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noções de direito

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Prévia do material em texto

Noções de 
Direito
Curso
Profissionalizante
Autor
Danielle Boppré de Athayde Abram
Indaial – 2022
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2022
Elaboração:
Danielle Boppré de Athayde Abram
Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
A161c
 Abram, Danielle Boppré de Athayde
Curso profissionalizante - Noções de direito. / Danielle Boppré 
de Athayde Abram. – Indaial: UNIASSELVI, 2022.
126 p.; il.
 ISBN Digital 978-65-5646-541-8
1. Direito. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 340
Apresentação
Olá, aluno!
Desde que o homem passou a viver em sociedade, tornou-se necessário 
estabelecer regras que regulassem as relações humanas, a fim de garantir a paz 
social. Essas normas de conduta procuram impedir que a força prevaleça sobre o 
direito, ou a razão. Por isso, na atividade profissional buscada, seja qual for a área, é 
importante ter conhecimentos jurídicos básicos.
Na Unidade 1, teremos uma visão geral do Direito, apresentando seu concei-
to e seus princípios. 
Na Unidade 2, conheceremos as diferentes áreas do Direito em seus aspec-
tos mais importantes. Estudaremos os direitos e as garantias fundamentais, identi-
ficaremos os direitos sociais e, em uma breve análise, aprenderemos o Direito Admi-
nistrativo e suas diretrizes. Abordaremos, ainda, o Direito Processual e Penal e suas 
normas jurídicas. Encerraremos a unidade com a apresentação das características 
do Direito Tributário, Direito Eleitoral e Direito Militar.
Por fim, na Unidade 3, abordaremos os ramos especiais do Direito, com ênfa-
se no Direito do Trabalho, no Direito do Consumidor e no Direito Ambiental.
Desejamos a você uma feliz trajetória. Bons estudos!
Prof.ª Ana Paula Tabosa dos Santos Sanches
SUMÁRIO
UNIDADE 1 -NOÇÕES GERAIS DE DIREITO ........................................................... 9
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11
2 CONCEITO DE DIREITO .......................................................................................... 11
TÓPICO 1 - COMPREENSÃO DO DIREITO ............................................................. 11
2.1 INTERAÇÃO SOCIAL ............................................................................................12
2.2 DIREITO, ÉTICA E MORAL ..................................................................................14
RESUMO DO TÓPICO 1 ..............................................................................................16
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................ 18
TÓPICO 2 - DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO ...................................................19 
1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................19
2 DEFINIÇÃO DE DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO .........................................19
3 FONTE PRINCIPAL DO DIREITO ..........................................................................20
3.1 OUTRAS FONTES DO DIREITO ..........................................................................21
RESUMO DO TÓPICO 2 ............................................................................................24
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................25
TÓPICO 3 - NORMA JURÍDICA E RELAÇÃO JURÍDICA .................................... 27
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 27
2 SIGNIFICADO E CARACTERÍSTICAS DAS NORMAS JURÍDICAS ................ 27
3 RELAÇÃO JURÍDICA E SUAS ESPÉCIES ..........................................................29
RESUMO DO TÓPICO 3 .............................................................................................31
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................32
REFERÊNCIAS ...........................................................................................................33
UNIDADE 2 - DIREITO CONSTITUCIONAL ...........................................................35
TÓPICO 1 - AS CONTAS CONTÁBEIS .................................................................... 37 
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 37
2 DIREITO CONSTITUCIONAL E CONSTITUIÇÃO FEDERAL ............................. 37
3 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 .40
3.1 REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS ........................................................................42
RESUMO DO TÓPICO 1 .............................................................................................44
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................45
TÓPICO 2 - DIREITO ADMINISTRATIVO, DIREITO
PROCESSUAL E DIREITO PENAL........................................................................... 47
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 47
2 CONCEITOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO .................................................... 47
2.1 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .................................................48
3 CONCEITOS DO DIREITO PROCESSUAL............................................................51
4 CONCEITOS DO DIREITO PENAL ........................................................................53
4.1 PENAS E MEDIDAS DE SEGURANÇA .............................................................55
RESUMO DO TÓPICO 1 ............................................................................................. 57
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................58
TÓPICO 3 - DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ELEITORAL E DIREITO MILITAR .... 59
1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................................59
2 CONCEITOS DO DIREITO TRIBUTÁRIO ..............................................................59
3 CONCEITOS DO DIREITO ELEITORAL .................................................................61
4 CONCEITOS DO DIREITO MILITAR .....................................................................62
RESUMO DO TÓPICO 3 ............................................................................................63
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................64
REFERÊNCIAS ...........................................................................................................65
UNIDADE 3 - RAMOS ESPECIAIS DO DIREITO: DIREITO
DO TRABALHO, DIREITO DO CONSUMIDOR, DIREITO
AMBIENTAL E DIREITO PRIVADO ..........................................................................69
TÓPICO 1 - RAMOS ESPECIAIS DO DIREITO ........................................................ 71
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 71
2 CONCEITOS DO DIREITO DO TRABALHO .......................................................... 71
2.1 FUNÇÕES DO DIREITO DO TRABALHO .......................................................... 73
2.2 PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO ...................................................... 74
3 CONCEITOS DO DIREITO DO CONSUMIDOR.................................................... 76
3.1 CONCEITOS DE CONSUMIDOR E FORNECEDOR ......................................... 76
4 CONCEITOS DO DIREITO AMBIENTAL ...............................................................80
RESUMO DO TÓPICO 1 .............................................................................................82AUTOATIVIDADE ........................................................................................................83
TÓPICO 2 - DIREITO CIVIL: NOÇÕES E ESTRUTURAS .....................................85 
1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................................85
2 NOÇÕES E ESTRUTURA DO DIREITO CIVIL .....................................................85
2.1 PARTE GERAL DO CÓDIGO CIVIL – LIVRO I: DAS PESSOAS .....................86
2.1.1 Pessoa física ...................................................................................................... 87
2.1.2 Pessoa jurídica ..................................................................................................91
2.2 PARTE GERAL – LIVRO II: DOS BENS ............................................................94
2.2.1 Conceito de bem ............................................................................................94
2.2.2 Classificação dos bens ..................................................................................96
2.3 PARTE GERAL – LIVRO III: DOS FATOS JURÍDICOS .................................100
2.3.1 Conceito de fato jurídico .............................................................................100
2.3.2 Classificação dos fatos jurídicos ...............................................................101
2.3.3 Negócio jurídico ............................................................................................ 103
2.4 CÓDIGO CIVIL – PARTE ESPECIAL ............................................................... 104
2.4.1 Direito das Obrigações ................................................................................. 104
2.4.2 Direito empresarial ....................................................................................... 105
2.4.3 Direito das Coisas ......................................................................................... 107
2.4.3.1 Propriedade ................................................................................................. 107
2.4.4 Direito de Família .......................................................................................... 107
2.4.5 Direito das Sucessões .................................................................................108
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................... 109
AUTOATIVIDADE .......................................................................................................110
TÓPICO 3 - DIREITO PÚBLICO EXTERNO: DIREITO
INTERNACIONAL PÚBLICO E DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO .............113
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................113
2 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO ................................................................114
2.1 PRINCÍPIOS DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO ................................114
2.2 SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO .................................. 115
3 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO ................................................................118
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................... 120
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................... 122
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 123
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você deverá ser capaz de:
• apresentar uma visão geral da ciência do Direito;
• compreender o Direito e sua relação com a ética e a moral;
• diferenciar os conceitos de Direito Objetivo e Direito Subjetivo;
• identificar as fontes do Direito; 
• entender o conceito das Relações Jurídicas.
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – COMPREENSÃO DO DIREITO
TÓPICO 2 – DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO
TÓPICO 3 – NORMA JURÍDICA E RELAÇÃO JURÍDICA
NOÇÕES GERAIS 
DE DIREITO
11
TÓPICO 1
COMPREENSÃO 
DO DIREITO
1 INTRODUÇÃO 
O Direito é a ciência que estuda as normas de conduta que conduzem a vida 
em sociedade. Por isso, neste tópico, traremos conhecimentos básicos sobre a ci-
ência do Direito. Para tanto, temos que conhecer o seu significado.
O termo Direito tem muitos significados e não é possível resumi-lo em um só 
conceito. Pensando nisso, trataremos do problema relativo ao conceito de Direito, 
partindo da indicação da origem e do significado da própria palavra, passando pela 
exposição das principais ideias do pensamento filosófico-jurídico sobre o assunto e 
pelo registro de algumas considerações necessárias para a sua compreensão, para, 
afinal, ser concluído com a indicação de uma postura que se afigura como satisfatória.
Um bom estudo a você!
2 CONCEITO DE DIREITO
Não é uma tarefa fácil definir o conceito de Direito. Vejamos:
De modo geral, o Direito, como método, procura melhorar as condições so-
ciais ao estabelecer regras justas de conduta.
De modo muito amplo, pode-se dizer que a palavra “direito” tem três sentidos:
1. como direito objetivo, é a regra de conduta obrigatória;
2. como direito subjetivo, entende-se a faculdade ou os poderes que uma pessoa 
tem sobre a outra;
3. como ciência do direito, pode ser visto como o sistema de conhecimentos jurídicos. 
12
Assim, sob o aspecto formal, o Direito é uma regra de conduta imposta coa-
tivamente aos homens. Sob o aspecto material, é a norma nascida da necessidade 
de disciplinar a convivência social (GOMES, 2019).
É importante, também, mencionar as características da sociedade para uma 
melhor visão do conceito de Direito. São três as características de qualquer socie-
dade: multiplicidade de indivíduos, interação e previsão de comportamentos (BER-
TIOLI, 2015):
• Multiplicidade de indivíduos: trata-se de um conjunto ou agrupamento de in-
divíduos.
• Interação: é fundamental que, além da existência de diversos indivíduos, haja 
também interação e ações recíprocas entre eles.
• Previsão de comportamento: configura-se no fato de que cada indivíduo age 
se orientando pelo provável comportamento do outro.
Nesse contexto, a organização da sociedade é, segundo Bertioli (2015), es-
sencial para a sua existência. Em geral, toda sociedade se organiza com os meios 
necessários para obter seus fins. 
Na interação social, as pessoas e os grupos sociais se relacionam estreita-
mente na busca dos seus propósitos. 
2.1 INTERAÇÃO SOCIAL
Em qualquer lugar que se observe o homem, seja qual for a época e por mais 
selvagem que possa ser na sua origem, ele sempre é encontrado em estado de con-
vivência com os outros. Ele surge em grupos sociais, inicialmente pequenos, como 
família ou tribo, e depois maiores, como aldeia, cidade e Estado. Vamos conhecer 
melhor a dinâmica da interação social com a figura a seguir:
13
FIGURA 1 – QUADRO EXPLICATIVO SOBRE INTERAÇÃO SOCIAL
FONTE: Adaptada de Nader (2019)
De acordo com a figura, segundo valores de convivência que a própria so-
ciedade seleciona, o ordenamento jurídico torna possível a cooperação, a disciplina 
e a competição, estabelecendo as limitações necessárias ao equilíbrio e à equidade 
nas relações. Através da figura a seguir, exemplificaremos as três situações apre-
sentadas anteriormente:
FIGURA 2 – COOPERAÇÃO, COMPETIÇÃO E CONFLITO
FONTE: <https://bit.ly/3M09nLq>; < https://bit.ly/3uyCqQn >; <https://bit.ly/3uy0GC6>. Acesso em: 15 mar. 2022.
Desse modo, o direito é usado como instrumento de controle social, buscando 
regulamentar as relações sociais na busca da paz social. Ante um conflito de interes-
ses entre indivíduos, o Direito atua de duas formas e em dois momentos distintos:
Relação entre 
pessoas e grupos 
sociais
INTERAÇÃO 
SOCIAL
Cooperação: as pessoas estão movidas por 
um mesmo objetivo e valor, somandoassim 
seus esforços.
Competição: há uma disputa, uma con-
corrência em que uma das partes procura 
obter seu objetivo visando a exclusão da 
outra parte.
Conflito: faz-se presente a partir do im-
passe, quando não resolvido pelo diálogo, 
recorrendo à luta, moral ou física, na busca 
da mediação da justiça.
14
• Preventivamente: de forma a evitar o desentendimento quanto aos direitos 
que cada parte julga ser portadora.
• Concretamente: o direito apresenta solução de acordo com a natureza do caso.
Como vimos, a vida em sociedade é regulamentada por normas, que valem 
para todos, sendo seu conhecimento e cumprimento obrigatórios, de acordo com o 
Artigo 3º da Lei de Introdução do Código Civil: “Ninguém se escusa de cumprir a lei, 
alegando que não a conhece” (BRASIL, 1942). 
Nesse sentido, entende-se que, depois de publicada, uma lei passa a ser 
obrigatória para toda a sociedade, e ninguém poderá omitir-se de seu cumprimento 
mesmo sob a alegação de desconhecimento da lei.
Importante saber também que a política e a religião desempenham impor-
tante papel no sentido de minimizar os conflitos na sociedade.
Entenderemos melhor a seguir. 
2.2 DIREITO, ÉTICA E MORAL
É importante saber diferenciar os conceitos de Ética, Moral e Direito. Estas 
três áreas de conhecimento se diferenciam, porém, possuem grandes vínculos e 
interligações. 
O homem é um ser social, que vive necessariamente em conjunto, necessi-
tando, portanto, de regras de comportamento. Está condicionado, então, a regras 
sociais éticas, morais, religiosas e jurídicas. 
Assim como a palavra “moral” vem do latim (mos, moris), a palavra “ética” 
vem do grego (ethos) e ambas se referem a costumes, indicando as regras do com-
portamento, as diretrizes de conduta a serem seguidas.
O direito está em função da vida social e sua finalidade é favorecer o 
amplo relacionamento entre as pessoas e os grupos sociais, que é uma das 
bases do progresso da sociedade (NADER, 2016).
NOTA
15
As normas morais podem ser entendidas como espécies de normas éticas, 
uma vez que a moral possui um sentido amplo e outro restrito. 
Num sentido amplo, a moral abrange todas as ciências normativas do agir 
humano; e a palavra ética ficaria reservada para essa acepção ampla. Logo, temos 
as seguintes definições:
• Ética: assim entendida como a ordenação dos comportamentos em geral, na 
medida em que se destinam à realização de um bem.
• Moral social: cuida dos deveres do indivíduo, como indivíduo com o todo, para a 
coletividade em que atua; ela visa o bem enquanto social.
A moral restringe-se ao plano íntimo, à consciência e sua pena máxima, re-
sume-se no remorso, no arrependimento. A moral impõe que a pessoa se abstenha 
de cometer atos errados e a que pratique atos positivos dirigidos para o bem. Já o 
direito dirige-se a evitar que se lese ou prejudique a outrem (RIZZARDO, 2015).
Para Rizzardo (2015), a ética é um conjunto de conhecimentos e princípios 
dirigidos a imprimir um comportamento humano moral em diversos campos das 
atividades humanas, como na medicina, na advocacia, na engenharia etc., sem 
ofender os que atuam no mesmo ramo e sem desrespeitar as pessoas para as quais 
presta serviço. Seu conceito constitui os valores morais e princípios que norteiam 
a conduta humana na sociedade. Por sua vez, o direito, por meio da norma contida 
no ordenamento jurídico, orienta como a pessoa deve proceder ou determina cami-
nhos a serem obedecidos. 
Desse modo, acredita-se que há o direito a partir do momento em que se 
declara o dever ou a obrigatoriedade das normas éticas, que se inspiram em princí-
pios da moral (RIZZARDO, 2015). Analise a figura a seguir para identificar a atuação 
da ética, da moral e do Direito.
FIGURA 3 – ATUAÇÃO DA ÉTICA, DA MORAL E DO DIREITO
FONTE: <https://bit.ly/3jy4U6s>. Acesso em: 15 mar. 2022.
16
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O Direito é resultado da vida em sociedade.
• Direito é a ciência que estuda as normas que regulamentam a vida em sociedade.
• Para a diminuição e a resolução dos conflitos, também são utilizadas a política, a 
moral e a religião.
• Direito, ética e moral não se confundem, porém estão interligados.
• O Direito sofre influência da moral.
RESUMO DO TÓPICO 1
17
1 A sociedade possui três características, a saber: a multiplicidade de indiví-
duos, a interação e a previsão de comportamentos. Com base nos conceitos 
e suas características, associe os itens, utilizando o código a seguir: 
(1) Multiplicidade 
de indivíduos.
(2) Interação.
(3) Previsão de 
comportamentos.
( ) Trata-se de um conjunto ou agrupamento de indiví-
duos; na definição de Tomás de Aquino: “a reunião de 
homens para fazer algo em comum”.
( ) A interação, por seu turno, pressupõe uma previsão 
de comportamento ou de reações ao comportamento 
de outros.
( ) Não basta, porém, para a existência de uma so-
ciedade, que indivíduos, em número maior ou menor, 
unam-se.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) (1), (3), (2).
b) ( ) (1), (2), (3).
c) ( ) (2), (1), (3).
d) ( ) (3), (2), (1).
2 Ter uma noção de moral bem definida é muito importante, porque dela de-
pende a convivência de uma sociedade, ou seja, a moral deve ser respeitada, 
porque ela garante a segurança de todos. Com base no exposto, assinale a 
alternativa CORRETA que apresenta o significado de moral:
a) ( ) Os processos de mútua influência, de relações interindividuais e inter-
grupais, que se formam sob a força de variados interesses.
b) ( ) Norma contida no ordenamento jurídico, orienta como a pessoa deve 
proceder, ou determina caminhos a serem obedecidos.
c) ( ) Estabelece as limitações necessárias para o equilíbrio e a justiça nas 
relações.
d) ( ) A moral restringe-se unicamente ao plano íntimo, à consciência e sua 
pena máxima, restringe-se no campo do remorso, do arrependimento, do 
desgosto e do pesar.
AUTOATIVIDADE
18
3 A ciência do direito é um ramo das ciências sociais que estuda as normas 
obrigatórias que controlam as relações dos indivíduos em uma sociedade. 
Com base no exposto, assinale a alternativa CORRETA que apresenta o con-
ceito de Direito:
a) ( ) É a ciência que estuda as normas de conduta que regem a vida em 
sociedade; trata-se de uma ciência ampla, com aplicação em todas as áreas 
do conhecimento.
b) ( ) Restringe-se unicamente ao plano íntimo, do remorso, do arrependi-
mento, do desgosto e do pesar.
c) ( ) É usado como instrumento de controle social, buscando regulamentar 
as relações sociais na busca da paz social apenas no campo da moral, sem o 
uso de regras.
d) ( ) É usado como instrumento de controle social, buscando regulamentar 
as relações sociais na busca da paz social apenas no campo da ética, sem o 
uso de regras. 
AUTOATIVIDADE
19
1 INTRODUÇÃO
Já aprendemos que o direito traz o conjunto de normas aplicáveis às rela-
ções sociais, que devem ser conhecidas e cumpridas por todos, qual seja o direito 
objetivo. Por sua vez, quando mencionarmos as fontes do direito, destacaremos o 
papel relevante que elas possuem no ordenamento jurídico, sendo elas escritas ou 
não, materiais ou formais, são necessárias a qualquer sistema jurídico.
TÓPICO 2
DIREITO OBJETIVO 
E SUBJETIVO
Lembre-se: o direito objetivo é obrigatório, enquanto o subjetivo é uma facul-
dade (você exerce esta possibilidade se quiser).
IMPORTANTE
Vamos lá!?
2 DEFINIÇÃO DE DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO
O direito objetivo é a norma; a lei que vigora em determinado Estado; tem por 
escopo regular a sociedade em busca do ordenamento das relações jurídicas e da 
paz social (VENOSA, 2018).
São exemplos de direito objetivo: o Código Civil, o Código Penal, entre outros.
Quanto ao direito subjetivo, temos uma faculdade que o titular deste tem de 
usá-lo ou não na proteção do bem jurídico garantido pela norma jurídica, podendo 
até mesmo dispô-lo.
20
3 FONTE PRINCIPAL DO DIREITO
De início, temos que entender o significado do termo “fonte”, o qual podemosdefinir como a procedência de alguma coisa. A “fonte” indica a origem de algo. As-
sim, a principal fonte do Direito é a lei. É o que se vê no Art. 4º da Lei de Introdução 
do Código Civil: “Art. 4º. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com 
a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito” (BRASIL, 1942). 
Além da Lei, também são fontes do Direito: a Doutrina, a Jurisprudência, a 
Equidade, a Analogia e os Princípios Gerais de Direito. De forma geral, pode-se clas-
sificar em fontes materiais e fontes formais. Vejamos, a seguir, de forma resumida, 
como se caracteriza cada uma dessas fontes:
FIGURA 4 – FONTES FORMAIS E MATERIAIS
FONTE: Adaptada de Bertioli (2015)
Para entendermos melhor a matéria, identificaremos algumas fontes do Di-
reito, apontando suas principais características.
21
O Estado tem a função principal de elaboração das leis, e a lei formal é a 
formulada pela Assembleia Legislativa e promulgada por seu presidente, enunciada 
em um texto e publicada no órgão oficial (GUSMÃO, 2018).
Traremos, a seguir, algumas noções gerais de cada uma delas:
• Lei complementar: é complementar da Constituição, a ela submetendo-se.
• Lei ordinária: é elaborada pelo Poder Legislativo, não tratando de matéria cons-
titucional.
• Leis delegadas: o Presidente da República pode solicitar delegação ao Con-
gresso Nacional para legislar sobre determinada matéria.
• Decreto legislativo: enquadra-se no gênero de normas, mas trata dos assun-
tos de exclusiva competência do Congresso Nacional.
• Decreto regulamentar: constitui os atos do Poder Executivo, revelando dupla 
finalidade: de um lado, como ato de governo, ou a execução das funções e da 
administração; de outro lado, constitui os atos que regulamentam ou completam 
as leis.
• Resoluções: são definidas como atos dos Poderes Executivo, Legislativo e Ju-
diciário sobre matéria de ordem mais interna, concernente à administração.
Além das resoluções, temos as ‘Portarias’, os ‘avisos’, as ‘ordens de serviços’, 
as ‘instruções’, todos produzindo atos de administração, de esclarecimentos ou de 
imposições, dirigidos aos órgãos internos dos ministérios e das repartições, ineren-
tes aos funcionários e ao funcionamento dos serviços que prestam ao público. 
3.1 OUTRAS FONTES DO DIREITO
Conheceremos agora o costume, reconhecido como uma importante fon-
te do Direito. A necessidade e a conveniência em sociedade determinam o cum-
primento de certas regras, modo de agir e/ou posturas, que passam a se repetir 
Legislação é o conjunto das normas jurídicas emanadas do Estado através 
de seus vários órgãos, dentre os quais se realça, com relevo, nesse tema, o 
Poder Legislativo. “Geralmente, lei e legislação são tomadas como sinônimos. 
No entanto, é preciso entender que legislação corresponde ao conjunto de 
leis” (NUNES, 2018, p. 116).
NOTA
22
como se fossem obrigatórios, formando, assim, o costume. Nesse sentido, “[...] os 
elementos do costume são: repetição habitual, uniforme e ininterrupta, por longo 
tempo, em um meio social, de um ato ou conduta de forma semelhante, da qual se 
deduz a sua obrigatoriedade e necessidade” (GUSMÃO, 2018, p. 120).
Desse modo, o costume pode ser definido como “um conjunto de normas 
de conduta social, criadas espontaneamente pelo povo, através do uso reiterado, 
uniforme e que gera a certeza de obrigatoriedade, reconhecidas e impostas pelo 
Estado” (NADER, 2019, p. 148).
Outra importante fonte é a Jurisprudência. Vejamos:
A Jurisprudência é considerada um conjunto de decisões sobre interpre-
tações de leis, feita pelos tribunais de determinada jurisdição. De forma simples e 
clara, temos o seguinte conceito:
• Jurisprudência: conjunto das decisões dos Tribunais no exercício da apli-
cação da Lei.
Abordaremos agora a doutrina, também considerada fonte de Direito.
A doutrina é considerada como um conjunto de indagações, pesquisas e pa-
receres dos estudiosos do Direito; nesse sentido, a doutrina é apreciada como fonte 
por sua contribuição para a aplicação e preparação à evolução do direito.
Vale notar que os estudos doutrinários se localizam “nos tratados, mono-
grafias e sentenças prolatados pelos mais sábios juízes” (NADER, 2019, p. 172).
Quanto à definição, temos que:
• Doutrina: é a teoria desenvolvida pelos estudiosos do Direito e doutrina-
dores, materializada em livros, artigos, pareceres, congressos, entre outros.
Chegamos a uma das fontes mais antigas e frequentes usadas como fonte 
do direito: a equidade, assim compreendida como a justiça que se funda na boa 
razão, na ética, no bom senso e no direito natural, visando suprir a imperfeição da 
https://www.infoescola.com/direito/jurisdicao/
23
lei ou amenizar os rigores de seus comandos (RIZZARDO, 2015). É uma forma de se 
aplicar o Direito, mas sendo o mais próximo possível do justo para as duas partes. 
Entende-se assim:
• Equidade: a busca pela justiça que trate cada indivíduo segundo sua na-
tureza particular.
Temos, também, como fonte de Direito, a analogia, ou seja, uma forma en-
contrada para suprir as brechas existentes na lei. Ocorre a analogia quando é reali-
zada uma comparação entre casos diferentes, mas com um conflito parecido para 
seguir a mesma resposta. Baseada na igualdade jurídica, pressupõe-se que deve 
ocorrer a mesma solução para a mesma infração. Como definição, temos:
• Analogia: recurso técnico que consiste em se aplicar, a uma hipótese não 
prevista pelo legislador, a solução por ele apresentada para uma outra hi-
pótese fundamentalmente semelhante à não prevista (NADER, 2019).
Por fim, temos como fonte os Princípios Gerais do Direito, que também são 
utilizados como critério de julgamento, ou seja, na ausência da lei, de analogia e 
costume, o preceito orientador há de ser descoberto mediante os Princípios Gerais 
do Direito (NADER, 2019). Basicamente, temos o seguinte conceito:
• Princípios Gerais do Direito: ideias ou juízos fundamentais, de caráter 
geral, que servem de base dentro de cada área de atuação do Direito.
24
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O Direito é desmembrado em direito objetivo e subjetivo. 
• O direito objetivo representa as normas impostas, de cumprimento obrigatório, 
enquanto o direito subjetivo representa a permissão de agir prevista em lei.
• As ‘fontes do direito’ podem ser entendidas como as origens do Direito.
• A principal fonte do Direito é a Lei.
• Além da Lei, são também fontes do Direito: Doutrina, Equidade, Jurisprudência, 
Analogia, Costumes e os Princípios Gerais de Direito.
RESUMO DO TÓPICO 2
25
1 O direito objetivo consiste nas previsões gerais e abstratas presentes no or-
denamento jurídico. Assinale a alternativa CORRETA que apresenta o conceito 
de Direito Objetivo:
a) ( ) É a lei que vigora em determinado Estado; tem por escopo regular a 
sociedade em busca do ordenamento das relações jurídicas e da paz social.
b) ( ) Consiste, assim, na possibilidade de agir e de exigir aquilo que as nor-
mas de Direito atribuem a alguém como próprio.
c) ( ) Decorre da incidência de normas jurídicas sobre fatos sociais, depen-
dendo da vontade do indivíduo.
d) ( ) Decorre da incidência da moral jurídica sobre fatos sociais, dependen-
do da vontade do indivíduo.
2 As fontes do direito, de modo geral, podem ser classificadas em fontes ma-
teriais e fontes formais. Com base nessa afirmação, assinale a alternativa 
CORRETA que apresenta a definição de fonte formal:
a) ( ) São as normas jurídicas gerais, mediante as quais se estabelecem 
obrigações, emanadas de autoridade competente, incluindo as normas de in-
ferior hierarquia.
b) ( ) Promanam do direito natural, da oficialização do direito natural, das 
concentrações de ideias comuns, de adaptações das condutas a padrões fi-
xos e constantes.
c) ( ) Todas as autoridades, pessoas, grupos e situações que influenciam a 
criação do direito em determinada sociedade.
d) ( ) Está inerente na elaboração de uma lei, ao valor que possui o fato so-
cial.3 A necessidade e a conveniência em sociedade determinam o entendimento 
do cumprimento de certas regras, que passam a formar o costume. Com base 
nessa informação, defina, de forma resumida, o costume.
R.:
AUTOATIVIDADE
26
27
TÓPICO 3
NORMA JURÍDICA E 
RELAÇÃO JURÍDICA
1 INTRODUÇÃO
Como já estudamos, o Direito traça normas de conduta que permitem às 
pessoas e aos grupos sociais viverem em harmonia, agindo preventivamente, para 
evitar o conflito, ou após sua ocorrência, garantir a paz social. Este tópico objetiva 
estudar a teoria da norma jurídica, fundamental para o conhecimento e entendi-
mento do Direito em si.
Além da norma jurídica, estudaremos a relação jurídica, de forma simples e 
de fácil entendimento.
Bons estudos!
2 SIGNIFICADO E CARACTERÍSTICAS DAS 
NORMAS JURÍDICAS
A norma jurídica é o instrumento que o Direito utiliza para atingir seu ob-
jetivo. É através da norma jurídica que o Direito revela à sociedade os padrões de 
comportamento exigidos pelo Estado.
Podemos afirmar que a norma ou regra jurídica é um padrão de conduta im-
posto pelo Estado para que seja possível a convivência dos homens em sociedade. 
Ela esclarece ao agente como e quando agir (NADER, 2019). 
Cabe às normas jurídicas disciplinar o comportamento da sociedade. O conceito 
de norma jurídica possui três características, conforme ilustrado na figura a seguir:
28
FIGURA 5 – CARACTERÍSTICAS DA NORMA JURÍDICA
FONTE: Adaptada de Bertioli (2015)
“No direito brasileiro, as normas podem ser federais, estaduais e municipais, 
de acordo com os entes da federação e a repartição de competências previstas pela 
Constituição Federal de 1988” (MASCARO, 2015, p. 90).
As expressões ‘normas’ e ‘regras jurídicas’ são sinônimas, apesar de alguns 
autores reservarem a denominação para o setor da técnica e, outros, para o 
mundo natural. “Distinção há entre norma jurídica e lei. Esta é apenas uma 
das formas de expressão das normas, que se manifestam também pelo Direi-
to costumeiro e, em alguns países, pela jurisprudência” (NADER, 2019, p. 79).
IMPORTANTE
Conforme ensina Hans Kelsen (2003), a norma jurídica deve ser analisada 
sob diversos planos de estudo, e passa a discorrer de forma sintética. Acompanhe 
o quadro a seguir:
29
QUADRO 1 – ANÁLISE DA NORMA JURÍDICA
Existência: trata-se da verificação se a norma ingressou no ordenamento jurí-
dico, adquirindo vigência, mediante a obediência do devido processo legislativo 
para tanto.
Validade: verifica se a norma foi criada de acordo com os requisitos do processo 
de formação e produção do ordenamento jurídico (análise formal) e com conteú-
do consonante (análise material). 
Eficácia: é a capacidade da norma para a produção de seus regulares efeitos ju-
rídicos, gerando direitos e deveres entre estes.
Efetividade: trata-se da aceitação da norma no meio social em que ela produzirá 
seus regulares efeitos jurídicos, ou seja, seu acolhimento entre os indivíduos.
Aplicabilidade: é a delimitação do campo de incidência da norma jurídica.
Revogação: é a retirada da norma do ordenamento jurídico. Somente uma norma 
de igual hierarquia é capaz de revogar outra, retirando-lhe do campo de existência.
Declaração de inconstitucionalidade: uma vez declarada inconstitucional a nor-
ma, constata-se que ela não possui validade para produzir efeitos jurídicos.
FONTE: Adaptado de Figueiredo (2016)
3 RELAÇÃO JURÍDICA E SUAS ESPÉCIES
As relações entre as pessoas geram vínculos que estão previstos nas nor-
mas jurídicas, acarretando inúmeros direitos e obrigações que interessam ao Direi-
to. O casamento é um exemplo de relação jurídica.
Inicialmente, conheceremos o conceito de relação jurídica.
A relação jurídica é o vínculo que une uma ou mais pessoas, decorrente de 
um fato ou de um ato previsto em norma jurídica, que produz efeitos jurí-
dicos, de modo que, uma delas pode exigir da outra determinada obrigação 
(GUSMÃO, 2018).
NOTA
30
Essas relações são chamadas “jurídicas”, pois seu objeto é um interesse juri-
dicamente protegido, ou seja, que interessa ao Direito, como o patrimônio, a vida etc.
São várias as espécies de relação jurídica, das quais destacamos as seguin-
tes modalidades:
• Relações jurídicas pessoais: quando envolvem a relação de pessoas entre si. 
Como exemplo, temos os contratos, o casamento, entre outros.
• Relações jurídicas reais: quando envolvem a relação de pessoas com as coi-
sas. O direito de propriedade de um imóvel é um exemplo.
• Relações jurídicas de Direito Privado: disciplinadas por normas de ordem pri-
vada, abrangem relações entre particulares, nas quais predomina o interesse de 
ordem privada. São exemplos: o contrato de compra e venda, o casamento e o 
empréstimo. 
• Relações jurídicas de Direito Público: disciplinadas por normas de ordem pú-
blica, imperativa. Abrangem a relação entre o Estado com particulares e as ações 
dos próprios cidadãos dentro da esfera pública da sociedade. Defendem o interes-
se público, soberano ao interesse privado. A participação de licitação e a realização 
de serviços por particulares em órgãos públicos são exemplos dessa relação.
Nas relações jurídicas de Direito Público, o Estado figura como polo ativo, 
exercendo seu poder de superioridade, numa relação de subordinação em re-
lação ao polo passivo. Por sua vez, as relações jurídicas de Direito Privado são 
formadas por indivíduos, que nos dois polos, ativo ou passivo, exercem seus 
direitos e deveres numa relação de igualdade.
NOTA
• Relações jurídicas solenes: possuem uma forma especial, imposta por lei. Ne-
cessitam de formalidade para que tenham validade. É o caso do casamento e da 
compra e venda de imóveis.
• Relações jurídicas não solenes: toda relação cuja sua existência a lei não de-
termina um ato especial. Dispensam formalidades. A venda de um bem móvel, 
por exemplo, uma bicicleta, torna-se perfeita e acabada com a entrega do bem, 
mediante o recebimento do valor.
31
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A relação jurídica é um vínculo que une pessoas entre si ou pessoas e coisas.
• Esse vínculo nasce de uma norma jurídica que impõe direitos e deveres a cada 
um dos participantes.
• Temos diferentes espécies de relações jurídicas.
• São sujeitos da relação jurídica: o sujeito ativo, ou titular de um direito, e o passi-
vo, que deve cumprir uma obrigação. 
RESUMO DO TÓPICO 3
32
1 Podemos afirmar que as normas ou regras jurídicas estão para o Direito, assim 
como as células estão para um organismo vivo. Com base nessa informação, 
assinale a alternativa CORRETA que apresenta o conceito de Norma Jurídica:
a) ( ) É a expressão de um dever-ser de organização ou de conduta; são 
padrões obrigatórios de conduta e de organização social.
b) ( ) É um padrão de conduta imposto pela sociedade, para que seja possí-
vel a convivência dos homens em sociedade.
c) ( ) É a expressão de um dever-ser de organização ou de conduta; são 
padrões optativos de conduta e de organização social.
d) ( ) É a expressão de um dever-ser de organização ou de conduta; são 
padrões facultativos de conduta e de organização social.
2 A norma jurídica é considerada um conjunto de regras que integra o ordenamen-
to jurídico e tem a responsabilidade de regular a conduta dos indivíduos. Assinale a 
alternativa CORRETA que apresenta as características das normas jurídicas:
a) ( ) Bilateralidade; especificidade; abstratividade; imperatividade; coercibilidade.
b) ( ) Bilateralidade; generalidade; concreto; imperatividade; coercibilidade.
c) ( ) Bilateralidade; generalidade; abstratividade; imperatividade; coercibilidade.
d) ( ) Uniformidade; generalidade; abstratividade; imperatividade; facultatividade.
3 As relações jurídicas são entendidas como o vínculo que une duas ou mais 
pessoas, decorrente de um fato ou de um ato previsto em norma jurídica, que 
produz efeitos jurídicos. Com base nessa informação, assinale a alternativa 
CORRETA que apresenta as espécies de relações jurídicas:
a) ( ) Relações jurídicascoletivas; relações jurídicas informais; relações jurí-
dicas de direito privado; relações jurídicas de direito público; relações jurídicas 
solenes; relações jurídicas não solenes.
b) ( ) Relações jurídicas pessoais; relações jurídicas reais; relações jurídicas 
de direito privado; relações jurídicas de direito público; relações jurídicas sole-
nes; relações jurídicas não solenes.
c) ( ) Relações jurídicas coletivas; relações jurídicas irreais; relações jurídi-
cas de direito privado; relações jurídicas de direito público; relações jurídicas 
solenes; relações jurídicas não solenes.
d) ( ) Relações jurídicas unilaterais; relações jurídicas reais; relações jurídi-
cas de direito privado; relações jurídicas de direito público; relações jurídicas 
solenes; relações jurídicas não solenes.
AUTOATIVIDADE
33
BERTIOLI, A. B. Introdução ao direito: lições de propedêutica jurídica tridimen-
sional. 14. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2015.
BRASIL. Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942. Lei de Introdução às 
normas do Direito Brasileiro. Rio de Janeiro: Diário Oficial [da] União, 9 set. 1942. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del4657.htm. 
Acesso em: 15 mar. 2022.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Bra-
sil de 1988. Brasília, DF: Senado Federal, 5 out. 1988. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 15 mar. 2022.
FIGUEIREDO, L. V. Teoria da norma jurídica: princípios e regras – distinções e inter-
seções. Gen Jurídico, 2016. Disponível em: http://genjuridico.com.br/2016/12/06/
teoria-da-norma-juridica-principios-e-regras-distincoes-e-intersecoes/. Acesso 
em: 17 jan. 2022.
GAGLIANO, P. S. Manual de Direito Civil. 2. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 
2018.
GOMES, O. Introdução ao Direito Civil. 22. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019.
GUSMÃO, P. D. de. Introdução ao estudo do direito. 49. ed. rev. e atual. Rio de 
Janeiro: Forense, 2018.
KELSEN, H. Teoria pura do direito. 3. ed. Tradução de José Cretella Junior e Ag-
nes Cretella. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003.
MASCARO, A. L. Introdução ao estudo do direito. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
NADER, P. Introdução ao estudo do direito. 41. ed. Rio de Janeiro: Forense, 
2019.
NUNES, R. Manual de introdução ao estudo do direito: com exercícios para 
sala de aula e lições de casa. 15. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
RIZZARDO, A. Introdução ao direito e parte geral do Código Civil. 8. ed. Rio de 
Janeiro: Forense, 2015.
REFERÊNCIAS
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del4657.htm
34
TELLES JUNIOR, G. Iniciação na ciência do direito. São Paulo: Saraiva, 2006.
VENOSA, S. de S. Direito Civil: parte geral. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
VENOSA, S. de S. Introdução ao estudo do direito. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender o conceito de Direito Público;
• identificar os ramos do Direito Público;
• conhecer os princípios que regem o Direito Público;
• estudar os principais assuntos do Direito Tributário, Eleitoral e Militar.
PLANO DE ESTUDOS
O conteúdo desta unidade está dividido em três tópicos. No decorrer da 
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o 
conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – DIREITO CONSTITUCIONAL
TÓPICO 2 – DIREITO ADMINISTRATIVO, DIREITO PROCESSUAL E DIREITO PENAL
TÓPICO 3 – DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ELEITORAL E DIREITO MILITAR
DIREITO 
CONSTITUCIONAL
36
37
TÓPICO 1
AS CONTAS 
CONTÁBEIS
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos o Direito Constitucional. Apresentaremos seu 
conceito para então analisarmos a Constituição da República de 1988.
Serão abordados conteúdos referentes à natureza do direito constitucional, 
que pode ser entendido como um conjunto de normas que regulam o Estado. 
Conheceremos, ainda, os principais direitos e garantias fundamentais, bem 
como quais são os direitos sociais. 
2 DIREITO CONSTITUCIONAL E CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL
O Direito Constitucional é um ramo do Direito Público que tem por objeto 
principal de estudo a Constituição do país, também conhecida como “Carta Magna”.
Segundo Moraes (2019), o Direito Constitucional destaca-se por ser funda-
mental à organização e funcionamento do Estado e ao estabelecimento das bases 
da estrutura política. 
Não podemos estudar esse ramo do Direito sem conhecermos a definição de 
Constituição, assim entendida como lei suprema de um Estado.
A respeito do assunto, Canotilho e Moreira (1991) ensinam que a Constitui-
ção deve ser entendida como a lei fundamental de um Estado, que contém normas 
38
referentes à estruturação do Estado, à formação dos poderes públicos, à forma de 
governo, à aquisição do poder de governar e à distribuição de competências, direi-
tos, garantias e deveres dos cidadãos.
 
A Constituição, como regra maior, determina normas e estabelece critérios 
que devem ser respeitados por todos e de forma indiscriminada, de tal forma que 
nenhuma lei poderá ser contrária à Constituição, sob pena de ser considerada in-
constitucional e retirada do ordenamento jurídico.
Podemos ilustrar a supremacia da Constituição como norma de validade de 
todo o sistema legal através da figura a seguir, que apresenta a ‘pirâmide de Kelsen’:
FIGURA 1 – PIRÂMIDE DE KELSEN
FONTE: Lenza (2019, p. 96)
No Estado Brasileiro, a atual Constituição foi promulgada em 1988 e já foi 
modificada por algumas Emendas. 
Importante observar que a Constituição Federal de 1988 é dotada de um 
preâmbulo, que deve ser utilizado como instrumento de interpretação da Constitu-
ição, por trazer em seu texto princípios que devem ser seguidos.
39
Para Moraes (2019), o Estado Constitucional configura-se como uma das 
grandes conquistas da humanidade. Para ser considerado um verdadeiro Estado de-
mocrático de direito, deve possuir duas grandes qualidades do Estado Constitucional:
• Estado de direito e Estado democrático. 
No Estado de Direito, podemos destacar as seguintes premissas:
1. Primazia da lei.
2. Sistema hierárquico de normas.
3. Presença da legalidade na Administração Pública.
4. Separação dos poderes.
5. Reconhecimento da personalidade jurídica do Estado.
6. Garantias dos direitos fundamentais previstos na Constituição.
7. Possibilidade do controle de constitucionalidade das Leis.
Nossa Constituição de 1988 é democrática e liberal, apresentando maior le-
gitimidade popular, podendo ser destacadas as seguintes características, de acordo 
com o quadro a seguir:
QUADRO 1 – CARACTERÍSTICAS DA CONSTITUIÇÃO DE 1988
Forma de Governo República.
Sistema de Governo Presidencialista.
Forma de Estado Federação.
Capital Federal Brasília.
Inexistência de religião oficial Um país leigo.
Organização dos “Poderes” Legislativo; Judiciário e Executivo.
Constituição rígida Exige procedimento solene para sua alteração.
FONTE: Adaptado de Lenza (2019)
A Constituição Federal é considerada uma norma hierarquicamente superior 
às demais normas em nosso sistema jurídico. A Constituição Federal pode ser clas-
sificada de forma prática:
• Escrita: texto único.
• Formal: além de interesses constitucionais, cuida de outros interesses também.
• Dogmática: sistematiza o direito dominante.
• Rígida: necessita de processo solene para sua alteração.
40
3 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS NA 
CONSTITUIÇÃO DE 1988
A Constituição Federal classifica os direitos e as garantias fundamentais em 
importantes grupos, conforme mostra a figura a seguir:
FIGURA 2 – DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
FONTE: Adaptada de Lenza (2019)
Apesar de referir-se, de modo expresso, apenas aos direitos e deveres indi-
viduais e coletivos, a Constituição também consagrou as garantias fundamentais. 
Vamos diferenciá-los: 
• Direitos fundamentais: são bens protegidos pela Constituição, como a vida, a 
liberdade e a propriedade.
• Garantias: são as formas de proteger os bens. São os instrumentos Constitucio-nais, como o Habeas Corpus.
Os Direitos individuais e coletivos são entendidos como direitos básicos, ga-
rantidos pela Constituição Federal. Podem ser invocados a qualquer momento pelo 
indivíduo. De maneira didática, listaremos tais direitos:
• Direito à vida.
• Direito à intimidade.
• Direito à igualdade.
• Direito à liberdade.
• Direito à propriedade.
Os Direitos sociais possuem a finalidade de melhorar as condições de vida 
dos menos favorecidos, visando à concretização da igualdade social.
41
São direitos sociais: a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a mora-
dia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternida-
de e à infância e a assistência aos desamparados.
Para garantir maior efetividade aos direitos sociais, a Constituição menciona 
um dos objetivos fundamentais da República – erradicar a pobreza e a marginaliza-
ção e reduzir as desigualdades sociais e regionais.
Podemos considerar, também, os direitos sociais previstos no Art. 7º da 
Constituição Federal, que têm por objetivo principal a proteção dos direitos do tra-
balhador.
Antes de estudarmos o Direito da Nacionalidade, temos que conhecer seu 
conceito. Vamos lá.
A nacionalidade pode ser definida como o vínculo jurídico-político que liga 
um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que essa pessoa passe a agre-
gar o povo desse Estado e, por consequência, desfrute de direitos e submeta-se a 
obrigações.
A par desse conceito, temos que definir em que consiste o povo, a população 
e a nação.
• Povo: conjunto de pessoas que fazem parte do Estado. São os nacionais.
• População: expressão numérica, quantitativa. São os nacionais e os estrangeiros.
• Nação: agrupamento humano, ligado por laços históricos, culturais e étnicos.
A nacionalidade pode ser adquirida com o nascimento (ex.: brasileiro nato), 
chamada “originária”, ou posteriormente, através de um pedido de naturalização 
(ex.: o estrangeiro que pede naturalização e se torna brasileiro naturalizado), que se 
chama nacionalidade “adquirida”.
A Constituição proíbe que a lei faça diferença entre brasileiros natos e natu-
ralizados, a não ser em casos previstos na própria Carta Magna. Assim, ape-
sar de se tornar brasileiro pela naturalização, o estrangeiro naturalizado não 
adquire os mesmos direitos que os brasileiros natos. Por exemplo, existem 
cargos públicos privativos de brasileiros natos, tais como o de Presidente da 
República e Ministro do Supremo Tribunal Federal.
IMPORTANTE
42
Sobre o reconhecimento da nacionalidade, nossa Constituição adota como 
regra geral o critério da origem territorial, ou seja, a princípio, quem nascer em ter-
ritório nacional, será considerado brasileiro, porém, há exceções previstas no Artigo 
12 da CF/1988.
Da mesma forma, regulamenta o cancelamento da naturalização, no caso de 
brasileiros naturalizados, que somente será decretado em caso de atividade nociva 
ao interesse nacional após decisão transitada em julgado. 
Já os Direitos Políticos, também conhecidos como direitos de cidadania, são 
o conjunto dos direitos atribuídos ao cidadão que lhe permitem – por meio do voto, 
do exercício de cargos públicos ou da utilização de outros instrumentos constitu-
cionais e legais – ter efetiva participação e influência nas atividades do governo, 
segundo o Glossário Eleitoral elaborado pelo TSE.
São Direitos Políticos:
• Direito ao sufrágio.
• Alistamento.
• Elegibilidade.
• Iniciativa popular de lei.
• Ação popular.
• Participação de partidos políticos.
3.1 REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
Os remédios constitucionais “são instrumentos destinados a assegurar o 
gozo dos direitos violados ou em vias de serem violados ou simplesmente não aten-
didos” (PADILHA, 2020, p. 277). As garantias constitucionais, que recebem o nome 
de remédios constitucionais, são:
• Habeas corpus: “uma garantia individual ao direito de locomoção, consubstan-
ciada em uma ordem dada pelo Juiz ou Tribunal ao coator, fazendo cessar a 
ameaça ou coação à liberdade de locomoção em sentido amplo – o direito do 
indivíduo de ir, vir e ficar” (MORAES, 2019, p. 151). 
Não é necessário ser advogado para impetrar habeas corpus, podendo até 
ser impetrado pelo próprio paciente (vítima). O habeas corpus pode ser preventivo 
ou repressivo.
43
• Habeas data: objetiva fazer com que todos tenham acesso às informações que 
o Poder Público ou entidades de caráter público possuam a seu respeito. É a Lei 
nº 9.507/1997 que estabelece as regras referentes ao habeas data.
Tem cabimento quando houver negativa de fornecimento destas informa-
ções, que também poderão ser retificadas (MORAES, 2019). 
• Mandado de segurança: caberá mandado de segurança quando houver um ato 
ilegal e coator de uma autoridade contra direito líquido e certo e contra este ato 
não for cabível habeas corpus e habeas data. Considera-se direito líquido e certo 
aquele que pode ser comprovado já no ajuizamento do mandado de segurança 
por documentos, sem a possibilidade de produção de provas. 
Pode ser impetrado (ajuizado) por pessoa física ou jurídica, que é chama-
do “impetrante”. Pode ser individual (quando uma só pessoa impetra) ou coletivo, 
quando é impetrado em nome de uma coletividade (ex.: sindicato representando os 
sindicalizados).
O mandado de segurança pode ser impetrado de duas formas: preventiva 
(para evitar a ofensa ao direito) e repressiva (quando há ofensa ao direito).
Mandado de injunção: “está previsto sempre que a falta de norma regulamen-
tadora torne inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais e das prerroga-
tivas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania” (MORAES, 2019, p. 198).
Ação popular: basicamente, podemos afirmar que, só poderá ajuizar ação 
popular o cidadão, pessoa física, ou seja, quem estiver “no gozo de seus direitos 
políticos” (MORAES, 2019, p. 193). 
Quanto à natureza do “ato ou omissão” do Poder Público a ser impugnado, 
esta deve ser obrigatoriamente lesiva ao patrimônio público, seja por ilegalidade ou 
por imoralidade (MORAES, 2019). 
44
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O Direito Público é o Direito em que o Estado participa como parte na relação 
jurídica. 
• O Direito Público é dividido em Direito Público interno e externo.
• O Direito Constitucional tem como objeto de estudo a Constituição Federal, que 
é a Lei Magna de um país.
• A Constituição Federal de 1988 traz vários direitos e garantias fundamentais pre-
vistos no Art. 5º.
• Há várias Ações Constitucionais, ou Remédios Constitucionais, que tutelam o 
Direito dos cidadãos.
• Os direitos políticos e os relativos à organização e ao funcionamento dos partidos 
políticos.
RESUMO DO TÓPICO 1
45
1 A Constituição é a lei suprema que está no topo da pirâmide da legislação 
pátria. A respeito da classificação da Constituição de 1988, assinale a alterna-
tiva CORRETA:
a) ( ) Escrita; dogmática; informal; sintética; legal; costumeira e promulgada.
b) ( ) Escrita; dogmática; formal; analítica; legal e promulgada.
c) ( ) Escrita; pragmática; formal; sintética; legal e promulgada.
d) ( ) Substancial; dogmática; formal; flexível; legal e promulgada.
2 Tal como apresentado no preâmbulo da CF/1988, o Estado Democrático é 
destinado a assegurar uma sociedade fraterna, fundada na harmonia social. 
De acordo com essa afirmação, a respeito dos Direitos Sociais, assinale a al-
ternativa CORRETA:
a) ( ) O exercício dos direitos sociais e individuais; o desenvolvimento; o 
bem-estar; a segurança; a liberdade; a justiça e a igualdade.
b) ( ) O exercício dos direitos próprios e individuais; o subdesenvolvimento; 
o bem-estar; a segurança; a liberdade; a justiça e a igualdade.
c) ( ) O exercício dos direitos sociais e individuais; o desenvolvimento; o 
bem-estar; a insegurança; a liberdade; a injustiça e a desigualdade.
d) ( ) O exercício dos direitos coletivos; o desenvolvimento; o bem-estar; a 
segurança; a liberdade; a justiça e a igualdade.
3 O Direito Constitucional é um ramo doDireito Público, destacado por ser 
fundamental à organização e ao funcionamento do Estado. Com base nessa 
afirmação, a respeito do sistema de governo do Brasil, assinale a alternativa 
CORRETA:
a) ( ) Absolutista.
b) ( ) Presidencialista.
c) ( ) Comunista.
d) ( ) Parlamentarista.
4 De acordo com o que você aprendeu no livro de estudos acerca do Direito 
de Nacionalidade, aponte qual o critério de nacionalidade adotado pela atual 
Constituição brasileira.
 R.: 
AUTOATIVIDADE
46
47
1 INTRODUÇÃO
Estudaremos agora o Direito Administrativo, que traz as regras que discipli-
nam a Administração Pública. Traremos o seu conceito para então estudarmos os 
atos administrativos. 
Listaremos os princípios que regem a Administração Pública e conhecere-
mos as características dos contratos administrativos. 
Abordaremos o Direito Processual como um ramo do Direito Público, bem 
como veremos o Direito Penal, o Direito Tributário, o Direito Eleitoral e o Direito militar.
2 CONCEITOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
De forma simplificada, pode-se dizer que o direito administrativo é um ramo 
do direito público, cuja finalidade é a busca pela satisfação do interesse público.
Em outras palavras, o Direito Administrativo é um conjunto de princípios jurídi-
cos voltado para as questões que dizem respeito à Administração Pública, regulamen-
tando funções administrativas de responsabilidade de interesse público e coletivo. 
TÓPICO 2
DIREITO 
ADMINISTRATIVO, 
DIREITO PROCESSUAL 
E DIREITO PENAL
48
As normas e os princípios que regem o Direito Administrativo têm a finalida-
de de limitar a atuação administrativa e oferecer também prerrogativas ao agente 
público para que este desempenhe seu papel em benefício da coletividade em total 
harmonia com o ordenamento jurídico.
Importante lembrar que estas normas são de cumprimento obrigatório e 
nem por acordo entre a Administração e o particular podem ser modificadas.
2.1 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Os limites a essa atuação da administração pública são apresentados por 
princípios previstos no Art. 37 da Constituição Federal.
Dispõe a Constituição que “a Administração Pública direta e indireta de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência” (BRASIL, 1988).
Para ilustrar a matéria, observe a figura a seguir, com uma ótima dica de 
memorização:
FIGURA 3 – PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
FONTE: Campos (2019, p. 26)
49
Apesar de os princípios se destinarem à Administração Pública, os outros 
poderes, Legislativo e Judiciário, também ficam obrigados a cumpri-los quando 
praticarem atos administrativos.
Aprenderemos agora um pouco mais sobre cada princípio da Administração 
Pública. Vejamos:
Princípio da legalidade
Para se formar um Estado de Direito, faz-se necessária a existência de nor-
mas, que devem ser obedecidas tanto pela população quanto pelo próprio Estado.
O Poder Público, em virtude principalmente dos princípios da indisponibili-
dade do interesse público e da legalidade, deverá agir de acordo com a vontade da 
coletividade, evitando excessos por parte dos administradores (CAMPOS, 2019).
Assim, para o particular, vigora o princípio da autonomia da vontade, já que 
este poderá fazer tudo que a lei não proíba, de acordo com o Art. 5º, II, CF/1988, que 
assim reza: ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão 
em virtude de lei (CAMPOS, 2019).
Por sua vez, o administrador é subordinado aos termos da lei, apenas po-
dendo agir se existir uma permissão legal para a sua atuação. Só pode o adminis-
trador fazer o que a lei autoriza.
Princípio da impessoalidade
Campos (2019) ensina que a impessoalidade deve ser analisada sob duas 
óticas diferentes. Vejamos:
• Impessoalidade do administrador em relação ao povo: o agente público deve ser 
neutro e imparcial em suas atuações, não devendo beneficiar ou prejudicar pessoas 
por amizade ou inimizade. Sua atuação pública deve ser objetiva e não subjetiva.
• Impessoalidade do administrador em relação a sua atuação: o agente público é 
considerado instrumento da vontade estatal. Não poderá o administrador prati-
car atos que caracterizem alguma forma de promoção pessoal.
Por esse princípio, impõe-se uma igualdade de tratamento entre os parti-
culares (administrados), focando os atos administrativos no interesse público, não 
sendo possível o favorecimento de uns em detrimento dos outros. 
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Princípio da moralidade
Os atos administrativos devem ser realizados com base na moral, ou seja, na 
probidade.
A inobservância desse princípio gera a invalidade do ato administrativo. 
Vale lembrar que, além da observância dos ditames legais (princípio da lega-
lidade), a prática dos atos administrativos deve estar de acordo com a moralidade 
administrativa e suas regras de conduta ética.
Esse princípio está relacionado ao dever de honestidade, probidade, ética e 
boa-fé do administrador. É em decorrência da necessidade de uma boa administra-
ção que surge o princípio da moralidade, que visa forçar condutas não corruptas por 
parte dos administradores (CAMPOS, 2019).
Princípio da publicidade
Por esse princípio, torna-se necessário que os atos administrativos sejam 
praticados com transparência, permitindo que a sociedade conheça os atos que 
estão sendo praticados pela Administração Pública. Por exemplo, através de publi-
cação no Diário Oficial.
As finalidades desse princípio são, de acordo com Campos (2019):
• Exteriorizar a vontade da administração.
• Dar transparência, sendo os atos públicos.
• Dar eficácia aos atos através da divulgação.
• Dar início à contagem de prazos, pois, após a notificação, pode-se até recorrer de 
certos atos.
• Facilitar o controle, ou seja, a fiscalização dos atos estatais pela sociedade, evi-
tando práticas administrativas sigilosas.
Importante observar que a Constituição Federal, em seu Art. 5º, dispõe que 
são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, as-
segurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua 
violação (BRASIL, 1988).
Reza ainda a lei maior que todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão 
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo 
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
51
Por fim, a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando 
a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.
Logo, temos que a publicidade é a regra e o sigilo a exceção.
Princípio da eficiência
Esse princípio estabelece que não basta o administrador praticar o ato ape-
nas de acordo com os princípios anteriores, mas deve praticá-lo com eficiência, ou 
seja, com resultados mais eficazes e econômicos para os cofres públicos, atenden-
do às necessidades dos administrados.
Podemos melhor entender esse princípio através da figura a seguir:
FIGURA 4 – PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
FONTE: Campos (2019, p. 40)
3 CONCEITOS DO DIREITO PROCESSUAL
O Direito Processual é o ramo do Direito Público que contém as regras que 
devem ser aplicadas nos procedimentos judiciais de resolução de conflitos.
Traz as regras que chamamos de “direito formal”, enquanto o Direito Civil, por 
exemplo, traz as regras de “direito material”. 
52
Podemos afirmar que, quando um direito material é disputado por uma parte 
em face de outra, forma-se a chamada lide, que deve ser conduzida através de um 
sistema de normas previamente definidas. Esse sistema é precisamente o direito 
processual, que dita todas as regras de ação e de processo necessárias para resol-
ver esse conflito de interesses.
Assim, tomemos como exemplo o direito de propriedade. Enquanto o Direito 
Civil estabelece como se origina e se extingue este direito, o Direito Processual Civil 
determinará como se deve proceder pararetomá-lo.
O Direito Processual é dividido em três grandes ramos:
• Direito Processual Civil.
• Direito Processual Penal.
• Direito Processual do Trabalho.
No desempenho das funções do Estado, podemos observar que não bas-
ta apenas o Estado elaborar normas para regular a sociedade, ele deve oferecer 
também condições para que elas sejam aplicadas de forma justa e respeitando as 
particularidades presentes em cada meio social. 
Através do exercício da função legislativa, o Estado estabelece as normas 
que devem regular as mais variadas relações. As normas estabelecem o que é lícito 
e ilícito, atribuem direitos, poderes e deveres.
As normas possuem caráter abstrato e genérico, ou seja, são aplicáveis a 
todas as pessoas e a todos os fatos que se enquadrem nas previsões.
A concretização das normas se dá através da atividade jurisdicional. Signifi-
ca dizer que, quando uma norma que rege a vida em sociedade é violada e o lesado 
se socorre da atividade jurisdicional, o Estado-Juiz, no exercício da função, aplicará 
a norma ao caso concreto para restaurar a situação anterior à violação da norma, 
com a finalidade de fazer prevalecer o direito.
Tanto o Direito Material quanto o Direito Processual decorrem de leis que 
emanam do Poder Legislativo, porém existem importantes diferenças entre eles. 
Vamos identificá-las:
• Direito material: é o conjunto de normas que regulam a vida entre as pessoas 
em sociedade. Traduz-se no Direito Civil, Direito Penal, Direito do Trabalho, Direito 
Empresarial e Direito Tributário.
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• Direito Processual: composto das normas e princípios que regerão a forma e o 
método de trabalho pelo qual a jurisdição será exercida. Regula a atuação do Es-
tado-Juiz em um processo. Temos o Direito Processual Civil, o Direito Processual 
Penal e o Direito Processual do Trabalho.
No desempenho das suas funções, o Estado regula as relações entre as 
pessoas através de dois papéis diferentes, mas que possuem íntima relação: a le-
gislação e a jurisdição.
Através da função legislativa, o Estado estabelece as normas que devem 
regular as mais variadas relações. Por sua vez, na atividade jurisdicional, o Estado 
visa à concretização das normas elaboradas pela legislação, aplicando a norma ao 
caso concreto.
4 CONCEITOS DO DIREITO PENAL
O Direito Penal é definido como o ramo do Direito Público composto por um 
conjunto de normas jurídicas que regulam o poder punitivo do Estado. É destinado 
a proteger e a garantir os valores fundamentais que servem de base para a convi-
vência social, através da imposição de penas e medidas de segurança.
Corresponde ao conjunto de normas disciplinadoras da vida em sociedade, 
tutelando os bens jurídicos mais relevantes, sob ameaça de aplicação da pena. Ser-
ve, ainda, para limitar o poder punitivo estatal por meio da fixação de tipos penais e 
do princípio da legalidade (NUCCI, 2019a).
O direito penal busca a proteção dos bens, como a vida, o patrimônio, os cos-
tumes, a paz social etc. Uma vez atingidos esses bens jurídicos, o infrator ficará sujei-
to às sanções previstas na própria legislação penal (penas ou medidas de segurança). 
O Código de Processo Civil (Lei nº 5.869/1973) é a lei que serve de instrumento 
para o direito processual civil, assim como o Código de Processo Penal (De-
creto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941) traz as disposições relativas ao 
processo penal. Por sua vez, as regras de direito processual do trabalho estão 
na Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 
1943), conhecida como “CLT”.
ATENÇÃO
54
Assim, tutela valores que interessam à coletividade e são indisponíveis. Por-
tanto, não pode o sujeito particular ofendido dispor da ação penal, desistindo ou 
mesmo perdoando o autor de um delito. É valorativo e imperativo, ou seja, valora 
condutas e impõe ao agente a obrigação de fazer ou deixar de fazer algo.
Por fim, é sancionatório, porque reage com uma sanção ou pena, àquele que 
violou um preceito legal.
Importante aprender que o Código Penal (Decreto-Lei nº 2.848/1940) regula 
o Direito Penal e é composto de uma parte geral (Art. 1º ao 121) e de uma parte espe-
cial (Art. 121 ao 361). A parte especial traz os crimes divididos de acordo com o bem 
jurídico tutelado (ex.: crimes contra a vida, crimes contra o patrimônio etc.). 
Pertence ao Direito Penal a legislação extravagante, como a Lei de Entorpe-
centes, a Lei Maria da Penha, a Lei de Execução Penal, entre outras.
O direito penal estabelece uma diferença entre crime e contravenção penal, 
espécies de infração penal. Vejamos:
• Crimes: sujeitam seus autores às penas de reclusão ou detenção. 
• Contravenções: no máximo, implicam prisão simples. 
Para melhor entender a matéria, listaremos algumas definições importantes 
no Direito Penal:
QUADRO 2 – CONCEITOS NO DIREITO PENAL
Crime É a conduta ilícita que a sociedade considera mais grave, 
merecendo, pois, a aplicação da pena, devidamente prevista 
em lei, constituindo um fato típico, antijurídico e culpável.
Sujeito ativo É a pessoa que pratica a conduta típica.
Sujeito passivo É o titular do bem diretamente lesado pelo delito ou o titular 
do direito de punir, que é o Estado.
Objeto material É a coisa, pessoa ou interesse que sofre diretamente a con-
duta criminosa.
Objeto jurídico É o interesse protegido pela norma penal incriminadora.
Classificação dos 
crimes
É a organização dos delitos em diversas categorias. 
FONTE: Adaptado de Nucci (2019a)
55
Fato típico é a conduta humana que se “molda” perfeitamente aos elemen-
tos previstos na lei penal. Portanto, a característica de um crime é ser um fato típico. 
É a ação ou omissão descrita na lei penal.
Como regra geral, os crimes são sempre dolosos. O conceito de dolo é ne-
cessário para a definição de crime doloso. Para Capez (2001, p. 153), dolo “é a von-
tade e a consciência de realizar os elementos constantes do tipo legal, é a vonta-
de manifestada pela pessoa humana de realizar a conduta”. O agente deve ter a 
vontade livre de realizar esse fato e a consciência ou conhecimento de que o fato 
constitui a ação típica.
Resta esclarecer que o Código Penal também abrange os crimes culposos, 
assim entendidos por aqueles praticados pelo agente de forma voluntária, porém 
descuidada, que causa uma dano involuntário, previsível a outrem.
A ação culposa ocorre em três tipos de conduta: negligência, imprudência e 
imperícia. Veja o conceito de cada uma das modalidades no quadro a seguir:
QUADRO 3 – TIPOS DE CONDUTA
Imprudência É a prática de um fato perigoso, agir sem precaução.
Negligência É o ato de se omitir, não fazer. Agir de forma desleixada, desa-
tenciosa.
Imperícia Agir com ignorância, falta de qualificação, técnica, teórica ou 
prática.
FONTE: A autora
4.1 PENAS E MEDIDAS DE SEGURANÇA
Pena é a sanção do Estado, valendo-se do devido processo legal, cuja finali-
dade é a repressão ao crime perpetrado e a prevenção a novos delitos, objetivando 
reeducar o delinquente, retirá-lo do convívio social enquanto for necessário, bem 
como reafirmar os valores protegidos pelo Direito Penal e intimidar a sociedade para 
que o crime seja evitado (NUCCI, 2019b).
Uma vez praticado o delito, terá lugar a aplicação da penalidade respectiva. 
De uma forma didática, podemos dizer que são três as espécies de penas, que serão 
aplicadas conforme a gravidade do crime: 
56
• Penas privativas de liberdade: reclusão, detenção e prisão simples.
• Penas restritivas de direitos: prestação de serviços à comunidade ou a en-
tidades públicas, interdição temporária de direitos, limitação de fim de semana, 
prestação pecuniária e perda de bens e valores.
• Pena de multa: pecuniária.
A pena de prisão simples é a destinada às contravenções penais, signifi-
cando que não pode ser cumprida em regime fechado, comportando apenas os 
regimes semiaberto e aberto.
Por fim, temos a medida de segurança, que também é uma sanção imposta 
pelo Estado, porém, ao agente inimputável ou semi-imputável que pratica um fato 
típicoe ilícito, com base no seu grau de periculosidade.
Atualmente, a lei penal brasileira estabelece no Art. 26,  caput, do Código 
Penal, a definição de inimputabilidade e, no seu parágrafo único, define a semi-im-
putabilidade. 
A finalidade da medida de segurança é a reintegração social de um indivíduo 
considerado perigoso para a sociedade.
57
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O Direito Penal corresponde ao conjunto de normas jurídicas que regulam os 
crimes e as contravenções penais.
• O crime pode ser definido como fato típico e antijurídico.
• O crime pode ser doloso (intencional) ou culposo (não intencional).
• As penas são de três espécies: privativa de liberdade, restritiva de direitos e mul-
ta. Existem ainda as medidas de segurança.
RESUMO DO TÓPICO 1
58
1 De acordo com o livro de estudos, acerca do conceito de direito administra-
tivo, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) É um conjunto de princípios jurídicos voltado para as questões que 
concernem à Administração Pública, regulamentando funções administrati-
vas de responsabilidade de interesse público e coletivo. 
b) ( ) É um conjunto de normas jurídicas voltado para as questões que con-
cernem à Administração Privada, regulamentando funções administrativas de 
responsabilidade de interesse público e coletivo. 
c) ( ) É um conjunto de princípios jurídicos voltado para as questões que 
concernem à Administração Pública, regulamentando funções administrati-
vas de responsabilidade de interesse privado apenas. 
d) ( ) É um conjunto de princípios jurídicos voltado para as questões que 
concernem à Administração Privada, regulamentando funções administrati-
vas de responsabilidade de interesse público e internacional. 
2 A Constituição de 1988 prevê os limites para a atuação Estatal, estabeleci-
dos por princípios. Com base nessa afirmação, a respeito do princípio admi-
nistrativo da legalidade, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Quando aplicado ao Direito Administrativo, impõe certos limites à atu-
ação da Administração Pública, que, assim, não poderá agir em desconformi-
dade com a lei, sob pena de configuração de ato abusivo.
b) ( ) Deverá o agente público ser neutro, imparcial em suas atuações, não 
devendo beneficiar ou prejudicar pessoas por uma simples relação de amiza-
de ou inimizade, até porque a atuação pública deve ser objetiva e não subje-
tiva.
c) ( ) Torna-se necessário que os atos administrativos sejam praticados 
com transparência, permitindo o conhecimento por todos (pela publicação, 
por exemplo, no Diário Oficial, ou comunicação) dos atos que estão sendo 
praticados pela Administração Pública.
d) ( ) Estabelece que não basta o administrador praticar o ato de acordo 
com os princípios antes estudados, mas deve praticá-lo com eficiência, o que 
significa dizer economia do dinheiro público e resultados mais efetivos.
3 O Direito Penal é definido como o ramo do Direito Público composto por 
um conjunto de normas jurídicas que regulam o poder punitivo do Estado. De 
acordo com o apresentado, defina Direito Penal.
R.: 
AUTOATIVIDADE
59
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, apresentaremos, de forma geral, o que é o Direito Tributário e 
quais são os seus princípios e aplicações na sociedade e no Estado.
Estudaremos o Direito Eleitoral como ramo do Direito Público. Por estar di-
retamente ligado ao conceito de democracia, pode ser visto como um tema de in-
teresse geral, direcionado à escolha dos ocupantes de cargos públicos, mediante o 
exercício do sufrágio.
Por fim, abordaremos o Direito Militar, área responsável pela legislação e nor-
matização da atuação das forças armadas, como o Exército, a Polícia Militar, a Força 
Aérea, a Marinha e o Corpo de Bombeiros.
2 CONCEITOS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
O Direito Tributário estuda todas as normas que dizem respeito à arrecada-
ção de tributos. Existem diferentes formas de tributo, podemos destacar os impos-
tos, as contribuições de melhoria e as taxas.
O conceito de tributo encontra-se descrito no Artigo 3º do Código Tributário 
Nacional (Lei nº 5.172/1966). 
A figura a seguir ilustra de forma simples a definição de tributos:
TÓPICO 3
DIREITO TRIBUTÁRIO, 
DIREITO ELEITORAL E 
DIREITO MILITAR
60
FIGURA 5 – TRIBUTOS
FONTE: Adaptada de Brasil (1966)
O que determina a incidência do tributo é a ocorrência do fato gerador. As-
sim, por exemplo, obtendo renda, o contribuinte pagará imposto de renda, adquirin-
do um carro, terá que pagar o IPVA e assim por diante.
O Direito Tributário estudará tudo que se refere aos tributos, desde sua ori-
gem, fato gerador, o responsável pelo seu pagamento, qual a alíquota correspon-
dente, a base de incidência e como se faz o recolhimento, especificando, ainda, 
quem ficará isento do pagamento de tributos.
As regras do Direito Tributário estão especialmente previstas na Constituição 
da República e no Código Tributário Nacional. Também encontramos suas regras em 
diversas leis esparsas, como a Lei nº 6.830/1980, que trata da Execução Fiscal.
61
Por fim, podemos observar que o direito tributário é o ramo do direito público 
que estuda princípios e normas disciplinadoras do exercício das atividades de cria-
ção, cobrança e fiscalização de tributos. Assim, quando o dinheiro do contribuinte 
ingressa nos cofres públicos, termina o direito tributário e começa o direito finan-
ceiro (MAZZA, 2018).
3 CONCEITOS DO DIREITO ELEITORAL
O Direito Eleitoral está diretamente ligado aos mecanismos que visam ga-
rantir a legitimidade do processo eleitoral, permitindo que as eleições ocorram nor-
malmente, em todas as suas fases, viabilizando, dessa forma, o exercício da demo-
cracia. Para melhor conhecer esse Direito, apresentaremos alguns conceitos. 
Direito Eleitoral é o ramo do Direito Público cujos objetos são: os institutos, 
as normas e os procedimentos que regulam o exercício do direito fundamental de 
sufrágio com vistas à concretização da soberania popular, à validação da ocupação 
de cargos políticos e à legitimação do exercício do poder estatal (GOMES, 2019).
Resumidamente, podemos afirmar que o Direito Eleitoral é o ramo do Direito 
que estuda o “processo eleitoral” à luz das normas jurídicas que o disciplinam. Em 
sentido amplo, o “processo eleitoral” representa os procedimentos. Corresponde, 
assim, ao conjunto de atos, métodos e relações jurídicas que vai desde o alista-
mento eleitoral, com o ingresso dos cidadãos no corpo de eleitores, até a fase da 
diplomação, momento em que os candidatos eleitos recebem da Justiça Eleitoral o 
diploma para a posse e o exercício no cargo (MACHADO, 2018).
Importante notar que o processo eleitoral é essencial para a concretização 
da soberania popular e do direito fundamental de sufrágio (GOMES, 2018). Assim, 
esse processo é composto por várias etapas:
• alistamento eleitoral;
• convenção partidária;
• registro de candidaturas;
• propagandas políticas;
• votação;
• apuração; 
• diplomação.
62
Como vimos, o Direito Eleitoral está diretamente ligado ao poder do sufrágio 
popular, mas o que significa “sufrágio”?
• Sufrágio: é o poder ou o direito público subjetivo de participar da regência e da 
condução das escolhas e do preenchimento das estruturas estatais, ou seja, vo-
tando (capacidade eleitoral ativa) ou sendo votado (capacidade eleitoral passiva) 
(MACHADO, 2018).
4 CONCEITOS DO DIREITO MILITAR
De maneira simples, podemos afirmar que o Direito Militar regulamenta a 
atividade dos militares.
Pode ser definido como o conjunto de princípios e normas jurídicas que re-
gulam matéria de natureza militar, podendo ser de caráter constitucional, penal ou 
administrativo (MARTINS, 2003).
 
São diretrizes do Direito Militar: a Constituição Federal, o Código Penal Mili-
tar (Decreto-Lei nº 1.001/1969) e o Código Processual Penal Militar (Decreto-Lei nº 
1.002/1969).
O Direito Penal Militar ocupa lugar de destaque nesse ramo. No entanto, me-
recem realce o Direito Processual Penal Militar, o Direito Administrativo Militar, o 
Direito

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