Diálogos em Ciências Humanas Importância do trabalho (53)

Prévia do material em texto

ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS | 207
É possível ampliar o tema apresentado pelo texto, 
solicitando à turma que, organizada em dois grupos, 
pesquise formas alternativas de trabalho, como coo-
perativas, e o problema das condições de trabalho aná-
logas à escravidão. A ideia é que, de posse das infor-
mações pesquisadas, eles possam apresentar os 
resultados e comparar com as hipóteses descritas pe-
los autores apresentados, além de verificar como pro-
blemas relacionados à exploração de mão de obra ain-
da existem no Brasil e no mundo. A exposição das 
informações pode ser feita pela escrita coletiva de um 
parágrafo, em que também sejam propostas melhorias 
para as condições de vida desses trabalhadores que 
ainda hoje são explorados.
Conversa (p. 41) 
 1. O salário mínimo foi instituído por políticas do 
governo de Getúlio Vargas e passou a vigorar em 
1o de maio de 1940. O valor do salário mínimo 
é reajustado anualmente por decreto federal, 
podendo variar em estados que não seguem 
os valores propostos; verifique se os estudantes 
trouxeram dados atualizados. O cálculo do salá-
rio mínimo é feito com base na inflação do ano 
anterior mais o resultado do Produto Interno 
Bruto (PIB) do ano retrasado. Se o crescimento 
do PIB for negativo, o valor desse indicador 
passa a ser zero. 
 2. A resposta vai depender dos dados da pesquisa 
realizada pelo estudante.
 3. O texto poderá ser feito coletivamente, com toda 
a turma, ampliando as bases comparativas. Assim, 
será possível fazer a divulgação dos resultados para 
estudantes de outras turmas ou, até mesmo, nas 
redes sociais do colégio. Extrapolando o ambiente 
escolar, os estudantes são convidados a trabalhar 
o Tema Contemporâneo Transversal Economia: 
Trabalho com a comunidade digital. 
 � Diálogos (p. 42) 
A situação retratada no relato demonstra que as mu-
lheres negras estão em posição de vulnerabilidade no 
sistema educacional e no mercado de trabalho no Brasil. 
Com base na experiência de vida da entrevistada, cargos 
que necessitam de elevado grau de escolaridade são pou-
co ocupados por essa parcela da população brasileira. 
Trata-se de um dos aspectos do machismo e do racismo 
estrutural presentes no país, no qual as mulheres negras 
enfrentam mais dificuldades para se escolarizarem e ocu-
parem espaços no meio científico e acadêmico, predo-
minantemente preenchido pela população branca. 
A universalização do ensino de qualidade e a im-
plementação do sistema de cotas, que priorizam o in-
gresso de mulheres negras nas universidades, bem co-
mo a contratação delas nos concursos públicos e no 
mercado de trabalho em geral, podem ser ações men-
cionadas pelos estudantes que sejam capazes de con-
tribuir para a superação desse tipo de situação. A ati-
vidade atende à habilidade EM13CHS403, uma vez que 
não só solicita aos estudantes caracterizar e analisar 
processos próprios da contemporaneidade, com ênfa-
se nas relações sociais e de trabalho, mas também pe-
de a eles que proponham ações que visem superar si-
tuações de opressão e violação dos direitos humanos. 
O tópico “Trabalho criativo” permite que os estu-
dantes tenham outras perspectivas sobre o trabalho. 
Pode-se pedir a eles que, após a leitura do texto, tro-
quem ideias em uma roda de conversa sobre quais 
profissões criativas eles conhecem e o que elas realizam. 
 ■ Atividade complementar
Para se aprofundar na exploração desse tema, soli-
cite uma pesquisa sobre profissões que dependem des-
se tipo de trabalho. O resultado da pesquisa pode ser 
apresentado em uma postagem para as redes sociais 
da escola, ou, então, pode-se confeccionar cartazes pa-
ra serem afixados nos espaços coletivos, divulgando 
essas profissões e essa forma de trabalho, o que favo-
rece o desenvolvimento da habilidade EM13CHS404, 
principalmente se forem consideradas as profissões 
preferencialmente escolhidas pelos jovens. 
Conversa (p. 44) 
 1. O trabalho tradicional na sociedade industrial não 
permite o ócio criativo e é baseado em ativida-
V4_Cie_HUM_Claudio_g21Sa_MPE_198a248.indd 207V4_Cie_HUM_Claudio_g21Sa_MPE_198a248.indd 207 28/09/2020 15:1928/09/2020 15:19
208
des repetitivas. Já o trabalho criativo privilegia a 
atividade intelectual e pressupõe momentos de 
interação com o lazer.
 2. Para realizar esta atividade, os estudantes devem 
levar em conta os temas estudados neste capítulo 
e o que já estudaram sobre a globalização no 9o 
ano (dos Anos Finais do Ensino Fundamental) no 
componente de Geografia. Assim, podem citar 
que, se, por um lado, a globalização permitiu 
a importação de mercadorias compradas por 
preços menores do que os praticados dentro 
do próprio país, por outro, contribuiu para a 
busca por mão de obra barata em países com 
altos índices de desemprego. O desenvolvimen-
to tecnológico, por sua vez, impactou na forma 
de trabalho, que exige cada vez mais estudo e 
técnica para trabalhar com diversas tecnologias. 
 3. Respostas pessoais. Espera-se que o estudante 
sintetize o que sabe sobre empreendedorismo e 
como isso se relacionaria ao desemprego. 
 � Diálogos (p. 45) 
Estas atividades propiciam o desenvolvimento da 
habilidade EM13CHS504, pois exigem dos estudantes 
uma reflexão sobre os indicadores de emprego regis-
trados no Brasil, associando-os às desigualdades so-
cioeconômicas que há no país, e considerando-as im-
passes ético-políticos para mudanças de ações sociais, 
como a proposta na atividade 2. 
 1. a) Espera-se que os estudantes descrevam no 
texto que, no Brasil, as mulheres são mais 
afetadas pela informalidade do que homens, 
assim como a população que se autodeclara 
preta ou parda. Esse panorama é mais agudo 
em regiões como o Norte e o Nordeste, em 
que os percentuais de pessoas em ocupações 
informais passam da metade da população 
ocupada. Nas regiões Sul e Sudeste, os per-
centuais registrados são abaixo de 40%.
b) Com base nas informações fornecidas pelo info-
gráfico, é possível concluir que grande parte da 
população brasileira trabalha na informalidade. 
Essa situação afeta mais gravemente a população 
preta e parda, revelando nuances das desigualda-
des sociais e do preconceito racial existente no 
país. Em geral, essa parcela da população vive 
em condições mais vulneráveis em razão do me-
nor acesso aos serviços básicos, como o grau 
de escolaridade, que implica baixa qualificação 
profissional e, consequentemente, menor inserção 
dessa população no mercado de trabalho formal.
c) A informalidade implica a ausência dos benefícios 
de seguridade social e demais direitos do trabalha-
dor. As pessoas em ocupação informal estão mais 
suscetíveis à instabilidade provocada pelo desem-
prego, pela falta de renda e pela falta de amparo 
por parte do Estado em caso de afastamento por 
doenças graves e gravidez, por exemplo. 
 2. A Caravana da Juventude Negra é uma proposta 
que visa promover a qualificação profissional e o 
empreendedorismo para jovens negros. Trata-se de 
um projeto de grande importância na medida em 
que essa parcela da população geralmente enfren-
ta mais dificuldade de se inserir no mercado de 
trabalho em razão da qualificação deficiente e do 
preconceito racial que ainda existe no Brasil. Ao 
ter acesso a cursos de informática, audiovisual, in-
ternet, de cinegrafista e de empreendedorismo, os 
jovens passam a ter mais oportunidades de empre-
go ao se tornarem capacitados a preencher vagas 
de trabalho nesses setores. Esta atividade atende 
à habilidade EM13CHS404, já que apresenta uma 
discussão sobre a importância de políticas públicas 
destinadas a determinados grupos vulneráveis da 
sociedade brasileira, a fim de contribuir para a 
diminuição das desigualdades sociais existentes 
no país, estimulando os estudantes a avaliar de 
que forma cursos de capacitação nos setores de 
tecnologia e empreendedorismo ajudam a pro-
porcionar uma inserção maior dosjovens negros 
no mercado de trabalho formal.
 � Retome o contexto (p. 47) 
Oriente os estudantes a rever brevemente os con-
teúdos dados ao longo do capítulo. Solicite a eles que 
compartilhem os desejos e perspectivas sobre o 
V4_Cie_HUM_Claudio_g21Sa_MPE_198a248.indd 208V4_Cie_HUM_Claudio_g21Sa_MPE_198a248.indd 208 28/09/2020 15:1928/09/2020 15:19
ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS | 209
futuro profissional com os colegas para depois escre-
verem o texto. Se julgar adequado, combine com eles 
uma data para que leiam o texto para os colegas.
Sites
• EMORY UNIVERSITY. Slave Voyages. Disponível em: 
https://slavevoyages.org. Acesso em: 30 ago. 2020.
Site da Universidade de Emory traz informações facilitadas 
por meio de imagens que mostram as viagens transatlânticas 
de navios negreiros no mundo, gráficos e ilustrações de 
navios da época. 
• LIMA, Jacob Carlos; ARAÚJO, Angela Maria Carneiro; 
RODRIGUES, Cecília Carmen Pontes. 
Empreendimentos urbanos de economia solidária: 
alternativa de emprego ou política de inserção social? 
Sociologia e Antropologia, Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, nov. 
2011. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S2238-387520110002 
00119. Acesso em: 30 ago. 2020.
Artigo com informações e reflexões importantes sobre 
economia solidária, perpassando questões como o trabalho 
em cooperativas.
• SINGER, Paul. Economia solidária. [Entrevista cedida a] 
Paulo de Salles Oliveira. Estudos avançados, São Paulo, 
v. 22, n. 62, jan.-abr. 2008. Disponível em: https://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 
40142008000100020. Acesso em: 30 ago. 2020.
Entrevista de Paul Singer sobre economia solidária e como 
ela se relaciona à sociedade contemporânea.
• SOUZA, Edvânia Ângela de; THOMAZ JÚNIOR, Antonio. 
Trabalho análogo a escravo no Brasil em tempos de 
direitos em transe. Revista Pegada, Presidente Prudente, 
v. 20, n. 1, p. 185-209, jan.-abr. 2019. Disponível em: 
https://revista.fct.unesp.br/index.php/pegada/article/
view/6551. Acesso em: 30 ago. 2020.
O artigo traz informações recentes sobre o trabalho análogo 
à escravidão no Brasil, contribuindo para o entendimento 
do que é o trabalho escravo na contemporaneidade.
SUGESTÕES DE LEITURAS, VÍDEOS E SITES
Capítulo 2
Capitalismo e 
transformações no 
mundo do trabalho
Diálogos com a BNCC
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA BNCC
Competências gerais 
da Educação Básica
CG2, CG3, CG4, CG5, CG6, 
CG8, CG9 e CG10.
Competências 
específicas de 
Ciências Humanas e 
Sociais Aplicadas
1, 4 e 5.
Habilidades de 
Ciências Humanas e 
Sociais Aplicadas
EM13CHS101, EM13CHS103, 
EM13CHS401, EM13CHS402, 
EM13CHS403, EM13CHS404 e 
EM13CHS502.
Competências 
específicas de outras 
áreas
Linguagens e suas Tecnologias: 
2 e 4.
Habilidades de 
outras áreas
EM13LGG202 e EM13LGG401.
TCT
Ciência e Tecnologia: Ciência e 
Tecnologia; Economia: Trabalho; 
Cidadania e Civismo: Educação 
em Direitos Humanos.
Este capítulo traz algumas investigações já iniciadas 
no capítulo anterior sobre trabalho. Durante o desen-
volvimento dos conteúdos relacionados à Revolução 
Industrial e consequentes dinâmicas formadas entre 
os grupos sociais, os estudantes estão em constante 
movimento de valorização e uso dos conhecimentos 
sobre o mundo físico, social, cultural e digital, com o 
objetivo de explicar a realidade. Por meio da compreen-
são desses conhecimentos e as consequências geradas 
por conflitos entre grupos sociais na esfera do mundo 
do trabalho, os estudantes terão recursos para refletir 
sobre situações da localidade em que vivem e colabo-
rar com ela de forma democrática. 
Os diferentes desdobramentos sociais e culturais 
acerca do mundo do trabalho são tratados ao longo 
do capítulo e contribuem para que os estudantes, ao 
terem consciência desses desdobramentos, façam es-
colhas mais alinhadas aos seus projetos de vida, agindo 
com liberdade e autonomia. 
A realização de discussões e rodas de conversa pro-
postas ao longo do capítulo possibilita aos estudantes 
argumentar com base em fatos, dados e informações 
confiáveis para negociar e defender ideias, pontos de 
vista e tomar decisões que respeitem os demais cole-
gas e promovam os direitos humanos. Com base nes-
ses apontamentos, são trabalhadas as Competências 
gerais 1 e 6 ao longo capítulo.
O trabalho em sala de aula
 � Contexto (p. 48) 
Por meio da fotografia, os estudantes são convi-
dados a mobilizar seus conhecimentos e vivências 
V4_Cie_HUM_Claudio_g21Sa_MPE_198a248.indd 209V4_Cie_HUM_Claudio_g21Sa_MPE_198a248.indd 209 28/09/2020 15:1928/09/2020 15:19
210
sobre o mundo do trabalho. Abra uma roda de con-
versa com eles para tratar dos diversos tipos de tra-
balho, como o trabalho das fábricas e no setor de 
serviços, em que muitas vezes os trabalhadores pre-
cisam ir até o local de trabalho; o trabalho imaterial, 
feito por jornalistas, acadêmicos e diversos produto-
res de conteúdo, que podem trabalhar remotamente; 
e os trabalhadores autônomos, que, embora possam 
ter horários flexíveis, muitas vezes não contam com 
a ajuda de outra pessoa e acabam tendo que traba-
lhar de forma excessiva. Esse debate inicial contribui 
para que os estudantes ganhem consciência sobre a 
visão que possuem sobre o trabalho e sobre o que 
esperam da vida profissional. 
Se possível, coloque para os estudantes ouvirem a 
música “Capitão de indústria”, interpretada pelo grupo 
Paralamas do Sucesso, e composta por Marcos Valle 
(disponível em: www.letras.mus.br/os-paralamas-do- 
sucesso/47931/; acesso em: 3 set. 2020). Realize uma 
leitura coletiva da letra da música, incentive-os a co-
mentar sobre ela e, em seguida, solicite a eles que res-
pondam às questões. 
 ■ Atividades
 1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes 
partilhem pontos de vista sobre o cotidiano do 
trabalho. É provável que eles apresentem expe-
riências do cotidiano das famílias, que podem ser 
variadas, ou que apresentem posicionamentos com 
base na própria experiência, caso eles já trabalhem. 
Durante o debate, atue como mediador, facilitando 
a exposição dos estudantes e o respeito às par-
ticularidades familiares, e enfatize a importância 
do equilíbrio entre as atividades de trabalho e 
lazer. Trata-se de um momento oportuno para 
ressaltar que o equilíbrio entre trabalho e lazer 
é um exercício de autocuidado – trabalhando a 
Competência geral 8, ainda que de forma breve.
 2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes indi-
quem a remuneração, a independência financeira 
e a realização pessoal como aspectos positivos; e 
a quantidade de tempo e energia dispensada no 
trabalho que poderia ser usada para atividades 
de lazer como aspectos negativos. 
 ■ Texto complementar
Muitas pessoas têm a ideia de que o trabalho re-
moto é uma vantagem para o trabalhador, já que não 
há o período de deslocamento e que favorece o equi-
líbrio entre as demandas particulares e as profissionais. 
Caso essa seja uma perspectiva dos estudantes, leia 
para eles a notícia a seguir, sobre a repercussão da ado-
ção do trabalho remoto por muitas empresas diante 
do isolamento social, medida adotada no contexto da 
pandemia de Covid-19.
Trabalhar de casa durante a pandemia tem 
causado sobrecarga nos trabalhadores, 
revela pesquisa da UFPR
Pessoas que estão trabalhando de casa for-
çadas pela quarentena encontram-se mais so-
brecarregadas e em um ritmo mais acelerado. 
Em contrapartida, a flexibilidade no horário 
e não precisar enfrentar o trânsito no deslo-
camento são os pontos positivos da modali-
dade. É o que revela uma pesquisa realizada 
pelo Grupo Estudo Trabalho e Sociedade 
(GETS) da Universidade Federal do Paraná 
(UFPR) em parceria com a Rede de Monitora-
mento Interdisciplinar da Reforma Trabalhis-
ta (Remir).
O estudo [...] alcançou cerca de mil respos-
tas de profissionais dos mais diferentes seg-
mentos, categorias e funções, contemplando, 
na maiorparte, trabalhadores do setor público 
(65,12%) e com alto nível de escolaridade da ci-
dade de Curitiba.
O aumento considerável de dias e horas de 
trabalho durante a pandemia foi um dos as-
pectos constatados nos resultados da pesquisa. 
Do total de trabalhadores entrevistados, 34,44% 
estão exercendo suas atividades laborais por 
mais de oito horas diárias, isso é mais que o 
dobro de pessoas que antes adotavam essa prá-
tica, e 17,77% trabalham os sete dias da sema-
na. Para quase metade dos respondentes 
(48,45%), o ritmo de trabalho ficou mais acele-
rado no home office.
[...]
A maior dificuldade apontada pelos entre-
vistados, nesse contexto, foi a falta de contato 
com os colegas de trabalho (60,55%), seguida 
pelo número de interrupções (54,59%) e difi-
culdade em separar a vida familiar da vida pro-
fissional (52,91%). Sendo que a maioria (61,15%) 
V4_Cie_HUM_Claudio_g21Sa_MPE_198a248.indd 210V4_Cie_HUM_Claudio_g21Sa_MPE_198a248.indd 210 28/09/2020 15:1928/09/2020 15:19