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Paulo H M Sousa
Aula 02
Índice
..............................................................................................................................................................................................1) Práticas Comerciais 3
..............................................................................................................................................................................................2) Práticas Comerciais - Questões Comentadas - Multibancas 32
..............................................................................................................................................................................................3) Práticas Comerciais - Lista de Questões - Multibancas 54
..............................................................................................................................................................................................4) Proteção Contratual 59
..............................................................................................................................................................................................5) Proteção Contratual - Questões Comentadas - Miltibancas 80
..............................................................................................................................................................................................6) Proteção Contratual - Lista de Questões - Multibancas 96
..............................................................................................................................................................................................7) Proteção ao Superendividamento 100
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TÍTULO I – DIREITOS DO CONSUMIDOR 
Capítulo V – Práticas comerciais 
De maneira geral, o capítulo a respeito das práticas comerciais pretende detalhar os limites e as 
possibilidades que os fornecedores têm quando oferecem bens de consumo no mercado. Pode esconder 
os defeitos do produto ou tem de escancarar eles quando se vai vender? E exagerar na propaganda? E 
oferecer um produto apenas para pescar o consumidor? 
Seção I – Disposições gerais 
Uma das maiores preocupações do CDC, da doutrina e da jurisprudência é, certamente, definir o que é 
consumidor. Isso porque é essa definição que atrairá – ou não – a aplicação das regras protetivas do 
direito do consumidor. 
Há três definições anteriores de consumidor. A primeira delas, trazida pelo art. 2° do CDC, 
fixa que consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou 
serviço como destinatário final. 
A segunda, contida já no parágrafo único do art. 2º, equipara a consumidor a coletividade 
de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. 
Essas são as duas definições gerais de consumidor. 
Lembro ainda que se admite a aplicação das normas do CDC, por se enquadrar determinada pessoa no 
conceito de consumidor, mesmo quando ela não seja a destinatária final do produto ou serviço, apesar 
de ser consumidora intermediária. É a aplicação da teoria finalista mitigada, adotada pela doutrina 
em geral e pela jurisprudência do STJ. 
A terceira definição vem quando o CDC trata da responsabilidade civil por fato ou defeito do produto ou 
serviço. É a figura contida no art. 17, que cria a figura do consumidor por equiparação – ou bystander 
–, qual seja qualquer vítima do evento danoso, nos casos em que há fato ou defeito de 
produtos ou serviços. Esse conceito de consumidor, porém, só se aplica à parte do CDC que 
trata da responsabilidade por fato do produto ou serviço. 
O art. 29 traz uma quarta definição de consumidor. Tal como o art. 17, ela é restrita, e não 
ampla como as duas primeiras hipóteses do art. 2º, caput e parágrafo único. Para os fins 
do capítulo das práticas comerciais e da proteção contratual, equiparam-se aos 
consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas. 
Ou seja, se o art. 2º, caput, estabelece que o consumidor é quem compra; se o parágrafo único diz que 
é quem intervém no consumo; se o art. 17 prevê que é quem sofre dano; o art. 29 vai além, prevendo 
que também se considera consumidor quem se expõe às práticas comerciais e contratuais, mesmo 
que não consuma. 
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Na prática, virtualmente todos somos consumidores, portanto. Isso porque basta pensar em uma 
propaganda feita em um grande portal, como o Youtube. Imagine que na página de entrada do Youtube 
há uma propaganda enganosa de um concorrente do Estratégia Concursos. 
Toda e qualquer pessoa que acessar o site do Youtube verá a propaganda; ficará exposta a ela e, 
consequentemente, será considerada consumidora. Mas não só. Se eu dou um print da tela e envio a 
você, que não acessou o Youtube, você também será exposto à propaganda e, portanto, também é 
consumidor. 
Virtualmente, todo ser humano será considerado consumidor, quanto a essa propaganda 
enganosa. Claro, num juízo de razoabilidade, difícil pensar que uma pessoa numa vila do 
Turcomenistão tenha interesse num curso preparatório para concursos brasileiro – e pior, concorrente, 
mas, vai que... consumidor! 
Seção II – Oferta 
O primeiro passo de uma relação de consumo, do ponto de vista do consumidor, é a oferta ou proposta. 
O fornecedor se prepara e oferece seus produtos e serviços no mercado de consumo. Porém, 
tecnicamente falando, o que é uma oferta? 
Prevê o art. 30 que toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, 
veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e 
serviços oferecidos ou apresentados constitui oferta. A oferta obriga o fornecedor 
que a fizer veicular ou dela se utilizar, e integra o contrato que vier a ser 
celebrado. 
Em bom português, ajoelhou, tem que rezar. Se o fornecedor diz apenas que tem o produto, isso não é 
uma oferta, porque ela não é suficientemente precisa. Necessário que a informação seja suficiente para 
que um consumidor em potencial a aceite. O art. 30 do CDC traz, de maneira mais explícita, a previsão 
do art. 429 do Código Civil (“A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos 
essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos”). 
Contudo, uma vez veiculada proposta suficientemente precisa, ela se torna 
obrigatória. O CDC não faz, como o Código Civil – arts. 428 e 429, parágrafo único – 
menção a exceções, situações nas quais a oferta deixa de ser obrigatória ou pode ser 
revogada. Isso se explica pelo reconhecimento de que o consumidor é vulnerável. 
Assim, se o fornecedor incorrer em erro, não pode alegar esse erro para evitar o cumprimento da oferta. 
Por exemplo, limita o número de produtos a 10.000, quando na verdade pretendia limitar a 1.000. Vende 
a R$19,99, ao invés de R$199,90. 
A exceção fica por conta do erro grosseiro, de fácil identificação. Isso, claro, é casuístico, ou seja, depende 
de uma análise ponderada do caso concreto. Sempre haverá uma zona cinzenta entre o erro que obriga 
e o erro que desobriga, porque a noção de grosseiro não é tão evidente. 
Igualmente, mesmo que no contrato escrito, celebrado depois, não houver a informação que fora 
prestada previamente pelo fornecedor, ela integra o contrato. É o caso das informações prestadas por 
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um corretor sobre plano de saúde. Elas integram o contrato que vier a ser celebrado, posteriormente 
(REsp 531.281/SP). 
Além disso, o art. 31 exige que a oferta e apresentação de produtos(prazo de 10 dias) 
➢ Indicação de todos os consulentes que tiveram acesso a qualquer informação sobre ele nos 6 
meses anteriores à solicitação (prazo de 10 dias) 
➢ Cópia de texto com o sumário dos seus direitos, definidos em lei ou em normas infralegais 
pertinentes à sua relação com gestores, bem como a lista dos órgãos governamentais aos quais 
poderá ele recorrer, caso considere que esses direitos foram infringidos (prazo de 10 dias) 
➢ Confirmação de cancelamento do cadastro 
A Lei 12.414/2011 ainda limita a utilização das informações dos bancos de dados 
nos arts. 7º 13 e 7º-A, 14 e traz uma série de obrigações das fontes. 15 
Tradicionalmente, se pensa nos bancos de dados negativos dos consumidores, mas 
sabia que o CDC trata também dos bancos de dados negativos dos fornecedores? 
Estabelece o art. 44 que os órgãos públicos de defesa do consumidor devem 
manter cadastros atualizados de reclamações fundamentadas contra fornecedores 
de produtos e serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente. Essa divulgação deve indicar se a 
reclamação foi atendida ou não pelo fornecedor. 
 
13 I - realização de análise de risco de crédito do cadastrado; ou 
II - subsidiar a concessão ou extensão de crédito e a realização de venda a prazo ou outras transações comerciais e 
empresariais que impliquem risco financeiro ao consulente. 
Parágrafo único. Cabe ao gestor manter sistemas seguros, por telefone ou por meio eletrônico, de consulta para informar aos 
consulentes as informações de adimplemento do cadastrado. 
14 Art. 7º-A Não podem ser utilizadas informações: 
I - que não estiverem vinculadas à análise de risco de crédito e aquelas relacionadas à origem social e étnica, à saúde, à 
informação genética, ao sexo e às convicções políticas, religiosas e filosóficas; 
II - de pessoas que não tenham com o cadastrado relação de parentesco de primeiro grau ou de dependência econômica; e 
III - relacionadas ao exercício regular de direito pelo cadastrado, previsto no inciso II do caput do art. 5º desta Lei. 
§ 1º O gestor de banco de dados deve disponibilizar em seu sítio eletrônico, de forma clara, acessível e de fácil compreensão, 
a sua política de coleta e utilização de dados pessoais para fins de elaboração de análise de risco de crédito. 
§ 2º A transparência da política de coleta e utilização de dados pessoais de que trata o § 1º deste artigo deve ser objeto de 
verificação, na forma de regulamentação a ser expedida pelo Poder Executivo. 
15 III - verificar e confirmar, ou corrigir, em prazo não superior a 2 (dois) dias úteis, informação impugnada, sempre que 
solicitado por gestor de banco de dados ou diretamente pelo cadastrado; 
IV - atualizar e corrigir informações enviadas aos gestores, em prazo não superior a 10 (dez) dias; 
V - manter os registros adequados para verificar informações enviadas aos gestores de bancos de dados; e 
VI - fornecer informações sobre o cadastrado, em bases não discriminatórias, a todos os gestores de bancos de dados que as 
solicitarem, no mesmo formato e contendo as mesmas informações fornecidas a outros bancos de dados. 
Parágrafo único. É vedado às fontes estabelecer políticas ou realizar operações que impeçam, limitem ou dificultem a 
transmissão a banco de dados de informações de cadastrados. 
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É facultado o acesso às informações lá constantes para orientação e consulta por qualquer interessado, 
aplicando-se, no que couber, as mesmas regras enunciadas no dispositivo que trata dos bancos de dados 
dos consumidores. 
Alguns PROCONs estaduais já têm esse cadastro, mas o CNRF – Cadastro Nacional de Reclamações 
Fundamentadas, previsto para operar em 2011, ainda não foi finalizado. Ou seja, o SERASA dos 
fornecedores, passados mais de 30 anos do CDC, sequer existe. 
A letra da Lei 
Agora, trago a você os dispositivos de lei referentes à nossa aula. Lembro que, ao longo do texto, eu não 
trato de todos os dispositivos legais aqui citados, propositadamente. Isso porque meu objetivo não é 
tornar o material um comentário à lei, mas, sim, fazer você compreender os institutos jurídicos que são 
importantes à prova. 
Agora, ao contrário, o objetivo é trazer todos os dispositivos legais, para que você possa ao menos passar 
os olhos. Não se preocupe em compreender em detalhe cada um deles; eu objetivo apenas trazer o texto 
legal para que você não precise procurá-los fora do material. Trata-se da letra da lei com grifos nos 
principais pontos da norma, para ajudar na fixação dos conteúdos. 
Vamos lá! 
CAPÍTULO V 
DAS PRÁTICAS COMERCIAIS 
SEÇÃO I 
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as pessoas 
determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas. 
SEÇÃO II 
DA OFERTA 
Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou 
meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o 
fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado. 
Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, 
claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, 
quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como 
sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores. 
Parágrafo único. As informações de que trata este artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao 
consumidor, serão gravadas de forma indelével. 
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Súmula 595 do STJ: "As instituições de ensino superior respondem 
objetivamente pelos danos suportados pelo aluno/consumidor pela realização de 
curso não reconhecido pelo Ministério da Educação, sobre o qual não lhe tenha sido 
dada prévia e adequada informação". 
Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de 
reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto. 
Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por período 
razoável de tempo, na forma da lei. 
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome do fabricante 
e endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação comercial. 
Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços por telefone, quando a chamada for 
onerosa ao consumidor que a origina. (Incluído pela Lei nº 11.800, de 2008). 
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus 
prepostos ou representantes autônomos. 
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou 
publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: 
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade; 
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; 
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, 
monetariamente atualizada, e a perdas e danos. 
SEÇÃO III 
DA PUBLICIDADE 
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a 
identifique como tal. 
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, 
para informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação 
à mensagem. 
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. 
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário,inteira 
ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro 
o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, 
origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços. 
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§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à 
violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e 
experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o 
consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. 
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar 
sobre dado essencial do produto ou serviço. 
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária 
cabe a quem as patrocina. 
SEÇÃO IV 
DAS PRÁTICAS ABUSIVAS 
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: 
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou 
serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos; 
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas 
disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes; 
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer 
qualquer serviço; 
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, 
conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços; 
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva; 
VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do 
consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes; 
VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de 
seus direitos; 
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas 
expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação 
Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, 
Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro); 
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-
los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis 
especiais; (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994) 
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. 
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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu 
termo inicial a seu exclusivo critério. 
 XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido. 
XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços de um número maior 
de consumidores que o fixado pela autoridade administrativa como máximo. 
Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor, na 
hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de 
pagamento. 
Súmulas do STJ 
473: "O mutuário do SFH não pode ser compelido a contratar o seguro 
habitacional obrigatório com a instituição financeira mutuante ou com a seguradora 
por ela indicada". 
356: "É legítima a cobrança da tarifa básica pelo uso dos serviços de telefonia fixa". 
352: "Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia 
e expressa solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e 
sujeito à aplicação de multa administrativa". 
302: "É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a 
internação hospitalar do segurado". 
Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio 
discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as 
condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços. 
§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de dez dias, contado 
de seu recebimento pelo consumidor. 
§ 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e somente pode ser 
alterado mediante livre negociação das partes. 
§ 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos decorrentes da contratação de 
serviços de terceiros não previstos no orçamento prévio. 
Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao regime de controle ou de 
tabelamento de preços, os fornecedores deverão respeitar os limites oficiais sob pena de não o fazendo, 
responderem pela restituição da quantia recebida em excesso, monetariamente atualizada, podendo o 
consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. 
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SEÇÃO V 
DA COBRANÇA DE DÍVIDAS 
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será 
submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. 
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, 
por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, 
salvo hipótese de engano justificável. 
Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de débitos apresentados ao consumidor, deverão 
constar o nome, o endereço e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro 
Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do produto ou serviço correspondente. 
Súmula 412 do STJ: " A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto 
sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Código Civil”. 
SEÇÃO VI 
DOS BANCOS DE DADOS E CADASTROS DE CONSUMIDORES 
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações existentes 
em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como 
sobre as suas respectivas fontes. 
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em 
linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a período 
superior a cinco anos. 
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser comunicada 
por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele. 
§ 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir 
sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração 
aos eventuais destinatários das informações incorretas. 
§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao crédito 
e congêneres são considerados entidades de caráter público. 
§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos 
respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou dificultar 
novo acesso ao crédito junto aos fornecedores. 
§ 6o Todas as informações de que trata o caput deste artigo devem ser disponibilizadas em 
formatos acessíveis, inclusive para a pessoa com deficiência, mediante solicitação do 
consumidor. 
Súmulas do STJ 
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359:" Cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a notificação 
do devedor antes de proceder à inscrição”. 
404: “É dispensável o aviso de recebimento (AR) na carta de comunicação ao 
consumidor sobre a negativação de seu nome em bancos de dados e cadastros”. 
550: "A utilização de escore de crédito, método estatístico de avaliação de risco que 
não constitui banco de dados, dispensa o consentimento do consumidor, que terá o 
direito de solicitar esclarecimentos sobre as informações pessoais valoradas e as fontes 
dos dados considerados no respectivo cálculo”. 
Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor manterão cadastros atualizados de 
reclamações fundamentadas contra fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-lo 
pública e anualmente. A divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou não pelo fornecedor. 
§ 1° É facultado o acesso às informações lá constantes para orientação e consulta por qualquer 
interessado. 
§ 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas regras enunciadas no artigo anterior e as do 
parágrafo único do art. 22 deste código. 
 
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Práticas comerciais (arts. 29 a 45) 
Bancas sortidas 
1. (CESGRANRIO - Banco do Brasil – Escriturário – 2021) AN é bancária e recebe, 
mensalmente, plano de metas para realizar com a sua clientela ou com novos clientes que venha 
a consolidar. Muitos dos seus clientes são idosos que percebem razoável remuneração de 
aposentadoria e pensões. Mirando nesse nicho, ela contata os indivíduos e, com sua competência 
verbal, consegue realizar inúmeros contratos e bater as metas exigidas. Alguns dos seus clientes, 
no entanto, após verificar que o saldo disponível em suas contas não permite o pagamento de 
suas despesas básicas, apresentam reclamação à Diretoria do banco. Segundo as regras do 
Código de Defesa do Consumidor, Lei nº 8.078/1990, constitui prática abusiva prevalecer-se da 
fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua 
(A) familiaridade 
(B) generosidade 
(C) liberdade 
(D) amizade 
(E) idade 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta, pois na fraqueza ou ignorância leva em consideração sua saúde, idade, 
conhecimento ou condição social, conforme dispõe o CDC: “Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos 
ou serviços, dentre outras práticas abusivas: IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do 
consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus 
produtos ou serviços”. Levando em consideração que se trata de pessoa idosa, sua vulnerabilidade 
estará ligada à sua idade, portanto. 
A alternativa B está incorreta, pois a generosidade da pessoa idosa em nada afeta sua posição de 
vulnerabilidade para fins comerciais. 
A alternativa C está incorreta, pois a liberdade também não se relaciona com a posição de 
vulnerabilidade da pessoa idosa, do ponto de vista comercial. 
A alternativa D está incorreta, pois a amizade também não tem relação com a vulnerabilidade. 
A alternativa E está correta, conforme disposição do art. 39, inc. IV, do CDC. 
2. (Instituto Ânima Sociesc - Prefeitura de Jaraguá do Sul - SC - 2020) Sobre os bancos de 
dados e cadastros de consumidores, previstos no artigo 43 e parágrafos do Código de Defesa do 
Consumidor, analise as afirmativas: 
I. Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de 
fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a período superior a três anos. 
II. O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua 
imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de quinze dias úteis, comunicar a alteração aos 
eventuais destinatários das informações incorretas. 
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III. Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao crédito e 
congêneres são considerados entidades de caráter público. 
IV. Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos 
respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou dificultar 
novo acesso ao crédito junto aos fornecedores. 
Está correto o que se afirma em: 
(A) Apenas II; III e IV. 
(B) Apenas I e IV. 
(C) Apenas III e IV. 
(D) Apenas II e III. 
(E) Apenas I; III e IV. 
Comentários: 
A afirmativa I está incorreta. O período máximo de veiculação do nome no consumidor no cadastro 
negativo é de 5 anos, como prevê o art. 43, §1º: "Os cadastros e dados de consumidores devem ser 
objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações 
negativas referentes a período superior a cinco anos". 
O consumidor deve ter acesso gratuito ao seu cadastro e dados, de maneira que estes devem ser 
objetivos, verídicos e possíveis de serem compreendidos facilmente, sendo proibidas quaisquer 
cobranças para consulta, bem como deve ser permanentemente atualizado. Ademais, as informações 
negativas a respeito do devedor devem constar em um prazo máximo de cincos anos. Além disso, essas 
informações devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para a pessoa com 
deficiência, mediante solicitação do consumidor, como exige a Lei 13.146/2015, o Estatuto da Pessoa 
com Deficiência. 
É o que prevê, de maneira sucinta, a Súmula 323 do STJ: “A inscrição do nome do devedor pode ser 
mantida nos serviços de proteção ao crédito até o prazo máximo de cinco anos, independentemente da 
prescrição da execução”. A Súmula, contudo, não fixa o início do prazo, se da inscrição ou da dívida. O 
entendimento do STJ (REsp 1.630.659/DF) é de que “em razão do respeito à exigibilidade do crédito e 
ao princípio da veracidade da informação, o termo inicial do limite temporal de cinco anos em que a 
dívida pode ser inscrita no banco de dados de inadimplência é contado do primeiro dia seguinte à data 
de vencimento da dívida”. 
A afirmativa II está incorreta. O prazo para correção de dados errados é de 5 dias úteis, conforme o art. 
43, §3º: "O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir a 
sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos 
eventuais destinatários das informações incorretas". 
O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata 
correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais 
destinatários das informações incorretas. 
O consumidor tem direito ao acesso à informação, garantido pelo CDC, sob essa conjuntura, se analisar 
seus dados e cadastros e encontrar equívoco nas informações contidas, lhe é assegurado exigir a sua 
imediata correção. Sendo comunicada sua alteração no prazo de cinco dias úteis, para aqueles que 
tiveram erro em seus dados e cadastros. Cabível, aqui, inclusive, o Habeas Data, medida constitucional 
extrema, se necessário, para assegurar que os dados sejam corrigidos. 
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A afirmativa III está correta. Apesar de serem pessoas jurídicas de direito privado, têm caráter público. 
É o que prevê o art. 43, §4º: "Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de 
proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público". 
Os bancos de dados e cadastros responsáveis por essas informações a respeito dos consumidores, os 
serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público. 
Veja que, o scorede crédito não se caracteriza como banco de dados, como disposto na Súmula 550 do 
STJ: "a utilização de escore de crédito, método estatístico de avaliação de risco que não constitui banco 
de dados, dispensa o consentimento do consumidor, que terá o direito de solicitar esclarecimentos 
sobre as informações pessoais valoradas e as fontes dos dados considerados no respectivo cálculo." 
A afirmativa IV está correta. Mesmo que o prazo máximo do cadastro seja de 5 anos, como determina 
o art. 43, §1º, o §5º limita a inserção ao prazo de prescrição da dívida, se este for menor: "Consumada a 
prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos 
Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo acesso 
ao crédito junto aos fornecedores". Assim, se a dívida prescreve em 2 anos, como é o caso da pensão 
alimentícia (art. 206, §2º, do Código Civil), a restrição tem de cair em 2 anos. 
O CDC estabelece que o cadastro e dados contidos a respeito do consumidor, contendo informações 
negativas, não podem superar o prazo de cinco anos, ou seja, o nome pode ficar "sujo" por até cinco 
anos, contado o prazo do dia seguinte ao vencimento da dívida. É o que se chama popularmente de "a 
dívida caduca em cinco anos". 
Assim, uma vez incluído no SERASA, meu nome só pode ficar sujo por no máximo cinco anos, contado o 
prazo do dia seguinte ao do vencimento da dívida (e não da inscrição em si). Superado o prazo, meu 
nome não pode mais constar do cadastro. Caso o controlador do banco de dados não retire o nome do 
consumidor após o prazo ou, efetivado pagamento, demorar demasiadamente para fazê-lo, cabe 
indenização por dano moral, entende o STJ (REsp 480.622/RJ). 
Sendo assim, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão. 
3. (Instituto Ânima Sociesc - Prefeitura de Jaraguá do Sul - SC - 2020) Estabelece o artigo 30 
do Código de Defesa do Consumidor que “Toda informação ou publicidade, __________, veiculada 
por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou 
apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato 
que vier a ser celebrado.” Assinale a alternativa que completa corretamente o espaço acima: 
(A) Objetiva e clara. 
(B) Necessária e objetiva. 
(C) Objetiva o suficiente. 
(D) Suficientemente clara e objetiva. 
(E) Suficientemente precisa. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. O art. 31 prevê os requisitos para a oferta de produtos e serviços: "A 
oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, 
ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, 
preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que 
apresentam à saúde e segurança dos consumidores". Assim, não há conexão com a publicidade, objeto 
da questão. 
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O dispositivo demonstra a necessidade de transparência e informação dos produtos e serviços 
disponíveis no mercado de consumo, de forma que os consumidores possam ter uma compreensão clara 
e objetiva inclusive acerca dos riscos que apresentem para que não tenha sua liberdade de escolha 
viciada, conhecendo todas as informações das características do objeto de consumo. 
A alternativa B está incorreta. De novo, o item se relaciona com a oferta, que é um dos elementos da 
publicidade. 
O art. 31 do CDC prevê a necessidade da oferta ser apresentada de maneira objetiva, correta, precisa, 
porém não se relaciona com o enunciado da questão. 
A alternativa C está incorreta. De novo, o item se relaciona com a oferta, que é um dos elementos da 
publicidade. 
A oferta de produtos ou serviços, bem como sua apresentação, deve sim ser manifestada de maneira 
suficientemente clara e objetiva, como trata o art. 31 do CDC, entretanto, o enunciado da questão 
descreve como deve ocorrer a publicidade e não a oferta. 
A alternativa D está incorreta. O art. 31 prevê os requisitos para a oferta de produtos e serviços: "A 
oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, 
ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, 
preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que 
apresentam à saúde e segurança dos consumidores". Assim, não há conexão com a publicidade, objeto 
da questão. 
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Trata-se da previsão do art. 30: "Toda informação 
ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com 
relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou 
dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado". 
A informação ou publicidade veiculada sobre um produto ou serviço, desde que precisa, se torna 
obrigatória. Veja que, se o fornecedor diz apenas que tem o produto, isso não é uma oferta, porque ela 
não é suficientemente precisa. Necessário que a informação seja suficiente para que um consumidor em 
potencial a aceite. O art. 30 do CDC traz, de maneira mais explícita, a previsão do art. 429 do Código Civil 
(“A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se 
o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos”). 
Diferente do Código Civil, o CDC não faz menção a exceções, situações nas quais a oferta deixa de ser 
obrigatória ou pode ser revogada. Isso se explica pelo reconhecimento de que o consumidor é 
vulnerável. 
Igualmente, mesmo que no contrato escrito, celebrado depois, não houver a informação que fora 
prestada previamente pelo fornecedor, ela integra o contrato. É o caso das informações prestadas por 
um corretor sobre plano de saúde. Elas integram o contrato que vier a ser celebrado, posteriormente 
(REsp 531.281/SP). 
4. (UFMT - Prefeitura de Rondonópolis - MT - 2019) Quanto à responsabilidade do 
fornecedor de produto ou serviço na relação jurídica de consumo, assinale a 
assertiva INCORRETA. 
(A) O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos 
ou representantes autônomos. 
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(B) A responsabilidade contratual do transportador, pelo acidente com o passageiro, não é elidida 
por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva. 
(C) A solidariedade existente entre os integrantes da cadeia de fornecimento de bens e serviços serve 
de fundamento legal da responsabilidade por danos causados nas relações empresárias no interior 
dessa cadeia. 
(D) É objetiva a responsabilidade do fornecedor pela reparação dos danos causados aos 
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes 
sobre sua fruição e riscos. 
Comentários 
A alternativa A está correta. Precisamente, a responsabilidade é solidária: "Art. 34. O fornecedor do 
produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes 
autônomos". 
O fornecedor utiliza dos serviços de terceiros para realizar suas atividades no mercado de consumo, por 
isso, muitas vezes o fornecedor tenta se esconder por trás das relações jurídicas privadas para não se 
responsabilizar, alegando que o dano foi causado por terceiro. O art. 34 prevê que isso não pode 
acontecer, visto que a responsabilidade é solidária. 
Assim, o legislador objetivou proteger o consumidor, considerado o elo mais fraco da relação de 
consumo, que poderá exigir a reparação do dano do produto ou serviço tanto do fornecedor, quanto de 
seus prepostos ou representantesautônomos. 
Além disso, o STJ entende que há responsabilidade solidária de todos os integrantes da cadeia de 
fornecimento por vício no produto adquirido pelo consumidor. Os integrantes da cadeia de consumo, 
em ação indenizatória consumerista, também são responsáveis pelos danos gerados ao consumidor, não 
cabendo a alegação de que o dano foi gerado por culpa exclusiva de um dos seus integrantes (REsp 
1.684.132/CE). 
A alternativa B está correta. Trata-se da aplicação da Súmula 187 do STF: "A responsabilidade 
contratual do transportador, pelo acidente com o passageiro, não é elidida por culpa de terceiro, contra 
o qual tem ação regressiva". 
De acordo com a decisão do STF: "presente o nexo de causalidade entre o ato administrativo e o dano 
causado ao terceiro, a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de 
serviço público é objetiva em relação a usuários e não usuários do serviço. (...) Nessa linha, a 
jurisprudência de ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal evoluiu no sentido de que a 
responsabilidade objetiva do art. 37, § 6º, da Lei Maior alcança atos comissivos e omissivos. (...)" (RE 
591.874/91/MS). 
A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. A regra geral de responsabilização está prevista 
no art. 7°, parágrafo único: "Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente pela 
reparação dos danos previstos nas normas de consumo". Isso ocorre quando há pluralidade de 
ofensores. No entanto, na cadeia de consumo (do fabricante até o consumidor, com os intermediários), 
há responsabilidade solidária, em regra, mas nem sempre, como se vê pelo art. 13: "O comerciante é 
igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando: I - o fabricante, o construtor, o produtor 
ou o importador não puderem ser identificados; II - o produto for fornecido sem identificação clara do 
seu fabricante, produtor, construtor ou importador; III - não conservar adequadamente os produtos 
perecíveis". O comerciante, assim, na cadeia de consumo, responde apenas nos casos do art. 13 e não 
solidariamente, sempre. 
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O comerciante é o fornecedor imediato na relação de consumo, ou seja, aquele que se relaciona 
diretamente com o consumidor. O comerciante pode ser o varejista, atacadista, distribuidores, ele não 
interfere no produto apenas o comercializa. Muitas vezes, sequer ele pode conhecer do problema do 
produto, já que ele vem acondicionado em embalagem inviolável. Por isso sua responsabilidade é, em 
geral, subsidiária. 
A alternativa D está correta. É esse o sentido do art. 14: "O fornecedor de serviços responde, 
independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores 
por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou 
inadequadas sobre sua fruição e riscos". 
O dispositivo trata da responsabilidade por fato ou defeito do serviço, sendo que essa responsabilidade 
é, em regra, objetiva (sem necessidade de comprovação de culpa). Assim, o fornecedor de serviços 
responde por não dar informações suficientes ou adequadas sobre a utilização do serviço, ou quanto 
aos riscos à saúde ou segurança do consumidor. Ainda, se o consumidor sofrer algum dano decorrente 
de defeitos da prestação de serviços, o fornecedor também responde por sua reparação. 
5. (Quadrix - Procon - GO - 2017) Segundo o CDC, é enganosa a publicidade 
(A) capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial à sua saúde. 
(B) que incite à violência. 
(C) que se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança. 
(D) que desrespeite valores ambientais. 
(E) capaz de induzir ao erro o consumidor a respeito das características, da qualidade e da 
quantidade de um produto. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. Estabelece o art. 37, §2°: "É abusiva, dentre outras a 
publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a 
superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores 
ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou 
perigosa à sua saúde ou segurança". Maldade do examinador. 
É enganosa, toda publicidade sobre um produto ou serviço que, de alguma forma, induz o consumidor 
ao erro no mercado de consumo. 
A alternativa B está incorreta. Estabelece o art. 37, §2°: "É abusiva, dentre outras a 
publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a 
superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores 
ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa 
à sua saúde ou segurança". Maldade do examinador. 
A propaganda que incite à violência, ou que utilize de alguma superstição dos possíveis interessados 
para convencê-lo a comprar o produto ou serviço é considerada abusiva. Propagandas que, de algum 
modo, incentivam o estupro, a violência contra raça, gênero, sexualidade, deficiência, entre outras, é 
igualmente considerada abusiva. A "Bud Light" trouxe em seu rótulo a seguinte mensagem, em 2015: 
"The perfect beer for removing "No" from your vocabulary for the night", que se traduz em "a cerveja 
perfeita para remover o "não" do seu vocabulário para a noite". A campanha recebeu diversas críticas 
por remeter ao estupro, de modo que se visualiza um exemplo de propaganda abusiva. 
A alternativa C está incorreta. Estabelece o art. 37, §2°: "É abusiva, dentre outras a 
publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a 
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superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores 
ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa 
à sua saúde ou segurança". Maldade do examinador. 
As propagandas que se aproveitam da inexperiência das crianças, ainda que não sejam mentiras, mas 
que seja prejudicial aos interesses consumeristas, são abusivas. 
A alternativa D está incorreta. Estabelece o art. 37, §2°: "É abusiva, dentre outras a 
publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a 
superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores 
ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa 
à sua saúde ou segurança". Maldade do examinador. 
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Estabelece o art. 37, §1°: "É enganosa qualquer 
modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por 
qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da 
natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros 
dados sobre produtos e serviços". 
É enganosa, toda publicidade sobre um produto ou serviço que, de alguma forma, induz o consumidor 
ao erro no mercado de consumo. Pois, apesar de ser lícito existir um certo exagero às propagandas, 
como dizer que se vende o carro mais desejado desde o Egito antigo (informação subjetiva e com ar 
jocoso), por outro lado, não é lícito dizer que se vende o carro mais econômico da categoria, se o 
fabricante não puder provar o fato (informação objetiva e com ar científico), isso constitui publicidade 
enganosa. 
6. (Quadrix - Procon - GO - 2017) Conforme o CDC, toda informação ou publicidade 
suficientemente precisa vincula o fornecedor. Assim, na hipótese de recusa no cumprimento da 
oferta ou publicidade, o consumidorpoderá 
(A) aceitar outro produto ou prestação de serviço, ainda que não equivalente. 
(B) rescindir o contrato, com direito à restituição da quantia paga, monetariamente atualizada, mas 
sem direito a perdas e danos. 
(C) rescindir o contrato, sem direito à restituição da quantia paga. 
(D) exigir o cumprimento forçado da obrigação, com direito a produto ou serviço com qualidade 
superior aos termos da oferta ou publicidade. 
(E) exigir o cumprimento forçado da obrigação nos termos da oferta ou publicidade. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. Caso o fornecedor se recuse no cumprimento da oferta ou publicidade, 
o consumidor pode escolher, alternativamente, o cumprimento da obrigação, aceitar outro produto ou 
rescindir o contrato. É o que o art. 35: "Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à 
oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: II - 
aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente". 
O fornecedor de produtos ou serviços não pode se recusar a cumprir a oferta apresentada, por isso, 
sendo o consumidor o elo mais fraco da cadeia de consumo e a parte mais vulnerável, se o fornecedor 
não quiser cumprir a oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor pode, alternativamente e à sua 
livre escolha; exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou 
publicidade; aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; rescindir o contrato, com 
direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e 
danos. 
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A alternativa B está incorreta. Caso o fornecedor se recuse no cumprimento da oferta ou publicidade, 
o consumidor pode escolher, alternativamente, o cumprimento da obrigação, aceitar outro produto ou 
rescindir o contrato. É o que o art. 35: "Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à 
oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: III - 
rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente 
atualizada, e a perdas e danos". 
O direito a perdas e danos está incluso no inciso III do art. 35, de modo que se encaixa em uma das 
opções de escolha do consumidor no caso de recusa do fornecedor em cumprir a oferta. 
A alternativa C está incorreta. Caso o fornecedor se recuse no cumprimento da oferta ou publicidade, 
o consumidor pode escolher, alternativamente, o cumprimento da obrigação, aceitar outro produto ou 
rescindir o contrato. É o que o art. 35: "Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à 
oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: III - 
rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente 
atualizada, e a perdas e danos". 
A quebra de contrato poderá ser feita, com direito à restituição de quantia paga, como dispõe o inciso 
III do art. 35, sendo assim, se encaixa em uma das opções de escolha do consumidor no caso de recusa 
do fornecedor em cumprir a oferta. 
A alternativa D está incorreta. Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento 
à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: I - 
exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade. 
O consumidor pode exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, quando o 
fornecedor se recusar a cumprir o que consta na oferta, apresentação ou publicidade, como estabelece 
o inciso I do art. 35 do CDC. 
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Caso o fornecedor se recuse no cumprimento da 
oferta ou publicidade, o consumidor pode escolher, alternativamente, o cumprimento da obrigação, 
aceitar outro produto ou rescindir o contrato. É o que o art. 35: "Se o fornecedor de produtos ou serviços 
recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e 
à sua livre escolha: I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação 
ou publicidade". 
Se o fornecedor não quiser cumprir a oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor pode, 
alternativamente e à sua livre escolha; exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, 
apresentação ou publicidade; aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; rescindir o 
contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e 
a perdas e danos. 
As três opções são alternativas ao consumidor, que pode escolher livremente quaisquer delas. O 
fornecedor não pode se negar a oferecer outro produto ou serviço equivalente, se o consumidor quiser 
ainda o produto ou serviço. Além disso, a escolha compete ao consumidor. Não pode o fornecedor, 
simplesmente, enviar outro produto equivalente ao consumidor, sem que esse concorde com essa 
solução. Não pode também se negar a restituir o preço pago ou tentar, de algum modo, fazer descontos 
indevidos, como no caso de frete. 
7. (Quadrix - Procon - GO - 2017) Conforme o CDC, é permitido ao fornecedor de produtos ou 
serviços, sem que sua conduta seja considerada como prática abusiva, 
(A) enviar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto. 
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(B) recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades 
de estoque e, ainda, em conformidade com os usos e costumes. 
(C) condicionar o fornecimento de um produto ao fornecimento de outro produto ou serviço. 
(D) proibir o ingresso, em estabelecimentos comerciais, de um número maior de consumidores que 
o fixado pela autoridade administrativa como máximo. 
(E) executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e a autorização expressa do 
consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. É prática abusiva, conforme o art. 39: "É vedado ao fornecedor de 
produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: III - enviar ou entregar ao consumidor, sem 
solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço". No mesmo sentido, o caso mais 
famoso, a Súmula 532 do STJ: "Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem 
prévia e expressa solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação 
de multa administrativa". 
Ocorre a prática abusiva, quando o fornecedor realiza a entrega de um produto ou fornece um serviço 
sem que o consumidor tenha solicitado. Essa prática era comum nos anos 1990 e 2000. O fornecedor 
enviava um produto acompanhado de um boleto e, com a falta do pagamento, ele mandava o nome do 
consumidor para o SERASA: não pode. 
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 39 é vedada tal prática: "É vedado ao fornecedor 
de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: II - recusar atendimento às demandas dos 
consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os 
usos e costumes". 
A finalidade do CDC é evitar que exista limitação do atendimento do fornecedor a determinado 
consumidor, de maneira discriminatória. Por outro lado, a norma também impede que o consumidor 
exija do fornecedor quantidades incompatíveis com os usos e costumes. Inclusive, o STJ entende que a 
limitação de estoque do fornecedor, justificada, não gera dano moral indenizável (REsp 595.734/RS). 
De acordo com a decisão: "A falta de indicação de restrição quantitativa relativa à oferta de determinado 
produto, pelo fornecedor, não autoriza o consumidorexigir quantidade incompatível com o consumo 
individual ou familiar, nem, tampouco, configura dano ao seu patrimônio extra-material." 
A alternativa C está incorreta. É a regra do art. 39: "É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, 
dentre outras práticas abusivas: I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao 
fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos". 
É abusiva a prática de condicionar o fornecimento de um produto ou serviço ao fornecimento de outro 
produto ou serviço, isso porque se o mercado de consumo é livre e eu tenho dinheiro, e o fornecedor 
tem o produto, ele não pode limitar minhas compras, para menos ou para mais. 
Nesse sentido, um caso chamou atenção, a Bauducco condicionava a aquisição de um relógio de pulso 
com a imagem do ogro Shrek e de outros personagens do desenho à apresentação de cinco embalagens 
dos produtos “Gulosos”, além do pagamento adicional de R$ 5,00: "A hipótese dos autos caracteriza 
publicidade duplamente abusiva. Primeiro, por se tratar de anúncio ou promoção de venda de alimentos 
direcionada, direta ou indiretamente, às crianças. Segundo, pela evidente "venda casada", ilícita em 
negócio jurídico entre adultos e, com maior razão, em contexto de marketing que utiliza ou manipula o 
universo lúdico infantil (art. 39, I, do CDC)" (REsp 1.558.086/SP). O STJ considerou que a campanha 
publicitária configurava venda casada com manipulação do universo lúdico infantil, afrontando o CDC. 
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A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Não se permite que um número maior de pessoas 
adentre nos estabelecimentos comerciais, conforme o art. 39: "É vedado ao fornecedor de produtos ou 
serviços, dentre outras práticas abusivas: XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou 
de serviços de um número maior de consumidores que o fixado pela autoridade administrativa como 
máximo". Assim, proibir o acesso não é prática abusiva. 
O objetivo do dispositivo é evitar a aglomeração de pessoas, podendo causar uma situação perigosa, que 
possa arriscar à saúde ou segurança dos consumidores, especialmente em locais como baladas, 
notoriamente conhecidas pelo excesso de pessoas confinadas em espaços diminutos. 
Além de prática abusiva, essa conduta também tipifica o crime previsto no art. 65 do CDC, de executar 
serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autoridade competente. 
A norma foi incluída pela Lei 13.425/2017, após o desastre da Boate Kiss, que matou 242 pessoas em 
Santa Maria/RS, em 2013. Infelizmente, agentes públicos, civis e militares, e privados responsáveis pelo 
desastre sofreram pouca ou nenhuma punição, mas, ao menos, o caso gerou repercussão legislativa para 
prevenir futuras ocorrências. 
A alternativa E está incorreta. De acordo com o art. 39, exige-se orçamento prévio, exceto se houver 
relações contratuais prévias entre as partes: "É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre 
outras práticas abusivas: VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização 
expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes". 
O fornecedor não pode executar serviços sem que antes haja uma elaboração do orçamento e que o 
consumidor manifeste o consentimento, de modo que o orçamento é obrigatório, com a exceção de casos 
extremos. Desse modo, o orçamento obriga as partes e somente pode ser alterado por uma nova 
negociação. 
Justamente para que o fornecedor de serviços não apareça com um preço estratosférico e impagável 
existe essa norma. Ou para que ele não venha com serviços extras imprevistos, de modo a escorchar o 
consumidor, aos poucos. O próprio STJ (REsp 332.869) tem julgado a respeito, estabelecendo de 
maneira inequívoca que não pode o fornecedor realizar cobrança de valores se esses valores não 
estavam discriminados em orçamento prévio e aprovado pelo consumidor. A própria regra excepciona 
a situação em que as partes já travam relações frequentes, situação na qual elas têm um histórico de 
transações. 
8. (COPEVE - Prefeitura de Porto Calvo - AL - 2019) O Código de Defesa do Consumidor 
estabelece normas voltadas à proteção e defesa do consumidor, entre elas as que vedam práticas 
tidas como abusivas. Considera-se uma prática abusiva, segundo o Código de Defesa do 
Consumidor: 
I. repassar ao consumidor, no preço do produto ou serviço, o custo de impostos ou taxa cobrados do 
comerciante; 
II. recusar substituição do produto por outro da mesma espécie, por livre escolha do consumidor; 
III. recusar atendimento às demandas dos consumidores, por indisponibilidade de estoque; 
IV. Enviar ao consumidor produto sem prévia solicitação. 
Dos itens, verifica-se que está(ão) correto(s) 
(A) IV, apenas. 
(B) I e IV, apenas. 
(C) II e III, apenas. 
(D) I, II e III, apenas. 
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(E) I, II, III e IV. 
 
Comentários 
A afirmativa I está incorreta. O art. 6º, inc. III, prevê a exigência de indicação dos tributos: "São direitos 
básicos do consumidor: a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com 
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, 
bem como sobre os riscos que apresentem". No entanto, não há qualquer menção a essa prática. 
Para que o consumidor tenha liberdade de escolha e não tenha seu direito viciado, ele deve receber 
todas as informações sobre o produto, de forma clara e adequada, sem a omissão dos aspectos negativos, 
devendo o fornecedor, informar especificadamente sobre a quantidade, características, tais como os 
riscos que possam apresentar o produto ou serviço, em vista de sua posição de vulnerabilidade perante 
o fornecedor. Se o consumidor não receber todas as informações necessárias poderá estar sendo 
comprometida a veracidade de sua escolha, que foi feita sem toda a ciência. Se trata de um direito básico 
do consumidor, e não de uma prática abusiva. 
A afirmativa II está incorreta. O art. 18, §1°, proíbe que o fornecedor não substitua o produto, mas não 
trata dessa situação como abusiva: "Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o 
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - a substituição do produto por outro da mesma 
espécie, em perfeitas condições de uso". 
Se o vício do produto não for sanado em 30 dias, o consumidor por exigir, alternativamente e à sua 
escolha; a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; a 
restituição imediata do valor pago, atualizado, sem prejuízo das perdas e danos; e o abatimento 
proporcional do preço. 
A afirmativa III está incorreta. De acordo com o art. 39 é vedada tal prática: "É vedado ao fornecedor 
de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: II - recusar atendimento às demandas dos 
consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com 
os usos e costumes". Veda-se, portanto, o atendimento dos consumidores, na exata medida de suas 
disponibilidades de estoque; se estiver o produto indisponível, válido não atender. 
A finalidade do CDC é evitar que exista limitação do atendimento do fornecedor a determinado 
consumidor, de maneira discriminatória. Por outro lado, a norma também impede que o consumidor 
exija do fornecedor quantidades incompatíveis com os usos e costumes. Inclusive, o STJ entende que a 
limitação de estoque do fornecedor, justificada, não gera dano moral indenizável (REsp 595.734/RS). 
De acordo com a decisão: "A falta de indicação de restrição quantitativa relativa à oferta de determinado 
produto, pelo fornecedor, não autoriza o consumidor exigir quantidadeincompatível com o consumo 
individual ou familiar, nem, tampouco, configura dano ao seu patrimônio extra-material." 
A afirmativa IV está correta. É a literalidade do art. 39: "É vedado ao fornecedor de produtos ou 
serviços, dentre outras práticas abusivas: III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, 
qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço". 
Ocorre a prática abusiva, quando o fornecedor realiza a entrega de um produto ou fornece um serviço 
sem que o consumidor tenha solicitado. Essa prática era comum nos anos 1990 e 2000. O fornecedor 
enviava um produto acompanhado de um boleto e, com a falta do pagamento, ele mandava o nome do 
consumidor para o SERASA: não pode. Caso que continua acontecendo é o envio de cartão de crédito 
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==3744a9==
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pelo banco, sem solicitação, com cobrança de anuidade. O STJ, na Súmula 532, entende que constitui 
prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia e expressa solicitação do consumidor, 
configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação de multa administrativa. 
Sendo assim, a afirmativa A está correta e é o gabarito da questão. 
9. (FUNCERN - Prefeitura de Apodi - RN - 2019) Acerca da oferta de produtos e serviços e sua 
publicidade, o Código de Defesa do Consumidor (Lei Federal nº. 8.078/1990) prescreve que 
(A) o ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a 
quem as patrocina. 
(B) o fornecedor do produto ou serviço é subsidiariamente responsável pelos atos de seus prepostos 
ou representantes autônomos. 
(C) os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição 
até seis meses após a fabricação ou a importação do produto. 
(D) O fornecedor, na publicidade de seus produtos, não tem o dever de manter, em seu poder, para 
informação de interessados, os dados fáticos que dão sustentação à mensagem. 
Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Quem tem mais facilidade para provar que a 
publicidade é (in)correta ou (in)verídica? Quem a produziu, claro, e não o consumidor. Esse é o sentido 
do art. 38: "O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe 
a quem as patrocina". 
O dispositivo determina que cabe a quem patrocina a publicidade o ônus da prova, ou seja, cabe ao 
fornecedor provar a veracidade da informação e que a mesma está correta. 
Segundo o STJ, as empresas de comunicação não respondem por publicidade e propostas abusivas ou 
enganosas, porque essa responsabilidade toca aos fornecedores-anunciantes, que a patrocinaram 
(REsp. 604.172/SP). 
Também já entendeu o STJ que é possível o redirecionamento da condenação de veicular 
contrapropaganda imposta a matriz à sua filial. Ainda que possuam CNPJ diversos e autonomia 
administrativa e operacional, as filiais são um desdobramento da matriz por integrar a pessoa jurídica 
como um todo. Eventual decisão contrária à matriz por atos prejudiciais a consumidores é extensível às 
filiais (REsp 1.655.796/MT). 
A alternativa B está incorreta. Ao contrário, a responsabilidade é solidária: "Art. 34. O fornecedor do 
produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes 
autônomos". 
O fornecedor utiliza dos serviços de terceiros para realizar suas atividades no mercado de consumo, por 
isso, muitas vezes o fornecedor tenta se esconder por trás das relações jurídicas privadas para não se 
responsabilizar, alegando que o dano foi causado por terceiro. O art. 34 prevê que isso não pode 
acontecer, visto que a responsabilidade é solidária. 
Assim, o legislador objetivou proteger o consumidor, considerado o elo mais fraco da relação de 
consumo, que poderá exigir a reparação do dano do produto ou serviço tanto do fornecedor, quanto de 
seus prepostos ou representantes autônomos. 
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Além disso, o STJ entende que há responsabilidade solidária de todos os integrantes da cadeia de 
fornecimento por vício no produto adquirido pelo consumidor. Os integrantes da cadeia de consumo, 
em ação indenizatória consumerista, também são responsáveis pelos danos gerados ao consumidor, não 
cabendo a alegação de que o dano foi gerado por culpa exclusiva de um dos seus integrantes (REsp 
1.684.132/CE). 
A alternativa C está incorreta. Mesmo que cessada a fabricação, deve haver ainda fornecimento de 
peças de reposição por prazo razoável. É a previsão do art. 32: "Os fabricantes e importadores deverão 
assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou 
importação do produto. Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser 
mantida por período razoável de tempo, na forma da lei". 
O dispositivo demonstra a necessidade de muitos produtos precisarem de componentes e peças de 
reposição para continuarem funcionando enquanto esse fornecimento estiver sendo importado ou 
fabricado para o consumidor. Podem ser peças que se quebram com certa frequência, como a tela dos 
celulares, ou peças que sofrem desgaste com o uso e exigem substituição, como nos automóveis. Visto 
isso, ao fabricantes e importadores ficam obrigados a fornecer as peças do celular ou do carro também. 
Não obstante, após cessada a produção ou importação, os fabricantes ou fornecedores devem manter a 
oferta por um período razoável, ainda que esse período não seja especificado no dispositivo. 
A alternativa D está incorreta. Trata-se do art. 36, parágrafo único: "O fornecedor, na publicidade de 
seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos legítimos interessados, os 
dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem". 
É necessário que o consumidor, identifique a propaganda a propaganda como tal assim que tiver acesso 
a ela, por ser vulnerável diante do mercado de consumo e muitas vezes não entender que determinada 
informação sobre um produto ou serviço é, na verdade, uma propaganda. O consumidor, 
hipossuficiente, muitas vezes tem dificuldade em distinguir o mero elogio despretensioso a um produto 
de uma publicidade mascarada. Por isso, o fornecedor deve manter os dados que caucionam a 
mensagem informada, para esclarecer os possíveis interessados no produto ou serviço. 
10. (FUNCERN - Prefeitura de Apodi - RN - 2019) O Código de Defesa do Consumidor (Lei 
Federal nº. 8.078/1990) trata, entre outras temáticas, das práticas abusivas ao consumidor. 
Sobre tais práticas, é correto afirmar que ao fornecedor de produtos ou serviços 
(A) é vedado exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva, salvo se apresentar 
fundamentação expressa. 
(B) é permitido aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente 
estabelecido. 
(C) é permitido, em todo caso, executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização 
expressa do consumidor. 
(D) é vedado elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. O fornecedor não pode exigir vantagem excessiva do consumidor, sob 
pena de desvirtuamento do mercado de consumo, como prevê o art. 39: "É vedado ao fornecedor de 
produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: V - exigir do consumidor vantagem 
manifestamente excessiva". Não há exceção, como mencionado na alternativa. 
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O consumidor é a parte mais vulnerável da cadeia de consumo, por isso, o CDC estabeleceu que é seu 
direito básico a proteção contra cláusulas que estabeleçam prestações desproporcionais, podendo estas 
seremmodificadas, além disso, lhe é assegurada a reparação de danos patrimoniais, segundo o art. 6º 
do CDC. Sob essa conjuntura, o fato de se exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva 
constitui prática abusiva, visto que o fornecedor pode gerar enriquecimento sem causa. 
A alternativa B está incorreta. Há, aí, evidente violação ao princípio da força obrigatória dos contratos, 
expressamente proibida pelo art. 39: "É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras 
práticas abusivas: XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente 
estabelecido". 
O fornecedor de produtos ou serviços não pode alterar, de maneira tendenciosa, aquilo que se foi 
pactuado. Por isso, adotar fórmula ou índice de reajuste que diverge do que se estabeleceu em contrato 
ou da lei, é uma prática considerada abusiva. 
A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 39, exige-se orçamento prévio, exceto se houver 
relações contratuais prévias entre as partes: "É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre 
outras práticas abusivas: VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização 
expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes". 
O fornecedor não pode executar serviços sem que antes haja uma elaboração do orçamento e que o 
consumidor manifeste o consentimento, de modo que o orçamento é obrigatório, com a exceção de casos 
extremos. Desse modo, o orçamento obriga as partes e somente pode ser alterado por uma nova 
negociação. 
Justamente para que o fornecedor de serviços não apareça com um preço elevadíssimo e impagável 
existe essa norma. Ou para que ele não venha com serviços extras imprevistos, de modo a escorchar o 
consumidor, aos poucos. 
O próprio STJ (REsp 332.869) tem julgado a respeito, estabelecendo de maneira inequívoca que não 
pode o fornecedor realizar cobrança de valores se esses valores não estavam discriminados em 
orçamento prévio e aprovado pelo consumidor. A própria regra excepciona a situação em que as partes 
já travam relações frequentes, situação na qual elas têm um histórico de transações. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Não pode o fornecedor elevar preços sem justa 
causa, determina o art. 39: "É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas 
abusivas: X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços". 
O abuso do poder econômico, bem como o aumento arbitrário dos lucros, é uma prática reprimida 
constitucionalmente, além disso, a elevação sem justa causa de produtos ou serviços caminha no mesmo 
sentido do inciso V, que proíbe a vantagem manifestamente excessiva sobre o consumidor. O CDC visa, 
de várias maneiras, evitar que o consumidor seja prejudicado, diante da sua vulnerabilidade no mercado 
de consumo. 
Veja que, o fornecedor pode cobrar valores diferentes pelo mesmo produto, por conta da forma de 
pagamento, visto que o art. 1º da Lei 13.455/2017 permite a diferenciação de preços de bens e serviços 
oferecidos ao público em função do prazo ou do instrumento de pagamento utilizado. Assim, pode o 
fornecedor cobrar, por exemplo, R$199 pelo produto, pagando-se no cartão de crédito, e R$179 com 
pagamento à vista, em dinheiro. 
Ainda assim, o art. 39, inc. X, do CDC ainda se aplica a vários casos. Exemplos são vendavais que atingem 
uma cidade e, no dia seguinte, o preço das folhas de telhas de fibrocimento onduladas (Eternit) 
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triplicam; álcool-gel que fica dez vezes mais caro no dia seguinte à decretação de quarentena pelo 
coronavírus pelo governo. Por isso, o fornecedor não pode simplesmente aumentar seus preços sem 
nenhum fundamento, visando apenas potencializar seus lucros, aproveitando-se de um momento 
vulnerável do consumidor. 
11. (VUNESP - Câmara de Nova Odessa - SP - 2018) De acordo com o posicionamento sumulado 
do Superior Tribunal de Justiça, assinale a assertiva correta. 
(A) É indispensável o aviso de recebimento (AR) na carta de comunicação do consumidor sobre a 
negativação de seu nome em bancos de dados e cadastros. 
(B) A utilização de escore de crédito, método estatístico de avaliação de risco que não constitui banco 
de dados, dispensa o consentimento do consumidor, que terá o direito de solicitar esclarecimentos 
sobre as informações pessoais valoradas e as fontes dos dados considerados no respectivo cálculo. 
(C) Cabe ao órgão mantenedor do cadastro de Proteção ao Crédito a notificação do devedor depois 
de proceder à inscrição. 
(D) As instituições de ensino superior respondem subjetivamente pelos danos suportados pelo 
aluno/ consumidor pela realização de curso não reconhecido pelo Ministério da Educação, sobre o qual 
não lhe tenha sido dada prévia e adequada informação. 
(E) O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de previdência 
complementar, bem como nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. A Súmula 404 do STJ pacificou o entendimento: "É dispensável o Aviso 
de Recebimento (AR) na carta de comunicação ao consumidor sobre a negativação de seu nome em 
bancos de dados e cadastros ". Necessário avisar, mas não com AR. 
Ao tratar do tema "Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores" o CDC (Código de Defesa do 
Consumidor) estabelece em seu art. 43, parágrafo 2º que:" a abertura de cadastro, ficha, registro e dados 
pessoais e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por 
ele ". 
Do que se vê, de acordo com a legislação consumerista, o que se impõe é a comunicação prévia e por 
escrito, ao consumidor, da negativação do seu nome, pelas entidades de proteção ao crédito. Em 
nenhum momento, a norma exige que essa se dê por meio de AR (Aviso de Recebimento). 
Esse é o entendimento adotado pelo Poder Judiciário brasileiro: REsp nº. 470.477: "Exige-se, apenas, 
que a notificação se dê por escrito, comprovando a administradora a emissão da notificação prévia para 
o endereço fornecido pela credora associada. Esta prova é válida e capaz de afastar o direito à 
condenação por danos morais". 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Prevê a Súmula 550 do STJ: "A utilização de 
escore DE CRÉDITO, método estatístico de avaliação de risco que não constitui banco de dados, dispensa 
o consentimento do consumidor, que terá o direito de solicitar esclarecimentos sobre as informações 
pessoais valoradas e as fontes dos dados considerados no respectivo cálculo". 
Se trata de uma prática comercial lícita, assim, o sistema de escore de crédito é um método criado a fim 
de se analisar o risco para a concessão de crédito. Essa prática é autorizada pela lei do cadastro positivo, 
de modo que essa avaliação ocorre a partir de modelos estatísticos, considerando as diversas variáveis, 
então, se dá uma nota do risco de crédito para determinado consumidor, que se atribui uma pontuação 
de acordo com a avaliação. Ainda que essa prática ocorra independentemente do consentimento do 
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consumidor, as fontes dos dados considerados (histórico de crédito) e as informações pessoas 
apreciadas, devem ser fornecidas a ele caso requisitadas. 
A alternativa C está incorreta. A notificação deve ser prévia, determina a Súmula 359 do STJ: “Cabe ao 
órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a notificação do devedor ANTES DE PROCEDER 
À INSCRIÇÃO”. 
O órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito deve notificar o devedor antes de proceder à 
inscrição, conforme a Súmula 359 do STJ. Mas, de toda forma, é dispensável o Aviso de Recebimento 
(AR) na carta de comunicação ao consumidor sobre a negativaçãode seu nome em bancos de dados e 
cadastros (Súmula 404 do STJ). Logo, segundo entendimento do STJ "a comunicação ao consumidor 
sobre a inscrição de seu nome nos registros de proteção ao crédito constitui obrigação do órgão 
responsável pela manutenção do cadastro e não do credor, que apenas informa a existência da dívida." 
A alternativa D está incorreta. Veja o que a Súmula 595 do STJ prevê: “As instituições de ensino 
superior respondem objetivamente pelos danos suportados pelo aluno pela realização de curso não 
reconhecido pelo ministério da educação, sobre o qual não lhe tenha sido dada prévia e adequada 
informação”. 
É responsável objetivamente a instituição de ensino superior que não providencia a regularização de 
curso superior a fim de que o mesmo seja reconhecido pelo Ministério da Educação, quando o aluno e 
consumidor não tinha informação específica e adequada sobre isso. Tendo em vista o dano moral 
causado por obter diploma em curso que não é reconhecido, e não poder exercer o ofício no qual tinha 
expectativa que realizaria atividade profissional, o aluno e consumidor tem direito à indenização por 
dano moral. 
A alternativa E está incorreta. A Súmula 563 do STJ assim dispõe: "O Código de Defesa do Consumidor é 
aplicável às entidades abertas de previdência complementar, não incidindo nos contratos 
previdenciários celebrados com entidades fechadas”. 
Existem duas espécies de entidade de previdência privada (entidade de previdência complementar): as 
entidades de previdência privada abertas e as fechadas. 
As entidades fechadas são operadoras de plano(s) de benefícios, constituídas na forma de sociedade 
civil ou a fundação, e sem fins lucrativos, mantidas por grandes empresas ou grupos de empresa, para 
oferecer planos de previdência privada aos seus funcionários ou associados. Essas entidades são 
conhecidas como “fundos de pensão”. Os planos não podem ser comercializados para quem não é 
funcionário daquela empresa. 
O Código de Defesa do Consumidor não é aplicável à relação jurídica entre participantes ou assistidos 
de plano de benefício e entidade de previdência complementar fechada, mesmo em situações que não 
sejam regulamentadas pela legislação especial. STJ. 2ª Seção. REsp 1.536.786-MG, Rel. Min. Luis Felipe 
Salomão, julgado em 26/8/2015. Entidades fechadas não se amoldam à definição de fornecedor (art. 3º 
do CDC). As entidades fechadas de previdência privada não comercializam os seus benefícios ao público 
em geral nem os distribuem no mercado de consumo, não podendo, por isso mesmo, ser enquadradas 
no conceito legal de fornecedor. 
Além disso, não há remuneração pela contraprestação dos serviços prestados e, consequentemente, a 
finalidade não é lucrativa, já que o patrimônio da entidade e respectivos rendimentos, auferidos pela 
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capitalização de investimentos, revertem-se integralmente na concessão e manutenção do pagamento 
de benefícios aos seus participantes e assistidos. 
12. (INAZ do Pará - CRF-SC - 2018) À luz do Código de Defesa do Consumidor, Lei n° 
8.078/1990, pode-se afirmar que está incorreta a alternativa: 
(A) A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a 
identifique como tal. 
(B) O fornecedor do produto ou serviço é subsidiariamente responsável pelos atos de seus prepostos 
ou representantes autônomos. 
(C) É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. 
(D) O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a 
quem as patrocina. 
(E) É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços elevar sem justa causa o preço de produtos ou 
serviços. 
Comentários 
A alternativa A está correta. Veja o que diz o art. 36: "A publicidade deve ser veiculada de tal forma que 
o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal". 
É necessário que o consumidor, identifique a propaganda a propaganda como tal assim que tiver acesso 
a ela, por ser vulnerável diante do mercado de consumo e muitas vezes não entender que determinada 
informação sobre um produto ou serviço é, na verdade, uma propaganda. O consumidor, 
hipossuficiente, muitas vezes tem dificuldade em distinguir o mero elogio despretensioso a um produto 
de uma publicidade mascarada. 
Ademais, o merchan das subcelebridades nas redes sociais segue a mesma lógica; não é o produto que 
eu vendo, mas sim o produto que eu recomendo; ou seja, é a “aparição de produtos no vídeo, no áudio 
ou nos outros artigos impressos, em sua situação normal de consumo, sem declaração ostensiva da 
marca”, como diz Antonio Herman Benjamin. Nesse sentido, o CONAR tenta coibir esse tipo de prática 
(o uso da hashtag #merchan mostra a tentativa de evitar desinformação). A finalidade do dispositivo é 
permitir que o consumidor saiba que a mensagem é destinada para ele. 
A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. Ao contrário, a responsabilidade é solidária: 
"Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus 
prepostos ou representantes autônomos". 
O fornecedor utiliza dos serviços de terceiros para realizar suas atividades no mercado de consumo, por 
isso, muitas vezes o fornecedor tenta se esconder por trás das relações jurídicas privadas para não se 
responsabilizar, alegando que o dano foi causado por terceiro. O art. 34 prevê que isso não pode 
acontecer, visto que a responsabilidade é solidária. 
Assim, o legislador objetivou proteger o consumidor, considerado o elo mais fraco da relação de 
consumo, que poderá exigir a reparação do dano do produto ou serviço tanto do fornecedor, quanto de 
seus prepostos ou representantes autônomos. 
Além disso, o STJ entende que há responsabilidade solidária de todos os integrantes da cadeia de 
fornecimento por vício no produto adquirido pelo consumidor. Os integrantes da cadeia de consumo, 
em ação indenizatória consumerista, também são responsáveis pelos danos gerados ao consumidor, não 
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cabendo a alegação de que o dano foi gerado por culpa exclusiva de um dos seus integrantes (REsp 
1.684.132/CE). 
A alternativa C está correta. É a literalidade do caput do art. 37: "É proibida toda publicidade enganosa 
ou abusiva". 
Diante de um mercado consumidor que visa vender seus produtos e serviços de forma intensa para o 
maior número de consumidores, a propaganda é um meio cada vez mais utilizado para difundir as 
informações, com técnicas persuasivas dos meios de comunicação. Por isso a propaganda é de extrema 
importância para o consumidor que torna seus produtos e serviços conhecidos, mas o CDC exige certos 
requisitos para proteger os direitos consumeristas. Desse modo, o CDC proíbe as propagandas 
enganosas ou abusivas, considerando que o consumidor é o elo mais fraco da cadeia de consumo, e não 
deve ser enganado ou instigado ao erro por uma propaganda enganosa ou abusiva, que de alguma forma 
prejudique seus interesses. 
A alternativa D está correta. Quem tem mais facilidade para provar que a publicidade é (in)correta ou 
(in)verídica? Quem a produziu, claro, e não o consumidor. Esse é o sentido do art. 38: "O ônus da prova 
da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina". 
O dispositivo determina que cabe a quem patrocina a publicidade o ônus da prova, ou seja, cabe ao 
fornecedor provar a veracidade da informação e que a mesma está correta. 
Segundo o STJ, as empresas de comunicação não respondem por publicidade e propostas abusivas ou 
enganosas, porque essa responsabilidade toca aos fornecedores-anunciantes, que a patrocinaram 
(REsp. 604.172/SP). 
Também já entendeu o STJ que é possível o redirecionamento da condenação de veicular 
contrapropagandaou serviços 
assegurem informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua 
portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, 
garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos 
que apresentam à saúde e segurança dos consumidores. Em resumo, sem omissões, 
letras miúdas ou qualquer tipo de malandragem na hora de oferecer o produto 
ou serviço. 
Corretas são as informações verdadeiras, não falseadas pelo fornecedor. Claras são as informações que 
não exigem grande esforço para serem compreendidas. Precisas são as informações que permitem 
compreender o produto ou serviço de maneira plena (na medida do possível), sem escassez ou que 
sejam prolixas. Ostensivas são as informações que ficam evidentes, de fácil percepção, como o preço do 
produto exposto em vitrine. 1 
Em língua portuguesa porque não se admite que o produto seja fornecido em língua estrangeira, 
impedindo a compreensão do consumidor. Isso, claro, não impede que o produto tenha rótulos em mais 
de uma língua (muito comum que esteja em português e espanhol, por exemplo). Também não impede 
que certos produtos sejam vendidos na língua originária, como uma loja de produtos importados, ou 
uma seção de uma loja com produtos exclusivamente importados. 
Se a oferta estiver contida em produtos refrigerados, devem ser gravadas de forma indelével, ou 
seja, que não pode ser apagada, conforme exige o parágrafo único do art. 31. Isso se explica para evitar 
adulteração de produtos refrigerados ou que certas informações se percam no processo de degelo, 
trazendo risco ao consumidor, especialmente porque esse tipo de produto costuma ser de perecimento 
mais rápido. 
As informações dos produtos e serviços podem ser classificadas em: 
 
1 A respeito do tema, atente para o art. 7º, caput e §§, da Lei 5.903/2006. Segundo esse dispositivo, na hipótese de utilização 
do código de barras para apreçamento, os fornecedores devem disponibilizar, na área de vendas, para consulta de preços 
pelo consumidor, equipamentos de leitura ótica em perfeito estado de funcionamento. Esses leitores óticos devem ser 
indicados por cartazes suspensos que informem a sua localização, bem como observada a distância máxima de quinze metros 
entre qualquer produto e a leitora ótica mais próxima. 
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Estabelece o STJ (REsp 586.316/MG) que, embora toda advertência seja informação, nem toda 
informação é advertência; quem informa nem sempre adverte. Por isso, mesmo nos casos citados 
anteriores (seção de importados do mercado), a informação advertência tem de vir expressa em língua 
portuguesa. Veja uma passagem desse julgado: 
No campo da saúde e da segurança do consumidor (e com maior razão quanto a 
alimentos e medicamentos), em que as normas de proteção devem ser interpretadas 
com maior rigor, por conta dos bens jurídicos em questão, seria um despropósito falar 
em dever de informar baseado no homo medius ou na generalidade dos consumidores, 
o que levaria a informação a não atingir quem mais dela precisa, pois os que padecem 
de enfermidades ou de necessidades especiais são frequentemente a minoria no amplo 
universo dos consumidores. O fornecedor tem o dever de informar que o produto ou 
serviço pode causar malefícios a um grupo de pessoas, embora não seja prejudicial à 
generalidade da população, pois o que o ordenamento pretende resguardar não é 
somente a vida de muitos, mas também a vida de poucos. 
É por isso, que a Lei 10.674/2003 obriga que os produtos alimentícios comercializados informem 
sobre a presença de glúten, como medida preventiva e de controle da doença celíaca. Essa 
advertência deve ser impressa nos rótulos e embalagens dos produtos em caracteres com destaque, 
nítidos e de fácil leitura. 
Para o STJ, o fornecedor de alimentos deve complementar a informação-conteúdo contém glúten 
com a informação-advertência de que o glúten é prejudicial à saúde dos consumidores com 
doença celíaca (REsp 1.515.895-MS). 
A Súmula 595 do STJ reconhece que informações importantes devem estar adequadamente informadas, 
e não apenas genericamente, como no caso de reconhecimento de Curso Superior. Veja o enunciado: “As 
instituições de ensino superior respondem objetivamente pelos danos suportados pelo 
• Características intrínsecas do produto e serviço
Informação-conteúdo
• Como se usa o produto ou serviço
Informação-utilização
• Custo, formas e condições de pagamento
Informação-preço
• Riscos do produto ou serviço
Informação-advertência
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aluno/consumidor pela realização de curso não reconhecido pelo Ministério da Educação, sobre o qual 
não lhe tenha sido dada prévia e adequada informação”. 
Sabidamente, outros produtos precisam de peças de reposição para continuarem funcionando. Ou 
porque são peças que se quebram com certa frequência, como a tela dos celulares, ou porque são peças 
que sofrem desgaste com o uso e exigem substituição, como nos automóveis. Uma vez que vendi um 
celular ou um carro, não seria adequado que eu também fornecesse as peças? 
Evidentemente. Por isso, o art. 32 regula essa situação: os fabricantes e importadores 
devem assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar 
a fabricação ou importação do produto. 
E depois que acabar a produção ou importação, não precisa mais? Mais ou menos, porque o 
parágrafo único prevê que cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida 
por período razoável de tempo, na forma da lei. 
Ocorre que a tal da lei nunca foi feita. O PL 338/2015 da Câmara dos Deputados até tentou, mas a 
regulação ainda não vingou. Por isso, o entendimento é de que se deve utilizar o tempo de vida útil 
médio do produto. 2 
Uma vez feita a oferta, o fornecedor do produto ou serviço é solidariamente 
responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos, 
determina o art. 34. O que isso significa? Que o fornecedor não pode se esconder 
por detrás de intrincadas relações jurídicas privadas para não se responsabilizar 
pela oferta, como ocorre nos contratos regulados pelo Direito Civil ou pelo Direito 
Empresarial. 
Assim, se compro uma televisão da Samsung no Carrefour, sendo que há um funcionário com uma 
camiseta da Samsung, oferecendo uma promoção da fábrica, pode o fabricante, depois, dizer que não se 
responsabiliza pela oferta, alegando que comprei no mercado? Ou o mercado alegar que não se 
responsabiliza porque a oferta era da Samsung? Não, já que há responsabilidade solidária nessa oferta. 
 
2 Por exemplo, o celular. Quanto tempo você costuma ficar com o mesmo celular? O tempo de vida útil média de um celular 
é de 3 anos, ainda que várias pessoas fiquem por mais tempo com ele. Não é razoável, ainda que alguns pessoas desejassem, 
que o fabricante de celulares produzisse peças de reposição por mais tempo. 
Isso se agrava pela cultura da descartabilidade, típica de nossa modernidade líquida. Cada vez mais as pessoas querem ficar 
menos com as coisas. Celulares, roupas, carros, casas e até relacionamentos, nossas sociedade preza por substituir as coisas, 
ter coisas novas, sempre. Daí não dá pra exigir que a Apple tenha peças de reposição para o primeiro iPhone. 
Entra em jogo aí outra discussão, a obsolescência programada. Produtos de tecnologia cutting-edge, softwares e outros tantos 
produtos são criados justamente para que o consumidor os descarte em prazos cada vez menores. Há, aqui, uma questão à 
la ovo ou galinha: compramos novos produtos porque os antigos estão obsoletos ou os antigos estão obsoletos porque 
compramos novos produtos? Ou seja, os fornecedores forçam a obsolescência ou somos nós mesmos que oimposta a matriz à sua filial. Ainda que possuam CNPJ diversos e autonomia 
administrativa e operacional, as filiais são um desdobramento da matriz por integrar a pessoa jurídica 
como um todo. Eventual decisão contrária à matriz por atos prejudiciais a consumidores é extensível às 
filiais (REsp 1.655.796/MT). 
A alternativa E está correta. Não pode o fornecedor elevar preços sem justa causa, determina o art. 39: 
"É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: X - elevar sem justa 
causa o preço de produtos ou serviços". 
O abuso do poder econômico, bem como o aumento arbitrário dos lucros, é uma prática reprimida 
constitucionalmente, além disso, a elevação sem justa causa de produtos ou serviços caminha no mesmo 
sentido do inciso V, que proíbe a vantagem manifestamente excessiva sobre o consumidor. O CDC visa, 
de várias maneiras, evitar que o consumidor seja prejudicado, diante da sua vulnerabilidade no mercado 
de consumo. 
Veja que, o fornecedor pode cobrar valores diferentes pelo mesmo produto, por conta da forma de 
pagamento, visto que o art. 1º da Lei 13.455/2017 permite a diferenciação de preços de bens e serviços 
oferecidos ao público em função do prazo ou do instrumento de pagamento utilizado. Assim, pode o 
fornecedor cobrar, por exemplo, R$199 pelo produto, pagando-se no cartão de crédito, e R$179 com 
pagamento à vista, em dinheiro. 
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Ainda assim, o art. 39, inc. X, do CDC ainda se aplica a vários casos. Exemplos são vendavais que atingem 
uma cidade e, no dia seguinte, o preço das folhas de telhas de fibrocimento onduladas (Eternit) 
triplicam; álcool-gel que fica dez vezes mais caro no dia seguinte à decretação de quarentena pelo 
coronavírus pelo governo. Por isso, o fornecedor não pode simplesmente aumentar seus preços sem 
nenhum fundamento, visando apenas potencializar seus lucros, aproveitando-se de um momento 
vulnerável do consumidor. 
13. (UFG - SANEAGO - GO - 2018) L. B. possui um carro da marca X que se encontra fora da 
garantia e vem apresentando vários problemas. Sendo assim, L.B se desloca a uma oficina 
mecânica e solicita um orçamento para consertar o seu veículo. O dono da oficina entregou 
orçamento prévio discriminando o valor da mão de obra, dos materiais e equipamentos a serem 
empregados, como também o pagamento e a duração e término do serviço. L. B. pegou o 
orçamento e decidiu pensar. Nos termos do Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8078/1990), 
o fornecedor, visto não ter pactuado prazo diferente com o consumidor, se obriga a manter o 
preço do orçamento por quantos dias, contados do recebimento deste orçamento pelo 
consumidor? 
(A) Cinco dias. 
(B) Dez dias. 
(C) Quinze dias. 
(D) Trinta dias. 
Comentários 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. O prazo de validade do orçamento previsto pelo 
art. 40, §1º, é de 10 dias: "Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de 
10 dias, contado de seu recebimento pelo consumidor. 
O CDC exige o prévio orçamento do fornecedor, a respeito do valor da mão-de-obra, dos materiais e 
equipamentos que serão utilizados, mas ainda assim dependerá do consentimento do consumidor para 
que o serviço seja iniciado. Assim, após o consumidor autorizar o orçamento ofertado, o fornecedor 
pode realizar o serviço, informando as datas de início e término, bem como as formas de pagamento. No 
caso de o serviço ser realizado sem autorização do consumidor, será utilizada a regra do art. 39, 
parágrafo único, que estabelece que se equiparam às amostras grátis o serviço que não foi solicitado. 
Ademais, se não estiver sido convencionado de maneira diversa, o valor orçado tem validade de 10 dias, 
contado o prazo de seu recebimento pelo consumidor. 
As alternativas A, C, D e E estão incorretas, consequentemente. 
14. (FUNDATEC - DPE-SC - 2018) Nos termos do Código de Defesa do Consumidor, é 
considerada enganosa a publicidade 
(A) que incite à violência. 
(B) que desrespeita valores ambientais. 
(C) discriminatória de qualquer natureza. 
(D) que se aproveite da deficiência de julgamento e experiência de crianças. 
(E) falsa. 
Comentários 
As alternativas A, B, C e D estão incorretas. Há aí uma pegadinha! Estabelece o art. 37, §1°: "É 
enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou 
parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o 
consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço 
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e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços". Abusivas são as práticas previstas no art. 37, §2°: 
"É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, 
explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, 
desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma 
prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança". Maldade do examinador. 
A propaganda que incite à violência, ou que utilize de alguma superstição dos possíveis interessados 
para convencê-lo a comprar o produto ou serviço é considerada abusiva. Propagandas que, de algum 
modo, incentivam o estupro, a violência contra raça, gênero, sexualidade, deficiência, entre outras, é 
igualmente considerada abusiva. A "Bud Light" trouxe em seu rótulo a seguinte mensagem, em 2015: 
"The perfect beer for removing "No" from your vocabulary for the night", que se traduz em "a cerveja 
perfeita para remover o "não" do seu vocabulário para a noite". A campanha recebeu diversas críticas 
por remeter ao estupro, de modo que se visualiza um exemplo de propaganda abusiva. 
Ainda se encaixam aquelas que se aproveitam da inexperiência das crianças ou desrespeitam o meio 
ambiente, em geral, que seja prejudicial aos interesses consumeristas. É abusiva a propaganda do 
Cogumelo do Sol, que prometia, depois da utilização durante seis meses, a cura de um câncer devido às 
suas propriedades terapêuticas e medicinais, que agiriam na parte imunológica do organismo, 
diminuindo as células cancerígenas (REsp 1.329.556). 
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Estabelece o art. 37, §1°: "É enganosa qualquer 
modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, 
por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da 
natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados 
sobre produtos e serviços". 
É enganosa, toda publicidade sobre um produto ou serviço que, de alguma forma, induz o consumidor 
ao erro no mercado de consumo. Pois, apesar de ser lícito existir um certo exagero às propagandas, 
como dizer que se vende o carro mais desejado desde o Egito antigo (informação subjetiva e com ar 
jocoso), por outro lado, não é lícito dizer que se vende o carro mais econômico da categoria, se o 
fabricante não puder provar o fato (informação objetiva e com ar científico), isso constitui publicidade 
enganosa. 
A publicidade pode ser enganosa por ação e por omissão; publicidade enganosa comissiva ou ativa e 
publicidade enganosa omissiva. Há propaganda enganosa quando montadora de veículos entrega à 
imprensa especializada informações erradas sobre veículo prestes a ser lançado no mercado, indicando 
que itens de luxo seriam disponibilizados de série, na versão básica, para estimular a compra antecipada 
(REsp 1.546.170 – Caso Hyundai i30). 
15. (BANPARÁ - BANPARÁ - 2017) Assinale a alternativa CORRETA: 
(A) É indispensável o aviso de recebimento (AR) na carta decomunicação ao consumidor sobre a 
negativação de seu nome em bancos de dados e cadastros. 
(B) O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de previdência 
complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas. 
(C) Acerca da contratação no comércio eletrônico, nos termos do Decreto nº 7.962/2013, o 
fornecedor deve informar, de forma clara e ostensiva, os meios adequados e eficazes para o exercício 
do direito de arrependimento pelo consumidor, sendo que o consumidor poderá exercer esse direito 
pela mesma ferramenta utilizada para a contratação, sem prejuízo de outros meios disponibilizados, 
contudo implica a rescisão dos contratos acessórios, com ônus para o consumidor. 
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(D) O consumidor poderá desistir do contrato, no prazo de cinco dias a contar de sua assinatura ou 
do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação ocorrer fora do estabelecimento 
comercial, especialmente por telefone ou a domicílio, e os valores eventualmente pagos, a qualquer 
título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. A Súmula 404 do STJ pacificou o entendimento: "É dispensável o Aviso 
de Recebimento (AR) na carta de comunicação ao consumidor sobre a negativação de seu nome em 
bancos de dados e cadastros ". Necessário avisar, mas não com AR. 
Ao tratar do tema "Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores" o CDC (Código de Defesa do 
Consumidor) estabelece em seu art. 43, parágrafo 2º que:" a abertura de cadastro, ficha, registro e dados 
pessoais e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por 
ele ". 
Do que se vê, de acordo com a legislação consumerista, o que se impõe é a comunicação prévia e por 
escrito, ao consumidor, da negativação do seu nome, pelas entidades de proteção ao crédito. Em 
nenhum momento, a norma exige que essa se dê por meio de AR (Aviso de Recebimento). 
Esse é o entendimento adotado pelo Poder Judiciário brasileiro: Resp nº. 470.477: "Exige-se, apenas, 
que a notificação se dê por escrito, comprovando a administradora a emissão da notificação prévia para 
o endereço fornecido pela credora associada. Esta prova é válida e capaz de afastar o direito à 
condenação por danos morais". 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A Súmula 563 do STJ assim dispõe: "O Código de 
Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de previdência complementar, não incidindo 
nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas”. 
Existem duas espécies de entidade de previdência privada (entidade de previdência complementar): as 
entidades de previdência privada abertas e as fechadas. 
As entidades fechadas são operadoras de plano(s) de benefícios, constituídas na forma de sociedade 
civil ou a fundação, e sem fins lucrativos, mantidas por grandes empresas ou grupos de empresa, para 
oferecer planos de previdência privada aos seus funcionários ou associados. Essas entidades são 
conhecidas como “fundos de pensão”. Os planos não podem ser comercializados para quem não é 
funcionário daquela empresa. 
O Código de Defesa do Consumidor não é aplicável à relação jurídica entre participantes ou assistidos 
de plano de benefício e entidade de previdência complementar fechada, mesmo em situações que não 
sejam regulamentadas pela legislação especial. STJ. 2ª Seção. REsp 1.536.786-MG, Rel. Min. Luis Felipe 
Salomão, julgado em 26/8/2015. Entidades fechadas não se amoldam à definição de fornecedor (art. 3º 
do CDC). As entidades fechadas de previdência privada não comercializam os seus benefícios ao público 
em geral nem os distribuem no mercado de consumo, não podendo, por isso mesmo, ser enquadradas 
no conceito legal de fornecedor. 
Além disso, não há remuneração pela contraprestação dos serviços prestados e, consequentemente, a 
finalidade não é lucrativa, já que o patrimônio da entidade e respectivos rendimentos, auferidos pela 
capitalização de investimentos, revertem-se integralmente na concessão e manutenção do pagamento 
de benefícios aos seus participantes e assistidos. 
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A alternativa C está incorreta. O art. 5º, §2º do Decreto 7.962/2013 traz a seguinte redação: "O 
exercício do direito de arrependimento implica a rescisão dos contratos acessórios, sem qualquer ônus 
para o consumidor". 
Seguindo uma das regras utilizadas pelo Código Civil "o acessório segue o principal" o direito de 
arrependimento incide na quebra dos contratos acessórios sem qualquer ônus para o consumidor, logo, 
aqueles contratos que derivam do principal também serão rescindidos. 
A alternativa D está incorreta. O prazo previsto no art. 49 é de 7 dias, nesses casos: "O consumidor 
pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do 
produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do 
estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio". 
É muito comum imaginar que um produto seja de um jeito ao vê-lo na internet e pessoalmente se 
decepcionar com algo que não esperava. O dispositivo estabelece que o prazo é de 7 dias para desistir 
do contrato quando a contratação do fornecimento do produto ou serviço ocorrer fora do 
estabelecimento. Sempre que o produto ou serviço forem contratados fora da loja, o direito de 
arrependimento pode ser utilizado. 
A parte final do art. 49 menciona “especialmente por telefone ou a domicílio”, pois eram as modalidades 
mais comuns outrora, hoje, claro, isso se aplica à internet, nas vendas por sites ou aplicativos, no celular 
ou no computador, e-mails, home banking etc. 
 
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LISTA DE QUESTÕES 
Práticas comerciais (arts. 29 a 45) 
Bancas sortidas 
1. (CESGRANRIO - Banco do Brasil – Escriturário – 2021) AN é bancária e recebe, mensalmente, plano 
de metas para realizar com a sua clientela ou com novos clientes que venha a consolidar. Muitos dos seus 
clientes são idosos que percebem razoável remuneração de aposentadoria e pensões. Mirando nesse 
nicho, ela contata os indivíduos e, com sua competência verbal, consegue realizar inúmeros contratos e 
bater as metas exigidas. Alguns dos seus clientes, no entanto, após verificar que o saldo disponível em 
suas contas não permite o pagamento de suas despesas básicas, apresentam reclamação à Diretoria do 
banco. Segundo as regras do Código de Defesa do Consumidor, Lei nº 8.078/1990, constitui prática abusiva 
prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua 
(A) familiaridade 
(B) generosidade 
(C) liberdade 
(D) amizade 
(E) idade 
2. (Instituto Ânima Sociesc - Prefeitura de Jaraguá do Sul - SC - 2020) Sobre os bancos de dados e 
cadastros de consumidores, previstos no artigo 43 e parágrafos do Código de Defesa do Consumidor, 
analise as afirmativas: 
I. Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil 
compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a período superior a três anos. 
II. O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata 
correção, devendo o arquivista, no prazo de quinze dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais 
destinatários das informações incorretas. 
III. Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao crédito e congêneres 
são considerados entidades de caráter público. 
IV. Consumada a prescrição relativaà cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos 
respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo 
acesso ao crédito junto aos fornecedores. 
Está correto o que se afirma em: 
(A) Apenas II; III e IV. 
(B) Apenas I e IV. 
(C) Apenas III e IV. 
(D) Apenas II e III. 
(E) Apenas I; III e IV. 
3. (Instituto Ânima Sociesc - Prefeitura de Jaraguá do Sul - SC - 2020) Estabelece o artigo 30 do Código 
de Defesa do Consumidor que “Toda informação ou publicidade, __________, veiculada por qualquer 
forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o 
fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.” Assinale a 
alternativa que completa corretamente o espaço acima: 
(A) Objetiva e clara. 
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(B) Necessária e objetiva. 
(C) Objetiva o suficiente. 
(D) Suficientemente clara e objetiva. 
(E) Suficientemente precisa. 
4. (UFMT - Prefeitura de Rondonópolis - MT - 2019) Quanto à responsabilidade do fornecedor de 
produto ou serviço na relação jurídica de consumo, assinale a assertiva INCORRETA. 
(A) O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou 
representantes autônomos. 
(B) A responsabilidade contratual do transportador, pelo acidente com o passageiro, não é elidida por 
culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva. 
(C) A solidariedade existente entre os integrantes da cadeia de fornecimento de bens e serviços serve de 
fundamento legal da responsabilidade por danos causados nas relações empresárias no interior dessa 
cadeia. 
(D) É objetiva a responsabilidade do fornecedor pela reparação dos danos causados aos consumidores 
por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes sobre sua fruição e 
riscos. 
5. (Quadrix - Procon - GO - 2017) Segundo o CDC, é enganosa a publicidade 
(A) capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial à sua saúde. 
(B) que incite à violência. 
(C) que se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança. 
(D) que desrespeite valores ambientais. 
(E) capaz de induzir ao erro o consumidor a respeito das características, da qualidade e da quantidade 
de um produto. 
6. (Quadrix - Procon - GO - 2017) Conforme o CDC, toda informação ou publicidade suficientemente 
precisa vincula o fornecedor. Assim, na hipótese de recusa no cumprimento da oferta ou publicidade, o 
consumidor poderá 
(A) aceitar outro produto ou prestação de serviço, ainda que não equivalente. 
(B) rescindir o contrato, com direito à restituição da quantia paga, monetariamente atualizada, mas sem 
direito a perdas e danos. 
(C) rescindir o contrato, sem direito à restituição da quantia paga. 
(D) exigir o cumprimento forçado da obrigação, com direito a produto ou serviço com qualidade superior 
aos termos da oferta ou publicidade. 
(E) exigir o cumprimento forçado da obrigação nos termos da oferta ou publicidade. 
7. (Quadrix - Procon - GO - 2017) Conforme o CDC, é permitido ao fornecedor de produtos ou serviços, 
sem que sua conduta seja considerada como prática abusiva, 
(A) enviar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto. 
(B) recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de 
estoque e, ainda, em conformidade com os usos e costumes. 
(C) condicionar o fornecimento de um produto ao fornecimento de outro produto ou serviço. 
(D) proibir o ingresso, em estabelecimentos comerciais, de um número maior de consumidores que o 
fixado pela autoridade administrativa como máximo. 
(E) executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e a autorização expressa do consumidor, 
ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes. 
8. (COPEVE - Prefeitura de Porto Calvo - AL - 2019) O Código de Defesa do Consumidor estabelece 
normas voltadas à proteção e defesa do consumidor, entre elas as que vedam práticas tidas como 
abusivas. Considera-se uma prática abusiva, segundo o Código de Defesa do Consumidor: 
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I. repassar ao consumidor, no preço do produto ou serviço, o custo de impostos ou taxa cobrados do 
comerciante; 
II. recusar substituição do produto por outro da mesma espécie, por livre escolha do consumidor; 
III. recusar atendimento às demandas dos consumidores, por indisponibilidade de estoque; 
IV. Enviar ao consumidor produto sem prévia solicitação. 
Dos itens, verifica-se que está(ão) correto(s) 
(A) IV, apenas. 
(B) I e IV, apenas. 
(C) II e III, apenas. 
(D) I, II e III, apenas. 
(E) I, II, III e IV. 
 
9. (FUNCERN - Prefeitura de Apodi - RN - 2019) Acerca da oferta de produtos e serviços e sua 
publicidade, o Código de Defesa do Consumidor (Lei Federal nº. 8.078/1990) prescreve que 
(A) o ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem 
as patrocina. 
(B) o fornecedor do produto ou serviço é subsidiariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou 
representantes autônomos. 
(C) os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição até 
seis meses após a fabricação ou a importação do produto. 
(D) O fornecedor, na publicidade de seus produtos, não tem o dever de manter, em seu poder, para 
informação de interessados, os dados fáticos que dão sustentação à mensagem. 
10. (FUNCERN - Prefeitura de Apodi - RN - 2019) O Código de Defesa do Consumidor (Lei Federal nº. 
8.078/1990) trata, entre outras temáticas, das práticas abusivas ao consumidor. Sobre tais práticas, é 
correto afirmar que ao fornecedor de produtos ou serviços 
(A) é vedado exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva, salvo se apresentar 
fundamentação expressa. 
(B) é permitido aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido. 
(C) é permitido, em todo caso, executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização 
expressa do consumidor. 
(D) é vedado elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. 
11. (VUNESP - Câmara de Nova Odessa - SP - 2018) De acordo com o posicionamento sumulado do 
Superior Tribunal de Justiça, assinale a assertiva correta. 
(A) É indispensável o aviso de recebimento (AR) na carta de comunicação do consumidor sobre a 
negativação de seu nome em bancos de dados e cadastros. 
(B) A utilização de escore de crédito, método estatístico de avaliação de risco que não constitui banco de 
dados, dispensa o consentimento do consumidor, que terá o direito de solicitar esclarecimentos sobre as 
informações pessoais valoradas e as fontes dos dados considerados no respectivo cálculo. 
(C) Cabe ao órgão mantenedor do cadastro de Proteção ao Crédito a notificação do devedor depois de 
proceder à inscrição. 
(D) As instituições de ensino superior respondem subjetivamente pelos danos suportados pelo aluno/ 
consumidor pela realização de curso não reconhecido pelo Ministério da Educação, sobre o qual não lhe 
tenha sido dada prévia e adequada informação. 
(E) O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de previdência complementar, 
bem como nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas. 
12. (INAZ do Pará - CRF-SC - 2018) À luz do Código de Defesa do Consumidor, Lei n° 8.078/1990, pode-
se afirmar que está incorreta a alternativa: 
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==3744a9==
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(A) A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique 
como tal. 
(B) O fornecedor do produto ou serviçoé subsidiariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou 
representantes autônomos. 
(C) É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. 
(D) O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem 
as patrocina. 
(E) É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços elevar sem justa causa o preço de produtos ou 
serviços. 
13. (UFG - SANEAGO - GO - 2018) L. B. possui um carro da marca X que se encontra fora da garantia e 
vem apresentando vários problemas. Sendo assim, L.B se desloca a uma oficina mecânica e solicita um 
orçamento para consertar o seu veículo. O dono da oficina entregou orçamento prévio discriminando o 
valor da mão de obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, como também o pagamento e 
a duração e término do serviço. L. B. pegou o orçamento e decidiu pensar. Nos termos do Código de Defesa 
do Consumidor (Lei n. 8078/1990), o fornecedor, visto não ter pactuado prazo diferente com o consumidor, 
se obriga a manter o preço do orçamento por quantos dias, contados do recebimento deste orçamento 
pelo consumidor? 
(A) Cinco dias. 
(B) Dez dias. 
(C) Quinze dias. 
(D) Trinta dias. 
14. (FUNDATEC - DPE-SC - 2018) Nos termos do Código de Defesa do Consumidor, é considerada 
enganosa a publicidade 
(A) que incite à violência. 
(B) que desrespeita valores ambientais. 
(C) discriminatória de qualquer natureza. 
(D) que se aproveite da deficiência de julgamento e experiência de crianças. 
(E) falsa. 
15. (BANPARÁ - BANPARÁ - 2017) Assinale a alternativa CORRETA: 
(A) É indispensável o aviso de recebimento (AR) na carta de comunicação ao consumidor sobre a 
negativação de seu nome em bancos de dados e cadastros. 
(B) O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de previdência complementar, 
não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas. 
(C) Acerca da contratação no comércio eletrônico, nos termos do Decreto nº 7.962/2013, o fornecedor 
deve informar, de forma clara e ostensiva, os meios adequados e eficazes para o exercício do direito de 
arrependimento pelo consumidor, sendo que o consumidor poderá exercer esse direito pela mesma 
ferramenta utilizada para a contratação, sem prejuízo de outros meios disponibilizados, contudo implica a 
rescisão dos contratos acessórios, com ônus para o consumidor. 
(D) O consumidor poderá desistir do contrato, no prazo de cinco dias a contar de sua assinatura ou do 
ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação ocorrer fora do estabelecimento 
comercial, especialmente por telefone ou a domicílio, e os valores eventualmente pagos, a qualquer título, 
durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato. 
GABARITO 
1. E 2. C 
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3. E 
4. C 
5. E 
6. E 
7. D 
8. A 
9. A 
10. D 
11. B 
12. B 
13. B 
14. E 
15. B 
 
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Capítulo VI – Proteção contratual 
Dois são os núcleos das relações de consumo, tradicionalmente: os contratos e a responsabilidade 
civil. Basicamente, a relação consumidor-fornecedor se dá por contato ou por contrato. 
A responsabilidade por contato se dá, em geral, quando o consumidor, apesar de não 
contratar, participa das relações consumeristas de outras formas. O CDC traz proteção ao 
consumidor por contato quando, por exemplo, protege o bystander (consumidor 
equiparado porque vítima de acidente de consumo) ou protege o consumidor quanto a 
práticas de publicidade. 
A responsabilidade por contrato, por sua vez, se vincula à perspectiva mais tradicional das 
relações consumeristas. Aqui, o consumidor compra um produto ou serviço e participa de uma relação 
jurídica mais próxima daquela existente na teoria contratual clássica. O CDC, para isso, revisa a teoria 
clássica, de modo a trazer previsões mais protetivas, que partem, claro, da vulnerabilidade intrínseca 
do consumidor. 
Seção I – Disposições gerais 
1 – Obrigatoriedade contratual 
Um dos pilares da teoria contratual é o princípio do pacta sunt servanda. Os contratos têm força 
obrigatória, ou seja, uma vez pactuado, o contratante é obrigado a cumprir o pacto. Classicamente, 
inclusive, esse princípio tinha força ainda maior, já que, exceto em casos muito específicos, o contrato 
deveria ser cumprido à risca, mesmo que significasse a ruína do contratante. 
Por conta da vulnerabilidade do consumidor, o instrumento contratual não pode ser escrito 
de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance. O próprio contrato não 
obrigará o consumidor se não for dada a ele a oportunidade de tomar conhecimento 
prévio de seu conteúdo, prefixa o art. 46. 1 
Imagine que o contrato tenha sido celebrado sem que um instrumento tenha sido impresso (contrato 
sem papel). Como você o provaria? Os meios de prova estão descritos nos arts. 212 e ss. do Código Civil. 
 
1 Não confunda contrato com instrumento contratual. Aqui que se chama de contrato, habitualmente, é, em verdade, apenas 
o instrumento contratual. Talvez uma analogia religiosa facilite a percepção. Muitas pessoas falam Senhor, que eu seja o 
instrumento da sua vontade. Veja, quando um fiel diz isso, ele não está se transformando na entidade divina em si, mas, sim, 
sendo um canal dessa entidade. O mesmo ocorre com o contrato (e a analogia é proposital, porque o elemento espiritual, 
metafísico, em verdade, sempre foi central na teoria contratual). O contrato em si é algo exterior às partes, é algo metafísico; 
já o pedaço de papel é mero instrumento da vontade dos contratantes. O contrato, portanto, pode existir sem instrumento, 
como no caso dos contratos verbais. Você me empresta uma caneta para que eu assine um documento; eis aí um contrato 
verbal de comodato. Sem formalidade, sem papel. A esmagadora maioria dos contratos, inclusive, é feita assim, de maneira 
simples e praticamente imperceptível (contrato de depósito quando você estaciona o carro no shopping, contrato de 
transporte quando você passa a catraca do ônibus, contrato de doação quando você dá um biscoito para um colega, contrato 
de mútuo quando você empresta R$10 para um amigo etc.). Em resumo podemos ter contrato (=negócio jurídico em si) sem 
instrumento (=papel que materializa o negócio), mas não o inverso, um instrumento sem contrato. 
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As cinco formas tradicionais de prova são a confissão, o documento, a testemunha, a presunção e a 
perícia. Daí vem o tradicional pedido dos advogados, no final das petições iniciais, 
de produção de provas documental, testemunhal e pericial. O CDC vai além. 
O art. 48 prescreve que as declarações de vontade constantes de escritos 
particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo 
vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica, nos termos 
do art. 84 e parágrafos. 2 O que isso significa? 
Tradicionalmente, todos esses elementos constituem parte da fase pré-contratual, ou 
seja, aqueles elementos que não constituem ainda um contrato. Se não constituem 
contrato, não vinculam. A teoria contratual tradicional afasta qualquer valor nas 
chamadas tratativas preliminares. 
Apenas mais recentemente passa a haver o reconhecimento de maior vinculatividade também na fase 
pré-contratual, quando do desenvolvimento mais intenso do princípio da boa-fé objetiva 3 nas 
relações interprivadas. A quebra da confiança e a justa criação de expectativas é a base dessa mudança. 
E foi justamente no Direito do Consumidor que o princípio da boa-fé objetiva floresceu rapidamente já 
no início da década de 1990. Apesar de não terhavido contrato, houve contato entre as partes, de modo 
 
2 Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica 
da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. 
§ 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela 
específica ou a obtenção do resultado prático correspondente. 
§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa. 
§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz 
conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu. 
§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se 
for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito. 
§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas 
necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade 
nociva, além de requisição de força policial. 
3 O princípio da boa-fé objetiva é, certamente, o mais importante da teoria contratual contemporânea. Ele foi sendo 
desenvolvido lentamente desde os anos 1970, mas a doutrina o desenvolveria de maneira mais profundada nos anos 1980, 
no Brasil. Seu impacto jurisprudencial se inicia no STJ já no início dos anos 1990, especialmente por obra do Min. Ruy Rosado 
de Aguiar Jr, um ferrenho defensor do princípio. Muitas decisões relevantes do STJ na primeira metade dos anos 1990 foram 
tomadas com base no princípio da boa-fé objetiva. Pauta-se ela pela lealdade, probidade e honestidade nas relações 
interprivadas, de modo que as partes tenham comportamento conforme certos padrões (standards) de conduta. Esse é o 
grande trunfo do princípio da boa-fé objetiva, moldar o comportamento dos contratantes de modo que eles ajam de acordo 
com standards comportamentais considerados adequados no tráfego jurídico, sendo irrelevantes suas intenções. Os 
elementos subjetivos, psicológicos, anímicos (=intenção) do contratantes cedem em face dos elementos objetivos, 
comportamentais, standards (=ação). Em bom português, para a boa-fé objetiva o que importa são as ações, não as intenções. 
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que uma delas – o consumidor – cria expectativas e confia na outra – o fornecedor –; confia que aquilo 
que foi orçado, aquilo que foi prometido, aquilo que foi dito será cumprido. 
Se tradicionalmente a execução específica das obrigações só era permitida durante a fase contratual, o 
CDC passa a permitir a execução específica das justas expectativas criadas durante a fase pré-contratual. 
Assim, protege-se o consumidor antes, durante e depois do contrato (fases pré-contratual, contratual e 
pós-contratual). 
2 – Interpretação contratual 
O mesmo princípio da boa-fé objetiva também ilumina outra importante mudança trazida pelo CDC 
relativamente à interpretação contratual. Talvez um dos maiores tormentos dos contratualistas seja 
precisamente determinar o alcance das cláusulas de um contrato. 
Uma das partes defende que pretendia dizer X e a outra parte, Y. Por exemplo, uma cláusula contratual 
que não tenha uma previsão muito clara a respeito de quando se começa a contar o prazo de garantia 
de uma máquina de embalagens. O fabricante diz que é da entrega da máquina ao empresário, ao passo 
que o empresário diz que é do início da produção de embalagens. A diferença é importante, porque da 
entrega para o início da produção se passaram alguns meses (pense naquelas máquinas industriais 
gigantescas). Quem tem a razão? 
A teoria contratual estabelece variadas formas de interpretação para um contrato. Pode a 
interpretação ser gramatical (entender na literalidade linguística), sistemática (entender aquela 
cláusula em conjunto com outra daquele mesmo contrato), restritiva (limitar o alcance daquela 
cláusula) etc. O objetivo é o mesmo: tentar fixar os significados do contrato. 
O art. 423 do Código Civil prevê que quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou 
contraditórias, deve-se adotar a interpretação mais favorável ao aderente. Há, aqui, uma tentativa de 
facilitar o trabalho do intérprete; se a cláusula for ambígua, o que é melhor ao aderente? Essa será a 
interpretação correta. 
O art. 47 do CDC vai ainda mais longe. Segundo a norma, as cláusulas contratuais 
serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. Ou seja, não 
importa a cláusula, não importa a razão, não importa o alcance, não importa a previsão; 
se houver uma cláusula contratual, ela deve sempre ser interpretada mais 
favoravelmente ao consumidor! 
O alcance da regra é bem mais amplo. O Código Civil restringe a interpretação mais 
favorável aos contratos de adesão (se o contrato não for de adesão, não vale a regra) e, nestes, aos casos 
de ambiguidade ou contraditoriedade (se não for ambíguo ou contraditório, não vale a regra). Já o CDC 
traz, como regra geral, a interpretação mais favorável ao consumidor. 
Isso, em termos práticos, é realmente impactante. Pegue o mesmo exemplo que eu dei acima, 
adaptando-o a uma relação de consumo. Uma das partes defende que pretendia dizer X e a outra parte, 
Y. 
Por exemplo, uma cláusula contratual que não tenha uma previsão muito clara a respeito de quando se 
começa a contar o prazo de garantia de uma máquina doméstica de embalagens. O fabricante diz que é 
da entrega da máquina ao consumidor, ao passo que o consumidor diz que é do início da produção de 
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embalagens. A diferença é importante, porque da entrega para o início da produção se passa algum 
tempo. Quem tem a razão? O consumidor e ponto. 
3 – Direito de arrependimento 
Quem nunca? Quem nunca comprou alguma coisa pela internet e, quando recebeu o produto, se 
arrependeu amargamente da compra? Pode ser aquela camisa xadrez com estilo lumberjack que um dia 
foi moda, mas que, no corpo, ficou parecendo o Agostinho Carrara; ou aquela calça que prometia ser do 
seu número, mas que não passa na perna nem se o programa fitness de verão funcionar 100%; ou objeto 
de decoração que parecia espetacular na mesa do catálogo e que ficou horrível na sua casa. 
A teoria contratual tradicional diria: pacta sunt servanda. Alguém obrigou você a comprar? Não. Então, 
paciência; comprou, é seu. 
O art. 49 estabelece que o consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a 
contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre 
que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do 
estabelecimento comercial. Sempre que o produto ou serviço forem contratados fora da 
loja, o direito de arrependimento pode ser utilizado. 
A parte final do art. 49 menciona “especialmente por telefone ou a domicílio”. A fixação é meramente 
exemplificativa, já que essas eram as modalidades mais comuns de venda fora do estabelecimento no 
final da década de 1980. Hoje, claro, isso se aplica à internet, nas vendas por sites ou aplicativos, no 
celular ou no computador, e-mails, home banking etc. 
Não importa qual é o produto ou serviço, a regra se aplica. 4 O prazo é chamado de prazo de reflexão, 
justamente porque, nesse período, o consumidor pode refletir a respeito do produto ou serviço 
adquirido. O objetivo é evitar as compras por impulso, que são bem comuns na nossa sociedade de 
consumo de massas. 
 
4 Há polêmica com as passagens aéreas. Isso porque a Resolução 400/2016 da ANAC estabelece regradiferentes, e menos 
favorável ao consumidor: 
Art. 11. O usuário poderá́ desistir da passagem aérea adquirida, sem qualquer ônus, desde que o faca no prazo de at é 24 
(vinte e quatro) horas, a contar do recebimento do seu comprovante. 
Parágrafo único. A regra descrita no caput deste artigo somente se aplica às compras feitas com antecedência igual ou 
superior a 7 (sete) dias em relação à data de embarque. 
A questão controvertida continua sendo debatida nos tribunais e na doutrina, que, em sua maioria, aponta pela ilegalidade 
da norma, em face da previsão do art. 49 do CDC. Algumas companhias aéreas até seguem a norma do CDC, permitindo que 
o consumidor cancele a passagem em até 7 dias da compra, desde que seja respeitado o prazo máximo de cancelamento até 
a véspera da viagem (assim, se você comprou a passagem aérea as segunda-feira, para uma viagem a ocorrer na sexta-feira, 
teria até quinta-feira para desistir); outras, porém, seguem a norma da ANAC, limitando o cancelamento a 24h. 
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Esse é um direito potestativo, ou seja, não pode ser impedido ou obstado de qualquer 
forma pelo fornecedor. É também um direito incondicionado, ou seja, não se exige 
que o consumidor apresente qualquer justificativa, razão ou motivo, ou que o 
fornecedor exija algum tipo de preenchimento de condições para ser exercido. O 
consumidor exerce e ponto. É ainda um direito ilimitado, porque o consumidor pode 
adquirir e devolver todo e qualquer produto ou serviço que adquire. 
Uma vez exercitado o direito de arrependimento, como ficarão os eventuais valores pagos 
pelo consumidor, antecipadamente? O parágrafo único estabelece que se o consumidor 
exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores 
eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão 
devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados. 
A devolução dos valores tem de ser imediata, pelo que o fornecedor não pode exigir 
prazos para devolução. 5 O STJ (REsp 1.340.604/RJ) entende que a devolução deve abranger todas 
as despesas, incluindo o frete. Não é incomum que fornecedores tentem descontar o valor do frete 
sob a alegação de que o valor não está incluído no preço do produto (e ele chegaria até mim como?) ou 
de que o valor é devido a terceiros, a transportadora (e desde quando todos os fornecedores entregam 
seu produto em todos os lugares por meios próprios?). Não importa, a devolução tem de ser do valor 
integral. 
4 – Garantia contratual 
O art. 26 prevê os prazos de garantia para reclamar de vícios em produtos ou serviços. O direito de 
reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em 30 dias, tratando-se de 
fornecimento de serviço e de produtos não duráveis; e de 90 dias, tratando-se de fornecimento 
de serviço e de produtos duráveis. 
O prazo se conta a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços, exceto 
no caso de vício oculto, no qual o prazo inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito. Claro, 
a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor faz suspender esse 
prazo até que seja dada resposta negativa. 
Esses prazos são imutáveis? Não seria interessante ao consumidor se ele pudesse contar com mais 
prazo de garantia? Claro que sim. Isso, inclusive, é um chamariz de muitos fornecedores: garantia 
estendida, garantia ilimitada por dois anos. Há fornecedores que incluem a garantia no 
próprio produto ou serviço e outros à parte, mediante pagamento. 
Sempre que ofertada, a garantia contratual será considerada complementar à legal 
e será conferida mediante termo escrito, leciona o art. 50. O que isso significa? 
Significa que a garantia que o fornecedor prevê no contrato (escrito) é somada à 
garantia legal prevista no CDC. 
 
5 Há exceções, claro. Se a compra é efetuada pelo cartão de crédito, o estorno pode ocorrer na fatura subsequente, se ela já 
estiver fechada. Mesmo que não, é comum que sejam necessário alguns dias para finalizar a operação entre o fornecedor e a 
operadora de cartão. Isso, porém, não se aplica a pagamentos em dinheiro. Se paguei com transferência bancária ontem e 
hoje me arrependi, não é razoável que a devolução demore mais do que amanhã. 
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Assim, se o fornecedor me dá garantia de 180 dias para uma televisão (um produto durável), terei eu 
270 dias de garantia. Somam-se os 90 dias da lei aos 180 dias do contrato. 
Cuidado, porque muitos fornecedores usam de um expediente um tanto controvertido, dando um prazo 
de garantia que inclui a própria garantia legal. Assim, o produto tem 180 dias de garantia, incluído no 
prazo a garantia legal. Na realidade, a garantia contratual, nesse caso, é de apenas 90 dias. Isso constitui 
prática lícita, desde que tenha clara previsão no contrato. 
Outro expediente comum, e esse sim ilícito, ocorre nas assistências técnicas em geral. Pense no primeiro 
exemplo que dei (180 dias de garantia contratual e 90 dias de garantia legal). Quando o consumidor leva 
o produto defeituoso à assistência técnica, no 200º dia, a assistência diz que o produto está fora da 
garantia, já que o prazo de 180 dias já venceu. 
Muito consumidor inocente compra a ideia e acaba pagando por um conserto que deveria ser pago pelo 
fornecedor. Isso porque a garantia total é de 270 dias, pelo que o consumidor ainda está no prazo para 
reclamar, segundo o art. 26. 
O parágrafo único do art. 50 estabelece que o termo de garantia ou equivalente deve ser 
padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a mesma garantia, 
bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do 
consumidor. O termo deve ser entregue ao consumidor, devidamente preenchido pelo 
fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e 
uso do produto em linguagem didática, com ilustrações. 
O legislador levou a sério a expressão tem de desenhar? Não sei você, mas eu já tive de instalar alguns 
produtos mais complexos (como uma mesa com regulagem elétrica de altura), cheios de parafusos e 
peças pequenas. Que diferença faz um manual de instruções bom, com indicações bem intuitivas, 
descrições claras e desenhos bem-feitos! 
Seção II – Cláusulas abusivas 
1 – Noções gerais 
O art. 51 do CDC traz um extenso rol de cláusulas contratuais consideradas abusivas. Entretanto, o rol 
é meramente exemplificativo, ou seja, outras cláusulas podem ser consideradas abusivas, a 
depender das circunstâncias concretas. 
Como é o fornecedor a estabelecer o contrato, de maneira unilateral, não resta muita alternativa ao 
consumidor. Como se trata de um contrato de adesão, no qual a opção do consumidor é concordar ou 
não concordar, mas não muito discutir, fica fácil para o fornecedor inserir cláusulas leoninas, 
draconianas, que tragam benefício a ele e prejuízo ao consumidor. 
Essa análise, por aplicação do princípio da boa-fé objetiva, independe de análise subjetiva, vale dizer, 
não importa a intenção do fornecedor em inserir esta ou aquela cláusula, mas sim da ação, de seu 
comportamento. Por isso, dolo, má-fé e qualquer outro elemento subjetivo deve ser descartado na 
análise a respeito da abusividade de uma cláusula contratual. 
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Prevista cláusula abusiva, ela é considerada nula de pleno direito. Isso significa 
que não há como salvar a cláusula; ela deve ser extirpada do contrato. 
Contudo, declarada nula a cláusula abusiva de um contrato, nulo é o contrato todo? 
Não. Maisou menos; depende. Prevê o §2° que a nulidade de uma cláusula 
contratual abusiva não invalida o contrato, em regra. Se a cláusula de correção 
monetária for considerada nula, o restante do contrato permanece válido, hígido. 
Substitui-se o índice inválido e o contrato segue adiante. 
No entanto, quando da ausência da cláusula abusiva, apesar dos esforços de integração, decorrer 
ônus excessivo a qualquer das partes, o contrato é reputado nulo integralmente. Isso ocorre, por 
exemplo, quando a cláusula que estabeleça o preço for reputada nula e não for possível chegar a bom 
termo sobre o preço que deve ser realmente aplicado; declara-se nulo o contrato todo. 
Como se reconhecerá que certas cláusulas abusivas são nulas? Segundo o §4º, pode qualquer 
consumidor ou entidade que o represente requerer ao Ministério Público que ajuíze a 
competente ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que contrarie o CDC ou de 
qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes. 
Ou seja, mesmo que a violação não decorra do CDC, ainda assim o consumidor pode requerer a 
declaração de nulidade de cláusula abusiva, por si, por entidade representativa ou pelo MP, conforme o 
caso. 
2 – Espécies de cláusulas 
Professor, entendi; mas, e quais cláusulas são reputadas abusivas pelo CDC? São consideradas abusivas, 
entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: 
➢ Impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de 
qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de 
direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a 
indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis 
O inc. I estabelece a chamada cláusula de não indenizar. Você já viu a placa não nos 
responsabilizamos por objetos deixados no interior do veículo em algum estacionamento? 
Essa é uma típica cláusula de um contrato (de depósito, no caso) reputada abusiva pelo 
CDC. 
Quando estaciono meu veículo, presumo que ele será guardado com segurança. Por isso, 
sim, o mercado responde pelo roubo do meu veículo e/ou dos objetos que estão nele. 
Atente porque, evidentemente, será necessário ao consumidor comprovar os objetos que foram 
roubados e o fornecedor pode evitar pagar a indenização se provar que o consumidor agiu com desídia 
(como ter deixado a janela aberta, caracterizando culpa exclusiva da vítima). 
Sobre o tema, inclusive, a Súmula 130 do STJ prevê que “a empresa responde, perante o cliente, pela 
reparação de dano ou furto de veículo ocorridos em seu estacionamento”. 
A segunda parte do inc. I traz uma segunda disposição abusiva, a chamada cláusula de limitação de 
indenização, igualmente proibida. Ela se permite apenas no caso de consumidor pessoa jurídica, como 
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fica claro pelo dispositivo, e desde que haja situação justificável, ou seja, não basta que o consumidor 
seja pessoa jurídica. 
Assim, a Súmula 638 do STJ prevê que "é abusiva a cláusula contratual que restringe a responsabilidade 
de instituição financeira pelos danos decorrentes de roubo, furto ou extravio de bem entregue em 
garantia no âmbito de contrato de penhor civil”. 
Relativamente às pessoas físicas, porém, é nula a cláusula. Cuidado, porém, porque a regra não é 
absoluta. Por exemplo, o STF (RE 636.331 e ARE 766.618) fixou tese de que “nos termos do artigo 178 
da Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade 
das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm 
prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor”. 
Ou seja, em caso de transporte aéreo internacional de passageiros, a indenização por dano 
material pode ser limitada, nos termos das Convenções de Varsóvia e Montreal. Veja que a 
limitação vale apenas para o transporte internacional, pelo que no caso de transporte nacional de 
passageiros a cláusula continua sendo reputada nula. 
Por outro lado, a Súmula 479 do STJ estabelece que as instituições financeiras respondem 
objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados 
por terceiros no âmbito de operações bancárias. Assim, se meu cartão é clonado, responde o banco, 
objetivamente. 
Agora, o banco não pode ser responsabilizado pelo roubo de que o cliente fora vítima, em via 
pública, após chegada ao seu destino portando valores recentemente sacados diretamente no caixa 
bancário. Isso configura fato de terceiro, que exclui a responsabilidade objetiva, por se tratar de caso 
fortuito externo (AgInt no AREsp 1.379.845/BA). 
Cuidado, porque a Súmula 381 do STJ impede que o juiz conheça de ofício da abusividade de cláusulas 
contratuais em contratos bancários. Em que pese seja uma relação de consumo, a Corte entende que aos 
contratos bancários não se aplica a natureza jurídica de ordem pública da lei consumerista. 
➢ Subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos 
neste código 
O inc. II estabelece a chamada subtração de opção de reembolso. Você já deve ter ouvido de algum 
vendedor que aquele pagamento não é reembolsável. 
O STJ (REsp 1.300.418/SC) entende que a devolução dos valores somente após o término da obra 
retarda o direito do consumidor à restituição da quantia paga. Se houver resolução do contrato, “deve 
ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas pelo promitente comprador — integralmente, em caso 
de culpa exclusiva do promitente vendedor/construtor, ou parcialmente, caso tenha sido o comprador 
quem deu causa ao desfazimento”. 
Esse tipo de cláusula é abusiva, mas comporta exceções. Os casos mais emblemáticos são aqueles nos 
quais há cláusula de fidelidade. O STJ (REsp 1.445.560 e REsp 1.097.582) entende que a cláusula de 
fidelidade de telefonia é considerada legal quando há concessão de benefícios ao cliente, como o 
pagamento de tarifas inferiores, bônus e fornecimento de aparelhos. Nessas situações, há necessidade 
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de assegurar às operadoras um período para recuperar o investimento realizado em razão das 
promoções. 
➢ Transfiram responsabilidades a terceiros 
O inc. III estabelece a chamada transferência de responsabilidade. Vedada a prática porque viola a 
solidariedade que existe na cadeia de consumo. 
➢ Estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em 
desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade 
O inc. IV trata da chamada boa-fé objetiva e do equilíbrio contratual. Talvez essa seja 
uma das práticas proibidas pelo CDC e que mais são violadas. A jurisprudência do STJ é 
cheia de casos famosos e eu já citei aqui e acolá alguns deles, mas há outros. 
O STJ (REsp 1.737.428/RS) entende que é abusiva a venda de ingressos pela internet 
vinculada a uma única intermediadora e mediante o pagamento de taxa de conveniência. 
Ao contrário, não configura prática abusiva a cobrança das taxas de conveniência, 
retirada, ou entrega de ingressos comprados na internet, desde que o valor cobrado pelo serviço seja 
acessível e claro (REsp 1.632.928/RJ). 
Também abusiva a cláusula penal que prevê a penalidade apenas para o inadimplemento do adquirente 
(REsp 1.631.485/DF). Essa cláusula será considerada para a fixação da indenização pelo 
inadimplemento do vendedor, convertendo-se obrigações de fazer e de dar em dinheiro, por 
arbitramento judicial. 
Por outro lado, o STJ (REsp 1.578.553/SP) entende que é válida a tarifa de avaliação do bem dado 
em garantia, bem como da cláusula que prevê o ressarcimento de despesa com o registrodo 
contrato. No entanto, há abusividade pela cobrança por serviço não efetivamente prestado e a 
possibilidade de controle da onerosidade excessiva, em cada caso concreto. 
São muitas as decisões. Em linhas gerais, o que será considerado uma vantagem exagerada? O §1º do 
art. 51 prevê que se presume exagerada, entre outros casos, a vantagem que: 
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence; 
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo 
a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual; 
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e 
conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso. 
Assim, dizer o que se considera vantagem excessiva depende do caso concreto, da situação 
específica em jogo. Talvez o REsp 1.578.553/SP mostre isso com mais clareza, já que o STJ considerou 
certas tarifas como válidas, porque não exageradas (tarifa de avaliação de bem dado em garantia), mas 
considerou outras exageradas (serviço não efetivamente prestado). 
➢ Estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor 
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O inc. VI estabelece um impedimento à alteração da inversão do ônus da prova. A regra 
do art. 6º, inc. VII (“São direitos básicos do consumidor a facilitação da defesa de seus 
direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, 
a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as 
regras ordinárias de experiências”), não permite pactuação, portanto. Na luta entre Davi e 
Golias, o contrato não pode tomar a funda de Davi e a entregar a Golias. 
Pra arrematar, não, eu não esqueci do inc. V. Ele simplesmente foi vetado. Segue a música. 
➢ Determinem a utilização compulsória de arbitragem 
O inc. VII estabelece a vedação à chamada cláusula compulsória de arbitragem. Apesar de cada vez 
mais frequente a utilização da arbitragem para a resolução de conflitos, não pode ela ser obrigatória, 
nas relações de consumo. 
 O Código de Processo Civil de 2015 estimula a composição extrajudicial de conflitos, como a arbitragem, 
a conciliação e a mediação. Objetiva-se fugir do Poder Judiciário mastodôntico, tomado por demandas 
represadas e que impedem razoável duração do processo, na prática. 
O art. 4º, §2º, da Lei 9.307/1996 dispõe que a cláusula compromissória só tem eficácia nos contratos de 
adesão se o aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar expressamente com sua 
instituição, e desde que por escrito em documento anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto 
especialmente para essa cláusula. Por isso, o STJ (REsp 1.785.783/GO) entendeu que se o consumidor 
não demonstrou qualquer interesse em participar do procedimento arbitral, buscando diretamente o 
Judiciário em razão do grave inadimplemento contratual, afasta-se eventual cláusula arbitral fixada sem 
cumprimento das exigências da Lei de Arbitragem. 
➢ Imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo 
consumidor 
O inc. VIII estabelece a vedação à chamada cláusula-mandato. Esse tipo de cláusula costumava ser 
comum nos contratos bancários. O STJ (REsp 504.036/RS e AgRg Ag 562.705/RS) tem extensa 
jurisprudência afirmando ser nula a cláusula contratual em que o consumidor “autoriza o banco a sacar, 
para cobrança, título de crédito representativo de qualquer quantia em atraso. Isto porque tal cláusula 
não se coaduna com o contrato de mandato, que pressupõe a inexistência de conflitos entre mandante 
e mandatário”. 
No mesmo sentido, a Súmula 60 do STJ: “É nula a obrigação cambial assumida por procurador 
mandatário vinculado ao mutuante, no exclusivo interesse”. Ou seja, não posso incluir, no contrato, uma 
cláusula que impõe ao consumidor um mandatário para realização de negócios. 
➢ Deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o 
consumidor 
O inc. IX estabelece a cláusula de opção exclusiva do fornecedor em concluir o contrato. De maneira 
bastante simples, eu, consumidor, já me obrigo a executar o contrato, mas o fornecedor não; pode ele, 
ao bel prazer, optar por concluir e cumprir o contrato – ou não. 
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Há, aqui, evidente desequilíbrio contratual, pois se permite a uma parte – e justamente a parte mais 
forte do contrato – um comportamento e não à outra – a menos poderosa, o consumidor. Ao contrário, 
há contratos nos quais o fornecedor já está, de pronto, obrigado a contratar, restando a opção de 
concluir o contrato ao consumidor, como nos casos de fornecimento de energia elétrica em locais 
eletrificados. 
➢ Permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira 
unilateral 
O inc. X estabelece a cláusula de variação unilateral do preço. Ora, novamente, a 
mesma situação do inciso anterior. A regra, em larga medida, repete a do art. 489 
do Código Civil: “Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio 
exclusivo de uma das partes a fixação do preço”. 
Desde sempre a teoria contratual rechaça fixações unilaterais em contratos 
bilaterais, à exceção dos casos em que isso é absolutamente necessário (como a 
resilição por arrependimento unilateral). Ainda assim, mesmo nos restritíssimos casos existentes, isso, 
em geral, vem acompanhado de sanções (multas penitenciais). 
Era comum, especialmente nos contratos bancários, que os fornecedores de produtos financeiros 
tentassem, de todo modo, incluir cláusulas contratuais que lhes permitiam estabelecer 
unilateralmente as taxas de juros, correção monetária e encargos contratuais. 
Não confunda essa limitação com a possibilidade de fixação contratual de encargos flutuantes, variáveis, 
o que é comum nos contratos bancários (adoção, por exemplo, da taxa SELIC ou de comissão de 
permanência). 
➢ Autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja 
conferido ao consumidor 
O inc. XI estabelece a cláusula de opção exclusiva do fornecedor em resilir o contrato. A 
resilição (=cancelar) decorre do puro arbítrio de uma das partes e é comum em certos 
contratos. 6 
 
6 A resilição é uma das espécies de rescisão, usada para dar cabo, terminar, um contrato, de maneira unilateral ou bilateral. 
Talvez o exemplo mais evidente disso seja o divórcio. Assinado o contrato de casamento, pode ser que haja arrependimento; 
o arrependido pode cancelar o contrato de casamento (resilição unilateral), ou ambos, arrependidos, desejam cancelar o 
pacto (resilição bilateral). Pode, ou não, haver exigência de motivação no caso de resilição (no casamento, o divórcio é 
sempre imotivado, ou seja, quero me divorciar e ponto, não devo explicações a ninguém). 
Numa perspectiva mais contratual pura, e patrimonial, é o caso da resilição nos contratos de locação. Eu alugo meu imóvel a 
você e você pode resilir (cancelar) o contrato a qualquer tempo (direito de arrependimento), mediante o pagamento 
proporcional de penalidade (multa penitencial), em geral. Isso pode ser unilateral (só você quer) ou bilateral (ambos 
queremos); pode ser que haja motivação (denúncia cheia) ou não (denúncia vazia). 
O mesmo ocorre no contrato de trabalho, no qual o empregado pode pedir demissão (resilição unilateral imotivada) a 
qualquer tempo, bem como o empregador (demissão sem justa causa). A exigência de motivação ou não depende do contrato, 
mas aí o papo já descamba para o Direito Civil e para o Direito do Trabalho e não me interessa aqui. 
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Agora, a mera previsão contratual de que o consumidor também pode resilir o contato é suficiente para 
que a cláusula valha? Mais ou menos. Necessário atentar para a boa-fé, de modo a evitar o abuso de 
direito do fornecedor. 
A rigor, válida a cláusula de resilição unilateral, se permitida para ambas as partes. No entanto, se 
se verificar que a cláusula foi usada pelo fornecedor para que houvesse o cancelamento do contrato a 
fim de que ele pudesse, logo em seguida, propor novo contrato, com valores mais altos, há violação não 
apenas do inc. XI como também do inc. X, mencionado antes. 
➢ Obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual 
direito lhe seja conferido contra o fornecedor 
O inc. XII estabelece a cláusula de ressarcimento unilateral dos custos da 
cobrança. Não há restrição à possibilidade de o fornecedor cobrar do consumidor os 
custos de cobrança; isso é absolutamente normal. 
O que não pode é haver fixação para apenas um dos lados do contrato, sem previsão 
contratual igual para o outro. De novo, a mera previsão é insuficiente para se analisar 
a lisura da cláusula; necessário atentar para a boa-fé, de modo a evitar o abuso de 
direito do fornecedor. 
➢ Autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do 
contrato, após sua celebração 
O inc. XIII estabelece a cláusula de alteração unilateral do contrato. Talvez o aspecto mais relevante 
a respeito disso seja vinculado a prazos de entrega de produtos ou finalização de 
serviços. 
O fornecedor não pode simplesmente ignorar os prazos e entregar o produto ou 
finalizar o serviço quando lhe for mais conveniente. Evidente que há situações e 
situações, sendo que, na maioria dos casos, pequeno atraso não configurará elemento 
suficiente para a rescisão do contrato. 
Mais uma vez, a mera previsão é insuficiente para se analisar a lisura da cláusula; necessário atentar 
para a boa-fé, de modo a evitar o abuso de direito do fornecedor. 
➢ Infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais 
O inc. XIV estabelece a cláusula de violação de norma ambiental. Há, aqui, proteção de bens jurídicos 
coletivos, em detrimento de valores individuais. A fruição de produtos e serviços para um não pode 
acarretar danos para todos. Vale rememorar que o princípio da função social do contrato, previsto no 
art. 421 do Código Civil, é também ambiental, verdadeira função socioambiental do contrato. 
➢ Estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor 
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O inc. XV estabelece a cláusula negativa de proteção consumerista. Essa é verdadeira 
cláusula geral das cláusulas abusivas, já que permite que inúmeras condutas dos 
fornecedores sejam enquadradas como violadoras à norma de consumo. 
Ressalto que o próprio caput do art. 51 deixa bem evidente que o rol dos incisos é 
meramente exemplificativo, mas o inc. XV traz reforço maior. Qualquer cláusula contratual 
que viole as normas consumeristas, que são de ordem pública, devem ser afastadas de 
pronto. 
Os direitos dos consumidores, individual ou coletivamente, são indisponíveis e não permitem mitigação 
por força de pacto interprivado. Inclusive, o sistema de proteção do consumidor não se resume ao 
CDC, mas apenas é centralizado nele. É o caso, por exemplo, da cláusula de alteração de foro, reputada 
nula pelo STJ (REsp 1.010.834/GO), devendo ser eleito o foro do domicílio do consumidor a fim de 
facilitar a defesa da parte hipossuficiente da relação. 
➢ Possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias 
O inc. XVI estabelece a cláusula negativa de indenização por benfeitorias 
necessárias. Não só, entende o STJ (REsp 1.643.771/PR) que também as acessões 
devem ser objeto de indenização. 7 
A regra se aplica, por exemplo, à aquisição de imóvel em parcelas, por meio de 
documento particular de venda (compromisso ou promessa de compra e venda), regida 
pelo Decreto-Lei 58/1937. Muito comum que os vendedores alienem o imóvel e, diante 
do inadimplemento, retomem a propriedade. 
No entanto, não consideram as benfeitorias necessárias feitas pelos adquirentes, em violação ao inc. 
XVI. As acessões e benfeitorias necessárias devem ser indenizadas ao adquirente. Há, porém, duas 
situações que exigem sua atenção. 
Primeiro, não serão indenizadas as benfeitorias – ou acessões – feitas em desconformidade com 
o contrato ou com a lei. Em outras palavras, construiu irregularmente, fez puxadinho, não respeitou as 
regras municipais de edificação ou fez a obra escondido? Perdeu (REsp 1.643.771/PR). 
 
7 A distinção clara entre benfeitorias e acessões depende de conhecimentos doutrinários de Direito Civil mais consolidados, 
especificamente de Direito das Coisas. Não objetivo explicar de maneira aprofundada o tema. De modo simples, a acessão é 
algo novo, ao passo que a benfeitoria é um acréscimo. Assim, uma casa é uma acessão num terreno, ao passo que a cobertura 
de uma varanda é uma benfeitoria neste mesmo terreno. 
De outro lado, também não quero entrar em detalhes, mas é necessário distinguir as benfeitorias. São três tipos, previstos 
nos incisos do art. 96 do Código Civil: “As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. 
§ 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais 
agradável ou sejam de elevado valor. 
§ 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. 
§ 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore”. 
Sinteticamente, benfeitoria voluptuária é uma torneira de prata (“mais agradável ou sejam de elevado valor”), útil é o box 
que separa o chuveiro do restante do banheiro (“facilitam o uso do bem”), necessária é o reboco dos tijolos (“conservar o 
bem”). Somente estas últimas interessam. 
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Segundo, como os contratos de locação predial urbana não estão submetidos ao CDC, a regra não se 
aplica às locações regidas pela Lei 8.245/1991 (Lei de Locações). Isso porque o art. 35 da lei possibilita 
que a cláusula contratual exclua o dever de indenização pelas benfeitorias necessárias” O STJ, por isso, 
entende que nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das benfeitorias e 
ao direito de retenção (Súmula 335). 
3 – Regras de financiamento 
Não é segredo que nosso sistema financeiro tende ao oligopólio e que as condições de contratação são 
bastante desfavoráveis aos consumidores. Esse, inclusive, é um dos motivos para nossa sociedade de 
consumo de massa não decolar. 
Consumidores brasileiros têm grande dificuldade em financiar suas aquisições no longo prazo. 
Diferente, por exemplo, dos consumidores norte-americanos ou chineses, que são frequentemente 
estimulados por seus respectivos governos a consumir em níveis quase insustentáveis (e o tsunami 
causado pelo colapso do sistema financeiro de 2008 que o diga). 8 
Prevê o art. 52 que no fornecimento de produtos ou serviços que envolva crédito ou financiamento ao 
consumidor, o fornecedor deve fornecer prévia e adequadamente uma série de informações 
mínimas. Ou seja, pode haver outras informações, mas estas, abaixo, são as mínimas: 
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional; 
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros; 
III - acréscimos legalmente previstos; 
IV - número e periodicidade das prestações; 
 
8 Em resumo, mudanças legislativas nos EUA permitiram que os bancos emprestassem mais e mais dinheiro para a aquisição 
da casa própria. Especialmente George H W Bush (1992) e Bill Clinton (1999) fizerama Associação Federal Nacional de 
Hipotecas, a Fannie Mae, subsidiar mais financiamentos habitacionais, especialmente com o resseguro a bancos privados 
(como se a CAIXA fizesse um seguro para os bancos privados para o caso de os compradores de imóveis não pagarem a 
hipoteca). O patrimônio das empresas públicas do gênero, que são muito importantes desde o New Deal, para recuperação 
econômica da Crise de 1929, ultrapassa 10 trilhões de dólares. 
O problema é que os empréstimos começaram a ser dados a quem simplesmente não tinha e nem teria como pagar. Os 
financiamentos subprime somaram trilhões de dólares. Muitos investimentos compraram investimentos atrelados a esses 
financiamentos, porque a taxa de retorno era alta (justamente porque o risco era altíssimo, de débitos e mais débitos um 
bando de gente sem dinheiro, sem patrimônio e sem renda). Todo mundo pensava, juro alto e ainda garantida pelo governo 
dos EUA? Põe todo o meu dinheiro nesse investimento! Todo mundo ia feliz até que a galera da base da pirâmide começou a 
perder o emprego, não pagar os financiamentos e perder a casa. Execuções de hipoteca em massa, crise de desemprego e 
uma baixa recorde nos preços dos imóveis. Em 15/09/2008, um dos bancos de investimentos mais tradicionais dos EUA, o 
Lehman Brothers, foi à falência. Aí o mundo começou a entender o que estava acontecendo (milhões de investidores no 
mundo todo perderam muita grana). Vários bancos locais começaram a quebrar, em 2008, e o Fannie Mae, junto com o 
Freddie Mac, teve de injetar bilhões e bilhões nos bancos privados para evitar caos ainda maior. Calcula-se que cinco trilhões 
de dólares foram garantidos por essas instituições públicas, sendo que o governos dos EUA teve de emitir 800 bilhões de 
dólares em títulos de dívida pública para injetar nas empresas públicas e salvar as instituições e o sistema financeiro nacional 
(imagina o estrago se o governo tivesse dado o calote?). Curioso é que eles pagaram as dívidas emitindo novas dívidas... 
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V - soma total a pagar, com e sem financiamento. 
E aí vem uma das maiores inovações do CDC. O §1° estabelece que as multas de mora pelo 
inadimplemento não podem ser superiores a 2% do valor da prestação. Em resumo, se atrasou o 
pagamento, a multa por não pagar não pode ser maior que 2% do valor devido. 
Há extensa jurisprudência sobre o assunto (e meu objetivo não é analisar os temas todos ou resolver 
casos concretos específicos, mas apenas dar uma passada no que cai nas provas). O STJ (Súmula 285) 
afirma que nos contratos bancários posteriores ao CDC incide a multa moratória nele prevista, limitada 
a 2%. 
Por isso, se admite a revisão das taxas de juros remuneratórios em situações 
excepcionais, desde que caracterizada a relação de consumo e que a abusividade 
(capaz de colocar o consumidor em desvantagem exagerada) fique cabalmente 
demonstrada (REsp 1.061.530/RS). 
Igualmente, a importância cobrada a título de comissão de permanência não pode 
ultrapassar a soma dos encargos remuneratórios e moratórios previstos no contrato, ou 
seja: a) juros remuneratórios à taxa média de mercado, não podendo ultrapassar o percentual 
contratado para o período de normalidade da operação; b) juros moratórios até o limite de 12% ao ano; 
e c) multa contratual limitada a 2% do valor da prestação, nos termos do art. 52, § 1º, do CDC (REsp 
1.058.114/RS). 
Ao contrário, o STJ (REsp 655.267/SP) diz que não se aplica o CDC às relações 
jurídicas existentes entre condomínio e condôminos. Aí você pode pensar, então pode 
o condomínio colocar multa maior de 2% no boleto? Não. Por quê? Porque nesse caso 
se aplica o art. 1.336, §1° do Código Civil e a multa pelo inadimplemento de 
contribuição condominial continua sendo de 2% (REsp 722.904/RS). 
Além disso, estabelece o §2º do art. 52 uma garantia ao consumidor. Segundo a norma, a liquidação 
antecipada do débito, total ou parcialmente, mediante redução proporcional dos juros e demais 
acréscimos é obrigatória. Ou seja, antecipou o pagamento? Tem de receber um desconto. 
Por isso, as instituições financeiras não podem cobrar tarifa para liquidação 
antecipada de débitos (REsp 1.409.792/DF). Somente no período de 06/09/2006 
(entrada em vigor da Resolução 3.401/2006 do CMN) e 06/12/2007 (entrada em vigor 
da Resolução 3.516/07 do CMN) é que tal cobrança podia ser feita. 
Mas, atenção, pois o dispositivo refere-se a encargos de ordem financeira. O caso do consórcio tem outra 
natureza jurídica, pelo que a saída de um dos participantes não justifica a devolução ou a redução 
daquelas parcelas que são contratadas no interesse de todo o grupo (REsp 688.794/RJ). 
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4 – Cláusula de perdimento 
Se compro um imóvel e, por alguma razão, não pago as prestações, perco todo o 
valor já pago? O art. 53 estabelece que não. Nos contratos de compra e venda de 
móveis ou imóveis mediante pagamento em prestações, bem como nas 
alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as 
cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em benefício 
do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do 
contrato e a retomada do produto alienado. 
É a vedação à chamada cláusula de decaimento. No entanto, essa regra precisa ser vista com cuidado. 
No caso de consórcios, a compensação ou a restituição das parcelas quitadas terá descontada, além da 
vantagem econômica auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente ou inadimplente causar ao 
grupo (§2º). Além disso, a Lei 4.591/1964, após as alterações da Lei 13.786/2018, prevê, no art. 67-A, 
regras específicas para o distrato, incluindo perdas de até 50% do valor pago pelo comprador (§5º). 
Seção III – Contratos de adesão 
O contrato de adesão é, em larga medida, o contrato pelo qual fazemos a esmagadora maioria das 
contratações. Eu, no dia em que digitava esse texto, celebrei alguns contratos de adesão. Fui ao mercado 
e comprei alguns produtos, comprei um produto pela internet, abasteci meu carro num posto de 
gasolina e pedi comida por um aplicativo. Celebrei, num único dia, quatro contratos de adesão. 
O que caracteriza um contrato de adesão e no que ele se diferencia de um contrato paritário? Justamente 
a adesão. Os contratos clássicos, pensados pelos doutrinadores franceses de perucas engraçadas de 
bobs, roupas com culotes vistosos e pó de arroz nas bochechas rosadas, imaginava dois burgueses 
sentados num escritório discutindo longamente o contrato, fazendo cálculos contábeis importantes, 
cogitando variáveis econômicas vindouras enquanto riam copiosamente ao tomar mais uma taça de 
cognac. 
Você costuma passar por esse processo quando analisa se vale a pena assinar o Netflix? Ou quando vai 
ao shopping comprar uma peça de roupa? Para na arara e discute longamente com o vendedor a respeito 
da origem do material da peça, sobre o processo de tingimento e sobre como aquela peça em específico 
tem o potencial de substituir uma outra e combinar com diversas peças que você possui? 
Quem nunca pagou academia e não foi? Assim é o contrato de adesão, no qual uma das partes (o 
aderente, o consumidor) tem duas opções: concordar ou não com o contrato já previamente 
estabelecido pelo fornecedor. Pá-pum. Não tem papo. Impulsivo, até. A adesão está para os contratos 
assim como o Tinder está para os relacionamentos afetivos, entende? 
E é assim, mas num tom a mais no juridiquês que o art. 54 define o contrato de adesão: 
Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela 
autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de 
produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificarfazemos, sempre 
exigindo – e exibindo – um celular com mais câmeras, uma televisão com cores mais vivas, um carro com mais airbags? 
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Por isso, se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou 
publicidade, o consumidor pode, alternativamente e à sua livre escolha (art. 35): 
 
Repare em duas expressões do dispositivo: alternativamente e sua escolha. 
Em primeiro lugar, as três opções são alternativas ao consumidor, que pode escolher 
livremente quaisquer delas. O fornecedor não pode se negar a oferecer outro produto 
ou serviço equivalente, se o consumidor quiser ainda o produto ou serviço. 
Em segundo lugar, a escolha compete ao consumidor. Não pode o fornecedor, 
simplesmente, enviar outro produto equivalente ao consumidor, sem que esse concorde com essa 
solução. Não pode também se negar a restituir o preço pago ou tentar, de algum modo, fazer descontos 
indevidos, como no caso de frete. 
Por fim, o CDC ainda regula a oferta à distância, algo não tão generalizado nos anos 1980 e 1990 quanto 
nos anos 2010 e 2020, com o desenvolvimento do e-commerce. Prevê o art. 33 que em caso de oferta ou 
venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e endereço na 
embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação comercial. 
Por sua vez, o parágrafo único estabelece que é proibida a publicidade de bens e serviços por 
telefone, quando a chamada for onerosa ao consumidor que a origina. 3 Pode-se generalizar o 
dispositivo para se compreender que a oferta não pode ser feita de modo a gerar onerosidade ao 
 
3 A primeira regra, a do caput, ainda é muito importante; a segunda nem tanto. Pelo caput, mesmo que a oferta se dê 
remotamente, o consumidor deve saber as informações sobre o fabricante. Hoje não de maneira impressa, mas visível, clara 
e objetiva. É uma das recomendações mais importantes dadas na época de Black Fraude Friday. Muita gente compra nada 
gato por lebre. Vai num site esquisito, sem informação alguma e mete o cartão. Eu mesmo já evitei perder grana assim; vi 
uma oferta barata demais, desconfiei do site e vi que era fraude. Como fiz isso? Checando as informações que apareciam 
(tudo falso), apesar de o site parecer confiável. A segunda regra era muito importante nos anos 1990, quando o setor de 
telecomunicações ainda engatinhava e fazer um interurbano era caríssimo. Tinha fornecedor mal-intencionado que ficava 
fazendo o consumidor pagar pra escutar telemarketing! Hoje, nem de graça a gente quer.De toda sorte, o Decreto 
6.523/2008, que regulamenta os SACs, impede a veiculação de mensagens publicitárias durante o tempo de espera para o 
atendimento (art. 14), bem como exige que já no primeiro menu as opções de contato com o atendente, de reclamação e de 
cancelamento de contratos e serviços esteja presente. (art. 4º, §1º). 
Exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade
Aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente
Rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente
atualizada, e a perdas e danos
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consumidor. Dessa forma, quando você liga para o SAC de determinada empresa, pagando pela ligação, 
a empresa não pode aproveitar a chamada para oferecer produtos ou serviços. 
Vale lembrar que somente em 1995, cinco anos após o CDC, a internet comercial foi liberada no Brasil, 
e apenas em 2005 é que a internet começa a se popularizar de maneira massiva, com as redes sociais, 
por isso o CDC fala apenas em telefone e reembolso postal. 
Seção III – Publicidade 
Complementando a oferta em si, o CDC regula também a publicidade, de maneira generalizada. 
Cláudia Lima Marques conceitua publicidade como “toda informação ou comunicação difundida com o 
fim direto ou indireto de promover, junto aos consumidores, a aquisição de um produto ou a utilização 
de um serviço, qualquer que seja o local ou meio de comunicação utilizado”. Ou seja, a publicidade é o 
fornecimento de certas informações ao público com intuito empresarial. 4 
O art. 36 estabelece que a publicidade deve ser veiculada de tal forma que o 
consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal. Por isso, o fornecedor, 
na publicidade de seus produtos ou serviços, deve manter, em seu poder, para 
informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão 
sustentação à mensagem. 5 
Por isso, proíbe-se toda e qualquer publicidade enganosa ou abusiva, fixa o art. 37. 
E o que é ser enganoso? E abusivo? Os §§1º, 2º e 3º estabelecem o que isso significa: 
 
4 Uma parte entende que a oferta é gênero e a publicidade é espécie, pelo que toda publicidade seria uma oferta, mas nem 
toda oferta seria uma publicidade. É a opinião de Flávio Tartuce e Daniel Assumpção. Eu acho que isso é um equívoco. Explico. 
Eu posso fazer publicidade sem nada ofertar; o branding, ou seja, a publicidade a respeito da marca em si. Não ofereço 
absolutamente nada, só digo o nome da minha marca. Posso também ofertar sem fazer publicidade. O Consumidor vem ao 
meu estabelecimento comercial e pergunta o preço de um produto. Quando o informo, faço oferta, mas sem publicidade. 
Assim, pelo conceito de Cláudia Lima Marques, eu faço publicidade quando informo ao meu público, via rede social, que na 
transmissão daquele dia darei um voucher com um desconto especial num determinado curso. Há um componente de oferta? 
Sim. Quando eu informo ao meu público, via rede social, que farei um vídeo no Youtube sobre um assunto relevante, eu não 
oferto nada (até porque nem tenho um produto para oferecer). É publicidade? Sim. É oferta? Não. Nem mesmo indireta, 
porque eu nem produto tenho e nem induzo o público ou indico ao público um produto (merchandising). 
5 Numa época em que começava o infomercial, a mistura de comercial com informação, era comum que se desse um ar de 
informação sobre um produto, que, na verdade, estava sendo descaradamente vendido. O exemplo mais icônico desse estilo 
foram as facas Ginsu exibidos pelo extinto Grupo Manchete e que depois originariam o Polishop. Todos eles baseados no 
sucesso estadunidense de Joy Mangano, multimilionária inventora e empresária, retratada no filme Joy, o nome do sucesso, 
de 2015. O nome mudou, mas não o jeito. O merchan das subcelebridades nas redes sociais segue a mesma lógica; não é o 
produto que eu vendo, mas sim o produto que eu recomendo; ou seja, é a “aparição de produtos no vídeo, no áudio ou nos 
outros artigos impressos, em sua situação normal de consumo, sem declaração ostensiva da marca”, como diz Antonio 
Herman Benjamin. O consumidor, hipossuficiente, muitas vezes tem dificuldade em distinguir o mero elogio despretensioso 
a um produto de uma publicidade mascarada. Nesse sentido, o CONAR tenta coibir esse tipo de prática (o uso da hashtag 
#merchan mostra a tentativa de evitar desinformação). 
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O fornecedor fez publicidade de um produto que ajuda a combater o câncer. Combate 
ou não combate? Você sabe? Não, claro. Quem sabe – ou deveria saber – é o próprio 
fornecedor. Por isso, o art. 38 não deixa margem de dúvida ao prever que o ônus da 
prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária 
cabe a quem as patrocina. 
A publicidade pode ser enganosa por ação e por omissão; publicidade enganosa 
comissiva ou ativa e publicidade enganosa omissiva. Em qualquer caso, o consumidor não precisa 
comprovar culpasubstancialmente seu conteúdo. 
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Como lá na década de 1980 ainda se discutia muito a respeito dos limites do contrato de adesão, o §1° 
prevê que a inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato. Ou seja, 
colocar um formulário para o consumidor preencher, como habitualmente se faz nos contratos 
eletrônicos, não desfigura a adesão e nem a aplicação do CDC. 
Como o consumidor não tem muita opção (é sim ou não, não tem talvez), os 
contratos devem ser escritos em termos claros e com caracteres ostensivos e 
legíveis. O §3º exige que o tamanho da fonte seja de, no mínimo doze, de modo a 
facilitar sua compreensão pelo consumidor. Sim, tem fornecedor que coloca letra 
miúda no contrato (lembre-se que na publicidade não é necessário que a fonte seja 
12, mas apenas no contrato escrito em si). 
Inclusive, as cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas 
com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão. O §4º pretende evitar que o 
consumidor se canse de ler um longo contrato e deixe de visualizar justamente aquela cláusula 85 das 
347 existentes, cláusula essa que prevê uma limitação ao direito. 
Quem nunca? Desafio: você já leu algum contrato eletrônico na íntegra? Eu nunca. Já li pedaços, 
mas nunca inteirinho, de ponta a ponta. A chance de haver uma cláusula que impedisse que eu 
requeresse indenização ou na qual eu abriria mão do meu direito de imagem ou qualquer outra 
coisa do tipo seria bastante grande se não existisse o §4º. 
E se houver uma cláusula limitadora de direito no meio do contrato, sem destaque? Houve violação ao 
art. 54, §4º, do CDC, sendo ela, portanto, nula de pleno direito, já que as normas consumeristas são de 
ordem pública e inafastáveis pela vontade das partes. 
E se uma das partes descumprir o contrato? Bem, volte ao Tinder... a outra pessoa resolve de outro jeito! 
Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a alternativa, cabendo a 
escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no §2° do art. 53. 
Em outras palavras, é possível inserir no contrato de adesão uma cláusula para resolver (=terminar) o 
contrato, em caso de inadimplemento (=descumprimento). Porém, essa resolução depende de uma 
opção do consumidor; não pode o fornecedor optar pela resolução. Ao fornecedor resta a opção de exigir 
o cumprimento da prestação, incluindo perdas e danos (=indenização). 
A letra da Lei 
Agora, trago a você os dispositivos de lei referentes à nossa aula. Lembro que, ao longo do texto, eu não 
trato de todos os dispositivos legais aqui citados, propositadamente. Isso porque meu objetivo não é 
tornar o material um comentário à lei, mas, sim, fazer você compreender os institutos jurídicos que são 
importantes à prova. 
Agora, ao contrário, o objetivo é trazer todos os dispositivos legais, para que você possa ao menos passar 
os olhos. Não se preocupe em compreender em detalhe cada um deles; eu objetivo apenas trazer o texto 
legal para que você não precise procurá-los fora do material. Trata-se da letra da lei com grifos nos 
principais pontos da norma, para ajudar na fixação dos conteúdos. 
Vamos lá! 
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CAPÍTULO VI 
DA PROTEÇÃO CONTRATUAL 
SEÇÃO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não 
lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos 
instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance. 
CC/2002 
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, 
ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não 
chegando a tempo a recusa. 
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. 
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos 
relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica, 
nos termos do art. 84 e parágrafos. 
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou 
do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de 
produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a 
domicílio. 
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os 
valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de 
imediato, monetariamente atualizados. 
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito. 
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira 
adequada em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser 
exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo 
fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso do 
produto em linguagem didática, com ilustrações. 
SEÇÃO II 
DAS CLÁUSULAS ABUSIVAS 
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento 
de produtos e serviços que: 
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de 
qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas 
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relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá 
ser limitada, em situações justificáveis; 
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste 
código; 
III - transfiram responsabilidades a terceiros; 
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em 
desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade; 
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor; 
VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem; 
VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor; 
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor; 
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral; 
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja 
conferido ao consumidor; 
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual 
direito lhe seja conferido contra o fornecedor; 
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, 
após sua celebração; 
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais; 
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor; 
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias. 
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que: 
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence; 
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a 
ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual; 
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo 
do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso. 
§ 2° A nulidade de umacláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de 
sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes. 
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§ 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente requerer ao Ministério 
Público que ajuíze a competente ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que 
contrarie o disposto neste código ou de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos e 
obrigações das partes. 
Súmulas do STJ 
130: "A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de 
veículo ocorridos em seu estacionamento". 
638: "É abusiva a cláusula contratual que restringe a responsabilidade de 
instituição financeira pelos danos decorrentes de roubo, furto ou extravio de bem 
entregue em garantia no âmbito de contrato de penhor civil". 
479: "As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados 
por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de 
operações bancárias". 
381: "Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da 
abusividade das cláusulas". 
160: "É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual 
superior ao índice oficial de correção monetária". 
335: "Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das 
benfeitorias e ao direito de retenção". 
Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou concessão de 
financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e 
adequadamente sobre: 
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional; 
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros; 
III - acréscimos legalmente previstos; 
IV - número e periodicidade das prestações; 
V - soma total a pagar, com e sem financiamento. 
§ 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo não poderão 
ser superiores a dois por cento do valor da prestação. 
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total ou parcialmente, 
mediante redução proporcional dos juros e demais acréscimos. 
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Súmula 285 do STJ: "Nos contratos bancários posteriores ao Código de Defesa do 
Consumidor incide a multa moratória nele prevista". 
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento em 
prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno 
direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em benefício do credor 
que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto alienado. 
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a compensação ou a restituição das 
parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá descontada, além da vantagem econômica auferida com a 
fruição, os prejuízos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo. 
§ 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão expressos em moeda corrente nacional. 
SEÇÃO III 
DOS CONTRATOS DE ADESÃO 
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade 
competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que 
o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. 
§ 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato. 
§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a alternativa, cabendo a 
escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior. 
§ 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres 
ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar 
sua compreensão pelo consumidor. 
§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com 
destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão. 
 
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Proteção contratual (arts. 46 a 54) 
Bancas sortidas 
1. (CESGRANRIO - Banco do Brasil – Escriturário – 2021) MEK é correntista do Banco L, 
mantendo relações negociais frequentes, bem como sua família. Por força desse relacionamento, 
possui dois contratos de cartão de crédito que utiliza nas suas compras cotidianas. Em determina 
do dia, é surpreendido pela entrega de mais um cartão de crédito que não havia solicitado. No 
dia seguinte, dirige-se à agência bancária onde movimenta sua conta corrente e apresenta o 
cartão, com pedido de devolução, por não ter interesse no adicional. Segundo as regras do Código 
de Defesa do Consumidor, Lei nº 8.078/1990, o(a) 
(A) recebimento pelo consumidor leva à cobrança de anuidade pelo emissor. 
(B) pagamento não efetuado da anuidade cobrada permite a inscrição do consumidor no cadastro de 
inadimplentes. 
(C) fornecimento de cartões de créditos a clientes habituais independe de formalização de contrato. 
(D) banco tem direito a ressarcimento pelas despesas de remessa do cartão. 
(E) entrega sem solicitação caracteriza prática abusiva do fornecedor. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta, pois a entrega de cartão de crédito, sem a solicitação da consumidora 
caracteriza prática abusiva, conforme o entendimento do STJ expresso pela Súmula 532: “Constitui 
prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia e expressa solicitação do consumidor, 
configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação de multa administrativa”. 
A alternativa B está incorreta, pois uma vez que não é devida a entrega de cartão sem autorização, não 
há o que se falar em pagamento de anuidade. 
A alterativa C está incorreta, pois o fornecimento de cartões depende de formalização e concordância 
expressa do consumidor. 
A alternativa D está incorreta, o banco não tem direito algum, dada a prática abusiva. 
A alternativa E está correta, conforme previsão da Súmula 532 do STJ. 
2. (CESGRANRIO - Banco do Brasil – Escriturário – 2021) K é correntista do Banco S e possui 
cartões de crédito e de débito expedidos pela instituição financeira. Diante de dificuldades 
momentâneas, não conseguiu cobrir o total das despesas realizadas com o seu cartão de crédito. 
No dia do vencimento, o banco, mediante autorização contratual, retirou da conta corrente de K 
o valor mínimo para efeito de pagamento parcial da dívida. Houve contestação, que foi 
indeferida pelo órgão interno do banco. Segundo as regras do Código de Defesa do Consumidor, 
Lei nº 8.078/1990, essa norma contratual deve ser considerada: 
(A) abusiva, por retirar o poder de controle das finanças do correntista. 
(B) regular, pois não se fundamenta em poder superior do banco. 
(C) questionável, pois quebra a isonomia entre os contratantes. 
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(D) passível de impugnação administrativa. 
(E) ampla demais, por não conter previsão de valor a ser debitado. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta, pois o STJ entendeu que tal cláusula não esbarra nos requisitos de 
abusividade previstos no CDC. 
A alternativa B está correta, conforme entende o STJ, não é abusiva a cláusula de contrato de cartão de 
crédito que autoriza a operadora/financeira a debitar da conta-corrente do titular do cartão o 
pagamento do valor mínimo da fatura em caso de inadimplemento,ainda que contestadas as despesas 
lançadas: “3. Não é abusiva a cláusula inserta em contrato de cartão de crédito que autoriza a 
operadora/financeira a debitar na conta corrente do respectivo titular o pagamento do valor mínimo 
da fatura em caso de inadimplemento, ainda que contestadas as despesas lançadas” (RECURSO 
ESPECIAL Nº 1.626.997 - RJ (2011/0268602-9) RELATOR : MINISTRO MARCO BUZZI). 
A alternativa C está incorreta, conforme se depreende da decisão proferida pelo STJ, não há o que se 
questionar, quando não verificada a abusividade da cláusula. 
A alternativa D está incorreta, uma vez que não há o que se contestar, tendo em vista que não houve 
abusividade. 
A alternativa E está incorreta, pois não há amplitude de interpretação da cláusula, uma vez que sequer 
há margem para diferente intepretação se não o que está previsto, ou seja, será debitado da conta do 
correntista, o valor mínimo do cartão de crédito, valor este que já é de conhecimento do devedor. 
3. (FUNDEP - Prefeitura de Uberlândia - MG - 2019) De acordo com o Código de Defesa do 
Consumidor, considerando que um homem contratou, pela internet, o fornecimento de produto 
– um televisor de 50 polegadas – fora do estabelecimento comercial, para entrega em seu 
domicílio, ele poderá desistir do contrato de aquisição no prazo de ________________, a contar de sua 
assinatura ou do ato de recebimento do produto. Assinale a alternativa que completa 
corretamente a lacuna anterior. 
(A) 2 dias úteis. 
(B) 5 dias úteis. 
(C) 7 dias úteis. 
(D) 15 dias úteis. 
Comentários 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. A O prazo previsto no art. 49 é de 7 dias, nesses 
casos: "O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato 
de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e 
serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio". 
O consumidor tem direito de desistir do contrato no prazo de 7 dias quando a contratação do 
fornecimento do produto ou serviço ocorrer fora do estabelecimento. Sempre que o produto ou serviço 
forem contratados fora da loja, o direito de arrependimento pode ser utilizado. 
Trata-se de um direito potestativo, incondicionado e ilimitado. Uma vez que não pode ser impedido ou 
obstado de qualquer forma pelo fornecedor. Ademais, não se exige que o consumidor apresente 
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qualquer justificativa, razão ou motivo, ou que o fornecedor exija algum tipo de preenchimento de 
condições para ser exercido. Ainda, porque o consumidor pode adquirir e devolver todo e qualquer 
produto ou serviço que adquire. O dispositivo menciona “especialmente por telefone ou a domicílio”, 
pois eram as modalidades mais comuns outrora, hoje isso se aplica à internet, nas vendas por sites ou 
aplicativos, no celular ou no computador, e-mails, home banking etc. 
As alternativas A, B, D e E estão incorretas. 
4. (Quadrix - Procon - GO - 2017) No que se refere à proteção contratual, assinale a 
alternativa correta conforme o CDC. 
(A) O consumidor pode arrepender-se e desistir do contrato, no prazo de cinco dias, a contar do 
recebimento do produto, se o contrato de consumo for concluído fora do estabelecimento comercial. 
(B) No caso de contratação por telefone, se o consumidor exercer o direito de arrependimento, não 
terá direito ao reembolso das quantias pagas. 
(C) A redação das cláusulas contratuais deve ser feita de modo a facilitar sua compreensão pelo 
consumidor para que a obrigação por ele assumida para com o fornecedor possa ser exigível. 
(D) Apenas as cláusulas contratuais cuja redação seja ambígua ou obscura serão interpretadas de 
maneira mais favorável ao consumidor. 
(E) As declarações de vontade constantes de pré-contratos relativos às relações de consumo não 
vinculam o fornecedor. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. O prazo previsto no art. 49 é de 7 dias, nesses casos: "O consumidor pode 
desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto 
ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do 
estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio". 
O consumidor tem direito de desistir do contrato no prazo de 7 dias quando a contratação do 
fornecimento do produto ou serviço ocorrer fora do estabelecimento. Sempre que o produto ou serviço 
forem contratados fora da loja, o direito de arrependimento pode ser utilizado. 
Trata-se de um direito potestativo, incondicionado e ilimitado. Uma vez que não pode ser impedido ou 
obstado de qualquer forma pelo fornecedor. Ademais, não se exige que o consumidor apresente 
qualquer justificativa, razão ou motivo, ou que o fornecedor exija algum tipo de preenchimento de 
condições para ser exercido. Ainda, porque o consumidor pode adquirir e devolver todo e qualquer 
produto ou serviço que adquire. O dispositivo menciona “especialmente por telefone ou a domicílio”, 
pois eram as modalidades mais comuns outrora, hoje isso se aplica à internet, nas vendas por sites ou 
aplicativos, no celular ou no computador, e-mails, home banking etc. 
A alternativa B está incorreta. Trata-se da regra do art. 49, parágrafo único: "Se o consumidor exercitar 
o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, 
durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados". 
Uma vez que o consumidor exerça seu direito de arrependimento sobre determinado serviço ou 
produto, os valores já pagos durante o prazo de reflexão serão devolvidos, monetariamente atualizados. 
O prazo é chamado de prazo de reflexão, justamente porque, nesse período, o consumidor pode refletir 
a respeito do produto ou serviço adquirido. O objetivo é evitar as compras por impulso, que são bem 
comuns na nossa sociedade de consumo de massas. 
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A devolução dos valores tem de ser imediata, pelo que o fornecedor não pode exigir prazos para 
devolução. O STJ (REsp 1.340.604/RJ) entende que a devolução deve abranger todas as despesas, 
incluindo o frete. 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Trata-se de aprofundamento do princípio da 
força obrigatória dos contratos. Se o consumidor não pôde conhecer o conteúdo do contrato, não pode 
ser obrigado a cumpri-lo: É o que prevê o art. 46: "Os contratos que regulam as relações de consumo 
não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de 
seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão 
de seu sentido e alcance". 
O CDC adota o princípio da boa-fé objetiva, baseado na lealdade, probidade e honestidade nas relações 
interprivadas, logo, os contratos devem ser objetivos e específicos, de modo a serem de fácil 
compreensão pelos consumidores, em vista de sua vulnerabilidade técnica, jurídica, econômica e 
informacional. 
Por conta disso, o instrumento contratual não pode ser escrito de modo a dificultar a compreensão de 
seu sentido e alcance. O próprio contrato não obrigará o consumidor se não for dada a ele a 
oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo. 
A alternativa D está incorreta. O CDC não restringe, no art. 47, a interpretação mais favorável ao 
consumidor: "As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor". 
Enquanto o Código Civil estabelece a interpretação mais favorável apenas aos contratos de adesão, 
quando nestes, existirem casos de ambiguidade ou contraditoriedade (art. 423 do CC). O CDC traz, como 
regra geral, a interpretação maisfavorável ao consumidor. Assim, o art. 47 destaca que, não importa a 
cláusula, não importa a razão, não importa o alcance, não importa a previsão, se houver uma cláusula 
contratual, ela deve sempre ser interpretada mais favoravelmente ao consumidor. 
A alternativa E está incorreta. O art. 48 fixa que tudo o que vier antes do contrato vincula também o 
fornecedor: "As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos 
relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica, nos 
termos do art. 84 e parágrafos". 
As declarações de vontade registradas dos escritos particulares, bem como os recibos e pré-contratos 
são elementos que constituem parte da faze pré-contratual, ou seja, aqueles elementos que não 
constituem ainda um contrato. Desse modo, são elementos que, seguindo a teoria tradicional não 
vinculam, isso porque a teoria contratual tradicional afasta qualquer valor nas chamadas tratativas 
preliminares. 
O princípio da boa-fé objetiva, baseado na lealdade, probidade e honestidade nas relações interprivadas, 
contribui para uma maior vinculatividade também na fase pré-contratual. A quebra da confiança e a 
justa criação de expectativas é a base dessa mudança. Nesse sentido, o CDC entende que esses elementos 
vinculam o fornecedor pois, apesar de não ter havido contrato, houve contato entre as partes, de modo 
que uma delas – o consumidor – cria expectativas e confia na outra – o fornecedor – confia que aquilo 
que foi orçado, aquilo que foi prometido, aquilo que foi dito será cumprido. 
Se tradicionalmente a execução específica das obrigações só era permitida durante a fase contratual, o 
CDC passa a permitir a execução específica das justas expectativas criadas durante a fase pré-contratual. 
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Assim, protege-se o consumidor antes, durante e depois do contrato (fases pré-contratual, contratual e 
pós-contratual). 
5. (Qadrix - Procon - GO - 2017) À luz da doutrina e do CDC, assinale a alternativa correta 
acerca de contrato de adesão. 
(A) Os contratos celebrados verbalmente não poderão ser considerados como de adesão. 
(B) As estipulações unilaterais do Poder Público estão excluídas do conceito legal de contrato de 
adesão. 
(C) A inserção de cláusula no formulário descaracteriza a natureza de adesão do contrato. 
(D) É inadmissível cláusula resolutória nesse tipo de contrato. 
(E) Toda estipulação contratual que implicar qualquer limitação de direito do consumidor deverá 
ser redigida com destaque, de modo a permitir sua imediata e fácil compreensão. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. Contrato independe de forma, mesmo o de adesão. Contrato é o vínculo, 
a forma (verbal ou escrita) é apenas o modo de exteriorização e de prova. 
Quando o fornecedor estabelece um contrato sem prévia discussão, para que o consumidor apenas 
concorde ou não com seu conteúdo, sem poder modificá-lo, caracteriza-se um contrato de adesão. A 
forma do contrato, escrita ou verbal, não o descaracteriza como de adesão. Por exemplo, quando analisa 
se vale a pena assinar o Netflix ou pagar um pacote na academia, se trata de um contrato de adesão. 
A alternativa B está incorreta. Veja o conceito de contrato de adesão para o CDC no art. 54: "Contrato 
de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas 
unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou 
modificar substancialmente seu conteúdo". 
O contrato de adesão é aquele no qual uma das partes (o aderente, o consumidor) tem a opção de 
concordar ou não com o contrato, que já foi previamente estabelecido pelo fornecedor. Ou seja, não tem 
discussão. O consumidor não pode discordar de parte do contrato ou querer modificar seu conteúdo, 
pois apenas pode aceitar ou não inteiramente como ele é. 
A alternativa C está incorreta. Mero preenchimento de itens num formulário não consegue 
descaracterizar a natura de um contrato de adesão, que é justamente o fato de não poder discutir os 
elementos essenciais com o fornecedor. Não se questiona mais isso, como faziam os contratualistas 
antigos. Nesse sentido, o art. 54, §1°: "A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de 
adesão do contrato". 
O dispositivo estabelece que, ainda que seja afixada uma cláusula no formulário, ainda se trata de um 
contrato de adesão. Apesar de se discutir a respeito dos limites desse tipo de contrato, colocar um 
formulário para o consumidor preencher, como habitualmente se faz nos contratos eletrônicos, não 
desfigura a adesão e nem a aplicação do CDC. 
A alternativa D está incorreta. O CDC permite a cláusula resolutória, desde que a opção seja de 
competência do consumidor, prevê o art. 54, §2°: "Nos contratos de adesão admite-se cláusula 
resolutória, desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 
2° do artigo anterior". 
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Nos contratos de adesão é permitido inserir uma cláusula resolutória para terminar, romper com o 
contrato, se for da escolha do consumidor, em caso de descumprimento, com exceção do disposto no 
§2° do art. 53. Porém, essa resolução depende de uma opção do consumidor; não pode o fornecedor 
optar pela resolução. Ao fornecedor resta a opção de exigir o cumprimento da prestação, incluindo 
perdas e danos (indenização). 
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Se houver limitação que não seja impedida pela 
proteção do consumidor, ela deve sempre vir em destaque, como exige o art. 54, §4°: "As cláusulas que 
implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua 
imediata e fácil compreensão". 
Se houver uma cláusula que limite o direito do consumidor, deve haver o devido destaque a fim de se 
obter compreensão sobre determinada limitação de maneira imediata e fácil. Assim, o objetivo é evitar 
a existência de uma cláusula escondida nas diversas outras existentes, e que, muitas vezes o consumidor 
passa despercebido por ela e acaba não dando a devida importância. A chance de haver uma cláusula 
que o impedisse de requerer a indenização ou na qual ele abrisse mão do seu direito de imagem ou 
qualquer outra coisa do tipo seria bastante grande se não existisse o §4º. 
6. (IESES - Prefeitura de São José - SC - 2019) Assinale a alternativa correta no que diz 
respeito à proteção contratual de acordo com o Código de Defesa do Consumidor: 
(A) A garantia contratual não é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito. 
(B) O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 15 (quinze) dias a contar da assinatura ou 
do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e 
serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio. 
(C) As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao fornecedor de 
serviços. 
(D) Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes 
for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo. 
Comentários 
 A alternativa A está incorreta. A garantia contratual é SEMPRE complementar e SEMPRE deve ser feita 
por escrito, conforme o art. 50: "A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante 
termo escrito". 
A garantia contratual será complementar à garantia legal e será conferida mediante termo escrito. Em 
outras palavras, aquela garantia de seis meses da sua televisão é complementar, deve ser somada, à 
garantia aqui já estipulada, como destaca o art. 50 do CDC. 
Assim, a garantia é legal e ponto, sem necessidade de previsãoespecífica no contrato. Inclusive, é 
proibida a exoneração contratual do fornecedor. O art. 24, portanto, impede que o fornecedor coloque 
letras miúdas no contrato de modo a se afastar de eventual responsabilidade. 
A alternativa B está incorreta. O prazo previsto no art. 49 é de 7 dias, nesses casos: "O consumidor pode 
desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto 
ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do 
estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio". 
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O consumidor tem direito de desistir do contrato no prazo de 7 dias quando a contratação do 
fornecimento do produto ou serviço ocorrer fora do estabelecimento. Sempre que o produto ou serviço 
forem contratados fora da loja, o direito de arrependimento pode ser utilizado. 
Trata-se de um direito potestativo, incondicionado e ilimitado. Uma vez que não pode ser impedido ou 
obstado de qualquer forma pelo fornecedor. Ademais, não se exige que o consumidor apresente 
qualquer justificativa, razão ou motivo, ou que o fornecedor exija algum tipo de preenchimento de 
condições para ser exercido. Ainda, porque o consumidor pode adquirir e devolver todo e qualquer 
produto ou serviço que adquire. O dispositivo menciona “especialmente por telefone ou a domicílio”, 
pois eram as modalidades mais comuns outrora, hoje isso se aplica à internet, nas vendas por sites ou 
aplicativos, no celular ou no computador, e-mails, home banking etc. 
A alternativa C está incorreta. O CDC não restringe, no art. 47, a interpretação mais favorável ao 
consumidor, nem a faculta ao fornecedor: "As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira 
mais favorável ao consumidor". 
Enquanto o Código Civil estabelece a interpretação mais favorável apenas aos contratos de adesão, 
quando nestes, existirem casos de ambiguidade ou contraditoriedade (art. 423 do CC). O CDC traz, como 
regra geral, a interpretação mais favorável ao consumidor. Assim, o art. 47 destaca que, não importa a 
cláusula, não importa a razão, não importa o alcance, não importa a previsão, se houver uma cláusula 
contratual, ela deve sempre ser interpretada mais favoravelmente ao consumidor. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Trata-se de aprofundamento do princípio da 
força obrigatória dos contratos. Se o consumidor não pôde conhecer o conteúdo do contrato, não pode 
ser obrigado a cumpri-lo: É o que prevê o art. 46: "Os contratos que regulam as relações de consumo 
não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de 
seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão 
de seu sentido e alcance". 
O CDC adota o princípio da boa-fé objetiva, baseado na lealdade, probidade e honestidade nas relações 
interprivadas, logo, os contratos devem ser objetivos e específicos, de modo a serem de fácil 
compreensão pelos consumidores, em vista de sua vulnerabilidade técnica, jurídica, econômica e 
informacional. 
Por conta disso, o instrumento contratual não pode ser escrito de modo a dificultar a compreensão de 
seu sentido e alcance. O próprio contrato não obrigará o consumidor se não for dada a ele a 
oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo. 
7. (FUNDEP - SAAE de Itabira - MG - 2019) Sobre a proteção do consumidor nas relações 
jurídicas, assinale a afirmativa incorreta. 
(A) As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor, sendo 
que as declarações de vontade constantes de escritos particulares relativos às relações de consumo 
vinculam o fornecedor. 
(B) São anuláveis as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que 
estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, ou que sejam incompatíveis com a boa-fé ou a 
equidade. 
(C) A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, salvo quando de sua 
ausência decorrer ônus excessivo a qualquer das partes. 
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(D) O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio 
discriminando o valor da mão de obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições 
de pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços. 
Comentários 
A alternativa A está correta. É a conjugação do art. 47 ("As cláusulas contratuais serão interpretadas 
de maneira mais favorável ao consumidor") com o art. 48 ("As declarações de vontade constantes de 
escritos particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, 
ensejando inclusive execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos". 
Enquanto o Código Civil estabelece a interpretação mais favorável apenas aos contratos de adesão, 
quando nestes, existirem casos de ambiguidade ou contraditoriedade (art. 423 do CC). O CDC traz, como 
regra geral, a interpretação mais favorável ao consumidor. Assim, o art. 47 destaca que, não importa a 
cláusula, não importa a razão, não importa o alcance, não importa a previsão, se houver uma cláusula 
contratual, ela deve sempre ser interpretada mais favoravelmente ao consumidor. 
O princípio da boa-fé objetiva, baseado na lealdade, probidade e honestidade nas relações interprivadas, 
contribui para uma maior vinculatividade também na fase pré-contratual. A quebra da confiança e a 
justa criação de expectativas é a base dessa mudança. Nesse sentido, o CDC entende que os elementos 
da fase pré-contratual vinculam o fornecedor pois, apesar de não ter havido contrato, houve contato 
entre as partes, de modo que uma delas – o consumidor – cria expectativas e confia na outra – o 
fornecedor – confia que aquilo que foi orçado, aquilo que foi prometido, aquilo que foi dito será 
cumprido. 
A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. Veja a regra do art. 51: "São nulas de pleno 
direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: IV 
- estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem 
exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade". 
O dispositivo tem a finalidade de destacar os princípios fundamentais do CDC que se tratam da boa-fé 
objetiva e do equilíbrio contratual, uma vez que os direitos consumeristas são inúmeras vezes violados, 
diante da vulnerabilidade do consumidor perante o mercado de consumo. 
A jurisprudência do STJ entende que é abusiva a venda de ingressos pela internet vinculada a uma única 
intermediadora e mediante o pagamento de taxa de conveniência (REsp 1.737.428/RS). Por outro lado, 
o STJ entende que é válida a tarifa de avaliação do bem dado em garantia, bem como da cláusula que 
prevê o ressarcimento de despesa com o registro do contrato (REsp 1.578.553/SP). No entanto, há 
abusividade pela cobrança por serviço não efetivamente prestado e a possibilidade de controle da 
onerosidade excessiva, em cada caso concreto. 
A alternativa C está correta. Não há nulidade de per si de uma cláusula, mas apenas se não houver como 
salvar o contrato como um todo. É o que prevê o art. 51, §2°: "A nulidade de uma cláusula contratual 
abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, 
decorrer ônus excessivo a qualquer das partes". 
Quando se fala em nulidade da cláusula contratual, entende-se que em razão da boa-fé, do equilíbrio 
contratual, da segurança jurídica, muitas vezes o contrato pode produzir algum efeito, apesar da 
cláusula abusiva ter sido invalidada, como dispõe o §2º do art. 51: "a nulidade de uma cláusula 
contratual não invalidao contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, 
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decorrer ônus excessivo a qualquer das partes." Ou seja, em geral, se houver como salvar parte de um 
contrato que seja benéfico para o consumidor, o CDC determina que o contrato não será considerado 
inválido. 
A alternativa D está correta. O art. 40 exige orçamento prévio e completo: "O fornecedor de serviço 
será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-obra, dos 
materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como as datas de 
início e término dos serviços". 
O CDC exige o prévio orçamento do fornecedor, a respeito do valor da mão-de-obra, dos materiais e 
equipamentos que serão utilizados, mas ainda assim dependerá do consentimento do consumidor para 
que o serviço seja iniciado. Assim, após o consumidor autorizar o orçamento ofertado, o fornecedor 
pode realizar o serviço, informando as datas de início e término, bem como as formas de pagamento. No 
caso de o serviço ser realizado sem autorização do consumidor, será utilizada a regra do art. 39, 
parágrafo único, que estabelece que se equiparam às amostras grátis o serviço que não foi solicitado. 
8. (IF-MT - Direito – 2018) Zé dos Anzóis adquiriu uma camisa, comprada pelo site da loja Só 
Alegria Confecções. Após o recebimento do produto, Zé notou que o material publicizado no site 
não correspondia ao que foi entregue na sua residência. Quando Zé dos Anzóis poderá desistir 
da compra? 
(A) Até 7 dias a partir do pedido. 
(B) Até 5 dias após o recebimento. 
(C) Não poderá desistir. 
(D) Até 7 dias após o recebimento do produto. 
(E) Até 5 dias após o pedido. 
Comentários 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O prazo previsto no art. 49 é de 7 dias, nesses 
casos: "O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato 
de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e 
serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio". 
O consumidor tem direito de desistir do contrato no prazo de 7 dias quando a contratação do 
fornecimento do produto ou serviço ocorrer fora do estabelecimento. Sempre que o produto ou serviço 
forem contratados fora da loja, o direito de arrependimento pode ser utilizado. 
Trata-se de um direito potestativo, incondicionado e ilimitado. Uma vez que não pode ser impedido ou 
obstado de qualquer forma pelo fornecedor. Ademais, não se exige que o consumidor apresente 
qualquer justificativa, razão ou motivo, ou que o fornecedor exija algum tipo de preenchimento de 
condições para ser exercido. Ainda, porque o consumidor pode adquirir e devolver todo e qualquer 
produto ou serviço que adquire. O dispositivo menciona “especialmente por telefone ou a domicílio”, 
pois eram as modalidades mais comuns outrora, hoje isso se aplica à internet, nas vendas por sites ou 
aplicativos, no celular ou no computador, e-mails, home banking etc. 
As alternativas A, B, C e E estão incorretas. 
9. (INAZ do Pará - CRF-PE - 2018) O Código de defesa do consumidor conceitua contrato de 
adesão como “aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou 
estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor 
possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo”; deste conceito, nota-se 
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desigualdade material entre as partes. Apesar da postura do Estado não ser de ampla 
intervenção nas atividades econômicas e nas relações entre particulares, ele atua no sentido de 
buscar equilíbrio entre os diversos interesses existentes na sociedade, promovendo 
intervenções e controles onde a linearidade seja substituída pela vulnerabilidade. Nos contratos 
de adesão, onde tal desigualdade é mais percebida, a equivalência material depende da atuação 
do legislador. À luz deste tema, qual a alternativa que melhor traduz a restauração da 
linearidade das partes nos contratos? 
(A) Cláusula constante em contrato de prestação de serviços de telefonia que permita à operadora 
do serviço, a seu critério, a interrupção do serviço, independentemente da previsão de motivos 
taxativos, mesmo que o outro contratante não tenha igual direito, não configura desequilíbrio na relação 
contratual. 
(B) Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação civil pública objetivando a análise da 
validade de cláusulas abusivas de contrato de arrendamento mercantil celebrado pelos consumidores 
do Estado de Pernambuco. 
(C) Em contrato de prestação de serviços que tenha cláusula apontando a taxa SELIC como 
parâmetro para o reajuste e, no mesmo contrato, haja outra cláusula definindo índice da poupança como 
parâmetro para o mesmo fim, dada a contradição, deve ser utilizado aquele mais atualizado. 
(D) Nos contratos de adesão, são anuláveis as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do 
aderente a direito resultante da natureza do negócio. 
(E) Nos contratos de adesão, como a sua elaboração tem predominância da vontade de uma das 
partes sobre os demais, havendo dubiedade de entendimento acerca de uma das cláusulas, sendo 
necessária a intervenção judicial, deve o juiz solicitar da parte que elaborou referida norma arrazoado 
circunstanciado acerca dos seus fundamentos, para o fim de formar sua livre convicção sobre a 
demanda. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. Veja o enunciado o art. 51: "São nulas de pleno direito, entre outras, as 
cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: XI - autorizem o fornecedor 
a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor". 
O dispositivo estabelece que a cláusula contratual que autoriza o fornecedor, exclusivamente, a resilir o 
contrato, é nula de pleno direito. A resilição é uma das espécies de rescisão, usada para dar cabo, 
terminar, um contrato, de maneira unilateral ou bilateral. O inciso XI visa destacar que o consumidor 
pode igualmente, cancelar o contrato, considerando a boa-fé, a fim de evitar o abuso de direito do 
fornecedor. 
A rigor, válida a cláusula de resilição unilateral, se permitida para ambas as partes. No entanto, se se 
verificar que a cláusula foi usada pelo fornecedor para que houvesse o cancelamento do contrato a fim 
de que ele pudesse, logo em seguida, propor novo contrato, com valores mais altos, há violação do 
dispositivo. Nesse caso, visualiza-se o desequilíbrio contratual de uma das partes, em vista da 
interrupção do serviço, sem igual direito para o outro contratante. 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Segundo o entendimento do STJ, o Ministério 
Público tem legitimidade para promover ação civil pública para verificar a validade das cláusulas 
abusivas de contrato de arrendamento mercantil. Logo, a fim de se possibilitar o equilíbrio contratual, 
o MP pode ajuizar ação para o reconhecimento das cláusulas abusivas no contrato de adesão, para se 
reestabelecer os critérios de reajuste das obrigações das partes do contrato. Nesse sentido "O Ministério 
Público tem legitimidade ad causam para a propositura de ação civil pública para tutelar interesses de 
consumidores envolvidos na celebração de contrato de adesão para a aquisição de bem imóvel. " (REsp. 
440.617, Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, 4a T., p. 17/03/03). 
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O mesmo julgado permite inferir que o Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação civil 
pública objetivando a análiseda validade de cláusulas abusivas de contrato de arrendamento mercantil 
celebrado pelos consumidores do Estado de Pernambuco, a fim de se restaurar a linearidade entre as 
partes. 
A alternativa C está incorreta. O art. 47 prevê a interpretação mais favorável ao consumidor: "As 
cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor". Não importa o 
índice, importa qual é mais favorável ao consumidor. 
Enquanto o Código Civil estabelece a interpretação mais favorável apenas aos contratos de adesão, 
quando nestes, existirem casos de ambiguidade ou contraditoriedade (art. 423 do CC). O CDC traz, como 
regra geral, a interpretação mais favorável ao consumidor. Assim, o art. 47 destaca que, não importa a 
cláusula, não importa a razão, não importa o alcance, não importa a previsão, se houver uma cláusula 
contratual, ela deve sempre ser interpretada mais favoravelmente ao consumidor. 
A alternativa D está incorreta. Veja a redação do art. 424 do Código Civil: "Nos contratos de adesão, são 
nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do 
negócio". 
As cláusulas nulas de pleno direito são consideradas invalidas, uma vez que são de interesse público, 
podem ser alegadas por todos os interessados no ato, pelo Ministério, a fim de que seja declarada nula 
pelo juiz, enquanto um ato anulável precisa ser provocado, ou seja, deve haver pedido para sua anulação. 
Desse modo, o CDC visa tutelar os direitos consumeristas, sendo que a nulidade pressupõe que o ato 
viciado vai na contramão dos interesses consumeristas defendidos pelo Código. 
A alternativa E está incorreta. O art. 47 prevê a interpretação mais favorável ao consumidor: "As 
cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor". Não importam as 
razões do fornecedor, importa o consumidor. 
O contrato de adesão é aquele no qual uma das partes (o aderente, o consumidor) tem a opção de 
concordar ou não com o contrato, que já foi previamente estabelecido pelo fornecedor. Ou seja, não tem 
discussão. O consumidor não pode discordar de parte do contrato ou querer modificar seu conteúdo, 
pois apenas pode aceitar ou não inteiramente como ele é. Contudo, havendo dubiedade, ambiguidade, 
confusão de entendimento acerca de uma das cláusulas, a mesma sempre será interpretada de maneira 
mais benéfica para o consumidor, inclusive nos contratos de adesão. 
10. (FEPESE - CELESC - 2018) Assinale a alternativa correta de acordo com o Código de Defesa 
do Consumidor. 
(A) A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato. 
(B) É vedada a inserção de cláusula resolutória nos contratos de adesão. 
(C) Uma vez aceito e assinado, o contrato de adesão deve ser publicado para ter início sua vigência. 
(D) Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido estabelecidas pelo fornecedor de 
produtos ou serviços em conjunto com o consumidor. 
(E) É característico do contrato de adesão conter cláusulas que implicarem limitação de direito da 
parte contratante. 
Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Mero preenchimento de itens num formulário 
não consegue descaracterizar a natura de um contrato de adesão, que é justamente o fato de não poder 
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discutir os elementos essenciais com o fornecedor. Não se questiona mais isso, como faziam os 
contratualistas antigos. Nesse sentido, o art. 54, §1°: "A inserção de cláusula no formulário não desfigura 
a natureza de adesão do contrato". 
O dispositivo estabelece que, ainda que seja afixada uma cláusula no formulário, ainda se trata de um 
contrato de adesão. Apesar de se discutir a respeito dos limites desse tipo de contrato, colocar um 
formulário para o consumidor preencher, como habitualmente se faz nos contratos eletrônicos, não 
desfigura a adesão e nem a aplicação do CDC. 
A alternativa B está incorreta. O CDC permite a cláusula resolutória, desde que a opção seja de 
competência do consumidor, prevê o art. 54, §2°: "Nos contratos de adesão admite-se cláusula 
resolutória, desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 
2° do artigo anterior". 
Nos contratos de adesão é permitido inserir uma cláusula resolutória para terminar, romper com o 
contrato, se for da escolha do consumidor, em caso de descumprimento, com exceção do disposto no 
§2° do art. 53. Porém, essa resolução depende de uma opção do consumidor; não pode o fornecedor 
optar pela resolução. Ao fornecedor resta a opção de exigir o cumprimento da prestação, incluindo 
perdas e danos (indenização). 
A alternativa C está incorreta. Sem sentido. Salvo os contratos solenes regidos pelo Código Civil, 
nenhum contrato precisa ser publicado, na esfera privada, em obediência ao princípio da força 
obrigatória. 
O contrato de adesão é aquele no qual uma das partes (o aderente, o consumidor) tem a opção de 
concordar ou não com o contrato, que já foi previamente estabelecido pelo fornecedor. Ou seja, não tem 
discussão. O consumidor não pode discordar de parte do contrato ou querer modificar seu conteúdo, 
pois apenas pode aceitar ou não inteiramente como ele é. Em nenhum momento se estabelece que 
apenas com a publicação o mesmo começará a ser vigente. 
A alternativa D está incorreta. Veja o conceito de contrato de adesão para o CDC no art. 54: "Contrato 
de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas 
unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou 
modificar substancialmente seu conteúdo". 
Quando o fornecedor estabelece um contrato sem prévia discussão, para que o consumidor apenas 
concorde ou não com seu conteúdo, sem poder modificá-lo, caracteriza-se um contrato de adesão. A 
forma do contrato, escrita ou verbal, não o descaracteriza como de adesão. Por exemplo, quando analisa 
se vale a pena assinar o Netflix ou pagar um pacote na academia, se trata de um contrato de adesão. 
A alternativa E está incorreta. Se houver limitação que não seja impedida pela proteção do consumidor, 
ela deve sempre vir em destaque, como exige o art. 54, §4°: "As cláusulas que implicarem limitação de 
direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil 
compreensão". Ou seja, o contrato de adesão não necessariamente terá cláusulas limitadas. 
Se houver uma cláusula que limite o direito do consumidor, deve haver o devido destaque a fim de se 
obter compreensão sobre determinada limitação de maneira imediata e fácil. Assim, o objetivo é evitar 
a existência de uma cláusula escondida nas diversas outras existentes, e que, muitas vezes o consumidor 
passa despercebido por ela e acaba não dando a devida importância. A chance de haver uma cláusula 
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que o impedisse de requerer a indenização ou na qual ele abrisse mão do seu direito de imagem ou 
qualquer outra coisa do tipo seria bastante grande se não existisse o §4º. 
11. (FUNDATEC - DPE-SC - 2018) De acordo com as regras consumeristas, na contratação de 
fornecimento de produtos e serviços fora do estabelecimento comercial, especialmente por 
telefone ou a domicílio, o consumidor poderá exercer o direito de arrependimento no prazo de 
quantos dias? 
(A) Cinco. 
(B) Sete. 
(C) Quinze. 
(D) Trinta. 
(E) Quarenta e cinco. 
Comentários 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. O prazo previsto no art. 49 é de 7 dias, nesses 
casos: "O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato 
de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtose 
serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio". 
O consumidor tem direito de desistir do contrato no prazo de 7 dias quando a contratação do 
fornecimento do produto ou serviço ocorrer fora do estabelecimento. Sempre que o produto ou serviço 
forem contratados fora da loja, o direito de arrependimento pode ser utilizado. 
Trata-se de um direito potestativo, incondicionado e ilimitado. Uma vez que não pode ser impedido ou 
obstado de qualquer forma pelo fornecedor. Ademais, não se exige que o consumidor apresente 
qualquer justificativa, razão ou motivo, ou que o fornecedor exija algum tipo de preenchimento de 
condições para ser exercido. Ainda, porque o consumidor pode adquirir e devolver todo e qualquer 
produto ou serviço que adquire. O dispositivo menciona “especialmente por telefone ou a domicílio”, 
pois eram as modalidades mais comuns outrora, hoje isso se aplica à internet, nas vendas por sites ou 
aplicativos, no celular ou no computador, e-mails, home banking etc. 
As alternativas A, C, D e E estão incorretas. 
12. (BANPARÁ - BANPARÁ - 2017) Assinale a alternativa CORRETA: 
(A) Os contratos de adesão escritos, no âmbito das relações de consumo, serão redigidos em termos 
claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo onze, de 
modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. 
(B) O CDC veda a denominada cláusula de decaimento que se refere, nos contratos de compra e venda 
de móveis ou imóveis mediante pagamento em prestações e nas alienações fiduciárias em garantia, à 
perda total das prestações pagas em benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a 
resolução do contrato e a retomada do produto alienado. 
(C) É assegurada ao consumidor na liquidação antecipada do débito e quando feito totalmente, 
mediante a redução proporcional dos juros, salvo dos demais acréscimos. 
(D) De acordo com o CDC, nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a 
compensação ou a restituição das parcelas quitadas, terá descontada somente a vantagem econômica 
auferida com a fruição, sendo vedado o desconto referente aos prejuízos que o desistente ou 
inadimplente causar ao grupo. 
Comentários 
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A alternativa A está incorreta. O art. 54, §3º traz as regras a respeito da redação do contrato de adesão: 
"Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e 
legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão 
pelo consumidor". 
Tendo em vista que o contrato de adesão é estabelecido pelo fornecedor, sem que seja oferecida alguma 
opção ao consumidor, que pode apenas aceitar ou não o que se determinou no contrato, a sua escrita 
deve ser objetiva, a fim de que se obtenha uma fácil compreensão, com termos diretos e específicos. 
Ademais, o dispositivo exige que o tamanho da fonte seja de, no mínimo doze, pois existe fornecedor 
que coloca letra miúda no contrato (lembre-se que na publicidade não é necessário que a fonte seja 12, 
mas apenas no contrato escrito em si). 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. O art. 53 traz a vedação à chamada cláusula de 
decaimento: "Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento em 
prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as 
cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em benefício do credor que, em razão do 
inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto alienado". 
É vedada à chamada cláusula de decaimento. Desse modo, se compro um imóvel e, por alguma razão, 
não pago as prestações, não perco todo o valor já pago. Sob essa premissa, o dispositivo estabelece que 
a cláusula que determinar a perca total do valor já pago em benefício do credor, é nula de pleno direito. 
A alternativa C está incorreta. Na liquidação antecipa, deve haver redução proporcional à integralidade 
dos valores pagos, como exige o art. 52, §2º: "É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do 
débito, total ou parcialmente, mediante redução proporcional dos juros e demais acréscimos". 
O dispositivo estabelece que no caso de o consumidor realizar antecipadamente o pagamento, ele tem 
o direito de receber um desconto. É uma garantia ao consumidor, de modo que as instituições 
financeiras não podem cobrar tarifa para liquidação antecipada de débitos (REsp 1.409.792/DF). Além 
disso, o banco poderá realizar novas operações, visto que receberá o crédito antes do esperado, 
ademais, não terá risco de inadimplência. Contudo, veja que o dispositivo se refere a encargos de ordem 
financeira. 
A alternativa D está incorreta. Consórcio tem regra peculiar no art. 53, §2º: "Nos contratos do sistema 
de consórcio de produtos duráveis, a compensação ou a restituição das parcelas quitadas, na forma 
deste artigo, terá descontada, além da vantagem econômica auferida com a fruição, os prejuízos que o 
desistente ou inadimplente causar ao grupo". 
Se o consumidor não realizar as prestações relativas à compra de um imóvel, o valor que já foi pago não 
será perdido, por conseguinte, são nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam o contrário. 
Contudo, no caso dos consórcios, não é estabelecido um contrato de compra e venda por meio de 
prestações, mas sim um grupo que se reúne para adquirir determinado bem. Por isso, nesse caso a 
compensação ou restituição das parcelas já pagas, terá descontada os prejuízos causados aos 
integrantes do grupo. 
O caso do consórcio tem outra natureza jurídica, pelo que a saída de um dos participantes não justifica 
a devolução ou a redução daquelas parcelas que são contratadas no interesse de todo o grupo (REsp 
688.794/RJ). 
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13. (Quadrix - Procon - GO - 2017) No que se refere às cláusulas abusivas segundo o CDC, 
assinale a alternativa correta. 
(A) É válida a cláusula contratual relativa ao fornecimento de serviços que determine a utilização 
compulsória de arbitragem. 
(B) São anuláveis, entre outras, as cláusulas contratuais, relativas ao fornecimento de produtos, que 
possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias. 
(C) Na venda a crédito, é assegurada ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total ou 
parcialmente, mediante redução proporcional dos juros e demais acréscimos. 
(D) Em regra, a nulidade de uma cláusula contratual abusiva invalida todo o contrato. 
(E) O consumidor é o único legitimado a requerer ao Ministério Público o ajuizamento da 
competente ação para que seja declarada a nulidade de cláusula contratual que não assegure o justo 
equilíbrio entre direitos e obrigações das partes. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. Não pode o fornecedor obrigar o consumidor a recorrer à arbitragem, 
exige o art. 51: "São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao 
fornecimento de produtos e serviços que: VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem". 
Com a maior utilização da arbitragem para a resolução de conflitos, não se pode pensar que ela é 
obrigatória, ainda que nas relações de consumo. A fim de se resolver um problema sem precisar ir até o 
Poder Judiciário, o Código de Processo Civil de 2015 incita a composição extrajudicial de conflitos, como 
a arbitragem, a conciliação e a mediação, para se obter uma razoável duração do processo. Para que esse 
modo que resolução de conflitos seja utilizado somente com o real interesse do consumidor, o inc. VII 
estabelece a vedação à chamada cláusula compulsória de arbitragem. 
O art. 4º, §2º, da Lei 9.307/1996 dispõeque a cláusula compromissória só tem eficácia nos contratos de 
adesão se o aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar expressamente com sua 
instituição, e desde que por escrito em documento anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto 
especialmente para essa cláusula. Por isso, o STJ (REsp 1.785.783/GO) entendeu que se o consumidor 
não demonstrou qualquer interesse em participar do procedimento arbitral, buscando diretamente o 
Judiciário em razão do grave inadimplemento contratual, afasta-se eventual cláusula arbitral fixada sem 
cumprimento das exigências da Lei de Arbitragem. 
A alternativa B está incorreta. A renúncia pelas benfeitorias necessárias, e apenas por elas, é proibida 
pelo art. 51: "São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento 
de produtos e serviços que: XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias 
necessárias". 
O dispositivo estabelece que é NULA de pleno direito a cláusula que impeça a indenização pelas 
benfeitorias necessárias realizadas pelo adquirente e não ANULÁVEL. Se trata da cláusula negativa de 
indenização por benfeitorias necessárias. O §3º do art. 96 do Código Civil estabelece que: “As 
benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias § 3º São necessárias as que têm por fim 
conservar o bem ou evitar que se deteriore”. Assim, o reboco dos tijolos para conservar o bem é uma 
benfeitoria necessária. 
No entanto, não consideram as benfeitorias necessárias feitas pelos adquirentes, em desconformidade 
com o contrato ou com a lei. Em outras palavras, construiu irregularmente, fez puxadinho, não respeitou 
as regras municipais de edificação ou fez a obra escondido. Perdeu (REsp 1.643.771/PR). 
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A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Na liquidação antecipa, deve haver redução 
proporcional à integralidade dos valores pagos, como exige o art. 52, §2º: "É assegurado ao consumidor 
a liquidação antecipada do débito, total ou parcialmente, mediante redução proporcional dos juros e 
demais acréscimos". 
O dispositivo estabelece que no caso de o consumidor realizar antecipadamente o pagamento, ele tem 
o direito de receber um desconto. É uma garantia ao consumidor, de modo que as instituições 
financeiras não podem cobrar tarifa para liquidação antecipada de débitos (REsp 1.409.792/DF). Além 
disso, o banco poderá realizar novas operações, visto que receberá o crédito antes do esperado, 
ademais, não terá risco de inadimplência. Contudo, veja que o dispositivo se refere a encargos de ordem 
financeira. 
A alternativa D está incorreta. Não há nulidade de per si de uma cláusula, mas apenas se não houver 
como salvar o contrato como um todo. É o que prevê o art. 51, §2°: "A nulidade de uma 
cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços 
de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes". 
Quando se fala em nulidade da cláusula contratual, entende-se que em razão da boa-fé, do equilíbrio 
contratual, da segurança jurídica, muitas vezes o contrato pode produzir algum efeito, apesar da 
cláusula abusiva ter sido invalidada, como dispõe o §2º do art. 51: "a nulidade de uma cláusula 
contratual não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, 
decorrer ônus excessivo a qualquer das partes." Ou seja, em geral, se houver como salvar parte de um 
contrato que seja benéfico para o consumidor, o CDC determina que o contrato não será considerado 
inválido. 
A alternativa E está incorreta. O consumidor pode acionar o MP para que ele ajuíze a ação, prevê o art. 
51, §4°: "É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente requerer ao Ministério 
Público que ajuíze a competente ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que contrarie 
o disposto neste código ou de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações 
das partes". No entanto, qualquer entidade também pode. 
Para que determinada cláusula seja considerada nula, é necessário que qualquer consumidor ou 
entidade que o represente requisite ao Ministério Público, a fim de que o mesmo ajuíze uma ação com 
o objetivo de declarar a nulidade da cláusula. Logo, ainda que a violação não decorra do CDC, ainda 
assim o consumidor pode requerer a declaração de nulidade de cláusula abusiva, quando cláusula de 
qualquer forma não assegurar o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes. 
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LISTA DE QUESTÕES 
Proteção contratual (arts. 46 a 54) 
Bancas sortidas 
1. (CESGRANRIO - Banco do Brasil – Escriturário – 2021) MEK é correntista do Banco L, mantendo 
relações negociais frequentes, bem como sua família. Por força desse relacionamento, possui dois 
contratos de cartão de crédito que utiliza nas suas compras cotidianas. Em determina do dia, é 
surpreendido pela entrega de mais um cartão de crédito que não havia solicitado. No dia seguinte, dirige-
se à agência bancária onde movimenta sua conta corrente e apresenta o cartão, com pedido de devolução, 
por não ter interesse no adicional. Segundo as regras do Código de Defesa do Consumidor, Lei nº 
8.078/1990, o(a) 
(A) recebimento pelo consumidor leva à cobrança de anuidade pelo emissor. 
(B) pagamento não efetuado da anuidade cobrada permite a inscrição do consumidor no cadastro de 
inadimplentes. 
(C) fornecimento de cartões de créditos a clientes habituais independe de formalização de contrato. 
(D) banco tem direito a ressarcimento pelas despesas de remessa do cartão. 
(E) entrega sem solicitação caracteriza prática abusiva do fornecedor. 
2. (CESGRANRIO - Banco do Brasil – Escriturário – 2021) K é correntista do Banco S e possui cartões de 
crédito e de débito expedidos pela instituição financeira. Diante de dificuldades momentâneas, não 
conseguiu cobrir o total das despesas realizadas com o seu cartão de crédito. No dia do vencimento, o 
banco, mediante autorização contratual, retirou da conta corrente de K o valor mínimo para efeito de 
pagamento parcial da dívida. Houve contestação, que foi indeferida pelo órgão interno do banco. Segundo 
as regras do Código de Defesa do Consumidor, Lei nº 8.078/1990, essa norma contratual deve ser 
considerada: 
(A) abusiva, por retirar o poder de controle das finanças do correntista. 
(B) regular, pois não se fundamenta em poder superior do banco. 
(C) questionável, pois quebra a isonomia entre os contratantes. 
(D) passível de impugnação administrativa. 
(E) ampla demais, por não conter previsão de valor a ser debitado. 
3. (FUNDEP - Prefeitura de Uberlândia - MG - 2019) De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, 
considerando que um homem contratou, pela internet, o fornecimento de produto – um televisor de 50 
polegadas – fora do estabelecimento comercial, para entrega em seu domicílio, ele poderá desistir do 
contrato de aquisição no prazo de ________________, a contar de sua assinatura ou do ato de 
recebimento do produto. Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna anterior. 
(A) 2 dias úteis. 
(B) 5 dias úteis. 
(C) 7 dias úteis. 
(D) 15 dias úteis. 
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4. (Quadrix - Procon - GO - 2017) No que se refere à proteção contratual, assinale a alternativa correta 
conforme o CDC. 
(A) O consumidor pode arrepender-se e desistir do contrato, no prazo de cinco dias, a contar do 
recebimento do produto, se o contrato de consumo for concluído fora do estabelecimento comercial. 
(B) No caso de contratação por telefone, seo consumidor exercer o direito de arrependimento, não terá 
direito ao reembolso das quantias pagas. 
(C) A redação das cláusulas contratuais deve ser feita de modo a facilitar sua compreensão pelo 
consumidor para que a obrigação por ele assumida para com o fornecedor possa ser exigível. 
(D) Apenas as cláusulas contratuais cuja redação seja ambígua ou obscura serão interpretadas de 
maneira mais favorável ao consumidor. 
(E) As declarações de vontade constantes de pré-contratos relativos às relações de consumo não 
vinculam o fornecedor. 
5. (Qadrix - Procon - GO - 2017) À luz da doutrina e do CDC, assinale a alternativa correta acerca de 
contrato de adesão. 
(A) Os contratos celebrados verbalmente não poderão ser considerados como de adesão. 
(B) As estipulações unilaterais do Poder Público estão excluídas do conceito legal de contrato de adesão. 
(C) A inserção de cláusula no formulário descaracteriza a natureza de adesão do contrato. 
(D) É inadmissível cláusula resolutória nesse tipo de contrato. 
(E) Toda estipulação contratual que implicar qualquer limitação de direito do consumidor deverá ser 
redigida com destaque, de modo a permitir sua imediata e fácil compreensão. 
6. (IESES - Prefeitura de São José - SC - 2019) Assinale a alternativa correta no que diz respeito à 
proteção contratual de acordo com o Código de Defesa do Consumidor: 
(A) A garantia contratual não é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito. 
(B) O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 15 (quinze) dias a contar da assinatura ou do 
ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e 
serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio. 
(C) As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao fornecedor de serviços. 
(D) Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for 
dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo. 
7. (FUNDEP - SAAE de Itabira - MG - 2019) Sobre a proteção do consumidor nas relações jurídicas, 
assinale a afirmativa incorreta. 
(A) As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor, sendo que as 
declarações de vontade constantes de escritos particulares relativos às relações de consumo vinculam o 
fornecedor. 
(B) São anuláveis as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que 
estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, ou que sejam incompatíveis com a boa-fé ou a 
equidade. 
(C) A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, salvo quando de sua ausência 
decorrer ônus excessivo a qualquer das partes. 
(D) O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio discriminando o 
valor da mão de obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem 
como as datas de início e término dos serviços. 
8. (IF-MT - Direito – 2018) Zé dos Anzóis adquiriu uma camisa, comprada pelo site da loja Só Alegria 
Confecções. Após o recebimento do produto, Zé notou que o material publicizado no site não correspondia 
ao que foi entregue na sua residência. Quando Zé dos Anzóis poderá desistir da compra? 
(A) Até 7 dias a partir do pedido. 
(B) Até 5 dias após o recebimento. 
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(C) Não poderá desistir. 
(D) Até 7 dias após o recebimento do produto. 
(E) Até 5 dias após o pedido. 
9. (INAZ do Pará - CRF-PE - 2018) O Código de defesa do consumidor conceitua contrato de adesão 
como “aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas 
unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou 
modificar substancialmente seu conteúdo”; deste conceito, nota-se desigualdade material entre as partes. 
Apesar da postura do Estado não ser de ampla intervenção nas atividades econômicas e nas relações entre 
particulares, ele atua no sentido de buscar equilíbrio entre os diversos interesses existentes na sociedade, 
promovendo intervenções e controles onde a linearidade seja substituída pela vulnerabilidade. Nos 
contratos de adesão, onde tal desigualdade é mais percebida, a equivalência material depende da atuação 
do legislador. À luz deste tema, qual a alternativa que melhor traduz a restauração da linearidade das 
partes nos contratos? 
(A) Cláusula constante em contrato de prestação de serviços de telefonia que permita à operadora do 
serviço, a seu critério, a interrupção do serviço, independentemente da previsão de motivos taxativos, 
mesmo que o outro contratante não tenha igual direito, não configura desequilíbrio na relação contratual. 
(B) Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação civil pública objetivando a análise da validade 
de cláusulas abusivas de contrato de arrendamento mercantil celebrado pelos consumidores do Estado de 
Pernambuco. 
(C) Em contrato de prestação de serviços que tenha cláusula apontando a taxa SELIC como parâmetro 
para o reajuste e, no mesmo contrato, haja outra cláusula definindo índice da poupança como parâmetro 
para o mesmo fim, dada a contradição, deve ser utilizado aquele mais atualizado. 
(D) Nos contratos de adesão, são anuláveis as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente 
a direito resultante da natureza do negócio. 
(E) Nos contratos de adesão, como a sua elaboração tem predominância da vontade de uma das partes 
sobre os demais, havendo dubiedade de entendimento acerca de uma das cláusulas, sendo necessária a 
intervenção judicial, deve o juiz solicitar da parte que elaborou referida norma arrazoado circunstanciado 
acerca dos seus fundamentos, para o fim de formar sua livre convicção sobre a demanda. 
10. (FEPESE - CELESC - 2018) Assinale a alternativa correta de acordo com o Código de Defesa do 
Consumidor. 
(A) A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato. 
(B) É vedada a inserção de cláusula resolutória nos contratos de adesão. 
(C) Uma vez aceito e assinado, o contrato de adesão deve ser publicado para ter início sua vigência. 
(D) Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido estabelecidas pelo fornecedor de produtos 
ou serviços em conjunto com o consumidor. 
(E) É característico do contrato de adesão conter cláusulas que implicarem limitação de direito da parte 
contratante. 
11. (FUNDATEC - DPE-SC - 2018) De acordo com as regras consumeristas, na contratação de 
fornecimento de produtos e serviços fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a 
domicílio, o consumidor poderá exercer o direito de arrependimento no prazo de quantos dias? 
(A) Cinco. 
(B) Sete. 
(C) Quinze. 
(D) Trinta. 
(E) Quarenta e cinco. 
12. (BANPARÁ - BANPARÁ - 2017) Assinale a alternativa CORRETA: 
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(A) Os contratos de adesão escritos, no âmbito das relações de consumo, serão redigidos em termos 
claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo onze, de 
modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. 
(B) O CDC veda a denominada cláusula de decaimento que se refere, nos contratos de compra e venda 
de móveis ou imóveis mediante pagamento em prestações e nas alienações fiduciárias em garantia, à perda 
total das prestações pagas em benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução 
do contrato e a retomada do produto alienado. 
(C) É assegurada ao consumidor na liquidação antecipada do débito e quando feito totalmente, mediante 
a redução proporcional dos juros, salvo dos demais acréscimos. 
(D) De acordo com o CDC, nos contratos do sistema de consórcio de produtosou dolo do fornecedor (imprudência, negligência, imperícia, má-fé, dolo ou qualquer 
voluntariedade ou desejo de causar dano ou enganar). 
Claro, a publicidade exige certa teatralidade, certo exagero; normal. O chamado puffing não é ilícito, se 
não for usado de maneira enganosa ou abusiva. Dizer que se vende o carro mais econômico da categoria 
constitui publicidade enganosa, se o fabricante não puder provar o fato (informação objetiva e com ar 
científico); mas, dizer que se vende o carro mais desejado desde o Egito antigo é mero exagero, lícito 
(informação subjetiva e com ar jocoso). 
Ademais, para o STJ, a ausência de informação relativa ao preço, por si só, não 
caracteriza publicidade enganosa. Para a caracterização da ilegalidade omissiva, a 
ocultação deve ser de qualidade essencial do produto, do serviço ou de suas reais 
condições de contratação, considerando, na análise do caso concreto, o público alvo do 
anúncio publicitário (REsp 1.705.278/MA). 
E quem responde pela publicidade enganosa? Segundo o STJ, as empresas de comunicação não 
respondem por publicidade e propostas abusivas ou enganosas, porque essa responsabilidade toca aos 
fornecedores-anunciantes, que a patrocinaram (REsp. 604.172/SP). 
• Qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou
parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir
em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade,
propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços
• Quando será a publicidade enganosa por omissão? Quando deixar de informar sobre
dado essencial do produto ou serviço
Publicidade enganosa
• Dentre outras, a discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o
medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da
criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se
comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança
Publicidade abusiva
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Também já entendeu o STJ que é possível o redirecionamento da condenação de veicular 
contrapropaganda imposta a matriz à sua filial. Ainda que possuam CNPJ diversos e autonomia 
administrativa e operacional, as filiais são um desdobramento da matriz por integrar a pessoa jurídica 
como um todo. Eventual decisão contrária à matriz por atos prejudiciais a consumidores é extensível às 
filiais (REsp 1.655.796/MT). 
Seção IV – Práticas abusivas 
Reconhecer as práticas abusivas nem sempre é fácil. Isso porque, de um lado, os fornecedores precisam 
colocar os produtos em certo destaque. O mercado de consumo no capitalismo funciona, de maneira 
ideal, assim; bons produtos vão assumindo adiante e maus produtos vão sendo eliminados. 
O problema é que, nessa corrida pelos consumidores, é necessário que seu produto seja conhecido. Você 
certamente já deve ter visto um produto genial e pensado como é que não inventaram isso antes (eu 
ainda acho sensacional meu singelo aparato para tirar o caroço da azeitona). Ou mesmo pensado em 
como era a vida antes de certo produto existir (o horror de ir de um lugar para o outro antes do advento 
do GoogleMaps, que somente se tornou um mapa praticamente em tempo real em 2011). 
Não raro o fornecedor vai enaltecer as características do seu produto, criar facilidades, ou esconder 
defeitos e impedir certos usos, propositadamente. Trocando em centavos de real, ele vai abusar de 
certas práticas para se destacar ou evitar sumir do mercado. 
Aqui você vê uma das raras hipóteses de presunção juris et de jure, ou seja, uma presunção 
absoluta, que não admite prova em contrário. Há presunção absoluta de ilicitude na 
adoção das práticas elencadas no art. 39 do CDC. 
Pode-se dividir as práticas abusivas de acordo com a fase da contratação: 
➢ Fase pré-contratual: práticas abusivas levadas a efeito antes da contratação efetiva. Por 
exemplo, os incs. I, II e III do art. 39 (condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao 
fornecimento de outro produto ou serviço; recusar atendimento às demandas dos consumidores; 
enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto). 
➢ Fase contratual: práticas abusivas levadas a efeito depois da contratação, mas antes de sua 
finalização. Por exemplo, o inc. XII do art. 39 (não fixação do prazo para cumprimento da 
obrigação). 
➢ Fase pós-contratual: práticas abusivas levadas a efeito depois de finalizada a relação de 
consumo. Por exemplo, o inc. VII do art. 39 (repassar informação depreciativa, referente a ato 
praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos). 
Lembre, mais uma vez, de não confundir a publicidade enganosa com a 
publicidade abusiva; os examinadores adoram fazer essa pegadinha nas provas, 
misturando os dois conceitos. Ambas as publicidades são proibidas, mas não se 
confundem! Pois bem. E quais são as práticas abusivas? O art. 39 proíbe ao 
fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: 
➢ Condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto 
ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos 
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Aqui entra a vedação à venda casada, muito comum em alguns setores. Célebre o caso do Internet 
Explorer da Microsoft, que vinha já pré-instalado nos sistemas operacionais Windows. O setor bancário 
costuma querer enfiar goela abaixo do consumidor seguros de toda ordem, condicionando a contratação 
a eles. 
O caso mais célebre é o da pipoca de cinema. Antigamente, só se podia entrar na sala de cinema com a 
pipoca da própria vendinha do cinema. O STJ (REsp 744.602) julgou que isso violava o inc. I do art. 39 
do CDC e proibiu a prática. 
A Súmula 473 do STJ traz outro exemplo: “O mutuário do SFH não pode ser compelido a contratar o 
seguro habitacional obrigatório com a instituição financeira mutuante ou com a seguradora por ela 
indicada”. 
Igualmente, se o mercado de consumo é livre e eu tenho dinheiro, e o fornecedor tem o produto, ele não 
pode limitar minhas compras, para menos ou para mais. Há exceção quando se trata de uma promoção, 
por exemplo (somente 6 pacotes de macarrão por CPF), ou produtos essenciais durante uma pandemia 
de coronavírus (somente 4 embalagens de álcool-gel por cliente). 
Por causa do inc. I do art. 39 do CDC é que o STJ editou a Súmula 356: “É legítima a cobrança da tarifa 
básica pelo uso dos serviços de telefonia fixa”. Isso porque se entende que é possível cobrar por pacotes 
mínimos de serviços de telecomunicações, para haver adequada retribuição pela infraestrutura. 
➢ II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas 
disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes 
Esse dispositivo complementa o anterior. O objetivo é evitar que o fornecedor limite atendimento a este 
ou aquele consumidor, de maneira discriminatória. 
Por outro lado, a norma também impede que o consumidor exija do fornecedor quantidades 
incompatíveis com os usos e costumes. Inclusive, o STJ entende que a limitação de estoque do 
fornecedor, justificada, não gera dano moral indenizável (REsp 595.734/RS). 
➢ III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou 
fornecer qualquer serviço 
Prática comum nos anos 1990 e 2000. Enviar o produto acompanhado de um boleto e, sem o pagamento, 
mandar o nome do consumidor para o SERASA: não pode. Caso que continua acontecendo é o envio de 
cartão de crédito pelo banco, sem solicitação, com cobrança de anuidade. O STJ, na Súmula 532, entende 
que constitui práticaduráveis, a compensação 
ou a restituição das parcelas quitadas, terá descontada somente a vantagem econômica auferida com a 
fruição, sendo vedado o desconto referente aos prejuízos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo. 
13. (Quadrix - Procon - GO - 2017) No que se refere às cláusulas abusivas segundo o CDC, assinale a 
alternativa correta. 
(A) É válida a cláusula contratual relativa ao fornecimento de serviços que determine a utilização 
compulsória de arbitragem. 
(B) São anuláveis, entre outras, as cláusulas contratuais, relativas ao fornecimento de produtos, que 
possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias. 
(C) Na venda a crédito, é assegurada ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total ou 
parcialmente, mediante redução proporcional dos juros e demais acréscimos. 
(D) Em regra, a nulidade de uma cláusula contratual abusiva invalida todo o contrato. 
(E) O consumidor é o único legitimado a requerer ao Ministério Público o ajuizamento da competente 
ação para que seja declarada a nulidade de cláusula contratual que não assegure o justo equilíbrio entre 
direitos e obrigações das partes. 
GABARITO 
1. E 
2. B 
3. C 
4. C 
5. E 
6. D 
7. B 
8. D 
9. B 
10. A 
11. B 
12. B 
13. C 
 
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Capítulo VI-A – Prevenção e tratamento do superendividamento 
A Lei 14.181/2021, a Lei do Superendividamento, estabeleceu, no Capítulo VI-A do CDC, 
a respeito do tema. E o que é superendividamento, juridicamente falando, nos termos da 
nova lei? Segundo o art. 54-A, §1º, entende-se por superendividamento a 
impossibilidade manifesta de o consumidor pessoa natural, de boa-fé, pagar a 
totalidade de suas dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, sem comprometer 
seu mínimo existencial, nos termos da regulamentação. 
E que tipo de dívida configura dívida de consumo? Conforme o §2º, as dívidas de consumo englobam 
quaisquer compromissos financeiros assumidos decorrentes de relação de consumo, inclusive 
operações de crédito, compras a prazo e serviços de prestação continuada. A regra, porém, não se aplica 
ao consumidor cujas dívidas tenham sido contraídas mediante fraude ou má-fé, sejam oriundas de 
contratos celebrados dolosamente com o propósito de não realizar o pagamento ou decorram da 
aquisição ou contratação de produtos e serviços de luxo de alto valor (§3º). 
Dessa forma, podemos extrair do art. 54-A os requisitos para que seja reconhecido o 
superendividamento: 
1. Pessoa natural 
Apesar de, conforme a Teoria Finalista Mitigada se conceituar como consumidor a pessoa jurídica, 
mesmo que não seja ela destinatária final de produto ou serviço, desde que verificada sua 
vulnerabilidade, não é possível aplicar o Capítulo na prevenção e tratamento de eventual excesso de 
dívidas de pessoas jurídicas. 
Isso se explica porque a regência das dívidas de pessoas jurídicas em situação de dificuldade creditícia 
é feita por normatização própria, vinculada à intervenção, dissolução, liquidação, recuperação e 
falência. 1 
2. Boa-fé 
Não pode o consumidor agir de má-fé, em franca violação ao princípio da boa-fé objetiva exigida em 
todas as relações contratuais. Veja-se que o art. 4º, inc. III, do CDC prefixa que a 
harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo sempre deve 
se pautar na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores. 
Por isso, o intuito fraudatório, visualizado quando o contrato é celebrado 
dolosamente com o propósito de não realizar o pagamento, impede a aplicação da 
 
1 A base legal é a Lei 11.101/2005, que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade 
empresária, conhecida por Lei de Recuperação e Falências - LRF. Ela disciplina a recuperação judicial, a recuperação 
extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Não se aplica, conforme o art. 2º, a empresa pública e 
sociedade de economia mista; bem como instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, 
entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, 
sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. Nesses casos, há pulverização 
normativa. Por exemplo, a Lei 5.764/1971 trata da dissolução e liquidação das sociedades cooperativas; o Decreto-Lei 
73/1966 da liquidação das seguradoras; a Lei 6.024/1974 trata da intervenção e liquidação das instituições financeiras. 
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proteção do consumidor contra o superendividamento. Necessário atentar que a má-fé não se presume, 
exigindo-se prova do intuito fraudatório, do dolo, do embuste provocado pelo consumidor. 
Isso não significa que o juiz precise obter uma confissão do consumidor quanto ao intuito de não realizar 
pagamentos. As regras de experiência e a prudência do julgador sempre devem servir de baliza para 
que o objetivo legal não seja desvirtuado e desequilibre as relações consumeristas, sob pena de 
enfraquecimento do instituto. 
3. Totalidade das dívidas 
O superendividamento, como o nome diz, impede o consumidor de se desvencilhar de seus débitos, ante 
situação de estrangulamento creditório. O montante das dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, 
atinge níveis impagáveis. 
A norma prevê que tanto dívidas vencidas e exigíveis, quanto dívidas futuras e vincendas sejam 
consideradas na equação. Por vezes, é possível visualizar uma situação de superendividamento por 
antecipação, na qual, presentemente, o consumidor consegue pagar suas obrigações, mas, em breve 
espaço de tempo, não o fará. 
É o caso de uma família cujo pai, profissional autônomo, era o provedor financeiro da casa e falece 
repentinamente. Como ainda há créditos do falecido a receber, as obrigações financeiras podem ser 
solvidas pelos próximos poucos meses. No médio prazo, porém, a família não conseguirá mais manter o 
mínimo existencial, em vista dos muitos débitos parcelados (cartão de crédito, cheque especial, 
financiamento residencial etc.). 
4. Mínimo existencial 
A prevenção e o tratamento do superendividamento não podem comprometer o mínimo existencial da 
pessoa. De nada adianta arrancar a roupa do devedor para que suas dívidas sejam pagas e o deixar à 
mercê da própria sorte. 
Necessário compreender que o superendividamento afeta o mercado de consumo e o vilipêndio do 
consumidor significará menos um consumidor no mercado. Menos consumidores no mercado fragiliza 
o próprio sistema, em franco prejuízo ao desenvolvimento econômico. 
5. Dívidas de consumo 
As dívidas de consumo englobam quaisquer compromissos financeiros assumidos decorrentes de 
relação de consumo, inclusive operações de crédito, compras a prazo e serviços de prestação 
continuada. Ou seja, no conceito de dívida englobada pelo superendividamento não estão as dívidas 
civis comuns, as dívidas trabalhistas, tributárias etc., não havidas por relação de consumo. 
Por exemplo, uma dívida de alimentos não está contida na noção de superendividamento, já que é dívida 
civil e não de consumo. As obrigações propter rem, que derivam da titularidade de uma coisa, como a 
cota condominial, não são originadas de relação de consumo. 
Igualmente, dívidas civis ou tributárias não se enquadram no conceito. A rigor, as dívidas do consumidor 
que é empregador doméstico, ou do consumidor, dono de um veículo com débitos de IPVA, não são 
dívidas de consumo e, portanto, não estão sujeitas ao regime protetivo da lei. 
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Mas, toda dívida de consumo sujeitaa pessoa ao regime do superendividamento? Não. 
Excepcionalmente, se a dívida é oriunda da aquisição ou contratação de produtos e serviços de luxo de 
alto valor (§3º), a proteção ao consumidor cede. 
A exceção se justifica pelo princípio da boa-fé objetiva. O valor elevado dos bens, aliado ao conceito de 
luxo, é incompatível com a própria noção de mínimo existencial. Não há espaço para proteção do 
mínimo existencial quando a discussão travada no excesso de débito é de sucessivas aquisições de 
veículos importados, ou de gastos com passagens de primeira classe e hospedagens luxuosas 
internacionais. 
Importante não confundir o valor e o luxo. O bem pode ser de alto valor, mas não 
de luxo, como uma casa. O bem pode ser de luxo, sem ser de alto valor, como um 
quilo de Kobe Beef. É necessário que os dois conceitos estejam fundidos num 
só produto de luxo de alto valor para que a proteção legal seja afastada. 
Em síntese: 
 
Determina o art. 54-B que no fornecimento de crédito e na venda a prazo, além das 
informações obrigatórias previstas no art. 52 do CDC Código e na legislação aplicável à 
matéria, o fornecedor ou o intermediário deverá informar o consumidor, prévia e 
adequadamente, no momento da oferta, sobre: 
I - o custo efetivo total e a descrição dos elementos que o compõem; 
II - a taxa efetiva mensal de juros, bem como a taxa dos juros de mora e o total de encargos, de 
qualquer natureza, previstos para o atraso no pagamento; 
• Não pode o consumidor ser pessoa jurídica
1. Pessoa natural
• Não pode o consumidor agir de má-fé
2. Boa-fé
• Exigíveis e vincendas
3. Totalidade das dívidas
• Necessidade de preservar a sobrevivência do consumidor
4. Mínimo existencial
• Não se sujeitam ao regime as dívidas civis,trabalhistas, tributárias etc.
• Exceção: dívidas de consumo de produtos de luxo de alto valor afastam a proteção legal
5. Dívida de consumo
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III - o montante das prestações e o prazo de validade da oferta, que deve ser, no mínimo, de 2 
(dois) dias; 
IV - o nome e o endereço, inclusive o eletrônico, do fornecedor; 
V - o direito do consumidor à liquidação antecipada e não onerosa do débito, nos termos do § 
2º do art. 52 deste Código e da regulamentação em vigor. 
Essas informações, juntamente com aquelas referidas no art. 52, devem constar de forma clara e 
resumida do próprio contrato, da fatura ou de instrumento apartado, de fácil acesso ao consumidor 
(§1º). Além disso, sem prejuízo da proibição da publicidade enganosa ou abusiva (art. 37), a oferta de 
crédito ao consumidor e a oferta de venda a prazo, ou a fatura mensal, conforme o caso, devem indicar, 
no mínimo, o custo efetivo total, o agente financiador e a soma total a pagar, com e sem financiamento 
(§3º). 
E o que é o custo efetivo total, conhecido no jargão bancário como CET? Pelo §2º, ele consiste na taxa 
percentual anual e compreende todos os valores cobrados do consumidor, sem prejuízo do cálculo 
padronizado pela autoridade reguladora do sistema financeiro. Basicamente, quanto efetivamente vai 
ser descontado no final do mês da minha conta, incluindo todo o tipo de cobrança acessória (tarifas, taxas, 
juros, correção, comissões etc.). 
Atente para a regra do inc. III do art. 54-B. Ela estabelece exceção à regra geral de obrigatoriedade da 
proposta. Prevê o art. 428, inc. I, do Código Civil, que deixa de ser obrigatória a proposta feita sem prazo 
a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Além disso, o inc. III estabelece que não é obrigatória 
a proposta se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado. 
Presente é aquele que pode dar resposta imediata, como o consumidor que contata por telefone ou 
WhatsApp. Ausente é aquele que não pode dar resposta imediata, como no caso de proposta feita pelo 
correio. 
O inc. III do art. 54-B traz, portanto, dupla exceção. Primeiro, mesmo que a proposta seja feita a presente, 
há prazo de 2 dias, no mínimo, para a aceitação, mesmo que não imediatamente aceita. Segundo, se feita 
a ausente, o Código Civil não prevê prazo mínimo, mas o CDC, relativamente à oferta de 
crédito, sim, de 2 dias. 
Para prevenir o superendividamento, o art. 54-C prefixa uma série de vedações à oferta 
de crédito. É vedado, expressa ou implicitamente, na oferta de crédito ao 
consumidor, publicitária ou não: 
II - indicar que a operação de crédito poderá ser concluída sem consulta a serviços de proteção 
ao crédito ou sem avaliação da situação financeira do consumidor; 
III - ocultar ou dificultar a compreensão sobre os ônus e os riscos da contratação do crédito ou 
da venda a prazo; 
IV - assediar ou pressionar o consumidor para contratar o fornecimento de produto, serviço ou 
crédito, principalmente se se tratar de consumidor idoso, analfabeto, doente ou em estado de 
vulnerabilidade agravada ou se a contratação envolver prêmio; 
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V - condicionar o atendimento de pretensões do consumidor ou o início de tratativas à renúncia 
ou à desistência de demandas judiciais, ao pagamento de honorários advocatícios ou a 
depósitos judiciais. 
Apesar do veto ao inc. I, os demais dispositivos servem justamente para impedir a oferta de crédito 
predatória. 
O inc. II proíbe prática até então muito frequente, especialmente no comércio de rua e em publicidade 
virtual. A publicidade de oferta de crédito sem consulta ou avaliação promove a obtenção de crédito 
irresponsável e inconsciente e, geralmente, está vinculada às mais altas taxas de juros do mercado. 
O inc. III pretende, em consonância com o princípio da conscientização financeira e da prevenção ao 
superendividamento. O consumidor precisa ser conscientizado do crédito, precisa saber das 
consequências na obtenção do crédito, e não ter essas informações ocultadas. A boa-fé contratual exige 
que o fornecedor seja sincero, honesto, probo; que venha com as mãos limpas para a mesa de negociação, 
como diz a máxima britânica. 
O inc. IV traz franca preocupação com o consumidor com vulnerabilidade agravada. Vulnerável por ser 
consumidor, novamente vulnerável pela sua situação pessoal (pessoas com deficiência, idosas, doentes, 
com baixa instrução formal etc.). O rol é exemplificativo, já que pessoas não incluídas na norma podem 
ter reconhecida sua vulnerabilidade específica, como as gestantes e o consumidor superendividado. 
O inc. V pretende impedir prática comum de acordos extorsivos entre fornecedores de crédito e 
consumidores superendividados. Não se pode exigir pagamentos relativos a outras obrigações quando 
do fornecimento de crédito, conforme o caso. 
Ademais, o art. 54-D estabelece um rol (exemplificativo) de condutas na contratação de 
crédito. Friso que o rol é exemplificativo, o que não impede que outras ações, que visem à 
prevenção e ao tratamento do superendividamento, sejam tomadas. Na oferta de crédito, 
previamente à contratação, o fornecedor ou o intermediário deverá, entre outras 
condutas: 
I - informar e esclarecer adequadamente o consumidor, considerada sua idade, sobre a 
natureza e a modalidade do crédito oferecido, sobre todos os custos incidentes, observado o 
disposto nos arts. 52 e 54-B deste Código, e sobre as consequências genéricas e específicas do 
inadimplemento; 
II - avaliar, de forma responsável, as condições de crédito do consumidor, mediante análise das 
informações disponíveis em bancos de dados de proteção ao crédito, observado o disposto neste 
Código e na legislação sobre proteção de dados; 
III - informar a identidade do agente financiador e entregar ao consumidor, ao garante e a 
outros coobrigados cópia do contrato de crédito. 
Novamente, sublinha-se o papel fundamental do princípio da boa-fé objetiva,de modo que o fornecedor 
de crédito precisa agir de maneira proba, honesta, sincera e razoavelmente informada. E o que acontece 
se o fornecedor violar os direitos previstos no art. 54-D (oferta de crédito), no art. 54-C (publicidade de 
crédito) ou no art. 52 (informação de crédito) do CDC? 
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A violação pode acarretar judicialmente a redução dos juros, dos encargos ou de qualquer 
acréscimo ao principal e a dilação do prazo de pagamento previsto no contrato original, 
conforme a gravidade da conduta do fornecedor e as possibilidades financeiras do consumidor. 
Isso, claro, sem prejuízo de outras sanções e de indenização por perdas e danos, patrimoniais e morais, 
ao consumidor. 
Quem decide a penalidade ao fornecedor é o juiz, de acordo com as peculiaridades do caso concreto. 
E quem é reputado fornecedor de crédito? Aquele que contrata diretamente com 
o consumidor. Somente ele, porém? Não. Também os fornecedores dos contratos 
acessórias. Nesse sentido, o art. 54-F, incs. I e II, reconhece que são conexos, 
coligados ou interdependentes, entre outros, o contrato principal de 
fornecimento de produto ou serviço e os contratos acessórios de crédito que 
lhe garantam o financiamento. 
E quando isso ocorrerá? Quando o fornecedor de crédito recorrer aos serviços do fornecedor de produto 
ou serviço para a preparação ou a conclusão do contrato de crédito, bem como quando oferecer o crédito 
no local da atividade empresarial do fornecedor de produto ou serviço financiado ou onde o contrato 
principal for celebrado. 
E se o consumidor se arrepender da compra? Prevê o §1º que o exercício do direito de 
arrependimento, no contrato principal ou no contrato de crédito, implica a resolução de pleno 
direito do contrato que lhe seja conexo. A norma acaba com uma discussão doutrinária antiga e com 
muitos problemas do consumidor. 
Vou a um exemplo. Você, contente com sua aprovação no cargo público, resolve se presentar com um 
carro novo, afinal, merece. Vai a uma concessionária e adquire um veículo de luxo, financiado por um 
banco. Há aí dois contratos, um, principal, que é o de compra e venda (do veículo), e um acessório, que 
é o mútuo (financiamento bancário). 
No dia seguinte, porém, você faz as contas, vê que os descontos da remuneração bruta são maiores do 
que você imaginou e pensa que, em verdade, deveria guardar o dinheiro para dar entrada numa casa. 
Procura o banco e este diz que o fato de você ter se arrependido de comprar o carro é um problema seu 
e da concessionária, porque ele cumpriu a parte dele disponibilizando o crédito; procura a 
concessionária e esta diz que o fato de você ter se arrependido do financiamento é um problema seu e 
do banco, porque ela cumpriu a parte dela entregando o veículo a vocês. 
Como os dois contratos são diferentes, independentes, ambos estão certos. Arrependido da compra, use 
o crédito para comprar outra coisa; arrependido do financiamento, arranje outra forma de pagamento. 
É assim? Claro que não. Por isso, a regra. Se você está no prazo e cumpre as condições de exercício do 
direito de arrependimento quanto à compra (art. 49) ou quanto ao crédito (art. 49 e art. 54-B, inc. III), 
o arrependimento no contrato principal ou acessório implica no consequente arrependimento no 
contrato acessório ou principal, respectivamente. 
E se você não se arrepender, mas uma das partes em um dos contratos descumprir? Por exemplo, o 
banco que deveria fornecer o crédito não fornece, como você pagará o carro? O banco fornece o crédito, 
mas a concessionária não entrega o carro, o que você fará com o crédito? 
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Prevê o art. 54-F, §2º, que nesses casos, se houver inexecução de qualquer das obrigações e deveres 
do fornecedor de produto ou serviço, o consumidor poderá requerer a rescisão do contrato não 
cumprido contra o fornecedor do crédito. Esse direito cabe igualmente ao consumidor contra o 
portador de cheque pós-datado emitido para aquisição de produto ou serviço a prazo; e contra o 
administrador ou o emitente de cartão de crédito ou similar quando o cartão de crédito ou similar e o 
produto ou serviço forem fornecidos pelo mesmo fornecedor ou por entidades pertencentes a um 
mesmo grupo econômico (§3º, incs. I e II). 
Além disso, o §4º prevê que a invalidade (nulidade ou anulabilidade) ou a ineficácia do contrato 
principal implica, de pleno direito, a do contrato de crédito que lhe seja conexo, ressalvado ao 
fornecedor do crédito o direito de obter do fornecedor do produto ou serviço a devolução 
dos valores entregues, inclusive relativamente a tributos. 
Em síntese, em caso de contratos conexos, coligados ou interdependentes, de 
consumo - contrato principal de fornecimento de produto ou serviço e contrato 
acessório de crédito - o que ocorrer com um contamina o outro. Se houver: 
 
Trata-se de ampliação do princípio da gravitação jurídica e, em alguma medida, exceção. Pelo 
princípio, o que ocorre com o bem principal, ocorre com o bem acessório, mas não o contrário. 
Essa regra se aplica ao Direito das Obrigações - e, consequentemente, aos contratos - em geral, pelo que 
a obrigação acessória segue a sorte da obrigação principal, mas não vice-versa. Aqui, a obrigação 
acessória segue a sorte da obrigação principal e a obrigação principal segue a sorte da 
obrigação acessória. 
Sem prejuízo das cláusulas abusivas (art. 39) e da legislação aplicável à matéria, o art. 54-
G, incs. I a III, veda ao fornecedor de produto ou serviço que envolva crédito, entre 
outras condutas: 
➢ Cobrar ou debitar quantias contestadas 
Não pode o fornecedor realizar ou proceder à cobrança ou ao débito em conta de qualquer quantia que 
houver sido contestada pelo consumidor em compra realizada com cartão de crédito ou similar, 
enquanto não for adequadamente solucionada a controvérsia. Para tanto, o consumidor precisa ter 
notificado a administradora do cartão com antecedência de pelo menos 10 dias contados da data 
de vencimento da fatura. 
Arrependimento do consumidor no principal, há arrependimento no acessório, e vice-versa
Inexecução do fornecedor no principal, rescinde-se o acessório, e vice-versa
Invalidação ou ineficácia do contrato principal, há invalidade ou ineficácia do acessório, e vice-versa
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Veda-se a manutenção do valor na fatura seguinte, sendo assegurado ao consumidor o direito de deduzir 
do total da fatura o valor em disputa e efetuar o pagamento da parte não contestada. O emissor pode 
lançar como crédito em confiança o valor idêntico ao da transação contestada que tenha sido cobrada, 
enquanto não encerrada a apuração da contestação. 
➢ Recusar cópias de contratos de crédito e consumo 
Não pode o fornecedor recusar ou não entregar ao consumidor, ao garante e aos outros 
coobrigados, cópia da minuta do contrato principal de consumo ou do contrato de crédito. A cópia 
pode ser disponibilizada em papel ou outro suporte duradouro, disponível e acessível, e, após a 
conclusão, cópia do contrato. 
O §1º estabelece que, sem prejuízo do dever de informação e esclarecimento do consumidor e de 
entrega da minuta do contrato, no empréstimo cuja liquidação seja feita mediante consignação em folha 
de pagamento, a formalização e a entrega da cópia do contrato ou do instrumento de contratação devem 
ocorrer após o fornecedor do crédito obter da fonte pagadora a indicação sobre a existência de margem 
consignável. 
➢ Impedir ou dificultar bloqueios e anulações de crédito 
Não pode o fornecedor impedir ou dificultar, em caso de utilização fraudulenta 
docartão de crédito ou similar, que o consumidor peça e obtenha, quando 
aplicável, a anulação ou o imediato bloqueio do pagamento. A mesma regra vale 
para a restituição dos valores indevidamente recebidos. 
Por fim, o §2º do art. 54-G exige que, nos contratos de adesão, o fornecedor preste ao 
consumidor, previamente, as informações de que tratam o art. 52 e o caput do art. 54-B, além de outras 
porventura determinadas na legislação em vigor. Além disso, fica o fornecedor obrigado a entregar ao 
consumidor cópia do contrato, após a sua conclusão. 
A letra da Lei 
Agora, trago a você os dispositivos de lei referentes à nossa aula. Lembro que, ao longo do texto, eu não 
trato de todos os dispositivos legais aqui citados, propositadamente. Isso porque meu objetivo não é 
tornar o material um comentário à lei, mas, sim, fazer você compreender os institutos jurídicos que são 
importantes à prova. 
Agora, ao contrário, o objetivo é trazer todos os dispositivos legais, para que você possa ao menos passar 
os olhos. Não se preocupe em compreender em detalhe cada um deles; eu objetivo apenas trazer o texto 
legal para que você não precise procurá-los fora do material. Trata-se da letra da lei com grifos nos 
principais pontos da norma, para ajudar na fixação dos conteúdos. 
Vamos lá! 
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CAPÍTULO VI-A 
DA PREVENÇÃO E DO TRATAMENTO DO SUPERENDIVIDAMENTO 
Art. 54-A. Este Capítulo dispõe sobre a prevenção do superendividamento da pessoa natural, sobre 
o crédito responsável e sobre a educação financeira do consumidor. 
 
§ 1º Entende-se por superendividamento a impossibilidade manifesta de o consumidor pessoa 
natural, de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, sem 
comprometer seu mínimo existencial, nos termos da regulamentação. 
 
§ 2º As dívidas referidas no § 1º deste artigo englobam quaisquer compromissos financeiros 
assumidos decorrentes de relação de consumo, inclusive operações de crédito, compras a prazo e 
serviços de prestação continuada. 
 
§ 3º O disposto neste Capítulo não se aplica ao consumidor cujas dívidas tenham sido contraídas 
mediante fraude ou má-fé, sejam oriundas de contratos celebrados dolosamente com o propósito 
de não realizar o pagamento ou decorram da aquisição ou contratação de produtos e serviços de luxo 
de alto valor. 
 
Art. 54-B. No fornecimento de crédito e na venda a prazo, além das informações obrigatórias previstas 
no art. 52 deste Código e na legislação aplicável à matéria, o fornecedor ou o intermediário deverá 
informar o consumidor, prévia e adequadamente, no momento da oferta, sobre: 
 
I - o custo efetivo total e a descrição dos elementos que o compõem; 
 
II - a taxa efetiva mensal de juros, bem como a taxa dos juros de mora e o total de encargos, de 
qualquer natureza, previstos para o atraso no pagamento; 
 
III - o montante das prestações e o prazo de validade da oferta, que deve ser, no mínimo, de 2 
(dois) dias; 
IV - o nome e o endereço, inclusive o eletrônico, do fornecedor; 
 
V - o direito do consumidor à liquidação antecipada e não onerosa do débito, nos termos do § 2º 
do art. 52 deste Código e da regulamentação em vigor. 
 
§ 1º As informações referidas no art. 52 deste Código e no caput deste artigo devem constar de forma 
clara e resumida do próprio contrato, da fatura ou de instrumento apartado, de fácil acesso ao 
consumidor. 
 
§ 2º Para efeitos deste Código, o custo efetivo total da operação de crédito ao consumidor consistirá 
em taxa percentual anual e compreenderá todos os valores cobrados do consumidor, sem prejuízo 
do cálculo padronizado pela autoridade reguladora do sistema financeiro. 
 
§ 3º Sem prejuízo do disposto no art. 37 deste Código, a oferta de crédito ao consumidor e a oferta de 
venda a prazo, ou a fatura mensal, conforme o caso, devem indicar, no mínimo, o custo efetivo total, 
o agente financiador e a soma total a pagar, com e sem financiamento. 
 
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Art. 54-C. É vedado, expressa ou implicitamente, na oferta de crédito ao consumidor, publicitária ou 
não: 
 
I - (VETADO); 
 
II - indicar que a operação de crédito poderá ser concluída sem consulta a serviços de proteção 
ao crédito ou sem avaliação da situação financeira do consumidor; 
 
III - ocultar ou dificultar a compreensão sobre os ônus e os riscos da contratação do crédito ou da 
venda a prazo; 
 
IV - assediar ou pressionar o consumidor para contratar o fornecimento de produto, serviço ou 
crédito, principalmente se se tratar de consumidor idoso, analfabeto, doente ou em estado de 
vulnerabilidade agravada ou se a contratação envolver prêmio; 
 
V - condicionar o atendimento de pretensões do consumidor ou o início de tratativas à renúncia 
ou à desistência de demandas judiciais, ao pagamento de honorários advocatícios ou a depósitos 
judiciais. 
 
Parágrafo único. (VETADO). 
 
Art. 54-D. Na oferta de crédito, previamente à contratação, o fornecedor ou o intermediário deverá, 
entre outras condutas: 
 
I - informar e esclarecer adequadamente o consumidor, considerada sua idade, sobre a natureza e a 
modalidade do crédito oferecido, sobre todos os custos incidentes, observado o disposto nos arts. 52 
e 54-B deste Código, e sobre as consequências genéricas e específicas do inadimplemento; 
 
II - avaliar, de forma responsável, as condições de crédito do consumidor, mediante análise das 
informações disponíveis em bancos de dados de proteção ao crédito, observado o disposto neste 
Código e na legislação sobre proteção de dados; 
 
III - informar a identidade do agente financiador e entregar ao consumidor, ao garante e a outros 
coobrigados cópia do contrato de crédito. 
 
Parágrafo único. O descumprimento de qualquer dos deveres previstos no caput deste artigo e nos arts. 
52 e 54-C deste Código poderá acarretar judicialmente a redução dos juros, dos encargos ou de 
qualquer acréscimo ao principal e a dilação do prazo de pagamento previsto no contrato 
original, conforme a gravidade da conduta do fornecedor e as possibilidades financeiras do 
consumidor, sem prejuízo de outras sanções e de indenização por perdas e danos, patrimoniais e 
morais, ao consumidor. 
 
Art. 54-E. (VETADO). 
 
Art. 54-F. São conexos, coligados ou interdependentes, entre outros, o contrato principal de 
fornecimento de produto ou serviço e os contratos acessórios de crédito que lhe garantam o 
financiamento quando o fornecedor de crédito: 
 
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I - recorrer aos serviços do fornecedor de produto ou serviço para a preparação ou a conclusão do 
contrato de crédito; 
 
II - oferecer o crédito no local da atividade empresarial do fornecedor de produto ou serviço 
financiado ou onde o contrato principal for celebrado. 
 
§ 1º O exercício do direito de arrependimento nas hipóteses previstas neste Código, no contrato 
principal ou no contrato de crédito, implica a resolução de pleno direito do contrato que lhe seja 
conexo. 
 
§ 2º Nos casos dos incisos I e II do caput deste artigo, se houver inexecução de qualquer das obrigações 
e deveres do fornecedor de produto ou serviço, o consumidor poderá requerer a rescisão do 
contrato não cumprido contra o fornecedor do crédito. 
 
§ 3º O direito previsto no § 2º deste artigo caberá igualmente ao consumidor: 
 
I - contra o portador de cheque pós-datado emitido para aquisição de produto ou serviço a prazo; 
 
II - contra o administrador ou o emitente de cartão de créditoou similar quando o cartão de crédito 
ou similar e o produto ou serviço forem fornecidos pelo mesmo fornecedor ou por entidades 
pertencentes a um mesmo grupo econômico. 
 
§ 4º A invalidade ou a ineficácia do contrato principal implicará, de pleno direito, a do contrato 
de crédito que lhe seja conexo, nos termos do caput deste artigo, ressalvado ao fornecedor do crédito o 
direito de obter do fornecedor do produto ou serviço a devolução dos valores entregues, inclusive 
relativamente a tributos. 
 
Art. 54-G. Sem prejuízo do disposto no art. 39 deste Código e na legislação aplicável à matéria, é vedado 
ao fornecedor de produto ou serviço que envolva crédito, entre outras condutas: 
 
I - realizar ou proceder à cobrança ou ao débito em conta de qualquer quantia que houver sido 
contestada pelo consumidor em compra realizada com cartão de crédito ou similar, enquanto não for 
adequadamente solucionada a controvérsia, desde que o consumidor haja notificado a administradora 
do cartão com antecedência de pelo menos 10 (dez) dias contados da data de vencimento da 
fatura, vedada a manutenção do valor na fatura seguinte e assegurado ao consumidor o direito de 
deduzir do total da fatura o valor em disputa e efetuar o pagamento da parte não contestada, podendo 
o emissor lançar como crédito em confiança o valor idêntico ao da transação contestada que tenha sido 
cobrada, enquanto não encerrada a apuração da contestação; 
 
II - recusar ou não entregar ao consumidor, ao garante e aos outros coobrigados cópia da minuta 
do contrato principal de consumo ou do contrato de crédito, em papel ou outro suporte duradouro, 
disponível e acessível, e, após a conclusão, cópia do contrato; 
 
III - impedir ou dificultar, em caso de utilização fraudulenta do cartão de crédito ou similar, que o 
consumidor peça e obtenha, quando aplicável, a anulação ou o imediato bloqueio do pagamento, ou 
ainda a restituição dos valores indevidamente recebidos. 
 
§ 1º Sem prejuízo do dever de informação e esclarecimento do consumidor e de entrega da minuta do 
contrato, no empréstimo cuja liquidação seja feita mediante consignação em folha de pagamento, a 
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formalização e a entrega da cópia do contrato ou do instrumento de contratação ocorrerão após o 
fornecedor do crédito obter da fonte pagadora a indicação sobre a existência de margem 
consignável. 
 
§ 2º Nos contratos de adesão, o fornecedor deve prestar ao consumidor, previamente, as 
informações de que tratam o art. 52 e o caput do art. 54-B deste Código, além de outras porventura 
determinadas na legislação em vigor, e fica obrigado a entregar ao consumidor cópia do contrato, 
após a sua conclusão. 
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	CAPAS TRAFEGO DIRETO ( telegram ) ( generico )comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia e expressa solicitação 
do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação de multa administrativa. 
O parágrafo único do art. 39, inclusive, prevê que os serviços prestados e os produtos 
remetidos ou entregues ao consumidor, sem solicitação prévia, equiparam-se às 
amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento. Ou seja, mandou sem que eu 
tivesse comprado efetivamente? Ganhei, de grátis. 
Por outro lado, o STJ (REsp 844.736/DF) entende que “não obstante o inegável incômodo, 
o envio de mensagens eletrônicas em massa – spam – por si só” não justifica indenização por dano moral. 
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➢ IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, 
saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços 
Aqui se vê uma classificação feita pela doutrina a respeito das práticas abusivas. Elas podem ser 
classificadas em (I) práticas abusivas produtivas e (II) em práticas abusivas comerciais. 
As práticas abusivas produtivas ocorrem, como o nome diz, na produção, quando o produto está fora 
das normas expedidas pelos órgãos oficiais; por sua vez, as práticas abusivas comerciais estão em 
momento posterior. Estas são as mais comuns. De toda forma, o fornecedor não pode 
se valer da hipervulnerabilidade (vulnerabilidade agravada) de certos grupos de 
consumidores, como no caso das crianças ou idosos. Quem nunca andou por uma 
avenida principal de uma típica cidade média brasileira e encontrou funcionários de 
instituição financeiras pescando idosos para fazerem empréstimos pessoais 
consignados para comprar presente pro neto, ajudar a pagar a faculdade atrasada da 
filha etc? 
Igualmente, por esse mesmo motivo o STJ editou a Súmula 302: “É abusiva a cláusula contratual de plano 
de saúde que limita no tempo a internação hospitalar do segurado”. 
➢ V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva 
O que é uma vantagem excessiva? O art. 51,§1º, incisos, do CDC, estabelece que se presume exagerada, 
entre outros casos, a vantagem que ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que 
pertence; restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo 
a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual; se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, 
considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias 
peculiares ao caso. 
Assim, não pode um contrato que preveja fidelidade dispor que o consumidor que encerrar o contrato 
antes do prazo tenha de pagar o valor anual integral da fidelidade, sem estabelecer proporcionalidade. 
➢ VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do 
consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes 
Excetuados casos extremos, o orçamento é obrigatório. Nesse sentido, o art. 40 
prevê que o fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor 
orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e 
equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como 
as datas de início e término dos serviços. Ou seja, o orçamento deve ser 
detalhado, específico ao máximo, sempre. 
E o valor orçado se torna o valor obrigatório da contratação? E vale por quanto tempo esse orçamento? 
Primeiro, uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga as partes e somente pode ser 
alterado por nova negociação. Além disso, o valor orçado tem validade de 10 dias, contado o prazo 
de seu recebimento pelo consumidor, salvo estipulação em contrário. 
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Agora, e se houver mudança no orçamento, o consumidor responde? O consumidor não responde 
por quaisquer ônus ou acréscimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros não 
previstos no orçamento prévio. Se não está previsto, não responde. 
Evidentemente que os serviços prestados podem diferir do orçamento na execução, em certas 
circunstâncias, mas isso é excepcional. Igualmente, há casos em que a ausência de orçamento prévio é 
um benefício ao consumidor, como se vê pela jurisprudência do STJ (REsp 1.256.703/SP): 
ATENDIMENTO MÉDICO EMERGENCIAL. RELAÇÃO DE CONSUMO. NECESSIDADE DE 
HARMONIZAÇÃO DOS INTERESSES RESGUARDANDO O EQUILÍBRIO E A BOA-FÉ. O 
Código de Defesa do Consumidor contempla a reciprocidade, eqüidade e moderação, 
devendo sempre ser buscada a harmonização dos interesses em conflito, mantendo a 
higidez das relações de consumo. Não há dúvida de que houve a prestação de serviço 
médico-hospitalar e que o caso guarda peculiaridades importantes, suficientes ao 
afastamento, para o próprio interesse do consumidor, da necessidade de prévia 
elaboração de instrumento contratual e apresentação de orçamento pelo fornecedor 
de serviço, prevista no artigo 40 do CDC, dado ser incompatível com a situação médica 
emergencial experimentada pela filha do réu. Os princípios da função social do 
contrato, boa-fé objetiva, equivalência material e moderação impõem, por um lado, seja 
reconhecido o direito à retribuição pecuniária pelos serviços prestados e, por outro 
lado, constituem instrumentário que proporcionará ao julgador o adequado 
arbitramento do valor a que faz jus o recorrente. 
Devo confessar que, perigosamente, já contratei um serviço sem prévio orçamento. Levei o carro para 
consertar um rasgo no banco de couro e acabei não fechando o preço. No dia seguinte fiquei pensando, 
e se me cobrarem R$1mil, o que eu vou fazer? Felizmente, foi cobrado um preço justo, mas imagina só? 
Justamente para que o fornecedor de serviços não apareça com um preço estratosférico e impagável 
existe essa norma. Ou para que ele não venha com serviços extras imprevistos, de modo a escorchar o 
consumidor, aos poucos. 
O próprio STJ (REsp 332.869) tem julgado a respeito, estabelecendo de maneira inequívoca 
que não pode o fornecedor realizar cobrança de valores se esses valores não estavam 
discriminados em orçamento prévio e aprovado pelo consumidor. 
A própria regra excepciona a situação em que as partes já travam relações frequentes, 
situação na qual elas têm um histórico de transações. Isso acontece comigo, no barbeiro e 
na lavanderia de ternos, por exemplo. Normal. 
➢ VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no 
exercício de seus direitos 
Os fornecedores não podem criar um banco de dados de consumidores reclamões, de modo a que o 
consumidor seja reconhecido previamente a uma contratação. Exigir o cumprimento de um contrato ou 
reclamar de um problema é exercer direitos constitucionalmente previstos e não se pode permitir 
que sejam criados meios para obstar esse exercício. 
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Isso não se confunde com a possibilidade de criação de bancos de dados de consumidores 
inadimplentes, como o SERASA. Esse tipo de banco de dados não se vincula ao exercício de direitos do 
consumidor, mas sim à falta de cumprimento de suas obrigações. 
➢ VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as 
normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não 
existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada 
pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO) 
A Lei 5.966/1973 institui o Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade 
Industrial – SINMETRO, que é uma das três partes que compõem a estruturametrológica do Brasil, junto com o CONMETRO – Conselho Nacional de Metrologia, 
Normalização e Qualidade Industrial – e o INMETRO – Instituto Nacional de 
Metrologia, Qualidade e Tecnologia. O sistema objetiva “assegurar confiança, precisão 
e qualidade em toda a cadeia produtiva nacional, além de trazer mais qualidade e 
segurança para o consumidor e alavancar a competitividade das empresas nacionais”. 
Tradicionalmente conhecemos o INMETRO pelo selo que é aposto nos produtos, demonstrando que ele 
foi aprovado pelas normas técnicas. Muita gente chia, mas essas normas são importantíssimas para que 
produtos cheguem ao mercado de maneira segura ao consumidor. 
➢ IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha 
a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação 
regulados em leis especiais 
O fornecedor não pode recusar vender ao consumidor um produto se ele se dispõe a pagar de pronto. 
Ele, evidentemente, não é obrigado a aceitar qualquer forma de pagamento, mas deve deixar ostensivo 
o tipo de pagamento aceito. 
Uma vez aceito o pagamento, o fornecedor deve honrar sua aceitação, seja ela qual for. O STJ 
(REsp 981.583) já decidiu o tema a respeito do cheque, de modo que a falsa alegação de 
falta de fundos não é aceita como justificativa para recusar recebimento. 
A exceção prevista é a exigência legal de intermediação. Sim, existem normas que 
impedem aquisição direta do consumidor de certos produtos e serviços. Isso ocorre, por 
exemplo, no mercado de ações, exigindo-se, pela Lei 6.385/1976 a intermediação de 
corretora para certos negócios no mercado de valores mobiliários (bolsa). 
Vale lembrar, inclusive, que, segundo o STJ, deve ser reconhecida a relação de consumo existente entre 
a pessoa natural, que visa a atender necessidades próprias, e as sociedades que prestam, de forma 
habitual e profissional, o serviço de corretagem de valores e títulos mobiliários (REsp 1.599.535/RS). 
➢ X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços 
O preço de produtos e serviços é regulado pela Lei 10.962/2004. A lei admite que a afixação de preços 
em vendas a varejo para o consumidor seja feita, no comércio em geral, por meio de etiquetas ou 
similares afixados diretamente nos bens expostos à venda, e em vitrines, mediante divulgação do preço 
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à vista em caracteres legíveis. O art. 2º, inc. I, é que determina a exigência de preços em vitrines, 
portanto. 
Em autosserviços, supermercados, hipermercados, mercearias ou estabelecimentos comerciais onde o 
consumidor tenha acesso direto ao produto, o preço deve ser visualizável sem intervenção do 
comerciante, mediante a impressão ou afixação do preço do produto na embalagem. Pode ainda ser 
afixado ele de código referencial, ou ainda, código de barras. 
Nestes dois casos, o comerciante deve expor, de forma clara e legível, junto aos itens expostos, 
informação relativa ao preço à vista do produto, suas características e código. No caso de código de 
barras, devem ser oferecidos equipamentos de leitura ótica para consulta de preço pelo consumidor, 
localizados na área de vendas e em outras de fácil acesso. 
No comércio eletrônico, deve haver divulgação ostensiva do preço à vista, junto à 
imagem do produto ou descrição do serviço, em caracteres facilmente legíveis com 
tamanho de fonte não inferior a doze. Objetiva-se deixar o preço em destaque, para evitar 
constrangimentos ou erros do consumidor. 
Se o produto for fracionado em pequenas quantidades, o comerciante deve informar, além do preço do 
produto à vista, o preço correspondente a uma das seguintes unidades fundamentais de medida: 
capacidade, massa, volume, comprimento ou área, de acordo com a forma habitual de comercialização 
de cada tipo de produto. A regra não se aplica à comercialização de medicamentos. 
E se, como ocorre muito em supermercado, o preço da gôndola e do caixa for diferente? 
Se houver diferença de preço para o mesmo produto entre os sistemas de informação 
de preços utilizados pelo estabelecimento? De acordo com o art. 5º da Lei 10.962/2004, 
no caso de divergência de preços, o consumidor vai pagar o menor dentre eles. 
E pode o fornecedor cobrar valores diferentes pelo mesmo produto, por conta da forma de pagamento? 
Até 2017 era justamente o art. 39, inc. X, do CDC usado como fundamento para a proibição. 
Porém, o art. 1º da Lei 13.455/2017 permite a diferenciação de preços de bens e serviços 
oferecidos ao público em função do prazo ou do instrumento de pagamento utilizado. Assim, pode 
o fornecedor cobrar, por exemplo, R$199 pelo produto, pagando-se no cartão de crédito, e R$179 com 
pagamento à vista, em dinheiro. 
A prática era já usada por muitos fornecedores, maquiadas de desconto. Alguns produtos 
tabelados impediam a prática, no entanto, como no caso de supermercados (que quase não a 
usam ainda) ou postos de gasolina (que frequentemente o fazem). 
Para que se possa fazer essa diferenciação, o art. 5º-A da Lei 10.962/2004 exige que o fornecedor 
informe, em local e formato visíveis ao consumidor, eventuais descontos oferecidos em função do prazo 
ou do instrumento de pagamento utilizado. 
Ainda assim, o art. 39, inc. X, do CDC ainda se aplica a vários casos. Exemplos são vendavais que atingem 
uma cidade e, no dia seguinte, o preço das folhas de telhas de fibrocimento onduladas (Eternit) 
triplicam; álcool-gel que fica dez vezes mais caro no dia seguinte à decretação de quarentena pelo 
coronavírus pelo governo. 
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Não há razão para os aumentos que não mera maximização desenfreada de lucros, em detrimento dos 
interesses do consumidor. Essa regra, em alguma medida, mitiga a lei de mercado, que, se levada às 
últimas consequências, gera desastres inomináveis. 6 
➢ XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação 
de seu termo inicial a seu exclusivo critério 
Fornecedores têm o péssimo hábito de exigirem o cumprimento das obrigações do consumidor em 
prazos bastante rígidos, mas deixar o cumprimento de suas próprias obrigações a seu exclusivo arbítrio. 
Essa é uma prática proibida. 
Infelizmente, há uma exceção prevista no art. 43-A da Lei 4.591/1964. Segundo a norma, a entrega do 
imóvel em até 180 dias corridos da data estipulada contratualmente como data prevista para conclusão 
do empreendimento, desde que expressamente pactuado, de forma clara e destacada, não viola os 
direitos do consumidor. Além disso, o atraso não dá causa à resolução do contrato por parte do 
adquirente nem enseja o pagamento de qualquer penalidade pelo incorporador. 
O STJ (REsp 1.582.318/RJ), inclusive, já analisou essa estipulação e decidiu que não 
é abusiva a cláusula de tolerância nos contratos de promessa de compra e venda de 
imóvel em construção, desde que o prazo máximo de prorrogação seja de até 180 
dias. 
Pois é. Você tem de pagar o imóvel religiosamente em dia, mas o incorporador pode 
atrasar a entrega do imóvel por até seis longos meses, sem problemas. 
➢ XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente 
estabelecido 
Reajuste de preços é um tema sensível no Brasil. Até meados da década de 1990, o país vivia mergulhado 
na hiperinflação, fruto do descontrole orçamentário e virtual impressão de dinheiro durante muitos anos 
no fim do ditatorial Regime Militar. As obras faraônicas dos anos 1970 e 1980 foram pagas com dinheiro 
que não existia e a conta chegou na forma de inflação galopante e estagnação econômica. 
 
6 Talvez o mais trágico exemplo é An Gorta Mór, a Grande Fome de 1845-1849 ocorrida na Irlanda, que matou de fome e 
doenças umestimado de 25% da população do país, após uma doença que dizimou as plantações de batatas da pauperizada 
população irlandesa. Apesar do fator natural, pesou a adoção, pelo governo central inglês, capitaneado Lord John Russell, de 
um laissez-faire extremado. Havia a crença de que o próprio mercado se autorregularia e faria a produção de alimentos voltar 
aos níveis necessários. Ocorre, porém, que a crise não era precisamente de falta de alimentos, mas sim de preços, no fundo. 
Havia alimentos – e as exportações de alimentos da Irlanda para a Inglaterra cresceram durante o período da fome –, mas os 
camponeses simplesmente não tinham dinheiro suficiente para os comprar, e morreram aos borbotões. Leis agrárias 
bizarras do período contribuíram para que a crise se aprofundasse ainda mais. 
Tenho um exemplo pessoal, felizmente bem menos trágico. Quando pequeno, uma chuva de granizo muito forte assolou 
minha cidade. Minha casa foi completamente destelhada e nós ficamos vários dias sem cobertura, porque no dia seguinte à 
tempestade o preço das telhas havia subido vertiginosamente. Minha família simplesmente não tinha dinheiro para 
reconstruir o teto, pelo que ficamos vários dias praticamente a céu aberto; cada chuva que vinha alagava e destruía um pouco 
mais a casa. A nossa situação somente se resolveu porque meu pai buscou em outra cidade telhas, em preço mais baixo; a 
situação das demais pessoas só se resolveu quando populares começaram a fazer quebra-quebras em lojas de materiais de 
construção e a polícia começou a prender os empresários. 
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Some-se a isso a abertura econômica amadora levada a cabo no início da redemocratização e o controle 
de preços se tornou um desafio no país, que só conseguiu arranjar as contas a partir de 1994, ainda que 
com muitos sobressaltos até os anos 2000. 
Não à toa, o país tentou, sem muito sucesso, tabelar preços na esperança de evitar mais e mais inflação. 
O art. 41 do CDC, ainda com uma imagem muito viva disso (lembre-se que a discussão sobre ele ocorria 
em 1989, justamente num dos piores períodos inflacionários), trata do tema. 
Prevê a norma que no caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao 
regime de controle ou de tabelamento de preços, os fornecedores devem respeitar 
os limites oficiais. Se não respeitarem, respondem pela restituição da quantia recebida em 
excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir à sua escolha, o 
desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. 
Atualmente, o governo não tabela os preços no mercado. 7 
➢ XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços de um número 
maior de consumidores que o fixado pela autoridade administrativa como máximo 
Esse dispositivo pretende evitar a aglomeração perigosa de pessoas, com riscos graves à segurança dos 
consumidores, especialmente em locais como baladas, 8 notoriamente conhecidas pelo excesso de 
pessoas confinadas em espaços diminutos. 
Além de prática abusiva, essa conduta também tipifica o crime previsto no art. 65 do CDC, de executar 
serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autoridade competente. 
Por fim, pra arrematar, é possível extrair dessas regras um grupo de princípios a respeito da 
publicidade: 
 
7 No entanto, o art. 5º, §4º, da Lei 13.703/2018 traz norma de tabelamento: “Os pisos mínimos definidos na norma a que se 
refere o caput deste artigo têm natureza vinculativa”. Ela é reputada por muitos como inconstitucional e veio na esteira dos 
protestos dos caminhoneiros, ocorrida no final do mandado do Presidente Michel Temer. Após forte pressão, inclusive com 
indícios muito claros de locaute (prática na qual o empregador apoia a greve do empregado para obter benefícios para si, no 
caso, o aumento do preço dos fretes), a lei foi sancionada com tabelamento de preços não visto desde 1987, no governo do 
Presidente José Sarney. 
8 A norma foi incluída pela Lei 13.425/2017, após o desastre da Boate Kiss, que matou 242 pessoas em Santa Maria/RS, em 
2013. Infelizmente, agentes públicos, civis e militares, e privados responsáveis pelo desastre sofreram pouca ou nenhuma 
punição, mas, ao menos, o caso gerou repercussão legislativa para prevenir futuras ocorrências. 
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Seção V – Cobrança de dívidas 
O consumidor não tem apenas direitos, mas também deveres. O principal deles, 
certamente, é o de pagamento. Por isso, legítimo que o credor cobre valores não 
pagos. Porém, há limites. 
Prevê o art. 42 que na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não 
será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de 
constrangimento ou ameaça. Por isso, proibida qualquer prática abusiva ou que 
gere vergonha ou desprezo. 
• O consumidoe deve, de maneira fácil e imediata identificar a publicidade, como
determina o art. 36: "A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor,
fácil e imediatamente, a identifique como tal".
Princípio da identificação
• A oferta obriga o fornecedor a cumpri-la, segundo o art. 30: "Toda informação ou
publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de
comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o
fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser
celebrado".
Princípio da vinculação
• Esse princípio abrange os deveres de veracidade e de não abusividade, como se extrai do
art. 37: "É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva".
Princípio da proibição da publicidade ilícita
• Não é o consumidor quem tem de provar que a publicidade é imprópria, a teor do art.
38: "O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação
publicitária cabe a quem as patrocina".
Princípio da inversão do ônus da prova
• Novamente, é obrigação de quem veicula a publicidade ter as informações a respeito
dela, como prevê o art. 36, parágrafo único: "O fornecedor, na publicidade de seus
produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos legítimos
interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem".
Princípio da transparência
• O infrator tem o dever de veicular contrapropaganda, segundo o art. 60: "A imposição de
contrapropaganda será cominada quando o fornecedor incorrer na prática de
publicidade enganosa ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre às
expensas do infrator".
Princípio da contrapropaganda
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Isso não inclui, por exemplo, a inscrição do devedor em instituições de proteção ao crédito. 
Evidentemente há, aqui, exposição vergonhosa, mas dentro dos limites permitidos. Não se permite, ao 
contrário, enviar um carro de som ao local de trabalho do devedor, para constrange-lo a pagar. 
Constitui crime contra as relações de consumo, segundo o art. 71 do CDC, a utilização 
na cobrança de dívidas de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, afirmações 
falsas, incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o 
consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira em seu trabalho, descanso ou 
lazer, sob pena de detenção de três meses a um ano e multa. 
Por outro lado, o parágrafo único estabelece que o consumidor cobrado em quantia indevida tem 
direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de 
correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. Cuidado, porque a 
aplicação da norma não é tão direta. 
Isso porquea repetição em dobro de valores indevidamente cobrados e/ou 
descontados exige a demonstração da má-fé do credor, segundo o 
entendimento consolidado do STJ (AgRg no AREsp 167.156/RJ). Se não houver 
demonstração de má-fé, a devolução é simples (apenas o valor cobrado). A 
Corte, apesar das críticas, mantém esse entendimento. 
Há, assim, a necessidade de se comprovar a ocorrência de três elementos objetivos (i. a cobrança 
de dívida; ii. a cobrança extrajudicial da dívida; iii. a dívida é de consumo) e um elemento subjetivo 
(má-fé do fornecedor). 
E qual é o prazo para requerer a devolução? Conforme a Súmula 412 do STJ, “a ação de repetição de 
indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Código Civil”, em 
seu art. 205, de 10 anos. A mesma regra vale para os serviços de telefonia (EREsp 1.523.744). 
Para os demais casos, vale a regra do art. 206, §3º, inc. IV, do Código Civil, havendo prescrição da 
pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa no prazo de 3 anos. 
Além disso, atente para diferenças entre o art. 42, parágrafo único, do CDC e o art. 940 do Código Civil 
(“Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou 
pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que 
houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição”). 
O STJ (REsp 1.645.589/MS) entende que a aplicação da pena prevista no parágrafo único do art. 42 do 
CDC apenas é possível diante da presença de engano justificável do credor em proceder com a cobrança, 
da cobrança extrajudicial de dívida de consumo e de pagamento de quantia indevida pelo consumidor. 
Já o art. 940 do Código Civil somente pode ser aplicado quando a cobrança se dá por meio judicial e fica 
comprovada a má-fé do demandante, independentemente de prova do prejuízo. 
Ademais, segundo o Tribunal Superior, mesmo diante de uma relação de consumo, se inexistentes 
os pressupostos de aplicação do art. 42, parágrafo único, do CDC, deve ser aplicado o sistema 
geral do Código Civil, no que couber. O art. 940 do Código Civil é norma complementar ao art. 42, 
parágrafo único, do CDC e, no caso, sua aplicação está alinhada ao cumprimento do mandamento 
constitucional de proteção do consumidor). 
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Por fim, determina o art. 42-A que em todos os documentos de cobrança de débitos apresentados ao 
consumidor, deverão constar o nome, o endereço e o número de inscrição do CPF ou CNPJ do 
fornecedor do produto ou serviço correspondente. 
Seção VI – Bancos de dados e cadastros de consumidores 
1 – Noções gerais e bancos de dados negativos de consumidores 
O art. 43 prevê que o consumidor pode ter acesso às informações existentes em cadastros, fichas, 
registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas 
fontes. 9 
Esse acesso deve ser gratuito, sendo proibidas quaisquer cobranças para consulta, bem como deve ser 
permanentemente atualizado. Se o fornecedor deixar de corrigir imediatamente informação sobre 
consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser 
inexata pode sofrer pena de detenção de um a seis meses ou multa (art. 73 do CDC). 
Esse cadastro e os dados nele contidos devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em 
linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas 
referentes a período superior a cinco anos. Do §1º do art. 43 do CDC, em conjunto 
com o art. 205, §5º, inc. I, do Código Civil, é que se retira o popular dívida caduca em 
cinco anos. 
Assim, uma vez incluído no SERASA, meu nome só pode ficar sujo por no máximo 
cinco anos, contado o prazo do dia seguinte ao do vencimento da dívida (e não da inscrição em 
si). Superado o prazo, meu nome não pode mais constar do cadastro (§5º do art. 43). 10 
E se o controlador do banco de dados não retirar o nome do consumidor após o prazo ou, efetivado 
pagamento, demora demasiadamente para fazê-lo? Cabe indenização por dano moral, entende o STJ 
(REsp 480.622/RJ). 
 
9 A norma faz menção ao art. 86, mas ele foi vetado. 
10 Aqui, um detalhe. O prazo é máximo de 5 anos. Máximo. Assim, se o prazo para a cobrança de uma determinada dívida é 
de três anos, meu nome pode ficar sujo por até três anos, contado o prazo do dia seguinte ao vencimento da dívida. Se a 
dívida prescreve em cinco anos, meu nome pode ficar sujo por até cinco anos, contado o prazo do dia seguinte ao vencimento 
da dívida. Agora, se a dívida prescreve em dez anos, meu nome poderia ficar sujo por até dez anos, contado o prazo do dia 
seguinte ao vencimento da dívida. Como, porém, §1º do art. 43 limita a inscrição a cinco anos, meu nome pode ficar sujo por 
até cinco anos, contado o prazo do dia seguinte ao vencimento da dívida. 
É o que prevê, de maneira sucinta, a Súmula 323 do STJ: “A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de 
proteção ao crédito até o prazo máximo de cinco anos, independentemente da prescrição da execução”. A Súmula, contudo, 
não fixa o início do prazo, se da inscrição ou da dívida. O entendimento do STJ (REsp 1.630.659/DF) é de que “em razão do 
respeito à exigibilidade do crédito e ao princípio da veracidade da informação, o termo inicial do limite temporal de cinco 
anos em que a dívida pode ser inscrita no banco de dados de inadimplência é contado do primeiro dia seguinte à data de 
vencimento da dívida”. 
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A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deve ser comunicada por escrito 
ao consumidor, quando não solicitada por ele. O STJ (AgRg no REsp 1.182.290/RS) entende que a regra 
do §2º do art. 43 é de seguimento obrigatório. 
O órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito deve notificar o devedor antes 
de proceder à inscrição, determina a Súmula 359 do STJ. Mas, de toda forma, é 
dispensável o Aviso de Recebimento (AR) na carta de comunicação ao consumidor 
sobre a negativação de seu nome em bancos de dados e cadastros (Súmula 404 do STJ). 
A doutrina entende que a comunicação pode ser feita por qualquer pessoa, incluindo 
o próprio credor. Porém, para o STJ, a notificação tem de ser feita pelo mantenedor 
do cadastro (SPC, SERASA etc.). 
A Corte (REsp 2.063.145/RS) também entende como válida a comunicação remetida por e-mail para 
fins de notificação do consumidor acerca da inscrição de seu nome em cadastro de inadimplentes. Para 
isso, porém, o mantenedor do cadastro deve comprovar o envio e entrega da comunicação ao servidor 
de destino. 
Por sua vez, incumbe ao credor a exclusão do registro da dívida em nome do devedor no cadastro 
de inadimplentes no prazo de cinco dias úteis, a partir do integral e efetivo pagamento do débito 
(Súmula 548 do STJ). 
E se o consumidor encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros? Ele pode exigir sua imediata 
correção, devendo o arquivista, no prazo de 5 dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais 
destinatários das informações incorretas. Cabível, aqui, inclusive, o Habeas Data, medida constitucional 
extrema, se necessário. 
Tais bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao 
crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público. Além disso, 
essas informações devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para a 
pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumidor, como exige a Lei 
13.146/2015, o Estatuto da Pessoa com Deficiência. 
Por fim, vale lembrar da Súmula 550 do STJ, que dispõe que "a utilização de escore de crédito, método 
estatísticode avaliação de risco que não constitui banco de dados, dispensa o consentimento do 
consumidor, que terá o direito de solicitar esclarecimentos sobre as informações pessoais valoradas e 
as fontes dos dados considerados no respectivo cálculo." 
2 – Bancos de dados positivos de consumidores 
Além dos cadastros negativos, há também cadastros positivos, como aquele previsto na 
Lei 12.414/2011 que disciplina a formação e consulta a bancos de dados com 
informações de adimplemento, de pessoas naturais ou de pessoas jurídicas, para 
formação de histórico de crédito. 
A lei disciplina a formação e consulta a bancos de dados com informações de 
adimplemento, de pessoas naturais ou de pessoas jurídicas, para formação de histórico de crédito, prevê 
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o art. 1º. Para tanto, a lei estabelece uma série de conceitos, 11 para prever que os bancos de dados 
podem conter informações de adimplemento do cadastrado, para a formação do histórico de crédito. 
O art. 3º, §1º, prevê que para a formação do banco de dados, somente poderão ser 
armazenadas informações objetivas, claras, verdadeiras e de fácil compreensão, 
12 que sejam necessárias para avaliar a situação econômica do cadastrado. 
Por sua vez, proíbem-se anotações de informações excessivas – aquelas que não 
estiverem vinculadas à análise de risco de crédito ao consumidor – ou sensíveis – 
aquelas pertinentes à origem social e étnica, à saúde, à informação genética, à 
orientação sexual e às convicções políticas, religiosas e filosóficas, determina o art. 
3º. 
Segundo o art. 4º, o gestor está autorizado a abrir cadastro em banco de dados com 
informações de adimplemento de pessoas naturais e jurídicas; fazer anotações no referido cadastro; 
compartilhar as informações cadastrais e de adimplemento armazenadas com outros bancos de dados; 
e disponibilizar a consulentes a nota ou pontuação de crédito elaborada com base nas informações de 
 
11 Art. 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se: 
I - banco de dados: conjunto de dados relativo a pessoa natural ou jurídica armazenados com a finalidade de subsidiar a 
concessão de crédito, a realização de venda a prazo ou de outras transações comerciais e empresariais que impliquem risco 
financeiro; 
II - gestor: pessoa jurídica que atenda aos requisitos mínimos de funcionamento previstos nesta Lei e em regulamentação 
complementar, responsável pela administração de banco de dados, bem como pela coleta, pelo armazenamento, pela análise 
e pelo acesso de terceiros aos dados armazenados; 
III - cadastrado: pessoa natural ou jurídica cujas informações tenham sido incluídas em banco de dados; 
IV - fonte: pessoa natural ou jurídica que conceda crédito, administre operações de autofinanciamento ou realize venda a 
prazo ou outras transações comerciais e empresariais que lhe impliquem risco financeiro, inclusive as instituições 
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil e os prestadores de serviços continuados de água, esgoto, eletricidade, 
gás, telecomunicações e assemelhados; 
V - consulente: pessoa natural ou jurídica que acesse informações em bancos de dados para qualquer finalidade permitida 
por esta Lei; 
VI - anotação: ação ou efeito de anotar, assinalar, averbar, incluir, inscrever ou registrar informação relativa ao histórico de 
crédito em banco de dados; e 
VII - histórico de crédito: conjunto de dados financeiros e de pagamentos, relativos às operações de crédito e obrigações de 
pagamento adimplidas ou em andamento por pessoa natural ou jurídica. 
12 § 2º Para os fins do disposto no § 1º , consideram-se informações: 
I - objetivas: aquelas descritivas dos fatos e que não envolvam juízo de valor; 
II - claras: aquelas que possibilitem o imediato entendimento do cadastrado independentemente de remissão a anexos, 
fórmulas, siglas, símbolos, termos técnicos ou nomenclatura específica; 
III - verdadeiras: aquelas exatas, completas e sujeitas à comprovação nos termos desta Lei; e 
IV - de fácil compreensão: aquelas em sentido comum que assegurem ao cadastrado o pleno conhecimento do conteúdo, do 
sentido e do alcance dos dados sobre ele anotados. 
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adimplemento armazenadas e o histórico de crédito, mediante prévia autorização específica do 
cadastrado. 
E como se fará a comunicação ao cadastrado? Determina o §4º do art. 4º que ela deve ocorrer, salvo se 
o cadastrado já tenha cadastro aberto em outro banco de dados, em até 30 dias após a abertura do 
cadastro no banco de dados, sem custo para o cadastrado. Ela deve ser realizada pelo gestor, 
diretamente ou por intermédio de fontes e também informar de maneira clara e objetiva os canais 
disponíveis para o cancelamento do cadastro no banco de dados. 
As informações do cadastrado somente podem ser disponibilizadas a consulentes 60 dias 
após a abertura do cadastro. O gestor é obrigado a manter procedimentos adequados para 
comprovar a autenticidade e a validade da autorização mencionada acima. 
E quais são os direitos do cadastrado? O art. 5º assim os fixa: 
➢ Obter o cancelamento ou a reabertura do cadastro, quando solicitado; 
➢ Acessar gratuitamente, independentemente de justificativa, as informações sobre ele existentes 
no banco de dados, inclusive seu histórico e sua nota ou pontuação de crédito, cabendo ao gestor 
manter sistemas seguros, por telefone ou por meio eletrônico, de consulta às informações pelo 
cadastrado (no prazo de 10 dias) 
➢ Solicitar a impugnação de qualquer informação sobre ele erroneamente anotada em banco de 
dados e ter, em até 10 dias, sua correção ou seu cancelamento em todos os bancos de dados que 
compartilharam a informação 
➢ Conhecer os principais elementos e critérios considerados para a análise de risco, resguardado 
o segredo empresarial (no prazo de 10 dias) 
➢ Ser informado previamente sobre a identidade do gestor e sobre o armazenamento e o objetivo 
do tratamento dos dados pessoais 
➢ Solicitar ao consulente a revisão de decisão realizada exclusivamente por meios automatizados 
➢ Ter os seus dados pessoais utilizados somente de acordo com a finalidade para a qual eles foram 
coletados 
O cancelamento e a reabertura de cadastro somente serão processados mediante 
solicitação gratuita do cadastrado ao gestor (§4º). O cadastrado poderá realizar essa 
solicitação a qualquer gestor de banco de dados, por meio telefônico, físico e eletrônico. 
O gestor, então, é obrigado a, no prazo de até 2 dias úteis, encerrar ou reabrir o 
cadastro, conforme solicitado e transmitir a solicitação aos demais gestores, que devem 
também atender, no mesmo prazo, à solicitação do cadastrado. 
O gestor deve proceder automaticamente ao cancelamento de pessoa natural ou jurídica que tenha 
manifestado previamente, por meio telefônico, físico ou eletrônico, a vontade de não ter aberto seu 
cadastro (§7º). Esse cancelamento implica a impossibilidade de uso das informações do histórico de 
crédito pelos gestores, , inclusive para a composição de nota ou pontuação de crédito de terceiros 
cadastrados. 
Por sua vez, quais são as obrigações dos gestores de bancos de dados? O art. 6º determina que ele 
estão obrigados, quando solicitados, a fornecer ao cadastrado: 
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➢ Todas as informações sobre ele constantes de seus arquivos, no momento da solicitação 
➢ Indicação das fontes relativas às informações, incluindo endereço e telefone para contato (prazo 
de 10 dias) 
➢ Indicação dos gestores de bancos de dados com os quais as informações foram compartilhadas

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