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Práticas de Linguagens Corpo, Arte e Cultura (33)

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PARA IR MAIS LONGE
A improvisação sempre fez parte do fazer musical das mais diversas culturas. Muitos 
artistas da música popular passaram a gravar discos no decorrer do século XX, 
quando se desenvolveu a indústria fonográfica. A  convivência com as gravadoras, 
o crescimento do rádio e as apresentações em shows que percorriam diversas 
localidades possibilitaram a troca de saberes entre esses artistas populares e outros 
músicos que tinham uma formação mais ligada às escolas de música e conservatórios. 
O jazz é um exemplo importante de improvisação em música porque ele influenciou 
diversas de suas práticas na música popular ao longo do século XX, além de ter 
possibilitado a valorização da música negra estadunidense e de seus artistas, como 
Miles Davis e Nina Simone (1933-2003), entre outros.
Por conta da popularidade alcançada, o jazz também exerceu uma forte influência 
em diversos gêneros musicais que surgiram depois, como o rock e o rap. No  Brasil, 
essa influência está presente na Bossa Nova e em gerações de artistas como Hermeto 
Pascoal, que, além de utilizar improvisações à maneira do jazz, usa o improviso em 
suas criações como uma constante pesquisa sonora, explorando a sonoridade de 
objetos, de falas e até de sons emitidos por animais.
Hermeto é um dos muitos representantes daquilo que chamamos de música popular 
brasileira, que engloba artistas de diferentes trajetórias, com diversos procedimentos e 
influências vindas da oralidade, da escrita musical e da improvisação. Assim, surgiram 
notáveis figuras, como a cirandeira pernambucana Lia de Itamaracá (1944-) e o cantor 
e instrumentista mineiro Tião Carreiro (1934-1993), importante nome da música 
sertaneja de raiz, entre muitos outros.
IMPROVISAÇÃO E MÚSICA POPULAR
Nina Simone em 
apresentação para uma 
emissora de TV em Londres, 
Reino Unido, 1966.
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EXPERIMENTAÇÃO IMPROVISANDO COM OBJETOS 
Agora, você vai realizar um exercício de improviso em grupo, pesquisando sonoridades de obje-
tos que não foram feitos para serem utilizados como instrumentos musicais. Se acharem interessan-
te, essa criação poderá ser incorporada como uma das apresentações artísticas do sarau da turma.
1 Para começar, busquem os objetos da sala de aula que produzam algum som quando 
percutidos, como carteiras, cadeiras, canetas, etc.
2 Experimentem a sonoridade desses objetos e escolham o que acharem mais interessante.
3 Continuem a explorar as diferentes maneiras de fazer som com os objetos escolhidos e tentem 
observar alguns aspectos importantes: É possível fazer um som suave? Um som muito forte? 
Um som longo? Um som curto?
4 Quando cada grupo escolher o seu som, façam uma roda.
5 Determinem um andamento comum para todos seguirem e comecem a improvisar. Marquem 
o ritmo batendo os pés. Se possível, registrem a atividade em vídeo para que possam avaliar o 
desempenho de cada um.
6 Agora, um de cada vez, seguindo o ritmo das batidas de pé da roda, cada integrante vai 
improvisar sons com o objeto que escolheu. Explorem o que acharam mais interessante na 
pesquisa sonora que fizeram.
7 Ao final, reúnam-se para uma conversa e compartilhem impressões sobre essa experiência.
 Procurem refletir sobre a forma como cada um explorou os sons dos objetos escolhidos.
 Pensem também no momento de improvisação coletiva e em como os diferentes sons “se 
comportaram” ao serem executados simultaneamente.
Lia de Itamaracá em 
apresentação de roda de 
ciranda em Guarulhos (SP), 
2019.
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Improvisação no teatro
Muitas vezes, o ato de improvisar está presente também na vida cotidiana, até mesmo na escola. 
Você já percebeu isso? No livro Natureza e sentido da improvisação teatral (São Paulo: Perspectiva, 
1991), a autora Sandra Chacra propõe reflexões a esse respeito. Leia um trecho a seguir.
A improvisação tem uma história longa, tão antiga como a do homem. Ela vem desde as épocas primiti-
vas, perdurando como manifestação até o presente. Todas as formas de arte tiveram uma de suas origens 
na improvisação. O canto, a dança e os rituais primitivos assumiram formas dramáticas num jogo em que 
um dos polos é a atualidade improvisada. 
CHACRA, Sandra. Natureza e sentido da improvisa•‹o teatral. São Paulo: Perspectiva, 1991. p. 24. 
Como afirma a autora, as improvisações têm raízes na própria história dos rituais primitivos da 
humanidade e foram importantes para a origem de diferentes manifestações da arte. Mas você 
já imaginou de que forma a improvisação pode contribuir para as criações teatrais? 
A improvisação é compo-
nente fundamental tanto em 
apresentações teatrais popu-
lares, nas ruas e praças, em 
feiras livres, etc., quanto em 
produções com orçamentos 
milionários, como no caso 
dos grandes musicais. Em 
cada uma dessas categorias 
do fazer teatral a improvisa-
ção tem um papel diferente, 
mas sua essência é a mesma.
3 Observe a fotografia acima. 
a. Você já assistiu a um espetáculo desse tipo? Em caso positivo, compartilhe com os colegas 
essa experiência. Resposta pessoal.
b. O que você acha que um artista de teatro precisa saber para improvisar? Resposta pessoal. 
c. Como você acha que a improvisação pode estar presente no teatro de rua? E em uma apre-
sentação realizada em uma casa de espetáculos? Respostas pessoais.
É possível pensar a improvisação a partir de um fluxo que vai do estímulo à ação. Veja, por 
exemplo, a expressão em latim Ex nihilo nihil fit, atribuída ao filósofo grego Parmênides (530 a.C.- 
-460 a.C.), que significa “nada surge do nada”. A ideia é que as coisas são criadas a partir de algo, 
de uma referência ou de um estímulo. O dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956) escreveu 
um texto que dialoga com essa expressão, chamado “De nada, nada virá”. A improvisação teatral 
funciona da forma que ambos indicam: é preciso algo que provoque a imaginação e desafie a 
colocá-la em ação de maneira espontânea por meio do corpo e da voz.
4 Para compreender melhor a ideia de improvisação e do fluxo gerador da ação, você e os 
colegas vão apreciar seis exemplos de estímulos. Cinco deles estão apresentados a seguir; 
o sexto será proposto pelo professor. Na sua opinião, como eles poderiam ser usados como 
fontes para a criação de improvisações teatrais? Converse com os colegas e o professor e 
registre as ideias que achar interessantes no diário de bordo. Resposta pessoal.
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Apresentação de teatro de rua 
do 28º Festival de Teatro, 
em Curitiba (PR), 2019.
NÃO ESCREVA 
NESTE LIVRO.
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