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MERCADO FINANCEIRO
E DE CAPITAIS
PROFESSORES
Dr. Arthur Gualberto Bacelar da Cruz Urpia
Me. José Campos de Araújo Ribeiro Neto
ACESSE AQUI 
O SEU LIVRO 
NA VERSÃO 
DIGITAL!
EXPEDIENTE
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. NETO, José Campos de Araújo 
Ribeiro; URPIA, Arthur Gualberto Bacelar da Cruz .
Mercado Financeiro e de Capitais.
Arthur Gualberto Bacelar José Campos de Araújo Ribeiro Neto; 
da Cruz Urpia.
Maringá - PR.: UniCesumar, 2020.
184 p.
“Graduação - EaD”. 
1. Mercado 2. Financeiro 3. Capitais. EaD. I. Título. 
FICHA CATALOGRÁFICA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
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e Thayla Guimarães
Editoração
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Design Educacional
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Revisão Textual
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Ilustração
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CIP - NBR 12899 - AACR/2
ISBN 978-85-459-2060-1
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional 
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Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção 
de Materiais Nádila Toledo Supervisão Operacional de Ensino Luiz Arthur Sanglard
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de 
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de 
EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reimpresso em 2024.
BOAS-VINDAS
Neste mundo globalizado e dinâmico, nós tra-
balhamos com princípios éticos e profi ssiona-
lismo, não somente para oferecer educação de 
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con-
versão integral das pessoas ao conhecimento. 
Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profi s-
sional, emocional e espiritual.
Assim, iniciamos a Unicesumar em 1990, com 
dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, 
temos mais de 100 mil estudantes espalhados 
em todo o Brasil, nos quatro campi presenciais 
(Maringá, Londrina, Curitiba e Ponta Grossa) e 
em mais de 500 polos de educação a distância 
espalhados por todos os estados do Brasil e, 
também, no exterior, com dezenasde cursos 
de graduação e pós-graduação. Por ano, pro-
duzimos e revisamos 500 livros e distribuímos 
mais de 500 mil exemplares. Somos reconhe-
cidos pelo MEC como uma instituição de exce-
lência, com IGC 4 por sete anos consecutivos 
e estamos entre os 10 maiores grupos educa-
cionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos edu-
cadores soluções inteligentes para as neces-
sidades de todos. Para continuar relevante, a 
instituição de educação precisa ter, pelo menos, 
três virtudes: inovação, coragem e compromis-
so com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, 
para os cursos de Engenharia, metodologias ati-
vas, as quais visam reunir o melhor do ensino 
presencial e a distância.
Reitor 
Wilson de Matos Silva
Tudo isso para honrarmos a nossa mis-
são, que é promover a educação de qua-
lidade nas diferentes áreas do conheci-
mento, formando profi ssionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
P R O F I S S I O N A LT R A J E T Ó R I A
Dr. Arthur Gualberto Bacelar da Cruz Urpia
Doutor em Economia pelo Programa de Pós-Graduação em Economia do Instituto 
de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGE - IE/UFRJ). Mestre e 
Graduado em Economia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Tem experiência 
na área de Economia, com ênfase em Teoria Monetária e Financeira, atuando prin-
cipalmente nos seguintes temas: sistema fi nanceiro, economia monetária e crédito. 
Atualmente é Vice-Coordenador e professor do curso de Mestrado em Gestão do 
Conhecimento nas Organizações da UniCesumar, além de pesquisador pelo ICETI.
http://lattes.cnpq.br/1969733264813192.
Me. José Campos de Araújo Ribeiro Neto
Mestre em Gestão do Conhecimento nas Organizações. Especialista em Finanças 
e em Gestão Empresarial de Negócios. Administrador pela Universidade Estadual 
de Santa Cruz-UESC. Possui certifi cação CEA - Certifi cado de Especialista de Investi-
mentos da Anbima. Professor de Cursos de Graduação e Pós-Graduação de ensino 
presencial e a distância (EaD). Autor do livro Análise de Investimento e Viabilidade. 
http://lattes.cnpq.br/9333403002110216.
A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A
MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS
Caro(a) aluno(a), seja bem vindo! Este livro foi elaborado com o intuito de prepará-lo para um 
mundo de possibilidades que o mercado fi nanceiro e de capitais oferece. 
Iniciaremos nossa jornada, na Unidade 1, estudando sobre a importância do Sistema Fi-
nanceiro para a economia. Teremos a oportunidade de entender como que, por meio do 
Sistema Financeiro, os agentes econômicos se relacionam e conseguem transferir recursos 
necessários ao alcance de seus objetivos. Para tal, teremos que compreender como funciona 
e é estruturado o Sistema Financeiro, como que se dá a sua segmentação, bem como a sua 
estrutura organizacional. Essa discussão será fundamental para que você compreenda como 
ocorre a regulamentação, disponibilização e comercialização dos diferentes investimentos 
que serão aprofundados ao longo deste livro.
Em seguida, na Unidade 2, abordaremos os conceitos, princípios e características do mercado 
de capitais, tendo como foco explicitar os principais benefícios que esse mercado traz para os 
investidores (pessoas físicas e jurídicas). Para tal, abordaremos, principalmente, as característi-
cas gerais dos valores mobiliários, os atributos gerais dos ativos fi nanceiros (apresentando os 
conceitos de liquidez, rentabilidade e risco) e as diferenças entre os investimentos de renda 
fi xa e os investimentos de renda variável. Ao término desta unidade, você compreenderá que 
qualquer investidor só terá clareza a respeito de quais são os melhores produtos e ativos 
fi nanceiros para alocar os seus recursos após identifi carem seu perfi l, e que, para defi nir esse 
perfi l, o fator mais relevante é considerar sua tolerância ao risco. 
Na Unidade 3, discutiremos os produtos de renda fi xa e os de investimento, que são impor-
tantes opções para os investidores realizarem seus investimentos. O mercado de renda fi xa 
possui uma grande importância pela diversidade de títulos que são emitidos por instituições 
fi nanceiras, por empresas e pelo governo. Esses títulos permitem que os investidores possam 
diversifi car a sua carteira, isto por apresentarem diferentes indexadores, liquidez e grau de 
risco. Os fundos de investimentos também têm se mostrado como interessantes opções para 
que os investidores possam alocar os seus recursos. Nesse sentido, esta unidade será de 
grande importância por disponibilizar um conhecimento que é vital para que os investidores 
tomem decisões assertivas. 
Na Unidade 4, trataremos das ações. Ao fazer uma leitura cuidadosa desta unidade, você terá 
a clareza de que as ações são um tipo de investimento que proporciona vantagens tanto para 
D A D I S C I P L I N AA P R E S E N TA Ç Ã O
os investidores quanto para as empresas que as emitem. Atualmente, a Bolsa de Valores ofi cial 
do Brasil (a B3) tem apresentado recordes em número de cadastros de novos investidores, algo 
proporcionado pela atual conjuntura econômica brasileira de baixa taxa Selic, pela facilidade 
de acesso aos produtos fi nanceiros (com as novas plataformas tecnológicas das corretoras de 
valores) e, principalmente, pela difusão
do conhecimento sobre esse mercado. Porém você verá 
que o conhecimento é vital para quem deseja operar com ações, e preparamos esta unidade 
com o intuito de prover esse conhecimento para você, pois tratará dos seguintes assuntos: os 
eventos sobre as ações, os mercados para as negociações das ações, as formas de remuneração 
dos acionistas, as características técnicas das ações, o processo de negociação das ações, as 
escolas de análise de investimento e os custos e tributação na negociação com ações.
A partir da leitura da Unidade 5, você compreenderá sobre o mercado de derivativos, que é 
um mercado que movimenta trilhões de dólares ao redor do mundo, o que o torna bastante 
atrativo. Ao estudar sobre derivativos, é fundamental que você conheça o funcionamento 
e especifi cidades desse mercado e, para isso, abordaremos as principais características e 
formas de negociação dos contratos de derivativos.
Por fi m, gostaríamos de destacar que a atuação profi ssional, no mercado fi nanceiro, resulta em 
altos rendimentos. Uma pesquisa realizada pela consultoria Robert Half e divulgada pela Finan-
ceOne (2018) avaliou as perspectivas e a realidade salarial de profi ssões do mercado fi nanceiro. 
O estudo concluiu que os valores pagos aos grandes executivos, diretores e diretores-executivos 
podem alcançar a cifra de mais de R$1 milhão por ano. Essa mesma pesquisa, ainda, mostrou 
que há uma alta demanda por profi ssionais dessa área. Portanto, não só há possibilidades de 
trabalho, como os salários são elevados. Porém as exigências são bem elevadas, uma vez que 
se faz necessário não só ter formação como, também, certifi cações específi cas.
Enfi m, são muitas possibilidades no que diz respeito ao mercado fi nanceiro e de capitais e 
você está convidado para ter um ótimo momento de aprendizagem sobre este tema!
ÍCONES
Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples.
conceituando
No fi m da unidade, o tema em estudo aparecerá de forma resumida 
para ajudar você a fi xar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos. 
quadro-resumo
Neste elemento, você fará uma pausa para conhecer um pouco 
mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos. 
explorando ideias
Ao longo do livro, você será convidado(a) a refl etir, questionar e 
transformar. Aproveite este momento! 
pensando juntos
Enquanto estuda, você encontrará conteúdos relevantes 
online e aprenderá de maneira interativa usando a tecno-
logia a seu favor. 
conecte-se
Quando identifi car o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos online. O download do aplicativo 
está disponível nas plataformas: Google Play App Store
CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01 UNIDADE 02
UNIDADE 03
UNIDADE 05
UNIDADE 04
FECHAMENTO
SISTEMA
FINANCEIRO
9
O MERCADO DE 
CAPITAIS
43
69
OS PRODUTOS DE
RENDA FIXA
E OS FUNDO DE 
INVESTIMENTO
107
AS AÇÕES
144
MERCADO DE 
DERIVATIVOS
176
CONCLUSÃO GERAL
SISTEMASISTEMA
FINANCEIROFINANCEIRO
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Sistema Financeiro • Segmen-
tação do Mercado Financeiro • Estrutura do Sistema Financeiro • Órgãos Normativos • Entidade 
Supervisoras • Instituições Operadoras.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Compreender o que é o Sistema Financeiro e seus participantes • Identifi car como o desenvolvimen-
to do Sistema Financeiro desencadeou a segmentação do Mercado Financeiro Nacional • Entender 
como é estruturado o Sistema Financeiro • Identifi car quem são e como atuam os Órgãos Normativos 
do Sistema Financeiro • Identifi car quem são e como atuam as Entidade Supervisoras do Sistema 
Financeiro • Identifi car quem são e como atuam as Instituições Operadoras do Sistema Financeiro.
PROFESSOR
Me. José Campos de Araújo Ribeiro Neto
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), o Sistema Financeiro é composto por um conjunto de 
entidades e instituições que promovem a intermediação da relação fi nan-
ceira entre os poupadores e tomadores de recursos. Para que o Sistema 
Financeiro funcione de forma efi ciente, as diversas instituições devem tra-
balhar de forma harmoniosa, sob normas e fi scalizações específi cas. Sendo 
assim, essa unidade se dedicará à compreensão do Sistema Financeiro, sua 
segmentação, bem como a sua estrutura organizacional.
Inicialmente, compreenderemos o que é o Sistema Financeiro e quem são 
os seus participantes. Diferenciaremos os agentes defi citários dos superavitá-
rios e identifi caremos como esses agentes trocam recursos por meio do Sis-
tema Financeiro. Posteriormente, verifi caremos como o Sistema Financeiro 
evoluiu e passou a agregar uma série de operações e produtos fi nanceiros, o 
que culminou em sua segmentação e quatro mercados: Mercado de Capitais, 
Mercado de Crédito, Mercado Monetário e Mercado de Câmbio.
Em seguida, verifi caremos que, para o Sistema Financeiro funcionar de 
forma correta, ele possui diversos órgãos e instituições que se dividem em 
três níveis hierárquicos: órgão normativos, entidades supervisoras e insti-
tuições operadoras. Os órgãos normativos são os grandes responsáveis pelo 
estabelecimento das regras gerais que norteiam o Sistema Financeiro. Logo 
abaixo e vinculado aos órgãos normativos, estão as entidades supervisoras, 
que trabalham para fazer com que os integrantes no Sistema Financeiro 
sigam as regras estabelecidas pelos órgãos normativos. Por fi m, estão as en-
tidades operadoras que se relacionam diretamente com o público e fazem 
o papel de intermediários fi nanceiros.
Nesse sentido, conhecer todo o funcionamento do Sistema Financei-
ro é fundamental para compreender como ocorre a regulamentação, dis-
ponibilização e a comercialização dos diferentes investimentos que serão 
aprofundados ao longo deste livro. 
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SISTEMASISTEMA
FINANCEIROFINANCEIRO
O Sistema Financeiro é um conjunto de instrumentos, essencial ao funcionamen-
to das economias modernas. Por meio do Sistema Financeiro, os agentes econô-
micos – governos, empresas e famílias – relacionam-se e conseguem transferir 
recursos necessários ao alcance de seus objetivos. De acordo com CVM (2014a, 
p. 30), o Sistema Financeiro representa o “conjunto de instituições e instrumentos 
que viabilizam o fl uxo fi nanceiro entre os poupadores e os tomadores de recursos 
na economia”. Pinheiro (2012, p. 36) corrobora ao afi rmar:
“ Defi ne-se o sistema fi nanceiro de um país como um conjunto de 
instituições, instrumentos e mercados agrupados de forma harmô-
nica, com a fi nalidade de canalizar a poupança das unidades supe-
ravitárias até o investimento demandado pelas defi citárias. 
Sendo assim, é fundamental compreender que, no sistema fi nanceiro, interagem 
dois grandes grupos de agentes econômicos:
■ Agentes Superavitários: são conhecidos como os poupadores, ou seja,
os indivíduos que gastam menos do que ganham e, consequentemente,
possuem recursos financeiros disponíveis para emprestar aos tomadores 
de recurso. Em troca desses empréstimos, os poupadores recebem juros.
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■ Agentes Deficitários: são conhecidos como os tomadores de recursos,
ou seja, aqueles indivíduos que necessitam dos recursos financeiros dos
poupadores e dispõem-se a pagar juros pelo capital que adquirirem.
Dessa maneira, por meio do Sistema Financeiro, os agentes superavitários conse-
guem transferir recursos para os agentes deficitários, contudo, essa transferência 
é intermediada por meio de instituições financeiras. A princípio, as instituições 
financeiras tinham como função básica captar recursos dos poupadores e, para 
isso, pagavam juros. Esses recursos captados eram emprestados aos tomadores 
tendo, como a contrapartida, a cobrança de juros e, dessa forma, as instituições fi-
nanceiras ganhavam com a diferença entre os juros pagos e cobrados. No entanto, 
com o passar dos anos, as instituições financeiras se especializaram e passaram a 
oferecer
novos e diferentes serviços e produtos que, atualmente, compõem todo 
o Sistema Financeiro (CVM, 2014a).
O desenvolvimento das instituições financeiras possibilitou a criação de ati-
vos financeiros bem como operações específicas para atender às demandas nas-
centes. Esse conjunto de ativos e operações, com as suas diferentes especificidades, 
desencadeou uma segmentação do Sistema Financeiros em quatro grandes mer-
cados: Mercado de Capitais, Mercado de Crédito, Mercado Monetário e Mercado 
de Câmbio, conforme representado, na figura, a seguir:
Figura 1 - Segmentação do Mercado Financeiro / Fonte: CVM (2014a, p. 31).
Mercado
monetário
Mercado
de crédito
Mercado
de câmbio
Mercado
de capitais
MERCADO
FINANCEIRO
 
 
DESCRIÇÃO DE IMAGENS 
 
PÁGINA 13 – Figura 1 - Segmentação do Mercado Financeiro 
 
 
INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem refere-se a Figura 1 - Segmentação do Mercado Financeiro. 
É composta por um fluxograma circular referente ao Mercado Financeiro, com 4 tópicos: 
Mercado de capitais, Mercado de crédito, Mercado de câmbio e Mercado monetário.. FIM 
DESCRIÇÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SEGMENTAÇÃO DO SEGMENTAÇÃO DO 
MERCADOMERCADO
fi nanceirofi nanceiro
Conforme descrito anteriormente, o desenvolvimento do mercado fi nanceiro 
possibilitou o acesso a novos tipos de instrumentos e operações fi nanceiras, bem 
como a sua segmentação em: Mercado de Capitais, Mercado de Crédito, Mercado 
Monetário e Mercado de Câmbio. Dessa maneira, compreenderemos um pouco 
melhor as características de cada um desses segmentos de mercado.
Mercado Monetário
A transferência de recursos, no mercado monetário, tem como característica o 
curtíssimo prazo, em geral, o prazo de um dia. Normalmente, as negociações, nesse 
mercado, ocorrem entre as próprias instituições fi nanceiras ou entre essas institui-
ções e o Banco Central do Brasil. Segundo Kerr (2011, p. 73), o mercado monetário:
Cada um desses mercados, que será melhor apresentado a seguir, apresenta ca-
racterísticas diferentes que variam entre prazo, riscos, tipos de instrumentos e 
operações fi nanceiras. 
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 “ Compreende as operações de venda e compra de títulos públicos e 
privados de grande liquidez e que, portanto, podem ser comprados 
e vendidos rapidamente, suprindo as necessidades imediatas dos 
agentes tomadores, ao mesmo tempo que servem de aplicação de 
recursos de curto e curtíssimo prazo aos agentes superavitários.
Dessa maneira, o mercado monetário é utilizado para a realização da política 
econômica. De acordo com CVM (2014a, p. 30), esse mercado “trata-se de um 
mercado utilizado basicamente para controle da liquidez da economia, no qual 
o Banco Central intervém para condução da Política Monetária”. Esse processo
é realizado por meio da compra e venda de títulos públicos.
Mercado de Câmbio
O câmbio se refere à troca da moeda de um país pela moeda de outro país, por 
exemplo, a troca do Real (R$) pelo Dólar (US$). Dessa maneira, o mercado de 
câmbio é aquele em que se realizam as transações de compra e venda de moeda 
estrangeira. Esse mercado tem como participantes os agentes econômicos que 
comercializam com o exterior e necessitam pagar ou receber valores com moedas 
estrangeiras, além do próprio Banco Central que realiza a fiscalização do mercado 
de câmbio e a condução da Política Cambial (CVM, 2014a).
Mercado de Crédito
O mercado de crédito surge a partir das necessidades dos agentes econômicos – 
empresas e pessoas – financiarem a compra de bens de consumos duráveis, bem 
como, no caso das empresas, adquirirem capital de giro (PINHEIRO, 2012). Nesse 
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mercado, as instituições fi nanceiras realizam a intermediação fi nanceira e captam 
recursos dos poupadores e emprestam para os tomadores. Por esse serviço, as 
instituições fi nanceiras recebem spread, ou seja, a diferença entre o seu custo de 
captação e o que cobram ao conceder os empréstimos.
Segundo CVM (2014a), as operações no mercado de crédito são de curto e 
médio prazo s, tendo como instituições participantes, por exemplo, os bancos 
comerciais, as financeiras e as cooperativas de crédito. Esse mercado é fundamental 
para o funcionamento da economia, à medida que viabiliza a troca de recursos 
entre os agentes econômicos e transfere os riscos, bem como a gestão de crédito 
para as instituições financeiras intermediárias. No entanto , o mercado de crédito 
pode ser insufi ciente para suprir algumas demandas de fi nanciamento dos agentes 
econômicos, por exemplo, quando esses mesmos mercados necessitam de um vo-
lume de recursos muito alto, em alguns casos superiores ao valor que a instituição 
fi nanceira poderia ou está disposta a emprestar. Frente a essas limitações, desen-
volveu-se o Mercado de Valores Mobiliários ou Mercado de Capitais.
Mercado de Capitais
Pinheiro (2012) afi rma que o mercado de capitais se desenvolve a partir do mo-
mento que o mercado de crédito deixou de atender às necessidades da atividade 
produtiva em relação ao crédito, aos prazos, aos custos e à exigibilidade. Nesse 
mercado, são negociados valores mobiliários, com o propósito de proporcionar 
liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capita-
lização. As ações e debêntures são exemplos de valores mobiliários negociados 
nesse mercado, entretanto, o Mercado de Capitais será melhor detalhado na 
próxima unidade deste livro.
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ESTRUTURA DOESTRUTURA DO
SISTEMASISTEMA
fi nanceiro nacionalfi nanceiro nacional
O Sistema Financeiro Nacional é constituído por uma série de instituições, com 
diferentes níveis hierárquicos e atribuições. Basicamente, a subdivisão do Sistema 
Financeiro Nacional possui três níveis: órgãos normativos, entidades supervisoras e 
instituições operadoras. Essa estrutura é melhor esquematizada, no quadro, a seguir : 
Órgãos Nor-
mativos
CMN
Conselho Monetário Nacio-
nal
CNSP 
Conselho 
Nacional de 
Seguros Priva-
dos
CNPC
Conselho 
Nacional de 
Previdência 
Comple-
mentar
Entidades 
Supervisoras 
BACEN
Banco Cen-
tral do Brasil
CVM
Comissão 
de Valores 
Mobiliários
SUSEP
Superin-
tendência 
de Seguros 
Privados 
PREVIC
Superin-
tendência 
Comple-
mentar
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Instituições 
Operadoras
Bancos e 
Caixa Eco-
nômica
Bolsa de 
Valores
Seguradora 
e Ressegura-
dora
Entidades 
Fechadas 
de Pre-
vidência 
Comple-
mentar
Administra-
dores de 
Consórcio
Bolsa de 
Mercadorias 
e Futuros
Entidades 
Abertas de 
Previdência
Coopera-
tivas de 
Crédito
Sociedades de 
Capitalização
Corretoras 
e Distribui-
doras
Instituições 
de Paga-
mento
Demais 
Instituições 
Não Bancá-
rias
Quadro 1 - Estrutura do Sistema Financeiro
Fonte: Adaptado de Banco Central do Brasil ([2019], on-line)¹. 
De acordo com CVM (2014a), os órgãos normativos possuem a responsabilidade 
de estabelecer as políticas e diretrizes amplas e gerais do Sistema Financeiro. Além 
disso, esses órgãos não possuem funções executivas e são divididos em: Conselho 
Monetário Nacional (CMN), Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e 
Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC).
As funções executivas do Sistema Financeiro Nacional são realizadas pelas 
entidades supervisoras, que estão diretamente ligadas aos órgãos normativos.
 “ As entidades supervisoras assumem diversas funções executivas, como 
a fiscalização das instituições sob sua responsabilidade, assim como 
funções normativas, com o intuito de regulamentar dispositivos legais 
ou normas editadas pelos órgãos normativos (CVM, 2014a, p. 37).
 
 
DESCRIÇÃO DE IMAGENS 
 
PÁGINA 17-18 – Quadro 1 - Estrutura do Sistema Financeiro 
 
 
 
 
 
 
INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem refere-se ao Quadro 1 - Estrutura do Sistema Financeiro. É 
composta por uma tabela com 4 colunas. 
Orgãos normativos - CMN (Conselho Monetário Nacional) - CNSP (Conselho Nacional de 
Seguros Privados) - CNPC (Conselho Nacional de Previdência Complementar); 
Entidades supervisoras -
BACEN (Banco Central do Brasil), CVM (Comissão de Valores 
Mobiliários) - SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) - PREVIC (Superintendência 
Complementar; 
Instituições operadoras - Bancos e Caixa Econômica, Administradores de Consórcio, 
Cooperativas de Crédito, Corretoras e Distribuidoras, Instituições de Pagamento, Demais 
instituições não bancárias - Bolsa de valores, Bolsa de Mercadorias e Futuros - Seguradora 
e Resseguradora, Entidades abertas de previdência, Sociedades de capitalização, Entidades 
fechadas de previdência complementar. 
 FIM DESCRIÇÃO. 
 
 
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Você já ouviu falar dos “crimes do colarinho branco”? Esses crimes estão previstos na Lei 
n. 7.492/86 (BRASIL, 1986) e se referem a condutas que poderão prejudicar o bom funcio-
namento do Sistema Financeiro, bem como a confiabilidade prevista nas suas operações. 
Fonte: CVM (2014a).
explorando ideias
 O Banco Central do Brasil (BACEN) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 
são entidades supervisoras vinculadas ao Conselho Monetário Nacional (CMN). 
Por outro lado, a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) está ligada ao 
Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), e a Superintendência Nacional 
de Previdência Complementar (PREVIC) ao Conselho Nacional de Previdência 
Complementar (CNPC).
Por fim, existem as instituições operadoras que são as demais organizações 
“públicas ou privadas, envolvidas diretamente, ou como instituições auxiliares, 
nas atividades de captação, intermediação e aplicação de recursos no sistema 
financeiro nacional” (CVM, 2014a, p. 37). Sob a supervisão do Banco Central do 
Brasil (BACEN) estão:
 ■ Bancos e Caixa Econômica.
 ■ Administradoras de consórcio.
 ■ Cooperativas de crédito.
 ■ Corretoras e distribuidoras.
 ■ Instituições de pagamento. 
 ■ Demais instituições não bancárias.
A depender das atividades desenvolvidas pelas corretoras e distribuidoras, estas 
também poderão ser fiscalizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 
Quanto às Instituições de Pagamento, elas não compõem o Sistema Financeiro 
Nacional, porém, por determinação do Conselho Monetário Nacional (CMN), 
essas instituições devem ser fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil (BACEN).
As instituições operadoras, ligadas à Comissão de Valores Mobiliários 
(CVM), são a Bolsa de Valores e a Bolsa de Mercadorias e Futuros. Vinculadas 
à Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), estão as Seguradoras e Res-
seguradoras, as Entidades Abertas de Previdência e as Sociedades de Capitaliza-
ção. Por fim, ligadas à Superintendência Nacional de Previdência Complementar 
(PREVIC), estão as Entidades Fechadas de Previdência Complementar, os po-
pulares fundos de pensão.
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ÓRGÃOSÓRGÃOS
NORMATIVOSNORMATIVOS
Os órgãos normativos são os grandes responsáveis por manter o bom funcionamento 
do Sistema Financeiro Nacional, uma vez que determinam as normas e regras gerais 
para esse sistema. Dessa maneira, compreenderemos melhor cada um deles.
Conselho Monetário Nacional (CMN)
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão máximo, ou seja, o órgão 
superior do Sistema Financeiro Nacional. Foi criado junto com o Banco Central 
do Brasil com a Lei n. 4.595 de 31 de dezembro de 1964 (BRASIL, 1964, on-line), 
entretanto o CMN começou as suas atividades em 31 de março de 1965. Esse 
órgão foi criado com a fi nalidade de formular e fi xar as diretrizes da política 
cambial, de crédito e monetária, objetivando o progresso econômico e social do 
 país. Dessa maneira, conforme a Lei n. 4.595 de 31 de dezembro de 1964 (BRASIL, 
1964, on-line), são objetivos do CMN:
• Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais neces-
sidades da economia nacional e seu processo de desenvolvi-
mento .
• Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo
ou corrigindo os surtos infl acionários ou defl acionários de
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origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros 
desequilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais.
• Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço 
de pagamento do país, tendo em vista a melhor utilização dos 
recursos em moeda estrangeira.
• Orientar a aplicação dos recursos das instituições financei-
ras, quer públicas, quer privadas,tendo em vista propiciar, nas 
diferentes regiões do país, condições favoráveis ao desenvol-
vimento harmônico da economia nacional.
• Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instru-
mentos financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema 
de pagamentos e de mobilização de recursos.
• Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras.
• Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, 
fiscal e da dívida pública, interna e externa.
O CMN era formado pelo Ministro da Fazenda (presidente do conselho), Minis-
tro do Orçamento, Planejamento e Gestão e pelo Presidente do Banco Central. 
No entanto, a partir das fusões ministeriais realizadas pelo governo empossado 
no ano de 2019, o Conselho passou a ser formado pelo Ministro da Economia 
(presidente do Conselho), Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Eco-
nomia e Presidente do Banco Central. Esses membros se reúnem uma vez por 
mês para deliberarem sobre os assuntos de competência do órgão.
Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)
O CNSP é um órgão normativo que tinha como função principal estabelecer as 
normas gerais da política governamental para os segmentos de Capitalização 
e Seguros Privados. Contudo o CNSP passou a ter, também, atribuições rela-
cionadas à previdência privada aberta. Segundo a Susep ([2019], on-line)2, são 
atribuições desse Conselho:
• Fixar diretrizes e normas da política de seguros privados.
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• Regular a constituição, organização, funcionamento e fisca-
lização dos que exercem atividades subordinadas ao Sistema
Nacional de Seguros Privados, bem como a aplicação das pe-
nalidades previstas.
• Fixar as características gerais dos contratos de seguro, previ-
dência privada aberta, capitalização e resseguro.
• Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro.
• Conhecer dos recursos de decisão da Superintendência de
Seguros Privados (SUSEP) e do Instituto de Resseguros do
Brasil (IRB).
• Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Segu-
radoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada
Aberta e Resseguradores, com fixação dos limites legais e téc-
nicos das respectivas operações.
• Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão de cor-
retor.
A partir de 2019, o CNSP passou a ser composto pelo Ministro da Economia 
(presidente do Conselho), Superintendente da Susep (presidente substituto), re-
presentante do Ministério da Justiça, representante do Ministério da Previdência 
e Assistência Social, representante do Banco Central do Brasil e representante da 
Comissão de Valores Mobiliários.
Conselho Nacional de Previdência Complementar 
(CNPC)
O CNPC é um órgão normativo com a função de regular o regime de previdência 
complementar e é operado pelas entidades fechadas de previdência complemen-
tar, ou seja, os fundos de pensão. Esses fundos são voltados para funcionários de 
organizações e se referem a planos de aposentadoria, poupança ou pensão para 
servidores públicos, funcionários de empresas e participantes de entidades de 
classe ou associações.
O CNPC tem a sua composição formada pelo Ministro da Previdência Social 
(presidente), pelos representantes da Superintendência Nacional de Previdên-
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ENTIDADESENTIDADES
SUPERVISORASSUPERVISORAS
cia Complementar (PREVIC), da Secretaria de Políticas de Previdência Com-
plementar (SPPC), da Casa Civil da Presidência da República, dos Ministérios 
da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão, das entidades fechadas de 
previdência complementar, dos patrocinadores e instituidores de planos de be-
nefícios das entidades fechadas de previdência complementar e dos participantes 
e assistidos de planos de benefícios das referidas
entidades.
As entidades supervisoras trabalham de forma conjunta com os órgãos normativos, 
uma vez que buscam fazer com que os cidadãos e os integrantes do sistema fi nanceiro 
cumpram as determinações defi nidas pelos órgãos normativos. Sendo assim, faz-se 
necessário compreender as características e atribuições de cada uma das entidades.
Banco Central do Brasil (BACEN)
O Banco Central é uma autarquia federal criada em 1964 pela mesma lei que 
estabeleceu o Conselho Monetário Nacional (CMN). Atualmente, o Banco Cen-
tral é composto por nove integrantes, sendo um presidente e oito diretores, todos 
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indicados pelo presidente da República e aprovados pelo Senado. A missão dessa 
instituição é garantir a estabilidade do poder de compra da moeda do país, o 
Real, e assegurar a eficiência e o bom funcionamento do mercado financeiro 
local. Além disso, compete ao Banco Central executar a estratégia estabelecida 
pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para manter a inflação sob controle.
Nesse sentido, segundo Brasil (2014, p. 41-42) destacam-se como competên-
cias do Banco Central:
• Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda na-
cional e a solidez do Sistema Financeiro Nacional.
• Executar a política monetária por meio da utilização de títu-
los do Tesouro Nacional.
• Fixar a taxa de referência para as operações compromissadas 
de um dia, conhecida como taxa SELIC.
• Controlar as operações de crédito das instituições que com-
põem o Sistema Financeiro Nacional.
• Formular, executar e acompanhar a política cambial e de re-
lações financeiras com o exterior.
• Fiscalizar as instituições financeiras e as clearings (câmaras
de compensação).
• Emitir papel-moeda (a partir da Constituição de 1988, a
emissão de moeda ficou a cargo exclusivo do BCB).
• Executar os serviços do meio circulante para atender à de-
manda de dinheiro necessária às atividades econômicas.
• Manter o nível de preços (inflação) sob controle.
• Manter sob controle a expansão da moeda e do crédito e a
taxa de juros.
• Operar no mercado aberto, de recolhimento compulsório e
de redesconto.
• Executar o sistema de metas para a inflação.
• Divulgar as decisões do Conselho Monetário Nacional.
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• Manter ativos de ouro e de moedas estrangeiras para atuação 
nos mercados de câmbio.
• Administrar as reservas internacionais brasileiras.
• Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras 
nacionais.
• Conceder autorização para o funcionamento das instituições 
financeiras.
Diante disso, verifica-se que o Banco Central do Brasil se relaciona com instituições 
financeiras, ou seja, não é um banco em que as pessoas ou empresas conseguirão 
abrir conta corrente ou poupança e realizar empréstimos, financiamentos etc.
Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada por meio da lei Lei n. 6.385/76 
(BRASIL, 1976a), tendo como objetivo fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvol-
ver o mercado de valores mobiliários no Brasil. Além disso, a Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM) é uma autarquia em regime especial vinculada ao Ministério da 
Economia. Entretanto a CVM possui personalidade jurídica e patrimônio próprio.
De acordo com a Portaria n. 327, de 11 de julho de 1977 (BRASIL, 1977, on-
-line), do Ministério de Estado da Fazenda, a Comissão de Valores Mobiliários 
(CVM) tem por finalidade:
• Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados 
da Bolsa de balcão.
• Estimular a formação de poupanças e a sua aplicação em 
valores mobiliários.
• Promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular 
do mercado de ações e estimular as aplicações permanentes 
em ações do capital social de companhias abertas sob controle 
de capitais privados nacionais.
• Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores 
do mercado contra: emissões irregulares de valores mobiliá-
rios; atos ilegais de administradores e acionistas controladores 
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das companhias abertas, ou de administradores de carteira de 
valores mobiliários.
• Evitar ou coibir modalidade de fraude ou manipulação desti-
nadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço 
dos valores mobiliários negociados no mercado.
• Assegurar o acesso do público a informações sobre os valo-
res mobiliários negociados e às companhias que os tenham 
emitido.
• Assegurar a observância de práticas comerciais equitativas 
no mercado de valores mobiliários.
• Assegurar a observância, no mercado, das condições de uti-
lização de crédito fixadas pelo Conselho Monetário Nacional.
• Promover, disciplinar e fiscalizar a internacionalização do 
mercado de valores mobiliários, sem prejuízo da competência 
do Banco Central do Brasil no tocante à entrada e saída de 
recursos do País.
• Cumprir e fazer cumprir as deliberações do Conselho Mo-
netário Nacional e exercer as atividades que por este lhe forem 
delegadas.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é conhecida como o Banco Central do 
Mercado Mobiliário. Dessa forma, essa entidade fiscaliza as negociações com ações, 
bônus de subscrição, debêntures, fundos de investimentos, derivativos, entre outros.
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP)
A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) é uma autarquia vinculada ao 
Ministério da Economia, tendo a sua criação pelo Decreto-lei n. 73, de 21 de novem-
bro de 1966 (BRASIL, 1966, on-line). Este órgão é administrado por um Conselho 
Diretor, composto por um superintendente e quatro diretores. A Superintendência 
de Seguros Privados (SUSEP) é responsável pelo controle e fiscalização dos merca-
dos de previdência privada aberta, capitalização, seguros e resseguros.
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Segundo a Susep ([2019], on-line)2, a SUSEP tem como atribuições:
• Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer 
as atividades que por este forem delegadas.
• Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e ope-
ração das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades 
de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, na qualidade 
de executora da política traçada pelo CNSP.
• Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popu-
lar que se efetua através das operações de seguro, previdência 
privada aberta, de capitalização e resseguro.
• Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mer-
cados supervisionados.
• Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instru-
mentos operacionais a eles vinculados, com vistas à maior efi-
ciência do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Sistema 
Nacional de Capitalização.
• Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, 
assegurando sua expansão e o funcionamento das entidades 
que neles operem.
• Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram 
o mercado.
• Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas enti-
dades, em especial os efetuados em bens garantidores de pro-
visões técnicas.
• Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP.
Essa entidade é responsável pelo controle e fiscalização dos famosos Títulos de 
Capitalização e seguros comercializados nas agências bancárias, bem como dos 
planos de previdência privada, sendo os mais conhecidos o PGBL (Plano Gerador 
de Benefício Livre) e o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre).
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Superintendência Nacional de Previdência Com-
plementar (PREVIC)
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) é uma 
autarquia vinculada ao Ministério da Economia, dotada de autonomia adminis-
trativa e financeira, além de possuir patrimônio próprio. Esse órgão é responsável 
por fiscalizar e supervisionar as entidades fechadas de previdência complementar 
(fundos de pensão), além de executar as políticas para o regime de previdência 
complementar operado pelas referidas entidades.
De acordo com o Decreto n. 8.992, de 20 de fevereiro de 2017 (BRASIL, 2017, 
on-line), são atribuições da Superintendência Nacional de Previdência
Comple-
mentar (PREVIC):
• Proceder à fiscalização das atividades das entidades fechadas 
de previdência complementar e das suas operações.
• Apurar e julgar as infrações e aplicar as penalidades cabíveis.
• Expedir instruções e estabelecer procedimentos para a apli-
cação das normas relativas à sua área de competência.
• Autorizar: a constituição e o funcionamento das entidades
fechadas de previdência complementar e a aplicação dos res-
pectivos estatutos e dos regulamentos de planos de benefícios; 
operações de fusão, cisão, incorporação ou qualquer outra for-
ma de reorganização societária, relativas às entidades fechadas 
de previdência complementar; a celebração de convênios e
termos de adesão por patrocinadores e instituidores e as re-
tiradas de patrocinadores e instituidores; e as transferências
de patrocínio, grupos de participantes e assistidos, planos de
benefícios e reservas entre entidades fechadas de previdência
complementar.
• Harmonizar as atividades das entidades fechadas de previ-
dência complementar com as normas e as políticas estabele-
cidas para o segmento.
• Decretar intervenção e liquidação extrajudicial das entidades 
fechadas de previdência complementar e nomear interventor
ou liquidante, nos termos da lei.
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Nós temos a possibilidade de adquirir diferentes produtos no mercado financeiro: con-
sórcio, título de capitalização, previdência privada, seguros de vida, entre outros. Você 
já parou para pensar quem são os responsáveis pelo controle e fiscalização de cada um 
desses produtos?
pensando juntos
• Nomear administrador especial de plano de benefícios espe-
cífico, podendo atribuir-lhe poderes de intervenção e liquida-
ção extrajudicial, na forma da lei.
• Promover a mediação e a conciliação entre entidades fecha-
das de previdência complementar e entre as entidades e seus
participantes, assistidos, patrocinadores ou instituidores, bem 
como dirimir os litígios que lhe forem submetidos na forma
da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996.
• Enviar relatório anual de suas atividades ao Ministério da
Fazenda e, por seu intermédio, ao Presidente da República e
ao Congresso Nacional; e adotar as providências necessárias
ao cumprimento de seus objetivos.
Vale ressaltar que a Superintendência Nacional de Previdência Complementar 
(PREVIC) é responsável por fiscalizar e supervisionar os planos de previdência 
fechada, os conhecidos fundos de pensão. Esse plano é chamado de fechado, pois 
só pode ser acessado pelos funcionários das empresas que ofertam essa previ-
dência aos seus colaboradores. Já os planos de previdência aberta são aqueles que 
as pessoas conseguem contratar individualmente, por exemplo o PGBL e VGBL. 
No entanto a previdência aberta é fiscalizada e supervisionados pela Superinten-
dência de Seguros Privados (SUSEP).
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INSTITUIÇÕESINSTITUIÇÕES
OPERADORASOPERADORAS
As instituições operadoras são aquelas que estão sob a tutela das entidades super-
visoras e estão na ponta do sistema fi nanceiro, uma vez que lidam diretamente 
com o público, cumprindo o papel de intermediárias fi nanceiras. Conforme ex-
posto anteriormente, existem diversas instituições operadoras, porém, nesse livro, 
destacaremos: os Bancos, a Bolsa de Valores e as Corretoras e Distribuidoras de 
Valores Mobiliários.
Bancos
Os Bancos são instituições fi nanceiras supervisionadas pelo Banco Central do 
Brasil, sendo especializados em intermediar a troca de dinheiro entre os que 
necessitam de recursos e os poupadores que dispõem de recursos. Além de fazer 
essa intermediação, os bancos são responsáveis pela custódia, ou seja, por guardar 
o dinheiro bem como por providenciar serviços fi nanceiros aos seus clientes,
como: investimentos, saques, empréstimos, fi nanciamentos, entre outros.
No Brasil, existem bancos conhecidos como agentes especiais, que são insti-
tuições governamentais de caráter estratégico no apoio ao Sistema Financeiro . São 
eles: Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 
(BNDES) e a Caixa Econômica Federal. Contudo, no mercado fi nanceiro, existem 
diferentes tipos de bancos que apresentam características e operações diferentes. 
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Entre esses diferentes bancos podemos destacar os Bancos de Câmbio, Bancos de 
Desenvolvimento, Bancos de Investimentos, Bancos Comerciais e Bancos Múlti-
plos. Nesse sentido, entenderemos as diferenças e especifi cidades de cada um deles.
Bancos de Investimentos
Segundo a Resolução n. 2624 de 1999 do Banco Central (BRASIL, 1999), os Ban-
cos de Investimentos são instituições fi nanceiras que realizam empréstimos de 
capital fi xo e de giro e que captam recursos por meio de depósitos a prazo e in-
terfi nanceiro, porém não podem operar com depósito à vista. Ainda de acordo 
com a Resolução n. 2624 (BRASIL, 1999, p. 1), os Bancos de Investimentos podem 
desenvolver as seguintes atividades:
• Praticar operações de compra e venda, por conta própria ou 
de terceiros, de metais preciosos, no mercado físico, e de quais-
quer títulos e valores mobiliários, nos mercados fi nanceiros e 
de capitais .
• Operar em bolsas de mercadorias e de futuros, bem como 
em mercados de balcão organizados, por conta própria e de 
terceiros .
• Operar em todas as modalidades de concessão de crédito 
para fi nanciamento de capital fi xo e de giro .
• Participar do processo de emissão, subscrição para revenda 
e distribuição de títulos e valores mobiliários .
• Operar em câmbio, mediante autorização específi ca do Ban-
co Central do Brasil .
• Coordenar processos de reorganização e reestruturação de 
sociedades e conglomerados, fi nanceiros ou não, mediante 
prestação de serviços de consultoria, participação societária 
e/ou concessão de fi nanciamentos ou empréstimos.
É bastante comum os Bancos de Investimentos captarem recursos por meio 
de emissão de Certificados de Depósitos Bancários (CDB), além de atuar em 
processos de IPO - Initial Public Off ering.
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Bancos Comerciais e Bancos Múltiplos
Os Bancos Comerciais são instituições financeiras públicas ou privadas que têm 
como objetivo disponibilizar recursos para financiar, tanto a curto quanto a médio 
prazo, as pessoas físicas, a indústria, o comércio, as prestadoras de serviços e tercei-
ros em geral. Essas instituições representam a base do sistema monetário e estão au-
torizadas a captar recursos por meio de depósitos a prazo, porém é atividade típica 
desses bancos a captação por meio de depósito à vista, livremente movimentáveis.
Os bancos múltiplos são aqueles que possuem, no mínimo, duas carteiras, 
sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimentos. Esses tipos 
de bancos são os mais tradicionais e conhecidos no Brasil, pois são representados 
pelos grandes bancos que atendem a população. São eles: Banco do Brasil, Bra-
desco, Santander, Itaú, Caixa Econômica Federal, entre outros. A legislação exige 
que os bancos múltiplos sejam constituídos com um Cadastro Nacional de Pessoa 
Jurídica (CNPJ) para cada carteira, porém, podendo publicar um único balanço. 
Bancos de Câmbio
Os Bancos de Câmbio são as instituições financeiras que possuem autorização, sem 
restrição, para realizarem operações de câmbio, além de operações de crédito que es-
tejam vinculadas ao câmbio. De acordo com a Resolução n. 3426 (BRASIL, 2006, p. 1), 
esses bancos estão autorizados a realizar diversas operações, podendo ser destacadas:
• Compra e venda de moeda estrangeira.
• Transferências de recursos do e para o exterior.
• Financiamento de importação e de exportação.
• Adiantamento sobre contratos de câmbio.
• Outras operações, inclusive de prestação de serviços, previs-
tas na regulamentação do mercado de câmbio.
• Operações de financiamento a importações e exportações, 
adiantamentos sobre contrato de câmbio, bem como receber 
depósito em conta sem remuneração, não podendo ser mo-
vimentadas por cheque.
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Ainda de acordo com
a Resolução n. 3426 (BRASIL, 2006), os bancos de câmbio 
podem manter contas de depósitos, sem remuneração, não movimentáveis pelo 
titular, cujos recursos sejam destinados à realização de operações ou à contratação 
de serviços relacionados a seu objeto social.
Bancos de Desenvolvimento
Os Bancos de Desenvolvimento são instituições financeiras públicas que, segun-
do a Resolução n. 394, de 1976 (BRASIL, 1976b), têm como objetivo proporcionar 
o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários ao financiamento, 
a médios e longos prazos, de programas e projetos que visem a promover o de-
senvolvimento econômico e social dos respectivos Estados da Federação onde 
tenham sede, cabendo-lhes apoiar, prioritariamente, o setor privado.
Ainda de acordo com a Resolução n. 394 (BRASIL, 1976b, p. 3), para alcançar 
os seus objetivos, os bancos de desenvolvimento podem apoiar iniciativas que 
busquem:
• Ampliar a capacidade produtiva da economia, mediante im-
plantação, expansão e/ou relocalização de empreendimentos.
• Incentivar a melhoria da produtividade, por meio de reorga-
nização, racionalização, modernização de empresas e forma-
ção de estoques - em níveis técnicos adequados - de matérias 
primas e de produtos finais, ou por meio da formação de em-
presas de comercialização integrada.
• Assegurar melhor ordenação de setores da economia regio-
nal e o saneamento de empresas por meio de incorporação, 
fusão, associação, assunção de controle acionário e de acervo 
e/ou liquidação ou consolidação de passivo ou ativo onerosos.
• Incrementar a produção rural por meio de projetos integra-
dos de investimentos destinados à formação de capital fixo 
ou semifixo.
• Promover a incorporação e o desenvolvimento de tecnolo-
gia de produção, o aperfeiçoamento gerencial, a formação e 
o aprimoramento de pessoal técnico, podendo, para esse fim, 
patrocinar programas de assistência técnica, preferencialmen-
te através de empresas e entidades especializadas.
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O mais conhecido banco de desenvolvimento do país é o Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), porém os estados possuem os 
seus bancos que apresentam, em sua denominação, a expressão “Banco de De-
senvolvimento”, acompanhada do nome do estado em que tenham sede.
Bolsa de Valores
A Bolsa de Valores é o ambiente destinado à realização de negócios com valores 
mobiliários e é supervisionada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em 
março de 2017, a BM&FBOVESPA SA (Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros) 
uniu as suas atividades com as desenvolvidas pela Cetip SA – Mercados Organi-
zados e passou a operar sob o nome de B3 SA - Brasil, Bolsa, Balcão. Atualmente, 
a B3 é uma sociedade de capital aberta que possui as suas ações negociadas na 
bolsa de valores e, além de ser a única bolsa de valores, mercadorias e futuros 
em operação no Brasil, é, também, a maior depositária de títulos de renda fixa 
da América Latina e maior câmara de ativos privados do país. A B3 ampliou seu 
leque de atuação e, atualmente, atua com produtos e serviços ligados a: commo-
dities, juros, moeda, produtos de renda fixa, renda variável, leilões, entre outros.
Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM) 
e as Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários 
(DTVM)
As Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM) e as Distribuidoras de 
Títulos e Valores Mobiliários (DTVM) são de fundamental importância por serem 
as grandes responsáveis por atuar no mercado financeiro, cambial e de capitais, 
possibilitando a negociação de títulos e valores mobiliários entre os agentes eco-
nômicos. Para facilitar a comercialização desses títulos, as corretoras e distribuido-
ras disponibilizam uma plataforma eletrônica denominada de home broker, que 
possibilita o acesso a uma série de investimentos: Ações, derivativos, fundos de 
investimentos, debêntures, certificado de depósito bancário (CDB), letra de crédito 
do agronegócio (LCA), letra de crédito imobiliário (LCI), títulos públicos federais, 
entre outros. Além dos produtos de investimentos, muitas corretoras oferecem 
cursos, consultorias financeiras e acompanhamento especializado. 
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As corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários são supervisio-
nadas tanto pelo Banco Central do Brasil (BACEN), quanto pela Comissão de 
Valores Mobiliário (CVM). Segundo o Banco Central do Brasil ([2019], on-line)1, 
as corretoras e distribuidoras tem como principais atividades:
• Comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta 
própria e de terceiros.
• Instituir, organizar e administrar fundos e clubes de inves-
timento.
• Operar em bolsas de valores.
• Operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta pró-
pria e de terceiros.
• Prestar serviços de intermediação e de assessoria ou assistên-
cia técnica, em operações e atividades nos mercados financei-
ro e de capitais.
• Intermediar a oferta pública e distribuição de títulos e valores 
mobiliários no mercado.
• Administrar carteiras e custodiar de títulos e valores mobiliários.
• Subscrever emissões de títulos e valores mobiliários no mercado.
• Exercer funções de agente fiduciário, que é representante 
responsável por defender os direitos e interesses dos deben-
turistas perante a empresa que emitiu as debêntures.
• Intermediar operações de compra e venda de moeda estran-
geira, além de outras operações no mercado de câmbio.
• Praticar operações de compra e venda de metais preciosos, 
no mercado físico, por conta própria e de terceiros.
• Praticar operações de conta margem, que é uma modalida-
de de crédito em que a corretora possibilita que o investidor 
negocie valores mobiliários sem que o mesmo tenha 100% do 
capital envolvido na transação.
• Realizar operações compromissadas.
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As Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM) e as Distribuidoras de 
Títulos e Valores Mobiliários (DTVM) apresentam algumas características distin-
tas na forma de atuação, entretanto, com a Decisão Conjunta 17/2009 (BRASIL, 
2009), essas diferenças foram eliminadas e essas duas entidades podem realizar, 
praticamente, as mesmas operações.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), nessa unidade, foi possível compreender que, por meio do Siste-
ma Financeiro, os agentes deficitários conseguirão captar recursos para atingirem 
seus objetivos, ao mesmo tempo que os agentes superavitários poderão disponibi-
lizar seus recursos em troca de uma remuneração. Nesse sentido, verificamos que, 
para o Sistema Financeiro funcionar, da melhor forma possível, ele é composto 
por uma série de órgãos com características e funções específicas.
Foi possível verificar que a estrutura do Sistema Financeiro é composta por: 
órgão normativos que determinam as regras gerais, pelas entidades supervi-
soras, que trabalham no intuito de se fazerem cumprir as regras estabelecidas, 
pelos órgãos normativos e por instituições operadoras. Estas são as grandes 
responsáveis por lidar com o público geral e possibilitar o intermédio entre os 
agentes deficitários e superavitários. 
Entendemos como ocorre toda essa estruturação do Sistema Financeiro, que 
é fundamental para compreendermos como podemos ter acesso tanto à captação, 
quanto à disponibilização de recursos no mercado. Além disso, foi possível iden-
tificarmos quem são os responsáveis por nos resguardar contra possíveis fraudes, 
ou das atuações indevidas das organizações que atuam no mercado financeiro.
Por fim, verificamos que as Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários 
(CTVM) e as Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM) possibi-
litam que os investidores acessem diversos produtos de investimentos, tais como: 
ações, títulos públicos, derivativos, entre outros. Sendo assim, caso você tenha 
despertado para o mundo dos investimentos, será necessário que possua conta 
em uma dessas entidades. No entanto a abertura de conta em uma corretora é 
um processo simples que poderá ser realizado pela internet
e, na maioria das 
corretoras, de forma gratuita. O que você está esperando?
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na prática
1. Comumente realizamos uma série de operações fi nanceiras, tais como pagamentos 
com cartão de crédito, depósito na caderneta de poupança, entre outros. No entan-
to não paramos para pensar que essas transações integram o Sistema Financeiro. 
Dessa forma, explique o que é o Sistema Financeiro.
2. O Conselho Monetário Nacional (CMN) é conhecido como órgão máximo do Sistema 
Financeiro, sendo o responsável por expedir diretrizes gerais que possibilitam o 
bom funcionamento do sistema. Sendo assim, assinale a afi rmativa correta sobre o 
Conselho Monetário Nacional (CMN):
a) É o responsável por emitir papel-moeda a partir da autorização prévia do Banco 
Central do Brasil (BACEN).
b) É o responsável por comprar e vender títulos públicos federais para, assim, 
realizar a política fiscal do país.
c) Faz cumprir as deliberações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e fi scaliza 
o funcionamento da Bolsa de Valores.
d) Fixa as diretrizes da política de crédito, monetária e cambial, tendo como objetivo 
o progresso econômico e social do país.
e) É um órgão normativo com a função de regular os fundos de pensão, ou seja, as 
entidades fechadas de previdência complementar.
3. As Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM) são instituições fundamentais 
ao funcionamento do Mercado de Capital. Recentemente, essas instituições passa-
ram a ganhar notoriedade no Brasil, uma vez que suas propagandas começaram a 
ser veiculadas na grande mídia nacional. Com base no exposto, analise as afi rmações 
sobre essas instituições:
I - Estão autorizadas a operar na bolsa de valores.
II - Poderão criar, organizar e administrar fundos e clubes de investimento.
III - Poderão oferecer cursos, consultorias fi nanceiras e acompanhamento espe-
cializado.
IV - Poderão comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta própria e de 
terceiros. 
38
na prática
Assinale a alternativa correta:
a) I apenas.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
4. O Sistema Financeiro possui uma série de órgãos que asseguram e propiciam o seu
bom funcionamento. Esses órgãos possuem diferentes funções e atribuições, sendo 
que um deles é responsável pelo controle e fi scalização do mercado dos famosos
seguros de vida, títulos de capitalização e planos de previdência aberta. Esse órgão
é denominado:
a) Conselho Monetário Nacional (CMN).
b) Comissão de Valores Mobiliário (CVM).
c) Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
d) Corretora de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM).
e) Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC).
5. A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) é uma entida-
de supervisora do Sistema Financeiro responsável por fi scalizar e supervisionar as
entidades fechadas de previdência complementar. No entanto essa entidade está
vinculada a um órgão normativo denominado:
a) Banco Central do Brasil (BACEN).
b) Conselho Monetário Nacional (CMN).
c) Comissão de Valores Mobiliário s (CVM).
d) Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP).
e) Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC).
39
aprimore-se
CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO
“Lavar” dinheiro signifi ca ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, dis-
posição, movimentação ou a propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, 
direta ou indiretamente, de crime. Ou seja, o dinheiro lavado tem, necessariamente, 
origem em atividade ilícita (infração penal), qualquer que seja ela, conforme previsto 
no art. 1º da Lei nº 9.613/98, com redação que lhe foi dada pela Lei nº 12.683/12.
O crime de lavagem de dinheiro caracteriza-se por um conjunto de operações 
comerciais ou fi nanceiras que buscam a incorporação na economia de cada país, de 
modo transitório ou permanente, de recursos, bens e valores de origem ilícita e que 
se desenvolvem por meio de um processo dinâmico que envolve, teoricamente, três 
fases independentes que, com frequência, ocorrem simultaneamente.
A primeira fase é conhecida como “colocação”, por meio da qual o agente tem o 
objetivo de colocar, inserir o dinheiro no sistema econômico, o que, muitas vezes, se 
faz por meio da movimentação dos recursos em países com regras mais permissivas 
e naqueles que possuem um sistema fi nanceiro liberal.
A segunda etapa é a “ocultação”, que consiste em difi cultar o rastreamento contá-
bil dos recursos ilícitos. O objetivo é tentar romper a cadeia de evidências, de modo 
a fazer desaparecer o vínculo entre o criminoso e o bem procedente da sua atuação.
Por fi m, a terceira etapa é a da “integração”, na qual os ativos são incorporados 
formalmente ao sistema econômico.
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) é a unidade brasileira 
de inteligência fi nanceira, integra o Ministério da Fazenda e possui um papel cen-
tral no sistema brasileiro de combate à lavagem de dinheiro e ao fi nanciamento ao 
terrorismo. Ele tem a incumbência legal de coordenar mecanismos de cooperação e 
de troca de informações que viabilizem ações rápidas e efi cientes no combate à la-
40
aprimore-se
vagem de dinheiro, disciplinar e aplicar penas administrativas e receber, examinar e 
identifi car ocorrências suspeitas. O COAF também coordena a participação do Brasil 
em várias organizações internacionais relacionadas a esse tema.
Com relação às medidas preventivas, a legislação brasileira designa autoridades 
para supervisionar as instituições fi nanceiras e garantir maior vigilância de ativida-
des fi nanceiras suspeitas ou incomuns, ou ainda transações envolvendo jurisdições 
com regimes defi cientes de combate à lavagem de dinheiro e ao fi nanciamento ao 
terrorismo.
Além do COAF, outras autoridades e instituições, tais como a Polícia Federal, a 
Receita Federal, a Controladoria-Geral da União, o Ministério Público, a CVM e o BCB, 
dentro do trabalho conjunto da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à 
Lavagem de Dinheiro (ENCCLA) e, conforme recomendações expedidas pelo Grupo 
de Ação Financeira (FATF/GAFI), têm se engajado de forma sistemática e progressiva 
na identifi cação, na prevenção e no combate à lavagem de dinheiro, o que pode ser 
visto no aumento do número de investigações e condenações. Essas autoridades 
têm aumentado suas capacidades de atuação, seja ampliando recursos, seja coope-
rando com outros órgãos para o intercâmbio de informações e experiências. Além 
disso, os tribunais especializados recém-criados para julgar esses processos aumen-
taram os esforços na luta contra o crime de lavagem de dinheiro.
Fonte: CVM (2014a, p. 55-56).
41
eu recomendo!
Mercado Financeiro
Autor: Alexandre Assaf Neto
Editora: Atlas
Sinopse: este livro oferece uma visão ampla e moderna dos mer-
cados fi nanceiros e de capitais, abordando o funcionamento de 
suas instituições e operações fi nanceiras e estudando os princi-
pais modelos de avaliação dos ativos negociados e de seus riscos. 
O autor adota como premissa para o moderno estudo dos mercados fi nanceiros 
um modelo de desenvolvimento econômico baseado principalmente na partici-
pação do setor privado. Procura, em essência, esclarecer as seguintes questões: 
como funcionam os mercados fi nanceiros; qual sua participação e importância no 
desenvolvimento da economia e no contexto de seus diversos agentes; como são 
avaliados os instrumentos fi nanceiros negociados no mercado; como são toma-
das as decisões fi nanceiras e estabelecidas as estratégias de investimentos; como 
utilizar os mercados fi nanceiros e de capitais na gestão de risco.
livro
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • O Mercado de Capitais • Valores 
Mobiliários: características gerais • Atributos Gerais dos Ativos • Os Investimentos de Renda Fixa e Renda 
Variável • Análise do Perfi l do Investidor.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Conceituar o Mercado de Capitais • Apresentar
as características gerais dos valores mobiliários • Analisar 
os atributos gerais dos ativos fi nanceiros • Compreender as principais características dos investimentos 
de renda fi xa e de renda variável • Analisar os diferentes perfi s dos investidores.
O MERCADO DE O MERCADO DE 
CAPITAISCAPITAIS
PROFESSOR
Dr. Arthur Gualberto Bacelar da Cruz Urpia
INTRODUÇÃO
Olá, seja bem-vindo(a)! Abordaremos, nesta segunda unidade, conceitos, 
princípios e características do mercado de capitais, de modo a explicitar os 
benefícios que este mercado traz para os investidores (pessoas físicas e ju-
rídicas). Para tal, apresentaremos as características gerais dos valores mobi-
liários, apresentando o seu conceito, os tipos de valores mobiliários e o seu 
agrupamento em títulos de dívida e em títulos patrimoniais ou de capitais.
Discutiremos, também, sobre os atributos gerais dos ativos fi nanceiros, 
apresentando os conceitos de liquidez, rentabilidade e risco. Ao tratar da liqui-
dez dos ativos fi nanceiros, apresentaremos que esses ativos podem ser classi-
fi cados, segundo os seus graus de liquidez, em três categorias, que são: ativos 
plenamente líquidos, ativos líquidos e ativos ilíquidos. Na discussão sobre 
rentabilidade, apresentaremos a diferença entre a “rentabilidade ex ante” para 
a “rentabilidade ex post”. Diante dos atributos gerais dos ativos, abordaremos a 
importância da diversifi cação ao se realizar operações no mercado de capitais, 
algo que é vital para a formação de estratégias de qualquer investidor.
Em seguida, apresentaremos as diferenças entre os investimentos de 
renda fi xa e os investimentos de renda variável.
Por fi m, compreenderemos que o investidor só terá clareza a respeito de 
quais são os melhores produtos e ativos fi nanceiros, para alocar os seus recur-
sos, após identifi carem seu perfi l; e que, para defi nir esse perfi l, o fator mais 
relevante é considerar sua tolerância ao risco. Diante disso, há três perfi s básicos 
de investidores: conservadores, moderados e dinâmicos (ou agressivos).
Enfi m, esta unidade está repleta de conteúdos que são de grande im-
portância para a sua formação, caro(a) aluno(a). Esperamos que você tenha 
um ótimo momento de aprendizagem!
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O MERCADO DEO MERCADO DE
CAPITAISCAPITAIS
Os mercados fi nanceiros são classifi cados em diferentes segmentos diante de de-
terminadas características, tais como: os agentes econômicos envolvidos nas ope-
rações, os tipos de intermediários fi nanceiros, os meios usados para a captação de 
recursos, a fi nalidade da aplicação desses recursos obtidos, os tipos de ativos e pro-
dutos fi nanceiros transacionados, o prazo da operação, a forma de regulamentação 
presente no mercado etc. Nesse sentido, os mercados fi nanceiros são classifi cados, 
principalmente, no que se refere ao prazo da operação, quanto aos ativos e produtos 
fi nanceiros transacionados ou quanto à fi nalidade da aplicação (CVM, 2014a). 
Essa diversidade de características, para a classifi cação dos mercados fi nancei-
ros, gera certa complexidade, principalmente, em relação ao mercado de crédito 
e de capitais, uma vez que os mercados de câmbio e o monetário são bem deli-
mitados, o que difi culta que haja confusão para a classifi cação desses mercados. 
O exemplo apresentado pela CVM (2014a, p. 33-34) pode contribuir para de-
monstrar a complexidade em se classifi car os mercados de crédito e de capitais: 
“se determinada empresa contrata um empréstimo em uma instituição fi nanceira, 
para pagamento em longo prazo, com o objetivo de instalar uma nova planta 
industrial, a operação ocorre no mercado de crédito ou de capitais?”.
Neste exemplo apresentado, a característica mais marcante para a classifi cação do 
tipo de mercado não é o prazo de operação e nem a fi nalidade de investimento, mas, 
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sim, a intermediação fi nanceira. Diante disso, essa operação do exemplo é caracterís-
tica do mercado de crédito, e não do mercado de capitais. Esse exemplo evidencia a 
necessidade de apresentar as principais características do mercado de capitais e suas 
diferenças em comparação com o mercado de crédito, isto para o melhor defi nir.
No mercado de capitais, os investidores emprestam os seus recursos direta-
mente para as empresas, recebendo títulos que representam as condições estabe-
lecidas no negócio. Esses títulos são denominados de valores mobiliários (CETIP, 
[2019], on-line)4. De forma geral, as empresas que estão planejando realizar um 
novo investimento poderão captar recursos de três fontes possíveis, que são:
I - utilização de recursos próprios, via utilização dos lucros retidos . 
II - captação de recursos no mercado bancário, seja por meio das linhas de 
créditos tradicionais ou por linhas de fi nanciamento governamentais, 
como é o caso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e 
Social (BNDES) . 
III - captação de recursos no mercado de capitais, por meio da emissão pú-
blica de títulos diretamente aos investidores, como é o caso das emissões 
de debêntures por parte das companhias abertas com registro na CVM.
Para tomar a decisão de qual dessas alternativas de captação de recursos escolher, 
a empresa tem que levar em consideração que cada uma dessas fontes de fi nan-
ciamento possui custos e obrigações diferentes e que a relação entre os recursos 
próprios e de terceiros vai determinar a sua estrutura de capital e condicionar a 
rentabilidade do empreendimento (B3, [s. d.]). “A escolha de uma das alternativas 
é uma decisão fi nanceira e estratégica da empresa, que deverá avaliar os custos e 
benefícios de cada opção” (CVM, 2014a, p. 36). Assim, o mercado de capitais é uma 
alternativa importante para a captação de recursos por parte das empresas, princi-
palmente, no Brasil, país que tem altas taxas de juros no mercado de crédito e, com 
isto, um custo alto de captação de recursos por parte das empresas nesse mercado.
Por parte dos investidores pessoas físicas, o mercado de capitais propicia al-
ternativas às aplicações tradicionais em produtos oferecidos pelos bancos comer-
ciais, como é o caso da caderneta de poupança, e pelo próprio governo. Diante dos 
benefícios possíveis, tanto para as empresas quanto para os investidores pessoas 
físicas, faz-se importante compreender melhor as principais características dos 
valores mobiliários e do próprio mercado de capitais.
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O Art.1º da Lei n. 10.198, de 14 de fevereiro de 2001 (BRASIL, 2001, on-line), da 
Casa Civil da Presidência da República, estabelece que:
“ Constituem valores mobiliários, sujeitos ao regime da Lei no 6.385, 
de 7 de dezembro de 1976, quando ofertados publicamente, os tí-
tulos ou contratos de investimento coletivo, que gerem direito de 
participação, de parceria ou de remuneração, inclusive resultante 
de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do 
empreendedor ou de terceiros.
A Lei 10.303/2001 (BRASIL, 2001, on-line), que acrescentou o conceito de valores 
mobiliários ao Art. 2º da Lei 6.385/76 (BRASIL, 1976a), no Artigo 2, apresenta 
os tipos de valores mobiliários: 
I. as ações, debêntures e bônus de subscrição .
II. os cupons, direitos, recibos de subscrição e certifi cados
de desdobramento relativos aos valores mobiliários referidos
no inciso II .
III. os certifi cados de depósito de valores mobiliários .
IV. as cédulas de debêntures .
VALORESVALORES
MOBILIÁRIOS:MOBILIÁRIOS:
características geraiscaracterísticas gerais
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V. as cotas de fundos de investimento em valores mobiliários 
ou de clubes de investimento em quaisquer ativos .
VI. as notas comerciais .
VII. os contratos futuros, de opções e outros derivativos,
cujos ativos subjacentes sejam valores mobiliários .
VIII. outros contratos derivativos, independentemente dos
ativos subjacentes . 
IX. quando ofertados publicamente, quaisquer outros títu-
los ou contratos de investimento coletivo, que gerem direito
de participação, de parceria ou de remuneração,
inclusive re-
sultante de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm
do esforço do empreendedor ou de terceiros.
O Art. 2º da referida Lei exclui do regime os títulos da dívida pública, sejam de 
âmbito federal, estadual ou municipal. São excluídos, também, os títulos cambiais 
de responsabilidade de instituição fi nanceira, com exceção das debêntures.
Os valores mobiliários são divididos em dois grupos: 
I - títulos de dívida, situação que estabelece uma relação de dívida entre a 
parte tomadora e a poupadora (como o exemplo das debêntures) . 
II - títulos patrimoniais ou de capitais, situação em que os investidores (pou-
padores) se tornam sócios do negócio, passando a possuir direitos e 
deveres inerentes (como o exemplo das ações).
Os investidores podem obter os valores mobiliários diretamente, ou indireta-
mente (como no caso dos fundos ou clubes de investimentos).
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O mercado fi nanceiro dispõe de uma diversidade de ativos e produtos fi nan-
ceiros que possuem características particulares. Entretanto pode-se identifi car 
três atributos gerais que são pertencentes aos ativos fi nanceiros. Esses atribu-
tos infl uenciam diretamente na decisão dos investidores no que diz respeito a 
qual ativo adquirir. Esses três atributos gerais dos ativos fi nanceiros compõem o 
que é denominado de tripé dos investimentos . São eles: liquidez, rentabilidade 
e segurança ou risco.
Liquidez
Segundo a B3 ([s. d.]), refere-se à maior ou menor facilidade de se negociar um 
título, convertendo-o em dinheiro. Ou seja, a liquidez é o atributo geral de um 
ativo fi nanceiro que representa a velocidade em que um investidor pode resgatar 
a sua aplicação e transformá-la em dinheiro disponível. Segundo Carvalho et al. 
(2007, p. 6), “a liquidez é o atributo que qualquer ativo possui, em maior ou menor 
grau, de (i) conservar valor ao longo tempo e (ii) ser capaz de liquidar dívidas”.
Portanto, os ativos possuem graus diferenciados de liquidez. Como exemplo, 
pode-se citar os títulos emitidos pelo Tesouro americano, que são considerados 
líquidos porque conservam valor e podem ser facilmente convertidos em moeda. 
ATRIBUTOS GERAISATRIBUTOS GERAIS
DOS ATIVOSDOS ATIVOS
fi nanceirosfi nanceiros
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Já um bem de capital, como as máquinas e os equipamentos, é considerado um 
bem ilíquido (ou seja, com baixo grau de liquidez) porque seu valor de revenda 
pode estar abaixo do valor original de sua aquisição e, difi cilmente, será conver-
tido em moeda, com o objetivo de saldar compromissos, dada a difi culdade de 
haver potenciais demandantes neste mercado (CARVALHO et al., 2007).
Os ativos fi nanceiros podem ser classifi cados, segundo os seus graus de li-
quidez, em três categorias: 
I - Ativos plenamente líquidos: esta categoria inclui a moeda e quaisquer 
outros ativos que possam ser facilmente convertidos em moeda com 
rapidez e a uma taxa de conversão fi xa e conhecida. Nesse sentido, os 
ativos, plenamente líquidos, exercem a função de reserva de valor, que 
é um poder de compra que se mantém ao longo do tempo, e podem ser 
utilizados para cumprir obrigações contratuais e realizar transações à 
vista (CARVALHO et al., 2007). 
II - Ativos líquidos: esta categoria inclui os ativos que são transacionados em 
mercados bem organizados, que são mercados com local e horário conhe-
cidos e com amplo potencial de demandantes. Segundo Carvalho et al. 
(2007), quando um investidor adquire um ativo líquido, é com pretensões 
de revenda que, com isso, espera obter ganhos com a venda do ativo que 
sejam superiores aos custos de manutenção e carregamento do ativo. 
III - Ativos ilíquidos: esta categoria inclui os ativos que são difíceis de serem 
convertidos em moeda, dadas as características dos seus mercados, como 
a difi culdade de haver potenciais demandantes. Isto os impede de serem 
utilizados para saldar dívidas e realizar transações. Com isso, os inves-
tidores não adquirem esses ativos com planos imediatos de revenda. 
Diante da descrição das categorias, faz-se importante destacar que o grau de 
liquidez dos ativos depende do grau de organização do mercado que transacio-
na o bem, que, por sua vez, depende das características do mercado, como tipo, 
tamanho e quantidade de potenciais demandantes. Além disso, o grau de liquidez 
dos ativos, também, depende dos seguintes fatores: 
1. O histórico de negociações daquele ativo, o que possibilita concluir se há
interesse ou não do mercado naquele ativo . 
2. Se o momento político e econômico do país é propício ou não ao tipo de
investimento .
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3. Qual tempo provável de o cenário se manter igual ao do momento do 
investimento.
A liquidez é um atributo muito importante, principalmente quando a economia 
passa por uma situação de crise ou há um aumento das incertezas. Isso se dá 
pelo fato da liquidez dos ativos funcionar como uma espécie de “salva-vidas” em 
situações em que o investidor precisar de dinheiro com urgência. Além disso, 
possuir ativos com alta liquidez permite que os investidores possam mudar as 
suas estratégias, adaptando-se a novos cenários, o que ajuda a lidar com a incer-
teza da economia.
Rentabilidade
Rentabilidade é o grau de rendimento proporcionado por um investimento pela 
valorização do capital ao longo do tempo. Nesse aspecto, existem dois momentos 
no cálculo da rentabilidade de um investimento financeiro: 
1. o momento em que a rentabilidade é projetada antes de realizado o inves-
timento e que representa a expectativa de ganho do investidor. Esse tipo 
de rentabilidade é conhecido como a rentabilidade esperada ou retorno 
esperado do investimento, ou ex ante. 
2. o momento em que a rentabilidade é calculada depois de realizado o 
investimento, ou seja, a que realmente aconteceu ou está acontecendo. 
Esse tipo de rentabilidade calculada depois do investimento realizado é 
conhecido como rentabilidade observada, ou ex post.
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 No mundo das finanças, a rentabilidade ex ante e a ex post quase nunca coinci-
dem, com exceção da situação em que o investidor obtiver um ativo financeiro 
cuja rentabilidade seja determinada por taxas prefixadas. Esse tipo de rentabili-
dade será explicado adiante.
Segurança ou risco
Segurança é a certeza do retorno do dinheiro aplicado, logo segurança possui 
uma ligação próxima com risco.
Risco é a incerteza quantificável matematicamente. É bom saber que todo tipo 
de investimento tem um risco inerente de perda. A seção “Leitura Complementar”, 
que será vista posteriormente, apresenta uma lista detalhada de todos os tipos de 
riscos que os investidores estão propensos ao investirem no mercado de capitais. 
A leitura atenta desta seção se faz, portanto, importante, pois todos os investidores 
precisam saber quais são os riscos que estão correndo nas operações no mercado 
para traçar estratégias de mitigação desses riscos.
Correr risco é aceitar a possibilidade de perda. Os investidores, naturalmen-
te, são avessos ao risco. Entretanto, na discussão apresentada na seção sobre a 
Análise do Perfil de Investidor, será identificada a existência de indivíduos que 
são amantes do risco.
Quase invariavelmente, a possibilidade maior de ganhos está associada ao maior 
risco, o que significa que há um trade-off entre risco e rentabilidade, tal como retra-
tado na Figura anterior. O importante do risco é que ele seja conhecido e mitigado. 
Rentabilidade, liquidez e segurança são o tripé que sustenta qualquer inves-
timento financeiro, porém eles nem sempre estão alinhados. É possível afirmar 
que não existe um investimento que seja ao mesmo tempo rentável, seguro e com 
liquidez. Além disso, uma alta rentabilidade costuma andar em direção oposta à 
segurança, ou seja, um ativo que apresenta uma alta rentabilidade, normalmente, 
também apresenta um risco alto. 
Como exemplo, podemos observar a caderneta de poupança, que, como será 
visto na próxima unidade, é o tipo de investimento mais tradicional
realizado pe-
los investidores brasileiros. Essa caderneta possui alta liquidez, porém tem baixa 
rentabilidade, chegando ter a sua rentabilidade abaixo da inflação em anos recen-
tes, tal como em 2015, ano em que o IPCA (índice oficial de inflação no Brasil) 
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foi de 10,67% ao ano. Portanto, os investidores que possuíam recursos aplicados, 
na caderneta de poupança em 2015, tiveram uma perda real do seu patrimônio, 
ou seja, diminuição do poder de compra. Já as ações podem possibilitar alta ren-
tabilidade para os acionistas, porém essa alta rentabilidade vem acompanhada de 
um alto risco, dado que os preços das ações possuem grande volatilidade. 
É nesse ponto que o investidor terá que exercer sua preferência ao tomar 
a decisão de qual ativo financeiro deve adquirir, algo que depende do perfil de 
cada investidor e das suas metas estabelecidas. A análise do perfil do investidor 
será explorada com detalhes adiante. 
Faz-se importante destacar que vários investidores cometem o equívoco de 
adquirirem ativos só se preocupando com a rentabilidade, o que pode provocar 
determinados problemas, tais como: 
1. Quando o investidor, ao objetivar alta rentabilidade, não planeja sua ne-
cessidade de liquidez e faz investimentos em ativos que possuem prazos
elevados para resgate. Nesta situação, caso ocorra um imprevisto e o in-
vestidor passe a ter uma necessidade de dispor de dinheiro, ou, até mesmo, 
caso ocorra a oportunidade de comprar algum bem, o investidor pode
ter que recorrer ao crédito, o que estará associado a um custo financeiro. 
2. Quando o investidor não avalia o risco a ser corrido tanto no mercado de 
renda variável quanto em renda fixa por objetivar uma alta rentabilidade. 
Neste caso, se o seu perfil de investidor não suportar os riscos do mercado, 
ele pode sair do mercado antes do prazo adequado por sentir desconforto, 
o que pode acarretar em perdas.
Por não ser possível conseguir os três atributos em um único ativo, o conceito 
de diversificação se torna importante. Para tal, o investidor deve compor a sua 
carteira alocando ativos que possuam os três atributos. A diversificação é um 
dos cinco princípios de investimentos propostos pelo Instituto Nacional de In-
vestidores (INI), que é uma instituição sem fins lucrativos que age como uma 
verdadeira escola para quem quer investir em ações, cujo objetivo é oferecer à 
população brasileira um programa permanente de educação e orientação sobre 
como investir no mercado de ações.
O INI (GUIA IMF, [2019], on-line)5 recomenda, ao se fazer quaisquer inves-
timentos, que os investidores sigam o que ele classifica como cinco Princípios de 
Investimento. São eles: 
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I - Investir regularmente: investir todos os meses – em períodos de alta 
ou de baixa do mercado – é um princípio básico para criar uma pou-
pança de longo prazo. Aplicando uma quantia fixa todos os meses, por 
exemplo, o investidor acabará comprando menos ações nos períodos 
de alta e mais nos de baixa. Isso é uma maneira de comprar ações por 
um preço médio baixo. Esse princípio diminui o efeito das oscilações da 
Bolsa. Com ele, o investidor ganha com a valorização das ações no longo 
prazo, que é uma estratégia de investimento de longo prazo no mercado 
de ações conhecida como Buy and Hold e será explicada adiante. 
II - Reinvestir todos os lucros e dividendos: reaplique, no mercado, todos 
os lucros de seus investimentos, pois isto permitirá que os ganhos cres-
çam com uma capitalização composta. O investidor que faz isso ganha 
mais do que se deixasse, apenas, o capital original aplicado. O brasileiro 
costuma chamar a capitalização composta de “juros sobre juros” e isto é 
uma forma importante para a ampliação do patrimônio dos investidores. 
III - Investir em empresas com grande crescimento: selecione ações de 
empresas com vendas e lucros que tenham crescido mais que o Produto 
Interno Bruto (PIB) nos últimos anos. Invista naquelas com perspecti-
vas de manter esse crescimento no futuro. O método INI ensina como 
identificar empresas em crescimento. 
IV - Diversificar ativos: algumas ações terão rendimentos menores que o 
esperado, outras terão rendimentos maiores. Como é impossível prever 
o futuro com precisão, não se deve esperar que todos os resultados sejam 
bons. Diversificando, investindo em várias ações diferentes, você pre-
cisará, apenas, de um crescimento médio que alcance sua meta. Assim, 
uma ação com rendimento abaixo do previsto não provocará um grande 
desequilíbrio em seus rendimentos. 
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Em períodos recentes, como no ano de 2016, em que a taxa básica de juros da economia 
brasileira, a taxa Selic, estava no patamar de 14%, a renda fi xa, por meio de um dos títulos 
do Tesouro Direto intitulado de Tesouro Selic (que é um título de renda fi xa pós-fi xado 
cuja rentabilidade segue a variação da taxa Selic), oferecia uma alta rentabilidade. Além 
disso, este título proporcionava aos investidores segurança, isto por ser garantido pelo 
Tesouro Nacional e alta liquidez (D+1), pois o Banco Central se compromete a comprar 
qualquer título antes do vencimento e oferece os valores do resgate em um dia útil.
Este título, naquela conjuntura econômica, portanto, proporcionava aos investidores os 
três atributos gerais dos ativos: rentabilidade, segurança e liquidez. 
Fonte: adaptado de Dinherama ([2019], on-line)6 e BTG Pactual Digital ([2019], on-line)7.
explorando ideias
V - Exigir boa governança corporativa: procure investir em empresas 
que adotam princípios de governança corporativa. Uma boa governança 
quer dizer adotar regras que garantam o fornecimento de informações 
rigorosas sobre as contas da empresa, que estimulem o aumento da li-
quidez das ações na Bolsa e que protejam os acionistas minoritários de 
decisões dos controladores que possam prejudicá-los.
Dessa forma, verifi ca-se a importância da diversifi cação para a decisão de forma-
ção de carteira. Esse assunto será mais explorado ao se discutir sobre os mercados 
de renda fi xa e variável, além das características dos ativos fi nanceiros transa-
cionados nesse mercado. Esta discussão deixará claro como que os investidores 
poderão adquirir ativos fi nanceiros com atributos diferentes, de tal forma a ter 
uma carteira que lhe permita rendimentos altos, seguros e liquidez.
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Os investidores, desejosos de obter uma renda para alcançarem suas metas e 
sonhos, procuram possibilidades de investimentos. A lógica é fazer com que o 
dinheiro passe a trabalhar para o investidor, algo que é válido e viável.
Para tal, em um primeiro momento, os investidores precisam se preocupar 
em possuir um aporte de recursos para iniciar os seus investimentos, ou seja, para 
investir é preciso ter dinheiro. Com a exceção dos casos de herdeiros de riquezas 
acumuladas e de felizardos ganhadores de prêmios da loteria, ter dinheiro exige 
disciplina e sacrifícios, pois uma das principais formas de acumular recursos, para 
realizar investimentos, é poupar. Na teoria econômica, a poupança é entendida 
como uma variável macroeconômica residual, pois ela é a diferença entre a renda 
e o consumo, tal como segue:
y c s- =
Em que:
y (yeld) = renda
c (consumption) = consumo
s (savings) = poupança
OS INVESTIMENTOSOS INVESTIMENTOS
DE RENDA FIXADE RENDA FIXA
e renda variávele renda variável
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 A poupança tem duas faces. Por um lado, signifi ca deixar de consumir uma parte 
da renda. Por outro, signifi ca, também, desfrutar de uma renda disponível maior 
no futuro, ou seja, é o direito de ampliar o consumo no futuro (CARVALHO et 
al., 2007). Muitas pessoas ignoram esse fato, acreditando que poupar é uma tarefa 
desgastante e demorada. Essas pessoas têm razão, pelo menos, em parte. Poupar é 
sinônimo de privação, e poucas pessoas optam por adiar um prazer do momento 
pensando no futuro, principalmente, por não possuírem disciplina fi nanceira.
Entretanto, principalmente diante de problemas
previdenciários, tal como 
tem afetado o Brasil, para se manter o mesmo padrão de vida que as pessoas 
possuem no presente, as pessoas precisam ter disciplina fi nanceira para realizar 
uma poupança. Lembre-se da sabedoria popular que diz: “o futuro, por mais dis-
tante que pareça estar, um dia chegará”. Um dos problemas é que o futuro vem 
acompanhado dos altos gastos da terceira idade, principalmente com plano de 
saúde, alimentação e conforto. Portanto, quem não se precaver, realizando uma 
poupança no presente, poderá ter um aumento dos seus gastos, tendo-se em vista 
que a cesta de consumo da terceira idade é cara e, até mesmo, uma redução dos 
seus ganhos, principalmente diante dos problemas previdenciários que estamos 
vivendo. Com isso, o padrão de vida pode cair consideravelmente.
Após “juntar” recursos para investir, o investidor precisa se preocupar em 
como alocar esse recurso. Diante disso, eles possuem duas possibilidades, que 
são: os investimentos de renda fi xa e os investimentos de renda variável.
Renda Fixa
A renda fi xa é o tipo de investimento cuja remuneração ou sua forma de cálculo 
é conhecida no momento da sua aplicação, portanto, a sua rentabilidade é, pre-
viamente, defi nida no momento da aplicação fi nanceira. Is so faz com que esses 
investimentos sejam considerados menos arriscados.
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Em geral, os ativos de renda fi xa são títulos de dívida, isto é, situação que 
estabelece uma relação de dívida entre a parte tomadora e a poupadora, em que 
o investidor empresta o dinheiro a um emissor, ganhando o direito de receber, 
em uma data determinada, o capital investido acrescido de juros.
É importante ressaltar que os investimentos de renda fi xa não são imunes a 
riscos, assim como os demais investimentos. Esses investimentos estão propensos, 
por exemplo, ao risco de crédito, que é a possibilidade de o emissor do título dar um 
calote. Entretanto, para alguns ativos de renda fi xa, que serão detalhados na próxi-
ma unidade, se a instituição emitente do título for associada ao Fundo Garantidor 
de Créditos (FGC), o investidor terá garantido o valor de R$ 250 mil (duzentos e 
cinquenta mil reais) por CPF, contra a mesma instituição associada, ou contra to-
das as instituições associadas do mesmo conglomerado fi nanceiro (FGC ([2019], 
on-line)8. A seção “Leitura Complementar” apresentará mais detalhes sobre o FGC.
Os ativos de renda fi xa podem, ainda, ser classifi cados em dois outros grupos:
I - Prefi xados: o investimento prefi xado é aquele em que já se sabe de an-
temão a rentabilidade exata do título. 
II - Pós-Fixados: nos investimentos pós-fi xados não se sabe a rentabilidade 
do título, apenas, a forma de cálculo da rentabilidade. Mesmo assim, 
este último é uma renda fi xa, porque o valor inicial do investimento é 
preservado. Os títulos pós-fi xados estão atrelados a algum índice que 
pode ou não sofrer oscilações (ex: rendimento atrelado ao CDI ou Selic).
Diante dessas possibilidades, os investidores sempre se questionam o que vale 
mais a pena, investimentos com títulos preixados ou pós-fi xados? A resposta para 
essa pergunta tem certa complexidade por depender da conjuntura econômica, 
principalmente, no que condiz à tendência da taxa básica de juros do país, pois, 
enquanto as taxas estiverem subindo, o mais interessante é adotar um investi-
mento com taxas pós-fi xadas. Já quando a tendência passa a ser de queda da taxa 
básica de juros, o prefi xado passa a ser a melhor opção.
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As aplicações em rendas fi xas podem ser divididas em três grupos de emis-
sores: o governo (emissão de Títulos Públicos), bancos (DCBs, RDBs, Letras Hi-
potecárias, Poupança, Letras de Câmbio, Previdência Privada) e empresas (de-
bêntures, commercial papers).
Renda Variável
É o tipo de investimento cuja remuneração ou sua forma de cálculo não é 
conhecida no momento da aplicação, pois o valor do principal e o prazo de 
resgate, também, poderão variar. Os investimentos em renda variável são, portan-
to, mais arriscados. O grande atrativo desse tipo de investimento é que ele pode 
proporcionar uma rentabilidade maior do que os investimentos em renda fi xa.
O mercado de ações é um exemplo típico de renda variável, pois a remune-
ração desse tipo de investimento dependerá dos resultados obtidos pela empresa 
ou instituição emissora do respectivo título. O mercado acionário será objeto de 
estudo da Unidade 4 deste livro.
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Qualquer decisão de investimento fi nanceiro, apesar de sua complexidade, começa 
com um simples exercício de planejamento e autoconhecimento. Diante das diver-
sas possibilidades de investimento, o investidor sempre se questiona qual é a melhor 
para si. Além disso, há outros questionamentos que o investidor faz, tais como:
■ Que tipo de investidor eu sou?
■ Quanto eu posso e quanto eu pretendo investir periodicamente?
■ Quais os meus objetivos atuais e planos futuros?
Para ajudar os investidores a descobrirem quais são os melhores produtos para 
aplicar seus recursos e como diversifi car a sua carteira de investimentos, os ban-
cos e corretoras criaram um procedimento que é denominado de Análise de Perfi l 
do Investidor (API). De forma geral, es se procedimento se refere a um questioná-
rio em que os clientes respondem a perguntas que ajudam a traçar o seu perfi l de 
investidor. As perguntas dizem respeito à condição fi nanceira dos investidores, 
como idade, quantidade de recursos que disponibilizam para investir, para que 
pretendem utilizar o capital que estão investindo etc. Nos mercados fi nanceiros 
internacionais, a API é conhecida como suitability.
ANÁLISE DO PERFILANÁLISE DO PERFIL
DO INVESTIDORDO INVESTIDOR
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Para definir o perfil do investidor, o fator mais relevante é considerar sua tolerân-
cia ao risco. Existem pessoas que estão dispostas a tomar maiores riscos do que outras 
e, portanto, tendem lidar melhor com as flutuações do mercado. Assim, existem três 
perfis básicos de investidores: conservadores, moderados e dinâmicos (ou agressivos).
Os investidores conservadores prezam pela segurança quando escolhe 
seus investimentos – o que faz com que eles, também, sejam denominados de 
investidores defensivos – priorizando ativos de renda fixa e apenas uma pequena 
parcela (ou nenhuma) em renda variável, pois possuem baixa tolerância ao risco 
e, consequentemente, não admitem a perda de seu dinheiro. Esses investidores, 
também, possuem o perfil de quem pretende utilizar o dinheiro no curto prazo 
e, portanto, demandam ativos com alto grau de liquidez. 
Os investidores dinâmicos, que, também, são denominados de agressivos, 
são o oposto dos conservadores, pois, ao buscarem alta rentabilidade, possuem 
alta tolerância ao risco. Diante dessa característica, ao compor suas carteiras de 
investimento, esses investidores optam por ter uma grande parcela dessa carteira 
com ativos de renda variável e só uma pequena parte com ativos de renda fixa. 
Esses investidores possuem o perfil de serem mais jovens e com o objetivo de 
expandir seu patrimônio no longo prazo. 
Os investidores moderados estão entre os conservadores e os agressivos. 
Diante disso, eles não estão dispostos a se arriscarem muito, porém toleram al-
guma parcela de risco em busca de uma rentabilidade acima da média. Com 
isso, eles diversificam sua carteira de investimento em renda fixa e variável, mas 
alocam a maior parte das suas carteiras com renda fixa. 
É relevante destacar que o perfil dos investidores e, consequentemente, suas 
estratégias de composição de carteira de investimentos pode mudar ao longo do 
tempo, principalmente, diante das alterações das metas dos investidores. Por isso, 
o ideal é que o investidor refaça a API com certa regularidade.
Os livros de economia também destacam a preferência dos investidores em
relação ao risco, classificando-os da seguinte forma: 
I - Aversão ao risco: um indivíduo é considerado avesso ao risco se ele 
prefere
um evento certo ao evento incerto de mesmo valor esperado 
(CARRERA-FERNANDEZ, 2009). 
II - Neutralidade diante ao risco: uma pessoa que possui neutralidade diante 
do risco não demonstra preferência entre uma renda certa e uma renda 
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incerta com o mesmo valor esperado. Ele fica indiferente entre esses dois 
eventos (CARRERA-FERNANDEZ, 2009). 
III - Propensão ao risco ou amante do risco: um indivíduo é considerado 
propenso ou amante do risco quando confrontado com dois eventos, 
um certo e outro incerto, que possuem o mesmo valor esperado, sempre 
prefere o incerto (CARRERA-FERNANDEZ, 2009).
Lembre-se que sua estratégia de investimentos é seu plano para diversificar, de 
forma eficiente, os seus investimentos e, assim, atingir as suas metas de forma 
planejada. Portanto, seja realista consigo mesmo(a) ao formular suas metas e 
estratégias, de tal forma que possa deixar você seguro(a). 
Acesse o link, a seguir, para descobrir o seu perfil e reflita sobre quais produtos e opera-
ções lhes são mais indicados. Leve, também, em consideração a atual conjuntura econô-
mica do Brasil. 
https://www.bancopaulista.com.br/Arquivos/QuestionarioAPI.pdf.
pensando juntos
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, estudamos sobre o mercado de capitais. Inicialmente, identifica-
mos que esse mercado traz benefícios tanto para os investidores pessoas físicas, 
quanto para os investidores pessoas jurídicas. Para as pessoas físicas, este mer-
cado é benéfico, pois proporcionam alternativas às aplicações tradicionais em 
produtos oferecidos pelos bancos comerciais e pelo próprio governo. Já para as 
pessoas jurídicas, o mercado de capitais oferece uma alternativa importante para 
a captação de recursos.
Discutimos sobre algumas características dos valores mobiliários, tal como 
a sua divisão em títulos de dívida (situação que estabelece uma relação de dívi-
da entre a parte tomadora e a poupadora) e títulos patrimoniais ou de capitais 
(situação em que os investidores –poupadores– se tornam sócios do negócio).
Analisamos os atributos dos ativos financeiros (liquidez, rentabilidade e risco) 
e, com isso, verificamos a necessidade da diversificação ao se realizar operações 
no mercado de capitais, algo que é vital para a formação de estratégias de qual-
quer investidor. Identificamos, também, determinados problemas que ocorrem 
quando os investidores cometem o equívoco de adquirirem ativos só se preo-
cupando com a rentabilidade e, consequentemente, deixam de planejar sua real 
necessidade de liquidez e não avaliam os riscos presentes no mercado de renda 
variável e de renda fixa.
Verificamos, também, as diferenças entre os investimentos de renda fixa e os 
investimentos de renda variável.
Por fim, estudamos a necessidade da identificação do perfil do investidor, 
para que ele tenha a compreensão de quais são os melhores produtos e ativos 
financeiros para alocar os seus recursos. 
Agora, convidamos você para iniciar a leitura da Unidade 3, que tratará dos 
investimentos de renda fixa e dos fundos de investimentos.
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na prática
1. No mercado de capitais, os investidores emprestam os seus recursos diretamente 
para as empresas, recebendo títulos que representam as condições estabelecidas 
no negócio. Esses títulos são denominados valores mobiliários. De forma geral, as 
empresas que estão planejando realizar um novo investimento poderão captar re-
cursos de três fontes possíveis. A escolha da empresa refl ete uma decisão fi nanceira 
e estratégica. Diante disso, explique as três possíveis fontes de captação de recursos 
das empresas.
2. O mercado fi nanceiro possui uma diversidade de ativos e produtos fi nanceiros que 
possuem características particulares. Entretanto pode-se identifi car três atributos 
gerais que são pertencentes aos ativos fi nanceiros. Estes atributos infl uenciam, di-
retamente, na decisão dos investidores no que diz respeito a qual ativo adquirir. 
Esses três atributos gerais dos ativos fi nanceiros compõem o que é denominado 
de tripé dos investimentos. Diante disso, discuta sobre os três atributos gerais dos 
ativos fi nanceiros. 
3. No que diz respeito aos atributos gerais dos ativos fi nanceiros:
I - Os ativos plenamente líquidos incluem a moeda e quaisquer outros ativos que 
possam ser, facilmente, convertidos em moeda com rapidez e a uma taxa de 
conversão fi xa e conhecida. 
II - Os ativos líquidos incluem os ativos que são difíceis de serem convertidos em 
moeda, dadas as características dos seus mercados, como a difi culdade de haver 
potenciais demandantes. 
III - Os ativos ilíquidos incluem os ativos que são transacionados em mercados bem 
organizados, que são mercados com local e horário conhecidos e com amplo 
potencial de demandantes. 
IV - A rentabilidade projetada é conhecida como a rentabilidade esperada ou retorno 
esperado do investimento, ou ex post. 
64
na prática
É correto que se informa:
a) I, II e IV, apenas.
b) I e IV, apenas.
c) I está correta.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
4. Assinale (V) para Verdadeiro ou (F) para Falso.
( ) Os valores mobiliários são divididos em dois grupos, que são: títulos de dívida
e títulos de renda fi xa .
( ) Nos mercados fi nanceiros internacionais, a API é conhecida como suitability .
( ) Para defi nir o perfi l do investidor, o fator mais relevante é considerar sua tole-
rância ao risco .
( ) Os investidores agressivos possuem baixa tolerância ao risco, o que faz com 
que, ao compor suas carteiras de investimento, esses investidores optam por 
ter uma grande parcela de ativos de renda variável e só uma pequena parte 
com ativos de renda fi xa.
Assinale a alternativa correta:
a) V; V; F; V.
b) F; F; V; V.
c) V; F; V; F.
d) F; V; V; F.
e) F; V; V; V.
5. Os investidores, desejosos de obter uma renda para alcançarem suas metas e so-
nhos, procuram possibilidades de investimentos. A lógica é fazer com que o dinheiro 
passe a trabalhar para o investidor, algo que é válido e viável. Para tal, inicialmente,
eles precisam se preocupar em possuir um aporte de recursos para iniciar os seus
investimentos. Em seguida, o investidor precisa se preocupar em como alocar esse
recurso. Diante disso, APRESENTE as principais características dos ativos de renda
fi xa e de renda variável.
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aprimore-se
OS PRINCIPAIS RISCOS QUE OS INVESTIDORES ESTÃO EXPOSTOS
Risco de Mercado: é o risco decorrente das variações dos preços dos ativos e 
passivos de uma organização. Esse risco está associado às flutuações de taxas de 
juros, câmbio, commoditites, preços de ações, opções, derivativos e outras variáveis 
que podem afetar tanto os ativos quanto os passivos de qualquer investidor; 
Risco de crédito: é aquele risco do não recebimento de um valor monetário de 
uma contraparte. Seja na venda de mercadorias, na concessão de empréstimos por 
uma instituição fi nanceira ou qualquer outra forma de negociação que envolva o 
pagamento parcelado com outra parte; 
Risco de liquidez: é o risco de não se conseguir transacionar determinado ativo 
no mercado. Esse risco pode ocorrer pela própria liquidez do ativo que ocorre quan-
do não se consegue efetuar negócios aos preços praticados por diversas razões, 
dependendo do ativo; 
Risco operacional: é o risco por erros humanos, intencionais ou não, tecnológicos, 
ou efeitos ambientais, como terremotos, causas naturais etc; 
Risco legal: é o risco presente quando uma operação não pode ser amparada 
pela legislação vigente. Tais riscos aparecem quando, por exemplo, contratos são 
mal elaborados e deixam brechas jurídicas para serem contestados. 
 Além de utilizarem da diversifi cação como uma estratégia para lidar com os 
riscos, os investidores também possuem o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) como 
alternativa. O FGC é uma entidade privada, sem fi ns lucrativos, que administra o 
mecanismo de proteção aos depositantes e investidores no âmbito do Sistema Fi-
nanceiro Nacional. O valor máximo de cada
pessoa física (por CPF) ou pessoa jurídi-
ca (por CNPJ), contra a mesma instituição associada ou contra todas as instituições 
do mesmo conglomerado fi nanceiro será garantido até o valor de R$ 250.000,00 
(duzentos e cinquenta mil reais). 
Em 21 de dezembro de 2017, o Conselho Monetário Nacional aprovou uma alte-
ração no regulamento do FGC. Com esta alteração fi cou estabelecido um teto de R$ 1 
milhão para garantias pagas para cada CPF ou CNPJ a cada período de 4 anos, sendo 
que este prazo se inicia na data da liquidação ou intervenção em instituição fi nanceira 
66
aprimore-se
onde o investidor detenha valor garantido pelo FGC. Os investimentos contratados 
ou repactuados antes desta regulamentação não terão a aplicação do teto a cada 
período de 4 anos. Faz-se importante destacar que permanece inalterado o limite da 
garantia de R$ 250 mil por CPF/CNPJ e conglomerado fi nanceiro (FGC, 2019).
Segundo o Banco Central do Brasil ([2019b], on-line)3, são instituições associadas 
ao FGC a Caixa Econômica Federal, os bancos múltiplos, os bancos comerciais, os ban-
cos de investimento, os bancos de desenvolvimento, as sociedades de crédito, fi nan-
ciamento e investimento, as sociedades de crédito imobiliário, as companhias hipote-
cárias e as associações de poupança e empréstimo, em funcionamento no País, que:
a) recebam depósitos à vista, em contas de poupança ou depósitos a prazo;
b) realizem aceite em letras de câmbio;
c) captem recursos mediante a emissão e a colocação de letras imobiliárias, de
letras hipotecárias, de letras de crédito imobiliário ou de letras de crédito do
agronegócio;
d) captem recursos por meio de operações compromissadas tendo como obje-
to títulos emitidos, após 08.03.2012, por empresa ligada.
As instituições associadas contribuem mensalmente para a manutenção do FGC, 
com uma porcentagem sobre os saldos das contas correspondentes às obrigações 
objeto de garantia.
Fonte: Lima (2016, p. 6). 
67
eu recomendo!
Mercado de Valores Mobiliários Brasileiro
Autor: Comissão de Valores Mobiliários
Editora: Comissão de Valores Mobiliários
Sinopse: o desenvolvimento do livro “Mercado de Valores Mobi-
liários Brasileiro” segue a estrutura atual do Programa TOP, apre-
sentando conteúdos que abordam, observando o encadeamento 
lógico da iniciativa, os principais conceitos e informações sobre 
a estrutura e o funcionamento desse importante Mercado do Sistema Financeiro 
Nacional.
livro
O sítio da Infomoney disponibiliza informações relevantes sobre os investimentos 
de renda fi xa e de renda variável, além de informações sobre política e conjuntura 
econômica brasileira e internacional.
Web: https://www.infomoney.com.br.
conecte-se
OS PRODUTOS DEOS PRODUTOS DE
RENDA FIXARENDA FIXA
e os fundo de investimentoe os fundo de investimento
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Os Produtos de Renda Fixa • Os 
Fundos de Investimento.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Apresentar os principais títulos de renda fi xa emitidos pelas instituições fi nanceiras. Analisar os títulos 
de renda fi xa emitidos pelas empresas. Compreender os títulos públicos • Entender o funcionamento 
dos fundos de investimento.
PROFESSORES
Dr. Arthur Gualberto Bacelar da Cruz Urpia
Me. José Campos de Araújo Ribeiro Neto
INTRODUÇÃO
Olá, seja bem-vindo(a)! Abordaremos, nesta terceira unidade, os produtos 
de renda fi xa e os fundos de investimento, que são importantes opções para 
os investidores realizarem seus investimentos. Porém, na atual conjuntura da 
economia brasileira, em que a taxa básica de juros (a taxa Selic) encontra-
- se no seu menor patamar histórico, o mercado de renda fi xa está cada vez 
menos atrativo para os investidores , que enquanto a indústria de fundos de 
investimento está cada vez mais se popularizando entre os brasileiros.
Apesar de estar menos atrativo, o mercado de renda fi xa possui uma 
grande importância pela diversidade de títulos que são emitidos por ins-
tituições fi nanceiras, por empresas e pelo governo. Esses títulos permitem 
que os investidores possam diversifi car a sua carteira, isto por apresentarem 
diferentes indexadores, liquidez e grau de risco. Dessa forma, mesmo com a 
atual conjuntura da economia brasileira, é importante compreender sobre 
os títulos de renda fi xa. Estes, por exemplo, são importantes para que os 
investidores possam constituir uma reserva de liquidez em suas carteiras.
Em relação aos fundos de investimento, segundo o Infomoney ([2019], 
on-line)9, o patrimônio líquido dessa indústria atingiu uma marca simbó-
lica; em junho de 2019, alcançando R$ 5 trilhões, o que representa 74% do 
Produto Interno Bruno (PIB) do país de 2018. Algo proporcionado pelas 
16,4 milhões de contas ativas no Brasil. Com is so, o Brasil ocupa o déci-
mo lugar entre as maiores indústrias de fundos do globo (INFOMONEY, 
[2019], on-line)9. Entretanto o custo e rentabilidade dos fundos variam 
bastante, o que faz com que os investidores tenham que buscar conheci-
mento sobre os fundos para que possam fazer boas escolhas.
Enfi m, tal como temos demonstrado, o conhecimento é vital para que 
os investidores tomem decisões assertivas. Com is so, convidamos você a 
ter um ótimo momento de aprendizagem!
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OSOS
PRODUTOSPRODUTOS
de renda fi xade renda fi xa
Títulos Emitidos por Instituições Financeiras
Poupança
A Caderneta de Poupança, mais comumente denominado de Poupança, é o tipo 
de investimento considerado mais popular e seguro. Esse investimento é ofere-
cido pelos bancos comerciais, que não podem cobrar pela manutenção da conta 
de poupança dos seus clientes, garantido pelo governo e tem suas regras de fun-
cionamento reguladas pelo Banco Central. 
Como os riscos são baixos, além desse tipo de investimento possuir alta li-
quidez, o rendimento da poupança, tradicionalmente, sempre foi baixo. As regras 
para a remuneração dos depósitos de poupança foram, inicialmente, estabelecidas 
no Art. 12 da Lei 8.177, de 1991 (BRASIL, 1991), que instituiu que o rendimento 
da poupança fosse determinado pela variação da Taxa Referencial (TR) mais 
juros de 0,5% ao mês. Entretanto a regra de rendimento da poupança foi alterada 
pela Lei 12.703, de 2012 (BRASIL, 2012). A partir de 2012, se a meta para a taxa 
básica de juros da economia (taxa Selic) for superior a 8,5%, vale a regra antiga. 
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Com o recente ciclo de redução da taxa Selic, o rendimento da caderneta de Poupança 
está muito baixo. Refl ita a respeito de quais títulos fi nanceiros com liquidez imediata po-
dem substituir a poupança na sua carteira de aplicações fi nanceiras. 
Fonte: o autor.
pensando juntos
Por outro lado, se a meta da Selic for igual ou menor que 8,5%, os juros da cader-
neta de poupança são reduzidos para 70% da Selic mais a TR.
No que diz respeito à remuneração dos depósitos e período de rendimento, 
segundo o Branco Central do Brasil ([2019], on-line)10:
“ A remuneração dos depósitos de poupança é calculada sobre o menor 
saldo de cada período de rendimento. O período de rendimento é o mês 
corrido, a partir da data de aniversário da conta de depósito de poupan-
ça, para os depósitos de pessoas físicas e de entidades sem fi ns lucrativos. 
Para os demais depósitos, o período de rendimento é o trimestre corri-
do, também contado a partir da data de aniversário da conta.
A data de aniversário da conta de depósito de poupança é o dia do mês de sua 
abertura. Entretanto as contas abertas nos dias 29, 30 e 31 terão o dia 1° do mês 
seguinte como data de aniversário.
A poupança é uma aplicação isenta de pagamento de Imposto sobre Operações 
Financeiras (IOF). Também, é isenta de pagamento de Imposto de Renda (IR) para 
pessoa física, mesmo que, em determinadas situações, o valor precise ser declarado. 
Para pessoas jurídicas, a cobrança ou não do IR sobre os rendimentos da caderneta 
de poupança vai estar ligada ao tipo de instituição que abriu a conta. Empresas
com 
fi ns lucrativos terão que pagar IR sobre os rendimentos da caderneta de poupança , 
enquanto que, para empresas sem fi ns lucrativos, como associações e condomínios, 
os rendimentos da caderneta de poupança são isentos da cobrança de IR.
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Certificado de Depósitos Interbancários (CDI)
O Certificado de Depósito Interbancário (CDI) é o principal título do sistema 
Cetip, que será muito discutido neste livro por servir como indexador para vários 
outros títulos financeiros (como os CDBs, RDBs, LCIs, LCAs, etc.), e é emitido 
pelas IFs e serve como lastro para as operações do mercado interbancário. Ele 
é um título privado de renda fixa que é negociado, exclusivamente, entre IFs 
no mercado interbancário, não podendo ser vendido a outros investidores. Ele 
atua como um instrumento de captação de recursos ou de aplicação de recur-
sos excedentes, auxiliando no fechamento de caixa dos bancos (CETIP, [2019], 
on-line)11, que, por determinação do Banco Central do Brasil, deve manter suas 
contas equilibradas diariamente. “As operações são escriturais, sem garantias, 
registradas eletronicamente em ambiente de registro e liquidação autorizados 
pelo Bacen” (B3, [s. d.], p. 165).
Um dos atrativos desse Certificado é que não há incidência de impostos (IOF 
e IR) sobre a sua rentabilidade. Além disso, os títulos possuem alta liquidez (em 
geral, são operações feitas por um dia útil, ou seja, para liquidação em D+1, over-
night) e baixo risco, que está associado à solidez dos bancos que participam do 
mercado interbancário. 
A média das taxas praticadas nessas operações de overnight entre os bancos 
formam a Taxa DI-Cetip.
 “ A Taxa DI-Cetip é obtida ao se calcular a média ponderada das 
taxas das transações prefixadas, extragrupo e com prazo de um dia 
efetuadas na Cetip entre instituições financeiras. Como a taxa para 
o prazo de um dia é muito pequena, convencionou-se divulgá-la de 
forma anualizada. Essas transações são fechadas por meio eletrôni-
co e registradas na Cetip. (CETIP, [2019], on-line)11. 
O CDI é considerado referência para a maior parte dos títulos de renda fixa que 
são ofertados aos investidores, constituindo-se como um dos mais importantes ben-
chmark do mercado financeiro. Nesse sentido, o CDI é considerado o custo de opor-
tunidade dos participantes do mercado financeiro e, com isso, é visto como a rentabi-
lidade mínima para que um investimento, no mercado de renda fixa seja interessante. 
Alguns analistas do mercado consideram que o CDI é “o custo do dinheiro privado”.
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O Brasil é o único país do mundo em que a taxa de referência privada (a taxa DI-Cetip) é 
menor do que a taxa de referência dos títulos públicos (Taxa Selic), algo que é visto como 
uma distorção do mercado financeiro brasileiro. Essa distorção se dá, pois, os títulos pri-
vados (CDI), com lastro na própria empresa emissora (os Bancos), por terem um risco 
maior do que os títulos públicos, que possuem lastro no Tesouro Nacional, deveriam ter 
um retorno maior. 
Fonte: o autor.
explorando Ideias
Há uma relação direta entre a Taxa DI-Cetip e a Taxa básica de juros da eco-
nomia (a Taxa Selic), que é a taxa de referência dos títulos públicos (“custo do 
dinheiro público”). Essa relação se dá pelo fato da Taxa Selic ser utilizada como 
referência para todas as demais taxas de juros do mercado, incluindo a Taxa 
DI-Cetip. Portanto, os Bancos utilizam a Taxa Selic como referência para suas 
operações no mercado interbancário, ao negociar os CDI entre si.
Certificado de Depósito Bancário (CDB) e Recibo de 
Depósito Bancário (RDB)
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) e o Recibo de Depósito Bancário (RDB) 
são títulos de renda fixa representativos de depósitos a prazo que são emitidos por Ins-
tituições Financeiras (IF) para a captação de recursos, em que o investidor “empresta” 
dinheiro para a IF e recebe, em troca, o pagamento de juros desse empréstimo. “Ou seja, 
esses tipos de investimento envolvem uma promessa de pagamento futuro do valor 
investido, acrescido da taxa pactuada no momento da transação” (CVM, 2014a, p. 89).
“Podem emitir CDB os bancos comerciais, múltiplos, de investimento, de 
desenvolvimento e a Caixa Econômica Federal. Podem emitir RDB, além desses, 
as sociedades de crédito, financiamento e as cooperativas de crédito a seus asso-
ciados” (BANCO CENTRAL DO BRASIL, [2019], on-line)12.
A principal diferença entre o CDB e o RDB é que o segundo, por se tratar de 
recibo representativo de depósito a prazo em IF, constituindo-se como um título 
nominativo, não pode ser negociado antes do vencimento, sendo considerado ine-
gociável e intransferível. Ou seja, o RDB não possui a cambiaridade típica dos títulos 
de crédito, como é o caso do CDB, que pode ser negociado antes do vencimento.
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Entretanto, o RDB, uma vez decorrido o prazo mínimo de aplicação e ha-
vendo concordância com a instituição depositária, pode ser resgatado perante 
a instituição financeira emissora antes do prazo estipulado em contrato. Nesse 
caso, o valor investido é devolvido sem juros. “No caso do CDB, a negociação 
antes do vencimento implica a perda de parte da remuneração (devolução com 
deságio)” (CVM, 2014a, p. 89).
Em relação ao CDB, segundo a Cetip ([2019], on-line)13, ele “[...] é um dos 
instrumentos financeiros mais tradicionais do mercado financeiro brasileiro e o 
título de Renda Fixa mais adquirido pelo investidor pessoa física”, sendo também 
uma importante fonte de captação de recursos para as IFs.
Em relação ao risco para o investidor que adquire um CDB ou RDB, este 
está diretamente associado à solidez do seu emissor, uma IF. Diante disso, faz-se 
importante que os investidores analisem o Rating das IFs emissoras de CDBs e 
RDBs. Os ratings constituem notas de crédito emitidas por agências de classifi-
cação de risco de crédito, tais como: a Moodys, Standard & Poor’s (S&P), Fitch 
– sobre a qualidade de crédito. Essas agências avaliam a capacidade de um emis-
sor, que pode ser uma IF (bancos, financeiras, etc.) ou uma empresa, honrar suas
obrigações financeiras no prazo determinado, sendo que a opção de contratar as
agências de classificação de risco de crédito cabe à própria instituição emissora
do título. Os CDBs e RDBs, porém, são aplicações garantidas pelo FGC até o
limite de R$ 250 mil por CPF e emissor, o que reduz o risco de crédito para os
investidores que adquirem este tipo de título. “Para os investidores, os principais
atrativos do CDB estão na possibilidade de contratação do ativo com liquidez
diária e o fato do instrumento ser elegível à cobertura do Fundo Garantidor de
Crédito (FGC)” (CETIP, [2019], on-line)13.
Em relação ao prazo de resgate do CDB, nem todos os CDB possuem liquidez 
diária. Dessa forma, para o investidor que não sabe quanto tempo poderá deixar 
o dinheiro investido, para lidar com o risco de liquidez, o recomendável é aplicar 
em um tipo de CDB conhecido como “escalonado” ou “progressivo”. “Esse título
de renda fixa garante liquidez diária, mas, ao mesmo tempo, prevê o aumento da
remuneração à medida que o prazo de investimento fica maior” (INFOMONEY, 
[2019], on-line)14. Segundo a Cetip ([2019], on-line)13, as principais caracterís-
ticas do CDB, tal como o prazo e a forma de rendimento, são determinadas no
momento de sua contratação.
Quanto à forma de remuneração do CDB e do RDB, ela se dá de três formas: 
i) prefixado: quando o investidor negocia com o banco uma taxa predefinida
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para a remuneração do CDB ou RDB e receberá, sempre, a remuneração que foi 
acordada durante a vigência do título; ii) pós-fixado: situação em que a rentabi-
lidade do CDB ou RDB é baseada em alguma taxa de referência, tal como o CDI. 
É importante salientar que o percentual que será pago do CDI varia de banco 
para banco, dependendo do valor investido e da negociação efetuada, portanto, 
não é fixo. iii) CDB ou RDB: cuja remuneração seja atrelada a um índice de in-
flação (principalmente,
o Índice de Preço do Consumidor Amplo, IPCA) e uma 
taxa de juros prefixada. Por exemplo, um investidor pode adquirir um CDB cuja 
remuneração está atrelada ao IPCA + 4,5% a.a.
Em relação ao custo para se aplicar em CDBs, “uma das principais vantagens 
do CDB é que não é cobrada nenhuma taxa para essa aplicação, ao contrário de 
fundos DI ou Tesouro Direto, por exemplo. Mas o investidor terá de pagar IOF para 
aplicações de menos de 30 dias” (INFOMONEY, [2019], on-line)14. O investidor, 
também, terá que pagar IR, cuja alíquota varia de acordo com o prazo da aplicação, 
de tal forma que: para aplicações de até 180 dias, a alíquota é de 22,5%; para aplica-
ções para 181 a 360, a alíquota é de 20%; para aplicações para 361 dias a 720 dias, 
a alíquota é de 17,5%; para aplicações para 721 dias ou mais, a alíquota é de 15%. 
Letra Financeira (LF)
A Letra Financeira (LF), que é um título de crédito transferível, nominativo e de livre 
negociação, consiste em promessa de pagamento em dinheiro cuja emissão é exclu-
siva de IFs. Sua emissão possui como finalidade captar recursos de médio e longo 
prazo para as IFs, uma vez que esse título tem vencimento superior a dois anos, sem 
possibilidade de resgate total ou parcial antes desse prazo, e valor de emissão elevado.
A LF não pode ser emitida com valor nominal unitário inferior a R$150.000,00 
se não contiver cláusula de subordinação, ou R$300.000,00 se contiver cláusula 
de subordinação. No caso da LF, emitida com cláusula de subordinação, em situa-
ções de falência ou inadimplência da IF emissora da LF, seus detentores têm seu 
direito de crédito condicionado ao pagamento de outras dívidas da IF emissora. 
Porém a LF emitida com cláusula de subordinação oferece benefícios contábeis 
aos emissores e, consequentemente, tende a proporcionar uma melhor remune-
ração quando comparada com a LF sem cláusula de subordinação.
Assim, a emissão das LFs por parte das IFs permite que estas possam melho-
rar a sua gestão da liquidez dos negócios, algo que se torna bastante relevante, 
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principalmente, tendo-se em vista que bancos captam boa parte dos seus recursos 
por meio de instrumentos de curto prazo (como os CDBs) e emprestam a médio 
e longo prazo (financiamento e empréstimos), o que pode causar um descasa-
mento de prazos. Assim, a emissão de LFs, por parte dos bancos, pode ajudar a 
promover a estabilidade financeira.
Para os investidores, um importante atrativo das LFs é uma maior rentabili-
dade quando comparada a outras aplicações financeiras que possuem liquidez 
diária ou prazo inferior de vencimento. Com isso, verifica-se que as LFs são be-
néficas tanto para as IFs, que necessitam captar recursos com um prazo maior, 
quanto para os investidores, que possuem montante relevante para aplicações de 
longo prazo. As LFs, porém, não contam com garantia do FGC, o que faz com 
que seja ainda mais importante analisar a saúde financeira da IF emissora desse 
título, isto a fim de atenuar o risco de crédito. As LFs, também, possuem risco de 
liquidez, pois o emissor da LF pode optar por recomprar até 5% do total emitido 
que não possui cláusula de subordinação. Além disso, a liquidez, no mercado 
secundário de LF, ainda, é baixa, o que pode fazer com que a venda no mercado 
secundário proporcione um retorno abaixo do esperado.
Estão autorizados a emitir LF as seguintes IFs: os Bancos Múltiplos, os Ban-
cos Comerciais, os Bancos de Desenvolvimento, os Bancos de Investimento, as 
Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento, as Caixas Econômicas, as 
Companhias Hipotecárias, as Sociedades de Crédito Imobiliário e o BNDES. No 
que diz respeito à emissão das LFs, ela tem que ser realizada de forma escritural 
e a partir de registro e de liquidação financeira de ativos autorizados pelo Bacen, 
como o Balcão da BM&FBOVESPA; além disso, pode ser negociada, de forma 
privada, entre as IFs e seus clientes ou, ainda, pode ser objeto de oferta pública.
Segundo a Cetip ([2019], on-line)15, a remuneração da LF pode ser por taxa de juros 
prefixada (combinada ou não com taxas flutuantes) ou por índice de preços e admite o 
pagamento periódico de rendimentos em intervalo de, no mínimo, 180 dias. Dentre as 
formas de remuneração estão: i) alguma porcentagem do CDI, que é demandado diante 
de uma tendência de aumento dos juros; ii) CDI + spread, que é demandado diante de 
uma tendência de queda de juros; iii) indexada a algum índice de preço, que é deman-
dado, principalmente, por investidores que buscam a preservação do seu patrimônio; 
iv) taxa prefixada, que é demandado após um ciclo de alta de juros.
Em relação à tributação que incide sobre a LF, não há cobrança de IOF.
Porém há cobrança de IR, conforme tabela regressiva de IR já apresentada 
para o caso dos CDBs. 
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Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito 
Agropecuário (LCA)
 A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) é um título de renda fixa emitido por IFs 
lastreados por créditos imobiliários garantidos por hipoteca ou alienação fidu-
ciária de coisa imóvel, representando, com isso, uma fonte de recursos para o 
setor imobiliário. Dessa forma, esse título conta com uma segurança adicional 
que é estar vinculado à carteira de crédito imobiliário da IF emissora (CETIP, 
[2019], on-line)16. A LCI só pode ser emitida por uma das seguintes IFs: Bancos 
Comerciais, Sociedades de Crédito Imobiliário, Bancos Múltiplos com carteira 
de crédito imobiliário, Companhias Hipotecárias, Caixa Econômica Federal, As-
sociações de Poupança e Empréstimo.
 “ Na Cetip, o registro da LCI é feito pela instituição financeira emis-
sora, responsável por informar as condições da emissão e fazer a 
gestão dos créditos que lastreiam a operação. Entre os tipos de lastro 
estão: financiamentos habitacionais garantidos por hipoteca ou alie-
nação fiduciária de bens imóveis, sejam eles contratados ou não pelo 
Sistema Financeiro da Habitação (SFH); empréstimos garantidos 
por hipoteca ou alienação imobiliária de bens imóveis residenciais; 
e outros empréstimos ou financiamentos garantidos por hipoteca 
ou alienação fiduciária de bens imóveis. (CETIP, [2019], on-line)16. 
Quanto à Letra de Crédito Agropecuário (LCA), ela é um título de renda fixa emi-
tido por bancos com o objetivo de captar recursos para participantes da cadeia do 
agronegócio. Diante disso, as LCAs são garantidas por empréstimos direcionados 
ao agronegócio. No caso de inadimplência do banco emissor da LCA, o investidor 
final pode requisitar, judicialmente, a propriedade do lastro, uma vez que o lastro 
está penhorado por lei ao investidor final. Portanto, o risco primário da LCA é 
da IF emissora (CETIP, [2019], on-line)17.
 “ Um dos diferenciais das LCAs registradas na Cetip é a gama de lastros 
(garantias) que podem ser atrelados a elas. Como lastro, entende-se os 
direitos creditórios vinculados a produtores rurais, suas cooperativas, 
e terceiros, inclusive empréstimos e financiamentos relacionados com 
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A LCI e LCA atraem investidores que buscam opções isentas de IR, porém isso pode in-
duzir os investidores a adquirirem esses títulos sem realizar a devida análise. Para tal, é 
sempre importante comparar os rendimentos do LCI e da LCA com o de outros títulos de 
renda fixa, como os CDBs. Quando esses títulos são indexados ao CDI, para compará-los, 
basta calcular a taxa equivalente de uma LCI ou LCA para algum CDB, tal como segue:
explorando Ideias
a produção, comercialização, beneficiamento ou industrialização de 
produtos ou insumos agropecuários ou de máquinas e implementos 
utilizados nesse setor. (CETIP, [2019], on-line)17.
Do ponto de vista do investidor, a única diferença que existe entre investir em LCI 
ou LCA é o lastro do papel. No mais, esses títulos possuem as mesmas vantagens, 
constituindo-se em títulos que são cada vez mais demandados pelos investidores 
pessoa física por serem isentos da cobrança de IR e elegível à cobertura do FGC.
Em relação à sua
forma de rentabilidade, esses títulos podem ser: prefixados, 
quando o investidor fica sabendo, no momento da aplicação, qual será o seu ren-
dimento, e pós-fixados, quando o investidor receberá, por exemplo, um percen-
tual do CDI e podem ter a sua remuneração atrelada a um índice de inflação (tal 
como o IPCA) e uma taxa de juros prefixada. Quanto ao prazo de resgate desses 
títulos, eles não possuem liquidez imediata, portanto, não é possível resgatá-los 
a qualquer momento. É possível, porém, negociá-los no mercado secundário, 
respeitando o prazo mínimo de vencimento do ativo que varia de acordo com 
o indexador que possui. Para as LCIs indexadas em índice de preços, o prazo
mínimo de vencimento é de 36 meses, quando atualizado mensalmente e de 12
meses, quando atualizado anualmente; se não utilizar índice de preço, o prazo
mínimo de vencimento é de 90 dias (CETIP, [2019], on-line)16. Para as LCAs, “o
prazo mínimo varia de acordo com o indexador que possui. Para a Taxa DI-Cetip 
é de 90 dias” (CETIP, [2019], on-line)17.
Em relação aos custos que incidem sobre esses títulos, as corretoras podem 
ou não cobrar taxa de custódia. Cada vez mais as corretoras estão isentando seus 
clientes de taxa de custódia para esses títulos, principalmente, para clientes que 
já investem em outros produtos financeiros na própria corretora. As corretoras 
não cobram taxa de administração. 
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Prazo de Investimento Taxa LCI equivalente
Até 180 dias Rendimento ( )CDB 1 0,225´ - 
De 181 a 360 dias Rendimento ( )CDB 1 0,20´ - 
De 361 a 720 dias Rendimento ( )CDB 1 0,175´ - 
Acima de 721 dias Rendimento ( )CDB 1 0,15´ - 
Quadro 2 - Taxa equivalente / Fonte: o autor.
Por exemplo, se algum investidor estiver em dúvida entre investir, por um ano, em um CDB 
112% DI ou em uma LCI 90% DI. Como descobrir qual compensa mais? Para descobrir isso, 
basta utilizar a Taxa LCI equivalente para o período de 361 a 720 dias:
Taxa LCI equivalente = 112x(1-0,175)=92,4% DI.
Esse resultado demonstra que, para esse período, apenas, uma LCI que pagasse acima de 
92,4% DI compensaria a compra comparado a um CDB 112%. Portanto, no exemplo dado, o 
investidor terá uma rentabilidade maior ao adquirir o CDB.
https://blog.toroinvestimentos.com.br/cdb-rendimento-melhor-taxa-cdi.
Letras Hipotecárias (LH)
Letras Hipotecárias (LH) são títulos de crédito garantidos por créditos hipotecários 
e são emitidos por IFs autorizadas a conceder esses créditos, como as Sociedades 
de Crédito Imobiliário, Companhias Hipotecárias, Associações de Poupança e Em-
préstimo, Bancos Múltiplos com carteira imobiliária e a Caixa Econômica Federal. 
As LHs “(...) conferem a seus titulares direito de crédito pelo valor nominal, juros e, 
se for o caso, atualização monetária nelas estipulados” (CVM, 2014a, p. 90). 
A LH possui cobertura do FGC no valor de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ por 
IF emissora, e sua remuneração pode ser prefixada ou pós-fixada, por exemplo, 
pela TR, IGP-M, ou INPC. Uma das principais vantagens que o título oferece para 
investidores pessoa física é a isenção de IR.
A principal diferença entre a LCI e a LH “(...) está relacionada às instituições 
que podem emiti-los e aos créditos que podem ser utilizados como lastro para 
as emissões” (CVM, 2014a, p. 90).
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Letra de Câmbio (LC)
As Letras de Câmbio (LCs) são títulos de renda fixa que são emitidos por finan-
ceiras lastreados por meio de ações cambiais, sendo representativos de operação 
de crédito e considerados muito similares aos CDBs. As LCs possuem cobertura 
do FGC no limite de R$ 250 mil por CPF e emissor. “O instrumento possibilita 
que o devedor (sacado) confira ao registrador da Letra de Câmbio (sacador/
aceitante) ordem de pagamento do valor devido. Esses títulos podem ser nego-
ciados pelos registradores e emitidos com remuneração prefixada ou pós-fixada” 
(CETIP, [2019], on-line)18. 
Títulos Emitidos por Empresas
Notas Promissórias (NP)
Notas Promissórias (NP), também, denominada commercial papers, é um título 
de crédito negociável que “(...) representa uma promessa de pagamento do emis-
sor (devedor) a determinado favorecido (credor), de certo valor em certa data” 
(CVM, 2014a, p. 78), sendo, portanto, representativo de uma dívida ou direito 
a receber. “Podem ser emitidas como simples promessa de pagamento de uma 
dívida, como garantia de contratos de empréstimos, ou também para captação 
de recursos financeiros pelas empresas” (CVM, 2014a, p. 78).
As NPs são emitidas por sociedades anônimas não financeiras (de capital aberto 
ou fechado), constituindo-se como um importante instrumento de captação das 
empresas no mercado de capitais. Esse título é emitido para capitalização de curto 
prazo por parte das empresas, principalmente, para o financiamento ágil do capital 
de giro, uma vez que as empresas conseguem estruturar uma operação de captação 
em cerca de quinze dias. Além disso, o custo da captação é baixo, dado que não há 
incidência de IOF. Constitui, também, como atrativo, por parte das empresas, a 
emissão de NPs, pois com ela evita-se uma perda do controle societário da empresa, 
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algo que pode ocorrer, por exemplo, quando a empresa se financia recorrendo a um 
investidor-anjo. A colocação das NPs é realizada por meio de oferta pública por 
instituição integrante do sistema de distribuição e podem ser compradas e vendidas 
nos mercados organizados, por meio de corretoras de valores autorizadas.
A principal característica das NPs é o prazo de vencimento contado a partir 
da data de emissão: mínimo de 30 dias e máximo de 180 dias para companhias 
de capital fechado; mínimo de 30 dias e máximo de 360 dias para as de capital 
aberto. É importante destacar que os investidores podem vender as NPs, antes do 
vencimento, para outros agentes no mercado secundário. Porém não há qualquer 
garantia de rentabilidade, portanto, o investidor fica sujeito às condições de 
liquidez, oferta e demanda naquele momento.
Para o investidor (credor), as NPs são atrativas por causa da sua remuneração, 
uma vez que a taxa de retorno é, normalmente, maior do que a dos investimentos 
tradicionais dos bancos. A remuneração das NPs é determinada em função da 
classificação de risco de crédito da empresa emissora, do prazo e das garantias. 
A remuneração das NPS pode ser prefixada, pós-fixada (atrelada ao CDI, Selic, 
IPCA, etc.) ou com uma taxa fixa mais um índice de preço. O mais comum é a 
NP pós-fixada atrelada ao CDI. O investidor poderá negociar, livremente, com 
a empresa emissora da NP, com a forma de remuneração e o seu rendimento, o 
que constitui como outro importante atrativo para o investidor.
Em relação aos custos, por ser uma emissão privada por parte de instituições 
não financeiras, não há incidência de taxa por parte da Companhia Brasileira de 
Liquidação e Custódia (CDLC) e nem taxa de serviço cobrada por agentes de cus-
tódia, como as corretoras de valores mobiliários. Em relação à tributação, as notas 
promissórias possuem incidência de IR regressivo sobre os rendimentos auferidos, 
que é retido na fonte no resgate, com as seguintes alíquotas (CVM, 2014a, p. 117):
• Alíquota de 22,5% para operações com prazo de até 180 dias.
• Alíquota de 20% para operações de 181 dias até 360 dias.
• Alíquota de 17,5% para operações de 361 dias até 720 dias.
• Alíquota de 15% para operações de prazo superior a 720 dias.
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Debêntures
Debêntures são títulos de crédito de renda fixa de médio e longo prazo, que são 
emitidos por sociedade anônima de capital aberto ou fechado que conferem aos 
seus titulares (debenturistas) direitos de crédito contra a companhia emissora. 
Nesse sentido, as debêntures constituem instrumentos de captação de recursos 
no mercado de capitais que as empresas usam para realizar o financiamento de 
seus projetos ou para saldar suas dívidas (CVM, 2014a). Como tal, as debêntures 
podem ter várias formas de adequar a captação de recursos às necessidades
das 
empresas. As debêntures se diferenciam das NPs, especialmente, no que se refere 
ao prazo de emissão, dado que é um título de médio e longo prazo, enquanto as 
NPs são de curto prazo.
Os debenturistas esperam “(...) receber juros periódicos e o pagamento do 
principal – correspondente ao valor unitário da debênture – no vencimento do 
título ou mediante amortizações, conforme estipulado em um contrato específico 
chamado Escritura de Emissão” (CVM, 2014a, p. 75), que é onde ficam registra-
dos os direitos e deveres dos debenturistas e da emissora. A intervenção de um 
“Agente Fiduciário” dos debenturistas – que representa os interesses desses, ana-
lisando o cumprimento das condições registradas na Escritura, além de ser res-
ponsável pela elaboração de relatórios de acompanhamento – faz-se necessário 
para a escrituração de emissão. “Outros agentes também participam da emissão 
e distribuição das debêntures, tais como a instituição líder, os intermediários 
contratados, um banco mandatário e escriturador, auditores independentes e 
consultores legais” (CVM, 2014a, p. 76).
As debêntures podem ser distribuídas de 2 formas: i) nas ofertas públicas de 
distribuição de debêntures (registradas na CVM)– modalidade em que todas as in-
formações relativas à emissão são encontradas no Prospecto de Distribuição, o qual 
é disponibilizado aos investidores durante a oferta; ii) distribuição com esforços 
restritos– modalidade em que a oferta deverá ser dirigida, no máximo, à cinquenta 
investidores qualificados, e subscrita, no máximo vinte, desses investidores. 
 “ São considerados investidores qualificados as instituições financeiras, 
as entidades de previdência, os fundos de investimento destinados a 
investidores qualificados e as pessoas físicas e jurídicas que possuam 
investimentos financeiros acima de 300 mil reais e atestem por escrito 
sua condição de investidor qualificado (CVM, 2014a, p. 76). 
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No que diz respeito ao vencimento das debêntures, ele ocorre na data fixada na 
escritura, podendo variar conforme as condições de emissão. A empresa emisso-
ra tem a possibilidade de estabelecer amortizações parciais de cada série, assim 
como possui o direito de realizar o resgate antecipado dos títulos da mesma 
série de forma parcial ou total. Porém as debêntures denominadas “Perpétua” 
não possuem data de vencimento pré-estabelecida. Esse tipo de debênture paga, 
somente, os juros, algo que se dá por tempo indeterminado. As empresas, também, 
podem emitir debêntures conversíveis, que possuem uma cláusula permitindo 
que sejam convertidas em ações ou a qualquer momento ou ao término do prazo, 
conforme estabelecido na escritura de emissão.
Os investidores podem adquirir as debêntures diretamente da empresa no mo-
mento da emissão ou no mercado secundário de outro investidor. A corretora, nessas 
duas situações, faz a intermediação entre as partes que estão negociando o título. 
As debêntures podem ser emitidas sem garantias, podendo ser Quirografárias (sem 
privilégio) ou Subordinadas. A emissão de debêntures sem garantias significa que 
o debenturista não terá nenhuma preferência no caso de liquidação da companhia 
emissora. “Ressalte-se ainda que, em caso de liquidação da companhia, no pagamento 
de suas obrigações com os credores, as quirografárias precedem às subordinadas” 
(CVM, 2014a, p. 77). As debêntures podem ser emitidas com garantia real – situação 
em que bens ou direitos, que não podem ser negociados, são comprometidos – ou 
com garantia flutuante, situação que assegura privilégio geral sobre o ativo da emis-
sora, porém não proíbe a negociação dos bens que compõem esse ativo. 
As debêntures podem ser remuneradas por uma taxa prefixada, por uma pós-
-fixada, a uma taxa prefixada mais um índice de preço e por prêmio de reembol-
so, quando a remuneração está vinculada ao resultado operacional da empresa, 
como, por exemplo, quando a remuneração está vinculada ao crescimento da 
receita ou lucro da empresa.
Em relação à tributação, os rendimentos produzidos pelas debêntures são 
tributados de acordo com a natureza jurídica do seu detentor. Além disso, dado 
que as debêntures são, em geral, títulos emitidos com prazos mais longos e que 
podem prever rendimentos periódicos e/ou pagamento de juros, o cálculo do 
valor do imposto requer a observação da alíquota vigente na data do crédito ou 
pagamento. Porém a Lei 12.431 (BRASIL, 2011) abriu a possibilidade de emissão 
de debêntures para empresas captarem recursos voltados a investimentos em in-
fraestrutura. Essas debêntures são denominadas incentivos e, como incentivo, são 
isentas de IR para pessoas físicas ou investidores não residentes. As debêntures 
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incentivadas, por sinal, são o único título isento de IR nos juros e num eventual 
ágio do título. As debêntures, também, estão sujeitas ao IOF, que será calculado 
com base no valor de resgate, cessão (venda) ou repactuação das operações com 
debêntures.
Por fim, no que diz respeito ao risco, é importante frisar que as debêntures não 
possuem cobertura do FGC, ficando, portanto, mais exposta ao risco de crédito 
do que os títulos de captação bancária, que são garantidos pelo FGC, e dos títu-
los públicos, que são garantidos pelo Tesouro Nacional. Além disso, o mercado 
secundário de debêntures, no Brasil, ainda, possui baixa liquidez.
Títulos Emitidos pelo Governo
Títulos Públicos Federais
Os títulos públicos são ativos de renda fixa e emitidos pelo Tesouro Nacional 
(TN) com o intuito de captar recursos para o financiamento da dívida pública e 
das atividades governamentais. “O órgão responsável pela emissão e controle dos 
títulos e pela administração da dívida mobiliária federal é a Secretaria do Tesouro 
Nacional” (CVM, 2014a, p. 90).
As pessoas interessadas em adquirir os títulos públicos federais contam, 
atualmente, com o serviço do Tesouro Direto. Esse serviço possibilita que os in-
vestidores comprem os títulos públicos federais, diretamente, pela internet. Esses 
investidores possuem o interesse de adquirir esses títulos, devido a uma série de 
vantagens que eles proporcionam aos investidores. O Quadro a seguir apresenta 
as vantagens que os títulos públicos federais apresentam para os investidores.
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Segurança
Os títulos públicos são os ativos de menor risco da econo-
mia, pois são 100% garantidos pelo Tesouro Nacional, ou 
seja, o Governo Federal garante o seu pagamento.
Vale ressaltar que, uma vez adquiridos os títulos públicos, 
eles são registrados sob titularidade do comprador no 
ambiente seguro da BM&FBOVESPA. Isso reforça a segu-
rança do Programa, pois permite ao investidor mudar de 
instituição financeira, na eventualidade de problemas com 
o seu agente intermediário original, sem colocar em risco a 
sua aplicação.
Além de ser a alternativa de investimento com menor risco 
do mercado, o Tesouro Direto oferece mecanismos para 
que você possa acompanhar os seus investimentos com 
facilidade, ampliando sua segurança. Além de disponibilizar 
informações sobre suas aplicações no seu extrato, na área 
exclusiva do investidor, toda movimentação do seu inves-
timento pode ser consultada por meio do Canal Eletrôni-
co do Investidor (CEI), serviço via internet prestado pela 
BM&FBOVESPA.
Alta Rentabili-
dade
O rendimento da aplicação em títulos públicos é bastante 
competitivo se comparado com as outras aplicações finan-
ceiras de renda fixa existentes no mercado, pois o investi-
dor pode obter os mesmos ganhos que um grande banco 
ou um fundo de pensão, por exemplo. Ainda, as taxas de 
administração e de custódia são baixas e o Imposto de 
Renda só é cobrado no momento da venda, pagamento de 
cupom de juros ou vencimento do título. Dessa forma, ao 
combinar alta rentabilidade bruta e baixo custo, seu inves-
timento apresentará uma maior rentabilidade final.
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Liquidez
O Tesouro Nacional garante a recompra diária dos seus 
títulos públicos. Ou seja, você
poderá resgatar antecipa-
damente os títulos adquiridos no Tesouro Direto todos os 
dias, a preços de mercado.
Os resgates solicitados nos dias úteis das 9h30 às 18h 
serão processados com os preços e taxas disponíveis no 
momento da transação. Os resgates solicitados das 18h às 
5h e ao longo de todo o fim de semana ou feriado serão 
liquidados com os preços de abertura do dia útil seguin-
te. Nesse período, os preços e taxas exibidos no site do 
Tesouro Direto são apenas para referência.
A liquidação da venda ocorrerá em D+1, em que D repre-
senta o dia em que a operação de venda pelo investidor 
foi realizada. Se essa operação tiver sido realizada nos fins 
de semana ou feriados, a liquidação ocorrerá no dia útil 
subsequente.
Acessibilidade
Com apenas R$ 30,00 você já pode investir no Tesouro 
Direto. Não é preciso nem muito dinheiro para começar a 
investir nem ser um especialista em investimentos. Qual-
quer pessoa física com CPF e conta em uma instituição 
financeira habilitada pode se tornar um investidor do 
Tesouro Direto.
Quadro 3 - Vantagens dos Títulos Públicos Federais
Fonte: Tesouro Nacional ([2019], on-line)¹9.
Além dessas várias vantagens listadas no Quadro, o investidor, ainda, conta com 
outro atributo importante que é a flexibilidade, pois, com o serviço do Tesouro 
Direto, o investidor poderá montar a sua própria carteira levando em considera-
ção o seu perfil e objetivos financeiros. Além disso, o investidor poderá agendar as 
suas aplicações com antecedência e regularidade. A flexibilidade é possível, uma 
vez que o Tesouro Nacional oferta uma grande variedade de títulos públicos, que 
apresentam características próprias em termos de prazos ou vencimento, taxa de 
rentabilidade (títulos prefixados, indexados à taxa Selic ou à inflação) e fluxos de 
pagamento (os investidores podem escolher títulos que pagam o rendimento total 
somente na data de vencimento ou escolher títulos que pagam juros semestrais).
É importante destacar que o Tesouro Nacional oferece às pessoas físicas os 
mesmos dois tipos de títulos que são ofertados às IF, que são: títulos prefixados 
e títulos pós-fixados.
 
 
DESCRIÇÃO DE IMAGENS 
 
PÁGINA 85-86 – Quadro 3 - Vantagens dos Títulos Públicos Federais 
 
 
INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem refere-se ao Quadro 3 - Vantagens dos Títulos Públicos 
Federais. É composta por uma tabela com 2 colunas: A de vantagens e a sua explicação. 
Segurança: Os títulos públicos são os ativos de menor risco da economia, pois são 100% 
garantidos pelo Tesouro Nacional, ou seja, o Governo Federal garante o seu pagamento; 
Vale ressaltar que, uma vez adquiridos os títulos públicos, eles são registrados sob 
titularidade do comprador no ambiente seguro da BM&FBOVESPA. Isso reforça a 
segurança do Programa, pois permite ao investidor mudar de instituição financeira, na 
eventualidade de problemas com o seu agente intermediário original, sem colocar em risco 
a sua aplicação; Além de ser a alternativa de investimento com menor risco do mercado, o 
Tesouro Direto oferece mecanismos para que você possa acompanhar os seus 
investimentos com facilidade, ampliando sua segurança. Além de disponibilizar 
informações sobre suas aplicações no seu extrato, na área exclusiva do investidor, toda 
movimentação do seu investimento pode ser consultada por meio do Canal Eletrônico do 
Investidor (CEI), serviço via internet prestado pela BM&FBOVESPA. 
Alta rentabilidade: O rendimento da aplicação em títulos públicos é bastante competitivo 
se comparado com as outras aplicações financeiras de renda fixa existentes no mercado, 
pois o investidor pode obter os mesmos ganhos que um grande banco ou um fundo de 
pensão, por exemplo. Ainda, as taxas de administração e de custódia são baixas e o 
Imposto de Renda só é cobrado no momento da venda, pagamento de cupom de juros ou 
vencimento do título. Dessa forma, ao combinar alta rentabilidade bruta e baixo custo, seu 
investimento apresentará uma maior rentabilidade final; 
Liquidez: O Tesouro Nacional garante a recompra diária dos seus títulos públicos. Ou seja, 
você poderá resgatar antecipadamente os títulos adquiridos no Tesouro Direto todos os 
dias, a preços de mercado. Os resgates solicitados nos dias úteis das 9h30 às 18h serão 
processados com os preços e taxas disponíveis no momento da transação; Os resgates 
solicitados das 18h às 5h e ao longo de todo o fim de semana ou feriado serão liquidados 
com os preços de abertura do dia útil seguinte. Nesse período, os preços e taxas exibidos 
no site do Tesouro Direto são apenas para referência; A liquidação da venda ocorrerá em 
D+1, em que D representa o dia em que a operação de venda pelo investidor foi realizada. 
Se essa operação tiver sido realizada nos fins de semana ou feriados, a liquidação ocorrerá 
no dia útil subsequente; 
Acessibilidade: Com apenas R$ 30,00 você já pode investir no Tesouro Direto. Não é preciso 
nem muito dinheiro para começar a investir nem ser um especialista em investimentos. 
Qualquer pessoa física com CPF e conta em uma instituição financeira habilitada pode se 
tornar um investidor do Tesouro Direto. FIM DESCRIÇÃO. 
 
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Com os títulos prefixados, os investidores sabem exatamente, a rentabi-
lidade que receberá ao manter o título até a data de vencimento. Tal como já 
discutido, esses títulos são atrativos para uma determinada conjuntura econô-
mica, em que os investidores acreditam que a taxa prefixada dos títulos públicos 
será maior do que a taxa de juros básica da economia (Selic). Dentre os títulos 
prefixados, têm-se as Letras do Tesouro Nacional (LTN) e as Notas do Tesouro 
Nacional - Série F (NTN-F), que, a partir de 2015, passaram a ser denominadas de 
Tesouro Prefixado e de Tesouro Prefixado com Juros Semestrais, respectivamente. 
A principal diferença entre esses dois títulos é que este último é mais indicado 
para o investidor que deseja obter um fluxo de rendimentos periódicos (cupons 
semestrais) a uma taxa de juros pré-definida.
Tesouro Prefixado
Possui fluxo de pagamento simples, ou seja, o inves-
tidor faz a aplicação e recebe o valor de face (valor 
investido somado à rentabilidade), na data de venci-
mento do título. O investidor sabe exatamente quanto 
receberá no futuro, se permanecer com o título até 
o seu vencimento. Indicados para o investidor que 
acredita que a taxa prefixada será maior que a taxa 
de juros básica da economia (Selic). Por serem títulos 
prefixados, seu rendimento é nominal, ou seja, não 
considera a taxa de inflação.
Tesouro Prefixado 
com Juros Semes-
trais
O rendimento da aplicação é recebido pelo investidor 
ao longo do investimento, por meio do pagamento 
de juros semestrais (cupons de juros), e na data de 
vencimento do título, quando do resgate do valor de 
face (valor investido somado à rentabilidade) e paga-
mento do último cupom de juros. O fluxo de cupons 
semestrais de juros aumenta a liquidez, possibilitando 
reinvestimentos. É mais indicado para quem deseja 
utilizar seus rendimentos para complementar sua 
renda a partir do momento da aplicação, pois esse 
título faz pagamento de juros a cada seis meses. Cabe 
destacar, adicionalmente, que no pagamento desses 
rendimentos semestrais há incidência de imposto de 
renda (IR), obedecendo a tabela regressiva.
Quadro 4 - Títulos Públicos Federais – Títulos Prefixados / Fonte: adaptado de Brasil ([s. d.]).
 
 
DESCRIÇÃO DE IMAGENS 
 
PÁGINA 87 – Quadro 4 - Títulos Públicos Federais – Títulos Prefixados 
 
 
INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem refere-se ao Quadro 4 - Títulos Públicos Federais – Títulos 
Prefixados. É composto por uma tabela com 2 colunas: a do tipo de tesouro e sua 
explicação. 
Tesouro prefixado: Possui fluxo de pagamento simples, ou seja, o investidor faz a aplicação 
e recebe o valor de face (valor investido somado à rentabilidade), na data de vencimento 
do título. O investidor sabe exatamente quanto receberá no futuro, se permanecer com o 
título até o seu vencimento. Indicados para o investidor
que acredita que a taxa prefixada 
será maior que a taxa de juros básica da economia (Selic). Por serem títulos prefixados, seu 
rendimento é nominal, ou seja, não considera a taxa de inflação; 
Tesouro prefixado com juros Semestrais: O rendimento da aplicação é recebido pelo 
investidor ao longo do investimento, por meio do pagamento de juros semestrais (cupons 
de juros), e na data de vencimento do título, quando do resgate do valor de face (valor 
investido somado à rentabilidade) e pagamento do último cupom de juros. O fluxo de 
cupons semestrais de juros aumenta a liquidez, possibilitando reinvestimentos. É mais 
indicado para quem deseja utilizar seus rendimentos para complementar sua renda a partir 
do momento da aplicação, pois esse título faz pagamento de juros a cada seis meses. Cabe 
destacar, adicionalmente, que no pagamento desses rendimentos semestrais há incidência 
de imposto de renda (IR), obedecendo a tabela regressiva. FIM DESCRIÇÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Já os títulos pós-fixados possuem sua rentabilidade atrelada à variação de al-
gum indexador. Dentre os títulos pós-fixados, há os indexados à Taxa Selic, que 
é Tesouro Selic (antiga Letras Financeiras do Tesouro - LFT), que é um título 
com rentabilidade diária vinculada à taxa de juro básica da economia (Selic); e os 
indexados à inflação, tal como o Tesouro Nacional com juros semestrais (antiga 
Notas do Tesouro Nacional - Série B, NTN-B) e o Tesouro IPCA + (antiga Notas 
do Tesouro Nacional - Série B, NTN-B Principal). Esses dois títulos oferecem a 
variação do IPCA acrescida da taxa de juros definida no momento da compra, o 
que significa que proporcionam rentabilidade real. A diferença entre eles é que 
o Tesouro Nacional com Juros Semestrais é mais indicado para o investidor que
deseja obter fluxo de rendimentos periódicos (cupons semestrais). O Quadro a
seguir apresenta as características dos títulos pós-fixados. 
Tesouro Selic
Títulos pós-fixados cuja rentabilidade segue a variação 
da taxa SELIC, a taxa de juros básica da economia. Sua 
remuneração é dada pela variação da taxa SELIC diária 
registrada entre a data de liquidação da compra e a 
data de vencimento do título, acrescida, se houver, de 
ágio ou deságio no momento da compra. Neste sentido 
é indicado para os investidores que acreditam que a 
tendência da taxa Selic é de elevação.
Possui fluxo de pagamento simples, ou seja, o investi-
dor faz a aplicação e recebe o valor de face (valor inves-
tido somado à rentabilidade) na data de vencimento do 
título.
O valor de mercado desse título apresenta baixa vola-
tilidade, evitando perdas no caso de venda antecipada. 
Por essa razão, é considerado um título indicado para 
um perfil mais conservador. É indicado também para o 
investidor que não sabe exatamente quando precisará 
resgatar seu investimento. Sua rentabilidade tende a 
ser mais baixa que a dos demais títulos.
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Tesouro Nacio-
nal com juros 
semestrais
O rendimento da aplicação é recebido pelo investidor 
ao longo do investimento, por meio do pagamento de 
juros semestrais (cupons de juros), e na data de venci-
mento do título, quando do resgate do valor de face (va-
lor investido somado à rentabilidade) e pagamento do 
último cupom de juros. Isto o torna mais interessante 
para quem deseja utilizar o rendimento para comple-
mentar sua renda a partir do momento da aplicação
Ele proporciona rentabilidade real, ou seja, garante o 
aumento do poder de compra do seu dinheiro, pois seu 
rendimento é composto por duas parcelas: uma taxa 
de juros prefixada e a variação da inflação (IPCA).
Cabe destacar, adicionalmente, que, no pagamento des-
ses recebimentos semestrais, há incidência de imposto 
de renda (IR), obedecendo a tabela regressiva. Desse 
modo, se o investidor planeja reinvestir os valores 
recebidos a cada seis meses, torna-se mais interessante 
investir em um papel que não paga juros semestrais.
Tesouro IPCA +
Possui fluxo de pagamento simples, ou seja, o inves-
tidor faz a aplicação e resgata o valor de face (valor 
investido somado à rentabilidade) na data de vencimen-
to do título.
Ele também proporciona rentabilidade real e, aliada ao 
fato de esse título possuir disponibilidades de venci-
mentos mais longos, ele é indicado para quem deseja 
poupar para a aposentadoria, compra de casa e estudo 
dos filhos, dentre outros objetivos de longo prazo.
Quadro 5 - Títulos Públicos Federais – Títulos Pós-Fixados / Fonte: adaptado de Brasil ([s. d.]).
O investidor pode efetuar as compras dos títulos públicos federais diretamente via 
o site do Tesouro Direto ou por meio de um agente de custódia. Segundo o Tesouro 
Direto ([2019], on-line)20, o limite mínimo de compra do título público federal é a 
fração de 0,1 (10%) do valor unitário de um título, limitado a R$ 30,00. Já o limite 
máximo é de R$1.000.000,00 por mês. Os limites de compra são aplicados por CPF. 
 
 
DESCRIÇÃO DE IMAGENS 
 
PÁGINA 88-89 – Quadro 5 - Títulos Públicos Federais – Títulos Pós-Fixados 
 
 
INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem refere-se ao Quadro 5 - Títulos Públicos Federais – Títulos 
Pós-Fixados. É composta por uma tabela com 2 colunas: os títulos e sua descrição. 
Tesouro Selic: Títulos pós-fixados cuja rentabilidade segue a variação da taxa SELIC, a taxa 
de juros básica da economia. Sua remuneração é dada pela variação da taxa SELIC diária 
registrada entre a data de liquidação da compra e a data de vencimento do título, 
acrescida, se houver, de ágio ou deságio no momento da compra. Neste sentido é indicado 
para os investidores que acreditam que a tendência da taxa Selic é de elevação; Possui 
fluxo de pagamento simples, ou seja, o investidor faz a aplicação e recebe o valor de face 
(valor investido somado à rentabilidade) na data de vencimento do título; O valor de 
mercado desse título apresenta baixa volatilidade, evitando perdas no caso de venda 
antecipada. Por essa razão, é considerado um título indicado para um perfil mais 
conservador. É indicado também para o investidor que não sabe exatamente quando 
precisará resgatar seu investimento. Sua rentabilidade tende a ser mais baixa que a dos 
demais títulos; 
Tesouro Nacional com juros semestrais: O rendimento da aplicação é recebido pelo 
investidor ao longo do investimento, por meio do pagamento de juros semestrais (cupons 
de juros), e na data de vencimento do título, quando do resgate do valor de face (valor 
investido somado à rentabilidade) e pagamento do último cupom de juros. Isto o torna 
mais interessante para quem deseja utilizar o rendimento para complementar sua renda a 
partir do momento da aplicação; Ele proporciona rentabilidade real, ou seja, garante o 
aumento do poder de compra do seu dinheiro, pois seu rendimento é composto por duas 
parcelas: uma taxa de juros prefixada e a variação da inflação (IPCA); Cabe destacar, 
adicionalmente, que, no pagamento desses recebimentos semestrais, há incidência de 
imposto de renda (IR), obedecendo a tabela regressiva. Desse modo, se o investidor 
planeja reinvestir os valores recebidos a cada seis meses, torna-se mais interessante 
investir em um papel que não paga juros semestrais; 
Tesouro IPCA+: Possui fluxo de pagamento simples, ou seja, o investidor faz a aplicação e 
resgata o valor de face (valor investido somado à rentabilidade) na data de vencimento do 
título; Ele também proporciona rentabilidade real e, aliada ao fato de esse título possuir 
disponibilidades de vencimentos mais longos, ele é indicado para quem deseja poupar para 
a aposentadoria, compra de casa e estudo dos filhos, dentre outros objetivos de longo 
prazo. FIM DESCRIÇÃO. 
 
 
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OS FUNDOS DEOS FUNDOS DE
INVESTIMENTOINVESTIMENTO
Os Fundos de Investimentos representam uma estrutura formal de investimen-
to coletivo e reúne m recursos fi nanceiros de diferentes investidores. Segundo a 
CVM (2014a, p. 92), o Fundo de Investimento “é uma comunhão de recursos, 
captados de pessoas físicas
ou jurídicas, com o objetivo de obter ganhos fi nancei-
ros a partir da aplicação em títulos e valores mobiliários”. De acordo com CVM 
(2016), o fundo é criado por um administrador e, posteriormente, aberto para 
que os investidores realizem aplicações. A realização dessas aplicações ocorre por 
meio da aquisição de cotas dos fundos por parte dos investidores. À medida que 
os investidores adquirem as cotas, o patrimônio do fundo se forma e os recursos 
serão investidos, no mercado fi nanceiro, por intermédio do gestor da carteira. 
Pinheiro (2012, p. 203) explica que o patrimônio de um fundo:
Em relação aos custos, são duas taxas cobradas no Tesouro Direto: i) taxa 
de custódia da BMF&Bovespa , que é um custo referente aos serviços de guarda 
dos títulos e às informações e movimentações dos saldos e possui uma alíquota 
de 0,3% a.a.; ii) taxa das instituições fi nanceiras a qual varia de 0% a 2% ao ano, 
independentemente do valor do seu investimento. Em relação à tributação, os 
impostos cobrados são os mesmo que incidem sobre as operações de renda fi xa, 
como IOF e IR regressivos (TESOURO DIRETO, [2019], on-line)20. 
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“ [...] é composto por recursos de vários investidores que são aplicados 
em uma carteira diversifi cada de títulos. A administração dos recur-
sos de um fundo mútuo é feita por administradores especializados 
com expertise de mercado. O investidor não adquire títulos que com-
põem o fundo mútuo e sim compra e vende cotas desse fundo. 
Como pode ser observado, o Fundo de Investimento é composto por diferentes 
envolvidos e torna-se necessário compreender cada um deles:
Administrador
O administrador é o responsável pela criação do fundo e 
pela defi nição de suas principais características, objetivos e 
políticas de investimento. Além disso, assume responsabi-
lidades perante os cotistas e possui a obrigação de prestar 
uma série de serviços relacionados ao funcionamento e à 
manutenção do fundo. Por esses serviços é cobrada uma 
Taxa de Administração.
Gestor
O gestor é o responsável por investir os recursos do fun-
do. Dessa maneira, é o gestor que escolhe os ativos que 
comporão a carteira do fundo, respeitando os objetivos e 
políticas de investimento preestabelecidas.
Distribuidores
Os distribuidores são instituições fi nanceiras, como bancos 
e corretoras, que oferecem os fundos aos seus clientes. 
Além disso, disponibilizam as cotas aos investidores inte-
ressados. Os distribuidores podem ser ligados ou não aos 
administradores.
Custodiante
Os custodiantes são as instituições fi nanceiras respon-
sáveis pela “guarda” dos ativos adquiridos pelo gestor do 
fundo. Além disso, o custodiante é o grande responsável 
por realizar a liquidação física e fi nanceira dos ativos, além 
de enviar informações aos gestores e administradores.
Cotistas
Os cotistas são os investidores que adquirem cotas dos 
fundos de investimentos.
Auditor
O administrador do fundo deve contratar um auditor in-
dependente e registrado na CVM para auditar as demons-
trações contábeis do fundo. O auditor é o grande respon-
sável por garantir aos investidores que a administração do 
fundo está ocorrendo dentro das regras preestabelecidas.
Quadro 6 - Participante dos Fundos de Investimentos / Fonte: adaptado de CVM (2016).
 
 
DESCRIÇÃO DE IMAGENS 
 
PÁGINA 91 – Quadro 6 - Participante dos Fundos de Investimentos 
 
 
INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem refere-se ao Quadro 6 - Participante dos Fundos de 
Investimentos. É composta por uma tabela com 2 colunas: tipo de envolvido e sua 
descrição. 
Administrador: O administrador é o responsável pela criação do fundo e pela defi nição de 
suas principais características, objetivos e políticas de investimento. Além disso, assume 
responsabilidades perante os cotistas e possui a obrigação de prestar uma série de serviços 
relacionados ao funcionamento e à manutenção do fundo. Por esses serviços é cobrada 
uma Taxa de Administração; 
Gestor: O gestor é o responsável por investir os recursos do fundo. Dessa maneira, é o 
gestor que escolhe os ativos que comporão a carteira do fundo, respeitando os objetivos 
e políticas de investimento preestabelecidas; 
Distribuidores: Os distribuidores são instituições fi nanceiras, como bancos e corretoras, 
que oferecem os fundos aos seus clientes. Além disso, disponibilizam as cotas aos 
investidores interessados. Os distribuidores podem ser ligados ou não aos 
administradores; 
Custodiante: Os custodiantes são as instituições fi nanceiras responsáveis pela “guarda” 
dos ativos adquiridos pelo gestor do fundo. Além disso, o custodiante é o grande 
responsável por realizar a liquidação física e fi nanceira dos ativos, além de enviar 
informações aos gestores e administradores; 
Cotistas: Os cotistas são os investidores que adquirem cotas dos fundos de investimentos; 
Auditor: O administrador do fundo deve contratar um auditor independente e registrado 
na CVM para auditar as demonstrações contábeis do fundo. O auditor é o grande 
responsável por garantir aos investidores que a administração do fundo está ocorrendo 
dentro das regras preestabelecidas. 
FIM DESCRIÇÃO. 
 
 
 
 
 
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Para investir em um Fundo de Investimento, os investidores comprarão cotas. 
As cotas representam a menor fração de um fundo, sendo assim, para encontrar 
o valor da cota, basta dividir o patrimônio líquido do fundo pela quantidade de
cotas. Para compreender melhor, verifique a Figura, a seguir:
Figura 2 - Cálculo do valor da cota / Fonte: CVM (2014a, p. 93).
Quanto à negociação das cotas, os fundos, ainda, poderão ser classificados como 
Fundos Abertos, Fundos Fechados e Fundos Exclusivos.O Fundo Aberto emite 
“ilimitadamente cotas, aceita investidores em geral e não tem limite de capi-
tal. Os recursos captados são investidos em novos ativos” (PINHEIRO, 2012, p. 
203). Dessa maneira, nos fundos abertos, é permitido a entrada de novos cotistas, 
bem como a saída dos atuais por meio do resgate de suas cotas. Nesses fundos, 
o número de cotas é variável, uma vez que novas cotas são geradas quando os
investidores aplicam recursos, e as cotas existentes “desaparecem” quando os in-
vestidores resgatam seus recursos.
Por sua vez, nos Fundos Fechados, ocorre o período de captação de recursos 
e, após esse período, “não são admitidos novos cotistas nem novos investimentos 
pelos antigos cotistas (embora possam ser abertas novas fases de investimento, co-
nhecidas no mercado como ‘rodadas de investimento’)” (CVM, 2014a, p. 95). Nesse 
sentido, nos fundos fechados, a entrada e saída dos cotistas, a qualquer momento, 
não é permitida. Caso o cotista queira comprar ou vender cotas, será necessário 
negociá-las com terceiros por meio de mercados organizados de bolsa ou balcão.
Por fim, os Fundos Exclusivos são aqueles fundos criados para receber apli-
cações, exclusivamente, de um único cotista.
 “ Oferecem uma gestão bastante personalizada dos recursos e nor-
malmente são disponibilizados pelos administradores apenas a 
clientes que possuem alto volume de recursos disponíveis para apli-
cação. Além disso, o investidor pode conseguir algumas vantagens 
Patrimônio líquido
Nº de cotas existentes
Valor dos ativos* - Despesas do fundo*
Valor da cota
Nº de cotas existentes
* Valor dos Ativos - Compõe a carteira de fundo naquela data (Títulos, ações, dólar, etc).
* Despesas do fundo - Como taxa de administração
 
 
DESCRIÇÃO DE IMAGENS 
 
PÁGINA 91 – Figura 2 - Cálculo do valor da cota 
 
 
INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem refere-se a Figura 2 - Cálculo do valor da cota. É composta 
por um fluxograma sequencial: 
Patrimônio líquido dividido pelo nº de costas existentes é igual a Valor dos ativos - 
Despesas do fundo dividido por nº de cosas existentes é igual ao Valor da cota. Abaixo a 
legenda: *Valor dos Ativos - compõe a carteira de fundo naquela data (títulos, ações, dólar, 
etc.); *Despesas do fundo - Como taxa de administração. 
 FIM DESCRIÇÃO.
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tributárias, pois a incidência do imposto de renda normalmente 
ocorre apenas no resgate das cotas pelo investidor, ainda que sejam 
realizadas diversas operações de compra e venda de ativos pelo fun-
do. Ou seja, ao contrário do que acontece com um investidor pessoa 
física, o fundo pode vender um ativo e comprar outro sem pagar 
imposto de renda no momento da operação, ainda que tenha havido 
ganho de capital. (CVM 2014a, p. 96).
Somente, os investidores profissionais poderão acessar fundos restritos, ou seja, 
esses fundos não são abertos ao público em geral.
Tipos de Fundos
O Fundo de Investimentos tem como principal característica de classificação 
os ativos nos quais ele está autorizado a investir. Sendo assim, a Instrução CVM 
n. 555 (CVM, 2014b) descreve que, quanto à composição de suas carteiras, os 
fundos classificam-se em: Fundo de Renda Fixa; Fundo de Ações; Fundo Mul-
timercado; e Fundo Cambial. Dessa maneira, é fundamental compreendermos 
cada um desses tipos de fundos.
Fundo de Renda Fixa
Este tipo de fundo deve ter como principal fator de risco de sua carteira a variação 
da taxa de juros, de índice de preços, ou ambos. De acordo com a CVM (2014b, p. 
75) “o fundo classificado como ‘Renda Fixa’ deve possuir, no mínimo, 80% (oitenta 
por cento) da carteira em ativos relacionados diretamente, ou sintetizados via de-
rivativos, ao fator de risco que dá nome à classe”. Na prática, esses fundos investem 
em ativos de renda fixa como títulos públicos federais, Certificados de Depósitos 
Bancários (CDB), Letras de Crédito Imobiliários (LCI), Debêntures, entre outros.
A depender da política de investimentos e dos ativos que integram a cartei-
ra dos Fundos de Renda Fixa, estes, ainda, podem receber os seguintes sufixos: 
Renda Fixa – Curto Prazo; Renda Fixa – Referenciados; Renda Fixa – Simples; e 
Renda Fixa – Dívida Externa. Sendo assim, compreenderemos as características 
de cada uma dessas classificações:
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Renda Fixa - Curto Prazo
De acordo com a CVM (2014a, p. 97), esse tipo de fundo deve “investir seus re-
cursos, exclusivamente, em títulos públicos federais ou privados de baixo risco de 
crédito com prazo máximo a decorrer de 375 dias e prazo médio da carteira de, 
no máximo, 60 dias”. Dessa maneira, segundo CVM (2014b), os gestores desses 
fundos só podem investir em:
■ Títulos públicos federais ou privados prefixados.
■ Títulos públicos federais ou privados indexados à taxa SELIC, à outra taxa 
de juros ou a índices de preços.
■ Títulos privados que sejam considerados de baixo risco de crédito pelo
gestor.
■ Cotas de fundos de índice que apliquem nesses tipos de títulos.
■ Operações compromissadas lastreadas em títulos públicos federais.
Normalmente, esses fundos possuem a rentabilidade atrelada às Taxas SELIC ou 
CDI e, quanto ao risco, são considerados como fundos conservadores. Ainda de 
acordo com a CVM (2014a, p. 97), esses fundos são “compatíveis com objetivos 
de investimento de curto prazo, pois suas cotas são menos sensíveis às oscilações 
das taxas de juros”.
Renda Fixa – Referenciados
Os Fundos de Renda Fixa – Referenciados acompanham a variação de um ben-
ch-mark, ou seja, de um determinado indicador de referência, que pode ser uma 
taxa de juros ou um índice de mercado.
Dessa maneira, de acordo com a CVM (2014b), esse tipo de fundo deve pos-
suir, no mínimo, 80% do seu patrimônio líquido representado, isolado ou cumula-
tivamente, por títulos da dívida pública federal, ativos de renda fixa considerados 
de baixo risco de crédito, ou, até, cotas de fundos de índices que busquem investir 
em ativos com essas características. Além disso, esse tipo de fundo deve possuir 
95% do seu patrimônio líquido investido em ativos que acompanham, direta ou 
indiretamente, um índice de referência, como a taxa DI, por exemplo. 
Segundo a CVM (2014a, p. 97), “dentre os referenciados, o fundo mais popular 
é o DI, cujo objetivo de investimento é acompanhar a variação diária das taxas 
de juros no mercado interbancário (CDI)”.
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Renda Fixa – Simples
Esse tipo de fundo deve ser constituído sob a forma de condomínio aberto, além de 
todos os documentos e informações serem disponibilizados aos cotistas, preferen-
cialmente, por meios eletrônicos. Segundo o Portal do Investidor ([2019], on-line)20: 
 “ No que se refere à segurança do investimento, os fundos simples devem 
manter no mínimo 95% do seu patrimônio em títulos públicos federais, 
operações compromissadas neles lastreadas ou títulos de emissão de 
instituições financeiras de risco de crédito no mínimo equivalente ao 
risco soberano. O gestor deve ainda adotar estratégia de investimento 
que proteja o fundo de perdas e volatilidade. Não são permitidos inves-
timentos no exterior ou concentração em crédito privado.
Os Fundos de Renda Fixa classificados como Simples, Curto Prazo e Referen-
ciado só poderão utilizar derivativos para a realização de hedge, ou seja, para 
proteção da carteira.
Renda Fixa – Dívida Externa
De acordo com a CVM (2014b), esse tipo de fundo deve possuir, no mínimo, 
80% do seu patrimônio líquido representado por títulos representativos da dívida 
externa de responsabilidade da União. Segundo a CVM (2014a), os outros 20% 
podem ser aplicados em outros títulos de crédito negociados no exterior, além 
de ser permitido que o fundo utilize derivativos, negociados no Brasil, ou não, 
com o objetivo de proteção (hedge).
Ainda, de acordo com a CVM (2014, p. 99), “para o investidor no Brasil, este 
fundo é uma forma ágil e de baixo custo operacional para aplicar em papéis do 
governo brasileiro negociados no exterior”.
Fundo de Ações
De acordo com o Portal do Investidor ([2019], on-line)20, os Fundos de Ações 
 “ Devem investir no mínimo 67% do seu patrimônio em ações admiti-
das à negociação em mercado organizado ou em ativos relacionados, 
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como bônus ou recibos de subscrição, certificados de depósito de 
ações, cotas de fundos de ações, cotas dos fundos de índice de ações 
e Brazilian Depositary Receipts (BDR) classificados com nível II e III.
A performance desse tipo de fundo está relacionada à variação dos preços das ações 
que integram a sua carteira. Sendo assim, estes fundos “podem ser compatíveis com 
objetivos de investimento de longo prazo e que suportem uma maior exposição a 
riscos em troca de uma expectativa de rentabilidade mais elevada” (CVM 2014, p. 98).
Fundo Cambial
Segundo a CVM (2014b)m esse tipo de fundo deve ter como principal fator de 
risco de carteira a variação de preços de moeda estrangeira ou a variação do cupom 
cambial. Ainda, de acordo com a CVM (2014b, p. 83), esse fundo “no mínimo 80% 
(oitenta por cento) da carteira deve ser composta por ativos relacionados direta-
mente, ou sintetizados via derivativos, ao fator de risco que dá nome à classe”.
De acordo com a CVM (2014a, p. 98), “os mais conhecidos são os chamados 
Fundos Cambiais Dólar, que buscam acompanhar a variação de cotação da moeda 
americana. Geralmente o crédito do resgate se dá no dia seguinte ao da solicitação”.
Fundo Multimercado
Normalmente, esses fundos buscam maiores rendimentos, uma vez que seus 
gestores possuem maiores liberdades de gestão. Segundo a CVM (2014a, p. 99), 
essa liberdade ocorre por este tipo fundo: 
 “ [...] apresentar política de investimento que envolva vários fatores 
de risco, sem o compromisso de concentração em nenhum fator 
em especial, podendo investir em ativos de diferentes mercados – 
como renda fixa, câmbio e ações – e utilizar derivativos tanto para 
alavancagem quanto para proteção da carteira.
Os Fundos Multimercados são compatíveis com os investidores que toleram grande 
exposição ao risco, frente à expectativa de obtenção de retornos mais elevados.
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Outros Tipos de Fundos
Além das classificações apresentadas, ainda, existem outros tipos de fundos, tais como: 
Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC)
Pode
ser constituído na forma de condomínio aberto ou fechado, porém são destina-
dos, exclusivamente, a investidores qualificados. De acordo com CVM (2014a, p. 99): 
 “ O FIDC destina parcela preponderante de seu patrimônio líqui-
do para aplicação em direitos creditórios, que são direitos e títulos 
representativos de crédito, originários de operações realizadas nos 
segmentos financeiro, comercial, industrial, imobiliário, de hipote-
cas, de arrendamento mercantil e de prestação de serviços.
O Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) também é conhecido 
como Fundos de Recebíveis.
Fundo de Investimento Imobiliário (FII)
São fundos constituídos na forma de condomínio fechado, tendo seus recursos 
destinados à “aplicação em empreendimentos imobiliários, tais como a cons-
trução e a aquisição de imóveis para posterior comercialização ou a aquisição 
de imóveis prontos para auferir renda de locação” (CVM, 2014a, p. 100). Além 
disso, esse fundo poderá adquirir títulos de valores mobiliários atrelados a em-
preendimentos imobiliários, tais como Certificados de Recebíveis Imobiliários 
(CRI), Letra de Crédito Imobiliário (LCI), entre outros. As cotas desses fundos 
são negociadas na Bolsa de Valores por meio de seu código que, normalmen-
te, é composto de quatro letras seguidas do número 11, por exemplo, KNRI11, 
HGLG11, XPLG11, entre outros.
Fundo de Índices (ETF)
Estes fundos são constituídos sob a forma de condomínio aberto e conhecidos 
como ETFs (Exchange Traded Funds). As suas cotas são negociadas em bolsa de 
valores sendo acessíveis aos investidores (CVM, 2014a). A principal característica 
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desses fundos é o fato de eles replicarem índices do mercado, tais como o Índice 
Bovespa, IBrX, entre outros. Dessa maneira, ao adquirir cota de um ETF, o inves-
tidor passa a deter as ações que compõem o índice de referência do ETF. Alguns 
dos ETFs negociados no Brasil são o BOVA11, IVVB11, SMAL11, entre outros.
Taxas e Tributação dos Fundos de Investimento
A aquisição dos fundos de investimentos envolve alguns custos, entre esses custos 
podemos destacar:
■ Taxa de Administração – é “cobrada em praticamente todos os fundos. Ela 
é divulgada como uma taxa anual, mas sua cobrança é realizada, propor-
cional e diariamente, descontada do valor da cota” (CVM, 2014a, p. 115). A 
rentabilidade divulgada pelo fundo já é líquida da taxa de administração.
■ Taxa de Performance – é “cobrada quando o resultado do fundo supe-
ra certo patamar (ou meta) previamente estabelecido no regulamento”
(CVM, 2014a, p. 115). Nem todos os fundos cobram essa taxa e, caso o
resultado do fundo fique abaixo da meta estabelecida, essa taxa não será
cobrada.
■ Taxa de Ingresso ou Saída – segundo a CVM (2014a) essas taxas não são
tão comuns no mercado brasileiro, porém pode ser cobrada uma taxa
quando o investidor adquire (taxa de ingresso) ou resgata (taxa de saída)
uma cota.
Além das taxas, há incidência de Imposto de Renda (IR) sobre as negociações 
com Fundos de Investimentos. O valor do IR depende do período que o dinheiro 
ficou investido, bem como do tipo de fundo aplicado. Para compreender melhor, 
analisaremos o Quadro, a seguir:
TIPO DE 
FUNDO
FATO GERADOR
ALÍQUOTA
SEMESTRAL
(COME-COTAS)
ALÍQUOTA DE
RESGATE
Curto Prazo 
(prazo médio 
até 365 dias)
Resgate ou se-
mestral (come-
-cotas)
20%
Até 180 dias - 22,5%
Acima 180 dias - 20%
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TIPO DE 
FUNDO
FATO GERADOR
ALÍQUOTA
SEMESTRAL
(COME-COTAS)
ALÍQUOTA DE
RESGATE
Longo Prazo 
(prazo médio 
superior a 
365 dias)
Resgate ou se-
mestral (come-
-cotas)
15%
Até 180 dias = 22,5%
181-360 dias = 20%
361-720 dias =17,5%
Acima 721 dias = 
15%
Fundos de 
Ações
Somente resgate Não tem 15%
Fundos de 
Investimen-
tos Imobiliá-
rios (FII)
No resgate e 
pode ser cobra-
do sobre rendi-
mentos
Não tem 20%
ETF Somente resgate Não tem 15%
Quadro 6: Tributação dos Fundos de Investimentos / Fonte: adaptado de CVM (2014a).
Alguns fundos de investimento possuem, como fato gerador IR, o ganho de capital 
obtido com o resgate da cota. No entanto, sobre os fundos de Curto Prazo e Longo 
Prazo há incidência semestral do come-cotas. Segundo a CVM (2014a, p. 117 - 118):
 “ O Imposto de Renda dos fundos de investimentos (exceto fundo de 
ações e fundos fechados) é recolhido no último dia útil dos meses de 
maio e novembro, em um sistema denominado “come-cotas”. Para 
esse recolhimento é usada a menor alíquota de cada tipo de fundo: 
20% para fundos de tributação de curto prazo e 15% para fundos de 
tributação de longo prazo. Dessa forma, a cada seis meses, os fundos 
automaticamente deduzem esse imposto de renda dos cotistas, em 
função do rendimento obtido pelo fundo nesse período.
Ainda, de acordo com a CVM (2014a, p. 118), “no momento do resgate da aplicação 
do investidor, se for o caso, será feito o recolhimento da diferença, de acordo com a 
alíquota final devida, conforme o prazo de permanência desse investimento no fundo”.
Além do imposto de renda, poderá incidir sobre os fundos de investimentos 
o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Esse imposto só é cobrado caso 
o investidor resgatar a sua conta em um período inferior a 30 dias. O percentual 
desse imposto é regressivo e a sua alíquota varia de 96% a 0% sobre os rendimen-
tos auferidos com a venda da cota.
 
 
DESCRIÇÃO DE IMAGENS 
 
PÁGINA 98-99 – Quadro 6: Tributação dos Fundos de Investimentos 
 
 
INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem refere-se ao Quadro 6: Tributação dos Fundos de 
Investimentos. É composta por uma tabela com 4 colunas: Tipo de fundo, Fato gerador, 
Alíquota semestral (come-cotas) e Alíquota de resgate. 
Curto prazo (prazo médio até 365 dias) - Resgate ou semestral (come-cotas) - 20% - Até 
180 dias - 12,5%, Acima de 180 dias - 20%; 
Longo prazo (prazo médio superior a 365 dias) - Resgate ou semestral (come-cotas) - 15% 
- Até 180 dias = 22,5%, 181-360 dias = 20%, 361-720 dias = 17,5%, Acima de 721 dias = 15%; 
Fundos de Ações - Somente resgate - Não tem - 15%; 
Fundos de Investimentos Imobiliários (FII) - No resgate e pode ser cobrado sobre 
rendimentos - Não tem - 20%; 
ETF - Somente resgate - Não tem - 15% 
FIM DESCRIÇÃO. 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, estudamos sobre os produtos de renda fixa e sobre os fundos de 
investimento. Iniciamos a nossa discussão tratando dos produtos de renda fixa 
que são emitidos por instituições financeiras.
Com isto, o nosso primeiro passo foi entender o investimento que é conside-
rado como mais popular e seguro: a Caderneta de Poupança. A Poupança possui 
baixos riscos e alta liquidez, o que faz com que o seu rendimento, tradicional-
mente, seja baixo.
Verificamos, também, as características do Certificado de Depósito Bancário 
(CDB), que, segundo a Cetip ([2019], on-line)13, é um dos instrumentos financei-
ros mais tradicionais do mercado financeiro brasileiro e o título de Renda Fixa 
mais adquirido pelo investidor pessoa física, sendo, também, uma importante 
fonte de captação de recursos para as IFs.
Analisamos os títulos emitidos pelas empresas, como as notas promissórias 
e as debêntures, que são títulos importantes para que as empresas possam captar 
recursos no mercado de capitais e, também, são opções interessantes para os 
investidores alocarem seus recursos.
Estudamos os títulos públicos federais, observando as suas vantagens, os tipos 
de títulos prefixados e pós-fixados, as formas de efetuar as compras e os custos. 
Por fim, analisamos os fundos de investimento, que representam uma estru-
tura formal de investimento coletivo, uma vez que reúne recursos financeiros de 
diferentes investidores. Verificamos todos os participantes desse mercado, como 
realizar o cálculo do valor da cota, os diversos tipos de fundos e as suas taxas e tri-
butação. Com isso, conseguimos entender o porquê de esse tipo de investimento 
se popularizar no Brasil, algo que se dá, principalmente, pela gestão profissional 
que os fundos proporcionam para os investidores.
Agora, iniciaremos a leitura da Unidade 4, que tratará do mercado de ações.
101
na prática
1. O mercado de renda fi xa proporciona investimentos cuja remuneração ou sua for-
ma de cálculo é conhecida no momento da aplicação. Os investimentos de renda 
fi xa são, portanto, menos arriscados e recomendados para os investidores de perfi l 
conservador. Diante disso, explique sobre as formas de remuneração da Poupança 
e dos CDBs.
2. O Certifi cado de Depósito Interbancário (CDI) é emitido pelas IFs e servem como 
lastro para as operações do mercado interbancário. Ele é considerado referência 
para a maior parte dos títulos de renda fi xa que são ofertados aos investidores, 
constituindo-se como um dos mais importantes benchmark do mercado fi nanceiro. 
Nesse sentido, o CDI é considerado o custo de oportunidade dos participantes do 
mercado fi nanceiro e, com is so, é visto como a rentabilidade mínima para que um 
investimento, no mercado de renda fi xa, seja interessante. Já a taxa básica de juros 
da economia, a Taxa Selic, é considerada a taxa de referência dos títulos públicos 
(“custo do dinheiro público”). Diante disso, explique qual é a relação entre a Taxa 
DI-Cetip e a Taxa Selic.
3. Assinale (V) para Verdadeiro ou (F) para Falso.
( ) Os títulos públicos são ativos de renda variável e emitidos pelo Tesouro Nacional 
(TN) com o intuito de captar recursos para o fi nanciamento da dívida pública e 
das atividades governamentais .
( ) Os títulos públicos são os ativos de menor risco da economia, pois são 100% 
garantidos pelo Tesouro Nacional, ou seja, o Governo Federal garante o seu 
pagamento .
( ) As debêntures incentivadas são o único título que são isentas de Imposto de 
Renda nos juros e num eventual ágio do título .
( ) A principal diferença entre o CDB e o RDB é que o primeiro, por se tratar de re-
cibo representativo de depósito a prazo em Instituição Financeira, é inegociável 
e intransferível.
102
na prática
Assinale a alternativa correta:
a) V; V; F; V.
b) F; F; V; V.
c) V; F; V; F.
d) F; V; V; F.
e) F; V; V; V.
4. Os fundos de investimentos apresentam diferentes envolvidos. Um desses envol-
vidos é responsável por escolher os ativos que comporão o fundo, ou seja, é res-
ponsável por investir os recursos do fundo, obedecendo às normas e políticas de
investimentos preestabelecidas. Esse envolvido é denominado de:
a) Auditor.
b) Gestor.
c) Administrador.
d) Custodiante.
e) Distribuidor.
5. Um determinado tipo de fundo é constituído na forma de condomínio aberto e
possui como uma das suas principais características o fato de replicar determinado
índice de mercado, como o Índice Bovespa, por exemplo. Dessa forma, esse fundo
é conhecido como:
a) Fundo de Ação.
b) Fundo Multimercado.
c) Fundo de Renda Fixa.
d) ETF (Exchange Traded Funds).
e) Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC).
103
aprimore-se
A TR foi criada no ano de 1991 , com o Plano Collor II, e possuía os seguintes objetivos: 
a desindexação e o combate à hiperinfl ação. Atualmente, a TR se confi gura como uma 
taxa de juros de referência, ou seja, um indicador geral da economia brasileira. Por isso, 
é utilizada na hora de calcular o rendimento de determinadas aplicações fi nanceiras, 
como a caderneta de poupança. A TR também é utilizada para reajustar algumas for-
mas de contrato, como os contratos do Sistema Financeiro da Habitação – SFH. Portan-
to, é uma taxa muito importante e que afeta, diretamente, o bolso de várias pessoas.
O Banco Central, que é a organização responsável pelos valores da TR, a partir 
de fevereiro de 2018, passou a calcul á-la com base nas taxas de juros das Letras do 
Tesouro Nacional (LTN), utilizando-se da seguinte fórmula:
R= a + (b x TBF)
Em que: 
R é o redutor; 
a é um valor fi xo igual a 1,005 (valor defi nido na criação da TR); 
b depende do valor da TBF e é divulgado pelo Banco Central; 
TBF é a Tarifa Básica Financeira.
Depois de encontrar o valor de R, basta substituir os valores na fórmula a seguir 
e encontrar o valor da TR:
( ){ }TR=100 1+TBF÷100 ÷R -1é ùë û
É importante dizer que, quando o cálculo da TR dá um valor negativo, por con-
venção do próprio Banco Central, ele passa a ser considerado zero, assim como 
ocorreu em vários meses de 2018
Fonte: adaptado de Toro Investimentos ([2019], on-line)21.
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eu recomendo!
Fundos Imobiliários - Investimento Inteligente em Imóveis
Autor: Danilo Bastos
Editora: Baraúna
Sinopse: investir em imóveis sempre foi um bom negócio para os 
que o fazem de forma correta. Investir em imóveis por meio de 
Fundos Imobiliários é uma maneira muito mais prática, barata e 
efi ciente em termos de segurança, liquidez e rentabilidade. Entre-
tanto, onde obter informações confi áveis sobre esse tipo de investimento? Este 
livro, o primeiro lançado no Brasil sobre o tema, foi pensa do para preencher essa 
lacuna na área de educação fi nanceira. Ele surge como um guia completo , capaz 
de ensinar o leitor a compreender e a investir de forma inteligente em imóveis, 
para obtenção de renda passiva por intermédio de Fundos Imobiliários.
livro
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
anotações
ASAS
AÇÕESAÇÕES
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • As ações • Os eventos sobre as 
ações • As formas de remuneração dos acionistas • As características técnicas das ações • O processo de 
negociação das ações • As escolas de análise de investimento • Os custos e tributação na negociação 
com ações.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Expressar os principais conceitos sobre ações • Apresentar os eventos sobre as ações • Exibir os merca-
dos para as negociações das ações • Compreender as características técnicas das ações • Analisar como 
ocorre o processo de negociação das ações • Explicar os custos e tributação na negociação com ações.
PROFESSOR
Dr. Arthur Gualberto Bacelar da Cruz Urpia
INTRODUÇÃO
Olá, seja bem-vindo(a)! Abordaremos, nesta quarta unidade, as ações. As-
sim como foi discutido nas unidades anteriores, o mundo dos investimen-
tos é altamente diversifi cado e os investidores possuem diversas opções 
para realizar seus investimentos. Entre essas opções estão as ações. Os in-
vestimentos em ações têm sido cada vez mais atrativos para os investidores 
brasileiros, principalmente, devido à possibilidade de obter um alto ganho. 
No ano de 2019, a B3 (Bolsa de Valores ofi cial do Brasil) apresentou mais 
de um milhão de cadastros, o que fez que muitos investidores e analistas se 
perguntassem se o mercado de ações, no Brasil, iria se popularizar.
Es se avanço no número de investidores na bolsa, em muito, deve-se à 
atual conjuntura econômica brasileira de baixa taxa Selic, o que torna o 
mercado de renda fi xa menos atrativo . Todavia, também se deve à maior 
facilidade de acesso aos produtos fi nanceiros, com as novas plataformas 
tecnológicas das corretoras de valores e, principalmente, mediante a di-
fusão do conhecimento sobre esse mercado. O conhecimento é vital para 
quem deseja operar com ações.
Partindo des sa premissa, esta unidade está repleta de conteúdo impor-
tante sobre as ações, tais como: os eventos sobre as ações; os mercados para 
as negociações das ações; as formas de remuneração dos acionistas; as carac-
terísticas técnicas das ações; o processo de negociação das ações; as escolas 
de análise de investimento e os custos; e tributação na negociação com ações.
A partir dessas discussões , você terá a oportunidade de conhecer o 
mercado de ações do ponto de vista teórico e de ter acesso a diversas ques-
tões práticas que fazem parte do mundo dos investidores e dos analistas de 
mercado. Portanto, esse será um bom começo para quem tiver interesse em 
iniciar as operações no mercado de ações. Esperamos que tenha um ótimo 
momento de aprendizagem!
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ASAS
AÇÕESAÇÕES
Ação é um título patrimonial de renda variável que representa
a menor parcela 
do capital social das companhias ou sociedades por ações. Sendo um título pa-
trimonial, concede aos acionistas “[...] todos os direitos e deveres de um sócio, 
no limite das ações possuídas” (CVM, 2014a, p. 72). Ou seja, ao adquirir a ação, 
o acionista se torna coproprietário do empreendimento, tendo direito à partici-
pação no resultado da empresa, mas possuindo, também, determinados deveres.
As ações são títulos de participação negociáveis e, portanto, os acionistas po-
dem se tornar coproprietários apenas temporariamente. Is so abre espaço para a 
ação dos especuladores, como os investidores que realizam day trade (a possibili-
dade de especulação no mercado de ações, que será trabalhada mais a frente). Em 
relação às responsabilidades dos acionistas, “(...) cada acionista responde apenas 
pelo preço de emissão das suas ações, não possuindo nenhuma responsabilidade 
adicional por compromissos assumidos pela companhia, nem mesmo no caso de 
liquidação da companhia” (CVM, 2014a, p. 122). Além disso: 
“ Atualmente, as ações são predominantemente escriturais, sem emis-
são de certifi cado físico, mantidas em contas de depósito, em nome 
dos titulares e em instituição contratada pela companhia para a 
prestação desse serviço, em que a propriedade é comprovada através 
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de extrato de posição acionária. As ações devem ser sempre nomi-
nativas, não mais sendo permitida, desde 1990, a emissão e a nego-
ciação de ações ao portador ou endossáveis (CVM, 2014a, p. 72-73).
É importante salientar que apenas as ações emitidas pelas companhias ou socie-
dades por ações registradas na CVM, que são as chamadas companhias abertas, 
“[...] podem ser negociadas publicamente no mercado de valores mobiliários” 
(CVM, 2014a, p. 72). As ações fornecem vantagens tanto para as empresas quanto 
para os investidores, tal como apresentadas no quadro a seguir : 
Vantagens para as Empresas Vantagens para os Investidores
Uma empresa de capital aberto tende a ter 
um diferencial competitivo, tendo em vista a 
transparência e a confi abilidade necessárias 
nas suas informações básicas fornecidas ao 
mercado, o que facilita os negócios e atrai o 
consumidor fi nal , gerando maior reputação . 
A abertura de capital pode solucionar diver-
sos problemas relativos a processos suces-
sórios, heranças e estratégias empresariais . 
As companhias listadas nos segmentos 
diferenciados da B3 recebem um Selo de 
Governança Corporativa que é reconhecido 
internacionalmente . 
As ações negociadas podem integrar os 
índices da B3, os quais proporcionam , às 
companhias , visibilidade e maior demanda 
pelos seus papéis.
Potencial de boa rentabilidade no 
longo prazo . 
Recebe dividendos periodicamente .
 Não precisa de muito dinheiro para 
investir . 
Pode comprar ou vender suas ações 
no momento em que desejar . 
É possível emprestar suas ações e 
ganhar um rendimento extra .
Quadro 6 - Vantagens das ações / Fonte: adaptado de B3 ([2019], on-line)22.
Após essa explicação inicial sobre às ações, faz-se necessário entender alguns con-
ceitos importantes, tais como a classifi cação das ações. No que diz respeito a o fato de 
possuir , ou não , direito a o voto e prioridade na distribuição de dividendos, as ações 
podem ser classifi cadas em ações ordinárias e ações preferenciais. As ações ordiná-
rias, que são representadas pela sigla ON, são aquelas que proporcionam participação 
nos resultadas da empresa aos acionistas e direito a o voto em assembleias gerais.
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Já as ações preferenciais, que são representadas pela sigla PN, são aquelas 
que garantem a prioridade de dividendos aos acionistas e, no caso de dissolu-
ção da empresa, prioridade no reembolso de capital . Contudo, em geral, não 
conferem direito a o voto em assembleia. Em troca da supressão do direito a o 
voto, as companhias abertas podem oferecer algumas vantagens aos detentores 
das ações preferenciais, tais como: dividendos, pelo menos, 10% maiores do que 
 os oferecido s aos acionistas detentores das ações ordinárias e “direito de serem 
incluídas na oferta pública em decorrência de eventual alienação de controle” 
(CVM, 2014a, p. 127).
Dois importantes eventos ocorrem envolvendo a emissão de ações. O primei-
ro é intitulado : split de ações ou desdobramento. Esse evento tem como obje-
tivo aumentar a liquidez dos papéis da empresa emissora das ações, de tal forma 
que a torne acessível a um maior número de investidores. Para que is so ocorra, 
o valor individual da ação tem que se reduzir, algo alcançado por meio de uma
operação em que a ação da empresa é dividida em novas ações. Nes sa operação,
não ocorre modificação no capital da sociedade , nem alteração da participação
acionária dos antigos acionistas, uma vez que estes recebem, gratuitamente, novas 
ações , de forma a anular a diluição da sua participação acionária. Portanto, com
o split de ações, apenas o valor individual da ação decresce.
O segundo evento é intitulado inplit ou agrupamento e objetiva uma redu-
ção da quantidade de ações de determinada companhia aberta em circulação. Is so 
ocorre com o intuito de ampliar o valor de mercado da ação , de forma a valorizar 
a imagem da companhia no mercado. Nes sa operação, não ocorre alteração do 
capital social da companhia.
Os mercados para as negociações das ações 
As negociações das ações podem se dar nos seguintes mercados:
Mercado primário: mercado em que ocorre a colocação de ações provenien-
tes de novas emissões. As companhias abertas utilizam esse mercado tendo como 
intuito captar novos recursos diretamente de investidores, que são os subscrito-
res da emissão. Para os investidores adquirirem as ações emitidas pelas empresas 
no mercado primário, eles necessitam procurar instituições auxiliares do Sistema 
Financeiro que são especializadas em operações de lançamento de ações nesse 
mercado, as denominadas Underwriters. No Brasil, operam como Underwriters os 
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Assim como qualquer empreendedor que realiza um investimento com o intuito 
de se apropriar dos lucros do negócio, os investidores, ao se tornarem acionistas, 
bancos múltiplos ou bancos de investimento, distribuidoras e corretoras de valores. 
Essas instituições orientam as empresas em como abrir em seu capital . No entanto, 
dado que as ações representam uma parcela do capital social das companhias 
abertas, elas não podem ser resgatadas em data pré-defi nida (BM&FBOVESPA, 
2010), poderia inviabilizar a entrada de determinados investidores nesse merca-
do. Para evitar a problemática, foi criado o mercado secundário, que possibilita 
a negociação das ações por parte dos investidores com terceiros. 
Mercado secundário: é o ambiente em que ocorre a negociação das ações 
adquiridas no mercado primário, ou seja, é o local em que os investidores nego-
ciam e transferem entre si as ações emitidas pelas companhias abertas no mer-
cado primário, algo que ocorre nas Bolsas de Valores (que é um ambiente do 
mercado secundário). Com is so, esse mercado proporciona liquidez às ações emi-
tidas no mercado primário. É importante destacar que, no mercado secundário, 
não há a participação das empresas, pois ocorre a transferência de propriedade 
e de recursos somente entre os investidores.
AS FORMAS DE REMUNERAÇÃOAS FORMAS DE REMUNERAÇÃO
DOS ACIONISTASDOS ACIONISTAS
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após determinado tempo, desejam participar dos resultados da companhia aberta 
a qual realizou o investimento. A valorização da cotação das suas ações constitui 
a principal forma de remuneração dos acionistas. Entretanto, diante dos riscos 
presentes no mercado de ações, não há garantias de que haverá uma valorização 
dos preços das ações. Isso se deve, pois os preços se caracterizam por terem uma 
alta volatilidade e por dependerem de fatores internos e externos à companhia, 
bem como das perspectivas para o setor em que ela atua; e para a economia de 
uma forma geral, o que faz com que
os preços das ações sejam altamente voláteis. 
“Em casos extremos, as ações podem, inclusive, perder totalmente seu valor, como 
é o caso, por exemplo, da liquidação de uma companhia (falência), em que todo 
o patrimônio seja usado para quitar as dívidas existentes” (CVM, 2014a, p. 74).
Ao se tornarem sócios das empresas, os acionistas passam a ter direito à par-
ticipação dos resultados das empresas e podem ter acesso às seguintes formas 
de remuneração: recebimento de dividendos de juros sobre o capital próprio, de 
bonificações e direito de subscrição. Quando uma empresa gera lucro, este, em 
geral, é destinado para reinvestimentos em projetos de expansão, para constitui-
ção de reservas e para pagamentos de dividendos.
Dessa forma, dividendos é a parcela dos lucros paga aos acionistas em dinhei-
ro, estabelecida no Estatuto Social da empresa, após a aprovação da Assembleia 
Geral Ordinária. O Estatuto Social é o documento que dá origem à sociedade e 
especifica as suas principais regras, que devem ser seguidas por administradores e 
acionistas, tais como: qualificação, tipo jurídico, denominação, localização, objeto 
social, forma de integralização, valor do capital social e data de encerramento do 
exercício social. O pagamento de dividendos depende do lucro que cada empresa 
obtém em cada ano, o que faz que os valores variem ao longo do tempo.
A oferta de dividendos funciona como uma maneira da empresa recompen-
sar seus acionistas e atrair novos investidores. Por isso, a maioria das empresas 
saudáveis financeiramente e que não necessitam de tanto reinvestimento de ca-
pital distribuem dividendos. Com isso, há investidores que se especializam em 
adquirir ações de empresas que pagam dividendos, formando uma estratégia de 
investimento, de tal forma a montar uma “carteira de dividendos”. Para auxiliar 
esses investidores, as principais corretoras de valores indicam uma carteira com 
ações de empresas que são boas pagadoras de dividendos.
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Para os investidores que optam por formar uma estratégia de investimento 
que vise a construção de uma carteira de ações tendo como foco os dividendos, é 
essencial conhecer e realizar a análise de um determinado indicador: o Dividend 
Yield. Esse indicador, que pode ser traduzido como “Rendimento de Dividendo”, 
mensura o retorno da ação de acordo com o provento pago. 
No que diz respeito aos dividendos, é importante, ainda, ressaltar que, desde 
1996, os acionistas estão isentos do IR na fonte sobre o valor recebido em forma 
de dividendos, ampliando, assim, a rentabilidade das ações. 
Os Juros sobre o capital próprio (JCP), assim como os dividendos, re-
presenta a distribuição dos lucros de uma empresa de capital aberto aos seus 
acionistas, “[...] por meio do pagamento de juros sobre o capital próprio com base 
em reservas patrimoniais de lucros retidos em exercícios anteriores” (B3, [s. d.], 
p. 80), algo que substitui total ou parcialmente o dividendo. Esse procedimento 
segue regulamentação específica. As empresas obtêm uma espécie de benefício 
fiscal ao distribuírem seus lucros via JCP, uma vez que esse tipo de provento é 
considerado uma despesa, por ser descontado antes do lucro líquido, o que faz 
que a empresa pague menos IR. Entretanto, os investidores são tributados com 
taxa de IR de 15% retido diretamente na fonte. Portanto, para os investidores, os 
JCP é um tipo de provento que se diferencia do recebimento de dividendos, pois 
ele deverá pagar 15% de IR na fonte.
 O Dividend Yield (DY) mostra a relação entres os dividendos distribuídos e o preço atual 
da ação da empresa. O cálculo do DY é bem simples, pois basta realizar a divisão do valor 
de dividendos pagos em determinado período pelo preço individual da ação, antes dessa 
distribuição de dividendos. Por fim, basta multiplicar o resultado obtido dessa divisão por 
100. Para facilitar a compreensão do cálculo do DY, observe o exemplo a seguir:
Imagine que um investidor tenha ações do Itaú em carteira e, neste ano, a empresa tenha 
pago R$ 5,00 de proventos por cada ação. Suponha que o preço do ativo estivesse em R$ 
45,00. Nesse caso, o DY seria de 11,1%.
DY=(5,00/45,00)x100=11,1
Nesse exemplo, o resultado indica que cada ação retornou 11,1% em dividendos Itaú nes-
se período, o que seria um resultado muito interessante, principalmente, no atual contex-
to de baixas taxas de juros.
Fonte: adaptado de Toro Investimentos ([2019], on-line)23.
explorando Ideias
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Para fazer o cálculo dos JCP, é necessário analisar documentos e demons-
trativos contábeis da empresa, tais como: Escritura Contábil Fiscal, balancetes 
contábeis e livros razões. 
A Bonifi cação em ações “ [...] representa a atualização da cota de partici-
pação do acionista no capital da empresa” (B3, [s. d.], p. 80), sendo resultante do 
aumento de capital, por incorporação de reservas ou lucros em suspenso.
A Bonifi cação em dinheiro , além de distribuir os dividendos, excepcional-
mente, as empresas poderão conceder uma participação adicional nos lucros aos 
seus acionistas, realizando, portanto, uma bonifi cação em dinheiro.
O Direito de Subscrição, também conhecido como “direito de preferência”, 
representa o direito dos acionistas de subscrever em, prioritariamente, as ações no 
caso de emissão de novas ações por parte da companhia, pelo preço de emissão 
e na proporção das ações já possuídas. Caso não tenham interesse em realizar 
a subscrição, os acionistas podem vender esse direito a um terceiro, em bolsa.
Esse direito acontece , porque, ao adquirir ações de uma companhia aberta, o 
acionista passa a ser titular de uma fração do capital social da companhia. Toda-
via, diante de um aumento do capital social da companhia e da emissão de novas 
ações, as ações detidas pelo acionista passam a representar uma fração menor do 
capital, mesmo que o valor da moeda seja o mesmo. Em outras palavras, diante 
da emissão de novas ações, ocorre a diluição de participação do capital social 
dos antigos acionistas. Com is so, a lei assegura o Direito de Subscrição das novas 
ações para os acionistas, para evitar que eles tenham a diluição de participação 
do capital social. O Direito de Subscrição de novas ações, nesse sentido, permite 
que os acionistas mantenham exatamente a mesma participação do capital social 
que possuíam antes da emissão das novas ações.
O Aluguel de Ações é uma operação muito utilizada para os investidores que 
“operam vendido” na bolsa, tal como em uma venda a descoberto. Esse serviço 
é oferecido pela BM&FBOVESPA por meio do Banco de Títulos (BTC). Nessa 
operação, a bolsa atua como contraparte, garantindo que as operações e as so-
ciedades corretoras ou distribuidoras de valores atuem como intermediadoras, 
podendo disponibilizar os ativos para empréstimos, tanto próprios quanto de 
clientes que tenham autorizado a operação (CVM, 2014a).
O aluguel de ações consiste em ser um serviço que é regulamentado por instru-
ções específi cas no Conselho Monetário Nacional (Resolução 2268) e por normas 
da própria CBLC (Resolução 009/96), em que o dono da ação (locador), normal-
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Para realizar transações com ações, é fundamental conhecer o código de nego-
ciação das ações, pois cada código representa uma ação diferente. Assim, para 
adquirir a ação da empresa que deseja, o investidor precisa saber exatamente qual 
é o código que representa a empresa, uma vez que a compra das ações no Home 
Broker é realizada via código da ação. O código pode mudar dependendo do tipo 
de mercado. Os códigos são formados por uma combinação de letras e números : 
mente, um investidor de longo prazo , aluga as suas ações por prazo determinado e 
mediante a cobrança de uma taxa. Dessa forma, esse investidor tem a possibilidade 
de ganhar, além da valorização das ações e dos dividendos, o seu aluguel. Por isso, o 
investidor recebe uma remuneração acordada, que é deduzida dos impostos, mais 
um valor adicional de 0,05% ao ano sobre
o volume emprestado.
Durante o período de aluguel das ações, ocorre a transferência temporária da 
propriedade da ação para o locatário, que passa, inclusive, a exercer o direito de 
voto. Entretanto , o locador mantém o direito aos proventos, como dividendos e 
juros sobre capital próprio, que lhes serão assegurados pelo BTC, além do direito 
à subscrição das ações.
AS CARACTERÍSTICASAS CARACTERÍSTICAS
TÉCNICAS TÉCNICAS 
das açõesdas ações
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eles possuem sempre 4 letras, em caixa alta, que representam o nome da empresa. 
Por exemplo PETR3 (da Petrobras) ou USIM5 (de Usiminas).
 O número que segue as letras indica o tipo de papel que está sendo adquirido. 
Para o mercado à vista, os principais códigos são os seguintes: 
I - O número 1 é o código que representa um direito de subscrição (com-
pra) de uma ação ordinária. Assim, enquanto as ações estiverem sendo 
subscritas, no Home Broker do acionista, aparecerão dois códigos: o da 
ação ordinária e o da ação com código 1. Por exemplo: PETR3 (ação 
ordinária da Petrobras) e PETR1 (ação da Petrobras com direito de 
subscrição). 
II - O número 2 é o código utilizado para representar um direito de subs-
crição de uma ação preferencial. Por exemplo: o BBDC2 é o direito de 
subscrição da empresa Bradesco. 
III - O número 3, que é um código bastante utilizado, representa as ações 
ordinárias (ON). Por exemplo: VALE3 (Vale do Rio Doce). 
IV - O número 4 é o código que representa as ações preferenciais (PN). Por 
exemplo: PETR4 indica as ações preferenciais da Petrobras. 
V - O número 11 é o código utilizado para representar os BDRs (Brazilian 
Deposit Receipts), que são os certificados de depósitos de ações de compa-
nhias do exterior listadas na bolsa brasileira; e os Units, que são “pacotes” 
de ações, os quais contêm tanto ações ordinárias quanto preferenciais, 
sendo, assim, compostos por mais de uma classe de valores mobiliários. 
São negociados no mercado como uma unidade (pacote fechado).
A negociação das ações pode ser realizada em lote padrão, ou seus múltiplos, 
e, também, em lote fracionário, especificamente para o mercado à vista. O lote 
padrão é o lote de títulos de características idênticas e em quantidade prefixada 
pelas bolsas, o que facilita a negociação entre compradores e vendedores, por 
criar parâmetros mínimos para a negociação, além de facilitar a negociação de 
grandes volumes de ações pelos grandes players. O lote padrão é determinado 
pelo emissor, sendo, geralmente, igual a 100 na BM&FBovespa. Um lote padrão 
de 100 é composto por 100 ações individuais da empresa. Com isso, se um in-
vestidor está interessado em executar uma ordem de compra ou venda de uma 
ação de uma empresa cujo lote padrão é 100, sua ordem pode ser de 100 ou seus 
múltiplos (200, 300, 400, 500 etc.), mas não de 40 ou 330, por exemplo, pois uma 
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ordem com qualquer quantidade diferente de um lote padrão ou seus múltiplos 
é considerada inválida. Assim, se o preço de uma determinada ação é de R$ 15,00 
e o seu lote padrão é de 100 unidades, o investidor terá que gastar, no mínimo, 
R$ 1.500,00 para adquirir as ações.
Como algumas ações possuem o valor nominal alto, isso poderia inviabili-
zar a aquisição de lotes padrões por parte do pequeno investidor. Por isso, a B3 
criou o mercado fracionário, que permite a negociação de ações com quantidade 
inferior ao seu lote padrão, reduzindo, assim, o custo de transação e, consequen-
temente, facilita a entrada do pequeno investidor nas bolsas de valores. Portanto, 
o mercado fracionário permite a negociação de ações em frações do lote padrão, 
ou seja, a negociação de ações pode se dar por quantidades unitariamente. Para 
negociar ações no mercado fracionário (compra ou venda) cuja quantidade de 
ações varia de 1 a 99, basta acrescentar a letra F depois do número. Com isso, caso 
um investidor esteja interessado em adquirir ações preferenciais da Petrobras, ele 
tem as seguintes opções: 
I - No mercado à vista: PETR4 – lote padrão de 100 ações e seus múltiplos 
(200, 300, 400 etc.)
II - No mercado fracionário: PETR4F – lote de 1 a 99 ações. 
No exemplo dado, em que o preço da ação é de R$ 15,00, no mercado fracionário, 
o investidor poderia adquirir apenas uma ação, tendo um gasto mínimo de R$ 
15,00. Observe que, tal como apontado para esse exemplo, para adquirir um lote 
padrão, um investidor teria que gastar, no mínimo, R$ 1.500,00. Portanto, o valor 
mínimo, para um investidor operar com o lote padrão, seria 100 vezes o valor 
mínimo necessário para operar no mercado fracionário.
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É comum o investidor ter alguns questionamentos ao iniciar as suas operações no 
mercado de ações. Entre esses questionamentos , estão: qual é o valor mínimo para 
investir em ações? Como começar a investir? Como funciona o pregão? Como 
comprar ações? Essa seção busca responder a esses e outros questionamentos 
importantes que todo investidor inicial tem ao começar a operar com ações.
Em relação ao valor mínimo para começar a investir em ações, não há um 
valor fi xo. O valor mínimo necessário para iniciar as operações é algo que de-
pende do preço da ação que se está interessado em adquirir (lembre-se que já 
foi discutido que, no mercado fracionário, o investidor pode adquirir a partir de 
uma unidade de ação de uma empresa) e da Corretora de Valores que o investidor 
escolhe para operar, pois algumas taxas cobradas dependem de cada corretora 
(isso será tratado na próxima seção).
Já em relação a como começar a investir, também, há três possibilidades para 
o investidor. São elas:
I - Individualmente: nesta situação, o próprio investidor contrata os ser-
viços de uma Corretora de Valores e, com a assessoria dos profi ssionais 
dessa instituição, acessa o home broker da corretora e executa uma or-
dem de compra da ação desejada . 
O PROCESSOO PROCESSO
DE NEGOCIAÇÃODE NEGOCIAÇÃO
das açõesdas ações
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II - Via Clubes de Investimentos: é uma modalidade de investimento co-
letivo, em que o investidor não decide sozinho como aplicar seu dinhei-
ro. Os Clubes de Investimentos são “[...] constituídos como condomínios 
que reúnem recursos de um conjunto de investidores com o objetivo de 
rentabilizá-los através da aquisição de uma carteira de títulos ou valores 
mobiliários no mercado fi nanceiro” (B3, [s. d.], p. 218) .
III - Fundos de Investimentos: constitui-se, também, como um instru-
mento de investimento coletivo, em que os investidores, também, são 
denominados de cotistas. Os investidores, ao aplicar em em fundos de 
investimento, compram uma determinada quantidade de cotas e concor-
da m em pagar uma taxa de administração ao administrador do fundo.
No que diz respeito ao funcionamento do pregão, de compras das ações, das ordens de 
compra e venda e, portanto, dos sistemas de negociação , há a ocorrência de duas formas:
I - Via mesa de operações: é o “ [...] ambiente no qual o Intermediário 
recebe as ordens e as encaminha ao sistema de negociação competente, 
para cumprimento” (B3, [s. d.], p. 461). A mesa de operações pode agir 
de duas formas: sob demanda ou de forma ativa, situação na qual entra 
em contato com o cliente para prestar informações sobre preços ou dar 
sugestões. A mesa é indicada para quem não quer operar sozinho e busca 
auxílio de profi ssionais para montar a melhor estratégia e executar suas 
ordens. A mesa também é indicada para os grandes traders que procu-
ram atendimento personalizado, maior variedade de produtos fi nancei-
ros, maior velocidade e segurança no lançamento e execução de ordens 
no mercado, assessoria e suporte de profi ssionais especializados em cada 
produto etc. Os investidores possuem acesso à mesa de operações via 
chat, e-mail e por telefone. Isso torna a mesa de operações um meio de 
contingência para o investidor do home broker, em caso de falhas (como 
as falhas de conexões via internet).
II - Via Home Broker: é “ [...] uma ferramenta de acesso
aos mercados da 
bolsa, oferecida por quase todas as corretoras, por meio da qual os inves-
tidores podem negociar diretamente pela internet, enviando ordens de 
compra e venda” (CVM, 2014a, p. 288). As ordens trafegam pela infraes-
trutura tecnológica da corretora para alcançar as plataformas de nego-
ciação da bolsa. Além de executar suas ordens, o home broker também 
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possibilita que os investidores possam ter acesso às cotações dos ativos 
negociados e às informações fi nanceiras de sua conta, sempre com a 
supervisão da corretora credenciada. Seu uso traz , como benefícios para 
os investidores , a praticidade e a agilidade nas operações, além do acesso 
às cotações dos ativos, o que facilita o acompanhamento da carteira de 
ações pelo investidor.
Figu ra 3 – Home Broker / Fonte: Capital e Valor ([2019], on-line)24.
O investidor, também, via o home broker, pode acompanhar o andamento do 
mercado. Para isso, o sistema exibe o chamado “book de ofertas” (livro de ofertas), 
que consiste em ser uma lista com todas as ordens dadas pelos investidores de 
compra e venda de um determinado ativo fi nanceiro. O book de ofertas, portanto, 
traz as intenções de compra e venda de ativos negociados em bolsa, incluindo 
o tamanho do lote que se deseja comprar ou vender e o nível de preço. O canto
inferior esquerdo da fi gura anterior traz um exemplo de book de ofertas para a
ação da Petrobras (PETR4).
No book de ofertas, as ordens de compra de algum ativo são listadas em forma 
decrescente , de acordo com o valor, e as ordens de vendas são listadas em ordem 
crescente, também de acordo com o valor. Com isso, no topo do book de ofertas, 
constam as ordens de compra de maior valor (na esquerda) e as ordens de venda 
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de menor valor (na direita). As ordens de venda e de compra de valores iguais são 
mostradas de acordo com a ordem cronológica, da mais antiga para a mais atual. 
Quando o sistema registra ordens de compra e de venda do mesmo valor, o negócio 
é executado e as ordens são removidas das listas de oferta desse ativo. 
As ordens de compra e venda são, efetivamente, realizadas no home broker 
via boleta de compra e boleta de venda, respectivamente. No caso da ordem de 
compra, para que o processo se concretize, o investidor precisa inserir o código da 
ação, a quantidade desejada e o preço alvo. Ao enviar a ordem, o pedido é trans-
mitido, automaticamente, para o sistema de Bolsa. Se o preço da ação escolhida 
alcançar o que é oferecido pelo investidor, a ordem é executada com sucesso. No 
caso da ordem de venda, o processo é semelhante. 
Quanto ao prazo da validade das ordens, ela pode ter: validade para o dia, 
situação em que só será válida para o dia em que foi encaminhada (incluindo 
o after market); validade até a data especificada, em que a oferta terá validade 
até a data especificada, sendo, o máximo, 30 dias; validade até cancelar, em que 
a oferta terá validade até que o investidor a cancele, sendo, o máximo, 30 dias; 
validade tudo ou nada, situação em que a oferta só será válida no exato momento 
em que for encaminhada, com a sua execução sendo realizada integralmente ou 
sendo cancelada; validade execute ou cancele, em que a oferta só terá validade no 
momento em que é encaminhada, o sistema executará a quantidade possível e o 
saldo remanescente será cancelado de forma automática (CVM, 2014a). 
Muitos home brokers disponibilizam ferramentas de análise e soluções que 
permitem que os investidores programem ordens automáticas de venda quan-
do o preço atinge determinado patamar, tais como o stop loss e o stop gain. O 
primeiro é utilizado com o objetivo de limitar as perdas e funciona como uma 
função que permite que o trader programe, previamente, a ordem de venda de 
seus ativos, que é disparada automaticamente quando suas ações atingem o limite 
de perda programado, evitando, assim, perdas maiores. Dessa forma, mesmo que 
o investidor não esteja acompanhando o mercado, ocorrerá a venda das ações. 
Isso interrompe os prejuízos dos acionistas e, consequentemente, funciona como 
um mecanismo de proteção.
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Para executar uma estratégia de stop loss, o investidor tem que se atentar para 
o preço de disparo e para o preço de limite. O preço de disparo é o valor que a
ordem de venda da ação será executada. Já o preço limite é o valor da ordem,
de fato, revelando até que valor o investidor está disposto a vender a ação. Um
exemplo numérico pode ajudar a entender melhor essa situação: vamos supor
que um investidor tenha comprado a ação da Itausa (ITSA4) por R$ 11,00 espe-
rando que haja valorização. Entretanto, por precaução, o investidor programou
uma estratégia de stop loss, tendo, como preço de disparo, o valor de R$ 10,55 e, 
como preço limite, o valor de R$ 10,50. Isso significa que, se os preços das ações
começarem a cair, as ações não serão necessariamente vendidas por R$ 10,50,
mas no melhor preço disponível a partir de R$ 10,55. Esse intervalo estipulado
entre o preço para o disparo e o preço limite é muito importante para evitar que
a ordem do investidor seja saltada.
O stop gain é uma função na qual é possível programar, previamente, a venda 
das ações para que ocorra automaticamente assim que o preço atinja o estipula-
do de lucro pelo investidor. Dessa forma, o stop gain é o inverso do stop loss e é 
utilizado para garantir lucros para o investidor, evitando que o preço das ações 
comece a cair antes que seja realizada a venda. Portanto, as ordens de stop funcio-
nam como uma espécie de seguro, algo que é altamente valioso em um mercado 
caracterizado por sua alta volatilidade. Além disso, essas ordens não possuem 
custo adicional ao investidor, pois elas funcionam como ordens de encerramento.
Não há um percentual adequado para o stop loss, pois isso depende de cada ação e das 
oscilações que ela vem tendo, assim como da sua tolerância ao risco. Qual seria o limite 
de perda que você programaria no seu home broker na atual conjuntura?
pensando juntos
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Os horários de negociação, no mercado de ações, estão retratados no quadro, 
a seguir: 
Pregão Regular
Das 09h30 às 9h45 - fase de cancelamento de ofertas – permite o cancelamento de 
ofertas registradas em pregões anteriores (ofertas com validade);
Das 09h45 às 10h - leilão de pré-abertura - registro de ofertas para a formação do 
preço teórico de abertura;
Das 10h às 16h55 - sessão contínua de negociação - para todos os ativos em todos os 
mercados;
Das 16h55 às 17h - call de fechamento - para os ativos negociados no mercado à vista 
e lote fracionário.
Das 16h55 às 17h15 - call de fechamento para ETFS e Todas as séries de opções;
Das 16h50 às 17h15 – call de fechamento para opções de ÍNDICE BOVESPA.
After-Market 
Das 17h25 às 17h30- fase de cancelamento de ofertas;
Das 17h30 às 18:00 - fase de negociação.
Quadro 7 – Horários de negociação no mercado de ações / Fonte: B3 ([s. d.]).
O After-Market refere-se às negociações realizadas na Bolsa no mercado à vista 
após o pregão regular, ou seja, é um período adicional de negociação na Bolsa. 
Segundo a CVM (2014a, p. 292-293), por ser um período adicional, possui algu-
mas restrições e particularidades, tais como: 
 “ Só podem ser negociados papéis que estejam no índice Ibovespa e/
ou IBrX-100 e que tenham sido negociados durante o pregão regu-
lar do dia. As negociações são apenas no mercado à vista, não sendo 
permitidas operações com opções e derivativos em geral. O preço 
do ativo é limitado por uma variação máxima positiva ou negativa 
de 2% em relação ao preço de fechamento do pregão regular.
É importante destacar que as negociações realizadas no after-market são 
consideradas como realizadas no próprio dia. Com isso, as ordens com validade 
de um dia podem ser executadas no after-market. 
As negociações na Bolsa podem, ainda, ser suspensas nas situações em que 
ocorrer uma forte variação dos preços das ações por meio de um mecanismo 
conhecido
como circuit breaker. Para tanto, esse mecanismo serve para limitar 
a variação negativa do índice Bovespa. 
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Antes de iniciar as suas operações com ações, é necessário defi nir qual estratégia 
será utilizada para operar no mercado, uma vez que existem várias formas de operar 
no mercado de renda variável. A própria Bovespa, tal como será visto a seguir, ao 
 discutir sobre custos e tributação na negociação com ações, separa as operações 
em normais e day trade. As operações normais, que representam a compra e venda 
de ações efetuadas em pregões distintos, englobam o swing trade, position trade e
buy and hold. No entanto, afi nal, o que signifi cam esses termos?
O day trade é a modalidade de negociação em que ocorre a compra e venda 
de ações no mesmo pregão, portanto, inicia e encerra sua posição no mesmo 
pregão. Nessa modalidade, o investidor busca obter ganhos com a volatilidade 
no preço das ações, agindo de forma especulativa. Dessa forma, ao tentar antever 
movimentos do mercado, os investidores estão dispostos a correr riscos em troca 
da esperança de ganhos maiores. O investidor que opera com es sa modalidade 
(o day tarder) faz um intenso uso da análise gráfi ca, principalmente, dos gráfi cos 
intraday de 1min, 5min, 15min, 30min e 60min (os mais comuns) e opera com
ações e demais ativos de alta liquidez. Esse investidor precisa ter tempo disponível 
para operar no mercado, além de arcar com maiores taxas e tributos, assim como 
será abordado mais adiante. Não só, mas esse investidor possui um importante
papel no mercado de renda variável, que é o de ampliar a liquidez do mercado.
O swing trade é a modalidade em que o investidor acompanha o mercado no 
curto e médio prazo, objetivando ganhos com as oscilações dos preços das ações. 
O prazo em que esse tipo de investidor opera depende de sua estratégia, momento 
de mercado e ganhos almejados com as operações , podendo se estender de 3 dias 
a algumas semanas. Diante disso, o investidor que realiza swing trade tem a neces-
sidade de saber especular, utilizando-se da análise gráfi ca e de indicadores técnicos 
para tal, mas não precisa acompanhar o mercado ponto a ponto, tal como no day 
trade, o que torna a sua vida mais tranquila do que a desse último tipo de investi-
dor. Outra importante vantagem é a possibilidade de aguardar os movimentos do 
mercado no curto e médio prazo, o que gera mais tempo para análise.
O position trade é a forma de trade de maior duração, podendo variar de 
algumas semanas a alguns meses. Ela se diferencia do investimento a longo prazo 
(buy and hold) pelo objetivo, que consiste em obter um determinado lucro dentro 
de um tempo especifi cado. O investidor que opera com essa estratégia, além de 
fi car posicionado por um tempo mais longo do que os investidores que operam 
no swing trade, o que reduz a necessidade de constante acompanhamento da 
posição, segue uma tendência mais longa nos ativos. 
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Independentemente da modalidade de investimento, tomar a decisão de quais 
ações comprar no mercado de Bolsa de Valores é uma tarefa com certa comple-
xidade, pois requer conhecimentos variados. Para facilitar essa decisão, os inves-
tidores podem recorrer às escolas de análise de investimento. As duas principais 
escolas de investimento serão discutidas a seguir.
Para tal, utiliza-se tanto da análise técnica quanto da fundamentalista. Já o 
buy and hold é a modalidade de investimento de mais longo prazo que exis-
te dentro da bolsa e tem como foco a construção e manutenção de uma car-
teira de ações de boas empresas, visando o retorno de longo prazo. Portanto, 
é uma estratégia mais conservadora do que as estratégias apresentadas. Nessa 
modalidade, não existe tempo de investimento definido, nem taxas mínimas de 
retorno esperado. O investidor necessita ter um conhecimento mais profundo 
de análise fundamentalista, a qual precisa ser realizad a na carteira com certa 
periodicidade, pois é importante que sejam feitas análises para verificar se as 
empresas continuam cumprindo os mesmos critérios utilizados de quando foi 
feita a compra inicial das ações. 
ESCOLAS DE ANÁLISEESCOLAS DE ANÁLISE
DE INVESTIMENTODE INVESTIMENTO
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A Escola Fundamentalista 
Segundo a CVM (2017), a escola fundamentalista teve origem a partir das con-
tribuições de Benjamim Graham, que é autor dos livros Intelligent Investor e 
Security Analysis, e da aprovação, em 1933, da Securities Act e, em 1934, da 
Securities Exchange Act, que resultou na criação da Securities and Exchange 
Commission (SEC). A SEC é a instituição do sistema financeiro americano res-
ponsável pela divulgação de informações econômicas e financeiras. 
A análise fundamentalista pode ser vista “[...] como o estudo de toda a informação 
disponível no mercado sobre determinada empresa, com a finalidade de obter seu 
verdadeiro valor, e assim formular uma recomendação de investimento” (CVM, 2017, 
p. 75). Seu objetivo, portanto, é o de determinar o valor real da empresa, tendo como
base a noção de que o valor da empresa está relacionado às suas características finan-
ceiras, tais como as perspectivas de crescimento, fluxos de caixa e risco (CVM, 2014).
O investidor, dessa forma, alcança tal objetivo ao resumir, analisar a informa-
ção e o comportamento da empresa, averiguando o valor intrínseco dela, setor 
ou mercado, por meio dos fatores fundamentalistas. Nessa análise, os fatores de 
mercado, tal como preço e volume, são colocados em segundo plano. 
A escola fundamentalista possui dois métodos de análise:
I - Análise top down: este método parte da premissa de que o valor de 
uma ação é, predominantemente, determinado por variáveis macroeco-
nômicas que afetam a empresa emissora, tais como o PIB, desemprego, 
inflação, juro, risco político etc. Com isso, neste método, as decisões dos 
investidores (compra e venda) iniciam-se com a análise macroeconômi-
ca, para só, em seguida, selecionar um setor que será objeto de análise. 
Em sequência, escolhe-se a melhor empresa posicionada dentro do setor 
(CVM, 2017). Nesse sentido, o analista top down precisa ter conheci-
mento de conjuntura econômica.
II - Análise bottom up: neste método, o investidor procura a melhor em-
presa ou ativo para realizar seu investimento, por meio de “[...] análises 
minuciosas sobre os demonstrativos financeiros da companhia, fazendo 
projeções, comparando-as com a de seus concorrentes e outras empre-
sas listadas em Bolsa” (CVM, 2017, p. 137). Além dos indicadores mais 
objetivos (balanço, resultados e fluxo de caixa), no método bottom up, 
os investidores também utilizam-se de indicadores subjetivos, tais como 
a qualidade da gestão e da governança, o valor da marca e os riscos 
empresariais fora do balanço (legal, reputacional, ambiental, social etc.).
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A análise das demonstrações financeiras das empresas, que também é conhecida 
como análise de balanços, engloba a análise do Balanço Patrimonial (BP), da De-
monstração do Resultado do Exercício (DRE) e da Análise do Fluxo de Caixa. A 
análise do BP possibilita que o investidor entenda a posição patrimonial e financeira 
da empresa. Para tanto, faz-se necessário realizar uma análise histórica da empresa, 
comparando os números do BP com o de anos anteriores. O BP apresenta: i) os 
ativos das empresas, que engloba os bens, direitos e as demais aplicações de recursos 
das empresas, permitindo que os investidores encontrem a posição de caixa e a 
quantidade de ativos imobilizados, como máquinas e equipamentos; ii) os passivos, 
que compreendem as origens de recursos representados pelas obrigações para com 
terceiros, permitem que o investidor verifique como se comporta o grau de endivi-
damento da empresa; iii) o patrimônio líquido representa os recursos próprios das 
empresas. Um dado importante que merece a atenção dos investidores é o capital 
de giro das empresas, pois demonstra como esta está financiando seus clientes
e 
pagando seus fornecedores. “Na teoria, um balanço considerado eficiente tem que 
ser relativamente equilibrado, ou seja, a origem dos recursos tem que financiar a 
destinação dos recursos” (CVM, 2017, p. 153).
As informações obtidas no BP e demais demonstrações financeiras permitem 
o cálculo de indicadores que são fundamentais para a realização de uma análise 
fundamentalista. O quadro a seguir traz os principais indicadores utilizados em 
uma análise fundamentalista: 
Solvência
Compara o desempenho do ativo circulante com o 
passivo circulante. Representa a capacidade de paga-
mento de passivos de curto prazo.
Giro do Ativo
Representa a capacidade da empresa transformar 
ativos em receita.
Estrutura do Capital
Representa a relação entre o capital próprio e de 
terceiros ou o grau de alavancagem da empresa. É 
importante para o cálculo do custo de capital (WACC, 
em inglês).
Endividamento ou Grau 
de Alavancagem Finan-
ceira
Representa o comportamento do endividamento de 
curto prazo e de longo prazo, bem como a sua relação 
com as operações ativas e patrimônio líquido.
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Retorno ou Rentabilidade
Relação do lucro líquido com o patrimônio líquido das 
empresas (verdadeiramente dos acionistas).
Demonstrativo de Resul-
tados
Representa o fluxo financeiro das atividades da em-
presa no exercício.
Margem Bruta
Representa o lucro bruto = receita líquida menos o 
custo dos produtos vendidos.
Margem Operacional
Representa o lucro bruto menos as despesas opera-
cionais. Os indicadores correlatos estão, geralmente, 
associados com as receitas e as despesas operacio-
nais.
Margem Líquida Representa o lucro líquido da empresa.
LAJIDA (EBITDA, em inglês)
Significa a capacidade de geração de valor para a 
firma. É igual ao resultado antes dos juros, impostos, 
depreciação e amortizações.
Quadro 8 - Indicadores das demonstrações financeiras / Fonte: CVM (2017). 
A partir dos dados dos balanços, é, também, possível realizar o cálculo de impor-
tantes indicadores fundamentalistas, tais como os apresentados no quadro a seguir:
P/L (Preço/Lucro)
Preço de mercado em relação ao lucro: representa a 
expectativa do número de anos que o investidor deve 
esperar para recuperar o investimento. Se o índice é baixo, 
entende-se que a ação está barata. Logo, há um bom po-
tencial de compra.
P/VPA (Preço de Mer-
cado/Valor Patrimo-
nial)
Representa o quanto o investidor está disposto a pagar aci-
ma ou abaixo do valor patrimonial. Quanto maior a relação 
P/VPA, mais cara ou menos atrativa está a ação.
DY (Dividend Yield) Dividendo pago/preço de Mercado da Ação.
EBITDA/Receita 
Líquida
Geração de caixa da firma em relação à receita líquida.
Lucro por Ação (LPA)
Representa a divisão do lucro líquido pelo número total de ações 
da empresa. LPA = Lucro Líquido/Número Total de Ações.
EV (Enterprise Value)
É o valor de mercado de uma empresa representado pelo 
preço da ação multiplicado pela quantidade de ações so-
mado ao endividamento líquido.
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EV/EBTDA (“Enterpri-
se Value” (Valor da 
firma)) /EBITDA)
Indica quanto tempo levaria para o lucro operacional da 
empresa (EBITDA) pagar o investimento feito para comprá-
-la. 
Quadro 9 - Índices e Múltiplos / Fonte: CVM (2017).
A Escola Técnica 
A análise técnica se formou após o crash de 1929, nos Estados Unidos, a partir 
das contribuições do jornalista Charles Dow acerca das tendências dos preços 
e suas oscilações ao longo do tempo. Inicialmente, essa análise foi denominada 
Teoria de Gráfica e, posteriormente, Teoria de Dow. Segundo CVM (2017, p. 72), 
a análise técnica pode ser conceituada “[...] como um estudo dos movimentos 
passados dos preços e dos volumes de negociação de ativos financeiros, com o 
objetivo de fazer previsões sobre comportamento futuro dos preços”.
A análise técnica parte de determinadas premissas: i) todas as informações 
do mercado estão representadas nos gráficos, uma vez que eles traduzem o com-
portamento do mercado (CVM, 2014a); ii) os preços das negociações futuras 
são altamente dependentes dos preços das negociações passadas, o que possibi-
lita prever tendências de preços a partir de movimentos passados (CVM, 2017). 
A partir dessas premissas, verifica-se que o principal input do analista técnico 
(principalmente para os investidores que realizam day trade) é o comportamento 
histórico de preços e que eles necessitam dominar a técnica de leitura dos gráficos 
para obter as informações do mercado.
Dentre os principais tipos de gráficos da análise técnica, têm-se:
I - Gráfico de linha: é a forma mais simples de representação de um gráfico 
de preços, sendo pouco utilizado na prática. Neste gráfico, “cada dia ou 
período é um ponto que pode ser o preço médio, o preço de fechamento 
ou uma média móvel” (CVM, 2014a, p. 365);
II - Gráfico de barras: neste gráfico, cada dia ou período é representado 
por uma barra que demonstra os quatro importantes preços: abertura 
(representado por um traço horizontal à esquerda), máxima, mínima e 
fechamento (representado por um traço horizontal à direita). Esse gráfico 
é muito utilizado pelos analistas técnicas por servir de referência para 
análise de figuras de continuidade e reversão de tendências (CVM, 2017);
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III - Gráfico Candlestick: é um gráfico composto por um corpo que re-
presenta os preços de abertura e fechamento, e uma sombra superior e 
inferior, que representam os preços máximo e mínimo, muito similar 
ao gráfico de barras, pois contém as mesmas referências de preços de 
abertura, máxima, mínima e fechamento. Esse gráfico é representado por 
uma série de figuras ou barras que possuem significado de alta ou de 
baixa, tal como segue: quando o corpo é vazado, o candle é de alta, o que 
significa que o preço de fechamento está acima do preço de abertura; já 
quando o corpo está preenchido, o candle é de baixa e, portanto, o mer-
cado encerrou com o preço de fechamento abaixo do preço de abertura. 
“A maioria dos softwares gráficos permite identificar os candles de alta 
e de baixa através da diferenciação das cores; azul ou verde para alta, e 
vermelho para baixa, por exemplo” (CVM, 2017, p. 87). O gráfico can-
dlestick é de grande utilidade para a análise de reversão de tendências. 
Para uma melhor compreensão da análise técnica, é importante, ainda, observar 
alguns conceitos, como o de suporte e resistência, uma vez que eles são essenciais 
para a análise das linhas de tendência. Perceba, no quadro a seguir, que esses con-
ceitos estão relacionados diretamente com a disputa que há no mercado entre o 
lado comprador e vendedor:
Escala
A apresentação dos gráficos pode ser feita em escala aritmética ou 
logarítmica. Esta tem a vantagem de amortecer movimentos atípicos 
e costuma mostrar a tendência primária com mais nitidez, facilitando 
a análise comparada com as linhas de tendências e indicadores técni-
cos.
Gaps de 
Preços
Ocorrem quando o preço mínimo de mercado em um dia está acima 
do preço máximo do dia anterior. No caso de o mercado estar em 
tendência de baixa, o comportamento é inverso. Quando os movi-
mentos estão contidos dentro de tendências primárias de alta ou 
baixa, os gaps de preço devem ser fechados no futuro, mas no caso 
de reversão de tendência, o fechamento do Gap pode não acontecer.
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Linhas de 
Tendência
A tendência de alta reflete, em essência, uma pressão compradora 
maior que a vendedora. No caso da tendência de baixa, predomi-
na-se a pressão vendedora. As fases de acumulação e distribuição 
representam um jogo de forças, em que, no período de acumulação, 
a pressão compradora acaba prevalecendo. No período chamado 
distribuição, acaba predominando a pressão vendedora.
Suporte
Representa uma linha de preços em que a pressão compradora é 
maior do que a pressão vendedora, seja nas referências de tempo 
intraday, diária, semanal, mensal etc. Com isso, o movimento de 
baixa é interrompido. A reta de suporte é identificada por
uma linha 
horizontal traçada a partir de um fundo/topo anterior.
Resistência
Representa uma linha de preços em que a pressão vendedora é 
maior do que a compradora, o que interrompe o movimento de alta. 
A reta de resistência é identificada por uma linha horizontal traçada a 
partir de um fundo/topo anterior.
Quadro 10 - Informações adicionais sobre comportamento dos gráficos
Fonte: adaptado de CVM (2014a). 
Após estudarmos as duas escolas de análise de investimento, podemos responder 
a uma pergunta que é recorrente por parte dos investidores iniciantes: qual das 
análises utilizar para tomar a decisão de qual ou quais ações comprar? Segundo 
a CVM (2014a), é mais prudente que os investidores utilizem ambas. O método 
de análise técnica deve ser utilizado para verificar o momento mais adequado 
de compra ou venda, enquanto a análise fundamentalista deve ser utilizada para 
identificar o que comprar e qual o seu valor potencial. 
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Independentemente de o investidor operar no home broker ou via mesa de ope-
rações, a negociação com ações envolve custos, além de cobrança de imposto de 
renda. Dentre os custos, há: taxa de corretagem, taxa de custódia e emolumentos, 
bem como liquidação.
Taxa de corretagem
A taxa de corretagem é o valor cobrado pelas corretoras por intermediar em as 
operações de compra e venda de ações junto à bolsa de valores. Como, normal-
mente, é uma taxa negociada livremente entre as partes, é um custo que varia 
de corretora para corretora. Esse valor pode ser fi xo, variável ou híbrido (uma 
porcentagem mais um valor fi xo), tal como segue: 
I - Valor fi xo: é a forma de cobrança mais usada pelas corretoras de valores 
para negociações via home broker e independe do volume de operações. 
Esse tipo de cobrança benefi cia os investidores que possuem um capital 
maior, os grandes players. Exemplo: cobrança de R$ 10,00 por operação 
realizada . 
II - Valor variável: representa uma porcentagem que incide sobre o valor da 
operação e depende do volume transacionado .
OS CUSTOS E TRIBUTAÇÃOOS CUSTOS E TRIBUTAÇÃO
NA NEGOCIAÇÃONA NEGOCIAÇÃO
com açõescom ações
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III - Valor fi xo mais uma porcentagem: esta forma é mais usada pelas me-
sas de operações e, geralmente, varia de acordo com o montante da 
operação. 
É importante salientar que , sobre a taxa de corretagem, ainda, há a incidência do 
Imposto Sobre Serviços (ISS), que é uma taxa que varia a cada município de acordo 
com a localização da sede da corretora. Costuma ser uma taxa entre 2% a 5%.
Taxa de manutenção da custódia
É a taxa cobrada pelas corretoras dos investidores para cobrir os custos operacionais 
junto à Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBCL). Em outras 
palavras, é uma taxa cobrada para arcar com os gastos com a manutenção e guarda 
dos ativos. O custo dessa cobrança varia de acordo com cada corretora de valores, 
sendo que algumas já isentaram seus investidores dessa cobrança , com o intuito 
de atrair novos clientes. As corretoras que ainda realizam essa cobrança a fazem 
de forma mensal, quando há ativos em custódia no mês de referência.
Emolumentos e liquidação 
Os emolumentos são uma taxa cobrada dos investidores para cobrir os custos 
operacionais da bolsa de valores. Essa taxa varia de acordo com o tipo de ativo e 
 o tipo de operação: as operações normais possuem uma taxa de 0,0325%, sendo
composta por 0,0275% de liquidação e 0,005% de emolumentos; já as operações
de day trade possuem uma taxa de 0,025%, sendo constituída por 0,02% de li-
quidação e 0,005% de emolumentos (B3, [s. d.]). 
Imposto de Renda 
Independentemente do tipo de operação, o IR tem como fato gerador: o lucro 
líquido obtido na venda das ações (o resultado é composto pela diferença entre 
os preços de compra e venda, descontados das taxas operacionais, como emolu-
mentos, corretagem, custódia e liquidação). A Base de Cálculo é o 
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 “ “[...] resultado positivo entre o valor de venda e o custo de aquisição 
do ativo, calculado pela média ponderada dos custos unitários, ob-
tidos nas operações realizadas em cada mês, admitindo-se, ainda, a 
dedução dos custos e despesas incorridos, necessários à realização 
das operações” (EASYNVEST, [2019], on-line)25. 
O contribuinte é o responsável pelo recolhimento. No caso de investidores es-
trangeiros, seu representante legal tem essa responsabilidade. O responsável pela 
retenção na fonte é a instituição financeira que receber diretamente a ordem do 
cliente, como as corretoras de valores. Por fim, faz-se importante discutir a pos-
sibilidade que os investidores possuem de compensar as suas perdas: 
I - Cobrança de IR nas operações normais: inicialmente, é importante 
destacar que a cobrança de IR só incide em pessoas físicas que realizam 
vendas acima de R$ 20 mil em um mês, para incentivar pequenos inves-
tidores a operarem na bolsa de valores com ações. Então, se você é um 
investidor que opera com valores abaixo de R$ 20 mil a cada mês, não 
há com o que se preocupar com a cobrança de IR. Para os investidores 
que operam realizando vendas com valores acima de R$ 20 mil no mês, 
haverá a incidência de IR com uma alíquota de 15% sobre o lucro líquido 
(ganho líquido) no mês e de imposto retido na fonte com uma alíquota 
de 0,005% sobre as vendas, sendo este um instrumento de controle da 
Receita Federal (comumente chamado pelos analistas de “dedo-duro”). 
Como a incidência de IR é sobre o lucro líquido do investidor, todas as taxas 
cobradas nas compras e vendas das ações (emolumentos, liquidação, custódia e 
corretagem), e o imposto retido na fonte podem ser deduzidos do ganho de capi-
tal. Um exemplo numérico deixará as coisas mais simples. Vamos supor que um 
investidor, em um único mês, vendeu R$ 18 mil de PETR4 e R$ 8 mil de VALE5, 
obtendo um lucro bruto, na operação, de R$ 3 mil. As taxas cobradas nas compras 
e vendas (emolumentos, liquidação, custódia e corretagem) custaram R$ 100,00. 
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Qual será o valor de IR a ser pago? Para calcular esse calor, o primeiro passo é 
calcular o valor de imposto retido na fonte. O segundo é calcular o lucro líquido 
dessa operação. O terceiro é calcular o IR a recolher. Por fim, o quarto passo é 
subtrair o IR a recolher do IR retido na fonte, tal como segue: 
 Imposto Retido na Fonte:
Da venda da PETR4: 0,005% de R$ 18 mil = R$ 
0,90
Da venda da VALE 5: 0.005% de R$ 8 mil = R$ 
0,40
Total de IR retido na fonte = R$ 1,30.
Cálculo do lucro líquido:
Lucro líquido = lucro bruto – pagamento de 
taxas
Lucro líquido = R$ 3 mil – R$ 100 = R$ 2.900,00
Cálculo do IR a recolher: 15% sobre R$ 2.900,00 = R$ 435,00 
Subtração do IR a recolher do IR 
retido na fonte:
IR a recolher = R$ 435,00 – R$ 1,30 = R$ 433,70
Quadro 11 - Exemplo de cobrança de IR nas operações normais / Fonte: o autor. 
Portanto, o valor do IR a declarar nessa operação é R$ 433,70. 
Quando o investidor realiza compras por preços diferentes, ou seja, mais de 
uma compra da mesma ação e por preços diferentes, o valor desses títulos deverá 
ser controlado pelo preço médio ponderado das aquisições. Um exemplo ajudará 
a compreender essa situação. Vamos supor que um investidor tenha adquirido 
10.000 ações do Bradesco (BBDC4) pelo preço unitário de R$ 3,50, totalizando 
R$ 35.000,00. Em seguida, ele efetuou a compra de outras 5000 ações também do 
Bradesco ao preço unitário de R$ 4,00, totalizando R$ 20.000,00. As despesas incor-
ridas com as compras resultaram em R$ 500,00. Com isso, o custo total de aquisição 
das 15.000 ações foi de R$ 55.500,00, com custo médio ponderado de R$ 3,70 por 
ação. Na ocasião da venda, o investidor vendeu 5000 ações da BBDC4 pelo valor 
unitário de R$ 4,50, totalizando R$ 22.500,00. As despesas incorridas resultaram em 
R$ 150,00. Dessa forma, o valor líquido obtido com a venda foi de R$ 22.350,00, ou 
R$ 4,47 por ação, enquanto o lucro líquido apurado, nessa operação, foi de:
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( ) ( )5000×4,47 - 5000×3,70 =R$3.850,00
Uma vez calculado o lucro líquido obtido com a venda, resta calcular o valor 
de IR a recolher. Para tal, basta incidir a alíquota de 15% sobre o lucro líquido, 
tal como segue: 
15% sobre R$ 3.850,00 = imposto apurado de R$ 577,50.
Já o imposto retido na fonte é de: 0,005% sobre R$ 22.500,00 = R$ 1,12.
Assim, subtraindo o IR a recolher do IR retido na fonte, temos: 
R$577,50-R$1,12= R$576,38 
Portanto, o valor do IR a declarar nessa operação é de R$ 576,38.
II - Cobrança de IR nas operações de Day Trade: para as operações de 
day trade, não há isenção de IR. Há incidência de IR sobre o lucro 
líquido (ganho líquido) auferido no mês com uma alíquota de 20%, 
independentemente do acumulado de vendas. Há, também, o imposto 
retido na fonte de 1%, o qual incide sobre o lucro líquido das operações e 
que serve como instrumento de controle da Receita Federal. As taxas co-
bradas nas compras e vendas das ações (emolumentos, liquidação, cus-
tódia e corretagem) também podem ser deduzidas do ganho de capital. 
Para uma maior compreensão sobre a cobrança de IR nas operações de 
day trade, vamos recorrer a outro exemplo. Suponha que um investidor 
realizou uma única operação de day trade no mês em que vendeu ações 
da PETR4 compradas no mesmo pregão por R$ 15 mil. Esse investidor 
obteve um lucro líquido após deduzir todos os custos operacionais de 
R$ 500,00. Qual será o valor de IR a ser pago? Para calcular esse valor, o 
primeiro passo é calcular o valor de imposto retido na fonte. Em seguida, 
é preciso calcular o IR a recolher. Por fim, basta subtrair o IR a recolher 
do IR retido na fonte, tal como segue: 
Imposto Retido na Fonte 1% sobre R$ 500,00 = R$ 5,00.
IR a recolher 20% sobre R$ 500,00 = R$ 100,00.
Subtração do IR a recolher do IR retido na 
fonte
R$ 100,00 – R$ 5,00 = R$ 95,00.
Quadro 12 - Exemplo de cobrança de IR nas operações de Day Trade / Fonte: o autor. 
Portanto, o valor do IR a recolher, nessa operação de day trade, é R$ 95,00.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, estudamos as ações. Para tanto, iniciamos a nossa discussão 
identificando seus conceitos e características preliminares. Analisamos todas 
as formas de remuneração dos acionistas, o que compreende os dividendos, os 
juros sobre o capital próprio, a bonificação em ações e em dinheiro, o direito de 
subscrição e o aluguel de ações.
Verificamos as características técnicas das ações, algo essencial para que os 
investidores realizem as suas transações com ações, uma vez que, para adquirir a 
ação da empresa que deseja, o investidor precisa saber exatamente qual é o código 
que representa a empresa, pois a compra das ações no Home Broker é realizada 
via código da ação. Discutimos a diferença entre o lote padrão e o fracionário.
Após a compreensão desses conceitos, passamos a entender como ocorre o 
processo de negociação das ações. Identificamos que os investidores possuem 
três possibilidades para começar a investir em ações, que são: individualmente, 
via clubes de investimentos, e por meio de fundos de investimentos. Compreen-
demos o funcionamento do pregão via mesa de operações e via home broker, 
o que nos possibilitou entender como os investidores podem executar as suas 
ordens, inclusive ordens de stop loss e de stop gain. Explicamos as modalidades 
de negociação na bolsa: day trade, swing trade, position trade e buy and hold.
Estudamos as principais escolas de investimento: a escola fundamentalista e 
a escola técnica. Com isso, entendemos que, independentemente, da modalidade 
de investimento, tomar a decisão de quais ações comprar, no mercado de Bolsa de 
Valores, é uma tarefa com certa complexidade, pois requer conhecimentos variados.
Por fim, compreendemos todos os custos e tributação na negociação com 
ações. Por meio de exemplos práticos, verificamos que não é nada muito com-
plexo o cálculo dos custos e tributação.
 Agora, convidamos você a iniciar a leitura da Unidade 5, que tratará dos 
derivativos.
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na prática
1. Ação é um título patrimonial de renda variável que representa a menor parcela do
capital social das companhias ou sociedades por ações. Sendo um título patrimonial,
concede aos acionistas todos os direitos e deveres de um sócio, no limite das ações
possuídas (CVM, 2014a). Em outras palavras, ao adquiri r a ação, o acionista se torna
coproprietário do empreendimento, tendo direito à participação no resultado da
empresa. Diante disso, explique as seguintes formas de remuneração dos acionistas:
dividendos e bonifi cação em dinheiro.
2. No que diz respeito às ações , julgue as afi rmativas a seguir:
I - As ações preferenciais são aquelas que proporcionam participação nos resulta-
das da empresa aos acionistas e direito a o voto em assembleias gerais.
II - As ações ordinárias são aquelas que garantem a prioridade de dividendos aos 
acionistas e, no caso de dissolução da empresa, prioridade no reembolso de 
capital . No entanto, em geral, não conferem direito a o voto em assembleia.
III - O inplit é um evento sobre as ações que objetiva aumentar a liquidez dos papéis 
da empresa emissora das ações.
IV - O mercado secundário, tal como a Bolsa de Valores, é o local em que os inves-
tidores negociam e transferem entre si as ações emitidas pelas companhias 
abertas no mercado primário.
Podemos afi rmar que:
a) Apenas as afi rmativas I, II e IV estão corretas.
b) Apenas as afi rmativas I e IV estão corretas.
c) Apenas a afi rmativa IV está correta.
d) Apenas as afi rmativas II, III e IV estão corretas.
e) Apenas a afi rmativa II está correta.
3. É comum o investidor ter alguns questionamentos ao iniciar as suas operações
no mercado de ações. Entre esses questionamentos , estão: qual é o valor mínimo
para investir em ações? Qual corretora escolher? Como começar a investir? Como
funciona o pregão? Como comprar ações? No que diz respeito a como começar a
investir, há três possibilidades para o investidor. Diante disso, explique as três pos-
sibilidades que o investidor possui para começar a investir.
139
na prática
4. Assinale (V) para Verdadeiro ou (F) para Falso em relação as afi rmativas a seguir:
( ) O Dividend Yield é um indicador que mede a performance da empresa de acordo 
com os proventos pagos aos seus acionistas .
( ) Direito de Subscrição representa o direito dos acionistas de subscrever, priorita-
riamente, as ações no caso de emissão de novas ações por parte da companhia .
( ) O aluguel de ações consiste em ser um serviço em que o dono da ação (locador), 
normalmente, um investidor de longo prazo, aluga as suas ações por prazo 
determinado e mediante a cobrança de uma taxa .
( ) O lote fracionário é o lote de títulos de características idênticas e em quanti-
dade prefi xada pelas bolsas, o que facilita a negociação entre compradores e 
vendedores , por criar parâmetros mínimos para a negociação, além de facilitar 
a negociação de grandes volumes de ações pelos grandes players.
 A sequência correta é:
a) V; V; F; V.
b) F; F; V; V.
c) V; F; V; F.
d) V; V; V; F.
e) V; V; V; V.
5. As ordens de compra e venda são, efetivamente, realizadas no home broker via boleta 
de compra e boleta de venda, respectivamente. Muitos home brokers disponibilizam 
ferramentas de análise e soluções que permitem que os investidores programem 
ordens automáticas de venda quando o preço atinge determinado patamar. Diante 
disso, explique o que são as ordens de stop loss e de stop gain.
140
aprimore-se
O PROCESSO DE ABERTURA DE CAPITAL:
O processo de abertura de capital segue quatro etapas importantes. A primeira eta-
pa consiste na decisão da abertura do capital, que deve ser tomada em Assembleia 
Geral. Já a segunda etapa é a aprovação pela CVM, que é o órgão que defi ne os pro-
cedimentos a serem seguidos para que ocorra a autorização para a oferta pública 
das novas ações.
A terceira etapa é a colocação primária das ações, que também é denominada 
underwriting. Nessa etapa
, ocorre a colocação das novas ações no mercado primário 
de capitais, algo que se dá nas seguintes formas: i) underwriting fi rme ou puro: é a 
operação na qual a intermediadora (o underwriter) – que, tal como já destacado, 
pode ser os bancos múltiplos ou bancos de investimento, distribuidoras e corre-
toras – subscreve e integraliza todo o lote de ações emitidas pela companhia aber-
ta para depois revender ao público. Nesse sentido, o underwriter assume os riscos 
da colocação das ações no mercado primário, uma vez que se responsabiliza pelo 
pagamento total das ações lançadas à companhia emitente; ii) Stand-by underwri-
ting ou compromisso fi rme de subscrição: nessa situação, a instituição fi nanceira 
intermediadora (underwriter) não se compromete pela integralização total das ações 
lançadas. Dessa maneira, as ações que não forem absorvidas pelo mercado podem 
ser devolvidas à companhia aberta emitente ou ter em subscrição total por parte da 
instituição fi nanceira intermediadora; iii) Best-eff orts underwriting ou melhor esforço: 
nessa operação , são as companhias abertas que assumem o risco do lançamento 
de suas ações, pois a entidade fi nanceira intermediadora se compromete a colocar, 
no mercado, o maior número possível de ações, mas devolve , para a companhia 
aberta, no fi nal, as que sobraram.
A quarta etapa é a oferta em bolsa, em que as ações adquiridas no mercado primá-
rio podem ser registradas em bolsa para a sua negociação no mercado secundário.
141
aprimore-se
A abertura de capital, por parte de uma empresa, pode se dar por meio de ofer-
tas públicas, que são denominadas Initial Public Off ering (IPO), ou privadas (ou priva-
te placement). No caso do IPO, há a necessidade de, inicialmente, realizar o registro 
do processo junto à CVM, com o intuito de fornecer garantias aos investidores de 
que os requisitos de abertura de informações foram atendidos (isso inclui folhe-
tos, prospectos, publicações etc.). Quando o registro junto à CVM não é realizado , a 
colocação de ações se dá junto a um grupo restrito de indivíduos ou instituições e 
quando não é utilizado qualquer meio de comunicação para divulgar a venda, dá-se 
o nome de oferta privada. 
Fonte: BM&FBOVESPA (2010).
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eu recomendo!
Análise de Investimentos: histórico, principais ferramentas 
e mudanças conceituais para o futuro
Autor: Comissão de Valores Mobiliários
Editora: Comissão de Valores Mobiliários
Sinopse: objetiva difundir os conhecimentos sobre a Análise de 
Investimento, desde as suas vertentes mais tradicionais, como a 
Análise Técnica, até as metodologias mais modernas que estão 
no caminho da integração das questões ambientais, sociais e de governança ao 
contexto da análise de investimentos . Assim, dando continuidade à série TOP, a 
APIMEC lançou o livro TOP Análise de Investimentos.
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anotações
MERCADO DE MERCADO DE 
DERIVATIVOSDERIVATIVOS
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Conceitos e defi nições do mer-
cado de derivativos • Participantes do mercado de derivativos • Contratos a Termo • Contratos Futuros
• Contratos de Swap • Contratos de Opções.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Conhecer os conceitos e defi nições do mercado de derivativos • Apresentar os participantes do mer-
cado de derivativos • Conhecer e compreender o funcionamento dos Contratos a Termo • Conhecer e 
compreender o funcionamento dos Contratos Futuros • Conhecer e compreender o funcionamento dos 
Contratos de Swap • Conhecer e compreender o funcionamento dos Contratos de Opções.
PROFESSOR
Me. José Campos de Araújo Ribeiro Neto
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, estudaremos o mercado de derivativos. 
De acordo com Santos e Silva (2015), esse mercado movimenta trilhões 
de dólares ao redor do mundo, o que torna essa classe de investimentos 
uma das mais importantes do planeta. Nesse sentido, é fundamental que 
você conheça o funcionamento e as especifi cidades desse mercado e, para 
isso, abordaremos as principais características e formas de negociação dos 
contratos de derivativos.
Um dos grandes pilares da gestão fi nanceira é o conceito de risco . Des-
sa maneira, gerir e mitigar a exposição ao risco é fundamental para uma 
gestão efi ciente. Auxiliando esse processo de gestão de riscos, os deriva-
tivos permitem que as empresas ou os indivíduos montem posições que 
possibilitem reduzir o impacto do risco de mercado, ou seja, o risco de 
variação de preços. Por meio dos derivativos, por exemplo, as empresas 
que exportaram a prazo alguma mercadoria poderão se proteger contra a 
variação do preço do dólar e, consequentemente, não amargar ão prejuízos 
com uma possível queda do dólar.
Segundo Silva Neto (1998), a origem rudimentar dos derivativos ocor-
reu por volta do ano de 1850 no Japão. Nessa época, o arroz era largamente 
produzido e comercializado nas cidades japonesas e, para se protegerem 
das variações dos preços, os produtores fi rmavam contratos com os comer-
ciantes , para que, em uma data futura, o arroz fosse entregue por um preço 
previamente estabelecido. Essa comercialização era boa para ambos, pois o 
produtor garantia a venda do seu arroz por um preço fi xo e o comerciante 
garantia o fornecimento da mercadoria, sem o risco do preço do arroz subir.
Contudo , todo esse processo de negociação se desenvolveu, atribuindo, 
a esse mercado, grande notoriedade e força. Atualmente, a negociação com 
derivativos acontece por meios de contratos específi cos, sendo os mais 
comuns: os Contratos a Termo, Contratos Futuros, Contratos de Swap e 
Contrato de Opções.
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CONCEITOS E DEFINIÇÕES DOCONCEITOS E DEFINIÇÕES DO
MERCADOMERCADO
de derivativosde derivativos
De acordo com Pinheiro (2012), o mercado de derivativos ocorre por meio de 
negociações a prazo, ou seja, por meio de negociações que não são liquidadas no 
mercado à vista. Nesse tipo de negociação, as operações ocorrem entre compra-
dores e vendedores que se comprometem a entregar um determinado ativo, em 
uma data futura, a um preço preestabelecido.
Segundo a CVM (2015), os mercados de derivativos surgiram da necessidade 
da proteção contra a variação dos preços. Dessa maneira, os contratos de derivati-
vos existem, devido a possibilidade de os preços de produtos à vista variarem. Por 
exemplo, o produtor que planta soja, hoje, necessita esperar até a data da colheita 
para vender os seus produtos, mas ele não saberá qual será o preço da saca da soja na 
data futura. A depender do preço que será pago por esse produto, torna-se inviável 
a sua produção. Sendo assim, o mercado de derivativo possibilita que o produtor 
consiga fi xar, hoje, o preço que será praticado na data futura.
Conforme pode ser observado, os derivativos estão relacionados com as mer-
cadorias físicas negociadas no mercado à vista. Essas mercadorias servem de 
referência para o derivativo e são chamadas de ativo-objeto : 
“ Podemos conceituar os derivativos como contratos cujos valores 
e características de negociação estão vinculados a ativos que lhe 
servem de referência, ou seja, são ativos fi nanceiros cujos valores 
dependem (derivam) de valores de outras variáveis básicas. A pa-
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lavra derivativo vem do fato de que o preço do ativo é derivado de 
um outro (PINHEIRO, 2012, p. 380).
De acordo com a CVM (2015), os derivativos podem ser divididos em três catego-
rias com base no seu ativo-objeto: derivativos fi nanceiros; derivativos de commodi-
ties; derivativos climáticos e de energia. Os derivativos fi nanceiros são aqueles que 
têm como ativo-objeto alguma taxa ou índice fi nanceiro, tais como taxa de câmbio, 
taxa de infl ação, taxa de juros, índice de ações, entre outros. Os derivativos de com-
modities podem abranger produtos agrícolas , como café, milho, soja, etanol e açúcar, 
além de outros
tipos de commodities , tais como ouro, petróleo e boi gordo. Por fi m, 
os derivativos climáticos e de energia possuem , como ativo objeto de negociação , o 
gás natural, energia elétrica, créditos de carbono, entre outros.
PARTICIPANTES DOPARTICIPANTES DO
MERCADOMERCADO
de derivativosde derivativos
A negociação, no mercado de derivativos, ocorre por meio de diferentes partici-
pantes que atuam com características e objetivos diferentes. Esses participantes 
podem ser divididos em três tipos: Hedgers, Especuladores e Arbitradores.
Hedgers : a tradução da expressão hedge signifi ca proteção, sendo essa a 
principal característica do hedgers. Normalmente, esses participantes possuem 
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determinado ativo ou produto e recorrem ao mercado de derivativo para se pro-
tegerem da variação dos preços desses ativos. Por exemplo, um produtor de soja, 
com medo de que o preço da soja esteja muito baixo na época da colheita, poderá 
utilizar o mercado de derivativos para travar o preço que receberá pela soja em 
uma data futura. Digamos que o produtor trave o preço da saca da soja por R$ 
60,00. Independente do preço praticado no mercado na data futura, o produtor 
receberá, pela sua soja, o valor de R$ 60,00 por saca. Dessa maneira, o produtor 
mitiga o risco da variação do preço (SANTOS; SILVA, 2015).
Especuladores: são os participantes que, normalmente, não possuem ativo-
-objeto e não estão preocupados com a proteção contra a variação dos preços. Na
verdade, os especuladores assumem elevados riscos, buscando obter ganho finan-
ceiro em função da variação dos preços dos ativos. Além disso, são investidores
que entram no mercado de derivativos buscando obter lucro. Por exemplo, um
especulador negocia um contrato de derivativo aceitando pagar o valor de R$ 60,00 
na saca da soja, pois acredita que, na data futura, a saca poderá valer mais. Dessa
maneira, ele poderá comprar a saca da soja por R$ 60,00 e vender por R$ 80,00, por 
exemplo. Esses participantes são fundamentais, uma vez que assumem o risco dos
hedgers e proporcionam liquidez ao mercado (SANTOS; SILVA, 2015).
Arbitradores: são os participantes que monitoram todos os mercados, a fim 
de identificar distorções momentâneas nos preços. Eles realizam negociações 
de compra e venda, e obtêm lucro sem que haja risco e a necessidade de um 
investimento inicial. A atuação dos arbitradores é fundamental, pois equilibram 
o mercado e eliminam as distorções. Devido às características das operações,
os arbitradores costumam ter lucros baixos, o que os obrigam a realizarem um
grande volume de transações (SANTOS; SILVA, 2015).
A negociação com derivativos acontece por meio da utilização de contratos. 
Normalmente, esses contratos possuem algumas características estabelecidas, 
como o prazo, a forma de liquidação, a quantidade, qualidade e preço do ativo-
-objeto, entre outros. Dessa maneira, os contratos mais comuns utilizados na
negociação com derivativos, são: Contrato a Termo, Contrato Futuro, SWAP e
Contrato de Opções.
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CONTRATOS ACONTRATOS A
TERMOTERMO
De acordo com a CVM (2015), os contratos a termo foram a primeira moda-
lidade de derivativos conhecidos. Esses contratos, basicamente, apresentavam 
a característica de uma negociação para a data futura, em que os negociantes 
contratavam agora e acertavam o pagamento depois. No entanto , esses contratos 
evoluíram e passaram a ser negociados de forma mais aprimorada, tendo , como 
ativos-objetos , commodities, moedas, ações, entre outros :
“ O mercado a termo representa a negociação entre dois agentes econô-
micos de compra ou venda de um determinado bem, mercadoria ou 
ativo fi nanceiro para uma data futura. O comprador se compromete 
a pagar pelo ativo e, consequentemente, o vendedor se compromete 
a entregar o ativo a um determinado preço em uma determinada 
data, independentemente de qual será o preço do ativo no mercado 
nessa data. Por esse motivo, o contrato a termo pode envolver grandes 
ganhos ou grandes perdas (OLIVEIRA; PACHECO, 2011, p. 163). 
Segundo a CVM (2015, p. 48) , “os contratos a termo podem ser encontrados em 
bolsa, mas são mais comumente negociados no mercado de balcão (contratos bi-
laterais negociados fora das bolsas)”. Geralmente, os contratos a termo não permi-
tem a mobilidade de posição, ou seja, os participantes devem levar o contrato até 
o fi nal do seu prazo de vigência, sendo liquidados integralmente no vencimento. 
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Dessa maneira, esse tipo de contrato impede o repasse do compromisso a outro 
participante ou o encerramento antes da data prevista. Esse tipo de negociação 
pode ser exemplificado por meio da figura a seguir:
Figura 4 - Negociação com Contrato a Termo / Fonte: o autor.
Conforme observado na figura anterior, o Vendedor A se compromete a entregar 
determinada commoditie em uma data futura, por um preço previamente esta-
belecido. Por outro lado, o Comprador B se compromete a pagar, ao término do 
contrato, o preço estabelecido. Dessa maneira, na data do vencimento, o contrato 
é liquidado e os envolvidos, na transação, devem honrar os seus compromissos. 
Com isso, verifica-se que as movimentações financeiras nos contratos a termo 
só ocorrem ao final, ou seja, na data de liquidação.
Contudo, a negociação por meio do contrato a termo pode acontecer sem que 
haja a necessidade da entrega física do ativo-objeto. Esses tipos de operações rece-
bem o nome de NDF (Non Deliverable Forward). De acordo com a CVM (2015, 
p. 49), nesse tipo de contrato, “as partes somente liquidam a diferença entre o preço
negociado no contrato a termo e o observado, nesse dia, no mercado à vista. Não
ocorrendo neste caso, a entrega da mercadoria”. No Brasil, é bastante comum NDF
de moedas, em que dois agentes, na data atual, estipulam a cotação pela qual liqui-
darão, na data futura, uma negociação de câmbio entre duas moedas.
Para que possamos compreender melhor o funcionamento do mercado a 
termo, utilizaremos o exemplo de uma negociação do tipo NDF de uma operação 
de câmbio que envolve o dólar americano (USD) e o real (R$).
Exemplo:
No dia 15/06/20XX, uma determinada empresa necessitou importar parte 
dos insumos necessários à sua produção. A compra dos insumos, no valor de USD 
Data atual
Vendedor A
Negociação
Comprador B
Data do vencimento
Commodities
Negociação
R$
 
 
DESCRIÇÃO DE IMAGENS 
 
PÁGINA 150 – Figura 4 - Negociação com Contrato a Termo 
 
 
INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem refere-se a Figura 4 - Negociação com Contrato a Termo É 
composta por um fluxograma que liga a Data atual e a Data do vencimento. 
Na data atual, temos o Vendedor A se ligando a Commodities em negociação na data do 
vencimento com o Comprador B, com R$. A ligação das duas partes se dá, de fato, pela 
Negociação. FIM DESCRIÇÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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50.000,00 (cinquenta mil dólares), seria paga no dia 15/09/20XX. No entanto, a 
empresa estava com medo da variação do dólar e resolveu realizar uma operação 
de hedge (operação realizada pelos hedgers). Na data atual (15/06/20XX), o dólar 
está sendo negociado a R$ 3,10. Após a realização de uma série de cálculos dos 
seus custos, a empresa verificou que só seria viável a importação caso o preço 
do dólar, na data futura, não ultrapassasse R$ 3,20. Dessa maneira, a empresa 
realizou a seguinte transação:
 ■ Preço na data atual (15/06/20XX): R$ 3,10.
 ■ Preço a termo para data futura (15/09/20XX): R$ 3,20.
 ■ Operação: a empresa travou, na data atual, (15/06/20XX), a compra de 
dólar, na data futura, (15/09/20XX), pelo preço de R$ 3,20.
 ■ Valor da dívida a ser pago pela empresa: USD 50.000 x R$ 3,20 = 
R$160.000,00.
A oscilação da taxa de câmbio poderia desencadear algumas situações para as 
partes envolvidas na negociação:
Situação 1: na data do vencimento do contrato (15/09/20XX), o dólar pode-
ria estar sendo negociado pelo preço de R$ 3,50. Com o preço de R$ 3,50, o valor 
a ser pago pela
dívida da empresa seria:
USD50.000 R$3,50 R$175.000,00´ = 
Todavia, a empresa travou a compra do dólar por R$ 3,20. Sendo assim, no 
contrato a termo, a empresa receberia um ajuste de:
( )USD50.000 3,50 3,20 R$15.000,00´ - = 
Com o recebimento de R$ 15.000,00, a empresa poderia comprar o dólar a 
R$ 3,50 e o custo final da sua dívida continuaria em R$ 160.000,00.
Situação 2: na data do vencimento do contrato (15/09/20XX), o dólar pode-
ria estar sendo negociado pelo preço de R$ 3,00. Com o preço de R$ 3,00, o valor 
a ser pago pela dívida da empresa seria:
USD50.000 R$3,00 R$150.000,00´ = 
Contudo, a empresa travou a compra do dólar por R$ 3,20. Sendo assim, no 
contrato a termo, a empresa pagaria um ajuste:
( )USD50.000 3,20 3,00 R$10.000,00´ - = 
A empresa poderá comprar o dólar pelo preço de R$ 3,00 e, com o pagamento 
de R$ 10.000,00, referente ao ajuste do contrato a termo, a empresa continuará 
com a dívida no valor de R$ 160.000,00.
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Dessa maneira, as oscilações do dólar em relação ao real poderiam levar a dife-
rentes situações em que a empresa receberia ou pagaria o ajuste ao fi nal do prazo do 
contrato, na data de liquidação. Sendo assim, visualize algumas situações possíveis:
Taxa de Câmbio no Vencimento Ajuste no Vencimento
R$ 3,10 - R$ 5.000,00
R$ 3,15 - R$ 2.500,00
R$ 3,20 R$ 0,00
R$ 3,25 R$ 2.500,00
R$ 3,30 R$ 5.000,00
Quadro 13 - Análise de possíveis situações / Fonte: o autor.
Veja que, em todas situações, o valor total gasto pela empresa, para pagar a dívida 
de USD 50.000,00, será R$ 160.000,00. A empresa conseguiu eliminar o risco da 
variação do preço causada pela taxa de câmbio.
Contudo, para Pinheiro (2012, p. 386), a principal desvantagem de um con-
trato a termo é que, “se os preços à vista movimentam-se de uma direção para a 
outra na data de liquidação, não há formas de sair do negócio. Ambas as partes 
estão sujeitas a perdas de ganhos potenciais, que não são vinculados”. Outra des-
vantagem nos contratos a termo é o risco de crédito, ou seja, a possibilidade de 
uma das partes envolvidas na negociação não arcar com os seus compromissos.
152
uma das partes envolvidas na negociação não arcar com os seus compromissos.
 
 
DESCRIÇÃO DE IMAGENS 
 
PÁGINA 152 – Quadro 13 - Análise de possíveis situações 
 
 
INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem refere-se ao Quadro 13 - Análise de possíveis situações. É 
composta por uma tabela com 2 colunas: Taxa de Câmbio no Vencimento e Ajuste no 
Vencimento. 
R$ 3,10 - -R$ 5.000,00; 
R$ 3,15 - -R$ 2.500,00; 
R$ 3,20 - R$ 0,00; 
R$ 3,25 - R$ 2.500,00; 
R$ 3,30 - R$ 5.000,00 
 FIM DESCRIÇÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONTRATOSCONTRATOS
FUTUROSFUTUROS
Segundo a CVM (2015), os contratos futuros foram uma evolução do mercado 
a termo e as suas negociações acontecem, exclusivamente, por meio da Bolsa de 
Valores. Tanto no contrato a termo quanto no contrato futuro, as partes envolvi-
das se comprometem a comprar e vender um ativo-objeto em uma data futura, 
por um preço preestabelecido. No entanto , uma das grandes diferenças é que, no 
contrato a termo, a liquidação ocorre integralmente na data do vencimento . Já no 
contrato futuro, as posições são ajustadas fi nanceiramente ao longo do contrato, 
por meio de um procedimento chamado de Ajuste Diário.
Nos contratos futuros, a bolsa de valores passa a intermediar a negociação , 
assumindo o risco de crédito da contraparte. Nessas operações, os compradores 
e os vendedores sequer vão se conhecer, pois, legalmente, a transação ocorrerá 
entre o comprador do contrato futuro e a bolsa e o vendedor do contrato futuro 
e a bolsa. Entretanto, para se proteger de possíveis inadimplências, a bolsa desen-
volveu algumas ferramentas, sendo uma delas o ajuste diário.
De acordo com a CVM (2015, p. 54), o ajuste diário é um “mecanismo por meio 
do qual as posições mantidas em aberto pelos clientes são acertadas fi nanceiramen-
te todos os dias, segundo o preço de ajuste do dia”. Por meio do ajuste diário , ocorre 
uma transferência diária de dinheiro entre as contas dos compradores e vendedores. 
Ainda de acordo com a CVM (2015, p. 54), “trata-se da diferença diária que a parte 
vendedora recebe da parte compradora quando o preço no mercado futuro cai, e 
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paga quando o preço sobe”. Dessa maneira, esses ajustes proporcionam uma maior 
segurança, já que as posições são atualizadas diariamente.
Além do ajuste diário, a bolsa possui um sistema de margens para se proteger 
de eventuais inadimplências. Esse sistema é conhecido como Margem de Garan-
tia. A bolsa “exige que os participantes depositem, como prova de boa-fé, uma 
quantia que servirá de garantia caso não haja o pagamento dos ajustes diários de-
vidos” (SANTOS; SILVA, 2015, p. 21). Ainda de acordo com Santos e Silva (2015), 
essas margens de garantia devem ser depositadas nas corretoras de cada cliente 
(comprador e vendedor), sendo que o valor pode variar por tipo de contrato, 
bem como por tipo de participante da negociação – hedgers e especuladores. No 
Brasil, a margem de garantia pode ser depositada em dinheiro, títulos públicos, 
títulos privados, cartas de fiança, entre outros. No entanto, ao término do contrato 
ou encerramento da operação, o valor da margem será devolvido, desde que não 
tenha ocorrido a necessidade de utilizá-lo.
Outro avanço do contrato futuro, em relação ao contrato a termo, é a possibi-
lidade de os participantes encerrarem as suas posições a qualquer momento, não 
havendo a necessidade de levar o contrato até a data do vencimento: 
 “ Ao contrário dos contratos a termo, os contratos futuros são pas-
síveis de serem negociados a mercado. Assim, se no dia 1 um par-
ticipante comprou um contrato futuro, ele pode, por exemplo, no 
dia seguinte sair do mercado futuro vendendo um contrato para o 
mesmo vencimento. Pagará ou receberá os ajustes diários devidos 
e encerrará a sua posição. Essa maior liquidez do contrato futuro 
é uma enorme vantagem em relação aos contratos a termo, se o 
participante não está seguro que queira manter a posição até o ven-
cimento (SANTOS; SILVA, 2015, p. 24). 
Dessa forma, o contrato futuro poderá ser encerrado por uma das partes, desde 
que essa parte realize uma operação oposta à posição atual. Quem entrou no 
mercado comprando um contrato futuro necessitará vender para encerrar a sua 
posição. Por outro lado, quem entrou no mercado vendendo um contrato futuro 
deverá comprar para encerrar a sua posição. Essa transação pode ser ilustrada 
por meio da figura a seguir:
 
 
DESCRIÇÃO DE IMAGENS 
 
PÁGINA 155 – Figura 5 - Reversão de Posição no Mercado Futuro 
 
 
INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem refere-se a Figura 5 - Reversão de Posição no Mercado 
Futuro. É composta por um fluxograma de duas partes: à esquerda, a Abertura da posição 
e, à direita, o Encerramento da posição. 
Temos a Compra, na abertura da posição, ligando-se a Venda, no encerramento da posição 
e, por outro lado, a Venda, na abertura da posição, ligando-se a Compra, no encerramento 
da posição. FIM DESCRIÇÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 5 - Reversão de Posição no Mercado Futuro / Fonte: o autor.
Outra característica fundamental dos contratos futuros foi a padronização dos 
contratos. Essa padronização faz que as negociações se tornassem transparentes 
e simples. Segundo Santos e Silva (2015, p. 22), os principais elementos da padro-
nização dos contratos futuro são:
• Objeto de negociação.
• Quantidade por contrato (tamanho do lote).
• Qualidade do ativo-objeto.
• Vencimento do contrato.
• Último dia de negociação.
• Procedimentos de liquidação no vencimento (entrega física 
ou liquidação financeira).
• Taxas e emolumentos cobrados pela bolsa/corretora.
Dessa maneira, ao negociar um contrato futuro, os envolvidos deverão se preocupar 
apenas com a quantidade dos contratos e os seus preços, pois as demais informações 
já estão padronizadas.
Um Contrato Futuro de Milho com Liquidação Financeira 
negociado por meio da B3 (B3 [2019], on-line)26 tem as seguintes características:
Objeto de negociação
Milho em grão a granel, com odor e 
aspectos normais, duro ou semiduro e 
amarelo.
Código de negociação CCM
Abertura da posição
Compra
Encerramento da posição
Venda
Venda Compra
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Tamanho do contrato
450 sacas de 60kg líquidos (equivalentes 
a 27 toneladas métricas).
Cotação Reais por saca, com duas casas decimais.
Variação mínima de apregoa-
ção
R$ 0,01.
Lote padrão 1 contrato.
Último dia de negociação Dia 15 do mês de vencimento.
Data de vencimento
Dia 15 do mês de vencimento. Caso não 
haja sessão de negociação, a data de 
vencimento será a próxima sessão de 
negociação.
Meses de vencimento
Janeiro, março, maio, julho, agosto, se-
tembro e novembro.
Liquidação no vencimento Financeira.
Quadro 14 - Contrato Futuro de Milho com Liquidação Financeira
Fonte: B3 ([2019], on-line)26.
Conforme pode ser observado, as informações do contrato são especificadas e 
necessitam ser rigorosamente cumpridas. Os contratos futuros, ainda, possibili-
tam que a liquidação seja física ou financeira. Na liquidação física, um dos parti-
cipantes deverá entregar o ativo-objeto negociado na data e local estipulado no 
contrato. Já na liquidação financeira, ocorrerá apenas os ajustes financeiros, sem 
que haja a necessidade da entrega física do ativo-objeto. Todas essas informações 
constam no contrato negociado.
Para entendermos melhor como funcionam os contratos futuros, analisemos 
o exemplo a seguir:
Exemplo:
Uma empresa exportou as suas mercadorias e, em uma determinada data 
futura, receberia o pagamento no valor de USD 250.000,00 (duzentos e cinquenta 
mil dólares). A empresa estava com medo da queda da moeda norte-americana 
e, para se proteger, realizou uma operação de hedge, vendendo contratos futuros 
dessa moeda. A operação ocorreu da seguinte maneira:
■ Tamanho do contrato: USD 50.000,00 (cinquenta mil dólares).
■ Lote padrão: 5 contratos.
 
 
DESCRIÇÃO DE IMAGENS 
 
PÁGINA 155-156 – Quadro 14 - Contrato Futuro de Milho com Liquidação Financeira 
 
 
INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem refere-se ao Quadro 14 - Contrato Futuro de Milho com 
Liquidação Financeira. É composta por uma tabela com duas colunas: Partes do contrato e 
sua descrição. 
Objeto de negociação: Milho em grão a granel, com odor e aspectos normais, duro ou 
semiduro e amarelo; 
Código de negociação: CCM; 
Tamanho do contrato: 450 sacas de 60kg líquidos (equivalentes a 27 toneladas métricas); 
Cotação: Reais por saca, com duas casas decimais; 
Variação mínima de apregoação: R$ 0,01; 
Lote padrão: 1 contrato; 
Último dia de negociação: Dia 15 do mês de vencimento; 
Data de vencimento: Dia 15 do mês de vencimento. Caso não haja sessão de negociação, 
a data de vencimento será a próxima sessão de negociação; 
Meses de vencimento: Janeiro, março, maio, julho, agosto, setembro e novembro; 
Liquidação no vencimento: Financeira. FIM DESCRIÇÃO. 
 
 
 
 
 
 
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 ■ A taxa de câmbio de abertura de posição, no mercado futuro, foi R$ 3,621/ 
dólar (são utilizadas 3 casas decimais após a vírgula).
 ■ A taxa de câmbio, no mercado a vista, no dia do vencimento, foi igual a 
R$ 3,555/dólar.
 ■ A taxa de câmbio, no mercado a vista, variou ao longo do prazo do con-
trato, conforme é visualizado na figura a seguir.
Nesse sentido, com essa negociação, a empresa pretende receber pela sua venda 
o valor de ( )R$905.250,00 USD 250.000,00 R$3,621´ .
Por meio da figura a seguir, será possível identificar como o ajuste diário é 
calculado:
Figura 6 - Ajuste Diário / Fonte: o autor.
A figura anterior demonstra como ficaria o ajuste diário de uma posição de 5 con-
tratos de dólar, com o valor de USD 50.000,00 cada, negociados/travados a um 
preço de R$ 3,621/ dólar. O Dia 0 se refere ao dia da negociação e apresenta o preço 
negociado no contrato: R$ 3,621. No Dia 1, o preço do dólar passou para R$ 3,605, 
logo, a variação do preço do Dia 0 para o Dia 1 foi R$ 0,016 (não inserir sinal positi-
vo ou negativo nessa variação do preço). Como são 5 contratos com o valor de USD 
50.000,00 cada, o valor do ajuste diário será ( )R$4.000,00 0,016 5 50.000,00´ ´
. Para identificar quem pagará ou receberá o ajuste diário referente ao Dia 1, ima-
ginemos a seguinte situação: o comprador comprou dólar no Dia 0 por R$ 3,621 e, 
no Dia 1, o dólar está R$ 3,605, ou seja, o dólar caiu. Se ele vendesse esse dólar no 
Dia 1, teria um prejuízo (o dólar caiu em relação ao dia anterior), logo, o comprador 
Dia 0
Dia 1
Dia 2
Dia 3
Dia 4
Dia 5
Dia 6
Dia 7
Dia 8
Período
3,621
3,605
3,593
3,579
3,591
3,629
3,624
3,586
3,555
TOTAL
Preço do
ajuste
-
0,016
0,012
0,014
0,012
0,038
0,005
0,038
0,031
Variação
do preço
-
-4.000,00
-3.000,00
-3.500,00
3.000,00
9.500,00
-1.250,00
-9.500,00
-7.750,00
-16.500,00
Comprador
-
4.000,00
3.000,00
3.500,00
-3.000,00
-9.500,00
1.250,00
9.500,00
7.750,00
16.500,00
Vendedor
A bolsa repassa 
do perdedor para 
o ganhador no 
dia seguinte
 
 
DESCRIÇÃO DE IMAGENS 
 
PÁGINA 157 – Figura 6 - Ajuste Diário 
 
 
INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem refere-se a Figura 6 - Ajuste Diário. É composta por uma 
tabela com 5 colunas: Período, Preço do ajuste, Variação do preço, Comprador e Vendedor. 
Dia 0 - 3,621 - em branco - em branco - em branco; 
Dia 1 - 3,605 - 0,016 - -4.000,00 - 4.000,00; 
Dia 2 - 3,593 - 0,012 - -3.000,00 - 3.000,00; 
Dia 3 - 3,579 - 0,014 - -3.500,00 - 3.500,00; 
Dia 4 - 3,591 - 0,012 - 3.000,00 - -3.000,00; 
Dia 5 - 3,629 - 0,038 - 9.500,00 - -9.500,00; 
Dia 6 - 3,624 - 0,005 - -1.250,00 - 1.250,00; 
Dia 7 - 3,586 - 0,038 - -9.500,00 - 9.500,00; 
Dia 8 - 3,555 - 0,031 - -7.750,00 - 7.750,00; 
Total - -16.500,00 (comprador) - 16.500,00 (vendedor); 
A coluna vendedor tem a seguinte descrição: a bolsa repassa do perdedor para o ganhador 
no dia seguinte. FIM DESCRIÇÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
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Quais são as principais diferenças existentes entre os Contratos a Termo e os Contratos 
Futuros?
pensando juntos
deve pagar R$ 4.000,00 de ajuste diário. Como o comprador pagará o ajuste diário, 
o vendedor receberá os R$ 4.000,00.
Para identificar quem receberá e pagará o ajuste diário no Dia 2, continua-
remos com o mesmo processo: imagine que, no Dia 1, o comprador comprou 
dólar por R$ 3,605 e, no Dia 2, o dólar está a R$ 3,593, ou seja, o valor caiu. Se ele 
vendesse esse dólar no Dia 2, teria um prejuízo (o dólar caiu em relação ao dia an-
terior), logo, o comprador deve pagar os R$ 3.000,00 de ajuste diário referente ao 
Dia 2. Como o comprador irá pagar o ajuste, o vendedor receberá os R$ 3.000,00. 
Para o Dia 3, o processo será o mesmo, ou seja, o dólar caiu e o comprador pagará 
o ajuste diário e o vendedor receberá esse ajuste.
No Dia 4, a situação se modificou, porém o processo de identificação do
pagamento/recebimento do ajuste diário é o mesmo: imagine que, no Dia 3, o 
comprador comprou dólar por R$ 3,579 e, no Dia 4, o dólar está a R$ 3,591, ou 
seja, o valor subiu. Se o comprador vendesse o dólar no Dia 4, ele teria um lucro (o 
dólar subiu em relação ao dia anterior), logo, o comprador receberá R$ 3.000,00 
de ajuste diário e o vendedor pagará R$ 3.000,00 de ajuste. Todo esse processo se 
repete ao longo do contrato até a data da sua liquidação.
Para identificar o valor total a ser pago ou recebido pelos participantes, basta 
somar todos os ajustes diários pagos e recebidos pelo comprador, bem como 
todos os ajustes pagos e recebidos pelo vendedor. Ao somar esses valores, será 
possível identificar que o comprador pagou R$ 16.500,00 de ajuste diário e, por 
sua vez, o vendedor recebeu R$ 16.5000,00. Como a empresa do exemplo vendeu 
os contratos, ela receberá os R$ 16.500,00. Toda essa situação demonstra como 
a empresa conseguiu se proteger da variação do preço. Na data do recebimento 
dos USD 250.000,00 (Dia 8), referente à sua venda, o dólar estava a R$
3,555, logo, 
a empresa receberia o valor de ( )R$888.750,00 250.000 3,555´ . Contudo, a
empresa recebeu R$ 16.5000,00 de ajuste diário, o que lhe proporcionará um 
valor total de ( )$905.250,00 888.750,00 16.5000,00R + . Esse era o valor que
a empresa desejava receber ao realizar a operação com o contrato futuro.
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CONTRATOS DECONTRATOS DE
SWAPSWAP
O termo em inglês Swap signifi ca troca ou permuta . Dessa maneira, ao realizar 
uma negociação por meio do contrato de swap, os envolvidos “trocam fl uxo de 
caixa baseado em prazo, valor de referência e variáveis” (CVM, 2015, p.74). Oli-
veira (2011, p. 162) descreve que os contratos de swap são “contratos privados, 
fi rmados entre as partes por intermédio de uma instituição fi nanceira em um 
mercado denominado over the counter ou mercado de balcão”. Basicamente, 
os swaps consistem em ser uma negociação entre duas partes para a troca de 
indexadores em uma data futura, com critérios preestabelecidos. Além disso, os 
swaps mais comuns são os de taxas de juro, moedas e commodities.
Segundo Santos e Silva (2015) , os swaps são bastante utilizados, pois são 
considerados derivativos sob medida. Por não conter em padronização , os swaps 
podem ser negociados e ajustados livremente, de acordo com as necessidades 
dos envolvidos. Contudo, Santos e Silva (2 005 ) ainda defendem que as principais 
características desses contratos são:
• Não há nenhum desembols o de recurso no início da ope-
ração .
• A liquidação se dá sempre pela diferença de taxas sobre um 
valor referencial – nominal – no vencimento da operação, po-
dendo ser antecipada, havendo a respectiva anuência entre as 
partes .
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• São contratos intransferíveis, ou seja, não são passíveis de
transferência para terceiros, depois de registrados no sistema
eletrônico da BM&F.
• Os contratos de swaps são contratos adaptáveis às necessida-
des das partes, ou seja, são contratos a termo negociados em
balcão (fora dos pregões das bolsas), podendo ser ajustados à
vontade do usuário.
Os contratos de swap são bastantes utilizados para a realização de hedge na busca 
da proteção da variação dos preços. Para entendermos melhor, utilizaremos o 
seguinte exemplo:
Exemplo:
Uma empresa possui um determinado ativo financeiro (CDB, por exemplo), 
no valor de R$ 1.000.000,00, que remunera uma determinada taxa prefixada. 
Contudo, a empresa possui uma dívida a vencer em dólar e deseja transformar o 
indexador desse ativo que possui para dólar + 5% a.a. Para realizar essa transação, 
a empresa foi ao banco e realizou um contrato de swap.
Digamos que, ao final do prazo do contrato, ocorreram as seguintes situações:
■ O ativo prefixado rendeu R$ 1.032.743,04.
■ O dólar + 5% a.a. rendeu R$ 1.040.068,21.
Ao final do contrato, ocorrerá a troca (swap) dos fluxos de caixa, ou seja, a 
empresa receberá a variação do dólar e o banco a variação do ativo prefixado. 
Dessa forma, como o dólar + 5% a.a. variou mais que a ativo prefixado, a empresa 
receberá do banco o valor ( )R$7.325,17 1.040.068,21 1.032.743,04- . Caso o
dólar + 5% a.a. estivesse variado menos que o ativo prefixado, a empresa pagaria 
a diferença de variação ao banco.
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CONTRATOS DECONTRATOS DE
OPÇÕESOPÇÕES
Os contratos de opções possuem características diferentes dos demais contratos 
de derivativo, uma vez que não se negociam ativos-objetos para uma data futu-
ra, e sim o direito sobre eles. Pinheiro (2012, p. 390) descreve que as opções são 
“direitos de uma parte comprar ou vender a outra, até determinada data, certa 
quantia de ações-objeto a um preço preestabelecido”. A CVM (2015, p. 59) ainda 
defi ne as opções como “o direito de comprar ou de vender certa quantidade de um 
bem ou ativo, por preço determinado, para exercê-lo em data futura prefi xada”. 
Devido ao seu grau de complexidade, os contratos de opções apresentam 
terminologias específi cas para facilitar o processo de negociação. Nesse sentido, 
é fundamental conhecer essas terminologias:
■ Ativo-objeto: representa o bem ou ativo referência para o negócio. Atual-
mente, existem opções negociadas sobre diversos ativos , como ações, ín-
dices de preços, contratos futuros, moedas, commodities, entre outros .
■ Lançador: é o participante que está vendendo a opção que será adqui-
rida pelo titular. O lançador da opção assume a obrigação de comprar 
ou vender o ativo-objeto negociado e recebe o prêmio por possuir essa 
obrigação .
■ Titular: é o participante que está comprando a opção vendida pelo lan-
çador. O titular assume o direito de comprar ou vender o ativo-objeto 
negociado e paga o prêmio para obter esse direito .
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■ Prêmio: é o valor que o titular paga para o lançador da opção. Ao pagar
o prêmio, o titular obtém o direito de comprar ou vender o ativo-objeto
negociado.
■ Data de Exercício: representa a data de vencimento da opção, ou seja, é
o último dia em que o titular pode exercer o seu direito de comprar ou
vender o ativo-objeto negociado.
■ Preço de Exercício: representa o preço pelo qual o titular poderá exercer
o seu direito de comprar ou vender o ativo-objeto negociado. O preço de
exercício também é conhecido como strike.
■ Opção de Compra (Call): nessa opção, o titular adquire o direito de com-
prar o ativo-objeto na data futura pelo preço preestabelecido (preço de
exercício). Por outro lado, nessa opção, o lançador assume a obrigação de
vender o ativo-objeto.
■ Opção de Venda (Put): nessa opção, o titular adquire o direito de vender
o ativo-objeto na data futura pelo preço preestabelecido (preço de exer-
cício). Por outro lado, nessa opção, o lançador assume a obrigação de
comprar o ativo-objeto. 
É fundamental compreender que o titular da opção assume o direito de comprar 
ou vender determinado ativo-objeto, porém ele não possui a obrigação de 
comprar ou vender esse ativo. Realizar, efetivamente, a compra ou a venda será 
uma escolha do titular. O lançador possui a obrigação de comprar ou vender o 
ativo-objeto, caso o titular venha a desejar exercer o seu direito de compra ou 
de venda. Essas características das opções de compra e de venda poderão ser 
melhores visualizadas na figura a seguir:
Figura 7 - Posições no Contrato de Opções / Fonte: o autor.
TITULAR
(Comprador)
LANÇADOR
(Vendedor)
Direito de
comprar
Obrigação de
vender
OPÇÃO DE COMPRA
(CALL)
Direito de
vender
Obrigação de
comprar
OPÇÃO DE COMPRA
(PUT)
Paga RecebePRÊMIO
 
 
DESCRIÇÃO DE IMAGENS 
 
PÁGINA 162 – Figura 7 - Posições no Contrato de Opções 
 
 
INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem refere-se a Figura 7 - Posições no Contrato de Opções. É 
composta por uma tabela com 3 colunas: 
Tipo - Titular (comprador) - Lançador (vendedor); 
Opção de compra (Call) - Direito de comprar - Obrigação de vender; 
Opção de compra (Put) - Direito de vender - Obrigação de comprar; 
Prêmio - Paga - Recebe 
 FIM DESCRIÇÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Conforme visualizado, a Data de Exercício representa a data de vencimento do 
contrato de opções, ou seja, a data de liquidação desses contratos. Contudo, em 
relação à liquidação dos contratos de opções, a CVM (2015, p. 62) descreve três 
tipos:
• Modelo americano: a opção pode ser exercida a qualquer 
momento, até a data de vencimento acordada entre as partes.
• Modelo europeu: a opção somente pode ser exercida na data 
de vencimento acordada entre as partes.
• Modelo asiático: quando o direito se refere a uma média de 
preços durante certo período. Por exemplo: um banco pode 
vender a uma empresa importadora o direito de comprar 
dólares a um preço médio observado em um determinado 
período (ou em um número preestabelecido de operações de 
câmbio). 
Para que possamos compreender melhor o funcionamento dos contratos de op-
ções, apresentaremos alguns exemplos:
Exemplo 1:
Você é o titular de uma Opção de Compra (Call) com o preço de exercício de R$ 
100,00 por ação. Para obter essa opção, você
pagou o prêmio no valor de R$ 10,00 por 
ação. Sendo assim, você adquiriu o direito de comprar uma ação, na data futura, pelo 
preço de R$ 100,00. Para identificar se você exercerá o direito de comprar, ou não, essa 
ação por R$ 100,00 (preço de exercício), assumiremos que, na data do vencimento, o 
preço da ação no mercado à vista (PV) terá os seguintes comportamentos:
PREÇO À VISTA (PV) 
NO VENCIMENTO
PREÇO DE 
EXERCÍCIO
PRÊMIO 
POR AÇÃO
LUCRO/PREJUÍZO 
POR AÇÃO
90,00 100,00 10,00 -10,00
110,00 100,00 10,00 0,00
120,00 100,00 10,00 10,00
Quadro 15 - Perspectiva para o titular de uma Opção de Compra (Call) / Fonte: o autor.
 
 
DESCRIÇÃO DE IMAGENS 
 
PÁGINA 163 – Quadro 15 - Perspectiva para o titular de uma Opção de Compra (Call) 
 
 
INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem refere-se ao Quadro 15 - Perspectiva para o titular de uma 
Opção de Compra (Call). É composta por uma tabela com 4 colunas: Preço à vista (PV) no 
vencimento - Preço de exercício - Prêmio por ação - Lucro/prejuízo por ação. 
90,00 - 100,00 - 10,00 - -10,00; 
110,00 - 100,00 - 10,00 - 0,00; 
120,00 - 100,00 - 10,00 - 10,00 
FIM DESCRIÇÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Situação 1: o preço à vista (PV) da ação, na data futura, seria R$ 90,00. Nessa 
situação, não vale a pena você exercer o seu direito de comprar a ação por R$ 
100,00, pois ela está sendo negociada mais barata no mercado. Nessa situação, 
você não exerce o seu direito e, simplesmente, paga o prêmio de R$ 10,00. Dessa 
forma, você terá um prejuízo de apenas R$ 10,00 por ação (o valor do prêmio).
Situação 2: o preço à vista (PV) da ação, na data futura, seria R$ 110,00. Nessa 
situação, você exerceria o seu direito de comprar a ação por R$ 100,00, pois você 
pagaria R$ 100,00 em uma ação, que, no mercado, está valendo R$ 110,00. Con-
tudo, como você pagou R$ 10,00 de prêmio, o custo da sua ação seria R$ 110,00 
(100 da ação + 10 do prêmio). Você pagaria um total de R$ 110,00 pela ação e 
a venderia, logo em seguida, no mercado, pelos mesmos R$ 110,00. Ao final da 
operação, você não teria lucro ou prejuízo.
Situação 3: o preço à vista (PV) da ação, na data futura, seria R$ 120,00. Nessa 
situação, você exerceria o seu direito de comprar a ação por R$ 100,00, pois você 
pagaria R$ 100,00 em uma ação que, no mercado, está valendo R$ 120,00. Con-
tudo, como você pagou R$ 10,00 de prêmio, o custo da sua ação seria R$ 110,00 
(100 da ação + 10 do prêmio). Você pagaria um total de R$ 110,00 pela ação e a 
venderia, logo em seguida, no mercado, por R$ 120,00. Ao final da operação, você 
teria um lucro de R$ 10,00 por ação (120 – 110).
Exemplo 2:
Você é o lançador de uma Opção de Compra (Call) com o preço de exercício 
de R$ 100,00 por ação. Por essa opção, você recebeu o prêmio no valor de R$ 
10,00 por ação. Sendo assim, você adquiriu a obrigação de vender uma ação, na 
data futura, pelo preço de R$ 100,00, caso o titular queira comprar essa ação de 
você. Para verificar as diferentes possibilidades dessa negociação, admitiremos 
que, na data do vencimento, o preço da ação, no mercado à vista, (PV) terá os 
seguintes comportamentos:
PREÇO À VISTA (PV) 
NO VENCIMENTO
PREÇO DE 
EXERCÍCIO
PRÊMIO 
POR AÇÃO
LUCRO/PREJUÍZO 
POR AÇÃO
90,00 100,00 10,00 10,00
110,00 100,00 10,00 0,00
120,00 100,00 10,00 -10,00
Quadro 16 - Perspectiva para o lançador de uma Opção de Compra (Call) / Fonte: o autor.
 
 
DESCRIÇÃO DE IMAGENS 
 
PÁGINA 164 – Quadro 16 - Perspectiva para o lançador de uma Opção de Compra (Call) 
 
 
INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem refere-se ao Quadro 16 - Perspectiva para o lançador de 
uma Opção de Compra (Call). É composta por uma tabela com 4 colunas: Preço à vista (PV) 
no vencimento - Preço de exercício - Prêmio por ação - Lucro/prejuízo por ação. 
90,00 - 100,00 - 10,00 - 10,00; 
110,00 - 100,00 - 10,00 - 0,00/ 
120,00 - 100,00 - 10,00 - -10,00 
 FIM DESCRIÇÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Situação 1: o preço à vista (PV) da ação, na data futura, seria R$ 90,00. Nessa si-
tuação, o titular (quem comprou a opção) não exerceria o direito de compra, pois 
ele não pagará R$ 100,00 em uma ação que está valendo R$ 90,00 no mercado. 
Dessa forma, o titular não exerceria o direito de comprar a ação e você ganharia 
o prêmio de R$ 10,00, logo, o seu lucro seria de R$ 10,00 por ação.
Situação 2: o preço à vista (PV) da ação, na data futura, seria R$ 110,00. Nessa 
situação, o titular (quem comprou a opção) exerceria o direito de compra, pois ele 
pagará R$ 100,00 em uma ação que está valendo R$ 110,00 no mercado. Nessa 
situação, você compraria a ação, no mercado, por R$ 110,00 e venderia para o titu-
lar por R$ 100,00, incorrendo em um prejuízo de R$ 10,00. Contudo, como você 
ganhou R$ 10,00 de prêmio, ao final da negociação, você não teria lucro ou prejuízo.
Situação 3: o preço à vista (PV) da ação, na data futura, seria R$ 120,00. Nessa 
situação, o titular (quem comprou a opção) exerceria o direito de compra, pois ele 
pagará R$ 100,00 em uma ação que está valendo R$ 120,00 no mercado. Nessa situa-
ção, você compraria a ação, no mercado, por R$ 120,00 e venderia para o titular por 
R$ 100,00, incorrendo em um prejuízo de R$ 20,00. Como como você ganhou R$ 
10,00 de prêmio, ao final da negociação, você teria um prejuízo de R$ 10,00 por ação.
Exemplo 3:
Você é o titular de uma Opção de Venda (Put) com o preço de exercício de 
R$ 100,00 por ação. Para obter essa opção, você pagou o prêmio no valor de R$ 
10,00 por ação. Sendo assim, você adquiriu o direito de vender uma ação, na 
data futura, pelo preço de R$ 100,00. Para identificar se você exercerá o direito 
de vender, ou não, essa ação por R$ 100,00 (preço de exercício), assumiremos 
que, na data do vencimento, o preço da ação, no mercado à vista (PV), terá os 
seguintes comportamentos:
PREÇO À VISTA (PV) 
NO VENCIMENTO
PREÇO DE 
EXERCÍCIO
PRÊMIO 
POR AÇÃO
LUCRO/PREJUÍZO 
POR AÇÃO
80,00 100,00 10,00 10,00
90,00 100,00 10,00 0,00
120,00 100,00 10,00 -10,00
Quadro 17 - Perspectiva para o titular de uma Opção de Venda (Put) / Fonte: o autor.
 
 
DESCRIÇÃO DE IMAGENS 
 
PÁGINA 165 – Quadro 17 - Perspectiva para o titular de uma Opção de Venda (Put) 
 
 
INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem refere-se ao Quadro 17 - Perspectiva para o titular de uma 
Opção de Venda (Put). É composta por uma tabela com 4 colunas: Preço à vista (PV) no 
vencimento - Preço de exercício - Prêmio por ação - Lucro/prejuízo por ação. 
80,00 - 100,00 - 10,00 - 10,00; 
90,00 - 100,00 - 10,00 - 0,00; 
120,00 - 100,00 - 10,00 - -10,00. FIM DESCRIÇÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Situação 1: o preço à vista (PV) da ação, na data futura, seria R$ 80,00. Nessa situa-
ção, você exerceria o direito de vender a sua ação por R$ 100,00, pois, no mercado, 
essa ação está custando R$ 80,00. Dessa forma, você compraria a ação, no mercado, 
por R$ 80,00 e venderia por R$ 100,00, obtendo um ganho de R$ 20,00. Como você 
pagou R$ 10,00 de prêmio, o seu lucro da operação seria R$ 10,00 por ação.
Situação 2: o preço à vista (PV) da ação, na data futura, seria R$ 90,00. Nessa si-
tuação, você exerceria o direito de vender a sua ação por R$ 100,00, pois, no mercado, 
essa ação está custando R$ 90,00. Dessa forma, você compraria a ação, no mercado, 
por R$ 90,00 e venderia por R$ 100,00, obtendo um ganho de R$ 10,00. Como você 
pagou R$ 10,00 de prêmio, ao final da operação, você não teria lucro ou prejuízo.
Situação 3: o preço à vista (PV) da ação, na data futura, seria R$ 120,00. Nessa 
situação, você não exerceria o direito de vender a sua ação por R$ 100,00, pois, no 
mercado, essa ação está custando R$ 120,00. Dessa maneira, você simplesmente 
pagaria o prêmio de R$ 10,00 e o seu prejuízo, ao final da negociação, seria R$ 
10,00 (prêmio) por ação.
Exemplo 4:
Você é o lançador de uma Opção de Venda (Put) com o preço de exercício de R$ 
100,00 por ação. Por essa opção, você recebeu o prêmio no valor de
R$ 10,00 por ação. 
Sendo assim, você adquiriu a obrigação de comprar uma ação, na data futura, pelo 
preço de R$ 100,00, caso o titular queira vender essa ação para você. Para verificar as 
diferentes possibilidades dessa negociação, admitiremos que, na data do vencimento, 
o preço da ação, no mercado à vista (PV), terá os seguintes comportamentos:
PREÇO À VISTA
(PV) NO VENCI-
MENTO
PREÇO DE 
EXERCÍCIO
PRÊMIO 
POR AÇÃO
LUCRO/PREJUÍZO 
POR AÇÃO
80,00 100,00 10,00 -10,00
90,00 100,00 10,00 0,00
120,00 100,00 10,00 10,00
Quadro 18 - Perspectiva para o lançador de uma Opção de Venda (Put) / Fonte: o autor.
Situação 1: o preço à vista (PV) da ação, na data futura, seria R$ 80,00. Nessa 
situação, o titular (quem comprou a opção) exerceria o direito de vender, pois 
ele venderia por R$ 100,00 uma ação que está valendo R$ 80,00 no mercado. Ao 
comprar essa ação por R$ 100,00, você a venderia, no mercado, por R$ 80,00, 
 
 
DESCRIÇÃO DE IMAGENS 
 
PÁGINA 166 – Quadro 18 - Perspectiva para o lançador de uma Opção de Venda (Put) 
 
 
INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem refere-se ao Quadro 18 - Perspectiva para o lançador de 
uma Opção de Venda (Put). É composta por uma tabela com 4 colunas: Preço à vista (PV) 
no vencimento - Preço de exercício - Prêmio por ação - Lucro/prejuízo por ação. 
80,00 - 100,00 - 10,00 - -10,00; 
90,00 - 100,00 - 10,00 - 0,00; 
120,00 - 100,00 - 10,00 - 10,00. FIM DESCRIÇÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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incorrendo em um prejuízo de R$ 20,00. Como você recebeu R$ 10,00 de prêmio, 
o seu prejuízo seria de R$ 10,00 por ação.
Situação 2: o preço à vista (PV) da ação, na data futura, seria R$ 90,00. Nessa 
situação, o titular (quem comprou a opção) exerceria o direito de vender, pois 
ele venderia por R$ 100,00 uma ação que está valendo R$ 90,00 no mercado. Ao 
comprar essa ação por R$ 100,00, você a venderia, no mercado, por R$ 90,00, 
incorrendo em um prejuízo de R$ 10,00. Como você recebeu R$ 10,00 de prêmio, 
ao final da operação, não teria nem lucro, nem prejuízo.
Situação 3: o preço à vista (PV) da ação, na data futura, seria R$ 120,00. Nessa 
situação, o titular (quem comprou a opção) não exerceria o direito de vender, pois 
ele venderia por R$ 100,00 uma ação que está valendo R$ 120,00 no mercado. 
Dessa maneira, você simplesmente receberia o prêmio de R$ 10,00 e o seu lucro, 
ao final da negociação, seria R$ 10,00 (prêmio) por ação.
A partir dos exemplos apresentados, é possível perceber que a expectativa do 
titular de uma Opção de Compra (Call) é a de que o preço do ativo-objeto suba. 
Por outro lado, o titular de uma Opção em e Venda (Put) possui a expectativa de 
que o preço do ativo-objeto caia. Contudo, é fundamental compreender algumas 
características:
TITULAR (Comprador LANÇADOR (Vendedor)
OPÇÃO DE 
COMPRA 
(Call)
Essa operação apresenta 
prejuízo limitado ao prêmio 
pago pelo titular. No entanto, 
os lucros são ilimitados, uma 
vez que, quanto mais o preço 
a vista (PV) subir além do nível 
determinado por preço de 
exercício mais o prêmio, maior 
será o ganho do titular da 
opção.
Essa operação tem prejuízo 
ilimitado para o lançador. 
Quanto mais o preço a 
vista (PV) subir para além 
do nível determinado por 
preço de exercício mais o 
prêmio, maior será a perda 
para o lançador da opção.
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Como qualquer outra comunidade, o mercado financeiro tem o seu jargão próprio que 
pode parecer incompreensível para quem não pertence a ele, mas que facilita muito a 
comunicação corriqueira entre os participantes. Um pequeno glossário inicial será útil.
Comprado (ativo, long): aquele que comprou ou assumiu uma posição comprada num 
bem.
Vendido (passivo, short): aquele que vendeu ou assumiu uma posição vendida num bem.
Altista (Bull): aquele que ganha com a alta no preço do ativo.
Baixista (Bear): aquele que ganha com a queda do preço do ativo.
Venda a descoberto (short selling): vender algo sem possuí-lo. O agente terá de tomar 
emprestada a mercadoria para poder entregá-la.
Fonte: Santos e Silva (2015, p. 16 e 17).
explorando Ideias
TITULAR (Comprador LANÇADOR (Vendedor)
OPÇÃO 
DE VENDA 
(Put)
Essa operação apresenta 
prejuízo limitado ao prêmio 
pago pelo titular da opção. Os 
lucros, contudo, são ilimitados, 
uma vez que, quando mais o 
preço a vista (PV) cair além do 
nível determinado por preço 
de exercício menos o prêmio, 
maior será o ganho do titular 
da opção.
Essa operação apresenta 
prejuízo ilimitado para o 
lançador. Quanto mais o 
preço a vista cai para níveis 
inferiores ao preço de 
exercício menos o prêmio, 
maior será a perda para 
o lançador da opção. Seu 
lucro é limitado ao prê-
mio recebido do titular da 
opção.
Quadro 19 - Características dos tipos de Opções / Fonte: adaptado de CVM (2015).
Dessa maneira, a negociação com os contratos de opções apresenta característi-
cas mais complexas, comparando-se aos outros tipos de derivativos. No entanto, 
esse mercado poderá ser utilizado tanto para a realização de hedge quanto para 
especulação e arbitragem.
 
 
DESCRIÇÃO DE IMAGENS 
 
PÁGINA 167-168 – Quadro 19 - Características dos tipos de Opções 
 
 
INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem refere-se ao Quadro 19 - Características dos tipos de 
Opções. É composta por uma tabela com 2 colunas: Titular (comprador e Lançador 
(vendedor). 
Opção de compra (Call) - Essa operação apresenta prejuízo limitado ao prêmio pago pelo 
titular. No entanto, os lucros são ilimitados, uma vez que, quanto mais o preço a vista (PV) 
subir além do nível determinado por preço de exercício mais o prêmio, maior será o ganho 
do titular da opção - Essa operação tem prejuízo ilimitado para o lançador. Quanto mais o 
preço a vista (PV) subir para além do nível determinado por preço de exercício mais o 
prêmio, maior será a perda para o lançador da opção. 
Opção de venda (Put) - Essa operação apresenta prejuízo limitado ao prêmio pago pelo 
titular da opção. Os lucros, contudo, são ilimitados, uma vez que, quando mais o preço a 
vista (PV) cair além do nível determinado por preço de exercício menos o prêmio, maior 
será o ganho do titular da opção - Essa operação apresenta prejuízo ilimitado para o 
lançador. Quanto mais o preço a vista cai para níveis inferiores ao preço de exercício menos 
o prêmio, maior será a perda para o lançador da opção. Seu lucro é limitado ao prêmio 
recebido do titular da opção. FIM DESCRIÇÃO. 
 
 
 
 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, foi possível identificar que, por meio do mercado 
de derivativos, as pessoas, produtores e organizações conseguirão se proteger dos 
riscos de mercado, ou seja, dos riscos relacionados à variação dos preços das com-
modities, das moedas estrangeiras e da taxa de juros, por exemplo. Para que isso 
aconteça, esse mercado apresenta diferentes participantes, os quais, a depender de 
seus objetivos, podem ser classificados como hedger, especuladores e arbitradores.
Foi possível identificar que, no mercado de derivativos, as negociações são tidas 
como a prazo, em que os negociadores se comprometem a entregar um determi-
nado ativo em uma data futura, porém com o preço estabelecido na data presente. 
Identificamos, ainda, que os derivativos recebem esse nome, pois as suas negocia-
ções derivam de outros ativos, tais como commodities, moedas, índices e taxas de 
juros. Além disso, verificamos que a negociação com derivativos acontece com a 
utilização de contratos, como os Contratos a Termo, Futuro, Swap e de Opções.
Os contratos a termo foram a primeira modalidade de derivativos conhecida, 
sendo bastante utilizados, apesar da maior parte das suas negociações não ocor-
rerem por meio da Bolsa de Valores. Os contratos futuros foram uma evolução 
do mercado a termo e passaram apresentar características que possibilitaram 
maior liquidez do mercado, além de uma maior segurança para os envolvidos.
Por fim, compreendemos o funcionamento dos contratos de swap e dos con-
tratos
de opções. Os contratos de swap representam, basicamente, a negocia-
ção entre duas partes que se comprometem a trocar indexadores em uma data 
futura. No mercado de opções, são negociados direitos de comprar ou vender 
determinado ativo, em uma data futura, por um preço previamente estabelecido. 
Dessa maneira, terminamos o capítulo com um maior domínio sobre o funcio-
namento dos principais contratos de derivativos negociados no mercado.
170
na prática
1. O mercado de derivativo possibilita que empresas, por exemplo, consiga m se pro-
teger da variação do preço de determinado ativo. Contudo, existem diferentes tipo s 
de contratos de derivativos e cada um deles apresenta características específi cas.
Sendo assim, analise as afi rmações:
I - A o negociar com o contrato de opções, a empresa poderá ser a lançadora ou o
titular de uma opção de compra ou de venda. 
II - Para tornar as negociações mais seguras, os contratos a termo exigem um de-
pósito de uma margem de garantia para honrar os ajustes diários.
III - Os contratos de swap negociam o direito de comprar ou vender determinado 
ativo, em uma data futura, por um preço previamente estabelecido.
 É correto o que se afi rma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.
2. Um produtor utilizou o contrato futuro para vender um contrato de soja, travando
o preço de R$ 70,00 a saca. Considere que um contrato futuro de soja é composto
por 450 sacas e os preços tiveram as seguintes variações nos dias seguintes: R$
72,00; R$ 74,00; R$ 71,00 e R$ 73,00. Com base na situação hipotética, uma vez que
o contrato tenha sido encerrado no quarto dia, o produtor:
a) Pagará um valor total de R$ 900,00.
b) Pagará um valor total de R$ 1.350,00.
c) Pagará um valor total de R$ 94.500,00.
d) Receberá um valor total de R$ 900,00.
e) Receberá um valor total de R$ 1.350,00.
171
na prática
3. Um determinado investidor pretende recorrer ao mercado de derivativos , no intuito 
de realizar uma operação de hedge. Nesse sentido, o investidor deseja realizar um 
contrato de opções que lhe possibilite obter o direito de comprar determinada 
commoditie, em uma data futura, por um preço preestabelecido. Dessa forma, o 
investidor deverá ser:
a) O titular de uma Call.
b) O titular de uma Put.
c) O lançador de uma Call.
d) O lançador de uma Put.
e) O lançador de uma Put conversível em ação.
4. Um determinado produtor de milho está iniciando a sua plantação e tem um pouco 
de receio de como estará o preço do milho na data da colheita. Para se proteger da 
possível variação dos preços, o produtor foi à Bolsa de Valores e realizou um contrato 
de derivativos. O contrato realizado apresenta uma padronização, além do ajuste 
diário e a necessidade de uma margem de garantia depositada pelos investidores. 
Sendo assim, o investidor adquiriu um:
a) Contrato Futuro.
b) Contrato a Termo.
c) Contrato de Swap.
d) Contrato de Opções.
e) Contrato de Leilão Reverso.
172
na prática
5. Os contratos de opções apresentam características bem específi cas, além de diferen-
tes possibilidades de ganhos e perdas para cada tipo de investidor. Dessa maneira,
analise as afi rmações:
I - O titular de uma Call poderá possuir ganhos ilimitados e prejuízos limitados ao
prêmio pago. 
II - O titular de uma Put poderá possuir ganhos ilimitados e prejuízos limitados ao 
prêmio pago
III - O lançador de uma Put poderá apresentar um prejuízo ilimitado e um lucro 
limitado ao prêmio recebido.
É correto o que se afi rma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.
173
aprimore-se
BENEFÍCIOS NA UTILIZAÇÃO DE DERIVATIVOS
Derivativos agrícolas
O mercado de derivativos responde a uma necessidade genuína da comercialização 
de determinadas mercadorias. Por exemplo, nos Estados Unidos, a colheita de trigo 
é realizada apenas durante algumas semanas, enquanto o consumo do cereal ocor-
re o ano todo. Então, alguém precisa carregar a mercadoria, até que seja consumida 
por inteiro, arcando com os custos de aquisição, armazenagem e transporte, e sujei-
tando-se aos riscos das variações de preço.
Somente o mercado de derivativos pode oferecer ao agricultor (que pretende 
vender sua produção, assim que efetuar a colheita, pelo melhor preço) e ao proces-
sador ou usuário do produto (que espera comprar o produto no decurso do ano, 
pelo melhor preço) os meios de garantir sua necessidade de fi xação de preço, por 
meio de operações de hegding.
O mercado de derivativos possibilita mecanismos efi cientes para que os espe-
culadores forneçam o capital indispensável à absorção das mudanças nos níveis de 
preços das mercadorias. Embora as alterações nos preços futuros das mercadorias 
sejam rápidas e contínuas, a interação permanente de compradores e vendedores, 
em um mercado competitivo e aberto, estabelece velozmente quanto cada merca-
doria vale, a todo o momento. Como os preços são disseminados instantaneamente 
para a sociedade, o menor usuário do mercado sabe tanto quanto seu maior con-
corrente qual o valor exato da mercadoria que pretende vender ou comprar.
O custo da mercadoria para o público diminui. O hedge permite ao produtor e ao 
processador da mercadoria operar com custos mais baixos. Esse ganho operacio-
nal, na maioria das vezes, é repassado ao consumidor.
O custo de fi nanciamento dos estoques cai. As instituições fi nanceiras preferem 
fi nanciar estoques a taxas menores a quem faz hedge.
174
aprimore-se
Derivativos fi nanceiros
A principal aplicação dos derivativos fi nanceiros diz respeito à possibilidade de pro-
teção (hedge). Empresas que tenham contratos de exportação, importação ou que, 
de alguma forma, possuam créditos a receber ou obrigações a cumprir em moedas 
estrangeiras podem se proteger contra variações adversas na moeda que impactem 
negativamente seus ativos e passivos.
A mesma situação ocorre com empresas que estejam sujeitas às taxas de juro in-
ternacionais ou que queiram se proteger da volatilidade dessas taxas. Investidores 
individuais e fundos de investimento fi nanceiro, possuidores de carteiras de ações, 
podem utilizar os derivativos de índice de ações para proteger o valor de suas car-
teiras diante das oscilações de preço das ações.
Os derivativos também podem ser utilizados para investimento. Sobre isso, é 
bom lembrar que os derivativos são ativos de renda variável e devem ser considera-
dos como investimentos de risco.
Gerenciamento de Riscos
A partir dos conceitos defi nidos, pode-se concluir que derivativos são instrumentos 
fi nanceiros utilizados, em essência, para gerenciar riscos, uma vez que seu valor 
depende de outros ativos aos quais se referem. Como já visto, os derivativos podem 
ser utilizados de quatro formas: como mecanismo de proteção, elevação de rentabi-
lidade (alavancagem), especulação e arbitragem.
Essas quatro formas de utilização se confundem, pois não é muito fácil distinguir 
as fronteiras que as separam. Com o avanço das comunicações, o crescimento das 
relações comerciais e a globalização, o capital adquiriu grande mobilidade e os deri-
vativos, sem dúvida, tornaram-se importantes veículos para o aumento da efi ciência 
em uma economia altamente competitiva em âmbito mundial.
Fonte: CVM (2014a, p. 319-320).
175
eu recomendo!
Derivativos: Negociação e precifi cação
Autor: Leonel Molero e Eduardo Mello
Editora: Saint Paul Editora
Sinopse: esclarece as técnicas utilizadas pelas mesas de tesou-
raria proprietárias de bancos e gestoras de fundos, revelando 
estratégias executadas no mercado de opções, futuros, swaps e 
termos. Traz exemplos das operações de hedge de forma didá-
tica, organizando o arcabouço essencial para o aprendizado de derivativos, com 
uso de casos práticos do mercado brasileiro. 
livro
176
conclusão geral
 conclusão geral
176
conclusão geral
 conclusão geral
Caro(a) aluno(a), esperamos ter cumprido a nossa missão, que foi a de possibilitar 
 uma
aprendizagem sobre mercado fi nanceiro e de capitais, de tal forma que a lei-
tura deste livro lhe tenha possibilitado uma compreensão signifi cativa sobre esse 
assunto . Isso se deve, principalmente, tendo em vista que o conhecimento é o ele-
mento central tanto para o investidor que deseja operar nesses mercados quanto 
para quem deseja atuar profi ssionalmente. 
Para cumprir essa missão, inicialmente, discutimos a importância do sistema fi nan-
ceiro para as economias dos países, destacando que cabe a esse sistema viabilizar 
o fl uxo fi nanceiro entre poupadores (agentes superavitários) e tomadores de re-
cursos (agentes defi citários). Ao tratar da segmentação do sistema fi nanceiro, sa-
lientamos que o mercado de capitais é apenas um dos mercados que compõem o
sistema fi nanceiro, o qual ainda possui o mercado de crédito, mercado monetário e
mercado de câmbio.
Diante dessa compreensão, discutimos o mercado de capitais de forma aprofun-
dada, apresentando seus conceitos, princípios e características. Is so nos gerou o 
entendimento de que qualquer investidor só terá clareza a respeito de quais são os 
melhores produtos e ativos fi nanceiros para alocar os seus recursos após identifi car 
seu perfi l de investidor e verifi car os atributos gerais dos ativos fi nanceiros, que são: 
liquidez, rentabilidade e risco. 
Com is so, procuramos evidenciar que todo investidor precisa respeitar o seu perfi l 
de investimento e diversifi car a sua carteira. Para mostrar as possibilidades que 
os investidores possuem à disposição para realizar a alocação da sua carteira, tra-
tamos d os investimentos de renda fi xa e renda variável, dando destaque para as 
ações e fundos de investimento, além dos derivativos. 
Esperamos que você continue estudando esse tema, busque por novas informações 
e procure pôr em prática os ensinamentos deste livro!
referências
177
B3. Por dentro da B3. Guia prático de uma das maiores bolsas de valores e derivativos 
do mundo. São Paulo: B3, s. d. Disponível em: https://educacional.bmfbovespa.com.br/docu-
mentos/ApostilaPQO.pdf. Acesso em: 28 nov. 2019.
BM&FBOVESPA. Introdução ao Mercado de Capitais. São Paulo: BM&BOVESPA, 2010. Dis-
ponível em: https://centraldefavoritos.com.br/wp-content/uploads/2016/09/mercado-de-ca-
pitais.pdf. Acesso em: 2 dez. 2019
BRASIL. Lei n. 10.198, de 14 de fevereiro de 2001. Dispõe sobre a regulação, fi scalização e 
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dro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confi ança da Superintendência 
Nacional da Previdência Complementar - Previc, remaneja cargos em comissão e substitui 
cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS por Funções Co-
missionadas do Poder Executivo - FCPE. Brasília: D. O. U., 2017. Disponível em: http://www.
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BRASIL. Decreto-lei n. 73, de 21 de novembro de 1966. Dispõe sôbre o Sistema Nacional de 
Seguros Privados, regula as operações de seguros e resseguros e dá outras providências. Bra-
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to.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7492.htm. Acesso em: 28 nov. 2019.
referências
178
BRASIL. Lei n. 8.177, de 1 de março de 1991. Estabelece regras para a desindexação da eco-
nomia e dá outras providências. Brasília: D. O. U., 1991. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/LEIS/L8177.htm. Acesso em: 29 nov. 2019.
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de 15 de dezembro de 1976, 9.430, de 27 de dezembro de 1996, 12.350, de 20 de dezembro 
de 2010, 11.196, de 21 de novembro de 2005, 8.248, de 23 de outubro de 1991, 9.648, de 27 
de maio de 1998, 11.943, de 28 de maio de 2009, 9.808, de 20 de julho de 1999, 10.260, de 
12 de julho de 2001, 11.096, de 13 de janeiro de 2005, 11.180, de 23 de setembro de 2005, 
11.128, de 28 de junho de 2005, 11.909, de 4 de março de 2009, 11.371, de 28 de novembro 
de 2006, 12.249, de 11 de junho de 2010, 10.150, de 21 de dezembro de 2000, 10.312, de 27 
de novembro de 2001, e 12.058, de 13 de outubro de 2009, e o Decreto-Lei nº 288, de 28 de 
fevereiro de 1967; institui o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento de Usinas 
Nucleares (Renuclear); dispõe sobre medidas tributárias relacionadas ao Plano Nacional de 
Banda Larga; altera a legislação relativa à isenção do Adicional ao Frete para Renovação da 
Marinha Mercante (AFRMM); dispõe sobre a extinção do Fundo Nacional de Desenvolvimento; 
e dá outras providências. Brasília: D. O. U., 2011. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12431.htm. Acesso em: 29 nov. 2019.
BRASIL. Lei n. 12.703, de 7 de agosto de 2012. Altera o art. 12 da Lei nº 8.177, de 1º de março 
de 1991, que estabelece regras para a desindexação da economia e dá outras providências, o 
art. 25 da Lei nº 9.514, de 20 de novembro de 1997, que dispõe sobre o Sistema de Financia-
mento Imobiliário, institui a alienação fi duciária de coisa imóvel e dá outras providências, e o 
inciso II do art. 167 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, que dispõe sobre os registros 
públicos e dá outras providências. Brasília: D. O. U., 2012. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12703.htm. Acesso em: 29 nov. 2012.
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referências
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Dispõe sobre a constituição e o fun-
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referências
180
REFERÊNCIAS ONLINE
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12 Em: https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/perguntasfrequentes-respostas/faq_aplica-
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14 Em: https://www.infomoney.com.br/cdb. Acesso em: 29 nov. 2019. Acesso em: 29 nov. 2019.
15 Em: https://www.cetip.com.br/captacao-bancaria/lf#!. Acesso em: 29 nov. 2019.
16 Em: https://www.cetip.com.br/captacao-bancaria/lci#!. Acesso em: 29 nov. 2019.
17 Em: https://www.cetip.com.br/captacao-bancaria/lca#!. Acesso em: 29 nov. 2019.
18 Em: https://www.cetip.com.br/outros/lc#!. Acesso em: 29 nov. 2019.
19 Em: http://www.tesouro.gov.br/web/stn/-/o-tesouro-direto-possui-vantagens-como-ne-
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referências
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22 Em: http://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/negociacao/renda-variavel/acoes.
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23 Em: https://blog.toroinvestimentos.com.br/dividend-yield-o-que-e. Acesso em: 2 dez. 2019.
24 Em: https://capitalevalor.com.br/artigo.php?id=14. Acesso em: 2 dez. 2019.
25 Em: https://www.easynvest.com.br/tributacao-variavel.html. Acesso em: 3 dez. 2019.
26 Em: http://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/negociacao/commodities/futuro-de-
-milho-com-liquidacao-fi nanceira.htm. Acesso em: 5 dez. 2019. 
gabarito
182
UNIDADE 1
1. O sistema fi nanceiro pode ser defi nido
como um conjunto de instituições, ins-
trumentos e mercados agrupados de
forma harmônica, com a fi nalidade de
canalizar a poupança das unidades su-
peravitárias até o investimento deman-
dado pelos agentes defi citários.
2. D.
3. E.
4. C.
5. E.
UNIDADE 2
1. 
I. Utilização de recursos próprios, via utili-
zação dos lucros retidos;
II. Captação de recursos no mercado
bancário, seja por meio das linhas de
créditos tradicionais ou por linhas de fi -
nanciamento governamentais, como é
o caso do Banco Nacional de Desenvol-
vimento Econômico e Social (BNDES) .
III. Captando recursos no mercado de ca-
pitais, por meio da emissão pública de
títulos diretamente aos investidores,
como é o caso das emissões de debên-
tures por parte das companhias abertas
com registro na CVM.
2. Liquidez: refere-se à maior ou menor
facilidade de se negociar um título,
convertendo-o em dinheiro. É o atribu-
to que qualquer ativo possui, em maior
ou menor grau, de : (i) conservar valor ao 
longo tempo e (ii) ser capaz de liquidar 
dívidas . Rentabilidade: é o grau de ren-
dimento proporcionado por um inves-
timento pela valorização do capital ao 
longo do tempo. Segurança: é a certeza 
do retorno do dinheiro aplicado . Logo, 
 possui uma ligação próxima com risco, 
que é a incerteza quantifi cável mate-
maticamente. 
3. C.
4. D.
5. A renda fi xa é o tipo de investimento
cuja remuneração ou sua forma de cál-
culo é conhecida no momento da sua
aplicação . Portanto, a sua rentabilidade
é previamente defi nida no momen-
to da aplicação fi nanceira. Is so faz que
esses investimentos sejam considera-
dos menos arriscados e recomendados
para os investidores que se enquadrem
no perfi l conservador. Renda variável é o 
tipo de investimento cuja remuneração
ou sua forma de cálculo não é conhe-
cida no momento da aplicação, pois o
valor do principal e o prazo de resgate
também poderão variar. Os investimen-
tos em renda variável são, portanto,
mais arriscados e recomendados para
investidores de perfi l dinâmico. O gran-
de atrativo desse tipo de investimento é
que ele pode proporcionar uma renta-
bilidade maior do que os investimentos
em renda fi xa.
gabarito
183
UNIDADE 3
1. No que diz respeito à poupança, tradi-
cionalmente, seu rendimento sempre 
foi determinado pela variação da TR 
(Taxa Referencial) mais juros de 0,5% 
ao mês. Entretanto , as regras sofreram 
alteração em 4 de maio de 2012. A par-
tir des sa data, se a meta para taxa bá-
sica de juros da economia for superior 
a 8,5%, vale a regra antiga. Por outro 
lado, se a meta Selic for igual ou menor 
que 8,5%, os juros da caderneta de pou-
pança são reduzidos para 70% da Selic 
mais a TR. Em relação aos CDBs, a sua 
remuneração pode ser de três formas: 
prefi xado: quando o investidor negocia 
com o banco uma taxa predefi nida e, 
durante a vigência daquele título, re-
ceberá sempre a
remuneração que foi 
acordada; pós-fi xado: neste caso, a ren-
tabilidade do investimento é baseada 
em alguma taxa de referência, tal como 
o CDI. Outro tipo de CDB é aquele cuja 
remuneração varia de acordo com um 
índice de infl ação (principalmente o 
IPCA) e uma taxa de juros prefi xada.
2. Há uma relação direta entre a Taxa 
DI-Cetip e a Taxa Selic. Essa relação se 
dá pelo fato da Taxa Selic ser utilizada 
como referência para as demais taxas 
de juros do mercado, incluindo a Taxa 
DI-Cetip. Portanto, os bancos utilizam 
a Taxa Selic como referência para suas 
operações, no mercado interbancário, 
ao negociar os CDI entre si.
3. D.
4. B.
5. D.
UNIDADE 4
1. Dividendos é a parcela dos lucros paga 
aos acionistas em dinheiro, estabeleci-
da no Estatuto Social da empresa. O pa-
gamento de dividendos depende do lu-
cro que cada empresa obtém em cada 
ano, o que faz que os valores variem ao 
longo do tempo. Bonifi cação em di-
nheiro é a participação adicional nos 
lucros que as empresas concedem aos 
seus acionistas em forma de dinheiro.
2. C.
3. 
I. Individualmente: situação em que o 
próprio investidor contrata os serviços 
de uma Corretora de Valores e, com a 
assessoria dos profi ssionais dessa insti-
tuição, acessa o home broker da corre-
tora e executa uma ordem de compra 
da ação desejada;
II. Via Clubes de Investimentos: modalida-
de de investimento coletivo em que o 
investidor, que é denominado cotista, 
não decide sozinho como aplicar seu 
dinheiro. Eles se reúnem em condomí-
nios constituídos por recursos de um 
conjunto de investidores com o objetivo 
de rentabilizá-los por meio da aquisição 
de uma carteira de títulos ou valores 
mobiliários no mercado fi nanceiro.
gabarito
184
III. Fundos de Investimentos: constitui-se, também, como um instrumento de investimento
coletivo em que os investidores também são denominados cotistas. Os investidores, ao
aplicar em em fundos de investimento, compram uma determinada quantidade de cotas 
e concorda m em pagar uma taxa de administração ao administrador do fundo. A venda
dos ativos do fundo é algo que se dá a partir dos objetivos e da política de investimento
estabelecida no regulamento do fundo.
4. D.
5. O stop loss é utilizado com o objetivo de limitar as perdas e funciona como uma função
que permite que o trader programe previamente a ordem de venda de seus ativos, que é
disparada automaticamente quando suas ações atingem o limite de perda programado,
evitando, assim, perdas maiores. O stop gain é uma função na qual é possível programar
previamente a venda das ações , para que ocorra automaticamente, assim que o preço
atinja o estipulado de lucro pelo investidor. Dessa forma, o stop gain é o inverso do stop
loss e é utilizado para garantir lucros para o investidor, evitando que o preço das ações
comece a cair antes que seja realizada a venda.
UNIDADE 5
1. A.
2. B.
Período Preço Ajuste Variação Comprador Vendedor
Dia 0 70,00 - - -
Dia 1 72,00 2,00 900,00 -900,00
Dia 2 74,00 2,00 900,00 -900,00
Dia 3 71,00 3,00 -1.350,00 1.350,00
Dia 4 73,00 2,00 900,00 -900,00
Total 1.350,00 -1.350,00
3. A.
4. A.
5. E.
 
 
DESCRIÇÃO DE IMAGENS 
 
PÁGINA 184 – Gabarito Unidade V - Atividade 2 
 
 
INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem refere-se ao Gabarito Unidade V - Atividade 2. É composto 
por uma tabela com 5 colunas: Período, Preço Ajuste, Variação, Comprador e Venddor. 
Dia 0 - 70,00 - em branco - em branco - em branco; 
Dia 1 - 72,00 - 2,00 - 900,00 - -900,00; 
Dia 2 - 74,00 - 2,00 - 900,00 - -900,00; 
Dia 3 - 71,00 - 3,00 - -1.350,00 - 1.350,00; 
Dia 4 - 73,00 - 2,00 - 900,00 - -900,00; 
Total - em branco - em branco - 1.350,00 - -1.350,00. FIM DESCRIÇÃO.

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