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NaNcy Rue
MANUAL PARA MÃES DE 
GAROTAS DESCOLADAS
Traduzido por SuSaNa KLaSSeN
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Na vida real
ela vem falando desse acampamento desde antes de ter ta - 
manho para carregar uma mochila. Quase dava um piti mo-
numental cada vez que um dos irmãos entrava no ônibus e 
ela ficava para trás, sofrendo sem a fumaça da fogueira, sem 
os artesanatos de sucata e sem acordar com alguém colo-
cando creme de barbear no seu nariz.
Finalmente (um longo suspiro de alívio para todas as 
partes envolvidas), nestas férias chegou a vez dela de par-
ticipar. Você passou semanas procurando o maiô perfeito 
(“Mas, mãããe, todas as outras meninas vão levar biquí-
ni!), fazendo estoque de inúmeras embalagens pequenas 
de produtos que ela não vai usar, mas precisa levar (que 
menina de 9 anos “precisa” de tônico facial?) e ouvindo a 
Parte 1
Digo a minha filha para ser ela 
mesma, mas ela não sabe quem é
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28 Manual para mães de garotas descoladas
contagem regressiva (“Faltam onze dias, se a gente não contar hoje”, mesmo 
que seja seis horas da manhã). esse é o único assunto no carro enquanto 
você a leva para a escola, no telefone com as amigas, na conversa à mesa. Os 
irmãos já estão tramando fechar-lhe a boca com fita adesiva. Você mesma 
começou a contar os dias, pois está à beira de um ataque de nervos.
Na tarde anterior à partida, enquanto você a ajuda a colocar o último par 
de shorts novos na mala, ela se vira para você, pálida e trêmula e diz: “Mãe, 
acho que eu não quero ir ao acampamento”.
embora sua cabeça dê sinais de que vai explodir, você consegue perguntar 
do que ela está falando. a resposta vem numa enxurrada de “e se...”.
Ð e se todo mundo me achar uma tonta? e se eu não fizer amizade com 
ninguém? e se ninguém me deixar participar de nada porque todo mundo 
me odeia?
O que lhe resta dizer senão o óbvio: 
Ð M eu anjo, larga de bobagem. Seja você mesma e tudo vai dar certo.
ela a encara como se você precisasse de tratamento psiquiátrico. Quer ela 
consiga expressar em palavras ou não, a pergunta óbvia é: Como posso ser eu 
mesma se nem sei quem eu sou?
M M M
uma situação como essa, ou uma “crise”, dependendo da geração à qual você 
pertence, deixa bem claro o maior desafio que a garota pré-adolescente en-
frenta. É possível que ela nunca o verbalize. aliás, pode ser que sua garota 
nem seja capaz de definir aquele mal-estar que toma conta dela quando 
chega a um lugar onde ninguém sabe seu nome. Mas, a menos que ela seja 
a única menina perfeitamente ajustada que já existiu na face da Terra, em 
algum momento sentirá isso.
Para algumas meninas, o friozinho na barriga desaparece no instante 
em que entram num lugar desconhecido e, mais que depressa, se tornam 
o centro das atenções da festa (da classe, do time, da sala de espera). Para 
outras, leva algum tempo para encontrar seu lugar, seu modo de expressão, e 
as pessoas com as quais ela se identifica. Para outras, ainda, a sensação de es - 
tranheza se torna um modo de vida. Mesmo que você tenha certeza de que 
sua filha nunca se sente insegura a respeito de sua identidade (afinal, ela 
nunca se acanha de reafirmá-la para você), espero que continue a ler. afinal, 
alguma vez você já se perguntou qual das suas “personalidades” é certa para 
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Digo a minha filha para ser ela mesma, mas ela não sabe quem é 29
uma situação nova? e quanto àquele dia em que você trouxe sua bebezinha 
da maternidade para casa?
O negócio é o seguinte: a pergunta Quem sou eu? é perfeitamente natural 
para uma menina de 8 a 12 anos. aos poucos, ela está adquirindo consciên-
cia de que emergiu em um mundo no qual, ao contrário de seu lar, as pessoas 
não têm a obrigação de amá-la. começou a perceber que o modo como se 
comporta determina, em parte, se as pessoas gostarão dela ou não, o que a 
leva à pergunta seguinte: E se eu for eu mesma e ninguém gostar? O que ela 
ainda não entendeu é que todas as outras meninas nessa faixa etária estão 
tentando responder às mesmas perguntas, de modo que não são espelhos 
confiáveis para ela vislumbrar sua verdadeira identidade. essa série de refle-
xões tão naturais pode assumir as seguintes formas:
•	Rir	feito	uma	hiena	histérica.	Quando	minha	filha	era	pré-adolescen-
te, costumávamos chamar esses acessos de riso de “ataques de bobeira”. É 
algo parecido com a vontade irresistível de rir que alguns adultos sentem 
em funerais.
•	Chorar	sem	motivo	aparente.	Parte	dessas	crises	de	choro	é	de	origem	
hormonal (como veremos mais adiante), mas a sensação de eu-não-sei-co-
mo-devo-agir-agora é um fator que muitas vezes abre as comportas. Pense 
em si mesma no primeiro dia num novo emprego. Por acaso não dá vontade 
de se refugiar no banheiro mais próximo?
•	Revestir-se	de	negatividade.	Esse	era	um	dos	comportamentos	caracte-
rísticos de minha filha. eu sabia que ela estava se sentindo insegura quando, 
de repente, todo mundo era imbecil. Mas não é verdade que nós também 
ficamos mais irritáveis com nossos filhos quando não sabemos muito bem o 
que fazer com eles?
•	 Sofrer	um	transplante	de	personalidade	repentino.	Sua	menina	bem-
-humorada e espirituosa, que leva tudo na esportiva, de repente se trans-
forma no diabo-da-tasmânia diante dos seus olhos. Sempre extrovertida 
e despachada, passa a sofrer de timidez terminal e se esconde no quarto. 
Variações de humor semelhantes às da TPM nem sempre são as respon-
sáveis por essas mudanças de personalidade. até mesmo os gatinhos mais 
fofos mostram as garras e os dentes quando alguém ameaça sua identidade. 
Imagino que todas nós mostramos garras e dentes de vez em quando.
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Portanto, se é algo normal até para nós, não é melhor deixarmos nossas 
filhas passarem por tudo isso até encontrarem sua identidade? Sem dúvida, 
seria o caminho mais fácil. Mas, como observei anteriormente, educar filhos 
é qualquer coisa, menos fácil. Se deixarmos ao encargo de nossas filhas des-
cobrir quem são e prosseguir com a vida, poucas serão bem-sucedidas sem 
nossa ajuda (provavelmente, aquelas que não têm contato algum com o resto 
do mundo). e mesmo que isso fosse possível (pense numa cabana no Hima-
laia), no momento em que ela entrasse no mundo real, enfrentaria uma crise 
de identidade que exigiria anos de terapia.
Nosso trabalho na pré-adolescência é instilar em nossas filhas o conceito 
de autenticidade e ajudá-las a se sentirem o mais à vontade possível com 
quem são, antes que a adolescência coloque sua identidade à prova. O grau 
de dificuldade de resistir à pressão dos colegas quase sempre depende de 
quão forte e positivo é o conceito que a menina tem de si mesma. Não tem 
praticamente nada a ver com o conjunto de regras estabelecidas para ela. O 
momento de conhecer a si mesma e encontrar um lugar no mundo para esse 
“eu” verdadeiro é agora, enquanto as consequências de não fazê-lo não têm o 
potencial de prejudicá-la seriamente. Na pré-adolescência, se a menina veste 
uma roupa igual à das colegas e percebe que ficou parecida com a Olívia 
Palito, ela se recupera. Na adolescência, se experimenta uma dose de ecstasy, 
pode ser que não se recupere.
eis, portanto, o primeiro passo de nossa jornada: ajudá-la a descobrir 
quem ela é. e, sem dúvida, você também descobrirá algumas coisas a respeito 
de si mesma ao longo do caminho. 
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Minha filha de verdade, 
por favor, se apresente
Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. contudo, aos que o 
receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem 
filhos de Deus.
João 1.11-12
Sinto como seu eu estivesse vivendo outra vida, e não a minha, como se 
estivesse num filme em que alguém escreve o roteiro e me diz o que fazer.
12 anos
Por mais que eu não queira colocar um rótulo em você como mãe (especial-mente porque esta parte é sobre como ser uma pessoa singular e autêntica), é 
de grande ajuda analisar a geração da qual você faz parte, pois é bem prová - 
vel que você tenha incorporado pelo menos algumas de suas características, 
algo que afeta o modo como você entende a geração de sua filha.
Se você nasceu entre 1974 e 1981, faz parte da famosa Geração X. Per-
mita-me comentar que, se eu fizesse parte dessa geração, em vez da Geração 
Pós-Guerra, eu não gostaria nem um pouco de ser chamada de “X”. Os 
membros dessa geração são acusados de serem ansiosos e materialistas, de 
fazerem papel de vítima, pois, afinal de contas, cresceram sozinhos, enquanto 
pai e mãe trabalhavam fora em tempo integral. como pré-adolescentes e 
adolescentes, sem dúvida, vocês eram mordazes e confesso que, quando eu 
lecionava no ensino médio na década de 1990, quase me levaram à loucura.
Mas havia motivos de sobra para vocês se ressentirem, passarem dos li-
mites e apontarem para tudo o que havia de mais abominável no mundo. 
enquanto educávamos vocês, nós, da Geração Pós-Guerra, estávamos ocu-
pados tentando “nos encontrar” depois de todo o movimento hippie. Muitas 
de nós, mães, ainda acreditávamos no mito da supermulher, o que só benefi-
ciava os fabricantes de antidepressivos.
1
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Tudo bem que esta é uma visão um tanto sombria, mas o fato é que, como 
uma jovem de sua geração, a pressão que você sofria dos colegas era para 
quebrar regras. a raiva era bacana e a esperança era absurda. Ver até onde se 
podia ir derrubando velhos tabus foi a marca registrada da Geração X en-
quanto crescia. como professora, isso me cortava o coração, pois, a meu ver, 
tudo era feito na esperança de que alguém perceberia e diria: “certo. Podem 
parar. Vamos tentar entender o que está acontecendo de verdade”.
e finalmente disseram “Podem parar”. Foram vocês mesmos quem disse.
agora na posição de pais e mães, vocês deixaram de fazer as coisas como 
nós fazíamos antigamente. Seus filhos são seus tesouros, e a maioria de vocês 
se desdobra em mil partes para valorizá-los. Não lhes falta coisa alguma. Vo-
cês fazem qualquer sacrifício para colocá-los nas melhores escolas, garantir 
uma vaga nos times certos, contratar professores particulares conceituados 
e oferecer equipamentos eletrônicos que lhes permitam acompanhar essa 
rotina frenética. O fato de vocês se preocuparem tanto e serem tão dedicados 
a eles é justamente o motivo pelo qual você está lendo este livro. Seus filhos 
são privilegiados de terem vocês para educá-los.
Porém (você sabia que havia um porém, não?), as características da Ge-
ração X continuam circulando no mundo. considere, por exemplo, a mídia.
Mesmo que você seja extremamente seletiva quanto àquilo a que seus 
filhos são expostos, o mundo da música, do cinema, da televisão e da internet 
ainda pensa que esta nova geração desejará continuar a ultrapassar os limi-
tes do que é aceitável em termos de entretenimento da mesma forma que 
aconteceu com a Geração Pós-Guerra e com a Geração X. Gosto muito do 
que Neil Howe e William Strauss dizem em seu livro esclarecedor Millenials 
Rising [criando a Geração do Milênio]:
Imagine passar pela infância em um mundo no qual as pessoas mais velhas 
lhe oferecem opções de entretenimento de péssima qualidade, adaptadas 
para a sua linguagem, divulgadas em sua mídia, e depois o condenam por 
aceitarem essas opções [...]. assim é ser adolescente hoje em dia.1
Sua filha pré-adolescente, nascida depois de 1995, faz parte da Geração 
do Milênio ou Geração da Internet. está crescendo num contexto comple-
tamente diferente daquele em que você cresceu. Mas as pessoas encarregadas 
de tomar decisões a respeito da mídia que chega até ela continuam a testar 
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Minha filha de verdade, por favor, se apresente 33
os limites. Não é uma garotinha de 8 anos que escreve as músicas com letras 
ofensivas voltadas para a faixa etária dela. É alguém de mais de 30. crianças de 
10 anos de idade não produzem filmes cheios de sexo e imoralidade. Isso é tra-
balho de gente de 40 e 50 e tantos anos. ela não vê um reflexo daquilo que ela 
mesma pensa, sente e deseja neste mundo em que vive. Na verdade, “não está 
promovendo a licenciosidade da cultura adulta, mas sendo arrastada por ela”.2
Portanto, para que sua filha inocente mantenha essa inocência e tenha es-
paço para ser criança, você terá de criá-la como uma orquídea numa estufa, ou 
terá de ajudá-la a descobrir quem ela é e o que deseja, e lhe mostrar como man-
ter essa postura diante daquilo que nossa geração está tentando vender para ela.
O estado deplorável da mídia é apenas um dos motivos pelos quais a 
autenticidade é tão essencial para nossas pré-adolescentes quanto uma ali-
mentação saudável e uma boa professora de balé. Vejamos quais são outros 
cinco motivos. 
Vamos esclarecer: por que ela precisa ser autêntica
A pressão dos colegas mudou
Pressão dos colegas significa, em outras palavras: “Os amigos, que sabem 
tudo, têm muito mais influência que os pais, que não sabem praticamente 
nada”. Lidar com essa pressão sempre foi parte importante do crescimen-
to. aprender a quem se deve dar ouvidos e em quem se pode confiar são 
elementos essenciais para o bem-estar. e nunca houve uma geração de pais 
que tenha tido sucesso com a abordagem: “Ouçam apenas o que eu digo e 
obedeçam apenas a mim”. aliás, essa não é uma abordagem saudável, pois, 
assim que a criança entra na pré-escola, você deixa de ser a única influên-
cia na vida dela. ela precisa aprender a analisar tudo o que ouve a fim de 
extrair as coisas boas e valiosas que pode aprender no relacionamento com 
os colegas.
a parte da “pressão” entra em cena quando aquilo que “todo mundo faz” 
(por acaso você fez uma pesquisa entre “todo mundo” para saber se é isso 
mesmo?) vai contra aquilo que ela sabe que é certo. Pelo menos essa foi a 
nossa experiência. Tanto na sua época quanto na minha, a pressão dos cole-
gas assumia a forma de álcool, drogas, sexo e, voltando ainda mais no tempo, 
protestos contra “autoridades e instituições”. em essência, éramos pressio-
nadas a quebrar regras.
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Por mais difícil que tudo isso fosse, não gerava tanta complicação para 
nossos pais. as decisões eram bastante claras. Se você fizer X, a consequência 
será y. Ponto-final.
com a Geração do Milênio, porém, aconteceram três coisas. Primei-
ro, só aqueles que passaram todo o primeiro ciclo do ensino fundamental 
dormindo não ouviram falar dos males associados às drogas, à bebida para 
menores de idade e ao sexo sem proteção. eles já sabiam “dizer não às 
drogas” antes mesmo de decorar a letra do hino nacional. a pressão para 
participar desse tipo de atividade ainda existe, mas os jovens estão muito 
mais bem informados e não se deixam convencer com tanta facilidade, o 
que é uma excelente notícia.
Segundo, hoje em dia a pressão não é mais para quebrar as regras, mas 
para “se enturmar”. Trata-se de algo muito mais confuso e complicado de se 
conseguir. Você precisa ter os acessórios certos, falar da maneira certa, vestir 
as roupas certas e saber o que é “superdescolado” Ð algo que pode mudar 
a qualquer momento, de acordo com os caprichos da classe Dominante 
responsável por essas decisões, ou seja, a Turma Popular. a pressão para en-
tender isso tudo é muito mais complexa do que a decisão de beber ou não 
beber cerveja numa festa. embora as consequências de ceder a essa pressão 
não coloquem a vida em perigo, colocam a alma em risco.
Terceiro, esse tipo de pressão tem início muito antes da adolescência. Sua 
filha começa a senti-lo no segundo ou terceiro ano do ensino fundamental. 
a intensidade aumenta no quarto e no quinto ano e, no final do ensino fun-
damental, sua filha é bombardeada por ele continuamente, muitas vezes de 
formas cruéis.
Para os pais, isso significaque, embora seja importante equipar as me-
ninas com um conjunto de regras que definam certo e errado, isso não é 
suficiente. Se a pré-adolescente não desenvolver uma forte consciência de 
quem ela é de fato, sua verdadeira identidade pode ser levada embora pela 
pressão de pertencer a um grupo cujas características mudam constante-
mente. as meninas de 8 a 12 anos com as quais converso todos os dias não 
querem beber, fumar, usar drogas ou se envolver fisicamente com meninos. 
Tipo, nada a ver, né?! Mas já estão cansadas de tentarem ser superdesco-
ladas, populares e parte da panelinha. anseiam por ser autênticas. e você 
pode ajudá-las. 
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