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1
2
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sem a autorização expressa do detentor dos direitos autorais. Qualquer 
uso não autorizado deste produto é proibido por lei. O autor deste 
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a reprodução, distribuição ou exibição pública deste produto sem sua 
permissão por escrito. Qualquer pessoa que deseje utilizar este produto 
para fins comerciais deve entrar em contato com o autor para obter a 
autorização necessária.
PSICOTERAPIA
INFANTIL
3
SOBRE A PROFESSORA
Juliana Ribeiro é Psicóloga e ama 
brincar com sua filha, por isso sua 
paixão pela psicologia infantil. Nasceu 
em Gurupi no Tocantins e é casada com 
Moreno Reis. Se formou em Psicologia 
pela Pontifícia Universidade Católica de 
Goiás em 2011.
Seu sonho sempre foi ajudar 
pessoas por todo o mundo a 
entenderem suas dificuldades, por 
isso se especializou em Avaliação 
Neuropsicológica em 2016 pelo Instituto 
Brasileiro de Neuropsicologia.
Após sua formação iniciou os atendimentos clínicos com adultos e crianças. 
Depois de se tornar mãe, criou um amor ainda maior pelas crianças, foi nesse 
momento da maternidade que percebeu que havia poucos profissionais habilitados 
a trabalhar na clínica infantil, por isso decidiu dedicar toda sua trajetória profissional 
ao atendimento de crianças.
Nas horas vagas gosta de estar em familia, ter experiencias gastronômicas, 
passear e viajar. Além de incentivar que sua filha Luíza brinque e faça amizades 
com diversas crianças.
Tem como valores o cuidado com a familia e com a fé.
4
SUMÁRIO
1 Os processos iniciais da Psicoterapia Infantil................................................. 7 
1.1 A importância da abordagem clínica .............................................................8
1.1.1 TCC......................................................................................................................10
1.1.2 Gestalt-terapia................................................................................................11
1.1.3 Psicodinâmica.................................................................................................11
1.2 Passo a passo da Psicoterapia infantil.......................................................12
1.3 Permissividade e limites na prática clínica..................................................15
1.4 Pontos ao iniciar na Psicoterapia infantil....................................................17 
1.5 A alta da terapia....................................................................................................19
2 Técnicas de Psicoterapia Infantil na Clínica....................................................22 
2.1 O espaço físico......................................................................................................22
2.2 Os recursos na Psicoterapia (o que não pode faltar).................................23
2.3 Significando o brincar.......................................................................................27 
2.4 O desenho...............................................................................................................28
3 Questões na Psicoterapia Infantil.......................................................................31 
3.1 Atendimento de irmãos....................................................................................31 
3.2 A resistência dos pais.......................................................................................33 
3.3 A terapia que não dá certo..............................................................................33
3.4 A terapia que dá certo......................................................................................36
3.5 Quando a criança não quer participar da sessão...................................38
3.6 Quando a criança vem de outra psicoterapia..........................................40
3.7 Mentiras....................................................................................................................41
3.8 Raiva e agressão.................................................................................................43
3.9 Uso de eletrônicos na sessão..........................................................................45
Referências Bibliográficas.......................................................................................46
5
INTRODUÇÃO
A psicologia infantil é um campo científico que busca entender como as 
crianças se desenvolvem de forma cognitiva, emocional, social e comportamental 
no período que compreende desde a infância até a adolescência. Ela abrange 
uma ampla gama de tópicos, incluindo aquisição de linguagem, percepção, 
memória, resolução de problemas, desenvolvimento moral e socialização. O estudo 
acadêmico deste ramo baseia-se em diversas perspectivas teóricas e metodologias 
de pesquisa com a finalidade de obter uma compreensão abrangente dos fatores 
que contribuem para o desenvolvimento das crianças.
Uma das áreas-chave de foco na psicologia infantil é a análise de como 
fatores genéticos, ambientais e culturais interagem para moldar e impactar o 
desenvolvimento das crianças¹. Por exemplo, pesquisas mostram que fatores 
genéticos podem influenciar o temperamento, a personalidade e as habilidades 
cognitivas de uma criança, enquanto fatores ambientais, como o estilo de 
parentalidade, o status socioeconômico e a exposição ao estresse, podem ter um 
impacto significativo no desenvolvimento emocional e social das crianças.
Outro aspecto importante da psicologia infantil é o estudo das etapas e 
marcos do desenvolvimento. As crianças passam por diferentes estágios de 
desenvolvimento, cada um dos quais é caracterizado por mudanças específicas 
na cognição, emoção e comportamento. Por exemplo, os bebês passam por uma 
fase de desenvolvimento sensoriomotor, durante a qual desenvolvem habilidades 
perceptuais e motoras básicas, enquanto as crianças em idade pré-escolar 
passam por uma fase de pensamento pré-operatório, durante a qual desenvolvem 
pensamento simbólico e habilidades de linguagem.
Os psicoterapeutas infantis utilizam uma variedade de métodos de pesquisa, 
incluindo estudos observacionais, experimentos e estudos longitudinais, para 
investigar diferentes aspectos do desenvolvimento infantil. Importante frisar que 
trabalham não apenas com a criança ou o adolescente que são o paciente, já 
que é preciso o envolvimento dos adultos que estão na vivência daquela criança, 
1 BELSKY, J.; PLUESS, M. The nature (and nurture?) of plasticity in early human development. 
Perspectives on Psychological Science, v. 4, n. 4, p. 345-351, 2009.
6
como pais, educadores e outros profissionais, para promover um desenvolvimento 
saudável nas crianças e para lidar com diversos desafios do desenvolvimento, 
como problemas comportamentais, dificuldades de aprendizagem e questões de 
saúde mental, dentre outras demandas.
7
PSICOTERAPIA 
INFANTIL
Os processos iniciais
da Psicoterapia Infantil
O processo de atendimento infantil é muito distinto do trabalho com adultos. 
Nesta seção, serão abordados os principais pontos da Psicoterapia Infantil.
Desde já, é preciso pontuar que trabalhar como psicoterapeuta infantil 
pode ser gratificante e desafiador. Para trabalhar efetivamente com crianças, 
os psicólogos devem ter conhecimento sobre desenvolvimento infantil, técnicas 
de avaliação e intervenções baseadas em evidências e na abordagem escolhida 
pelo profissional. Segundo algumas pesquisas², existem alguns passos que são 
desejáveis aos psicólogos que desejam trabalhar com crianças.
O primeiro passo é obter a educação e o treinamento necessários. Isso 
geralmente envolve a conclusão de cursos de desenvolvimento, avaliação e 
intervenção infantil. Trata-se de um ponto desejado, mas não obrigatório. 
O segundo passo é a experiência trabalhando com crianças. Isso pode ser 
feito por meio de estágios, trabalho voluntário ou posições iniciais em clínicasou 
escolas. Esta experiência oferece uma oportunidade para praticar técnicas de 
avaliação e intervenção, bem como para desenvolver habilidades importantes, 
como construção de relacionamento e comunicação.
O terceiro passo é manter-se atualizado sobre as últimas pesquisas e práticas 
baseadas em evidências em psicologia infantil. Isso pode ser feito por meio 
1
2 Cf. SOUTHAM-GEROW, M. R., & MAYES, T. L. Effective Child Therapy: Evidence-Based Mental Health 
Treatment for Children and Adolescents. American Psychologist, 69(9), 854–866, 2014.; e GLASER, D. 
Child development and evolutionary psychology. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 41(3), 
299-312, 2002.
8
da leitura de artigos científicos, participação em conferências e workshops e 
networking com outros profissionais da área.
Finalmente, é importante que os psicólogos que trabalham com crianças 
estejam cientes das considerações éticas e legais relacionadas ao trabalho com 
menores. Isso inclui obter o consentimento informado dos pais ou responsáveis 
legais, manter a confidencialidade e aderir aos padrões profissionais de prática.
O atendimento infantil é muito diferente do atendimento de adultos, conforme 
mencionado. Por isso, é preciso estar inserido no mundo infantil para que se possa, de 
fato, auxiliar e compor o processo terapêutico das crianças que vão ao consultório. 
É preciso saber e conhecer dos desejos, necessidades e contextos infantis para que 
seja um processo efetivo. Por exemplo, é importantíssimo conhecer as referências 
feitas pela criança sobre desenhos, personagens, brinquedos e vídeos que façam 
parte do cotidiano infantil. Além do mais, é preciso ter conhecimento sobre teorias 
que envolvem a criança, como a teoria do desenvolvimento, bem como fixar uma 
abordagem para seguir com as crianças. 
No geral, tornar-se um psicólogo que trabalha com crianças requer uma sólida 
base educacional, experiência prática e desenvolvimento profissional contínuo. Ao 
dar esses primeiros passos e desenvolvê-los ao longo do tempo, os psicólogos 
podem fornecer atendimento eficaz e ético às crianças e suas famílias.
Como mencionado, a psicologia infantil é um ramo da psicologia que se 
concentra no desenvolvimento psicológico de crianças desde a infância até 
a adolescência. Os psicólogos clínicos que trabalham com crianças usam uma 
variedade de abordagens para ajudar jovens pacientes a superar desafios 
de saúde mental e alcançar seu potencial máximo. Uma das abordagens mais 
comuns na psicologia infantil é a abordagem clínica, que enfatiza a importância 
do diagnóstico, avaliação e tratamento de problemas de saúde mental. Essa 
abordagem envolve o uso de técnicas baseadas em evidências para compreender 
o comportamento e o bem-estar emocional de uma criança e desenvolver planos 
de tratamento eficazes adaptados às necessidades específicas da criança. 
1.1 A importância da abordagem clínica
9
Psicólogos clínicos que trabalham com crianças podem usar uma variedade 
de modalidades de tratamento, como terapia de jogo, terapia cognitivo-
comportamental e terapia familiar, para ajudar jovens pacientes a superar uma 
variedade de desafios de saúde mental, incluindo ansiedade, depressão, TDAH e 
trauma. Em geral, a abordagem clínica na psicologia infantil é uma ferramenta 
essencial para ajudar crianças e adolescentes a alcançar seu potencial máximo e 
levar vidas satisfatórias e saudáveis.
Escolher a abordagem clínica é uma parte crítica do trabalho de um psicólogo 
clínico que trabalha com crianças. A abordagem clínica escolhida deve ser adequada 
às necessidades específicas de cada paciente e levar em consideração fatores 
como a idade, o desenvolvimento cognitivo e emocional e a gravidade do problema 
de saúde mental. Além disso, é importante que o psicólogo esteja atualizado sobre 
as últimas pesquisas e técnicas disponíveis para cada abordagem clínica, a fim de 
fornecer o melhor atendimento possível para seus pacientes. Contudo, é preciso 
também levar em consideração que o psicoterapeuta deve ter a abordagem 
que segue como padrão, isto é, selecionar a abordagem deve ser um momento 
anterior ao atendimento. Em termos práticos, não se escolhe abordagem para 
cada paciente, filia-se a uma abordagem que, a partir de nuances, será utilizada 
em todos os pacientes. 
Nesse sentido, é preciso ter em mente que ser psicoterapeuta é uma construção. 
A abordagem terapêutica escolhida será a sua base, firme e sólida, que guiará sua 
prática. Quanto mais o psicólogo se aplicar em conhecer e assimilar o básico, maior 
a chance de expansão de uma forma enriquecedora, produtiva e colaborativa. 
Por isso, ter um referencial, um livro que de estudo constante e que traga muitas 
informações, além de grupos de estudo, professores e tutores para estar sempre 
aprimorando o conhecimento acerca dessa abordagem. O mais importante é ter 
uma fonte de informação única e unívoca, coerente, que seja o seu referencial 
para a abordagem; no caso dos livros, se atente para que sejam livros atualizados. 
Existem várias abordagens clínicas diferentes que um psicólogo clínico pode 
usar para ajudar crianças e adolescentes a lidar com problemas de saúde mental. 
A abordagem compreenderá uma noção de homem, de mundo, de saúde, de 
doença. Será possível, portanto, entender o que está acontecendo com aquela 
10
1.1.1 TCC
A Terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem orientada para o 
problema que se concentra em ajudar as crianças a mudar padrões de pensamento 
e comportamento disfuncionais que podem estar contribuindo para seus problemas 
de saúde mental. Durante as sessões de terapia, a criança aprende habilidades para 
lidar com desafios específicos e trabalhar para alcançar seus objetivos.
A TCC trabalha com a criança para identificar e modificar padrões de 
pensamento e comportamento negativos. O terapeuta ajuda a criança a identificar 
pensamentos automáticos negativos e ensina técnicas para reestruturar esses 
pensamentos em pensamentos mais positivos e realistas. Também envolve ensinar 
a criança habilidades de enfrentamento para lidar com situações estressantes e 
desafiadoras.
Esta acaba sendo uma abordagem frequentemente usada em conjunto com 
outras terapias, como a terapia de exposição para transtornos de ansiedade. A 
terapia de exposição envolve ajudar a criança a enfrentar seus medos de forma 
gradual e segura. Por exemplo, uma criança com um transtorno de ansiedade social 
pode ser exposta a situações sociais que causam ansiedade, como falar em público, 
para ajudá-la a superar seus medos.
Em geral, a TCC é uma abordagem eficaz para tratar uma variedade de 
problemas de saúde mental em crianças. É importante lembrar que cada criança é 
única e que o tratamento deve ser adaptado às necessidades individuais da criança. 
Um psicólogo clínico treinado em TCC pode ajudar a determinar se essa abordagem 
é a melhor opção para a criança em questão.
Alguns livros que podem orientar o estudo dessa abordagem são: Terapia 
Cognitivo-Comportamental na Prática Psiquiátrica, de Aaron T. Beck, Judith S. Beck 
e John F. Clarkin (Artmed Editora); Terapia Cognitivo-Comportamental para Leigos, 
de Rhena Branch e Rob Willson (Alta Books); Terapia Cognitivo-Comportamental 
para Ansiedade e Depressão: Uma Abordagem Prática e Integrada, de Stefan G. 
Hofmann e Michael W. Otto (Editora Manole).
criança e, a partir daí, utilizar as técnicas propostas. Algumas das abordagens 
clínicas mais comuns são a Terapia Cognitivo Comportamental, a Gestalt-terapia, 
a psicodinâmica, dentre outras. Aqui, serão abordadas as três mencionadas, de 
forma breve. 
11
1.1.2 Gestalt-terapia
A Gestalt-terapia é uma abordagem clínica que se concentra no momento 
presente e na experiência subjetiva do indivíduo, enfatizando a importância da 
conexão entre mente, corpo e ambiente. É uma abordagem humanista e holística 
que enfatiza a capacidade do indivíduo de se autoconhecer e de realizar mudanças 
positivas em sua vida. Tem por objetivo principalajudar o indivíduo a se tornar 
mais consciente de suas emoções, comportamentos e padrões de pensamento. O 
terapeuta trabalha com o cliente para explorar suas experiências presentes, em 
vez de se concentrar em eventos passados ou futuros. A Gestalt-terapia enfatiza a 
importância de experiências pessoais diretas e acredita que a exploração dessas 
experiências pode levar a uma maior autoconsciência e mudança positiva.
Para tanto, utiliza várias técnicas terapêuticas, incluindo o uso de diálogo, 
exercícios de movimento corporal, jogos de papéis e técnicas de imaginação 
criativa. O terapeuta pode trabalhar com o cliente para explorar suas emoções 
e comportamentos por meio dessas técnicas, ajudando o cliente a se tornar 
mais consciente de suas experiências e a desenvolver habilidades para lidar com 
situações desafiadoras. A Gestalt-terapia tem sido usada com sucesso em crianças 
com uma variedade de problemas emocionais e comportamentais, incluindo 
ansiedade, depressão, transtornos alimentares e dificuldades de aprendizagem. 
A abordagem clínica é adaptada às necessidades individuais de cada criança e é 
frequentemente usada em combinação com outras abordagens terapêuticas.
Alguns livros que podem orientar o estudo dessa abordagem são: Gestalt-
terapia: fundamentos e práticas, de Lilian Frazão e Maria José Marinho (Editora 
Ágora); A Prática da Terapia Gestalt, de Dan Bloom e Carolyn Cleveland (Summus 
Editorial); Terapia Gestalt: Abordagem Centrada no Aqui e Agora, de Gary Yontef e 
Lynne Jacobs (Summus Editorial).
1.1.3 Psicodinâmica
A psicodinâmica é uma abordagem clínica que se concentra em compreender 
a dinâmica inconsciente que influencia o comportamento e o pensamento 
da criança. Essa abordagem é baseada na teoria psicanalítica desenvolvida 
por Sigmund Freud e alguns estudiosos que seguiram sua abordagem. Nesse 
sentido, para esta corrente, os comportamentos e pensamentos da criança são 
influenciados por questões inconscientes, incluindo experiências traumáticas da 
12
infância, desejos e impulsos reprimidos, e conflitos internos. Essas forças podem 
afetar o desenvolvimento emocional da criança e levar a problemas de saúde 
mental.
A psicodinâmica utiliza várias técnicas terapêuticas para ajudar a criança a 
explorar essas forças inconscientes, incluindo a interpretação de sonhos, a análise 
do discurso e a livre associação. O objetivo da psicodinâmica é ajudar a criança 
a se tornar consciente dessas forças inconscientes e a lidar com seus efeitos em 
sua vida. Uma das técnicas mais comuns usadas na psicodinâmica é a terapia 
psicanalítica. Essa abordagem envolve sessões de terapia de longo prazo em 
que a criança é encorajada a explorar seus pensamentos e sentimentos mais 
profundos. O terapeuta ajuda a criança a identificar padrões em seu pensamento 
e comportamento e a desenvolver uma compreensão mais profunda de si mesma.
Alguns livros que podem orientar o estudo dessa abordagem são: Teoria da 
Psicanálise, de Sigmund Freud (Companhia das Letras); O Ego e o Id, de Sigmund 
Freud (Companhia das Letras); sicodinâmica das Cores em Comunicação, de 
Modesto Farina, Iride Fontana e Jean Pierre Chabloz (Editora Blucher).
Em resumo, cada abordagem clínica possui vantagens e desvantagens, e 
um psicólogo clínico deve estar atualizado sobre as últimas pesquisas e técnicas 
disponíveis para cada uma delas para fornecer o melhor atendimento possível 
para seus pacientes. É importante frisar, contudo, que a abordagem do terapeuta 
não é baseada no senso comum, não é baseada no achismo e não é baseada 
no julgamento. Toda orientação dada no âmbito do trabalho deve ter como base 
a teoria e a ética profissional, a partir da abordagem selecionada e sob o jugo 
clínico. 
1.2 Passo a passo da Psicoterapia infantil 
Com objetivo de auxiliar ao paciente, a criança ou adolescente, a lidar com seus 
problemas e emoções, e melhorar sua qualidade de vida e bem-estar emocional, é 
preciso desenvolver um processo terapêutico. Nesta seção, será apresentado um 
breve passo a passo com as etapas do atendimento infantil.
13
1
Avaliação inicial: o processo terapêutico infantil começa 
com uma avaliação inicial do psicólogo, que pode envolver 
entrevistas com os pais ou responsáveis e com a criança, 
observação do comportamento da criança e avaliação de 
histórico médico e escolar.
Estabelecimento de objetivos: com base na avaliação 
inicial, o psicólogo estabelece objetivos específicos para 
o tratamento e discute esses objetivos com os pais ou 
responsáveis.
Estabelecimento de rapport: o psicólogo trabalha para 
estabelecer um rapport ou conexão terapêutica com a 
criança, criando um ambiente seguro e confortável e usando 
técnicas terapêuticas adequadas à idade da criança.
Exploração do problema: o psicólogo ajuda a criança 
a identificar e explorar seus problemas e sentimentos, 
geralmente através de jogos, brincadeiras e outras atividades 
adequadas à idade.
Intervenção: o psicólogo usa técnicas terapêuticas 
apropriadas à idade para ajudar a criança a desenvolver 
habilidades para lidar com seus problemas e sentimentos, 
incluindo técnicas cognitivo-comportamentais, terapia de 
jogo e outras abordagens.
2
3
É fundamental lembrar que este processo deve partir da abordagem de 
escolha do psicoterapeuta e pode envolver várias abordagens clínicas, incluindo 
a terapia cognitivo-comportamental, a psicodinâmica e a gestalt-terapia. Neste 
texto, portanto, será explorado o processo terapêutico infantil em mais detalhes, 
incluindo os passos envolvidos e as abordagens clínicas que podem ser usadas 
para ajudar crianças a superar seus desafios emocionais e comportamentais.
5
4
14
6
7
8
Colaboração com os pais ou responsáveis: o psicólogo 
trabalha em colaboração com os pais ou responsáveis da 
criança para ajudá-los a entender os problemas da criança 
e fornecer apoio e orientação.
Avaliação e ajuste: o psicólogo regularmente avalia o 
progresso da criança e faz ajustes ao plano de tratamento 
conforme necessário.
Conclusão do tratamento: quando a criança atinge os 
objetivos estabelecidos e demonstra habilidades para lidar 
com seus problemas, o tratamento é concluído. O psicólogo 
pode fornecer orientação para ajudar a prevenir recaídas e 
encaminhar a criança para serviços de apoio adicionais, se 
necessário.
O processo, portanto, tem início com a avaliação dos adultos que estão 
envolvidos na vida da criança. É fundamental compreender que os responsáveis 
pela criança são um elemento integral do processo terapêutico e devem ser 
mantidos em contato constante com o psicoterapeuta. Portanto, a primeira 
sessão geralmente é realizada com os adultos responsáveis. Nesse momento, 
é importante identificar a demanda da família em relação à criança, que, na 
maioria das vezes, está associada a queixas comportamentais ou emocionais. 
Nesse sentido, a presença da criança não é necessária nessa primeira sessão, 
pois as queixas relatadas pelos adultos podem ser compreendidas pela criança 
como verdades absolutas, podendo prejudicar o processo terapêutico. Assim, 
recomenda-se que a primeira sessão seja realizada somente com os adultos, 
comunicando previamente a não participação da criança.
No mais, destaque-se que as queixas apresentadas pelas crianças durante 
o processo terapêutico infantil geralmente se manifestam nas áreas do sono, 
alimentação e/ou controle do esfíncter, que são consideradas as grandes áreas 
do desenvolvimento infantil. 
Diante disso, é necessária uma investigação criteriosa por parte do 
psicoterapeuta para identificar a origem desses sintomas. É importante que se 
verifique se a criança já foi avaliada por um médico, como é seu desempenho na 
15
escola e como se deu seu desenvolvimento nas áreas afetadas. 
O psicoterapeuta, por sua vez, trabalha com possibilidades de ação e 
propõe experimentações, cabendo aos pais a responsabilidade de engajar-
se e colocar em prática as recomendações do profissional, o que pode resultar 
em uma reconfiguração emudança de comportamento. Destaca-se que, em 
muitos casos, os atendimentos direcionados a crianças menores de seis anos 
são prioritariamente voltados à orientação parental, resolvendo as demandas a 
partir de ajustes na rotina. Nesse sentido, o engajamento dos pais é crucial para 
o sucesso da intervenção. É importante ainda ressaltar que o psicoterapeuta 
precisa estar disposto a acompanhar a criança em suas brincadeiras, exploração 
do espaço e sensorialidade, uma vez que o espaço da terapia é um ambiente de 
experiências, onde a criança tem a oportunidade de vivenciar situações diferentes 
das que ocorrem fora da sala de terapia.
1.3 Permissividade e limites na prática clínica
A permissividade e os limites são temas pertinentes ao campo da psicologia 
infantil, uma vez que influenciam diretamente o desenvolvimento da criança. A 
forma como os pais e responsáveis estabelecem limites e regras para a criança 
pode impactar em diversos aspectos da vida deste paciente, desde o seu 
comportamento até o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais. Por 
outro lado, a permissividade em sentido de excesso pode levar a comportamentos 
impulsivos, falta de disciplina e dificuldade em lidar com frustrações e limites 
impostos pela vida. 
Nesse sentido, a psicologia infantil tem como objetivo entender a dinâmica 
das relações entre pais e filhos, e auxiliar na construção de um ambiente saudável 
e equilibrado para a criança. Nesta seção, serão abordados os conceitos de 
permissividade e limite a partir de seus sentidos clínicos. 
No âmbito da psicoterapia infantil, a concepção de permissividade tem um 
significado específico: trata-se do desenvolvimento de um espaço de liberdade 
para a ação da criança. Essa é uma característica que distingue a psicoterapia 
infanti. O objetivo é criar um ambiente em que o paciente possa se arriscar, dar 
um passo à frente e comportar-se de maneira diferente do habitual.
16
No contexto clínico, a ideia é criar um espaço terapêutico onde a criança possa 
sentir-se à vontade para experimentar e expressar livremente seus pensamentos, 
emoções e comportamentos. Nesse sentido, a refere-se a um ambiente acolhedor 
e seguro, que propicie a exploração e o desenvolvimento emocional da criança.
É importante ressaltar que permissividade não significa falta de limites ou 
ausência de regras. Na terapia infantil, a permissividade se refere a um ambiente 
que permite à criança experimentar novas formas de se comportar e se relacionar, 
dentro de limites estabelecidos pelo terapeuta. Esses limites são importantes para 
garantir a segurança da criança e para que ela possa se sentir protegida dentro 
do ambiente terapêutico.
O objetivo da permissividade na psicoterapia infantil é permitir que a criança 
se sinta à vontade para experimentar comportamentos que normalmente não 
seriam aceitos em outros contextos sociais, sem que haja julgamento ou crítica. 
Dessa forma, a criança pode explorar seus sentimentos e emoções de forma 
mais livre e autêntica, e o terapeuta pode observar e compreender melhor as 
dificuldades e conflitos emocionais que a criança enfrenta.
O espaço clínico deve ser um espaço no qual a criança pode reproduzir os 
comportamentos que apresenta em outros contextos, mas sem as normas e regras 
impostas nesses ambientes. Assim, ela pode ir até o limite de seus comportamentos 
e vivenciar o que não experimenta fora daquele ambiente terapêutico. Essa 
observação dos comportamentos da criança é valiosa para o psicoterapeuta 
e contribui para o processo terapêutico. Para que essa permissividade seja 
possível, é importante que o consultório esteja adequadamente adaptado e 
favoreça a liberdade de ação da criança. Esse ambiente deve ser propício para a 
experimentação e a expressão dos sentimentos e pensamentos da criança. Dessa 
forma, a psicoterapia infantil busca promover um espaço seguro e acolhedor para 
que a criança possa se expressar e se desenvolver emocionalmente.
No contexto clínico, a definição de limite envolve a delimitação de regras e 
normas que ajudam a criança a entender o que é esperado dela e a reconhecer 
seus próprios limites. Fornecem uma sensação de segurança e ajudam a criança 
a se sentir protegida. Eles também ajudam a estabelecer expectativas claras para 
17
o comportamento e ações da criança, proporcionando um ambiente previsível e 
organizado.
Os limites na terapia infantil são essenciais para criar um ambiente seguro e 
controlado em que a criança possa explorar e experimentar sem medo. Eles podem 
incluir coisas como a definição de um horário específico para as sessões, estabelecer 
regras para o comportamento dentro do consultório, definir expectativas claras 
sobre as tarefas e atividades que serão realizadas e estabelecer limites sobre o 
que pode e não pode ser discutido durante a terapia.
No entanto, é importante ressaltar que os limites na terapia infantil não devem 
ser excessivamente rígidos ou restritivos. Eles devem ser flexíveis o suficiente para 
permitir que a criança explore e experimente, mas firmes o suficiente para manter 
a criança segura e protegida. Os limites devem ser estabelecidos em conjunto com 
os pais ou responsáveis da criança e ser adaptados às necessidades individuais 
da criança e da família.
Quando se aborda a questão dos limites, é comum que pais e cuidadores 
sintam-se confortáveis, uma vez que muitos acreditam que as crianças devem 
viver sob a imposição de limites. No entanto, na psicoterapia infantil, o limite é 
estabelecido apenas em situações em que a criança ou seu comportamento 
violam sua própria integridade ou a integridade do ambiente em que se encontra.
Por fim, é fundamental que os limites sejam impostos com possibilidades 
de outros comportamentos para a ação daquela criança. O desenvolvimento 
cognitivo não comporta outras experiências que não as vividas, de modo que a 
criança prescinde que lhe sejam pontuados os novos comportamentos para agir 
diante do recebimento de um “não”.
1.4 Pontos ao iniciar na Psicoterapia infantil
A psicologia infantil é uma área da psicologia que envolve o estudo do 
desenvolvimento humano desde a infância até a adolescência, com foco nas 
diversas mudanças e fases que uma criança passa em sua vida. Se um psicólogo 
deseja se especializar em psicologia infantil, é importante que ele possua 
18
conhecimento e habilidades específicas para lidar com a complexidade do 
desenvolvimento infantil.
O primeiro ponto de partida para abordagem infantil é a compreensão de 
que a criança é um ser em constante desenvolvimento, com necessidades e 
demandas específicas. É preciso ter um conhecimento aprofundado sobre o 
desenvolvimento infantil, que inclui aspectos biológicos, cognitivos, emocionais e 
sociais. É importante ter em mente que o desenvolvimento não ocorre de forma 
linear, e que a criança pode apresentar diferentes comportamentos em função do 
seu estágio de desenvolvimento.
Uma das primeiras habilidades que um psicólogo deve desenvolver para 
trabalhar com crianças é a empatia. É essencial que o psicólogo seja capaz de 
se colocar no lugar da criança para entender seus sentimentos, pensamentos e 
comportamentos. A empatia também ajuda a construir uma relação de confiança 
com a criança e seus pais, que é fundamental para um tratamento bem-sucedido.
Outra habilidade importante é a capacidade de observação. O psicólogo deve 
ser capaz de observar a criança em seu ambiente natural, em situações de jogo, 
escola e família. Isso permite uma compreensão mais completa do comportamento 
da criança e de como ela interage com o mundo ao seu redor.
Além disso, um conhecimento sólido sobre as teorias de desenvolvimento 
infantil e seus marcos importantes é fundamental para a prática clínica. A 
compreensão das fases do desenvolvimento infantil, bem como de possíveis 
atrasos ou transtornos, é crucial para a identificação precoce e o tratamento 
adequado dessas questões.
O psicólogo que trabalha com crianças também deverá compreender que a 
famíliaé um sistema que influencia diretamente o desenvolvimento da criança, e 
que a sua colaboração é essencial para que o processo terapêutico seja efetivo. 
Portanto, a habilidade de se comunicar de forma clara e empática com os pais ou 
cuidadores da criança é fundamental para estabelecer uma relação de confiança 
e colaboração.
Além disso, o trabalho em equipe com a família da criança envolve o 
19
compartilhamento de informações relevantes sobre o desenvolvimento da criança, 
a identificação de problemas e desafios, e a elaboração de estratégias para 
enfrentá-los. O psicólogo pode contribuir com orientações e sugestões para a 
família, de forma a auxiliá-los na promoção do desenvolvimento da criança.
É importante que o psicólogo também esteja atento às dinâmicas familiares, 
identificando possíveis conflitos e problemas que possam estar afetando o 
desenvolvimento da criança. Nesse sentido, o trabalho em equipe com outros 
profissionais de saúde, como médicos e assistentes sociais, pode ser extremamente 
benéfico para promover uma abordagem mais integrada e eficaz.
Por fim, o psicólogo deve possuir habilidades de comunicação e trabalhar com 
a família da criança. Os pais ou cuidadores desempenham um papel crucial na vida 
da criança e, portanto, é importante que o psicólogo saiba como se comunicar de 
forma eficaz e trabalhar em parceria com a família para alcançar os objetivos do 
tratamento.
Em resumo, para se tornar um psicólogo especializado em psicologia infantil, 
é necessário desenvolver habilidades específicas, como empatia, observação, 
conhecimento sobre teorias de desenvolvimento infantil e habilidades de 
comunicação e trabalho em equipe com a família da criança. Essas habilidades 
são fundamentais para entender, avaliar e tratar questões relacionadas ao 
desenvolvimento infantil.
1.5 A alta da terapia
O processo de alta terapêutica na psicoterapia infantil é um momento crucial 
que representa o fim da intervenção terapêutica e marca a transição da criança 
para a vida saudável fora do consultório. O processo de alta deve ser feito de forma 
cuidadosa, respeitando o paciente. Note-se: a alta é proveniente do paciente e não 
um plano do terapeuta. Deve-se, contudo, se assegurar de que a criança esteja 
pronta para enfrentar os desafios que virão pela frente.
Um dos principais aspectos a serem considerados durante o processo de alta 
terapêutica é a avaliação do progresso da criança ao longo do tratamento. O 
psicólogo deve avaliar se a criança atingiu os objetivos terapêuticos estabelecidos, 
20
se houve mudanças significativas em seu comportamento e se a criança adquiriu 
habilidades para lidar com situações desafiadoras fora do contexto terapêutico. 
Caso ainda haja questões não resolvidas, é importante discuti-las com o paciente 
e com a família e avaliar a necessidade de continuar o tratamento ou encaminhar 
para outros profissionais.
Outro aspecto importante é a preparação da criança para a transição para 
a vida fora da terapia. O psicólogo deve ajudar a criança a se sentir confiante 
e segura para lidar com situações desafiadoras que possam surgir após a alta. 
Para isso, é importante que o psicólogo trabalhe com a criança e sua família na 
elaboração de estratégias que possam ser utilizadas em situações reais.
A comunicação com a família é um aspecto crucial no processo de alta 
terapêutica. O psicólogo deve estar em contato próximo com os pais ou 
responsáveis pela criança, fornecendo informações sobre o progresso da terapia 
e discutindo quaisquer preocupações ou questões que possam surgir. É importante 
que a família também seja envolvida no processo de alta, entendendo o que foi 
alcançado e o que precisa ser continuado em casa.
Por fim, é importante que o processo de alta terapêutica seja abordado de 
forma cuidadosa e sensível, permitindo que a criança compreenda o que está 
acontecendo e sinta-se segura em relação ao seu futuro. É essencial que a criança 
se sinta empoderada e confiante para lidar com as situações desafiadoras que 
possam surgir.
É importante ressaltar que a alta terapêutica na psicoterapia infantil não 
deve ser definida apenas pelo julgamento do psicoterapeuta sobre o estado 
do paciente. De acordo com a abordagem da Gestalt Terapia, o psicoterapeuta 
deve acompanhar o paciente de modo a considerar a percepção dele como um 
fator determinante para a definição da alta. A escolha da abordagem terapêutica 
também é fundamental para a convenção da alta.
No entanto, é importante destacar que não existe uma fórmula única ou um 
manual que oriente a definição do processo de alta. Cada paciente é único e, 
portanto, o trabalho do psicoterapeuta é caminhar lado a lado com ele, respeitando 
seu tempo e funcionamento. É por isso que a alta também pode ser um processo e 
21
deve ser discutida em sessão, com a participação ativa do paciente. Nesse sentido, 
cabe ao psicólogo identificar tudo o que envolve essa alta, incluindo questões 
emocionais, comportamentais e sociais, a fim de garantir um encerramento 
adequado do processo terapêutico.
Em conclusão, o processo de alta terapêutica na psicoterapia infantil é uma 
etapa crucial e deve ser cuidadosamente planejado e executado. O psicólogo 
deve avaliar o progresso da criança ao longo do tratamento, prepará-la para a 
transição para a vida fora da terapia e manter uma comunicação aberta com a 
família. O objetivo final é permitir que a criança se sinta segura e empoderada 
para lidar com os desafios que virão pela frente.
22
Técnicas de Psicoterapia
Infantil na Clínica
A psicoterapia infantil envolve a utilização de técnicas específicas que levam 
em consideração as particularidades do desenvolvimento infantil. O uso de 
recursos estruturados e não estruturados, bem como a criação de um ambiente 
físico adequado, são essenciais para garantir a eficácia do processo terapêutico.
O espaço físico onde ocorrem as sessões de psicoterapia infantil deve ser 
acolhedor e agradável para a criança. É importante que o ambiente seja seguro 
e confortável, com elementos que favoreçam a expressão da criança e estimulem 
sua criatividade. A utilização de brinquedos, jogos, desenhos, pinturas e outras 
atividades lúdicas são exemplos de recursos não estruturados que podem ser 
utilizados para facilitar a comunicação e expressão da criança durante as sessões.
Além disso, os recursos estruturados também podem ser aplicados na 
psicoterapia infantil, dependendo das necessidades e objetivos do tratamento. 
Essas técnicas são baseadas em uma abordagem mais estruturada e sistemática, 
que pode ser eficaz no tratamento de questões específicas, como transtornos de 
ansiedade e comportamento agressivo.
Em resumo, a escolha das técnicas a serem utilizadas na psicoterapia infantil 
deve ser feita de forma cuidadosa e adaptada às necessidades de cada criança. 
A criação de um ambiente físico acolhedor e o uso de recursos estruturados e não 
estruturados são fundamentais para garantir a eficácia do processo terapêutico. 
Nesta seção, abordaremos mais sobre esses tópicos. 
2
2.1 O espaço físico
A escolha do espaço físico é uma das etapas mais importantes no processo 
de psicoterapia infantil. É preciso que o ambiente seja seguro e acolhedor para 
a criança se sentir à vontade e desenvolver uma relação de confiança com o 
terapeuta. É importante levar em consideração fatores como a privacidade, a 
iluminação, a ventilação e o conforto do ambiente. A sala deve ser silenciosa e livre 
de distrações, para que a criança possa se concentrar na terapia. A mobília deve 
23
ser adequada ao tamanho e à idade da criança, e deve ser disposta de forma que 
permita a criação de um ambiente agradável e seguro.
Um layout adequado da sala pode contribuir para a interação e comunicação 
entre a criança e o terapeuta. Por exemplo, a disposição de cadeiras em círculo 
pode facilitar o diálogo entre a criança e o terapeuta. Além disso, o uso de recursos 
não estruturados, como brinquedos e jogos, pode ajudar a criança a seexpressar 
e a se comunicar de forma lúdica e natural.
A segurança também é um fator crucial na escolha do espaço físico para a 
psicoterapia infantil. É preciso que o ambiente seja seguro e livre de objetos que 
possam representar um risco para a criança. É importante verificar se todas as 
janelas e portas estão seguras e trancadas, e se o ambiente está livre de fios e 
objetos cortantes.
O papel do espaço físico na psicoterapia infantil é fundamental para o 
desenvolvimento do vínculo entre a criança e o terapeuta. Um ambiente acolhedor 
e seguro permite que a criança se sinta à vontade para expressar seus pensamentos 
e emoções. Além disso, a escolha cuidadosa do espaço físico pode contribuir para 
o processo terapêutico e, como consequência, para o desenvolvimento saudável 
da criança.
Em conclusão, a escolha do espaço físico na psicoterapia infantil é uma etapa 
crucial e deve ser feita com cuidado e atenção. É necessário levar em consideração 
fatores como a privacidade, iluminação, ventilação, conforto, mobílias, layout, 
segurança e papel do espaço na terapia infantil. Um ambiente acolhedor e seguro 
pode contribuir para o desenvolvimento saudável da criança e para o sucesso da 
terapia.
2.2 Os recursos na Psicoterapia (o que não pode faltar)
Inicialmente, é imprescindível priorizar a segurança do paciente, especialmente 
no que diz respeito ao ambiente e aos recursos disponíveis. É importante ter em 
mente que os limites impostos à criança estão diretamente relacionados à sua 
integridade física, razão pela qual o consultório deve ser um espaço que garanta 
24
a segurança da criança e que permita a imposição de limites factíveis.
Nesse sentido, investir em materiais de qualidade é crucial, uma vez que estes 
não devem ser facilmente danificados ou possuir peças pequenas que possam ser 
engolidas. Além disso, os materiais têxteis devem ser higienizados adequadamente, 
a fim de evitar a transmissão de doenças ou infecções.
A princípio, é fundamental que as crianças aprendam a utilizar os recursos 
disponíveis para criar soluções e possibilidades. É importante salientar que os 
recursos devem ser simples e de fácil manipulação e transformação, permitindo 
que as crianças expressem seus sentimentos, sensações e possibilidades de 
transformação.
As crianças precisam estar em contato com suas sensações corporais e 
vivências sensoriais, conforme preconizado pela Gestalt Terapia. Os recursos 
não estruturados são especialmente úteis nesse sentido, já que permitem que 
as crianças desenvolvam essas habilidades sensoriais. É importante ressaltar 
que muitos dos brinquedos oferecidos atualmente às crianças, especialmente os 
eletrônicos, afastam-nas dessas experiências corporais e sensoriais, já que as 
interações são rápidas e não permitem que as crianças experimentem e sintam as 
sensações.
Por fim, cabe destacar que não é papel do psicoterapeuta estabelecer um 
plano de brincadeiras para cada criança. Ao invés disso, deve-se respeitar as 
escolhas da criança em relação às brincadeiras que serão realizadas em cada 
sessão. É importante salientar que uma marca de saúde relevante é a capacidade 
da criança de utilizar brinquedos estruturados sem prejudicar a integridade do 
objeto. 
Os recursos utilizados na psicoterapia infantil são de extrema importância para 
o processo terapêutico, tendo em vista que proporcionam um ambiente seguro 
e adequado para que a criança possa expressar suas emoções e pensamentos. 
Além disso, os recursos também ajudam a desenvolver habilidades e competências 
necessárias para o desenvolvimento saudável da criança.
A escolha dos recursos deve levar em consideração a idade e o estágio de 
25
desenvolvimento dos pacientes. Existem dois tipos de recursos: estruturados, como 
brinquedos, jogos e materiais artísticos, ou não estruturados, como o ambiente 
físico e a relação com o terapeuta.
Os recursos estruturados são aqueles materiais que são utilizados de forma 
organizada e predefinida na terapia, tendo uma função específica para o processo 
terapêutico. Eles ajudam a manter a organização, a facilitar a compreensão e a 
comunicação, além de ajudar a identificar os objetivos terapêuticos.
Entre os recursos estruturados mais comuns utilizados na psicoterapia infantil, 
podemos citar os jogos, brinquedos, desenhos, histórias, música, objetos de arte, 
dentre outros. Cada recurso tem uma função específica e pode ser escolhido de 
acordo com a demanda e a idade da criança.
Por exemplo, os jogos são muito utilizados em terapia infantil, pois permitem 
que a criança se expresse de forma lúdica e divertida, enquanto desenvolve 
habilidades sociais, emocionais e cognitivas. Já os desenhos são frequentemente 
utilizados como uma forma de expressão, permitindo que a criança mostre seus 
sentimentos e pensamentos de uma forma visual. As histórias também são uma 
ferramenta importante, permitindo que a criança se identifique com personagens 
e situações, facilitando o entendimento e a resolução de problemas.
Além disso, os recursos estruturados podem ser utilizados em conjunto, criando 
uma sequência de atividades que ajudam a alcançar os objetivos terapêuticos. 
O psicoterapeuta pode selecionar e organizar os recursos de acordo com a 
necessidade e o perfil de cada paciente.
No entanto, é importante destacar que a escolha e a utilização dos recursos 
estruturados devem ser realizadas com cautela, pois cada criança tem suas 
particularidades e necessidades específicas. O terapeuta deve estar atento às 
respostas e reações da criança durante o uso dos recursos, adaptando-os sempre 
que necessário.
Em resumo, os recursos estruturados são uma ferramenta importante na 
psicoterapia infantil, auxiliando no processo terapêutico de forma organizada e 
lúdica. Cada recurso tem uma função específica e deve ser utilizado de forma 
26
adequada, sempre respeitando as particularidades e necessidades de cada 
criança.
Além dos recursos estruturados, os recursos não estruturados também 
desempenham um papel importante na psicoterapia infantil. Os recursos não 
estruturados são aqueles que não possuem uma forma definida, não possuem 
um manual de instruções e não têm um uso específico. Eles podem ser qualquer 
objeto ou material que permita à criança expressar-se livremente, explorar sua 
criatividade e imaginação, e estabelecer uma relação mais próxima e afetuosa 
com o terapeuta.
Entre os recursos não estruturados mais utilizados na psicoterapia infantil, 
podemos citar materiais artísticos (lápis de cor, tintas, massinha de modelar, 
argila, papel, entre outros); fantoches e marionetes, que permitem que a criança 
crie personagens e histórias, e que explore emoções e conflitos através desses 
personagens; instrumentos musicais, dado que a música pode ser uma forma 
lúdica de comunicação e expressão emocional, além de estimular a coordenação 
motora e a percepção auditiva da criança; e, em destaque, as sucatas. 
As sucatas, também conhecidas como materiais recicláveis, podem ser 
uma excelente opção de recurso não estruturado na psicoterapia infantil. Estes 
materiais, que muitas vezes são descartados sem qualquer utilidade, podem se 
tornar ferramentas importantes para a expressão e comunicação da criança. Na 
terapia infantil, o uso de sucadas pode permitir que a criança experimente novas 
formas de criação e expressão. Ao brincar com esses materiais, ela pode explorar 
diferentes texturas, formas, cores e sensações, o que pode estimular a criatividade 
e a imaginação.
Além disso, sucatas podem ser utilizadas para promover a comunicação não-
verbal entre a criança e o terapeuta. Através da manipulação desses materiais, 
a criança pode expressar suas emoções e pensamentos sem a necessidade de 
falar. O terapeuta pode então interpretar e refletir sobre o que foi comunicado 
pela criança, criando um espaço de compreensão e empatia. O uso de sucadas 
na psicoterapia infantil também pode ajudar a criança a desenvolver habilidades 
cognitivas, motoras e sociais.27
O terapeuta deve estar preparado para lidar com os recursos não estruturados 
de forma adequada, permitindo à criança explorá-los livremente, sem julgamentos 
ou interferências desnecessárias. O terapeuta pode usar os recursos não 
estruturados como forma de estimular a imaginação e a criatividade da criança, 
e de criar um ambiente acolhedor e seguro para o desenvolvimento do processo 
terapêutico.
Em suma, os recursos não estruturados são uma importante ferramenta na 
psicoterapia infantil, permitindo à criança explorar suas emoções e conflitos de 
forma lúdica e criativa, e estabelecer uma relação mais próxima e afetuosa com 
o terapeuta. O uso adequado desses recursos pode contribuir significativamente 
para o sucesso do processo terapêutico.
O espaço físico da sala de terapia também é um recurso importante na 
psicoterapia infantil. O ambiente deve ser acolhedor, seguro e confortável, 
de forma a facilitar a expressão dos sentimentos da criança. O layout da sala 
também é importante, com a disposição dos móveis e materiais de forma a criar 
um ambiente agradável e adequado para a criança.
Além disso, a segurança é um aspecto importante a ser considerado na escolha 
dos recursos. Os materiais utilizados devem ser seguros e apropriados para a 
faixa etária da criança. É importante também que o terapeuta esteja atento à 
segurança da criança durante o uso dos recursos, prevenindo possíveis acidentes.
Por fim, é importante destacar que os recursos na psicoterapia infantil são 
importantes para a criação de um ambiente adequado para a expressão de 
emoções e pensamentos da criança. A escolha dos recursos deve ser cuidadosa e 
considerar o estágio de desenvolvimento e as necessidades individuais da criança. 
O terapeuta deve estar atento ao uso dos recursos durante o tratamento e adaptá-
los às necessidades da criança ao longo do processo terapêutico.
2.3 Significando o brincar 
A brincadeira é uma atividade natural para as crianças e, como tal, é uma 
forma importante de comunicação e expressão na terapia infantil. Ao brincar, a 
28
2.4 O desenho
O desenho é uma das principais formas de expressão utilizadas na psicoterapia 
infantil. Por meio do desenho, a criança pode comunicar sentimentos, emoções e 
experiências que muitas vezes não consegue verbalizar. Além disso, pode ser uma 
forma lúdica e criativa de trabalhar questões emocionais e comportamentais. No 
ambiente terapêutico, é utilizado de diversas maneiras. Pode ser que a criança 
desenhe livremente, sem nenhum tema específico, apenas expressando o que 
está sentindo naquele momento, como também como uma forma de registro da 
evolução do tratamento, comparando desenhos feitos em diferentes momentos.
Ademais, o desenho pode ser uma forma de explorar traumas, medos e 
situações difíceis que a criança possa estar enfrentando. Através do desenho, a 
criança pode representar simbolicamente suas experiências e emoções, o que 
muitas vezes é mais fácil do que verbalizar diretamente. Outra forma de utilizar na 
criança pode se comunicar com o terapeuta sem se sentir pressionada ou julgada, 
permitindo que sentimentos e pensamentos difíceis de expressar verbalmente 
sejam revelados por meio de ações e brincadeiras simbólicas.
Na terapia infantil, o terapeuta utiliza a brincadeira como uma forma de 
compreender a perspectiva da criança e entender seus pensamentos, sentimentos 
e comportamentos. Por meio da observação atenta da brincadeira, o terapeuta 
pode aprender sobre o mundo interno da criança e explorar suas necessidades 
emocionais não atendidas, seus medos e preocupações. 
A abordagem escolhida pelo psicoterapeuta tem um papel crucial na 
interpretação e problematização da brincadeira infantil, que é um importante 
elemento no processo terapêutico. Nesse sentido, é imprescindível que o 
psicoterapeuta tenha um suporte teórico e técnico adequado para compreender 
o significado do ato de brincar na terapia. Algumas enfatizam a importância do 
psicólogo acompanhar a brincadeira, buscando dar sentido às ações da criança. 
Essas abordagens possuem mapeadas brincadeiras e interpretações inerentes 
a elas. Por outro lado, outras permitem que o significado da brincadeira seja 
explorado ao longo das sessões, como é o caso da Gestalt Terapia.
29
psicoterapia infantil é por meio de atividades específicas, como jogos de desenho, 
criação de histórias em quadrinhos ou mandalas. Essas atividades podem ser uma 
forma divertida e criativa de trabalhar questões específicas, como ansiedade, 
dificuldades de relacionamento ou problemas comportamentais.
O desenho exprime as formas fazendo que a criança utilize funções que muitas 
vezes estavam bloqueadas/escondidas. Sabe-se que a principal linguagem da 
criança é a não verbal e o desenho é, também, uma forma da criança se expressar 
e mostrar o que nem ela viu que estava guardado dentro dela (já que pode ser 
que, mesmo com desenhos na escola, tenha predefinições para o desenho).
No ambiente clínico, tem significado próprio, promovendo a possibilidade da 
projeção, a forma como o ser humano tem de colocar no mundo algo que ele 
experimenta, algo da sua vivência, sem necessariamente perceber que aquilo é 
dele. 
Durante o processo terapêutico, é comum que o paciente tome consciência de 
questões emocionais e comportamentais que estavam ocultas ou reprimidas. O uso 
do desenho pode ser uma forma efetiva de facilitar essa tomada de consciência, 
permitindo que o paciente se expresse de forma simbólica e não verbal. Uma vez 
que o paciente tenha tomado consciência do tema abordado, é importante avaliar 
se ele está preparado para lidar com essa questão de forma saudável. Nesse 
momento, o terapeuta pode orientar o paciente a se apropriar novamente do que 
foi desenhado, agora de forma mais consciente e saudável.
Com o auxílio do terapeuta, o paciente pode refletir sobre o que foi desenhado, 
avaliando seus sentimentos, emoções e comportamentos em relação ao tema. 
Esse processo pode ajudar o paciente a encontrar novas formas de lidar com 
a questão, permitindo que ele transmita essa nova conduta saudável em suas 
relações fora do ambiente terapêutico.
Por fim, é importante destacar que o desenho não é utilizado como uma forma 
de diagnóstico, mas sim como uma ferramenta terapêutica. O terapeuta infantil 
não busca interpretar o desenho de forma literal, mas sim entender o que ele 
representa simbolicamente para a criança. Como psicoterapeuta, é importante 
evitar fazer julgamentos sobre o que é um desenho correto ou incorreto, já que 
30
essa postura pode limitar o processo terapêutico do paciente. Em vez disso, a 
abordagem deve ser descritiva, sem dar explicações ou interpretações antes da 
própria explicação do paciente. A hipótese do terapeuta pode ser diferente da 
intenção inicial do paciente, o que pode levar a uma compreensão inadequada do 
desenho e do sentido que o paciente atribuiu a ele.
Durante o processo de desenho, é fundamental observar e acompanhar 
o paciente sem fazer inferências sobre o que ele deveria fazer ou não fazer. É 
possível mapear vários comportamentos nesse processo, como a tendência de 
uma criança a tremer, apertar o lápis com mais força ou apagar constantemente.
Em resumo, o desenho é uma importante ferramenta utilizada na psicoterapia 
infantil, permitindo que a criança se expresse de forma lúdica e criativa. É uma 
forma de comunicação não verbal que pode ajudar no tratamento de questões 
emocionais e comportamentais. Sempre que se fala de desenho, acredita-se que 
eles precisam ser estruturados. Não é o caso. Os desenhos abstratos são chamados 
representações gráficas. Essa é uma forma riquíssima de trabalhar a imaginação, 
o lúdico, com a transformação do convencional.
Outro tipo de contribuição é a utilização da técnica do rabisco. Durante a 
sessão, a criança é convidada a desenhar livremente, com olhos fechados, sem se 
preocupar com o resultado final ou a precisão do desenho. A partir desse momento, 
é incentivada a busca por padrões dentrodo que foi desenhado e desenvolvidos 
assuntos a partir dali. 
31
Questões na
Psicoterapia Infantil 3
3.1 Atendimento de irmãos 
Não há uma resposta objetiva quanto à possibilidade de atender a um 
irmão em sessões de psicoterapia. Uma família pode ter diversos motivos para 
solicitar atendimento a um irmão, e a resposta do psicoterapeuta deve levar em 
consideração as individualidades de cada situação. Uma resposta objetiva, sendo 
ela «sim» ou «não», poderia ignorar ou eliminar a complexidade das situações que 
envolvem cada irmão.
Para analisar a demanda em relação à criança e entender a razão do 
atendimento ao outro irmão, é fundamental considerar as particularidades de cada 
caso. Se a solicitação for feita, por exemplo, por uma questão de comodidade com 
a família, talvez a resposta deva ser «não», uma vez que a questão do estresse 
ou do trânsito não deve ser o motivo central para o atendimento, mas sim a 
necessidade terapêutica da criança em questão.
É importante ressaltar que, embora sejam irmãos, cada um é uma pessoa única, 
com vivências próprias e distintas. Assim, é necessário que a história da segunda 
criança seja contada novamente, mesmo que seja ao mesmo psicoterapeuta, e que 
não se deva tratar o atendimento do segundo irmão como um acompanhamento 
do primeiro. A psicoterapia não deve ser vista como uma atividade extracurricular, 
mas sim como um processo terapêutico individualizado, no qual se busca entender 
e tratar as questões específicas de cada criança.
Assim, não é adequado sugerir que um filho precise fazer terapia apenas 
porque o outro já está fazendo. Cada criança deve ser vista como única, com 
necessidades e dificuldades próprias, e os pais devem compreender que o 
atendimento terapêutico é uma oportunidade para a criança receber ajuda em 
relação às suas questões específicas. Caso a individualidade dos filhos não seja 
respeitada, pode ser necessário que o segundo irmão seja atendido por outro 
psicoterapeuta. É responsabilidade do psicoterapeuta orientar os pais nesse sentido, 
32
de forma a garantir a efetividade do tratamento e o respeito às particularidades 
de cada criança.
Ao se considerar o aceite do atendimento por conforto pessoal do psicólogo, 
é importante levar em conta o impacto que essa decisão pode ter no processo 
terapêutico das crianças. Em primeiro lugar, atender irmãos juntos pode 
contribuir para a não diferenciação entre eles, o que pode ser prejudicial para o 
desenvolvimento individual de cada um. Isso pode ocorrer porque as intervenções 
podem ser afetadas pelos discursos dos irmãos, e pode suscitar nas crianças a 
insegurança sobre o que foi compartilhado ou a intenção de informações para 
prejudicar um ao outro. Como resultado, a confiança e o sigilo ficam afetados.
Por outro lado, é possível que o comportamento dos irmãos em busca de 
atendimento conjunto seja uma demanda genuína. Nesses casos, o psicoterapeuta 
deve prestar atenção especial para garantir que o processo terapêutico de cada 
criança seja respeitado e que a diferenciação seja incentivada.
Além disso, um critério positivo para o atendimento de irmãos é a 
indisponibilidade de outros profissionais na região. Se for uma questão mais restrita 
e não houver outro profissional disponível, pode ser justificável atender os irmãos 
juntos. No entanto, é preciso verificar se há outras opções de atendimento para 
essas crianças e avaliar o custo-benefício do atendimento conjunto em termos de 
saúde mental.
De acordo com o Código de Ética Profissional do Psicólogo, o psicoterapeuta 
deve respeitar os direitos e interesses dos pacientes, bem como sua autonomia 
e privacidade. Portanto, é fundamental avaliar cuidadosamente as implicações 
do atendimento conjunto de irmãos antes de tomar uma decisão final. Para isso, 
é importante consultar fontes acadêmicas confiáveis e considerar as melhores 
práticas em relação ao atendimento de irmãos em terapia.
3.2 A resistência dos pais 
A decisão de levar uma criança para a psicoterapia muitas vezes é motivada 
por um comportamento que os pais ou outro profissional consideram inadequado. 
33
No entanto, é importante ressaltar que a criança pode estar apresentando 
determinados comportamentos em função das relações que ela estabelece. Nesse 
sentido, é papel do psicoterapeuta identificar essas relações e apresentar aos 
pais que não se trata de um comportamento isolado, mas sim de um padrão de 
comportamento que reflete a dinâmica familiar.
Ao realizar a psicoterapia com a criança, o psicoterapeuta deve ir além de 
determinado diagnóstico médico e analisar as relações que a criança nutre a partir 
dele. É fundamental que os pais participem ativamente do processo terapêutico, 
impondo limites, mudando comportamentos e engajando-se na psicoterapia. 
Esse processo pode ser difícil para os pais, pois muitas vezes envolve assumir 
responsabilidades e mudar comportamentos que estão profundamente enraizados 
na dinâmica familiar.
Nesse contexto, é importante que o psicoterapeuta seja empático e delicado, 
mas também responsabilize os pais e cuidadores pelo processo terapêutico. Isso 
pode envolver uma resistência inicial por parte da família, mas é fundamental que o 
psicoterapeuta não assuma o papel de sedutor ou persuasor. Em vez disso, é preciso 
acolher a família e depois responsabilizá-la pela mudança de comportamento e 
pelo engajamento no processo terapêutico.
De acordo com o Conselho Federal de Psicologia (CFP), a psicoterapia infantil 
deve ser orientada para a compreensão do comportamento da criança em seu 
contexto social, cultural e familiar. O CFP destaca ainda que é importante estabelecer 
uma relação de confiança com a criança e sua família, respeitando sua autonomia 
e promovendo a participação ativa dos pais no processo terapêutico. 
3.3 A terapia que não dá certo
A psicoterapia infantil é um processo que pode ser desafiador tanto para a 
criança quanto para a família. É comum que haja dificuldades e obstáculos ao 
longo do caminho, e é importante que o psicoterapeuta esteja preparado para 
lidar com eles de forma sensível e eficaz.
Uma das questões mais frequentes na psicoterapia infantil é a percepção da 
família de que a terapia não está funcionando. Isso pode ocorrer por diversos 
34
motivos, como falta de informação sobre o processo terapêutico, expectativas 
irrealistas ou até mesmo resistência à mudança. É importante que o psicoterapeuta 
esteja atento a esses sinais e saiba mediar as expectativas da família desde o 
primeiro contato.
Além disso, é imprescindível que o psicoterapeuta tenha um contrato 
terapêutico claro e bem definido com a família. Esse contrato deve conter 
informações sobre como funciona o trabalho do psicoterapeuta, as expectativas 
do processo terapêutico, a importância do engajamento familiar e quaisquer 
outras informações relevantes para a compreensão do processo.
Outro ponto importante é o engajamento familiar. Os pais e outros adultos 
que cercam a criança desempenham um papel crucial no processo terapêutico, 
e é fundamental que estejam engajados e comprometidos com o processo. O 
psicoterapeuta deve deixar claro para a família que a assiduidade é fundamental 
e que não pode haver faltas que comprometam o processo.
A interrupção abrupta da psicoterapia é outro ponto comum na terapia 
infantil. Muitas famílias simplesmente abandonam o processo terapêutico, muitas 
vezes por acreditarem que a terapia não está funcionando. É importante que o 
psicoterapeuta esteja atento a esses sinais e saiba lidar com a situação de forma 
adequada, procurando entender as razões por trás da interrupção e trabalhando 
para retomar o processo, se possível.
Além disso, é importante que o psicoterapeuta esteja sempre avaliando 
e autoavaliando o processo terapêutico com a criança. É possível que surjam 
problemas ou obstáculos no processo que precisem ser abordados de forma mais 
direta, e é fundamental que o psicoterapeuta esteja atento a esses sinais e saiba 
como lidar com eles de formaeficaz.
É importante lembrar que a psicoterapia infantil pode ser um processo longo 
e desafiador, mas também pode trazer muitos benefícios para a criança e para a 
família. É importante que o psicoterapeuta esteja sempre atento às necessidades 
da criança e da família, e que saiba lidar com as dificuldades e obstáculos que 
possam surgir ao longo do caminho.
35
O processo terapêutico pode gerar mudanças de comportamento na 
criança, muitas vezes vistas pelos pais como piora, e é comum que o tratamento 
seja interrompido devido a essa percepção. No entanto, é importante que o 
psicoterapeuta esteja atento às demandas e queixas da família desde o primeiro 
contato, buscando entender as expectativas e definir os papéis de cada um. A 
escuta e a anamnese são fundamentais para identificar as dores da família e 
verificar se o psicoterapeuta poderá resolvê-las.
No momento do esclarecimento sobre o processo terapêutico, o psicoterapeuta 
deve informar como o trabalho será conduzido e o que esperar dele, bem como 
a importância do engajamento familiar, que é fundamental para o sucesso do 
tratamento. É importante esclarecer que os pais não têm voz sobre o processo 
terapêutico e que tudo deve estar definido anteriormente no contrato terapêutico.
O comportamento dos pais com o psicoterapeuta pode ser um reflexo do 
comportamento que têm com os filhos, e muitas vezes as queixas são reflexo de 
comportamentos dos responsáveis. Por isso, o esclarecimento sobre o papel do 
psicoterapeuta e da família é um momento de escolha sobre a manutenção do 
processo terapêutico. As famílias que não se engajam com o processo terapêutico 
não serão transformadas.
Quando há problemas com o processo da criança, como a falta de melhora, 
pode ser uma questão de percepção da família ou um problema de relação com 
o psicoterapeuta. Por isso, é fundamental avaliar e autoavaliar o processo de 
psicoterapia com o paciente, verificando se foram feitas todas as intervenções 
necessárias e se todas as partes envolvidas foram devidamente incluídas no 
processo.
Quanto às mudanças de comportamento da criança, como o aumento do 
comportamento da demanda ou novos comportamentos-problema, é importante 
entender e investigar o que está mantendo a família e a criança naquele sintoma. 
Muitas vezes, esses comportamentos são sintomas de melhora, mas podem 
chocar com um ecossistema disfuncional da família. É necessário interromper o 
ciclo doentio por completo, responsabilizando os pais e mostrando o papel de 
cada um.
36
3.4 A terapia que dá certo
O acompanhamento das transformações do paciente, dando suporte, 
acolhimento e direcionamento solicitados pelo paciente é fundamental para a alta 
terapêutica. Por isso, é preciso refletir: quais os critérios de sucesso do atendimento? 
É preciso ter muita sensibilidade na hora de definir os objetivos do atendimento e 
as métricas de sucesso.
É preciso ter em mente que os psicoterapeutas não transformam – eles 
escutam e acolhem para que seja dada a esta pessoa uma relação que ela não 
tem em nenhum outro lugar. O paciente não é colocado dentro de um modelo 
correto; ao contrário, ele é respeitado da forma como chega e está e encontra-
se, em conjunto psicoterapeuta-paciente, uma forma para que o comportamento 
problema seja superado e não seja repetido. Como referência do “correto” usa-se 
o próprio paciente, a própria criança.
O estabelecimento do propósito do processo terapêutico, de como acontecerá 
a transformação deste paciente, deve ser feito em conjunto; não é o psicoterapeuta 
que definirá o padrão para o sucesso deste processo. Quando o paciente chega 
na terapia com um diagnóstico, esse diagnóstico será observado na totalidade 
do paciente – sendo observadas as manifestações do diagnóstico nas relações e 
comportamentos do paciente.
Em casos de queixa de não haver melhora ou piora, o psicoterapeuta 
deve refinar a sensibilidade do olhar para verificar o que está impedindo esse 
processo de melhora. É preciso estar próximo à família para, inclusive, orientar 
o acompanhamento de outras áreas, como escola ou profissionais de saúde. É 
importante salientar que o sucesso da terapia depende do engajamento da família 
e de um trabalho conjunto entre todos os envolvidos.
Por fim, é importante ressaltar que a psicoterapia infantil deve ser conduzida por 
profissionais qualificados e experientes na área. É importante que o psicoterapeuta 
tenha formação e experiência na área da psicoterapia infantil, e que esteja sempre 
atualizado com as melhores práticas e técnicas disponíveis.
37
A manifestação de um diagnóstico será conforme o contexto dessa criança. 
O objetivo, no caso de pacientes com diagnóstico, é acompanhar a melhor forma 
expressa por ele de lidar com os contextos e relações por ele estabelecidas. As 
intervenções serão no sentido da busca por uma vivência funcional, por uma 
vivência harmoniza apesar do diagnóstico. Ainda dentro dos objetivos, é preciso 
ter a consciência de que o psicoterapeuta é, sim, um prestador de serviço – embora 
não sejam exclusivamente prestadores, já que não é a família que determina o 
que será tratado.
São as particularidades que devem ser pontuadas na primeira sessão e, 
inclusive, no contrato. O objetivo da psicoterapia não é o psicólogo dar conta de algo 
e sim o cliente dar conta dele mesmo. Não deve ser avaliado se o psicoterapeuta 
dará conta de cessar um comportamento problema, por exemplo, mas sim o 
paciente dar conta dele mesmo diante do que é apresentado.
Cabe ao psicoterapeuta pontuar, descrever, comportamentos saudáveis que 
o paciente está desenvolvendo. O paciente precisa se dar conta que não é mais a 
pessoa que insiste em ser, ainda que ele já haja de outra forma. Também é critério 
de sucesso poder descrever os comportamentos saudáveis, quebrando ciclos ou 
padrões de comportamento do paciente. O critério é o paciente atingir o grau de 
integração que facilite o seu próprio desenvolvimento.
Para que o paciente possa atingir esse grau de integração, é necessário que 
haja um ambiente terapêutico seguro e acolhedor. O psicoterapeuta deve estar 
presente e atento às necessidades do paciente, sempre mantendo uma postura de 
respeito e empatia. É importante que o paciente se sinta ouvido e compreendido 
em suas demandas e angústias, para que possa estabelecer uma relação de 
confiança com o terapeuta.
Além disso, é fundamental que o psicoterapeuta esteja preparado para lidar 
com a diversidade de demandas e necessidades que podem surgir durante o 
processo terapêutico. Cada paciente é único, e o psicólogo deve estar apto a 
adaptar suas abordagens e técnicas de acordo com as particularidades de cada 
caso.
38
3.5 Quando a criança não quer participar da sessão 
Em relação à situação em que a criança não quer entrar no consultório, é 
importante que o psicoterapeuta lide com a situação com calma e mostre-
se disponível para conhecer a criança e conversar com ela sobre como será o 
processo terapêutico na sala. É necessário também que o psicoterapeuta mostre 
que a relação entre a criança e o profissional é distinta de todas as outras 
relações e que ele está disponível para acolhê-la e ajudá-la no que for preciso. 
Comportamentos como oferecer balas ou falar sobre surpresas no consultório 
violam a ética profissional e não são eficazes para o processo terapêutico. O 
profissional deve mostrar para a criança que ali existe um adulto disponível para 
conhecê-la e que a relação entre eles será diferente.
Em alguns casos, é possível convidar o adulto a entrar com a criança na sessão. 
Essa pode ser uma sessão compartilhada, na qual o adulto participa ativamente 
da sessão e a criança é questionada sobre como se sentiria confortável em ficar 
sozinha com o psicoterapeuta. A participação ativa do adulto é fundamental para 
que a sessão seja eficaz.
Já em relação à situação em que a criança não quer mais participar do 
processo terapêutico, o psicoterapeuta deve fazer uma autoavaliação para 
entender se houve algumafalha na intervenção. É necessário avaliar o contrato, a 
Por fim, é importante lembrar que a psicoterapia não é um processo rápido e 
fácil. Muitas vezes, o paciente precisará de tempo e paciência para lidar com suas 
questões e desafios. O psicoterapeuta deve estar preparado para acompanhar 
o paciente nessa jornada, oferecendo suporte e direcionamento ao longo do 
caminho.
Em resumo, os critérios de sucesso da psicoterapia estão relacionados à 
capacidade do psicoterapeuta de oferecer um ambiente seguro e acolhedor, 
adaptar suas abordagens às particularidades de cada caso, e acompanhar o 
paciente ao longo de sua jornada de transformação e crescimento. Com esses 
elementos em mente, é possível estabelecer uma relação terapêutica eficaz e 
transformadora para o paciente.
39
relação com a família, a abordagem terapêutica, entre outros fatores. Em alguns 
casos, a recusa da criança em continuar o processo pode ser influenciada pelos 
pais, o que torna importante o envolvimento da família no processo terapêutico.
Quando a criança quer sair do processo terapêutico e é necessário que ela 
continue, o psicoterapeuta pode propor uma orientação aos pais para fazer uma 
intervenção em casa. O foco será a demanda para a criança e a terapia dos 
responsáveis terá como finalidade auxiliar a criança. Quando não há mais conflito 
ou demandas e a brincadeira foi fluída, é hora de considerar a alta. É importante 
que não haja mais comprometimento do bem-estar da criança na vida, que suas 
reações sejam medidas e que ela tenha alcançado um nível de desenvolvimento 
satisfatório. Toda criança que inicia um processo terapêutico também deve 
finalizá-lo.
É importante que o psicoterapeuta esteja preparado para lidar com essas 
situações de recusa da criança em entrar no consultório ou em continuar o 
processo terapêutico, tendo habilidade para lidar com a resistência e a ansiedade 
da criança e que saiba como engajá-la no processo terapêutico.
A teoria do apego de Bowlby3 oferece uma compreensão fundamental da 
relação entre a criança e seu cuidador primário, estabelecendo que a qualidade 
dessa relação influencia o desenvolvimento emocional e social da criança. Dessa 
forma, o estabelecimento de uma relação terapêutica segura e confiável é essencial 
para a eficácia da psicoterapia infantil.
Ao lidar com crianças que se recusam a entrar no consultório, é importante 
que o psicoterapeuta demonstre calma e disponibilidade para conhecer a 
criança e conversar sobre como a sessão será conduzida. Oferecer recompensas, 
como balinhas ou surpresas, viola a ética profissional, uma vez que esses 
comportamentos fazem parte do processo de «sedução» e não contribuem para 
o processo terapêutico. Em vez disso, é fundamental que a criança perceba que o 
psicoterapeuta está disponível para ouvi-la e que a relação entre eles é distinta de 
todas as outras.
Em relação a crianças que não querem mais participar da terapia, o 
3 BOWBLY, John. Apego e perda: A natureza do vínculo. São Paulo: Martins Fontes, 2002. 
40
3.6 Quando a criança vem de outra psicoterapia
A sessão inicial em um atendimento psicológico infantil é um momento crucial 
para estabelecer a base para a relação terapêutica que será desenvolvida. Nesta 
etapa, o psicólogo tem como objetivo coletar informações importantes para 
entender o histórico da criança, incluindo se ela já fez atendimento psicológico 
anteriormente e por quanto tempo, assim como as razões pelas quais os pais 
procuraram ajuda psicológica novamente.
Para uma compreensão adequada do processo terapêutico, é essencial que o 
psicólogo saiba a razão pela qual o atendimento anterior foi finalizado, se foi por 
alta ou interrupção, e o que os pais entendem como «dar certo» ou «não dar certo». 
Além disso, o terapeuta deve estar atento a possíveis críticas ao atendimento 
anterior e entender a postura dos pais em relação a ele, de modo a identificar 
como isso pode afetar o processo terapêutico atual.
É fundamental que o psicólogo seja objetivo e não busque informações 
por curiosidade pessoal, mas sim para atender às necessidades da família. O 
entendimento das expectativas da família em relação ao atendimento e a forma 
como ela se engaja no processo terapêutico são questões importantes a serem 
psicoterapeuta deve realizar uma autoavaliação para entender se a intervenção 
foi além do necessário e se a criança se sentiu acolhida e ouvida. Em alguns 
casos, a resistência à terapia pode ser influenciada pelos pais, e é importante 
estar próximo da família para entender a dinâmica e buscar soluções. Quando a 
criança realmente quer sair e é evidente que ainda precisa continuar o processo 
terapêutico, o psicoterapeuta pode propor uma intervenção em casa ou uma 
sessão com os responsáveis, focando na demanda da criança.
Por fim, é importante que a psicoterapia infantil seja finalizada de forma 
adequada, quando não há mais conflitos ou demandas e a brincadeira se torna 
fluída. A criança deve entender como ela progrediu durante o processo e como pode 
aplicar o que aprendeu em sua vida diária. A finalização adequada da psicoterapia 
infantil é fundamental para o bem-estar da criança e seu desenvolvimento 
emocional e social.
41
investigadas na sessão inicial. Com essas informações, o terapeuta pode explicar o 
processo que será seguido e a importância da participação dos pais no tratamento.
Durante a sessão inicial, o terapeuta também deve apresentar a abordagem 
terapêutica que será utilizada, com o objetivo de alinhar as expectativas dos pais e 
estabelecer uma relação de confiança entre o terapeuta, a criança e a família. Em 
alguns casos, a criança pode estar passando por um processo de luto em relação 
ao profissional anterior ou a um ciclo inacabado de terapia, e é importante que o 
terapeuta trabalhe com esse processo antes de seguir adiante com o tratamento.
É comum que os pais tragam conceitos vagos e subjetivos sobre o atendimento 
anterior, como «só brincar», e cabe ao terapeuta esclarecer o papel do psicólogo 
e mostrar como o processo terapêutico pode ajudar a criança a superar seus 
desafios emocionais e psicológicos. Em alguns casos, pode ser necessário explicar 
as diferenças entre as abordagens terapêuticas para tranquilizar os pais e fazer 
com que eles se sintam seguros e confiantes no processo terapêutico.
Por fim, é importante destacar que a sessão inicial em um atendimento 
psicológico infantil é um momento valioso para estabelecer uma relação 
terapêutica sólida e confiável com a criança e a família. Compreender o histórico 
e as expectativas da família e esclarecer as informações sobre a abordagem 
terapêutica são passos importantes para garantir que a terapia seja efetiva e 
benéfica para a criança e para a família como um todo.
3.7 Mentiras
A mentira é um comportamento comum na infância, e muitas vezes as crianças 
recorrem a ela como uma estratégia para evitar consequências negativas ou lidar 
com emoções difíceis. Na psicoterapia infantil, é comum que as crianças contem 
mentiras para o terapeuta, seja para proteger a si mesmas ou a outras pessoas, ou 
até mesmo para testar a reação do terapeuta.
Vários estudos têm examinado a prevalência de mentiras em crianças em 
contextos clínicos e não clínicos. Um estudo recente realizado com crianças em 
idade escolar descobriu que mais de 90% das crianças relataram contar mentiras 
42
4 TALWAR, V. LEE, K. Social and cognitive correlates of children’s lying behavior. Child Development, 
79(4), pp. 866-881, 2020. 
5 LEWIS, Clare. Children’s lies and deception in therapeutic relationships: challenges and management. 
Child and Adolescent Mental Health, v. 17, n. 2, p. 96-103, 2012.
em algum momento da vida, com cerca de 50% relatando contar mentiras 
regularmente4. Outro estudo5 constatou que as crianças muitas vezes mentem para 
evitar punições, obter recompensas ou impressionar os outros (Lewis et al., 1989).
Quando se trata de psicoterapia infantil, as mentiras podem ser particularmente 
problemáticas.É importante que os terapeutas possam identificar quando as 
crianças estão mentindo e trabalhar com elas para desenvolver habilidades de 
comunicação mais saudáveis e assertivas. No entanto, também é importante 
entender que as mentiras podem ser uma forma de defesa emocional para a 
criança, e que pressioná-la a contar a verdade pode fazer com que ela se sinta mais 
ansiosa ou envergonhada.
Uma abordagem eficaz para lidar com mentiras na psicoterapia infantil é criar 
um ambiente seguro e acolhedor, no qual a criança possa se sentir confortável 
em compartilhar seus pensamentos e emoções. Isso pode ser feito através 
do estabelecimento de uma relação terapêutica positiva e do uso de técnicas 
terapêuticas adequadas à idade da criança. Por exemplo, atividades lúdicas como 
jogos, desenhos e dramatizações podem ser úteis para encorajar a criança a se 
expressar de forma mais aberta e autêntica.
Além disso, os terapeutas devem ser conscientes das possíveis causas 
subjacentes das mentiras das crianças. Por exemplo, a criança pode estar tentando 
lidar com um trauma ou situação emocional difícil, ou pode estar sofrendo com 
problemas de autoestima ou de relacionamento. Compreender essas causas 
subjacentes pode ajudar o terapeuta a desenvolver um plano de tratamento mais 
eficaz para a criança.
Em resumo, a mentira é um comportamento comum na infância, e pode ser 
particularmente problemática em contextos de psicoterapia infantil. Os terapeutas 
devem estar cientes das possíveis causas subjacentes das mentiras das crianças e 
trabalhar com elas para desenvolver habilidades de comunicação mais saudáveis 
e assertivas. A criação de um ambiente seguro e acolhedor é fundamental para 
encorajar a criança a se expressar de forma mais autêntica e aberta.
43
3.8 Raiva e agressão 
A raiva como sentimento e a agressão como comportamento são comuns 
em crianças e podem ser apresentados de diferentes formas, desde birras e 
explosões emocionais até violência física. Esses comportamentos podem ser 
desafiadores para os pais e cuidadores, e frequentemente resultam na busca por 
ajuda profissional, como a psicoterapia infantil.
A agressão infantil tem sido um assunto de grande interesse entre pesquisadores 
em psicologia e psiquiatria. Estudos6 têm mostrado que a agressão pode ser 
influenciada por diversos fatores, tais como a genética, a exposição à violência na 
mídia, o ambiente familiar e o desenvolvimento socioemocional da criança.
A teoria do aprendizado social sugere que a agressão pode ser aprendida 
por meio da observação e imitação de comportamentos agressivos de outros 
indivíduos, como pais, irmãos ou amigos. Além disso, a teoria da frustração-
agressão sugere que a agressão é uma resposta a uma frustração ou impedimento 
de alcançar um objetivo desejado.
A raiva é frequentemente considerada uma emoção negativa e muitas vezes 
está associada à agressão. É importante lembrar, no entanto, que a raiva em si 
não é um comportamento agressivo. A raiva é uma emoção natural e saudável, 
que pode ser expressa de maneira apropriada ou inadequada.
Envolver os pais e cuidadores na terapia é uma parte fundamental do processo 
de tratamento quando se trata de comportamentos agressivos e de raiva em 
crianças. Os pais podem desempenhar um papel importante no fornecimento de 
um ambiente seguro e consistente para a criança, o que pode ajudar a reduzir o 
comportamento agressivo e melhorar a eficácia do tratamento.
6 Cf. RIMM-KAUFMAN, S. E., & PIANTA, R. C. An ecological perspective on the transition to kindergarten: 
A theoretical framework to guide empirical research. Journal of Applied Developmental Psychology, 
21(5), 491–511, 2000; NOCK, M. K.; KAZDIN, A. E. Parent expectancies for child therapy: Assessment 
and relation to participation in treatment. Journal of Child and Family Studies, v. 11, n. 4, p. 435-449, 
2002; EAMON, M. K. Poverty, parenting, peer, and neighborhood influences on young adolescent 
antisocial behavior. Journal of Social Service Research, v. 28, n. 1, p. 1-23, 2002; e GERSHOFF, E. T. 
Corporal punishment, physical abuse, and the burden of proof: Reply to Baumrind, Larzelere, and 
Cowan (2002), Holden (2002), and Parke (2002). Psychological Bulletin, v. 128, n. 4, p. 602-611, 2002. 
44
Além disso, os pais também podem aprender estratégias de manejo de 
comportamento e habilidades de comunicação que podem ajudá-los a responder 
melhor aos comportamentos de raiva e agressão de seus filhos. Essas habilidades 
podem incluir a identificação de gatilhos e antecedentes que desencadeiam 
comportamentos agressivos, a implementação de técnicas de resfriamento, como 
respiração profunda e relaxamento muscular, e a utilização de recompensas e 
consequências para incentivar comportamentos mais apropriados.
A terapia familiar também pode ser útil no tratamento de comportamentos 
agressivos e de raiva em crianças. Os terapeutas podem trabalhar com a família 
como um todo para identificar padrões disfuncionais de comunicação e dinâmicas 
familiares que podem estar contribuindo para o comportamento agressivo da 
criança. A terapia familiar também pode ser uma oportunidade para desenvolver 
habilidades de comunicação e resolver conflitos familiares.
Estudos mostram que envolver os pais na terapia pode melhorar 
significativamente a eficácia do tratamento de comportamentos agressivos e 
de raiva em crianças. Em um estudo de 20097, por exemplo, os pesquisadores 
descobriram que a terapia cognitivo-comportamental combinada com terapia 
familiar era mais eficaz na redução de comportamentos agressivos em crianças 
do que a terapia cognitivo-comportamental sozinha.
Em resumo, envolver os pais e cuidadores na terapia é um componente 
essencial no tratamento de comportamentos agressivos e de raiva em crianças. 
Eles podem desempenhar um papel importante na promoção de um ambiente 
seguro e consistente para a criança, bem como aprender habilidades de manejo 
de comportamento e comunicação que podem ajudar a reduzir o comportamento 
agressivo da criança. A terapia familiar também pode ser uma opção útil para 
identificar dinâmicas familiares disfuncionais e melhorar a comunicação e 
resolução de conflitos.
7 FUNG, A. L. C.; RAINE, A.; GAO, Y.; SCHUG, R. A. The developmental taxonomy of psychopathic 
behavior: A comparison of youth with severe conduct disorder and adult psychopaths. Journal of 
Child Psychology and Psychiatry, v. 50, n. 8, p. 910-918, 2009. DOI: 10.1111/j.1469-7610.2009.02095.x.
45
3.9 Uso de eletrônicos na sessão
No âmbito da psicoterapia infantil, é comum que os pacientes tragam consigo 
recursos eletrônicos, como tablets e smartphones, para as sessões. Diante 
disso, é importante destacar que esses recursos serão tratados com a mesma 
permissividade que é conferida ao paciente nos demais aspectos. Isso significa 
que, caso a criança queira utilizá-los, poderá fazê-lo e será acolhida e vista em 
sua escolha.
A partir dessa situação, é possível transformar a experiência em um momento 
terapêutico, convidando a criança a dramatizar o jogo ou mimetizar um vídeo, por 
exemplo, ou desenhando as personagens. Dessa forma, a terapeuta pode oferecer 
o movimento necessário para que a criança possa experienciar, de fato, a situação 
de uma forma diferente e construtiva. Gradativamente, é possível desvincular a 
fixação com esses meios eletrônicos e estimular outras formas de interação e 
comunicação.
É comum que muitos pais levem ao consultório a queixa de que seus filhos 
são hiperativos e agitados, principalmente em outros ambientes. Nesse sentido, 
é importante ressaltar que a criança é concreta e, portanto, é natural que tenha 
uma grande energia. Contudo, é fundamental que essa energia seja canalizada de 
forma adequada e construtiva.
É a partir do acolhimento que essa energia pode ser trabalhada, de modo 
que a criança aprenda a lidar com suas emoções e comportamentos, sem que 
isso se torne uma falta de educação. Além disso, é importante que em momentos 
nos quais a criançaé tirada de seus meios comuns, como em uma sessão de 
psicoterapia, ela seja levada a vivenciar aquela experiência em sua totalidade. O 
uso excessivo de recursos eletrônicos pode atrapalhar, anulando a atenção da 
criança e impedindo que ela compreenda o que está acontecendo naquele novo 
momento. Por isso, é fundamental que a terapeuta trabalhe com a criança de forma 
consciente e adequada, ajudando-a a desenvolver habilidades de concentração 
e foco.
46
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	Os processos iniciais
	da Psicoterapia Infantil
	1.1	A importância da abordagem clínica
	1.1.1 TCC
	1.1.2 Gestalt-terapia
	1.1.3 Psicodinâmica
	1.2	Passo a passo da Psicoterapia infantil 
	1.3	Permissividade e limites na prática clínica
	1.4	Pontos ao iniciar na Psicoterapia infantil
	1.5 A alta da terapia
	2.1 O espaço físico
	3.1 Atendimento de irmãos 
	2.4 O desenho
	2.3 Significando o brincar 
	2.2 Os recursos na Psicoterapia (o que não pode faltar)
	3.9 Uso de eletrônicos na sessão
	Referências Bibliográficas
	3.8 Raiva e agressão 
	3.7 Mentiras
	3.6 Quando a criança vem de outra psicoterapia
	3.5 Quando a criança não quer participar da sessão 
	3.4 A terapia que dá certo
	3.3 A terapia que não dá certo
	3.2 A resistência dos pais

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