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Figure 27: Potencial intermolecular de "caroço duro" (potencial ' contra a distância intermolecular r). Note a parte atrativa para � < r < � +�. para um gás ideal, temos QN = V N , de onde é possível obter a expressão usual da função de partição canônica Z do gás ideal monoatômico e a lei de Boyle, que pode ser escrita na forma p= (kBT ) = N=V = �. Na presença de interações, a lei de Boyle seria apenas o primeiro termo, para densidades pequenas, de uma expansão bem mais geral em série de potências de �. Costuma-se então escrever a �expansão do virial�para um gás real, p kBT = �+B�2 + C�3 + :::; (335) em que o primeiro termo, para � << 1, que é a lei de Boyle, corresponde a uma situação muito diluída. Ajustes experimentais indicam que os �coe�- cientes de virial�podem inclusive depender da temperatura (ver tabelas de dados das propriedades dos gases). 7.1 Equação de van der Waals essa seção ainda precia ser escrita! 127 7.2 Modelo do gás de rede Por enquanto, ainda não temos poder de fogo matemático para introduzir certas aproximações na função de partição de um gás real, com um potencial intermolecular minimamente realista, a �m de calcular coe�cientes de virial como B ou C. Vamos então recorrer a uma enorme simpli�cação, que nos permite ir um pouco adiante nos cálculos estatísticos. Ao invés de enfrentar o problema no espaço de fase clássico, de caráter contínuo, a ideia consiste em introduzir o modelo de um �gás de rede�. Vamos dividir o volume de um recipiente em V células iguais, que podem ser ocupadas por um conjunto de N partículas de um gás, de tal forma que não haja mais do que uma única partícula em cada célula, simulando dessa forma o �caroço duro�do potencial intermolecular a curtas distâncias. Nesse �gás de rede�, com N 6 V , as V células podem ser caracterizadas pelo conjunto de variáveis de ocupação fti = 0; 1; i = 1; :::V g. Cada célula pode estar vazia (ti = 0) ou ocupada por uma única partícula (ti = 1). As con�gurações microscópicas acessíveis ao sistema estão submetidas ao vínculo do número �xo de partículas, N = VX i=1 ti: (336) Até esse ponto, as partículas estão submetidas apenas a um potencial intermolecular de caroço duro, que impede a ocupação múltipla das célu- las. Poderíamos, no entanto, introduzir uma pequena parte atrativa, entre células vizinhas mais próximas, a �m de simular as interações atrativas, de curto alcance, dos potenciais intermoleculares. Escreve-se então um termo de energia H (ftig) = �� X (i;j) titj; (337) com � > 0, em que a notação (i; j) indica que a soma deve ser feita sobre pares de células vizinhas mais próximas. No ensemble canônico, a uma temperatura T , na presença de N partícu- las, com N � V , a função de partição é dada por uma soma sobre con�gu- rações, com a restrição do número �xo de partículas, ZN = Z (T; V;N) = X ftig;N= PV i=1 ti exp 24��X (i;j) titj 35 : (338) 128