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Elaborada por Bibliotecária Débora Crystina Reis CRB6 MG-003830/O 
 
 
Protocolo Clínico: atendimento ao paciente queimado [livro 
eletrônico] 
/ Organizadores: Juliana Metzker de Oliveira Bergamo e 
Kelly Daniele de Araújo – Revisores: Armando Pinto 
Monteiro Neto, Daniela Carreiro de Mello, Desiré Mendes 
Baiense, Érika de Oliviera Santos, Izabela Figueiredo de 
Sousa Honorato, Kelly Danielle de Araújo, Maria Cristina 
Viegas Cançado e Rodrigo Pimenta Sizenando - 1 ed. – 
Belo Horizonte: Fundação Hospitalar do Estado de Minas 
Gerais, 2024. 
 
172 p. ; pdf 
 
Bibliografia 
ISBN: 978-85-61907-09-9 
 
l. Atendimento ao Queimado. 2. Unidades de Queimados - DeCS. 
 3. Protocolos clínicos. 4. Diretrizes Clínicas 5. Cirurgia Plástica. 
 6. Clínica Médica. 7. Anestesiologia 8. Pediatria 
 9. Medicina de Emergência 10. Cirurgia Geral 11. Enfermagem 
 12. Fisioterapia 13. Assistência Social 14. Psicologia 15. Nutrição 
 16. Terapia Ocupacional 17. Pedagogia 
 18. Fonoaudiologia I. Título. II. Assunto. III. Organizadores 
 
 
 NLM WO704 
 
 
Q3 
1 
 
 
 
FUNDAÇÃO HOSPITALAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS 
HOSPITAL JOÃO XXIII 
 
 
 
 
 
 
 
Atendimento ao Paciente 
Queimado 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte – MG 
2024 
 
2 
 
 
LISTA DE AUTORES 
 
Cirurgia Plástica 
Camila Nunes de Lima Cruzeiro 
Juliana Metzker Oliveira Bergamo 
Kelly Danielle de Araújo 
Rodrigo Pimenta Sizenando 
 
Clínica Médica 
Thiago Bento de Paiva Lacet 
 
Anestesiologia 
Ana Amélia Ramalho Claudino 
Janaína Sarmento Lacerda 
 
Pediatria 
Marta Lúcia Werneck Loche 
Renata Alves Ferreira Anício 
Rosa de Lima Nascimento Bertolin 
 
Medicina de emergência/Cirurgia Geral 
Armando Pinto Monteiro Neto 
 
Cirurgia Geral (CTQ) 
Roberto Mendes Ferreira 
 
Enfermagem 
Ailna de Paula Faria 
Ana Paula Yole Agrizzi 
Brisa Costa Botelho 
Daniela Carreiro de Mello 
Dienia Andrade dos Santos 
Elizângela Marques dos Santos 
Eva Cezário Mateus 
Fernando Romualdo Salatiel 
Ionara Maria Gomes Bié 
3 
 
Joana Darc Alves Lopes 
Juliana Aparecida Correa Nunes Feitosa 
Matheus Gomes Nascimento 
Rômulo Lima Barroso de Queiroz 
Thássia Pereira Veloso 
Vera Lúcia de Oliveira Macedo Profeta 
Viviane de Moura Paula 
 
Fisioterapia 
Ana Cláudia Vitor das Graças 
Andrea Afonso Mendes 
Camila Guimarães de Castro Xavier 
Fabrícia Mendes e Silva Narciso 
Giselle Almeida Magalhães 
Leonardo Augusto Fogaça Tavares 
Michele Sandra Saldanha Caldeira Delforge 
Priscila Pierazoli de Araújo Batista 
Renata Mendes Dalmonch Ervilha 
 
Assistência Social 
Gesiane Aredes 
Paulette Cristina Barbosa 
Viviane Daniele Rodrigues de Oliveira 
 
Psicologia 
Raquel Mieco Minini 
 
Nutrição 
Lidia Rocha Nunes 
Kharine Pillar de Sousa e Pena 
Rossi Maria de Freitas Ribeiro 
 
Terapia Ocupacional 
Ariane Patrícia Fernandes Corrêa Lopes 
 
Pedagogia 
Jacqueline Luiz Leite Dantas 
4 
 
 
Fonoaudiologia 
Camila Alexandra Vilaça Ramos 
Danielle de Lima e Melo 
 
Diretoria Assistencial do Hospital João XXIII 
Cíntia Alcântara de Carvalho 
Rodrigo Muzzi de Oliveira Safe 
 
Colaboradores 
Aline Almeida Bentes 
Débora Borges do Amaral 
Débora Crystina Reis 
 
Revisores do Protocolo 
Armando Pinto Monteiro Neto 
Daniela Carreiras de Mello 
Desirée Mendes Baiense 
Érika de Oliveira Santos 
Izabela Figueiredo de Sousa Honorato 
Kelly Danielle de Araújo 
Maria Cristina Viegas Cançado 
Rodrigo Pimenta Sizenando 
 
Organizadores 
Juliana Metzker de Oliveira Bergamo 
Kelly Daniele de Araújo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
ABA: American Burn Association 
ABRAMEDE: Associação Brasileira de Medicina de Emergência 
ACLS: Advanced Cardiovascular Life Support 
ACS: American College of Surgeons 
ADM: Amplitude de Movimento 
AGE: Ácidos Graxos Essenciais 
AINE: Anti-inflamatórios Não Esteróides 
APA: Avaliação Pré-Anestésica 
ASA: American Society of Anesthesiologists 
ASPEN: American Society for Parenteral and Enteral Nutrition 
ATLS: Advanced Trauma Life Support 
AVD: Atividades de Vida Diária 
AVE: Acidente Vascular Encefálico 
BVS: Biblioteca Virtual em Saúde 
CadSUS: Cadastro Nacional de Usuários do Sistema Único de Saúde 
CBA: Chinese Burn Association 
CCIH: Comissão de Controle de Infecção Hospitalar 
CFM: Conselho Federal de Medicina 
CHU: Complexo Hospitalar de Urgência 
CK: Creatinoquinase 
CO: Monóxido de Carbono 
COHb: Carboxihemoglobina 
CREAB: Centro de Reabilitação 
CTQ: Centro de Tratamento de Queimados 
CVC: Cateter Venoso Central 
CVP: Cateter Venoso Periférico 
DeCS: Descritores em Saúde 
DO2: Oferta de Oxigênio aos Tecidos 
DP: Desvio Padrão 
DPVAT: Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres 
EAST: Eastern Association for the Surgery of Trauma 
6 
 
ECG: Eletrocardiograma 
EPI: Equipamentos de Proteção Individual 
ESPEN: European Society for Clinical Nutrition and Metabolism 
EV: Endovenoso 
EVA: Escala Visual Analógica 
FHEMIG: Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais 
FPS: Fator de Proteção Solar 
GCS: Escala de Coma de Glasgow 
GH: Hormônio de Crescimento 
Hb: Hemoglobina 
HRAD: Hospital Regional Antônio Dias 
HRB: Hospital Regional de Barbacena Dr. José Américo 
HRJP: Hospital Regional João Penido 
IGHAT: Imunoglobulina Humana Antitetânica 
IM: Intramuscular 
IMC: Índice de Massa Corporal 
IN: Intranasal 
IOT: Intubação Orotraqueal 
IRA: Insuficiência Renal Aguda 
IRAS: Infecções Relacionadas à Assistência em Saúde 
MeSH: Medical Subject Heading 
MMII: Membros Inferiores 
MMSS: Membros Superiores 
MS: Ministério da Saúde 
NAEMT: National Association of Emergency Medical Technicians 
NIR: Núcleo Interno de Regulação 
OMS: Organização Mundial de Saúde 
PAI: Pressão Arterial Invasiva 
PAV: Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica 
PCR1: Parada Cardiorrespiratória 
PCR2: Proteína C Reativa 
PHTLS: Prehospital Trauma Life Support 
PICC: Cateter Central de Inserção Periférica 
PIV: Pressão Intravesical 
7 
 
PNI: Pressão Não Invasiva 
POCUS: Point of Care Ultrasound 
POP: Procedimento Operacional Padrão 
PRS: Procedimento Sistêmico 
RASS: Escala de Agitação e Sedação de Richmond 
SAMU: Serviço de Atendimento Móvel de Urgência 
SARA: Síndrome da Angústia Respiratória Aguda 
SAT: Soro Antitetânico 
SBCP: Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica 
SBP: Sociedade Brasileira de Pediatria 
SBQ: Sociedade Brasileira de Queimaduras 
SC: Subcutâneo 
SCQ: Superfície Corporal Queimada 
SES: Secretaria Estadual de Saúde 
SINAN: Sistema de Informação de Agravos de Notificação 
SNE: Sondagem Nasoentérica 
SNG: Sondagem Nasogástrica 
SRPA: Sala de Recuperação Pós-Anestésica 
SUS: Sistema Único de Saúde 
SVD: Sondagem Vesical de Demora 
TCE: Traumatismo Cranioencefálico 
TEP: Tromboembolismo Pulmonar 
TMB: Taxa Metabólica Basal 
TNE: Terapia Nutricional Enteral 
TRM: Traumatismo Raquimedular 
TRS: Terapia Renal Substitutiva 
UBS: Unidade Básica de Saúde 
UI: Unidades Internacionais 
UTI: Unidade de Terapia Intensiva 
VAA: Via Aérea Artificial 
VCT: Valor Calórico Total 
VM: Ventilação Mecânica 
VO: Via Oral 
 
8 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12 
2 PALAVRAS-CHAVE/ KEYWORDS ................................................................................... 13 
3 OBJETIVOS ................................................................................................................... 14 
4 POPULAÇÃO ALVO ....................................................................................................... 14 
5 UTILIZADORES POTENCIAIS ......................................................................................... 14 
6 METODOLOGIA ............................................................................................................15 
7 SUMÁRIO DE RECOMENDAÇÕES E PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS ...................................... 16 
8 RECURSOS MATERIAIS E PESSOAL NECESSÁRIOS ........................................................ 17 
9 ATIVIDADES ESSENCIAIS .............................................................................................. 17 
9.1. DEFINIÇÕES ............................................................................................................. 17 
9.1.1. Conceito ............................................................................................................... 17 
9.1.2. Classificação ......................................................................................................... 18 
9.1.3. Hierarquização do Atendimento ......................................................................... 20 
9.2. ABORDAGEM INICIAL .............................................................................................. 21 
9.2.1. Atendimento ao paciente queimado na Unidade Hospitalar .............................. 21 
9.2.1.1. Pequenos queimados, pacientes estáveis (encaminhados à Unidade de 
Pequenos Ferimentos) ................................................................................................................ 22 
9.2.1.2. Médios e Grandes queimados e/ou suspeita de lesão por inalação e/ou 
queimadura elétrica (Encaminhados à Sala de Atendimento aos Politraumatizados) ............... 22 
9.2.2. Critérios para internação hospitalar: ................................................................... 30 
9.2.3. Profilaxia antitetânica .......................................................................................... 32 
9.2.4. Trauma elétrico: ................................................................................................... 33 
9.2.5. Queimadura Química: .......................................................................................... 34 
9.3 ASSISTÊNCIA CLÍNICA ............................................................................................... 36 
9.3.1. História clínica ...................................................................................................... 36 
9.3.2. Exame físico .......................................................................................................... 36 
9.3.3. Propedêutica inicial .............................................................................................. 36 
9.3.4. Avaliação hemodinâmica ..................................................................................... 37 
9.3.4. Morbidade associada à ressuscitação inicial: ....................................................... 38 
9.3.5. Manejo de vias aéreas e pulmonar ...................................................................... 39 
9.3.6. Manejo gastrointestinal ....................................................................................... 40 
9.3.7. Manejo renal ........................................................................................................ 41 
9.3.8. Manejo Hematológico .......................................................................................... 42 
9.3.8.1. Trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar ............................ 42 
9.3.8.2. Hemotransfusão ................................................................................................ 42 
9.3.8.2.1. Concentrado de hemácias .............................................................................. 42 
9 
 
9.3.8.2.2. Concentrado de plaquetas (PALMIERI et al., 2019) ....................................... 42 
9.3.8.2.3. Plasma fresco congelado (PALMIERI et al., 2019) ......................................... 43 
9.3.10. Infecções............................................................................................................. 43 
9.3.10.1. Antibioticoprofilaxia ........................................................................................ 43 
9.3.10.2. Terapêutica antimicrobiana ........................................................................... 45 
9.3.10.3. Critérios da ABA para sepse por queimaduras (GREENHALGH, et al. 2007) ... 45 
9.4. ASSISTÊNCIA PEDIÁTRICA ........................................................................................ 47 
9.4.1. Cálculo da Superfície Corporal ............................................................................. 47 
9.4.2. Critérios de Internação em crianças ..................................................................... 47 
9.4.3. Sedação e analgesia ............................................................................................. 47 
9.4.3.1. Tratamento não farmacológico ......................................................................... 49 
9.4.3.2. Tratamento farmacológico ................................................................................ 49 
9.4.4. Tratamento inicial à criança grande queimada: KEY POINTS ............................... 52 
9.4.5. Terapia hídrica na criança queimada ................................................................... 53 
9.4.6. Nutrição na criança queimada ............................................................................. 56 
9.4.7. Infecção na criança queimada .............................................................................. 58 
9.4.8. Exames complementares ..................................................................................... 60 
9.5. ASSISTÊNCIA CIRÚRGICA........................................................................................ 61 
9.5.1. Banho e curativos ................................................................................................. 62 
9.5.2. Desbridamentos cirúrgicos ................................................................................... 62 
9.5.3. Enxertia de pele .................................................................................................... 63 
9.5.4. Curativos biológicos/enxerto homólogo ............................................................... 65 
9.5.5. Retalhos ................................................................................................................ 65 
9.6. ASSISTÊNCIA ANESTESIOLÓGICA ............................................................................. 68 
9.6.1. Monitorização: ...................................................................................................... 68 
9.6.1.1. Monitorização básica do paciente inclui (em todo procedimento): ................... 68 
9.6.1.2. Monitorização avançada do paciente inclui (pacientes críticos ou porte 
aumentado do procedimento cirúrgico): ..................................................................................... 69 
9.6.1.3. Sala de Recuperação Pós-anestésica (SRPA): .................................................. 69 
9.6.1.4. Dificuldades encontradas na monitorização em pacientes queimados: ........... 69 
9.6.2. Jejum pré-operatório ............................................................................................. 70 
9.6.3. Avaliação pré-anestésica ...................................................................................... 70 
9.6.4. Reposição volêmica .............................................................................................. 71 
9.6.5. Hemotransfusão .................................................................................................... 72 
9.6.6. Hipotermia ............................................................................................................ 73 
9.6.6.1. Conceitos Gerais ............................................................................................... 73 
9.6.6.2. Prevenção .......................................................................................................... 75 
9.6.7. Analgesia ..............................................................................................................76 
10 
 
9.6.8. Anestesia .............................................................................................................. 79 
9.6.9. Parada Cardiorrespiratória (PCR) no peroperatório ............................................ 79 
9.7. ASSISTÊNCIA E CUIDADOS DE ENFERMAGEM ......................................................... 81 
9.7.1. Prevenção de Infecção ......................................................................................... 81 
9.7.2. Cuidados Gerais de Enfermagem ......................................................................... 85 
9.7.3. Cuidados de Enfermagem com a ferida ................................................................ 88 
9.7.3.1. Avaliação da ferida seguindo a ferramenta TIME ............................................. 88 
9.7.3.2. Limpeza da lesão ............................................................................................... 88 
9.7.3.3. Enfaixamento ..................................................................................................... 93 
9.7.4. Cuidados de Enfermagem com a higiene corporal ............................................... 94 
9.7.4.1. Preparação do banho ......................................................................................... 94 
9.7.4.2. Execução da higienização corporal ................................................................... 95 
9.7.4.3. Cuidados pós-higiene corporal .......................................................................... 97 
9.7.5. Balneoterapia ........................................................................................................ 97 
9.7.5.1. Critérios para tratamento em sala de balneoterapia ........................................... 98 
9.7.6. Cuidados de enfermagem perioperatórios .......................................................... 100 
9.7.7. Assistência e cuidados de enfermagem em nível ambulatorial .......................... 102 
9.7.7.1. Atribuições do Enfermeiro .............................................................................. 102 
9.7.7.2. Atribuições do Técnico de Enfermagem ......................................................... 103 
9.7.7.3. Curativos ......................................................................................................... 103 
9.7.7.4. Rotina de troca de curativos ............................................................................ 105 
9.7.7.5. Queimaduras em áreas especiais ..................................................................... 105 
9.7.7.5.1. Face e orelhas ............................................................................................... 105 
9.7.7.5.2. Mãos ............................................................................................................. 105 
9.7.7.5.3. Pés ................................................................................................................ 105 
9.7.7.5.4. Períneo .......................................................................................................... 106 
9.8 ASSISTÊNCIA E CUIDADOS FISIOTERAPÊUTICOS EM PACIENTES QUEIMADOS ...... 106 
9.8.1. Assistência e Cuidados Fisioterapêuticos em Centro de Terapia Intensiva ....... 107 
9.8.2. Assistência e Cuidados Fisioterapêuticos em Unidade de Internação ................ 109 
9.8.3. Assistência e cuidados fisioterapêuticos em nível ambulatorial ........................ 111 
9.9 ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL .................................................................................... 114 
9.9.1. Avaliação Nutricional para cálculo de necessidades .......................................... 114 
9.9.2. Cálculo das necessidades nutricionais ............................................................... 115 
9.9.3. Necessidade de Macronutrientes ...................................................................... 117 
9.9.3.1 Proteínas .......................................................................................................... 118 
9.9.3.2. Carboidratos .................................................................................................... 118 
9.9.3.3. Lipídios ............................................................................................................. 118 
9.9.4. Micronutrientes .................................................................................................. 118 
11 
 
9.9.5. Tipos de Dietas Utilizadas ................................................................................... 119 
9.9.6. Progressão da Terapia Nutricional ..................................................................... 119 
9.9.7. Indicação da Terapia Nutricional ........................................................................ 120 
9.9.8. Jejum pré-operatório ......................................................................................... 121 
9.9.9. Acompanhamento Nutricional ........................................................................... 121 
9.9.10. Imunonutrição .................................................................................................. 121 
9.9.11. Complicações da Nutrição Enteral ................................................................... 123 
9.10. ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA ................................................................................. 124 
9.10.1. Rotina de atividades ......................................................................................... 125 
9.10.2. Modalidades de atendimento .......................................................................... 126 
9.10.3. Objetivos do acompanhamento psicológico .................................................... 126 
9.10.4. Condutas e encaminhamento .......................................................................... 127 
9.10.5. Retorno ............................................................................................................. 127 
9.11 ASSISTÊNCIA DO SERVIÇO SOCIAL ........................................................................ 127 
9.11.1 Objetivo geral do serviço social ......................................................................... 128 
9.11.2. Funções do Assistente Social ............................................................................ 128 
9.12. ASSISTÊNCIA DA TERAPIA OCUPACIONAL ........................................................... 130 
9.13. ASSISTÊNCIA PEDAGÓGICA ................................................................................. 132 
9.13.1. Missão .............................................................................................................. 133 
9.13.2. Objetivos .......................................................................................................... 133 
9.13.3. Modalidades de atendimento e principais atividades desenvolvidas ................ 134 
9.13.4. Abordagem Interdisciplinar .............................................................................. 135 
9.13.5. Encaminhamentos ............................................................................................ 135 
9.14. ATENDIMENTO FONOAUDIOLÓGICO .................................................................. 137 
10. PLANO PARA ATENDIMENTO À SITUAÇÃO DE MÚLTIPLAS VÍTIMAS ..................... 140 
10.1. Fases do Plano de Atendimento a Múltiplas Vítimas .......................................... 141 
11. MATRICIAMENTO ................................................................................................... 144 
12. BENEFÍCIOS POTENCIAIS......................................................................................... 145 
13. RISCOS POTENCIAIS ................................................................................................ 145 
14. ÍTENS DE CONTROLE ............................................................................................... 146 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................147 
15. ANEXO: ADMISSÃO DE PACIENTES DENTRO DA LINHA DE CUIDADO DA 
ASSISTÊNCIA AO PACIENTE QUEIMADO NA REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS 
DO ESTADO DE MINAS GERAIS. ................................................................................................. 167 
DECLARAÇÃO DE CONFLITO DE INTERESSES ................................................................ 172 
 
 
 
12 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
As queimaduras estão entre as principais causas externas de morbimortalidade 
registradas no mundo, principalmente em países de renda média ou baixa (BRASIL, 
2022). No Brasil, os óbitos por queimaduras são superados apenas pelas causas 
violentas, como acidentes de trânsito e homicídios, segundo dados epidemiológicos de 
Leão et al. (2011) e Leão (2013). Pesquisas apontam que, entre os casos de queimaduras 
notificados no país, a maior parte ocorre nas residências das vítimas e quase metade das 
ocorrências acomete crianças. Dessa forma, as queimaduras ocupam o quarto lugar das 
causas de óbito entre crianças e adolescentes, em âmbito nacional, representando agravo 
significativo à saúde pública. 
Entre as formas mais comuns de queimaduras, destacam-se aquelas decorrentes 
do uso de álcool líquido e outros inflamáveis, predominantes em toda a população de 
modo geral. As queimaduras causadas por escaldadura (manipulação de líquidos 
quentes, como água fervente) também se mostram muito frequentes, tendo as crianças 
como principais vítimas devido à curiosidade característica da idade ou às situações 
causadas por violência doméstica, sendo que acidentes por chama ocorrem mais 
comumente em pré-escolares e adolescentes. 
Outras formas muito ocorrentes de queimaduras são as causadas por agentes 
químicos e corrente elétrica. As queimaduras químicas são produzidas por agentes 
ácidos ou básicos, gerando, além do dano cutâneo ou respiratório, diversas alterações 
sistêmicas. As queimaduras elétricas também são, geralmente, muito agressivas, 
vitimando principalmente adultos do sexo masculino, trabalhadores, durante o exercício 
do ofício profissional (BRASIL, 2012). Devido às suas especificidades e gravidade 
características, pacientes com esses tipos de queimaduras são frequentemente atendidos 
em Centros de Tratamento de Queimaduras (CTQs). 
Em relação ao público acometido, dados do Ministério da Saúde mostram que as 
queimaduras foram responsáveis por 18,4% das internações pediátricas em 2018, além 
de mais de 6 mil internações de crianças e adolescentes no Sistema Único de Saúde 
(SUS) apenas nos quatro primeiros meses de 2021. Os idosos também compreendem 
grupo de alto risco para queimaduras devido à sua menor capacidade de reação e às 
limitações físicas peculiares à idade. Já em se tratando das mulheres adultas, os casos 
mais frequentes de queimaduras estão relacionados às várias situações domésticas 
13 
 
(como cozimento de alimentos, frituras, acidentes envolvendo botijão de gás, entre 
outros) e, eventualmente, a tentativas de autoextermínio (suicídio). 
Em dezembro de 2022, por meio da Resolução SES/MG Nº 8.494/2022, foi 
estabelecido o credenciamento de hospitais do Estado de Minas Gerais como Centros de 
Tratamento de Queimados - CTQ (Tipo 1A, Tipo 1B e Tipo 2, de acordo com a 
abrangência e complexidade da assistência ofertada). No que compreende às Unidades 
Assistenciais da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), foi 
aprovado o credenciamento do Hospital João XXIII como CTQ Tipo 1A, único do 
Estado nesta categoria, do Hospital Regional de Barbacena Dr. José Américo, situado 
no município de Barbacena, e do Hospital Regional Antônio Dias, do município de 
Patos de Minas, ambos como CTQ Tipo 2, no âmbito da Linha de Cuidado da 
Assistência ao Paciente Queimado na Rede de Atenção às Urgências e Emergências do 
Estado de Minas Gerais. 
O tratamento de pacientes queimados guiado por estratégias clínicas em CTQ 
mostrou-se capaz de diminuir em 50% a mortalidade de pacientes grande queimados 
(KEARNEY, 2018). Para o adequado tratamento do paciente queimado, o olhar da 
equipe de saúde deve abranger suas características sociodemográficas e o contexto no 
qual o mesmo está inserido, fatores geralmente associados à motivação do trauma por 
queimadura, bem como às condições econômicas e psicossociais do paciente, que 
influenciarão também na sua reabilitação. 
Devido à sua gravidade e potencial de produzir sequelas funcionais, estéticas e 
psicológicas, o cuidado ao paciente queimado abrange ações multiprofissionais que se 
entrelaçam em busca da recuperação holística, em menor período e com melhores 
resultados ao paciente. Desta forma, uma equipe engajada, adequadamente treinada, 
com conhecimentos especializados e que estabeleça uma intercomunicação eficiente 
torna-se a base da eficácia para o tratamento de qualidade ao paciente em um CTQ. 
 
 
 
2 PALAVRAS-CHAVE/ KEYWORDS 
 
Queimadura; Unidades de Queimados; Equipe de Assistência ao Paciente/Burn; Burns 
Units; Patient Care Team 
 
 
14 
 
3 OBJETIVOS 
 
• Padronizar as atividades multiprofissionais no tratamento ao paciente 
queimado nas unidades da Fhemig que oferecem esse atendimento; 
• Definir ações indispensáveis para a abordagem inicial ao paciente 
queimado no ambiente hospitalar; 
• Oferecer diretrizes para assistência em emergência, clínica, pediátrica, 
cirúrgica e anestesiológica em caráter multiprofissional; 
• Assegurar os cuidados necessários para o tratamento multidisciplinar das 
diversas equipes envolvidas no atendimento do paciente queimado 
(enfermagem, fisioterapia, nutrição, psicologia, serviço social, terapia 
ocupacional, pedagogia); 
 
 
4 POPULAÇÃO ALVO 
 
Esse protocolo destina-se ao tratamento de pacientes queimados adultos e 
pediátricos. 
 
 
5 UTILIZADORES POTENCIAIS 
 
• Equipe multiprofissional de saúde que atende o paciente queimado no 
Hospital João XXIII, que compõe o Complexo Hospitalar de Urgência 
(CHU) da Fhemig, podendo estar lotada no CTQ, Unidade de Terapia 
Intensiva (UTI), Unidade de Internação e Bloco Cirúrgico exclusivos, Pronto 
Socorro, Bloco Cirúrgico do Pronto Socorro, UTI pediátrica, UTI adulto 
(Geral); 
• Equipe multiprofissional de saúde do Hospital Regional João Penido 
(HRJP), Hospital Regional Antônio Dias (HRAD) e o Hospital Regional de 
Barbacena Dr. José Américo (HRB), que se encontram em processo para 
compor CTQs; 
15 
 
• Demais profissionais atuantes nos serviços da Linha de Cuidado da 
Assistência ao Paciente Queimado da Rede de Atenção às Urgências e 
Emergências do Estado de Minas Gerais, além dos profissionais de serviços 
que também prestam assistência ao queimado e que desejem se qualificar 
nessas diretrizes clínicas, como o Serviço de Atendimento Móvel de 
Urgência (SAMU), Serviço de Resgate do Corpo de Bombeiros da Polícia 
Militar de Minas Gerais e demais Serviços de Resgate da rede pré-hospitalar. 
 
 
6 METODOLOGIA 
 
 
Trata-se de Diretrizes Clínicas contendo a atualização do Protocolo 039 da 
Fhemig sobre Atendimento ao Paciente Queimado, com enfoque na assistência integral 
ao paciente queimado agudo. O Protocolo se baseou em referências bibliográficas de 
relevância, qualidade e validade tais como guidelines e revisões sistemáticas da 
literatura, e envolveu em sua confecção um grupo de profissionais com experiência nas 
diversas áreas de tratamento do paciente queimado. 
A busca das referências baseou-se nos termos de pesquisa “Queimados” e 
“Queimaduras”, definidos por meio do Descritores em Saúde (DeCS) e do Medical 
Subject Heading (MeSH), além da utilização do conteúdo das bases de dados da 
Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), UpToDate e Pubmed para abordagem dos tópicos 
das atenções em saúde como balneoterapia, cuidados de enfermagem e medicamentos. 
Também foram consideradas como fontes de dados publicações do Ministério da 
Saúde (MS), American College of Surgeons (ACS), AmericanBurn Association (ABA), 
Chinese Burn Association (CBA), Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), 
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Sociedade Brasileira de Pediatria 
(SBP), Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Brasileira de Medicina de 
Emergência (ABRAMEDE), entre outras. 
 
 
 
 
 
16 
 
7 SUMÁRIO DE RECOMENDAÇÕES E PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS 
 
Dentre as estratégias norteadoras do sucesso no tratamento do paciente 
queimado destacam-se (KHATIB, 2021 e KEARNEY, 2018): 
a) Ressuscitação volêmica guiada pela Fórmula de Parkland e associada ao 
controle de débito urinário, ajustando oferta hídrica; 
b) Estratégias ventilatórias protetivas; 
c) Nutrição adequada, com ênfase na nutrição enteral precoce, considerando que 
o estado hipermetabólico presente na queimadura leva a perda proteica, redução de 
massa e hiperglicemia. Esta última é associada a catabolismo, infecções fúngicas e 
bacterianas, e perda de enxertos; 
d) Controle de sepse, com ênfase em prevenção; uso de antimicrobianos tópicos; 
tratamento cirúrgico precoce; reconhecimento precoce do quadro infeccioso e 
tratamento antimicrobiano adequado. 
Desta forma, a abordagem multidisciplinar torna-se essencial à melhor 
assistência ao paciente queimado, envolvendo uma variedade de especialidades médicas 
e profissionais de saúde, cada um deles trazendo uma perspectiva única para o cuidado, 
o que possibilita desenvolver plano de tratamento abrangente e personalizado para cada 
paciente. O seguimento de diretrizes clínicas instrumentaliza a realização do tratamento 
adequado e eficaz, com maior segurança ao paciente e redução de complicações, 
portanto, com melhoria da qualidade do cuidado, dos resultados para os pacientes e 
redução da morbimortalidade, independentemente de onde estejam sendo tratados. 
Dito isto, é importante ressaltar a importância da linearidade do tratamento nos 
Centros de Tratamento de Queimados tipo 1A, 1 B e 2, conforme os moldes das 
deliberações da SES-MG. Essa linearidade do cuidado provavelmente permitirá em 
melhor assistência no estado, podendo ser referência para demais estados, além de 
possibilitar a coleta de dados elaborados por critérios similares, para a realização de 
pesquisas, tendo a promoção da melhoria da saúde da população como elemento 
norteador das estratégias propostas pela Fhemig, também nos eixos da pesquisa, ensino 
e inovação. 
Na Seção 14: Anexo constam critérios para admissão de pacientes de acordo com a 
Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais, seguindo as normas vigente; assim 
como a nova classificação quanto ao porte hospitalar e critérios de transferência a serem 
instituídos em prazo estabelecido. 
17 
 
8 RECURSOS MATERIAIS E PESSOAL NECESSÁRIOS 
 
• Equipe multidisciplinar capacitada (médicos clínicos, emergencistas, 
intensivistas, anestesistas, cirurgiões plásticos, pediatras, enfermeiros, 
técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e 
assistentes sociais. Outros profissionais que atuam em todo o hospital como 
cirurgiões gerais, psiquiatras, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e 
pedagogos também são importantes para assegurar assistência adequada ao 
paciente queimado); 
• Materiais e equipamentos necessários para o funcionamento de um CTQ; 
• Coberturas utilizadas em curativos (descritas no tópico 9.7.3). 
 
 
9 ATIVIDADES ESSENCIAIS 
 
9.1. DEFINIÇÕES 
 
9.1.1. Conceito 
 
As queimaduras são lesões na pele decorrentes de agentes: energia térmica, 
química ou elétrica capazes de produzir calor excessivo que danifica os tecidos 
corporais e acarreta a morte celular. As lesões por queimaduras podem variar de leves, 
tratáveis em casa ou lesões mais significativas que necessitam de tratamento 
emergencial hospitalar, podendo causar óbito em suas formas mais graves. Podem ser 
classificadas em queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus, considerando a 
profundidade do local atingido (LEÃO et al., 2011; LEÃO, 2013). 
A avaliação da extensão da queimadura - Superfície Corporal Queimada (SCQ), 
em conjunto com a profundidade, a eventual lesão inalatória, o politrauma e outros 
fatores determinarão a gravidade do paciente queimado. Logo, o processo de reparação 
tecidual da queimadura depende da extensão local e da profundidade, entre outros 
fatores. Essa lesão afeta ainda o sistema imunológico do paciente, acarretando 
alterações sistêmicas importantes, impactando no quadro clínico geral do paciente. 
18 
 
 
 
9.1.2. Classificação 
 
 
Quadro 1 - Classificação da queimadura quanto à profundidade das lesões 
 
Grau da lesão 
 
Definição Aspecto clínico 
Primeiro grau Destruição apenas da epiderme. Eritema, branqueia sob pressão e é 
dolorosa. 
Segundo grau Destruição total da epiderme e parcial 
da derme. 
Exsudativa, eritematosa, dolorosa, 
presença de bolhas (flictenas). 
Terceiro grau Destruição total da epiderme e da 
derme. 
Lesão seca, dura, inelástica, translúcida, 
com vasos trombosados visíveis, indolor 
à punctura local. 
 
Fonte: Adaptado de Brasil (2012). 
 
 
Quadro 2 - Estimativa clínica da profundidade da queimadura 
 
Profundidade 
 
Aparência Fica 
pálida à 
pressão 
do toque 
Sensibilidade 
à estímulo por 
agulha 
Flexibilidade Tempo de 
recuperação 
Precisa de 
excisão e 
enxerto 
Superficial 
(primeiro grau) 
Vermelho, sem 
flictenas 
+ ++ Macia 1 semana - 
19 
 
Espessura 
parcial 
superficial 
(segundo grau) 
Vermelho, 
flictenas 
+ ++ Macia 1 a 2 semanas - 
Espessura 
parcial profunda 
(segundo grau) 
Vermelho ou 
branco, sem 
flictenas 
± + Levemente 
tensa 
2 a 3 semanas + 
Espessura total 
(terceiro grau) 
Semelhante a 
couro, 
carbonizado 
- - Dura >3 semanas + 
 
Fonte: Adaptado de WALLS et al. (2019). 
 
 
 
Quadro 3 - Classificação da extensão corporal do queimado (utilizar as tabelas 1 ou 2 do tópico 9.2.2 
para o cálculo do percentual corporal queimado) 
 
Classificação Adultos Crianças 
Pequeno queimado Queimaduras de segundo grau abaixo de 
10% ou terceiro grau abaixo de 5%. 
Queimaduras de segundo grau abaixo de 
5%. 
Médio queimado Queimaduras de segundo grau de 10% a 
25% ou terceiro grau em torno de 10%. 
Queimaduras de segundo grau entre 
5% e 15%. 
Grande queimado Queimaduras de segundo grau acima de 
25% ou terceiro grau acima de 10%. 
Queimaduras de segundo grau acima 
de 15%. 
 
Fonte: Adaptado de Brasil (2012). 
Nota: Queimaduras de terceiro grau acima de 3% são relevantes na criança. 
 
 
 
20 
 
9.1.3. Hierarquização do Atendimento 
 
Quadro 4 - Hierarquização do atendimento 
Atendimento Ambulatorial Atendimento Hospitalar 
 
o Pequenos queimados; 
o Médios queimados com condição de 
realizar cuidados e curativos no domicílio. 
 
 
o Grandes queimados; 
o Médios queimados sem condições de cuidados 
domiciliares; 
o Idosos ou crianças em idade tenra; 
o Queimaduras críticas da face e pescoço; 
o Queimaduras incapacitantes; 
o Queimaduras graves de períneo; 
o Lesão por inalação; 
o Pacientes com alterações sistêmicas. 
Fonte: Adaptado de FHEMIG (2013). 
 
Quadro 5 - Alterações sistêmicas das queimaduras 
Sistema Corporal Alterações Sistêmicas 
Sistema cardiovascular o Extravasamento vascular 
o Hipovolemia 
o Choque hipovolêmico 
Sistema respiratório o Hiperventilação em grandes queimados 
o Edema de mucosa traqueobrônquica em inalação 
de produtos de combustão irritantes 
o Restrição respiratória por queimaduras da parede 
torácica com retenção de secreções e tosse ineficiente 
Sistema digestivo o Úlcera de estresse (de Curling) 
Sistema urinário o Necrose tubular aguda após choque hipovolêmico 
o Proteinúria 
Sistema hematológico o Hemólise em grandes queimados 
o Hipoproteinemia 
Fonte: Adaptado de FHEMIG (2013) 
21 
 
9.2. ABORDAGEM INICIAL 
 
9.2.1. Atendimento ao paciente queimado na Unidade HospitalarFigura 1 - Fluxograma de Atendimento às vítimas de 
queimaduras
Fonte: Elaboração própria, 2022. 
 
22 
 
O atendimento inicial ao paciente queimado na unidade hospitalar é realizado 
pelas equipes da cirurgia geral e emergencistas e, se necessário, pela clínica médica, 
pautado no ATLS. O cuidado é continuado pela equipe do CTQ após a internação do 
paciente (AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS, 2018). 
A equipe da cirurgia plástica da urgência faz a abordagem inicial à admissão no 
Pronto Socorro. 
 
9.2.1.1. Pequenos queimados, pacientes estáveis (encaminhados à Unidade de 
Pequenos Ferimentos) 
 
• Analgesia venosa, se necessário; 
• Limpeza das áreas acometidas com clorexidina degermante 2% e soro 
fisiológico; 
• Desbridamento de tecidos desvitalizados, ruptura e desbridamento de 
flictenas; 
• Curativo com sulfadiazina de prata a 1%, ocluído com gaze aberta e 
atadura de crepom; 
• Encaminhamento conforme o impresso específico para realização de 
curativos e acompanhamento com a cirurgia plástica no Ambulatório de 
Queimados para casos leves ou orientação de atendimento e 
acompanhamento na Unidade Básica de Saúde. 
Obs.: Em casos de queimaduras de primeiro grau, não estão indicados curativos 
oclusivos ou uso de pomadas especiais. Orientar a hidratação da pele com cremes ou 
óleos hidratantes. 
 
9.2.1.2. Médios e Grandes queimados e/ou suspeita de lesão por inalação e/ou 
queimadura elétrica (Encaminhados à Sala de Atendimento aos Politraumatizados) 
 
Utilizou-se como base as recomendações de Brasil (2012): 
• Abordagem inicial sistematizada pela equipe de Cirurgia do Trauma e 
Medicina de Emergência, como toda vítima de Politrauma, com definição e 
tratamento de prioridades conforme o ABCDE do ATLS; 
23 
 
• Em casos de queimadura elétrica, solicitar avaliação da Clínica Médica 
ou Medicina de Emergência para abordagem propedêutica e terapêutica inicial 
de possíveis comprometimentos sistêmicos; 
• Prescrições de reposição volêmica e de cuidados; 
• Acompanhamentos de soroterapia, diurese e analgesia; 
• Avaliar evidências sugestivas de lesão por inalação em pacientes 
expostos à fumaça ou ao vapor (KOYRO et al, 2021): 
1. Queimaduras cervicais ou faciais; 
2. Queimadura e fuligem em cílios e vibrissas nasais; 
3. Escarro carbonáceo; 
4. Rouquidão; 
5. História de queimadura em ambientes fechados; 
6. Confusão mental; 
7. Níveis sanguíneos de carboxihemoglobina maiores que 
10%. 
• A intubação não deverá ser postergada e realizada diante dos fatores a 
seguir (BRASIL, 2012): 
1. Estridor respiratório; 
2. Rouquidão progressiva; 
3. Uso de musculatura acessória; 
4. Queimaduras com edema acentuado em face ou pescoço; 
5. Diminuição do nível de consciência; 
6. Hipoxemia; 
7. Hipercarbia; 
8. História sugestiva de queimadura de vias aéreas, 
associadas ao exame clínico, com a presença de fuligem em região perinasal e perioral, 
com chamuscamento de pelos, bem como edema labial e de língua. 
• Estabelecer acesso venoso com cateter calibroso em veia periférica, 
preferencialmente nos membros superiores (AMERICAN COLLEGE OF 
SURGEONS, 2018; BRASIL, 2012; KOYRO et al., 2021). Caso haja a 
possibilidade de confecção de dois acessos, esta será preferível. Na ausência 
de possibilidade de acesso periférico, o ATLS coloca a punção intraóssea 
como segunda escolha, para reposição volêmica inicial. 
24 
 
• Na presença de grande superfície acometida, a punção venosa em área 
queimada é permitida. 
Obs: Acesso venoso em membros inferiores em adultos tem maior associação 
com trombose e deve ser evitado. Exceto nas emergências, na ausência de 
outro sítio. 
• Considerar acesso venoso central em pacientes com superfície corporal 
queimada > 20%, assim como sondagem vesical de demora para mensuração 
do débito urinário, sendo este o melhor monitoramento de uma ressuscitação 
fluídica, de acordo com fórmula de Parkland e diurese esperada, descritos no 
Quadro 9 desta seção. Taxas de reposição volêmica e débito urinário por tipo 
de queimadura e idade, mais adiante nesta seção. 
• Em grandes queimados, estabelecer monitorização contínua 
(cardioscopia, oximetria de pulso, pressão arterial não-invasiva, diurese por 
sondagem vesical de demora). 
• Elevar cabeça 45 graus e membros afetados a fim de minimizar edema 
facial e de via aérea e prevenir aspiração pulmonar, excetuando a 
contraindicação por imobilização espinhal. 
• Estimar a SCQ pela regra de Lund e Browder (Quadro 6), o grau de 
profundidade das lesões (Quadro 8) e registrar o agente causador da 
queimadura, bem como o tempo transcorrido desde o acidente e as 
medicações/líquidos administrados no pré-hospitalar (BRASIL, 2012). 
 
Quadro 6 - Determinação da SCQ conforme Lund e Browder 
 
 
Idade (anos) / 
Área 
 
<1 
 
1- 4 
 
5 - 9 
 
10 - 14 
 
15 
 
Adulto
>15 
Cabeça 19 17 13 11 9 7 
Pescoço 2 2 2 2 2 2 
Tronco 
anterior 
13 13 13 13 13 13 
Tronco 
posterior 
13 13 13 13 13 13 
25 
 
Nádega 
direita 
2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 
Nádega 
esquerda 
2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 
Genitália 1 1 1 1 1 1 
Braço 4 4 4 4 4 4 
Antebraço 3 3 3 3 3 3 
Mão 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 
Coxa 5,5 6,5 8 8,5 9 9,5 
Perna 5 5 5,5 6 6,5 7 
Pé 3,5 3,5 3,5 3,5 3,5 3,5 
 
 Fonte: Adaptado de WASIAK et al. (2013). 
 
 
Quadro 7 - Regra dos nove (Pulaski e Tennyson). 
 
 
Área 
 
Adultos 
 
Crianças até 1 ano 
Cabeça e pescoço 9% 18% 
Membro superior direito 9% 9% 
Membro superior esquerdo 9% 9% 
Região anterior do tronco 18% 18% 
Região posterior do tronco 18% 18% 
Genitália 1% 1% 
Coxa direita 9% 4,5% 
Coxa Esquerda 9% 4,5% 
Perna Direita 9% 4,5% 
Perna Esquerda 9% 4,5% 
Para recém-nascidos: cabeça e pescoço = 18%, todo um membro inferior = 13,5% 
 
Fonte: Adaptado de Brasil (2012). 
26 
 
 
Nota: Esta regra é uma simplificação, de fácil memorização, para ser utilizada em emergência e por 
médicos não especialistas 
 
 
Quadro 8 - Avaliação da profundidade das lesões 
 
Classificação Camadas da pele 
atingidas 
Apresentação Evolução 
Primeiro Grau Epiderme Eritema 
Dor 
Reepiteliza em 5 a 7 
dias 
Segundo Grau 
Superficial 
Epiderme 
 
Derme superior 
Flictenas 
Dor 
Edema 
Umidade 
Vermelha 
Conserva grande parte 
dos anexos cutâneos; 
 
Reepiteliza em 10 a 14 
dias 
Segundo Grau 
Profundo 
Epiderme 
Derme superior 
Derme profunda 
Flictenas 
Dor 
Edema 
Menor umidade 
Maior palidez 
Menor quantidade de 
anexos preservados; 
Demanda maior tempo 
para reepitelização (até 
21 dias) ou enxertia 
cutânea 
Terceiro Grau Epiderme 
Derme 
Hipoderme 
Indolor 
Seca 
Rígida 
 Placa esbranquiçada ou 
enegrecida 
Não reepiteliza 
espontaneamente 
 
Fonte: Adaptado de BRASIL (2012) e WASIAK et al. (2013). 
 
 
No CTQ do Complexo Hospitalar de Urgência da Rede Fhemig utiliza-se os 
seguintes formulários para registro da superfície corporal queimada: 
27 
 
Figura 2 – Formulário para registro da superfície corporal 
queimada
 
Fonte: Equipe CTQ HJXXIII (2013). 
 
28 
 
Figura 3 - Formulário para registro da superfície corporal queimada 
 
 Fonte: Equipe CTQ HJXXIII (2013). 
 
• Reposição volêmica em pacientes grandes queimados (maior que 20% 
SCQ) conforme a fórmula de Parkland (AMERICAN COLLEGE OF 
SURGEONS, 2018): 
• 2 ml/kg/SCQ (para o cálculo, considerar apenas lesões de II e III graus e 
no máximo 50% de SCQ), 3 ml/kg/SCQ para crianças, com acréscimo de 
Ringer Lactato com 5% dextrose para manutenção e 4 ml/kg/SCQ para 
pacientes vítimas de choque elétrico. 
• Administrar a metade do volume nas primeiras oito horas do trauma 
(considerar o que foi administrado no pré-hospitalar) e o restante nas 
próximas 16 horas 
29 
 
• Utilizar preferencialmente o Ringer Lactato, podendo ser substituído pela 
solução fisiológica. Não é indicada a infusão de colóides nas primeiras 24 
horas da queimadura. 
•Avaliar débito urinário através da sondagem vesical de demora. Espera-
se que a diurese seja > 1 ml/kg/hora em crianças e entre 0,5 e 1 ml/kg/hora em 
adultos. 
 
Quadro 9 - Taxas de reposição volêmica e débito urinário por tipo de queimadura e idade, guiados 
pela fórmula de Parkland 
Categoria da 
Queimadura 
Idade e Peso Taxa de fluidos ajustadas Débito Urinário 
Chama ou 
escaldadura 
Adultos e crianças mais 
velhos (14 anos ou mais) 
2 ml RL x kg x %SCQ 0,5 ml/kg/hora 
Crianças (<14 anos) 3 ml RL x kg x %SCQ 1 ml/kg/hora 
Bebês e crianças jovens (<30 
kg) 
3 ml RL x kg x %SCQ 
Adicionar solução glicosada 
em taxa de manutenção 
1 ml/kg/hora 
Lesão elétrica Todas as idades 4 x RL x kg x %SCQ até o 
clareamento da urina 
1- 1,5 ml/kg/hora até 
o clareamento da 
urina 
Fonte: Adaptado de AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS (2018). 
Siglas: RL: Ringer Lactato; SCQ: Superfície Corporal Queimada. 
 
• Realizar desbridamento da área queimada, se necessário, sob analgesia 
ou anestesia no bloco cirúrgico (momento ideal para recalcular SCQ e 
profundidade das lesões) (BRASIL, 2012); 
• Analgesia venosa, preferencialmente; 
• Realizar tricotomia nas áreas queimadas; 
• Não é indicado o uso de antibióticos sistêmicos na fase inicial, 
incluindo o momento da indução anestésica no primeiro desbridamento. 
Utilizar medicamento tópico (pomada de sulfadiazina de prata 1%), seguido 
de curativo oclusivo; 
30 
 
• Evitar o uso de succinilcolina durante o ato anestésico devido ao risco de 
hiperpotassemia; 
• A escarotomia deve ser realizada se houver queimaduras com escaras 
rígidas (3º grau) circunferenciais em membros ou placas em tórax com 
restrição dos movimentos respiratórios. Para escarotomia de tórax, realize 
incisão em linha axilar anterior unida à linha abaixo dos últimos arcos costais 
(veja a figura 4). Para escarotomia de membros superiores e membros 
inferiores, realize incisões mediais e laterais (veja a figura 4). Habitualmente 
não é necessária anestesia local para tais procedimentos, porém, há 
necessidade de se proceder a hemostasia. 
 
Figura 4 - Linhas de incisão para escarotomia 
 
 Fonte: Lima Júnior et al. (2008). 
 
9.2.2. Critérios para internação hospitalar: 
 
• São critérios para admissão em hospitais tipificados como CTQ Tipo 1A 
(HJXXIII): 
1. Queimaduras de espessura parcial (2° grau) em áreas maiores do que 
20% da SCQ em adultos; 
2. Queimaduras de espessura parcial (2° grau) maiores do que 15% da SCQ 
em crianças, gestantes ou maiores de 60 anos; 
3. Queimaduras de espessura total (3° grau) maiores do que 10% SCQ; 
4. Queimaduras de espessura total (3° grau) na face, nos olhos, no períneo, 
nas mãos, nos pés e em grandes articulações; 
31 
 
5. Queimadura elétrica; 
6. Queimadura química; 
7. Queimadura de via aérea, lesão inalatória ou em ambiente fechado; 
8. Lesão circunferencial de tórax, cervical ou de membros; 
9. Comorbidades graves não compensadas, clinicamente associadas: 
imunossuprimidos ou imunocomprometidos, insuficiência renal, cardíaca 
ou hepática, distúrbios de coagulação, embolia pulmonar, infarto agudo 
do miocárdio (IAM), quadros infecciosos graves decorrentes ou não da 
queimadura, síndrome compartimental e doenças consumptivas. 
 
 
• São critérios para admissão em hospitais tipificados como Centro de 
Tratamento de Queimados Tipo 2: 
1. Queimaduras de espessura parcial (2° grau) em áreas de 15% a 20% da 
SCQ em adultos; 
2. Queimaduras de espessura parcial (2° grau) em áreas de 10% a 15% da 
SCQ em crianças, gestantes ou maiores de 60 anos; 
3. Queimaduras de 3° grau menores do que 10% SCQ; 
4. Queimaduras de espessura parcial (2° grau) na face, nos olhos, no 
períneo, nas mãos, nos pés e em grandes articulações; 
5. Queimaduras em pacientes que requerem intervenção especial social, 
emocional e/ou longo período de reabilitação, passíveis de serem 
realizados em Hospital Geral; 
6. Queimaduras menores concomitantes a outros traumas importantes ou 
condições preexistentes que possam agravar o quadro. 
 
Quando indicada internação neste hospital, transferir o paciente para o CTQ: 
9º andar: UTI (grandes queimados ou queimaduras elétricas mais graves). 
 
8º andar: Enfermaria (médios queimados e queimaduras especiais: face, períneo, 
incapacitantes, químicas, idosos e crianças). 
 
32 
 
9.2.3. Profilaxia antitetânica 
Quando indicada a internação hospitalar, deve-se conferir a profilaxia antitetânica 
e prescrever o toxóide tetânico para profilaxia/ reforço contra o tétano, orientando 
aplicação em Unidade Básica de Saúde (UBS). O Soro Antitetânico (SAT) ou 
imunoglobulina são indicados para pacientes com queimaduras complexas, alto risco de 
tétano, não vacinados, com vacinação incerta ou com menos de três doses ou aqueles 
vacinados com três doses em que a última dose foi administrada há mais de dez anos. 
 Para pacientes imunossuprimidos, desnutridos graves e idosos, com quadros mais 
graves, o soro ou a Imunoglobulina Humana Antitetânica (IGHAT) estarão também 
indicados, caso a última dose da vacina tenha sido tomada entre 5 e 10 anos. Cabe 
salientar que nos pacientes imunossuprimidos devemos priorizar o uso da IGHAT sobre 
o SAT. 
 Em situações especiais, caso haja a percepção por parte da equipe de que o 
paciente não terá os cuidados necessários com a ferida, também há indicação de 
imunização passiva, com SAT ou IGHAT. 
Quanto mais precoce for a administração do soro ou da IGHAT maior é o 
potencial terapêutico, indicando que o tratamento deve ser iniciado o mais rápido 
possível. 
 
Dose: 
 
Dose de SAT: aplicar um frasco-ampola que corresponde a 5.000 UI (Unidades 
Internacionais), por via intramuscular (duas massas musculares diferentes) ou venosa 
(diluir em soro fisiológico ou soro glicosado a 5%), e iniciar a vacinação ou 
revacinação, segundo as doses recomendadas. 
Dose da IGHAT: 250 UI por via intramuscular. 
 
Obs: 
 
Enfatizamos que, quando houver indicação concomitante do SAT ou IGHAT e 
da vacina, estes deverão ser aplicados em sítios diferentes, evitando neutralização 
antígeno-anticorpo, com inefetividade da terapêutica (BRASIL 2021; WHO 2010; 
WHO 2013). 
 
33 
 
Abaixo, quadro atualizado sobre a imunização contra tétano (Diretriz do 
Ministério da Saúde de 2021 sobre Tétano Acidental). 
 
Quadro 10 - Imunização contra 
tétano
 
 Fonte: BRASIL (2021). 
 
9.2.4. Trauma elétrico: 
 
Identificar: 
• Se foi fonte de alta tensão, corrente alternada ou contínua e se houve 
passagem de corrente elétrica com ponto de entrada e saída; 
34 
 
• Traumas associados (queda de altura e outros); 
• Se ocorreu perda de consciência ou Parada Cardiorrespiratória (PCR) no 
momento do acidente; 
• Extensão da lesão e a passagem da corrente. Na passagem de corrente 
pela região do punho (abertura do túnel do carpo) avaliar o antebraço, o 
braço e os membros inferiores e verificar a necessidade de escarotomia com 
fasciotomia em tais segmentos; 
• Se eventual mioglobinúria, estimular o aumento da diurese com maior 
infusão de líquidos, tendo-se preferência pelo Ringer lactato; 
• Monitorização cardíaca contínua por 24h a 48h e coleta de sangue para a 
dosagem de enzimas (CPK e CKMB); 
• A internação sempre é recomendada para o paciente vítima de trauma 
elétrico (BRASIL, 2012). 
 
9.2.5. Queimadura Química: 
 
• A equipe responsável pelo primeiro atendimento deve utilizar proteção 
universal para o manuseio do agente químico; 
• Identificar o agente causador da queimadura: ácido, base ou composto 
orgânico; 
• Avaliar a concentração, o volume e a duração da exposição; 
• A lesão é progressiva, por isso é importante remover as roupas e retirar o 
excesso do agente causador; 
• Remover previamente o excesso com escova ou panos em caso de 
queimadura por substância em pó; 
• Diluir asubstância em água corrente por no mínimo 30 minutos e irrigar 
exaustivamente os olhos, no caso de queimaduras oculares. Sugere-se, se 
possível, o uso de papel tornassol em intervalos regulares durante a irrigação, 
tanto para a pele quanto para os olhos. O papel tornassol faz a medida do pH 
do meio e orienta a manutenção da irrigação por mais tempo, caso ainda não 
haja uma adequação deste pH para valores próximos do pH neutro. Para 
queimaduras oculares com ácidos ou álcalis, a irrigação contínua deve ser 
mantida, independentemente do pH, tomando-se o cuidado de deixar o olho 
35 
 
afetado, durante este procedimento, abaixo do olho sadio. As pálpebras 
devem ser evertidas, procurando-se por resquícios do agente abrasivo e 
possibilitando uma lavagem completa de todas as estruturas envolvidas. A 
coloração com fluoresceína auxilia no diagnóstico de lesões da córnea que, 
caso estejam presentes, indicam o uso de antibióticos tópicos e soluções 
cicatrizantes. O uso de anestésicos tópicos tem a função de reduzir sintomas 
e facilitar o exame e a irrigação local, podendo ser repetido de tempos em 
tempos. 
• Internar o paciente e, na dúvida, contatar o Centro Toxicológico mais 
próximo. Na rede Fhemig, a CiaTox do Hospital João XXIII do CHU. 
• Nas queimaduras por ácido fluorídrico com repercussão sistêmica, 
instituir a aplicação por via endovenosa lenta de soluções fisiológicas com 10 
ml de gluconato de cálcio a 10% e acompanhar laboratorialmente a reposição 
do cálcio iônico. 
• Aplicar gluconato de cálcio a 2,5% na forma de gel sobre a lesão 
(constituído por 3,5g de pó em 150ml de gel hidrossolúvel), friccionar a 
região afetada durante 20 minutos (para atingir planos profundos) e 
monitorar os sintomas dolorosos. 
• Caso não haja melhora, infiltrar o subcutâneo da área da lesão com 
gluconato de cálcio diluído em soro fisiológico a 0,9% (1:1), na média de 
0,5ml por centímetro quadrado de lesão, com o uso de agulha fina de 0,5cm, 
da borda da queimadura em direção ao centro (assepsia normal). Pode haver 
necessidade de bloqueio anestésico troncular ou pela técnica de Bier para a 
infiltração, que pode ser bastante dolorosa. Quando há acometimento das 
unhas, estas devem ser removidas, para favorecer a ação da solução de 
cálcio. Nos casos graves, além da reposição de cálcio, o magnésio também 
deve ser reposto em 20 minutos, infundindo-se uma solução de 4g de sulfato 
de magnésio com 100 a 200ml de soro fisiológico a 0,9%. 
• Nos casos associados à dificuldade respiratória pode ser necessária a 
intubação endotraqueal (BRASIL, 2012). 
 
 
 
 
 
36 
 
9.3 ASSISTÊNCIA CLÍNICA 
 
9.3.1. História clínica 
 
• Agente causador e circunstâncias do trauma; 
• Tempo entre a lesão inicial e o primeiro tratamento instituído ao paciente, 
inclusive com a quantificação do volume de líquido infundido até o momento 
da admissão na Unidade de Internação; 
• Idade e comorbidades associadas; 
• Lesões associadas (particularmente em pacientes vítimas de politrauma). 
(SNELL, et al. 2013; CHUNG KK, 2019) 
 
9.3.2. Exame físico 
 
• Observar as medidas de isolamento e de lavagem de mãos durante o contato 
com cada paciente; 
• Determinar a extensão e a profundidade das lesões, atentar para sinais de 
infecção da ferida logo no primeiro curativo e todos os dias durante o banho 
do paciente; 
• Verificar o quadro hemodinâmico do paciente aferindo a pressão não-
invasiva ou pressão intra-arterial em caso de instabilidade hemodinâmica; 
• Observar a função pulmonar e cardíaca: manter oximetria de pulso e 
cardioscopia contínuos; 
• Verificar presença, volume e característica de diurese (há indicação de 
sondagem vesical de demora em grandes queimados ou na apresentação de 
queimaduras em região perineal); 
• Observar a presença de queimaduras circunferenciais, a profundidade da 
lesão e a perfusão periférica. Reavaliando constantemente a necessidade de 
escarotomia. 
(SNELL, et al. 2013; CHUNG KK, 2019) 
park 
 
9.3.3. Propedêutica inicial 
 
• Hemograma completo e plaquetas; 
37 
 
• Coagulograma; 
• Ionograma; 
• Uréia, creatinina; 
• Glicemia; 
• Gasometria arterial; 
• Proteínas (albumina); 
• Lactato; 
• Eletrocardiograma (ECG); 
• Urina rotina; 
• Radiografia de tórax; 
• Creatinoquinase (CK). 
(SNELL, et al. 2013; CHUNG KK, 2019) 
Observações: 
• O ECG é solicitado em pacientes com queimaduras elétricas, idosos, história 
de patologias cardiovasculares e em casos graves, com necessidade de 
monitorização hemodinâmica intensiva. Nesses casos, a dosagem de 
troponina também pode ser útil (SNELL, et al. 2013; CHUNG KK, 2019). 
• As hemoculturas são solicitadas na suspeita de infecção e, inicialmente, no 
tratamento antimicrobiano. (SNELL, et al. 2013; CHUNG KK, 2019) 
 
 
9.3.4. Avaliação hemodinâmica 
 
• A reposição volêmica inicial deve ser feita guiada pela fórmula de Parkland, 
cuja descrição encontra-se na seção 9.2.1.2, Quadro 9; 
• Após readequação do volume intravascular, vasopressores devem ser 
iniciados para manter o status hemodinâmico, mantendo uma pressão arterial 
média de 65 mmHg como parâmetro (SNELL, et al. 2013; CHUNG KK, 
2019); 
• Os vasopressores de escolha são a noradrenalina, a vasopressina e a 
adrenalina (como 1a, 2a e 3a linha, respectivamente). A escolha, também pode 
ser individualizada de acordo com cada caso. Há a possibilidade de 
associação destas aminas vasoativas, sendo o efeito sinérgico 
comprovadamente superior ao seu uso isolado, em casos em que haja 
38 
 
aumento rápido de infusão para manutenção da estabilidade hemodinâmica 
(SNELL, et al. 2013; CHUNG KK, 2019); 
• O uso de Dopamina deve ser evitado pelo alto risco de taquiarritmias 
(SNELL, et al. 2013) 
• Não há indicação em manter hipervolemia nesses pacientes após 48 horas da 
ressuscitação inicial. Medidas de fluidoresponsividade (como variação de 
pressão de pulso/deltaPP e utilização da ultrassonografia point-of-care) 
devem ser utilizadas para avaliação volêmica (SNELL, et al. 2013; CHUNG 
KK, 2019); 
• Colóides e plasma podem ser usados após as primeiras 24 horas de 
ressuscitação volêmica, com intuito de diminuir o aporte hídrico. Apesar da 
plausibilidade fisiológica, não há evidências robustas que essa estratégia 
traga melhores desfechos (SNELL, et al. 2013; CHUNG KK, 2019); 
• Há pouca literatura que evidencia que a vitamina C pode ser utilizada para 
diminuir o extravasamento capilar no grande queimado, diminuindo os 
efeitos adversos do uso de fluidos na fase inicial. Porém, é necessário o 
aprofundamento de estudos para a adoção desta estratégia (CHUNG KK, 
2019). 
 
 
9.3.4. Morbidade associada à ressuscitação inicial: 
 
• Edema facial e de via aérea: a patência da via aérea deve ser particularmente 
observada nas primeiras 48 horas da ressuscitação, pelo risco de edema local. 
Em caso de obstrução da via aérea, a intubação orotraqueal deve ser 
realizada. Para extubação do paciente deve ser feito o “cuff leak test”, sendo 
um escape aéreo de 110 ml de ar após a desinsuflação do balonete - fator 
preditivo positivo de segurança para extubação (SNELL, et al. 2013). 
• Síndromes compartimentais de extremidades: queimaduras graves podem 
causar síndrome compartimental de quaisquer compartimentos musculares. 
Extremidades devem ser avaliadas rotineiramente e sinais de dor, palidez, 
parestesia ou redução de perfusão/pulso devem ser consideradas como 
suspeita de síndrome compartimental (SNELL, et al. 2013). 
• Síndrome compartimental abdominal: pacientes com queimaduras 
abdominais extensas devem ser monitorados quanto à síndrome de 
39 
 
compartimento abdominal. A avaliação da pressão intra-abdominal deve ser 
mensurada pela Pressão Intravesical (PIV). Uma PIV persistentemente maior 
que 20mmHg com sinais de disfunções orgânicas deve ser considerada como 
síndrome de compartimento abdominal, devendo ser avaliadas medidas 
descompressivas(sedação/analgesia, bloqueio neuromuscular, 
descompressão gástrica por sonda nasogástrica, colonoscopia 
descompressiva, negativação de volume, além de laparotomia). (SNELL, et 
al. 2013) 
 
9.3.5. Manejo de vias aéreas e pulmonar 
 
 
• A suspeita de inalação de fumaça deve ocorrer em pacientes com alteração 
do nível de consciência, sintomas respiratórios, queimaduras de face e, em 
queimaduras em ambientes fechados. Uma broncoscopia pode avaliar a lesão 
da via aérea, mas não consegue avaliar lesões de parênquima pulmonar. A 
tomografia computadorizada de tórax é indicada para esse fim, entretanto, 
nem sempre é factível pela gravidade inicial do paciente. A partir de uma 
suspeita clínica orienta-se a dosagem da carboxihemoglobina. Níveis 
superiores a 10% devem ser tratados com oxigênio em alto fluxo até que a 
dosagem caia abaixo do valor/percentual (SNELL, et al. 2013; SHERIDAN 
2015). 
• Não existe uma estratégia ventilatória específica para pacientes com 
queimaduras de via aérea. A estratégia estrita com baixo volume-minuto não 
mostrou melhores desfechos e, pode levar a piora de troca gasosa, uma vez 
que esses pacientes costumam ter baixa complacência pulmonar. Essa 
estratégia ventilatória deve ser individualizada, almejando uma “ventilação 
protetora”, independente do modo ventilatório proposto (SNELL, et al. 2013; 
SHERIDAN, 2015). 
• A presença de Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) pode 
ocorrer de 34% a 54% dos pacientes. Não há diferença no tratamento em 
relação aos demais pacientes. Apesar da possibilidade de perda de enxerto e 
de lesão cutânea, a posição prona não é contraindicada, devendo ser utilizada 
quando necessário (SNELL, et al. 2013). 
40 
 
• A realização de traqueostomia nestes pacientes é multifatorial. Um tempo 
estimado de duas semanas na ventilação mecânica pode ser utilizado para 
proposição de uma traqueostomia (SNELL, et al. 2013;). 
• Em casos de urgência, onde haja dificuldade para se abordar e conseguir uma 
via aérea definitiva ou na emergência da via aérea imediata ou de difícil 
acesso e sem a possibilidade de ventilação (“não intubo, não ventilo”), 
orientamos a adoção dos algoritmos específicos de via aérea e a avaliação 
dos “Ps” da intubação (preparação, retirada de próteses, posicionamento, pré-
oxigenação, pré-medicação, paralisação e passagem do dispositivo sob visão 
direta, com checagem da ausculta e fixação adequada) antes e durante sua 
execução de forma criteriosa e protocolar (CALVIN, 2019). 
• Em síntese, na via aérea imediata, com paciente em “gasping”, PCR ou em 
pré-PCR, a intubação deve ser rápida, preterindo-se o uso de medicações, 
com exceção do bloqueador neuromuscular (caso haja tempo e com 
prioridade para o rocurônio nos casos de SCQ de maior extensão, por ser 
agente não despolarizante). Nos demais casos, o plano de acesso às vias 
aéreas deve passar inicialmente pela avaliação da sua dificuldade, (LEMON, 
Look, Evaluate 3-3-2, Mallampatti, Obstruction e Neck) construindo-se 
alternativas de abordagem ou solicitando-se auxílio especializado (anestesista 
ou emergencista), bem como o uso de equipamentos específicos antes mesmo 
do procedimento, prevendo-se falha escalonada na intubação e/ou ventilação. 
São dispositivos sugeridos para a via aérea difícil (e as queimaduras se 
enquadram neste perfil) as cânulas oro e nasofaríngeas, o bougie simples ou 
ventilado, a máscara laríngea, o videolaringoscópio, o estilete luminoso, 
broncoscópio e os kits de cricotireoidostomia por punção ou material para 
realização da cricotireoidostomia cirúrgica (hoje preferível e com evidências 
científicas de melhor desfecho nos casos de edema de glote com obstrução 
completa). 
 
9.3.6. Manejo gastrointestinal 
 
• O principal sintoma no trato gastrointestinal associado a queimaduras graves 
é a diminuição da motilidade, desencadeando náusea, vômitos, intolerância 
alimentar e íleo adinâmico. Gastrite, úlceras gástricas (úlceras de Curling), 
41 
 
constipação e pseudo-obstrução também podem ocorrer. Para prevenir a 
úlcera gástrica o uso de inibidores de bomba de prótons e a nutrição precoce 
são efetivos (SNELL, et al. 2013) 
• Nas queimaduras químicas em especial, as ingestões acidentais ou auto 
infringidas podem levar a lesões graves do trato gastrointestinal alto, com 
perfurações, estenoses, hemorragia, rotura e complicações futuras inerentes à 
própria queimadura, às cirurgias corretivas de trânsito e neoplasias. Ácidos 
causam necrose de coagulação (mais contida, pela formação imediata de 
escaras) e álcalis de liquefação (com maior extensão em profundidade, 
principalmente se na forma líquida). A boca deve ser lavada, no intuito de 
retirar qualquer resquício da substância que foi ingerida. Não se deve induzir 
o vômito e a lavagem gástrica está proscrita, bem como o uso de sonda 
nasogástrica. A endoscopia é o principal exame quando estiver disponível, 
todavia, hácontrovérsia a respeito de quando deverá ser feita e qual a 
extensão do exame. As equipes de Toxicologia e Cirurgia Geral devem ser 
acionadas para acompanhamento dos casos com acometimento do trato 
gastrointestinal. 
 
 
9.3.7. Manejo renal 
 
• A insuficiência renal aguda é muito frequente, acometendo até 30% dos 
grandes queimados, e está associada a uma maior taxa de mortalidade, sendo 
a sepse o maior fator de risco (GIORDANI et al., 2016). 
• A ressuscitação inicial é o fator mais importante para diminuir a Insuficiência 
Renal Aguda (IRA), não havendo terapêuticas específicas para tratá-la 
(SNELL, et al. 2013; CHUNG KK, 2019); 
• O início da Terapia Renal Substitutiva (TRS) ainda é controverso em 
pacientes queimados. Há poucos estudos que apontam que um início precoce 
da TRS pode diminuir a mortalidade e disfunções orgânicas múltiplas. Pela 
falta de evidências consolidadas, o início da TRS deve ser individualizado 
(SNELL, et al. 2013; CHUNG KK, 2019); 
 
 
 
42 
 
9.3.8. Manejo Hematológico 
 
 
 9.3.8.1. Trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar 
 
 Pacientes vítimas de queimaduras apresentam alto risco para o desenvolvimento 
de fenômenos tromboembólicos. Portanto, a tromboprofilaxia deve ser iniciada logo que 
possível, sendo a heparina de baixo peso molecular preferível à heparina não fracionada, 
quando não há contraindicações (SNELL, et al. 2013). 
 
 
9.3.8.2. Hemotransfusão 
 
9.3.8.2.1. Concentrado de hemácias 
 
 
 Durante a hospitalização os pacientes com queimaduras graves, em sua maioria, 
apresentam anemia, seja por perdas durante os procedimentos ou por fatores 
inflamatórios (sepse, hipermetabolismo e má absorção). Estudos recentes apontam que 
uma estratégia transfusional restritiva (com meta de Hb superior a 7 g/dL) diminuiu a 
quantidade de transfusões nos pacientes queimados, sem piora de desfechos (seja na 
mortalidade, incidência de infecção ou tempo de cicatrização) quando comparada a uma 
estratégia não restritiva, com meta de Hb superior a 10 g/dL (PALMIERI et al., 2017) . 
Portanto, transfusões devem ser feitas em paciente com Hb inferior a 7 g/dL, sendo 
individualizada nos demais pacientes caso haja instabilidade hemodinâmica ou 
disfunções orgânicas (PALMIERI et al., 2019; SNELL, et al. 2013). 
Para o uso de transfusões no perioperatório, consultar seção 9.6. de Assistência 
Anestesiológica. 
 
 9.3.8.2.2. Concentrado de plaquetas (PALMIERI et al., 2019) 
 
• Transfusão terapêutica: presença de sangramento ativo + plaquetopenia 
inferior a 50.000 ou disfunção plaquetária provável (uso de antiplaquetários, 
insuficiência renal, tempo de sangria superior a 12 segundos) 
• Transfusão profilática: ausência de sangramento ativo + procedimento 
cirúrgico programado com plaquetopenia inferior a 50.000 
• A dose recomendada é de 1 unidade a cada 10 kg de peso 
43 
 
 
 
9.3.8.2.3. Plasma fresco congelado (PALMIERI et al., 2019) 
 
• Transfusão em sangramento por coagulopatia• Proposta de procedimento cirúrgico e coagulograma com as seguintes 
alterações (PALMIERI et al., 2019); 
1. RNI superior a 1,5; 
2. Atividade de protrombina inferior a 50%; 
3. TTPA superior a 55 segundos; 
4. A dose recomendada é de 15 a 20 ml/Kg. 
 
 9.3.9. Manejo neurológico 
 
• A prevalência de delirium no grande queimado pode chegar a 80% em 
pacientes em ventilação mecânica. Medidas como preservação do ciclo sono-
vigília, higiene do sono, diminuição do uso de benzodiazepínicos e uso 
criterioso de antipsicóticos são os mais benéficos. Em caso de delirium 
hiperativo, com necessidade de contenção química, o uso de Risperidona e 
Quetiapina é preferível ao uso de Haloperidol por apresentarem menos 
efeitos extrapiramidais, além do fato deste último reduzir o limiar 
convulsivo, o que pode ser perigoso em alguns grupos de pacientes, 
principalmente os epilépticos e etilistas. Ainda há estudos incipientes sobre o 
uso de dexmedetomidina, porém mostra-se uma droga promissora tanto no 
controle de agitação como da dor (CHUNG KK, 2019; SHERIDAN, 2015); 
• A sedoanalgesia no paciente queimado requer uma atenção especial. Há um 
tópico específico na seção 9.6. referente à Assistência Anestesiológica 
 
 
9.3.10. Infecções 
 
9.3.10.1. Antibioticoprofilaxia 
 
44 
 
• O uso de antimicrobiano sistêmico não é indicado na fase inicial da 
queimadura (WEBER E MANAUS, 2004; SNELL, et al. 2013; SHERIDAN, 
2015); 
• Considerar a antibioticoprofilaxia para grandes desbridamentos e enxertia 
cutânea, tanto para adultos como para crianças, conforme descrito na seção 
9.4.7. referente à Assistência Pediátrica. 
• A escolha do antimicrobiano é baseada na flora colonizante do paciente e no 
perfil epidemiológico da unidade (WEBER E MANAUS, 2004; SNELL, et 
al. 2013; SHERIDAN, 2015); 
• Biópsia tecidual com análise microbiológica em pacientes específicos e 
swabs de pele nos demais pacientes. Nos pacientes críticos é realizada 
semanalmente (WEBER E MANAUS, 2004; SNELL, et al. 2013; 
SHERIDAN, 2015); 
• Os antimicrobianos devem ser administrados no momento da indução 
anestésica, repicados, caso necessário, durante o procedimento cirúrgico 
(conforme a duração da cirurgia e o tempo de meia-vida da medicação) e 
podem ser mantidos por mais 24 horas após o procedimento; (WEBER E 
MANAUS, 2004; SNELL, et al. 2013; SHERIDAN, 2015); 
• Nos pacientes já em uso de antimicrobianos terapêuticos, considera-se 
também a flora de colonização para avaliar escalonamento do antibiótico. 
Ex.: paciente em tratamento de pneumonia com aspirado traqueal e 
hemocultura evidenciando Pseudomonas sp, mas com swab de pele 
evidenciando Staphylococcus aureus MRSA, administrar Vancomicina ou 
Teicoplanina (preferível em pacientes com doença renal crônica não 
dialítica) como profilaxia. Sendo o uso suspenso posteriormente (WEBER E 
MANAUS, 2004; SNELL, et al. 2013; SHERIDAN, 2015); 
• Antimicrobianos tópicos são aplicados para reduzir a flora de colonização 
bacteriana nas feridas. Utilizamos a Sulfadiazina de Prata 1% para a 
realização de curativos duas vezes ao dia. 
 
 
 
45 
 
9.3.10.2. Terapêutica antimicrobiana 
 
• Iniciar antibiótico sistêmico na presença e/ou suspeita de infecção sugerida 
pelos achados clínicos, características das feridas e exames complementares 
realizados (WEBER E MANAUS, 2004; SNELL, et al. 2013; SHERIDAN, 
2015); 
• O diagnóstico de sepse no paciente com queimadura é desafiador, visto que 
as lesões geram um processo inflamatório complexo que pode mimetizar um 
quadro infeccioso. Para a formulação dos critérios de sepse (sepsis-1, sepsis-
2 e sepsis-3) os pacientes queimados foram excluídos. Portanto, esses 
critérios não devem ser utilizados. Não há marcadores definidos para estes 
pacientes, e ainda hoje os critérios de 2007 da American Burn Association 
(ABA) são os mais utilizados (GREENHALGH, 2007; SNELL, et al. 2013; 
SHERIDAN, 2015; CHUNG KK, 2019; MEZA-ESCOBAR, 2021). 
 
9.3.10.3. Critérios da ABA para sepse por queimaduras (GREENHALGH, et al. 
2007) 
 
Preenchimento de um dos três critérios a seguir: 
1. A infecção patológica é confirmada em uma cultura (por exemplo, ferida, 
sangue, urina) ou 
2. A origem do tecido patológico é identificada (ou seja, >10 5 bactérias na 
biópsia quantitativa do tecido da ferida ou invasão microbiana na 
biópsia), ou 
3. A melhora no cenário clínico é atribuída à administração de antimicrobianos 
E pelo menos três dos seguintes parâmetros: 
1. Temperatura > 39°C ou < 36,5°C; 
2. Taquicardia progressiva (por exemplo, adultos > 90 batimentos por minuto; 
crianças > 2 Desvios Padrão (DP) acima dos valores normais específicos 
para a idade; 
3. Taquipnéia progressiva (por exemplo, adultos > 30 respirações por minuto; 
crianças > 2 DP acima dos valores normais específicos para a idade; 
46 
 
4. Leucocitose (por exemplo, adulto > 12.000 glóbulos brancos/microlitro, 
crianças > 2 DP acima do normal) ou leucocitopenia (por exemplo, < 4.000 
glóbulos brancos/microlitro); 
5. Trombocitopenia que ocorre três dias após a ressuscitação (por exemplo, 
adultos < 100.000 plaquetas por microlitro; crianças < 2 DP abaixo dos 
valores normais específicos para a idade); 
6. Hiperglicemia > 110 mg/dL na ausência de diabetes mellitus preexistente; 
7. Incapacidade de tolerar alimentação enteral por mais de 24 horas com base 
em: 
A. Distensão abdominal; 
B. Volumes residuais (duas vezes a taxa de alimentação em adultos e > 150 
mL/h em crianças); 
C. Diarréia incontrolável (> 2.500 mL/dia para adultos e > 400 mL/dia para 
crianças). 
 
Melhorar a capacidade de identificar rapidamente a sepse por queimadura (ou 
aqueles em risco) é objeto de estudo em andamento. Um grupo identificou seis variáveis 
(frequência cardíaca > 130 batimentos por minuto, pressão arterial média < 60 mmHg, 
déficit de base < -6 mEq/L, temperatura < 36°C, uso de medicamentos vasoativos e 
glicose > 150 mg/dL) que pode ajudar na previsão precoce de sepse por queimadura. 
Manifestações locais de infecção da ferida, como o escurecimento da lesão, abscesso, 
drenagem de secreção purulenta, necrose, petéquias e aprofundamento do grau da lesão 
devem ser analisados em conjunto com outros sinais e sintomas (MEZA-ESCOBAR, 
2021; GREENHALGH, 2007; ; SNELL, et al. 2013; CHUNG KK, 2019). 
A demonstração do quadro infeccioso será dada por culturas positivas, biópsia 
com culturas, análises histopatológicas positivas ou melhora clínica após o uso dos 
antibióticos. Nos casos de infecção, administrar o antibiótico empiricamente após a 
coleta dos exames, enquanto os resultados não estiverem disponíveis: nas primeiras 72 
horas da admissão, cobrir microrganismos gram-positivos; após o 3º dia de internação, 
iniciar cobertura para gram-negativos; considerar adequadamente a escolha do 
antibiótico ao perfil de sensibilidade da flora colonizadora da Unidade; após o uso de 
antibióticos de largo espectro e em casos de internação prolongada, avaliar cobertura 
para microrganismos multirresistentes e fungos (GREENHALGH, 2007 ; SNELL, et al. 
2013; CHUNG KK, 2019; MEZA-ESCOBAR, 2021) 
47 
 
 
9.4. ASSISTÊNCIA PEDIÁTRICA 
 
 
9.4.1. Cálculo da Superfície Corporal 
 
 A tabela de Lund e Browder (ARTZ E MOCRIEF,1696) é a mais utilizada para 
avaliar a extensão da queimadura em crianças, pois considera as mudanças nas 
proporções corporais segundo a idade. A superfície da mão da criança pode ser utilizada 
para calcular a extensão da queimadura, considerando-se que a mão espalmada equivale 
a 1% da superfície corporal. 
A Determinação da SCQ conforme Lund e Browder foi apresentada 
anteriormente no Quadro 6, na seção 9.2.1. Atendimento ao paciente queimado na 
Unidade Hospitalar. 
 
9.4.2. Critérios de Internação em crianças 
 
• Queimadura de II grau > 10% SCQ; 
• Queimadura de III grau > 3% SCQ; 
• Áreas especiais: face, pescoço, mãos, pés, genitália; 
• Risco adicional:diabetes, anemia falciforme, cardiopatia; 
• Lesão inalatória; 
• Queimaduras elétricas; 
• Abuso (AMERICAN BURN ASSOCIATION, 2018). 
 
9.4.3. Sedação e analgesia 
 
• O controle da dor na criança queimada deve ser iniciado logo à admissão; 
• Além das lesões teciduais, a dor pode ser exacerbada na troca de curativos, 
coletas de sangue, fisioterapia, desbridamentos e enxertias. Quando não 
tratada, a dor afeta o padrão respiratório, o sistema cardiovascular, deprime o 
sistema imunológico, aumenta a demanda metabólica, levando à privação do 
sono e desencadeando distúrbios de estresse pós-traumático. 
48 
 
• A avaliação da dor no CTQ deve ser constante. Orientamos essa avaliação 
juntamente com os dados vitais (frequências cardíaca e respiratória, pressão 
arterial e temperatura). Para tal avaliação, dispomos de escalas de dor que 
devem ser aplicadas (FHEMIG, 2021) 
1. Para crianças menores de cinco anos o uso da Escala de FLACC-R 
(Quadro 11). 
2. Para crianças maiores de cinco anos o uso da Escala Visual Analógica 
(EVA) (Figura 5). 
3. Para crianças em uso de analgesia e sedação contínuas e/ou ventilação 
mecânica, sugerimos a Escala de Agitação e Sedação de Richmond - 
RASS (Quadro 12). 
 
Quadro 11 – FLACC-R 
 
 Fonte: Adaptada de BUSSOTTI (2002). 
 Nota: Pontuação: 0 – 3: desconforto leve; 4 – 6: desconforto moderado; 6 –10: desconforto/dor 
 
Figura 5 - Escala Visual Analógica 
(EVA)
 
Fonte: Adaptada de BUSSOTTI (2002). 
 
49 
 
Quadro 12 - Escala de Agitação e Sedação de Richmond - 
RASS
 
Fonte: Adaptada de BUSSOTTI (2002). 
 
9.4.3.1. Tratamento não farmacológico 
 
A presença dos pais ou cuidadores é primordial, trazendo mais segurança para a 
criança e auxiliando na redução da ansiedade e medo, inclusive nas trocas de curativos. 
Uso de tablets e smartphones, musicoterapia, atividades cognitivas e recreativas são 
muito importantes. O controle de ruído, de luz e a observação do ciclo sono-vigília, são 
fundamentais. 
Em RN e lactentes menores de seis meses recomenda-se a sucção não nutritiva, 
o uso de solução glicosada 25% (1 ml de SG 50% + 1 ml de ABD). 
 
9.4.3.2. Tratamento farmacológico 
 
Consideração inicial: É obrigatória a monitorização contínua de frequência 
cardíaca e saturação de O² da criança quando forem administradas drogas com 
potencial de depressão respiratória; 
 
• Dor leve: Analgésicos comuns: 
50 
 
− Dipirona: Endovenosa (EV), Intramuscular (IM) ou Via Oral (VO), dose de 10 - 25 
mg/kg, até de 4/4 horas. Doses maiores podem ser utilizadas para controle da dor: 
30 - 50 mg/kg a cada 4 a 6 horas. 
 
− Paracetamol: VO dose de 10 - 15 mg/kg/dose, a cada 4 a 6 horas. Dose máxima de 
75 mg/kg/dia ou 4 gramas/dia. 
 
• Dor moderada a grave: 
− Morfina: Apresentações disponíveis no hospital: Solução oral (1mg/ml). Pó (2 mg). 
Comprimido (10mg). Ampola EV (10mg/ml). 
o Crianças ≤ 6 meses, não ventilados: 
♦ Oral: 0,08 a 0,1 mg/kg/dose a cada 4h. 
♦ EV Bolus 0,025 a 0,03 mg/kg/dose a cada 4 h. 
o Crianças ≤ 6 meses, ventilados: 
♦ Bolus EV: 0,05 mg/kg/dose a cada 2 a 4 horas. 
♦ Infusão EV contínua: 10 - 40 µg/kg/hora; titular cuidadosamente 
a dose para o efeito desejado. 
o Crianças maiores de 6 meses e adolescentes: 
♦ Oral: menor que 50 Kg: dose 0,1 a 0,2 mg/kg a cada 4 horas; 
maior que 50 kg: dose 10 a 20 mg a cada 4 horas. 
♦ Bolus IM, EV ou Subcutâneo (SC): 0,05 a 0,1 mg/kg/dose. 
♦ Infusão contínua: 10 - 40 µg/kg/hora em menor que 50 kg e 1 a 3 
mg/h em maior que 50kg. 
Em crianças sem suporte ventilatório a administração de morfina (EV) deve ser 
administrada somente na presença do médico. A infusão em bolus pode provocar 
depressão respiratória. 
 
− Gabapentina: muito utilizada como adjuvante no tratamento da dor na criança 
queimada. Principal indicação: dor neuropática. VO, dose habitual de 2 mg/kg de 
8/8h a 5 mg/kg/dose de 8/8h. Dose deve ser aumentada até alívio da dor. 
 
− Metadona: VO dose de 0,05 a 0,2 mg/kg a cada 4 a 6 horas. Dose máxima de 10 mg. 
Indicada no tratamento e prevenção da abstinência e dependência e na transição de 
51 
 
opioide venoso para enteral. Requer vigilância devido ao efeito cumulativo, que leva 
a sedação mais prolongada. 
 
 
− Fentanil: 
♦ Intranasal (IN): dose 1,5 mcg/kg/dose (não padronizado nessa 
unidade) 
♦ EV dose de 1 a 2 mcg/kg/dose, paciente em suporte ventilatório. 
A infusão rápida e o uso de doses superiores a 5 mcg/kg provocam 
rigidez torácica e bradicardia. O efeito é antagonizado com uso de 
naloxona e relaxante muscular. 
 
− Escetamina/Cetamina: Efeito analgésico, amnésico e sedativo (anestésico 
dissociativo). Ótima opção para procedimentos dolorosos. Utilizada no setor de 
queimados como a primeira opção para as trocas de curativos. Apresentação: 
Ampola EV 50 mg/ml. 
♦ Dose: EV: 1 mg/kg em bolus 
♦ IM: 1 a 2 mg/kg . 
♦ Em pacientes com suporte invasivo: dose EV 1 a 2 mg/kg. 
♦ Infusão EV contínua: 5 a 20 µg/kg/min (0,3 a 1,2 mg/kg/hora), 
podendo chegar a 60 µg/kg/min (3,6 mg/kg/hora). 
 
− Midazolam: Efeito sedativo. Usado em trocas de curativos em doses baixas de 0,05 
mg/kg EV em associação à escetamina. Seu uso prolongado induz à tolerância e a 
sua retirada abrupta leva à síndrome de abstinência. 
♦ Risco de hipotensão se bolus em paciente hipovolêmico. 
♦ Apresentação disponível no hospital: Ampola EV 5 mg/ml. 
♦ Dose: IM: 0,1 a 0,15 mg/kg; IN: 0,2 a 0,3 mg/kg. 
 
− Dexmedetomidina: promove sedação com manutenção do drive respiratório. Ótima 
opção para trocas de curativos. Indicado na prevenção e tratamento da síndrome de 
abstinência a opioide e benzodiazepínico e em delírios. Pode ocorrer hipotensão, 
hipertensão ou bradicardia, se infusão rápida ou dose alta. 
52 
 
♦ EV: dose em bolus de 0,5 a 2 mcg/kg/dose. 
♦ Intranasal ou mucosa oral: dose de 1 a 3 mcg/kg/dose. 
♦ IM: dose de 1 a 4 mcg/kg/dose. 
 
− Clonidina: agonista alfa 2 adrenérgico. Efeito sedativo, ansiolítico e analgésico. 
Não provoca depressão respiratória e reduz a necessidade de outros sedativos. 
Considerar seu uso em pacientes de sedoanalgesia difícil. Efeitos adversos: 
bradicardia e hipotensão. Se uso prolongado, não suspender abruptamente pelo risco 
de síndrome de abstinência, hipertensão arterial e convulsão. Apresentação: Ampola 
EV 150 µg/ml. Comprimido 0,100 mg. 
♦ Dose: Oral: 1 a 5 µg/kg/dose a cada 6 a 8 horas; dose máxima: 
200 µg/dose ou 20 µg/kg/dia. 
♦ Infusão EV contínua: 0,5 a 2 µg/kg/h. 
 
Sugerimos evitar codeína e tramadol em crianças < 12 anos devido à 
variabilidade no metabolismo, que pode alterar o nível do fármaco ativo ao qual a 
criança está exposta, resultando em overdoses fatais, em casos extremos. Em crianças ≥ 
12 anos, deve-se ter cuidado ao prescrever esses medicamentos, principalmente em 
pacientes obesos e naqueles com apneia obstrutiva do sono ou doença pulmonar grave, 
já que podem aumentar o risco de problemas respiratórios graves. 
 
9.4.4. Tratamento inicial à criança grande queimada: KEY POINTS 
 
1.ABCDE (A-airway with cervical spine control, B-Breathing, C-Circulation, D-
Neurological disability, E-Exposure with environmental control); 
2. Avaliação da profundidade da queimadura; 
3. Acesso venoso e infusão de fluidos; 
4. Analgesia: opioides; 
5. SVD: monitorização; 
6. Retirada de roupas e substâncias aderidas; 
7. Cuidado com as lesões; 
8. Pesquisar traumas associados. 
 
53 
 
Figura 6 - Fluxo de atendimento pediátrico 
 
* Lesão inalatória: O uso de micronebulização com heparina dose 5.000 a 10.000 UI reduz a 
severidade da lesão pulmonar. 
Fonte: Elaborado pela equipe do HJXXIII (2022) em concordância com AMERICAN BURN 
ASSOCIATION, ABLS 2018. 
 
9.4.5. Terapia hídrica na criança queimada 
 
• As primeiras 48h após o trauma são as mais críticas; 
• Hidratação venosa de reparação está indicada para crianças com SCQ 
superior a 20%; 
• O cateter venoso central deveser puncionado quando há risco 
hemodinâmico; 
• Monitorização do volume urinário é essencial. Recomenda-se monitorização 
por SVD em pacientes graves; 
• Preconiza-se diurese de 2 ml/kg/hora em queimaduras elétricas e 1 ml/kg/h 
nas demais queimaduras (ISBI Practice Guidelines). 
 
Evitar excesso de cristalóide: “Fluid creep”. 
 
 Soro de Primeiro dia: 
54 
 
 
FÓRMULA DE REPARAÇÃO (PARKLAND) 3ML X PESO X SCQ + volume da 
FÓRMULA DE MANUTENÇÃO (HOLLIDAY-SEGAR) 
Considerar 50% como valor máximo de SCQ para cálculo 
 
Fórmula de HOLLIDAY-SEGAR: 
 
Até 10 Kg: 100 ml x peso 
10 - 20kg: 50 ml/Kg acima de 10 kg + 1000 ml 
Acima de 20 kg: 20 ml/kg acima de 20 kg + 1500 ml 
 
• Utilizar solução de Ringer Lactato ou Cloreto de Sódio 0,9% nas primeiras 24 
horas a partir do acidente. *Não é necessário administrar solução glicosada nas 
primeiras 24 horas após a queimadura devido ao risco de hiperglicemia. Realizar 
a monitorização glicêmica. 
• Não é necessário administrar potássio nas primeiras 24 horas. 
 
Infundir 50% do volume da FÓRMULA DE REPARAÇÃO + 1/3 do volume da 
FÓRMULA DE MANUTENÇÃO nas primeiras 8 horas. 
Infundir 50% do volume da FÓRMULA DE REPARAÇÃO + 2/3 do volume da 
FÓRMULA DE MANUTENÇÃO nas 16 horas seguintes. 
 
Importante: os fluidos cristalóides recebidos no pré-hospitalar e serviços de 
origem devem ser considerados no cálculo. 
• Após 18 – 24 h do trauma, as necessidades de fluídos reduzem bruscamente, 
portanto, o aporte de líquidos deve ser direcionado conforme monitorização da 
diurese e dos sinais clínicos. Após esse período, avaliar infusão de albumina (se 
menor 1,5) se edema intenso. Dose albumina: 1 - 2 g/kg/dia. 
55 
 
• Em crianças com sinais de baixo débito cardíaco após a restauração volêmica, o 
suporte inotrópico está indicado. Orienta-se a realização de ecocardiograma 
funcional. 
 
Soro de Segundo dia: 
 
2 ML X PESO X SCQ + volume da FÓRMULA DE MANUTENÇÃO (HOLLIDAY-SEGAR) 
 
 
• Utilizar solução isotônica de Cloreto de Sódio 0,9% (440 ml) + soro glicosado 
hipertônico SGH 50% (50 ml), concentração final de glicose de 5%. 
• Manter monitorização glicêmica. 
• Avaliar a introdução de Cloreto de Potássio KCl 10% 2mEq/cada 100 ml da 
necessidade básica de acordo com o valor do k sérico. 
• Reposição de cálcio e fósforo, se necessário. 
• Infusão do volume total em 24 horas. 
• Se a criança estiver em uso de dieta oral ou enteral, este volume deve ser 
descontado do soro de manutenção, bem como outras perdas e ganhos no 
balanço hídrico diário. 
 
 Soro de Terceiro dia: 
 
1 ML X PESO X SCQ + volume da FÓRMULA DE MANUTENÇÃO (HOLLIDAY-SEGAR) 
 
 
• Utilizar solução isotônica de Cloreto de Sódio 0,9% (440 ml) + soro glicosado 
hipertônico SGH 50% (50 ml), concentração final de glicose de 5%. 
• Manter monitorização glicêmica. 
• Avaliar necessidade de potássio, cálcio e fósforo no soro de manutenção. 
• Infundir o volume total em 24 horas. 
• Descontar o volume da dieta oral e enteral do soro de manutenção. 
56 
 
 
9.4.6. Nutrição na criança queimada 
 
• A dieta deve ser iniciada precocemente de 6 a 12h após o trauma (American 
Society for Clinical Parenteral and Enteral Nutrition. - ASPEN, 2016). 
• Supressão das necessidades básicas e os gastos adicionais devidos à queimadura 
e ao hipercatabolismo. 
• Promove proteção contra úlcera de estresse (úlcera de Curling). 
• Está indicada para TODOS os pacientes com SCQ superior a 20% ou pacientes 
com queimaduras que comprometam a ingestão oral (Ex.: queimaduras de face). 
Administrar dieta por sonda nasoentérica em bomba de infusão contínua. Manter 
ingestão oral livre. 
• Recomenda-se a Sondagem Nasoentérica (SNE) com radiografia de controle 
para o posicionamento da SNE antes de iniciar a infusão de dieta. 
• Para pacientes com via oral exclusiva, avaliar a aceitação e considerar 
suplementação, se necessário. 
• Cálculo de necessidades nutricionais / Necessidades calóricas: Fórmula de 
Galveston. 
 
 
Quadro 13 - Cálculo de necessidades nutricionais (Galveston) 
 
 Fonte: AMERICAN BURN ASSOCIATION (2018). 
 
 
 
57 
 
Dietas disponíveis na rede Fhemig mais utilizadas: 
 
Quadro 14 - Dietas e suplementações 
 
 
 
58 
 
 
 
Opção de suplementação: 
 
 
Considerações: 
1. Propranolol: reduz a resposta hipermetabólica em pacientes pediátricos 
(WILLIAM FN, 2011). 
• Promove a redução: 
A. Frequência cardíaca; 
B. Débito cardíaco; 
C. Gasto energético de repouso 
D. Lipólise periférica 
• Dose inicial de 1,8 mg/kg/dia ajustada de modo a reduzir a frequência 
cardíaca em torno de 20% em relação ao valor basal 
2. Uso de bloqueador de bomba de prótons: omeprazol está indicado desde as 
primeiras horas após trauma, para prevenção de úlcera de estresse (Curling). 
• Dose: 1 mg/Kg/dia 
 
 
9.4.7. Infecção na criança queimada 
 
Como a criança queimada apresenta habitualmente intensa inflamação, com dor, 
eritema e febre desencadeados pela queimadura, o diagnóstico precoce de infecção é um 
59 
 
desafio. Por isso, é muito importante a observação diária do aspecto das lesões e o 
exame clínico completo do paciente. A presença de secreção purulenta na ferida, a 
alteração da curva térmica e/ou piora clínica do estado geral do paciente são 
fundamentais para o diagnóstico de uma possível infecção bacteriana secundária. 
Não está indicado o uso de antibióticos profiláticos em queimaduras, 
independentemente de extensão e ou profundidade, exceto para procedimentos 
cirúrgicos como desbridamento e enxertia de tecidos. São sinais e sintomas de infecção 
na criança queimada: 
• Temperatura > 38,5ºC ou > 36,5ºC; 
• Taquicardia progressiva (> 2 DP); 
• Taquipnéia (> 2 DP); 
• Troncocitopenia; 
• Hiperglicemia > 200 mg/dl; 
• Incapacidade de continuidade de dieta enteral > 24 h (Distensão abdominal; 
Intolerância alimentar com resíduo gástrico > 150 ml/h em crianças; Diarréia 
incontrolável > 400 m/h dia) (AMERICAN BURN ASSOCIATION, 2018). 
 
 
 
Quadro 15 - Parâmetros fisiológicos com base na idade pediátrica 
Grupo de 
Idade 
Frequência 
Cardíaca 
(Batimentos 
por minuto) 
Frequência 
Respiratória 
Contagem de 
Leucócitos 
PA 
Sistólica 
 Taquicardia Bradicardia (Respirações/min) Leuc x 
10³/mm³ 
mmHg 
0 dias a 1 
semana 
>180 <100 >50 >34 <65 
1 semana a 
1 mês 
>180 <100 >40 >19,5 ou <5 <75 
1 mês a 1 
ano 
>180 <90 >34 >17,5 ou <5 <100 
2-5 anos >140 NA >22 >15,5 ou <6 <94 
6-12 anos >130 NA >18 >13,5 ou <4,5 <105 
13 a <18 
anos 
>110 NA >14 >11 ou <4,5 <117 
Fonte: GOLDSTEN; GIROIR E RANDOLPH (2005). 
 
60 
 
Sempre que houver uma suspeita de infecção em um paciente queimado, é 
essencial coletar duas ou mais hemoculturas em sítios diferentes e realizar biópsia de 
fragmento de pele da área queimada, para um diagnóstico mais assertivo de infecção 
nestes pacientes e para guiar o tratamento com antibióticos com cobertura adequada e 
menor espectro. 
A confirmação da infecção ocorre por: 
• Hemocultura positiva; 
• Identificação de microrganismo patogênico em biópsia de fragmento de pele 
da área queimada; 
• Resposta clínica aos antimicrobianos. 
 Quando utilizar antibiótico profilático e qual medicamento utilizar em cada caso? 
A profilaxia antimicrobiana só está indicada para procedimentos cirúrgicos 
como desbridamento e enxertias. 
1. Pacientes sem internação na UTI, hospitalização recente, sem colonização 
definida: Cefazolina. 
2. Pacientes internados na UTI há mais de 48h, mas sem resultados de culturas 
de fragmentos de pele ou secreção de ferida: Cefazolina associada à Gentamicina. 
3. Pacientes colonizados com bactérias GRAM negativas com sensibilidade a 
aminoglicosídeos: Cefazolina associada à Gentamicina ou Amicacina. 
4. Pacientes colonizados com Staphylococcus aureus resistente à Oxacilina: 
Vancomicina ou Teicoplanina (doença renal não dialítica) 
5. Pacientes colonizados com bactériasresistentes, o esquema de profilaxia e 
tratamento antimicrobiano deve ser discutido com a Comissão de Controle de Infecção 
Hospitalar (CCIH). 
O antibiótico profilático deve ser iniciado uma hora antes do procedimento 
cirúrgico. 
 
9.4.8. Exames complementares 
 
• A criança grande queimada deve ser monitorizada laboratorialmente, 
principalmente em relação a distúrbios hidroeletrolíticos, anemia, dosagem 
sérica de albumina, além de vigilância infecciosa e colonização bacteriana. 
61 
 
• Hemograma completo, glicemia, gasometria arterial, lactato, ionograma 
completo, proteínas totais e frações, uréia, creatinina e coagulograma. CK 
para queimaduras elétricas e, em alguns casos, troponina. Hemocultura, 
Proteína C Reativa (PCR) e procalcitonina estão indicados na suspeita de 
infecção. 
• A cultura de secreção de pele deve ser feita uma vez por semana, para 
conhecimento da flora nosocomial prevalente. 
• Na suspeita de infecção, solicitar hemocultura, PCR e procalcitonina. Cultura 
de fragmento de pele coletado pelo cirurgião plástico deve ser rotina no 
CTQ. 
• O exame de urina rotina, gram de gota e a urocultura com antibiograma são 
indicados, sobretudo, nos pacientes submetidos à sondagem vesical, para 
rastreio do foco infeccioso. 
• Radiografia de tórax em pacientes com sintomas respiratórios e em 
investigação de foco infeccioso. 
 
 
9.5. ASSISTÊNCIA CIRÚRGICA 
 
 
O tratamento das feridas do paciente queimado baseia-se nos métodos propostos 
a partir da avaliação da profundidade do tecido queimado. O tratamento conservador é 
indicado para as queimaduras superficiais (primeiro e segundo grau superficial) e o 
tratamento cirúrgico é o método de escolha para as queimaduras profundas (segundo 
grau profundo e terceiro grau). No Quadro 8- Avaliação da profundidade das lesões, 
ítem 9.2.1. Atendimento ao paciente queimado na Unidade Hospitalar deste Protocolo 
Clínico, há especificações quanto a características das lesões, prazo de cicatrização e 
opção de tratamento. A balneoterapia é associada aos dois métodos propostos. 
Os desbridamentos e enxertias precoces são indicados para as queimaduras 
profundas a partir do terceiro dia de queimado. Apesar da maior necessidade de 
hemotransfusão, eles levam a menor tempo de internação, menos complicações 
metabólicas e redução na taxa de infecções cutâneas, permitindo mobilizações e 
reabilitação precoces. Estão associados a menores morbidade e mortalidade. O atraso no 
62 
 
início das abordagens cirúrgicas está associado também à cicatrização patológica e 
sequelas em pacientes com queimaduras profundas e nos casos em que uma ferida 
superficial não cicatrize em até dez dias, mesmo que a epitelização possa ocorrer por 
segunda intenção após esse período. 
 
9.5.1. Banho e curativos 
 
• São abordados mais detalhadamente na seção 9.7 - Assistência de 
Enfermagem e variam de acordo com estágios da queimadura e o tratamento 
cirúrgico (BRASIL, 2012; CHUNG; FRIEDMAN, 2019; GREENHALGH et 
al, 2007; MEZA-ESCOBAR et al, 2021; PALMIERI, 2019; SIMÕES E 
SILVA, 2016; TAVARES e SILVA, 2015) 
• Queimaduras não debridadas de segundo grau profundo e de terceiro grau ou 
nos três primeiros dias após desbridamento com eletrocoagulação intensa: 
banhos com clorexidine degermante e curativos duas vezes ao dia com creme 
de sulfadiazina de prata a 1% (CIPRANDI et al, 2018); SCHULZ et al, 2017; 
KASSIRA e NAMIAS, 2008; HONARI, 2004). 
 
9.5.2. Desbridamentos cirúrgicos 
 
Desbridamentos cirúrgicos sequenciais em bloco cirúrgico sob anestesia geral ou 
sedação são indicados em pacientes com necrose cutânea por queimadura de segundo 
grau profundo ou de terceiro grau. O desbridamento tem intenção de remover o tecido 
necrótico, com ou sem enxertia de pele imediata autóloga (do próprio paciente) ou 
homóloga (de indivíduo da mesma espécie) (CHOI et al., 2008; HART et al., 2001; 
HERNDON E PARKS, 1986) 
• Queimadura de segundo grau superficial: higienização com clorexidine 
degermante, irrigação com solução salina e remoção, com pinça e tesoura, 
das bolhas e do tecido desvitalizado superficial solto, sob analgesia com 
opioide. 
• Queimadura de segundo grau profundo: sob anestesia geral ou bloqueio, 
quando possível, desbridamento tangencial com faca de Blair de até 9% da 
63 
 
superfície corporal, infiltração superficial sob a região desbridada com 
solução de adrenalina e cloreto de sódio a 0,9%, na proporção de 1:250 mil, 
após exposição de tecido viável sangrante, e enxertia de pele no mesmo 
tempo cirúrgico. Optar por enxertia sob recém-debridadas. 
• Queimadura de terceiro grau de até 9% da superfície corporal: sob anestesia 
geral ou bloqueio, quando possível, desbridamento com faca de Blair ou 
eletrocautério, infiltração superficial sob a região desbridada com solução de 
adrenalina e cloreto de sódio a 0,9%, na proporção de 1:250 mil, após 
exposição de tecido viável sangrante, e enxertia de pele no mesmo tempo 
cirúrgico. Optar por enxertia sobre feridas recém-debridadas 
(JANZEKOVIC, 1970; JACKSON et al., 1960; PIETSCH et al., 1985) 
• Queimadura de terceiro grau acima de 9% da superfície corporal: sob 
anestesia geral ou bloqueio, quando possível, escarectomia de até 18% da 
superfície corporal com faca de Blair ou eletrocautério em cada 
procedimento sequencial. 
• Queimaduras de terceiro grau pontuais, desbridar com lâminas de bisturi. 
 
9.5.3. Enxertia de pele 
 
Enxertia de pele autóloga em pacientes com escara necrótica removida e leito 
receptor em condições de recebimento de enxerto cutâneo (JANZEKOVIC, 1970; 
JACKSON et al., 1960; PIETSCH et al., 1985; HOUSINGER, 1993): 
• Os enxertos obtidos são de pele parcial (dermo-epidérmicos) ou de espessura 
total (enxerto de pele total). 
• Os enxertos dermo-epidérmicos são em estampilha (pequenos enxertos), em 
lâminas (obtidos com dermátomo elétrico) e expandidos em malha (mesh 
graft, retirado por dermátomo), aumentando sua extensão habitualmente em 
até três vezes. 
• Salienta-se a obrigatoriedade da enxertia de pele logo após remoção, também 
precoce, da escara necrótica, em queimaduras de face, região cervical, 
64 
 
articulações, dorso das mãos e pés, para evitarem-se graves retrações 
cicatriciais. 
• Remoção do tecido de granulação sempre que possível para remoção do 
biofilme, por raspagem com lâmina de bisturi ou desbridamento tangencial 
com faca de Blair. Em caso de estrutura nobre sob tecido de granulação, 
minimizar a colonização microbiana por raspagem leve com lâmina de 
bisturi. 
• Evitar eletrocoagulação em alta potência ou em varredura sempre que 
possível. Tentar previamente hemostasia por solução tópica de adrenalina e 
solução de cloreto de sódio a 0,9%, na proporção de 1:100 mil, embebida em 
compressas, e compressão por ataduras de crepom por no mínimo10 minutos. 
• Em feridas limpas, enxertar até nove por cento da superfície corporal, se 
enxertos de pele não expandida, ou até 18% da superfície corporal, se 
enxertos de pele expandida, em procedimentos sequenciais. 
• Utilizar enxerto de pele parcial, recrutado com dermátomo elétrico. Pode-se 
recrutar enxertos de pele com faca de Blair (quando não se pretende 
expansão em malha). 
• Infiltrar abundantemente o tecido subcutâneo do dorso com solução de 
adrenalina e cloreto de sódio a 0,9%, na proporção de 1:500 mil, para 
aplainar a pele sobre os relevos ósseos da coluna vertebral, dos arcos costais 
e da crista ilíaca. Assim, possibilita-se o recrutamento de grandes lâminas de 
enxerto com maior facilidade, a exemplo do couro cabeludo como área 
doadora de enxerto. 
• Utilizar enxertos de pele parcial espessos para grandes áreas da face, do 
pescoço, das mãos, dos pés e articulares. Posicionar transversalmente os 
enxertos em membros. 
• Utilizar enxertos de pele total para as pálpebras, recrutados das pálpebras 
contralaterais, das regiões retroauriculares ou supraclaviculares,com vistas a 
se evitarem retração cicatricial e lesões de córnea. Proteger por gel ou 
tarsorrafia fendas palpebrais que não se ocluem. Proceder à síntese primária 
da região doadora do enxerto cutâneo. 
65 
 
• Utilizar enxertos de pele total para pequenas regiões da face e das mãos, 
recrutadas das regiões inguinais livres de pelo. Proceder à síntese primária da 
região doadora do enxerto cutâneo. 
• Expandir os enxertos somente quando não houver áreas doadoras de enxerto 
suficientes. 
• Enxertos devem ser fixados com suturas de nylon ou tiras de esparadrapo 
antialérgico estéreis. 
• O enxerto deve receber curativo primário não aderente, e curativo secundário 
absorvente. O curativo secundário é substituído em 3 dias, e o primário em 5 
dias. 
• Se houver enxerto que cruze articulações, o membro deverá ser imobilizado 
com talas de gesso, reposicionadas após a substituição dos curativos 
secundários, reposicionadas após a substituição dos curativos primários, e 
removidas em 7 dias. No pescoço a restrição de mobilidade poderá ser 
realizada com colar de espuma. 
 
9.5.4. Curativos biológicos/enxerto homólogo 
 
Utilizar em pacientes grandes queimados com queimaduras de segundo e 
terceiro graus, maiores que 40% da SCQ, tendo o paciente área doadora escassa para 
enxertia de pele autóloga. Realiza-se o enxerto homólogo sobre feridas desbridadas com 
o intuito de reduzir as perdas hidroeletrolíticas, diminuir as perdas proteicas, prevenir a 
dessecação da ferida, suprimir a proliferação bacteriana, reduzir a dor, diminuir as 
perdas metabólicas, promover neovascularização e induzir a epitelização, preparando, 
portanto, o leito da ferida para enxertia definitiva. Assim, o enxerto homólogo pode 
proporcionar matriz extracelular para enxertos epiteliais, a fim de se promover a 
cicatrização e a consequente enxertia de pele definitiva (autóloga) (SCHIOZER, 2012). 
 
9.5.5. Retalhos 
 
São utilizados nas queimaduras com exposição de estruturas profundas, 
inclusive tecido ósseo, quando a enxertia cutânea não é possível devido à ausência de 
66 
 
leito adequado para sua integração, ou quando a cobertura oferecida pelo enxerto não é 
suficiente para preservar a função da área acometida. 
As lesões que mais frequentemente requerem cobertura por retalhos são 
localizadas em extremidades, ou seja, couro cabeludo, membros superiores e membros 
inferiores, sendo características associadas aos retalhos: 
1. Preservam a função da região acometida. 
2. Os retalhos utilizados em queimaduras são os mesmos da prática 
em Cirurgia Plástica. 
3. Deve-se sempre dar preferência a retalhos cutâneos locais, 
fasciocutâneos nos membros inferiores e miocutâneos ou musculares com 
enxertos cutâneos sobrepostos para cobertura de grandes defeitos. 
4. Deve-se sempre utilizar retalho neurovascular para as polpas das 
falanges distais do polegar e do segundo dedo da mão. 
5. Retalhos à distância, obtidos de uma região distante do local a ser 
reparado, devem cobrir o defeito sem tensão e com frouxidão do pedículo. O 
retalho deve ser imobilizado por gesso e transferido definitivamente pela secção 
do seu pedículo após três semanas. Nesse período, deve-se higienizar a ferida e 
trocar os curativos e o gesso semanalmente, sob sedação em bloco cirúrgico. 
6. Lesões com graves acometimentos articulares, exposição de 
estruturas nobres com lesões extensas e profundas que necessitem de cobertura 
local o mais breve possível e que não disponham de outras possibilidades 
terapêuticas são indicativas de reconstrução microcirúrgica, assim como em 
seletos casos em que a realização do retalho microcirúrgico possa trazer maior 
benefício. 
Os retalhos livres podem ser utilizados nas queimaduras: 
1. Com finalidade de preenchimento de cavidades e melhor controle de 
infecção, como os musculares e miocutâneos; 
2. Para oferecer cobertura fina e com boa adaptação local, como os 
cutâneos e fasciocutâneos; 
3. Podendo envolver ainda tecido ósseo e tecidos inervados, considerando-
se a função do segmento corporal receptor. 
67 
 
O planejamento pré-operatório deve ser criterioso, pois microanastomoses 
podem estar comprometidas, aumentando o risco de trombose dos vasos, principalmente 
em casos de queimadura elétrica ou por radiação ionizante. Ultrassonografia Doppler ou 
angiotomografia dos vasos receptores devem ser realizados. 
 
Figura 7 - Proposta de Tratamento Cirúrgico 
 
Fonte: Elaborado pela equipe do HJXIII (2022). 
 
68 
 
9.6. ASSISTÊNCIA ANESTESIOLÓGICA 
 
 
9.6.1. Monitorização: 
 
 O paciente que demanda assistência anestesiológica deve estar 
monitorizado com aparelhagem básica, conforme Resolução CFM nº 2174/2017 
 São considerados momentos críticos para o paciente: o transporte, a 
mudança de leito (retirada da mesa cirúrgica para maca de transporte, por exemplo) e a 
sedação para troca de curativo fora do ambiente cirúrgico. Em todas essas situações, o 
paciente deve ser monitorizado. (CANELA, A. F. A et al.,2011; CONSELHO 
FEDERAL DE MEDICINA, 2018). 
 
9.6.1.1. Monitorização básica do paciente inclui (em todo procedimento): 
 
1. Pressão arterial e frequência cardíaca; 
2. Ritmo cardíaco por meio de cardioscopia; 
3. Temperatura e meios para assegurar a normotermia, em procedimentos 
com duração superior a 60 (sessenta) minutos; 
4. Saturação da hemoglobina por meio de oximetria de pulso; 
5. Ventilação incluindo os teores de gás carbônico exalados, monitorados 
por capnógrafo, nas seguintes situações: anestesia sob via aérea artificial 
(como intubação traqueal, brônquica ou dispositivo supraglótico) e/ou 
ventilação artificial e/ou exposição a agentes capazes de desencadear 
hipertermia maligna, que é uma afecção hereditária e latente, caracterizada 
classicamente por uma síndrome hipermetabólica em resposta à exposição 
aos anestésicos voláteis (halotano, enflurano, isoflurano, sevoflurano e 
desflurano) e/ou succinilcolina. 
6. Débito urinário em procedimentos cirúrgicos superiores a quatro horas. 
7. Débito urinário alvo no adulto: 0,3 a 0,5 ml/kg/h e 1 ml/kg/h nos casos de 
queimadura elétrica. 
8. Débito urinário alvo na criança: 1 ml/kg/h. 
 
69 
 
9.6.1.2. Monitorização avançada do paciente inclui (pacientes críticos ou 
porte aumentado do procedimento cirúrgico): 
 
1. Mensuração hemodinâmica avançada (pressão arterial invasiva, pressão 
venosa central e/ou monitorização do débito cardíaco). 
2. Débito urinário independente da duração do procedimento. 
3. Temperatura e meios para assegurar a normotermia, independentemente 
de sua duração. 
4. Gases anestésicos (ar comprimido, óxido nitroso e agentes halogenados). 
5. Bloqueio neuromuscular para pacientes submetidos a anestesia geral, 
com uso de bloqueadores neuromusculares. 
6. Profundidade da anestesia com o uso de monitores da atividade elétrica 
do sistema nervoso central em pacientes definidos no Parecer do Conselho 
Federal de Medicina nº 30/16. 
 
9.6.1.3. Sala de Recuperação Pós-anestésica (SRPA): 
 
Assim como em todos os procedimentos anestésicos, após término cirúrgico o 
paciente queimado deve ser encaminhado ao UTI ou à SRPA, conforme indicação 
acordada entre cirurgião e anestesista, sendo necessário o rigoroso controle da 
temperatura e da dor. 
O transporte para esses setores é de responsabilidade de um médico plantonista 
envolvido, sendo necessária na SRPA, preferencialmente, a presença de um anestesista 
durante toda a permanência do paciente. 
A alta da SRPA é de responsabilidade exclusiva de um médico anestesista ou do 
plantonista da SRPA. 
 
9.6.1.4. Dificuldades encontradas na monitorização em pacientes 
queimados: 
 
1. Escassez de sítio íntegro para punção venosa e arterial, posicionamento 
de eletrodos, sensores de oxímetro e de esfigmomanômetro. 
2. Edema ou lesão em região perineal, impedindo ou dificultando a 
passagem de sonda vesical de demora.70 
 
3. Vias aéreas de difícil acesso, principalmente por edema, ou ainda 
redução da abertura bucal ou extensão cervical durante a evolução da 
queimadura. 
 
9.6.2. Jejum pré-operatório 
 
Para cirurgias eletivas, seguir os intervalos de jejum preconizados pela American 
Society of Anesthesiologists (APFELBAUM, 2017; APFELBAUM, 2022): 
1. Líquidos claros: duas horas (até 100 ml para adultos e 2 ml/kg para 
crianças - não inclui álcool). 
2. Leite humano: quatro horas. 
3. Fórmula infantil: seis horas. 
4. Leite não humano: seis horas. 
5. Refeições leves: seis horas. 
6. Refeições gordurosas: oito horas. 
7. Dieta enteral: 6 a 8h (exceto com sonda pós-pilórica confirmada ou 
jejunostomia em paciente previamente intubado ou já traqueostomizado, para os quais 
não há necessidade de jejum) 
8. Dieta parenteral: ainda há divergências sobre essa suspensão. O 
protocolo da Fhemig sugere 2 horas de suspensão. Orienta-se avaliar o risco de 
hipoglicemia no per-operatório e a possibilidade de monitorização glicêmica durante o 
procedimento. Em casos negativos, a melhor opção seria a suspensão da dieta. 
 
9.6.3. Avaliação pré-anestésica 
 
Recomenda-se que todo paciente antes da realização de qualquer anestesia 
seja submetido a Avaliação Pré-Anestésica (APA) (CONSELHO FEDERAL 
DE MEDICINA, 2018). 
 
1. Os objetivos da APA são aumentar a incidência de anestesia segura e 
reduzir os riscos de complicações peri-operatórias. 
2. Em cirurgias eletivas, deve-se obter consentimento livre e esclarecido 
específico para anestesia de pacientes conscientes ou seus familiares, se necessário. 
71 
 
Deve-se também orientar sobre cuidados per-operatórios com intuito de reduzir a 
ansiedade e melhorar a recuperação do paciente. 
3. A avaliação anestésica no paciente queimado segue o protocolo usual das 
demais cirurgias, excetuando pela maior importância da permeabilidade da via aérea. 
Esses indivíduos podem apresentar redução da mobilidade cervical, redução na 
distância tireo e esterno mento e abertura bucal. Tais fatores são mais frequentes no 
decorrer da evolução da lesão, em que a fibrose tecidual pode diminuir a elasticidade 
local. A partir da determinação de via aérea difícil previamente, deve-se acionar o 
Protocolo Institucional para que sejam disponibilizados materiais como máscara 
laríngea, fibroscopia ou material para Crico/Traqueostomia (APFELBAUM, 2022). 
4. Atentar para possíveis distúrbios de coagulação e/ou existência de 
anemia. A reserva de hemoderivados/hemocomponentes deve ser confirmada 
anteriormente ao início da cirurgia. 
 
9.6.4. Reposição volêmica 
 
• A diminuição de líquidos pela perda da derme torna a reposição 
volêmica um fator importante no manejo do paciente queimado. Em geral, o 
anestesista não é o primeiro médico a realizar atendimento ao paciente 
queimado. Nas primeiras 24 horas após evento, o anestesista deve atentar-se ao 
volume de líquidos já ofertados, realização de hemoderivados, monitorização da 
diurese, presença de acesso venoso calibroso estabelecido (idealmente dois ou 
acesso venoso central), bem como a gravidade da queimadura. Considera-se 
também a possibilidade de rabdomiólise mais frequente em queimadura elétrica. 
• Manutenção da Oferta de Oxigênio aos Tecidos (DO2), 
otimização da pré-carga, volemia e o equilíbrio hidroeletrolítico - ácidobásico. 
• A atenção maior à reposição volêmica é requerida quando a SCQ 
é superior a 20%. Em crianças, não há literatura com evidências científicas 
expressivas, mas especialistas indicam a ressuscitação volêmica acima de 10%. 
• Em pacientes agudos, idealmente, usa-se a Fórmula de Parkland, 
com a infusão de 2 a 4 ml/Kg de cristalóides aquecidos, por percentual da SCQ, 
sendo orientados 50% nas primeiras oito horas e o restante em 16 horas após o 
trauma. 
72 
 
• Especialistas recomendam, preferencialmente, o uso de ringer 
lactato pela semelhança ao conteúdo plasmático e menor possibilidade de 
acidose hiperclorêmica comparada à solução salina. O uso de colóides é 
controverso e não recomendado, a não ser em casos muito específicos. 
• Em cirurgias eletivas, a reposição volêmica é guiada 
preferencialmente por metas, visando às funções macro e micro 
hemodinâmicas. 
(ARBUTHNOT, M. K.; GARCIA, A. V.,2019; APFELBAUM, 2015). 
 
9.6.5. Hemotransfusão 
 
A hemotransfusão tem como objetivos a correção das consequências deletérias 
da anemia, o aumento da oferta de oxigênio, a prevenção ou tratamento da hipóxia 
tecidual e a correção ou prevenção de coagulopatias. 
• A necessidade de hemotransfusão no paciente queimado é mais comum 
após a fase aguda da queimadura, em desbridamentos e enxertos. 
• As indicações de infusão em queimados são as mesmas das demais 
cirurgias, tanto de hemoderivados (produzidos em escala industrial através do 
processamento do plasma - albumina, complexo protrombínico e fator VIII 
da coagulação) quanto de hemocomponentes (obtidos por centrifugação e 
congelamento para fracionar o volume total da bolsa em quatro componentes 
- Concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas, plasma fresco 
congelado e crioprecipitado Fator VIII). Quando disponível, a 
tromboelastografia reduz o uso de produtos derivados do sangue, por 
monitorar a coagulopatia relacionada a situações de transfusão maciça 
associada ao trauma de forma mais fidedigna e em tempo real. 
• Hemoblobina (Hb) superior a 10 g/dL - Hematócrito (Ht) superior a 30% 
- é bem tolerada e, excepcionalmente, o paciente requer transfusão. Quando a 
Hb é inferior a sete g/dL existe risco de hipóxia tecidual e comprometimento 
das funções vitais. Neste caso, o paciente se beneficia com a transfusão de 
concentrado de hemácias. Entre sete g/dL e 10 g/dL de Hb, a indicação de 
transfusão depende da avaliação do estado clínico do paciente. 
73 
 
• Pacientes com doenças pulmonares obstrutivas crônicas devem ser 
mantidos com Hb acima de 10 g/dL, assim como os cardiopatas com 
isquemias agudas beneficiam-se com níveis de Hb acima de 9g/dL a 10 g/dL. 
Acima dos 65 anos de idade é aceitável transfundir com níveis de Hb inferior 
a 9 g/dL, quando sintomáticos. Nas enxertias, em que se necessita de boa 
perfusão local para que ela seja bem-sucedida, recomenda-se também níveis 
de Hb idealmente superiores a 10g/dL. 
• Em pacientes cirúrgicos estáveis, os níveis de Hb de oito g/dL são 
aceitáveis no período per e pós‐operatório, na ausência de hipóxia tecidual ou 
consumo aumentado de O2. 
• A hipocalcemia pode ser causada pela transfusão dos hemocomponentes 
ricos em citrato. A infusão de um grama de cloreto de cálcio é recomendada 
para quatro unidades de hemocomponentes, evitando a hipocalcemia 
decorrente do citrato. 
• O uso profilático de anti-fibrinolíticos não possui evidências científicas 
relevantes para queimados em qualquer faixa etária. Trata-se de população 
com desequilíbrio frequente no sistema pró e anticoagulante, assim como da 
resposta imune, portanto, até o momento, seu uso não é recomendado 
(PRACTICE GUIDELINES COMMITTEE, 2016; VANNI E BRAZ, 1999; 
ARBUTHNOT, M. K.; GARCIA, A. V.,2019) 
 
 
9.6.6. Hipotermia 
 
9.6.6.1. Conceitos Gerais 
• O hipotálamo é o centro regulador da temperatura corporal. É 
considerada normotermia a temperatura corporal central entre 36°C a 37,5°C; 
hipotermia leve entre 34°C a 35,5°C; hipotermia moderada 30 a 33,9 °C e 
hipotermia grave menor que 30°C. Variações mínimas de temperatura de +/- 
0,3ºC ativam mecanismos para a geração ou perda de calor. 
• Até 72% dos pacientes apresentam hipotermia no per operatório. Trata-se 
de termo importante na tríade da morte, sendo eles - hipotermia, acidose e 
coagulopatia. Além de desconfortável para os indivíduos conscientes, é 
deletéria ao associar-se a inúmeras complicações, tais como a ocorrência de 
74 
 
infecção do sítio cirúrgico, o aumento do sangramento e da necessidade de 
transfusão, ocasionandoo aumento da morbimortalidade, atraso na 
recuperação e na alta hospitalar. 
• Em relação à distribuição de calor, o organismo está dividido em três 
compartimentos: o central, relacionado às vísceras e ao sistema nervoso 
central; o periférico, constituído pela musculatura dos membros superiores e 
inferiores; e a pele, denominado cutâneo. Entre o compartimento central e o 
periférico existe um gradiente de temperatura de três a quatro graus e entre o 
central e cutâneo de cinco a oito graus centígrados. Isso ressalta a diferença 
entre os locais de mensuração de temperatura. A temperatura central é mais 
facilmente mensurada no paciente cirúrgico pela nasofaríngea, esofágica e 
timpânica. Destas, a que oferece menor risco e maior correspondência à 
temperatura central é a esofageana. O sensor deve ser colocado no 1/3 
inferior do esôfago, aproximadamente 42 a 45cm do orifício nasal, na 
posição retrocardíaca. A temperatura axilar, muito utilizada atualmente, 
demonstra o compartimento cutâneo, mostrando tardiamente quando há 
hipotermia. 
• A perda de calor ocorre por quatro mecanismos: radiação (70%, quanto 
mais descoberto o paciente, maior essa perda), condução (contato do corpo 
do paciente com lençolou macas frias), evaporação (suor e secreções) e 
convecção (o ar que circula a pele leva consigo o calor). Com a superfície 
cutânea molhada, aumenta-se em 30% a perda por esse fator. Todos estes 
mecanismos estão presentes no atendimento ao queimado. Durante a 
anestesia, seja qual for, tem-se a redistribuição do calor central para o 
compartimento periférico, ocorre a ação vasodilatadora de certas drogas, 
assim como a inibição ou lentificação da resposta do organismo à perda de 
calor, com alteração central da termorregulação, além da exposição do 
paciente à sala cirúrgica. 
• A hipotermia aumenta a duração dos relaxantes musculares, duplica a 
duração do rocurônio, vecurônio e atracúrio, além de aumentar a solubilidade 
dos anestésicos voláteis e a concentração plasmática do propofol em 30%. 
(BIAZZOTTO, C. B et al.2006, AMERICAN HEART SOCIETY). 
 
75 
 
9.6.6.2. Prevenção 
 
• A diminuição da perda de temperatura é mais fácil que reaquecer o 
paciente após estabelecida a hipotermia. 
• Mecanismos: 
1. Infusão de líquidos aquecidos a 38°C, já que cada litro de soro em 
temperatura ambiente diminui a temperatura central em 0,25°C, sendo 
que na infusão de hemoconcentrados essa redução pode atingir até quatro 
graus centígrados. Recomenda-se o uso de dispositivos aquecedores, 
como estufas ou sistemas de aquecimento de sangue e fluídos (Ranger, 
por exemplo). 
2. Pré-aquecimento: 30 minutos antes da indução anestésica, submeter o 
paciente a aquecimento por ar forçado (manta térmica, por exemplo), a 
fim de diminuir a perda por redistribuição durante a primeira hora de 
cirurgia. 
3. Banho com líquidos aquecidos e imediatamente cobri-lo e retirar panos 
molhados que estejam em contato com o paciente. 
4. Na iminência de cirurgia, não tratar temporariamente a febre, se 
existente. 
5. Expor o paciente no bloco cirúrgico somente quando houver 
disponibilidade imediata do cirurgião para antissepsia do paciente. 
6. Se possível, expor o paciente por partes durante o procedimento, 
priorizando a demanda do cirurgião, nas áreas a serem abordadas 
imediatamente. 
7. Manter sempre a manta térmica em procedimentos cirúrgicos, atentando 
para não haver contato direto do vapor com a pele do paciente. 
8. As áreas disponíveis para aquecimento devem ser cobertas por manta 
térmica e, quando possível, usar outros mecanismos para aquecê-los, tais 
como algodão ortopédico, compressas, entre outros. 
9. A temperatura ideal da sala cirúrgica situa-se entre 26° a 28°C, 
entretanto, há desconforto da equipe ao usar capotes. Devido a isso, deve-
se tentar atingir a maior temperatura possível acima de 21°C. Orienta-se 
que a saída de ar-condicionado não esteja próxima à cabeça do paciente. 
 
76 
 
9.6.7. Analgesia 
 
A dor no paciente queimado é multifatorial e sua patofisiologia 
insuficientemente compreendida. Além da dor aguda é comum a ocorrência de 
hiperalgesia secundária, alodinia e cronificação. Somando-se a isso, ocorrem alterações 
na farmacocinética dos medicamentos, especialmente em médios e grandes queimados, 
dado uso prolongado de tais fármacos. Na fase inicial da queimadura, há diminuição do 
fluxo sanguíneo para os órgãos, com consequente redução da depuração dos fármacos. 
Na sequência, verifica-se aumento geral do metabolismo, com elevação subsequente da 
depuração. Em adição, o efeito de fármacos com alta ligação proteica também é 
prejudicado. Constata-se também a tolerância medicamentosa no decorrer do 
tratamento. Ressalta-se, por tais fatores, a importância de uma analgesia multimodal e 
reavaliações frequentes da resposta à toda terapêutica adotada. 
O tratamento da dor pode ser didaticamente separado em: dor aguda (próxima ou 
sequencial à queimadura até a cicatrização), dor em repouso (após a lesão inicial da 
queimadura, sem novos estímulos há dor), pós procedimentos (após troca de curativos, 
banhos, desbridamentos, enxertos, entre outros), neuropática (geralmente associada a 
danos em nociceptores e fibras nervosas), crônica (prolongada mesmo após 
cicatrização). O auxílio da equipe destinada à clínica da dor é indicado em casos de dor 
refratária ou de difícil controle e/ou cronificação. 
Os fármacos mais indicados disponíveis para uso são: 
 
A) Analgésicos básicos e AINES: 
• Dipirona, Paracetamol, inibidores seletivos da COX2 (Meloxicam, 
Celecoxibe). 
• O uso isolado é pouco eficaz, mas associados a opioides atuam 
sinergicamente, reduzindo seu consumo e, consequentemente, seus efeitos 
colaterais. 
• Atentar para proteção gástrica na profilaxia de úlceras de stress 
(Curling), principalmente durante o uso de antiinflamatórios. 
• Podem ser usados em todos os tipos de dor, principalmente em 
associações. 
 
B) Opioides: 
77 
 
• Efeitos adversos: prurido, náuseas/vômitos, constipação e depressão 
respiratória. 
• Maior disponibilidade: Morfina (boa potência), Fentanil (maior 
potência) e Tramadol (opioide fraco). Não usar em associação à 
Ondansetrona. 
• Possui aplicações para todos os tipos de dor. 
 
C) Escetamina/Cetamina: 
• O uso isolado, apesar de causar eficiente analgesia, provoca alucinações. 
Aconselha-se administração concomitante ao benzodiazepínico. 
• Reduz consumo de opioide e preserva reflexos de via aérea. 
• Bons resultados na dor aguda, após procedimentos ou em sedações 
conscientes para troca de curativos. 
 
D) Anticonvulsivantes: 
• A Gabapentina e a Pregabalina são usadas no tratamento da dor 
neuropática e crônica. 
• Diretamente, diminuem a sensibilização central à dor e indiretamente 
inibem receptores N-Metil D Aspartato (NMDA). 
 
E) Antidepressivos: 
• Uso em queimados é pouco estudado, entretanto, pode ser usado em dor 
crônica ou neuropática, além de sua ação real no contexto de depressão 
(tentativas de autoextermínio, por exemplo) 
• Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina podem ser usados em 
caso de intolerância aos efeitos colaterais dos tricíclicos. 
 
F) Benzodiazepínicos: 
• Apesar de não serem considerados analgésicos, seu uso pode aliviar a 
dor pelo seu efeito sedativo e ansiolítico. 
• O Midazolam é útil em troca de curativos e pré-procedimentos. O 
Lorazepam, quando disponível, é preferível. 
78 
 
• Clonazepam via oral para ansiólise é uma alternativa adequada para uso 
noturno, induzindo sono ou em procedimentos longos no pré-operatório 
(enquanto paciente aguarda cirurgia) 
 
G) Agonistas Alfa 2: 
• Estimulam as vias inibitórias descendentes da dor e apresentam efeito 
sedativo e anti-hipertensivo. Assim, atentar para indicações adequadas. 
• Clonidina, Dexmedetomidina (não utilizar em bolus) 
 
H) Bloqueios periféricos 
•Usado tanto como técnica anestésica quanto analgésica. 
• Muito útil para analgesia da área doadora de enxertos (BIAZZOTTO et 
al., 2006). 
(ESTRELA, 2007; GAMST-JENSEN, H et al.2014; ESTRELA, 2013; 
 
 
Quadro 16 - Anestesias 
 
79 
 
 
Fonte: Extraído de Vane; Cavalcanti; Estrela (2007). 
 
9.6.8. Anestesia 
 
A anestesia segue as indicações para demais pacientes, com ressalva para as 
alterações de duração das drogas com hipotermia, sendo o uso preferencial de agentes 
relaxantes musculares não despolarizantes e o cuidado com a analgesia. 
 
9.6.9. Parada Cardiorrespiratória (PCR) no peroperatório 
 
Em caso de PCR, deve-se seguir as orientações de parametrização e etiologia do 
Advanced Cardiovascular Life Support (ACLS) (AMERICAN HEART SOCIETY, 
2020). Maior atenção deve ser dada ao paciente queimado, lembrando e enfatizando os 
“Hs e Ts” como causas de parada: 
• A diminuição da temperatura favorece a ocorrência de arritmias, inclusive as 
fatais, além de aumentar a ocorrência de coagulopatias. Tratamento: soro 
aquecido e uso de cobertores ou mantas térmicas (Hipotermia). 
• O sangramento em desbridamentos, quando não tratado precocemente, causa 
choque hipovolêmico. Tratamento: reposição volêmica ou de hemoderivados 
após classificação do choque (Hipovolemia). 
80 
 
• O uso de bloqueadores musculares despolarizantes não é recomendado no 
paciente queimado entre 48 horas do evento e cerca de seis meses depois. O 
aumento do potássio sérico, já inerente ao grande trauma celular, associado à 
liberação advinda do uso destes despolarizantes (ação em placa motora), 
pode ser motivo de PCR. Tratamento: Gluconato de cálcio 10% + soro 
fisiológico EV, associado a outras medidas hipocalemiantes, como diurético 
de alça, beta2 agonista, solução de glicoinsulina, resina de troca e diálise 
(Hiperpotassemia). 
• A acidose metabólica é o distúrbio ácido-básico mais grave e mais comum. A 
má perfusão tecidual, com hiperlactatemia grave, se dá pela redução do 
volume sistólico no choque hipovolêmico (mais comum) ou por 
vasodilatação nos casos dos choques distributivos, mediante traumas 
associados (Traumatismo Raquimedular - TRM - ou TCE com choque 
neurogênico) ou complicações posteriores inerentes às queimaduras (choque 
séptico, por exemplo). A associação de tipos diferentes de choque pode 
existir (choque misto), agravando-se o estado geral do paciente. A acidose 
também é causa importante de parada e, caso seja evidenciada como etiologia 
durante a PCR, deve ser agressivamente abordada. Tratamento: infusão em 
bolus EV de Bicarbonato de sódio a 8,4%, na dose de 1 a 1,5 mEq/kg (cada 1 
ml da solução contém 1 mEq de bicarbonato) (H+). 
• O déficit na oxigenação, seja por queimadura de vias aéreas levando ao 
edema da glote ou por falência respiratória de variadas causas (redução da 
saturação de O2, hipercapnia associada, queimaduras circunferenciais e 
restritivas do tórax, dentre outras), também figura como importante causa de 
PCR. Tratamento: suplemento de O2 em fração de 100% e acesso à via aérea 
(Hipoxemia). 
• As intoxicações auto infringidas ou acidentais devem ser elencadas nestas 
causas (CO, por exemplo). Tratamento: hidratação e uso de antagonistas 
(Tóxicos). 
• Os demais “Ts” são causas menos comuns e geralmente estão associados a 
causas mais prevalentes. Todavia não podem ser esquecidos durante o 
processo de reanimação. (Trombose coronariana, Tromboembolismo 
Pulmonar - TEP, Tensão no tórax/pneumotórax e Tamponamento cardíaco). 
81 
 
Tratamento: Na TEP, uso de trombolítico EV (alteplase); pneumotórax, 
punção no 5º espaço intercostal entre a linha axilar anterior e média, com 
drenagem posterior no mesmo ponto; tamponamento cardíaco, 
pericardiocentese e trombose coronariana, hemodinâmica após retorno de 
ritmo organizado ou trombólise, no caso de diagnóstico eletrocardiográfico 
ou enzimático prévio. 
• A labilidade pressórica do paciente crítico e principalmente em queimados 
graves pode ser mais evidente durante manobras que estimulem o sistema 
nervoso parassimpático, tais como laringoscopia, mudanças de decúbito e 
mudanças de leito. 
 
 
9.7. ASSISTÊNCIA E CUIDADOS DE ENFERMAGEM 
 
9.7.1. Prevenção de Infecção 
 
Na queimadura como em qualquer lesão tecidual, o organismo responde com 
uma série de eventos fisiológicos, na tentativa de restabelecer a continuidade epitelial. 
As queimaduras são consideradas contaminadas devido a sujidade do local da 
ocorrência, que leva a uma imediata colonização por microrganismos e, rápida 
proliferação de tecido desvitalizado. Daí a necessidade de limpeza das feridas e 
desbridamento de tecidos não viáveis para que propiciem um ambiente ideal para a 
reparação tecidual (ALVES, 2013; OLIVEIRA; MOREIRA; GONÇALVES, 2012).As 
complicações infecciosas representam uma das principais causas de óbito nos pacientes 
queimados, responsável por 75% dos óbitos no mundo, um mesmo paciente apresenta 
três ou mais episódios de infecção durante o seu tratamento. Como ele é considerado 
imunossuprimido, a sepse é fator de grande risco, já que a maior barreira de proteção foi 
descontinuada. Além disso, as queimaduras podem levar a deformidades e sequelas 
neurológicas, oftalmológicas e geniturinárias (ALVES, 2013; OLIVEIRA; MOREIRA; 
GONÇALVES, 2012). 
82 
 
A prevenção de danos aos usuários representa um grande desafio. Os prejuízos 
associados aos cuidados decorrentes demonstram maior taxa de morbimortalidade dos 
pacientes e maior ônus aos serviços hospitalares. Neste contexto, o enfermeiro é o 
responsável por proporcionar o controle de infecção hospitalar no CTQ, juntamente com 
os demais membros da equipe multiprofissional (AGÊNCIA NACIONAL DE 
VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
Na tratativa de prevenção de infecção no paciente grande queimado, considera-
se na fase imediatamente após a queimadura que as feridas são estéreis. Após 48 horas, 
inicia-se o processo de colonização. Agentes infecciosos como bactérias Gram-positivas 
da flora cutânea normal (S. aureus, Estafilococos coagulase negativo) são prevalentes 
nesse processo. Já no curso seguinte, após cinco dias, começam a colonização de feridas 
por bactérias Gram-negativas, tanto pela transmissão endógena do intestino e dos 
pulmões (E. coli, Klebsiella pneumonia), quanto por transmissão exógena 
(Pseudomonas aeruginosa) ”. Este processo não pode ser evitado pela profilaxia 
sistêmica de antibióticos (FONTANA; SOUZA; VIEGAS, 2021). 
Nas feridas por queimadura está indicado o tratamento com agentes 
antimicrobianos tópicos e sistêmicos com base nas evidências clínicas e/ou laboratoriais 
que indicam infecções invasivas da ferida, como a separação precoce da escara, focos 
de descoloração marrom-escuros e supuração da subescara (FONTANA; SOUZA; 
VIEGAS, 2021). 
Para tanto, há cuidados básicos que devem ser adotados e reforçados diariamente 
no paciente grande queimado, seguindo os cuidados descritos (ISBI PRACTICE 
GUIDELINES COMMITTEE, 2018; AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA 
SANITÁRIA, 2017; FONTANA; SOUZA; VIEGAS, 2021): 
• Implementar, monitorar e ensinar as diretrizes de higiene das mãos para a 
equipe e acompanhantes; executar a higienização das mãos frequentemente 
com água e sabão ou álcool em gel antes e depois do contato com o paciente; 
antes de procedimentos assépticos; após o contato com fluidos e secreções, e 
após contato com leito e pertences do paciente. Orientar visitantes e 
acompanhantes quanto à higienização rigorosa das mãos e o uso de avental, 
touca e máscara. Estes são preconizados pela Organização Mundial de Saúde 
(OMS) como os cinco momentos, conforme estabelecido no Procedimento 
Sistêmico Institucional - PRS ASS 026: Higienização de Mãos em Serviços 
de Saúde, HJXXIII, Belo Horizonte 2021 (MINAS GERAIS, 2021). 
83 
 
• Realizar culturas de pele regulares para monitorar a colonização da ferida (a 
coleta de swab semanalmente)e coleta de fragmento de pele para biópsia 
durante cirurgias dos pacientes previamente agendadas; 
• Utilizar a paramentação adequada por todos os profissionais; 
• Executar a desinfecção regular do leito e entorno do paciente: torres, cama, 
bombas de infusão, monitores, ventilador mecânico e demais equipamentos 
utilizados na prestação de cuidados com sabão neutro, água e quaternário de 
amônio, conforme estabelecido no Procedimento Operacional Padrão - POP-
CEQ: 12 Limpeza e Desinfecção dos Ventiladores Mecânicos, HJXXIII, 
Belo Horizonte 2022 e PRS ASS 070: Limpeza e Desinfecção do Monitor 
Multiparâmetros, Sensor de Oximetria, Cabo de ECG, Termômetro e Pressão 
Arterial, Cabo de Energia, HJXXIII, Belo Horizonte 2022 e POP-CEQ-013: 
Limpeza e Desinfecção das Bombas de Dieta, Medicação e Seringa, 
HJXXIII, Belo Horizonte 2022 (FHEMIG, 2021a; FHEMIG, 2021b; 
FHEMIG, 2021c). 
• Executar a desinfecção de equipamentos compartilhados após o uso de cada 
paciente conforme estabelecido no POP-CEQ-012: Limpeza e Desinfecção 
dos Ventiladores Mecânicos, HJXXIII, Belo Horizonte 2022 e PRS ASS: 070 
Limpeza e Desinfecção do Monitor Multiparâmetros, Sensor de Oximetria, 
Cabo de ECG, Termômetro e Pressão Arterial, Cabo de Energia, HJXXIII, 
Belo Horizonte 2022 (FHEMIG, 2021a; FHEMIG, 2021b); 
• Utilizar adequadamente os EPI, que incluem luvas, avental impermeável, 
gorro descartável, máscara e óculos, conforme preconizado no PRS ASS 077: 
Uso de EPIs em Procedimentos Invasivos realizados fora do Bloco Cirúrgico, 
HJXXIII, Belo Horizonte 2022 (FHEMIG, 2021d). 
Quanto às infecções relacionadas a dispositivos invasivos, destacam-se os 
relacionados à Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV), infecções do trato 
urinário e acessos vasculares (ANVISA, 2017; FONTANA; SOUZA; VIEGAS, 2021). 
As ações de enfermagem em relação à prevenção de PAV são baseadas em 
PRACTICE GUIDELINES COMMITTEE (2018), ANVISA (2017) E FONTANA; 
SOUZA; VIEGAS (2021): 
• Observar secreções do paciente e realizar aspiração; 
• Manter a cabeceira da cama elevada de 30° a 45°; 
84 
 
• Realizar higiene oral diária com clorexidina 0,12% nos horários padrão 
do Bundle de PAV, conforme estabelecido no PRS ASS 009: Higiene Oral em 
Pacientes Internados nas Unidade de Terapia Intensiva (FHEMIG, 2020); 
• Manter a posição do filtro bacteriológico e viral em nível a cabeceira, 
evitando que fluidos do condensado entrem na via aérea inferior. 
 A infecção urinária por cateterização ocorre em pacientes sob tratamento 
hospitalar, correspondendo a 34 - 45% das Infecções Relacionadas à Assistência em 
Saúde (IRAS). Medidas para reduzir esta condição são baseadas em GOMES; SERRA; 
PELLON (1997); TOWNSEND E EVERS (2011) e SOCIEDADE BRASILEIRA DE 
CIRURGIA PLÁSTICA (2008): 
• Avaliação diária quanto à manutenção da SVD, conforme estabelecido no 
PRS ASS 095: Inserção, Manutenção e Coleta de Urina pelo Cateter Vesical 
de Demora (FHEMIG, 2021g); 
• Preservar o circuito de drenagem fechado e providenciar a substituição 
da sonda e do sistema coletor e equipamento estéril quando houver quebra da 
técnica asséptica, desconexão ou vazamento, com vistas à manutenção do fluxo 
de urina desobstruído; 
• Manter o nível do tubo de conexão sempre abaixo do nível da bexiga. 
Orienta-se o clampeamento do tubo durante a movimentação do paciente; 
• Realizar higiene diária da pele peri sonda com água e sabão e manter 
adequadamente a fixação da SVD após a inserção, evitando o movimento e 
minimizando a tração uretral; 
• Não realizar rotineiramente a troca de sonda ou bolsas de drenagem e sim 
fazer alterações pertinentes com base nas indicações clínicas, como infecção ou 
obstrução, ou quando o sistema fechado estiver comprometido. Realizar a 
remoção da SVD imediatamente quando a indicação não for mais necessária; 
• Evitar instilações na bexiga ou lavagem do sistema. Se obstrução, trocar 
sistema; 
• Considerar métodos alternativos ao cateterismo uretral permanente, 
quando este não for mais indicado, como exemplo o uso de utensílios externos 
ou métodos semelhantes a fraldas descartáveis, conforme estabelece no PRS 
ASS 095 Inserção, Manutenção e Coleta de Urina pelo Cateter Vesical de 
Demora, HJXXIII, Belo Horizonte 2022 (FHEMIG, 2021g). 
85 
 
A prevenção de infecções também está associada ao cuidado com dispositivos 
venosos invasivos. A maioria dos pacientes com queimaduras necessitam de infusão 
contínua de medicamentos, sendo necessário, por vezes, a inserção de Cateter Central 
de Inserção Periférica (PICC), acessos centrais e periféricos, os quais exigem cuidados 
específicos para sua manutenção, recomendações de acordo com Townsend e Evers 
(2011) e Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (2008): 
• Manter os acessos vasculares (tanto de inserção periférica quanto central) 
por menor tempo possível; 
• Manter vigilância infecciosa do sítio de inserção, observando os sinais 
flogísticos; 
• Realizar a troca do acesso periférico, quando não apresentar sinais 
flogísticos, a cada 96 horas, conforme estabelecido no PRS ASS 064: Punção, 
Fixação e Manutenção de Acesso Venoso Periférico (FHEMIG, 2021h); 
• Utilizar sempre os EPIs durante a inserção do cateter venoso central (luva 
estéril, capote estéril, gorro, máscara cirúrgica e óculos de proteção individual), 
conforme preconizado no PRS ASS 094: Inserção, Manutenção e Remoção do 
Cateter Venoso Central (Acesso Venoso Central de inserção profunda), 
HJXXIII, Belo Horizonte 2022 (FHEMIG, 2022). 
 
9.7.2. Cuidados Gerais de Enfermagem 
 
Na admissão, o enfermeiro deve observar a permeabilidade das vias aéreas e a 
presença de fuligem, monitorizar parâmetros ventilatórios e avaliar a necessidade de 
suporte de oxigênio para pacientes com saturação inferior a 90% e seu nível de 
consciência. Além disso, identificar/investigar o agente causal, verificando o grau, a 
extensão, a profundidade e a localização da queimadura, acompanhando sua evolução 
diária; idade e comorbidade da vítima; avaliar condições de punção venosa; encaminhar 
o paciente ao banho; atentar para reposição volêmica, demais complicações e 
intercorrências que ocorrem nas primeiras 72 horas após a queimadura. Toda assistência 
dispensada ao paciente queimado deve ser registrada em prontuário. (CANELA,2011; 
OLIVEIRA ,2012) 
O planejamento do cuidado de enfermagem vai além dos banhos e curativos, 
deve-se atentar quanto à realização dos cuidados descritos: 
Cuidados de enfermagem no manejo das vias aéreas: 
86 
 
• Atentar para os achados clínicos como pelos faciais chamuscados, escarro 
carbonáceo, fuligem ao redor e dentro da boca, dificuldade para engolir, 
rouquidão, estridor, sibilo, dispneia e aumento do trabalho respiratório, que 
justificam a avaliação mais assertiva do comprometimento das vias aéreas; 
• Verificar e controlar a saturação de oxigênio e a frequência respiratória a 
cada seis horas ou com intervalos de horários conforme o quadro clínico. É 
necessária a comunicação quando o paciente apresentar dispneia, cianose de 
extremidades e tosse; 
• Manter a permeabilidade das vias aéreas superiores e realizar aspiração oro e 
endotraqueal, sempre que necessário; 
• Manter a cabeceira do leito do paciente a 30º graus e hiperextensão da região 
cervical, se não houver contraindicações. 
Cuidados de enfermagem na sedoanalgesia: 
• Aplicar escala de avaliação numérica ou escala de avaliação verbal para 
mensurar a dor em adultos conscientes; 
• Verificar o fármaco prescrito e horário em que foi administrada a última 
analgesia ao paciente; 
• Avaliar o paciente a fim de distinguir a dor referente apenas ao quadro de 
ansiedade, juntamente com a equipe multiprofissional; 
• Aplicar a Escala RASS em pacientes sedados; 
• Observar sinais de delírio: nível de consciência perturbado, redução na 
capacidade de focar a atenção, mudança na cognição (desorientação, 
distúrbio de linguagem)ou desenvolvimento de distúrbio perceptivo 
(delírios, alucinações), distúrbios do sono, medo, ansiedade, raiva, depressão 
e atividade psicomotora anormal. 
Cuidados de enfermagem na reposição volêmica e balanço hídrico: 
• Utilizar solução aquecida em aquecedor de fluido, de acordo com a 
temperatura corporal do paciente; 
• Gerenciar hidratação via oral; 
• Mensurar débito urinário a cada duas horas para direcionar ressuscitação 
volêmica, realizando o fechamento do balanço hídrico de 12/12h (às 6:00 
horas e às 18:00 horas); 
• Atentar quanto à oligúria e obstrução mecânica da sonda vesical; 
87 
 
• Registrar coloração da urina, principalmente em casos de queimadura 
elétrica, nas quais pode ocorrer mioglobinúria; 
• Comunicar à equipe médica caso o débito urinário do paciente seja inferior a 
0,3 mL/kg/h e de pacientes com queimaduras por alta-tensão seja inferior a 1 
ml/kg/h; 
• Atentar quanto às complicações na administração de volume excessivo, como 
formação de edema nas extremidades e orbital, síndrome compartimental 
abdominal, edemas pulmonar e cerebral; 
• Atentar quanto às complicações da sub-ressuscitação volêmica ou 
ressuscitação tardia, como sinais de choque, falência de órgãos e lesão renal 
aguda; 
• Não aferir a pressão arterial em membros queimados devido ao edema 
progressivo; 
• Atentar para taquicardia severa persistente (acima de 140 batimentos por 
minuto em adultos) que pode sinalizar dor subtratada, agitação, hipovolemia 
grave ou uma combinação de todos estes fatores. 
Cuidados de enfermagem na nutrição: 
• Atentar para a validade do frasco e equipo de dieta enteral após 24 horas 
aberto; 
• Verificar posição da sonda nasoentérica através de radiografia de abdômen; 
• Auxiliar na ingestão de alimentos e líquidos, quando necessário; 
• Verificar a permeabilidade do cateter enteral e instilação de água após 
medicamentos; 
• Fixação adequada do cateter (cadarço ou dispositivo próprio de fixação de 
cateteres); 
• Atentar para o volume de infusão e a programação adequada da bomba de 
dieta. 
Cuidados de enfermagem na termorregulação: 
• Infundir no aquecedor de fluidos as soluções prescritas, quando houver 
hipotermia (≤ 35,0ºC). Utilizar a unidade de aquecimento (manta térmica), 
em hipotermias leve, moderada e grave; 
• Utilizar lençóis e cobertores na prevenção/tratamento da hipotermia leve; 
88 
 
• Administrar antitérmicos prescritos em caso de febre (≥ 38,3ºC). O uso de 
termômetro cutâneo contínuo no paciente grande queimado é obrigatório 
(Portaria de Consolidação 3 anexo VIII do Ministério da Saúde) (BRASIL, 
2017); 
• Avaliar a resposta da termorregulação. 
Cuidados de enfermagem nas eliminações fisiológicas: 
• Avaliar condição geniturinária; 
• Comunicar anormalidades nas características da diurese e fezes; 
• Registrar características e volumes da diurese e frequência de evacuações; 
• Realizar troca de fraldas, sempre que necessário; 
• Atentar para constipação intestinal (FHEMIG, 2022a; BRASIL, 2017; 
SILVA et al., 2021a). 
 
9.7.3. Cuidados de Enfermagem com a ferida 
 
 
9.7.3.1. Avaliação da ferida seguindo a ferramenta TIME 
 
A cicatrização de feridas é complexa e dinâmica, constituída por vários estágios 
interligados que se iniciam com a presença da lesão e finalizam com a formação 
completa do tecido cicatricial. Devido à complexidade dos eventos celulares envolvidos 
no processo de cicatrização e dos fatores que a retardam, a terapia tópica deve se 
adequar às características apresentadas pela ferida, uma vez que sua evolução é 
dinâmica. (NORRIS, 2021) 
 
9.7.3.2. Limpeza da lesão 
 
Na limpeza das lesões, deve-se utilizar água corrente morna e antisséptico com 
tensoativo (Clorexidina 2%), seguido de desbridamento mecânico com gaze estéril em 
movimentos circulares firmes, em tecido não viável. Em regiões com presença de 
flictenas, a principal recomendação é desbridar suavemente bolhas maiores que seis 
milímetros utilizando gaze estéril. A higienização de todo o corpo também é 
fundamental para reduzir a carga microbiana. Colhe-se swab de vigilância infecciosa, 
semanalmente, após a limpeza da lesão. Para descolonização de feridas, deve-se utilizar 
89 
 
o surfactante + betaína nas lesões colonizadas e nos pré-operatórios de enxertia cutânea, 
com ação de 10 a 15 minutos. 
Características de um curativo ideal: 
• Manter a umidade no leito da ferida; 
• Manter a temperatura em torno de 37º C no leito da ferida; 
• Absorver o excesso de exsudato, mantendo uma umidade ideal; 
• Prevenir a infecção, devendo ser impermeável a bactérias; 
• Permitir sua remoção sem causar traumas no tecido neoformado; 
• Evitar resíduos como cremes antigos, sujidade e detritos no leito da ferida; 
 Após avaliação do leito da ferida, a mesma deve ser ocluída conforme as 
necessidades de cicatrização. 
A seguir elencamos as coberturas utilizadas no serviço e suas principais 
características: 
 
Quadro 17 - Coberturas padronizadas e em padronização na Fhemig e utilizadas no CTQ 
COBERTURAS 
PADRONIZADAS 
INDICAÇÃO CONTRAINDICAÇÃO TEMPO DE 
PERMANÊN-
CIA 
 ÁCIDOS GRAXOS 
ESSENCIAIS (AGE) 
Manutenção da integridade da 
epiderme; hidratação de pele 
íntegra. 
Pacientes alérgicos a algum 
componente do produto 
A cada troca de 
curativo primário. 
 
ALGINATO DE CÁLCIO/ 
SÓDIO 
Tratamento de lesões exsudativas 
e/ou hemorrágicas não intensas. 
Desbridamento autolítico de 
tecidos inviáveis ou deficientes. 
Gestão de lesões com moderado 
a grande exsudato. Usado para 
contenção de pontos 
sangramentos durante o 
procedimento de desbridamento 
beira leito. 
Não devem ser associados com 
antibióticos tópicos, pois 
componentes da formulação inibem 
o processo de geleificação do 
alginato de Ca. Não é indicado para 
queimaduras de terceiro grau e para 
lesões pouco exsudativas. Pacientes 
alérgicos a algum componente do 
produto 
Em até sete dias. 
Considerar o grau 
de saturação da 
cobertura e, se 
necessário, 
antecipar a troca. 
COLÁGENO COM 
ALGINATO 
Feridas cavitárias, não infectadas 
e sem necrose. Gestão de lesões 
com moderado a grande 
exsudato. 
Queimaduras de terceiro grau ou 
para pacientes com sensibilidade ao 
colágeno ou alginatos 
Em até 72 h. 
Considerar o grau 
de saturação da 
cobertura e, se 
necessário, 
antecipar a troca. 
90 
 
COLAGENASE Lesões com tecido necrótico. Deve ser evitado contato com os 
olhos e com a mucosa da cavidade 
oral. Pacientes debilitados devem 
ser monitorados para infecções 
bacterianas sistêmicas devido à 
possibilidade teórica de enzimas 
desbridantes aumentarem o risco de 
bacteremia. Pacientes alérgicos a 
algum componente do produto 
24 horas 
ESPUMA DE 
POLIURETANO 
 Lesões exsudativas; feridas com 
perda tecidual profunda parcial 
ou total; feridas com presença de 
cavidades (utilizada na forma de 
enchimento). 
Pacientes alérgicos a algum 
componente do produto 
Até sete dias. 
Considerar o grau 
de saturação da 
cobertura e, se 
necessário, 
antecipar a troca. 
ESPUMA DE 
POLIURETANO 
IMPREGNADA COM ÍONS 
DE PRATA 
Feridas infectadas com alta 
exsudação e odor. 
Pacientes alérgicos a algum 
componente do produto 
Até sete dias. 
Considerar o grau 
de saturação da 
cobertura e, se 
necessário, 
antecipar a troca. 
ESPUMA HIDROCELULAR Adesiva ou não adesiva, pode ser 
usada como cobertura primária 
para proteção (prevenção de 
lesão por pressão) ou secundária 
para absorção (controle da 
úmida-de e gestão de qualquer 
nível de exsudato). Tratamento 
de lesões predominantemente 
granuladas. 
Absorção de até 6 vezes o seu peso. 
Pacientes alérgicos a algum 
componente do produto. 
Até sete dias. 
Considerar o grau 
de saturação da 
cobertura e, se 
necessário, 
antecipar a troca. 
HIDROFIBRA COM 
PRATA 
Tratamento de lesões infec-tadas, 
lesões criticamente colonizadas e 
prevençãode infecção em lesões 
com alto risco para infecção 
(como queimaduras de grande 
ex-tensão). Gestão de lesões com 
moderado a grande exsudato. 
Pacientes alérgicos a algum 
componente do produto 
 De três a 14 dias. 
Considerar o grau 
de saturação da 
cobertura e, se 
necessário, 
antecipar a troca 
POLIETILENO COM 
PRATA 
NANOCRISTALINA 
Feridas infectadas; com perda 
parcial e total de tecido. 
Não é compatível com produtos à 
base de óleo, como vaselina e 
petrolato. Podem não ser com-
patíveis com antimicro-bianos 
tópicos. Evitar o contato com 
Até três dias. 
Considerar o grau 
de saturação da 
cobertura e, se 
necessário, 
91 
 
eletrodos/géis condutores du-rante 
medições eletrônicas, por exemplo, 
EEG e ECG. Deve ser utilizado em 
bebês prematuros (com menos de 
37 semanas de gestação) quando os 
benefícios clínicos forem superiores 
aos potenciais riscos. Não estão 
disponíveis dados clínicos sobre 
esta faixa etária, há apenas dados 
incipientes para uso em recém-
nascidos. Antes da admi-nistração 
de radioterapia deve ser removida a 
cobertura. Um novo curativo pode 
ser aplicado seguido de cada 
tratamento. Pacientes alérgicos a 
algum componente do produto. 
antecipar a troca. 
SULFADIAZINA DE 
PRATA 1% 
Feridas com grande potencial de 
infecção e risco de evolução para 
infecção generalizada 
É contraindicado o uso por 
gestantes no final da gestação, em 
crianças prematuras e recém-natos, 
nos dois primeiros meses; Pacientes 
alérgicos a algum componente do 
produto. 
Em até oito horas. 
Considerar o grau 
de satura-ção da 
cobertura e, se 
necessário, 
antecipar a troca. 
TELA DE POLIAMIDA 
COM SILICONE 
Lesões pouco exsudativas, com 
ausência de tecidos inviáveis. É 
empregado so-mente como 
primário e exige uma cobertura 
secundária. Não absorve 
exsudato, mas permite sua 
drenagem livre 
Pacientes alérgicos a algum 
componente do produto 
Até sete dias. 
TELA COM EMULSÃO DE 
PETROLATO 
Lesões pouco exsudativas. 
Proteção dos tecidos do leito das 
lesões contra eventuais danos que 
possam ser cau-sados por 
determinados curativos. É 
empregado so-mente como 
primário e exige uma cobertura 
secundária. Não absorve 
exsudato, mas permite sua 
drenagem livre. 
Pacientes alérgicos a algum 
componente do produto 
Até 48 horas. 
Considerar o grau 
de satura-ção da 
cobertura e, se 
necessário, 
antecipar a tro-ca. 
SOLUÇÃO DE LIMPEZA E 
DESCONTAMINAÇÃO 
Para efetuar limpeza, 
descontaminação, tratamento e 
hidratação de feridas 
contaminadas agudas e crônicas. 
Não utilizar cartilagem hialina. Não 
usar em associação com tensoativos 
aniônicos, pois estes podem afetar a 
conservação. A solução não deve 
A cada troca de 
curativo primário. 
92 
 
Para prevenção e tratamento do 
biofilme. 
também ser misturada com outros 
produtos de limpeza de feridas, tais 
como: sabonetes, pomadas, óleos, 
enzimas, entre outros. Deve-se 
assegurar a completa remoção 
dessas substâncias do leito da ferida 
com solução de limpeza e 
descontaminação. Pacientes 
alérgicos a algum componente do 
produto 
MATRIZ CICATRIZANTE 
LIPIDO COLOIDE 
IMPREGNADA COM 
SULFATO DE PRATA 
Lesão com moderado exsudato 
com risco ou sinais de infecção 
Pacientes com sensibilidade 
conhecida à prata. Não utilizar em 
pacientes submetidos a exame de 
Ressonância Magné-tica por 
Imagem (RMI) ou juntamente com 
agentes oxidan-tes como soluções 
de hipoclo-rito ou peróxido de 
hidrogênio 
Até sete dias. 
Trocar cobertura 
secundária sempre 
que necessário 
ESPUMA DE POLIU-
RETANO DE TRANSFE-
RIDOR DE EXUDATO 
COM SILICONE IM-
PREGNADO COM PRATA 
IÔNICA 
Lesões altamente exsudativas, 
queimaduras de espessura parcial 
com risco ou sinais de infecção. 
Pacientes alérgicos a algum 
componente do produto. 
Até quatorze dias. 
Trocar co-bertura 
secundá-ria 
sempre que 
necessário 
COBERTURA DE AÇÃO 
ANTIMICROBIANA 
COMPOSTA POR UMA 
CAMADA DE POLIÉSTER 
FLEXÍVEL, DE BAIXA 
ADERÊNCIA REVESTIDA 
DE PRATA NANOCRIS-
TALINA 
Lesões infectadas; com perda 
parcial e total de tecido. 
Não é compatível com produtos à 
base de óleo, como o petrolato. 
Podem não ser compatíveis com 
antimicro-bianos tópicos. Evitar o 
contato com eletrodos ou géis 
condu-tores durante medições 
eletro-nicas, por exemplo, EEG e 
ECG. Não deve ser utilizado em 
bebês prematuros (com menos de 
37 semanas de gestação) quando os 
benefícios clínicos forem superiores 
aos potenciais riscos. Não estão 
disponíveis dados clínicos sobre 
esta faixa etária, há apenas dados 
incipientes para uso em recém-
nascidos. Antes da adminis-tração 
de radioterapia deve ser removida a 
cobertura. Pacientes alérgicos a 
algum componente do produto. 
Três dias. Trocar 
cobertura 
secundária sempre 
que necessário. 
Fonte: Elaborado pela equipe CTQ HJXXIII (2022). 
93 
 
 
9.7.3.3. Enfaixamento 
 
 
É a aplicação de uma faixa elástica em torno da lesão, com o objetivo de: 
 
• Envolver o membro, conter e proteger as partes lesadas; 
• Manter curativos e talas; 
• Facilitar a circulação venosa através da compressão; 
• Imobilizar membros; 
• Permitir função sem comprometer a reparação tecidual. 
 
A técnica de bandagem a ser utilizada é realizada em oito. O enfaixamento 
consiste em fazer voltas oblíquas, passando uma sobre as outras, que ascendem e 
descendem alternadamente, cada uma segue a precedente e assim parece uma figura em 
oito. É geralmente usada para fixar articulação ou parte do corpo acima dela. Pode ser 
aplicada usando a faixa de duas formas: fazendo uma volta circular no entorno da 
articulação, com cada uma das pontas na diagonal, formando um X, cujo centro será a 
própria articulação. As pontas devem se cruzar no lado do membro onde ocorre sua 
flexão. O ponto de partida é abaixo ou acima da articulação, indo em direção à 
articulação. Os pontos de cruzamento devem estar onde ocorre a flexão ou no local de 
extensão da articulação; o lado que não contém as faixas permanece descoberto. O 
enfaixamento deve ser feito sempre da parte distal para a proximal, avaliando-se 
frequentemente para que não haja garroteamento sobre a ferida. (BRIZZIO, 2009) 
 
Em curativos de área doadora, deve-se avaliar a necessidade da utilização de 
coberturas com sistemas de manejo da ferida passivos, ativos ou materiais 
biotecnológicos que proporcionem menos trocas e que permitam a avaliação da ferida. 
Já na área enxertada, a recomendação é de imobilização por cinco a dez dias com 
bandagens, de acordo com a região corporal, para evitar o deslocamento dos enxertos. 
Nesse serviço, a área enxertada permanece imobilizada por três dias até a primeira 
avaliação e no quinto dia é realizada a troca do curativo primário, sob supervisão do 
cirurgião plástico (FONTANA; SOUZA; VIEGAS, 2021). 
 
 
94 
 
 
9.7.4. Cuidados de Enfermagem com a higiene corporal 
 
 A Higienização corporal dos pacientes queimados envolve a limpeza das áreas 
íntegras e das áreas queimadas, bem como curativos, tendo como objetivo promover a 
higiene e conforto do paciente, redução do risco de infeção e avaliação da integridade 
da pele e das partes do corpo a serem higienizadas (FONTANA; SOUZA; VIEGAS, 
2021). Para isso, é essencial que a equipe esteja treinada para prestar uma assistência 
adequada e de qualidade ao paciente queimado. 
 
 
9.7.4.1. Preparação do banho 
 
• Sempre que possível, o paciente deve ser orientado adequadamente e 
envolvido sobre o procedimento, pois isso oferece um senso de controle 
ao mesmo; 
• Preparar o ambiente, os equipamentos e os materiais necessários antes do 
início de todo procedimento; 
• Determinar o quantitativo de profissionais necessários para o banho do 
paciente, segundo gravidade, porte físico e sua capacidade de mobilização 
e de auxílio; 
• Verificar na prescrição de enfermagem a possibilidade de mobilizaçãodo 
paciente e se há orientação de algum cuidado especial durante o banho; 
• Interromper a dieta enteral, quando em uso; 
• Observar o manuseio de pacientes em uso de drenos, cateteres, tubos oro 
ou nasotraqueal e sondas, ajustando as fixações antes do banho, se 
necessário; 
• Higienizar a superfície da mesa de banho específica destinada à 
balneoterapia com solução de espuma desinfetante hospitalar à base de 
biguanida, ou conforme protocolo de cada instituição; 
• Cobrir a balneoterapia com filme plástico; 
• Ajustar a altura da cama, travar os pés e abaixar as grades; 
• Transferir o paciente do leito para a mesa de banho com segurança; 
• Monitorizar a oximetria de pulso do paciente; 
• Manter a privacidade do paciente, protegendo o leito com cortina/biombo; 
95 
 
• Manter antagonistas dos opioides em local próximo e acessível 
(Naloxone); 
• Administrar sedo-analgesia conforme prescrição médica, anterior ao início 
do procedimento, a fim de reduzir a dor e estresse do paciente. 
 
9.7.4.2. Execução da higienização corporal 
 
• Realizar higiene oral com escova e creme dental, dispositivo para higiene 
oral e clorexidina oral, mantendo a cabeceira de 30° a 45ºC; 
• Quando necessário, realizar tricotomia e/ou tonsura nas queimaduras de face, 
orelhas e região cervical, e em queimaduras de dois a cinco centímetros além 
das bordas, com objetivo de permitir a avaliação inicial e a gestão contínua 
da ferida, bem como a prevenção de foliculite. Há casos em que se faz 
necessária a discussão da necessidade desse procedimento com o paciente ou 
familiares, pois, às vezes, crenças religiosas impedem o corte do cabelo em 
circunstâncias normais; 
• Cortar as ataduras e irrigar as gazes que estiverem aderidas às lesões com 
auxílio de compressas encharcadas de água; 
• Realizar higiene corporal através de irrigação com água corrente morna; 
• Aplicar sabão neutro ou clorexidina 2% com movimentos leves, firmes e 
circulares nas áreas queimadas com gaze, retirando toda pomada, secreções e 
crostas; 
• Fazer a higiene ocular, utilizando gaze umedecida com soro fisiológico 0,9%, 
no sentido da porção externa para a interna do olho; 
• Evitar utilizar clorexidina 2% nas proximidades de olhos e ouvidos; 
• Avaliar a necessidade de higiene do couro cabeludo e, se necessário, 
proceder à lavagem; 
• Higienizar os membros superiores no sentido mais distal para o proximal, na 
seguinte sequência: mãos, punhos, braços, ombros e axilas; 
• Após aplicação da clorexidina, realizar sempre o enxágue com água corrente 
e a secagem com compressa; 
96 
 
• Higienizar os membros inferiores iniciando da porção mais distal para a 
proximal (do tornozelo até a raiz da coxa), realizando o enxágue e a secagem 
em seguida; 
• Usar compressas limpas para higiene de áreas não queimadas do corpo; 
• Virar o paciente em decúbito lateral e proceder à lavagem do dorso e glúteos; 
• Proceder com a higiene íntima: 
1. Feminina: Lavar a região genital feminina no sentido 
anteroposterior, afastando os lábios para expor o meato uretral e o 
orifício vaginal, utilizando sempre uma face limpa da compressa, caso 
necessite limpar mais de uma vez alguma região. 
• Masculina: Limpar a extremidade do pênis do meato uretral até a glande em 
movimento circular, e da glande para baixo em sentido único, até os 
testículos, tracionando o prepúcio para realizar a limpeza adequada do pênis. 
• Enxaguar e secar os órgãos genitais e o períneo; 
• Atentar para lesões em região perineal, como dermatites, fungos e 
sangramentos; 
• Atentar para pacientes com TRM: mobilizar em bloco, mantendo o 
alinhamento da coluna, e na retirada do colar cervical manter a imobilização 
manual com auxílio de um terceiro profissional; 
• Secar adequadamente o paciente, pois a umidade pode macerar a queimadura 
e proporcionar um ambiente ideal para contaminação bacteriana; 
• Aplicar Ácidos Graxos Essenciais (AGE) em áreas cicatrizadas da pele; 
• Atentar à necessidade de analgesia após procedimento, mesmo que já tenha 
sido realizada previamente; 
• Higienizar o leito com álcool a 70% de superfície e realizar a troca dos 
lençóis; 
• Vestir o paciente, deixando-o confortável com enxoval fornecido pela 
instituição e manter a fralda, quando necessário; 
• Sempre que possível, agilizar o procedimento para que o paciente agudo não 
fique exposto por mais de 30 minutos. Sessões mais longas podem causar 
perda de calor, dor, estresse e déficit de sódio (a água é hipotônica); 
• Avaliar e monitorar a resposta de hipersensibilidade ou alergia no uso dos 
curativos ou outros produtos. (OLIVEIRA,2012; FONTANA,2021) 
97 
 
 
 
 9.7.4.3. Cuidados pós-higiene corporal 
• Observar as condições das unhas, se necessário, cortá-las após o banho; 
• Trocar as fixações de sondas e drenos; 
• Finalizar a troca do lençol, esticando as bordas de modo que não fiquem 
dobradas sob o paciente; 
• Posicionar o paciente confortável, em decúbito dorsal, elevando a cabeceira 
de 30º a 45°; 
• Registrar o procedimento no prontuário, incluindo analgesia administrada e 
os sinais vitais ao término do banho; 
• Higienizar a mesa de banho para balneoterapia com solução de biguanida; 
• Solicitar a higienização da sala de balneoterapia pela equipe da hotelaria; 
• Organizar a sala de balneoterapia ou box do paciente após o procedimento. 
Outras observações: 
• Os curativos de longa permanência não devem ser retirados durante o banho. 
• Devem ser realizados somente de acordo com a prescrição médica. 
• No banho de leito deve-se avaliar as condições da pele e implementar 
medidas de prevenção de lesões por pressão. Sempre que possível, o banho 
no leito deve ser realizado por dois profissionais. 
• Em pacientes idosos evitar fricção. 
• Trocar eletrodos, fixação dos tubos traqueais, sondas e cateteres após o 
banho. 
• Após o término do procedimento, reiniciar a dieta enteral, conferindo 
previamente o posicionamento daSNE ou Sondagem Nasogástrica (SNG). 
• Na Unidade de Internação, o banho dos pacientes médios queimados é 
realizado com auxílio de cadeira de banho, sob sedo-analgesia. 
(OLIVEIRA,2012; FONTANA,2021) 
 
 
9.7.5. Balneoterapia 
 
Os cuidados prestados aos pacientes internados no CTQ Professor Ivo Pitanguy 
do HJXXIII, no controle microbiano das lesões e preparo das cirurgias, fundamentam-se 
em três ações, a saber: limpeza da ferida, terapia antimicrobiana tópica e curativo com 
98 
 
cobertura especial nas lesões. As definições do método utilizado em cada uma dessas 
ações, bem como os tipos de insumos aplicados, envolvem decisões médicas, sendo a 
execução dos cuidados de responsabilidade da Equipe de Enfermagem. 
Neste contexto, a Balneoterapia (ou Hidroterapia) recebe destaque no CTQ 
como estratégia para a realização da limpeza diária das feridas, seguida da aplicação 
tópica de antimicrobiano e coberturas apropriadas das lesões. O uso da balneoterapia em 
queimados está descrito na literatura desde os séculos anteriores, havendo adequações 
conforme a evolução do conhecimento fisiopatológico e das tecnologias médico-
hospitalares. 
A utilização da balneoterapia consiste em banhos diários em banheira própria 
com água corrente, com a finalidade de higienização mecanicamente, por fricção das 
áreas acometidas por queimaduras de qualquer natureza. Permite a limpeza de área 
cruenta, remoção de tecido desvitalizado, desbridamento mecânico e desinfecção da 
área queimada com o uso de antissépticos. Essa prática previne a infecção das 
queimaduras, com vistas à cicatrização e ao preparo da área para possível enxertia. 
(DEUTSCH, 2014) 
 
9.7.5.1. Critérios para tratamento em sala de balneoterapia 
 
Atualmente o CTQ do HJXXIII conta com uma sala de balneoterapia, localizada 
na Unidade de Internação (8ºandar). Essa Unidade é composta por 24 leitos e atende a 
pacientes Médios Queimados. 
A Equipe de Enfermagem realiza o procedimento nopaciente sob sedação, 
sendo imprescindível o acompanhamento médico durante o banho e o seguimento de 
alguns critérios: 
 
• Todo paciente admitido no setor (1º banho); 
• Banho diário de todos os pacientes pediátricos; 
• Banho diário de pacientes adultos com lesões (acima de 20%) com exposição 
óssea/grande perda de tecido de partes moles; 
• Pacientes adultos com lesões em região posterior de membros inferiores e/ou 
glúteo e/ou região do períneo; 
99 
 
• Pacientes adultos com descontrole psicomotor em resposta a sedação e que 
demandam maior número de profissionais durante o procedimento. Esta 
prática se deve ao risco de queda por agitação e rebaixamento de sensório; 
• Pacientes adultos que apresentam perda severa de tônus muscular ou 
inconsciência completa em resposta à sedação, ou alguma condição 
neurológica prévia, que impeça o uso seguro da cadeira de banho; 
• Pacientes adultos com lesões extensas colonizadas por microrganismos 
multirresistentes (descolonização); 
• Pacientes adultos que por condições excepcionais tenham indicação médica 
ou de enfermagem para a realização da balneoterapia, como estratégia de 
garantia da segurança do paciente e da equipe de saúde; 
• Pacientes acamados, com mobilidade reduzida ou com dificuldade de 
transferência para a cadeira de banho; 
• A sala de balneoterapia deve ser previamente preparada com os materiais 
necessários para limpeza e curativo do paciente queimado. 
• A cada banho, a sala deve ser higienizada com água e sabão, após secagem, 
realizar a desinfecção com quaternário de amônio ou álcool 70%. Na 
sequência, revestir a banheira com uma película de poliuretano, incluindo as 
laterais; 
• A equipe deve utilizar EPI's em todos os procedimentos em sala de 
balneoterapia (gorro, máscara, luvas, capote e óculos de proteção); 
• O paciente deve ser orientado quanto ao procedimento e submetido a 
analgesia e sedação conforme prescrição médica; 
• Monitorizar o paciente com oximetria de pulso; 
• O banho deve ser realizado com o paciente deitado na banheira (Morgagni), 
com água corrente e clorexidina degermante a 2%. No caso de 
descolonização, alternar os banhos com Iodopovidona com Tensoativos a 
10%, conforme Protocolo e orientação da CCIH; 
• Realizar a limpeza da lesão conforme POP CTQ UTIQ 004: Rotinas de 
Curativos Diário em Pacientes Queimados Internados no CTQ; 
• Após o procedimento, transferir o paciente para a área destinada ao curativo 
na sala de balneoterapia; 
100 
 
• Realizar o curativo com a cobertura prescrita pelo cirurgião plástico, 
conforme POP CTQ UTIQ 004: Rotinas de Curativos Diário em Pacientes 
Queimados Internados no CTQ; 
• Registrar o cuidado realizado no prontuário, incluindo achados clínicos, 
analgesia administrada e sinais vitais ao término do procedimento 
(CHAVES, 2013; REBELLO et al., 2016; SAAVEDRA, 2021; DEUTSCH, 
2014). 
 
 
9.7.6. Cuidados de enfermagem perioperatórios 
 
 O principal objetivo do procedimento cirúrgico é a remoção do tecido necrótico, 
desvitalizado e/ou infectado, deixando a ferida limpa e adequada para a cobertura com 
curativos, substitutos cutâneos ou pele. Nesse contexto, a equipe de enfermagem é 
desafiada a oferecer uma assistência de qualidade no período per-operatório, visando 
minimizar riscos, prevenir possíveis complicações e oferecer segurança ao paciente 
(SAAVEDRA, 2021). 
 Para a realização de desbridamento e enxertia são necessários os cuidados de 
enfermagem no período peri-operatório: 
• Checar jejum do paciente; 
• Avaliar condições clínicas do paciente; 
• Confirmar reserva de sangue; 
• Certificar-se da antibioticoterapia; 
• Confirmar a suspensão de medicação laxativa e anticoagulação do paciente; 
• Realizar o banho antes do procedimento cirúrgico e atentar para que após o 
banho o paciente não esteja com lençol molhado, aumentando a 
possibilidade de hipotermia; 
• Realizar tricotomia em área peri lesão; 
• Remover prótese dentária ou outro tipo de prótese, piercing ou adorno, como 
pulseiras, alianças, entre outros; 
• Verificar antecedentes alérgicos; 
• Prevenir hipotermia utilizando dispositivos como manta térmica, aparelho de 
aquecedor de fluidos (Ranger) e envolvendo o membro do paciente que 
estiver íntegro com algodão ortopédico; 
101 
 
• Prevenir lesão por pressão em cirurgias prolongadas (com mais de 2 horas) 
realizando intervenções necessárias; 
• Posicionar o paciente na mesa cirúrgica juntamente com equipe 
multiprofissional e, se necessário, providenciar coxins para ajudar no 
posicionamento do paciente; 
• Posicionar a placa de cautério em pele íntegra, quando possível; 
• Disponibilizar todo o material necessário para a cirurgia, de acordo com o 
procedimento a ser realizado; 
• Conferir a temperatura da sala de cirurgia antes do procedimento (20° a 
22°C) 
• Abrir o material de forma asséptica; 
• Preencher formulários próprios do bloco cirúrgico; 
• Transportar o paciente ao bloco cirúrgico de forma segura e retornar ao leito 
em maca, com grades elevadas e monitorizado; 
• Avaliar a necessidade de SVD (caso não possua) se o procedimento for de 
enxertia cutânea, com proximidade à genitália ou caso o paciente necessite 
ficar pronado; 
• Puncionar Cateter Venoso Periférico (CVP) em área preferencialmente 
íntegra 
• Atentar para posicionamento de drenos ao transportar o paciente e passá-lo 
do leito para a maca e, vice-versa, bem como cuidado com CVP, Cateter 
Venoso Central (CVC) e Pressão Arterial Invasiva (PAI); 
• Monitorizar o paciente quando admitido no bloco cirúrgico com ECG, 
oximetria, Pressão Não Invasiva (PNI), sempre que possível. Há casos que a 
superfície corporal acometida pela queimadura é extensa, impossibilitando a 
fixação dos dispositivos de monitorização; 
• Checar a presença da pulseira de identificação e se o paciente está 
corretamente identificado; 
• Conferir fixações de dispositivos, sinais flogísticos e permeabilidade de 
acessos venosos, arteriais e sondas. (BOLGIANI; SERRA, 2010; STORM-
VERSLOOT et al., 2010; CHRISTÓFO; CARVALHO, 2009; GUIDO et 
al., 2014; ROSA et al., 2018). 
 
102 
 
9.7.7. Assistência e cuidados de enfermagem em nível ambulatorial 
 
9.7.7.1. Atribuições do Enfermeiro 
 
 
• Gerenciar o setor, organizar, planejar as atividades de enfermagem, 
coordenar a equipe de enfermagem; 
• Prestar os cuidados de enfermagem aos usuários admitidos; 
• Auxiliar na reabilitação dos pacientes queimados favorecendo a autonomia e 
o autocuidado; 
• Junto à equipe multidisciplinar, identificar fatores de risco relacionados à 
assistência ao paciente queimado e realizar intervenções necessárias; 
Na primeira avaliação após admissão hospitalar deve-se: 
• Avaliar a presença de lesões associadas (coleta de dados e história 
pregressa); 
• Identificar/investigar o agente causal; 
• Avaliar a necessidade de encaminhar o paciente ao banho; 
• Verificar o grau de queimadura e sua evolução diária; 
• Avaliar a extensão da superfície corporal queimada; 
• Selecionar a melhor cobertura primária para realização do curativo: 
O curativo é utilizado para favorecer o processo de cicatrização e proteger o 
tecido agredido. O tratamento de pacientes queimados com os curativos visa reduzir o 
edema, evitar/combater infecções, proteger os tecidos viáveis, fortalecer as defesas e 
acelerar o processo de cicatrização. O curativo ideal deve manter o leito da lesão úmido, 
apresentar amplo espectro antimicrobiano, baixa toxicidade, ação rápida, não irritar o 
local, ser antiaderente e conter o exsudato. (BOLGIANI,2010) 
Os curativos com prata auxiliam na reepitelização e também promovem ação 
antimicrobiana importante no tratamento das queimaduras. Os substitutos de pele, como 
o petrolato e a espuma de silicone, também são utilizados como alternativa, auxiliando 
no processo cicatricial e oferecendo conforto ao paciente. 
A prata nanocristalina e os curativos não traumáticosapresentam tempo de 
epitelização menor que o da sulfadiazina de prata. A hidrofibra com 
carboximetilcelulose de prata é um curativo tópico composto por 1,2% de hidrofibra de 
prata, que pode liberar prata por até 14 dias, sendo retentor de umidade, o que extingue 
103 
 
a necessidade de curativos secundários para absorção de exsudatos e outras secreções. 
Estudos demonstraram importante atividade antimicrobiana deste curativo contra 
patógenos, incluindo aeróbios, anaeróbios, fungos e bactérias resistentes a antibióticos. 
(AZIZ, 2012; CHADWICK,2009; FONG,2005, KEL,2017) 
 
Coberturas Utilizadas: 
• Creme de Sulfadiazina de Prata 1% – lesões agudas conforme prescrição 
médica em primeiro atendimento; 
• Colagenase: lesões em região da face, com aplicação a cada 12 horas; 
• Fibras de celulose com prata: manutenção no leito da ferida por até 14 dias; 
• Malha de prata nanocristalina: trocas duas vezes por semana; 
• Malha impregnada com Petrolatum: trocas duas vezes por semana; 
• Espuma/Filmes revestidos de silicone: manutenção por até sete dias; 
• Solução oleosa – AGE: trocas diárias. 
 
 
9.7.7.2. Atribuições do Técnico de Enfermagem 
 
• Prestar cuidados de enfermagem visando à promoção, proteção, recuperação 
e reabilitação da saúde do paciente queimado, sob supervisão do enfermeiro; 
• Auxiliar o enfermeiro no atendimento ao paciente queimado; 
• Realizar desbridamento mecânico conforme avaliação; 
• Realizar curativos; 
• Prestar assistência de enfermagem ao paciente queimado; 
• Registrar o atendimento em prontuário eletrônico e em formulário padrão. 
 
9.7.7.3. Curativos 
 
• Lavar as mãos com água e sabão; 
• Prever e prover materiais necessários; 
• Explicar ao paciente o procedimento a ser realizado; 
• Colocar luvas e encaminhar o paciente ao banho, se necessário; 
• Realizar a tricotomia de cabelos e/ou pelos em regiões com queimaduras. 
Recomenda-se de dois a cinco centímetros para além das bordas, 
104 
 
possibilitando a avaliação inicial e gestão contínua da ferida, bem como a 
prevenção de foliculite; 
• Remover as ataduras de crepom; 
• Lavar extremidades e face com água abundante ou solução salina a 0,9% em 
jatos, retirando as gazes aderidas com cuidado; 
• Lavar as áreas queimadas com Clorexidina 2% ou sabão neutro, com 
movimentos leves, firmes e circulares com compressa estéril, retirando toda a 
pomada, secreções e crostas; 
• Realizar banho com solução de Polihexanida em feridas de pacientes após 
internação hospitalar e com sinais de colonização crítica; 
• Proporcionar limpeza mais rigorosa mecanicamente em feridas altamente 
contaminadas ou infectadas, o mais frequente possível, para eliminar o 
biofilme; 
• Realizar o rompimento de bolhas; 
• Trocar as luvas, obedecendo a rotina de realização de curativo; 
• Secar somente as bordas da lesão; 
• Realizar o curativo com técnica asséptica; 
• Utilizar a cobertura prescrita por enfermeiro/cirurgião plástico na realização 
de curativos; 
• Observar sinais de infecção, hiperemia, sangramento e comunicar ao 
enfermeiro ou médico; 
• Cobrir o primeiro curativo com compressa aberta; 
• Realizar enfaixamento trançado, da região distal para a proximal quando se 
tratar de Membros Superiores (MMSS) e Membros Inferiores (MMII), 
evitando garroteamento; 
• Fixar com esparadrapo, sendo proibido o uso de esparadrapo comum em 
contato direto com a pele; 
• Deixar dedos livres e proteger espaços interdigitais com gazes; 
• Hidratar áreas curadas da pele com a aplicação de pequena quantidade de 
hidratante até ser absorvida; 
• Após a conclusão do curativo, organizar a unidade; 
• Solicitar a limpeza do banheiro ou pia à equipe de higienização; 
• Realizar anotações em prontuário quanto ao aspecto e localização das lesões. 
105 
 
 
9.7.7.4. Rotina de troca de curativos 
 
• O curativo é trocado em intervalo que pode variar de oito horas a 10 dias, de 
acordo com a cobertura primária utilizada; 
• Na fase aguda da queimadura orienta-se curativo com sulfadiazina de prata, 
mantendo trocas diárias para melhor avaliação da progressão da lesão e 
diminuição do risco de infecção. Após esse período, recomenda-se o uso de 
curativo de longa permanência. 
 
 
9.7.7.5. Queimaduras em áreas especiais 
 
9.7.7.5.1. Face e orelhas 
• Utilizar curativos por exposição e orientar o paciente a evitar a pressão 
excessiva em orelha para prevenir a condrite; 
• Troca de curativos três vezes ao dia. 
 
 
9.7.7.5.2. Mãos 
• As mãos não devem ser ocluídas com enfaixamento tipo “luva de boxe”, 
orienta-se enfaixar os dedos individualmente ou utilizar curativo de malha 
digital; 
• Os exercícios para amplitude de movimento devem ser iniciados logo após a 
lesão; 
• As mãos devem ficar elevadas por 24 a 48 horas após a queimadura, para 
minimizar o edema. 
 
9.7.7.5.3. Pés 
• As queimaduras nos pés são dolorosas, porém a marcha e os exercícios para 
amplitude de movimento devem ser encorajados; 
• Orientar o paciente/acompanhante sobre a necessidade de elevação dos pés 
queimados quando o paciente não estiver andando ou exercitando-se. 
 
106 
 
9.7.7.5.4. Períneo 
 As queimaduras perineais costumam exigir hospitalização, pelo alto risco de 
complicações, como infecção ou obstrução urinária. Utilizar, preferencialmente, 
curativos de exposição. 
 
 
9.8 ASSISTÊNCIA E CUIDADOS FISIOTERAPÊUTICOS EM PACIENTES 
QUEIMADOS 
 
 
A reabilitação da queimadura é um processo complexo e difícil, sendo ainda 
mais desafiador quando há outros tipos de lesão associadas. Com o aumento da 
sobrevivência de pacientes por queimaduras, a mobilidade e o gerenciamento da 
contratura tornam-se mais desafiadoras. Embora mudem diariamente as prioridades de 
reabilitação, os objetivos primários devem ser a base de todos os planos, tendo sempre 
em mente que as cicatrizes são inevitáveis, mas as contraturas são situações evitáveis 
(PURI; SHROTRYA; BICHHAY, 2019; SCHOUTEN et al., 2019; SERGHIOU et al., 
2014; SILVER et al., 2003; TAN et al., 2019; ZHU; DING; TREDGET, 2016). 
É de extrema importância o estabelecimento de metas para a reabilitação de 
queimaduras. As metas a curto prazo compreendem manter e aumentar gradualmente a 
Amplitude de Movimento (ADM) nas áreas lesionadas ou não, reduzir o edema, a dor, 
melhorar a força, a resistência muscular, prevenir contraturas e minimizar a formação de 
cicatrizes. Os objetivos a longo prazo são melhorar a ADM e a força muscular, com 
vistas a otimizar a capacidade física ao exercício, e a flexibilidade e coordenação, 
restaurando a capacidade de deambulação. A reabilitação de pacientes queimados tem 
como objetivo a restauração das habilidades físicas à condição pré-lesão, retorno à 
família e à sociedade; o restabelecimento da execução de Atividades de Vida Diária 
(AVD) de forma independente e atividades laborais; além da melhoraria da aparência 
estética e adaptação psicológica (BARRET et al., 2019; CHENG et al., 2014; 
DESJARDINS-PARK; FOSTER; LONGAKER, 2018; DRIES; ENDORF, 2013; 
FLORES et al., 2020; HENDRIKS et al., 2022; HOLOVANAHALLI; HELM; 
KOWASLKE, 2016; HUANG et al., 2013; JAGNOOR et al., 2018; PRELACK; 
DYLEWSKI; SHERIDAN, 2007). A queimadura traz complicações respiratórias e 
motoras significativas, sendo necessária a atuação fisioterapêutica desde a fase aguda, 
107 
 
com atuação na terapia intensiva, funcionalidade musculoesquelética e cuidados 
dermato funcionais, buscando evitar ou atenuar a formação de cicatrizes hipertróficas, 
como também na prevenção de sequelas. A atuação da equipe de fisioterapia deve ser 
realizada também no paciente crônico e após a alta hospitalar, no controle e evolução 
cicatricial (CHEN et al., 2014; DRIES; ENDORF, 2013; PURI; SHROTRYA; 
BICHHAY, 2019; SCHOUTEN et al., 2019; SERGHIOU et al., 2014; SERGHIOU et 
al., 2016). 
O atendimento fisioterapêutico inicia-se desde o primeiro dia de internação até a 
alta ambulatorial,sendo certo que o sucesso do processo de reabilitação dermato 
funcional dos pequenos e grandes queimados assenta-se sobre condições ótimas de 
trabalho, que incluem uma equipe multiprofissional especializada, a existência de 
infraestrutura física e de material, adesão ao tratamento pelo paciente e disponibilidade 
de acesso aos serviços de referência (CHEN et al., 2014; PARRY et al., 2017; PENA et 
al., 2015; SILVER et al., 2003, TAN et al., 2019; TANIZAKI, 2015; ZHU; DING; 
TREDGET, 2016). 
A abordagem dinâmica da equipe multidisciplinar proporciona o alcance de 
melhores resultados na restauração funcional, estabelecendo o tratamento intensivo de 
feridas, cicatrizes e contraturas, tratamento da dor e mobilização precoce (CHEN et al., 
2014; DESJARDINS-PARK; FOSTER; LONGAKER, 2018; DRIES; ENDORF, 2013; 
HOLOVANAHALLI; HELM; KOWALSKE, 2016; HUANG et al., 2013; JAGNOOR 
et al., 2018; ZHU; DING; TREDGET, 2016). 
 
 
9.8.1. Assistência e Cuidados Fisioterapêuticos em Centro de Terapia 
Intensiva 
 
• Organizar e planejar as atividades e processos sob responsabilidade da equipe 
de Fisioterapia; 
• Realizar a admissão fisioterapêutica do paciente, avaliando seu estado clínico 
e funcional, prescrevendo, rotineiramente, condutas fisioterapêuticas 
necessárias de forma individualizada a cada paciente; 
• Classificar diariamente o estado do quadro clínico da paciente (grave x não 
grave) conforme o Procedimento Sistêmico 111 (PRS -111 – Aspiração de 
Vias Aéreas); 
108 
 
• Realização do Protocolo do ProadiSUS quanto aos cuidados com Pneumonia 
Associada à Ventilação (PAV) e seus cuidados multidisciplinares; 
• Avaliação e monitorização contínua do estado clínico e funcional do paciente 
crítico e manutenção do seu estado cardiorrespiratório; 
• Avaliar, orientar e manter atividades que favoreçam a prevenção, 
manutenção e recuperação da função pulmonar, muscular e 
dermatofuncional; 
• Auxiliar o profissional médico durante o procedimento de IOT, PCR e outras 
intercorrências, em casos necessários; 
• Realizar intervenções de manutenção da permeabilidade de vias aéreas, em 
pacientes com Via Aérea Artificial (VAA) e na ausência da VAA, conforme 
avaliação do profissional; 
• Realizar admissão do paciente na assistência ventilatória mecânica e a 
programação de parâmetros ventilatórios, conforme critérios individuais 
(ventilação protetora) e/ou ajuste da oxigenoterapia (suplementação de 
oxigênio); 
• Realizar correção e adequação de parâmetros ventilatórios, conforme o 
estado clínico e exames laboratoriais e de imagem; 
• Realizar a coleta de aspirado traqueal em pacientes intubados e/ou 
traqueostomizados para pesquisa de infecção, conforme solicitação médica; 
• Avaliar, programar e conduzir o desmame ventilatório de pacientes em 
ventilação mecânica, de acordo com o protocolo institucional; 
• Avaliar diariamente as lesões cutâneas e suas evoluções, quanto à extensão 
da lesão, profundidade e localização, atentando-se também à avaliação da 
evolução da cicatrização tecidual, com foco em prevenir 
desenvolvimento/agravamento de limitações funcionais e restrições/perdas de 
motricidade; 
• Realizar prescrição e confecção de órteses funcionais em casos de prevenção 
de perdas de movimentos e/ou melhora da limitação motora; 
• Prescrever e instituir imobilização e posicionamentos após procedimentos de 
desbridamento cirúrgico, enxertia cutânea e retalhos; 
• Orientar a equipe de enfermagem quanto à confecção de curativos mais 
funcionais e posicionamento pós-operatório; 
109 
 
• Avaliar rotineiramente a aquisição de posturas antálgicas e viciosas atuando 
na prevenção de imobilismo; 
• Prescrever e realizar tratamento motor e dermato funcional, conforme a 
necessidade específica de cada paciente e tipo/extensão da lesão cutânea; 
• Prescrever a interrupção/restrição do tratamento motor em situações 
específicas de pós operatório de desbridamento cirúrgico, enxertia cutânea ou 
retalho; 
• Prevenir sequelas cicatriciais funcionais e estéticas, assim como 
desfigurações anatômicas, a partir do controle cicatricial eficaz, manutenção 
da amplitude de movimento e força muscular; 
• Orientar cuidados hospitalares quanto à evolução cicatricial e 
musculoesquelética funcional; 
• Realizar transferência de cuidados da UTI para o profissional da Unidade de 
Internação (Enfermaria). 
 
 
9.8.2. Assistência e Cuidados Fisioterapêuticos em Unidade de Internação 
 
• Organizar e planejar as atividades e processos sob responsabilidade da equipe 
de Fisioterapia; 
• Realizar a admissão fisioterapêutica do paciente, avaliando seu estado 
clínico e funcional, prescrevendo, rotineiramente, condutas fisioterapêuticas 
necessárias de forma individualizada a cada caso em questão; 
• Avaliação e monitorização contínua do estado clínico e funcional do paciente 
e manutenção do seu estado cardiorrespiratório; 
• Avaliar, orientar e manter atividades que favoreçam a prevenção, 
manutenção e recuperação da função pulmonar, muscular e 
dermatofuncional; 
• Realizar avaliação de rotina do estado respiratório do paciente e fazer as 
intervenções fisioterapêuticas devidas a cada situação; 
• Auxiliar o profissional médico durante procedimentos de emergência como 
IOT, PCR e outros, em casos de deterioração do estado clínico do paciente; 
110 
 
• Realizar intervenções de manutenção da permeabilidade de vias aéreas, em 
pacientes com VAA e na ausência da VAA, em casos necessários, conforme 
avaliação do profissional; 
• Realizar coleta de aspirado traqueal em pacientes traqueostomizados para 
pesquisa de infecção, conforme solicitação médica; 
• Avaliar diariamente as lesões cutâneas e suas evoluções, quanto à extensão 
da lesão, profundidade e localização, atentando-se também à avaliação da 
evolução da cicatrização tecidual, com foco em prevenir o 
desenvolvimento/agravamento de limitações funcionais e restrições/perdas de 
motricidade; 
• Realizar prescrição e confecção de órteses funcionais em casos de prevenção 
de perdas de movimentos e/ou melhora da limitação motora; 
• Prescrever e instituir imobilização e posicionamentos após procedimentos de 
desbridamento, enxertia cutânea e retalhos; 
• Orientar a equipe de enfermagem quanto à confecção de curativos mais 
funcionais e posicionamento pós-operatório; 
• Avaliar rotineiramente a aquisição de posturas antálgicas e viciosas, atuando 
na prevenção de imobilismo; 
• Prescrever e realizar tratamento motor e dermato funcional, conforme a 
necessidade específica de cada paciente e tipo/extensão da lesão cutânea; 
• Prescrever interrupção/restrição do tratamento motor em situações 
específicas de pós-operatório de desbridamento cirúrgico, enxertia cutânea 
ou retalho; 
• Prevenir sequelas cicatriciais funcionais e estéticas, como também 
desfigurações anatômicas, a partir do controle cicatricial eficaz, manutenção 
da amplitude de movimento e força muscular; 
• Orientar cuidados hospitalares e pós-hospitalares quanto à evolução 
cicatricial e musculoesquelética funcional; 
• Acompanhar o processo cicatricial de forma rotineira, indicando e 
prescrevendo malhas compressivas em internações prolongadas, quando 
necessário; 
• Encaminhar para o tratamento e acompanhamento ambulatorial quanto ao 
processo de cicatrização tecidual; 
111 
 
• Realizar documentos para alta como relatórios de funcionalidade, entre 
outros; 
• Confecção de cartilha de prescrição de exercícios e manutenção de uso de 
órteses funcionais e de posicionamento para cuidados domiciliares na alta 
hospitalar; 
• Realizar encaminhamento fisioterapêutico na alta hospitalar para 
continuidade de cuidados em Unidades de Atenção Secundária, como 
Centros de Reabilitação (CREAB), ou primária (Centro de Saúde), quando 
indicado. 
 
 
9.8.3. Assistência e cuidados fisioterapêuticos em nível ambulatorial 
 
• Organizar e planejar as atividades e processos sob responsabilidadeda equipe 
de Fisioterapia; 
• Dar continuidade ao tratamento hospitalar com foco na evolução da 
maturação cicatricial; 
• Realizar a admissão ambulatorial fisioterapêutica do paciente, avaliando seu 
estado clínico e funcional e evolução cicatricial com foco na reabilitação 
funcional e cicatricial, de forma individualizada a cada caso em questão; 
• Avaliação e monitorização periódica do processo de evolução cicatricial, 
motor e funcional do paciente, conforme escala funcional de Vancouver; 
• Avaliar a formação de cicatrizes patológicas como hipertróficas, 
queloideanas, retração e contraturas hipertróficas; 
• Prescrever e realizar tratamento motor e dermato funcional conforme a 
necessidade específica de cada paciente conforme evolução cicatricial; 
• Prevenir sequelas cicatriciais funcionais e estéticas, como também 
desfigurações anatômicas a partir do controle cicatricial eficaz, manutenção 
da ADM e força muscular; 
• Realizar prescrição e confecção de órteses funcionais em casos de prevenção 
perdas de movimentos e/ou melhora da limitação motora com ganhos de 
ADM; 
112 
 
• Avaliar e acompanhar o processo cicatricial periodicamente, indicando e 
prescrevendo malhas compressivas em pacientes com evolução cicatricial 
hipertrófica, quando necessário; 
• Orientar o uso periódico das malhas compressivas, bem como os cuidados 
domiciliares com as mesmas e sua conservação; 
• Orientar condutas e cuidados domiciliares de não entrar em contato com 
calor, sol, poeira e produtos químicos, e de fazer uso de hidratante 
hipoalergênico e protetor solar com Fator de Proteção Solar (FPS) 30 ou 
maior; 
• Orientar cuidados cicatriciais como realização de massagem dérmica, uso de 
curativos especiais e uso de silicone, conforme necessidade de cada tipo de 
cicatriz (es); 
• Avaliar as incapacidades físicas e orientar exercícios corretivos e/ou 
posicionamento de órteses funcionais; 
• Avaliar progressão da evolução cicatricial e após maturação tecidual, 
observar evolução/alteração cicatricial, iniciando desmame de malha 
compressiva após evidências de maturação tecidual completa, instruindo os 
devidos cuidados ao paciente e/ou familiares; 
• Realizar documentos como relatórios de funcionalidade, pareceres 
fisioterapêuticos, entre outros; 
• Realizar encaminhamento fisioterapêutico para continuidade de cuidados em 
Unidades de Atenção Secundária, como Centros de Reabilitação (CREAB), 
ou primária (Centro de Saúde), em casos necessários; 
• Avaliar e acompanhar o processo cicatricial até a maturação cicatricial 
completa, após total desmame de malha compressiva, permitindo assim 
realizar a alta ambulatorial do paciente. 
• Encaminhar para a equipe de cirurgia plástica pacientes apresentando 
sequelas cicatriciais irreversíveis, após completa maturação tecidual. 
 
 
113 
 
Figura 8 - Fluxograma de atendimento 
fisioterápico
 
Fonte: Elaboração equipe CTQ HJXXIII (2022). 
 
 
114 
 
 
 
9.9 ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL 
 
 
A gravidade de uma queimadura é diretamente proporcional ao percentual de 
SCQ e profundidade da lesão. O levantamento da SCQ se faz necessário para cálculos 
de reposição volêmica, necessidades nutricionais e demais terapêuticas a serem 
instituídas na recuperação do paciente (LIMA JÚNIOR et al., 2008; ROSS et al., 2009; 
ARRUNATÉGUI, 2021). 
 
9.9.1. Avaliação Nutricional para cálculo de necessidades 
 
A antropometria irá direcionar os cálculos das necessidades nutricionais. São 
avaliados: 
1. Peso 
• Aferido; 
• Informado (paciente em condições de fornecê-lo); 
• Estimado (calculado conforme o Índice de Massa Corporal (IMC), mínimo, 
médio e máximo, lembrando de, no individuo obeso, trabalhar com o peso 
máximo ideal). 
2. Altura recumbente X IMC estimado IMC 
 
Quadro 18 - IMC estimado 
 IMC (altura ao quadrado x IMC) 
Mínimo 18,5 kg/m² 
Eutrofia 24,9 Kg/m² 
Máximo 29,9 kg/m² 
Fonte: Adaptado de WHO (1995). 
 
3. Altura 
• Aferida 
• Informada (paciente em condições de fornecê-la) 
115 
 
• Estimada (fórmulas específicas como altura do joelho e outras que se 
aplicarem – Circunferência braquial e panturrilha, conforme condições de 
aferir devido a lesão) 
Obs. 1: lembrar de descontar edema, conforme indicado abaixo. 
Obs. 2: Método clínico não validado: em casos de amputação deve-se também 
fazer o desconto da área amputada. 
 
Quadro 19 - Relação de edema e excesso de peso hídrico 
Edema Localização Excesso de peso hídrico 
+ Tornozelo 1,0 Kg 
++ Joelho 3 a 4 Kg 
+++ Base da coxa 5 a 6 kg 
++++ Anasarca 10 a 12 kg 
Fonte: Adaptado de Riella (2001). 
 
9.9.2. Cálculo das necessidades nutricionais 
 
A calorimetria direta é considerada padrão-ouro para determinar as necessidades 
nutricionais, porém é um método caro e pouco disponível na maioria dos hospitais. 
 Assim, recomenda-se as seguintes equações preditivas: 
• Fórmula de Toronto: Indicada para adultos, é considerada uma fórmula de 
mais difícil uso, por envolver múltiplos fatores para seu cálculo, como fator 
atividade, SCQ, necessidade calórica basal (calculada por Harris Benedict) e 
número de dias pós queimadura. 
• Schofield: Indicada para crianças queimadas, por ser uma equação fixa, não 
leva em consideração as alterações metabólicas que ocorrem durante o 
tratamento. 
• Equações de Curreri: Ainda é a mais utilizada para cálculo de necessidades 
no HJXXIII. Estima as necessidades de acordo com SCQ e peso. Deve ser 
recalculada periodicamente, conforme cicatrização das lesões. Deve-se 
diminuir interrupções do tempo de infusão/ingestão das dietas (banhos, jejum 
para procedimentos cirúrgicos e outros), a fim de se atingir o objetivo 
calórico do paciente. 
116 
 
 
Quadro 20 - CURRERI Junior 
 CURRERI Junior 
Idade SCQ Calorias / dia 
0 - 1 ano <50% TMB + 15 Kcal x SCQ 
1 – 3 anos < 50% TMB + 25 Kcal x SCQ 
4 – 15 anos < 50% TMB + 40 Kcal x SCQ 
CURRERI ADULTOS 
Idade SCQ Calorias / dia 
16 – 59 anos Qualquer 25 Kcal x peso (Kg) + 40 
Kcal x SCQ 
> 59 acima Qualquer 20 kcal x peso (kg) + 65 
Kcal x SCQ 
TMB: Taxa Metabólica Basal 
Fonte: Adaptado de Curreri (1974). 
 
Quadro 21 - Harris Benedict 
HARRIS BENEDICT 
Sexo Idade % SCQ Calorias / dia 
Indiferente 
 
0 – 10 anos Qualquer 22,5 + 31,05 x peso (Kg) – 1,16 x altura (cm) 
Feminino > 10 anos Qualquer 65,5 + 9,5 x peso (Kg) + 1,85 x altura (cm) – 
4,6 x idade (anos) 
Masculino > 10 anos Qualquer 66,4 + 13,75 x peso (Kg) + 5 x altura (cm) –
6,76 x idade (anos) 
% SCQ FATOR INJÚRIA FATOR ATIVIDADE 
0 – 20 1,0 – 1,5 Repouso 1,2 
21 – 40 1,6 – 1,8 Acamado com 
deambulação 
1,25 
> 40 1,9 – 2,0 Deambulando 1,3 
Fonte: Adaptado de Harris (1919); BlackBurn e Thornton (1979). 
 
 
117 
 
 
 
Quadro 22 - Equações para determinação do Gasto Energético Basal 
 
 
 Fonte: Adaptado de RAYA (2007). 
 
 
 
Quadro 23 - Idade e fórmula 
 
 
Fonte: Adaptado de RODRIGUEZ (2011). 
 
 
 
9.9.3. Necessidade de Macronutrientes 
 
A prioridade do suporte nutricional é o aporte adequado de proteínas para 
minimizar o impacto da resposta catabólica do queimado e auxiliar na síntese proteica 
da cicatrização e também na função imunológica. 
 
 
118 
 
9.9.3.1 Proteínas 
 
Quadro 24 - Necessidades proteicas 
Necessidades Proteicas 
Curreri 3g/Kg/dia 
Alexander 22 - 25% das calorias diárias 
Davies and Lilijedahi 
 
Adulto: 1g/Kg + 3g x SCQ 
Criança: 3g/Kg + 1g x SCQ 
Molnar 2,5g/Kg 
Em geral recomenda-se: 1,5/2,0 g/kg peso/dia para adultos; 1,5/3,0 g/kg peso/dia para crianças. 
Fonte: Adaptado de FHEMIG (2013). 
 
9.9.3.2. Carboidratos 
(55 a 60% do Valor Calórico Total - VCT) 
 
Deve-se atentar para o controle glicêmico adequado, a fim de se diminuir 
complicações como infecções, favorecer integração dos enxertos e reduzir mortalidade. 
É desejável manter asglicemias entre 100 e 150 mg/dl. 
 
9.9.3.3. Lipídios 
(15% do VCT, não devendo ultrapassar este valor para não impactar nas infecções) 
 
São carreadores de vitaminas lipossolúveis. Deve-se monitorar a sedação com 
Propofol, pois o uso desse medicamento pode atingir 15 a 30 g/dia de necessidades 
lipídicas do adulto. 
 
 
9.9.4. Micronutrientes 
 
• Vitamina A - participa da função imunológica, de feridas e ação antioxidante 
• Recomendação - 500 UI/1000 calorias 
• Vitamina C - componente essencial nas ligações de colágeno e que influencia 
na cicatrização, ação antioxidante 
119 
 
• Recomendação - 500 mg/2x ao dia 
• Vitamina B1 (Tiamina) – interfere no metabolismo da glicose, ácidos graxos 
e aminoácidos, diminuindo o estresse oxidativo. Ação direta no Sistema 
Nervoso Central. 
• Vitamina D – em função da mobilização e impossibilidade de exposição ao 
sol, sua reposição é fundamental, visando garantir a massa óssea 
• Recomendação – 400 UI/dia 
• Vitamina E - ação antioxidante, prevenindo a oxidação das membranas. 
Acelera a cicatrização e evita a formação de escaras hipertróficas 
• Recomendação - 100 mg/dia 
• Zinco, Cobre e Selênio – ação antioxidante, sendo que o zinco participa no 
processo de cicatrização e função imunológica. Cobre e Zinco são depletados 
na exsudação da pele queimada. Recomenda-se suplementação em adultos e 
crianças 
Recomendação – Zinco - 45 a 50 mg/dia 
 Cobre - 4 mg/dia 
 Selênio – 100 mcg/dia 
OBS.: As dietas fornecidas pelo HJXXIII suprem essas necessidades na maioria 
das vezes, devido ao alto volume infundido 
 
9.9.5. Tipos de Dietas Utilizadas 
 
Deverão ser indicadas, levando-se em consideração a individualidade de cada 
paciente, fazendo-se os ajustes necessários, conforme intercorrências clínicas e 
alterações de exames. 
• Dieta hipercalórica - DC-1,5 kcal/ml (DC: dieta convencional) 
• Dieta hiperprotéica - DC-1,2 kcal/ml 
• Específicas para comorbidades (Diabetes, Insuficiência Renal, entre outras) 
 
9.9.6. Progressão da Terapia Nutricional 
 
A progressão da dieta deve ocorrer conforme: estabilidade hemodinâmica, 
padrão respiratório, presença de infecção/sepse, tolerância à dieta e função dos 
120 
 
múltiplos órgãos. Habitualmente é feita a progressão de 30 ml/hora, a cada 6 horas, 
visando atingir o objetivo protéico calórico o mais rápido possível. 
 
 
9.9.7. Indicação da Terapia Nutricional 
 
Pacientes grandes queimados dificilmente atingem as suas necessidades 
calóricas e protéicas exclusivamente por VO, em decorrência da queimadura (lesões por 
inalação, depressão, disfunção gastrointestinal, entre outros). Sendo assim, deve-se 
associar a VO a outras terapias nutricionais como Terapia Nutricional Enteral (TNE) ou 
suplementos orais. A escolha do método mais adequado está atrelada ao quadro de cada 
paciente. 
A terapia nutricional precoce, após a ressuscitação volêmica, previne a 
translocação bacteriana, úlcera de decúbito, danos do hipermetabolismo, reduz o risco 
de hiperalimentação, recupera a atividade do sistema imune e de cicatrização. 
American Burn Association (ABA), indica o uso da Terapia Nutricional precoce. 
A Eastern Association for the Surgery of Trauma (EAST) recomenda a terapia 
nutricional enteral logo após a admissão hospitalar, sem ultrapassar período superior a 
18 horas. Realizar o levantamento de todos os dados pertinentes como: 
• Comorbidades 
• SCQ acima de 25% 
• Ventilação mecânica 
• Queimaduras de vias aéreas ou de face que inviabilize a via oral 
• Paciente com déficit cognitivo ou distúrbio psiquiátrico 
• Desnutridos prévios 
• Incapacidade de ingesta oral plena 
A monitorização do paciente queimado não é simples. A instabilidade 
hemodinâmica, comum na fase inicial, leva à limitação das medidas antropométricas, 
bioquímicas e imunológicas. Além disso, estas sofrem alterações, sendo os valores 
obtidos limitados como índices nutricionais. A terapia nutricional deve ser ajustada 
considerando não só o momento metabólico, mas também as programações cirúrgicas. 
Após avaliação fonoaudiológica e liberação da dieta por VO, o desmame da 
dieta enteral deve ser feito quando a ingestão VO corresponde a 65% das calorias 
calculadas para o paciente. 
121 
 
 
9.9.8. Jejum pré-operatório 
 
Abordagens cirúrgicas, banhos prolongados, fisioterapia, entre outros, levam à 
interrupção da infusão, causando a diminuição da oferta calórica. Deve-se tentar 
minimizar o tempo de jejum e interrupções de dieta a fim de garantir o aporte. 
Recomenda-se jejum de seis horas para pacientes em uso de dieta enteral e de 
duas horas para líquidos claros. Em pacientes com VO plena, indica-se o módulo de 
carboidrato duas horas antes. 
 
9.9.9. Acompanhamento Nutricional 
 
A resolução da ANVISA nº 4.283 exige que todo hospital tenha uma equipe 
direcionada para o adequado suporte nutricional dos seus pacientes. Grandes centros 
hospitalares recomendam a reavaliação nutricional através da calorimetria indireta. 
No Hospital João XXIII, pela indisponibilidade deste método, faz-se a 
reavaliação: 
● Das medidas antropométricas 
● Quantificação de oferta via oral e enteral 
● Seguimento de exames laboratoriais e balanço nitrogenado 
O acompanhamento nutricional do paciente através das proteínas viscerais, 
como albumina, não é tão confiável, devido ao processo inflamatório e ao edema 
comum destes pacientes. Além disso, a albumina sérica não se correlaciona com o 
balanço nitrogenado e seus valores ficam cronicamente diminuídos nos pacientes 
queimados. 
Importante o acompanhamento assertivo do aporte nutricional, considerando os 
períodos de jejum, visando reduzir o déficit protéico calórico. 
 
 
9.9.10. Imunonutrição 
 
1. Glutamina 
É um aminoácido essencial nas queimaduras, uma vez que ocorre diminuição de 
seus estoques. Utilizada pelo fígado, rins e trato gastrointestinal é uma importante fonte 
122 
 
de energia para os enterócitos e células imunes. Sua suplementação visa preservar a 
massa muscular, diminuir o catabolismo proteico, minimizar a translocação bacteriana 
reduzindo a sepse nos queimados. 
Estudos demonstram dificuldades para recomendar a dose precisa, a via e a 
duração de administração. Considera-se uma recomendação empírica a dose de 0,3 
g/kg/dia por cinco a 10 dias, segundo a European Society for Clinical Nutrition and 
Metabolism (ESPEN). 
2. Ômega 3 
Os ácidos graxos ômega 3 exercem potente ação antiinflamatória e diminuem a 
imunossupressão nos grandes queimados. Seu uso traria benefícios, entretanto, até o 
momento, a dose ideal de suplementação não foi determinada nos estudos. 
3. Arginina 
Assim como a Glutamina, também é considerada um aminoácido 
condicionalmente essencial nos períodos de estresse metabólico. Sua suplementação na 
presença de sepse e pneumonia é controversa, por aumentar a síntese de óxido nítrico, 
levando ao aumento da mortalidade. Não há evidência na literatura que recomende essa 
suplementação nos pacientes queimados. 
4. Betabloqueadores 
Demonstra-se que o uso de Propranolol em crianças reduziu o ritmo basal 
cardíaco em 20%, reduzindo a liberação de citocinas e hormônios do estresse, com 
consequente redução do hipermetabolismo e hipercatabolismo. Deve ser iniciada a 
administração após a fase de ressuscitação volêmica e ao final da primeira semana. 
5. Oxandrolona 
A administração de Oxandrolona na dose de 10 mg/12 horas em adultos reduziu 
o tempo de hospitalização, mortalidade, perda de peso, catabolismo proteico e tempo de 
cicatrização. Favorece ainda o metabolismo ósseo, melhorando o tempo da doença 
aguda e o período de reabilitação. Efeitos similares são observados em crianças na dose 
de 0,1 mg/kg/12 horas. O uso de oxandrolona requer monitorização da função hepática. 
Deve ser iniciado o uso após a primeira semana de hospitalizaçãoe considerar ser 
prolongado até a fase de reabilitação. Ainda não houve introdução da Oxandrolona 
nesse serviço. 
6. Hormônio de Crescimento (GH) 
Seu uso não é recomendado em adultos queimados uma vez que não foi 
demonstrado redução nos índices de mortalidade. Seus efeitos não são melhores que os 
123 
 
promovidos pela Oxandrolona e ainda apresenta hiperglicemia como efeito adverso. Na 
população infantil parece uma estratégia segura e efetiva por relacionar-se à dificuldade 
de produção de GH na mesma. Recomenda-se o uso de 0,05 – 2,0 mg/kg/dia, para 
otimizar cicatrização, reduzir hipermetabolismo e suprir a demanda de crescimento. A 
duração ideal de tratamento ainda não foi determinada nos estudos, mas já foi 
demonstrado ser seguro o uso durante um ano. 
 
9.9.11. Complicações da Nutrição Enteral 
 
Podem ser: 
1. Mecânicas: irritação e infecção das vias aéreas superiores e obstrução do 
cateter. 
2. Gastrointestinais: constipação, dor abdominal, cólicas, distensão, diarréia, 
náuseas e vômitos. A constipação intestinal é comum e relacionada à 
desidratação, concentração da fórmula, insuficiente aporte de fibras, uso de 
opiáceos, etc. Nos casos de diarréia, consultar o protocolo da instituição. 
Vômitos estão relacionados a gastroparesia dos queimados e disfunção do 
trato gastrointestinal, rápida infusão de grande volume de dieta, 
posicionamento inadequado da sonda ou do paciente, além do uso de 
medicamentos como opiáceos, fórmula enteral hiperosmolar e o padrão 
respiratório. 
O manejo dos vômitos deve ser feito conferindo o posicionamento da sonda, 
com a redução de 20-30 ml/h de dieta, com adequação do posicionamento do paciente 
superior a 45º no leito, considerando-se o uso de procinético e posicionamento da sonda 
pós pilórica. 
A estase não deve ser monitorizada rotineiramente, devendo ser medida apenas 
em casos de distensão abdominal, dor ou intolerância à dieta. Consultar o protocolo de 
estase da instituição; 
• Metabólicas: alterações glicêmicas, distúrbios hidroeletrolíticos e outros 
secundários ao comprometimento renal e hepático, síndrome de 
realimentação; 
• Pacientes desnutridos previamente: diagnosticados por níveis séricos 
diminuídos de cálcio, fósforo, potássio e magnésio. Os distúrbios de 
124 
 
eletrólitos devem ser corrigidos, a nutrição deve ser iniciada com baixo 
aporte (20 kcal/kg) e deve ser administrada dose de tiamina. 
 
 
9.10. ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA 
 
 
A queimadura marca uma ruptura na vida das pessoas e de suas famílias, 
traduzida em um antes e um depois. Relaciona-se também a vários aspectos da vida do 
paciente, com uma interrupção brusca em sua rotina, em seus planos; o afastamento de 
sua família e de pessoas afetivamente importantes em razão da hospitalização; a perda 
da condição de saúde; alterações em sua imagem corporal. Além disso, por seu 
tratamento ser doloroso e de longo prazo, nota-se que as queimaduras podem trazer 
incertezas com relação ao futuro, fazendo surgir inúmeras questões para o sujeito 
(MININI, 2020; MOCELIN; ANDREOLI, 2008). 
É possível observar diferentes modos do sujeito e de suas famílias lidarem com 
as queimaduras, com as causas e com as cicatrizes/sequelas resultantes delas (MININI, 
2020). Assim, mostra-se fundamental acolher e escutar o paciente vítima de 
queimaduras e também seus familiares e/ou responsáveis. 
Dessa forma, o acompanhamento psicológico na UTQ do Hospital João XXIII 
envolve a realização de atendimentos aos pacientes; às suas famílias; à equipe 
multiprofissional, quando necessário. Torna-se fundamental a participação em 
discussões multidisciplinares, cruciais no caso dos pacientes queimados. 
O atendimento psicológico ao paciente queimado tem início no momento em que 
ele é admitido na UTQ. A realização do mesmo ocorre através de busca ativa no leito ou 
fora dele. Nesse momento, o trabalho da Psicologia é apresentado ao indivíduo e são 
avaliados o seu histórico psicológico, a demanda para atendimentos e seu suporte 
familiar. Geralmente os atendimentos são realizados individualmente e seguem durante 
todo o período de internação. A frequência do atendimento varia de acordo com a 
necessidade de cada caso e com a demanda psíquica apresentada pelo paciente. No 
momento da alta hospitalar, quando há necessidade ou quando existe demanda por parte 
do paciente, ele é encaminhado para continuidade do atendimento psicológico na Rede 
de Saúde Mental. 
125 
 
O tratamento das queimaduras após alta será em nível ambulatorial para controle 
da cicatriz, com retornos no hospital previamente agendados. O paciente pode ser 
novamente atendido pelo serviço de Psicologia quando há demanda pessoal ou caso 
haja encaminhamento da equipe multiprofissional do Ambulatório de Retorno de 
Queimados. 
 
9.10.1. Rotina de atividades 
 
● Início do acompanhamento psicológico a partir do momento da admissão do 
paciente na UTQ, através da realização de busca ativa ou por solicitação da 
equipe multiprofissional da Unidade; 
● Triagem psicológica do caso para avaliação das funções psicológicas do 
paciente, anamnese psicológica, avaliação da demanda individual para 
atendimentos e suporte familiar; 
● No atendimento psicológico da criança e/ou menor de idade, realização de 
abordagem aos pais ou responsáveis; 
● Utilização de recursos lúdicos no atendimento psicológico à criança 
queimada; 
● Os atendimentos são realizados individualmente, no leito ou fora dele; 
● A frequência do atendimento varia de acordo com a necessidade de cada caso 
e com a demanda psíquica apresentada por ele; 
● Acompanhamento de notícias médicas aos pacientes e/ou familiares ou 
responsáveis, conforme demanda; 
● Realização de preparo psicológico para cirurgias; 
● Avaliação, autorização e acompanhamento da realização de visitas de 
crianças e adolescentes no hospital; 
● Avaliação, em equipe multiprofissional, da necessidade de acompanhante 
para o paciente, em casos excepcionais; 
● Nos casos em que o paciente não está em condições de abordagem, o 
acompanhamento psicológico do caso tem início com o acolhimento e a 
escuta de seus familiares; 
126 
 
● Participação nas corridas de leito, reuniões e discussões dos casos com a 
equipe multidisciplinar da Unidade, sempre que houver necessidade, com 
vistas ao alinhamento de conduta; 
9.10.2. Modalidades de atendimento 
 
● Atendimento psicológico à criança queimada com utilização de recursos 
lúdicos; 
● Conforme a demanda apresentada; 
● Atendimento e orientação psicológica aos pais e/ou responsáveis da criança 
queimada; 
● Atendimento psicológico ao paciente adulto queimado; 
● Atendimento e orientação psicológica aos familiares do paciente adulto; 
● Acompanhamento de notícias médicas ao paciente e/ou aos familiares, 
conforme a necessidade de cada caso; 
● Avaliação psicológica para a realização de visitas de crianças e/ou 
adolescentes na Unidade; 
● Encaminhamento psicológico para continuidade de atendimento em Rede de 
Saúde Mental. 
 
9.10.3. Objetivos do acompanhamento psicológico 
 
● Viabilizar ao paciente sair da condição de assujeitamento característica do 
processo de hospitalização, de forma que ele possa se responsabilizar por 
suas escolhas e atos e estender essa condição para o tratamento, 
comprometendo-se com seu processo de cura física/psicológica; 
● Acolher e propiciar suporte emocional às famílias dos pacientes internados, 
uma vez que elas podem apresentar quadros importantes de ansiedade e 
angústia; 
● Fornecer orientação psicológica aos familiares dos pacientes internados no 
setor, de forma a propiciar a assimilação e a compreensão das informações 
que recebem da equipe médica acerca da evolução clínica e do tratamento 
dos pacientes. 
127 
 
9.10.4. Condutas e encaminhamento 
 
● Contactar os serviços de referências de Saúde Mental do Município do 
paciente durante sua hospitalização para transferênciado caso, conforme a 
demanda apresentada; 
● Realizar o encaminhamento psicológico de forma responsável, contactando 
os serviços de referências de Saúde Mental do Município do paciente no 
momento da alta hospitalar; 
● Elaborar por escrito o encaminhamento psicológico impresso em duas vias, 
uma para ser anexada ao prontuário e outra para ser entregue, em mãos, ao 
paciente e/ou seu responsável, conforme a necessidade do caso; 
● Orientar e sensibilizar os familiares e/ou responsáveis pelo paciente sobre a 
importância da continuidade de acompanhamento psicológico no caso do 
paciente, se necessário. 
 
 
9.10.5. Retorno 
 
● Atendimento psicológico do paciente no retorno ambulatorial em casos 
previamente agendados; 
● Atendimento psicológico no retorno ambulatorial, em caso de demanda 
pessoal do paciente ou por solicitação da equipe multiprofissional do 
Ambulatório de Retorno de Queimados; 
● Atendimento de caráter temporário, com objetivo de acolhimento psicológico 
e encaminhamento do paciente à Rede de Saúde Mental, conforme a 
demanda apresentada. 
 
 
9.11 ASSISTÊNCIA DO SERVIÇO SOCIAL 
 
 
As atribuições e competências dos Profissionais de Serviço Social realizadas na 
Saúde ou em outro espaço sócio-ocupacional são orientadas e norteadas por direitos e 
deveres constantes no Código de Ética Profissional e na Lei de Regulamentação da 
128 
 
Profissão. Estes devem ser observados e respeitados, tanto pelos profissionais, quanto 
pelas instituições empregadoras (BRASIL, 2012; CONSELHO FEDERAL DO 
SERVIÇO SOCIAL, 2010; BARROS et al., 2002). 
A prática do Serviço Social na área de saúde abrange a democratização de 
acesso à informação nas Unidades de Serviços de Saúde, estratégias de aproximação das 
unidades de saúde com a realidade, o trabalho interdisciplinar, o acesso democrático às 
informações e a participação popular. Assim, compreende-se que cabe ao Serviço 
Social, numa ação articulada com outros segmentos que defendem o SUS, formular 
estratégias que busquem reforçar ou criar experiências nos serviços de saúde que 
efetivem o direito social à saúde, atentando que o trabalho do Assistente Social tenha 
como norte o Projeto Ético Político Profissional e esteja vinculado ao Projeto da 
Reforma Sanitária (BRASIL, 2012; CONSELHO FEDERAL DO SERVIÇO SOCIAL, 
2010; BARROS et al., 2002). 
 
9.11.1 Objetivo geral do serviço social 
 
• Realizar atendimento humanizado no resgate da história de vida do usuário, 
no que se refere às questões sociais, apontando as vulnerabilidades 
preexistentes que podem dificultar o processo de recuperação e bem-estar do 
paciente; 
• Promover a inter-relação da política de saúde com as demais políticas 
públicas, em especial, as de assistência social, educação, trabalho, através da 
criação e desenvolvimento de programas, projetos, rotinas e ações 
direcionadas aos usuários; 
• Democratizar informações objetivando a ampliação do acesso às informações 
relativas aos seus direitos, interesses e necessidades na saúde e ao seu papel 
no tratamento, na promoção da saúde, na prevenção de doenças, agravos, 
riscos e danos. 
 
9.11.2. Funções do Assistente Social 
 
• Participar da corrida de leito, a fim de conhecer os pacientes e avaliar os que 
necessitam de intervenção; 
129 
 
• Realizar Entrevista Social – (PRS – ASS-030) – (paciente e/ou família ou 
responsável legal) para conhecer o contexto sócio familiar e identificar as 
determinantes sociais que interferem no processo de hospitalização; 
• Diante das vulnerabilidades identificadas, apresentar a proposta para 
construção do plano terapêutico singular, viabilizando, em conjunto com a 
equipe multidisciplinar, a alta hospitalar; 
• Proceder ações que possibilitem a identificação do paciente não identificado 
e a localização de familiares através dos recursos disponíveis (Solicitação de 
teste datiloscópico junto ao Instituto de Identificação, notificação à Delegacia 
de Desaparecidos, acesso ao Cadastro Nacional de Usuários do Sistema 
Único de Saúde - CadSUS); 
• Acompanhar os casos sociais, bem como estar acessível ao atendimento 
familiar e, em conjunto com a equipe multidisciplinar, buscar o envolvimento 
dos familiares no processo de tratamento, considerando suas 
potencialidades/limites, com foco no fortalecimento dos vínculos familiares e 
na autonomia dos sujeitos; 
• Orientar aspectos legais como: Direitos previdenciários, trabalhistas 
(acidente de trabalho) e assistenciais; Processo de Curatela, procurações, 
entre outros; Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos 
Automotores de Vias Terrestres (DPVAT) em casos de acidentes de trânsito; 
• Tratamento Fora do Domicílio (POP - ASS 048) e encaminhar familiares a 
casas de apoio (para pacientes do interior); 
• Discutir com a rede de proteção social os casos de violações de direitos 
contra criança/adolescente; mulheres; idosos e deficientes físicos e/ou 
insuficiência familiar e elaborar relatório social aos órgãos de defesa de 
direitos. Nos casos em que o Assistente Social atender e/ou acompanhar, 
cabe ao profissional o preenchimento da Ficha de Notificação Compulsória 
do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), caso não 
tenha sido feito; 
• Emitir laudos e/ou parecer social, quando solicitado; 
• Encaminhar pacientes para a concessão de recursos e benefícios sociais da 
rede pública e entidades de apoio, a fim de viabilizar a garantia na 
continuidade do tratamento; 
130 
 
• Contribuir com a agilização do leito hospitalar, considerando a dinamização 
e rotatividade do mesmo; 
• Encaminhar o usuário, quando necessário, para acolhimento institucional; 
• Fazer o acolhimento de familiares em casos de óbito, juntamente com a 
equipe, e realizar as orientações pertinentes ao Serviço Social. 
 
 
 
9.12. ASSISTÊNCIA DA TERAPIA OCUPACIONAL 
 
 
O terapeuta ocupacional é o profissional capaz de realizar procedimento de 
avaliação, intervenção e orientação ao cliente internado e/ou familiar e cuidador, em 
Pronto Atendimento, Enfermaria, Berçário, CTI, UTI, UTQ (neonatal, pediátrica e de 
adulto), para intervenção o mais precoce possível. Com objetivo de prevenção de 
deformidades, disfunções e agravos físicos e/ou psico-afetivo-sociais, promovendo o 
desempenho funcional/ocupacional e qualidade de vida durante a hospitalização 
(ROSSI et al., 2003; BRASIL, 1988; BRASIL, 2000; MACHADO, RUPERTO, 2005). 
A terapia ocupacional de um modo geral envolve a realização de exercícios e 
tarefas para manutenção e execução das AVD, atividades de vida prática; ganho de 
amplitude de movimento e força, orientação para reeducação sensorial, promoção e 
treino de motricidade, orientação postural e de ergonomia, adaptações, confecção de 
órteses, entre outros. 
A avaliação do desempenho ocupacional é o procedimento que identifica 
habilidades e limitações do indivíduo, para as AVD, instrumentais de vida diária, 
escolares, trabalho e de lazer. Para isso, são utilizados testes padronizados, estruturados 
ou adaptados para se obter dados quantitativos e/ou qualitativos, referentes ao 
desempenho ocupacional. (ANDOLFATO, MARIOTTI, 2009) 
É função do Terapeuta Ocupacional: 
• Favorecer o diagnóstico terapêutico-ocupacional e a elaboração do plano 
terapêutico; 
131 
 
• Realizar acolhimentos, atendimentos e treinamento terapêutico ocupacional 
aos pacientes e/ou familiares/acompanhantes, individuais, conforme a 
demanda; 
• Discutir os casos com a equipe multidisciplinar, sempre que houver 
necessidade, alinhando-se a conduta; 
• Realizar reuniões de equipe conforme demanda; 
• Realizar estimulação direta ao paciente; 
• Realizar adaptações necessárias em equipamentos de tecnologia assistiva à 
necessidade dos pacientes; 
• Realizar empréstimo de equipamentos de posicionamento; 
• Confeccionar órteses e splint`s (de acordo com Procedimento Operacional 
Padrão específico); 
O tratamentoenvolve posicionamento adequado, estimulação da movimentação 
ativa precoce, uso de órteses e adaptações, controle da cicatrização e do edema, 
estimulação da função mediante atividades terapêuticas. A reeducação sensitiva e o 
treinamento da independência nas AVD e da Vida Prática norteiam as metas do 
tratamento terapêutico ocupacional na reabilitação do paciente queimado. O Terapeuta 
Ocupacional junto ao indivíduo com queimadura realiza uma avaliação inicial, a qual 
tem por objetivo determinar o comprometimento inicial das áreas queimadas, sendo de 
suma importância para o planejamento do tratamento (MANFRIN, 2011) 
A avaliação inicial consiste na determinação da extensão, da profundidade, e do 
local comprometido pela queimadura. Nela, são realizadas também medidas de 
goniometria, força muscular, avaliação de sensibilidade, avaliação de edema e 
quantificação subjetiva da dor. 
A prevenção de deformidades e sequelas físicas e funcionais, descreve-se como 
cuidados de reabilitação da queimadura, posicionamento adequado, por meio de 
posturas anti-deformantes; a imobilização por meio da indicação de órteses; controle da 
cicatrização e do edema; reeducação sensitiva e a mobilização, por meio de exercícios 
passivos e ativos, até mesmo a realização de atividades terapêuticas mais elaboradas, 
culminando, com o treino das atividades de vida diária e prática. (ANTONELI, 2003; 
GARDNER; RAHILLY, 1988; MALICK; CARR, 1982; MARTINS; ANDRADE, 
2007) 
132 
 
• Realizar atendimento individual aos pacientes, adultos e pediátricos, 
mediante busca ativa ou atendendo à solicitação da equipe multidisciplinar; 
• Realizar atendimento aos familiares do paciente/ou cuidador para atender a 
demanda do paciente; 
• Realizar encaminhamento Terapêutico Ocupacional do paciente, no momento 
da alta hospitalar, para a rede de saúde e/ou serviço específico de 
reabilitação, quando houver demanda; 
• Participar das reuniões dos setores de internação e das discussões 
multidisciplinares sobre os pacientes; caso necessite de sua presença para 
intervenções e orientações; 
• Quando houver presença de residentes, realizar supervisão e preceptoria. 
 
 
 
9.13. ASSISTÊNCIA PEDAGÓGICA 
 
 
Ao se tratar especialmente de crianças e adolescentes, é preciso estar sensível às 
necessidades básicas do desenvolvimento do ser humano, pois estes se encontram no marco 
inicial e importante desse processo. Sendo assim, no tocante ao desenvolvimento infantil, uma 
questão que merece especial atenção é a questão da aprendizagem: compreender a problemática 
das crianças que se encontram em tratamento de saúde, mas que não estão incapacitadas para 
seguirem vivenciando suas infâncias e se desenvolvendo. 
 Uma vez acometida por alguma doença, ou tratamento, por vezes, longo, como o 
tratamento de queimaduras, o ambiente hospitalar passa a ser o mais novo contexto de 
desenvolvimento dessa criança. Desta forma, instituição hospitalar, na sua atual busca pela 
humanização poderá contribuir para ampliar seu atendimento a criança, tornando se também um 
espaço que possibilite a esta, relacionar-se com a aprendizagem e com o conhecimento. 
 O contexto hospitalar deve trabalhar para acolher tanto a dor como a alegria de uma 
criança, pois é da possibilidade de vivenciar as “coisas” comuns da infância como o brincar, o 
estudar, o relacionar-se com outros é que a criança hospitalizada será encorajada a resgatar o seu 
lado saudável. (FONTES, 2005), neste sentido, constata-se que o atendimento pedagógico-
educacional hospitalar, bem como projetos de apoio à aprendizagem, junto às crianças 
hospitalizadas (recreação, brinquedoteca, etc.) contribuem para uma mais rápida recuperação da 
133 
 
saúde destas. Assim, “não podemos ignorar a possível validade e significância desta modalidade 
de atendimento na redução do tempo de internação das crianças”. (FONSECA, 2003). 
 Embora apresentando caráter diversificado quanto à estrutura de atendimentos, no que diz 
respeito ao objetivo central da pedagogia no contexto hospitalar podemos afirmar que 
 
Os resultados demonstraram que o 
atendimento escolar sistemático 
proporcionado às crianças hospitalizadas 
contribui para um melhor desenvolvimento 
delas. A possibilidade de saída do leito, bem 
como a proposição de atividades 
motivadoras e a observação de que outras 
crianças também vivenciam estas 
experiências, contribui para uma 
performance mais assertiva destas crianças, 
se comparadas com aquelas que não são 
atendidas sistematicamente e que, por 
conseguinte, tem seu campo motivacional 
muito mais restrito. (CECCIM, 1999). 
 
Dentro desta perspectiva, as estratégias de ações da pedagogia hospitalar foram 
pensadas para atender a demanda da pediatria de queimados (0 a 12 anos), considerando 
que toda criança pode e deve ser incluída nas atividades pedagógicas, salvo aquela 
impossibilitada devido ao quadro clínico e/ou emocional. 
 
9.13.1. Missão 
 
Atender à demanda pedagógica/educacional das crianças, adolescentes e seus 
acompanhantes, hospitalizados na UTQ, com foco na garantia dos direitos à Educação e 
ao Brincar. Essa ação objetiva favorecer a continuidade dos processos de 
desenvolvimento cognitivo, afetivo e social, através de metodologia diferenciada que 
considere as especificidades e complexidades do contexto hospitalar. (BRASIL, 1988; 
BRASIL, 1990; BRASIL, 1995; BRASIL. 2002) 
 
9.13.2. Objetivos 
 
● Melhorar a qualidade de vida da criança hospitalizada, promovendo 
experiências educacionais significativas no contexto hospitalar, assegurando 
a manutenção do vínculo com a aprendizagem; 
134 
 
● Garantir o direito de acesso de toda criança à educação básica, estimulando a 
continuidade do processo de desenvolvimento das habilidades escolares 
durante a internação, contribuindo para prevenção da evasão e fracasso 
escolar, através da classe hospitalar; 
● Garantir o direito ao brincar, ampliando os espaços para as manifestações 
lúdicas, promovendo a interação entre a criança e o acompanhante e 
possibilitando o alívio do estresse gerado pela internação através das 
atividades da Brinquedoteca; 
● Promover projetos educativos, culturais, artísticos e oficinas de trabalho 
junto às crianças/acompanhante/equipe, possibilitando um espaço para a 
expressão de sentimentos, fortalecimento de vínculos, interação e 
estimulação cognitiva, com foco na Humanização; 
● Integrar a Equipe Multiprofissional participando dos estudos de casos e 
comissões, sugerindo e colaborando com o redirecionamento dos 
atendimentos, condutas e reavaliações dentro da área de formação; 
● Promover a constante melhoria do trabalho da Pedagogia Hospitalar através 
do estudo e da pesquisa. 
 
 
9.13.3. Modalidades de atendimento e principais atividades desenvolvidas 
 
O trabalho da Pedagogia Hospitalar está estruturado em quatro eixos, a saber: 
 
1. Classe Hospitalar: Consiste em triagem de crianças em idade escolar, 
encaminhamento de matrícula escolar para os que não então frequentando a escola, 
contato com escola de origem para acompanhamento curricular durante a internação, 
(BRASIL, 2002) orientação aos responsáveis sobre as questões escolares; organização 
de atividades compatíveis com o desenvolvimento escolar do aluno/paciente, 
encaminhamentos junto a Rede (transporte escolar, solicitação de profissional de apoio 
à inclusão para crianças com deficiências, discussão de casos com equipe escolar, 
informes pedagógicos). 
 
2. Brinquedoteca Hospitalar: Colaborar com a direção e gerência 
multiprofissional na gestão da Brinquedoteca Hospitalar e coordenação das atividades 
135 
 
realizadas pelos recreadores educacionais. Principais ações: promover recursos para 
funcionamento pleno das atividades das Brinquedotecas Hospitalares, planejando e 
capacitando os recreadores educacionais; promover atividades integrativas lúdicas-
pedagógicas que reforcem vínculos positivos entre criança-acompanhante-equipe.(BRASIL, 2005) 
 
3. Intervenção Pedagógica Complementar: consiste na organização de 
projetos pedagógicos para atender às demandas lúdicas-pedagógicas identificadas e que 
não estão expressas diretamente nos eixos 1 e 2. Principais ações: Eventos culturais com 
parceiros externos, apoiar a equipe na melhoria da ambiência que favoreça a expressão 
da criança em projetos pontuais, como aniversários de pacientes, educação para saúde, 
decoração de datas comemorativas, etc. (BRASIL, 1995) 
 
4. Organização do Trabalho Pedagógico Hospitalar: criar ferramentas de 
gestão para favorecer e aprimorar o trabalho pedagógico hospitalar desenvolvido na 
instituição (Projeto Pedagógico, POPs, Regimento da Categoria, participação em 
eventos, estudos, pesquisas e publicações). 
 
 
 
 
9.13.4. Abordagem Interdisciplinar 
 
Discussões de casos com multiprofissionais para organização dos processos que 
incidem sobre a vida escolar do aluno paciente, durante internação e alta. 
 
 
 
9.13.5. Encaminhamentos 
 
Caso necessário, o serviço pode acionar a rede para continuidade das ações 
pedagógicas desenvolvidas, buscando apoio junto aos Conselhos Tutelares, às 
Secretarias Estaduais e Municipais de Educação (Ex. atendimento pedagógico 
domiciliar para alunos que em alta hospitalar não têm condições de retornar à escola 
num período superior a 30 dias). 
 
136 
 
 
Figura 9: Fluxograma de atendimento Pedagógico Curricular 
 
 
 
Fonte: Elaborado pelo Serviço de Pedagogia do HJXXIII (2023) 
 
137 
 
9.14. ATENDIMENTO FONOAUDIOLÓGICO 
 
O paciente queimado que requer tratamento fonoaudiológico é aquele com 
queimaduras que atingem áreas corporais como cabeça, pescoço e tórax - que podem 
levar à alteração das funções estomatognáticas (sucção, deglutição, mastigação, fala, 
voz e expressão facial), os que apresentam estigmas de queimadura inalatória, além 
daqueles que permaneceram intubados por períodos prolongados (superiores há 48 
horas) e/ou que necessitaram realizar traqueostomia (TOLEDO, 2009). 
Após as primeiras medidas tomadas pela equipe médica e constatando-se o 
equilíbrio clínico e sistêmico do paciente, o fonoaudiólogo deve iniciar a avaliação com 
o objetivo de verificar as funções estomatognáticas e prevenir possíveis sequelas 
funcionais/estéticas (TOLEDO, 2003). Durante o período de internação hospitalar, cabe 
ainda ao profissional avaliar os riscos de disfagia, garantir a segurança de via aérea 
durante a alimentação por via oral e garantir uma comunicação funcional e eficiente 
(TOLEDO, 2001). 
Esses pacientes podem estar na unidade de terapia intensiva (UTI) ou enfermaria 
– na fase aguda, e no ambulatório - na fase de reabilitação, com abordagens/tratamentos 
distintos e específicos em cada momento. 
 
9.1.4.1. Atribuições da Fonoaudiologia na Unidade de Terapia Intensiva e na 
Unidade de Internação (Enfermaria) (MAGNANI, 2021; MAGNANI,2015; TOLEDO, 
2009; TOLEDO, 2003) 
 
• Obter da história clínica do paciente e seus dados gerais: 
• - data da queimadura, etiologia, tipo de acidente, áreas acometidas, extensão 
e profundidade das lesões, 
• - tempo de desmame ventilatório, condições clínicas e respiratórias; 
• Realizar anamnese direcionada, com o objetivo de verificar 
queixas/demandas e complementar informações levantadas em prontuário; 
• Avaliar aspectos de comunicação: compreensão de linguagem, expressão 
verbal e não verbal; 
• Avaliar respiração: tipo e padrão respiratório 
138 
 
-Na presença de TQT: tipo de cânula, numeração, cuff 
insuflado/ desinsuflado 
• Avaliar as estruturas orofaciais: lábios, língua, bochechas, palato duro, palato 
mole, 
• Mandíbula e laringe – Quanto aos seguintes quesitos: 
- Aparência 
- Condição postural 
- Sensibilidade 
- Mobilidade 
- Funcionalidade 
- Dor 
• Avaliar mímica facial, 
• Avaliar voz: tempo de emissão, qualidade e intensidade vocal, coordenação 
pneumofônica; 
• Avaliar sucção – em crianças pequenas; 
• Avaliar deglutição de saliva 
• Na presença de TQT: desmame de balonete, realizar Teste Blue-dye (PRS 
ASS-033) 
• Avaliar deglutição direta com alimentos: 
- Líquidos 
- Pastosos 
- Sólidos macios 
- Sólidos duros 
• Na presença de TQT: realizar teste com alimentos corados com anilina – 
 - Teste Blue-Dye modificado (PRS-ASS-033) 
• Na presença de alterações em quaisquer quesitos das estruturas orofaciais - 
REALIZAR reabilitação dos aspectos alterados; 
• Na presença de alterações nas funções de sucção, deglutição, mastigação, 
voz: REALIZAR reabilitação das funções alteradas; 
• Realizar liberação de dieta por via oral; 
• Adequar a consistência da dieta conforme segurança de via aérea e condições 
das estruturas orofaciais; 
139 
 
• Participar do processo de decanulação juntamente com equipe 
multiprofissional: 
 
- Avaliar tolerância ao balonete desinsuflado; 
- Avaliar possibilidade de troca de cânula; 
- Avaliar tolerância a oclusão; 
- Avaliar adaptação de válvula de fala; 
 
• Fornecer orientações ao paciente e familiares sobre o seu quadro 
fonoaudiológico e etapas do processo de reabilitação; 
• Participar de discussões multidisciplinares e contribuir para educação continuada 
da equipe. 
• Realizar continuidade do tratamento à alta do CTI e admissão na enfermaria e 
encaminhamento para continuidade ao tratamento/ reabilitação no pós-alta. 
 
 
 
Figura 10: Fluxogramas de atendimentos fonoaudiológicos 
 
 
 
140 
 
 
 Fonte: Elaborado pela equipe de fonoaudiologia do HJXXIII (2023) 
 
 
10. PLANO PARA ATENDIMENTO À SITUAÇÃO DE MÚLTIPLAS 
VÍTIMAS 
 
 
Em situações de grande desequilíbrio entre a demanda e a oferta por serviços de 
saúde, um Plano de enfrentamento do cenário de crise deve existir. 
Com o objetivo de garantir qualidade no atendimento, preservação da vida e 
redução do sofrimento do maior número de pessoas, o Plano para Atendimento à 
Situações com Múltiplas Vítimas deve ser escrito, treinado, implantado e divulgado a 
toda equipe assistencial e gerencial de uma Instituição de Saúde. Esse Plano prevê a 
expansão e manutenção de recursos humanos e materiais em situações extremas, como 
catástrofes ou desastres. Situações em que esforços extras são necessários em uma 
Instituição de Saúde podem ocorrer em qualquer local, independentemente de seu 
tamanho, densidade tecnológica, nível de complexidade. Portanto, é urgente que 
141 
 
Instituições de Saúde implantem Planos de Contingência para que possam atender de 
forma ordenada e planejada seus pacientes vítimas de catástrofes e/ou desastres, 
assegurando, assim, um padrão de atendimento adequado com sistema de comando e 
controle bem estruturado (FHEMIG,2018, REDE DE EDUCAÇÃO, 2022) 
É imperativo que os Serviços de Saúde de Referência estejam aptos a atender às 
vítimas coordenadas pelo Plano de Atendimento a Múltiplas Vítimas, organizando e 
racionalizando os recursos disponíveis, através de um planejamento estratégico. Para 
construir um Plano de Atendimento a Múltiplas Vítimas, conteúdos mínimos devem ser 
conhecidos e podem ser resumidos nas fases a serem desenvolvidas em um Plano. 
 
10.1. Fases do Plano de Atendimento a Múltiplas Vítimas 
1º - Prontidão – é a fase na qual o Plano é escrito, treinado e divulgado. 
Importante nessa fase a definição dos níveis de criticidade do Plano que será 
acionado, considerando o número de vítimas e a necessidade de recursos. Ainda 
nesta fase, quando o número de vítimas excede em muito o efetivo de 
profissionais socorristas, há de se lembrar que a prioridade passa a ser a tentativa 
de salvamento do maior número de pessoas e não de todos os envolvidos. 
Contamos com o sistema START, que define bem estas prioridades em ambiente 
pré-hospitalar e a Triagem da American Burn Association (ABA) para casos de 
catástrofes onde os recursos são exíguos, ambas elencadas abaixo, descrita por 
Taylor (2014):Figura 11 - START Adulto 
 
 
142 
 
 
Fonte: WALLS (2019). 
 Figura 12 - JumpSTART (Crianças) 
 
Fonte: WALLS (2019), adaptado de ROMIG (2002). 
 
Quadro 25 - Triagem para queimaduras de vítimas em massa para catástrofes em locais com recursos 
exíguos 
Idade SCQ % 
(anos) 0-10 11-20 21-30 31-40 41-50 51-60 61-70 71-80 81-90 91-100 
0-2 Muito alto Muito alto Alto Alto Alto Médio Médio Médio Baixo Baixo 
3-5 Ambulat Muito alto Alto Alto Alto Médio Médio Médio Baixo Baixo 
6-20 Ambulat. Muito alto Alto Alto Alto Alto Médio Médio Baixo Baixo 
21-30 Ambulat. Muito alto Alto Alto Alto Médio Médio Médio Baixo Baixo 
31-40 Ambulat. Muito alto Alto Alto Médio Médio Médio Baixo Baixo Expecta. 
41-50 Ambulat. Muito alto Alto Médio Médio Médio Médio Baixo Baixo Expecta. 
51-60 Ambulat. Muito alto Alto Médio Médio Baixo Baixo Expecta. Expecta. Expecta. 
61-70 Ambulat. Alto Médio Médio Baixo Baixo Baixo Expecta. Expecta. Expecta. 
>70 Muito alto Médio Baixo Baixo Baixo Expecta. Expecta. Expecta. Expecta. Expecta. 
Fonte: Adaptado de TAYLOR (2014). 
143 
 
O quadro mostra o resultado esperado para várias queimaduras de SCQ (superfície corporal queimada) para diferentes idades. Esses 
dados incluem pacientes com ou sem lesão inalatória. A lesão por inalação aumenta o risco de mortalidade. 
As categorias de utilização de recursos são as seguintes: 
• Paciente ambulatorial (Ambulat. / amarelo brilhante) - Sobrevida e bom resultado esperado sem tratamento hospitalar. 
• Muito alto (amarelo)- Espera-se sobrevida e bom resultado sem hospitalização prolongada (>14 dias) 
• Alto (rosa)- Sobrevida e bom resultado esperado (sobrevida > 90%) 
• Médio (verde)- Sobrevivência e bom resultado provável com tratamento agressivo e alocação abrangente de recursos 
(sobrevivência > 50%) 
• Baixo (azul)- Sobrevivência e bom resultado < 50% de probabilidade, mesmo com tratamento agressivo prolongado e 
uso intensivo de recursos. 
• Expectante (Expect. / roxo) - Sobrevida < 10% mesmo com tratamento agressivo ilimitado 
 
2º - Alerta – nessa fase o Plano deve descrever quem será responsável por 
entregar e receber a informação do evento de múltiplas vítimas. Deve existir um 
canal de comunicação livre e formalizado entre a autoridade que informa o alerta 
e o profissional da Instituição que recebe a informação, bem como dos diversos 
elos na cadeia de assistência pré e intra-hospitalar (agentes de saúde, socorristas, 
defesa civil, polícia civil, militar, rodoviária, florestal, corpo de bombeiro, 
resgate, transporte aéreo se necessário, SAMU, logística, engenharia, equipe 
interdisciplinar, coordenadores de plantão, chefes de equipe, diretoria e demais 
funcionários de recursos humanos e apoio); 
 
3º - Ativação – quando o responsável pelo recebimento do Alerta da situação de 
múltiplas vítimas recebe a informação, ele será responsável por ativar o Plano e 
fazer toda a reconfiguração e reorganização de recursos na Instituição, a fim de 
receber as vítimas do evento; 
4º - Recepção – início da admissão das vítimas para atendimento. Importante 
nessa fase a efetividade da comunicação, sinalização das áreas de atendimento e 
recursos disponíveis, seguindo planejamento; 
5º - Tratamento – atendimento às vítimas e demais pacientes que estejam nas 
áreas assistenciais; 
6º - Recuperação – o retorno ao atendimento habitual deve ser planejado da 
mesma forma que o início do atendimento às vítimas da situação de 
contingência; 
7º - Auditoria – após o término do evento de crise, deve-se analisar e verificar os 
pontos de melhoria no Plano para que a Gestão de Riscos seja continuamente 
mais eficiente. 
144 
 
O Plano para Situação de Múltiplas Vítimas consiste em identificar, analisar, 
estruturar e coordenar a melhor resposta a um evento inesperado, grave e com alta 
demanda. O fundamental neste Plano é a melhor concentração de esforços e recursos, de 
forma mais eficiente, eficaz e efetiva. 
 
 
11. MATRICIAMENTO 
 
O matriciamento é a avaliação dos pacientes cadastrados para transferência para 
CTQ e objetiva a qualificação do quadro clínico dos pacientes para adequação do leito 
para internação, bem como orientações de cuidados iniciais ao paciente. 
O matriciamento é realizado em conjunto pela equipe da Central de Leitos de 
Belo Horizonte e a equipe do CTQ do Hospital João XXIII, mantendo os critérios: 
1. Unidade de origem cadastra o paciente queimado no SUS Fácil para 
transferência. 
2. Equipe da Central de Leitos encaminha Formulário de Protocolo para 
preenchimento e solicita fotografias da área queimada, através de email. 
 3. Após recebimento das fotografias e preenchimento do Protocolo, a equipe 
médica do matriciamento os avalia e define a superfície corporal queimada, 
profundidade das queimaduras e possíveis fatores clínicos que modifiquem a gravidade 
do paciente (comorbidades, traumas associados, agente causador da queimadura, entre 
outros). 
4. Equipe Matriciadora define o tipo de leito para o paciente (Enfermaria, UTI) 
ou define se ele é elegível para tratamento no CTQ, além de classificar a prioridade 
clínica do paciente. 
5. Até que seja disponibilizada a vaga, um acompanhamento periódico é 
solicitado pela equipe da Central de Leitos com fotografias atualizadas, resposta de 
pendências e alterações do quadro clínico. 
6. Quando a vaga é disponibilizada, a equipe do Núcleo Interno de Regulação 
(NIR) do Hospital João XXIII comunica à equipe da Central de Leitos. 
7. A equipe da Central de Leitos comunica a origem do paciente prioritário 
para a vaga disponível e a forma de transferência. 
 
145 
 
12. BENEFÍCIOS POTENCIAIS 
 
 
O tratamento do queimado tem se beneficiado com estratégias que promovem a 
melhoria na assistência ao paciente queimado, conseguindo assim reduzir as mortes por 
queimaduras em 50% a partir de 1950 (KEARNEY, 2018). As condutas com ênfase na 
ressuscitação volêmica, em ajustes que neutralizem os efeitos do estado hipermetabólico 
com suporte nutricional, na prevenção e controle de sepse por abordagens cirúrgicas 
resolutivas precoces, na utilização de curativos com antibióticos tópicos, nos 
diagnósticos precoces de infecção com intervenções medicamentosas efetivas e 
estratégias ventilatórias protetoras foram as principais medidas responsáveis pela 
redução da mortalidade dos pacientes queimados, sendo as diretrizes que orientam os 
cuidados neste serviço (KHATIB, 2021). 
 
 
13. RISCOS POTENCIAIS 
 
O tratamento do queimado deve ser focado em resultados clínicos, benefícios na 
qualidade de vida, aumento da sobrevida e redução de custos. Portanto, os riscos 
potenciais de um cuidado inadequado envolvem linhas de cuidado desestruturadas, 
profissionais do atendimento inicial na emergência sem treinamento qualificado ou 
conhecimento do protocolo, o que leva à piora no desfecho das queimaduras em uma 
população. Na tentativa de reduzir tais riscos, prioriza-se neste serviço a normatização 
de condutas baseadas em evidências, estabelecendo diretrizes ou recomendações para a 
prática clínica (BRASIL, 2022). 
Uma parcela significativa de morbimortalidade na população mundial é 
atribuída às queimaduras. Além das queimaduras com desfechos letais, vale 
ressaltar que as queimaduras não fatais determinam importantes e inúmeras 
incapacidades, entre as funcionais, as estéticas, as psicológicas, as sociais e 
as do retorno à vida com mesma qualidade anterior à queimadura (BRASIL, 
2022, p. 40). 
 
Ressalta-se a importância de um tratamento direcionado, com condução 
adequada, principalmente em um país em desenvolvimento como o Brasil. Sabe-se do 
146 
 
caráter social das queimaduras, em que cerca de 90% dos casos e dos óbitos estão 
associados à falta de acesso amplo da população, fator contribuinte para desfechos 
desfavoráveis nos países de baixa ou média renda. O insucesso no tratamento pode 
evoluir com óbito, assimcomo em incapacidade temporária ou definitiva, sequelas 
físicas e emocionais, piora na desestruturação familiar, somado ao gasto elevado e nem 
sempre resolutivo para o Estado (BRASIL, 2022). 
 
 
 
14. ÍTENS DE CONTROLE 
 
• Média de Permanência Hospitalar na UTI. 
• Média de permanência Hospitalar na enfermaria. 
• Porcentagem de adesão ao protocolo de Cirurgia Segura. 
• Incidência de infecção na UTQ. 
• Taxa de suspensão de cirurgias por motivos não clínicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
147 
 
 
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Trauma., Philadelphia, v.4, 2016. DOI: https://doi.org/10.1186,/s41038-015-0026-4. 
 
https://doi.org/10.1186,/s41038-015-0026-4
167 
 
15. ANEXO: ADMISSÃO DE PACIENTES DENTRO DA LINHA DE CUIDADO 
DA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE QUEIMADO NA REDE DE ATENÇÃO ÀS 
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS. 
 
De acordo com a DELIBERAÇÃO CIB-SUS/MG Nº 3.951, DE 17 DE 
OUTUBRO DE 2022, seguem os critérios para admissão de pacientes dentro da Linha 
de Cuidado da Assistência ao Paciente Queimado na Rede de Atenção às Urgências e 
Emergências do Estado de Minas Gerais. (MINAS GERAIS, 2022a) 
 
 Seção I - HOSPITAIS TIPIFICADOS COMO CENTRO DE TRATAMENTO 
DE QUEIMADOS TIPO 1A E 1B (Hospital João XXIII e Hospital de Clínicas de 
Uberlândia, respectivamente) 
 São critérios para admissão em hospitais tipificados como Centro de Tratamento 
de Queimados Tipo 1A e 1B: 
 I - Queimaduras de espessura parcial (2° grau) em áreas maiores do que 20% da 
SCQ em adultos; 
II - Queimaduras de espessura parcial (2° grau) maiores do que 15% da SCQ em 
crianças, gestantes ou maiores de 60 anos; 
III - Queimaduras de espessura total (3° grau) maiores do que 10% SCQ; 
 IV - Queimaduras de espessura total (3° grau) na face, nos olhos, no períneo, 
nas mãos, nos pés e em grandes articulações; 
 V - Queimadura elétrica; 
 VI - Queimadura química; 
 VII - Queimadura de via aérea, lesão inalatória ou em ambiente fechado; 
VIII - Lesão circunferencial de tórax, cervical ou de membros; 
 IX - Comorbidades graves não compensadas, clinicamente associadas: 
imunossuprimidos ou imunocomprometidos, insuficiência renal, cardíaca ou hepática, 
distúrbios de coagulação, embolia pulmonar, infarto agudo do miocárdio (IAM), 
quadros infecciosos graves decorrentes ou não da queimadura, síndrome 
compartimental e doenças consumptivas. 
Seção II - HOSPITAIS TIPIFICADOS COMO CENTRO DE TRATAMENTO 
DE QUEIMADOS TIPO 2 
São critérios para admissão em hospitais tipificados como Centro de Tratamento 
de Queimados Tipo 2: 
168 
 
 I - Queimaduras de espessura parcial (2° grau) em áreas de 15% a 20% da SCQ 
em adultos; 
II - Queimaduras de espessura parcial (2° grau) em áreas de 10% a 15% da SCQ 
em crianças, gestantes ou maiores de 60 anos; 
III - Queimaduras de 3° grau menores do que 10% SCQ; 
IV - Queimaduras de espessura parcial (2° grau) na face, nos olhos, no períneo, 
nas mãos, nos pés e em grandes articulações; 
V - Queimaduras em pacientes que requerem intervenção especial social, 
emocional e/ou longo período de reabilitação, passíveis de serem realizados em Hospital 
Geral; 
VI - Queimaduras menores concomitantes a outros traumas importantes ou 
condições preexistentes que possam agravar o quadro. 
Seção III – DOS CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO ESPECIAL 
São critérios para avaliação especial: 
I - Pacientes com tentativa de autoextermínio com politraumatismo associado;II - Maus-tratos, abuso ou negligência; 
III - Situações sociais adversas; 
IV - Distúrbios psiquiátricos ou falta de cooperação familiar no processo 
terapêutico; e 
V - Situações em que há múltiplas vítimas. 
 Para as situações elencadas acima a decisão do encaminhamento para o recurso 
assistencial necessário será mediante avaliação do médico regulador plantonista da 
CRRA, considerando os critérios de estratificação elencados, bem como avaliação da 
necessidade assistencial do paciente para garantir a integralidade do cuidado. 
 
De acordo com a DELIBERAÇÃO CIB-SUS/MG N.˚ 8494, DE 07 DE 
DEZEMBRO DE 2022, seguem os hospitais credenciados na linha de cuidado, de 
acordo com tipologias IA, IB e 2 (MINAS GERAIS, 2022b) 
 
169 
 
Quadro 26- Hospitais credenciados na linha de cuidado de Assistência ao Paciente 
Queimado
 
 
Fonte: Minas Gerais, 2022b 
 
 
 
 
Aos 18 de outubro de 2023 foram publicadas as a DELIBERAÇÕES CIB-
SUS/MG N.˚ 4408 e 4409 pela SES-MG, tratando, respectivamente: 
170 
 
1) do cofinanciamento de estrutura, ampliação da rede com unidades 
potencialmente elegíveis para os diferentes níveis de cuidado 
2) cofinanciamento de diárias, tipologias hospitalares e critérios de 
transferência. 
Os serviços terão um ano, a partir da publicação da adesão dos centros ao 
programa proposto, para se adequarem. 
 
 
Quadro 27- Portes Hospitalares a serem instituídos na linha de cuidado de Assistência ao Paciente 
Queimado após adesão e adequação 
 
 
Fonte: Minas Gerais, 2023b 
 
De acordo com MINAS GERAIS (2023b), a estimativa da necessidade dos leitos 
de UTI exclusivos para assistência a pacientes queimados em CTQ Porte III para o 
estado de Minas Gerais é de 42 (quarenta e dois) leitos, tendo no momento apenas 9 
leitos de adulto e 2 leitos pediátricos no HJXXIII, o que justifica a ampliação da rede de 
atendimento de alta complexidade para o paciente queimado no estado de Minas Gerais. 
Nova estratificação clínica foi proposta, ampliando a complexidade para acesso 
ao CTQ porte III, com complexidade intermediária sendo destinada ao Porte II (MINAS 
GERAIS, 2023a). 
 
Quadro 28- Critérios de Transferência a serem instituídos na linha de cuidado de Assistência ao Paciente 
Queimado após adesão e adequação 
171 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Minas Gerais, 2023b 
 
 
 
 
 
 
 
172 
 
DECLARAÇÃO DE CONFLITO DE INTERESSES 
Os autores declaram não estar submetidos a qualquer tipo de conflito de interesses para 
o desenvolvimento das Diretrizes Clínicas em questão. 
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