Prévia do material em texto
ANESTÉSICOS EM ODONTOLOGIA IZABELE SILVA NERVO TRIGÊMEO ANESTESIA TERMINAIS • Anestesias terminais • Terminais superficiais: ação do anestésico dár-se-á através do contato superficial com a pele ou a mucosa; Terminais infiltrativas: ação do agente anestésico dár-se-á pela sua infiltração nos tecidos através de injeções. • Anestesias por bloqueio • Bloqueio regional: ramo nervoso é insensibilizado, promovendo a anestesia da região por ele inervada. • Bloqueio troncular: o anestésico é depositado no nível do tronco nervoso, insensibilizando várias áreas por ele inervadas. ANESTESIA SUPERFICIAL Usada para insensibilizar a mucosa ou tecido subcutâneo, geralmente para evitar a dor devido a penetração da agulha ANESTESIA INFILTRATIVA ° Podem ser por infiltração nos tecidos moles, quando solução é depositada no tecido mole que recobre a zona a se intervir, e por difusão através da região, sensibilizando terminações nervosas. • Classificação: Supraperióticas •Subperiósticas Submucosas • Intra-septais • Intra-ósseas • Peridentais •Circulares • Intrapulpares ANESTESIA TERMINAL INFILTRATIVA SUPRAPERIOSTAL •Agulha penetra no fundo do sulco vestibular, depositando-se a solução anestésica próximo dos ápices dentais; •Indicada para exodontias, tratamento endodôntico; •Técnica : tracionamento do lábio (distensão da mucosa); bizel da agulha voltado para o osso ANESTESIA INFILTRATIVA SUBPERIOSTEAL Anestesia por administração do anestésico sob o periósteo, facilitando a absorção, necessitando de menor quantidade de anestésico; Dor por distensão do periósteo ANESTESIA INFILTRATIVA SUBMUCOSA o Faz-se a deposição da solução anestésica abaixo a mucosa. ANESTESIA TERMINAL INFILTRATIVA INTRAÓSSEA E ANESTESIA PERIDENTAL • É praticada no tecido esponjoso, entre camadas corticais da mandíbula ou da maxila, tornando mais rápida a difusão da solução anestésica; • Risco de lesar raízes dentais • Penetra-se o tecido ósseo com broca e insere a agulha no local, depositando a solução anestésica • Indicada para exodontias; pulpectomias imediatas. • Realizada no septo de dois dentes contíguos • Solução é rapidamente absorvida pela estrutura esponjosa óssea anestesiando filamentos nervosos terminais que inervam o alvéolo, membrana peridental e câmara pulpar • Gengival ou papilar ANESTESIA INFILTRATIVA INTRASEPTAL RAMOS ALVEOLARES SUPERIOR POSTERIOR RAMOS ALVEOLARES SUPERIOR POSTERIOR RAMOS ALVEOLARES SUPERIORES MÉDIOS RAMOS ALVEOLARES SUPERIORES MÉDIOS RAMOS ALVEOLARES SUPERIORES ANTERIORES NERVO PALATINO MENOR NERVO PALATINO MAIOR NERVO NASOPALATINO NERVO PALATINO MENOR • Laceração ou outra lesão tratada cirurgicamente da face média Utiliza-se bloqueio nervoso em vez de infiltração anestésica local quando a aproximação precisa das bordas da ferida é importante (p. ex., reparo da pele), porque um bloqueio nervoso não distorce o tecido da maneira como a infiltração local o faz. Bloqueio do nervo infraorbital, intraoral • O nervo infraorbital é a terminação do nervo maxilar, que é o 2º ramo do nervo trigêmeo. • O nervo infraorbital emerge via forame infraorbital, localizado imediatamente abaixo da borda inferior da crista infraorbital e, por meio de vários ramos, inerva a face média, pálpebra inferior, lado do nariz e lábio superior ipsilaterais. • O forame infraorbital está diretamente abaixo da pupila quando o paciente olha para a frente e geralmente é palpável. Bloqueio do nervo infraorbital, intraoral NERVO TRIGÊMEO ANESTESIAS POR BLOQUEIO REGIONAL NA MANDÍBULA O forame onde penetra o nervo alveolar inferior está situado na face interna do ramo da mandíbula, alguns milímetros acima do plano oclusal dos molares inferiores, aproximadamente no meio do ramo, e mais próximo da incisura da mandíbula; pontos de reparo : ponto de maior depressão anterior do ramo ascendente da mandíbula, linha oblíqua interna, face oclusal dos molares inferiores RAMO ALVEOLAR INFERIOR RECOMENDACÕES • Verificação do tubete e da seringa • O líquido deve estar transparente e livre de partículas; • O êmbolo deve estar totalmente inserido no tubete; • O selo metálico que veda a parte superior do tubete deve estar integro; • Nível do anestésico dever estar completo; • Caso ocorra vazamento pelo êmbolo, verificar se a haste da seringa não estar deformada; Empunhadura dígito-palmar e digital EMPUNHADURA DA SERINGA CARPULE • Utilize agulhas de boa qualidade, esterilizadas e de tamanho correto; • Verifique se a solução anestésica está fluindo pela agulha adequadamente; • Seque o tecido; • Aplique anestésico tópico; • Converse com o paciente; • Estabeleça um bom apoio para sua mão; • Mantenha o tecido tencionado; • Mantenha a agulha fora do alcance de vista do paciente TÉCNICA DE INJEÇÃO ATRAUMÁTICA • Insira a agulha na mucosa, observando a linha do bizel; • Observe e converse com o paciente; • Goteje anestésico na mucosa (opcional); • Lentamente, avance a agulha em direção ao alvo; • Libere várias gotas do anestésico antes de encontrar o periósteo; • Aspire para verificar se existe refluxo sanguíneo; • Aplique lentamente a solução anestésica; • Remova lentamente a agulha; • Observe o paciente após a injeção. Trismo: espasmo de músculos mastigatórios visto após administração unilateral da técnica do bloqueio do nervo alveolar inferior. Hematoma : é um ferimento ou manchamento. Mais comum visto extra-oralmente após bloqueio do nervo alveolar superior posterior. Requer aproximadamente 14 dias para seu desaparecimento completo. Lesões de tecidos moles: mais comum em crianças após bloqueio do NAI. O lábio e a língua permanecem anestesiados por muitas horas após o tratamento permitindo automutilação. COMPLICAÇÕES LOCAIS NA ADMINISTRAÇÃO DE ANESTÉSICOS LOCAIS COMPLICAÇÕES LOCAIS NA ADMINISTRAÇÃO DE ANESTÉSICOS LOCAIS Parestesia: anestesia prolongada(24 horas após a administração). Mais de 95 % das parestesias ocorrem na mandíbula com mais de 70% envolvendo o nervo lingual. Regridem em 6 semanas. Paralisia facial temporária: agulha penetra anteriormente, antes da borda anterior do ramo ascedente, atinjindo as proximidades onde passa o nervo facial (motor). Por que é melhor o tubete de vidro em relação ao de plástico? Conserva melhor a solução anestésica pois não possui porosidades como os tubetes de plástico. Assim, mantém a total eficácia do produto durante todo o tempo de validade. Sabemos que o anestésico em tubete de plástico começa a ser degradado após 6 meses de fabricação. Dessa forma, com os tubetes de vidro temos uma menor chance de falha anestésica e menor consumo já que seus princípios ativos se mantêm inalterados. Com tubetes plásticos, você terá que usar uma maior quantidade de tubetes para ter uma anestesia eficaz. Ausência de conservantes alergênicos como o metilparabeno (agente bacteriostático), que está presente em tubetes de plástico. PREVENÇÃO DE FRATURA DE AGULHA • Não forçar contra qualquer resistência (osso) • Não tentar mudar a direção da agulha esta estiver no interior dos tecidos. Retirá-la sempre e redirigí-la para a nova posição desejada • Não inserir demais a agulha a ponto de a perder de vista no interior dos tecidos. (1/3 da agulha sob a vista, possibilitando a remoção em caso de ruptura) • Não surpreender o paciente o paciente com inserção súbita e inesperada da agulha As reações adversas relacionadas ao uso de anestésicos locais podem ser definidas como sistêmicas ou locais. administração desses fármacos pode causar como efeitos adversos sistêmicos mais comuns a neurotoxicidade e a cardiotoxicidade. Neonatos Recém nacidos e crianças Os neonatos são mais suscetíveis a concentrações plasmáticas tóxicas dos anestésicoslocais. As gestantes Os anestésicos locais atravessam facilmente a placenta por serem lipossolúveis algumas drogas são preferíveis e outras devem até ser evitadas. Dessa forma, é preferível o uso de lidocaína com vasoconstritor em gestantes e evita-se o uso de drogas como a prilocaína e a mepivacaína nessa população.15 Os idosos Vários são os pontos relevantes associados ao uso de anestésicos locais na população idosa. Primeiramente é comum o uso crônico de um ou mais medicamentos de classes diferentes elevando a possibilidade de interações medicamentosas. mais sensível aos bloqueios gerados pelos anestésicos locais devido a uma soma de fatores e também à deterioração axonal pela redução do tecido lipídico que envolve as células nervosas. Tratamento da dor aguda e crônica, anestésicos locais têm o potencial de produzir efeitos deletérios como arritmias cardíacas, depressão do sistema nervoso central, convulsões, hipertensão e reações alérgicas Dosagens aplicáveis e rotina para uso de Anestésicos Locais USO DE FÁRMACOS DURANTE A INFÂNCIA IZABELE SILVA X X X • Dificuldade de inclusão de sujeitos de pesquisa; • Complexidade da estratificação; • Necessidade de realocação destes sujeitos no decorrer do estudo; • Limitação de retorno financeiro para a indústria; • Custo dos ensaios e registro de novas indicações ; • Complexidade da realização dos ensaios DIFICULDADES Informações específicas (cinética / perfil de segurança) inexistentes ou incompletas. (PANDOLFINI;BONATI,2005) Poucos estudos clínicos questões éticas, logísticas, financeiras. (PANDOLFINI, BONATI,2005) “Órfãos terapêuticos” evidências clínicas insuficientes. (CHOONARA;CONROY,2002) FARMACOTERAPIA PEDIÁTRICA: Farmacoterapia pediátrica com evidência clínica satisfatória, a exemplo da farmacoterapia de pacientes adultos (garantia de segurança e eficácia). Formas farmacêuticas adequadas. Necessidades: Ajustes de doses, inexistência de formas farmacêuticas adequadas, amplo emprego de formulações extemporâneas erros, toxicidade ou ineficácia terapêutica. Ocorrência de reações adversas. (PANDOLFINI; BONATI, 2005) •Riscos: Farmacoterapia pediátrica com evidência clínica satisfatória, a exemplo pacientes da farmacoterapia de adultos (garantia de segurança e eficácia). NEUBERT et al. 2004) Formas farmacêuticas adequadas. Necessidades: •População pediátrica (0-18 anos) •Enfermidades específicas (não apresentadas por outras faixas etárias) •Sinais e sintomas podem ser inespecíficos •Dependência (em relação a cuidadores) •Dificuldade de expressão População Pediátrica CRIANÇA = PACIENTE ESPECIAL a) recém-nascidos pré - termo (RNPT) = < 37 semanas IG até 28 ddv; b) recém-nascidos a termo (RNT) = ≥37 semanas IG até 28 dav: c) lactentes e crianças de 29 dias a 23 meses de idade; d) crianças de 2 a 11 anos; e) adolescentes de 12 a 18 anos População Pediátrica FARMACOTERAPIA PEDIÁTRICA 50% medicamentos utilizados em pediatria não são licenciados para uso nessa faixa etária •Características peculiares que podem predispor a ocorrência de eventos adversos a medicamentos •Carência de um método universal para o cálculo das doses (idade/características do desenvolvimento); Uso de medicamento off label, ou seja, fora das diretrizes das indicações homologadas para aquele fármaco pela Anvisa. "o uso off label do medicamento, ou seja, o uso não aprovado, que não consta da bula. O uso off label de um medicamento é feito por conta e risco do profissional que o prescreve, e pode eventualmente vir a caracterizar um erro médico, mas em grande parte das vezes trata-se de uso essencialmente correto, apenas ainda não aprovado." Dentista Dificuldade no ajuste de doses, inexistência de formas farmacêuticas adequadas, amplo emprego de formulações extemporâneas Erros, reações adversas, toxicidade ou ineficácia terapêutica. "O emprego de fármacos sem a devida garantia de eficácia e, sobretudo, da segurança somente pode ser justificado em situações nas quais o risco de se utilizá- los é menor do que o de não fazê-lo." Relação Risco × Benefício Cada faixa etária apresenta características próprias em função dos diferentes graus de maturação dos processos fisiológicos (digestiva, renal, hepática, cardiovascular, etc.) Adaptação biológica progressiva = modificações metabólicas, bioquímicas e fisiológicas Processos e mecanismos farmacodinâmicos e farmacocinéticos de medicamentos Considerar Particularidades pH mais básico do estômago (imaturidade das células parietais) até 32 semanas de idade gestacional). Atividade das enzimas amilase, lipase e ácidos bilares. Motilidade intestinal, 1 do tempo de esvaziamento gástrico. Imaturidade da mucosa intestinal (1 da permeabilidade). Da concentração, qualidade e afinidade da ligação das proteínas plasmáticas (albumina) Presença de bilirrubina ligada de forma reversível a albumina. Ritmo de filtração glomerular nos prematuros: cerca de 30 a 40% em relação ao adulto (nefrogenese até 12 meses de idade). Particularidades Limitação de oferta de volume. Intravenosa: diluições próprias para esta população, diluição em casos de restrição hídrica, velocidade de infusão, osmolalidade. Impacto na Administração de medicamentos Pequeno calibre das veias: •presença de maior camada adiposa; •emprego de pequenos volumes (erros de diluição). Impacto na Administração de medicamentos Intramuscular: absorção lenta e errática ( massa muscular, circulação sanguínea), limitação de volume, dor no local da aplicação e imobilidade do RN Impacto na Administração de medicamentos Tópica: absorção (estrato córneo menos espesso), ATENÇÃO RISCO DE TOXICIDADE SISTEMICA. Absorção variável. Oral: absorção de fármacos ácidos solubilidade de fármacos lipossolúveis, retardo do início de ação. Impacto na Administração de medicamentos Retal: alternativa para a administração sistêmica evitando o efeito de primeira passagem. Impacto na Administração de medicamentos Impacto na Administração de medicamentos Necessidades de maiores doses (mg/Kg) para alguns fármacos, devido ao maior volume de distribuição. Distribuição Maior fração de droga livre plasmática, que farmacologicamente ativa RISCO DE TOXICIDADE. Eliminação Da eliminação pelas características do metabolismo hepático e eliminação renal. •Não há consenso relativo à determinação da posologia em crianças. •Em geral, os cálculos usam peso, superfície corporal e idade, devendo ser individualizados, embora em muitas bulas de medicamentos o fabricante coloque doses de acordo com peso ou faixa etária. •Esse cuidado é tanto mais importante, quanto menor for a idade da criança. Doses em pediatria Em algumas situações, especialmente quando o medicamento é novo, pode-se calcular a dose da criança em função da dose do adulto. Porém, se ainda não há doses para crianças, muito provavelmente esse medicamento ainda não foi testado suficientemente necessitando indicação e monitoramento ainda mais criterioso. Logo, os cálculos individualizados são meras aproximações. •Lembrar que os reajustes de dose são necessários até o peso máximo de 25 a 30 kg. Além desse peso, utiliza-se a dose preconizada para adultos. •A dose máxima calculada não deve superar a do adulto. •A utilização da superfície corporal baseia-se no fato de que, na criança, ela é maior em relação ao peso do que nos adultos. A razão superfície corporal/ peso varia inversamente com a altura. •Prefere-se a utilização da superfície corporal quando o peso da criança for superior a 10 kg. Quando for inferior a esse valor, o próprio peso é utilizado. Assim, a dose do medicamento é apresentada em mg/kg/dia ou mg/mz/dia. Doses em pediatria Regra de Clark - Peso corporal < 30 kg DP = DA x peso da criança (kg) 70 kg Regra de Law< de 1 ano de idade DP = idade da criança (meses) x DA 150 Fórmula de Young 1 a 12 anos de idade DP = idade da criança (anos) x DA (idade da criança + 12) DP = dose pediátrica DA = dose do adulto já estabelecida Regras e fórmulas para cálculo de dose com base no peso do paciente Dose, Forma farmacêutica, Apresentação X Erros de medicação •Necessidade de efetuar cálculos para a prescrição em pediatria; • Disponibilidade de especialidades farmacêuticas gerando a necessidade de manipulação ou transformação de formas farmacêuticas para uso adulto; •Grande utilização de suspensões extemporâneas para uso oral (homogeneidade); •Variabilidade de concentrações; •Necessidade de realização de cálculos para administração intra-hospitalar pela equipe de enfermagem; •Necessidade de preparo dos cuidadores para tratamentos domiciliares. A utilização de medicamentos "não licenciados e sem indicação" não é capaz de gerar evidências e ainda expõe estas populações a riscos que poderiam ser monitorados em ensaios clínicos controlados Ensaios clínicos, Evidência, Ética e Legislação Crianças não são pequenos adultos, apresentam diferenças não apenas anatômicas, mas variações fisiológicas importantes durante todo o seu desenvolvimento. Apresentam características e doenças distintas das que acometem os adultos, o que inviabiliza a extrapolação de dados oriundos de estudos realizados em populações adultas para pediátrica, principalmente, a neonatal Ensaios clínicos, Evidência, Ética e Legislação A utilização desses medicamentos em pediatria é uma prática comum e, ao mesmo tempo, um dilema. Apesar de não constituir um preceito ilegal, pode oferecer risco ao paciente, sendo o dentista, médico e o farmacêutico responsáveis por qualquer evento adverso relacionado ao seu uso Ensaios clínicos, Evidência, Ética e Legislação Ensaios clínicos, Evidência, Ética e Legislação Também é um fator de preocupação, uma vez que esta população tem maior suscetibilidade para o desenvolvimento de toxicidade, devido à imaturidade das funções hepática e renal e ao grande número de medicamentos utilizados