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MARIA LAURA R BARROS – MED 108 DIAGNOSTICO POR IMAGEM 1 Avaliação radiográfica do abdômen ANATOMIA BÁSICA ANÁLISE SISTEMÁTICA 1. IDENTIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS (FÍGADO, BAÇO, RINS, MÚSCULO ILIOPSOAS E BEXIGA); MARIA LAURA R BARROS – MED 108 DIAGNOSTICO POR IMAGEM 2 2. DISTRIBUIÇÃO GASOSA; O padrão normal de gás intestinal varia de nenhuma até a existência de gases em três ou quatro alças intestinais, de formato variável medindo menos de 2,5 cm de diâmetro. Níveis hidroaéreos são observados em pacientes normais, geralmente no estômago e no intestino delgado. Gases no intestino delgado geralmente aparecem como várias pequenas coleções aéreas, espalhadas de modo aleatório por todo o abdome. O cólon normalmente contém certa quantidade de gás e matéria fecal e seu diâmetro varia de 3 cm a 8 cm, sendo o ceco a porção de maior diâmetro. Ar livre na cavidade peritoneal é um sinal importante de perfuração intestinal. Radiografias convencionais mostram melhor o pneumoperitônio em posição ortostática, principalmente nas radiografias de tórax, pois pequenos volumes de ar podem ser bem visualizados sob as cúpulas do diafragma. MARIA LAURA R BARROS – MED 108 DIAGNOSTICO POR IMAGEM 3 3. PROCURAR SINAIS DE MASSA ABDOMINAL OU PÉLVICA OU CORPO ESTRANHO; Com o advento da tomografia e da ultrassonografia, não utilizamos mais a radiografia na avaliação de tumores abdominais, mas estes podem ser achados incidentais em pacientes submetidos a radiografias de abdome por diversos motivos, principalmente quando muito volumosos. Geralmente se apresentam ao raio x como uma grande opacidade com densidade de partes moles, que desloca as estruturas abdominais. Corpos estranhos podem ser ingeridos ou inseridos, através da vagina, reto ou uretra. O reconhecimento é importante para evitar complicações, que incluem hemorragia, formação de abscessos, septicemia, perfuração ou obstrução do intestino. Muitos corpos estranhos ingeridos por via oral são radiopacos, como moedas, alfinetes, peças de brinquedos, e outros. A maioria passa através do trato intestinal, causando danos mínimos na mucosa. Estes objetos devem ser acompanhados para garantir que consigam passar inteiramente ao longo do intestino. MARIA LAURA R BARROS – MED 108 DIAGNOSTICO POR IMAGEM 4 4. PROCURAR SINAIS DE ASCITE; O líquido na cavidade peritoneal origina-se de fontes diferentes e varia muito na sua composição. Ascite é o termo empregado para definir a existência de líquido seroso na cavidade peritoneal, mais comumente causada por cirrose, hipoproteinemia ou insuficiência cardíaca congestiva. O diagnóstico por radiografia convencional de casos de ascite requer uma coleção de, pelo menos, 500 ml de líquido. Os achados são: • Aumento difuso da densidade do abdome; • Margens indistintas do fígado, do baço e do músculo psoas; • Deslocamento medial das alças colônicas, afastando-se da faixa do flanco; • Abaulamento dos flancos; • Aumento da separação das alças do intestino delgado cheias de gás. 5. PROCURAR CALCIFICAÇÃO Calcificações intra-abdominais podem ser um sinal de doença intra-abdominal e devem ser procuradas em cada exame de imagem do abdome. TC e US são mais sensíveis à detecção de calcificação do que as radiografias convencionais. Calcificações podem ser: • Vasculares: são comuns na aorta e nos vasos ilíacos. • Cálculos biliares; • Cálculos renais/ureterais; • Granulomas do fígado e baço: focos cicatrizados de doenças granulomatosas; • Calcificações pancreáticas: associado a pancreatite crônica. MARIA LAURA R BARROS – MED 108 DIAGNOSTICO POR IMAGEM 5