Tratamento Fiscal de Sucatas

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Boletim ICMS nº 14 - Julho/2014 - 2ª Quinzena
Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das
alterações legais.
ICMS/PR
 
SUCATAS
Tratamento Fiscal
ROTEIRO
1. INTRODUÇÃO
2. DIFERIMENTO
3. MATERIAIS RENOVÁVEIS, RECICLÁVEIS OU RECONDICIONÁVEIS
 3.1. Diferimento
 3.2. Encerramento do diferimento
 3.3. Recolhimento do imposto
4. SUCATAS DE METAIS, BEM COMO DE LINGOTES E TARUGOS DE METAIS NÃO
FERROSOS
 4.1. Diferimento
 4.2. Encerramento do diferimento
 4.3. Recolhimento do imposto
5. DAS OPERAÇÕES INTERESTADUAIS COM DESPERDÍCIOS E RESÍDUOS DE METAIS
NÃO FERROSOS E COM ALUMÍNIO EM FORMAS BRUTAS
6. EMISSÃO DE NOTA FISCAL DE ENTRADA
7. EMISSÃO DE NOTA FISCAL DE SAÍDAS
1. INTRODUÇÃO
Esta matéria tem o intuito de apresentar o tratamento fiscal nas operações com sucatas, materiais renováveis, recicláveis
ou recondicionáveis, sucatas de metal, bem como lingotes e tarugos de metais não ferrosos, no que se refere ao
diferimento do ICMS, prazos de recolhimento do imposto e notas fiscais, conforme o RICMS/PR, aprovado pelo Decreto
nº 6.080/2012. 
2. DIFERIMENTO
O diferimento ocorre quando o legislador posterga o recolhimento do ICMS, ou seja, a obrigação do pagamento do ICMS
será postergada para uma fase seguinte. 
3. MATERIAIS RENOVÁVEIS, RECICLÁVEIS OU RECONDICIONÁVEIS
3.1. Diferimento
São abrangidos pelo diferimento os materiais renováveis, recicláveis ou recondicionáveis, conforme previsão no artigo
107, item 47, do RICMS/PR:
Art. 107. Sem prejuízo das disposições específicas previstas neste Regulamento, são abrangidas pelo
diferimento as seguintes mercadorias:
(...)
47. materiais renováveis, recicláveis ou recondicionáveis;
(...)
3.2. Encerramento do diferimento
Esse diferimento ocorre até o momento em que haja uma das seguintes operações, previstas no artigo 106 do
RICMS/PR:
a) saída para consumidor final;
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b) saída para estabelecimento de empresa enquadrada no Simples Nacional, exceto em relação ao item 79 e ao inciso III
do §1º do artigo 107 do RICMS/PR;
c) saída para outro Estado ou para o exterior;
d) saída para vendedor ambulante, não vinculado a estabelecimento fixo;
e) saída para estabelecimento de produtor agropecuário, exceto em relação aos itens 2, 13, 18, 25, 28, 35, 52, 68, 70 e
72 do artigo 107 do RICMS/PR;
f) saída promovida pelo estabelecimento industrializador, de produto resultante da industrialização de mercadorias cuja
entrada tenha ocorrido sob a égide do diferimento.
Também serão consideradas saídas para consumidor final, para efeitos de encerramento da fase de diferimento previsto
na alínea “a”, conforme previsão no artigo 106, § 1º, do RICMS/PR, as que destinem mercadorias para:
a) restaurantes, hotéis, pensões e estabelecimentos similares;
b) empresas prestadoras de serviços, clubes, associações e hospitais;
c)estabelecimentos que empreguem as mercadorias no fornecimento de refeições aos seus empregados;
d) empresas de construção civil, de obras hidráulicas e semelhantes;
e) produtores rurais, pessoas físicas ou jurídicas, não inscritos no CAD/PRO ou no CAD/ICMS.
Para fins no disposto da alínea “f”, será considerada industrialização qualquer operação que modifique a natureza, o
funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade da mercadoria, ou a aperfeiçoe para o consumo, conforme
previsão no artigo 106, § 3º, do RICMS/PR. 
3.3. Recolhimento do imposto
Ocorrendo o encerramento do diferimento, então deverá ser efetuado o recolhimento do imposto, sendo destacado o
ICMS na nota fiscal emitida para a operação. 
4. SUCATAS DE METAIS, BEM COMO DE LINGOTES E TARUGOS DE METAIS NÃO FERROSOS 
4.1. Diferimento
São abrangidas pelo diferimento as sucessivas saídas de sucatas de metais, bem como de lingotes e tarugos de metais
não ferrosos, conforme disposto no artigo 546 do RICMS/PR. 
4.2. Encerramento do diferimento
Esse diferimento ocorre até o momento em que haja uma das seguintes operações, previstas no artigo 546 do
RICMS/PR:
a) a saída do produto acabado de estabelecimento industrial, localizado no Estado do Paraná, que utilize as citadas
mercadorias em processo de transformação industrial, hipótese em que o imposto deverá ser debitado em conta gráfica;
b) a saída em operação interestadual, hipótese em que o imposto deverá ser recolhido na forma e no prazo
estabelecidos no artigo 75, inciso II, do RICMS/PR;
c) a saída para o exterior;
d) a saída para consumidor final ou para estabelecimento de empresa enquadrada no Simples Nacional, hipótese em que
o imposto deverá ser debitado em conta gráfica.
Este diferimento aplica-se aos metais não ferrosos classificados na subposição 7403.1 e nas posições 7401, 7402, 7501,
7601, 7801, 7901 e 8001 da NBM/SH, conforme dispõe o artigo 546, § 1º, do RICMS/PR.
Este diferimento não se aplica às saídas de partes e de peças usadas, de máquinas, aparelhos e veículos, recuperadas
ou não, conforme dispõe o artigo 546, § 3º, do RICMS/PR. 
4.3. Recolhimento do imposto
Será efetivado o recolhimento do imposto, por ocasião da ocorrência do fato gerador, nas operações com sucatas de
metal, bem como lingotes e tarugos de metais não ferrosos, conforme dispõe o artigo 75, inciso II, alínea “j”, do
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RICMS/PR:
Art. 75. O ICMS deverá ser pago nas seguintes formas e prazos (art. 36 da Lei n. 11.580/1996):
(...)
II - por ocasião da ocorrência do fato gerador, nas operações com os seguintes produtos, ressalvadas as
hipóteses de diferimento, de suspensão ou do regime especial de que trata a Seção III do Capítulo VIII do Título
I, e nas operações realizadas pela Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB/PGPM:
(...)
j) sucatas de metal, bem como lingotes e tarugos de metais não ferrosos;
(…)
5. DAS OPERAÇÕES INTERESTADUAIS COM DESPERDÍCIOS E RESÍDUOS DE METAIS NÃO FERROSOS E COM
ALUMÍNIO EM FORMAS BRUTAS
Havendo a remessa interestadual promovida por contribuinte paranaense, dos produtos indicados abaixo, para
estabelecimento industrializador localizado nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, será atribuída ao
destinatário a condição de sujeito passivo por substituição, para efeitos do recolhimento do ICMS relativo às operações
antecedentes, conforme previsão no artigo 547-A do RICMS/PR:
a) a) desperdícios e resíduos, inclusive sucata dos metais cobre, níquel, alumínio, chumbo, zinco e estanho;
b) quaisquer outras mercadorias classificadas nas subposições 7404.00, 7503.00, 7602.00, 7802.00, 7902.00 e 8002.00
da NCM;
c) alumínio em formas brutas, alumínio não ligado, ligas de alumínio, inclusive granalha de alumínio e quaisquer outras
mercadorias classificadas na posição 76.01 da NCM.
A base de cálculo deste imposto será o valor da operação de saída do estabelecimento do substituído, acrescido do valor
do transporte, conforme dispõe o artigo 547-A, § 1º, do RICMS/PR.
Somente se aplicará este disposto para estabelecimento destinatário que obtenha inscrição especial no Cadastro do
ICMS (CAD/ICMS) do Estado do Paraná, conforme dispõe o artigo 547-A, § 2º, do RICMS/PR.
O estabelecimento remetente destas operações deverá verificar com o destinatário industrializador o número da inscrição
especial, e informá-la no campo "Informações Complementares" da nota fiscal emitida para documentar a remessa da
sucata deste tópico, conforme dispõe o artigo 547-A, § 3º, do RICMS/PR.
Caso a disposição do parágrafo anterior não seja atendida, então o ICMS deverá ser recolhido conforme as formas e
prazos previstos no artigo 75 do RICMS/PR, por determinação do artigo 547-A, § 4º, do RICMS/PR.
O disposto neste tópico não se aplica nas operações de remessa para industrialização por conta e ordem do remetente
de alumínio em formas brutas, alumínio não ligado, ligas de alumínio, inclusive a granalha de alumínio e quaisquer outras
mercadorias classificadas na posição NCM 76.01, conforme dispõe o artigo 547-A, § 5º, do RICMS/PR. 
6. EMISSÃO DE NOTA FISCAL DE ENTRADA
Quando o estabelecimento adquirir, em operações internas, sucatas de metal, bem como lingotes e tarugos de metais
não ferrosos, de pessoas não inscritas no CAD/ICMS, deverá emitir nota fiscal, relativamente a cada aquisição, conforme
dispõe o artigo 547 do RICMS/PR.
Poderá o contribuinte emitir uma única nota fiscal referente todas as aquisições do dia, de mercadorias com peso inferior
a duzentos quilos, desde que o contribuinte mantenha controle individualizado das entradas, conforme dispõe o artigo
547, parágrafo único, do RICMS/PR.
7. EMISSÃO DE NOTA FISCAL DE SAÍDAS
Quando ocorrer a saída de sucata do estabelecimento remetente, este emitirá nota fiscal modelo 1 ou 1-A, ou Nota Fiscal
Eletrônica (NF-e). Como a sucata, em regra, não é o objeto comercial da empresa, então será utilizado o CFOP 5.949 ou
6.949 - Outra saída de mercadoria ou prestação de serviço não especificado.
ECONET EDITORA EMPRESARIAL LTDA
Autor: Mônica Miyuki dos Santos
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