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1.1 Origem do Direito 
A origem do Direito está associada à origem da vida em sociedade. Enquanto ser 
social, o homem deve cumprir um conjunto de formalidades de aspecto material e 
cultural em sinal de respeito mútuo e consideração aos seus semelhantes. 
A história do Direito consta na história da humanidade. O direito um fenômeno 
universal, comum a todos os povos e civilizações. Existiu, existe e existirá sempre, em 
todos os tempos, em todos os lugares, ainda que em estágio rudimentar. 
As primeiras manifestações do Direito datam de civilizações antigas, como a 
Mesopotâmia e o Egito, que elaboraram códigos de leis escritas. A mais antiga das 
leis conhecidas é o Código de Ur-Nammu, criado por volta de 2100 a.C. pelos 
sumérios. O Código de Hamurábi, criado por volta de 1750 a.C. na Babilônia, é outra 
referência importante na história do Direito. 
Outras civilizações antigas, como a grega e a romana, também contribuíram 
significativamente para o desenvolvimento do Direito. Na Grécia Antiga, surgiram 
grandes filósofos como Platão e Aristóteles, que refletiram sobre a justiça e a 
organização política das cidades-estado gregas. Já em Roma, a lei ganhou um 
caráter mais sistematizado e organizado, com a criação do direito romano. 
Ao longo da história, o Direito foi se aperfeiçoando e se tornando cada vez mais 
complexo, acompanhando as transformações sociais e políticas de cada época. 
Atualmente, o Direito é uma área de conhecimento multidisciplinar que envolve 
diversas ciências e áreas de atuação, como a filosofia, a economia, a sociologia, a 
política e a tecnologia, e tem como objetivo regular as relações entre os indivíduos 
e garantir a justiça e a ordem social. 
 
 
Este material foi baseado em: 
SOUZA, Simone Cássia Corrêa de. Introdução ao Direito Público. Universidade 
Federal do Mato Grosso/Rede e-Tec Brasil, Cuiabá: 2015. 
 
1.2 Noções de Direito 
“O direito é um dos fenômenos mais notáveis na vida humana. Compreendê-lo é 
entender uma parte de nós mesmos. É saber, em parte, porque obedecemos, 
porque mandamos, porque nos indignamos, porque aspiramos mudar em nome de 
ideais, porque em nome de ideais conservamos as coisas como estão. Ser livre é 
estar no direito e, no entanto, o direito também nos oprime e nos tira a liberdade. 
Por isso, compreender o direito não é um empreendimento que se reduz facilmente 
a conceituações lógicas e racionalmente sistematizadas. O encontro com o direito 
é diversificado, às vezes conflitivo e incoerente, às vezes linear e consequente." 
(FERRAZ, 1994) 
O Direito faz parte do nosso dia a dia. Todos nós temos uma ideia do que é o Direito. 
No entanto, a noção de Direito que temos nem sempre nos satisfaz em termos de 
conceituação e definição, ou seja: sentimos e percebemos o Direito, sabemos 
identificá-lo, mas temos dificuldades para conceituá-lo ou defini-lo. Ainda assim, 
muitas vezes compreendemos o que é Direito. 
A palavra “direito” é empregada em vários sentidos, tanto na linguagem comum, 
quanto na linguagem científica. Portanto, é possível identificar diferentes 
significados e usos do termo: 
• O direito brasileiro proíbe a pena de caráter perpétuo; 
• O estado tem o direito de cobrar tributos; 
• O salário é direito do trabalhador; 
• O Direito é reflexo da realidade social; 
• O estudo do Direito requer método próprio. 
Como se pode observar, em cada uma dessas frases, a palavra em questão é 
utilizada com um sentido diferente: 
• Direito como lei ou norma jurídica; 
• Direito como faculdade ou poder de agir; 
• Direito justo (devido por justiça); 
• Direito como fato social; 
• Direito como ciência, como disciplina científica; 
• Como área do saber. 
Justamente em função das várias significações que envolvem a palavra Direito, 
torna-se difícil (para não dizer praticamente impossível) apontar um único conceito 
que, satisfatoriamente, de conta de fazer-nos visualizar toda a essência do Direito. 
Veja os motivos: 
• O Direito apresenta uma diversidade de informações e aspectos que, embora 
diferentes entre si, são complementares e deslocam-se em um mesmo plano 
[...] 
• O Direito é um termo análogo, podendo significar ora norma, ora permissão, 
ora autorização, ora qualidade de justo [...] 
Assim, temos que o vocábulo “direito” exige tantas definições quantos forem os 
contextos a que se aplica. 
Eis algumas definições de direito: “O Direito é a arte do justo equitativo”. Definição 
dada por Celso, na antiga Grécia. A principal crítica a essa definição aponta que 
ela iguala Direito e Moral. 
“O Direito é a proporção real e pessoal de homem para homem, que conservada, 
conserva a sociedade e que, destruída, a destrói”. Definição dada na Idade Média, 
por Dante Alighieri. A principal crítica a essa definição é sua limitação, já que 
somente abrange a relação homem para homem, excluindo a relação homem 
para coisa. 
“Direito é o conjunto das condições segundo as quais o arbítrio de cada um pode 
coexistir com o arbítrio dos outros, de acordo com uma lei geral de liberdade”. 
Definição moderna, dada por Kant. A principal crítica é a referência quase exclusiva 
ao Direito Natural. 
Para não nos aprofundarmos no debate teórico acerca do que é Direito, 
adotaremos a definição que afirma: direito é um complexo de normas reguladoras 
da conduta humana, com força coativa (CORREIA, SCIASCIA, s/d). 
Observa-se que a na imagem abaixo a justiça está com os olhos vendados e os pés 
descalços. A venda nos olhos simboliza a imparcialidade da justiça e os pés 
descalços simbolizam a simplicidade, inobservância de status ou poder: é a justiça 
ao alcance de todos (observação: em muitas sociedades os sapatos simbolizam 
status, poder). 
 
Figura 1 - Justiça com os olhos vendados e os pés descalços. 
Fonte: Site Global Gear 
 
A justiça tem em uma das mãos uma balança, em que pesa o direito, e na outra 
mão uma espada, que simboliza a defesa do direito. A espada sem a balança é a 
força bruta; a balança sem a espada é a impotência do Direito. (von JHERING, 1972) 
 
Referências: 
CORREIA, A. & SCIASCIA, G. Manual de direito romano. Rio de Janeiro: Livros, 
Cadernos Ltda: s/d. (Série Cadernos Didáticos). 
FERRAZ JÚNIOR, T. S. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, 
dominação. São Paulo: Atlas, 1994. 
von JHERING, Rudolf. A luta pelo direito. Rio de Janeiro: Forense, 1972. p.21-22. 
Direito: noções - Turma 2024A 
1. Painel 
 
2. Meus cursos 
 
3. DN2024A 
 
4. 1 Noções de Direito 
 
5. 1.3 Direito objetivo 
1.3 Direito objetivo 
O Direito é uma área de conhecimento que se divide em duas grandes vertentes: o 
direito objetivo e o direito subjetivo. 
O Direito objetivo (norma agendi) é o conjunto de regras jurídicas que ordena o 
comportamento humano, prescrevendo uma sanção no caso de sua violação. É o 
Direito enquanto regra. 
O Direito subjetivo (facultas agendi) consiste na opção que o indivíduo tem de se 
valer ou não da norma. É uma faculdade do homem, que a utiliza se lhe for 
conveniente. É a permissão dada pela norma para fazer ou não fazer alguma coisa, 
para ter ou não ter algo, ou, ainda, a autorização para resguardar, através dos 
processos legais, o cumprimento da norma ou a reparação de prejuízo sofrido. 
 
Exemplos de direito objetivo 
O Direito Objetivo é composto por normas, leis e princípios que regulam a 
convivência em sociedade e que são aplicáveis a todos os indivíduos. Dentre os 
exemplos de direito objetivo, podemos citar: 
https://moodle.ifrs.edu.br/my/
https://moodle.ifrs.edu.br/course/view.php?id=7972
https://moodle.ifrs.edu.br/mod/page/view.php?id=398215
• Constituição: é a lei fundamental de um país, que estabelece as bases do 
Estado e define os direitos e deveres dos cidadãos e das instituições públicas. 
• Códigos: são leis que estabelecem regras gerais e abrangentes sobre 
determinado assunto, como o Código Civil, que regula as relações jurídicas 
entre as pessoase as empresas, ou o Código Penal, que define os crimes e as 
penas aplicáveis. 
• Leis ordinárias: são leis criadas pelo poder legislativo (parlamento), que visam 
regular assuntos específicos, como o Código de Trânsito Brasileiro, que 
estabelece as normas de circulação nas vias públicas. 
• Princípios gerais do Direito: são regras abstratas e genéricas que orientam a 
interpretação das leis e a aplicação do Direito em geral, como o princípio da 
igualdade, que determina que todos os indivíduos são iguais perante a lei. 
• Jurisprudência: é o conjunto de decisões proferidas pelos tribunais superiores, 
que servem como orientação para a aplicação do Direito em casos 
semelhantes. 
Na prática, alguns exemplos são: 
O Art. 164 do Código Penal Brasileiro (CP) tipifica como conduta criminosa a 
introdução ou abandono de animais em propriedade alheia. Veja abaixo: 
Art. 164 – Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de 
quem de direito, desde que do fato resulte prejuízo: 
Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, ou multa. 
O disposto no Art. 927 do Código Civil Brasileiro (CC) trata da responsabilidade civil, 
no tocante à obrigação de indenizar: 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica 
obrigado a repará-lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de 
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente 
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de 
outrem. 
A seguir vamos detalhar cada um desses exemplos, para que você possa 
aprofundar seus estudos. 
 
 
Este material foi baseado em: 
SOUZA, Simone Cássia Corrêa de. Introdução ao Direito Público. Universidade 
Federal do Mato Grosso/Rede e-Tec Brasil, Cuiabá: 2015. 
1.3.1 Constituição 
A Constituição é a lei fundamental de um país, que estabelece as bases do Estado 
e define os direitos e deveres dos cidadãos e das instituições públicas. Ela é o 
documento mais importante do ordenamento jurídico de um país, pois orienta a 
elaboração e a interpretação de todas as outras leis, garantindo a estabilidade e a 
segurança jurídica. 
A Constituição é composta por normas de diferentes tipos, como os princípios 
fundamentais, os direitos e garantias fundamentais, a organização do Estado, a 
estrutura dos poderes e as normas de processo legislativo. Em geral, a Constituição 
é elaborada por uma assembleia constituinte, composta por representantes eleitos 
pelo povo, que discutem e votam as diferentes disposições que irão compor o texto 
constitucional. 
Uma das principais características da Constituição é sua rigidez, ou seja, sua 
dificuldade em ser modificada. Isso se deve ao fato de que as normas 
constitucionais são consideradas fundamentais para a estabilidade e a ordem 
jurídica do país, e sua alteração deve ser feita de maneira cuidadosa e deliberada, 
por meio de procedimentos especiais previstos na própria Constituição. 
A Constituição também é uma importante ferramenta para a garantia dos direitos 
e liberdades fundamentais, pois estabelece regras claras e precisas sobre as 
limitações do poder estatal e sobre as garantias individuais dos cidadãos. Além 
disso, a Constituição é um importante instrumento para a promoção da justiça 
social, estabelecendo objetivos e metas que devem ser perseguidos pelo Estado 
para garantir o bem-estar da população. 
Por fim, é importante destacar que a Constituição não é um documento estático, 
mas sim um texto vivo e dinâmico, que deve ser interpretado e aplicado de acordo 
com as mudanças sociais, políticas e econômicas que ocorrem ao longo do tempo. 
Por isso, a interpretação constitucional é uma atividade essencial para a 
compreensão e a aplicação das normas constitucionais, e deve ser realizada de 
maneira cuidadosa e responsável, com base nos princípios e valores que orientam 
a Constituição. 
 
A Constituição Brasileira 
A Constituição da República Federativa do Brasil é a lei fundamental do país, 
promulgada em 5 de outubro de 1988. Ela é considerada uma das mais extensas e 
detalhadas do mundo, com mais de 250 artigos e diversas disposições transitórias. 
A Constituição Brasileira é baseada em princípios como a democracia, a cidadania, 
a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, 
a pluralidade política, a soberania e a separação dos poderes. Ela estabelece a 
organização e as competências dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, 
além de garantir uma série de direitos e liberdades fundamentais, como a igualdade 
perante a lei, a liberdade de expressão, a liberdade de religião, o direito à saúde, à 
educação, à moradia, ao lazer, entre outros. 
A Constituição Brasileira também define o sistema de governo, que é o 
presidencialismo, em que o presidente da República é o chefe de Estado e de 
governo, eleito pelo voto direto dos cidadãos. Além disso, a Constituição estabelece 
a federação brasileira, que é composta pela União, pelos estados, pelo Distrito 
Federal e pelos municípios, cada um com suas competências e autonomias. 
Outros aspectos importantes da Constituição Brasileira são as disposições sobre o 
meio ambiente, a cultura, a ciência e a tecnologia, os direitos dos trabalhadores e 
das minorias, a segurança pública e a defesa nacional, entre outros temas. A 
Constituição também estabelece os mecanismos para sua própria modificação, 
que exige um quórum qualificado e um processo legislativo específico. 
Ao longo das últimas décadas, a Constituição Brasileira passou por diversas 
emendas e interpretações, que alteraram ou reforçaram suas disposições em 
diferentes áreas. Apesar de seus desafios e críticas, a Constituição Brasileira é 
considerada um marco importante para a democracia e a justiça social no país, e 
continua sendo um documento fundamental para a garantia dos direitos e 
liberdades dos cidadãos brasileiros. 
1.3.2 Códigos 
Os códigos são leis que sistematizam e unificam normas jurídicas sobre determinado 
ramo do Direito. Eles são considerados importantes instrumentos para a estabilidade 
e segurança jurídica, pois reúnem em um único texto todas as normas que regem 
uma determinada área do Direito, facilitando a aplicação das leis pelos operadores 
do Direito. 
Os códigos são elaborados pelo poder legislativo, em geral por meio de comissões 
de juristas especializadas, e passam por um processo legislativo específico, que inclui 
discussões, votações e possíveis emendas. Eles podem ser divididos em diferentes 
ramos, de acordo com as diferentes áreas do Direito. 
Um exemplo de código é o Código Civil, que regula as relações jurídicas de natureza 
civil e privada, como o direito de propriedade, as obrigações, os contratos, entre 
outros. O Código Civil brasileiro foi promulgado em 2002, e é considerado um dos 
mais modernos e atualizados do mundo. 
Outro exemplo é o Código Penal, que define as infrações penais e as sanções 
correspondentes. O Código Penal brasileiro foi promulgado em 1940, e já passou por 
diversas reformas e atualizações, como a Lei dos Crimes Hediondos e a Lei Maria da 
Penha. 
Também existem outros códigos, como o Código de Processo Civil, que estabelece 
as regras do processo civil; o Código de Processo Penal, que regula o processo 
penal; o Código Comercial, que regula o Direito Comercial e Empresarial; e o 
Código Tributário Nacional, que regula o Direito Tributário. 
Além dos códigos, existem outras leis que regulam as diferentes áreas do Direito, 
como as leis complementares, as leis ordinárias, as medidas provisórias, entre outras. 
No entanto, os códigos são importantes por sistematizar e unificar as normas, 
facilitando a compreensão e a aplicação do Direito. 
1.3.3 Leis ordinárias 
As leis ordinárias são uma das espécies normativas previstas no ordenamento jurídico 
brasileiro, ao lado das leis complementares, emendasconstitucionais, medidas 
provisórias, decretos legislativos e resoluções. Elas são elaboradas e aprovadas pelo 
Poder Legislativo e estão submetidas ao processo legislativo comum, que exige a 
aprovação pelas duas casas legislativas (Câmara dos Deputados e Senado Federal) 
e a sanção ou veto do Presidente da República. 
As leis ordinárias possuem uma abrangência mais restrita do que as leis 
complementares, que tratam de matérias específicas previstas na Constituição, e 
não possuem o mesmo grau de importância que as emendas constitucionais, que 
alteram a própria Constituição. No entanto, as leis ordinárias são fundamentais para 
a regulamentação de diversas áreas do Direito, como o Direito do Trabalho, o Direito 
Ambiental, o Direito do Consumidor, entre outros. 
As leis ordinárias são utilizadas para regular situações que não estejam previstas na 
Constituição ou em leis complementares. Elas também podem ser usadas para 
modificar ou complementar as leis já existentes. Por exemplo, a Lei nº 13.467/2017, 
conhecida como Reforma Trabalhista, é uma lei ordinária que modificou diversos 
aspectos das leis trabalhistas já existentes no país. 
Uma das características das leis ordinárias é que elas possuem prazos de vigência, 
que podem ser determinados no momento de sua aprovação ou renovados 
posteriormente. Elas também podem ser revogadas ou alteradas por outras leis 
ordinárias ou por leis complementares. 
As leis ordinárias, assim como todas as outras espécies normativas, são fundamentais 
para a organização e regulação da sociedade. Elas garantem direitos, impõem 
obrigações e estabelecem limites para o exercício de poder, contribuindo para o 
desenvolvimento de uma sociedade justa e equilibrada. 
1.3.4 Princípios gerais 
Os princípios gerais do direito são um conjunto de ideias fundamentais e universais 
que servem como base para a compreensão e aplicação do Direito. Eles são 
princípios jurídicos que não estão expressamente previstos em leis ou na 
Constituição, mas que são reconhecidos como orientadores da interpretação e 
aplicação das normas jurídicas. 
Os princípios gerais do direito são, em geral, reconhecidos pela doutrina e pela 
jurisprudência, e sua aplicação é considerada essencial para a manutenção da 
justiça e da equidade no sistema jurídico. Eles se aplicam a todos os ramos do Direito 
e são considerados fundamentais para a realização da justiça e para a proteção 
dos direitos humanos. 
Entre os princípios gerais do direito, podemos citar alguns exemplos, como: 
• Princípio da legalidade: segundo este princípio, ninguém será obrigado a 
fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei. Ou seja, somente aquilo 
que está expressamente previsto em lei pode ser imposto a alguém. 
• Princípio da presunção de inocência: este princípio estabelece que toda 
pessoa é considerada inocente até que se prove o contrário, e que o ônus 
da prova cabe à acusação. 
• Princípio da proporcionalidade: este princípio estabelece que as medidas 
tomadas pelo Estado devem ser proporcionais ao fim a que se destinam, ou 
seja, que as restrições aos direitos individuais devem ser justificadas e 
proporcionais ao interesse público. 
• Princípio da igualdade: este princípio estabelece que todas as pessoas são 
iguais perante a lei, e que ninguém pode ser discriminado por motivos de 
raça, gênero, religião, orientação sexual, entre outros. 
• Princípio da boa-fé: este princípio estabelece que todas as relações jurídicas 
devem ser pautadas pela honestidade, lealdade e confiança mútua entre as 
partes. 
Os princípios gerais do direito são fundamentais para a aplicação correta do Direito 
e para garantir que as normas jurídicas sejam interpretadas e aplicadas de forma 
justa e equitativa. Eles servem como orientadores da interpretação e aplicação das 
leis, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e equilibrada. 
1.3.5 Jurisprudência 
Jurisprudência é o conjunto de decisões proferidas pelos tribunais sobre questões 
jurídicas. Ela consiste na interpretação das leis e na aplicação dos princípios gerais 
do Direito a casos concretos, estabelecendo diretrizes para a solução de conflitos 
semelhantes que possam surgir no futuro. 
A jurisprudência é uma fonte de Direito que possui grande importância na tomada 
de decisões judiciais. Ela é formada por decisões proferidas por tribunais superiores, 
como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ), que 
possuem a atribuição de uniformizar a interpretação das leis e fixar entendimentos 
sobre questões jurídicas relevantes. 
A jurisprudência é importante porque permite que as decisões judiciais sejam mais 
previsíveis e consistentes, ao mesmo tempo em que contribui para a estabilidade e 
a segurança jurídica. Ela permite que as pessoas conheçam com antecedência as 
possíveis consequências jurídicas de suas ações e decisões, além de auxiliar os juízes 
na interpretação e aplicação das leis. 
A jurisprudência é utilizada como fonte de pesquisa e consulta por advogados, 
juízes, promotores e estudiosos do Direito, auxiliando na solução de casos difíceis e 
na elaboração de novas leis ou revisão das já existentes. Ela é considerada uma 
fonte não escrita de Direito, pois não está prevista em nenhuma lei, mas é 
reconhecida como uma importante ferramenta para a aplicação correta do 
Direito. 
1.4 Direito subjetivo 
Os direitos subjetivos estão intimamente ligados à noção de justiça, uma vez que 
visam assegurar a proteção dos interesses individuais e garantir que as pessoas 
tenham a possibilidade de exercer suas liberdades de forma segura e justa. Entre os 
principais direitos subjetivos, podemos citar o direito à vida, à liberdade, à 
propriedade, à privacidade, entre outros. 
É importante ressaltar que a existência de um direito subjetivo pressupõe a existência 
de um direito objetivo que o reconheça e o proteja. Em outras palavras, o direito 
subjetivo só é válido na medida em que é reconhecido e protegido pela ordem 
jurídica, representada pelo conjunto de normas e princípios do Direito Objetivo. 
 
Exemplos de direito subjetivo 
Os direitos subjetivos são as faculdades, prerrogativas e poderes reconhecidos às 
pessoas pela ordem jurídica. Dentre os exemplos de direito subjetivo, podemos citar: 
• Direito à vida: é o direito de todas as pessoas de viverem com dignidade e 
segurança, estando protegidas de qualquer forma de violência ou ameaça. 
• Direito à liberdade: é o direito de todas as pessoas de escolherem livremente 
suas ações e tomarem decisões sem interferências externas, exceto nos casos 
em que isso infrinja os direitos de terceiros ou a lei. 
• Direito à propriedade: é o direito de todas as pessoas de possuírem bens 
móveis e imóveis, sendo responsáveis por sua administração, uso e fruição. 
• Direito à privacidade: é o direito de todas as pessoas de serem protegidas 
contra a intromissão indevida de terceiros em sua vida privada, seja por meio 
de escutas telefônicas, câmeras de vigilância ou outras formas de 
espionagem. 
• Direito ao trabalho: é o direito de todas as pessoas de trabalharem em 
condições justas e dignas, tendo acesso a salários e benefícios condizentes 
com suas funções e capacidades. 
• Direito à educação: é o direito de todas as pessoas de terem acesso à 
educação de qualidade, que lhes permita desenvolver plenamente suas 
potencialidades e alcançar uma vida plena e satisfatória. 
Esses são apenas alguns exemplos de direito subjetivo, que são fundamentais para 
garantir a dignidade e o bem-estar das pessoas em sociedade. Portanto, um 
exemplo prático seria: se alguém desrespeitar o meu direito soltando animais em 
minha propriedade e com isso me causar prejuízo (dano material, dano moral, 
atentado contra a SAÚDE e a integridade física das pessoas que ali residem), 
poderei, se eu quiser, acionar o Poder Judiciário. Essa faculdade de invocar a lei na 
defesa de um interesseconstitui o direito subjetivo. 
Mais uma vez, a seguir vamos detalhar cada um desses direitos, para que você 
possa aprofundar seus estudos. 
 
 
Este material foi baseado em: 
SOUZA, Simone Cássia Corrêa de. Introdução ao Direito Público. Universidade 
Federal do Mato Grosso/Rede e-Tec Brasil, Cuiabá: 2015. 
1.4.1 Direito à vida 
O direito à vida é um dos mais fundamentais e universais dos direitos humanos. Ele é 
reconhecido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e por diversas 
constituições ao redor do mundo. O direito à vida é inerente à pessoa humana e 
está intimamente relacionado com a dignidade da pessoa humana, um princípio 
fundamental do Direito. 
O direito à vida é um direito absoluto, ou seja, não pode ser limitado ou restringido 
em nenhuma circunstância. Ele deve ser protegido pelo Estado e garantido a todas 
as pessoas, independentemente de sua idade, gênero, raça, religião, 
nacionalidade ou orientação sexual. 
Além de ser um direito humano fundamental, o direito à vida é uma base para o 
exercício de outros direitos, como o direito à liberdade, à igualdade, à segurança e 
ao desenvolvimento. Sem o direito à vida, não há possibilidade de se exercer 
qualquer outro direito. 
A proteção ao direito à vida pode incluir diversas medidas, como a prevenção de 
atos de violência e a criminalização de condutas que possam colocar em risco a 
vida de outras pessoas. Também podem ser adotadas medidas para proteger a 
saúde pública, garantindo o acesso a serviços de saúde adequados e promovendo 
a prevenção de doenças e epidemias. 
Além disso, o direito à vida envolve a proteção do meio ambiente e da 
biodiversidade, garantindo a preservação do planeta e dos recursos naturais para 
as gerações presentes e futuras. 
Em resumo, o direito à vida é um direito fundamental e absoluto, que deve ser 
protegido e garantido pelo Estado em todas as circunstâncias. Sua proteção 
envolve medidas de prevenção de violência, promoção da saúde e preservação 
do meio ambiente. É um direito que deve ser respeitado e promovido por toda a 
sociedade. 
1.4.2 Direito à liberdade 
O direito à liberdade é um dos direitos humanos fundamentais e está presente em 
diversas declarações, constituições e tratados internacionais. Esse direito se refere à 
capacidade das pessoas de tomar suas próprias decisões, agir de acordo com suas 
próprias vontades e escolhas, sem a interferência indevida do Estado ou de 
terceiros. 
O direito à liberdade é um dos pilares da democracia e da sociedade livre. Ele 
permite que as pessoas expressem suas opiniões, religiões, orientações sexuais, 
identidades de gênero, culturas e modos de vida, sem medo de represálias ou 
perseguições. Além disso, a liberdade é essencial para o desenvolvimento da 
personalidade e da individualidade de cada pessoa. 
No entanto, a liberdade não é um direito absoluto. Ela deve ser exercida com 
responsabilidade e respeito aos direitos e à dignidade de outras pessoas. Por 
exemplo, o exercício da liberdade de expressão não pode violar a honra e a 
intimidade de outras pessoas. Além disso, as restrições à liberdade podem ser 
impostas pelo Estado em algumas situações, como para proteger a segurança 
nacional, a ordem pública ou a saúde pública. 
O direito à liberdade inclui vários aspectos, como a liberdade de expressão, de 
pensamento, de religião, de associação, de reunião pacífica, de circulação e de 
escolha de profissão. A liberdade também pode incluir a liberdade de viver sem 
interferências indevidas do Estado ou de terceiros, a chamada liberdade negativa. 
Em resumo, o direito à liberdade é um direito fundamental e essencial para o 
desenvolvimento da personalidade e da individualidade das pessoas. Ele inclui 
diversos aspectos, como a liberdade de expressão, pensamento, religião, 
associação, circulação e escolha de profissão. No entanto, a liberdade não é um 
direito absoluto e deve ser exercida com responsabilidade e respeito aos direitos e 
à dignidade de outras pessoas. 
1.4.3 Direito à propriedade 
O direito à propriedade é um direito fundamental previsto em diversas declarações 
de direitos humanos e na maioria das constituições modernas. Ele reconhece o 
direito das pessoas de possuir, usar, dispor e controlar seus bens e recursos de acordo 
com suas próprias vontades e escolhas. 
A propriedade pode ser definida como o conjunto de direitos que uma pessoa tem 
sobre um bem ou recurso. Esses direitos incluem o direito de usar o bem, de retirar 
dele os seus frutos e produtos, de aliená-lo (vender, doar, etc.), de deixá-lo como 
herança e de excluir outras pessoas do uso ou acesso ao bem. O direito de 
propriedade pode se referir a bens materiais, como casas, carros, terras e objetos, 
bem como a bens imateriais, como patentes, marcas e direitos autorais. 
O direito à propriedade é importante porque ele permite às pessoas planejar suas 
vidas, investir em projetos e empreendimentos, proteger suas famílias e garantir sua 
subsistência. Além disso, a propriedade é essencial para o desenvolvimento 
econômico e para a inovação, já que os proprietários têm incentivos para usar seus 
recursos de forma eficiente e para criar novos produtos e serviços. 
No entanto, o direito à propriedade não é absoluto. Ele pode ser limitado em alguns 
casos, como para proteger o interesse público ou para garantir o cumprimento de 
obrigações legais ou contratuais. Por exemplo, a propriedade pode ser 
desapropriada pelo Estado para fins de utilidade pública, como a construção de 
estradas, hospitais ou escolas. Além disso, as leis e regulamentações podem impor 
restrições ao uso da propriedade, como as leis de zoneamento e de proteção 
ambiental. 
Em resumo, o direito à propriedade é um direito fundamental que reconhece o 
direito das pessoas de possuir, usar, dispor e controlar seus bens e recursos de acordo 
com suas próprias vontades e escolhas. Esse direito é importante para o 
planejamento das vidas das pessoas, o desenvolvimento econômico e a inovação. 
No entanto, o direito à propriedade não é absoluto e pode ser limitado em alguns 
casos para proteger o interesse público ou garantir o cumprimento de obrigações 
legais ou contratuais. 
1.4.4 Direito à privacidade 
O direito à privacidade é um direito fundamental que garante a todas as pessoas o 
controle sobre suas informações pessoais e a capacidade de decidir quem tem 
acesso a elas. Esse direito está intimamente ligado à dignidade humana e ao livre 
desenvolvimento da personalidade, pois permite que as pessoas tenham um 
espaço íntimo para se expressar e se relacionar com outras pessoas sem 
interferências externas. 
A privacidade pode ser definida como a capacidade das pessoas de controlar a 
coleta, o armazenamento, o uso e a divulgação de suas informações pessoais. Essas 
informações podem incluir dados pessoais, como nome, endereço, telefone e 
informações financeiras, bem como informações relacionadas à saúde, orientação 
sexual, opiniões políticas e religiosas, entre outras. 
O direito à privacidade é protegido por diversas leis e normas em todo o mundo, 
incluindo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Convenção Europeia dos 
Direitos Humanos e a Constituição Federal do Brasil. Essas leis estabelecem limites ao 
uso das informações pessoais pelas autoridades públicas e pelas empresas privadas 
e garantem o direito das pessoas de serem informadas sobre o que está sendo feito 
com seus dados. 
Além disso, o direito à privacidade também é protegido por diversas tecnologias e 
práticas de segurança da informação, como a criptografia, a autenticação de 
usuários e a proteção contra ataques cibernéticos. Essas tecnologias e práticas são 
essenciais para garantir a privacidade das informações pessoais em um mundo 
cada vez mais conectado e dependente da tecnologia. 
Em resumo, o direito à privacidade é um direito fundamental que garante a todas 
as pessoas o controle sobre suasinformações pessoais e a capacidade de decidir 
quem tem acesso a elas. Esse direito é protegido por diversas leis e normas em todo 
o mundo, bem como por tecnologias e práticas de segurança da informação. A 
proteção da privacidade é essencial para garantir a dignidade humana e o livre 
desenvolvimento da personalidade. 
1.4.5 Direito ao trabalho 
O direito ao trabalho é um direito humano fundamental reconhecido pela maioria 
das constituições ao redor do mundo. Esse direito significa que todas as pessoas têm 
o direito de trabalhar e de escolher livremente a sua profissão ou emprego, sem 
qualquer tipo de discriminação, como raça, gênero, religião ou origem social. 
Além do direito ao trabalho em si, o direito ao trabalho inclui outras garantias 
importantes, como o direito a condições justas e favoráveis de trabalho, 
remuneração justa e igual para trabalho igual, e a proteção contra o desemprego 
e a exploração. 
O direito ao trabalho também se relaciona com outros direitos fundamentais, como 
o direito à liberdade de associação, que permite que os trabalhadores se unam em 
sindicatos ou outras formas de organização para defender seus interesses e lutar por 
melhores condições de trabalho e remuneração. 
No Brasil, o direito ao trabalho é protegido pela Constituição Federal, que 
estabelece a livre iniciativa e a livre concorrência como princípios fundamentais da 
economia, mas também garante a proteção do trabalhador, estabelecendo 
direitos como o salário mínimo, a jornada de trabalho de 8 horas diárias, a proteção 
contra o trabalho infantil, o direito à segurança e saúde no trabalho, entre outros. 
As leis trabalhistas no Brasil são regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), 
que estabelece as condições de trabalho e de emprego, bem como as obrigações 
dos empregadores e dos trabalhadores. Além da CLT, existem outras leis e normas 
que protegem o trabalhador, como a Lei do Trabalho Temporário, a Lei do Estágio 
e a Lei de Proteção contra a Discriminação no Trabalho. 
Em resumo, o direito ao trabalho é um direito humano fundamental que garante a 
todas as pessoas o direito de trabalhar e escolher livremente a sua profissão ou 
emprego, sem qualquer tipo de discriminação. Esse direito inclui outras garantias 
importantes, como o direito a condições justas e favoráveis de trabalho, 
remuneração justa e igual para trabalho igual, e a proteção contra o desemprego 
e a exploração. No Brasil, o direito ao trabalho é protegido pela Constituição Federal 
e pela CLT, além de outras leis e normas que protegem o trabalhador. 
1.4.6 Direito à educação 
O direito à educação é um direito humano fundamental reconhecido por diversas 
declarações e convenções internacionais, como a Declaração Universal dos 
Direitos Humanos e a Convenção sobre os Direitos da Criança. Esse direito garante 
a todas as pessoas o acesso à educação de qualidade, desde o ensino básico até 
o ensino superior, sem qualquer tipo de discriminação. 
A educação é um instrumento fundamental para o desenvolvimento pessoal e 
social, e é essencial para o exercício de outros direitos fundamentais, como o direito 
ao trabalho, o direito à saúde, o direito à cultura e o direito à participação na vida 
política e social. Além disso, a educação é um meio de combater a pobreza, a 
desigualdade social e a exclusão, contribuindo para a construção de uma 
sociedade mais justa e solidária. 
No Brasil, o direito à educação é garantido pela Constituição Federal, que 
estabelece que a educação é um direito de todos e um dever do Estado, e que 
deve ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade. A 
Constituição também estabelece que a educação deve ser baseada em princípios 
como a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, a 
gratuidade do ensino público em todos os níveis, a valorização dos profissionais da 
educação e a gestão democrática das instituições de ensino. 
Para garantir o acesso à educação, o Brasil adotou diversas políticas e programas, 
como o Programa Nacional de Educação (PNE), que estabelece metas e 
estratégias para a educação nos próximos anos, e o Fundo de Manutenção e 
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da 
Educação (Fundeb), que financia a educação básica no país. 
No entanto, apesar dos avanços, o Brasil ainda enfrenta muitos desafios na área da 
educação, como a falta de acesso de alguns grupos sociais, a baixa qualidade do 
ensino em muitas regiões, a defasagem entre a grade curricular e as demandas do 
mercado de trabalho, e a desvalorização dos profissionais da educação. 
Em resumo, o direito à educação é um direito humano fundamental que garante a 
todas as pessoas o acesso à educação de qualidade, sem qualquer tipo de 
discriminação. Esse direito é essencial para o desenvolvimento pessoal e social, e 
contribui para a construção de uma sociedade mais justa e solidária. No Brasil, o 
direito à educação é garantido pela Constituição Federal e por diversas políticas e 
programas, mas ainda há muitos desafios a serem enfrentados para garantir a 
efetivação desse direito. 
1.5 Direito e moral 
O direito é um conjunto de regras e normas jurídicas estabelecidas pelo Estado com 
o objetivo de regular as relações sociais, assegurando a justiça e a harmonia entre 
as pessoas. O direito é criado por meio de um processo legislativo, com a 
participação do Poder Legislativo, Executivo e Judiciário, e é dotado de 
coercibilidade, ou seja, as pessoas são obrigadas a cumprir as leis sob pena de 
sanções estabelecidas em lei. 
Por outro lado, a moral é um conjunto de valores, princípios e normas que regulam 
a conduta humana, estabelecendo o que é considerado certo ou errado, justo ou 
injusto, bom ou mau. A moral não é imposta pelo Estado ou por qualquer instituição, 
mas é internalizada pelos indivíduos como parte de sua formação ética e moral. 
Apesar de serem conceitos distintos, o direito e a moral se relacionam de diversas 
formas. Por exemplo, muitas vezes o direito é influenciado por valores e princípios 
morais, como a justiça, a igualdade e a dignidade humana. Além disso, as normas 
jurídicas muitas vezes refletem a moral da sociedade em que são aplicadas. Por 
outro lado, a moral pode ser usada como uma fonte de inspiração para o direito, 
especialmente em questões que não estão reguladas por leis específicas. 
O comportamento humano é regulado não somente por normas jurídicas, 
mas, também, por normas morais. Assim, tanto o Direito quanto a Moral apresentam 
regras de valor ético que se evidenciam através das normas de conduta. 
Podemos destacar três posicionamentos teóricos sobre a relação entre Direito e 
Moral. Em cada um desses grupos, estudiosos defendem e argumentam em prol de 
determinada corrente filosófica. 
O primeiro posicionamento, minoritário dentro da Filosofia do Direito, 
defende que tanto o Direito quanto a Moral possuem o mesmo campo de 
ação. Por esse argumento, tem-se que todas as matérias de interesse do 
Direito, são, também, de interesse da Moral, e vice-versa e, portanto, tais áreas 
compartilham os mesmos objetos de conhecimento, observação e análise. Nesse 
sentido, em uma representação simbólica, ambos os campos do saber constituem 
um ÚNICO círculo. 
O segundo posicionamento defende que o Direito constitui o mínimo de moral 
declarado obrigatório para que a vida em sociedade se torne possível, ou seja, o 
Direito seria a maneira de forçar o cumprimento de alguns preceitos éticos. 
A essa teoria dá-se o nome de teoria do “mínimo ético”. Em uma representação 
simbólica, teríamos dois círculos concêntricos, isto é, que dividem o mesmo centro, 
sendo o da Moral o de maior diâmetro e o do Direito o de menor diâmetro. A 
principal ideia é: o Direito é parte da Moral. 
A moral, em regra, é cumprida de maneira espontânea, mas, como as violações 
são inevitáveis, é indispensável que se impeça, commais vigor e rigor, a transgressão 
dos dispositivos que a comunidade considerar indispensáveis à paz social. (REALE, 
1998) 
O terceiro posicionamento, predominante no Brasil, reconhece que há um campo 
em comum onde atuam o Direito e a Moral, mas não desconsidera que há, 
também, um campo de atuação específico na medida em que existem ações que 
interessam somente ao Direito e outras que interessam somente à Moral. 
Exemplos: 
Os trâmites formais de uma hipoteca (arts. 1.473 a 1505 CC) dizem respeito apenas 
ao Direito e, portanto, não são disciplinados pela Moral. 
O adulto que vende seu próprio corpo para práticas sexuais não comete, com essa 
prática, nenhum ato ilícito e, portanto, não sofre nenhuma sanção legal porque a 
conduta de se prostituir não é reprovada pelo Direito. No entanto, a prática da 
prostituição é repelida socialmente, por motivo de ordem ética, em uma clara 
alusão a um “código de conduta moral.” Assim, a pessoa que se prostitui sofre uma 
“sanção” de isolamento imposta pela sociedade, ficando marginalizada. 
Em uma representação simbólica desta terceira corrente filosófica, teríamos dois 
círculos com centros distintos, mas que dividem um espaço comum, sendo o círculo 
do Direito o que apresenta diâmetro menor. Veja o quadro abaixo: 
Quadro 1 - Comparação entre o Direito e a Moral 
 Direito Moral 
Atuação Foro exterior Foro inferior 
Conteúdo 
Satisfação dos valores 
sociais 
Satisfação dos valores individuais 
Sanção 
Coercível, de maneira 
material 
Incoercível, de natureza interna ou de 
reprovação social 
Efeitos de 
norma 
Bilateral Unilateral 
 
Referência: 
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. São Paulo: Saraiva, 1998. p. 42 
 
Este material foi baseado em: 
SOUZA, Simone Cássia Corrêa de. Introdução ao Direito Público. Universidade 
Federal do Mato Grosso/Rede e-Tec Brasil, Cuiabá: 2015.

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