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Ao redor do  
mundo, milhares de 
químicos realizam 
constante trabalho 
experimental. 
Centenas de 
novas descobertas 
são feitas a cada 
ano e muitas 
delas provocarão 
mudanças na vida 
das pessoas.
m A pesquisa pura permitiu a descoberta do 
elemento químico silício. A pesquisa aplicada 
possibilitou que, com ele, se fizessem as 
modernas células fotovoltaicas como a indicada 
pela seta na foto. Tais dispositivos convertem 
energia luminosa em energia elétrica e já são 
largamente usados em calculadoras portáteis.
Uma sonata para piano escrita por Mozart (músico austríaco) pode ser entendida e in-
terpretada tanto por um pianista chinês quanto por um brasileiro porque a linguagem das 
partituras musicais é universal. O mesmo acontece com a linguagem química. Isso é impor-
tantíssimo no que diz respeito à comunicação científica ao redor do mundo.
A Química utiliza ferramentas de outras áreas
No decorrer deste curso, você perceberá que, muitas vezes, a Química utiliza conceitos 
de outras áreas, principalmente da Matemática e da Física. Quando necessário, faremos 
um comentário preliminar sobre eles, para que você possa dominar todos os pré-requisitos 
necessários e entender a Química do ensino médio.
O caráter experimental da Química
Assim como acontece com as outras Ciências Naturais (Física, Biologia etc.), a Química 
baseia-se na observação de acontecimentos (fenômenos) da natureza. Mais do que isso, a pes-
quisa química envolve a execução de experiências em laboratório e a cuidadosa observação e 
interpretação dos resultados.
Quando um cientista realiza algumas experiências e obtém resultados importantes, 
geralmente ele os publica em revistas especializadas de circulação mundial. Sua descrição 
deve ser precisa o suficiente para que outros cientistas possam reproduzi-las e chegar aos 
mesmos resultados. Caso contrário, suas conclusões não serão aceitas pela comunidade cien-
tífica mundial. Assim, uma preocupação importante relacionada com as experiências é a sua 
reprodutibilidade.
O caráter puro e aplicado da Química
Uma pesquisa química pode estar voltada apenas para o melhor entendimento de algum 
fato da natureza; nesse caso temos uma pesquisa pura. Por sua vez, ela pode estar focada em 
resolver um problema prático, tratando-se, então, de uma pesquisa aplicada.
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Capítulo 1Introdução ao estudo da Química
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É	importantíssimo	salientar	que	nenhum	progresso	nesse	campo	será	possível	se	os
conceitos	básicos	da	Química	não	forem	bem	compreendidos.	São	esses	conceitos,
discutidos	ao	longo	deste	livro,	que	formam	o	alicerce	de	todo	o	conhecimento	químico	
atual.	Embora	se	trate	de	conhecimentos	básicos,	você	poderá	perceber	a	grande
diversidade	de	aplicações	práticas	que	eles	possuem.
O caráter interdisciplinar da Química
Como	já	dissemos,	essa	ciência	possui	caráter	aplicado.	Muitas	vezes,	para	a	resolução	de	um	
problema	prático,	é	necessário	que	ela	atue	em	conjunto	com	outras	ciências.
Ao	se	aliar	à	Engenharia,	a	Química	tem	propiciado	a	elaboração	de	novos	materiais,	como,	
por	exemplo,	as	cerâmicas	que	suportam	altas	temperaturas,	os	plásticos	altamente	resistentes	e	
os materiais supercondutores.
A	Medicina,	talvez	a	mais	antiga	das	ciências	associadas	à	Química,	é	uma	das	maiores	beneficiadas	
com	os	modernos	avanços	dessa	área.	Anualmente,	são	descobertas	centenas	de	novas	substâncias	
que podem atuar como medicamentos.
Todas	essas	fascinantes	aplicações	que	descrevemos	representam	apenas	parte	do	que	existe	
em	termos	de	avanço	científico	e	tecnológico	ligado	à	Química.
 3 Breve panorama histórico
Entre	as	Ciências	Naturais,	pode-se	dizer	que	a	Química	é	uma	das	mais	recentes.	Astro-
nomia,	Física	e	Matemática	têm	uma	história	que	remonta	a	muitos	séculos	antes	de	Cristo.	
Não	há	uma	data	específica	que	possamos	estabelecer	como	“início”	da	Química.	Podemos	
dizer,	entretanto,	que	ela	só	se	firmou	como	ciência	no	transcorrer	dos	séculos	XVII	e	XVIII.	
Vamos,	a	seguir,	dar	uma	ideia	sobre	isso.
 3.1 A Antiguidade
Há	mais	de	3.500	anos,	os	egípcios	 já	utilizavam	técnicas	em	que	estavam	envolvidas	
transformações	químicas.	Dentre	elas,	podemos	citar	a	fabricação	de	objetos	cerâmicos	por	
meio	do	cozimento	da	argila,	a	extração	de	corantes	de	certos	animais	e	vegetais,	a	obtenção	
de	vinagre	e	bebidas	alcoólicas	não	destiladas	(vinho,	cerveja)	e	a	produção	de	vidro	e	de	
alguns	metais.	Destaca-se	também	a	arte	da	conservação	das	múmias,	na	qual	os	egípcios	
atingiram	alto	grau	de	perfeição.
Por	volta	de	478	a.C.,	o	 filósofo	grego	Leucipo,	que	vivia	na	costa	norte	do	Mar	Egeu,	
apresentou a primeira teoria atômica	 de	 que	 se	 tem	 notícia,	 e	 seu	 discípulo	 Demócrito	 a 	
aperfeiçoou	e	propagou.	A	 ideia	envolvida	era	a	seguinte:	 considere,	por	exemplo,	a	areia	
de	uma	praia.	Vista	de	longe	ela	parece	contínua,	porém,	observada	de	perto,	notamos	que	
é	formada	por	pequenos	grãos.	Na	realidade,	todas	as	coisas	no	universo	são	formadas	por	
“grãozinhos”	 tão	pequenos	que	não	podemos	enxergar	e,	dessa	 forma,	 temos	a	 impressão	
de	que	elas	são	contínuas.	A	esses	“grãozinhos”	foi	dado	o	nome	de	átomos	(do	grego	a,	que	
significa	“não”,	e	tomos,	que	quer	dizer	“divisível”).
Contudo,	entre	os	gregos,	acabaram	predominando	as	ideias	de	outro	filósofo,	Aristóte-
les	(384-322	a.C.).	Segundo	ele,	tudo	é	constituído	de	quatro	“elementos”	básicos:	fogo,	terra,	
ar e água.	Essa	maneira	de	pensar	 influenciou	muito	a	evolução	da	Ciência	ocidental,	que	
conseguiu	desvencilhar-se	totalmente	dessas	ideias	somente	no	século	XVI,	a	partir	do	qual	
a	Química	teve	considerável	impulso.
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 3.2 Alquimia, a precursora da Química
Após	Aristóteles,	a	Grécia	passou	por	um	agitado	período	po-
lítico	e,	gradualmente,	a	 cidade	egípcia	de	Alexandria	assumiu	a	
liderança	científica	da	época.	Lá,	encontraram-se	frente	a	frente	a	fi-
losofia	grega,	a	tecnologia	egípcia	e	as	místicas	religiões	orientais.
Disso tudo nasceu a Alquimia,	uma	mistura	de	ciência,	arte	
e	magia,	que	 floresceu	durante	a	 Idade	Média,	 tendo	uma	dupla	
preocupação:	 a	 busca	 do	 “elixir	 da	 longa	 vida”,	 que	 garantiria	 a	
imortalidade	e	a	cura	das	doenças	do	corpo,	e	a	descoberta	de	um	
método	para	a	 transformação	de	metais	 comuns	em	ouro	 (trans-
mutação),	que	ocorreria	na	presença	de	um	agente	conhecido	como	
“pedra	filosofal”.
A	procura	pelo	ouro	não	era	motivada	por	razões	econômicas,	
mas	 porque	 ele,	 devido	 à	 resistência	 à	 corrosão,	 representava	 a	
perfeição	 divina.	 Contudo,	 muitos	 charlatães	 se	 aproveitaram	 de	
encenações	simulando	a	transmutação	para	enriquecer	à	custa	da	
boa-fé	de	alguns	adeptos	da	Alquimia.
Na	China,	as	especulações	dos	alquimistas	conduziram	ao	domínio	
de	muitas	técnicas	de	metalurgia	e	à	descoberta	da	pólvora.	Os	chine-
ses	foram	os	inventores	dos	fogos	de	artifício	e	os	primeiros	a	usar	a	
pólvora	em	combates	no	século	X.
Nenhum	dos	dois	objetivos	da	Alquimia	foi	atingido,	contudo,	muitos	progressos	no	co-
nhecimento	das	substâncias	provenientes	de	minerais	e	vegetais	foram	obtidos	no	Ocidente	e	
no	Oriente.	Prepararam-se	substâncias	como,	por	exemplo,	ácido	nítrico	(chamado	na	época	
de aqua fortis)	e	ácido	sulfúrico	(oleum vitriolum).	Materiais	de	laboratório	foram	sendo	gradual-
mente	aperfeiçoados.
No	século	XVI,	o	suíço	Theophrastus	Bombastus	Paracelsus	propôs	que	a	Alquimia	deveria	
preocupar-se	principalmentecom	o	aspecto	médico	em	suas	investigações.	(Isso	ficou	conhecido	
como Iatroquímica.)	Segundo	ele,	os	processos	vitais	podiam	ser	interpretados	e	modificados	com	
o	uso	de	 substâncias	químicas.	Sua	contribuição	no	diagnóstico	e	no	 tratamento	de	algumas	
doenças	foi	digna	de	nota.
 3.3 Da Alquimia surge a Química
Em	1597,	o	alemão	Andreas	Libavius	publicou	o	livro	Alchemia,	no	qual	afirmava	que	a	Alqui-
mia tem por objetivo a separação de misturas em seus componentes e o estudo das propriedades desses 
componentes.
Em	1661,	o	irlandês	Robert	Boyle	publicou	The sceptical chemist	(O químico cético	—	cético	sig-
nifica	desconfiado,	que	só	acredita	mediante	provas),	no	qual	atacava	violentamente	a	concepção	
aristotélica	de	quatro	“elementos”.	Para	Boyle,	elemento é tudo aquilo que não pode ser decomposto 
por nenhum método conhecido.	Esses	dois	livros	são	considerados,	por	alguns	estudiosos,	o	marco	
inicial	da	Química.
Há	outros	estudiosos	que	creditam	a	Antoine	Laurent	Lavoisier	o	mérito	de	ser	o	“pai”	da	
Química.	Os	trabalhos	desse	cientista	francês,	realizados	no	século	XVIII,	deram	à	Química	bases	
mais	sólidas.	Ele	realizou	experimentos	controlados	envolvendo	medidas	da	massa	de	frascos	
(incluindo	a	dos	materiais	neles	contidos)	antes	e	depois	de	acontecerem	reações	químicas	den-
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Ti
n
S
TO
C
K
 Reconstrução de um laboratório alquímico 
da Idade Média. Collegium Maius, Cracóvia, 
Polônia, em 2001.

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