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<p>UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ</p><p>DAYANE CAROLINE DE AZEVEDO BUENO</p><p>ABP VIII – CLUBE DO INVESTIMENTO DA LULUZINHA.</p><p>CURITIBA</p><p>2022</p><p>DAYANE CAROLINE DE AZEVEDO</p><p>ABP VIII – CLUBE DO INVESTIMENTO DA LULUZINHA.</p><p>Trabalho para a Avaliação baseada em projeto -</p><p>ABPVIII, da Faculdade de Gestão Financeira, da</p><p>Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito</p><p>parcial de avaliação.</p><p>Orientador: Benedito Machado Simões</p><p>CURITIBA</p><p>2022</p><p>RESUMO</p><p>A participação ativa das mulheres no mercado de capitais tem aumentado</p><p>consideravelmente nos últimos anos, estudos revelam que este publico feminino</p><p>está cada vez mais informado no que tange investimentos. Por ser um canal de</p><p>captação de recursos o mercado de capitais beneficia a todos que nele interagem,</p><p>dessa maneira, permite o desenvolvimento das empresas e geração de novos</p><p>empregos, além, de contribuir para o progresso do país incentivam pessoas físicas e</p><p>jurídicas, homens e principalmente, as mulheres a poupar e multiplicar seu</p><p>patrimônio por meio de investimento. O presente trabalho procurou abordar de forma</p><p>clara e sucinta os principais investimentos financeiros, com foco nos clubes de</p><p>investimento para mulheres. Nesse contexto, o trabalho objetivou também descrever</p><p>a estrutura do mercado de capitais brasileiro; apontar as possibilidades de</p><p>investimentos financeiros; demonstrar o funcionamento dos clubes de investimento e</p><p>levantar dados sobre os clubes de investimentos destinados as mulheres. O método</p><p>de pesquisa foi de caráter qualitativo com elementos quantitativos, porque</p><p>descreveu a situação por meio de investigação bibliográfica obtido em livros, jornais,</p><p>periódicos e sobretudo em sites especializados como a da Bolsa de Valores,</p><p>Mercadorias e Futuros. (B3).</p><p>Palavras-chave: Mercado de Capitais. Investimentos. Clube de investimento.</p><p>SUMÁRIO</p><p>1. INTROCUÇÃO 5</p><p>1.1. Objetivo Geral 5</p><p>1.2 Objetivo Especifico 6</p><p>2. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA 6</p><p>2.1 Administração Financeira 6</p><p>2.1.1 Mercado Financeiro 7</p><p>2.1.2 Sistema Financeiro Nacional 8</p><p>2.1.3 Conselho Monetário Nacional 8</p><p>2.1.4 Comissão de Valores Mobiliários 9</p><p>2.1.5 Banco Central do Brasil 10</p><p>3. INVESTIMENTOS FINANCEIROS 10</p><p>3.1.1 Investimentos Imobiliários 13</p><p>3.1.2 Previdência Privada 14</p><p>3.2 Ativos 14</p><p>3.3 Tipos de investimentos em Renda Variável 14</p><p>3.4 Tipos de investimentos em Renda fixa 18</p><p>4. Definição de Clube de Investimento 20</p><p>4.1 Clube de investimentos: entenda o enquadramento e as principais regras 21</p><p>4.2 Vantagens do Clube de Investimento 22</p><p>4.3 Diferenças entre um clube de investimentos e um fundo 22</p><p>4.4 Como abrir um clube de investimento 23</p><p>4.5 Estatuto do Clube de Investimento 23</p><p>5. Clube de Investimentos para mulheres 24</p><p>5.1 Simulação do Clube de investimento 25</p><p>Referencias 28</p><p>5</p><p>1 INTRODUÇÃO.</p><p>Não há crescimento econômico sem crescimento das empresas, portanto</p><p>quanto mais desenvolvida se torna uma economia, mais ativo será seu mercado de</p><p>capitais, refletindo em oportunidades não somente para as empresas e instituições,</p><p>mas principalmente para as pessoas que estão inseridas na sociedade. Dessa</p><p>forma, é condição indispensável que se abandonem idéias antigas, empíricas e</p><p>errôneas ou até mesmo desconhecidas culturalmente sobre o que realmente</p><p>significa e acrescenta o mercado de capitais. Compreender e entender</p><p>definitivamente como esta “troca” funciona e favorece o crescimento da economia, é</p><p>uma ótima maneira de não limitar o próprio conhecimento e certamente, obter uma</p><p>visão sobre o que o mercado acionário pode proporcionar a todos os envolvidos.</p><p>Cabe evidenciar que todo investidor busca a otimização de quatro aspectos</p><p>básicos em um investimento tais como retorno, prazo, proteção e liquidez, seja em</p><p>renda fixa ou variável. Dessa maneira, Assaf Neto (2009) relata que o mercado</p><p>acionário é um mercado de risco, por isso, cabe ao investidor definir o nível de risco</p><p>que está disposto a correr e descobrir em qual perfil ele se encaixa (conservador,</p><p>moderado ou arriscado), na busca de obter uma maior ou menor lucratividade a</p><p>curto, médio ou longo prazo.</p><p>Nesse sentido, diversos investimentos podem ser realizados no mercado de</p><p>capitais, dentre ele estão os Clubes de Investimentos, uma ótima opção para quem</p><p>quer investir em ações, mas não possui conhecimento ou tempo para atuar nessa</p><p>área, ema alternativa que visa além da pratica de investimentos, estimular a</p><p>educação financeira, de maneira democrática e participativa.</p><p>Dentre os clubes de investimentos mais segmentados, existem os “Clubes de</p><p>Investimentos para Mulheres” destinados a potenciais investidoras que vislumbram a</p><p>idéia de participar do mercado de capitais, porém de uma maneira menos tradicional</p><p>e mais atrativa. Diante desse cenário, convém enfatizar que, atualmente o programa</p><p>“Mulheres em Ação” tem o propósito de desmistificar o mundo acionário para o</p><p>publico feminino, disponibilizando conteúdos que orientem, incentivem e</p><p>proporcionem conhecimentos sobre finanças e investimentos.</p><p>Observando esses aspectos pode-se constatar a importância da</p><p>compreensão desse tema perante uma economia em desenvolvimento, sobretudo</p><p>no que se refere ao avanço da participação feminina em um setor</p><p>predominantemente masculino, ou seja, o acesso cada vez maior das mulheres ao</p><p>mercado de capitais.</p><p>1.1 Objetivo geral.</p><p>Markoni e Lakatos (2007) apresentam o objetivo geral como uma visão</p><p>sistêmica do tema, enfatizando que ele está vinculado ao significado da tese</p><p>proposta pelo projeto. No que tange objetivo geral, este trabalho visa descrever os</p><p>principais investimentos financeiros, com foco nos clubes de investimento para</p><p>mulheres e sua participação no mercado de capitais.</p><p>6</p><p>1.2 Objetivos específicos.</p><p>Para que seja plausível a realização do objetivo geral, torna-se fundamental</p><p>elaborar os objetivos</p><p>específicos. Corroborando com essa afirmação, Roesch (2007)</p><p>salienta que tais objetivos são os que operacionalizam e especificam como se</p><p>pretende atingir o objetivo que é proposto na pesquisa. Dessa maneira, em</p><p>consonância com o objetivo geral deste trabalho foram construídos os objetivos</p><p>específicos a seguir:</p><p> Apontar as possibilidades de investimentos financeiros;</p><p> Descrever a estrutura do mercado de capitais brasileiro;</p><p> Demonstrar o funcionamento dos clubes de investimentos;</p><p> Levantar dados sobre os clubes de investimentos destinados às</p><p>mulheres.</p><p>2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.</p><p>2.1 Administração Financeira.</p><p>No que tange à administração, a área de finanças é ampla e dinâmica dentro</p><p>de uma organização, consistindo em uma das mais relevantes. Observe-se que</p><p>Gitman (2004) define finanças como “a arte e a ciência da gestão do dinheiro”, pois</p><p>se preocupa com os processos, as instituições, os mercados e os instrumentos</p><p>associados à transferência de dinheiro entre indivíduos, empresas e órgãos</p><p>governamentais. Dessa maneira, cabe evidenciar que para a futura tomada de</p><p>decisão, torna-se fundamental que se compreenda alguns conceitos e técnicas, que</p><p>afetam a empresa, especialmente no que se refere à administração financeira, pois</p><p>a maioria das decisões é avaliada em termos financeiros e tem responsabilidade em</p><p>todas as áreas desde a contabilidade, recursos humanos, produção, marketing,</p><p>entre outras.</p><p>Na mesma linha Johnson (1973) menciona o planejamento e o controle</p><p>financeiro, o levantamento e investimento de fundos como funções essenciais que</p><p>devem ser executadas pelo administrador de finanças na busca de saldar contas e</p><p>maximizar o valor atual do lucro dos proprietários, ou seja, atingir os objetivos da</p><p>organização. Em perspectiva similar Hoji (2007), destaca que o “objetivo econômico</p><p>e financeiro de uma empresa é a maximização de seu valor de mercado, por meio</p><p>da geração continua de lucro e caixa no longo prazo, executando as atividades</p><p>inerentes ao seu objetivo social”. Dessa maneira, cabe ao administrador ou gestor</p><p>financeiro, desempenhar fundamental em uma organização, planejando e</p><p>controlando seus recursos financeiros, assim, Hoji (2004), destaca que:</p><p>Todas as atividades empresariais envolvem recursos e,</p><p>portanto, devem ser conduzidas para a geração de lucro. As</p><p>funções típicas do gestor financeiro de uma empresa são:</p><p>a) Análise, planejamento e controle financeiro;</p><p>b) Tomada de decisões de investimentos;</p><p>c) Tomada de decisões de financiamento.</p><p>7</p><p>Vale a pena ressaltar que, não há regra fixa no que se refere ao papel a ser</p><p>desempenhado pelo administrador ou gestor financeiro, pois varia de acordo com a</p><p>política traçada, do tamanho da empresa, da sua capacidade como administrador, e</p><p>a de outros funcionários e diretores.</p><p>2.1.1 Mercado Financeiro.</p><p>Por meio do conhecimento da economia e para se obter uma visão mais</p><p>ampla do mercado financeiro, Assaf Neto (2009) comenta que, toda sociedade</p><p>econômica enfrenta três problemas fundamentais: o que, como e para quem</p><p>produzir, determinada pela lei da escassez, entretanto, essa tríade pode ser</p><p>respondida de maneiras diferentes, segundo as condições e verdades de cada</p><p>sociedade. Desse modo, existem economias com recursos tecnológicos limitados,</p><p>menos desenvolvidas e que regulam essas questões com menor eficiência que</p><p>outras mais evoluídas, já outras sociedades seguem praticas religiosas e culturais</p><p>inerentes, com restrições ao acumulo de riqueza, porém, há outras ainda que são</p><p>conduzidas por idéias que vinculam suas decisões econômicas mais liberais que</p><p>praticam um sistema de preços e de livre comercio ou seja delegam ao mercado a</p><p>solução de seus problemas.</p><p>Atualmente, existem duas formas de organização econômica: a economia de</p><p>mercado (capitalista) em que trata o capital como de propriedade primada e o</p><p>sistema socialista, que em perspectiva diferente considera a propriedade como de</p><p>controle direto do Estado.</p><p>A compreensão da economia permite um melhor entendimento do</p><p>funcionamento e das funções dos mercados financeiros, consentindo que se</p><p>estabeleçam relações entre seus resultados agregados e o desempenho dos vários</p><p>agentes econômicos que compõe (indivíduos, empresas e governos).</p><p>O mercado financeiro destaca Pinheiro (2008) pode ser definido como “um</p><p>ambiente no qual é possível à negociação do dinheiro”. Em função das suas</p><p>características e das operações realizadas, ele pode ser classificado como mercado</p><p>monetário, mercado de crédito, mercado de câmbio ou mercado de capitais.</p><p>Os mercados de crédito e de capitais permitem que as empresas possam</p><p>realizar empréstimos para suas necessidades de curto e longo prazo.</p><p>Ressalta-se que para Lameira (2003), essas inúmeras operações financeiras</p><p>podem ser “grupadas e subdivididas em diferentes mercados, em função da</p><p>natureza da operação, dos seus prazos e dos intermediários que operam em cada</p><p>um desses mercados”, de forma a proporcionar aos agentes econômicos um maior</p><p>grau de especialização e desenvolvimento.</p><p>No ambiente econômico mundial e contemporâneo, a dinâmica dos mercados</p><p>financeiros influencia no sucesso de uma organização que precisa estar sempre</p><p>atenta ao avaliar as diversas estratégias e decisões de investimentos,</p><p>financiamentos e gestão de risco. Verifica-se nessa perspectiva que o mercado</p><p>financeiro, como é mostrado didaticamente, engloba quatro segmentos: mercado</p><p>monetário, mercado de crédito, mercado cambia e mercado de capitais, cujo objetivo</p><p>é maximizar a utilidade que os recursos financeiros representam para os indivíduos</p><p>e empresas. (ASSAF NETO, 2009).</p><p>8</p><p>2.1.2 Sistema Financeiro Nacional.</p><p>Na visão de Brito (2005), o sistema financeiro brasileiro é bastante sofisticado</p><p>e diferenciado, significando referência internacional entre países emergentes e até</p><p>mesmo em países superiores em desenvolvimento econômico.</p><p>A origem do Sistema Financeiro Brasileiro é sustentada por Pinheiro (2002),</p><p>com o surgimento do primeiro banco chamado de Banco do Brasil, no ano de 1808,</p><p>sob o alvará do Príncipe Regente D. João VI, e tinha como funções acumular</p><p>depósitos, descontos, emissão e produtos comercializados pela coroa.</p><p>Em complemento a essa posição, Fortuna (1992) revela que o modelo</p><p>bancário trazido ao Brasil pelo Império foi o europeu, que operava apenas depósitos</p><p>e descontos, de maneira que outros serviços praticamente inexistiam.</p><p>A partir de 1959, os bancos comerciais começaram a surgir e suas operações</p><p>tornavam-se deficitárias. No ano de 1965 é criado o Banco Central do Brasil, uma</p><p>entidade que atua como órgão executivo centrar do sistema financeiro, com a</p><p>responsabilidade de cumprir e fazer cumprir as disposições e normas expedidas</p><p>pelo Conselho Monetário Nacional, desse modo, o “estado intervém diretamente no</p><p>sistema financeiro e indiretamente na economia” (FORTUNA, 1992).</p><p>Enfatiza Lameira (2003), que ‘SFN foi a denominação dada à nova</p><p>organização que se instituiu, visando centralizar e coordenar a política e os serviços</p><p>bancários, monetários e creditícios do País”. Atualmente, o Sistema Financeiro</p><p>Nacional é composto por instituições financeiras, públicas e privadas para uma</p><p>eficiente atuação dos quatro segmentos (monetário, crédito, cambial e de capitais)</p><p>em que atua o mercado financeiro.</p><p>Ressalta-se que para Fortuna (1992), uma conceituação bastante sintética do</p><p>sistema financeiro encaixa-se em um conjunto de instituições que propiciam</p><p>condições que satisfaçam a manutenção entre poupadores e tomadores e seu fluxo</p><p>de recursos.</p><p>Observa-se que o sistema financeiro é um instrumento fundamental para</p><p>viabilizar a troca de recursos entre os agentes econômicos. Em toda economia há</p><p>pessoas que têm excesso e outras que têm falta de recurso. O mercado financeiro</p><p>existe para viabilizar a troca de dinheiro entre esses dois grupos. Assim, os</p><p>poupadores entregam seus recursos às empresas por meio do mercado financeiro.</p><p>Essa troca se dá pela emissão</p><p>de valores mobiliários (ações e debêntures)</p><p>diretamente ou indiretamente, por meio dos fundos de investimento. (B3)</p><p>2.1.3 Conselho Monetário Nacional.</p><p>O Conselho Monetário Nacional – CMN é o órgão máximo do Sistema</p><p>Financeiro Nacional – SFN um órgão eminentemente normativo, não</p><p>desempenhando nenhuma atividade executiva ressalta Fortuna (1992), e sua</p><p>responsabilidade é fixar diretrizes no que tange à política monetária, de crédito e</p><p>câmbio presentes no cenário econômico do Brasil.</p><p>Cabe evidenciar que para Assaf Neto (2009), a finalidade principal de sua</p><p>criação é para a “formulação de toda a política de moeda e do crédito, objetivando</p><p>atender aos interesses econômicos e sociais do país”.</p><p>9</p><p>Lameira (2003) evidencia que o Conselho Monetário Nacional foi composto ao</p><p>longo dos anos por diferentes participantes, devido às exigências políticas e</p><p>econômicas de cada época.</p><p>A medida provisória nº 542 de 30/60/94 e posteriormente, o decreto nº</p><p>1307/94 alteraram a composição do CMN e atualmente, este órgão é composto pelo</p><p>Ministro da Fazenda, Ministro do Planejamento e Orçamento e o Presidente do</p><p>Banco Central e algumas de suas principais atribuições consistem em estabelecer e</p><p>fixar diretrizes e normas, regulamentar, regular e disciplinar assuntos que lhes forem</p><p>pertinentes, processando todo o controle do Sistema Financeiro.</p><p>2.1.4 Comissão de Valores Mobiliários.</p><p>Criada a partir da Lei nº 6.385 de modo a assegurar o exercício de práticas</p><p>equitativas e cobrir qualquer tipo de irregularidade a Comissão de Valores</p><p>Mobiliários é uma autarquia especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com a</p><p>responsabilidade de disciplinar, fiscalizar e promover o mercado de valores</p><p>mobiliários destaca a B3. Ao mesmo tempo, elabora estudos e pesquisas dos quais</p><p>obtém elementos necessários à definição de políticas e iniciativas capazes de</p><p>promover o desenvolvimento do mercado. No exercício de suas atribuições, a</p><p>Comissão de Valores Mobiliários poderá examinar registro contábeis, livros e</p><p>documentos de pessoas ou empresas sujeitas à sua fiscalização, intimá-las a</p><p>prestar declarações ou esclarecimentos sob pena de multa; requisitar informações</p><p>de órgãos públicos, outras autarquias e empresas públicas; determinar às</p><p>companhias abertas a republicação de demonstração financeira e dados diversos;</p><p>apurar infração mediante inquéritos administrativos e aplicar penalidade.</p><p>Na mesma linha Pinheiro (2002) destaca que a CVM tem a responsabilidade</p><p>de disciplinar, fiscalizar e promover a expansão, desenvolvimento e o funcionamento</p><p>eficiente desse mercado, sob a orientação do Conselho Monetário Nacional.</p><p>Verifica-se nessa perspectiva, que na visão de Pinheiro (2002), o intuito da</p><p>Comissão de Valores Mobiliários é “contribuir para a criação de estrutura jurídica</p><p>favorável a capitalização das empresas por meio do mercado de capitais de risco,</p><p>fortalecimento da empresa privada nacional e defesa acionista e investidor”.</p><p>Assaf Neto (2009) destaca que a Comissão de Valores Mobiliários atua em</p><p>três importantes segmentos no mercado, dentre elas estão às instituições</p><p>financeiras do mercado, companhias de capital aberto e investidores,</p><p>desempenhando funções que vão desde promover medidas que incentivem a</p><p>poupança no mercado acionário, estimulando o funcionamento da bolsa de valores,</p><p>até assegurar proteção aos investidores do mercado nos processos de compra e</p><p>venda.</p><p>Conclui-se, a partir daí, que seu poder normatizador abrange todas as</p><p>matérias referentes ao mercado de valores mobiliários. A CVM tem poderes para</p><p>disciplinar, normatizar e fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do mercado.</p><p>10</p><p>2.1.5 Banco Central do Brasil.</p><p>O Banco Central do Brasil (BACEN) é a uma autarquia federal criada para</p><p>atuar como órgão executivo central do SNF, cabendo-lhe a responsabilidade de</p><p>cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o funcionamento do sistema e</p><p>as normas expedidas pela CMN. Ressalta Pinheiro (2005), que o BACEN “pode ser</p><p>considerado um órgão executivo entre o CMN e as demais instituições financeiras</p><p>do país”. É por meio do BACEN que o Estado intervém diretamente no sistema</p><p>financeiro e indiretamente na economia.</p><p>Convém enfatizar que após a criação do Banco Central, houve um</p><p>reordenamento financeiro governamental em 1985 que se entendeu até 1988. Este</p><p>processo tinha como intuito reordenar as funções de autoridade monetária, que</p><p>foram transferidas progressivamente do Banco do Brasil para o Banco Central,</p><p>enquanto as atividades atípicas exercidas por esse último, como as relacionadas ao</p><p>fomento e à administração da dívida pública federal, foram transferidas para o</p><p>Tesouro Nacional.</p><p>Desta maneira a Constituição Federal de 1988 instituiu dispositivos</p><p>importantes para o desempenho do Banco Central, dentre os quais se destacam</p><p>além da vedação ao Banco Central nas concessões direta ou indireta de</p><p>empréstimos ao Tesouro Nacional o “exercício exclusivo da competência da União</p><p>para emitir moeda e a exigência de aprovação prévia pelo Senado Federal”. Desta</p><p>forma a Constituição de 1988 prevê ainda, em seu artigo 192, “a elaboração de Lei</p><p>Complementar do Sistema Financeiro Nacional, que deverá substituir a Lei 4.595/64</p><p>e redefinir as atribuições e estruturas do Banco Central do Brasil”. (BACEN).</p><p>Dentre de algumas de suas atribuições, pode-se destacar ainda conforme</p><p>BACEN.</p><p> Emitir papel moeda e moeda metálica;</p><p> Exercer o controle de crédito;</p><p> Regular a execução de compensação de cheques e outros papéis;</p><p> Autorizar o funcionamento de instituições financeiras;</p><p> Efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais;</p><p> Vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e</p><p>de capitais e controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país.</p><p>Nesta perspectiva, a missão fundamental do Banco Central do Brasil é atentar</p><p>para que esteja em circulação somente a quantidade necessária de dinheiro que um</p><p>país precisa para o desenvolvimento da indústria e do comércio, pois quando há</p><p>muito dinheiro circulando, podem surgir problemas na economia que afetam a todos,</p><p>como a inflação. E por outro lado, quando há pouco dinheiro em circulação, podem</p><p>surgir outros problemas, como o desemprego e a pobreza. (BACEN).</p><p>3 INVESTIMENTOS FINANCEIROS.</p><p>Investir é multiplicar patrimônio ao longo do tempo. De acordo com a B3, os</p><p>recursos necessários para uma aplicação provêm da parcela não consumida da</p><p>renda, à qual se da o nome de poupança. Qualquer pessoa que tenha uma</p><p>11</p><p>poupança ou uma disponibilidade financeira pode efetuar um dos diversos tipos de</p><p>investimento, esperando obter:</p><p> Reserva para qualquer despesa imprevista e uma garantia para o futuro</p><p>(segurança);</p><p> Boa remuneração (rentabilidade);</p><p> Crescimento do capital empregado (valorização);</p><p> Defesa contra eventual desvalorização do dinheiro (proteção);</p><p> Oportunidade de associação com empresas dinâmica (desenvolvimento</p><p>econômico);</p><p> Rápida disponibilidade do dinheiro aplicado (liquidez).</p><p>Pode-se referir a poupança então, como uma parcela não consumida da</p><p>renda, o que cria uma disponibilidade financeira. Ressalta-se que para Buffett e</p><p>Clark (2010), este poupar é um exercício muitas vezes impraticável, quando se está</p><p>inserido em uma sociedade exacerbante consumida, pois é notório que o comercio</p><p>moderno deixou a muito tempo de vender apenas produtos para vender o dinheiro</p><p>que vai financiar a compra desse produto, ou seja, ganhar em dobro. Dessa</p><p>maneira, com crédito amplamente facilitado as pessoas acabam por endividar-se em</p><p>obrigações e juros elevados, deixando de poupar e, consequentemente, poder</p><p>investir. . “talvez em futuro distante, quando a população brasileira receber educação</p><p>adequada (inclusive financeira)”, esta incapacidade de fazer poupança e investir não</p><p>seja mais um obstáculo a ser enfrentado. (CERBASI, 2004).</p><p>Portanto, para o crescimento econômico são necessários incentivos aos</p><p>diversos tipos</p><p>de investimentos, tornando-os acessíveis. Para Souza (1995), “a</p><p>decisão de investir depende do retorno esperado: quanto maiores forem os ganhos</p><p>futuros que podem ser obtidos, tanto mais atraente esse investimento parecerá”.</p><p>Para a maioria das pessoas, o poupar tem o mesmo significado de</p><p>economizar ou guardar dinheiro e o investir significa aplicar o dinheiro em algo</p><p>lucrativo. Assim sendo, convém enfatizar que “não há investimento bom para quem</p><p>está atolado em dívidas”. (CERBASI, 2004).</p><p>Em outra perspectiva os investidores podem ser divididos em duas</p><p>categorias, destaca a B3, são eles, renda fixa, que são os mais conservadores e</p><p>renda variável, que são aqueles com maior risco.</p><p>A renda fixa é um tipo de investimento em títulos emitidos por governos ou</p><p>empresas, títulos públicos, CDB e debêntures, que pagam uma taxa de juros. As</p><p>ações são os melhores exemplos de aplicação em renda variável. Vale ressaltar que</p><p>o ganho, nesse caso, não ocorre com o pagamento de juros, mais por meio das</p><p>empresas que distribuem seus resultados na forma de dividendos (a participação</p><p>nos lucros da empresa), além da valorização do preço da ação. A renda é fixa</p><p>quando se conhece previamente a forma do rendimento que será conferida ao titulo.</p><p>Nesse caso, o rendimento pode ser pós ou prefixado, como ocorre, por exemplo,</p><p>com o certificado de depósito bancário.</p><p>A renda variável será definida de acordo com os resultados obtidos pela</p><p>empresa ou instituição emissora do respectivo título, ou seja, renda variável é a</p><p>aplicação cujo rendimento não se conhece com antecedência, que tanto pode ser</p><p>positivo quanto negativo, envolvendo oportunidades e riscos.</p><p>Há títulos com prazo de emissão variável ou indeterminado, isto é, não têm</p><p>data definida para resgate ou vencimento, podendo sua conversão em dinheiro ser</p><p>feita a qualquer momento. Já os títulos de prazo fixo apresentam data estipulada</p><p>12</p><p>para vencimento ou resgate, quando seu detentor receberá o valor correspondente à</p><p>sua aplicação, acrescido da respectiva remuneração.</p><p>Os títulos podem ser particulares ou públicos. Particulares, quando lançados</p><p>por sociedades anônimas ou instituições financeiras autorizadas pela CVM ou pelo</p><p>Banco Central do Brasil, respectivamente; públicos, se emitidos pelo governo</p><p>federal, estadual ou municipal. De forma geral, a emissão de entidades publica tem</p><p>o objetivo de propiciar a cobertura de déficits orçamentários, o financiamento de</p><p>investimentos públicos e a execução da política monetária.</p><p>Cabe evidenciar que de acordo com B3 o investidor brasileiro é conservador</p><p>por excelência. Costuma aplicar em renda variável 25% de seu patrimônio se for um</p><p>investidor arrojado, 15% se for moderado e apenas no Maximo 5% se for</p><p>conservador. Em outros países o investidor com perfil arrojado investe em media</p><p>75% de seu patrimônio em ações, o moderado, 50% e o conservador, 25%. Um</p><p>investidor conservador nesses países investe tanto quanto um investidor arrojado no</p><p>Brasil.</p><p>Ressalta-se que a renda variável é uma forma de investimento que requer</p><p>planejamento, paciência, conhecimento e estratégia para que os riscos sejam</p><p>menores e os ganhos, maiores. Um dos requisitos básicos para a redução de riscos</p><p>e aumento da rentabilidade é a diversificação da carteira B3.</p><p>O segredo da diversificação é conseguir cuidar de todas as ações igualmente,</p><p>uma expressão bastante utilizada pelos investidores é que não se pode colocar</p><p>todos os ovos na mesma cesta, em contra partida, também não se deve colocá-los</p><p>em cestas demais a ponto de não conseguir cuidar de todas.</p><p>Convém enfatizar que para Gunther (2009), todo investidor pode ser bem-</p><p>sucedido, desde que siga algumas regras que têm como pressupostos aumentar os</p><p>lucros e minimizar os riscos.</p><p>Essa filosofia consiste em 12 regras e princípios infalíveis, criados e utilizados</p><p>por um grupo de empresários e banqueiros suíços na década de 40, homens</p><p>visionários que investiam desde ações a imóveis, commodities a moeda estrangeira,</p><p>transformando o sistema bancário suíço, em um dos mais misteriosos e ricos do</p><p>mundo. Os 12 axiomas de Zurique destacam Gunther (2009), “não são apenas uma</p><p>filosofia de especulação: são marcos para uma vida de sucesso” ensinando a</p><p>enfrentar os riscos e a descobrir maneiras de administrá-los.</p><p>O quadro abaixo revela de forma sintética alguns destes axiomas, os 12</p><p>principais, cabe ressaltar que existem outros 16 axiomas secundários, que não</p><p>serão explanados neste quadro, porem, todos eles se aplicam a qualquer tipo de</p><p>investimento. (GUNTHER, 2009).</p><p>13</p><p>Verifica-se nessa perspectiva, que “investir é o caminho da garantia ou da</p><p>melhora no futuro daquilo que se construiu até hoje”. (CERBASI, 2004). Nesse</p><p>sentido, investidor inteligente é aquele que sabe onde está aplicando, que riscos o</p><p>investimento oferece, que situação geram ganhos e quais geram perdas e</p><p>principalmente, quais são as alternativas mais rentáveis do mercado para o tipo de</p><p>investimento escolhido.</p><p>3.1.1 Investimentos Imobiliários.</p><p>Envolvem a aquisição de bens imóveis, como terrenos e habitações. Para a</p><p>economia como um todo, entretanto, a compra de um imóvel já existente não</p><p>constitui investimento, mas apenas transferência de propriedade. Os objetivos do</p><p>investidor em imóveis são geralmente distintos daqueles almejados pelos que</p><p>14</p><p>procuram aplicar em valores mobiliários, sobretudo no que se refere ao fator liquidez</p><p>de um e de outro investimento. Sua rentabilidade é a soma do valor do aluguel e da</p><p>valorização do preço do imóvel, considerando sua baixa liquidez B3.</p><p>3.1.2 Previdência Privada.</p><p>Investir em previdência privada é uma necessidade de todos os brasileiros.</p><p>Hoje temos apenas 1,4 contribuintes para cada aposentado da previdência social do</p><p>país segundo dados do IPEA.</p><p>Na mesma linha, Assaf Neto (2009), salienta que a “previdência privada é</p><p>classificada como um seguro de renda, oferecendo diversos planos de benefícios de</p><p>aposentadoria, morte e invalidez”, e relata ainda que a principal característica da</p><p>previdência privada é que sua adesão é opcional, ao contrario da oferecida ao</p><p>governo. Na previdência privada, você pode optar por receber uma renda mensal</p><p>vitalícia ou resgatar o valor total da reserva acumulada no seu plano.</p><p>3.2 Ativos</p><p>Um ativo financeiro é um instrumento que leva o capital que é poupado até o</p><p>investimento. As empresas para financiar, buscam emitir ações ou emitir títulos de</p><p>divida publica.</p><p>Podem-se classificar os ativos em ativos provados de renda variável, ativos</p><p>privados de renda fixa e ativos públicos de renda fixa. Nos ativos de renda fixa, é</p><p>possível conhecer previamente os fluxos monetários que se irá obter, ou seja, sua</p><p>forma de rendimento. Salienta Pinheiros (2005), que “em sua maioria, esses títulos</p><p>representam promessas de pagamentos futuros de valores específicos em datas</p><p>estipuladas”. A sua aquisição pode se de titulo emitidos por empresas, bancos ou</p><p>pelo governo.</p><p>Em consonância com a B3, são apontadas algumas possibilidades de</p><p>investimentos por meio dos principais ativos disponíveis no mercado financeiro.</p><p>3.3 Tipos de investimentos em Renda Variável.</p><p> Ações:</p><p>O investimento em ações é o tipo mais conhecido de renda variável. Uma</p><p>ação é a menor parte do capital social de um negócio. Logo, um investidor que</p><p>adquire o ativo vira acionista e sócio dessa companhia e passa a participar de seus</p><p>resultados.</p><p>As ações são emitidas por companhias de capital aberto que desejam captar</p><p>recursos para desenvolver projetos, em troca de participação no negócio. Os papéis</p><p>são negociados via home broker ou plataformas da bolsa de valores.</p><p>15</p><p>As ações são negociadas na bolsa de valores e seus preços variam de</p><p>acordo com a oferta e demanda. Se houver muitos investidores querendo comprar</p><p>determinada ação, seu preço tende a subir. Mas se muitos quiserem vender, o preço</p><p>tende a cair.</p><p>A quantia desembolsada nesse investimento na bolsa de valores</p><p>será definida</p><p>pela movimentação do mercado. Você pode comprar ações de uma empresa por um</p><p>preço e vendê-las a um preço maior ou menor. Essa é uma das maneiras de obter</p><p>rendimento com o investimento.</p><p>Além disso, é possível conquistar resultados por meio da distribuição de</p><p>proventos. Entre os principais tipos estão dividendos, juros sobre capital próprio</p><p>(JCP), bonificação ou direitos de subscrição.</p><p>Considerando a oscilação constante dos preços no curto prazo, o</p><p>investimento em ações geralmente é visado para o longo prazo — sendo possível</p><p>manejar os riscos. Mas o mercado de ações também é utilizado por especuladores</p><p>que se expõem a maior risco para buscar lucros rápidos.</p><p> Fundos de ações:</p><p>Outra possibilidade de investimento na renda variável é escolher um fundo de</p><p>ações. Como os fundos de investimentos, ele é uma modalidade coletiva e funciona</p><p>com base na aquisição de cotas de participação por parte dos investidores.</p><p>O dinheiro é movimentado por um gestor profissional, que realiza os</p><p>investimentos de acordo com a estratégia informada nos documentos do fundo. No</p><p>caso do fundo de ações, ele aloca a maior parte dos recursos nesses papéis,</p><p>debêntures conversíveis, direitos de subscrição e opções de ações.</p><p>Assim, é uma forma de investir em ações com mais praticidade e menos</p><p>custos operacionais, em relação à compra direta e individual de papéis. As</p><p>estratégias podem ser mais ou menos agressivas, dependendo do nível de risco do</p><p>fundo.</p><p>O rendimento, assim como na maioria dos fundos, é obtido pela valorização</p><p>dos preços das cotas. Logo, a consolidação do lucro ocorre com a venda por um</p><p>preço maior que o preço médio de compra dessas cotas.</p><p> Fundos de índice:</p><p>Os fundos de índice também são chamados de Exchange Traded Funds ou</p><p>ETFs. Eles têm como estratégia replicar a carteira teórica de um indicador de</p><p>mercado, com o objetivo de ter um desempenho equivalente ao índice.</p><p>Um ETF baseado no Ibovespa, por exemplo, investe os recursos nas ações</p><p>de empresas que compõem o principal índice do mercado acionário brasileiro.</p><p>Também há ETFs baseados em estratégias diferentes, como os investimentos</p><p>sustentáveis ou internacionais.</p><p>A gestão desse fundo é considerada passiva. Isso significa que o gestor não</p><p>tem estratégias autônomas, mas apenas segue os critérios do índice. Por conta</p><p>disso, a taxa de administração costuma ser um pouco menor que a de outros</p><p>fundos.</p><p>16</p><p> Fundos imobiliários:</p><p>Os fundos de investimento imobiliário (FIIs) alocam a maior parte do dinheiro</p><p>em bens e valores mobiliários ligados ao mercado de imóveis. Dependendo da</p><p>composição de carteira, eles podem ser classificados de três maneiras:</p><p>Fundos de papel: Investem prioritariamente em títulos ligados ao mercado</p><p>imobiliário, como letra de crédito imobiliário (LCI), certificado de recebíveis</p><p>imobiliários (CRI) e letras hipotecárias (LH);</p><p>Fundos de tijolo: Direcionam a maior parte dos recursos para a compra de</p><p>imóveis físicos, como lajes corporativas, empreendimentos comerciais e galpões</p><p>industriais;</p><p>Fundos de fundos: Priorizam a aquisição de cotas de outros FIIs negociados</p><p>no mercado.</p><p>Diferentemente de outros tipos de fundos, os FIIs preveem a distribuição de</p><p>rendimentos na forma de dividendos. Além disso, assim como os ETFs, os fundos</p><p>imobiliários têm suas cotas negociadas na bolsa de valores, então é possível fazer o</p><p>aporte diretamente pelo home broker.</p><p> Fundos cambiais:</p><p>O investimento no câmbio também é uma modalidade de renda variável e</p><p>foca na oscilação de uma determinada moeda. Uma das formas de realizar esse</p><p>investimento é por meio dos fundos cambiais. Eles alocam a maior parte dos</p><p>recursos em ativos ou derivativos ligados a moedas estrangeiras.</p><p>O investimento não envolve, obrigatoriamente, a compra de papel-moeda. É</p><p>possível buscar títulos e contratos que tenham o desempenho cambial como</p><p>referência, por exemplo.</p><p>Esse é um tipo de investimento de renda variável que pode servir para fazer</p><p>hedge, que é a proteção de carteira. Então é possível se proteger contra oscilações</p><p>de moedas como o dólar ou o euro.</p><p> Ouro:</p><p>O investimento em ouro costuma ser feito para proteger o dinheiro em</p><p>períodos de crises inflacionárias — quando há uma perda substancial do valor da</p><p>moeda brasileira.</p><p>O ouro não sofre essa pressão por ser um bem precioso e escasso,</p><p>diferentemente do dólar ou de qualquer papel-moeda. Afinal, o Banco Central do</p><p>país consegue emitir mais notas e, com isso, impulsionar a inflação.</p><p>Em vez de comprar diretamente o metal, é possível investir em fundos de</p><p>ouro, que buscam replicar o preço dele — que varia diariamente.</p><p>17</p><p> Opções:</p><p>Além dos ativos e produtos financeiros, a renda variável é composta pelos</p><p>derivativos. Eles são instrumentos financeiros cujo preço depende do chamado</p><p>ativo-objeto ou de referência. Os derivativos são negociados em ambientes da bolsa</p><p>de valores — e um deles é o mercado de opções.</p><p>As opções podem ser utilizadas para fazer hedge de carteira ou para</p><p>especular. Elas concedem o direito de comprar ou vender um ativo-objeto (como</p><p>ações) por um preço de exercício (strike) em uma data futura. Quem compra opções</p><p>é o tomador e quem as vende é o lançador.</p><p>Como as opções concedem o direito, mas não a obrigação de negociação,</p><p>podem ser exercidas ou não. O tomador de uma opção de compra pode optar por</p><p>não a exercer se o ativo estiver sendo negociado no mercado a um preço menor que</p><p>o strike, por exemplo.</p><p>Nesse caso, diz-se que a opção virar pó ou expira. E o tomador apenas paga</p><p>o preço para comprá-las, que é chamado de prêmio. Já se o tomador decidir exercer</p><p>a opção, o lançador é obrigado a executar a compra ou venda, de acordo com as</p><p>condições.</p><p> Mercado futuro:</p><p>O mercado futuro é um ambiente da bolsa de valores onde são negociados</p><p>contratos futuros, que são outro tipo de derivativo. Tais contratos costumam prever</p><p>apenas a liquidação financeira e funcionam com base nas posições assumidas por</p><p>cada operador.</p><p>Em um contrato futuro de petróleo, por exemplo, o preço atual do petróleo é o</p><p>ativo de referência para o contrato. Então um operador pode alocar recursos</p><p>acreditando na alta do preço até determinada data, enquanto outro operador</p><p>acredita na queda do preço de negociação.</p><p>O investidor que se posicionou no aumento de preço ganhará com a variação</p><p>positiva e perderá com a variação negativa. Esse cálculo acontece todos os dias,</p><p>com um mecanismo que é conhecido como ajuste diário.</p><p>Ao final, na data prevista do contrato, o resultado é dado pela consolidação do</p><p>desempenho ao longo dos dias. Assim como as opções, os contratos futuros podem</p><p>ser usados para realizar a proteção de carteira ou para especular e ganhar com a</p><p>volatilidade de preços dos ativos.</p><p> Criptomoedas:</p><p>Categoria recente de ativo financeiro, as criptomoedas são moedas virtuais</p><p>não produzidas ou controladas pelos bancos centrais. Elas são, verdadeiramente,</p><p>códigos que podem ser convertidos em valores. Sua criação se dá por meio de uma</p><p>rede descentralizada de pessoas que, em seus servidores, registram as transações</p><p>realizadas com essas moedas. São protegidas por criptografia e pela tecnologia de</p><p>blockchain.</p><p>18</p><p>É possível investir em criptomoedas – entre as quais o bitcoin é a mais</p><p>conhecida – por meio de corretoras especializadas. Também existem fundos de</p><p>criptomoedas. No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) permite que os</p><p>fundos façam aplicações indiretas, por meio de cotas de outros fundos ou de</p><p>derivativos no exterior (desde que sejam regulamentados em seu país).</p><p>3.4 Tipos de investimentos em Renda fixa.</p><p> Títulos Públicos:</p><p>Quem aplica em títulos públicos empresta dinheiro para o governo fazer a</p><p>máquina pública funcionar. Os títulos púbicos são considerados os investimentos</p><p>mais seguros, porque são emitidos pela mesma grande entidade – o governo – que</p><p>imprime o dinheiro do país.</p><p>Há papéis de três tipos disponíveis no Tesouro Direto, sistema criado pelo</p><p>governo em 2002 para facilitar as aplicações das pessoas físicas. Podem ser</p><p>prefixados (Tesouro Prefixado e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais), pós-</p><p>fixados (Tesouro Selic) ou híbridos, atrelados à inflação (Tesouro IPCA+ e Tesouro</p><p>IPCA+ com Juros Semestrais).</p><p>Para investir em títulos públicos é preciso encarar algumas taxas. A primeira é</p><p>uma tarifa de custódia paga à B3, já que é a bolsa de valores que organiza o</p><p>sistema do Tesouro Direto. A segunda possível taxa é de administração, cobrada</p><p>por alguns bancos e corretoras que fazem a intermediação das operações. Essa</p><p>cobrança não é uma regra: em algumas corretoras, por exemplo, é possível investir</p><p>no Tesouro Direto com taxa zero.</p><p> Poupança:</p><p>A poupança é o investimento mais tradicional do Brasil. Dezenas de milhões</p><p>de pessoas têm pelo menos algum dinheiro guardado na caderneta. Nessa</p><p>modalidade, as regras de funcionamento e de rentabilidade seguem diretrizes</p><p>estabelecidas pelo governo. Não há taxas para aplicar na poupança, nem incidência</p><p>de Imposto de Renda – os rendimentos são isentos. A remuneração oferecida aos</p><p>investidores é a mesma em todas as instituições financeiras e, desde 2012, varia de</p><p>acordo com o patamar em que se encontra a Selic.</p><p>Para os depósitos feitos a partir do dia 4 de maio de 2012, quando as novas</p><p>regras entraram em vigor, o rendimento da poupança passou a ser de 0,5% ao mês</p><p>mais a variação da TR se a Selic estiver acima de 8,5% ao ano. Quando estiver</p><p>igual ou abaixo disso, a rentabilidade será equivalente a 70% da Selic mais a</p><p>variação da TR. Quem mantém poupanças anteriores recebe rendimentos como</p><p>antigamente: 0,5% ao mês mais a variação da TR.</p><p>Além da rentabilidade, que é baixa, outro ponto negativo da poupança é o fato</p><p>de que a rentabilidade só é creditada para os investidores uma vez por mês, no</p><p>mesmo dia em que a aplicação foi realizada. Alguém que aplique no dia 5 de um</p><p>mês e precise resgatar o dinheiro no dia 3 do mês seguinte não receberá nenhum</p><p>rendimento pelo período. Para obter o retorno, seria preciso manter os recursos na</p><p>poupança até a “data de aniversário” – no caso, todo dia 5.</p><p>19</p><p>A poupança é assegurada pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que</p><p>devolve até R$ 250 mil por investidor em casos de insolvência da instituição</p><p>financeira.</p><p> CDBs:</p><p>Assim como o governo levanta dinheiro emitindo títulos públicos, os bancos</p><p>fazem o mesmo lançando Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) no mercado.</p><p>Os CDBs mais comuns são pós-fixados e oferecem como remuneração um</p><p>percentual de algum índice de referência de renda fixa – normalmente, a taxa do</p><p>CDI. Em alguns bancos, essa rentabilidade pode ser tão baixa quanto a da</p><p>poupança (de 70% do CDI, por exemplo). Mas, para atrair investidores, alguns</p><p>outros podem oferecer até mais do que 100% do CDI.</p><p>Assim como a poupança, os CDBs contam com a cobertura do FGC. Por</p><p>outro lado, seus rendimentos são tributados pelo Imposto de Renda, seguindo a</p><p>tabela regressiva (de 22,5% a 15%).</p><p> Debêntures:</p><p>Debêntures são títulos de crédito emitidos por empresas e negociados no</p><p>mercado de capitais. Eles também representam uma dívida, como os títulos públicos</p><p>e os CDBs, mas com emissores diferentes do governo ou dos bancos.</p><p>Normalmente, os recursos levantados pelas empresas com as debêntures</p><p>servem para financiar grandes projetos, como a construção de uma nova fábrica ou</p><p>um processo de expansão internacional. Por isso, elas costumam ter um vencimento</p><p>mais longo que outros produtos de renda fixa. Não é raro encontrar debêntures com</p><p>prazo de cinco ou até dez anos à frente. Elas também podem ter retornos</p><p>prefixados, pós-fixados ou híbridos.</p><p>Via de regra, as debêntures são tributadas pela tabela regressiva do Imposto</p><p>de Renda, com alíquotas que variam de 22,5% a 15%. Mas há uma exceção: as</p><p>chamadas debêntures incentivadas, que são usadas para captar recursos para a</p><p>realização de grandes obras de infraestrutura no país, são isentas. As debêntures</p><p>não são cobertas pelo FGC.</p><p> LCI e LCA</p><p>A lógica do funcionamento das letras de crédito, tanto imobiliário (LCI) quanto</p><p>do agronegócio (LCA), é semelhante à dos CDBs. Elas também são emitidas por</p><p>instituições financeiras, com a diferença de serem restritas àquelas com alguma</p><p>atividade de crédito relacionada ao setor imobiliário ou do agronegócio. Elas também</p><p>contam com a cobertura do FGC.</p><p>As letras de crédito pós-fixadas são mais comuns e é normal que ofereçam</p><p>remuneração levemente abaixo que a dos CDBs. Isso acontece porque as LCIs e</p><p>LCAs são isentas de Imposto de Renda. Por conta dessa vantagem, mesmo com</p><p>uma rentabilidade menor, esses produtos podem ser atraentes para alguns</p><p>investidores – e por isso, as instituições financeiras podem oferecer uma condição</p><p>um pouco menos favorável sem comprometer as emissões.</p><p>20</p><p> CRI e CRA:</p><p>Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e do Agronegócio (CRA)</p><p>são produtos financeiros um pouco mais complexos. Eles envolvem securitização,</p><p>um processo que, grosso modo, transforma direitos de crédito – como as parcelas</p><p>de um financiamento imobiliário ou o pagamento de aluguéis mensais – em papéis</p><p>negociados no mercado financeiro.</p><p>Um exemplo é uma construtora que esteja recebendo por um apartamento</p><p>que vendeu parcelado. Quem comprou se comprometeu quitar a dívida ao longo de</p><p>vários meses, mas a construtora pode precisar desse dinheiro no curto prazo para</p><p>finalizar uma parte da obra. Em vez de esperar até o fim do prazo, uma opção é</p><p>“empacotar” esse fluxo futuro em um CRI e vendê-lo no mercado. Dessa forma,</p><p>transfere a dívida para outro credor e consegue coletar o dinheiro todo de uma vez.</p><p>Quem compra um CRI ou um CRA no mercado recebe juros como</p><p>remuneração. Uma vantagem desses produtos é que eles são isentos de Imposto de</p><p>Renda. Não possuem, no entanto, garantia do FGC.</p><p>4 Definição de Clube de Investimento.</p><p>Um clube de investimento, destaca O’Hara (2004), é um grupo em que todos</p><p>pensam de forma semelhante e têm como interesse comum investir no mercado de</p><p>ações. Eles concordam sobre algumas metas e princípios básicos de investimentos,</p><p>e cada um deles se encarrega de uma parte do trabalho de pesquisa do mercado</p><p>acionário.</p><p>Clubes de investimentos, de maneira sintetizada são grupos de pessoas que</p><p>se unem para investir. Ganhos e perdas são divididos proporcionalmente entre os</p><p>membros de acordo com o quanto investiram. Devido aos recursos somados e</p><p>custos divididos deixam o investimento na Bolsa mais acessível, diversificado e</p><p>democrático, afirma a B3.</p><p>Na visão de Assaf Neto (2009), um clube de investimento é “formado por</p><p>investidores (pessoa física) que têm por objetivo constituir uma carteira diversificada</p><p>de títulos e valores mobiliários, mediante a aplicação de recursos financeiros</p><p>próprios”, e sua constituição é processada mediante aprovação e assinatura dos</p><p>membros, por meio de um estatuto social, que irá conter todas as regras e</p><p>procedimentos concordados entre os participantes.</p><p>Em complemento a esta posição, clube de investimento trata-se de aplicação</p><p>financeira criada por um grupo de pessoas que desejam investir seu dinheiro em</p><p>ações das empresas, ou seja, tornar-se sócias delas. Juntos os participantes do</p><p>clube terão as mesmas condições de comprar ou vender ações, como fazem os</p><p>grandes investidores destaca a B3.</p><p>De forma mais abrangente afirma Lameira (2003), um clube tem como</p><p>objetivo aplicar seus recursos em ações, debêntures, CDB ou RDB, cotas de fundos</p><p>de renda fixa, é vedada aos fundos a aplicação direta em títulos de divida publica,</p><p>principalmente se o clube não for administrado por instituição financeira, convém</p><p>21</p><p>enfatizar que as cotas de um clube de investimentos, também, não são valores</p><p>mobiliários.</p><p>O objetivo da criação do Clube de Investimento para o Mercado Financeiro</p><p>afirma Assaf Neto (2009), “é o de dinamizar os investimentos</p><p>em ações, ampliando a</p><p>participação dos investidores em bolsas de valores”.</p><p>A BM&FBOVESPA destaca que essa forma de investimento, por meio de</p><p>clubes, pode ter no mínimo 3 (três) e no máximo 50 (cinquenta) participantes,</p><p>porém, no caso de um clube que reúna funcionários, empregados ou contratados de</p><p>uma mesma entidade, empresa ou qualquer grupo de sociedade, o número de</p><p>membros pode ser maior que este. Entretanto, um único participante não pode ter</p><p>mais de 40% do total das cotas e novos membros podem ser aceitos no clube.</p><p>Ressalta-se que um “clube de investimento deve ser registado em bolsa de</p><p>valores, mediante arquivamento de seu estatuto e inscrito no Cadastro Nacional de</p><p>Pessoa Jurídica”. (Andrezo e Lima, 2007).</p><p>No Brasil, esse tipo de investimento é ainda muito tímido se comparado aos</p><p>Estados Unidos. Para Lóis (2009), o brasileiro ainda não conhece o mercado de</p><p>capitais. Como o nosso país começou a ter estabilidade econômica a partir de 1994,</p><p>ainda não houve tempo para a população aprender a investir.</p><p>Segundo os dados recentes da B3, o Brasil conta com cerca de 1520 Clubes</p><p>de Investimentos registrados. Esses clubes são geralmente compostos por amigos e</p><p>familiares, que têm o objetivo de aprender ou desenvolver habilidades no mercado</p><p>de capitais.</p><p>Essa modalidade de investimentos, possui uma regulação própria</p><p>estabelecida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e está sujeita a algumas</p><p>regras que garantem o seu funcionamento.</p><p>4.1 Clube de investimentos: entenda o enquadramento e as principais</p><p>regras.</p><p>O funcionamento de um clube de investimentos requer o cumprimento de</p><p>algumas regras. As principais são:</p><p>• O clube deve ter no mínimo 3 e no máximo 50 cotistas (pessoas naturais);</p><p>• A realização de transações precisa ser de responsabilidade de uma</p><p>corretora ou banco de investimentos;</p><p>• O cotista não pode ter mais de 40% do total de cotas do Clube;</p><p>• O patrimônio do grupo deve ser composto por no mínimo 60% em ações ou</p><p>outros títulos equivalentes;</p><p>• A integralização das cotas precisa ser realizada em moeda corrente ou</p><p>títulos e valores mobiliários;</p><p>• É necessário efetuar o encerramento e elaboração de demonstrações</p><p>financeiras do exercício a cada 12 meses;</p><p>• Um terceiro pode realizar o gerenciamento da carteira, desde que autorizado</p><p>pela CVM. Essa atividade pode ser exercida também por um ou mais cotistas</p><p>mediante eleição na assembleia-geral;</p><p>• Uma assembleia geral precisa ser realizada 120 dias após encerramento do</p><p>exercício para a discussão de assuntos inerentes ao clube.</p><p>22</p><p>4.2 Vantagens do Clube de Investimento.</p><p> Ambiente ideal para aprendizado: Como essa modalidade de</p><p>investimentos é bastante flexível, o clube de investimentos pode ser</p><p>um ótimo lugar para trocar experiências e tirar dúvidas com os que</p><p>possuem mais conhecimento sobre o assunto. Além disso, o investidor</p><p>inexperiente terá a oportunidade de conhecer o mercado na prática</p><p>enquanto vai aprimorando as suas estratégias nos investimentos.</p><p> Tributação simplificada: A tributação das operações de um clube de</p><p>investimentos é mais simplificada, tendo em vista que ela ocorre</p><p>apenas no momento do resgate e não há incidência de imposto come-</p><p>cotas, como acontece nos fundos. Dessa forma, é aplicada uma</p><p>alíquota de 15% sobre o rendimento líquido, e o administrador do clube</p><p>fica com a responsabilidade de efetuar o recolhimento do imposto. Por</p><p>fim, há também o custo com a taxa de administração do clube, que</p><p>deverá ser fixa e expressa em percentual conforme o seu patrimônio</p><p>líquido anual, obedecendo às regras do Regulamento de Clube de</p><p>Investimento.</p><p> Flexibilidade estratégica: Como o relacionamento entre os cotistas de</p><p>um clube é mais estreito, as estratégias e ajustes tornam-se mais</p><p>simples, sempre favorecendo os interesses do grupo.</p><p> Mais alternativas de investimentos: Como os investimentos são</p><p>realizados em conjunto, fica mais fácil adquirir ativos que talvez não</p><p>fossem tão acessíveis do ponto de vista financeiro para um único</p><p>investidor.</p><p> Apoio qualificado: Em um clube de investimentos, a decisão final</p><p>geralmente fica por conta de um gestor qualificado. Sendo assim, não</p><p>é necessário gastar tanto tempo na análise de resultados e elaboração</p><p>de estratégias.</p><p>4.3 Diferenças entre um clube de investimentos e um fundo.</p><p>Embora seja bastante parecido, um clube de investimentos difere do fundo em</p><p>algumas questões essenciais. A primeira delas está relacionada à personalidade dos</p><p>grupos.</p><p>Um fundo de investimentos precisa ser necessariamente montado e gerido</p><p>por pessoas jurídicas, geralmente instituições financeiras.</p><p>Já o clube é criado por pessoas físicas, sendo que muitas delas possuem</p><p>pouca experiência no mercado de capitais. No entanto, a sua administração precisa</p><p>ser feita por uma instituição financeira, como corretora ou banco de investimento.</p><p>Além disso, existem outras diferenças que abrangem questões burocráticas e</p><p>de funcionamento, como:</p><p>• Os fundos de investimentos não possuem limite de membros como acontece</p><p>nos clubes;</p><p>• Os clubes de investimentos têm uma autonomia maior que os fundos no que</p><p>diz respeito à administração da carteira;</p><p>• Para o fundo, as exigências são mais rígidas e incluem a realização de</p><p>auditorias e fiscalizações da CVM;</p><p>23</p><p>• No fundo, o cotista possui maior liberdade de negociação e está autorizado</p><p>a fazer compra e venda de cotas na bolsa, a qualquer momento. Já no clube, não</p><p>existe essa possibilidade.</p><p>4.4 Como abrir um clube de investimento:</p><p>Além de atender as exigências básicas como o número mínimo de pessoas,</p><p>para saber como abrir clube de investimentos é preciso seguir alguns passos, veja:</p><p>• Determinar o valor de aplicação de cada integrante;</p><p>• Abrir conta em uma corretora ou banco de investimento;</p><p>• Criar o estatuto do clube, onde serão estabelecidas todas as regras de</p><p>funcionamento, conduta e política de investimentos;</p><p>• Definir e informar o nome do clube à Comissão de Valores Mobiliários para</p><p>aprovação.</p><p>• Após o cumprimento desses passos é necessário transferir para o clube, o</p><p>aporte inicial de cada integrante. Assim, todos terão direito às cotas proporcionais</p><p>pelo valor aplicado.</p><p>4.5 Estatuto do Clube de Investimento.</p><p>De acordo com o regulamento do clube de investimento, são determinados os</p><p>princípios e as regras de funcionamento aos quais todos os membros (fundadores e</p><p>futuros integrantes) submetem-se. O estatuto deverá conter no mínimo:</p><p> Politica de investimento e forma de administração de carteira;</p><p> Atribuições e responsabilidades: do administrador, do gestor e do</p><p>representante/conselho de representante;</p><p> Regras para aquisição e resgaste de cotas e prazos de carência.</p><p> Taxas cobradas pelo administrador;</p><p> Definições na hipótese de dissolução;</p><p> Prazo de duração (indeterminado ou determinado);</p><p>a) Administrador do Clube:</p><p> A corretora administrara o Clube de acordo com o seu estatuto social,</p><p>regulamentado e a legislação aplicável;</p><p> Termo de adesão – documento a ser assinado pelo cotista quando do</p><p>seu ingresso no clube de investimento;</p><p> Constituição – providenciará o CNPJ e o registro do Clube na</p><p>BOVESPA.</p><p>b) Gestor da Carteira:</p><p> Pode ser o administrador ou representante/conselho de representantes</p><p>que, em conjunto ou isoladamente, administrarão a carteira do Clube;</p><p> Representante é um membro do Clube escolhido pelos demais, cuja</p><p>função é representar o Clube de investimento e os interesses dos</p><p>cotistas perante o administrador e terceiros;</p><p>24</p><p> Conselho de representantes é um grupo formado por, no mínimo, três</p><p>membros do Clube, escolhidos pelos demais, cuja função é representar</p><p>o Clube e os interesses dos cotistas perante o administrador e</p><p>terceiros.</p><p>c) Participante membro cotista:</p><p> É a pessoa física que detém as cotas do Clube de investimento;</p><p> Cotas é a fração em que se divide o patrimônio do Clube;</p><p> Nenhum participante poderá ter mais de 40% do patrimônio do Clube.</p><p>5. Clube de Investimentos para mulheres.</p><p>Poupar é definido como um consumo não realizado hoje, para ser realizado</p><p>no futuro, não, necessariamente aplicado em caderneta de poupança sustenta</p><p>Blanco (2004). Com o dinheiro poupado é preciso buscar algumas alternativas para</p><p>que se possa multiplica-lo, ou seja, é necessário investir. Dessa forma, investimento</p><p>requer planejamento, e uma ótima maneira de investir entre varias possibilidades é</p><p>por meio de clubes de investimentos. Essa modalidade, que vem ganhando espaço</p><p>atualmente, tem uma versão feminina, ou seja, está segmentado apenas para</p><p>mulheres.</p><p>Incentivar as mulheres a ingressar no mercado de capitais não é tão simples,</p><p>talvez porque o verdadeiro motivo pelo qual elas não gostam de falar em dinheiro</p><p>seja cultural, as “mulheres se acostumaram a acreditar que não são boas em</p><p>matemática, que homens sabem mais de finanças, que dinheiro não traz felicidade,</p><p>entre outros paradigmas”. (BLANCO, 2008).</p><p>Nesse contexto, Blanco (2008) enfatiza que um clube de investimentos feito</p><p>apenas com mulheres proporciona uma atmosfera descontraída de discussão</p><p>acerca de um assunto que parece tão complexo para o sexo feminino. Blanco</p><p>(2004), ressalta ainda que, “Investimento é o único caminho para diminuir a</p><p>diferença entre o potencial de gerar riqueza do homem e da mulher”, ou seja, não</p><p>existe distinção de sexo quando o assunto é investimento.</p><p>A tabela abaixo, ilustra a participação das mulheres no mercado de capitais.</p><p>25</p><p>5.1 Simulação do Clube de investimento.</p><p>Esta simulação será realizada através da diversificação do capital da Família</p><p>Azevedo, sendo constituída por 5 participantes femininas o valor total para aplicação</p><p>no clube é de R$ 100.000,00 sendo de % iguais para cada membro, com: 30% em</p><p>renda fixa, e 70% em ações.</p><p>O ativo escolhido para aplicar R$ 20.000,00 com intuito de colher bons</p><p>dividendos foi a Eletropaulo (ELPL4), pois, empresas de energia elétrica como</p><p>ELPL4 proporcionou ótimos resultados aos seus acionistas nos últimos anos.</p><p>Para fins simulação, considerou-se um pagamento médio anual de dividendos</p><p>para os próximos 5 anos de 16%. Pesquisas demonstram que a Eletropaulo tem</p><p>potencial para mais, podendo chegar aproximadamente 23% só no ano de 2023.</p><p>(INFOMONEY, 2012).</p><p>Para projeção dos resultados está sendo considerado: que os lucros sejam</p><p>reaplicados anualmente e que a família invista por conta própria, evitando</p><p>pagamento de taxas administrativas e de performance dos fundos de investimentos.</p><p>26</p><p>Outra empresa escolhida foi a Petrobras, com previsao de rendimento de</p><p>10,50% anual.</p><p>A ultima empresa escolhida foi a Kabin, tomando como ponto de partida a</p><p>análise técnica para um ano, as ações da Klabin têm se revelado um excelente</p><p>investimento, com rendimento superior a 31%. É como se você comprasse R$ 1 mil</p><p>em papéis da empresa e, daqui a um ano, recebesse R$ 310,00. Nenhum ativo de</p><p>renda fixa apresentaria uma rentabilidade como essa:</p><p>Conforme valores apresentados, com a diversificação em ações e com a</p><p>escolha de bons investimentos a Família teve um retorno do valor investido de</p><p>272,42% sobre o valor investido.</p><p>Abaixo o cálculo para a renda fixa no valor de R$ 30.000,00 considerando a</p><p>taxa Selic no dia de Nov/2022 que está em 13,75%.</p><p>27</p><p>Com base nos resultados apresentados, o Clube preferiu investir no tesouro</p><p>direto sendo ele o tesouro Selic, que dará a rentabilidade de R$ 21280,86.</p><p>Contabilizando no final de 5 anos um lucro de aproximadamente R$ 98304,77</p><p>quase dobrando o valor inicial e isso sem aportes mensais no Tesouro Selic, vale</p><p>ressaltar que para ser investido no tesouro Selic um clube do investimento que tem</p><p>fazer esse investimento via corretora, pois não pode CNPJ investir diretamente pelo</p><p>Tesouro.</p><p>28</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>___. Índice Brasil 50 (IBrX 50). BM&FBOVESPA. Disponível em:</p><p><http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/indices/indices-amplos/indice-brasil-</p><p>50-ibrx-50-composicao-da-carteira.htm>. Acesso em: 13 de Novembro de 2022.</p><p>___.Taxa Média de Crescimento. BM&FBOVESPA. Disponível em:</p><p><http://bvmf.bmfbovespa.com.br/indices/ResumoTaxaMediaCrescimento.aspx?Indie</p><p>=IBOV&idioma=pt-br>. Acesso em: 10 de novembro de 2018.</p><p>ALMEIDA, T. G. Otimização de Carteira de Utilizando o Modelo de Elton-Gruber.</p><p>Monografia. Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, 2010, p. 1-60.</p><p>ARAÚJO, E. A. T. OLIVEIRA, V. C. SILVA, W. A. L. Capm em Estudos Brasileiros:</p><p>Uma Análise Da Pesquisa. Revista de Contabilidade e Organizações, v. 6, n.15.</p><p>São Paulo, SP, 2012, p. 95-122.</p><p>MARCELINO, C. A. C. F. Avaliação do Efeito da Periodicidade dos Retornos</p><p>para o Cálculo do Índice Beta: Um Estudo sobre 20 Ações com maior</p><p>Participação no IBOVESPA. Monografia. MBA em Finanças e Gestão de Risco.</p><p>Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2015, p. 1-25. 35</p><p>MARQUES, S. SILVA, W. V. DEL CORSO, J. M. DALAZEN, L. L. Comparação de</p><p>Desempenhos de Carteira Otimizadas pelo Modelo de Markowitz e a Carteira de</p><p>Ações do IBOVESPA. Revista Evidenciação Contábil & Finanças. João Pessoa, v.</p><p>1, n. 1, p. 20-37, jan./jun. 2013.</p><p>NAIBERT, P. F. CALDEIRA, J. F. Seleção de Carteiras Ótimas Sob Restrições</p><p>nas Normas dos Vetores de Alocação: Uma Avaliação Empírica Com Dados da</p><p>BM&FBOVESPA. Rev. Bras. Finanças (Online), Rio de Janeiro, v. 13, n. 3, jul. 2015,</p><p>p. 504-543.</p><p>NETO, A. A. Mercado Financeiro. 11. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2012, p. 258-</p><p>308.</p><p>NETO, A. A. LIMA, F. G. ARAÚJO, A. M. P. Uma Proposta Metodológica para o</p><p>Cálculo do Custo de Capital no Brasil. Revista Administração, 2008, v. 43, n. 1,</p><p>p.1-27.</p><p>OLIVEIRA, F. A. S. Desempenho da Otimização Robusta de Carteiras no</p><p>Mercado Acionário Brasileiro. Dissertação (Mestrado em Administração) -</p><p>Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade Federal de Minas Gerais. Belo</p><p>Horizonte, 2013,115 p.</p><p>OLIVEIRA, M. R. G. ROMA, C. M. S. MELO, F.V.S. Otimizando Uma Carteira de</p><p>Investimentos: Um Estudo Com Ativos do Ibovespa no Período De 2009 a 2011.</p><p>Revista Razão Contábil &Finanças, v. 2, n. 2. Fortaleza, CE, jul./dez. 2011, p. 1-14.</p><p>ROSS, S. A. WESTERFIELD, R. A. JAFFE, J. LAMB, R. Administração Financeira.</p><p>29</p><p>Editora AMGH, 2015, p. 498-507.</p><p>SAMANEZ, C. P. Gestão de Investimento e Geração de Valor. São Paulo: Editora</p><p>Pearson, 2012.</p><p>CALISTO, Marisley. Finanças pessoais: estudo de caso de um planejamento</p><p>financeiro para a aposentadoria, 2007. 73 páginas. Monografia (Graduação em</p><p>Ciências Contábeis) - Universidade Federal de Santa Catarina. 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