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INTRODUÇÃO DO ESTUDO 
DO DIREITO
Bacharelado em Direito – 1º Semestre
FAESB
Prof. Rodrigo Silveira Almeida
O Direito como Ciência MUTÁVEL
 IED – Sistema de Ideias Gerais – p 02 (Nader, Paulo). A introdução ao Estudo do Direito é
matéria de iniciação, que fornece ao estudante as noções fundamentais para a
compreensão do fenômeno jurídico. (...) A introdução não é, em si, uma ciência, mas um
sistema de ideias gerais estruturado para atender a finalidades pedagógicas.
Considerando a sua condição de matéria do curso jurídico, deve ser entendida como
disciplina autônoma, pois desempenha função exclusiva, que não se confunde coma
de qualquer outra. Pg. 02-03
 Objetivo: Fornecer ao iniciante uma visão global do Direito, que não pode ser obtida
através do estudo isolado dos diferentes ramos da árvore jurídica. Pg. 03. Idem
 O ordenamento jurídico é elaborado como processo de adaptação social e, para isto,
deve ajustar-se as condições do meio, de outro, o Direito estabelecido cria a
necessidade de o povo adaptar o seu comportamento aos novos padrões de
convivência.
 DIREITO TAMBÉM É ADAPTAÇÃO À REALIDADE.
 NORMA EM CONSONÂNCIA À REALIDADE
O Direito reflete a Sociedade
 A sociedade cria o Direito no propósito de formular as bases da justiça e segurança.
Com este processo as ações sociais ganham estabilidade. A vida social torna-se
viável. O Direito, porém, não é uma força que gera, unilateralmente, o bem-estar
social. Os valores espirituais que apresenta não são inventos do legislador. Por
definição, o Direito deve ser uma expressão da vontade social e, assim, a legislação
deve apenas assimilar os valores positivos que a sociedade estima e vive. (NADER)
Pg. 18
 As necessidades de paz, ordem e bem comum levam a sociedade à criação de
um organismo responsável pela instrumentalização e regência desses valores. Ao
Direito é conferida esta importante missão. (...) O Direito não corresponde às
necessidades individuais, mas a uma carência da coletividade. A sua existência
exige uma equação social. Só se tem direito relativamente a alguém. O homem
que vive fora da sociedade vive fora do império das leis. O home só, não possui
direitos nem deveres. Pg. 19
Direito é processo de adaptação
 Se o Direito se envelhece, deixa de ser um processo de
adaptação, pois passa a não exercer a função para a qual foi
criado. Não basta, portanto, o ser do Direito na sociedade, é
indispensável o ser atuante, o ser atualizado. (NADER) Pg. 19
 Nam ad ea potius debet aptaris ius, quae et frequentur et facile,
quam quae perraro aveniunt” – Celso - Porque a lei deve adaptar-
se ao que acontece frequente e facilmente e não ao que ocorre
muito raramente. (NADER) Pg 19
 O Direito, portanto, não visa ao aperfeiçoamento do homem –
esta meta pertence à Moral; não pretende preparar o ser humano
para a conquista de uma vida supraterrena, ligada a Deus – valor
perquirido pela Religião; não se preocupa em incentivar a
cortesia, o cavalheirismo ou as normas de etiqueta – âmbito
específico das Regras de Trato Social. (NADER) Pg. 19
O Direito é processo de adaptação social, que consiste em se 
estabelecerem regras de conduta, cuja incidência é independente 
da adesão daqueles a que a incidência da regra jurídica possa 
interessar 
Pontes de Miranda
SOCIEDADE E DIREITO
A experiência tem demonstrado que o homem é
capaz, durante algum tempo, de viver isolado. Não
porém, durante a sua existência. Ele conseguirá,
durante esse tempo, prescindir da convivência e
não da produção social. (NADER)Pg. 19
Mesmo isolado, o homem utiliza-se de
conhecimentos prévios, adquiridos a partir de um
convívio social anterior.
O homem fora da sociedade e “um bruto ou um
Deus” – Aristóteles
SOCIEDADE E DIREITO
 São Tomás de Aquino: enumera 3 hipóteses para o homem fora da
sociedade.
A) mala fortuna – isolamento se dá por catástrofe (naufrágio, queda de
avião) (Série LOST).
B) corruptio naturae – alienação mental, o homem desprovido de
inteligência, vai viver distanciado dos seus semelhantes.
C) excellentia naturae: pra quem possui grande espiritualidade. Eremitas.
 É na sociedade que o homem encontra o ambiente propício ao seu pleno
desenvolvimento.Pg. 24
SOCIEDADE E DIREITO
 Formas de Interação Social e a Ação do Direito. As pessoas e o grupos se relacionam
estreitamente, na busca de seus objetivos. (...) A interação social se apresenta sob as formas
de cooperação, competição e conflito e encontra no Direito a sua garantia, o instrumento de
apoio que protege a dinâmica das ações. Na cooperação as pessoas estão movidas por igual
objetivo e valor e por isso conjugam o seu esforço. A interação se manifesta direta e positiva.
Na competição há uma disputa, uma concorrência, em que as partes procuram obter o que
almejam, uma visando a exclusão da outra. Uma das grandes características da sociedade
moderna, esta forma revela atividades paralelas, em que cada pessoa ou grupo procura reunir
os melhores trunfor, para a consecução de seus objetivos. A interação, nesta espécie, se faz
indireta e, sob muitos aspectos, positiva. O conflito se faz presente a partir do impasse, quando
os interesses em jogo não logram uma solução pelo diálogo e as partes recorrem à luta, moral
ou física, ou buscam a mediação da justiça. Podemos defini-lo como oposição de interesses,
entre pessoas ou grupos, não conciliados pelas normas sociais. No conflito a interação é direta
e negativa. O Direito só irá disciplinar as formas de cooperação e competição onde houver
relação potencialmente conflituosa. Os conflitos são fenômenos naturais à sociedade,
podendo-se ate dizer que lhe são imanentes. Quanto mais complexa a sociedade, quanto
mais se desenvolve, mais se sujeita a novas formas de conflito e o resultado é o que hoje se
verifica, como já se afirmou, em que “o maior desafio não é o de como viver e sim o da
convivência”. (NADER) Pg. 25
SOCIEDADE E DIREITO
 A ação do Direito. O Direito está em função da vida
social. A sua finalidade é favorecer o amplo
relacionamento entre as pessoas e os grupos sociais, que
é uma das bases do progresso da sociedade. Pg. 27
Os litígios surgidos criam para o homem as necessidades
de segurança e de justiça. (...) O Direito se manifesta,
assim, como um corolário inafastável da sociedade. Pg.
27
 A sociedade sem o Direito não resistiria, seria anárquica,
teria o seu fim. O Direito é a grande coluna que sustenta
a sociedade. Criado pelo homem, para corrigir a sua
imperfeição, o Direito representa um grande esforço
para adaptar o mundo exterior às suas necessidades de
vida. Pg 28
SOCIEDADE E DIREITO
 O Direito como fenômeno de adaptação social, não pode
formar-se alheio a esses fatos. (...) O Direito é criado pela
sociedade para reger a própria vida social. No passado,
manifestava-se exclusivamente nos costumes, quando era mais
sensível à influência da vontade coletiva. Na atualidade, o Direito
escrito é forma predominante, malgrado alguns países, como a
Inglaterra, Estados Unidos e alguns povos muçulmanos,
conservarem sistemas de Direito não escrito. (NADER)Pg. 28
 A formulação do Direito se dá por meio do Poder Legislativo que 
o estabelece.
 Semelhante ao trabalho de um sismógrafo, que acusa as
vibrações havida no solo, o legislador deve estar sensível às
mudanças sociais, registrando-as, nas lei e nos código, o novo
Direito. (NADER)Pg. 29
SOCIEDADE E DIREITO
 O Direito não é produto exclusivo da experiência, nem conquista
absoluta da razão. O povo não é seu único autor e o legislador não
extrai exclusivamente de sua razão os modelos de conduta. O
concurso dos dois fatores é indispensável à concreção do Direito. Pg.
29.
 A missão do Direito não é, como no passado, apenas garantir a
segurança do homem, a sua vida, liberdade e patrimônio. A sua meta
mais ampla, é promover o bem comum, que implica justiça,
segurança, bem-estar e progresso. Pg. 29
 Se os fatos caminham normalmente a frente do Direito, conforme os
interesses a serem preservados, o legisladordeverá antecipar-se aos
fatos. Ele deve fazer das leis uma cópia os costumes sociais, com as
devidas correções e complementações. (...) Quando da elaboração
da lei, o legislador haverá de considerar os fatores histórico, natural e
científico e a sua conduta será a de adotar, entre os vários modelos
possíveis de lei, o que mais harmonize os três fatores. Pg. 29
A CIÊNCIA DO DIREITO
 "percebe-se claramente que, de um jeito ou de outro, todos, ou
pelo menos a maioria, tratam o Direito como ciência, numa
evidente manifestação de aceitação de seu caráter científico."
(NUNES, 2018, p.117)
 "Como ramo de ciência humana, a Ciência do Direito tem como
substrato de pesquisa o homem, em todos os aspectos valorativos
de sua personalidade." (NUNES, 2018, p.117)
 "é inadmissível pensar uma Ciência do Direito que não tenha
como fundamento e centro de suas atenções o homem." (NUNES,
2018, p.117)
 "A Ciência do Direito é uma ciência de investigação de condutas
que têm em vista um “dever-ser” jurídico, isto é, a Ciência do
Direito investiga e estuda as normas jurídicas. Estas prescrevem
aos indivíduos certas regras de conduta que devem ser
obedecidas." (NUNES, 2018, p.119)
O Sinal de Trânsito – NUNES, 2018, p.117
 a) O sinal vermelho estava funcionando no momento da ultrapassagem?
 b) E se estivesse quebrado?
 c) O motorista pode escusar-se de pagar a multa alegando que não viu o
sinal?
 d) Pode apresentar a mesma justificativa, alegando que mora naquela rua e
nem percebeu o sinal, pois fora instalado naquele dia?
 e) Pode o motorista alegar que ultrapassou o sinal, porque se aproximaram do
seu carro dois sujeitos mal-encarados e pressentiu que ia ser assaltado?
 f) E se o motorista for menor de idade, vale a multa?
 g) Se não existe norma administrativa estipulando que naquela esquina devia
ter sinal, e os funcionários o instalaram por engano, vale a multa?
 h) Pode a multa ser lavrada por indicação de um cidadão comum a um
guarda de trânsito que não assistiu à ocorrência?
 i) Valerá a multa se ela foi lavrada por um guarda que fica escondido atrás de
uma árvore com um talão na mão, para anotar quem ultrapassar o sinal, ao
invés de se mostrar ostensivamente?
 j) Estará adequado o valor da multa? Será justo seu montante?
 k) O valor deve variar dependendo da qualidade do infrator: se é primário ou
reincidente?
 l) Vale o argumento de que ninguém respeita aquele sinal, porque está mal
colocado naquela esquina?
Vê-se quão intrincados podem ser os fatos e os
argumentos com os quais o cientista do Direito
tem de lidar.
"Contudo, tendo em vista as peculiaridades do
objeto da Ciência do Direito, percebe-se que
ela não tem de dar conta apenas das normas
jurídicas e sua aplicação ou não, mas também
tem de lidar com fatos sociais, aspectos
sociológicos, econômicos, culturais e até
climáticos, com diferenças regionais e
territoriais, bem como com valores éticos e
morais." (NUNES, 2018, p.122)
A CIÊNCIA DO DIREITO
O QUE É DIREITO?
O termo Direito possui várias acepções
 Refere-se a previsão legal estabelecida
 Refere-se a Justiça – decisão judicial
 Símbolo da ordem social
 Direito garante privacidade, intimidade, e ao mesmo
tempo, publicidade e a quebra da intimidade.
 (...)
 estudo da norma jurídica escrita, com método
tipicamente dogmático
Conjunto de normas que regulam as relações humanas.
A CIÊNCIA DO DIREITO E AS ESCOLAS
"próprio termo “ciência do direito”
somente passou a ser utilizado a partir do
século XIX, por invenção da Escola
Histórica alemã. Claro que antes o Direito
já era investigado e estudado, como se
verá, mas não havia uma preocupação
exclusiva com o fato de se estar fazendo
ou não ciência." (NUNES, 2018, p.127)
A escola racionalista. O jusnaturalismo.
Pode-se dizer, em linhas gerais, que essa
escola é fundada no pressuposto de que
existe uma lei natural, eterna e imutável; uma
ordem preexistente, de origem divina ou
decorrente da natureza, ou, ainda, da
natureza social do ser humano. O método
para conhecer essa ordenação prévia é o
racional. A razão não chega a trabalhar com
realidades concretas.
A CIÊNCIA DO DIREITO E AS ESCOLAS
O empirismos jurídico: Escola de Exegese e
Escola Histórica
Coloquemos que, para os empiristas, o
conhecimento é resultante do exame do objeto
— ao contrário do racionalismo, que o
pressupõe no sujeito cognoscente. O empirismo
jurídico, assim, acredita que o conhecimento
nasce do objeto, que pode ser a norma jurídica
ou o fato social, ou o fenômeno jurídico
produzido no meio social etc.
A CIÊNCIA DO DIREITO E AS ESCOLAS
A CIÊNCIA DO DIREITO E AS ESCOLAS
 Escola de Exegese
 Lei pela Lei. Letra pura da Lei.
 O exegetismo não negou o Direito natural, pois admitia que os códigos seriam
elaborados de modo racional e, portanto, representariam a face humana do
Direito natural.
 O exegetismo não negou o Direito natural, pois admitia que os códigos seriam
elaborados de modo racional e, portanto, representariam a face humana do
Direito natural.
 A maior preocupação era descobrir a vontade do legislador ao se tentar
interpretar a lei
 Esse processo interpretativo mostrou-se insuficiente: nem tudo se podia
resolver com a mera interpretação literal. Foi-se, então, às fontes dessa fonte
fundamental — a lei.
 Passou-se a utilizar, também, o recurso à analogia,
 A Escola da Exegese exerceu poderosa influência não só na França mas
também na Alemanha, Itália etc., espalhando-se por todo o mundo
ocidental, mesmo nos países da common law, como a Inglaterra,
A CIÊNCIA DO DIREITO E AS ESCOLAS
 Escola Histórica - Desenvolvida pelos alemães Gustavo
Hugo, Puchta e Savigny – início do século XIX.
Oposição a Escola de Exegese, mas mantendo o
mesmo método.
 Afirmava que o verdadeiro Direito residia nos usos e
costumes e na tradição do povo. É a história desse
povo, como resultado de suas aspirações e
necessidades, que forma o Direito.
O legislador não cria o Direito. Apenas traduz em
normas escritas o Direito vivo, latente no espírito
popular. Ao contrário da descoberta do espírito da lei,
pregado pela Escola da Exegese, procurava-se o
espírito do povo.
CIÊNCIA DOGMÁTICA DO DIREITO
 Direito na atualidade.
 O saber jurídico aponta, assim, para amplo controle social, no qual se
instrumentaliza o próprio cientista jurídico, que passa a ser um técnico, cujo
acesso ao Direito se faz somente pelo manejo de ferramentas — regras de
interpretação — sem as quais não tem como realizar seu trabalho, que
desempenha depois de aceitar os pontos de partida (dogmas) estabelecidos
pela escola jurídica.
 Ou, em outras palavras, a ação do cientista (dogmático) do Direito se dá na
aceitação de dogmas e no cumprimento de regras técnicas previamente
estabelecidas pela Ciência Dogmática do Direito. Assim, o seu
comportamento, para ser identificado como “científico”, deve-se dar nos
quadros de ação adredemente preparados pela escola de Direito — com
valores, modelos e regras próprias a serem cumpridas.
 Por isso, pode-se afirmar que o bom cientista dogmático do Direito é aquele
que incorporou os valores prévios e os modelos preexistentes, e é bom
cumpridor de regras, que ele maneja com vistas a orientar a ação dos outros.
CIÊNCIA DOGMÁTICA DO DIREITO
 A Ciência Dogmática do Direito compõe-se de doutrinas. Pretendem elas
explicar as normas jurídicas e os problemas possíveis, e formam, de fato,
um complexo argumentativo que se apresenta como orientações,
recomendações e exortações.
 Assim, pode-se dizer que a Ciência Dogmática do Direito cumpre as
funções típicas de uma tecnologia. Seu pensamento é conceitual e
vinculado ao direito posto — normas jurídicas escritas. Com isso, pode
instrumentalizar-se a serviço da ação sobre a sociedade.
 Fazendo-se uma analogia com o trabalho efetivo dos outros cientistas,
podemos dizer que o trabalho científico do Direito consiste também em
submeter problemas surgidos ou criados a hipóteses para solucioná-los. Diante de um problema, o cientista dogmático do Direito levanta
premissas — proposições —, que podem resolvê-lo. Elencadas as
premissas, ele escolhe uma — ou mais de uma — e, tomando-a como
critério, põe fim ao problema, decidindo.
CIÊNCIA DOGMÁTICA DO DIREITO
 Claro que o estudo do Direito empreendido pelas escolas não é tão somente
dogmático, uma vez que há investigações em áreas específicas ou mesmo em
certas cadeiras que têm cunho filosófico ou se apresentam como teoria no sentido
zetético (para usar aqui a proposta e os ensinamentos do Prof. Tercio Sampaio
Ferraz Jr., em seu Introdução ao estudo do direito, São Paulo, Atlas, 1988).
 No primeiro caso, o conhecimento estudado, por ser filosófico, está livre de
qualquer dogmatismo. Ou melhor, “pode” estar livre, porque didaticamente é
possível se dogmatizar até um pensamento dito filosófico, que desta forma perde
seu caráter. Mas, em sendo de fato um conhecimento filosófico, esse está sempre
aberto.
 Claro que o estudo do Direito empreendido pelas escolas não é tão somente
dogmático, uma vez que há investigações em áreas específicas ou mesmo em
certas cadeiras que têm cunho filosófico ou se apresentam como teoria no sentido
zetético (para usar aqui a proposta e os ensinamentos do Prof. Tercio Sampaio
Ferraz Jr., em seu Introdução ao estudo do direito, São Paulo, Atlas, 1988).
 No primeiro caso, o conhecimento estudado, por ser filosófico, está livre de
qualquer dogmatismo. Ou melhor, “pode” estar livre, porque didaticamente é
possível se dogmatizar até um pensamento dito filosófico, que desta forma perde
seu caráter. E isso, infelizmente, se dá, geralmente no fenômeno típico de
ocultação de uma prescrição — ordem — que vige por trás de uma linguagem —
aparentemente — descritiva do mestre.
 Mas, em sendo de fato um conhecimento filosófico, esse está sempre aberto.
INSTRUMENTOS DE CONTROLE SOCIAL
 O Direito não é o único instrumento responsável pela harmonia da
vida social. A Moral, Religião e Regras de Trato Social são outros
processos normativos que condicionam a vivência do homem na
sociedade. De todos, porém, o Direito é o que possui maior
pretensão de efetividade, pois não se limita a descrever os
modelos de conduta social, simplesmente sugerindo ou
aconselhando. A coação – força a serviço do Direito – é um de
seus elementos e inexistente nos setores da Moral, Regras de Trato
Social e Religião.
 SERÁ?
 O mundo primitivo não distinguiu as diversas espécies de
ordenamentos sociais. O Direito absorvia questões afetas ao plano
e consciência, própria da Moral e da Religião, e assunto não
pertinentes à disciplina e equilíbrio da sociedade, identificados
hoje por usos sociais.
INSTRUMENTOS DE CONTROLE SOCIAL
 Toda norma jurídica é uma limitação à liberdade
individual e por isso o legislador deve regulamentar o agir
humano dentro da estrita necessidade de realizar os fins
que estão reservador ao Direito: segurança através dos
princípios de justiça.
 Normas Éticas e Normas Técnicas: Enquanto as normas
éticas determinam o agir social e sua vivência já constitui
um fim, as normas técnicas indicam fórmulas do fazer e
são apenas meios que irão capacitar o homem a atingir
resultados.
 Norma Técnica é o arcabouço teórico da ciência. É o
fazer/como fazer/ e o caminho que lhe leva para o
alcance do objetivo final.
DIREITO E RELIGIÃO
 A religião sempre exerceu domínio absoluto sobre as coisas humanas. A
falta de conhecimento científico era suprida pela fé.
 O Direito era considerado como expressão da vontade divina.
 Sacerdotes recebiam de Deus as leis e código. Moisés e os 10
mandamentos. Código de Hamurabi onde aparece o deus Schamasch
entregando as leis ao Imperador mesopotâmico.
 O Direito se achava mergulhado na religião, e a classe sacerdotal possuía
o monopólio do conhecimento jurídico. A Religião ditava as regras. (Algo
mudou, ou não mudou?)
 Igreja e Estado/ Igreja É Estado/ Igreja x Estado
 A laicização do Direito recebeu grande impulso no século XIII (Ver.
Francesa), por meio de Hugo Grócio, que pretendeu desvincular de Deus
a ideia de Direito Natural
 “O Direito Natural existiria, mesmo que Deus não existisse ou, existindo, não
cuidasse dos assuntos humanos.”
DIREITO E RELIGIÃO
 Alguns sistemas jurídicos, contudo, continuam a ser regidos por livros religiosos,
notadamente no mundo muçulmano. – Regressão em direitos, garantias e
liberdades individuais?
 Além de abranger uma parte descritiva, a religião é um sistema de princípios e
preceitos, que visa a realização de um valor supraterreno: a divindade.
 Há vários pontos de convergência entre Direito e Religião. Maior deles diz
respeito à vivencia do bem. A justiça, causa final do Direito, integra a ideia do
bem.
 Os dois processos normativos possuem ativos elementos de intimidação de
conotações diversas. A sanção jurídica, em sua generalidade, atinge a
liberdade ou o patrimônio, enquanto a religiosa limita-se ao plano espiritual.
 O Direito tem por meta a segurança, enquanto a Religião parte da premissa
de que esta é inatingível.
 A segurança jurídica se alcança a partir da certeza ordenadora, enquanto a
religiosa se refere a questões transcendentais.
Dilemas Éticos: o dilema do bonde 
(trolley problema)
 https://www.youtube.com/watch?v=91tI8dIX8L8&list=LL&index=1&ab_chan
nel=AFilosofiaExplica
https://www.youtube.com/watch?v=91tI8dIX8L8&list=LL&index=1&ab_channel=AFilosofiaExplica
DIREITO E MORAL
 Direito e Moral são instrumentos de controle social que não se excluem,
antes, se complementam e mutuamente se influenciam.
 Seria um grave erro, portanto, pretender-se a separação ou o isolamento
de ambos, como se fossem sistema absolutamente autônomos, sem
qualquer comunicação, estranhos em si.
 A Moral se identifica, fundamentalmente, com a noção de bem, que
constitui o seu valor.
 Consideramos bem tudo aquilo que promove o home de uma forma
integral e integrada. Integral significa a plena realização do homem, e
integrada, o condicionamento a idêntico interesse do próximo.
DIREITO E MORAL
 Moral Natural: não resulta de uma convenção humana. Consiste na ideia
de bem captada diretamente na fonte natureza, isto é, na ordem que
envolve, a um só tempo, a vida humana e os objetos naturais.
 Moral Positiva: Varia no tempo e espaço, se revela centro de uma
dimensão histórica, como a interpretação que o homem, de um
determinado lugar e época, faz em relação ao bem.
DIREITO E MORAL
 A Moral Positiva possui 3 esferas distintas:
a) Moral autônoma: particular de cada individuo
b) Ética superior dos sistema religiosos: noções do bem propagados pelas
religiões aos seus seguidores
c) Moral Social: conjunto de princípios emanados por cada sociedade.
 Pode ocorrer de a moral autônoma conflitar com a social? Ex: um brasileiro
irá residir em país muçulmano.
DIREITO E MORAL
 Paralelo entre Moral e Direito: as primeiras especulações surgem na Grécia que
não fazia a distinção entre eles.
 Com o desaparecimento do Império Romano, a Europa experimentou uma
fase de declínio cultural que, em alguns aspectos, a assemelhou aos povos
primitivos. Em um longo período da Idade Média, o Direito não se distinguiu da
Moral e da Religião.
 Foi Cristiano Tomásio, em 1705, que formulou o primeiro critério diferenciador
entre o Direito e Moral: O Direito se preocuparia apenas dos aspectos
exteriores do comportamento social, sem se preocupar com os elementos
subjetivos da conduta, ficando, assim, alheio aos problemas da consciência.
 Kant e Fichte foram além: uma conduta se põe de acordo com a Moral,
quando tem por motivação, unicamente, o respeito ao dever, o amor ao bem.
Quanto ao Direito, este não tem de se preocupar com os motivos que
determinam a conduta, senão com os seus aspectos exteriores.
 Tentou-se separar Direito e Moral, como dois conceitos autônomos e sem
relação.
DIREITO E MORAL
 Modernos conceitos de distinção: várias são as teorias, todas alvos de crítica. DISTINÇÃO DE ORDEM FORMAL
A) Determinação do Direito e a forma não concreta da Moral: Enquanto o Direito se
manifesta por conjuntos de regras que definem a conduta de agir, a Moral
estabelece uma diretiva mais geral, sem particularizações,
B) Bilateralidade do Direito e Unilaterabiidade da Moral: As normas jurídicas possuem
estrutura imperativo-atributiva, impõem dever jurídico a alguém e, ao mesmo
tempo, atribui um poder ou direito subjetivo a outro. A Moral possui estrutura mais
simples, pois impõem deveres apenas. Fica apenas na expectativa do outro aderir
às normas.
C) Exterioridade do Direito e Interioridade da Moral: Enquanto a Moral se preocupa
pela vida interior das pessoas, como a consciência, julgando os atos exteriores
apenas como meio de aferir a intencionalidade, o Direito cuida das ações
humanas em primeiro plano e, em função destas, quando necessário, investiga o
animus do agente.
D) Autonomia e Heteronomia: Em relação ao Direito, este possui heteronomia, que
quer dizer sujeição ao querer alheio. As regras jurídicas são impostas
independentemente da vontade de seus destinatários. O indivíduo não cria o
dever-ser, como acontece com a Moral autônoma. A regra
E) Coercibilidade do Direito e Incoercibilidade da Moral: O Direito possui o elemento
coercitivo, enquanto que a Moral não, possui elemento coativo, mas nem por isso
as normas da Moral social deixam de exercer uma certa intimidação.
DIREITO E MORAL
 DISTINÇÃO QUANTO AO CONTEÚDO.
A) O Significado de Ordem do Direito e o Sentido de Aperfeiçoamento da 
Moral: A função primordial do Direito é de caráter estrutural: o sistema de 
legalidade oferece consistência ao edifício social
B) Teoria dos Círculos e o “Mínimo Ético”.
TEORIA DOS CÍRCULOS CONCÊNTRICOS
 Jeremy Bentham, entendeu que a ordem jurídica estaria incluída
totalmente no campo da Moral. Os dois círculos seriam concêntricos, com
o maior pertencendo a Moral. Disto entende-se que o campo da Moral é
mais amplo do que o do Direito e o Direito se subordina à Moral
MORAL
DIREITO
 Teoria dos Círculos Secantes: para Du Pasquier Direito e Moral possuiriam 
uma faixa de competência comum, e ao mesmo, uma área particular 
independente. 
TEORIA DOS CÍRCULOS SECANTES
MORAL DIREITO
 De fato há um grande número de questões sociais que se incluem, ao
mesmo tempo, nos dois setores. A assistência material que os filhos devem
prestar aos pais necessitados é matéria regulada pelo Direito com assento
na Moral, por exemplo.
TEORIA DOS CÍRCULOS SECANTES
 Visão Kelsiana – Concebeu os dois sistemas como esferas independentes.
A norma é o único elemento essencial ao Direito, cuja validade não
depende de conteúdos morais.
VISÃO KELSIANA
MORAL DIREITO
TEORIA DO MÍNIMO ÉTICO
 Desenvolvida por Jellinek, consiste na ideia de que o Direito representa o
mínimo de preceitos morais necessários ao bem-estar da coletividade.
Toda sociedade converte em Direito os axiomas morais estritamente
essenciais à garantia e preservação de suas instituições. Empregamos a
expressão mínimo ético para indicar que o Direito deve conter apenas o
mínimo de conteúdo moral, indispensável ao equilíbrio das forças sociais.
 CARACTERES
A) Aspecto Social: Se a sua finalidade é o aperfeiçoamento do convívio social, é
natural que essas regras atinjam apenas a dimensão social dos homens
B) Exterioridade: Via de regra essas normas visam apenas à superficialidade, às
aparências, ao exterior. Assim, por exemplo, são as normas de etiqueta, cerimonial,
cortesia.
C) Unilateralidade: Possuem estrutura imperativa: impõem deveres e não atribuem
poderes de exigir
D) Heteronomia: A sociedade cria essas regras de forma espontânea, e, por considera-
las úteis ao bem-estar, passa a impor o seu cumprimento.
E) Incoercibilidade: Não sofrem intervenção do Estado, por ser unilateral. A partir do
momento em que o Estado assume o controle de alguns desses preceitos, estes
perdem o caráter de Trato Social e se transmutam em Direito (Fardamento dos
Militares, uso de máscara, etc.)
F) Sanção Difusa: Ela é incerta e consiste na reprovação, censura, crítica, rompimento
de relações sociais e até expulsão do grupo. A apresentação com sociedade com
traje inadequado provoca naturalmente a crítica, por exemplo.
G) Isonomia por classes e níveis de cultura: O seu caráter impositivo varia em funçãoda
classe social e nível de cultura. Assim, não se espera de um simples trabalhador o
trajar elegante de acordo com a moda, por exemplo.
DIREITO E REGRAS DE TRATO SOCIAL
DIREITO E REGRAS DE TRATO SOCIAL
 As Regras de Trato Social são padrões de conduta social, elaboradas pela
sociedade e que, não resguardando os interesses de segurança do
homem, visam a tornar o ambiente social mais ameno, sob pressão da
própria sociedade. São as regras de cortesia, etiqueta, protocolo,
cerimonial, moda, linguagem, educação, decoro, companheirismo,
amizade, etc.
 A faixa de atuação das regras incide nas maneiras de o homem se
apresentar perante o seu semelhante, e o seu valor consiste no
aprimoramento do nível das relações sociais. São valores éticos de
convivência.
OPINIÃO - O Direito, a moral e a religião - 29 de agosto de 
2020, 11h17.
Por Antonio Djalma Braga Junior
No último dia 14, a Justiça autorizou a prática de aborto em uma criança de
dez anos. A decisão foi despachada pelo juiz Antonio Moreira Fernandes, da
Vara de Infância e da Juventude de São Mateus, no Espírito Santo, e causou
uma série de manifestações nas redes sociais, dividindo opiniões entre
conservadores e progressistas. Inclusive, um grupo de conservadores religiosos
realizou um protesto em frente ao hospital onde a menina realizaria o
procedimento médico, com palavras de ordem que chamavam a criança e
o médico de "assassinos". Vale ressaltar que a decisão do juiz foi precedida
de um inquérito policial e de exames médicos que tinham constatado a
gravidez, que já estava em seu quinto mês de gestação, e foi averiguado
que os abusos sexuais na criança, pelo companheiro da tia, aconteciam
havia pelo menos quatro anos. A tia informa que não havia denunciado as
práticas de abuso sexual porque era ameaçada.
https://www.conjur.com.br/2020-ago-29/braga-junior-direito-moral-religiao#author
O que gostaria de chamar a atenção nesse caso concreto é a relação entre o
Direito, a moralidade e a religião e trazer para a discussão a contribuição de um
grande jurista chamado Hans Kelsen. Em sua obra "Teoria Geral do Direito e do
Estado", mais especificamente no tópico que pretende discorrer sobre o conceito
de Direito, o autor procura realizar a distinção entre essas três ordens sociais, que
ele denomina de Direito, moral e religião. As três instâncias fazem parte de uma
técnica social específica de uma ordem coercitiva: todas elas exercem uma
coerção, embora o método utilizado por cada qual seja diferente.
A título de exemplo, podemos destacar que tanto o Direito quanto a moralidade e
a religião proíbem o assassinato. A diferença entre essas ordens sociais é que o
Direito, diante um ato como o assassinato, estabelecerá uma medida de coerção
prescrita pela ordem jurídica, designando a outro homem (uma autoridade) o
dever de avaliar qual prescrição deve ser aplicada. Já a moralidade se limitará
apenas a exigir que não seja cometido assassinato, por meio da máxima "não
matarás". A diferença entre essas duas instâncias é que a reação do Direito
consiste em uma medida de coerção que obedece a uma norma social
organizada e delega a uma autoridade estabelecida anteriormente o dever de
avaliar a conduta criminosa. Já a moral não é socialmente organizada e não há
uma autoridade constituída formalmente para avaliar o caso. Por isso que, nesse
aspecto, segundo Kelsen, a religião se aproxima mais do Direito do que a
moralidade, pois as religiões são socialmente organizadas e conseguem ameaçar
o assassino com a punição por uma autoridade, ainda que essa seja sobre-
humana (Deus), possuindo um caráter transcendental. No entanto, a eficiência
dessacoerção está atrelada à crença na existência de tal autoridade.
Todavia, o que está em jogo aqui não é a eficiência dessas medidas de
coerção, dessas sanções, mas se elas são oriundas de uma ordem social ou
não, uma vez que é essa ordem social que garantirá, de fato, qual medida
de coerção e qual sanção o assassino deverá receber pela prática de seu
delito. Kelsen atenta para o fato de que tanto o delito quanto a sanção
aplicada por esse delito devem ser determinados pela ordem jurídica e o
indivíduo que executa a sanção (juiz) atua como agente dessa ordem
jurídica, como um representante da ordem social constituída, como um
membro da comunidade social.
Em suma, todos os indivíduos de uma sociedade devem estar sujeitos a essa
ordem social, pois é ela que tem a responsabilidade de regular o
comportamento dos indivíduos. Assim, uma sanção legal deve ser
interpretada como um ato da comunidade jurídica. Já a sanção religiosa
deve ser entendida como uma sanção transcendental que tem na
autoridade sobre-humana sua validade e, por isso mesmo, não provém de
uma ordem social. Nesse caso, as punições e sanções oriundas das religiões
não podem ser consideradas válidas nessa comunidade porque pertencem
a uma outra esfera de atuação (da esfera celeste, transcendental), ou seja,
de outro mundo que não o nosso.
Espero que as pessoas entendam que, a partir da contribuição de Kelsen, a
decisão do juiz Antonio Moreira Fernandes em autorizar a prática do aborto
possui validade porque ele é o representante de um órgão da comunidade, está
respaldado pela juridicidade da ordem social. As manifestações religiosas
conservadoras das pessoas que protestaram e chamaram a menina e o médico
de "assassinos" não têm validade na comunidade porque não encontram
respaldo nessa ordem social. Talvez possa encontrar sua validade em um além
mundo, mas isso fica por conta da crença de cada um. Nossa comunidade
precisa do respaldo dessa ordem social para encontrar a segurança jurídica
necessária e, assim, poder definir, de maneira válida, as sanções coercitivas que
cada envolvido merece.
Referência bibliográfica
KELSEN, H. Teoria Geral do Direito e do Estado. Trad. Luís Carlos Borges. 4ª Ed. São
Paulo: Martins Fontes, 2005.
 Disponível em https://www.conjur.com.br/2020-ago-29/braga-junior-direito-
moral-religiao
FATORES DO DIREITO
o Direito deve estar sempre adequado à
realidade, refletindo as instituições e a vontade
coletiva.
Fatores que influenciam a vida social,
provocando-lhe mutações, vão produzir igual
efeito no setor jurídico, determinando
alterações no Direito Positivo.
Fatores jurídico são elementos que
condicionam os fenômenos sociais e, em
consequência, induzem transformações no
Direito.
“Você já ouviu falar na “Lei do Boi”? Criada em julho 1968,
seis meses antes do AI-5, a Lei Federal 5.465 garantia vagas
para filhos de agricultores e fazendeiros em escolas
agrícolas. Foi a primeira lei de cotas na educação brasileira.
A “Lei do Boi” foi revogada em 1985, no início da
redemocratização, porque privilegiava quem já tinha
privilégios. Porém jamais enfrentou os ataques e a polêmica
que hoje envolvem a lei de cotas para estudantes negros
nas escolas públicas. O que isso tem a ver com o racismo?
Esse e outros temas estão no livro “Ainda estamos aqui: uma
breve parte da nossa história negra”, da cantora, ativista e
escritora @hananzaoficial pela @editoratelha, em pré-venda
nos sites de internet. Tive a honra de escrever o prefácio.” –
Laurentino Gomes, jornalistas e escritor brasileiro.
FATORES NATURAIS DO DIREITO
Estes fatores são determinados pelo reino
da natureza, que exerce um amplo
condicionamento sobre o homem no
tocante à sobrevivência, ao espaço vital
e à criação dos objetos culturais. São
eles: GEOGRÁFICO, DEMOGRÁFICOS,
ANTROPOLÓGICOS.
FATORES NATURAIS DO DIREITO
 Fatores Geográficos: Clima, recursos naturais e território.
CLIMA: Nos países de clima frio, o pleno desenvolvimento físico
do homem se processa mais lentamente em comparação aos
que vivem em regiões quentes. O clima influencia hábitos e
costumes,
 Recursos Naturais: Os minerais, o petróleo, flora, fauna, águas
são recursos que a natureza oferece ao homem e que, por
sua importância e limitação, têm a sua exploração
regulamentada por leis.
O território: influencia nas formas de habitação, na economia,
na organização social de um povo. Os grupos sociais, no
correr da história, deram preferência às regiões mais
favoráveis ao cultivo da terra, por exemplo.
FATOR DEMOGRÁFICO: A maior ou menor
concentração humana por km², em um
território, é fator importante à vida de um
país. O equilíbrio entre espaço vital e o
número de habitantes é o ponto ideal, pois
favorece, de uma lado, a segurança do
território e, de outro, a solução dos
problemas de habitação e alimentação.
Ex: Controle de natalidade na China;
Estímulo à imigração no Canadá; Mais
Médicos no Brasil.
FATORES NATURAIS DO DIREITO
FATORES ANTROPOLÓGICOS: Decorrem do
próprio homem. Refere-se ao grau de
desenvolvimento dos membros da
sociedade, de acordo com a sua
constituição fisiológica e mental. Abrangem
também o caráter étnico, pelas aptidões,
tendências, características peculiares a
cada raça, que influenciam o fenômeno
social.
FATORES NATURAIS DO DIREITO
FATORES CULTURAIS OU HISTÓRICOS
DO DIREITO
Econômico: Refere-se às riquezas e pode ser avaliado
pecuniariamente. Na árvore jurídica, há ramos que
possuem grande conteúdo econômico, como
acontece com o Direito do Trabalho, Empresarial,
Tributário, Civil, especialmente aos direito reais,
obrigacionais e sucessórios.
 Invenções: A INOVAÇÃO é representada pelas
invenções/criações, que provocam novos hábitos e
costumes, indo determinar a evolução nas instituições
jurídicas, de vez que estas devem ser um reflexo da
realidade social.
Ideologia: Poder social e relações de
podem que movem uma sociedade.
Tendências sociais. Concepção distinta de
organização social e reúne valores
específicos.
Educação: Para assegurar o conhecimento,
a cultura, a pesquisa, o Estado utiliza-se de
numerosas leis que organizam a educação
em todos os seus níveis.
FATORES CULTURAIS OU HISTÓRICOS
DO DIREITO
FORÇAS ATUANTES NA LEGISLAÇÃO
Os Fatores Jurídicos, podem levar o
legislador a elaborar novas leis,
espontaneamente, ou podem ser
impostos mediante apoio ou
instrumento de certas forças
atuantes na sociedade, como a
política, a opinião pública, os grupos
organizados e as chamadas medidas
de hostilidade.
 Política: Em função de sua linha doutrinária, cada partido político deve
movimentar-se, a fim de que suas teses se realizem concretamente.
 Opinião Pública: Ocorre quando a atenção do povo é despertada por
algum caso particular, da sua simpatia, e que não encontra amparo na
ordem jurídica vigente. Esta, através das mais variadas formas (artigos de
jornais, rádio, e televisão, cartas e telegramas), exerce pressão sobre o
poder social, no sentido de modificar a ordem jurídica.
 Grupos Organizados: Na defesa de seus interesses comuns, as pessoas
procuram se organizar em grupos conforme as diversas classes, a fim de
alcançar maior força e prestígio perante as autoridade públicas. Ex:
sindicatos, associações, etc.
 Medidas de Hostilidades: A greve do trabalhador, o lockout, a greve dos
contribuintes, o engarrafamento no trânsito, são alguns exemplos hostis
utilizados a fim de pressionar o poder público para o atendimento de
reivindicações.
FORÇAS ATUANTES NA LEGISLAÇÃO
Política: Em função de sua
linha doutrinária, cada
partido político deve
movimentar-se, a fim de
que suas teses se realizem
concretamente.
FORÇAS ATUANTES NA LEGISLAÇÃO
Opinião Pública: Ocorre quando a atenção
do povo é despertada por algum caso
particular, da sua simpatia, e que não
encontra amparo na ordem jurídica
vigente. Esta, através das mais variadas
formas (artigos de jornais, rádio, e televisão,
cartas e telegramas),exerce pressão sobre
o poder social, no sentido de modificar a
ordem jurídica.
FORÇAS ATUANTES NA LEGISLAÇÃO
Grupos Organizados: Na defesa
de seus interesses comuns, as
pessoas procuram se organizar em
grupos conforme as diversas
classes, a fim de alcançar maior
força e prestígio perante as
autoridade públicas. Ex:
sindicatos, associações, etc.
FORÇAS ATUANTES NA LEGISLAÇÃO
Medidas de Hostilidades: A greve
do trabalhador, o lockout, a greve
dos contribuintes, o
engarrafamento no trânsito, são
alguns exemplos hostis utilizados a
fim de pressionar o poder público
para o atendimento de
reivindicações.
FORÇAS ATUANTES NA LEGISLAÇÃO
Homicídio qualificado no rol dos crimes hediondos –
Caso Daniela Perez – Política e Opinião Pública
Caso Monark e apologia ao Nazismo – Opinião
Pública e Grupos Organizados
Casamento LGBTQI+ - Grupos Organizados
Voto Direto – Diretas Já – 1983/1984 – Opinião
pública e grupos organizados
Estatuo do Desarmamento – Plebiscito – Opinião
Pública, Grupos Organizados e Política.
FORÇAS ATUANTES NA LEGISLAÇÃO
DIREITO E REVOLUÇÃO
Enquanto os fatores jurídicos provocam uma evolução
gradativa no Direito, o fato histórico de uma revolução
desencadeia, necessariamente, rápidas e amplas
modificações na área do Direito Público.
A revolução é um acontecimento político motivado
pela insatisfação social quanto às instituições e regime
vigentes. Caracateriza-se por uma dupla ação:
intelectual e de força. Pressupõe idealismo que se funda
em novas concepções, em uma ideologia que se
pretende implantar na organização social.
“modificação não legal dos princípios fundamentais da
ordem constitucional existente”. Reinhold Zippelius.
NORMA JURÍDICA
 São pontos culminantes do processo de elaboração do
Direito e a estação de partida operacional da
Dogmática Jurídica.
 Para promover a ordem social, o Direito Positivo deve
ser prático, ou seja, revelar-se mediante normas
orientadoras das condutas interindividuais.
 A norma jurídica exerce justamente esse papel de ser o
instrumento de definição da conduta exigida pelo
Estado.
 São padrões de conduta.
Conduta exigida ou o modelo imposto de organização
social
 A norma jurídica é um comando, um imperativo dirigido
às ações dos indivíduos — e das pessoas jurídicas e
demais entes. É uma regra de conduta social; sua
finalidade é regular as atividades dos sujeitos em suas
relações sociais. A norma jurídica imputa certa ação ou
comportamento a alguém, que é seu destinatário. -
RIZZATO
 Dessa forma, a norma jurídica, ao se dirigir ao
destinatário, proíbe e obriga, isto é, aquele que deve
cumprir seu comando estará diante de uma proibição
(“É proibido fumar neste estabelecimento”) ou de uma
obrigação (“É obrigatório o uso de crachá de
identificação para a entrada neste setor”). - RIZZATO
NORMA JURÍDICA
Definir a estrutura da norma jurídica em duas
partes, parece o mesmo que dizer que a norma
oferece uma alternativa para o seu
destinatário.
Assim, a norma jurídica, considerada em sua
forma genérica, apresenta uma estrutura una,
na qual a sanção se integra a ela.
Se A é, B deve ser, sob pena de S.
Ex: quem é contribuinte do imposto de renda
(A) deve apresentar a sua declaração até data
limite (B), sob pena de perder o direito ao
parcelamento do débito (S).
NORMA JURÍDICA
Segundo Miguel Reale: “o que
efetivamente caracteriza uma norma
jurídica, de qualquer espécie, é o fato de
ser uma estrutura proposicional enunciativa
de uma forma de organização ou de
conduta, que deve ser seguida de maneira
objetiva e obrigatória”
Predominantemente os seus caracteres
são: BILATERALIDADE, GENERALIDADE,
ABSTRATIVIDADE, IMPERATIVIDADE,
COERCIBILIDADE
NORMA JURÍDICA
BILATERALIDADE: O Direito existe
sempre vinculando duas ou mais
pessoas. Atribuindo poder a uma
parte e impondo dever à outra.
Em toda relação jurídica há
sempre um sujeito ativo, portador
do direito subjetivo e um sujeito
passivo, possui o dever jurídico.
NORMA JURÍDICA
GENERALIDADE: A norma
jurídica é preceito de
ordem geral, obrigatório a
todos que se achem em
igual situação jurídica.
Princípio da isonomia da
lei.
NORMA JURÍDICA
ABSTRATIVIDADE: Visando a
atingir o maior número de
situações, a norma jurídica é
abstrata, regulando os casos
dentro do seu denominador
comum, ou seja, como ocorrem
via de regra.
E quando surgirem lacunas?
NORMA JURÍDICA
 IMPERATIVIDADE: Para garantir efetivamente a ordem
social, o Direito se manifesta através de normas que
possuem caráter imperativo, pois se assim não fosse não
lograria estabelecer segurança, nem justiça. O caráter
imperativo da norma significa imposição de vontade e não
mero aconselhamento.
Normas preceptivas e proibitivas que impõem uma ação ou
omissão, a imperatividade se manifesta mais nitidamente.
Normas explicativas ou declarativas é menos fácil de se
descobrir essa imperatividade. Nesses casos esta
características existe na associação de duas normas, na
vinculação entre a norma secundária (explicativa ou
declarativa) e a primária (objeto da explicação ou
definição)
NORMA JURÍDICA
Coercibilidade quer dizer
possibilidade de uso da coação. Este
possui dois elementos: psicológico e
material. O primeiro exerce a
intimidação, através das penalidades
previstas para a hipótese de violação
das normas jurídicas. O elemento
material é a força propriamente, que
é acionada quando o destinatário da
regra não a cumpre
espontaneamente.
NORMA JURÍDICA
A sanção faz parte da estrutura da norma jurídica,
imputando outra ação ou comportamento (em forma de
pena, punição) àquele que descumpre o comando
primário da norma jurídica.
FUNÇÃO: DIRIGIR A CONDUTA DOS INDIVÍDUOS
CONDUZ DE DOIS MODOS: proibição e obrigação.
As normas jurídicas fixam uma ação ou comportamento
primeiramente queridos: uma prestação; e, também, ao
mesmo tempo, outra ação, comportamento ou efeito
jurídico imputados aos que não cumprirem a prestação:
a sanção.
NORMA JURÍDICA
A sanção é a consequência jurídica — imputação de
certa ação, comportamento ou efeito jurídico — que
atinge o destinatário da norma jurídica, ou o ato jurídico
praticado, quando ele descumpre a prestação prevista.
A coerção e a coação
Coerção, do latim coertione: o poder legal da
autoridade estatal de coagir, de reprimir.
Coação, do latim coactione: ação de compelir alguém a
fazer ou não fazer alguma coisa. É o constrangimento
direto ou indireto, mas eficiente, exercido sobre uma
pessoa com o escopo de lhe impedir a livre manifestação
de vontade. Pode, pois, ser física ou psíquica e moral.
NORMA JURÍDICA
"Para concluir, então, consigne-se e repita-
se que a nota distintiva da norma jurídica 
em relação às outras normas é a sanção e 
a sua possibilidade de exigência e 
execução forçada, quer pelo Estado 
através de seus órgãos, quer pelo particular 
interessado, que buscará sua satisfação 
através dos órgãos do Estado, em especial 
o Poder Judiciário." (NUNES, 2018, p.443)
NORMA JURÍDICA
EXISTE NORMA JURÍDICA SEM SANÇÃO?
São normas que cumprem uma função “não
estritamente normativa”, consideradas meramente
formais, cuja finalidade é orientar ou dificultar certos
atos; são, por exemplo, normas que fixam critérios
de classificação, como o Código Civil (CC) faz ao
estabelecer as classificações legais das coisas.
(EXPLICATIVAS, DEFINIDORAS)
A norma jurídica não existe isoladamente: convive
de forma complexa, conectada a outras normas,
naquilo que a doutrina chama de “ordenamento
jurídico”. Este é, portanto, o conjunto das normas
jurídicas.
CLASSIFICAÇÃO DA NORMA JURÍDICA
Dentre várias classificações apresentadas pela
doutrina, temos uma possível:
QUANTO A HIERARQUIA
a) Normas constitucionais.
b) Leis complementares, leis ordinárias, leis
delegadas, decretos legislativos e resoluções,
medidas provisórias.
c) Decretos regulamentares.
d) Outras normas de hierarquia inferior, tais como
portarias, circularesetc.
NORMA JURÍDICA
NORMA JURÍDICA
QUANTO À NATUREZA DE SUAS DISPOSIÇÕES.
a) Normas jurídicas substantivas: São as que criam,
declaram e definem direitos, deveres e relações
jurídicas. EX: Código Civil, Código Penal, Código
Comercial, Código de Defesa do Consumidor etc.
b) Normas jurídicas adjetivas: as adjetivas ou
processuais, são as que regulam o modo e o
processo, para o acesso ao Poder Judiciário. EX: CPC,
do CPP, as normas processuais da Lei do Inquilinato,
as normas processuais da CLT, etc.
QUANTO À APLICABILIDADE
a) Normas jurídicas autoaplicáveis.
b) Normas jurídicas dependentes de
complementação.
c) Normas jurídicas dependentes de
regulamentação.
Denominam-se autoaplicáveis as normas que entram
em vigor independentemente de qualquer outra
norma posterior. Apresentam todos os requisitos
necessários, entrando em vigor na data de sua
publicação ou dentro dos prazos estabelecidos. A
maior parte das normas jurídicas aqui se enquadra.
NORMA JURÍDICA
Dependentes de complementação, são as que
expressamente declaram sua necessidade de
complementação por outra norma;
Como exemplo, temos várias normas
constitucionais que dispõem a regulamentação de
uma série de assuntos por leis ordinárias e
complementares.
Assim, a participação dos trabalhadores nos lucros
das empresas (art. 7º, XI: “São direitos dos
trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social: (...)
NORMA JURÍDICA
c) As dependentes de regulamentação,
designam geralmente que órgãos do Poder
Executivo definirão e detalharão sua
aplicação e executoriedade.
Elas surgem em forma de decreto
regulamentar.
Ex: Art. 37, inciso VII, da CF/88, que trata do
direito de greve dos servidores públicos “o
direito de greve será exercido nos termos e
nos limites definidos em lei específica”.
NORMA JURÍDICA
QUANTO A SISTEMATIZAÇÃO
a) Constitucionais. As que, dispostas num único corpo
legislado, são postas por um poder constituinte para
controlar e validar todas as outras normas do sistema.
Elas reúnem, assim, normas de todos os ramos do Direito.
b) Codificadas. As que constituem um todo orgânico de
normas relativas a certo ramo do Direito e são fixadas
numa única lei. Citem-se como exemplos o Código Civil
(CC), o Código Penal (CP), o Código de Processo Civil
(CPC), o Código Tributário Nacional (CTN), o Código
Comercial (CCom) etc.c)
NORMA JURÍDICA
QUANTO A SISTEMATIZAÇÃO
c)Esparsas. Aquelas editadas isoladamente
para tratar de temas específicos. Por
exemplo, a Lei do Inquilinato, a lei que criou
o FGTS, a que instituiu o salário-família etc.
d) Consolidadas Aquelas editadas
isoladamente para tratar de temas
semelhantes e reunidas em um único
documento. Por exemplo, a CLT.
NORMA JURÍDICA
NORMA JURÍDICA
QUANTO À OBRIGATORIEDADE
a) Normas de ordem pública.
b) Normas de ordem privada.
A doutrina costuma distinguir normas de ordem pública
(imperativas) de normas de ordem privada
(permissivas), designando aquelas como as que não
podem ser modificadas por convenção dos
particulares, e estas como as que permitem aos
particulares estabelecer regras por ato de vontade.
QUANTO À ESFERA DO PODER PÚBLICO DE QUE
EMANAM
a) Federais.
b) Estaduais.
c) Municipais.
Como os próprios nomes dizem, as normas
jurídicas serão federais, estaduais ou municipais,
na medida em que sejam instituídas pela União,
pelos Estados-Membros e pelos Municípios.
NORMA JURÍDICA
Fala-se de a norma jurídica ser válida quando
criada segundo os critérios já estabelecidos no
sistema jurídico: respeito à hierarquia, que tem
como ponto hierárquico superior a Constituição
Federal; aprovação e promulgação pela
autoridade competente; respeito a prazos e
quórum; conteúdo de acordo com as
designações de competências para legislar.
A norma válida, isto é, aprovada e promulgada
segundo os ditames do sistema jurídico, vige no
tempo e em certo território (no espaço).
LEGITIMIDADE DA NORMA JURÍDICA
VIGÊNCIA DAS NORMAS JURÍDICAS NO TEMPO
As normas jurídicas têm “vida” própria,
nascendo, existindo, alterando-se parcialmente
e morrendo.
A vigência implica que a norma jurídica seja
obrigatória, e isso só se dá com a publicação
oficial. A promulgação torna a lei existente, mas
não ainda obrigatória.
A norma jurídica entra em vigor após a
publicação oficial, que no plano federal se dá
no Diário Oficial da União — DOU, e no estadual
no Diário Oficial do Estado — DOE.
VIGÊNCIA DAS NORMAS JURÍDICAS NO TEMPO
A decisão sobre se a norma jurídica principia a viger
na data da publicação ou em data posterior é do
órgão que a elaborou.
Se, de toda forma, a própria norma jurídica não
designar a data de sua entrada em vigor, considerar-
se-á vigente 45 dias após sua publicação oficial, por
disposição do art. 1º, caput, da Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro — LINDB (“Salvo
disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo
o País 45 (quarenta e cinco) dias depois de
oficialmente publicada”).
LINDB
VACATIO LEGIS: São 3 modalidades.
Se durante a vacatio legis ocorrer nova publicação
oficial da norma jurídica visando unicamente a
corrigir erros materiais e falhas de ortografia, os
prazos de 45 dias (do art. 1º, caput) e de 3 meses
(do § 1º do art. 1º) começam a contar-se
novamente, por disposição do § 3º do art. 1º da
LINDB: “Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer
nova publicação de seu texto, destinada a
correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos
anteriores começará a correr da nova publicação”.
VIGÊNCIA DAS NORMAS JURÍDICAS NO TEMPO
Por extensão, deve-se entender que, se houver nova
publicação em período da vacatio legis diverso dos 45
dias ou dos 3 meses já referidos (art. 1º, caput e § 1º), por
exemplo, no período fixado pelo CDC — 180 dias —, para
o fim de corrigir erros materiais e falhas de ortografia,
começa-se a contar o prazo novamente.
Quando a publicação com a finalidade de correção é
feita relativamente a norma jurídica já em vigor, esta é
considerada como norma nova (§ 4º do art. 1º da LINDB:
“As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei
nova”), sujeita, naturalmente, aos prazos por ela própria
determinados ou aos do caput do art. 1º, bem como do
seu § 1º.
VIGÊNCIA DAS NORMAS JURÍDICAS NO TEMPO
A norma jurídica normalmente tem caráter permanente,
só perdendo sua vigência quando é revogada.
Mas há normas jurídicas cujo fim é predeterminado,
tendo, então, vigência temporária.
O término da norma jurídica temporariamente vigente
ocorre quando seu próprio texto dispõe a data de seu fim
(por exemplo, as leis de incentivos fiscais que vigoram por
certo período de anos, ou por um exercício etc.).
Ocorre também quando a lei é posta em vigor e sua
vigência está subordinada a um fato ou situação jurídica,
como ao estado de guerra, de sítio, de calamidade
pública etc.
VIGÊNCIA DAS NORMAS JURÍDICAS NO TEMPO
REVOGAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS
A revogação está dividida em:
a) “ab-rogação”, que é a supressão total
da norma jurídica anterior;
b) “derrogação”, que torna fora de
vigência apenas parte da norma jurídica
anterior — um só capítulo, uma só seção,
um só artigo, um único inciso, apenas um
parágrafo, ou mesmo parte deles.
VIGÊNCIA DAS NORMAS JURÍDICAS NO TEMPOVIGÊNCIA DAS NORMAS JURÍDICAS NO TEMPO
REPRISTINAÇÃO (que significa restituir-se ou retornar ao
valor ou estado primitivo).
Repristinação da norma jurídica seria, então, fazer retornar
à vida uma norma já revogada, pelo fato de a norma
revogadora ter perdido a sua vigência.
Dizendo de outra maneira: suponhamos que a lei 1 esteja
em vigor. Surge a lei 2, que expressamente a revoga.
Logo, a lei 1 deixa de existir e viger por ter sido revogada.
Daí surge a lei 3, que revoga a lei 2 e não coloca nada em
seu lugar. Com isso, a lei 2 também perde vigência.
Todavia, a lei 1, que havia sido revogada pela lei 2 (que
acabou também sendo revogada), não volta a viger.
VIGÊNCIADAS NORMAS JURÍDICAS NO TEMPO
Esse instituto não é aceito em nosso sistema (§ 3º do
art. 2º da LINDB), pelo menos de forma automática.
Como a repristinação põe em risco a segurança
jurídica, ela está vedada. Quando uma norma
jurídica — ou parte dela — é revogada, ela não
voltará a viger, ainda que a norma revogadora
perca, por qualquer motivo, sua própria vigência.
Para que a norma revogada volte a ter vigência,
será preciso que a norma jurídica revogadora ou
outra mais nova assim o declare.
VIGÊNCIA DAS NORMAS JURÍDICAS NO TEMPO
VIGÊNCIA DAS NORMAS JURÍDICAS NO ESPAÇO
As normas jurídicas têm seu campo de abrangência
limitado por espaços territoriais, em nível nacional, pelas
fronteiras do Estado, o que inclui sua extensão de águas
territoriais e as ilhas aí localizadas, os aviões, os navios e
as embarcações nacionais, as áreas das embaixadas e
consulados etc., bem como o subsolo e a atmosfera.
 Essa delimitação é conhecida como “princípio da
territorialidade” das normas jurídicas.
Com o avanço das relações internacionais, os Estados
modernos passaram a admitir, em determinadas
circunstâncias, a aplicação de leis estrangeiras em seus
territórios.
EFICÁCIA DAS NORMAS JURÍDICAS
 Eficácia significa que a norma jurídica produz, realmente, os
efeitos sociais planejados. A norma atingiu a sua finalidade.
 RETROATIVIDADE: a norma jurídica vige do presente em direção
ao futuro, mas a eficácia e especialmente a incidência concreta
podem ir para o passado.
 A norma pode retroagir, mas não atinge certas garantias.
 As normas jurídicas não podem retroagir atingindo o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. No Brasil tal
garantia é constitucional (inc. XXXVI do art. 5º da CF) e já estava
prevista no art. 6º da Lei de Introdução (LINDB), que em seus três
parágrafos define tais institutos jurídicos.
 Por outro lado, em alguns casos do Direito Penal e Tributário a
norma jurídica retroage sempre.
RETROATIVIDADE
Direito Adquirido: é o que já se incorporou
definitivamente ao patrimônio e/ou à
personalidade do sujeito de direito. Tal
direito adquirido, uma vez incorporado ao
patrimônio e/ou à personalidade, não pode
ser atingido pela norma jurídica nova. Ex:
Aposentadoria
O Ato Jurídico Perfeito: é o ato já
consumado, pelo exercício do direito
estabelecido segundo a norma vigente ao
tempo em que ele foi exercido.
EFICÁCIA DAS NORMAS JURÍDICAS
 Coisa Julgada: é a qualidade atribuída aos efeitos da decisão judicial definitiva,
considerada esta a decisão de que já não cabe recurso.
 A coisa julgada pode vir a ser questionada por meio de ação rescisória, nos termos
e pelas causas legais taxativamente (exclusivamente) arroladas no art. 966 do CPC,
que dispõe:
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I — se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção
do juiz;
II — for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III — resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida
ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV — ofender a coisa julgada;
V — violar manifestamente norma jurídica;
VI — for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou
venha a ser demonstrada na própria ação rescisória;
VII — obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência
ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar
pronunciamento favorável;
VIII — for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos”.
EFICÁCIA DAS NORMAS JURÍDICAS
 Casos de irretroatividade e de retroatividade benéfica
 No Direito Penal a irretroatividade é plena e está garantida pelo inciso XXXIX do
art. 5º da Constituição Federal (“não há crime sem lei anterior que o defina, nem
pena sem prévia cominação legal”) e pelo art. 1º do CP (“Não há crime sem lei
anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal”).
 A tipificação posterior não atinge, de forma alguma, o fato existente
anteriormente.
 Mas, a contrario sensu, no Direito Penal a lei sempre retroage para beneficiar o
réu.
 CP (art. 2º e seu parágrafo único: “Ninguém pode ser punido por fato que lei
posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os
efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único. A lei posterior, que de
qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que
decididos por sentença condenatória transitada em julgado”).
 No Direito Tributário, além das disposições quanto à irretroatividade, às quais
estão submetidas todas as normas jurídicas, por força da garantia constitucional,
no que respeita ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada,
vigem, também, princípios similares aos do Direito Penal.
EFICÁCIA DAS NORMAS JURÍDICAS
EFICÁCIA DAS NORMAS JURÍDICAS
 Eficácia de norma jurídica inválida. Ex: Plano Collor
 Apesar de inválida, a norma jurídica pode ser eficaz e
incidir concretamente, pelo menos até que o Poder
Judiciário impeça sua eficácia ou mesmo até que o Poder
Legislativo a revogue.
 A declaração de inconstitucionalidade de norma jurídica
pode ser feita pelo juiz singular, num caso judicial
particular e concreto.
 A retirada da eficácia da lei declarada inconstitucional,
de forma genérica, para todos, é feita pelo Senado
Federal, após decisão do Supremo Tribunal Federal,
conforme estabelecido pelo art. 52, X, c/c o art. 102 da
Constituição Federal (a matéria é estudada pela cadeira
de Direito Constitucional).
O DIREITO POSITIVO
Direito positivo é o conjunto das normas jurídicas
escritas e não escritas (o costume jurídico), vigentes
em determinado território e, também, na órbita
internacional na relação entre os Estados, sendo o
direito positivo aí aquele estabelecido nos tratados
e costumes internacionais.
Esse direito positivo pode ser separado em dois
elementos: de um lado, o direito objetivo e, de
outro, o direito e o dever subjetivos.
O DIREITO POSITIVO
DIREITO OBJETIVO: É o conjunto, em si, das normas
jurídicas escritas e não escritas,
independentemente do momento do seu exercício
e aplicação concreta. Por isso, o direito objetivo
acaba sendo confundido com o direito positivo. O
direito objetivo corresponde à norma jurídica em si,
enquanto comando que pretende um
comportamento. É aquele objetivado
independentemente do momento de uso e
exercício. O direito positivo é a soma do direito
objetivo com o direito e o dever subjetivos.
O DIREITO POSITIVO
 O DIREITO SUBJETIVO: é a prerrogativa colocada pelo direito
objetivo, à disposição do sujeito do direito. Essa prerrogativa
há de ser entendida como a possibilidade de uso e exercício
efetivo do direito, posto à disposição do sujeito. Por exemplo,
o direito objetivado como Lei do Inquilinato, que regula o
despejo do inquilino por falta de pagamento, faz nascer
para o proprietário-locador o direito subjetivo de pleitear o
despejo do inquilino. Esse direito subjetivo — direito de propor
ação para despejar o inquilino — é posto à disposição do
locador como uma prerrogativa. Ou, em outras palavras, o
locador não tem a obrigação de ingressar com ação de
despejo contra o inquilino. Pode ou não ingressar. É direito
subjetivo seu, e somente a ele cabe decidir se o exercita ou
não.
O DIREITO POSITIVO
 DEVER SUBJETIVO: de um lado, tem-se o direito subjetivo, isto
é, potencialidade ou exercício de um direito, de outro, tem-
se um dever subjetivo, colocado e em posição
diametralmente oposta. Na ação de despejo por falta de
pagamento de aluguel, têm-se claramente, de um lado, o
direito subjetivo do locador de propor ação de despejo e de
ameaçar propor a ação, e, do outro, o dever subjetivo do
inquilino de pagar o aluguel, sob pena de padecer dos
efeitos da sanção — que é o despejo.
O DIREITO POSITIVO
 Joana teve um filho com Marcos, hoje contandoa
criança com 3 anos. Joana por anos, nunca buscou o
auxílio do pai da criança para a divisão dos gastos com
a sua criação. Contudo, agora, Joana pretende
ingressar com a ação de alimentos, para obrigar
Marcos, judicialmente, a cumprir com a sua obrigação
de genitor.
Qual o Direito Objetivo?
Qual o Direito Subjetivo?
Qual o Dever Subjetivo?
A DIVISÃO NO DIREITO POSITIVO
 DIREITO PÚBLICO, PRIVADO, DIFUSOS E COLETIVOS.
 Desde que se começou a tomar consciência dos novos
direitos sociais que se firmaram com o desenvolvimento das
sociedades de massa (especialmente o Direito do
Consumidor e o Direito Ambiental), surgiu um conceito
diferente que acabou possibilitando a elaboração de nova
classificação, agora capaz de dar conta dos problemas que
os limites entre Direito Privado e Público punham.
A DIVISÃO NO DIREITO POSITIVO
 DIREITO DIFUSOS E COLETIVOS: No direito difuso, o sujeito é
indeterminado, enquanto no direito coletivo ele é
determinado e determinável, sendo que, numa categoria
estrita de direito coletivo, a de direitos individuais
homogêneos, ele é sempre determinado.
 Os chamados direitos difusos são aqueles cujos titulares não
são determináveis. Isto é, os detentores do direito subjetivo
que se pretende regrar e proteger são indeterminados e
indetermináveis.
 Ex: Direito do Trabalho, Previdenciário e Econômico
A DIVISÃO NO DIREITO POSITIVO
 DIREITO PÚBLICO: aquele que reúne as normas jurídicas
que têm por matéria o Estado, suas funções e
organização, a ordem e segurança internas, com a
tutela do interesse público, tendo em vista a paz social,
o que se faz com a elaboração e a distribuição dos
serviços públicos, através dos recursos indispensáveis à
sua execução. O Direito Público cuida, também, na
ótica internacional, das relações entre os Estados.
A DIVISÃO NO DIREITO POSITIVO
 O Direito Privado, por sua vez, reúne as normas jurídicas que têm por
matéria os particulares e as relações entre eles estabelecidas, cujos
interesses são privados, tendo por fim a perspectiva individual.
 cada vez mais o Estado intervém na órbita privada, não só para garantir
os direitos ali estabelecidos, mas também para impor normas de
conduta, anular pactos e contratos, rever cláusulas contratuais etc. Há,
de fato, uma nova concepção social do Direito.
 Os contratos celebrados a partir do século XIX sofreram fortemente a
influência do liberalismo reinante. O princípio fundamental vigente,
então, fundado na autonomia da vontade privada, era o pacta sunt
servanda (o pactuado deve ser observado). Esse regime vigorou
fortemente até meados do século XX, estampado nas normas do Direito
Civil e Direito Comercial, e vigora, ainda, atenuado pelas novas e
modernas teorias dos contratos e, também, limitado pelas várias normas
que regem as cláusulas contratuais.
 O princípio pacta sunt servanda veio sendo limitado pelo trabalho da doutrina
e da jurisprudência e, posteriormente, da lei.
 Começou-se a perceber que certos contratos continham claramente cláusulas
leoninas (um dos contratantes fica com a parte do “leão”, a parte boa, ou
todas as vantagens etc.).
 Passaram a se tornar intoleráveis cláusulas e contratos que implicassem o
desequilíbrio das partes.
 Com o advento, a partir do início do século XX, das sociedades de consumo
de massa, sociedades essas que cresceram rumo à produção em série, e
altamente especializada, os contratos também se alteraram.
 Para facilitar e agilizar as contratações foram criados formulários com cláusulas
preestabelecidas, nos quais uma das partes apenas assinava, aderindo. –
Contrato de Adesão
 Concordo com os termos e desejo prosseguir.
 Ex: Direito Civil e Empresarial
A DIVISÃO NO DIREITO POSITIVO
RAMOS DO DIREITO PÚBLICO INTERNO
 DIREITO CONSTITUCIONAL: O Direito Constitucional, propriamente, engloba
as normas jurídicas constitucionais, isto é, aquelas pertencentes à
Constituição, em toda sua amplitude, dentre as quais se destacam as
atinentes à forma e à organização do Estado, ao regime político, à
competência e função dos órgãos estatais estabelecidos, aos direitos e
garantias fundamentais dos cidadãos etc. No Brasil, essas normas estão
estabelecidas na atual Constituição Federal, vigente desde 5-10-1988.
 DIREITO ADMINISTRATIVO: O Direito Administrativo corresponde ao conjunto
de normas jurídicas que organizam administrativamente o Estado, fixando
os modos, os meios e a forma de ação para a consecução de seus
objetivos. Dessa forma, tais normas estruturam e disciplinam as atividades
dos órgãos da Administração Pública direta e indireta, as autarquias, as
empresas públicas, as entidades paraestatais etc. Essas normas referem-se,
ainda, ao Poder de Polícia da Administração. Elas disciplinam também os
serviços públicos e suas permissões e concessões, os critérios de
oportunidade dos atos discricionários etc. Enfim, regulam todos os atos e
procedimentos administrativos. Art. 37 da CF. Legislação esparsa.
RAMOS DO DIREITO PÚBLICO INTERNO
 DIREITO TRIBUTÁRIO: pauta-se no exame da legalidade e
constitucionalidade dos atos do Poder Público para a criação de
impostos, taxas e contribuições. O Direito Tributário envolve, assim, as
normas jurídicas voltadas para a arrecadação de tributos, bem como as
que cuidam das atividades financeiras do Estado, regulando suas receitas
e despesas. Seus principais instrumentos legais são a própria Constituição
Federal, o Código Tributário Nacional (CTN) e uma série de leis esparsas.
 DIREITO PROCESSUAL: Também conhecido como direito adjetivo, porque é
instrumento do direito material — que é direito substantivo —, o Direito
Processual regula o processo judicial, bem como a organização judiciária.
(Processual Civil, Penal e do Trabalho)
RAMOS DO DIREITO PÚBLICO INTERNO
 DIREITO PENAL: O Direito Penal corresponde ao conjunto das normas
jurídicas que regulam os crimes e as contravenções penais (condutas
ilícitas penais de menor potencial ofensivo), com as correspondentes
penas aplicáveis. Seus principais instrumentos legais são o Código Penal e
a Lei das Contravenções Penais, acrescidos de diversas leis esparsas.
 DIREITO ELEITORAL: Compõe-se do conjunto das normas jurídicas que
disciplinam a escolha dos membros do Poder Executivo e do Poder
Legislativo. Essas normas estabelecem os critérios e as condições para o
eleitor votar, para alguém se candidatar, bem como as datas das
eleições, as formas das apurações, o número de candidatos a serem
eleitos, fixando as bases para a criação e o funcionamento dos partidos
políticos etc. Código Eleitoral e Legislação Esparsa.
 DIREITO MILITAR: O Direito Militar é aquele que regula as normas que
afetam os militares. A Constituição Federal regula a questão no art. 42, e há
no sistema jurídico o Código Penal Militar (Dec.-Lei n. 1.001, de 21-10-1969)
e o Código de Processo Penal Militar (Dec.-Lei n. 1.002, de 21-10-1969).
RAMO DO DIREITO PÚBLICO EXTERNO
 DIREITO INTERNACIONAL: compõe-se das normas convencionais (tratados
internacionais, também chamados de convenções, pactos, convênios,
acordos) e dos costumes jurídicos internacionais. Tratado internacional é o
acordo realizado por Estados independentes, visando à ordenação,
através de cláusulas que se tornam normas jurídicas, de temas de interesse
comum.
 Assim, por exemplo, citemos a Convenção de Genebra de 1931, que fixou
normas sobre uso de cheque, a chamada “Lei Uniforme sobre Cheque”;
ou a Convenção de Varsóvia de 1929, que trata, dentre outros temas, da
responsabilidade do transportador aéreo internacional relativa a atraso de
embarque, extravio de bagagens etc.
 As normas estabelecidas nos tratados obrigam os Estados que vierem a
ratificá-los, ou que os celebrarem, ou que a eles vierem a aderir.
RAMOS DO DIREITO PRIVADO
 DIREITO CIVIL: é também conhecido como direito comum. Ele engloba as
normas jurídicas que regem, entre outros, a capacidade e o estado das
pessoas, o nascimento, o fim, o nome, a maioridadeetc.; as relações
familiares — casamento, separação, divórcio, relações de parentesco,
pátrio poder etc.; as relações patrimoniais e obrigacionais — direitos reais
e pessoais, posse, propriedade, compra e venda, contratos etc.; a
sucessão hereditária — divisão, espólio, meação, testamentos etc. O
principal diploma legal do Direito Civil é o Código Civil brasileiro (CC), que
foi editado em 11-1-2002 e entrou em vigor em 12-1-2003, tendo revogado
o vetusto Código Civil de 1916.
 DIREITO EMPRESARIAL: O chamado Direito Comercial foi englobado pelo
Direito Empresarial, que abrange, por sua vez, as normas jurídicas que
regulam a atividade comercial ou empresarial, entendida esta como a de
fabricação, produção, montagem, distribuição, comercialização etc. de
produtos, nas relações estabelecidas entre as próprias pessoas que
exercem tais atividades, bem como os serviços prestados de umas às
outras.
 Ou, em outras palavras, o Direito Comercial ou empresarial trata das
relações entre empresários, que exercem aquelas atividades, com vistas
ao lucro. Além disso, o Direito Empresarial cuida da questão do capital, da
relação entre empresa e acionista, da falência e da recuperação das
empresas etc.
 Seus principais instrumentos legais são o Código Civil (CC), arts. 966 a
1.195, Código Comercial (CCom), arts. 457 e s.34, editado em 1850 e
alterado por inúmeras outras leis esparsas (Lei de Falências e Recuperação
de Empresas, Lei das Sociedades por Cotas de Responsabilidade Limitada,
Lei das Sociedades Anônimas etc.).
RAMOS DO DIREITO PRIVADO
RAMOS DOS DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS
 DIREITO DO TRABALHO: regulam as relações entre o empregado e o
empregador (patrão), compreendendo o contrato de trabalho, o registro do
empregado, a rescisão, a despedida, as verbas trabalhistas, os salários e seus
reajustes, a duração da jornada de trabalho etc. Seu principal diploma legal é
a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de 1º-5-1943, acrescida e alterada
por uma série de leis esparsas — leis de acidente do trabalho, do empregado
doméstico, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço — FGTS etc.
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO: engloba as normas jurídicas que cuidam da
Seguridade Social (compreendendo a Saúde, a Previdência Social e a
Assistência Social) e atua por intermédio de seus órgãos (INSS, SUS etc.),
estabelecendo os benefícios e as formas de sua obtenção — auxílio-doença,
salário-maternidade, aposentadoria por tempo de contribuição e por
invalidez, direito à pensão na viuvez e na orfandade. Seus principais
instrumentos legais são a Lei de Organização e Custeio da Seguridade Social
(Lei n. 8.212/91); o Plano de Benefícios da Previdência Social (Lei n. 8.213/91); a
Lei Orgânica da Saúde (Lei n. 8.080/90); a Lei Orgânica da Assistência Social
(Lei n. 8.742/93); e o Programa do Seguro-Desemprego (Lei n. 7.998/90) (Cf.
Wagner Balera, Sistema de Seguridade Social, 2. ed., São Paulo, LTr, 2002, p. 18
e s.).
 DIREITO ECONÔMICO: É o ramo do Direito que se compõe das normas
jurídicas que regulam a produção e a circulação de produtos e serviços,
com vistas ao desenvolvimento econômico do País, especialmente no que
diz respeito ao controle do mercado interno, na luta e disputa lá
estabelecida entre as empresas, bem como nos acertos e arranjos feitos
por elas para explorarem o mercado. São normas, portanto, que regulam
monopólios e oligopólios, tentam impedir a concorrência desleal etc. Tais
normas estão espalhadas em leis esparsas, dentre as quais se destacam a
Lei Antitruste (Lei n. 8.884/94) – combate ao monopólio, a Lei de Economia
Popular, a Lei de Livre Concorrência etc.
 DIREITO DO CONSUMIDOR: Em vigor desde 1º-3-1991 (Lei n. 8.078/90), o
CDC regula as relações potenciais ou efetivas entre consumidores e
fornecedores de produtos e serviços. As normas do CDC, instituídas para a
proteção e defesa do consumidor, são de ordem pública e interesse
social.
RAMOS DOS DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS
 DIREITO AMBIENTAL: composto das normas jurídicas que
cuidam do meio ambiente em geral, tais como a
proteção de matas, florestas e animais a serem
preservados, o controle de poluição e do lixo urbano
etc.
RAMOS DOS DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS
DIREITO DIFUSO EXTERNO
 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO: É o ramo composto pelas normas
jurídicas que regulam as relações privadas no âmbito internacional. Como
as normas jurídicas têm vigência e eficácia apenas no território do
respectivo Estado, só podem produzir efeitos em território de outro Estado
se este aceitar. Trata-se, de fato, de “conflito de leis” e por isso há que se
definir qual a lei a ser aplicada: em função da nacionalidade ou domicílio
da pessoa; da situação da coisa, objeto do direito; e do lugar em que foi
realizado o ato. A norma jurídica fundamental que cuida do assunto é a
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Dec.-Lei n. 4.657, de 4-9-
1942). Em verdade, esta é uma lei geral de aplicação das normas jurídicas,
mas seus arts. 7º a 17 fixam as diretrizes do Direito Internacional Privado
brasileiro.

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