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INTRODUÇÃO DO ESTUDO DO DIREITO Bacharelado em Direito – 1º Semestre FAESB Prof. Rodrigo Silveira Almeida O Direito como Ciência MUTÁVEL IED – Sistema de Ideias Gerais – p 02 (Nader, Paulo). A introdução ao Estudo do Direito é matéria de iniciação, que fornece ao estudante as noções fundamentais para a compreensão do fenômeno jurídico. (...) A introdução não é, em si, uma ciência, mas um sistema de ideias gerais estruturado para atender a finalidades pedagógicas. Considerando a sua condição de matéria do curso jurídico, deve ser entendida como disciplina autônoma, pois desempenha função exclusiva, que não se confunde coma de qualquer outra. Pg. 02-03 Objetivo: Fornecer ao iniciante uma visão global do Direito, que não pode ser obtida através do estudo isolado dos diferentes ramos da árvore jurídica. Pg. 03. Idem O ordenamento jurídico é elaborado como processo de adaptação social e, para isto, deve ajustar-se as condições do meio, de outro, o Direito estabelecido cria a necessidade de o povo adaptar o seu comportamento aos novos padrões de convivência. DIREITO TAMBÉM É ADAPTAÇÃO À REALIDADE. NORMA EM CONSONÂNCIA À REALIDADE O Direito reflete a Sociedade A sociedade cria o Direito no propósito de formular as bases da justiça e segurança. Com este processo as ações sociais ganham estabilidade. A vida social torna-se viável. O Direito, porém, não é uma força que gera, unilateralmente, o bem-estar social. Os valores espirituais que apresenta não são inventos do legislador. Por definição, o Direito deve ser uma expressão da vontade social e, assim, a legislação deve apenas assimilar os valores positivos que a sociedade estima e vive. (NADER) Pg. 18 As necessidades de paz, ordem e bem comum levam a sociedade à criação de um organismo responsável pela instrumentalização e regência desses valores. Ao Direito é conferida esta importante missão. (...) O Direito não corresponde às necessidades individuais, mas a uma carência da coletividade. A sua existência exige uma equação social. Só se tem direito relativamente a alguém. O homem que vive fora da sociedade vive fora do império das leis. O home só, não possui direitos nem deveres. Pg. 19 Direito é processo de adaptação Se o Direito se envelhece, deixa de ser um processo de adaptação, pois passa a não exercer a função para a qual foi criado. Não basta, portanto, o ser do Direito na sociedade, é indispensável o ser atuante, o ser atualizado. (NADER) Pg. 19 Nam ad ea potius debet aptaris ius, quae et frequentur et facile, quam quae perraro aveniunt” – Celso - Porque a lei deve adaptar- se ao que acontece frequente e facilmente e não ao que ocorre muito raramente. (NADER) Pg 19 O Direito, portanto, não visa ao aperfeiçoamento do homem – esta meta pertence à Moral; não pretende preparar o ser humano para a conquista de uma vida supraterrena, ligada a Deus – valor perquirido pela Religião; não se preocupa em incentivar a cortesia, o cavalheirismo ou as normas de etiqueta – âmbito específico das Regras de Trato Social. (NADER) Pg. 19 O Direito é processo de adaptação social, que consiste em se estabelecerem regras de conduta, cuja incidência é independente da adesão daqueles a que a incidência da regra jurídica possa interessar Pontes de Miranda SOCIEDADE E DIREITO A experiência tem demonstrado que o homem é capaz, durante algum tempo, de viver isolado. Não porém, durante a sua existência. Ele conseguirá, durante esse tempo, prescindir da convivência e não da produção social. (NADER)Pg. 19 Mesmo isolado, o homem utiliza-se de conhecimentos prévios, adquiridos a partir de um convívio social anterior. O homem fora da sociedade e “um bruto ou um Deus” – Aristóteles SOCIEDADE E DIREITO São Tomás de Aquino: enumera 3 hipóteses para o homem fora da sociedade. A) mala fortuna – isolamento se dá por catástrofe (naufrágio, queda de avião) (Série LOST). B) corruptio naturae – alienação mental, o homem desprovido de inteligência, vai viver distanciado dos seus semelhantes. C) excellentia naturae: pra quem possui grande espiritualidade. Eremitas. É na sociedade que o homem encontra o ambiente propício ao seu pleno desenvolvimento.Pg. 24 SOCIEDADE E DIREITO Formas de Interação Social e a Ação do Direito. As pessoas e o grupos se relacionam estreitamente, na busca de seus objetivos. (...) A interação social se apresenta sob as formas de cooperação, competição e conflito e encontra no Direito a sua garantia, o instrumento de apoio que protege a dinâmica das ações. Na cooperação as pessoas estão movidas por igual objetivo e valor e por isso conjugam o seu esforço. A interação se manifesta direta e positiva. Na competição há uma disputa, uma concorrência, em que as partes procuram obter o que almejam, uma visando a exclusão da outra. Uma das grandes características da sociedade moderna, esta forma revela atividades paralelas, em que cada pessoa ou grupo procura reunir os melhores trunfor, para a consecução de seus objetivos. A interação, nesta espécie, se faz indireta e, sob muitos aspectos, positiva. O conflito se faz presente a partir do impasse, quando os interesses em jogo não logram uma solução pelo diálogo e as partes recorrem à luta, moral ou física, ou buscam a mediação da justiça. Podemos defini-lo como oposição de interesses, entre pessoas ou grupos, não conciliados pelas normas sociais. No conflito a interação é direta e negativa. O Direito só irá disciplinar as formas de cooperação e competição onde houver relação potencialmente conflituosa. Os conflitos são fenômenos naturais à sociedade, podendo-se ate dizer que lhe são imanentes. Quanto mais complexa a sociedade, quanto mais se desenvolve, mais se sujeita a novas formas de conflito e o resultado é o que hoje se verifica, como já se afirmou, em que “o maior desafio não é o de como viver e sim o da convivência”. (NADER) Pg. 25 SOCIEDADE E DIREITO A ação do Direito. O Direito está em função da vida social. A sua finalidade é favorecer o amplo relacionamento entre as pessoas e os grupos sociais, que é uma das bases do progresso da sociedade. Pg. 27 Os litígios surgidos criam para o homem as necessidades de segurança e de justiça. (...) O Direito se manifesta, assim, como um corolário inafastável da sociedade. Pg. 27 A sociedade sem o Direito não resistiria, seria anárquica, teria o seu fim. O Direito é a grande coluna que sustenta a sociedade. Criado pelo homem, para corrigir a sua imperfeição, o Direito representa um grande esforço para adaptar o mundo exterior às suas necessidades de vida. Pg 28 SOCIEDADE E DIREITO O Direito como fenômeno de adaptação social, não pode formar-se alheio a esses fatos. (...) O Direito é criado pela sociedade para reger a própria vida social. No passado, manifestava-se exclusivamente nos costumes, quando era mais sensível à influência da vontade coletiva. Na atualidade, o Direito escrito é forma predominante, malgrado alguns países, como a Inglaterra, Estados Unidos e alguns povos muçulmanos, conservarem sistemas de Direito não escrito. (NADER)Pg. 28 A formulação do Direito se dá por meio do Poder Legislativo que o estabelece. Semelhante ao trabalho de um sismógrafo, que acusa as vibrações havida no solo, o legislador deve estar sensível às mudanças sociais, registrando-as, nas lei e nos código, o novo Direito. (NADER)Pg. 29 SOCIEDADE E DIREITO O Direito não é produto exclusivo da experiência, nem conquista absoluta da razão. O povo não é seu único autor e o legislador não extrai exclusivamente de sua razão os modelos de conduta. O concurso dos dois fatores é indispensável à concreção do Direito. Pg. 29. A missão do Direito não é, como no passado, apenas garantir a segurança do homem, a sua vida, liberdade e patrimônio. A sua meta mais ampla, é promover o bem comum, que implica justiça, segurança, bem-estar e progresso. Pg. 29 Se os fatos caminham normalmente a frente do Direito, conforme os interesses a serem preservados, o legisladordeverá antecipar-se aos fatos. Ele deve fazer das leis uma cópia os costumes sociais, com as devidas correções e complementações. (...) Quando da elaboração da lei, o legislador haverá de considerar os fatores histórico, natural e científico e a sua conduta será a de adotar, entre os vários modelos possíveis de lei, o que mais harmonize os três fatores. Pg. 29 A CIÊNCIA DO DIREITO "percebe-se claramente que, de um jeito ou de outro, todos, ou pelo menos a maioria, tratam o Direito como ciência, numa evidente manifestação de aceitação de seu caráter científico." (NUNES, 2018, p.117) "Como ramo de ciência humana, a Ciência do Direito tem como substrato de pesquisa o homem, em todos os aspectos valorativos de sua personalidade." (NUNES, 2018, p.117) "é inadmissível pensar uma Ciência do Direito que não tenha como fundamento e centro de suas atenções o homem." (NUNES, 2018, p.117) "A Ciência do Direito é uma ciência de investigação de condutas que têm em vista um “dever-ser” jurídico, isto é, a Ciência do Direito investiga e estuda as normas jurídicas. Estas prescrevem aos indivíduos certas regras de conduta que devem ser obedecidas." (NUNES, 2018, p.119) O Sinal de Trânsito – NUNES, 2018, p.117 a) O sinal vermelho estava funcionando no momento da ultrapassagem? b) E se estivesse quebrado? c) O motorista pode escusar-se de pagar a multa alegando que não viu o sinal? d) Pode apresentar a mesma justificativa, alegando que mora naquela rua e nem percebeu o sinal, pois fora instalado naquele dia? e) Pode o motorista alegar que ultrapassou o sinal, porque se aproximaram do seu carro dois sujeitos mal-encarados e pressentiu que ia ser assaltado? f) E se o motorista for menor de idade, vale a multa? g) Se não existe norma administrativa estipulando que naquela esquina devia ter sinal, e os funcionários o instalaram por engano, vale a multa? h) Pode a multa ser lavrada por indicação de um cidadão comum a um guarda de trânsito que não assistiu à ocorrência? i) Valerá a multa se ela foi lavrada por um guarda que fica escondido atrás de uma árvore com um talão na mão, para anotar quem ultrapassar o sinal, ao invés de se mostrar ostensivamente? j) Estará adequado o valor da multa? Será justo seu montante? k) O valor deve variar dependendo da qualidade do infrator: se é primário ou reincidente? l) Vale o argumento de que ninguém respeita aquele sinal, porque está mal colocado naquela esquina? Vê-se quão intrincados podem ser os fatos e os argumentos com os quais o cientista do Direito tem de lidar. "Contudo, tendo em vista as peculiaridades do objeto da Ciência do Direito, percebe-se que ela não tem de dar conta apenas das normas jurídicas e sua aplicação ou não, mas também tem de lidar com fatos sociais, aspectos sociológicos, econômicos, culturais e até climáticos, com diferenças regionais e territoriais, bem como com valores éticos e morais." (NUNES, 2018, p.122) A CIÊNCIA DO DIREITO O QUE É DIREITO? O termo Direito possui várias acepções Refere-se a previsão legal estabelecida Refere-se a Justiça – decisão judicial Símbolo da ordem social Direito garante privacidade, intimidade, e ao mesmo tempo, publicidade e a quebra da intimidade. (...) estudo da norma jurídica escrita, com método tipicamente dogmático Conjunto de normas que regulam as relações humanas. A CIÊNCIA DO DIREITO E AS ESCOLAS "próprio termo “ciência do direito” somente passou a ser utilizado a partir do século XIX, por invenção da Escola Histórica alemã. Claro que antes o Direito já era investigado e estudado, como se verá, mas não havia uma preocupação exclusiva com o fato de se estar fazendo ou não ciência." (NUNES, 2018, p.127) A escola racionalista. O jusnaturalismo. Pode-se dizer, em linhas gerais, que essa escola é fundada no pressuposto de que existe uma lei natural, eterna e imutável; uma ordem preexistente, de origem divina ou decorrente da natureza, ou, ainda, da natureza social do ser humano. O método para conhecer essa ordenação prévia é o racional. A razão não chega a trabalhar com realidades concretas. A CIÊNCIA DO DIREITO E AS ESCOLAS O empirismos jurídico: Escola de Exegese e Escola Histórica Coloquemos que, para os empiristas, o conhecimento é resultante do exame do objeto — ao contrário do racionalismo, que o pressupõe no sujeito cognoscente. O empirismo jurídico, assim, acredita que o conhecimento nasce do objeto, que pode ser a norma jurídica ou o fato social, ou o fenômeno jurídico produzido no meio social etc. A CIÊNCIA DO DIREITO E AS ESCOLAS A CIÊNCIA DO DIREITO E AS ESCOLAS Escola de Exegese Lei pela Lei. Letra pura da Lei. O exegetismo não negou o Direito natural, pois admitia que os códigos seriam elaborados de modo racional e, portanto, representariam a face humana do Direito natural. O exegetismo não negou o Direito natural, pois admitia que os códigos seriam elaborados de modo racional e, portanto, representariam a face humana do Direito natural. A maior preocupação era descobrir a vontade do legislador ao se tentar interpretar a lei Esse processo interpretativo mostrou-se insuficiente: nem tudo se podia resolver com a mera interpretação literal. Foi-se, então, às fontes dessa fonte fundamental — a lei. Passou-se a utilizar, também, o recurso à analogia, A Escola da Exegese exerceu poderosa influência não só na França mas também na Alemanha, Itália etc., espalhando-se por todo o mundo ocidental, mesmo nos países da common law, como a Inglaterra, A CIÊNCIA DO DIREITO E AS ESCOLAS Escola Histórica - Desenvolvida pelos alemães Gustavo Hugo, Puchta e Savigny – início do século XIX. Oposição a Escola de Exegese, mas mantendo o mesmo método. Afirmava que o verdadeiro Direito residia nos usos e costumes e na tradição do povo. É a história desse povo, como resultado de suas aspirações e necessidades, que forma o Direito. O legislador não cria o Direito. Apenas traduz em normas escritas o Direito vivo, latente no espírito popular. Ao contrário da descoberta do espírito da lei, pregado pela Escola da Exegese, procurava-se o espírito do povo. CIÊNCIA DOGMÁTICA DO DIREITO Direito na atualidade. O saber jurídico aponta, assim, para amplo controle social, no qual se instrumentaliza o próprio cientista jurídico, que passa a ser um técnico, cujo acesso ao Direito se faz somente pelo manejo de ferramentas — regras de interpretação — sem as quais não tem como realizar seu trabalho, que desempenha depois de aceitar os pontos de partida (dogmas) estabelecidos pela escola jurídica. Ou, em outras palavras, a ação do cientista (dogmático) do Direito se dá na aceitação de dogmas e no cumprimento de regras técnicas previamente estabelecidas pela Ciência Dogmática do Direito. Assim, o seu comportamento, para ser identificado como “científico”, deve-se dar nos quadros de ação adredemente preparados pela escola de Direito — com valores, modelos e regras próprias a serem cumpridas. Por isso, pode-se afirmar que o bom cientista dogmático do Direito é aquele que incorporou os valores prévios e os modelos preexistentes, e é bom cumpridor de regras, que ele maneja com vistas a orientar a ação dos outros. CIÊNCIA DOGMÁTICA DO DIREITO A Ciência Dogmática do Direito compõe-se de doutrinas. Pretendem elas explicar as normas jurídicas e os problemas possíveis, e formam, de fato, um complexo argumentativo que se apresenta como orientações, recomendações e exortações. Assim, pode-se dizer que a Ciência Dogmática do Direito cumpre as funções típicas de uma tecnologia. Seu pensamento é conceitual e vinculado ao direito posto — normas jurídicas escritas. Com isso, pode instrumentalizar-se a serviço da ação sobre a sociedade. Fazendo-se uma analogia com o trabalho efetivo dos outros cientistas, podemos dizer que o trabalho científico do Direito consiste também em submeter problemas surgidos ou criados a hipóteses para solucioná-los. Diante de um problema, o cientista dogmático do Direito levanta premissas — proposições —, que podem resolvê-lo. Elencadas as premissas, ele escolhe uma — ou mais de uma — e, tomando-a como critério, põe fim ao problema, decidindo. CIÊNCIA DOGMÁTICA DO DIREITO Claro que o estudo do Direito empreendido pelas escolas não é tão somente dogmático, uma vez que há investigações em áreas específicas ou mesmo em certas cadeiras que têm cunho filosófico ou se apresentam como teoria no sentido zetético (para usar aqui a proposta e os ensinamentos do Prof. Tercio Sampaio Ferraz Jr., em seu Introdução ao estudo do direito, São Paulo, Atlas, 1988). No primeiro caso, o conhecimento estudado, por ser filosófico, está livre de qualquer dogmatismo. Ou melhor, “pode” estar livre, porque didaticamente é possível se dogmatizar até um pensamento dito filosófico, que desta forma perde seu caráter. Mas, em sendo de fato um conhecimento filosófico, esse está sempre aberto. Claro que o estudo do Direito empreendido pelas escolas não é tão somente dogmático, uma vez que há investigações em áreas específicas ou mesmo em certas cadeiras que têm cunho filosófico ou se apresentam como teoria no sentido zetético (para usar aqui a proposta e os ensinamentos do Prof. Tercio Sampaio Ferraz Jr., em seu Introdução ao estudo do direito, São Paulo, Atlas, 1988). No primeiro caso, o conhecimento estudado, por ser filosófico, está livre de qualquer dogmatismo. Ou melhor, “pode” estar livre, porque didaticamente é possível se dogmatizar até um pensamento dito filosófico, que desta forma perde seu caráter. E isso, infelizmente, se dá, geralmente no fenômeno típico de ocultação de uma prescrição — ordem — que vige por trás de uma linguagem — aparentemente — descritiva do mestre. Mas, em sendo de fato um conhecimento filosófico, esse está sempre aberto. INSTRUMENTOS DE CONTROLE SOCIAL O Direito não é o único instrumento responsável pela harmonia da vida social. A Moral, Religião e Regras de Trato Social são outros processos normativos que condicionam a vivência do homem na sociedade. De todos, porém, o Direito é o que possui maior pretensão de efetividade, pois não se limita a descrever os modelos de conduta social, simplesmente sugerindo ou aconselhando. A coação – força a serviço do Direito – é um de seus elementos e inexistente nos setores da Moral, Regras de Trato Social e Religião. SERÁ? O mundo primitivo não distinguiu as diversas espécies de ordenamentos sociais. O Direito absorvia questões afetas ao plano e consciência, própria da Moral e da Religião, e assunto não pertinentes à disciplina e equilíbrio da sociedade, identificados hoje por usos sociais. INSTRUMENTOS DE CONTROLE SOCIAL Toda norma jurídica é uma limitação à liberdade individual e por isso o legislador deve regulamentar o agir humano dentro da estrita necessidade de realizar os fins que estão reservador ao Direito: segurança através dos princípios de justiça. Normas Éticas e Normas Técnicas: Enquanto as normas éticas determinam o agir social e sua vivência já constitui um fim, as normas técnicas indicam fórmulas do fazer e são apenas meios que irão capacitar o homem a atingir resultados. Norma Técnica é o arcabouço teórico da ciência. É o fazer/como fazer/ e o caminho que lhe leva para o alcance do objetivo final. DIREITO E RELIGIÃO A religião sempre exerceu domínio absoluto sobre as coisas humanas. A falta de conhecimento científico era suprida pela fé. O Direito era considerado como expressão da vontade divina. Sacerdotes recebiam de Deus as leis e código. Moisés e os 10 mandamentos. Código de Hamurabi onde aparece o deus Schamasch entregando as leis ao Imperador mesopotâmico. O Direito se achava mergulhado na religião, e a classe sacerdotal possuía o monopólio do conhecimento jurídico. A Religião ditava as regras. (Algo mudou, ou não mudou?) Igreja e Estado/ Igreja É Estado/ Igreja x Estado A laicização do Direito recebeu grande impulso no século XIII (Ver. Francesa), por meio de Hugo Grócio, que pretendeu desvincular de Deus a ideia de Direito Natural “O Direito Natural existiria, mesmo que Deus não existisse ou, existindo, não cuidasse dos assuntos humanos.” DIREITO E RELIGIÃO Alguns sistemas jurídicos, contudo, continuam a ser regidos por livros religiosos, notadamente no mundo muçulmano. – Regressão em direitos, garantias e liberdades individuais? Além de abranger uma parte descritiva, a religião é um sistema de princípios e preceitos, que visa a realização de um valor supraterreno: a divindade. Há vários pontos de convergência entre Direito e Religião. Maior deles diz respeito à vivencia do bem. A justiça, causa final do Direito, integra a ideia do bem. Os dois processos normativos possuem ativos elementos de intimidação de conotações diversas. A sanção jurídica, em sua generalidade, atinge a liberdade ou o patrimônio, enquanto a religiosa limita-se ao plano espiritual. O Direito tem por meta a segurança, enquanto a Religião parte da premissa de que esta é inatingível. A segurança jurídica se alcança a partir da certeza ordenadora, enquanto a religiosa se refere a questões transcendentais. Dilemas Éticos: o dilema do bonde (trolley problema) https://www.youtube.com/watch?v=91tI8dIX8L8&list=LL&index=1&ab_chan nel=AFilosofiaExplica https://www.youtube.com/watch?v=91tI8dIX8L8&list=LL&index=1&ab_channel=AFilosofiaExplica DIREITO E MORAL Direito e Moral são instrumentos de controle social que não se excluem, antes, se complementam e mutuamente se influenciam. Seria um grave erro, portanto, pretender-se a separação ou o isolamento de ambos, como se fossem sistema absolutamente autônomos, sem qualquer comunicação, estranhos em si. A Moral se identifica, fundamentalmente, com a noção de bem, que constitui o seu valor. Consideramos bem tudo aquilo que promove o home de uma forma integral e integrada. Integral significa a plena realização do homem, e integrada, o condicionamento a idêntico interesse do próximo. DIREITO E MORAL Moral Natural: não resulta de uma convenção humana. Consiste na ideia de bem captada diretamente na fonte natureza, isto é, na ordem que envolve, a um só tempo, a vida humana e os objetos naturais. Moral Positiva: Varia no tempo e espaço, se revela centro de uma dimensão histórica, como a interpretação que o homem, de um determinado lugar e época, faz em relação ao bem. DIREITO E MORAL A Moral Positiva possui 3 esferas distintas: a) Moral autônoma: particular de cada individuo b) Ética superior dos sistema religiosos: noções do bem propagados pelas religiões aos seus seguidores c) Moral Social: conjunto de princípios emanados por cada sociedade. Pode ocorrer de a moral autônoma conflitar com a social? Ex: um brasileiro irá residir em país muçulmano. DIREITO E MORAL Paralelo entre Moral e Direito: as primeiras especulações surgem na Grécia que não fazia a distinção entre eles. Com o desaparecimento do Império Romano, a Europa experimentou uma fase de declínio cultural que, em alguns aspectos, a assemelhou aos povos primitivos. Em um longo período da Idade Média, o Direito não se distinguiu da Moral e da Religião. Foi Cristiano Tomásio, em 1705, que formulou o primeiro critério diferenciador entre o Direito e Moral: O Direito se preocuparia apenas dos aspectos exteriores do comportamento social, sem se preocupar com os elementos subjetivos da conduta, ficando, assim, alheio aos problemas da consciência. Kant e Fichte foram além: uma conduta se põe de acordo com a Moral, quando tem por motivação, unicamente, o respeito ao dever, o amor ao bem. Quanto ao Direito, este não tem de se preocupar com os motivos que determinam a conduta, senão com os seus aspectos exteriores. Tentou-se separar Direito e Moral, como dois conceitos autônomos e sem relação. DIREITO E MORAL Modernos conceitos de distinção: várias são as teorias, todas alvos de crítica. DISTINÇÃO DE ORDEM FORMAL A) Determinação do Direito e a forma não concreta da Moral: Enquanto o Direito se manifesta por conjuntos de regras que definem a conduta de agir, a Moral estabelece uma diretiva mais geral, sem particularizações, B) Bilateralidade do Direito e Unilaterabiidade da Moral: As normas jurídicas possuem estrutura imperativo-atributiva, impõem dever jurídico a alguém e, ao mesmo tempo, atribui um poder ou direito subjetivo a outro. A Moral possui estrutura mais simples, pois impõem deveres apenas. Fica apenas na expectativa do outro aderir às normas. C) Exterioridade do Direito e Interioridade da Moral: Enquanto a Moral se preocupa pela vida interior das pessoas, como a consciência, julgando os atos exteriores apenas como meio de aferir a intencionalidade, o Direito cuida das ações humanas em primeiro plano e, em função destas, quando necessário, investiga o animus do agente. D) Autonomia e Heteronomia: Em relação ao Direito, este possui heteronomia, que quer dizer sujeição ao querer alheio. As regras jurídicas são impostas independentemente da vontade de seus destinatários. O indivíduo não cria o dever-ser, como acontece com a Moral autônoma. A regra E) Coercibilidade do Direito e Incoercibilidade da Moral: O Direito possui o elemento coercitivo, enquanto que a Moral não, possui elemento coativo, mas nem por isso as normas da Moral social deixam de exercer uma certa intimidação. DIREITO E MORAL DISTINÇÃO QUANTO AO CONTEÚDO. A) O Significado de Ordem do Direito e o Sentido de Aperfeiçoamento da Moral: A função primordial do Direito é de caráter estrutural: o sistema de legalidade oferece consistência ao edifício social B) Teoria dos Círculos e o “Mínimo Ético”. TEORIA DOS CÍRCULOS CONCÊNTRICOS Jeremy Bentham, entendeu que a ordem jurídica estaria incluída totalmente no campo da Moral. Os dois círculos seriam concêntricos, com o maior pertencendo a Moral. Disto entende-se que o campo da Moral é mais amplo do que o do Direito e o Direito se subordina à Moral MORAL DIREITO Teoria dos Círculos Secantes: para Du Pasquier Direito e Moral possuiriam uma faixa de competência comum, e ao mesmo, uma área particular independente. TEORIA DOS CÍRCULOS SECANTES MORAL DIREITO De fato há um grande número de questões sociais que se incluem, ao mesmo tempo, nos dois setores. A assistência material que os filhos devem prestar aos pais necessitados é matéria regulada pelo Direito com assento na Moral, por exemplo. TEORIA DOS CÍRCULOS SECANTES Visão Kelsiana – Concebeu os dois sistemas como esferas independentes. A norma é o único elemento essencial ao Direito, cuja validade não depende de conteúdos morais. VISÃO KELSIANA MORAL DIREITO TEORIA DO MÍNIMO ÉTICO Desenvolvida por Jellinek, consiste na ideia de que o Direito representa o mínimo de preceitos morais necessários ao bem-estar da coletividade. Toda sociedade converte em Direito os axiomas morais estritamente essenciais à garantia e preservação de suas instituições. Empregamos a expressão mínimo ético para indicar que o Direito deve conter apenas o mínimo de conteúdo moral, indispensável ao equilíbrio das forças sociais. CARACTERES A) Aspecto Social: Se a sua finalidade é o aperfeiçoamento do convívio social, é natural que essas regras atinjam apenas a dimensão social dos homens B) Exterioridade: Via de regra essas normas visam apenas à superficialidade, às aparências, ao exterior. Assim, por exemplo, são as normas de etiqueta, cerimonial, cortesia. C) Unilateralidade: Possuem estrutura imperativa: impõem deveres e não atribuem poderes de exigir D) Heteronomia: A sociedade cria essas regras de forma espontânea, e, por considera- las úteis ao bem-estar, passa a impor o seu cumprimento. E) Incoercibilidade: Não sofrem intervenção do Estado, por ser unilateral. A partir do momento em que o Estado assume o controle de alguns desses preceitos, estes perdem o caráter de Trato Social e se transmutam em Direito (Fardamento dos Militares, uso de máscara, etc.) F) Sanção Difusa: Ela é incerta e consiste na reprovação, censura, crítica, rompimento de relações sociais e até expulsão do grupo. A apresentação com sociedade com traje inadequado provoca naturalmente a crítica, por exemplo. G) Isonomia por classes e níveis de cultura: O seu caráter impositivo varia em funçãoda classe social e nível de cultura. Assim, não se espera de um simples trabalhador o trajar elegante de acordo com a moda, por exemplo. DIREITO E REGRAS DE TRATO SOCIAL DIREITO E REGRAS DE TRATO SOCIAL As Regras de Trato Social são padrões de conduta social, elaboradas pela sociedade e que, não resguardando os interesses de segurança do homem, visam a tornar o ambiente social mais ameno, sob pressão da própria sociedade. São as regras de cortesia, etiqueta, protocolo, cerimonial, moda, linguagem, educação, decoro, companheirismo, amizade, etc. A faixa de atuação das regras incide nas maneiras de o homem se apresentar perante o seu semelhante, e o seu valor consiste no aprimoramento do nível das relações sociais. São valores éticos de convivência. OPINIÃO - O Direito, a moral e a religião - 29 de agosto de 2020, 11h17. Por Antonio Djalma Braga Junior No último dia 14, a Justiça autorizou a prática de aborto em uma criança de dez anos. A decisão foi despachada pelo juiz Antonio Moreira Fernandes, da Vara de Infância e da Juventude de São Mateus, no Espírito Santo, e causou uma série de manifestações nas redes sociais, dividindo opiniões entre conservadores e progressistas. Inclusive, um grupo de conservadores religiosos realizou um protesto em frente ao hospital onde a menina realizaria o procedimento médico, com palavras de ordem que chamavam a criança e o médico de "assassinos". Vale ressaltar que a decisão do juiz foi precedida de um inquérito policial e de exames médicos que tinham constatado a gravidez, que já estava em seu quinto mês de gestação, e foi averiguado que os abusos sexuais na criança, pelo companheiro da tia, aconteciam havia pelo menos quatro anos. A tia informa que não havia denunciado as práticas de abuso sexual porque era ameaçada. https://www.conjur.com.br/2020-ago-29/braga-junior-direito-moral-religiao#author O que gostaria de chamar a atenção nesse caso concreto é a relação entre o Direito, a moralidade e a religião e trazer para a discussão a contribuição de um grande jurista chamado Hans Kelsen. Em sua obra "Teoria Geral do Direito e do Estado", mais especificamente no tópico que pretende discorrer sobre o conceito de Direito, o autor procura realizar a distinção entre essas três ordens sociais, que ele denomina de Direito, moral e religião. As três instâncias fazem parte de uma técnica social específica de uma ordem coercitiva: todas elas exercem uma coerção, embora o método utilizado por cada qual seja diferente. A título de exemplo, podemos destacar que tanto o Direito quanto a moralidade e a religião proíbem o assassinato. A diferença entre essas ordens sociais é que o Direito, diante um ato como o assassinato, estabelecerá uma medida de coerção prescrita pela ordem jurídica, designando a outro homem (uma autoridade) o dever de avaliar qual prescrição deve ser aplicada. Já a moralidade se limitará apenas a exigir que não seja cometido assassinato, por meio da máxima "não matarás". A diferença entre essas duas instâncias é que a reação do Direito consiste em uma medida de coerção que obedece a uma norma social organizada e delega a uma autoridade estabelecida anteriormente o dever de avaliar a conduta criminosa. Já a moral não é socialmente organizada e não há uma autoridade constituída formalmente para avaliar o caso. Por isso que, nesse aspecto, segundo Kelsen, a religião se aproxima mais do Direito do que a moralidade, pois as religiões são socialmente organizadas e conseguem ameaçar o assassino com a punição por uma autoridade, ainda que essa seja sobre- humana (Deus), possuindo um caráter transcendental. No entanto, a eficiência dessacoerção está atrelada à crença na existência de tal autoridade. Todavia, o que está em jogo aqui não é a eficiência dessas medidas de coerção, dessas sanções, mas se elas são oriundas de uma ordem social ou não, uma vez que é essa ordem social que garantirá, de fato, qual medida de coerção e qual sanção o assassino deverá receber pela prática de seu delito. Kelsen atenta para o fato de que tanto o delito quanto a sanção aplicada por esse delito devem ser determinados pela ordem jurídica e o indivíduo que executa a sanção (juiz) atua como agente dessa ordem jurídica, como um representante da ordem social constituída, como um membro da comunidade social. Em suma, todos os indivíduos de uma sociedade devem estar sujeitos a essa ordem social, pois é ela que tem a responsabilidade de regular o comportamento dos indivíduos. Assim, uma sanção legal deve ser interpretada como um ato da comunidade jurídica. Já a sanção religiosa deve ser entendida como uma sanção transcendental que tem na autoridade sobre-humana sua validade e, por isso mesmo, não provém de uma ordem social. Nesse caso, as punições e sanções oriundas das religiões não podem ser consideradas válidas nessa comunidade porque pertencem a uma outra esfera de atuação (da esfera celeste, transcendental), ou seja, de outro mundo que não o nosso. Espero que as pessoas entendam que, a partir da contribuição de Kelsen, a decisão do juiz Antonio Moreira Fernandes em autorizar a prática do aborto possui validade porque ele é o representante de um órgão da comunidade, está respaldado pela juridicidade da ordem social. As manifestações religiosas conservadoras das pessoas que protestaram e chamaram a menina e o médico de "assassinos" não têm validade na comunidade porque não encontram respaldo nessa ordem social. Talvez possa encontrar sua validade em um além mundo, mas isso fica por conta da crença de cada um. Nossa comunidade precisa do respaldo dessa ordem social para encontrar a segurança jurídica necessária e, assim, poder definir, de maneira válida, as sanções coercitivas que cada envolvido merece. Referência bibliográfica KELSEN, H. Teoria Geral do Direito e do Estado. Trad. Luís Carlos Borges. 4ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005. Disponível em https://www.conjur.com.br/2020-ago-29/braga-junior-direito- moral-religiao FATORES DO DIREITO o Direito deve estar sempre adequado à realidade, refletindo as instituições e a vontade coletiva. Fatores que influenciam a vida social, provocando-lhe mutações, vão produzir igual efeito no setor jurídico, determinando alterações no Direito Positivo. Fatores jurídico são elementos que condicionam os fenômenos sociais e, em consequência, induzem transformações no Direito. “Você já ouviu falar na “Lei do Boi”? Criada em julho 1968, seis meses antes do AI-5, a Lei Federal 5.465 garantia vagas para filhos de agricultores e fazendeiros em escolas agrícolas. Foi a primeira lei de cotas na educação brasileira. A “Lei do Boi” foi revogada em 1985, no início da redemocratização, porque privilegiava quem já tinha privilégios. Porém jamais enfrentou os ataques e a polêmica que hoje envolvem a lei de cotas para estudantes negros nas escolas públicas. O que isso tem a ver com o racismo? Esse e outros temas estão no livro “Ainda estamos aqui: uma breve parte da nossa história negra”, da cantora, ativista e escritora @hananzaoficial pela @editoratelha, em pré-venda nos sites de internet. Tive a honra de escrever o prefácio.” – Laurentino Gomes, jornalistas e escritor brasileiro. FATORES NATURAIS DO DIREITO Estes fatores são determinados pelo reino da natureza, que exerce um amplo condicionamento sobre o homem no tocante à sobrevivência, ao espaço vital e à criação dos objetos culturais. São eles: GEOGRÁFICO, DEMOGRÁFICOS, ANTROPOLÓGICOS. FATORES NATURAIS DO DIREITO Fatores Geográficos: Clima, recursos naturais e território. CLIMA: Nos países de clima frio, o pleno desenvolvimento físico do homem se processa mais lentamente em comparação aos que vivem em regiões quentes. O clima influencia hábitos e costumes, Recursos Naturais: Os minerais, o petróleo, flora, fauna, águas são recursos que a natureza oferece ao homem e que, por sua importância e limitação, têm a sua exploração regulamentada por leis. O território: influencia nas formas de habitação, na economia, na organização social de um povo. Os grupos sociais, no correr da história, deram preferência às regiões mais favoráveis ao cultivo da terra, por exemplo. FATOR DEMOGRÁFICO: A maior ou menor concentração humana por km², em um território, é fator importante à vida de um país. O equilíbrio entre espaço vital e o número de habitantes é o ponto ideal, pois favorece, de uma lado, a segurança do território e, de outro, a solução dos problemas de habitação e alimentação. Ex: Controle de natalidade na China; Estímulo à imigração no Canadá; Mais Médicos no Brasil. FATORES NATURAIS DO DIREITO FATORES ANTROPOLÓGICOS: Decorrem do próprio homem. Refere-se ao grau de desenvolvimento dos membros da sociedade, de acordo com a sua constituição fisiológica e mental. Abrangem também o caráter étnico, pelas aptidões, tendências, características peculiares a cada raça, que influenciam o fenômeno social. FATORES NATURAIS DO DIREITO FATORES CULTURAIS OU HISTÓRICOS DO DIREITO Econômico: Refere-se às riquezas e pode ser avaliado pecuniariamente. Na árvore jurídica, há ramos que possuem grande conteúdo econômico, como acontece com o Direito do Trabalho, Empresarial, Tributário, Civil, especialmente aos direito reais, obrigacionais e sucessórios. Invenções: A INOVAÇÃO é representada pelas invenções/criações, que provocam novos hábitos e costumes, indo determinar a evolução nas instituições jurídicas, de vez que estas devem ser um reflexo da realidade social. Ideologia: Poder social e relações de podem que movem uma sociedade. Tendências sociais. Concepção distinta de organização social e reúne valores específicos. Educação: Para assegurar o conhecimento, a cultura, a pesquisa, o Estado utiliza-se de numerosas leis que organizam a educação em todos os seus níveis. FATORES CULTURAIS OU HISTÓRICOS DO DIREITO FORÇAS ATUANTES NA LEGISLAÇÃO Os Fatores Jurídicos, podem levar o legislador a elaborar novas leis, espontaneamente, ou podem ser impostos mediante apoio ou instrumento de certas forças atuantes na sociedade, como a política, a opinião pública, os grupos organizados e as chamadas medidas de hostilidade. Política: Em função de sua linha doutrinária, cada partido político deve movimentar-se, a fim de que suas teses se realizem concretamente. Opinião Pública: Ocorre quando a atenção do povo é despertada por algum caso particular, da sua simpatia, e que não encontra amparo na ordem jurídica vigente. Esta, através das mais variadas formas (artigos de jornais, rádio, e televisão, cartas e telegramas), exerce pressão sobre o poder social, no sentido de modificar a ordem jurídica. Grupos Organizados: Na defesa de seus interesses comuns, as pessoas procuram se organizar em grupos conforme as diversas classes, a fim de alcançar maior força e prestígio perante as autoridade públicas. Ex: sindicatos, associações, etc. Medidas de Hostilidades: A greve do trabalhador, o lockout, a greve dos contribuintes, o engarrafamento no trânsito, são alguns exemplos hostis utilizados a fim de pressionar o poder público para o atendimento de reivindicações. FORÇAS ATUANTES NA LEGISLAÇÃO Política: Em função de sua linha doutrinária, cada partido político deve movimentar-se, a fim de que suas teses se realizem concretamente. FORÇAS ATUANTES NA LEGISLAÇÃO Opinião Pública: Ocorre quando a atenção do povo é despertada por algum caso particular, da sua simpatia, e que não encontra amparo na ordem jurídica vigente. Esta, através das mais variadas formas (artigos de jornais, rádio, e televisão, cartas e telegramas),exerce pressão sobre o poder social, no sentido de modificar a ordem jurídica. FORÇAS ATUANTES NA LEGISLAÇÃO Grupos Organizados: Na defesa de seus interesses comuns, as pessoas procuram se organizar em grupos conforme as diversas classes, a fim de alcançar maior força e prestígio perante as autoridade públicas. Ex: sindicatos, associações, etc. FORÇAS ATUANTES NA LEGISLAÇÃO Medidas de Hostilidades: A greve do trabalhador, o lockout, a greve dos contribuintes, o engarrafamento no trânsito, são alguns exemplos hostis utilizados a fim de pressionar o poder público para o atendimento de reivindicações. FORÇAS ATUANTES NA LEGISLAÇÃO Homicídio qualificado no rol dos crimes hediondos – Caso Daniela Perez – Política e Opinião Pública Caso Monark e apologia ao Nazismo – Opinião Pública e Grupos Organizados Casamento LGBTQI+ - Grupos Organizados Voto Direto – Diretas Já – 1983/1984 – Opinião pública e grupos organizados Estatuo do Desarmamento – Plebiscito – Opinião Pública, Grupos Organizados e Política. FORÇAS ATUANTES NA LEGISLAÇÃO DIREITO E REVOLUÇÃO Enquanto os fatores jurídicos provocam uma evolução gradativa no Direito, o fato histórico de uma revolução desencadeia, necessariamente, rápidas e amplas modificações na área do Direito Público. A revolução é um acontecimento político motivado pela insatisfação social quanto às instituições e regime vigentes. Caracateriza-se por uma dupla ação: intelectual e de força. Pressupõe idealismo que se funda em novas concepções, em uma ideologia que se pretende implantar na organização social. “modificação não legal dos princípios fundamentais da ordem constitucional existente”. Reinhold Zippelius. NORMA JURÍDICA São pontos culminantes do processo de elaboração do Direito e a estação de partida operacional da Dogmática Jurídica. Para promover a ordem social, o Direito Positivo deve ser prático, ou seja, revelar-se mediante normas orientadoras das condutas interindividuais. A norma jurídica exerce justamente esse papel de ser o instrumento de definição da conduta exigida pelo Estado. São padrões de conduta. Conduta exigida ou o modelo imposto de organização social A norma jurídica é um comando, um imperativo dirigido às ações dos indivíduos — e das pessoas jurídicas e demais entes. É uma regra de conduta social; sua finalidade é regular as atividades dos sujeitos em suas relações sociais. A norma jurídica imputa certa ação ou comportamento a alguém, que é seu destinatário. - RIZZATO Dessa forma, a norma jurídica, ao se dirigir ao destinatário, proíbe e obriga, isto é, aquele que deve cumprir seu comando estará diante de uma proibição (“É proibido fumar neste estabelecimento”) ou de uma obrigação (“É obrigatório o uso de crachá de identificação para a entrada neste setor”). - RIZZATO NORMA JURÍDICA Definir a estrutura da norma jurídica em duas partes, parece o mesmo que dizer que a norma oferece uma alternativa para o seu destinatário. Assim, a norma jurídica, considerada em sua forma genérica, apresenta uma estrutura una, na qual a sanção se integra a ela. Se A é, B deve ser, sob pena de S. Ex: quem é contribuinte do imposto de renda (A) deve apresentar a sua declaração até data limite (B), sob pena de perder o direito ao parcelamento do débito (S). NORMA JURÍDICA Segundo Miguel Reale: “o que efetivamente caracteriza uma norma jurídica, de qualquer espécie, é o fato de ser uma estrutura proposicional enunciativa de uma forma de organização ou de conduta, que deve ser seguida de maneira objetiva e obrigatória” Predominantemente os seus caracteres são: BILATERALIDADE, GENERALIDADE, ABSTRATIVIDADE, IMPERATIVIDADE, COERCIBILIDADE NORMA JURÍDICA BILATERALIDADE: O Direito existe sempre vinculando duas ou mais pessoas. Atribuindo poder a uma parte e impondo dever à outra. Em toda relação jurídica há sempre um sujeito ativo, portador do direito subjetivo e um sujeito passivo, possui o dever jurídico. NORMA JURÍDICA GENERALIDADE: A norma jurídica é preceito de ordem geral, obrigatório a todos que se achem em igual situação jurídica. Princípio da isonomia da lei. NORMA JURÍDICA ABSTRATIVIDADE: Visando a atingir o maior número de situações, a norma jurídica é abstrata, regulando os casos dentro do seu denominador comum, ou seja, como ocorrem via de regra. E quando surgirem lacunas? NORMA JURÍDICA IMPERATIVIDADE: Para garantir efetivamente a ordem social, o Direito se manifesta através de normas que possuem caráter imperativo, pois se assim não fosse não lograria estabelecer segurança, nem justiça. O caráter imperativo da norma significa imposição de vontade e não mero aconselhamento. Normas preceptivas e proibitivas que impõem uma ação ou omissão, a imperatividade se manifesta mais nitidamente. Normas explicativas ou declarativas é menos fácil de se descobrir essa imperatividade. Nesses casos esta características existe na associação de duas normas, na vinculação entre a norma secundária (explicativa ou declarativa) e a primária (objeto da explicação ou definição) NORMA JURÍDICA Coercibilidade quer dizer possibilidade de uso da coação. Este possui dois elementos: psicológico e material. O primeiro exerce a intimidação, através das penalidades previstas para a hipótese de violação das normas jurídicas. O elemento material é a força propriamente, que é acionada quando o destinatário da regra não a cumpre espontaneamente. NORMA JURÍDICA A sanção faz parte da estrutura da norma jurídica, imputando outra ação ou comportamento (em forma de pena, punição) àquele que descumpre o comando primário da norma jurídica. FUNÇÃO: DIRIGIR A CONDUTA DOS INDIVÍDUOS CONDUZ DE DOIS MODOS: proibição e obrigação. As normas jurídicas fixam uma ação ou comportamento primeiramente queridos: uma prestação; e, também, ao mesmo tempo, outra ação, comportamento ou efeito jurídico imputados aos que não cumprirem a prestação: a sanção. NORMA JURÍDICA A sanção é a consequência jurídica — imputação de certa ação, comportamento ou efeito jurídico — que atinge o destinatário da norma jurídica, ou o ato jurídico praticado, quando ele descumpre a prestação prevista. A coerção e a coação Coerção, do latim coertione: o poder legal da autoridade estatal de coagir, de reprimir. Coação, do latim coactione: ação de compelir alguém a fazer ou não fazer alguma coisa. É o constrangimento direto ou indireto, mas eficiente, exercido sobre uma pessoa com o escopo de lhe impedir a livre manifestação de vontade. Pode, pois, ser física ou psíquica e moral. NORMA JURÍDICA "Para concluir, então, consigne-se e repita- se que a nota distintiva da norma jurídica em relação às outras normas é a sanção e a sua possibilidade de exigência e execução forçada, quer pelo Estado através de seus órgãos, quer pelo particular interessado, que buscará sua satisfação através dos órgãos do Estado, em especial o Poder Judiciário." (NUNES, 2018, p.443) NORMA JURÍDICA EXISTE NORMA JURÍDICA SEM SANÇÃO? São normas que cumprem uma função “não estritamente normativa”, consideradas meramente formais, cuja finalidade é orientar ou dificultar certos atos; são, por exemplo, normas que fixam critérios de classificação, como o Código Civil (CC) faz ao estabelecer as classificações legais das coisas. (EXPLICATIVAS, DEFINIDORAS) A norma jurídica não existe isoladamente: convive de forma complexa, conectada a outras normas, naquilo que a doutrina chama de “ordenamento jurídico”. Este é, portanto, o conjunto das normas jurídicas. CLASSIFICAÇÃO DA NORMA JURÍDICA Dentre várias classificações apresentadas pela doutrina, temos uma possível: QUANTO A HIERARQUIA a) Normas constitucionais. b) Leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, decretos legislativos e resoluções, medidas provisórias. c) Decretos regulamentares. d) Outras normas de hierarquia inferior, tais como portarias, circularesetc. NORMA JURÍDICA NORMA JURÍDICA QUANTO À NATUREZA DE SUAS DISPOSIÇÕES. a) Normas jurídicas substantivas: São as que criam, declaram e definem direitos, deveres e relações jurídicas. EX: Código Civil, Código Penal, Código Comercial, Código de Defesa do Consumidor etc. b) Normas jurídicas adjetivas: as adjetivas ou processuais, são as que regulam o modo e o processo, para o acesso ao Poder Judiciário. EX: CPC, do CPP, as normas processuais da Lei do Inquilinato, as normas processuais da CLT, etc. QUANTO À APLICABILIDADE a) Normas jurídicas autoaplicáveis. b) Normas jurídicas dependentes de complementação. c) Normas jurídicas dependentes de regulamentação. Denominam-se autoaplicáveis as normas que entram em vigor independentemente de qualquer outra norma posterior. Apresentam todos os requisitos necessários, entrando em vigor na data de sua publicação ou dentro dos prazos estabelecidos. A maior parte das normas jurídicas aqui se enquadra. NORMA JURÍDICA Dependentes de complementação, são as que expressamente declaram sua necessidade de complementação por outra norma; Como exemplo, temos várias normas constitucionais que dispõem a regulamentação de uma série de assuntos por leis ordinárias e complementares. Assim, a participação dos trabalhadores nos lucros das empresas (art. 7º, XI: “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) NORMA JURÍDICA c) As dependentes de regulamentação, designam geralmente que órgãos do Poder Executivo definirão e detalharão sua aplicação e executoriedade. Elas surgem em forma de decreto regulamentar. Ex: Art. 37, inciso VII, da CF/88, que trata do direito de greve dos servidores públicos “o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica”. NORMA JURÍDICA QUANTO A SISTEMATIZAÇÃO a) Constitucionais. As que, dispostas num único corpo legislado, são postas por um poder constituinte para controlar e validar todas as outras normas do sistema. Elas reúnem, assim, normas de todos os ramos do Direito. b) Codificadas. As que constituem um todo orgânico de normas relativas a certo ramo do Direito e são fixadas numa única lei. Citem-se como exemplos o Código Civil (CC), o Código Penal (CP), o Código de Processo Civil (CPC), o Código Tributário Nacional (CTN), o Código Comercial (CCom) etc.c) NORMA JURÍDICA QUANTO A SISTEMATIZAÇÃO c)Esparsas. Aquelas editadas isoladamente para tratar de temas específicos. Por exemplo, a Lei do Inquilinato, a lei que criou o FGTS, a que instituiu o salário-família etc. d) Consolidadas Aquelas editadas isoladamente para tratar de temas semelhantes e reunidas em um único documento. Por exemplo, a CLT. NORMA JURÍDICA NORMA JURÍDICA QUANTO À OBRIGATORIEDADE a) Normas de ordem pública. b) Normas de ordem privada. A doutrina costuma distinguir normas de ordem pública (imperativas) de normas de ordem privada (permissivas), designando aquelas como as que não podem ser modificadas por convenção dos particulares, e estas como as que permitem aos particulares estabelecer regras por ato de vontade. QUANTO À ESFERA DO PODER PÚBLICO DE QUE EMANAM a) Federais. b) Estaduais. c) Municipais. Como os próprios nomes dizem, as normas jurídicas serão federais, estaduais ou municipais, na medida em que sejam instituídas pela União, pelos Estados-Membros e pelos Municípios. NORMA JURÍDICA Fala-se de a norma jurídica ser válida quando criada segundo os critérios já estabelecidos no sistema jurídico: respeito à hierarquia, que tem como ponto hierárquico superior a Constituição Federal; aprovação e promulgação pela autoridade competente; respeito a prazos e quórum; conteúdo de acordo com as designações de competências para legislar. A norma válida, isto é, aprovada e promulgada segundo os ditames do sistema jurídico, vige no tempo e em certo território (no espaço). LEGITIMIDADE DA NORMA JURÍDICA VIGÊNCIA DAS NORMAS JURÍDICAS NO TEMPO As normas jurídicas têm “vida” própria, nascendo, existindo, alterando-se parcialmente e morrendo. A vigência implica que a norma jurídica seja obrigatória, e isso só se dá com a publicação oficial. A promulgação torna a lei existente, mas não ainda obrigatória. A norma jurídica entra em vigor após a publicação oficial, que no plano federal se dá no Diário Oficial da União — DOU, e no estadual no Diário Oficial do Estado — DOE. VIGÊNCIA DAS NORMAS JURÍDICAS NO TEMPO A decisão sobre se a norma jurídica principia a viger na data da publicação ou em data posterior é do órgão que a elaborou. Se, de toda forma, a própria norma jurídica não designar a data de sua entrada em vigor, considerar- se-á vigente 45 dias após sua publicação oficial, por disposição do art. 1º, caput, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro — LINDB (“Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o País 45 (quarenta e cinco) dias depois de oficialmente publicada”). LINDB VACATIO LEGIS: São 3 modalidades. Se durante a vacatio legis ocorrer nova publicação oficial da norma jurídica visando unicamente a corrigir erros materiais e falhas de ortografia, os prazos de 45 dias (do art. 1º, caput) e de 3 meses (do § 1º do art. 1º) começam a contar-se novamente, por disposição do § 3º do art. 1º da LINDB: “Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação”. VIGÊNCIA DAS NORMAS JURÍDICAS NO TEMPO Por extensão, deve-se entender que, se houver nova publicação em período da vacatio legis diverso dos 45 dias ou dos 3 meses já referidos (art. 1º, caput e § 1º), por exemplo, no período fixado pelo CDC — 180 dias —, para o fim de corrigir erros materiais e falhas de ortografia, começa-se a contar o prazo novamente. Quando a publicação com a finalidade de correção é feita relativamente a norma jurídica já em vigor, esta é considerada como norma nova (§ 4º do art. 1º da LINDB: “As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova”), sujeita, naturalmente, aos prazos por ela própria determinados ou aos do caput do art. 1º, bem como do seu § 1º. VIGÊNCIA DAS NORMAS JURÍDICAS NO TEMPO A norma jurídica normalmente tem caráter permanente, só perdendo sua vigência quando é revogada. Mas há normas jurídicas cujo fim é predeterminado, tendo, então, vigência temporária. O término da norma jurídica temporariamente vigente ocorre quando seu próprio texto dispõe a data de seu fim (por exemplo, as leis de incentivos fiscais que vigoram por certo período de anos, ou por um exercício etc.). Ocorre também quando a lei é posta em vigor e sua vigência está subordinada a um fato ou situação jurídica, como ao estado de guerra, de sítio, de calamidade pública etc. VIGÊNCIA DAS NORMAS JURÍDICAS NO TEMPO REVOGAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS A revogação está dividida em: a) “ab-rogação”, que é a supressão total da norma jurídica anterior; b) “derrogação”, que torna fora de vigência apenas parte da norma jurídica anterior — um só capítulo, uma só seção, um só artigo, um único inciso, apenas um parágrafo, ou mesmo parte deles. VIGÊNCIA DAS NORMAS JURÍDICAS NO TEMPOVIGÊNCIA DAS NORMAS JURÍDICAS NO TEMPO REPRISTINAÇÃO (que significa restituir-se ou retornar ao valor ou estado primitivo). Repristinação da norma jurídica seria, então, fazer retornar à vida uma norma já revogada, pelo fato de a norma revogadora ter perdido a sua vigência. Dizendo de outra maneira: suponhamos que a lei 1 esteja em vigor. Surge a lei 2, que expressamente a revoga. Logo, a lei 1 deixa de existir e viger por ter sido revogada. Daí surge a lei 3, que revoga a lei 2 e não coloca nada em seu lugar. Com isso, a lei 2 também perde vigência. Todavia, a lei 1, que havia sido revogada pela lei 2 (que acabou também sendo revogada), não volta a viger. VIGÊNCIADAS NORMAS JURÍDICAS NO TEMPO Esse instituto não é aceito em nosso sistema (§ 3º do art. 2º da LINDB), pelo menos de forma automática. Como a repristinação põe em risco a segurança jurídica, ela está vedada. Quando uma norma jurídica — ou parte dela — é revogada, ela não voltará a viger, ainda que a norma revogadora perca, por qualquer motivo, sua própria vigência. Para que a norma revogada volte a ter vigência, será preciso que a norma jurídica revogadora ou outra mais nova assim o declare. VIGÊNCIA DAS NORMAS JURÍDICAS NO TEMPO VIGÊNCIA DAS NORMAS JURÍDICAS NO ESPAÇO As normas jurídicas têm seu campo de abrangência limitado por espaços territoriais, em nível nacional, pelas fronteiras do Estado, o que inclui sua extensão de águas territoriais e as ilhas aí localizadas, os aviões, os navios e as embarcações nacionais, as áreas das embaixadas e consulados etc., bem como o subsolo e a atmosfera. Essa delimitação é conhecida como “princípio da territorialidade” das normas jurídicas. Com o avanço das relações internacionais, os Estados modernos passaram a admitir, em determinadas circunstâncias, a aplicação de leis estrangeiras em seus territórios. EFICÁCIA DAS NORMAS JURÍDICAS Eficácia significa que a norma jurídica produz, realmente, os efeitos sociais planejados. A norma atingiu a sua finalidade. RETROATIVIDADE: a norma jurídica vige do presente em direção ao futuro, mas a eficácia e especialmente a incidência concreta podem ir para o passado. A norma pode retroagir, mas não atinge certas garantias. As normas jurídicas não podem retroagir atingindo o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. No Brasil tal garantia é constitucional (inc. XXXVI do art. 5º da CF) e já estava prevista no art. 6º da Lei de Introdução (LINDB), que em seus três parágrafos define tais institutos jurídicos. Por outro lado, em alguns casos do Direito Penal e Tributário a norma jurídica retroage sempre. RETROATIVIDADE Direito Adquirido: é o que já se incorporou definitivamente ao patrimônio e/ou à personalidade do sujeito de direito. Tal direito adquirido, uma vez incorporado ao patrimônio e/ou à personalidade, não pode ser atingido pela norma jurídica nova. Ex: Aposentadoria O Ato Jurídico Perfeito: é o ato já consumado, pelo exercício do direito estabelecido segundo a norma vigente ao tempo em que ele foi exercido. EFICÁCIA DAS NORMAS JURÍDICAS Coisa Julgada: é a qualidade atribuída aos efeitos da decisão judicial definitiva, considerada esta a decisão de que já não cabe recurso. A coisa julgada pode vir a ser questionada por meio de ação rescisória, nos termos e pelas causas legais taxativamente (exclusivamente) arroladas no art. 966 do CPC, que dispõe: Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: I — se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; II — for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; III — resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; IV — ofender a coisa julgada; V — violar manifestamente norma jurídica; VI — for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória; VII — obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; VIII — for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos”. EFICÁCIA DAS NORMAS JURÍDICAS Casos de irretroatividade e de retroatividade benéfica No Direito Penal a irretroatividade é plena e está garantida pelo inciso XXXIX do art. 5º da Constituição Federal (“não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”) e pelo art. 1º do CP (“Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal”). A tipificação posterior não atinge, de forma alguma, o fato existente anteriormente. Mas, a contrario sensu, no Direito Penal a lei sempre retroage para beneficiar o réu. CP (art. 2º e seu parágrafo único: “Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado”). No Direito Tributário, além das disposições quanto à irretroatividade, às quais estão submetidas todas as normas jurídicas, por força da garantia constitucional, no que respeita ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada, vigem, também, princípios similares aos do Direito Penal. EFICÁCIA DAS NORMAS JURÍDICAS EFICÁCIA DAS NORMAS JURÍDICAS Eficácia de norma jurídica inválida. Ex: Plano Collor Apesar de inválida, a norma jurídica pode ser eficaz e incidir concretamente, pelo menos até que o Poder Judiciário impeça sua eficácia ou mesmo até que o Poder Legislativo a revogue. A declaração de inconstitucionalidade de norma jurídica pode ser feita pelo juiz singular, num caso judicial particular e concreto. A retirada da eficácia da lei declarada inconstitucional, de forma genérica, para todos, é feita pelo Senado Federal, após decisão do Supremo Tribunal Federal, conforme estabelecido pelo art. 52, X, c/c o art. 102 da Constituição Federal (a matéria é estudada pela cadeira de Direito Constitucional). O DIREITO POSITIVO Direito positivo é o conjunto das normas jurídicas escritas e não escritas (o costume jurídico), vigentes em determinado território e, também, na órbita internacional na relação entre os Estados, sendo o direito positivo aí aquele estabelecido nos tratados e costumes internacionais. Esse direito positivo pode ser separado em dois elementos: de um lado, o direito objetivo e, de outro, o direito e o dever subjetivos. O DIREITO POSITIVO DIREITO OBJETIVO: É o conjunto, em si, das normas jurídicas escritas e não escritas, independentemente do momento do seu exercício e aplicação concreta. Por isso, o direito objetivo acaba sendo confundido com o direito positivo. O direito objetivo corresponde à norma jurídica em si, enquanto comando que pretende um comportamento. É aquele objetivado independentemente do momento de uso e exercício. O direito positivo é a soma do direito objetivo com o direito e o dever subjetivos. O DIREITO POSITIVO O DIREITO SUBJETIVO: é a prerrogativa colocada pelo direito objetivo, à disposição do sujeito do direito. Essa prerrogativa há de ser entendida como a possibilidade de uso e exercício efetivo do direito, posto à disposição do sujeito. Por exemplo, o direito objetivado como Lei do Inquilinato, que regula o despejo do inquilino por falta de pagamento, faz nascer para o proprietário-locador o direito subjetivo de pleitear o despejo do inquilino. Esse direito subjetivo — direito de propor ação para despejar o inquilino — é posto à disposição do locador como uma prerrogativa. Ou, em outras palavras, o locador não tem a obrigação de ingressar com ação de despejo contra o inquilino. Pode ou não ingressar. É direito subjetivo seu, e somente a ele cabe decidir se o exercita ou não. O DIREITO POSITIVO DEVER SUBJETIVO: de um lado, tem-se o direito subjetivo, isto é, potencialidade ou exercício de um direito, de outro, tem- se um dever subjetivo, colocado e em posição diametralmente oposta. Na ação de despejo por falta de pagamento de aluguel, têm-se claramente, de um lado, o direito subjetivo do locador de propor ação de despejo e de ameaçar propor a ação, e, do outro, o dever subjetivo do inquilino de pagar o aluguel, sob pena de padecer dos efeitos da sanção — que é o despejo. O DIREITO POSITIVO Joana teve um filho com Marcos, hoje contandoa criança com 3 anos. Joana por anos, nunca buscou o auxílio do pai da criança para a divisão dos gastos com a sua criação. Contudo, agora, Joana pretende ingressar com a ação de alimentos, para obrigar Marcos, judicialmente, a cumprir com a sua obrigação de genitor. Qual o Direito Objetivo? Qual o Direito Subjetivo? Qual o Dever Subjetivo? A DIVISÃO NO DIREITO POSITIVO DIREITO PÚBLICO, PRIVADO, DIFUSOS E COLETIVOS. Desde que se começou a tomar consciência dos novos direitos sociais que se firmaram com o desenvolvimento das sociedades de massa (especialmente o Direito do Consumidor e o Direito Ambiental), surgiu um conceito diferente que acabou possibilitando a elaboração de nova classificação, agora capaz de dar conta dos problemas que os limites entre Direito Privado e Público punham. A DIVISÃO NO DIREITO POSITIVO DIREITO DIFUSOS E COLETIVOS: No direito difuso, o sujeito é indeterminado, enquanto no direito coletivo ele é determinado e determinável, sendo que, numa categoria estrita de direito coletivo, a de direitos individuais homogêneos, ele é sempre determinado. Os chamados direitos difusos são aqueles cujos titulares não são determináveis. Isto é, os detentores do direito subjetivo que se pretende regrar e proteger são indeterminados e indetermináveis. Ex: Direito do Trabalho, Previdenciário e Econômico A DIVISÃO NO DIREITO POSITIVO DIREITO PÚBLICO: aquele que reúne as normas jurídicas que têm por matéria o Estado, suas funções e organização, a ordem e segurança internas, com a tutela do interesse público, tendo em vista a paz social, o que se faz com a elaboração e a distribuição dos serviços públicos, através dos recursos indispensáveis à sua execução. O Direito Público cuida, também, na ótica internacional, das relações entre os Estados. A DIVISÃO NO DIREITO POSITIVO O Direito Privado, por sua vez, reúne as normas jurídicas que têm por matéria os particulares e as relações entre eles estabelecidas, cujos interesses são privados, tendo por fim a perspectiva individual. cada vez mais o Estado intervém na órbita privada, não só para garantir os direitos ali estabelecidos, mas também para impor normas de conduta, anular pactos e contratos, rever cláusulas contratuais etc. Há, de fato, uma nova concepção social do Direito. Os contratos celebrados a partir do século XIX sofreram fortemente a influência do liberalismo reinante. O princípio fundamental vigente, então, fundado na autonomia da vontade privada, era o pacta sunt servanda (o pactuado deve ser observado). Esse regime vigorou fortemente até meados do século XX, estampado nas normas do Direito Civil e Direito Comercial, e vigora, ainda, atenuado pelas novas e modernas teorias dos contratos e, também, limitado pelas várias normas que regem as cláusulas contratuais. O princípio pacta sunt servanda veio sendo limitado pelo trabalho da doutrina e da jurisprudência e, posteriormente, da lei. Começou-se a perceber que certos contratos continham claramente cláusulas leoninas (um dos contratantes fica com a parte do “leão”, a parte boa, ou todas as vantagens etc.). Passaram a se tornar intoleráveis cláusulas e contratos que implicassem o desequilíbrio das partes. Com o advento, a partir do início do século XX, das sociedades de consumo de massa, sociedades essas que cresceram rumo à produção em série, e altamente especializada, os contratos também se alteraram. Para facilitar e agilizar as contratações foram criados formulários com cláusulas preestabelecidas, nos quais uma das partes apenas assinava, aderindo. – Contrato de Adesão Concordo com os termos e desejo prosseguir. Ex: Direito Civil e Empresarial A DIVISÃO NO DIREITO POSITIVO RAMOS DO DIREITO PÚBLICO INTERNO DIREITO CONSTITUCIONAL: O Direito Constitucional, propriamente, engloba as normas jurídicas constitucionais, isto é, aquelas pertencentes à Constituição, em toda sua amplitude, dentre as quais se destacam as atinentes à forma e à organização do Estado, ao regime político, à competência e função dos órgãos estatais estabelecidos, aos direitos e garantias fundamentais dos cidadãos etc. No Brasil, essas normas estão estabelecidas na atual Constituição Federal, vigente desde 5-10-1988. DIREITO ADMINISTRATIVO: O Direito Administrativo corresponde ao conjunto de normas jurídicas que organizam administrativamente o Estado, fixando os modos, os meios e a forma de ação para a consecução de seus objetivos. Dessa forma, tais normas estruturam e disciplinam as atividades dos órgãos da Administração Pública direta e indireta, as autarquias, as empresas públicas, as entidades paraestatais etc. Essas normas referem-se, ainda, ao Poder de Polícia da Administração. Elas disciplinam também os serviços públicos e suas permissões e concessões, os critérios de oportunidade dos atos discricionários etc. Enfim, regulam todos os atos e procedimentos administrativos. Art. 37 da CF. Legislação esparsa. RAMOS DO DIREITO PÚBLICO INTERNO DIREITO TRIBUTÁRIO: pauta-se no exame da legalidade e constitucionalidade dos atos do Poder Público para a criação de impostos, taxas e contribuições. O Direito Tributário envolve, assim, as normas jurídicas voltadas para a arrecadação de tributos, bem como as que cuidam das atividades financeiras do Estado, regulando suas receitas e despesas. Seus principais instrumentos legais são a própria Constituição Federal, o Código Tributário Nacional (CTN) e uma série de leis esparsas. DIREITO PROCESSUAL: Também conhecido como direito adjetivo, porque é instrumento do direito material — que é direito substantivo —, o Direito Processual regula o processo judicial, bem como a organização judiciária. (Processual Civil, Penal e do Trabalho) RAMOS DO DIREITO PÚBLICO INTERNO DIREITO PENAL: O Direito Penal corresponde ao conjunto das normas jurídicas que regulam os crimes e as contravenções penais (condutas ilícitas penais de menor potencial ofensivo), com as correspondentes penas aplicáveis. Seus principais instrumentos legais são o Código Penal e a Lei das Contravenções Penais, acrescidos de diversas leis esparsas. DIREITO ELEITORAL: Compõe-se do conjunto das normas jurídicas que disciplinam a escolha dos membros do Poder Executivo e do Poder Legislativo. Essas normas estabelecem os critérios e as condições para o eleitor votar, para alguém se candidatar, bem como as datas das eleições, as formas das apurações, o número de candidatos a serem eleitos, fixando as bases para a criação e o funcionamento dos partidos políticos etc. Código Eleitoral e Legislação Esparsa. DIREITO MILITAR: O Direito Militar é aquele que regula as normas que afetam os militares. A Constituição Federal regula a questão no art. 42, e há no sistema jurídico o Código Penal Militar (Dec.-Lei n. 1.001, de 21-10-1969) e o Código de Processo Penal Militar (Dec.-Lei n. 1.002, de 21-10-1969). RAMO DO DIREITO PÚBLICO EXTERNO DIREITO INTERNACIONAL: compõe-se das normas convencionais (tratados internacionais, também chamados de convenções, pactos, convênios, acordos) e dos costumes jurídicos internacionais. Tratado internacional é o acordo realizado por Estados independentes, visando à ordenação, através de cláusulas que se tornam normas jurídicas, de temas de interesse comum. Assim, por exemplo, citemos a Convenção de Genebra de 1931, que fixou normas sobre uso de cheque, a chamada “Lei Uniforme sobre Cheque”; ou a Convenção de Varsóvia de 1929, que trata, dentre outros temas, da responsabilidade do transportador aéreo internacional relativa a atraso de embarque, extravio de bagagens etc. As normas estabelecidas nos tratados obrigam os Estados que vierem a ratificá-los, ou que os celebrarem, ou que a eles vierem a aderir. RAMOS DO DIREITO PRIVADO DIREITO CIVIL: é também conhecido como direito comum. Ele engloba as normas jurídicas que regem, entre outros, a capacidade e o estado das pessoas, o nascimento, o fim, o nome, a maioridadeetc.; as relações familiares — casamento, separação, divórcio, relações de parentesco, pátrio poder etc.; as relações patrimoniais e obrigacionais — direitos reais e pessoais, posse, propriedade, compra e venda, contratos etc.; a sucessão hereditária — divisão, espólio, meação, testamentos etc. O principal diploma legal do Direito Civil é o Código Civil brasileiro (CC), que foi editado em 11-1-2002 e entrou em vigor em 12-1-2003, tendo revogado o vetusto Código Civil de 1916. DIREITO EMPRESARIAL: O chamado Direito Comercial foi englobado pelo Direito Empresarial, que abrange, por sua vez, as normas jurídicas que regulam a atividade comercial ou empresarial, entendida esta como a de fabricação, produção, montagem, distribuição, comercialização etc. de produtos, nas relações estabelecidas entre as próprias pessoas que exercem tais atividades, bem como os serviços prestados de umas às outras. Ou, em outras palavras, o Direito Comercial ou empresarial trata das relações entre empresários, que exercem aquelas atividades, com vistas ao lucro. Além disso, o Direito Empresarial cuida da questão do capital, da relação entre empresa e acionista, da falência e da recuperação das empresas etc. Seus principais instrumentos legais são o Código Civil (CC), arts. 966 a 1.195, Código Comercial (CCom), arts. 457 e s.34, editado em 1850 e alterado por inúmeras outras leis esparsas (Lei de Falências e Recuperação de Empresas, Lei das Sociedades por Cotas de Responsabilidade Limitada, Lei das Sociedades Anônimas etc.). RAMOS DO DIREITO PRIVADO RAMOS DOS DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS DIREITO DO TRABALHO: regulam as relações entre o empregado e o empregador (patrão), compreendendo o contrato de trabalho, o registro do empregado, a rescisão, a despedida, as verbas trabalhistas, os salários e seus reajustes, a duração da jornada de trabalho etc. Seu principal diploma legal é a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de 1º-5-1943, acrescida e alterada por uma série de leis esparsas — leis de acidente do trabalho, do empregado doméstico, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço — FGTS etc. DIREITO PREVIDENCIÁRIO: engloba as normas jurídicas que cuidam da Seguridade Social (compreendendo a Saúde, a Previdência Social e a Assistência Social) e atua por intermédio de seus órgãos (INSS, SUS etc.), estabelecendo os benefícios e as formas de sua obtenção — auxílio-doença, salário-maternidade, aposentadoria por tempo de contribuição e por invalidez, direito à pensão na viuvez e na orfandade. Seus principais instrumentos legais são a Lei de Organização e Custeio da Seguridade Social (Lei n. 8.212/91); o Plano de Benefícios da Previdência Social (Lei n. 8.213/91); a Lei Orgânica da Saúde (Lei n. 8.080/90); a Lei Orgânica da Assistência Social (Lei n. 8.742/93); e o Programa do Seguro-Desemprego (Lei n. 7.998/90) (Cf. Wagner Balera, Sistema de Seguridade Social, 2. ed., São Paulo, LTr, 2002, p. 18 e s.). DIREITO ECONÔMICO: É o ramo do Direito que se compõe das normas jurídicas que regulam a produção e a circulação de produtos e serviços, com vistas ao desenvolvimento econômico do País, especialmente no que diz respeito ao controle do mercado interno, na luta e disputa lá estabelecida entre as empresas, bem como nos acertos e arranjos feitos por elas para explorarem o mercado. São normas, portanto, que regulam monopólios e oligopólios, tentam impedir a concorrência desleal etc. Tais normas estão espalhadas em leis esparsas, dentre as quais se destacam a Lei Antitruste (Lei n. 8.884/94) – combate ao monopólio, a Lei de Economia Popular, a Lei de Livre Concorrência etc. DIREITO DO CONSUMIDOR: Em vigor desde 1º-3-1991 (Lei n. 8.078/90), o CDC regula as relações potenciais ou efetivas entre consumidores e fornecedores de produtos e serviços. As normas do CDC, instituídas para a proteção e defesa do consumidor, são de ordem pública e interesse social. RAMOS DOS DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS DIREITO AMBIENTAL: composto das normas jurídicas que cuidam do meio ambiente em geral, tais como a proteção de matas, florestas e animais a serem preservados, o controle de poluição e do lixo urbano etc. RAMOS DOS DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS DIREITO DIFUSO EXTERNO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO: É o ramo composto pelas normas jurídicas que regulam as relações privadas no âmbito internacional. Como as normas jurídicas têm vigência e eficácia apenas no território do respectivo Estado, só podem produzir efeitos em território de outro Estado se este aceitar. Trata-se, de fato, de “conflito de leis” e por isso há que se definir qual a lei a ser aplicada: em função da nacionalidade ou domicílio da pessoa; da situação da coisa, objeto do direito; e do lugar em que foi realizado o ato. A norma jurídica fundamental que cuida do assunto é a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Dec.-Lei n. 4.657, de 4-9- 1942). Em verdade, esta é uma lei geral de aplicação das normas jurídicas, mas seus arts. 7º a 17 fixam as diretrizes do Direito Internacional Privado brasileiro.
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