identi- dade, o branding visa, cumprir, ao menos, dois propósitos. Por um lado, repre- senta o seu modelo de gerenciamento de marca, que está sempre em processo. E, por outro, torna-se uma ferramenta estratégica para avaliar e acompanhar o posicionamento das marcas no mercado e na mente dos consumidores. E, prin- cipalmente, gerar valor para a marca. Consequentemente, como resultado do branding, temos o brand equity. Você está curioso para saber o que é o brand equity? Se você pensou em valor, acertou! Mas não é qualquer valor, é aquele que tende a influenciar o compor- tamento do consumidor, ou seja, como ele age, pensa em relação à marca e aos seus preços praticados. PENSANDO JUNTOS Na perspectiva de Kotler e Keller (2012, p. 260), o brand equity baseado no cliente é “o efeito diferencial que o conhecimento de uma marca exerce sobre a resposta do consumidor ao marketing dessa marca”. Os autores afirmam que o brand equity baseado no cliente pode gerar dois tipos de efeito: positivo e negativo. UNICESUMAR 1 5 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 Quando os consumidores reagem favoravelmente a um produto e à maneira como ele é divulgado, temos um brand equity positivo, e quando este efeito é inverso, temos o brand equity negativo. Parece fácil, não é mesmo? Agora, des- trincharemos um pouco tais efeitos que são primordiais para a concepção do brand equity com base no cliente. Observe: ■ Ele surge a partir de diferenças na resposta do consumidor. ■ Essas diferenças são baseadas no conhecimento que o consumidor tem da marca. Por exemplo, a marca Toyota lembra confiabilidade, e a marca Amazon lembra conveniência. ■ O brand equity é refletido nas percepções, nas preferências e nos com- portamentos relacionados ao marketing de uma marca. Estudante! O conhecimento que o consumidor tem da marca influenciará dire- tamente o futuro dela, de forma positiva ou não. Por isso, é tão importante que a promessa da marca represente de forma adequada a visão da empresa. Dessa forma, os clientes poderão, a partir do que pensam sobre a marca e como a veem, decidir sobre consumir determinado produto ou serviço. São os clientes que decidirão se o produto é adequado ou não, pois nem sempre uma extensão de marca agrada o consumidor. Por exemplo, se a promessa é vender “a prancha de surf ”, talvez o consumidor não se agrade em comprar um tocador de música da mesma marca. Existem alguns modelos de brand equity criados por consultorias globais de marketing. Gestão de marca forte Desde o ano de 1988, a consultora global de marcas Interbrand realiza pesquisa de avaliação de marca e, em sua definição, esta pode ser forte independente- mente do negócio em que atua: “isso acontece por sua habilidade de influenciar a escolha do consumidor e gerar lealdade; de atrair, reter e motivar talentos; de reduzir custos de financiamento; e de captar investimentos” (INTERBRAND, 2017, p. 42,). São os clientes que decidirão se o produto é adequado ou não 1 1 1 Brand Intelligence: Construindo marcas que fortalecem empresas e movimentam a economia . “Brand Intelligence: Construindo marcas que fortalecem empresas e movimentam a economia” conta que administração de marcas, ou branding, deixou de ser um compromisso passageiro, um movimento modal, uma preocupação cosmética de designers e profissionais de comunicação. Não é também uma elaboração intelectual e filosófica sem compromisso com o bottomline. Branding tem se transformado rapidamente em um instrumento de gestão nas empresas. Estudo que realizamos recentemente mostra como os próprios CEOs estão ansiosos por verem esse instrumento e suas manifestações aplicadas no dia a dia da organização. Na medida em que o valor das marcas representa uma fração substancial do valor da empresa como um todo ou da sua capitalização de mercado, não há mais justificativas para que elas façam parte apenas do job description dos profissionais de marketing. Branding hoje é o instrumento de gestão potencialmente mais eficaz na construção de valor e de sustentabilidade na vida das organizações. INDICAÇÃO DE LIVRO A metodologia empregada na pesquisa analisa os seguintes índices: lucro eco- nômico, papel e força. Este último aponta que uma marca forte é construída a partir da análise de dez fatores internos e externos. Nos resultados dos fatores internos, destacam-se os seguintes fatores: ■ Clareza: aponta para os valores, posicionamento e proposta da marca, assim como a definição dos públicos-alvo e as suas percepções. ■ Comprometimento: compromisso interno e crença na importância da marca. ■ Governança de marca: as habilidades necessárias para a governança do negócio em seu modelo operacional, no qual permite a implementação efetiva de sua estratégia. UNICESUMAR 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 ■ Capacidade de resposta: habilidade quanto às perspectivas de mudança de cenários, desafios e oportunidades do mercado. A marca precisa ter um senso interno de liderança e desejo constante de evolução. Nos resultados dos fatores externos, destacam-se os fatores: AUTENTICIDADE A marca é sólida e baseada numa capacidade interna e no comprometimento em atender às expectativas dos consumidores. RELEVÂNCIA Adequação ao atendimento das necessidades e dos desejos dos consumidores em diferentes regiões e demografias. CONSISTÊNCIA O grau em que uma marca ganha vida sem erros em todos os pontos de contato onde está presente e formatos em que é aplicada. DIFERENCIAÇÃO Quanto os consumidores percebem e posicionam a marca distintamente em relação à concorrência. PRESENÇA O quanto a marca é vista positivamente entre clientes, consumidores, fornecedores e formadores de opinião na mídia tradicional e na digital. ENGAJAMENTO O grau em que os consumidores demonstram entendimento profundo sobre a marca. 1 1 1 A Skol, da Ambev, é a marca mais valiosa do Brasil pela sexta vez consecutiva, se- gundo o ranking BrandZ Brasil 2018, realizado há 12 anos pela Kantar e pelo WPP. A cerveja foi avaliada em US$ 8,2 bilhões (crescimento de 1%). As dez marcas brasileiras que mais se destacaram no ranking podem ser vistas na tabela seguir: BRANDZ TOP 10 – O VALOR DAS MARCAS BRASILEIRAS (EM US$ MILHÕES)RANKING MARCA VALOR 2018 VALOR 2017 VARIAÇÃO 1 Skol 8.263 8.146 1% 2 Bradesco 7.018 4.438 58% 3 Itaú 6.198 4.359 42% 4 Brahma 4.478 4.385 2% 5 Globo 4.318 4.123 5% 6 Antarctica 2.977 2.854 4% 7 Bohemia 1.605 1.570 2% 8 Sadia 1.469 1.884 -22% 9 Ypê 1.399 1.132 24% 10 Natura 1.350 1.256 7% Quadro 1 – As dez marcas brasileiras mais valiosas em 2018 Fonte: adaptada de Kantar (2018). De acordo com a pesquisa citada, são cinco os pilares que ajudam a aumentar o valor das marcas: propósito bem definido, inovação, boa comunicação, ex- periência de marca e amabilidade (love brand). A marca Skol está na frente no quesito love brand. UNICESUMAR 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 Além da marca Skol, outras marcas importantes são conhecidas como love brand, ou seja, amor à marca. Você já deve imaginar o porquê! Algumas marcas são tão queridas pelos consumidores que elas ultrapassam a relação cliente/empresa na mente do consumidor, passando, assim, a estabelecer um vínculo com o emo- cional. É isso mesmo! Marcas emocionais Por falar em marcas emocionais, você se recorda de alguma? Coca-Cola e Omo, por exemplo, são duas marcas que estão na mente e no coração dos seus públicos. Observe, a seguir, o slogan de ambas as marcas: ■ Coca-Cola – Abra a felicidade. ■ Omo – Se sujar faz bem. MARCAS COMO ESTRATÉGIA DE STATUS ■ Apple – Pense diferente. Na categoria de marca como estratégia de status, destacamos as marcas de luxo. “ Villa Daslu. Shopping Iguatemi. Rua Oscar Freire. Shopping Cidade Jardim... São os produtos de luxo a alavanca que permite a trans- mutação do diáfano dos sonhos de reconhecimento em vivência concreta, engrandecendo a autoestima e sinalizando status aos de- mais… (SCHWERINER, 2010, p. 47). 1 1 4 Qual é a principal promessa desses produtos de luxo? O que os consumidores esperam ao ter/manter uma experiência com uma marca dessas? A marca de luxo está carregada com a promessa de autenticidade e exclusividade. Ao responder à segunda questão, nos ateremos, principalmente, aos produtos que sinalizam poder e beleza. E, para isso, parafraseamos Schweriner (2010), quando afirma que: os con- sumidores de luxo fantasiam que joias Tiffany’s, malas e bolsas Louis Vuitton, relógios Rolex e objetos da Daslu, por exemplo, vão transformá-los em indivíduos irresistíveis e especiais. Não obstante, essas marcas lutam constantemente com a tensão central da categoria: limitar as vendas e manter a exclusividade que define o luxo. O Ranking BrandZ, da Kantar e WPP mostra as dez marcas mais valiosas do mundo no ano de 2018 e também as que mais cresceram quando o assunto é grife de luxo. TOP 10 LUXO VALOR DA MARCA EM 2018 R$ MILHÃO CONTRIBUIÇÃO DA MARCA ALTERAÇÃO NO VALOR DA MARCA 2018 VS 2017 1 Louis Vitton França 41,138 5 +41% 2 Hermès França 28,063 5 +20% 3 Gucci Itália 22,445 5 +66% 4 Chanel França 10,383 5 -6% 5 Rolex Suíça 8,721 5 +8% 6 Cartier França 7,040 4 +20% 7 Burberry Rússia 4,483 5 +5% 8 Prada Itália 3,925 4 -1% UNICESUMAR 1 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 9 Dior França 3,612 3 +54% 10 Saint Laurent/ Yves Saint Laurent França 3,316 3 Nova Pesquisa: Brandztm / Kantar Millward Brown (Incluindo dados das Bloomberg), a con- tribuição de marca mede a influência da marca sozinha nos ganhos, numa escala de 1 (menor) a 5 (maior). Tabela 2 – Top dez luxo / Fonte: adaptada de Kantar (2018). Em 2018, a Louis Vuitton foi a marca de luxo mais valiosa do mundo. Já a marca que mais cresceu em um ano no segmento foi a Gucci, que viu seu valor de marca crescer 66%. A pesquisa demonstra que alguns fatores, tais como a desilusão com notícias ruins e eventos mundiais têm feito os consumidores buscarem excitação, felicidade e refúgio nas marcas de luxo. Outro dado importante é a crescente utilização de mídias digitais e das redes sociais por tais marcas. Gucci e Louis Vuitton contam com mais de 23 milhões de seguidores no Instagram. O VALOR DA MARCA FOCADO NO SER HUMANO Vivemos uma era de mudanças, na qual até as marcas de luxo estão se adaptando às novas tendências, conforme você estudou anteriormente. 1 1 1 Na história do branding, as marcas nunca estiveram tão presentes e flutuantes como agora. Nós já sabíamos que os avanços da globalização, da flexibilização da economia e da presença etérea da internet em nosso cotidiano eram um caminho sem volta. A questão, hoje, não é a internet em si, mas a abertura para a partici- pação e a conectividade. O que fazemos com ela e como as marcas se apropriam deste universo tão veloz. Já é manhã. O iPhone despertou e em seguida, você, num toque, já escuta aquela música esperta no seu Spotify. Ainda na cama, lembra que se esqueceu de enviar para o seu amigo aquela promoção maneira que conseguiu no Peixe Urbano, um Telegram e tudo resolvido. Você resolve ficar mais um pouco na cama e retomar a sua série favorita da Netflix, pois, na noite anterior, ao assistir a ela, você cochilou. Seu cachorro late e você lembra que ele está sem ração e bateu aquela preguiça de ir à rua, então você acessa o aplicativo do supermercado Extra e realiza o pe- dido. Em seguida, navega entre Twitter, Facebook, dá uma olhadinha no Youtube e curte aquela foto do seu café favorito no Instagram da Starbucks. Já passou das 13 horas e você só percebeu porque sentiu fome. Foi até a cozinha e o que tinha para comer era um pedaço de sanduíche da Subway. E você já atrasado para a conferência via Skype com o cliente, toma aquele banho rápido com o sabonete Protex, veste sua camisa e calça jeans básicas da Hering, coloca aquele tênis descolado da All Star e vai de Uber compartilhado para a empresa, já que está super atrasado. ZOOM NO CONHECIMENTO Estudante! A história retratada anteriormente poderia ser minha, sua, de um amigo, enfim, cada um de nós vive neste universo cintilante de marcas, participação e conectividade. A seguir, nós trataremos com mais detalhes como a conectividade tem modificado e estreitado a relação dos consumidores com as marcas. Philip Kotler, ao longo de sua jornada no mundo do marketing, vem anunciando diversas transformações ocorridas. Desde uma época em que o foco estava no produto aos dias de hoje, em que as práticas de marketing são muito mais influenciadas pela mudança no comportamento do consumidor. Atualmente, o consumidor anseia por abordagens de marketing mais colaborativas, culturais e espirituais. E a tecnologia, neste cenário, facilita a disseminação de informação, de ideias e de E a tecnologia, neste cenário, facilita a disseminação de informação UNICESUMAR 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 opinião pública. A tecnologia, segundo os autores, impulsiona a globalização à paisagem política e legal, à econômica e à cultura e social, gerando paradoxos culturais na sociedade. Consequentemente, ela também impulsiona a ascensão do mercado criativo, que tem uma visão de mundo mais espiritual (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2010). O marketing precisa se reinventar e entender que o ser humano precisa ser visto em sua totalidade, dotado de mente, coração e espírito. Quando a marca cria uma atmosfera de intimidade e relacionamento com o cliente em sua totalidade, ela só tem a ganhar. No entanto, o desafio para os gestores de marketing é fazer com que ela comunique realmente as premissas da empresa. O consumidor é cocriador da marca, ele advoga por ela e investe o seu tem- po e as suas emoções nesta plataforma simbólica, que é a própria marca. Você sabe por quê? Porque o poder está centrado nas mãos do consumidor, ou seja, ele é o novo proprietário da marca. Kotler adverte que as empresas adotantes do marketing colaborativo – marketing 3.0 – precisam se acostumar com o fato de que é quase impossível exercer controle sobre a marca. “O melhor plano de saúde é viver. O segundo é Unimed”. Esse slogan é fruto de uma campanha publicitária desenvolvida pela agência F/NAZCA no ano de 2003. À época, o objetivo da Unimed era unificar a mensagem e o posicionamento damarca entre as unidades espalhadas pelo Brasil. Como você avalia as estratégias de branding desenvolvidas para esse reposicionamento da marca no passado aos dias atuais? PENSANDO JUNTOS Modelo dos 1is “No estágio em curso, o marketing deve ser definido como um triângulo harmo- nioso entre marca, posicionamento e diferenciação, o qual podemos chamar de modelo dos 3IS” (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2010, p. 22). Na ilustra- ção a seguir, os autores utilizam a marca Timberland como exemplo, vejamos: 1 1 8 Figura 13 – Modelo dos 3is Fonte: adaptada de Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010, p. 50). Descrição da Imagem: Infográfico mostrando o Modelo dos 3IS. Pirâmide invertida azul claro. Na parte superior da pirâmide: “Integridade da marca”. No lado direito: “Imagem da marca”. No lado esquerdo: “Identidade da marca”. No centro da pirâmide há uma pirâmide menor, cinza claro, escrito “3IS”. Na base desta pirâmide menor temos “Marca Timberland”; no lado direito desta pirâmide menor está “Cidadania engajada, Gestão ambiental, Direitos humanos globais”; no lado esquerdo da pirâmide menor está indicando “Boa empresa de calçados e roupas inspirada na vida ao ar livre”. Com efeito, a identidade está relacionada com o posicionamento da marca na mente do consumidor. Já a integridade da marca está relacionada com a concreti- zação que ela alegou em seu posicionamento e em sua diferenciação. Por último, temos a imagem da marca, que está intrinsecamente relacionada a conquistar, das emoções dos consumidores (TROIANO, 2017). Nesse cenário de transição, parece-nos que a única certeza que temos é que os consumidores estão cada dia mais exigentes e com sua atenção fluida. Entretanto, por outro lado, cresce o desejo de participar mais ativamente da sociedade, desde a busca por informações sobre determinadas marcas, sobre a procedência dos produtos que consomem, por exemplo, e sobre as questões ambientais que o planeta vem enfrentando. UNICESUMAR 1 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 O marketing 3.0 visa à participação e à colaboração, e as empresas precisam estar atentas a esse novo cenário, no qual as mídias sociais digitais são importantes no processo. Você conhecerá algumas estratégias deste tipo de marketing que tem priorizado o ser humano como um ser completo. A partir da leitura de Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010), denominaremos essa estratégia de 3Cs. Veja: Colaboração Você, estudante, sabe o que é o empoderamento do consumidor? No marketing, é oferecer recursos que o auxiliem na tomada de decisão e consequentemente, fazendo com que ele tenha uma experiência positiva com a marca. Para Kotler (2010), esse empoderamento é sinônimo da plataforma para a conversa do con- sumidor. Logo, a conversa, para muitos, é o que torna uma rede de consumidores poderosa. A história de uma marca não tem significado se os consumidores não estão falando sobre ela. Decerto, a conversa é a nova publicidade! (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2010). O alicerce do branding é o posicionamento. Ele provê a pedra angular conceitual para as ações que inevitavelmente decorrerão dele. Os componentes críticos são o alvo, o conceito da oferta e a proposição de valor. O alvo especifica os clientes cujo negócio a organização busca conquistar. Por exemplo, “profissionais itineran- tes da Geração X” poderiam ser especificados como o alvo de alguma rede de serviços telefônicos inteligentes e avançados acessível por um único número. O componente conceito da oferta especifica os atributos essenciais da oferta de mercado para o alvo selecionado, dentre o conjunto de atributos potencialmente maior que uma oferta possa possuir (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2010). A proposição de valor deve ser uma resposta persuasiva em uma ou duas senten- ças à pergunta do cliente: “Por que eu devo fazer negócios com a sua empresa e não com uma concorrente sua?” APROFUNDANDO Cocriação Os consumidores que participam, criam uma rede de inovação na criação e no desenvolvimento de novos produtos. Segundo os autores, a experiência de um 1 1 1 produto jamais é isolada. É o acúmulo de experiências do consumidor que cria maior valor ao produto. Um bom exemplo é o Cocriando Natura. Comunização Este conceito está atrelado ao conceito de tribalismo. As pessoas querem se co- nectar umas às outras também por meio de comunidades, e as empresas precisam estar atentas a isso. NOVOS DESAFIOS Estudante! No decorrer deste tema de aprendizagem, aprendemos a complexida- de de criar e gerenciar uma marca forte. Vimos que a criação e a sustentação de uma marca vão além do logotipo, do design e de sua identidade visual. As marcas têm ganhado outros atributos que ultrapassam a sua funcionalidade, hoje elas funcionam como uma plataforma simbólica, na qual os consumidores projetam as suas personalidades. Diante do cenário mercadológico atual, as marcas passaram a cuidar com muita atenção da relação com o consumidor, percebendo que a sua opinião é de extrema importância. Os consumidores estão cada vez mais críticos e exigentes, quase que tomando as rédeas do mercado, influenciando novos consumidores, assim, deixando claro que são as suas escolhas que ditam as regras. O marketing focado no ser humano segue a tendência de, a cada dia mais, ver o consumidor como um ser completo, dotado de mente, coração e espírito. Dessa maneira, as marcas são provocadas a investirem em um relacionamento verdadeiro, mais estreito e emocional com o seu consumidor. Ao passo que o este vive a marca e se apropria dela, a estratégia de branding precisa reposicionar a marca na mente e nos corações dos seus consumidores. O branding de uma marca forte gera valor, constrói relacionamento e define o seu posicionamento no coração e na mente dos consumidores. Espero que você tenha gostado de entrar no universo das marcas e que tenha aproveitado este tema de aprendizagem! UNICESUMAR 1 1 1 1. Identidade visual, manual de identidade, manual da marca e identidade visual corporativa são alguns dos nomes atribuídos ao documento que padroniza os aspectos visuais, sim- bólicos e textuais que envolvem a personalidade da marca. Destarte, a padronização dos aspectos visuais da marca compreende, por exemplo, a assinatura, a sua aplicação sobre fundos, as cores, a menor redução permitida, os personagens, os uniformes, as frotas, entre outros aspectos que são definidos a partir do porte e objetivo da empresa. Das opções a seguir, qual não corresponde à identidade visual da marca? a) Logotipo. b) Assinatura. c) Cor. d) Preço. e) Símbolo. 2. O Manual de Marcas designado pelo Instituto de Propriedade Industrial – INPI – tem por finalidade consolidar diretrizes e procedimentos de análise de marcas, bem como instru- ções para formulação de pedidos de registro, acompanhamento de processos, além de apresentar definição de marca e demais configurações. Quanto à natureza, as marcas são classificadas como de produto, de serviço, coletiva e de certificação. O que é uma marca de certificação? Assinale a alternativa correta: a) É a marca que possui alto prestígio no mercado e que, principalmente, tenha se fixado na cabeça dos consumidores, independentemente de eles serem o público para o qual a marca se destina. b) É o tipo de marca que indica que os produtos ou serviços são certificados pelo titular da marca quanto à sua procedência, ao seu modo de fabricação, à qualidade, entre outras características. c) É a forma diferenciada de individualizar e apresentar um produto, ou seja, quando é capaz de distingui-lo de outros produtos parecidos. d) Um tipo específico de marca que classifica produtos importados. e) Uma marca de certificação é aquela que possui um selo de qualidade. VAMOS PRATICAR 1 1 1 3. Uma empresa atacadista ou varejista pode ser detentora do controle e distribuição de uma marca. Assim, um serviço ou produto beneficiado, processado, embalado e comercializado por uma empresa atacadista ou varejista, possui uma marca com atribuiçãoespecífica. A qual tipo de marca estamos nos referindo? Assinale a alternativa correta. a) Submarca. b) De linha. c) Própria. d) Genérica. e) Alternativa. 4. A estratégia de branding organiza as marcas da empresa para transmitir seus valores, sua força e sua personalidade. A estratégia de branding de uma empresa também é conhecida como? Marque a alternativa correta: a) Arquitetura de branding, arquitetura de marca ou das marcas. b) Arquitetura e design. c) Portfólio de marcas. d) Extensão de marca. e) Marketing de relacionamento. 5. Ao tratar estrategicamente de cada marca, dotada de personalidade e papel próprio, o branding responde, ao menos, por duas funções. Analise as assertivas: I - Gerenciamento de marca e ferramenta estratificada. II - Brand equity e valor. III - Modelo de personalização. IV - Gerenciamento de marca, ferramenta estratégica e valor. V - Gerenciamento de marca e ferramenta estratégica. Assinale a alternativa correta: a) II e III, apenas. b) I, apenas. c) V, apenas. d) III e IV, apenas. e) Todas as alternativas estão corretas. VAMOS PRATICAR 1 1 1 REFERÊNCIAS ABIC. (2019). Selo de pureza ABIC. Disponível em: http://abic.com.br/certificacao/pureza. Aces- so em: 18 fev. 2019. ADG. Associação dos Designers Gráficos . ABC da ADG: glossário de termos e verbetes utilizados em design gráfico. São Paulo: ADG, 2000. AMA. American Marketing Association. In: Conta Azul. (2024). O que é uma marca? Disponível em: https://blog.contaazul.com/o-que-e-uma-marca/. Acesso em: 23 fev. 2024. BRAIG, B. M. TYBOUT, A. M. Extensões de marca. In: TYBOUT, A. M. CALKINS, T. (orgs.). Branding: gestão de marcas. São Paulo: Saraiva, 2018. Cap. 5. p. 85-96. CALDER, B. J. Design de marcas. São Paulo: Saraiva, 2018. Cap. 2., p. 21-34. CAMEIRA, S. R . Branding + design: a estratégia na criação de identidades de marca. São Paulo: Senac, 2016. DOUGLAS, M.; ISHERWOOD, B. 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Design de identidade da marca: um guia completo para a criação, construção e manutenção de marcas fortes. Tradução de Joaquim da Fonseca. 2. ed. São Paulo: Bookman, 2008. 1 1 5 1. Alternativa D. 2. Alternativa B. 3. Alternativa C. 4. Alternativa A. 5. Alternativa C. CONFIRA SUAS RESPOSTAS 1 1 1 MEU ESPAÇO 1 1 1 UNIDADE 4 MINHAS METAS A MARCA COMO ESTILO DE VIDA Conhecer a função das estratégias de conteúdo para o fortalecimento da marca. Discorrer como a personificação de uma marca é construída. Apontar como o gerenciamento de marcas torna os consumidores defensores delas. Descrever comunidades de marca e a sua importância para o branding. Assinalar a integração entre o marketing tradicional e o on-line e as suas tendências. T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 6 1 8 1 INICIE SUA JORNADA Como sabemos, o marketing gira em torno de três disciplinas importantes: ges- tão do produto, gestão de clientes e gestão da marca. Os conceitos de mar- keting evoluíram do foco na gestão do produto nas décadas de 1950 e 1960 para o foco da gestão do cliente nas décadas de 1970 e 1980. Em seguida, entre 1990 e os anos 2000, a disciplina da gestão de marcas foi acrescentada. Assim, ao longo dos anos, o marketing avançou passando por quatro fases, as quais são chamadas de marketing 1.0, 2.0, 3.0 e 4.0. A última fase é a que vivencia- mos atualmente, na qual a conectividade social desempenha um papel cada vez mais diferenciador e determinante no relacionamento entre marcas e consumidores. Muito tem se falado sobre o avanço vertiginoso das tecnologias de comu- nicação e informação e das transformações ocorridas no contexto socioeco- nômico, sobretudo, no cotidiano das pessoas, de forma geral. No entanto, tais transformações que outrora eram evidenciadas pela facilidade de acesso às in- formações, às notícias, ao entretenimento, e à aquisição de produtos ascendeu o consumidor a outro patamar. Se antes ele apenas consumia essas informações, agora ele passa a atuar na produção, no compartilhamento e na divulgação de conteúdos que considera importante para a sua vida e, assim, passível de compartilhamento com o outro. A mudança de foco do marketing na atualidade vem a reboque dessas intensas transformações no contexto mercadológico, sobretudo, no relacionamento entre clientes e marcas. DESENVOLVA SEU POTENCIAL A GESTÃO DA MARCA FOCADA NO CONTEÚDO Nunca se falou tanto em produção de conteúdo, marketing de conteúdo, conteú- do para mídias digitais e, produção de conteúdo para web como nos dias de hoje. UNICESUMAR 1 8 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 VOCÊ SABE RESPONDER? Afinal, você sabe o que é conteúdo? Você sabe diferenciar conteúdo desenvolvido para web dos conteúdos tradicionais? E ainda, como integrá-los? E o marketing de conteúdo, você sabe para que serve e como utilizá-lo? Tantas perguntas, não?! Fique tranquilo, você já aprenderá a lidar com o recheio mais saboroso do universo digital. Conteúdo, no contexto comunicacional e no marketing, serve para atingir obje- tivos variados. Assim, temos conteúdo publicitário, jornalístico, para entreteni- mento, para fins educacionais, informativos, além de conteúdos orgânicos, pagos, entre outros. A palavra conteúdo, de acordo com o Dicionário Michaelis (2015), denota os seguintes significados: “ 1. Aquilo que está contido ou encerrado em algum recipiente; maté- ria incluída no interior de um espaço; contento. 2. Aquilo de que algo é constituído: O conteúdo orgânico de certos pigmentos. 3. Assunto, 1 8 1 tema ou argumento encontrado em determinado livro, documen- to, carta etc.; matéria, teor, tese. 4. Força ou intensidade de ideias, sentimentos, sensações etc.; grande valor ou interesse; expressão, importância, relevo: São textos vazios, carecem de conteúdo. Antes que você comece a pensar que só é conteúdo quando produzido para a internet, vou explicar quão antiga é a apropriação deste elemento indispensável para nós. Antes mesmo do termo marketing de conteúdo ser cunhado, ele já havia traçado a sua trajetória e nos ensinado que conteúdo de valor é aquele que expressa a identidadeda marca e a sua competência. E, além disso, é aquele que ajuda a manter o relacionamento com o consumidor ao desenvolver e comunicar conteúdo relevante e que conte uma história por trás da marca. Existem vários exemplos de utilização do marketing de conteúdo, ou seja, qual for o nome utilizado, para abordar a preocupação da marca em relação ao seu consumidor, no sentido de escutá-lo e educá-lo. Assim, mais do que promo- ver a venda de produtos ou serviços, o conteúdo funciona como um combustível que alimenta a relação da marca com os seus públicos. A Deere e Company criou, em 1985, uma publicação chamada The Furrow, que continua em circulação nos dias de hoje. A Deere e Company é fruto do trabalho do serralheiro americano John Deere. John permanecia próximo aos fazendeiros com o intuito de ouvir suas histórias e problemas e, assim, procurava melhorar a produção dos seus arados para que os homens do campo tivessem um melhor rendimento em suas colheitas. Ao ouvir os fazendeiros, John Deere buscava solu- ções para melhorar o trabalho no campo e, assim, ele permanecia ao lado de seus consumidores. Após a morte do serralheiro, que havia se tornado o homem de negócios mais bem-sucedido do mundo, seu filho Charles Deere dá continuidade ao trabalho mantendo a tradição e os valores do pai. Você pode imaginar qual foi o elemento primordial para o sucesso da Deere e Company? Se você pensou em conteúdo, acertou! Entretanto, não era qualquer conteúdo, tampouco promocional. A intenção era continuar o processo de escutar e educar os seus consumidores. A revista agrícola mundial The Furrow, atua em 40 países, ela é reconhecida mundialmente pela utilização do marketing de conteú- do, – mesmo que, à época, pouco importasse o nome atribuído a esta estratégia. APROFUNDANDO UNICESUMAR 1 8 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 Com o advento da internet e do marketing digital, a maneira pela qual o consumidor consome informações é modificada consideravelmente. Então, como disputar e atrair a atenção dele em um cenário mercadológico altamente competitivo e com diversidade de canais de mídia? Como transformar commodities em produtos ou serviços diferenciados, já que o mercado vive em constante processo de comoditização? Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017) afirma, com veemência que o tempo em que a meta era ser exclusivo, passou. “A inclusão tornou-se a nova tendência. Em nível macro, o mundo está avançando de uma estrutura de poder hegemônica para uma multilateral” (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 21). Uma observação a este respeito está relacionada ao deslocamento dos poderes econômicos das chamadas superpotências, como os Estados Unidos e a União Europeia, para a Ásia, por exemplo. Com isso, a economia deixa de ser extremamente centralizada e os poderes econômicos, por sua vez, passam a circular. Novos mercados se abrem, assim como novos consumidores. Consequentemente, o alto nível de competitividade entre empresas de pequeno e grande portes, novas ou com vasta experiência no mercado, sejam elas conhecidas mundialmente ou não, por concorrer no mesmo segmento e com produtos similares, vêm buscando o diferencial de sua marca. Neste sentido, podemos atribuir ao diferencial da marca dois atributos importantes: a proximidade e a horizontalidade com o consumidor. Estas são duas formas imbricadas de criar uma relação de afetividade entre marca e cliente. Estudante! Como sabemos, a comunicação é intrínseca à vida humana e desempenha papel importante no desenvolvimento e na manutenção da sociedade de consumo, particularmente. “Na verdade, a maioria das decisões de compra pessoais serão essencialmente decisões sociais. Os consumidores comunicam-se entre si e conversam sobre marcas e empresas” (KOTLER; KARTAJAYA, SETIAWAN, 2017, p. 28). Há muito tempo, o consumidor atua no mercado das marcas como formador de opinião e talvez isso não seja novidade. Antes da explosão da internet, ou melhor dizendo, antes do empoderamento do consumidor, as marcas pertenciam às suas organizações. Hoje, as marcas também pertencem aos consumidores. Em outras palavras, o sucesso de uma marca vai depender da história que os consumidores estão contando sobre ela e, principalmente, sobre a história e a experiência que ele tem com a marca. A inclusão tornou-se a nova tendência 1 8 4 Neste cenário competitivo e de mudança de valores, cabe ao marketing alinhar muito bem a comunicação da marca com o consumidor. Assim, o marketing de conteúdo foi se revitalizando com o tempo e ganhou novos recheios, ou seja, novos formatos, novas aplicações, novos canais de mídia e a participação ativa do consumidor para acompanhar a dinamicidade mercadológica, porém manteve em sua essência a arte de contar histórias e envolver o consumidor, como vimos no caso da Deere & Company. Entendemos o marketing de conteúdo como um sistema de retroalimentação. O que isso quer dizer? Antes da explicação, queremos que você saiba o seguinte: ba- sicamente, marketing de conteúdo consiste em planejar, criar, publicar e promover conteúdos que sejam relevantes e personalizados para um público específico. Dito isso, você vai entender, o que queremos dizer com sistema de retroalimentação, ou seja, é o retorno de uma informação ou processo. Só que no caso da produção de conteúdo, o profissional de marketing espera que a informação não retorne da forma que foi criada e publicada pela marca. Sabe por quê? Porque o marketing de conteúdo lida com histórias reais a partir de algum problema apresentado pelo cliente. Portanto, o público é capaz de realizar o feedback acrescido de suas im- pressões sobre a solução apresentada pela marca, seja positiva ou negativa. PENSANDO JUNTOS Joe Pulizzi (2016, p. 13), fundador do Content Marketing Institute (CMI) afirma que marketing de conteúdo é a abordagem de marketing estratégico “para criar e distribuir conteúdo valioso, relevante e consistente para atrair e conquistar um público claramente definido – com o objetivo de gerar uma ação lucrativa com o cliente”. Além dessa definição formal de marketing de conteúdo, Pulizzi (2016) elabora, pelo menos, mais cinco definições para contextualizar essa abordagem de marketing. UNICESUMAR 1 8 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 Veja: DEFINIÇÃO MENOS FORMAL O marketing de conteúdo é possuir a mídia ao invés de alugá-la. É um processo de marketing para atrair e reter clientes pela criação e administração de conteúdo de for- ma consistente a fim de alterar ou reforçar um comportamento do cliente. ARGUMENTO DE VENDA O marketing e a publicidade tradicionais tratam de dizer ao mundo que você é uma estrela do rock. O marketing de conteúdo trata de mostrar ao mundo o que é uma. PARA PROFISSIONAIS O marketing de conteúdo refere-se a entregar o conteúdo que seu público está bus- cando em todos os lugares onde eles o estão buscando. É uma combinação eficaz de conteúdo criado, administrado e distribuído. PARA OS QUE NÃO ACREDITAM Os seus clientes não se preocupam com você, seus produtos ou serviços. Eles se preocupam com eles mesmos, seus desejos e suas necessidades. O marketing de conteúdo refere-se à criação de informações interessantes pelas quais os clientes se apaixonam, para que eles realmente prestem atenção em você. MARKETING VENDENDO MENOS Basicamente, o marketing de conteúdo é a arte de se comunicar com seus clientes atuais e futuros sem vender. É o marketing que não interrompe. Em vez de vender seus produtos ou serviços, você entrega informações que faz os seus compradores ficarem mais inteligentes ou, então, os diverte para construir uma conexão emocional. A essência desta estratégia é a crença de que se nós, como empresas, fornecermos informações valiosas, consistentes e contínuas aos compradores, eles acabarão nos recompensando com mais negócios e lealdade. Então, como vimos, o marketing de conteúdo visa à entrega de informações consistentes e valiosas e à fidelização do público. Assim, o objetivo principal não éa venda direta de produtos. Segundo Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 147), o 1 8 1 marketing de conteúdo também é considerado outra forma de jornalismo da marca e de publicações desta, “que cria conexões mais profundas entre marcas e consumidores”. Quando as marcas realizam um marketing eficiente de conteúdo, elas podem oferecer ao seu cliente conteúdo relevante e original, ao mesmo tempo em que contam histórias sobre si mesmas. E, de igual modo, o marketing de conteúdo pode mudar o papel desempenhado pelos profissionais de branding, ou seja, de promotores da marca, eles ascendem a contadores de histórias a respeito dela. Embora tenhamos visto que o marketing de conteúdo é uma prática muita antiga, nós, profissionais de marketing, e você, estudante, futuro profissional da área, estamos vivendo no meio de um turbilhão de modificações. Em um curto intervalo de oito anos, Philip Kotler (2010), em parceria com Hermawan Kartajaya, fundador e CEO da MarkPlus, e Iwan Setiawan, executivo-chefe de operações da MarkPlus, fizeram uma importante análise das modificações ocorridas no marketing nos últimos anos: desde a sua abordagem, centrada no produto, passando para o marketing centrado no consumidor, até chegar a 3.0, em que o pai do marketing nos demonstra a solidez da abordagem centrada no ser humano. Fome de Poder Ano: 2017 Sinopse: a história da ascensão do McDonald´s. Comentário: Após receber uma demanda sem precedentes e notar uma movimentação de consumidores fora do normal, o vendedor de Illinois, Ray Kroc (Michael Keaton) adquire uma participação nos negócios da lanchonete dos irmãos Richard e Maurice “Mac” McDonald no sul da Califórnia e, pouco a pouco, eliminando os dois da rede, ele transforma a marca em um gi- gantesco império alimentício. INDICAÇÃO DE FILME O marketing de conteúdo visa à entrega de informações consistentes e valiosas Estamos vivendo no meio de um turbilhão de modificações UNICESUMAR 1 8 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 Dito isto, cabe acrescentar, a essa abordagem ainda em curso, que o marketing, ao seguir as tendências mundiais a reboque da globalização e da predominância da economia digital em nosso meio, é que faz a importância de compreendermos este cenário. Assim, ao vislumbrarmos o consumidor atual numa posição de pro- ximidade e horizontalidade com a marca, queremos afirmar que o consumidor detém o poder de decisão de compra. Na verdade, ele sempre teve, mas nunca havia sido tão ousado e confiante como nos dias hodiernos. Para alcançar esse novo consumidor, dotado de mente, corpo e espírito e conectado socialmente, o profissional de marketing de conteúdo precisa lançar mão do bom e velho planejamento, aliado às novas tendências mercadológicas mundiais. Logo, a seguir, apresentaremos algumas dicas para a elaboração de um planejamento de marketing de conteúdo eficiente. Primeiro, faremos uma breve inferência sobre o conceito de redes e de outros termos no contexto das tecnologias de informação e comunicação que permeiam o universo on-line das marcas e que já fazem parte do nosso vocabulário on-line e off-line. Entre redes, internet e marcas Agora que você já sabe que a estratégia de gerar conteúdo é anterior à utilização das mídias sociais digitais e dos sites de redes sociais, vale a pena fazermos uma breve inferência sobre conceitos fundamentais que permeiam o universo on- line das marcas. O conceito de redes é tão antigo como a própria história da humanidade. Basicamente, todo o processo humano de compartilhamento de saberes, trocas e experiências constitui uma rede social. O ser humano é um ser social e, assim, ele precisa do outro para viver e conviver. Então, como você pode perceber, uma rede requer uma estrutura composta de pessoas, e grupos sociais, tudo, embasada, sobretudo, por um espírito de coletividade. Dito isto, fica claro que a noção de rede é anterior à internet. No entanto, de acordo com Manuel Castells (2003), na atualidade, as redes ganharam vida nova, ou seja, transformaram-se em redes de informação energizadas pela internet. Fica claro que a noção de rede é anterior à internet 1 8 8 Na visão de Castells (2003), a internet é uma rede de comunicação global que se apresenta como tecnologia e também como prática social. O autor chegou a esta conclusão não antes de investigar três processos independentes ocorridos já no final do século XX, e que foram responsáveis pela ascensão da internet como é conhecida hoje. São eles (CASTELLS, 2003, p. 8): “ a. As exigências da economia por flexibilidade administrativa e por globalização do capital, da produção e do comércio. b. As demandas da sociedade, em que os valores da liberdade indi- vidual e da comunicação aberta se tornaram supremos. c. Os avanços extraordinários na computação e nas telecomunica- ções possibilitados pela revolução microeletrônica. Para o autor, a aderência desses três processos inaugura uma nova estrutura so- cial, baseada em redes. Castells (2003) alega que, sob essas condições, a internet tornou-se a alavanca na transição para uma nova forma de sociedade, que ele chama sociedade de rede, e com ela, para uma nova economia, discutida ante- riormente. Castells (2003), com sua análise da sociedade e das implicações da tecnologia na vida das pessoas, considera o aspecto da expansão da internet à apropriação capitalista. UNICESUMAR 1 8 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 Ao correlacionar internet, sociedade e economia, reflete sobre a importância de localizar o processo de transformação tecnológica no contexto social em que ele ocorre e pelo qual está sendo moldado. O autor examina também o papel desempenhado pela internet na emergência da nova economia, que traz à baila a transformação da administração de empresas, os mercados de capitais, as no- vas formas de trabalho e a inovação tecnológica (SILVA, 2018). A respeito do conceito de rede social, a pesquisadora Raquel Recuero (2009, p. 69) afirma que: “ Rede social é gente, é interação, é troca social [...]. Os nós da rede representam cada indivíduo e suas conexões, os laços sociais que compõem os grupos. Esses laços são ampliados, complexificados e modificados a cada nova pessoa que conhecemos e com quem interagimos. Robert Kozinets (2014), pesquisador canadense e especialista em netnografia, segue a mesma linha de pensamento de Recuero (2009) ao afirmar que uma rede é composta de “um conjunto de atores ligados por um conjunto de laços relacionais. Os atores, os ‘nodos’, podem ser pessoas, equipes, organizações, ideias, mensagens ou outros conceitos” (KOZINETS, 2014, p. 52-53). Em nosso cotidiano, a rede social é comumente utilizada como sinônimo para Facebook, Twitter, Instagram etc., mas estes são apenas sites de redes sociais que, ao agre- garem pessoas, tornam-se uma rede. Logo, dados recentes de pesquisas sobre conectividade e acesso à internet, por exemplo, demonstram que o número de pessoas conectadas mundialmente só tem aumentado, mesmo com a repercussão internacional sobre privacidade de dados. O relatório Global Digital, da Agência We Are Social, revela que a uti- lização de mídias sociais pelas pessoas ao redor do mundo atingiu mais de três bilhões durante o primeiro trimestre de 2018. Em um estudo anterior, conside- remos as seguintes informações sobre conectividade (SILVA, 2018, p. 127-128): “ Atualmente, 107 milhões de brasileiros acessam a internet, ou seja, 65% da população com mais de 12 anos é o que revela o estudo da 15ª edição do F/Radar, realizado em 2016. Durante as três úl- timas edições do F/Radar, o Facebook liderou entre os sites de re- des sociais mais utilizadas. O envio de mensagens instantâneas, a 1 9 1 participação em alguma rede e, com 67%, o compartilhamento de conteúdo como textos, imagens ou vídeos são as atividades mais citadas realizadas na internet, conforme a pesquisa TIC Domicílios, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação– CETIC.br – com base no percentual de usuários da internet no ano de 2014, com 94, 2 milhões. A Pes- quisa de Mídia do ano de 2015 também mostra que o Facebook é o site de rede social com maior adesão. Entre os internautas, 92% estão conectados por meio de mídias sociais, sendo as mais utili- zadas o Facebook (83%), o WhatsApp (58%) e o Youtube (17%). O aumento exponencial de acesso aos sites de rede de relacionamento e outros dispositivos de mensagens instantâneas tem favorecido um novo tipo de inte- ratividade que privilegia “vários modos de interconexão entre máquinas e entre estas os homens” (SODRÉ, 2012, p. 164). Nestes espaços de fluxos e conexões, as interações on-line mudam a própria percepção dos “nós” em suas práticas sociais cotidianas, já não existe a noção de estar on-line ou off-line, os “nós” simplesmente estão em rede e entre redes. Este, sem dúvida, é o grande desafio dos profissionais de marketing. A marca precisa estar presente em todos os lugares, canais, mídias e platafor- mas, de tal modo que o consumidor tenha facilidade para encontrá-la. Agora, es- tudante, você sabe que grupamentos sociais formam redes – on-line e off-line – e que a conectividade nas mídias sociais é uma crescente, tanto para o consumidor quanto para a marca. Então, seguiremos com o nosso estudo e aprenderemos a elaborar um planejamento de marketing de conteúdo para contar boas histórias da marca e envolver o lead. Uma boa hora para te perguntar: você sabe o que é lead? Vamos lá, que explicaremos bem rapidinho. Lead pode ser definido como um potencial cliente, ou seja, aquele que poderá vir a ser um consumidor da sua marca. Além disso, o lead pode ser considerado como um contato qualificado da empresa, ou seja, aquele que a procurou, porque se interessou pelo produto/ serviço. UNICESUMAR 1 9 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 Planejamento de marketing de conteúdo De forma geral, ao longo do texto, falamos sobre a relevância do conteúdo, sobre a crescente utilização dos sites de redes sociais e a virada no marketing tradicional quando o consumidor passa a ser corresponsável pela marca. Também deixamos claro que o mais importante na estratégia do marketing de conteúdo não é a ven- da em um primeiro momento, mas o compartilhamento de informação relevante e valiosa com o consumidor e com finalidade educacional. Ao destacarmos dados de pesquisas recentes sobre a crescente utilização de mídias sociais, por exemplo, fica evidente que as marcas devem estar em todas plataformas e lugares, serem onipresentes. Pulizzi (2016) apresenta uma distin- ção entre marketing de conteúdo e marketing de mídia social, pois, segundo o autor, existe uma confusão entre ambos. Embora considere que uma estratégia de marketing de conteúdo deva aproveitar todos os canais – on-line e off-line. Para Pulizzi (2016) o foco do marketing de mídia social está localizado dentro das próprias redes sociais, enquanto o marketing de conteúdo tem como centro de gravidade um site de marca que, por sua vez, gerará um endereço na web. Assim, nesta perspectiva, quando profissionais de marketing realizam campanhas de mídia social, eles o fazem dentro do Facebook, Twitter etc. Dessa maneira, o conteúdo precisa ser adaptado ao tipo de plataforma utiliza- da. Como é o caso do Twitter, com a utilização de apenas 280 caracteres. Já o marketing de conteúdo no site de marca ou em microsite pode gerar conteúdos mais extensos. É claro que o autor explica mais detalhadamente seus argumentos para defender tal diferenciação. O nosso entendimento, entretanto, coaduna com o de Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017), quando afirmam que os consumidores saltam de um canal a outro e esperam uma experiência contínua e uniforme. Logo, destacamos a importância da integração dos diversos canais online e of- fline na primazia de conduzir os consumidores a todos os caminhos que levem à marca e, assim, digamos, à etapa final desse processo, que é o ato de compra. 1 9 1 A estratégia de marketing onicanal é importantíssima para a o desenvolvi- mento de um programa de marketing de conteúdo. Pulizzi (2016, p. 12) afirma que marketing de conteúdo “não é uma campanha de curto prazo; é uma estra- tégia de longo prazo para atrair, reter e converter clientes”. Sabemos que você guardará estas três palavrinhas: atrair; reter; converter. Estudante! A seguir, veja um roteiro bem prático de marketing de conteúdo para você estudar e se inspirar! Conheça o passo a passo! 1 2 3 4 FIXAÇÃO DE METAS MAPEAMENTO DO PÚBLICO CONCEPÇÃO E PLANEJAMENTO DO CONTEÚDO CRIAÇÃO DO CONTEÚDO O que você quer atingir com sua campanha de marketing de conteúdo? Quem são os seus consumidores e quais são as ansiedades e os desejos deles? Qual é o tema ge- ral do conteúdo e o plano de conteúdo? Quem cria o conteúdo e quando? Objetivo de desenvolvimento da marca. Perfis de personas de consumidores. Tema do conteúdo. Criadores do conteúdo: a pró- pria empresa ou agências. Objetivo de crescimento de vendas. Ansiedades e desejos dos consumidores. Enredo e calendário editorial do conteúdo. Cronograma de produção de conteúdo. — — — — UNICESUMAR 1 9 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 5 6 7 8 DISTRIBUIÇÃO DO CONTEÚDO AMPLIAÇÃO DO CONTEÚDO AVALIAÇÃO MELHORIA Onde você deseja distribuir os itens de conteúdo? Como você planeja alavancar os itens de con- teúdo e interagir com os consumidores? Quão bem-sucedi- da é sua campanha de marketing de conteúdo. Como você melhora o marketing de conteúdo existente? Canal próprio. Criar conversa em torno do conteúdo. Realização do objetivo geral. Mudanças do tema. Canal pago. Uso de propaganda boca a boca e influenciadores. — Melhoria do conteúdo. Canal orgânico. — — Melhoria da distribuição e a ampliação do conteúdo. Quadro 1 – Oito passos do marketing de conteúdo Fonte: adaptado de Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 152). Agora que você já tem em mãos um roteiro prático para o planejamento do seu marketing de conteúdo, apresentaremos algumas ações táticas para aprimorar a distribuição do conteúdo. Torres (2011, p. 73) considera esse marketing como “a ação estratégica que engloba diversas ações táticas, incluindo o marketing de busca (SEM), e ações operacionais, incluindo a otimização para ferramentas de busca (SEO)”. O SEO e o SEM são palavrinhas bem parecidas e que costumam causar confusão conceitual, mas, calma, você já descobrirá as diferenças entre elas. ■ O SEM é o grande guarda-chuva das estratégias capazes de fazer com que um site apareça nos resultados de busca do Google por meio do tráfego orgânico ou pago, por exemplo. 1 9 4 ■ Já o SEO se preocupa exclusivamente com o tráfego orgânico, ou seja, não há investimento financeiro para posicionar o site no sistema de busca do Google. Apesar do SEO ser uma ação mais lenta, do ponto de vista estratégico, o tempo de existência da página é considerada como um fator positivo, assim, o site ascende na busca orgânica. Basicamente, toda a estratégia de SEO faz parte de uma estratégia de SEM, mesmo que compreenda somente ações para aprimorar o tráfego orgânico. Dessa forma, quando você falar em SEO, estará falando de uma ação de SEM. No entanto, nem sempre uma ação de SEM estará relacionada ao SEO. O marketing de conteúdo é uma estratégia focada na criação de uma experiência de valor, na qual marca e conteúdo caminham lado a lado. Uma estratégia de conteúdo consiste em aproveitar todos os canais disponíveis para contar a história da marca. Mídia impressa, mídia social, boca a boca, marketing viral, e assim por adiante. Além dos canais, precisamos ter em mente os formatos de conteúdo. Assim, todo e qualquer formato que possa ser publicado e consumido pode ser utilizado. Vejamos a diversificação de formatos de conteúdo: Artigos em blog, vídeos, podcasts, e-books, webinars, cases de sucesso, Infográfi- cos, relatórios de pesquisa, gamificação, quizzes, e-mail marketing, white papers, fotografias, desenhos, ilustrações, postsnas redes sociais, comentários, músicas (jingles), memes, dentre outros! A lista é longa. Sugiro que você faça uma pesqui- sa no site e em páginas de rede social de alguma marca valiosa e tente descobrir os principais tipos de formatos utilizados para a criação e distribuição de conteúdo. UNICESUMAR 1 9 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 Canais e formatos podem ser utilizados em qualquer fase do processo de compra, desde as estratégias voltadas para a atenção até aquelas direcionadas à retenção e à fidelização dos clientes. No entanto, isto não indica atirar para todos os lados, viu?! Toda a estratégia, para ser bem executada, requer planejamento. E isto, inclui conhecer profundamente o mercado-alvo, a sua persona! Todo formato precisa ser bem analisado para saber qual é o mais adequado para atender à proposta, com o seu calendário editorial de conteúdo e, principalmente, com as preferências das suas personas. O item número três aborda a concepção e o planejamento do conteúdo, cujo centralidade desta etapa é o calendário editorial de conteúdo. Mas o que é calendário ou cronograma de conteúdo? É toda a programação da sua estratégia de conteúdo e será a base para orientar os produtores de conteúdo sobre o que fazer e o que não fazer, contém informações sobre personas, além de todas as etapas envolvidas no processo de produção e distribuição de conteúdo, seus prazos, frequência etc. Assim, um calendário editorial funciona como uma programação ou um cronograma de todo o conteúdo da sua estratégia. A partir dele, você pode manter controle sobre: ■ Frequência/datas de publicação. ■ Prazos para a produção do conteúdo. ■ Pautas e temas de conteúdos. ■ Palavras-chave já utilizadas em conteúdos anteriores. ■ Datas de lançamento de conteúdos. ■ Divulgação em redes sociais. ■ Promoção em e-mail marketing. O consumidor quer ouvir histórias reais! Então, conte a história da marca! Apli- que o storytelling no marketing de conteúdo! O consumidor prefere se conectar a uma marca pelo seu posicionamento de valor. Propagandas promocionais, anúncios que falam somente a respeito do conteúdo do produto ou serviço não são tão relevantes quando o assunto é posicionamento de valor. Hoje, os consumidores, mais do que nunca, estão envolvidos com o discurso da marca, assim, buscam saber como funcionam técnicas de produção, materiais 1 9 1 usados na fabricação do produto, entre outros. Você se recorda das campanhas da Bombril? O garoto Bombril, Carlos Moreno, divulgou por quase 30 anos a esponja de aço mais vendida do país e conseguiu conquistar seu público es- tabelecendo um vínculo emocional com ele. Sabe como? Contando histórias, utilizando a estratégia de storytelling. PERSONIFICAÇÃO DA MARCA Recordando o que você aprendeu, uma marca é um nome, desenho ou símbolo que nos leva a identificar o produto ou serviço de uma empresa, diferenciando-a da concorrência. Assim como os novos arranjos tecnológicos e a importância da integração do marketing tradicional ao digital, como lembram os autores Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017), as marcas também têm passado por profundas mo- dificações, principalmente, no tocante ao seu relacionamento com o cliente. A marca continua sendo uma plataforma de relacionamento, continua tendo essência e espírito, já que ela caminha entre redes e ruas. O que queremos dizer com isto? Que a marca está em movimento nas páginas de redes sociais digitais, quando o consumidor fala sobre ela, por exemplo. Que a marca está em movi- mento nas ruas quando o consumidor exibe seu tênis Nike ou quando toma um gole do seu Red-Bull. Simples! UNICESUMAR 1 9 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 Como ilustrado, podemos afirmar que a marca possui uma essência comunican- te, mas, nos dias de hoje, onde o consumidor está ávido para manter relaciona- mentos, a marca extrapola essa essência. Sim, nesses tempos hipermodernos em que vivemos, a marca já não é apenas lembrada por seu mascote, por exemplo, naqueles casos em que ela escolhe determinado elemento para representá-la visualmente. Você se recorda do Dollynho, o seu amiguinho, ou do Assolan, o fenômeno? São exemplos clássicos de mascotes. A marca extrapola os limites da personificação e passa a se relacionar diretamente com o seu público, mesmo que de forma virtualizada. Ela já não precisa mais de uma mascote ou de um porta-voz, por exem- plo. A marca agora tem voz, tem sentimento, tem per- sonalidade, e, muitas vezes, tem até corpo. Ao deixar sua condição etérea para assumir um posicionamento virtual mediante seu públi- co, a marca torna-se mais cativante, envolvente e vivaz. Agora, ela é uma Persona! Explicaremos a definição deste conceito tão importante para as estratégias de mar- keting digital, bem como demonstraremos o papel a ser desempenhado por ela. Persona, Brand Persona ou Persona da Marca são personagens criadas para representar os valores da marca, tornando, assim, a interação com o público mais natural e humanizada. A tendência é que ela se torne o meio principal pelo qual a marca interaja com o cliente, oferecendo conteúdo e apresentando o produto oferecido. O resultado desse tipo de estratégia é uma interação solidificada entre a marca e o cliente, que será essencial para o sucesso de vendas. Para melhor entendimento, exemplificaremos com uma Brand Personas bem conhecida: O Pinguim é a Brand Persona do Ponto Frio. A marca o utiliza para se comunicar com o público – Pinautas – nas redes sociais. O Pinguim utiliza A marca agora tem voz, tem sentimento, tem personalidade, e, muitas vezes, tem até corpo 1 9 8 uma linguagem com vocabulário próprio e coloquial. Ele caiu no gosto do con- sumidor que, por sua vez, acessa as redes sociais do Pinguim para interagir, ouvir suas opiniões. E para saber, inclusive, do relacionamento do Pinguim, já que ele tem uma namorada, a Pinguina. A estratégia é humanizar a marca e, quanto mais humanizada, maior é o seu poder de engajamento e envolvimento com o consumidor. Assim, quanto mais empatia esta interação promover, maior sucesso, poder de convencimento e, consequentemente, vantagem competitiva a marca terá. Como podemos ver, a Brand Persona é uma ferramenta poderosíssima que a marca dispõe. PERSONA ALÉM DA MARCA Anteriormente, você conheceu a Persona da Marca, mas saiba que existe outro tipo de persona no contexto do marketing digital. A Buyer Persona é uma per- sonagem fictícia desenvolvida para representar um consumidor muito específico e particular em um dado segmento mercadológico. Deste modo, a persona resume o perfil ideal dos consumidores e/ou possíveis consumidores. “ Personas são arquétipos, personagens ficcionais, concebidos a partir da síntese de comportamentos observados entre consumidores com perfis extremos. Representam as motivações, desejos, expectativas e necessidades, reunindo características significativas de um grupo mais abrangente [...]. Elas auxiliam no processo de design porque direcionam as soluções para o sentido dos usuários, orientando o olhar sob as informações e, assim, apoiando as tomadas de decisão (VIANNA et al., 2012, p. 80). UNICESUMAR 1 9 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 Outro ponto a ser destacado é a revisão do conceito de público-alvo em detri- mento de persona, a saber: ■ Público-alvo é a representação generalizada do público a ser atingido. ■ Persona é a representação completamente específica do público a ser atingido. A estratégia de marketing, direcionada a um grupo específicas de pessoas, requer pesquisas para se determinar o perfil do consumidor desejado. Defini- remos cada conceito para que você possa entendê-lo claramente. Para se definir público-alvo, são levadas em considerações classe social, econômica e demográ- fica, analisando hábitos de consumo e comportamentais, ou seja, um segmento do mercado com características em comum. É frequente usar dados sociode- mográficos como: faixa etária, renda per capita, local de moradia, escolaridade, profissão e depois desupridas as necessidades básicas, local onde gasta parte ou o que sobrou da renda, se gosta de viajar e se almeja qualificação profissional. A autora Martha Gabriel (2010a) tem uma explicação bem contundente para o desenvolvimento do perfil de um público-alvo. Apesar de frisarmos que, na atualidade, existe a necessidade de pensar o consumidor como um ser único, dotado de pensamento, sentimento, razão e personalidade, a definição apresentada pela autora permite-nos uma leitura mais adequada sobre público-alvo. Vejamos: O público-alvo é a parte mais importante da equação de marketing, pois toda e qualquer estratégia de marketing deve ter como início e origem um público-alvo e os objetivos a serem alcançados com esse público, ou seja, as necessidades e/ou desejos os quais se pretende atender. “ O público-alvo é a razão da existência e o conceito central do marketing. O público-alvo do marketing pode ser clientes (ou consumidores, usuários), empresas (ou organizações, instituições), fornecedores, grupos de interesse, público financeiro, públicos ligados à mídia, públicos internos, públicos governamentais, O público-alvo é a parte mais importante da equação de marketing 1 1 1 públicos locais e público em geral. Cada público requer uma estratégia específica, um plano de marketing específico, pois, normalmente, os objetivos com cada tipo de público são diferentes, bem como suas necessidades e produtos que lhes atendem. Em função do público-alvo é que se determina a estratégia de marketing a ser implementada (GABRIEL, 2010a, p. 33). A visão de Gabriel (2010a) está mais próxima do entendimento sobre persona ao destacar que cada público requer uma estratégia específica. No entanto, exem- plificaremos o modelo básico para a definição de um público-alvo. Observe: Figura 1 – Modelo básico para a definição de um público-alvo Fonte: o autor. Descrição da Imagem: a ilustração mostra um exemplo de ficha cadastral: um quadrado azul claro divido hori- zontalmente em dois. Na parte de cima, há a indicação de público-alvo com um desenho e alvo com um dardo inserido no centro. Ao lado da ilustração está o texto: UNICESUMAR 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 Descrição da Imagem: “Público-alvo”: Costuma ter uma descrição breve. Homens de 18 a 25 anos, classe média, brasileiros, moradores da capital do Rio de Janeiro, trabalham em uma empresa de TI e buscam recolocação no mercado de trabalho. Na parte de baixo do quadro: “Persona”: Costuma ter uma descrição com detalhes pessoais: Para a definição de uma persona é imprescindível que seja realizada pesquisa mais detalhada e direcionada ao objetivo do consumidor em relação ao produto/serviço. Tam- bém é fundamental a utilização de informações sociodemográficas, além de abordar sobre interesses, gostos pessoais, hábitos, peculiaridades, sonhos, preocupações e estilo de vida do consumidor. Abaixo, um retângulo branco com fonte preta: “Luccas, 23 anos, classe média, solteiro, morador da capital do Rio de Janeiro, formado em Ciência da Computação, trabalha em uma empresa de TI, está cursando MBA em Marketing, quer realizar o Mestrado no exterior, adora viajar, tem como hobby jogos online, adora ir ao Maracanã assistir aos jogos do seu time do coração. Como não sobra renda, não tem o hábito de adquirir produtos muito caros, mas quando se faz necessário procura investir em produtos de qualidade”. Você conseguiu perceber a diferença entre público-alvo e persona? Esta traz uma pesquisa mais detalhada, cujas informações são necessárias para que a equipe de marketing planeje uma estratégia eficiente, focada e direcionada ao cliente em potencial. Assim, definida a estratégia, é hora de colocar a persona em ação, buscando melhorar os resultados. ■ Definir o tom de voz adequada à proposta. ■ Linguagem padronizada para as redes sociais. ■ Em quais redes sociais se deverá investir em anúncios. ■ Quais assuntos abordar. ■ Extensão e formato dos conteúdos. ■ Palavras-chave. ■ Em que meios de comunicação investir. ■ Uso de links patrocinados. ■ Oportunidade de Cross-selling e Up-selling. Abriremos um adendo e explicaremos: ■ Cross-selling é a prática em que a marca oferece aos clientes existentes produtos complementares àqueles que já foram ou estão a ser adquiridos. 1 1 1 ■ Up-selling é quando a marca expõe o seu cliente a produtos premium que são mais caros, encorajando o cliente a investir um pouco mais com o retorno em um melhor serviço/produto. Apresentaremos mais algumas dicas para construção de uma Buyer Persona. Primeiro, dê um nome para ela, em seguida, faça as perguntas: ■ Qual a profissão? ■ Qual a faixa etária? ■ Qual o sexo? ■ Qual a faixa de salário? ■ Onde vive? ■ Qual o nível de educação? ■ Como é a família? ■ Quais são seus valores e medos? Elza Maria é analista de Recursos Humanos, tem 45 anos, ganha em torno de R$ 4.000,00 por mês, é separada, mora na Lapa, no Rio de Janeiro, com sua mãe e o seu filho de 20 anos. Elza deseja conhecer a Europa e os países nórdicos, mas tem medo de altura e é muito tímida. Seus hábitos são saudáveis, o que inclui caminhada duas vezes na semana na praia do Flamengo e a prática de yoga. Elza gosta de encontrar os amigos e de escutar música e vive conectada na internet. Seu objetivo é aprender a dança de salão por meio de videoaulas. Agora que você já conhece os elementos básicos para a construção de uma persona, por que não aproveita para criar uma? Primeiro pense no seu produto e na segmentação de mercado e, em seguida, mãos à obra! UNICESUMAR 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 Conteúdo é o novo anúncio, #hashtag é o novo slogan. OTIMIZANDO O GERENCIAMENTO DAS MARCAS Como você já estudou, gerenciar o principal patrimônio da empresa – a marca – requer planejamento, estratégia e estudos para conciliar as novas tendências do marketing. Dispondo, assim, de novas ações de marketing, como o branding, que por sua vez, alicerça a relação marca-consumidor. Podemos dizer que as marcas consumidas são reflexos das características do consumidor. Faça uma pausa e reflita. Você, por acaso, possui, em seu guarda- roupas, algo marcante de sua personalidade? Um perfume, várias camisetas de uma mesma loja, por exemplo. Então, não é apenas questão de gosto, mas sim, de identificação pelo produto e pela marca, respectivamente. De acordo com Oliari e Annuseck (2010, p. 5), “os consumidores buscam por produtos que proporcionem emoção e prazer. Buscam por produtos com características específicas e que possam refletir as suas próprias personalidades”. PENSANDO JUNTOS 1 1 4 Já vimos que a Brand Persona é uma ferramenta imprescindível utilizada nas páginas de redes sociais das marcas, por exemplo, para a comunicação com o consumidor. Como falamos anteriormente, os consumidores, atualmente, são expressivos tanto no momento de escolher os artigos que, de certa forma, ca- racterizam sua personalidade, como no momento de falar da marca que habi- tualmente usam. Podemos, numa simples checagem na página de rede social de alguma loja de departamento, perceber este tipo de comportamento. “O ato de escutar é o aspecto mais crítico de sua atividade social – escutar e interagir lhe garantem credibilidade” (BARGER, 2013, p. 15). Além de escutar, o consumidor quer conversar sobre marcas, compartilhar a sua história com elas. E, de igual modo, as marcas têm caminhado. Ao escutar histórias a seu respeito, elas mesmas, a partir das estratégias do pessoal do marketing, decidem conversar com seus clientes e formar uma plataforma de relacionamento. Assim, podemos dizer que as marcas também se organizam em redes de relacionamento. Nesse contexto e com a crescente utilização das redes sociais digitais, pessoas, instituições, governos e marcas passam a utilizar o conceito de comunidade atri- buindo-o aos agrupamentos que se formam no mundo virtual. Em outro mo- mento, nós já discutimos sobre o conceito de redes, e você já sabe que se trata deum conceito tão antigo como a própria história da humanidade. E, como vimos, o ser humano é um ser social e, assim, ele precisa do outro para viver e conviver. A palavra comunidade vem do latim, communitas, qualidade ou estado do que é comum, comunhão, compartilhamento de ideias, via senso comum, ou interesses em concordância, identidade (SILVA, 2013). O conceito de comunidade, que sempre esteve a cargo de estudos sociológicos, ganhou outras configurações de- vido às próprias transformações ocorridas na sociedade. O conceito de comunidade vem sendo utilizado deliberadamente hoje, pois muito tem se falado sobre ele no sentido de agregação de pessoas em torno de um objetivo em comum. A palavra é utilizada de forma imprecisa e, muitas vezes, errônea, para designar bairro, favela, associação, sociedade, grupo, sistema social, organização social etc. As tecnologias de informação e comunicação, doravante, contribuíram O conceito de comunidade vem sendo utilizado deliberadamente hoje UNICESUMAR 1 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 para tal processo conflituoso de apropriações e usos, utilizando o conceito para designar qualquer tipo de agrupamento realizado por meio da Comunicação Mediada por Computadores (SILVA, 2013). Como vimos na citação, o termo comunidade tem sido explorado de muitas maneiras, mas que nem sempre condizem com o seu verdadeiro significado. Por isso, é tão importante conhecermos determinados conceitos antes de nos apro- priarmos deles. As tecnologias de comunicação e informação se, por um lado, contribuíram para que esse processo conflituoso de apropriações acontecesse, por outro, potencializou o crescimento de comunidades virtuais. Em outras palavras, desde o seu desenvolvimento, no início da web 1.0, a noção de que reuniões on-line eram, de alguma forma, uma espécie de comunidade, esteve presente no princípio e tem persistido. Comunidade e cultura podem ser inerentes a muitos “lugares” na internet, ou seja, conforme argumenta Robert Kozinets (2014), um grupo de correio eletrônico que publica por meio de listas pode levar cultura e ser uma comunidade, assim como um fórum, um blog, microblog etc. Para Kozinets (2014, p.15) “os websites de redes sociais e mundos virtuais levam os complexos marcadores de muitas culturas e ambos manifestam e forjam novas conexões e comunidades”. Logo, é importante frisar que não só se tornou socialmente aceitável que as pessoas busquem e se conectem por meio da comunicação mediada por computador, como também esses lugares e atividades relacionadas tornaram-se lugar-comum. As comunidades on-line, no contexto do consumo, podem se apresentar de di- versas maneiras. Desde aquelas que reúnem pessoas em torno de uma atividade específica, por exemplo, “Loucos por Café”, pessoas que tenham interesse em co- mum por café que se reúnem virtualmente para compartilhar informações sobre o produto, sabores, qualificações etc. Até aquelas onde seus membros possuem re- lações mais fracas e com pouco importância em relação às atividades de consumo. Comunidade e cultura podem ser inerentes a muitos “lugares” na internet 1 1 1 Neste documentário interessante produzido pela Content Marketing Institute, você descobrirá o que John Deere pode ensinar sobre marketing de conteúdo. Acesse aqui. https://www.youtube.com/watch?time_continue=5&v=rbKvoKeu4vc. EU INDICO As comunidades de construção (KOZINETS, 2014) demandam forte senso de pertencimento ao grupo e à temática relacionada a ele. No entanto, sites colabora- tivos, grupos de interesse em páginas de redes sociais e outras formas de reunião on-line também podem constituir esse tipo de comunidade. Para exemplificar, citamos a comunidade NikeTalk.com, formada por membros que gostam de dis- cutir assuntos mais aprofundados sobre calçados da marca. Outro exemplo são as comunidades de fãs. Estas são, basicamente, formadas por consumidores, cujo objetivo visa a partilha de experiências positivas ou não, a troca de informações, as avaliações sobre um produto/serviço etc. As comunidades on-line são fenômenos abundantes e as suas normas e rituais são modificadas pelas práticas dos grupos que as utilizam, afirma Kozinets (2014). Aliado a isso, acrescentamos o aspecto da inovação tecnológica. Consu- midores conectados representam, na atualidade, marcas conectadas. Assim, estas também criam suas redes e suas comunidades. Acompanhando esse cenário, muitas empresas aproveitaram-se desse movimento cultural em que os consumidores interagem e se reúnem em comunidades, para criar sua própria Comunidade da Marca. Uma estratégia para ajudar a empresa na divulgação da marca, oferecendo e promovendo um espaço livre e criativo, fortalecendo conexões entre indivíduos/consumidores com interesses em comum, estreitando laços, mapeando as oportunidades de crescimento e desenvolvimento e monitorando as impressões a respeito da marca. A marca deve ter bem definido o seu posicionamento relacionado à comunidade, quais os objetivos e o que se espera de resultado desta interação. Precisa ter muito claros os pontos fundamentais que alicerçam a estrutura dessa comunidade. Veja a seguir: UNICESUMAR 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 OBJETIVO Definir o propósito desta comunidade, com qual objetivo ela foi criada. PADRÕES Cultura a ser usada na comunidade, regras a serem adotadas por todos os membros para manter um ambiente de respeito e de parceria. ATITUDE A postura que a marca deve apresentar perante a comunidade ao lidar com diversas questões inapropriadas que, porventura, surjam neste ambiente. Não é por ser um es- paço livre e democrático que não haverá ordem, por isso, a necessidade de haver um moderador, ou seja, uma pessoa hábil para intervir e organizar o ambiente. MOTIVAÇÃO Quais as vantagens de fazer parte desse grupo, o que ele pode oferecer a um novo membro. Oferecer suporte, compartilhar suas experiências e ideias, ajudar a resolver problemas, é fazer com que os membros se sintam confortáveis e confiantes em fazer parte dessa comunidade. Queremos compartilhar com você um exemplo distinto de Comunidade de Marca. “Realizamos sonhos de liberdade pessoal” este é o propósito da marca Harley-Davidson, considerada uma das mais fortes do mundo. Comunidade de fãs e escudeiros fiéis: Harley-Davidson A lendária marca de motocicletas é, um bom exemplo para ilustrarmos a Comu- nidade de Marca e indo além, para que você aplique o conteúdo que já aprendeu à construção de uma marca forte e de valor. A Harley-Davidson é aquela marca que já não “pertence” mais à sua empresa, ela pertence aos seus clientes, os seus fãs. Sabemos como é importante criarmos um posicionamento emocional da marca, no entanto, tão importante quanto criar este apelo é mantê-lo por meio do rela- cionamento com o consumidor. Assim, conteúdo consistente e relevante, como já vimos, é a primazia para manter esse relacionamento, criando vínculo emocional. 1 1 8 A Harley-Davidson sabe bem como fazer isso, transformou seus clientes em fãs e escudeiros fiéis. A marca é tão forte e envolvente que até mesmo o público que não é consumidor deste segmento de produto sabe e reconhece o poder da marca. O Harley Owners Group – H.O.G. é o maior grupo de motociclismo do mundo e conta com mais de um milhão de associações. A comunidade H.O.G. é a rede social original, por congregar pessoas de todo o mundo em torno de uma afinidade comum, mesmo antes da internet. O H.O.G. oferece várias vantagens para os seus membros, como revista, encontros, eventos, emblemas, programa de locação de motos, entre outros. Veja, a seguir, os tipos de associação que o H.O.G. oferece: ■ Membro completo Oferece a mais completa gama de benefícios H.O.G. valiosos – exclusiva- mente para os pilotos que possuem sua própria Harley-Davidson. ■ Membro associado Uma seleção menor de benefícios projetada para amigos e entes queridos que preferem a vida no banco do passageiro – ou qualquer pessoa que queira ir para o passeio.■ Membro pra vida A melhor maneira de mostrar sua paixão eterna por todas as coisas Harley – uma associação que nunca expira, nunca precisa ser renovada. Estudante! A marca Harley-Davidson funciona como estilo de vida para milhões de membros ao redor do mundo. Os sonhos de liberdade pessoal e a preocupação com a segurança dos seus clientes são refletidos no estilo Harley-Davidson de viver, e a marca, com maestria, comunica bem este propósito. UNICESUMAR 1 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 Falamos sobre a integração de vários canais e formatos de mídia para a execução do marketing de conteúdo, lembra? Então, agora sugerimos que você faça uma pesquisa nos canais de comunicação da marca, tais como Facebook, site institu- cional, Instagram e Youtube e reflita como a HD e algumas outras marcas transfor- mam seus clientes em defensores. E não se esqueça de acessar o site da H.O.G. Ligue o motor, acelere e viva a experiência da marca. PENSANDO JUNTOS MARCA PARA ALÉM DA MARCA E SUAS TENDÊNCIAS Seguir e se adaptar aos caminhos percorridos pelo consumidor na economia digi- tal são os desafios dos profissionais de marketing. O consumidor, hoje, está mais exigente, e, dessa forma, tende a pesquisar muito mais antes de realizar a decisão de compra. Entretanto, seguir o caminho percorrido pelo consumidor, além de ser um desafio, requer várias estratégias, o que inclui a integração do marketing tradicional ao marketing on-line que elucidamos anteriormente. Estudante! Todos os tópicos vistos até aqui estão interligados, desde a con- cepção do produto às suas fases de desenvolvimento, ou seja, o seu ciclo de vida à criação e à gestão de marca forte. Nossa experiência e os casos conhecidos de algumas marcas tradicionais, bem como as nascidas no ambiente virtual têm nos mostrado quanto é premente entender o cenário da economia digital e as suas imbricações no contexto do consumo. E, consequentemente, perceber como a economia digital está influenciando e sendo influenciada pelas modificações no comportamento do consumidor, isto é, a partir dos seus hábitos de compra, bem como a maneira pela qual o consumidor pesquisa e procura obter informações sobre produtos e marcas. O comportamento do consumidor, na perspectiva do marketing e da publici- dade, tem sido visto com mais afinco na atualidade, embora, desde o século XIX, termos registros do desenvolvimento de modelos que visavam a compreendê-lo. O modelo AIDA, cujo acrônimo significa atenção, interesse, desejo e ação, é re- conhecido mundialmente, e a sua criação é atribuída ao renomado profissional de publicidade e marketing, St. Elmo Lewis, em 1898. Você sabe qual é a finali- dade desse modelo? Basicamente, o profissional de marketing visa a conduzir o consumidor à ação de compra, ou seja, completar o ciclo de vendas. 1 1 1 Marketing 4 .0: do tradicional ao digital Sinopse: esta obra, “Marketing 4.0: do tradicional ao digital” com Hermawan Kartajaya e Iwan Setiawan, Kotler examina as importantes transformações na passagem do marketing tradicional para o digital (4.0). Eles mostram não só como a conectividade alterou de forma radical o modo como vivemos, mas como entender os caminhos do consumidor na era digital e adotar um conjunto novo de métricas e práticas de marketing. Para alcançar o sucesso em um ambiente tão mutável, complexo e competitivo, o marketing deve guiar o consumidor ao longo de uma jornada que começa na apresentação e assimilação da marca e termina na fidelização total. Esse livro ensina você a identificar as novas tendências e aplicações do marketing digital para compreender melhor: – como o peso da opinião de familiares e amigos alterou o caminho do consumidor, que agora passa pelos cinco As (assimilação, atração, arguição, ação e apologia) – qual é o papel das subculturas digitais mais ativas na defesa da marca – jovens, mulheres e netizens (cidadãos da internet) – de que maneira o marketing online e o online devem se complementar para proporcionar ao cliente um envolvimento mais profundo – como o marketing de conteúdo aumenta a curiosidade pela marca ao criar valor para o consumidor De tempos em tempos, surge um “novo” movimento no marketing, porém, desta vez, não foram apenas as regras que mudaram, mas toda a sociedade. Marketing 4.0 apresenta uma análise sólida do consumidor do presente e do futuro e oferece as informações necessárias para atingi-lo da maneira mais eficaz. INDICAÇÃO DE LIVRO Desse modo, o modelo AIDA tem servido há, aproximadamente, 120 anos para orientar o marketing sobre as etapas percorridas pelo consumidor até chegar à realização da compra. Todavia, como temos visto, hoje é importante que reco- nheçamos a importância de trabalhar o marketing visando ao entrelaçamento de duas vertentes, a tradicional e a on-line. UNICESUMAR 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 É sabido que a maioria dos profissionais de marketing evidencia o ciclo de vendas, especialmente a ação do ato de compra em si. Entretanto, conforme orientam Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 183), “não deveriam subestimar a importância de guiar os clientes da ação à apologia”. Estudante, a partir do ex- posto, sugerimos que você observe a ilustração a seguir e analise cada elemento do modelo AIDA: Figura 2 – Modelo AIDA/ Fonte: o autor. Descrição da Imagem: o infográfico mostra o Modelo AIDA. Na parte superior, uma linha preta e sobre ela está “FUNIL DE VENDAS” e ao lado as etapas: atenção, interesse, desejo, ação. Abaixo da linha, há alguns ícones: engrenagem, alto falante, comunicação, pessoas. E, ainda, abaixo, as etapas colocadas de cima para baixo: ATENÇÃO INTERESSE DESEJO AÇÃO Abaixo, outra vez, há um cifrão em verde e branco. 1 1 1 Você analisou as etapas percorridas pelo consumidor para a realização do ciclo de vendas. A última etapa do modelo AIDA diz respeito à compra, ou seja, à ação em si. No entanto, o profissional de marketing atualizado e antenado às tendências mundiais, sobretudo à economia digital, precisa investir seus esforços na integração de estratégias que visem unir o marketing tradicional ao on-line. Desta maneira, o modelo AIDA é atualizado, ou seja, além de guiar o consumidor à ação, o marketing priorizará a apologia à marca. Em outras palavras, o consumidor, além de efetuar a compra do produto ou serviço, será um grande defensor da marca. Vimos, no decorrer deste tema de aprendizagem, estratégias fundamentais para estreitar o relacionamento entre consumidores e marcas neste cenário de conectividade social e altamente com- petitivo. Esperamos que você tenha gostado de entrar no universo humanizado e tecnológico das marcas e da ascensão do consumidor. Estratégias de engajamento Por engajamento, entendemos os diferentes níveis de interação e/ou comprometi- mento dos consumidores com o conteúdo on-line relativo à marca. O engajamen- to está relacionado ao comportamento do consumidor que precisa ser mapeado e segmentado para a construção da Persona. Para Tércio Strutzel (2015, p. 16) “o conteúdo é a mola propulsora que movimento a internet, e o engajamento se tornou a principal referência de como o conteúdo impacta as pessoas”. O autor apresenta dois tipos de engajamento, a saber: ■ Engajamento de propagação: é o tipo de conteúdo que busca obter o maior alcance entre o público com a finalidade de aumentar a sua popu- laridade. É indicado para ações de posicionamento da marca, branding e para conquistar muitos seguidores. ■ Engajamento de ação: este tipo de engajamento é mais complexo e busca alguma forma de conversão dos usuários direcionados. É indicado para direcionar tráfego para um site, hotsite ou landing page. UNICESUMAR 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 Estudante! Você já sabe que, na economia digital, o consumidor está cada vez mais exigente e que os profissionais de marketing, por sua vez, precisam seguir o caminho desse consumidor. Já vimos que, para acompanhar e se adaptar ao novo perfil de consumo, é fundamental traçarestratégias, por exemplo, a integração do marketing tradicional ao on-line. Para Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 183) “na economia digital, o poder da defesa da marca é ampliado pela proliferação sem precedentes da conectividade móvel e das comunidades de mídia social”. A respeito desta última, já apresentamos, por exemplo, a comunidade H.O.G. Vimos como uma marca forte tem o poder de agregar até mesmo fãs que não são consumidores de seus produtos, porém eles sabem e reconhecem o poder da marca em questão. Na perspectiva dos autores citados, existem, pelo menos, três técnicas de engajamento do consumidor (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017): Utilizar aplicativos para dispositivos móveis A primeira técnica envolve o uso de aplicativos para celular e dispositivos móveis a fim de melhorar a experiência digital do cliente. Tornou-se imprescindível para as marcas se conectarem com os consumidores por meio da mídia social. Os aplicativos podem ser utilizados para divulgar conteúdo por meio de vídeos ou jogos. O aplicativo Pokémon Go, que utiliza a tecnologia de realidade aumen- tada, é um bom exemplo. Os usuários precisam se deslocar, ou seja, passar por diferentes lugares a fim de caçar seus Pokémons. Os aplicativos também podem ser utilizados como canais de autosserviço para facilitar a vida dos usuários, que podem realizar transações, modificações no cadastro, efetuar solicitações etc. O aplicativo da Sky, TV por assinatura, permite que os usuários cadastrados assistam a programas da TV por streaming, agendem programações e programem o codificador digital de vídeo de qualquer aplicativo. Esse tipo de autosserviço favorece a experiência do usuário que busca qualidade, agilidade e conveniência na ambiência digital. 1 1 4 Aplicar a gestão do relacionamento com o cliente (CRM) A segunda envolve a aplicação da gestão do relacionamento com o cliente (CRM) para engajá-lo em conversas e fornecer soluções. Só que, na atualidade, existe uma mudança de foco, a gestão de relacionamento é voltada para o cliente, assim, temos o CRM social. Antes do boom da economia digital, o foco do CRM tradi- cional era a empresa. Neste tipo de gestão, a empresa ditava como era realizada a comunicação com os clientes e quais canais seriam utilizados para a relação, como centrais de relacionamento e e-mails, por exemplo. Com o CRM social, a dinâmica do relacionamento é modificada, pois são os clientes que iniciam a conversação por meio de consultas pela mídia social. “O CRM social ignora o horário comercial e raramente pode ser automatizado. Os clientes esperam respostas instantâneas e personalizadas 24 horas por dia” (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017, p. 188). Anteriormente, você aprendeu que os diálogos não ocorrem somente entre marcas e consumidores, mas entre clientes e comunidades de marca. Com efeito, a conver- sação extrapola o relacionamento entre marcas e consumidores ao incluir potenciais clientes na dinâmica comunicacional. Já que o diálogo (comentários e respostas) nas comunidades de marca é acessível e visível a quem queira observar e participar. Utilizar a gamificação A gamificação colabora para ampliar o engajamento ao levar os conjuntos certos de comportamento dos clientes. Para Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 192) “o uso de princípios dos jogos em contextos alheios ao jogo – é um método poderoso de aumentar o engajamento dos consumidores”. O ser humano, de forma geral, sempre foi motivado por jogos. O sistema de gratificação ofertado aos jogadores faz com que eles aceitem as metas e os desafios dos jogos. Apresentaremos, basicamente, O ser humano, de forma geral, sempre foi motivado por jogos UNICESUMAR 1 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 dois perfis de consumidores jogadores; de um lado, existem aqueles que quanto mais metas conseguem atingir, mais reconhecidos se sentem por suas realizações. E, por outro, existem aqueles que são motivados por recompensas, ou seja, pela autorrealização, no entanto, a utilização de jogos na comunicação e marketing sempre existiu. Vejamos, por exemplo, os programas de fidelidade ou programas de milhagem de companhias áreas, que incentivam e fidelizam clientes ao ofertarem pontuações a cada viagem realizada pela companhia. Assim, quanto mais viagens, mais pontos ou milhas que podem ser trocados por passagens áreas ou outros tipos de produtos e serviços. Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017) citam a empresa TripAdvisor como exemplo de utilização da gamificação para aumentar o engajamento. Os autores afirmam que, se nos programas de fidelidade, os clientes são incentivados por pontos resgatáveis por recompensas, nas comunidades, eles são motivados por pontos de reputação. O TripAdvisor demanda um suprimento constante de avaliações novas e de alta qualidade, só que, para isso, ele depende do conteúdo gerado por usuários. Outro exemplo de gamificação é o uso do advergame, ou seja, uma estratégia de comunicação mercadológica que utiliza jogos eletrônicos para divulgar e pro- mover marcas, produtos ou serviços. Assim, consideramos advergame os jogos desenvolvidos exclusivamente para divulgar conteúdo publicitário, como os mais variados jogos que apenas veiculam publicidade em sua interface. O jogo de futebol é um bom exemplo para este segundo tipo de advergame. Enquanto a partida de futebol está acontecendo, marcas de produtos e serviços dos patrocinadores aparecem nos displays ao redor do campo. Especialistas afirmam que essas técnicas têm apresentado resultado comprovado em aumentar o enga- jamento na era digital (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017). No entanto, profissionais de marketing devem combiná-los para obter o melhor resultado. 1 1 1 NOVOS DESAFIOS Estudante! Acreditamos que você tenha compreendido a nossa mensagem de que o consumidor tem vez, voz e valor nesta economia digital em constante transformação. Vimos que o avanço das tecnologias de comunicação e informa- ção, sobretudo no cotidiano das pessoas, alterou significativamente a relação de consumo, ou seja, a relação entre consumidor e marca. E ascendeu o consumidor a outro patamar. A gestão da marca focada no conteúdo, com mais razão ainda, é a cereja do bolo. Esperamos que você tenha percebido quão importante é gerir uma marca que apresente soluções para o consumidor e que o envolva a ponto de ele se considerar proprietário da marca. Desse modo, conteúdo e marca, como frutos de uma estratégia de marketing bem definida, formam ativos inseparáveis. Assim, para descomplicar sua atuação nesse mercado de marcas competitivas e, ao mesmo tempo, de clientes engajados e exigentes, você pode aplicar no bran- ding o planejamento de marketing de conteúdo. Como vimos, a Brand Persona é uma ferramenta poderosíssima, bem como a utilização de Buyer Persona para traçar um perfil mais detalhado e específico do público a ser atingido. Acredi- tamos que você tenha entendido que o conceito de rede é anterior ao advento da internet, assim como a “comunidade” que se reinventou para dar conta da aproximação entre marcas e consumidores. Assim, surge a comunidade on-li- ne, cujos regulamentos e rituais são modificados pelas práticas dos grupos que utilizam essa comunidade. Logo, a gestão de uma marca forte e conectada requer a atualização do mo- delo de ciclo de vendas tradicional. Tão importante quanto levar o consumidor à ação de compra, é levá-lo a fazer a apologia da marca. E isto só é possível quan- do a marca sustenta um relacionamento transparente e humanizado com seus consumidores. Por fim, desejamos que você tenha assimilado a importância das estratégias de marketing que visam a dois princípios interligados. Isto é, seguir o caminho dos consumidores e fortalecer a imagem da marca, ambos conectados. Como fazer a gestão de uma marca forte você já sabe! Até breve. UNICESUMAR 1 1 1 1. Um número crescente de profissionais de marketing está fazendo a mudança da propa- ganda para o marketing de conteúdo. Uma mudançade mentalidade é necessária. Em vez de divulgar mensagens de cunho publicitário, esses profissionais deveriam distribuir conteúdo que seja útil e valioso para os consumidores. Ao desenvolver marketing de con- teúdo, é comum se concentrar na produção e distribuição de conteúdo. No entanto, uma boa campanha de marketing desse tipo requer atividades de pré-produção e pós-distri- buição adequadas. A partir do texto, faça o que se pede nos itens a seguir: a) Explique de que forma uma estratégia de marketing de conteúdo pode se tornar mais eficiente do que uma campanha publicitária em curto prazo em um site de rede social. b) Aponte quatro tipos de formatos de conteúdo. 2. Para a definição de uma Buyer Persona é imprescindível que seja realizada pesquisa mais detalhada e direcionada ao objetivo do consumidor em relação ao produto/serviço. Tam- bém é fundamental a utilização de informações sociodemográficas, além de abordar in- teresses, gostos pessoais, hábitos, peculiaridades, sonhos, preocupações e estilo de vida do consumidor. A partir do texto, faça o que se pede: a) Aponte diferenças entre público-alvo e Buyer Persona. b) Dar um nome à Buyer Persona é o primeiro passo para a construção da personagem. 3. O benefício apresentado pela conectividade social do consumidor tende a aumentar a consciência da marca. A favorabilidade desta está nas mãos do consumidor, é ele quem vai dar o tom da conversação, advogando pela marca ou a denegrindo. As comunidades de marca são um bom termômetro para esta avaliação. Considerando o texto, pesquise uma comunidade de marca e descreva os principais pontos que a norteiam. VAMOS PRATICAR 1 1 8 4. O conteúdo de uma marca pode ser distribuído em alguns tipos de canais. Assinale a al- ternativa correta: a) Próprio, pago e orgânico. b) Próprio, pago e alternativo. c) Orgânico, recebido e conquistado. d) Conquistado, pago e mensurado. e) Alternativo, conquistado e orgânico. 5. Os profissionais de marketing precisam conduzir os consumidores por cada passo do ca- minho nos canais físicos e on-line, de modo que a marca esteja disponível onde e quando os consumidores decidirem fazer uma compra. Com isso, os profissionais de marketing precisam se adaptar a esta prática de integrar vários canais para criar experiência de con- sumo contínua e uniforme. Assinale a alternativa que representa a integração dos canais de comunicação da marca: a) Marketing on-line e off-line. b) Estratégia de gamificação. c) Marketing onicanal. d) CRM. e) Marketing de conteúdo. VAMOS PRATICAR 1 1 9 REFERÊNCIAS BARGER, C. O estrategista em mídias sociais. São Paulo: DVS, 2013. CASTELLS, M. A galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. Tra- dução de Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2003. GABRIEL, M. Marketing na era digital: conceitos, plataformas e estratégias. São Paulo: Novatec, 2010a. GABRIEL, M. Marketing 3 .0: as forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010b. KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 4 .0: do tradicional ao digital. Rio de Janeiro: Sextante, 2017. KOZINETS, R. V. 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Design thinking: inovação em negócios. Rio de Janeiro: MJV Press, 2012. 1 1 1 1. Alternativa a), orientação de resposta: propagandas promocionais, anúncios que falam somente a respeito do conteúdo do produto ou serviço não são tão relevantes para o con- sumidor. Hoje, os consumidores, mais do que nunca, estão envolvidos com o discurso da marca, assim, buscam saber como funcionam as técnicas de produção, os materiais usados na fabricação do produto, querem receber dicas, novidades, entre outros. O marketing de conteúdo nos sites de redes sociais funciona como um programa de relacionamento com o consumidor, se diferenciando dos anúncios que, normalmente, têm como objetivo compor uma campanha específica com prazo de duração. b) Orientação de resposta: Artigos em blog, vídeos, podcasts e e-books. 2. Alternativa a), orientação de resposta: a persona traz uma pesquisa mais detalhada sobre o perfil específico do consumidor, cujas informações são necessárias para que a equipe de marketing planeje uma estratégia eficiente, focada e direcionada ao cliente em potencial. Assim, a persona é mais humanizada e, assim, é apresentada pelo seu “nome” com uma des- crição detalhada de seus gostos, estilo de vida, idade, comportamento, anseios, medos etc., ou seja, ela é única, pois representa com especificidade o público a ser atingido. Enquanto o público-alvo é definido como o conjunto de consumidores de determinada classe social, econômica, idade etc., ou seja, é a representação generalizada do público a ser atingido. b) Orientação de resposta: cada ser humano é único e possui características diferenciadas. Ao iniciarmos uma conversa com alguém que ainda não conhecemos, normalmente, per- guntamos o seu nome. Para você se relacionar com o outro, precisa ter intimidade com ele, e de igual forma, acontece com a Buyer Persona. Atribuir-lhe um nome é o primeiro passo para a construção de um perfil de público ideal e único. 3. Podemos apresentar como comunidade de marca a Comunidade Harley-Davidson, conhecida como H.O.G. Ela congrega pessoas de todo o mundo em torno de uma afinidade comum, mesmo antes da internet. Os principais pontos que norteiam essa comunidade é o fato de os consumidores serem advogados e escudeiros fiéis da marca, para isso ser possível, a Harley-Davidson cumpre muito bem o seu propósito de unir segurança e liberdade em torno de seus produtos e marca. O H.O.G. oferece várias vantagens para os seus membros, como revista, encontros, eventos, emblemas, programa de locação de motos, dentre outros. 4. Alternativa A. 5. Alternativa C. CONFIRA SUAS RESPOSTAS 1 1 1 MEU ESPAÇO 1 1 1 MINHAS METAS SERVIÇOS Apresentar os conceitos, as definições e as funções dos serviços. Analisar as diferenciações entre serviços e produtos, focando nas principais caraterísticas dos serviços (intangibilidade, heterogeneidade, variabilidade e perecibilidade). Compreendera aplicação das variáveis do composto de marketing, focadas nos serviços. T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 7 1 1 4 INICIE SUA JORNADA É comum encontrarmos, no mercado, ações de venda e marketing voltadas aos produtos, afinal, é mais fácil vender algo tangível, que pode ser mostrado e percebido pelo consumidor, do que algo intangível, como os serviços. Os serviços, porém, estão cada dia mais “tomando conta” do mercado, devido às mudanças e necessidades dos consumidores. Por essa razão e pela importância em se compreender o marketing, passamos a estudar, neste tema de aprendizagem, os serviços, com foco em suas atividades nas ferramentas mercadológicas para sua venda e divulgação. Primeiramente, você compreenderá o conceito e a definição de um serviço, pois é preciso conhecer o que a organização pode oferecer a seus públicos, e como esses serviços são trabalhados no mercado. Em seguida, apresentaremos as características dos serviços (focadas na intangibilidade, heterogeneidade, variabilidade e perecibilidade) que as diferenciam dos produtos no mercado. É importante compreender também como o Composto de Marketing, nas suas variáveis, Preço, Praça, Promoção e Produto, se aplica aos serviços. Nosso objetivo de estudo é apresentar as aplicações mercadológicas nos serviços e como as organizações podem traçar suas análises e estratégias. A criação de novos serviços para os consumidores, também, é um dos pontos de discussão, nesse momento de estudo. Afinal, é preciso compreender como funciona a produção dos serviços, tendo o consumidor como atuante e participativo. Por fim, estudaremos o planejamento estratégico de vendas dos serviços, com as definições e discussões das etapas que auxiliam a organização no planejamento e execução das vendas de serviços no mercado, pois vender serviços possui diferenciações, devido às suas características específicas. Teremos um momento de estudo e discussão quanto à forma como os serviços são vistos, trabalhados e apresentados no mercado aos consumidores, além da oportunidade em compreender suas características e funções, que auxiliarão na definição das estratégias de marketing. UNICESUMAR 1 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 7 DESENVOLVA SEU POTENCIAL CONHECENDO OS SERVIÇOS: CONCEITOS E DEFINIÇÕES Antes de iniciarmos nossos estudos, com foco nos serviços, gostaríamos de res- gatar e relembrar as funções e definições do marketing. Marketing não está rela- cionado, apenas, com os produtos. Sabemos que você já conhece e compreende tais funções e definições, mas nosso objetivo, aqui, é, apenas, trazer à tona os conceitos e significados para que você compreenda o marketing de serviços. Vamos recapitular? Marketing nada mais é do que a busca pela satisfação dos consumidores de uma marca, um produto e/ou um serviço, em que a organização tem como foco e objetivo atender às suas necessidades e aos desejos de consumo, por meio de uma troca (KOTLER; ARMSTRONG, 2015). Essa troca é a venda de algo ao consumidor, que pagará, financeiramente, pelo que está recebendo da empresa. Relembrando estas ideias, passamos a discutir e compreender o conceito de ser- viços e como é a aplicação do marketing em relação a elas. Você sabe a diferença entre produtos e serviços? E as organizações? Será que compreendem se estão vendendo serviços ou produtos? Las Casas (2011, p. 17) define serviços como “[...] uma transação realiza- da por uma empresa ou por um indivíduo, cujo objetivo não está associado à transferência de um bem”. Trata-se de uma ação ou um desempenho realizado pela empresa. Urdan e Urdan (2006) definem serviços como os resultados de uma ou várias atividades que envolvam o cliente, funcionários, equipamentos, instalações e o processo de produção do prestador de serviços, buscando atender às necessidades e aos desejos dos consumidores. Kotler e Keller (2006, p. 397) apresentam-nos serviços como um “[...] ato ou desempenho, essencialmente intangível, que uma parte pode oferecer a outra e que não resulta na propriedade de nada”. A execução do serviço pode, ou não, ser relacionada à venda de um produto. Até aqui, você já compreendeu que os serviços não são como os produtos, ou seja, não envolvem a entrega de algo físico 1 1 1 e tangível ao consumidor, sendo prestados e oferecidos sem a transferência de algo ou de uma propriedade a quem o está adquirindo. Essa relação de serviço com produto é apresentada por Kotler e Keller (2006) como um mix de serviços: BEM TANGÍVEL A oferta é, somente, do bem; não há nenhum tipo de serviço associado ao produto. BEM TANGÍVEL ASSOCIADO A SERVIÇOS A oferta principal é um bem tangível que está associado a um ou mais serviços. HÍBRIDA A oferta consiste tanto em bens quanto em serviços. SERVIÇO PRINCIPAL ASSOCIADO A BENS OU SERVIÇOS SECUNDÁRIOS A oferta principal é um serviço e, como complemento, possui bens ou serviços. SERVIÇO PURO A oferta é, somente, um serviço, sem associação de bem. Definir serviços, porém, não é tão simples assim, pois nem sempre o serviço está separado do produto e o consumidor não percebe sua diferença (BATESON; HOFFMAN, 2001). Para melhor compreensão, apresentaremos um exemplo que auxilie a compreensão dessa ideia. UNICESUMAR 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 7 Após uma semana cansativa de trabalho, você e seus amigos resolvem sair para jantar e se divertirem um pouco. O local escolhido foi um restaurante conhecido na cidade pelos pratos saborosos, atendimento considerado de qualidade, preço praticado de acordo com o mercado e localizado em um ponto de fácil acesso a todos. Ao che- garem ao local foram recepcionados por um serviço de valet (serviços de motoristas) logo na entrada, onde deixaram seu automóvel para ser estacionado. Em seguida, um funcionário foi responsável por recepcioná-los e os acompanhar até a mesa, onde, depois de muita discussão, definiriam o que seria consumido. Os pratos foram entregues, rapidamente, sendo apreciados por todos, e por alguns até repe- tidos. Ao final, após um tempo de permanência no local, sendo, sempre, muito bem atendidos pelo mesmo garçom, solicitaram a conta, pagaram e se deslocaram ao local onde aguardariam, novamente, pelo serviço de valet, para receberem seu carro. ZOOM NO CONHECIMENTO O exemplo apresentado demonstra diversas formas de prestação de serviço ao consumidor, porém, todas estão associadas ao produto vendido. Quando um con- sumidor se dirige há um restaurante, em sua maioria, o foco está no produto, ou seja, o prato e/ou bebidas que consumirá. Mas, e os serviços que foram oferecidos e que fizeram todo o processo se tornar agradável e satisfatório, como o serviço de valet e o atendimento dos funcionários? Nem sempre o consumidor compreende os serviços que recebeu, por isso, muitas organizações e profissionais de marketing consideram o serviço mais complexo e difícil de ser trabalhado no mercado. É, nesse momento, que verificamos a dificuldade apresentada por Bateson e Hoffman (2001), em compreender serviços, pois o consumidor se prende, muitas vezes, ao resultado do serviço e não se atém às demais ações realizadas pela empresa. Isso confirmado por Palmer (2005), que nos explica a dificuldade na compreensão do serviço, pois a maioria dos produtos que compramos está relacionada a um bem. É, neste ponto, que trabalharemos agora. Os serviços prestados por uma empresa são ações e atuações intangíveis, ou seja, não podem ser tocados, vistos e sentidos (ZEITHAML; BITNER, 2003). Além disso, podem, também, não ser produzidos por empresas de serviços apenas, mas também fazer parte do produto vendido, conforme vimos na situação apresentada ante- riormente. Os autores, ainda, afirmam que a confusão, na definição de serviços dá-se pelas diferentes formas de apresentação dos mesmos ao longo dos tempos. 1 1 8 Segundo Lovelock e Wright (2001), o desempenho do serviço é intangível, mesmo que esteja ligado a um produto físico. Esse motivo pode levar o consumidor a não perceber sua importânciano desenvolvimento na venda e no consumo do bem adquirido. Kotler e Armstrong (2015) falam-nos sobre a intangibilidade dos serviços, afirmando que pode, ou não, estar relacionada a um produto. Como intangível, os autores nos definem aqueles serviços que não podem ser provados, sentidos, vistos, cheirados e/ou ouvidos pelos seus consumidores, an- tes de sua aquisição, ou seja, o consumidor, apenas, terá acesso ao serviço no momento da sua compra e/ou execução. Voltando ao exemplo do restaurante, o atendimento dos funcionários só pode ser comprovado e “consumido” pelo consumidor quando se está no local. Dentro de um mercado, os serviços são considerados mais difíceis de serem per- cebidos pelos consumidores; muito disso ocorre, pois, a própria organização não sabe como apresentar o que vende ao seu público. Uma dica, durante o processo de produção de marketing para serviços, está na apresentação de evidências físi- cas dos serviços, além de prezar por uma imagem positiva no mercado. Empresas que são bem-vistas são consideradas confiáveis e diminuem os riscos e medos dos consumidores durante o processo de decisão de compra. ZOOM NO CONHECIMENTO Las Casas (2011) afirma que o serviço está relacionado à parte que é vivenciada pelo consumidor, uma experiência vivida que variará conforme a situação de consumo. Para que você compreenda mais o que são os serviços, no próximo tópico deste estudo, apresentaremos as características principais dos serviços e o que os tornam diferentes dos produtos no mercado. UNICESUMAR 1 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 7 SERVIÇOS: CARACTERÍSTICAS E DIFERENCIAÇÕES DE MERCADO É importante entendermos que a prestação de serviços não contempla, somente, os clientes, mas também está relacionada aos demais setores existentes no mer- cado. Assim, Zeithaml, Bitner e Gremler (2014) dividem os serviços em quatro categorias, vejamos: OS SETORES E AS COMPANHIAS DE SERVIÇOS São aquelas organizações que possuem como oferta principal um serviço. Como exemplo temos os serviços de hotelaria, transportes aéreos, serviços financeiros, entre outros. Nesse momento, o serviço é vendido ao consumidor como oferta principal. OS SERVIÇOS COMO PRODUTOS Oferecem ao consumidor ofertas intangíveis. “Os produtos do setor de serviços são vendidos por empresas de serviços e por aquelas que não atuam no setor no sentido literal, como fabricantes e empresas de tecnologia” (ZEITHAML; BITNER; GREMLER, 2014, p. 5). Os autores usam como exemplo a HP, que, além de vender seus produtos, oferece serviços de consultoria em tecnologia da informação e concorre com empre- sas que oferecem, somente, os serviços e não vendem produtos. O SERVIÇO AO CLIENTE São os serviços oferecidos em suporte aos produtos principais da empresa, sendo, nor- malmente, sem custo ao consumidor. Os telefones e chats para contatos entre cliente e empresa são exemplos dessa forma de serviço, sendo um canal de comunicação com a empresa, para compra e/ou esclarecimento de dúvidas, que não possuem custo ao consumidor. O SERVIÇO DERIVADO Trabalha-se com a ideia de que o “[…] valor derivado de bens físicos é na verdade o ser- viço que o produto fornece […]” (ZEITHAML; BITNER; GREMLER, 2014, p. 6). Por exemplo, um remédio oferece serviços de saúde, um computador oferece serviços de informação. 1 1 1 Além disso, Las Casas (2011) atém-se às categorias, expostas por Zeithaml, Bitner e Gremler (2014), nas quais o consumidor participa, ativamente, e realiza esforço para obtenção delas. Assim, classifica os serviços, como de consumo e industriais. Os serviços de consumo são aqueles prestados, diretamente, ao consumidor: DE CONVENIÊNCIA São serviços em que o consumidor não percebe diferença entre os existentes no mercado e não perde tempo procuran- do por empresas. Exemplo: empresas de pequenos consertos. DE ESCOLHA São serviços que apresentam custos diferenciados, com base na qualidade e no tipo de serviço oferecido. Leva o consumi- dor a pesquisar empresas. Exemplo: bancos. DE ESPECIALIDADE São serviços, altamente, técnicos e especializados. O consu- midor busca o serviço de especialistas. Exemplo: médicos. Quadro 1 – Tipos de erviços / Fonte: adaptado de Las Casas (2011). A classificação apresentada leva em consideração o esforço que o consumidor deverá ter para a obtenção e o consumo do serviço, sendo esse um dos fatores usados para análise do custo x benefício pelo consumidor na hora da escolha do serviço que adquirirá. Os serviços industriais são os prestados por organi- zações industriais, comerciais ou institucionais. Las Casas (2011) divide-os nas categorias de equipamentos (serviços relacionados à instalação, montagem e manutenção de equipamentos), facilidade (serviços que facilitam as operações da empresa, como serviços de seguro) e consultoria/orientação (serviços que auxiliam na tomada de decisão, como pesquisa de mercado e consultoria). Além dessas definições, precisamos nos atentar às características específicas que os serviços possuem. Em todas as definições de serviços que analisarmos, haverá, sempre, dois pontos em comum: a intangibilidade e o consumo simultâneo (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2014). Tais ações serão abordadas com mais profundidade adiante. Os autores citados nos afirmam que o setor de serviços se relaciona com todas as atividades econômica sem que o produto não é um bem físico. Seu consumo ocorre, normalmente, quando é produzido e busca fornecer ao cliente um valor agregado que representa a parte intangível do serviço. UNICESUMAR 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 7 Quanto à intangibilidade, Zeithaml e Bitner (2003) afirmam que essa é a prin- cipal diferença entre bens e serviços. Os serviços não podem ser vistos, sentidos ou tocados, diferente dos bens tangíveis (os produtos) cujo consumidor pode conhecê-los antes da compra indo a uma loja, por exemplo, e experimentando o item que pretende adquirir antes de tomar sua decisão de compra. Essa caracte- rística, porém, pode levar o consumidor a incertezas sobre a qualidade do serviço. Para que esse fator negativo seja reduzido, os compradores deduzem a qualidade analisando as instalações, os funcionários, os equipamentos, as campanhas pu- blicitárias, a marca e os preços percebidos do serviço (KOTLER; KELLER, 2006). VOCÊ SABE RESPONDER? De que forma as organizações podem comunicar e apresentar aos consumidores os seus serviços, sabendo que são eles são intangíveis? Ao utilizar os serviços de um hotel, por exemplo, o consumidor estará atento à: recepção e ao quarto (instalações); ao atendimento dos funcionários na recepção e ao serviço de quarto (funcionários); às instalações físicas do hotel, como a pis- cina e o restaurante (equipamentos); ao material de divulgação e site da empresa (campanhas publicitárias); à tradição e imagem do hotel no mercado (marca); e ao valor pago pela diária e extras do quarto (preço). Encontramos, também, a heterogeneidade dos serviços, ou seja, os clien- tes atendidos nunca são iguais, pois cada demanda existente apresentará uma necessidade diferente, conforme Zeithaml e Bitner (2003). Nesse sentido, a he- terogeneidade do serviço ocorre em virtude da ligação do consumidor com o fornecedor, o local e o tempo. Além disso, cada serviço prestado dependerá de quem o fornece, quando e onde está sendo realizado e como é provido. 1 1 1 Essas características fazem com que o serviço seja uma espécie de venda sob medida (BATESON; HOFFMAN, 2001). Ao comprar um serviço, o consumi- dor adquire um pacote de benefícios, que são gerados por toda a empresa, e eles variam conforme as necessidades do cliente. Até esse ponto, entendemos que os serviços, em sua maioria, primeiramente, são vendidos; depois, produzidos e consumidos, sendo essas duas últimas ações realizadas no mesmo momento (ZEITHAML; BITNER, 2003). Isso permite que o consumidor esteja presente durante o processo de produção do serviço, podendo ver e, até mesmo, participar desse processo. Kotler e Armstrong (2015)informam que os serviços são inseparáveis de seus fornecedores, sejam pessoas ou máquinas, reafirmando o que analisamos anteriormente, que o serviço é produzido e consumido ao mesmo tempo. Essa informação é reafirmada por Urdan e Urdan (2006), que descrevem que os bens ou produtos são, primeiro, produzidos em uma fábrica, por exemplo, e, depois, comercializados, para, aí sim, serem consumidos pelo cliente, enquanto os serviços, primeiramente, são vendidos e, somente depois, produzidos e consumidos. E, por último, verificamos a perecibilidade dos serviços. Já sabemos que o serviço é um bem intangível, que não pode ser tocado e heterogêneo, pois nunca é produzido igual para todos os consumidores. Agora, falta-nos compreender o porquê de o definirmos como perecível. Zeithaml e Bitner (2003) relacionam a perecibilidade dos serviços ao fato de que eles não podem ser estocados, revendidos, preservados ou devolvidos. Usaremos, como exemplo, um salão de cabeleireiro. Um corte de cabelo realizado por um profissional não será o mesmo para todos os clientes, mesmo que ele siga a mes- ma linha e/ou técnica de corte. E, caso o cliente não fique satisfeito, não há como devolver o corte inicial, do mesmo modo que não há como realizar estoque desse tipo de serviço. O que o profissional conseguirá oferecer são modelos de cortes de cabelo, registrados em fotos, por exemplo, para que o consumidor tenha uma ideia de como poderá ser o resultado do mesmo. Lembrando que todo serviço prestado ocorre de uma maneira, nesse caso, o corte de cabelo dependerá do tipo de cabelo do cliente e da capacitação do profissional que o executar. UNICESUMAR 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 7 Kotler e Keller (2006, p. 401) levantam, também, a questão da demanda de serviços quando analisamos a perecibilidade, ao afirmarem que “a perecibilidade dos serviços não é um problema quando a demanda é estável. Porém, quando a demanda oscila, as empresas prestadoras de serviços têm problemas”. Os problemas levantados pelos autores relacionam-se à mão de obra e capa- cidade de atendimento da empresa. Com pouca demanda, a empresa mantém, por muitas vezes, um número mínimo de funcionários e equipamentos para a realização dos serviços. Havendo o aumento da demanda, é preciso, muitas vezes, o aumento no efetivo dela, o que pode ocasionar em aumento de custos. Para resumir as informações apresentadas, usamos a figura a seguir, apresen- tada por Kotler e Armstrong (2015). Intangibilidade Os serviços não podem ser vistos, provados, sentidos, ouvidos ou cheirados antes da compra. Inseparabilidade Os serviços não podem ser separados de seus fornecedores Perecibilidade Os serviços não podem ser armazenados para venda ou uso posterior. Variabilidade A qualidade dos serviços depende de quem os fornece, bem como de quando, onde e como são fornecidos. Serviços Figura 1 – Características dos serviços / Fonte: Kotler e Armstrong (2015, p. 259). Descrição da Imagem: o infográfico apresenta características dos serviços. Ao centro, um círculo vermelho “Serviços”. Em volta, quatro quadros, cada um com uma característica dos serviços e com uma seta em direção ao círculo central. Intangibilidade: os serviços não podem ser vistos, provados, sentidos, ouvidos ou cheirados antes da compra. Perecibilidade: os serviços não podem ser armazenados para venda ou uso posterior. Variabilidade: a qualidade dos serviços depende de quem os fornece, bem como de quando, onde e como são fornecidos. Inseparabilidade: os serviços não podem ser separados de seus fornecedores. A variabilidade e a inseparabilidade, citadas por Kotler e Armstrong (2015), na figura anterior, foram discutidas, nesta seção, como sendo a heterogeneidade dos 1 1 4 serviços. Ocorre uma variação de nomenclatura pelos autores, porém as funções de diferenciação dos serviços de bens são as mesmas. Urdan e Urdan (2006), também, apresentam diferenças que consideram típicas entre bens e serviços, conforme o quadro a seguir: BENS SERVIÇOS • O consumo é precedido por produção. • Produção e consumo, geralmente, coincidem. • Produção, venda e consumo ocorrem em locais diferentes. • O profissional que vende, em geral, não produz o bem. • Produção, consumo e venda são, espacialmente, unidos. • O cliente costuma tomar parte da produção de serviços. • O bem é concreto. • O bem pode ser mostrado e demons- trado antes da compra. • O serviço é imaterial. • O serviço não pode ser, plenamente, mostrado e demonstrado antes da compra. • O bem pode ser revendido, estocado por vendedores e compradores bem como transportado. • Geralmente, o vendedor não é o produtor. • O serviço não pode ser revendido, estocado e transportado. • O cliente ou comprador toma parte na produção. Quadro 2 – Diferenças entre bens e serviços Fonte: adaptado de Urdan e Urdan (2006, p. 101). Dentre as diferenças apresentadas, Las Casas (2011) ressalta que a intangibili- dade, descrita como imaterial, é considerada como principal e é nela que deve- mos focar nossos esforços mercadológicos. Agora que já sabemos as definições, funções e diferenciações dos serviços, abordaremos, a seguir, o composto de marketing, direcionando o seu entendimento e sua aplicação aos serviços. UNICESUMAR 1 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 7 COMPOSTO DE MARKETING APLICADO A SERVIÇOS O composto de marketing para os serviços trabalha com a integração das ferra- mentas de marketing que a empresa possui para se comunicar com o mercado. Seu objetivo é apresentar vantagens competitivas que as diferencie de seus con- correntes na prestação de um serviço no mercado. Passamos, assim, a discutir como cada uma das variáveis do composto, relacionadas ao Serviço, Praça, Preço e Promoção, são realizadas e analisadas com base nos serviços. Serviço Produtos e serviços possuem a mesma finalidade no mercado, ou seja, buscam a satisfação do desejo ou de uma necessidade dos consumidores, porém nos ser- viços, encontramos o componente intangível (KOTLER; ARMSTRONG, 2015). Para minimizar os efeitos causados pela intangibilidade do serviço, os consu- midores buscam sinais de qualidade deles, pela observação da estrutura física, do equipamento, do material de comunicação e do preço. Assim, cabe às empresas tornarem o serviço perceptível (tangível) ao consumidor. Las Casas (2011) afirma que os consumidores buscam os benefícios nos serviços, e que o Composto de Marketing está relacionado a essa variável. Dentro desses benefícios procurados pelo consumidor, estão inclusas as decisões quanto à qualidade dos serviços, os tipos, a marca e a embalagem, as garantias e o pós-vendas. Nessa percepção que o consumidor tem dos serviços, Las Casas (2011) apre- senta-nos os seguintes benefícios procurados pelos consumidores: PESSOAL Está relacionado ao nível de competência profissional da pessoa que executa o serviço. O consumidor busca, nesse momento, a qualidade. DURAÇÃO DO SERVIÇO Quantidade de tempo que o consumidor espera para a execução do serviço. 1 1 1 EQUIPAMENTO DE SUPORTE Materiais e equipamentos que o profissional utiliza para a execução do serviço. PACOTE E ROTULAGEM Nome e descrição do serviço oferecido pela empresa. Tais atributos, de alguma forma perceptíveis, estão à disposição do cliente para que possa identificá-los e satisfazer suas necessidades quanto ao que está pro- curando. Funcionam para suprir a intangibilidade do serviço, tornando-o mais aces- sível ao consumidor. Urdan e Urdan (2006, p. 99) afirmam que “ o prestador de serviços realiza atividades para pessoas ou organizações (como corte de cabelo, faxina na casa ou projeto de consultoria) que não resultam na posse de bens, mas que geram em percepções de benefícios e custos, formadores do valor percebido. Não há como, nos exemplos apresentados, saber o resultado do serviço sem a execução dele. O cliente precisa consumir o serviço e confiar na empresa que o executa mesmo não sabendo, exatamente, como será o resultado. Alémdessa percepção dos serviços, os consumidores buscam, no Composto de Marketing de produto/serviço, segundo Zeithaml e Bitner (2003), os itens: evidências físicas, pessoas e processo. Ainda neste tema de aprendizagem, trataremos as evidências físicas, no item Pra- ça do Composto Promocional, pois se relacionam ao ponto de venda dos serviços. Quanto à variável pessoa, segundo os autores, relaciona-se a todos os indi- víduos que desempenham um papel no processo de execução de um serviço e que influenciam as percepções do consumidor, sendo estes os funcionários das empresas, o próprio consumidor e outros clientes que estejam no local da execução do serviço. UNICESUMAR 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 7 Quanto aos colaboradores, Hoffman e Bateson (2003) explicam que a satis- fação do funcionário de uma empresa de serviços e do cliente está, claramente, relacionada. Para que a empresa possa tornar seus clientes satisfeitos, deve levar em consideração a satisfação de seus funcionários. São os colaboradores de uma empresa que fornecem aos seus consumidores as informações e percepções sobre os serviços oferecidos. Para alguns tipos de serviços, como consultorias e ensino, por exemplo, o executor do serviço é essencial, pois, conforme Zeithaml e Bitner (2003), o executor é o serviço. Tanto os funcionários que estão na linha de frente da empresa quanto os que estão internamente são essenciais para o sucesso. Como determinado pelos autores, a oferta é o funcionário na empresa de serviço e, nesse sentido, o inves- timento que a empresa realiza no funcionário corresponde ao investimento feito no serviço ofertado ao cliente. Apresentamos, na figura a seguir, a importância da satisfação do funcioná- rio no processo de prestação do serviço, sendo essas informações baseadas em estudos de Zeithaml, Bitner e Gremler (2014). Qualidade no serviço interno Satisfação do funcionário Retenção do funcionário Produtividade do funcionário Valor do serviço externo Satisfação do cliente Fidelidade do cliente Crescimento das receitas Rentabilidade Figura 2 – Satisfação do funcionário na empresa de serviços Fonte: adaptada de Zeithaml, Bitner e Gremler (2014, p. 316). Descrição da Imagem: o fluxograma mostra o processo de satisfação do funcionário em uma empresa de serviços. Da esquerda para a direita: Qualidade no serviço interno. Ao lado, Satisfação do funcionário. Partindo daí, duas direções: Retenção do fun- cionário e Produtividade do funcionário. Como resultado, Valor do serviço externo. Ao lado, Satisfação do cliente, em seguida, Fidelidade do cliente que resulta em duas possibilidades: Crescimento das receitas e Rentabilidade. Verificamos que existe uma ligação entre a qualidade de serviços internos, a satisfação, a retenção e a produtividade dos funcionários com a satisfação do cliente, que trará o crescimento e o lucro da empresa no mercado. Todos os 1 1 8 pontos apresentados dependem um do outro, havendo uma troca e ligação de informações e ações para que ocorra o bom funcionamento da empresa. Os au- tores, porém, lembram que a satisfação dos funcionários não é a causa principal de satisfação dos clientes. As duas satisfações estão relacionadas e devem acontecer juntas. Os funcio- nários que oferecem o serviço são peça-chave no desenvolvimento da empresa. Dependendo do serviço, o consumidor “compra a pessoa”, ou seja, o funcionário, no lugar do serviço, o que requer atributos profissionais que se relacionam a treinamento, aprendizagem e mobilidade. Para exemplificar, podemos pensar em um salão de cabeleireiro para um cor- te de cabelo, como já utilizado anteriormente. Ao aderir ao serviço dessa empresa, o cliente não pensa no serviço oferecido, mas, no profissional que o executará e, assim, “compra” o profissional, e não o serviço que está sendo prestado. É nesse momento, que cabe a capacitação e a habilidade do profissional que executará o serviço. A satisfação do funcionário, também, será apresentada, nesse momento, pois está em contato direto com o cliente, podendo executar o serviço de maneira satisfatória ou não. Para medir a satisfação do cliente com o serviço, nesse caso, pode-se realizar pesquisas junto aos consumidores. Segundo Urdan e Urdan (2006), as ações dos funcionários e gestores de ser- viços da empresa, durante a venda do serviço, têm impacto direto nas avaliações e percepções do cliente, pois eles interagem, diretamente, com o consumidor. Quanto ao envolvimento do cliente, a influência, no resultado dos serviços, pode acontecer de forma passiva ou com uma participação mais efetiva, em que, nesse caso, o serviço pode ser quase que, completamente, conduzido pelo consumidor. Por último, o item processos refere-se à forma como a empresa administra a prestação de serviços, ou seja, são todas as etapas na execução do serviço ao cliente e que são de extrema importância para a satisfação deles (LAS CASAS, 2011). É o processo de execução das atividades que permite que o serviço seja realizado de forma organizada e com qualidade, buscando a satisfação do cliente. A falta de organização, no desenvolvimento do processo, pode causar uma ima- gem negativa na mente do consumidor, deixando-o insatisfeito com a empresa. Lembremos que a satisfação do cliente está relacionada ao atendimento de suas expectativas quanto ao desempenho do produto ou serviço que adquiriu. UNICESUMAR 1 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 7 Kotler e Keller (2006) afirmam que um cliente satisfeito permanece por mais tempo fiel ao produto ou ao serviço da empresa, fala bem do serviço e não se atém às ações de mercado do concorrente. Enquanto clientes insatisfeitos, em sua maioria, abandonam a empresa e estão propensos a falar mal dela no mercado. Após a análise da influência dos três itens (pessoas, evidência física e pro- cessos), compreendemos sua importância no processo de decisão de compra do cliente e no composto de marketing de serviços. Trabalharemos, a seguir, com o item Praça do Composto de Marketing, voltado aos serviços. Praça Anteriormente, analisamos a intangibilidade dos serviços e a impossibilidade de estocá-los por esse motivo. As empresas prestadoras de serviços, porém, neces- sitam de um ponto de venda físico para que o consumidor busque informações e realize negociações a respeito do serviço que pretende adquirir. Vale lembrar que o Composto Promocional que trabalharemos aqui, pode ser denominado tanto de praça como canal de distribuição. 1 4 1 Segundo Kotler e Armstrong (2015), a praça é o local onde as organizações dis- ponibilizam seus produtos e/ou serviços a seus consumidores alvo, ou seja, a praça ou canal de distribuição tem por função realizar a ligação entre o produtor do bem ou serviço com o consumidor. É possível realizar, no local de venda do bem ou serviço, a busca, a coleta e a distribuição de informações quanto à oferta, à negociação com o vendedor e o contato direto com a empresa. No caso das empresas de serviço, por não ocorrer o estoque do material produzido, como ocorre com os produtos, é preciso que elas estejam instala- das em locais onde acontecerá o consumo do bem adquirido. Segundo Urdan e Urdan (2006, p. 127), o canal de distribuição do serviço é um “[...] sistema de organizações, pessoas, outros recursos (como estoques, prédios e equipamentos) e processos que tornam produtos e serviços disponíveis ao consumidor”. A praça do Composto de Marketing relaciona-se à evidência física, citada no tópico anterior (Serviço). Tais evidências estão relacionadas ao local onde acontecerá a prestação e execução do serviço. Las Casas (2011, p. 79) denomina essas evidências como “[...] toda comunicação visual de uma loja ou escritório, como também limpeza, disposição de móveis, layout etc.”. Como já verificamos, a intangibilidade do serviço, o cliente, ao entrar em uma empresa prestadora de serviços, busca evidências no que vê (estrutura física) para auxiliar no seu pro- cesso de decisão. A análise da qualidadedo serviço, bem como sua distinção com os concorrentes, baseia-se, também, nos equipamentos que a empresa oferece e apresenta aos clientes (KOTLER; KELLER, 2006). Primeiramente, os clientes de serviço confiam nas informações boca a boca e, em seguida, julgam sua qualidade pelos fatores visíveis, ou seja, pela estrutura da empresa. Zeithaml, Bitner e Gremler (2014, p. 277), porém, relacionam as evidências físicas dos serviços a: “ Os elementos gerais das evidências físicas […] incluem todos os aspectos das instalações físicas da empresa (o cenário de serviços), bem como outras formas de comunicação tangível. Os elementos do cenário de serviços que afetam os clientes abrangem tanto os atri- butos exteriores (como sinalização, estacionamento e paisagismo) quanto os atributos interiores (como design, layout, equipamentos e decoração). UNICESUMAR 1 4 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 7 Os itens usados para avaliação da evidência física auxiliam a empresa, oferecendo ao cliente mensagens sobre os objetivos dela, o segmento de mercado atendido e a natureza do serviço oferecido. É uma forma usada pelo consumidor para perceber e analisar o serviço que adquirirá. As empresas prestadoras de serviço podem ter seu próprio local de distribuição ou execução do serviço e contar com o apoio de intermediários. Zeithaml e Bitner (2003) afirmam que a distribuição de serviços pode ocorrer de três maneiras distintas: ■ Por canais diretos ou de propriedade da empresa: é quando o próprio prestador entrega o serviço ao consumidor. Ocorre com profissionais autônomos, como médicos e dentistas, ou quando a empresa possui uma loja própria para distribuição dos serviços que possui. A vantagem está no controle que a empresa possui quanto à distribuição e execução dos serviços. ■ Por intermediários: podem ser franqueados ou agentes parceiros da empresa, sendo, também, responsáveis pela produção e fornecimento do local dos serviços. Nesse modelo de distribuição, os intermediários realizam a ligação entre a empresa principal, que detém a marca do ser- viço com o cliente. Podem ocorrer problemas, porém, quanto ao controle da qualidade do serviço oferecido. Como exemplo de modelo, temos as franquias. ■ Por meio de canais eletrônicos: os serviços mais oferecidos por esse ca- nal estão relacionados à informação, educação e entretenimento. Trata-se de um canal muito conveniente ao cliente, pois ele pode consumi-lo no local que achar mais apropriado e no horário em que escolher; apresenta, também, um custo baixo, permite a customização e o acompanhamento da satisfação do cliente. É um meio, porém, que depende da proatividade do cliente na busca de informações e compra. Com base na apresentação e defesa das autoras quanto aos canais de distribuição de serviços, Lovelock e Wirtz (2006) não descartam o uso de intermediários nesse processo, porém defendem que a distribuição e o controle de serviços são mais complexos e maiores que a de produtos e bens. Para os autores, a entrega de serviços pode ocorrer de três maneiras, apresentadas na tabela a seguir. 1 4 1 MÉTODO DE ENTREGA DO SERVIÇO EXEMPLO O cliente tem a necessidade de se dirigir até a empresa prestadora de serviços Salão de Beleza A empresa prestadora de serviços vai até o cliente Empresas de entrega Cliente e a empresa prestadora nego- ciam a distância Operadora de cartão de crédito Quadro 3 – Modelo de entrega do serviço Fonte: adaptado de Lovelock e Wirtz (2006, p. 159). Havendo, ou não, a existência de intermediários dentro, ou não, da diversidade no método da entrega de serviços, é preciso que a empresa se preocupe se o ser- viço está sendo entregue ao cliente no momento e no lugar correto. Agora que compreendemos como as formas de distribuição dos serviços ocorrem, apresentamos, a seguir, o Composto de Marketing referente ao preço nos serviços. Preço A precificação de um serviço é analisada por grande parte dos consumidores, como a quantidade em dinheiro que pagam na compra de um bem ou serviço. UNICESUMAR 1 4 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 7 Urdan e Urdan (2006), porém, focam a percepção do preço para o marketing, que está relacionada aos benefícios percebidos pelo cliente, ou seja, o valor. E, neste momento, o nosso objetivo será o de analisar a influência do preço nos serviços, tendo como base o marketing. Hoffman e Bateson (2003) afirmam que há uma inexistência de pesquisas e conhecimentos para a determinação de preços de serviços. Somente, há pouco tempo, os profissionais de marketing demonstraram a preocupação na determinação dos preços. A definição de preços em serviços tem como base os mesmos fatores que são avaliados quando se define o preço de um bem ou produto, porém a diferença está no conteúdo desses fatores. O preço torna-se um elemento fundamental na escolha do consumidor, pois, em sua maioria, está relacionado à qualidade do serviço prestado (ZEITHAML; BITNER, 2003). Encontramos situações nas quais o consumidor se utiliza de outras percep- ções e sinais para analisar a qualidade dos serviços, uma delas é a marca da empresa. Quando a marca não é conhecida no mercado e o consumidor não conhece sua reputação, acaba se apoiando no preço para análise da qualidade do serviço. O risco, na compra de um serviço, também, se relaciona à ideia de que preço é sinônimo de qualidade. Os custos analisados pelo cliente de serviços envolvem mais que o preço monetário pago. São analisados, também, fatores, como tempo, energia e fator psicológico, que se relacionam ao tempo e às dificuldades que o cliente enfrenta para adquirir o serviço. Hoffman e Bateson (2003) dizem que o valor total do cliente inclui o valor do serviço, do pessoal e da imagem. Os autores explicam que: ■ o valor do serviço está associado ao valor que o cliente atribui a ele; ■ o valor do pessoal relaciona-se aos prestadores (pessoas) que executam o serviço; e ■ o valor da imagem refere-se à percepção que o cliente tem do serviço ou prestador. O que acontece, no caso dos serviços, é uma análise do custo x benefício pelo cliente. O valor percebido pelo cliente está na diferença que o cliente faz entre os benefícios e os custos relativos ao serviço adquirido, conforme Kotler e Keller (2006). Trata-se de um conjunto de benefícios que a empresa promete entregar, e, 1 4 4 no caso dos serviços, são esses benefícios que atraem o cliente para a compra. As características dos serviços (intangibilidade, heterogeneidade e perecibilidade) contribuem para o risco percebido no serviço. Os clientes de serviços, muitas vezes, apresentam-se dispostos a pagar mais pelo serviço e, assim, reduzirem o risco percebido dele, que se relaciona ao grau de importância e à incerteza da compra (HOFFMAN; BATESON, 2003). Marketing de Serviços – Como criar valores e experiências positivas aos clientes Sobre o livro: o mercado de serviços passa por transformações importantes e, em virtude dos avanços tecnológicos, ocorreram mudanças na comercialização, em que os serviços se tornaram prioridade, e os bens passaram a ter valor agregado. É preciso criar experiência positiva aos consumidores de serviços. O li- vro “Marketing de Serviços – Como criar valores e experiências positivas aos clientes”, além de apresentar uma atualização dos casos práticos, apresenta tópicos e exemplos inéditos. A nova edição contempla assuntos, como Comunicação Integrada e Costumer Experience (experiência do cliente). INDICAÇÃO DE LIVRO Devido à natureza intangível dos serviços, segundo autores, os consumidores não encontram muitas evidências informativas, ou seja, atributos de análises. Esta falta de informação e percepção tangível dificulta a análise do serviço, já que a tangibilidade do produto auxilia muito na análise do consumidor, pois possui atributos disponíveis no mercado. Enquanto no serviço, devido a sua intangibilidade, a sua percepção, como entendimento dos atributos e as suas características, só ocorrerá durante o consumo. UNICESUMAR1 4 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 7 No marketing, o conceito de preço não está relacionado, somente, ao valor financeiro pago pelo serviço, mas também ao conceito de valor percebido. O cliente relaciona os benefícios que irá receber, com o custo financeiro que terá (URDAN; URDAN, 2006). O preço, também, é analisado pelo cliente com base nos sacrifícios que teve para adquirir o serviço e nos preços referenciais que já possui, devido às experiências anteriores. Zeithaml e Bitner (2003) apresentam razões pelas quais os preços dos serviços são diferentes para os consumidores. Vejamos: ■ A heterogeneidade dos serviços: por serem intangíveis e não estarem em estoque à disposição do consumidor, as empresas apresentam uma flexibilidade nos serviços que oferecem, o que torna a definição do preço mais complexa. Alguns autores, também, denominam essa característica como efemerabilidade, pois “os serviços não podem ser estocados, logo têm uma existência efêmera, o que gera grande dificuldade para atender às oscilações da demanda” (SERRALVO, 2009, p. 56). ■ Informação prévia do preço: nem todos os prestadores de serviços conseguem estimar seu preço, pois não sabem o que o serviço envolverá até que seja feita uma análise inicial ou conclusão do serviço prestado. ■ Necessidades individuais: cada cliente apresenta uma necessidade diferente para a mesma prestação de serviços. Cabe à empresa analisar os custos e o desempenho de cada atividade oferecida ao cliente, na busca de aperfeiçoamento. Além de se atentar ao desempenho dos concorrentes, buscando vantagens competitivas que apresentem maior valor ao consumidor, podendo, assim, praticar o preço com base nos benefícios do mercado (KOTLER; ARMSTRONG, 2015). Lovelock e Wirtz (2006) afirmam que o preço é um fator extremamente importante no processo de decisão de compra do cliente, e que as empresas precisam se preocupar com a divulgação correta. Uma falha na comunicação do preço pode levar o consumidor a perder a confiança na empresa e gerar uma imagem antiética dela no mercado. 1 4 1 Dessa forma, o preço costuma ter mais impacto nas decisões da empresa. Urdan e Urdan (2006, p. 185) discutem a agilidade que o preço permite na venda dos produtos e serviços, vejamos: “ As empresas não mudam um produto e menos ainda a distribuição com a rapidez com que alteram preços. Dá para ser rápido na gestão da promoção, mas o preço costuma ter mais impacto nas decisões de compra, comportamento da concorrência e rentabilidade do negócio. Os autores, ainda, afirmam que o preço requer flexibilidade e velocidade nas tomadas de decisões da empresa. Nesse ponto, analisam que o preço, também, está relacionado ao interesse do consumidor pelos concorrentes. Quando o serviço apresenta mais benefícios e preços menores como vantagem, o interesse pela concorrência diminui. Quando as demais empresas concorrentes abaixam o preço, porém os consumidores passam a perceber essa vantagem no mercado e podem rever o custo x benefício que a empresa costumava ter (URDAN; URDAN, 2006). Após a análise da aplicação do preço no Composto Promocional e a percepção de que o valor de um serviço não está relacionado, somente, à parte financeira, passaremos, agora, ao último item a ser analisado, a Promoção em serviços. UNICESUMAR 1 4 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 7 Promoção em serviços O ato de promover um produto ou serviço está relacionado à comunicação, que compreende a troca de ideias e informações com pessoas (URDAN; URDAN, 2006). Dentro do marketing, o processo de comunicação envolve a promoção e divulgação dos atributos do produto ou serviço da empresa, apresentando seu preço, a praça e os fatores que o diferenciam no mercado da concorrência. A promoção busca conquistar e manter clientes fiéis à empresa, comple- tando o Composto de Marketing apresentado anteriormente. Para Lovelock e Wirtz (2006), a comunicação possui os objetivos de informar os clientes atuais e potenciais quanto à empresa e aos serviços oferecidos bem como persuadir e lembrar o cliente sobre os serviços prestados pela empresa, mantendo contato direto com os clientes. O processo de persuadir o consumidor não deve ser confundido com manipulação. Persuasão relaciona-se à transmissão de informações e conteúdo que o receptor aceitará ou não, a mensagem recebida. A comunicação, no marketing de serviços, não foge aos princípios da comu- nicação realizada para os bens e/ou produtos. Busca estimular a demanda por meio das ferramentas de comunicação, focando nos benefícios oferecidos ao consumidor. O maior esforço está em diminuir o arrependimento pós-compra, a dissonância cognitiva do consumidor, que, nos serviços, é maior que na compra de bens, devido à dificuldade de avaliação do intangível. A estratégia de pro- moção comunica o posicionamento da empresa aos seus consumidores, o que inclui clientes, funcionários, acionistas e fornecedores. As empresas de serviço, conforme Hoffman e Bateson (2003), analisam, inicialmente, as necessidades do cliente, classificando-o em segmentos de mercado, para que a comunicação seja direcionada. Para que o Composto de promoção em serviços tenha o resultado esperado, Hoffman e Bateson (2003) apresentam diretrizes que auxiliam no desenvolvi- mento das comunicações em serviços: 1 4 8 COMUNICAÇÃO BOCA A BOCA Os clientes de serviço buscam fontes pessoais de informações para reduzir o risco de uma compra. PROMETER SOMENTE O QUE É POSSÍVEL Ao prometer o que não pode ser cumprido, a empresa aumenta a expectativa do cliente e, posteriormente, diminui sua satisfação quando as promessas iniciais não são realizadas. Os clientes, além de desapontados com a empresa, contarão sua expe- riência aos demais na comunicação boca a boca, o que cria uma imagem negativa da empresa no mercado. TORNAR TANGÍVEL O INTANGÍVEL Os serviços são abstratos para o cliente, assim, uma das ferramentas de comunicação de um serviço é torná-los mais concretos. Esta tangibilidade pode ser trabalhada com a apresentação de números ou símbolos associados à marca da empresa de serviços. APRESENTAR A EMPRESA DE SERVIÇOS AO CLIENTE Utilize as formas de comunicação existentes para apresentar ao cliente da empresa seus funcionários e representantes. As diretrizes discutidas são algumas das ferramentas que auxiliam na promoção dos serviços no mercado, permitindo que os clientes conheçam a empresa e o serviço fornecido para que a imagem e a marca dos mesmos sejam trabalhadas na mente do consumidor. O Composto de Comunicação, conforme Zeithaml e Bitner (2003), con- siste nos veículos de comunicação que transmitem informações a respeito dos serviços ao cliente. Tanto no caso dos serviços, como no dos produtos, as ações de comunicação são as mesmas. Os objetivos da comunicação podem ser alcan- çados mediante a utilização de ferramentas promocionais de comunicação, ou seja, empregando-se uma combinação apropriada da propaganda, venda pessoal, promoção de vendas e relações públicas (KOTLER; ARMSTRONG, 2015). UNICESUMAR 1 4 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 7 PROPAGANDA É a forma que as empresas usam para divulgar seus produtos, serviços ou ideias, de forma paga e com a identificação da em- presa ao final. VENDA PESSOAL Uso da força de vendas da empresa buscando as relações com os clientes e as vendas dos bens ou serviços. PROMOÇÃO DE VENDAS Incentivo usado pelas empresas para o consumo, em curto prazo, de um produto ou serviço. Por exemplo, promoções de liquidação para troca de estoque. RELAÇÕES PÚBLICAS É o desenvolvimento das relações da empresa com seus públicos em busca de uma publicidade favorável e construir uma imagem positiva no mercado, afastando rumores e histórias desfavoráveis sobre a empresa, o produto ou o serviço. Quadro 4 – Ferramentas promocionais de comunicação Fonte: adaptado de Kotler e Armstrong (2015). Cada uma das ferramentas apresentadas possui estratégias e técnicas diferencia- das, mas que possuem o mesmo objetivo: divulgara empresa e seus serviços no mercado. E, para que essa ação seja realizada, é preciso trabalhar todos os itens do Composto de Marketing na promoção de serviços. O problema da intangibilidade dos serviços pode ser trabalhado no Com- posto Promocional. Las Casas (2006) afirma que a intangibilidade pode ser tra- balhada ao enfatizarmos os benefícios do serviço e a sua imagem corporativa no mercado. A divulgação dos serviços, conforme autor, deve ser feita com base nos benefícios proporcionados por ela. Como cada serviço oferecido no mer- cado pode se adaptar à necessidade individual do consumidor, é preciso que a comunicação elabore, inicialmente, uma imagem da empresa para o cliente, que auxiliará na visualização do serviço no momento da necessidade de consumo, com base nas informações que o cliente já possui. O desafio para descrever os serviços, também, é discutido por Urdan e Urdan (2006). É preciso demonstrar os benefícios que o consumidor obterá na prestação do serviço, destacando as necessidades que o consumidor tem e como o serviço irá satisfazê-las. Os autores, ainda, afirmam que o consumidor compreende me- 1 5 1 lhor o serviço quando a empresa prestadora utiliza imagens que transmitem a ideia do serviço, dessa forma, chamando a atenção do consumidor e o levando a refletir e conhecer melhor o serviço oferecido. Hoffman e Bateson (2003) discutem que a comunicação dos serviços de uma empresa pode ser realizada por meio de duas fontes: as impessoais e as pessoais. Como fontes impessoais encontramos as informações veiculadas pelos meios de comunicação, como a televisão, as revistas e os jornais. Já as fontes pessoais relacionam-se à comunicação face a face cujos indivíduos estão em contato dire- to, trocando informações nos períodos de pré-compra, consumo e pós-compra. A comunicação em serviços deve facilitar o envolvimento do cliente com a empresa, conforme Lovelock e Wirtz (2006). Ao oferecer informações sobre a produção dos serviços e seu desenvolvimento no mercado, a empresa reduz os riscos envolvidos e minimiza as chances de insatisfação do cliente. Os autores, ainda, propõem que as empresas de serviços utilizem o marketing no auxílio da avaliação da oferta de serviços pelo cliente, oferecendo informações que auxiliem na análise do serviço apresentado e dos concorrentes existentes no mercado. NOVOS DESAFIOS Neste tema de aprendizagem, você pôde conhecer e compreender as funções, as definições e as características dos serviços. Vale relembrar que a intangibilidade, heterogeneidade, perecibilidade e variabilidade são características específicas destes e que interferem em todo o seu processo de venda e de marketing. Com- preendemos que os serviços, apesar de serem produzidos e vendidos a partir de um conceito e uma ideia, são capazes de serem únicos aos consumidores e auxiliam na definição da forma que devem ser trabalhados no mercado. Dentro do Composto de Marketing, compreendemos, na variável Serviços (apresentada a nós como Produto), os itens evidências físicas, pessoas e processo, que são analisados pelos consumidores, em seu processo de decisão de compra, e que interferem nas ações mercadológicas dos serviços. UNICESUMAR 1 5 1 1. Os serviços possuem características específicas, que os diferenciam dos produtos no mercado. São relacionadas à intangibilidade, à heterogeneidade, à perecibilidade e à va- riabilidade. Cabe às organizações compreenderem tais características, para que possam trabalhar seu processo de comunicação e marketing com o mercado. Considerando as características específicas dos serviços, associe as duas colunas, relacionando-as: 1- Intangibilidade. 2- Heterogeneidade. 3- Perecibilidade. ( ) Os serviços, durante seu processo de compra, não podem ser vistos, sentidos e/ou tocados pelos consumidores. ( ) Os serviços não podem ser estocados e, muito menos, armazenados para uma venda, posteriormente. ( ) Os resultados e a qualidade dos serviços dependem de quem os fornece e realiza, bem como quando e como são produzidos. A sequência correta é: a) 1, 2, 3. b) 1, 3, 2. c) 2, 1, 3. d) 2, 3, 1. e) 3, 2, 1. 2. Devido à intangibilidade dos serviços, os consumidores só saberão de seu resultado após o seu processo de realização e de execução, sendo necessário confiar na organização e no colaborador que o está executando. E, para diminuir esses receios e medo, o consumidor se baseia em alguns itens/variáveis de análise, como as pessoas e os processos. Referente a esses dois itens/variáveis, analisados pelos consumidores, avalie as afirmativas a seguir: I - Dentro da variável Processos, o consumidor analisa toda a estrutura física da empresa, como equipamentos e instalações, para que possa minimizar seus medos e receios de compra. II - Na variável Pessoas, os consumidores analisam o desempenho dos funcionários da em- presa que executam e realizam o serviço. VAMOS PRATICAR 1 5 1 III - É importante que o funcionário da organização esteja satisfeito com o serviço que exe- cuta e com a empresa, para que gere resultados satisfatórios e positivos ao consumidor. IV - Variável Processos envolve todas as etapas, da execução do serviço ao cliente, que são de extrema importância para sua satisfação. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) III e IV, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. 3. A comunicação de um serviço no mercado, que envolve suas ações e estratégias de mar- keting, é realizada pelo uso de ferramentas que auxiliam nesse processo. A escolha de cada ferramenta deve ser feita com base nos objetivos da empresa, marca e serviço. Dessa forma, uma das ferramentas mercadológicas e de comunicação, usadas pelas empresas, trabalha com o desenvolvimento das relações da empresa com seus públicos em busca de uma publicidade favorável e de uma imagem positiva no mercado. Avaliando a afirmação apre- sentada anteriormente, assinale a alternativa que define, corretamente, qual ferramenta de comunicação e marketing a questão se refere: a) Propaganda. b) Venda pessoal. c) Promoção de vendas. d) Relações públicas. e) Publicidade. VAMOS PRATICAR 1 5 1 REFERÊNCIAS BATESON, J. E. G.; HOFFMAN, D. K. Marketing de serviços. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. BATESON, J. E. G.; HOFFMAN, D. K. Marketing de serviços. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2003. FITZSIMMONS, J. A.; FITZSIMMONS, M. J. Administração de serviços: operações, estratégia e tecnologia da informação. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. HOFFMAN, K. D.; BATESON, J. E. G. Princípios de marketing de serviços. 2. ed. São Paulo: Thom- son Pioneira, 2003. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing: a bíblia do marketing. 12. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2006. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. Rio de Janeiro: Prentice Hall, 2015. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 9. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003. KOTLER, P. Administração de marketing: análise, planejamento, implementação e controle. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1998. LAS CASAS, A. L. Qualidade total em serviços: conceitos, exercícios, casos práticos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2006. LAS CASAS, A. L. Marketing de serviços. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2011. LOVELOCK, C. H.; WIRTZ, J.; HEMZO, M. A. Marketing de serviços: pessoas, tecnologia e estra- tégia. 7. ed. São Paulo: Pearson, 2011. LOVELOCK, C.; WIRTZ, J. Marketing de serviços: pessoas, tecnologias e resultados. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2006. LOVELOCK, C.; WRIGHT, L. Serviços: marketing e gestão. São Paulo: Saraiva, 2001. PALMER, A. O marketing de serviços. In: BAKER, M. J. (org.). Administração de marketing: um livro inovador e definitivo para estudantes e profissionais. 5. ed. Rio de Janeiro: Campus; Elsevier, 2005. SERRALVO, F. A. Gerenciamento de marcas e produtos. Curitiba: IESDE, 2009. URDAN, F. T.; URDAN, A. T. Gestão do composto de marketing. São Paulo: Atlas, 2006. ZEITHAML, V. A.; BITNER, M. J. Marketing de serviços: a empresa comfoco no cliente. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2003. ZEITHAML, V.; BITNER, M. J.; GREMLER, D. Marketing de serviços: a empresa com foco no clien- te. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011. ZEITHAML, V. A.; BITNER, M. J.; GREMLER, D. Marketing de serviços: a empresa com foco no cliente. 6. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. 1 5 4 1. Alternativa B. 2. Alternativa D. 3. Alternativa D. CONFIRA SUAS RESPOSTAS 1 5 5 UNIDADE 5 MINHAS METAS CRIAÇÃO DE NOVOS SERVIÇOS PARA OS CONSUMIDORES Investigar e compreender os processos de execução e desenvolvimento do Sistema de Produção e Criação de Serviços, explorando suas etapas e práticas fundamentais. Analisar e verificar a aplicação do Planejamento Estratégico específico para a venda de serviços no mercado, identificando as melhores práticas e estratégias utilizadas por organizações de sucesso. Desenvolver um plano de ação baseado no conhecimento adquirido, visando aprimorar a execução do Sistema de Produção e Criação de Serviços e otimizar a estratégia de venda de serviços no mercado. T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 8 1 5 8 INICIE SUA JORNADA Neste tema de aprendizagem, a criação de novos serviços para os consumidores, também, é um dos pontos de discussão. Afinal, é preciso compreender como fun- ciona a produção dos serviços, tendo o consumidor como atuante e participativo nesse processo. Estudaremos também o planejamento estratégico de vendas dos serviços, com as definições e discussões das etapas que auxiliam a organização no planejamento e execução das vendas de serviços no mercado, pois vender serviços possui diferenciações, devido às suas características específicas. Teremos um momento de estudo e discussão quanto à forma como os servi- ços são vistos, trabalhados e apresentados no mercado aos consumidores, além da oportunidade em compreender suas características e funções, que auxiliarão na definição das estratégias de marketing. DESENVOLVA SEU POTENCIAL CRIAÇÃO DE NOVOS SERVIÇOS PARA OS CONSUMIDORES Devido às características de intangibilidade e heterogeneidade dos serviços que já discutimos em nossos estudos neste livro, as organizações enfrentam um grande desafio na formação de novos serviços para seus consumidores. Cobra (2003) determina que a concepção e produção de um serviço têm, como objetivos, de- terminar a sua configuração e definir os padrões esperados para o seu desem- penho ao consumidor, e que toda essa concepção e produção deve ser realizada com base em análises de mercado para que a empresa de serviços se destaque da concorrência e ofereça o que o seu consumidor busca. O autor, ainda, afirma que as necessidades de novos serviços estão latentes em diversos mercados, e que cabe à organização identificar a ideia para um novo serviço junto ao mercado. UNICESUMAR 1 5 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 8 Zeithaml e Bitner (2003) definem quatro características básicas para a con- cepção e o desenvolvimento de um novo serviço: 1. Deve ser objetivo, não subjetivo. 2. Deve ser preciso, não vago. 3. Deve ser voltado aos fatos, não opiniões. 4. Deve ser metodológico, não filosófico. O que se busca trabalhar com essas características é o fato de que os serviços não podem ser elaborados, apenas, com base nas opiniões subjetivas dos colaboradores da organização. É preciso basear-se em proposições objetivas em que sejam analisados dados e informações dos clientes da organização e das necessidades expostas pelo mercado. Além disso, os clientes são parte do processo de produção de serviço. Hoffman e Bateson (2003, p. 151) afirmam que, quanto ao envolvimento do cliente no processo de produção de serviços, “sua participação pode ser ativa ou passiva, mas eles sempre estarão lá”. É preciso que as organizações compreendam a natureza interativa dos serviços e como ocorre o envolvimento do cliente no processo de produção deste. A participação do cliente na produção do serviço, ainda, segundo os autores, está associada a vantagens e desvantagens durante esse processo. A vantagem está no fato de que o cliente pode personalizar o serviço e produzi-lo de maneira mais rápida e menos dispendiosa para a organização. Por outro lado, a desvantagem está na perda de controle da qualidade do serviço pela organização. Afinal, quando o cliente participa do processo de produção e execução do serviço, podem ocorrer desperdícios de materiais e aumento nos custos operacionais, o que pode levar a uma percepção negativa do cliente e afastá-lo da organização. Você já sabe quanto a produção dos serviços é diferente de bens e produto? Sim, com certeza, já abordamos tal assunto durante a nossa discussão, mas o que nos interessa, neste momento, é compreender quanto o cliente e consumidor de uma organização pode e influenciar nesse processo de produção. Grönroos (2004) vem complementar nossos estudos ao afirmar que o papel exercido pelo Os clientes são parte do processo de produção de serviço A vantagem está no fato de que o cliente pode personalizar o serviço 1 1 1 cliente nos serviços é diferente do seu papel na produção de bens e produtos, pois, no processo de produção do serviço, o cliente participa e influencia em seus resultados, enquanto, na produção de um bem e/ou produto, não há envolvimento nenhum do cliente. A figura apresentada, a seguir, representa a interação e influência na partici- pação do cliente no processo de produção dos serviços. Qualidade propoecionada a partir da demanda induzida Qualidade proporcionada pelo prestador de serviço induzido Qualidade proporcionada a partir do cliente induzido Qualidade proporcionada a partir da interação induzida PARTICIPAÇÃO DO PRESTADOR DO SERVIÇO NO PROCESSO DE SERVIÇO Produtividade proporcionada a partir da interação induzida Produtividade proporcionada a partir da demanda induzida PARTICIPAÇÃO DO CLIENTE NO PROCESSO DE SERVIÇO Participação interativa do prestador de serviço e do cliente Produtividade proporcionada a partir da demanda induzida Participação interativa do prestador de serviços e do cliente INTERAÇÕES Figura 1 – Produtividade, qualidade, participação do cliente e do prestador de serviço Fonte: Grönroos (2004, p. 263). Descrição da Imagem: o infográfico apresenta, na parte superior, a “Qualidade proporcionada a partir da demanda induzida”. Na parte inferior, “Produtividade proporcionada a partir da demanda induzida”. No centro, uma seta para os dois lados, dentro dela “INTERAÇÕES”. Acima desta seta: “Qualidade proporcionada a partir da interação induzida”; abaixo da seta: “Produtividade proporcionada a partir da interação induzida”. À direta, a seta aponta para “Participação do cliente no processo de serviço”; Acima: “Qualidade proporcionada a partir do cliente induzido”; Abaixo: “Participação interativa do prestador de serviço e do cliente”. A seta central indicando para a esquerda no sentido de: “Participação do prestador de serviço no processo de serviço”. Acima: “Qualidade proporcionada pelo prestador de serviço induzido”; Abaixo: “Produtividade proporcionada a partir da demanda induzida”. A Participação do Prestador de Serviços, durante o processo de produção e execução deste, envolve os recursos usados na produtividade da organização, como os equipamentos necessários e as habilidades dos profissionais para que o serviço seja executado. A contribuição e Participação do Cliente no Processo de UNICESUMAR 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 8 Serviços envolvem os insumos e as informações fornecidas pelos clientes para que a organização possa produzir o serviço. “Em outras palavras, interações criadas por clientes influenciam a eficiência do processo de serviço e essa é uma contribuição à produtividade proporcionada pela interação” (GRÖNROOS, 2004, p. 262). Com o resultado de toda essa interação, é possível verificar contribuições à qualidade na produção do serviço, tanto do prestador de serviço quanto do cliente e, também, das contribuições que surgem, devido à interaçãoentre eles. Por fim, é preciso que você conheça, também, as etapas e os estágios para o de- senvolvimento de novos serviços no mercado. Zeithaml e Bitner (2003) dividem em duas seções o processo de desenvolvimento de novos serviços no mercado, conforme apresentados na figura a seguir. ■ Planejamento da linha de frente; e ■ Implementação. Produtividade da Linha de Frente Implementação Desenvolvimento ou Revisão da Estratégia de Negócio Desenvolvimento da Estratégia de Novos Serviços Geração de ideia Fazer a triagem de ideias levando em conta a conta a entrega de novos serviços Avaliação e Desenvolvimento de Conceito Testar conceito junto a clientes e funcionários Análise do Negócio Testar com respeito à rentabilidade e exequibilidade Desenvolvimento e Teste do Seviço Fazer teste de protótipo de serviço Teste de Mercado Testar componentes do serviço e das demais dimensões do composto de Marketing Comercialização Avaliação Pós-introdução Figura 2 – Processo de desenvolvimento de novos serviços Fonte: Zeithaml e Bitner (2003, p. 189). Descrição da Imagem: o infográfico apresenta as duas seções do processo de desenvolvimento. Na parte su- perior, “Produtividade da Linha de Frente”. Ao lado, os tópicos: Desenvolvimento ou Revisão da Estratégia de Negócio; Desevolvimento da Estratégia de Novos Serviços; Geração de Ideia (fazer a triagem de ideias levando em conta a entrega de novos serviços); Avaliação e desenvolvimento de conceito (testar conceito junto a clientes e funcionários); Análise do Negócio (testar com respeito à rentabilidade e exequibilidade); Na parte inferior do infográfico, “Implementação”. Ao lado, os tópicos: Desenvolvimento e teste do serviço (fazer teste de protótipo de serviço); Teste de Mercado (testar componentes do serviço e das demais dimensões do composto de Marketing); Comercialização; Avaliação Pós-introdução. 1 1 1 Dentro do Planejamento da Linha de Frente verificamos as seguintes etapas: DESENVOLVIMENTO DA ESTRATÉGIA DE NEGÓCIO Sua elaboração é baseada na missão e visão da organização e deve ajustar-se ao quadro das estratégias gerais de toda a organização. DESENVOLVIMENTO DA ESTRATÉGIA DE NOVOS SERVIÇOS Envolve a elaboração da estratégia de portfólio dos novos serviços. Deve estar relacionada às metas organizacionais, à visão, às competências e ao plano de crescimento da empresa. GERAÇÃO DE IDEIA Realização de estudos e brainstorming para a criação de novas ideias de produtos. AVALIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE SERVIÇOS Momento em que a organização cria o serviço a ser oferecido ao público no mercado, definindo imagem, conceitos e funções. ANÁLISE DO NEGÓCIO Envolve a análise da demanda, projeção de receita, custos, sua exequibilidade (se é possível de se executar) e os lucros potenciais. Na segunda etapa, determinada por Zeithaml e Bitner (2003), como Implemen- tação, ocorre o Desenvolvimento e Teste do Serviço, em que a organização constrói protótipos e realiza testes para avaliar se há, ou não, aceitação do serviço pelos consumidores. Na fase de Teste de Mercado, a organização testa o serviço no mercado, utilizando ações e ferramentas de marketing, e, na fase de Comer- cialização, o serviço é introduzido e vendido no mercado. Por fim, a Avaliação Pós-introdução envolve a busca de informações quanto à satisfação e opinião do mercado. UNICESUMAR 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 8 Agora que compreendemos a produção de serviços, discutiremos a forma como são expostos e vendidos no mercado. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NA VENDA DE SERVIÇOS O processo de vendas de um serviço, no mercado, segue, basicamente, a mesma sequência e linha, pelas organizações, na venda de um bem e/ou produto. Nes- se momento, abordaremos e discutiremos as particularidades do planejamento estratégico no processo de vendas de serviços e como ocorre o envolvimento da organização, seus colaboradores e clientes. O Planejamento de Vendas envolve etapas necessárias e importantes a serem realizadas pela organização e que nor- tearão os caminhos e as estratégias a serem percorridos e realizados pela empresa. Cobra (2011) define algumas etapas importantes a serem seguidas, relembremos: ■ Definição da missão, metas e políticas da empresa: para que, assim, possa ser definido, dentro do plano de vendas, as metas de vendas. ■ Análise do cenário ambiental: conhecer as ameaças e oportunidades de mercado, bem como o comportamento do consumidor para que as estratégias de marketing e de vendas sejam definidas corretamente. ■ Análise dos recursos disponíveis e necessidades da empresa no mercado: nesse momento, a empresa fará uma análise do seu histórico de vendas, da previsão futura de vendas e da precisão de despesas para manter sua participação de mercado por território de vendas. ■ Selecionar estratégias: definir estratégias e táticas de vendas para cada região, serviço e cliente. ■ Preparar planos de ação: desenvolver planos de vendas com base em ações de preço, promoção e distribuição ao consumidor. ■ Rever planos: avaliar as ações propostas com base nos recursos disponíveis. ■ Desenvolver programas complementares: prever e realizar treinamento de vendas e reuniões. ■ Preparar orçamentos e fluxo de caixa: para realização do plano de vendas. 1 1 4 ■ Revisão final, avaliação e ajuste: do planejamento de vendas. ■ Transmitir o plano dos responsáveis pela implementação: delegar tarefas a equipe de vendas. ■ Rever e atualizar o plano: acompanhamento constante das ações propostas para que sejam reajustadas e adequadas ao mercado. Todas as etapas propostas auxiliam a organização no planejamento e execução das vendas de serviços no mercado. Cabe, também, ao vendedor de serviços o foco no cliente. Cobra (2001, p. 179) afirma que “o vendedor de serviços deve sempre se colocar no lugar do cliente e ver a sua empresa com os olhos do cliente. O que falta, como ele gostaria de ser atendido, são reflexões importantes”. Com essas informações em mente, o vendedor consegue atender melhor ao seu cliente; afinal, é preciso entender as necessidades e os desejos de consumo do cliente para que esses possam ser satisfeitos. E como fica o papel do funcionário da organização de serviços durante o processo de vendas? Hoffman e Bateson (2003) tratam os funcionários das organizações de servi- ços como um elo entre a organização e o mercado, pois são eles quem irão criar vínculos e transmitir informações aos consumidores. Além disso, são capazes de coletar informações importantes junto aos clientes, que auxiliam, não somente no processo de vendas, mas também na produção e execução do serviço. Os autores, também, determinam que, durante o processo de vendas, conflitos podem surgir entre: pessoa e função, organização e cliente, e interclientes. PESSOA E FUNÇÃO O cliente referente à pessoa e função ocorre durante o contato com o cliente. É um momento quando o consumidor busca subserviência por parte dos funcionários, ou seja, que executem e realizem o serviço da maneira que o cliente deseja, independen- temente se estão de acordo, ou não, com o que o cliente solicita. Tal ação pode gerar insatisfação no profissional. UNICESUMAR 1 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 8 ORGANIZAÇÃO E CLIENTE O conflito organização e cliente ocorre quando há conflitos entre o que o cliente quer e o que a organização, realmente, oferecerá. Cabe ao profissional que está executando a venda dos serviços alinhar as necessidades do cliente ao que a organização, real- mente, oferece, para que ocorra uma satisfação pós compra. INTERCLIENTES Por último, o conflito interclientes surge, pois, em alguns sistemas de serviços, os clientes influenciam as experiências dos demais. “Como clientes diferentes provavel- mente têm necessidades diversas, eles tendem a ter enredos completamente dife- rentes para si mesmos, para o pessoal de contato e para outros clientes” (HOFFMAN; BATESON, 2003, p. 282). A heterogeneidade faz com que cada serviço seja