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Subsidio Lição 02: O Livro de Rute 
| 3° Trimestre de 2024 | EBD 
ADULTOS 
 
TEXTO ÁUREO 
“E sucedeu que, nos dias em que os juízes julgavam, houve uma 
fome na terra; pelo que um homem de Belém de Judá saiu a 
peregrinar nos campos de Moabe, ele, e sua mulher, e seus dois 
filhos.” (Rt 1.1) 
VERDADE PRÁTICA 
Servir a Deus não nos isenta de crises. Em qualquer circunstância, o 
segredo é permanecer fiel, confiando na providência divina. 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE 
Rute 1.1- 5 
INTRODUÇÃO 
O livro de Rute se destaca não apenas por sua beleza literária mas, 
principalmente, pela profundidade espiritual de sua mensagem. 
Fonte de inspiração para judeus e cristãos ao longo dos séculos, o 
livro narra uma história de amizade, amor e redenção. Uma 
extraordinária demonstração de como o Todo-poderoso trabalha em 
meio às crises para cumprir seus desígnios eternos. Ele transforma 
tristeza em alegria, perdas em ganhos, derrotas em vitórias. Rute 
nos apresenta Jeová-Jireh, o Deus que provê (Gn 22.14). 
Palavra-Chave: Providência 
I- A organização do LIVRO 
1- Na Bíblia Hebraica. 
O Livro de Rute pertence à terceira divisão ou seção da Tanakh, a 
Bíblia Hebraica, que é composta apenas dos livros do Antigo 
Testamento da Bíblia Cristã. Essa terceira seção é chamada Ketuvim 
ou Hagiógrafos (Escritos). A primeira seção é a Torá (Pentateuco) e 
a segunda é a Neviim (Profetas) (Lc 24.44). Dentre os Escritos, que 
são onze livros, estão os Megillot (cinco rolos), livros curtos lidos 
publicamente nas festas judaicas anuais: Cântico dos Cânticos, 
Rute, Lamentações, Eclesiastes e Ester. Em função de narrar fatos 
ocorridos durante a colheita, a leitura litúrgica de Rute era 
tradicionalmente feita durante o Shovuot (Pentecoste), a festa da 
colheita. 
A sequência dos livros do Antigo Testamento, incluindo o livro de 
Rute, passou por diversas mudanças ao longo do tempo até chegar 
https://www.bible.com/pt/bible/211/RUT.1.1-5.NTLH
à formatação atual da Bíblia Hebraica. Inicialmente, os livros não 
tinham uma ordem fixa, e diferentes comunidades judaicas os 
organizavam de maneiras variadas. 
No início, os textos sagrados do Antigo Testamento circulavam entre 
as comunidades judaicas sem uma ordem definida. Cada grupo 
organizava os livros de acordo com suas tradições e necessidades. A 
falta de padronização levou a variações no arranjo dos livros. 
 
Entretanto, com o tempo, surgiram versões importantes da 
Bíblia que apresentavam ordens diferentes. 
Um exemplo é a Septuaginta, uma tradução grega dos textos 
hebraicos. Na Septuaginta, a ordem dos livros era diferente da Bíblia 
Hebraica atual. Os livros históricos, como Rute, vinham após os 
livros da Lei, como Gênesis e Êxodo, por exemplo. Essa variação 
demonstra como diferentes comunidades valorizavam e 
organizavam os textos sagrados de maneiras únicas. 
Posteriormente, estudiosos judeus estabeleceram uma ordem 
padrão para os livros do Antigo Testamento. Essa padronização 
resultou na formatação conhecida como Tanakh, dividida em três 
partes: 
 
• Torá (Lei): Inclui os cinco primeiros livros, como Gênesis e 
Êxodo. 
• Nevi’im (Profetas): Contém livros como Josué, Juízes e 
os profetas maiores e menores. 
• Ketuvim (Escritos): Inclui uma variedade de livros, como 
Salmos, Provérbios e Rute. 
Especificamente, o livro de Rute está classificado na seção de 
Ketuvim. Esta parte abrange diversos gêneros literários, incluindo 
poesia e história, refletindo a riqueza da tradição literária judaica. 
2- Na Bíblia Cristã. 
Enquanto a Bíblia Hebraica está dividida em três seções 
(Pentateuco, Profetas e Escritos), o Antigo Testamento da Bíblia 
Cristã é composto de quatro: Pentateuco, Poéticos, Históricos e 
Proféticos. Rute está categorizado como um livro histórico, por seu 
evidente gênero narrativo. Mas é identificado também por sua 
extraordinária beleza poética. Empregando estilo e linguagem 
próprios do hebraico clássico, o autor expõe aspectos subjetivos da 
vida dos personagens (Rt 1.12-21; 2.13,20; 3.1; 4.16). A obra está 
organizada em quatro capítulos, somando 85 versículos. 
A organização do livro de Rute na Bíblia cristã difere da sua posição 
na Bíblia Hebraica. Na Bíblia Hebraica, o livro de Rute é parte dos 
Ketuvim, a terceira seção que inclui uma variedade de gêneros 
literários, como poesia, sabedoria e história. Rute está posicionado 
depois do livro de Juízes e antes de 1 Samuel, o que não segue a 
ordem cronológica dos eventos, mas sim uma organização temática 
e litúrgica. 
Na Bíblia cristã, o livro de Rute está entre os livros históricos. 
Especificamente, Rute está posicionado após o livro de Juízes e 
antes de 1 Samuel. Esta organização reflete a sequência cronológica 
dos eventos: 
• Juízes: Relata o período dos juízes que governaram Israel 
antes da monarquia. 
• Rute: Embora seja uma história pessoal e familiar, ocorre 
durante o tempo dos juízes e serve como uma ponte para a 
história de Davi. 
• 1 Samuel: Inicia a narrativa dos primeiros reis de Israel, 
começando com Saul e, posteriormente, Davi, que é 
descendente de Rute. 
3- Autoria e data. 
Há uma diversidade de opiniões entre os eruditos acerca da autoria 
e data do Livro de Rute. Samuel é o autor mais provável. O 
Talmude, obra milenar de regulamentos e tradições judaicas, atribui 
a ele a autoria. A forma como o autor se refere a Jessé e Davi, 
parece indicar contemporaneidade e familiaridade com os 
personagens, o que também aponta para Samuel (Rt 4.17). Além 
disso, as características gerais da obra indicam uma atmosfera 
própria do início do período da monarquia de Israel. Sendo assim, o 
livro teria sido escrito no século X a.C. 
Primeiramente, o autor do livro de Rute é desconhecido. O texto 
bíblico não fornece nenhuma indicação direta de quem o escreveu. 
Tradicionalmente, alguns atribuem a autoria a Samuel, o profeta, 
devido à sua conexão com o período dos Juízes e à importância da 
genealogia de Davi, destacada no livro. No entanto, essa atribuição 
é conjectural e não tem respaldo explícito nas Escrituras. 
O estilo de escrita e o vocabulário usados no livro de Rute sugerem 
que alguém o escreveu durante o período da monarquia de Israel, 
possivelmente durante o reinado de Davi ou Salomão, com base em 
evidências internas. A linguagem e as expressões empregadas no 
texto são mais próximas dos escritos históricos de Israel do que dos 
escritos legais ou proféticos. 
Além disso, o livro termina com uma genealogia que liga Rute e 
Boaz ao rei Davi, implicando que o autor sabia da ascensão de Davi 
ao trono. Essa conexão reforça a ideia de que o texto foi composto 
ou finalizado durante ou após o reinado de Davi, quando a linhagem 
davídica já era reconhecida. 
A história de Rute se passa “nos dias em que julgavam os 
juízes” (Rute 1:1), situando os eventos narrados no período 
dos Juízes, que vai aproximadamente de 1200 a 1020 a.C. 
No entanto, a composição do livro é geralmente datada 
muito depois desse período. 
Estudiosos propõem que o livro de Rute foi escrito durante o 
período da monarquia unida de Israel (cerca de 1000 a.C.), 
possivelmente no século X a.C., quando a genealogia de Davi tinha 
um significado especial e a narrativa de Rute servia para legitimar e 
enaltecer a ascendência do rei Davi. 
O livro de Rute também pode ter sido escrito com propósitos 
teológicos e sociais específicos. Em um tempo onde havia 
discussões sobre a pureza étnica e a inclusão de estrangeiros na 
comunidade de Israel, a história de Rute, uma moabita, destacando 
sua lealdade a Noemi e sua aceitação plena na sociedade israelita, 
serviria como um poderoso argumento a favor da integração e 
aceitação de estrangeiros fiéis ao Deus de Israel. 
II- O CONTEXTO HISTÓRICO 
1- No tempo dos juízes. 
Não há uma data precisa para os fatos narrados em Rute. O que 
sabemos é que ocorreram três gerações antes de Davi, nos dias dos 
juízes (Rt 1.1; 4.21,22). Esse período (dos juízes) durou mais três 
séculos. Começou depois damorte de Josué (por volta de 1375 
a.C.) e se estendeu até o início da monarquia de Israel, com a 
ascensão de Saul ao trono (1050 a.C.). Foi marcado por uma grande 
anarquia e uma profunda apostasia e infidelidade do povo hebreu 
(Jz 1.7-19). Uma frase que identifica bem aquela época sombria é: 
“cada qual fazia o que parecia direito aos seus olhos” (Jz 17.6). Sem 
uma sábia direção, o povo perece (Pv 11.14). 
O período dos juízes foi marcado por ciclos repetitivos de 
desobediência, opressão, arrependimento e libertação. O povo de 
Israel constantemente se desviava dos caminhos de Deus, adorando 
deuses pagãos e se envolvendo em práticas idólatras, o que 
resultava em opressão por nações vizinhas. Quando o povo clamava 
a Deus em meio ao sofrimento, Ele levantava juízes para libertá-los. 
No entanto, após a libertação, a nação frequentemente voltava a se 
afastar de Deus, reiniciando o ciclo. 
Os juízes não eram reis, mas líderes levantados por Deus 
para trazer libertação em tempos de crise. 
Alguns dos juízes mais conhecidos incluem Débora, Gideão e 
Sansão. Apesar das vitórias militares, o período dos juízes é 
marcado por decadência espiritual e moral, evidenciada pela falta de 
unidade e liderança. 
 
O livro de Rute se destaca nesse contexto como uma história de 
fidelidade e redenção. Em meio à escuridão espiritual, Rute, uma 
moabita, demonstra uma fé notável em Deus e um compromisso 
profundo com sua sogra, Noemi. Portanto, essa narrativa oferece 
uma contraposição à infidelidade generalizada dos israelitas, 
destacando a importância da lealdade, do amor e da providência 
divina. 
2- Secularismo, hedonismo e idolatria. 
Depois da morte de Josué e dos demais líderes de seu tempo, 
levantou-se uma geração que não tinha uma profunda comunhão 
com Deus e não conhecia o que Ele havia feito ao povo hebreu. 
Israel cedeu ao estilo de vida pecaminoso dos cananeus e foi 
atraído à adoração dos seus deuses (Jz 2.7-13; 3.5-7). Secularismo 
e hedonismo sempre levam a grandes tragédias morais e espirituais. 
O pervertido culto a Baal (o deus da chuva) e a Astarote (a deusa 
do sexo e da guerra) passou a set praticado pela nação hebreia, em 
um degradante nível de imoralidade e idolatria. A falta de uma 
liderança espiritualmente madura e temente a Deus causa prejuízos 
incalculáveis ao povo. No Reino de Deus, não basta ter carisma para 
liderar; é preciso ter caráter aprovado (1 Tm 3.2-13; 2 Tm 2.15; Tt 
2.7,8). 
O secularismo, que é a tendência de rejeitar ou minimizar a 
influência da religião na vida pública e nas decisões pessoais, levou 
o povo de Israel a uma postura de indiferença em relação a Deus e 
aos Seus mandamentos. Consequentemente, começaram a adotar 
os costumes e práticas dos povos vizinhos, distanciando-se dos 
princípios que Deus havia estabelecido para a nação. Esse 
distanciamento resultou em uma falta de identidade espiritual e 
moral, enfraquecendo a coesão do povo. 
Além disso, o hedonismo, a busca incessante pelo prazer 
como principal objetivo da vida, contribuiu para a 
decadência moral de Israel. 
Os cultos a Baal e Astarote não eram apenas rituais religiosos, mas 
envolviam práticas sexuais imorais e, muitas vezes, violentas. Essas 
práticas perverteram a visão do povo sobre a santidade do 
casamento e da sexualidade, resultando em uma sociedade 
marcada pela promiscuidade e pela degradação moral. 
Por outro lado, a idolatria foi a consequência natural do secularismo 
e do hedonismo. Ao adotar os deuses dos cananeus, os israelitas 
não só desobedeceram ao primeiro mandamento (Êx 20.3), como 
também se afastaram da proteção e das bênçãos de Deus. A 
idolatria trouxe consigo uma série de maldições e juízos, pois Deus 
não podia abençoar um povo que rejeitava Sua soberania e Seus 
preceitos. 
Finalmente, a falta de uma liderança espiritualmente madura e 
temente a Deus causou prejuízos incalculáveis ao povo. No Reino de 
Deus, não basta ter carisma para liderar; é preciso ter caráter 
aprovado (1 Tm 3.2-13; 2 Tm 2.15; Tt 2.7,8). A ausência de líderes 
piedosos levou Israel a um ciclo de pecado e opressão, pois sem 
uma direção firme e baseada nos princípios divinos, o povo se 
perdia facilmente. 
3- Opressão, clamor e livramento. 
A apostasia tornou Israel presa fácil de seus inimigos, que atacavam 
e saqueavam suas cidades e terras, e mantinham o povo sob 
domínio opressor por longos períodos (Jz 3.7-9;12-14; 4.1-3; 6.1-6). 
Afligida, a nação clamava a Deus, e o Senhor levantava juízes para 
libertar o seu povo. Esses juízes (heb. shophetim) não eram 
magistrados civis, como os que conhecemos hoje, que julgam em 
fóruns e tribunais. Eram libertadores geralmente líderes militares, 
como Otniel, Baraque e Gideão (Jz 3.9-11; 4.1o-15; 7.16-25) – , 
poderosamente usados por Deus para “julgar” a causa de Israel, 
livrando-o de seus opressores. Apesar dos repetidos ciclos de 
infidelidade da nação, Deus ouvia o gemido do seu povo em seus 
momentos de dor e aflição (Jz 2.18). O Senhor é longânimo e cheio 
de misericórdia (Sl 1o3.8; Jl 2.13; Rm 2.4; Lm 3.22). Ele ouve os 
que a Ele clamam (Jr 29.12,13; Is 55.6). 
Esses períodos de opressão e clamor por livramento nos tempos dos 
juízes não apenas revelam a justiça de Deus ao disciplinar seu povo 
por sua infidelidade, mas também demonstram sua fidelidade em 
responder aos clamores daqueles que se voltam para Ele em 
arrependimento. Em diversas ocasiões, quando os israelitas se 
afastavam dos caminhos de Deus e nações inimigas os dominavam 
devido à sua desobediência, Deus não os abandonava 
completamente. Ao contrário, Ele ouvia seus lamentos e enviava 
juízes para libertá-los, mostrando seu desejo constante de restaurar 
seu relacionamento com seu povo escolhido. 
Esses episódios são um lembrete para os crentes hoje de 
que, mesmo em tempos de apostasia e sofrimento pessoal, 
Deus permanece pronto para ouvir, perdoar e restaurar 
aqueles que sinceramente se voltam para Ele. 
A dinâmica de pecado, arrependimento e livramento exemplificada 
nos tempos dos juízes serve como um padrão de ensino importante. 
Pois, ensina-nos que a obediência aos mandamentos de Deus e a 
confiança contínua em sua providência são fundamentais para 
experimentarmos sua graça e intervenção em nossas vidas. 
III- PROPÓSITO E MENSAGEM 
1- O cetro de Judá. 
Vários propósitos são atribuídos ao Livro de Rute. O principal e mais 
evidente deles é apresentar Davi como descendente de Judá, a tribo 
real da qual viria o Messias, “o Leão da tribo de Judá, a Raiz de 
Davi” (Ap 5.5; cf . Rt 4.18 -22). Gênesis 49.10 diz: “O cetro não se 
arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha 
Siló; e a ele se congregarão os povos”. 
Embora Rúben fosse o primogênito de Jacó, seu ato de desonra ao 
leito do pai, deitando-se com sua concubina , fez com que perdesse 
a primogenitura – a posição de liderança (Gn 35.22; 49.4). A 
promessa feita a Abraão seguia, agora, pela descendência de Judá. 
Sendo Samuel o autor do livro de Rute, o propósito de registrar a 
genealogia de Davi ganha ainda mais sentido, já que naquele tempo 
o rei de Israel era Saul, um benjamita (1Sm 9.1,2; 25.1). A 
ancestralidade de Davi o legitimava para o trono. 
Para entender o propósito e a mensagem do Livro de Rute, é 
preciso explorar o significado do “cetro de Judá” nas 
Escrituras. 
Gênesis 49:10 profetiza que “o cetro não se arredará de Judá, nem 
o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se 
congregarão os povos”. Essa profecia aponta para um líder e 
governante que viria da linhagem de Judá, estabelecendo uma 
promessa messiânica que se cumpriria em Jesus Cristo, o Messias 
esperado. 
No contexto histórico de Rute, a importância dessa genealogia se 
destaca ainda mais. Embora Rúben tenha sido o primogênito de 
Jacó, ele perdeu sua primogenitura devido a um ato de desonra 
(Gênesis 35:22; 49:4). A liderança e a promessa de bênção 
passaram para Judá, e Davi, o rei ungido por Deus, continuou sua 
linhagem. OLivro de Rute, ao traçar a genealogia de Davi através 
de Boaz e Rute, demonstra a providência de Deus em usar pessoas 
comuns para cumprir Seus propósitos redentores. 
O autor do livro, registrou esses eventos não apenas para 
documentar a ascendência de Davi, mas também para afirmar sua 
legitimidade como rei de Israel. Enquanto Saul, da tribo de 
Benjamim, era o rei reinante na época, Davi era o escolhido de 
Deus, de acordo com a promessa feita a Judá séculos antes. 
2- Amor e redenção. 
A mensagem principal de Rute é o amor de Deus e seu plano de 
redenção da humanidade. Como representantes de judeus e 
gentios, respectivamente, Boaz e Rute prenunciam a derrubada da 
parede de separação (Ef 2.11-16). A redenção é vista, o livro, nos 
sentidos literal e tipológico. Boaz é o parente remidor que preservou 
a descendência de EIimeleque, mas é, também, um tipo de Cristo, 
nosso Redentor (Is 59.20; Lc 1.68; Ef 1.7; Tt 2.14). 
Em Rute, explora-se também a redenção tanto literalmente quanto 
tipologicamente. Literalmente, Boaz atua como o parente remidor 
que preserva a descendência de Elimeleque, cumprindo a lei do 
levirato (DT 25:5-10) e garantindo o futuro de Noemi e Rute. Ele 
demonstra generosidade e integridade ao resgatar as terras e o 
nome da família, oferecendo segurança e sustento às viúvas 
desamparadas. 
Além disso, Boaz figura como um tipo de Cristo, nosso 
Redentor espiritual. 
Assim como Boaz resgata e restaura Rute e Noemi, Cristo redime e 
restaura toda a humanidade através de seu sacrifício na cruz. Os 
paralelos entre Boaz e Cristo são evidentes: ambos demonstram um 
amor sacrificial, ambos exercem autoridade para salvar aqueles que 
estão perdidos e ambos têm o poder de transformar vidas através 
de sua graça redentora. 
Portanto, o conceito de redenção em Rute não se limita à 
restauração de uma linhagem familiar; ele aponta para a redenção 
espiritual e a restauração da comunhão com Deus. Assim como 
Boaz eleva Rute da condição de viúva e estrangeira para a posição 
de honra e bênção, Cristo eleva os pecadores da alienação espiritual 
para a reconciliação com Deus e a herança da vida eterna. 
3- Fidelidade e altruísmo. 
O livro de Rute abre uma janela que nos permite ver que nem tudo 
eram trevas nos dias dos juízes. Havia um remanescente fiel, que 
temia a Deus e foi usado por Ele para cumprir seus propósitos (Jó 
42.2). Em um mundo de crescente iniquidade, o justo vive pela fé 
(Hc 2.4; cf. Mt 24.12,13). Outra eloquente mensagem do livro é o 
valor do altruísmo em que predominava o egoísmo. Nos dias dos 
juízes, a maioria vivia segundo os seus próprios padrões e 
interesses (Jz 21.25). Noemi e Rute destoaram dessa máxima 
individualista. Sogra e nora não pensavam em si mesmas. O amor 
não é egoísta (1Co 13.5). 
Em um período marcado por apostasia e iniquidade generalizada (Jz 
21.25), Rute e Noemi se destacam como exemplos de fidelidade a 
Deus e altruísmo em uma sociedade onde o egoísmo prevalecia. 
Noemi, apesar de ter perdido seu marido e filhos em uma terra 
estrangeira, demonstra um compromisso profundo com sua nora 
Rute. Ela encoraja Rute a retornar à sua própria terra e buscar um 
futuro seguro, mesmo que isso signifique deixar Noemi sozinha. No 
entanto, Rute se recusa, declarando sua lealdade e afeto por Noemi 
em palavras que se tornaram famosas: “Não me instes para que te 
abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores, 
irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o 
meu povo, o teu Deus é o meu Deus” (Rt 1.16). 
Essa demonstração de altruísmo vai além das relações 
familiares, destacando-se como um testemunho de fé e 
lealdade a Deus. 
Rute, uma estrangeira entre o povo de Israel, escolhe abraçar não 
apenas Noemi, mas também a fé e o Deus de Israel. Seu 
compromisso com Noemi reflete um amor que não é egoísta, mas 
sacrificial e orientado para o bem-estar do próximo. 
No contexto mais amplo das Escrituras, esse exemplo de altruísmo 
ressoa com os ensinamentos de Cristo sobre o amor ao próximo 
como a si mesmo (Mt 22.39). Paulo também enfatiza a natureza do 
amor verdadeiro em sua carta aos Coríntios, onde ele escreve: “O 
amor não busca os seus próprios interesses” (1Co 13.5). Rute e 
Noemi personificam esse princípio ao colocarem o bem-estar uma 
da outra acima de seus próprios interesses pessoais. 
CONCLUSÃO 
O livro de Rute nos ensina que, a despeito da incredulidade e dos 
pecados do homem, Deus sempre trabalha para cumprir os seus 
desígnios. Sem violar o princípio do livre-arbítrio humano, o Todo-
poderoso conduz a história e executa seu plano eterno de redenção. 
O livro também nos mostra como a fidelidade de Deus se aplica às 
circunstâncias comuns da vida. Em tudo Ele é fiel (Is 64.4). 
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JULIO ASSIS 
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	Subsidio Lição 02: O Livro de Rute
	TEXTO ÁUREO
	VERDADE PRÁTICA
	LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
	INTRODUÇÃO
	I- A organização do LIVRO
	1- Na Bíblia Hebraica.
	Entretanto, com o tempo, surgiram versões importantes da Bíblia que apresentavam ordens diferentes.
	2- Na Bíblia Cristã.
	3- Autoria e data.
	A história de Rute se passa “nos dias em que julgavam os juízes” (Rute 1:1), situando os eventos narrados no período dos Juízes, que vai aproximadamente de 1200 a 1020 a.C. No entanto, a composição do livro é geralmente datada muito depois desse período.
	II- O CONTEXTO HISTÓRICO
	1- No tempo dos juízes.
	Os juízes não eram reis, mas líderes levantados por Deus para trazer libertação em tempos de crise.
	2- Secularismo, hedonismo e idolatria.
	Além disso, o hedonismo, a busca incessante pelo prazer como principal objetivo da vida, contribuiu para a decadência moral de Israel.
	3- Opressão, clamor e livramento.
	Esses episódios são um lembrete para os crentes hoje de que, mesmo em tempos de apostasia e sofrimento pessoal, Deus permanece pronto para ouvir, perdoar e restaurar aqueles que sinceramente se voltam para Ele.
	III- PROPÓSITO E MENSAGEM
	1- O cetro de Judá.
	Para entender o propósito e a mensagem do Livro de Rute, é preciso explorar o significado do “cetro de Judá” nas Escrituras.
	2- Amor e redenção.
	Além disso, Boaz figura como um tipo de Cristo, nosso Redentor espiritual.
	3- Fidelidade e altruísmo.
	Essa demonstração de altruísmo vai além das relações familiares, destacando-se como um testemunho de fé e lealdade a Deus.
	CONCLUSÃO
	JULIO ASSIS
	Navegação de Post
	Subsidio Lição 01: Duas Importantes Mulheres na História de um Povo
	Subsidio Lição 03: Rute e Noemi – Entrelaçadas pelo Amor
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