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DG e intervenção no Parto em cadelas e gatas
Obrigatoriamente o Parto precisa seguir as 3 etapas. A fase de preparo, ou seja, o pódromo que antecede o parto. Essa fase varia de cadela para cadela e de gata para gata. A questão comportamental tem grande influência, é quando a cadela começa a preparar o ninho, a ingestão alimentar, fica mais quieta, tem o início das contrações miometriais. 
1° etapa: próximo ao parto a fêmea tem o relaxamento de toda a musculatura pélvica a cadela “rebola”. É aquele rebolado de parto mesmo, que como está tudo relaxado e o posterior está lá no chão. Esse é o momento pré-parto. Ele precisa acontecer, o corpo precisa estar preparado para que isso aconteça e quem vai desencadear é toda a cascata hormonal do slide anterior. Sempre o feto que falar, estou pronto, vamos parar a gestação. A partir dai, tem liberação do cortisol fetal, vai para adenohipófise e daí começa a cascata luteólise, diminuição da P4... E aí tem esse preparo de 6,24 até 48h admite a liberação do tampão mucoso e afins. 
O parto (que chamamos de parto ativo) 2°etapa: é quando começa a expulsão dos fetos. A fêmea começa a contrair de forma intensa e os fetos vão sendo liberados. Na cadela tem vários fetos, com exceção da condição do feto único. Na maioria das vezes é mais do que um filhote. O filhote é liberado junto com o anexo dele, não necessariamente a depender como for, esse anexo é liberado junto, as vezes a cadela pode morder, se ficar alguma placenta pra trás ela pode expulsar depois. A 2° e a 3° fase vão acontecer de forma simultânea. Sai um feto-sai um anexo. Caso fique uma placenta pra trás por ruptura de cordão, o anexo pode ser liberado até algumas horas depois (até umas 4h). Tanto para cadelas quanto para gatas. 
Podemos admitir esse período de parto ativo, o tempo é dependente do número de filhotes. Se tenho 2 filhotes, eu tenho um parto ativo de 2 horas. Nasce 1, no máximo 2 horas depois, vamos ter a liberação do outro feto. A fêmea pode ter dificuldade de contração, porque não tem estímulo suficiente (ninhadas menores), mas no geral, partos com menos filhotes são mais rápidos e partos com mais filhotes são mais demorados. Mas alguns pensam que parto não pode durar mais que 12h, MAS, se estivermos falando de uma Cani Corso com 12 filhotes, pode ter um parto que chega a 18h, porque a gente um admite um intervalo entre expulsão de um feto para outro até 2horas. > 2h já começa a pensar em distocia. E aí vai depender do tipo de distocia: por exaustão ou obstrutiva. Quando temos inércia uterina 1°, o parto geralmente não acontece em nenhum momento. Quando falamos de parto normal, ele obrigatoriamente precisa seguir as 3 etapas: 1° Pódromo (fase de preparo), 2° fase de expulsão e 3° expulsão dos anexos são simultâneos. O tempo vai variar pelo tamanho da ninhada e pela disponibilidade da cadela. 
Geralmente se a gente observa um animal de rua, eles vão parindo rápidão, isso acontece para minimizar o risco. Tem outras cadelas que tem outras condições, como os braquiocefálicos, quando eles têm parto normal eles entram em exaustão muito rápido. Porque tem contração abdominal, dificuldade respiratória. Então ele acaba demorando mais. Mas isso não é uma coisa que a literatura descreve, isso é mais experiência clínica. Mas geralmente, animais de raça tendem a demorar um pouquinho mais. Se a cadela teve gestação anterior e teve um parto de 5 filhotes e parto durou 5-6 horas e no atual está durando 12h, aí precisa acompanhar melhor, porque o histórico da fêmea conta também. 
Sabendo que temos etapas de parto a serem seguidas para que ele seja eutócico. Qualquer alteração que tenha nessas etapas é uma distocia. A distocia é a dificuldade na expulsão dos fetos. É a principal causa não infecciosa de mortalidade-neonatal e de mortalidade materna. Fazendo uma analogia ao passado, quando havia distocia a mãe sempre morria, o feto não passava e como não existia anestesia, mesmo que intervisse a mãe morria. Ou se em algum momento a mãe conseguisse expulsar, o feto já estaria em sofrimento a muito tempo e teria a mortalidade. Para cadelas e gatas, precisa raciocinar do mesmo modo, é uma causa de mortalidade das fêmeas. A depender da distocia, leva a cadela para um quadro de choque. Seja ele um quadro de choque seja ele um choque séptico, por retenção dos fetos, morte fetal, seja ele por sangramento, por exaustão (neste caso, choque hipovolêmico, hipoglicêmico, hipocalêmico). Tem várias alterações que podem levar essa mãe à óbito. E os filhotes, quanto mais tempo eles ficam dentro do útero, menor a viabilidade pós-parto. 
Então, a distocia é uma emergência, justamente por ser causa de mortalidade das mães e dos fetos e por necessitar de intervenção. Tudo e qualquer coisa que foge do parto eutócico (foge das etapas do parto) é considerado distocia. 
Conhecendo o histórico da mãe, vai fazer o exame físico, vai determinar as etapas do parto, juntos os exames complementares, a gente vai determinar a presença ou não de uma distocia. O slide mostra sobre a importância de confirmar a gestação, porque as vezes o paciente chega no pronto socorro, com aumento abdominal e cio há 60d e no caso é uma ascite. As Vezes foi o CIO foi coincidência e esse aumento abdominal seja ascite, ou alteração hepática ou piometra. Então é sempre importante o DG para abordar como distocia. Mas importantíssimo são sinais de pódromo e intervalo entre o nascimento dos filhotes. 
Importância da anamnese: sinais do parto, se a cadela estava na fase do pódromo, questiona se a cadela fez o ninho, teve expulsão do tampão, se houve contração abdominal em casa ou ainda não. A secreção vaginal auxilia também no diagnóstico diferencial, o que se espera no parto é secreção vaginal esverdeada. A partir do momento que existe a secreção vaginal esverdeada e não ocorre o nascimento do filhote, isso indica que há uma placenta descolada e um filhote em sofrimento. Então se tem secreção vaginal esverdeada, sem contração e sem expulsão de filhote tem distocia. Isso é uma coisa que as vezes a rotina clínica falha muito... A paciente apresentava uma secreção vaginal esverdeada, mas não apresentava contração, sem sinais de parto; neste caso então ela tinha uma distocia de origem 1°, inércia uterina 1°, ela não necessariamente contrai, mas a placenta ja se descolou (houve luteólise e afins). Então a coloração da secreção ajuda a caracterizar a distocia também. Tampão Mucoso, admite tranquilo que está na 1° fase, fase de preparo, esverdeado é trabalho de parto ativo. Gata não tem a uterinoverdina, então ela apresenta uma secreção vaginal mais sanguinolenta no trabalho de parto ativo normal. Mas caso apresente um sangramento ativo, pode ter sido ruptura de cordão umbilical, descolamento precoce da placenta. Então tudo isso determina o prognóstico e a necessidade de intervenção cirúrgica. Pus não pode ter, de forma alguma, isso pode indicar: morte fetal, putrefação... 
Uso de P4, principalmente em gata, aplica P4 na gata quando vê que ela está no cio, só que a gata tem os interestros e essa estimulação e as vezes ela ja ta prenha e mantêm os sinais do Cio. O uso de P4 é o que mais prolonga o tempo de gestação, principalmente em gata. Na cadela, o pessoal quando viu cruzar, aplica o P4 achando que ele é abortivo, se houve aplicação de P4, esquece é distocia. Porque o tempo de ação do fármaco não condiz com o tempo gestacional. Ele passa o tempo de gestação. Por isso também que causa a piometra nestes casos, porque tem a P4 muito alta por mt tempo. 
O reflexo de Fergusson é arco reflexo a palpação vaginal. Faz a pressão no canal vaginal e daí observa para ver se tem ou não a contração uterina reflexa. A inspeção ginecológica é para avaliar para ser se existe a presença de secreção, avaliar para ver se tem filhote no canal de parto ou não. Observar também se tem presença de galactorréia, só que a galactorréia não indica que está parindo, porque a cadela pode ter leite até 2 semanas do parto (pq é quando P4 começa descer e a prolactina começa a subir). Então a galactorréiaauxilia, mas não é meio diagnóstico de trabalho de parto. 
Parâmetros vitais, obviamente se tem um paciente em choque é distocia. A cadela está desidratada, caída, pressão baixa, é sinal de distocia. Você não vai permitir que essa cadela continue com esse trabalho de parto. A não ser que vc não possa operar: estou em um consultório onde não tem centro cirúrgico neste caso, estabiliza o choque e aguarda, mas com chance de perder os filhotes. Se tiver em um hospital, estabiliza e leva para o centro cirúrgico, para evitar que essa cadela volte para um quadro de choque. Paciente chocado não anestesia, só se tiver hemorragia ativa. As vezes a cadela comeu placenta, vomitou e desidratou. Ela precisa de hidratação para continuar a parir. 
No caso de palpação, se as vezes não fez o DG, não contou feto, não tem pré-natal, eu tenho uma cadela que pariu 4 filhotes e vc não sabe se o 5 está lá ou não. Aí pode usar a palpação abdominal. O problema é que precisa ter experiência. O útero vai estar dilatada (a involução demora 20 dias). Precisa tomar cuidado pra não achar que é feto e não ser e o contrário também. Pode fazer, mas não é diagnóstico sozinho. 
Conformação do canal do parto (identificar se tem presença de anomalias/fissuras/ lacerações/neoplasias ou obstruções por feto). TVT, leyomiomas obstruem a passagem do feto no canal do parto. 
Torção ou ruptura uterina pode pensar na possibilidade quando aparece paciente chocado. 
Origem de distocias. 
Materna
Inércia uterina 1°: quando não tem contração uterina sem estar relacionado a obstrução ou processos de exaustão. A fêmea simplesmente não contrai, o útero não é sensível aos hormônios ou quando o útero está muito grande e a parede está estendida, não tem força de contração. O número de fetos, extensão do útero ou a síndrome do feto único (não tem o desencadeamento da contração). Idade, cadelas muito jovens ou idosas, pode ter debilidade de contração uterina, principalmente cadela >10anos de idade. 
Inércia 2°: relacionada a processos obstrutivos ou exaustão. O útero tem capacidade de contrair, mas ele não consegue por algum motivo. OU ele ta cansado ou tem algo impedindo a contração. Partos muito longos a cadela não aguenta mais contrair, hipoglicemia, hipocalcemia, dor (não quer mais parir). Processos obstrutivos e até mesmo as hérnias inguinais e perineais (as vzes o útero ta encarcerado e o feto não consegue passar. 
Menos comum: estreitamento pélvico, paciente semi-domicilado, Principalemente gatos que foram atropelados e ninguém sabe porque a fratura da pelve se resolucionou sozinha e a fêmea fica prenhe. Torção uterina, hidroalantóide ou anomalias no canal do parto (presença do septo, estenose)
Fetal
Anormalidade da estática: normal apresentação ântero-posterior, posição dorso-sacral, atitude membros estendidos. 
Síndrome do feto único, tem ausência de estímulos para o desencadeamento do trabalho de parto. 
Má formação: anasarca, hidrocefalia (cabeça muito grande). Aplasia hipofisária (não produz o cortisol). 
Abortamento
Prolongamento da gestação por uso de P4. 
Determinação do Sofrimento fetal Pelo US
A cadela apresenta todos os sinais de pódromo, tem tudo para parir sozinha, de que forma o US auxilia a viabilidade fetal. Se o feto está em sofrimento é distocia. Porque o parto eutócico é quando os fetos nascem com viabilidade adequada. Se tem um parto que a cadela demonstrou sinal de parto ele ainda não aconteceu, apesar do histórico , tem o filhote em sofrimento se está sofrendo, precisa por ele na mesa e tirar o mais rápido possível. 
Se a cadela está conseguindo expulsar, mas nasce natimortos julga como distocia. Teve a morte do filhote e ta expulsando morto. Ou teve abortamento ou foi uma distocia que depois o corpo se resolveu. Manda pra mesa para tentar salvar o máximo de filhotes possível. 
Quando posso aguardar
Hipoglicemia e hipocalecemia, posso tentar corrigir, pode ser que ela comece a contrair e consiga parir, mas isso precisa ser acompanhado com US, pra avaliar a viabilidade dos fetos. 
A cadela contrai fracamente e não tem processo obstrutivo você pode usar Ocitocina. Quando tem estática anormal, pode tentar fazer a manobra obstétrica. Intervalo aceitável entre os sinais de parto expulsou o tampão mucoso, deu 12h não começou sinais de parto até 24h espera antes de intervir. 
Explorar os exames complementares (US) repetir quantas vzes for necessário, Marcar o tempo, monitorar os parâmetros da fêmea, o reflexo de fergusson. Se fez o toque e a cadela não ta contraindo, os filhotes prontos (US) entrando em sofrimento sinal de distocia. Analgesia. Vídeo PUG: eu preciso parir e não aguento mais. 
Vídeo pinsher: contração abdominal intensa. Reflexo de fergusson, contração rigorosa. Processo obstrutivo acontecendo, distocia de origem fetal, anormalidade na estática. Rompe a membrana, líquido amniótico além de proteger o neném, lubrifica o canal do parto, rompe para dominuir o espaço e lubrificar o canal. O feto está vivo. Libera as vias áereas.
Caminhar com a fêmea: A caminhada ajuda nas contrações uterinas. Além de tirar ela do ambiente que ela pode estar tensa, medrosa. 
Acesso venoso, caso precise administrar os fármacos, fica mais rápido. Analgesia, glicose, cálcio. Manter na fluido, caso tenha caso de desidratação. 
Para o desencadear o parto, tem que virar a chavinha. As vzes o primeiro filhote demora mais que os demais. E essa questão da pausa no trabalho de parto é isso, vamos tomar uma água, acabei de parir 3 filhos, vamos dar uma volta, fazer o xixi, desestressar. 
Intervenção medicamentosa, só usar se não houver obstrução. Ocitocina, só usa em casos de contrações fracas e pouco vigorosas sem processos obstrutivos. Mas é preciso sempre monitorar, porque se esse filhote está em sofrimento fetal, não tem o porque fazer intervenção medicamentosa. Já faz cesárea. Pra não ter a chance de perder a ninhada. Só usa a intervenção medicamentosa se o intervalo está dentro do limite entre os partos, mas as contrações estão pouco vigorosas. Ocitocina e cálcio (auxilia na força de contração). E a a glicose porque o negócio ta trabalhando, ta gastando muita energia. Lembrando que caso a intervenção medicamentosa não seja eficiente cesárea.

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