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Introdução ao Audiovisual Elementos visuais da linguagem Bloco 1 Roberta Steganha Enquadrar • Enquadrar é escolher o que aparecerá efetivamente na cena em cada momento da obra, seja ela para vídeo, TV ou cinema. • É selecionar ou determinar o que será visto ou não pelo público do material. • Para funcionar, o enquadramento vai depender de um tripé: 1. Plano. 2. Altura do ângulo. 3. Lado do ângulo. Enquadrar Ele se refere ao posicionamento da câmera no momento da gravação. Ele serve, basicamente, para destacar o que precisa ser mostrado em cena. O plano é o principal ponto do enquadramento de uma produção audiovisual. Enquadrar Fonte: Aydinmutlu/iStock.com Em outras palavras, poderíamos dizer que ao selecionar um plano, estamos decidindo a distância entre a câmera e o objeto que está sendo filmado. Figura 1 – Enquadramento decide a câmera Tipos de planos • PLANO GERAL – É o mais aberto de todos os planos. Normalmente, é usado para dar uma noção geográfica ao espectador. • PLANO ABERTO – É amplo também, mas a diferença é que como ele está um pouco mais próximo, já conseguimos identificar pessoas. Tipos de planos PLANO CONJUNTO – Ainda é amplo, mas a câmera já revela uma parte do cenário. Neste tipo de plano, a presença humana é bem mais significativa e é possível reconhecer rostos. PLANO AMERICANO – É muito usado no telejornalismo e enquadra o ator/assunto abordado sempre da altura do joelho para cima. Tipos de planos PLANO MÉDIO – a câmera está a uma distância média do que está sendo registrado. Desta forma, o objeto ou figura humana deve ocupar parte significativa do ambiente mostrado. MEIO PRIMEIRO PLANO – aqui temos uma figura humana sendo retratada do tórax para cima. Neste contexto, já há uma maior relação de proximidade com o público. Tipos de planos PLANO FECHADO – aqui temos a figura humana sempre enquadrada do peito para cima. Também pode ser chamado de close-up. BIG CLOSE-UP – Quando temos uma ênfase maior que segue do queixo até a testa da figura humana retratada, dando grande destaque para as expressões do rosto. DETALHE – É usado quando queremos destacar algum elemento na narrativa. Ângulos • O ângulo é uma parte muito importante neste. Em relação à altura, podemos ter três tipos de ângulos: • NORMAL – Ocorre quando a câmera está no mesmo nível dos olhos da pessoa que está sendo filmada. • PLONGÉE – Quando a câmera fica acima do nível dos olhos, mas voltada para baixo. Ângulos Fonte: GuruXOOX/iStock.com. CONTRA PLONGÉE – Se dá quando a câmera está abaixo do nível dos olhos, voltada para cima. Figura 2 – Escolhendo o melhor ângulo Ângulos Quanto ao lado, temos quatro ângulos. São eles: frontal, ¾, perfil e de nuca. FRONTAL – É usado para filmar de frente, com a câmera em linha reta com o nariz da pessoa filmada. ¾ - Neste, a câmera faz um ângulo de 45º com o nariz da personagem. Ângulos PERFIL – Temos a câmera a 90º do nariz da pessoa e podemos ter uma variação mais à direita ou esquerda. DE NUCA – Consiste em posicionar a câmera em uma linha reta com a nuca da personagem. Movimentos de câmera • Para conferir ainda mais dramaticidade a cena, é necessário também fazer movimentos com a câmera. Os principais são: • TRAVELLING – É o deslocamento lateral da câmera (da esquerda para direita e da direita para esquerda). • PANORÂMICA HORIZONTAL E VERTICAL – Neste movimento, a câmera se desloca em seu próprio eixo. • DOLLY – Consiste num deslocamento vertical da câmera. Elementos visuais da linguagem Bloco 2 Roberta Steganha Luz e ação • Outra parte muito importante em uma produção audiovisual é a iluminação. • É preciso saber dosar a quantidade de luz ideal, pois se for a mais ou a menos irá atrapalhar a gravação. • Quando falamos de iluminação estamos pensando no conceito de luz e sombra. Luz e ação A luz tem a função de iluminar a cena, os atores nela presentes, dar profundidade e permitir o enquadramento. Em relação à montagem da iluminação, é preciso destacar que cada luz tem a sua função e que cada uma delas é capaz de fazer um trabalho diferente. Luz e ação A mais importante de todas luzes é a Keylight, ou seja, a luz principal. É a luz que dará destaque ao assunto, sendo normalmente a mais forte do estúdio. Ela é tão importante porque é a partir dela que as demais luzes serão criadas. Depois, temos a luz secundária, que é uma ajuda para a luz principal. Geralmente é usada rebatida para evitar contrastes. Luz e ação Já a luz de preenchimento ou Fill Light é uma luz que serve para gerar estabilidade nos contrastes. E, por fim, temos o BackLight ou contra-luz. Essa é a luz de contorno, pois é a luz que recorta um determinado personagem ou objeto do fundo da cena. Luz e ação Quanto aos equipamentos utilizados em um estúdio audiovisual, podemos dizer que o fresnel é o mais antigo tipo de refletor. Ele é um tipo de luz semi-difusa quando está aberto e dura quando o foco está fechado. Temos ainda o brut, que é um tipo de calha de luz com vários faróis amontados que trazem uma luz dura ao ambiente. Mas, pode ser rebatida para servir em estúdio de luz geral ou de preenchimento. Luz e ação Fonte: Galapagosframe/Istock.com. Temos os spots, que são luzes abertas que usam lâmpada de quartzo e é uma luz dura. E ainda temos os softs, que são spots difusos, entre outros novos equipamentos que não param de surgir para melhorar a iluminação dentro de um set de gravação. Figura 3 – Iluminação em estúdio Teoria em prática Bloco 3 Roberta Steganha Situação-problema Estamos fazendo um vídeo com dicas de viagens para uma empresa de turismo, a CVI Travel. Essa empresa disponibilizará esse conteúdo em seus canais de TV e de internet para seu público-alvo. No entanto, a equipe de produção está tendo dificuldades para escolher qual o melhor plano para o seguinte caso: dar uma amplitude do tamanho das pirâmides do Egito. Além disso, precisamos mostrar os hábitos culturais da população que vive nessa região. Desta forma, quais são os planos mais indicados para estes dois exemplos? Justifique sua resposta. Resposta Os planos mais indicados para o caso são: GRANDE PLANO GERAL – Esse é o mais indicado para dar localização geográfica ao espectador e mostrar a grandeza das pirâmides do Egito. PLANO ABERTO – No caso da cultura daquela região, é possível começar com esse plano para criar ambientação, depois partir para o PLANO CONJUNTO, para destacar as pessoas dentro daquele universo. Por fim, partir para o PLANO DETALHE a fim de destacar itens muito próprios daquela cultura. Dica da Professora Bloco 4 Roberta Steganha Dica de leitura • É preciso que o planejamento dos planos siga o que foi indicado pelo roteiro. • Por isso, a leitura do roteiro é de vital importância para o diretor de fotografia, que trabalhará junto com o diretor na montagem da obra audiovisual. Referências BRIGGS, A.; BURKE, P. Uma história social da mídia: de Gutenberg à Internet. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.