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10 10 MARIA DE JESUS LOPES DE ABREU ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL JUNTO ÀS PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA PACAJUS 2024 MARIA DE JESUS LOPES DE ABREU ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL JUNTO ÀS PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA Trabalho de Conclusão de Curso - TCC apresentado à Universidade UNIASSEVI, como requisito para a obtenção do título especialista em docência Serviço Social. Orientador: Pacajus 2024 RESUMO A presente pesquisa, objetivou analisar, atuação do serviço social junto às pessoas com transtorno do espectro autista. A investigação propôs descortinar as atribuições e competência, desse profissional na garantia dos direitos desse público alvo. Isso visto que, a partir da perspectiva dos direitos, é necessário, abordar a importância de estudos na área de Serviço Social e da intervenção profissional do Assistente Social neste âmbito. Pois, o Autismo é considerado um Transtorno Global do Desenvolvimento segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID-10). E diante das novas configurações postas às políticas sociais, onde traz o papel do assistente social na consolidação dos direitos do autista, e a sua importância e inserção em tal âmbito, é que os Assistente social, são chamados para atuar, num espaço permeado por contradições, desafios e possibilidades. Desse modo, os resultados apontaram, que a atuação do profissional de serviço social se efetiva a partir de programas de intervenção, através da elaboração e implementação dos mesmos, contribuindo para a socialização e efetivação dos direitos do indivíduo bem como de sua família e seus recursos. Sendo assim, o trabalho do Serviço Social com o indivíduo não pode ser desvinculado da família do mesmo. Pois o profissional, deverá entender as mudanças societárias e buscar estratégias que visem um novo modelo societário, mais democrático, reconhecendo a liberdade como valor ético central, com ampliação e consolidação da cidadania, posicionamento em favor da equidade e justiça social O Serviço Social inserido em um espaço ocupacional que irá trabalhar com a pessoa autista, deverá ser numa visão, emancipatória e de garantia de direitos, o que requer desse profissional muito clareza e conhecimentos que possa levar a uma reflexão sobre a finalidade que pretende alcançar com sua ação, numa intervenção multidisciplinar na busca de garantia de direitos. Palavras-chave: Inclusão, Direitos Humanos, Educação. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 10 2. COMPREENDENDO O TEA – TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA ... 12 3. DIREITOS DA PESSOA COM TRANSTORNO DO ASPECTO AUTISTA ...... 17 4. O ASSISTENTE SOCIAL E OS DESAFIOS DA INCLUSÃO DE PESSOAS COM AUTISMO ............................................................................................ 26 5. CONSIDERAÇÕES FINAL ............................................................................ 30 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 32 INTRODUÇÃO O surgimento e desenvolvimento do Serviço Social como profissão vincula- se a emergência das demandas da sociedade capitalista e suas as estratégias e mecanismos de regulação social e reprodução da ideologia dominante. A institucionalização do Serviço como profissão na sociedade capitalista se explica no contexto contraditório de um conjunto de processos sociais, políticos e econômicos, que caracterizam as relações sociais na consolidação do capitalismo monopolista. É nesse campo contraditório de um conjunto de processos sociais, políticos e econômicos que é chamado para intervir. Pois é onde, se caracterizam as expressões da questão social objeto de intervenção desse profissional. E entre essas expressões da questão social têm-se as pessoas com transtorno do espectro autista, que requer atenção especial e atendimento especializado e que na maioria das vezes não tem seus direitos garantidos. A realidade das pessoas com deficiência não é fácil. Elas sofrem diariamente com o preconceito que impacta seu autoconceito, autoestima e a forma como são vistas socialmente. É o caso das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), prejudicando o desenvolvimento pleno de suas habilidades sócio comunicativas e de interação social, bem como seus comportamentos, o que os coloca à margem do que é tido como “normal”, implicando grande sofrimento e angústia ao longo da vida não só do indivíduo como da sua família. Dessa forma, as pessoas com Transtorno de Espectro Autista (TEA), tem suas vidas, limitadas a categorizações e estereótipos sociais. Tal realidade reduz o entendimento ou leva a uma visão distorcida do que é uma pessoa dentro do espectro autista, fazendo com que seja percebida, muitas vezes, como agressiva, isolada socialmente e até mesmo incapaz. Assim, a luta que as pessoas com autismo e seus familiares enfrentam é árdua para terem seus direitos a inclusão na sociedade. Isso decorre não só da falta do diagnóstico, mas também do preconceito existente na sociedade. A luta é contaste para que a pessoa autista tenha uma vida quase normal. Há, portanto, a necessidade de conhecermos mais sobre o assunto e, ao mesmo tempo, compreender como vem ocorrendo a inclusão deste grupo na sociedade. . COMPREENDENDO O TEA – TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA O termo Autismo, ainda é pouco conhecido. Porém, a indícios da origem da palavra na psiquiatria grega, quer dizer "autós" ou "de si mesmo". E foi empregado inicialmente, para denominar comportamentos humanos que se centralizam em si mesmo, ou seja, voltados para o próprio indivíduo. (ORRU, 2012, p.17). Data de 1940, os primeiros estudos e investigações cientificam sobre o autismo. A primeira publicação foi do Médico Dr. Leo Kanner com o nome de “distúrbio autístico do contato afetivo”. Nessa época o autismo era concebido como um quadro de psicose, originado pela falta de amor parental, é isso proporcionava um comportamento estranho na criança, diagnosticada como uma incapacidade de estabelecer relações com outras pessoas, fuga da realidade, isolamento e um comportamento obsessivo. Posteriormente outro médico Hans Asperger, realizou pesquisa investigou as características e os amplos espectros apresentados pelo autismo tendo como bases novas abordagens. A autora Silva (2012), cita que o TEA (transtorno do espectro autista), é “um transtorno global do desenvolvimento infantil, que se manifesta antes dos três anos de idade e se prolonga por toda a vida”. Outros autores, também afirmam que o TEA se caracteriza por “um conjunto de sintomas que afeta as áreas da socialização, comunicação e do comportamento”, e salienta que, dentre estas áreas, geralmente a mais comprometida é a interação social (SILVA, 2012). Mello (2007), também concorda e cita que atualmente o autismo é considerado um distúrbio do desenvolvimento que se caracteriza por alterações presentes desde idade muito precoce, tipicamente antes dos três anos de idade, com impacto múltiplo e variável em áreas nobres do desenvolvimento humano como as áreas de comunicação, interação social e aprendizado (MELLO, 2007). E B. Rimland apud Olivier (2008) cita que ainda não existe um marcador biológico que caracterize o autismo infantil, o diagnóstico é feito baseado no quadro clínico do paciente. Alguns estudos questionam se a hiperoxigenação logo após o nascimento, ou seja, crianças que ao nascerem sofrem com a troca rápida de incubadeira, possa ser uma forte influência nesta síndrome. Considera que posa ser uma lesão no sistema reticular daria origem ao autismo. Silva (2012) cita que conhecer um autista e participar das suas vidas é redescobrir o novo que há nos recomeços. Pois a descrição de uma criança com autismo: “é aquele ser puro, neutro, magnífico e singular no seu modo de ser, mesmo que dentro de si existam milhões de mundosa serem descobertos”. (SILVA, 2012). Já o autor Brito (2013), cita que o conceito de TEA ainda é novo e pouco compreendido. E que a expressão “autista” é utilizada para todas as variações do TEA. E esclarece que o TEA não manifesta de uma única forma, pois possui várias variações que “transitam pela tríade de deficiências nas áreas social, de comunicação e de comportamento, mas nem sempre todas essas dificuldades aparecem juntas no mesmo caso” (SILVA, 2012). DIREITOS DA PESSOA COM TRANSTORNO DO ASPECTO AUTISTA O autismo ainda é um caminho desconhecido por muitos. Para o dicionário da Língua Portuguesa o autismo é definido como: “Psicopatologia caracterizada pelo recolhimento e absorção do indivíduo em seu universo privilegiado de pensamentos, sentimentos e devaneios subjetivos, com o consequente alheamento do mundo exterior e a perda do contato com a realidade a seu redor” (AUTISMO, 2020,). Em outro sentido, Russo (2019) cita que “o Transtorno do Espectro do Autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta as pessoas de diferentes formas na área da socialização, comunicação e comportamento” (RUSSO, 2019). Mello (2007), cita que atualmente, o Autismo é considerado um distúrbio do desenvolvimento que se caracteriza por alterações presentes desde idade muito precoce, tipicamente antes dos três anos de idade, com impacto múltiplo e variável em áreas nobres do desenvolvimento humano como as áreas de comunicação, interação social e aprendizado (MELLO, 2007). Independente das definições o que é preciso é compreende é o essencial, a forma como a pessoa com TEA, aprende a ler o mundo a sua volta, para que todos consigam viver uma vida mais saudável e prazerosa em família. HAMZE (2022) afirma que nas buscam por definir o que é autismo, tem ocorrido a segregação a esse indivíduo, vez que entendem que não é possível a sua socialização. Quando na verdade, há igualdade de direitos a todos, independentemente de sua capacidade mental: 4.O ASSISTENTE SOCIAL E OS DESAFIOS DA INCLUSÃO DE PESSOAS COM ALTISMO Percebe-se, grande número de regulamentações, buscando a garantia dos direitos das pessoas com autismo. Mas, percebe-se também, falta de ações concretas, que de acesso efetivo aos direitos fundamentais, necessária para impedir os atos discriminatórios. Ser mãe de uma criança autista, é antes de tudo ser uma pessoa observadora, que possa perceber comportamentos atípico em seu filho, por ter mais interesse nos objetos do que em pessoas. A primeira referência é a busca ao pediatra. Que juntamente com um psicólogo poderá dar o diagnóstico. É neste exato momento, em que as famílias devem ter a seu dispor, profissionais, vez que não saberem lidar com comportamentos violentos das crianças, por serem incapazes de se comunicar e lidar com regras sociais. Diante dessa realidade, vivem como o medo, a insegurança e a ansiedade, que a depender de cada membro, pode sofrer uma fragilidade psíquica diante da situação nova e também do preconceito da sociedade. Fávero e Santos (2005), cita que os pais vivem um processo de luto pela perda do filho ideal, ao perceber as reais capacidades e potencialidades da sua criança com mobilizações da qualidade de vida física, psíquica e social dos seus membros. Realidade essa que fica evidente, que a família, necessita de profissionais com atuação no desenvolvimento e intervenções específicas. Nesse sentido, Mateus (2015), cita a abordagem da evolução histórica do conceito de autismo que perpassa pelas causas, diagnósticos, inclusão, exclusão quanto aos direitos das crianças autistas; dificuldades no contexto familiar, social, culturais e econômicas; de conhecimento de programas educacionais e tipo de tratamento. Morandi e Tonon (2015), acrescentam ainda, que as famílias de crianças com Transtorno do Espectro Autista em sua maioria, não tem conhecimento sobre as políticas públicas, os direitos pertencentes a este público alvo e a quem recorrer por esses direitos. A angustia aumenta, a desinformação persiste, mas a vontade em dar qualidade de vida ao filho é maior. É aqui que o profissional de serviço social é chamado a intervir junto a esse público alvo. Mediando essa relação ente o estado e a família em busca da viabilização das garantias dos direitos das pessoas com autismo e suas famílias. Como bem cita Aquino (2007) sobre a importância desse profissional: METODOLOGIA Para concretização da pesquisa, foi realizado pesquisa bibliográfica, acerca do conteúdo das leis, estatutos, decretos, normas resoluções e orientações que regulamentam o atendimento e direitos das pessoas com autismo e as atribuições e competências do profissional assistente social. Dessa forma este trabalho de conclusão de curso – TCC, está sistematizado da seguinte forma: o primeiro capitula será apresentado os dispositivos e leituras que levam a compreensão do transtorno do aspecto autista – TEA. No segundo capitulo foi abordado, sobre os direitos das pessoas com transtorno do aspecto autista e no terceiro capitulo, abordou-se, sobre as atribuições e desafios do profissional de serviço social para inclusão de pessoas com autismo. Por fim, estão elencadas as considerações finais e as referências bibliográficas utilizadas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta pesquisa, mostrou que atuar com profissionalmente na questão do autismo, requer inicialmente se ambientar a questão no seu modo geral, como sua definição, e todo o processo histórico que o envolve. Somente assim, será capaz de ter um conhecimento do autismo em um panorama geral, para uma intervenção com responsabilidade e eficiência. Assim como é de fundamental importância o conhecimento sobre os direitos efetivos dos autistas. E a socialização dessas informações bem como encaminhamentos quando necessário, já que a garantia do direito dessa população se da num contexto das políticas sociais. Para isso é precisa estar a par de todos esses direitos, e também sempre se atualizando quanto aos benefícios disponíveis na rede estatal. E o papel do assistente social na consolidação desses direitos e é apontada como de fundamental importância o seu trabalho junto aos os autistas e suas famílias, onde se busca a efetivação dos direitos a partir de programas de intervenção, através da elaboração e implementação dos mesmos, contribuindo para a socialização e efetivação dos direitos do indivíduo bem como de sua família e seus recursos. E ainda, os familiares das pessoas com autismo, tem pouco conhecimento sobre as políticas públicas, os direitos pertencentes a este público alvo. E na maioria das vezes não sabem a quem recorrer por esses direitos. A angustia aumenta, a desinformação persiste, mas a vontade em dar qualidade de vida ao filho é maior. Daí a necessidade do profissional de serviço social , unindo os conhecimentos e práticas de profissionais como outros profissionais, para que as pessoas autistas e suas famílias sejam contempladas pelo Estado com os direitos que a ela são dirigidos, É necessário haver estudos para que a intervenção profissional dos assistentes sociais (que já existe em diversas áreas) seja qualificada, assim como postula entre as dimensões do Serviço Social, ético política, teórico-metodológica e técnico-operativa, com um olhar crítico a respeito do diferente, sem estigmas ou pé- conceitos. É preciso ir além do que está posto, e buscar estratégias de enfrentamento às dificuldades e barreiras que o próprio transtorno, como também a sociedade impõe a este indivíduo. REFERÊNCIAS ANDRADE, J. M. Teoria e prática da educação especial. Manaus; UEA Edições, 2017. ARAÚJO, J. A. M. R.; VERAS, A. B.; VARELLA, A. A. B. Breves considerações sobre a atenção à pessoa com transtorno do espectro autista na rede pública de saúde. Rev. Psicol. Saúde, Campo Grande, v. 11, n. 1, jan./abr. 2019. ARAÚJO, L. A.; COSTA FILHO, W. M. O estatuto da pessoa com deficiência – EPCD (Lei 13.146, de 06.07.2015): algumas novidades. Revista dos Tribunais, v. BARBOSA, Milene Rossi Pereira. Suporte e qualidade de vida da família de criançascom o espectro autista. 2010. 75 f. Dissertação (Mestre em Ciências) – Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. Bernardo, C. M. C. (2010). Do estranhamento do corpo um estudo sobre identidade, corpo e deficiência na escola. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, CE, Brasil, 2015. BOTELHO, L. L. R.; CUNHA, C. C. A.; MACEDO, M. O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Gestão e Sociedade, Belo Horizonte, v. 5, n. 11. 2011. BRASIL. Lei n. 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3o do art. 98 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Brasília, DF, 28 dez. 2012. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2012/lei-12764-27dezembro-2012-774838-publicacaooriginal-138466-pl.html. Acesso em: 12 jun. 2022. image1.png image2.png