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Operações Unitárias III Eng. Quím. DEQ Dimensionamento de Colunas Prof. Alexandre F. Santos Equipamento e Operação DESTILAÇÃO BINÁRIA Equipamento e Operação O casco vertical abriga os internos da coluna e junto com o condensador e refervedor, constituem uma coluna de destilação. COLUNA DE PRATOS PRATOS PERFURADOS PRATOS VALVULADOS DESTILAÇÃO BINÁRIA Internos da Coluna COLUNA DE PRATOS PRATOS COM BORBULHADORES DESTILAÇÃO BINÁRIA Internos da Coluna Internos da Coluna Bandejas ou pratos os termos "bandejas" e "pratos" são usados de forma análoga. Existem muitos tipos de configurações de bandeja, mas as mais comuns são: Bubble cap trays (Pratos com borbulhadores) O gás flui através do duto ascendente e passa pela campânula que força a passagem do gás por fendas laterais, quando então é dispersado na fase líquida que cobre tais fendas. Internos da Coluna Bubble cap trays (Pratos com borbulhadores) Internos da Coluna Sieve trays (Pratos perfurados) São placas de metal com orifícios. Vapor passa direto para cima através do líquido sobre a placa. Arranjo, número e tamanho dos orifícios são parâmetros de projeto. Por causa de sua eficiência, ampla faixa operacional, facilidade de manutenção e baixo custo, pratos perfurados e valvulados têm substituído os borbulhadores em muitas aplicações. Internos da Coluna Valve trays (pratos valvulados) Possui perfurações cobertas com opérculos móveis, que são levantados pelo vapor que flui para cima através das perfurações, e abaixam-se sobre o orifício quando a velocidade do vapor é baixa. Tais válvulas direcionam o vapor horizontalmente no líquido, proporcionando mistura mais completa que no caso dos pratos perfurados. ABSORÇÃO Pratos Perfurados Pratos Valvulados Borbulhadores ❑ TIPOS DE PRATOS Internos da Coluna ABSORÇÃO Fonte : Seader e Henley, 1998. Internos da Coluna Pratos Perfurados Pratos Valvulados Borbulhadores (bubble cap) Pratos valvulados → amplo intervalo de velocidade de escoamento (frente ao prato perfurado) → Custo inferior ao prato com borbulhador → Elevadas eficiências de estágio (pouco sensível a velocidade) Internos da Coluna Prato valvulado Bubble cap Fluxo de líquido e vapor numa coluna de pratos Internos da Coluna Internos da Coluna Cada prato possui 2 condutores de líquido, um em cada lado, denominados ‘downcomers’. Líquido desce prato a prato através dos downcomers por gravidade. O fluxo através de cada prato é mostrado abaixo. Uma barreira (weir) no prato garante a existência de líquido (holdup) no prato, sendo projetada de modo manter o líquido em altura adequada (ex, de forma a cobrir totalmente os borbulhadores com líquido). O vapor ascende através da coluna sendo forçado a atravessar o líquido através das aberturas dos pratos. A área disponível para passagem de vapor em cada prato é a área ativa do prato. COLUNA DE RECHEIO DESTILAÇÃO BINÁRIA Internos da Coluna TIPOS DE RECHEIO RECHEIOS RANDÔMICOS RECHEIOS ESTRUTURADOS DESTILAÇÃO BINÁRIA Internos da Coluna Internos da Coluna RECHEIOS Recheios são dispositivos passivos que são projetados para aumentar a área interfacial de contato líquido-vapor. As seguintes imagens mostram 3 tipos diferentes de recheios. Estas peças supostamente conferem bom contato líquido-vapor, sem causar excessiva queda de pressão através de uma seção empacotada. Isto é importante porque uma elevada queda de pressão significa que mais energia é necessária para conduzir o vapor para a coluna de destilação. Internos da Coluna Recheio x Prato Uma coluna de pratos que esteja enfrentando problemas de transferência pode ser aprimorada via substituição da seção de pratos por uma seção de recheio. Isto porque: • Recheios fornecem área interfacial extra para contato L-V • A eficiencia de separação aumenta para a mesma altura de coluna • Colunas recheadas sao menores do que colunas de pratos. • Colunas recheadas sao chamadas de colunas de contato contínuo enquanto as colunas de pratos sao denominadas colunas de estágios de contato. Refervedor Exemplos de Refervedores Refervedor Refervedor http://www.rccostello.com/Klarex.html Fatores que afetam a operação da coluna Condições de Vazão de Vapor Condições adversas no fluxo de vapor podem causar: Espuma Arraste Gotejamento/Choro Inundação Formação de espuma Refere-se a expansão do líquido devido à passagem de vapor. Embora forneça alta área de contato interfacial líquido-vapor, formação de espuma excessiva conduz frequentemente a acúmulo de líquido nos pratos. Em alguns casos, a formação de espuma pode ser tão ruim que a espuma se mistura com o líquido no prato acima. Ocorrência de espuma depende principalmente de propriedades físicas das misturas líquidas, mas às vezes é devido à condição e layout do prato. Seja qual for a causa, eficiência de separação é sempre reduzida. Fatores que afetam a operação da coluna Arraste Refere-se ao líquido transportado por vapor até o prato superior e novamente é causado por altas taxas de fluxo de vapor. É prejudicial porque reduz a eficiência do prato: material de volatilidade inferior é levado a prato com líquido com volatilidade superior.Isso também poderia contaminar destilado de alta pureza. Arraste excessivo pode causar inundação. Fatores que afetam a operação da coluna Choro/Gotejamento Fenômeno causado pela baixa vazão de vapor. A pressão exercida pelo vapor é insuficiente para segurar o líquido no prato. Portanto, o líquido começa a vazar através dos orifícios. Choro excessivo levará ao dumping (vazamento). Choro é acompanhado de uma queda de pressão acentuada na coluna e por eficiência de separação reduzida. Fatores que afetam a operação da coluna Inundação Provocada por fluxo de vapor excessivo, causando o arraste de líquido pela coluna. O aumento da pressão de vapor em excesso também faz o retorno de líquido no downcomer, causando um aumento no volume de líquido no prato acima. Dependendo do grau de inundação, a capacidade máxima da coluna pode ser severamente reduzida. Inundação é acompanhada por aumentos acentuados na pressão diferencial da coluna e por significativa diminuição na eficiência de separação. Fatores que afetam a operação da coluna Diâmetro da Coluna A maioria dos fatores que afetam a operação da coluna é devido às condições de fluxo de vapor: ou excessiva ou muito baixa. Velocidade de fluxo de vapor depende do diâmetro da coluna. Choro determina o fluxo mínimo exigido; Inundação determina o fluxo de vapor máximo permitido, portanto, capacidade de fluxo de vapor da coluna. Fatores que afetam a operação da coluna • Vazões - realizar um balanço de massa para determinar vazões F, D, B, e de L e V em ambas as seções da coluna. • Altura da coluna - determinar o número de estágios de equilíbrio. Escolha prato ou recheio e divida o número de estágios de equilíbrio por eficiência de prato para obter o número real de pratos ou altura total do recheio (além de espaçamento e espessura dos pratos) • diâmetro de coluna– determinar a velocidade de vapor, dividir vazão por velocidade e calcular a área • agora ficou claro dimensionar diâmetro e altura de pratos ou de recheios. Dimensionamento: sumário Vazão de Líquido e de Vapor Vazões de vapor podem causar arraste e inundação (se muito altas) e gotejamento se muito baixa. Inundação Choro excessivo Região de operação Liquid flow rate V ap ou r fl ow r at e Velocidade do Vapor Velocidades de vapor são determinadas para a retificação e stripping , podendo ser diferentes. Se demasiado baixa → Choro, líquido flui através dos furos Se muito alta → inundação, líquido irá de volta para o próximo prato. Se muito alta → pode reduzir a eficiência do prato porque o tempo de contato entre as fases é reduzido. Calcularo limite superior para a velocidade no ponto no qual inundação ocorre. Uma velocidade de projeto de 80 a 85% da velocidade inundação é usada Cálculo da velocidade de inundação Válido para Retificação ou stripping v vL f Ku − = 1 Onde uf = velocidade de inundação m/s K1 = coeficiente obtido via gráfico L = densidade do líquido v = densidade do vapor Diagrama de K1 versus FLV está disponível em quase todos os livros de OP.III . O diagrama é específico para cada tipo de prato ou borbulhador. Os espaços entre pratos devem ser conhecidos´. FLV é o fator de vazão liquido-vapor dado por: L v w w LV V L F = Onde Lw = liquid mass flow rate kg/s Vw = vapour mass flow rate kg/s L = liquid density v = vapour density Cálculo da velocidade de inundação Diagrama de K1 versus FLV Coulson & Richardson, Vol VI, 3rd Ed., p567 Gráfico K1 x FLV Algumas restrições se aplicam a este gráfico como o diâmetro mínimo do orifício, altura de barreira, sistema sem espuma, limite de tensão da superfície líquida. O tamanho do furo deve ser menor que 6,5mm; A altura da barreira deve ser menor que 15% do TS; Sistemas não devem formar espuma; A razão dos furos pela área ativa deve ser maior que 0,10. furos/área ativa 0,10 0,08 0,06 1,0 0,9 0,8 multiplicar K1 por: A tensão superficial deve ser igual a 0,02N/m, caso não, corrige-se abaixo: conforme abaixo Cálculo da densidade do vapor ideal Se a densidade de vapor é desconhecida, então pode ser calculada usando a lei dos gases ideais: nRTPV = P = pressão da coluna V = volume de gas (desconhecido) n = no. de mols (kmol em kmol/hr ou use base de 1 mol) R = constante universal dos gases, 8.314 J/K T = temperatura do vapor Calcule a densidade usando o produto do peso molecular do gás (MG) pelo termo P/RT. Diâmetro da Coluna O fluxo de vapor em qualquer seção da coluna é obtido a partir do balanço de massa em kmol/h. Isto é convertido em m3/s, como segue: m3/s = (kmol/h x mol wt.)/(densidade x 3600) A partir da equação da continuidade, q = va. Uma vez que sabemos a velocidade e a vazão, podemos determinar a área de seção reta e o diâmetro. Duas velocidades diferentes fornecerão 2 diâmetros específicos. O mesmo diâmetro da coluna (o maior) pode ser usado para a coluna inteira para simplificar a construção. Neste caso, os pratos na seção de baixa velocidade terão menos perfurações. Vop v c v MWV A )( = D = 4A c p Verificando Gotejamento (choro) ( ) v h h dK u −− = 4.2590.02 É boa prática verificar que o choro não irá ocorrer. Para chorar, a velocidade do vapor através dos furos na bandeja é baixa. Isto é obtido dividindo-se a vazão de vapor mínimo (m3/s) pela área disponível para o fluxo, ou seja, a área total do orifício. Isto é comparado com a velocidade do vapor em que inicia o choro, que é dada por: dh = diâmetro do orifício e K2 via diagrama. A velocidade mínima deve ser maior que a velocidade de choro!!!! Verificando Gotejamento (choro) Onde, lw =comprimento da barreira, m how = crista da barreira, mm de líquido Lw = vazao de líquido, kg/s. Espaçamento dos Pratos •Espaçamento do prato determina a altura da coluna. •Pratos normalmente são espaçados em 0,15 a 1m de distância •Se o diâmetro é superior a 1m , usar uma espaçamento de prato de 0.5m Colunas de recheio • Queda de pressão < 1000 Pa por m de altura de recheio (0,054 psi/ft de recheio, em Seader & Henley, 2nd ed., p233) • Diâmetro nomimal do recheio < 1/8 do diâmetro da coluna • Fator FLV calculado conforme expressão anterior. • Utilizar um outro diagrama de FLV versus Y com retas de queda de pressao constante por comprimento de recheio. • O fator Y contem a velocidade do gas desejada e fatores de correção para densidade e viscosidade do líquido. • Isto é conhecido como GPDC, Generalized Pressure Drop Correlation. GPDC Chart (exemplo) FLV Fator Y para coluna de Recheio ( ) ( )LL OH gPo ff g Fu Y L = )(2 2 uo = gas velocity FP = packing factor from a table of properties for packings g = gravity ρg = density of gas f(ρL) = liquid density correction factor f(L) = liquid viscosity correction factor Como calcular o diâmetro da coluna? 1. Calcular FLV 2. Decidir a queda de pressao de inundação 3. Leitura de Y do diagrama 4. Rearranjar equação para obter uv,f 5. Usar eq. da continuidade, estimar área da seção reta, e assim o diâmetro. Colunas de Recheio x Pratos • Para D < 0.6m recheio é mais barato • Recheio pode ser feito de material inerte/resistente, logo pode lidar com substs corrosivas. • Eficiente para sistema com baixa ΔP, logo suporta bem o vácuo • Coluna de recheio lida melhor com espuma. • Holdup de líquido é baixo • Pratos podem ser limpos mais facilmente. • Recheio pode quebrar mais facilmente • Altas vazoes de líquido são mais econômicas com colunas de prato. • Baixas vazoes de líquido não são tão problemáticas (o recheio não ficaria uniforme- mente “molhado”) Colunas de Recheio Recheio estruturado Recheio randômico Projeto de uma Coluna de Fracionamento: Fatores importantes ❑ Corrente de alimentação (T, P, composição, condição da fase); ❑ Grau desejado de separação; ❑Pressão de operação (deve ser menor que a pressão crítica da mistura); ❑ Perda de carga; ❑ Razão de refluxo mínima e de operação; ❑Número mínimo de estágios e números de estágios de operação; ❑ Tipo de condensador e refervedor; ❑ Diâmetro da coluna; ❑ Tipo de contato (pratos, recheio ou ambos); ❑ Internos da coluna; ❑Condição do refluxo (líquido saturado ou subresfriado); ❑ Altura da coluna; ❑Posição da alimentação. DESTILAÇÃO BINÁRIA Projeto de uma Coluna de Fracionamento para Destilação Binária Método gráfico simplificado → proposto por Warren L. McCabe e Edwin W. Thiele (1925) DESTILAÇÃO BINÁRIA MÉTODO DE MCCABE-THIELE Balanços de massa na seção de retificação e esgotamento LINHAS DE OPERAÇÃO + CURVA DE EQUILÍBRIO PARA O SISTEMA No estágios para uma dada Razão de Refluxo (R) No mínimo de estágios (Nmín) Razão de refluxo mínima (Rmín) Estágio ótimo para a entrada de F