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PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 1 FBUNI GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA DISCIPLINA DE PRODUÇÃO DE ENERGIA Centrais Termelétricas (Cont.) Profa. Ma. Rebeca Catunda Pereira Fortaleza, 25 de abril de 2023 PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 2 1. Introdução Rebeca Catunda Pereira 2 Centrais Termelétricas: O processo fundamental de funcionamento das centrais termelétricas baseia‐se na conversão de energia térmica em energia mecânica e esta em energia elétrica. Produz-se energia elétrica a partir da queima de combustível em uma caldeira. PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 3 1. Introdução 3 A conversão da energia térmica em mecânica se dá através do uso de um fluido que produzirá, em seu processo de expansão, trabalho em turbinas térmicas. O acionamento mecânico de um gerador elétrico acoplado ao eixo da turbina permite a conversão de energia mecânica em elétrica. A produção da energia térmica pode se dar pela transformação da energia química dos combustíveis através do processo da combustão (queima dos combustíveis), ou da energia nuclear dos combustíveis radioativos, com a fissão nuclear. Rebeca Catunda Pereira PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 4 1. Introdução 4 Centrais Termelétricas e Centrais Nucleares: As centrais térmicas cuja geração é baseada na combustão são conhecidas como centrais termelétricas; As centrais térmicas baseadas na fissão nuclear são chamadas de centrais nucleares. Rebeca Catunda Pereira PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 5 1. Introdução 5 Os combustíveis mais usuais das centrais termelétricas são: • Derivados do petróleo (Óleo). • Carvão mineral. • Gás natural. • Nucleares. • Biomassa. Rebeca Catunda Pereira PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 6 1. Introdução 6 As centrais termelétricas são classificadas de acordo com o método de combustão utilizado: Combustão Externa Combustão Interna Rebeca Catunda Pereira PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 7 1. Introdução 7 Combustão Externa O combustível não entra em contato com o fluido de trabalho. Processo usado principalmente nas centrais termelétricas a vapor, onde o combustível aquece o fluido de trabalho (em geral água) em uma caldeira até gerar o vapor que, ao se expandir em uma turbina, produzirá trabalho mecânico. As centrais nucleares, embora não utilizem combustão, e sim fissão nuclear, de certo modo se adequam a essa classificação, uma vez que o processo de fissão não entra em contato direto com o fluido de trabalho. Rebeca Catunda Pereira PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 8 1. Introdução 8 Termelétrica com Combustão Externa a Turbina Vapor Rebeca Catunda Pereira PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 9 1. Introdução 9 1. A queima de combustível gera calor que transforma o líquido (água) em vapor na caldeira. 2. O vapor se expande (a pressão passa de alta a baixa) na turbina a vapor, que movimenta um gerador elétrico. 3. O vapor que sai da turbina vai ao condensador, onde o calor é retirado e se obtém líquido. 4. O líquido é bombeado de volta à caldeira, fechando o ciclo. Rebeca Catunda Pereira PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 10 1. Introdução 10Rebeca Catunda Pereira PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 11 1. Introdução 11 Os principais combustíveis usualmente aplicados nas centrais a vapor são: • Óleo; • Carvão; • Biomassa (madeira, bagaço de cana, lixo etc.); • Derivados de petróleo. Rebeca Catunda Pereira PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 12 1. Introdução 12 Combustão Interna: A combustão se efetua sobre uma mistura de ar e combustível. Dessa maneira, o fluido de trabalho será o conjunto de produtos da combustão. A combustão interna é o processo usado principalmente nas turbinas a gás e nas máquinas térmicas a pistão (motores a diesel, por exemplo). Rebeca Catunda Pereira PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 13 1. Introdução 13 Os principais combustíveis usados nas máquinas térmicas com combustão interna são: • Gás natural • Óleo diesel Rebeca Catunda Pereira PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 14 1. Introdução 14 Central Nuclear: O calor para o aquecimento da água não é produzido por processo de combustão, mas sim pela energia gerada pelo processo de fissão nuclear (reação nuclear controlada em cadeia). Rebeca Catunda Pereira PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 15 1. Introdução 15 Usina Nuclear: A construção de uma usina nuclear envolve vários aspectos de segurança, desde a fase de projeto até a construção civil, montagem dos equipamentos e operação. Um reator nuclear do tipo Angra 1 e 2 é conhecido como PWR (Reator à agua Pressurizada), porque opera com água sob alta pressão. Rebeca Catunda Pereira PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 16 1. Introdução 16 Uma usina nuclear é formada basicamente por três fases: Primária Secundária Refrigeração Inicialmente, o urânio é colocado no vaso de pressão. Com a fissão, há a produção de energia térmica. No sistema primário, a água é utilizada para resfriar o núcleo do reator nuclear. Rebeca Catunda Pereira PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 17 1. Introdução 17Rebeca Catunda Pereira PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 18 1. Introdução 18 No sistema secundário, a água aquecida pelo sistema primário transforma-se em vapor de água em um sistema chamado gerador de vapor. O vapor produzido é aproveitado para movimentar a turbina de um gerador elétrico. Esse mesmo vapor é transformado em água através de um sistema de condensação, ou seja, através de um condensador que, por sua vez, é resfriado por um sistema de refrigeração de água. Por fim, a energia que é gerada através de todo o processo de fissão nuclear chega às residências por redes de distribuição de energia elétrica. Rebeca Catunda Pereira PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 19 2. Máquinas Térmicas 19 Representação de uma Usina Termelétrica a Carvão Rebeca Catunda Pereira PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 20 2. Máquinas Térmicas Rebeca Catunda P. M. 20 Máquinas Térmicas: São máquinas capazes de converter calor em trabalho. Elas funcionam em ciclos e utilizam duas fontes de temperaturas diferentes, uma fonte quente que é de onde recebem calor e uma fonte fria que é para onde o calor que foi rejeitado é direcionado. A respeito das máquinas térmicas é importante saber que elas não transformam todo o calor em trabalho, ou seja, o rendimento de uma máquina térmica é sempre inferior a 100%. Sendo assim, as máquinas térmicas operam em ciclos, retirando uma quantidade calor (Q1) de uma fonte quente, convertendo parte desse calor em trabalho mecânico (τ) e rejeitando outra quantidade de calor para uma fonte fria (Q2). PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 21 2. Máquinas Térmicas Rebeca Catunda P. M. 21 Onde: τ = Trabalho Realizado (J) Q1 = Calor recebido ou fonte quente (J) Q2 = Calor cedido ou fonte fria (J) PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 22 2. Máquinas Térmicas Rebeca Catunda P. M. 22 Rendimento de uma Máquina Térmica: O rendimento de uma máquina térmica é a razão entre a potência útil, trabalho produzido pela máquina térmica, e a potência total que é o calor fornecido a máquina térmica pela fonte quente: PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 23 2. Máquinas Térmicas Rebeca Catunda P. M. 23 Ciclode Carnot: É um ciclo termodinâmico que idealiza o máximo que uma máquina térmica consegue converter de calor em trabalho (situação ideal). É composto por 4 fases: • 2-3: Fornecimento de calor isotérmico e reversível (caldeira) • 3-4: Expansão reversível e adiabática (turbina) • 4-1: Rejeição de calor isotérmica e reversível (condensador) • 1-2: Compressão reversível e adiabática (bomba) PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 24 2. Máquinas Térmicas Rebeca Catunda P. M. 24 Ciclo de Carnot: Numa máquina de Carnot, a quantidade de calor que é fornecida pela fonte de aquecimento e a quantidade de calor cedida à fonte de resfriamento, são proporcionais às suas temperaturas absolutas: Onde: T1 = Temperatura absoluta da fonte de aquecimento T2 = Temperatura absoluta da fonte de resfriamento PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 25 2. Máquinas Térmicas Rebeca Catunda P. M. 25 Rendimento de uma Máquina de Carnot: PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 26 2. Máquinas Térmicas Rebeca Catunda P. M. 26 Potência Disponível: Para um sistema térmico ideal, sem perdas, essa potência, pode ser calculada, por: Onde: PD = Potência Disponível (kW). m = Massa do fluído passando pela transformação térmica por unidade de tempo, ou seja, vazão mássica (kg/s). h = entalpia específica do fluido (kJ/kg). h1 a entalpia na entrada da máquina térmica h2 a entalpia na saída da máquina térmica. PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 27 Aplicação Rebeca Catunda P. M. 27 Exercício 1: Qual a potência disponível , em KW, de uma turbina alimentada com 3600 kg/h de vapor superaquecido a 200 KPa e 400oC, o qual sai da turbina a 50 KPa e 150oC ? PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 28 Aplicação Rebeca Catunda P. M. 28 PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 29 Aplicação Rebeca Catunda P. M. 29 PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 30 Aplicação Rebeca Catunda P. M. 30 Exercício 2: Qual o rendimento máximo teórico de uma máquina a vapor, cujo o fluido entra a 560o C e abandona o ciclo a 200o C? PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 31 Aplicação Rebeca Catunda P. M. 31 Exercício 3: Uma máquina térmica opera segundo o ciclo de Carnot entre as temperaturas de 500K e 300K, recebendo 2 000J de calor da fonte quente. O calor rejeitado para a fonte fria e o trabalho realizado pela máquina, em joules, são, respectivamente: a) 500 e 1 500 b) 700 e 1 300 c) 1 000 e 1 000 d) 1 200 e 800 e) 1 400 e 600 PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 32 Aplicação Rebeca Catunda P. M. 32 Exercício 4: Uma máquina térmica cíclica recebe 5000 J de calor de uma fonte quente e realiza trabalho de 3500 J. Calcule o rendimento dessa máquina térmica. PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 33 Aplicação Rebeca Catunda P. M. 33 Exercício 5: Uma máquina térmica recebe 800 J de calor de uma fonte quente, em uma temperatura de 400 K, e rejeita 300 J para uma fonte fria. Calcule a temperatura da fonte fria e o trabalho realizado pela máquina. PPGEE - UFC / fevereiro de 2011 Renato Sampaio H. de Oliveira 34 Obrigada!