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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE 
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL 
UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA FLORESTAL 
CAMPUS DE PATOS-PB 
 
 
 
 
 
 
NATIELLY CRISTINE GOMES DE MEDEIROS 
 
 
 
 
REVISÃO LITERÁRIA: 
MANEJO DE REBROTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PATOS, PARAÍBA 
2019 
REVISÃO LITERÁRIA 
 
1 MANEJO DA REBROTA 
 
O manejo da rebrota consiste em um sistema onde o número de fustes 
conduzidos varia de acordo com o objetivo final e do sistema de colheita adotado 
em uma floresta recém cortada. Por exemplo, na produção de carvão vegetal, 
onde a quantidade de fustes é mais importante que a qualidade da madeira, 
diferentemente da condução de madeira destinada para serraria, em que a 
condução de apenas um fuste torna-se mais importante para suprir a demanda 
final (SOLER et al., 2013). 
Dessa maneira, o manejo da rebrota se classifica em dois tipos de 
métodos: o método de talhadia simples, onde é definido como sendo um método 
em que os brotos se originam vegetativamente em cepas de árvores cortadas. E 
o método de talhadia composta, no qual fundamenta-se na variação da talhadia 
simples em que as árvores formadas e conduzidas nas cepas, crescem e se 
sobressaem o dossel superior, composto por árvores advindas por meio da 
regeneração de sementes ou mudas (BARROS et al., 2017). 
É importante ter o conhecimento sobre a espécie antes de definir o regime 
de condução de brotações, isto se deve ao fato de que algumas espécies 
apresentam uma estrutura de reserva de nutrientes que favorece a emissão dos 
brotos, como é o caso de algumas espécies de Eucalyptus (FERRARI; 
FERREIRA; SILVA, 2004). 
A rebrota é influenciada pela espécie, idade da árvore, condições 
ambientais e da época do ano em que o corte é efetuado (HIGA; STURION, 
1997). Além de outros fatores que afetam diretamente, como: material genético, 
colheita floresta, controle de formigas, tratos culturais, entre outros (KLEIN et al., 
1997). 
Como observado por Ferrari, Ferreira e Silva (2004), para se obter um 
maior índice de sobrevivência e crescimento do povoamento em regime de 
rebrota é necessário que o corte seja feito no inicio da estação de crescimento, 
o que vale para espécies com difícil brotação. Ainda segundo os autores, para 
que a rebrota tenha sucesso não se deve ser depositado sobre as cepas os 
resíduos resultantes da exploração (folhas, galhos, cascas em decorrência do 
descascamento), pois abafam a cepa dificultando a brotação. Da mesma forma, 
é necessário que as cepas recebam luz, água e areação adequadas. 
A prática do regime de talhadia está associado a vantagens que vão 
desde os aspectos econômicos até os impactos causados no ambiente, em 
consequência da menor interferência no ambiente (KLEIN et al., 1997). Apesar 
de ser um sistema mais adequado devido as vantagens que possui, dentre elas: 
mudas estabelecidas, raiz formada e redução nos tratos culturais requeridos no 
estabelecimento de uma nova floresta (CAMARGO; SILVA; STAPE, 1997), o 
manejo pela condução de brotação, não é sempre indicado, devido a razões 
diversas, as quais sugerem a reforma do povoamento como uma alternativa mais 
viável (KLEIN et al., 1997). 
Para que o regime de rebrota seja satisfatório Ferrari, Ferreira e Silva 
(2004), recomendam algumas adoções na tomada de decisão: verificar se a 
espécie tem facilidade de rebrotar; observar a idade de corte, algumas espécies 
tem dificuldades de rebrotar se a idade de corte for tardia; observar época ideal 
de corte (clima); fazer o corte na altura adequada para brotação; realizar 
adubações de manutenção na área; monitoramento diário para evitar ataque de 
formigas; fazer o corte de forma cuidadosa, evitando-se descascar a cepa; 
proceder durante todo o ciclo de rotação de florestas, tratos culturais adequados; 
limpeza da área e controlar por meio de medições anuais a produtividade da 
floresta, afim de determinar o número de rotações e fazer reforma no plantio 
quando as prognoses de produção indicarem sua necessidade. 
Portanto, segundo Pereira Filho (2016) o regime de manejo com talhadia 
é recomendado porque apresenta baixos custos quando comparados com os da 
reforma da área. E também pelo fato de que a produtividade é semelhante à do 
alto fuste, pois possui um rápido crescimento devido a condução da cepa a 
brotação e apresentar um sistema radicular desenvolvido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BARROS, K. L. C.; MACEDO, R. L. G.; VENTURIN, N. Capacidade de 
Brotação de Teca sob Regime de Talhadia Composta. Floresta e Ambiente, v. 
24, Seropédica, 2017. Disponível: http://dx.doi.org/10.1590/2179-8087.134315. 
Acesso: 29 de nov. 2019. 
 
CAMARGO, F. R. A.; SILVA, C. R.; STAPE, J. L. Resultados experimentais da 
fase de emissão de brotação em Eucalyptus manejado por talhadia. Série 
Técnica IPEF, v. 11, n. 30, p. 115–122. 1997. Disponível: 
https://www.ipef.br/publicacoes/stecnica/nr30/cap11.pdf. Acesso: 29 de nov. 
2019. 
 
FERRARI, M. P.; FERREIRA, C. A.; SILVA, H. D. DA. Condução de plantios de 
Eucalyptus em sistema de talhadia. Documentos, n. 104, 28p. 2004. 
Disponível: https://core.ac.uk/download/pdf/15427891.pdf. Acesso: 29 de nov. 
2019. 
 
HIGA, R. C. V.; STURION, J. A. Capacidade de brotação em subgêneros e 
espécies de Eucalyptus. Série Técnica IPEF, v. 11, n. 30, p. 23-30,1997. 
Disponível:https://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/289181/1/cap2.pd
f. Acesso: 29 de nov. 2019. 
 
KLEIN, J. E. M.; BORTOLAS, E. P.; ASSIS, T. F.; PERRANDO, E. R. Fatores 
operacionais que afetam a regeneração do Eucalyptus manejado por talhadia. 
Série Técnica IPEF, v. 11, n. 30, p. 95–104, 1997. Disponível: 
https://www.ipef.br/PUBLICACOES/stecnica/nr30/cap9.pdf. Acesso: 29 de nov. 
2019. 
 
PEREIRA FILHO, G. M. Qualidade em povoamento de Eucalipto: Índice de 
Uniformidade, época do replantio e relação entre o Alto Fuste e a 
Talhadia. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) – Universidade 
Federal de Viçosa, Viçosa, MG. 2016. Disponível: 
https://www.locus.ufv.br/bitstream/handle/123456789/9377/texto%20completo.p
df?sequence=1. Acesso: 29 de nov. 2019. 
 
SOLER, R. R., LANÇAS, K. P.; GUERRA, S. P. S.; SEREGHETTI, G. C.; 
OGURI, G.; GUIMARÃES, R. T. S. Incremento Médio Anual Pós Colheita 
Mecanizada Em Sistema De Rebrota. Anais [...]. São Paulo – SP: 8° 
Congresso Internacional de Bioenergia, 05 A 07 de Novembro de 2013. 
Disponível: http://biomassaworld.com.br/artigos-tecnicos/incremento-medio-
anual-pos-colheita-mecanizada-em-sistema-de-rebrota/. Acesso: 29 de nov. 
2019. 
https://www.ipef.br/publicacoes/stecnica/nr30/cap11.pdf

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