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1.1 Origem do Direito A origem do Direito está associada à origem da vida em sociedade. Enquanto ser social, o homem deve cumprir um conjunto de formalidades de aspecto material e cultural em sinal de respeito mútuo e consideração aos seus semelhantes. A história do Direito consta na história da humanidade. O direito um fenômeno universal, comum a todos os povos e civilizações. Existiu, existe e existirá sempre, em todos os tempos, em todos os lugares, ainda que em estágio rudimentar. As primeiras manifestações do Direito datam de civilizações antigas, como a Mesopotâmia e o Egito, que elaboraram códigos de leis escritas. A mais antiga das leis conhecidas é o Código de Ur-Nammu, criado por volta de 2100 a.C. pelos sumérios. O Código de Hamurábi, criado por volta de 1750 a.C. na Babilônia, é outra referência importante na história do Direito. Outras civilizações antigas, como a grega e a romana, também contribuíram significativamente para o desenvolvimento do Direito. Na Grécia Antiga, surgiram grandes filósofos como Platão e Aristóteles, que refletiram sobre a justiça e a organização política das cidades-estado gregas. Já em Roma, a lei ganhou um caráter mais sistematizado e organizado, com a criação do direito romano. Ao longo da história, o Direito foi se aperfeiçoando e se tornando cada vez mais complexo, acompanhando as transformações sociais e políticas de cada época. Atualmente, o Direito é uma área de conhecimento multidisciplinar que envolve diversas ciências e áreas de atuação, como a filosofia, a economia, a sociologia, a política e a tecnologia, e tem como objetivo regular as relações entre os indivíduos e garantir a justiça e a ordem social. Este material foi baseado em: SOUZA, Simone Cássia Corrêa de. Introdução ao Direito Público. Universidade Federal do Mato Grosso/Rede e-Tec Brasil, Cuiabá: 2015. 1.2 Noções de Direito “O direito é um dos fenômenos mais notáveis na vida humana. Compreendê-lo é entender uma parte de nós mesmos. É saber, em parte, porque obedecemos, porque mandamos, porque nos indignamos, porque aspiramos mudar em nome de ideais, porque em nome de ideais conservamos as coisas como estão. Ser livre é estar no direito e, no entanto, o direito também nos oprime e nos tira a liberdade. Por isso, compreender o direito não é um empreendimento que se reduz facilmente a conceituações lógicas e racionalmente sistematizadas. O encontro com o direito é diversificado, às vezes conflitivo e incoerente, às vezes linear e consequente." (FERRAZ, 1994) O Direito faz parte do nosso dia a dia. Todos nós temos uma ideia do que é o Direito. No entanto, a noção de Direito que temos nem sempre nos satisfaz em termos de conceituação e definição, ou seja: sentimos e percebemos o Direito, sabemos identificá-lo, mas temos dificuldades para conceituá-lo ou defini-lo. Ainda assim, muitas vezes compreendemos o que é Direito. A palavra “direito” é empregada em vários sentidos, tanto na linguagem comum, quanto na linguagem científica. Portanto, é possível identificar diferentes significados e usos do termo: • O direito brasileiro proíbe a pena de caráter perpétuo; • O estado tem o direito de cobrar tributos; • O salário é direito do trabalhador; • O Direito é reflexo da realidade social; • O estudo do Direito requer método próprio. Como se pode observar, em cada uma dessas frases, a palavra em questão é utilizada com um sentido diferente: • Direito como lei ou norma jurídica; • Direito como faculdade ou poder de agir; • Direito justo (devido por justiça); • Direito como fato social; • Direito como ciência, como disciplina científica; • Como área do saber. Justamente em função das várias significações que envolvem a palavra Direito, torna-se difícil (para não dizer praticamente impossível) apontar um único conceito que, satisfatoriamente, de conta de fazer-nos visualizar toda a essência do Direito. Veja os motivos: • O Direito apresenta uma diversidade de informações e aspectos que, embora diferentes entre si, são complementares e deslocam-se em um mesmo plano [...] • O Direito é um termo análogo, podendo significar ora norma, ora permissão, ora autorização, ora qualidade de justo [...] Assim, temos que o vocábulo “direito” exige tantas definições quantos forem os contextos a que se aplica. Eis algumas definições de direito: “O Direito é a arte do justo equitativo”. Definição dada por Celso, na antiga Grécia. A principal crítica a essa definição aponta que ela iguala Direito e Moral. “O Direito é a proporção real e pessoal de homem para homem, que conservada, conserva a sociedade e que, destruída, a destrói”. Definição dada na Idade Média, por Dante Alighieri. A principal crítica a essa definição é sua limitação, já que somente abrange a relação homem para homem, excluindo a relação homem para coisa. “Direito é o conjunto das condições segundo as quais o arbítrio de cada um pode coexistir com o arbítrio dos outros, de acordo com uma lei geral de liberdade”. Definição moderna, dada por Kant. A principal crítica é a referência quase exclusiva ao Direito Natural. Para não nos aprofundarmos no debate teórico acerca do que é Direito, adotaremos a definição que afirma: direito é um complexo de normas reguladoras da conduta humana, com força coativa (CORREIA, SCIASCIA, s/d). Observa-se que a na imagem abaixo a justiça está com os olhos vendados e os pés descalços. A venda nos olhos simboliza a imparcialidade da justiça e os pés descalços simbolizam a simplicidade, inobservância de status ou poder: é a justiça ao alcance de todos (observação: em muitas sociedades os sapatos simbolizam status, poder). Figura 1 - Justiça com os olhos vendados e os pés descalços. Fonte: Site Global Gear A justiça tem em uma das mãos uma balança, em que pesa o direito, e na outra mão uma espada, que simboliza a defesa do direito. A espada sem a balança é a força bruta; a balança sem a espada é a impotência do Direito. (von JHERING, 1972) Referências: CORREIA, A. & SCIASCIA, G. Manual de direito romano. Rio de Janeiro: Livros, Cadernos Ltda: s/d. (Série Cadernos Didáticos). FERRAZ JÚNIOR, T. S. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação. São Paulo: Atlas, 1994. von JHERING, Rudolf. A luta pelo direito. Rio de Janeiro: Forense, 1972. p.21-22. Direito: noções - Turma 2024A 1. Painel 2. Meus cursos 3. DN2024A 4. 1 Noções de Direito 5. 1.3 Direito objetivo 1.3 Direito objetivo O Direito é uma área de conhecimento que se divide em duas grandes vertentes: o direito objetivo e o direito subjetivo. O Direito objetivo (norma agendi) é o conjunto de regras jurídicas que ordena o comportamento humano, prescrevendo uma sanção no caso de sua violação. É o Direito enquanto regra. O Direito subjetivo (facultas agendi) consiste na opção que o indivíduo tem de se valer ou não da norma. É uma faculdade do homem, que a utiliza se lhe for conveniente. É a permissão dada pela norma para fazer ou não fazer alguma coisa, para ter ou não ter algo, ou, ainda, a autorização para resguardar, através dos processos legais, o cumprimento da norma ou a reparação de prejuízo sofrido. Exemplos de direito objetivo O Direito Objetivo é composto por normas, leis e princípios que regulam a convivência em sociedade e que são aplicáveis a todos os indivíduos. Dentre os exemplos de direito objetivo, podemos citar: https://moodle.ifrs.edu.br/my/ https://moodle.ifrs.edu.br/course/view.php?id=7972 https://moodle.ifrs.edu.br/mod/page/view.php?id=398215 • Constituição: é a lei fundamental de um país, que estabelece as bases do Estado e define os direitos e deveres dos cidadãos e das instituições públicas. • Códigos: são leis que estabelecem regras gerais e abrangentes sobre determinado assunto, como o Código Civil, que regula as relações jurídicas entre as pessoase as empresas, ou o Código Penal, que define os crimes e as penas aplicáveis. • Leis ordinárias: são leis criadas pelo poder legislativo (parlamento), que visam regular assuntos específicos, como o Código de Trânsito Brasileiro, que estabelece as normas de circulação nas vias públicas. • Princípios gerais do Direito: são regras abstratas e genéricas que orientam a interpretação das leis e a aplicação do Direito em geral, como o princípio da igualdade, que determina que todos os indivíduos são iguais perante a lei. • Jurisprudência: é o conjunto de decisões proferidas pelos tribunais superiores, que servem como orientação para a aplicação do Direito em casos semelhantes. Na prática, alguns exemplos são: O Art. 164 do Código Penal Brasileiro (CP) tipifica como conduta criminosa a introdução ou abandono de animais em propriedade alheia. Veja abaixo: Art. 164 – Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de quem de direito, desde que do fato resulte prejuízo: Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, ou multa. O disposto no Art. 927 do Código Civil Brasileiro (CC) trata da responsabilidade civil, no tocante à obrigação de indenizar: Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. A seguir vamos detalhar cada um desses exemplos, para que você possa aprofundar seus estudos. Este material foi baseado em: SOUZA, Simone Cássia Corrêa de. Introdução ao Direito Público. Universidade Federal do Mato Grosso/Rede e-Tec Brasil, Cuiabá: 2015. 1.3.1 Constituição A Constituição é a lei fundamental de um país, que estabelece as bases do Estado e define os direitos e deveres dos cidadãos e das instituições públicas. Ela é o documento mais importante do ordenamento jurídico de um país, pois orienta a elaboração e a interpretação de todas as outras leis, garantindo a estabilidade e a segurança jurídica. A Constituição é composta por normas de diferentes tipos, como os princípios fundamentais, os direitos e garantias fundamentais, a organização do Estado, a estrutura dos poderes e as normas de processo legislativo. Em geral, a Constituição é elaborada por uma assembleia constituinte, composta por representantes eleitos pelo povo, que discutem e votam as diferentes disposições que irão compor o texto constitucional. Uma das principais características da Constituição é sua rigidez, ou seja, sua dificuldade em ser modificada. Isso se deve ao fato de que as normas constitucionais são consideradas fundamentais para a estabilidade e a ordem jurídica do país, e sua alteração deve ser feita de maneira cuidadosa e deliberada, por meio de procedimentos especiais previstos na própria Constituição. A Constituição também é uma importante ferramenta para a garantia dos direitos e liberdades fundamentais, pois estabelece regras claras e precisas sobre as limitações do poder estatal e sobre as garantias individuais dos cidadãos. Além disso, a Constituição é um importante instrumento para a promoção da justiça social, estabelecendo objetivos e metas que devem ser perseguidos pelo Estado para garantir o bem-estar da população. Por fim, é importante destacar que a Constituição não é um documento estático, mas sim um texto vivo e dinâmico, que deve ser interpretado e aplicado de acordo com as mudanças sociais, políticas e econômicas que ocorrem ao longo do tempo. Por isso, a interpretação constitucional é uma atividade essencial para a compreensão e a aplicação das normas constitucionais, e deve ser realizada de maneira cuidadosa e responsável, com base nos princípios e valores que orientam a Constituição. A Constituição Brasileira A Constituição da República Federativa do Brasil é a lei fundamental do país, promulgada em 5 de outubro de 1988. Ela é considerada uma das mais extensas e detalhadas do mundo, com mais de 250 artigos e diversas disposições transitórias. A Constituição Brasileira é baseada em princípios como a democracia, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, a pluralidade política, a soberania e a separação dos poderes. Ela estabelece a organização e as competências dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além de garantir uma série de direitos e liberdades fundamentais, como a igualdade perante a lei, a liberdade de expressão, a liberdade de religião, o direito à saúde, à educação, à moradia, ao lazer, entre outros. A Constituição Brasileira também define o sistema de governo, que é o presidencialismo, em que o presidente da República é o chefe de Estado e de governo, eleito pelo voto direto dos cidadãos. Além disso, a Constituição estabelece a federação brasileira, que é composta pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios, cada um com suas competências e autonomias. Outros aspectos importantes da Constituição Brasileira são as disposições sobre o meio ambiente, a cultura, a ciência e a tecnologia, os direitos dos trabalhadores e das minorias, a segurança pública e a defesa nacional, entre outros temas. A Constituição também estabelece os mecanismos para sua própria modificação, que exige um quórum qualificado e um processo legislativo específico. Ao longo das últimas décadas, a Constituição Brasileira passou por diversas emendas e interpretações, que alteraram ou reforçaram suas disposições em diferentes áreas. Apesar de seus desafios e críticas, a Constituição Brasileira é considerada um marco importante para a democracia e a justiça social no país, e continua sendo um documento fundamental para a garantia dos direitos e liberdades dos cidadãos brasileiros. 1.3.2 Códigos Os códigos são leis que sistematizam e unificam normas jurídicas sobre determinado ramo do Direito. Eles são considerados importantes instrumentos para a estabilidade e segurança jurídica, pois reúnem em um único texto todas as normas que regem uma determinada área do Direito, facilitando a aplicação das leis pelos operadores do Direito. Os códigos são elaborados pelo poder legislativo, em geral por meio de comissões de juristas especializadas, e passam por um processo legislativo específico, que inclui discussões, votações e possíveis emendas. Eles podem ser divididos em diferentes ramos, de acordo com as diferentes áreas do Direito. Um exemplo de código é o Código Civil, que regula as relações jurídicas de natureza civil e privada, como o direito de propriedade, as obrigações, os contratos, entre outros. O Código Civil brasileiro foi promulgado em 2002, e é considerado um dos mais modernos e atualizados do mundo. Outro exemplo é o Código Penal, que define as infrações penais e as sanções correspondentes. O Código Penal brasileiro foi promulgado em 1940, e já passou por diversas reformas e atualizações, como a Lei dos Crimes Hediondos e a Lei Maria da Penha. Também existem outros códigos, como o Código de Processo Civil, que estabelece as regras do processo civil; o Código de Processo Penal, que regula o processo penal; o Código Comercial, que regula o Direito Comercial e Empresarial; e o Código Tributário Nacional, que regula o Direito Tributário. Além dos códigos, existem outras leis que regulam as diferentes áreas do Direito, como as leis complementares, as leis ordinárias, as medidas provisórias, entre outras. No entanto, os códigos são importantes por sistematizar e unificar as normas, facilitando a compreensão e a aplicação do Direito. 1.3.3 Leis ordinárias As leis ordinárias são uma das espécies normativas previstas no ordenamento jurídico brasileiro, ao lado das leis complementares, emendasconstitucionais, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções. Elas são elaboradas e aprovadas pelo Poder Legislativo e estão submetidas ao processo legislativo comum, que exige a aprovação pelas duas casas legislativas (Câmara dos Deputados e Senado Federal) e a sanção ou veto do Presidente da República. As leis ordinárias possuem uma abrangência mais restrita do que as leis complementares, que tratam de matérias específicas previstas na Constituição, e não possuem o mesmo grau de importância que as emendas constitucionais, que alteram a própria Constituição. No entanto, as leis ordinárias são fundamentais para a regulamentação de diversas áreas do Direito, como o Direito do Trabalho, o Direito Ambiental, o Direito do Consumidor, entre outros. As leis ordinárias são utilizadas para regular situações que não estejam previstas na Constituição ou em leis complementares. Elas também podem ser usadas para modificar ou complementar as leis já existentes. Por exemplo, a Lei nº 13.467/2017, conhecida como Reforma Trabalhista, é uma lei ordinária que modificou diversos aspectos das leis trabalhistas já existentes no país. Uma das características das leis ordinárias é que elas possuem prazos de vigência, que podem ser determinados no momento de sua aprovação ou renovados posteriormente. Elas também podem ser revogadas ou alteradas por outras leis ordinárias ou por leis complementares. As leis ordinárias, assim como todas as outras espécies normativas, são fundamentais para a organização e regulação da sociedade. Elas garantem direitos, impõem obrigações e estabelecem limites para o exercício de poder, contribuindo para o desenvolvimento de uma sociedade justa e equilibrada. 1.3.4 Princípios gerais Os princípios gerais do direito são um conjunto de ideias fundamentais e universais que servem como base para a compreensão e aplicação do Direito. Eles são princípios jurídicos que não estão expressamente previstos em leis ou na Constituição, mas que são reconhecidos como orientadores da interpretação e aplicação das normas jurídicas. Os princípios gerais do direito são, em geral, reconhecidos pela doutrina e pela jurisprudência, e sua aplicação é considerada essencial para a manutenção da justiça e da equidade no sistema jurídico. Eles se aplicam a todos os ramos do Direito e são considerados fundamentais para a realização da justiça e para a proteção dos direitos humanos. Entre os princípios gerais do direito, podemos citar alguns exemplos, como: • Princípio da legalidade: segundo este princípio, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei. Ou seja, somente aquilo que está expressamente previsto em lei pode ser imposto a alguém. • Princípio da presunção de inocência: este princípio estabelece que toda pessoa é considerada inocente até que se prove o contrário, e que o ônus da prova cabe à acusação. • Princípio da proporcionalidade: este princípio estabelece que as medidas tomadas pelo Estado devem ser proporcionais ao fim a que se destinam, ou seja, que as restrições aos direitos individuais devem ser justificadas e proporcionais ao interesse público. • Princípio da igualdade: este princípio estabelece que todas as pessoas são iguais perante a lei, e que ninguém pode ser discriminado por motivos de raça, gênero, religião, orientação sexual, entre outros. • Princípio da boa-fé: este princípio estabelece que todas as relações jurídicas devem ser pautadas pela honestidade, lealdade e confiança mútua entre as partes. Os princípios gerais do direito são fundamentais para a aplicação correta do Direito e para garantir que as normas jurídicas sejam interpretadas e aplicadas de forma justa e equitativa. Eles servem como orientadores da interpretação e aplicação das leis, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e equilibrada. 1.3.5 Jurisprudência Jurisprudência é o conjunto de decisões proferidas pelos tribunais sobre questões jurídicas. Ela consiste na interpretação das leis e na aplicação dos princípios gerais do Direito a casos concretos, estabelecendo diretrizes para a solução de conflitos semelhantes que possam surgir no futuro. A jurisprudência é uma fonte de Direito que possui grande importância na tomada de decisões judiciais. Ela é formada por decisões proferidas por tribunais superiores, como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ), que possuem a atribuição de uniformizar a interpretação das leis e fixar entendimentos sobre questões jurídicas relevantes. A jurisprudência é importante porque permite que as decisões judiciais sejam mais previsíveis e consistentes, ao mesmo tempo em que contribui para a estabilidade e a segurança jurídica. Ela permite que as pessoas conheçam com antecedência as possíveis consequências jurídicas de suas ações e decisões, além de auxiliar os juízes na interpretação e aplicação das leis. A jurisprudência é utilizada como fonte de pesquisa e consulta por advogados, juízes, promotores e estudiosos do Direito, auxiliando na solução de casos difíceis e na elaboração de novas leis ou revisão das já existentes. Ela é considerada uma fonte não escrita de Direito, pois não está prevista em nenhuma lei, mas é reconhecida como uma importante ferramenta para a aplicação correta do Direito. 1.4 Direito subjetivo Os direitos subjetivos estão intimamente ligados à noção de justiça, uma vez que visam assegurar a proteção dos interesses individuais e garantir que as pessoas tenham a possibilidade de exercer suas liberdades de forma segura e justa. Entre os principais direitos subjetivos, podemos citar o direito à vida, à liberdade, à propriedade, à privacidade, entre outros. É importante ressaltar que a existência de um direito subjetivo pressupõe a existência de um direito objetivo que o reconheça e o proteja. Em outras palavras, o direito subjetivo só é válido na medida em que é reconhecido e protegido pela ordem jurídica, representada pelo conjunto de normas e princípios do Direito Objetivo. Exemplos de direito subjetivo Os direitos subjetivos são as faculdades, prerrogativas e poderes reconhecidos às pessoas pela ordem jurídica. Dentre os exemplos de direito subjetivo, podemos citar: • Direito à vida: é o direito de todas as pessoas de viverem com dignidade e segurança, estando protegidas de qualquer forma de violência ou ameaça. • Direito à liberdade: é o direito de todas as pessoas de escolherem livremente suas ações e tomarem decisões sem interferências externas, exceto nos casos em que isso infrinja os direitos de terceiros ou a lei. • Direito à propriedade: é o direito de todas as pessoas de possuírem bens móveis e imóveis, sendo responsáveis por sua administração, uso e fruição. • Direito à privacidade: é o direito de todas as pessoas de serem protegidas contra a intromissão indevida de terceiros em sua vida privada, seja por meio de escutas telefônicas, câmeras de vigilância ou outras formas de espionagem. • Direito ao trabalho: é o direito de todas as pessoas de trabalharem em condições justas e dignas, tendo acesso a salários e benefícios condizentes com suas funções e capacidades. • Direito à educação: é o direito de todas as pessoas de terem acesso à educação de qualidade, que lhes permita desenvolver plenamente suas potencialidades e alcançar uma vida plena e satisfatória. Esses são apenas alguns exemplos de direito subjetivo, que são fundamentais para garantir a dignidade e o bem-estar das pessoas em sociedade. Portanto, um exemplo prático seria: se alguém desrespeitar o meu direito soltando animais em minha propriedade e com isso me causar prejuízo (dano material, dano moral, atentado contra a SAÚDE e a integridade física das pessoas que ali residem), poderei, se eu quiser, acionar o Poder Judiciário. Essa faculdade de invocar a lei na defesa de um interesseconstitui o direito subjetivo. Mais uma vez, a seguir vamos detalhar cada um desses direitos, para que você possa aprofundar seus estudos. Este material foi baseado em: SOUZA, Simone Cássia Corrêa de. Introdução ao Direito Público. Universidade Federal do Mato Grosso/Rede e-Tec Brasil, Cuiabá: 2015. 1.4.1 Direito à vida O direito à vida é um dos mais fundamentais e universais dos direitos humanos. Ele é reconhecido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e por diversas constituições ao redor do mundo. O direito à vida é inerente à pessoa humana e está intimamente relacionado com a dignidade da pessoa humana, um princípio fundamental do Direito. O direito à vida é um direito absoluto, ou seja, não pode ser limitado ou restringido em nenhuma circunstância. Ele deve ser protegido pelo Estado e garantido a todas as pessoas, independentemente de sua idade, gênero, raça, religião, nacionalidade ou orientação sexual. Além de ser um direito humano fundamental, o direito à vida é uma base para o exercício de outros direitos, como o direito à liberdade, à igualdade, à segurança e ao desenvolvimento. Sem o direito à vida, não há possibilidade de se exercer qualquer outro direito. A proteção ao direito à vida pode incluir diversas medidas, como a prevenção de atos de violência e a criminalização de condutas que possam colocar em risco a vida de outras pessoas. Também podem ser adotadas medidas para proteger a saúde pública, garantindo o acesso a serviços de saúde adequados e promovendo a prevenção de doenças e epidemias. Além disso, o direito à vida envolve a proteção do meio ambiente e da biodiversidade, garantindo a preservação do planeta e dos recursos naturais para as gerações presentes e futuras. Em resumo, o direito à vida é um direito fundamental e absoluto, que deve ser protegido e garantido pelo Estado em todas as circunstâncias. Sua proteção envolve medidas de prevenção de violência, promoção da saúde e preservação do meio ambiente. É um direito que deve ser respeitado e promovido por toda a sociedade. 1.4.2 Direito à liberdade O direito à liberdade é um dos direitos humanos fundamentais e está presente em diversas declarações, constituições e tratados internacionais. Esse direito se refere à capacidade das pessoas de tomar suas próprias decisões, agir de acordo com suas próprias vontades e escolhas, sem a interferência indevida do Estado ou de terceiros. O direito à liberdade é um dos pilares da democracia e da sociedade livre. Ele permite que as pessoas expressem suas opiniões, religiões, orientações sexuais, identidades de gênero, culturas e modos de vida, sem medo de represálias ou perseguições. Além disso, a liberdade é essencial para o desenvolvimento da personalidade e da individualidade de cada pessoa. No entanto, a liberdade não é um direito absoluto. Ela deve ser exercida com responsabilidade e respeito aos direitos e à dignidade de outras pessoas. Por exemplo, o exercício da liberdade de expressão não pode violar a honra e a intimidade de outras pessoas. Além disso, as restrições à liberdade podem ser impostas pelo Estado em algumas situações, como para proteger a segurança nacional, a ordem pública ou a saúde pública. O direito à liberdade inclui vários aspectos, como a liberdade de expressão, de pensamento, de religião, de associação, de reunião pacífica, de circulação e de escolha de profissão. A liberdade também pode incluir a liberdade de viver sem interferências indevidas do Estado ou de terceiros, a chamada liberdade negativa. Em resumo, o direito à liberdade é um direito fundamental e essencial para o desenvolvimento da personalidade e da individualidade das pessoas. Ele inclui diversos aspectos, como a liberdade de expressão, pensamento, religião, associação, circulação e escolha de profissão. No entanto, a liberdade não é um direito absoluto e deve ser exercida com responsabilidade e respeito aos direitos e à dignidade de outras pessoas. 1.4.3 Direito à propriedade O direito à propriedade é um direito fundamental previsto em diversas declarações de direitos humanos e na maioria das constituições modernas. Ele reconhece o direito das pessoas de possuir, usar, dispor e controlar seus bens e recursos de acordo com suas próprias vontades e escolhas. A propriedade pode ser definida como o conjunto de direitos que uma pessoa tem sobre um bem ou recurso. Esses direitos incluem o direito de usar o bem, de retirar dele os seus frutos e produtos, de aliená-lo (vender, doar, etc.), de deixá-lo como herança e de excluir outras pessoas do uso ou acesso ao bem. O direito de propriedade pode se referir a bens materiais, como casas, carros, terras e objetos, bem como a bens imateriais, como patentes, marcas e direitos autorais. O direito à propriedade é importante porque ele permite às pessoas planejar suas vidas, investir em projetos e empreendimentos, proteger suas famílias e garantir sua subsistência. Além disso, a propriedade é essencial para o desenvolvimento econômico e para a inovação, já que os proprietários têm incentivos para usar seus recursos de forma eficiente e para criar novos produtos e serviços. No entanto, o direito à propriedade não é absoluto. Ele pode ser limitado em alguns casos, como para proteger o interesse público ou para garantir o cumprimento de obrigações legais ou contratuais. Por exemplo, a propriedade pode ser desapropriada pelo Estado para fins de utilidade pública, como a construção de estradas, hospitais ou escolas. Além disso, as leis e regulamentações podem impor restrições ao uso da propriedade, como as leis de zoneamento e de proteção ambiental. Em resumo, o direito à propriedade é um direito fundamental que reconhece o direito das pessoas de possuir, usar, dispor e controlar seus bens e recursos de acordo com suas próprias vontades e escolhas. Esse direito é importante para o planejamento das vidas das pessoas, o desenvolvimento econômico e a inovação. No entanto, o direito à propriedade não é absoluto e pode ser limitado em alguns casos para proteger o interesse público ou garantir o cumprimento de obrigações legais ou contratuais. 1.4.4 Direito à privacidade O direito à privacidade é um direito fundamental que garante a todas as pessoas o controle sobre suas informações pessoais e a capacidade de decidir quem tem acesso a elas. Esse direito está intimamente ligado à dignidade humana e ao livre desenvolvimento da personalidade, pois permite que as pessoas tenham um espaço íntimo para se expressar e se relacionar com outras pessoas sem interferências externas. A privacidade pode ser definida como a capacidade das pessoas de controlar a coleta, o armazenamento, o uso e a divulgação de suas informações pessoais. Essas informações podem incluir dados pessoais, como nome, endereço, telefone e informações financeiras, bem como informações relacionadas à saúde, orientação sexual, opiniões políticas e religiosas, entre outras. O direito à privacidade é protegido por diversas leis e normas em todo o mundo, incluindo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Convenção Europeia dos Direitos Humanos e a Constituição Federal do Brasil. Essas leis estabelecem limites ao uso das informações pessoais pelas autoridades públicas e pelas empresas privadas e garantem o direito das pessoas de serem informadas sobre o que está sendo feito com seus dados. Além disso, o direito à privacidade também é protegido por diversas tecnologias e práticas de segurança da informação, como a criptografia, a autenticação de usuários e a proteção contra ataques cibernéticos. Essas tecnologias e práticas são essenciais para garantir a privacidade das informações pessoais em um mundo cada vez mais conectado e dependente da tecnologia. Em resumo, o direito à privacidade é um direito fundamental que garante a todas as pessoas o controle sobre suasinformações pessoais e a capacidade de decidir quem tem acesso a elas. Esse direito é protegido por diversas leis e normas em todo o mundo, bem como por tecnologias e práticas de segurança da informação. A proteção da privacidade é essencial para garantir a dignidade humana e o livre desenvolvimento da personalidade. 1.4.5 Direito ao trabalho O direito ao trabalho é um direito humano fundamental reconhecido pela maioria das constituições ao redor do mundo. Esse direito significa que todas as pessoas têm o direito de trabalhar e de escolher livremente a sua profissão ou emprego, sem qualquer tipo de discriminação, como raça, gênero, religião ou origem social. Além do direito ao trabalho em si, o direito ao trabalho inclui outras garantias importantes, como o direito a condições justas e favoráveis de trabalho, remuneração justa e igual para trabalho igual, e a proteção contra o desemprego e a exploração. O direito ao trabalho também se relaciona com outros direitos fundamentais, como o direito à liberdade de associação, que permite que os trabalhadores se unam em sindicatos ou outras formas de organização para defender seus interesses e lutar por melhores condições de trabalho e remuneração. No Brasil, o direito ao trabalho é protegido pela Constituição Federal, que estabelece a livre iniciativa e a livre concorrência como princípios fundamentais da economia, mas também garante a proteção do trabalhador, estabelecendo direitos como o salário mínimo, a jornada de trabalho de 8 horas diárias, a proteção contra o trabalho infantil, o direito à segurança e saúde no trabalho, entre outros. As leis trabalhistas no Brasil são regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que estabelece as condições de trabalho e de emprego, bem como as obrigações dos empregadores e dos trabalhadores. Além da CLT, existem outras leis e normas que protegem o trabalhador, como a Lei do Trabalho Temporário, a Lei do Estágio e a Lei de Proteção contra a Discriminação no Trabalho. Em resumo, o direito ao trabalho é um direito humano fundamental que garante a todas as pessoas o direito de trabalhar e escolher livremente a sua profissão ou emprego, sem qualquer tipo de discriminação. Esse direito inclui outras garantias importantes, como o direito a condições justas e favoráveis de trabalho, remuneração justa e igual para trabalho igual, e a proteção contra o desemprego e a exploração. No Brasil, o direito ao trabalho é protegido pela Constituição Federal e pela CLT, além de outras leis e normas que protegem o trabalhador. 1.4.6 Direito à educação O direito à educação é um direito humano fundamental reconhecido por diversas declarações e convenções internacionais, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Convenção sobre os Direitos da Criança. Esse direito garante a todas as pessoas o acesso à educação de qualidade, desde o ensino básico até o ensino superior, sem qualquer tipo de discriminação. A educação é um instrumento fundamental para o desenvolvimento pessoal e social, e é essencial para o exercício de outros direitos fundamentais, como o direito ao trabalho, o direito à saúde, o direito à cultura e o direito à participação na vida política e social. Além disso, a educação é um meio de combater a pobreza, a desigualdade social e a exclusão, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e solidária. No Brasil, o direito à educação é garantido pela Constituição Federal, que estabelece que a educação é um direito de todos e um dever do Estado, e que deve ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade. A Constituição também estabelece que a educação deve ser baseada em princípios como a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, a gratuidade do ensino público em todos os níveis, a valorização dos profissionais da educação e a gestão democrática das instituições de ensino. Para garantir o acesso à educação, o Brasil adotou diversas políticas e programas, como o Programa Nacional de Educação (PNE), que estabelece metas e estratégias para a educação nos próximos anos, e o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que financia a educação básica no país. No entanto, apesar dos avanços, o Brasil ainda enfrenta muitos desafios na área da educação, como a falta de acesso de alguns grupos sociais, a baixa qualidade do ensino em muitas regiões, a defasagem entre a grade curricular e as demandas do mercado de trabalho, e a desvalorização dos profissionais da educação. Em resumo, o direito à educação é um direito humano fundamental que garante a todas as pessoas o acesso à educação de qualidade, sem qualquer tipo de discriminação. Esse direito é essencial para o desenvolvimento pessoal e social, e contribui para a construção de uma sociedade mais justa e solidária. No Brasil, o direito à educação é garantido pela Constituição Federal e por diversas políticas e programas, mas ainda há muitos desafios a serem enfrentados para garantir a efetivação desse direito. 1.5 Direito e moral O direito é um conjunto de regras e normas jurídicas estabelecidas pelo Estado com o objetivo de regular as relações sociais, assegurando a justiça e a harmonia entre as pessoas. O direito é criado por meio de um processo legislativo, com a participação do Poder Legislativo, Executivo e Judiciário, e é dotado de coercibilidade, ou seja, as pessoas são obrigadas a cumprir as leis sob pena de sanções estabelecidas em lei. Por outro lado, a moral é um conjunto de valores, princípios e normas que regulam a conduta humana, estabelecendo o que é considerado certo ou errado, justo ou injusto, bom ou mau. A moral não é imposta pelo Estado ou por qualquer instituição, mas é internalizada pelos indivíduos como parte de sua formação ética e moral. Apesar de serem conceitos distintos, o direito e a moral se relacionam de diversas formas. Por exemplo, muitas vezes o direito é influenciado por valores e princípios morais, como a justiça, a igualdade e a dignidade humana. Além disso, as normas jurídicas muitas vezes refletem a moral da sociedade em que são aplicadas. Por outro lado, a moral pode ser usada como uma fonte de inspiração para o direito, especialmente em questões que não estão reguladas por leis específicas. O comportamento humano é regulado não somente por normas jurídicas, mas, também, por normas morais. Assim, tanto o Direito quanto a Moral apresentam regras de valor ético que se evidenciam através das normas de conduta. Podemos destacar três posicionamentos teóricos sobre a relação entre Direito e Moral. Em cada um desses grupos, estudiosos defendem e argumentam em prol de determinada corrente filosófica. O primeiro posicionamento, minoritário dentro da Filosofia do Direito, defende que tanto o Direito quanto a Moral possuem o mesmo campo de ação. Por esse argumento, tem-se que todas as matérias de interesse do Direito, são, também, de interesse da Moral, e vice-versa e, portanto, tais áreas compartilham os mesmos objetos de conhecimento, observação e análise. Nesse sentido, em uma representação simbólica, ambos os campos do saber constituem um ÚNICO círculo. O segundo posicionamento defende que o Direito constitui o mínimo de moral declarado obrigatório para que a vida em sociedade se torne possível, ou seja, o Direito seria a maneira de forçar o cumprimento de alguns preceitos éticos. A essa teoria dá-se o nome de teoria do “mínimo ético”. Em uma representação simbólica, teríamos dois círculos concêntricos, isto é, que dividem o mesmo centro, sendo o da Moral o de maior diâmetro e o do Direito o de menor diâmetro. A principal ideia é: o Direito é parte da Moral. A moral, em regra, é cumprida de maneira espontânea, mas, como as violações são inevitáveis, é indispensável que se impeça, commais vigor e rigor, a transgressão dos dispositivos que a comunidade considerar indispensáveis à paz social. (REALE, 1998) O terceiro posicionamento, predominante no Brasil, reconhece que há um campo em comum onde atuam o Direito e a Moral, mas não desconsidera que há, também, um campo de atuação específico na medida em que existem ações que interessam somente ao Direito e outras que interessam somente à Moral. Exemplos: Os trâmites formais de uma hipoteca (arts. 1.473 a 1505 CC) dizem respeito apenas ao Direito e, portanto, não são disciplinados pela Moral. O adulto que vende seu próprio corpo para práticas sexuais não comete, com essa prática, nenhum ato ilícito e, portanto, não sofre nenhuma sanção legal porque a conduta de se prostituir não é reprovada pelo Direito. No entanto, a prática da prostituição é repelida socialmente, por motivo de ordem ética, em uma clara alusão a um “código de conduta moral.” Assim, a pessoa que se prostitui sofre uma “sanção” de isolamento imposta pela sociedade, ficando marginalizada. Em uma representação simbólica desta terceira corrente filosófica, teríamos dois círculos com centros distintos, mas que dividem um espaço comum, sendo o círculo do Direito o que apresenta diâmetro menor. Veja o quadro abaixo: Quadro 1 - Comparação entre o Direito e a Moral Direito Moral Atuação Foro exterior Foro inferior Conteúdo Satisfação dos valores sociais Satisfação dos valores individuais Sanção Coercível, de maneira material Incoercível, de natureza interna ou de reprovação social Efeitos de norma Bilateral Unilateral Referência: REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. São Paulo: Saraiva, 1998. p. 42 Este material foi baseado em: SOUZA, Simone Cássia Corrêa de. Introdução ao Direito Público. Universidade Federal do Mato Grosso/Rede e-Tec Brasil, Cuiabá: 2015.