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Documentoscopia e escrita
Prof. Marcelo Siqueira
false
Descrição
Apresentação da Documentoscopia e do papel de suas práticas em
investigações da justiça.
Propósito
Introduzir a temática da Documentoscopia, explicitando seu papel no
processo de investigação como um componente importante da
formação e atuação do perito forense.
Objetivos
Módulo 1
Conceito de Documentoscopia
Reconhecer o papel da Documentoscopia.
Módulo 2
História da Documentoscopia
Identificar as práticas históricas relativas à escrita e à necessidade
de verificar fraudes.
Módulo 3
Perícia e grafologia
Exemplificar conceitos e formulações necessárias à perícia e à
investigação de documentos.
Introdução
A investigação de documentos como prova, seja pela
identificação das letras, pelos tipos de papel, pela modelagem de
seus aspectos formais, é um tema clássico. Aparece em filmes,
em telenovelas e rende diversos vídeos em todas as plataformas
digitais.
O estudo desse assunto visa introduzir os discentes a um mundo
complexo e importante da história, tribunais, fóruns, arquivos e
governos. Tratamos da documentoscopia, uma área singular do
conhecimento, com profissionais especializados e que tem o
perfil transdisciplinar. Ao final deste conteúdo, você deverá
reconhecer suas práticas, aprender sobre caminhos que podem
ser assumidos, e enriquecer sua relação com futuras atuações
profissionais, reconhecendo quando são necessárias e que tipo
de desenvolvimento é feito diante de demandas que envolvam a
Documentoscopia.

1 - Conceito de Documentoscopia
Ao �m deste módulo, você será capaz de reconhecer o papel da Documentoscopia.
De�nição de Documentoscopia
É comum um interesse por parte das pessoas em compreender o que é
a Documentoscopia e como ela pode ser aplicada na prevenção, na
identificação, na análise e no combate à fraude documental.
A Documentoscopia é a ciência que averigua, por meio
de investigação técnica e científica, a identificação da
autenticidade dos documentos para fins judiciais,
sobretudo os criminais, estando, por este motivo,
ligada à criminalística.
Antes de tudo, é preciso entender que a documentoscopia é uma ciência
forense e, para compreender o que isso significa, precisamos lembrar o
que cada um desses termos representa:
Ciência
Uma atividade racional constituída por conceitos e princípios
específicos, objetos delineados e realizada por meio de uma
metodologia definida e divulgada, com o intuito de se produzir,
verificar, testar e/ou comprovar um determinado conhecimento
que possua uma validação geral.
Forense
Algo relativo ao foro (tribunal), estando associado a questões
jurídicas.
Ou seja, a Documentoscopia é uma atividade de metodologia própria
que está inserida no universo judicial, pois tem como objetivo atestar se
determinado documento é verdadeiro, falso ou falsificado, por meio da
análise de elementos inerentes a ele, como a tipologia documental,
tipos de suporte, tinta, letra, traçado, assinaturas e estudo de sinais,
selos, brasões etc.
A Documentoscopia, portanto, faz parte do processo analítico da perícia
documental, em que são empreendidos estudos técnicos e análises
comparativas, com base no conhecimento especializado de profissional
qualificado e do emprego de equipamentos específicos, para que a
autenticidade de um documento seja comprovada e atestada para fins
jurídicos.
Tipologia documental
Divisão de espécie documental que reúne documentos por suas
características diplomáticas comuns, natureza de conteúdo ou técnica de
registro.
Perícia documental
Processo empreendido por perito especializado, cujo objeto é o documento,
independentemente de seu gênero, forma ou suporte, com o objetivo de
definir se ele é verdadeiro, falso ou falsificado, ou estabelecer origem,
autoria e datação.
O pro�ssional de Documentoscopia
O profissional documentoscopista pode trabalhar na perícia de diversos
documentos, utilizando técnicas específicas, como:
Grafotecnia
Para a análise de escrita manuscrita.
Mecanogra�a
Para a análise da escrita mecânica.
É notório que, com o avanço tecnológico, muitas formas de
defraudações foram aperfeiçoadas, sobretudo com o advento das
ferramentas digitais compartilhadas e obtidas via rede mundial de
computadores ou através de softwares e equipamentos eletrônicos.
Entretanto, as fraudes oriundas de processos manuais e mecânicos
ainda são inúmeras e constantes, principalmente no que diz respeito
aos documentos contendo informações manuscritas e assinaturas.
Esse fato nos faz refletir sobre a temporalidade da Documentoscopia,
que muitos julgam como uma ciência contemporânea, mas que, na
verdade, é quase tão antiga quanto a própria noção de documento.
O conhecimento sobre a história da área não serve
apenas para quem deseja dar aulas ou para quem tem
curiosidade sobre seus aspectos. Serve para,
sobretudo, quem deseja ser um perito diferenciado,
qualificado, para além de questões técnicas.
Perito diferenciado
Profissional com formação específica, qualificado e capacitado para
desenvolver relatórios técnicos que atestem procedimentos, características
e elementos de algo que esteja sob contestação.
Compreender os motivos pelos quais a documentoscopia foi criada,
como está se desenvolvendo, se transformando e se adequando ao
longo do tempo, permite ao profissional distinguir os conceitos, utilizar a
terminologia correta, aplicar a metodologia mais apropriada e interagir
melhor com outros profissionais que também têm o documento como
objeto, como os arquivistas, diplomatistas, cientistas da informação,
entre outros.
Departamento de Grafotecnia da Polícia Nacional do Peru. Identificação de documentos
falsificados ou adulterados.
Assim, com esse intuito, iremos apresentar alguns conceitos centrais
que permeiam a documentoscopia, explicar sua origem e evolução,
traçar suas relações interdisciplinares e apresentar seu campo de
atuação. Lembre-se, quanto melhor for sua capacitação, maior será sua
inserção profissional e suas possibilidades de atuação.
Fraudes bancárias: um estudo de caso
Você já assistiu ao filme Prenda-me se for capaz?
Catch Me if You Can
Direção de Steven Spielberg de 2003.
A história, baseada em fatos reais, aborda a questão da fraude bancária
nos Estados Unidos – e no mundo – durante a primeira era dos cheques,
período em que esses documentos passaram a estar relacionados a
instituições financeiras, que guardavam voluptuosas somas, e passaram
a surgir pequenas fraudes, como pagamento de cheques com
assinaturas controversas. Cheques trocados por instituições financeiras,
o processo de fabricação de papeis específicos, séries numeradas e
forma de burlarem estes documentos foram organizados.
No filme, o genial jovem Frank Abgnail Jr. (interpretado por Leonardo
DiCaprio), quando foge de casa, observa como funciona o sistema
bancário e passa a explorar suas falhas de segurança. Assim, ele
começa sua “carreira” vinculado a uma empresa aérea e termina seus
dias de crime com falsificações em larga escala.
O ator Leonardo DiCaprio e o verdadeiro Frank Abgnail Jr.
A história é fantástica, pois o jovem existe no mundo real e, depois de
preso, será um dos impulsionadores de novas técnicas de segurança e
consultoria do FBI, e mais tarde, se torna consultor de segurança. Boa
parte do que é retratado no filme é baseada em análise de documentos
e cruzamento de informações.
Existe, claro, na obra artística, um forte grau de criação, mas, ao mesmo
tempo, há elementos importantes do que está sendo rediscutido na
contemporaneidade.
Fraudes bancárias e uma introdução
Vamos assistir ao professor Rodrigo Rainha em um react sobre a
Documentoscopia e seu papel.
Demonstração
Temos um processo na justiça sobre a propriedade de uma fazenda. A
questão versa sobre um documento em que uma das partes apresenta a
indicação de que a fazenda pertenceria a uma família, dada a venda
original, que teria acontecido ainda no tempo do Império. A outra parte
negaa venda, afirma que o documento é uma fraude e que nenhum dos
atos ali decorrentes poderia ser considerado correto.
Independentemente de outros aspectos jurídicos, se
fosse pleiteada a necessidade de uma avaliação para
verificação da autenticidade do documento, o que
deveria ser feito?
As partes poderiam solicitar a devida perícia do documental como etapa
da investigação do processo. Lembrando que, ainda que os
responsáveis pela falsificação já não pudessem ser punidos, o efeito
das análises realizadas poderia gerar compreensões diferentes do caso
para a esfera jurídica.

Mão na massa
Questão 1
Vamos praticar? Analise os casos a seguir e indique os que
necessitam da atuação de um profissional de documentoscopia.
Chega ao fórum o caso de uma família defendendo sua origem
nobre e, por isso, quer o reconhecimento de posse de todas as
terras do antigo barão do mesmo nome. Este caso necessita da
atuação de um profissional de documentoscopia?
Parabéns! A alternativa A está correta.
Não, este caso não depende de uma análise no escopo de definição
do que é a documentoscopia, afinal, não discute autenticidade ou
fraude sobre uma documentação.
Questão 2
Chega ao fórum o caso de um filho que deseja o reconhecimento do
pai. Leva uma carta de amor, escrita pelo pretenso pai, pouco antes

A Não.
B Parcialmente.
C Depende da interpretação do magistrado.
D Depende se as provas são genéticas ou em papel.
E Sim.
dos nove meses, falando do amor dele para com a mãe. Este é um
caso que pode envolver documentoscopia?
Parabéns! A alternativa B está correta.
Não, este tipo de documento não constitui fraude ou uma prova
direta sobre as formas, a maneira como ele poderia ser exposto.
Somente seria uma possibilidade se o debate fosse sobre a
assinatura, e de forma muito circunstancial, mas nada disso está
caracterizado.
Questão 3
Um documento é encontrado em uma biblioteca e é datado da
Idade Média. A dúvida é sobre período em que ele teria sido escrito
e sua função naquela sociedade. A análise deste documento estaria
sob o escopo da Documentoscopia?
A Sim.
B Não.
C Parcialmente.
D Depende da interpretação do magistrado.
E Depende se as provas são genéticas ou em papel.
A Sim.
B Não.
C Parcialmente.
Parabéns! A alternativa B está correta.
Não, esta análise deve ser feita peleográfica ou histórica. Assim,
não está no campo da criminalística.
Questão 4
Uma família está em litígio pela morte de seu patriarca. Acontece
que um dos herdeiros alega que o falecido havia vendido o carro
para ele, inclusive assinando os documentos, mas não deu tempo
de registrar no órgão específico. Outro herdeiro alega que o
documento foi falsificado (letra e assinatura) e que o familiar está
tentando tomar vantagem. Este é um caso em que a
documentoscopia pode ser acionada?
Parabéns! A alternativa A está correta.
D Depende da interpretação da polícia.
E Depende se as provas são genéticas ou em papel.
A Sim.
B Não.
C Parcialmente.
D Depende da interpretação do magistrado.
E Depende se as provas são genéticas ou em papel.
Pode configurar um caso de fraude documental, que pode ser
cruzada e verificada por meio de análises grafológicas, tinta, papel.
Então, é possível ser acionado um documentoscopista.
Questão 5
Um funcionário de uma empresa de transportes é acusado por seu
supervisor de falsificar um atestado médico da rede municipal de
saúde, alterando de 1 para 4 dias de repouso absoluto. O caso é
levado até uma delegacia da Polícia Civil. Este caso necessita da
atuação de um profissional de documentoscopia?
Parabéns! A alternativa C está correta.
O caso exige uma perícia e é possível ser acionado um
documentoscopista.
Questão 6
Uma senhora de 73 anos vai até uma agência bancária para
questionar o débito automático de 45 parcelas de um empréstimo
consignado que desconhece, mas o banco afirma que ela assinou a
contratação do empréstimo. Com a ajuda do seu advogado, ela
recorre à justiça. Este caso necessita da atuação de um profissional
de documentoscopia?
A Parcialmente.
B Não.
C Sim.
D Depende da interpretação da Polícia Civil.
E Depende se as provas são genéticas ou em papel.
Parabéns! A alternativa A está correta.
Como a assinatura no contrato de empréstimo foi falsificada, pode
configurar um caso de fraude documental, podendo ser cruzada e
verificada por meio de análises grafológicas, tinta, papel. Então, é
possível ser acionado um documentoscopista.
Vamos re�etir sobre as questões
Neste vídeo, a professora Suelen de Souza explica as questões do mão
na massa.
Teoria na prática
A Sim.
B Não.
C Parcialmente.
D Depende da interpretação do magistrado.
E Depende se as provas são genéticas ou em papel.

_black
O caso da demanda de Documentoscopia em juízo
Vamos ver como eles aparecem na prática, alguns temos que você
precisa conhecer no contexto da Documentoscopia e que são parte
dos casos apresentados nesta seção. Esses termos você precisa ser
acostumar a reconhece-los no cotidiano da justiça. Consegue
elaborar uma situação em que estes seriam pedidos em juízo, ou
ainda, quem poderia solicitar?
Completude – Qualidade de um documento arquivístico
referente à presença de todos os elementos intrínsecos e
extrínsecos, administrativos e legais, exigidos pelo produtor e
pelo sistema jurídico ao qual está inserido.
Confiabilidade – Característica do documento arquivístico que,
a partir de sua completeza, possui a capacidade de garantir
que o documento é o que diz ser.
Documento – Informação registrada em um suporte,
independente da informação e do suporte.
Documento autêntico – Documento original e que permanece
tal qual seu autor o concluiu.
Documento copiado – Documento elaborado ou derivado de
um original.
Agora vamos observar como eles aparecem de forma prática?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Quais características são inerentes à área da Documentoscopia?
Mostrar solução
A Análise forense e identificação histórica.
B Perícia documental e ligação à biblioteconomia.
Parabéns! A alternativa D está correta.
A Documentoscopia, apesar de histórica como área, hoje remete-se
centralmente a aspectos da criminalística, análise forense, combate
a fraudes e perícia criminal.
Questão 2
O profissional de documentoscopia tem uma atuação ampla e uma
formação necessariamente multidisciplinar. Sua principal atuação
corresponde à análise de
Parabéns! A alternativa E está correta.
A relação da Documentoscopia com a criminalística a aproxima
frontalmente dos processos relativos à fraude documental e seus
C Ciência medieval e laudo psicotécnico.
D Criminalística e análise forense.
E Combate à fraude e âmbito exclusivamente pessoal.
A validação de assinatura.
B datação de documentos.
C atendimento ao plantão judiciário.
D investigação de crimes contra pessoa.
E investigação de fraude documental.
desenvolvimentos, podendo ainda atuar na identificação e
colaboração para crimes e afins, quando demandado.
2 - História da Documentoscopia
Ao �m deste módulo, você será capaz de identi�car as práticas históricas relativas à escrita e
à necessidade de veri�car fraudes.
Escrita e autenticidade:
antecedentes históricos
Uma breve história da investigação
da escrita
Neste vídeo, a professora Suelen de Souza faz uma breve introdução à
temática.

Para entendermos exatamente sobre o que estamos falando e, a partir
daí, compreendermos a Documentoscopia em sua maior abrangência,
torna-se fundamental o conhecimento histórico do desenvolvimento da
área, sobretudo, por meio da contextualização da necessidade que a
humanidade sempre teve em distinguir e atestar a veracidade
documental.
É a partir dessa necessidade que, em cada época da nossa história, foi
se moldando a evolução das sociedades, e foram empreendidas
inúmeras práticas, desenvolvidas técnicas, elaborados tratados, criadas
instituições e estabelecidas ciências.
O marco que separa a Pré-Históriada História é a invenção da escrita,
pois ela representou o desenvolvimento econômico e social das
civilizações que estavam se consolidando. Isso se deu por volta do ano
3.000 antes da Era Cristã, na Mesopotâmia, região onde hoje se situa o
Iraque.
Pintura rupestre no Parque Nacional da Serra da Capivara.
Antes da escrita, as formas de registro da interação informacional eram
feitas por meio de desenhos, símbolos e cores. Foi a partir da invenção
desse sistema codificado, que atribuía para cada ideia, ou som, um
símbolo específico (ideogramas, signos ou letras), que a civilização
humana iniciou seu desenvolvimento mais estruturante.
Assim, a escrita passou a representar uma forma mais precisa de se
registrar e comunicar informações, tornando-se elemento basilar para a
compreensão da sociedade. Por esse motivo, seu surgimento é tido
como marco zero da História.
Pedra Roseta.
Há um fato, entretanto, pouco percebido nessa explicação. Se a escrita
é a materialização da voz, de uma ideia, de um pensamento ou de uma
atividade, ela só consegue se expressar quando está na forma de
registro, ou seja, quando ela é documento. Muita gente confunde a
palavra documento com a ideia de que ele representa um registro oficial
e de grande importância, sobretudo probatória. Porém, o conceito de
documento é mais abrangente, pois significa:
Qualquer informação registrada em um suporte material.
O Conselho Internacional de Arquivos define documento como “a
informação registrada, independentemente do tipo de suporte ou de
suas características”. Já o Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa o
define como a “declaração escrita que se reconhece oficialmente como
prova de um estado, condição, habilitação, fato ou acontecimento”, e
também pode ser um “texto ou qualquer objeto que se colige como
prova de autenticidade de um fato e que constituiu elemento de
informação”.
Arquivos
Arquivologia é a ciência que estuda os arquivos em sua integralidade, ou
seja, sua natureza, funções, teorias, métodos, técnicas e aplicações a
serem observadas em sua formação, constituições, produção, organização,
guarda, processamento técnico, preservação, utilização e difusão.
Livro dos Mortos, primeiro livro egípcio em papiro. Tinha como objetivo registrar rituais de
passagem das almas durante sua viagem para o Além (região dos mortos). Cerca de 2.000 a.C.
Podemos perceber que a ideia de documento está associada ao registro
de uma informação que se pressupõe ser importante, constituindo-se
como prova de algo e que, portanto, possui autenticidade. A origem
etimológica da palavra documento também revela sua importância.
Documento é oriundo do termo latino documentum que, por sua vez, é
derivado de docere, cujo significado é ensinar (docere deu origem aos
termos docência, referente ao magistério e a docente, o mesmo que
professor).
Resumindo
O documento é algo que prova, mas que também ensina, ou que ensina
com o intuito de provar.
Escrita e lei
O sentido jurídico probatório do documento exigia, porém, a
confirmação de sua veracidade. A chancela de que aquele registro,
produzido pela materialização da escrita e que continha informação
relevante para a prova de uma ação, direito, posse ou atividade, deveria
ser aceita e reconhecida pela coletividade na forma de distinguir o que
era verdadeiro do que não era. Mas como atestar a autenticidade de um
documento? Se hoje há muitas formas de falsificá-los, como garantiam
a veracidade documental no passado?
Para além dos documentos administrativos da burocracia cotidiana,
havia os documentos fundadores, os preceitos religiosos, as normas
dinásticas e os documentos que atribuíam o poder. Esses documentos
eram percebidos como advindos do poder divino, emanados pelos
deuses ou por seus representantes na Terra, como os reis, faraós,
líderes religiosos etc.
A autenticidade, portanto, era uma atribuição divina.
A forma como a autenticidade era atribuída precisou ser ampliada,
revista e melhorada, devido a fatores como:

As mudanças políticas

O aumento da produção documental

A necessidade da garantia de veracidade de
outros documentos
Para tal, foram criados os arquivos, lugares institucionais que por sua
importância ficavam localizados nos palácios reais e templos religiosos.
Tanto na Antiguidade ocidental como na oriental, a autenticidade
passou a ser uma característica atribuída ao documento em virtude do
local em que ele era depositado e guardado para preservação: o arquivo.
Portanto, quando havia a necessidade de legitimar os documentos, no
intuito de atestar direitos e deveres, ele deveria ser depositado nos
arquivos situados nos templos, palácios ou nos prédios públicos
destinados a este fim, garantido fé pública por serem considerados, a
partir deste ato, “monumentos incorruptíveis”.
Assim, a autenticidade do documento passou a ser
atribuída pelo lugar, pelo arquivo.
Com a ascensão do Império Romano, o ato escrito ganhou muita
importância, devido à gigantesca estrutura administrativa necessária
para controlar os vastos territórios que compunham o império.
Curiosidade
O Direito Romano desenvolveu-se e, ainda hoje, serve de base para as
legislações ocidentais, mesmo com o colapso do império, no século V.
No Império Bizantino, sucessor da parte oriental do Império Romano,
houve a percepção de que uma expressiva quantidade de documentos
falsos estava sendo depositada nos arquivos, com o intuito de validá-
los. Em relação a essa e outras situações de caráter administrativo, o
Imperador Justiniano I editou um código jurídico contendo inúmeros
dispositivos legais, dentre eles o Redactio in Mundum, diretriz que
estabelecia a forma com a qual o documento jurídico deveria ser
redigido para garantir seu valor legal e probatório.
Nessa mesma época, no século VI, um bispo católico francês chamado
Gregório de Tours (que se tornaria, anos depois, santo) promoveu uma
ampla investigação sobre as assinaturas, a caligrafia e outros aspectos
gráficos e materiais de documentos referentes ao rei merovíngio
Chilberto II, concluindo por sua falsidade.
São Gregório e Rei Chilperico I – ilustração em Grandes Chroniques de France de Charles V,
século XIV.
Esse trabalho é tido como a primeira análise sistematizada de perícia
documental e inaugurou aquilo que os historiadores chamam de crítica
documental, ou seja, a averiguação consistente de que um determinado
documento possui as qualidades que atestam sua veracidade.
Com o advento do feudalismo na Idade Média e a pulverização política-
administrativa na Europa,
a autenticidade do documento passou a ser atribuída pela
autoridade local e não mais pelo local onde ele era
depositado.
Para tanto, uma série de elementos de validação começaram a ser
exigidos, como o aporte de selos, assinaturas desenvolvidas e
rebuscadas e a presença de funcionários públicos ou religiosos no ato
de confirmação do ato de feitura ou conclusão do documento.
Falsários, falsi�cações e seus
algozes
Entretanto, as falsificações continuaram frequentes, cada vez mais
elaboradas e praticadas entre os poderosos, como ordens religiosas,
membros da Igreja, senhores feudais e até mesmo reis e imperadores,
que tinham como objetivos o maior enriquecimento, prestígios diversos
e o aumento do poder por meio da aquisição fraudulenta de terras e
títulos de nobreza, por documentos falsos e falsificados, como
testamentos e certidões.
A Igreja Católica era extremamente importante na Europa medieval e
detinha enorme poder. Na passagem do século XII para o XIII, o Papa
Inocêncio III editou duas bulas (documento emitido pelo Papa) que
visavam ao combate ao crescimento da adulteração de documentos da
Igreja.
 Licet ad Regimen (editada em 1198)
Discorria sobre os métodos utilizados pelos
falsificadores para produzir documentos falsos ou
adulterar documentos autênticos, dando-lhes novos
significados.
Na Idade Moderna, as disputas em torno da autenticidade de
documentos eclesiásticos atingiramum nível tão elevado que as ordens
religiosas mais importantes, como a dos jesuítas e a dos beneditinos,
passaram a promover estudos aprofundados, em que defendiam a
autenticidade dos documentos em sua posse e, ao mesmo tempo,
questionavam a veracidade dos documentos das outras ordens.
Esses documentos eram, em sua maioria, referentes à história dos
santos católicos e sua importância estava relacionada à sua relevância.
Quanto mais relevante era o santo e os registros
atribuídos a ele, maior era o prestígio da ordem na qual
ele era vinculado, o que resultava em maiores doações
e devoções.
Em 1643, o jesuíta belga Jean Bolland publicou os Acta Sanctorum, um
vasto conjunto de livros sobre os santos da Igreja Católica, cujo objetivo
era separar os fatos reais das lendas que os cercavam.
 Pride ad Bulae (editada em 1201)
Discorria sobre a técnica para distinguir
documentos verdadeiros dos falsos, estabelecendo
penas para quem praticava a adulteração ou se
valia da mesma. O Papa Inocêncio III é tido como
precursor das ciências documentais e suas bulas
como precursoras da sistematização de técnicas
periciais documentais.
Para isso, Bolland e sua equipe promoveram um amplo estudo
documental em bibliotecas e arquivos religiosos. Seu sucessor foi o
padre belga, e também jesuíta, Daniel van Papenbroeck, que fazia parte
da equipe de Bolland e publicou, em 1675, o segundo volume dos Acta
Sanctorum. A introdução desse segundo volume, assinada por
Papenbroeck, trazia uma relação com oitos princípios básicos sobre a
autenticidade de documentos antigos em pergaminho. Tais princípios,
que haviam sido aplicados nos documentos utilizados no segundo
volume dos Acta Sanctorum, levaram Papenbroeck a declarar como
falso um importante documento atribuído ao rei francês Dagoberto I,
gerando desconfiança sobre a autenticidade de inúmeros documentos
merovíngios e da Ordem Beneditina na França.
O estudo de Papenbroeck foi considerado uma afronta pelos
beneditinos e acirrou os ânimos entre as ordens religiosas, iniciando o
período conhecido como Bella Diplomatica, termo em latim que significa
a Guerra da Ciência dos Diplomas, ou “guerra documental”.
Como resposta ao que estava escrito na introdução dos Acta Sanctorum,
o monge francês beneditino Jean Mabillon empreendeu o maior estudo
realizado até então sobre os documentos, investigando suas formas,
tipologias, origens e maneiras de validação, e analisando,
detalhadamente, como se deveria observar os elementos extrínsecos e
intrínsecos do documento, para atestar sua veracidade. Esse estudo foi
publicado em 1681, em seis volumes, nominado de De Re Diplomatica,
que significa algo próximo de “sobre os documentos”.
Diplomatica
Ciência que estuda a gênese, forma e transmissão de documentos,
analógicos e digitais, e sua relação com os fatos representados e com seu
autor, objetivando identificar, avaliar e comunicar sua natureza, bem como
atestar se estes são verdadeiros, falsos ou falsificados. Trata da estrutura
formal dos documentos, determinando sua autenticidade e tipologia.
Paleogra�a e Diplomática
O primeiro volume de De Re Diplomatica apresentou a metodologia
empreendida para crítica documental. Utilizando diferentes tipos de
documentos como exemplo, Mabillon analisou a linguagem empregada
em cada um deles, bem como o tipo de escrita e as tintas utilizadas, o
uso e as formas de abreviaturas e símbolos, a aplicação de selos e as
formas de datação, entre outros aspectos. Os quatro volumes seguintes
propunham a criação dos princípios diplomáticos e a forma como
seriam aplicados. Por fim, no último volume, o autor apresentou uma
série de exemplos, com cerca de 200 itens, em que apontava como a
autenticidade do documento poderia ser realmente aferida.
A obra de Mabillon, que tinha como intuito provar a autenticidade dos
documentos beneditinos, por meio de um amplo e definitivo estudo
sobre a gênese e a tramitação dos documentos, teve forte impacto não
só na comunidade eclesiástica, mas em todo universo documental e
arquivístico. A publicação de De Re Diplomatica é considerada ainda
hoje como o evento que demarcou as origens das duas ciências que
passaram a sistematizar o estudo documental:
Diplomática
Estuda a veracidade e a
tipologia dos
documentos.
Paleogra�a
Estuda escrita e
caligrafia com intuito de
promover a leitura, a
transcrição e a
interpretação dos
documentos.
É interessante destacar que o termo “paleografia” não aparece em
nenhum dos seis volumes da obra de Mabillon, mas o autor ressalta a
importância do estudo, da compreensão e da análise da escrita como
forma de promover o entendimento correto da informação contida no
documento e de se atestar a veracidade por meio de aspectos
comparativos e de características específicas da caligrafia do pretenso
autor. Ou seja, embora a termo não tenha surgido nesse momento, sua

metodologia foi apresentada e introduzida no âmbito da análise
documental.
Em 1708, outro intelectual religioso francês, Bernard de Montfaucon,
publicou um livro intitulado Paleographia Graeca, em que sistematizava
técnicas conhecidas de análise de textos, tipos de escritas e caligrafias,
para identificar, ler, transcrever e interpretar documentos gregos ou
escritos naquela língua. Vale ressaltar que a maior parte dos
documentos antigos da Igreja era escrita em grego, bem como muitas
de suas falsificações. É na obra de Montfaucon que se estabeleceram
as primeiras normas de leitura e transcrição, criando uma metodologia
que servirá de base para o desenvolvimento da área paleográfica.
Paleogra�a
A análise paleográfica é o estudo de um manuscrito sob todos os ângulos
pertinentes à Paleografia, sejam eles aspectos caligráficos, grafismos,
características materiais ou complementares e contextos administrativos e
históricos.
Paleographia Graeca.
A Paleografia constitui-se na disciplina que estudava as formas de
escrita (cursiva, gótica, carolina, processual etc.), o suporte em que a
informação estava registrada (papiro, pergaminho, papel etc.), os
materiais e instrumentos para a escrita (pincel, pena, lápis, caneta etc.),
as tintas utilizadas, a evolução das letras e dos números, os tipos de
caligrafia, as assinaturas e rubricas, os traços de validação, as
abreviaturas utilizadas, os símbolos, o vocabulário, e tudo que possa
contribuir para o esclarecimento da história dos documentos, do
contexto histórico (temporal, espacial e cultural) em que foram
produzidos, objetivando a perfeita leitura e a correta transcrição para
posterior interpretação e análise.
Comentário
Existe, porém, um equívoco em afirmar que a Diplomática e a
Paleografia foram criadas do zero, a partir das obras de Mabillon e
Montfaucon, pois o que houve, na verdade, foi a sistematização do
conhecimento técnico já existente por meio de legislações canônicas,
procedimentos legais tratados de sigilografia (estudo dos selos e
sinetes usados para identificação e validação de documentos) e
pesquisas diversas.
Contudo, torna-se inegável que as obras mencionadas são de extrema
importância para as ciências documentais e para a análise pericial dos
documentos.
Já nessa época, a utilização de outras disciplinas e técnicas correlatas
na análise pericial foi fundamental para que a crítica à sinceridade dos
atos e à autenticidade dos registros fosse realizada corretamente. Isso
fez com que o estudo empreendido fosse mais amplo, profundo e
preciso. Dentre essas disciplinas, destacam-se:
Cronologia
Estudo das formas de medição do tempo e suas divisões.
Numismática
Estudo de moedas, cédulas medalhas.
Antroponímia
Estudo da etimologia dos nomes próprios.
Epigra�a
Estudo de inscrições lapidares.
Heráldica
Estudo de emblemas e brasões.
Sigilogra�a
Estudo de selos e sinetes.
Caligra�a
Estudo da forma pessoal como cada indivíduo imprime ao
escrever.
Além disso, a contextualização histórica era empreendida para que
houvesse uma relação lógica entre o registroe o fato mencionado.
Para os beneditinos do início século XVIII, o objetivo da Diplomática era
o julgamento da veracidade dos antigos documentos contidos nos
arquivos, pois ela estava intimamente ligada às questões sobre
autenticidade. Contudo, no decorrer das décadas seguintes, ela foi
sendo estruturada, sobretudo pelas instituições germânicas, como
instrumento jurídico para a feitura e validação de novos documentos.
Em diversos países europeus, principalmente na Itália, começaram a
surgir escolas superiores de Diplomática e Paleografia, de cunho erudito,
voltado ao estudo e à prática do pensar e fazer arquivístico, que
colaboraram para a criação dos Arquivos Nacionais e para a formação
dos arquivistas, a partir da consolidação do Estado Moderno, no final do
século XVIII, e das independências das ex-colônias europeias nas
Américas, incluindo o Brasil.
Cortile del Belvedere – Escola de Paleografia, Diplomacia e Arquivos do Vaticano.
No século XIX, a Diplomática, a Paleografia e as demais ciências
documentais perderam autonomia e importância, a partir de sua
introdução nas universidades de Direito e, sobretudo, de História, além
do advento da História Positivista (em que é fundamental o documento
escrito, para a história das nações e da construção de uma identidade
nacional), pois passaram a se desenvolver como ciências auxiliares do
historiador. Veja uma breve cronologia:
Século XIX
As ciências documentais
(Diplomática e Paleografia, entre
outras) perdem seu status de
imporância e autonomia.
Final do século XIX
Por meio de tratados e obras
referências, que tinham por base
a Diplomática e a Paleografia,
surgiu a Arquivologia como área
voltada aos arquivos.
Século XX
A Diplomática e a Paleografia
perderam prestígio face às
novas demandas, principalmente
ã d l á
Com o surgimento das novas tecnologias de informação e
comunicação, sobretudo as oriundas do universo digital, novas
discussões sobre as questões ligadas à autenticidade e à confiabilidade
dos documentos digitais surgiram. A partir desse debate, empreendido
por arquivistas, cientistas da informação, administradores e informatas,
os estudos conceituais e a aplicabilidade das teorias da Diplomática
foram renovados e seus princípios novamente utilizados.
Estudo de caso – o caso Mark
Hofmann
A venda e circulação de documentação são acompanhadas por uma
série de medidas que buscam legitimar sua origem e coibir possíveis
falsificações. Entretanto, por vezes, esse mercado é ponto de encontro
de uma série de crimes e investigações. Alguns casos ficam famosos
por seu impacto no mundo das artes ou em fraudes fiscais, mas outros
ganham maior destaque por mexer com a crença das pessoas.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, mais conhecida
pela expressão Mórmon, remete suas origens ao relato de Joseph Smith
Jr. que afirma ter tido uma visão, em 1820, ao se encontrar com um anjo
e, posteriormente, receber placas de ouro com inscrições que, segundo
o dogma religioso, foram copiadas e se tornaram o livro dos mórmons.
Durante a segunda metade do século XX, havia um importante mercado
de especialistas e missionários incumbidos de localizar documentos
históricos. A circulação desses documentos religiosos se dava por
compra e venda de dignitários mórmons e também para o arquivo e
biblioteca que a igreja mantém.
Dignitários
Pessoas que ocupavam altos cargos civis ou religiosos.
Neste contexto de mercado de documentos históricos mórmon, o
negociador de documentos Mark Hofmann ficou conhecido, durante a
década de 1980, pela descoberta do que chamou de "Carta da
Salamandra". A venda do documento à Igreja dos Santos dos Últimos
a gestão documental, área
contemplada pela Arquivologia e
pela Administração.
Dias foi intermediada por dignitários mórmons e colocou Hofmann
como expoente do mercado de compra e vendas de documentos
religiosos mórmons. Até 1985, Hofmann comercializaria documentos
para a Igreja e outros colecionadores com certa tranquilidade.
Entretanto, a “descoberta” da "Coleção McLellin", que contaria com
capítulos esquecidos dos livros dos mórmons, causou grande debate na
teologia da igreja, bem como na vida da comunidade.
Em 1985, uma série de três explosões e homicídios atingiu membros do
mercado de compra e vendas desse tipo de documento. Tendo sido
vítima de uma dessas explosões, Mark Hofmann e a sua propensão a
descobertas de novos documentos virou ponto central das
investigações.
Policiais revistando o carro de Mark Hofmann.
A investigação das explosões e homicídios levou à descoberta de um
esquema de fraudes e falsificações, marcado pela sofisticada técnica de
Hofmann para forjar a tinta usada para a escrita dos autógrafos falsos, o
uso de papéis do século XIX e processos de aceleração de
envelhecimento.
Os peritos ligados à promotoria apontaram a falsificação da “Carta de
Salamandra” por meio de diferentes técnicas, como a aceleração do
envelhecimento da tinta, a fórmula da tinta usada no séc. XIX nos EUA e
Reino Unido, utilização de papel do séc. XIX, entre outros.
Demonstração
Será que este tipo de relato fica restrito ao cinema? Não, longe disso.
Um caso real será apresentado no vídeo a seguir.
Solucionando casos reais
Neste vídeo, o caso será detalhado.


Mão na massa
Questão 1
A investigação da falsificação de documentos deve levar em conta
múltiplos aspectos da produção e da circulação de um documento.
Sobre a história do falsificador Mark Hofmann, assinale a assertiva
correta à luz da noção de autenticidade:
Parabéns! A alternativa A está correta.
A investigação da falsificação de documentos deve levar em conta
aspectos múltiplos da produção e circulação de um documento.
A
A exploração de um mercado de compra e vendas
de documentos específico possibilitou o
desenvolvimento de técnicas que dificultaram as
investigações.
B
Mark Hofmann atuou na falsificação de diversos
documentos de épocas diferentes, pois conhecia o
padrão universal das documentações.
C
A falsificação é um crime em si, e não cabe ao
documentocopista observar o contexto em que o
crime está envolvido.
D
A falsificação, neste caso, foi uma exceção, não
devendo ser um caso típico por se afastar da
criminalística.
E
A falsificação religiosa é um fundamento da
investigação, sendo seu principal campo de
desenvolvimento.
Questão 2
Sobre a história do falsificador Mark Hofmann, à luz da noção de
autenticidade, assinale a assertiva correta:
Parabéns! A alternativa A está correta.
O caso de Mark Hofmann aponta que a falsificação desses
documentos estava relacionada a um efervescente mercado de
documentos históricos vinculados aos primeiros fiéis e origens da
igreja. Esse mercado estava relacionado a dignitários mórmons e à
biblioteca que a igreja mantém.
Questão 3
A
A compra e a venda de documentos falsificados
estavam relacionadas a um mercado de
documentos históricos já estabelecidos.
B
Os tipos de crimes relacionados à documentação
são recorrentes e sempre iguais, como o caso
revela.
C
O caso demonstra que a falsificação de
documentos é sempre uma ação pessoal e
centralizada.
D
A compra de falsificação demonstra que somente
grupos ultra especializados fazem fraudes e sempre
por coisas grandiosas.
E
A compra e a venda de documentos é algo raro,
comparado a imagens ou roubo de dados, que são
muito mais ricos e importantes.
O caso de Hofmann é conhecido pelo desenvolvimento de
diferentes técnicas na produção do documento por parte do
falsário. A variação de técnicas adotadas mostra que:
Parabéns! A alternativa E está correta.
Destacamos a aceleração do envelhecimento da tinta, a fórmula da
tinta usada no séc. XIX nos EUA e Reino Unido, utilização de papel
do séc. XIX, entre outros.
Questão 4
O campo de estudo da falsificação de documentos deve ser
pensado como algo:
A O foco da veracidade reside no que está escrito.
B O foco está no tipo de material.
C O foco está no tipo de tinta.D O foco está no tipo de grafia.
E
O foco está em associar materiais diversos para
encontrar as informações.
A Da Antiguidade.
B Do Medieval.
C Da Era Moderna.
Parabéns! A alternativa E está correta.
A passagem do tempo sempre viu o processo de falsificação, mas
as ciências e a leitura sobre o que isso significa mudam ao longo do
tempo.
Questão 5
O caso de Hofmann e o mercado de documentos mórmons é
resultado também do conhecimento do campo de estudo de
investigação da falsificação. Que técnica deste campo o falsário
usou a seu favor?
Parabéns! A alternativa C está correta.
Ao conseguir a legitimação do documento conhecido como Carta
de Salamandra, Hofmann usou a técnica da comparação de
D Da contemporaneidade.
E
De espaços e tempos diversos, desde que nos
organizamos em sociedade.
A Grafotécnica da Carta de Salamandra
B Perícia da Carta de Salamandra
C Comparação com a Carta de Salamandra
D Paleografia da Carta de Salamandra
E Documentoscopia da Carta de Salamandra
documentos a seu favor, uma vez que estabeleceu um documento
falso como margem de análise.
Questão 6
O trabalho desenvolvido por um ou mais especialistas, com o
objetivo de fornecer elementos técnicos que permitam a tomada de
decisão quanto a um fato, ação ou objeto, e é utilizado em
processos judiciais quando há dúvidas ou questionamentos de
partes interessadas é chamado de:
Parabéns! A alternativa C está correta.
A perícia é um trabalho de análise técnica que tem por objetivo
fornecer elementos técnicos para uma decisão em um processo
judicial.
Vamos re�etir sobre as questões
Neste vídeo, a professora Suelen de Souza explica as questões do Mão
na massa.
A Paleografia
B Criminalística
C Perícia
D Método comparativo
E Modelo de confronto

Teoria na prática
Vamos ver alguns conceitos importantes e, depois, o relato para
compreender as relações estabelecidas.
Documento diplomático – Documento legitimado do ato e do
fato administrativo ou jurídico.
Documento eletrônico – Documento composto por informação
registrada, codificada em forma analógica ou em dígitos
binários, e acessível, interpretável por meio de equipamento
eletrônico.
Documento falso – Documento aparentemente revertido de
requisitos e formalidades externas e, às vezes, internas,
próprias de documento original autêntico. Objetiva passar-se
por verdadeiro, mas foi criado com má-fé no intuito de ludibriar.
Documento falsificado – Documento que era originalmente
verdadeiro, mas a partir de alguma adulteração feita por má-fé,
mudou seu objetivo ou alterou informação relevante.
Documento original – Documento feito por vontade expressa
de seu autor, mantido no suporte e formato em que foi
produzido.
Documento pós-original – Cópias que representam um
documento formalmente idêntico a um original.
Documento pré-original – Texto anterior ao documento
original, como o rascunho ou minuta.
Documento verdadeiro – O mesmo que documento autêntico.
Original – Forma sob a qual um documento é mantido no
suporte e formato em que foi produzido pela primeira vez.
Documento, texto ou livro que, uma vez concluído e revertido
das formalidades e requisitos de garantia, se mantém e chega
à posteridade, sem qualquer transformação ou manipulação
em seu suporte, tinta, letra, assinatura, selos e conteúdo
informacional.
Original múltiplo – Documento que reúne os requisitos
peculiares do original, mas em vez de haver sido elaborado e
_black
emitido em único exemplar, por razões diversas, emitiram-se
vários idênticos, na matéria e na forma, com valor de original.
Costumam existir quando são vários os destinatários ou
interessados.
Paleografia – Estudo técnico de textos manuscritos, sobretudo
antigos, na sua forma exterior, compreendendo o
conhecimento dos materiais e instrumentos para escrever, a
história da escrita e a evolução de letras e números, símbolos e
abreviaturas, objetivando sua leitura, transcrição e
interpretação.
Peça – Documento a ser periciado.
Perícia – Trabalho desenvolvido por um ou mais especialistas,
com o objetivo de fornecer elementos técnicos que permitam a
tomada de decisão quanto a um fato, ação ou objeto. Muito
utilizada em processos judiciais, quando há dúvidas ou
questionamentos de partes interessadas.
Quando você observa esse glossário precisa notar que são
definições úteis para compreensão da documentoscopia e da
escrita. Sendo assim, estudar sobre como isso passa pelos aspectos
decisórios é fundamental. Vamos pensar sobre isso? Como esses
termos e técnicas poderiam te ajudar a tomar uma decisão?
Vamos assistir agora ao vídeo Quem tem razão: estudo de um caso
real.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
As obras referenciais das ciências documentais, Acta Santorum, De
Re Diplomatica, e Paelographia Graeca foram escritas,
respectivamente, por:
Mostrar solução
A
Jean Bolland, Jean Mabillon e Bernard de
Montfaucon.
Parabéns! A alternativa A está correta.
Na busca de evitar os documentos falsos e criar mecanismo de
validação, Jeanl Bolland, Jean Mabillon e Bernard de Montfaucon
permitiram o desenvolvimento dessas práticas marcantes ao longo
da história.
Questão 2
O trabalho desenvolvido por um ou mais especialistas, com o
objetivo de fornecer elementos técnicos que permitam a tomada de
decisão quanto a um fato, ação ou objeto e é utilizada em
processos judiciais, quando há dúvidas ou questionamentos de
partes interessadas é chamada de:
B Daniel van Papenbroeck, Bernard de Montfaucon e
Gregório de Tours.
C
Papa Inocêncio III, Jean Mabillon e Gregório de
Tours.
D Gregório de Tours, Jean Bolland e Jean Mabillon.
E
Bernard de Montfaucon, Papa Inocêncio III e Daniel
van Papenbroeck.
A Paleografia
B Criminalística
C Perícia
D Método comparativo
Parabéns! A alternativa C está correta.
A lógica pericial passa a ser uma ação direta na busca da
veracidade dos documentos, constituindo uma ação fundamental
ao longo do tempo.
3 - Perícia e grafologia
Ao �m deste módulo, você será capaz de exempli�car conceitos e formulações necessárias à
perícia e à investigação de documentos.
Documentoscopia e Criminalística
A Documentoscopia surge no século XX, dentro do ambiente jurídico
criminal, se estabelecendo inicialmente como uma técnica pericial
voltada para a verificação da autenticidade documental neste âmbito.
Diferente da Diplomática, da Paleografia e das outras ciências
documentais, ela traz consigo uma identidade forense, oriunda da
necessidade jurídica de criar elementos que possam balizar uma
decisão judicial em relação à uma prova documental.
Relembrando
A garantia da autenticidade documental sempre foi uma necessidade
administrativa e jurídica, e com o tempo, uma ferramenta na crítica
E Modelo de confronto
histórica.
Entretanto, as falsificações, que sempre existiram, passaram a exigir
cada vez mais um estudo aprofundado para sua identificação. Técnicas
e métodos foram desenvolvidos por inúmeras áreas, para que as
fraudes fossem descobertas e coibidas. Essas ações passaram a fazer
parte não só do âmbito jurídico, mas também criminal e policial.
Em todo o mundo, a esfera criminal, inserida no sistema jurídico,
necessitava de amparo pericial para que determinadas provas
passassem pela análise forense, com a coleta de provas e evidências
que pudessem balizar a decisão judicial. É neste âmbito que surge a
Criminalística como a disciplina que:
Abrange um conjunto de procedimentos científicos,
com o objetivo de identificar, reconhecer e interpretar
os indícios, as provas e as evidências, que servem para
averiguação de um delito e para desvendar crimes e
assuntos de aspectos legais.
A Criminalística é multidisciplinar por natureza, pois trabalha e necessita
de diversas ciências, como a Física, a Química, a Biologia e, também, as
ciências documentais.
Inserida na Criminalística, a Documentoscopia busca atestar a
autenticidade ou falsidade do documento, seja ele qual for,a partir de
conhecimento específico, metodologia própria e instrumental adequado
que irá determinar se o documento é verdadeiro, se não houve
alterações, acréscimos ou adulterações, se ele é integralmente falso, e
determinar sua autoria ou origem, caso seja necessário.
Atenção!
A principal característica que difere a Documentoscopia das outras
ciências documentais é que ela possui um cunho policial, criminalístico
e investigativo, pois além de buscar atestar a autenticidade, ela também
procura determinar os meios empregados para a fraude, quem os
produziu e de que maneira.
Inicialmente, no Brasil e em muitos outros países, a análise pericial de
documentos era feita pela polícia ou por tabeliães e notários que, por
trabalharem com documentos jurídicos e comerciais de valor
econômico (por isso sempre os mais falsificados), eram acionados para
darem suas opiniões e, caso necessário, fazerem laudos sobre os
documentos, caligrafias e assinaturas, pois trabalhavam diariamente
com esses elementos. Na ausência de legislação pertinente quanto à
perícia documental e de cursos de formação na área, os profissionais
mais qualificados eram aqueles que tinham aptidão e que buscavam no
conhecimento empírico a identificação de evidências que comprovariam
a fraude, normalmente por meio de estudos comprovativos.
Em relação à formação profissional, alguns cursos foram sendo
oferecidos ao longo do tempo pela própria polícia civil e algumas
delegacias foram criadas para combater as mais variadas formas de
fraude. Somente nas décadas finais do século XX surgiram cursos
específicos, embora poucos e esporádicos, para formação de peritos
criminais.
Instituto Geral de Perícia – Polícia Científica de Santa Catarina.
Saiba mais
Em 2009, por meio da Lei 12.030, de 17 de setembro, são estabelecidas
as disposições sobre as perícias oficiais. Segundo seu artigo 1º, a lei
“estabelece normas gerais para as perícias oficiais de natureza
criminal”, e em seu artigo 2º determina que “no exercício da atividade de
perícia oficial de natureza criminal, é assegurado autonomia técnica,
científica e funcional, exigido concurso público com formação
acadêmica específica, para o provimento do cargo de perito oficial.”
Entretanto, alguns serviços periciais são realizados por profissionais
autônomos, como os peritos grafotécnicos, aqueles que analisam a
escrita e a assinatura do documento para atestar sua autenticidade.
Esses serviços podem ser solicitados tanto por esferas judiciais, como
por empresas privadas. Embora não seja uma profissão regulamentada,
o perito grafotécnico requer conhecimento específico, prática e,
sobretudo, capacitação na área.
Departamento de Criminalística do Rio Grande do Sul.
O perito versado em Documentoscopia pode atuar em diversas frentes
de trabalho, elaborando laudos periciais, que vão desde obras de arte a
documentos eletrônicos. Mas o campo de trabalho em que ele é mais
requisitado é na Grafotecnia, o ramo que estuda, investiga e analisa os
documentos manuscritos.
Em todos os casos, porém, o documentoscopista precisa ter um
conhecimento amplo e generalista em várias áreas, ou estar inserido em
uma equipe que possa auxiliá-lo, pois, dependendo do objeto periciado,
o profissional poderá utilizar a Química, a Eletrônica, a Informática, a
Física, a História, o Direito, a Diplomática, a Arquivística e outras áreas
que se fizerem necessárias. O trabalho pericial do documentoscopista
se divide em dois âmbitos:
 Judicial
Quando o perito é nomeado por um juiz.
 Extrajudicial
Quando ele é contratado de forma particular por um
cliente para periciar um documento ou uma
assinatura para outros fins, sem ser
especificamente para a esfera jurídica.
Os peritos particulares contratados por uma das partes de um processo
judicial podem contrariar a perícia judicial e, até mesmo, fazer a perícia
da perícia por meio de um parecer técnico. O laudo pericial feito de
forma correta irá atestar se o documento foi realmente produzido ou
emitido pelo seu produtor, seja ele pessoa física ou jurídica, se foi
adulterado, ou se foi criado de forma fraudulenta.
Laudo pericial
Produto de uma perícia, na forma de relatório, que contenha detalhes do
que foi periciado e respostas que possam balizar uma decisão judicial.
Perícia grafotécnica
A Grafotecnia ou Grafotécnica é uma área relacionada à
Documentoscopia, sendo uma de suas principais vertentes. Ela é o
estudo e análise da escrita, caligrafia, assinaturas e rubricas, com vistas
ao atestado de autoria e validação de sua autenticidade, por meio de
técnicas específicas e análises comparativas. Também é conhecida
como Grafoscopia ou Grafística. O profissional da área é conhecido
como perito grafotécnico.
A Grafotecnia se difere da Grafologia, que também estuda a escrita e a
caligrafia de um indivíduo, mas cujo objetivo é a análise da
personalidade, da índole e do caráter de uma pessoa por meio de
aspectos individuais de sua letra, traçado, espaço utilizado e outras
características gráficas. O profissional da área é conhecido como
grafólogo.
Comentário
Nada impede que um mesmo profissional seja versado em ambas as
áreas, já que elas são intimamente próximas e com muitos campos
interrelacionados, mas o trabalho de um não pode ser confundido com o
do outro.
Aqui, iremos detalhar o trabalho do grafotécnico e como o laudo pericial
deve ser realizado.
Para se tornar um perito grafotécnico, exige-se um elevado nível de
conhecimento interdisciplinar técnico e científico, equipamentos
específicos e um trabalho acurado e paciente a ser empreendido na
análise de cada peça a ser periciada.
A perícia grafotécnica normalmente é solicitada por juízes, promotores,
advogados e demais partes interessadas, para o esclarecimento de
dúvidas referentes à autoria e autenticidade de documentos com
informação escrita e/ou os que contenham assinaturas.
Tal perícia deve ser elaborada de forma criteriosa, com
extremo rigor cientí�co, sendo objetiva, imparcial e
conclusiva.
Para a realização da perícia grafotécnica, o profissional deve ter amplo
domínio da metodologia comparativa a ser utilizada na análise da
escrita e da caligrafia empregada. Nessa metodologia, o estudo
comparativo é o mais indicado, pois, para saber se o texto ou a
assinatura é de quem se diz ser, torna-se necessária a comparação
entre o documento periciado (chamado comumente de peça) e outros
documentos em que se tenha certeza da autenticidade e da autoria e
que, a princípio, sejam da mesma pessoa do documento periciado.
Esses outros documentos são chamados de modelos de confronto, pois
são a partir deles que a caligrafia, os traços, os ductos, a inclinação, a
ortografia e demais características da escrita, serão comparadas e
confrontadas para se atestar a veracidade da peça. O perito também
pode coletar outros padrões de escrita e assinatura exclusivamente para
fins periciais comparativos.
Instituto Geral de Perícias – Departamento de Criminalística do Rio Grande do Sul.
Considerado o pai da Grafotecnia, Edmond Solange Pellat escreveu, em
1927, o livro Les lois de l’escriture, em que estabeleceu as quatro leis do
grafismo, que logo se tornaram os princípios fundamentais da
Grafoscopia. As leis partiam da premissa que todo grafismo é único,
individual e inconfundível. São elas:
Segundo Pellat, o cérebro humano armazena a forma como indivíduo
escreve e a repete instintivamente, produzindo um gesto gráfico único,
como uma impressão digital. O indivíduo não consegue alterar sua
forma de escrita natural, mesmo quando muda de letra, pois irá manter a
velocidade, o traçado e a fluidez de sua escrita. Portanto, quando há
tremulações, exageros, vacilações e pausas no meio do texto ou
assinatura, isso denota uma alteração, que pode indicar uma
falsificação. Contudo, alterações nesse padrão podem acontecer
quando o indivíduo está sob forte estresse, sob uso de drogas ou em
virtude de doenças ou acidentes.
 O gesto gráficoestá sob influência imediata do
cérebro. A sua forma não é modificada se o órgão
que aciona o instrumento escritor se encontra
suficientemente adaptado à sua função.
 Quando alguém escreve, o seu “Eu” está em ação,
mas o sentimento quase inconsciente dessa ação
passa por alternativas contínuas de intensidade,
entre o máximo, onde existe um esforço a fazer, e o
mínimo, quando esse esforço segue o impulso
adquirido.
 O grafismo natural não pode ser modificado
voluntariamente se não pela introdução do traçado
de características do esforço despendido.
 Quando, por qualquer circunstância, o ato de
escrever se torna particularmente difícil, o escritor
instintivamente dá às letras formas que lhe são
mais familiares e mais simples, esquematizando-
as, de modo que lhe seja mais fácil executar.
Cada indivíduo possui uma caligra�a única, com traços e
características peculiares.
Portanto, o gesto gráfico é, e sempre será, uma forma particular da
escrita, pois mesmo com caligrafias semelhantes, haverá um traçado ou
uma letra diferente que irá variar de pessoa para pessoa. Além disso,
ainda há a disposição espacial em que a escrita é disposta no papel.
Devemos considerar as seguintes questões:
 O autor utiliza toda a margem?
 Sua letra é cursiva ou bastão?
 Suas letras são arredondadas ou
disformes?
 Há erros frequentes na ortogra�a ou no uso
de vocabulário?
 As palavras possuem todas as letras ligadas
ou algumas são separadas?
Todas essas perguntas e muitas outras devem ser levadas em conta na
hora de periciar um texto manuscrito. Por isso, os modelos de confronto
são importantes no estudo comparativo.
Em relação à análise da assinatura, outros elementos devem ser
investigados, sempre com o uso de modelos de confronto. Todo falsário
deixa pistas e são elas que devemos procurar nos mínimos detalhes. As
assinaturas são muito falsificadas, pois são elas que confirmam o ato
escrito do documento, e também dão valor legal à transação que se
exprime no documento. A assinatura é a validação, a confirmação de
que o documento pode tramitar e cumprir sua razão de ser, por isso que
as assinaturas fraudulentas são encontradas em cheques, cartas,
escrituras, testamentos, relatórios, obras de arte e até mesmo em
autógrafos de pessoas renomadas.
 As linhas da escrita se mantêm retas ou são
ascendentes ou decrescentes?
 Como ele desenha e onde coloca o til? Como
são as letras maiúsculas que o autor
utiliza?
 Como se dão os traços, os pingos e as
voltas? A caligra�a é �rme e decidida ou
trêmula, infantil ou insegura?
 A pressão exercida pela caneta é forte,
mediana ou fraca? A inclinação da letra se
dá para a esquerda, para direita ou é
centralizada?
A identificação de uma assinatura falsa passa por uma análise parecida
do exame pericial de um texto, mas possui alguns elementos distintos,
pois a assinatura possui uma forma única. Sabemos que não há uma
caligrafia idêntica à outra, da mesma forma que não há uma assinatura
idêntica à outra. Elas devem ser parecidas e possuírem o mesmo:
Ângulo de ataque
Entrada da caneta no papel.
Calibre
Força da caneta no papel.
Evolução
Disposição do traçado que liga as letras.
Ângulo de saída
Saída da caneta do papel.
Ductus
Baixo relevo deixado pelo calibre da escrita.
Além disso, devem ter uma disposição espacial e um formato
semelhante entre elas, com o uso do mesmo tipo de maiúsculas,
minúsculas, ponto, traços e sinais.
A falsificação de assinatura se dá por inúmeras formas:
É a falsificação mais simples. Se dá quando o falsário
desconhece a assinatura verdadeira e inventa uma qualquer na
tentativa de conseguir algum lucro imediato. Esse tipo de
falsificação é muito utilizado em cheques furtados.
Sem imitação 
Utilização de cópia 
Os métodos mais utilizados são os que utilizam a cópia: o
falsário, de posse de uma assinatura original (ou reprodução
dela), imita o traçado, as letras, o tamanho e a forma da
assinatura. Esse método é o mais fácil de se perceber, pois
geralmente o gesto caligráfico é frágil e inconstante,
comprometendo, assim, os ângulos de ataque e saída, o calibre,
o ductus e a própria evolução da assinatura.
Esse método consiste na coleta da assinatura verdadeira por
meio de uma cópia em papel vegetal sobreposta no documento
original ou por meio da captura da assinatura por meios
eletrônicos ou fotocópia. Depois, o falsário sobrepõe o
documento a ser falsificado sobre a cópia da assinatura
capturada ou projeta sua imagem, por espelho, projetor ou outro
dispositivo, no local onde a assinatura falsa será aplicada.
Nesse caso, o falsário profissional, de posse de uma ou mais
assinaturas verdadeiras de uma pessoa, estuda, pratica e
aprimora a assinatura a ser falsificada, percebendo suas
nuances e calibrando a força a ser empregada. Com isso, o gesto
caligráfico fica natural e adequado aos padrões de assinatura
que o verdadeiro autor utiliza.
É quando a pessoa falsifica sua própria assinatura no intuito de
pedir o ressarcimento de algo que ele diz não ser de sua
responsabilidade.
Em todos esses casos, o laudo pericial deve apontar as inconsistências
de forma minuciosa e conclusiva por meio de estudos comparativos
referenciados pela literatura forense. A tecnologia é grande serventia
para a identificação dessas inconsistências, sobretudo na digitalização
Decalque ou duplicação 
Memorização 
Autofalsificação 
em alta resolução da peça a ser periciada. Por isso, o perito
grafotécnico deve ter acesso a scanners e máquinas fotográficas de alta
resolução e, em alguns casos, de microscópios específicos, sem contar
com os tradicionais equipamentos como luvas, lupas e luzes
profissionais.
Caso o documento periciado seja muito antigo, o trabalho paleográfico
poderá ser exigido e, se o perito não dominar a técnica da Paleografia,
deve contatar um profissional qualificado. Além disso, torna-se
necessário o uso de glossários de abreviaturas e dicionários de
português arcaico.
Um laudo pericial bem-feito deve descrever toda peça examinada,
enumerando as principais características e apontando os pontos de
análise. Em seguida, o perito deve comparar a peça com os modelos de
confronto, demonstrando em seu laudo as inconsistências encontradas
e explicando a metodologia adotada e os termos utilizados. O uso de
imagens na análise comparativa é recomendado.
Instituto Geral de Perícias – Departamento de Criminalística do Rio Grande do Sul.
Demonstração
Estudo de caso – preso é solto por perícia
grafotécnica
Uma notícia, publicada em 2022, conta a história de um homem que foi
preso em São Paulo acusado de roubos em Itabuna/Bahia e condenado
a 12 anos de prisão. Rogerio de Paula, que afirma nunca ter ido à Bahia,
ficou preso por 3 meses, até a defensoria pública conseguir provar, por
meio de uma perícia grafotécnica, que os documentos eram falsificados
e utilizavam de forma criminal os dados do mecânico.
Perícia, investigação e desa�os
Neste vídeo, a professora Nathália Serenado faz a relação entre o caso e
o conteúdo.
Mão na massa
Questão 1
A perícia é um trabalho desenvolvido por um ou mais especialistas
com o objetivo de fornecer elementos técnicos que permitam a
tomada de decisão quanto a um fato, ação ou objeto. No caso da
perícia grafotécnica, ela analisa a escrita, caligrafia, assinaturas e
rubricas, a fim de verificar sua autenticidade, por meio de técnicas
específicas e análises comparativas. Avalie as assertivas sobre o
impacto da perícia grafotécnica na investigação de Rogerio de
Paula.
I. A perícia grafotécnica mostrou que a assinatura poderia ser
de outra pessoa, por isso Rogerio foi liberado em função da
ausência de provas.
II. A perícia grafotécnica como análise especulativa possibilitou
o argumento da não certeza sobre a assinatura do
documento.
III. A perícia grafotécnica elucidou o caso por meio da avaliação e
confirmação do documento fraudulento.
Marque a alternativa correta:


Parabéns! A alternativa C estácorreta.
A perícia grafotécnica analisa a escrita, caligrafia, assinaturas e
rubricas, a fim de verificar sua autenticidade de dado documento.
No caso de Rogerio de Paula, a grafotécnica demostrou, por meio
de seus métodos, que o documento apresentado pelo criminoso era
fraudulento. Neste sentido, a perícia grafotécnica é útil na
elucidação de todo crime que envolve escrita, pois permite a
confrontação de escritas.
Questão 2
Em 1927, o pensador francês Edmond Solange Pellat escreveu as
quatro leis do grafismo, que logo se tornaram os princípios
fundamentais da Grafoscopia. As leis partiam de uma determinada
premissa. Marque a alternativa correta:
A Somente I está correta.
B Somente II está correta.
C Somente III está correta.
D I e II estão corretas.
E I e III estão corretas.
A Todo grafismo é único, individual e inconfundível.
B O grafismo busca a autenticidade do documento.
C
A Grafoscopia é o reflexo do pensamento
inconsciente humano.
Parabéns! A alternativa A está correta.
Neste caso, o domínio de informações relacionado à técnica
permite investigações e observações que geram mudanças da
própria resposta do caso.
Questão 3
Qual das assertivas a seguir é correta em relação à Grafotécnica e à
Grafologia:
Parabéns! A alternativa B está correta.
O aluno precisa saber que os termos não são pegadinhas e, por
isso, aparecem no caso dependendo da escolha de quem faz o
D
Para a correta leitura, é necessária a transcrição e
interpretação do texto.
E O grafismo é a base da perícia criminal.
A
Somente a Grafologia estuda e analisa a escrita e a
caligrafia de um indivíduo.
B
A primeira busca a autenticidade do documento e a
segunda a identificação de traços de personalidade
do autor.
C
O mesmo profissional não pode atender à
Grafotécnica e à Grafologia.
D As duas têm caráter pericial.
E Os dois termos são sinônimos.
texto, não devendo ser retirado do contexto de que significam no
limite o mesmo.
Questão 4
A Lei 12.030, de 17 de setembro de 2009, dispõe sobre as perícias
oficiais. De que trata o artigo 1º da referida lei:
Parabéns! A alternativa B está correta.
O caso deve seguir as regras atuais previstas e, por isso, faz parte
da observação e desenvolvimento do material e da defesa.
Questão 5
Quais são as possibilidades de atuação da pessoa que trabalha
com a Documentoscopia?
A
Cria a obrigatoriedade da contratação de perito
criminal em casos previstos em lei.
B
Estabelece normas gerais para as perícias oficiais
de natureza criminal.
C Regula a prática da documentoscopia e grafotecnia.
D
Regulamenta a profissão de perito grafotécnico e dá
outras providências.
E
Estipula pena pecuniária para o exercício ilegal da
profissão.
A
A Documentoscopia só possibilita o trabalho em
perícias criminais.
Parabéns! A alternativa E está correta.
Pode atuar em diversas frentes de trabalho, elaborando laudos
periciais que vão desde obras de arte a documentos eletrônicos,
mas o campo onde mais atua é o ramo que estuda, investiga e
analisa os documentos manuscritos.
Questão 6
Existe um tipo de falsificação em que o falsário profissional estuda
e pratica a cópia a partir de vários documentos com a assinatura
verdadeira, aprendendo as nuances da assinatura verdadeira.
Indique o nome da técnica utilizada.
B
A pessoa que atua com a Documentoscopia atua,
exclusivamente, com a grafotecnia.
C
A Documentoscopia oferece a possibilidade de
atuar apenas com a mecanografia.
D A Documentoscopia não atua em obras de arte.
E
A pessoa pode trabalhar em diferentes frentes,
como obras de arte e documentos eletrônicos.
A Duplicação.
B Autofalsificação.
C Cópia.
D Decalque.
Parabéns! A alternativa E está correta.
A prática da memorização de assinaturas e estilo gráfico da escrita
de uma pessoa é comum entre os falsários. Ela consiste no estudo
e prática de repetição a partir de outros documentos com a
assinatura verdadeira.
Vamos re�etir sobre as questões
Neste vídeo, a professora Suelen de Souza explica as questões do Mão
na massa.
Teoria na prática
Vamos entender alguns conceitos vitais para o cotidiano da prática
grafotécnica?
Ângulo da escrita – Ângulo formado pelo instrumento de
escrever em relação à linha do escrito. É considerado um fator
importante na determinação da característica gráfica, tanto que
sua variação, causada pela posição diversa da mão e da
superfície da escrita, pode provocar importante modificação no
traçado dos escritos.
Apócrifo – Documento, obra ou fato sem autenticidade
comprovada.
Assinatura – Nome escrito com traçado próprio e único de seu
dono. Também conhecida como firma.
E Memorização.

_black
Assinatura a rogo – Aquela em que uma pessoa utiliza outra
para assinar por si, seja por enfermidade, analfabetismo ou
ausência. Costuma constar no documento o pedido ou motivo
do rogo.
Assinatura digital – Assinatura em meio eletrônico, que
permite verificar a origem e integridade do documento.
Assinatura eletrônica – Símbolo ou conjunto de símbolos
executados, adotados ou autorizados por um indivíduo e
gerado por computador, que se equivale à assinatura manual
do indivíduo.
Autenticidade – Característica do documento arquivístico
quando este não sofreu adulteração ou corrupção em sua
tramitação ou guarda.
Autógrafo – Documento totalmente escrito, texto e assinatura,
pelo seu autor, sem intervenção de terceiro.
Caligrafia – Estilo ou maneira própria e peculiar de se escrever
à mão.
Certificação – Afirmação ou atestação de um fato em razão de
ofício.
Certificação digital – Atividade de reconhecimento em meio
eletrônico de chave de criptografia e inserido em um certificado
digital por uma autoridade certificadora.
Ducto – Designa o traçado da letra e se refere inclusive ao seu
tempo de execução, que pode ser mais lento, mais acurado ou
cursivo. O traçado, o aspecto de uma escrita.
Elemento extrínseco – Característica externa do documento
arquivístico, como gênero documental, assinatura digital, tipos
de letras etc.
Elemento intrínseco – Característica interna do documento
arquivístico, como autor, assunto, destinatário, data, local etc.
Espécie documental – Divisão de gênero documental que
reúne tipos documentais por seu formato. Exemplos: ata, carta,
fotografia, memorando, planta.
Grafologia – Estudo da escrita, sobretudo no que tange à
caligrafia, cujo objetivo é a análise da personalidade, da índole
e do caráter de uma pessoa, por meio de aspectos individuais
de sua letra, traçado, espaço utilizado e outras características
gráficas. O profissional da área é conhecido como grafólogo.
Grafotecnia – Estudo e análise da escrita, caligrafia,
assinaturas e rubricas com vistas ao atestado de autoria e
validação de sua autenticidade, por meio de técnicas
específicas e análises comparativas. Entende-se como uma
área relacionada à documentoscopia. Também é conhecida
como grafoscopia ou grafística. O profissional da área é
conhecido como perito grafotécnico.
Integridade documental – Característica que estabelece que o
documento se encontra completo e não sofreu alteração
indevida ou não documentada.
Metadados – Informações descritivas sobre a estrutura dos
dados e de sua relação com outras dados.
Rubrica – Firma ou assinatura abreviada reconhecida como
autêntica.
Suporte – Material no qual são registradas as informações.
Unicidade – Qualidade atribuída ao documento arquivístico que
consiste na premissa que todo documento é único em seu
contexto, ou seja, pode haver mais de uma cópia de documento
de igual teor, mas que, inseridos em conjuntos documentais
diversos, ganham o estatuto de serem únicos, por estarem
relacionados a outros documentos e, assim, se constituírem
em um conjunto específico. Por exemplo: a emissão de mais
de uma via de um mesmo documento, em que cada uma delas
irá desempenhar um papel diferente e será acumulado por um
setor diferente.
Grafoscopia – Análise que objetiva o reconhecimento de
grafias a partir de estudos comparativos.Gênero documental – Reunião de espécies documentais que
se assemelham por suas características essenciais,
particularmente, o suporte e o formato. Exemplos: documentos
audiovisuais, documentos bibliográficos, documentos
iconográficos, documentos textuais.
Vamos ver um laudo? Assista ao vídeo Conhecendo um laudo.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Existem diversas metodologias de falsificação de assinatura. Das
que estão citadas, classifique-as em verdadeiras V e falsas F:
(   ) Cópia
(   ) Memorização
(   ) Duplicação
Mostrar solução
(   ) Decalque
(   ) Holotécnica
A relação correta é:
Parabéns! A alternativa E está correta.
Holotécnica é uma prática do mundo digital e não está apresentada
ao longo de nossos debates (apesar de ser possível entender pelo
léxico), as demais são as metodologias de falsificação
apresentadas no conteúdo.
Questão 2
A documentoscopia tem uma relação direta com uma área e
reconhecê-la faz parte de nossos debates. Então, o que é a
Criminalística?
A V, F, V, V e V
B F, F, F, F e F
C V, F, V, F e V
D V, V, V, F e F
E V, V, V, V e F
A
É o estudo sistematizado das tipologias constantes
no Código Penal.
Parabéns! A alternativa B está correta.
A questão da Criminalística, como área vinculada ao processo
jurídico, é um reconhecimento fundamental à introdução da
Documentoscopia.
Considerações �nais
A Documentoscopia é uma prática científica que está diretamente
vinculada com os processos relacionados ao campo da Criminalística.
Nesse sentido, é, geralmente, acionada a partir de determinações legais
e realizada por profissionais habilitados, de maneira específica.
A prática de investigação tem um olhar multidisciplinar, partindo de
estudos da Arquivologia, Linguística, Grafologia entre outros. Devemos
sublinhar, no entanto, que tem na sua prática cotidiana uma série de
B
É a disciplina que abrange um conjunto de
procedimentos científicos que objetiva o
reconhecimento e a interpretação de indícios,
provas que servem para desvendar crimes e
assuntos de aspectos legais.
C
Constitui-se na investigação produzida pelo aparato
policial no combate ao crime organizado e nas
formas utilizadas para sua ampliação.
D
É a disciplina que se originou da Diplomática e que
tem como objeto de estudo a tipificação de
documentos judiciais.
E
É o nome dado à Documentoscopia quando ela
investiga um crime a pedido de um juiz.
elementos próprios e singulares que foram expostos a partir de seus
conceitos.
A prática documentoscópica passa por identificar os documentos
falsos, verdadeiros ou que tiveram em seu cerne algum tipo de fraude.
As técnicas grafotécnicas são as mais reconhecidas, mas não
configuram o movimento único de investigação. São também
analisadas formas e elementos comparativos em relação ao que é o
documento idealizado e correto, cruzamentos dos materiais disponíveis
e utilizados na construção desses documentos.
Apesar de uma larga raiz histórica, a documentoscopia contemporânea
é fundamental para profissionais que necessitam identificar processos
diversos, que podem ser demandados no campo da perícia e da
investigação. A leitura deste material tem por objetivo fundamentar o
entendimento e as possíveis práticas relativas às demandas
documentais ciclópicas no cotidiano da perícia e da investigação.
Podcast
Neste podcast, o professor resume os principais pontos do conteúdo.

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Para se aprofundar sobre os tópicos tratados neste conteúdo,
sugerimos as seguintes obras:
LE GOFF, J. Enciclopédia Einaudi: Memória – História. v. 1. Lisboa:
Imprensa Nacional, 1984.
TOGNOLI, N. B. A construção teórica da diplomática. São Paulo: Cultura
Acadêmica, 2014.
TERRERO, Á. R. Introducción a la paleografia y la diplomática general.
Madrid: Editorial Sintesis, 2004.
Também recomendamos assistir aos seguintes filmes:
O mago das mentiras (2017), dirigido por Barry Levinson.
A fraude (1999), dirigido por James Dearden.
Referências
BERWANGER, A. R.; LEAL, J. E. F. Noções de paleografia e de
diplomática. Santa Maria: UFSM, 2015.
COSTA, I. M. Kr. Questões em documentoscopia: uma abordagem
atualizada. São Paulo: s/e, 1995.
DEL PICCHIA FILHO, J.; DEL PICCHIA, C. M. R.; DEL PICCHIA, A. M. G.
Tratado de documentoscopia: “da falsidade documental”. 2. ed. São
Paulo: Pilares, 2005.
FALAT, L. R. F.; REBELLO FILHO, H. M. Entendendo o laudo pericial
grafotécnico e a grafoscopia. Curitiba: Juruá, 2021.
FEUERHARMEL. S. Análise grafoscópica de assinaturas. Campinas:
Millennium, 2017.
MONTEIRO, A. L. P. A Grafoscopia a serviço da perícia judicial. Curitiba:
Juruá, 2008.
SIQUEIRA, M. N. de. Ser paleógrafo. Revista Labor Histórico. v. 8, 2022,
Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2022.
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