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UNIVERSIDADE DE UBERABA CIÊNCIAS CONTÁBEIS RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL TIFANY DE OLIVEIRA – 1150670 DIAGNÓSTICO DE PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS 1. A cidade onde habito hoje Uberaba está inserida em uma região que já pertenceu à Capitania do Espírito Santo, São Paulo, Goiás e finalmente Minas Gerais. De 1660 a 1670 a Região do Triângulo Mineiro, onde está localizada a cidade de Uberaba, era conhecida como Sertão do Novo Sul, Sertão Grande, Sertão Sul e Geral Grande. Posteriormente, passou a ser conhecida como “Sertão da Farinha Podre”, termo nascido em 1807, quando uma bandeira saiu do Desemboque e invadiu os sertões do Pontal do Triângulo Mineiro até as margens do Rio Grande. Para justificar a denominação “Sertão da Farinha Podre” os viajantes deixavam sacos de farinha no caminho para se alimentarem na volta. Ao retornarem ao local encontravam a farinha apodrecida. Outra explicação mais plausível para a denominação é que seria originária de uma região portuguesa de onde vieram alguns portugueses exploradores. Finalmente, em 1884 a região ficou conhecida como Triângulo Mineiro, denominação idealizada pelo Dr. Raymond Henrique Des Genettes, médico francês, jornalista e político, radicado em Uberaba, por saber que a região se situava entre os rios Grande e Paranaíba, terminava na junção desses dois rios, formando o Rio Paraná, e apresentava a forma aproximada de um triângulo. Os primeiros habitantes da região foram os índios tupis, depois os tremembés, os caiapós e os araxás, de tradições seminômades, cujas tribos se movimentavam de um local para outro. Eles viviam em grupos de poucas famílias, com simplicidade e sobreviviam do que a natureza oferecesse. Por volta de 1600 surgiu a Aldeia de Santana do Rio das Velhas (hoje Araguari), considerado o primeiro núcleo de povoamento branco na área que seria o futuro Estado de Minas Gerais, fundado pelos padres jesuítas com o objetivo de aculturar os índios, ou seja, catequizá-los.Posteriormente, a expedição do filho de Anhanguera fundou em 1725 o povoado de Vila Boa em Goiás. Dessa forma foi aberta a estrada que passava pelas terras de Uberaba. Por esse feito, Bartolomeu Bueno da Silva Filho recebeu como recompensa a nomeação de Capitão-Mor Regente das minas de Goiás e o direito de conceder “sesmarias” (concessão de terras para povoamento). Em 1727, Antônio de Araújo Lanhoso foi o primeiro homem branco que se fixou na região de Uberaba e um dos primeiros a receber sesmarias ao longo da estrada de Anhanguera, a 15 km de Uberaba, no córrego do Lanhoso, que corre paralelo à rodovia para Uberlândia. Em 1766 foi criado o Julgado de Nossa Senhora do Desterro das Cabeceiras do Rio das Velhas (Desemboque), sob a administração de Goiás, abrangendo a região do Triângulo e quase todo o sul de Goiás. Era um local rico em minas auríferas e de intensa exploração. A posse desse arraial pelo governo de Goiás era vantajosa aos moradores de Minas Gerais, pois estavam livres do pagamento de imposto sobre minerais, denominado "derrama", cobrado em Minas Gerais. Desemboque teve o seu esplendor até 1781, quando as minas auríferas se esgotaram. Algum tempo depois grande número de pessoas migrou para outras terras, ou seja, para o Arraial de Uberaba, fundado por Major Eustáquio. Portanto, a história do Desemboque é de fundamental importância para compreender o povoamento de Uberaba. Em 1807 um grupo de homens (Januário Luís da Silva, Pedro Gonçalves da Silva, José Gonçalves Heleno, Manuel Francisco, Manuel Bernardes Ferreira e outros) oriundos de Desemboque adentrou e ficou no Córrego da Lage. Segundo o historiador Borges Sampaio, o cirurgião prático Pedro Gonçalves da Silva, cujo apelido era Pedro Panga, aproveitando-se da vizinhança de índios mansos, se fixou e construiu, em 1809, uma casa, próxima de onde se encontra atualmente o Hospital Dr. Hélio Angotti. Prosseguindo a exploração das terras, o governo de Goiás para dinamizar a administração dos Sertões, nomeou em 1809, Antônio Eustáquio da Silva Oliveira (major Eustáquio), para a função de comandante “Regente do Sertão da Farinha Podre” (Triângulo Mineiro) e, em 1811 foi nomeado por Ato Governamental, “curador de índios”. Ele era natural de Ouro Preto e residente em Desemboque. Em 1810, major Eustáquio organizou no Desemboque uma “bandeira”, passando por terras de Uberaba e seguindo até o Rio da Prata, formado pelos rios Piracanjuba e do Peixe. Outra expedição chefiada por José Francisco Azevedo, atingiu a cabeceira do Ribeirão Lajeado, fundando o arraial da Capelinha em 1812, aproximadamente a 15 km do Rio Uberaba, próximo ao povoado de Santa Rosa. O povoado chegou a ter vinte casas e foi erguida uma capelinha com as imagens de Santo Antônio e São Sebastião. O Arraial era conhecido como Lageado ou Capelinha. Entretanto, não se desenvolveu por falta de água e terras férteis, conforme constatou major Eustáquio em visita ao local. Para prosseguir a colonização, o “Regente dos Sertões” major Antônio Eustáquio da Silva Oliveira (conhecido como major Eustáquio e fundador de Uberaba), comandou outra expedição em fins de 1812, composta por 30 homens, com o objetivo de procurar novas terras para se estabelecerem. A expedição chegou ao Rio Uberaba e fixou-se na margem esquerda do Córrego das Lages com o Rio Uberaba, onde foi edificada a Chácara da Boa Vista (hoje Fazenda Experimental da Epamig na Univerdecidade). Major Eustáquio constatou que Uberaba tinha três condições para o povoamento: recursos hídricos, terras férteis e posição estratégica favorável. Junto com o major Eustáquio (considerado o fundador de Uberaba) vieram fazendeiros e aventureiros que passaram a produzir e comercializar com as caravanas que ligavam Goiás a São Paulo. Em 1816 o major Eustáquio construiu um retiro para o gado, uma tenda de ferreiro e a sua residência na Praça Rui Barbosa. A sua função consistia em dar proteção para os colonos e índios mansos, além de expulsar para longe do arraial os índios bravos e quilombolas. Consequentemente, grande número de pessoas e famílias do arraial da Capelinha e do Desemboque, sabendo das condições propícias do arraial de Uberaba, e do prestígio e segurança que o comandante major Eustáquio oferecia, migraram para o novo arraial. Era uma população muito heterogênea: mineiros que se estabeleceram como fazendeiros, boiadeiros, mascates, comerciantes, criadores de gado, ferreiros e até criminosos foragidos. Os moradores construíram suas casas térreas de pau-a-pique ao redor do retiro de major Eustáquio, formando a “Rua Grande” (atualmente Rua Manoel Borges e Vigário Silva). Edificaram suas casas e estabelecimentos comerciais acompanhando as ondulações dos terrenos e serpenteando os pequenos regatos. Os moradores do Arraial da Capelinha trouxeram para Uberaba os seus santos protetores e com autorização do major Eustáquio construíram uma Capela (atual Praça Frei Eugênio, hoje Escola Estadual Minas Gerais), tendo como oragos Santo Antônio e São Sebastião. Posteriormente a capela foi transformada em Matriz, com a criação da Paróquia, benzida em 1818 pelo vigário do Desemboque Hermógenes Cassimiro de Araújo Brunswick. Assim foi estabelecido o reconhecimento do povoado pela Igreja, instituição que tinha prestígios decisórios junto aos governos. A Igreja Católica estava unida ao Estado e a bênção de uma capela oficializava, na administração, o nome do Arraial, que passou a chamar-se “Arraial de Santo Antônio e São Sebastião da Farinha Podre”, designação ostentada até 1820. Segundo o historiador Borges Sampaio, “o Arraial se desenvolveu e tinha 30 casas e já contava com 1.621 habitantes, dos quais 417 eram escravos”, o que demonstra a riqueza dos proprietários de terras e a grande exploração da mão-de-obra escrava. A atividade econômica predominante era a agricultura de subsistência, necessária para alimentar a sua população, além das tropas que passavam pelo arraial. Em 1819 havia criadores com 500 e até 1.000 cabeças de gado, fato que demonstra grande atividade pecuarista. As casas eram construídas com material simplese sem jardim, erguendo-se no alinhamento das ruas e serpenteando a naturalidade dos córregos. O colonizador branco foi ocupando as terras à medida que os índios eram aculturados ou expulsos de suas terras formando-se extensas propriedades, devido o baixo valor da terra e a isenção de impostos sobre elas. O arraial foi crescendo e isso permitiu que em 2 de março de 1820, o rei D. João VI decretasse a elevação do Arraial de Santo Antônio e São Sebastião à condição de Freguesia (Paróquia). (documento oficial mais antigo de Uberaba) Freguesia era o termo eclesiástico que designava o território de atuação de um vigário. Com isso ocorreu um desligamento dos laços religiosos que subordinavam o Arraial de Santo Antônio e São Sebastião (Uberaba) à Vila do Desemboque. O decreto constituiu um grande avanço para a comunidade. Significou a emancipação e gerência própria em assuntos de ordem civil, militar e religiosa. Foi o reconhecimento oficial tanto pela Igreja, quanto pelo Governo Real. Dada a importância histórica de 02/03/1820, quando a cidade foi elevada à Freguesia, (Decreto: documento oficial mais antigo do Município), instituiu-se oficialmente tal data para que se comemorasse o aniversário de Uberaba a partir de 1995. A Catedral (Igreja do Sagrado Coração de Jesus) também comemora 199 anos em 2019, pois em 1820 foi criada por decreto, a Freguesia (termo eclesiástico), que deu autonomia em relação a Desemboque em assuntos eclesiásticos na Freguesia. O fundador e comandante de Uberaba major Eustáquio e os fazendeiros mais importantes passaram a exigir a criação da Câmara Municipal. Entretanto, o fundador de Uberaba faleceu em 1832 e assumiu a liderança da Freguesia o seu irmão capitão Domingos da Silva Oliveira. Nessa época o Governo Regencial (1831 a 1840) implantou no Brasil uma política descentralizadora, viabilizando a elevação de Vila em muitos locais do País. A Freguesia de Uberaba em pouco tempo mostrava grande desenvolvimento e já contava com um número considerável de habitantes: agricultores, pecuaristas, comerciantes e de outras profissões, reunindo as condições para ser elevada à condição de Vila. Devido a esses fatos o Governo Provincial de Minas Gerais elevou Uberaba (Freguesia) à condição de Município (Vila) de Santo Antônio de Uberaba em 02 de fevereiro de 1836, tornando-se autônomo, com território demarcado e com a Câmara Municipal. Esta foi instalada em 1837, em um prédio na Praça Rui Barbosa, que também abrigou a cadeia, uma tradição dos tempos coloniais. Os primeiros vereadores eleitos eram comerciantes prósperos, fazendeiros e representantes do clero. A Vila cresceu e assumiu importância pela posição geográfica e pela grande atividade econômica. Uberaba, em 1840 passou a sediar uma Comarca pela Lei provincial mineira nº 171, com a finalidade de implantar a justiça na região, tendo como primeiro juiz de Direito Joaquim Caetano da Silva Guimarães. O crescimento econômico e populacional da Vila de Santo Antônio de Uberaba viabilizou em 1846 a conquista de um Colégio Eleitoral, vindo a ser sede de grande colégio, que era responsável pela nomeação de um Deputado Geral e de um suplente para a Assembleia Legislativa. Tornou-se um importante centro comercial, com uma população de aproximadamente duas mil pessoas e 337 habitações. Em 1850 teve início a industrialização, com a implantação da fábrica de chapéus por Luís Soares Pinheiro. A primeira escola pública feminina de Uberaba foi criada em 1953 e o engenheiro Fernando Vaz de Melo funda em 1854 o 1º estabelecimento de ensino Secundário de Uberaba. A Catedral Metropolitana do Sagrado Coração de Jesus, situada na Praça Rui Barbosa, iniciou a celebração dos atos paroquiais em 1856, muito antes do término de sua construção iniciada em 1827. Devido ao seu grande crescimento de Uberaba que era uma vila, mereceu o título de Cidade em 02 de maio de 1856, pela Lei Provincial Mineira nº 759. A Igreja Santa Rita, construída em 1856, é a primeira edificação de Uberaba tombada em 1939 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan pelo seu grande valor histórico, arquitetônico e cultural. Na década de 1860 a cidade tentou produzir algodão para a exportação, atendendo os interesses das indústrias de tecelagem. Teatro São Luiz, localizado na Praça Rui Barbosa entrou em funcionamento em 1864 promovendo eventos e espetáculos. Em 1865 passou a funcionar o primeiro Centro Espírita de Uberaba, por iniciativa do professor João Augusto Chaves. Sabe-se que a história e o desenvolvimento de Uberaba na década de 1870 estão diretamente ligados à guerra do Paraguai, que ocorreu entre 1865 a 1870, com o consequente bloqueio do Rio da Prata que desviou todo o trânsito destinado à Província de Mato Grosso para Uberaba, esta passou a ter sua atividade comercial intensamente ampliada e serviu como ponto de passagem das tropas rumo ao Mato Grosso. Aconteceu em Uberaba o encontro de tropas que compuseram o Corpo Expedicionário, tendo como um dos membros o visconde de Taunay. Houve a construção do Cruzeiro do Cachimbo, próximo do 4º Batalhão, considerado um marco histórico pela celebração da missa em intenção ao Corpo Expedicionário que seguiu para a guerra do Paraguai. Hoje, o Cruzeiro do Cachimbo é um bem tombado pelo Conphau e instalado na Praça Magalhães Pinto. O jornal Gazeta de Uberaba foi fundado em 27/04/1879 por João Caetano de Oliveira e Sousa e Tobias Antônio Rosa. Entre 1881 e 1882 foi construída a igreja em homenagem a Nossa Senhora da Abadia, padroeira de Uberaba. A primeira festa ocorreu em 15 de agosto de 1882 e as obras foram concluídas em 1899. Em 1882 foi inaugurada a iluminação pública por meio de vinte e cinco lampiões a querosene. A Fábrica de Tecidos do Cassu foi fundada em 1882 pelos irmãos Zacarias. Mais tarde, a fábrica, foi denominada Cia. Têxtil do Triângulo Mineiro e funcionou até 1993. O Colégio Nossa Senhora das Dores foi fundado em 1885, pelas irmãs dominicanas, e está em pleno funcionamento até hoje. O progresso de Uberaba se acentuou com a inauguração da Estrada de Ferro em 1889, um acontecimento que viabilizou: A partir de 1890, desenvolvimento da pecuária zebuína a pecuária que buscou melhoria da qualidade bovina, nascendo a zebuinocultura, que projetou o criatório uberabense e transformou Uberaba em centro difusor de tecnologia e pesquisa genética das raças de origem indiana; O desenvolvimento comercial e intercâmbio com os grandes centros de Minas Gerais e São Paulo; A aceleração da urbanização. Crescimento de edificações urbanas e comerciais; A vinda do imigrante europeu para a Uberaba. Os primeiros imigrantes foram os italianos que criaram inclusive um consulado na cidade. Depois vieram os portugueses, espanhóis, árabes, alemães, chineses, japoneses. Consequentemente, acentuou-se o desenvolvimento cultural e econômico de Uberaba que passou a refletir na estrutura urbana, onde surgiram requintadas construções no estilo eclético. Muitas dessas edificações foram projetadas e construídas pelos imigrantes italianos e espanhóis que trouxeram de seus países de origem a técnica e a experiência. Muitos fazendeiros uberabenses transferiram suas residências do campo para a cidade e passaram a morar nos palacetes em estilo eclético. Estas requintadas residências constituíam locais de encontros políticos, sociais e festivos, eventos que permitiram muitas decisões que definiram a história do município. A população do município crescia, assim como os atos ilegais e devido a isso era preciso um aparato policial para resguardar os cidadãos uberabenses. Em 06 de maio de 1890 o governador de Minas Gerais, João Pinheiro da Silva, institui um decreto s/nº, que em seu artigo 8º organizou “quatro corpos militares” e estabeleceu os locais de estacionamento, com o objetivo de dar maior segurança para as regiões de Minas Gerais. - Primeiro Corpo - Capital (Ouro Preto); - Segundo Corpo - Uberaba (Triângulo Mineiro); - Terceiro Corpo - Juiz de Fora; - Quarto Corpo –Diamantina. Uberaba foi contemplada com o Segundo Corpo Militar,respondendo por todo o Triângulo Mineiro. Entretanto, teve uma efêmera permanência na cidade, pois o Decreto nº 1.631 de 26/08/1903, assinado pelo Dr. Francisco Sales, o transferiu para a capital do Estado de Minas Gerais, a população de Uberaba desassistida de proteção militar. Apenas permaneceu em Uberaba um pequeno efetivo da corporação. Foi somente em 25 de novembro de 1909 que a Força Militar se estabeleceu definitivamente na cidade, quando foi criado o 4º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais, sediado em Uberaba. Inicialmente, a força policial se estabeleceu em um prédio na Rua Arthur Machado até o ano de 1932. Depois o 4º Batalhão foi instalado na Praça Frei Eugênio (Prédio do Senai) até 1947, quando foi instalado definitivamente em prédio próprio na Praça Magalhães Pinto e permanece, até a presente data. O Instituto Zootécnico de Uberaba, proposto por Alexandre Barbosa, foi inaugurado no dia 5 de agosto de 1895, com a finalidade de formar profissionais cientificamente preparados para orientar a produção pecuária. O Instituto foi instalado em uma fazenda desapropriada pelo governo do estado de Minas Gerais para abrigar essa nova instituição de ensino. Em 1899 foi fundado o Clube Lavoura e Comércio com o objetivo de defender a lavoura e a pecuária, combatendo os altos impostos e as interferências do novo governo republicano na atividade rural. Foi lançado o jornal Lavoura e Comércio que, em seu primeiro número, ocupou toda sua primeira página, expondo os ideais dos ruralistas. O Colégio Marista iniciou o ensino para 86 alunos internos e externos, em 1903, por iniciativa dos irmãos maristas que vieram da França. Em 1904 inaugurou-se a Igreja São Domingos, um marco para os dominicanos, pelo fato de ser a primeira igreja da ordem dominicana construída no Brasil. Em 1905 foi implantada a energia elétrica pela empresa Ferreira, Caldeira & Cia, fato que impulsionou o desenvolvimento da cidade. Em 1906, tiveram início as exposições de gado bovino, que foram muito prestigiadas, notadamente pelo Presidente da República Getúlio Dorneles Vargas, nas décadas de 1930 a 1950. A Diocese de Uberaba foi criada em 1907, tendo como primeiro bispo D. Eduardo Duarte Silva e foi elevada à categoria de Arquidiocese em 1962. O Agente Executivo Felipe Aché criou em 1909 a primeira Biblioteca Pública Municipal de Uberaba, denominada “Bernardo Guimarães”, estabelecendo-a em um porão da Câmara Municipal de Uberaba, um fato que denotou na época a pequena importância dada à educação e à cultura do município. Em 1909 foi inaugurado pelo estado de Minas Gerais o primeiro grupo escolar de Uberaba, denominado Grupo Escolar Brasil, localizado até hoje na Praça Comendador Quintino. Pela iniciativa de José Maria dos Reis, o governo do Estado de Minas Gerais criou, em 1917, a primeira instituição de ensino agrícola de Uberaba, denominada Aprendizado Agrícola Borges Sampaio. Em 1926 criou-se a primeira instituição de ensino superior na área da saúde bucal e da farmacologia, conhecida como Escola de Farmácia e Odontologia, que recebia alunos das mais diversas regiões do Brasil e até do exterior. Os primeiros protestantes de Uberaba foram os metodistas, cujos missionários iniciaram seus trabalhos em 23/08/1896 nas casas de fiéis e amigos. O templo foi inaugurado em 1924, na Rua Moreira César, no bairro Fabrício. Mário Palmério fundou em 1947 a Faculdade de Odontologia do Triângulo Mineiro, oportunizando mais tarde o ensino em outras áreas do conhecimento, na década de 1950, com as Faculdades Integradas de Uberaba (Fiube) e, desde 1988 Universidade de Uberaba (Uniube). Em 1949 as irmãs dominicanas fundaram a Faculdade de Filosofia e Letras São Tomás de Aquino. As irmãs concepcionistas chegaram a Uberaba em 1949 e em 1961 inauguraram a Igreja da Medalha Milagrosa. A Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro se estabeleceu em 1954 e foi transformada em Universidade Federal do Triângulo Mineiro em 2005, oferecendo cursos em diversas áreas do conhecimento. Nas décadas de 1970 e 1980 foram instalados os primeiros distritos industriais da cidade, apoiados com investimentos do Governo Federal. Na década de 1990 nasceu a Univerdecidade-Parque Tecnológico de Uberaba para viabilizar a pesquisa e o ensino técnico-profissionalizante, relacionados à ciência da informação e à agroindústria, notadamente para a genética vegetal e animal. O Centro de Pesquisas Paleontológicas Llewellyn Ivor Price e Museu dos Dinossauros foram criados em 1992. O museu é um dos mais importantes do Brasil, possuindo fósseis de 65 a 72 milhões de anos de idade. Localizado em Peirópolis, o museu é conhecido pela população regional e por visitantes de outros estados e países. Uberaba conta com marcos reconhecidos no Brasil e no mundo: a expressão espiritual de Chico Xavier, o desenvolvimento da pecuária zebuína e a paleontologia. Nos primórdios da sua história fora um Arraial, e hoje, no terceiro milênio (Século XXI) representa um centro comercial dinâmico; uma agricultura produtiva; uma pecuária seletiva, com importação de reprodutores e matrizes da Índia; um parque industrial diversificado, uma estrutura de ensino desenvolvida; uma planejada estrutura urbana, com características culturais sui generis, que têm atendido as demandas nos aspectos econômicos, culturais e de serviços essenciais à população. 2. Diagnostico de práticas sustentáveis Com o propósito de diagnosticar a eficácia, sob a ótica da população, das atuais políticas públicas adotadas pelo município e, ainda, mediar a aderência dessas políticas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU; aplicou-se um questionário, denominado Questionário para Diagnóstico de Práticas Sustentáveis (QDPS, em anexo), cujas cópias foram distribuídas e respondidas por residentes deste município. Cada pergunta deste questionário investigou a satisfação do residente quanto às políticas públicas relacionadas a um ODS. Os resultados obtidos foram: OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA ONU TEMA CENTRAL NOTA MÉDIA OBTIDA NOS QUESTIONÁRIOS PARA O DIAGNÓSTICO DE PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS (QDPS)* 1 Erradicação da Pobreza 2,7 2 Segurança alimentar 2,7 3 Saúde 2,9 4 Educação 3,8 5 Igualdade de gênero 4,3 6 Saneamento básico 3,8 7 Segurança energética 2,5 8 Trabalho e Desenvolvimento 3,5 9 Infraestrutura 3,3 10 Igualdade econômica 3,5 11 Moradia 3,3 12 Combate ao desperdício 3,2 13 Mudança climática 3,2 14 Recursos hídricos 2,8 15 Biodiversidade 3,0 16 Relacionamento Governo x Sociedade 3,8 17 Redes de comunicação e parcerias 3,5 Para efeito de análise, adotou-se o critério a seguir: o Tema Central que apresentar nota média igual ou inferior a 3, será considerado Ponto Fraco da cidade. Por conseguinte, o Tema Central que apresentar nota média superior a 3, será considerado Ponto Forte da cidade. Por isso, em face dos resultados apresentados, verificou-se os seguintes Pontos Fortes e Fracos do município: PONTOS FORTES PONTOS FRACOS Educação Erradicação da Pobreza Igualdade de gênero Segurança alimentar Saneamento básico Saúde Trabalho e Desenvolvimento Segurança energética Infraestrutura Recursos hídricos Igualdade econômica Biodiversidade Moradia Combate ao desperdício Mudança climática Relacionamento Governo x Sociedade Redes de comunicação e parcerias A seguir, constam algumas imagens ilustrativas desses pontos fortes e fracos: Pontos Fortes Educação Água e Saneamento Emprego Assentamentos humanos (moradia) Pontos fracos Pobreza Recurso Hídrico Saúde 3. Proposição de Políticas Públicas Sustentáveis Com o propósito de maximizar os pontos fortes e, sobretudo, minimizar/eliminar os pontos fracos apresentados anteriormente; a seguir serão propostos 03 projetos sustentáveis para que, uma vez implementados pelo município, possam contribuir para torná-lo mais sustentável, aumentando o alinhamento de suas políticas públicos com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)da ONU. Projeto 1: POBREZA Objetivo(s): Acabar com a fome e a desnutrição, adaptação às alterações climáticas, combater a desigualdade de gênero. Justificativa: A má nutrição (em qualquer das suas formas) também acarreta graves consequências para a saúde. A obesidade, por exemplo, pode conduzir a doenças crónicas como a diabetes tipo 2, hipertensão, asma, problemas respiratórios ou doenças hepáticas; É necessário que apoiemos também as populações mais pobres para que reduzam a sua vulnerabilidade perante os efeitos das alterações climáticas; Precisamos desenvolver políticas que rompam as barreiras que limitam as suas opções de desenvolvimento. Detalhamento: A fome é, ao mesmo tempo, causa e consequência da pobreza. Os primeiros dias de vida são cruciais para qualquer ser humano. É durante este período que ocorre o desenvolvimento básico das crianças e uma boa nutrição é fundamental para que isso aconteça. A fome e desnutrição na infância são uma das causas da mortalidade infantil, mas também podem provocar um atraso no seu desenvolvimento físico e intelectual, uma consequência irreversível que os acompanhará durante toda a sua vida. Está demonstrado que uma população debilitada e menos produtiva. Os desastres naturais agravados pelos efeitos das alterações climáticas traduzem-se em perdas de culturas, gado e infraestruturas. Isto provoca uma redução drástica da produção de alimentos básicos e incide diretamente na segurança alimentar da população com menos recursos, mas também nos seus meios de subsistência. A pobreza tem o rosto das mulheres e a desigualdade de género é mais uma barreira que impede as mulheres de saírem da pobreza. A desigualdade de género a nível educativo e salarial, o acesso à propriedade da terra e a cargos de responsabilidade ou a falta de participação da mulher no seio da sociedade são alguns dos sinais desta realidade. Por isso, se queremos acabar com a pobreza, não podemos (nem devemos) esquecer as mulheres. Resultados esperados: De acordo com a ONU, se todos os países ricos direcionarem apenas 1% dos seus rendimentos para o combate à pobreza, seriamos capazes de acabar com este problema em menos de 20 anos. Espero um pais livre de pobreza, para que todos possam desfrutar do bem mais valioso, A VIDA. Projeto 2: SAÚDE Objetivo(s): Tornar a Atenção Básica mais resolutiva; Melhorar a Regulação em Saúde para acabar com as filas; Criar capacidade epidemiológica para o enfrentamento das principais causas de morbidade; Instituir política de Promoção de Saúde. Justificativa: A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Detalhamento: Uma atenção básica resolutiva é capaz de tratar cerca de 80% dos problemas de saúde da população. Ganha o sistema, que consegue atuar com maior eficiência, e ganha a população, com a redução do agravamento de doenças crônicas e outras condições; As longas filas são o principal determinante de satisfação dos usuários do SUS, e podem ser resolvidas com um conjunto de práticas de gestão e melhora de processos, ampliando o acesso à saúde e o bem estar da população. A construção de capacidade epidemiológica reduz a transmissão de doenças infecciosas e garante que a as políticas de assistência e a promoção estão ancoradas nos principais desafios de saúde da população. É preciso tratar a saúde e não a doença. A ênfase em medidas de promoção de saúde garante uma população mais saudável, com menos incidência de fatores de risco, e assim de todos os itens da carga de doenças. Resultados esperados: Tornar a UBS facilmente acessível para a população, redução de desigualdades no acesso aos serviços de saúde, do risco de agudização de doenças e de mortalidade evitável. Redução dos tempos de espera no SUS. Indicadores de saúde bem definidos, organização das redes assistenciais, qualificação do cuidado. Situação de Saúde da população melhora e sistema de saúde menos sobrecarregado Projeto 3: BIODIVERSIDADE Objetivo(s): Consumir de forma mais sustentável; Conhecer e valorizar a biodiversidade local e a biodiversidade brasileira; Divulgar, fazer doações ou oferecer trabalho voluntário para projetos de conservação; Justificativa: A perda da biodiversidade tem crescido nos últimos anos, gerando impactos ao meio ambiente e diretamente nas nossas vidas, a proteção da biodiversidade interessa à todos, pois sua perda tende a provocar: a extinção de espécies, a perda de diversidade genética, a propagação global de plantas e animais comuns, mudanças climáticas, além de gerar doenças que podem se transformar em epidemias e pandemias, fato esse que vem sendo alertado pela ciência. Detalhamento: Às vezes nos esquecemos de que o que compramos também pode trazer benefícios ou prejuízos para a biodiversidade. Quando evitamos materiais descartáveis e reutilizamos embalagens, reduzimos o risco de plásticos sujarem os rios e mares e prejudicarem os animais que vivem ali. Quando escolhemos comprar alimentos orgânicos, ajudamos a diminuir o veneno nos ambientes rurais e favorecemos a agrobiodiversidade. Existem ainda os produtos de limpeza mais naturais, objetos feitos de materiais biodegradáveis, roupas feitas com tecidos naturais. E também marcas que fazem doações a projetos de conservação. Conhecer o que está mais perto de nós ajuda a entendermos que nossas ações fazem diferença para os seres. Participar de grupos e projetos locais de mutirões de limpeza, observação de aves, caminhadas na natureza, plantios em áreas degradadas, etc. podem ser boas oportunidades para o contato direto com a biodiversidade local. Existem muitos projetos de conservação sérios e com equipes que se dedicam diariamente a pesquisas, manejo, educação ambiental, recuperação de áreas degradadas, valorização de comunidades locais, etc. Então, uma ação que pode ajudar a nossa biodiversidade é conhecer esses projetos e incentivá-los. Pode ser por meio da divulgação das suas ações, de doações ou trabalho voluntário. Resultados esperados: A continuação da vida em nosso planeta, ecossistêmicos vitais, como polinização, purificação do ar e água, controle de pragas, ciclagem de nutrientes e decomposição de matéria orgânica, com os fungos desempenhando um papel fundamental. Um futuro sustentável para nosso planeta e para as gerações futuras, exigindo esforços globais em conservação, redução da poluição e adoção de práticas sustentáveis. 4. A CIDADE ONDE HABITAREI UM DIA Atualmente vivemos em uma realidade que consiste em preserva o hoje para se ter no amanha. Vivo na minha cidade há 25 anos, sou muito grata por tudo, porem é muito triste comparar o que tínhamos há 10 anos e o que temos hoje. Com o tempo, a falta de cuidado e o mau uso foram-se acabando os bens que nos foi proporcionado. Hoje quando se fala na cidade que eu habitarei a alguns anos, só consigo pensa na cidade em que minha filha e os jovens de hoje irar se habitar, pois estão novos e tem uma estimativa de vida bem maior do que a minha. Então penso na cidade que todos se habitaram. Eu espero que em 10 a 15 anos à frente, varias coisas melhore, pois e o necessário para que no futuro possa ter vida na terra. Vejo hoje que na cidade em que hábito a vários pontos fortes mais junto com eles vem os pontos fracos. Pontos fracos merece atenção e com o tempo e dedicação pode melhorar não só em estatísticas, mais também a qualidade de vida dos seres vivos que nela reside. Existe vários motivos para se ter pontos fracos em uma cidade, inúmeros para ser mais correta. Vai muito além de um profissional contratado para conserva aquilo e pronto. Conservação da cidade, manter pontos fortes e melhora pontos fracos, também e de plena responsabilidade de nos mesmo, afinal, nos que habitamos nela, se não mudarmos hábitos que a prejudique quem mais mudara por nos. Uma cidade formada apenas de pontos forte me crê, que ainda não existe, o ser humano e falho, falamosde um espaço onde habita milhares de pessoas e grande parte delas não colaboram a favor de melhorias, por simplesmente pensar somente no hoje e esquecer que existe o amanha. A cidade que habitarei um dia espero que seja uma cidade onde a pobreza seja apenas historias de livro, relatos de pessoas antigas. Que todos tenha uma qualidade de vida, que não aja fome e moradores de rua. Espero que ao necessitar de assistência a saúde eu possa ser atendida como humana e ser tratada da mesma forma que as outras pessoas, que eu tenha um atendimento que de fato me ajude, que ao precisar de um leito de hospital ele tenha capacidade para me acomodar. Espero poder sair na rua sem me preocupar se vão me julgar pelo meu gênero ou não. Espero poder desfrutar de agua limpa em minha casa e onde quer que eu vá. Espero pode contar com energia elétrica por toda a cidade. Espero termo que nos preocupar apenas em conservar aquilo que já temos, de sermos gratos por tudo e ser um lugar que todos queiram nem que seja visitar. Para mim, minha cidade e como se fosse meu quintal. Gosto sempre de ver meu quintal limpo, um ambiente agradável, e tudo que eu posso fazer para manter ele dessa forma eu faço, porque não fazer o mesmo pela a cidade onde moro. E esse pensamento que eu gostaria que as pessoas que habita na mesma cidade que eu possa ter. Essa e a cidade que eu habitarei um dia. Conclusão Achei essa proposta de trabalho essencial para a disciplina estudada, pois realizando ela pude perceber a dimensão de coisas que por falta de conhecimento ou ate mesmo por falta de curiosidade eu não sabia da existência. Hoje com toda certeza irei passar a olhar tudo ao meu redor com outros olhos. Irei me informa melhor sobre projetos e colaborar da melhor forma que eu puder para melhoria de onde trabalho. Entendo que se todos fizerem sua parte todos nos podemos vencer. image5.jpeg image6.jpg image7.jpg image8.jpg image9.jpeg image10.jpg image11.jpeg image12.jpg image1.jpeg image2.jpg image3.jpeg image4.png