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Meu objetivo apresentar o CDC PARA VCS 
 
Antigamente não existia uma lei que protegesse as 
pessoas que comprassem um produto ou 
contratassem qualquer serviço. Se você comprasse 
um produto estragado, ficava por isso mesmo. Se o 
vendedor quisesse trocar, trocava, mas se não 
quisesse trocar, você ficava no prejuízo e não tinha a 
quem recorrer. 
 
Em março de 1991 entrou em vigor a Lei nº 8.078/90, 
que é mais conhecida como Código de Defesa do 
Consumidor. Esta lei veio com toda a força para 
proteger as pessoas que fazem compras ou 
contratam algum serviço. 
 
Previsão: 
 
Procom 
 
OBS: O PROCON é órgão do Poder Executivo 
municipal ou estadual destinado à proteção e defesa 
dos direitos e interesses dos consumidores. 
 
 Cumpre-lhe basicamente as funções de acompanhamento e 
fiscalização das relações de consumo ocorridas entre fornecedores 
e consumidores. 
 
Na oportunidade de intermediação dos conflitos, e dentro do 
processo administrativo, cumpre ao PROCON a busca de acordos 
entre consumidor e fornecedor. 
 
 iii. Destinatário final 
 
 
b) Fornecedor 
Já a definição de fornecedor no CDC está prevista no 
artigo 3º: 
 
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou 
jurídica, pública ou privada, nacional ou 
estrangeira, bem como os entes 
despersonalizados, que desenvolvem atividade de 
produção, montagem, criação, construção, 
transformação, importação, exportação, 
distribuição ou comercialização de produtos ou 
prestação de serviços. 
 
Percebam que não há exceções para quem poderá 
ser classificado ou não como fornecedor. Assim, 
aquele que exerça atividade com intuito de lucro 
poderá ser considerado fornecedor, independente de 
estar com sua situação regularizada ou não. 
A grande e a pequena indústria, a grande e a 
pequena loja, a grande fábrica de doces e a doceira 
que trabalha em casa, todos são considerados 
fornecedores pelo CDC, acaso trabalhem com o 
intuito de lucro. O CDC, inclusive (LAGES, 2014, pg. 
29): 
 
c) Produto 
O conceito de produto está expresso no CDC no 
parágrafo 1º, do artigo 3º: 
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, 
material ou imaterial. A definição de produto é 
bastante genérica, incluindo no conceito qualquer 
bem ainda que imaterial. 
 
Ocorre que, como vimos acima, para aplicação do 
CDC necessário que haja o intuito de lucro do 
fornecedor e, exatamente por isto, o produto deve 
revestir-se de onerosidade. 
 
É dizer: os bens recebidos a título gratuito não devem 
enquadrar-se, a princípio, na definição do CDC. 
 
Contudo, ao tratar especificamente dos produtos, o 
código não faz qualquer distinção quanto à 
remuneração. 
 
Assim, a melhor interpretação dos dispositivos é a 
que abrange no conceito de produto as amostras 
grátis, os brindes e demais artifícios utilizados pelos 
fornecedores com o intuito de fidelizar ou ampliar sua 
clientela, independente da contraprestação paga 
pelos consumidores 
 
 
Serviços 
 
Por fim, os serviços são definidos pelo CDC no 
parágrafo 2º, do artigo 3º: 
 
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no 
mercado de consumo, mediante remuneração, 
inclusive as de natureza bancária, financeira, de 
crédito e securitária, salvo as decorrentes das 
relações de caráter trabalhista. 
Percebam que aqui o dispositivo fala que apenas 
os serviços fornecidos mediante remuneração 
estariam abarcados na definição de serviço. 
 
 E os serviços gratuitos com o preço embutido em 
outro serviço ou produto, deve este ser considerado 
para efeitos de incidência do Código de Defesa do 
Consumidor. 
 
i.No estacionamento gratuito oferecido por lojas e centros comerciais; 
 
ii. Na instalação gratuita quando da aquisição de determinados produtos; 
 
iii. Nos serviços de manobrista, ainda que gratuitos; 
iv. Nos programas de milhagem oferecidos por cartões de crédito; 
 
Tais hipóteses enquadram-se em relação de 
consumo, ainda que o serviço seja fornecido 
gratuitamente. 
 
Recebimento de cartão de credito sem solicitar 
 
De acordo com a Súmula 532 do STJ: “Constitui prática comercial 
abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia e expressa 
solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e 
sujeito à aplicação de multa administrativa 
Assim, caso ocorra o envio de cartão de crédito sem solicitação e 
não haja a utilização pelo consumidor, é vedado ao fornecedor 
cobrar qualquer quantia, anuidade ou outro encargo. 
 
Pagamento em dinheiro e com cartão com juros 
 
Dar desconto para pagamento em dinheiro ou cheque 
e cobrar preço diferente para pagamento com cartão de 
crédito pelo mesmo produto ou serviço era uma é prática 
abusiva 
Porem, foi autorização para a cobrança diferenciada dos 
preços em razão da forma de pagamento é a 13.455/17, 
sendo assim, é permitido que o estabelecimento comercial 
adote preços diferenciados para as compras realizadas no 
dinheiro e no cartão. 
A resposta é, SIM! Pode sim haver diferença entre 
pagamento à vista em dinheiro e cartão (mesmo sendo 
débito)! Em 2017, foi sancionada uma lei nº 13.455/2017 
que permite esse tipo de prática, mas é importante 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/472664055/lei-13455-17
lembrar, vocês consumidores, que essa diferença de 
valores deve estar clara, visível para vocês. 
 Vamos imaginar a situação. 
Você compareceu a uma loja de roupa, não há 
nenhuma placa indicando diferença de valores entre 
as formas de pagamento, você escolhe a roupa que 
queria, pergunta o preço a vendedora e ela te diz que 
custa X reais. 
Ao chegar ao caixa para efetuar o pagamento, a moça te 
pergunta: “Pagamento no dinheiro ou cartão?” Você 
responde: Cartão. Daí ela te diz: Então o valor é X + 2. 
Isso não pode! Se há diferença de valores entre 
pagamento no cartão e dinheiro deve estar claro ao 
consumidor, seja por meio de placa informativa ou até 
mesmo nas etiquetas do produto. 
Repasse de pagamento referente a cobrança de taxa de 
emissão de boleto 
Da simples leitura dos artigos 39, V e 51, IV e XII ambos do 
Código de Defesa do Consumidor, demonstra a 
abusividade do repasse da tarifa bancária de despesas de 
envio de boleto de cobrança para o consumidor. 
 
MENTIR SOBRE A FALTA DO PRODUTO INDUZINDO O 
CONSUMIDOR A COMPRAR OUTRO 
Mentir sobre a disponibilidade de um produto ou serviço e 
induzir o consumidor a adquirir outro que não lhe é 
desejado desde o início da relação de consumo é 
qualificado como prática abusiva segundo o Art. 39º, inciso 
II, do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº8.078/90). 
Assim o fornecedor que mente sobre a falta de um produto 
age de má-fé, exercendo uma conduta ilegal. 
 
AUMENTO DOS PREÇOS SEM JUSTA CAUSA 
 
Constitui em prática abusiva o aumento do preço 
acima da média dos produtos e serviços, sem justa 
causa. Essa conduta é expressamente vedada no 
Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 39, 
inciso X. 
O aumento sem justa causa dos preços gera uma 
desvantagem para o consumidor, portanto, os 
infratores estarão sujeitos às sanções administrativas 
previstas no Código de Defesa do Consumidor. 
 
VENDA CASADA 
 
Venda de um produto somente se for associado a 
outros? Não Pode! 
 
Segundo o art. 39º, inciso I, do Código de Defesa do 
Consumidor, é qualificada como prática abusiva a 
famosa venda casada, ou seja, o fornecimento de um 
produto acompanhado de outro sem ter a opção de 
ser vendido sozinho. 
 
Além disso, também é proibido estabelecer uma 
quantidade mínima do produto ou serviço para efetuar 
o consumo, exceto se for justa causa, pois 
impossibilita a liberdade de escolha. 
 
 
1) Recusar ao consumidor a disponibilização de 
gravações de chamadas efetuadas para o SAC 
 
2) Dar o troco em balas e chicletes 
 
 
RESUMINDO! 
 
HIPOSSUFICIÊNCIA. Nos casos concretos, o 
consumidor pode apresentar uma fragilidade 
específica como a dificuldade de fazer prova, por 
exemplo. Essa fragilidade é chamada pelo CDC de 
hipossuficiênciae deve ser levada em consideração 
pelos intérpretes do direito. 
 
TRANSPARÊNCIA AS RELAÇÕES DE CONSUMO 
devem assegurar transparência entre as partes. 
 
INFORMAÇÃO As relações de consumo devem ser 
pautadas por informações verdadeiras e relevantes. 
Há, portanto, um direito de ser informado e um dever 
de informar. 
 
SEGURANÇA. O fornecedor tem o dever de 
assegurar a segurança dos produtos e serviços 
postos no mercado. Equilíbrio nas prestações. As 
relações de consumo devem zelar pelo equilíbrio nas 
prestações. O desequilíbrio, por sua vez, pode gerar 
anulação dos contratos assim realizados. 
 
REPARAÇÃO INTEGRAL O consumidor deve ser 
reparado integralmente pelos danos sofridos nas 
relações de mercado de consumo. 
SOLIDARIEDADE Havendo dano ao consumidor, 
todos na cadeia de fornecimento respondem 
solidariamente. 
INTERPRETAÇÃO MAIS FAVORÁVEL AO 
CONSUMIDOR Em virtude da vulnerabilidade, 
as cláusulas contratuais devem ser interpretadas de 
maneira mais favorável ao consumidor. 
BOA-FÉ OBJETIVA As partes que se relacionam em 
um contrato de consumo devem agir com lealdade e 
colaboração. 
FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO Os contratos nas 
relações de consumo têm uma função social muito 
importante. Em razão disso, a força executiva de suas 
cláusulas foi abrandada, permitindo-se revisões em 
caso de desequilíbrios. 
AMPLO ACESSO À JUSTIÇA O CDC apresenta 
como princípio o amplo e facilitado acesso do 
consumidor aos órgãos judiciais e administrativos. 
 
 
 
PUBLICIDADE ENGANOSA 
1º e 2º do artigo 37 do Código de Defesa do Consumidor 
qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter 
publicitário, que SEJA INTEIRA OU PARCIALMENTE FALSA, ou, 
por qualquer outro modo, capaz de induzir em erro o consumidor 
sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, 
propriedade, origem, preço ou quaisquer outros dados sobre 
produtos e serviços. 
 Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. 
 § 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou 
comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente 
falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, 
capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, 
características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, 
preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços. 
 § 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória 
de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo 
ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e 
experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que 
seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma 
prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. 
 § 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é 
enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado 
essencial do produto ou serviço. 
 
inversão do ônus probatório tratada no art. 6º., inciso 
VIII, do CDC. 
 A publicidade é considerada abusiva quando gera 
discriminação, provoca violência, explora o medo e a 
superstição do consumidor, aproveita da inocência da 
criança, desrespeita valores ambientais e induz há 
comportamentos prejudiciais à saúde e a segurança. 
Um dos pontos básicos de toda propaganda com a 
missão de divulgar produtos ou serviços é levar ao 
consumidor a ideia e proposta daquilo que é ofertado 
a ele. 
Ex: 1. Coca-cola - suco dell vale 
 
A Coca-cola foi punida com uma multa de R$ 
1.158.908,00 por publicidade enganosa. 
A empresa foi multada por usar termos incoerentes 
na descrição de determinada oferta: um suco de 
“laranja caseira”. 
De acordo com nota do ministério da justiça, houve 
ofensa ao código de defesa do consumidor quando o 
anunciante não esclareceu que o produto é um 
“néctar” e não “suco. 
2. Nutella 
Em 2012 a Nutella sofreu graves denúncias. Isso porque em seus 
anúncios a empresa afirmava que seu produto era um elemento 
saudável para o café da manhã das crianças, além de conter vários 
benefícios nutricionais. 
No entanto tais afirmações não condizem com as informações 
nutricionais presentes no rótulo da embalagem. 
O chocolate Nutella, na realidade, possui mais de 20 gramas de 
açúcar e 11 gramas de gordura por porção. Uma mãe, na 
Califórnia, processou a empresa dizendo se sentir enganada, ela 
vinha servindo o produto ao filho por algum tempo. 
A penalidade acabou custando à Nutella mais de US$ 3 milhões. 
Contudo, a empresa teve que mudar seus anúncios e 
agora deve listar, claramente, o teor de açúcar de 
seus produtos na frente da embalagem. O objetivo é 
que ela seja mais transparente com o consumidor. 
Esse também é um dos clássicos exemplos de 
propaganda enganosa 
 
3. Activia - danone 
A marca Activia também integra essa lista com 
exemplos de propaganda enganosa 
A Danone, grande empresa a qual fabrica o iogurte 
Activia, foi penalizada por fazer afirmações falsas 
sobre o produto. 
Suas campanhas, vistas como propaganda 
enganosa, usava palavras como “clinicamente” e ” 
cientificamente” para comprovar os benefícios do 
iogurte. 
Essa escolha de termos feita pela equipe de 
marketing gerou repercussão negativa visto o fato de 
não haver, de fato, comprovações científicas acerca 
dos benefícios do produto, 
A Danone foi penalizada e teve que pagar US$ 35 
milhões para alguns consumidores. Além disso, 
precisou reformular as afirmações feitas na 
publicidade. 
 
4. Red Bull 
Bom, não é ético prometer resultados que jamais se 
tornarão realidade, como dar “asas” e capacidade de 
voar aos consumidores. 
O popular energético Red Bull fez exatamente isso, 
publicidade que lhe custou nada menos o prejuízo de 
US$ 13 milhões em indenizações. 
É evidente que ninguém esperava, realmente, ganhar 
asas ao tomar a bebida, afinal, não dá para encarar a 
propaganda no sentido literal de suas palavras. No 
entanto, o slogan da marca sugeria fortemente que 
beber uma lata de Red Bull daria ao consumidor mais 
clareza mental e energia, além de potencializar sua 
concentração. 
Quando, porém, nenhuma evidência clínica foi 
constatada para embasar esse tipo de alegação, a 
empresa foi punida a pagar seus clientes no ano de 
2002. 
 
O que é uma propaganda subliminar? 
Uma mensagem subliminar é qualquer estímulo ou 
informação exposta a um receptor de forma 
imperceptível em nível consciente, na tentativa de 
influenciar opiniões e decisões de compra sem 
que a própria pessoa se dê conta. 
O primeiro experimento foi feito nos EUA em 1957, 
quando o pesquisador James Vicary inseriu as frases 
“coma pipoca” e “beba Coca-cola” em um frame de 
um filme no cinema. 
A velocidade de um único quadro é imperceptível 
para o nosso consciente registrar — no cinema são 
24 quadros em cada segundo de vídeo. Segundo a 
teoria de Vicary, isso não impediria que a mensagem 
fosse captada pelo subconsciente e armazenada na 
memória do público. 
Jequiti – aparece no desenho 
O exemplo brasileiro dessa lista já virou piada, mas é 
interessante notar aqui como o conceito foi subvertido 
em uma campanha que fez muito sucesso. 
A Jequiti, empresa do Grupo Silvio Santos, inventou 
uma ideia curiosa de “mensagem subliminar 
supraliminar”: ela pega o conceito de expor a 
mensagem rápido durante uma programação, mas 
não rápido o suficiente para que nosso consciente 
não perceba. 
 
Sleep english - Aprender Inglês Dormindo 
 
Japoneses na 1 guerra mundial – aprenderam a voar 
po subliminação 
 
Cláusulas Abusivas e Proibidas 
As cláusulas abusivas são aquelas que geram 
desvantagem ou prejuízo para o consumidor, em 
benefício do fornecedor. Essas cláusulas são nulas. 
O consumidor pode requerer ao juiz que cancele 
essas cláusulas do contrato 
 
Orientações: 
Não assine um contrato que tiver cláusulas abusivas, 
como, por exemplo, as que: (Art. 51) 
 
• diminuam a responsabilidade do fornecedor, no 
caso de dano ao consumidor; 
• proíbam o consumidor de devolver o produto ou 
receber o dinheiro de volta quando o produtoou o 
serviço não forem de boa qualidade; 
• estabeleçam obrigações para outras pessoas, 
além do fornecedor ou consumidor. O contrato é 
só entre o fornecedor e o consumidor; 
• coloquem o consumidor em desvantagem 
exagerada; 
• obriguem somente o consumidor a apresentar 
prova, no caso de um processo judicial; 
• proíbam o consumidor de recorrer diretamente à 
Justiça sem antes recorrer ao fornecedor; 
• autorizem o fornecedor a alterar o preço; 
 
• permitam ao fornecedor modificar o contrato sem 
a autorização do consumidor; 
• façam o consumidor perder as prestações já 
pagas, no caso de não obedecer ao contrato e 
quando já estiver prevista a retomada do produto;

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