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MERCADO FINANCEIRO DE CAPITAIS 
Me. Gabriel Sarmento Eid 
GUIA DA 
DISCIPLINA 
 
 
 
1 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
1. CONCEITOS INICIAIS – INVESTIMENTO, INFLAÇÃO, RISCO, TAXA 
REAL, NOMINAL, BRUTA E LÍQUIDA 
 
Objetivo 
Aprofundar o debate teórico sobre os conceitos que serão vistos ao longo do curso, 
pertinentes à compreensão do que é o mercado financeiro e de capitais. Auxiliar o aluno na 
compreensão do que é Investimento, Inflação, Risco, Tipos de Taxas e a relação existente 
entre esses conceitos. 
 
Na nossa primeira aula vamos consolidar e detalhar conceitos que serão 
fundamentais para a compreensão do mercado financeiros, termos técnicos como Taxa 
Real e Líquida ou conceitos econômicos fundamentais como Investimento e Inflação. 
1.1. Conceituando Investimento 
O conceito de investir é definido como a aquisição de um ativo financeiro ou real com 
a esperança de que ele gere renda ou valorize no futuro. Em um sentido econômico, um 
investimento é a compra de bens que não serão consumidos hoje, mas que serão usados 
no futuro para criar riqueza. Já em finanças, um investimento é um ativo que irá fornecer 
renda no futuro ou será vendido a um preço mais alto (o que é chamado de ágio) para se 
obter lucro. 
 
Porém, essas definições são uma simplificação de tudo o que permeia o ato de 
investir e o ambiente que o investimento pode ocorrer, logicamente, podemos dizer 
simplesmente que uma faculdade ou um curso de idiomas ou, ainda, a aquisição de um 
terreno ou abertura de um pequeno negócio são formas de investimento, muito, 
provavelmente essa afirmação será correta, mas, é preciso verificar se algumas exigências 
foram cumpridas: 
 
1. Sacrifício de Tempo ou Dinheiro no presente (poupança); 
2. Expectativa de ganho de tempo ou dinheiro no futuro (valorização); 
3. A quantidade de tempo ou dinheiro recebida ao decorrer do investimento deve 
superar a quantidade sacrificada (lucro/ágio); 
4. O lucro decorrente deve superar o valor temporal do dinheiro: Custos de 
Oportunidades, Custos de Capital e, principalmente, Inflação (o envelhecimento 
do dinheiro) (lucro econômico/VPL positivo); 
 
 
2 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
5. Houve um planejamento prévio e uma estratégia de investimentos a ser aplicada, 
definição de prazos e valores (parâmetros); 
6. Riscos foram assumidos (mesmo investimentos com risco “zero”, têm risco). 
 
 
 
Apesar de ser pré-requisito para investir, poupar e poupança não devem ser 
confundidos com investimento, o ato de poupar implica, apenas, sacrifício do 
consumo imediato e o ato de guardar esse dinheiro, o fato da poupança no Brasil 
render um pouco de juros não a torna um investimento, o ato de investir implica 
a valorização significativa do dinheiro poupado, mediante uma aplicação de 
caráter financeiro ou real, que busque superar o desgaste do dinheiro no tempo, 
ou, mais comumente chamado de Inflação. 
 
1.2. Planejamento e Estratégia de Investimentos 
Envolve a alocação de capital em ativos adequados de investimento com base nos 
objetivos futuros do investidor, seu horizonte temporal e prioridades. Devem ser, também, 
levados em consideração a segurança desses investimentos, bem como a sua liquidez, 
custos, tributação e o nível de rentabilidade. Idealmente, um planejamento adequado de 
investimentos permitirá que o capital do investidor produza recompensas financeiras ao 
longo do tempo que supram as suas necessidades básicas, alcancem suas metas e 
objetivos e lhe permitam uma aposentadoria mais estável e segura financeiramente. 
 
 
 
 Em outras palavras, o Planejamento ou Plano de Investimentos é a maneira 
como será Analisado, Acompanhado, Controlado, Selecionado e Realizado os 
Investimentos, para que dessa forma, eles sejam eficientes e rentáveis. 
 
 
 
A estratégia de investimento faz parte do planejamento de investimentos, ela é o 
plano de ataque de um investidor para orientar suas decisões de investimento em cada 
determinado ativo com base em suas metas e objetivos, ponderada por sua tolerância ao 
risco e futuras necessidades de capital. Os componentes da maioria das estratégias de 
investimento incluem a alocação dos ativos, regras de compra e venda (lucro e prejuízo) e 
diretrizes de prazo, periodicidade, risco, custo e tributação. 
 
 
 
3 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
 Em outras palavras, enquanto no Planejamento são definidos tudo aquilo que é 
pertinente há como serão aplicados os recursos de tempo e dinheiro, na 
Estratégia definem-se de que maneira serão aplicados esses recursos de acordo 
com cada opção de ativo investido. 
 
 
1.3. Conceituando Inflação 
A inflação é uma medida quantitativa, ou seja, uma taxa percentual que mede o 
quanto o nível médio de preços de uma cesta de bens e serviços selecionados em uma 
economia aumenta durante um período de tempo. A inflação indica uma diminuição no 
poder de compra da moeda de uma nação, em outras palavras, mede o enfraquecimento 
ou envelhecimento do dinheiro, que perde seu valor ao longo do tempo. À medida que os 
preços sobem, eles começam a impactar o custo geral de vida do público comum e a 
autoridade monetária apropriada do país, como o banco central, toma as medidas 
necessárias para manter a inflação dentro dos limites permitidos e manter a economia 
funcionando sem problemas. A inflação é medida de várias maneiras, dependendo dos 
tipos de bens e serviços considerados, e é o oposto da deflação, que indica uma queda 
geral nos preços de bens e serviços quando a taxa de inflação fica negativa, o que, por 
incrível que pareça, é muito pior para a economia. 
 
 
1 
Exemplo de inflação: Imagine que sua avó esqueceu uma nota de R$ 100 em sua 
antiga carteira no ano de 1995, se ela encontras-se essa nota em 2018, não ficaria 
tão empolgada quanto ela estava no dia em que guardou essa “fortuna” na 
carteira em 1995, isso porquê a inflação oficial acumulada, medida pelo IPCA 
nesse período foi de 385,1%, isso significa que 100 reais compravam muito mais 
coisas naquela época do que hoje, para comprar a mesma cesta de bens ela teria 
que ter em mão R$485,10. Logicamente, nesse período diversos produtos ficaram 
mais caros, mas outros ficaram mais baratos, o combustível era mais barato, mas 
os produtos de tecnologia como computadores eram uma fábula. 
 
Embora seja fácil medir as mudanças de preços de produtos individuais ao longo do 
tempo, as necessidades humanas vão muito além de um ou dois desses produtos. As 
 
1Acesse o link e se surpreenda com os preços em 1994: https://achadoseconomicos.blogosfera.uol.com.br/2014/08/15/ha-20-anos-arroz-
custava-r-064-e-show-do-chitaozinho-r-15-relembre/ 
https://achadoseconomicos.blogosfera.uol.com.br/2014/08/15/ha-20-anos-arroz-custava-r-064-e-show-do-chitaozinho-r-15-relembre/
https://achadoseconomicos.blogosfera.uol.com.br/2014/08/15/ha-20-anos-arroz-custava-r-064-e-show-do-chitaozinho-r-15-relembre/
 
 
4 Mercado Financeiro de Capitais 
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pessoas precisam de um grande e diversificado conjunto de produtos, além de uma série 
de serviços para viver uma vida confortável. Eles incluem commodities como grãos de 
alimentos, metal e combustível, serviços públicos como eletricidade e transporte, e serviços 
como saúde, entretenimento e trabalho. A inflação visa medir o impacto global das 
alterações de preços para um conjunto diversificado de produtos e serviços e permite uma 
representação de valor único do aumento do nível de preços de bens e serviços numa 
economia ao longo de um período de tempo. 
 
Causas da Inflação 
O aumento dos preços é a raiz da inflação, embora possam ser atribuídos diferentes 
fatores, tais como: volatilidade cambial (que afeta custos com importaçãoe receitas com 
exportação), perda de confiança na economia e no governo (uma vez que o dinheiro tem 
como lastro de valor a economia e a confiança no estado, que é o emissor do papel-moeda), 
entre outros. 
 
No contexto das causas, a inflação pode ser classificada em três tipos principais: 
inflação demanda, inflação custo e inflação embutida. 
 
1. A inflação por demanda ocorre quando a demanda geral por bens e serviços 
em uma economia aumenta mais rapidamente do que a capacidade de produção 
da economia. Isso cria uma lacuna entre demanda2 e oferta que demanda mais 
alta e menor oferta, o que resulta em preços mais altos. Por exemplo, quando as 
nações produtoras de petróleo decidem reduzir a produção de petróleo, a oferta 
total diminui rapidamente. Isso leva a uma demanda maior do que a oferta, o que 
resulta em aumentos de preços e contribui para a inflação. Além disso, o 
aumento da oferta de moeda em uma economia também leva à inflação. Com 
mais dinheiro disponível para os indivíduos, o sentimento positivo do consumidor 
leva a maiores gastos. Isso aumenta a demanda e leva ao aumento dos preços. 
A oferta monetária pode ser aumentada pelas autoridades monetárias, seja 
imprimindo e distribuindo mais dinheiro aos indivíduos, seja desvalorizando 
 
2Essa lacuna pode ser ainda maior em casos de produtos que acabam por criar um alto nível de desejo nos seus consumidores e, a 
empresa sabendo disso (ou causando isso mediante marketing e publicidade ou monopólio), aumenta seus preços e, consequentemente, 
seus lucros, ao invés de aumentar a oferta, pois pode ser que essa demanda elevada súbita seja apenas temporária, não justificando 
um aumento demasiado da sua capacidade produtiva. A Apple é uma empresa que aplicou esses conceitos plenamente nos lançamentos 
de seus produtos iniciais. 
 
 
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(reduzindo o valor de) a moeda. Em todos esses casos de aumento de demanda, 
o dinheiro perde seu poder de compra. 
 
 
Teoricamente, o monetarismo estabelece a relação entre inflação e oferta 
monetária de uma economia. Por exemplo, após a conquista espanhola dos 
impérios asteca e inca, quantidades enormes de ouro e prata fluíram para as 
economias espanhola e outras economias europeias. Como a oferta monetária 
aumentou rapidamente, os preços aumentaram e o valor do dinheiro caiu, 
contribuindo para o colapso econômico. O mesmo ocorreu, de maneira 
semelhante, no Brasil nas décadas da hiperinflação, na qual o excesso de papel-
moeda impresso pelo estado alimentou o aumento de preços, dentre outros 
fatores. 
 
2. A inflação de custo é resultado do aumento nos preços dos insumos do 
processo de produção. Exemplos incluem aumento nos custos de mão de obra 
para fabricar um bem ou oferecer um serviço, ou aumentar o custo da matéria-
prima. Esses desenvolvimentos levam a um custo mais alto para o produto ou 
serviço acabado e contribuem para a inflação. Quando o preço do petróleo foi 
elevado pela OPEP na década de 70 isso elevou imediatamente os custos de 
todas as atividades econômicas, uma vez que tudo envolve direta ou 
indiretamente o uso de petróleo, gerando inflação generalizada. 
 
3. A inflação embutida é a terceira causa que se liga às expectativas adaptativas. 
À medida que o preço dos bens e serviços aumenta, a mão-de-obra espera e 
exige mais custos / salários para manter seu custo de vida. Seu aumento de 
salários resulta em maior custo de bens e serviços, e a espiral continua como 
um fator induz o outro e vice-versa. Isso é bastante comum no Brasil uma vez 
que temos o mecanismo do dissídio, os constantes reajustes dos salários de 
servidores públicos, o reajuste de aluguel atrelado ao IGPM e os ajustes anuais 
das tarifas de serviços públicos e básicos como: luz, água, transporte público, 
gás, telefonia e energia elétrica. 
 
Tipos de índices de inflação 
Dependendo do conjunto selecionado de bens e serviços utilizados, vários tipos de 
valores de inflação são calculados e monitorados como índices de inflação. O IPCA é a 
medida oficial de inflação do país e do Banco Central utilizada como referência para as 
 
 
6 Mercado Financeiro de Capitais 
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metas de inflação de como indexador de vários títulos de dívida, além deste, temos também 
o INPC. 
 
 
 
O Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor – SNIPC produz contínua 
e sistematicamente o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA que 
tem por objetivo medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços 
comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias. Esta faixa 
de renda foi criada com o objetivo de garantir uma cobertura de 90% das famílias 
pertencentes às áreas urbanas de cobertura do Sistema Nacional de Índices de 
Preços ao Consumidor – SNIPC. Esse índice de preços tem como unidade de coleta 
estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de 
serviços públicos e internet e sua coleta estende-se, em geral, do dia 01 a 30 do 
mês de referência (IBGE, 2018). 
 
Atualmente, a população-objetivo do IPCA abrange as famílias com rendimentos de 
1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, residentes nas áreas urbanas das 
regiões de abrangência do SNIPC, as quais são: regiões metropolitanas de Belém, 
Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, 
Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia e Campo Grande (IBGE, 
2018) 
 
 
 
O Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor – SNIPC produz contínua 
e sistematicamente o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC que tem 
por objetivo a correção do poder de compra dos salários, através da mensuração 
das variações de preços da cesta de consumo da população assalariada com mais 
baixo rendimento. 
Esta faixa de renda foi criada com o objetivo de garantir uma cobertura 
populacional de 50% das famílias cuja pessoa de referência é assalariada e 
pertencente às áreas urbanas de cobertura do SNIPC - Sistema Nacional de Índices 
de Preços ao Consumidor. 
Esse índice de preços tem como unidade de coleta estabelecimentos comerciais 
e de prestação de serviços, concessionária de serviços públicos e internet e sua 
coleta estende-se, em geral, do dia 01 a 30 do mês de referência (IBGE, 2018). 
 
 
 
 
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Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Atualmente, a população objetivo do INPC abrange as famílias com rendimentos de 
1 a 5 salários mínimos, cuja pessoa de referência é assalariada, residentes nas áreas 
urbanas das regiões de abrangência do SNIPC, as quais são: regiões metropolitanas de 
Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, 
Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia e Campo 
Grande (IBGE, 2018). 
 
 
 
Índice Geral de Preços do IBGE (IGP) 
Começou a ser calculado em 1947, comparando preços do mês anterior com os 
do mês corrente, coletados em 18 capitais. Há três grupos de preços: os de 
produtos no atacado, baseado numa amostragem de cerca de 500 mercadorias, 
com 60 por cento de peso no índice final; os de preços ao consumidor, com base 
nas compras de famílias com renda de 1 a 33 salários mínimos, entra com 30 por 
cento; preços da construção civil, com 10 por cento de peso, baseado em planilhas 
de custo de empresas de engenharia. Um dos menos precisos índices, justamente 
pela sua abrangência, num quadro muito dispersivo de inflação. É divulgado em 
duas versões uma contendo apenas os preços do que é produzido internamente, 
(disponibilidade interna) e outra incluindo preços de importações. 
Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM) da FGV 
Criado a pedido da Federação dos Bancos com uma cláusula que impede sua 
modificação pelogoverno, tinha como função, servir de corretor de contratos 
bancários aplicável já no dia 30 do mês em curso. É o primeiro a ser divulgado e 
tem como base os mesmos preços e a mesma ponderação do IGP, mas do dia 20 
do mês anterior ao dia 20 do mês em questão. 
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do IBGE 
Para rendas de 1-8 salários mínimos, foi o índice oficial de inflação de 1979 a 1986. 
Índice de Preços ao Consumidor (IPC) 
Sucedeu ao INPC como índice oficial, até 1990 e difere apenas no período de 
coleta dos preços. 
 
A importância da inflação para as finanças 
Os investidores, o BACEN e as empresas monitoram e se preocupam 
constantemente com o nível de inflação. A inflação reduz o poder de compra que cada 
unidade de moeda pode comprar. Isso acaba tendo um efeito insidioso: os preços dos 
insumos ficam mais altos, os custos sobem, os consumidores compram menos bens e as 
receitas caem, logo, os lucros declinam, desacelerando a economia. 
 
 
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Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
Este impacto negativo do aumento da inflação mantém o BACEN diligente e focado 
na detecção de sinais de alerta para antecipar qualquer aumento inesperado da inflação. O 
aumento inesperado da inflação é geralmente considerado o mais doloroso, pois leva várias 
empresas a repassar os custos de insumos para os consumidores. Da mesma forma, os 
consumidores sentem o inesperado “aperto” quando os bens e serviços custam mais. 
 
Inflação gera volatilidade nos mercados financeiros primários e secundários, impacta 
diretamente a rentabilidade real de todos investimentos, forçam os bancos centrais a 
aumentar as taxas de juros e, assim, alterando a taxa mínima de atratividade geral, podendo 
reduzir o nível de investimentos das empresas e, consequentemente, afetando 
negativamente as ações, os lucros e a economia, mas em contrapartida, aumentam a 
rentabilidade nominal dos títulos de dívidas. 
 
Além disso, a inflação afeta os lucros das empresas “enganando” os indicadores de 
rentabilidade, dando a impressão de aumento nos fluxos de caixa da empresa, mas estes 
ocorreram apenas por conta do aumento de preços e não pelo aumento da atividade da 
empresa ou econômica. 
 
Ademais, investimentos em commodities podem se beneficiar ou não pela inflação, 
de acordo com o seu tipo. Ouro e outros metais preciosos têm sido considerados uma boa 
proteção contra a inflação, aumentando em valor à medida que a inflação sobe. Por outro 
 
 
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Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
lado, commodities consumíveis ou perecíveis como trigo, gado ou petróleo sofrem com a 
inflação. 
 
Por fim, em países em desenvolvimento, em que a taxa de inflação tende a ser maior, 
é usual que empresas, bancos e governos ofertem títulos de dívida com rentabilidade real, 
isso significa que além de uma rentabilidade fixa percentual, esses títulos rendem um valor 
adicional lastreado ao índice de inflação oficial ou semelhante. Isso resulta num aumento 
do custo de captação de recursos no mercado financeiro para todos os agentes, em 
contrapartida, garantem uma rentabilidade mínima aceitável para os investidores. 
 
1.4. Conceituando Risco 
Em poucas palavras, Risco em finanças significa possibilidade ou probabilidade de 
termos resultados diferentes do que foi previsto, seja para cima ou para baixo, 
estatisticamente falando, isso se chama Desvio-padrão, é a probabilidade de termos 
variações nos retornos de um investimento, mesmo que positivos ou negativos, se essa 
probabilidade é elevada, temos algo chamado de volatilidade, que é outro nome para risco. 
 
Porém, essa não é uma definição suficiente para risco, por isso, baixos níveis de 
incerteza (baixo risco) estão associados a baixos retornos potenciais e altos níveis de 
incerteza (alto risco) estão associados a altos retornos potenciais. A relação entre risco e 
retorno é o equilíbrio entre o desejo pelo menor risco possível e o maior retorno possível. 
Mas, nem sempre isso é regra, podemos ter investimentos com baixo risco e retornos 
elevados ou negativos, assim como, riscos elevados com retornos baixos ou negativos. No 
mundo dos investimentos podemos dividir em duas categorias: riscos sistemáticos e não 
sistemáticos. 
 
• Risco Sistemático: Também conhecido como "risco de mercado" ou "risco não 
diversificável", o risco sistemático é a incerteza inerente a todo o mercado ou a 
todo o segmento de mercado. Também chamado de volatilidade, o risco 
sistemático é a flutuação diária do preço de uma ação. A volatilidade é uma 
medida de risco porque se refere ao comportamento, ou "temperamento", do 
seu investimento, e não à razão desse comportamento. Como o movimento de 
mercado é a razão pela qual as pessoas podem ganhar dinheiro com ações, a 
volatilidade é essencial para os retornos, e quanto mais instável o investimento, 
mais chance existe de que ele experimente uma mudança dramática em 
 
 
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qualquer direção. Taxas de juros, recessão e guerras representam fontes de 
risco sistemático, pois afetam todo o mercado e não podem ser evitadas por 
meio da diversificação. O risco sistemático pode ser mitigado apenas por ser 
coberto. 
 
• Risco não sistemático: também conhecido como "risco específico", "risco 
diversificável" ou "risco residual", esse tipo de incerteza vem com a empresa ou 
o setor em que você investe e pode ser reduzido por meio da diversificação. Por 
exemplo, notícias específicas de um pequeno número de ações, como uma 
greve repentina dos funcionários de uma empresa na qual você tem ações, são 
consideradas um risco não sistemático. 
 
Além disso, podemos categorizar os riscos em: 
 
1. Risco de crédito ou de inadimplência: O risco de crédito é o risco de uma 
empresa ou indivíduo não conseguir pagar os juros contratuais ou o principal 
sobre suas obrigações de dívida. Este tipo de risco é particularmente 
preocupante para os investidores que possuem títulos em suas carteiras. 
 
Os títulos do governo, especialmente aqueles emitidos pelo governo federal, têm o 
menor risco de inadimplência e os menores retornos, enquanto os títulos corporativos 
tendem a ter o maior valor de risco de inadimplência, mas também taxas de juros mais 
altas. Títulos com menor chance de inadimplência são considerados grau de investimento, 
enquanto títulos com maiores chances de inadimplência são considerados títulos de alto 
risco (junk bonds). Os serviços de classificação de títulos, como a Moody's, permitem que 
os investidores determinem quais títulos são de grau de investimento e quais títulos são 
lixo. 
 
2. Risco país: refere-se ao risco de que um país não será capaz de honrar seus 
compromissos financeiros. Quando um país não cumpre as suas obrigações, 
pode prejudicar o desempenho de todos os outros instrumentos financeiros 
nesse país, bem como de outros países com os quais tenha relações. O risco-
país aplica-se a ações, títulos, fundos mútuos, opções e futuros que são emitidos 
dentro de um determinado país. Este tipo de risco é mais frequentemente visto 
em mercados emergentes ou países que têm um défice grave. 
 
 
11 Mercado Financeiro de Capitais 
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3. Risco cambial: Ao investir em países estrangeiros, você deve considerar o fato 
de que as taxas de câmbio também podem alterar o preço do ativo. O risco 
cambial aplica-se a todos os instrumentos financeiros que estão em outra moeda 
que não a moeda nacional. Como exemplo, se você é um residente do Brasil e 
investe em algumas ações dos EUA em dólares, mesmo que o valor da ação 
seja apreciado, você pode perder dinheiro se o dólar se depreciar em relação ao 
real. 
4. Risco de Taxa de Juros: O risco de taxa de juros é o risco de que o valor deum investimento irá mudar como resultado de uma alteração nas taxas de juros. 
Esse risco afeta o valor dos títulos mais diretamente do que ações. 
5. Risco Político: O risco político representa o risco financeiro de que o governo 
de um país mude repentinamente suas políticas. Esta é uma das principais 
razões pelas quais os países em desenvolvimento não têm investimento 
estrangeiro. 
 
Alguns fatores adicionais que influenciam os retornos reais são os seguintes: 
 
• Impostos: No Brasil cada tipo de investimento tem cargas tributárias 
diferentes, de acordo com prazo, volume e categoria. 
• Taxas/Custos Associados: os investidores pagam taxas de corretagem para 
comprar e vender determinados investimentos. Eles também pagam taxas de 
administração. Essas taxas diminuem os retornos de investimento. Empresas 
quando emitem seus títulos também tem de pagar pelo serviço de 
intermediação. 
 
1.5. Conceituando Taxa Nominal, Bruta, Real e Líquida 
No cotidiano do gestor financeiro que lida com decisões de investimento, tudo o que 
já foi abordado até aqui resultam em dificuldades para seu planejamento de investimentos, 
normalmente, os cenários possuem várias incógnitas e exigem a compreensão de todos os 
conceitos apresentados até o momento simultaneamente. 
 
Nominal, Real, Bruta e Líquida, são nomenclaturas associadas as informações 
financeiras que servem para diferenciar os efeitos da Inflação e dos Tributos sobre a 
lucratividade das operações financeiras. 
 
 
 
12 Mercado Financeiro de Capitais 
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No mundo real, infelizmente, temos que levar essas duas variáveis em conta, a 
inflação mede a deterioração do dinheiro e a sua perda de poder de compra, logo, tem um 
efeito negativo sobre a rentabilidade de um investimento. Da mesma maneira, os impostos 
incidem sobre a lucratividade da operação reduzindo o seu valor final, dessa forma, para 
se ter uma ideia correta da lucratividade de uma operação financeira é necessário 
considerar essas duas variáveis. 
 
Vamos primeiramente conceituar os tipos de taxas de acordo com a ótica da 
Rentabilidade: 
 
• Taxa Nominal: Apesar da semelhança no nome, nada tem a ver com a Taxa 
Nominal citada em contratos de crédito3, essa taxa expressa o valor de 
rentabilidade sem considerar os efeitos da inflação. 
• Taxa Bruta: É aquela que não considera o abatimento dos tributos. Logo, 
podemos dizer que a maioria das taxas anunciadas ou pesquisadas são Brutas 
Nominais. Pois quando verificamos em um site de uma corretora a 
rentabilidade da CDI ou de um investimento em renda fixa atrelado à SELIC, 
estamos vendo taxas brutas nominais. 
• Taxa Real: É aquela em é considerada a inflação, portanto, a taxa de juros da 
operação deve ser reduzida pela inflação ou acrescida em caso de deflação – 
que é quando a inflação é menor do que 0. Se um investimento alega ter 
rentabilidade real, significa que sua rentabilidade será igual ou superior à 
inflação (normalmente estabelecida por um índice de referência como IPCA), 
logo, um investimento que rende taxa Real de 5% em relação ao IPCA significa 
que ele renderá a variação do IPCA acrescidos de 5%. 
• Taxa Líquida: Por último temos a taxa em que são abatidos os tributos, essa 
taxa pode ser calculada no final da operação financeira, abatendo os tributos 
sobre os Juros/Lucros obtidos e depois dividindo o valor obtido pelo Principal, 
ou, abatendo diretamente o valor da alíquota do imposto sobre a taxa de juros 
do investimento, com a taxa líquida é possível saber de antemão qual será o 
lucro da operação financeira após pagos os tributos. 
 
3Taxas de juros equivalentes são aquelas dadas em unidades de tempo diferentes que ao serem aplicadas a um mesmo principal durante 
um mesmo prazo produzem um mesmo montante acumulado no final daquele tempo, no regime de juros compostos, em via de regra. O 
conceito de taxas equivalentes está, portanto, diretamente ligado ao regime de capitalização dos juros em uma operação financeira, 
portanto, podemos observar que a diferença entre as taxas equivalentes e as taxas proporcionais se resume ao regime de capitalização 
de juros considerado. As taxas proporcionais se baseiam em juros simples e as taxas equivalentes se baseiam em juros compostos. 
 
 
13 Mercado Financeiro de Capitais 
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2. ESTRUTURA E INFRAESTRUTURA DO SFN 
 
Objetivo 
Compreender o funcionamento do sistema financeiro nacional, mediante a 
explanação de seus principais instrumentos e infraestruturas: SELIC e DI. Além disso, 
resumidamente, explanar o funcionamento das políticas monetárias no Brasil, pois tem 
impacto direto sobre o SFN e sobre o mercado financeiro e de capitais. 
 
2.1. Política Monetária 
Antes de aprofundarmos a estrutura e infraestrutura do SFN, é preciso entender um 
fato econômico que impacta diretamente todo o mercado financeiro e que, por 
consequência, impacta o SFN. A Política Monetária desempenhada pelo governo do país 
se utiliza de seus agentes financeiros e econômicos (e do próprio SFN), logo, precisamos 
compreender um pouco desse assunto. 
 
 
 
 Definição de Política Monetária 
Conjunto de medidas adotadas pelo governo visando adequar os meios de 
pagamentos disponíveis às necessidades da economia do país. Uma das principais 
funções da política monetária é o controle da oferta de moeda e das taxas de 
juros, a fim de que sejam atingidos os objetivos da política econômica do governo. 
A atuação do governo procura regular a moeda circulante no mercado financeiro, 
o que ocasiona reflexos nas taxas de juros. 
 
 
Ao governo interessa ter instrumentos capazes de interferir no mercado financeiro, 
dada a importância desse mercado perante o setor produtivo da economia. A taxa de juros 
tem papel fundamental na realocação de recursos entre os agentes econômicos, assim, 
quando ocorrem flutuações imprevisíveis das taxas de juros praticadas no mercado, o 
governo utiliza de instrumentos de política monetária e de crédito para manter essas 
 
 
14 Mercado Financeiro de Capitais 
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flutuações dentro de uma faixa de previsibilidade que não provoquem sérias distorções ao 
setor produtivo, seguindo uma programação monetária prévia e pública4. 
A política monetária pode recorrer à diversas técnicas de intervenção, controlando a 
taxa de juros pela alteração nos critérios e nas taxas cobradas em operações de redesconto 
do Banco Central, regulando as operações de Mercado Aberto (Open Market), alterando os 
percentuais de exigibilidade em Depósitos Compulsórios à vista e a prazo. 
 
 
 
Em relação ao crédito – normalmente, desempenhadas pelos Bancos Públicos 
Federais: BB, CEF e BNDES – podem ser adotadas medidas restritivas ou práticas 
seletivas. As restritivas consistem na fixação de limites de crédito bancário e na 
redução dos prazos de pagamento dos empréstimos. As práticas seletivas visam, 
sobretudo, direcionar o crédito para atividades mais rentáveis e produtivas da 
economia. 
 
No Brasil, como na maioria de outros países, o Banco Central é o órgão responsável 
pela execução das políticas monetária e cambial do País, bem como pela regulação e 
fiscalização do SFN. O primeiro conjunto de atribuições é o de um banco central clássico, 
objetivando a estabilidade interna e externa da moeda. Já as funções de órgão supervisor, 
nem sempre a cargo do banco central em outros países, objetivam manter a estabilidade e 
solvência do sistema financeiro. 
 
A independência do banco central, que em tese ocorre no Brasil e em vários países 
no mundo – mas na prática, sofrem influência de seus governos, uma vez que os cargos 
de liderança são nomeados pelo executivo e que membros do estado participam das 
reuniões – significa dar a ele autonomia plena na execução da política monetária, sem a 
interferênciapolítica do governo. A suposta necessidade dessa independência é um forte 
argumento a favor da exclusão da atividade de supervisão bancária do elenco de 
atribuições de uma autoridade monetária. 
 
Em maior ou menor grau, este argumento de proteção ao “guardião da moeda” vem 
historicamente explicando a opção política de muitos países em retirar do Banco Central a 
 
4Metas de inflação e Política de Taxas de Juros Básicas, a SELIC, são periodicamente divulgadas ao público, assim, o mercado sabe o 
que esperar as ações do Banco Central. 
 
 
15 Mercado Financeiro de Capitais 
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função de supervisão bancária, transferindo-a para outro órgão do governo, deixando o 
banco com foco na Política Monetária do país. 
 
2.2. Instrumentos de Política Monetária 
Medidas adotadas pelo Banco Central para controlar a oferta de moeda e crédito no 
mercado financeiro e, assim, controlar as taxas de juros praticadas, liquidez e inflação. Os 
principais são: Depósitos Compulsórios, Operações de Redesconto e Open-Market. 
 
Depósito Compulsório: É um mecanismo que representa o recolhimento de parte 
do capital captado pelas instituições financeiras aos cofres do BACEN, esterilizando a 
moeda, inibindo o poder de multiplicação da moeda bancária. Com a fixação de um 
percentual de compulsório o Banco Central obrigará a instituição financeira a não emprestar 
integralmente os recursos captados. 
 
 
 
 Depósitos compulsórios: depósitos que os bancos comerciais são obrigados a 
manter junto ao Banco Central, correspondentes a um percentual dos 
depósitos à vista. Esse percentual incide sobre a média dos depósitos à vista, 
calculada num período de duas semanas, e deve ser cumprido, como um valor 
médio, também num período de duas semanas, não coincidente com o 
período de cálculo. A cada dia, o depósito compulsório não pode ser inferior a 
80% do valor médio diário a ser atingido em duas semanas (BACEN,2005). 
 
 
Assim, somente uma parcela retornará para o mercado financeiro, seja na forma de 
depósitos à vista ou a prazo. O banco, antes de fazer um novo empréstimo, terá que 
recolher o valor correspondente ao compulsório para então repassar o valor residual 
novamente ao mercado, dando continuidade ao ciclo. 
 
 
 
O excesso de liquidez bancária sofreu um substancial aumento ao longo de 2002 
devido a uma série de fatores como os resgates líquidos de títulos públicos 
federais e a rolagem da dívida cambial por intermédio de swaps “solteiros” (sem 
vínculo com títulos públicos) a partir de maio. Em consequência, a posição de 
liquidez bancária esterilizada diariamente pela mesa de mercado aberto do Banco 
Central aumentou continuadamente durante o ano, passando de uma situação de 
 
 
16 Mercado Financeiro de Capitais 
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necessidade de injeção de liquidez de R$ 18,7 bilhões no início do ano para um 
excesso de liquidez de R$ 64,1 bilhões no fechamento do ano e R$ 80,7 bilhões 
no fim de janeiro de 2003. Utilizando esse instrumento de controle, o Banco 
Central alterou em diversas ocasiões a regulamentação dos recolhimentos 
compulsórios e dos encaixes obrigatórios sobre recursos bancários, de forma a 
neutralizar o excesso de liquidez bancária. O total de depósitos compulsórios no 
Banco Central aumentou de R$ 63,2 bilhões no final de 2001 para R$ 123,1 bilhões 
em dezembro de 2002. No dia 19 de fevereiro, o BACEN elevou a alíquota de 
recolhimento compulsório sobre depósitos à vista de 45% para 60%. As alíquotas 
do recolhimento compulsório e do encaixe obrigatório sobre depósitos a prazo e 
de poupança também foram alteradas em 2002, e foi instituída exigibilidade 
adicional sobre os recursos à vista, a prazo e de depósitos de poupança. O 
cumprimento da exigibilidade é feito mediante a vinculação de títulos públicos 
federais no Selic. 
 
Fonte:https://www4.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/focus/M20030306-
Recolhimentos%20Compuls%C3%B3rios%20-
%20Evolu%C3%A7%C3%A3o%20Recente.pdf 
 
 
 
Linha de Redesconto: De acordo com os seus objetivos, promoverá o 
aumento/redução do volume financeiro destinado a esta linha de socorro ou então a 
elevação/redução do custo financeiro, fazendo com que as instituições financeiras mais 
dependentes desta linha atuem de uma maneira menos agressiva, reduzindo, portanto, o 
grau de descasamento ou desequilíbrio de seus caixas. É uma assistência de liquidez nos 
momentos em que determinado banco não consegue resolver seus problemas de caixa 
com captação junto ao público nem via mercado interbancário. As operações de 
Redesconto são concedidas a exclusivo critério do Banco Central, por solicitação da 
instituição financeira interessada. 
 
Mercado Aberto (Open Market): O Brasil, como a maioria dos países que adotam 
um regime de metas para a inflação e utiliza a taxa de juros básica (SELIC2) como principal 
instrumento na condução da política monetária. Cabe ao Departamento de Operações do 
Mercado Aberto (Demab) manter a taxa Selic próxima à meta estabelecida pelo Comitê, 
através das operações de mercado aberto. Na prática, o Banco Central realiza operações 
compromissadas (compra de títulos públicos com compromisso de revenda ou venda de 
títulos públicos com compromisso de recompra) de curto prazo, a maioria das vezes por um 
dia. Essas também são conhecidas como repôs (repurchase agreements). 
 
 
17 Mercado Financeiro de Capitais 
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Operacionalmente, a mesa de operações efetua leilões informais, de forma geral em 
sistema eletrônico, dos quais participam todos os 22 dealers (primários e especialistas) 
selecionados duas vezes ao ano dentre as instituições mais ativas do sistema financeiro. 
Os dealers intermedeiam o relacionamento do Banco Central com o restante do mercado, 
e são escolhidos através de critérios de desempenho, incluindo o desempenho de cada 
instituição nos mercados primários e secundários de títulos públicos, no mercado de 
operações compromissadas e seu relacionamento com o Banco Central. 
 
2.3. Estrutura do SFN 
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é formado por um conjunto de entidades e 
instituições que promovem a intermediação financeira, isto é, o encontro entre credores e 
tomadores de recursos. É por meio do sistema financeiro que as pessoas, as empresas e 
o governo circulam a maior parte dos seus ativos, pagam suas dívidas e realizam seus 
investimentos. 
 
O SFN é organizado por agentes normativos, supervisores e operadores. Os órgãos 
normativos determinam regras gerais para o bom funcionamento do sistema. As entidades 
supervisoras trabalham para que os integrantes do sistema financeiro sigam as regras 
definidas pelos órgãos normativos. Os operadores são as instituições que ofertam serviços 
financeiros, no papel de intermediários. 
 
Diretrizes para o sistema 
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão normativo responsável pela 
formulação da política da moeda e do crédito, ou seja, é a instância de coordenação da 
política macroeconômica do governo federal. É no CMN em que se decide a meta para a 
inflação, as diretrizes para o câmbio e as normas principais para o funcionamento das 
instituições financeiras, entre outras atribuições. 
 
Compete ao Banco Central do Brasil (BCB) garantir o cumprimento das normas do 
CMN. O BC monitora e fiscaliza o sistema financeiro e executa as políticas monetária, 
cambial e de crédito. 
 
Seguros e previdência 
O Sistema Financeiro Nacional tem outros dois órgãos normativos: o Conselho 
Nacional de Seguros Privados (CNSP) e o Conselho Nacional de Previdência 
 
 
18 Mercado Financeiro de Capitais 
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Complementar (CNPC). 
 
Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) 
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) é um órgãocolegiado, de segundo grau, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda e tem por 
finalidade julgar, em última instância administrativa, os recursos contra as sanções 
aplicadas pelo BC e CVM e, nos processos de lavagem de dinheiro, as sanções aplicadas 
pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) e demais autoridades 
competentes. 
 
O SFN é divido em três ramos: 
 
1. Moeda, crédito, capitais e câmbio: O principal ramo do SFN lida diretamente 
com quatro tipos de mercado: Monetário, que é o mercado que fornece à 
economia papel-moeda (dinheiro “vivo”) e moeda escritural (dinheiro digital); 
Crédito, que é o mercado que fornece recursos para o consumo das pessoas em 
geral e para o funcionamento das empresas; Capitais, que é o mercado que 
permite às empresas em geral captar recursos de terceiros/investidores e, 
portanto, compartilhar os ganhos e os riscos; Câmbio, que é o mercado de 
compra e venda de moeda estrangeira. 
2. Seguros privados: É o ramo do SFN para quem busca: Seguros privados, que 
é o mercado que oferece serviços de proteção contra riscos; Previdência 
complementar aberta, que é um tipo de plano para aposentadoria, poupança ou 
pensão que funciona à parte do regime geral de previdência e aceita a 
participação do público em geral (mas remunera de maneira bem diferente do 
INSS); Contratos de capitalização, que são os acordos em que o contratante 
deposita valores podendo recebê-los de volta com juros e concorrer a prêmios 
(tele-sena, hipercap, megasena, lotofácil etc.) 
3. Previdência fechada: Voltado para funcionários de empresas e organizações. 
O ramo dos fundos de pensão trata de planos de aposentadoria, poupança ou 
pensão para funcionários de empresas, servidores públicos e integrantes de 
associações ou entidades de classe (diferente do INSS). 
 
Cada ramo conta com a atuação de três tipos de agentes: 
 
 
19 Mercado Financeiro de Capitais 
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1. Os órgãos normativos, que determinam regras gerais para o bom funcionamento 
do Sistema Financeiro Nacional: CMN, CNSP e CNPC 
2. As entidades supervisoras, que trabalham para que os cidadãos e os integrantes 
do sistema financeiro sigam as regras definidas pelos órgãos: BC, CVM, Susep 
e Previc 
3. Os operadores são as instituições que lidam diretamente com o público, no papel 
de intermediário financeiro, são Agentes Públicos e Privados sob supervisão de: 
a) BACEN: Bancos, Caixas Econômicas, Adm. de Consórcios, Cooperativas de 
crédito, CTVM e DTVM, Instituições de Pagamento e Instituições Não 
bancárias; 
b) CVM: Bolsas de valores, de mercadorias e futuros, CTVM e DTVM. 
c) Susep: Seguradoras e Resseguradoras, Entidades abertas de previdência e 
sociedades de capitalização; 
d) Previc: Entidades fechadas de previdência complementar (fundos de 
pensão). 
 
2.4. Operadores do SFN (ou, Agentes do mercado financeiro) 
Vamos ver em detalhes cada um desses operadores (adaptado de BC, 2018): 
 
• Adm. de Consórcios: A administradora de consórcios é a pessoa jurídica 
prestadora de serviços com objeto social principal voltado à administração de 
grupos de consórcio, constituída sob a forma de sociedade limitada ou sociedade 
anônima. 
• Bancos: Banco é a instituição financeira especializada em intermediar o dinheiro 
entre poupadores e aqueles que precisam de empréstimos, além de custodiar 
(guardar) esse dinheiro. Ele providencia serviços financeiros para os clientes 
(saques, empréstimos, investimentos, entre outros). Os bancos são 
supervisionados pelo Banco Central (BC), que trabalha para que as regras e 
regulações do Sistema Financeiro Nacional (SFN) sejam seguidas por eles. A 
manutenção da estabilidade e da solidez do SFN e, consequentemente, da 
economia de um país, passa por um sistema bancário eficiente e seguidor das 
regras determinadas pelo regulador. 
• Caixas econômicas: Caixas econômicas são empresas públicas que exercem 
atividades típicas de banco comercial, com prioridade institucional para 
concessão de empréstimos e financiamentos de programas e projetos de 
 
 
20 Mercado Financeiro de Capitais 
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natureza social. Atualmente, a única instituição desse segmento em atividade é 
a Caixa Econômica Federal (CEF), vinculada ao Ministério da Fazenda. A CEF 
integra o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), é gestora dos 
recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e de outros fundos 
do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Também é responsável pelo 
Programa de Integração Social (PIS) e pelo Seguro-Desemprego e detém o 
monopólio de venda da loteria federal. A CEF prioriza a concessão de 
empréstimos e financiamentos de programas e projetos nas áreas de assistência 
social, saúde, educação, trabalho e esporte. 
• Cooperativas de Crédito e Bancos Cooperativos: Cooperativa de crédito é 
uma instituição financeira formada pela associação de pessoas para prestar 
serviços financeiros exclusivamente aos seus associados. Os cooperados são 
ao mesmo tempo donos e usuários da cooperativa, participando de sua gestão 
e usufruindo de seus produtos e serviços. Nas cooperativas de crédito, os 
associados encontram os principais serviços disponíveis nos bancos, como 
conta corrente, aplicações financeiras, cartão de crédito, empréstimos e 
financiamentos. Os associados têm poder igual de voto independentemente da 
sua cota de participação no capital social da cooperativa. O cooperativismo não 
visa lucros, os direitos e deveres de todos são iguais e a adesão é livre e 
voluntária. Por meio da cooperativa de crédito, o cidadão tem a oportunidade de 
obter atendimento personalizado para suas necessidades. O resultado positivo 
da cooperativa é conhecido como sobra e é repartido entre os cooperados em 
proporção com as operações que cada associado realiza com a cooperativa. 
Assim, os ganhos voltam para a comunidade dos cooperados. No entanto, assim 
como partilha das sobras, o cooperado está sujeito a participar do rateio de 
eventuais perdas, em ambos os casos na proporção dos serviços usufruídos. As 
cooperativas de crédito são autorizadas e supervisionadas pelo Banco Central, 
ao contrário dos outros ramos do cooperativismo, tais como transporte, 
educação e agropecuária; 
o Resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) n° 2.788/2000 
autorizou a constituição de bancos cooperativos mediante controle 
acionário de cooperativas centrais. Eles atuam com o objetivo de 
possibilitar o acesso aos produtos e serviços bancários não disponíveis às 
cooperativas de crédito, tais como acesso à câmara de compensação de 
cheques, aos créditos oficiais, à reserva bancária e ao mercado 
 
 
21 Mercado Financeiro de Capitais 
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interfinanceiro. Os bancos cooperativos subordinam-se à legislação e à 
regulamentação aplicáveis aos bancos comerciais e aos bancos múltiplos 
em geral. 
 
 
 
Vejamos o quadro informativo do BC que detalha os tipos de bancos: 
 
 
 
22 Mercado Financeiro de Capitais 
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• Instituições não-bancárias são consideradas 'não bancárias' pois não 
recebem depósitos à vista, nem podem criar moeda (por meio de operações de 
crédito). Elas operam com ativos não monetários como ações, CDBs, títulos, 
letras de câmbio e debêntures. Elas são: Sociedades de crédito; Agências de 
Fomento; APE; SCI; SCMEPP; CH; SAM; 
o As sociedades de crédito, financiamento e investimento (SCFI), 
conhecidas como “financeiras”, são instituições privadas que fornecem 
empréstimo e financiamento para aquisição de bens, serviços e capital de 
giro. Muitas das financeiras não ligadas a bancos fazem parte de 
conglomerados econômicos e operam como braço financeiro de grupos 
comerciais ou industriais. É o caso, por exemplo, de algumas lojas de 
departamentoe montadoras de veículos que possuem suas próprias 
financeiras, concentrando suas operações no financiamento de seus 
próprios produtos. As SCFIs também podem operar em nichos que não são 
atendidos pelos conglomerados bancários, principalmente nos empréstimos 
e financiamentos com características específicas (risco mais elevado, 
financiamento de veículos usados, convênios com estabelecimentos 
comerciais). Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima, em 
cuja denominação social deve constar a expressão "Crédito, Financiamento 
e Investimento". São supervisionadas pelo Banco Central. Não é possível 
abrir uma conta corrente na SCFI. As Financeiras captam recursos por meio 
de aceite e colocação de Letras de Câmbio, Recibos de Depósitos Bancários 
- RDB, Depósitos Interfinanceiros - DI, operações de cessão de créditos, e 
mais recentemente, Depósitos a Prazo com Garantia Especial do Fundo 
Garantidor de Créditos – DPGE. 
o Agência de fomento é a instituição com o objetivo principal de financiar 
capital fixo e de giro para empreendimentos previstos em programas de 
desenvolvimento, na unidade da Federação onde estiver sediada. Entre os 
potenciais beneficiários do financiamento (operações ativas) estão projetos 
de infraestrutura, profissionais liberais e micro e pequenas empresas. 
Indústria, comércio, agronegócio, turismo e informática são exemplos de 
áreas que podem ser fomentadas. A agência de fomento pode inclusive abrir 
linhas de crédito para municípios de seu estado, voltadas para projetos de 
interesse da população. Excepcionalmente, quando o empreendimento visar 
benefícios de interesse comum, as agências de fomento podem prestar 
 
 
23 Mercado Financeiro de Capitais 
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assistência a programas e projetos desenvolvidos em estado limítrofe à sua 
área de atuação. A agência fomento deve ser constituída sob a forma de 
sociedade anônima de capital fechado. Cada estado e o Distrito Federal 
podem constituir uma única agência, que ficará sob o controle do ente 
federativo onde tenha sede. A expressão Agência de Fomento, acrescida da 
indicação da Unidade da Federação controladora, deve constar 
obrigatoriamente da denominação social da instituição. A supervisão de suas 
atividades é feita pelo Banco Central. 
▪ Atividades permitidas às agências de fomento: Financiamento para o 
desenvolvimento de empreendimentos de natureza profissional, 
comercial ou industrial, de pequeno porte, inclusive a pessoas físicas; 
Financiamento de capitais fixo e de giro associados a projetos; 
Operações de crédito rural; Cessão de créditos; Prestação de garantias 
em operações compatíveis com o objeto social; Prestação de serviços 
de consultoria e de agente financeiro; Prestação de serviços de 
administrador de fundos de desenvolvimento; Operações específicas de 
câmbio; Aplicação de disponibilidades de caixa em títulos públicos 
federais, ou em cotas de fundos de investimento cujas carteiras estejam 
representadas exclusivamente por títulos públicos federais, desde que 
assim conste nos regulamentos dos fundos; Aquisição de créditos 
oriundos de operações compatíveis com o objeto social; Participação 
societária em sociedades empresárias não integrantes do sistema 
financeiro; Swap para proteção de posições próprias; Operações de 
arrendamento mercantil; Integralização de cotas de fundos que tenham 
participação da União: Aplicação em operações de micro finanças (DIM). 
▪ Além de recursos próprios, essas instituições só podem, em operações 
passivas, empregar recursos provenientes de fundos e programas 
oficiais; orçamentos federal, estaduais e municipais; organismos e 
instituições financeiras nacionais e internacionais de desenvolvimento; e 
captação de depósitos interfinanceiros vinculados a operações de micro 
finanças (DIM). É vedada a captação de recursos junto do público. 
Ademais, essas instituições devem constituir e manter, 
permanentemente, fundo de liquidez equivalente, no mínimo, a 10% do 
valor de suas obrigações, a ser integralmente aplicado em títulos 
públicos federais. 
 
 
24 Mercado Financeiro de Capitais 
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o Associação de Poupança e Empréstimo (APE) é uma instituição criada 
para facilitar aos associados a aquisição da casa própria e captar, incentivar 
e disseminar a poupança. Os depositantes tornam-se associados da 
instituição. Estão e desuso e, atualmente, só existe uma, ela é gerida pela 
Fundação Habitacional do Exército (FHE). 
o A Sociedade de Crédito Imobiliário (SCI) é um tipo de instituição financeira 
especializada no financiamento habitacional, integrante do Sistema 
Financeiro da Habitação (SFH). O foco da SCI consiste no financiamento 
para construção de habitações, na abertura de crédito para compra ou 
construção de casa própria e no financiamento de capital de giro a empresas 
incorporadoras, produtoras e distribuidoras de material de construção. 
Atualmente, em decorrência da sua condição de repassadora, as SCIs têm 
atuado de forma mais limitada, voltando-se para operações específicas, 
como o programa “Minha Casa, Minha Vida”. A SCI é constituída na forma 
de sociedade anônima e é supervisionada pelo Banco Central. Deve constar 
de sua denominação social a expressão crédito imobiliário. Desde a década 
de 80, as SCIs não captam recursos do público e atuam somente na 
condição de repassadoras. 
o A sociedade de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno 
porte (SCMEPP) é a instituição criada para ampliar o acesso ao crédito por 
parte dos microempreendedores (pessoas naturais) e empresas de pequeno 
porte (pessoas jurídicas). Essas instituições são impedidas de captar, sob 
qualquer forma, recursos do público, bem como emitir títulos e valores 
mobiliários destinados à colocação e oferta públicas. Por outro lado, podem 
atuar como correspondentes no país. As SCMEPPs devem ser instituídas 
sob a forma de companhia fechada ou de sociedade limitada, devendo 
constar a expressão "Sociedade de Crédito ao Microempreendedor e à 
Empresa de Pequeno Porte" na denominação social. São supervisionadas 
pelo Banco Central. As SCMEPP somente podem conceder financiamentos 
e prestação de garantias às microempresas ou empresas de pequeno porte, 
conforme definidas no Capítulo II - Da Definição de Microempresa e de 
Empresa de Pequeno Porte, da Lei Complementar nº 123/2006, bem como 
a pessoas físicas no desempenho das atividades relativas ao seu objeto 
social, definido em lei. Além disso, podem ceder ou adquirir créditos em 
conformidade com seu objeto social e na forma da regulamentação em vigor. 
 
 
25 Mercado Financeiro de Capitais 
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A fim de obter recursos para suas atividades (operações passivas), podem 
receber repasses e empréstimos originários de instituições financeiras, de 
entidades voltadas para ações de fomento e desenvolvimento, inclusive de 
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP, e de fundos 
oficiais. Podem ainda captar recursos junto aos bancos por meio de depósito 
interfinanceiro vinculado a operações de micro finanças – DIM. 
o Sociedade de arrendamento mercantil5 (SAM) realiza arrendamento de 
bens móveis e imóveis adquiridos por ela, segundo as especificações da 
arrendatária (cliente), para fins de uso próprio desta. Assim, os contratantes 
deste serviço podem usufruir de determinado bem sem serem proprietários 
dele. Embora sejam fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil e realizem 
operações com características de um financiamento, as sociedades de 
arrendamento mercantil não são consideradas instituições financeiras, mas 
sim entidades equiparadas a instituições financeiras. As operações de 
arrendamento mercantil podem ser divididas em duas modalidades: leasing 
financeiro e leasing operacional. A diferença básica éque no leasing 
financeiro o prazo é usualmente maior e o arrendatário tem a possibilidade 
de adquirir o bem por um valor pré-estabelecido. Ao final do contrato, o 
arrendatário tem as opções de efetivar a aquisição do bem arrendado ou 
devolvê-lo. Ao final do leasing financeiro, em geral o cliente já terá pago a 
maior parte do valor do bem, não sendo a devolução, embora possível, 
financeiramente vantajosa. O leasing começou a se desenvolver 
efetivamente no Brasil a partir da década de 70, quando seu tratamento 
tributário foi disciplinado pela Lei nº 6.099, de 12 de setembro de 1974, que 
a denominou "Arrendamento Mercantil". 
▪ A Resolução nº 2.309, de 28 de agosto de 1996, disciplina e consolida 
as normas relativas às operações de arrendamento mercantil, dispondo 
acerca da constituição e o funcionamento das Sociedades de 
Arrendamento Mercantil (SAM). Essas sociedades são constituídas sob 
a forma de sociedade anônima, devendo constar obrigatoriamente na 
sua denominação social a expressão "Arrendamento Mercantil". 
 
5Para um explicação detalhada sobre Arrendamento Mercantil: 
https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/sociedadearrendamentomercantil 
https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/sociedadearrendamentomercantil
 
 
26 Mercado Financeiro de Capitais 
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▪ Além de recursos próprios, as SAM podem aplicar em suas atividades 
os provenientes de: empréstimos contraídos no exterior; empréstimos e 
financiamentos de instituições financeiras nacionais, inclusive de 
repasses de recursos externos; instituições financeiras oficiais, 
destinados a repasses de programas específicos; colocação de 
debêntures de emissão pública ou particular e de notas promissórias 
destinadas à oferta pública; cessão de contratos de arrendamento 
mercantil, bem como dos direitos creditórios deles decorrentes; e 
depósitos interfinanceiros, nos termos da regulamentação em vigor. 
o Companhia hipotecária (CH) tem por objetivo a concessão de 
financiamentos imobiliários residenciais ou comerciais, empréstimos 
garantidos por hipotecas ou alienação fiduciária de imóveis e repasses de 
recursos relacionados a programas imobiliários, além da administração de 
fundos de investimento imobiliário. Foi criada pela Resolução 2.122, de 30 
de novembro de 1994, para fomentar o financiamento imobiliário além dos 
limites do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Com a publicação da Lei 
nº 11.977, de 7 de julho de 2009, que instituiu o Programa Minha Casa, 
Minha Vida, a Companhia Hipotecária passou a fazer parte do SFH. A CH 
não recebe depósitos de poupança. Seus recursos provêm, entre outros, de 
letras hipotecárias, debêntures, empréstimos, financiamentos no País e no 
Exterior e letras de crédito imobiliário (LCI). Considerada instituição 
financeira, a CH é autorizada e supervisionada pelo Banco Central e 
regulada não só por esta autarquia, como também pelo Conselho Monetário 
Nacional. Deve ser constituída sob a forma de sociedade anônima e a 
expressão “Companhia Hipotecária” deve constar de sua denominação 
social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 Mercado Financeiro de Capitais 
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• Corretoras de Valores: Segundo BACEN (2018), “A corretoras de títulos e 
valores mobiliários (CTVM) e a distribuidora de títulos e valores mobiliários 
(DTVM) atuam nos mercados financeiro e de capitais e no mercado cambial 
intermediando a negociação de títulos e valores mobiliários entre investidores e 
tomadores de recursos. 
 
 
Com a Decisão Conjunta 17/2009, que autorizou as distribuidoras a operar 
diretamente nos ambientes e sistemas de negociação dos mercados organizados 
de bolsa de valores, eliminou-se a principal diferença entre as corretoras e as 
distribuidoras de títulos e valores mobiliários, que hoje podem realizar 
praticamente as mesmas operações (BACEN, 2018). 
 
As corretoras e distribuidoras, na atividade de intermediação, oferecem serviços 
como plataformas de investimento pela internet (home broker), consultoria financeira, 
clubes de investimentos, financiamento para compra de ações (conta margem) e 
administração e custódia de títulos e valores mobiliários dos clientes. Na remuneração 
pelos serviços, essas instituições podem cobrar comissões e taxas. As corretoras e as 
distribuidoras devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de 
responsabilidade limitada. São supervisionadas tanto pelo Banco Central quanto pela 
Comissão de Valores Mobiliários. ” 
 
 
 
Principais Atividades das Corretoras e Distribuidoras 
Comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta própria e de terceiros; 
operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta própria e de terceiros; 
intermediar a oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no 
mercado; operar em bolsas de valores; administrar carteiras e custodiar de títulos 
e valores mobiliários; subscrever emissões de títulos e valores mobiliários no 
mercado; exercer funções de agente fiduciário; instituir, organizar e administrar 
fundos e clubes de investimento; intermediar operações de compra e venda de 
moeda estrangeira, além de outras operações no mercado de câmbio; praticar 
operações de compra e venda de metais preciosos, no mercado físico, por conta 
própria e de terceiros; realizar operações compromissadas; praticar operações 
de conta margem; prestar serviços de intermediação e de assessoria ou 
assistência técnica, em operações e atividades nos mercados financeiro e de 
capitais. 
 
 
 
 
28 Mercado Financeiro de Capitais 
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Instituição de pagamento (IP) é a pessoa jurídica que viabiliza serviços de compra e 
venda e de movimentação de recursos, no âmbito de um arranjo de pagamento, sem a 
possibilidade de conceder empréstimos e financiamentos a seus clientes. 
 
As instituições de pagamento possibilitam ao cidadão realizar pagamentos 
independentemente de relacionamentos com bancos e outras instituições financeiras. Com 
o recurso financeiro movimentável, por exemplo, por meio de um cartão pré-pago ou de um 
telefone celular, o usuário pode portar valores e efetuar transações sem estar com moeda 
em espécie. Graças à interoperabilidade, o usuário pode, ainda, receber e enviar dinheiro 
para bancos e outras instituições de pagamento. 
 
Importante lembrar que serviços de pagamento são prestados não só por IPs, mas 
também por instituições financeiras, especialmente bancos, financeiras e cooperativas de 
crédito. 
 
Nesse tipo de transação, é necessário haver: 
• Uma instituição de pagamento ou uma instituição financeira que tenham aderido 
a um arranjo de pagamento; 
• O instrumento de pagamento, que é o dispositivo utilizado para comprar 
produtos/serviços ou para transferir recursos, como o cartão de débito ou de 
crédito, o boleto ou o telefone celular; 
 
 
29 Mercado Financeiro de Capitais 
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• O instituidor do arranjo de pagamento, que é a pessoa jurídica responsável pela 
criação e organização do arranjo, como as bandeiras de cartão de crédito; 
• Os arranjos de pagamento criados pelo instituidor, que são as regras e 
procedimentos que disciplinam a prestação de serviços de pagamento ao público; 
entre estas regras estão: 
o Os prazos de liquidação; as condições para uma instituição de pagamento ou 
financeira aderir ao arranjo; as regras de segurança para proteger 
consumidores e lojistas de riscos, fraudes, clonagem de cartões etc. 
• Todos os envolvidos no pagamento devem aderir e aceitar as regras do arranjo 
(emissores dos instrumentos de pagamento e credenciadores desses 
instrumentos). A participação em um arranjo une todos os integrantes da cadeia 
de pagamento, permitindo que, por meio de suas instituições, o pagador e o 
recebedorconsigam realizar e aceitar pagamentos; 
• A conta de pagamento, que é o registro individualizado das transações 
(transferências, pagamento de contas e de compras, saques e aportes). 
 
Instituições de pagamento não são instituições financeiras, portanto não podem 
realizar atividades privativas destas instituições, como empréstimos e financiamentos. 
Ainda assim, estão sujeitas à supervisão do Banco Central. Devem constituir-se como 
sociedade empresária limitada ou anônima. 
 
2.5. SELIC 
O principal instrumento de política monetária do Banco Central para atuar sobre a 
inflação do país é a Taxa SELIC, a taxa básica de juros da economia. Isso porque ela serve 
de referência básica para todas as taxas de juros praticadas no país – isso não significa 
que as taxas de juros praticadas pelos bancos é diretamente proporcional à SELIC, não é 
tão simples assim – logo, quando o Bacen aumenta ou reduz a taxa, mediante a negociação 
de títulos públicos federais, isso impacta a disponibilidade de dinheiro no sistema financeiro, 
quando a taxa sobe, menos dinheiro estará disponível e vice-versa, é por conta dessa 
disponibilidade de dinheiro que as outras taxas de juros no país se alteram, motivo pelo 
qual a SELIC é a referência básica e capaz de influenciar todas as taxas praticadas no 
país6. 
 
6Porém, outros fatores relevantes afetam as taxas de juros praticadas: Inflação, Inadimplência, Atividade Econômica, Incentivos Fiscais, 
Ramo de atuação do credor/tomador de crédito, Tipo de instituição financeira cedente do crédito, Prazo e Volume do crédito/investimento, 
só para citar alguns. 
 
 
30 Mercado Financeiro de Capitais 
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 A taxa Selic refere-se à taxa de juros apurada nas operações de empréstimos de 
um dia entre as instituições financeiras que utilizam títulos públicos federais como 
garantia. O BC opera no mercado de títulos públicos para que a taxa Selic efetiva 
esteja em linha com a meta da Selic definida na reunião do Comitê de Política 
Monetária do BC (Copom) (Fonte: Banco Central, 2018). 
 
 
Assim sendo, temos duas SELICs, a SELIC Meta, que é a anunciada pelo BC, 
mediante reuniões do COPOM. Ela é uma referência que indica que o Bacen vai atuar junto 
ao Open Market para alterar a média das taxas dos títulos públicos negociados junto aos 
dealers selecionados. Essa média das taxas praticadas é a SELIC Over, essa que é, de 
fato, a taxa básica de juros que está sendo praticada no mercado monetário e que, portanto, 
vai influenciar os custos de captação de recursos para todo o sistema financeiro, pois é o 
custo do capital geral do país pago pelos principais agentes financeiros, são eles que vão 
disponibilizar crédito no país e a SELIC Over é o custo médio deles com esse dinheiro. Isso 
não significa que um empréstimo vai ser, necessariamente, mais caro que a SELIC ou 
menor, é apenas uma referência, diversos outros fatores influenciam o custo do crédito no 
país, como inadimplência, risco de crédito, volume captado, prazo, conjuntura econômica 
e condições tributárias. 
 
Sistema Especial de Liquidação e de Custódia 
O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) é o sistema em que se 
efetua a custódia e se registram as transações com títulos públicos federais. Gerido pelo 
Banco Central (BC), é uma infraestrutura do mercado financeiro (IMF) e, como tal, o Selic 
faz parte do Sistema de Pagamentos Brasileiros (SPB). 
As infraestruturas do mercado financeiro como um todo desempenham um papel 
fundamental no âmbito do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Seu funcionamento 
adequado é essencial para a estabilidade financeira e condição necessária para 
salvaguardar os canais de transmissão da política monetária. 
O sistema Selic é fundamental em possíveis casos de falência ou insolvência de 
instituições financeiras. A liquidação em tempo real e o registro das transações com 
títulos públicos federais em seu banco de dados pode coibir fraudes e prevenir o contágio 
em outras instituições. 
Atualmente o sistema Selic possui: 
 
 
31 Mercado Financeiro de Capitais 
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Aproximadamente 500 participantes 
Em torno de 15 mil clientes individualizados 
Há 8 tipos de títulos, distribuídos em cerca de 380 vencimentos, que estão 
depositados e equivalem a 99% da carteira de títulos públicos federais. 
Mensalmente cerca de 40 leilões de títulos para o Tesouro Nacional, que 
movimentam um montante de R$ 78 bilhões. 
Fonte: Banco Central, 2018. 
 
 
 
Origem do nome "Selic" 
O nome da taxa Selic vem da sigla do Sistema Especial de Liquidação e de 
Custódia. Tal sistema é uma infraestrutura do mercado financeiro 
administrada pelo BC. Nele são transacionados títulos públicos federais. A taxa 
média ajustada dos financiamentos diários apurados nesse sistema 
corresponde à taxa Selic. 
 
2.6. Taxa DI e o CDI 
Por conta das Políticas Monetárias, os bancos são obrigados a fechar o dia com um 
determinado volume de capital depositados, porém, há um descompasso inevitável entre o 
capital ofertado pelo banco, o captado e o depositado, um banco múltiplo de grande porte 
no Brasil tem centenas de agências e realiza milhões de operações financeiras em apenas 
um dia, são milhões de empréstimos, saques, depósitos, transferências e outras 
movimentações financeiras, logo, para equilibrar isso, e conseguir fechar o dia com o saldo 
de depósitos compulsórios na percentagem correta, ocorrem operações de crédito, com 
prazo de 1 dia, entre os bancos, as chamadas CDIs (Certificados de Depósito 
Interbancário), boa parte deles são feitos nos últimos minutos do dia (literalmente entre 
23h50 e 23h59) os bancos realizam. 
 
A média de taxa de juros cobrada por esses CDIs é a taxa DI, e estes guardam uma 
correlação7 alta com a SELIC, quase sempre de 95% a 98% da SELIC, logo, a DI costuma 
oscilar igual á SELIC. O que é bastante lógico uma vez que ambos ocorrem no mesmo 
mercado, o monetário e pelos motivos, as políticas monetárias. 
 
7Como os títulos públicos são dados como garantia nessas operações, e estas, são realizadas apenas para equilibrar contas, a taxa DI 
é sempre menor do que a SELIC, senão, ocorreria que os bancos iriam vender seus títulos para fazer caixa e o CDI não existiria. Assim 
sendo, os bancos que fecharam o dia com sobras têm de aceitar menos remuneração, ao mesmo tempo, há uma convenção entre os 
agentes financeiros, como muitos ativos de renda fixa são atrelados à taxa DI, manter a DI abaixo da SELIC reduz o seu custo de 
captação de recursos junto ao mercado, lembrando que a SELIC é o custo de capital dos bancos, assim sendo, é mais vantajoso para 
eles, manter esse valor abaixo. 
 
 
32 Mercado Financeiro de Capitais 
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Esses empréstimos entre bancos ocorrem apenas para esse equilíbrio de contas e 
depósitos, portanto, é um mercado pequeno relativamente, pois a maioria das operações 
dos bancos são financiadas com operações compromissadas, ou seja, emissão de CDBs, 
LCs e assim por diante. 
 
 
Acesse o link da B3 em que a explicação das condições de cálculo da DI-Cetip Over 
são explicadas, em caso de algumas condições não forem respeitadas, o valor da 
DI será igual à SELIC-Over, havendo as condições, um cálculo estatístico é 
efetuado conforme as normas técnicas da CETIP. 
 
 
2.7. Infraestruturas do mercado financeiro - IMF 
São integrantes do SPB os serviços de compensação de cheques, de compensação 
e liquidação de ordens eletrônicas de débito e de crédito, de transferência de fundos e de 
outros ativos financeiros, de compensação e de liquidação de operações com títulos e 
valores mobiliários, de compensação e de liquidação de operações realizadas em bolsas 
de mercadorias e de futuros, de depósito centralizado e de registro de ativos financeiros e 
de valores mobiliários. As entidadesque prestam esses serviços são denominadas 
Infraestruturas do Mercado Financeiro (IMF) (BC, 2018). 
 
No Brasil, qualquer IMF, para funcionar, está sujeita à autorização e à vigilância do 
BC. Cabe, ainda, ao BC, seguindo diretrizes dadas pelo Conselho Monetário Nacional 
(CMN), o papel de regulador, juntamente com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), 
nas suas respectivas esferas de competência (BC, 2018). 
 
Na função de vigilância, cabe ao BC assegurar que as IMF em operação no Brasil 
sejam administradas consistentemente com os objetivos de interesse público, mantendo a 
estabilidade financeira e reduzindo o risco sistêmico (BC, 2018). 
 
Como regulador, o BC atua no sentido de converter as políticas estabelecidas em 
regras a serem aplicadas às IMF, além de adequar o arcabouço normativo brasileiro, 
quando relevante, ao que recomendam os organismos internacionais concernentes, como 
é o caso do Comitê de Pagamentos e Infraestruturas do Mercado do Banco de 
Compensações Internacionais (CPMI/BIS) e do Comitê Técnico da Organização 
Internacional de Comissões de Valores (TC/IOSCO) (BC, 2018). 
 
 
33 Mercado Financeiro de Capitais 
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Além da vigilância e da regulação, o BC também atua como provedor de serviços de 
liquidação. Nesse papel, o BC opera o Sistema de Transferência de Reservas (STR) e o 
Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic). O STR é um sistema de transferência 
de fundos e o Selic é um sistema de liquidação de operações com títulos públicos (BC, 
2018). 
 
Infográfico: Estrutura da rede do SFN e suas IMFs (BC, 2018) 
 
 
 
 
Sistema de Transferência de Reservas (STR) 
O Sistema de Transferência de Reservas (STR) é o coração do Sistema de 
Pagamentos Brasileiro (SPB), onde ocorre a liquidação final de todas as obrigações 
financeiras no Brasil. A transferência de fundos no STR é irrevogável, isto é, só é 
possível “desfazer” uma transação por meio de outra transação no sentido 
contrário. Além disso, para garantir a solidez do sistema, no STR não há 
possibilidade de lançamentos a descoberto (não se admite saldo negativo). O STR, 
instituído pela Circular nº 3.100/2002, é um sistema que faz liquidação bruta em 
tempo real (LBTR), ou seja, que processa e liquida transação por transação (BC, 
2018). 
 
 
 
34 Mercado Financeiro de Capitais 
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Estrutura do STR e Grade Horária (BC, 2018). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 Mercado Financeiro de Capitais 
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3. SFN – ÓRGÃOS NORMATIVOS E FISCALIZADORES8 
 
Objetivo 
Continuar o detalhamento da estrutura e funcionamento do SFN, mediante o 
detalhamento dos agentes normativos e fiscalizadores do mercado financeiro. 
 
3.1. CMN 
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão superior do Sistema Financeiro 
Nacional (SFN) e tem a responsabilidade de formular a política da moeda e do crédito. Seu 
objetivo é a estabilidade da moeda (controlar a inflação e a volatilidade cambial) e o 
desenvolvimento econômico e social do país (mediante a defesa do poder de compra e o 
acesso à crédito) (BC,2019). 
 
Os membros do CMN reúnem-se uma vez por mês para deliberar sobre assuntos 
como adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia; 
regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos; orientar 
a aplicação dos recursos das instituições financeiras; propiciar o aperfeiçoamento das 
instituições e dos instrumentos financeiros; zelar pela liquidez e solvência das instituições 
financeiras; e coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública 
interna e externa (BC,2019). 
 
Em casos extraordinários, pode acontecer mais de uma reunião por mês. As 
matérias aprovadas são regulamentadas por meio de Resoluções divulgadas no Diário 
Oficial da União (DOU) e na página de normas do Conselho e do Banco Central (BC) 
(BC,2019). 
 
Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc) 
Junto ao CMN funciona a Comoc, que atua como órgão de assessoramento técnico 
na formulação da política da moeda e do crédito do Brasil. A Comoc manifesta-se 
previamente sobre assuntos de competência do CMN (BC,2019). 
 
 
 
8Os seguintes detalhamento foram extraídos dos sites específicos desses órgãos, uma vez que suas definições e competências são 
definidas por lei, logo, não podem ser reescritas. 
 
 
36 Mercado Financeiro de Capitais 
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Membros da Comoc 
• Presidente do Banco Central – coordenador 
• Presidente da Comissão de Valores Mobiliários 
• Secretário-Executivo do Ministério da Economia 
• Secretário de Política Econômica do Ministério da Economia 
• Secretário do Tesouro Nacional do Ministério da Economia 
• Diretores do Banco Central do Brasil* 
 
*Segundo o regimento interno da Comoc, são "quatro diretores do Banco Central do Brasil, indicados 
pelo seu Presidente". Como esta indicação é alterada de acordo com a pauta das reuniões, todos os diretores 
do BC tornam-se membros potenciais da Comoc. 
 
 
A Secretaria-Executiva da Comoc e do CMN é exercida pelo Banco Central. 
Compete à autoridade monetária organizar e assessorar as sessões deliberativas 
(preparar, dar suporte, elaborar as atas e manter o arquivo histórico, entre outras 
funções administrativas) (BC,2019). 
 
 
3.2. CNSP 
O Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP é órgão responsável por fixar as 
diretrizes e normas da política de seguros privados. 
 
É composto por representantes do Ministério da Fazenda (Presidente), do Ministério 
da Justiça, do Ministério da Previdência e Assistência Social, da Superintendência de 
Seguros Privados, do Banco Central do Brasil e da Comissão de Valores Mobiliários. 
 
Cabe à Secretaria de Política Econômica - SPE, nos termos do Decreto nº 9.003, de 
13 de março de 2017, assessorar o representante do Ministério da Fazenda no Conselho 
Nacional de Seguros Privados – CNSP, órgão regulador dos setores de seguros, 
resseguros, previdência complementar aberta e capitalização. 
 
 
 
 
37 Mercado Financeiro de Capitais 
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Composição Atual do CNSP9 
• MINISTRO DA FAZENDA - Presidente 
• SUPERINTENDENTE DA SUSEP - Presidente Substituto 
• Representante do Ministério da Justiça 
• Representante do Ministério da Previdência e Assistência Social 
• Representante do Banco Central do Brasil 
• Representante da Comissão de Valores Mobiliários 
 
Atribuições do CNSP 
• Fixar diretrizes e normas da política de seguros privados; 
• Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que 
exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, 
bem como a aplicação das penalidades previstas; 
• Fixar as características gerais dos contratos de seguro, previdência privada 
aberta, capitalização e resseguro; 
• Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro; 
• Conhecer dos recursos de decisão da SUSEP e do IRB; 
• Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de 
Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, com 
fixação dos limites legais e técnicos das respectivas operações; 
• Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão de corretor. 
 
SUSEP 
A SUSEP é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de 
seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. Autarquia vinculada ao 
Ministério da Fazenda, foi criada pelo Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro de 1966. 
 
 
 
Missão: "Desenvolver os mercados supervisionados, assegurando sua 
estabilidade e os direitos do consumidor." 
 
 
9Essa atual composição está sob revisão, uma vez que o ministério da fazenda foi integrado ao recém-criado ministério 
da economia, apesar de mudarem osnomes e membros, as atribuições e competências do CNSP e SUSEP não 
mudaram até o momento. 
 
 
38 Mercado Financeiro de Capitais 
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Atribuições da SUSEP 
• Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das 
Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada 
Aberta e Resseguradores, na qualidade de executora da política traçada pelo 
CNSP; 
• Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua 
através das operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização 
e resseguro; 
• Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados 
supervisionados; 
• Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a 
eles vinculados, com vistas à maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros 
Privados e do Sistema Nacional de Capitalização; 
• Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua 
expansão e o funcionamento das entidades que neles operem; 
• Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado; 
• Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os 
efetuados em bens garantidores de provisões técnicas; 
• Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que 
por este forem delegadas; 
• Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP. 
 
3.3. CNPC e Previc 
O CNPC é o órgão com a função de regular o regime de previdência complementar 
operado pelas entidades fechadas de previdência complementar, nova denominação do 
então Conselho de Gestão da Previdência Complementar. 
 
O CNPC10 é presidido pelo ministro da Previdência Social e composto por 
representantes da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), da 
Secretaria de Políticas de Previdência Complementar (SPPC), da Casa Civil da Presidência 
da República, dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão, das 
entidades fechadas de previdência complementar, dos patrocinadores e instituidores de 
 
10A atual composição dos membros do CNPC assim como sua vinculação ao ministério da previdência social, foi alterada com a reforma 
ministerial de 2015, ao fundir os ministérios do trabalho e previdência, porém, em 2019, uma nova reforma ocorreu com a criação do 
ministério da economia, transformando o ministério do trabalho e da previdência social em duas secretarias. 
 
 
39 Mercado Financeiro de Capitais 
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planos de benefícios das entidades fechadas de previdência complementar e dos 
participantes e assistidos de planos de benefícios das referidas entidades. 
 
O Decreto nº 7.123, de 03 de março de 2010, dispõe sobre a organização e o 
funcionamento do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) e dá outras 
providências. 
 
PREVIC 
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) é uma 
autarquia de natureza especial, dotada de autonomia administrativa e financeira e 
patrimônio próprio, vinculada ao Ministério da Fazenda, com sede e foro no Distrito Federal, 
tendo atuação em todo o território nacional como entidade de fiscalização e supervisão das 
atividades das entidades fechadas de previdência complementar e de execução das 
políticas para o regime de previdência complementar operado pelas referidas entidades. 
 
A Previc, de acordo com o Decreto nº 8.992, de 20 de fevereiro de 2017, é dirigida 
por uma Diretoria Colegiada, composta por: Diretor-Superintendente; Diretor de 
Administração; Diretor de Licenciamento; Diretor de Fiscalização e Monitoramento; e 
Diretor de Orientação Técnica e Normas. 
 
Possui ainda, em sua estrutura, Gabinete, Assessoria de Comunicação Social e 
Parlamentar, Coordenação-Geral de Suporte à Diretoria Colegiada, Ouvidoria, 
Coordenação-Geral de Inteligência e Gestão de Riscos, Coordenação-Geral de Gestão 
Estratégica e Inovação Institucional, Corregedoria, Auditoria Interna, Procuradoria Federal, 
além de cinco Escritórios de Representação em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, 
Pernambuco e Rio Grande do Sul. 
 
 
Principais atribuições da Previc 
As principais competências da Previc, segundo o Decreto nº 8.992, de 20 de 
fevereiro de 2017, são: 
I - proceder à fiscalização das atividades das entidades fechadas de previdência 
complementar e das suas operações; 
II - apurar e julgar as infrações e aplicar as penalidades cabíveis; 
III - expedir instruções e estabelecer procedimentos para a aplicação das normas 
relativas à sua área de competência; 
 
 
40 Mercado Financeiro de Capitais 
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IV - autorizar: a constituição e o funcionamento das entidades fechadas de 
previdência complementar e a aplicação dos respectivos estatutos e dos 
regulamentos de planos de benefícios; as operações de fusão, cisão, incorporação 
ou qualquer outra forma de reorganização societária, relativas às entidades 
fechadas de previdência complementar; a celebração de convênios e termos de 
adesão por patrocinadores e instituidores e as retiradas de patrocinadores e 
instituidores; e as transferências de patrocínio, grupos de participantes e 
assistidos, planos de benefícios e reservas entre entidades fechadas de 
previdência complementar; 
V - harmonizar as atividades das entidades fechadas de previdência 
complementar com as normas e as políticas estabelecidas para o segmento; 
VI – decretar intervenção e liquidação extrajudicial das entidades fechadas de 
previdência complementar e nomear interventor ou liquidante, nos termos da lei; 
VII - nomear administrador especial de plano de benefícios específico, podendo 
atribuir-lhe poderes de intervenção e liquidação extrajudicial, na forma da lei; 
VIII - promover a mediação e a conciliação entre entidades fechadas de 
previdência complementar e entre as entidades e seus participantes, assistidos, 
patrocinadores ou instituidores, bem como dirimir os litígios que lhe forem 
submetidos na forma da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996; 
IX - enviar relatório anual de suas atividades ao Ministério da Fazenda e, por seu 
intermédio, ao Presidente da República e ao Congresso Nacional; e adotar as 
providências necessárias ao cumprimento de seus objetivos. 
 
 
3.4. Banco Central 
O Banco Central é uma autarquia federal ligada ao Ministério da Fazenda, que tem 
como missão garantir a estabilidade do poder de compra da moeda do país, o Real, e 
assegurar a eficiência e o bom funcionamento do mercado financeiro local. A instituição é 
responsável por executar a estratégia estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional 
(CMN) para manter a inflação sob controle e atua como secretaria executiva desse órgão 
(BC,2019). 
 
O CMN formula as políticas da moeda e do crédito no país. Foi estabelecido em 
1964, pela mesma lei que criou o Banco Central. É composto pelo Ministro da Fazenda, 
que preside o conselho, pelo Ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão e pelo 
presidente do Banco Central (BC,2019). 
 
Transparência é um dos valores do Banco Central (BC). Mais do que cumprir as 
exigências da lei e dos órgãos de controle, o BC vê a transparência como condição 
necessária para a prestação de serviço eficiente à sociedade. A transparência e a simetria 
 
 
41 Mercado Financeiro de Capitais 
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de informações fazem parte da comunicação da política monetária e da manutenção da 
eficiência do sistema financeiro (BC,2019). 
 
O público tem ao seu dispor diversas ferramentas para entrar em contato com o 
Banco Central, seja pelo site, pelo aplicativo BC+Perto, por telefone, carta ou 
pessoalmente, em um dos escritórios da instituição em cidades brasileiras. Todas as 
manifestações são registradas e recebem um número de protocolo para que seja possível 
acompanhar o andamento das demandas.De forma geral, o prazo de atendimento segue 
as diretrizes do governo brasileiro para a aplicação da Lei de Acesso à Informação: máximo 
de 20 dias, prorrogáveis por mais dez (BC,2019). 
 
O Banco Central (BC) é o guardião dos valores do Brasil. O BC é uma autarquia 
federal, vinculada - mas não subordinada - ao Ministério da Fazenda, e foi criado pela Lei 
nº4.595/1964 (BC,2019). 
 
 
 
As tarefas a cargo do Banco Central são bastante diversas. 
 
Inflação baixa e estável 
Manter a inflação sob controle, ao redor da meta, é objetivo fundamental do BC. 
 
A estabilidade dos preços preserva o valor do dinheiro, mantendo o poder de 
compra da moeda. Para alcançar esse objetivo, o BC utiliza a política monetária, 
política que se refere às ações do BC que visam afetar o custo do dinheiro (taxas 
de juros) e a quantidade de dinheiro (condições de liquidez) na economia. 
 
Sistema financeiro seguro e eficiente 
Faz parte da missão do BC assegurar que o sistema financeiro seja sólido (tenha 
capital suficiente para arcar com seus compromissos) e eficiente. 
 
Banco do governo 
O BC detém as contas mais importantes do governo e é o depositário das reservas 
internacionais do país. 
 
Banco dos bancos 
As instituições financeiras precisam manter contas no BC. . Essas contas são 
monitoradas para que as transações financeiras aconteçam com fluidez e para 
que as próprias contas não fechem o dia com saldo negativo. 
 
 
 
 
42 Mercado Financeiro de Capitais 
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Emissor do dinheiro 
O BC gerencia o meio circulante, que nada mais é do que garantir, para a 
população, o fornecimento adequado de dinheiro em espécie. 
 
 
3.5. CVM 
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07/12/1976 pela Lei 
6.385/76, com o objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de 
valores mobiliários no Brasil (CVM, 2019). 
 
A CVM11 é uma entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da 
Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade 
administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e 
estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária (CVM, 2019). 
 
Em 2013, a CVM reformulou sua estratégia institucional e lançou o seu atual Plano 
Estratégico, reafirmando valores e propósito e definindo os Objetivos Estratégicos com 
projeção para 2023. Acesse o documento em Plano e Indicadores e obtenha mais 
informações a respeito da estratégia da instituição (CVM, 2019). 
 
 
 
Valores: 
Valorização permanente do corpo funcional, com foco na sua capacitação, 
comprometimento, motivação e meritocracia. 
Ambiente de trabalho que preze a coordenação, cooperação e constante diálogo 
entre as diferentes áreas e níveis hierárquicos. 
Busca permanente de estruturas organizacional, física e tecnológica adequadas, 
suportadas por uma autonomia administrativa, orçamentária e financeira. 
Educação financeira como instrumento essencial para o fortalecimento do 
mercado de capitais. 
Atuação coordenada com instituições públicas e privadas, nacionais e 
internacionais, na busca de maior eficiência das atividades de regulação, registro, 
supervisão, fiscalização, sanção e educação. 
Atuação técnica, independente, célere e transparente, pautada pela ética, 
eficiência, equilíbrio e segurança jurídica das decisões. 
Atuação regulatória com foco no atendimento das necessidades do mercado e 
sua evolução, em consonância com padrões internacionais, e pautada na 
participação da sociedade, inclusive por meio das audiências públicas. 
 
11Obtenha mais detalhes sobre o Regimento Interno da CVM, acesse a Portaria do Ministério da Fazenda nº 327/77. 
 
 
43 Mercado Financeiro de Capitais 
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Atuação pautada na proteção do investidor, na exigência de ampla divulgação de 
informação, no monitoramento dos riscos de mercado e na estabilidade 
financeira, inclusive com o apoio da autorregulação (CVM, 2019). 
Cadeia de Valor da CVM 
Cadeia de Valor é uma ferramenta de gestão que apresenta, em uma única 
imagem12, como uma organização, através dos seus processos, entrega valor para seus 
clientes. Ela pode ser utilizada para entender como os processos se relacionam entre si, 
uma vez que mostra a lógica de interdependência e temporalidade. É importante destacar 
que a cadeia de valor é "viva" e está sujeita a alterações e atualizações periódicas. 
 
Pela ótica da CVM, o Mercado (Emissores, Intermediários e Prestadores de Serviço) 
e a Sociedade (Investidores e Cidadãos) são os clientes e recebem como valor Eficiência, 
Integridade e Desenvolvimento do Mercado. 
 
Para entender melhor como a cadeia de valor é organizada, é importante entender 
alguns níveis de detalhamento dos processos. 
 
Grupamento 
São os grandes temas nos quais a cadeia é segmentada. No caso da CVM, foram 
estruturados 5 grupamentos, sendo eles: 
• Normatização do Mercado 
• Supervisão do Mercado 
• Sanção ao Mercado 
• Orientação ao Mercado e à Sociedade 
• Gestão, Estratégia e Suporte 
 
Os 4 primeiros grupamentos têm impacto direto na entrega de valor para o Mercado 
e para a Sociedade, enquanto o último é a base que sustenta a Autarquia, tanto em termos 
operacionais como estratégicos. Processos de gestão, estratégia e suporte têm impacto em 
praticamente todos os demais processos da organização. 
 
Macroprocessos 
 
12http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/menu/acesso_informacao/institucional/sobre/cadeia_de_valor_cvm.pdf 
http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/menu/acesso_informacao/institucional/sobre/cadeia_de_valor_cvm.pdf
 
 
44 Mercado Financeiro de Capitais 
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São considerados conjuntos de processos que, juntos, viabilizam a entrega de 
grandes serviços, como por exemplo: Elaboração de Normas, Supervisão e Fiscalização 
do Mercado, Execução de Ações Sancionatórias, Gestão de Pessoas, etc. 
 
Processos 
São conjuntos de atividades e rotinas executadas periodicamente pelas áreas da 
CVM, como por exemplo: Registrar Regulados, Emitir Ofício de Alerta, Realizar Estudos e 
Pesquisas Educacionais, Prover Soluções de TI, etc. 
 
 
Mandato Legal13 
Desenvolvimento do mercado 
Estimular a formação de poupança e a sua aplicação em valores mobiliários; 
promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações; 
e estimular as aplicações permanentes em ações do capital social de companhias 
abertas sob controle de capitais privados nacionais (Lei 6.385/76, art. 4º, incisos I 
e II). 
Eficiência e funcionamento do mercado 
Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados da bolsa e de balcão; 
assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores 
mobiliários; e assegurar a observância, no mercado, das condições de utilização 
de crédito fixadas pelo Conselho Monetário Nacional (Lei 6.385/76, art. 4º, incisos 
III, VII e VIII). 
Proteção dos investidores 
Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra 
emissões irregulares de valores mobiliários; atos ilegais de administradores e 
acionistas controladores das companhias abertas, ou de administradores de 
carteira de valores mobiliários; e o uso de informação relevante não divulgada no 
mercado de valores mobiliários. Evitar ou coibir modalidades de fraude ou 
manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço 
dos valores mobiliários negociados no mercado (Lei 6.385/76, art. 4º, incisos IV e 
V). 
Acesso à informação adequada 
Assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários 
negociados e as companhias que os tenham emitido, regulamentando a Lei e 
administrando o sistema de registro de emissores, de distribuição e de agentes 
regulados (Lei 6.385/76, art. 4º, inciso VI, eart. 8º, incisos I e II). 
Fiscalização e punição 
Fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do mercado de valores 
mobiliários, bem como a veiculação de informações relativas ao mercado, às 
pessoas que dele participam e aos valores nele negociados, e impor penalidades 
 
13Competências e Funções estabelecidas em lei 
 
 
45 Mercado Financeiro de Capitais 
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aos infratores das Leis 6.404/76 e 6.385/76, das normas da própria CVM ou de 
leis especiais cujo cumprimento lhe incumba fiscalizar (Lei 6.385/76, art. 8º, 
incisos III e V, e art. 11). 
 
 
 
46 Mercado Financeiro de Capitais 
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4. MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS – CONCEITOS E 
DEFINIÇÕES 
 
Objetivo 
Conceituar e detalhar a estrutura e funcionamento do mercado financeiro, suas 
divisões e categorias. 
 
4.1. As diversas facetas do Mercado Financeiro e de Capitais 
Para compreendermos o mercado de capitais e financeiro, vamos entender um 
pouco o conceito de mercado: Um mercado é um lugar onde duas partes estão envolvidas 
na transação de bens e serviços em troca de dinheiro. As duas partes envolvidas são: 
• Comprador / tomador / devedor 
• Vendedor/ poupador / credor 
 
Em um mercado, o comprador e o vendedor entram em uma plataforma comum, na 
qual o comprador compra bens e serviços do vendedor em troca de dinheiro. 
 
 
 
Mercado Financeiro: Um lugar onde os indivíduos estão envolvidos em qualquer 
tipo de transação financeira refere-se ao mercado financeiro. Mercado financeiro 
é, portanto, uma plataforma onde compradores e vendedores estão envolvidos 
na venda e compra de produtos financeiros, como ações, fundos de 
investimentos, títulos de dívida, commodities e assim por diante. 
 
 
Assim sendo, o mercado financeiro é uma concepção bastante ampla, pois engloba 
todos os possíveis ambientes e locais, físicos e digitais em que transações envolvendo 
dinheiro e, ao menos, duas partes: tomador e credor, interagem para atender às suas 
respectivas necessidades, de um lado, o tomador, a necessidade de crédito, de 
disponibilização de recursos, para os mais diversos fins, do outro, o credor/investidor, com 
a necessidade de lucrar mediante o sacrifício do tempo e do dinheiro (ato de poupar), que, 
para tanto, cobra uma taxa de juros proporcional às suas expectativas de retorno e ao risco 
da operação financeira. 
 
 
 
 
47 Mercado Financeiro de Capitais 
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Vamos então ver os principais tipos de mercados financeiros: 
• Mercado monetário: Esfera do mercado financeiro aonde as políticas 
monetárias ocorrem e no qual a liquidez da economia é ajustada, nele ocorrem 
operações de curtíssimo e curto prazo, como negociação primária de títulos 
públicos entre o BC e os dealers selecionados, operações de crédito 
interbancário (CDI) entre os bancos – para equilibrar o saldo de depósitos 
compulsórios –, além de negociações com CDBs e Debêntures. 
• Mercado de Crédito: Mercado composto, basicamente, por sociedades de 
crédito, bancos comerciais e múltiplos com carteira comercial. Nessa esfera 
ocorrem as operações de financiamento e empréstimos para ativos permanentes 
e capital de giro, além de crédito ao consumo, são operações de curto e médio 
prazo, como empréstimos, cheque especial, conta garantida, operações hot-
money etc. 
• Mercado de Capitais: Resumidamente, esfera de maior volume e prazo de 
movimentação financeira, é o ambiente aonde poupadores e tomadores se 
encontram, gerando oportunidades de investimento e captação de recursos em 
grandes volumes para empresas e governos. Composto por diversas 
instituições, conta com a supervisão da CVM e do BC. 
• Mercado Cambial: Ambiente em as moedas/câmbio são negociadas. 
 
4.1.1. Mercado de capitais 
O mercado de capitais é conhecido pelas bolsas de valores e pelas ações, mas esse 
mercado de investimentos é bem maior e mais diversificado do que isso. É nele em que 
poupadores/investidores encontram diversas oportunidades de aplicar seus recursos e, 
dessa forma, financiam os tomadores – empresas S/A, governos, empreendimentos 
imobiliários e agropecuários. Além disso, esse mercado se caracteriza pelos extensos 
prazos das aplicações, podendo ser, inclusive, indeterminados, como ocorre no caso das 
ações. Outra característica evidente desse mercado é a transparência de informações e o 
sistema de negociações por leilão14. 
 
 
 
 
14Em um mercado de leilões, os compradores inserem lances competitivos e os vendedores enviam ofertas competitivas ao mesmo 
tempo. O preço pelo qual uma ação é negociada representa o preço mais alto que um comprador está disposto a pagar e o menor preço 
que um vendedor está disposto a aceitar. Lances e ofertas correspondentes são emparelhados juntos e as ordens são executadas. 
 
 
48 Mercado Financeiro de Capitais 
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Mercado de Capitais é dividido em: 
1. Mercado Primário é uma forma de mercado de capitais onde várias empresas 
emitem novas ações, ações e títulos para investidores na forma de IPO's (Initial 
Public Offering). O Mercado Primário é uma forma de mercado em que ações e 
títulos são emitidos pela primeira vez pelas organizações, é aonde os 
Emissores15 captam os recursos. 
2. Mercado Secundário é uma forma de mercado de capitais onde ações e valores 
mobiliários que foram previamente emitidos são comprados e vendidos, 
negociados entre partes interessadas, investidores, muitos dos quais são 
especuladores, ou seja, buscam valorização à curto prazo com a compra e a 
venda dos papéis/títulos, mas também, é o outro ambiente no qual investidores 
interessados em construir patrimônio, mediante a aquisição de títulos e papéis, 
podem aplicar seus recursos caso não tenham conseguido fazê-lo na emissão 
primária. 
• OBS: O mercado primário é o ambiente aonde ocorrem as emissões primárias e, 
portanto, é o local no qual os emissores captam recursos. A partir daí todas as 
negociações posteriores envolvendo os papéis/títulos emitidos não geram mais 
recursos aos emissores, porém, isso não significa que o mercado secundário seja 
menos importante ou, ainda, que os emissores não se importem com o valor de 
seus papéis e títulos no mercado secundário. Enquanto o mercado primário é 
importante para a economia ao intermediar tomadores e poupadores e, assim, 
permitir que estes financiem suas atividades, o mercado secundário é importante 
por ser o responsável por garantir a liquidez do sistema. Sem o mercado 
secundário, investidores encontrariam muita dificuldade para negociar seus 
papéis entre si, reduzindo assim a demanda por esses papéis, e, 
consequentemente, reduzindo o quanto eles valem, logo, reduzindo, também, o 
quanto os emissores poderiam ter captado inicialmente. 
• Sendo assim, os preços praticados nos mercados secundários são relevantes 
para os emissores uma vez que demonstram as expectativas dos investidores 
em relação ao emissor, servindo assim, de referência para emissões futuras. 
 
 
 
 
15É o tomador de recursos, uma discussão mais ampla desse termo ocorrerá nessa unidade. 
 
 
49 Mercado Financeiro de Capitais 
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Outras categorizações: 
• Mercado de Ações: é um tipo de mercado de capitais que lida com a emissão e 
negociação de ações e cotas de fundos de investimentos a um determinado 
preço. 
• Mercados de Títulos: é uma forma de mercado de capitais em que compradores 
e vendedores estão envolvidos na negociação de títulos de dívidas. 
• Mercado de Commodities: Um mercado que facilita a venda e compra de 
produtos primários é chamado de mercado de commodities. No Mercado de 
commodities, como em qualquer outro mercado, inclui um comprador e um 
vendedor. Nesse tipo de mercado, o comprador adquire produtos embruto, como 
arroz, trigo, cereais, gado e assim por diante, do vendedor, a uma taxa 
mutuamente acordada. 
• Mercado de Derivativos: O mercado que lida com a negociação de contratos que 
são derivados de qualquer outro ativo é chamado de mercado de derivativos. 
• Mercado Futuro: O mercado futuro é um tipo de mercado financeiro que lida com 
a negociação de instrumentos financeiros a uma taxa específica em que a 
entrega ocorre no futuro. 
• Mercado de Seguros: O mercado de seguros lida com a negociação de produtos 
de seguros, como apólices e cotas de previdência privada. 
• Mercado Privado ou de balcão: O mercado privado é uma forma de mercado 
onde a transação de produtos financeiros ocorre diretamente entre duas partes. 
• Mercado hipotecário: Um tipo de mercado em que várias organizações 
financeiras estão envolvidas no fornecimento de financiamento imobiliário por 
um período específico é chamado de mercado hipotecário. O pagamento é feito 
à pessoa em questão ao enviar certos documentos necessários e preencher 
certos critérios básicos. 
 
Especificamente no caso Brasileiro, a B3 (antiga BM&FBovespa) engloba 
praticamente todos os mercados financeiros organizados do país, portanto, é pela 
plataforma da B3 em que são negociados títulos de dívida públicas16 e privadas, Ações, 
Cotas de Fundos de Investimentos, Commodities, Derivativos, Futuros, Mercado de Balcão, 
entre outros. 
 
 
16A infraestrutura é feita pelo TSN – Tesouro Nacional – e o intermédio pela B3. http://ri.bmfbovespa.com.br/?gohome=1 
 
 
50 Mercado Financeiro de Capitais 
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A B3, a bolsa de valores do Brasil 
A B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão é uma das maiores empresas provedoras de 
infraestrutura para o mercado financeiro do mundo em valor de mercado, 
oferecendo serviços de negociação (bolsa), pós-negociação (clearing), registro de 
operações de balcão e de financiamento de veículos e imóveis. 
A B3 foi criada em março de 2017 a partir da combinação de atividades da 
BM&FBOVESPA, bolsa de valores, mercadorias e futuros, com a CETIP, empresa 
prestadora de serviços financeiros no mercado de balcão organizado. Essa 
combinação consolidou a atuação da Companhia como provedora de 
infraestrutura para o mercado financeiro, permitindo a ampliação do leque de 
serviços e produtos oferecidos aos seus clientes e a criação de eficiências para a 
Companhia e para o mercado. 
Nos mercados de produtos listados em bolsa, a B3 desenvolve, implanta e provê 
sistemas e serviços de negociação e pós-negociação (compensação e liquidação) 
de ações, derivativos de ações, financeiros e de mercadorias, títulos de renda fixa, 
títulos públicos federais, moedas à vista e commodities agropecuárias. Também 
oferece o serviço de listagem e de depositária central para os ativos negociados 
em seus ambientes, bem como oferece os serviços de licenciamento de softwares 
e índices. Sua atuação nesses mercados requer investimentos constantes em 
infraestrutura tecnológica, controle e gerenciamento de riscos das operações, 
que assegurem o funcionamento dos mercados de maneira eficiente e segura. 
Para os produtos não listados que são negociados por meio de operações 
bilaterais no mercado de balcão, tais como instrumentos financeiros emitidos por 
bancos e derivativos customizados, a B3 oferece a infraestrutura para registro 
dessas operações pelos participantes do mercado. 
Adicionalmente, por meio de sua unidade de financiamento de veículos e imóveis, 
a Companhia oferece produtos e serviços que aceleram o processo de análise e 
aprovação de crédito em território nacional, tornando o acesso ao financiamento 
fácil, ágil e seguro. 
Além de primar pela excelência operacional, tecnológica e de gestão de risco, a 
B3 exerce o papel de fomentar os mercados em que atua por intermédio de 
inovações e desenvolvimento de produtos, além de programas de educação para 
a população. 
A B3 é uma sociedade de capital aberto, cujas ações B3SA3 são negociadas no 
Novo Mercado — segmento em que as empresas assumem compromissos de 
melhores práticas de governança corporativa — e integra os índices Ibovespa, 
IBrX-50, IBrX e Itag, entre outros. 
Com sede em São Paulo e unidades no Rio de Janeiro e Alphaville, também possui 
escritórios de representação no Reino Unido (Londres) e na China (Xangai), para 
oferecer suporte aos participantes desses mercados nas atividades com os 
clientes estrangeiros e no relacionamento com os órgãos reguladores, além de 
divulgar seus produtos e práticas de governança a potenciais investidores. 
 
 
Vamos ver agora os dois tipos de mercados financeiros sob a ótica dos 
investimentos: Renda Fixa e Renda Variável. 
 
 
 
51 Mercado Financeiro de Capitais 
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4.2. Conceituando a Renda Fixa 
A Renda Fixa engloba os Investimentos em que, de certa forma, seu Rendimento é 
garantido, ou seja, jamais irão render menos do que 0% ao ano. Basicamente, a maioria 
dos investimentos em renda fixa envolvem a compra de um título de dívida. Este título de 
dívida pode ter as seguintes características: 
1. Quem Emite: Se forem Títulos Públicos significa que o título é vendido por uma 
entidade Pública (exemplo: Títulos de Dívida Pública Federais); se forem Títulos 
Privados significa que o título é vendido por uma instituição privada (exemplo: 
CDB emitidos pelos Bancos; Debêntures emitidas por Empresas S/A). 
2. Prazo de Vencimento Pré-Determinado: Quando o investidor sabe que o título 
que ele comprou irá vencer e assim, o investimento será automaticamente 
encerrado. O recebimento dos juros referentes a esse investimento pode ser 
pago ao longo da existência do título ou no seu vencimento ou ambos. 
3. Prazo de Vencimento Indeterminado: Quando o investimento não tem prazo 
de vencimento estabelecido, o rendimento nesses casos ocorrerá 
periodicamente ou quando o investimento for encerrado pelo próprio investidor 
(exemplo: Poupança e Cotas em Fundos de Investimento em Renda Fixa). 
4. Forma de Remuneração Pré-fixada: Um título pré-fixado terá sua Taxa de 
Rentabilidade pré-definida com base no valor do Indexador de Referência do dia 
de contratação/compra do título de dívida de renda fixa, ou com base em um 
Valor pré-definido. A Remuneração desse título, portanto, será fixada com base 
nesse valor, ou seja, o investidor saberá, normalmente em termos brutos 
nominais*, o quanto vai ganhar. 
5. Forma de Remuneração Pós-Fixada: Um título pós-fixado terá sua Taxa de 
Rentabilidade baseada no valor do Indexador de Referência definido no ato de 
contratação/compra do título de dívida de renda fixa. A Remuneração desse 
título, porém, dependerá da variação mensal do indexador contratado, ou seja, 
o investidor não saberá ao certo quanto irá ganhar. Apenas ao final de cada 
período (normalmente é um mês) que irá saber o quanto seu título rendeu no 
período e isso se sucederá até o vencimento ou encerramento do investimento. 
6. Rendimento bruto nominal significa o quanto um investimento rendeu sem 
descontar os impostos e a inflação. Já o Rendimento líquido nominal é o 
rendimento auferido após descontados os impostos incidentes sobre aquele 
determinado investimento. Por sua vez, o Rendimento líquido real é a 
verdadeira medida de lucro (ou prejuízo) para o investidor, depois de 
 
 
52 Mercado Financeiro de Capitais 
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descontados os impostos, e obtido o Rendimento líquido nominal esse valor é 
descontado pela inflação. (Se deseja dominar esses cálculos, inclusive com a 
HP12C e outras calculadoras e ferramentas de cálculo, inscreva-se no nosso 
curso de matemática financeira EaD!) 
7. Forma de Remuneração – Atualização do Valor do Título: Um título pode ter 
seu rendimento expresso por meio do Ajuste do valor do título, ou seja, o valor 
pago pelo investidor na compra do título será atualizado periodicamentepelo 
Indexador de rentabilidade (seja ele Pré ou Pós). O lucro do investidor ocorrerá, 
então, por meio da Venda (a terceiros) / Resgate (venda de volta ao emissor) ou 
por meio do Vencimento do título, daí o investidor receberá o valor atualizado do 
título. 
8. Forma de Remuneração – Pagamento de Bônus periódicos: Um título pode, 
também, ter seu rendimento por meio do pagamento de bônus/juros periódicos 
ao portador do título de dívida, esses bônus/juros poderão ser Simples ou 
Compostos e serão baseados no valor do Indexador. Nada impede de a 
remuneração do título ser por meio de Bônus/Juros e Atualização do Valor do 
título ao mesmo tempo. 
9. Indexador de Rentabilidade/Referência: É o índice que servirá de referência 
para o cálculo da Rentabilidade do Título de Dívida. Podem ser índices de preços 
(IPCA, IGP-M, INCC, IPC, etc.), índices financeiros (DI ou TR), índices de juros 
estipulados pelo governo (SELIC) entre outros etc. 
10. Investimento em Renda Fixa Direto ou Indireto: O investidor pode investir de 
forma Direta ou Indireta em títulos de renda fixa. No método Direto é ele quem 
compra o título junto ao emissor e receberá diretamente o rendimento do título, 
costuma ser o método mais barato e rentável, porém, pode exigir maior 
conhecimento e capital inicial. Já no método indireto, o investidor investe em 
renda fixa por meio de um intermediário, ele receberá, normalmente, uma Cota 
representativa de valor que terá seu valor atualizado e poderá lhe conferir o 
direito de recebimento total/parcial dos bônus/juros. Esse método foi elaborado 
para permitir que investidor com menor conhecimento e pouco capital inicial 
possam ter acesso à ativos de renda fixa mais complexos e caros, porém, quase 
sempre resultam em alguns custos por conta da intermediação, normalmente, 
uma taxa de administração cobrada anualmente sobre o valor investido. 
 
 
 
 
53 Mercado Financeiro de Capitais 
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Seus principais ativos são: Poupança, CDB e Letras de Crédito (LCA, LCI, LC e LF), 
Fundos de Investimentos em Renda Fixa e Títulos de Dívida Pública, Privada, 
Imobiliária (CRI) e Agrária (CRA). 
 
 
 
4.3. Conceituando a Renda Variável 
Ao contrário da Renda Fixa, que em tese não resulta em prejuízos e que, se realizada 
com planejamento e conhecimento, pode resultar em rendimentos significativos, o 
investimento em Renda Variável é bem mais volátil, ou seja, tanto pode resultar em lucros 
extraordinários quanto em prejuízos absolutos. 
 
Isso ocorre por diversos motivos, por um lado, o investimento em Renda Variável 
não é garantido por nenhuma instituição, nem FGC, nem governo, nem o banco ou 
instituição emissora/gestor do ativo de renda variável, portanto o capital investido não terá 
coberturas legais. 
 
Mas essa é das menores preocupações do investidor em renda variável, porque não 
se trata de um investimento em que a sua rentabilidade vai depender diretamente do 
emissor ou gestor do ativo, ela será afetada por outros inúmeros fatores econômicos, sendo 
assim, o lucro com esse investimento vai depender da oscilação desses fatores e não pela 
capacidade de remunerar dos gestores e emissores, como acontecia na renda fixa, não se 
trata mais de um investimento com uma taxa de juros remuneratórios ou algum índice de 
referência. 
 
O investimento na Renda Variável é como um investimento indireto na economia 
real, ou seja, ao aplicar em ativos de renda variável o investidor está aplicando em negócios 
(ações), empreendimentos (FIIs), ativos mobiliários (como dólar ou ouro), enfim, em ativos 
que tem seus valores que oscilando o tempo todo. Ou seja, é um investimento em que 
Liquidez, Volatilidade e a Lei de Oferta e Demanda são preponderantes, portanto, é preciso 
compreender esses conceitos: 
 
 
 
 
54 Mercado Financeiro de Capitais 
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Por exemplo: se compro Ações de uma empresa listada na bolsa de valores, meu 
investimento estará atrelado à diversos fatores relacionados à essa empresa, seja 
sua atividade em si, seus resultados financeiros, notícias sobre o mercado em que 
ela atua, políticas no mercado dela, enfim, tudo aquilo capaz de afetar direta ou 
indiretamente a atividade dessa empresa que adquiri as ações. 
Se aplico em dólar meu investimento dependerá da conjuntura econômica entre 
Brasil e EUA, da oferta e demanda por essa moeda entre outros fatores políticos 
e econômicos complexos, esse mix de fatores vai influenciar na subida ou queda 
do câmbio, consequentemente, no meu lucro ou prejuízo. 
E o raciocínio segue o mesmo para os diversos ativos da renda variável, fundos 
imobiliários tem seu valor atrelado ao mercado imobiliário, o ouro varia de acordo 
com a demanda pelo metal e de acordo com a instabilidade financeira mundial e 
assim por diante. 
 
 
4.3.1. Lei da oferta e da demanda, liquidez e volatilidade 
Quando uma empresa emite papéis, por exemplo ações, no mercado de capitais, ela 
está buscando financiar suas atividades mediante à venda de parte do negócio, logo, os 
investidores que irão comprar esses papéis estão, indiretamente, investindo na empresa, é 
um investimento no mercado real da economia, logo, trata-se de renda variável. Diversos 
fatores vão determinar os preços iniciais dessa emissão e, posteriormente, os preços 
dessas ações no mercado secundário. 
 
Primeiro, ações são chamados de valores mobiliários17, isso significa que estes 
papéis podem ser negociados no mercado secundário após a sua emissão, isso garante 
aos papéis liquidez muito maior do que se apenas houvessem negociações no mercado 
primário, pois os investidores tem a liberdade de vender esses papéis caso não queiram 
mais ser sócios da empresa, abrindo mão também, dos dividendos à que tinham direito. 
 
 
 
Liquidez 
A liquidez é o volume de negócios realizados com o ativo em questão, ou seja, 
quanto maior o volume de negócios realizados com um ativo, mais rápido eu 
 
17Diversos ativos de renda fixa e variável possuem essa característica, logo, estão sujeitos à essas forças. 
 
 
55 Mercado Financeiro de Capitais 
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vou conseguir negociá-lo, comprar ou vender, assim, mais rapidamente eu vou 
conseguir realizar minha compra e, posteriormente, minha venda com lucro. 
Um exemplo fácil de compreender a liquidez é o investimento em imóveis, o 
grande problema desse investimento está justamente na sua liquidez, em 
certos momentos, você consegue vendê-los rapidamente, logo, quando o 
imóvel se valoriza eu rapidamente consigo ter meu lucro. Mas também, há 
momentos em que o mercado desaquece e ninguém consegue vender nada, 
temos muita gente vendendo e poucos comprando e a consequência 
inevitável é que você terá de vender o imóvel mais barato para se livrar dele 
logo, perdendo assim sua lucratividade. 
 
 
Mas apenas ter liquidez não implica que o papel é lucrativo e que este vai valorizar, 
nem mesmo significa que a empresa vai captar mais recursos na emissão primária, na 
realidade, a organização e divulgação dos mercados primário e secundário são estratégias 
que buscam aumentar a liquidez desses mercados para que seja mais fácil comprar e 
vender papéis, o que é um dos pilares necessários, mas não, o determinante. 
 
Isso porquê aonde existe liquidez pode existir volatilidade: 
 
 
 
Volatilidade 
A volatilidade é uma medida estatística da dispersão dos retornos para um 
determinado ativo de renda variável. A volatilidade pode ser medida usando o 
desvio padrão ou variância entre preços históricos desse ativo. Comumente, 
quanto maior a volatilidade, maior é o risco e, consequentemente, maior o 
potencial de retorno. 
Em outras palavras, a volatilidade refere-se à quantidade de variações, as 
mudanças no valor de um ativo de investimento. Uma maior volatilidade 
significa queo valor desse ativo pode sofrer variações por conta de uma 
grande variedade de fatores. Isso significa que o preço desse ativo pode mudar 
drasticamente em um curto período de tempo em qualquer direção. 
Uma menor volatilidade significa que o valor desse ativo não flui de forma 
dramática, mas muda de valor a um ritmo constante ao longo de um período 
de tempo. Um indicador de volatilidade relativa comumente utilizado no 
mercado de ações é o Beta (ß), ele é uma medida estatística de correlação 
entre um determinado ativo, no caso uma ação, em relação a outro ativo ou 
indexador/índice. Por exemplo, se uma ação tem um Beta de 1,1 com o CDI, 
significa que essa ação costuma variar proporcionalmente ao CDI em 1,1 
pontos percentuais, quando o CDI cai 1% ela desvaloriza 1,1% e assim por 
diante. 
 
 
56 Mercado Financeiro de Capitais 
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A volatilidade e a liquidez são dois conceitos fundamentais nas estratégias de 
investimentos em renda variável, pois é a combinação de ambos que irá determinar o 
resultado positivo ou negativo dos investimentos, logo, o investidor precisa buscar “prever” 
as possíveis causas de volatilidade e antecipá-las para obter lucro, ao mesmo tempo, esse 
lucro depende completamente da liquidez desse ativo, uma vez que ele precisa realizar a 
compra e a venda desse ativo com velocidade e sem perdas de valor. 
 
Porém, apesar desses inúmeros fatores, o que fundamentalmente vai afetar o preço 
de compra e venda de um ativo de renda variável é a Oferta e a Demanda por ele, ou seja, 
todas as informações e análises que são feitas vão buscar tentar prever ou especular sobre 
como será essa Oferta e Demanda por esse ativo no futuro e “jogar” com isso, apostar na 
realidade, que vamos comprar esse ativo a um preço bom e que no futuro, esse preço vai 
subir e daí vou vendê-lo com lucro. 
 
Para isso, é preciso entender que: 
• Quanto Maior a Demanda por uma Ativo, maior seu preço, e se sua Oferta for 
baixa, o preço subirá mais ainda; 
• Por outro lado, um ativo com pouca Demanda tem um preço baixo, e, se sua 
Oferta for alta, mais ainda seu preço vai cair. 
 
Isso vai influenciar e muito os preços praticados na Emissão Primária – logo, 
afetando a capacidade do emissor de financiar as suas atividades – e na negociação 
secundária – afetando muito o potencial de lucro dos investidores – e a relação entre esses 
dois mercados é recíproca, uma adesão baixa na emissão primária pode ser reflexo de uma 
baixa demanda por esse papel no mercado secundário e vice-versa. 
 
É por conta dessa combinação de fatores que a renda variável tem esse nome: 
1. Potencial de lucratividade associado à compra e venda depende das forças de 
mercado (Liquidez, Volatilidade, Oferta e Demanda, desempenho econômico do 
emissor do papel); 
2. Nenhuma garantia legal ou remuneratória; 
3. Potencial de lucratividade com dividendos ou rendimento são atrelados à 
economia real; 
4. Trata-se de um mercado em que as expectativas futuras são trabalhadas, logo, 
há muita incerteza em jogo, sempre. 
 
 
57 Mercado Financeiro de Capitais 
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5. Ativos, na sua maioria, sem prazo de encerramento ou resgate. 
 
 
Seus principais ativos são: Ações, ETFs, FIIs, Derivativos, Commodities e Câmbio, 
porém, Derivativos, Commodities e Câmbio são, por conta de outros fatores, 
mercados à parte. 
 
 
 
4.4. IBOVESPA e B3 
Criado em 1968, o índice Bovespa18 (Ibov) é o principal índice de mercado da bolsa 
de valores brasileira (A B3, junção da BM&FBovespa e a CETIP). O índice inclui19 as 
principais ações das empresas listadas na bolsa, que representam aproximadamente 70% 
da capitalização total da bolsa e 85% de suas operações. Seu valor representa uma carteira 
de investimentos fictícia. 
 
A bolsa de valores é resultado da união das principais corretoras do país, é uma 
interface de negociação para diversos ativos de investimento em renda fixa e variável e 
para operar nela é necessário estar cadastrado em, ao menos, uma corretora listada. 
 
A bolsa brasileira é a 18ª maior bolsa do mundo com um volume médio negociado 
diariamente de 6,6 bilhões de reais, o volume negociado em 2016 totalizou 774 bilhões de 
dólares. Entre os países emergente só está atrás da China. É a principal bolsa de valores 
da américa latina e é uma das mais organizadas e seguras graças a CVM. 
 
4.5. Definindo conceitos básicos no mundo financeiro: Emissor e Investidor 
Um emissor é uma entidade legal que desenvolve, registra e vende títulos para 
financiar suas operações. Os emissores podem ser empresas, instituições financeiras, 
fundos de investimento ou governos nacionais ou estrangeiros. Os emissores são 
legalmente responsáveis pelas obrigações da emissão e por relatar condições financeiras, 
 
18Link para a metodologia de cálculo do Ibov: 
http://www.bmfbovespa.com.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A828D295048C0EF01514544116A26AB 
19É composto pelas ações e units exclusivamente de ações de companhias listadas na B3 que atendem aos critérios de inclusão descritos 
em sua metodologia não estão incluídos nessa categoria BDRs e ativos de companhias em recuperação judicial ou extrajudicial, regime 
especial de administração temporária, intervenção ou que sejam negociados em qualquer outra situação especial de listagem (ver manual 
de definições e procedimentos dos índices da B3). (B3, 2019). 
http://www.bmfbovespa.com.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A828D295048C0EF01514544116A26AB
 
 
58 Mercado Financeiro de Capitais 
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desenvolvimentos relevantes e quaisquer outras atividades operacionais, conforme exigido 
pelas regulamentações de suas jurisdições. 
 
Os emissores mais frequentemente disponibilizam os seguintes tipos de títulos: 
ações ordinárias e preferenciais, títulos de dívida, notas promissórias, letras de crédito, 
certificados de depósito e/ recebíveis e derivativos. 
 
Para ilustrar o papel de um emissor, imagine que a ABC Corporation venda ações 
ordinárias ao público em geral no mercado para gerar capital para financiar suas operações 
comerciais. Isso significa que a ABC Corporation é uma emissora e, portanto, é obrigada a 
apresentar junto a reguladores, como a CVM, a divulgação de informações financeiras 
relevantes sobre a empresa. A ABC também deve atender a quaisquer obrigações ou 
regulamentos legais na jurisdição onde emitiu a ação. O mesmo vale para um banco que 
emite CDB’s ou Letras de Câmbio, porém, ele deve se reportar ao BC e obedecer as normas 
de política monetária estipuladas. 
 
4.5.1. Emissores versus investidores 
Enquanto a entidade que cria e vende um título ou papel é referida como um emissor, 
o indivíduo que compra o título é um investidor. Em alguns casos, o investidor também é 
referido como um credor. Essencialmente, o investidor está emprestando os fundos do 
emissor, que são reembolsáveis quando o título vence ou a ação é vendida. Como 
resultado, o emissor também é considerado um tomador de empréstimo, e o investidor deve 
examinar cuidadosamente o risco de inadimplência do tomador antes de comprar o título 
ou emprestar fundos ao emissor. 
4.5.2. Ratings de Crédito de Emissores 
As empresas de classificação, como a Standard and Poor's e a Moody's, criam 
classificações de crédito para emissores de títulos de dívida, assim como as agências de 
crédito criam perfis de crédito e pontuações para consumidores individuais. Em vez de ser 
expressa como um número, como as pontuações de crédito ao consumidor, as pontuações 
do emissor estão atreladas às letras. Por exemplo, se uma entidade tiver uma classificação 
AAA, ela tem um histórico de pagamento de suas dívidas e possui uma taxa muito baixa de 
inadimplência. Por outro lado, uma entidade tem uma classificação DDD, está em padrão. 
Emissores com ratingsdo BB ou abaixo têm seus títulos rotulados como lixo, indicando que 
representam um alto risco de inadimplência para os investidores. 
 
 
59 Mercado Financeiro de Capitais 
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Países também recebem avaliações de crédito. Por exemplo, depois que a Grécia 
perdeu bilhões de dólares em pagamentos de empréstimos, sua classificação de crédito foi 
rebaixada para CCC +. No entanto, depois que o país implementou reformas, cortou custos 
e recapitalizou seus bancos, a Standard and Poor's aumentou seu rating para B-, indicando 
que os títulos da empresa são um pouco mais seguros. 
 
 
 
60 Mercado Financeiro de Capitais 
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5. MERCADO DE RENDA FIXA I – MERCADO INTERBANCÁRIO 
 
Veremos agora as principais alternativas de investimentos no mercado de Renda 
Fixa interbancário, isso significa, que veremos apenas investimentos emitidos e negociados 
por instituições bancárias. Veremos todas essas alternativas sob a ótica do investidor e com 
alguns apontamentos sob a ótica do emissor. 
 
Lembrando, apenas, que estamos, agora, falando de alternativas de investimento, 
não discutindo se essas alternativas são de fato investimentos sob a ótica da rentabilidade 
real (aula 1). 
 
5.1. Poupança 
5.1.1. Definição, Quem Emite e Funcionamento 
Apesar do que foi abordado na aula 1, em via de regra, a poupança se enquadra na 
categoria de investimento pelo fato de possuir uma rentabilidade garantida e proteções 
legais. 
 
 
Criada em 1861 pelo imperador Dom Pedro II, como uma forma das pessoas 
poderem guardar seu dinheiro sem perder poder de compra, dessa forma, até 03 
de maio de 2012, ela rendia garantidamente, 0,5% ao mês (inclusive, quem tinha 
saldo na poupança até essa data, e se não efetuou saques, ainda estão recebendo 
essa rentabilidade). Em 1964 passou a render 0,5% ao mês reais, ou seja, passou 
a sofrer correção monetária; Na década de 80, em decorrência da hiperinflação, 
passou a ter correção diária e o sistema do aniversário foi elaborado. 
 
 
A poupança é aplicação mais simples e comum de todas, presente em quase todos 
os bancos. Basta Abrir uma Conta Poupança ou uma Conta de Serviços Básicos e depositar 
seu dinheiro na caderneta. 
 
 
Quem Emite 
Todos os tipos de Bancos, Bancos Cooperativos e Caixas Econômicas podem abrir 
Contas Poupança, porém, não são obrigados a ter esse tipo de serviço, (a exceção 
é a Caixa Econômica Federal, pois a Caderneta de Poupança é sua principal 
finalidade). Sua remuneração é estabelecida por lei, sendo vetada as cobranças 
de quaisquer taxas de manutenção ou abertura, por se tratar de um produto 
 
 
61 Mercado Financeiro de Capitais 
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financeiro com características sociais. Dos valores depositados em cadernetas de 
poupança, ao menos, 65% devem ser destinados ao Sistema de Financiamento 
Habitacional, se o banco não possuir tais linhas de crédito, deverá remeter esses 
saldos à CEF. Do ponto de vista do emissor, não há grandes vantagens de lucro 
para a instituição financeira – uma vez que o capital obtido com os depósitos tem 
destinação pré-determinada e com baixa rentabilidade20 para o banco – , porém, 
a caderneta de poupança é o produto de entrada, sendo o mais popular 
investimento do brasileiro e, quase sempre, o primeiro passo tomado antes de 
partir para outros tipos de investimentos. 
 
 
Observações importantes: Não há nenhuma orientação que obrigue a definir um 
depósito inicial mínimo para a abertura de uma poupança, por outro lado, o banco também 
não é obrigado a abrir uma conta poupança. Além disso, ela deve ter liquidez diária, isso 
significa que o cliente pode fazer depósitos e retiradas imediatamente e sem limitações, ao 
contrário do que pode ocorrer com a conta corrente que pode vir a ter limitações no valor 
sacado. 
 
 
Como Funciona a Poupança 
A Caderneta de Poupança tem duas características chave: 
1. aniversário: Cada depósito efetuado gera uma caderneta individual e uma 
própria data de aniversário, para fins de rentabilidade, com um detalhe: 
Depósitos realizados nos dias 29, 30 e 31 tem seu aniversário alterado 
automaticamente para o dia 1 do mês. 
2. Rentabilidade: É mensal, a Caderneta de Poupança não pode ser resgatada até 
fazer “aniversário” e as Taxas de Juros são Compostas, ou seja, vão se acumulando 
com o tempo, se não houver resgate. Vamos detalhar o cálculo de rentabilidade 
em um tópico específico sobre isso. 
 
 
Vamos agora à uma exemplificação do funcionamento do investimento na Poupança. 
 
Primeiro vamos entender a criação da data de aniversário e a remuneração que se 
dá no exato dia do aniversário, mensalmente. 
 
 
20Financiamento Imobiliários associados ao SFH tem caráter social – como Minha Casa Minha Vida e CDHU – e, consequentemente, 
devem ser praticadas taxas de juros baixas e controladas, pelo sistema SAC, que gera os menores juros possíveis. 
 
 
62 Mercado Financeiro de Capitais 
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(Os valores de rentabilidade utilizados são hipotéticos, apenas para fins de 
exemplificação) 
 
Agora vamos ver o que acontece quando realizo mais de um depósito: 
 
5.1.2. Rentabilidade 
A poupança é um investimento que pode render juros compostos mensalmente – 
caso certas condições ocorram: não devem haver resgates e os depósitos adicionais devem 
sempre ocorrer na data de aniversário para que se juntem ao saldo já aplicado na poupança 
– isso significa que, se feito corretamente, a rentabilidade21 do investimento na poupança, 
 
21Não confundir Rendimento Percentual com Rentabilidade, o rendimento percentual no caso da poupança sempre dependerá da taxa 
SELIC. É um valor percentual que incidirá sobre seu depósito na caderneta de poupança. Já a Rentabilidade representa o quanto em 
R$ você terá de retorno mensal em relação ao montante aplicado, esse valor sim, aumenta com o tempo, pois se os juros provenientes 
da poupança forem reaplicados, eles irão se somar ao seu investimento e irão proporcionar um ganho a mais para a sua poupança. 
Maiores detalhes sobre estes conceitos e análises serão vistos nos módulos seguintes. 
Saldo da 
Poupança: 
R$0,00 
Depósito 
de 
R$1000,00
Criada Nova 
Caderneta 
com 
aniversário 
no dia 2
Saldo da 
Poupança: 
R$1000,00 
Taxa de 
Rendimento: 
0,5% ao mês
01 de Jan 
de 2017
02 de Jan 
de 2017
01 de Fev 
de 2017
Saldo da 
Poupança: 
R$1000,00 
02 de Fev 
de 2017
Saldo da 
Poupança: 
R$1005,00 
O rendimento só é 
debitado no dia do 
aniversário
Saldo da 
Poupança: 
R$0,00 
Novo Saldo 
da 
Poupança: 
R$1000,00 
Depósito 
de 
R$1000,00
Criada Nova 
Caderneta 
com 
aniversário 
no dia 2
01 de Jan 
de 2017
Novo Saldo 
da 
Poupança: 
R$1500,00 
Depósito 
de 
R$500,00
Criada Nova 
Caderneta 
com 
aniversário 
no dia 10
Novo Saldo 
da 
Poupança: 
R$1700,00 
Depósito 
de 
R$200,00
Criada Nova 
Caderneta 
com 
aniversário 
no dia 15
02 de Jan 
de 2017
10 de Jan 
de 2017
15 de Jan 
de 2017
 
 
63 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
ao longo do tempo, irá crescer progressivamente. Isso ocorre porque os juros provenientes 
desse investimento são depositados na caderneta de poupança mensalmente e, senão 
forem resgatados, irão se somar ao montante já aplicado e a taxa de juros da poupança irá 
incidir sobre esse novo saldo. 
 
A poupança passou recentemente por um processo de alteração da sua metodologia 
de cálculo da Rentabilidade. Antigamente, até 03 de Maio de 2012, a Poupança rendia 0,5% 
ao mês mais a Taxa Referencial (TR) o que dá 6,17% ao ano mais a TR. Agora a nova 
Poupança renderá, caso a Taxa SELIC esteja igual ou abaixo de 8,5% ao ano, segundo a 
seguinte regra: 70% da SELIC ao ano mais TR: 
 
𝑃𝑜𝑢𝑝𝑎𝑛ç𝑎𝑎𝑜𝑚ê𝑠 = [( √(1 + 𝑆𝐸𝐿𝐼𝐶𝑎. 𝑎.)
12
) − 1] ∗ 70% + 𝑇𝑅 
 
Percebe-se que o cálculo financeiro para encontrar a nova taxa de rendimento da 
Poupança é um pouco complicado e para simplificar montamos a seguinte tabela: 
 
 
5.1.3. Custos e Tributação 
Segundo a Resolução 3.919/10, nenhuma Conta Poupança ou de Serviços 
Essenciais deve ser Tarifada. Além disso, o investimento em Caderneta de Poupança não 
estabelece nenhum valor de investimento mínimo, portanto o Capital Inicial pode ser até 
mesmo R$1,00. 
 
Com relação a tributação, as cadernetas de poupança são isentas de tributação 
segundo o Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 – Regulamento do Imposto sobre a 
Renda – RIR/1999, no seu artigo 39, inciso VIII e a Instrução Normativa RFB nº 1.585, de 
 
 
64 Mercado Financeiro de Capitais 
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31 de agosto de 2015, no seu artigo 55, inciso I. A única obrigação tributária está na 
declaração dos valores depositados em conta, na aba rendimentos isentos ou não 
tributáveis. 
5.1.4. Riscos 
Teoricamente não existem Riscos ao se investir na Poupança, pois se trata de um 
investimento de Renda Fixa, que possuí uma taxa de rendimento estabelecida em Lei. Mas 
os Riscos que podemos citar sobre o Investimento na Poupança são três: 
I. O risco inflacionário associado às oscilações das Taxas de juros (no caso da 
nova poupança da taxa SELIC), pois isso pode reduzir a rentabilidade da 
poupança, podendo até mesmo, render menos do que a inflação, prejudicando 
o investimento. 
II. O risco de crédito: de o banco falir e não poder honrar os seus depósitos, o que 
incluí aquilo que você tinha depositado, mas aqui há um detalhe, o FGC* é uma 
instituição privada que garante até R$250.000,00 aplicados, por CPF ou por 
Instituição Financeira – ou seja, não adianta abrir 5 poupanças em 5 bancos 
diferentes com R$250mil cada, só uma delas estará garantida. 
III. O risco de algo extraordinário acontecer com o dinheiro aplicado nas Cadernetas 
de Poupança, como foi no Governo Collor. 
 
Resumo das principais características da Poupança 
Funcionamento 
Cada depósito, quando em dias diferentes, gera uma Caderneta de 
poupança diferente 
Rentabilidade só ocorre após o Aniversário Mensal da Caderneta de 
Poupança 
Feita junto ao Banco por meio de uma conta comum ou poupança 
Custos 
Não há, junto ao banco, pode ser feita por meio da Conta de 
Serviços básicos ou Conta-Poupança 
Não há Incidência de nenhum tributo, apenas a obrigação de 
declarar. 
Capital Inicial 
Legalmente não há, os depósitos podem ter qualquer valor, não 
existe essa história de Depósito Inicial para abertura da poupança 
Riscos 
Inflação ser maior que a rentabilidade do investimento, devido às 
oscilações das taxas de juros – a SELIC no caso da poupança 
Governo agir sobre as poupanças 
Banco falir e não honrar sua poupança, o FGC garante até R$250mil 
 
 
65 Mercado Financeiro de Capitais 
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Rentabilidade 
Mensal, ocorre a cada Aniversário 
Juros Compostos 
Depende da SELIC: 
Acima de 8,5% a.a. será de 0,5% ao mês mais Taxa Referencial 
Abaixo ou igual à 8,5% a.a. será de 70% da SELIC mais Taxa 
Referencial (ver tabela) 
Estratégias 
Focar em aplicações no mesmo dia para não gerar várias cadernetas 
e acumular o saldo aplicado na poupança em apenas uma 
caderneta. 
Se aplicar um montante elevado, deixar lá e não efetuar resgates 
antes de 4 anos, para que o efeito dos juros compostos faça a 
poupança render mais. 
Se for aplicar mensalmente, tentar manter os depósitos no mesmo 
dia do aniversário e realizar resgates quando for necessário alterar a 
data. 
Vantagens 
Liquidez imediata 
Rentabilidade de longo prazo semelhante e, às vezes, ligeiramente 
superior a outros ativos de renda fixa 
Nenhum custo e isenção tributária 
Baixo capital inicial 
Aplicação extremamente simples 
Desvantagens 
Baixa Rentabilidade, as vezes inferior à Inflação 
Não há possibilidade de trocar o indexador 
Riscos não mencionados (banco quebrar e governo “mexer”) 
Garantia legal de apenas R$250m 
 
5.2. Certificado de Depósito Bancário (CDB), Recibo de Depósito Bancário (RDB) e 
Letras de Câmbio (LC) 
5.2.1. Definição, Quem Emite e Funcionamento 
O CDB é a aplicação de Renda Fixa mais conhecida e comum nos Bancos. Simples 
e de pouca burocracia, o CDB nada mais é do que um Contrato de Dívida que é realizado 
entre o Banco e o Investidor, ou seja, o Investidor empresta seu dinheiro ao Banco emissor, 
que vai remunerá-lo, normalmente baseando-se em uma porcentagem da taxa DI ou uma 
rentabilidade baseada em taxas de juros fixas ou acrescidas de um indexador de inflação 
ou, ainda, a combinação de ambos. 
 
 
Quem Emite 
Os Bancos Comerciais, Múltiplos, de Investimento, de Desenvolvimento, além da 
Caixa Econômica Federal podem emitir CDB e RDB. As sociedades de crédito, 
financiamento só podem recorrer ao RDB ou a LC, além disso, as cooperativas de 
crédito podem emitir RDB, exclusivamente, para seus associados. A emissão de 
CDB, RDB e LC são uma das principais fontes de captação de recursos dessas 
instituições financeiras. 
 
 
66 Mercado Financeiro de Capitais 
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Tanto o CDB, quanto o RDB e a LC costumam ter um prazo determinado que varia 
entre 1 dia a alguns anos. Normalmente, quanto maior o prazo e maior o volume depositado, 
melhores as condições: maior rendimento e menor a incidência de Imposto de Renda e 
IOF. 
 
 
Diferenças CDB x RDB 
A principal diferença do CDB para o RDB, além de quem pode emitir, está na 
liquidez, o CDB tem liquidez diária, o que significa que o investidor pode efetuar 
o resgate antecipado (podendo incorrer em penalidades sobre a rentabilidade 
em alguns casos) ou negociá-los no mercado secundário. Já o RDB não tem essa 
liberdade, o investidor deve esperar o vencimento do RDB para ocorrer o 
resgate (que é um procedimento automático) e receber seus proventos, além 
de serem vedadas as negociações no mercado secundário. 
Já a Letra de Câmbio – que apesar do nome não tem nada a ver com o câmbio 
de moeda estrangeira – é exatamente igual ao CDB, sendo o Emissor a única 
diferença 
 
 
O CDB rende a taxa de juros simples, na maioria dos casos, e se for resgatado antes 
do término do prazo do contrato poderá sofrer descontos que podem prejudicar o seu 
investimento, incidência de IR e, dependendo do prazo de resgate, IOF. 
 
 
 
Como Funciona 
Para realizar um CDB basta o investidor abrir uma conta no Banco em que deseja 
fazer o CDB, ou ainda, abrir uma conta em uma corretora de valores que atue com 
a intermediação de CDB e RDB, então, basta ter o capital necessário depositado 
na respectiva conta e contratar o CDB/RDB. Em ambos os casos, as diversas 
alternativas de CDB/RDB já estarão disponibilizadas nas plataformas de 
investimento da corretora ou do banco, com as condições pré-estabelecidas, 
como Prazo mínimo de aplicação, Prazo de vencimento/resgate, Capital Mínimo 
a ser depositado, Rentabilidade e, no caso das corretoras, o nome da instituição 
emissora. 
 
5.2.2. Rentabilidade 
De acordo com a forma de rentabilidade (indexador) podem ser separados 4 tipos 
de CDB/RDB: Pré-Fixado e Pós-Fixado, com Swap do Indexador ou Híbrido. 
 
 
 
67 Mercado Financeiro de Capitais 
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• No método Pré-Fixado a taxa que irá remunerar o CDB/RDB até o final do 
período será uma porcentagem da taxa DI do dia de contratação do CDB ou uma 
taxa de juros pré-fixada. 
• No método Pós-Fixado a taxa de remuneração será variável, seguindo a 
variação do indexador de referência – podendo ser uma porcentagem da DI 
diária, ou um indexador híbrido, com a porcentagem da DI acrescida da variação 
de um indexador de preços, normalmente, o IPCA ou IGPM – até o final do 
período. 
• O Swap é uma alternativa de CDB com a opçãode trocar o Indexador de 
remuneração do seu CDB, normalmente troca-se a variação da DI pela do IGPM 
ou Dólar, em CDBs pós fixados, mas essa modalidade é menos comum, sendo 
substituída pelo modelo híbrido. 
• Um CDB/RDB/LC híbrido é aquele em que há dois indexadores de rentabilidade, 
podendo ser pré ou pós-fixado. Se pré-fixado, terá uma taxa de Juros 
predeterminada ou porcentagem da DI pré-fixada acrescida da oscilação de um 
indexador de preços, como o IPCA. Se pós-fixada, será uma porcentagem da DI 
acrescida do indexador. 
 
 
 
Capitalização das taxas de rentabilidade 
A remuneração dos CDB/RDB/LC é calculada com Juros Simples, por conta disso, 
a forma de capitalização dos rendimentos não afeta a remuneração do 
investimento, sendo assim, pode ser ter como base a taxa DI anual com um prazo 
em dias, ou vice-versa, logo, um CDB pós fixado pode ter como base a DI do dia 
ou do mês ou do ano, e, ainda assim, um prazo em dias, meses ou anos, o mais 
comum é que tudo seja em base diária, mas é comum um CDB ser anunciado com 
taxa de juros anual e prazo de vencimento em dias. A única exceção à regra de 
capitalização são os indexadores de preços que costumam ter periodicidades de 
15 ou 30 dias. 
 
 
Resumindo a Rentabilidade do CDB/RDB/LC: 
• Costumam ter uma rentabilidade atrelada à uma porcentagem da Taxa DI; 
• Apesar de ser um empréstimo do cliente ao banco, ou seja, o banco capta 
recursos junto ao cliente e o remunera por isso, não muita negociação direta 
 
 
68 Mercado Financeiro de Capitais 
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entre cliente e banco – salvo raras exceções em decorrência de valores 
expressivos (normalmente, acima de R$1milhão). 
 
E isso vale tanto para o CDB Pré quanto para o CDB Pós, a única grande diferença 
entre os dois aqui é que no primeiro você saberá o quanto vai ser remunerado no seu 
investimento quanto ele terminar, e no segundo a sua remuneração varia de acordo com a 
variação da Taxa DI. 
 
média, os bancos costumam pagar entre 80% e 95% da DI para o CDBs de baixo 
valor aplicado e de prazo curto (até 2 anos), porém, para CDBs com prazo extenso (acima 
de 2 anos) e que exigem um capital mínimo de investimento elevado (acima de R$10mil) 
podem chegar a pagar 120% da DI, portanto, vai depender muito do Capital Inicial e Prazo 
de aplicação. 
 
 
Outro fator preponderante sobre a Rentabilidade dos CDB/RDB é o porte da 
instituição financeira emissora, uma vez que IF’s com porte menor ou que não 
detenham carteira de correntistas, precisam recorrer à corretoras de valores 
para divulgar seus CDB’s/RDB’s e frente a concorrência com outras IF’s, 
precisam aumentar as taxas de rentabilidade ofertadas, ao mesmo tempo, por 
se tratar de instituições de porte menor ou sem carteira de clientes, o seu risco 
de crédito é maior, justificando ainda mais o aumento da rentabilidade ofertada. 
 
 
Vale dizer também, que ao contrário da Poupança, cada aplicação de CDB é uma 
aplicação independente e não acumulável, mesmo se for efetuada no mesmo dia do CDB 
anterior, pois se trata de um Contrato de Dívida junto ao banco com prazo de duração pré-
estabelecido e com taxa de remuneração que irá depender de negociação, portanto, para 
o banco e também para você, o interessante no CDB é uma aplicação inicial de alto valor 
e não aplicações constantes. 
 
A única exceção à regra acima seria o CDB diário, no qual o prazo do CDB é de 1 
dia, portanto, aplicações diárias irão se acumular, se forem efetuadas após pagamento dos 
juros, ou se for adotado o CDB diário com reaplicação automática, porém, como foi citado 
anteriormente, vale lembrar que essa modalidade pode sofrer incidência de IOF de 96% 
sobre o lucro da operação e IR de 27,5%. Vale a pena sempre analisar e fazer as contas 
 
 
69 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
antes de fazer. Na prática, a real vantagem do CDB diário está em poder realizar um 
investimento de prazo inferior há 30 dias, algo que você não pode fazer com a poupança 
por exemplo. 
5.2.3. Custos e Tributação 
Tanto no CDB quanto no RDB e na LC não há custos relacionados à contratação e 
manutenção desses investimentos, ou seja, não há cobrança de taxa de administração, 
nem manutenção de conta, não há custódia nem corretagem. 
 
Com relação ao Capital Inicial, é usual os bancos exigirem um valor mínimo de 
aplicação inicial, normalmente a partir de R$100, mas dependendo do tipo de CDB esse 
valor mínimo pode chegar até R$100mil. Portanto, apesar de não haver nenhuma obrigação 
legal ou normativa de aplicação mínima, o montante inicial dessa aplicação pode variar 
bastante de acordo com o banco, por se tratar de um contrato de dívida entre você e o 
banco e que, o banco é quem oferece esse contrato. Apesar de parecer que o banco é 
quem manda nessa relação, você como cliente pode, e deve negociar com o banco as 
condições como Taxa de Remuneração, Prazo, Aplicação Mínima, afinal, quem precisa do 
seu dinheiro é o banco e se a oferta dele não lhe agradar, você pode simplesmente ir atrás 
de outro banco ou instituição financeira que faça CDBs. 
 
Porém, ao contrário da Poupança, há incidência de Imposto de Renda e IOF (apenas 
para resgates antes de 30 dias da contratação) sobre o lucro obtido no investimento do 
CDB. A tabela de Alíquota do IR está abaixo, assim como um exemplo do cálculo de IR 
sobre o CDB: 
 
 
 
 
 
 
5.2.4. Riscos 
Assim como na Poupança, teoricamente não existem Riscos ao se investir no 
CDB/RDB, pois se trata de um investimento de Renda Fixa, que possuí uma taxa de 
rendimento estabelecida junto ao banco. Portanto, assim como na Poupança os riscos do 
 
 
70 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
CDB são os mesmo da poupança, e não há, em tese, riscos de o governo “mexer” no CDB. 
Assim, citamos dois potenciais riscos ao CDB: 
1. O risco associado às oscilações das Taxas DI, no caso do investimento Pós 
fixado, pois isso pode reduzir a rentabilidade da aplicação, podendo até mesmo, 
render menos do que a inflação, após descontado o IR prejudicando o 
investimento. 
2. O risco de o banco falir e não poder honrar os seus depósitos, o que incluí aquilo 
que você tinha depositado, mas aqui há um detalhe, o FGC* é uma instituição 
privada que garante até R$250.000,00 aplicados, por CPF ou por Instituição 
Financeira – ou seja, não adianta ter diversos CDBs em 5 bancos diferentes com 
R$250mil cada, só uma delas estará garantida. Lembrando, que o nome desse 
tipo de risco é risco de crédito do emissor, que, no caso, é coberto até R$250mil. 
 
5.2.5. Formas de Investimento 
O CDB é um tipo de aplicação que depende muito da porcentagem da taxa DI 
estabelecida no ato do contrato ou de outra forma de remuneração, normalmente, dois 
fatores afetam essa porcentagem o Prazo e o Montante Aplicado, isso do ponto de vista do 
investidor, já pelo lado do emissor, os fatores de risco associados à instituição emissora, 
como o rating que ela tem e o ambiente em que atua, também influenciam as taxas 
remuneratórias, assim, é natural que bancos múltiplos de grande porte ofereçam taxas de 
remuneração baixas22 enquanto sociedades de crédito e bancos comerciais de pequeno 
porte ofertem remunerações maiores. 
 
 
Para definir qual tipo de CDB adotar, Pré ou Pós 
1. Se houver uma expectativa de Redução das taxas de juros da economia, 
contratar um CDB Pré Fixado. Assim, mesmo que as taxas se reduzam, o seu 
rendimento estará garantido e será, com certeza, superior em relação à um CDB 
Pós. 
2. Se houver uma expectativa de Elevação das taxas de juros da economia, 
contratar um CDB Pós Fixado. Assim conforme as taxas de juros se elevam, o seu 
rendimento se elevará também, e dessa forma, seu rendimento deverá ser 
superior em relação à um CDB Pré. 
 
22Se o CDB render menos de 90% daDI, irá render quase o mesmo que a Poupança e menos do que Títulos de Dívida Pública, por 
conta da tributação. 
 
 
 
71 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Por sua vez, a decisão de escolher a modalidade com Swap vai depender se a 
oferta for vantajosa para você e se as exigências dessa modalidade, em relação à 
modalidade normal, não foram abusivas demais. 
Normalmente as modalidades de Swap exigem prazos maiores e capital inicial 
elevado, mas costumam compensar em cenários de Redução de taxas de juros e 
elevada Inflação. 
 
 
 
DPGE 
Existe outro ativo muito semelhante ao CDB recentemente lançado é o: DPGE - 
Depósito a prazo com garantia especial do FGC. 
São títulos de renda fixa representativos de depósito a prazo sob a Resolução 
3.692/09 do CMN (Conselho Monetário Nacional), emitido por instituições 
financeiras tem como principal característica a garantia do Fundo Garantidor de 
Crédito (FGC) no montante de até R$ 20 milhões. 
Este investimento é destinado a pessoas físicas e jurídicas. O prazo é determinado 
na contratação do investimento. Os custos, Imposto de Renda e IOF são os mesmo 
dos CDBs. 
Os riscos se assemelham ao do CDB com um, porém a garantia legal é bem 
superior ao do CDB, enquanto uma era de R$250mil o DPGE é de R$20 milhões. 
Podem ter Rentabilidade Pré-Fixada ou Pós-Fixada indexada à CDI, TR+Cupom ou 
Índice de Preços+Cupom. 
 
 
Resumo das Principais Características do CDB/RDB/LC 
Quem Emite Podem emitir CDB os bancos comerciais, múltiplos, de investimento, 
de desenvolvimento e a Caixa Econômica Federal. Podem emitir 
RDB/LC, além desses, as sociedades de crédito, financiamento e as 
cooperativas de crédito a seus associados. 
Funcionamento Cada CDB é uma aplicação individual de prazo e rentabilidade 
determinados, CDBs diferentes não se somam 
Pode ser Pré ou Pós Fixado, podem ter opção de SWAP de 
indexador 
Feita junto ao Banco por meio de uma conta comum 
Custos Não há junto ao banco, pode ser feita por meio da Conta de Serviços 
básicos 
Incidência de IR de acordo com o prazo de resgate, maior prazo 
menor IR 
IOF incide no primeiro mês, 96% no 1ºdia e reduz até 3% no último 
dia 
Capital Inicial Legalmente não há. Quem define é o banco, uma vez que é um título 
emitido pelo banco e as condições são estabelecidas via negociação 
com o cliente 
Riscos Financeiro (Inflação ser maior que a rentabilidade do investimento) 
Sistema (Banco quebrar e não honrar sua dívida, o FGC garante até 
R$250mil) 
 
 
72 Mercado Financeiro de Capitais 
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Rentabilidade Juros Simples sobre o Capital Inicial aplicado até o Resgate 
Mensal e de acordo com o Indexador definido, costuma ser uma % 
da DI 
Se reduz consideravelmente se for resgatado antes do prazo 
estabelecido 
Estratégias Guardar um montante na poupança até alcançar R$5mil e fazer um 
CDB 
Negociar uma taxa de pelo menos 95% da DI e um prazo de, no 
mínimo, 2 anos, senão, a rentabilidade não supera a da poupança 
por conta do IR 
Se possível sempre aceitar a opção de híbrido com indexador pelo 
IGP-M ou IPCA 
Vantagens Baixo capital inicial 
Aplicação simples 
Incidência de IR diminui conforme o prazo 
Indexador de Rentabilidade negociável 
Pode render mais do que outros títulos de renda fixa caso o 
indexador seja bom (por exemplo, 120% da DI) 
Desvantagens Baixa Rentabilidade, as vezes inferior à Inflação, se o indexador for 
ruim 
Liquidez apesar de ser, tecnicamente, imediata, se o Resgate for 
efetuado antes do prazo a rentabilidade é prejudicada 
Garantia legal de apenas R$250mil 
Rendimento de Juros Simples e a Incidência de IR resultam num 
investimento que só compensa num Prazo de 2 a 3 anos e com um 
indexador bom 
 
5.3. Certificado De Depósito Bancário (CDB), Recibo De Depósito Bancário (RDB) 
E Letras De Câmbio (LC) 
5.3.1. Definição, Quem Emite e Funcionamento 
O CDB é a aplicação de Renda Fixa mais conhecida e comum nos Bancos. Simples 
e de pouca burocracia, o CDB nada mais é do que um Contrato de Dívida que é realizado 
entre o Banco e o Investidor, ou seja, o Investidor empresta seu dinheiro ao Banco emissor, 
que vai remunerá-lo, normalmente baseando-se em uma porcentagem da taxa DI ou uma 
rentabilidade baseada em taxas de juros fixas ou acrescidas de um indexador de inflação 
ou, ainda, a combinação de ambos. 
 
 
Os Bancos Comerciais, Múltiplos, de Investimento, de Desenvolvimento, além 
da Caixa Econômica Federal podem emitir CDB e RDB. As sociedades de 
crédito, financiamento só podem recorrer ao RDB ou a LC, além disso, as 
cooperativas de crédito podem emitir RDB, exclusivamente, para seus 
associados. A emissão de CDB, RDB e LC são uma das principais fontes de 
captação de recursos dessas instituições financeiras. 
 
 
73 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Tanto o CDB, quanto o RDB e a LC costumam ter um prazo determinado que 
varia entre 1 dia a alguns anos. Normalmente, quanto maior o prazo e maior o 
volume depositado, melhores as condições: maior rendimento e menor a 
incidência de Imposto de Renda e IOF. 
 
 
 
Diferenças CDB x RDB 
A principal diferença do CDB para o RDB, além de quem pode emitir, está na 
liquidez, o CDB tem liquidez diária, o que significa que o investidor pode 
efetuar o resgate antecipado (podendo incorrer em penalidades sobre a 
rentabilidade em alguns casos) ou negociá-los no mercado secundário. Já o 
RDB não tem essa liberdade, o investidor deve esperar o vencimento do RDB 
para ocorrer o resgate (que é um procedimento automático) e receber seus 
proventos, além de serem vedadas as negociações no mercado secundário. 
Já a Letra de Câmbio – que apesar do nome não tem nada a ver com o câmbio 
de moeda estrangeira – é exatamente igual ao CDB, sendo o Emissor a única 
diferença. 
 
O CDB rende a taxa de juros simples, na maioria dos casos, e se for resgatado antes 
do término do prazo do contrato poderá sofrer descontos que podem prejudicar o seu 
investimento, incidência de IR e, dependendo do prazo de resgate, IOF. 
 
 
Como Funciona 
Para realizar um CDB basta o investidor abrir uma conta no Banco em que 
deseja fazer o CDB, ou ainda, abrir uma conta em uma corretora de valores 
que atue com a intermediação de CDB e RDB, então, basta ter o capital 
necessário depositado na respectiva conta e contratar o CDB/RDB. Em ambos 
os casos, as diversas alternativas de CDB/RDB já estarão disponibilizadas nas 
plataformas de investimento da corretora ou do banco, com as condições 
preestabelecidas, como Prazo mínimo de aplicação, Prazo de 
vencimento/resgate, Capital Mínimo a ser depositado, Rentabilidade e, no 
caso das corretoras, o nome da instituição emissora. 
 
 
 
74 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
5.3.2. Rentabilidade 
De acordo com a forma de rentabilidade (indexador) podem ser separados 4 tipos 
de CDB/RDB: Pré-Fixado e Pós-Fixado, com Swap do Indexador ou Híbrido. 
 
1. No método Pré-Fixado a taxa que irá remunerar o CDB/RDB até o final do período 
será uma porcentagem da taxa DI do dia de contratação do CDB ou uma taxa de 
juros pré-fixada. 
2. No método Pós-Fixado a taxa de remuneração será variável, seguindo a variação 
do indexador de referência – podendo ser uma porcentagem da DI diária, ou um 
indexador híbrido, com a porcentagem da DI acrescida da variação de um 
indexador de preços, normalmente, o IPCA ou IGPM – até o final do período. 
3. O Swap é uma alternativa de CDB com a opção de trocar o Indexador de 
remuneração do seu CDB, normalmente troca-se a variação da DI pela do IGPM 
ou Dólar, em CDBs pós fixados, mas essa modalidade é menos comum, sendo 
substituída pelo modelo híbrido. 
4. Um CDB/RDB/LC híbrido é aquele em que há dois indexadores de rentabilidade, 
podendo ser pré ou pós fixado. Se pré-fixado, teráuma taxa de Juros 
predeterminada ou porcentagem da DI pré-fixada acrescida da oscilação de um 
indexador de preços, como o IPCA. Se pós-fixada, será uma porcentagem da DI 
acrescida do indexador. 
 
 
Capitalização das taxas de rentabilidade 
A remuneração dos CDB/RDB/LC é calculada com Juros Simples, por conta 
disso, a forma de capitalização dos rendimentos não afeta a remuneração do 
investimento, sendo assim, pode ser ter como base a taxa DI anual com um 
prazo em dias, ou vice-versa, logo, um CDB pós fixado pode ter como base a 
DI do dia ou do mês ou do ano, e, ainda assim, um prazo em dias, meses ou 
anos, o mais comum é que tudo seja em base diária, mas é comum um CDB 
ser anunciado com taxa de juros anual e prazo de vencimento em dias. A única 
exceção à regra de capitalização são os indexadores de preços que costumam 
ter periodicidades de 15 ou 30 dias. 
 
 
Resumindo a Rentabilidade do CDB/RDB/LC: 
• Costumam ter uma rentabilidade atrelada à uma porcentagem da Taxa DI; 
 
 
75 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
• Apesar de ser um empréstimo do cliente ao banco, ou seja, o banco capta recursos 
junto ao cliente e o remunera por isso, não muita negociação direta entre cliente e 
banco – salvo raras exceções em decorrência de valores expressivos (normalmente, 
acima de R$1milhão). 
 
E isso vale tanto para o CDB Pré quanto para o CDB Pós, a única grande diferença 
entre os dois aqui é que no primeiro você saberá o quanto vai ser remunerado no seu 
investimento quanto ele terminar, e no segundo a sua remuneração varia de acordo com a 
variação da Taxa DI. 
 
 Em média, os bancos costumam pagar entre 80% e 95% da DI para o CDBs de 
baixo valor aplicado e de prazo curto (até 2 anos), porém, para CDBs com prazo extenso 
(acima de 2 anos) e que exigem um capital mínimo de investimento elevado (acima de 
R$10mil) podem chegar a pagar 120% da DI, portanto, vai depender muito do Capital Inicial 
e Prazo de aplicação. 
 
 
Outro fator preponderante sobre a Rentabilidade dos CDB/RDB é o porte da 
instituição financeira emissora, uma vez que IF’s com porte menor ou que não 
detenham carteira de correntistas, precisam recorrer à corretoras de valores 
para divulgar seus CDB’s/RDB’s e frente a concorrência com outras IF’s, 
precisam aumentar as taxas de rentabilidade ofertadas, ao mesmo tempo, por 
se tratar de instituições de porte menor ou sem carteira de clientes, o seu risco 
de crédito é maior, justificando ainda mais o aumento da rentabilidade 
ofertada. 
 
Vale dizer também, que ao contrário da Poupança, cada aplicação de CDB é uma 
aplicação independente e não acumulável, mesmo se for efetuada no mesmo dia do CDB 
anterior, pois se trata de um Contrato de Dívida junto ao banco com prazo de duração pré-
estabelecido e com taxa de remuneração que irá depender de negociação, portanto, para 
o banco e também para você, o interessante no CDB é uma aplicação inicial de alto valor 
e não aplicações constantes. 
 
A única exceção à regra acima seria o CDB diário, no qual o prazo do CDB é de 1 
dia, portanto, aplicações diárias irão se acumular, se forem efetuadas após pagamento dos 
juros, ou se for adotado o CDB diário com reaplicação automática, porém, como foi citado 
 
 
76 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
anteriormente, vale lembrar que essa modalidade pode sofrer incidência de IOF de 96% 
sobre o lucro da operação e IR de 27,5%. Vale a pena sempre analisar e fazer as contas 
antes de fazer. Na prática, a real vantagem do CDB diário está em poder realizar um 
investimento de prazo inferior há 30 dias, algo que você não pode fazer com a poupança 
por exemplo. 
5.3.3. Custos e Tributação 
Tanto no CDB quanto no RDB e na LC não há custos relacionados à contratação e 
manutenção desses investimentos, ou seja, não há cobrança de taxa de administração, 
nem manutenção de conta, não há custódia nem corretagem. 
 
Com relação ao Capital Inicial, é usual os bancos exigirem um valor mínimo de 
aplicação inicial, normalmente a partir de R$100, mas dependendo do tipo de CDB esse 
valor mínimo pode chegar até R$100mil. Portanto, apesar de não haver nenhuma obrigação 
legal ou normativa de aplicação mínima, o montante inicial dessa aplicação pode variar 
bastante de acordo com o banco, por se tratar de um contrato de dívida entre você e o 
banco e que, o banco é quem oferece esse contrato. Apesar de parecer que o banco é 
quem manda nessa relação, você como cliente pode, e deve negociar com o banco as 
condições como Taxa de Remuneração, Prazo, Aplicação Mínima, afinal, quem precisa do 
seu dinheiro é o banco e se a oferta dele não lhe agradar, você pode simplesmente ir atrás 
de outro banco ou instituição financeira que faça CDBs. 
 
Porém, ao contrário da Poupança, há incidência de Imposto de Renda e IOF (apenas 
para resgates antes de 30 dias da contratação) sobre o lucro obtido no investimento do 
CDB. A tabela de Alíquota do IR está abaixo, assim como um exemplo do cálculo de IR 
sobre o CDB: 
 
 
 
 
77 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
5.3.4. Riscos 
Assim como na Poupança, teoricamente não existem Riscos ao se investir no 
CDB/RDB, pois se trata de um investimento de Renda Fixa, que possuí uma taxa de 
rendimento estabelecida junto ao banco. Portanto, assim como na Poupança os riscos do 
CDB são os mesmo da poupança, e não há, em tese, riscos de o governo “mexer” no CDB. 
Assim, citamos dois potenciais riscos ao CDB: 
 
1. O risco associado às oscilações das Taxas DI, no caso do investimento Pós 
fixado, pois isso pode reduzir a rentabilidade da aplicação, podendo até 
mesmo, render menos do que a inflação, após descontado o IR prejudicando 
o investimento. 
2. O risco de o banco falir e não poder honrar os seus depósitos, o que incluí 
aquilo que você tinha depositado, mas aqui há um detalhe, o FGC* é uma 
instituição privada que garante até R$250.000,00 aplicados, por CPF ou por 
Instituição Financeira – ou seja, não adianta ter diversos CDBs em 5 bancos 
diferentes com R$250mil cada, só uma delas estará garantida. Lembrando, 
que o nome desse tipo de risco é risco de crédito do emissor, que, no caso, é 
coberto até R$250mil. 
5.3.5. Formas de Investimento 
O CDB é um tipo de aplicação que depende muito da porcentagem da taxa DI 
estabelecida no ato do contrato ou de outra forma de remuneração, normalmente, dois 
fatores afetam essa porcentagem o Prazo e o Montante Aplicado, isso do ponto de vista do 
investidor, já pelo lado do emissor, os fatores de risco associados à instituição emissora, 
como o rating que ela tem e o ambiente em que atua, também influenciam as taxas 
remuneratórias, assim, é natural que bancos múltiplos de grande porte ofereçam taxas de 
remuneração baixas enquanto sociedades de crédito e bancos comerciais de pequeno 
porte ofertem remunerações maiores. 
 
 
 
 
78 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
Para definir qual tipo de CDB adotar, Pré ou Pós: 
1. Se houver uma expectativa de Redução das taxas de juros da economia, 
contratar um CDB Pré Fixado. Assim, mesmo que as taxas se reduzam, o 
seu rendimento estará garantido e será, com certeza, superior em relação 
à um CDB Pós. 
2. Se houver uma expectativa de Elevação das taxas de juros da economia, 
contratar um CDB Pós Fixado. Assim conforme as taxas de juros se 
elevam, o seu rendimento se elevará também, e dessa forma, seu 
rendimento deverá ser superior em relação à um CDB Pré. 
 
Por sua vez, a decisão de escolher a modalidade com Swap vai depender se a 
oferta for vantajosa para você e se as exigências dessa modalidade, em relação 
à modalidade normal, não foram abusivas demais. 
 
 
 
 
DPGE 
Existe outro ativo muito semelhante ao CDB recentementelançado é o: DPGE 
- Depósito a prazo com garantia especial do FGC. 
São títulos de renda fixa representativos de depósito a prazo sob a Resolução 
3.692/09 do CMN (Conselho Monetário Nacional), emitido por instituições 
financeiras tem como principal característica a garantia do Fundo Garantidor 
de Crédito (FGC) no montante de até R$ 20 milhões. 
Este investimento é destinado a pessoas físicas e jurídicas. O prazo é 
determinado na contratação do investimento. Os custos, Imposto de Renda e 
IOF são os mesmo dos CDBs. 
Os riscos se assemelham ao do CDB com um, porém a garantia legal é bem 
superior ao do CDB, enquanto uma era de R$250mil o DPGE é de R$20 milhões. 
Podem ter Rentabilidade Pré-Fixada ou Pós-Fixada indexada à CDI, TR+Cupom 
ou Índice de Preços+Cupom. 
 
Resumo das Principais Características do CDB/RDB/LC 
Quem Emite Podem emitir CDB os bancos comerciais, múltiplos, de investimento, de 
desenvolvimento e a Caixa Econômica Federal. Podem emitir RDB/LC, 
além desses, as sociedades de crédito, financiamento e as cooperativas de 
crédito a seus associados. 
 
 
79 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Funcionamento Cada CDB é uma aplicação individual de prazo e rentabilidade 
determinados, CDBs diferentes não se somam 
Pode ser Pré ou Pós Fixado, podem ter opção de SWAP de indexador 
Feita junto ao Banco por meio de uma conta comum 
Custos Não há junto ao banco, pode ser feita por meio da Conta de Serviços 
básicos 
Incidência de IR de acordo com o prazo de resgate, maior prazo menor IR 
IOF incide no primeiro mês, 96% no 1ºdia e reduz até 3% no último dia 
Capital Inicial Legalmente não há. Quem define é o banco, uma vez que é um título 
emitido pelo banco e as condições são estabelecidas via negociação com o 
cliente 
Riscos Financeiro (Inflação ser maior que a rentabilidade do investimento) 
Sistema (Banco quebrar e não honrar sua dívida, o FGC garante até 
R$250mil) 
Rentabilidade Juros Simples sobre o Capital Inicial aplicado até o Resgate 
Mensal e de acordo com o Indexador definido, costuma ser uma % da DI 
Se reduz consideravelmente se for resgatado antes do prazo estabelecido 
Estratégias Guardar um montante na poupança até alcançar R$5mil e fazer um CDB 
Negociar uma taxa de pelo menos 95% da DI e um prazo de, no mínimo, 2 
anos, senão, a rentabilidade não supera a da poupança por conta do IR 
Se possível sempre aceitar a opção de híbrido com indexador pelo IGP-M 
ou IPCA 
Vantagens Baixo capital inicial 
Aplicação simples 
Incidência de IR diminui conforme o prazo 
Indexador de Rentabilidade negociável 
Pode render mais do que outros títulos de renda fixa caso o indexador seja 
bom (por exemplo, 120% da DI) 
Desvantagens Baixa Rentabilidade, as vezes inferior à Inflação, se o indexador for ruim 
Liquidez apesar de ser, tecnicamente, imediata, se o Resgate for efetuado 
antes do prazo a rentabilidade é prejudicada 
Garantia legal de apenas R$250mil 
Rendimento de Juros Simples e a Incidência de IR resultam num 
investimento que só compensa num Prazo de 2 a 3 anos e com um 
indexador bom 
 
5.4. Letras de Crédito 
5.4.1. Definição, Funcionamento e Quem Emite 
As letras de crédito são instrumentos de captação de recursos que já tem um destino 
predeterminado, ao contrário de CDBs, RDBs e LCs, em que a instituição financeira 
emissora não diz ao investidor o que vai fazer com os recursos – ela pode, portanto, utilizar 
esses recursos para diversos fins dentro do âmbito de sua operação. Existem diversos 
tipos, porém, vamos abordar apenas os 3 mais comuns, sendo que um deles está entrando 
em extinção por conta de outro. 
 
 
 
80 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
As três letras são: Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), Letra de Crédito 
Imobiliário (LCI) e Letra Hipotecária (LH). Todos as letras de crédito são muito parecidas. 
• A LCA23 é uma letra de crédito que tem de ter seus recursos destinados ou 
lastreados à um crédito ao agronegócio. 
• A LCI24 é uma letra de crédito que ter de ter seus recursos destinados ou 
lastreados ao crédito imobiliário, podendo ser hipotecas ou alienação de coisa 
imóvel. 
• A LH é uma letra de crédito que tem seus recursos lastreados às hipotecas, 
por conta disso, a LCI que é mais ampla está dominando o mercado, e a LH 
está se extinguindo. 
 
OBS: A LCA e a LCI são produtos novos e passíveis de atualizações legais. 
 
 
Importante: Quem Emite 
Todas as letras de crédito podem ser emitidas por diversas instituições 
financeiras, a questão reside na destinação dos recursos captados, sendo 
assim, quem emite uma LCA necessariamente tem de destinar os recursos ao 
crédito ao agronegócio, logo, deve haver um ramo de atuação com crédito ao 
agronegócio no rol de atividades da instituição emissora, no caso da LCI e da 
LH deve haver destinação ao crédito imobiliário, logo, quem emite LH e LCI 
tem de atuar junto ao SFH – sistema financeiro da habitação – e ao SBPE – 
sistema brasileiro de poupança e empréstimo – pois os títulos tem de ter lastro 
com créditos imobiliários ou hipotecas. 
 
Todas as letras de crédito dão direito ao portador o recebimento de direitos 
creditícios, isso significa que haverá uma remuneração garantida lastreada à outro crédito, 
ou seja, quem investe em uma LCI está financiando indiretamente outro financiamento 
imobiliário, e, portanto, sua remuneração está atrelada à isso, logicamente, o banco atua 
como o intermediador entre ambos, remunerando o investidor e assumindo o risco de 
 
23A Letra de Crédito do Agronegócio – LCA é título de crédito nominativo, de livre negociação, representativo de promessa de pagamento 
em dinheiro e constitui título executivo extrajudicial. Parágrafo único. A LCA é de emissão exclusiva de instituições financeiras públicas 
ou privadas. (Lei n° 11.076/2004, artigo 26). 
24Os bancos comerciais, os bancos múltiplos com carteira de crédito imobiliário, a Caixa Econômica Federal, as sociedades de crédito 
imobiliário, as associações de poupança e empréstimo, as companhias hipotecárias e demais espécies de instituições que, para as 
operações a que se refere este artigo, venham a ser expressamente autorizadas pelo Banco Central do Brasil, poderão emitir, 
independentemente de tradição efetiva, Letra de Crédito Imobiliário – LCI, lastreada por créditos imobiliários garantidos por hipoteca ou 
por alienação fiduciária de coisa imóvel, conferindo aos seus tomadores direito de crédito pelo valor nominal, juros e, se for o caso, 
atualização monetária nelas estipulados. (Lei nº 10.931/2004, artigo 12) 
 
 
81 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
inadimplência da outra parte, em contrapartida, ele fica com a diferença (spread) entre a 
taxa de juros paga ao investidor da LCI e a cobrada de quem fez o financiamento imobiliário. 
 
 
Como Funciona: Para investir uma Letra de crédito basta o investidor abrir uma 
conta no Banco que ofereça esse produto de investimento (todos os bancos 
múltiplos e a CEF atuam com crédito imobiliário e o BB atua com agronegócio), 
ou ainda, abrir uma conta em uma corretora de valores que atue com a 
intermediação de LCI e LCA, então, basta ter o capital necessário depositado 
na respectiva conta e contratar. Em ambos os casos, as diversas alternativas 
de LCA e LCI já estarão disponibilizadas nas plataformas de investimento da 
corretora ou do banco, com as condições preestabelecidas, como Prazo 
mínimo de aplicação, Prazo de vencimento/resgate, Capital Mínimo a ser 
depositado, Rentabilidade e, no caso das corretoras, o nome da instituição 
emissora. 
 
Percebe-se que em termos práticos para o investidor, a LCA e a LCI são idênticas 
aos CDBs, sendo a principal diferença a questão tributária. E a diferença pelo emissor é 
que os recursos têm de ter lastro ou destinação específica. 
 
 
O mercado deLetras de Crédito 
As LCA e LCI tem isenção de IR para o investidor, é uma forma de incentivar 
bancos e investidores à aplicarem seus recursos nesse investimento ao invés 
dos CDBs, isso porque a principal diferença desses produtos reside na 
destinação dos recursos, que vão financiar as atividades imobiliárias e 
agropecuárias, incentivando assim a economia. Sabe-se que o banco prefere 
aplicar o dinheiro do CDB em cheque especial e cartão de crédito, além de 
empréstimos pessoais e empresariais, que rendem mais juros, logo, o motivo 
da isenção de IR para LCA e LCI é promover o aumento desse tipo de captação 
de recursos, medida que inclusive surtiu efeito positivo, esse mercado cresceu 
tanto que a antiga LH está sendo extinta. 
 
5.4.2. LCs – Rentabilidade 
De acordo com a forma de rentabilidade (indexador) podem ser separados dois tipos: 
Pré-Fixado e Pós-Fixado. 
 
 
82 Mercado Financeiro de Capitais 
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1. No método Pré-Fixado a taxa que irá remunerar a LCA ou LCI até o final do 
período será uma porcentagem da taxa DI do dia de contratação ou uma taxa 
de juros pré-fixada. 
a. No método Pós-Fixado a taxa de remuneração será variável, seguindo 
a variação do indexador de referência – podendo ser uma porcentagem 
da DI diária, ou um indexador híbrido, com a porcentagem da DI 
acrescida da variação de um indexador de preços, normalmente, o 
IPCA ou IGPM – até o final do período. 
 
 
 
Capitalização das taxas de rentabilidade 
A remuneração da LCA e LCI também é calculada com Juros Simples, por conta 
disso, a forma de capitalização dos rendimentos não afeta a remuneração do 
investimento, assim como ocorre com os CDBs. 
Por outro lado, a isenção de IR faz com que as rentabilidades nominais das 
letras de crédito sejam significativamente menores do que as dos CDBs, mas, 
após a dedução de IR, muitas vezes, a rentabilidade líquida de ambos os 
produtos ficam muito próximas. 
 
A única grande diferença entre os dois aqui é que no primeiro você saberá o quanto 
vai ser remunerado no seu investimento quanto ele terminar, e no segundo a sua 
remuneração varia de acordo com a variação da Taxa DI. 
 
Em média, as LCA e LCI costumam pagar entre 80% e 95% da DI com baixo valor 
aplicado e de prazo curto (até 2 anos), porém, para prazos extenso (acima de 2 anos) e 
que exigem um capital mínimo de investimento elevado (acima de R$10mil) podem chegar 
a pagar 110% da DI, portanto, vai depender muito do Capital Inicial e Prazo de aplicação. 
 
 
 
Outro fator preponderante sobre a Rentabilidade das LCA e LCI é o porte da 
instituição financeira emissora, uma vez que IF’s com porte menor ou que não 
detenham carteira de correntistas, precisam recorrer à corretoras de valores 
para divulgação e frente a concorrência com outras IF’s, precisam aumentar as 
taxas de rentabilidade ofertadas, ao mesmo tempo, por se tratar de 
 
 
83 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
instituições de porte menor ou sem carteira de clientes, o seu risco de crédito 
é maior, justificando ainda mais o aumento da rentabilidade ofertada. 
 
Vale dizer também, que assim como o CDB cada aplicação de LCA e LCI são 
independentes. Por outro lado, ao contrário do CDB que tem liquidez diária, e modalidades 
com prazo diários, o perfil desse tipo de produto, faz com que as LCA e LCI tenham liquidez 
menor, podendo ter até modalidades com resgate antecipado restrito ao prazo mínimo de 
1 ano. 
5.4.3. LCs – Custos e Tributação 
A grande vantagem desse produto de investimento reside na isenção de IR sobre os 
rendimentos, isso faz com que a rentabilidade anunciada pela LCA ou LCI seja a 
rentabilidade líquida do investimento. Além disso, da mesma maneira que o CDB, não há 
custos de manutenção ou custódia ou, ainda, corretagem associados a esse investimento. 
5.4.4. LCs – Riscos 
Assim como na Poupança e CDB, teoricamente não existem Riscos ao se investir no 
LCA/LCI e LH, pois se trata de um investimento de Renda Fixa, que possuí uma taxa de 
rendimento estabelecida junto ao banco. Portanto, os riscos são os mesmo da poupança, 
e não há, em tese, riscos de o governo “mexer” neles. Assim, temos: 
1. O risco associado às oscilações das Taxas DI, no caso do investimento Pós 
fixado, pois isso pode reduzir a rentabilidade da aplicação, mas, sem a 
tributação de IR, o risco de receber menos do que a poupança é quase zero, 
motivo pelo qual o LCI e LCA são vistos como tão seguros quanto à poupança 
e um pouco mais do que CDB/RDB e LC. 
2. O risco de crédito do emissor, o risco entre o quem fez o crédito agrícola ou 
imobiliário e o banco não fica com o investidor, este fica apenas com o risco 
de o banco emissor do LCI ou LCA não pagar o rendimento, lembrando que, 
o FGC cobre até R$250mil por CPF. Assim sendo, o risco é bem baixo. 
5.4.5. Formas de Investimento 
O LCA e LCI, assim como a LH, são um tipo de aplicação que dependem 
completamente da remuneração estabelecida, seja pré-fixa ou pós-fixado, assim sendo, as 
orientações são buscar a maior taxa de rentabilidade possível, porém, ao contrário, do que 
ocorre com o CDB, não há de se calcular o valor líquido após IR pois a rentabilidade da 
 
 
84 Mercado Financeiro de Capitais 
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LCA e LCI são isentas. Consequentemente, as taxas são menores quando comparadas 
aos CDBs. 
 
Por fim, o cálculo interessante a se fazer é comparar a rentabilidade líquida do 
LCA/LCI e comparar com um CDB/RDB/LC de valores e prazo semelhantes, assim como, 
de riscos semelhantes, banco pequeno com banco pequeno, e assim por diante. 
 
 
Para definir qual tipo de adotar, Pré ou Pós 
1. Se houver uma expectativa de Redução das taxas de juros da economia, 
contratar um Pré Fixado. Assim, mesmo que as taxas se reduzam, o seu 
rendimento estará garantido e será, com certeza, superior em relação à um 
Pós. 
2. Se houver uma expectativa de Elevação das taxas de juros da economia, 
contratar um Pós Fixado atrelado ao DI. Assim conforme as taxas de juros se 
elevam, o seu rendimento se elevará também, e dessa forma, seu rendimento 
deverá ser superior em relação à um Pré. 
Adicionalmente, é sempre interessante a opção híbrida com indexador de 
preços, como IPCA, associado à rentabilidade, pois garante ao investidor uma 
rentabilidade líquida e real. 
Porém, é bom lembrar que o cálculo de rentabilidade desse investimento, 
assim como ocorre no CDB, é de juros simples, e a inflação é um cálculo 
cumulativo, logo, gera efeitos de juros compostos. Portanto, a rentabilidade 
será liquida e “quase” real, a diferença será pequena, mas, matematicamente 
falando, não será 100% real por conta desse detalhe. 
Isso é relevante, porquê existem alternativas de investimento em renda fixa 
que rendem juros compostos e com a opção de indexador de preços associado 
à rentabilidade, logo, estes sim, geram rentabilidade real. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
85 Mercado Financeiro de Capitais 
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Resumo das Principais Características das Letras de Crédito 
Quem Emite Podem emitir os bancos comerciais, múltiplos, de investimento, de 
desenvolvimento e a Caixa Econômica Federal, além desses, as 
sociedades de crédito, financiamento, de poupança e as cooperativas de 
crédito. O ponto comum à todos, é que estes devem ter ramos de atuação 
em crédito imobiliário e/ou ao agronegócio. 
Funcionamento Cada Letra é uma aplicação individual de prazo e rentabilidade 
determinados, letras diferentes não se somam 
Pode ser Pré ou Pós Fixado, Híbridos e seus recursos são obrigatoriamente 
destinados ao crédito imobiliário ou ao agronegócio. 
Custos Não há junto ao banco, pode ser feita por meio da Conta de Serviços 
básicos 
Isenção de incidência de IR 
Podem ter limitações de resgate antecipado.Capital Inicial Legalmente não há. Quem define é o banco, uma vez que é um título 
emitido pelo banco e as condições são estabelecidas via negociação com o 
cliente 
Riscos Financeiro (Inflação ser maior que a rentabilidade do investimento) 
Sistema (Banco quebrar e não honrar sua dívida, o FGC garante até 
R$250mil) 
Rentabilidade Juros Simples sobre o Capital Inicial aplicado até o Resgate 
Mensal e de acordo com o Indexador definido, costuma ser uma % da DI 
Se reduz consideravelmente se for resgatado antes do prazo estabelecido 
Estratégias Aplicar um montante superior à R$1mil e por um prazo curto, para poder 
resgatar e reaplicar, gerando mais juros. Só é possível isso porque não há 
IR, ao contrário do CDB, logo, prazos curtos e reaplicações podem gerar 
mais rendimentos a longo prazo. 
Vantagens Baixo capital inicial 
Aplicação simples 
Isenção de IR 
Indexador de Rentabilidade negociável 
Pode render mais do que outros títulos de renda fixa caso o indexador seja 
bom (por exemplo, 105% da DI) 
Desvantagens Baixa Rentabilidade, as vezes inferior à Inflação, se o indexador for ruim 
Liquidez pode ser restrita há 1 ano. 
Garantia legal de apenas R$250mil 
Rendimento de Juros Simples, mesmo com indexador de inflação 
associado à rentabilidade, não gera rendimento 100% real 
 
 
 
 
86 Mercado Financeiro de Capitais 
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6. MERCADO DE RENDA FIXA II – MERCADO DE TÍTULOS PÚBLICOS 
E PRIVADOS 
 
Agora que já estudamos bem os investimentos de renda fixa mais comuns ofertados 
pelos bancos, vamos abordar as alternativas de investimento chamadas de títulos de dívida, 
são investimentos bastante diversificados, em que vamos precisar da figura da corretora 
para intermediar o investimento e que podem ser negociados em um mercado secundário, 
portanto, o prazo de aplicação não é um limitador como vimos nos investimentos anteriores 
e não dependemos mais dos bancos para ter acesso à esses investimentos. Diversas das 
definições, conceitos e referências técnicas e teóricas desse material foram coletadas nos 
sites oficiais desses investimentos: Tesouro Direto e Debêntures da Anbima. 
 
A Emissão de títulos de dívida é algo usual quando as empresas ou governos 
precisam de meios alternativos para captar recursos, que não sejam por meio de 
empréstimos de dinheiro ou a partir da venda ações. Quando é emitido por empresas são 
chamados de títulos de dívida privados e quando emitidos por governos de títulos de dívida 
pública. 
 
Em suma, a emissão de um título de dívida por parte da empresa ou o governo 
implica no comprometimento em pagar ao credor (o investidor que comprou o título de 
dívida) uma remuneração pré-estipulada, normalmente referenciada à um índice de 
mercado ou taxa de juros, durante um período definido ou não. 
 
Este pagamento, pode ser feito periodicamente na forma de um bônus trimestral, 
semestral ou anual, por exemplo. Adicionalmente, quando há vencimento do título, o credor 
recebe, também, o valor investido reajustado. 
6.1. Títulos de Dívida Pública 
6.1.1. Definição, Funcionamento e Quem Emite 
Título de dívida significa que um emissor emitiu um papel que dá ao seu portador 
direitos creditícios, ou seja, o direito de receber determinado valor na data de vencimento, 
o chamado resgate, esse valor pode ser pré-fixado ou pós fixado, com um indexador ou 
taxa de juros ou ambos. Em suma, é como se fosse um CDB emitido por uma Empresa ou, 
no caso dos títulos públicos, o Governo Federal. 
 
 
87 Mercado Financeiro de Capitais 
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Quem Emite 
Os títulos públicos são Títulos de Dívida emitidos pelo Governo Federal que 
podem ter rendimento Pré-Fixado ou Pós-Fixado, podem ser de Curto, Médio e 
Longo Prazo. Normalmente a Taxa de rentabilidade de um Título Público é a SELIC, 
mas existem títulos vinculados a outros índices, como o IPCA. Além disso, alguns 
pagam bônus semestrais e eles são 100% garantidos pelo Tesouro Nacional. 
Diversos motivos levam o governo a emiti-los, política monetária e financiamento 
das contas públicas são os principais. 
 
 
Assim sendo, os títulos públicos são uma forma de emprestar dinheiro ao governo, 
este por sua vez, vai remunerá-lo ao longo da duração do título, de diversas maneiras, que 
serão vistas em breve. Além dessa remuneração, os títulos podem ser negociados em 
mercado secundário, o que lhes confere maior liquidez e possibilidade de auferir ganhos 
antes do vencimento deles, evidentemente, ganhos menores do que se for esperar o 
vencimento dos papéis. 
 
 
Como Funciona 
São negociados de duas formas: 
 1) Emissão Primária: efetuada pelo Tesouro Nacional pelo sistema Tesouro 
Direto, é quando o Governo “vende” os títulos ao mercado e você pode 
comprá-los por meio de uma Corretora ou Banco de Investimentos. 
 2) Mercado Secundário: Ao contrário do CDB e Fundos DI, os Títulos Públicos 
não podem ser resgatados, ou seja, você não pode vendê-los de volta ao Banco 
ou Corretora para obter seu Lucro, para receber o seu Lucro nessa operação 
de Investimento você tem de esperar o Vencimento do Título (então o governo 
lhe paga de volta e você tem o seu lucro). 
Ou então, você pode vendê-lo no Mercado Secundário, à um valor menor do 
que o que você receberá do governo no vencimento do título, à outras pessoas 
que estão dispostas a esperar o vencimento, você lucra menos, mas lucra no 
momento em que desejar caso consiga vender. 
 
Isso dá liquidez aos títulos públicos e atualmente, é um mercado muito grande, de 
alta movimentação e de muita segurança e transparência. 
 
 
88 Mercado Financeiro de Capitais 
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Uma das principais vantagens dos títulos públicos é a variedade de tipos de títulos 
ofertada, o que possibilita ao investidor montar um portfólio de acordo com os seus objetivos 
e metas de Risco, Retorno e Prazo. Para isso basta o investidor conhecer os tipos de títulos 
públicos ofertados e escolher aqueles cujas características se enquadrem na sua estratégia 
de investimentos. 
 
 
Tesouro Direto 
Criado em 2002 com a intenção de melhorar o acesso à compra de títulos de 
dívida pública, o Programa “Tesouro Direto” é uma colaboração entre a B3 e o 
Tesouro Nacional, trazendo novas oportunidades para pessoas físicas que, 
previamente à instauração deste programa, só poderiam investir 
indiretamente caso tivessem interesse, tendo que utilizar-se de cotas de 
fundos de renda fixa, o que acarretavam altos custos. 
O Tesouro direto iniciou uma carteira de investimentos diretamente pela 
internet, ultrapassando as dificuldades impostas anteriormente pelo contrato 
de corretoras, algo que tingia negativamente a imagem dos títulos de dívida 
pública para uma parcela da população, tornando-se um programa atraente 
para pessoas de todas as classes sociais, especialmente em um Brasil 
tumultuoso mediante alterações em programas populares e fontes normais de 
renda como a reforma da previdência. 
 
6.1.2. Tipos de Títulos Públicos 
Assim como outros investimentos em renda fixa, temos títulos públicos com 
rentabilidade pré-fixada e pós fixada, sendo essa a característica diferenciadora entre eles, 
segue abaixo as características dos títulos ofertados no Tesouro Direto: 
 
LTN: Letras do Tesouro Nacional ou Tesouro Prefixado 
• Tem um fluxo de pagamento simples, isto é, você receberá o valor investido 
acrescido da rentabilidade na data de vencimento ou no resgate do título. Em 
outras palavras, o pagamento ocorre de uma só vez, no final da aplicação. Sendo 
assim, é mais interessante para quem pode esperar receber o seu dinheiro até o 
final do período do investimento. 
• Mantendo o título até o vencimento, você receberá R$1.000,00 para cada 
unidade do papel (se você comprar uma fração de título, o recebimento será 
proporcional). O deságio,a diferença entre esse valor recebido no final da 
 
 
89 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
aplicação e o valor pago no momento da compra, representa a rentabilidade do 
título. 
• Caso necessite vender o título antecipadamente, você pode fazê-lo no mercado 
secundário tanto o Tesouro Nacional quanto algum investidor do mercado pode 
vir a comprá-lo e pagará o seu valor de mercado, de modo que a rentabilidade 
poderá ser maior ou menor do que a contratada na data da compra, dependendo 
do preço do título no momento da venda. Mais sobre esse detalhe será abordado 
adiante. 
 
NTN-F: Notas do Tesouro Nacional ou Tesouro Prefixado com juros semestrais 
Semelhante ao LTN mas com um pagamento semestral de juros. 
• Isso significa que parte do rendimento é recebido pelo investidor ao longo do 
período da aplicação, diferentemente do título Tesouro Prefixado (LTN), por meio 
de pagamentos semestrais de bônus de juros, nesse caso eles representam uma 
antecipação da rentabilidade contratada. 
• É recomendado para quem quer ter uma renda periódica pois paga juros 
semestralmente. 
• Cabe destacar, adicionalmente, que no pagamento desses rendimentos 
semestrais há incidência de imposto de renda (IR), obedecendo a tabela 
regressiva. Mais detalhes sobre esse fluxo de pagamento e os impostos estão 
adiante. 
 
NTN-B: Notas do Tesouro Nacional – Série B ou Tesouro IPCA+ com juros 
semestrais (Pós Fixado) 
• Esse investimento permite obter uma rentabilidade real, ou seja, garante um lucro 
superior à inflação, pois seu rendimento é composto por duas parcelas: uma taxa 
de juros prefixada e a variação da inflação (IPCA). Sendo assim, independente 
da variação da inflação, a rentabilidade total do título sempre será superior a ela 
e positiva. 
• É indicada para quem busca garantir uma lucratividade superior à inflação e que 
deseja um rendimento periódico a partir do momento da aplicação, pois faz 
pagamento de juros semestralmente, diferentemente do Tesouro IPCA+(NTN-B 
Principal). Isso significa que o rendimento é recebido pelo investidor ao longo do 
período da aplicação, em vez de receber tudo no final. 
 
 
90 Mercado Financeiro de Capitais 
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• Na data de vencimento do título, você resgata o valor investido atualizado pela 
inflação acrescido do último pagamento de juros semestrais. 
• Caso necessite vender o título antecipadamente, o Tesouro Nacional pagará o 
seu valor de mercado, de modo que a rentabilidade poderá ser maior ou menor 
do que a contratada na data da compra, dependendo do preço do título no 
momento da venda. Por essa razão, recomendamos que você procure conciliar 
a data de vencimento do título com o prazo desejado para o investimento. 
• Cabe destacar, adicionalmente, que no pagamento desses recebimentos 
semestrais há incidência de imposto de renda (IR), obedecendo a tabela 
regressiva, já citada. 
 
NTN-B Principal ou Tesouro IPCA+ (Pós Fixado) 
É um título semelhante à NTN-B, ou seja, permite ao investidor obter rentabilidade 
em termos reais, mantendo seu poder de compra ao longo do tempo, se protegendo de 
flutuações do IPCA, porém não oferece cupons semestrais de juros ao investidor. 
• Proporciona rentabilidade real; 
• Indicado para o investidor que deseja uma rentabilidade pós-fixada indexada ao 
IPCA; 
• Indicado para o investidor que deseja fazer poupança de médio/longo prazos, 
inclusive para aposentadoria, compra de casa própria, etc; 
• Fluxo simples: uma aplicação e um resgate e pode ser vendido antecipadamente; 
• Traz mais conforto ao investidor, pois suprime a preocupação e o trabalho 
necessários ao reinvestimento, e reduz o custo de transação; 
• Formação de preços simplificada, com metodologia de cálculo mais fácil para o 
investidor em relação NTN-B que paga cupom de juros semestral. 
 
NTN-C: Notas do Tesouro Nacional – Série C (Pós-fixado, em extinção) 
Permite ao investidor obter rentabilidade em termos reais, mantendo seu poder de 
compra ao longo do tempo, se protegendo de flutuações do IGP-M. Além disso, o investidor 
recebe um fluxo de cupons semestrais de juros, o que aumenta a liquidez possibilitando 
reinvestimentos. 
• Proporciona rentabilidade real; 
• Indicado para o investidor que deseja obter um fluxo de rendimentos periódicos 
(cupons semestrais); 
 
 
91 Mercado Financeiro de Capitais 
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• Indicado para o investidor que deseja uma rentabilidade pós-fixada indexada ao 
IGP-M; 
• Indicado para o investidor que deseja fazer poupança de médio/longo prazos, 
inclusive para aposentadoria, compra de casa e outros. 
 
LFT: Letras Financeiras do Tesouro ou Tesouro SELIC (Pós-Fixado) 
É um título semelhante à NTN-B principal, ou seja, permite ao investidor obter 
rentabilidade em termos variáveis da SELIC, porém não oferece cupons semestrais de juros 
ao investidor. 
• Indicado se para quem acredita que a tendência da taxa Selic é de elevação, já 
que a rentabilidade desse título é indexada à taxa de juros básica da economia. 
• O valor de mercado desse título apresenta baixa volatilidade, evitando perdas no 
caso de venda antecipada. Por essa razão, é considerado um título indicado para 
um perfil mais conservador. É indicado também para o investidor que não sabe 
exatamente quando precisará resgatar seu investimento. 
• O fluxo de pagamento desse título é simples, isto é, não faz o pagamento de juros 
semestrais. Sendo assim, ele é mais interessante para quem pode esperar para 
receber o seu dinheiro até o final do período da aplicação (ou seja, quem não 
necessita complementar sua renda desde já). 
• Caso queira vender o título antes do seu vencimento, o Tesouro Nacional o 
recomprará pelo seu valor de mercado. 
 
Tabela resumo dos títulos Públicos25 
 
25http://www.tesouro.gov.br/tesouro-direto-entenda-cada-titulo-no-detalhe#this 
http://www.tesouro.gov.br/tesouro-direto-entenda-cada-titulo-no-detalhe#this
 
 
92 Mercado Financeiro de Capitais 
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6.1.3. Rentabilidade 
Cada título público tem a sua metodologia de cálculo da Rentabilidade, iremos ver a 
seguir o cálculo de cada um deles de forma bem resumida: 
 
LTN: Essa é bem simples, a sua rentabilidade nesse investimento será definida pela 
diferença entre o Preço que você pagou pelo título e o Valor Nominal da LTN que sempre 
será de R$1000,00. Então se você pagou R$800,00 numa LTN com prazo de 2 anos. Você 
irá lucrar R$200 após 2 anos de espera. Normalmente, essa diferença segue a taxa SELIC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NTN-F: A rentabilidade desse título é prefixada pela taxa interna de retorno (TIR) do 
fluxo de pagamentos dos cupons de juros e da diferença sobre o valor nominal do título e preço de 
Compra. Basicamente é como a LTN, mas, com um pagamento de bônus semestral de R$48,81. Então, 
supondo que compramos um NTN-F por R$900, com prazo de 2 anos, nosso lucro será de R$100 mais 
4 pagamentos de R$48,81, totalizando R$295,24. Não confunda Retorno com Rentabilidade, 
rentabilidade é uma medida financeira da sua lucratividade, a TIR nessa operação de exemplo foi de 
6,424%. 
 
 
 
 
 
 
 
LTN 
Fonte: Adaptado de Tesouro Nacional, 2019. 
NTN-F 
Fonte: Adaptado de Tesouro Nacional. 
 
 
 
93 Mercado Financeiro de Capitais 
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Exemplo do Fluxo de Investimentos em uma NTN (Tesouro Pré Fixado com Juros 
Semestrais) 
 
NTN-B (os dois tipos): A rentabilidade desse título é pós-fixada, aqui a diferença 
está que o seu retorno você só saberá no vencimento do título, mas a lógica é mesma, seu 
retorno será a diferença entre o Valor Pago pelo título e o Valor Nominal do título. Ao 
contrário da LTN e a NTN-F em que o Valor Nominal sempre será de R$1000,00 o Valor 
Nominal de NTN-B(com ou sem cupom semestral) é atualizado mensalmente (nos dias 15 
de cada mês) pela inflação medida pelo IPCA desde 15/07/2000, data-base em que o seu 
valor era de R$1000,00. 
 
Sua rentabilidade é dada pela taxa anual de juros, que determina sua cotação, mais 
a variação do IPCA até o vencimento, que altera o valor de seu VNA (Valor Nominal 
Atualizado). Na data de vencimento do título ocorre o resgate do principal investido, 
corrigido tanto pela taxa pactuada no momento da compra quanto pela variação do IPCA 
no período. 
 
Ou seja, se no período em que você comprou uma NTN-B e o IPCA variou 5%, seu 
retorno será algo próximo de 5%. No caso da NTN-B Principal (sem cupom) normalmente 
o Preço de Compra é menor do que o Valor Base uma vez que todo o seu lucro só será 
realizado na data de Vencimento. Já no caso da NTN-B com cupom, o Preço de Compra 
será maior do que a base pois você irá receber semestralmente um bônus de 6% sobre o 
Valor Nominal corrigido pelo IPCA. 
Preço Título 900,00R$ 
Valor Nominal 1.000,00R$ 
Prazo(anos) 2
Cupom Semestral 10,00%
Cupom em R$ 48,81R$ 
Bônus no Total 195,24R$ 
Retorno Total 295,24R$ 
Retorno em % 29,5235%
NTN-F
 
 
94 Mercado Financeiro de Capitais 
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Exemplo de Fluxo de Investimentos NTN-B 
 
Exemplo de Fluxo de Investimentos NTN-B Principal 
 
NTN-B 
NTN-B Principal 
 
 
95 Mercado Financeiro de Capitais 
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• NTN-C: A NTN-C é exatamente igual a NTN-B com cupom semestral, a única 
diferença está no indexador da inflação que é o IGP-M ao invés do IPCA. 
 
 
 
 
 
 
 
• LFT: A LFT segue a mesma linha de raciocínio das NTN-B, a diferença agora está 
em que o indexador é a variação da taxa SELIC e a LFT não paga bônus semestrais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
96 Mercado Financeiro de Capitais 
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Quadro Entendendo os Títulos Públicos 
 
6.1.4. Custos e Tributação 
Os títulos públicos são negociados e ofertados, atualmente, na Bolsa de Valores e 
no sistema Tesouro Direto, para poder negociar títulos públicos você precisará de uma 
Conta em uma corretora ou banco habilitado para operar nesses mercados, no site do 
Tesouro há uma lista com todas as Corretoras e Bancos. 
 
Normalmente, basta abrir uma Conta de Investimentos comum nesse Banco ou 
Corretora (se for um Banco vale a regra da Conta de Serviços básicos e, por meio dessa 
conta, abrir uma Conta de Investimentos na Corretora do Banco) alguns bancos e 
Exemplo de Fluxo de Investimentos LFT 
Fonte: Tesouro Direto 
 
 
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corretoras podem vir a cobrar a manutenção dessa Conta de Investimentos (vai depender 
da sua negociação também). 
 
Criada a Conta basta começar a operar, comprando os Títulos no mercado 
secundário (Bolsa de Valores) ou esperar pela Emissão de títulos novos pelo Governo no 
Tesouro Direto e então comprá-los pelo próprio site do banco/corretora ou do Tesouro 
Direto. 
 
Em qualquer um dos dois jeitos você irá arcar com custos de: Corretagem, Custódia, 
Taxa de Administração e Imposto de Renda. O capital inicial requerido para esse tipo de 
investimento varia de título para título, mas, em geral, você pode comprar um título público 
com menos R$100,00. 
 
Os custos do Tesouro Direto se resumem aos impostos sobre os rendimentos e às 
taxas cobradas pela sua Instituição Financeira e pela BM&FBOVESPA, referentes aos 
serviços prestados. 
 
São duas as taxas cobradas no Tesouro Direto, sendo uma pela sua Instituição 
Financeira (Banco ou Corretora) e uma pela BM&FBOVESPA, referente aos serviços 
prestados (Taxa de Administração ou Corretagem). Em geral elas são significativamente 
mais baixas que as cobradas em outros produtos de renda fixa oferecidos no mercado: 
A. Taxa cobrada pela BM&FBOVESPA: Taxa de custódia de 0,30% a.a. sobre o valor 
dos títulos, referente aos serviços de guarda dos títulos e às informações e 
movimentações dos saldos: Esta taxa é provisionada diariamente a partir da 
liquidação da operação de compra (D+2). 
B. Taxa cobrada pela Instituição Financeira*: A taxa cobrada pela Instituição Financeira 
é livremente pactuada com o investidor. O Tesouro Direto disponibiliza em seu site 
um ranking com as taxas cobradas por cada instituição. Cabe ao investidor confirmá-
las no momento da contratação. A taxa pode ser uma cobrada anualmente, 
modalidade mais comum, ou por operação. Para esclarecimentos quanto ao 
pagamento dessa taxa, contate a sua Instituição financeira correspondente (trechos 
adaptados do website do Tesouro Nacional). 
 
Os impostos cobrados sobre as operações realizadas no Tesouro Direto são os 
mesmos que incidem sobre as operações de renda fixa, como fundos de investimento e 
 
 
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CDBs: o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), para resgates da aplicação em 
menos de 30 dias, e o Imposto de Renda (IR), com alíquota regressiva a depender da 
duração do investimento, da seguinte maneira: 
• Há incidência de impostos sobre os rendimentos financeiros auferidos na venda 
antecipada, no pagamento de cupom de juros (O IOF não incide sobre os cupons de 
juros; somente o IR) e no vencimento dos títulos. 
• Os dias para efeito de incidência de imposto de renda são contados a partir da data 
da compra. Portanto, com relação aos cupons de juros das Notas do Tesouro 
Nacional, serão aplicadas as alíquotas do Imposto de Renda previstas, com o prazo 
contado a partir da data de início da aplicação. 
 
6.1.5. Riscos 
Os Títulos públicos são considerados os ativos de menor risco da economia de um 
País e são 100% garantidos pelo Tesouro Nacional, inclusive, podendo emitir papel-moeda 
para o pagamento desses títulos. 
 
Atualmente, o Brasil possui uma excelente reputação como emissor de títulos de 
dívida e tem um ótimo histórico de sempre honrar as suas dívidas, o que é muito bom sinal, 
uma vez que o principal risco de um título de dívida pública é o Governo não te pagar. 
 
 
 
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A grande maioria dos títulos rende mais do à inflação, além de alguns renderem o 
mesmo do que ela (o NTN-B e o NTN-B principal são indexados ao IPCA), portanto o Risco 
de se obter um rendimento menor do que a Inflação é bem remota nesses ativos. 
 
É com certeza o ativo de Renda Fixa mais seguro e rentável, mas exige prazo, capital 
e acompanhamento. Outro detalhe importante, é evitar vendê-los muito antecipadamente, 
pois, aí sim, você pode acabar tendo um pequeno prejuízo por conta de custos 
administrativos e tributários. 
 
6.1.6. Formas de Investimento 
Os títulos Pré-Fixados são aqueles em que a rentabilidade é previsível, nos pós 
fixados as expectativas são a aposta do investidor, ou, no caso dos atrelados ao IPCA o 
objetivo é o ganho real. No caso de venda do título no mercado secundário a seguinte lógica 
é obedecida: 
 
• Pré-Fixados LTN e NTN-F 
É necessário observar que, entre a data de compra e de vencimento, o preço do 
título flutua em função das condições do mercado e das expectativas quanto ao 
comportamento das taxas de juros futuras. 
 
Um aumento na taxa de juros de mercado em relação à taxa que foi comprada pelo 
investidor provocará uma queda no preço do título. Já uma diminuição na taxa de juros 
proporciona o efeito contrário, o valor do título no mercado reduz. Ou seja, o lucro na venda 
antecipada do título vai depender do valor que ele é negociado no mercado secundário no 
momento, o que vai depender das oscilações nas taxas de juros, procedimento conhecido 
como marcação a mercado.• Pós-Fixados NTN-B, NTN-C e LFT 
Como são todos títulos pós-fixados a decisão de compra ou venda vai depender das 
suas expectativas futuras sobre a Inflação ou a SELIC e da comparação com outros ativos 
de investimento. 
 
 
 
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Se as expectativas de Inflação ou da SELIC forem de crescimento é melhor não os 
vender, pois vão render mais e se for de queda e houver outros ativos pagando mais, 
comparativamente, venda-os antes que a expectativa se concretize. 
 
Lembrando que, no caso de venda teremos custos com Corretagem e Imposto de 
Renda e/ou IOF dependendo do prazo que você permaneceu com o título, portanto, evite 
vendas para prazos inferiores a 24 meses, para economizar com IR e IOF. 
 
Outra dica interessante é aplicar nos dois tipos, o NTN-B para lhe garantir ganhos 
com o aumento da inflação e o LFT para lhe garantir ganhos quando o governo aumentar 
a SELIC para conter a inflação. 
 
Resumo das Características dos Títulos Públicos 
Funcionamento Cada título tem suas características específicas, mas podem ser separados em 
dois tipos básicos: Pré e Pós Fixados 
O pré-fixado tem seu valor de Resgate fixado em R$1000, o retorno do investidor 
está no deságio pago pelo título, essa diferença entre o valor pago e os R$1000 
costuma ser proporcional à SELIC 
O pós-fixado tem seu valor de face atualizado mensalmente por seu indexador e o 
investidor terá de pagar esse valor de face para adquiri-lo. Seu retorno está na 
diferença entre o valor pago e o valor que ele irá receber na data de vencimento 
do título, durante esse período seu título terá seu valor atualizado por seu 
indexador, que pode ser o IPCA ou a SELIC 
Exigem a abertura de uma Conta de Investimentos em uma Corretora ou Banco 
de Investimentos 
Custos Taxa de Custódia e Corretagem cobradas, ou não, pela Corretora ou Banco de 
Investimentos; Imposto de Renda, com alíquotas regressivas de acordo com o 
prazo de resgata (assim como no CDB), sobre o Lucro da Operação (antes da 
cobrança da T.A.) 
Capital Inicial Varia para cada título, os pré-fixados jamais custaram mais do que R$1000 e o 
pós-fixados estão sempre se valorizando, portanto, a cada mês o capital inicial 
para adquiri-los aumenta um pouco 
Riscos Financeiro (Inflação ser maior que a rentabilidade do investimento), mas pode ser 
contornado se investir em um título atrelado ao IPCA 
Sistema (baixíssima chance de o governo não lhe pagar ou quebrar) 
Rentabilidade Diária, de acordo com o Indexador de Referência; Juros Compostos 
Pode ser auferida de duas formas: No Vencimento ou Na venda antecipada do 
título no mercado secundário 
Estratégias Caso o investidor busque um investimento com a rentabilidade já definida, sem 
“surpresas” no futuro e caso sua expectativa de juros no futuro seja de queda, ele 
deve buscar os títulos pré-fixados 
Caso o investidor tenha a expectativa de que os Juros no futuro irão subir ou 
deseje um investimento que lhe dê uma rentabilidade igual à da inflação, ele 
deverá optar pelos títulos pós-fixados 
 
 
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Vantagens Rentabilidade de longo prazo ligeiramente superior aos outros ativos de renda 
fixa; Liquidez Alta no mercado secundário 
Desvantagens Não há possibilidade de trocar o indexador; não há a garantia legal do FGC 
Custos com Corretagem e Custódia devem ser levados em conta 
 
6.2. Títulos de Dívida Privada (Debêntures) 
6.2.1. Definição, Funcionamento e Quem Emite 
As Debêntures são Títulos de Dívida Privados, emitidos pelas sociedades anônimas 
não financeiras que podem ter rendimento Pré-Fixado ou Pós-Fixado e podem ser de Curto, 
Médio e Longo Prazo. 
Normalmente a rentabilidade de uma debênture é superior aos de muitos 
investimentos de renda fixa. Além disso, alguns podem pagar bônus semestrais, podem ser 
conversíveis em ações que não a da empresa e pagar um prêmio de reembolso quando o 
título vencer. 
 
Esses títulos de dívida privados têm por garantia os ativos da empresa e costumam 
ter também um agente fiduciário que garante o investimento em caso de falência da 
emissora. 
 
 
Quem Emite 
Somente empresas S/A não financeiras, previamente autorizadas mediante 
auditorias da CVM, podem emitir debêntures, o objetivo da empresa é captar 
recursos em grandes volumes com condições mais favoráveis do que as que teria 
junto aos bancos com empréstimos convencionais, uma vez que é a empresa que 
irá definir as condições de pagamento sobre seus títulos, logicamente, ela deverá 
ter em mente sua classificação de risco e o impacto disso sobre as expectativas 
dos investidores, o que irá impacta a rentabilidade mínima de seus papéis. 
 
É de certa forma, uma forma de emprestar dinheiro à uma empresa, motivo pelo qual 
empresas financeiras não podem emiti-los, pois eles podem recorrer ao CDB, já uma 
empresa de grande patrimônio que precisa de um grande montante de capital para realizar 
um investimento, as vezes não consegue financiamento junto aos bancos para tanto capital 
e, logo, tem de recorrer à emissão de uma debênture. Da mesma maneira, é uma alternativa 
 
 
102 Mercado Financeiro de Capitais 
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com maior potencial de rentabilidade para o investidor de CDB e com a vantagem de ter a 
possibilidade de vendê-los na bolsa de valores. 
 
 
Como Funciona 
Esse investimento pode ser negociado de duas formas: 
1) Emissão Primária: efetuada pela Empresa por meio da Bolsa de Valores. É 
quando a Empresa “vende” seus títulos ao mercado e você pode comprá-los 
por meio de uma Corretora ou Banco de Investimentos habilitados a operar na 
SND*. 
2) Mercado Secundário: Assim como os Títulos Públicos, as Debêntures não 
podem ser resgatadas, ou seja, você não pode vendê-las de volta ao Banco ou 
Corretora para obter seu Lucro. Para receber o seu Lucro nessa operação de 
Investimento você tem de esperar o Vencimento do Título (quando uma 
debênture vence, a empresa lhe paga de volta o valor corrigido do seu título). 
Ou então, você pode vendê-la no Mercado Secundário – utilizando a interface 
da BM&FBOVESPA a BOVESPA FIX, à um valor menor do que o que você 
receberá da empresa no vencimento do título, à outras pessoas que estão 
dispostas a esperar o vencimento. Você lucra menos, mas lucra no momento 
em que desejar, caso consiga vender. Isso dá liquidez aos títulos privados e, 
atualmente, é um mercado modesto, mas em franca expansão, é muito seguro 
e transparente e administrado pela BM&F Bovespa. 
 
Veremos agora as especificidades das debêntures negociadas no mercado 
brasileiro, essenciais para melhor entender seu funcionamento: 
1. Emissão Pública ou Privada: A emissão pode ocorrer das duas maneiras ou de uma 
maneira só, a Privada ocorre quando a empresa emite debêntures apenas a um 
grupo específico de investidores interessados (normalmente grandes investidores) e 
a Pública é quando a emissão é feita junto aos investidores em geral na bolsa de 
valores. 
2. Escritura de Emissão: É o documento em que estão descritas as condições sob as 
quais a debênture será emitida, tais como direitos dos debenturistas, deveres da 
emissora, montante da emissão e quantidade de títulos, datas de emissão e 
vencimento, condições de amortização e remuneração, juros, prêmio, cláusulas e 
etc. 
3. Tipos: Nominativa e Escritural: A debênture nominativa é aquela em que o registro e 
controle das transferências são realizados pela companhia emissora no Livro de 
 
 
103 Mercado Financeiro de Capitais 
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Registro de Debêntures Nominativas. A escritural, por sua vez, é aquela em que a 
custódia e escrituração são feitas por instituição financeira autorizada pela CVM para 
prestar tais serviços. 
4. Classe: Debênture Simples ou Não-Conversível:São as debêntures que não direito 
à conversão das mesmas em ações da companhia emissora. 
5. Classe: Debênture Não-Conversível Permutável: Semelhante à Debênture Simples, 
mas com um diferencial: a Cláusula de Permutabilidade que permite ao titular da 
debênture trocá-la por outra ação que não a da empresa ou por outros ativos como 
imóveis, por exemplo. 
6. Classe: Debênture Conversível: São aquelas que podem ser trocadas por ações da 
companhia emissora21 nas condições estabelecidas na escritura de emissão. Na 
conversão das debêntures deve ser observada a proporção do capital social da 
Companhia emissora, dado o limite legal e o fixado no estatuto social. O parâmetro 
de conversão deve ter em vista: A cotação das ações no mercado ou O valor 
patrimonial ou as perspectivas de rentabilidade da emissora. 
7. Classe: Debênture Permutável: São as debêntures em que a escritura de emissão 
prevê a possibilidade de permuta por bens de qualquer natureza (ações, títulos de 
crédito, fração ideal de imóvel etc.), em condições preestabelecidas. As modalidades 
mais comuns de permuta são as por ações de outra companhia ou fração ideal de 
imóveis (permutáveis). 
8. Cláusula de Permutabilidade: Cláusula na Escritura de Emissão da Debênture que 
define as condições que dão direito ao debenturista de trocar o título por outro ativo, 
sejam eles ações da empresa, imóveis, ações de outras empresas, etc. 
9. Espécies/Garantias 
a. Garantia Flutuante: Têm assegurado o privilégio geral sobre o ativo da 
companhia emissora, não impedindo a negociação dos bens que compõem este 
ativo, sendo preferidas no caso de liquidação da emissora: a) pelas debêntures 
de emissão ou emissões anteriores, estabelecendo-se a prioridade pela data de 
inscrição da escritura de emissão, concorrendo as séries em igualdade de 
condições; b) pelos créditos com direitos reais de garantia, constituídos antes da 
emissão e regularmente inscritos nos registros competentes; c) pelos créditos 
especiais, desde que anteriores à emissão e regularmente inscritos nos registros 
competentes. 
b. Garantia Subordinada: Em caso de liquidação da companhia emissora, preferem 
apenas aos acionistas no ativo remanescente, se houver. 
 
 
104 Mercado Financeiro de Capitais 
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c. Garantia Real: São garantidas por bens (móveis e imóveis) dados em hipoteca, 
alienação e cessão fiduciária, penhor ou anticrese pela companhia emissora, por 
seu conglomerado, ou mesmo por terceiros; 
d. Garantia Quirografária: Não oferecem aos titulares nenhuma garantia real do 
ativo da companhia emissora ou de terceiros, bem como nenhum privilégio geral 
sobre o ativo da companhia emissora ou da empresa a que pertence, 
concorrendo em igualdade de condições com os demais credores quirografários 
da emissora. 
10. Cláusula de Repactuação: Esta cláusula irá estipular períodos/datas nas quais irão 
ocorrer uma livre negociação entre Debenturistas e Empresa emissora com relação 
aos rendimentos oferecidos. É uma maneira de adequar a taxa de rentabilidade da 
debênture às condições atuais do mercado24. Nada mais é do que uma maneira de 
tornar as debêntures mais vantajosas às duas partes envolvidas, uma vez que a 
Repactuação visa sempre ajustar as rentabilidades oferecidas pela debênture, 
buscando assim torná-las competitivas frente aos outros títulos de renda fixa, mas 
ao mesmo tempo, o menos custoso possível para a empresa emissora. 
11. Recompra Antecipada: É quando a empresa compra de volta parcialmente ou 
integralmente as debêntures emitidas, isso pode ocorrer por vários motivos25 e, 
normalmente, pode vir acompanhada de um pagamento de prêmio ao debenturista 
por conta da recompra antecipada. 
12. Indexador de Rentabilidade: É o índice que irá estabelecer a forma de rendimento 
da debênture, assim como nos títulos públicos, a debênture tem seu valor atualizado 
por um índice que pode ser pós-fixado (IGP-M, IPCA, DI etc.), pré-fixado (10%a.a. 
por exemplo) ou misto de pré e pós (5% a.a. mais IGP-M, por exemplo). 
13. Formador de Mercado: Instituição ou Agente autorizado que é responsável por 
aumentar e sustentar a liquidez destes papéis no mercado secundário. O Formador 
de mercado é uma figura comum no mercado financeiro, principalmente, nas bolsas 
de valores. Basicamente é um agente ou instituição que compra e vende no mercado 
grandes lotes de ativos em momentos de baixa liquidez para manter o mercado 
secundário em movimento. 
 
Como já deu para perceber as debêntures são bem mais complexas do que os títulos 
de dívida pública, um dos motivos dessa complexidade é o fato das debêntures serem 
títulos de dívida privados emitidos por empresas não financeiras, o que significa que a 
capacidade de garantir e honrar suas dívidas é bem mais restrita se comparadas ao 
 
 
105 Mercado Financeiro de Capitais 
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governo (que emitem títulos públicos) ou aos bancos (que emitem CDBs). Apesar disso, 
não se pode reclamar da organização desse mercado, no website da bolsa de valores é 
possível encontrar todas as informações pertinentes, como datas de pagamento de juros, 
escrituras de emissão das debêntures, lista com todas as debêntures negociadas na bolsa 
de valores, registro dos agentes fiduciários, entre outras informações. 
 
A negociação de debêntures ocorre por meio da BOVESPA FIX uma interface da 
BM&FBOVESPA e será ela quem irá estabelecer as condições, volumes, limites e horários 
das negociações dos títulos. Fora esse detalhe a lógica é simples, você dá um lance para 
comprar ou faz uma oferta de venda, estabelece o preço que você quer pagar ou receber 
pelo título e a quantidade a ser negociada (o lote padrão é 1), depois é só esperar uma 
contrapartida, se houver. Além disso, para facilitar o investimento, aumentar a liquidez 
e desenvolver mais esse mercado, um esforço conjunto de CVM, Bolsa de Valores, 
corretoras e as empresas emissoras de debêntures as Debêntures Padronizadas 
foram criadas. 
 
 
Debêntures Padronizadas 
Dentre as razões para a falta de liquidez na negociação de debêntures está a 
falta de padronização de cláusulas das várias emissões, dificultando a 
comparação entre os títulos e a cotação dos papéis em percentual do valor do 
principal. A Instrução procura incentivar essa padronização ao incluir o 
procedimento simplificado de registro, abreviando o tempo necessário para o 
registro da emissão. O objetivo da padronização das escrituras das debêntures 
é possibilitar aos investidores prescindir de complexas análises contratuais e 
cálculos sofisticados no momento em que desejarem negociar esses papéis no 
mercado. A escritura de Debêntures Padronizadas, definida pela Instrução 
CVM nº 404, possui as seguintes características: 
 • Forma: Escritural – Nominativa 
 • Classe: Não-Conversível (Simples) 
 • Espécie: Subordinada ou Sem Preferência 
 
Valor Nominal Unitário: R$ 1.000,00 
Remuneração e Atualização Monetária: Cupom Zero; Taxa de Juros Pré-
fixadas; Taxa DI Over + Spread; IGP-M + Taxa de Juros Pré-fixada; ou Variação 
Cambial + Taxa de Juros Pré-fixada. 
 
 
 
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6.2.2. Debêntures – Rentabilidade 
A rentabilidade de uma debênture pode ocorrer de duas maneiras e cada uma delas 
pode ocorrer de várias formas diferentes, simultâneas ou não. A primeira maneira de se 
obter a rentabilidade de uma debênture é a Remuneração da Debênture e a segunda 
maneira é a Amortização dela. 
 
Remuneração: A escritura de emissão da Debênture irá estabelecer os parâmetros 
referentes as remunerações que serão pagas periodicamente aos seus titulares, existem 
várias formas de remuneração de debêntures, que serão explicadas uma a uma a seguir: 
1. Juros Remuneratórios: Podem ser fixos, flutuantes ou uma combinação dos 
dois – jurosflutuantes mais a uma parcela de juros fixos (spread). Estes juros 
podem ser indexados à índices de inflação, SELIC, DI, Variação Cambial, um 
valor percentual fixo etc. De acordo com o tipo de Indexador utilizado para 
calcular os Juros Remuneratórios, o Prazo mínimo de vencimento ou 
repactuação varia. Veja o quadro abaixo: 
 
 
2. Prêmio: Para fornecer uma remuneração adicional àquela proporcionada pela 
correção monetária e/ou pelos juros remuneratórios e com o objetivo de 
adequar a rentabilidade das debêntures às condições de mercado, a empresa 
emissora pode vir a pagar um Prêmio aos seus titulares, a qualquer momento 
ou, quando for estabelecida, na escritura de emissão da debênture, uma data 
específica para isso. 
3. Prêmio de Continuidade ou Permanência: Na data de Repactuação a empresa 
emissora pode vir a pagar esse Prêmio aos titulares que permanecerem – e 
que, consequentemente, aceitaram as novas condições da Repactuação – com 
as debêntures após a Repactuação. Como forma de incentivar (até mesmo 
 
 
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indenizar) os seus titulares a permanecerem com as debêntures após as 
alterações efetuadas na data de repactuação. 
4. Prêmio de Resgate: Em caso de Resgate Antecipado das Debêntures a 
empresa emissora pode vir a pagar esse Prêmio aos seus titulares como forma 
de “indenização” pelo encerramento precoce do investimento. 
5. Participação nos Lucros: As debêntures podem vir a proporcionar uma 
participação nos lucros que a companhia emissora venha a auferir. É um 
atrativo interessante pois adiciona às debêntures características das Ações que 
são os Dividendos, ou seja, periodicamente, uma parcela dos lucros da 
empresa vai para os acionistas e para seus debenturistas. 
6. Deságio: Na prática, é uma forma de remuneração, já que, no ato da 
subscrição, pode ser oferecido pela companhia emissora ao subscritor, sobre 
o valor nominal do título, aumentando o ganho do debenturista. É o mesmo 
mecanismo da LTN que já estudamos, você paga menos pela debênture e já 
tem uma ideia do quanto vai receber no vencimento. Porém, esta forma de 
remuneração não está prevista em lei. 
7. Atualização do Valor Monetário da Debênture: O valor nominal das debêntures 
poderá ser atualizado monetariamente com base nos coeficientes fixados para 
correção de títulos da dívida pública federal, na variação da taxa cambial ou 
em índice de preços, hipóteses em que a debênture será remunerada por taxa 
fixa. 
 
Nos termos da Decisão-Conjunta nº 13, do Banco Central e da CVM, de 14/3/03, a 
cláusula de atualização com base em índice de preços deverá atender ao prazo mínimo de 
um ano para vencimento ou período de repactuação, observado que: (a) o índice de preços 
deve ter série regularmente calculada e ser de conhecimento público (p. ex.: IGP-M, IGP-
DI, INPC, IPCA); (b) a periodicidade de aplicação da cláusula de atualização não pode ser 
inferior a um ano; (c) o pagamento do valor correspondente à atualização somente pode 
ocorrer por ocasião do vencimento ou da repactuação das debêntures; e (d) o pagamento 
de juros e a amortização realizados em períodos inferiores a um ano devem ter como base 
de cálculo o valor nominal das debêntures, sem considerar a atualização monetária de 
período inferior a um ano. 
 
Amortização: A companhia emissora reserva-se o direito de efetuar 
antecipadamente resgate parcial ou total dos títulos de uma mesma série em circulação. 
 
 
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Por serem as debêntures um instrumento financeiro de longo prazo, estas cláusulas 
adquirem grande importância nas escrituras de emissão, particularmente nos momentos de 
instabilidade econômica, proporcionando grande flexibilidade para as companhias 
emissoras nos contratos para renegociação. Seja por força legal ou de forma voluntária, a 
companhia emissora utiliza tais dispositivos para garantir a boa aceitação do papel pelo 
mercado. Como responsável pela determinação do programa de amortização de uma 
emissão de debêntures de prazo determinado, a companhia emissora pode adotar os 
seguintes mecanismos: 
1. Repactuação: Revisão periódica dos parâmetros remuneratórios contratados, 
com o objetivo de adequar a remuneração efetiva da debênture às condições 
de mercado. A data da primeira repactuação deverá ser prevista na escritura 
de emissão, sendo estipulada pelos acionistas em Assembleia Geral 
Extraordinária, ou pelo Conselho de Administração devidamente autorizado, 
que decidirá sobre as condições de remuneração no período de vigência da 
remuneração subsequente. Também oferece aos investidores a opção de 
recompra dos títulos pelo emissor, que pode ser exercida se os termos 
repactuados não forem aceitos, isto é, se o debenturista não concordar com as 
condições da repactuação. 
2. Resgate Facultativo: A companhia emissora não determina na escritura de 
emissão as épocas e quantidades de debêntures a serem resgatadas. Pode, a 
qualquer tempo, promover, antecipadamente, o resgate total ou parcial 
(mediante sorteio) das debêntures em circulação, desde que por valor igual ao 
valor nominal atualizado, acrescido da remuneração se houver, fixando critérios 
de resgate. 
3. Resgate Programado: A companhia emissora fixa, na escritura de emissão, as 
épocas e quantidades máximas de debêntures permitidas em circulação, 
determinando os mecanismos pelos quais será processado o resgate. Pode ser 
total ou parcial, neste caso mediante sorteio. As condições devem igualmente 
constar da escritura de emissão, em especial quanto ao preço de resgate. 
4. Amortização Programada: Consiste no pagamento de parcela do valor nominal 
das debêntures, a ser definida na escritura de emissão. No caso de debêntures 
atualizadas por índices de preços, o pagamento de amortização realizado em 
período inferior a um ano deve ter como base de cálculo o valor nominal das 
debêntures, sem considerar a atualização monetária, conforme disposto na 
Decisão-Conjunta nº 13, do Banco Central e da CVM, de 14/3/03; 
 
 
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5. Amortização Extraordinária: Consiste na possibilidade de a companhia 
emissora determinar outras amortizações parciais que não as programadas na 
escritura de emissão; 
6. Fundo de Amortização: É constituído com os lucros apurados pela companhia 
emissora com a função de criar disponibilidade vinculada ao pagamento das 
amortizações, de forma a minimizar o impacto que referidos pagamentos 
possam ter no caixa da companhia. De acordo com o estipulado no artigo 194 
da Lei nº 6.404, de 15/12/76, o fundo de amortização deverá estar previsto no 
estatuto da companhia emissora, indicando a sua finalidade, fixando os critérios 
para determinação da parcela anual dos lucros líquidos que serão destinados 
à sua constituição e estabelecendo o seu limite máximo. Pode ser administrado 
pelo agente fiduciário. 
 
6.2.3. Debêntures – Custos e Tributação 
Os custos para a realização desse investimento são os seguintes, lembrando sempre 
que alguns desses valores podem ser negociados com sua corretora: 
 
1. Corretagem: Não há no ato de emissão primária, o que é cobrado sobre as 
negociações de debêntures é a chamada Taxa de Negociação que é de 0,001% 
sobre o valor negociado, com cobrança mínima de R$5,00 e máxima de R$1000,00. 
Já quando há negociação no mercado secundário é cobrada uma taxa que varia 
entre corretoras, mas costuma ser de 0,20% sobre eu valor negociado. 
2. Custódia: A taxa de custódia é cobrada dos investidores em debêntures e é 
calculada e cobrada mensalmente com base no valor da carteira de ativos que o 
investidor possuir no último dia útil de cada mês. Seguindo a tabela abaixo: 
 
 
 
 
 
110 Mercado Financeiro de Capitais 
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3. Taxa de Manutenção: R$20,00 anuais para cada conta de custódia que possuir 
ativos em debêntures. 
4. Imposto de Renda: Como se trata de um investimento de renda fixa há incidência 
de IR sobre os ganhos financeiros (juros, prêmios, bônus, resgate e alienação) das 
debêntures e, a partir de 2006, as alíquotas passaram a ser regressivas de acordo 
com o prazo. Há também certa peculiaridade quanto ao tratamento tributário das 
Debêntures conversíveis, serão tributadas normalmente e, então, se forem 
convertidas em outro ativo passaram ao regime tributário desse novo ativo. Algumas 
debêntures podem ser isentadas da cobrança de IR e está em estudo a total isenção 
de IR para todas as debêntures. A tabela seguinte resume as condições tributárias 
gerais das debêntures: 
 
Pessoa física IR devido exclusivamente na fonte. 
Juros e rendimentos 
pagos 
Prazo até 180 dias 22,50% 
De 181 a 360 dias 20,00% 
De 361 a 720 dias 17,50% 
Mais de 720 dias 15,00% 
Alienação de 
debênture 
Ganho auferido na alienação (diferença entre o valor de 
alienação, líquido de IOF, e o valor de aquisição). 
Pagamento de 
amortização 
Diferença entre o valor amortizado (tomando por base o valor 
principal original) e o valor efetivamente pago. 
Conversão em ações Rendimentos produzidos são tributados até a data de 
conversão. O preço efetivamente pago é contabilizado como 
custo das ações adquiridas por conversão. 
Debêntures de 
Infraestrutura 
Essa categoria específica está, atualmente, com isenção total 
de IR sobre os lucros auferidos com o resgate no vencimento. 
 
 
 
111 Mercado Financeiro de Capitais 
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6.2.4. Debêntures – Riscos 
Quanto aos riscos das Debêntures podemos citar a Baixa Liquidez do mercado 
secundário, a Solidez Financeira da empresa emissora, o cenário macroeconômico em que 
a empresa está inserida, a possibilidade de se obter um retorno abaixo da inflação (no caso 
de debêntures com taxas pré-fixadas ou atreladas ao DI ou pós-fixadas atreladas à DI) e 
os Riscos associados à oscilação das taxas de juros. 
 
Apenas a Liquidez é o risco preocupante nas debêntures, mas aos poucos isto está 
sendo contornado – nos últimos anos as debêntures padronizadas e o crescimento da 
procura por esses títulos aumentaram a liquidez– os outros dois fatores de Risco são 
completamente contornáveis. Para evitar receber menos do que a inflação basta buscar 
Debêntures indexadas à índices de inflação como o IPCA e o IGP-M. 
 
Já para evitar o risco de falência da empresa emissora e o não pagamento de suas 
debêntures é bem simples, todas as empresas quando vão emitir debêntures passam por 
um extenso processo de avaliação31 realizado pela CVM, BM&FBOVESPA e outras 
instituições financeiras ligadas à esse mercado, além disso, toda empresa emissora passa 
por um “Rating” – uma avaliação realizada por uma empresa de auditoria habilitada – que 
irá classificar a capacidade financeira da empresa de pagar as suas dívidas e estabelecer 
a ela um Ranking que será atualizado anualmente, esse Ranking é de conhecimento 
público e você pode ficar sabendo o quão arriscada é aquela empresa apenas olhando o 
 
 
112 Mercado Financeiro de Capitais 
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seu rating na própria escritura de emissão resumida disponível no website da bolsa de 
valores. 
6.2.5. Formas de Investir 
Existem várias estratégias de investimentos para as debêntures, uma delas é 
simples e semelhante à estratégia dos títulos de dívida pública e seguem dois passos: 
1) Como toda Debênture deve evidenciar, em sua escritura de emissão, seu (s) 
indexador (es) de rentabilidade e formas de remuneração, o primeiro passo consiste 
em pesquisar (no site da Bolsa de Valores, por exemplo) essas informações nas 
debêntures e selecionar aquelas que possuírem as formas de remuneração e 
indexadores de rentabilidade que desejar (esta análise serve tanto para emissões 
primárias como para a compra de títulos no mercado secundário). 
2) Selecionados os títulos desejados o investidor irá, então, realizar uma simples 
análise de comparar o Indexador de Rentabilidade das Debêntures selecionadas 
com uma referência de rentabilidade mínima exigida pelo investidor (benchmarking). 
No caso específico das debêntures este cálculo vai depender bastante da forma de 
remuneração do título, se for uma debênture de fluxo simples – o investidor paga 
pelo título e no vencimento do mesmo o investidor recebe seu dinheiro reajustado 
pelo indexador pré ou pós-fixado estabelecido na escritura de emissão – basta que 
o investidor analise o indexador de rentabilidade com o seu parâmetro. 
 
Por exemplo, se o parâmetro do investidor é um CDB comum ou um título público, 
este deverá procurar por debêntures que remunerem significativamente mais do que a 
SELIC - uma vez que os custos de se investir em debêntures são superiores ao de se 
investir em CDB e os riscos são maiores do que se investir em títulos públicos, o investidor 
deverá procurar uma debênture que remunera mais do que a SELIC (lembrando que a DI, 
indexador base do CDB, tem um valor próximo da SELIC, em média 95% da SELIC, 
portanto, se rende mais do que a SELIC, rende mais do que o CDB) – assim, ele compensa 
os custos e os riscos assumidos por investir em uma debênture, senão, é melhor partir para 
um título público (LTN ou LFT) ou um CDB (120%DI) que são menos custosos e menos 
arriscados. 
 
Porém, esta análise irá mudar bastante de acordo com a forma de remuneração da 
debênture, uma debênture que paga prêmios ou bônus periódicos – ou seja, uma debênture 
que proporcionar um fluxo de caixa conhecido ao longo tempo até seu vencimento – será 
 
 
113 Mercado Financeiro de Capitais 
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analisada de forma diferente, algo semelhante ao cálculo de viabilidade econômica, na qual 
o investidor irá somar os fluxos de caixa a valor presente (inserindo o valor de aquisição 
com sinal negativo e todos os pagamento periódicos e a amortização no vencimento com 
sinal positivo) e, assim, encontrar a taxa interna de retorno, utilizando como Taxa Mínima 
de Atratividade o “benchmarking” estabelecido previamente. Depois de encontrada a TIR a 
análise é simples, se o valor da TIR encontrada for maior do que o “benchmarking” compra-
se o título e se for menor não. 
 
 
 
 
Resumo das Características das Debêntures 
Funcionamento Cada título tem suas características específicas e podem ser Pré ou Pós 
Fixados 
Exigem a abertura de uma Conta de Investimentos em uma Corretora ou 
Banco de Investimentos 
Na escritura de emissão da debênture estão todas as informações 
pertinentes, como formas de Remuneração e Indexadores de Rentabilidade 
do título 
Custos IR conforme tabela de IR para renda fixa (mesma aplicada aos títulos 
públicos), Debêntures de Infraestrutura são ISENTAS de IR. Custódia Anual 
variando de corretora para corretora, sendo um % anual sobre o montante 
aplicado, muitos casos são isentos ou chegam a 0,01%. Não há corretagem 
de compras de Debêntures na IPO e costuma ser baixa na compra ou venda 
no mercado secundário. Taxa de Manutenção usual de R$20/anuais para 
cada conta com debêntures em carteira (ou seja, negocie debêntures 
 
 
114 Mercado Financeiro de Capitais 
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apenas por uma ou duas corretoras no máximo) 
Capital Inicial Varia para cada título, podem custar a partir de R$1mil, assim como existem 
títulos a partir de R$10mil 
Riscos Financeiro (Inflação ser maior que a rentabilidade do investimento), mas 
pode ser contornado se investir em um título atrelado ao IPCA ou IGPM 
Sistema (chance de a empresa emissora quebrar ou não conseguir honrar 
suas dívidas, risco reduzido dependendo do tipo degarantia fornecida pela 
empresa no ato de emissão, ver página) 
Risco de liquidez (mais preocupante dos riscos, por conta da baixa liquidez, 
liquidar o papel no mercado secundário para antecipar seus lucros pode 
demorar) 
Rentabilidade Diária, de acordo com o Indexador de Referência 
Várias formas de remuneração que possibilitam ao investidor diversas 
maneiras de auferir seus lucros: No vencimento com o reajuste do preço do 
título, Periodicamente por meio de bônus e prêmios, A qualquer momento 
vendendo o título no mercado secundário etc. 
Estratégias Caso o investidor busque um investimento com a rentabilidade já definida, 
sem “surpresas” no futuro e caso sua expectativa de juros no futuro seja de 
queda, ele deve buscar os títulos pré-fixados 
Caso o investidor tenha a expectativa de que os Juros no futuro irão subir 
ou deseje um investimento que lhe dê uma rentabilidade igual à da inflação, 
ele deverá optar pelos títulos pós-fixados 
Buscar pagar o preço-justo do título de acordo com o seu benchmarking, 
tanto no mercado primário, quanto no secundário 
Analisar e pesquisar os títulos com as características que desejar. 
Vantagens Rentabilidade de longo prazo ligeiramente superior aos outros ativos de 
renda fixa 
Várias formas de remuneração, prazos, valores e indexadores de 
rentabilidade 
Desvantagens As repactuações podem não ser, necessariamente, benéficas aos 
investidores 
Não há a garantia legal do FGC 
Os vários custos e a baixa liquidez devem ser levados em conta 
 
 
 
 
 
 
 
115 Mercado Financeiro de Capitais 
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7. MERCADO DE RENDA VARIÁVEL – BOLSAS DE VALORES: ETFS, 
FIIS, AÇÕES 
7.1. Entendendo os Fundos de Investimento 
Um fundo de investimento é como um condomínio, ou seja, um grupo de investidores 
que juntam seu dinheiro e dão para um gestor do fundo aplicar esse dinheiro para eles, eles 
podem ser de caráter Aberto ou Fechado. 
 
Normalmente, a iniciativa em formar o fundo parte do Gestor de uma Instituição 
Financeira que por sua vez, vai atrás desses investidores. 
 
Quando abertos, normalmente, são negociados por bancos e estão o tempo todo 
abertos à entrada de novos investidores, significa que eles podem aumentar seu patrimônio 
e aceitar a entrada ou saída de cotistas a todo momento, assim como efetuar resgates junto 
ao emissor do fundo. Normalmente, os fundos de renda fixa e variável são desse tipo. 
 
Nos de caráter fechado essa entrada e a saída de investidores não é permitida. Após 
o período de captação de recursos pelo fundo, não são admitidos novos cotistas nem novos 
investimentos pelos antigos cotistas. Para ter seu lucro o investidor tem de vender suas 
cotas num mercado secundário. Nesse tipo temos fundos de ambos os tipos: fixa e variável, 
 
 
116 Mercado Financeiro de Capitais 
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porém, seus nomes mudam, são exemplos: ETFs e FIIs. Porém, existem vários tipos de 
Fundos de Investimentos em Renda Fixa e Variável. 
 
No caso dos fundos abertos, seu funcionamento é o mesmo. o investidor precisa ter 
uma conta corrente comum no banco desejado e comprar uma Cota do fundo de 
investimento que desejar, depois, é só esperar o valor da Cota se valorizar com o tempo 
(essa valorização irá ocorrer proporcionalmente à valorização do patrimônio do fundo, que 
por sua vez, tenderá a seguir algum indexador pré-estabelecido, podendo ser a variação 
da DI ou da SELIC) e quando o investidor desejar ter seu lucro ele precisa apenas “vender” 
a Cota de volta ao banco pelo preço da Cota reajustado (mecanismo esse chamado de 
Resgate), depois de deduzidos os Custos e o Imposto de Renda o investidor recebe seu 
dinheiro. 
 
Lembrando que: esse é o mecanismo básico para se investir em um Fundo de 
investimento aberto. 
O dinheiro que o banco obter por meio da venda dessas cotas irá compor o 
patrimônio do fundo e o gestor do fundo e sua equipe irão investir esse dinheiro, de acordo 
com a política de investimentos do Fundo, visando um a maior rentabilidade possível com 
o menor risco possível, sempre obedecendo as normas da política de investimentos do 
fundo. Lembrando que, por se tratar de um fundo aberto (como são a maioria dos fundos 
de renda fixa comercializados) o patrimônio do fundo pode crescer tanto quanto ele 
conseguir de investidores, ou seja, cada vez que um investidor comprar uma nova cota 
esse fundo vai aumentar. 
 
O que diferencia um Fundo de Investimento de outro são as suas políticas de 
investimentos, essas diferenças irão ser determinantes, pois cada tipo de fundo tem suas 
limitações quanto aos ativos que poderão compor sua carteira de investimentos. 
 
Além disso, o tratamento tributário dos Fundos varia de acordo com o tipo de fundo, 
isso também irá determinar os custos do fundo – pois fundos mais diversificados e com 
políticas de investimentos mais sofisticados são mais caros – e o capital inicial requerido 
para adquirir uma cota. 
 
Tabela CVM de Classificação dos Fundos de Investimento Instrução CVM 409/04 
 
 
 
117 Mercado Financeiro de Capitais 
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Curto Prazo Investem seus recursos exclusivamente em títulos públicos federais ou 
privados de baixo risco de crédito. 
Estes títulos podem ser de renda fixa, pós ou prefixados, e geralmente, sua 
rentabilidade está atrelada à taxa de juros usada nas operações entre os 
bancos (conhecida como taxa do CDI). 
Investem em papéis com prazo máximo a decorrer de 375 dias e o prazo 
médio da carteira é de, no máximo, 60 dias. 
Por estas características, são considerados os mais conservadores, indicados 
para investidores com objetivo de investimento de curtíssimo prazo, pois suas 
cotas são menos sensíveis as oscilações das taxas de juros. 
Referenciado Os fundos Referenciados identificam em seu nome o indicador de 
desempenho que sua carteira tem por objetivo acompanhar. 
Para tal, investe no mínimo 80% em títulos públicos federais ou em títulos de 
renda fixa privados classificado na categoria baixo risco de crédito. Além 
disso, no mínimo 95% de sua carteira é composta por ativos que acompanhem 
a variação do seu indicador de desempenho, o chamado benchmark. Usam 
instrumentos de derivativos com o objetivo de proteção (hedge). 
Os fundos referenciados mais conhecidos são os DI. Você provavelmente já 
ouviu falar deles. São fundos que buscam acompanhar a variação diária das 
taxas de juros (Selic/CDI), e se beneficiam em um cenário de alta de juros. 
Renda Fixa Aplicam uma parcela significativa de seu patrimônio (mínimo 80%) em títulos 
de renda fixa prefixados (que rendem uma taxa de juro previamente acordada) 
ou pós-fixados (que acompanham a variação da taxa de juros ou um índice de 
preço). Além disso, usam instrumentos de derivativos com o objetivo de 
proteção (hedge). 
Nos fundos de Renda Fixa acontece o oposto dos fundos Referenciados DI, 
pois se beneficiam em um cenário de redução das taxas de juros. 
Multimercado São fundos que possuem políticas de investimento que envolve vários fatores 
de risco, pois combinam investimentos nos mercados de renda fixa, câmbio, 
ações, entre outros. Além disso, utilizam-se ativamente de instrumentos de 
derivativos para alavancagem de suas posições, ou para proteção de suas 
carteiras (hedge). São fundos com alta flexibilidade de gestão, por isso 
dependem do talento do gestor na escolha do melhor momento de alocar os 
recursos (market timing), na seleção dos ativos da carteira e no percentual do 
patrimônio que será investido em cada um dos mercados (asset mix). 
 
 
118 Mercado Financeiro de Capitais 
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Ações São fundos que investem no mínimo 67% de seu patrimônio em ações 
negociadas em bolsa. Dessa forma, estão sujeitos às oscilaçõesde preços 
das ações que compõem sua carteira. Alguns fundos desta classe têm como 
objetivo de investimento acompanhar a variação de um índice do mercado 
acionário, tal como o Ibovespa ou o IBX. São mais indicados para quem tem 
objetivos de investimento de longo prazo. 
Cambial Estes fundos devem manter no mínimo, 80% de seu patrimônio investido em 
ativos que sejam relacionados, diretamente ou indiretamente (via derivativos), 
à variação de preços de uma moeda estrangeira, ou à uma taxa de juros (o 
chamado de cupom cambial). Nesta classe os fundos mais conhecidos são os 
chamados fundos Cambiais Dólar que objetivam seguir a variação da cotação 
da moeda norte americana. Mas é importante ficar atendo, pois estes fundos 
não refletem exatamente a cotação do dólar, pois nele estão envolvidos custos 
de taxa de administração, imposto de renda, bem como a variação da taxa de 
juro. 
Dívida Externa Aplicam no mínimo 80% de seu patrimônio em títulos brasileiros negociados 
no mercado internacional. Os 20% restantes podem ser aplicados em outros 
títulos de crédito transacionados no exterior. Estes títulos são mantidos no 
exterior. 
Para o investidor no Brasil, este fundo é a única forma de aplicar nos papéis 
emitidos pelo governo brasileiro negociados no exterior. 
 
7.2. Fundos de Renda Fixa 
Os Fundos de Investimento Abertos de Renda Fixa são aqueles que aplicam a maior 
parte de seu patrimônio em Ativos de Renda Fixa, como CDB, Títulos Públicos e outros 
títulos de dívida de renda fixa atrelados à DI, à SELIC ou à Índices de Preços (como o IGP-
M e o IPCA), segundo a tabela da CVM, que qualifica os tipos de fundos de investimentos, 
os Fundos de Renda fixa são: os de Curto Prazo, de Renda Fixa, Referenciados e de Dívida 
Externa. 
7.2.1. Custos 
Assim como na Poupança, você pode utilizar uma Conta de serviços básicos como 
a sua conta para aplicação em fundos de investimentos abertos e, por conta disso, só há 
um custo direto sobre o investimento em Cotas de Fundos de Investimentos de Renda Fixa 
a as taxas de administração e performance. A Taxa de Administração e de Performance 
podem afetar drasticamente a rentabilidade desse tipo de investimento, uma vez que essas 
 
 
119 Mercado Financeiro de Capitais 
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taxas incidem sobre o valor patrimonial da cota e sobre o rendimento. Esse valor varia de 
banco para banco e de fundo para fundo. 
 
Ou seja, se o investidor comprar uma Cota de R$100,00 de um fundo com taxa de 
administração de 2% ao ano e após 12 meses o valor dessa cota for de R$105, ele irá pagar 
R$2,10 de taxa no ano. Isso significa que 2,1% da rentabilidade com este investimento vão 
ficar com o Fundo, somente no primeiro ano, conforme o valor patrimonial cota aumentar o 
montante pago aumentará proporcionalmente, lembrando que, apesar de ser uma taxa 
anual, o valor é calculado e descontado diariamente, de maneira proporcional. 
 
Já com a taxa de performance o cálculo é sobre a rentabilidade, se a rentabilidade 
alvo do fundo é de 100% da DI e o fundo rendeu 105% da DI no período, sendo a taxa de 
performance de 20%, esta será cobrada sobre a diferença entre 100% e 105% da DI, logo, 
será cobrada 20% de 5%, o que resulta em mais 1% de cobrança. 
 
Com relação ao Capital Inicial, é usual os bancos exigirem um valor mínimo de 
aplicação inicial, normalmente a partir de R$100, mas dependendo do tipo de Fundo esse 
valor mínimo pode aumentar consideravelmente. 
 
Assim como ocorre no CDB, há incidência de Imposto de Renda e IOF sobre o lucro 
obtido na hora do Resgate da Cota e as alíquotas diminuem conforme o prazo do resgate 
 
 
 
 
O Come cotas é uma cobrança antecipada e semestral de IR sobre os 
rendimentos auferidos pelos Fundos de Investimentos, sendo de 20% para 
fundos de curto prazo (com duração de até 375 dias) e de 15% para fundos de 
longo prazo (duração superior aos 375 dias). As taxas são aplicadas 
automaticamente considerando os ganhos dos últimos 6 meses. 
 
 
O exemplo abaixo demonstra alguns os custos deste investimento: 
 
 
120 Mercado Financeiro de Capitais 
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No exemplo abaixo serve para demonstrar a diferença na lucratividade que a Taxa 
de Adm. pode causar. Comparamos dois investimentos de R$100 com duração de 12 
meses. Uma aplicação em um Fundo DI e um CDB. 
 
 
https://www.necton.com.br/come-cotas/ 
 
Veja que se não fosse pela Taxa de Administração (T.A.) o Fundo DI rende mais que 
o CDB, afinal sua porcentagem de DI é de 100% enquanto a do CDB é de 80%. 
 
Mas após a cobrança da T.A. o Fundo DI perde, e muito, em relação ao CDB. Ou 
seja, o CDB só perde para o Fundo DI se ele render bem menos e se a T.A. do Fundo DI 
for menor do que 1%. Mas mesmo assim, se você conseguir negociar um CDB com taxa 
superior à 95% do DI jamais o Fundo de Renda Fixa vai superar o CDB, porque dificilmente 
você encontrará um Fundo DI sem Taxa de Administração. 
 
https://www.necton.com.br/come-cotas/
 
 
121 Mercado Financeiro de Capitais 
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Portanto, para um fundo de renda fixa valer a pena, é preciso encontrar um com 
baixa taxa de administração e alta rentabilidade e é preciso, sempre, por tudo na ponta do 
lápis e comprar a rentabilidade como foi feito na tabela acima. 
7.2.2. Riscos 
Assim como na Poupança e CDB, teoricamente não existem Riscos ao se investir 
nessas Cotas, pois se trata de um investimento de Renda Fixa, e apesar de o fundo não, 
necessariamente, aplicar todo o seu capital em ativos de renda fixa, a maior parte de seu 
patrimônio está aplicada em Renda Fixa e a política do Fundo é a de justamente 
proporcionar aos seus Cotistas um Rendimento garantido. 
Portanto, os riscos são: 
• O Risco Financeiro de seu investimento render menos do que a inflação (no caso 
do Fundo Referenciado ao IGP-M ou IPCA não incorrem nesse risco) ou por 
gestão ineficiente do fundo. 
• Não há risco de o governo “mexer” nesse dinheiro, pois ele pertence ao banco, 
porém, se o fundo aplicar seu capital é ativos de renda fixa federais, daí há o 
risco de “calote” do governo, o que por sinal nunca ocorreu na história do país. 
 
O principal risco aqui é a falência do banco e ele não honrar suas dívidas (o que 
incluí as Cotas de Fundos de Investimentos), porém, as Cotas de Fundos de Investimentos 
não são garantidas pelo FGC, ao contrário do CDB e Poupança, por isso esse é seu 
principal risco. 
7.2.3. Rentabilidade 
A rentabilidade da maioria dos Fundos de Renda Fixa baseia-se no Indexador/Ativo-
Alvo do Fundo, pode ser proporcional à variação da DI, SELIC, IGP-M, IPCA, ou algum 
valor percentual pré-fixado (no caso de aplicarem em algum título público que tenha um 
valor percentual pré-fixado de rentabilidade). Todas essas taxas são públicas e facilmente 
obtidas na internet e, na sua grande maioria, os fundos apresentam suas rentabilidades 
passadas nos seus históricos de rentabilidade. 
 
Mesmo não sendo garantia de que a rentabilidade do fundo siga as rentabilidades 
passadas, elas servem de referência para que o investidor possa saber o quanto aquele 
fundo já rendeu, o quanto rende em média e até dá para saber, caso o investidor compare 
a rentabilidade do fundo com a variação do indexador do fundo, qual a proporção da 
rentabilidade do fundo em relação ao seu indexador. 
 
 
122 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
Como existem vários tipos de fundos com várias políticas de investimentos 
diferentes, podem existir várias rentabilidades para estes fundos, mas no geral, como se 
trata de um investimento em Renda Fixa, a maioria deles tendem a render algo próximo a 
SELIC ou a DI, podem render um pouco mais ou um pouco menos, mas dificilmente vão 
render algo muito diferente disso. 
 
Primeiramente o investidorvai adquirir uma Cota do Fundo, vai aguardar um tempo 
– pelo menos alguns bons meses, o ideal sendo pelo menos 2 anos para reduzir o IR – e 
então, após esse tempo a sua cota deve ter se valorizado, proporcionalmente à valorização 
do patrimônio do fundo. 
 
Então, para auferir seu Lucro, o investidor deve efetuar o Resgate de sua Cota, que 
nada mais é do que “devolver” a cota para o emissor do fundo e recebê-lo com seu valor 
reajustado. 
 
O mecanismo é bem simples, por exemplo, se a Cota foi adquirida por R$100 e o 
fundo obteve 10% de rentabilidade após 1 ano isso significa que a cota agora vale R$110 
(Brutos). Então, para auferir seu lucro o investidor vai resgata-la e irá receber, após algumas 
deduções como a taxa de Administração e o IR algo em torno de R$106, ou seja, ele lucrou 
R$6 ou 6% no ano. 
 
O lado positivo disso é o capital inicial foi baixo e que o investidor não teve quase 
nenhum trabalho de gestão desse investimento, esse serviço ficou para o gestor do fundo 
(Mas convenhamos que também não foi lá muito serviço para ele também). Por outro lado, 
se ele tivesse mais capital, ele poderia ter feito um CDB, tendo o mesmo trabalho, e, 
provavelmente, uma remuneração maior. 
 
Por se tratar de um investimento simples que não exige muito esforço, nem demanda 
tempo para acompanhamento, esses fundos de renda fixa, na maioria dos casos, servem 
como um primeiro passo para o investidor iniciante, que ainda não conhece bem ou não 
tem segurança quanto ao investimento em renda fixa e que busca uma alternativa ao CDB, 
por conta do prazo ou capital inicial requerido. 
 
 
 
123 Mercado Financeiro de Capitais 
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Resumo das Características do Fundo de Renda Fixa 
Funcionamento Cada Cota representa um investimento individual, possui limitações de 
prazo para resgate, valor inicial e valor de resgate, entre outras 
características que podem lhe ser atribuídas pelo Emissor do Fundo 
Rentabilidade Diária baseada ou não no Indexador de Referência do Fundo 
Feita junto ao Banco por meio de uma conta comum 
Custos Taxa de Administração cobrada sobre o Valor Aplicado 
Taxas de performance; e IR semestral conhecido como ComeCotas 
Imposto de Renda, com alíquotas regressivas de acordo com o prazo de 
resgata (assim como no CDB), sobre o Lucro da Operação (antes da 
cobrança da T.A.) 
Capital Inicial Legalmente não há, é estabelecido pelo Emissor do Fundo 
Riscos Financeiro (Inflação ser maior que a rentabilidade do investimento) 
Sistema (Banco quebrar e não honrar sua poupança, o FGC garante até 
R$250mil) 
Rentabilidade Diária, de acordo com o Indexador de Referência e a Política de 
Investimentos 
Juros Compostos 
Depende da SELIC ou da DI, na maioria dos casos 
Sua Cota se valoriza e seu retorno só ocorrerá após o resgate dela 
Estratégias Não há, selecione um Fundo que aplique em ativos de Renda Fixa com 
boa rentabilidade e que cobre a menor Taxa de Administração Possível 
Evite efetuar Resgates antes de 2 anos por conta do IR e lembre-se que 
cada Cota representa um investimento diferente, cada uma tem seu prazo 
de resgate 
Vantagens Rentabilidade de longo prazo semelhante e, às vezes, ligeiramente 
superior a outros ativos de renda fixa 
Baixo capital inicial 
Aplicação extremamente simples 
Desvantagens Baixa Rentabilidade, as vezes inferior à Inflação 
Não há possibilidade de trocar o indexador 
Riscos não mencionados (sistema e político) 
Não há a garantia legal do FGC 
A taxa de administração afeta muito a rentabilidade, podendo as vezes, 
tornar o investimento ruim se comparado à um bom CDB ou um título 
público 
Valor de aquisição da Cota é fixo, portanto, não se pode investir qualquer 
 
 
124 Mercado Financeiro de Capitais 
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valor, é necessário a aquisição de 1 cota 
As cotas não se acumulam. 
 
7.3. Fundos de Renda Variável 
Assim como nos Fundos de Investimentos em Renda Fixa, existem vários tipos de 
Fundos de Renda Variável, mas, no geral, seu funcionamento é o mesmo, existem os de 
caráter Aberto que são negociados e geridos por Bancos e Instituições Financeiras e 
existem os de caráter Fechado que tem suas cotas negociadas na bolsa de valores. Neste 
momento vamos abordar os de caráter aberto, em seguida, veremos dois tipos de caráter 
fechado: ETFs e FIIs. 
Ao investir em um Fundo de Renda Variável de caráter Aberto (como já foi explicado 
no módulo II) o investidor precisa ter uma conta comum no banco ou instituição financeira 
gestora do fundo e comprar uma Cota desse fundo de investimento, depois, é só esperar o 
valor da Cota se valorizar com o tempo (essa valorização irá ocorrer proporcionalmente à 
valorização do patrimônio do fundo, que por sua vez, vai depender do sucesso do gestor 
em suas decisões de investimentos) e quando o investidor desejar ter seu retorno ele 
precisa apenas “vender” a Cota de volta ao banco pelo preço da Cota reajustado 
(mecanismo esse chamado de Resgate), depois de deduzidos os Custos e o Imposto de 
Renda o investidor recebe seu dinheiro e seu lucro. 
 
O dinheiro que o banco obter por meio da venda dessas cotas irá compor o 
patrimônio do fundo e o gestor do fundo e sua equipe irão investir esse dinheiro, de acordo 
com a política de investimentos do Fundo, visando um a maior rentabilidade possível com 
o menor risco possível, sempre obedecendo as normas da política de investimentos do 
fundo. 
 
O que diferencia um Fundo de Investimento de outro são as suas políticas de 
investimentos, essas diferenças irão ser determinantes, pois cada tipo de fundo tem suas 
limitações quanto aos ativos que poderão compor sua carteira de investimentos. Além 
disso, o tratamento tributário dos Fundos varia de acordo com o tipo de fundo, isso também 
irá determinar os custos do fundo, pois fundos mais diversificados e com políticas de 
investimentos mais sofisticadas são mais caros e, como consequência, exigem um capital 
inicial elevado para adquirir uma cota. 
 
 
125 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
Neste momento iremos analisar os Fundos de Investimentos que têm caráter de 
Renda Variável, ou seja, que aplicam a maior parte de seu patrimônio em Ativos de Renda 
Variável, como Ações, Câmbio e os Multimercado – que aplicam seu capital em vários tipos 
de ativos de renda variável e fixa. Aqui, como já discutimos ao falar sobre a definição de 
renda variável, não há garantias de que o valor da Cota irá sempre se valorizar, como se 
trata de um investimento sem garantias, a cota pode sim se desvalorizar e ninguém vai lhe 
ressarcir. 
 
Vale dizer que na Categoria Fundo de Investimento em Renda Variável que investe 
em Ações, podem existir alguns subtipos: 
 
 
7.3.1. Custos 
Assim como nos Fundos de Renda Fixa, você pode utilizar uma Conta de serviços 
básicos como a sua conta para aplicação em fundos de investimentos abertos e, por conta 
disso, só há um custo direto sobre o investimento em Cotas de Fundos de Investimentos 
em Renda Variável a “terrível” taxa de administração. Chamo de terrível porque a incidência 
da Taxa de Administração afeta drasticamente a sua rentabilidade nesse tipo de 
investimento, uma vez que essa taxa, que é cobrada anualmente, incide sobre o valor 
patrimonial da cota. Esse valor varia de banco para banco e de fundo para fundo. Ou seja, 
se o investidor comprar uma Cota de R$100,00 de um fundo com taxa de administração de 
5% ao ano e após 12 meses o valor dessa cota for de R$120, ele irá pagar R$6 de taxa no 
ano. Isso significa que 6% da sua rentabilidade com este investimento vão ficar com o 
Fundo, somente no primeiro ano, conforme o valor patrimonial cota aumentar o montante 
pago aumentará proporcionalmente. 
 
 
 
126 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Comrelação ao Capital Inicial, é usual os bancos exigirem um valor mínimo de 
aplicação inicial, normalmente a partir de R$100, mas dependendo do tipo de Fundo esse 
valor mínimo pode aumentar consideravelmente. Assim como ocorre no CDB, há incidência 
de Imposto de Renda e IOF sobre o lucro obtido na hora do Resgate da Cota e, mas, a 
alíquota é única, de 15% sobre o lucro, independentemente do prazo de aplicação. 
7.3.2. Riscos 
Agora, diferentemente de todos os títulos de renda fixa, o risco associado aos 
investimentos de renda variável é bem diferente. Além dos riscos já citados anteriormente, 
o investimento em Fundos de Renda Variável não tem garantia alguma de que irá lhe dar 
lucro ou prejuízo – motivo pelo qual se chama Renda Variável. 
 
Estes Fundos investem seu capital no mercado de ações, commodities e câmbio e, 
por esse motivo, sofrem variações maiores e constantes, dependendo da situação dos 
mercados nacional e internacional. Geralmente, quando o mercado está em baixa, eles 
experimentam uma queda acentuada. Por outro lado, quando o mercado está em alta, eles 
apresentam retornos positivos. Portanto, o risco associado a esse tipo de investimento é 
bem maior e mais complexo, uma vez que todas as possíveis variáveis econômicas e 
conjunturais podem vir a afetar o mercado de renda variável brasileiro e internacional e isso 
irá repercutir diretamente na rentabilidade das suas cotas no fundo de investimento. 
7.3.3. Rentabilidade 
Para auferir seu Lucro o investidor deve efetuar o Resgate de sua Cota, que nada 
mais é do que “devolver” a cota para o emissor do fundo e recebê-lo por um valor 
reajustado. O mecanismo é bem simples, você compra uma Cota por R$100, por exemplo, 
se o fundo obteve 10% de rentabilidade no ano isso significa que sua cota agora vale R$110 
e quando for resgata-la irá receber, após algumas deduções (taxa de Administração e IR) 
algo em torno de R$106, ou seja, você lucrou R$6 ou 6% no ano. 
 
A rentabilidade de um Fundo de Renda Variável vai depender da gestão desse fundo, 
um fundo de renda variável vai aplicar seu patrimônio em diversos ativos de renda variável, 
de acordo com a estratégia do fundo, sua classificação, tipo, etc. Como já foi mencionado 
anteriormente, existem diversos tipos de fundos de renda variável com variadas estratégias 
de investimentos. 
 
 
 
127 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
No final das contas a rentabilidade de um fundo de renda variável é bastante 
imprevisível, pois o gestor não divulga suas estratégias e nem costuma detalhar os ativos 
em que ele está aplicando (a não ser que seja um fundo de ação específica), logo, sua 
rentabilidade vai depender totalmente da gestão eficiente dele e de você ficar 
acompanhando diariamente o valor das cotas, que podem variar diariamente, assim, em 
um dia você pode ter uma valorização boa que já vai lhe dar o lucro necessário e, no outro, 
essa valorização pode virar desvalorização e você perdeu o momento de lucrar. 
7.3.4. Formas de Investir 
Novamente, irei simplificar as coisas aqui, um Fundo de Investimento em Renda 
Variável segue os mesmos preceitos do Fundo de Renda Fixa, você compra uma Cota e o 
Gestor do Fundo irá usar esse dinheiro da venda da cota em aplicações financeiras, só que 
agora ele irá utilizar em operações no mercado de Renda Variável. 
A grande maioria dos Fundos de Renda Variável tem seus recursos aplicados em 
Ações (de 67% a 100%) e uma parcela variável em DI (de 0% a 33%), mas também existem 
aqueles que aplicam em Dólar (80% a 100%) e existem os chamados Multimercado que 
aplicam em vários tipos de ativos diferentes. 
 
A questão aqui é que você estará “dando” seu dinheiro ao Gestor do Fundo e a 
rentabilidade desse investimento vai depender totalmente da capacidade desse Gestor em 
aplicar de forma eficiente e lucrativa, ou seja, o Risco dessa operação é o Gestor e o 
Cenário Econômico. 
 
É bom ressaltar agora que, ao se aplicar em Ações, Dólar e outros ativos de Renda 
Variável, não há mais como saber o quanto você vai Receber ou Perder nesse tipo de 
investimento. Portanto, é importante acompanhar diariamente o valor das cotas. 
 
A dinâmica para Investir em Fundos de Renda Variável é exatamente a mesma das 
dos Fundos de Renda Fixa, abrir uma conta no Banco, comprar Cotas do Fundo e Resgatá-
las (vender de volta ao banco) quando quiser auferir seu lucro ou prejuízo. O Capital Inicial 
exigido para comprar uma Cota de Fundo de Renda Variável começa a partir de R$100 e 
todos cobram Taxas de Administração e o Imposto de Renda costuma ser de 15% e é retido 
na fonte pelo Gestor do Fundo. 
 
 
 
128 Mercado Financeiro de Capitais 
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Não há muito espaço para Estratégias nem como determinar a rentabilidade 
esperada, tudo isso vai depender do Gestor, o que se pode adiantar é que o seu 
Retorno/Prejuízo será a diferença entre o que você pagou pela Cota e o que você vai 
receber quando resgatá-la. 
 
Se você considera interessante investir em alguma empresa que possua ações, mas, 
não quer fazer isso diretamente ou não possuí o capital necessário para comprar um Lote 
de Ações (algo em torno de R$3mil ou até R$15mil por Lote) você pode tentar um Fundo 
de Ações específico, ou seja, um Fundo da Petrobrás investe em ações da Petrobrás, um 
Fundo da Vale do Rio Doce aplica em ações da Vale e etc. 
 
Dessa forma, Fundos de Renda Variável são recomendados para quem deseja 
arriscar mais para poder ganhar mais do que a Renda Fixa, mas que não possuí tempo, 
conhecimento e nem o Capital necessário para se investir diretamente em Ações ou Dólar. 
São destinados também para aqueles que querem “sentir” como é Investir em ativos mais 
arriscados como ações e dólar. 
 
Resumindo, se você definiu na sua estratégia que vai separar uma pequena parcela 
de seu capital para investimentos de alto risco (para tentar obter um maior rendimento), 
mas essa parcela não é suficiente para aplicar diretamente no mercado de Renda Variável, 
a sugestão é começar com Fundos de Ações, Fundos Multimercados e – caso você julgue 
que uma empresa específica irá valorizar muito no futuro – Fundos específicos de ações 
(como o Fundo Petrobrás e Fundo Vale). 
 
Isso vale também para aqueles que não têm tempo para acompanhar as oscilações 
do mercado de Renda Variável e fazer as devidas análises e especulações, mas que 
querem usufruir de seus possíveis retornos. 
 
Agora, para quem tem um pouco mais de tempo, paciência e vontade de analisar e 
especular sobre o mercado de renda variável, mas não tem um capital elevado, a alternativa 
pode ser os investimentos em fundos de renda variável de caráter fechado, os ETFs e os 
FIIs, que iremos ver a seguir. 
 
 
 
129 Mercado Financeiro de Capitais 
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Resumo das Características do Fundo de Renda Variável 
Funcionamento Feita junto ao Banco por meio de uma conta comum 
Custos Taxa de Administração cobrada anualmente sobre o Valor Aplicado 
Imposto de Renda, com alíquotas regressivas de acordo com o prazo de 
resgata (assim como no CDB), sobre o Lucro da Operação (antes da 
cobrança da T.A.) 
Capital Inicial Legalmente não há, é estabelecido pelo Emissor do Fundo. 
Riscos Dependerá do tipo do fundo, sua política de investimentos e sua carteira 
de ativos-alvo. Mas como todos podem vir a investir a maior parte de seu 
capital em Ações, Câmbio ou Commodities, e esses ativos sofrem muitas 
variações, de acordo com o cenário econômico nacional e internacional, o 
risco desses fundos é elevado. 
Rentabilidade Por conta do que já foi citado sobre os Riscos, o Potencial de Rentabilidade 
dessas cotas é elevado. A rentabilidade só ocorre de uma forma: com a 
Valorização da Cota Patrimonial e o lucro posterior com a venda da cota de 
volta ao banco (Resgate). 
EstratégiasAs estratégias são bem limitadas, os Fundos de Renda variável foram 
criados com o objetivo de dar acesso ao pequeno investidor ao mercado 
de renda variável, aquele investidor que não possuir o capital inicial 
necessário para comprar um Lote de Ações, por exemplo, pode recorrer ao 
Fundo, pois suas cotas podem custar a partir de R$100. 
A estratégia básica é acompanhar a evolução das Cotas adquiridas e 
efetuar o Resgate quando a valorização da cota proporcionar o Lucro 
desejado. 
 
 
130 Mercado Financeiro de Capitais 
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Vantagens Baixo capital inicial 
Aplicação extremamente simples 
Pouca exigência de conhecimento sobre o mercado de renda variável 
Segundo a CVM, A principal vantagem dos fundos é possibilitar que 
investidores de perfil similar - com objetivos comuns, estratégias de 
investimento semelhantes e mesmo grau de tolerância a risco - concentrem 
recursos para aumentar seu poder de negociação e diluir os custos de 
administração, além de contarem com profissionais especializados, 
dedicados exclusivamente à gestão dos recursos. 
Desvantagens Já as desvantagens estão associadas ao fato do investidor delegar a 
terceiros a administração de seus recursos: 
Falta de autonomia na tomada de decisão 
Submissão às regras previamente estabelecidas 
Dependência da capacidade do gestor do fundo 
Taxa de Administração anual sobre o valor atualizado da cota 
 
7.4. Índices de mercado e ETFs 
7.4.1. Definição, Funcionamento e Quem Emite 
Para entender os ETFs é preciso esclarecer o que são os índices de ações. Os 
índices servem como referência de investimentos para os investidores na Bolsa de Valores. 
Os índices de ações dão ao investidor uma ideia de como um grupo específico de ações 
se comportou em relação a outro grupo ou à sua própria carteira de ações. Isso porque os 
índices de ações são calculados a partir de uma carteira teórica de ações, uma carteira 
virtual, criada apenas para medir o desempenho desses papéis (BM&FBOVESPA, 2013). 
Vejamos o quadro com os principais índices e suas composições: 
 
Quadro de Índices de Mercado da Bolsa de Valores – CVM, 2019 
Índice Explicação 
Índice da Bovespa ou 
Ibovespa (Ibov) 
É o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de ações 
constituída em 02/01/1968 (valor-base: 100 pontos), a partir de uma aplicação 
hipotética. Supõe-se não ter sido efetuado nenhum investimento adicional 
desde então, considerando-se somente os ajustes efetuados em decorrência da 
distribuição de proventos pelas empresas emissoras (tais como reinversão de 
dividendos recebidos e do valor apurado com a venda de direitos de subscrição, 
e manutenção em carteira das ações recebidas em bonificação). Dessa forma, 
o índice reflete não apenas as variações dos preços das ações, mas também o 
impacto da distribuição dos proventos, sendo considerado um indicador que 
avalia o retorno total de suas ações componentes. 
 
 
131 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Índice Brasil (IBrX) 
O IBrX - Índice Brasil é um índice de preços que mede o retorno de uma carteira 
teórica composta por 100 ações selecionadas entre as mais negociadas na 
BM&FBOVESPA, em termos de número de negócios e volume financeiro. Essas 
ações são ponderadas na carteira do índice pelo seu respectivo número de 
ações disponíveis à negociação no mercado. 
Índice Brasil 50 (IBrX-
50) 
O IBrX-50 é um índice que mede o retorno total de uma carteira teórica 
composta por 50 ações selecionadas entre as mais negociadas na 
BM&FBOVESPA em termos de liquidez, ponderadas na carteira pelo valor de 
mercado das ações disponíveis à negociação. 
Índice de Energia 
Elétrica (IEE) 
Primeiro índice setorial da BM&FBOVESPA, o Índice de Energia Elétrica (IEE) foi 
lançado em agosto de 1996 com o objetivo de medir o desempenho do setor 
de energia elétrica. Dessa forma, constitui-se em um instrumento que permite 
a avaliação da performance de carteiras especializadas nesse setor. 
Índice Setorial de 
Telecomunicações 
(ITEL) 
Também é um índice setorial, que mede o desempenho das ações do setor de 
telecomunicações. 
Índice de Ações com 
Governança 
Corporativa (IGC) 
O Índice tem por objetivo medir o desempenho de uma carteira teórica 
composta por ações de empresas que apresentem bons níveis de governança 
corporativa. Tais empresas devem ser negociadas no Novo Mercado ou estar 
listadas nos Níveis 1 ou 2 da BM&FBOVESPA. 
Índice Valor 
BM&FBOVESPA (IVBX-
2) 
O Índice foi desenvolvido em conjunto pela BM&FBOVESPA e pelo jornal Valor 
Econômico, visando mensurar o retorno de uma carteira hipotética constituída 
exclusivamente por papéis emitidos por empresas de excelente conceito junto 
aos investidores, classificadas a partir da 11ª posição, tanto em termos de valor 
de mercado como de liquidez de suas ações. 
Índice de 
Sustentabilidade 
Empresarial (ISE) 
O ISE tem por objetivo refletir o retorno de uma carteira composta por ações 
de empresas com reconhecido comprometimento com a responsabilidade 
social e a sustentabilidade empresarial, e também atuar como promotor das 
boas práticas no meio empresarial brasileiro. 
Índice de Ações com Tag 
Along Diferenciado 
(ITAG) 
O Índice de Ações com Tag Along Diferenciado tem por objetivo medir o 
desempenho de uma carteira teórica composta por ações de empresas que 
ofereçam melhores condições aos acionistas minoritários, no caso de alienação 
do controle. 
Índice do Setor 
Industrial (INDX) 
O Índice tem por objetivo medir o desempenho das ações mais representativas 
do setor industrial, importante segmento da economia brasileira. Sua carteira 
teórica é composta pelas ações mais representativas da indústria, que são 
selecionadas entre as mais negociadas na BM&FBOVESPA em termos de 
liquidez e são ponderadas na carteira pelo valor de mercado das ações 
disponíveis à negociação. 
Índice Brasil Amplo 
(IBrA) 
O ÍNDICE BRASIL AMPLO (IBrA) BM&FBOVESPA tem por objetivo oferecer uma 
visão ampla do mercado acionário, medindo o comportamento das ações de 
todas as empresas listadas na BM&FBOVESPA que atendam a seus critérios de 
inclusão. As ações componentes são selecionadas por sua liquidez e 
ponderadas nas carteiras pelo valor de mercado das ações disponíveis à 
negociação. 
 
 
132 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Índice Small Cap ( SMLL) 
e Índice Mid-Large Cap 
(MLCX) 
Criados pela BM&FBOVESPA, o Índice BM&FBOVESPA Mid Large Cap (MLCX) e 
o Índice BM&FBOVESPA Small Cap (SMLL) têm por objetivo medir o 
comportamento das empresas listadas na Bolsa de modo segmentado, sendo 
que o índice Mid Large medirá o retorno de uma carteira composta pelas 
empresas listadas de maior capitalização, e o índice Small Cap medirá o retorno 
de uma carteira composta por empresas de menor capitalização. As ações 
componentes serão selecionadas por sua liquidez, e serão ponderadas nas 
carteiras pelo valor de mercado das ações disponíveis à negociação. 
Índice Carbono Eficiente 
(ICO2) 
Levando em conta a crescente preocupação com o aquecimento global, a 
BM&FBOVESPA e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 
(BNDES), decidiram criar o Índice Carbono Eficiente (ICO2). Esse indicador, 
composto pelas ações das companhias participantes do índice IBrX-50 que 
aceitaram participar dessa iniciativa, adotando práticas transparentes com 
relação a suas emissões de gases efeito estufa (GEE), leva em consideração, para 
ponderação das ações das empresas componentes, seu grau de eficiência de 
emissões de GEE, além do free float (total de ações em circulação) de cada uma 
delas. 
Índice de Consumo 
(ICON) 
O Índice BM&FBOVESPA de Consumo (ICON) tem por objetivo oferecer uma 
visão segmentada do mercado acionário, medindo o comportamento das ações 
das empresas representativas dos setores de consumo cíclico e não-cíclico. As 
ações componentessão selecionadas por sua liquidez, e são ponderadas nas 
carteiras pelo valor de mercado das ações disponíveis à negociação. 
Índice Imobiliário 
(IMOB) 
O Índice BM&FBOVESPA Imobiliário (IMOB) tem por objetivo oferecer uma 
visão segmentada do mercado acionário, medindo o comportamento das ações 
das empresas representativas dos setores da atividade imobiliária 
compreendidos por construção civil , intermediação imobiliária e exploração de 
imóveis . As ações componentes são selecionadas por sua liquidez, e são 
ponderadas nas carteiras pelo valor de mercado das ações disponíveis à 
negociação. 
Índice Financeiro (IFNC) 
O Índice BM&FBOVESPA Financeiro (IFNC) tem por objetivo oferecer uma visão 
segmentada do mercado acionário, medindo o comportamento das ações das 
empresas representativas dos setores de intermediários financeiros, serviços 
financeiros diversos e previdência e seguros. As ações componentes são 
selecionadas por sua liquidez, e são ponderadas nas carteiras pelo valor de 
mercado das ações disponíveis à negociação. 
Índice de Materiais 
Básicos (IMAT) 
O Índice Materiais Básicos (IMAT) BM&FBOVESPA tem por objetivo oferecer 
uma visão segmentada do mercado acionário, medindo o comportamento das 
ações das empresas representativas do setor de Materiais Básicos. As ações 
componentes são selecionadas por sua liquidez e ponderadas nas carteiras pelo 
valor de mercado das ações disponíveis à negociação. 
Índice Utilidade Pública 
( UTIL) 
O Índice Utilidade Pública (Util) BM&FBOVESPA tem por objetivo oferecer uma 
visão segmentada do mercado acionário, medindo o comportamento das ações 
das empresas representativas do setor de utilidade pública (energia elétrica, 
água e saneamento e gás). As ações componentes são selecionadas por sua 
liquidez e ponderadas nas carteiras pelo valor de mercado das ações disponíveis 
à negociação. 
 
 
133 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Índice de Dividendos 
(IDIV) 
O Índice Dividendos (IDIV) BM&FBOVESPA tem por objetivo oferecer uma visão 
segmentada do mercado acionário, medindo o comportamento das ações das 
empresas que se destacaram em termos de remuneração dos investidores, sob 
a forma de dividendos e juros sobre o capital próprio. As ações componentes 
são selecionadas por sua liquidez e ponderadas nas carteiras pelo valor de 
mercado das ações disponíveis à negociação. 
Índice de Governança 
Corporativa Trade 
(IGCT) 
O Índice BM&FBOVESPA de Governança Corporativa Trade (IGCT) é composto 
pelas ações de empresas integrantes do IGC que atendam simultaneamente aos 
critérios de liquidez indicados a seguir. São incluídas na carteira do índice as 
ações integrantes do IGC que atenderem aos seguintes critérios, com base nos 
12 meses anteriores: a) inclusão em uma relação de ações cujos índices de 
negociabilidade somados representem 99% do valor acumulado de todos os 
índices individuais; b) participação em termos de presença em pregão igual ou 
superior a 95% no período. A mesma empresa pode ter mais de uma ação 
participando da carteira, desde que cada ação atenda isoladamente aos 
critérios de inclusão. Empresas com menos de 12 meses de listagem somente 
são elegíveis se tiverem mais de seis meses de negociação e se apresentarem, 
no mínimo, 95% de presença em pregão nos últimos seis meses do período de 
análise. 
 
Além dos índices de ações outros tipos de índices podem ser elaborados, como 
índices do mercado de fundos imobiliário o IFIX e índices de renda fixa que oscilam 
conforme a DI ou Selic. Com base nesses índices que as ETFs são elaboradas. 
 
 
Quem Emite 
Qualquer instituição financeira que possa emitir e gerir fundos de 
investimentos pode vir a emitir ETFs, é feito o pedido e registro da ETF na B3 
e, após a regulamentação da CVM ser aprovada, as cotas são emitidas no 
mercado primário da bolsa de valores, após isso, suas cotas podem ser 
negociadas no mercado secundário. 
 
 
Os ETFs são, por assim dizer, uma forma de Fundo de Investimento em Renda 
Variável2627, porém, seu patrimônio é investido de uma maneira que as oscilações de preço 
da Cota irão se assemelhar muito às oscilações desses Índices, ou seja, o Fundo de Índice 
da BM&FBovespa (BOVA11) oscila de forma semelhante às oscilações do índice Ibovespa 
– aquele que aparece no jornal todo dia. Pode-se dizer que quando investidor adquire cotas 
 
26 Existem fundos de ações abertos atrelados à algum índice vendido pelos bancos, estes nada mais são do que um fundo de renda 
variável que aplica parte de seu capital (no mínimo 67%) em cotas de ETF’s negociadas na Bolsa de Valores, mas isso não faz deles 
uma ETFs, as ETFs são, exclusivamente, fundos de investimento fechados com cotas negociadas em bolsa de valores. 
27Recentemente, um ETF de Renda Fixa foi lançado, ele busca refletir as oscilações de índices de renda fixa ou fundos de renda fixa 
com carteira de títulos de dívida. Por ser apenas 1 fundo com pequena representação no mercado, esse detalhamento foi deixado de 
lado neste material. Segue o link: 
http://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/negociacao/renda-fixa-privada-e-publica/etf-de-renda-fixa.htm 
http://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/negociacao/renda-fixa-privada-e-publica/etf-de-renda-fixa.htm
 
 
134 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
de determinado fundo de índice negociado na bolsa de valores, ele está aplicando, 
indiretamente, em todas as ações componentes do índice a ele relacionado, sem ter de 
comprar separadamente os papéis de cada empresa que compõe o índice. 
 
 
 
 
Como Funciona 
Nas ETFs o investidor pode investir de duas maneiras e obter retornos de duas 
maneiras: ele pode adquirir as cotas na sua emissão primária diretamente com 
a instituição financeira emissora ou participando do processo de subscrição 
das cotas mediante uma corretora participante, acarretando na compra de um 
lote mínimo de ETFs (normalmente uma quantidade razoável e de valor 
elevado), ou, ele pode comprar as cotas de ETF no mercado secundário por 
meio de qualquer corretora que atue na B3, nesse caso, o lote mínimo é de 10 
cotas. 
Conforme ocorrer a oscilação dos valores patrimoniais das cotas, 
proporcionais ao índice que o ETF segue, o investidor pode obter valorização 
ou desvalorização em relação ao preço pago pela cota inicialmente. Tendo as 
cotas em sua posse o investidor pode ainda negociá-las no mercado 
secundário, mas não há muito espaço para especulações, pois os preços de 
mercado das cotas de ETF seguem de perto o índice correspondente. Ou ainda, 
ele pode efetuar o Resgate dessas cotas junto ao emissor da ETF e trocar suas 
cotas pelas ações que compõem a carteira simulada do fundo, mas, 
logicamente, para poder fazê-lo ele precisa ter um número mínimo de cotas 
da ETF, para que seja possível convertê-las, proporcionalmente, às ações. 
 
 
 
 
135 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Portanto, investir em ETFs proporciona várias vantagens ao investidor: 
1) Diversificação 
Investir em ETFs é como se o investidor montasse uma carteira diversificada de 
ações, porém, sem precisar aplicar e acompanhar todas essas ações individualmente, a 
carteira do ETF que o investidor adquirir já possui todas essas ações e a oscilação de 
preços da cota do ETF é uma média da oscilação de preços dessas ações. 
 
Portanto, o investidor investe em várias ações, diversificando seu investimento, sem 
ter o mesmo trabalho de fazer isso por conta própria, reduz o risco de sua carteira e analisar 
o investimento em ETFs é mais fácil do que analisar o investimento em cada ação 
individualmente, pois o risco específico de cada ação é mitigado por conta da diversificação. 
 
2) Flexibilidade 
As cotas de ETF1s são negociadas na Bolsa de Valores como se fossem ações, por 
conta disso, negociá-las é um processo simples,fácil e rápido, bem menos trabalhoso, para 
o investidor, se comparado ao trabalho que ele teria para montar, acompanhar e analisar 
uma carteira de ações, por conta própria. Numa carteira de ações o investidor teria de 
aplicar seu dinheiro em várias ações diferentes, efetuar várias análises e realizar um 
acompanhamento específico para cada ação adquirida, já com a ETF basta analisar, 
acompanhar e negociar a cota da ETF desejada. 
 
3) Transparência 
Ao contrário de outros Fundos de Investimentos Abertos em Renda Variável 
(genéricos ou multimercado), o ETF é como uma ação, todas as informações pertinentes 
como Carteira de Ativos, oscilação de preços, volume de vendas etc., estão disponíveis, 
em tempo real, para consulta por parte do investidor. Além disso, quando o investidor vende 
a sua cota para auferir seu lucro ele a vende pelo preço de mercado no momento da venda 
por outro lado, quando o investidor realiza o resgate de suas cotas de fundos de renda 
variável abertos o valor que ele receberá será referente há um dia útil após o pedido. 
 
4) Menor Capital Inicial 
O valor de uma cota ETF é bem acessível, o preço de uma ETF representa um 
milésimo do valor do Índice ao qual ela segue, por exemplo, se o IBOVESPA1 estiver em 
45 mil pontos o BOVA11 (ETF que segue o IBOVESPA) será negociado num valor próximo 
à R$45,00. 
 
 
136 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Ou seja, para montar uma Carteira com os principais papéis da Bolsa de Valores 
brasileira o investidor precisaria desembolsar milhares de reais, mas, o investimento em 
ETF permite o mesmo com menos de R$500. 
 
 
O Lote Padrão para investir em um ETF são 10 cotas, portanto, se uma Cota do 
ETF custar R$50,00 investir nesse ETF custará cerca de R$500. 
A única desvantagem desse investimento é a questão da liquidez por conta do 
mercado ainda ser novo e pouco conhecido. As principais ETFs, como a 
BOVA11, já têm milhares de negociações diariamente, mas algumas ETFs ainda 
são recentes e, portanto, tem um volume menor. 
Mas, com o tempo, a tendência é que todas as ETFs venham a ganhar bastante 
liquidez. 
 
7.4.2. ETFs – Rentabilidade 
Na metodologia de composição das carteiras fictícias dos índices de ações algumas 
premissas precisam ser estabelecidas, uma delas reside no Reinvestimento dos 
Dividendos, as ações de empresa pagam semestralmente e/ou anualmente, dividendos28 e 
esses valores são reinvestidos nas carteiras fictícias, logo, as oscilações dos índices de 
ações não é determinado apenas pelas variações dos preços destas no mercado 
secundário mas, também, pelos seus dividendos. Da mesma maneira, as ETFs reaplicam 
os dividendos recebidos na própria carteira, aumentando o valor patrimonial do fundo e, 
desta maneira, fazendo com que o valor da cota da ETF seja extremamente próximo (em 
torno de 99%) do valor do índice de mercado que ela simula. 
 
Dessa forma, a única forma de rentabilidade reside na negociação dessas cotas, 
comprar barato e vender caro, logicamente, como os ETFs seguem a oscilação dos índices 
não há espaço para especulação, é apenas uma questão de tempo e sorte, o investidor 
deve ter em mente que se trata de um investimento de longo prazo. 
 
Investir em cotas de um ETF é um processo semelhante ao investimento em Ações, 
o ETF, como já foi dito anteriormente, é um Fundo de Investimento Fechado, ou seja, suas 
cotas são negociadas no Mercado Financeiro, para se investir nelas é preciso comprá-las 
 
28Dividendo é um valor proporcional ao lucro da empresa ao qual os acionistas têm direito de receber. 
 
 
137 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
na bolsa de valores, da mesma maneira, para auferir lucro é preciso vendê-las a um preço 
superior ao pago no ato da compra. 
 
Como os preços das cotas seguem as variações do índice à que o ETF é 
referenciado, basta o investidor realizar uma análise do índice que pretende investir e 
selecionar aquele que possuir expectativa de valorização e, então, comprar as Cotas do 
ETF que segue aquele índice, quando as cotas se valorizarem o suficiente basta vende-las 
para obter seu lucro. 
 
Ao mesmo tempo em que o investimento em cotas de ETF é cheio de riscos são 
esses mesmos riscos que permite ao investimento em cotas de ETF um potencial de 
rentabilidade considerável. Entre 1999 e 2012, o Ibovespa passou de 17mil pontos para 
61mil pontos, um crescimento de quase 259%. O investidor atento neste período que soube 
aproveitar as oscilações positivas e negativas do índice pode auferir lucros maiores ainda 
do que 259%, da mesma maneira, aquele que não soube realizar os investimentos amargou 
prejuízos consideráveis, principalmente, no período entre 2007 e 2008 quando a bolsa 
amargou uma desvalorização de quase 50%, passando de 64mil pontos para 37,5mil 
pontos, 5 anos depois, em 2013, a bolsa ainda não alcançaria os 64 mil pontos. 
 
De qualquer maneira, vai tudo depender da análise do investidor, de seu 
acompanhamento constante e de uma “pitada de sorte”. Uma observação importante, os 
dividendos pagos pelas ações que compõem a carteira do ETF não serão distribuídos aos 
cotistas, serão reinvestidos nas ações da carteira. Logo, tudo se resume ao preço de 
compra e de venda, por conta disso será preciso realizar análises. 
 
Analisar os fundamentos contábeis e financeiros de todas as ações da ETF não seria 
muito prático e, por conta da diversificação da carteira, não seriam muito eficientes essas 
análises pois a grande variedade de ativos na carteira da ETF diluí o impacto específico do 
resultado econômico de cada determinada ação sobre a oscilação do índice que a ETF 
segue. 
 
Logo, as análises válidas e praticáveis são a análise gráfica ou técnica e o 
acompanhamento de notícias relacionadas aos ativos do índice, mas que, de certa forma, 
vão surgir também na análise gráfica, logo, o foco deve ser a análise técnica mesmo. Por 
meio dessa análise o investidor vai determinar seus pontos de entrada e saída, ou seja, o 
 
 
138 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
momento e o preço de comprar e de vender para ter seu lucro. A análise técnica ou gráfica, 
como o nome já diz, analisa os históricos de preços do ativo e usa diversas ferramentas 
para tentar prever as oscilações futuras de preço desse ativo, desde a cálculos estatísticos 
até a análise de imagens e figuras que se formas nos gráficos. 
 
 
Quando o investidor aplica seu capital em cotas de um ETF, a estratégia de 
investimentos e diversificação de carteira fica limitada, uma vez que ao 
adquirir uma cota já se está aplicando, indiretamente, em vários ativos 
diferentes e não há a possibilidade de alterar a carteira do ETF – o fundo deve 
seguir o índice que está referenciado e, portanto, sua carteira de ativos é 
limitada aos ativos do índice –, por conta disso, a estratégia de investimentos 
para ETF é limitada e simples. 
O investidor analisa e seleciona os índices que desejar investir, avalia quais 
possuem potencial de valorização ou quais ele espera conseguir ganhar 
dinheiro por meio de especulação (ou seja, comprar e vender em curto período 
de tempo) e, então, compra as cotas quando estas estiverem sendo 
negociadas por um preço que o investidor julgar baixo o suficiente – ou seja, 
se a expectativa de valorização do índice for concretizada o investidor só terá 
lucro caso tenha adquirido as cotas por um preço abaixo da sua expectativa de 
valorização, mas se este preço estiver muito baixo pode ser sinalização de que 
ainda pode cair mais, ou se estiver muito alto, talvez já tenha valorizado 
demais. 
Portanto, qualquer estratégia de investimentos em cotas de ETF irá depender 
de uma análise prévia, conjuntural e gráfica principalmente, e é essencial que 
o investidor conheça os tipos de ETFs negociadose a composição de suas 
carteiras, uma vez que oscilação de preços dos ativos componentes da carteira 
de investimentos do ETF refletirá na oscilação de preços das Cotas. 
 
7.4.3. ETFs – Custos e Tributação 
Os custos são semelhantes, mas, em via de regra, menores do que outros 
investimentos em renda variável e/ou fundos de investimento, a principal vantagem em 
relação aos fundos de investimento é que não há o IR come-cotas nem Taxa de 
performance. 
 
Aplicar em ETFs tem os seguintes Custos: Taxa de Corretagem, Taxa de 
Administração, Custódia, Imposto de Renda e Emolumentos. Vamos ver cada um deles em 
detalhes: 
 
 
139 Mercado Financeiro de Capitais 
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• Taxa de Corretagem29: É cobrada pelas corretoras e bancos de investimentos para 
intermediar as negociações (compra e venda) na bolsa de valores. Pode ser cobrada 
de três maneiras: 
1. Taxa fixa independente do volume da operação. Por exemplo: R$ 10,00 por 
negociação realizada. 
2. Uma porcentagem sobre o montante da operação. Esta porcentagem pode variar 
de acordo com o volume transacionado. Por exemplo, quanto maior for o volume 
da operação menor será a porcentagem cobrada. Ou seja, se você negociar até 
R$5mil reais a corretagem será de 2% sobre os R$5mil e se negociar mais de 
R$5mil sua corretagem passa a ser 1%. 
3. Uma combinação de taxa fixa e porcentagem, ou seja, cada negociação será 
cobrada uma corretagem de R$10 mais 0,5% sobre o valor negociado. 
• Taxa de Administração: Trata-se da remuneração paga ao administrador do fundo 
de índice por executar os trabalhos relativos à gerência administrativa do fundo. O 
valor é expresso na forma anual, mas sua cobrança é diária e incide sobre o total do 
patrimônio do fundo. As despesas de taxa de administração, assim como eventuais 
receitas provenientes de empréstimos de ações integrantes da carteira, estão 
incorporadas nas cotas do fundo. Ou seja, ao consultar o valor da cota, o 
administrador já terá descontado o valor da taxa de administração. Portanto, é um 
custo que não vai sair diretamente do seu bolso porque já foi incorporado no preço 
da cota. 
• Emolumentos: É uma taxa de negociação e liquidação que incide sobre as 
negociações na Bolsa de Valores. Os emolumentos são cobrados pela 
BM&FBOVESPA e CBLC1 através de uma taxa fixa para cada tipo de operação. As 
operações normais de compra e venda efetuadas em pregões30 distintos, tem 
incidência de 0,0345%, sendo 0,0285% da BM&FBOVESPA (taxa de negociação) e 
0,006% da CBLC (taxa de liquidação). Já as operações de daytrade – compra e 
venda de um ativo em um mesmo dia – tem a incidência de 0,025%, sendo 0,019% 
da BM&FBOVESPA e 0,006% da CBLC. 
• Custódia: A custódia é o único Custo mensal para quem investe no mercado 
financeiro. É um valor, que pode ou não ser cobrado pela Corretora ou Banco 
 
29Algumas corretoras podem realizar suas negociações de forma separada, assim, se você pedir para comprar várias cotas diferentes, 
no mesmo dia, a corretora pode vir a taxar suas negociações várias vezes, taxando cada compra, por isso que custódia a preço fixo é 
algo arriscado para quem negocia muito. 
30 Pregão é um nome dado para o dia de negociações que vai das 10h às 17h. E o “after-market” que ocorre das 17h01 às 18h. 
 
 
140 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
(algumas corretoras dão isenções para quem negocia muito, outras simplesmente 
não cobram para atrair mais clientes), referente aos custos que eles têm junto à 
CBLC31 e pode assumir duas formas (as duas formas podem ser cobradas 
simultaneamente): 1) Custódia Fixa – é um valor fixo cobrado todo mês, as vezes, 
pode ocorrer um desconto, parcial ou total, sobre essa taxa, caso o cliente não 
possua nenhuma ETF; 2) Taxa sobre o valor da carteira do cliente– é uma taxa 
mensal que é cobrada de acordo com o valor de todos os ativos pertencentes à 
carteira do cliente no último dia útil do mês, pode ser um valor fixo ou uma 
porcentagem e normalmente só é cobrada para quem possuí mais de R$300mil em 
ativos. 
 
 
 
ISSQN 
Ainda sobre a taxa de corretagem, é importante destacar também que há a 
incidência do ISS (Imposto Sobre Serviços) sobre o valor da corretagem. Esta 
taxa varia de acordo com cada município e costuma ser de no máximo 5%. Por 
exemplo, para uma corretagem de R$ 10,00, o ISS de 5% será igual a R$ 0,50. 
Mas a corretora não necessariamente vai te cobrar isso ou te informar sobre 
isso, o mesmo que acontece quando compramos algo no mercado e pagamos 
ICMS sem saber. A taxa de Corretagem deve ser informada pela sua Corretora 
ou Banco e deve estar presente na sua Nota de Corretagem, um documento 
que você irá receber, via internet ou por correio, toda vez que realizar uma 
negociação na bolsa de valores, essa Nota de Corretagem irá conter todas as 
informações sobre a sua Negociação: Preço de Compra, Quantidade de 
Compra, Custos e Impostos etc. 
 
Imposto de Renda 
A cobrança do Imposto de Renda sobre as operações financeiras na Bolsa de 
Valores é a que mais gera dúvidas, por conta, disso vamos em partes. 
 
Primeiramente devemos saber que pagamos IR sobre operações financeiras no 
mercado de Renda Variável de duas maneiras: 
 
31CBLC é a sigla de Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia trata-se da entidade responsável por armazenar as informações que 
comprovam que os ativos adquiridos pertencem a você, ou seja, é quem “guarda” as suas ações e cotas. Antigamente se recebia um 
papel que certificava a posse dos mesmos, atualmente isso foi digitalizado e quem cuida disso é a CBLC. Assim, seus ativos ficam 
seguros e o sistema de negociações fica mais rápido e eficiente. Já imaginou se você tivesse que enviar por correio seus papéis que 
fosse vendê-los! 
 
 
141 Mercado Financeiro de Capitais 
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1) IR na Fonte, retido pela Corretora ou Banco. Em operações de Daytrade, há 
cobrança de 1% IR sobre o valor da operação na fonte. Para operações normais, há 
cobrança de 0,005% de IR sobre o valor da operação. 
2) Em ambos os casos, esse valor retido poderá ser declarado no IR e seu valor será 
abatido do total a reter de IR. Além disso, esse valor poderá ser considerado como 
um acréscimo no preço de compra da ETF e, assim, quando formos vendê-la isso 
irá reduzir o valor nominal do lucro auferido para fins de IR. 
 
 
Se você se esquecer de fazer a sua Declaração de Ganhos de Capital, estará 
sujeito a cobrança de Juros, Multa e correção monetária com base na SELIC. 
Acesse o site da Receita Federal e informe-se a respeito sobre como utilizar o 
programa para fazer declarações. 
Para mais informações e orientações sobre esse procedimento basta acessar 
o site da Receita Federal: 
http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaFisica/IRPF/2012/perguntao/assun
tos/ganho-de-capital.htm ou baixar o manual em: 
http://idg.receita.fazenda.gov.br/interface/cidadao/irpf/2017/perguntao 
 
3) IR pago mensalmente: Nesse caso, devemos declarar nossos ganhos utilizando o 
software da Receita Federal, IRPF, e dentro dele haverá uma aba chamada de 
Ganhos de Capital, nela você irá inserir os dados para a declaração de ganhos com 
a alienação de valores mobiliários (as Cotas de um ETF são valores mobiliários) e 
então enviar à Receita a declaração pela internet mesmo. Basta colocar o valor de 
Compra e o de Venda, ambos estarão presentes na sua nota de corretagem que sua 
corretora lhe enviará. Para quem negociou mais de R$20mil no mês, essa 
declaração deverá ser feita no mês seguinte ao da venda da ETF. Caso contrário, 
anualmente junto com a declaração de IR normal. 
4) Para operações de Daytrade o IR será de 20% e para operações normais de 15%. 
Detalhe técnico: No preço de compra todos os custos entram, assim, se você pagou 
R$45 na ETF e com os custos e IR na fonte, pagou R$47, o preço decompra declarado 
será R$47. O mesmo vale no preço de venda, mas agora abatendo, se você vendeu a cota 
por R$55, mas com custos e taxas, recebeu R$52, o preço de venda para o IR será de 
R$52. Assim seu IR de 15% será sobre o lucro que de fato você obteve, ou seja, a diferença 
entre R$47 e R$52. Outro ponto importante, no caso de haver diversas cotas compradas e 
 
 
142 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
vendidas em momentos diferentes, você vai precisar calcular o valor médio delas, tanto 
para venda quanto para compra. 
7.4.4. ETFs – Riscos 
Como todo investimento de renda variável, as aplicações em ETFs não estão imunes 
aos riscos do mercado. Apesar da diversificação em sua carteira de Ações alguns desses 
riscos são mitigados, mas não deixam de existir. Por isso, é muito importante conhecermos 
todos os riscos envolvidos no investimento em Ações. 
 
O risco sistêmico é o risco presente em todo o tipo de investimento em renda 
variável e fixa, como por exemplo o já citado Risco da Inflação. É o risco associado a todo 
o sistema financeiro e como esse risco pode afetar o desempenho de seus ativos. Na renda 
fixa esse risco está mais relacionado às oscilações das taxas de juros e inflação, na renda 
variável a coisa fica bem mais complexa, a Conjuntura Econômica Nacional e Internacional, 
a Expectativa futura dos investidores, as oscilações do Dólar, Juros e inflação, enfim, muitos 
fatores externos que podem vir a afetar indiretamente o mercado de renda variável são uma 
fonte de Risco Sistêmico. Esse risco é completamente inevitável não importa a 
quantidade ações adquiridas nem a diversificação de seus investimentos. 
 
Já o risco específico e o de mercado podem ser mitigados com a diversificação. 
Investir em uma cota de ETF é como adquirir indiretamente Ações, portanto, tudo 
aquilo que pode vir a afetar o desempenho desse mercado pode afetar as cotas. Ações 
(como veremos em breve) são um “pedaço” bem pequeno de uma empresa negociados na 
Bolsa de Valores, por conta disso, tudo aquilo que pode vir a afetar o Mercado Financeiro 
e o Mercado no qual a empresa está inserida pode afetar os preços de suas Ações. Por 
exemplo, as ações da Petrobrás são afetadas pelo Preço do Barril de Petróleo, pelo 
Consumo de Gasolina no País e pelo “humor” dos investidores estrangeiro que aplicam seu 
capital em suas ações, quaisquer variações nesses três fatores irão afetar os preços das 
Ações da Petrobrás, porém, como a Carteira de ETF pode ser bastante diversificada, esses 
riscos são diminuídos. 
 
Além desses riscos todos os ativos negociados na Bolsa de Valores estão sujeitos a 
riscos Legais, de Crédito, Operacional, de Custódia e de Liquidez (vale mencionar que os 
riscos que serão citados são bem remotos, uma vez que o mercado de valores mobiliários 
brasileiro é uma referência mundial em segurança, fiscalização e organização). 
 
 
143 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Vamos detalhar esses cinco tipos de riscos. 
1) Risco Específico Legal: O risco de que uma parte sofra uma perda porque as 
leis ou regulações não dão suporte às regras do sistema de liquidação de 
valores mobiliários, à execução dos arranjos de liquidação relacionados ou 
aos direitos de propriedade e outros interesses que são mantidos pelo sistema 
de liquidação. O risco legal também surge se a aplicação das leis ou 
regulações é pouco clara e acaba afetando negativamente o negócio da 
empresa detentora de ações. 
2) Risco Específico de Crédito: É o risco associado às dívidas da empresa, no 
caso de ela não poder quitá-las e ir a concordata, falência ou execução 
judicial. Impactando assim, negativamente, em suas ações. 
3) Risco Específico Operacional: Risco de haver erro humano ou falha de 
equipamentos, programas de informática ou sistema de telecomunicações 
imprescindíveis ao funcionamento de determinado sistema ou ataques 
cibernéticos. 
4) Risco Específico de Custódia: O risco de perda nos valores mobiliários 
mantidos sob custódia, ocasionado por insolvência, negligência ou por uma 
ação fraudulenta do custodiante ou de um subcustodiante. 
5) Risco Específico de Liquidez: Variação desfavorável de retorno devido à falta 
de negociabilidade de um instrumento financeiro por preços alinhados com 
vendas recentes. O risco de liquidez pode surgir em função do tamanho de 
determinada posição em relação aos volumes usuais de negociação ou da 
instabilidade das condições de mercado. No caso das cotas de ETFs esse 
risco é baixo, pois a negociação das mesmas é bem movimentada, não tanto 
quanto o mercado de ações, mas suficientemente movimentada nas principais 
ETFs e, a tendência de continuar crescendo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
144 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Resumo das Características dos ETFs 
Funcionamento São Cotas Patrimoniais sobre Fundos de Investimentos Fechados que aplicam seu 
patrimônio em Ações que componham algum Índice de Mercado 
Lote Padrão: 10 cotas 
Tipos de ETFs variam muito, podendo aplicar em quaisquer índices de mercado 
calculados pela B3. Diversas instituições financeiras podem emitir ETFs, portanto, 
é possível haver mais de uma ETF que aplica no mesmo índice, mas com códigos 
diferentes e gestores diferentes. 
Custos Taxa de Corretagem, Custódia e Emolumentos. Taxa Adm. na fonte. 
Imposto de Renda de 15% sobre o lucro na venda; Isento sobre os Rendimentos 
Capital Inicial Varia de Cota para Cota, cada Cota segue proporcionalmente o valor do Índice. 
Riscos Riscos associados à carteira de ativos que o ETF detém. A valorização ou 
desvalorização dos ativos na carteira da ETF variam por uma enorme gama de 
fatores como o desempenho da empresa, do mercado onde ela está inserida, 
da economia, das expectativas dos investidores e até mesmo o humor dos 
mesmos pode afetar a variação de preços das ações. Vários riscos podem ser 
citados: Sistemático, Legal, de Mercado, Financeiro, Operacional etc. 
Rentabilidade Pelos mesmos motivos citados que geram os fatores de risco, o potencial de 
rentabilidade dos ETFs é elevado, mas sua rentabilidade é de fácil 
acompanhamento uma vez que segue de perto algum índice de mercado. O Lucro 
se dá mediante a venda das Cotas. 
Estratégias Existem muitas estratégias cada uma adequada para o perfil do investidor e de 
acordo com o planejamento de investimentos do investidor, algumas com 
maiores possiblidade de darem certo e outras com menor possibilidade, porém, 
todas são possibilidades e nenhuma delas é 100% certa e garantida 
Vantagens Liquidez elevada, Potencial de Rentabilidade Elevado 
Transparência de Informações, Acompanhamento fácil. Análise Gráfica mais 
sensível, por conta de seguir algum índice. 
Desvantagens Alto Risco, resultante da elevada quantidade de fatores que podem afetar o 
mercado, direta e indiretamente 
Impossibilidade de prever o futuro do mercado com 100% de certeza 
Capital inicial um pouco elevado 
Necessidade constante de acompanhamento e análise dos investimentos 
7.5. FIIs 
7.5.1. Definição, Funcionamento e Quem Emite 
Um fundo de investimento imobiliário (FII) é uma mistura de investimento em ações, 
com imóveis e com fundos de investimento. Para melhor entendê-los vou enumerar suas 
características e fazer algumas analogias: 
 
1) Fundo de Investimento Fechado 
Primeiramente, um FII é um fundo de investimento fechado, ou seja, as suas Cotas 
não podem ser resgatadas junto ao banco, isso ocorre porque as cotas do fundo não 
 
 
145 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
representam um montante de capital que pode ser a qualquer momento liquidado pelo 
banco/administrador do fundo e sim, representam um investimento no setor imobiliário. Por 
exemplo, o Fundo WPLZ11B, é um FII que adquiriu 30% dos direitos deexploração do 
imóvel em que se encontra o Shopping West Plaza, e por conta disso o Shopping West 
Plaza paga ao fundo WPLZ11B um aluguel referente a esses direitos de exploração, ou 
seja, o FII West Plaza shopping é “dono” de 30% do imóvel em que o shopping se encontra 
e por causa disso ele recebe um aluguel. Esse aluguel, após deduzidos impostos e custos 
de administração do fundo, é então distribuído aos cotistas na forma de Rendimentos 
Mensais. 
 
2) Aplicação do Patrimônio do Fundo 
A segunda característica de um FII, como já foi dita anteriormente, é que o patrimônio 
do fundo é aplicado no setor imobiliário, ou seja, é uma nova categoria de fundo de 
investimento. 
 
Existem os fundos de ações, que investem em ações, os fundos DI, que investem 
em renda fixa, entre outros fundos. Já os fundos imobiliários, investem em imóveis, de 
diversas maneiras (que serão explicadas posteriormente). Porém com um diferencial, como 
já foi dito, as Cotas dos FII são negociadas na Bolsa como se fossem Ações. Quando você 
compra uma Ação da Petrobrás, você está comprando um direito de ser sócio da empresa 
Petrobrás e por isso você irá receber, ocasionalmente, Dividendos e também terá a 
possibilidade de, posteriormente, vender esse direito no mercado secundário. Com os FII é 
a mesma coisa, A diferença é que você estará investindo em Imóveis. 
 
3) Acessibilidade dos FII e Benefícios Fiscais 
A terceira característica dos Fundos Imobiliários é a acessibilidade, por funcionarem 
pelo sistema de Cotas, o lote padrão de negociação desses FII é de 1 cota. E já que existem 
cotas a partir de R$1,00 nota-se que os FII são um ativo muito acessível. Além disso, 
visando facilitar ainda mais o ingresso de pequenos e médios investidores nesse mercado, 
o governo concedeu alguns benefícios fiscais. Para aquele investidor que: 
 
4) Detiver menos de 10% do total de cotas do fundo (o que é muita coisa! dado que a 
maioria dos fundos tem centenas de milhares de cotas e um patrimônio de centenas 
de milhões de reais). 
5) O fundo tem que ter no mínimo 50 cotistas (difícil ter menos do que isso). 
 
 
146 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
6) As cotas têm de ser negociadas em mercado de balcão organizado (SOMA) ou na 
Bolsa de Valores (existem fundos imobiliários que não são negociados nem na 
SOMA nem na Bolsa, logicamente, não há necessidade alguma de estudá-los pois 
o acesso a estes é restrito). 
 
Se respeitadas essas três condições (que quase sempre ocorrem) os rendimentos 
mensais pagos pelos fundos são isentos de IR, o que é um baita benefício! Visto que a 
maioria dos fundos costuma render o mesmo ou até mais que uma aplicação em CDI. A 
isenção de IR os torna, muitas vezes, mais rentáveis que os ativos de renda fixa. Já no ato 
da venda/alienação das cotas no mercado secundário, havendo lucro, incide 20% de IR. 
 
 
Quem Emite 
Geralmente, grandes instituições financeiras emitem e administram os fundos 
imobiliários, porém, por diversas vezes eles apenas estão intermediando um 
processo mais complexo, empresas que detêm imóveis em seus patrimônios ou 
que atuam na construção civil podem buscar nos FIIs uma excepcional fonte de 
financiamento para suas atividades, e inclusive esse processo vem crescendo 
muito no país. 
Por exemplo, o prédio sede do banco Itaú na av. Paulista em São Paulo, o edifício 
Ouroinvest ou os prédios em que as Faculdades Anhanguera realizam suas 
atividades, ambos faziam parte do patrimônio das empresas Itaú e Kroton, para 
ambas, era um grande capital parado, o negócio do Itaú, um banco, é movimentar 
dinheiro, enquanto o negócio da Kroton é educação, logo, para nenhum dos dois, 
esse dinheiro potencial e parado era algo positivo. Ao mesmo tempo, encontrar 
meia dúzia de investidores com capital suficiente para comprar esses imóveis 
seria bem difícil, assim, os FIIs surgem como uma alternativa de financiamento. 
Ao transformar seus patrimônios em um FII e dividir esse patrimônio em cotas de 
R$100, ele puderam vender seus ativos imobilizados no mercado financeiro com 
muita facilidade, captar uma grande quantia e, ao firmar um contrato de aluguel 
atípico com o FII, garantiram para eles um custo de permanência fixo e projetável 
à longo prazo ao mesmo tempo em que deram segurança para os investidores do 
FII, todos saíram ganhando, o emissor que captou dinheiro ao vender seus imóveis 
e passar a ser um inquilino, e os investidores que puderam se tornar proprietários 
de um imóvel altamente rentável mas que individualmente seria extremamente 
caro de se investir. 
Além desse tipo de FII, podem existir FIIs como o Shopping Parque Dom Pedro em 
Campinas/SP que teve suas obras financiadas com o dinheiro da emissão do FII 
antes de sua construção, quem detêm cotas desse FII recebe uma parcela dos 
lucros do shopping. Ainda há FIIs de caráter financeiro que atuam comprando 
cotas de outros FIIs, CRIs e FIDCs. Assim como existem FIIs que atuam comprando 
imóveis comerciais, ou até mesmo, construindo e vendendo imóveis e repassando 
os lucros aos cotistas. 
 
 
147 Mercado Financeiro de Capitais 
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Resumindo, um fundo de investimento imobiliário é um fundo de investimento 
fechado, ou seja, suas cotas são negociadas em bolsa de valores e não há possibilidade 
de resgate junto ao banco. Tem seu patrimônio aplicado no mercado imobiliário de diversas 
maneiras e o lucro proveniente dessas operações é distribuído, proporcionalmente, aos 
cotistas na forma de Rendimentos e/ou Amortizações. Na sua grande maioria os fundos 
distribuem rendimentos mensalmente, dentro de certas condições os Cotistas recebem 
isenção de IR sobre os rendimentos distribuídos e existem cotas no mercado a preços 
acessíveis a partir R$1,00. Esclarecido então o que é um fundo, podemos resumir como 
funciona esse investimento: 
 
 
 
Como Funciona 
Funciona exatamente igual ao investimento em Ações, você abre uma conta 
na corretora ou banco e compra e vende as Cotas na Bolsa de Valores. E os 
custos são exatamente os mesmos. A única diferença está nos Rendimentos 
Distribuídos pelo FII, que dadas certas condições (e, diga-se de passagem, 
quase sempre você vai se enquadrar nessas condições), são isentos de IR. O 
Lote padrão para FIIs é de 1 cota, com apenas uma cota o investidor já tem 
direito aos rendimentos proporcionais. 
 
7.5.2. FIIs – Custos e Tributação 
Os custos de se operar com FIIs são idênticos aos de se operar com Ações e ETFs, 
a principal diferença reside no IR. 
 
Imposto de Renda: Em ambos as negociações, daytrade ou normal, o lucro na 
operação de venda do FII incide uma cobrança de 20% de IR. Independentemente do valor, 
a venda deve ser declarada no mês seguinte ao da venda e o imposto recolhido, mediante 
o software da receita federa. Com relação aos cálculos vale o que já foi explicado 
anteriormente, considere todos os custos sobre a compra para somar ao preço de compra 
e todos os custos sobre a venda para abater do preço de venda, obtendo assim, o valor 
exato de lucro auferido para o cálculo do IR. 
 
 
 
 
 
148 Mercado Financeiro de Capitais 
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Isenção de IR sobre os Rendimentos de FIIs 
Como os rendimentos distribuídos pelos FIIs são provenientes das atividades 
desempenhadas pelo FII, como por exemplo, parcela proporcional dos 
aluguéis recebidos pelo FII de seus inquilinos, e essas atividades já tiveram 
recolhimento prévio de IR, feito pelo gestor do FII, os cotistas são beneficiados 
com a isenção de IR sobre esses rendimentos, uma vez que pagar IR sobre eles 
seria bitributação. 
 
7.5.3. FIIs – Rentabilidade 
A rentabilidade de um Fundo Imobiliário pode ocorrer de duas maneiras, com o Lucro 
na Alienação (Venda) das cotas no mercado secundário e com os Rendimentos Distribuídos 
periodicamentepelo Fundo. Para compreender melhor o Potencial de rentabilidade de um 
Fundo Imobiliário, tanto em relação ao potencial de valorização da cota quanto em relação 
ao potencial de rendimentos distribuídos mensalmente, o investidor precisa analisar o Perfil 
do Fundo, suas políticas de investimentos e seus ativos-alvo. 
 
As tabelas abaixo foram elaboradas com o objetivo de simplificar e facilitar essa 
análise para o investidor, nessas tabelas estão separados todos as Categorias e 
Subcategorias que os Fundos de Investimento Imobiliário podem assumir, de acordo com 
as suas Políticas de Investimentos e Ativos-Alvo32. Para elaborar essas tabelas e realizar 
essa categorização dos Fundos Imobiliários foram analisados os Prospectos e Perfis de 
investimentos de cada fundo imobiliário negociado na Bolsa de Valores em 2012 – essas 
categorias foram elaboradas visando abranger todas as possíveis variações que os fundos 
podem assumir, portanto, mesmo com o lançamento de novos fundos nos anos seguintes 
à pesquisa, dificilmente esses novos fundos não se enquadrem nas categorias propostas. 
 
Em suma, são 5 categorias, cada uma com pelo menos 2 subcategorias e vários 
ativos-alvo – muitos preferem definir o tipo do Fundo Imobiliário de acordo com os seus 
Ativos-Alvo, o que é na verdade um grande equívoco, uma vez que Fundos Imobiliários 
com ativos-alvo semelhantes podem vir a ter Políticas de Investimentos diferentes e, isso, 
muda completamente o perfil de Risco e o Potencial de Retorno do Fundo Imobiliário. 
 
32Estas tabelas são resultado de uma longa análise realizada para elaborar o Artigo “Entendendo o que é um FII” e “Proposta de 
Categorização dos Fundos de Investimentos Imobiliários brasileiros”, por EID, G.S. (2012). 
 
 
149 Mercado Financeiro de Capitais 
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Atualmente os ativos-alvo dos Fundos Imobiliários são: Agências Bancárias, 
Hospitais, Shopping Centers, Galpões Industriais, galpões logísticos, edifícios-sede, 
edifícios comerciais (lajes corporativas), Instituições de Ensino, Salas Comerciais, 
Residências, Centros de Conveniência e Serviços, Hotéis, Títulos Financeiros Imobiliários 
e de Renda Fixa, Cotas em FIPs, Ações de empresas vinculadas à Construção Civil e Cotas 
de FIIs. 
 
Vamos ver em detalhes as categorias: 
A categoria I possui o mais baixo nível de risco e, consequentemente, um baixo 
potencial de rentabilidade, em compensação, apresentam um fluxo de rendimentos 
distribuídos constantes e crescentes ao longo do tempo. 
 
 
A categoria II também possui um baixo nível de risco, mas, por conta do objetivo de 
Alienação dos imóveis, o potencial de rentabilidade é maior do que os Fundos da Categoria 
I. Esses fundos não, necessariamente, apresentam um fluxo de rendimentos distribuídos 
constantes e crescente ao longo do tempo, o lucro desses fundos tem caráter eventual e 
na forma de Amortizações. 
 
 
 
150 Mercado Financeiro de Capitais 
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A categoria III é a que tem o maior nível de risco, mas esse nível de risco varia muito entre 
as subcategorias, a Categoria de Projetos pré-arrendados têm o menor risco, pois, depois 
de concluída a obra, haverá um inquilino e isso também afeta o potencial de rentabilidade, 
que é o menor das 3 subcategorias. 
 
A subcategoria de Projetos para locação posterior tem um risco maior, além do risco 
da própria construção do empreendimento, há o risco de vacância até que se encontre um 
inquilino, em compensação, vão buscar uma remuneração maior. A subcategoria que visa 
alienar posteriormente o empreendimento é a de maior risco e maior potencial de 
rentabilidade, conta com o risco da construção e de liquidez dos imóveis a serem vendidos, 
em compensação, proporcionarão uma das maiores rentabilidades entre todas as 
categorias de fundos imobiliários, assim que as Alienações forem concretizadas e o lucro 
distribuído. 
 
 
 
 
 
151 Mercado Financeiro de Capitais 
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A categoria IV tem um nível de risco baixo, não mais baixo do que a Categoria I, pois 
aplica em títulos de dívida imobiliária, há o risco inerente a esses ativos, mas em 
compensação, costumam render mais do que os títulos de renda fixa. O potencial de 
rentabilidade é baixo, mas constante. 
 
 
 
152 Mercado Financeiro de Capitais 
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A categoria V é uma mistura de todas as categorias já citadas, por conta disso, os 
níveis de risco e o potencial de rentabilidade variam muito e dependem da política de 
investimentos predominante. 
 
 
 
153 Mercado Financeiro de Capitais 
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7.5.4. FIIs – Estratégias de Investimentos 
E por último, existem várias estratégias de investimentos em Fundos Imobiliários, 
assim como ocorre nas ações, mas 3 delas são dignas de atenção: 
 
1) Adquirir FII’s que pagam bem: Os históricos de pagamentos dos Fundos Imobiliários 
estão disponíveis no website da Bovespa na seção Histórico de Distribuição de cada 
respectivo FII, com base nisso, o investidor separa os FII’s que estão pagando bem 
em relação ao seu preço de venda no mercado. Basta dividir o preço do rendimento 
pago pelo preço de venda da Cota no mercado, se esse resultado (%) for superior 
ao CDB está valendo a pena comprá-lo. 
 
 
154 Mercado Financeiro de Capitais 
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2) Adquiri FII’s próximo ao reajuste do aluguel: No website já citado podemos encontrar 
os ativos que o FII adquiriu e saber que mês do ano em que o aluguel será 
reajustado, basta olhar o Prospecto do Fundo (ou também é só observar o histórico 
de distribuição e buscar um período em que os valores pagos sempre aumentam 
com regularidade anual), e assim, adquirir as cotas alguns meses antes do ajuste do 
aluguel, assim quando o ajuste ocorrer o preço da Cota provavelmente irá subir 
também, você ganha na venda se quiser ou ganha no pagamento mensal. 
3) Adquirir e Vender FII’s conforme seu Preço Justo: Baseado nas duas estratégias 
citadas anteriormente, podemos elaborar uma estratégia semelhante àquela usada 
nas LTN e NTN-F, após adquirirmos uma Cota FII, fazemos a seguinte conta, o 
quanto eu quero receber mensalmente (1% por exemplo vira 0,01), e divido o valor 
pago mensalmente por esse valor essa conta vai me dar um resultado (por exemplo, 
R$1,00 divido por 1% dá R$100). Esse resultado é o preço-justo desse FII (justo 
para você, essa medida em % pode variar entre pessoas e mercados, 1% na Europa 
por exemplo é muito, para o Brasil é apenas razoável), você só vai vender sua Cota 
por um preço superior a esse, e o raciocínio inverso para compra, se esse FII estiver 
mais barato do que isso você o compra. 
 
Se não souber quanto de % colocar, utilize a taxa DI, uma vez que a renda mensal 
do FII é isenta de IR, se você conseguir um FII que lhe renda o mesmo que DI, já vai estar 
ganhando mais que a maioria dos ativos de renda fixa, pois será um rendimento líquido da 
DI, ou seja, um CDB de 100% da DI renderá menos do que um rendimento de FII igual à 
DI, pois não haverá IR sobre o rendimento do FII. 
 
Portanto, pegue o rendimento pago pelo FII dívida pela DI do mês, se o valor do FII 
no mercado estiver abaixo do valor obtido na conta, compre. Se você já tiver a cota e o 
valor do mercado estiver bem acima, pode vender (Mas vale uma sugestão aqui, foque nos 
rendimentos e não na venda das cotas, pois os rendimentos crescem com o tempo, logo 
sua rentabilidade também vai crescer). 
7.5.5. FIIs – Riscos 
Já os riscos são semelhantes aos riscos das ações e dos imóveis, mas ao mesmo 
tempo, são bem menores do que os dois, isso porque as características peculiares de um 
FII o tornam melhordo que o investimento direto em imóveis e em comparação às ações, 
os Fundos Imobiliários fazem parte de outro mercado e outro sistema, então, enquanto o 
 
 
155 Mercado Financeiro de Capitais 
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cenário para empresas ou “humor” dos investidores de ações estão de um jeito, o cenário 
para os FII e o “humor” de seus investidores é completamente outro. 
 
Quando comparado ao investimento direto em imóveis, um FII tem maior liquidez 
que um imóvel, ou seja, vende mais rápido. Além disso, tem um menor risco de ficar vazio 
por conta da localização dos imóveis que o FII investe. Adicionalmente, todos os contratos 
de aluguel que o FII firma com seus inquilinos são reajustados acima da IGP-M e tem um 
prazo excepcional (normalmente, décadas de contrato), ou seja, não há risco de ficarem 
vazios e nem de renderem menos do que a inflação (se você os comprar pelo preço 
correto). Também podemos citar que os imóveis são segurados em caso de emergência, 
assim se o prédio cair ou pegar fogo você ainda receberá uma indenização, resumindo, em 
relação ao investimento direto em imóveis os FII são muito superiores e muito mais fáceis 
e baratos. 
 
Quando comparados às ações, o mercado imobiliário é muito mais estável e menos 
especulativo, além disso, o lucro nesse mercado depende principalmente dos aluguéis, ou 
seja, a demanda e a oferta afeta pouco aqui, sendo assim, temos menos volatilidade. 
 
Dessa forma, os FII’s são uma maneira excelente de se diversificar a sua carteira de 
investimentos, uma alternativa muito interessante para quem quer investir no mercado 
imobiliário e principalmente, um ótimo ativo para quem planeja investir no longo prazo e 
que quer um investimento que gere lucros mensais e constantes acima da inflação, sem ter 
que correr os riscos de se investir em empresas, pois os FII investem em imóveis. 
 
Por tudo isso, os Riscos de um FII são baixos se comparados às ações e imóveis e 
as possíveis rentabilidades são interessantes, de um lado o FII distribui lucros mensalmente 
reajustados anualmente pela Inflação (a grande maioria dos FII rende proporcionalmente 
mais do que o CDB), por outro lado, o FII proporciona também ganhos com a valorização 
de suas cotas (assim como ocorre com as ações) pois, se os imóveis em que o FII estão 
se valorizando e rendendo mais, nada mais natural do que o valor da Cota do FII valorizar 
também. 
 
O maior e principal risco, mas que ao mesmo tempo pode não ser tão relevante 
assim, é a liquidez, alguns fundos ainda tem um volume de negócios baixo e, logo, baixa 
liquidez, mas como veremos a seguir, isso não vai afetar muito sua lucratividade com esse 
 
 
156 Mercado Financeiro de Capitais 
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investimento, vai afetar sua capacidade de comprar e vender, mas não a lucratividade. Mas, 
atualmente, esse mercado já cresceu muito assim como sua liquidez. 
 
 
 
157 Mercado Financeiro de Capitais 
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Resumo das Características dos FIIs 
Funcionamento São Cotas Patrimoniais sobre Fundos de Investimentos Fechados que aplicam seu 
patrimônio em Investimentos Imobiliários diversos 
Lote Padrão: 1 cota 
Tipos de FIIs variam muito, podendo aplicar em imóveis, terrenos agrícolas, 
shopping centers, hospitais, cemitérios, residências, edifícios comerciais, dívidas 
imobiliárias, ações de empresas do ramo imobiliários e outras cotas de FIIs. 
Custos Taxa de Corretagem, Custódia e Emolumentos 
Imposto de Renda de 20% sobre o lucro na venda; Isento sobre os Rendimentos 
Capital Inicial Varia de Cota para Cota, existem cotas a partir de R$1,00 
Riscos Riscos associados à carteira de ativos que o FII detém. Podem ser riscos de 
Crédito para FIIs com CRI’s ou LCI’s. Risco de vacância para FIIs com imóveis para 
alugar. Risco de Mercado para FIIs com Ações ou Cotas de FIIs. Combinação de 
todos esses riscos. Risco de Juros, Inflação e outros riscos sistêmicos e não 
sistêmicos também podem afetar o desempenho dos Rendimentos e das Cotas. 
Rentabilidade Pelos mesmos motivos citados que geram os fatores de risco, o potencial de 
rentabilidade dos FIIs é elevado, e vai depender tanto dos fatores quanto do 
desempenho da gestão do FII. 
O lucro nesse investimento pode se dar de duas maneiras: 
 Rendimentos pagos pelo FII mensalmente (Participação nos Lucros do FII) 
 Lucro na Venda das Cotas 
Estratégias Existem muitas estratégias cada uma adequada para o perfil do investidor e de 
acordo com o planejamento de investimentos do investidor, algumas com 
maiores possiblidade de darem certo e outras com menor possibilidade, porém, 
todas são possibilidades e nenhuma delas é 100% certa e garantida 
Vantagens Liquidez elevada, Potencial de Rentabilidade Elevado 
Transparência de Informações, Participação nos Lucros mensais 
Informações disponíveis para análises de investimentos 
Desvantagens Alto Risco, resultante da elevada quantidade de fatores que podem afetar o 
mercado, direta e indiretamente 
Impossibilidade de prever o futuro do mercado com 100% de certeza 
Capital inicial um pouco elevado 
Necessidade constante de acompanhamento e análise dos investimentos 
 
7.6. Ações 
7.6.1. Definição, Funcionamento e Quem Emite 
Ações são ativos que representam uma parcela do capital de uma empresa. Ou seja, 
quem compra uma ação está comprando um “pedacinho” de uma empresa e, com isso, se 
tornando sócio dela. Porém, um tipo bem específico de sócio, pois ele só tem direito a 
receber parte dos lucros da empresa (chamados de Dividendos), não sendo responsável 
por nenhum prejuízo ou despesa que empresa venha a ter. 
 
 
158 Mercado Financeiro de Capitais 
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São dois os tipos de Ações no mercado: as Preferenciais (PN) e as Ordinárias (ON). 
A diferença é que as PN têm preferência sobre o pagamento de dividendos, enquanto as 
ON têm direito a Voto na Assembleia Geral de Acionistas da Empresa. 
 
 
Quem Emite 
Empresas de grande porte que demandam grandes quantidades de capital para 
financiar as suas atividades. Essas empresas buscam na abertura de capital uma 
fonte de grande volume de capital com um custo inicial bastante reduzido, porém, 
devem obedecer às mais diversas exigências. 
 
A dinâmica de se investir em Ações é bem simples, compra-se um Lote33 de Ações 
a um preço que é determinado pelo mercado (lei da oferta e da demanda) na Bolsa de 
Valores, depois, lucra-se com a venda dessas ações à um preço maior do que o foi pago 
por elas. 
 
Em tese, conforme as oscilações na conjuntura econômica e na atividade da 
empresa, as respectivas ações negociadas na bolsa de valores vão oscilar também, 
podendo ter seu preço valorizado ou desvalorizado, se a empresa cresce e lucra mais, o 
preço de suas ações também devem se valorizar, assim, se a empresa vai bem os preços 
sobem e se vai mal os preços caem (afinal, as ações representam uma pequena fração da 
empresa) e para obter lucro com elas (ou prejuízo) basta vendê-las novamente na Bolsa de 
Valores. 
 
Claro que, estamos simplificando, como já abordamos na conceituação de renda 
variável e ETFs, o mercado de renda variável está longe de ser simples e previsível, 
estamos lidando com uma infinidade de variáveis, a grande maioria imprevisíveis. Além 
disso, temos fatores psicológicos também, uma vez que a lei da oferta e da demanda é 
determinada pela percepção dos investidores (seres humanos, no final das contas) acerca 
das empresas listadas na bolsa de valores e, sendo assim, suas ações vão sofrer 
oscilações em seus preços de acordo com essa combinação de fatores econômicos e 
psicológicos. Eis o motivo de tanta volatilidade nesse mercado e, também, o motivo de seu 
tamanho potencial de rentabilidade. 
 
33Um lote é composto por 100 ações 
 
 
159 Mercado Financeiro de Capitais 
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Os dividendos, no final das contas, são uma pequena (e muitas vezes insignificante) 
fração do potencial de rentabilidade desses investimentos, sendo, poucas as ações em que 
os dividendos são o alvo, na maior parte dos casos, a especulação com o preço das ações 
é o objetivo final e meio de lucrar. 
 
 
Como Funciona 
Para se investir em ações pode ser recorrer aos Fundos de Renda Variável que 
investem em Ações, Clubes de Investimentos (que nada mais é que um grupo 
de pessoas dando dinheiro para um Gestor Autônomo investir para eles em 
ações, quase como um Fundo de Renda Variável, porém, esse é só para quem 
tem muito capital disponível), Fundos de Índices (ETF’s) (como já dissemos, é 
uma forma indireta de se investir nelas) e comprá-las diretamente na Bolsa de 
Valores. 
Novamente, como se trata de um investimento no mercado financeiro, em via 
de regra34, só é possível negociar Ações (comprar e vender) com o intermédio 
das corretoras. Assim, para investir em Ações o Investidor precisa apenas abrir 
uma Conta em uma Corretora ou Banco de Investimento, cadastrar-se no 
Homebroker (software que sua corretora elabora para permitir a você 
negociar as Ações via Internet) e então, negociar as Ações. 
Para aqueles que preferem fazer isso sem utilizar a Internet, há também a 
opção de se investir por meio da Mesa de operações, para isto o investidor 
precisar ligar na Corretora ou Banco e pedir quais Ações quer vender ou 
comprar. 
A compra das ações pode ocorrer de duas formas: Indireta, mais comum, por 
meio da compra de Ações de um terceiro que as pôs à venda no mercado 
secundário. Direta, menos comum porque implica numa IPO (Oferta primária 
de ações), que ocorre quando uma empresa vai “abrir” seu capital, ou seja, 
vender parte de si no mercado financeiro, isso pode ocorrer mais de uma vez, 
mas não ilimitadamente, nesse cenário, o investidor tem de se subscrever para 
poder participar dessa compra antecipada, tendo de respeitar alguns limites 
de capital inicial e lote de compra mínimo estipulados na IPO. 
 
 
34Algumas empresas têm planos de compra de suas ações para seus funcionários à preços mais baixos ou utilizando seu FGTS, é uma 
aposta, que pode ser vantajosa, mas exige cuidados e atenção aos detalhes, algumas empresas não permitem que os funcionários 
vendam essas ações no curto prazo, limitando assim seu potencial de lucro e a especulação. 
 
 
160 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
Ações e o financiamento das empresas 
O montante capitado com a venda das ações de uma empresa LTDA. 
(Sociedade Limitada) à torna uma S/A (Sociedade Anônima), esse dinheiro é 
de livre uso para empresa, como se fosse um empréstimo feito pelos seus 
novos acionistas, que passam a ser sócios da empresa. Isso muda a estrutura 
de gestão da empresa, em uma S/A a empresa não é mais dona de si, passando 
a ter suas decisões estratégicas deliberadas por um conselho administrativo 
composto, em parte, pelos acionistas. Dessa forma, esse “empréstimo” não sai 
de graça, os acionistas vão fazer exigências mínimas de rentabilidade, 
distribuição de parcela dos lucros na forma de dividendos, valorização do valor 
da empresa expresso na valorização dos papéis da empresa nas bolsas de 
valores etc. Resumindo, à curto prazo é um financiamento “barato” mas, a 
longo prazo, é uma aposta bastante cara, um empréstimo sem prazo final de 
pagamento e que vai gerar um compromisso financeiro perpétuo para a 
empresa, além das alterações em sua gestão interna. 
 
7.6.2. Ações – Rentabilidade 
A rentabilidade desse investimento se dá de duas formas, mas uma delas é muito 
mais preponderante do que a outra. Os dividendos são uma parcela do lucro da empresa 
que é anualmente repassado aos acionistas, algumas poucas empresas pagam um 
dividendo anual considerável e, por conta disso, são alvo de uma estratégia de investimento 
chamada Carteira de Dividendos, que nada mais é do que comprar ações apenas de 
empresas que remunerem bem no momento certo (preço mais baixo possível). 
 
Mas o verdadeiro potencial de rentabilidade das ações está na especulação com os 
preços de compra e venda. O lucro está em comprar o mais barato possível em um 
momento adequado, ou seja, um pouco antes de um movimento de valorização dos preços 
 
 
161 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
da ação, assim, quando a valorização chegar ao seu limite, você a vende e têm seu lucro, 
no menor espaço de tempo possível. 
 
Se não quiser ficar dependente desse prazo reduzido e das constantes vendas e 
compras, o investidor pode realizar aplicações mais conservadoras, buscando comprar 
ações de empresas com potencial de valorização à longo prazo elevado e vendê-las após 
certo tempo, quando tais expectativas se realizarem. Em ambos os casos, os riscos estão 
na liquidez (capacidade de conseguir vender e comprar rapidamente) e no caso de tais 
expectativas (sejam de curto ou longo prazo) não se concretizarem. 
 
 
Não faltam estratégias de investimento para o mercado de ações cada um tem 
a sua, mas para não confundir o leitor irei citar algumas das mais utilizadas: 
1) Tomada de Posições de compra e venda: Utilizando a ferramenta da Análise 
Gráfica (ou Técnica) o investidor analisa o “humor” do mercado, por meio da 
análise dos gráficos, históricos de preços – com o uso de ferramentas 
estatísticas – e define o momento e preço em que ele irá comprar a ação e 
depois vendê-la. É uma estratégia de curto prazo, as vezes o momento de 
compra e venda do papel ocorrem no mesmo dia (daytrade). 
2) Comprar Ações que pagam Dividendos: Algumas poucas empresas pagam 
dividendos “generosos” anualmente, rastrear e acompanhar essas ações e 
então comprá-las quando o preço delas estiver baixo é uma boa pedida para 
quem deseja receber um rendimento anual. É uma estratégia de longa 
duração, pelo menos 1 ano. A lucratividade aumenta relativamente, pois 
quanto mais barato você pagar pela ação, maior será o retorno relativo dos 
dividendos em relação ao preço de compra. 
3) Seguir as Tendências: O mercado de ações as vezes pode funcionar como o 
mar, os preços sofrem flutuações, oscilam como ondas e as vezes se elevam 
rapidamente e depois despencam como se fosse tsunamis, apesar da analogia 
parecer tola, muitos investidores utilizam ferramentas de Análise Técnica para 
tentar prever essas oscilações do mercado, chamadas de tendências, e então 
definir momentos de compra e venda de ações. É uma estratégia de prazo 
variável uma vez que as tendências podem ter durações variadas. 
4) Fundamentos Positivos: Por meio de uma ferramenta chama Análise 
Fundamentalista o investidor analisa os balanços financeiros da empresa 
portadora das ações, com base em indicadores elaborados para analisar seus 
“fundamentos” (informações que vão lhe dizer se a empresa anda bem ou não) 
o investidor decide se compra ou vende os papéis daquela empresa. É uma 
estratégia de longo prazo uma vez que os indicadores são lançados 
trimestralmente. 
 
 
162 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
5) Indicadores Financeiros positivos: Exatamente igual a estratégia anterior, 
mas agora são os fatores financeiros que são analisados, como Lucro, Margem 
de Lucro, Lucratividade comparada e etc. Normalmente as duas estratégias 
são utilizadas em conjunto. 
 
7.6.3. Ações – Custos e Tributação 
Os mesmos que os da ETF e FIIs, a diferença reside no IR novamente: 
Imposto de Renda: A tributação segue algumas regras: Somente quem negociou o 
equivalente à R$20mil ou mais, no mês deve recolher imposto de renda sobre o lucro das 
operações. A alíquota é de 15% para negociações normais e 20% para Daytrade. Além 
disso há um recolhimento na fonte de: 0,005% sobre operações normais e 1% no Daytrade.Quanto as orientações gerais são as mesmas já citadas com relação aos ETFs e FIIs. 
7.6.4. Ações – Riscos 
Os riscos de se investir em ações são muitos, uma vez que estamos colocando 
nosso dinheiro em um empreendimento estamos correndo riscos de Mercado – aqueles 
que afetam o desempenho do negócio, como a Conjuntura Econômica por exemplo –, não 
temos garantia alguma sobre nosso capital aplicado – ou seja, não há banco ou instituição 
ou governo que irá nos restituir em caso de prejuízo ou quebra do sistema, como ocorre na 
poupança e no CDB, em que sabemos que não há risco de perder tudo – e corremos riscos 
de Sistema – que são os riscos envolvidos nas negociações do mercado da bolsa de 
valores, o “humor” dos investidores afetam os preços dos ativos, o cenário internacional 
afeta, entre outros fatores, até mesmo a imagem da empresa pode afetar os seus preços. 
 
Ou seja, muitos fatores afetam as oscilações de preços das ações, e tudo isso 
representa um Risco para o nosso investimento, uma vez que essas oscilações podem ser 
negativas, o que prejudicaria nosso investimento. Assim como esses vários fatores podem 
representar um Risco são eles que representam também a oportunidade nesse 
investimento, o lucro com a negociação de ações não está somente nos dividendos que 
recebemos (na verdade os dividendos não geram lucro algum, é praticamente uma 
“esmola” que as empresas nos pagam anualmente e nem sempre pagam) e sim nessas 
oscilações de preços, são nessas oscilações do mercado em que podemos obter lucro 
vendendo nossas ações por um preço superior àquele que pagamos 
 
 
 
163 Mercado Financeiro de Capitais 
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Os riscos de se investir em ações são muitos, uma vez que estamos colocando 
nosso dinheiro em um empreendimento estamos correndo riscos de Mercado – aqueles 
que afetam o desempenho do negócio, como a Conjuntura Econômica por exemplo –, não 
temos garantia alguma sobre nosso capital aplicado – ou seja, não há banco ou instituição 
ou governo que irá nos restituir em caso de prejuízo ou quebra do sistema, como ocorre na 
poupança e no CDB, em que sabemos que não há risco de perder tudo – e corremos riscos 
de Sistema – que são os riscos envolvidos nas negociações do mercado da bolsa de 
valores, o “humor” dos investidores afetam os preços dos ativos, o cenário internacional 
afeta, entre outros fatores, até mesmo a imagem da empresa pode afetar os seus preços. 
Tudo aquilo que já foi abordado em ETFs e Fundos de Renda Variável. São muitos os 
fatores que afetam as oscilações de preços das ações, e tudo isso representa um Risco 
para o nosso investimento, uma vez que essas oscilações podem ser negativas, o que 
prejudicaria nosso investimento. 
 
Por outro lado, é esse risco que representa também a oportunidade nesse 
investimento, o lucro com a negociação de ações não está somente nos dividendos que 
recebemos (na verdade os dividendos não geram lucro algum, é praticamente uma 
“esmola” que as empresas nos pagam anualmente e nem sempre pagam) e sim nessas 
oscilações de preços, são nessas oscilações do mercado em que podemos obter lucro 
vendendo nossas ações por um preço superior àquele que pagamos. 
 
Vamos agora detalhar outros diversos riscos do mercado de renda variável, focando 
as ações: 
• Risco associado às oscilações de preços das commodities: A volatilidade no 
preço das commodities leva ao risco de um aumento nos custos ou nas receitas 
de negócios que atuam com essas commodities. As empresas que vendem 
commodities se beneficiam quando os preços aumentam, mas sofrem quando 
eles caem. Empresas que usam commodities como insumos veem o efeito 
oposto. No entanto, mesmo as empresas que não têm nada a ver com 
commodities, enfrentam, indiretamente, risco de commodities. À medida que os 
preços das commodities aumentam (petróleo e açúcar, por exemplo), os 
consumidores tendem a controlar os gastos, o que afeta toda a economia, 
inclusive a economia de serviços. 
• Risco de imagem: É o risco de que histórias na mídia prejudiquem os negócios 
de uma empresa. No mundo globalizado e de disseminação de informações com 
 
 
164 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
a internet de hoje em dia, esse é um risco considerável, informações sigilosas ou 
notícias relacionadas às empresas chegam ao público em instantes. Más notícias 
podem levar a uma desvalorização dos preços das ações de uma empresa 
específica ou até de um setor inteiro, muitas vezes ambos. Da mesma maneira, 
notícias otimistas quanto à recuperação econômica de um país, por exemplo, 
podem influenciar positivamente as ações da bolsa de valores desse país, e 
assim por diante. 
• Risco de psicológico: É o risco associado às diversas classificações que uma 
empresa pode receber. Todas as empresas, principalmente as de capital aberto, 
são avaliadas e classificadas constantes. A classificação de crédito afeta 
diretamente o preço que uma empresa pagará pelo financiamento. No entanto, 
as empresas de capital aberto têm outro número que importa tanto quanto, se 
não mais do que, a classificação de crédito. É a classificação de analistas de 
mercado. Qualquer mudança na classificação de analistas em uma ação têm um 
poderoso impacto psicológico na demanda por suas ações. Essas mudanças nas 
avaliações, sejam negativas ou positivas, muitas vezes causam efeitos muito 
maiores do que os justificados pelos eventos financeiros em si, que levaram os 
analistas a ajustar suas classificações. 
• Risco de Obsolescência: O risco de obsolescência é o risco de o negócio de uma 
empresa estar a caminho da sua extinção. Por exemplo, quando alguém 
encontrar uma maneira de produzir um produto similar a um preço mais barato. 
Com a concorrência global tornando-se cada vez mais experiente em tecnologia 
e reduzindo o déficit de conhecimento, o risco de obsolescência tende a crescer. 
• Risco de Detecção: Toda empresa listada na bolsa de valores tem seus 
demonstrativos financeiros e balanços contábeis auditados anualmente por 
entidades fiscalizadoras públicas e privadas, o risco de serem reprovadas parcial 
ou integralmente, e sofrerem sanções com isso, é o risco de detecção. 
• Risco Legislativo: O risco legislativo refere-se à relação legal entre governo e 
negócios. Especificamente, é o risco de as ações governamentais restringirem 
uma corporação ou indústria, prejudicando assim as propriedades de um 
investidor nessa empresa ou indústria. O risco real pode ser realizado de várias 
maneiras - um processo antitruste, investigações de corrupção, novos 
regulamentos ou padrões, impostos específicos e assim por diante. O risco 
legislativo varia em grau de acordo com a indústria, mas toda indústria tem 
alguns. Em teoria, o governo atua como cartilagem para evitar que os interesses 
 
 
165 Mercado Financeiro de Capitais 
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das empresas e do público se amassem. O governo intervém quando as 
empresas estão ameaçando o público e parece não querer se regular. Na prática, 
o governo tende a legislar demais. A legislação aumenta a imagem pública da 
importância do governo, além de proporcionar aos deputados com publicidade. 
Esses incentivos poderosos levam a um risco legislativo muito mais do que 
realmente necessário. 
• Risco dos Modelos: Quando há o risco de que os pressupostos teóricos 
subjacentes aos modelos econômicos e de negócios estejam errados. É o risco 
que mais cresce, desde 2008, quando diversas teorias econômicas se mostraram 
ineficazes, resultando na crise de crédito que “pegou” o mundo todo de 
“surpresa”. Outro exemplo, é quando metodologias de gestão se mostram 
obsoletas e são substituídas, as empresas que se regiam pelas teorias “falidas” 
sofrem com esse reajuste, sofrimento que vai se refletir no preço de suas ações. 
Por outro lado, uma grandeinovação de gestão, pode gerar o efeito inverso. 
• Risco de risco inflacionário e taxa de juros: Esses dois riscos podem operar 
separadamente ou em conjunto. O risco de taxa de juros, neste contexto, 
simplesmente se refere aos problemas que uma taxa de juros crescente causa 
para as empresas que precisam de financiamento. À medida que seus custos 
aumentam devido às taxas de juros, é mais difícil para eles permanecerem no 
mercado. Se está escalada nas taxas está ocorrendo em um momento de 
inflação, então uma empresa poderia potencialmente ver seus custos como um 
todo escalarem. Por outro lado, empresas que atuam com finanças podem se 
privilegiar com a derrocada das taxas de juros, assim como, empresas de bens 
de consumo e varejo podem aumentar seus lucros com a inflação. Além disso, 
empresas que tiverem uma gestão financeira mais eficiente que outras, vão 
ganhar competitividade em relação àquelas que estão endividadas, aumentando 
assim seu valor de mercado. 
 
 
 
Não há tal coisa como uma ação, investimento ou negócio sem risco. Embora cada 
um sofra com esses riscos universais e riscos adicionais específicos à sua maneira, 
os benefícios do investimento ainda podem superá-los. Como investidor, a melhor 
coisa que você pode fazer é conhecer os riscos antes de comprar, ter calma, 
paciência e uma “pitada” de sorte também. Lembre-se sem risco não há ganho, 
mas não vá ficar ganancioso e se arriscar demais. 
 
 
 
166 Mercado Financeiro de Capitais 
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Resumo das Características das Ações 
Funcionamento São frações de uma empresa, negociadas na bolsa de valores 
Lote Padrão de 100 ações 
Dois tipos básicos: Ordinárias(ON) e Preferenciais(PN) 
Custos Taxa de Corretagem, Custódia e Emolumentos 
Imposto de Renda de 15% sobre o lucro quando valor negociado exceder 
R$20mil mensais (para negociação normal, para negociação Daytrade a 
alíquota é de 20%) 
Capital Inicial Varia de Ação para Ação, basta pegar o preço da ação e multiplicar por 100 
para saber o valor do lote padrão (isso mais custos) 
Riscos A valorização ou desvalorização dos papéis variam por uma enorme gama 
de fatores como o desempenho da empresa, do mercado onde ela está 
inserida, da economia, das expectativas dos investidores e até mesmo o 
humor dos mesmos pode afetar a variação de preços das ações. Vários 
riscos podem ser citados: Sistemático, Legal, de Mercado, Financeiro, 
Operacional etc. 
Rentabilidade Pelos mesmos motivos citados que geram os fatores de risco, o potencial 
de rentabilidade das ações é elevado, e vai depender tanto dos fatores 
quanto do desempenho da empresa. 
O lucro nesse investimento pode se dar de duas maneiras: 
Dividendos pagos pela empresa (Participação nos Lucros) 
Lucro na Venda das Ações 
Estratégias Existem muitas estratégias cada uma adequada para o perfil do investidor 
e de acordo com o planejamento de investimentos do investidor, algumas 
com maiores possiblidade de darem certo e outras com menor 
possibilidade, porém, todas são possibilidades e nenhuma delas é 100% 
certa e garantida 
Vantagens Liquidez elevada, Potencial de Rentabilidade Elevado 
Transparência de Informações, Participação nos Lucros 
Informações disponíveis para análises de investimentos 
Desvantagens Alto Risco, resultante da elevada quantidade de fatores que podem afetar 
o mercado, direta e indiretamente 
Impossibilidade de prever o futuro do mercado com 100% de certeza 
Capital inicial um pouco elevado 
Necessidade constante de acompanhamento e análise dos investimentos 
 
 
 
167 Mercado Financeiro de Capitais 
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8. FONTES DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS NO EXTERIOR – O 
MERCADO DE CÂMBIO (FOREX) E EUROBONDS 
 
Objetivo 
Abordar dois dos principais métodos de captação de recursos no exterior, um de 
renda variável e um de renda fixa. 
 
Até o momento abordamos diversas formas que empresas, instituições financeiras e 
governos podem captar recursos se valendo do SFN, emitindo ativos de renda fixa ou renda 
variável, além de abordar o papel das instituições financeiras e investidores em meio a tudo 
isso. Porém, podem ocorrer situações em que a emissora (que pode ser um governo, 
empresa ou banco) necessite de recursos em moeda estrangeira ou de um determinado 
montante de capital que esteja disponível no mercado financeiro local ou que é muito 
custoso de ser obtido localmente. 
 
Por exemplo, se uma empresa precisa custear um investimento em dólares 
americanos, mas se encontra na Argentina, ela precisará recorrer ou ao mercado cambial 
para adquirir os dólares – tendo de pagar o valor da cotação da moeda no dia da 
negociação, arcando com diversos custos em pesos argentinos e riscos de oscilações 
cambiais – ou emitir eurobonds no mercado local em dólares, captando assim dólares dos 
investidores locais, essas são, resumidamente, as duas principais maneiras de captar 
recursos externos, o mercado cambial que é de renda variável e os eurobonds que são de 
renda fixa. 
 
8.1. O mercado cambial ou FOREX35 
O mercado de câmbio é o mercado no qual os participantes podem comprar, vender, 
trocar e especular com moedas de outros países. Os mercados de câmbio são compostos 
por bancos, empresas comerciais, bancos centrais, empresas de gestão de investimentos, 
hedge funds e corretoras e investidores de varejo. 
 
 
 
 
35 Foreign Exchange Market em inglês, Mercado de Câmbio. 
 
 
168 Mercado Financeiro de Capitais 
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O mercado de câmbio também é chamado de forex ou FX ou mercado cambial, 
trata-se do ambiente organizado no qual se negociam moedas. É considerado 
o maior mercado financeiro do mundo. Além de fornecer um piso para a 
compra, venda, troca e especulação de moedas, o mercado forex também 
permite a conversão de moeda para o comércio internacional e investimentos. 
 
8.1.1. Quem domina esse mercado 
O dólar dos EUA é de longe a moeda mais negociada, representando quase 85% de 
todos os negócios. O segundo é o euro, que faz parte de 39% de todos os negócios 
cambiais, e o terceiro é o iene japonês, com 19%. (Nota: esses números não totalizam 
100% porque há dois lados em cada transação de câmbio). 
 
De acordo com o estudo de 2018 da Greenwich Associates, o Citigroup e o 
JPMorgan Chase & Co. eram os dois maiores bancos do mercado cambial, combinando 
mais de 30% da participação no mercado global. O UBS, o Deutsche Bank e o Goldman 
Sachs compuseram os restantes lugares entre os cinco primeiros. De acordo com o CLS, 
um grupo de liquidação e processamento, o volume médio diário negociado em janeiro de 
2018 foi de US $ 1,805 trilhão. 
8.1.2. Origens do mercado Forex 
Até a Primeira Guerra Mundial, as moedas estavam atreladas a metais preciosos, 
como ouro e prata. Mas o sistema entrou em colapso e foi substituído pelo acordo de 
Bretton Woods após a segunda guerra mundial. Esse acordo resultou na criação de três 
organizações internacionais para facilitar a atividade econômica em todo o mundo. Eles 
eram o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio 
(GATT) e o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). O novo 
sistema também substituiu o ouro pelo dólar dos EUA, atrelado a moedas internacionais. O 
governo dos EUA prometeu apoiar os estoques em dólar com reservas de ouro 
equivalentes. 
 
Mas o sistema de Bretton Woods tornou-se redundante em 1971, quando o 
presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, anunciou a suspensão “temporária” da 
conversibilidade do dólar em ouro. As moedas agora estão livres para escolher suas 
 
 
169 Mercado Financeiro de Capitais 
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próprias contas e seu valor é determinado pela oferta e demanda nos mercados 
internacionais. 
8.2. Características do Forex 
O mercadocambial tem características e propriedades únicas que o tornam um 
mercado atraente para investidores que desejam otimizar seus lucros. 
8.2.1. Altamente Líquido 
O mercado forex tem atraído os comerciantes de moeda de varejo de todo o mundo 
por causa de seus benefícios. Um dos benefícios da negociação de moedas é o seu volume 
de negociação massivo, que cobre a maior classe de ativos globalmente. Isto significa que 
os comerciantes de moeda são fornecidos com alta liquidez. 
8.2.2. Aberto 24 horas por dia, 5 dias por semana 
No mercado cambial, quando um grande mercado forex fecha, outro mercado em 
uma parte diferente do mundo abre para os negócios. Ao contrário das ações, o mercado 
forex opera 24 horas por dia, exceto nos finais de semana e feriados36. Os traders acham 
isso uma das razões mais convincentes para escolher forex, uma vez que oferece 
oportunidades convenientes para aqueles que estão na escola ou trabalham durante dias 
e horários de trabalho regulares. 
8.2.3. Alavancagem 
A alavancagem dada no mercado forex é uma das formas mais elevadas de 
alavancagem que os comerciantes e investidores podem usar. Alavancagem em Forex é 
um empréstimo dado a um investidor por seu corretor, também chamada de margem de 
alavancagem. Com este empréstimo, os investidores podem aumentar os lucros e ganhos, 
ao negociar mais do que têm em depósito como garantia, isso significa que um investidor 
pode lucrar ou perder mais do que investiu inicialmente. 
 
Por exemplo, os investidores que têm uma conta no mercado forex de US $ 1.000 
podem negociar US $ 100.000 em moeda com uma margem de 1%, com uma margem 
alavancagem de 100: 1, que é a mais comum, porém, existem corretoras que oferecem até 
margens de 1:400. 
 
36As moedas podem ainda ser negociadas em feriados se pelo menos o mercado do país / global estiver aberto para negócios. 
 
 
170 Mercado Financeiro de Capitais 
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8.2.4. O maior do mundo das finanças 
O mercado de câmbio é único por várias razões, principalmente por causa de seu 
tamanho. O volume de negociação no mercado forex é geralmente muito grande por causa 
do número de pessoas que participam, a facilidade de negociação, bem como a 
acessibilidade ao mercado. Como exemplo, a negociação em mercados de câmbio teve 
uma média de US $ 5,1 trilhões por dia em abril de 2016, de acordo com o Bank for 
International Settlements, que pertence a 60 bancos centrais, e é usado para trabalhar em 
responsabilidade financeira e monetária. 
 
 
Esse mercado conta com a atuação dos Bancos Centrais dos países uma vez que 
os governos tem interesses em influenciar a cotação cambial de suas respectivas 
moedas, seja para auxiliar seus exportadores seja para reduzir custos com 
importação ou a pressão inflacionária decorrente, logo, não são apenas agentes 
econômicos que precisam de moeda e investidores especulando com moeda 
atuando nesse mercado mas, também, nações com seus respectivos bancos 
centrais, some isso à possibilidade de margens de alavancagem e o resultado são 
volumes negociados na ordem de trilhões por dia. 
 
8.2.5. Outras características do Forex 
Existem outros fatores-chave que diferenciam o mercado forex de outros como o 
mercado de ações: 
1. Há menos regras, o que significa que os investidores não são submetidos a 
normas ou regulamentos rigorosos como os de outros mercados. 
2. Não há câmaras de compensação e nenhum órgão central que supervisione 
o mercado forex. A maioria dos investidores não terá que pagar as taxas 
tradicionais ou comissões que você faria em outro mercado. 
3. Como o mercado está aberto 24 horas por dia, você pode negociar a qualquer 
hora do dia, o que significa que não há um horário específico para poder 
participar do mercado. 
4. O mercado cambial é o maior e mais líquido mercado do mundo, com trilhões 
de dólares trocando de mãos todos os dias. Assim, as negociações ocorrem 
em instantes. 
5. Não há localização centralizada, ao contrário, o mercado cambial é uma rede 
eletrônica de bancos, corretoras, instituições e operadores individuais (na 
maioria das vezes negociados por corretores ou bancos). Ou seja, não é 
preciso ter uma conta em cada corretora de cada país para poder operar em 
 
 
171 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
cada respectiva bolsa de valores, basta ter uma conta em uma corretora de 
câmbio ou banco de investimento que atue nesse mercado. 
6. Os fatores de influência sobre os valores das moedas são mais 
compreensíveis e “previsíveis” do que em outros mercados, há menos 
subjetividade. 
 
8.2.6. Pares Forex e Cotações 
Ao negociar moedas, elas são listadas em pares, como USD / BRL, EUR / USD ou 
USD / JPY. Estes representam o dólar dos EUA (USD) versus o real brasileiro (BRL), o 
Euro (EUR) versus o USD, e o USD versus o iene japonês (JPY) e assim por diante. 
 
Haverá também um preço associado a cada par, como 3,2569. Se esse preço estiver 
associado ao par USD / BRL, isso significa que custa 3,2569 de reais brasileiros para 
comprar um dólar dos Estados Unidos. Se o preço subir para 3,3336, então custa 3,3336 
para comprar um dólar e assim por diante, quando o preço de uma moeda estrangeira sobe 
em relação à moeda nacional é chamado de desvalorização cambial, quando a moeda 
nacional passa a comprar mais da moeda estrangeira, é chamado de valorização cambial. 
 
 
 
Quando se fala em valorização ou desvalorização cambial é preciso ter em mente 
em que contexto se fala, logo, se estamos no Brasil e dizemos que o câmbio se 
valorizou, significa que o valor do dólar caiu, logo, foi de 3,3336 para 3,1223 por 
exemplo, isso significa que a moeda nacional ficou mais forte, sempre que 
dizemos câmbio valorizou ou desvalorizou estamos nos referindo à moeda 
nacional em relação à outra, é preciso cuidado, se mudamos de país ou de 
referência valorização ou desvalorização pode significa o inverso. 
 
8.2.7. Lotes Forex 
No mercado cambial, as moedas são negociadas em lotes, chamados de lotes micro, 
mini e standard (padrão). Um lote micro vale 1000 de uma dada moeda, um mini lote é 
10.000 e um lote padrão é 100.000. Isso é diferente do que quando você vai a um banco e 
quer 450 dólares para viajar ao exterior. Ao negociar no mercado forex eletrônico, os 
negócios ocorrem em blocos estabelecidos de moeda, mas você pode negociar quantos 
blocos quiser. Por exemplo, você pode negociar sete lotes micro (7.000) ou três minis lotes 
 
 
172 Mercado Financeiro de Capitais 
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(30.000) ou 75 lotes padrão (750.000), por exemplo, é diante desses números que a 
alavancagem se torna necessária para o pequeno investidor especulativo. 
 
 
Quão grande é o mercado Forex? 
O mercado forex é único por várias razões, principalmente devido ao seu 
tamanho. O volume de negociação é geralmente muito grande. Como 
exemplo, a negociação em mercados de câmbio teve uma média de US $ 5,1 
trilhões por dia em abril de 2016, de acordo com o Bank for International 
Settlements. 
Os maiores mercados de câmbio estão localizados nos principais centros 
financeiros globais, como Londres, Nova York, Cingapura, Tóquio, Frankfurt, 
Hong Kong e Sydney. 
 
8.3. Forex: Como funciona 
O mercado forex está aberto 24 horas por dia, cinco dias por semana, nos principais 
centros financeiros do mundo. Isso significa que você pode comprar ou vender moedas a 
qualquer momento durante a semana. 
 
Do ponto de vista histórico, o comércio de moedas limitava-se em grande parte a 
governos, grandes empresas e fundos de hedge. Mas no mundo de hoje, a negociação de 
moedas é tão fácil quanto um clique de um mouse. A acessibilidade não é um problema, o 
que significa que qualquer pessoa pode fazer isso. Muitas empresas de investimento, 
bancos e corretoras de forex de varejo oferecem a oportunidadepara indivíduos abrir 
contas e negociar moedas. 
 
Assim sendo, não se trata de um mercado local aonde moeda são negociadas, mas 
de um mercado enorme, complexo e internacional, em que agentes econômicos de todo o 
mundo atuam simultaneamente. Além disso, Corretores de Forex também atuam como 
criadores de mercado, e podem lançar ofertas e pedir preços por um par de moedas que 
diferem do lance mais competitivo do mercado, com o intuito de influenciar as cotações. 
 
 
 
 
 
173 Mercado Financeiro de Capitais 
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O mercado forex é composto de dois níveis; mercado interbancário e mercado de 
balcão (OTC). O mercado interbancário, que é restrito, é onde os grandes bancos 
negociam moedas para fins de cobertura, ajustes de balanço e em nome dos 
clientes. O mercado de balcão é onde os indivíduos negociam através de 
plataformas e corretores on-line. 
 
 
Ao negociar no mercado forex, o investidor está comprando ou vendendo a moeda 
de um determinado país, em relação a outra moeda. Mas não há troca física de dinheiro de 
uma parte para outra. No mundo dos mercados eletrônicos, os traders normalmente estão 
assumindo uma posição em uma moeda específica, com a esperança de que haverá algum 
movimento e força ascendente na moeda que estão comprando (ou fraqueza se estiverem 
vendendo) para que possam ter lucro com a diferença de cotações praticadas. 
 
 
O lucro no mercado forex: Uma moeda é sempre negociada em relação a outra 
moeda. Se você vender uma moeda, você está comprando outra, e se você 
comprar uma moeda você está vendendo outra. No mundo do comércio 
eletrônico cambial, um lucro é obtido com a diferença entre os preços de 
transação. 
 
8.3.1. Transações Spot 
Uma transação no mercado spot é para entrega imediata, que é definida como dois 
dias úteis para a maioria dos pares de moedas. A principal exceção é a compra ou venda 
de USD / CAD, que é liquidada em um dia útil. O cálculo do dia útil exclui sábados, domingos 
e feriados legais em qualquer moeda do par negociado. Durante as temporadas de Natal e 
Páscoa, algumas transações spot podem levar até seis dias para serem saldadas. Os 
fundos são trocados na data de liquidação, não na data da transação. 
 
O dólar dos EUA é a moeda mais negociada. O euro é a moeda de balcão mais 
ativamente negociada, seguida do iene japonês, da libra esterlina e do franco suíço. 
 
Os movimentos do mercado são impulsionados por uma combinação de 
especulação, força e crescimento econômico e diferenciais de taxa de juros. 
 
 
174 Mercado Financeiro de Capitais 
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8.3.2. Transferência de Forex (FX) 
Os comerciantes de varejo normalmente não querem receber as moedas que 
compram. Eles só estão interessados em lucrar com a diferença entre os preços de 
transação. Devido a isso, a maioria dos corretores de varejo automaticamente " rola " as 
posições cambiais às 5 da tarde, EST, todos os dias. O corretor basicamente redefine as 
posições e fornece um crédito ou débito para o diferencial de taxa de juros entre as duas 
moedas nos pares que estão sendo mantidos. O comércio continua e o negociante não 
precisa entregar ou liquidar a transação. Quando o negócio é fechado, o negociante realiza 
seu lucro ou prejuízo com base no preço original da transação e no preço em que o negócio 
foi fechado. Os créditos ou débitos de rolagem poderiam aumentar esse ganho ou 
prejudicá-lo. 
 
Como o mercado fx está fechado aos sábados e domingos, o crédito ou débito da 
taxa de juros desses dias é aplicado na quarta-feira. Portanto, manter uma posição às 17h 
na quarta-feira resultará em crédito ou débito em três vezes a quantia usual. 
8.3.3. Operações a termo de Forex (FX) 
Qualquer transação forex que se estabeleça para uma data posterior a spot é 
considerada um " forward ". O preço é calculado ajustando a taxa à vista para considerar a 
diferença nas taxas de juros entre as duas moedas. O valor do ajuste é chamado de "pontos 
para frente". Os pontos a prazo refletem apenas o diferencial da taxa de juros entre dois 
mercados. Eles não são uma previsão de como o mercado à vista será negociado em uma 
data futura. 
 
Um forward é um contrato sob medida: pode ser por qualquer quantia em dinheiro e 
pode ser liquidado em qualquer data que não seja um fim de semana ou feriado. Como em 
uma transação à vista, os fundos são trocados na data de liquidação. 
8.3.4. Futuros de Forex (FX) 
Um forex ou contrato de futuros de moeda é um acordo entre duas partes para 
entregar uma quantia fixa de moeda em uma data definida, chamada de vencimento, no 
futuro. Os contratos de futuros são negociados em uma troca por valores de moeda e com 
datas de vencimento definidas. Ao contrário de um forward, os termos de um contrato de 
futuros não são negociáveis. Um lucro é obtido com a diferença entre os preços em que o 
contrato foi comprado e vendido. A maioria dos especuladores não possui contratos futuros 
até a expiração, pois isso exigiria que eles entregassem / liquidassem a moeda que o 
 
 
175 Mercado Financeiro de Capitais 
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contrato representa. Em vez disso, os especuladores compram e vendem os contratos 
antes da expiração, percebendo seus lucros ou perdas em suas transações. 
 
 
Taxas e comissões: Como o mercado não é regulamentado, a forma como os 
corretores cobram taxas e comissões varia. A maioria dos corretores de forex 
ganhar dinheiro, marcando o spread em pares de moedas. Outros ganham 
dinheiro cobrando uma comissão, que flutua com base na quantidade de 
moeda negociada. Alguns corretores usam essas duas abordagens. 
 
 
 
Exemplo de uma transação de Forex 
Suponha que um trader acredite que o euro se valorizará em relação ao dólar. 
Outra maneira de pensar é que o dólar desvalorizará em relação ao euro. Ele 
então aplica no par EUR/USD cotado à 1.2500 e compra $ 5.000 em moeda. Mais 
tarde naquele dia, o preço aumentou para 1,2550. O comerciante está com ganho 
de $ 25 (5000 * 0,0050). Se o preço caísse para 1,2430, o comerciante estaria 
perdendo US $ 35 (5000 * 0,0070). 
Os preços das moedas estão em constante movimento, então o negociador pode 
decidir manter a posição durante a noite. A corretora rolará a posição, resultando 
em um crédito ou débito baseado no diferencial da taxa de juros entre a Zona do 
Euro e os EUA. Se a Zona do Euro tiver uma taxa de juros de 4%a.a. e os EUA 
tiverem uma taxa de juros de 3% a.a., o investidor vai receber porque a moeda 
que ele possui é a de taxa de juros mais alta porque ele comprou EUR. Portanto, 
na rolagem, o negociador deve receber um pequeno crédito proporcional à essa 
diferença de taxas de juros. Se a taxa de juros do EUR fosse menor do que a do 
dólar, então o trader seria debitado na rolagem. 
A rolagem pode afetar uma decisão de negociação, especialmente se a 
negociação puder ser realizada por um longo período. Grandes diferenças nas 
taxas de juros podem resultar em créditos ou débitos significativos a cada dia, o 
que pode aumentar ou diminuir muito os lucros (ou aumentar ou reduzir as 
perdas) do negócio. 
Além disso, a maioria dos corretores também fornece alavancagem. Vamos supor 
que nosso trader use alavancagem de 10: 1 nessa transação, logo, o negociador 
não precisa ter $ 5.000 em sua conta, mesmo que esteja negociando $ 5.000 em 
moeda. Ele só precisa de $ 500. Se eles utilizam alavancagem de 20: 1, eles só 
precisam de $ 250 em sua conta (porque $ 250 * 20 = $ 5.000). 
Fazer um lucro de US $ 25 rapidamente considerando que o trader precisa apenas 
de US $ 500 ou US $ 250 em capital (ou ainda menos se usar mais alavancagem), 
mostra o poder da alavancagem. O outro lado é que, se esse comerciante tivesse 
apenas US $ 250 em sua conta e o comércio fosse contra eles, eles poderiam 
perder seu capital rapidamente.176 Mercado Financeiro de Capitais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Recomenda-se que os comerciantes gerenciem o tamanho da sua posição e 
controlem seu risco, de modo que nenhum comércio único resulte em uma 
grande perda. 
 
8.4. Eurobonds 
O eurobond é um tipo especial de título emitido em uma moeda que é diferente 
daquela do país ou mercado no qual o título é emitido. Devido a essa característica de 
moeda externa, esses tipos de títulos também são conhecidos como títulos externos. 
Embora o nome inclua a palavra "euro", o euro não tem nada a ver com a Europa ou com 
a moeda Euro. Em vez disso, a palavra "euro" significa moeda externa. 
 
 
Eurobônus 
Os eurobônus não devem ser confundidos com “eurobonds”, pois estes são 
títulos padrão emitidos pela União Europeia e por governos europeus., aqui 
sim o euro significa Europa. 
 
Eurobonds são categorizados pela moeda em que são denominados. Por exemplo, 
uma empresa sediada no Reino Unido pode emitir um título de eurodólar em dólares dos 
EUA no Japão. Da mesma forma, um sindicato financeiro internacional pode emitir títulos 
euroyen em Cingapura, que podem ser denominados em iene japonês. 
 
A ideia é captar os recursos necessários no câmbio necessário, recorrendo ao 
mercado que esse câmbio e/ou as condições de juros são mais favoráveis. Logicamente, o 
emissor precisa ter meios de negociar e transferir esses recursos posteriormente do 
mercado aonde o título foi emitido para o mercado aonde os recursos são necessários, o 
que pode, inclusive, acabar sendo o mesmo, ou seja, uma empresa no Japão precisa de 
Reais brasileiros, sabendo da grande comunidade brasileira presente no Japão, a empresa 
pode emitir um eurobond em Reais Brasileiros no Japão e captar os recursos já no câmbio 
que ela precisa. 
8.4.1. Quem emite Eurobonds? 
Organizações privadas, sindicatos internacionais e até governos que precisam de 
empréstimos denominados em moeda estrangeira por um período determinado consideram 
os eurobonds adequados às suas necessidades. Eurobonds são normalmente oferecidos 
 
 
177 Mercado Financeiro de Capitais 
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a taxas de juros fixas, oferecendo uma estrutura clara de dívida de pagamento fixo para o 
emissor, mesmo a longo prazo. 
 
Por exemplo, uma empresa norte-americana como a Coca-Cola Co. quer entrar em 
um novo mercado estabelecendo uma grande fábrica na Índia. As despesas com a 
instalação exigirão grande capital em moeda local - a rupia indiana (INR). Sendo um novo 
entrante na Índia, a empresa pode não ter o crédito necessário nos mercados indianos, o 
que pode levar a um alto custo para empréstimos locais. A Coca-Cola Co. decide obter o 
dinheiro localmente e emite um eurobond denominado em rúpia nos EUA. Investidores com 
INR disponíveis em suas contas nos EUA comprarão o bônus, efetivamente emprestando 
dinheiro principal em INR para a empresa. 
 
A empresa sediada nos EUA recolhe esse capital e transfere à uma subsidiária local 
na Índia. O capital arrecadado, em INR, pode ser dado à subsidiária indiana local pela matriz 
norte-americana. Se a planta local se tornar operacional e lucrativa, os recursos serão 
usados para pagar os juros aos detentores desses eurobonds, se sofrer prejuízo, porém, a 
matriz da Coca-Cola terá que comprar rúpias no mercado Forex para remunerar seus 
credores. 
 
O mercado de eurobônus geralmente é restrito a grandes emissões únicas (US 
$ 50 milhões ou mais) e é limitado a grandes empresas, bancos ou governos. 
Os vencimentos são geralmente em torno de 10 anos ou menos. No entanto, 
existem programas disponíveis para as empresas multinacionais emitirem 
quantias menores e por períodos mais curtos. 
 
8.4.2. Benefícios de Eurobonds para o emissor 
Há muitos benefícios para o emissor por usar eurobonds em vez de títulos 
domésticos: 
• Os emissores têm a liberdade de emitir títulos no país de sua escolha. Eles 
também têm a escolha da moeda com eurobonds. Ambos podem ser 
selecionados para fornecer o maior benefício para o uso planejado. 
• As taxas de juros variam de um país para outro, e o emissor pode escolher 
um país com taxas favoráveis. 
• As empresas podem estudar padrões de população imigrante para decidir 
qual moeda seria mais benéfica. Por exemplo, uma grande população no 
 
 
178 Mercado Financeiro de Capitais 
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Reino Unido é da Índia, Paquistão e Bangladesh. Emissão de um eurobond 
no Reino Unido em uma moeda desses países pode ver grandes 
investimentos. Os imigrantes estão emocionalmente ligados aos seus países 
de origem e muitas vezes desejam investir dinheiro em tais títulos se o 
emissor for respeitável. 
• Usando eurobonds, a empresa mitiga, mas não elimina, o risco cambial. No 
exemplo da Coca-Cola acima, a empresa poderia ter emitido os títulos 
domésticos nos EUA em dólares americanos, convertido o valor em INR às 
taxas de câmbio vigentes para movimentar dinheiro para a Índia, depois 
transferido o dinheiro do INR de volta para o dólar americano para pagamento 
de juros aos obrigacionistas. Esta opção leva ao risco de taxa de câmbio, bem 
como custos de transação, que são eliminados usando eurobonds. 
• Uma ampla faixa de duração de maturidade pode ser selecionada. 
• Alta Liquidez: embora os eurobonds sejam emitidos em um determinado país, 
eles são negociados globalmente, o que ajuda a atrair uma grande base de 
investidores. 
8.4.5. Benefícios do Eurobond para investidores 
Devido à disponibilidade local de obrigações em moeda estrangeira, os investidores 
residentes podem ficar expostos a investimentos estrangeiros. Isso permite outro nível de 
diversificação em seus portfólios. 
 
A maioria dos eurobonds tem menor valor de face. Denominá-los em moedas 
estrangeiras e lançá-los em nações com moedas mais fortes os mantém altamente líquidos 
para investidores locais. Por exemplo, um título de eurodólar de rupia indiana emitido no 
Reino Unido com valor nominal de INR 10.000 pode parecer mais barato para os 
investidores do Reino Unido. Vai custar apenas 100 libras esterlinas para investidores 
britânicos, considerando a taxa cambial de 100 libras esterlinas. 
 
 
Eurobonds oferecem uma vantagem única para empresas multinacionais 
respeitáveis quando se trata de aumentar a dívida a juros baixos dos mercados 
globais. Os investidores também se beneficiam da diversificação através da 
adição de outras dívidas em moeda. No entanto, os investidores devem ter em 
mente que têm que suportar o risco cambial enquanto investem em 
eurobonds. 
 
 
179 Mercado Financeiro de Capitais 
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9. MERCADO DE DERIVATIVOS E FUTUROS – OPÇÕES, SWAPS, 
MINI-INDÍCES, MERCADO A TERMO E COMMODITIES 
 
Um derivativo é um título financeiro com um valor que depende ou é derivado de um 
ativo subjacente ou grupo de ativos. O derivativo em si é um contrato entre duas ou mais 
partes, e seu preço é determinado por flutuações no ativo subjacente. Os ativos subjacentes 
mais comuns incluem ações, títulos, commodities, moedas, taxas de juros e índices de 
mercado. Esses ativos são negociados na B3 e para atuar nesse mercado somente por 
meio de corretoras. 
 
Os derivativos podem ser negociados no mercado de balcão (over -the-counter - 
OTC) ou em uma bolsa de valores. Os derivativos de balcão constituem a maior proporção 
de derivativos e não são padronizados. Enquanto isso, os derivativos negociados nas 
bolsas são padronizados e mais fortemente regulados. Os derivativos de balcão geralmente 
têm maior risco de contraparte do que os derivativos padronizados. 
 
 
Originalmente, os derivativos eram usados para garantir taxas de câmbio 
equilibradas para bens comercializados internacionalmente. Com valores 
diferentes das moedas nacionais, os traders internacionais precisavam de um 
sistemapara contabilizar essas diferenças. Hoje, os derivativos são baseados 
em uma ampla variedade de transações e têm muito mais usos. Há até 
derivativos baseados em dados meteorológicos, como a quantidade de chuva 
ou o número de dias ensolarados em uma região. 
 
Existem muitos tipos diferentes de derivativos que podem ser usados para 
gerenciamento de risco ou para especulação. Por exemplo, imagine um investidor europeu 
que adquire ações de uma empresa americana por meio de uma bolsa norte-americana 
usando dólares americanos. Este investidor está exposto ao risco de taxa de câmbio 
enquanto mantém essa ação. Se o valor do euro subir em relação ao dólar, os lucros do 
investidor em termos de dólar são menos valiosos quando esses lucros são convertidos 
novamente em euro quando a ação é vendida. Para cobrir esse risco, o investidor poderia 
comprar um derivativo de moeda para travar uma taxa de câmbio específica. Derivativos 
que poderiam ser usados para proteger esse tipo de risco incluem futuros e swaps de 
moeda. Um especulador que espera que o euro se valorize em relação ao dólar poderia 
 
 
180 Mercado Financeiro de Capitais 
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lucrar usando um derivativo que se valorize com o euro. Ao usar derivativos para especular 
sobre o movimento de preço de um ativo subjacente, o investidor não precisa ter interesse 
no ativo subjacente. 
 
Tendo dito isso, podemos definir, então que existem dois tipos de pessoas que 
negociam (compram ou vendem) contratos futuros: hedgers e especuladores. Esses 
investidores geralmente usam derivativos por três motivos: para proteger uma posição 
(Hedgers), aumentar a alavancagem ou especular sobre o movimento de um ativo 
(Especuladores). 
9.1. Hedgers 
A cobertura de uma posição geralmente é feita para proteger contra ou para garantir 
o risco de um ativo. Por exemplo, o proprietário de uma ação compra uma opção de venda 
se quiser proteger a carteira contra um declínio. Esse acionista ganha dinheiro se a ação 
aumentar, mas também ganha, ou perde menos dinheiro, se a ação cair porque a opção de 
venda vale a pena. 
 
Ou seja, Hedgers são aqueles indivíduos ou empresas que usam contratos futuros 
para proteção contra movimentos voláteis de preços de seus ativos, ou commodities ou 
câmbio. 
 
O uso de derivativos para proteger riscos e melhorar os retornos existe há gerações, 
particularmente na indústria agrícola, onde uma parte de um contrato concorda em vender 
bens ou gado a uma contraparte que concorda em comprar esses bens ou gado em um 
determinado mercado e preço em uma data específica. Esta abordagem contratual foi 
revolucionária quando introduzida pela primeira vez, substituindo o simples aperto de mão. 
 
Outro bom exemplo para ilustrar a cobertura seria um empresário que vai precisar 
adquirir uma máquina com custo de US$100mil mas daqui apenas 1 ano, como ele não 
sabe qual será o valor do dólar daqui há 1 ano, ele pode comprar os US$100mil no mercado 
futuro com vencimento de 1 ano, dessa forma ele consegue “congelar” o preço do dólar, 
imaginemos que ele comprou um contrato de dólar por R$2,80+custos por cada dólar, isso 
significa que, daqui há 1 ano ele vai desembolsar não mais do que R$300mil para adquirir 
os US$100mil independentemente do valor do dólar daqui há 1 ano, se o dólar subir para 
 
 
181 Mercado Financeiro de Capitais 
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R$4 ele economizou e se caiu não importa muito porque ele teve um ano inteiro para 
projetar esse custo sem o risco cambial para prejudicá-lo. 
9.2. Especuladores 
Os especuladores são comerciantes e investidores independentes. Alguns estarão 
negociando usando seu próprio dinheiro, e alguns estarão negociando em nome de clientes 
pessoais ou firmas de corretagem. Os especuladores negociarão contratos futuros 
exatamente como negociariam ações ou títulos. 
 
Existem algumas vantagens que os contratos de futuros têm sobre outros 
investimentos, como ações e títulos: Há maior volatilidade no mercado de futuros. Em 
média, os preços futuros tendem a mudar mais rapidamente do que os preços das ações 
ou títulos. No entanto, existe um risco maior. Os futuros são investimentos altamente 
alavancados. O investidor só precisa colocar entre 10% e 15% do valor do ativo subjacente 
como margem, mas ele pode acumular o valor total do contrato à medida que o preço sobe 
e desce. 
 
O investimento em Derivativos pode aumentar significativamente a alavancagem. A 
alavancagem através de opções funciona especialmente bem em mercados voláteis. 
Quando o preço do ativo subjacente se move significativamente e em uma direção 
favorável, porque as opções ampliarão esse movimento. Porém, a alta volatilidade pode 
aumentar o valor e o custo de opções de compra e venda. 
 
A ideia geral está em investir um valor inicial menor apostando em grandes 
oscilações de preços do mercado de referência, por exemplo, um investidor pode comprar 
uma opção de compra de US$1000 daqui há 1 mês por R$2,50/dólar, caso o dólar suba 
para R$3,00 daqui há um mês ele vai lucrar essa diferença, é uma aposta entre ele o 
mercado. 
9.2.1. Tipos de Derivativos 
Existem três tipos básicos de contratos: opções, swaps e contratos futuros – com 
muitas variações de cada tipo. 
 
 
 
 
 
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Resumo de Derivativos 
Derivativos são um título que obtém seu valor de um ativo subjacente37 ou 
referência. Derivativos comuns incluem contratos futuros, opções e swaps. A 
maioria dos derivativos não é negociada nas bolsas e é usada pelas instituições 
para proteger o risco ou especular sobre mudanças de preço no ativo 
subjacente. Os derivativos negociados em bolsa, como futuros e opções de 
ações, são padronizados e eliminam ou reduzem muitos dos riscos de 
derivativos de balcão, como os riscos de contraparte e liquidez. Derivativos são 
geralmente instrumentos alavancados, o que aumenta os riscos e benefícios 
potenciais desses títulos. 
 
9.2.2. Contratos a termo e Contratos futuros 
São contratos financeiros que obrigam os compradores dos contratos a comprar ou 
vender um ativo específico a um preço pré-acordado em uma data futura especificada. 
Tanto o futuro quanto o a termo são essencialmente os mesmos em sua natureza. No 
entanto, os contratos a termo são mais flexíveis porque as partes podem personalizar a 
mercadoria subjacente, bem como a quantidade da mercadoria e a data da transação. Por 
outro lado, os futuros são contratos padronizados que são negociados nas bolsas de 
valores, normalmente, derivados de índices de mercado, câmbio e ações de alta liquidez e 
volume. 
 
As partes em contratos a termo e futuros concordam em comprar ou vender um ativo 
no futuro por um preço especificado. Esses contratos geralmente são escritos usando o 
preço à vista ou mais atual. O lucro ou prejuízo do comprador é calculado pela diferença 
entre o preço à vista no momento da entrega e o preço futuro. Esses contratos são 
normalmente usados para duas finalidades: proteger riscos ou especular, normalmente, 
uma das partes busca se proteger (hedge) enquanto a outra parte está especulando com o 
preço futuro, mas, pode ocorrer de ambos serem especuladores ou hedgers. 
 
 
Contratos futuros são um dos tipos mais comuns de derivativos. Um contrato 
futuro (ou simplesmente, futuros) é um acordo entre duas partes para a compra 
e entrega de um ativo a um preço acordado em uma data futura. Os futuros são 
negociados em bolsa e os contratos são padronizados. Os comerciantes usarão 
 
37Ativos subjacentes dão aos derivativos seu valor. Por exemplo, uma opção no estoque XYZ dá ao titular o direito de comprar ou vender 
XYZ ao preço de exercício até a expiração. O ativo subjacente para a opção é o estoque de XYZ. Um ativo subjacente pode ser usado 
para identificaro item dentro do contrato que fornece valor ao contrato. O ativo subjacente suporta a garantia envolvida no contrato, que 
as partes envolvidas concordam em trocar como parte do contrato derivativo. 
 
 
183 Mercado Financeiro de Capitais 
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um contrato futuro para cobrir seu risco ou especular sobre o preço de um ativo 
subjacente. 
Contratos a termo são um tipo importante de derivativo semelhante ao futuro. 
Ao contrário dos futuros, os contratos a termo (ou "forwards") não são 
negociados em uma bolsa, apenas no mercado de balcão. Quando um contrato a 
termo é criado, o comprador e o vendedor podem ter personalizado os termos, o 
tamanho e o processo de liquidação para o derivativo. Os compradores e 
vendedores de contratos a termo também têm riscos de contraparte38. 
 
Várias são as situações envolvendo contratos de derivativos, mas em via de regra 
podemos exemplificar dois mais comuns: 
1. Produtor de uma commoditie (por exemplo, Soja) quer se proteger de oscilações 
futuras nos preços de sua mercadoria, então, para garantir o quanto ele vai 
receber pela sua safra de soja do ano que vem, ele fecha um contrato futuro de 
Venda de Soja hoje. Independentemente, do preço de mercado da soja no ano 
que vem, ele sabe quanto vai ganhar com a venda de sua safra, pois já a vendeu 
no futuro por um preço e prazo pré-estipulado mediante o Contrato Futuro. O 
“risco” que o produtor corre é de o preço da soja no futuro subir a cima do preço 
do contrato dele, ele vai deixar de ganhar essa diferença, mas não vai perder 
dinheiro, apenas vai ganhar menos e, quem comprou o contrato futuro de soja 
economizou essa diferença do mercado. Por outro lado, se o preço do mercado 
cair abaixo do contrato futuro o produtor vai receber o que foi acordado e, 
portanto, escapou desse prejuízo. Já quem comprou o contrato pagou mais caro 
pelo produto. Mesmo assim, se feito de maneira programada, ambas as partes 
ganham com o contrato futuro, eles evitam correr o risco de oscilações nos 
preços e já antecipam quanto vão gastar/ganhar no futuro, isso é ótimo para o 
planejamento financeiro, pois ao saber com antecedência quais serão seus 
ganhos/gastos ajuda muito na programação orçamentária. – Cenário de Hedge 
2. Outra situação que pode ocorrer é a “aposta” na oscilação de preços, se um 
investidor ou dois investidores estão dispostos a apostar na oscilação de preços 
de um ativo futuro, por exemplo, o dólar, eles podem negociar um contrato futuro 
 
38Os riscos de contraparte – uma contraparte é a outra parte que participa de uma transação financeira, e toda transação deve ter uma 
contraparte para que a transação seja concluída, mais especificamente, cada comprador de um ativo deve estar emparelhado com um 
vendedor que esteja disposto a vender e vice-versa, por exemplo, a contraparte de um comprador de opções seria um vendedor/emissor 
de opções – são uma espécie de risco de crédito, na medida em que o comprador ou vendedor pode não conseguir cumprir as obrigações 
descritas no contrato. Se uma parte do contrato se tornar insolvente, a outra parte poderá não recorrer e poderá perder o valor da sua 
posição. Uma vez criadas, as partes em um contrato a termo podem compensar sua posição com outras contrapartes, o que pode 
aumentar o potencial para riscos de contraparte à medida que mais traders se envolvem no mesmo contrato. 
 
 
184 Mercado Financeiro de Capitais 
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desse ativo, um apostando em que o preço vai subir e outro na queda, esse 
cenário ocorre com frequência de duas maneiras: 
• Uma parte possui o ativo, no caso dólares, ela fecha um contrato de venda 
dos dólares por um preço e prazo predeterminados, a outra parte possui o 
dinheiro que será depositado como garantia. Aquele que possui os dólares 
aposta na queda do valor da moeda no futuro em relação ao preço do 
contrato, enquanto quem deu a garantia financeira, aposta na subida. 
• O outro cenário, em que ambos apostam, ambos dão o dinheiro como 
garantia, uma parte vai ter que comprar os dólares e a outra vender eles, 
lucra quem acertar, pois quem se comprometeu a vender vai comprar os 
dólares pelo preço de mercado e receber o valor do contrato de venda, logo, 
se o preço do mercado subir muito ele vai ter prejuízo. Quem se 
comprometeu a comprar perde a aposta caso o preço do mercado desça 
muito, pois vai acabar pagando mais pelos dólares em relação ao preço de 
mercado. 
 
 
Por exemplo, em 6 de novembro, a empresa-A compra um contrato futuro de 
petróleo a um preço de US $ 62,22 por barril que expira em 19 de dezembro 
daquele mesmo ano. A empresa fez isso porque precisa de petróleo em 
dezembro e está preocupada com o potencial de o preço subir antes que a 
empresa realmente precise fazer a compra. A compra de um contrato futuro 
de petróleo protege o risco da empresa porque o vendedor do outro lado do 
contrato é obrigado a entregar óleo à Companhia-A por US $ 62,22 por barril, 
uma vez que o contrato tenha expirado. Suponha que os preços do petróleo 
subam para US $ 80 por barril até 19 de dezembro. A empresa-A pode aceitar 
a entrega do petróleo do vendedor do contrato futuro, mas se não precisar 
mais do petróleo, também pode vender o contrato antes da expiração e 
mantenha os lucros. 
Neste exemplo, é possível que tanto o comprador quanto o vendedor de 
futuros estejam protegendo o risco. A empresa-A precisava de petróleo no 
futuro e queria compensar o risco de que o preço subisse em dezembro com 
uma posição comprada em um contrato futuro de petróleo. O vendedor 
poderia ser uma companhia de petróleo que estava preocupada com a queda 
dos preços do petróleo e queria eliminar esse risco vendendo ou " abrindo " 
um contrato futuro que fixa o preço que receberia em dezembro. 
Também é possível que o vendedor ou comprador (ou ambos) do contrato de 
futuros de petróleo fossem especuladores com a opinião oposta sobre a 
direção do petróleo em novembro e dezembro. Se as partes envolvidas no 
 
 
185 Mercado Financeiro de Capitais 
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contrato futuro fossem especuladoras, é improvável que qualquer uma delas 
queira tomar providências para a entrega ou o envio de petróleo bruto. Os 
especuladores podem terminar sua obrigação de comprar ou entregar a 
mercadoria subjacente fechando seu contrato antes da expiração. 
 
 
9.2.3. Swaps 
São contratos de derivativos que permitem a troca de fluxos de caixa entre duas 
partes. Os swaps geralmente envolvem a troca de um fluxo de caixa fixo por um fluxo de 
caixa flutuante. Os tipos mais populares de swaps são swaps de taxa de juro, swaps de 
commodities e swaps de moeda. 
 
Os swaps são derivativos em que as contrapartes trocam fluxos de caixa ou outras 
variáveis associadas a diferentes investimentos. Muitas vezes, um swap ocorrerá porque 
uma parte tem uma vantagem comparativa, como tomar fundos emprestados sob taxas de 
juros variáveis, enquanto outra parte pode tomar emprestado mais livremente a taxas fixas. 
• Swaps de taxa de juros - As partes trocam um empréstimo de taxa fixa por 
um empréstimo com taxa flutuante. Se uma parte tiver um empréstimo a taxa 
fixa, mas tiver passivos com taxa flutuante, ele poderá entrar em um swap 
com outra parte e trocar a taxa fixa por uma taxa flutuante para igualar as 
obrigações. Os swaps de taxa de juros também podem ser inseridos através 
de estratégias de opções, enquanto uma troca dá ao proprietário o direito, 
mas não a obrigação de entrar no swap. 
• Swaps de Moeda - Uma parte troca pagamentos de empréstimos e principal 
em uma moeda para pagamentos e principal em outra moeda. 
• Swaps de commodities - Um contrato em que parte e contraparte concordam 
em trocar os fluxos de caixa, que são dependentes do preço de uma 
mercadoria subjacente. 
9.3. Opções 
São contratos que dão o direito,

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