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2 HISTÓRIA DO BRASIL – INTRODUÇÃO, PERÍODO PRÉ CABRALINO E PERÍODO PRÉ-COLONIAL QUESTÃO 01 (Unicamp 2020) Na América Portuguesa do século XVI, a política europeia para os indígenas pressupunha também a existência de uma política indígena frente aos europeus, já que os Tamoios e os Tupiniquins tinham seus próprios motivos para se aliarem aos franceses ou aos portugueses. (Adaptado de Manuela Carneiro da Cunha, Introdução a uma história indígena. São Paulo: Companhia das Letras/Fapesp, 1992, p. 18.) Com base no excerto e nos seus conhecimentos sobre os primeiros contatos entre europeus e indígenas no Brasil, assinale a alternativa correta. A) A população ameríndia era heterogênea e os conflitos entre diferentes grupos étnicos ajudaram a definir, de acordo com suas próprias lógicas e interesses, a dinâmica dos seus contatos com os europeus. B) O fato de Tamoios e Tupiniquins serem grupos aliados contribuiu para neutralizar as disputas entre franceses e portugueses pelo controle do Brasil, pelo papel mediador que os nativos exerciam. C) Os indígenas, agentes de sua história, desde cedo souberam explorar as rivalidades entre os europeus e mantê-los afastados dos seus conflitos interétnicos, anulando o impacto da presença portuguesa. D) As etnias indígenas viviam em harmonia umas com as outras e em equilíbrio com a natureza. Esse quadro foi alterado com a chegada dos europeus, que passaram a incentivar os conflitos interétnicos para estabelecer o domínio colonial. QUESTÃO 02 (Unesp 2019) O dia em que o capitão-mor Pedro Álvares Cabral levantou a cruz [...] era a 3 de maio, quando se celebra a invenção da Santa Cruz em que Cristo Nosso Redentor morreu por nós, e por esta causa pôs nome à terra que se encontrava descoberta de Santa Cruz e por este nome foi conhecida muitos anos. Porém, como o demônio com o sinal da cruz perdeu todo o domínio que tinha sobre os homens, receando perder também o muito que tinha em os desta terra, trabalhou que se esquecesse o primeiro nome e lhe ficasse o de Brasil, por causa de um pau assim chamado de cor abrasada e vermelha com que tingem panos [...]. (Frei Vicente do Salvador, 1627. Apud Laura de Mello e Souza. O Diabo e a Terra de Santa Cruz , 1986) O texto revela que A) a Igreja católica defendeu a prática do extrativismo durante o processo de conquista e colonização do Brasil. B) um esforço amplo de salvação dos povos nativos do Brasil orientou as ações dos mercadores portugueses. C) os nomes atribuídos pelos colonizadores às terras do Novo Mundo sempre respeitaram motivações e princípios religiosos. D) o objetivo primordial da colonização portuguesa do Brasil foi impedir o avanço do protestantismo nas terras do Novo Mundo. E) uma visão mística da colonização acompanhou a exploração dos recursos naturais existentes nas terras conquistadas. QUESTÃO 03 (Fac. Albert Einstein 2019) Mil anos antes da “descoberta” do Brasil pelos europeus, um grande movimento de migração parece ter se iniciado no sul da floresta amazônica. Os povos que se moviam falavam línguas aparentadas, de uma grande família de línguas que denominamos tupi-guarani. Praticavam a coivara e eram bons caçadores e pescadores. (Norberto Luiz Guarinello. Os primeiros habitantes do Brasil , 2009. Adaptado.) A partir do texto e de seus conhecimentos, pode-se afirmar que os referidos povos 3 A) limitavam-se ao extrativismo e alimentavam- se principalmente de moluscos, daí serem também chamados de povos dos sambaquis. B) eram pacíficos e estabeleceram relações amistosas com outros grupos nativos e, posteriormente, com os colonizadores portugueses. C) eram originários da Ilha de Marajó e dominavam a cerâmica, o que permitia a conservação de mantimentos e a produção de urnas funerárias. D) foram dizimados por grupos indígenas procedentes do litoral pacífico do continente, daí sua cultura ter sido extinta antes da conquista portuguesa. E) praticavam a agricultura e tinham bom domínio da navegação, o que contribuiu para sua expansão pelas terras posteriormente chamadas de Brasil. QUESTÃO 04 (Ufrgs 2018) Leia o segmento abaixo, do escritor indígena Ailton Krenak. Os fatos e a história recente dos últimos 500 anos têm indicado que o tempo desse encontro entre as nossas culturas é um tempo que acontece e se repete todo dia. Não houve um encontro entre as culturas dos povos do Ocidente e a cultura do continente americano numa data e num tempo demarcado que pudéssemos chamar de 1500 ou de 1800. Estamos convivendo com esse contato desde sempre. KRENAK, Ailton. O eterno retorno do encontro . In: NOVAES, Adauto (org.). A outra margem do Ocidente. São Paulo: Funarte, Companhia das Letras, 1999. p. 25. Considerando a história indígena no Brasil, a principal ideia contida no segmento é A) negação da conquista europeia na América, em 1500. B) ausência de transformação social nas sociedades ameríndias. C) exclusão dos povos americanos da história ocidental. D) estagnação social do continente sul- americano após a chegada dos europeus. E) continuidade histórica do contato cultural entre ocidentais e indígenas. QUESTÃO 05 (Mackenzie 2018) “(...) Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs o nome – o Monte Pascoal, e à terra – a Terra de Vera Cruz.” CAMINHA, Pero Vaz de. “Carta. In: Freitas a el -rei D. Manuel”.In FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de história. Lisboa: Plátano, 1986. V. II, p. 99-100. O texto acima é parte da carta do escrivão, Pero Vaz de Caminha, tripulante a bordo da armada de Pedro Álvarez Cabral, ao rei português D. Manuel, narrando o descobrimento do Brasil. Essa expedição marítima pode ser entendida no contexto socioeconômico da época, como uma A) tentativa de obtenção de novas terras, no continente europeu, para ceder aos nobres portugueses, empobrecidos pelo declínio do feudalismo, verificado durante todo o século XIV. B) consolidação do poder da Igreja junto às Monarquias ibéricas, interessada tanto em reprimir o avanço mulçumano no Mediterrâneo, quanto em cristianizar os indígenas do Novo Continente. C) busca por ouro e prata no litoral americano, para suprir a escassez de metais preciosos na Europa, o que prejudicava a continuidade do comércio com o Oriente. D) conquista do litoral brasileiro e sua ocupação, garantindo que a coroa portuguesa tomasse posse dos territórios a ela concedidos, pelo Tratado de Tordesilhas, em 1494. E) tomada oficial das terras garantidas a Portugal, pelo acordo de Tordesilhas, e o controle exclusivo português da rota atlântica, dando-lhes acesso ao lucrativo comércio de especiarias. 4 QUESTÃO 06 (Udesc 2018) É prática comum nos programas escolares a delimitação de datas que marcam o início e, muitas vezes, o fim de processos históricos. No caso da História do Brasil, o ano de 1500 recebe bastante atenção. A respeito do ano de 1500 como início oficial da História do Brasil, analise as proposições. I. A definição de datas como marcos históricos tem implicações políticas, uma vez que elege certos eventos como fundamentais. No caso da História do Brasil, a ênfase no ano de 1500 ressalta a importância atribuída à chegada dos europeus para a constituição da história brasileira. II. Ao definir o ano de 1500 como marco inicial para a História do Brasil, corre-se o risco de desconsiderar a importância da história, as características e os costumes dos vários grupos indígenas que já habitavam o território, que seria posteriormente conhecido como Brasil. III. A definição do ano de1500, como marco para o início oficial da História do Brasil, foi resultado de uma série de demandas populares que reivindicavam a possibilidade de opinar a respeito da oficialização da História Nacional. Assinale a alternativa correta. A) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. B) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. C) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. D) Somente a afirmativa I é verdadeira. E) Somente a afirmativa II é verdadeira. QUESTÃO 07 (Unesp 2018) Em 1500, fazia oito anos que havia presença europeia no Caribe: uma primeira tentativa de colonização que ninguém na época podia imaginar que seria o prelúdio da conquista e da ocidentalização de todo um continente e até, na realidade, uma das primeiras etapas da globalização. A aventura das ilhas foi exemplar para toda a América, espanhola, inglesa ou portuguesa, pois ali se desenvolveu um roteiro que se reproduziu em várias outras regiões do continente americano: caos e esbanjamento, incompetência e desperdício, indiferença, massacres e epidemias. A experiência serviu pelo menos de lição à coroa espanhola, que tentou praticar no resto de suas possessões americanas uma política mais racional de dominação e de exploração dos vencidos: a instalação de uma Igreja poderosa, dominadora e próxima dos autóctones, assim como a instalação de uma rede administrativa densa e o envio de funcionários zelosos, que evitaram a repetição da catástrofe antilhana. (Serge Gruzinski. A passagem do século: 1480-1520: as origens da globalização, 1999. Adaptado.) As epidemias provocadas pelos contatos entre europeus e povos autóctones da América A) demonstraram o risco da expansão territorial para áreas distantes e determinaram o imediato desenvolvimento de vacinas. B) representaram uma espécie de guerra biológica que afetou, ainda que de forma desigual, conquistadores e conquistados. C) provocaram a interdição, pelas cortes europeias, da circulação de mulheres grávidas entre os dois continentes. D) foram utilizadas pelos nativos para impedir o avanço dos europeus, que contraíram doenças tropicais, como a febre amarela e a malária. E) levaram à proibição, pelas cortes europeias, do contato sexual entre europeus e nativos, para impedir a propagação da sífilis. 5 QUESTÃO 08 (Unesp 2018) Os problemas ocorridos na colonização das ilhas do Caribe podem ser considerados “exemplares para toda a América”, pois geraram A) a identificação de uma grande oportunidade, para nativos e europeus, de conviver com outros povos e desenvolver a tolerância e o respeito a valores morais e culturais diferentes. B) o temor, nos indígenas, diante da ambição europeia e a percepção, pelos europeus, da dificuldade de estruturar o empreendimento colonial e manter o controle de terras e povos tão distantes. C) o início de um longo conflito entre os europeus e as populações nativas, que provocou perdas humanas e financeiras nos dois lados, inviabilizando a exploração comercial da América. D) a formação de uma elite colonial que recusava submeter-se às ordens das coroas europeias e dispunha de plena autonomia na produção e comercialização das mercadorias. E) o reconhecimento, pelos europeus, da necessidade de instalação de feitorias no litoral para a segurança dos viajantes e a aceitação, pelos nativos, da hegemonia dos conquistadores. QUESTÃO 09 (Uefs 2018) O “coração” econômico da época, Veneza, tem cada vez mais dificuldades em assegurar a competitividade de seus produtos. Em 1504, os navios venezianos já quase não encontram pimenta em Alexandria. As especiarias desta proveniência se revelam muito mais caras do que as que são encaminhadas da Índia portuguesa: a pimenta embarcada pelos portugueses em Calicute é quarenta vezes menos onerosa do que a que transita por Alexandria. (Jacques Attali. 1492, 1991. Adaptado.) O início da colonização efetiva do Brasil por Portugal, historicamente condicionado pelos fatos referidos pelo excerto, A) teve início assim que os navegadores chegaram às novas terras. B) projetou a hegemonia portuguesa no comércio atlântico. C) enriqueceu a Metrópole com a descoberta de metais preciosos. D) atardou-se devido aos lucros auferidos com o comércio oriental. E) foi financiado pelos lucros gerados pelo comércio de especiarias. QUESTÃO 10 (Pucpr 2017) A primeira missa no Brasil é um momento emblemático do início da colonização portuguesa na América, celebrada poucos dias após a chegada e desembarque dos portugueses na costa brasileira, imortalizada pela narrativa na Carta de Pero Vaz de Caminha e no óleo sobre tela de Victor Meirelles. A ocupação de fato demorou um pouco mais a acontecer, dentre as razões para seu início, temos 6 A) o aumento do comércio de especiarias com o Oriente, levando à maior necessidade de mercados consumidores. B) a descoberta de metais preciosos na colônia portuguesa, acelerando o interesse da metrópole na exploração de sua colônia. C) a probabilidade da tomada das terras por corsários ingleses que vinham atrás do contrabando de escravos indígenas para outras colônias. D) a necessidade de tomar posse e defender suas terras para evitar a vinda de exploradores sem o conhecimento da coroa portuguesa. E) a construção das feitorias para armazenar pau-brasil e carregar navios, promovendo a migração de um grande contingente de portugueses para povoar e cuidar das novas vilas. QUESTÃO 11 (Ufu 2017) Refiro-me à destruição que pudemos fazer da grande (20 40 metros) e velha maloca taracuá [...] Sabe V. Rvma. que para o índio a maloca é cozinha, dormitório, refeitório, tenda de trabalho, lugar de reunião na estação de chuvas e sala de dança nas grandes solenidades. [...] A maloca é também, como costumava dizer o zeloso dom Bazola, a “casa do diabo”, pois que ali se fazem as orgias infernais, maquinam-se as mais atrozes vinganças contra os brancos e contra outros índios... Monsenhor Pedro Massa, início século XX. In: ZENUN, K. H. e ADISSI, V. M. A. Ser índio hoje: a tensão territorial. 2. ed. São Paulo: Loyola, 1999, p. 70. (Adaptado). Com a chegada dos europeus ao continente americano, teve início a subjetivação da figura do índio, delineando-se, gradativamente, a imagem do nativo ocioso, preguiçoso, indisciplinado e desorganizado. Esse ponto de vista atravessou séculos e sobrevive em nossos dias. Dessa maneira, de acordo com a citação, derrubar a maloca seria uma ação necessária, pois a moradia indígena representava o(a) A) tradição da cultura pagã que contrariava os planos de conversão e domínio espiritual. B) baluarte de expressão da organização tribal, influência do contato com a cultura africana. C) símbolo de superioridade da cultura indígena, quando comparada à europeia. D) obstáculo que impedia o trabalho de catequese no espaço conhecido como reduções. QUESTÃO 12 (Puccamp 2017) A chegada dos colonizadores portugueses ao Brasil foi narrada na carta de Pero Vaz de Caminha, à qual se seguiram as seguintes expressões culturais nos primeiros momentos de nossa história: A) Formação de academias literárias e propagação de um ideário nacionalista. B) Maturação de um autêntico sistema literário e formação de grêmios republicanos. C) Correspondência de viajantes e documentação das riquezas naturais. D) Abertura dos portos às nações amigas e consolidação da imprensa. E) Catequese promovida pelos jesuítas e consolidação dos ideais emancipacionistas. QUESTÃO 13 (Upe-ssa 2017) Na bacia do Rio São Francisco, nas paleolagoas conhecidas hoje como tanques, foram achados ossos de animais extintosda fauna pleistocênica, que conviveram com o homem em diversas áreas da região, como Salgueiro e Alagoinha, em Pernambuco. Pesquisas mais recentes assinalaram, também, a presença de megafauna, como o mastodonte e a preguiça- gigante, como é o caso da Lagoa Uri de Cima em Salgueiro. MARTIN, Gabriela; PESSIS, Anne-Marie. Breve Panorama da Pré-História do Vale do São Francisco no Nordeste do Brasil. Revista FUMDHAMentos, Volume 1 – Número 10 – Ano 2013, p. 14, adaptado. 7 O trecho acima propõe uma leitura da História do Brasil, que se caracteriza pela A) presença essencial dos europeus no continente americano. B) inexistência de exemplares da megafauna em território brasileiro. C) carência de estudos paleoantropológicos e sítios arqueológicos no Nordeste. D) antiguidade da presença humana no país, anterior à chegada dos portugueses. E) existência de répteis de porte avantajado, popularmente conhecidos como dinossauros. QUESTÃO 14 (Enem 2016) Texto I Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos habitantes indígenas como “os brasis”, ou “gente brasília” e, ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro” era a eles aplicado, mas as referências ao status econômico e jurídico desses eram muito mais populares. Assim, os termos “negro da terra” e “índios” eram utilizados com mais frequência do que qualquer outro. SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o Brasil: a construção de um povo. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem Incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000 (adaptado). Texto II Índio é um conceito construído no processo de conquista da América pelos europeus. Desinteressados pela diversidade cultural, imbuídos de forte preconceito para com o outro, o indivíduo de outras culturas, espanhóis, portugueses, franceses e anglo- saxões terminaram por denominar da mesma forma povos tão díspares quanto os tupinambás e os astecas. SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005. Ao comparar os textos, as formas de designação dos grupos nativos pelos europeus, durante o período analisado, são reveladoras da A) concepção idealizada do território, entendido como geograficamente indiferenciado. B) percepção corrente de uma ancestralidade comum às populações ameríndias. C) compreensão etnocêntrica acerca das populações dos territórios conquistados. D) transposição direta das categorias originadas no imaginário medieval. E) visão utópica configurada a partir de fantasias de riqueza. QUESTÃO 15 (G1 – Ifsul 2016) De 1500 a 1530, os portugueses não desenvolveram um grande projeto de colonização para a sua colônia na América (Brasil). Nesse período, ocorreram as expedições de reconhecimentos e as expedições guarda-costas. A economia, nesse período, A) deteve-se ao cultivo de café na região do Vale do rio Paraíba. B) limitou-se ao cultivo de cana-de-açúcar no nordeste com o trabalho escravo. C) dedicou-se à extração de metais preciosos, sobretudo prata, nas Gerais. D) baseou-se na extração do pau-brasil através do escambo com os nativos. QUESTÃO 16 (Enem Libras 2017) Os cartógrafos portugueses teriam falseado as representações do Brasil nas cartas geográficas, fazendo concordar o meridiano com os acidentes geográficos de forma a ressaltar uma suposta fronteira natural dos domínios lusos. O delineamento de uma grande lagoa que conectava a bacia platina com a amazônica já era visível nas primeiras descrições geográficas e mapas produzidos por Gaspar Viegas, no Atlas de Lopo Homem (1519), nas cartas de Diogo Ribeiro (1525-27), no planisfério de André Homen (1559), nos mapas de Bartolomeu Velho (1561). KANTOR, Í. Usos diplomáticos da ilha-Brasil: polêmicas cartográficas e historiográficas. Varia Historia, n. 37, 2007 (adaptado). 8 De acordo com a argumentação exposta no texto, um dos objetivos das representações cartográficas mencionadas era A) garantir o domínio da Metrópole sobre o território cobiçado. B) demarcar os limites precisos do Tratado de Tordesilhas. C) afastar as populações nativas do espaço demarcado. D) respeitar a conquista espanhola sobre o Império Inca. E) demonstrar a viabilidade comercial do empreendimento colonial. QUESTÃO 17 (G1 – Ifsul 2016) A língua de que usam, por toda a costa, carece de três letras; convém a saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei, e dessa maneira vivem desordenadamente, sem terem além disto conta, nem peso, nem medida. GÂNDAVO, P M. A primeira historia do Brasil: história da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2004 (adaptado). A observação do cronista português Pero de Magalhães de Gândavo, em 1576, sobre a ausência das letras F, L e R na língua mencionada, demonstra a A) simplicidade da organização social das tribos brasileiras. B) dominação portuguesa imposta aos índios no início da colonização. C) superioridade da sociedade europeia em relação à sociedade indígena. D) incompreensão dos valores socioculturais indígenas pelos portugueses. E) dificuldade experimentada pelos portugueses no aprendizado da língua nativa. QUESTÃO 18 (Udesc 2015) Leia com atenção o fragmento retirado da Carta de Pero Vaz de Caminha. “E quando veio ao Evangelho, que nos erguemos todos em pé, com as mãos levantadas, eles [os índios] se levantaram conosco e alçaram as mãos, ficando assim, até ser acabado; e então tornaram-se a assentar como nós. E quando levantaram a Deus, que nos pusemos de joelhos, eles se puseram assim todos, como nós estávamos com as mãos levantadas, e em tal maneira sossegados, que, certifico a Vossa Alteza, nos fez muita devoção.” Pero Vaz de Caminha. In: OLIVIERI, A. C. e VILLA, M. A. Crônicas do descobrimento. São Paulo: Ática, 1999, p. 23. Em relação à Carta de Caminha para o Rei de Portugal, pode-se dizer que é: A) Uma narrativa que projeta sobre as populações nativas uma visão de mundo cristão, como se o Brasil fosse uma espécie de paraíso edênico. B) Um relato imparcial sobre as populações indígenas, porque o autor narra exatamente o que viu e viveu no Brasil. C) Uma narrativa capaz de identificar a verdadeira essência das populações indígenas brasileiras que já conheciam o cristianismo, e traziam no seu íntimo um conhecimento prévio dos ensinamentos pregados por Cristo a seus discípulos. D) Um relato que expressa total ignorância e despreparo do cronista sobre o caráter dissimulado e estratégico das populações indígenas, que desejavam tão somente ganhar a confiança dos viajantes europeus para obter lucros e fazer alianças políticas para derrotar seus inimigos. E) Um relato sem valor histórico, pois está marcado por uma perspectiva eurocêntrica e preconceituosa sobre os habitantes nativos do Brasil. 9 QUESTÃO 19 (Espcex Aman 2015) “Os primeiros trinta anos da História do Brasil são conhecidos como período Pré- Colonial. Nesse período, a coroa portuguesa iniciou a dominação das terras brasileiras, sem, no entanto, traçar um plano de ocupação efetiva. […] A atenção da burguesia metropolitana e do governo português estavam voltados para o comércio com o Oriente, que desde a viagem de Vasco da Gama, no final do século XV, havia sido monopolizado pelo Estado português. […] O desinteresse português em relação ao Brasil estava em conformidade com os interesses mercantilistas da época, como observou o navegante Américo Vespúcio, após a exploração do litoral brasileiro, pode-se dizer que não encontramos nada de proveito”. Berutti, 2004. Sobre o período retratado no texto,pode-se afirmar que o(a) A) desinteresse português pelo Brasil nos primeiros anos de colonização, deu-se em decorrência dos tratados comerciais assinados com a Espanha, que tinha prioridade pela exploração de terras situadas a oeste de Greenwich. B) maior distância marítima era a maior desvantagem brasileira em relação ao comércio com as Índias. C) desinteresse português pode ser melhor explicado pela resistência oferecida pelos indígenas que dificultavam o desembarque e o reconhecimento das novas terras. D) abertura de um novo mercado na América do Sul, ampliava as possibilidades de lucro da burguesia metropolitana portuguesa. E) relativo descaso português pelo Brasil, nos primeiros trinta anos de História, explica-se pela aparente inexistência de artigos (ou produtos) que atendiam aos interesses daqueles que patrocinavam as expedições. QUESTÃO 20 (G1 – Ifsc 2014) A imagem abaixo apresenta um ritual antropofágico de um povo indígena do território onde hoje é o Brasil. Sobre os povos indígenas do Brasil, assinale a alternativa CORRETA. A) Os povos indígenas não foram escravizados pelos portugueses, pois praticavam o escambo. B) A imagem acima é falsa, pois os indígenas brasileiros não praticavam a antropofagia. C) Todos os povos indígenas brasileiros eram amistosos, o que facilitou a colonização portuguesa. D) Os povos indígenas brasileiros apresentavam muitas diferenças entre si, possuíam línguas diferentes, alguns praticavam a antropofagia, outros eram nômades, enquanto outros, sedentários. E) Os portugueses só tiveram contato com os povos indígenas após a chegada do primeiro Governador Geral. 10 RESOLUÇÕES RESPOSTA DA QUESTÃO 01: [A] A princípio, em especial durante o ciclo do pau-brasil, o contato entre indígenas e portugueses foi amistoso. Porém, a partir da adoção da agromanufatura do açúcar, os portugueses passaram a tratar os indígenas como possível mão de obra nos engenhos, o que levou as diferentes tribos brasileiras a usar as rivalidades entre os países europeus (como França e Portugal) em benefício próprio. RESPOSTA DA QUESTÃO 02: [E] O historiador Frei Vicente de Salvador afirma que a terra “descoberta” por Cabral recebeu um nome de viés religioso, Terra de Santa Cruz, porém o aspecto econômico comercial ligado ao demônio se sobrepôs e a terra recém- descoberta mudou seu nome para “Brasil, ou seja, foi a vitória do profano sobre o sagrado. RESPOSTA DA QUESTÃO 03: [E] É necessário que os vestibulandos utilizem o raciocínio lógico associando a prática da agricultura com o emprego da coivara. A alternativa correta é a [E]. Coivara é um regime agrícola bastante rudimentar de comunidades indígenas e quilombolas. Inicia-se a plantação através da derrubada da mata nativa, queima a vegetação, há uma plantação intercalada de várias culturas num sistema de rotação de culturas como arroz, milho, feijão, etc. RESPOSTA DA QUESTÃO 04: [E] A explanação do escritor indígena é bastante clara: desde o primeiro momento de contato, nunca mais a relação cultural entre indígenas e brancos deixou de acontecer no Brasil, sempre trazendo consequências para os dois lados. RESPOSTA DA QUESTÃO 05: [E] A viagem de Pedro Álvarez Cabral ao Brasil em 1500 está vinculada ao Tratado de Tordesilhas de 1494 no qual Portugal pretendia garantir suas posses de terras bem como ter o acesso a rota do Atlântico para atingir o lucrativo comércio das especiarias. RESPOSTA DA QUESTÃO 06: [A] A afirmativa [III] está incorreta porque a definição de 1500 como marco inicial da nossa História não passou pelo crivo popular do país, tendo sido definida de maneira elitista pelos intelectuais do país. RESPOSTA DA QUESTÃO 07: [B] A guerra biológica ou bacteriológica foi uma das estratégias, principalmente de espanhóis, para enfraquecer e dominar as populações ameríndias. RESPOSTA DA QUESTÃO 08: [B] O texto sugere que o fracasso de colonização das Ilhas do Caribe indicou aos colonizadores europeus que caminhos seguir na tentativa de tornar o continente americano lucrativo. Além disso, do primeiro contato entre europeus e indígenas surgiu a percepção, para os últimos, que os primeiros seriam capazes de tudo para dominar os territórios da América. 11 RESPOSTA DA QUESTÃO 09: [D] Devido aos lucros obtidos no comércio de especiarias (cerca de 500% ao ano), Portugal ficou, entre 1500 e 1530, sem efetivar a colonização do Brasil. RESPOSTA DA QUESTÃO 10: [D] A questão remete ao período denominado Pré- Colonial, 1500-1530, entre a viagem de Cabral em 1500 à viagem de Martim Afonso de Souza em 1530. Neste período não ocorreu ocupação portuguesa no Brasil, pois o país ibérico priorizou o comércio das especiarias no oriente deixando o Brasil em segundo plano. Na viagem de Cabral em 1500 havia uma preocupação em defender as terras lusitanas demarcadas pelo Tratado de Tordesilhas diante da possibilidade de invasões. RESPOSTA DA QUESTÃO 11: [A] A questão aponta para o etnocentrismo. Com a chegada à América do europeu, homem branco e cristão, a cultura ameríndia foi concebida a partir do olhar europeu e, desta forma, os índios foram rotulados de selvagens, bárbaros, vagabundos, indisciplinados, sem fé e sem valores, etc. Daí a necessidade da catequese, converter estes homens á civilização cristã ocidental, trabalho desempenhado pelos padres jesuítas. RESPOSTA DA QUESTÃO 12: [C] Com a chegada dos portugueses ao Brasil a partir do ano de 1500, os cronistas, viajantes europeus, escreveram os primeiros documentos sobre a colônia com um forte viés etnocêntrico. Naquele contexto Absolutista- Mercantilista, no continente Europeu existiam os Estados Modernos que necessitavam de muitos recursos para manter a máquina estatal, daí a importância da colonização da América para alavancar estas riquezas. Neste sentido, os cronistas em seus relatos faziam um mapeamento das riquezas naturais, em especial os metais preciosos, para facilitar a exploração. Um grande exemplo foi a carta de Pero Vaz de Caminha. RESPOSTA DA QUESTÃO 13: [D] O texto mostra a existência de vestígios que indicam a presença de animais do chamado “período pré-histórico” em terras brasileiras, evidenciando que a História brasileira é anterior a presença europeia no país. RESPOSTA DA QUESTÃO 14: [C] Ao desprezarem a diversidade cultural indígena, os europeus que chegaram ao continente americano demonstram seu etnocentrismo, que se manifesta tanto na linguagem que utilizam, quanto nas atitudes que tomam nesses novos territórios. RESPOSTA DA QUESTÃO 15: [D] A questão está vinculada ao período Pré- Colonial, 1500-1530, entre a viagem de Cabral em 1500 até a viagem de Martim Afonso de Souza em 1530. Neste contexto Portugal priorizou o comércio das especiarias no oriente deixando o Brasil em segundo plano uma vez que não foi encontrada riqueza fácil nas novas terras. Restringindo-se, basicamente, à extração do pau-brasil através da exploração do trabalho indígena denominada escambo, como aponta a alternativa. 12 RESPOSTA DA QUESTÃO 16: [A] O texto explica que os primeiros mapas feitos para descrever o Brasil foram manipulados pelos cartógrafos, que mudavam a localização do meridiano que dividia o continente entre Portugal e Espanha para que o mesmo coincidisse com acidentes geográficos que interessavam a Portugal explorar, como a Bacia Platina. RESPOSTA DA QUESTÃO 17: [D] Os portugueses enxergaram os indígenas de maneira etnocêntrica, medindo o povo indígena a partir dos seus próprios valores. Por isso, a crítica à falta de fé, lei e rei. RESPOSTA DAQUESTÃO 18: [A] A questão remete ao importante documento histórico, a “Carta de Caminha”. Esta questão pode ser respondida a partir das alternativas incorretas. Pero Vaz de Caminha narrou o indígena dentro de sua concepção de mundo, a cultura cristã ocidental. Sua narrativa não identificou a verdadeira essência das populações indígenas brasileiras. Não podemos concordar com a ideia de que os indígenas eram dissimulados e estratégicos e que possuíam interesses em obter lucros. O documento tem um grande valor histórico. RESPOSTA DA QUESTÃO 19: [E] A questão remete ao período Pré-Colonial que ocorreu no Brasil entre 1500-1530. As Grandes Navegações que ocorreram ao longo do século XV foram importantes para angariar recursos para os Estados Modernos. Desta forma, já havia dentro destas navegações ideias mercantilistas, ou seja, buscar metais preciosos e especiarias para a Europa. A viagem de Vasco da Gama que chegou às Índias em 1498 foi coroada de êxito dando um lucro exorbitante para Portugal. Assim, foi criada a mesma expectativa quanto a viagem de Cabral ao Brasil em 1500. Conforme relata a Carta de Caminha não havia riqueza no Brasil, ou seja, metais preciosos e especiarias e que o melhor a fazer é a catequese dos índios. O sucesso da viagem de Vasco da Gama e o fracasso da viagem de Cabral explicam o relativo descaso de Portugal em relação ao Brasil priorizando, então, o comércio das especarias no oriente. Daí o período Pré- Colonial. RESPOSTA DA QUESTÃO 20: [D] As populações indígenas brasileiras não eram homogêneas: algumas viviam sob as bases paleolíticas – sendo nômades e coletoras – outras viviam sob as bases neolíticas – sendo sedentárias e agricultoras – e outras, ainda, praticavam a antropofagia – como mostra a imagem. 13 HISTÓRIA DO BRASIL – COLÔNIA: ASPECTOS POLÍTICOS, ECONOMIA AÇUCAREIRA E ATIVIDADES COMPLEMENTARES QUESTÃO 01 (Espcex Aman 2019) Do ponto de vista econômico, o sistema de capitanias, implantado em 1534, não alcançou os resultados esperados pelos portugueses. Entre as poucas capitanias que progrediram e obtiveram lucros, principalmente com a produção de açúcar, estavam as de A) Rio Grande e Itamaracá. B) São Vicente e Rio Grande. C) Santana e Ilhéus. D) Maranhão e Pernambuco. E) São Vicente e Pernambuco. QUESTÃO 02 (Famerp 2019) O sistema de plantation, predominante na colonização portuguesa do Brasil, baseou-se na A) produção agrícola voltada à subsistência e ao comércio local. B) exportação dos excedentes agrícolas não consumidos internamente. C) aplicação de moderna tecnologia europeia à agricultura. D) rotação de culturas em pequenas propriedades rurais. E) monocultura extensiva com emprego de trabalho compulsório. QUESTÃO 03 (Uepg 2018) Diferente da versão romantizada que mostra uma chegada pacífica dos europeus ao Brasil no século XVI, a colonização portuguesa se deu a partir do uso sistemático da violência e do extermínio dos habitantes originais da terra (os indígenas). A exploração e o povoamento da colônia só foi possível após a sobreposição bélica dos europeus sobre os nativos. A respeito da colonização brasileira no século XVI, assinale o que for correto. 01) No século XVI, as mulheres tiveram destacada atuação na vida social e política colonial. Não são raros os casos de mulheres que administraram engenhos de açúcar e ocuparam cargos nas câmaras coloniais. Esse quadro muda gradualmente nos dois últimos séculos coloniais. 02) É possível afirmar que a ocupação efetiva da colônia pelos portugueses se deu a partir de 1530. Antes disso, ocorrem algumas expedições, nomeiam-se algumas localidades litorâneas e se constroem poucas feitorias. Somente com a produção do açúcar no litoral nordestino é que, de fato, os portugueses trazem contingentes humanos e montam uma estrutura produtiva na colônia. 04) Martin Afonso de Souza fundou as vilas de Piratininga e São Vicente (ambas no litoral de São Paulo) e ali desenvolveu o plantio de cana-de-açúcar, cultura com a qual os portugueses tomaram contato durante as Cruzadas medievais. 08) A atividade açucareira no século XVI teve seu auge no litoral nordestino. Naquela região, os engenhos reais contavam com centenas de escravos (predominantemente africanos) e produziam em larga escala, uma vez que o principal objetivo era abastecer os mercados europeus. 16) Na medida em que já existiam habitantes no território brasileiro antes da chegada dos europeus é, no mínimo, questionável, o uso do termo "descobrimento do Brasil" pelos portugueses. O que houve, de fato, foi um processo de dominação dos europeus sobre os nativos americanos. 14 QUESTÃO 04 (Espm 2018) Em 1549 o rei D. João III decidiu, sem abolir o sistema de capitanias hereditárias, instituir um novo regime. Acompanhado por quatrocentos soldados, seiscentos degredados, seis jesuítas e muitos mecânicos, partiu de Lisboa o primeiro governador-geral, Tomé de Souza, que aportou à baía de Todos-os-Santos em fins de março de 1549. Com o governador chegaram também o ouvidor-geral, Pero Borges e o provedor-mor, Antônio Caridoso de Barros. (Capistrano de Abreu. Capítulos de História Colonial) O ouvidor-geral e o provedor-mor desempenhavam, respectivamente, funções de: A) defesa – administração civil; B) justiça – fazenda; C) fazenda – defesa; D) administração militar – justiça; E) administração da capital – vereança. QUESTÃO 05 (Fuvest 2016) Eu por vezes tenho dito a V. A. aquilo que me parecia acerca dos negócios da França, e isto por ver por conjecturas e aparências grandes aquilo que podia suceder dos pontos mais aparentes, que consigo traziam muito prejuízo ao estado e aumento dos senhorios de V. A. E tudo se encerrava em vós, Senhor, trabalhardes com modos honestos de fazer que esta gente não houvesse de entrar nem possuir coisa de vossas navegações, pelo grandíssimo dano que daí se podia seguir. Serafim Leite. Cartas dos primeiros jesuítas do Brasil , 1954. O trecho acima foi extraído de uma carta dirigida pelo padre jesuíta Diogo de Gouveia ao Rei de Portugal D. João III, escrita em Paris, em 17/02/1538. Seu conteúdo mostra A) a persistência dos ataques franceses contra a América, que Portugal vinha tentando colonizar de modo efetivo desde a adoção do sistema de capitanias hereditárias. B) os primórdios da aliança que logo se estabeleceria entre as Coroas de Portugal e da França e que visava a combater as pretensões expansionistas da Espanha na América. C) a preocupação dos jesuítas portugueses com a expansão de jesuítas franceses, que, no Brasil, vinham exercendo grande influência sobre as populações nativas. D) o projeto de expansão territorial português na Europa, o qual, na época da carta, visava à dominação de territórios franceses tanto na Europa quanto na América. E) a manifestação de um conflito entre a recém- criada ordem jesuíta e a Coroa portuguesa em torno do combate à pirataria francesa. QUESTÃO 06 (Ucs 2016) Considere as seguintes afirmativas sobre o Período Colonial brasileiro. I. Os núcleos de povoamento, depois transformados em cidades, desde a expedição de Martim Afonso de Souza, em 1531, tornaram-se valiosos instrumentos do sistema administrativo brasileiro. II. Três características básicas se complementaram na exploração colonial do Brasil: economia voltada para o mercado externo, latifúndio e escravidão. III. A exploração econômica preferida pelos portugueses no Brasil foi a produção manufatureira, em função da abundância de matéria-prima. Das proposições acima, A) apenas I está correta. B) apenas II está correta. C) apenas Ie II estão corretas. D) apenas II e III estão corretas. E) I, II e III estão corretas. 15 QUESTÃO 07 (Espm 2016) Quem vir na escuridade da noite aquelas fornalhas tremendas perpetuamente ardentes, o ruído das rodas, das cadeias, da gente toda da cor da mesma noite, trabalhando vivamente, e gemendo tudo ao mesmo tempo sem momento de tréguas, nem de descanso; quem vir enfim toda a máquina e aparato confuso e estrondoso daquela Babilônia, não poderá duvidar, ainda que tenha visto Etnas e Vesúvios, que é uma semelhança de inferno. (Padre Antonio Vieira. Citado por Lilia Schwarcz e Heloisa Starling in Brasil uma Biografia) A leitura do trecho deve ser relacionada com: A) o trabalho indígena na extração do pau- brasil; B) o trabalho indígena na lavoura da cana-de- açúcar; C) o trabalho de escravos negros africanos no engenho de cana-de-açúcar; D) o trabalho de escravos negros africanos no garimpo, na mineração; E) o trabalho de imigrantes italianos na lavoura cafeeira. QUESTÃO 08 (Pucsp 2016) As observações do donatário de Pernambuco sobre suas atividades à frente da Capitania expõem a A) exclusividade da produção açucareira e a inexistência de outras atividades produtivas no Brasil colonial. B) destinação externa de toda a produção agrícola da colônia e a necessidade de importação de alimentos para abastecer a população que vivia na colônia. C) centralidade da produção açucareira e o esforço de obtenção de mão de obra qualificada e de articulação da empresa agrícola com outros setores da economia. D) carência de mercado interno para os produtos agrícolas e a necessidade de rigoroso controle sobre os escravos. QUESTÃO 09 (Uem 2015) Nos dois primeiros séculos da colonização portuguesa na América, o número de vilas e de cidades oficialmente constituídas era pequeno e não atingia duas centenas. A respeito das vilas, das cidades e da vida urbana na América Portuguesa, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) O pequeno número de vilas existentes nos séculos XVI e XVII relaciona-se às características socioeconômicas da colonização portuguesa do Brasil naquele período. 02) A administração pública das vilas era exercida pela câmara municipal (ou Senado da Câmara). A câmara era composta por vereadores eleitos entre os chamados “homens bons” e gozava de uma certa autonomia em relação ao poder central. 04) Relacionado à mineração, no século XVIII ocorreu um crescimento da vida urbana, principalmente na região de Minas Gerais, e as vilas tornaram-se efetivamente centros econômicos e polos de sociabilidades. 08) Até o final do século XVII os papéis político e econômico das vilas foram, em geral, pouco expressivos; os engenhos, além de centralizarem as atividades econômicas, eram também polos da vida social. 16) As principais cidades brasileiras dos dois primeiros séculos da colonização portuguesa, como Salvador, Rio de Janeiro e Recife, surgiram ao redor de Missões dos jesuítas, a partir das necessidades de abastecimento desses centros de catequese. 16 QUESTÃO 10 (G1 - ifsc 2015) Seiscentas peças barganhei – Que pechincha – no Senegal A carne é rija, os músculos de aço, Boa liga do melhor metal. Em troca dei só aguardente, Contas, latão – um peso morto! Eu ganho oitocentos por cento Se a metade chegar ao porto. Fonte: Heinrich Heine, apud Alfredo Bosi. Dialética da colonização: São Paulo: Companhia das Letras, 1992. Assinale a alternativa CORRETA. A) Com o verso “Boa liga do melhor metal”, o autor está elogiando a qualidade dos metais preciosos encontrados no Senegal, colônia que Portugal estava explorando. B) Os versos do poeta referem-se a uma atividade do tempo do Brasil colônia, relacionada à origem da mão de obra utilizada na produção de açúcar nos engenhos ali instalados. C) Do trecho do poema se conclui que o tráfico negreiro era uma atividade que não recompensava economicamente aos traficantes, pois só a metade da carga chegava em condições ao porto de destino. D) O poema não se refere à colonização portuguesa no Brasil, porque a mão de obra escravizada foi só do índio, portanto, não havia transporte de longa distância em navios. E) O Estado português e a Igreja Católica foram radicalmente contra a escravização dos africanos, combatendo o tráfico de pessoas em qualquer parte do mundo. QUESTÃO 11 (G1 - ifsc 2015) O Brasil colonial não nasceu do açúcar, mas do pau-brasil. Foi a famosa madeira, da qual se extrai um corante, que primeiro deu motivos aos portugueses para se estabelecer e explorar a terra a que tinham chegado em 1500. Porém, foi a introdução da cana-de-açúcar e a dos engenhos, com sua tecnologia para a produção de açúcar, as verdadeiras responsáveis por transformar a colônia três décadas depois desse primeiro contato. O açúcar foi a madrasta da colonização, que por quase dois séculos regeu a história econômica, social e política do Brasil. E, em algumas regiões, continua a dominar. Fonte: SCHWARTZ, Stuart B. Doce Lucro. Revista de História. n. 94, jul. 2013. Disponível em:http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/do ce-lucro. Acesso: 13 ago. 2014. Durante grande parte do período colonial brasileiro, o açúcar foi o principal produto de exportação da colônia. Sobre a produção de açúcar no Brasil, leia e analise as seguintes afirmações: I. A cana-de-açúcar era plantada em latifúndios, estrutura fundiária ainda presente no Brasil. II. A principal região produtora de açúcar no Brasil é a Sul. III. A produção de açúcar foi uma das responsáveis pela desigualdade social no Brasil colonial, pois utilizava mão de obra escrava. IV. Da cana-de-açúcar, além do açúcar, pode-se produzir combustível e aguardente. Assinale a alternativa CORRETA. A) Apenas as afirmações I e II são verdadeiras. B) Apenas as afirmações I e IV são verdadeiras. C) Apenas as afirmações II, III e IV são verdadeiras. D) Apenas as afirmações I, III e IV são verdadeiras. E) Todas as afirmações são verdadeiras. 17 QUESTÃO 12 (Espm 2011) As primeiras atividades econômicas praticadas pela colonização portuguesa no Brasil tiveram por cenário apenas o litoral do leste-nordeste brasileiros, sem que de modo sensível penetrassem no vago e misterioso sertão, ainda ocupado por tribos selvagens. Determinava essa situação o desinteresse econômico por qualquer tentativa de fixação de povoadores em regiões mais afastadas do mar. Assim enquanto sob os Reis Filipes penetravam os Vicentinos pelo sul na caça ao índio, ao mesmo tempo em que se sucediam as conquistas litorâneas em todo o nordeste, a solução encontrada para o povoamento do sertão forneceu-a (.......), atividade econômica essencialmente fixadora de população, mesmo escassas. (Hélio Viana. História do Brasil) O texto e o mapa referem-se a: A) criação de gado; B) busca de drogas do sertão; C) produção de algodão; D) extração de borracha; E) cultivo de tabaco. QUESTÃO 13 (Uem 2018) Sobre a sociedade que se construiu em torno da produção de açúcar na América portuguesa, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) O termo engenho se referia ao local em que se produzia o açúcar, com suas moendas, fornalhas e casas de purgar, bem como às demais instalações e construções que o cercavam, como as moradias, a casa grande e a senzala, a Igreja e os canaviais. 02) Na sociedade açucareira havia grande dinamismo e mobilidade social. Essa mobilidade permitia a ascensão social dos escravos, que decorria da importância de seus conhecimentos sobre o processo produtivo, pois as funções que desempenhavam requeriam sólidos conhecimentos técnicos. 04) Além dostrapiches, engenhos movidos por tração animal e com uma capacidade produtiva menor, havia também os engenhos reais, movidos por rodas d’água e com uma maior capacidade produtiva. 08) Essa sociedade foi classificada como patriarcal, pois era centrada no poder do patriarca, que era ao mesmo tempo dono da terra, autoridade local e senhor dos destinos dos seus dependentes (empregados, parentes, agregados e escravos). 16) De forma distinta de outras regiões da América portuguesa, na sociedade que se organizou em torno da produção de açúcar nunca foram utilizados escravos nativos, isto é, os índios. 18 QUESTÃO 14 (Famema 2018) Havia muito capital e muita riqueza entre os lavradores de cana, alguns ligados por laços de sangue ou matrimônio aos senhores de engenho. Havia também um bom número de mulheres, não raro viúvas, participando da economia açucareira. Digno de nota até o fim do século XVIII, contudo, era o fato de os lavradores de cana serem quase invariavelmente brancos. Os negros e mulatos livres simplesmente não dispunham de créditos ou capital para assumir os encargos desse tipo de agricultura. (Stuart Schwartz. “O Nordeste açucareiro no Brasil Colonial”. In: João Luis R. Fragoso e Maria de Fátima Gouvêa (orgs). O Brasil Colonial, vol 2, 2014.) O excerto indica que a sociedade colonial açucareira foi A) organizada em classes, cuja posição dependia de bens móveis. B) apoiada no trabalho escravo, principalmente o dos lavradores de cana. C) baseada na “limpeza de sangue”, portanto se proibia a miscigenação. D) determinada pelos recursos financeiros, o que impedia a mobilidade. E) hierarquizada por critérios diversos, tais como a etnia e riqueza. QUESTÃO 15 (Uepg 2017) As capitanias hereditárias foram instaladas no Brasil em 1534. Lotes que mediam entre 150 e 600 quilômetros de terras e que iam do litoral brasileiro até a linha imaginária do Tratado de Tordesilhas, as capitanias corresponderam às primeiras divisões administrativas na colônia e marcaram o modelo de colonização lusitano ao longo do século XVI. A respeito desse tema, assinale o que for correto. 01) O donatário, ou seja, aquele que recebia a posse da terra das mãos do rei de Portugal, tinha a obrigação de torná-la produtiva. Cabia ao donatário a doação de terras (sesmarias), a fundação de vilas e a organização da defesa territorial da capitania. 02) O meridiano de Tordesilhas, linha imaginária que cortava a América de norte a sul, tinha como função delimitar os espaços continentais vinculados à colonização ibérica, inglesa e francesa sobre esse território. 04) Cartas de doação eram os documentos cartográficos que indicavam o tamanho e os limites das capitanias de acordo com a concessão real aos donatários. 08) Qualquer súdito português que demonstrasse interesse em vir para a colônia poderia receber a concessão de uma capitania. Isso explica o fato de fidalgos, pequenos comerciantes e até mesmo trabalhadores despossuídos terem se tornado donatários no Brasil do século XVI. RESOLUÇÕES RESPOSTA DA QUESTÃO 01: [E] Devido a vários problemas – grande distância entre Metrópole e Colônia, grande extensão das Capitanias, conflitos com os indígenas, desinteresse dos Capitães-Donatários – o sistema de Capitanias Hereditárias não funcionou no Brasil, tendo obtido sucesso apenas as Capitanias de São Vicente e Pernambuco. RESPOSTA DA QUESTÃO 02: [E] Com exceção do Norte das Treze Colônias, toda a América foi colonizada pelo modelo de Plantation, ou seja, latifúndio, escravidão, monocultura e a economia visava o mercado externo. Um bom exemplo de Plantation foi a sociedade açucareira colonial. 19 RESPOSTA DA QUESTÃO 03: [02+04+08+16 = 30] A afirmativa [01] está incorreta porque a sociedade colonial brasileira era patriarcal e, por isso, as mulheres não ocupavam cargos relevantes. RESPOSTA DA QUESTÃO 04: [B] Criado para auxiliar as Capitanias Hereditárias e para centralizar a administração colonial, o sistema de Governo-Geral contava com cargos de diferentes funções, dentre os quais o de ouvidor (responsável pela aplicação da justiça na Colônia) e o de provedor (responsável pela arrecadação de impostos na Colônia). RESPOSTA DA QUESTÃO 05: [A] Como o texto afirma no trecho “eu por vezes tenho dito a V. A. aquilo que me parecia acerca dos negócios da França, e isto por ver por conjecturas e aparências grandes aquilo que podia suceder dos pontos mais aparentes, que consigo traziam muito prejuízo ao estado”, as tentativas de invasão da França na América Portuguesa constituíam fator de preocupação para o governo português. RESPOSTA DA QUESTÃO 06: [C] A assertiva [III] está incorreta. No período colonial, Portugal não priorizou a produção manufatureira, prevaleceu o “Plantation”, isto é, latifúndio, escravidão, monocultura e a economia visava o mercado externo, modelo exógeno. RESPOSTA DA QUESTÃO 07: [C] A partir do autor do texto e de algumas informações nele contidas, podemos identificar que o trabalho citado é o do negro escravo nos engenhos de açúcar do Brasil. RESPOSTA DA QUESTÃO 08: [C] A proposição [C] é a que melhor expressa o conteúdo da carta de Duarte Coelho, donatário da capitania de Pernambuco. A essência da colonização era a cana-de-açúcar, porém havia outras atividades importantes como o algodão e a produção de mantimentos que estavam conectados com a cultura canavieira. Outras funções eram desenvolvidas pelos trabalhadores como “mestres de engenhos, outros mestres de açúcares, carpinteiros, ferreiros, oleiros e oficiais de fôrmas e sinos para os açúcares e outros oficiais”. RESPOSTA DA QUESTÃO 09: [01+02+04+08 = 15] A afirmativa [16] é incorreta, porque as primeira vilas e cidades da Colônia surgiram em torno dos principais centros comerciais ou produtores, sejam de açúcar ou de ouro RESPOSTA DA QUESTÃO 10: [B] A questão remete ao tráfico de Africanos que foram vendidos como escravos na América no contexto colonial. O tráfico de africanos durante a colonização da América e mesmo no século XIX gerou muito lucro para a Europa contribuindo para a acumulação de capital. Não foi a escravidão que gerou o tráfico, mas o tráfico e seu exorbitante lucro que gerou a escravidão colonial. Os traficantes europeus levavam tabaco e aguardente para trocar por africanos. Mesmo morrendo boa parte durante a viagem, ainda assim o lucro era muito grande conforme aponta a poesia, “Eu ganho oitocentos por cento / Se a metade chegar ao porto”. 20 RESPOSTA DA QUESTÃO 11: [D] A questão remete ao período colonial brasileiro. Segundo o texto de Schwartz, a colonização do Brasil começou em 1500 com o pau-brasil e foi até 1822 com a independência do Brasil. Vale dizer que é bastante discutível afirmar que a colonização do Brasil começou em 1500 com a exploração do pau brasil. Para muitos historiadores, a colonização começou a partir de 1534 com a implantação das Capitanias Hereditárias e a produção de açúcar. Neste período, o produto mais importante foi o açúcar produzido principalmente no nordeste brasileiro. Mesmo no século XVIII com o auge da mineração, o açúcar gerou mais recursos que a própria mineração. O Engenho Colonial consistia em toda a estrutura, ou seja, a roça, a capela, a senzala, a casa grande, a moenda, etc. A cana de açúcar foi produzida dentro do Plantation, isto é, latifúndio, escravidão e a monocultura exportadora. RESPOSTA DA QUESTÃO 12: [A] A atividade econômica que se desenvolveu no interior da região norte – nas áreas marcadas no mapa acima – foi a pecuária, apesar de o autor afirmar que tal atividade fixava a população na região. Durante décadas,a pecuária se desenvolveu com o gado solto, ou seja, não existiam fazendas pecuaristas; o rebanho se deslocava a partir da necessidade de água e gêneros para sobrevivência de seus proprietários. Tal atividade necessitava de pequena mão de obra, que era livre. O gado dessa região abastecia as fazendas canavieiras que ficavam mais próximas ao litoral. RESPOSTA DA QUESTÃO 13: [01+04+08 = 13] Correção a partir das incorretas, [02] e [16]. Não havia mobilidade social no contexto da atividade canavieira nordestina desenvolvida nos séculos XVI e XVII. Na atividade da cana de açúcar prevaleceu o trabalho escravo africano, mas também ocorreu a escravidão indígena, sobretudo no século XVI. RESPOSTA DA QUESTÃO 14: [E] O período colonial brasileiro foi caracterizado pelo sistema de Plantation (latifúndio, escravidão, monocultura e a economia visava o mercado externo), por uma economia rural, uma sociedade patriarcal com o poder nas mãos dos “homens bons”. A cor da pele e a posse de terras e escravos fizeram toda a diferença no período colonial conforme aponta o excerto. Gabarito [E]. RESPOSTA DA QUESTÃO 15: [01 + 04 =05] A afirmativa [02] está incorreta porque o Tratado de Tordesilhas era um acordo apenas entre Portugal e Espanha; A afirmativa [08] está incorreta porque apenas a nobreza recebia do Rei português a posse de uma Capitania Hereditária. 21 HISTÓRIA DO BRASIL – COLÔNIA: IMPACTOS DA UNIÃO IBÉRICA E INVASÕES ESTRANGEIRAS QUESTÃO 01 (Espm 2018) A colonização levou à exploração do trabalho indígena e foi responsável por muita dizimação. É ainda na conta da colonização que se deve pôr o recrudescimento das guerras indígenas, que, se já existiam internamente, eram agora provocadas também pelos colonos, os quais faziam aliados na mesma velocidade com que criavam inimigos. Havia nesse contexto índios aldeados e aliados dos portugueses, e índios inimigos. Uma das atribuições dos índios aldea- dos era tomar parte nas guerras promovidas pelos portugueses contra índios hostis e servir como povos estratégicos para impedir a entrada de estrangeiros. Os índios aldeados e aliados foram mobilizados para expulsar os franceses de Villegagnon, o qual, por sua vez se uniu a índios amigos que apoiaram a incursão fran- cesa na baía da Guanabara. (Lilia Moritz Schwarcz. Brasil uma Biografia) A respeito do texto é correto assinalar que: A) os indígenas aldeados e aliados dos por- tugueses, na guerra contra os franceses de Villegagnon, eram os Tupinambás; B) os indígenas aldeados e aliados dos por- tugueses, na guerra contra os franceses de Villegagnon, eram os Araucanos; C) os indígenas que apoiaram os franceses de Villegagnon foram os Tapuias; D) os indígenas que apoiaram os franceses de Villegagnon foram os Tupinambás; E) os indígenas que apoiaram os franceses de Villegagnon foram os Charruas. QUESTÃO 02 (Uece 2017) No período de 1580 a 1640, Portugal foi governado pelo Rei Felipe II, que era também rei da Espanha. Isto se deveu ao fato de o rei português, D. Sebastião, ter morrido, em 1578, na batalha de Alcácer-Quibir, sem deixar herdeiro; e seu sucessor, o Cardeal D. Henrique, que tinha 70 anos, veio a falecer em janeiro de 1580, ocasionando a crise dinástica e a disputa que levaria o rei espanhol ao trono português. Essa época é conhecida como A) Período Pré-colonial. B) Período Regencial. C) União Ibérica. D) Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. QUESTÃO 03 (Uece 2018) Sobre a presença de europeus, durante os séculos XVI, XVII e XVIII, no território que hoje pertence ao Brasil, é correto afirmar que A) se restringiu aos portugueses que, desde o Tratado de Tordesilhas, eram os únicos com direito sobre esta terra plenamente reconhecido pelas demais nações europeias. B) diferentemente de outras regiões da América, nenhuma das cidades do Brasil sofreu ataques de piratas ou corsários de origem europeia. C) devido ao Tratado de Tordesilhas, apenas portugueses e espanhóis estiveram pelas terras brasileiras durante os séculos de nossa colonização. D) além dos portugueses, em diversas regiões do atual território brasileiro, nos primeiros séculos da colônia, houve presenças de espanhóis, franceses e holandeses. 22 QUESTÃO 04 (Uece 2018) O governo de Felipe I à frente do reino português (1581-1598) marcou o início da União Ibérica, período em que os dois reinos ibéricos foram governados pelo mesmo soberano, após a guerra de sucessão portuguesa. Este mesmo monarca, chamado Felipe II, na Espanha, originou a dinastia filipina. Em relação ao Brasil, a chegada do rei espanhol ao trono português teve como consequência A) a elevação do Brasil a vice-reino, tal qual os demais vice-reinos que a coroa espanhola possuía na América. B) a ocupação do litoral brasileiro da região Sudeste, no Rio de Janeiro e em São Paulo, por espanhóis. C) a elevação do Brasil à categoria de Reino Unido à Portugal e à Espanha, o que apressou a independência da colônia. D) a ocupação do litoral nordeste do Brasil pelos holandeses, que pretendiam retomar o comércio do açúcar. QUESTÃO 05 (Enem 2018) A rebelião luso-brasileira em Pernambuco começou a ser urdida em 1644 e explodiu em 13 de junho de 1645, dia de Santo Antônio. Uma das primeiras medidas de João Fernandes foi decretar nulas as dívidas que os rebeldes tinham com os holandeses. Houve grande adesão da “nobreza da terra”, entusiasmada com esta proclamação heroica. VAINFAS. R Guerra declarada e paz fingida na restauração portuguesa. Tempo, n. 27, 2009. O desencadeamento dessa revolta na América portuguesa seiscentista foi o resultado do(a) A) fraqueza bélica dos protestantes batavos. B) comércio transatlântico da África ocidental. C) auxílio financeiro dos negociantes flamengos. D) diplomacia internacional dos Estados ibéricos. E) interesse econômico dos senhores de engenho. QUESTÃO 06 (Acafe 2018) “É verdade que antes da união das monarquias ibéricas, em 1580,ao manter uma boa relação com os portugueses, os flamengos frequentavam os portos brasileiros e a cidade de Lisboa carregando açúcar em suas urcas, levando-o a refinar em Flandres e distribuindo- o por via terrestre e fluvial por toda a Europa central. De sua embarcação tão características, ficou a lembrança na toponímia carioca, através do morro que evoca a sua forma.” PRIORI, Mary del. Histórias da gente brasileira: volume 1: colônia. São Paulo: Editora LeYa, 2016. Página 69. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o período colonial da história do Brasil é correto afirmar, EXCETO: A) Durante a União Ibérica, holandeses e espanhóis formaram a Companhia das Índias Ocidentais e dividiram os lucros da comercialização do açúcar produzido no Brasil e levado para a Europa. B) Com a União Ibérica acirraram-se os conflitos entre a Espanha e a Holanda. Com a proibição espanhola da parceria comercial entre holandeses e produtores de açúcar no Brasil, os flamengos invadiram o Nordeste. C) Maurício de Nassau, administrador holandês em Pernambuco, promoveu reformas urbanas e manteve uma boa relação com os senhores de engenho. D) A revolta conhecida como Insurreição Pernambucana acabou determinando a saída dos holandeses do nordeste brasileiro e teve como consequência uma crise na empresa açucareira brasileira. 23 QUESTÃO 07 (Uece 2017) Atente ao seguinte enunciado: “Em seu governo, Maurício de Nassau incentivou a produção de açúcar, que havia decaído durante a conquista, com a concessão de financiamentos; também estimulou a agricultura de subsistência, sobretudo da mandioca,para que não faltassem alimentos aos mais pobres. Homem culto e amante das artes, seu governo foi um período de tolerância religiosa entre católicos e protestantes. Seu retorno à Europa e sua substituição por um ‘triunvirato’ – que alterou suas práticas administrativas – fez surgir reações e insurreições por parte dos senhores de engenho”. O enunciado se refere ao período histórico marcado A) pela implantação do Governo-Geral, em 1548, como forma de resolver o fracasso administrativo das Capitanias Hereditárias e garantir a posse e a pacificação da Colônia. B) pelo domínio francês no Maranhão, no qual o governo do Conde Nassau trouxe grandes avanços à cultura canavieira daquela região e o desenvolvimento da cidade de São Luís. C) pelo domínio francês no Rio de Janeiro, que teve na figura de Maurício de Nassau seu grande nome, responsável por desenvolver a economia e a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. D) pelo domínio holandês no Nordeste do Brasil, que se estendeu desde a Bahia até o Maranhão e que teve na administração de Nassau seu período de maior desenvolvimento. QUESTÃO 08 (Upf 2017) “As invasões holandesas que ocorreram no século XVII foram o maior conflito político- militar da Colônia brasileira. Embora concentradas no Nordeste, elas não se resumiram a um simples episódio regional. Ao contrário, fizeram parte do quadro das relações internacionais entre os países europeus, revelando a dimensão da luta pelo controle do açúcar e das fontes de suprimento de escravos” (Boris Fausto, História do Brasil, 1996, p. 84) Sobre o tema destacado no texto acima, é CORRETO afirmar que A) Domingos Fernandes Calabar foi o personagem principal das forças luso- brasileiras, lutando heroicamente até o final ao lado de Portugal, que lhe deu o título de príncipe. B) a ocupação das zonas de produção açucareira na América portuguesa e o controle do suprimento de escravos teve como principal interessada a maior companhia de comércio da época, a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, financiada com capitais do Estado e de financistas particulares. C) o despotismo de Maurício de Nassau em Pernambuco levou a sociedade local a se levantar contra o período de pobreza imposto por ele, em 1630. D) o projeto holandês de colônias de povoamento, similar ao dos Estados Unidos, poderia ter estimulado um desenvolvimento autônomo à colônia brasileira, com base na industrialização. E) as Batalhas de Guararapes (1648 e 1649) marcaram a tomada de Recife pelo exército luso-brasileiro, formado majoritariamente por índios tapuias que, com sua técnica de guerra avançada, foram decisivos para a derrota dos holandeses. 24 QUESTÃO 09 (Fgv 2017) Leia o excerto de uma peça teatral, de 1973. Nassau Como Governador-Geral do Pernambuco, a minha maior preocupação é fazer felizes os seus moradores. Mesmo porque eles são mais da metade da população do Brasil, e esta região, com a concentração dos seus quase 350 engenhos de açúcar, domina a produção mundial de açúcar. Além do mais, nessa disputa entre a Holanda, Portugal e Espanha, quero provar que a colonização holandesa é a mais benéfica. Minha intenção é fazê-los felizes… sejam portugueses, holandeses ou os da terra, ricos ou pobres, protestantes ou católicos romanos e até mesmo judeus. Senhores, a Companhia das Índias Ocidentais, que financiou a campanha das Américas, fecha agora o balanço dos últimos quinze anos com um saldo devedor aos seus acionistas da ordem de dezoito milhões de florins. Moradores Viva! Já ganhou! (...) Viva ele! Viva! Chico Buarque de Holanda e Ruy Guerra. Calabar: o elogio da traição, 1976. Adaptado. Sobre o fato histórico ao qual a obra teatral faz referência, é correto afirmar que A) as bases religiosas da colonização holandesa no nordeste brasileiro produziram uma organização administrativa que privilegiava a elite luso-brasileira, ao oferecer financiamento com juros subsidiados e parcelas importantes do poder político aos grandes proprietários católicos. B) a grande distância entre as promessas de tolerância religiosa e a realidade presente no cotidiano dos moradores da capitania de Pernambuco deu-se porque os dirigentes da companhia holandesa impuseram o calvinismo como religião oficial e perseguiram as demais religiões. C) a presença da Companhia das Índias Ocidentais no nordeste da América portuguesa trouxe benefícios aos proprietários luso-brasileiros, como o financiamento da produção, mas reproduziu a lógica do colonialismo, ao concentrar a riqueza no setor mercantil e não no produtivo. D) a felicidade prometida pelos invasores holandeses não pôde ser efetivada em função da lógica diplomática presente na relação entre Portugal e Holanda, pois se tratava de nações inimigas desde o século XV, em virtude da disputa pelo comércio oriental. E) as promessas dos invasores holandeses se confirmaram, e a elite ligada à produção açucareira e ao comércio colonial foi amplamente beneficiada, principalmente pelo livre comércio, o que explica a resistência desses setores sociais ao interesse português em retomar a região invadida pela Holanda. QUESTÃO 10 (Espm 2017) A expansão da agroindústria açucareira atingiu proporções assombrosas. O negócio da produção e comercialização do açúcar formava uma complexa rede de interesses que atraiu ataques estrangeiros. Em 1624 membros do exército da Companhia das Índias Ocidentais atacaram e ocuparam a sede do governo-geral em Salvador, e lá ficaram durante quase um ano. Em 1630, o ataque a Recife iniciou uma longa guerra de ocupação e reconquista, na qual todos os recursos materiais e humanos da colônia foram mobilizados para expulsar os invasores. Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil. O texto deve ser relacionado com: A) invasões francesas; B) ataques de corsários ingleses; C) confrontos com espanhóis; D) invasões holandesas; E) ataques de corsários franceses. 25 QUESTÃO 11 (Espcex Aman 2017) Em 1578, dom Sebastião, rei de Portugal, morre na batalha de Alcácer-Quibir. Sem descendentes, o trono foi entregue a seu tio dom Henrique, que viria a falecer dois anos depois, sem deixar herdeiro. Depois de acirrada disputa, a Coroa portuguesa acabou nas mãos de Filipe II, rei espanhol, dando início à chamada União Ibérica. Com esta união, um tradicional inimigo da Espanha torna-se inimigo de Portugal. Das opções abaixo, assinale aquele que se tornou inimigo de Portugal. A) Holanda. B) Alemanha. C) Itália. D) Inglaterra. E) EUA. QUESTÃO 12 (Fmp 2016) Ao longo do período colonial da História do Brasil, o Império Português foi vítima de assédio e de tentativas de invasão de seus territórios ultramarinos por parte de diversas potências rivais. Alguns exemplos de invasões estrangeiras na América Portuguesa estão listados a seguir: 1612 - Estabelecimento da França Equinocial 1624 - Tentativa derrotada da invasão holandesa a Salvador 1630 - Tomada de Recife e Olinda por invasores holandeses A interpretação dos dados acima permite identificar que uma causa direta de todas essas invasões estrangeiras foi a A) fuga da Corte portuguesa para a América. B) vitória francesa na Guerra dos Sete Anos. C) conclusão da Reconquista da Península Ibérica. D) guerra de Restauração Portuguesa contra a Espanha. E) criação da União das Coroas Ibéricas QUESTÃO 13 (Upe-ssa 1 2016) Os holandeses ocuparam, durante 24 anos, o Nordeste brasileiro: Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Itamaracá (1630-1654). Nesse período, Pernambuco se transformou numa verdadeira metrópole, com uma vida cultural intensa, onde poetas, cientistas e filósofos tornaram o Brasil um centrointelectual único na América do Sul. Nesse contexto, os judeus puderam constituir uma comunidade com escolas, sinagogas e cemitério, dando sua contribuição ao enriquecimento da vida cultural da região. LEVY, Daniela Tonello. Judeus e Marranos no Brasil Holandês. Pioneiros na colonização de Nova York. Século XVII. São Paulo: USP, 2008. (Adaptado) Uma característica sociopolítica da ocupação holandesa no contexto mencionado foi A) a retração da produção de açúcar. B) o florescimento de um movimento antimodernizador. C) o estabelecimento da tolerância e da liberdade religiosa. D) a preocupação apenas em explorar comercialmente o território. E) a manutenção de boas relações comerciais com o mundo ibérico. QUESTÃO 14 (Upf 2016) As invasões holandesas que ocorreram no século XVII foram o maior conflito militar da Colônia. Embora concentradas no Nordeste, elas não se resumiram a um simples episódio regional. Ao contrário, fizeram parte do quadro das relações internacionais entre os países europeus, revelando a dimensão da luta pelo controle do açúcar e das fontes de suprimento de escravos. (FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1996, p. 84.) Tendo em vista o quadro histórico descrito acima, considere o seguinte: 26 I. A Companhia Holandesa das Índias Ocidentais teve como alvo principal a ocupação das zonas de produção açucareira na América portuguesa. II. Domingos Fernandes Calabar, alagoano, tornou-se colaborador das forças invasoras, até ser preso e executado. III. Durante o governo do príncipe Maurício de Nassau, ocorreu a vinda de artistas, naturalistas e letrados para Pernambuco, e o Recife conheceu vários melhoramentos urbanos. IV. Os holandeses defendiam o trabalho livre e postulavam pelo fim da escravidão. V. A reconquista ocorreu porque os brasileiros uniram os brancos, os negros escravos e os índios em prol de Portugal num acordo que ficou conhecido como a “união das três raças”. Está correto apenas o que se afirma em: A) I e II. B) II e III. C) I, II e III. D) III, IV e V. E) III e V. QUESTÃO 15 (G1 - ifsc 2016) Os holandeses estão entre os diversos povos que invadiram ou tentaram invadir o território que hoje corresponde ao Brasil, durante o período colonial, no século XVII. Sobre a presença holandesa no Brasil, assinale a alternativa CORRETA. A) Os holandeses estabeleceram suas colônias no Sudeste brasileiro. B) Os holandeses eram parceiros comerciais dos portugueses na atividade açucareira. C) O principal interesse dos holandeses era a crescente economia cafeeira. D) Os portugueses estabeleceram uma política de cordialidade com os holandeses quando estes invadiram sua colônia. E) Os holandeses saíram do Brasil por meio de um processo chamado “União Ibérica”. QUESTÃO 16 (Famerp 2018) A Bahia é cidade d’El-Rei, e a corte do Brasil; nela residem os Srs. Bispo, Governador, Ouvidor-Geral, com outros oficiais e justiça de Sua Majestade; [...]. É terra farta de mantimentos, carnes de vaca, porco, galinha, ovelhas, e outras criações; tem 36 engenhos, neles se faz o melhor açúcar de toda a costa; [...] terá a cidade com seu termo passante de três mil vizinhos Portugueses, oito mil Índios cristãos, e três ou quatro mil escravos da Guiné. (Fernão Cardim. Tratados da terra e gente do Brasil , 1997.) O padre Fernão Cardim foi testemunha da colonização portuguesa do Brasil de 1583 a 1601. O excerto faz uma descrição de Salvador, sede do Governo-Geral, referindo-se, entre outros aspectos, à A) incorporação pelos colonizadores dos padrões culturais indígenas. B) ligação da atividade produtiva local com o comércio internacional. C) miscigenação crescente dos grupos étnicos presentes na cidade. D) existência luxuosa da nobreza portuguesa na capital da colônia. E) dependência da população em relação à importação de produtos de sobrevivência. QUESTÃO 17 (Unesp 2018) Na colônia, a justiça era exercida por toda uma gama de funcionários a serviço do rei. A violência, a coerção e a arbitrariedade foram suas principais características. [...] Nas regiões em que a presença da Coroa era mais distante, os grandes proprietários de terras exerciam considerável autoridade administrativa e judicial. No sertão, os potentados impunham seus interesses à população livre. (Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação, 2008.) 27 Ao analisar o aparato judiciário no Brasil Colonial, o texto A) identifica a isonomia e a impessoalidade na administração da justiça e seu embasamento no direito romano. B) explicita a burocratização do sistema jurídico nacional e reconhece sua eficácia no controle interno. C) indica o descompasso entre as determinações da Coroa portuguesa e os interesses pessoais dos governadores-gerais. D) distingue o sistema oficial da dinâmica local e atesta o prevalecimento de ações autoritárias em ambas. E) diferencia as funções do Poder Judiciário e do Poder Executivo e caracteriza a ação autônoma e independente de ambos. QUESTÃO 18 (G1 – col. naval 2018) Leia o texto abaixo e responda a pergunta a seguir. [...] Além da capitania, em 1541 foi instalada a vila de Olinda, com a repetição de todas as formalidades de São Vicente: títulos de sesmarias, lista de homens bons aptos a votar, eleição de vereadores, alternância no poder. [...] Em Pernambuco passou a funcionar de maneira efetiva a autoridade do donatário, em dois sentidos. No das receitas, implantou cobrança de impostos, inclusive com repasses ao rei, e tais recursos financiavam serviços delegados ao donatário, como o de atuar como instância mais alta que o Judiciário da vila e o de controlar a vida civil. (CALDEIRA, Jorge. História da Riqueza no Brasil . Rio de Janeiro: Estação Brasil, 2017.) De acordo com o texto é correto afirmar que o autor buscou descrever as medidas que: A) levaram à capitania de Pernambuco a prosperar. B) causaram o impasse político responsável pela Guerra dos Mascates. C) levaram o sistema de capitanias hereditárias a fracassar. D) causaram o impasse político gerados da Insurreição Pernambucana. E) transformaram as capitanias hereditárias em governo-geral. QUESTÃO 19 (Espm 2019) A primeira vez que se mencionou o açúcar e a intenção de implantar uma produção desse gênero no Brasil foi em 1516, quando o rei D. Manuel ordenou que se distribuíssem machados, enxadas e demais ferramentas às pessoas que fossem povoar o Brasil e que se procurasse um homem prático e capaz de ali dar princípio a um engenho de açúcar. Os primeiros engenhos começaram a funcionar em Pernambuco no ano de 1535, sob a direção de Duarte Coelho. A partir daí os registros não parariam de crescer: quatro estabelecimentos em 1550; trinta em 1570, e 140 no fim do século XVI. A produção de cana alastrava-se não só nu- mericamente como espacialmente, chegando à Paraíba, ao Rio Grande do Norte, à Bahia e até mesmo ao Pará. Mas foi em Pernambuco e na Bahia, sobretudo na região do recôncavo baiano, que a economia açucareira de fato prosperou. Tiveram início, então, os anos dourados do Brasil da cana, a produção alcançando 350 mil arrobas no final do século XVI. (Lilia M. Schwarcz. Brasil: uma Biografia) A partir do texto e considerando a economia açucareira e a civilização do açúcar, é correto assinalar: 28 A) a cana de açúcar era um produto autóctone, ou seja, nativo do Brasil e gradativamente foi caindo no gosto dos portugueses e dos europeus, a partir do século XVI; B) a produção e comercialização do açúcar ocorreram sob a influência do livre-cam- bismo em que se baseou o empreendimento colonial português;C) a metrópole estabeleceu o monopólio real, porém a comercialização do açúcar passou para os porões dos navios holandeses, que acabaram por assumir parte substancial do tráfego entre Brasil e Europa; D) os portugueses mantiveram um rigoroso monopólio sobre o processo de produção e refinação do açúcar, só permitindo a participação de estrangeiros na comer- cialização do produto; E) para implantação da indústria canavieira no Brasil, o projeto colonizador luso precisava contar com mão de obra compulsória e abundante, dada a extensão do território e por isso sempre privilegiou a utilização dos nativos, cuja captura proporcionava grandes lucros para a coroa. QUESTÃO 20 (Fgv 2018) A agromanufatura da cana resultaria em outro produto tão importante quanto o açúcar: a cachaça. Alambiques proliferaram ao longo dos séculos coloniais. A comercialização da bebida afetava profundamente a importação de vinhos de Portugal. Esse comércio era obrigatório, pois por meio dos tributos pagos pelas cotas do vinho importado é que a Coroa pagava as suas tropas na Colônia. A cachaça produzida aqui passou a concorrer com os vinhos, com vantagens econômicas e culturais. Essa concorrência comercial entre colônia e metrópole se estendeu para as praças negreiras e rotas de comercialização de escravos na África portuguesa. A cachaça brasileira, por ser a bebida preferida para os negócios de compra e venda de escravos africanos, colocou em grande desvantagem a comercialização dos vinhos portugueses remetidos à África. A longa queda de braço mercantil acabou favorecendo afinal a cachaça, porque sem ela, nada de escravos, nada de produção na Colônia, com consequências graves para a arrecadação do reino. (Ana Maria da Silva Moura. Doce, amargo açúcar. Nossa História, ano 3, nº 29, 2006. Adaptado) A partir dessa breve história da cachaça no Brasil, é correto afirmar que A) essa produção prejudicou os negócios relacionados ao açúcar, porque desviava parte considerável da mão de obra e dos capitais, além de incentivar o tráfico negreiro em detrimento do uso do trabalho compulsório indígena, que mais interessava ao Estado português. B) esse item motivou recorrentes conflitos entre as elites colonial e metropolitana, condição em parte solucionada quando as regiões africanas fornecedoras de escravos tornaram-se também produtoras de cachaça, o que desestimulou a sua produção na América portuguesa. C) essa bebida tem uma trajetória que comprova a ausência de domínio da metrópole sobre a América portuguesa, porque as restrições ao comércio e à produção de mercadorias no espaço colonial não surtiam efeitos práticos e coube aos senhores de engenho impor a ordem na Colônia. D) esse produto desrespeitava um princípio central nas relações que algumas metrópoles europeias impunham aos seus espaços coloniais, nesse caso, a quebra do monopólio de grupos mercantis do reino e a concorrência a produtos da metrópole. E) essa mercadoria recebeu um impulso importante, mesmo contrariando as determinações metropolitanas, mas, gradativamente, perdeu a sua importância, em especial quando o tabaco e os tecidos de algodão assumiram a função de moeda de troca por escravos na África. 29 QUESTÃO 21 (Puccamp 2017) Do Brasil descoberto esperavam os portugueses a fortuna fácil de uma nova Índia. Mas o pau-brasil, única riqueza brasileira de simples extração antes da “corrida do ouro” do início do século XVIII, nunca se pôde comparar aos preciosos produtos do Oriente. (...) O Brasil dos primeiros tempos foi o objeto dessa avidez colonial. A literatura que lhe corresponde é, por isso, de natureza parcialmente superlativa. Seu protótipo é a carta célebre de Pero Vaz de Caminha, o primeiro a enaltecer a maravilhosa fertilidade do solo. (MERQUIOR, José Guilherme. De Anchieta a Euclides − Breve história da literatura brasileira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977, p. 3-4) A colonização portuguesa, no século XVI, se valeu de algumas estratégias para usufruir dos produtos economicamente rentáveis no território brasileiro, e de medidas para viabilizar a ocupação e administração do mesmo. São exemplos dessas estratégias e dessas medidas, respectivamente, A) a prática do escambo com os indígenas e a instituição de vice-reinos, comarcas, vilas e freguesias. B) a implementação do sistema de plantation no interior e a construção, por ordem da Coroa, de extensas fortalezas e fortes. C) a imposição de um vultoso pedágio aos navios corsários de distintas procedências e a instalação de capitanias hereditárias. D) a introdução da cultura da cana-de-açúcar com uso de trabalho compulsório e a instituição de um governo geral. E) o comércio da produção das missões jesuíticas e a fundação da Companhia das Índias Ocidentais. RESOLUÇÕES RESPOSTA DA QUESTÃO 01: [D] Os franceses, na fundação da França Antártica, tiveram a ajuda dos Tamoios, nome pelo qual eram conhecidos os Tupinambás que viviam na Guanabara. RESPOSTA DA QUESTÃO 02: [C] Após a morte de d. Sebastião, o trono português ficou vago, devido ao fato de ele não ter descendentes. Um tio-avô seu, já idoso e cardeal da Igreja Católica, assumiu o trono, mas faleceu dois anos depois, deixando novamente o governo português sem líder. Começou, então, uma disputa pelo trono português que foi vencida por d. Filipe II, rei da Espanha. O período no qual d. Filipe II governa Espanha e Portugal ao mesmo tempo é conhecido como “União Ibérica”. RESPOSTA DA QUESTÃO 03: [D] Por uma variedade de razões, dentre as quais interesses territoriais e econômicos e o Brasil Holandês, a colônia portuguesa (atual Brasil) foi visitado, atacado ou ocupado por espanhóis, franceses e, principalmente, holandeses, entre os séculos XVI e XVIII. RESPOSTA DA QUESTÃO 04: [D] No contexto da União Ibérica, 1580-1640, a Espanha dominou Portugal e boicotou o comércio do açúcar desenvolvido entre portugueses e holandeses. Como retaliação, a Holanda criou a Companhia das Índias Ocidentais invadindo a Bahia em 1624 e Pernambuco em 1630. 30 RESPOSTA DA QUESTÃO 05: [E] O trecho faz referência à Insurreição Pernambucana, movimento revoltoso que ajudou Portugal a expulsar os holandeses do Nordeste brasileiro em 1645. Como fica claro, houve maciça adesão da nobreza da terra a partir da promessa de suspensão das dívidas obtidas junto à CIA das Índias Ocidentais. Ou seja, houve interesse econômico por parte dos senhores de engenho na luta. RESPOSTA DA QUESTÃO 06: [A] Durante a União Ibérica, holandeses e espanhóis tornaram-se inimigos devido à Independência dos Países Baixos. Por conta disso, a Espanha proibiu suas colônias de fazerem comércio com os holandeses e estes, por isso, criaram a Companhia das Índias Ocidentais para invadir as colônias espanholas, incluindo o Brasil. RESPOSTA DA QUESTÃO 07: [D] Maurício de Nassau governou o chamado “Brasil Holandês”, período no qual a Cia das Índias Ocidentais (holandesa) invadiu e dominou boa parte do Nordeste brasileiro. Esse domínio começa em 1630 e termina em 1654. RESPOSTA DA QUESTÃO 08: [B] A invasão holandesa no Brasil foi incentivada e patrocinada pela Cia das Índias Ocidentais, associação comercial formada em parceria entre o Estado holandês e a burguesia holandesa. O interesse da Cia era romper a proibição do rei espanhol Filipe II de que as colônias espanholas não podiam fazer comércio com a Holanda. RESPOSTA DA QUESTÃO 09: [C] A presença holandesa no Brasil colonial, através do governo das Companhias das Índias Ocidentais, ajudou por desenvolver a capitania de Pernambuco, em especial na produção de açúcar. Mas a presença holandesa não modificou o panorama social da Colônia, beneficiando,assim, as elites. RESPOSTA DA QUESTÃO 10: [D] O texto menciona as invasões holandesas no Brasil dentro do contexto da União Ibérica, 1580-1640. A Companhia das Índias Ocidentais possuía interesse na produção e venda do açúcar produzido no Brasil. Daí ocorreu uma invasão fracassada em Salvador no ano de 1624 e outra invasão em Pernambuco em 1630. RESPOSTA DA QUESTÃO 11: [A] A Holanda era, nos reinados de Carlos I e seu filho Filipe II, uma possessão espanhola. Mas, devido à forma de governo autoritária de Filipe II, a burguesia holandesa promoveu sua luta de independência. Em resposta a isso, Filipe II proibiu todas as possessões espanholas de fazer comércio com a Holanda. Devido à ocorrência da União Ibérica, Portugal e Brasil estavam incluídos nessa proibição. RESPOSTA DA QUESTÃO 12: [E] A questão remete às invasões europeias no Brasil durante a União Ibérica, 1580-1640. O Brasil foi vítima de várias invasões de nações europeias ao longo do período colonial, sobretudo no contexto da União Ibérica. Devido ao boicote econômico realizado pela Espanha contra a Holanda, este país criou a Companhia das Índias Ocidentais visando invadir o Brasil. Em 1624 ocorreu a fracassada invasão 31 holandesa na Bahia, em 1630 a mesma companhia invadiu Pernambuco montando um império holandês no Nordeste do Brasil. Em 1612 ocorreu a invasão de franceses no Maranhão denominada de França Equinocial. Esta expedição foi comandada por Daniel de La Toche, fundando o forte de São Luís, Jerônimo de Albuquerque liderou a expulsão dos franceses. RESPOSTA DA QUESTÃO 13: [C] O texto da historiadora Daniela Tonello Levy aponta para a relevância da presença holandesa em Pernambuco, 1630-1654. João Maurício de Nassau trouxe diversos intelectuais para morar no Brasil criando um ambiente urbano e intelectual. Investiu nos engenhos, modernizou a região e permitiu ampla liberdade religiosa o que era raro naquela época de guerras religiosas como a Guerra dos Trintas anos na Europa. RESPOSTA DA QUESTÃO 14: [C] A questão aponta para a relevância das invasões holandesas no Brasil, em especial Pernambuco, 1630-1654. Entre 1630 e 1637 ocorreu a luta contra os invasores, com destaque para Calabar que mudou de lado e ajudou os holandeses a dominarem a região. O auge foi entre 1637 e 1644, com Nassau administrando a Companhia das Índias Ocidentais trazendo artistas e intelectuais, modernizando algumas regiões de Pernambuco. Entre 1644 e 1654 ocorreu a Insurreição Pernambucana, a luta para expulsar os invasores com a união de índios, negros e brancos. RESPOSTA DA QUESTÃO 15: [B] A questão remete às invasões holandesas no Brasil, no século XVII. Os holandeses eram parceiros comerciais de Portugal no que diz respeito ao açúcar. A Holanda se separou da Espanha no final do século XVI e, durante a União Ibérica, a Espanha boicotou o comércio do açúcar entre Holanda e Portugal. Desta forma, os holandeses criaram a Companhia das Índias Ocidentais com o intuito de invadir o Brasil. Ocorreu a invasão fracassada na Bahia em 1624 e, posteriormente, em 1630, ocorreu a invasão em Pernambuco. RESPOSTA DA QUESTÃO 16: [B] Ao citar os mantimentos, os engenhos e a produção do açúcar, o padre deixa claro que a Bahia cumpria bem o papel de centro da colônia: inserir-se no comércio internacional, enriquecendo a metrópole através da venda de seus produtos. RESPOSTA DA QUESTÃO 17: [D] O texto explica que o aparato judiciário no Brasil colonial era imposto por funcionários do Rei de Portugal e que, para exercer tal aparato, “(...) violência, coerção e arbitrariedade (...)” eram práticas comuns no trato com a população, o que denota autoritarismo. RESPOSTA DA QUESTÃO 18: [A] Entre 1500-1530, o Brasil foi caracterizado pelo “Brasil Pré-colonial”, não ocorreu a colonização ou a ocupação do homem branco, havia a exploração do pau brasil através das expedições. A partir de 1530, Portugal optou em colonizar o Brasil implantando as Capitanias Hereditárias através da iniciativa de particulares, os donatários tinham bastante autonomia para organizar a administração. Apenas duas Capitanias prosperaram, São Vicente (Martim Afonso de Souza) e Pernambuco (Duarte Coelho). 32 RESPOSTA DA QUESTÃO 19: [C] A cana de açúcar no Brasil foi produzida dentro do sistema de Plantation, isto é, latifúndio, monocultura, escravidão e a economia visava o mercado externo. A produção de açúcar necessitava de muitos recursos, daí Portugal recorreu a Holanda, país europeu com muitos banqueiros judeus e calvinistas, que transportavam e negociavam o produto na Europa obtendo muito lucro. RESPOSTA DA QUESTÃO 20: [D] Como o texto explica, a produção e a venda da cachaça no Brasil colonial, ao concorrer com a venda do vinho produzido em Portugal, produzia uma “quebra” em parte do chamado Pacto Colonial, que dava à Metrópole o controle da produção e da venda colonial. RESPOSTA DA QUESTÃO 21: [D] Buscando um meio de obter lucro e, ao mesmo tempo, promover a ocupação do território colonial, Portugal decidiu promover a introdução da cultura da cana-de-açúcar e dividir a Colônia em Capitanias Hereditárias. Para tornar a empresa agrícola mais rentável, houve a adoção da mão de obra escrava negra. E quando o sistema de Capitanias Hereditárias se mostrou, em partes, ineficiente, houve a introdução do sistema de Governo Geral para auxiliá-lo. 33 HISTÓRIA DO BRASIL – COLÔNIA: ECONOMIA MINERADORA QUESTÃO 01 (Fuvest 2013) Observe o mapa abaixo. Com base no mapa e em seus conhecimentos, assinale a alternativa correta. A) O rio São Francisco foi caminho natural para a expansão da cana-de-açúcar e do algodão da Zona da Mata, na Bahia, até a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro. B) A ocupação territorial de parte significativa dessa região foi marcada por duas características geomorfológicas: a serra do Espinhaço e o vale do rio São Francisco. C) Essa região caracterizava-se, nesse período, por paisagens onde predominavam as minas e os currais, mas no século XIX a mineração sobrepujou as outras atividades econômicas dessas capitanias. D) O caminho pelo rio São Francisco foi estabelecido pelas bandeiras paulistas para penetração na região aurífera da Chapada dos Parecis e posterior pagamento do “quinto” na sede da capitania, em Salvador. E) As bandeiras que partiam da Capitania da Bahia de Todos os Santos para a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro propiciaram o surgimento de localidades com economia baseada na agricultura monocultora de exportação. QUESTÃO 02 (Uemg 2015) Em 2014, foram comemorados os 200 anos da morte do criador das belíssimas peças em pedra sabão, uma das quais é apresentada na imagem acima, sendo a mesma de autoria do mais importante artista brasileiro do período colonial: Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1737-1814). Ele nasceu em Vila Rica, atual Ouro Preto, e antes dos 50 anos, foi acometido por uma doença degenerativa que atrofiava seu corpo. Mesmo assim, tornou-se um dos maiores mestres do Barroco no Brasil. O Barroco teve terreno fértil para a expansão em Minas Gerais, pois A) o enriquecimento provocado pela mineração e a forte religiosidade dos povos das Minas, conjugados com a intensa vida cultural ligada ao catolicismo, favoreceram o desenvolvimento desse estilo artístico na região. B) a pouca presença de protestantes na região, por causa da distância do litoral, fez com que não houvesse forte influência desse ramo religioso, deixando caminho livre para a expansão do Barroco, tão ligado ao catolicismo. C) fortaleceu-se com os altosinvestimentos feitos pelo governo português na região, já que por causa da produção aurífera, buscava- se fazer de Minas, e principalmente de Vila Rica, a referência americana para a Europa. D) a decadência da produção açucareira no Nordeste e a descoberta do ouro em Minas levaram os principais artistas da Colônia a migrarem para Vila Rica, em busca de financiamento para suas obras e apoio para novos empreendimentos. 34 QUESTÃO 03 (Ufg 2013) O Barroco foi um estilo artístico predominante na Europa entre os séculos XVII e XVIII, alcançando a América Portuguesa. Esse estilo é representativo do trânsito cultural entre os continentes, pois A) incorporou à arquitetura religiosa os vitrais góticos, auxiliando a Igreja reformista na conversão das populações nativas ao protestantismo. B) implicou em uma adaptação das técnicas às condições da Colônia, utilizando como material a pedra-sabão em lugar do mármore. C) consolidou a pintura como modalidade artística na Colônia, disseminando escolas para o ensino dessa técnica nas cidades. D) privilegiou a proporcionalidade, a racionalidade e o equilíbrio, associando-se às características da empresa colonial. E) ampliou o horizonte temático dos artistas coloniais, enfatizando cenas do cotidiano que substituíram as cenas bíblicas renascentistas. QUESTÃO 04 (Espcex Aman 2020) A industrialização da segunda metade do século XVIII, particularmente na Inglaterra, iniciou- se com a mecanização do setor têxtil, cuja produção tinha amplos mercados nas colônias inglesas. Qual tratado abriu as portas das colônias portuguesas para as manufaturas inglesas? A) Tratado de Utrecht, de 1713. B) Tratado de Methuen, de 1703. C) Tratado de Paris, de 1763. D) Tratado de Madri, de 1750. E) Tratado de Utrecht, de 1715. QUESTÃO 05 (Unesp 2020) Leia o soneto “VII”, de Cláudio Manuel da Costa, para responder à(s) questão(ões) a seguir. Onde estou? Este sítio desconheço: Quem fez tão diferente aquele prado? Tudo outra natureza tem tomado, E em contemplá-lo, tímido, esmoreço. Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço De estar a ela um dia reclinado; Ali em vale um monte está mudado: Quanto pode dos anos o progresso! Árvores aqui vi tão florescentes, Que faziam perpétua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. Eu me engano: a região esta não era; Mas que venho a estranhar, se estão presentes Meus males, com que tudo degenera! (Cláudio Manuel da Costa. Obras, 2002.) Considerando o contexto histórico- geográfico de produção do soneto, as transformações na paisagem assinaladas pelo eu lírico relacionam-se à seguinte atividade econômica: A) indústria. B) extrativismo vegetal. C) agricultura. D) extrativismo mineral. E) pecuária. 35 QUESTÃO 06 (Unicamp 2019) Tanto que se viu a abundância do ouro que se tirava e a largueza com que se pagava tudo o que lá ia, logo se fizeram estalagens e logo começaram os mercadores a mandar às Minas Gerais o melhor que chega nos navios do Reino e de outras partes. De todas as partes do Brasil, se começou a enviar tudo o que dá a terra, com lucro não somente grande, mas excessivo. Daqui se seguiu, mandarem-se às Minas Gerais as boiadas de Paranaguá, e às do rio das Velhas, as boiadas dos campos da Bahia, e tudo o mais que os moradores imaginaram poderia apetecer-se de qualquer gênero de cousas naturais e industriais, adventícias e próprias. (Adaptado de André Antonil, Cultura e Opulência do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia-Edusp, 1982, p. 169-171.) Sobre os efeitos da descoberta das grandes jazidas de metais e pedras preciosas no interior da América portuguesa na formação histórica do centro-sul do Brasil, é correto afirmar que: A) A demanda do mercado consumidor criado na zona mineradora permitiu a conexão entre diferentes partes da Colônia que até então eram pouco integradas. B) A partir da criação de rotas de comércio entre os campos do sul da Colônia e a região mineradora, Sorocaba e suas feiras perderam a relevância econômica adquirida no século XVII. C) O desenvolvimento socioeconômico da região das minas e do centro-sul levou a Coroa a deslocar a capital da Colônia de Salvador para Ouro Preto em 1763. D) Como o solo da região mineradora era infértil, durante todo o século XVIII sua população importava os produtos alimentares de Portugal ou de outras capitanias. QUESTÃO 07 (Ufms 2019) Compreendido como elemento constituinte da identidade de um povo, de caracterização de determinadas populações, além de atuar como registro da história e do costume de determinados grupos sociais, o patrimônio cultural enumera uma série de questões que devem ser consideradas para a preservação da história e da memória local. Analise as alternativas a seguir e assinale aquela que representa corretamente um patrimônio cultural brasileiro referente ao período colonial de nossa história. A) As obras de artes apresentadas na Semana de Arte Moderna, da década de 1920, mas que tinham como motivação a identidade brasileira. B) O complexo arquitetônico de Brasília, construído para representar a doma do interior do País e homenagear os primeiros colonizadores. C) As canções de samba do início do século XX, patrimônio imaterial brasileiro que retoma o cotidiano de escravos e representa parte da história de formação da sociedade brasileira. D) O complexo arquitetônico de igrejas em Minas Gerais, construídas durante o período da mineração e representativas desse ciclo econômico na história do Brasil. E) A floresta amazônica, patrimônio natural brasileiro que confirma o compromisso do Brasil em preservar a biodiversidade desse ecossistema tão importante para as futuras gerações. 36 QUESTÃO 08 (Fatec 2019) Observe a imagem. A imagem retrata a festa em homenagem à santa padroeira da irmandade religiosa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, em Minas Gerais, no século XVIII. Segundo o historiador Caio Boch, “as irmandades foram a mais viva expressão social das Minas Gerais do século XVIII”. De modo geral, as irmandades são definidas como associações constituídas por religiosos leigos e fiéis de diferentes classes sociais que se dedicavam ao culto de um padroeiro. Na região das Minas Gerais, no século XVIII, essas associações se caracterizavam pela A) organização da vida social, construção de igrejas e de cemitérios, organização de festas, cuidados com os necessitados e formação profissional com o ensino dos ofícios mecânicos e das artes. B) organização da vida econômica, construção e manutenção de estradas, criação dos órgãos de fiscalização e cobrança de impostos, e administração dos seminários coloniais, responsáveis pela formação de novos padres. C) organização da vida política, construção de hospitais e de escolas de educação básica, administração do patrimônio do Vaticano no Brasil e organização de bazares e feiras para arrecadação de donativos para os necessitados. D) criação e fiscalização do cumprimento das leis referentes à moral e aos costumes dos moradores de Minas Gerais, celebração semanal do rito da missa e administração de sacramentos, como o batismo, o casamento e a extrema unção. E) criação dos órgãos de controle metropolitano sobre a população de escravos e libertos, regulamentação das práticas do Candomblé, construção de casas para os irmãos de baixa renda e desenvolvimento de sistemas de ensino religioso ecumênico. QUESTÃO 09 (Uece 2019) Segundo nos informa Darcy Ribeiro (1995, p.194), em fins do século XVI, a colônia possuía 3 cidades, a maior delas, Salvador, então sede do Governo Geral, contava com aproximadamente15 mil habitantes; no final do século XVII, salvador tinha em torno de 30 mil habitantes e Recife tinha 20 mil. Ao final do século XVIII, enquanto cidades centenárias como Salvador e Recife tinham por volta de 40 mil e 25 mil habitantes, respectivamente, a jovem cidade de Vila Rica, hoje Ouro Preto, elevada à categoria de Vila somente em 1711, já possuía cerca de 30 mil habitantes. RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 194. O fenômeno demográfico do rápido crescimento populacional de Vila rica (Ouro Preto) no século XVIII é atribuído 37 A) ao processo de interiorização da colonização portuguesa no Brasil a partir da expansão da atividade pecuarista, por meio das correntes do sertão de dentro, oriunda da Bahia, e do sertão de fora originária de Pernambuco. B) à grande migração de colonos e de pessoas oriundas de Portugal para a região que hoje é Minas Gerais, em função das descobertas de jazidas de ouro e pedras preciosas, o que fez surgirem vários centros urbanos na área. C) ao estímulo ao desenvolvimento da colônia, promovido por Sebastião José de Carvalho e Melo, o marquês de Pombal, secretário de Estado do Reino, sob o reinado de D. José I, que incentivou a indústria e a educação no Brasil. D) à ocupação de vastos espaços do território da colônia por colonos espanhóis das regiões do Potosi e do Rio da Prata, quando ocorreu a União Ibérica (1580-1640), época em que reis hispânicos governaram o reino de Portugal. QUESTÃO 10 (Fatec 2019) Potosi e Vila Rica foram duas cidades economicamente importantes das Américas espanhola e portuguesa, respectivamente, uma vez que, do entorno delas, foram extraídos metais preciosos. A acumulação desses e de outros metais, o controle da balança comercial e o monopólio do comércio colonial foram parte de uma política econômica que fortaleceu Estados europeus e garantiu o seu desenvolvimento econômico posterior. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, os metais extraídos do entorno dessas duas cidades coloniais e a política econômica à qual o texto se refere. Metais extraídos Política econômica A) Diamante e cobre Monetarismo B) Ouro e diamante Monetarismo C) Cobre e níquel Metalismo D) Prata e ouro Mercantilismo E) Níquel e prata Mercantilismo QUESTÃO 11 (Fuvest 2018) A respeito dos espaços econômicos do açúcar e do ouro no Brasil colonial, é correto afirmar: A) A pecuária no sertão nordestino surgiu em resposta às demandas de transporte da economia mineradora. B) A produção açucareira estimulou a formação de uma rede urbana mais ampla do que a atividade aurífera. C) O custo relativo do frete dos metais preciosos viabilizou a interiorização da colonização portuguesa. D) A mão de obra escrava indígena foi mais empregada na exploração do ouro do que na produção de açúcar. E) Ambas as atividades produziram efeitos similares sobre a formação de um mercado interno colonial. QUESTÃO 12 (Famema 2017) No Brasil Colonial, uma determinada atividade gerou maior articulação entre regiões distantes, ampliou a intervenção regulamentadora da metrópole e deu origem a uma sociedade diferenciada, caracterizada pela vida urbana, pelo aumento da mestiçagem e do número de alforrias e por uma notável produção cultural. Trata-se 38 A) da pecuária no sertão nordestino. B) das plantations de tabaco e algodão no Nordeste. C) da coleta de drogas do sertão na região amazônica. D) das missões jesuíticas no Sul. E) da extração de ouro nas Minas Gerais. QUESTÃO 13 (Uece 2017) O início do Séc. XVIII marcou uma importante mudança no processo de colonização do Brasil pela metrópole portuguesa. A descoberta de jazidas de pedras e metais preciosos, no interior do território, promoveu interiorização do povoamento e diversas alterações na administração colonial. Sobre esse período, é correto afirmar que A) apesar de a capital da colônia permanecer no litoral, diversos núcleos urbanos surgiram nas regiões de exploração mineira tais como Vila Rica, Diamantina, Sabará e Mariana. B) a mais importante alteração administrativa foi a transferência da capital da colônia, de Salvador, na Bahia, para Ouro Preto, em Minas Gerais. C) a cobrança de impostos sobre a mineração, como o “quinto”, praticada pela Intendência das Minas, era tolerada pois todos os recursos eram usados na educação e na saúde pública e gratuita para os colonos. D) na atividade mineradora, o uso de trabalho escravo, muito amplo na economia açucareira, era quase inexistente, sobressaindo-se o trabalho livre de imigrantes europeus. QUESTÃO 14 (Famerp 2017) A descoberta de ouro, no Brasil do século XVII, provocou, entre outros, A) a formação de núcleos populacionais no interior da colônia e o pagamento, por Portugal, de parte das dívidas com a Inglaterra. B) o fim da economia agrícola monocultora e a clara diferenciação em relação às áreas de colonização espanhola na América. C) o início do extrativismo na colônia e a exploração dos metais nobres brasileiros por multinacionais inglesas e norte-americanas. D) o desenvolvimento de ampla produção agrícola na região das Minas e a autossuficiência alimentar das áreas mineradoras. E) a implantação de vasta rede de transportes na região das Minas e o rápido escoamento do ouro na direção dos portos do Nordeste. QUESTÃO 15 (G1 – cps 2017) Segundo a historiadora Laura de Mello e Souza, um dos principais divertimentos da população escravizada ou livre e pobre que vivia nas zonas de mineração eram as festas e procissões religiosas, celebradas com a ostentação típica dos tempos do barroco. Mais do que celebrações religiosas, estes eventos deixavam de lado momentaneamente a pobreza existente naquela época e demonstravam, entre outras coisas, aquilo que aquela sociedade gostaria de ser. Em uma dessas festas, de origem africana, um casal era coroado e reverenciado, como se vê na imagem. 39 Sobre o ato representado na imagem, é correto afirmar que se trata A) do Maracatu, que com a sua corte desfilava nas ruas das cidades de mineradores, celebrando a prosperidade que caracterizava toda aquela sociedade. B) do Carnaval, cujo rei Momo e rainha vinham em cavalos e carruagens enfeitadas, acompanhados por negros e brancos sem distinção. C) da Congada, que acontecia junto às festas católicas, com tambores e outros instrumentos, e saudava rei e rainha do Congo. D) da Festa do Bonfim, quando as escadarias das igrejas eram lavadas e perfumadas por um grande conjunto de pessoas. E) da Folia de Reis, que ocorria semanas antes do Natal, em que todos compareciam descalços e em silêncio. QUESTÃO 16 (ENEM PPL 2015) Síntese entre erudito e popular Na região mineira, a separação entre cultura popular (as artes mecânicas) e erudita (as artes liberais) é marcada pela elite colonial, que tem como exemplo os valores europeus, e o grupo popular, formado pela fusão de várias culturas: portugueses aventureiros ou degredados, negros e índios. Aleijadinho, unindo as sofisticações da arte erudita ao entendimento do artífice popular, consegue fazer essa síntese característica deste momento único na história da arte brasileira: o barroco colonial. MAJORA, C. BrHistória, n. 3, mar. 2007 (adaptado). No século XVII, a arte brasileira, mais especificamente a de Minas Gerais, apresentava a valorização da técnica e um estilo próprio, incluindo a escolha dos materiais. Artistas como Aleijadinho e Mestre Ataíde têm suas obras caracterizadas por peculiaridades que são identificadas por meio A) do emprego de materiais oriundos da Europae da interpretação realista dos objetos representados. B) do uso de recursos materiais disponíveis no local e da interpretação formal com características próprias. C) da utilização de recursos materiais vindos da Europa e da homogeneização e linearidade representacional. D) da observação e da cópia detalhada do objeto representado e do emprego de materiais disponíveis na região. E) da utilização de materiais disponíveis no Brasil e da interpretação idealizada e linear dos objetos representados. QUESTÃO 17 (Unesp 2014) A efervescência que conheceram nas Minas [Gerais, do século XVIII] as artes e as letras também teve feição peculiar. Pela primeira vez na Colônia buscava-se solução própria para a expressão artística. (Laura Vergueiro. Opulência e miséria das Minas Gerais, 1983.) São exemplos do que o texto afirma: A) a pintura e a escultura renascentistas. B) a poesia e a pintura românticas. C) a arquitetura barroca e a poesia árcade. D) a literatura de viagem e a arquitetura gótica. E) a música romântica e o teatro barroco. 40 QUESTÃO 18 (Famerp 2020) A camada intermediária abrangia, nas Minas, indivíduos entregues a uma gama variada de atividades profissionais. Creio ser possível arriscar a hipótese de que poucos viviam com certo conforto e despreocupação, a grande maioria sendo constituída pelos que tinham de lutar diariamente pela subsistência, numa capitania inteiramente voltada para a faina aurífera e para a mineração de diamantes. (Laura Vergueiro. Opulência e miséria das Minas Gerais, 1983.) Entre os membros do grupo social apresentado no texto, viviam nas Minas Gerais do século XVIII: A) pecuaristas, alfaiates e escravos. B) vendeiros, bandeirantes e grandes produtores rurais. C) pintores, altos dignitários da Igreja e prostitutas. D) tropeiros, contratadores de diamante e romeiros. E) carpinteiros, padres e faiscadores. QUESTÃO 19 (ENEM 2019) A partir da segunda metade do século XVIII, o número de escravos recém-chegados cresce no Rio e se estabiliza na Bahia. Nenhum lugar servia tão bem à recepção de escravos quanto o Rio de Janeiro. FRANÇA, R. O tamanho real da escravidão. O Globo, 5 abr. 2015 (adaptado). Na matéria, o jornalista informa uma mudança na dinâmica do tráfico atlântico que está relacionada à seguinte atividade: A) Coleta de drogas do sertão. B) Extração de metais preciosos. C) Adoção da pecuária extensiva. D) Retirada de madeira do litoral. E) Exploração da lavoura de tabaco. QUESTÃO 20 (Ufms 2019) Quando pensamos na diversidade de paisagens, associada à extensão territorial e às formas como foram povoadas as diversas regiões do Brasil, retomamos a ideia de que o País assume dimensões continentais. Além da vastidão do território, é importante lembrar que o Brasil também possui uma história riquíssima e que cada região foi marcada por uma atividade econômica ao longo do período de ocupação pós-1500. Assim, assinale a alternativa que associa corretamente: a região do país, a atividade econômica que historicamente foi praticada na região, o período em que obteve maior êxito e qual foi a matriz da mão de obra utilizada. A) Região Nordeste; mineração; período imperial; trabalho assalariado. B) Região Sul; lavoura açucareira; período colonial; trabalho escravo. C) Região Norte; produção de algodão; período imperial; trabalho indígena. D) Região Centro-Oeste; mineração; período republicano; trabalho assalariado. E) Região Sudeste; mineração; período colonial; trabalho escravo. QUESTÃO 21 (ENEM Libras 2017) Todos os anos, multidões de portugueses e de estrangeiros saem nas frotas para ir às minas. Das cidades, vilas, plantações e do interior do Brasil vêm brancos, mestiços e negros juntamente com muitos ameríndios contratados pelos paulistas. A mistura é de pessoas de todos os tipos e condições; homens e mulheres; moços e velhos; pobres e ricos; fidalgos e povo; leigos, clérigos e religiosos de diferentes ordens, muitos dos quais não têm casa nem convento no Brasil. BOXER, C. O império marítimo português: 1435-1825. São Paulo: Cia. das Letras, 2002. A qual aspecto da vida no Brasil colonial o autor se refere? 41 A) À imposição de um credo exclusivo. B) À alteração dos fluxos populacionais. C) À fragilização do poder da Metrópole. D) Ao desregramento da ordem social. E) Ao antilusitanismo das camadas populares. QUESTÃO 22 (Unesp 2017) Em meados do século o negócio dos metais não ocuparia senão o terço, ou bem menos, da população. O grosso dessa gente compõe-se de mercadores de tenda aberta, oficiais dos mais variados ofícios, boticários, prestamistas, estalajadeiros, taberneiros, advogados, médicos, cirurgiões-barbeiros, burocratas, clérigos, mestres-escolas, tropeiros, soldados da milícia paga. Sem falar nos escravos, cujo total, segundo os documentos da época, ascendia a mais de cem mil. A necessidade de abastecer-se toda essa gente provocava a formação de grandes currais; a própria lavoura ganhava alento novo. (Sérgio Buarque de Holanda. “Metais e pedras preciosas”. História geral da civilização brasileira, vol. 2, 1960. Adaptado.) De acordo com o excerto, é correto concluir que a extração de metais preciosos em Minas Gerais no século XVIII A) impediu o domínio do governo metropolitano nas áreas de extração e favoreceu a independência colonial. B) bloqueou a possibilidade de ascensão social na colônia e forçou a alta dos preços dos instrumentos de mineração. C) provocou um processo de urbanização e articulou a economia colonial em torno da mineração. D) extinguiu a economia colonial agroexportadora e incorporou a população litorânea economicamente ativa. E) restringiu a divisão da sociedade em senhores e Escravos e limitou a diversidade cultural da colônia. QUESTÃO 23 (Ufsm 2015) A igreja de São Francisco (foto), construída em Ouro Preto no século XVIII, é um marco do barroco e da arquitetura brasileira. O contexto histórico que explica a realização dessa obra é criado pelo(a) A) crise do sistema colonial e eclosão das revoltas regenciais. B) deslocamento do centro administrativo da Colônia para a cidade de Ouro Preto. C) exploração econômica das minas de ouro e consolidação da agricultura canavieira. D) ciclo da mineração e decorrente diversificação do sistema produtivo. E) distanciamento em relação a autoridade colonial e consequente maior liberdade de expressão. 42 QUESTÃO 24 (G1 - cps 2015) Há caminhos e cidades brasileiras que nasceram a partir de rotas comerciais ou de exploração do território, que homens percorreram por rios, por terra e por mar, perfazendo longas distâncias de diversas formas, muitas vezes se aproveitando de caminhos já utilizados pelos povos indígenas. Uma dessas rotas ligava, entre os séculos XVIII e XIX, Viamão, no atual Rio Grande do Sul, a Sorocaba, no atual estado de São Paulo, formando, ao longo do trajeto, povoados a partir dos pousos – locais de descanso. Assinale a alternativa que corresponde corretamente aos agentes e ao movimento referido. A) Cavaleiros transportando mercadorias do Pantanal. B) Bandeirantes à procura de índios, ouro e pedras preciosas. C) Tropeiros, com mulas, cavalos e bois, transportando mercadorias. D) Viajantes em cavalos e mulas, para transportar ouro e pedras preciosas. E) Navegantes em pequenas embarcações, para explorar a costa do sul do Brasil. RESOLUÇÕES RESPOSTA DA QUESTÃO 01: [B] [Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia] Nos “caminhos de Minas Gerais à Bahia”, as unidades geomorfológicas (relevo)que mais se destacam são a Depressão Sertaneja e do São Francisco (incluindo o vale do rio São Francisco – MG/BA) e os Planaltos e Serras de Leste- Sudeste (incluindo a Serra do Espinhaço – MG). Na região planáltica do Espinhaço, localizam-se as cidades históricas mineiras que se originaram com o ciclo da mineração (ouro) no século XVIII. [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] O Rio São Francisco está associado à expansão da pecuária, atividade considerada secundária e complementar. As atividades mais importantes do período colonial, como a cana de açúcar, algodão e cacau não dependeram do rio para transporte ou irrigação. RESPOSTA DA QUESTÃO 02: [A] O estilo barroco no Brasil é considerado como um “barroco tardio”, pois se desenvolveu apenas no século XVIII (ao contrário do movimento na Europa do século XVI). Uma de suas características é a expressão da religiosidade, parte dela demonstrada a partir da escultura ou da pintura de santos e de cenas religiosas tradicionais que, na Europa, tiveram como um de seus objetivos reforçar o catolicismo em oposição à reforma religiosa protestante. RESPOSTA DA QUESTÃO 03: [B] Quando trazido para a colônia, o Barroco, assim como outros movimentos artísticos, precisou passar por um processo de adaptação, uma vez que colônias e metrópoles eram bastante diferentes em termos de desenvolvimento e estrutura. No caso do Barroco, especificamente, não só a utilização dos materiais teve que ser adaptada (substituição do mármore pela pedra-sabão), bem como a mão de obra artística (aqui, negros trabalhavam o Barroco) e a sofisticação das obras (usava-se muito mais ouro e dourado na Europa). 43 RESPOSTA DA QUESTÃO 04: [B] Com a descoberta de ouro na região de Minas Gerais em 1696, a Inglaterra teve acesso a essa informação e, através do Tratado de Methuen de 1703, procurou canalizar esses metais preciosos para a Inglaterra o que contribuiu para a Revolução Industrial. Pelo tratado de Methuen conhecido como Panos e Vinhos, Portugal exportava vinho para a Inglaterra e importava tecidos, porém os tecidos eram mais caros gerando um deficit para Portugal que era amenizado com o ouro brasileiro que acabava chegando na Inglaterra. RESPOSTA DA QUESTÃO 05: [D] A partir do autor e de sua corrente literária, o arcadismo, conseguimos datar sua produção: o século XVIII. Em tal período, o Brasil vivia o ciclo do ouro, que acabou por causar as transformações citadas por Cláudio Manuel da Costa na região das Minas Gerais. RESPOSTA DA QUESTÃO 06: [A] A integração entre diferentes regiões foi uma das principais consequências do Ciclo do Ouro no Brasil Colonial. Tal integração era proporcionada pela necessidade de abastecer o mercado consumidor existente na região das minas. RESPOSTA DA QUESTÃO 07: [D] A economia mineradora do século XVIII gerou grandes transformações na colônia, tais como, a mudança do eixo econômico do Nordeste para o Sudeste, transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro, esboçou um mercado interno, integrou as regiões, surgiu uma camada social intermediária, surgiram cidades e com elas um ambiente artístico e cultural. Inúmeras igrejas foram construídas caracterizando o barroco mineiro. A movimentação econômica estimulou a arte e a cultura, o catolicismo popular propiciou a formação das irmandades leigas. RESPOSTA DA QUESTÃO 08: [A] No século XVIII, contexto da mineração no Brasil, Minas Gerais passava por grandes transformações econômicas e sociais. Surgiram inúmeras “Irmandades” religiosas responsáveis pela organização da vida social. Durante a Idade Média existiam as irmandades na Europa. A corrida do ouro em Minas Gerais no século XVIII, gerou um grande crescimento populacional, daí o surgimento das irmandades formadas por religiosos leigos de diferentes classes sociais para organizar a vida social. RESPOSTA DA QUESTÃO 09: [B] No século XVIII, ocorreram diversas transformações no Brasil colonial devido a mineração, entre elas, a mudança da capital de Salvador para a cidade do Rio de Janeiro, a transferência do eixo econômico do Nordeste para o centro da colônia, a interiorização da colonização portuguesa, o surgimento de uma camada intermediária, o crescimento demográfico em função do intenso fluxo de pessoas que deslocavam da metrópole para a colônia. RESPOSTA DA QUESTÃO 10: [D] Sob a vigência do Mercantilismo, a política econômica do Absolutismo, que pregava a importância do metalismo e da balança comercial favorável, Potosí e Vila Rica foram, respectivamente, os grandes centros auríferos da América Espanhola e da América Portuguesa. Em ambas as cidades havia a extração de ouro e prata. 44 RESPOSTA DA QUESTÃO 11: [C] Uma das principais características e consequências do Ciclo do Ouro no Brasil Colonial foi a intensa interiorização da colonização, uma vez que as minas de ouro se encontravam no interior da Colônia, em especial em Minas Gerais. RESPOSTA DA QUESTÃO 12: [E] Diferente da sociedade açucareira dos séculos XVI e XVII, a sociedade mineradora do século XVIII, no centro do Brasil, contribuiu para integrar as regiões esboçando um mercado interno, surgiram cidades e com elas desenvolveram diversas manifestações artísticas e culturais, também foi surgindo uma camada intermediária que realizava diversas atividades econômicas. RESPOSTA DA QUESTÃO 13: [A] O ciclo do ouro promoveu diversas mudanças na vida colonial brasileira, dentre elas a interiorização (uma vez que o ouro foi achado no interior do território colonial) e a integração entre interior e litoral (devido à necessidade de escoamento do ouro encontrado). RESPOSTA DA QUESTÃO 14: [A] No final do século XVII foi encontrado muito ouro na região das Minas Gerais provocando inúmeras transformações na sociedade colonial. Gerou um crescimento demográfico, surgiu uma camada intermediária, desenvolveram-se povoados, eclodiu um ambiente propício para as artes e a cultura. Boa parte deste ouro foi para Portugal e que, por sua vez, possuía dívidas com a Inglaterra e pagava em metais preciosos. RESPOSTA DA QUESTÃO 15: [C] A congada é um tipo de representação dramática e musical, de influência africana, praticada desde o Brasil colonial, na qual é simulada a coroação de um rei do Congo, podendo ser feita, também, a coroação de uma rainha. RESPOSTA DA QUESTÃO 16: [B] A arte popular no Brasil colonial tem algumas características próprias, dentre as quais a adaptação aos recursos disponíveis nas vilas coloniais brasileiras. Sendo assim, o uso de materiais disponíveis e a interpretação própria dos fatos da vida colonial cotidiana foram marcas dos artistas populares. RESPOSTA DA QUESTÃO 17: [C] A mineração que caracterizou o Brasil ao longo do século XVIII trouxe inúmeras transformações para o Brasil Colonial, entre elas: transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro, mudança do eixo econômico do nordeste para o sudeste, esboçou-se um mercado interno contribuindo para integrar as regiões, sociedade com um aspecto mais urbano com o surgimento de cidades, surgiu uma “cultura brasileira” caracterizada pela Arte Barroca e pelo Arcadismo na Literatura. As demais alternativas estão incorretas. RESPOSTA DA QUESTÃO 18: [E] O texto da historiadora Laura Vergueiro faz referência as transformações econômicas e sociais ocorridas no Brasil do século XVIII, associadas ao contexto da mineração. Entre as principais mudanças estão a transferência do eixo econômico do Nordeste para o centro da colônia, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se a 45 nova capital, esboçou-se um mercado interno, surgiram diversas cidades, desenvolveu um ambiente artísticoe cultural, ocorreu um forte crescimento demográfico surgindo uma camada intermediária composta profissionais liberais, mineradores, carpinteiros, faiscadores, padres, etc. RESPOSTA DA QUESTÃO 19: [B] Questão respondida pela temporalidade. No século XVIII, o Brasil vivia o Ciclo do Ouro, que forçou o deslocamento de mão de obra escrava do Nordeste para o Sudeste. RESPOSTA DA QUESTÃO 20: [E] A mineração não foi no Nordeste, não prevaleceu trabalho assalariado e não ocorreu no Brasil imperial. A lavoura canavieira não foi na região Sul. A questão contempla três elementos importantes: região, atividade econômica e mão de obra utilizada. Assim, somente a alternativa [E] está correta. De fato foi na região Sudeste que ocorreu a mineração, com utilização do trabalho escravo, no século XVIII, contexto colonial. RESPOSTA DA QUESTÃO 21: [B] O texto apresenta uma das características do Ciclo do Ouro no Brasil Colonial: o fluxo migratório para a região das minas e o consequente aumento populacional na região sudeste da Colônia. RESPOSTA DA QUESTÃO 22: [C] Como destaca Sérgio Buarque de Holanda, a extração de ouro não ocupava nem 1 3 da população que vivia nas minas. Segundo o autor, a maior parte da população colonial exercia as mais variadas funções – como mercadores, médicos, clérigos e escravos – e essa população exigia uma infraestrutura que a Colônia teve que suprir – baseada na urbanização e no abastecimento alimentício na região das minas. RESPOSTA DA QUESTÃO 23: [D] O ciclo da mineração expandiu a Colônia em direção ao interior e aumentou consideravelmente o número de habitantes das Minas Gerais, o que propiciou um desenvolvimento econômico, social e cultural nessa região. A difusão do Barroco é característica desse desenvolvimento. RESPOSTA DA QUESTÃO 24: [C] A questão faz referência ao Tropeirismo e ao caminho de Viamão. Quando se descobriu ouro na região das Minas Gerais no final do século XVII, em 1696 na cidade de Mariana, a economia brasileira foi se deslocando do Nordeste para o Centro da colônia. Esboçou-se um mercado interno que contribuiu para integrar as regiões brasileiras. Surgiram diversos caminhos importantes para levar pessoas e mercadorias para as Minas Gerais, entre eles, o caminho de Viamão que ligava o Rio Grande do Sul até Sorocaba em São Paulo. Era o caminho das tropas, o Tropeirismo, no qual cavalos, bois e mulas transportavam mercadorias. 46 HISTÓRIA DO BRASIL – COLÔNIA: SOCIEDADE COLONIAL QUESTÃO 01 (Ufrgs 2018) Observe o mapa abaixo. Considere as seguintes afirmações sobre a origem dos grupos étnicos africanos escravizados, trazidos para o Brasil entre os séculos XV e XIX. I. A maior parte dos grupos étnicos são oriundos do norte da África. II. As principais áreas de saída de africanos foram os atuais territórios de Moçambique e Angola. III. Os grupos étnicos africanos escravizados, levados ao nordeste, vêm do leste da África, e aqueles levados para o sudeste e o sul são oriundos da África ocidental. Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas II e III. E) I, II e III. QUESTÃO 02 (Ufpr 2018) Leia o texto abaixo: [...] O quilombo aparecia onde quer que a escravidão surgisse. Não era simples manifestação tópica. Muitas vezes, surpreende pela capacidade de organização, pela resistência que oferece; destruído parcialmente dezenas de vezes e novamente aparecendo, em outros locais, plantando a sua roça, constituindo suas casas, reorganizando a sua vida social e estabelecendo novos sistemas de defesa. O quilombo não foi, portanto, apenas um fenômeno esporádico. Constituía-se em fato normal dentro da sociedade escravista. Era reação organizada de combate a uma forma de trabalho contra a qual se voltava o próprio sujeito que a sustentava. (MOURA, Clóvis. Rebeliões da Senzala. Editora Conquista, Rio de Janeiro, 1972, p. 87.) A respeito da história dos quilombos no Brasil, considere as seguintes afirmativas: 1. Foi uma forma de organização dos escravos libertos, que não encontraram lugar na sociedade brasileira pós-abolição. 2. O quilombo marcou sua presença durante todo o período escravista, existindo praticamente em toda a extensão do território nacional. 3. Sua estrutura social respondia a uma lógica particularmente militar, que visava desestabilizar a estrutura social dos senhores de escravos. 4. A quilombolagem se constituiu na unidade básica de resistência, fruto das contradições estruturais do sistema escravista, e sua dinâmica refletia a negação desse sistema. Assinale a alternativa correta. A) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras. B) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. C) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. D) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. E) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. 47 QUESTÃO 03 (Enem 2017) A fotografia, datada de 1860, é um indício da cultura escravista no Brasil, ao expressar a A) ambiguidade do trabalho doméstico exercido pela ama de leite, desenvolvendo uma relação de proximidade e subordinação em relação aos senhores. B) integração dos escravos aos valores das classes médias, cultivando a família como pilar da sociedade imperial. C) melhoria das condições de vida dos escravos observada pela roupa luxuosa, associando o trabalho doméstico a privilégios para os cativos. D) esfera da vida privada, centralizando a figura feminina para afirmar o trabalho da mulher na educação letrada dos infantes. E) distinção étnica entre senhores e escravos, demarcando a convivência entre estratos sociais como meio para superar a mestiçagem. QUESTÃO 04 (Ufrgs 2020) Leia o seguinte texto a respeito das disputas fronteiriças entre as coroas ibéricas no sul do continente americano, ao longo do século XVIII, e o protagonismo indígena no contexto de tais disputas. Durante um período de conflito agudo nas reduções, em meados do século XVIII, os Guarani escreveram intensamente, os documentos produzidos por eles permitem repensar as relações estabelecidas com o território missioneiro e, especialmente, suas formas de ação política. Esse conjunto de documentos indica uma discussão pouco referida pela historiografia dedicada ao tema, ou seja, a existência da defesa por escrito de um direito a resistir a uma ordem real injusta dos Guarani em redução [...]. A disputa pelas fronteiras na América do Sul, resultado da rivalidade entre as duas monarquias ibéricas, esteve caracterizada por uma ativa participação dos agentes locais. Diante das implicações dessa permuta, a elite indígena procurou estabelecer negociações que lhe garantissem o controle das terras orientais. NEUMANN, Eduardo Santos; BOIDIN, Capucine. A escrita política e o pensamento dos Guarani em tempos de autogoverno (c.1753). Revista Brasileira de História, v. 37, n. 75, 2017, p. 98. Em relação a essas disputas, é correto afirmar que A) a escrita serviu como importante fator de resistência e de negociação dos interesses indígenas e de mediação com os colonizadores europeus. B) as rivalidades entre Portugal e Espanha, pelo controle das terras na região das Missões, desconsiderou a participação dos indígenas. C) a historiografia sempre se referiu ao papel desempenhado pelas lideranças indígenas como parte da elite letrada na América do Sul. D) os conflitos pela definição das fronteiras garantiram a completa submissão das populações indígenas às reduções jesuíticas. E) as sociedades guaranis tinham o costume de resistir às ordens reais emitidas por escrito pelas coroas ibéricas. 48 QUESTÃO 05 (G1 - cftrj2020) Os africanos foram trazidos do chamado continente negro para o Brasil em um fluxo de intensidade variável. Os cálculos sobre o número de pessoas transportadas como escravos variam muito. Estima-se que, entre 1550 e 1855, entraram pelos portos brasileiros 4 milhões de escravos, na sua grande maioria jovens do sexo masculino. (FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 1995. p. 51.) Entre as razões que justificavam o tráfico negreiro estava: A) O desejo do colonizador em proteger o índio do trabalho escravo trazendo o Africano para substituí-lo. B) Permitir a livre concorrência entre trabalhadores indígenas e africanos para baratear a mão de obra. C) Possibilitar maior dinamismo comercial entre as colónias e os países europeus. D) A lógica de funcionamento da prática mercantilista, onde o tráfico ultramarino de escravos era um negócio relevante tanto para os comerciantes metropolitanos como para a coroa. QUESTÃO 06 (Ufms 2020) A astúcia portuguesa relativa ao processo de conquista de sua parcela do território americano é relatada em diversas obras da historiografia brasileira e mundial. Este protocolo de integração portuguesa com outros povos pode ser notado, por exemplo, no trecho a seguir, de autoria de Jessé Souza. “O português entra em contato com o elemento nativo e o adventício, formando, em contraposição ao colonizador anglo-saxão, por exemplo, uma nova ligadura, um novo produto social e cultural. Por outro lado, o elemento português permanece, malgrado todos estes contatos, sempre igual a si mesmo. O português é ele e o outro ao mesmo tempo. Ele é plástico por já possuir dentro de si todos os opostos. Essa espantosa qualidade cultural permite que, ao encontrar alguma alteridade fora dele, o português possa lançar mão de características assemelhadas à esse alter na sua própria personalidade, que possibilita interpenetração cultural sem perda da sua substância original.” (Fonte: SOUZA, Jessé. Subcidadania brasileira: para entender o país além do jeitinho brasileiro. Deste modo, e de acordo com seus conhecimentos, assinale a resposta correta que corresponde ao ápice deste processo sócio- histórico. A) O legado português na formação da sociedade brasileira pode ser notado na manifestação do idioma, na religiosidade, na organização social e, principalmente, no que o difere dos demais modelos colonizadores, na integração com diferentes culturas, como a africana e a indígena, por exemplo. B) A herança cultural portuguesa é predominante na formação da sociedade brasileira, sendo que os aspectos culturais adventícios são pouco notáveis ou quase imperceptíveis quando levamos em consideração a real situação do Brasil em comparação com os demais países sul- americanos. C) A habilidade social portuguesa pode ser notada, principalmente, em regiões fronteiras limítrofes, quando o elemento português precisou se associar ao elemento nativo indígena, e nas regiões produtivas canavieiras como o Nordeste, quando foi imprescindível contar com o suporte da mão de obra africana, já que nas demais regiões do País o que se percebe é a predominância do elemento cultural branco europeu em detrimento das demais culturas. D) A conquista da América portuguesa ocorre quando o português forja sua integração social por meio da exploração de africanos escravizados e de nativos indígenas, no momento em que eles eram úteis unicamente como fonte de mão de obra para a manutenção do sistema colonial, visando a acumular recursos para a Coroa portuguesa. E) Ao chegar ao Brasil, o colonizador português permanece isento no processo de miscigenação para o surgimento da sociedade brasileira, ao contrário de outras culturas e sociedades (africanos e nações indígenas) que precisam se reorganizar e se moldar para que possam continuar presentes enquanto elementos formativos do povo brasileiro. 49 QUESTÃO 07 (G1 – cftrj 2020) "A religião aparece desde o início como o discurso legitimador da expansão que era vista, assim como a conquista espiritual; é junto ao papado que os reinos ibéricos, pioneiros da colonização e expansão, buscam autoridade para dirimir as disputas pela partilha dos mundos a descobrir e, a partir daí, a legitimação da conquista pela catequese" (NOVAIS, Fernando A. In SOUZA, Laura de Mello. História da vida privada no Brasil: cotidiano e vida privada na América portuguesa) O papel da Igreja Católica foi preponderante na colonização portuguesa no Brasil. Entre as opções abaixo aponte aquela que representa uma ação da igreja católica durante todo o período colonial que esteja presente no texto citado. A) A fundação das missões jesuítas com o objetivo de catequizar os índios. B) A criação do Conselho ultramarino pelo papado. C) Adoção do Calvinismo como princípio regulador da ação dos jesuítas. D) A elaboração de justificativas teológicas que condenavam a escravidão africana e o tráfico negreiro. QUESTÃO 08 (Espcex Aman 2020) Na segunda metade do século XVIII, durante a administração do marquês de Pombal (1750 a 1777), foram adotadas medidas que objetivavam tornar mais ágil e eficiente a administração da colônia portuguesa do Brasil, dentre as quais se destaca: A) a elevação do Estado do Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarve. B) o reconhecimento da importância das Regiões do Sul e Sudeste, em função do incremento do ciclo econômico do café. C) a transferência da capital do estado do Brasil, de Salvador para o Rio de Janeiro. D) o estado do Grão-Pará e Maranhão recebeu a denominação de estado do Maranhão. E) a restauração do sistema de Capitanias Hereditárias. QUESTÃO 09 (Ufpr 2020) Aqui no Brasil tratou-se desde o início de aproveitar o índio, não apenas para obtenção dele, pelo tráfico mercantil, de produtos nativos, ou simplesmente como aliado, mas sim como elemento participante da colonização. Os colonos viam nele um trabalhador aproveitável; a metrópole, um povoador para a área imensa que tinha de ocupar, muito além de sua capacidade demográfica. Um terceiro fator entrará em jogo e vem complicar os dados do problema: as missões religiosas. (PRADO JÚNIOR, Caio. A formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 1963, p. 91.) Baseando-se no trecho acima sobre o trabalho indígena no Brasil Colônia, assinale a alternativa correta. A) Os indígenas serviram como um elemento ativo e fundamental na colonização da região Nordeste, enquanto na região Centro-Sul sua mão de obra foi utilizada de maneira escassa. B) Os jesuítas segregavam os indígenas em aldeias, para evitar a escravização da mão de obra nativa durante a colonização portuguesa. C) Os colonizadores espanhóis, ao contrário dos portugueses, não utilizaram a mão de obra indígena, constituindo uma sociedade baseada na colonização de povoamento. D) O tipo de trabalho executado pelos indígenas era bastante rudimentar, e a dependência da metrópole em relação a essa mão de obra provocou atraso econômico e cultural para a colônia brasileira. E) Com o início do tráfico de escravos africanos, a mão de obra indígena deixou de ser utilizada no processo de colonização. 50 QUESTÃO 10 (Ufjf-pism 1 2019) Os textos abaixo tratam da relação entre índios e brancos em momentos distintos. O Documento 1 traz a memória contemporânea de um dos netos de mulheres indígenas que foram "pegas no laço", prática recorrente desde o período colonial até o início do século XX. O Documento 2 enfoca o conflito entre índios e colonizadores no sertão mineiro, no século XVIII. Leia atentamente: Documento 1: "Meu pai disse que meu avô contou que minha avó era muito linda e que olhou bem nos seus olhos antes de correr. Meu avô ficouenfeitiçado por ela. Imediatamente ele tirou o laço do lombo do cavalo em que estava montado e a laçou. Ela, no começo, esperneou, gritou, chamou pelos outros ‘índios’, mas ninguém voltou, e meu avô a levou para casa e com ela teve nove filhos. Meu avô contou para meu pai que vovó era baixinha, tinha cabelos longos bem pretinhos e olhos puxadinhos. Ela ficava horas sentada na frente de casa penteando os cabelos e com os olhos perdidos no horizonte. Meu avô dizia que ela ficou a vida inteira aguardando que sua ‘tribo’ viesse resgatá-la. Nunca ninguém apareceu." (Texto adaptado. Disponível em: <https://bit.ly/2OQmemL>. Acesso em: 31 jul. 2018.) Documento 2: "O ápice da violência que colocou soldados e posseiros contra os índios no sertão mineiro aconteceu não no início da corrida do ouro, como se poderia imaginar, mas durante a segunda metade do século XVIII, na região oriental da capitania. Durante os séculos XVI e XVII, diversos grupos indígenas haviam se retirado para o interior, fugindo da colonização da costa. No século XVIII, a explosão da mineração provocou uma linha consolidada de construção de vilas e lugarejos coloniais a oeste desses grupos [...]. O resultado foi a criação de uma zona de refúgio nas florestas a leste da capitania. [...] A apropriação brusca da terra dos nativos do sertão do leste relativiza a alegação dos posseiros e dos oficiais da colônia de que os portugueses entraram na floresta virgem como mensageiros da civilização, forçados a usar a violência em autodefesa quando atacados pelos incorrigíveis ‘selvagens’." (RESENDE, Maria Leônia Chaves de; LANGFUR, Hal. Minas Gerais indígena: a resistência dos índios nos sertões e nas vilas de El-Rei. Tempo, Niterói, v. 12, n. 23, p. 5-22, 2007, p. 8.) Sobre este assunto, assinale a alternativa CORRETA: A) O contato entre índios e colonizadores foi marcado por uma relação de violência vinculada, quase sempre, aos avanços dos europeus contra grupos e territórios indígenas. B) De acordo com os documentos, no processo de consolidação do território colonial não sobrou espaço para os índios se refugiarem. C) Os documentos deixam claro como, na história brasileira, mulheres indígenas foram salvas pelos brancos que as sequestraram de suas tribos. D) Os índios aceitaram o processo de conquista, pois não podiam enfrentar os colonizadores, fossem eles soldados ou posseiros. E) Soldados e posseiros levavam o progresso para os índios e ajudavam para que estes conhecessem a religião e fossem convertidos. 51 QUESTÃO 11 (Ufsc 2019) Especialmente nos primeiros três séculos da História do Brasil, a base econômica centrou-se na produção de açúcar com mão de obra escrava. Em relação à escravidão no Brasil, é correto afirmar que: 01) a maior parte dos escravos trazidos ao Brasil era oriunda da África Subsaariana. 02) considerando-se as más condições de trabalho às quais os escravos eram submetidos, não lhes foi permitido nem lhes era possível qualquer manifestação cultural de origem africana, razão pela qual se verifica grande pobreza na cultura afro- brasileira. 04) o comércio de escravos foi uma atividade econômica praticada no continente americano apenas por portugueses e espanhóis, o que tornou Portugal e Espanha potências escravistas. 08) a maior parte dos escravos trazidos ao Brasil já conhecia técnicas de agricultura tropical, bem como ferramentas agrícolas. 16) o termo “negros da terra” era usado para designar os indígenas do Brasil, no entanto eles não foram utilizados como escravos porque nunca se submeteram à escravidão. 32) em meados do século XIX, em função da baixa rentabilidade nas fazendas de café, os grandes proprietários optaram pela mão de obra baseada em imigrantes europeus, o que interrompeu o comércio de escravos no Brasil. QUESTÃO 12 (Uece 2019) Atente para o que disse o jesuíta André João Antonil sobre a escravidão no Brasil: “No Brasil, costumam dizer que para o escravo são necessários três PPP, a saber, pau, pão e pano. E, posto que comecem mal, principiando pelo castigo que é o pau, contudo, prouvera a Deus que tão abundante fosse o comer e o vestir como muitas vezes é o castigo, dado por qualquer causa pouco provada, ou levantada; e com instrumentos de muito rigor(...), de que se não usa com os brutos animais, fazendo algum senhor mais caso de um cavalo que de meia dúzia de escravos...” ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. 3. ed. Belo Horizonte: Itatiaia/Edusp, 1982, p. 37. (Coleção Reconquista do Brasil).Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObr aForm.do?select_action=&co_obra=1737 Com base no trecho acima e no que se sabe sobre o sistema escravista ocorrido no Brasil, é correto dizer que A) a visão do jesuíta Antonil apresenta uma perspectiva da colonização portuguesa em que a escravidão aparece de uma forma humanizada, pois eram garantidos aos escravos o alimento e as vestimentas. B) não há, no texto de Antonil, qualquer crítica ao sistema escravista, aos castigos físicos dados aos escravos nem a sua desvalorização como ser humano. C) o sistema escravista, centrado no trabalho compulsório, no tráfico de africanos para a colônia e em uma rígida estrutura de controle e punição, foi a base da economia colonial e criou uma sociedade desigual. D) apesar de aparentar opressão e violência, o sistema escravista foi positivo para os africanos trazidos ao Brasil, pois possibilitou a eles acesso a uma cultura superior e a uma religião organizada, já que, na África, viviam primitivamente. QUESTÃO 13 (G1 - cps 2019) Leia o trecho do poema Quilombo, de José Carlos Limeira. Queria ver você negro negro queria te ver se Palmares ainda vivesse em Palmares queria viver. O gosto da liberdade Sentido Cravado No peito Correr, Sentir os campos ter a vida. (LIMEIRA, José Carlos; “Quilombos”. In: Atabaques. Rio de Janeiro: Max, 1979. p.19-24) 52 O poema faz referência a Palmares e à ideia de liberdade, os quais caracterizam A) a execução de Tiradentes, líder da Inconfidência Mineira, movimento emancipacionista frustrado, ocorrido em Minas Gerais no século XVIII. B) a demarcação de terras indígenas no Pará, garantidas pela Constituição Federal de 1988, promulgada após aproximadamente duas décadas de regime autoritário. C) a demolição do Complexo Penitenciário do Carandiru, em São Paulo, onde, na segunda metade do século XX, ocorreu uma das maiores chacinas da história do estado. D) o mais duradouro quilombo da história do Brasil, localizado em Alagoas, no qual se refugiaram milhares de escravos fugidos de cidades e fazendas ao longo do século XVII. E) as comunidades pobres do Rio de Janeiro que, por volta de 1910, foram expulsas dos cortiços no centro da cidade, no processo de reformas urbanas conduzido por Pereira Passos. QUESTÃO 14 (Uepg 2019) Em Raízes do Brasil, clássico de 1936, o sociólogo e historiador Sergio Buarque de Holanda buscou compreender a sociedade colonial brasileira e concluiu que diversos problemas vividos no Brasil contemporâneo decorrem do modelo construído pela colonização portuguesa. A respeito da sociedade colonial brasileira, assinale o que for correto. 01) A escravidão (indígena e africana) se baseou num sistema marcado pelo controle, pela vigilância e pela violência constantes por parte dos senhores. 02) O trabalho braçal foi visto como algo inferior executado por índios e negros escravizados. Apesar disso, mesmo que em menor proporção, existiam trabalhadores livres na colônia. 04) Apesar de grande extensão territorial, a colônia não possuía porções de terras férteis em seu interior. Esse foi o motivo que levou os portugueses a desenvolvera produção do açúcar numa estreita faixa litorânea do Nordeste, notadamente em Pernambuco. 08) A mestiçagem foi um traço marcante da sociedade brasileira colonial e se deu entre africanos e indígenas. Os portugueses acreditavam na superioridade racial europeia e evitaram a miscigenação com os demais povos presentes na colônia. 16) O idioma português se consolidou no Brasil apenas no século XIX. Na sociedade colonial brasileira o predomínio da língua foi exercido pelo tupi-guarani, idioma falado por um significativo contingente nativo que foi escravizado pelos europeus. QUESTÃO 15 (Ufrgs 2019) Sobre as atividades econômicas e a mão de obra na América Portuguesa, entre os séculos XVI e XVII, é correto afirmar que a produção A) era voltada exclusivamente para o mercado externo, restrita ao cultivo em plantations, e a mão de obra era exclusivamente de indígenas e africanos escravizados. B) era voltada para além do mercado externo, com diversas culturas ligadas ao mercado interno, e a mão de obra era majoritariamente de escravizados, mas com a presença de trabalhadores livres. C) era voltada exclusivamente para o mercado interno, através do cultivo de itens de subsistência, e a mão de obra era exclusivamente de indígenas e africanos escravizados. D) não se resumia ao mercado externo, com diversas culturas voltadas ao mercado interno, e a mão de obra era exclusivamente de indígenas e africanos escravizados. E) era voltada exclusivamente para o mercado externo, restrita ao cultivo em plantations, e a mão de obra era majoritariamente de escravizados, mas com a presença de trabalhadores livres. 53 QUESTÃO 16 (Unesp 2020) Nem existia Brasil no começo dessa história. Existiam o Peru e o México, no contexto pré-colombiano, mas Argentina, Brasil, Chile, Estados Unidos, Canadá, não. No que seria o Brasil, havia gente no Norte, no Rio, depois no Sul, mas toda essa gente tinha pouca relação entre si até meados do século XVIII. E há aí a questão da navegação marítima, torna-se importante aprender bem história marítima, que é ligada à geografia. [...] Essa compreensão me deu muita liberdade para ver as relações que Rio, Pernambuco e Bahia tinham com Luanda. Depois a Bahia tem muito mais relação com o antigo Daomé, hoje Benin, na Costa da Mina. Isso formava um todo, muito mais do que o Brasil ou a América portuguesa. [...] Nunca os missionários entraram na briga para saber se o africano havia sido ilegalmente escravizado ou não, mas a escravidão indígena foi embargada pelos missionários desde o começo, e isso também é um pouco interesse dos negreiros, ou seja, que a escravidão africana predomine. [...] A escravização tem dois processos: o primeiro é a despersonalização, e o segundo é a dessocialização. (Luiz Felipe de Alencastro. Entrevista a Mariluce Moura. “O observador do Brasil no Atlântico Sul”. In: Revista Pesquisa Fapesp, no 188, outubro de 2011.) A “despersonalização” e a “dessocialização” dos escravizados podem ser associadas, respectivamente, A) ao fato de que os escravos eram identificados por números marcados a ferro e à interdição do contato entre os cativos e seus senhores. B) à noção do escravo como mercadoria e ao fato de que os africanos eram extraídos de sua comunidade de origem. C) à noção do escravo como tolerante ao trabalho compulsório e ao fato de que ele era proibido de fazer amizades ou constituir família. D) ao fato de que os escravos eram etnologicamente indistintos e à proibição de realização de festas e cultos. E) à noção do escravo como desconhecedor do território colonial e ao fato de que ele não era reconhecido como brasileiro. QUESTÃO 17 (Enem 2019) O processamento da mandioca era uma atividade já realizada pelos nativos que viviam no Brasil antes da chegada de portugueses e africanos. Entretanto, ao longo do processo de colonização portuguesa, a produção da farinha foi aperfeiçoada e ampliada, tornando-se lugar- comum em todo o território da colônia portuguesa na América. Com a consolidação do comércio atlântico em suas diferentes conexões, a farinha atravessou os mares e chegou aos mercados africanos. BEZERRA, N. R. Escravidão, farinha e tráfico atlântico: um novo olhar sobre as relações entre o Rio de Janeiro e Benguela (1790-1830). Disponível em: www.bn.br. Acesso em: 20 ago. 2014 (adaptado). Considerando a formação do espaço atlântico, esse produto exemplifica historicamente a A) difusão de hábitos alimentares. B) disseminação de rituais festivos. C) ampliação dos saberes autóctones. D) apropriação de costumes guerreiros. E) diversificação de oferendas religiosas. 54 QUESTÃO 18 (Enem 2018) Outra importante manifestação das crenças e tradições africanas na Colônia eram os objetos conhecidos como “bolsas de mandinga”. A insegurança tanto física como espiritual gerava uma necessidade generalizada de proteção: das catástrofes da natureza, das doenças, da má sorte, da violência dos núcleos urbanos, dos roubos, das brigas, dos malefícios de feiticeiros etc. Também para trazer sorte, dinheiro e até atrair mulheres, o costume era corrente nas primeiras décadas do século XVIII, envolvendo não apenas escravos, mas também homens brancos. CALAINHO, D. B. Feitiços e feiticeiros. In: FIGUEIREDO, L. História do Brasil para ocupados . Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013 (adaptado). A prática histórico-cultural de matriz africana descrita no texto representava um(a) A) expressão do valor das festividades da população pobre. B) ferramenta para submeter os cativos ao trabalho forçado. C) estratégia de subversão do poder da monarquia portuguesa. D) elemento de conversão dos escravos ao catolicismo romano. E) instrumento para minimizar o sentimento de desamparo social. QUESTÃO 19 (Famema 2020) O avanço das culturas sul-americanas nas zonas tropicais africanas conhece três etapas. Num primeiro tempo, a América exporta mandioca através da Guanabara e do litoral vicentino. Numa segunda etapa, a mandioca, o milho, a batata-doce e frutas sul-americanas passam a ser plantados nas terras africanas. Num terceiro tempo, tais culturas espalham-se pelos sertões africanos. O uso do milho e da mandioca como ração dos povos da região permitiu que os guerreiros negreiros dilatassem suas áreas de captura. Roças de mandioca e milho são abertas nas áreas de parada e descanso dos bandos, facilitando o transporte terrestre de um maior número de cativos do sertão. (Luiz Felipe de Alencastro. O trato dos viventes, 2000. Adaptado.) O historiador A) relaciona a influência cultural africana com o desenvolvimento da agricultura na América. B) mostra o intercâmbio econômico entre os indígenas americanos e os guerreiros africanos. C) associa a introdução de novos cultivos na África com o aumento do tráfico negreiro. D) evidencia o escambo de produtos agrícolas americanos por cativos do interior africano. E) destaca a importância da monocultura de exportação desenvolvida no Atlântico Sul. QUESTÃO 20 (Ufrgs 2018) Leia o segmento abaixo, do escritor indígena Ailton Krenak. Os fatos e a história recente dos últimos 500 anos têm indicado que o tempo desse encontro entre as nossas culturas é um tempo que acontece e se repete todo dia. Não houve um encontro entre as culturas dos povos do Ocidente e a cultura do continente americano numa data e num tempo demarcado que pudéssemos chamar de 1500 ou de 1800. Estamos convivendo com esse contato desde sempre. KRENAK, Ailton. O eterno retorno do encontro. In: NOVAES, Adauto (org.). A outra margem do Ocidente. São Paulo: Funarte, Companhia das Letras, 1999. p. 25. Considerando a história indígena no Brasil, a principalideia contida no segmento é 55 A) negação da conquista europeia na América, em 1500. B) ausência de transformação social nas sociedades ameríndias. C) exclusão dos povos americanos da história ocidental. D) estagnação social do continente sul- americano após a chegada dos europeus. E) continuidade histórica do contato cultural entre ocidentais e indígenas. QUESTÃO 21 (Fgv 2018) Como a sociedade do reino e as dos núcleos mais antigos de povoamento – a de Pernambuco, Bahia ou São Paulo – seguiam, em Minas, os princípios estamentais de estratificação, ou seja, pautavam-se pela honra, pela estima, pela preeminência social, pelo privilégio, pelo nascimento. A grande diferença é que, em Minas, o dinheiro podia comprar tanto quanto o nascimento, ou “corrigi-lo”, bem como a outros “defeitos” (...) Como rezava um ditado na época, “quem dinheiro tiver, fará o que quiser”. (Laura de Mello e Souza. Canalha indômita. Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 1, nº 2, ago. 2005. Adaptado) No Brasil colonial, tais “defeitos” referem-se A) aos que fossem acusados pelo Tribunal da Santa Inquisição e aos que estivessem na Colônia sem a permissão do soberano português. B) ao exercício de qualquer prática comercial desvinculada da exportação e à condição de não ser proprietário de terras e escravos. C) aos que explorassem ilegalmente o trabalho compulsório dos indígenas e aos colonos que não fizessem parte de alguma irmandade religiosa. D) aos colonos que se casavam com pessoas vindas da Metrópole e aos que afrontassem, por qualquer meio, os chamados “homens bons”. E) aos de sangue impuro, representados pela ascendência moura, africana ou judaica, e aos praticantes de atividades artesanais ou relacionadas ao pequeno comércio. QUESTÃO 22 (Unesp 2018) Em 1500, fazia oito anos que havia presença europeia no Caribe: uma primeira tentativa de colonização que ninguém na época podia imaginar que seria o prelúdio da conquista e da ocidentalização de todo um continente e até, na realidade, uma das primeiras etapas da globalização. A aventura das ilhas foi exemplar para toda a América, espanhola, inglesa ou portuguesa, pois ali se desenvolveu um roteiro que se reproduziu em várias outras regiões do continente americano: caos e esbanjamento, incompetência e desperdício, indiferença, massacres e epidemias. A experiência serviu pelo menos de lição à coroa espanhola, que tentou praticar no resto de suas possessões americanas uma política mais racional de dominação e de exploração dos vencidos: a instalação de uma Igreja poderosa, dominadora e próxima dos autóctones, assim como a instalação de uma rede administrativa densa e o envio de funcionários zelosos, que evitaram a repetição da catástrofe antilhana. (Serge Gruzinski. A passagem do século: 1480-1520: as origens da globalização, 1999. Adaptado.) “A instalação de uma Igreja poderosa, dominadora e próxima dos autóctones” contribuiu para a dominação espanhola e portuguesa da América, uma vez que os religiosos A) mediaram os conflitos entre grupos indígenas rivais e asseguraram o estabelecimento de relações amistosas destes com os colonizadores. B) aceitaram a imposição de tributos às comunidades indígenas, mas impediram a utilização de nativos na agricultura e na mineração. C) toleraram as religiosidades dos povos nativos e assim conseguiram convencê-los a colaborar com o avanço da colonização. D) rejeitaram os regimes de trabalho compulsório, mas estimularam o emprego de mão de obra indígena em obras públicas. E) desenvolveram missões de cristianização dos nativos e facilitaram o emprego de mão de obra indígena na empresa colonial. 56 RESOLUÇÕES RESPOSTA DA QUESTÃO 01: [B] A afirmativa [I] está incorreta porque, como o próprio mapa mostra, a maior parte dos africanos escravizados era oriunda da África Subsaariana. A afirmativa [III] está incorreta porque boa parte dos africanos escravizados no Nordeste brasileiro veio do Oeste africano, e não do Leste. RESPOSTA DA QUESTÃO 02: [C] [1] Incorreta porque os quilombos eram formados por escravos que fugiam de seus senhores, numa clara manifestação de resistência à escravidão; [3] Incorreta porque a lógica social dos quilombos visava dar aos quilombolas o oposto do que os escravos viviam nas fazendas coloniais. Nesse sentido, estruturas africanas de solidariedade e comunidade eram reproduzidas nos quilombos. RESPOSTA DA QUESTÃO 03: [A] O indício citado no comando da questão, pertencente à cultura escravista brasileira, era a clara diferenciação entre os escravos braçais e os escravos “de casa”, ou seja, aqueles que exerciam suas funções dentro das casas dos senhores. Dentre as funções exercidas por esses escravos, estava a de ama de leite, o que criava um laço de proximidade entre as escravas e as crianças brancas. Apesar de não perder a condição de escravidão, as amas de leite chegavam a ser chamadas de “mães pretas” pelas crianças que amamentavam. RESPOSTA DA QUESTÃO 04: [A] Independente do resultado das disputas territoriais envolvendo os Sete Povos das Missões, o fragmento registra que o uso da escrita pelos Guarani foi de fundamental importância para mostrar a resistência indígena. Além disso, a escrita também ajudou os nativos a se posicionarem diante dos europeus, o que também contribuiu para a afirmação do posicionamento indígena na disputa. RESPOSTA DA QUESTÃO 05: [D] Dentro do contexto do capitalismo comercial e mercantil, séculos XVI ao XVIII, o tráfico de escravos da África para a América gerava muito lucro para os traficantes bem como para as monarquias nacionais modernas que necessitavam de recursos para manter o aparato estatal. RESPOSTA DA QUESTÃO 06: [A] O fragmento de texto do sociólogo Jessé de Souza aponta para uma particularidade da colonização portuguesa na América, “o elemento português permanece sempre igual a si mesmo, o português é ele e o outro ao mesmo tempo”. Isso significa que, ao colonizar, o português deixa marcas profundas no colonizado. No idioma, religiosidade, organização social, etc. RESPOSTA DA QUESTÃO 07: [A] Conforme o texto do historiador Fernando Novais, a função dos padres jesuítas no contexto da colonização, era catequisar os nativos visando a obediência dos mesmos e contribuindo para a exploração e a colonização. 57 RESPOSTA DA QUESTÃO 08: [C] O ministro Pombal, um déspota esclarecido do rei português José I, 1750-1777, realizou algumas reformas visando modernizar o Estado Português, torná-lo mais eficiente e menos de dependente da Inglaterra. As medidas pombalinas atingiram também a colônia através de ajustes fiscais rígidos como a criação da derrama, expulsão dos jesuítas, criação de companhias de comércio, mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro, entre outras medidas. RESPOSTA DA QUESTÃO 09: [B] Na América Portuguesa, os padres jesuítas defenderam a escravidão Africana e foram contrários à escravidão indígena. Os nativos foram levados para o interior da colônia, sofreram um processo de aculturação ao serem catequizados nas Missões ou reduções, os nativos também foram explorados na extração das Drogas do Sertão na Amazônia beneficiando os padres jesuítas. Desta forma, a atuação dos religiosos contribuiu para a colonização bem como para a escravidão dos negros. RESPOSTA DA QUESTÃO 10: [A] Desde o início da colonização portuguesa no Brasil, o branco europeu era etnocêntrico e racista, acreditando na superioridade racial e cultural do homem branco europeu diante de outros povos. Nesse sentido, a relação entre o colonizador com o índio e também com o negro era pautado na violência física e simbólica, contribuindo para quediversos grupos indígenas migrassem para o interior. Vale lembrar, que ainda hoje no Brasil há violência contra negros e índios. RESPOSTA DA QUESTÃO 11: [01+08=09] A afirmativa [02] está incorreta porque apesar das restrições, os escravos encontraram meios de manifestar e preservar sua cultura, o que contribuiu para a grandiosidade da cultura afro-brasileira; A afirmativa [04] está incorreta porque o tráfico de escravos tornou Portugal uma potência escravista. Era esse Reino que comandava o processo de trânsito escravo; A afirmativa [16] está incorreta porque os indígenas, apesar da resistência, foram escravizados no Brasil, no Ciclo do Açúcar, nas Bandeiras e, principalmente, nas Drogas do Sertão; A afirmativa [32] está incorreta porque a opção pelos imigrantes se deu em razão das dificuldades na obtenção da mão-de-obra escrava, uma vez que o tráfico intercontinental estava proibido desde 1850. RESPOSTA DA QUESTÃO 12: [C] O texto clássico de padre Antonil aponta para a principal relação de trabalho no Brasil colonial: a escravidão. Diferente da América espanhola, no Brasil prevaleceu a escravidão africana em função, principalmente, do lucro do tráfico de escravos gerando recursos para os europeus. Os três PPP mencionados representam exatamente como os escravos eram tratados, muito trabalho e castigo e pouca comida. RESPOSTA DA QUESTÃO 13: [D] A poesia “Quilombos” de José Carlos Limeira faz referência aos quilombos em especial a “Palmares” e a ideia de liberdade. O quilombo dos Palmares foi o mais importante do período colonial. Localizado na Capitania de Pernambuco, surgiu no final do século XVI e seu auge ocorreu no século XVII. Formado por quilombolas, escravos fugidos das fazendas, Palmares tornou-se símbolo da resistência negra à escravidão. 58 RESPOSTA DA QUESTÃO 14: [01+02=03] Correção a partir das incorretas, [04], [08] e [16]. O Brasil possuía e possui um grande território com muitas terras férteis. A miscigenação no Brasil ocorreu a partir da mistura de índios, negros e brancos portugueses. Desde o início da colonização no século XVI, a língua portuguesa era utilizada pelos colonizadores. No século XVII, com a invasão holandesa no Brasil, a língua holandesa também foi importante. O Português que já era a língua oficial do Estado passa a ser a língua mais falada no Brasil. RESPOSTA DA QUESTÃO 15: [B] A partir do século XVII, principalmente, intensificou-se a interiorização do território, que acabou levando ao estabelecimento de ciclos econômicos secundários na Colônia, como a pecuária e as drogas do sertão. Por isso, havia a ocorrência de atividades econômicas voltadas tanto para o mercado externo (açúcar e drogas do sertão) como para o mercado interno (pecuária), com a utilização de mão de obra escrava (negra no açúcar e indígena nas drogas do sertão) e livre (pecuária). RESPOSTA DA QUESTÃO 16: [B] [Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia] Ao se tornar escravizado, o indivíduo é obrigado a romper os seus vínculos sociais, perdendo laços, deixando de ser reconhecido por sua identidade originária e sendo tratado como mercadoria. Assim é que a “despersonalização” e a “dessocialização” se mostram como características marcantes desse fenômeno. [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] A escravidão comercial negra, iniciada por Portugal na época mercantilista e colonialista, enxergava o escravo como mercadoria e, por isso, promovia uma espécie de despersonalização nos negros escravizados, retirando deles a condição de humanidade. Além disso, o fato de os negros serem retirados a força de suas tribos na África para serem vendidos mundo afora promovia uma dessocialização cultural e social que, por fim, levava os negros escravizados a um processo de aculturação. RESPOSTA DA QUESTÃO 17: [A] [Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia] A alimentação brasileira é resultado de diversos processos culturais que incorporaram e modificaram hábitos presentes em muitas culturas. O consumo da farinha de mandioca é um bom exemplo de um hábito originalmente indígena e que se difundiu pelo território, para além das culturas autóctones. [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] Podemos identificar no consumo da mandioca, e de sua farinha, uma forma de relação social no Brasil colônia, uma vez que a mandioca era um produto tipicamente de trato indígena que foi incorporado pelo branco português ao seu cardápio. RESPOSTA DA QUESTÃO 18: [E] [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] Baseados no desamparo social, uma vez que os negros eram retirados dos seus núcleos sociais na África e não eram amparados na sociedade brasileira, os escravos criaram formas de resistência que faziam referência a sua própria cultura, como a bolsa de mandinga citada no texto. 59 [Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia] O texto da questão apresenta as crenças religiosas como forma de proteção, sendo utilizadas não somente por negros e escravos, mas também por brancos, o que revela a complexidade da cultura brasileira. RESPOSTA DA QUESTÃO 19: [C] A introdução do cultivo de gêneros alimentícios americanos em terras africanas contribuiu para a ampliação do tráfico negreiros uma vez que a produção agrícola servia de alimentação tanto para captores quanto para capturados. RESPOSTA DA QUESTÃO 20: [E] A explanação do escritor indígena é bastante clara: desde o primeiro momento de contato, nunca mais a relação cultural entre indígenas e brancos deixou de acontecer no Brasil, sempre trazendo consequências para os dois lados. RESPOSTA DA QUESTÃO 21: [E] Os “defeitos” que o dinheiro podia corrigir na Província de Minas Gerais podem ser definidos como a impureza racial, derivada da miscigenação de brancos e negros, que levava a um rebaixamento social cimentado na escravidão. RESPOSTA DA QUESTÃO 22: [E] A Igreja foi peça fundamental na colonização da América, uma vez que a catequização, que promovia uma aculturação nos nativos, ajudava a dominá-los. 60 HISTÓRIA DO BRASIL – COLÔNIA: EXPANSÃO TERRITORIAL, TRATADOS E FRONTEIRAS QUESTÃO 01 (Fuvest 2015) Se o açúcar do Brasil o tem dado a conhecer a todos os reinos e províncias da Europa, o tabaco o tem feito muito afamado em todas as quatro partes do mundo, em as quais hoje tanto se deseja e com tantas diligências e por qualquer via se procura. Há pouco mais de cem anos que esta folha se começou a plantar e beneficiar na Bahia [...] e, desta sorte, uma folha antes desprezada e quase desconhecida tem dado e dá atualmente grandes cabedais aos moradores do Brasil e incríveis emolumentos aos Erários dos príncipes. ANTONIL André João. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas. São Paulo: EDUSP, 2007. Adaptado. O texto acima, escrito por um padre italiano em 1711, revela que A) o ciclo econômico do tabaco, que foi anterior ao do ouro, sucedeu o da cana-de-açúcar. B) todo o rendimento do tabaco, a exemplo do que ocorria com outros produtos, era direcionado à metrópole. C) não se pode exagerar quanto à lucratividade propiciada pela cana-de-açúcar, já que a do tabaco, desde seu início, era maior. D) os europeus, naquele ano, já conheciam plenamente o potencial econômico de suas colônias americanas. E) a economia colonial foi marcada pela simultaneidade de produtos, cuja lucratividade se relacionava com sua inserção em mercados internacionais. QUESTÃO 02 (Ufg 2013) Leia o texto a seguir. A base da culinária tradicional goiana ocorreu emmeados do século XVIII, com a fusão dos hábitos alimentares dos índios nativos que aqui viviam aos hábitos advindos de outras culturas, destacando-se a dos bandeirantes mineiros, paulistas e portugueses com a introdução de carnes salgadas. SANTIAGO, Raquel de A. C. et al. Alimentação saudável na culinária regional . Goiânia: Índice Editora, 2012. p. 17. (Adaptado). Nesse período, as consequências do movimento dos bandeirantes, para a dinâmica política regional e para os hábitos alimentares na dieta da população local, foram, respectivamente: A) surgimento das oligarquias locais; incorporação de alimentos energéticos. B) nomeação de administradores locais; incorporação de alimentos plásticos. C) fortalecimento do movimento separatista do norte de Goiás; incorporação de alimentos energéticos. D) criação da capitania de Goiás; incorporação de alimentos plásticos. E) nomeação de administradores locais; incorporação de alimentos reguladores. QUESTÃO 03 (G1 - cps 2014) “Desde o alvorecer de São Paulo, as águas amarelas e quietas do Tietê despertaram sonhos de aventura e de riqueza.” (NÓBREGA, Mello. História do Rio Tietê. 3ª ed. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 1981, pág. 61) Sobre esse rio, pode-se afirmar corretamente que 61 A) foi utilizado pelos bandeirantes, como meio de transporte, na procura de ouro e na captura de indígenas. B) possibilitou o acesso de nordestinos para São Paulo, por ser o mais importante afluente do rio São Francisco. C) se tornou poluído a partir do século XIX, em decorrência da intensa mineração desenvolvida ao longo de seu leito. D) facilitou a intensa urbanização da capital paulista pelo fato de suas águas correrem no sentido interior-litoral e de ter sua foz no litoral. E) exerceu importante papel no século XVIII, uma vez que possibilitou o escoamento da produção cafeeira do oeste paulista até o porto de Santos. QUESTÃO 04 (Fuvest 2014) Após o Tratado de Tordesilhas (1494), por meio do qual Portugal e Espanha dividiram as terras emersas com uma linha imaginária, verifica-se um “descobrimento gradual” do atual território brasileiro. Tendo em vista o processo da formação territorial do País, considere as ocorrências e as representações abaixo: Ocorrências: I. Tratado de Madrid (1750); II. Tratado de Petrópolis (1903); III. Constituição da República Federativa do Brasil (1988)/consolidação da atual divisão dos Estados. Representações: Associe a ocorrência com sua correta representação: I II III A) A C E B) B C E C) C B E D) A B D E) C A D QUESTÃO 05 (Fuvest 2013) Observe o mapa abaixo: 62 Com base no mapa e em seus conhecimentos, assinale a alternativa correta. A) O rio São Francisco foi caminho natural para a expansão da cana-de-açúcar e do algodão da Zona da Mata, na Bahia, até a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro. B) A ocupação territorial de parte significativa dessa região foi marcada por duas características geomorfológicas: a serra do Espinhaço e o vale do rio São Francisco. C) Essa região caracterizava-se, nesse período, por paisagens onde predominavam as minas e os currais, mas no século XIX a mineração sobrepujou as outras atividades econômicas dessas capitanias. D) O caminho pelo rio São Francisco foi estabelecido pelas bandeiras paulistas para penetração na região aurífera da Chapada dos Parecis e posterior pagamento do “quinto” na sede da capitania, em Salvador. E) As bandeiras que partiam da Capitania da Bahia de Todos os Santos para a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro propiciaram o surgimento de localidades com economia baseada na agricultura monocultora de exportação. QUESTÃO 06 (G1 – col. naval 2020) Leia o texto a seguir. A colonização portuguesa no respeitou o Tratado de Tordesilhas, expandindo as fronteiras do Brasil por meio da ação dos bandeirantes, jesuítas e pecuaristas. Os espanhóis também desrespeitaram o Tratado de Tordesilhas, invadindo colônias portuguesas situadas no Oriente. Para fixar as novas fronteiras coloniais na América, vários tratados internacionais foram assinados. (Cotrim, Gilberto. História Global: Brasil e Geral . Volume único. 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005. P. 242. Adaptado) Sobre os Tratados que definiram o território brasileiro durante o período colonial é correto afirmar que: A) o Tratado de Rio Negro entre Brasil, representado pelo Barão do Rio Branco, e Bolívia, anexou o Acre ao Brasil dando contornos finais ao território brasileiro. B) o Tratado de Badajós. assinado entre Portugal e França, determinou o reconhecimento pelo governo português do domínio da França sobre a chamada Guiana Francesa e de Portugal sobre o Pará. C) o primeiro Tratado de Utrecht, assinado entre Portugal e Espanha, definiu que o rio Oiapoque no extremo norte do Brasil sena o limite entre o Brasil e a atual Venezuela, pertencente ao Vice-Reino de Granada. D) as guerras guaraníticas, na qual morreram cerca de 30 mil guaranis, foram consequência do Tratado de Badajós, pois os indígenas e os jesuítas das missões não aceitaram o que ficou definido. E) o Tratado de Madri foi assinado entre Portugal e Espanha. De acordo com esse tratado a colônia do Sacramento passaria aos espanhóis, e os Sete Povos das Missões pertenceriam aos portugueses. QUESTÃO 07 (Fgv 2020) Podem-se apanhar muitos fatos da vida daqueles sertanejos dizendo que atravessaram a época do couro. De couro era a porta das cabanas, o rude leito aplicado ao chão duro, e mais tarde a cama para os partos; de couro todas as cordas, a borracha para carregar água, o mocó ou alforge para levar comida, a maca para guardar roupa, a mochila para milhar cavalo, a peia para prendê-lo em viagem, as bainhas de faca, as broacas e surrões, a roupa de entrar no mato, os banguês para curtume ou para apurar sal. (Capistrano de Abreu. Capítulos de história colonial: 1500-1800, 2000.) 63 O texto descreve a cultura material da pecuária, que a partir do século XVI estendeu- se ao interior nordestino da colônia do Brasil. A criação de gado A) empregava predominantemente a mão de obra escrava africana e consolidou a pequena propriedade rural às margens dos grandes rios da região. B) contribuía com o complexo econômico litorâneo e funcionou em um regime de contenção econômica de gastos devido ao aproveitamento de recursos locais. C) transgredia os ordenamentos legais da administração metropolitana e jamais se caracterizou como atividade econômica lucrativa. D) deslocava o centro dinâmico da exploração econômica da colônia e contribuiu para o adensamento demográfico em novos territórios. E) favorecia o surgimento de cidades autoadministradas e revelou a existência de jazidas de metais preciosos nas áreas recém- descobertas. QUESTÃO 08 (G1 - ifce 2020) Sobre a pecuária durante o período colonial no Brasil, é correto afirmar-se que A) era uma atividade complementar às lavouras do café durante o período colonial. B) teve papel de destaque na ocupação das áreas litorâneas. C) contribuiu para a expulsão dos trabalhadores assalariados do campo. D) os primeiros criadores de gado contribuíram para a interiorização da colonização. E) a pecuária no sertão nordestino usava a mão de obra escrava. QUESTÃO 09 (G1 – col. naval 2019) Leia o texto a seguir. "AH CUIABÁ, COMO É BOM VIVER AQUI!!! Cidade verde, linda e hospitaleira. Consegue ser a capital tricentenária, mas sem perder a essência. Cuiabá dos 300 Anos que vem sendo marcada por muitas transformações e mudanças. BREVE HISTÓRICO Cuiabá foi fundada em08 de abril de 1719 às margens do Rio Coxipó, a ata de fundação foi assinada por Pascoal Moreira Cabral. Cuiabá foi elevada á condição de cidade em 17 de setembro de 1818, tornando- se a capital da então província de Mato Grosso. A igreja do Rosário, um dos pontos turísticos da cidade, construída na época no centro da pequena cidade, marcou a localização de uma rica cultura de ouro. Disponível em: https://turismo.cuiaba.mt.gov.br/ Acesso em: 10/04/2019. A respeito da fundação de Cuiabá, é correto afirmar que está relacionada com A) a existência de uma grande missão jesuítica na região que atraiu bandeirantes paulistas com o objetivo de capturar escravos e vendê- los para senhores de engenho do litoral. B) o Tratado de Madri promovido entre Portugal e Espanha, concedendo extensos territórios espanhóis ao Brasil que foram explorados pelos bandeirantes. C) a marcha para o oeste promovida pelo governo português com o objetivo de oferecer pequenas propriedades àqueles que desejassem povoar o sertão brasileiro. D) a política portuguesa que permitia a Estados estrangeiros amigos visitar a região do Mato Grosso em expedições de caráter científico. E) as buscas dos paulistas pelo ouro por meio das monções, que eram expedições fluviais exploratórias e também abastecedoras de povoados, arraiais e vilas. 64 QUESTÃO 10 (Uece 2019) A partir do século XVI, um processo de expansão e interiorização da colonização portuguesa nos territórios do que hoje é o Brasil foi produzindo uma rede de núcleos urbanos fora do espaço da zona litorânea. Esses núcleos urbanos existiam em função das atividades econômicas realizadas pelos colonos nas diversas regiões do interior da América portuguesa. Considerando as atividades econômicas que foram importantes para o processo de interiorização durante a colonização do Brasil, atente para as seguintes afirmações: I. A indústria têxtil e metalmecânica, introduzida com a chegada de imigrantes europeus ao sudeste do Brasil, foi fundamental na colonização. II. A pecuária bovina, realizada tanto nos sertões nordestinos quanto nos pampas gaúchos, promoveu a ocupação de vastas áreas interiores no Brasil. III. A prospecção e mineração de metais e pedras preciosas foram responsáveis pela formação de várias cidades coloniais brasileiras, sobretudo na região de Minas Gerais. IV. As bandeiras de apresamento de africanos e o comércio de escravos negros fizeram surgir importantes agrupamentos urbanos na Amazônia. É correto o que se afirma somente em A) II e III. B) I e IV. C) II e IV. D) I e III. QUESTÃO 11 (Uece 2018) A História do Brasil colonial apresenta o movimento de entradas, bandeiras e monções como um importante fator para o processo de ocupação das áreas do interior da colônia, uma vez que a ocupação originada da atividade canavieira se limitava, naqueles tempos, aos espaços próximos ao litoral. Atente ao que se diz a seguir sobre essas expedições, e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso. ( ) Enquanto as bandeiras eram financiadas exclusivamente pela coroa portuguesa, as entradas eram expedições fluviais privadas que usavam os rios nordestinos. ( ) Os bandeirantes foram importantes personagens na destruição dos quilombos, pois uma das modalidades de bandeirantismo foi a do sertanismo de contrato. ( ) As monções, expedições fluviais que adentravam ao interior da colônia, foram muito importantes na colonização dessa região, partindo do rio Tietê que nasce em São Paulo. ( ) As bandeiras, expedições oficiais de apresamento de indígenas, não tiveram importância na prospecção de metais preciosos como o ouro, que se deu somente através das entradas. A sequência correta, de cima para baixo, é: A) F, F, V, V. B) F, V, V, F. C) V, F, F, V. D) V, V, F, F. 65 QUESTÃO 12 (Ufjf-pism 1 2018) O mapa a seguir constitui-se como um documento do século XVII e revela o Brasil conhecido e cartografado naquele contexto. Ao longo dos séculos XVII e XVIII, muitas atividades propiciaram o aumento do espaço conhecido e habitado do território hoje chamado Brasil. Este é o Mapa de João Teixeira Albernaz II, intitulado Província do Brasil, datado de 1666. Ali é possível ver o litoral do Brasil, desde a Barra do Pará, até o Rio Grande, incluindo algumas missões jesuíticas na fronteira do Rio da Prata. A respeito da expansão territorial, assinale a alternativa CORRETA: A) A pecuária desempenhou um importante papel para o povoamento do Sertão e com o tempo, os vaqueiros seguiram o curso dos rios, especialmente do Rio São Francisco. B) O desconhecimento em relação às bacias hidrográficas existentes, fez com que a ocupação se mantivesse restrita ao litoral da Colônia. C) Os jesuítas instalaram suas missões na região nordeste, visto que a Coroa Portuguesa proibia a presença das aldeias na região ao sul do Rio de Janeiro. D) A colonização portuguesa manteve-se localizada na região nordeste, permanecendo as terras abaixo do Trópico de Capricórnio dominadas pela Espanha. E) Não houve nenhuma ocupação da região da Amazônia, o que fez com que esta parte do Brasil ficasse inexplorada até o final do século XIX. QUESTÃO 13 (G1 – cps 2018) A partir do início do século XVII, padres jesuítas espanhóis fundaram povoados nos quais reuniram populações indígenas da região da bacia do rio da Prata. Os trinta povos das missões, como ficaram conhecidos esses aldeamentos, eram formados especialmente por índios guarani, tradicionais habitantes locais. De acordo com o Tratado de Tordesilhas, esses povoados ficavam na área pertencente à Espanha. Entretanto, com a assinatura do Tratado de Madri, em 1750, os limites entre as terras sob controle espanhol e português na América do Sul foram redefinidos. Conforme o novo acordo, sete povoados guarani que ficavam a leste do rio Uruguai foram incorporados aos domínios portugueses e, por essa razão, seus habitantes foram obrigados a se mudar para a margem oeste do rio. Os povos guarani guerrearam pelo direito de permanecer em seus povoados e, como foram derrotados em 1756 pelas tropas ibéricas, acabaram se estabelecendo, em sua maioria, na região sob controle espanhol. 66 De acordo com as informações apresentadas no texto e no mapa, é correto afirmar que A) os jesuítas espanhóis estabeleceram as suas missões em 1756, na região que hoje corresponde a São Paulo, Paraguai e Argentina. B) os índios guaranis, obedecendo ao Tratado de Madri, se estabeleceram em novos povoados fundados nos arredores de Assunção, Curitiba e Florianópolis. C) os portugueses fundaram trinta reduções jesuíticas às margens do rio da Prata, atendendo ao que havia sido definido pelo Tratado de Tordesilhas no início do século XVII. D) os povoados formados por jesuítas e indígenas na bacia do Prata foram diretamente afetados pelo Tratado de Madri, acordo de limites assinado em 1750. E) os espanhóis recuperaram, com o Tratado de Tordesilhas, a região de Porto Alegre, tomada pelos índios guaranis que não aceitaram ser realocados. QUESTÃO 14 (Upf 2017) No período colonial, o Brasil foi marcado por expedições internas, com destaque para as Bandeiras. Lideradas pelos paulistas, as Bandeiras percorriam os sertões, onde passavam meses, ou mesmo anos. Sobre esse fenômeno histórico, considere as afirmativas: I. As Bandeiras organizaram a sociedade do interior a partir do modelo norte-americano de colônias de povoamento. II. Os rumos das principais Bandeiras foram Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Paraná, tendo algumas delas chegado até o Paraguai. III. Os bandeirantes ensinaram aos índios técnicasde agricultura para que desenvolvessem a colônia economicamente. IV. Os objetivos principais dos bandeirantes foram o apresamento de índios para serem escravizados e a busca por metais preciosos. V. As Bandeiras foram responsáveis pela expansão territorial do Brasil para muito além da linha de Tordesilhas. Está correto apenas o que se afirma em: A) I, II e IV. B) II, IV e V. C) II, III e IV. D) III e V. E) III, IV e V. QUESTÃO 15 (G1 - cps 2016) Você sabia que o nome do rio Tietê significa, em língua Tupi, “água verdadeira”? Esse rio tinha grande importância, mesmo antes da chegada dos colonizadores, para todos os que viviam perto dele, uma vez que suas águas fertilizavam o solo das suas margens, após as cheias, ajudando a trazer boas colheitas e fartura às comunidades próximas. 67 Sobre o papel desse rio na história brasileira, é correto afirmar que ele A) foi fundamental para a penetração no interior do continente, permitindo, inclusive, chegar até a região de Cuiabá, nos séculos XVIII e XIX. B) demarcou a divisão das terras do continente entre espanhóis e portugueses, de acordo com o Tratado de Tordesilhas, no século XV. C) garantiu a permanência dos povos indígenas as suas margens até o presente, isolando-os do contato com o colonizador europeu. D) permitiu, ao longo de seu curso, a formação de povoados portugueses, desde o inicio da colonização, nos séculos XIV e XV. E) viabilizou o de o desenvolvimento urbano e industrial da atual cidade de São Paulo, fundada em suas margens, no século XIX. RESOLUÇÕES RESPOSTA DA QUESTÃO 01: [E] [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] Apesar da ênfase dada ao açúcar no Brasil colonial, outros produtos eram cultivados – como o tabaco – e, à medida que ganhavam mercado na Europa, davam retorno lucrativo a Coroa Portuguesa. [Resposta do ponto de vista da disciplina de Português] O texto aborda produtos cultivados no Brasil do século XVIII, açúcar e tabaco, ambos comercializados em diversos locais do mundo, como se verifica em “todos os reinos e províncias da Europa” e “muito afamado em todas as quatro partes do mundo”. O autor também salienta os lucros gerados pelos produtos (“cabedal” e “emolumentos”). RESPOSTA DA QUESTÃO 02: [D] [Resposta do ponto de vista da disciplina de Biologia] A introdução de alimentos de origem proteica como carne é um componente que entra no metabolismo de construção (plástico) do indivíduo. [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] O movimento das bandeiras promoveu uma série de mudanças no Brasil Colonial. A partir do avanço para o interior, desrespeitando a linha de Tordesilhas, os bandeirantes fundaram vilas e vilarejos (que originaram novas Capitanias, como a de Goiás), descobriram o ouro e interagiram com os indígenas (promovendo, ao mesmo tempo, mudanças de hábitos para ambos os lados e uma dizimação em massa dos índios). RESPOSTA DA QUESTÃO 03: [A] [Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia] O Rio Tietê foi curso desbravador para o interior utilizado pelas bandeiras. Estão incorretas as alternativas: [B], porque o Tietê não é afluente do rio São Francisco e não tem relação com a migração de nordestinos; [C], porque sua poluição é caracterizada pela concentração urbano-industrial no século XX; [D], porque seu sentido é litoral-interior e sua foz, no rio Paraná; [E], porque o escoamento do café foi feito por ferrovias e sua nascente não chega ao Porto de Santos. [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] Desde o período colonial, sobretudo nos séculos XVII e XVIII o rio Tietê foi muito importante na perspectiva econômica. Através deste rio, os bandeirantes paulistas foram em busca de metais preciosos na região das Minas Gerais. Foi utilizado também para capturar nativos. Também foi útil nas bandeiras chamadas “Monções” que visavam abastecer as áreas mineratórias. 68 RESPOSTA DA QUESTÃO 04: [A] Trata-se da formação do território brasileiro e da divisão política do país ao longo do tempo. O Tratado de Madri ([I]/mapa A) corresponde à ampliação do território para áreas a oeste do antigo Tratado de Tordesilhas. O Tratado de Petrópolis ([II]/mapa C) refere-se à incorporação do Acre ao território brasileiro. A Constituição de 1988 ([III]/mapa E) determinou a atual divisão política do país com criação do estado de Tocantins a partir do norte de Goiás, transformou os territórios de Roraima e Amapá em estados e incorporou Fernando de Noronha a Pernambuco. RESPOSTA DA QUESTÃO 05: [B] [Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia] Nos “caminhos de Minas Gerais à Bahia”, as unidades geomorfológicas (relevo) que mais se destacam são a Depressão Sertaneja e do São Francisco (incluindo o vale do rio São Francisco – MG/BA) e os Planaltos e Serras de Leste- Sudeste (incluindo a Serra do Espinhaço – MG). Na região planáltica do Espinhaço, localizam-se as cidades históricas mineiras que se originaram com o ciclo da mineração (ouro) no século XVIII. [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] O Rio São Francisco está associado à expansão da pecuária, atividade considerada secundária e complementar. As atividades mais importantes do período colonial, como a cana de açúcar, algodão e cacau não dependeram do rio para transporte ou irrigação. RESPOSTA DA QUESTÃO 06: [E] O Tratado de Madri, assinado em 1750, foi firmado entre os reis de Portugal e Espanha para encerrar as disputas entre essas Monarquias no que dizia respeito ao território sul-americano. Assumindo o desrespeito ao Tratado de Tordesilhas, Portugal e Espanha definiram que o novo Tratado passaria a ser o único válido a partir da sua assinatura, determinando que a Colônia do Sacramento ficaria com a Espanha enquanto os Sete Povos das Missões ficariam com os portugueses. As principais bases definidoras do novo Tratado foram os acidentes geográficos naturais do território. RESPOSTA DA QUESTÃO 07: [B] A pecuária, no Brasil Colônia, representou uma atividade que, ao mesmo tempo, contribuiu para o avanço do território rumo ao interior e interligou a economia colonial através do fornecimento de produtos – como carne, couro, transporte e força motriz – para o mercado interno. RESPOSTA DA QUESTÃO 08: [D] Nos séculos XVII e XVIII, ocorreu um processo de expansão para o interior ultrapassando a linha de Tordesilhas contribuindo para ampliar o território português. Diversas atividades econômicas foram importantes para esse processo de interiorização, tais como, pecuária, mineração, atuação dos bandeirantes paulistas, drogas do sertão, etc. 69 RESPOSTA DA QUESTÃO 09: [E] No século XVIII, a mineração foi a atividade econômica mais importante na colônia, gerando inúmeras transformações, tais como, mudança do eixo econômico do Nordeste para o centro, transferência da capital de Salvador para a cidade do Rio de Janeiro, crescimento demográfico, surgimento de uma camada intermediária, aspecto mais urbano com a criação de cidades. As atividades dos bandeirantes paulistas nos séculos XVII e XVIII contribuíram para o surgimento de cidades. Caça ao índio, caça ao ouro, monções e sertanismo de contrato foram as principais atividades dos bandeirantes paulistas. RESPOSTA DA QUESTÃO 10: [A] A afirmativa [I] está incorreta porque manufaturas ou maquinofaturas estavam proibidas na colônia portuguesa, por decreto real, até 1809; A afirmativa [IV] está incorreta porque as bandeiras de apresamento visavam os indígenas, e não os africanos. E no Vale Amazônico o sub-ciclo desenvolvido foi o das Drogas do Sertão. RESPOSTA DA QUESTÃO 11: [B] É importante destacar que as terras nointerior da colônia já estavam ocupadas pelos nativos. As bandeiras foram expedições particulares e não foram financiadas pela coroa portuguesa. As bandeiras atuaram na caça ao índio, prospecção de metais preciosos e na defesa das propriedades através do sertanismo de contrato. RESPOSTA DA QUESTÃO 12: [A] Algumas atividades foram decisivas no processo de expansão territorial do Brasil colonial. Podemos citar, como exemplos, a pecuária, as drogas do sertão e a mineração. No caso da primeira, o avanço mais significativo foi para o interior da região Nordeste. RESPOSTA DA QUESTÃO 13: [D] Desde o início da colonização havia uma disputa entre os países Ibéricos pela região Sul, em especial na bacia do rio da Prata. Em 1680, Portugal criou a Colônia do Sacramento em terras espanholas. A Espanha, por sua vez, criou em 1687 os Sete Povos das Missões em terras Portuguesas. Daí iniciou um grande conflito na região citada. Em 1750, pelo Tratado de Madri, Portugal entregou a Colônia do Sacramento para a Espanha e recebeu os Sete Povos das Missões. Em função disso, os jesuítas e os índios guaranis dos Sete Povos das Missões entraram em conflito com os portugueses. RESPOSTA DA QUESTÃO 14: [B] Correção a partir das incorretas [I] e [III]. Os bandeirantes paulistas visando fugir da miséria, isolamento e da pobreza realizaram diversas atividades como aprisionar índios e a caça ao ouro. As atividades realizadas pelos bandeirantes não possuíam nenhuma relação com o modelo de colônia de povoamento desenvolvido no Norte das Treze colônias. Da mesma forma, os bandeirantes paulistas não ensinaram as técnicas da agricultura para os nativos. RESPOSTA DA QUESTÃO 15: [A] Durante a ação dos bandeirantes, principalmente, o rio Tietê foi utilizado para a penetração no interior das capitanias, num processo conhecido como Interiorização Colonial. 70 HISTÓRIA DO BRASIL – COLÔNIA: CRISE DO SISTEMA COLONIAL, MOVIMENTOS NATIVISTAS E SEPARATISTA QUESTÃO 01 (Ufjf-pism 1 2020) Observe as imagens abaixo: Considerando seu conhecimento sobre os dois movimentos a que se referem as imagens, é CORRETO afirmar que: A) A composição social dos dois movimentos era diferente e, por isso, os dois defendiam o fim da desigualdade de classe e raça. B) Os líderes dos dois movimentos se mantinham afastados do povo, evitando a participação dos pobres, escravos e sendo contrários à escravidão. C) Os negros e ex-escravos mantinham-se na liderança dos dois movimentos, defendendo o fim do pacto colonial e a independência do Brasil. D) A presença dos negros nos dois movimentos foi decisiva para o projeto de resistência social e luta armada contra Portugal e a burguesia brasileira. E) A diferença social entre os dois movimentos foi fundamental para os dois projetos, que se distinguiam, sobretudo, no que se refere à defesa do fim da escravidão. QUESTÃO 02 (Fac. Arbert Einstein - Medicin 2019) Crise do sistema colonial é, portanto, aqui entendida como o conjunto de tendências políticas e econômicas que forcejavam no sentido de distender ou mesmo desatar os laços de subordinação que vinculavam as colônias ultramarinas às metrópoles europeias. (Fernando A. Novais. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial (1777-1808), 1981.) A crise mencionada no texto pode ser associada, entre outros fatores, A) ao fim do colonialismo europeu nas Américas e na África e ao surgimento de ideias sociais libertadoras nos dois continentes. B) à consolidação da hegemonia marítima britânica e às limitações impostas pela Inglaterra ao tráfico atlântico de escravos. C) ao crescimento do republicanismo no Brasil e ao esforço de redemocratização política empreendido na Europa e na América. D) à influência crescente dos Estados Unidos nas decisões políticas brasileiras e à ampliação do comércio com os países hispano-americanos. E) ao declínio da política mercantilista na Europa e ao avanço das propostas reformistas e liberais na economia e na política. QUESTÃO 03 (Mackenzie 2019) “O resto empório das douradas Minas Por mim o falará: quando mais finas Se derramam as lágrimas no imposto Clama o desgosto de um país decadente. ” (Cláudio Manoel da Costa) O intelectual e advogado, autor da poesia acima, foi um dos integrantes da mais importante revolta colonial brasileira, conhecida como Inconfidência Mineira. Sobre esse movimento podemos afirmar que 71 A) era de natureza nativista e influenciado pelos discursos iluministas. Buscava a proclamação da república, que teria Ouro Preto como capital, também o perdão de todas as dívidas para com a Fazenda Real. B) manifestava-se contra os rigores da política fiscal metropolitana sobre a Capitania das Minas, exercida através da Casa de Contratação, e inspirava-se nos ideais revolucionários franceses. C) visava à independência econômica e à política da Colônia. O levante foi deflagrado quando se exigiu o pagamento dos impostos atrasados pelas Casas de Fundição em todo o país. D) era de caráter nacionalista, visando à independência da Colônia e ao rompimento dos lanços com a metrópole, com o livre direito de implantação de manufaturas nas capitanias e ao comércio exterior. E) foi ideologicamente influenciado pelos princípios iluministas, divulgados em Minas por uma elite intelectual e acolhidos pela população local, devido à crise econômica. QUESTÃO 04 (Espcex Aman 2018) No início do século XVIII, a concorrência das Antilhas fez com que o preço do açúcar brasileiro caísse no mercado europeu. Os proprietários de engenho, em Pernambuco, para minimizar os efeitos desta crise, recorreram a empréstimos junto aos comerciantes da Vila de Recife. Esta situação gerou um forte antagonismo entre estas partes, que se acirrou quando D. João V emancipou politicamente Recife, deixando esta de ser vinculada a Olinda. Tal fato desobrigou os comerciantes de Recife do recolhimento de impostos a favor de Olinda. O conflito que eclodiu em função do acima relatado foi a A) Revolta de Beckman. B) Guerra dos Mascates. C) Guerra dos Emboabas. D) Insurreição Pernambucana. E) Conjuração dos Alfaiates. QUESTÃO 05 (Uece 2018) Ocorridos entre os meados do século XVII até as primeiras décadas do século XVIII, os movimentos nativistas apresentam-se como os primeiros sinais de uma crise do sistema colonial. Sobre esses movimentos, é correto afirmar que A) tinham como principal objetivo a separação política entre colônia e metrópole, com a autonomia administrativa e a formação de novas nações livres nas regiões onde ocorriam. B) em Minas Gerais, com a Guerra dos Emboabas e a Revolta de Felipe dos Santos, no Maranhão, com a Revolta dos Beckman, e em Pernambuco, com a Insurreição Pernambucana e a Guerra dos Mascates, aparecem as divergências entre os interesses dos colonos e os da metrópole. C) ocorreram somente em locais que vivenciavam crises econômicas, como o Rio Grande do Sul (Farroupilha 1835-1845) e Pernambuco (Revolução Pernambucana de 1817). D) somente a Confederação do Equador, ocorrida no nordeste brasileiro, pode ser tomada como um legítimo movimento nativista, uma vez que não pretendia a separação política em relação a Portugal, mas, somente, maior autonomia administrativa. QUESTÃO 06 (Uefs 2018) A Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração Bahiana (1798) expressaram localmente o conjunto de mudanças ocorridas no Mundo Ocidental a partir de meados do século XVIII. Apesar de suas diferenças, os dois movimentos opunham-se 72 A) à submissão colonial implícita na política mercantilista metropolitana. B) à importação de ideais iluministas pela cultura brasileira.C) à divisão do país entre ricos donatários portugueses. D) à influência das independências das Colônias Inglesas da América. E) à participação de homens livres pobres na preparação da independência. QUESTÃO 07 (Expcex Aman 2018) As ideias iluministas começaram a circular no Brasil na segunda metade do século XVIII. Elas refletiram-se em vários campos da atividade e do conhecimento humano. Assinale, dentre as alternativas abaixo, aquela que apresenta um filósofo deste período, cujo pensamento incentivou, de forma relevante, a Inconfidência Mineira. A) Jean-Jacques Rousseau. B) Adam Smith. C) François Quesnay. D) Vicent de Gournay. E) Nicolau Maquiavel. QUESTÃO 08 (G1 - ifsul 2017) As revoltas nativistas foram aquelas que tiveram como causa principal o descontentamento dos colonos brasileiros com as medidas tomadas pela coroa portuguesa. Ocorreram entre o final do século XVII e início do XVIII. Disponível em: <http: //www.historiadobrasil.net/brasil_colonial/revoltas_nati vistas.htm>.Acesso em: 22 jul. 2016. Entre as principais revoltas nativistas, destacam-se, A) Beckman e Filipe dos Santos. B) Cabanagem e Balaiada. C) Sabinada e Farrapos. D) Carrancas e Setembrada. QUESTÃO 09 (Mackenzie 2017) A Inconfidência Mineira representou potencialmente uma das maiores ameaças de subversão da ordem colonial. O fato de ter ocorrido na área das Minas, área na qual a permanente vigilância e repressão sobre a população eram as tarefas maiores das autoridades públicas, indica um alto grau de consciência da capacidade de libertação da dominação metropolitana. Resende, Maria Eugênia Lage de. A Inconfidência Mineira. São Paulo: Global, 1988. De acordo com o texto acima assinale a assertiva correta. A) A opulência da produção mineradora alcançou o seu apogeu na segunda metade do século XVIII, aumentando a ganância da metrópole portuguesa, que acreditava que os mineiros estivessem sonegando impostos e passou a usar de violência na cobrança dos mesmos. B) O descontentamento dos colonos aumentava de acordo com o preço das mercadorias importadas, já que eram proibidas as manufaturas na Colônia. Além disso, os jornais que circulavam na região, alertavam a população sobre a corrupção nos altos cargos administrativos coloniais. C) Sofrendo violenta opressão, a classe dominante mineira conscientizou-se das contradições entre os seus interesses e os da metrópole. Influenciada pelo pensamento iluminista e na iminência da cobrança da derrama em Vila Rica, em 1789, preparou uma insurreição. D) Contando com adesão e apoio efetivo de diversas parcelas da população mineira, os insurgentes reivindicavam um governo republicano inspirado na ideias presentes na Constituição dos EUA, mas foram traídos por um dos participantes em troca do perdão de suas dívidas pessoais. E) Mesmo sem ter ocorrido de fato, a Inconfidência Mineira, o apoio recebido da população revoltada e influenciada pelos ideais iluministas, demonstrou a maturidade do processo pela independência do país. Tal engajamento vai estar presente durante todas as lutas em prol da nossa emancipação. 73 QUESTÃO 10 (Uece 2017) Atente ao seguinte enunciado: “Nove anos após a Inconfidência Mineira, idealizada e liderada por membros da elite da capitania de Minas Gerais (advogados, magistrados, militares, padres e ricos contratantes), uma nova revolta ocorreu na Colônia, contra a dominação portuguesa. Essa, entretanto, não ficou restrita a um pequeno grupo da elite de brancos e intelectuais ou às ideias políticas liberais. Teve a participação e mesmo a liderança de pessoas oriundas dos grupos desprivilegiados (mulatos, brancos pobres, negros livres e escravos), dela participaram o médico Cipriano José Barata de Almeida, os soldados Lucas Dantas do Amorim Torres e Luís Gonzaga das Virgens e os alfaiates João de Deus do Nascimento e Manuel Faustino dos Santos Lira. Seus objetivos incluíam, além da autonomia em relação a Portugal, a implantação de um governo republicano, a busca por igualdade racial com a abolição da escravidão e o fim dos privilégios sociais e econômicos das elites, com a diminuição dos impostos e com aumentos salariais para o povo”. O enunciado acima se refere ao movimento separatista colonial denominado A) Conjuração Baiana, de 1798. B) Revolução Pernambucana, de 1817. C) Revolução Praieira, de 1848. D) Confederação do Equador, de 1824. QUESTÃO 11 (Fuvest 2017) Os ensaios sediciosos do final do século XVIII anunciam a erosão de um modo de vida. A crise geral do Antigo Regime desdobra-se nas áreas periféricas do sistema atlântico – pois é essa a posição da América portuguesa –, apontando para a emergência de novas alternativas de ordenamento da vida social. István Jancsó, “A Sedução da Liberdade”. In: Fernando Novais, História da Vida Privada no Brasil , v. 1. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. Adaptado. A respeito das rebeliões contra o poder colonial português na América, no período mencionado no texto, é correto afirmar que, A) em 1789 e 1798, diferentemente do que se dera com as revoltas anteriores, os sediciosos tinham o claro propósito de abolir o tráfico transatlântico de escravos para o Brasil. B) da mesma forma que as contestações ocorridas no Maranhão em 1684, a sedição de 1798 teve por alvo o monopólio exercido pela companhia exclusiva de comércio que operava na Bahia. C) em 1789 e 1798, tal como ocorrera na Guerra dos Mascates, os sediciosos esperavam contar com o suporte da França revolucionária. D) tal como ocorrera na Guerra dos Emboabas, a sedição de 1789 opôs os mineradores recém-chegados à capitania aos empresários há muito estabelecidos na região. E) em 1789 e 1798, seus líderes projetaram a possibilidade de rompimento definitivo das relações políticas com a metrópole, diferentemente do que ocorrera com as sedições anteriores. QUESTÃO 12 (G1 - ifba 2017) Após a leitura do texto abaixo e dos seus conhecimentos sobre o tema, responda a questão abaixo: “A Inconfidência Mineira (1789) e a Inconfidência Baiana (1798) têm em comum o fato de serem reprimidas pela Coroa Portuguesa ainda na fase de preparativos e o desejo de autonomia de seus participantes, pois consideravam-se prejudicados e excluídos dos benefícios pelos quais acreditavam ter direito de usufruir em sua plenitude. Apesar de algumas opiniões contraditórias, percebe-se que o diferencial entre as duas conjurações é o fato de que a Conjuração Mineira teve um caráter elitista em sua organização e execução até o fim, enquanto a Conjuração Baiana, ao adquirir contornos mais radicais e populares, causou o afastamento dos líderes intelectuais da elite local que organizaram inicialmente o movimento, fazendo com que mulatos, escravos, brancos pobres e negros libertos se transformassem nos cabeças do levante.” Disponível em: http://historiasylvio.blogspot.com.br/2013/inconfidencia -mineira-x-inconfidenciabaiana. Acesso em: 02/09/2016. 74 Fazendo um paralelo entre os movimentos revolucionários, a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana, podemos afirmar que: A) Enquanto os participantes da Inconfidência Mineira, em geral buscaram como modelo político a república organizada nos Estados Unidos, na Conjuração Baiana foi clara a inspiração na Revolução Francesa. B) A existência da imprensa livre no século XVIII no Brasil possibilitou a difusão dos ideais de liberdade e igualdade em Minas e nas outras as regiões do país, possibilitando o êxito dos revoltos. C) Na capitania das Minas Gerais, o consumo de livros era inferior, quando comparado a outras capitanias, o que dificultou a discussão dos ideais emancipacionistas pelos setores médios urbanos. D) Na Inconfidência Mineira, houveum amplo apoio das camadas populares, dando maior força ao movimento, enquanto a Conjuração Baiana ficou restrita a intelectuais. E) Na conjuração baiana os envolvidos restringiram suas ações a reuniões secretas coordenadas pela loja maçônica Cavaleiros da Luz, sem nenhuma iniciativa de convocação pública para a luta. QUESTÃO 13 (Unesp 2017) A Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798) tiveram semelhanças e diferenças significativas. É correto afirmar que A) as duas revoltas tiveram como objetivo central a luta pelo fim da escravidão. B) a revolta mineira teve caráter eminentemente popular e a baiana, aristocrático e burguês. C) a revolta mineira propunha a independência brasileira e a baiana, a manutenção dos laços com Portugal. D) as duas revoltas obtiveram vitórias militares no início, mas acabaram derrotadas. E) as duas revoltas incorporaram e difundiram ideias e princípios iluministas. QUESTÃO 14 (Enem 2017) O instituto popular, de acordo com o exame da razão, fez da figura do alferes Xavier o principal dos Inconfidentes, e colocou os seus parceiros a meia ração de glória. Merecem, decerto, a nossa estima aqueles outros; eram patriotas. Mas o que se ofereceu a carregar com os pecadores de Israel, o que chorou de alegria quando viu comutada a pena de morte dos seus companheiros, pena que só ia ser executada nele, o enforcado, o esquartejado, o decapitado, esse tem de receber o prêmio na proporção do martírio, e ganhar por todos, visto que pagou por todos. ASSIS, M. Gazeta de Notícias, n. 114, 24 abr. 1892. No processo de transição para a República, a narrativa machadiana sobre a Inconfidência Mineira associa A) redenção cristã e cultura cívica. B) veneração aos santos e radicalismo militar. C) apologia aos protestantes e culto ufanista. D) tradição messiânica e tendência regionalista. E) representação eclesiástica e dogmatismo ideológico. QUESTÃO 15 (G1 – col. naval 2016) Em 1682, foi criada a Companhia Geral do Comércio do Estado do Maranhão, com o objetivo de controlar os atritos entre fazendeiros e religiosos na disputa pelo trabalho indígena, mais barato que o africano, e incentivar a produção local... A companhia venderia aos habitantes do Maranhão produtos europeus, como azeite, vinho e tecidos, e deles compraria o que produzissem, como algodão, açúcar, madeira e as drogas do sertão, para comercializar na Europa. Também deveria fornecer à região quinhentos escravos por ano, uma fonte alternativa de mão de obra, diante da resistência jesuítica em permitir a escravidão de nativos. Os preços cobrados pela companhia, entretanto, eram abusivos, e ela não cumpria os acordos, como o fornecimento de escravos. VICENTINO, Claudio e DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil. Editora Scipione, SP, 2010 – p. 358. 75 O texto acima descreve uma situação que colaborou para o acontecimento de um conflito, no período colonial brasileiro ocorrido na segunda metade do século XVII, que ficou conhecido como A) Revolta de Beckman. B) Guerra dos Mascates. C) Guerra dos Emboabas. D) Revolta de Felipe dos Santos. E) Revolta de Amador Bueno. RESOLUÇÕES RESPOSTA DA QUESTÃO 01: [E] A Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana eram diferentes, principalmente, em suas bases sociais: o movimento mineiro era elitista enquanto o baiano era popular. Por isso, a defesa da Abolição da escravatura só esteve presente na Conjuração Baiana. RESPOSTA DA QUESTÃO 02: [E] Ainda dentro do contexto do Antigo Regime, isto é, Absolutismo e Mercantilismo, a Península Ibérica sofreu uma grave crise econômica a partir do final do século XVII, daí aumentou a dependência das duas metrópoles em relação as colônias. Portugal, por sua vez, mergulhado nessa crise econômica, necessitava de recursos para manter o aparato estatal. Visando reforçar o Absolutismo, o Marquês de Pombal, déspota esclarecido e ministro do rei José I, 1750-1777, adotou um Reformismo Ilustrado, inspirado no Iluminismo, através de reformas para modernizar o Estado Português, criou uma política fiscal mais dura para a colônia pagar. Impostos como a “Derrama”, irritou profundamente a elite mineira contribuindo para a Inconfidência Mineira. RESPOSTA DA QUESTÃO 03: [E] A Inconfidência Mineira de 1789 foi o primeiro movimento de caráter libertário, ou seja, visava a separação, adotar uma República, mudar a capital, criar universidade, entre outras propostas. Esse movimento foi organizado pela elite mineira no contexto da crise da mineração quando a corte portuguesa criou a derrama, inspirado nas ideias iluministas e na independência dos EUA, sem preocupação social. RESPOSTA DA QUESTÃO 04: [B] A Guerra dos Mascates foi um conflito nativista ocorrido em Pernambuco que opôs, pela primeira vez na história colonial, brasileiros e portugueses, representados, respectivamente, pelos senhores de engenho de Olinda e pelos comerciantes de Recife. As causas para tal conflito foram a insatisfação dos senhores de engenho de Olinda com o monopólio comercial estabelecido pelos comerciantes portugueses em Recife e a importância que o governo português dava à Recife, em detrimento da valorização de Olinda. RESPOSTA DA QUESTÃO 05: [B] As Revoltas Nativistas foram movimentos coloniais que não buscavam a separação entre Metrópole e Colônia, mas, sim, questionavam algum aspecto do Pacto Colonial, como a cobrança de um imposto ou algum privilégio social. RESPOSTA DA QUESTÃO 06: [A] A Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana foram movimentos independentistas, ou seja, eram contra o controle metropolitano. 76 RESPOSTA DA QUESTÃO 07: [A] Por eliminação, o único filósofo político do Iluminismo presente nas alternativas é Rousseau. Smith, Quesnay e Gournay, iluministas também, desenvolveram teorias no campo da Fisiocracia, a política econômica do Iluminismo. E Maquiavel foi um teórico do Absolutismo, não do Iluminismo. RESPOSTA DA QUESTÃO 08: [A] Durante o período do Brasil Colonial ocorreram diversas revoltas que os historiadores dividem em dois grupos: Nativistas e Libertárias. As nativistas não visavam à independência do Brasil, geralmente o motivo era econômico, impostos excessivos e exploração econômica. As revoltas libertárias tinham motivação política, visavam à independência do Brasil. A revolta de Beckman ocorreu no Maranhão, em 1684, e a revolta de Filipe dos Santos ocorreu em Vila Rica, 1720, e são dois exemplos de revoltas nativistas. RESPOSTA DA QUESTÃO 09: [C] A Inconfidência Mineira articulava-se para vir à tona no dia estipulado para a cobrança da derrama, um dos impostos mais pesados sobre a exploração do ouro, em Vila Rica. Numa conjuntura de exploração colonial e alta cobrança de impostos, um grupo de moradores decidiu organizar um movimento de contestação colonial, que visava, ao fim e ao cabo, proclamar a Independência brasileira. Tal movimento não saiu do papel: foi delatado por um traidor e sufocado pela Coroa portuguesa antes de virar realidade. RESPOSTA DA QUESTÃO 10: [A] O Brasil colonial assistiu a dois movimentos inconfidentes, muito diferentes entre si: a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana. Enquanto a Mineira era elitista, a Baiana era popular e, por isso, a constituição de ambas era bastante diferente. RESPOSTA DA QUESTÃO 11: [E] A questão faz referência a duas conjurações que ocorreram no Brasil colonial: a Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798). Diferentemente das chamadas Revoltas Nativistas, ocorridas anteriormente, as conjurações buscavam a separação entre Metrópole e Colônia, ou seja, buscavam a Independência do Brasil. RESPOSTA DA QUESTÃO 12:[A] Além da diferença na base social, as Inconfidências mineira e baiana inspiraram-se em movimentos externos diferentes. Enquanto os mineiros se espelharam na Revolução Americana, os baianos seguiram os passos da Revolução Francesa. RESPOSTA DA QUESTÃO 13: [E] Tanto a Inconfidência Mineira quanto a Conjuração Baiana tiveram influência iluminista nas suas concepções políticas e sociais. 77 RESPOSTA DA QUESTÃO 14: [A] Os agentes proclamadores da República buscaram forjar novos heróis nacionais para legitimar o novo regime. Dentre os heróis escolhidos estava Tiradentes, cuja figura, para ser exaltada, foi aproximada da imagem crística e colocada como defensora da soberania nacional. RESPOSTA DA QUESTÃO 15: [A] O texto menciona a Revolta de Beckman ocorrida em 1684 no Maranhão. Esta era uma região pobre, vivendo principalmente da exploração das drogas do sertão e da pequena lavoura apoiada no trabalho indígena, mais barato que o africano. O uso dos nativos como escravos desencadeou uma forte oposição dos padres jesuítas da região. 78 HISTÓRIA DO BRASIL – PERÍODO JOANINO E INDEPENDÊNCIA DO BRASIL QUESTÃO 01 (G1 - cftrj 2020) A cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro era um burgo colonial modesto. O ambiente era descrito como acanhado e desprovido de recursos para os padrões europeus. Mas a chegada da família Real portuguesa transformou a cidade, que em poucos anos se tornou a capital do Império Português. A respeito dessas transformações, é correto afirmar que: A) Abertura dos portos às nações amigas incentivou o comércio de produtos ingleses na cidade. B) Os recursos financeiros trazidos pela família Real Portuguesa foram investidos na urbanização da cidade. C) As missões científicas atraídas por D. João VI visavam industrializar o Rio de Janeiro. D) O Horto Real, o Aqueduto da Lapa e a 1ª ferrovia do Brasil estão entre as realizações de D. João VI. QUESTÃO 02 (Fgv 2020) A primeira medida importante tomada pelo Príncipe-Regente após sua chegada foi o Alvará de 1o de abril de 1808. O propósito fundamental do ato legislativo era promover a industrialização do Brasil. Alguns importantes incentivos foram concedidos por meio do Alvará de 28 de abril de 1809: isenção de imposto de exportação para manufaturados nacionais, uso obrigatório de bens nacionais pelas tropas reais e a distribuição anual de 60 mil cruzados entre os industriais na tecelagem de algodão, lã e seda. (Carlos Manuel Peláez e Wilson Suzigan. História monetária do Brasil, 1981. Adaptado.) Considerando as informações do texto e conhecimentos sobre a transferência da Corte portuguesa para o Brasil, pode-se afirmar que o governo A) promovia a industrialização do país, cobrando impostos elevados de mercadorias importadas da Inglaterra. B) procurava ampliar o mercado consumidor interno, abolindo gradualmente a exploração do trabalho escravo. C) desenvolvia a indústria armamentista, objetivando a expulsão das tropas bonapartistas do território português. D) visava aparelhar a colônia como o centro do Império, viabilizando as políticas econômicas contrárias aos estatutos coloniais. E) invertia a ordem do domínio colonial, bloqueando o desenvolvimento da economia manufatureira no reino de Portugal. QUESTÃO 03 (Famerp 2020) A independência foi, desse modo, ruptura e continuidade. (Miriam Dolhnikoff. História do Brasil Império, 2019.) Na independência brasileira, uma ruptura e uma continuidade podem ser exemplificadas, respectivamente, A) pelo esforço de unificação nacional e pelo respeito aos direitos trabalhistas. B) pelo afastamento da Grã-Bretanha e pela aproximação com os Estados Unidos. C) pela fragmentação política do território e pela hegemonia política das elites rurais. D) pelo rompimento em relação ao império português e pela preservação da escravidão. E) pela implantação do sistema republicano e pelo estímulo à produção agrícola. 79 QUESTÃO 04 (Ufjf-pism 2 2020) A transferência da Corte portuguesa para o Brasil em 1808 abrange um conjunto de transformações únicas que significaram um marco e um “impacto dramático” para a vida cotidiana da cidade do Rio de Janeiro e para todos os súditos que integravam este vasto império. Das alternativas abaixo, marque a alternativa CORRETA: A) A abertura dos portos às nações amigas em 1808 criou disposições legais que prejudicaram o desenvolvimento industrial do Brasil e ainda contribuíram para o fim da escravidão. B) Com a vinda da família real ao Brasil, instituiu-se uma distribuição de propriedades privadas, via sistema de sesmaria, com objetivos de ampliar a doação de terras para os súditos da nova sede da monarquia portuguesa. C) A transferência da Corte para o Rio de Janeiro levou à criação de um conjunto importante de instituições, tais como a Intendência Geral da Polícia e o primeiro banco a funcionar em terras brasileiras, o Banco do Brasil. D) Uma das primeiras medidas da família real ao se instalar no Rio de Janeiro foi abrir espaço para maior participação dos setores populares nas questões políticas do império português. E) Dentre as transformações mais impactantes ocorridas com a chegada da corte em 1808, pode-se mencionar a modernização do Brasil e a abolição da escravidão, prejudicando os cafeicultores e grandes proprietários rurais. QUESTÃO 05 (Unicamp 2020) A partir das fontes visuais reproduzidas e de seus conhecimentos, assinale a alternativa correta. 80 A) A única monarquia americana precisou afirmar a figura do governante e sua memória política, recorrendo à imagética da autoridade real francesa do Antigo Regime. Este mecanismo foi enaltecido pela imprensa do liberalismo constitucional. B) Debret usou o quadro de Rigaud como referência visual e preparou retratos em seu estúdio no Rio de Janeiro. Isto era importante, pois a autoridade monárquica joanina assentou-se na liturgia política e no pouco uso da violência. C) O retrato de D. João não foi pintado para ser exposto, embora existisse no Rio de Janeiro da época um circuito expositivo de salões de belas artes, pinacotecas, museus, onde pudesse ser visto. Tais espaços foram renomeados na República. D) O projeto de europeização da corte do Rio de Janeiro e a necessidade de afirmar a autoridade de D. João VI levaram a uma política de fomento à imagética do poder baseada, aqui, na da monarquia francesa. QUESTÃO 06 (Famema 2020) Observe as obras que representaram, posteriormente aos fatos, os processos de independência da Venezuela e do Brasil. Nessas representações, pode-se observar A) o caráter elitista dos movimentos emancipatórios. B) a influência das ideias liberais vindas da Europa. C) o uso de tropas coloniais com participação popular. D) o exemplo da independência norte- americana. E) a negociação diplomática com as metrópoles. QUESTÃO 07 (G1 - cps 2019) Em 1808, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro foi criado com a finalidade de aclimatar espécies vegetais provenientes de diversos lugares do mundo. Com isso, esperava-se criar condições para produzir bens apreciados na Europa. Hoje, essa instituição científica desenvolve pesquisas sobre a flora de áreas protegidas, contribuindo para a conservação ambiental. Sobre o contexto de criação dessa instituição, é correto mencionar81 A) o reinado de D. Pedro II, responsável por diversas iniciativas na área das ciências, sobretudo na capital do país à época. B) a transferência da Corte de Portugal para o Brasil, quando o Rio de Janeiro se tornou a capital do império português. C) a Independência do Brasil, quando o Rio de Janeiro se tornou a capital da República recém-criada. D) a fundação da cidade do Rio de Janeiro, planejada para ser a nova capital, em substituição a Salvador. E) a proclamação da República, quando D. Pedro II foi deposto e a capital brasileira foi transferida para Brasília. QUESTÃO 08 (Espcex Aman 2019) Quase duas décadas depois da Conjuração Baiana, durante a estada da Família Real portuguesa no Brasil e o governo de D. João VI, ocorreu um levante emancipacionista em Pernambuco que ficaria conhecido como Revolução Pernambucana. Um dos motivos desta revolta foi A) o fim do monopólio comercial de Portugal sobre a colônia. B) a grande seca de 1816. C) a elevação do Brasil a Reino Unido a Portugal e Algarves. D) a liberação da atividade industrial no Brasil. E) a cobrança forçada de impostos atrasados. QUESTÃO 09 (G1 - cftrj 2019) Em 1808, D. João VI chegou ao Brasil, fugindo das conquistas napoleônicas. A partir de então, o Rio de Janeiro passou a ser a sede do Império Português. O período Joanino (1808-1821) é considerado um precursor do processo de independência do Brasil. Podemos chegar a essa conclusão a partir do entendimento de que: A) D. João VI sofreu severas críticas durante todo o período em que esteve no Brasil, não conseguindo manter sua autoridade e seu governo, tendo assim que renunciar ao trono de Portugal. B) possibilitou a abertura dos portos brasileiros a países como Inglaterra, facilitando o comércio e o enriquecimento das elites no Brasil. C) o processo de independência foi uma iniciativa do próprio rei português, a partir do momento em que ele resolveu apoiar a Insurreição Pernambucana em 1817. D) a Coroa Portuguesa não tinha interesse de governar o Brasil, tendo em vista que perdera a região da Cisplatina para a Coroa Espanhola. QUESTÃO 10 (Famerp 2019) [Em relação à América Espanhola, nas duas primeiras décadas do século XIX,] a situação da América Portuguesa era diferente, pois ali o próprio governo português parecia conduzir e administrar as transformações. (Andréa Slemian e João Paulo G. Pimenta. O “nascimento político” do Brasil, 2003.) Estão entre as transformações mencionadas no texto: A) a formação de uma Junta autônoma de governo e a ampliação das redes de transportes e comunicação internas. B) a abolição do regime de exclusivo metropolitano e a passagem do Brasil à condição de Reino Unido. C) a autorização para a implantação de indústrias no Brasil e o descumprimento do Tratado de Tordesilhas. D) a decretação do fim do tráfico de africanos escravizados e a formalização da independência do Brasil. E) a ampliação do comércio com os demais países da América e a eliminação das tarifas alfandegárias para produtos de origem africana. 82 QUESTÃO 11 (G1 - ifce 2019) Sobre a vinda da família real para o Brasil é correto afirmar-se que A) ao desembarcar no Brasil, Dom João VI criou novos impostos alfandegários que contribuíram para o fechamento dos portos brasileiros para outras nações estrangeiras. B) o Brasil continuou na simples posição de colônia do império português sem grandes transformações econômicas, políticas e culturais. C) foi uma medida tomada em comum acordo com Napoleão Bonaparte para ajudá-lo na integração com as nações da Europa Continental. D) a cidade do Rio de Janeiro teve o seu cenário transformado com a criação da Biblioteca Nacional, a construção do Jardim Botânico e o surgimento de várias casas de comércio que atendiam ao gosto refinado dos cortesãos vindos diretamente da Europa. E) a abertura dos portos brasileiros às chamadas nações amigas não privilegiou e nem ofereceu isenção de impostos à Inglaterra. QUESTÃO 12 (G1 - ifpe 2019) TEXTO 1 D. João VI e muitos de seus partidários sonhavam em refazer o Brasil à imagem da Europa Central. Nova Friburgo, apesar de ter fracassado, contribuiu para que as elites imaginassem o Brasil como um ímã para imigrantes, que transformariam o país em termos raciais, econômicos e culturais. LESSER, J. A invenção da brasilidade: identidade nacional, etnicidade e políticas de imigração. Trad.: Patrícia de Queiroz Carvalho Zimbres. São Paulo: Editora UNESP, 2015, p. 49. Adaptado. TEXTO 2 Que Paris seja aqui! Assim pensava o Prefeito Pereira Passos durante os quatro anos da sua gestão (1903-1906), uma época de Belle Époque na qual parecia que ele queria fazer do Rio de Janeiro uma Paris Tropical. DELUIZ, Ney. Disponível em: https://espacomorgenlicht.wordpress.com/2013/09/02/ o-rio-que-queria-ser-paris. Acesso em: 07 maio 2019 (adaptado). Sobre a sociedade brasileira do século XIX e do início do século XX, assinale a alternativa CORRETA. A) Os dois textos, ainda que relativos a momentos históricos distintos, denotam a persistência de uma busca por referenciais europeus e brancos em nossa formação cultural. B) A formação da identidade nacional brasileira é uma cópia do mundo europeu, como os dois textos assinalam e exemplificam. C) Em todos os contextos históricos referidos, demonstra-se a importância de propor a mestiçagem de diversas contribuições culturais na formação do país. D) No início dos séculos XIX e XX, o Brasil, na condição de Reino Unido, e o Brasil republicano, construíram modelos de civilização, integrando grupos sociais e raciais diversos. E) Os dois momentos históricos descritos nos textos, o período joanino e o início da República, foram marcados pela paz social, prosperidade econômica e estabilidade política. QUESTÃO 13 (Uece 2019) Durante treze anos a família real portuguesa esteve no Brasil, que foi sede do império ultramarino português. Nesse período, diversas medidas tomadas pela corte proporcionaram transformações profundas na economia, na política e na cultura do Brasil. Assim, é correto afirmar que, nesse período, ocorreu 83 A) a Confederação do Equador, em 1824, que foi uma rebelião das províncias nordestinas contra o autoritarismo, que pretendia a fundação de uma república por estas partes do Brasil. B) a Revolução Pernambucana, em 1817, contra a opressão dos tributos para custear a corte no Rio de Janeiro, que marcou a insatisfação dos brasileiros contra a exploração portuguesa. C) a Noite das Garrafadas, episódio que envolveu apoiadores do rei e seus opositores, logo antes de sua abdicação e retorno para Portugal. D) expulsão do rei português de terras brasileiras, por sua resistência em aceitar a constituição elaborada pela Assembleia Constituinte e a imposição de uma constituição por ele outorgada. QUESTÃO 14 (G1 - cftrj 2019) Sobre o processo de independência das colônias espanholas, em comparação com o do Brasil, podemos afirmar que: A) nas colônias espanholas, o processo de emancipação foi mais elitista que no Brasil, já que aqui o movimento de independência foi muito popular, incluindo as classes mais pobres e revolucionárias nas decisões políticas. B) a escravidão no Brasil foi abolida como sistema de trabalho, enquanto em todas as ex-colônias espanholas houve um esforço amplo e imediato de manter toda forma de trabalho compulsório. C) tanto no Brasil como nas colônias espanholas, a República foi o sistema de governo mais aceito, por isso fora implantado logo após a independência sob o controle e regulação das elites coloniais locais. D) no Brasil, o processo de independêncianão resultou no esfacelamento do território, mantendo uma unidade geográfica, enquanto, na América Espanhola, surgiram vários países a partir do movimento de emancipação política. QUESTÃO 15 (Uece 2019) Sobre a transferência da Corte portuguesa para o Brasil em 1808, é correto afirmar que A) ocorreu sem nenhum transtorno para a população do Rio de Janeiro, que recepcionou os nobres portugueses de forma planejada, sem que fossem necessárias grandes mudanças na cidade. B) teve como causa direta a invasão das tropas francesas ao território português como forma de forçar a adesão do país luso ao bloqueio continental. C) foi provocada pela ameaça inglesa de invasão ao Brasil, caso Portugal aderisse ao Bloqueio Continental ao comércio britânico, imposto por Napoleão Bonaparte no decreto de Berlim, emitido em 1806. D) somente foi realizada como forma de garantir o cumprimento do tratado de Fontainebleau, assinado com a França, que garantia a mudança para o Brasil no caso de ameaça espanhola a Portugal. RESOLUÇÕES RESPOSTA DA QUESTÃO 01: [A] A vinda da corte portuguesa para o Brasil em 1808 provocou inúmeras mudanças na colônia no campo das artes, ciências, política e economia. Ainda no ano de 1808, foi decretada a Abertura dos Portos às nações amigas, na prática significa o fim do pacto colonial e abertura da economia brasileira para produtos ingleses. Assim, a cidade do Rio de Janeiro, capital do Brasil, foi a que mais sentiu essas transformações. 84 RESPOSTA DA QUESTÃO 02: [D] A chegada da Família Real marca o início do processo de Independência do Brasil com relação a Portugal, uma vez que d. João VI adotou uma série de medidas que contribuíram para conferir autonomia política e econômica à Colônia, como a Abertura dos Portos, o Alvará de Liberdade Industrial e a Elevação à Categoria de Reino. RESPOSTA DA QUESTÃO 03: [D] O processo de independência do Brasil ocorreu entre 1808-1831. Em 1808, com a Abertura dos Portos, acabou o pacto colonial, foi o primeiro passo rumo à independência. Em 1815, o Brasil tornou-se Reino a Portugal e Algarves perdendo o estatuto de colônia. Em 1822, ocorreu à independência liderada por D. Pedro I, rompendo a relação entre Brasil e Portugal, embora o jovem imperador fosse português. Manteve-se o sistema de plantation: escravidão, monocultura e latifúndio. A independência do Brasil só foi completada em 07/04/1831 quando D. Pedro I abdicou. RESPOSTA DA QUESTÃO 04: [C] A vinda da corte portuguesa para o Brasil no ano de 1808 gerou grandes transformações no Brasil, em especial, na cidade do Rio de Janeiro. Foi criado o Banco do Brasil, as faculdades de Medicina e de Direito, Jardim Botânico, Biblioteca, a Missão Francesa com vinda de muitos artistas franceses ao Brasil, entre outras tantas realizações durante o período Joanino, 1808-1821. Vale dizer que a escravidão só foi abolida em 13 de maio de 1888. RESPOSTA DA QUESTÃO 05: [D] Com a família real vivendo no Brasil (1808- 1821), houve uma tentativa artística de transportar os costumes do Velho ao Novo Mundo. Na obra retratada, fica evidente uma associação entre as imagens de D. João VI e do Rei Sol francês. RESPOSTA DA QUESTÃO 06: [A] As telas mostram salões suntuosos e pessoas vestidas com trajes típicos das elites coloniais, o que denota o caráter elitista dos movimentos citados. RESPOSTA DA QUESTÃO 07: [B] Fugindo das ameaças de uma invasão Francesa, a corte portuguesa, escoltada pela marinha inglesa, chegou ao Rio de Janeiro no ano de 1808. Além da corte, o Estado português foi transferido para capital do Brasil, a cidade do Rio de Janeiro. Para atender as necessidades da corte, foi criado um aparato cultural, artístico e científico, tais como, jardim botânico, teatro, faculdades de Medicina e Direito, biblioteca, imprensa régia, entre outras realizações. RESPOSTA DA QUESTÃO 08: [B] Dentre as muitas causas para a ocorrência da citada Revolução, a questão traz como correta apenas a alternativa [B]. Em 1816, uma grande seca atingiu a região de Pernambuco, piorando muito indicadores sociais, como a fome e a miséria, o que serviu de motivação para os revoltosos. 85 RESPOSTA DA QUESTÃO 09: [B] A vinda da corte portuguesa ao Brasil contribuiu para o processo de independência, principalmente com a Abertura dos Portos, em 1808, às nações amigas (Inglaterra) que acabou com o pacto colonial ou o exclusivo metropolitano, permitindo que a elite brasileira fizesse comércio diretamente com outros países. RESPOSTA DA QUESTÃO 10: [B] Em 1808, fugindo da invasão Napoleônica, a corte portuguesa chegou ao Brasil deslocando o Estado Português de Lisboa para o Rio de Janeiro. Ainda em 1808, foi aprovada a Abertura dos Portos às Nações Amigas (entenda, a Inglaterra), acabando com o pacto colonial, o que significou o primeiro passo rumo à independência. Em 1815, vinculado ao Congresso de Viena, o Brasil passou a ser Reino Unido a Portugal e Algarves, perdendo o estatuto de colônia. Em função do período da “inversão”, 1808-1821, as transformações foram conduzidas pelo governo português. RESPOSTA DA QUESTÃO 11: [D] Fugindo das tropas napoleônicas e com proteção da marinha inglesa, em 1808 a corte portuguesa chegou ao Brasil. A capital do Brasil, a cidade do Rio de Janeiro foi escolhida para sediar a corte, os nobres bem como as instituições políticas. Dessa forma, ocorreu um forte investimento em ciência, arte e cultura, tais como, a criação da Biblioteca Nacional, Jardim Botânico, Imprensa Régia, faculdades de Medicina e Direito, a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, a vida da Missão Artística Francesa, entre outras. RESPOSTA DA QUESTÃO 12: [A] Os dois textos reforçam uma ideia etnocêntrica de que o homem branco europeu era superior do ponto de vista racial e cultural. Esse racismo ganhou força nas universidades através de teorias pseudocientíficas que contaminavam a elite branca de outros lugares fora do velho continente. Ao longo do século XIX e início do século seguinte, a elite brasileira procurou “branquear” o país através da política de imigração. RESPOSTA DA QUESTÃO 13: [B] A Revolução Pernambucana, ocorrida em 1817, contestava, principalmente, a exploração fiscal imposta pelo Estado com vistas ao sustento de toda a estrutura real que aqui existia. Tal movimento foi iluminista e republicano. RESPOSTA DA QUESTÃO 14: [D] No contexto da independência da América Latina, a América Espanhola seguiu um caminho diferente da América Portuguesa. Enquanto a primeira se fragmentava em Repúblicas sendo governada pela elite local, os caudilhos, a América Portuguesa manteve a unidade territorial, adotou uma monarquia visando evitar a divisão do Brasil. RESPOSTA DA QUESTÃO 15: [B] A “fuga” da Família Real Portuguesa foi arquitetada por d. João VI junto à Inglaterra, que financiou a viagem e estabeleceu a Tutela Britânica em solo português para que Portugal pudesse furar o Bloqueio Continental estabelecido por Bonaparte, continuando, assim, a fazer comércio com os ingleses. 86 HISTÓRIA DO BRASIL – BRASIL IMPÉRIO: I REINADO QUESTÃO 01 (Ueg 2020) A construção dos Estados Nacionais significou um longo processo de lutas sociais e políticas, em que se confrontaram adversários poderosos, muitas vezes acompanhados de longas guerras civis, envolvendo grande parte da sociedade, de abastados fazendeiros a pobres peões. PRADO, M.L.C. América Latina no século XIX: tramas, telas e textos. São Paulo: Edusp, 2004. p. 75. O texto citado refere-se ao contexto de emancipação política dos países latino- americanos. Um caso singular de libertação na qualo país emancipou-se lutando contra outra nação americana foi o A) do Uruguai, que consolidou a sua formação nacional em 1828, após vencer o Brasil na chamada Guerra da Cisplatina. B) do México, que se emancipou politicamente em 1821, lutando contra os Estados Unidos para preservar parte de seu território. C) de Cuba, que se tornou independente em 1898, após derrotar facções que representavam os interesses econômicos norte-americanos. D) da Venezuela, que teve a sua liberdade assegurada em 1831, após uma guerra de libertação contra a Grã-Colômbia, criada por Simon Bolívar. E) do Haiti, que promoveu uma revolução dos escravos em 1804 e teve que enfrentar as forças militares das Províncias Unidas da América Central. QUESTÃO 02 (G1 - ifpe 2020) A Confederação do Equador de 1824 é um marco na luta social contra o absolutismo monárquico. Amplas camadas da população local participaram do conflito. Comerciantes, padres, militares, negros e pardos, e até senhores de engenho se envolveram no conflito que opôs setores da população pernambucana à Monarquia de D. Pedro I. Sobre os pensamentos que fundamentaram a luta dos revoltosos, é CORRETO afirmar que foram ideias A) liberais e constitucionalistas, oriundas dos princípios iluministas então em expansão na Europa e nos Estados Unidos. B) absolutistas moderadas, uma vez que os revoltosos ainda pensavam em manter a monarquia, desde que constitucional e respeitando a autonomia provincial. C) socialistas, o que justifica a presença expressiva de negros e pardos e de padres sensíveis às injustiças sociais e ao racismo. D) inspiradas na Igreja Católica Romana, instituição que, naquele momento, procurava distanciar-se das monarquias europeias, o que justifica a participação de padres. E) anarquistas, por isso defendiam, além da derrubada do governo monárquico e absolutista, o fim da escravidão em terras pernambucanas. 87 QUESTÃO 03 (Unesp 2020) Na Europa, as forças reacionárias que compunham a Santa Aliança não viam com bons olhos a emancipação política das colônias ibéricas na América. […] Todavia, o novo Império do Brasil podia contar com a aliança da poderosa Inglaterra, representada por George Canning, primeiro-ministro do rei Jorge IV. […] Canning acabaria por convencer o governo português a aceitar a soberania do Brasil, em 1825. Uma atitude coerente com o apoio que o governo britânico dera aos EUA, no ano anterior, por ocasião do lançamento da Doutrina Monroe, que afirmava o princípio da não intervenção europeia na América. (Ilmar Rohloff de Mattos e Luis Affonso Seigneur de Albuquerque. Independência ou morte: a emancipação política do Brasil, 1991.) O texto relaciona A) a restauração das monarquias absolutistas no continente europeu, a industrialização dos Estados Unidos e a constituição da Federação dos Estados Independentes da América Latina. B) a influência da Igreja católica nos assuntos políticos europeus, o controle britânico dos mares depois do Ato de Navegação e o avanço imperialista dos Estados Unidos sobre o Brasil. C) a disposição europeia de recolonização da América, o Bloqueio Continental determinado pela França e os acordos de livre-comércio do Brasil com os países hispano-americanos. D) a penetração dos industrializados britânicos nos mercados europeus, a tolerância portuguesa em relação ao emancipacionismo brasileiro e a independência política dos Estados Unidos. E) a reorganização da Europa continental depois do período de domínio napoleônico, os processos de independência na América e a ampliação do controle comercial mundial pela Inglaterra. QUESTÃO 04 (G1 - ifce 2019) Sobre a Confederação do Equador é correto afirmar-se que A) limitou-se à ação de lideranças e populares pernambucanos, causa maior do seu insucesso. B) insatisfeitos com as tentativas de negociação do império, os revoltosos buscaram criar uma nova constituição mais democrática, mas que continuava reafirmando seu caráter monarquista. C) foi uma das mais significativas revoltas do Segundo Reinado. D) buscava a construção de um estado independente, com capital em Recife, criticava a escravidão e a centralização do poder exaltados pelo absolutismo, conservadorismo e autoritarismo do monarca. E) Frei Caneca foi um grande aliado de D. Pedro I, o que contribuiu para o fim do movimento separatista e a vitória do imperador. QUESTÃO 05 (Espm 2019) O Brasil agora é feito para a democracia, ou para o despotismo – errei em querer dar-lhe uma monarquia constitucional. Onde está uma aristocracia rica e instruída? Onde está um corpo de magistratura honrado e in- dependente? E que pode um clero imoral e ignorante, sem crédito e sem riqueza? Que resta pois? (José Bonifácio de Andrada e Silva) A sociedade civil tem por base primeira a justiça, e por fim principal a felicidade dos homens. Mas que justiça tem um homem para roubar a liberdade de outro homem e o que é pior, dos filhos deste homem, e dos filhos destes filhos? (José Bonifácio de Andrada e Silva) (Adriana Lopes e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: Uma Interpretação) 88 Os textos revelam posições de José Bonifácio de Andrada e Silva, constituinte reformista e monarquista constitucional, que apresentou o projeto mais importante e radical a respeito da abolição do tráfico e da escravidão. Quanto às ideias contidas nos textos e ao ce- nário da Assembleia Constituinte de 1823 é correto assinalar: A) O projeto de Constituição apresentado por Antonio Carlos de Andrada, irmão de José Bonifácio, foi promulgado com apoio unânime da Constituinte; B) O projeto de Constituição, apelidado de “Constituição da Mandioca”, desagradou a D. Pedro I e, por isso, ele recorreu à força para fechar a Constituinte; C) Os jornais A Sentinela e Tamoio, vinculados aos irmãos Andrada, conseguiram consagrar na Constituição de 1824 os planos de abolição do tráfico e da escravidão; D) Os textos revelam a satisfação de José Bonifácio, bem como sua comunhão de ideias e projeto com a aristocracia rural; E) Os textos revelam o projeto de incluir na Constituição o direito de preservação da escravidão, pilar da sociedade civil no Brasil. QUESTÃO 06 (Fmp 2019) No contexto da independência brasileira, a charge ironiza o(a) A) influência econômica inglesa sobre o Brasil. B) imperialismo dos EUA sobre a América do Sul. C) controle napoleônico sobre Portugal. D) domínio brasileiro sobre a Província Cisplatina. E) vigência da União Ibérica. QUESTÃO 07 (Enem 2019) Art. 90. As nomeações dos deputados e senadores para a Assembleia Geral, e dos membros dos Conselhos Gerais das províncias, serão feitas por eleições, elegendo a massa dos cidadãos ativos em assembleias paroquiais, os eleitores de província, e estes, os representantes da nação e província. Art. 92. São excluídos de votar nas assembleias paroquiais: I. Os menores de vinte e cinco anos, nos quais se não compreendem os casados, os oficiais militares, que forem maiores de vinte e um anos, os bacharéis formados e os clérigos de ordens sacras. II. Os filhos de famílias, que estiverem na companhia de seus pais, salvo se servirem a ofícios públicos. III. Os criados de servir, em cuja classe não entram os guarda-livros, e primeiros caixeiros das casas de comércio, os criados da Casa Imperial, que não forem de galão branco, e os administradores das fazendas rurais e fábricas. IV. Os religiosos e quaisquer que vivam em comunidade claustral. V. Os que não tiverem de renda líquida anual cem mil réis por bens de raiz, indústria, comércio, ou emprego. BRASIL. Constituição de 1824. Disponívelem: www.planalto.gov.br. Acesso em: 4 abr. 2015 (adaptado). De acordo com os artigos do dispositivo legal apresentado, o sistema eleitoral instituído no início do Império é marcado pelo(a) A) representação popular e sigilo individual. B) voto indireto e perfil censitário. C) liberdade pública e abertura política. D) ética partidária e supervisão estatal. E) caráter liberal e sistema parlamentar. 89 QUESTÃO 08 (G1 - cftmg 2019) Nos primeiros anos após a Independência do Brasil, formou-se um governo dissidente em 2 de julho de 1824. Apoiado pelas classes populares urbanas, por negociantes do Recife e proprietários rurais ligados à cultura do algodão, o movimento buscou reunir Pernambuco às províncias do Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e estender sua ação até o Piauí e Ceará com um governo federativo e republicano. MUGGIATI, Roberto (coord.). A construção do Brasil. Revista Nossa História, vol. Único, São Paulo, 2006. p. 49. A consolidação do Império Brasileiro pós- independência foi marcada, desde o início, por conflitos em torno de um modelo de Estado centralizado, resultando na eclosão de movimentos de resistência. A qual movimento dessa natureza esse texto faz menção? A) Balaiada. B) Sabinada. C) Revolta dos Malês. D) Confederação do Equador. QUESTÃO 09 (G1 – col. naval 2019) "Assim, a 14 de novembro de 1822, dois meses após sua proclamação, fazia-se ao mar a primeira esquadra brasileira, rumo a Montevidéu, com a missão de expulsar as forças que lutavam para manter a Província Cisplatina sob o domínio português." http://www.marinha.mil.br/content/historia-naval Sobre o contexto da criação da primeira esquadra brasileira, é correto afirmar que ela teve como objetivo A) reimplantar o comércio marítimo brasileiro que era dependente de navios portugueses e de seus comerciantes que controlavam os portos nacionais. B) combater e expulsar as principais forças militares fiéis ao governo português existentes em algumas províncias que dificultavam a organização interna do Brasil independente. C) conquistar a Província Cisplatina dos portugueses e torná-la uma república independente, libertando o novo Estado uruguaio do jugo opressor dos europeus. D) promover a escolta de navios mercantes no oceano Atlântico que se encontrava repleto de corsários estrangeiros que não reconheciam a independência do Brasil. E) libertar todos os povos de outras colônias do domínio português, promovendo a independência da Cisplatina, de Angola e de Moçambique. QUESTÃO 10 (Uerj 2019) Quando chegar o feliz momento da abolição, não será devido nunca à inclinação sincera do povo ou do governo, a menos que venham a sofrer grande mudança. Pois quase me aventuraria a dizer que não há dez pessoas em todo o Império que considerem esse comércio um crime ou o encarem sob outro aspecto que não seja o de ganho e perda, de simples especulação mercantil, que deve continuar ou cessar conforme for vantajoso ou não. Acostumados a não fazer nada, os brasileiros em geral estão convencidos de que os escravos são necessários como animais de carga, sem os quais os brancos não poderiam viver. HENRY CHAMBERLAIN, agente diplomático britânico, em 31/12/1823. Adaptado de SOUSA, O. T. Fatos e personagens em torno de um regime. Rio de Janeiro: José Olympio, 1960. Após a emancipação política do Império do Brasil, o debate sobre o fim do tráfico intercontinental de escravos e da escravidão esteve em pauta, como abordado por Henry Chamberlain em 1823. 90 Naquele contexto, de acordo com o diplomata britânico, as resistências à abolição do tráfico e da escravidão estavam associadas à conjuntura de: A) desqualificação do trabalho braçal. B) vigência da sociedade burguesa. C) instabilidade do regime jurídico. D) decadência da estrutura agrária. QUESTÃO 11 (Uece 2019) Durante o segundo reinado, havia, no Brasil, cerca de 20 mil pessoas que podiam ser eleitores e escolher deputados e senadores (0,4% da população), eles eram homens, católicos e com renda anual superior a 200 mil- réis. Havia ainda no Brasil 2,2 milhões de mulheres livres, 1,8 milhão de homens livres pobres, algo em torno de 1,7 milhão de escravos e escravas e outro grande número de pessoas sem acesso ao voto (praças, estrangeiros, religiosos em regime de clausura, mendigos e não católicos em geral). Fonte: Brasil 500 anos. IstoÉ, p.72. Estabilização no Império. Considerando esse aspecto da política brasileira, durante o império, explícito nos dados citados, é correto afirmar que A) havia uma representação proporcional dos variados grupos sociais na política e no poder durante a monarquia no Brasil, daí poder-se dizer que se tratava de um sistema democrático. B) se estabelecia uma participação política de caráter censitário, ou seja, usava-se um critério, o do rendimento anual, para restringir o direito a votar e a ser votado. C) apenas o homem, com qualquer renda, poderia ser candidato nas eleições durante a monarquia; a exclusão das mulheres era fator comum a todas as nações do mundo. D) a restrição do direito ao voto aos estrangeiros, praças, mendigos e analfabetos que havia no império tem sido mantida até hoje no Brasil. QUESTÃO 12 (Enem 2019) Entre os combatentes estava a mais famosa heroína da Independência. Nascida em Feira de Santana, filha de lavradores pobres, Maria Quitéria de Jesus tinha trinta anos quando a Bahia começou a pegar em armas contra os portugueses. Apesar da proibição de mulheres nos batalhões de voluntários, decidiu se alistar às escondidas. Cortou os cabelos, amarrou os seios, vestiu-se de homem e incorporou-se às fileiras brasileiras com o nome de Soldado Medeiros. GOMES, L. 1822. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010. No processo de Independência do Brasil, o caso mencionado é emblemático porque evidencia a A) rigidez hierárquica da estrutura social. B) inserção feminina nos ofícios militares. C) adesão pública dos imigrantes portugueses. D) flexibilidade administrativa do governo imperial. E) receptividade metropolitana aos ideais emancipatórios. QUESTÃO 13 (Ufu 2018) A história brasileira é repleta de eventos em que determinados grupos promoveram ações de ruptura das regras do jogo político, visando à conquista do poder, de forma que, tradicionalmente, tais ações, em muitos casos, acabaram por compor a história da nação classificadas como golpes. Em um desses eventos, o poder central determinou que o exército invadisse o plenário do congresso que estava em reunião para a elaboração da Constituição Brasileira, o que resultou na prisão de diversos deputados e na deportação de outros. Esse episódio refere-se à A) Ditadura Civil-militar. B) Declaração da Maioridade. C) Noite da Agonia. D) Proclamação da República. 91 QUESTÃO 14 (Mackenzie 2018) “(...). Conquistar a emancipação definitiva e real da nação, ampliar o significado dos princípios constitucionais foi tarefa delegada aos pósteres”. COSTA, Emília Viotti da. Da monarquia à república: momentos decisivos. São Paulo; Livraria Editora Ciências Humanas, 1979. P.50. A análise acima, da historiadora Emília Viotti da Costa, refere-se à proclamação da independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822. A análise da autora, a respeito do fato histórico, aponta que A) apesar dos integrantes da elite nacional terem alcançado seu objetivo: o de romper com os estatutos do plano colonial, no que diz respeito às restrições à liberdade de comércio, e à conquista da autonomia administrativa, a estrutura social do país, porém, não foi alterada. B) a independência do Brasil foi um fato isolado, no contexto americano de luta pelaemancipação das metrópoles. Isso se deu porque era a única colônia de língua portuguesa, e porque adotava, como regime de trabalho, a escravidão africana. C) caberia, às futuras gerações de brasileiros, o esforço no sentido de impor seus valores para Portugal, rompendo, definitivamente, os impasses econômicos impostos à Colônia pela metrópole portuguesa desde o início da colonização. D) apesar de alguns setores da elite nacional possuírem interesses semelhantes à burguesia mercantil lusitana e, portanto, afastando-se do processo emancipatório nacional, com a eminente vinda de tropas portuguesas para o país, passaram a apoiar a ideia de independência. E) assim como Portugal passava por um processo de reestruturação, após a Revolução Liberal do Porto; no Brasil, esse movimento emancipatório apenas havia começado e só fora concluído, com a subida antecipada ao trono, de D. Pedro II, em 1840. QUESTÃO 15 (Uefs 2018) A igualdade de interesses agrários e escravocratas que através dos séculos XVI e XVII predominou na colônia, toda ela dedicada com maior ou menor intensidade à cultura do açúcar, não a perturbou tão profundamente, como à primeira vista parece, a descoberta das minas ou a introdução do cafeeiro. Se o ponto de apoio econômico da aristocracia colonial deslocou-se da cana-de-açúcar para o ouro e mais tarde para o café, manteve-se o instrumento de exploração: o braço escravo. (Gilberto Freyre. Casa-Grande & Senzala, 1989.) O excerto descreve o complexo funcionamento do Brasil durante a colônia e o Império. Uma de suas consequências para a história brasileira foi A) a utilização de um mesmo padrão tecnológico nas sucessivas fases da produção de mercadorias de baixo custo. B) a existência de uma produção de mercadorias inteiramente voltada para o abastecimento do mercado interno. C) a liberdade de decisão política do grupo dominante local enriquecido com a exploração de riquezas naturais. D) a ausência de diferenças regionais econômicas e culturais durante o período colonial e imperial. E) a manutenção de determinadas relações sociais num quadro de modificações do centro dinâmico da economia. 92 RESOLUÇÕES RESPOSTA DA QUESTÃO 01: [A] [Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia] O território da Província de Cisplatina, atual Uruguai, foi disputado pela Argentina e pelo Brasil. O território foi anexado ao Brasil em 1821. A Guerra da Cisplatina (1828) levou a independência do Uruguai, proclamada por Juan Antonio Lavalleja. [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] Durante o Primeiro Reinado Brasileiro ocorreu a Guerra da Cisplatina, na qual Brasil e Argentina disputaram a posse de alguns territórios da Bacia do Rio da Prata, dentre os quais a Província Cisplatina, até então um território brasileiro. Ao longo do confronto, a Província Cisplatina emancipou-se, dando origem ao Uruguai. RESPOSTA DA QUESTÃO 02: [A] A independência do Brasil ocorrida em 1822, se deu de cima para baixo e a partir da aliança entre a elite agrária brasileira e D. Pedro I. Dois anos depois, a constituição outorgada de 1824, concedeu amplos poderes ao imperador através do poder moderador gerando um atrito entre a elite agrária e o jovem D. Pedro I. A Confederação do Equador, Pernambuco 1824, é produto desse descontentamento. Diversos segmentos sociais atuaram juntos inspirados nas ideias liberais-iluministas oriundas da Europa e EUA. RESPOSTA DA QUESTÃO 03: [E] No período citado no texto, existia na Europa um arranjo conservador pós Era Napoleônica, expresso através do Congresso de Viena, e uma onda liberal na América, concretizada através das independências da América Espanhola e da América Portuguesa. RESPOSTA DA QUESTÃO 04: [D] A constituição outorgada em 1824 no Brasil foi centralizadora, concedeu muito poder ao imperador graças ao quarto poder, o Moderador. Cabia ao monarca nomear os presidentes de província. Dessa forma, as elites locais criticaram muito a nova Magna Carta. No mesmo ano, ocorreu um movimento em Pernambuco com caráter separatista e republicano. Esse movimento ficou conhecido como Confederação do Equador. Gabarito [D]. RESPOSTA DA QUESTÃO 05: [B] Em 1823 foi criada a Assembleia Nacional Constituinte, formado pela elite agrária, cujo objetivo era elaborar um projeto de constituição. O projeto ganhou o apelido de “Mandioca”, era profundamente xenófobo, isto é, contrário aos interesses dos portugueses que moravam no Brasil e, ainda, limitava o poder do imperador D. Pedro I. Totalmente desconte com o teor do projeto da Mandioca, o jovem imperador dissolveu a Assembleia Nacional Constituinte em novembro de 1823, era a Noite da Agonia. 93 RESPOSTA DA QUESTÃO 06: [A] A independência da América Latina ocorreu nas primeiras décadas do século XIX, no contexto da transição do capitalismo comercial- mercantil para o capitalismo liberal-industrial, o que significa que a Península Ibérica perdeu espaço para a ponderosa Inglaterra. Dessa forma, em 1822, o Brasil trocou Lisboa por Londres, ou seja, deixou de ser colônia de Portugal para ser explorado pelo capitalismo industrial inglês. RESPOSTA DA QUESTÃO 07: [B] A Constituição de 1824 instituiu no Brasil o voto indireto (eleitores de paróquia elegem eleitores de província e estes elegem Deputados e Senadores) e o voto censitário (aquele baseado na renda mínima anual). RESPOSTA DA QUESTÃO 08: [D] A primeira constituição brasileira foi outorgada em 1824, centralizando o poder, dando amplos poderes ao imperador através do poder moderador. As elites regionais não gostaram do excessivo poder do imperador e, desta forma, a província de Pernambuco, em 1824, iniciou um movimento separatista e republicano denominado a Confederação do Equador RESPOSTA DA QUESTÃO 09: [B] Logo no início da independência do Brasil, em novembro de 1822, o país já investia em esquadra visando a soberania nacional, combater e expulsar forças inimigas vinculadas ao governo de Portugal. Havia incertezas, rivalidades e insegurança na formação dos Estados Nacionais na América Latina. RESPOSTA DA QUESTÃO 10: [A] Historicamente, desde a antiguidade, o trabalho braçal foi desqualificado e associado à escravidão e as camadas inferiores. Basta observar que na Grécia antiga o tempo livre era associado à liberdade, cidadania e ao ócio criativo. No Brasil no contexto colonial e imperial também ocorreu uma desqualificação do trabalho pesado e braçal. RESPOSTA DA QUESTÃO 11: [B] A principal regra para participação eleitoral no Brasil, que vigorava desde 1824, era censitária. Uma renda anual mínima era exigida tanto para candidatos quanto para eleitores. RESPOSTA DA QUESTÃO 12: [A] A estrutura social brasileira (desde os tempos coloniais até o Império) aproximava-se do padrão militar utilizado mundo afora a partir da exclusividade da participação masculina no combate militar, uma vez que nossa sociedade era patriarcal. Por isso, a história de Maria Quitéria de Jesus contradiz a rigidez hierárquica da nossa estrutura social. RESPOSTA DA QUESTÃO 13: [C] O projeto da mandioca de 1823 não agradou o imperador D. Pedro I que, fechou a Assembleia Nacional Constituinte, e outorgou uma constituição muita centralizadora que dava muito poder ao imperador através do poder Moderador. 94 RESPOSTA DA QUESTÃO 14: [A] O excerto da historiadora Emília Viotti da Costa sobre a independência do Brasil aponta que o ano de 1822 significou apenas o rompimento com o pacto colonial, porém a emancipação da nação deveria ser conquistada posteriormente. A vida dos homens pobres não mudoucom a independência, manteve-se a escravidão e a dependência em relação ao capitalismo internacional, no caso a Inglaterra. A economia permaneceu agrária exportadora importando manufaturados ingleses e exportando matéria prima. RESPOSTA DA QUESTÃO 15: [E] O texto deixa claro que, independente do ciclo econômico adotado no Brasil (açúcar, ouro ou café), a relação de trabalho escolhida era a mesma: a escravidão negra. Logo, havia a manutenção de uma relação social ao longo do tempo. 95 HISTÓRIA DO BRASIL – BRASIL IMPÉRIO: PERÍODO REGENCIAL QUESTÃO 01 (Fmp 2019) Considere o texto da historiadora Maria de Fátima Gouvêa sobre o período das regências no Brasil (1831-1840). O Ato Adicional de 1834 transformou os Conselhos Gerais das Províncias em assembleias legislativas provinciais, tendo ainda ampliado o número de representantes provinciais reunidos no âmbito do legislativo provincial, ficando essas assembleias encarregadas de auxiliar os presidentes de província na gestão administrativa sob sua jurisdição. GOUVÊA, M. F. O império das províncias. Rio de Janeiro, 1822-1889. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008, p. 19. A medida descrita pelo texto possui, explicitamente, um perfil A) autoritário e absolutista. B) federalista e regressista. C) descentralizador e progressista. D) democrático e socialista. E) centralizador e liberal. QUESTÃO 02 (Enem PPL 2019) A Regência iria enfrentar uma série de rebeliões nas províncias, marcadas pela reação das elites locais contra o centralismo monárquico levado a efeito pelos interesses dos setores ligados ao café da Corte, como a Cabanagem, no Pará, a Balaiada, no Maranhão, e a Sabinada, na Bahia. Mas, de todas elas, a Revolução Farroupilha era aquela que mais preocuparia, não só pela sua longa duração como pela sua situação fronteiriça da província do Rio Grande, tradicionalmente a garantidora dos limites e dos interesses antes lusitanos e agora nacionais do Prata. PESAVENTO, S. J. Farrapos com a faca na bota. In: FIGUEIREDO, L. História do Brasil para ocupados . Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013. A característica regional que levou uma das revoltas citadas a ser mais preocupante para o governo central era a A) autonomia bélica local. B) coesão ideológica radical. C) liderança política situacionista. D) produção econômica exportadora. E) localização geográfica estratégica. QUESTÃO 03 (Upf 2019) É praticamente um consenso historiográfico a interpretação de que onde houve escravidão, houve resistência. Os escravos jamais se conformaram com a perda da liberdade e as rebeliões representaram a principal forma de resistência coletiva. Sobre o tema, responda: qual foi a maior revolta de cativos no Brasil, liderada por escravos muçulmanos, tendo a participação de africanos e crioulos, escravos e libertos, atingindo mobilização de cerca de 600 revoltosos? A) Revolta de João Congo. B) Revolta de Nazaré das Farinhas. C) Levante dos Malês. D) Insurreição do Haiti. E) Revolta de Carrancas. QUESTÃO 04 (Ufu 2019) “[...] foi o mais notável movimento popular do Brasil. O único em que as camadas mais inferiores da população conseguiram ocupar o poder de toda uma província com certa estabilidade. [...] primeira insurreição popular que passou da simples agitação para uma tomada efetiva de poder.” PRADO JÚNIOR, Caio. Evolução Política do Brasil e outros estudos. São Paulo: Brasiliense, 1975. p. 69. (Adaptado) A citação acima diz respeito à Cabanagem, uma das principais revoltas ocorridas no chamado Período Regencial Brasileiro. Acerca desse movimento, é correto afirmar que 96 A) ocorreu na cidade de Salvador, em 1835, com significativa participação de africanos escravizados de origem muçulmana. O levante durou menos de 24 horas e foi duramente reprimido. Os revoltosos sobreviventes foram mortos, presos ou degradados. B) ocorreu no Maranhão entre os anos de 1838 e 1841 e foi liderado por homens pobres (com apoio de escravos, de vaqueiros e mesmo de alguns fazendeiros) que enfrentaram grandes proprietários de terra, comerciantes e autoridades políticas. C) ocorreu na província da Bahia entre os anos de 1837 e 1838. Seu objetivo era, dentre outros, a criação de uma república de caráter transitório até que Dom Pedro II alcançasse a maioridade. D) ocorreu na província do Grão-Pará, entre 1835 e 1840, em decorrência da exploração sofrida pelos trabalhadores submetidos a um regime de trabalho de semiescravidão. Esses foram violentamente reprimidos e aproximadamente 30 mil pessoas morreram assassinadas por tropas imperiais e em incêndios. QUESTÃO 05 (Enem PPL 2019) Uns viam na abdicação uma verdadeira revolução, sonhando com um governo de conteúdo republicano; outros exigiam o respeito à Constituição, esperando alcançar, assim, a consolidação da Monarquia. Para alguns, somente uma Monarquia centralizada seria capaz de preservar a integridade territorial do Brasil; outros permaneciam ardorosos defensores de uma organização federativa, à semelhança da jovem República norte-americana. Havia aqueles que imaginavam que somente um Poder Executivo forte seria capaz de garantir e preservar a ordem vigente; assim como havia os que eram favoráveis à atribuição de amplas prerrogativas à Câmara dos Deputados, por entenderem que somente ali estariam representados os interesses das diversas províncias e regiões do Império. MATTOS, I. R.; GONÇALVES, M. A. O Império da boa sociedade: a consolidação do Estado imperial brasileiro. São Paulo: Atual, 1991 (adaptado). O cenário descrito revela a seguinte característica política do período regencial: A) Instalação do regime parlamentar. B) Realização de consultas populares. C) Indefinição das bases institucionais. D) Limitação das instâncias legislativas. E) Radicalização das disputas eleitorais. QUESTÃO 06 (Espcex Aman 2019) Em 1834, numa tentativa de harmonizar as diversas forças em conflito no País, grupos políticos, como o dos moderados, promoveram uma reforma na Constituição do Império, mediante a promulgação do Ato Adicional. Observe os enunciados abaixo. I. Criação do Conselho de Estado. II. Criação das Assembleias Legislativas provinciais. III. A regência deixava de ser trina para se tornar una. IV. Fundação do Clube da Maioridade. Assinale a opção em as afirmativas estão relacionadas ao Ato Adicional. A) I e II. B) II e IV. C) II e III. D) I e IV. E) III e IV. 97 QUESTÃO 07 (G1 - ifba 2018) Para os Sabinos, o que prevalecia no Brasil após a independência do país era o “colonialismo de Corte”. O que isso significava? A) Que não houve independência, pois a situação de dependência de Portugal se mantinha. B) Uma expressão de uma insatisfação com a centralização política no Rio de Janeiro e com o crescente abafamento de pleitos locais em nome da unidade nacional. C) A insatisfação com o fato de a regência no Rio de Janeiro ficar, desde a abdicação de Pedro I, sob o controle dos restauracionistas, que pretendiam a volta à colonização. D) Que os sabinos eram a expressão dos “Exaltados” já que, durante a sublevação, em nenhum momento abriram mão de se separarem do Brasil. E) Apesar das intensas lutas federalistas que antecederam a Sabinada, aquelas não tinham nenhuma conexão com esta, já que criticavam a separação da província da Bahia do restante do Brasil. QUESTÃO 08 (Fac. Albert Einstein 2018) Durante operíodo Regencial (1831-1840) ocorreram no Brasil várias rebeliões provinciais, expressões, ao mesmo tempo, das lutas das elites pelo poder local e por maior autonomia das províncias, e da marginalização das camadas populares, empobrecidas e excluídas da participação política. A revolta que, ocorrida no Maranhão, contou também com a participação de escravos foragidos foi: A) Farroupilha. B) Cabanagem. C) Sabinada. D) Balaiada. QUESTÃO 09 (Uece 2018) Entre 7 de abril de 1831 e 24 de julho de 1840, o Brasil foi governado por regentes. Isso deveu- se à abdicação de D. Pedro I ao trono brasileiro em favor de seu filho que tinha então cinco anos e quatro meses de idade. Esse Período regencial, de pouco mais de 9 anos, teve inicialmente duas regências trinas, e após um ato adicional, em 1834, que alterou o modelo de regência previsto na Constituição Imperial de 1824, teve, também, duas regências unas. Essa época da história brasileira foi marcada por A) várias rebeliões em províncias do norte, nordeste e sul do país, algumas delas com objetivos separatistas e outras com caráter de defesa da monarquia. B) grandes avanços nos direitos sociais e uma maior unificação e pacificação interna, se comparada aos períodos de governo dos dois imperadores. C) acentuar o espírito republicano do povo brasileiro, o que levou à crise e queda imediata da monarquia e à adoção da república como forma de governo. D) efetivar o consenso entre restauradores e trabalhistas que se mantiveram no poder alternadamente, mas não realizaram nenhuma inovação federalista no modelo monárquico brasileiro. QUESTÃO 10 (Usf 2018) A carta de despedida de D. Pedro I é um dos documentos que assinalam o triunfo do Partido Brasileiro sobre o Partido Português e a passagem do Primeiro Reinado ao Período Regencial. Em 1834, foi promulgado um Ato Adicional à Constituição, que tentava conciliar os interesses das facções políticas. Esse período conturbado de nossa história, caracterizado por lutas entre restauradores, exaltados e moderados, assim como pelas rebeliões provinciais que colocaram em risco a integridade territorial e política do país, encerrou-se em 1840, com o golpe da maioridade e o início do Segundo Reinado. COSTA, Luís César Amad & MELLO, Leonel Itaussu de Almeida. História do Brasil. São Paulo: Scipione, 2007. 98 Ao ler o texto, percebemos que surge, após o Primeiro Reinado, uma nova fase para a história política brasileira. Durante essa fase ou período, A) ocorreu a manutenção do Conselho de Estado, órgão que assessorava o imperador no exercício do poder Moderador. B) a Revolução Farroupilha, que apresentava caráter separatista e republicano, foi motivada pelo descontentamento com a política tributária aplicada à província, entre outros fatores. C) o Golpe da Maioridade, desfechado pelo Partido Conservador, trouxe harmonia política às próximas quatro décadas, evitando confrontos ideológicos entre os partidos da época. D) o Brasil experimentou pela primeira vez o sistema parlamentarista, que ficou conhecido como “parlamentarismo às avessas”, visto que o Primeiro-Ministro tinha poderes reduzidos. E) foi marcado por grandes conflitos externos, como foi o caso da Guerra do Paraguai, que, ao seu final, elevou o prestígio do exército brasileiro no contexto da política nacional. QUESTÃO 11 (Espcex Aman 2018) "... Caxias tinha visão certa de que pacificar é um esforço por costurar... de concessões recíprocas, de vontade sincera, tudo voltado para a conciliação... " Neto, Jonas Correia em Revista Militar / Edição comemorativa do Bicentenário de Caxias, 2003, pág 9 O fragmento de texto acima ressalta uma das características marcantes de Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, evidenciada durante sua carreira militar: ser um pacificador. Das rebeliões listadas abaixo, ocorridas no Brasil durante os 1º e 2º Reinados, as que tiveram participação efetiva de Caxias foram a A) Revolta dos Malês; e Questão Religiosa. B) Sabinada; e Guerra dos Farrapos. C) Cabanagem; e Revolução Praieira. D) Conjuração baiana; e Sabinada. E) Balaiada; e Guerra dos Farrapos. QUESTÃO 12 (Acafe 2018) “A criação de gado se generalizou, na região, assim como a transformação da carne bovina em charque (carne-seca). O charque era um produto vital...” Fonte: FAUSTO, Boris. História do Brasil. 5ª. Edição. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1997. Página 168. Pode-se afirmar que as questões envolvendo o charque resultaram num conflito ocorrido no período regencial que chegou até o início do Segundo Reinado no Brasil. Nesse sentido, é correto afirmar: A) As questões envolvendo o charque foi um dos motivos da Guerra dos Farrapos, iniciada no Rio Grande do Sul. B) Esse conflito ocorreu na região mineradora, entre os produtores nordestinos e gaúchos, e ficou conhecido como Guerra dos Emboabas. C) A produção de charque em Mato Grosso, área de intensa pecuária no Segundo Reinado, ocasionou um conflito entre produtores locais e estancieiros oriundos do Rio Grande do Sul. A solução foi a divisão de Mato Grosso, criando-se o estado de Mato Grosso do Sul. D) Após este conflito, o Imperador D. Pedro II autorizou a importação de charque do Uruguai e da Argentina, já que as charqueadas da região sudeste foram extintas. O charque platino entrava no Brasil com baixas taxas alfandegárias. 99 QUESTÃO 13 (Unicamp 2018) O pastor norte-americano Pat Robertson, dono do canal de comunicação Christian Broadcasting Network, afirmou que a tragédia provocada pelo terremoto no Haiti, em janeiro de 2010, foi decorrente do “pacto com o diabo” que setores da população haitiana teriam feito para que o país se tornasse independente. Nas palavras do Pastor, "Os haitianos estavam sob o jugo da França. Eles se uniram e fizeram um pacto com o diabo. Disseram: 'Serviremos a ti caso nos liberte da França'". (Adaptado de Haroldo Ceravolo Sereza, “Pastor americano atribui terremoto a 'pacto com o Diabo' e provoca protestos; país se libertou da França em 1804”. Uol notícias. 14/01/2010. Disponível em https://noticias.uol.com.br/especiais/terremoto- haiti/ultnot/2010/01/14/ult9967u9.jhtm. Acessado em 30/08/2017.) A partir da leitura do texto e de seus conhecimentos, assinale a alternativa correta. A) A independência do Haiti foi decisiva para que o Império Brasileiro, que projetava a construção de um Estado Nação reconhecido internacionalmente, reprimisse movimentos como a Revolta Malês, em Salvador (1835). B) A declaração do Pastor é pautada em preconceitos em relação às práticas religiosas dos afrodescendentes no Haiti. A conquista espiritual, parte dos projetos imperialistas, garantiu a eliminação de religiões consideradas pagãs nas Américas. C) Colônia francesa nas Antilhas, Saint Domingue tornou-se responsável por 40% da produção mundial de cacau no século XVIII. A mão de obra empregada era majoritariamente escrava, com a exploração de africanos ou de seus descendentes. D) O processo de independência do Haiti foi apoiado por outras colônias, interrompendo o projeto imperialista europeu no Novo Mundo. Após 1804, os EUA conduzem as ações imperialistas na América, tornando-se a principal referência cultural no continente. QUESTÃO 14 (Mackenzie 2018) “Em agosto de 1791, passados dois anos da Revolução Francesa e dos seus reflexos em São Domingos, os escravos se revoltaram. Em uma luta que se estendeu por doze anos, eles derrotaram, por sua vez, os brancos locais e os soldados da monarquia francesa. Debelaram também uma invasão espanhola, uma expedição britânica com algo em torno de sessenta mil homens e uma expedição francesa de semelhantes dimensõescomandada pelo cunhado de Bonaparte. A derrota da expedição de Bonaparte, em 1803, resultou no estabelecimento do Estado negro do Haiti, que permanece até os dias de hoje”. C. L. R. James. Os jacobinos negros: Toussaint L’Ouverture e a revolução de São Domingos. Acerca da independência do Haiti e de seus reflexos em outras regiões da América, assinale a alternativa correta. A) O movimento foi realizado sob a égide dos ideais liberais e nacionalistas, defendidos, por sua vez, pelo Iluminismo francês. Seu sucesso foi determinante para a realização de importantes transformações estruturais nas sociedades das novas nações latino-americanas. B) Trata-se de uma articulação escrava que, sob influência direta dos interesses geopolíticos estadunidenses e dos ideais iluministas, colocou em xeque o controle francês sobre a ilha. Seu sucesso incentivou o surgimento do movimento zapatista, em 1994. C) Resultado de insatisfações sociais e políticas da população escrava, demonstrou a força popular no contexto do surgimento dos Estados nacionais na América Latina. Seu sucesso influenciou Simon Bolívar e San Martín a iniciarem as lutas pelas independências na América do Sul. D) Apesar de seu sucesso, o movimento resultou na ascensão de governantes corruptos que, longe de resolverem as desigualdades sociais, contribuíram para a consolidação de grupos oligárquicos no poder. Esses aspectos determinaram o surgimento do caudilhismo no contexto da América Latina independente. E) Foi a única revolta escrava bem-sucedida da História americana e as dificuldades que tiveram que superar coloca em evidência a magnitude dos interesses envolvidos. No Brasil, sua influência pôde ser sentida na articulação que levaria à Revolta dos Malês, em 1835. 100 QUESTÃO 15 (Unicamp 2017) O escritor José de Alencar relata como ocorriam as reuniões do Clube da Maioridade, realizadas na casa de seu pai em 1840. Discutia-se nessas ocasiões a antecipação da maioridade do imperador D. Pedro II, então com apenas 14 anos, para que ele pudesse assumir o trono antes do tempo determinado pela Constituição. No fim da vida, José de Alencar rememora os episódios de sua infância e chega a uma surpreendente conclusão: os políticos que frequentavam sua casa na ocasião iam lá não porque estavam pensando no futuro do país, mas apenas para devorar tabletes e bombons de chocolate. Conforme o relato do escritor, os membros do Clube da Maioridade, discutindo altos assuntos na sala de sua casa, pareciam realmente gente séria e preocupada com os destinos do Brasil, até que chegava a hora do chocolate. Para Alencar, a discussão política no Brasil se resumia a um “devorar de chocolate”, isto é, cada um defendia apenas seus interesses particulares e nada mais. Adaptado de Daniel Pinha Silva, “O império do chocolate”, em http://www.revistadehistoria.com.br/secao/leituras/o- imperio-do-chocolate. Acessado em: 01/08/2016. Sobre o Golpe da Maioridade e a visão de José de Alencar a esse respeito, é correto afirmar que: A) O golpe foi uma manobra das elites políticas, que criaram uma forma de alterar a Constituição e contemplar os seus interesses durante o período regencial, fato criticado por Alencar ao fazer uma anedota com o chocolate. B) Ao entregar o poder a um jovem de 14 anos, alegando ser maior de 18, os políticos do Império manifestavam uma ousada visão política para evitar a influência da Inglaterra nos assuntos brasileiros, preservando seus interesses como donos de escravos. C) O golpe foi uma resposta dos conservadores às propostas liberais que pretendiam estabelecer a República no país, e Alencar apontou uma prática política dos parlamentares que é recorrente na história do país. D) José de Alencar expressou sua decepção com os políticos e, ao registrar sua visão sobre o Clube da Maioridade, o escritor contribuiu para inibir procedimentos semelhantes durante o Império, assegurando uma transição pacífica e legal para a República, em 1889. RESOLUÇÕES RESPOSTA DA QUESTÃO 01: [C] A constituição brasileira de 1824 foi outorgada, centralizadora, possuía quatro poderes, o quarto poder era denominado Moderador, concedendo ampla autonomia para o imperador. Essa magna carta desagradou as elites locais. Em 1831, quando ocorreu à abdicação de D. Pedro I, teve início o Período Regencial, era a oportunidade de reajustar o poder. Entre 1831-1836, as elites locais buscaram maior autonomia, era o denominado “Avanço Liberal”, caracterizado pela descentralização política. O Ato Adicional de 1834, contribuiu para a conciliação de poder. RESPOSTA DA QUESTÃO 02: [E] O próprio texto deixa claro que o fato de o Rio Grande do Sul fazer fronteira com outros países, como a Argentina e o Uruguai, preocupava o governo regencial, por duas razões: a bacia do rio da Prata que cortava a província e a possibilidade de a província ficar enfraquecida pela revolta e ser invadida. 101 RESPOSTA DA QUESTÃO 03: [C] No contexto do Período Regencial, 1831-1840, ocorreram diversas revoltas no Brasil, tais como, Balaiada, Sabinada, Cabanagem e Farroupilha. Em 1835, eclodiu na Bahia, um movimento bem atípico: a Revolta dos Malês. A revolta foi organizada por negros muçulmanos contra a escravidão e a imposição do catolicismo. RESPOSTA DA QUESTÃO 04: [D] Entre as revoltas ocorridas no Período Regencial, 1831-1840, a Cabanagem ganhou relevância pela participação de pessoas humildes bem como pela grande violência praticada pela elite agrária que dizimou quase a metade da população da província do Grão- Pará. A causa da revolta estava vinculada a situação econômica e social dos cabanos que era de total descaso e miséria nessa época, sem as mínimas condições adequadas para sobreviver, sem trabalho e, quando trabalhava, era muito explorado. Gabarito [D]. As outras revoltas foram a Sabinada na Bahia; Balaiada no Maranhão; Farroupilha no Rio Grande do Sul; Malês na Bahia. RESPOSTA DA QUESTÃO 05: [C] O período regencial ficou marcado pela atuação de três partidos políticos: Liberais Moderados, Liberais Exaltados e Conservador. Os três tinham visões distintas sobre o tipo de poder a ser adotado no país: Monarquia fortemente centralizada nas mãos de d. Pedro II, adoção do federalismo ou até mesmo da República, ou a volta de d. Pedro I ao poder. Por essas divergências, a Regência foi bastante tumultuada no âmbito político, o que promovia uma indefinição das bases institucionais do país. RESPOSTA DA QUESTÃO 06: [C] Apenas as afirmativas [II] e [III] faziam parte do Ato Adicional de 1834. O Ato extinguiu um Conselho de Estado criado por d. Pedro I em 1823 e o Clube da Maioridade foi fundado em 1840. RESPOSTA DA QUESTÃO 07: [B] A constituição brasileira de 1824 foi centralizadora, concedendo muito poder ao imperador através do poder Moderador, Padroado e Beneplácito, nomeação do presidente de província pelo imperador, etc. Desta forma, as elites das províncias foram sufocadas por esta magna carta gerando inúmeros conflitos contra o poder central como a Confederação do Equador, 1824 em Pernambuco, Farroupilha no Rio Grande do Sul entre 1835-1845 e a Sabinada na Bahia que defendeu uma separação provisória da Bahia em relação ao Brasil. Daí o “Colonialismo de Corte”, uma excessiva centralização do poder no Rio de Janeiro prejudicando as demais elites. RESPOSTA DA QUESTÃO 08: [D] A constituição brasileira de 1824 foi outorgada e centralizadora concedendo muito poder ao imperador através do poder Moderador, Padroado e Beneplácito e também pela nomeação do presidente de província pelo imperador. Todas estas medidas desagradaram muito às elites regionais, daí o surgimento de inúmeras revoltas contra a centralização do poder, tais como: Cabanagemno Pará, Farroupilha no Rio Grande do Sul, Sabinada na Bahia e a Balaiada no Maranhão. 102 RESPOSTA DA QUESTÃO 09: [A] No período regencial, 1831-1840, completou o processo de independência do Brasil, a elite nacional começou a governar o país, surgiram os primeiros partidos políticos, iniciou a formação do Estado nacional brasileiro e o povo mais humilde pedia uma maior participação na coisa pública. Neste contexto, surgiram diversas revoltas, algumas de caráter separatista como a Farroupilha no Rio Grande do Sul, outras defenderam a monarquia como a Sabinada que defendeu a separação da Bahia até a maioridade do imperador D. Pedro II. RESPOSTA DA QUESTÃO 10: [B] A questão remete ao Período Regencial, 1831- 1840, caracterizado pela formação do Estado nacional brasileiro e partidos políticos, o povo tentou participar da vida pública e foi massacrado pelas elites agrárias regionais, ocorreu um político polarizado entre federalismo e centralização do poder, inúmeras revoltas surgiram, algumas com caráter separatista como a Farroupilha ocorrida no Rio Grande do Sul entre 1835-1845. As demais alternativas estão incorretas. Parlamentarismo e a Guerra do Paraguai ocorreram somente no Segundo Reinado, 1840-1889. O golpe da maioridade foi liderado pelo partido liberal. RESPOSTA DA QUESTÃO 11: [E] Luiz Alves de Lima e Silva, mais conhecido como Duque de Caxias, teve acentuada participação na História brasileira durante o Período Regencial e o Segundo Reinado. Dentro do Período Regencial, podemos destacar sua intensa participação na contenção das Revoltas Regenciais, em especial na Balaiada e na Farroupilha. RESPOSTA DA QUESTÃO 12: [A] A Guerra da Farroupilha, 1835-1845, ocorreu no Rio Grande do Sul e não aconteceu na região mineradora. O governo brasileiro cobrava imposto abusivo do charque gaúcho (25%) e cobrava imposto bem mais baixo do charque importado (4%), daí a irritação da elite do Rio Grande do Sul. RESPOSTA DA QUESTÃO 13: [A] A independência do Haiti impactou não apenas o Brasil, mas todo o Continente Americano: promovida pela população negra, a independência culminou na abolição da escravatura no novo país. Por isso, os demais países americanos passaram a reprimir violentamente movimentos de caráter negro libertador, como a Revolta dos Malês, na Bahia. RESPOSTA DA QUESTÃO 14: [E] Diferente de toda a América, a independência do Haiti foi liderada por negros que implantaram um Estado negro no país, matando diversos brancos. Toussaint Loverture e Jacques Dessalines foram os líderes negros mais importantes. O Haiti conquistou a independência em 1804 no contexto da Era Napoleônica. No Brasil surgiu o “haitianismo”, a elite brasileira não permitiu a participação dos mais humildes no processo de independência e também excluiu a grande maioria de exercer a cidadania. Em 1835, eclodiu na Bahia, a Revolta dos Malês, negros muçulmanos lutavam pelo fim da escravidão e pela liberdade religiosa. O movimento foi duramente reprimido. 103 RESPOSTA DA QUESTÃO 15: [A] O Golpe da Maioridade foi dado em meio à crise regencial, marcada por conflitos políticos constantes e revoltas regenciais que ameaçavam a soberania nacional. Amparados em interesses particulares e elitistas, os políticos articularam a alteração da Carta Constitucional para que Pedro de Alcântara pudesse assumir o trono com 14 anos. O escritor José de Alencar, que presenciou tais articulações na infância, critica a manobra política, classificando-a como sendo de interesse particular, e não nacionalista. 104 HISTÓRIA DO BRASIL – BRASIL IMPÉRIO: II REINADO QUESTÃO 01 (Espm 2018) I-Juca Pirama (Gonçalves Dias) No meio das tabas de amenos verdores, Cercado de troncos – coberto de flores, Alteiam-se os tetos d’altiva nação; São muitos seus filhos, e nos ânimos fortes, Temíveis na guerra, que em densas coortes Assombram das matas a imensa extensão. São rudos, severos, sedentos de glória, Já prélios incitam, já cantam vitória, Já meigos atendem à voz do cantor: São todos Timbiras, guerreiros valentes! Seu nome lá voa na boca das gentes, Condão de prodígios, de glória e terror! Fundado pelo regente Araújo Lima, o Institu- to Histórico e Geográfico contou com intenso apoio de D. Pedro II, que presidiu mais de 500 de suas sessões. Empenhado na construção da “identidade nacional”, o Instituto Histórico e Geográfico, sob a influência do Romantismo europeu, criou na poesia, na pintura, na litera- tura de ficção um mito a que se deu o nome de: A) Bandeirismo; B) Medievalismo; C) Ascetismo; D) Tropicalismo; E) Indianismo. QUESTÃO 02 (Enem 2017) Com a Lei de Terras de 1850, o acesso à terra só passou a ser possível por meio da compra com pagamento em dinheiro. Isso limitava, ou mesmo praticamente impedia, o acesso à terra para os trabalhadores escravos que conquistavam a liberdade. OLIVEIRA, A. U. Agricultura brasileira: transformações recentes. In: ROSS, J. L. S. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2009. O fato legal evidenciado no texto acentuou o processo de A) reforma agrária. B) expansão mercantil. C) concentração fundiária. D) desruralização da elite. E) mecanização da produção. QUESTÃO 03 (Enem Libras 2017) Na segunda metade do século XIX, a capoeira era uma marca da tradição rebelde da população trabalhadora urbana na maior cidade do Império do Brasil, que reunia escravos e livres, brasileiros e imigrantes, jovens e adultos, negros e brancos. O que mais os unia era pertencer aos porões da sociedade, e na última escala do piso social estavam os escravos africanos. SOARES, C. E. L. Capoeira mata um. In: FIGUEIREDO, L. História do Brasil para ocupados . Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013. De acordo com o texto, um fator que contribuiu para a construção da tradição mencionada foi a A) elitização de ritos católicos. B) desorganização da vida rural. C) redução da desigualdade racial. D) mercantilização da cultura popular. E) diversificação dos grupos participantes. 105 QUESTÃO 04 (Espcex Aman 2021) Em 1844, no Brasil, foi criada uma nova tarifa alfandegária sobre produtos importados, que, variando entre 30% e 60%, favoreceu a criação de indústrias, bancos, ferrovias, mineradoras etc. Ela ficou conhecida pelo nome de seu criador, que era, então, o Ministro da Fazenda: A) Rui Barbosa. B) Alves Branco. C) Barão de Mauá. D) Eusébio de Queirós. E) Barão de Tefé. QUESTÃO 05 (Uece 2020) Leia atentamente o seguinte trecho do Regimento de Feitor-mor de engenho: “O castigo que se fizer ao escravo não há-de ser com pau nem tirar-lhe com pedras ou tijolos e quando o merecer o mandará botar sobre um carro e dar-se-lhe-á com um açoite seu castigo; e, depois de bem açoitado, o mandará picar com navalha ou faca que corte bem e dar-se- lhe-á com sal, sumo de limão e urina e o meterá alguns dias na corrente. [...]” João Fernandes Vieira. Regimento de feitor-mor de engenho. Apud ALVES FILHO, Ivan. Brasil, 500 anos em documentos. Rio de Janeiro: Mauad Editora, 1999. Considerando o excerto acima e o conhecimento que se tem a respeito da escravidão no Brasil, é correto afirmar que A) os castigos a que o texto se refere configuram-se como exceção, pois, nessa época, a regra era a proibição de maus tratos físicos aos escravos. B) o uso do trabalho escravo e a desvalorização do homem, implícitanele, não tiveram impactos na sociedade brasileira atual. C) durante o período colonial e imperial brasileiro, o trabalho escravo foi a base da economia, razão pela qual era normatizado. D) a escravidão indígena ou africana só era possível como forma de penalização a grupos que se revoltaram contra a coroa portuguesa. QUESTÃO 06 (Unicamp 2020) Os números indicam que antes da abolição de 1888 restavam pouco mais de setecentos mil escravos no Brasil. Conforme estimativa do censo de 1872, elaborada pelo IBGE, a população total do país era de 9.930.478 habitantes. Isso indica que grande parte da população de cor (pretos e pardos) já havia adquirido a liberdade por seus próprios meios antes da Lei Áurea. (Adaptado de Wlamyra Albuquerque, A vala comum da ‘raça emancipada’: abolição e racialização no Brasil, breve comentário. História Social, Campinas, n. 19, p. 99, 2010.) Com base no excerto e nos conhecimentos sobre a história da liberdade no Brasil, assinale a alternativa correta. A) A maioria da população negra já era liberta antes de 1888, porque as províncias escravistas do Sudeste, almejando abrirem- se para a imigração italiana, vinham adotando medidas abolicionistas desde o fim do tráfico, em 1850. B) Em termos globais, o grande percentual da população livre de cor reflete o peso demográfico da população liberta concentrada nas províncias pouco dependentes da escravidão, como Santa Catarina e Paraná. C) A maioria da população africana e seus descendentes já era livre quando a Lei Áurea foi aprovada, porque vinha obtendo alforrias através de uma multiplicidade de estratégias, desde o período colonial. D) O alto número de libertos antes de 1888 reflete o impacto da abolição dos escravos por parte do Imperador D. Pedro II, pois a família real era a maior proprietária de cativos durante o século XIX, na região do Vale do Paraíba. 106 QUESTÃO 07 (G1 - cftmg 2020) Ao abrir a Assembleia Geral em 1872, Dom Pedro II utilizou seu traje de gala, conforme foi posteriormente pintado por Pedro Américo. Parte dessa vestimenta ritual era a murça, que ficava sobre o ombro do monarca. Enquanto na Europa a peça era tradicionalmente de pele brilhante de caça (doninha ou marta), no Brasil ela foi confeccionada com penas de papo de tucano. A escolha desse material, no contexto do Segundo Reinado, simboliza a A) ascensão dos representantes de indústrias têxteis na economia nacional após a chegada de imigrantes europeus. B) política do governo brasileiro de afirmar sua autonomia face à influência republicana dos Estados Unidos. C) criação de um modelo aristocrático de modernidade incorporando características nacionais. D) proposta local de rejeitar os parâmetros de civilização impostos pela monarquia da França. QUESTÃO 08 (Ufms 2020) Assinale a alternativa correta sobre o processo de industrialização no Brasil. A) A industrialização do Brasil ocorreu imediatamente após o final da Guerra do Paraguai, pois uma das restrições impostas ao Paraguai derrotado era o pagamento da dívida de guerra e a transferência de seu pátio industrial para Uruguai, Argentina e Brasil, vitoriosos no conflito platino do século XIX. B) Apesar de pouco explorado pela historiografia brasileira, o processo de industrialização do Brasil ocorreu ainda durante o período colonial no momento em que os holandeses administravam a lavoura açucareira e, consequentemente, transferiram para o Nordeste os insumos para o processamento da cana em açúcar e álcool para posteriormente serem comercializados na Europa. C) A borracha foi o principal elemento que impulsionou a industrialização no Brasil, já que a exploração do látex na Amazônia e sua exportação para a indústria automotiva norte-americana fizeram surgir a Zona Franca de Manaus, com destaque na produção industrial ainda no início do século XX. D) Os primeiros investimentos consideráveis no processo de industrialização do Brasil ocorreram por conta dos lucros obtidos por meio da lavoura cafeeira, já que a elite cafeicultora nacional promoveu a reaplicação dos recursos obtidos no próprio país. E) Foram a mineração e a exploração de ouro e de diamante que chamaram a atenção da Inglaterra e promoveram o investimento estrangeiro da indústria de bens duráveis no Brasil, ainda no final do século XVIII, mas que pela escassez do ouro (chamado ouro de aluvião) teve duração efêmera e pausou este processo, sendo ele retomado somente no século XX. 107 QUESTÃO 09 (G1 – col. naval 2020) Leia o texto a seguir. Entretanto, violenta contradição foi criada com a implantação desta lei. Ainda que a finalidade precípua da referida pauta alfandegária fosse garantir a ampliação da receita do Estado, a sua implementação acabou convertendo-se em legislação protecionista. A tributação atingiu 2919 artigos de importação, a maioria passou a pagar o dobro do que anteriormente pagava, uma vez que o imposto alfandegário antes cobrado era de 15% e passou a ser de 30% ad valorem. Muitos artigos tiveram de pagar 40%, 50% e mesmo 60% do seu valor. (Aquino, Rubim Santos de, [et al.] Sociedade brasileira: uma história através dos movimentos sociais: da crise do escravismo ao apogeu do neoliberalismo. 7ª ed. - Rio de Janeiro: Record, 2011, p.40. Adaptado) A medida econômica relatada no texto refere-se: A) à Tarifa Alves Branco, um recurso utilizado pelo governo imperial para solucionar o déficit das finanças públicas. No entanto, essa medida não conseguiu promover a autossuficiência da economia brasileira. B) à tarifa Silva Ferraz, que estabeleceu impostos alfandegários mais baixos para máquinas, ferramentas e ferragens, o que prejudicou a ainda incipiente produção nacional desses equipamentos. C) à reforma financeira implantada pelo ministro da Fazenda Rui Barbosa que foi chamada de "encilhamento". Essa reforma provocou uma grande inflação devido à grande emissão de dinheiro. D) à política implantada pelo presidente Campos Sales, denominada funding loan, que consistiu num grande empréstimo feito aos banqueiros ingleses para com bater a grave crise econômica. E) ao Tratado de Comércio e Navegação assinado com a Inglaterra e que deu vários privilégios a esse país nas relações comerciais com o Brasil, por exemplo taxas alfandegárias inferiores às cobradas de Portugal. QUESTÃO 10 (Fgv 2020) Leia uma passagem do livro Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, publicado em primeira edição em 1881. O trecho citado passa-se na década de 1840 e apresenta a voz de um personagem indignado com o momento histórico brasileiro. Opinava por várias coisas, entre outras, o desenvolvimento do tráfico dos africanos e a expulsão dos ingleses. [...] Que os levasse o diabo os ingleses! Isto não ficava direito sem irem todos eles barra fora. Que é que a Inglaterra podia fazer-nos? Se ele encontrasse algumas pessoas de boa vontade, era obra de uma noite a expulsão de tais godemes1... Graças a Deus, tinha patriotismo. (Memórias póstumas de Brás Cubas , 1970.) 1Godemes: neologismo de grande circulação na cultura brasileira do período. Fusão de duas palavras inglesas, “god” (Deus) e “demon” (demônio). Pelo conteúdo dessa passagem, pode-se concluir que A) a forte retórica nacionalista do personagem respondia às decisões do Parlamento inglês de combate ao comércio oceânico de escravos. B) os comerciantes ingleses disputavam com comerciantes brasileiros o monopólio do fornecimento dos escravos africanos para as colônias britânicas das Antilhas. C) a ocupação pela marinha inglesa dos portos da África Ocidental encarecia o preço da mão de obra escrava no mercado internacional. D) as ações das mais rentáveis companhiasbrasileiras de comércio de escravos foram retiradas do sistema financeiro londrino. E) o interlocutor apoiava o decreto imperial de ruptura das relações com a Inglaterra, em face das agressões do almirantado contra os navios negreiros em alto mar. 108 QUESTÃO 11 (Espcex Aman 2020) Ideias republicanas estavam presentes entre os brasileiros há tempos. No século XVIII, inspiraram movimentos contra o domínio português. Em 1870, um grupo de políticos lançou, no Rio de Janeiro, o Manifesto Republicano. Os seguintes episódios, ocorridos na segunda metade do século XIX, abalaram o Império Brasileiro. Considerando os seguintes fatos: I. Questão Militar. II. Questão de Fronteiras. III. Questão Religiosa. IV. Questão da Cisplatina. V. Questão Abolicionista. Assinale abaixo a alternativa em que todas as proposições estão corretas no que se refere às questões que contribuíram para o fim do período Imperial Brasileiro. A) I e II. B) I, II e III. C) I, III e V. D) III, IV e V. E) IV e V. QUESTÃO 12 (Mackenzie 2020) “A fim de regularizar a propriedade da terra de acordo com as novas necessidades econômicas e os novos conceitos de terra e de trabalho, diversas leis importantes foram decretadas em diferentes países durante o século XIX. O ritmo da mudança, entretanto, variou de um país para o outro e, dentro dos limites de um mesmo país, de uma região para outra, de acordo com o grau e a intensidade com que o desenvolvimento da economia industrial e comercial afetou essas áreas.” (VIOTTI da Costa, Emília. Da Monarquia à República: Momentos decisivos. São Paulo: Unesp, 1998. p.170) Estabelecendo uma comparação entre a Homestead Act de 1862, que regulamentou a política de terras nos EUA, e a Lei de Terras de 1850 no Brasil, é correto afirmar que A) a Homestead Act de 1862 dificultava o acesso à terra, pois estipulava valores muito altos para a compra de territórios a oeste do rio Mississipi, resultando na baixa ocupação europeia e na prevalência de povos indígenas. Tal qual os EUA, a Lei de Terras de 1850 impede que setores populares tenham acesso à terra no Brasil, pelo seu alto custo. B) a Lei de Terras de 1850 proibia a aquisição de terras públicas por qualquer outro meio que não fosse a compra, finalizando as formas tradicionais de aquisição de terras mediante doações do governo. De maneira diferente, o Homestead Act de 1862 doava terras exclusivamente à população indígena e africana interessada na ocupação do oeste. C) a política rural, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, estava ligada a uma certa concepção de trabalho não escravo. Mas, enquanto a Lei de Terras de 1850 dificultava a obtenção de terra pelo trabalhador livre, o Homestead Act de 1862 doava terras aqueles que desejassem nela se instalar. D) Brasil e EUA desenvolvem suas políticas de terras dentro de um contexto de crise do sistema escravocrata e necessidade crescente da mão de obra do trabalhador livre europeu. Assim, tanto a Lei de Terras de 1850 quanto a Homestead Act de 1862 democratizam o acesso à terra em seus respectivos países. E) as leis agrárias brasileira e norte americana, completamente diferentes, estão vinculadas a necessidades de substituição gradual da mão de obra escrava. A Lei de Terras de 1850 democratiza a terra na medida, em que possibilita a posse a quem ocupá-la por mais de 5 anos, enquanto o Homestead Act de 1862 estabelece a posse pela compra. 109 QUESTÃO 13 (Ufrgs 2020) Com relação às dimensões políticas, econômicas e sociais da escravidão, na formação do Estado brasileiro no século XIX, considere as seguintes afirmações. I. A proibição do tráfico de africanos, colocada em prática em 1850, ocasionou um aumento do fluxo interno de escravizados, oriundos da região norte, para atender a demanda de mão de obra nas lavouras cafeeiras do sudeste. II. As ameaças internacionais de grupos e entidades abolicionistas motivaram esforços de defesa do regime escravista, articulando interesses comuns de setores da elite brasileira com comerciantes da América hispânica e dos Estados Unidos. III. A dinâmica do mercado externo e o desenvolvimento do capitalismo industrial tornaram consensual, na elite política imperial, o apoio ao fim da escravidão, aproximando Luzias e Saquaremas, durante a chamada “grande conciliação”, ocorrida no Segundo Reinado. Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e II. E) I, II e III. QUESTÃO 14 (Uece 2020) A abolição da escravatura na província do Ceará, ocorrida oficialmente em 25 de março de 1884, 4 anos antes da abolição no império, teve como uma das suas razões A) a ação isolada de indivíduos ligados à ortodoxia da igreja católica e às igrejas pentecostais instaladas desde o Séc. XVII na província. B) a ação das sociedades libertadoras que atuaram em vários municípios da província nos anos anteriores à abolição. C) a grande industrialização na província do Ceará, que exigia outro tipo de mão de obra, a assalariada, e não mais a escrava. D) o aparecimento da cotonicultura no Ceará, que suprimiu a escravidão, devido à mecanização e ao trabalho assalariado. QUESTÃO 15 (G1 – col. naval 2020) Após três séculos de construção de um espaço geográfico formado por luso-brasileiros, indígenas e negros, a partir do século XIX o Brasil passaria a receber uma renovação populacional. As elites agrárias, sentindo o peso do movimento abolicionista e das pressões da Grã-Bretanha pelo fim da escravidão, começaram a ter cada vez mais dificuldades para manter o tráfico de escravos. Martini, Alice de. Geografia Ação e Transformação. 1. ed. São Paulo: Escala Educacional, 2016, pg. 84. Sobre a realidade que envolve o contexto dos principais fluxos imigratórios para o Brasil e que contribuíram para a sua formação étnica e econômica, assinale a opção correta. 110 A) Os portugueses representam o grupo mais numeroso de Imigrantes que vieram para o Brasil, mesmo considerando apenas a imigração a partir de 1822. Esse grupo se dedicou apenas e atividades urbanas e se concentrou especialmente no Estado de São Paulo. B) A imigração italiana ocorreu a partir de 1870, concentrando-se no Estado do Rio Grande do Sul e Paraná, onde desenvolveram atividades ligadas ao setor vinícola. Somente a partir da segunda metade do século XIX e início dos anos 1970 esses imigrantes se fixaram no Estado de São Paulo. C) A imigração dos espanhóis teve início no fim do século XIX, quando foram encaminhados para trabalhar nas fazendas de café no Estado de São Paulo. São considerados um dos cinco maiores grupos de Imigrantes europeus que se deslocaram para o Brasil. D) A imigração alemã associou-se a um programa de colonização idealizado pelo governo brasileiro, cujo objetivo era o desenvolvimento da agricultura e ocupação da Região Sudeste. Esse grupo de imigrantes teve grande importância na formação do mercado consumidor dessa região. E) A entrada de japoneses no país teve início na primeira metade do século XIX, com a chamada "imigração subsidiada". Esse grupo se fixou no Estado de São Paulo e contribuiu para o desenvolvimento das plantações de café e, ali, especialmente, da pimenta do reino. RESOLUÇÕES RESPOSTA DA QUESTÃO 01: [E] O indianismo valorizava o mito da nacionalidade de caráter indígena, destacando, sempre, as virtudes indígenas, como a bondade, a bravura e a inocência. RESPOSTA DA QUESTÃO 02: [C] [Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia] A alternativa [C] está correta porque a Lei de Terras surgiu como uma forma de impedir o acesso dos escravos libertos e dos imigrantes àterra, concentrado a propriedade nas mãos da elite e garantindo a mão de obra do imigrante para as fazendas de café. As alternativas incorretas são: [A] e [D], porque a Lei de Terras consolida a dificuldade de acesso à terra, portanto, não ocorre nem reforma agrária, nem desruralização da elite; [B], porque a expansão mercantil está historicamente associado à criação das colônias europeias na América; [E], porque a Lei de Terras garantia reserva de mão de obra para a cafeicultura e a mecanização da produção só ocorre a partir de meados do século XX. [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] A Lei de Terras, aprovada no Brasil em 1850, determinava que as terras que não pudessem ser legalizadas mediante compra e registro deveriam ser devolvidas ao Estado brasileiro. Como a legalização era um processo caro, a referida Lei contribuiu para aumentar a concentração de terras nas mãos da elite brasileira. RESPOSTA DA QUESTÃO 03: [E] [Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia] A capoeira, ao ultrapassar barreiras culturais desde o período escravista de nosso país, consolidou-se como um importante elemento identitário brasileiro. [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] Como o próprio texto ressalta, diversos grupos confraternizavam-se na prática da capoeira ligados por um simples fator: a marginalização social, ou seja, todos se sentiam excluídos socialmente. 111 RESPOSTA DA QUESTÃO 04: [B] A Tarifa Alves Branco, aprovada em 1844, determinava a cobrança de 30% ad valorem dos produtos importados sem produção nacional similar e a cobrança de 60% ad valorem dos produtos importados com produção nacional similar. Apesar das críticas dos empresários que trabalhavam com importação no país, tal tarifa visava fomentar a indústria nacional. RESPOSTA DA QUESTÃO 05: [C] Desde o princípio da colonização, visando em especial o lucro colonial, Portugal optou pelo uso da mão de obra escrava no Brasil, escravizando índios e, principalmente, negros. A escravidão perdurou até 1888 no país, atravessando o tempo e sendo, sempre, a base da produção econômica brasileira, a ponto de ser normatizada dentro da sociedade. RESPOSTA DA QUESTÃO 06: [C] Desde os tempos coloniais, a concessão espontânea de alforrias por parte dos senhores e a compra de alforrias através de acumulação de recursos próprios pelos escravos de ganho já constituíam possibilidades de liberdade aos cativos. Durante o Segundo Reinado, leis como a Eusébio de Queiroz, a do Ventre Livre e a dos Sexagenários ajudaram a aumentar o número de libertos. RESPOSTA DA QUESTÃO 07: [C] A substituição da pele de doninha ou marta pelas penas de tucano, ave típica da fauna brasileira, evidencia uma tentativa de valorização dos elementos nacionais pelo governo. RESPOSTA DA QUESTÃO 08: [D] A economia cafeeira, a partir da segunda metade do século XIX, no contexto do Segundo Reinado, provocou um processo de transformação econômica no Brasil através da modernização dos transportes, da mão de obra, do investimento em indústrias, etc. Essas mudanças contribuíram para a crise e o fim da monarquia no Brasil. Durante a Primeira República, 1889-1930, o café permaneceu como o produto mais importante na economia, os lucros obtidos com a venda do produto era investido no próprio país com a criação de indústrias, por exemplo. Vale lembrar que, a economia cafeeira necessitou de muita mão de obra, daí a entrada significativa de imigrantes no Brasil. RESPOSTA DA QUESTÃO 09: [A] A Tarifa Alves Branco, adotada em 1844, definiu que os produtos importados, sem similares na produção nacional, pagariam 30% ad valorem para entrar no Brasil, enquanto aqueles com similares por aqui pagariam 60% ad valorem. Apesar de visar o aumento da arrecadação alfandegária, a Tarifa acabou por prejudicar a importação e a comercialização de produtos importados no Brasil, porque o aumento do imposto acabou acarretando um aumento no valor dos produtos importados no momento da venda dos mesmos. Ingleses, importadores brasileiros e a elite imperial foram as categorias que ficaram mais insatisfeitas com essa Tarifa. RESPOSTA DA QUESTÃO 10: [A] Na passagem citada podemos perceber a revolta do personagem com a interferência inglesa na política brasileira ao longo do Segundo Reinado, em especial no que diz respeito à questão do tráfico de escravos. Afinal, a Inglaterra pressionava o Brasil pelo fim da escravidão. 112 RESPOSTA DA QUESTÃO 11: [C] Entre as causas para a crise e o fim da monarquia no Brasil estão associadas a questão militar, a questão republicana, a questão religiosa e a questão servil (abolicionista). A questão militar está vinculada a valorização do exército brasileiro após a Guerra do Paraguai, 1865-1870. A questão religiosa está associada ao conflito entre a Igreja católica no Brasil com o imperador em função da Bula Papal Sylabus contra a participação de maçons na Igreja católica. A questão abolicionista contribuiu para abolir a escravidão no Brasil, que consistia em um dos pilares da monarquia brasileira. RESPOSTA DA QUESTÃO 12: [C] A principal diferença entre a Lei de Terras brasileira, promulgada em 1850, e a Lei de Terras norte-americana (Homestead Act), promulgada em 1862, é que a primeira dificultava o acesso a terra, estabelecendo a necessidade de pagamento para o registro da mesma, enquanto a última facilitava o acesso a terra, incentivando a chamada Marcha para o Oeste a partir da distribuição de terras a quem se apresentasse como colono ou fazendeiro no Oeste dos EUA. RESPOSTA DA QUESTÃO 13: [D] A afirmativa [III] está incorreta porque (1) não houve o desenvolvimento do capitalismo industrial no Brasil durante o Segundo Reinado e (2) a chamada “grande conciliação” entre Luzias e Saquaremas, uma das principais marcas do governo de d. Pedro II, caracterizou-se por tomadas de decisões em termos políticos que beneficiassem os ganhos econômicos da elite agrária brasileira. Nesse sentido, era maior a defesa da escravidão, em benefício aos grandes senhores de terra. RESPOSTA DA QUESTÃO 14: [B] O Ceará foi a primeira Província brasileira a abolir a escravidão, em 1884. Contribuiu para tal acontecimento a existência de sociedades libertadoras – como a Sociedade Cearense Libertadora – que buscavam, principalmente, a compra de alforrias e a ocorrência da Guerra dos Jangadeiros, resultado da atuação do grande abolicionista Francisco José do Nascimento, conhecido como Dragão do Mar. RESPOSTA DA QUESTÃO 15: [C] O incentivo à imigração por parte do governo imperial brasileiro intensificou-se na segunda metade do século XIX devido às leis abolicionistas que passaram a ser aprovadas no país a partir de 1850 (com a Lei Eusébio de Queiroz). A partir desse incentivo, portugueses, espanhóis e italianos, principalmente, vieram para o Brasil e passaram a ser utilizados, preferencialmente, nas fazendas de café. 113 HISTÓRIA DO BRASIL – BRASIL REPÚBLICA: PRIMEIRA REPÚBLICA (1889-1930) QUESTÃO 01 (Ufjf-pism 3 2020) Sobre a Semana de Arte Moderna, ocorrida em São Paulo em 1922, é CORRETO afirmar: A) Foi um movimento que criticava a influência estrangeira na cultura brasileira, rejeitando o “colonialismo mental”, defendendo a cultura nacional. B) O movimento foi exclusividade dos poetas homens, excluindo o talento das escritoras mulheres consideradas muito radicais, uma vez que defendiam o fim do conservadorismo. C) O movimento ocorreu por ocasião do centenário da independência do Brasil, com o objetivo de reforçar o espírito conservador do país e valorizar a cultura estrangeira moderna e suas inovações.D) O movimento atingiu todo o Brasil e todas as classes sociais, se mostrando extremamente democrático, rompendo com a desigualdade de classes. E) Foi um movimento conservador que redescobriu a identidade brasileira como não miscigenada, de tradição rural-agrária, recusando o desenvolvimento cosmopolita. QUESTÃO 02 (Uerj Simulado 2018) As telas retratadas acima foram reunidas pela primeira vez no país em 2016 para a exposição “A Cor do Brasil”, realizada no Museu de Arte do Rio (MAR). Ambas fazem parte de um inovador movimento cultural que, dentre outros aspectos, rediscutiu a identidade nacional. A partir da análise das telas, uma proposta desse movimento foi: A) glorificar a pobreza. B) naturalizar o exotismo. C) exaltar a deformidade. D) valorizar a miscigenação. QUESTÃO 03 (Enem PPL 2017) Em 1914, o preço da borracha despencou no mercado internacional; dois anos depois, 200 firmas foram à falência em Manaus. E assim acabou o sonho de quem acendia charutos com notas de 1.000 réis. A cidade entrou em colapso. National Geographic, n. 143, fev. 2012 (adaptado). O súbito declínio da atividade econômica mencionada foi provocado pelo(a) A) carência de meios de transporte que permitissem uma rápida integração entre as áreas produtoras e consumidoras. B) produção nas plantações de seringueiras do sudeste asiático, que ocasionou um excesso da produção mundial. C) chamado encilhamento, que resultou na desvalorização da moeda brasileira após forte especulação na Bolsa de Valores. D) fim da migração de nordestinos para a Amazônia, que gerou uma enorme carência de mão de obra na região. E) início da Primeira Guerra Mundial, que paralisou o comércio internacional e provocou o declínio da economia brasileira. 114 QUESTÃO 04 (Uece 2020) A Revolta da Vacina, que foi uma importante manifestação social, A) ocorreu entre marinheiros oriundos das classes sociais baixas que se negavam a ser vacinados contra a febre amarela, já que os oficiais não eram obrigados. B) aconteceu nos sertões do Cariri cearense devido à decisão do governo de impor aos seguidores do Padre Cícero a vacinação contra a peste bubônica. C) foi motivada pelo apoio da Igreja Católica aos seguidores de Antônio Conselheiro, que se opunham à República e à vacinação obrigatória por ela estabelecida. D) ocorreu no Rio de Janeiro devido à obrigatoriedade da vacina contra a varíola e às reformas urbanas e sanitárias iniciadas pelo presidente Rodrigues Alves. QUESTÃO 05 (G1 - cftmg 2020) Os textos abaixo expressam posições relativas a projetos de identidade e desenvolvimento para o Brasil durante a Primeira República. Texto I Assim esgotando a terra, deixamos também de formar a nação. Abandonando a terra, e não cuidando da nação, abandonamos a Pátria, porque a Pátria é a terra, com o habitat, mas principalmente, para o sentimento e para a razão, [é] a nação, isto é, a gente. Fora disto, a palavra “Pátria” não exprime senão uma imagem supersticiosa – como as de qualquer culto fetichista – ou uma falsidade convencional. TORRES, Alberto. O problema nacional brasileiro: introdução a um programa de organização nacional [1914]. S.P.: Ed. Nacional, 1933. Texto II Queremos luz, ar, ventiladores, aeroplanos, reivindicações obreiras, idealismos, motores, chaminés de fábricas, sangue, velocidade, sonho na nossa Arte. E que o rufo de um automóvel, nos trilhos de dois versos, espante da poesia o último deus homérico, que ficou, anacronicamente, a dormir e sonhar, na era do jazz band e do cinema, com a frauta dos pastores da Arcádia e os seios de Helena. DEL PICCHIA, Menotti. Arte moderna (conferência pronunciada na noite de 17 de fevereiro da Semana de Arte Moderna) [1922]. In: PICCHIA, Menotti; SALGADO, Plínio; RICARDO, Cassiano. O curupira e o carão. S.P.: Hélios, 1927. Os textos I e II representam o debate entre A) protecionistas e liberais. B) nacionalistas e entreguistas. C) germanistas e americanistas. D) tradicionalistas e vanguardistas. QUESTÃO 06 (Mackenzie 2020) “A lei Adolfo Gordo era uma constante ameaça a todos, meio de intimidação e vingança, um cutelo suspenso na cabeça do irreverente ou inconformado. O fazendeiro ameaçava o colono. O industrial ameaçava o operário. Ou se submetiam a qualquer iniquidade, a aceitar condições vexatórias e prejudiciais, ou eram denunciados como elementos perigosos à tranquilidade pública. Para tal, não eram precisas provas: a informação policial era suficiente!” (DIAS, Everardo. História das Lutas Sociais no Brasil . São Paulo: Alfa-Ômega, 1977; p.56) Sobre a lei citada no trecho acima e seu contexto histórico, é correto afirmar que 115 A) tinha como objetivo inibir a ação reivindicativa de imigrantes estrangeiros que chegaram ao Brasil durante o início do século XX, em especial os anarcossindicalistas, responsáveis por inúmeras greves durante a Primeira República. B) recaiu principalmente sobre os imigrantes que estavam alocados nas fazendas de café e tinha como objetivo principal evitar revoltas de cunho marxista que pudessem desestruturar a produção cafeeira do oeste paulista. C) foi introduzida, após a insurreição comunista de 1935, diante da grande quantidade de estrangeiros que participaram desse movimento. Ficou conhecida como Lei de Expulsão de Estrangeiros e foi usada durante todo o governo Vargas. D) vigorou na Primeira República como forma de coibir levantes de caráter anarquista e socialista que eclodiam com muita frequência na zona rural paulista, em especial, nas fazendas de café onde havia maior exploração da mão de obra imigrante. E) pretendia evitar que a presença de imigrantes italianos influenciados pelas ideias bolcheviques perturbasse a ordem política e social brasileira. Foi responsável pela expulsão de muitos imigrantes durante a Era Vargas. QUESTÃO 07 (G1 - ifpe 2020) O MESTRE-SALA DOS MARES Há muito tempo nas águas da Guanabara O dragão do mar reapareceu Na figura de um bravo feiticeiro A quem a história não esqueceu Conhecido como o navegante negro Tinha a dignidade de um mestre-sala E ao acenar pelo mar na alegria das regatas Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas Jovens polacas e por batalhões de mulatas [...] KATER, T. Salve os inglórios! Historicidade e memória em O mestre-sala dos mares. Humanidades em diálogo, v. 7, p. 93-108, 26 mar. 2016. p. 99-100. Adaptado. Em 1975, João Bosco e Aldir Blanc compuseram “O mestre-sala dos mares”, em homenagem a João Cândido, líder da Revolta da Chibata (1910). Considerando as características da referida revolta, qual aspecto de João Cândido foi enfatizado no trecho da letra da música que constitui o texto? A) Atributos sedutores. B) Devoção religiosa. C) Capacidade artística. D) Formação militar. E) Identidade étnica. QUESTÃO 08 (G1 - ifpe 2020) Em 1904, o governo de Rodrigues Alves propôs a vacinação obrigatória. A varíola precisava ser controlada. Contudo, houve resistência de grande parte da população do Rio de Janeiro, então capital da República. Sobre os motivos para a resistência, assinale a alternativa CORRETA. A) Como muitas vacinas de hoje, não havia comprovação científica de sua eficácia, e a população decidiu reagir à imposição do governo, que agia de modo autoritário em diversas políticas públicas. B) O governo Rodrigues Alves, apesar do investimento em propaganda de conscientização dos efeitos positivos da vacinação, não conseguiu convencer as pessoas do benefício da medida de saúde pública. C) A população do Rio de Janeiro, em especial a parcela mais pobre e negra, estava cansada de ser alvo de políticaspúblicas autoritárias por parte da República, em especial com as reformas urbanas. D) A vacinação obrigatória contra a varíola já havia sido tentada no século XIX, ainda no Império, vitimando negros livres e libertos, o que explica a reação popular de resistência a essa nova tentativa do Estado brasileiro. E) A resistência popular, de fato, existiu, mas sem que se alterasse o cotidiano da capital da República, pois os demais serviços urbanos continuaram, regularmente, enquanto durou o conflito entre a população e o governo. 116 QUESTÃO 09 (Unioeste 2020) “Canudos de hoje é a terceira da história. A primeira, criada no século 18, foi destruída pelo Exército em 1897, no fim da guerra. A segunda surgiu por volta de 1910, construída sobre as ruínas da anterior. Os primeiros habitantes eram sobreviventes do conflito. Em 1950, com o início das obras da barragem que inundaria o local, os moradores começaram a sair, formando um novo vilarejo a uma distância de cerca de 20 quilômetros. A segunda Canudos desapareceu sob as águas do açude do Cocorobó, em 1969. O vilarejo tornou-se, em 1985, a terceira Canudos.” ALMEIDA, M. V. “Destruída duas vezes, Canudos sobrevive em meio a escombros e miséria”. Folha de São Paulo, São Paulo, 09 jun. 2019. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilus- trissima/2019/06/destruida-duas-vezes-canudos- sobrevive-em-meio-a-escombros-e-miseria.shtml Acesso em: 09 jun. 2019. A cidade atual, com seus mais de 16 mil habitantes, apresenta graves problemas sociais. Por isso, permanecer em Canudos expõe a resistência e tensão frente às péssimas condições de vida que, para a grande maioria, não são meras adversidades momentâneas. Em relação à historicidade que envolve Canudos é CORRETO afirmar. A) Antônio Conselheiro conseguiu desviar a atenção da população, afastando-os das contestações sobre os altos impostos e se restringindo às crenças religiosas pacíficas. B) O predomínio de uma imagem messiânica do conflito ocorrido em Canudos no século XIX permitiu um grande desenvolvimento econômico na região, advindo tanto do tu- rismo quanto das explorações arqueológicas do lugar. C) A tentativa de conservar modos de vida e garantir direitos se contrasta com a seca, fome, falta de perspectivas e renda na região. Por isso, hoje o povoado está abandonado. D) A construção da barragem fez parte de um conjunto de ações sugeridas como parte do combate à seca e desenvolvimento econômico do Nordeste. Portanto, sua presença na história de Canudos não prejudicou a memória do lugar, pois conservou grande parte da cidade antiga. E) O processo histórico que envolve a constituição da República, ao final do século XIX, indica contestações ao projeto de nação em curso, uma vez que muitos conflitos marcaram esse momento, apontando tensões e desigualdades fortemente repreendidas. QUESTÃO 10 (G1 - cftmg 2020) Com a chegada do fim da década de 1920, a Primeira República ia se esgotando e seu legado parecia, mesmo em seu contexto, ambivalente. De um lado, ficaria na lembrança como o momento do boom da urbanização, da industrialização e da entrada de imigrantes. De outro, como um período de repressão, de todo tipo de falcatruas políticas, da aplicação de medidas racistas e da expulsão da pobreza para as laterais das cidades. SCHWARCZ, Lília M.; STARLING, Heloísa M. Brasil: uma biografia. S.P.: Cia das Letras, 2015. p. 349. A Primeira República, no Brasil, foi marcada por um processo de A) desenvolvimento econômico modernizante e socialmente excludente. B) reversão do crescimento econômico e controle sobre as classes populares. C) prevalência da atividade industrial e alargamento da participação política. D) inversão do modelo agroexportador e manutenção dos privilégios das elites. 117 QUESTÃO 11 (Ueg 2020) Análises recentes das sucessões presidenciais na Primeira República (1889- 1930) mostram que a famosa aliança entre Minas Gerais e São Paulo, chamada de política do “café-com-leite”, não controlou de forma exclusiva o regime republicano. Havia outros quatro estados, pelo menos, com acentuada importância no cenário político: Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. VISCARDI, C. M. R. Aliança café com política. Revista Nossa História. São Paulo, ano 2, n. 19, p. 37, maio 2005. O questionamento da chamada “política do café-com-leite” foi decisivo para a eclosão da A) Revolução Constitucionalista, que agregava interesses do Sudeste e do Nordeste. B) Política dos Governadores, que unia os interesses de São Paulo e Minas Gerais. C) Revolução de 1930, movimento revolucionário que pôs fim à Velha República. D) Liderança contestadora de Padre Cícero sobre a hegemonia mineira e paulista. E) Revolução Farroupilha, que defendia a emancipação do Rio Grande do Sul. QUESTÃO 12 (Fac. Albert Einstein - Medicin 2020) A charge intitulada “O espeto obrigatório”, publicada em 1904, contextualiza a vacinação da população. A charge A) ironiza a campanha de vacinação obrigatória em massa, parte do projeto de regeneração e do esforço de saneamento e transformação urbana da capital brasileira. B) destaca a contradição entre a obrigatoriedade da vacinação e o acelerado processo de redemocratização política e social por que o país passava. C) satiriza a desinformação da população da capital brasileira, que temia os efeitos da vacinação obrigatória contra o sarampo, determinada pelo governo federal. D) reconhece as contraindicações e os riscos que a vacinação obrigatória poderia representar num período em que inexistiam estudos científicos sobre a prevenção de doenças. E) celebra a iniciativa da prefeitura da capital brasileira de implantar um amplo programa de vacinação obrigatória da população pobre para conter o surto de malária. QUESTÃO 13 (Famerp 2020) Observe a charge de Storni, publicada na revista Careta em 19.02.1927. Divulgada durante a Primeira República brasileira, a charge faz referência a uma 118 A) ação corrupta que permitia o desvio de verbas públicas. B) prática política que facilitava a continuidade do domínio oligárquico. C) proposição constitucional que determinava a obrigatoriedade do voto. D) experiência política que favorecia a soberania do voto popular. E) lei eleitoral que visava garantir a fidelidade do eleitor. QUESTÃO 14 (G1 - ifpe 2020) HISTÓRIA ECONÔMICA DO BRASIL O símbolo máximo que ficará desta fortuna fácil e ainda mais facilmente dissipada é o Teatro Municipal de Manaus. É claro que, desfeito o castelo de cartas em que se fundava toda esta prosperidade fictícia e superficial, nada sobraria dela. Em poucos anos, a riqueza amazonense se desfará em fumaça. Sobrarão apenas ruínas. PRADO JR., Caio. História econômica do Brasil . 38. ed. São Paulo: Brasiliense, 1990. p. 240-241 (adaptado). A obra de Caio Prado Jr., como o próprio título já adianta, trata da história econômica do Brasil. Com base no fragmento apresentado no texto, a qual importante produto de exportação brasileiro, durante a República Oligárquica (1895-1930), o autor está se referindo? A) Algodão. B) Café. C) Açúcar. D) Borracha. E) Cacau. QUESTÃO 15 (G1 - ifce 2020) Observe a passagem do texto, do escritor e jornalista Euclides da Cunha (1866-1909). “Ao passo que as caatingas são um aliado incorruptível do sertanejo em revolta. Entram também de certo modo na luta. Armam-se para o combate; agridem. Trançam-se, impenetráveis, ante o forasteiro, mas abrem-se em trilhas multívias, para o matuto que ali nasceu e cresceu. E o jagunço faz-se o guerrilheiro-tugue, intangível... Ascaatingas não o escondem apenas, amparam-no.” (2002, p. 352). CUNHA, E. Os sertões. Rio de Janeiro: Nova Aguillar, 2002. Coleção intérpretes do Brasil, vol.01. Em Os Sertões, obra que o autor definiu como um “livro vingador”, Euclides ofereceu aos leitores um panorama de um dos massacres mais sangrentos do Estado brasileiro, ocorrido sob o regime republicano. Esse movimento da última década do século XIX foi denominado por Guerra A) dos Emboabas. B) de Canudos. C) da Cisplatina. D) do Paraguai. E) dos Mascates. RESOLUÇÕES RESPOSTA DA QUESTÃO 01: [A] A Semana de Arte Moderna de 1922, comemoração do centenário da independência do Brasil, visava fazer uma segunda independência, agora através da cultura aliando aspectos da modernidade mundial à valorização das raízes nacionais. ou seja, valorizar a cultura nacional construindo uma identidade brasileira. 119 RESPOSTA DA QUESTÃO 02: [D] O movimento Modernista teve a preocupação de compreender e valorizar a identidade nacional. O Romantismo no século XIX idealizou o índio como símbolo nacional enquanto o Modernismo no século seguinte defendeu e valorizou a miscigenação como o elemento de identidade nacional. A obra “Café” de Portinari, “Abaporu” de Tarsila do Amaral e “Samba” de Di Cavalcante apontam para esta ideia. RESPOSTA DA QUESTÃO 03: [B] [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] O ciclo da borracha, próspero e fundamental para significativo desenvolvimento da Região Norte do país, sofreu vertiginosa queda no início do século XX devido à concorrência estrangeira no mercado externo. Especialmente seringais asiáticos passaram a fazer concorrência aos seringais brasileiros, ocasionando uma queda no valor da borracha no mercado. [Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia] O ciclo da borracha na Amazônia ocorreu entre o final do século 19 e início do século 20. A prosperidade levou ao crescimento econômico, atração de imigrantes (principalmente nordestinos para o trabalho nos seringais) e expansão urbana de cidades como Belém (PA) e Manaus (AM). Tratava-se do extrativismo vegetal do látex de seringueira para a produção de borracha natural. Os britânicos levaram a espécie para a o Sudeste Asiático, principalmente a Malásia, devido às condições ambientais similares (clima equatorial). A silvicultura (florestamento com finalidade comercial em larga escala) possibilitou maior produtividade. A maior oferta no mercado internacional levou a queda dos preços e o fim do ciclo da borracha consequências econômicas e sociais graves na Amazônia. RESPOSTA DA QUESTÃO 04: [D] A Revolta da Vacina ocorreu no contexto de implementação de um Projeto de Reurbanização da cidade do Rio de Janeiro, planejado pelo sanitarista Osvaldo Cruz e executado pelo prefeito Pereira Passos. Tal projeto contava com medidas como o bota- abaixo, os fumacês e a vacinação obrigatória contra varíola e visava embelezar a cidade e erradicar as doenças que a assolavam. RESPOSTA DA QUESTÃO 05: [D] Os textos mostram claramente a oposição entre a defesa de valorização do que já existia, do tradicional e a defesa da obtenção daquilo que é novo, que não existia, de vanguarda. RESPOSTA DA QUESTÃO 06: [A] A Lei Adolfo Gordo, instituída em 1907, visava reprimir os movimentos operários em São Paulo propondo, em especial, a expulsão de estrangeiros que estivessem envolvidos em movimentos grevistas. RESPOSTA DA QUESTÃO 07: [E] João Cândido, um homem negro, liderou a Revolta da Chibata, um movimento da marinha contra os abusos de poder e castigos corporais que ainda existia como punição, resquício da cultura da escravidão. Os músicos João Bosco e Aldir Blanc denominaram o líder de “navegante negro”, o mestre sala dos mares. Gabarito [E]. 120 RESPOSTA DA QUESTÃO 08: [C] No contexto do Positivismo e da Belle Époque, ocorreu a modernização da capital do Brasil, a cidade do Rio de Janeiro através da atuação do presidente da República Rodrigues Alves, do prefeito do Rio de Janeiro Pereira Passos e do médico sanitarista Oswaldo Cruz. Um processo de demolição de cortiços para construir prédios e avenidas jogou os pobres nos morros. Paralelo a isso, Oswaldo Cruz e o governo estabeleceram a vacina obrigatória sem um campanha de esclarecimento para a população e, ainda, com agentes públicos de saúde agindo de maneira truculenta. O resultado foi a Revolta da Vacina de 1904. RESPOSTA DA QUESTÃO 09: [E] A implantação da República brasileira em 15/11/1889 não gerou transformações econômicas e sociais mais profundas. A economia permaneceu agrária exportadora tendo o café como o produto mais importante. Os mais pobres e humildes foram excluídos da cidadania, considerando que a constituição republicana de 1891 impedia o voto para analfabetos. No interior do nordeste havia a seca que matava milhares de pessoas, os coronéis dominavam a política local e exploravam a mão de obra, ou seja, a jovem república nada trouxe de benefícios para boa parte do povo brasileiro. Neste contexto que ocorreu a revolta de Canudos, uma simples e humilde comunidade de pessoas localizada no interior da Bahia, incomodava e questionava os “donos do poder”, daí o massacre da população de Canudos. RESPOSTA DA QUESTÃO 10: [A] Como o próprio texto destaca, a República Oligárquica ficou marcada por uma ambiguidade entre o desenvolvimento econômico e industrial e a alta exclusão social iniciada, inclusive, na própria Constituição do país. RESPOSTA DA QUESTÃO 11: [C] Em 1929, quando o então presidente paulista Washington Luís “quebrou” a Política do Café-com-Leite ao indicar outro paulista para a sua sucessão, e não um mineiro, como era acordado, a oligarquia de Minas Gerais aliançou-se com as oligarquias do Rio Grande do Sul e da Paraíba, formando a chamada Aliança Liberal para disputar as eleições, lançando Getúlio Vargas como candidato. O candidato paulista indicado por Washington Luís – Júlio Prestes – venceu as eleições, mas a Aliança Liberal não aceitou a derrota, dando início ao movimento que ficou conhecido como Revolução de 1930. RESPOSTA DA QUESTÃO 12: [A] No governo do presidente do Brasil, Rodrigues Alves, 1902-1906, o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Pereira Passos, o médico sanitarista Oswaldo Cruz trabalharam juntos pela modernização da capital do país. Havia muitas doenças ligadas a sujeira, mosquitos, daí a vacina obrigatória contra a varíola ironizado na charge. O historiador Nicolau Sevcenko é um grande estudioso deste tema. 121 RESPOSTA DA QUESTÃO 13: [B] A charge publicada em 1927 faz referência a uma prática política comum ocorrida no Brasil no contexto da Primeira República, 1889-1930. Trata-se do voto de cabresto no qual o coronel exercia um forte controle político no seu curral eleitoral facilitando a permanência do poder político. RESPOSTA DA QUESTÃO 14: [D] O fragmento de texto do historiador fornece algumas pistas sobre o ciclo da borracha ao fazer referência ao região amazônica, ao Teatro Municipal de Manaus, um grande símbolo deixado pelo recursos oriundos do látex. Caio Prado Júnior também aponta para a decadência da borracha quando diz “É claro que, desfeito o castelo de cartas em que se fundava toda esta prosperidade fictícia e superficial, nada sobraria dela. Em poucos anos, a riqueza amazonense se desfará em fumaça. Sobrarão apenas ruínas”. RESPOSTA DA QUESTÃO 15: [B] Canudos era uma comunidade formada por sertanejos pobres e liderada por um religioso, Antônio Conselheiro, localizada no interior da Bahia. A jovem república brasileira ficou incomodada com a comunidade de Canudos, as autoridades políticas enviaram quatroexpedições para destruir a população sertaneja. Todos morreram, próximo de vinte mil pessoas. Euclides da Cunha foi fazer uma matéria sobre a Guerra de Canudos, daí surgiu a obra “Os Sertões”, uma grande obra da literatura brasileira. 122 HISTÓRIA DO BRASIL – BRASIL REPÚBLICA: ERA VARGAS (1930-1945) QUESTÃO 01 (Enem 2018) O marco inicial das discussões parlamentares em torno do direito do voto feminino são os debates que antecederam a Constituição de 1824, que não trazia qualquer impedimento ao exercício dos direitos políticos por mulheres, mas, por outro lado, também não era explícita quanto à possibilidade desse exercício. Foi somente em 1932, dois anos antes de estabelecido o voto aos 18 anos, que as mulheres obtiveram o direito de votar, o que veio a se concretizar no ano seguinte. Isso ocorreu a partir da aprovação do Código Eleitoral de 1932. Disponível em: http://tse.jusbrasil.com.br.Acesso em: 14 maio 2018. Um dos fatores que contribuíram para a efetivação da medida mencionada no texto foi a A) superação da cultura patriarcal. B) influência de igrejas protestantes. C) pressão do governo revolucionário. D) fragilidade das oligarquias regionais. E) campanha de extensão da cidadania. QUESTÃO 02 (Enem Libras 2017) Getúlio libertou o povo, e são 8 horas de trabalho e só. Não tinha que trabalhar dia e noite mais não. Getúlio é que fez as leis. A princesa Isabel assinou a libertação, mas quem nos libertou do jugo da escravatura, do chicote, do tronco, foi Getúlio, Getúlio Dorneles Vargas. Papai falava assim: “Meu filho. Nunca houve no mundo governo igual a esse, meu filho”. Relato de Cornélio Cancino, 82 anos, descendente de ex-escravos, Juiz de Fora (MG), 9 maio 1995. In: MATTOS, H.; RIOS, A. L. (Org.). Memórias do cativeiro: família, trabalho e cidadania no pós-Abolição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005 (adaptado). A construção da memória apresentada no texto remete ao seguinte aspecto da referida experiência política: A) Fortalecimento da ideologia oficial, limitada à dimensão da escola. B) Legitimação de coligações partidárias, vinculadas à utilização do rádio. C) Estabelecimento de direitos sociais, associados à propaganda do Estado. D) Enaltecimento do sentimento pátrio, ligado à consolidação da democracia. E) Desenvolvimento de serviços públicos, submetidos à direção dos coronéis. QUESTÃO 02 (Enem 2ª Aplicação 2016) Aquarela do Brasil Brasil! Meu Brasil brasileiro Meu mulato inzoneiro Vou cantar-te nos meus versos O Brasil, samba que dá Bamboleio que faz gingar O Brasil do meu amor Terra de Nosso Senhor Brasil! Pra mim! Pra mim, pra mim! Ah! Abre a cortina do passado Tira a mãe preta do Cerrado Bota o rei congo no congado Brasil! Pra mim! Deixa cantar de novo o trovador A merencória luz da lua Toda canção do meu amor Quero ver a sá dona caminhando Pelos salões arrastando O seu vestido rendado Brasil! Pra mim, pra mim, pra mim! ARY BARROSO. Aquarela do Brasil, 1939 (fragmento). Muito usual no Estado Novo de Vargas, a composição de Ary Barroso é um exemplo típico de 123 A) música de sátira. B) samba exaltação. C) hino revolucionário. D) propaganda eleitoral. E) marchinha de protesto. QUESTÃO 04 (G1 - ifce 2020) A luta de trabalhadores no Brasil republicano pela conquista de direitos está associada à consolidação das leis trabalhistas. É correto afirmar-se que A) a consolidação das leis trabalhistas unificou a legislação trabalhista então existente no Brasil e foi um marco por inserir os direitos dos trabalhadores na legislação brasileira. B) em 1º. de maio de 1943, o presidente Juscelino Kubitschek sancionou a consolidação das leis trabalhistas. C) as leis trabalhistas da Era Vargas buscavam regulamentar a relação entre empregadores e empregados para favorecer, exclusivamente, os empregadores. D) a consolidação das leis trabalhistas surge como consequência do esforço do então presidente Vargas, sem a contribuição de lutas históricas, de sindicalistas e trabalhadores brasileiros em busca de seus direitos. E) no Brasil, logo após a abolição da escravatura, ocorreu a consolidação dos direitos trabalhistas. QUESTÃO 05 (Famema 2020) O período mais produtivo da Época de Ouro da MPB coincide, basicamente, com o Estado Novo (1937-1945), implantado por Getúlio Vargas. Não é uma simples coincidência. Em 1937, Vargas criou o Ince (Instituto Nacional de Cinema Educativo), o SNT (Serviço Nacional de Teatro) e o INL (Instituto Nacional do Livro). De outro lado, Vargas também operava, com mão de ferro, o famigerado DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda). (José Arbex Jr. e Maria Helena V. Senise. Cinco séculos de Brasil, 1998. Adaptado.) Durante o Estado Novo, A) a postura crítica na música contrastava com a simplicidade das outras áreas da cultura, que se submetiam ao governo. B) a criação de instituições culturais prejudicava intelectuais e artistas, que intensificavam sua oposição ao governo. C) a política econômica do governo privilegiava a industrialização, o que deixava a cultura sem verbas suficientes. D) a produção cultural reforçava o nacionalismo exaltado pelo governo, que cerceava a liberdade de expressão. E) o projeto do governo baseava-se em medidas elitistas, o que limitava as manifestações culturais populares. QUESTÃO 06 (Fgv 2020) Com a repetição da crise econômica em 1937 e a aproximação da guerra, não admira que o Estado parecesse melhor preparado do que os empresários para resolver o problema da estagnação e incentivar a rápida industrialização. Quando se verificou ser um erro a reaplicação da teoria do comércio liberal, depois da guerra, os controles foram reassumidos por um governo [...] que se viu também obrigado, por falta de alternativa, a chamar o capital estrangeiro nas condições por ele impostas. (Warren Dean. A industrialização de São Paulo, s/d.) O texto alude a um período relativamente vasto da história econômica do Brasil, em que se compuseram A) nacionalizações crescentes de empresas estrangeiras, protecionismo alfandegário e política de desvalorização cambial. B) criações de empresas estatais, política livre-cambista e estímulos às implantações de unidades econômicas privadas. C) socializações das indústrias de bens de produção, privatizações de empresas produtoras de bens de consumo popular e internacionalização do capital financeiro. D) impostos elevados sobre os lucros excessivos das empresas estrangeiras, proteção governamental aos empresários nacionais e privatização de indústrias estatais. E) garantias de preços mínimos para os produtos de empresas estatais, livre negociação entre patrões e empregados e reserva de mercado para as multinacionais. 124 QUESTÃO 07 (Uerj 2020) O artista Belmonte, por meio de seu personagem Juca Pato, retratou episódios importantes da história brasileira e internacional entre as décadas de 1920 e 1940. A charge acima, por exemplo, tematiza de forma irônica a entrada do governo brasileiro em 1942 na Segunda Guerra Mundial (1939- 1945). A atitude de Juca Pato, ao decidir ir à guerra, está associada à seguinte conjuntura do governo varguista: A) crise militar. B) caráter ditatorial. C) pressão eleitoral. D) soberania diplomática. QUESTÃO 08 (G1 – col. naval 2020) Seria muito difícil prever, no início de 1929, que após a presidência relativamente tranquila de Washington Luís surgiria uma forte cisão entre as elites dos grandes Estados. Mais ainda, que essa cisãoacabaria por levar ao fim da Primeira República. (Fausto, Boris. História do Brasil. 12.ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004. p. 319) Assinale a opção que identifica corretamente acontecimentos da Era Vargas, que sucedeu à Primeira República. A) Nas eleições de 1930, foi formada a Aliança Liberal, que reuniu políticos paulistas e mineiros que lançaram a candidatura de Júlio Prestes à presidência da república. B) Getúlio Vargas deu início ao processo de industrialização do país, e a obra emblemática da sua política econômica foi a Usina Siderúrgica de Volta Redonda (RJ). C) Durante o período getulista ocorreram significativas transformações político-sociais rio Brasil, entre elas o crescimento da população agrária em relação à população urbana. D) Com a Implantação da ditadura do Estado Novo por Getúlio Vargas, a Ação Integralista Brasileira (AIB) e a Aliança Nacional Libertadora (ANL) formaram uma aliança para enfrentar o novo regime. E) O governo do Estado Novo criou o DIP, Departamento de Investigações Policiais, órgão policial diretamente subordinado ao gabinete de Vargas que tinha a função de reprimir violentamente os opositores do regime. QUESTÃO 09 (G1 - ifsul 2020) A versão brasileira do fascismo – o Integralismo – surge no início dos anos 30, na esteira dos movimentos de extrema direita europeus. A Ação Integralista Brasileira (AIB) foi criada em 1932 e propunha a organização da sociedade nos mesmos padrões de hierarquia e disciplina de que falavam nazistas e fascistas na Europa. Observe as afirmativas referentes às propostas da Ação Integralista Brasileira: I. Fazia a defesa da supremacia branca e menosprezava a cultura indígena e africana. II. Defendia o Estado Nacional e combatia o comunismo. III. Era contrária à democracia liberal e ao capitalismo internacional. IV. Buscava a união dos países latino- americanos para fazer frente aos países industrializados. 125 Estão corretas apenas as afirmativas A) I e II. B) II e III. C) III e IV. D) I e IV. QUESTÃO 10 (Mackenzie 2020) A foto acima tirada em uma das comemorações ao Dia do Trabalho, durante o Estado Novo (1937-45), evidencia o apoio das classes trabalhadoras ao governo de Getúlio Vargas. A simpatia a esse governante deve-se A) à ação intervencionista do Estado no campo social e econômico nessa época, majoritariamente a favor das classes populares. Tal ação garantiu-lhe o apelido de “Pai dos Pobres”. B) às diversas conquistas feitas, pelo trabalhador urbano no período, quando foi estabelecido o salário mínimo e a possibilidade de criação de sindicatos autônomos e representativos para as diversas categorias de trabalho. C) à reunião de diversas leis trabalhistas, em 1943, na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que foram extintas durante o regime militar, no governo do presidente Geisel. D) à concessão lenta e gradual de leis trabalhistas, pelas quais o Estado intervém profundamente na questão trabalhista; porém, por outro lado garantiu, entre outros, a jornada de trabalho de oito horas. E) à garantia de direitos para todos os trabalhadores brasileiros, tanto o rural, quanto o urbano, direitos esses, jamais concedidos antes na História do país à classe trabalhadora. QUESTÃO 11 (Acafe 2020) O PLANO COHEN denunciava uma suposta insurreição comunista no Brasil. Seu conteúdo descrevia que os comunistas iriam tomar o poder e promover a instalação de um governo socialista. Propriedades seriam confiscadas, empresas passariam para a tutela do Estado, adversários políticos seriam eliminados. Em relação ao Plano Cohen, assinale a alternativa correta. A) Serviu como justificativa para Getúlio Vargas suspender as eleições e instituir o Estado Novo, em 1937. B) Foi o pretexto utilizado pelos militares para destituir João Goulart da presidência, e iniciar o período dos governos militares a partir de 1964. C) Serviu para desencadear uma grande perseguição aos movimentos de esquerda que atuavam durante o governo militar de Ernesto Geisel. D) Foi decisivo na vitória de Jânio Quadros nas eleições presidenciais pois Jânio afirmava que defenderia o país dos comunistas e iria defender a família brasileira e a propriedade privada. QUESTÃO 12 (Fmp 2020) O texto a seguir aborda o "movimento de nacionalização do ensino", empreendido pelo governo brasileiro durante o Estado Novo. Ele teve como alvo as escolas dos núcleos estrangeiros, sobre as quais já pairavam muitas desconfianças. Mas o autoritarismo do Estado Novo tornou a "nacionalização" bem mais violenta e arbitrária, particularmente quando dirigida às escolas alemãs e japonesas. GOMES, A. C. O homem que virou palácio. Revista de História da Biblioteca Nacional . Rio de Janeiro: ano 1, nº 2, ago. 2005, p. 84. As ações descritas pelo texto da historiadora Ângela de Castro Gomes, referentes a escolas alemães e japonesas, são justificadas pela 126 A) ambição brasileira de liderar o eixo na I Guerra Mundial. B) hostilidade de Vargas com modelos autoritários de governo. C) contenção do avanço do socialismo no ambiente da Guerra Fria. D) proteção aos valores democráticos dominantes no mundo. E) rivalidade com os países citados no contexto da II Guerra Mundial. QUESTÃO 13 (Fgv 2020) Observe a capa do livro Assim falou Juca Pato, de Belmonte, publicado em primeira edição em 1933. Belmonte é o pseudônimo do jornalista, caricaturista e escritor Benedito Barros Barreto. Belmonte criou o personagem Juca Pato nas suas crônicas diárias no jornal Folha da Noite, a partir de 1925. O livro Assim falou Juca Pato (Aspectos divertidos de uma confusão dramática) é uma coletânea de crônicas publicadas no jornal. A capa do livro é uma ilustração dos assuntos tratados por Belmonte, tais como: A) consolidação do liberalismo econômico, tratados militares, independência de colônias africanas, primeira República brasileira, sufrágio universal feminino. B) alianças de governos totalitários, vitórias socialistas no Oriente, industrialização colonial, Estado Novo brasileiro e pessimismo cultural. C) formação de Estados Nacionais, política de Paz Armada, aliança dos países do Terceiro Mundo, República Federal brasileira e dissolução dos costumes. D) constituição de regimes antidemocráticos, expansionismos militares, contestação do domínio colonial, situação política brasileira, modificações comportamentais. E) fortalecimento da Sociedade das Nações, internacionalismo econômico, criação do pan-asiatismo, movimento sindicalista brasileiro e movimento feminista. QUESTÃO 14 (G1 – col. naval 2020) O processo de industrialização intensificou e acelerou as mudanças na organização espacial do mundo e do Brasil. [...] Se, no contexto interno, as condições favoreciam a industrialização, o mesmo ocorria no plano internacional. Martini, Alice de. Geografia Ação e Transformação. 1. Ed. São Paulo: Escala Educacional, 2016, pg. 141-144. A industrialização brasileira tomou corpo a partir dos anos 1930. Nesse sentido, assinale a opção correta sobre o processo de industrialização brasileiro 127 A) Antes dos anos 1930 não houve condições para se iniciar a industrialização nacional, especialmente pelas imposições da conjuntura internacional. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a quebra da Bolsa de Nova Iorque (1929) impossibilitaram a produção de qualquer tipo de manufatura dentro do país. B) A utilização do termo "substituição de importações" relaciona-se ao fato de o crescimento industrial brasileiro subordinar- se às conjunturas internacionais, ou seja, às relações externas, às duas grandes guerras mundiais, ás oscilaçõesdos mercados de capitais externos e às taxas de furos internacionais. C) Somente a partir do primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945), o processo industrial nacional se consolidou. Na tentativa de impulsionar a economia, criou- se no país uma política de incentivo ao capital externo, o qual voltou seus investimentos à geração de infraestrutura e indústrias de base. D) A partir da segunda metade dos anos 1950, na tentativa de recuperar o pequeno crescimento das décadas anteriores, o Estado centralizou suas políticas econômicas nas indústrias de bens de consumo duráveis. Essa ação condicionou uni forte dinamismo do segundo setor até os anos 1980. E) No período compreendido entre 1969 e 1973, a economia nacional passou por vários momentos de crises. A indisponibilidade de capitais para investimento no mercado internacional e o aumento das taxas de juros sobre esses capitais os mesmos, dificultaram o crescimento econômico nacional. QUESTÃO 15 (Ufjf-pism 3 2020) Analise as imagens abaixo: Sobre a dicotomia esquerda e direita na década de 1930 assinale a opção CORRETA: A) Com a alcunha de "galinhas-verdes", os integralistas estabeleceram a organização de um momento antinacionalista, antifascista e em defesa da revolução permanente. B) A Aliança Nacional Libertadora buscou a união entre esquerda e direita na materialização da frente única contra o fascismo e, portanto, recebeu apoio do presidente Getúlio Vargas. C) A Ação Integralista Brasileira foi um movimento sem expressão política, que não gerou oposição entre a esquerda e direita, com baixa adesão e sem apelo religioso, ficando restrito a algumas regiões do país. D) O levante comunista de 1935 tinha por objetivo a instauração de uma revolução de caráter socialista, além da deposição de Getúlio Vargas, o que contribuiu para o fortalecimento do cenário anticomunista que culminou com o golpe de 1937. E) Em resposta à alcunha “galinha-verde”, os integralistas demonstraram a sua força ao alcançar a vitória política na década de 1930, exterminando o comunismo e o liberalismo no Brasil. 128 RESOLUÇÕES RESPOSTA DA QUESTÃO 01: [E] [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] Sob influência de movimentos norte- americanos e europeus, as mulheres brasileiras, entre as décadas de 1920 e 1930, buscaram ampliar sua participação política e cidadã no país através da sua inserção no direito ao voto. Tal direito foi alcançado em 1932 e consolidado na Constituição de 1934. [Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia] O sufrágio universal, ou seja, o direito de todos participarem do processo político, é resultado não somente da intenção do Estado, mas da atuação dos movimentos sociais e dos grupos organizados da sociedade civil. De fato, no Brasil, já havia um movimento reivindicatório de expansão dos direitos de cidadania, em especial de uma maior inserção das mulheres nesse processo. RESPOSTA DA QUESTÃO 02: [C] [Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia] O relato presente no enunciado da questão faz referência à Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), legislação que protege os direitos sociais dos trabalhadores. Considerar Getúlio Vargas como grande governante deu-se sobretudo pela forte propaganda estatal que era feita no período do seu governo, fazendo com que sua imagem fosse associada à preocupação e defesa dos mais pobres. [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] O relato descreve muito bem a política de governo de Vargas conhecida como trabalhismo. Através dela, Vargas procurava formar um trabalhador produtivo e ordeiro, que apoiava o governo, através da concessão de ganhos reais: as leis trabalhistas, estabelecidas pelas CLT, em 1942. Getúlio, durante a Era Vargas, ficou conhecido como Pai dos Pobres. RESPOSTA DA QUESTÃO 03: [B] O DIP, instalado durante o Estado Novo, buscava exaltar a nacionalidade e os valores brasileiros através das manifestações artísticas, exaltando, assim, a Nação. Nesse sentido, o samba de Ary Barroso cumpre bem seu papel, exaltando as belezas brasileiras. RESPOSTA DA QUESTÃO 04: [A] A Primeira República, 1889-1930, foi caracterizada por uma intensa luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho e pela criação de uma legislação trabalhista. Na Era Vargas, 1930-1945, o governo criou a CLT, Consolidação das Leis Trabalhistas, apenas para os trabalhadores urbanos. RESPOSTA DA QUESTÃO 05: [D] As criações citadas pelo texto mostram que na Ditadura varguista o governo, ao mesmo tempo que promovia a censura em benefício próprio, incentivava a produção cultural de caráter nacionalista. 129 RESPOSTA DA QUESTÃO 06: [B] O texto faz referência à política econômica adotada por Getúlio Vargas durante o Estado Novo. Tal política incentivou a criação de indústrias brasileiras, estabeleceu as bases da CLT e apoiou a aplicação do capital estrangeiro no desenvolvimento econômico brasileiro. RESPOSTA DA QUESTÃO 07: [B] A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, 1939-1945, era contraditória. O Brasil vivia uma ditadura denominada de Estado Novo, 1937-1945, com o poder centralizado nas mãos do presidente Vargas e declarou guerra contra as ditaduras do EIXO: Itália, Alemanha e Japão. RESPOSTA DA QUESTÃO 08: [B] A única alternativa que traz informações completamente corretas sobre a Era Vargas é a letra [B]. De fato, em especial no Estado Novo, Vargas impulsionou a industrialização brasileira a partir de diversos incentivos governamentais nesse sentido. A construção da CSN, em Volta Redonda, fez parte desse processo. RESPOSTA DA QUESTÃO 09: [B] A AIB, Ação Integralista Brasileira, criada no Brasil em 1932, foi inspirada nos regimes totalitários europeus em especial no fascismo italiano. Seu lema era “Deus, Pátria e Família”, Plínio Salgado era o líder. Foi um movimento de extrema direita, defendia o nacionalismo, a centralização do poder e criticava as democracias liberais. Não estava na sua pauta a união da América Latina bem como a defesa da supremacia branca diante da cultura negra e indígena. RESPOSTA DA QUESTÃO 10: [D] Vargas era adepto do trabalhismo, uma política através da qual incentivava a formação de trabalhadores produtivos e ordeiros que apoiassem o governo e o crescimento da Nação. Tal apoio era garantido por Vargas através da concessão real, ainda que lenta, de vários benefícios trabalhistas, em especial a CLT, aprovada em 1943. RESPOSTA DA QUESTÃO 11: [A] Aproveitando o contexto mundial caracterizado por regimes ditatoriais, Vargas não tinha intenção de entregar o poder. Assim, o Plano Cohen foi uma farsa montada para jogar a sociedade brasileira contra os comunistas e legitimar o golpe do Estado Novo. Pelo rádio, dia 10 de novembro de 1937, Vargas cancelou as eleições presidenciais, afirmou que necessitava ficar no poder para conter os socialistas. Entre 1937-1945, o Brasil viveu a ditadura do Estado Novo Varguista. RESPOSTA DA QUESTÃO 12: [E] Vargas negociou a entrada brasileira na Segunda Guerra com os EUA. Por isso, apesar das semelhanças políticas com os países do Eixo, o Brasil lutou a Guerra ao lado dos aliados. Assim, o Brasil era rival de Alemanha e Japão. RESPOSTA DA QUESTÃO 13: [D] A partir da data de lançamento do livro – 1933 – e de alguns personagens que aparecem na capa – Getúlio Vargas e Adolf Hitler, por exemplo – podemos determinar que o mesmo falava sobre a política brasileira da época (a Era Vargas) e sobre assuntos políticos internacionais (como a ascensão do nazifascismo na Europa). 130 RESPOSTA DA QUESTÃO 14: [B] O termo industrialização porsubstituição de importação diz respeito, no Brasil, ao fato de conjunturas externas - como as duas Grandes Guerras Mundiais e a Crise de 1929 - terem impulsionado o país a produzir internamente aqueles produtos que não estava conseguindo comprar externamente. Tal movimento ajudou no processo de industrialização do Brasil. RESPOSTA DA QUESTÃO 15: [D] Na década de 1930, durante a Era Vargas, em especial no contexto do governo constitucional, 1934-1937, o Brasil estava polarizado entre duas tendências: AIB e ANL. Ação Integralista Brasileira, liderada por Plínio Salgado, tendência fascista, inspirada nos regimes totalitários europeus. Aliança Nacional Libertadora, tendência popular socialista, sob a liderança de Luís carlos Prestes, inspirado no modelo soviético. Em 1935, ocorreu a Intentona Comunista, uma tentativa fracassada de derrubar o governo Vargas e implantar o socialismo no Brasil. 131 HISTÓRIA DO BRASIL – BRASIL REPÚBLICA: REPÚBLICA POPULISTA / LIBERAL / DEMOCRÁTICA (1946-1964) QUESTÃO 01 (Fuvest 2017) Se pudesse mudar-se, gritaria bem alto que o roubavam. Aparentemente resignado, sentia um ódio imenso a qualquer coisa que era ao mesmo tempo a campina seca, o patrão, os soldados e os agentes da prefeitura. Tudo na verdade era contra ele. Estava acostumado, tinha a casca muito grossa, mas às vezes se arreliava. Não havia paciência que suportasse tanta coisa. – Um dia um homem faz besteira e se desgraça. Graciliano Ramos, Vidas secas. Tendo em vista as causas que a provocam, a revolta que vem à consciência de Fabiano, apresentada no texto como ainda contida e genérica, encontrará foco e uma expressão coletiva militante e organizada, em época posterior à publicação de Vidas secas, no movimento A) carismático de Juazeiro do Norte, orientado pelo Padre Cícero Romão Batista. B) das Ligas Camponesas, sob a liderança de Francisco Julião. C) do Cangaço, quando chefiado por Virgulino Ferreira da Silva (Lampião). D) messiânico de Canudos, conduzido por Antônio Conselheiro. E) da Coluna Prestes, encabeçado por Luís Carlos Prestes. QUESTÃO 02 (Unesp 2015) Brasília simbolizou na ideologia nacional- desenvolvimentista o “futuro do Brasil”, o arremate e a obra monumental da nação a ser construída pela industrialização coordenada pelo Estado planificador, pela ação das “forças do progresso” (aquelas voltadas para o desenvolvimento do “capitalismo nacional”), que paulatinamente iriam derrotar as “forças do atraso” (o imperialismo, o latifúndio e a política tradicional, demagógica e “populista”). (José William Vesentini. A capital da geopolítica, 1986.) Segundo o texto, a construção de Brasília deve ser entendida A) como uma tentativa de limitar a migração para o Centro do país e de reforçar o contingente de mão de obra rural. B) dentro de um conjunto de iniciativas de caráter liberal, que buscava eliminar a interferência do Estado nos assuntos econômico-financeiros. C) dentro do rearranjo político do pós-Segunda Guerra Mundial, que se caracterizava pelo clima de paz nas relações internacionais. D) dentro de um amplo projeto de redimensionamento da economia e da política brasileiras, que pretendia modernizar o país. E) como um esforço de internacionalização da economia brasileira, que provocaria aumento significativo da exportação agrícola. QUESTÃO 03 (Uel 2014) A construção da cidade de Brasília fez parte do processo desenvolvimentista dos anos 1950 liderado pelo presidente Juscelino Kubitschek e seu vice, João Goulart. O projeto modernizante de JK assentava-se na política do “50 anos em 5”, que preconizava, entre outras coisas, dotar o país de uma infraestrutura suficiente para sustentar a industrialização. Com base nos conhecimentos sobre a política econômica desse período histórico brasileiro, assinale a alternativa correta. A) Disseminou o ensino técnico para todas as regiões do país, por meio dos institutos técnicos federais. B) Expandiu a construção de usinas hidrelétricas e abasteceu de energia o setor produtivo. C) Implantou a SUDAM, que realizou a modernização e a transformação da região amazônica. D) Priorizou a importação de veículos automotores para o país se inserir no mercado internacional. E) Privatizou a Companhia Siderúrgica Nacional, com a abertura do seu capital para investidores estrangeiros. 132 QUESTÃO 04 (Fgv 2020) Com efeito, coexistindo duas regiões dentro de uma mesma economia – integradas pelo mesmo sistema monetário – o salário de subsistência da população tende a ser relativamente mais elevado ali onde é mais baixa a produtividade do homem ocupado na produção de alimentos. A coexistência das duas regiões numa mesma economia tem consequências práticas de grande importância. Assim, o fluxo de mão de obra da região de mais baixa produtividade para a de mais alta tenderá a pressionar sobre o nível de salários desta última, impedindo que os mesmos acompanhem a elevação da produtividade. (Celso Furtado. Formação econômica do Brasil , 1989.) O texto apresenta uma teoria econômica geral, que pode ser aplicada à experiência da história social brasileira, a partir, sobretudo, dos anos cinquenta do século passado. De fato, o desenvolvimento econômico do país A) tendeu à concentração das atividades produtivas mais dinâmicas nas regiões de menor concentração de trabalhadores assalariados. B) ocorreu por meio do deslocamento de operários especializados formados nas regiões de penúria social para os centros industrializados. C) provocou uma revolução social nas regiões de menor crescimento com a melhoria dos ganhos salariais dos trabalhadores locais com a queda da oferta de trabalho. D) impediu a constituição de um mercado nacionalmente integrado com a inexistência de mercado consumidor nas regiões de economias mais tradicionais. E) processou-se em uma situação de deslocamento populacional interno favorável ao aprofundamento de desigualdades econômicas inter-regionais. QUESTÃO 05 (Unespfrt54 2020) A construção de Brasília pode ser considerada a principal meta do Plano de Metas [...]. Para alguns analistas, a nova capital seria o elemento propulsor de um projeto de identidade nacional comprometido com a modernidade, cuja face mais visível seria a arquitetura modernista de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. Ao mesmo tempo, no entanto, a interiorização da capital faria parte de um antigo projeto de organização espacial do território brasileiro, que visava ampliar as fronteiras econômicas rumo ao Oeste e alavancar a expansão capitalista nacional. (Marly Motta. “Um presidente bossa-nova”. In: Luciano Figueiredo (org.). História do Brasil para ocupados, 2013.) O texto expõe dois significados da construção de Brasília durante o governo de Juscelino Kubitschek. Esses dois significados relacionam-se, pois A) denotam o esforço de construção de um espaço geográfico brasileiro com o intuito de assegurar o equilíbrio econômico e político entre as várias regiões do país. B) demonstram o nacionalismo xenófobo do governo Kubitschek e sua disposição de isolar o Brasil dos demais países do continente americano. C) revelam a importância da redefinição do espaço territorial para a implantação de um projeto de restrições à entrada de capitais e investimentos estrangeiros. D) explicitam a postura antiliberal do governo Kubitschek e sua intenção de implantar um regime de igualdade social no país. E) indicam o surgimento de uma expressão arquitetônica original e baseada no modelo de edificaçãopredominante entre os primeiros habitantes do atual Brasil. 133 QUESTÃO 06 (Uece 2020) Atente para o seguinte excerto a respeito do período que ficou conhecido como “anos dourados”: “A identificação dos chamados ‘anos dourados’ com o espírito otimista que consagrou o governo Kubitschek acabou, assim, por englobar todo um conjunto de mudanças sociais e manifestações artísticas e culturais que ocorreram dentro de um debate mais geral sobre a reconstrução nacional, em curso desde o início dos anos 50 até os primeiros anos da década seguinte”. KORNIS, Mônica Almeida. Sociedade e cultura nos anos 1950. Disponível em:https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/artigos/ sociedade/Anos1950 São exemplos de manifestações culturais que caracterizaram o período citado no excerto: A) o surgimento do movimento tropicalista, criado por Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Torquato Neto, entre outros, e a criação da Embrafilme. B) o aparecimento da MPB, com nomes como Chico Buarque, Vinícius de Moraes e Elis Regina, e a criação da pornochanchada pela Atlântida Cinematográfica. C) a Bossa Nova de João Gilberto, Tom Jobim e Vinicius de Moraes, e o surgimento do Cinema Novo de Glauber Rocha. D) o aparecimento do Rock nacional, com bandas como Plebe Rude, Ira! e Os Mutantes, e o aparecimento do cinema da Boca do Lixo. QUESTÃO 07 (Mackenzie 2020) O governo do presidente João Goulart pretendeu realizar reformas de base a fim de corrigir as distorções resultantes do processo de desenvolvimento do país de tal forma que crescimento econômico não veio acompanhado de uma distribuição equilibrada dos rendimentos junto à população brasileira. A respeito dessas reformas de base, considere as assertivas abaixo. I. No campo econômico sua proposta principal foi a reforma agrária, com emenda do artigo da Constituição, em que se previa a indenização aos proprietários de terras. II. Tais reformas previam, além da reforma agrária, reformas administrativa, bancária e fiscal, em que o governo buscava unir tanto às massas mobilizadas, quanto a opinião pública, em relação à necessidade de mudanças institucionais para alcançar o desenvolvimento nacional. III. A realização de reformas de base foi uma proposta do seu antecessor, o presidente Jânio Quadros, que durante sua campanha eleitoral e no seu curto governo, esboçou e deu início a algumas estratégias políticas com o intuito de corrigir as distorções econômicas. Assinale A) se apenas a I estiver correta. B) se apenas a II estiver correta. C) se apenas a III estiver correta. D) se apenas a I e II estiverem corretas. E) se somente a I e III estiverem corretas. QUESTÃO 08 (Fmp 2020) Em 1958, ainda durante o governo de Juscelino Kubitschek, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) começou a discutir um conjunto de propostas que visava a promover alterações nas estruturas econômicas, sociais e políticas que garantisse a superação do subdesenvolvimento e permitisse uma diminuição das desigualdades sociais no Brasil. Naquele momento, a definição dessas medidas e de seu alcance ainda era pouco clara. FERREIRA, Marieta de Moraes. As reformas de base. Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC). Fundação Getúlio Vargas (FGV). Disponível em: <https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/artigos/N aPresidenciaRepublica/As_reformas_de_base>. Acesso em: 11 jul. 2019. Adaptado. 134 As medidas citadas pelo texto, que emergiram durante o governo de João Goulart, explicam a A) base do parlamentarismo brasileiro de 1961 B) crise política que levou ao golpe de 1964 C) adoção do milagre econômico entre 1969- 1974 D) emergência da república dos sindicalistas em 1963 E) implementação do fundo de garantia (FGTS) em 1966 QUESTÃO 09 (Famerp 2020) Observe a charge de Lan, publicada no Jornal do Brasil em 13.06.1963. A charge representa o então presidente João Goulart, A) ironizando sua indefinição político- ideológica. B) destacando sua fé e sua religiosidade. C) satirizando sua complicada vida familiar. D) valorizando sua capacidade de mediação política. E) enfatizando a neutralidade de sua posição partidária. QUESTÃO 10 (Fac. Pequeno Príncipe 2020) Pode o pato não nadar Pode o leão ser mofino Pode o gato não miar A galinha criar dente Gente vai virar serpente Mas Getúlio vai voltar. LESSA, O. Getúlio na literatura de cordel. In: DORATIOTO, F.; DANTAS FILHO, J. De Getúlio a Getúlio: o Brasil de Dutra a Vargas - 1945 a 1954. A estrofe acima faz referência à campanha eleitoral de 1950. A respeito desse momento histórico, é CORRETO afirmar que A) afinado em um discurso nacionalista com relação ao desenvolvimento industrial, o programa político de Getúlio Vargas apresentava uma contradição na campanha presidencial de 1950 ao defender uma concepção menos centralizadora de Estado. B) em virtude das condições em que se deu o fim do primeiro governo Vargas em 1945, a campanha presidencial de 1950 não teve condições de utilizar feitos passados em sua composição. Assim, o trabalhismo varguista não constituiu um elemento essencial na elaboração da campanha que levou Vargas novamente à presidência da República. C) apesar da oposição da imprensa, as bases do getulismo estavam quase intactas em 1950. A única perda de apoio massiva que ocorreu fora a dos militares, que, descontentes com a política de controle estatal do petróleo, abandonaram as bases do governo Vargas logo depois da Revolução de 1930. D) em contraponto ao governo Dutra, que terminava em 1950 com uma política de incentivo à importação de bens de consumo, Getúlio Vargas prometia a seus eleitores a valorização da indústria nacional, porém sem o controle estatal sobre as importações. E) a fim de garantir a vitória eleitoral em 1950, Vargas realizou uma série de promessas de campanha a diferentes setores da sociedade. Do cumprimento dessas promessas dependia a governabilidade, o que acabava comprometendo toda a eficiência administrativa do novo governo varguista. 135 QUESTÃO 11 (Espcex Aman 2019) Entre 1945 e 1964, existiam no Brasil dois projetos de Nação que disputavam a preferência dos eleitores, o nacional estatismo, liderado por Getúlio Vargas, e o liberalismo conservador, liderado por Carlos Lacerda. Avalie as informações abaixo listadas. I. O Estado devia intervir na economia. II. Abertura total às empresas e aos capitais estrangeiros. III. O Brasil deveria alinhar-se com os EUA incondicionalmente. IV. Criação das empresas estatais em áreas estratégicas. A alternativa que apresenta propostas do liberalismo conservador é A) I e II. B) I e III. C) II e III. D) II e IV. E) III e IV. QUESTÃO 12 (Fgv 2019) Houve movimentos militares em 1945, 1954, 1964, uma tentativa frustrada em 1961 e um outro movimento em 1955, que precipitou um contramovimento em defesa das autoridades constitucionais. Os anos de 1945 a 1964 assinalam o período da primeira experiência do Brasil com uma política competitiva, democrática e aberta. Stepan, A., Os militares na política. As mudanças de padrões na vida brasileira. Rio de Janeiro: Artenova, 1975, p. 66. Sobre os movimentos militares citados no texto é correto afirmar: A) Foram movimentos anticomunistas impulsionados pela polarização ideológica da Guerra Fria. B) Em 1945 e 1964, os presidentes da República foram destituídos, marcando o início de novos períodos políticos. C) A intervenção mais aguda ocorreu em 1961 com a implementação do regime presidencialista. D) Em seu conjunto, percebe-se a inexistência de correntes políticas de opiniões distintas no seiodas Forças Armadas brasileiras. E) Tais intervenções militares revelam a característica democrática e civil da história da República brasileira. QUESTÃO 13 (G1 - ifpe 2019) Os slogans, frases e trechos de músicas, frequentemente, são utilizados para facilitar a comunicação entre candidatos e eleitores. Ao longo da história republicana brasileira, diversos slogans, frases e trechos de músicas foram usados para promover campanhas eleitorais. Entre as alternativas abaixo, assinale aquela que associa slogan, frase e/ou trechos de músicas ao seu respectivo candidato a presidente. A) “Varre, varre vassourinha”, campanha presidencial de Juscelino Kubistchek, em 1955. B) “Cinquenta anos em cinco”, campanha presidencial de Getúlio Vargas, em 1950. C) “Vote no brigadeiro, ele é bonito e é solteiro”, campanha presidencial de Eduardo Gomes, em 1945. D) “Bota o retrato do velho outra vez”, campanha presidencial de Jânio Quadros, em 1960. E) “Plante que o João garante”, campanha presidencial de João Goulart, em 1964. 136 QUESTÃO 14 (Espm 2019) O sociólogo, jurista e escritor Hélio Jaguaribe morreu neste domingo, no Rio de Janeiro, aos 95 anos. Um dos expoentes do pensamento bra- sileiro, ao longo do século XX, foi um dos grandes intérpretes do nosso país. Estudou o Brasil para transformá-lo, o que era uma das propostas do ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros). (Folha de São Paulo, 11/09/2018) O ISEB, mencionado no texto, deve ser re- lacionado com o contexto apresentado na seguinte alternativa: A) governo de Juscelino Kubitschek e a teoria do nacional-desenvolvimentismo; B) governo Getúlio Vargas e corporativismo; C) governo João Goulart e parlamentarismo; D) governo Jânio Quadros e populismo; E) governo do general Eurico Dutra e libera- lismo. QUESTÃO 15 (Uece 2019) Eleito presidente da República em 3 de outubro de 1960, Jânio Quadros assumiu o cargo em 31 de janeiro de 1961. Contudo, seu governo foi inconcluso, não completou sequer 7 meses, uma vez que renunciou ao seu mandato em 25 de agosto de 1961. Alguns dos aspectos que marcaram o seu governo e são considerados responsáveis por sua curta duração foram: A) a aprovação da CLT, que garantia direitos aos trabalhadores; a concessão do direito ao voto para as mulheres e a criação da PETROBRÁS, estabelecendo o controle estatal na exploração de petróleo e produção de combustíveis fósseis, desagradando as empresas estrangeiras do setor. B) a Política Externa Independente – PEI –, desconsiderando a ideologia dos países com os quais o Brasil comercializaria; medidas econômicas austeras que restringiram o crédito e congelaram salários, e medidas moralizadoras, como as proibições do uso de biquinis em concursos de miss e da prática de rinhas de galo. C) a reforma do sistema nacional de previdência social, que retirou direitos dos trabalhadores; a mudança na política de proteção das terras indígenas e quilombolas e, na política externa, apoio aos EUA na sua política em relação à delicada situação entre Israel e Palestina. D) o plebiscito que derrotou o sistema parlamentarista implantado em 1961 pelo Congresso Nacional; a proposição das reformas de base que provocariam transformações na sociedade brasileira e a oposição ao seu governo de organizações de direita, como o Ipes e o Ibad. RESOLUÇÕES RESPOSTA DA QUESTÃO 01: [B] [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] A revolta que vem à consciência do personagem, na verdade, é o movimento social conhecido como Liga Camponesa. Formadas a partir de 1945, sob liderança, em especial, do advogado comunista Francisco Julião, as Ligas Camponesas brigavam pelo direito do acesso à terra, principalmente. Atuando ativamente entre 1945 e 1964, as Ligas alcançaram seu auge na desapropriação do Engenho Galileia, em Pernambuco, e foram suprimidas pelo governo militar. 137 [Resposta do ponto de vista da disciplina de Português] Como o romance Vidas Secas foi publicado em 1938, portanto anterior à eclosão desse movimento, é correta a opção [B]. RESPOSTA DA QUESTÃO 02: [D] [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] A construção de Brasília enquadra-se na política de Estado promovida pelo governo de JK a partir do chamado Plano de Metas, que pretendia modernizar o país a partir de uma economia desenvolvimentista e aliada ao capital estrangeiro. [Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia] Brasília foi criada como nova capital com o objetivo de estimular o desenvolvimento econômico regional do Centro-Oeste, favorecer o povoamento da região, estimular a atividade industrial (construção civil e equipamentos) e afastar a capital do litoral, que seria mais vulnerável do ponto de vista militar e às pressões populares. RESPOSTA DA QUESTÃO 03: [B] [Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia] Como mencionado corretamente na alternativa [B], o “Plano de Metas” do governo JK priorizou o investimento estatal em infraestrutura, com destaque para a indústria de base, transportes e energia, sendo responsável pela construção de usinas hidrelétricas como Furnas, Três Marias e Paulo Afonso. Estão incorretas as alternativas: [A], porque a disseminação do ensino técnico ocorreu no período militar; [C], porque a SUDAM foi criada no período militar durante o governo de Castelo Branco; [D], porque a industrialização promovida pelo governo JK teve caráter de substituição de importações com a entrada de transnacionais para a produção de bens de consumo duráveis, dentre os quais, a indústria de automotores; [E], porque as privatizações foram características do período neoliberal adotado no Brasil a partir da década de 1990. [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] O mineiro JK pertencia ao grupo liberal do PSD e defendia o nacional desenvolvimentismo através do “Plano de Metas”. Sua proposta era abrir a economia brasileira para o capital internacional, ou seja, a internacionalização do mercado interno. Assim, o país teria 50 anos de progresso em 5 anos de governo. O “Plano de Metas” apresentava 31 metas que se vinculavam a indústria, transporte, energia, alimentação e educação. Porém, alimentação e educação tiveram resultados modestos. A metassíntese de JK era a construção de Brasília objetivando a modernização, integração e desenvolvimento. A privatização ocorreu a partir de 1990 com o governo de Collor de Mello em um contexto neoliberal. O ensino técnico foi prioridade no governo militar para obter mão de obra para o “Milagre Brasileiro”. JK consolidou o setor de consumo duráveis. RESPOSTA DA QUESTÃO 04: [E] No período citado (década de 1950), em especial durante o Governo JK, as políticas econômicas nacionais, incentivadoras da industrialização brasileira, ajudaram a promover uma migração interna no país, principalmente do Nordeste para o Sudeste e do interior para as grandes cidades. Tal migração não foi completamente coordenada, o que acabou resultando em problemas sociais apesar do crescimento econômico alcançado. RESPOSTA DA QUESTÃO 05: [A] Dentre as motivações apresentadas por JK para a construção de Brasília podemos elencar o desenvolvimento da região Centro-Oeste, o aumento da integração entre as regiões brasileiras e o afastamento das decisões políticas de um centro urbano muito populoso. 138 RESPOSTA DA QUESTÃO 06: [C] A Bossa Nova, surgida no final de década de 1950, e o Cinema Novo, criado no início da década de 1960, foram manifestações culturais dos chamados Anos Dourados brasileiros. RESPOSTA DA QUESTÃO 07: [D] A afirmativa [III] está incorreta porque nem durante sua campanha presidencial, nem