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P. JOSÉ DEHARBES Gr.ande Catecismo-· Católico Edição novamente revista por JACó LINDEN, S. J. Traduzido por uma Irmã da Congregação 1.e Santa Catarina EDIÇÕES PAULINAS RIO DE ,JANEIRO - S. PAULO - PORTO ALEGRE FORTALEZA -- BELO HORIZONTE ~- CURITIBA https://alexandriacatolica.blogspot.com/ https://alexandriacatolica.blogspot.com.br NIHIL OBSTAT 16 de novembro de 1945 P. José Danti S. J. IMPRIMATUR São Paulo, 20-Xf-1945 Carlos Cardeal Arceb. Metrop. Todos os direitos reservados https://alexandriacatolica.blogspot.com.br Primeiras orações e fórmulas que o cristão deve saber de cor Medi.ta este.is coisas., ocupa-te ne- 1.a.~ a fim à.e que o te,u aproveita- 1ncnto seja manifesto a todos .•.. 1 Timot., IV., 15. 1. O Sü1a1 da Cruz Pelo sinal da santa cruz, livre-nos Deus, nosso Senhor, dos nossos inimigos. Em nome do Padre e do Filho e do Espírito Santo. Amem. 2. Credo, ou Símbolo dos ApóstoJos Creio em Deus, Padre Todo-Poderoso. Criador do céu e da terra; e em Jesus Cristo um só seu Filho, Nosso Se nhor: o qual foi concebido" do Espírito Santo, nasceu de Maria Virgem, padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu aos infernos; ao ter ceiro dia ressurgju dos mortos; subiu aos céus estâ sentado à mão direita de Deus Padre Todo-Poderoso, donde hâ de vir a julgar os vjvos e os mortos; creio no Espírito Santo, a Santa Igreja Católica a Comunhão dos Santos, a remis são dos p~cados, a ressurreição da carne, a vida eter na. Amém. 3. Padre-Nosso, ou Oração Domínícal Padre-Nosso, que estais no cêu, santificado sejo o vosso nome; venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vonta&t, ass1m na terra como no céu; o pão nosso de cada https://alexandriacatolica.blogspot.com.br -6 dfa nos daj hoje; e perdoai-nos as nossas dividas assim co~ mo nós pcrdoamt1s a.os nossos devedores, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai•nos do mnl. Amém. 4. Gloria Patri Glôr.ia ao Padre e ao F'ilho e ao Espírito Santo . .Assim como era no princípio e agora e sempre e por todos os se. culos dos séculos. Amém. 5. Ave-Nlaria, ou Saudação Angélica Ave, Maria, cheia de g1·aça o S~nhor é convosco. Ben- dita sois vós entre as mulheres, bendito e o fruto do vos.3o ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pe~ -cadores, agota e na hora de nossa morte. Amém. 6. Salve Rainha Salve Rainha> 1-Iãe de misericórdia, vida, doçura, espe rança nossa, salve. A vós bradamos os degredados filhos de Eva; a vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas, Eia, pois, advogada nossa, esses vossos olhos mi• sericordíosos a nós volvei. E depois deste desterro lllOS· trai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó clemc21te, 6 pjedosa, ó doce- sempre Vfrgcm Marfa. Rogai por nós, santa Mãe de Deus. para que sejamos dignos das promes sas de Cristo. Amém. 7. «Santo Anjo do Senhor» Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador se a tí me confiou a piedade divina, sempre me rege, guarda, go verna e ilumina. Amém. 8. «Réquiem aetcrnam>>, pelos fiéis defuntos Daí-lhes, Senhor, o eterno descanso: entre os rcsplen dores da 1uz perpétua. Descansem em paz. Amém. 9. Ato de fé Eu creio firmemente que há um só Deus, em três Pea coas iguais realm~nte distintas, Padn\ Filho e Espírito Santo; 9ue dá o céu aos bons e o inferno aos maus para .scmpl"c. Creio que o filho de Deus se fez homem, padeceu e morr~u na cruz para nos salvar e que ao terceiro dia res-• https://alexandriacatolica.blogspot.com.br suscitou. Creio tudo o mais Q\le crê e ensina a Santa Igre ~~ CatóHca, A110stólica, Romana, porque Deus, verdade infalível, lho revelou. E nesta crcn~a quero viver e morrer. 1 O. Ato de esperànça Eu espero, tneu Deus, com firme confiança, que, pelos merecimentos de meu Senhor Jesus Cristo, me dareis a saJ .. vação eterna e as graças necessárias para consegui~la, por .. que Vós, sumamente bom e poderoso, o haveis prometido a quem observar fielmente os vossos mandamentos, como eu. proponho fazer com o vosso auxílio. 11. Ato de caridade Eu vos amo, meu Deus, de todo o meu coração e sobre todas as coisas, porque sois infinitamente bom e amável, e antes quero perder tudo que vos ofender. Por amor de Vós amo a meu próximo como a mim mesmo. 12. Ato de contrição Senho1· meu Jesus Cristo, Deus e Homem verdadeiro,. Criador e Redentor meu por serdes vós quem sois suma mente bom e digno de ser amado e porque vos amo e estimo sobre todas as coisas, pesa-me, Senhor, de todo o meu cora cão de vos ter ofendido, pesa-me também por ter penlido o céu e merecido o inferno; proponho firmementet ajudado corn os auxílios de vossa divina graça, emendar-me e nun ca mais vos tornar ofender; espero alcançar o perdão das. minhas culpas. pela vossa infinita misericórdia. Amém. 13. Os dois mistérios prjncipajs da fé 1) Unidade e Trindade de Deus; 2) Incarnação, Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus: Cristo. 14. Os dois mandamentos da caridade 1 ° Amarás ao Senhor teu Deus de todo o coração, de to da a tua alma e de toda a tua mente. 201 Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br ...... l5.t Os dez mandamentos da lei de Deus, 1 ou o Decálogo Os mandamentos da lei de Deus são dez: os três pri meiros perlencen1 à honra d~ Deus, t:! os outros sete ao pro veito do próximo: 1" Amar a Deus sobre todas as coisas. 2° Não tomar seu santo nome em vão. 31;1 Guardar os domingos e festas de guarda. 49 Honrar pai e mãe. 5v Não matar. 6,;, Não pecar contra a castidade. 79 Não furtar. 89 Não levantar falso testemunho. 9,;, Não desejar a mulher do próximo. 10,;, Não cubiçar as coisas alheias Estes dez mandamentos se encerrám em dois: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mes mos por amor de Deus. 16. Os cinco rnandamentos da santa madre I~reja 1·1 Ouvir Missa inteira todos os domingos e festas de guarda. 2'., Confessar-se ao menos uma vez cada ano. 3t• Comungar pela Páscoa da Ressurreição. 4') Jejuar e abster-se de carne quando manda a San ta Madre Igreja. 5'-' Pagar dízimos segundo o costume. 17. Os sete sacran1entos P Batismo; 2~· Confirmação; 3') Comunhão; 4'-' Penitência ou Confissão; 5'} Extrema-Unção; 6\' Ordem; 71;1 Matrimônio. 1 R. Os sete dons do Espírito Santo 19 Sabedoria; 2'-' Entendimento; 3'·' Conselho; https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 4'1 ~·ortaleza; 5" Ciência; 6\' Piedade; 7',. Temor de Deus. 19. As três virtudes teologais 1') Fé; 2\' Esperança; 3v Caddade. 20. As quatro virtudes cardiais 9 l". Prudência; 29 Justiça; 3'' Fortale:ta; 4\l Temperança. 21. As sete obras de misericórdia corporais l'-' Dar de comer a quem tem fome; 2(' Dar de beber a quem tem sêdc; ~.>,-:i Vestir os nús; · 4'1 Visitar os enfermos e encarcerados; 5.,, Dar pousada aos peregrinos; 6'' Remir os cativos; 7,:, Enterrar os mortos. 22. As sete obras de n1isericórdia espirituais l" Dar bom conselho; 2!' Ensinar os ignorantes; 3,., Consolar os aflitos; •1'' Castigar os qu-e erram; 5" Perdoar as injúrias; 6'' Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próxi mo; 7'' Rogar a Deus pelos vivos e defuntos. 23. Os vícios capitais l'., Soberba; 2'' avareza; 3v luxúria; J•• ira; 5'·' gula; 6'' inveja; 7" pregui<;a. 24. Os seis pecados n1ortais contra o Espírito Santo 1 '' Desesperação da salvação; ~>· presunção de se salvar sem merecimentos; https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 10 39 negar a verdade conhecida como tal; 49 ter inveja das mercês que Deus faz a outrem; 5v obstinação no pecado; 69 impenitência final. 25. Os quatro pecados que bradam ao céu 1.., Homicídio voluntário; 2 9 pecado sensual contra a natureza; 3,;, opressão dos pobres, principalmente dos órfãos e viúvas; 49 negar o salário aos que trabalham. 26. Os quatro Novíssiinos 1" Morte; 29 Juízo; 39 Inferno; 49 Paraíso. EXAME DE CONCIE:NCIA 19 Pecados contraDeus Por pensamentos - Dúvjdas na fé, desconfiança na mi sericórdia de Deus. Por palavras - Blasfêmiast palavras ou conversas con tra as verdades da fé, da religião, e seus ministros; jura mentos falsos; aplaudir ditos ímpios; queixar-se de Deus e de sua providência. Por obras - Leitura de livros ímpios ou jornais que fa lam contra a religião; assistir as reuniões espíritas; faltar ao preceito de ouvir missa; irreverências na igreja. 29 Pecados contra o próximo Por pensarnentoB Juizos temerários, desejar-lhe mal; ter-lhe ódio, inveja, ira, desejar vingar-se. Por palavras - Censuras, murmuracões, levantar fal so testemunho, injúrias. Por obras - Causar-lhe prejuízo injustamente, furto, fraude. 311 Pecados contra si próprio Por pe,nsamentos - Orgulhosos, deshonestos. Por ,palavi·as - Mentiras, pragas, palavras, conversa ções e cantigas deshonestas. Por obras ~ Violação da lei do jejum e da abstinên ~ia, descuido nos deveres do próprio estado; leituras, vis tas, toques, ações deshonestas. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br ll Oracões quotidianas l9 A DEUS DE lvlANHà Em nome do Padre e do Filho e d0 Espírito Santo. Amém. Eu vos adoro, meu Deus, e vos amo de todo o cora ção. Dou-vos graças por me terdes criado, feito cristão e conservado nesta noite. Ofereço-vos as obras deste dia; fazei que sejam todas segundo a vossa santa vontade pa ra a maior glória vossa. Preservai-me do pecado e de to do o mal. A vossa graça seja sempre comigo e com todos os que me são caros. Assim seja. :Padre-Nosso., Ave-Maria, Glória, Creclo, Ato8 de fé, de espe-rança e de cm·i.dade, Salve-Rain,ha, Santo Anjo do Senhor. A NOITE Eu vos adoro, meu Deus, e vos amo de todo o coração. Dou-vos graças por me terdes criado, feito cristão e con servado neste dia. Perdoai-me as faltas que hoje cometi e, se fiz algum bem, aceitai-o. Guardai-me durante o repouso e livrai-me dos perigos. A vossa graça seja sempre comigo e com todos os que me são caros. Assim seja. Padre-Nosso, Ave-Maria, Credo, Atos de fé, de e.spe• rança e de caridade, e.xar,ie de conciência., A to de contrição. 2r EJJ,1 HONRA DE MARIA SANTÍSSIMA Ato de consagração a N assa Senhora O' minha Senhora e minha Mãe! eu me ofereço todo a vós e, em prova de minha devoção para conv9sco, vo_s con~ sagro neste dia os meus olhos, meus ouvjdos, minha boca e meu coração, e inteiramente todo o meu ser. E porque sou vosso, ó incomparável Mãe, guardai-me, como cpisa e· pro- priedade vossa. Ave Maria. · ·· https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 12 O Anjo do Senhor V. O anjo do Senhor anunciou a Maria. R. E ela concebeu do Espírito Santo. Ave Maria. V. Eis aqui a esc1·ava do Senhor. R. Faça-se em mim segundo a vossa palavra. Ave Maria. V. E o Verbo divino se fez homem. R. E habitou entre nós. Ave Maria. V. Rogai por nós Santa Mãe de Deus. R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo .. OREMOS Infundi, Senhor, em nossos corações a vossa graça, vô lo suplícamos, afim de que, conhecendo pela embaixada do Anjo a incarnação de Jesus Cristo, vosso Filho, pelos me recimentos de sua Paixão e morte cheguemos à glória da ressurreição. Pelo mesmo Cristo Senhor Nosso. Amém. Rainha dos , ceus V. Rainha do céu, alegrai-vos, Alleluia. R. Porque quem merecestes trazer cm vosso puríssi- mo seio, Alleluia. V. Ressus.citou como disse, Allcluia. R. Rogai a Deus por nós, Alleluia. V. Exultai e alegrai-vos, ó Virgem Maria, Alleluia. V. Exultai e alegrai-vos, ó Virgem Maria, Alleluia .. leluia. OREMOS ó Deus que Vos dignastes alegrar o mundo com a res surreição de Jesus Cristo, Senhor Nosso, concedei-nos, vô lo suplicamos, que por sua Mãe, a Virgem Maria, alcan cemos os gozos da vida eterna. Pelo mesmo Cristo, Senhor nosso. Amém. Glória ao Padre, etc., (Três vezes). MISTÉRIOS DO SANTO ROSARIO Gozosos - (segundas e quintas-feiras e domingos do Ad vento até a Quaresma 1'-' - A anunciação do Anjo à SS.rna Virgem Maria, 2" -··- A visitação de Maria SS.ma a Santa Isabel. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 13 3' -- O nascimcr1to de .Jesus Cristo no presépio de Belém. 4'' A apresentação do Menino Jesus no templo. 51' Jcsu~ ó encontrado no templo entre os doutores. l ü-rça!:i e sextas-feiras e domingos da Qua rcsm~.) 11' A oração df) J e;-;us no horto. 2'' A flag-e1ação de N. S. Jesus Cristo prêim à co- :),•> - A coroação de espinhos. 4~ A viagem de Jesus Cristo para o Calvário, com a cruz às costas. 5'1 - A crucifixão e morte de N. Senhor Jesus Cristo. 0-lo;·•ios.os (quartas~feiras, sábados e domingos desde a Páscoa ate o Advento). 1'1 A ressurreição de Nos~o Senhor Jesus Cristo. 21• A ascensão de Jesus Cristo ao céu. 311 --- A vinda do Espírito Santo sobre Maria Santíssi- n1a e sobre os Apóstolos. 4v --- A assunção da Virgem Nossa Senhora ao céu. 5" --- A coroação de Maria Santíssima no céu e a gló ria dos Anjos e dos Santos. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br INTRODUÇÃO .f1im último do hon1ern 1. Para quê estamos nós neste mundo? Estamos neste mundo para conhecer a Deus, a má-Lo e serví-Lo, e por este meio conseguir o céu, que é o lugar da eterna e perfeita bem-aventurança. § 1. FIM úLTIMO 2. Qual é nosso fim último? Nosso fim último é a bem-aventurança celeste, isto é, uma perfeita e eterna f clicidade que consiste na contcn1plação e posse de Deus. 3) Os bens terrestres não nos podem tomar perfeita mente felizes? Não; os bens terrenos não nos podem tornar per f citamente f eli?:es, pois todas as coisas terrenas são I· https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 16 vãs e pas8ageíra~; nosso coração, porém~ P-Xíge bens verdarleiros e eternos. "Amontoei para meu uso prata e ouro. e as riqueza~ dos reis e das províncias. E não recusei aos n1eu.s olhos coí.i;;a alguma de tudo o que eles desejaram; nem proibi ao meu coração que gozasse dl" todo o prazer. Mas vi em. tudo vaidade e aflição de espírito, e (reconheci) qn~ nada havia estável debaixo do sol" (Ecl. II, 8-11). As- .sim fala Salomão. o mais feliz dos reis. "ó Senhor, nosso Deus, Vós nos criastl!s pa1·:1. Vós, e inquieto está nosso coração, enquanto não re pousar em Vós" <S.to Agostinho). 4. Para que n,03 d,3vem servir os bens terrenos? ÜF bem~ terreno:"- devem servir-no~ de meio pa ra alcançar o nosso fim último, isto t\ conhecrr, a mor t-• servn- a Dcns. § 2. FIM: PRóXIMO 5. Qual é, pois, nosso fim próximo, ou a tarefa desta vida? Nosso fim prôxüno ou a larefa. desta ,·ida é o conhecimento, o amor P o se1~vi<;o de Deu~. Dizemos fim próximo porque. só por eJe. pod.:.,mos alcançar nosso fim último. 6. Por que exige Deus de nós que O conheçamos, amemos e sirvam,os? Deus exige: 1) quP O conheçamo~, porquP e a Vt>rdatle e-terna; 2) ()Ue O amemos, porque f o ::;;umo Bem, ínfi nitam.ente amável; 3) qur, O sirvamoF;, porque é o Senhor ahso]u lo de todos. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 17 1. O que acontecerá, pois, a·OiS que não conh-ac-em, nem. amam, nem servem a Deus? Deus os afastará de si, atirando-os para o infe1· no? ahjsmo dt'- perdição, cheio de trevas e tormento~. 8. Qual é, então, a coisa mais necessária aqui na terra? A coisa mais necessária aqui na terra é que nós r,onheçamo.s a Deus, O amemos e sirvamos, e, assim, alcan,cemos a eterna be1n-aventurança. "Que aproveita ao homem ganhar todo o mundo. se vier a perder a sua alma". (S. lVIat., XVI, 26) 9_.'. Que devemos fazer para conhecer a Deus, amá-Lo e serví-Lo? l) Para conhecer a Deus, devemos crer tudo o que Ele nos revelou; 2) Para amá-Lo e serví-Lo, devemos observar todos os mandamentos que nos deu; :~) Porque, para isso, precisamos da graça di vina, devemos usar dos meios que ordenou para a nossa salvação. Crer o que Deus revelou, guardar seus manda mentos e usar dos meios da graça, eis o conteúdo da qui1o que se c:hama "Religião Cristã" 1 O. De q;uê trata o Catecismo?O Catecismo divide-se em trt'~ partes que tra- tam: 1) da fé; 2) dos mandamentos; ~} dos sacramentos e da oração. APLICAÇÃO: De todas as matérias de ensino, a Dou trina. Católica é a mais importante, pois do conhecimento e da prática da Religião. depende a aquisição de nosso fim último, a eterna bemaventurança. "Bemaventurado o ho- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 18 mem que adquirju a Sabedoria (conhecimento e amor di vinos), e que está rico de prudência! E' mais preciosa que todas as riquezas, e tudo o mais que se deseja não se po •de comparar com ela. E' árvore da vida para aqueles que lançarem mão dela; e bem-aventurado o que a não largar'' (Prov., III, 13-18). https://alexandriacatolica.blogspot.com.br I PARTE DA FÉ https://alexandriacatolica.blogspot.com.br ªT-u crêste, Tomé, porque me viste; bem-aventurados os qi<.e nao virmn e, crera.m. (S. João, XX, 29) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 21. § 1. NOÇÃO E OBJETO DA FÉ 11. O quê se entende por fé ( em sentid.:, católico)? A :fé é uma virtude que Deus infunde, pela (Jual, ~em a m.ínima dúvida, temos pm· verdade tudo quan• to Deus -revelou, e a Igreja católica nos propõe a crer. Crer, cm geral, quer dizer ter por certo alguma coisa que provém de uma autoridade e que, no senti do próprio, encerra uma verdade firme e não sómen te urna opinião. Crer, no sentido religioso, (crer em Deus) quer dizer ter como verdade o que vem da in falível Autoridade de, Deus. Crer, no sentido cristão pleno, quer dizel' ter como certo tudo o que Deus reve lou. 12. Por meio de quem Deus n.os deu as s.ua:s revelações? .Deus nos deu as . ..suas rcvela~;ões, no Antigo Tes Lamento, pelos Patriarcas e Profetas; e no Novo Tes tamento, por seu Filho Jesus Cristo e pelos Apósto los. "Deus. tendo outrora falado muitas vezes e de mui·· tos modos a nossos pais pelos profetas. ultimamente nes tes dias, falou-nos pelo Filho" (Hebr. 1, 1-2) 13. A rrev-elação divina era necessária? A rcvclacão divina era absolutamente necessá-., ria, pois, sem ela, muitas verdades da salvação, só di- fícil e insuficientemente seriam conhecidas, e assim a maior parte delas ficaria clesconhecida. 14. Quem nos propõe para crer aquilo que Deus reve lou? O que Deus revelou, nos é proposto pela Igreja Católica, que disto foi incumbida pelo próprio Deus. Por Igreja Católica, compreendemos aqui só o Ma gistério vivo da Igreja, isto é, o Papa e os _Bispos como sucessores dos Apóstolos. A eles foi dirigida a palavra de· Cristo: "Ide e ensinai a todos os povos" (Mat. XXVIII1 19) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 22 A Igreja nos apresC?nta algum artigo para. crer, quando declara que é uma v~rdade revelada por Deus, e ordena que seja acreditada como tal. § 2. FONTES DA Ft 15. De- que maneira chegou a:té nós a revelação divina? A revelação divina chegou a nós, parte por es crítoi e parte oralmente. Por escrito, isto é, por meio ela Sagrada E~critu:ra ou Bíblia; e oralmente, isto é, ... por meio da Tradição. A Sagradn. Escritura e a Tradição chamam-se, por isso, fontes da fé; delas a Igreja haure toda a doutri na que nos propõe a crer. l. Da Sagrada ~critura 16. O que: é a Sagrada Escritura? A Sagrada Escritura é a coleção dos livros es-• critos por inspiração do Espírito Santo e que pela Igreja são reconhecidos como palavra de Deus. 17. Coimo se divide a Sagrada Escritura? A Sagrada Escritura divide-se nos livros do Antigo e Novo Testamento ou da Antiga e Nova Lei. O Antigo Testamento, na maior parte, foi escrito cm hebraico; o Novo, em Grego. 18. Que revelações co.ntém o Antigo Testamento? Contém as 1·evelações que Deus fez ao gêner9 humano antes da vinda de Jesus Cristo, que foram escritas por varões santos. por inspiração do Espíri to Santo. 19. De que livros consta o Antigo Testamento? O Antigo Testamento consta: l ) De 22 livros históricos, que tratam da . cria• ,. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 23 ção do mundo, da .história dos Patriarcas e do povo judeu; 2) de 7 livros sapienczais ou morais que são uma coleção dos Salmos, de sábias sentenças e má• . xnnas; 3) de 16 lívros proféticos, que contêm, além das prof ceias, ameaças de castigos divinos, exorta• ções à penitência, palavras de consolação aos atribu lados e também sucessos históricos. São históricos: os cinco livros de Moisés, o de Josué, o dos Juizes, o de Ruth, os quatro dos Reis, os dois das Crônicas ou dos ParaUpômcnos, o de Esdras, o de Neh~~ mias, o de Tobias, o de Judith, o de Ester e os dois dos Macabeus. Os livros morais ou sapiencia-is são: os de .Jó, os Sal• mos, os Provérbios, o Eclesiastes, o Cânticos dos Cânticos, o da Sabedoria e Sirac ou o Eclesiástico. Os li.vros profét-icos são: os de Isaías, Jeremias cem Baruc, E:sequicl, Daniel (os 4 profetas majores), Oséias, Joel, Amós, Abdías, Jonas, Miquéias, Nahum, Abacuc, Sofonias; Ageu., Zacarias e Malaquias (os 12 profetas menores). 20. Que doutrina revelada contém o Novo Testamento? O Novo Testamento contém a doutr1na revelada que recebemos de Jesus Cristo e dos seus Apóstolos. 21. De que livros consta o Novo Testamento? 1) Dos 4 Evangelhos de S. :rvlateus, S. ~!arcos, S. Lucas e S. João, que anunciam a boa nova do rei no de Deus e contém a história da vida de Nosso Se• nhor Jesus Cristo; 2) Dos Atos dos Apóstolos, escritos por São Lucas; 3) Das 14 Epístolas de S. Paulo, e <las 7 dos https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 24 outros Apóstolos, tiuc contém doutrinas de fé e de woral; tt,) Do Apocalipse ou revelação misteriosa de S. João Evangelista, que contém especialmente pre díçfü~s dos combates e triunfos da Igre.ia. As Epístolas ou cartas dos Apóstolos são as 14 de S. Paulo: 1 epístola aos romanos, 2 aos corintios, 1 aos gálatas, l aos efésios, 1 aos felipenses, 1 aos colossenses, 2 aos Tessa.lonicenses, 2 a S. Timóteo, 1 a S. Tito, 1 a Fi lemon, 1 aos hebreus. As outras Epistolas apostólicas são: 1 de S. Tiago, 2 de S. Pedro, 3 de S. João e 1 do Apóstolo S. Judas Tadeu. 22. Por que devemo.s nós crer que a Sagr-:cda Escritura é verdadeiramente a palavra d,:2- Deus? l">orque a Igreja Católica nos ensina que toda a Escritura Sagrada, que ela reconhece com0 pala vra de Deus~ foi escrila sob a inspiraç.ão do Espíri to Santo, con~ervando-a além disRo, ~cmpre incor rupta. 23. Por que outro meio sabem,os que os livros da Sa grada Escr.itura e, principalmente, os fatos que êles narram, são dignos de fé? Que todo~ os livros da Sagrada Escritura, e, principalmente, o~ fatos que efos narran1, são dignos de fé, sabemo~ também pdo te.-.temunho seguro da H. 'l' . 1s or.ia.. Um livro é fügno de fé: 1) quando é autêntico, isto é, quando tJrovém do autor. ao qual é a•:ribuido; 2) c1uando permaneceu intcito; 3) <1uando seu m;,,tor é digno de fé, isto é, quando o m<!S mo podia seguramente saber a verdade e quls trans miti-ln fielmente. Pelo testemunho da História, constatamos que, em nenhum outm livro da Antiguidade. estes três po11tos se https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 25 verificalll tão seguramente, como em relação à Sagra da Escritura. (Vg-l. Schmítz, Kleine Apologetik ~ 21 ~ 24 § 30, Anmerk. 1). 2. Da Tradição 24. Quê se ente,nde por Tradição? PoT Tradicão se entendem as verda.<les .revela-_, das que os Apfo,tolos pregavamJ mas que não tleixa~ rarn escritas. Isso é a "Tradição" em sentido restrito. A palavrat :porém, pode -:.ambém ser usada num sentido mais lato_ e 1ndica então todns as verdades reveladas que foram da• das por· Cl'isto e pelos Apóstolos, à Igreja, e. por esta, foram transmitidas de geração em geração. 25. Porventura não e,screveram -os Apóst·olos a doutrina de Jesus Cristo? Os Apóstolo~ não e~eren·ram nem lodos os a lüf-~ nen1 toda a doulrina ,ie .Te-::.us Cristo. Por isso já exorta S. Paulo aos primeiros cristãos: 'jE assim, frmãos, permanecúi firmes e conservaias tra dições que aprendestes, oralmente ou por nossa cartaº (2'1 Tess, II, 14}. E São João diz: ''Há ainda muitas ou tras coisas que fez Jesus as quais, se fossem todas es critas circun8tanciadamente, creio quPo o mundo não po deria conter os livros que se houves~cm dl: c-serevcr. f João XXI, 2-5). 26. Por que nã.o escreveram -os Apóstolos tôda a dou trina de Jesus Cristo? Porque Jesul'- quis que ~na Religião se pi-opa• gasse e difundi~.t.:e. principahnente p(H meio -da pre ~ação, e por ll--SO disse ao~ ~eus Apóstolos: "Ide, pre gai o EvangeHto a toda criatura'' (Marco~ XVI, 15) Se Cristo guH,esse que sua doutrina fosse consel'va da e propagada somente pela kütura da Bíblia, porque, então, não P.-screveu ele mesmo? Porque escreveram os .Apóstolos só bastante tempo depois da Ascensão de Je- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 26 sus Cristo aos céus, e por que não escreveram todos eles? E porque nem sequer a maior parte deles o fize~ ram? Porque escreveram eles somente quando se lh€:S ofereceu uma ocasião especial e quase por necessi dade? 27. Como foi transmitida a Tradição? A Tradição foi transmitida, tanto pelos ensina• mentos orais, como pelas normas e costumes da I greja, e pelos escritos dos santos Pad1,cs. A doutr1na unânime dos Santos Padres deve ser considerada como doutrina de Cristo e dos Apóstolos. e por isso não nos devemos afastar dela. 28. Logo não n.os bastará a Bíblia? Não; devcmc;s acreditar na Tradição tanto quanto na Sagrada Escritura; pois, da mesma forma, foi revelada por Deus. Í § 3. REGRA DA Ft Cl\TOLICA 29. Segundo o que fica dito, o que deve o católico geralmente crer? O católico deve crer tudo quanto Deus revelou e a Igreja nos propõe a crer, quer esteja ou não con tido na Sagrada Escritura. Não é tarefa do crístão em particular, tirar dir~ tamente as verdades reveladas das duas fontes da fé, isto é, da Sagrada Escritura e da Tradição; isto com pete à Igreja; de suas mãos devemos receber as ver dades reveladas. 30. Por qué devemos receber crs verdades reveladas das mãos da Igreja. em lugar de tomá-las direta mente da Sagrada Escritura e da Tradição? Devemos receber as verdades reveladas das mãos da Igreja, porque só ela, pela assistência espe cial do Espírito Santo, conserva pura e incorrupta https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 27 a Sagrada Escritura e a Tradição, e as expHca de modo inf aHvel. "Só a Igteja pode gloriar~se de ser "coluna e fun- damento da verdade". (1' Tim. UI, 15). 31. Então, em vista disto, a ninguém é permilido inter pretar a Sa:grada EEcritu:ra e a Tradiçêio contra o sentido dcí: Igreja Ca.tólica? Não é permiLido a ninguém, porque com i~•~o daria a entender que pretende compreender a Sagra• da Escritura e a Tradição, melhor do que o Espírito Santo,. que inspira à Igreja o seu verdadeiro sentido. 32. Não é., porém .. a Sagrada Escritura clara e com~ prcensívcl a todos? Absolutamente; a Sagrada Escritura é um livro d1eio de znistérios, no qual "há coisas difíceis de en tender, que os indoutos e inconstantes adulteram, pa ra sua própria ruína". {2Q. Pedro, III, 16) Porque certas pn.ssag-ons da Sagrada Escritura po dem, com fncilid2.de ser falsamente interpretadas, e pa ra qw~ Bíblias faisíficadas não caiam nas mãos do po vo, a JgrC'ja, com razão ordenou que as Traduções, nas quais os fiéis que1·em ler a Sagrada Escritura, seja.m aprovadas pela Igreja e providas de notas C'Xplicativas autorizadas. 33. É pois um êrro dizer que a Sagrada Escritura é a única: fonte de fé, da qucd cada um. por suas in vestigações próprias, pode haurir a fé? E' um duplo êrro dizer que a Sagrada Escri~ tura é a única fonte da fé, da qual cada um pode haurir a fé por suas próprias investigações, pois: 1) Há duas fontes da fé: a Sagrada Escritu ra e a Tradição; 2) Só a Igreja pode haurir destas fontes ai verdades da fé com segurança infalível. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 2S E' impossível que a Bíblia. sozinha possa servir de norma para a nos.sa fé, pois; 1) Ela não encerra a revelação completa; 2) Em· parte nenhuma se encontra na Bíblia, quan tos são o.,; livros divinos ou inspirados por Deus, ne>m também os seus títulos. Se não soubéramos isto pela Tradição não teriamos nem a Bíblia nem o Evangelho; 3) A Bíblia não dá esclarecimentos sobre o verda deiro sentido de suas palavras; por isso, todas as sei tas, quanào ãiscutem suas doutrinas contraditórias. a pelam para a Bíblia e cada uma julga que achou o ver dadeiro sentido; 4) Se quisés.semos seguir só a Bíblia sem a Tra dição, deveríamos, por exemplo, celebrar. com os ju deus o sábado, em vez do domingo, e "abster-nos do sangue e das carnes sufocadas" (At. dos Ap. XV, 20). APLICAÇÃO: Em matéria de fé, não te fies em tua débil razão ou em teu próprio modo de ver, mas aferra-te sempre e durante toda a tua vida, à doutrina da !~reja Católica, submetendo-te· sempre com humildade a todas as suas dedsõcs, com a convicção firme de que, crendo o que a Igreja te ens:na, não crês na palavra vã do homem. mas na palavra imutável e infalível de DeusJ7 § 4. NECESSIDADE DA Ft 34. t necessária a fé p:rra salvar-se? A fé é ab:;ülutamente necessária para a salva ção, pois Cristo diz: ''O que não crer, será conde nc1<lo". (l\larcos, X VI-16) "Quem não crê, já está condenado". (João, III, 18). "Sem fé é impossível agradar a Deus". (Hebr .. XI, 6). 35. Pode qualquer pe·ssoa salvar-se, seja qual fôr a sua fé? Não, pois somenle a fé verdadeira, que Jesus Cri~lo no:.,, ensinou no~ ~alva; puryue só ela, e não oútra, nos torna partfripantes de Cristo, sem o qual ninr-:uérn pode esperar a salvação. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 29 "O que crê no Filho (de Deus), tem a. vida eterna; o que, porém, não crê no Fílho, não verá a vida, mas sobre ele permanece a. ira de Deus" (João, III, 36). E', pois, falso di:.wr que é indiferente qual a fé que se tenha, desde que ,:;e viva bc•m. E' verdade que está eserito; "Em toda a nação, aquele que teme a Deus e pratica a justiça, lhe é agradável" (At. Apost. X, 35); porém quem menospreza a fé que Deus impõe sob pe na de eterna condenação, este não teme a Deus e não é justo aos olhos de Deus. Se fosse indif crente qual fé se tem, Deus não precisaria revelar nenhum dogma de fé e -tudo o que ele fez nesse .sentido seria inútil. ~.rS:t~~al é a Religião que possui a verdadeir•a fé ensi , h:i.ada por Jesus Cristo? 'V Só a Igreja Católica possui a verdadeira fé en sinada por Jesus Cristo, pois ela só a recebeu co mo dom celesl1al que lhe foi confiado e só ela a con,c;.ervou pura e sem nenhuma altcra~·ão. Quando tratarmos da igreja demonstraremos duas questões; 1) que só a Igreja Católica é a verdadeira Ig:rcja de Cristo (perguntas 244 - 255); 2) que, como tal, na pregação da doutrina de Cris to. jamais pode cair em êrro (perguntas 260 - 261). As outras religiões ou seitas nem receberam do mesmo Jesus Cristo a sua doutrina da fé, pois apare ceram muito depois de Cristo, nem tão pouco conser varam sem falsificação o que da doutrina de Jesus Cristo tomaram da Igreja Católica, visto que ensinam, já uma já outra coisa (tais são as seitas que se dizem "cristãs". como; as dos luter·anos, calvinistas, zwinglia nos, etc.), ao passo que Jesus Cristo e os Apóstolos en sinaram sempre o mesmo . .. tlPLICAÇ.4.0: Visto que a fé é necessária para a sal•· vação e que só a Igreja Católica a possui, alegra-te e a gradece a Deus por seres filho da santa Igreja Católica: "Nenhuma riqueza, disse S. Agostinho (Serm 384), ne nhum diamante é tão precioso como a fé, pois· só ela dá luz ao cego, saúde ao enfêrmo, preserva o justo e conduz à felicidade eterna". https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 30 § 5. QUALIDADES DA Ft 37. Como deve ser a nossa fê? A nossa fé deve ser: 1) geral, 2) firme, 3) vi va, 4) constante. 38, Quando é geral a nossa fé? A nossa fé é geral, quandonão só cremos um ou outro dogma, mas tudo o que Deus revelou e a Igreja nos propõe. F'àcilmente se entende que não basta crer alguma coisa, mas é necessário crer, sem exceção, tudo quanto a Igreja Católica nos propõe. Pois. l} desde o momen to em que a Igreja Católica nos propõe alguma coisa., temos a certeza de que Deus o r~v~lou. a fim de o crer mos. E por que havíamos de fazer exceções? Não se ria a<.;usá-Lo õe mentiroso? E' por isso que diz S. João (l". E_p. V. 10): 110 que não crê no Filho, fà-Lo menti roso,.; isto é, tem~No na conta ou declara-O mentiro so. E não será um tríme horrível? 2) O que estab<?lece diferença entre as verdades reveladas por Deus, da maneira que as não creia to das, mas só as que lhe agradam, este tal não tenJ ne• nhuma fe, porque não crê em Deus, mas no seu próprio ditame, na sua débil razão. 39. Quando é firme -a nossa fé? A nossa fé é firme, quando, sem duvidar, vo luntàriamente, no mínimo ponto, cremos o que Deus nos revelou e a Igreja nos propõe para crer. Ex. Abraão foi refr-·· pensado por sua fé firme; Moisés . e . Aarão, porérr':_ oram castigados por causa de uma duvida. ..:'~ ; ,_. ... . •·•·. 40 .. Quando a nossa fé é constante? A nossa fé 6 constante, quando estamos dispos tos a antes p~rder todas as coisas e até a própria vi da do que renegar a nossa santa fé. Ex. - Os santos Mártires. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 31 41. O que conduz à perda da fé ou aposl!asia? À perda da fé ou apostasia conduz: 1) A sobetba e curiosa investigação dos mis térios da Religião; 2) O abandono da oração e dos demais deve res religiosos; 3) O espírito mundano e uma vida pecamino sa; 4) Leitura de livros e escritos ímpios; 5) Matrimônios 1nístos, como todas ns relações lntimas com os ímpios e incrédulos, principalmente com pessoas que zombam da Religião. 1) ''Graças te dou, ó Pai, Senhor do cóu e da ter ra, porque c-scondeste estas coisas aos sáhios ê aos pru dentes e as rl.!velaste aos pequeninos''. (Mateus, XI, 25); 2) "Ser-vos-á tirado o reino de Deus, e será dado a um povo que produza os frutos dele". (Mateus, XXI, 43}; 3) «<Cons0rva a fé e a boa conciência, repelida a qual~ alguns naufragal'am na fé''. (1 .. Titn. I. 19); 4) "Porventura podo um homc-m esconder o foge no seu seío1 sem que ardam os seus vestidos? Ou pode andar por cima das brasas, sem que se queime a planta de seus pés?" (Prov. VI, 27-28); 5) "Guardai~vos dos falsos profetast que vêm a vós com vestidos de ovelhas, e pol;" dentro são lobos :rapa ces". (Mat. VIL 15). 42. Quando é viva a nossa fé? Nossa fé ê i 1iva, quando vivemos, segundo ela, evitando o mal e praticando o hem, como a mesma prescreve .. "Assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem abras é- morta. (Tiago, ll. 26). https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 32- § 6. PROFISSÃO D.A Ft: SINAL DA CRUZ 43. Não basta conservar a fé no coração? Não; é necessário confessar a fé com palavras e obras. "Todo aquele, portanto, que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai que está nos céus: E o que me negar diante dos homens, também o negarei diante de meu Pai que está nos céus'' (Mat. X, 32-33). 44. Hú, porventura, algum sinal especial pelo qual o cristão católico confessa a sua fé? Sim; o cri~tão católico confessa sua fé peJo si na] da cruz. 45. Por que usamos o sinal da santa cruz como profis são da nossa fé? Porque da exprime os principais mistérios da nosga santa fé~ que são o mistério da Santfo.simn Trindade e da nossa Redenção. 46. O sinal da cruz serve somente para professar a nossa fé? Não; o ;e:ÍnaJ da cruz serve ainda para nos ar mar contra a!'.i tentações do máu inimigo e atrair so bre nós as bênçãos do céu. Por isso 6 bom e salutar fazer o sinal da cruz com frequência, principalmente ao levantar do leito e ao dei tar, antes e depois da oração, antes de toda ocupação importante assim como também em todos os perigos e tentações. APLICAÇ.AO: Não te envergonhes jamais da fé católi ca, nem do sinal da cruz. Evita cuidadosamente tudo o que pode fazer com que tua fé incorra cn1 perigo, como sejam: a curiosa e sutil investigação dos mistérios da Re ligião, a Ieítura de livros e escritos ímpios e qualquer tra to com pessoas ímpias. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br Do Símbolo Apo~tólico 47. Onde está contido o que nós, cristãos, devemos a11A tes de tudo saber e crer.? As -verdades de fé que devemos antes de Ludo saber e crer estão contidas nos doze nrtigos do S.írn bolo Apostólico. Kão basta crer somente cm geral tudo o quo Deus revelou e a Igreja nos propõe a crer; mas devemos tam bém conhecer cm particular, ao menos, cada uma das principais verdades da f 6. Estas se acham reuni elas no Credo que co~t8m brcvcmc.mtc todas as doutrinas da fé católica. 48. P.or quê o Credo se chama: "Símbolo dos Apóstolos"? Chama-se Símbolo dos Apó.-;Lolos, porque da ta dos tempos apostólicos, e, provàvelmente, foi composto pelos A pós tolos. PRIMEmo ARTIGO DO CREDO "Creio em Deus Padre, todõ poderoso criador do céu e da terra" § 1. DE DEUS E DOS SEUS ATRIBUTOS 1. Essência de Deus 49. Que-m é Deus? Deus é o espírito infinitamente perfeito, Se-• nhor do céu e da terra, princípio de todos os bens. Deus é espírito: e em espírito e verdade é que O de ve•m adorar os que O adoram11 • (João, IV, 24). https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 34 50. Por quê dizemos que Deus é espírito? DizemoE que Deus é espírito porque Ele tem entendimento e vontade livre, mas não tem corpo. Um espírito é um ser simples, que não tem partes como os .seres materiais, e cuja atividade consiste prin cipalmente em conhecer e querer. A Sagrada Escritura fala em olhos, ouvidos, mãos de Deus etc., para nos tornar compreensíveis as quali. dades de Deus. 51. Por que dizemos que Deus é infinitamente perfeito? Dizemos que Deus é infinitamente perfeito, porque Ele possui todas as boas qualidades em grau sumo. Deus não sómente ultrapassa a todas as criaturas em perfeição, mas ainda sua perfeição é tão grande que não pode ser imaginada outra maior. Disso se conclui também que pode haver só um Deus pois tal perfeição inclui necessàriamente que Deus, como Senhor Supremo, esteja acima de tudo o que há fora dele. Ora, ê lógico que só pode haver 11,m Senhor Supremo que esteja aci ma de tudo o mais. 2. Qualidades de Deus 52. Quais os atributos e perfeições divinas que deve mos essencialmente consider.ar? As seguintes: Deus é eterno e imutável; é oni presente e ·infinitamente sábio; é oniciente e todo poderoso; é infinitamenle santo e justo; infinita mente bom, misericordioso e clemente; infinitamente venladeiro e fiel. 53. Que quer dizer: Deus é eterno? Deus é eterno quer dizer: que Deus ex1~lm sempre, que não teve princípio, nem terá fim. "Antes de existirem as montanhas e de ser formada https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 35- a terra e o orbe., já tu ex~stías, ó Deus! desde uma eter nidade a outra eternidade". (Salmo: 89, 2). 54. Que quer dizer: Deus é imutável? Deus é imutável quer dizer: Deus permanece eternamente o mesmo, sem müdar-se em si mesmo nem nos seus conselhos e decretos. "Em Deus não há mudança, nem sombra de vicis situde". . . ( Tiago, I, 17). Por conseguinte, quando a Sa grada Escritura diz que Deus se arrependeu de ter fei to o homem (Moisés, VI, 6), isso se deve tomar em sen tido figurado; com isso, quer-se dizer que os homens se tornaram indignos aos olhos de Deus de vive!' por mais tempo. 55. A que nos deve impulsar o pensamento na eter nidade e imutabilidade de Deus? O pensamento da eternidade e imuiabilidaile de Deus deve exciLar-11os a dc~prczar o que é passageiro e a procurar de todo o coraç.ão o que é eterno. "O mundo passa, e a sua concupiscência. Mas aque le qµe faz a vontade de Deus, permanece eternamente". ,, (l • ·J"oão,_ II, 17). ·.· .-.V;.., < $li .. Que quer dizer: Deus é onipre.sente? Deus é oni'presente quer dizer: Deus está em to• das as parte~: no céu, na terra e em todo o lugar. "Deus não está longe de cada um de nós. Porque nEle vivemos, e nos movemos e existimos". (Atos dos Apóstolos. XVII, 27-28). No céu, no SS.mo Sacramento do Altar e na alma do justo, Deus está presente de um modo espedal, isto é, não sómente com sua essência e sua força, mas tam bém com suas especiais mercês e graças. 57. Que quer dizer.: Deus é infinitamente sábio? Deus é infinitamente sábio quer dizer: Deus sa be perfeitamente todas as cojsas, desde toda a eter• nidade; conhece o passado, o presente e o futuro e até os nossos mais seLretos penl--amento~. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 36 Deus não precisa peni-nr ou examinar; com um só olhar vê e penetra tudo, não somente o que é 1·cal ou o que será, mas também o que pode acontecer e o que acontecei-ia sob certas condi<;ões. "Os olhos do SE?-nhor são mais luminosos do que o sol, ~ penetram o profundo do abjsmo e os cora(:ões dos mesmos homen.,.<, 11 • (Ecles. XXIII, 28). 58. Que utilidade 1iramos nós da frequente lembrança da presença de Deus e da sua .infinita sabedoria? A lembrança da onipresença e <la infinita sabe doria de Deus deve ínspirar•nos: 1) a evitar o mal e a fazer o hem, en1 toda a parte, mesmo à~ escondidas; 2) a não vacilar em nen1mnrn necessidade ou perigo, 1) "Melhor é pura mim cair entre as vossas mãos sem cometer o mal, do que pecar na presença do Se nhor"! (Daniel, XIII, 23). 2) "Ainda que cu ande 110 meio da sombra da morte, nÊio temerei ma.le•s, porquo t.u (ô Senhor) estás comigo!" (Salinos, XXII, 4). 59~ .. Que· quer dizer: Deus é oniciente? Deus é onicientc quer dizer: Deus sabe dispor cle todas as coisas do melhor modo para o que quer ou para os fins que se propõe. "Quão magnificas são as tuas obras, Senhoe! Fizes te com sahedoria todas as cousas: a. terra est.á cheia das tuas riqm:z.:1s! 11 (Salmo CIII, 24). - Exemplos: Moisés salvo das ág;uas; Josó elevado a vic\;~l·~i; o a1nbicioso Aman enforcado. Contl'rnplem~sc atentnmcmi:e os céus e a terra, os mares, os ríos1 os montes, os vales, as águas da terra e a atmo.sfo1·n, ~ teremo~ concluído que todas as criaturas quü contem são outras tantas línguas que nos anunciam a adorável sabedoria. e ciZ':-nc.ia de Deus. 60. Qué quer di::m-r: .Deu::; é onipotente? Deus é onipotente quer dizer: Deus pode todas .as coisas e, para executá~las, hasta querê-lo. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 37 ''A Deus nada é jmpossível''. {Lucas, I, 37) "Tudo o que! qu.is, o fêz o Senhor no céu, na terra, no mure cm todos os abismos". (Salmo CXX....,"X:IV,6) - Excmplus: A eria~.ã.o; os milagres no Egito e no d~serto. Só o que é mal e contra a razão, Deus não })Ode fa zex· nem querer. 61. A que deve exitar~nos a fé na: onipotência e na ciência infinita de D,eus? A fé na onipotência e na ciência infinita de Deus deve excitar-nos: l) a pôr toda a nossa confiança em Deus; 2) a sempre comprazer•nos nas disposições di-. v1nas. 1) "Não confiei nos principes, n<;!m nos filhos dos homens, que não podem salvar·. Ditoso aquele de quem é protetor o Deus de Jacó e cuja esperança está no Senhor seu Deus". (Salmo CXL V, 2-3-6) - Ex0.mplo: Gedeão. 2) "Expõe ao Scnho:r a tua situação, e espera nE)e e Ele procederá". (Salmo XXXVI, 5) - Exemplos: Jó, Tobias, 62. Que quer dizer: Deus é santo? Deus é santo quer dizer: Deus mente o hem e aborrece o mal. .. ama e quer so~ "Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos cxérci• tos". (Isaías. VI, 3). Sendo Deus infinitamente santo, Ele abonecc até o menor pecado com ódio eterno e infí~ nito. 63. Qué quer dizer: Deus é justo? Deus é justo quer dizer: Deus recompensa ou castiga segundo o merecimento <le cada um. "Deus há de dar a cada um segundo as suas obras ... ; porq\ie diante de Deus não há acepção de pessoas". (Rom. II. 6-11} - Exemplos: O mundo castigado pelo di .. lúvio; Noé salvo; Sodoma e Gomorra destruídas pelo fogo do cêu; Lot poupado. Mas só na eternidade, encontraremos ·a recompensa perfeita; aqui na te1·ra, devemos crer na justiça de Deus; na eternidade, vê-la-emos e experimentaremos os seus https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 38 efeitos. Mesmo assim, já nesta vida, não há ímpio que seja verdadeiramente feliz, nem algum justo verdadeira mente infeliz. 64. A que nos deve excitar o pensament.o na santidade e na justiça de Deus? O pensamento na santidade e na justiça dP DP-u~ deve excitar-nos: 1) a santificar-nos cada dia mais; 2) a evjtar com diligência tudo o que ofende a Deus. 1) "Eu sou o Senhor vosso Deus; sêde santos, por que eu sou santo" (Levit. XI, 44). 2) Não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alm2: mas temei antes aquele que pode lançar no inferno a alma e o corpo" (Mateus, X, 28). 65. Que quer dizer: De1us é bom? Deus é bondoso quer dizer: Deus é cheio de a mor para com a~ criaturas e lhes dispen~a inúmeros benefícios. "Deus é caridade". n ~ João, IV, 8) ; "Deus amou de tal modo o mundo, que lhe deu seu Filho Unigênito: pa ra que todo o que crê nEle, nfw pereça, mas tenha .a vida eterna". (João, III, 16). Deus ainda nos dispensaria indizivelrnente mal~ hc~ nefícios, se nf10 abusássemos dos que recebemos. 66. Que quer dizer: Deus é misericordioso? Deus é misericordioso quer dizer: Deus é cheio de misericórdia para com os infelizes e perdoa de bom grado a todo pecador verdadeiramente arrepen• dido. "Juro, diz o Senhor, que não quero a morte do ímpio, mas sim que se converta do seu mau proceder. e vi \'a" (Ezeq. XXXIII, ll). - Exemplos: Ninive; o filho pródigo. A misericórdia é a qualidade divina, que Deus mais usa conosco nesta vida. Na outra vida. porém, cessará de ativar sua misericórdia para dar lugar à justiça. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 39· 67.· ;Que devemos fazer por Deus ter usado conosco de tanta bondade .e misericórdia? Por Deus ter usado conosco de tanta bondade e misericórdia, devemos: 1) ser agradecidos a Deus e amá-Lo <le todo o coração; 2) pedir-lhe perdão de nossos pecados, cheios de confiança. 1) "Nós, portanto, amemos a Deus, porque Deus nos amou primeiro". (l" João, IV, 19). 2) "Levantar-me-ei e irei ter com meu pai". (Lu cas, XV, 18). 68. Quê quer dizer: Deus é longânimie? Deus é longâ.nime quer dizer: Deus, com f re quência, espera largo tempo ao pecador, antes de o punir, para dar-lhe tempo à penitência. "O Senhor é compassivo e misericordioso, pac:iente e de muita misericórdia" (Salmo CII, 8). A longanimidade de Deus, porém, não nos deve ser vir de pretexto para pc-rsP.verarmos na impcniténcia. "Se hoje ouvirdes a sua voz, não queirais endurecer os vossos corações" (Salmo XCIV, 8). 69. Quê quer dizer: Deus é veraz? Deus é veraz quer dizer: Deus somente revela Yenlades, porque não Se pode enganar, nem enga nar-nos. "Deus não é como o homem, capaz de mentir" ,: Nú meros, XXIII 19). A veracidade de Deus é o fundamento de nossa fé; e, como esta veracidade é infinita, nossa fé é igualmente íncontestável. 70. Quê quer dizer: Deus é fieJ? Deus é fiel quer dizer: Deus mantém a~ :;;uas promes~as e executa as suas ameaças. "O céu e a terra passarão, mas as minha.~ palavras nfto passarão" (Mateus, XXIV. 35). https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 40 A fidelidade de Deus é o motivo principal da Gspc rançn cristft. 71. A que obrigam a veracidade e fidelidade de Deus? A veracidade e fidelidade de Deus obrigam-nos: 1) a crer com firmeza inquebrantável na pala vra de Deus; 2) a í im:-nos constantemente nas suas divinas promessas e a temer seriamente suas ameaças. 3. Fontes do conhecimento d~ Deus 72. Como chegam.os ao conhecimento de Deus e de suas divinas perfeições. s.e não O podemos ver? Deus rnc~mo detH:::e a conhecer aos homens, por diferentes maneiras: 1)pela criação e guoêrno do mundo visível que Ele criou e governa sem cessar; pois ninguém pode razoàvelmentc pensar que este mundo se fez a si mes mo, ou que dele mer-mo nasce a ordem que nele reina; 2) pela voz da conciência, que nos exorta a que temamos ao Juiz invi~ível que castiga o mal e e~peremos n.Ele, pois recompensa o hem. 3) especialmente pela revelação sobrenatural que nos faz conhecer até mesmo os mistérios da Di vindade, e n1ja veracidade Deus testemunhou por meio de inúmerrn, e incgávci-:1 milagres. 1.) "Os cémi puh1icmn a ;.1:lôl'in de Dc~us, e o ffrma rnento anunc:ia. as obras daJi suas mãos". (Salm,1 XVIII, 2). ''Pc-1'.~unt:1, pois. aos animai~., e elm, te cnsjnarão, e às· a:n's do cóu, (' elas to indicarão. fala c01n a kr:ra, e l"'I a ~ (~ 1:espondN':Í, t' os pei.:n~:3 do n1 ar te iJrni 1·uirún. Q1wm ignO.i'H que a n:tfio de Deus fc:..:: todas essas cou sas?" (Jó, XI( •·;.9). "(Sú) o insensato diz em sPu cora ção: ::\'fio hú Deus". (Salmo XIII, 1). https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 41 2) ••os gentios mostram que o que a lei ordena está escrito nos Rcus eorações, dando-lhes testemunho a sua próp1•ja conciência e os pensamentos de dentro que os acusam, se fizeram o mal, ou também os defendem, se riz~rnm o bem''. (Rom. II, 1.5). 3) "Ninguém jamais viu Deus: o (Filho) Unigêni to, que está no feio do Pai, Ele mesmo é que O deu a conhecer (aos homens)". (JofLO, II, 18). "Dei-vos a co nhecer tudo aquilo que ouvi de meu Pai". (João. IV, 15). "Quando não queirais crer em mim, crêdc nas minhas obras". (João, X, 38). A.PL.lCAÇiIO: - "Tem a Deus em teu espírito todos os dias da tua vjda e guarda-te de consentir jan1ais no pe cado e de violar os preceitos do Senhor nosso Deus". (To bias. IV, 6). § 2. DAS TRtS PESSOAS DIVINAS '13. Pot que dizemos: "Creio ,em Deus Padre Todo-Po- d ':l.'>"- C' ,:,? \,';'.,1, 1 • .ic-::Jl"L_. ~ Dizemos: "Creio em Deus Padre Todo-Podero- 1) porque Deus é nosso Pai Celestial e invi .. FÍYd; 2) porque em Deus há qwu~ primeira é o Pai. .-.,.;ª . mais 14..; Quantas pessoas há em Deus? das F Em Deus há três pessoas: o PadTe, o Filho e o .E~-píriio Santo. "Ide, pois <'nsinar todas as gentes, batizando-as cm nome do Pacl:.'<'. e do F'.ilho, P do Espírito Santo". (l\:1a h~us, XXVIII, l!J). Nc, batismo fk, .Jesus manifestaram-se cl.Lstintamentc ,ts trí;s pessoas div.ina.s: D0us Padre falava do alto do c:é-u, Dett8 Filho eira bn.tizado, Deu~ Espírito f.fo.nto apa-• 1.·l'eiD r•m fol'rna d<~ pmnba. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br • ,1 ada uma das Pessoas da . Trindade é Deus E diz'fom (os Serafins): Santo, Santo, Sa.nto, é o Senho-r Deit:i dos exércitos ... ,, (!saias, VI, 3) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 43 75. Cada uma das três Pess-oas divinas é verdadeiro Deus? Sim; o Padre é verdadeiro Deus, o Filho é ver• r1adeiro Deus e o Espírito Santo é verdadeiro Deu~, entretanto, estas três J'ei-;soa~ são um só Deus. 76. Por qu~ estas três Pessoas são um só Deus? As três Pessoas divinas são um só Deus, porque todas têm uma só e a rncsma natureza div.ina. 77. l:': uma Pessoa mais antiga ou m,ais poderosa do que as outr:as? :\ão; todas as três pessoas são eternas e todas três iµ;ualmente poderosas, boas e perf citas, porque todas Lrês são um só Deus. As três Pessoas divinas possuem não só todas as per feições, mas ainda as mesn1as perfeições, pois estas per tencem ü essência que é a mesmn nas três Pessoas. Co mo em Deus há uma só essência, assim também há t:ma só onipotência, uma só sabedoria. etc. 78. Não há, pois, nenhuma distinção entre o Pai, o Filho e o E.spírito · Santo? Entre o Pai, o Filho e o Espfrjto Santo há uma di:4in(:ão, segundo as Pessoas, a qual consiste em que o Padre não é gerado, o Filho é gerado, pelo Pai, e o Espírito Santo procede do Padn~ e elo }i'ilho. Deus Padre. contemplando-se a si mesmo, com seu entendimento. e conhecendo-se perfeitamente, gera uma imagem absolutamente igual a si, comunicando-lhe to talmente a.sua própria essência_. sem mudança de si mes mo. Esta imagem é a figura essencial do Padre, o verda deiro Filho de Deu~. E como Deüs jamais esteve sem co nhecer a si mesmo, assim jamais esteve ~em gerar a seu Filho. logo. este ato de geração é eterno. Podemos ainda considerar o Filho divino como expressão ou um falar espiritual do Padre é por isso que a Sagrada Escritura tamhém O chama "Sabedoria eterna" ou "Verbo do P::ii". https://alexandriacatolica.blogspot.com.br Glória ao Padr~~ e ao Filho> e ao Espírito Santo. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 45 O Espírito Santo procede do Pai e do Filho; porém, não é gerado como a segunda Pessoa, mas procede por expiração ou amor (spiratio); por isso é chamado Espí rito Santo (Spiritus, sôpro) ou ainda Amor. eterno. Quando dizemos que o Padre é a primeira Pessoa da Santissima Trindade, o Filho, a segunda e o Espírito Santo a terceira, não indicamos com isto grau algum de procedência ou anterioridade nas Pessoas divinas, mas indicamos somente a ordem de origem das Pessoas des de toda a eternidade. 79. Que obras se atribuem especialmente a cada uma das Pessoas divinas? Atrihui-sc especialmente: a Deus-Padre, a cria ção; a Deus-Filho, a redenção; e a Deus-Espírito Santo, a santificação, embora seja~.; obras comuns às três Pessoas divinas. . .. , ,; Atribuc-se, de modo especial, ao Pai, a criação, por que Ele é a origf'm eterna de tudo o q_uc existe, do qual também procedem o Filho e o Espírito Santo. Ao Espí rito Santo, atribue-se a santificação que é obra do amor, porque El~ i-: pessoalmente a caridade de Deus. Ao Filho, porém, não somente se atribue a obra da redenção, mas esta lhe compete p1·õpriamentc, pela ra zão especial de que somente Ele tomou a natureza hu mana para remir o mundo. embora as outras duas PesN soas divinas também tenham contribuido nesta obra. 80. Como se chama o mistério de um só Deus em três Pessoas? O mistério de um só Deus cm três Pessoas cha . t,. . l s· t' . rl; . 1 l ma-se m1s eno t a .__ an 1:::s1ma nnr ac e. 81. Podemos compresnder êste mistério? 1~ impof:sívcl que o nosso débil cntcndirnenlo, que só imperfeitamente entende as cousas criadas, compreenda o mistério da Santíssima Trindade, (jUe está infinitamente elevado acima <lc todas as cou• J,l.as criadas. Ainda que não possamos penetrar, nem representar- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br --~~/1~ ----~ l -----~---==::- ~ ---~=-=-- ·~-;:.::1/ó_' ~ No princfpio criou Deus o céu e a terra. (G~~sis, I, 1) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 47 nos claramente este augustíssimo mistério, não obstante, a razão demonstra que não há nele contradição alguma. Pois não sustentamos que Deus é ao mesmo tempo, sim ples e trino na sua essência, ou que nas Pessoas Ele é, ao mesmo tempo, uno e trino. o que seria contraditório, mas, apoiados na doutrina infalível da Igreja dizemos que Deus. simples e uno na natureza é trino nas Pes soas. Portanto, não há contradição; esta só existe quan do de um mesmo objeto e sob o mesmo aspecto, se afir ma ou nega uma coisa. ( Comparação com a alma que é simples e espiritual, mas nela distinguem-se três potên cias: memória, entendimento e vontade). A doutrina da Santíssima Trindade é a doutrina fun damental do Cristianismo; sem ela, não poderíamos compreender, por exemplo, a Incarnação do Filho de Deus e toda a obra da Redenção, que se apoia nesta dou trina da Santíssima Trindade. APLICAÇÃO: -- Não te esqueças jamais da imensa gratidão que deves à Santíssima Trindade pelos inestimáv veis benefícios da criação, da redenção e da santificação, e guarda fielmente o que no santo Batismo solenemente Lhe prometeste. (Festa da SS. Trindade) § 3. DE DEUS CRIADOR DO CÉU E DA TERRA l. Da criação, conservação e govêmo do mundo 82. Por quê se chama a Deus "Criador do céu e da terra"? Chama-se a Deus ''Criador do céu e daterra'', porque Êle criou o universo, o céu e a terra, e tudo o que há nêlc, tirando-o do nada por sua vontade onipotente. "No princípio criou Deus o céu e a terra" (Gênes. I, l). "Tu cria~t.e todas as coisas, e pela tua vontade é que elas subsistem e foram criadas". (Apoc. IV, 11) 83. Deus criou o mundo por: necessidade dele? ~ão; Deus não criou o mundo por nccessüar https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 48 dele, pois Deus é en:i si mesmo infinitamente nco e feliz, e nada necessita fora de si. "Tu és o meu Deus. que não tens necessidade dos meus bens ... (Salmo, XV, 2). 84. Se Deus não precisa de nada fota de si, por que então criou o mundo? Deus criou o mundo, porque é infinitumente bom, e porque quis comunicar da sua riqueza a ou tros seres. "Nós exjstimos, porque Deus é bom", diz Santo A gostinho. · Deus era perfeitamente livre cm criai~ um mundo ou não, em criar este universo ou um outro. 85. Para que fim criou De·us o mundo? Deus criou o inundo : 1) para sua glória; 2) para o bem das criaturas. 86. O que Deus faz sem cessar pelo mundo que criou? Deus conserva e governa o mundo pela sua Providência. 87. Quê quer dizer: Deus c·onserva o mundo? Deus conserva o mundo quer dizer: Deus faz com que o mundo subsista da maneira e pelo tem• po que quer. "Como podüria subsistir uma coisa, se tu não o qui sesses?Jt {Sabed. XI, 26). Se Deus retírasse sua onípotêncía conservadora, o mundo voltaria ao nada; seria como a pedra que se de sapruma logo que se retirar a mão que a sustenta. 88. Quê qu,er dizer: Deus governa o mundo? Deus governa o mundo quer dizer: Deus cuida de tudo, e tudo dirige com sabedo1·ia bondosa ao fim para que foi criado. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 49 Deus fez tanto o pequeno como o grande, e tem i gualmente cuidado do todos". (Sabed. VI. 8). · "Até os próprios cabelos da vossa cabeça estão todos contados". (Mateus, X, 30). 89. De quem cuida Deus de m-0do especial? De modo especial, Deus cuida <los homens e mais par-ticularmente ainda, dos justos. ''Todas as coisas concorrem pai·a o bem daqueles que amam a Deus". (Rom. VIII, 28). 90. Mas se Dêus dirige e ordena tôdas as cofa.as neste mundo1 por. que existe o mal? Por ventura Deus o quer? Deu~ não quer o mal, mas permite-o: l) porque deu aos homens a vontade livre; e a reRpcita; 2) porque sabe também dirigir o mal para o bem, isto ê, à exeeução dos seus desígnios divinos e elernos. Exemplo: A história de José do Egito-. "Vôs tivestos intcnçfto de me fa:1.er mal; mas Deus o converteu em bem". (Gêncs. II, 20). Assim o AltJssimo converteu o dcidclio dos judeus cm salvaçâo para o mundo e o endurecimento dos mes mos judeus foi utilizado para a conversão dos pagãos. Ainda com·ertc diàriamcnte os planos dos ímpios e1:n glo rificação para sua Igreja; pois, "não há sabedoria, não há prudência, não há conselho (que prevaleça) contra o Senhor". (Prov. XXI, 30). 91. $;e Deus cuida de tudo, ptlr que há tant,os sofrimen tos no mundo? Há muitos sofi·imentos; 1) para que o pecador reforme sua vida e não pereça eternamente; 2) para que os justos se purifiquem, alcancc1n maiores méritos e mais gloriosa recompensa no céu. 1) Os irmãos de José: "Justamente sofremos estas https://alexandriacatolica.blogspot.com.br .50 coisas. porque pecamos contra nosso irmão" ( Gêncs. XLII, 21). 2) Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem e v'OS perseguirem, e mentindo disserem todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa nos céus" (Mat., V, 11-12). Muitos sofrimentos, os homens atraem sobre si por seus próprios pecados (por ex.: pobreza, por causa da preguiça, doença, pela embriaguês, etc.). Para certas pessoas, o sofrimento é necessário, para preservá-las da soberba e do esquecimento de Deus. '92. Por que permite Deus às vêzes que os maus pro,s perem, ao passo que os justos sofrem? Deus permite que os máus não poucas vezes prosperem, porque quer, neste mundo, recompensá los de algum bem, que por ventura fazem, visto que na outra vida, por causa da impenitência, não po -derá recompensá-los. "Ai de, vós. ó ricos: -ç.nrque tendes a vossa consola ção'', isto é, já. tendes a vossa recompensa neste mundo. (Lttéas, VI, 24). 93. Como .se chama o cuidado de Deus para conservar e governar o mundo? O cuidado de Deus cm c;onservar e governar o mundo chama-se divina Providência. Os pagãos acreditam num desti-no cégo (Fatum), os incrédulos falam de um acaso cégo_. o cristão, porém, sa be que toda a sua sorte é dirigida por urn Pai oniciente e bondosíssimo. 94. A que nos deve levar o pensamento na divina Providência? O pensamento e a fé na divina Providência de "Ve levar-nos: 1) a colocar toda a nossa confiança en1 Deus~ não nos atormentando com cuidados angustiosos; https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 51 2) a aceitar todos os sofrimentos como graças de Deus. 1) "Olhai para as aves do céu. que não semeiam, nem ceifam, nem fazem provisão nus celeiros; e contudo vosso Pai celeste as sustenta. Porventura não sois vós muito mais do que elas?'' (Mateus. VI, 26). 2) "O Senhor castiga aquele que ama". {Hebreus, XII, 6). APLICAÇÃO: ---- Jamais te queixes das disposições di vinas, pois Deus é Quem sabe melhor o que nos é bom e· salutar. 2. Dos Anjos .,, ... =:-,.· ·\; .. 95-. Criou Deus alguma coisa mais do que êste m~1n(\(> visível? Deus criou outro mundo invisível, isto ~, inu meráveis espíritos que chamamos anjo~. "Eram milhares de milhares (de anjos) os que o ser viam, e mil milhões ( ou inumeráveis) os que assistiam diante dele". ( Dan. VII, 10). A Sagrada Escritura nomeia nove classes diversas ou córos de anjos, que são: anjos, arcanjos, pr.incipados, virtudes, potestades, dominações, tronos, querubins e se rafins". (Coloss. I, 16; Efes. I, 21.; Ezeq. X; Is. VI, 2). 96. Como er.am os anjos, quando Deus os criou? Os anjos eram bons e felizes, dotados de mag níficos dons, especialmente da graça santificante. Pela sua natureza, os anjos possuem uma inteligên cia penetrante, grande força de vontade e uma fortale za sobre-humana. Um único anjo feriu, numa noite, cen to e oitenta e cinco mil homens no campo dos A..,;:;s:rios. (Is. XXXVII, 36). 97. Perseveraram todos os ian,jos nesse estado de ino cência e santidade? Não; 1nuitos pecaram, fizeram-se infelizes e f o ram precipitados no inferno. Estes chamam-se de mônios ou espíritos máus. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 52 "Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, presos peJas cadeias do inferno os precipitou no tárta ro, para serem atormentados e reservados até ao juízo (final). (2'-' Pcdr.II, 4). Logo depois de sua criação, os anjos (assim como nossos primeiros pais) foram submetidos a uma prova. Lúcifer um dos anjos de mais luz caiu primeiro, pecan do por soberba, e atraiu após si grande número de ou tros anjos. À frente dos anjos fiéis, estava o arcanjo :.\liguei que, com eles lutou contra Lúcifer e seus sequazes, ven cendo,-os completamente. (Apoc. XII, 7-8), 98. Como 1.ecompensou Deus os anjos bons? Deus n~compcnsou os anjos bons com a felicí da<le eterna, que consiste na contemplação e posse de Deus. Os anjos nã'o gozaram logo depois de sua criação, da. feli~ visão beatífica embora., quanto ao lugar, esti vessem no (~éu, donde foram oxpulsos os anjos rebeldes. 99. Quais sã.o os sentimentos dos anjos bons para co nosco? Os anjos bom; amam-nos, e por isso defendem us nossas almas e os nossos corpos, pedem a Deus por nós e nos inspiram o bem. "Forque mandou aos seus anjos acerca de ti, que te guardem t•m todos os teus caminhos" ( Salmo, XC, 11). - Exe1nploi,;: LoL Tobias, Judit. S. Pedro na prisão. l 00. Como se chcm:mm o.s anjos que foram dados em particular ao hc:m;:;:m pa:rn: sua defesa? Os anjos que foram dados, em particular, aos homens, para protegê-los na terra e conduzí-lospa ra o céu, chamam-se anjos da guarda. "Os seus anjos nos céus vêm incessantemente a f a cc de meu Pai que estú nos céus". (Mateus, XVIII, 10). Seg·undo a opinião gL.L·al dos teólogo;;, cada pessoa. cm particular, possui, desde o nascimento, um anjo cus tódio próprio. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 53 "E' grande a dignidade das almas diz São Jerônimo: tão grande, que, a cada um é dado, desde o seu nasci mento, um anjo custódio11 • 101. Quais os nossos deveres para com o anjo da guarda? Devemos: 1) pensar com respeito na presença de nosso santo anjo da guarda; 2) invocá,lo cheios de confiança; 3) seguir prontamente as suas inspirações. (Festa dos anjos da guarda). "Eis que cu enviarei o meu anjo que vú adiante de ti. . . Respeita-o e ouve a sua voz". (Êxodo, XXIII, 20 21). 102. De que sentimentos estão animados contra nós oe anjos rebeldes? Os anjos :rebeldes ou demônios odeiam e inve jam-nos; por isso perseguem-nos com tentações e procuram arrastar-nos para o inferno. "O demônio vosso adversário, anda ao redor, como um leão que ruge buscando a quem devorar". {I S. Pedr. V, 8). -- Exemplos: Eva, Jó, Judas. Enquanto estamos cm estado de graça santif:cante, que nos Jaz filhos de Deus. os demônios podem tentar nos, pQrém não nos podem prejudicar de modo algum. Entretanto, adquirem grande poder sobre nós, desde que nos tornamos, voluntàriamcnte seus escravos, por meio de um pecado mortal. 103. Por que permite Deus que os demônios nos tentem? Deus permite as tentações dos demônios, por que sabe dirigi-las para sua glória e para a salvação dos homens. Os Santos do céu agrad<'.~em as suas mais belas co roas de vitória, às lutas, que, com a graça de Deus, sus-• tentaram contra as tentações do espírito mau. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 54 104. Que deve·mos fazer contra as tentações do de mônio? Devemos vigiar, orar e resistir com constância às tentações do máu espírito. "Tomai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do (espírito maligno". (Efes. VI, 16). "Resisti ao demônio, e ele fugirá de vós". (Tiago, IV, 17). Exemplo: Jesus no deserto. APLICAÇÃO: Venera diàriamente teu santo anjo da guarda e recomenda-te a ele em todos os perigos do cor po e da alma. Guarda-te de falar ou praticar o mal em sua presença e imita sua grande pureza. 3. Da criação do homem 105. Qual é a principal criatura de Deus .na tierra? A principal criatui·a de Deus na terra é o ho mem. O homem é o rei do mundo visível; ele deve domi nar sobre a.i;; criaturas irracionais, servindo-se delas pa ra glorificar a Deus em seu próprio proveito. l 06. Quem foram os primeiros homens? Os primeiros homens foram Adão e Eva; são os primeiro~ pais de toda a hun1anidade. 107. De que maneira Deus criou a Adão? Deu:-, f orn1ou de barro o corpo de Adão e lhe inspirou. uma alma imortal. Deu:~ infundiu a Adão um i;;ono profundo e, quando se achava dormindo tirou uma das suas costelas, com a qual formou o corpo de Eva. 108. Qual o caráter distintivo que o Senhor concedeu ao homem na sua criação? Deus criou o homem à sua iinagem e seme lhança. "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança" ( Gênes. I. 2ô). https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 55 109. Em que consistiu a imagem de Deus no primeiro homem? A irnagen1 de Deus no primeiro homem con sistiu nos dons naturais e sobrenaturais com que foi dotado. Pelos dons naturais, o homem é a imagem natural de Deus., pelos sobrenaturais, imagem so brenatural. 11 O. Em que consistem os dons naturais, pelos quais o home,m é semelhante a Deus? Estes dons naturais consistem em que a ahna humana é um espírito imortal, dotado ele entendimen to e vontade livre. 11. Em que consistiram os dons sobrenaturais de que Deus dotou o primeiro homem? Os don~ sobrenaturais dr, que Deus dotou o pri .meiro homem consistiram na posse da ~raça ~antifi cante que o fez filho dt~ Deu~ e Hw deu din-•ilo ao rt~i no dos céus. A imagem sobrenatural de Deus cm nossa alma es tá para a imagem natural, assim como um quadro pin tado com cores \"ivas L>Stá pa1·a um desenho executado com poucos traços. - A imagem sobrenatural de Deus concede à alma tal beleza e semelhança com Deus, que a Santíssima Trindade a contempla com o máximo a grado e a escolhe para sua morada. 112. Que outros dons receberam os primeiros homens, ligados a esta imagem sobrenatural de De-µs? 1) Os primeiros homens tinham o cnlendi mento dotado de maiore.:3 conhecimentos; 2) a ~ua vontade não era tf'ntad.a d~ máus dese- 3) não 1-~~tavam sujeito~ à penalidade e dorc:::.~ nem à mortP-. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 56 Estes dons juntamente com a imagem sobrenatural do Deus, eram dons especiais gratuitos da bondade divi na, ~ nfio eram devidos il naturc;r.a humana como tal. 113. Os primeiros homens receberam sómente par.a si cc in1agem sobr:enatural de Deus e os dons cr ela ligados? Não; os primeiros homcn::i receberam a irnagern. sobrenatural dt~ Deus com os dons a ela ligados, tmn hén:1 para oR !-Pus descendentes; e nó8 todm, icrímnos }lc ... ll '·l.(110 c·lr•]í,.,: n.;:t<>~ (·1on~ ("l-' 1•l1->~ o;;; 1:,:-,;.:s;("lll ''.OJ'•:i, .. 1·- ..JJ. • l . .__., ...... ►.,, \ ,} l. '-· . ►- ~ ~:> , \.... ·'>-· ,_.. .1 L·, ·•· ., lil.., L . .11:._ .. vado e não tíve[~:-;f~n:1 pecado. Estes bens eram semelhantes a um património fa miliar que Adão1 como C'.hcfe de toda a familia Jmmana, devia conservar e legar a todos os seus descendentes. 4. Da queda: dos primeiro.s homens e do pecado original 114. Nos.sos primeiros pais conservaram a imcrgem de Deus? Não; nossos primeiros pais pecaram e assim per deram a imagem sobrenatural de Deus com os dons li gados à mesma; a 1rnagem natural ficou de~figu rada. ll 5. Quê pecado cometeram êles? t'.m prendo de soberba e desohcdiêne.ia. Querendo ser semelhantes a Deus, comeram do fruto proibido. Este p0cado foi tanto mais grave, porque o preceito era fúcil ele i-er observado e os primeiros pai~ possuiam um conhceim:.•nto tão p(,rfrito e umR vontade ainda não d0.lJiHtacla. l IG. Perd(::")rGrt:! os primeiros pais s6.m,ente para si os d,~n:.i sç:hrnnaturuis? ~\Jão; pois HS~im como por obediência os teriam podidu con•-wrvnr~. não sô para si~ mas também para https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 57 os seus descendentes, assim também, com sua desobe- diência, os perderam, para sua descendência, e assim precipitaram na maior miséria a todo o gênero hum~t no. 11 '1. Em quê consiste esta miséria? Consiste nn que o pecado de Ad5.o, com bua~ péssimas consequência8, passou a todos os homens; de maneira que agora todos viemos ao mundo man chados pela culpa original. "Assim como por um só homem entrou o pecado (original) nr:stc mundo, e pelo pecado a mm-te: a::::,;lm péls.snu a morte a todos os homens, (por aquele homcin) no qual todos pcear~:un" (Roman. V, 12). 118. Com,o chamamos o pecado com o qual todos 116.s nascemos? O pecado, com o qual todos nós nascemos, cha n1a-sc pecado original, porque não o cometemos pes soalment,~? porém, herdfi.mo-lo de nossos primeiros .. pau-,. A es.sf>ncia do rwcudo original consfate no seguinte: pelo pecado de nossos primeiros pais, nós na:scemos sem a. graça santificante que, segundo a ord~m de Deus, de veria.mos possuir para Jhc ,;ermos ag1,adáveis fostndo de pecado ---- morte espiritual). 119. Quem foi pre:.mrvnda: de tôda mácu.lcr do pecado original? Só a SS. Vírge.m Ivlaria, 11or gTaca es11eciul. co- ~ a • mnnicada cm vista dos nlóritos de Jesus Cri?.to, :foi preservada da mmH.:ha do per:ado original (Festa da I nw.cuJ ada C:onceii;;ão.) Est.a doutrina, contida na Tradição foi c<;n::se-1·vRda na Igreja católicn, de[~de ·t0mpos remo1os; ern 1854, Pfo IX ê\ fü•finiu r:nmo dogma. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 58 120. Quais as consequências que o pecado acarretou sóbl!e os homens?As consequências que o pecado original acarre tou sobre os homens são: 1) Perda da filiação de Deus e do direüo ao reino dos céus; 2) ignorância; .1) concupiscência e inclinação da vontade ao mal· ' 4) penalidades, dores, calamidades e finalmen- te, a morte. 1) Quem não renascer por meio da água e do Espí rito Santo, não pode entrar no reino de Deus''. (João, !II, 5). 2) Com trabalho descobrimos o que temos diante dos olhos" (Sabed. IX, 16). 3) "Os sentidos e os pensamentos do coração do !10- mem são inclinados para o mal desde a sua mocidade'' fGênes. VIII, 21). 4) "Uma grande preocupação foi imposta a todos os homens, e um pesado jugo carrega sobre os filhos de A dão, desde o dia em que eles saem do ventre de sua mãe, até o dia da sua sepultura" (Eclesiastico, XL, 1). "Deus criou o homem imortal, mas por inveja do demônio, en trou no mundo a morte" (Sabed. II, 23-24). 121. Atingiram sómente os homens as más consequên cias do pecado'? Não; veio também o castigo à terra, que fôra criada para o homem. Deus disse a Adão: "A terra será maJdita por tua causa; tirarás deJa o sustento com trabalhos penosos todos os dias da tua vida. Ela te produzirá espinhos e a brolhos" (Gên. III, 17-18). 122. Que teria acontecido a•o homem, se Deus não ti ve,sse tido dele misericórdia? Se Deus não tive:-:-~c tido misericúrdía do homem, ninguPm mai~ poderia salvar-se. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 59 123. Por que ninguém poderia salvar-se? O pecado original era, como todo pecado mor tal, uma culpa tão imensa, que nenhuma simples criatura poderia apagá-la. 5. Da pr,omessa do Salvador e da pi,eparação para sua vinda. 124. Como se compadeceu De·us do homem? Logo depois da queda no pecado, Deus prometeu aos homens um Salvador. "Porei inimizades entre ti e a mulher e entre a tua posteridade e a dela. Ela te pisará a cabeça, e tu arma rás traições ao seu calcanhar". (Gên. III, 15). 125. Quant-o tempo demorou até aparecer o Salvador prometido? Deus enviou o Salvador prometido somente, se gundo o cômputo ordinário, quatro mil anos depois <la cria!;ão. (Tempo do Advento). 126. Por que ,o Divino Salvador não veio logo após à queda 110 pecado? Os homens deviam primeiramente expnrimen tar a profunda miséria cm que o pecado os tinha pre cipitado e reconhecer que ningué.m, senão Deus, os podia salvar. I 27. Durante este tempo, deix,ou Deus os homens com pletamente abandonados a si mesmos? Não; durante este tempo: 1) Deus já concedeu aos homem, as graças ne cessárias para a salvação, em vista dos futuros mere cimentos de Cristo; 2) preparou-os, dr modo especial, para a vinda do Salvador. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 60 128. Gomo preparou Deus os homens para -a vinda do divino Salvador? Deus preparou os homens para a vinda do Divi no Salvador: 1) pela escolha do povo israelita~ com o qual firmou urna aliança particular. 2) pela direção propícia que concedeu também aos pagãos. 129. Por que Deus escolheu um pov.o particular ? Deus escolheu um povo próprio pura conservar a fé nEle, o único Deus verdadeiro, e a esperança do Redentor entre os homens. 130. Com que meios conservou Deus entre os homens a ver.dadeira fé e a esperança no Salvador? Deus conservou entre os homens a verdadeira fé e a esperança no Salvador: 1) pela lei com seus sacrifícios e costumes; 2) por figuras e pelas predições dos Prof e tas, ({Ue sempre falavam claramente do Salvador. São Paulo chama os sacrifícios e usos do Antigo Testamento de "Sombra dos bens futuros". (Hcbr. X, 1). Como uma ~ombra projetada à frente, tais sacrifícios e usos prefiguravam a Redenção. 131. Com que m·eios Deus prepar.ou os pagãos para a vinda do Salvador? Deus preparou os pagãos para a vinda do Salva dor: 1) por tradições religiosas de tempos remotos, que sua providência especial conservou entre eles; 2) por notáveis castigos que os deviam corrigir e tirar dos caminhos do vício; https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 61 3) pelos homens extraordinários que suscitava, de tempos a tempos, entre eles; 4) _por meio dos israelitas e de seus livros sa grados que espalhou entre eles. 1) Ainda se encontram atualmente entre os povos pagãos vestígios evidentes de tais tradições; p. ex.: sobre o paraiso, a queda no pecado, a promessa de um Salva dor, etc.; 2) O dilúvio; Sodoma e Gomorra; as pragas do Egi to. 3) Jó; Mclquisedcc; Balaão; Jonas; Daniel. 4) "Por isso Deus vos (os israelitas) espalhou por entre os povos que O não conhecem, afim de que vós pu bliqueis as suas maravilhas, e lhes façais sa1icr que não há outro Deus onipotente senão Ele". (Tobias, XIII 4). APLICAÇÃO: ~ão te esqueças jamais de que és uma imagem de Deus e odeia o pecado qU(~ trouxe toda a infelicidade ao mundo. "O pecado torna miscrúvcis os po• vos". (Prov. XIV, 34). Agradece a Deus por ter o divino Salvador vindo também para ti. SEGUNDO ARTIGO DO CREDO "E em Je.sus Cristo, um só seu Filho''. 132. Quem é o Messicrs prometido? O l\'lessius prometido é J csus Cristo, o Filho Uni gênito de Deus, Nosso Senhor. 133. Que qt1er dizer "Jesus"? Jesus quer dizer Salvador ou Redentor. j'Por-lhe-ás o nome de Jesus: porque Ele salvará o seu povo de seus pecados". (Mateus, l 21) 134. Que quer dizer a palavra Cristo? Cristo s-ignifica lVIc~~áas em hebraico e t_J,U(~r di-..,. zer tingido. 135. Por quê Jesus s.e chama o Ungido? Jesus é chamado o Ungido, porque, no .A.ntigo https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 62 Testamento. os P.rof etas, Sacerdotes e Reis eram un· gídos com óleo, e Jesus é nosso sumo Prof ela, Sacer• dote e Rei. 136. De qué modo Jesus é nosso Profeta~ Sacerdote e Rei? Jesus é: 1) nosso Profeta, porque, como l'vlestre, revelou os mistérios de Deu~ e ensinou aos homens o que de viam crer, esperar e fazer para alcançar a hem-aven• turança eterna; 2) nosso Sacerdote, porque se ofereceu por nós como vítima na cruz, e todos os dias continua sacrifi cando-se sobre os altares e ainda, no céu, como advo gado e mediador, pede sempre por nós; 3) nosso Rei, porque fundou um reino espiri tual, a Iµ;reja, de que é Chefe e o será eternamente. 137. Por qué se chama a Cristo, o Filho Unigênit,o de Deus? .Jesus Crí~to diz-se o Filho Cnigênito de Deus, porque Ele é o único verdadeiro e pr6prio F'ilho de Deus por natureza, una e igual essência com o Pai. 138. Não som-os também nós filhos c\e Deus? Nós também somos filhos de Deus, 1nas não por natureza, e sim pela g1·aça divina que o Espfrito ~an to derrama em nossos corações e que nos torna filhos adotivos de Deus. "A toclos que o receberam, deu poder de se torna rem filhos de Deus'' (João. l 12) Entretanto, ·nossa adoção como filhos de Deus não é puramente exterior, como'· se dá entre os homens; pois, pela graça santificante, recebem0s uma natureza seme lhante à de Deus, "nascemos de Deus" (S. João, I, 13) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 63 139 .. Por que se diz que Jesus Cristo é Nosso Senhor? Jesus Cristo é Nosso Senhor: 1) porque I~le é nosso Deus, que nos criou; 2) porque é nosso Salvador, que nos Tesgatou com seu sangue. § 1. JESUS CRISTO, O SALVADOR PRO-ME.TIDO 140. Por onde s.abemos que Jesus Crist,o é o Salvador prometido? Sabemos que Jesus Cristo é o Salvador prometi do, porque nEle e só nEle se cumpriu tudo o que os Profetas. tinham predito sobre o Salvador. 141. Com•o o Salvador fôra anunciado? O Salvador fôra anunciado por figuras e prof e vrns. 142. Quais as figuras mais notáveis do Messias e de sua Igreja? As prü1cipais figuras do 1\fessias e de sua Igre ja são: l) Figuras de sua paixão e morte :=,ão: Abel, Isaac, Jósé, Davi, o cordeiro pascal, a serpente de bronze; 2) figura de seu sacerdócio (\ principalmente, 1\-Ielquisedec; 3) figura de sua ressurreição é Jonas; 4) figuras tle sua Igreja e dos santos sacra mentos são: a arca, o mar Vermelho,o maná, o tem plo com suas diversas organizações e sacrifícios, 143. Quê predisseram os Profetas a respeito do Sal vador? https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 64 Os profetas predisseram a respeito do Salvador, especialmente: l) o tempo de sua vinda e o lugar de seu nas cimento; 2) as circunstâncias de sua vida, paixão e mor te; l :,) • ,. ,.. • l l 1 ~ua ressurre1çao, sua asccnsao e a vnKa • o Espírito Santo; 4) a fundação, propagação e duração eterna de sua Igreja. 144. Como assinalaram os Profetas o tempo da vinda do Messia.s? 1) O Profeta Daniel predisse que, desde que saiu o decreto para reedificar Jerusalém até a morte do lV!essias, não passariam setenta semanas inteiras rle anos, isto é, 490 anos. (Daniel, IX, 24 em diante). 2) O Patriarca Jacó predisse que até a vinda do Messias, o cetro não sairia de Judá. (Gên. XLIX, 10). 3) O Profeta Ageu predisse que, quando o Sal vador viesse, o srgundo templo de Jerusalém ainda havia de existir. (Agcu, II, 7-10). 145. Como anunciaram .os profetas o lugar do nasci mento do Messias? O P1·ofeta l\fiquéias nomeia claramente Belém como o lugar do qual virá o Messias. (lVIiquéias V, 2). 146. Que predisseram os profetas sôbre a vida do Messias? Os Prof e tas predisseram: seu magistério públi co, a multidão de curas milagrosas, seu amor com- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br pa~sivo e sna (Jernêneia, fma entrada eru sobre urna junicnl:a e outras r.oisas mais . . ; vx,. \l ~ - r-• 1·x,· e ) A,_,,_ · , ~)-6; Zacar., ., , J . 6·;_) Jeru:;além (Is. LXI; 147 .. Que circm:1siCm.cias an:uncim.·am os profetas ares peiio da paixão e morte do Messias'? Os Profetas anunejuram quase todas as ciremt8· 1ân1:·i·as de ~ma puix:f:,o e morte; p. ex.: qur.. o Sdvpdor seria vendido por trinta moedas de prata~ se.ria flage lado, ser-lhe-iam arranr..rHlos os cabelos, cuspiT-lhe iam no rosto, dar-lhe-iarn a beber fel e vinagre, tràn:; passarinm suas rnãos e pé~ e lançariam sortt~ sobre ~eu~ vP.stidos; que todos que o vis~ern, haviam de zombar dele e rn cnP. ff.r iam a cab r: ,;a, dizendo: H E':', p e. nm no Senhor~ livre-O", Pie. (Zac. XI~ 12-1:.~: h. L~ . S l I X\;1 •·1· P? -, 1 X'"'X't•r·) 6: .... a m. ~t -' 1., :!.:~.;:-iam.,. .L.1 • .Sem dúYída, os pro[0tas predisseram um grande rei, mas não um 1·ci temporal, como ainda hoje os judeus es peram; do co-ntníl'io não o teriam descrito como "urn ho mem de dore~;" (Is. LIII. 3) e denominado "o opt<fürío dos homens e a abjeção da plc1)c" <Salmo XXI, 7), mas, anunciaram antes um rei sobrenatu1·al cujo reino, (a Igreja) teria seu início aqui na terra, mas seria comple tado no eéu e durariH eternamente. 148. Que predisseram os profetas -sobre a ressurreição e ascensãc- do Messias e sobre a vinda do Es:::írito Sa11to'? Predisseram que (-de não verü.1 a corrupção, que fluhiri a ao céu e difundiria i:iCU e_:,;;pírilo sohrc toda a. carne. (Salm. XV, 1.0; LXVTI, ]9: Joe], II, 28). 149. Que !anunciaram os profetas sôbre a fundaçüo. dilata,;ã-o e duraçii.o da Igrej~? Predisseram que o l\lcssias in~tiiuiria um nuvo HH:r.ift.cio~ um novo ~:acerd6cio, que fundaria um .rei- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br / ;.t. ./ /~1. ·~ ! / 1 / ~ ' ,. '<. .1!J .,. /. qi \, ·-~-" ...,... ' ,,- { \' 1 ~; ~J -~ 1 =a \ -:::-:; \ --- -~ ~I 11) (.João, .L , https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 67 no divino que se estenderia até os confins da terra e subsistiria eternamente. (1\Ial. I, 11; Is. LXVI, 21; Jer. III, 15; Zac. IX, 10; Da. II, 44). 150. Profetizaram os profetas muito tempo antes da vin da de Crl:;to? l\1alaquias, o último dos profetas, prof eLizou. -1-50 anos antes da vinda de CriRto. 151. Forcun conhecidas as profecias muito tempo antes da vinda de Cristo? As prof cciai:-; act•rca do ~\-1essias foram conheci daf::. alguns século~ ante~ de Jesus Cristo; os judeus conservavam-m1~ e liam-nas e foram também tradu zidas para outra~ língmu; P c~palhada~ entre os gen tios. (É poi-tanto, induhititvP]mcnte corto qm~ c~las pro fecias são autênticas, isto é, ue origem divina; só o Deus onidentc podia, tnnto tunpo antes, mostrar uma ima- .r~em 15.o fiel do :~.fofmias Yindouro; e. como todas estas proferias se cumpriram 0.m Jesus de Nazaré, está cla ro que Ele é o Salyl'"-:i-g.or p!'omctido.) ,,jf .:i / ,l - JESUS CRISTO, DEUS VERDADEmo ! ! ,,\ e'_ .· .. lfi2.- Por onde -sabemos que Jesus é Filho de Deus e ,/ também verdadeiro Deus? Sabemos 1.p1e Jesu~ Cristo é Filho de Deus e l.am- bém é ver d él( 1~~i ro D(~us: 1 ) pelas pn~rl ições dos prof Pt as ; 2) pelo tc;;tr:munho do :::1~u Pai cele;;;tial; 3) por seu próprio testemunho; 4) pelo lri;tennrnho dos apóstolos; 5) pela doutrina da Igreja Católica. A doutrina da divindade de Cristo é da maior impor tância, pois desta verdade ue que Cristo é Deus. segue se naturalmente que todos Ol-i seus f'nsínamcntos são di- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br vinoR; q1~e a Jg1·eja por c-le fundada é uma institujção di vina; que o magistério da Igreja possui verdadcirnmen• te> o carâtcr da infalibilidade que Cristo lhe prometeu (ver perg 2131), que, pOl' conseguinte, nús possuimos um penhor di\·ino da verdade de cada doutrina da Igreja. - Temos sem dúvlda, ainda outras provas i11contcstávei:-5 da divindade da Igreja 0 de seus ensinamentos pur ex.: "sua maravilhosa expansão, sua sublime santidade, sua inexgotável abundância de todos os bens, sua unidade católica e continuidade invencível" Concílio do Vatica no). Entrt!Ülnfo, a prova da divindade de C1·isto é a. mais clara e mais simplc~. 153. Que dizem as predições dos Prof e tas? Ao Salvador prometido chamam-nO Deu~, Oem.; conosco (Emanuel), o Santíssimo, o Admirável, o Pai { l {·, ,,{-;(" tl •1 ·f 111· 111· ') ·1· i;; -:a~ •1C.• 1·11· 7. •:l 1·'"'"'1·, ,.:.1· ·t () r1E'le · "l'• .. 11 ~. • .. J;! .. · • l. \ _,._ 1 • •- t:s• , &. ~ .1. ...:.J .n. . \ .-i::' . l..· • I .• • .,1 L.• ~ . , 1 ',. ( ·1· • ·x-,,. ·x.,.\7 1) J. rnt~;.111() v1.rli r v·l)f' ~a ,ta.ri..~., _ s<11a~), .,. -~'"" .. , ,·._. , er':~- mias diz: "Ej:~ o nome por que O charnariio: Senhor nosso jm;lo.'" (Jcrcmia~ XXIII, 6). I 54. Qual é o testemunho do Pai Celestícd? (J.w1ndo Cristo foi lrnti%ado no Jordão, e quando se l.:ramJigurou no monte Táhor, ouviu-se uma voz do céu, que di:-'if..e; "Este é meu Filho amado, no qual pus . l 1 A • .., a:f, mn1na~ comp .ac1~nna1--· . 155. Qual é o testemunho de Cristo? 1) Cristo prova d aramente que {~ o Filho de J)~u/'i, e verdadr.iro Deus corno seu Pa.i; 2) c.onflrmu-o, já com a Fantidadt~ dt-~ sua. vi d.a, _iá com mi:lagn·~ f'. profr-.eias; ~ ). sda-n com a sua mo rle e ressurrei cão. " 1) "E1~ L' o Pai somos um". (João, X, 30); "Tudo o que fizer o Pai, o faz ,gualrnentc o Filho.,. afim dt! que todos honrem o Filho, como honram o Pai". (Jolw, V, l9 23). Quando São Pedro disse a Jesus: "Tu és o Cristo, Filho d<:' Deus vivo··, OVfateus, XVI, 16) e São Tomé lhe https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 68 falou; "Senhor meu, e Deus meu" l,foão, XX 28). ,Jesus confirmou estas palavras. 2) Jesus disse aos judeus: "Qual de vós me argui rá de pecado?" (João, VIII, 46); "Quando não queirais crer cm Mim, {nas minhas palavras), crede nas minhas obras" (João, X, 38). ~) Quando perante o tribunal, Jesus foi conjurado em nome do Deus vivo, a dizer se era o Filho de Deus, ele declarou solent:mente: "que era o Cristo, o Filho de Deus, que ~e sentará à direita do poder de Deus,· e virá sobre as nuvens do cétt", (Mateus, XXVI, 64); e por cau sa desta confissão Jesus sofreu a morte. 156. Quê é milagre? Milagre é um fato sensível, extraordinário, su perior às forças da natureza, que só pode ser realiza do diretamente por Deus, Autor da natureza. Que Deus Todo-Poderoso, opere milagres, e, por motivos especiais, fazendo exceções, possa mudar as leis da natureza, que Ele mesmo deu, - isso é compreensí velpm·a toda pessoa que faz bom uso de seu entendi mento. Só a cegueira voluntária dos incrédulos modernos é capaz de não ver isto. Em verdade a distinção se se trata realmente de um milagre- ou se é apenas a eficácia de alguma vfrtude natural menos conhecida, é, muitas vezes, difícil, porém, outras vezüs, é bem fácil. Quando, por -exempJo. um mor- . " to que já está há quatro dias na sepultura, e já na cor- rupção, por uma única palavra, é ressuscita.do, como a conteceu a Lázaro, temos, então. um milagre evidente. l 57. Quais foram os principais -mila9Tes que Jesus o per;ou? Jesus mudou água em vinho; com cinco pães alimentou mais de 5.000 homens; com uma palaYra acalmou ventos e ondas; curou doenças de toda espé cie, expulsou demônios e ressuscitou mortos. Quando Ele expirou, toda a natureza cobriu-se de luto. Três dias depois de sua rnorle ergueu-:-,.~, outra vez, do ~e- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 70 pulcro e sumu, r~1.1!~ tarde, ao céu, na presença de seus discípulos. Os milagres de Jesus não se realizaram em segre do, mas publicamente, não só em presença dos diacípu los, mas, na sua maior parte, diante de todo o povo e à vista dos mesmos invejosos fariseus, e demais inimigos, de modo que toda a Judéia e paises circunvizinhos tive ram conhecimento deles e puderam dar testemunho. A lém disso, ninguém, nem mesmo os mais encarniçados inimigo~ do Cristianismo, jamais negaram os milagres de .:~sus, nem os puseram em dúvida. Ao contrário, milhões de pesso.:::~! deram tudo em testemunho destes milagres, até mesmo selar, ... ::-1 esta verdade com seu sangue. 158. Como provam êstes mi!~gres a divir1dade de C.::.J,o? Estes mih~grcs provu.r!l que, quando (>·isto diz que é Deu~, é verdade; porque tS impossível que Deus confirme a mentira "ºrn milagres. 159. Corno confinna Jesus Cristo a doutrina da sua divindade por suas profecias? Jesus predis~e muitas cou.Ras, que só Deus podia saber, como: a trai~ão de Judas, e a negação de Pc {lro, sua paixão e morte: sua ressurreição e ascensão, a dilataçú.:) unin~rsal e duração eterna de sua Igreja. 160. Que profecias de Jesus vemos continuamente em cumprimento? As profecias d~ Jesus, cujo curnp:::-imento se veri fica conthmurnente, ainda cm nosso~ dim,, são: l) que o Evangdho !--Crú 1n·1-·gacfo ao mundo in tcí ro; (11alPU~, XXl\, 14) 2) q uc a~ portas do inft~rno não prevalecei-iam contra a T ~r1·ja. (!\.Jateus, XVJ, 18) :-3) que~ 1i1 1 tPm plo dC' J eru~alérn não ficaria pe dra sobre pedra. {~,L-_q•os, \[11, 2). https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 71 Corn a intenção de malograr a profecia do Senhor e dos profetas. resolveu o imperador Juliano, o Apósta ta, (363) reconstruir o templo de Jerusalém. Alegremen te, o~ judeus, que vieram de todas as partes, começaram a obra e tiraram os escombros do velho templo. Mal, porém, queriam começar a construção levantaram-se da terra chamas, que mataram parte dos trabalhadores e fizeram fugir os demais. lsto se repetiu em cada tenta tiva de reconstrução, até que se desistiu de reconstruir a obra. Escritores contemporâneos. tanto pagãos como crtstãos, testemunham este milagre. UH,. Qual é a doutrina dos Apóstolos acêrca de Cristo? Os A. póstolos ensi nararn expressamente: 1) que Jesus Cristo é verdadeiro Deus; 2) quP J esu~ Cri~to possue t.oda a plenitude da 1 livindade; 3) que a Jesus Cristo 1wrtence a adoraçãt) de todas as criai uras. 1) "E sabemos que veio o Filho de Deus. . Este é o verdadeiro Deus e a vida eü~rna". (1" ,João, V, 20); "Cristo, o 4.ual es1á sohre todas as coisas, Deus bendito por 1 ndos qs sé-cu los'' (Rom. IX. 5). 2) "Em Cristo habita corporalmente toda a plenitu de da di vindacte". ( Coloss. II, 9}. 3) "Ao nome de Jesus se dobre todo joe1ho no céu, na terra e no inferno''. (F'ilip. II. 10); "E todos os an;jos de Deus O adorem!" (Hebr. I. 6). Tambüm ns Apóstolos confirmaram sua doutrina so bre a divindade de Jesus por meio de inúmeros mila gres, que operavam cm nome de Jesus, e, pelo mais es tupendo de iodos os milagres, a conversão do mundo• 162. Que ensina a Igreja Católica sobre a Pessocr de Jesus Cristo? :\ T greja Católica r.nsinou, desde o princípio que ,, · t • l 1 · I) , ,. · rn o 1..,ns o e \'·en at eiro eus, e uma so es~encia co Pai e ~cmpre dt'.f t:udeu ei,La doulri1111 fmH.lanwntal do (1·1sl ianismo. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 7'1 "Creio em um só Senh~H· Jesus Cri:;to, Filho Unjgf~ nHo de Deus. Deus de Deus, Luz de Luz, Deus \'rrdad(.'i- ro de Df'u:: venfadPiro.. eonsuhstanciaJ com o Pai, por Qut'm foram feitas todas as cousas" (Cr·edo da Santa Missa. Concílio de Nic(•ia, 325 depois ele Cristc.). Os santos Padres, anteriores ao Concílio de 0licéia. também já testemunham u.nânimemente esta verdade. Já nus tempos apostólicos lê-se numa carta de Barnabé: "O Senhor quis sofrer por nossas almas, para ser o Se nhor cta terra", (Cap. V). Segundo o santo Bispo e már tfr Inácio {107), Cristo é "nosso Deus" :,eu san.~ue "san gue divino'·, ~-eus ~;ofrimentos "sofrimentos de Deus" São Clemente de Roma (100), chama a Cristo "Di1 us", o "Juiz dos vivos e dos mortos" (24 carta aos Cor.). São Justino defende a divindade de Cristo em face do judeu Trypho e diz: "Se tivésseis compreendido o que os Prol"etas disseram (sobre o Cristo), não teríeis nega do que Ele é Deus" (Dial. n.ro 126). Santo Irineu di:r.: "Assim. pois, Cristo recebeu de to dos testemunho de ser o verdadeiro Deus. Testemunho do Padre do Espírito, dos Anjos, das criaturas mate riais, dos homens, dos espfritos rebeldes, dos inimigos e. finalmente. da mesma morte" ( Adver. haeres.. UI c.. XI, n. 7). APLIOAQÃO: O vício obscureceu o entendimento. Sé sempre piedoso e virtuoso e nunca duvida1;ás da divinda de de Jesus Cristo, nem da divindade da sua doutrina. Je sus Cristo disse expressamente: "Se alguém quer fazer a vo:n1 ,tde de mou Pai, reconhecerá se a doutr-ina é de Dem, ou .se procede de Mim mesmo'' (João, VI, 17). TERCEIRO ARTIGO DO CREDO ''O qual foi concebido do Esp'irlh:- Santo, nasceu de Maria Virgern". § 1. A ENCARNAÇÃO DO FILHO DE DE~JS 163. Qu~ c:::in.fossamos com a~ pcilmrras "O qv.al {oi concebido do Espírito Santo"? Com as palavras "O qual foi concebido <lo Espí rito Santo, confessa mos que o Filho ,fr, Dt->ui--, por obra https://alexandriacatolica.blogspot.com.br do Espírito Santo, tornou-se homem, isto é, tomou um 1_·.orpo humano e uma alma humana. C\'fo.:;tério da Incarnação do Filho de Deus) . . · "O Verbo se frz carne e habitou entre nós" (S. João, " "-'>I.. .-· • \: ,:i:-:t) . rl Sj. · Que cremos, pois, a respeito de J e.sus Crist.o. cren- ,,,,,,, do no mistério da F~ncarnação? Cremos que Jesus Cristo é, ao mesmo tempo, ver< dadeiro Deus e vcrda(leiro Homem ou Deus-Homem. É Deus deRde toda a eternidade t' se fez Ilomem no tempo. Quando Cristo diz: "Eu e o Pai somos um'' fala de Si como Deus; e quando diz: "O Pai é maior do que eu" fala de Si como Homem. Pode-se. entretanto, em rela ção a Cristo, ãizer com razão: "Deus morreu por nós'' porque Aquele que morreu por nós. é Deus. 165. Quantas naturezas há, pois, em Jesus Cristo? Em Jesus Cristo há duas natureza~:· a divina, porque é Deus, e a humana, porque é homem. 166. Haverá em Crist-o duas pessoas? Não, Jesu~ Cri8to é uma só Pessoa divina, poi~ H~ duaR naturezas estão ín~eparàvdmcnt<-' unidas na JH:'Rsoa do Filho de Deus. As duas naturezas estão, em Cristo, intimamente unidas, mas não Sú confundem. Como, em Cristo, a na tureza humana e~tá unida à divina, era natural que ela fosse ornada com todas e com as maiores graças e dons. que uma natureza criada possa receber. Por conseguin te também como Homem, Cristo não podia errar nem pecar. 167. P.or que motivo se atribui a encarnacão do Filho de D€us à oper-ação do Espírit.o Santo? Atribui-:;;e a enearnação do Filho de Deu~ à oµi::' ração do !◄:spíríto Sanlo, porque t>-sta obrafoi c~sén- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 74 cia.lmenl~ efeito do amor divino e graça para os ho mens. (Vide pcrg. 79) 168. De quem tomou o Filho a natureza humana? O Filho de Deus tomou a nalureza humana <le Maria, a \iirgem Puríssima, que, por isso, se chama t b , ~•·1\1- ·1 l) " " 1· · 1\.1- '' .am. c.m 1t'. ae e e eus ou ( 1nna ... v ae . "O Espírito .Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. E por isso mesmo o Santo que há de nascer de ti será chamado Filho de Deus". (Lucas, I, 35). O Anjo do Senhor. - Festa da A nt:mciação. 169. Por que Maria é chamada "puríssima Virgem"? l\tlaria é chamada "purbsima Virgem", porque permaneceu ::,crnpre uma virgem incomparàvelmente pura. Jesus era o único Filho de Maria. Quando a Sagra da Escrítura fala em irmãos de Jesus, refere-se- apenas a parentes prôximos. Do mesmo modo, também Abraão e seu sobr1nho Lot são chamados "irmflos", ·na Sagrada Escritura. Como D<'us escolhe1·a l\'Iaria Santíssimu para ser a. Mãe de seu Filho, concedeu-lhe ns mais excelentes prer roga.tivas. :Maria, não sõmcnte ficou livre de 1 ado peca do porém, até de toda inclinação desordenada. Possuía mais graças do que os anjos mais sublimes, era "cheia de graça". Durante a vida, participou intimamente de todas as açõe.s e sofrimentos de seu Divino Filho, tor nem-se semelhante a Ele em todas as virtudes e depois da morte, como .Jesus. ergueu-se do sepulcro e, com cor po e alma, subiu ao céu. onde impera como rainha, ao lado dP. seu Filho. - Festa da Assunr;-ão de Ko:-;sa Se nhora. 170. Quem foi São José? São Jos(> foi o P~pôso vfrginal de ~.-faria e o pai nu! ricio de Jesus Crü:to . .Jesus era tido por filho de ,José. (Lucas, III. 23} Fe:--ta de São .Jo~é: a 19 de mal'ço; ele é o p;;it.~·ono da f.!.!rc>jH Católica. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 75 171. Por quê se fez homem o Filho e: Deus? O Filho de Deus se fez homem: 1) para glorificar a Deus, eh~ modo mais per feito; 2) para sofrer e morrer por nôs; ~) para nos mostrar, por sua doutrina e seus exemplos, o caminho para o céu. . } ,.,.- § 2. A VIDA DE JESUS CRISTO 172. Onde nasceu Jesus? Jesus nascP.u em Bel<~m, em um estábulp. (Festa do Natal). Belém é uma cidadezinha da .Judéia, duas horas ao sul de Jerusalém. Foi a ddade natal de Davi. O nome Belém significa "Casa do pão" e se refere tanto à fer• tilidade da região, como ao fato de ter descido aí, pela primeira vez, o "Pão do céu". Sobre a gruta em que nasceu Jesus. a Imperatriz Helena mandou construir l,lma suntuosa igreja, que ainda hoje existe. ~- 17~~ .Por que o Filho de Deus quis n.ascer em tanta po breza e humilhação? O Filho de Deus qui~ nascer cm tanta pohreza e humi1hacão: .:, l) para sofrer por nós desde o princípio de ~ua vida; 2) . -_ para nos exortar cnerg1can1ente a nao ape- gar no~:--o coração à~ :ri(1uezas e às honra:- vã~. 174. Por que Deus chamou os pastores e os magos para a adoração do Salvador recém~ncrscido? Dt~u,:,; chamou os pastores l~ os magos a adorar o Salvador rccém-na~cido para mo:4rar que JPsus é o Sah-ador do m1mdo inlt:'1ro, dos judeu:-:;. e do~ pag;ãoR. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br Ao ver a cúiude, chorou .'!obre ela. ( Lucas. XIX 41 1 https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 77 175. Onde pasE>cu Jesus a menor parte da sua: juven tudie? Jesus vivfa oculto em Nazaré e era submisso a :-;eul-- pais; quando tinha doze anos, foi com seus pais a Jerusalém, para a festa da Páscoa. Nazaré está situada na Galiléia sobre uma colina, cm cujo declive. ao sul. está o monte Líbano, na planí cie Esdralon. 176. Qu,e exemplo deu Jesus especialmente à juven tude? J Psu~ t:n:-..inou-1 he com seu exemplo: l) a obedecer prontamente; 2) o amor à oração e à instrução; :1) a permanecer com gôsto na ca~a de Deus. 177. Qut: fez Jesus, qua:ndo tinha trinta anos? Quando 1inhl1 .10 anos, Jesus dirigiu•se ao rio Jordão~ onde foi batizado por João Batista; ern segui da, fni ao d<;serto, onde jejuou 4ü dia~ e tlO noites: a ,ef'~U i t\ foi tentado pelo demônio. Por seu batismo. Jesus nos ensina a humildade; pe lo jejmn, a mortificaçf10 àos desejos sensuais; por sua conduta na t<.•ntação. ensina-nos como devemos lutar contra ns tenta(.'ões do demônio. 178. Qu.e foz Jest:m Crh,to, quando deixou o deserto? Quando deixou o clF-~erlo~ Jesus começou a ensi- 11ar publica.tnelll<' t-' n•uniu diseípulo~, denlrc os quai~ t·~coHH:'U doze pan1 i;eus apóAolos. Jc:.;us conwçou ~.;ua vida pública no ano 15 do rei nado de Tibério, enquanto Pôncio Pilatos era governa dor romar:o na Judéia. (Lucas. III). I 7fj, Que ensinou Jesus? Je~u~ ensinou tudo que devemos crer, eHperar e fazer [•c.ua akanear a lwm-avcnturanca eterna. ~ ~ l•Jle apresentava seus sublimes ensinamentos mui ta::; \. ezes ~ol' a forma dE• f'ompnrações e parábolél.s, eo- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br " /J-") ~ / ? z , ~ ,/ -/ ,// ,, / é ($ .J~ 1: E levando a sua. cruz, saiu v<uct o lugar que. se cha ma Oalv6rio, .. , onde o cnwificararn. (João, XIX, 17-18) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 79 mo expressamente tinha sido predito (Salmo LXXVII, 2; Mateus. XIII. 35). Sua linguagem era muito sim ples, mas cheia de sabedoria e força divinas. de modo que todo o povo se admirava e mesmo os criados do Sumo Sacerdote confessaram: "Nunca homem algum falou como este Homem" (,João. VII, 46). APLICAÇÃO: Agradece a Deus por Ele se ter fei- to Homem por amor de ti. Sê fiel a Ele e à sua dou tri na, pois Ele mesmo diz: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vai ao Pai, senão por mim" (João, XIV, 6). QUARTO ARTIGO DO CREDO "Padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucifica do, morto e sepultado". 180. Qué sofreu Jesus? Jpsu:-- Cri:=-10 f:ofrcu durante toda a iima vida p~ na:-: 11Hlizívr-Í~; e, por últirrn-': ~ofrPu agonia de morte 110 Hortu d,: Cd'.;fmani, foi t'n\reguc ao~ seus inimi go~ fHH' J uda~, depoi::: foj pre~o, vil ipendiado, cuspi clo~ açoitado, c·orondo de e:-;pinho~, e, finalmente, ('rtH'ÍfÍcado. O Sa1\'ador. de~de o primeiro momento de sua vi ela. teve vivamente, diante de Si, os seus sofrimentos com toda.s as cireunsüíncias particulares, e asshr_ Ele já sofreu espiritu:::i.Jmente o que. mais tarde, aconteceu realmente com Ele, 181 '.'- Quanto tempo ficou Jesus suspenso na cruz? J csu~ ficou ~u~pen~o na ~ruz durante três hora.~~ sofrendo indizh:ei~ dores fbicas e moi'a i~, em segui da inclinou a cabera e morreu . . , A cruz, antes o madeiro do opróbrio e da maldi ção, tornou-se, desde cntõ.o, um sinal de honra e de bênção. A imagem do Crucificado é para nós uma fon te inexgot flvel de consolo e de força. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 00 182. Jesus !111orreu em verdade? Sim; a alma <lc J eRn~ ~eparou~1-;e realmP-ntc de ~1c-u corpo. l 83. A divindade separo·o-ste tumbém do corpo de Jesus? Xão; a divindade, depois da morte de Jesus, fj .. eou unida, lauto com i-;eu corpo corno com ::;ua alma. 184. Que milagres aconteceram na hora da morte de J,esus? Quando Jcsw; expirava, o sol se escureceu, o véu do templo se rasgou <le alto a baixo, a terra tremeu, os .rochedos se partiram, os sepulcros ~e abriram t· muitos rnot'lo~ reRsuscitaram. O eclipse mi. hora da mortfi de Jesus foi um mila-· gre inegável, e tanto mais notório, porque se estava na fase da lua cheia, em que um eclipse natural do sol é impossível. Também o fender dos rochedos não foi provocado por um simples terremoto, pois ainda ho je se vé, na Igreja do Santo Sepulcro, uma larga fen da cem ~eis metros de profundidade, trans·versa às co. nuula:s da rocha, o que nem a natureza nem a arte se riam capazes de produzir. 185. O que pro·~am estes rnilagres? Es.t.es milagres provam que Jesus Cristo é verda rleirarnenle o Filho de Deu~, como também o conf efi i-;aram o ccnlnrião, ao pé da rn1z, eseur:, soldados. O símbolo apostólico menciona expressamente o governador romano, sob cujo poder estes fatos se rea lizaram. Com isto se faz conhecer exatamente o tempo e o lugar em que se passaram estes mais importantes acontccimento8 de toda a História da Humanidade, pa .ra que ning-uém possa duvidar de sua verdade. 186. Qué accnteceu depois da m·orte de Jesus? Depoi~ da morte de Je8us, seu lado foi tran~pa~- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br ~ado por urna lança e o ::,eu corpo colocado num :-5t' pukro; o qual foi selado e guarnecido por soldi-u.lo:, . • JclSUs deixou que tudo isso sucedesse. para que sua rn,,rtc e ~;ua resRurreição tossem. tanto maü; inegáv1:c~is. 187. Jesus Cristo sofrsu enquanto Deus ou enquanto homem? Jesus CriRto padeceu enquanto homen:1, isto é~ na :,na natureza humana; pois enquanto Deus e se gundo a. ima natureza divina, não podia ~ofrr:r, nem nwrrcr. 188. Foi Cristo obrigado a S•~frer a m,ortr::? ~ão; Jr-~us ~ofrcu voluntàriamenle a moríe, por ú1finito arnor a nós. "Ele foi sacrificado. pcrqut> E·!0 rncsn10 o quis" í fa. LIII, 7). "E}e me arnou f:.' sf:' entregou a :,;i mesmo por mim" ( Gü1a-i-as, II 20). 189. Por que quis Cristo sofrer e 'morrer? Cristo q_ui~ sofrer e morrer para sal i::-f azt~r a JU·-~· tí~;a divina pelos nosso8 pecados, e, }J(H" ,-~ste nwio, 1·<~~· gatar-nos e salvar-nos. Por sua obediência vo!untária ao Pai Celestial, ati:~ a morte na cruz, Cri!;to restituiu-lhe a ho.;1ra qu:~ lhe haviamos roubado por nossos pecndrn;;, Por isso se di.7. de .Jesus: "Foi ferido por causa das nossas iniquida des, foi despedaçado por causa dos nossos crimes; o castigo que nos d!!via trazer a paz_. caiu sobre ele <' nós fomos sarados com as suai;; písaduras" (Is. LIII. 5). 190. Por que ninguém mais podia dai, p~r :nós, esia ha: .. tis.fação, a nC:i:o ser Cristo? A ofensa ao Deus infinito exigia unia i;atisfaçãu de Yalor infinito, que nenhuma cri.atura era .::apuz de Mar. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br José (de Ariuwtéiai enrol·veu o corpo de Jesu..~ no Zcn('ol, e <IPf108itou-o nnm se1JU.lc;·o qiw f:!,/tmxt aberto na rocha. (Marcos, XV, 46-) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 83 191. Por que a satisfação de Cristo é de va~or infinito? A satisfação de Cristo é de valor infinito, por que foi apresentada por uma Pessoa Divina, pois quanto mais nobre é a pessoa que dá a satisfação, tanto maior é seu valor. 192. Foi necessário par.a ujXla satisfação completa que Jesus Cristo sofresse penas tão indizíveis? O mínimo de seus sofrimentos teria sido bastan te, porque cada urna das suas obras é de valor infi nito. 19:lx· Mas, então, por quê Cristo quis padecer tanto por /\ nós? Cristo quís sofrer tanto, por vúrios motivo~, mas p.rincipalmcntP l) para que conhecf~semos melhor seu gran<le amor; 2) para nos fazer c011heeer a malícia do pr-cado e as penas qm~ merece; 3) para no~ ensinar ,1;1 levar nossa cruz com pa c1cncrn. 194. De que nos remiu Jesus Cristo por sua paixão e morte? Jesu~ nos remiu do pecado, da c~cra .. idã,, de .:.a. tanás e da condena<.;ão eterna. "Eis o Cordeiro de Deus. eis o que tira os pecados do mundo'' <João, I, 29). 195. Que mais nos conseguiu Jesus Cristo por sua pai xão e morte? Jesus, por sua paixão e morte, nos mereceu a gra~a da filiação divina e o direüo ao céu. "Sendo nós inimj_gos, fomos reconciliados com Dc-w~ pela morte de seu Filho" (Rom. V, .10). "Portanto, ir:rnãos, te:i1do nós confiança de ontrar https://alexandriacatolica.blogspot.com.br - Je:-.u-':l. Co-P l'c.• · , ... , .d 1-~J :• ç~ao. ~ ,,· -;,-;·-... ,:·. ,·._/r: ·ç-✓-- ~ '.,. -~}) 1:;~,'E~) l ;_,7J::5\Jf;\ ,?;' r;- 1/-Jf .'\ ) f ,i, .,,,, I i -.r:,:-:,,/·!,_ ' ,)./,-.• /' <\:, 'li<?.' (,-··"/ .,.,,,,. . •.J'~/ ~ . rf /:/}' ✓ -;;:::- • A'-v....:;:;;-- .,,..,7 ·• ~·~ '>;-:Í ~., ,, . I . J .!J ' (.,1 ' z --~ I' (~ y,-, .,., . "' .. , , , rr .:JJ.1 . : ~~ •t,1,J" :_,/. · íi _')'. ----.:1..1.. ~}-~ i,1h 1 r ~· ~ ~ ~~-. ~~ \ _/ \ ---- ~ ~..,...,,. ' 11lf1J Jn j dú''JUi' , ' /:i de 8ll u mort ulmos doª . e_, de8cou . . - '' JH~t , · cto lu··, · .. l•-~ que ,. ,i.ou pci · . esperara.- - _, a · m n rntie . -- .. n- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br no Santo dos Santos lno céu), pelo Sangue de Cristo, pelo caminho novo e vivo que nos abriu através do véu, isto é, através de sua carne. (Hcbr. X. 19, 20) 196. Mereceu Cristo a graça e a eterna felicidad~ sô mente para -os que efetiv-amante E;e salvam? Não; Jesus Cristo mereceu a graça e a felicidadP. «-terna para todos os homens sem exceção, como tam b~m morreu por todos, sem exceção. "Cristo morreu por todos". (211- Cor. V, 15). "E Ele é a (vítima de) propiciação por nossos pe cados. e não sõmente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo" (1 11 João, II, 2). 197. P.or qué, então, nen1 todos se salvam? Todos não se salvam, porque nem todos fazem de sua parte o que é necessário para alcançar a .i,al vação. "Deus, que te criou sem ti, não te salvará sem ti" (sem tua cooperação) diz santo Agostinho. APLICAÇÃO: Não te esqueças jamais do amor ínfi nito de Jesus Cristo, ama de todo o coração Aquele que. pm• ti sofreu morte tão amarga. Carrega também tu a cruz e segue a Jesus. (Devoções à paixão de Cristo; por ex.: vía-sacra, mistérios doforosos do rosário, vene:i;ação da agonia de Jesus no horto das Oliveiras, visita ao san to Sepulcro na Semana Santa; abstinência às sextasi-foi ras). QUINTO ARTIGO DO CREDO "Desceu ao~ infernos, ao ter,qeiro dia ressurgiu dos mortos". l 98. Que conf,9ssamos com as palavras: "desceu a-.:,.s infernos?" Com as palavras: '"desceu aos infernos.~', con Í ese.amos que a alma de Cristo, depois de sua morte, rlt·-seeu ao limbo, isto é, ao lugar onde se encontravam https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 86 as almas dos justos que esperavam o tempo da reden ção. " ... sendo efetivamente morto segundo a carne, .mas vivificado pelo Espírito. No qual Ele também foi pregar aos espíritos que estavam no cárcere (do lim bo)". Cl"' S. Pedro, III, 18-19). 199. Por qué as almas dos justos estavam. no limbo? As almas dos justos estavam no limbo, porque o céu fôra fechado pelo pecado, e, só por Cristo, devia ser aberto. No limbo, estéls almas estavam Hvres de sofrimen tos, mas ao mesmo tempo o limbo era para elas uma espécie de cárcere, por causa do grande desejo que ti nham de alcançar a Deus, seu último fim. 200. Que motivo levou Cristo a descer a:o limbo? Cristo deRceu ao limbo: 1) para anunciar às almas dos justos a salvação, consolá-las e livrá-las; 2) para mostrar, também no limbo, seu poder a sua glória. 201. Que confessamos com as palavras: "ao terceiro dia ressurgiu dos mortos"? Com as palavras= "ao terceiro dia ressurgiu dos mortos", conff·ssamos que Jesus, ao terceiro dia de• pois de sua morte, uniu outra vez sua alma com o cor po, e, como EIP mesmo predissera, saiu glorioso do sepulcro. (Festa <la Páscoa) "Desfazei este templo, e eu o reedificarf!i em três dias. Ora Ele falava do templo de seu corpo" (João, II, 19-21). 202. Que sinais àe sua paixão conservou Jesus em seu corpo transfigura d-o? Jesus conservou as chagas nai:- mãos, nos pés e em ~cu 1 ado; a~sim, podia dizer a TomP-: '"1\-1ete aqui https://alexandriacatolica.blogspot.com.br o LP-u dedo~ e vê as minhas mãos, aproxima também a lua mão, e mete-a no meu lado." (João XX, 27) 203. Por que conservou Jesus as santas chag1e1s? Jesus <-1uis conservar as chagas cm seu corpo glorificado: 1 ) Como Rinal de sua vitória sohrP- a morte e o inferno; 2) para provar que .res~uscitou com aquele mes mo corpo qw~ tinha padecido; :1) para mostrá-las aos justos e ao8 condenados, no dia do juízo final, para conso]ação d~ uns e para confusão de outros. 204. P.or onde sabemos que Jesus Cristo ressuscitou de entre os mortos? Sabemos que Je~us Cri~to rr.sf-;uscitou dentre osmorlo~, pc1o l"t'~tcmunho dos Apó~tolo~ e do~ discípu lo~, os quaí~, dPpoi$ cll.1 rPs~ur.reiçã.o, O viram, O to r.aram frequentes vezes, comeram, conve"t-~armn com Efo t~ a n unr:i aram a sua ress u rrc i~:ão pn r todas a:, par tes, até dianle do Supremo Trihunal qne tinha conde nado à morte J p:-;us, apesar de, por tal cnnfisi3ão, a i mirem sobre ~j ódio mortal e p,~rsep;uic;õe~. Os soldados que vigiavam o sepulcro foram subor nados por dinheiro a dizer que. enquanto dormiam. os discípulos de .Jesus tinham roubado seu corpo. Entretanto: 1) SE' dormiam, como podiam \·er que os discípu los haviam roubado o corpo? 2) como vadia vir .repentinamente esta imensa co ragem aos mt~drosos discípulos que nada mais cspPra •,arn de seu Mestre morto? 3) como podia ser que nenhum dos guardas, que ,,isl:avum dol'mindo acordasse pelo revo1ver da pesada lápide? https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 88 '1) por que os guardas não foram castigados pelo dc-~cui.do de seu dever? Com razão, S.to Agostinho já zombava desta tola desculpa dos judeus. "O' infeliz astúcia, - exclama ele. ---- tu te firmas em testemunhas que dormem. Realmen te. tu mesma dormiste, quando imaginaste tal coisa!" Se o testemunho dos Apóstolos e dos discípulos não tosse seguro e írrecusável, jamais teriam podido per suadir o mundo de que Aquele que fora julgado como malfeitor· diante de todos, que fora morto e sepultado, depois de três dias ressuscitasse glorioso. - Entretan~ to, apesar de todo o poder e astúcia dos inimigos de .Je sus eles persuadiram tão firmemente o mundo da re~ surreição de Cristo, que inúmeros suportarrun, por cau sa desta persuasão, morte dolorosa. 205. Que efeitos deve operar em nós a doutrina da ressurreição de Cristo? A doutrina da ressurreição de Cristo deve: 1) f ortifü.:ar•nos na fé em sua divindade e na esperança de nossa ressurreição futura; 2) excitar-nos a ressuscitar da morte do peca- do par a uma nova e santa vida. 1} "Deus O ressuscitou dos mortos, e O glorificou, afim de- que- a vossa fé e a vossa esperança estivessem em Deus". (1' Pedro. I, 21). 2} "Assim como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Padre. assim nós vivamos uma. vida nova" (Rom. VI, 4). 206. Qu·anto tempo Cristo, depois de sua ressurreição, ainda p3-rmcmeceu na terra? Depois da sua ressurreição, Jesus ainda perma ne{•,r--1.1 na terra 40 dim e conferiu a sem, Ap(>Stolos, cf-. pecialmente a S. Pedro, diversos poderes e instru çõe~, p,.l ra n hem dt' :--Ua r greja. APLICAVÃO: QLJ.em ainda dorme no sono da 11101·- t.e do pecado, ou está sepultado em maus costumes e dese joi:; peeaminosos, ainda não ressuscitou para wna vida no va. Nossos sentimentos, bem como nossas aspirações de- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 89 •-;em sc-r celcshais. "Se ressuscitastes com Cristo. buscai as coisas que são lá de cima, onde Cr-isto está sentado â de-xtr·a de Deus; afeiçoai-vos às coisas que são lá de cima., não As que estão sobre a terra" (Coloss. III, 1.-2). SEXTO ARTIGO DO CREDO •'Subiu ao céu, está ::rnsentudo à direi~<l de Deu:3 Padre .. Todo P,oderoso". 207. Qué confezsan1-o~ com a:s palavras "subiu .ao ; .,? ceu . Com as palavras '"subiu ao céu'', conf es8amos que Je~m; Cristo, por sua própria virtude~ subiu ao cP-u com corpo e alma. ( Festa da Ascensão de Cristo) 208. Cristo subiu sozinho ao céu? Je~us levou consjgo também as alma!':\ dos ju~t.os qut' tinha livrado do limbo. "Tendo subido hO alto. levou eativo o (•ativ<'it'o" \ Ef ésios, IV, 8). 209. De onde Jesun subiu ao céu? Jesus subiu ao céu do J\.1onte das Oliveiras, un· de começara sua paixão. Com isto, o Salvador nos quis ensinar que os so- frimentos nos levrun ao céu. - - O lugar, de onde Jesus subiu ao céu, é segundo uma tradição antiga e digna de fl,, o mais alto cume do Monte das Oliveiras. Neste mesmo lugar, Santa Helena mandou construfr, no sé culo IV, uma suntuosa basílica. 210. Para que Jesus Cristo subiu ao céu? ·1 e · b. " .. e~u.s .. nsto su 1u ao ceu: 1) para tomar pussp df' sua glória divina; 2) para enviar o Espírito Santo à sua Igreja; https://alexandriacatolica.blogspot.com.br E rnmuiarü os s~u.s anjo~ co'm tromheta.s e com gra,i rle voz, f junlarão os .seus escolhidos dos quatro '!)entos, (lnuw e:1dremida1Je doR Cf~us atá c1 ou,tro. (Mateus. XIV 31) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 91 3) para ser nosso Advogado e rvledianeiro jun• to a seu Pai; 4) para nos preparar no céu urna morada. 211. Que significam as palavras: Está assentado à diri0ita de Deus Padre Todo Poderoso"? As palavras "está sentado à mão direita de Deus Padre Todo Poderoso", significam que Cristo, tam bém como hornem, participa do poder e da glória do Pai. 212. Jesus Cristo não está: em toda parte? Como Deus, Jesus Cristo está presente em toda parte, mas, como Deus-Homem, só está no céu e no SS. Sal'.ramento do altar. APLICAÇÃO: Consid~ra frequentemente e espc cialmen te nas tentações e adversidades, que nós, aqui na terra, somos apenas peregrinos e que nossa pátria é o céu para onde Jesus subiu afim de nos preparar uma morada. StTIM:O ARTIGO DO CREDO "Donde há de "-lir a julgar os vivos e os :mortos". 213. Que conlessamos com as palavras: "donde há de vir a julgar os vivos e os mortos"? Com ei:-ta~ palavra~, confessamos que Jesus Cris• to virá, no fim do mundo, com grande poder e glô• ria, para julgar todos os homens, os bons e OH máus. Esüi juízo se chama o "último juízo", "juízo final", "juízo geral'' ou juízo universal" porque, no último dia, todos os homem;, do mundo inteiro, serão julgados juntamente. 214. Quando será o dia do juízo universal? "Aquele dia e aquela hora, ninguén1 sahr.-, nern https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 92 me~rno os anjo~ do céu; mas somente o Pai'" ( .Ma teus, XXIV, :36). Ainda assim, Cristo e os Apóstolos predisseram di verEas coisas que hão de acontecer antes do fim do mundo: 1) o Evangelho será pregado ao mundo inteiro; 2) os judeus se converterão, em grande número; 3) apareeerá o Anti-Cristo e a Igreja será dura ◄ mente afligida; 4) aparecerão sinais extraordinários no céu, que encherão os homens de medo e anunciarão a próxima vinda do ,Juiz. (S. Mateus, XXIV; S. Marcos, XIII; 2· Tessalon. II). Tudo isto foi predito, para que os fiéis estejam vigilan• tes e não se deixem arrastar pela apostasia; pois, le vantar-se-ão falsos profetas que farão falsos milagres e enganariam até os escolhido~, se isto fosse possível. 215 Como i:'rerá: ceiebr.ad.o o juízo universar? 1) Cristo virá sobre as nuvens do céu e reuni rá, diante de ::;eu trono, todos os povos, colocará os bons à sua direita, os máus à sua esqut>nla. OVIa teus, XXfV e XXV). 2) Então Cristo revelará a todos os homens o bem e o mal, que tiverem praticado, mesmo os mais secretos pensamentos de cada um e também as graças concedidas a cada alma . . 3) Por fim, pronunciar-se-á a ~entença sobre to dos. (2 1 ! Cor., V, 10). "E vi os mortos grandes e pequenos estarem de pé diante do trono; e foram abertos os livros; e foi aberto outro livro. que é o da vida; e foram julgados os mor tos pelas coisas que estavam escritas nos livros. segun do as suas obras•· ( Apocal. XX, 12); "PGrque nada hã oculto que não venha a descobrir se; e nada há r~condido que não venha a saber-se" (Lucas. XII, 2); "Deus não sõ porá às claras o que se acha escon dido nas trevas, mas ainda descobrirá os desígnios dolió corações" (1• Cor. IV, 5). · https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 93 216. Qual será a sentença e o resultado deste últ:mo juízo? Aos bons Cristo dirá: ""Vinde, benditos de meu Pai, possuí o reino que vos c.-;tá preparado llesde o princípio do mundo"; aos máus, dirá: "A parlai-vos de l\Iim, mald\tos, para o fogo eterno, que foi prepa- l d A • • ' ' E, ,., ' ' rar o para o emon10 e seus anJOS : • ntao, estes irão para o suplício eterno e os justos, para avida eter na" (l\Iateus, XXV, ~4, 41, 46) 217. Por quê haverá um juízo universal? Haverá um _juízo univer~al: 1) para que a justiça e a sabed01'ia de Deus se J am manif Pstadas no mundo inteiro; 2) para que Jesus Cristo seja glorificado diante de to<los os homens; 3) para que os juslos recebam a honra devida, e os ímpios~ a infâmia merecida. 1) IIE os céus anunciarão a sua justiç,:., pol'quanto Deus é o J"ui:!.'' CSalmo, XLIX, G). 2) "Verão o Filho do Homem vir sobre n.s nuv~ns do céu, com grande poder e majestade" (Mateus, xxnr 30). 3) "Então os impios gemerão eom angústia do es pírito: Estes são aqueles de quem nós noutro tempo faziamos zombaria. e a quem tínhamos por objeto de cpróbrio. Kós, irn,en~atos. considerávamos a sua vida uma loucm-a, e a sua m1wte uma ignomínia. E ei--los que :,;ão contados ent.re os filhos de Deus. e entre os Sé.mcO~ está n !c'Ua gortc" íSabed. V 3-ô). APLICAÇÃO: "Teme a Deus e observa os seus mandamentos! -- E <lembremo-nos que) Deus íará daT co.ntas no seu juíto de todas as falta,15 e de todo bem P mal que se tiver feito" (Ecle.siastes. XII. 13-14). https://alexandriacatolica.blogspot.com.br O Espírito Santo, o, quem, o Pai enviarú ern 'l'nev, no" ;ne, Ele ros E-~ns·inará toâas as coisas. (João, XIV, 26) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br OITAVO ARTIGO DO CREDO "Creio no Espírito Sci:nto" 95 218. Por quem nos são co-municados o fruto e a graça da redenção divi11a? O frulo e a graça da divina redenção nos são co municados pelo Espírito Santo. A distribuição das graças é atribuida ao Espírito Santo, po::.·quc pcJ.·tcncem à obra de nossa santificaç5.o. 219. _Quem é o Espírito Scmto? O Espírito Santo é u tercejra pessoa da Sanlíssi• ma Trindade, ver<ladeiro Deus com o Pai P- o Filho. l"·') Esta é a doutrina expressa da S. E~critura. a) A Escritura chama-O expressamente Dew1, co mo ao Padre e ao Filho; "Porque o demônio tentou teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo? Não 1ncP.f:istc aos hmnens. n1as a Deus". (At.o~ dos Apóst. V, 3-·1J; 1\'a Escritura Sagrada atribuem-se ao Espírito Santo as nwsn1as perfeic:fü.•s divina:-: que ao Padre f' ao Filho. ''O Espírito tudo pcnetea, mesmo as prof·.1.ndczas de Deu~" ( 1" Cor. II, 10); b) Do mesmo modo. a Escl'i.tura Sagrada ensina dara e terminantemente, que o Espírito Santo é uma P•-~::;.soa dis Unta do Padre e do :B'.ilhu: "E eu l'Ogarci ao Pai e E!(~ n>s dará um outl'o Consolador, para qtic fique eternamente con\·osco, o Espírito da verdade" (Joã.o. XIV, 16-17); "E desceu sobre ele (Jesus) o Espírito Santo cm forma corpórea como uma pomba e ouviu-se do céu es ta voz: Tu és o meu Filho díleto, em Ti pus as minhas complacencias". (Lucas, III, 22). 2'•' -- Assim também o ensinou sempre a Igreja Católica: ?\o 2') Concílio ecumênico, o 1"' de Constan tinopla (381), foi condenada unünimementc a hcres'ia de Macedônio que negava a divindade do Espírito San to. 220. De quem procede o Espírito Santo? O Espírito Santo procede, deRde toda a eterni• dade, do Pai e do Filho. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br ·'Eu vos enviarei o Espírito da Verdade que pro t!cde do Pai" ºEle receberá do que é meu" f.Toã0. XV, 26; XVI, 15) Ct·eio no Espírito que é também Senhor e dá vida e procede do Pai e do :F'ilho, pelo qual é juntamente adorado e glorifica.do e é o que falou pelos profetas". (C1wlo da Santa 1\'.Iissa). 221. Crirb íaki: de uma vinda do Espírito Santo; então l::ln 11êi:o e.stá pre:sente em toda pw:tr.?? Como Deus, o Espírito Santo. está pre:::ente em toda parte; corrw causa da no1:-sf;a sanli f icação e como dispr;nsador dos dons e graças sobrenaturais, está es pc<:!ialmcnte na Jgreja Católica e na almn dos justos. 22"). · · <. Qua:::.1do envlou Gnsio o Espí.rii:o Sa:nt.o à sua I- greja? Cri~to enviou v.islvelmenlc o Espírito Su11I o ú ::-;ua lgt.-cja, no dia de Pf'ntt>co:,;i P;o;, quando o E:-;píril:o San·· to baixou :-:obre o~ .Apústolos em Hngua~ fk fogo. ( F":-~.ta de Pentecostes) As línguas de fogo tinham um duplo sentido: l) Significavam que o Espírito Santo, corno um fo ~o dívino, purffica, ilumina e aquece as almas; 2) que Ele veio para ím·estir os ApóstoloR com o dom da i>alavra apostólica. 223. Qu~ graças cor.acede o Espirito Santo à igreja? O Espírito Santo ensina, santifica e governa a 1greja, r!P modo invi~ível, ah~ o fim do mundo. 22-~. Q,uc grc.:,;c-a:s concede o E.si:;ú-·ito 2.cn:to :\ H~J:!:isa: m ina? O Ef.pfri lo Santo ilumina, santifica, f orlifica e cOQsola a no8~a alma, por isso ,~ também chamado Saii>ztificador e Consolador. "J,2~ . .e, ..,. Quais são os sete dons do Espírito Santo? Os dorn-1 <lo Espírito Santo são: https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 97 Sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus. Estes dons fazem com 4.ue a alma aceite pronta mente e siga as inspirações do Espírito Santo. 226. Quanto tempo permanece na alma o Espírito San to com seu dons? O Espírito Santo permanece na alma todo o tem po que ela está isenta de toda culpa grave, pois o pe cado mortal expele o Espírito Santo da alma. "Não sabeis que sois templos de Deus e que o Espí rito Santo habita em vós? Se alguém violar o templo de Deus, Deus destruirá. Porque é santo o templo de Deus que. sois vósn. (P Cor. III, 16-17). APLICAÇÃO: - Foge do pecado, para que o Espírito Santo permaneçe em ti com sua graça; invoca-O cm todos os assuntos imoortantes e segue fielmente suas santas inspirações: "Não antristeçais (com vossos pecados) o Es pír1 to San to" ( Ef es. IV, 30). NONO ARTIGO DO CREDO "Na S·anta lgriei-a Católica, na Comunhão dos Santos" § 1 DA IGREJA E SUA CONSTITUIÇÃO 227. Quê é a Igreja? A Igreja é a sociedade visível de todos os cris tãos que profcs~am a mesma fé, sob a obediência de um chefe comum, o Pontífice Romano, e dos Bispos uni dos a ele. 228. Quem fundou a Igreja? Foi Jesus Cristo quem fundou a Igreja. 229. De que modo Cristo fundou a Igreja? Cristo fundou a Igreja, escolhendo entre os dis cípulos doze Apóstolos, confiando-lhes Reu tríplo po- 4 -· Grande Catecismo Católico https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 98 der e nomeando S. Pedro chefe visível da Igreja. (Ver perg. 135, 136, 257) Jesus Cristo completou a fundação da Igreja, en viando-lhe o Espírito Santo. O Espírito Santo, com a força vivificante de sua graça, é, para o organismo da Igreja, o que é a alma humana para o corpo. Assim como a criação do primeiro homem foi completada pela insuflação da alma, a fundação da Igreja foi completa- da pela vinda do divino Espírito Santo. l. O chefe supremo da Igreja 230. Por onde sabemos que Jesus Cristo nomeou a Seio Pedro chefe visível da Igreja? Sabemos que Jesus Cristo nomeou a S. Pedro chefe visível da Igreja: 1) pelas palavras da promessa: "E eu digo-te que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a mi nha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. E eu te darei as chaves do reino dos céus: e tudo o que ligares sobre a terra, será ligado também nos céus : e tudo o que desatares sobre a terra, será desatado também nos céus". (Mateus, XVI, 18-19); 2) pelas palavras da instituição: "Apascenta os meus cordeiros'." - "Apascenta as minhas ovelhas!" (João, XXI, 15-17) 1) As palavras da promessa apresentam a supre-• macia de S. Pedro numa tríplice imagem. Ele deve: a) ser a pedra fundamental da Igreja, isto é, to mar tal posição na comunidade dos fiéis, que ela alcan ce, por esse meio, uma invencível firmeza; b) conservar as chaves do reino dos céus, isto é, o completo poder de governar, na lgreja; e) possuir na Igreja o poder ilimitado de ligar e des_ ligar isto é, de impor deveres e dispensar dos mesmos, de infligir castigos e de absolver. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 99 2) Pelas palavras da instituição, foi Pedro encar- 1·egado de apascentar todo o rebanho de Cristo, isto é,de governar toda a Igreja. 231. São Pedro exerceu efetiva,men.te êsse poder supre mo? Depois da Ascenç:ão de Cristo, S. Pedro exerceu efetivamente o ofício de chefe supremo da Igreja e foi prontamente reconhecido como tal, pelos outros Apóstolos e por toda a Igreja. Todas as vezes que algo de importante sucedh ou devia ser feito, levantava-se S. Pedro e agia como o chefe dos demais. Assim aconteceu na eleíçfw de S. Ma tias; no dia de Pentecostes; na 1 u ta por causa da acei tação dos gentios na Igreja; no concílio dos Apóstolos em Jerusalém, etc. (Atos dos Apóst. I; II; XI; XV). Já os Evangelistas. ao nomear os .Apóstolos, colocam S. Pedro sempre na frente, embora ele não fosse o mais velho entre os Apóstolos e nem o que fora chama do primeiro para o Apostolado. S. Mateus (X~ 2) diz ex- pressamente: "Ora •os nomes dos doze Apóstolos são estes: o primeiro (é) Simão, que se chama Pedro ... " etc. No Concílio ecumênico de Êfeso (431), foi declara do expressamente: "Ninguém duvida. e é coisa reco nhecida em todos os séculos; que São Pedro, o Prínci- pe e a cabeça suprema dos Apóstolos, a coluna da fé, a pedra fundamental da Igreja Católica, recebeu as cha ves do reino dos céus, o qual agora e sempre vive nos seus sucessores e decide"· 232. Mas não é o próprio Cristo o chefe supre-mo da Igreja? Cristo é e permanece o Chefe invisível da Igreja, Pedro era seu representante visível. 233. Por que além do chefe invisível, foi necessário um chefe visível? Foi necessário um chefe visível, porque, sendo a Igreja um corpo visível, deve ter também uma cabe ça visível. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 100 234. Devia cessar d;~pois da morte de São Pedro o ofí cio de chefe supremo da Igreja? Não; pois: 1) se foi necessária uma cabeça suprema e visí vel, quando a Igreja era pouco numerosa, e não ha via senão poucas ou nenhuma heresia, muito mais necessário foi quando a lgrej a se propagou e aumen taram as heresias e os cismas; 2) se a Igreja devia durar sempre como Cristo a tinha instituído, também devia durar sempre a pe dra sobre a qual Ele a tinha fundado, e o ofício de pastor supremo, que Ele tinha constituido para go verná-la. 235. Quem é, depois da -morte de São Pedro, o chefe visível da Igreja? Depois da morte de S. Pedro, o chefe visível da 1 greja é o Santo Padre, o Papa, que é o legítimo su • -~ssor de S. Pedro na cadeira episcopal de Roma. Tanto os Padres da Igreja, como os concílios de to dos séculos., tem reconhecido unânimemente, com pa lavras e fatos que os Papas, que. depois de S. Pedro, por eleição legítima, ocupam a Cadeira episcopal de Roma, são os sucessores de S. Pedro, e estão de pos se de sua dignidade, dü todos os seus direitos e de seus plenos poderes. Tem aqui o seu lugar conveniente a regra do Concilio de Florença (1438) ao qual assisti ram os Bispos gregos e latinos: "Definimos, dizem, que a Santa Sé Apostólica, o Pontífice Romano, tem a au toridade suprema em toda a Igreja; que o Pontífice Ro mano, é o sucessor de S. Pedro. o Príncipe dos Apósto los, o verdadeiro Vigário de Jesus Cristo, a cabeça de toda a Igreja, o pai e o mestre de todos os crístãos e que a ele, na pessoa de Pedro, lhe foi conferido por Nosso Senhor ,Jesus Cristo o pleno poder de apascen tar, reger e governar toda a Igreja, como assim se con~ tém nas constituições e atos dos Concílios gerais" - Nunca se celebrou concílio ecumênico algum, a que https://alexandriacatolica.blogspot.com.br iôi não assistisse o Papa ou seu delegado, e jamais uma decisão eclesiástica teve valor geral, antes de ser a provada pelo Papa; e os fiéis de todos os tempos sem pre consideraram apóstata quem não reconhecesse o Papa como chefe supremo da Igreja. No decurso dos f.éculos, o sucessor· dP. S. Pedro, por especial disposição da divina Provjdência, alcançou um poder temporal so bre os estados pontHícíos, para que pudesse exercer seu poder espiritual mais livre e independentemente, e não dependesse do poder e favor dos príncipes tempo rais, mas unicamente de Deus. Com grande injustiça. o Santo Padre foi privado,- em 1870, desta posse tempo ral. sendo-lhe restituída em 1929. 2. Ierarquia da Igreja 236. Quem devia assistir a São Pedro no govêrno da lgr;eja? Os demais Apóstolos deviam assistir a S. Pedro no govêrno da Igreja; também a eles Cristo dissera: 44Tudo o que ligardes sobre a terra, será ligado tam bém no céu: e tudo o que desatardes sobre a terra, será desatado também no céu". (Mateus, XVIII, 18). 237. Por quê devia subsistir também o cargo dos ou tros Apósto1os? O cargo dos outros Apóstolos devia subsistir, porque era tanto mais necessário, quanto mais aumen tavam os membros da Igreja. Quando Cristo enviou seus Apóstolos para desem penhar sua missão, acrescentou as significativas pala vras: "Eis que eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos". Com isto Jesus quis dar-lhes a entender que seu ofício devia passar a seus sucesso~ res e subsistir até o fim do mundo. 238. Quais são os sucessor dos Apóst,olo.s? Os sucessores dos Apóstolos são os Bispos legí timamente consagrados e que estão cm comunhão https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 102 com o Chefe :-;uprcmo da Igreja, o Sumo Pontífice, 1s1o é-, o~ Hi~po:-: da Igreja Cató]ica. Um Bispo que está separado da Santa Sé Romana, não é legítimo sucessor dos Apóstolos, pois todo aquele que estiver separado do Chefe da Igreja, não é membro da Ig1·eja, e, ainda nwnos. poderá tomar parte :no go v0rno da Igre,ja. 239. Devem taimbém os Bispos gov,srnar a Igreja'? Sim; também os Bispos devem, ::-;egundo a or dem divina, governar a Igreja, mas unidos ao Papa e sob a sua dependência. "Atendei a vós mesmos (' n todo o rebanho, i::;obrc que o Espí-::-ito Santo vos constituiu Bispos, para gover nardes a Igreja de Deus, que ele adquiriu com o seu próprio san,gue" ( At. Apóst. XX, 28). 240. De que maneira os Bispos governam a Igreja? Os Bispos governam a Igreja: ] ) administrando cada um o Bispado dc~igrn-1- do pelo Papa; 2) reunindo-se para consuhar sobre o bem uni veri:-al da Igreja e tomando junto com o Papa as dis posiçõe~ e determinações convenientes. Uma série de Bispos eminentes e outros sacerdotes notáveis são destinados a auxiliar o Santo Padre cm ,ofícios especiais no govêrno da Igreja universal; são os Cardeais que, na mRioria. residam próximos ao Pa pa, Conforme as disposic;ões da Igreja, introduziu-se entre os· Bispos certa ordem hierárquica. A dignidade 1nais elevada é a dos Patriarcas; o Bispo, cuja jurisdi ção se estcn<le a todos os Bispos de um pais, chama-se Pl'ima'.l; se a jurbdição .se estende só aos Bispos de uma província. chama-se Arcebispo; e os seus subor.di- 1w.dos clrnm;-m1-se- Bispo;:; s ufra_gâneos; Bispo a-u,:til-iar é aquele que auxilia outro, principalmente na adminis tra,,:üo da Crisma E·! dac;; Ordens sacras. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 103 '241. Quem são os auxiliares. dos Bispos? Os auxiliares dos Bispos são os Sacerdotes ou párocos por eles enviados. 242. Pode um Sacerdote, sem mais nem menos, exer cer as funções sacer.dotais? O Sacerdote só pode exercer as funções sacer dotais, quando é para isto enviado ou autorizado, pa ra esse fim, por seu próprio Bispo. "Em verdade, em verdade vos digo: quem não en tra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por ou~ tra parte,. é ladrão salteadoru. (João, X, 1). O Sacerdote não recebe sua jurisdição da Comuni dade, mas ,do Bispo, e, por meio deste, de Cristo; ele "é embaixador por Cristo, como exortando-vos Deus por meio deles". (2~ Cor. V, 20). 243. E·m que consiste a organização que Jesus Cristo deu a sua Igreja? A organização que .l esus Cristo deu a sua Igre ja, consiste em que os simples fiéis estejam subordina dos a_o8 sacenlotes, os sacerdotes aos Bispos, e os Bispos ao Sumo Pontífice. Portanto, Jesus Cristo não conferiu a todos os membros da Igrejao mesmo direito e a mesma auto ridade, mas designou a cada membro o seu lugar no corpo da Igreja "como quis; ... e assim a alguns cons tituiu De-us na Igreja, em primeiro lugar Apóstolos, em segundo lugar, Profetas, em terceiro lugar, douto- res depois os que têm o . poder de operar milagres ..• .São porventura todos Apóstolos? Todos Profetas? To• dos Doutores?" u~ Cor. XII 18-29; Efes. IV, 11~12). Por isso, S. Clemente, discípulo e sucessor de S. Pedro, (91~100) compara a Igreja com um· exército em que os soldados estão subordinados aos capitães, estes aos co ronéis, e estes, ao general. - Esta organização ecle siástica é a Hierarquia. Visto que somente os Apóstolos e seus sucessores - e não os governos civís, - foram encarregado1, por Cristo, da administração da Igreja, - nenhuma auto- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 104 ridade civil tem o direito de governar a Igreja; esta éi absolutamente independente do Estado. APLICAÇÃO: ~-- Alimenta sempre profundo respeito e submissão ao Santo Padre, o Papa, e aos Bispos e sacer dotes a ele unidos. E' a eles que Jesus dirigiu as nal:r:ras: "O que vos ouve, a mim ouve: e o que vos despreza, a mim despreza". (Lucas, X 16). § 2. DOS SINAIS DA IGREJA 244. Jesus Cristo fundou um-a ;ou muitas Igrejas? Jesus Cristo fundou uma só Igreja, como tam bém ensinou uma só fé e estabeleceu um só Chefe su premo. Jesus Cdsto disse: "Sobre esta pedra edtfic,"lrei a minha Igreja", não cliz: Igrejas. (Mateus, XVI, 18). 245. Póde~se conhecer esta Igreja únic-a. fundada por Jesus Cristo? Pode-se f àcilmente conhecer esta única Igreja fundada por Cristo, pois Ele fundou uma ]greja visí veJ e lhe deu sinais bem determinados e hem perct!p· tíveis. Cristo compara sua Igreja com uma cidade situada sobre uma colina, a qual, por isso, pode fàcilmente ser vista por todos. Se a Igreja não fosse visível, como se poderia seguir a exortação de Cristo: "Se teu irmão pecar contra ti. dize-o à Igreja; se não ouvir à Igre ja, considera-o como um gentio e publicano" (Mateus XVIII. 15-17). 246. Em que a Igreja de Cristo é visível? A Igreja de Cristo é visível: 1 ) em seus chefes e membros; 2) na publicação e na confissão de sua doutrina; 3) no santo Sacrifício da missa e na adminis- tração dos sacramentos. Invisível na Igreja é a vida interior da graça. que https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 105 também se chama "alma da Igreja" e que se relaciona com o que é visível. como a alma com o corpo humano. 247. Quais são ·os sinais da verdadeira Igreja de Cris to? A ~erdadeíra Igreja de Cristo é: \}~---)/una, 2) santa, :3) católica, 4) apostólica. ·\!' f 218.{ Por que a verdadeira Igr,eja de Cristo deve s.er ,,, 1 t t'l' t'l' ? v _,'una. sCI.!.,, -a, ca o 1ca e apos o 1ca. jí A verdadeira Igreja de Cristo deve ser: / l) una, porque nenhum reino dividido contra si mesmo pode subsistir;_ 2) santa, porque seu fim é a santificação dos ho mens; :-3) católica ou universal, porque Cristo fundou sua f greja para todos os povos e para todoe,. os tem pos; 4) apostólica, porque Cristo a fundou sobre os Apóstolos e ela só pode subsistir sob os sucessores le gítimos dos mesmos. 1) Cristo disse: "Todo o reino dividido contra si mesmo será desolado. e cairá casa sobre casa". (Lucas XI, 17). 2) "Santifica~os na verdade". (João, XVII, 17)" Es ta é vontade de Deus, a vossa santüicacão". (1' Tes_ sal., IV 3). 3) "Ide, pois, ensinai todas as gentes. . . eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos". (Mateus, XXVIII, 19-20). 4) "Assim como o Pai me enviou também eu vos envio a vós". ( João, XX, 21. Com: Mateus XVI, 18; F:~es. II, 20). 249. Qual a Igreja que te,m todos êstes sinais? Nenhuma, senão a Igreja Católica Romana, isto é, aquela cuia cabeça é o Pontífice RoIIlano. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 106 250. Por que a Igreja católica é una? A Igreja católica é uma, porque, sempre e em todos os lugares possue: 1) a mesma fé; 2) o mesmo Sacrifício e os mesmos sacramen• tos; :3) um chefe supremo comum. Diversidade de pareceres em questões que a Igre ja não decidiu, bem como certa diversidade nos ritos religiosos_ tolerada pelos Papas, não obstam à unida de da Igreja. 251. P.or que a lgrej-a romana é manifestamente santa? A Igreja católica romana é santa: l) porque é santo o seu Fundador e santa a sua doutrina; 2) porr1ue possue, gua1·da e dispensa todos os meios de santidade; :3) porque nela sempre houve santos, cuja san tidade foi confirmada por Deus com milagreR e dons f:xtraordinários da graça. Deus confirmou por milagres, especialmente, a san~ tidade daqueles santos, que, com toda a energia, defen deram a doutrina católica contra os pseudo-reforma dores; p. ex.: S. Francisco de Sales, S. Ficblis de Sig maringen, S. Pedro c.~ní~:;io. Este fato encerra, indire tamente, uma conf'írmâ.ç§.o divina da própria doutrina católica. Abusos e defeitos dos membros em particular, não podem ser atribuídos à Igreja, pois eles não se ori ginam de sua doutrina nem de suas disposições, e ja mais foram aprovados por ela. Tais abusos e escânda los não são um sinal de que a Igreja tenha deixado de ser a verdadeira Igreja de Cristo. O próprio Cristo compara sua Igreja com um campo, onde crescem o trigo e a cizânia, e com uma rede que colhe peixes bons e ruins. (Mateus, XIII). https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 107 252. Por que a lgr,eja romana é católica ou universal? A Igreja romana {, católica ou univen;;al, por· que: 1) desde J P-sus CriRto, suh~istc por todos o~ tem pos; 2) tcrn-se espalhado por todas as partes do mun do e ainda hoje se propaga sempre mais. Por isso, a Igreja Romana, em todos os tempos, foi chamada "Católica", mesmo pelos apóstatas e in fiéis. como já S.to Agostinho testemunha; até o dia de hoje, ela é chamada, cm todo o mundo, "Igreja Cató lica" Ela só conta mais membros que o conjunto das outras seitas que se dizem cristãs. (Ver Schmitz: "Klei nc- Apologetik * 43, 3). 253. Por que é apostólica a Igreja romano-c-atólica? A Igreja rornano-catblica é apostôlíca: 1) porque sua orige1n remonta até os Apóstolos; 2) porque sua doutrina é a doutrina dos .Após tolos; 3) porque seus Prelados, Papa e Bispos, são os legítimos sucessores dos Apóstolos. De todos os sinaís distintivos da Igreja Católica, o mais claro e palpável é a ininterrupta série de Pa pas. que l'emonta, numa legítima sucessão, até São Pe dro; pois onde está a Cabeça, aí estará também o cor po, onde está o rochedo, também está a Igreja sobre ele- -edÜicada. 254. As religiões acatólicas não possuem também ês tes quatro sinais distintivos? Nn1huma da:-: religiõr~ acatólicas _pos~uem estes 4 ~inais dístin\1\-0:-, pois: 1) nenhuma {· una: pois não têm um chefe co mum e nem são unas em sua doutrina; 2) nenhuma é santa; poi~ não têm sunlo~ confir~ ma do!-- por mi] agrt:=':,; https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 108 3) nenhuma é católica; pois nenhuma suhústt> desde Jesus Crislo até hoje, e nehuma pode ser com. parada com a Igreja Católica a respeito de sua ài[u -sao; 4) nenhuma é apostólica; pois não possuem che fes que sejam os legítimos sucessores dos Apóstolos. 255. Se nenhuma outra, senão a Igreja Católica roma~ na, possiu ,o.s sh,,ais da única Igreja de Cristo, o que se segue daí? Segue-se daí que só a Igreja Católica é a verda deira Igreja fundada por Cristo. APLICAÇÃO: - Agradece a Deus de todo coração por seres filho da Igreja Católica, e reza muitas vezes pela conversão dos herejes e infiéis. § 3. FIM D A I G R E J A 256. Para que fundou Cristo a Igreja? Cristo fundou a Igreja, para conduzir, por meio dela, todos os homens à salvação eterna. 257. Que fêz Cristo palia qu.e a Igreja pudesse condu• zir todos os homens à eterna salvação? 1) Cristo confiou à sua Igreja o magistério, o sacerdócio e o poder pastoral ( ou jurisdição) ; 2)concedeu-lhe a assistência do Espírito Santo para que desempenhe este tríplice ofício para a sal. vação dos homens. "Foi-me dado todo o poder no céu e na terra. Ide, pois, ensinai todas as gentes batizando-as em nome do Padre, e do Filho, e do Espírito Santo-: ensinando-as a observar todas as cousas que vos mandei: e eis que eu estou convosf'o todos os dias até a consumação dos sé culos" (Mateus, XXVIII, 18-20). https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 109 l. O Magistério da Igreja 258. Para que instituiu Te.s·us Cristo o magistério? Jesus Cristo instituiu o magistério para que, por meio dele, a verdade divina fosse fielmente conserva da e anunciada a todos os povos. Por "magistérion se entende: ora o ofício de ensi• nar, ora as pessoas que se ocupam com este ofício. É a este último sentido que se relerem as perguntas seguin tes. 259. Como é formado o magistério da Igreja? O magistério da Igreja é formado pelo Pontífice Romano e pelos Bispos unidos a ele. O Papa e os Bispos formam, portanto, a Igreja do cente, enquanto os fiéis :formam a Igreja discente. 260. Que dom possui o magistério da lgljeja? O magistério da Igreja possui o dom da infali hilidade, isto é, não pode errar em matéria de fé e de moral. Por este motivo 8. Faulo chama a Igreja de "colu na e fundamento da verdade" (1'1- Tim. III 15) O dom da infalibilidade é próprio do magistério da Igreja em conjunto, mas não de cada Bispo em particu lar. Cada Bispo, isoladamente, pode incorrer em erro, quando se opõe ao magistério da Igreja; ex.: Macedônio, Nestório. 261. Quem deu ao magistério da Igreja a certeza de sua infalibilidade? Cristo mesmo deu ao magistério da Igreja a cer• t.eza de sua infalibilidade pela tríplice promessa: 1) que ficaria com eies todos os dias, até o fim do mundo; 2) que o Espírito da Verdade permaneceria e tprnamP-ntc corn a Igreja docente; ~3) qu'e as portas do infarno jamais prevalece riam contra a Igreja. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 110 1) "Ide. pois. ensinai todas as gentes!. e eis que Eu estou convosco todos os dias até à consumação dos séeulos" (M;üeus, XXVIII, 1.9-20). 2) "E Eu rogarei ao Pai, e Ele \'O~ dará um outro Con solador. para que fique etP.rnamente convosco, o EspírHo de Verdade". (João, XIV, 16-17). 3) "Tu és Pedro. e sohre esta pedra edificarei a minha Tgrej~1. e as portas do inferno não prevalecerão con tra ela" (Mateus, XVI, 18). Se pudesse acontecer que a Igreja docente errasse, forçosamente a I.g-reja discente, que tem o dever de obe decer àquela, cairia no mesmo êrro. e então não se cum priria a promessa de Cristo, pois que toda a Igreja seria vencida pelo espírito da mentira e pelo inferno. Quando, portanto. os adversários da fé, sustentam que a Igreja Católica. no decurso dos tempos. cdu cm êrro, eles contradizem: 1. a evidente promessa de Jesus Cristo; 2. o contínuo testemunho de Deus. que, tanto antes, co. mo depois da pseudo-reforma, tem glorificado sua Igreja e, principalmente, seus apóstolos, com inú meros milagres, confirmando, deste modo, a sua doutrina; 3. contradizem também a todos os santos Padres da Igreja, que ensinavam a mesma doutrina que a Igre ja Católica ensina; 4. finalmente contradizem a si próprios, pois são dís• cordes -entre si a respeito de qual seja propriamen te a doutrina de Cristo. 262. Se, pois. surgir um,a disputa em matéria de fé e de moral, quê devemos fazer? Devemos submeter-nos à decisão do magistério edesiástico. "Cristo a uns constituíu Apóstolos. . . a outros pas tores e doutores. . . para que não mais sejamos meninos flutuantes, e levados ao sabor de todo o vento de dou trina" (Efes. IV, 11-14) 263. De que fontes o magistério da Igreja tira suas decisões? https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 111 O magistério da Igreja tira suas decisões da Sa grada Escritura e da Tradição. 264. A Igreja não ,ensina, pois, -algo de novo, quando .. por ,ocasião de disputa, decide; o que se deve crer? A Igreja, na essência, não ensina nada de novo, apenas esclarece e defende a doutrina primitiva que vem de Cristo e dos Apóstolos. As decisões doutrinárias da Igreja são novas, so mente enquanto determinam ou esclarecem pontos obs curos ou em controvérsia, ou ainda enquanto deduzem certas consequências das verdades reveladas. 265. Quem dá tais decisões na Igreja? Tais decisões doutrinárias são dadas, na Igreja, pelo Chefe Supremo, o Papa, ou por um concílio ecu mêni_?o.,.confirmado pelo Papa. 266. ,éuando o Papa é infalív·el? _, O Papa é inf alí.vel, quando, como Pastor supre fuo e Mestre da Igreja, dá uma decisão em matéria de fé e de costumes, para toda a Igreja. A infalibilidade do Papa foi declarada soleneme11te no Concílio do Vaticano em 1870. Tal infabilidade, como a do magistério eclesiásti• co, se estende a tudo o que está em ligação com as ver dades de fé e de moral, como por ex.: as canonizações, a aprovação de congregações religiosas, usos eclesiás ticos. 267. Por que o Papa é i.:..,ialív-el nessas decisõ-es? O Papa é infalível nessas decisões: 1) porque Jesus Cristo instituiu o Papa como sucessor de S. Pedro, para ser o fundamento da Igre ja (Mateus, XVI, 18; perg. 230); 2) porque o estabeleceu como Mestre e Pastor de toda a Igreja (João, XXI, 15-17); https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 112 :l) porque lhe deu a promessa de que sua fé não ,,acilaria e o encarregou de confirmar seus irmãos na fé. "Eu roguei por ti, para que u tua fé não vacile; e tu, uma vez convertido, conflI'ma os teus irmãos" (Lu cas. XXII. 32). 2. O Sacerdó.cio e o Poder Pa.storal 268. Para que Jesus Cristo instituiu o Sacerdócio? Jesus Cristo instituiu o sacerdócio, para que, por meio dele, fossem aplicadas aos homens as graças <la .R 1 -e< ençao. O Espírito Santo comunica diretamente aos homens certas graças, mas, muitas, Ele só as quer conceder, por meio do sacerdócio Católico, assim como, para a comu nicação das verdades da fé, subordinou os homens ao magistério eclesiástico, embora também ensine e ~lumi ne diretamente os corações. O mesmo vale para o poder pastoral. 269. Como a Igreja exerce o Sacerdóci-o? A Igreja exerce o Sacerdócio pelo santo Sacrifí rio da l\lissa, pela administração dos sacramentos, co mo também pela oração e bênçãos. 270. Para quê Jesus Cristo instituiu o poder past,oral? Jesus Cristo instiLuiu o poder pastoral para go vernar os fiéis e conduú-los ao caminho da salvaç'.ão. 271. Como a Igreja .exerce o poder pastoral? A Igrc ja exerce o p9der pastoral: l) dando mandamentos, vigiando sobre a ob St'rvância dos mesmos e castigando os transgrcssores; 2) preservando do mal e estimulando pa1·a o bem, por meio de recomendações, admoestações e ou tros meios caridosos. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 113, De tudo o que foi dito sobre o fim da Igreja segue se necessáriamente que a Igreja Católica é a única em que podemos encontrar a salvação. a. A Igreja Católica, a única em que há salvação 272. Por que somente na Igreja Católica. há s,alvação? \ I . ("' , ] . , , . h ,. l -.: . greFl ... ato. 1ca f~ a umca em que a sa ... vrn:;ao, porque da é a única que recebeu de Jesus Cristo o poder e os meios de conduzir os homens à salvação. S. Paulo chama a Igreja o corpo de Cr-isto) e Cristo a Cabeça deste çorpo. (Coloss. I,18). A vida da Cabeça só se pode comunicar àquele que é membro do corpo. Por isso, Santo Agostinho com os Bíspos da África, reu nidos no ano de 412, no Concílio de Zirta, dcdararam: "O que está fora da Igreja Católica, achando-se com isto apartado da unidade de Cristo, por muito louvável que seja a sua conduta, não tem a vida, mas a ira de Deus pesa sobre ele". A arca de Noé é uma figura da Igreja Católica, fo- - ra da qual não há salvação. 273. Que devemos, pois, fazer, para nos salvar? Para nos salvar, devemos ser sempre filhos obe dientes da Igreja Católica, isto é, crerna sua doutri na, observar seus mandamentos e empregar seus mejos de salvação. "Se alguém não ouvir a Igreja considera-o como um gentio e um publicano". {Mateus XVIII, 17) Isto se refere principalmente àqueles católicos que só de nome pertencem à Igreja, e cuia comportamento não condiz com a doutrina e os mandamentos da Igreja. 274. Que s,e deve dizer daqueles qu-e ,está-o fora da Igreja Católic,a? Aqueles, que, sem culpa sua, estão fora da Igre ja Católica, porém procuram sinceramente a ver.dade, f'~ conforme conhecem, observam O:, mandamentos, de https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 114 Deus, não pertencem exteriormente à Igreja Católica, mas interiormente, de modo invisível, estão unidos a ela, e, por isso, podem salvar-se. A sentença: "Fóra da Igreja não há salvação", re fere-se sómente àqueles que, exterior e interiormente, estão separados da Igreja. E os que andam no êrro, sem culpa sua, embora não estejam totalmante separados de Cristo e de sua Igreja, e, ainda que, em consequência desta união de vida invi sível, recebam muitas e grandes graças, não obstante carecem de jnúmeras vantagens e graças; a eles não se anuncia a palavra de Deus em toda a sua pureza, inte gridade e em seu verdadeiro sentido; carecem também da maioria dos mais importantes meios de santifica ção, como: do sto. Sacrifício da Missa, do SS. Sacra mento, da absolvição sacerdotal, da extrema-unção, etc. 275. Que pessoas não periencem à Igreja Católica? Não pertencem à Igreja Católica: 1) os não-batizados, como: judeus, maometanos --e pagaus; 2) os herejes e incrédulos batizatlos, mas que, concientemente, rejeitam o que a Igreja ensina; 3) os separados ou cismáticos que crêm, porém se separam do Chefe da Igreja, o Santo Padre o Pa pa. 4) o::- r::xcomungados, que a Igreja, por castigo, excluiu de sua comunidade. Os pecadores na Igreja, pertencem a ela mas são como membros mortos de um corpo. APLICAÇÃO: Chamamos a Igreja nossa Mãe, e com razão; pois: 1) ela nos regenerou espiritualmente no Ba tismo e nos fêz filhos de Deus. 2) alimenta-nos com a pa lavra divina e com o Pão dos Anjos, 3) educa~nos no te- mor du Senhor e 4) assfate-nos, enquanto vivemos, e mes mo ~epois, da morte acorl)panha•nos amorosamente com auxílios e consolações. Honra, pois, e ama a Igreja, como tua Mãe, escuta atentamente suas instruções e obedece https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 115 humildemente a todas as suas leis e disposições; pois "não pode ter a Deus por Pai, quem não tem a Igreja por Mãe". (S. Cipriano, Bispo e Mártir, 258). § 4. A COMUNHÃO DOS SANTOS 276. Que se ent1ende por "Comunhão dos Santos"? Por "Comunhão do~ santos", entende-se a união es pi ri lua l dos fiéis d a terra, das alma5 do pu r ga tú ri o e dos hcm-H\-Pnturados do réu. (lgre ja rnilitantt-', padecente e triunfante). 277. Em que consiste esta união espiritual? A união espiritual consiste em serem Lodos niem bros do Corpo, de que Jesus Cristo é Cabeça, e por isso é que uns tem parte nos bens espirituais dm, ou tros membros. "Assim como num sô corpo temos muitos membros, assim ( ainda que) muitos, somos um só corpo em Cris to". (Rom. XII, 4-5) 278. A morte não desf.az esta união entre os vivos e os mortos? Não; os mortos ficam tão unidos conosco, como com Cristo, nossa Cabeça comum. 279. Por que os membros dessa Comunhão são cha~ mados "santos"? Esta comunhão chama-se dos ''santos", porque todos os seus membros foram santificados pelo batis mo e são chamados à santidade perfeita, sendo que muitos deles já atingiram esta santidade. Pelo ba1ismo, somos santificados sob vários pontos de vista: pois, pelo mesmo, recebemos a graça santifican te, e, de modo especial, somos consagrados à SS. Trinda de e incorporados a Jesus Cristo, nossa Cabeça. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 116 280, Em que se mostra noss.a comunhão com os santos do céu? Veneramos e invocamos os Santos, e eles, por :-;ua vez, inlen.:~<lem por m,s, junto a Deus. (Festa de Todos os Santos). 281. Em que s0 mostr.a nossa comunhão com as almas do purgatório? AuxHiamos as almas do purgatório por meio ele e-rações, boas obras, indulgência e, principalmente, pelo santo Sacrifício da :Missa. (Finados). 282. Em que se m,ostra a mútua comunhã·::> dos fiéis aqui na terra? Os fiéis aqui na terra participam de todas as santas :Missas, orações e outras boas obras que se pra ticam na Igreja Católica, principalmente, quando es tão em estado de graça. 283. ·Os fiéis que não est,ão em estado de graça parti cipam também dêstes bens? Estes fiéis, como membros mortos, perdem a ma:íor parte destes bens; não obstante, em v:írtude de sua união corn a Igreja, participam de vário~ meios .. P graças para a sua conversao. APLICAÇÃO: Reza todos os dias por teus frrnãos cris tãos aquí da terra ou do purgatório e recomenda-te, díá riamente, pela manhã e à: noite. à proteção de todos os Santos do céu, Antes de tudo aplica-te cm viver santamen te, pois "somos concidadãos· dos santos membros da famí Jia de Deus" (Efes. II, 19). https://alexandriacatolica.blogspot.com.br llT DÉCIMO ARTIGO DO CREDO "A remissão dos pecados" 284. Que conJessam,os com as palavras: "a re-missão dos pecados"? (-, 1 " . - d d " ... om as pa avras a rem1ssao · os peca . os •. confessamos que, na Igreja Católica, pelos ntereci mentos de Jesus Cristo, pode-se alcançar o perdão de todos os pecados e a remissão das penas. 285. Que meios da graça instituiu Cristo a para remis são d1;)s pecados? Para a remissão do pecados, Cristo instituiu os santos sacramentos do batismo e da penitência. Para. a remissão das penas dos pecados, servem, prin dpalmc-nte, as óbras de penitência e as indulgências. Pa ra a remissão dos pecados e dos castigos, a primeira con dição é sempre um verdadeiro sentimento de penitência. isto é, uma contrição verdadeira e a firme vontade de se emcncbr. APLICAÇÃO: Agradece a Deus de todo o teu coração, ror poderes, na Igreja, alcançar o perdão dos teus peca dos, e recebe rpuitas vezes, dignamente o sacramento da penitência a fim de que possas ouvir com frequência as consoladoras palavras: "Vai, teus pecados te são per-• doados". UNDÉCIMO ARTIGO DO CREDO "A ressur.reiçã,o da carne" 286. Que sucede na morte do ho,mem? Na morte do homem, a alma se separa do cor po e. apresenta-se ao tribunal de Deus, para ser jul• gada e o corpo volta à terra de onde foi tirado. 287. Que sabemos da m-orte? Sabemos, com certeza, que havemos de morrer mas quando, onde e como, não o sabemos. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br V,irâ te-n1-1)0 ern que todos os qu,G se encontram, nos se• pulcrns ouvirão a VO;Z do Filho de De-us. (João V, 28) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 119 288. Por que Deus nos ocultou a hora de nossa morte? Deus nos oculta a hora de nossa morte: 1) para que tanto mais O honremos e temamo~, como Senhor absoluto da vida e da morte; 2) para que, a todo o instante estejamos prepa rados para a morte; 3) para que assim se suavize o grande receio que acompanha o pensamento da morte próxima. "Vós pois estai preparados, porque na hora que não cuidais, virá o Filho do Homem". (Lucas XII, 40). Pará bola das dez virgens. (Mat. XXV) 289. Quanto tempo p•ermanecerá o corpo na terra? O corpo permanecerá na terra até o dia do juízo univer!:lal, quando Deus o ressuscitar e o reunir parâ sempre à alma, da qual a morte o tinha separado. "Virá tempo em que todos os que se encontram nos sepulcros ouvirão a voz do Filho de Deus: e os que tive rem feito obras boas, sairão para a ressurreição da vida: mas os que tiveram feito obras más, sairão ressuscitados para a condenação" (João, V, 28-29) 290. Para quê hão-díe ressuscitar ·os nossos corpos'? Nossos corpos hão de ressuscitar: 1) para que também o corpo participe da recom · pensa ou do castigo, assim como teve parte nas boas ou más obras; 2) paraque a vitória de Cristo sobre a morte seja completa. "Quando este ( corpo) mortal se revestir da imorta lidade então se cumprirá a palavra que está escrita: Tra gada foi a morte na vitória. Onde está. ó morte, a tua vi tória"? (Cor. XV, 54-55). 291. Todos -os homens ressuscitarão? Sim, todos os homens ressuscitarão, tanto os bons como os m~us. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 120 (Passagem da S. :E~scritura da perg. 289) 292. Como serã.o os corp,os ressuscitados? Os corpos dos máus serão miseráveis, porém, 08 dos justos serão formosos e semelhantes ao corpo glo rificado de Jesus. ",Jesus Cdsto transformará nosso corpo de miséria, fazendo-o semelhante a seu corpo glorioso". (Filip. III, 21). Daí a honra que a Igreja presta aos corpos dos fiéis de funtos "{)ela encomendação e pela sepultura eclesiástica em cemitério bento. Distinguem-se 4 qualidades num corpo glorioso res suscitado: 1) é incorruptível e incapaz de sofrer; 2) é luminoso: 3) cheio de força e agilidade; 4) sútil. "Semeia-se lo corpo) corruptível, ressuscitará in corruptível. Semeia-se na ignomínia, ressuscita:-á glo rioso: scrr.cia-sc inerte, ressuscitará robusto; é semeado um corpo animal, ressuscitará um corpo espiritual". (I Cor. XV, 42-44). APLIOAÇAO: Conser·va-te sempre preparado para .morrer. Se tiveste a desgraça de cair cm pecado grave, fa ze· um ato de contrição perfeita e vai logo te confessar. Nunca abuses dos membros e dos sentidos de teu corpo, a fim de que um dia ressuscites glorioso. DUóDÉCIMO ARTIGO DO CREDO "A vida eterna. Amém" 293. Que acontece à alma logo depois da morte? Logo depois da morte, a alma comparece diante do tribunal de Deus, para ser julgada. "Está decretado que os homens morram uma só vez e (que) depois disso (se siga) o juizo" (Hehr. IX, 27). Este julgamento chama-se "juizo pct-rticular". 294. Sôbre •O que será a alma julgada? A alma será julgacla sbre todos os pensamentos, palavras e obras e sobre a omissão do bem. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 121 "Ora eu digo-vos que de qualquer palavra ociosa que disserem os homens, darão conta dela no dia do jui zo'' (Mateus XII, 36). 295. Para on,d,3 vai a .alma depois do juízo particular? Depois do juízo particular, a alma vai ou para o céu, ou para o purgatório, ou para o ínf erno. § 1. O PURGATóRIO 296. Quem vai para o purgatório? Para o purgatório vão as almas dos justo:; que morreram com pecados veniais ou que ainda não ~a tísfizeram completamente pelos pecados já perdoa• ... dos. 297. Do-nde sabemos que há um purgatório? Sabemos que há un1 purgatório: 1) pela Sagrada Escritura; 2) pela fé constante da Igreja Católica; 3) de certo modo, pela própria razão. 1) "Ê um santo e salutar pensamento orar pelos mortos, para que sejam livres de seus pecados" (2 Ma cab. XII, 46). "Se a obra de algum arder, ele sofrerá o prejuizo; mas será salvo, apesar disso como por meio do fogo'' (1 ° Cor. III, 32). O Divino Salvador fala de pecados que não serão pedoados nem neste século, nem no futuro. (Mateus XII, 32). Logo, na outra vida, ainda há remissão de pe cados, o que só é possível no purgatório. 2) Na Igreja, reinou s-empre o costume de rezar pe los mortos, como o testemunham os Pastores da Igreja e as mais antigas fórmulas de orações usadas no culto divino (Liturgia). 3) Já a própria razão parece exigir um lugar de pu rificação; pois para o céu só irão as almas perfeitamen te purificadas e para o inferno, aqueles que morrem no e~.tado de pecado mortal; portanto, devemos admitir um lugar de castigo temporário, onde são purificadas as al mas dos que morrem em graça de Deus, sem terem pa go todas as penas ou castigos de seus pecados. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 123 298. Quanto tempo permanecem as alma.s no purga tório? As almas fiearn no purgatório, até se tornarem perfeitamente puras e dignas da visão divina. Não sabemos. ao cert:o, quais sejam o:-; sofrimentos do purgatório; porém. conforme a bem fundada e geral opinião dos teólogos, estes .sofrimentos são extremamen te dolorosos. 299. Depois do juízo final, ainda existirá o purgatório? Não; depois do juízo final, não haverá purgató rio, mas apenas céu e inf ~rno. "'·~i , ....... § 2. O INFÉRNO 300. Quem será condenado às penas do inferno? São condenados às penas do inferno todos oc; que morrem na inimizade de Deus, isto é, em pecado mortal.. 301. Qual será a vida eterna dos condenaàos? 1) Os condenados estão, para toda a eternida de, privados da visão de Deus; 2) sofrerá~ eternamente o martírio do fogo e serão atormentados pelo verme roedor de sua má con- • A • c1encia; 3) viverão eternamente na companhia dos de mônio~ e da escória dos homens; 4) ficarão encerrados num cárcere de trevas e cheio de horrores. A Sagrada Escritura chama o inferno "]ugar de tor mentos" ( Lucas, XVI, 28), "o suplício eterno" (Mateus, XXV, 46), "um fogo inextinguível" (Marcos, IX. 44), "o tanque ardente de fogo e de enxofre: o que P- a segunda morte" (Apocalipse, Y~I, 8), "Trevas exteriores: alí haverá choro e ranger de dentes" (lVIut.0us VlII, :t2L Exemplo: o rico avarento. <Lucas. XVI, 22-24). https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 124 302. Como sabem•os qu,e as penas dos condenados sã·o etern.as? Sabemos que as penas dos condenados são eter~ nas: 1) pelo claro testemunho de Jesus Cristo e dos Apóstolos; 2) pela expressa doutrina da Igreja infalível. l) "Aparüü-vos de mim malditos para o fogo, e1·"r no ... E estes irão para o suplício eterno". (Mateus, XXV, 41, 46) "Melhor te é entrar na vida eterna coxo do que ten do dois pés, ser lançado no, inferno num fogo inextínguivel: onde o seu verme não morre e o fogo não se apaga" (Marcos, IX, 44-4!5) - "Serão punidos com a perdi~ão eterna" (2'' Tcssal. I, 9). 2) A Igreja condenou solenemente no 5'' Concilio ecumênico, o 2Q de Constantinopla (553) a heresia que declara que as penas do inl'erno terão fim. 303. Por que as penas dos ciondenados são eternas? As penas dos condenados são eternas: 1) porque o pecado mortal é uma ofensa tão grave à infinita 1\.1ajestade de Deus, que merece um castigo infinito; 2) porque todos os que morrem em pecado mor tal, permanecem eternamente endurecidos no pecado; 3) porque somente a eternidade dos castigos do inferno é um meio suficiente para afastar os homens do mal. E' por isso que todos os que querem entregar-se. sem temor ao pecado, procuram persuadir-se de que o inferno não existe. 304. Sofrerão todos os condenados igualmente? Não; cada um padecerá, segundo a me<lida de seus pecados, e segundo o abuso que f cz das graças que lhe foram concedidas. "Quanto ela ( a cidade de Babilônia) se glorificou e https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 125 viveu em delícias, tanto lhe dai de tormento e pranto" (Apoc. XVIII, 7) "A todo aquele a quem muito foi da do, muito lhe será pedido" íLucas, XII, 48). 305. Serão todos conden.ados por sua própria culpa? Sim, pois todos os homens poderiam se salvar, se usassem dos abundantes meios de salvação que Deus lhes concede. Deus '.'quer que todos os homens se salvem" (1 ~ Tim. 11, 4). "Diante do homem estão a vida e a motre, o bem e o mal; o que agradar, isso lhe será dado" (Eclesiás tico, XV, 18). § 3. O CÉU 306. Quem entra logo no céu? Entram logo no céu as almas dos que morrem na graça de Deus e se acham livres de todo o pecado e das penas do pecado. 307. Eim qué consiste a f,-=licidade eterna dos justos? 1) Os bem-aventurados do céu vêm a Deus, fa ce a face, e estão unidos a Ele com amor íntimo; 2) estão livres de todo o mal e inundados de a legria no corpo e na alma; 3) vivem na bem-aventurada companhia dos an JOS e santos; 4) sua morada brilha de beleza e glória divinas. 1) "Kós agora vemos a Deus como por um espelho, em enigma; mas então, (0 veremos) face a face" (1"Cor. XIII. 12). 2) Deus lhes enxugará todas as lágrimas dos seus olhos; e não haverá mais morte nem luto, nem clamor, nem mais dor" (Apocal. XXI. 4) - "Embriagar-se-ão com a abundância de tua casa ( ó Deus), e tu os farás beber na torrente das tuas delícia.e;;" (Salmo XXXV 9) 3} "Cada um possuirá tanta.e; vezes o céu, quantos https://alexandriacatolica.blogspot.com.br ( \ . - '~~ t___,:J/~, - -· L.( / '--..:..... ' 0?~1<.,º / '1/ '>--- (~ /, / 1/ / / f I ' I ~ ...,, -~~/ Nem o olho vi-1,, nem o ouvido owl'iu, nem janiais pas• sou pelo pe-nsamento do homem o que Deus pre,parou pa" ra aqueles que o amam. (1'4 Cor. lX, 6) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 127 são os companheiros e irmãos na felicidadett. (Santo A gostinho). 4) "E esta cidade (a Jerusalém celeste) não tem necessidade de sol, nem de luz que alumiem nela; por que a claridade de Deus a ilumina, e a sua lâmpada é o Cordeiro". ( Apocal. XXI, 23). 308. Podem·os compreender a bem-aventurança do céu? Não, a bem-aventurança celestial é muito mais elevada do que todas as coisas que se podem dizer ou imaginar; pois é uma participação da infinita bem• aventurança de Deus. "Nem o olho viu nem o ouvido ouviu, nem jamais passou pelo pensamento do homem o que Deus preparou para aqueles que O amam". (11! Cor. II, 9). 309. Serão todos igualmente felizes no céu? Não; cada justo receberá a recompensa, segun• do o seu mérito. "Aquele que semeia em abundância, também segará em abundância". (2Jl. Cor. IX, 6). DOS NOvtSSIMOS 310. Quais são, os quatr·o novíssimos do homem? Os quatro novíssimos do homem são: morte, juí zo, inferno e paraiso. 311. Que utilidade nos traz a recordação freqüente dos novíssimos? A recordação f requeri.te dos novíssimos é útil, para preservar-nos do pecado, e, por conseguinte, da morte eterna. "Em todas. as tuas obras lembra-te dos teus novís simos, e nunca jamais pecarás 11 • (Eclesiástico, VII, 40). 312. Que ac·ontecerá cem o r:esto da criação? https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 128 Deus tirará a maldição do que foi criado e o deixará participar ela glória dos filhos de Deus. "Também o mundo criado será livre du sujt:iç3.o à corrupção, para participar da liberdade gloriosa dos fi lhos de Deus". (Roman. VIII, 21) -- "E vi um novo céu e uma nova terra" (Apoca1. XXI, 1). 313. Por quê concluímos o Símbolo Apostólic:, com a palavra "amém"? Concluimos o Símbolo apostólico com a palavra ,~ , '' r· t t amem , para protestar que cremos · umemen ·e u- do ó que está contido nos doze artigos da fé. A palavra "amém", de origem hebraica significa: "assim é" "assim seja" ou ''assim suceda" APLICAÇ.1IO: lembra-te, muitas vezes, principalmente, nas tentações da séria verdade: "Uma vez. perdido, per- dido ficou por toda a eternidade nos infernos ... " ou: "Um prazer momentâneo traz um tonnento eterno; um padecimento breve. uma eterna alegria!" https://alexandriacatolica.blogspot.com.br II PARTE OS MANDAMENTOS https://alexandriacatolica.blogspot.com.br ".Aqu,ele que retárn, os mm~ -manda·nientos e os gua,,-da., esse é o que me arna". (João, XIV, t1). https://alexandriacatolica.blogspot.com.br Necessi.dac_le e de observé1r os possibilidacle manda1nentos 314. Basta. para nos salvarmos, crer tudo quanto Deus revelou? Não; paxa nos salvar, é também necessário que observemos os mandamentos; pois Cristo àisse: "Se queres ent.rar na vida, guarda os mandamentos". (Mateus, XIX, 17) Quando São Paulo escreve: "o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei,. (Rom Ili, 28), entende-se por "obras da lei" aquelas obras -que são executadas unicamente por causa da prescrição exterior da. 2ei., e não em vfrtude da graça _de Cristo, e, por isso, não con correm para a justificação, (perg. 559); por fé., enten de-se a 1Ji'l;a fé em Cristo, que, com o auxilio da graça de Cristo, também observa a lei de Cristo. Por isso diz o mesmo Apóstolo: ., A circuncisão nada vale. mas a observância dos mandamentos de Deus (é que vale tu• dof'. (l"' Cor. VII, 19; verif. Gal, V, 6) 315. Podemos ob.servar os Mandamentos divinos? Sim; pois a observância dos mandamentos da lei de Deus é possível para todo que~ seriamente, o https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 132 quer; naturalmente, isto só se consegue com o au xílio da graça que Deus não nega a quem a pede. Um homem de juízo não exige de ninguém o impos sível; muito menos, o exigirá Deus que é oniciente e bon dosíssimo. - Alêm disso, em todos os tempos, houve muitas almas que não só observaram fielmente os man damentos, mas que, em santo zêlo ultrapassaram muito do que é exigido pela lei de Deus. "Seus mandamentos não são custosos''. (P João, V, 3) "Meu jugo é suave e o meu pêso leve" (Mateus, IX, 30) 316. Por quê a observância dos mandamentos é tão penosa paria m·uit,os? A observância dos mandamentos é penosa para muitos, porque não rezam, não frequentam os sacra mentos, que são os meios pelos quais Deus geralmen te dá a força para observar a sua lei. DO MANDAMENTO PRINCIPAL -317. Qual é pr.incipal mandamento que encen•a to dos os mais? O mandamento principal é o preceito da carida de para com Deus e para com o próximo. 318. Qual é êste mand(llmento? "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu cora ção, de Loda a tua alma e_cle todo o teu entendimento. Este é o máximo e o primeiro mandamento. O segun do é semelhante a este: Âmarás o teu próximo, como a ti mesmo". (Mateus, XXII, 37-39) Quem ama a Deus de todo o coração cumprirá fiel rnfmte todos os deveres para com Deus, e quem ama o próximo como a si mesmo, cumprirá conciênciosamente todos os deveres para com o próximo, por isso é claro que este mandamento máximo encerra todos os mais. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 133 § l. DO AMOR DE DEUS 319. Quê nos é ordenado pelo ,mandament,o do amor de Deus? · Este mandamento nos impõe a obriga~ão de amar a Deus sobre todas as cousas. 320. Quando amamos a D•eus sôbre tôdas as coisas? Amamos a Deus sobre todas as cousas, quando O amamos mais do que tudo o que existe no mundo, de modo que estejamos prontos a antes perder tudo do que nos separarmos dEle por um pecado mortal. "Quem nos separará, pois do amor de Cristo? será a tribulação? ou a angústia? ou a fome? ou a nudez? ou o perigo? ou a perseguição? ou a espada? nem a morte, nem a vida. . . nos poderá separar do amor de Deus". (Rom. VIII, 3fi-39) Podemos distinguir dois modos de amar a Deus sobre todas as coisas: 1) amor de apreciação suma; 2) amor sensível e veemente. O primeiro é preceituado: o segundo, não. Exemplo: uma mãe pode amar a seu filho com mais ternura e veemência do que a Deus, mesmo assim ela está pronta a antes perder seu filho do que ofender a Deus Tal mãe cumpre o :mandamento. · Podemos distinguir ~~ graus do amor de Deus:. O li' grau consiste na disposição da alma que quer antes perder tudo do que se separar de Deus pelo pe cado mortal; o 29 grau consiste em aplicar todas as forçasJ para evitar os pecados veniais; o 39 grau consiste na resolução de fazer sempre o mais perfeito. 321. Como podem•os conhecer se amamos a Deus? Conhecemos que amamos a Deus, quando obser vamos os mandamentos. "Aquele que retém os meus mandamentos e os guar da, esse é o que me ama". (João, XIV, 21) - Quando se https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 134 ama alguém, não se lhe ofende; antes, procura-se dar lhe alegria -em tudo, 322. Por quê deve-mos amar •a Deus? Devemos amar a Deus: 1) porque Ele nos concedeu tantos benefícios no corpo e na alma, e ainda nos concefle diària mcntc; 2) porque nos amou desde toda a eternidade e nos chamou para a hem-aventurança. :3) porque Ele é o Bem sumo e infin-ilamente perfeito. 1) "Deus amou de tal modo o mundo, que deu seu l'~ilho Unigênito, para que todo o que crê Nele, não pere ça, mas tenha a vida eterna" (João, III, 16) 2) "Euamei-te com amor eterno, por isso, compa decido de ti, te atrai a Mim" (Jerem. XXXI, 3) 3) "Um só é bom. Dc1.1s" (Mateus, x"IX, 17) 323. Quando é perfeito o nosso amor para com Deus? Nosso amor pa.ra com Deus é. perfeito,. quando O amamos solirc todas as cousa8, porque Ele é em Si e por Si o Bem sumo e dignísRimo de se.e amado. Também o am-wr de gratidão pelos benefícios rece bidos, faz parte do amo!'· perfeito; pois a causa. deste am.01' é a bondade e amabilidade de Deus, que se revela em seus benefícios. Nós, portanto amemos a Deufi porque Deus nos amou primeiro". (I João, IV, 19). 324. Que efeitos produz o perfeito amor? Es:::e amor une nossa alma a Deus pelo \ íncu!o da anii,1,arle, Por isso, diz a Sagrada Escritura sobre o }lfnfeitv a-rnor: "Quem permanece na caridade permanece cm Deus, e Deus nele". (I João. IV, 16) - Por isso, a contrição, unida ao amor perfeito, tc111 o poder de perdoar logo to~ dos os pecados mortais. (Compare-se à pergunta 728). (Todavia. permanece a ohrigação de acusar tais :>eca- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 135 dos, na próxima confissão). Ex. Maria Madalena São ... lhe perdoados muitos p·ecados porque muíto amou"· (Lu- cas, VII, 47) · 32S. Quctndo é imperfeito nosso amor para com D-eus'? Nosso amor para com Deus é imperfeito, quan do nós O amamos principalmente, porque esperamos receber seus henef ícios. Ex.: O filho pródigo. "Quantos jornaleiros há em ca sa de meu pai. que têm pão em abundância, e eu aqui morro de fome! Levantar-ine-ei e irei ter com meu pai''. (Lucas, XV, 17, 18) 326. P.or que mie-io se aumenta em nós o amor de Deus? O amor de Deus se aumenta em nús por meio de cada boa obra, especialmente: 1) pela frequente e digna recepção dm; santos Sacramentos; 2) pela meditação das perfeições e benefícios de Deus, principalmente da paixão e morte de Jesus. (, . t .ris o; .3) pela ahnega~'.ãO própria, e paciência nos so frimentos. 327. Por que meio se diminui ou se perde o a·m-or de Deus? Pelo pecado mortal, perde-se o amor de Deus, e pelos pecados veniais debilita-se o seu ardor. APL,JOA()ÂO: Exercita-te diligentemente no amor pa ra com Deus, pensando ft•~qucntcmente nElc, .rezando a Ele, ouvindo e falando nEle- com prazer agindo nEle, so tudo por seu amor e nada temendo tanto como- ofendê-Lo. § 2. DO AMOR DO PRóXIl\10 l, Do amor d,o próximo em g.:~ra:l. 328. Qual é o amor. que necessáriamente está unido ao -amor ~e Deus? Ao verdadeiro amor de Deu8-, um~-se necessà- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 136 riamente o amor ao próximo: "Se alguém disser: Eu .amo a Deus, e odiar o seu irmão, é um mentiroso". ( r~ João, IV~ 20) Por nosso ,próxir,w) entende-se qualquer pessoa, co mo Cristo claramente nos ensina na parábola do bom samaritano. 329. Por que devemos amar o próximo? Devemos amar o próximo, porque: 1) J csus Cristo o manda, e quer que por este amor sejam reconhecidos os seus verdadeiros discí pulos; 2) Jesus Cristo nô-lo ensinou durante sua vida e na sua morte com o exemplo; 3) Todo homem é filho e imagezn de Deus, res gatado com o sangue de Cristo e chamado à f elicida de eterna. 1) "Nisto conhecerão todos que sois meus discípu los, se tiverdes amor uns aos outros" (João, XIII, 35) 2) "Sêde pois imitadores de Deus, como filho:s 1nui to amados; e andai no amor, como também Cristo nos amou, e se entregou a si mesmo por nós a Deus". (Efes. V, 1-2). 3) ''E criou Deus o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus". (Gênes. I, 27) "Suportai-vos uns aos outros por caridade, solícitos em conservar a uni dade do espírito pelo vínculo da paz ... , como também vós fostes chamados a uma só esperança pela vossa vo cação". (Efes. IV, 2-4) 330. Como deve ser nosso amor ao próxim,o? Nosso amor ao próX;imo deve ser: l ) sincero ; 2) desinteressado; :3) universal. 331. Quando nossa caridade é sincera? Nossa caridade é sincera, quando, de coração, queremos hem ao próximo e pronto.mente lhe faze- 1nos bem. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 137 "Não amemos (somente) de palavra e com a lín gua, mas por obra e em verdade" (1' João, III, 18) "Tudo o que vós quereis que ·os homens vos façam, fazei-o também vós a eles". (Mateus, VII, 12) 332. Qucmd·o noss-a ;caridade é desinteressada? Nosa caridade é desinteressada, quando faze mos bem ao próximo por amor de Deus, e não para sermos louvados e recompensados pelos homens. "Quando dás esmola não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita, para que a tua esmola fique em segredo: e teu Pai que vê (o que fazes) em segredo, te pagará". (Mateus, VI, 3-4) 333. Quando no.ssa caridade é universal? Nossa caridade é universal, quando abrange to dos os homens, quer amigos, quer inimigos. "Porque se amais (somente) os que vos amam, que recompensa haveis de ter? não fazem os publicanos também o mesmo? E se saudardes sômente os vossos ir mãos, que fazeis nisso de especial? não fazem também assim os gentios?" (Mateus, V, 46-47) Isto não quer dizer Que devemos a todos grau i_q·ual de amor; podemos e devemos amar mais aqueles que es tão unidos a nós por um vínculo mais estreíto, como; pais, irmãos, amigos; e também os que são mais dignos ou mais necessitados de nosso amor. "Logo, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos irmãos na fé". (Gal. VI, 10) 2. D o a m .o r a o s i n í mi g o s e m p ar 1 i e u l ar 334. Qual é a parte mais nobre e mais difícil dcc ca ridade? A parte mais nobre e mais difícil da caridade é o amor aos inimigos. 335. :Não será bastan,te, para cumpriy êste preceito, não se ving-ar de nossos immig-os? Não; não basta não se vingar de nossos inimi gos, pois Deus manda que amemos nossos inimigos https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 138 isto é, que lhes desejemos o bem e estejamos dipostos a socorrê-los em suas necessidades, segundo nossas po::,ses. "Eu, porém, digo-vos: amai os vossos inimigos, fa zei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos perse guem e caluniam, para que sejais filhos de vosso Pai que está nos céus, o qual faz nascer o seu sol sobre bons e máus; e manda a chuva sobre justos e injustos" (Ma teus, V, 44-45) 336. t d e v e r r i g o r ,o s o praticar a .caridade para com os inimigos? Sim; é dever rigoroso praticar a caridade para com os inimigos; pois Cristo disse: "Se vós não per doardes, Deus não perdoará vossos pecados'~ (.\1ar cos, XI, 26) Cumpre-se este dever, quando não se cxcluc o ini migo das demonstrações comuns de atenção e de carida de, que se tem para com as pessoas do mesmo estado. Fazer mais que isso é aconselhávü-1 mas não obri gatório. 337. Que devemos faz.er, se .ofendemos alguem? Se ofendemos alguém devemos ir prontamente teconciliar-nos com e1e. (l\1ateus, V, 23-21-) 338. Que devemos lazer1 quando fomos ofendidos? Se fornos ofendido~, devemos de hom grado oferecer-nos pnra restabelecer a concórdia: perdoar de coração e anles sofrer injustjça do qw~ rdrihuir mal com ma). "Não torneis a ninguém mal por mal. Se é possivel, tanto quanto depende de· vós, tende paz com todos os homens não vos vingueis a vós mesmos, caríssímos; pois está e::;L:ri tu; A mhn me pertence a vingança; cu retri buirei. diz o Senhor" (Roman. XII, 17-19) Ex: José para com seus irmãos. Davi com Saul. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 139 339. Por quê devemos an,ar os nossos inimigos? Devemos amar nossos inimigos: 1) porque Deus nosso Senhor o manda; 2) porque Jesus, nosso divino Modelo, nos dá o exemplo de tal amor; :l) porque queremo~ que Deu~ também no:-:: perdoe. 1) Ver passagem da S. E.scrít. da perg. 335; 2) Mesmo para com seu traidor, Jesus procedeu do modo mais afável: foi-lhe ao encontro e disse: "Amigo, a que vieste? (Mateus, ~:XVI. 50) Mesmo na cruz, Je sus orou por seus algozes: "Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem". (Lucas, XXIII, 34) 3) "Perdoai-nos nossas dívidas, comonós perdoamos aos nossos devedores". - Parábola do servo máu. (Mateus XVIII, 23-35) 3. D a s ·o b r a s d e m i s e r i e ó r d i a 340. Qu.ais são aquêles que a Saagrada Escritura reco menda especialmente à nossa caridade? A Sagrada Escritura recomenda especialmente à no~sa caridade: 08 pobres, aR viuvas, os órfãos t\ em geral todos os que padecem nec..:essidades corpo rais e espirituais. 341. Por meio de que obras deve,mos auxiliar aos ne~ oessitad:os? Devemo~ auxiliar ao8 necessitados por meio elas obras de misericórdia corporais e espirituais. "Bem-aventurados os misericordiosos: porque eles alcançarão misericórdia" (Mateus, V, 7) "Na verdade vos digo que todas as vezes que vós fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes". (Mateus, XXV, 40) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 140 342. Quais são as obras de misericórdia corporais? As obras de misericórdia cor por ais são: 1) Dar de comer a quem tem f orne; 2) dar de beber a quem tem sede; 3) vestir os nús; 4) d.ar pousada aos peregrinos; 5 ) remir os cativos; 6) visitar os enfermos; 7) enterrar os mortos. Ex: Tobias, S. Vicente de Paulo. S.ta Isabel de Hun gria, as Congregações religiosas de Irmãos e Irmãs de Caridade. 343. É um d e v e r pr,aticar as obras de misericórdia corporais? É um dever í.ão rigoroso, que Jesus Cristo con denou ao fogo eterno os que não são misericordio sos, quando possuem mc:Íos e ocasião para praticar as obras de misericórdia. "Apartai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno que foi preparado para o -demônio e para os seus. E.njos: porque tive fome e não me destes de comer: tive sede, e não me destes de beber: era peregrino, e não me reco lhestes: (estava) nú e não me vestistes: enfermo e no cárcere, e não me visitastes... Na verdade vos digo: Todas as vezes que o não fizestes a um destes mais pe queninos, a Mim o não fizestes. E estes irão para o su plício eterno". (Mateus, XXV, 41-46) 344. Que bens estão p~ometidos aos que fazem ,esmo-• las? Aos que fazem esmolas, estão prometidas bênM çãos temporais e principalmente graças espirituais para conseguir o perdão clos pecados e a vida eterna. 41Aquele que dá ao pobre, não terá necessidade; aquele que o despreza quando lhe pede, cairá na penú ria". (Prov. XXVIII, 27) Exemplo: Tobias. "A esmola livra da morte (eterna)) e é a que apaga os pecados, e faz encontrar a misericórdia e a vida eter na'' ( Tobias, XII, 9). Exemplo: O centurião Cornélio. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 141 345. Quais são as obras de -misericór.dia espirituais? As obras de misericórdia espirituais são: 1) Corrigir os que erram; 2) ensinar os igno rantes; 3) dar bom conselho; 4) consolar os aflitos; 5) perdoar a:; injúrias; 6) sofrer com paciência as fraquezas do próximo; 7), rogar a Deus pelos vivos e defuntos. Exemplos: S. João Batista; S. Francisco de Sales, Santa Teresa; as Ordens ativas e contemplativas. 346. :t também um dever praticar as obras de mise ricórdia espirituais? A prática das obras de misericórdia espiri tuais é um dever, quando uma pessoa é bastante in teligente para isso, e se lhe apresenta ocasião de praticá-las, pois o bem espiritual do próximo deve interessar-nos muito mais do que o corporal. Quanto à correção fraterna. só se é obrigado a fazê la, quando for necessário para a emenda do próximo e quando :se pode esperar qÚe ele tire proveito. Em todo o caso, a correção deve ser feita com a maior prudên cia, caridade e mansidão. APLICAÇÃO: Sê pacifico e benévolo para com todos. Considera sempre que teu próximo é um filho e uma ima gem de Deus. A ele se aplicam as palavras que Deus, ou trora, dirigiu aos israelitas: "Aquele que tocar em vós, to ca na menina de meus olhos'►• (Zacar. II, 8) Nunca retri buirás mal por mal, porém reza por quem te of endelL § 3. DO AMOR CRISTÃO DE SI 1',IBSMO 347. Pod.e o cristão amar-se a si mesmo? Sim; o cristão pode e deve amar-se a si mes~ mo, pois Cristo disse: '"Amarás o teu próximo co mo a ti mesmo". https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 348. Em quê consiste o amor cristão de nós mesmos? O amor cristão de nós mesmos consiste em, primeiro que tudo, olharmos pela salvação de no sas almal-', pois de sua salvação depende todo o 8eu bem estar e a felicidade eterna. "Que aproveita ao horpem ganhar todo o mundo. se vier a perder a sua abnâ?" (Mateus, XVI, 26) 349. ?iodemos amar também o corpo e os bens tempo rais de um modo cristão? Sim; podemos e devemos amar o corpo, os bens temporais, a saúde, as faculdades e o bom nome de um modo cristão e .~obrenatural, considerando-os co mo dons de Deus e empregand9-o& em seu serviço. 350. Quê se opõe ao amor cristão de si mesmo? O que se opõe ao amor crisHío de si mesmo é o amor desordenado de si mesmo ou amor próprio. também chamado egoismo ou egocentrismo. 351. Quando é desordenado o amor de si m:e-smo? O amor de si mesmo é desordenado, quando o homem cuida mais de seu corpo e do temporal, do que de sua alma e do eterno. It chamado rtmor própJ·io, porque leva o homem a procurar sõ o próprio bem estar sem tomar em consi deração o bem estar do próximo; e até prefere a pró pria honra e a própria vontade à honra e à vontade de Deus. É a fonte de todos os pecados APLICAÇÃO: Combate desde cedo o funesto amor próprio, cm consequência do_ qual, em tudo o que se pensa, fala e faz, só se tem em vista a si próprio e às imaginárias boas qualidades. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 143 DOS DEZ MANDAlVIENTOS DE DEUS 352. Onde se acha expre·ssamente estabelecido que dev,em,os am-ar a Deus e ao próximo? A ordem de amar a Deus e ao próximo acha-se expressamente estabelecida nos dez mandamentos que o Senhor deu ao povo de Israel, no monte Sinai, em duas tábuas de pedra. (Êxodo, XIX, XX) Os três primeiros mandamentos tratam do amor e honra devida a Deus, os outros sete, do respeito e amor que devemos mostrar ao nosso próximo. 353. Por quê nós, os cristãos, .estamos :obrigados a observar êstes Mandamentos da Lei Antiga? Também como cristãos estamos obrigados a oh• servar estes mandamentos: l) porque Jesus Cristo, Senhor Nosso, não abo liu a lei moral do Antigo Testamento, mas confir mou-a r✓ ensinou a sua observância perfeita: 2) porque os mandamentos contêm a lei natu ral, a qual ajnda me~mo t-em aquele testamento obri ga a todos os homr-ns por estar fundada na natureza humana e gravada por Deus em todos o~ corações. (Rom. II, 15) Os mesmos gentios estavam obrigados a observar a lei natural; mais exata e completamente desenvolvi• da nos dez Mandamentos. Pois se um gentio faltava a ela, sua conciência como no-lo assegura o Apóstolo, lhe dava testemunho, e os pensamentos interiores o acu savam de seu pecado. (Rom. II, 15) Ainda que a lei natural esteja gravada em todos os corações, não foi supérfluo, entretanto, que Deus a promulgasse em dez mandamentos com palavras cla ras e determinadas; pois nossa faculdade de conhecer o bem e praticá-lo ficou muito debilitada pelo pecaào. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br ªNão terás em minha presença de·uses falsos; não fa rás para ti escultura, nem imagem alguma, para adorá-lan. (E::xodo XX, 34) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 145, 354. O que nos lemhr.am as palavras: "Eu sou o Senhor teu Deus". que precedem os dez mandamentos? As palavras: "Eu sou o Senhor teu Deus", lem~ bram-nos que Deus é o nosso soberano Senhor, a Quem devemos obediência incondicional. PRIMEm,o MANDAMENTO DA LEI DE DEUS "Não terás em minha pli'esença deuses falsos; não farás. para ti escultura. nem imagem alguma, para a- dorá-la". 1 ADOR~ÇAO 355. O que manda e o que proíbe o primeiro manda- mento? O primeiro mandamento manda dar a Deus a honra que Lhe é devida, é proíbe dar a uma criatu ra a honra que só é devida a Deus. Para compreendermos perfeitamente o sentido de cada mandamento devemosatender não só às palavras, mas devemos, especialmente, penetrar no espírito des tas palavras, como Cristo claramente no-lo ensinou no sermão da montanha. 356. De quantas maneiras é a ador,ação que devemos a Deus? A adoração que devemos a Deus é dupla: inte~ rior e exterior. 1 Adoração interior 357. Como adoramos a Deus com um culto interior:? Adoramos a Deus com um culto interior, quan- do~ em nosso coração, rendemos a veneração devida https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 146 a sua infinita Majestade, e nos submetemos a ela, es pecialmente quando: l) cremos em Deus, esperando nele o O aina mos imbre todas as coisas; 2) adoramo-Lo, agradecemos-Lhe e nos subme temos humildemente a sua vontade. Adorar a Deus quer dizer: reconhecê-Lo e glori ficá-Lo como Senhor Supre.mo; por isso é claro que a adoração é devida somente a Deus. 358. Como se peca contra a fé? Peca-se contra a fé: 1) Por ignorância culpável em matéria religio- sa; 2) por incredulidade, heresia e dúvidas volun tárias contra a fé; 3) por leituras e propaganda de escritos contra a fé; · 4) por conversas contra a fé, ou mesmo, ou vindo as mesmas com prazer; 5) por jndif erença em matéria de fé e pela ne gação da mesma. Os pecados contra a fé são especialmente graves, porque a fé é a base de toda a vida cristã e a primeira condição para a salvação eterna. - (Sobre a lndife re,nça. em matéria de fé, ver perg. 35. Os perigo~ pa ra a fé - perg. 41) 359. Como se peca contra a esperança? Peca-se contra a e:--pcrança: l.) por dcsespPro e desconfiam;a; 2) por presunção. Desespêro é a falta absoJuta de esperança. (Ex.: Caim, Judas). https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 14::7 Desconfiança é uma esperança fraca e Yacilante. ( Ex. : Moisés e os israelitas no deserto). Presunção é o excesso, o exagêro de esperança. Ex: alguém se expõe temeràriamente a um perigo de vida, na confiança de que Deus farâ um milagre para sal vá-lo; ou alguém contínua sem temor a sua vida pe caminosa, ou adía a penitência até o fim da vida, pen sando que Deus é infinitamente misericordioso. Ex.: No pináculo do templo, o demônio tentou a Jesus à pre sunção. - Os contemporâneos de Noé. 360. Como se peca contra -o amor devido a Deus? Contra o amor devido a Deus peca-se por 4ual quer pecado, especialmente, por aversão e ódio con l.ra Deus, por ingratidão para com seus benefícios,. por queixa e murmurações contra suas dü,posi~ões paternai~. 2. Cult,o exterior de Deus 361. Com.o damos a Deus culto exterior? Damos a Deus culto exterior, quando no serviço divino público manifestamos nossos sentimentos de adoração por nu~io de ações exteriore~. Tais são: a oração em comum, a participação no culto divino público, o uso dos santos sacramentos e dos sacramentais, a prática de sinais católicos, por ex : a genuflexão, as mãos postas, etc. 362. Por quê nos é preceit~•ad.o •o culto exterior.? O culto exterior nos é preceituado: 1) porqut~ Deus não criou só a nossa alma, mas também nosRo corpo, e por isso mesmo, com um e ou tro devemo:-:; honrá-Lo e adorá-Lo; 2) pon1ue está na nalureza do homem que o culto interior de Deus se manifeste exteriormente; https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 148 3) porque o culto exterior favorece o culto in terior; 4) porque o culto exterior é útil e necessário para a edificação comum, para nos fortalecer na fé e para a propagação da Religião. Naturalmente, sem o culto interior, o exterior não seria sincero, nem teria -valor algum; por isso Jesus Cristo chama os fariseus de hipócritas e sepulcros caia dos, porque se contentavam com uma piedade puramen te exterior. (Mateus, XV, 7; XXIII, 27) Quão útil é o culto exterior, quando procede do in terior, mostra-nos o exemplo do profeta Daniel, que preferiu ser lançado numa cova de leões a omitir o cul to exterior devido a Deus .. :363. Como se peca contra o cult-o exterior? Peca-se contra o culto exterior, descuidando do serviço divino ou assistindo a ele sem o devido res peito. Exemplo: O castigo que sofreram os betsamitas, porque tinham olhado sem respeito e por mera curiosi dade à arca da Aliança. 3 Pecados. contra o culto. interior e ex terior ·364. Como se peca. ao mesmo tempo. contra o culto divino exterior e int-erior.? Peca-se, ao mesmo tempo, contra o culto <livino ·exterior e interior: 1) por omissão das orações obrigatórias e ne- gligência às mesmas; 2) por idolatria; 3) por superstição; 4) por sacrilégio; https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 149· 5) por simonia ou usura espiritual; 6) pela fé no espiritismo, frequência às suas. sessões e uso de seus remédios. 365. Quando 1:1e comete pe;cado de i d o 1 a t r i a ? Comete-se o pecado de idolatria, quando, se tri- buta a uma criatura a honra devida a Deus. Somos obrigados à oração, não somente por ser ela um meio necessário para obtermos as graças, mas ainda porque devemos dar a Deus culto de adoração e ação de graças. 366. Quando se peca por s u p é r s ti ç ão ? Peca-se por superstição: 1) Quando se honra a Deus e aos santos de um, modo que se opõe à doutrina e ao uso da Igreja; 2) quando se atrihue às cousas uma virtude que não po<lem ler nem pela sua natureza, nem pe las orações da Igreja, nem por disposição divina. Há diversas espéc1es de superstições como: 1) o uso de mefos ou de orações sttpirsticiosas) pa ra curar doenças, afastar desgraças, achar tesouros, etc. 2) a adiv·inhação, como cartomâncía, decifração de· sonhos e coisas semelhantes para descobrir coisas ocul tas; 3) a feitiçaria que consiste em querer operar coi sas prodigiosas com o auxílio diabólico; Entretanto, não é superstição, mas, prática muito louvável o uso de medalhas e outros objetos bentos, principalmente quando tal prática é acompanhada de· .confiança em Deus, na intercessão dos Santos e na bên ção da Igreja. 367. O que se endende por sacrilégio? Sacrilégio é a profanação das pessoas, cousas ou lugares santos e consagrados a Deus, como por exemplo, a recepção indigna de um Sacramento, o https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 150 maltratar a um sacP.rdote, a profanação de uma Igre ja ou dos vasoH :-agrados, etc. Exemplos: o rei Baltasar (Daniel, V).; Heliodoro ( 2'·' Macab. III) ; expulsão dos mercadores do templo (João, II. 15) 368. Quando se comete o pecad10 de s i m ,o n i a o u usura espiritual? Comete-se o pecado de simonia ou usura espiri l ual, quando se compram ou vendem objetos ~agra dos, cargos eclesiásticos e cousas semelhantes, por dinheiro ou cousa temporal equivalente, como Simão l\Jag;o o queria fazer. ( At. Apóst. VIII) A. Igreja pune este pecado com os mais duros cas tigos e também com a excomunhão. O ESPffiITISMO (1) O e.<;pir-ítünno é uma das heresias piores e mais per niciosas. É impossível ser católico e espirita ao mesmo tem po. Quem crê no espiritismo. frequenta suas sessões, ou toma seus remédios (passes. etc.). torna-se hereje e re nega sua fé. A malícia do espi-rit·ismo consiste, principalmente, na pl'elensa comunicação com as almas dos defuntos pa ra saber dele.:; coisas ocultas, o que Deus, já no Antigo Testamento proibiu expressamente: "Não se ache en tre vós quem consulte adivinhos ou observe sonhos e agouros, nem quem seja feiticeiro ou encantador; nem quem consulte aos pitões ou adivinhos, nem quem inda gue dos mortos a verdade; porque a todas estas coisas abomina o Senhor" (Dt. XVIII. 10) A maior parte das manifestações do espiritismo são imaginárias ou fraudulentas. Se ne-las realmente se manifesta alguém do outro (1) Extraído do '1Catecismo- da Doutrina Cristã,, pa ra uso da Província Eclesiástica de Porto Alegre. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 151 mundo, só poderá ser o demônio, o maior inimigo de Deus e dos homens. Satanás, muitas vezes, se transforma, aparentemen te, em anjo de luz1 fala em caridade, amor, salvação e atos de piedadeexterna, com o fim de enganar mais fà• cilmente os incautos. Rezemos muitas vezes esta belíssima oração do Pa pa Leão XIII, para que Deus, pela intercessão de S. Mi guel Arcanjo. queira livrar o Brasil e o mundo todo da peste do espiritismo: S. Miguel Arcanjo, protejci-nos no combate; cobrí• nos com vosso escudo contra os embustes e ciladas do demônio. - Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos; e vós. principe da milícia celeste, pelo divino poder, pre cipitai no inferno a Satanás e aos outros espíritos ma lígnos que andam pelo mundo para perder as almas. Amém. APLICAÇÃO: Faze muitas vezes atos de fé, esperança e caridade e nunca negligencies a oração da manhã, da noite e à mesa. Na Igreja, ccmporta-te com reverência e assiste com devoção à Santa Missa. § 2 DA VENERAÇÃO E1 INVOCAÇÃO nos SANTOS 369. Quê ensina a lgljeja Cat6lica acêrca da vene·ra ção e invocação dos S,antos? ,.\ T grcja Católica ensina que é justo e salutar w~nerar e invocar os Santos. 370. A veneração dos Santos não é contrária ao pri meiro mandamento? A veneração dos Santos não é contrária ao pri meiro mandamento, pois: l) não rendemos ao8 Santos uma Yeneração di . . v1na; 2.) pelos Santo$, damoR honra e louvor a Deu~ mesmo, que para com eles sf' mo:::trou ríeo e pode roso. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 152 371 Que diferença há en.tre a honra que tributamos a Deus e a que tributamos aos Santos? 1) Adoramos somente a Deus como a nosso Se nhor supremo; veneramos os Santos como ~ervos fiéis e amigos de Deus; 2) a Deus adoramos por si mesmo; aos Santos veneramos pelos dons e graças que receberam de Deus. 372. Mas. na veneração dos Santos, não nos aj•oelha. mos diante dêles, não lhes erigimos te,mplos e altare.s e não lhe ofer.ecemos o Santo Sacrifício da Missa, como a Deus mesmo? 1) Na veneração dos Santos, nos ajoelhamos, mas não os adoramos, como o servo não adora o seu senhor, quando, de joelhos, lhe pede uma graça; 2) Igrejas e altares são colocados sob a prote ção dos Santos e designados por seus nomes, mas são consagrados somente a Deus; 3) o santo Sacrifício da ~Iissa também se ofe rece somente a Deus, ainda que, durante o mesmo, veneremos os Santos. (Ver perg. 700) 373. Qual a diferença entre as orações que fazemos a Deus e às que dirigimos aos S,antos? A Deus pedimos que nos ajude por sua onipo tência; aos Santos, que nos ~ocorram por sua inter cessão perante Deus. 374. Mas não é sinal de descolÚiança para oc1m Cris t-o. quando n-os dirigimos aos Sant.os? Não é, absolutamente, sinal de desconfiança pa _1·a com Cristo, quando nos dirigimos aos Santos pois: https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 153 1) Esperamos de Deus a graça e a bem-aventu rança só pelos merecimentos de Cristo; 2) se fosse um sinal de desconfiança, S. Paulo não se teria dirigido aos fiéis, para que o ajudassem com suas orações perante Deus. (Rom. XV, 30) Deus mesmo mostrou claramente, por numerosos milagres, que a invocação dos santos lhe é agradável. - Na Sagrada Escritura, lê-se que Deus dissera: "Ide ao meu servo Jó;. . . e o meu servo Jó orará por vós". (Jq, XLII, 8) 37 5. A quem dev,3mos inv.ocar e vener,ar especialmen te, acima de todos os ,anjos e santos? Acima de todos os anjos e santos, devemos vene rar e invocar especialmente a Bem-aventurada Vir gem l\1aria, l\Iãe de Deus, porque: 1) é 1\ifãe de Deus; 2) excede muito em graça, santidade e glória a todos os santos e anjos·; 3) por sua intercessão, a SS. Vfrgem pode diante de Deus mais do que todos eles. 376. A quê nos deve levar a veneração dos Santos? A veneração dos Santos deve levar-nos a fazer mo-nos semelhantes a eles, imitando as suas virtudes. Nos Santos, Deus nos deu, para todas as circuns tâncias de nossa vida, modelos que devemos imitar. Os Santos são os grandes herois do Cristianismo, os ver dadeiros ideais da humanidade. § 3. DA VENERAÇÃO DAS IMAGENS E REUQUIAS DE CRISTO E DO.S SANTOS. 377. Dev,emos venerar também as imagens de Cristo e dos Santos? Certamente~ pois se um filho honra os retrato::; https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 154 de seus pais, e um súdito os de seu rei, com mais ra• zão podemos nós tributar honras às imagens de Jesus, Rei dos reis e dos seus santos. Quando, no anu 726, surgiu a heresia dos iconoclas tas, e, apoiada pelos imperadores gregos, dutante meio século, esbravejou contra as imagens e seus vcnerado dores, os cristãos verdad~iramente fiéis preferiram so frer o martírio a renunciar tão piedoso e coustante uso da Igreja. A heresia dos iconoclastas foi condenada no 71) concílio ecumênico, em Nicéia, no ano 787. 378. Por quê vene•ramo.s as imagens de Cristo e dos Sant.os? Veneramos as imagens de Cri~t.o e dos seu~ santos; 1) porque, nas imagens, veneramos o próprio Cristo e os Santos; 2) porque, pelas imagens, somos estimulados ao amor p; à imitação de Cristo e do& Santos. 379. Mas não é um sinal de que depositamos nossa confiança nas i ;n, a g e n s , quando se fazem pe regrinações a·os lugares em que ielas se acham? Não; pois fazemos as peregrjnações não por confiança na imagem, mas, porque s.abemo3 quP Dcus, por ela, já distribuiu muitas graças e benefí cios, e por isso, nesse lugar, nos sentimos anünados a rezar com especial confiança. 380. Por qué veneramos as relíquias ou os restos mor tais dos Santos? Veneramos as relíquias ou rer-;to.s rnortai~ dot Santos: ] ) porque seus corpos são membros vivos de Jesus Cristo, templos do Espírito Santo, e um dia https://alexandriacatolica.blogspot.com.br ªO que l>lasfe·m,ar o nome do Sen,ho1· seja pun:ido rle 'iíWrte.: toào o 1,ovo o ct1)edrejarâ.'). (XXIV, 16) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 156 ressuscitarão para tomar posse da glória eterna; 2) porque Deus, frequentes vezes, tem feito milagres por rneio das relíquias dos Santos. "E uns que estavam sepultando um homem, viram os guerrilheiros e lançaram o cadáver no sepulcro de Eliseu. E, logo que o cadáver tocou os ossos de Elíseu, o homem ressuscitou, e levantou-se sobre os seus pés". (Llvro 49 Reis,. XIII, 21) ''Sendo aplicados aos enfermos os lenços e aven tais que tinham tocado no seu corpo (de São Paulo), não só saiam deles as doenças. mas também os espíri tos malignos se retiravam" (Atos Apóst. XIX, 12) Não é dogma que as relíquias expostas à venera ção sejam autênticas; i.sto se funda sõmentc em teste munhas humanas, todavia, dignas d-e fé. APLICAÇÃO: Venera devotamente os Santos espe~ cialmente a Santíssima Virgem, a S. José, a S. Luiz, Pa droeiro dos estudantes e ao Padroefro do teu nome. Lê a tentamente a vida dos Santos e imita fielmente seus exem plos. SEGUNDO MANDAMENTO "Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão"I 381. Quê proíb\e Deus no 2. mandamento? No 29 mandamento, Deus proihe toda profana ção rle seu santo Nome. 382. Corn,o se pro·lana o santo nome de Dieus? Profana-se o santo nome de Deus: 1) pronunciando-o sem respeito; 2) por blasfêmias; 3) por imprecações { ou pragas) ; 4) por juramentos pecaminosos; 5) pela violação de votos. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 15T 383. Co1mo se peca. por i r r e v e r e n t e p r o n 'U n - eia r do nome de Deus? Peca-se de irreverência contra o santo nome de Deus quando se pronuncia este nome na na ou corri alguma leviandade. Peca-se também, quando se pronuncia, sem reve rência, outros nomes santos! 384. Quando s-e peca por b 1 a s fê m i a ? Peca-se por blasfêmia, quando se 1n1uria a Deus, aos Santos ou às coisas sagradas, por pensa mentos, palavras ou obras. No Antigo Testamento, a blasfêmia era castigada com a pena de morte. "O que blasfemar o nome do Se. nhor seja punido de morte; todo o povo o apedrejará". (Levit. XXIV, 16). Também deve ser considerada co mo blasfêmia a zombaria ou o escárneo da Relig·ião, se o que zomba tem intenção de tornar ridícula e despre zível a Religião, a Igreja Católica,os Sacramentos, ce rimônias e usos da Igreja. 385. O que quer dizer i m p r e e ar ou r o g ar pra - g as? Imprecar ou rogar pragas é desejar mal a si ou a outrem, no que, com frequência, se deshonra o no• me de Deus e de coisas santas. O costume de praguejar não é somente pecamino so e prejudicial para a alma, mas é também muito de shonroso para todo homem, porque é a express.ão de sentimentos grosseiros. Quanto é indecorosa uma tal linguagem para ho mens racionais, e, sobretudo, para católicos., para os fi lhos de Deus, cuja conversação deve ser celestial! - Não raras vezes, Deus permite que tais pragas se cum pram de modo horrendo. 386. Quê é j u r ar. ? Jurar é apresentai· a Deus, infinitamente sábio, https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 158 por testemunha de que se diz verdade, e então clia ma-se juramento assertório; ou de que se cumprirá uma promessa e chama-se juramento promissório. O juramento E'.m si é bom e permitido; pois, por este meio, se confessa a fé na sabedoria, na veracidade e na justiça de Deus; porém, para isso é preciso que o juramento seja feito de ·um modo conveniente>t. Jura- rás em verdade, e em juízo, e em justiça". (Jer. IV, 2). 387. Quando se peca jurando? Peca-e por juramento: 1) quando se jura falso, ou na dúvida se o que se jura é verdade; 2) quando se jura sem necessidade; .3) quando se jura fazer algum mal ou deixar de fazer algum bem. Jurar falso é assegurar com juramento que urna coisa é verdade, sabendo que é mentira, e também afir mar com juramento que se cumprirá o que se promete, não tendo realmente intenção de cumprí-la - Jurar com dúvida é assegurar wna coisa com ·juramento, quando uma pessoa não está certa de que seja verdade, ou não tem a firme convicção de que a coisa se apoia na verdade. O que jura na dúvida, mesmo se é verdade o que jura, peca como o que jura falso, porque de pro pósito e concientemente se expõe ao perigo de jurar falso. O juramento falso chama-se também perjúrio! 388. Temos sempre obrigação de cumprir um jura me11to? Sim; temo::; ~empre obrigação de cumprir um juramento, {JUanrlo o podemos, a não ser quando E,:~ jurou fazer alguma coisa má. (Ex.; Herodes). 389. Q~e se deve dizer do juramento falso? Um juramento falso, prineipalmente diante do tribunal, é um dos maiores crimes, porque: https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 159 1) Chama-se como testemunho da mentira ao pníprio Deus oniciente e onipotente, e assim tal ju- 1·amento é uma blasfêmia; 2) destroe-se o meio mais sólido de conservar a fidelidade e a confiança entre os homens; 3) com o perjúrio, a pessoa se afasta, por as sim dizer, solenemente de Deus e atrai sobre si a . sua ira. Além disso, não raramente o falso juramento causa grandes danos ao próximo. "Irá (a maldição) à casa do que jura falsamente em seu nome; e ficará no meio dessas casas, e as con sumira, à sua madeira e às suas pedras ... (Zacar. V. 4) 390. Quê ,é um voto? Voto é uma promessa voluntária feita a Deus, pela qual uma pessoa se obriga, sob pena de peca do, a fazer uma cousa agradável a Deus. Um voto é, portanto: 1) uma promessa verdadei ra e própria, pela qual uma pessoa se obriga em con ciência a fazer ou a deixar de fazer uma coisa; logo, vo to não é um simples desejo ou um propósito; 2) uma promessa feita a Deu.s) pois os votos só se fazem a Deus, 3) uma promessa feita a Deus de fazer uma coisa que Lhe é agradável, logo não se pode prometer uma coisa vã, pecaminosa ou nociva ao próximo, ou uma coisa que, apesar de ser boa em si, possa impedir um bem mais ele vado ou fazer com que se negligenciem outros deveres estritos. 391. Há obrig°'ão de cumprir os votos? Sim; há obrigação de cumprir os votos, se não ~obrevém impossibilidade de cumprí-lo~. "Se fizeste algum voto a Deus, trata de o cumprir sem demora, porque Lhe desagrada a promessa infiel e imprudente; mas cumpre tudo o que tiveres prometido. E é muito melhor não fazer votos do que, depois de os https://alexandriacatolica.blogspot.com.br A obra de piedade cristã obrigatória nos domingos 6 dias santos) é a ass·istência devota à .Santa Missa. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br fo.L fazer, não os cumprir" (Eclesiastes, V, 4-5) Portanto, só se deve fazer um voto, depois de ma dura reflexão, e não levianamente, sem consultar o con fessor. Este também deve ser consultado, quando o cum primento duma promessa se torna muito difícil. 392. Que ,ordena Deus no segundo mandamento? No segundo mandamento, Deus ordena que ve neremos seu santo Nome, invocando-o com devoção, conf essanclo-o conf::tantcmentc e zelando por sua hon- 1 , • ra e gwna. A.PLICAQÃO: Guarda-te cuidadosamente do vergo nhoso háhito de praguejar e jurar. Invoca, porém, com frequência e devotamente os nomes de Jesus e de Maria, principalmente nas tentações. TERCEIRO MANDAMENTO "Lembra-te de santificar o dia do Senhor". 393. A que nos obriga o terceiro mandamento? O terceiro mandamento obriga-nos a santifica.r o dia do Senhor. 394. Qual é o dia do Senhor? No Antigo Testamento, foi o sétimo dia ou o sábado, cm mcmóriá do dia em que se completou a crjação; na Nova Aliança, é o primeiro dia da sema na, uu o domingo~ P.m memória do dia P.m que se com pletou a redenção. 395. Por que se diz que a redenção se consumou num domingo? Diz-se que a redenção se consumou nmn domin go, porque foi num domingo que Jesus Cristo ressur- 6 - Grande Catecismo Católico https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 162 giu do~ morto~, e num domingo t·nvwu o Divino E~ pirit.o Santo à sua Igreja. Pela ressurreição de Cristo, a obra da redenção foi confirmada, e, pela descida do Divino Espírito Santo surgiu à luz a Igreja que nofi aplica as graças ela n·clen ção. (Ver perg. 229) 396. Que nos é expressamente ordenado no domingo? No <lomingo, nos é expressamente ordenado: l.) assistir devotamente à santa MiR~a; 2) abstt'r-nos de trahalho~ i;;ervís. 397. Por meio de que outras obras piedosas podemos santificar o domingo? Podemos santificar o domingo: 1) ouvindo o sermão, comparecendo à:-- in:-:.lru çõc~ da Religião e aRsiRtindo am; offoio~ divinos, à tanle; 2) recebendo díguamcnte o~ santo~ Sacrmrn:n to::; e: LtzP.rnlo lei1 u ras piedo:--a~ e obra:-:- dl::' nu-í,lad•~ crisLã. 398. Quê sao trabc::lhos serví.s? Trabalho;, servíi~ ~ão trahalhos c·o1·1u1n.11:-;~ 1·;...,·. cutado:-; hahitualrrwnte por t1m pn•f~arlo:-:, _jornal C'Í rn:-:- ,. , . opPrano~, . . Além das oi.J~as !Sc1:vb;, c~sra? tambôm p~oi;Ji~as ~Ll. tra,8 obras qrnl nao sendo propriamente servis, nao oo:-:; tantc, por serem ruidosas e estrepitosas, perturl)am con sideràvelmcntü O silêncio que requerem os ofícios divi nos. Tais são os atos judiciais, leilões, etc. 399. Peccrm scmeri~e a:qu,$1,es que fazem trabalhos ser vis? https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 163 servís, mas també1n os que, sem rn:~ce:;.,sídade, as exi gem de seus criados e operários. Os criados, aprendizes, jornaleiros, etc., devem pro curar um emprego em que lhes seja permitido come morar o domingo e os dias santos de guarda, conforme a lei divina e eclesiástica. 400. Nunca será permitido executar trabalhos servis, aos domingos? J~ Jwrmitido fazer trabalhos servb, aos domin go:;, se as autoridades eclesiásticas, por motivos im porlm1tt'S ou µ;rave~, dispensam neste ponto, ou quan do urna nf'('.P::~íclade urgente o exige. 401. Profana-se o domingo somente pela execução de trabalhos servis? Também se profana o domingo por obra~ más ou pPcaminosa~, por excessos e intemperança~, por joµ;o!'- " diversões Jjccneíosas, convertendo desla nrn nei ra n Ilia do Sr:nhor num dia de <levassi<lão e cs efrrnlalo~ público~. 402. O que devemos teme·r pela profanação do domin go? J">p]a profanação do domingo, d<-~vemos tcrnt'i~ = 1) os rastigos temporais e eternos rom que fh-.. 11.-- ameaça os que prof anum o domingo; 2) para nãoprofanarmos o domingo, deve larn h(-m ~en,j r-no~ a considerm;ão de que {>, uma imper do[n1el kviandarlr consagrar tanlo~ dias ao hem do - .,. . .... l coq111 f:' nao querPr <'onsagrar wn so aoi:s n1tert-':"-~f's f a a 1nm imo1·tal: :3> oulro e!--tímulo para não profanarmos o do- 111m.L~:n --era a 1'(m~id~n:1<·ão de une o r,;p,-vieo divino do .> .1- -'> https://alexandriacatolica.blogspot.com.br r 1 O am,or àe Tobias para com 8eu velho pa·i. - "1Jlntão Tobias 1 tornando do fe7, do peixe, untou os olhos de sei,, pai',. (Tob. XI, 13) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 165 domingo é a confissão pública de nossa fé católica e que, por conseguinte, sua profanação é uma afronta à Religião e um escândalo para nossos irmãos cató• licos. "Violaram inteiramento os meus sábados. Resolví poi~ drrnmiar o meu furor sobre eles no deserto, e ex terminá-los". (Esequiel XX, 13) "Aquele que violar o .sábado, será punido de morte". (.exodo, XXXI, 14) Zê lo do.s Israelitas na cdebração do sábado. (2'• Macab. VI, 11) Assim era no Antigo Testamento. APLICAÇÃO: Celebra o dia do Senhor como dever de conciência e não te deixe~ sedu7ir, para o profanar, por pretextos vãos de diversões, nem pelo exemplo, n-em por ordem de ho~fü:ns corrompidos e seni religião. "Deus nos conceda esta graça. Não nos é proveitoso abandonar a lei e os preceitos de Deus" {l, Macab. II, 21) QUARTO MANDAMENTO "Honrar pai e mãe". § 1. DEVERES DOS FILHOS E DOS SODITOS 403. Que manda Deus no quarto m~damento? No quarto mmHlamento, Deus manda que os f i • lhos amem, honrem, obedeçam aos seus pnis e os sÚ• ditos aos seus superiore~. 1. Deveres dos filhos para com os país. 404. Por que devem os filhos respeitar, amar e obede cer aos pais? Os filhos devem respeitar, amar e obedecer aos pau,: 1) porque oi-. pais estão em lugar de Deus: https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 166 2) porque, depois de Deus, são seus rna10res benfeitores; ~) porque os pai:,; devem educá-lo~ para Deus e para a vida t>lt-~rna. 405. Quando pecam os filhos contra a honra e o res- peito devido aos pais? n~ f;]ho.-- pecam contra o devido respeiLo: 1) tJuanc]o desprezam ou menosprezam os pais; 2) qumuJo falam mal deles; .~) quando ~e envergonham deles; !J.) quando lhe~ re~ponclern com aspcn~.za e de~ dém. ·\~uanto ao ôlho do que escarnece de seu pai, e do que dr.-sprcza a mãe que o deu à luz, arranquem-no os corvos que andam ~1 borda da ... c; torrPntes. e comam-no os filhos da á_g-nia" (Prov. XXX. 17) 406. Quando pecam os filhos contra o amor que de vem aos pais? o~ filho~ pecam f'ontra n amor que devem a i-.Pll!-- }1~11~: ·1 ) qnnndo Jhe:-:- :--ão inp:ralo!-- 1~ não reiam por ,2) qtw.tido Hw.:- d,•:;ejam ou fazi·m algum mal; . ' 1 1 1 . 1 • t •.> quJn1 11 o~ cn n:-- 1•t·Pn1 nu ~f' uam con ra d.-~: l) IJli,111do nao º" :--iwtH-rem na:-' m·ce~sírlades e rni,; 'IIPº 1·t il 111 1·otn pa('iência . .;na-- fraquPza8. '·(1 <JW' !1•r'ÍI' seu pai ou s1rn rnãc. ~eja punido de nwt·IP. < l qu,:, arnaldiçoar SC'U pai ou ~ua mãe. seja puni do d,, mor11:" (Êxodo. XXI. U-17) "Filho. ampara a ve ihic•• de rr_'t~ pai. e não o r•n1TiSU'<'as durante a sua vi da'' ( Eclesiástico, III, 14). https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 167 Exemplo: Jesus, mesmo agonizando na cruz, cuida de sua mãe. 407. Quando pecam os filhos contra a obediência de vida aos pais? pai~: ()-; filhos pecam contra a obediência devioa aos l) se não obedecem ou obedecem mal:. 2) se não atendem à~ suas aclmoestaçõe.s; J) se resistem ao~ castigo!- que lhes impõem pe ia~ ~uas falta~. "Se um homem tiver gerado um filho contumaz e rebelde, que não atende às ordens do pai ou da mãe, e eastigado desdenha de obedecer. . ; o povo da cidade o apedrejará, e ele monerá. para que tireis o mal do meio de vós e todo o Israel, -ouvindo isto, tema" (Deuter. XXI, 18 - 21) 408. O que têm a temer os filhos que não observam o 4.' mandament-o? Os filhos t]Ue não oh~ervam o quarto nianda• nwnto~ juntanwnle com H ignomínia e a afronta que c·,'wrn ~obre l•fo:,;, por serem rnáus filhos, têm sobre .:.i n nw l :li<;ão de Deus nesta vírla e devem tPnwr pa ra a outra a condenação eterna. "Maldito o que não honra seu pai e sua mãe; e to do o povo dirá: Assim seja" (Deuter. XXVII. 16) Exemplos: Cam. Absalão, os filhos de Helí. 409. O que têm a esperar os filhos que fielment,: ob servam o 4.t ma.ndam•ento? 0:- filho.~ que observam fielmcnle o quario 111;,u1d1nnento~ lhn a ef-perar ne~la vida a prolec;ão e a h~nc.;ão dt• Dt·us e na oulra a f elieídadc eterna . . "Honra tPu pai e tua mfw que é o primeiro man~ ,ltnncnto qu~ h·rn promessa; afim de que sejas feliz e tentrn.s lan:a vida sobre a terra" (Efes. VI, 2-3) E:H'm:plos: Sr.rn, Jafl't, haac. o jovem Tohias. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 168 2. Deveres dos súditos para com os superiores. 410. Só (:1 nossos pais devemos respeito, amor e obe diência? Não só a nossos pais devemos respeito, amor .e obediência, mas também a nossos tutores, mes• tres, palrões, governadores, hem como a todas a:, autoridades eclesiásticas e civís. 4Il. Por qué devemos respeitar, amar e obedecer a nossos superiores, como a nossos pais? Devemos respeitar, amar e obedecer a nossos RUperiores, como a nossos pais, porque são substitu tos ou auxiliares dos pais ou, de algum modo tfan sua parte na autoridade e rios direitos dos pais. 412. Quais são os deveres particulares dos emprega dos para com seus patrões? Os empregados devem: 1) respeitar os patrões e obedecer-lhes; 2) zelar pelos interêsse5 dos mesmos; 3) cumprir fielmente as obrigações impostas pelos empu~gos. "Exorta os servos a que sejam submissos a seus se nhores, a~radando-lhes em tudo, não os conlradi:t.emio, não os defraudando. mas mostrando em tudo inteira fi delidade". (Tito, II, 9-10) "Servos, obedecei em tudo a vossos senhores temporais não servindo só quando sob as (suas) vistas, como para agradar aos homens, mas com sinceridade de coração, temendo a Deus". (Colo~s., III. 22) "Servos, sêde obedientes aos vossos senhores com todo o temor, não só aos bons e moderados, ma:; também aos díscolos". (1 ~ Pedr. II, 18) 413. Que deve1·es temos a cumprir para com os supe riores eclesiásticos? Estamos obrigados= https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 169 l) a honrá-los e amá-los como representantes de Deus e como pais espirituais; 2) a submeter-se prontamente a suas ordens; 3) a cuidar de seu sustento, segundo a lei e o costume. 1) "Terne o Senhor com toda a tua alma, e venera os seus sacerdotes,,, (Eclesiástico, VII, 31) ~) Obedecei aos vossos superiores, e sede-lhes su jeitos, porque eles velam, como quem hã de dar conta das vossas almas, para que façam isto com alegria e não gemcmdo: ·pois isto não vos convém" (Hebr. XIII, 17) 3) "Assim ordenou também o Senhor aos que pre gam o Evangelho, que vivam do Evangelho" (1~ Cor. IX, 14) 414. Quais são os nossos deveres para com os supe riores ciyís? E~Hnrnos obrigados: l) a prestar às autoridades civís estabelecidas por Deus, respeito, fidelidade e conciênciosa obediên cia; 2) a pagar as contribuíções e impostos; 3) a assistir-lhes, quando há necessidade, e de f endê-1os com nossos bens e nosso sangue contra os inimigo5, da pãtria. 41 S. Donde procedem o poder e a autoridade dos su periores eclesiásticos e civis? Todo o poder e autoridade dos superiores ecle siásticos e civis vêm de Deus, a quem representam: os edA~iá.stir~os, no domínio espiritual, os ci ds, em negócios temporais. Não há poder que não venha. de Deus; e os (pode- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 170 res} quf1 ,,xh.ttm1 foram instituídos por Deus'' (Rom., XIII 1) 416. Corno se peca contra a autoridade eclesiástica ~ (~ civil? l ) por <lesprêzo; 2) por críticas e maledieências temeráriaH; :1) por oposição e revolta; 11-) por r Pcusa em pagar as devifl ~-..~ co nt rí h II i- "Aquele pois que resiste à autoddadc, res..iste a or dem de Deus. E os que resistem atraem sobre si prõ pr'ioo a condenação.. É pois necessário que lhe estejais sujeitos, não sõmente pelo temor do castigo, mas tam- i~ém por motivo d-9 conciência. . Pagai pois a todos o que lhe é devido; a quem tributo, o tributo; a quem imposto, o imposto; a quem temor, o temor; a quem honra, a honra11 • (Rom. XIII, 2-5-7) Exempos: Coré, Datan e Abiron. 41 7. Em que casos é preciso desobedecer aos pais e aos superiores? ]~ preciso desobedeet'r aos pais e uo~ Hlperiore~, quando ranndarnn alguma cousa que diante de Deu:: é ilícita; pois "deve-se obedecer anteH a Deu.; que ao~ homens~~ (At. Apóst. V, 29) Exemplos: Os -três jovens na fornalha a1·dcnte, ('m Babilônia; os irmãos Macabeus; os Apóstolos diante do Sinédrio. 418. Qual deve se·r o procedimento dos jovens par,:c com as pessoas idosas? Os jovem.: devem re~peitar o~ mais w~lho:-: e ou nr seui-. conselhos. ;'Levanta-te diante duma cabeça encnnecida, e hon ra R pessoa do ,·elho" (Lev. XIX, 32) APLIC'.L1</Ã0: Honra teus pais. teu confessor. teu nw:;tn- e todoE- ,),!-: qUE\ cm e:onst'ouência de um cs.r,go o-u https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 171 da idade têm alguma autoridade sobre ti. Obedece, pronta e alegremente, a exemplo de Jesus, para que "nfto gemas no fim.. e digas: Porque _detestei a disciplina, e porque o meu coração não cedeu às repreensões, nem ouvi a voz dos que ensinavam, nem dei ouvidos aos n1estres?" (Prov. V, 11-13) § 2. DEVERES DOS PAIS E SUPERIORES 419. O quarto mandamento encerra somente os deve res dos filhos e dos súditos? O quarto mandamento compreende também os (fo'IJer<'s dos pais e supen:ores. O 441 mandamento concede aos pais e superiores díreilo8 sobre os filhos e súditos. Estes direitos baseiam se nos de·vcres; por isso os dever·es dos pais e superioret. também estão compreendidos no 41.> mandamento. 1. Deveres dos pais para com os filhos. 420. Qual é o ptimeir-o e mais santo dever d-os pais para c-om os filhos? O primeiro e mais santo dtWfü' dos pais para com os filhos consiste em educá-los para Deus e paM ra a viria eterna; por isso devem: 1) rezar fervorosamente pelos fi]hos; 2) educá-los bem na Religião católica.; :; _) al'O~lurná-lo:-: dc:--de cti:do à piedadr. e à~ boas ohrc1--; principalmerür.- pelo horn exemplo; ·l) prr$crvá-los do::; 1wrigos; -~) nhl íg:ar --uas falta~ (:om caridade cristã. ·· 1;; , ós. pais echwai \ ossos filhos na. disciplina e nas instruções do Senhor" ( F:fés. VI, 4) - "O menino que b abandonado à suR. vontade, é a w~rgonha de sua mãe''. {Prov. XXIX, 15). "Não poupes a correção ao menino, porque, se lhe bateres com a vara, não morrerá. Tu lhe baterás com a vara, e livrarás a sua alma do infe1'no". (Prov. XXIII, 13, 14) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 172 -t2 l. Qual é o segundo e importante dever dos pais? O segundo dever importante dos pais consiste em cuidar do bem estar e progresso iemporal de seus filhos; por isso devem: 1) conservar seus haveres em condições con venientes, e, se necessário, procurar aumentá-los; 2) cuidar convenientemente do alimento, ves• tuário e da saúde de seus filhos; 3) acostumá-los, desde cedo, ao trabalho e f a zer com que aprendam o que lhes pode ser útil. .. 422. Como pecam os pais que negligenciam os deve res para com os filhos? Os pais que negligenciam os deveres para com seus filhos, principalmente quando não lhes dão uma boa educação cristã e católica, pecam gra1;emente, e, além disso, tornam-se participantes dos pecados de seus filhos, e, não poucas vezes, são a causa de sua perdição temporal e eterna. Exemplo: Heli. 2. Deveres dos Superiores para com os súdítos. 423. Quais são os deveres dos tutores. educadores, superiores e mestres? Os deveres dos tutores, educadores, superiores e mestres~ são relativamente os mesmos que os dos pais, visto que são seus representantes. 424. Qual é a obrigaçfü, dos patrões para com seus empregados? Os patrões devem: 1) tratar o:::- empregados com caridade; https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 173 2) pagar-lhes o justo salário; 3) animá-los com palavras e exemplos ao cum primento c-le !,eus r1ev~r~~ cristã.os. e à prática r1e todo o hem; 4) afastá-los do mal e das más ocasiões. "Se tens um escravo fiel, estima-o como a tua al ma, trata-o como um irmão". (Eclesiástico, XXXIII, 31) - "Vós, Senhores, tratai os vossos servos com jus tiça e equidade, sabendo que também vós tendes um Se nhor no céu". (Coloss., IV, 1) - "Se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua casa, ne~ gou a fé e é pior que um infiel''. (P Tim. V, 8) 425. Quais os deveres dos superiores para c.om seus súditos? Os superiores são designados por Deus para promover o bem de seus súditos; devem, portanto: l) promover, segundo suas forças, o bem estar dos súditos; 2) exercer ~eu ofício com sabedoria e justiça íntegra; 3) ea~tigar o mal; 4) dar a todos bom exemplo por sua conduta c.risl:ã. ''O príncipe é ministro de Deus para teu bem" (Rom. XIII, 4) "Josafá, dando as suas ordens aos juizcs disse: "Vêde o que fazeis, porque não exel'ceis a justir,,'a dum homem, mas sim a do Senhor; e tudo o que julgardes, recairá sobre vós. O temor do Senhor seja convosco, e fazei todas as coisas com diligência, porque no Senhor nosso Deus não há iniquidade, nem acepção de pessoas, hPm cubiça d(' dádivas" (21' ParaHp. XIX, 6-7) Nas eleições para cargos púhlicos, devemos ver se aqueles a quem queremos cle_r;cr possLtem os conheci rncntos indispensáveis, se vivem no temor de Deus, se têm uma vontade firme e honestidade comprovada. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br ·~• ---·--- __ g_:&J=z.?_ - "Todo o que derra.-nw,r o sangue hunwno, (será ca..sti gado) com. a efusão <.lo .<;eu próprio sangue; 1Jorqite o ho nunn foi feito à irnageni de Detts". (Gên. IX, 6) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 175 APLICAÇÃO: Honra sempre teus SU{leriores, como ministros dr. Deus f' nunca dês ouvido àqueles inimigos 1c toda ordem legal que "prometem a liberdade, quando eles mesmos são ei:-crnvos da corrupção". (2" Pedr. Il 19) QUINTO MANDA.MENTO "Não matarás" 426. Quê proíbe Deus no quinto mandamento? No quinto mandamento Deus proibe todos os pe• cados pelos quais se causa dano ao próximo na vida do corpo ou da alma. 427. Como se peca contra a vida corporal do próximo? Pe1~a-se contra a vida corporal do próximo: 1) matando, ft~rindo ou e~paneando in_jm,la• mente o prôximo: 2) pn~jndicando-lhc quando :-:P amarp;ura ou aflicõe~ t~ maw:: Lratos. ·> Mntar só é lícito: a saúde, principalmente ~e encm~ta a sua vi(la com 1) ao governo para castigar certos crimes: :2) aos soldados. em defesa da pátria; ;i) ,t todos, Pm l<:gítima defesa da vida e dos bens. 428. É permüido propô:- ou aceitar duelo para defen der a hon.ra ultrajada? l\ão: (\ dtwln, ('ln qualqul:'r ('(t:-'o, nlC"n\0 que não s,~ja de rnü.i.'lC~ (~ um grande erínw que :-:;e opi•t' a Ioda~ "·" li·i~ di, i1w.~ e h1rnHma~, e~ por conseguinl(', não ,~ J>1:>1·n11\1do. Tortos os que t.omam parte cm duelos. como tam .. bém as 1estr-mnnhas Yoluntár-ias, incorrc~m em pena de excomunhão. 429. Q1..w _pecado ccr.c;t:!le c,;1quele que, h1ju!jtan.-.:.·:?nte, 1-:,·ata o prô~cimo? https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 176 Quem injustamente mata o próximo comete um peearlo que brada aos céus, porque: l) usurpa criminosamente os direitos de Deus; 2) destroe a segurança na sociedade humana; :1) lança o pró,;imo na mais profunda desgraça temporal, e~ muitas vezes~ precipita•o na eterna con denação. "Todo o que derramar o sangue humano, (será cas• tigado) com a efusão do seu rrróprio snnguc--: porque o homem foi feito à imagem de Deus". (Gên. IX, 6) - Já nesta vida o homicida é ntormentado com horríveis re morsos. e, muitas vezes,é castigado com uma morte ig nominio~a. como vemos cm Caim, (Gên. IV, 16), em Acab e Jezal>el (39 Reis, XXI; 21-24; 49 Reis, IX) 430. O quinto mandamento proíbe somente as obras más e efetivas contra a vida do próximo? O quinto mandamento proibe também tudo o que conduz à obra má ou a ela excita, como: a ira, o ódio, a inveja, as rixa8, as palavras 1n3uriosas e as maldições. "Todo aquele que se irar contra seu. irmão, .será condenado em juízo". (Mateus, V, 22) -- "Todo o que tem ódio a seu irmão, é um homieída". (111 João, III. 15) 431. Quando se peca contra a própria vida? Peca•se contra a própria vida: 1) quando se lira a vida a si mesmo, ou t,e a expõe levianamente a um grande perigo; 2) quando se prejudica a saúde por intempe rança, libertinagem e por ira violenta. 432. Que pecado comete o suicida? O suicida comete um crime monstruoso: 1) contra a divina majestade, a qual f.Õrncnte compete o direito sobre a vida e a morte; https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 177 2) contra a própria alma~ que, ~em piedade, a atira para o fogo eterno; 3) contra a sociedade civil e contra sua pró• p1·ia f umílin à qual causa luto e ignomínia indes• r,ritíveis. A Igreja. nega a sepultura eclesiástica aos suicidas. 433. Nunca se pode expor a vida própria ou a saúde a algum perigo? Levianamente, nunca devemos expôr nossa vi da ou nossa saúde; mas tratando-Re de cumprir algum grande dever, como salvar a vida corporal ou espiril.u~il do próximo, não só é pern1íti<lo, mas, é, em muitos casos, um preceito expôr ao perigo a sua vida ou a saúde. ' 1Kão temais os que matam o corpo e não podem matar a alma: mas temei antes aquele que pode Jançar no inferno a alma e o corpo". (Mateus X, 28} "O que perder a sua vida pot meu amor. achá-la-á" (~fateus, X, 39) 434. Pode-se desejar a m-orte a si próprio? Por desespero e mau humor nunca se deve dese jar a morte; pode-se, porém, desejá-la por uma boa intcn~ão por exemplo: pelo desejo de nunca mais ofender a Deus P df' poder çontemplá-l.o face a f u ce no céu. "Desejo ser desatado fda carne). e estar com Cris tot> (Filip. I, 23) 435. Como se danifica o próximo na vida da alma? Danifica-se o prôximo na vitfo da alma, quando ,c:.e lhe dú esc[mdalo, isto é, quando intencionalmente se induz o p1:óximo ao pecado, ou quando~ voluntà- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 178 rianwnle P sr•m nec·p~~idade, ~e lhe dá <H·a~1ao para cometê•lo. 436. Quem é réu de escândalo? São n~us ele e~cândalo todos os tjlH.', modo, Pxcitarn ao mal, ou o aconselham, ordPnam ou o aprovam; e em particular: de ul~um auxiliam~ l) os que entretêm conversas ímpia~ ou imo ra1~ em pre~ença de outros nu ~e Yt"'~tem deshone~ta- mente: 2) o~ que espalham livros e Pslampas rnú.;: 3) os que abrem suas casas a ladrões, ébrio~, jogadorps e u oulros homens vieio8os para fazerem 1wla::- suas rt'1rniÕf"~ ilfcita~; 4) o:-: superim·es que não impedem o mal! 11a medida de seu dcn.:'r, ou ati• nH ... ~nw o favor1'(·1·m pnr seu mau exemplo. 437. Quê motivos nos devem intimidar para nao dar• mos escândalo? Deve horwri:..mr-nos do escândalo: l) o pen:-amcnto de que o c~eândalo~o é uni au \ i] iar de ~ataná.;;, t' ()IH~ inala a:-:; airna:-:- que .ie:::u . .;; Lri~• lo n:-:--µ;atou corn f) ~t~U :--anguc; 2) a~ lt'rrÍ H'Í ~ corn;pquênc·iH:-- dt>:--le pecado: :1) n len·Í\ t'l ~e11tcn<;a de• Jesu,..;. Cri~lo: ~.o que Pi-cc111dal iz,tr u lll de~te:-:: pequenino~, quP 1T(~m cn1 mim. m,·H10r Pie ff)rn •!Ut' ~e lhe pr--mlu1·1-1:-.-:.(' ao coco a mi"1 íJIJI' um a:-;no faz o-irar. r (Jlff• n Linc:1..;~,•ii1 .~ o ~ > no fundo du llH-Jr~" (?vL.tleu:-~ "\Vlll, 6) 1) Ele (o demônio) foi homicida desde o princípio". 1 J ort0 VIII. 0l4) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 179 2) Toda a humanidade foi COlT0mpida pela descen dência de Caim. 3) "Ai daquele homem por quem vem o escândalo!" < Mateus, XVIII 7) ~xemplo: Eleazar, que preferiu moner a dar es cândalo aos jovens. 438. Que se deve fazer no caso de se causar da·no ao próximo no corpo ou na alma? Quando se causou dano ao próximo no corpo ou na alma, eleve-se não só arrepender-se e confessar o pecado, mas tamhérn reparar o dano cawrndo, quan to for po~~ível. APLICAÇÃO: Sê comedido e pacifico. Fog-e dos sedu tores; e não sejas tu mesmo sedutor e assas.sino da alma do próximo. Esforça-te antes para edificar os outros por tuas palavras e exemplos e assim cooperar na salvação das almas. SEXTO E NONO MANDAMENTOS • "Não cometerás aàultério" -- "Não cubiçaréts a mulher do teu próximo." 439, Que proíbe Dsus no sexto e nono mandamentos? No sexto e nono mandanwnto~, DPu:, proibt>: l) o adultério e todo pecado contra a ('.i:!.~11 da de; 2) tutlo o que induz à impureza. <Ver perg. 57): "E nem sequer se nomeie entr,: vós a fornicação ou quaJqucr impureza. como convém a san tos" (Efos. V. 3) 440. Quais são os pecados contra a castidade? De um medo gera], é peeado contra a cnst.i,i.:t cle ! udo o que c~tá l1pulo a uma corn placPncia \'O· https://alexandriacatolica.blogspot.com.br O castigo de Sodoma e Gomo-r-ra. "Não sateis que sois templo de Detts1 e que o E:;pírito do Dous habita em vósl Se alguém violar o tcm.plo do Deu,s 1 Deu,s o âestrufrâ. Porque é santa o templo de Deus, que sois vós". II Cor. III, 16-17) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 181 luntária em coisas impuras; a tais pecados, perten cem especialmente: 1) consentir em pensamentos e desejos im- puros; 2) conversas, canções e gracejos impuros; 3) ouvir e ler com agrado coisas impuras; 4) olhares e ações impuras. Por desejos impuros, entende-se o desejo de ver, ouvir ou fazer alguma coisa impura. Na confissão, não devemos 110s acusar somente que consentimos em desc~ jos impuros, mas declarar taml.Jém a que espécie de ve cado, tais desejos se referiram; por ex.: desejei volun táriamente ver coisas impuras. Quando se tem düvida se alguma coisa é ou não contrii.ria à santa pureza: de ve-se pedir esclarecimentos ao confessor e, enquanto se estiver na dúvida, evitar tal açào duvidosa. 441. São graves os pecados con.tra a castidade? Sim; todo pecado contra a castidade, per. f citanwnte voluntário, é pecado mortal; entretanto, un:1 é mais grave que o outro, conforme as pessoas com as quais se comete o pecado ou conforme seja mais vergonhoso e contra a natureza, e segundo são mais nocivas_ as suas consequências. 442. O que induz geralmeute à impureza? Induzem à impureza: l) ')' .... ) .3) 4) 5) olhares curiosos; modas indecentes; más t:ompanhias e leituras imorais; comédias indecentes e bailes; relações demasiadamente livres con1 pessoas de outro sexo; ó) ernhr1aguês e ociorüdu<le. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br A f eUcidade da família cristã praticaiite. Boni-avent·u.ra<los os puros de coração, porque eles ve~ rã.o a, neu..s". (Mat. V, 8) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 443. Por que deve cada um guardar-S,11"3 especialmente da impi1reza? De·v1· cada um guardar-~t' P~pecialmrntc da im Jmreza, porque não há pecado mcÜ6 vergonho&o e mai~ funesto ~m suas eonsequência~, do qur o peca do e I('~ impur~za. 444. Por quê o pecado de impureza é tão vergonhoso? O pecado de impureza é Ião vt~rgonhoso, porque cometendo-o, o homem, imagem e templo de Deus, ehamado a uma vida pura e santa, se rebaixa até o nível do~ animais. Es1 e vício procura SC'mp1·t' os lugares escuros e ocnI tos. 445. Quais são as e o n se q u ê n e i as da impu reza? l) A. impureza priva o homem da inocência e infecciona-lhe o corpo e a alma; 2) conduz a muitos outros. pecados e vícios e muitas reze~ ao homicídio e ao desesp<~ro; :-i) precipila o homem na miséria, na infâmia e na itmomínia, e por último, na (:ondena,;ão eterna. "Não sabeis que s.ci.s templo de Deus, e lJ.Ue o Espí ritc de Deus habita em vós? Se alguém violar o tem plo de Deus. Deus o destruirá.Porque é santo o templo de Deus. que vós sois" (P Cor. III. 16•17). "Aquele que se junta com prostitutas tornar-se-á corrompido; chega• rá a ser o pasto da podridão e dos vermes" (Eclesiásti co XIX. 3) ---· -'Pelo que toca aos deshonestos. sua parte será no tanque ardente de fogo e de enxofre" (Apoc. XXI, 8). Exemplos: O dilú\·io. Sodoma e Gomorra. Herodes e He rodíades que, pela impureza, foram induzidos a deca pitai, S. João Batista. 446. Que o r d e n a Deus no sexto e nono man. damentos? https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 184 No sexto e nono mandamentos, Deus ordena que sejamos honestos e puros em nossos pensamentos, olhares, palavras e ações, e qu~ guardemos com ·su mo cuidado a pureza de nossas almas, como o maior bem e o mais bdo adôrno do homem. 447. Por que devemos estimar, de modo especial, a virtude rla castidade? Devemos estimar a virtude da castidade, de mo do especial: 1) porque ela faz os homens +;emelhantes aos . anJos; 2) porque nos alcança uma especial amízade de Cristo e dos santos; 3) porque nos concede a felicidade interior e disposição para a prática do bem, principalmente pa ra relações com Deus, na oração. 1) A cn~1idade é chamada. de nreferência, a virtu de an.gélfoa; S, Luiz: " o jovem angélico". 2) O Filho de eDus escolheu para sua Mãe, a Vir gem puríssima, para seu pai adotivo, o casto S. José, e para .beu ai.scipuJo pnidileto, o apóstolo S. Joi-w, que 01·a virgem. 3) "Bem~aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus" (Mateus, V, 8). 448. Que m e í o s devermos empregar para conser var a castidade? Para conservar a castidade, devemos: J) fugir das más companhias e das ocasiões de pecado; 2) guardar os sentidos, principalmente a vista; 3) recorrer a Deus e à SS. Virgem no tempo da tentação; https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 185 4) receber frequente1nente os santrn, sacramen. tos; 5) pedir com f~rvor a virtulle da pureza; ú) pensar que Deus está sempre pre.senle, e que a ·qualquer momento podemos morrer. "Aquele que ama o perigo perecerá nele". ( Ecie siãstico III, 27) esta sentença aplica-se espücialmente em relação aos pecados de impureza. Quem, ao contrá C'io, foge do perigo e procura o auxílio de Deus, ficará intato no meio das chamas da tentação, como os três jovens na fornalha ardente, em Babilônia. APLICAÇÃO: Pensa muitas .vezC?s nas palavras da Sa grada Escritura: "Oh, quão formosa é a geração casta com o seu brilhot A &ua memória é imortal, e é louvada diante de Deus e diante dos homens. • . Coroada para sempre, tri unfa. ganhando o prêmio nos combates pela castidadet•. (Sabed. IV, 1-2), SÉTIMO E DÉCIMO MANDAMENTOS ''Não furtar". - "Não cobiçarás a casa. nem o cam· po. nem o servo, nem a serva, nem o boi. nem o jumento de teu próxi mo. nem coisa alguma que lhe per . ... tença . 449. Quê proíbe Deus no sétimo e décimo mandamen tos? No sétimo mandamento, Deus proibe causar dano ao próximo em sua propriedade por meio de roubo, furto, fraude, u~mra e por outros meios in justos; no décimo mandamento, proibe também 08 desejos de· possuir de maneira injusta os bens alheios. O sétimo e décimo mandamentos têm por objeto as segurar e proteger a propriedade do próximo. Isto supõe que a propriedade particulat·, assim como existe e sem pre exi~tiu, é ju:sta. Logo. as atuais doutrinas comunis- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br Nao fu1·ttri'âs. "Que !t.p1·ouei.ta ao honi.f·-m .<1u11hw· t-ocfo o m1rn1.'o 8c Uer a ve1·der a s-ua ulnw?-'' (Mat. :XVI, 26) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 187 tas que combatem o direito de propriedade, são falsas e cont1·árias à lei divina. Por isto, nenhum cristão deve a elas aderir. 450. Quando se peca por roubo e furto? J.) Peca-se por roubo, quan<lo, com violência, e coni..ra a vontade do dono, se tira algum bem alheio; 2) peca-se por furto, quando se tira o bem alheio à..s <'Slxmdídas. 45 I. Que outros pecados deve,m .ser considerados co m.o furto? São pecados de roubo ou furto: não pagar as dívida:--~ comprar, ocultar ou vender coi~as rouba da:;;; não !',':-'tiluir coi~a~ achatlas ou furtada~~ ou ao nicno~ o seu valor. Só se pode conservar objetos achados quando depois de se fazrrem ;:is rlP.vitfa.s dilig-êndR.s, nífo se encontrou o proprictár'io. 452. Quando se peca por fraude? Peea-se por fraude, enganando no peso, na me dida, ua qualidade, passando moeda falsa, empre gando material ruim, f azetulo obra mal feita, falsi ficanrlo mr--rcadorias, e, principalmente, adulterando gênerm; a1iment:íeios. Se alguém foi defraudado, não adquire com is1o o direito de enganar a outros, para se indenizar. 453. Qua.ndo se peca por usura? Peca••Sc por usura: 1) quando se exige juros ilícitos por uma so ma emprestada; 2) quando se compra cereais ou mercadorias para vendê-la~ por um preço exorbitante; https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 188 3) em geral, quando se abusa da necessidade e da ignorância do próximo para seu próprio provei to e ganho. 454. Como se peca ainda contra o sétimo mandamen. to? Peca.se também contra o sétimo mandamento: 1) quando, por malícia ou negligência culpá• vel, se prejudíca ô próximo nos seus bens; 2) quando se toma parte em pecados contra este mandamento por conselho ou au.,>d.lio. Graves e injustos danos co.usa aquele gue. po1· joga tina ou dissipação, leva sua família à miséria, ou que difama os negociantes e operários para lhes tirar 'os fre. guêses, como todo aquele· que, por qualquer meio ilíci• to, impede alguém de ganhar honestamente aquilo a que tem direito. Pertencem a este número os estudantes, que, por faltft de aplicação não correspondem às despesas dos es tudos, ou que desperdiçam o tempo e o dinheiro destina dos aos estudos, em leviandades, prazei·es e gastos inú teis. 455. Quando são graves os pecados con.tra o sétimo mandamento? Os pecados contra o sétimo mandamento são graves, quando com eles se causa notável dano à propriedade do próximo. 465. Quando se peca gra-vemente, embora por pe quenos roubos e prejuízos? Os pequenos roubos e prejuizos ao próximo tor nam-se pecados graves, quando: 1) são repetidos com frequência, de modo qut>; o proprietário sofre um dano notável, ou mesmo quando há vontade de os repetir com frequência; https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 2) quando o próximo sofre grandes prejuizos pela falta dessas coisas que, em si, são pequenas, e tais prejuízos já foram previstos de antemão pelo que os causa. 457. Que se deve fazer quando se possue um bem a lheio ou se prejudicou o próximo? Deve-se restituir o bem alheio e reparar o da no, conforme. for possível; sem isso não há perdão de Deus. 458. Quem está obrigado a fazer à restituição ou re paração dos danos? À restituição ou reparação dos danos está obri- ga.do: l) aquele que roubou o alheio, ou tiuem o po2- sue e causou o dano; 2) se o primeiro, que foi causa principal do dano, não o repara, e~tão obrigados a isso os que. tomaram parte no pecado, ou aqueles que não o im pediram podendo, e que, por ofício, deviam fazê-lo. 4-59. Quando se. deve restituir? l) Quando ilícita e cientcmente se adquiriu, reservou ou prejudicou uma coisa alheia, deve-se in denizar perfeitamente o proprietário; 2) se o dano ou roubo sucedeu, sem que disso se tives:.=;c conciência, então Jogo que se ficar ciente de que se po~sue um bem alheio, dcve~se restituir t.u do quanto dele ainda exista, e tambfan o aumento de riqueza que dele proveio. No primeiro caso, não basta restituir a coisa rouba da, ou. no CHSO elo a mesn,a não existir mais, o preço e- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 190 quivalente ao que tinha quando se roubou, mas _é neces sário restituir o que os bens roubados produziram ou produziriam se não tivessem sido danificados; entretan to, pode-se reter dos produtos da coisa roubada aqueJas despesas que o proprietário devC'ráter. fe_ito para co~se~ vá-la_ Em uma palavra, deve-se restituir ao propneta rio todo o lucro de que foi privado, e pagar todo o dano que se lhe causou. No .'ff,Y'ttndo caso, deve-se restituir tudo o que ainda existe do bem alheio e aquilo que tem produzido, dedu zindo, contudo, as despc-sas de conservaçfw 460. A quem devemos restituir o bem alheio? Dt>n· ser re~tituirlo ao propriMário ou a :,;pu~ hPrdeíro:-:. Quando i~1o não for pos~Í\'l~l, devt~-~e dá-1o ao~ puhrt-'~ ou empregá-lo em ohra.-: dt:> (:aridadt•. 461. Quê se deve fazer quando não .s,e pode fazer logo a restituição? DPn·-~c· empregar ~erianwnle toda a e.li) ígênc:ia para fazer a n"'slilnil;ão ou repan:t<,;ão o nrni~ drpre~ !-:-U possível. Quando se está em dúvida sobre a restituição ou indenização. deve-se pedir con~elho ao confessor. 462. Quê devemos considerar para não lançar mão do alheio ou para não omitir a restituição? n,,, Pnto:- eon~iderar: 1) que a rnorlt~ no:-i arrebatará o~ lwn~ inju~h> mentt"' adquirido:-: " i:-:to mai::- d(•pr<>~:-ia do que o es peramo,..;; 2) que a po~~P do hem alheio não 1 raz consigo f Plit-idade, tH·m ht'n-:ão, mas :--Ím dP~:rra(:a~ anµ;ú~tin~ 1nald1(Jio e uni fim de::-grat;ado; •)' l • • • l 1 ,) ) 'l"'~ naua JlHll~ UTHClOlli.l fl() q1ff•~ por t::n https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 19'1 hem f.H-t~~agP1ro, pt->rder o céu •~ precipilar a alma no fogo eterno. "Aquele que semeia a iniquidade. colh~rá males" (Prov. XXII. 8). "Que aproveita ao homem ganhar todo o mHndo, se vier a perder R sua aJma ?'' (Mateus. XVI, 26) 463. Quê manda: Deus no sétimo e décimo manda mentos? No ~hinm r· décimo mandamentos, Deu~ man da dar a cada um o que e seu e e~tar contenh:• com o que ~P po~sue. O 1>nlire den' lª.Star contente com o que possuc ou com o que• pode ganhar honestamente. Deve alegrar-se por se' v01· semeJhante ao Divino Salvador, que era po br~ e tüo amante da pobreza. que a exaltou como uma bem-aventurança. Quando os pobres Rão aplicados e e conômicos, Deus e as pes.soas de bem o.s auxilié1m pa1·a poder,,m vi\·er hem. O ,'i<'o devP. proteger os pobres. pois Deus o exige; P, ~e nüo o fizer('rn, ouYirão, um dia, dos lábios do Juiz divino a terrível P rigorosa palavra: "Tive fome, e não me dc~tcs de comer: tive sêde. e não me d~Ates de bt:?- ber C'tc.'' APLICAÇÃO: •·- Nunca furtes, ainda que uma coisa mínima, nem mesmo a teus pais. Considera e toma a peito as palavras 1 ão verdadeiras: "Pelas coisas pequenas se pl'jnc1pH1. <' inulrnerüc\ se cai em grandes" "Bens adqui ridos injustamente não trazem proveito'', - Não apegues teu coração ao dinheiro. nem a bens passageiros, pois "a raiz de todos os males é o amor ao e.linheiro" (I Tim. VI, 10). OITAVO J\/IANDAMENTO "Não direis falso testemunho contra o t,eu próximo" 464. O que proíbe o oitavo mandamento? O oü,no nrnndnnwnlo 1n·111lw l<>vanlar fabo te:--;lí'lllllnlw 1·ontra o prú,i1no, i:-:lo e\ fazer declara- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br "Cerca te'U,8 ouvidos com espinhosJ não queiras ou,vir a Zingua -m.á·''. (Ecli, XXVIII, 28) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 193 ções falsas, perante o tribunal, contra a pessoa acu• sada; proíbe também todos os pecados que po<lcm f e rir a 1x1 rdaclc ou a honra do próximo. 465. Qual é o dever daquêle que deve prestar um tes temunho perant,e o tribunal? Quem prcci:,u.r fazer um depoimento perante o tribunal deve llPclarar pura e plenamente a verdade, assim como sahc, sem nada acrescentar, nem dimi mnr. Este dever é grave. pois, em geral, tais depoimcn- tos estflo ligados a um juramento. "Tendo mandado vir dois homens, filhos do demô nio ... ; e eles, como homens diabólicos, deram ies1.c~mu nho contra Nubot" (3ç Reis. XXI, 13). § l. PECADOS CONTRA A VERDADE 466. Como se peca contra a verdade? Peca-se contra a verdade por toda espécie de mentira e falsidade. 467. Que quer dizer mentir? l\tlentir é dizer concientemcn!e e de pr1;p1')t,:Ilu uma falsidade. 468. Não se deve jamais mentir? Não; nunca se deve mentir nern para utilidade própria nem alheia, e nem por graeêjo. "A mentira é no homem uma vergonhosa mancha (Eclesiástico XX, 26), A mentira. segundo a intenção do que a diz, divide-se em: a) oficiosa, que se diz para prestar serviços, para sair-s-e de certos embaraços cu para preservar-se de al gum dano; b) pernic-íosa, quando se pretende causar a1 ~um da no ao próximo; https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 194 e) jocosa, quando com a mentira, se pretende fa z~r rir. Quando, porém, se tratam de contos em que há tantas aventuras e invcrossimilhanças, que todo homem razoável pode descobrir a falsidade, então não há men tira, mas puros gracejos. Tambi'm certas fórmulas de civilidade, ampliações e histórias imaginárias não são mentiras. 469. Não se pode calar a v;erdade, quandó se é inter rogado? Há casos em que é permitido, e, às vezes, ate rigoroso dever calar a verdade. 1) E' pe1'mitido calar a verdade, ou dar uma respos. ta evasiva, quando aquele que foterroga não tem ne• nhurn, dirt::ito àe exigir que se lhe revele a verdade; 2) é de1,n cal fl r a verdade. q mm do se tr a 1 a de um segredo, cuja revelação seria contrária à priidência ,;ris ta, a i.:<..trilú1,J.e ou às ob1'igu.ções profissionais. 470. Quando se peca por lingimento? Peca~se por fingimento, quando, pelo comporta mento exterior, se quer induzir os outros a erro. Urna forr.ia especial da dissimulação é a hipocrisia, pela qual uma pessoa se finge melhor ou mais piedosa do que na realidade é. "Ai de vós, Escribas e Fariseus hipócritas: porque sois semelhantes aos Eepulcros branqueados, que por fo ra parecem formosos aos homens, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos, e de toda a podridão. Assim também vós por fora pareceis justos aos homens: mas por dentro estais cheios de hipocrisia e iniquidade". (Mateus XXIII, 27-28). § 2. PECADOS CONTRA A HONRA DO PRôXIMO 471. Como se peca co.ntra a honra do próximo? Peca-se contra a honra do próximo: 1) por difamação e calúnias; 2) por palavras injuriosas e desprezíveis; 3) por suspeitas e juízos temerários. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 195 472. Quando se peca por diJamação? Peca.se por difamação, quando se publicam as faltas do próximo~ sem necessidade. 473. Quando se pode revelar faltas do próximo? Po<le e mesmo se deve revelar as faltas do pró-. x1mo: l) quando se necessita de um conselho; 2) quando é necessário para maior bem do pró• x1mo; 3) para evitar um mal maior. Porém n[!sses casos, devemos observar e atender ao seguinte: 1) que a!'; faltas ou pecados devem ser manifesta dos só1nr'nte às pessoas que podem remediá-las, e quem os manifesta deve ter uma boa intenção; 2) ao m:mifestar as faltas do próximo não é lícito aumentá-lns ou cxagerâ-las, nem dar o duvido::.o como ccrw. A difamação está ligado o dct.estõ:vcl vício de le·var m,c:):'.e1·ico:-1, o que consi::.te ern contar a uma pcsr,oa, cmn má intcnçfto, tudo o que se ouviu dizC'r de d0svnntajoso a seu rcspei io, semeando assim a sizânia, o ódio e ini mizades mortai,c;. A Sagrada Escritura diz a esse rcs~ peito: "O mexeriqueiro e o homem de duas línguus é maldito porq1;e pf'rtnrha muitos que vivem em paz". (Eclesiástico XXVIII, 15). 474. Como se peca por calúnia? Peca•se por calúnia, quando se atribue ao pró ximo faltas que não cometeu ou se exagera as que tem. "Aquele que dctrae ocultamente a outrem, é seme• lhante à serpente que morde ca:ada". (Ecle.siasto X, 11). 475. A difamação~ a calúnia são sempre pecados gra ves? Não; a gravidade desses pecados depende de https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 196 certas circunstâncias. Em geral, pode-se dizer da ca _l únia e da difamação que são tanto mais graves: 1) quanto maior é a falta e mais respeitável a pessoa de quem se fala; 2) quanto maior é o dano que se lhe causa; 3) quanto mais numerosassão as pessoas que ouvem a calúnia ou a difamação; 4) quanto mais maliciosa for a intenção que se tem, 476. Que se deve fazer, quando se difamou ou calu niou o próximo? 1) Quem difamou o próximo, está obrigado a restituir-lhe a honra, desculpando-o na medida do possível, ou exaltando suas boas qualidades; 2) quem caluniou o próximo, deve retratar a calúnia; 3) em ambos os casos, há obrigação de rcpa r ar todos os danos causados. 477. Também é pecado ouvir falar mal do próximo? E' pecado ou-vir falar mal do próximo: 1) quando se escuta, com prazer, a~ conversas maledicentcs; 2) quando não se impedem tais cunver::;as, em bora se possa fàcilmente; 3) quando se dá ocasião ou se ali 1nenta a con• vcrsaç.ão dos murmuradon~s, por meio de pcrguntag ou sinais de aprovação. "Cerca os teus ouvidos com espinhos, não escutes a língua má", (Eclesiástico XXVIII, 28) "O vento do a quilão dissipa as chuvas, e o rosto triste, a língua mal dizente", (Prov. XXV, 23) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 197 478. Quando se peca por palavras de injúria e des prêzo? Peca-se por palavras de injúria e desprezo, t{uando se lança ao rosto do próximo o que o rebai• xa perante os outros. Também se pode injuriar o próximo sem prof e rir palavras, isto é, tratando-o com sinais de desprezo ou omitindo as devidas manifestações de respeito. Quando se injuria a alguém, deve-se pedir descul pa, principalmente se a ofensa foi grave. 479. Quando se peca por suspeitas falsas e juízos te n1erários? 1) Peca-se por falsas suspeitas, quando, sem motivo suficiente, se presume mal do próximo; 2) Peca-se por juízo temerário, quando, sem razão suficiente, se tem por certo e verdadeiro algum mal do próximo. "Não julgueis, para que não sejais julga dos. . . E por que vês a arésta no ôlho de teu irmão, e não vês a traye no teu mho?" (Mateus VII, 1-3). O oitavo mandamento foi promulgado, cm prir.1.ciro Jug-ar, para proteger a hoúra do próximo; porém, disso se conclnc também que devemos cuidar de nossa prõpria honra, conforme o mandamento: 41 Amarás a teu próxi• mo. como a ti mesmo". § 3. CUIDADO DA PRôPRIA HONRA - DOMtNIO DA UNGUA 480. Até que ponto dever.nos cuidar de nossa própria. honra? Derenrns cuidar de no~:-:a pnlpria honri.1., na me dida que o exige a honra de Deus, a edificação do prúxirno e os- deveres de nosso estado. "Pr-ocu,.·c.mc-::; fuzc'r o bem. não só diante de Deu::;, rnas também d-innte dos homens" fII Cor: VIII. 21) -·--· https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 198 No cuidado de nosso bom nome e reputação, devemos, porém, guardar-nos, com dJigência. de ultrapassar a justa medida. Port an+o devemos estar dispostos a rn f-rer injúrias e cscárneos. quando isso rf'duncla <'m gló ria para Deus, em salvação para o próximo ou para nós, j; i,0s,,,,., !"nntido ane cti·~ a ~_,;,,-racla E'-C'l"1u1 a: --~P .-tl- guém te ferir na tua face direita, apresenta-lhe também .,. 0;•1 r:i'' (~\Pr1"1~· V, 3~)); e ··Se soi'- u!traiados í'Or <'RU• sa do nome de Cristo, bem-aventurados sereis". (I Pedro, IV, 1,1) Lxe111plo dus AlJübLOlus. \Atos A_,,ó;,;1, V, -l.i) 481. Como devemos cuidar de nossa própria honra? Devemos cu-i<lar de nossa própria honra, usan clo de meios lkito~~ principalmente, por uma vida virtuosa e evitando até a aparência do mal. ··Tende 1.ima boa conciõncia: para que. naquilo em que diz-em mal de \'ÓS SC"jam confund•dos os que caJu~ .ni:un o vo~~r, bom• prO<"'("dcr em Cri~1o" (I Pedro. III, :i.G) "Guardai-vos de toda a aparência d\) mal''. (I Tess. V, 221, Pt·esunção, vaidade e desprezo dos outros, são rnc-ios im.própr.:os para pro~cgcr o bom nome: do mesmo modo, 1nr:~os oc; outros meios con:.rfu:ios à modéstia e à humil d~de cristãs. 402. Ou:? de .. ,emos fazer para nos preservc:r de::; peca~ do~ da tngua? Par a uos preservar dos pecadots da lír.guo., de vemos: l) falar com reflexão •C com,i<lerar que teremos de dar coritas, no dia do juizo, de toda pa.lJ.vra ocio.; sa. U,fat. XII, 36); 2) conservar nosso coração livre das ambiçõe:;, da in\'eja, do ódio e de outras puixões desordenadas. 1) "Aquele qt;c- ~ua1·da n. s11a boca guarda a sua al m~. po ... é•m n "' te ~ inconsiderD.do no falar scntir:í ma les". (Prov. :XIII, 3). 2) ''Con&o µodcis dizer coi.sas bons, vós que i;oís https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 199 mau~? porque a boca fala da abundância do coração". 0\'latcu~ XII, 34). 483. Que ordena Deus no oitavo mandamento? Deus ordena no oitavo mandamento que: 1) sejamos sempre sinceros; 2) dominemos a língua; 3) cuidemos de no~sa própria honra e da do próximo. "Se aJ~uém não peca r1Pln na1::ivra. ('<:t" (node-se di zer que) é um homem perfeito►'. (Tiago III, 2). ··Mais vrJc o born nome do que munas riquezas". (Prov. XXII, 1). APLICAÇÃO: ~ Detesta toda mentira e fingimento! Nunea fales descaridosamente de teu próximo e não o o fendas cem palavras injuriosas: "o golp0 de uma vara faz uma pisadura: mas o golpe da língua esmigalha os ossos". (Eele::;iástico XXVIII, 21). !\ao ocultes, porém, as tahas do próximo àqueles que as possam corrigir. DOS MANDAMENTOS DA IGREJA 484. Quais são os preceitos que os cristãos devem ob servar, além dos mandamentos de Deus? Os cristãos devem observar também os manda mentos da J greja.  observância dos mandamentos de Deus, estão o brigados todos os homens, pois estes estão inscritos no coração de todos os homens (lei natural) e se funda mentam na natureza humana; à observância do:, man damentos da Igreja, porém, só os cristãos estão obriga• dos, pois só eles são súditos da Igreja. · 485~ Donde vem à Igreja o direito de impôr preceitos? Estp, direito a Igreja o recebeu do próprio Jesus Cristo, que lhe deu o encargo de reger e governar os fiéis em seu nome. ''Tudo o que ligardes sobre a terra. 1erâ ligado tam. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 200 bém no céu: e tudo o que desatardes sobre a tcrl' a, será desatado tumbém no céu". (1\fotcus, XVIII, 18) Portanto, quem despreza os mandamentos da Jgre• ja, despreza o próprio Cristo. "O que vos ouve, a mim ouve: e o que vos dl'spreza, a mim despreza" (Lucas X, 16). 486. Quê enc;erra ainda este poder da Igreja? Este poder da Igreja encerra também o direito de velar sobre a observância dos mandamentos e Lle castigar os Lransgressores. Os castigos que a Igreja comumente aplica são: privação dos santos Sacramentos, da sepultura eclesiás• tica e a exclusão da comunidade religiosa ou excomu~ nhão. 487. Quais sãos os principais mandamentos da Igreja? Os principais mandamentos da Igreja são cinco: 19 ouvir l\lissa inteira nos domingos e festas de guarda; 21 ' confessar-se ao menos uma vez cada ano; 39 comungar ao menos pela Páscoa da Ressur reição; 49 Jejuar e abster-se de carne, quando manda a santa l\fadre Igreja; SQ Pagar dízimos segundo o costume; A Igreja, além dostcs mandamentos, promulgou ou• tras leis que se estendem sõmente a um estado em par ticular ou que se estendem a todos os fiéis, mas só• cm determinadas ci~cunstânci as; por exemplo; sobre o ca samento, a vida sacerdotal, os templos, etc. Estas leis estão contidas no Código de Direito Canônico. Uma grave obrigação imposta pela Igreja em nos- sos dias é o dever da "1lção Católica" · 488. Para que a Igreja estabeleceu estes preceitos? A Igreja estabeleceu estes p1·eceitos: 1) para melhor explicar os mand&mentos divi- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 20] nos e determinar mais cxutamcnte o quanto em s1 eu cerram; 2) para nos esliinular a levar uma vida piedo sa e penitente e, por este modo, promover a nos~a sal vação clcrna. 489. Como nos obrigam os mandamentos da Igreja? Os mandamcnlos da Igreja nos obrigam estrita mente, isto é, sob pena de pecado grave. "Quem não ouvir a Igreja, seja considerado como um gentio e um publicano". (]\-1ateus XVIII, 17) Já no Antigo Testamento Deus ordenara: "Aquele que, deixando-se levar pela soberba, não quiser obedecer ao mandato do sacerdote, esse homem mo::-rerá, e tirarás o mal do meio de Israel; e todo o po\To, ouvindo isto, te merá, para que dai em diante nenhum se inche d~ so berba". (Deuteronômio XVII, 12-13). PRINIEmo MANDAMENTO DA IGREJA ·•ouvir Missa inteira nos domingos e festas de guarda". 490. Quê nos ordena o primeiro ma,ndamento da Igre ja? O primeiro mandamento da Igreja nos ordena ouvir IVlissa, do começo até o fim, com atenção, res peilo e devoção, todos os domingos e dias santos de guarda. 491.. Por que motivo a Igreja ordena justamente a as;: sistência à santa Missa aos domingos e festas de guarda? A Igreja ordena justamente a assistência à 8an• ta Missa aos domingos e festas de guardat porque o santo sacrifício da l\íissa é o ato mais santo e perf ei to -do q1ho divino, pelo qual parlemos venerar digna- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 20.2 mente a Deus e abrir-nos a mais rica fonte de graças. (Ver pcrg. 696) . f 492. Quem é obrigado a ouvir Missa nos domingos e festas de guarda? São obrigados a ouvir ~1issa nos domingos e f es tas de guarda todos os católicos que tem o uso da ra zão e não estão impedidos por motivo grave. Motivos graves que podem dispensar da Missa ~e preceito: doença, velhice, máu tempo, distância, v~agcrn inadiável, perigo de vida, cuidado de doentes e temor fundado de grande prejuizo nos bens. 493. Quando ee peca contra êste mandament.-,? Peca-se contra o primeiro mandamento da I gre.1a; 1) quando, por própria culpa, se deixa de as sistir à santa 1\·'lissa ou uma parte da mesma; 2) quando, durante o santo sacrifício se estã vo luntàriamr~nle distraido ou se porta irreverentemente, "O Senhor está no seu santo templo; cale-se toda a terra diante düle". (Habac, II, 20) 494. Onde de"Jem os fiéis assistir à santa Missa nos do1'!'Üngos e dias mr.,1.1.tos de guarda? Os fiéis devem assistir à Santa lvlissa nos do .. mingos e dias santos de guarda, em sua Igreja paro quial, porque nesta o pároco prega especialmente pa ra seus paroquianos e oferece por eles a santa Missa. Todavia, também se satisfaz ao preceito da Igrejat ouvindo-a em qualquer outra Igreja pública. 4:JS. O pri::.;.10~):'0 mm1.dcn.'::~c,nto te!mbétr.: nos ordena ou T;ir o sermão? Não está ordenado na letra deste preceito que https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 203 se ouça o sermão, mas está contido em seu e!:-1pírito, pois tal assistência contribue para a digna celebração dos domingos e festas e é um dever essencial <los bons cristãos. Desde tempos antiquíssimos o sermão costuma ser feHo no tempo da Missa, logo depois do Evangelho; por isso, a Igreja, que prC'scrcve a assistência à santa Mis €.a, não precisa dar uma ordem expressa de que se as ~ista também ao sermão. 496. Por que devemos assistir também ao sermão? Devemos assistir ao sermão, 1) porque a palavra de Deus é um poderoso meio de sal va.ção, e foi ordenado pelo próprio Deus; 2) porque lemos a necessidade de recordar as verdade~ da fé e <lc sermos exortados à prática do bcrn; · 3) pm·qne temos o dever de nos edificar mutua mente Df'"io f'Xf•mn]o df" piedade f'risl 5. O que é de Deu&, ouve as palavras de Deus. Por is so, \ Ó.::, nifo üs ou ;is, tAJ!'!(UC nào sois de Deus". [João, V'lII. 471 E'. portanto, uni má11 sinal, qul:lndo se negli gencia a audição da palavra divina. ~97. C:,m:, dovem,.Js ouvir a pcilavra do Deus? Devcnws ouvir a pa!avr:1 <lc Deus: ] ) com ntcnç[t0,- rc~peito e sü1cero desejo de a proveitarmos dela para a nossa salvação; 2) punclt'.rmHlo sobre a:, verdades que ouvimos, fazendo ap1 icaç-ã,u <~ seguindo-as fielmcr.!e. "Bcm-aventur~c.os nqucles riuc· ouvcr1 n i)aluvra de Deus, e a põem ~m prática". (Lucas, XI, 28). 498. Cor.1 que fim se eslctbelecer·c.m1 cs fostas do Se- nhor? As festas de .f csus Cri..,to foram r.stabelecidns: https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 204· l) para ·que meditemos os mistérios de nossa Hcdenção. 2} pai·a dar graças a Deus pelos benefícios que nos concede; :1) para renovar nosso zelo e fervor no serviço de Deus e assim nos tornarmos dignos dos frutos da Redenção. 499. Com que fim se estabeleceram as festas dos San· tos? As festas dos Santos foram estabelecidas: l) para que louvemos ao Senhor pelas graças com que os rnnqueceu, e quP por sua intercessão conceda também a mís; 2) para nos trazer ü memória os exemplos de ~uas virludcs e a sua felicidade no céu~ e excitar.nos a tomar a resolução de imitá-los; 3) para que os invoquemos como medianeiros chanie de Dem~. SOO. Pode a Igreja abolir ou transferir as festas? c\~sim como a I~rejn. tem o direito de csUibele cer ns fe.-;t..1s~ tcrn ta:rnbénl o ,lin•i to de aholí-las, trans- f , J 1· • , J l . . . 1 ~ en- as ou .1.1n11la- ni.; a e c~tcn:runados .1ugares, con1or· me o c~:j~~ircm o \emnn e a~ tircun5tfincias. l. .1 . A douti'i-11.a da Igreja é E! deve sei- sempre a mesma, •PDI'CJ Ltc n H'.r·dacfo não n1L:dn. Tal, porém, não sucede c'.om a orga11 i;::aça.o e as dispo.siçc3ei., que a Igrcj a cst.abc;J f!cc no corn:-r cfos .sóc.ulo~; nisso c>la pode atender às circun~ t r.1wl;1-. de turn1:o ,_, dP 11::;·n_r·. Pnr-1Rri'1o. pode hnH·1· di versidade na celebração das fostas, sem que isto preju~ dique u Hitlorido.d(~ d.a J,;,·cjc'- iH::!Ir! a u:L:iu.dc du· _fe, nem a doutrina. nc.•m aos costumeB. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 205 ~-tPLlCA.ÇAO: -~ Seja para ti uma i·c·i;i·a inviolável o a~sist ir. 1.'m IUél paróouia. quando te ro1· po;-;:sín:-1 nos ofí cios divinos e ao sermão nos domingos e dias festivos. ORDEM DAS FESTAS LITúRGICAS NO ANO ECLESIÁSTICO 1. Sob a inspiração do divino Espírito Santo, a Igre ja instituiu e m·denou as solenidades litúrgicas de tal rno do, q'..le. durantL: o ano c-cles1ástico, toda a vida de Nosso Ser.hor Jesus Cristo passa, cm seus mistérios principais, diante de nossos olhos. A~sim sendo, devemos viver os mis térios de nossa Redenção e apropriar-nos de seus frutos por uma devota celebração dessas festas. Ao lado das fos tas de Nosso Senhor, a Igreja inseriu outras, em honra de Nossa Senhora e dos Santos mais eminentes. O conjunto dessas solenidades ~ucessivas que anualmente, se reno·v·am, forma o ano alf:.siâstico, também chamado ano litú.r{J-ico ou cristl:io. 2. Distinguem-se festas móveis e inióveis. Imóveis são as festas que recaem sempre no mesmo dia do mês; po:- ex Nata( que se celebra sempre aos 25 de dezembro. A distt·ibuiçfH> das festas móveis 1·egula-se pela Pás~ coa; por ex.: Pentecostes - celebrada 50 dias depois da Páscoa. E a própria festa de Páscoa é móvel: cai sempre no domingo depois da 1 ~ lua cheía de março. 3. As festas maiores sfw precedidas de uma co·m.emo raçr'io rt véspen, (vii.ülial. e alJ.;urnas s;ío ~erc;u1dus dP um ni tavário o~memorativo (oilava). 1.\.s duas festltS culmin.1;1- tes ele Nos~o Senhor - I\;nal e Páscoa ~ são prceed.idas de uma preparação maior e st•gnidas de uma comemora ção ainda mais prolongada, e formam duas grandes épo~ cas ou c-iclos litfrrgicos. A. FESTAS DO SENHOR l. C i e l o d o N a t a l 1. A preparação para o Natal ou a vinda do Senhor. é o Advento, t:om a qual come~;a o ano cdesiústico. Abr;, 1 t:~e quatro semanas e lembra-nos os 4.000 anos, cheios dt de- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 206 sejos e expectativas, que precederam a vinda do Messias. Durante o Advento devemos preparar nosso coração, por meio da penitência, aspirações e ardentes súplicas, para que Cristo venha nascer espiritualmente em nossas almas. A cor roxa dos paramentos e a Missa "Rorate" exprimem estes sentimentos 2. No dia de Natal, o ofício divino começa à meia-noi te, porque esta noite foi especialmente san1if1cac.J.a µelo nascimento" do divino Infante; é, pois, uma noite santa e con~agrada. Nesse dia, carla SacPrrlote pode cekhr;-,1' 1 rês santas Missas em memória da t1·ftJlice geraçãodo Verbo~ eterna, no seio do Pai; temporal, no da Virg-r!m Santí~síma; espirítual, no coração dos homens. O fru~o princ1paJ que devemos colher no mistério do ~a.tal é o amor à pobreza, à humildade e à mortif icaç<io. 3. No tempo comemorativo do Natal, destacam-se duas grandes festas: A Circundsfw e a Epifania. A festa da Circu:ncisão coincide com o início do ano civil (1•1 de janeiro}; como na Circuncisflo, o divino Infante recebeu o nome de Jesus cs• ta coincidência nos exorta a começar nossos trabalhos neste San tíssimo Nome. A festa da Epifania, nos 6 de janeiro, é celebrada co mo uma grata rcconlaçfio dP Cllit! o Sa1vmlor reci•m-nnsd do chamou a Si, por uma estrela prodigiosa, os três Magos clu u,·u::nte, como rcpre.,Cni.antcs do nwndo pagào. E tAc •.. 1e modo, Cristo manifc•-;ta-se como Salvador de todos: dos gentios, como dos judeus. Neste dia, devemos agrndeccr c~pcei a:men t 0 a nos~n n,carâo JJa,u a ve;ylwiei ni t'é. Com a oitava da Epifania, encerra-se o ciclo de Natal. II.· C i e l o d a P á s e o a Celebração do mistério da Redenção da humanidade 1. Tem,po de preparação: Nós nos preparamos com Je sus Cristo para receber a vida divina. A preparação para a Páscoa divide-se em: remo' a próxima e imediata. h,to é, por três degraus, subimos para celebrar a Ressurreição de Jc~sus C1 is10 e Lcrn1li(•r11 pa1·a rcs.surgirmos com Ele: a I o tempo. da Septuagésima; b) o tempo da Quaresma; e) o tempo da Paixão. a) A prepamçt"io remota para a festa de Páscoa abrange https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 207 os domingos da Septuagésima Scxagé:;ima. e Quinquagési ma. Neste tempo, a Igreja nos exorta â penitência e ao re colhimen t:o, pelo uso de paramentos roxos e pela supressão do "Glória'' e do "Allcluia". b l A p·1·epara(~ffo próxima é o tempo da Quare~mcr,. Anti gamente, o inicio da Quaresma era variável nos diversos lugares: 70 - 60 - 50 ou t10 d.ias antes da Pá~coa. ü Pa pa Gregório Magno estabeleceu, então. para todos, que o tempo da Quaresma começasse na quarta-feira depois do domingo da Quinquagésima -- quarta-feira de dnza.s - de modo que o tempo do jejum quaresmal passou a contar justamente •10 dias. excetuando-se os domingos nos quais não se jeJua. -- Pela imposição das cinzas, na primeira quarta-feira da Quaresma, a Igreja nos dirige um convi te oficial, para fazermos penitência: "Lembra-te, ó ho mern., que és pó e em pó te hás de tornar". A cimm é o sím~ holo de peni1 f'!lCia pelos pecados que trouxeram a mot·te para este mundo. Durante os 40 dias da Quaresma, os cris tãos devem unir-se íntimame·nte aos sofrimentos e à m,cr te do divino Sa.l·11c1,do-r. por meio de medi.taça.o e ·penitência, a fim de que. mortos ao pecado, ressuscitem com Ele pa ra uma vida nova, nas grandes solenidades pascais. e) A preparação imediata para a festa de Páscoa é o te11i po da Patxão que começa 14 dias antes do domingo da Res suneição. A Igreja quer que, neste tempo, nos concentre mos, o mais intensamente _gossível na Paixão de Jesus e gravemos profundamente em nossas almas o mistério de nossa Redenção. Em sinal de tristeza, e em referência às últimas palavras do Evangelho "Jesus escondeu-se e aban donou o templo", são veladas, durante este tempo, as ima gens dos altares e os próprios Crucifixos. O último domingo que precede à festa de Páscoa é chamado "Domingo de Rmnos"; nele se comernora a entra da triun.al de Jesus cm Jerusalém, poucos dias antes de sua Paixão. As palmas bentas não devem lembrar-nos apenas os ramos de palmeira com que o povo judáico ho nwnarrcon a Jf!.sus nesta ocasião, mas devem, especialmen te, nos estimular ao combate, à luta com Cristo, para que alcancemos a palma da vitória, com a qual, um dia após o juizo final, acompanharemos o mesmo divino Salvado1·, em sua· entrada tl'iunfal, como Rei e Vencedor, na Jerusa lém celeste. Com o Domingo de Ramos, começa a Semana Santa, durante a qual a Igreja celebra os santos mistérios de nos.: https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 208 sa Redenção. Nestes dias, todo cristão piedoso se enche de tristeza e se compadece da Paixão e Morte do Filho de Deus. A quinta-feira san'ta (chamada, cm alemão, "Grun dunr1erstagº - quinta-feira verde - porque, antigamente, havia o costume de comer, neste dia, as primeiras horta liças da primavera} é, para a Igreja, um dia cm que se mesclA.m alegria imensa e profunda tri~tcza. 1;~ um rlia de alegria porque nele se comemora a instituição do Sacrifí cio e Sac.:ramento da Eucaristia e do Sacramento da Ordem, e por isso a liturgia desig-na este dia com o nome de "Feria Quinta in Coena Domini", isto ó, Quinta-feira da Ceia do Senhor. F~. porém, igualmente, um dia de tristeza, por cau sa da Paixão de Cristo que começa- Por este motivo neste dia canta-se o Glória. na santa Missa, duranh~ o qual to cam festivamente o n1·gao e os sinos> que depois emudecem até o Glória, do Sábado Santo. Depois da 8anta :Missa o Snntíssi·m.o Bacni-nwn:to é retirado do aUa,r•Tnór, e levado cm procissno ao altar lateral da exposição. como símbolo de que Cristo, por sua morte, se afastou dos seus. A So:x:lct-fcíru santa é o dia da condenação do Salva• dor, de sua crucLixão e morte na cruz. i:~ dia de luto (mivcr• sal. Neste dia, a Igreja nao c6lel>rc.t o Sacrifício incnwnta da Missa para fazer realçar o Sacrifício c-ru,ento de Nosso Senhor, na cruz, e congre,riar os fiéis cm redor do Sumo Sa• ccrdotc, que se oferece como Vítima, pelos pecados do mun~ do. Durante a Missa, dos Pn;;.ssu/ntificaâos, a grande Hóstia consagrada na véspera (pressantificada) e levada ao altar lateral, é elevada, para que os fiéis A vejam e A adorem, e, depois, é consumida pelo celebrante, único a comungar nesta Missa. O Sabádo Santo é dedicado ao descanso do Senhor na sepultura. En~ ref anto, na Missa deste dia, a Igreja já co memora a Ressurreição. iniciando, logo pela manhã, as ce rimônias que outrora se realizavam à noite da Ressurrei ção. (Antigarr.cntc em todas as grandes fostas, o culto di vino principiava na noite precedente; daí o nome "vigfüa,'·' No Sáhado santo, benze-se o fogo novo, o Círio pascal e a Pia batismal. O fogo novo, que se extrae de uma pedra sim bolh:a o divino Salvador; a surgir do sepulcro E'Xcavado no rochedo. O O-frio f)((.Sca-l é igualmente um símbolo de Cristo Re-s sucitado que nos libertou da escravidão de satanás, como outrora a coluna de fogo libertou o rJOvo de Israel da ser- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 209 vidfio dos c-gípr.ios. Os; cinco orifícios do Cfr;o pascal. nre enchidos com cinco grão de incenso significam as cinco chagas de N o:5so Senhor. A água bat·ismal ó benta, po1·que nos primeiros tem pos do Cristianismo, era neste dia que se realizava o balis mo cfos Catecúmenos que, durante toda a qllaresma, se pre paravam paru a recepção deste Sacramento. 2. Domingo da Ressurreição. O dia da Páscoa é o maior e mais solene dia do ano, é a festa triunfal da R.c1fonç("io, pois, pela Ressurreição Cristo completou e selou sua vitó ria sobre a mortl~ e o pecado. Alep;remo-nos com nosso di vino Salvador e l'enovemos nossa fé em, sua DLvinclnde e n f..~zwrançci ele noss((, própria ressurreiç<1o gloriotHt. 3_ A comemomçiio ela feRtct. de Pâ.cicoet) que se esten de até o Sábado depois de Pentecostes, mostra-nos o divino Rc.,ssuscit.ado que, cm seu amor e bondade. ainda permane ce 40 dias entre seus discípulos, consolando-os e instruindo o.s 8obrc a Instituição de sua Igreja; e só depois sobe ao Côu para enviar em seu lugar, o divino Espírito Santo, o Consolador. Na celelJrn:ção lhúrgica do Salvador Rcs=;usci• tado, é notáw~l o primeiro domingo depois da Páscoa, cha mado "Domi·ngo -in (l.lb-is·'' (domingo branco) porque, outro~ ra, era. neste clia que, pela última vez, os neófitos apare ciam em suas túnicas brancas que receberam no dia do Ba tismo, no Sábado Santo. As procisscies dct8 Rogaçóes na festa de S . .i\olarcos (25 de abril) e dos trêsdias que precedem à Ascenção, nfio têm relaçfto especial com a festa da Páscoa; foram introduzi das em partP. para implorar que Deus afastm;se as adver sidades públicas, em parte, para suplicar a bênção para os frutos da terra. Com a festa da Ascenção_, o divino Salvador se afasta, por assim dizer, d~ nosso meio; em sinal, o Círio pascal, que permanecia acêso durante os solenes ofícios divinos, e apagado depois do Evangelho. A grande festa rle Pentecostes foi instituidFJ para co memorar a descida do Espírito Santo cm forma visível. sohT"c os Após1 oJos e o.s primP-iros cristão.s. Desde então, Ele ainda desce, ·embora invisivelmente. schre todos os que se pi·eparam para recebê-Lo. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 210 m. Tempo Acíclico No decorrer do ano eclesiástico, há dois períodos que não possuem um caráter festivo especial: o primeiro é o tempo que vai do fim da oitava da Epifania até a Septua gésima. O segundo compreende o tempo que vrti da oitava de Pentecostes até o Advento. No último período cclc:bram~ se diversas festas bem ímportan tes, que não pertencem a nenhum ciclo litúrgico. A primeira delas é a festa da SS· Trindade (no primeiro domingo depois de Pentecostes), ein que veneramos o supremo, e, ao mesmo tempo fundamen tal mistério da fé cristã, o qual nos faz compreender os de mais mistérios da fé. Na quinta-feira seguinte, a Igreja celebra uma serTun~ da festa em honra do SS. Sacramento - a festa de "Cor pu~ Ghristi" ou "fe:Jta, rlo SS. Corpo de Deu.-,''. porque nH quíntn-fefra santa o dia da instituição, a lembrança da Pai xão e Morte do Salvador não permite expansões de alegda. Depois de comcrnorar este Sacramento por oito dias. com júbilo e ações de graças, a Igreja celebra, no dia depois da oitava, como encerramento da mesma, a f03ta do Sagrado Coração de Jesus, cm reparação das ofensas que o Divino Coração recebe de tantas almas, no SS Sacramento do al tar. No último domingo de outubro, célebra-se a festa dtJ Cristo-Rei. Além das mencionadas, há outras festas pequenas cm honra de Nosso Senhor que são celebradas durante o ano eclesiástico, mas sem solenidades exteriores; ex.: a festa da Invenção da Santa Cruz (3 de maio), a festa do prcc10- sissimo Sangue de N. S. Jesus Cristo (1 9 de julho), a festa da Exaltação da Santa Cruz (14 de setembro). B. FESTAS DOS SANTOS L Festas da SSma. Virgem Como toda a vida da SS. Virgem foi uma perfeita côpia da vida de Cristo, a Igreja celebra também todos os acon tecimentos principais da sua vida, como celebra os de Cris to. Entre as numerosas festas marianas, as mais signifi cativas são as seguintes: 1. A festa da Imac,ulada Conceição. aos 8 de df'7.l"mbro, em que a Igreja se rejubila com o singular privilégio da Rainha dos céus de ser concebida sem pecado orighwl. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 211 2. A festa da Purfflccu;fio de Nossa Sen1wra ou de Nos sa Senhora da Candelária, aos 2 de fevereiro. Cclet.,ra-se fü•sta festa a apresentação do Menino Jesu., no templo. na <1ual Maria SS. oferece o sacrifício da purificação, prescri to pela lei mosáica. A bênção e a procissão das velas, com c1Ut' "e soJcniza e;;te dia, recordam-nos que Jesus. nesta o casião foi louvado como a "Luz para alumiar as nações••. t~ ... ui.,,.:....S lJ., ;,ú!,). 3_ A festa da Anunciação de Nossa Senhora, aos 25 de março. Seu objeto é a escolha da Virgem Maria para a dignidade de Mflc de Deus, o seu consentimento e a conse t1u.entc Incarnação do Verbo Divino. 4. A festa da .Assunção de Nossa. Senhora, aos 15 de agosto. E' a maior fosta que se celebra em honra de Nossa Senhorn, 1j01!- ~=e comemora a morte e a gloriosa Assunção de Maria SS.ma ao céu, onde, coroada corno Rainha dos Anjos e dos Santos, reina à direita de seu divino Filho. 5. A festa da Natividade de Nossa Senhor(t, aos 8 de ~"t"mhro. cm que se comemora o jubiloso natalício da mais rrivílcgimla dentre as criaturas. O nn8cim0:nto de 1\-fo:da SS.ma é, por assim dizer, -a aurora do dia da Redenção. Como cm honra de .Jesus Cristo, assim também em honra de Nossa Senhora, a Igreja celebra diversas outras festas menores, como: Aparição de Nossa Senhora de Lourdes 11 de fevereiro; 1\ü..'isa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil Visitação de Nossa Senhora J\: ossa Senhora do Carmo Dcdicaç:Io dn Igreja de N. S. das Neves Santíssimo Nome de Maria 7 de setembro; 2 de julho; 16 de julho; 5 de agosto: 12 de setembro; 15 de setembro e do dom. da Paixão; 24 de setembro; 7 de ou-..ubro: 11 de outubro; 21 de novembro; 12 de dezembro. As Sete Dores de Nossa Senhora na scxta-feiI-a depois No}~sa Senhora das 1·1:ercês Festa do Rosário Maternidade da SS. Virgem Apresentação de Nossa Senhora No,.sa Senhora de Guadalupe https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 212 II. F e s t a s d o s s a n t o s m a i s e m i n en t e s A Igreja celebra quase diàriamcnte a festa de um ou mais de seus numerosos Santos (ver o calendário litúrgi co); os mais importantes são: 1 a festa de Santo Estevão, protomártir do Cristianis mo, no dia imediato à festa de Natal (26 de dezem.,. bro); 2. a festa de S. José, Pai nutrício de Jesus aos 19 d_e março; 3. a festa do Patrocínio de S. José como Pad"oC'iro da Igreja universal, na terceira quarta.,.feira depois da Páscoa; 4. a festa dos Príncipes dos Apóstolos S. Pedro e Siio Paulo_, aos 29 de junho; 5. a festa de Todos os Santos, em l'1 de novembro; 6, a fosta do Padroeiro ela. Igreja, de cada Paróquia em singular. As festas já mencionadas. cumpre acrcscr-ntar a fa.')ta da drxlicnçito duB l(p·ejas, que em algumas Dioceses é trans ferida para um dia comum; a festa do,,; Santos Anjos elo, Guarcla, no primeiro domingo de 1-;etembro. Em aig-uns paí ses também se comemora festivamcn te o nnscimcnto· de S. Joéfo Bati.~ta, a()<.; 2-1 de junho. No~ diferentes pélisc~ j> pro víncias, há ainda outras diversidades na comemoração dus festa_s eclesiásticas. APLIOL1Çli.O: Prepara-te bem para as prir.cipais festas do ano, de modo riue possas receber em abundância as graças das mesmas. Guarda-te de profanar os dias san tos de guarda <'Om n c-xc>cuçfto de trabalhos servís, por ex cessos e diversões licenciosas, SEGUNDO E TERCEmo MANDAMENTOS DA IGREJA "Confessar-se ao menos uma vez cada ano". - ''Comungar ao menos pala Páscoa da Ressurreição". 50 l. Que ordena o segundo mandamento da Igre ja? O segundo mandamento da Igreja ordena u Lo• https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 213 dos os cristãos, que tiverem o uso da raz.ão, a se con• f essarem, ao menos uma vez por ano. 502. Quê nos ordena o terceiro mandame-nto da Igreja? O terceiro mandamento da Igreja ordena a todos, que atingiram a idade da discreção, a receber :dignamente a sagrada Comunhão, ao menos uma \'PZ cada ano, no tempo pascal. Quem se descuidou e não recebeu a sagrada Comu nhão durante o tempo pascal deve, logo qu.e lhe, fôr pos sível, satisfazer a este preceito. Por dupla razão, determinou a Igreja que o tempo pascal íôssc o prazo para a recepção da S. Eucaristia: 1) porque foi neste tempo que Crísto instituiu o SS. Sa• cramento do Altar; 2) porque foi no mesmo tempo que Cris_to morreu e ressuscitou por nós e por isso também nós devemos morrer a.o pecado, afim de ressuscitarmos com- Ele para uma vida nova. O tempo pascal no Drasil começa no domingo de Septuagésima (três domingos antes dn quartn...fcirn ele cinzm:) e termina no dia de São Pedi'O (29 de junho)• O cumprimento do preceito pascal chama-se d e s o briga. Quem cornunga lndignmnr•nli~ não cumpre o pre 4 ccito f.H.l0cal. (~UL'Jll dura111,c tudo o tempo lJtt.scul e,;;u ver ünpedido de ir ü igreja, d:)'>·c chamar o pú1·oco para fa. zer sua desobriga cm casa. 503. Dev•8mos conte:ntar--nos com receber os sc-.mtc1s sa cramc-r1tos da Coníi::isão e da Eucaristia somente uma vez per ano? N áo; porqtH~ é n:nlcnt:í~~;úno de~ejo da ] ~reja que rccd.H1mo~, os f:a11t.o~ sa cr m; 1c ntn~ da Con f i ~-~f:,ão e ( '.o rm.mhãn co.m a maior fn .. qut~Hcia IH1vsívd~ e c"lrm as. (] l. -:.IJ() ,._J; ('(r)• "-:. ric~C(~~·- ::l r 1'. ·t·~ IJ '! ·1·· -:1 ,·1; it"-' f)áh~~ 'l r1 111•0-· 11 L1 ~~ l' . . .... ... ~. l.-~... . ... L.,l. .. '- .._ :- <.. L.. i l,1 _, i ,., .. I\ ~ i... .. ~., em I1Qfi _prc._~cio~~os. frutos pura a vida eterna. Exemp.lo: os prtmeiros cristãos. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 214 504. Por que então a Igreja não impãe corno ur.1 dt'.!Ver a frequente recepção dos santos Sacramentos? A Igreja não nos impõe como um dever a f rew quente recepção dos santos Sacramentos: l) porque nosso amor para com Deus e nosso zêlo pelo bem e santificação de nossas almas já il..;.j devem mover à confissão e comunhão frequente; 2) porque a lgreja só quis ordenar o mínimo que ca<la cristão deve fazer, para n~:.o se tornar cul pado de pccaJo mortal. 5D5~ Quantas vêzes nos é permitido c-~mungar'? Quem se acha em estado de graça ~ tem a inten ç5o de tirar da santa Comunhão f ruto::1 para sua al ma~ pode comungar diàriamc1~,te. f''\1',"l c•n.~~" -~-:~n.r <li (-r:nmí'nt,, 01\ f••·p.,,1,e,n1-,.s vezes convém consultar o próprio confessor ou o pároco. A.PT.,TC ,lÇAn; -- I-nr,:--,,,,_tf' c"m() um <!ev<'r inr,ue .. brantável a participação frequente do Pão do:i Anjos; can .. fe::,~a-te e comur.g;a aü moi:;J)o.; uma. vez pvr mês. QUARTO ~1ANDA:MENTO DA IGR'SJA "iej.u.ar e abster-se de carne qucnc.o manda a santa Madre Igreja... · SC!S. Quo nos ordena o quarto mandronento da !greja? O quarto rrwndamento da Igreja nos onicna je- ju:ir e não com.er cat·nc nos diaf:> prcscrüos. S37. Quais são os dias de jejum e abstinência prescri tos pela tgr_ejo para o Drcw.J.? https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 2i5 A começar de agosto de 1951 a Sé Apostólica determinou para o Brasil as seguintes imposições a serem observadas por três anos: 1) Dias de jejum com abstinência: G-"~uarta-feira de cinzas; Sexta-feira santa; Sexta-feira das têmporas do advento; Vigília da Assunção; Anti-vigília de Natal. 2) Dias de abstinência: Sextas-feiras da quaresma. 1) A Igreja ordenou o jejum e abstinênci.a quares mais: . a) para que imitemos o exemplo que Jesus nos deu, jejuando 40 dias no <leserto; b) cm memória da amarga Paixão e Morte de Nos so Senhor; e) para que nos preparemos dignamente para a grande festa da Ressurreição. 2) As Quatro têmporas clu Ano: Para inidar de maneira mais piedosa as quatro es• tações do ano, já nos primeiros tempos eram celebr.adas as Têmporas. Estes dias são sempre a qua.rtci-feirn,, a sexta feira e o sâhtido, e são dedicados ao jejum e à o ração. As Têmpor~3i:;_ são celebradas: n) as primeirn.!! .. na 31J. semana do Adven.to; b) as segundas, na 2'!- sem.una da Quaresma; e) as terceiras, na oitava. de Pr:,ntecostc-11: e d) as í~ltimas ser,iprr:;· depo-is da festa da, exalt~ção 1l<t t~tmta Onr-:.: (14 de setembro). As têmporas foram insti .. tuidas para agradecer a Deus as colheitas e para implo. l'Hr novas b-2ncãos do Senhor para as seáras futuras. O dia mais solene era o sábado e ainda hoje é o dia prefe- rido para as ordenações sagradas. É, portanto, de sumo interêsse para os fiéis, que nestes dias impl,orem a Deus.,. a dãdiva de Pastores zelosos para o rebanho do St~nhor. 3) Pela abstinência. rias vi!]ília,s, dev,.mo-nos prepa .. rar para a digna celebracão das grandf}S festo.s. 508. Em quê consiste o jejum? O Je;um consiste ~m tomar uma :,Ó refeição com- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 216 pleta ao dia. De manhã é pe.rmitida uma pc'-1uena re f eiç.ão, denominada parva, e outra à noite, chamada. colaciio . .:, As bebidas não quebram o jejum a não ser o leite o chocolate e outras bebidas nutritivas, 509. Quem es·tá obrigado ao jejum? A lei do jejum obriga a todos os católicos desde os 21 anos completos até os 60 começados, se não es• f ivcrem dispensados por motivos graves. 510. Quem está disp_ensado do jejum? Estão dispensados <lo jejum: 1) os doentes, convalescentes e fracos; 2) os que tem trabalhos pesados a executar, e aqueles para quem o jejum ê um impedimento real para cumprir devidamente as obrigações <le seu esta• do ou vocação. Nos dias de jejum sem abstinência póde-se comer carne só na refeição principal. 511. Em quê consiste a abstinência? A ahstinência consiste em nos privarmos de car ne ou de alimentos feitos de carne. 8cgundo a. lei geral da Igrc,ia, a norma mais Regura e mais breve para o jejum e abstinência, é que cada um observe o uso ap1·ovado rin Dioce::,e cm Que f:e acha, pela auturidade ~desiástica. Com autorização pontifícia. os Bispo::; costumum dar, anualmente, para suas Dioceses diversa::; dí~p~1 nsas do mandamento geral do jejum e abs tinência. ~12. Quem está obrigado à abstinência? A lei da abstinência de carne obriga a todos os católicos, desde os 7 anos completos até ao fim da vi da, ~e não estiverem dispensados por motivo grave, https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 217 por exemplo: doença, receita médica, impossibilida de ou grande dificuldarle de oht.e1· oui:ros alimentos, etc .. 513. Que dev.em fazer aqueles que não podem cum~ prir o preceito d.a abstinência? Aqueles que não podem cumprir o preceito da abstinência, devem pedir dispensa a seu Diretor espi ritual e substituir a ab~tinência por outras boas obras. 514. Por quê motivo devemos observar a abstinência e o jejum nos días prescritos? Devemos observar a abstinência e o ,jejum nos dias prescritos: I) para imitar o exemplo de Jesus e dos San tos; 2) para f azcr penitência por nossos pecados; 3) para dominar mais_ fàcilmente nossas incli-- . naçoes sensums; 4) para demonstrar nossa obediência à santa Igreja. "Ê . boa a oração acompanhada do jejum. e dar es mola vale mais do que juntar tesouros de ouro" (To bias, XII, 8). 515. Não é superstição o privar-se de cer.tos alimentos? Seria [,Upt~rstição, se nós nos privássemos de certos alimentos, como se fossem, por sua natureza maus ou impuros, como ensinam diversas doutrinas errô neas; porém não o é de modo algum, quando o faze mos com espírito de penitência, como a santa Igreja o prescreve. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 21.8 Deus mesmo proibiu aos Israelitas certos alimentos (Levlt. XI J e o.s Avo.s wlos, ao., 1a·unc1ros cri~tãos. l Atos An- XV. 20) E~ci17nr e os irmão::; macabeus prc. criram so:rer morte atrocíssima a comer alimentos proibidol.:i. - E' verdade que Cr;~to dLsc; "Não é aquilo L1ue entra prJ~ h...,,--.:1 011c mnnf'ha o hom<'m", (l\T.at. XV, ll), mas a desobediência, que vem do coração, mancha o homrm, co mo prova a queda pecaminosa de nossos primeiros pais. 516. Basta que nos dias da jejum nos privemos de ali mentos. Não; nossa Mãe, a santa Igreja, deseja que pas semos estes <lias cm espírito de penilência e que os santifiquemos pela oração e pela prática de boas o bras. (Isaías LVIII, 6, 7). "Daquilo que te privas, reparte com outrem, para que o corpo de teu irmão indigente seja aliviado com aquilo que serviu de mortificação a teu corpo". (S. Greg. Magno}. APLICAÇÃO: Observe o mandamento do jejum e da abstinência como um preceito que o próprio Deus te deu. por meio da santa Igreja, e considera como honra o poder observá-lo fielmente 5. MJ.L'I\JDAJYIENTO DA IGREJA "Ajudar a Igreja em suas necessidades", 517. Que nos ordena o quinto mandamento da Igreja? O quinto mandamento da lgrej a nos ordena con• tribuir para a manutenção do cuho e o sustento dos ministros da Religião. Conforme suas posses os fiéis devem contribuir pa ra a construção de igrejas, para o sustento do culto e dos sacerdotes, para a formação do clero (Pia Obra dag Vocações Sacerdotais), para a manutenção da escola e da imprensa católica (Dia da Boa Imprensa), para a Propagação da Fé. (Missões), etc. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br219 Contribue-r.:e para o rmsh"nto rlos ministros da Reli !?'Hio. nRganrlo as <>!-lpórtu'as das 1'fissas -e as taxas dos batizados, casamentos, encomendações, etc. "Snindn torla a mnlt ;dà{J dos "i 1 ho!-i de 1..-r::1<'1 rl:i '!"r"'- sença de MoisÍ!s. ofereceram ao Senho1·. com uma von tade prorna e cheia de afeto. as pr.rn.icía~.• para a oura do tabem.áculo d.o testemunho. Para tudo aqui:o (lUe era necessário para o culto e V«:!stes sagradas, os ho mens e mullwrcs deram os braceletes e as arrecadas. os anéis e os ornatos" (Êx. XXXV, 20-22) .. Se- nõs semeamos para Yós as coi:rn.s espirilua.is é porventura grande coisa colhermos as vossas coisa3 ma tcri0Js? Não sabc·is que- os que trabalham no santuário com'?m do que é elo santuário, e que os que servem ao altar participam do al~ ar? Assim tamhém ordenou o Se nhor ans que pr-egam o J•:vangelho que vivam do Evan ~:e~ho". (1"- Cor I IX. 11, 13. 14) E:-t~a,do do "r,n,tC"'f'i<-'.J1'l<l da D011tri1•~• Cri~tã'' para uso da Pro\·íncia Eclesiástica de Porto Alegre, DA TR.AN!3GTIESSAO DOS MANDAM'ZNT03 § l. DO PECADO El\1 GWAL 518. O c·rur.. é o oeca.do? J. \i,r .. li" .Pecado é uma violação voluntár·ia à lei div·ina. A "lei divina" torna-se aqui no seu sentido rna;s ex• tt>nso e 1dgnif1ca a vontade de Deus nosso Supremo Sc nho:r e Legislador. dt! qual.quer modo 4.ue- i-;e nos mani fesü~. quer mandando. quer proibindo. Por co11seguh,.e1 abrr,ça rdo ~,ó os ~Iandam:~ntos de Deus e as p·cscr,ções feitas por Je~us Cristo. mas também todo:-; os precdlos que Deu!-. gravou desde o princípio no cora~ão do horrl('m, e nos faz conhecei- peh.t vo~~ da razão ou lei flE"..tural, as sim como também os preceifos e ordens dadas pelos hü men:; como rcprese:ntant.es de Deus, como s5.o os prC'cei- 1.os -'.'las autcridadP.s legítimas -~clesiásticas e seculares, dos pais e dcrnais superiores. A tr-anêi.l:'.:ressão é voluntária. quando hã o conheci• mcnto :10 rnal e o consen lirr.cnto da vontade. 519. De quantos modos se pode pecar? Pode-se pecar: https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 1,11 7\ 1 ✓• (iá, I i' 1/, ;,; !IJ! ,t 1 i~ , /.~ ,,' / i I . i ;; (_ •..,.. J/ I / h-Ç."''-"F \ - .: ... :.::J .,,~ J,,r--' l_../?-!:__-.;,-•" 1 F V 1 ·, -~\_;_0:;,r -e::::.-.:· ,.,. {~ Il i, \\\\ -.,;~>n --11 fl ";1/ .f I~~\ \ltl ~t r-\~. \ ,~\ ~ ,'- )\ ._'J, r " ~ '%\ ~\- l. " 17~ "'' ~ ,\., _.....__ v , ~ . https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 221 1) por maus pensamentos, desejos, palavra~ e obras; 2) pela omissão do bem que se devia fazer. 1. Pecados graves e veniais 520. Todos os pecados são iguais? Não; pois há pecados graves que se chamam mortais, e outros leves que se chamam 'Veniais. Cristo compara alguns pecados com argueiro, ou tros, com traves. (Mateus, VII, 3) 521. Quando se comete pecado mortal? Comete-se pecado mortal, quando se transgride voluntàriamcnte a lei divina em maléria grave. A transgressão é bem voluntária, quando está liga da ao claro conhecimento do mal e a.o pleno consenti mento da vontade. isto ft:, quando se conhecP. (]Ue se 1 ra ta de um pecado mortal, e, ainda assim, cede-se plena n1en te à tem lação. I\' ão é nece::;súrio que :se eonlwi,;a wtla a maldade do pecado ou se cometa o mesmo friamente. 522. O que se requer para que haja pecado mortal? Para que haja pecado mortal, requer-se: 1) matéria grave; 2) claro conhecimento do mal; 3) pleno consentimento da vontade. 523. Quando se comete pecado venial? Comete-se pecado venial: 1) quando se desobedece à lei" divina em maté,. na leve; 2) quando se lhe desobedece em matéria f.?;rave, mas sem perfeila a<lvcrtência ou sem pleno consen• timento. 524. Po·r qué o pecado grave se chama mor.tal? https://alexandriacatolica.blogspot.com.br "Aquele que de.spreza as coisas pequenas, pouco a pou- (;'O cairá'' {Ecli. XlX. 1) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 223 O pecado grave chama-se mortal, porque rou ba a quem o comete a graça santificante, que é a vi da sobrenatural do homem e o torna merecedor do inf crno, que é a morte eterna. "O pccmlo qunndo tiver sido consumado, gera a morte". (Tiago, I, 1.5) ~ 4Tens n reputação de que vives, e estás morto''. (A pocalipse, III, 1) 525. Por qu~ o pecado leve se chama venial? O pecado pequeno ou leve chama-se venial, por que mais f àcilrnente obtém o perdão (vênia), mesmo fora da confiss.fio. Os pecados veníais podem ser apagados por jejuns, esmolas, devota assistência à santa Missa digna receo• ção da Sagrada Comunhão, uso devoto da água benta e por outras boas obras, entretanto, nunca sem verda• deiro arrependimento dos pecados. 2. Malícia e castigos do pecado. 526. Quê nos deve fazer temer o pecado mo:tal? Deve nos fazer temer o pecado m01~tal a consi deração de sua malícia e más consequências. 527. Em quê consiste a malícia do pecado mortal? O pecado mortal é: 1) uma grave ofensa a Deus, nosso supremo Rei e Senhor; 2) uma vergonhosa ingratidão para com Deus nosso bondosíssimo Pai; 3) uma execrável infidelidade a Jesus, nosso amabilíssimo Reden:or; 4) afrontosa injúria ao Espírito Santo, o divi no Hóspede de nossa alma. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 224 1) "Tu quebraste o meu jugo, rompeste os meus Ja ços e disseste; Não servirei (o Senhor)" (Jcrcm. II, 201 2} Ouví céu~. e tu. ó terrn. c,.;rnt a, parque o Senhor é quem falou. Criei filhos (diz Ele) ü engrandeci-os, porém eles dcsr,r0z.1ram-me" í r~,;!Ías I. 21 3) "Se alguém não ama a Nosso Senhor .Jcsns Cris to, seja anátema". (I Cor XVI, 22) 4) "Não sabeis q¼e sois tcrnp1o de DP.us. e que o fü, pírito de Deus habita em vós?'' f! Cor, III, 16) 528. Podemos conhecer inteiramente a malícia do pe cado? Não; para podermos compreender toda a malí cia que há no pecado, precisaríamos de um perfeito conhecimento da infinita grandeza e bondade do_ Deus e Senhor que é of en<lido pelo pecado. 529. Por onde conhecemos melhor a malícia do pecado mortal? Conhecemos melhor a malícia e a culpabilidade do pecado mortal: 1) pelos casligos severos dos anjos rebeldes e de nossos prirne.iros país; 2) 1,elo eterno castigo do inferno que merece a culpa grave; 3) pelos cruéis padecimentos e morte que o Fi lho de Deus sofreu por nossos pecados. 530. Quais são as consequências do pecado mortal? As consequências do pecado mortal são terrí vern: 1) rouba-nos a graça santificante, e, com ela; o amor e a filiação de Deus; 2) priva-nos de todo o mérito e do direito a glória no céu; https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 225 3) submete-nos à justiça de Deus, e, por último, à condenação eterna. "Os que cometem pecado e iniquidade. são inimigos. das suas almas". (Tohias XII, 10) 531. Devemos evitar só o pecado -mortal? Devemos temer e evitar todo pecado, seja mor-· tal ou veni~l, como o maior mal que há no mundo. 532, Por quê devemos evitar cuidadosamente também. o pecado venial? Devemos evitar cuidadosamente também o peca do venial: 1) porque o pecado venial é também uma o fensa a Deus; 2) porque impede muitas graças que Deus nos. quer comunicar; 3) porque atrai muitos castigos de Deus nesta vida, e o purgatório na outra; 4) porque conduz, pouco a pouco, ao pecado moi-tal. 'jAquele que despreza as coisas pequenas, pouco a. pouco cairá". (Eclesiástico XIX, 1) "Vede como um pouco de fogo encendeia um gran de bosque!" (Tiago III, 5). 3. A conciência 533. Como somos advertidos interiormente do peca do? Somos interiormente advertidos do pecado pela voz da cnnr.ifncia. 534. Quê é a conciência? A conciência é a voz interior que: https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 226 1) em cada uma de nossas ações nos diz o que é bom e o que é mau; 2) antes da ação nos estimula a praticar o bem e a evitar o mal; 3) depois da ação nos louva ou censura, con forme praticamos o bem ou õ mal. A concíência é a voz de Deus quefala ao nosso co ração, tanto pela razão, como pela fé e pela graça. A fé e a graça são sempre seguras e não enganam, porém nos sa razão está sujeita à dúvida e ao erro. É per isto, que a conciênc-ia, muitas vezes, está perplexa, e, outras vezes, é falsa ou errônea. Por pecados habituais, a luz da razão e da fé é obscurecida e a graça se afasta. A consequência disso é o endureclmento ou embotamento da conciência. Um temperamento tímido pode ter f àcil mente a razão perturbada então, a conciência delicada se torna escrupulosa, de tal modo que teme o pecado onde não há. A leviandade, ao contrário, pode tornar a conciência larga, ou frouxa. de tal modo que considera como permitido o que realmente é pecaminoso. 535. Quê devemos fazer, quando a conciência está perplexa? Quando a conciência está perplexa, devemos procurar esclarecer-nos, e, no entretanto, evitar, o quanto possível, tudo o que possa ser pecaminoso. 536. Quando ;estamos obrigado.s a seguir a voz da conciência? Estamos obrigados a obedecer à voz da conciên• .cia, quando ela, clara e. precisamente, nos ordena ou proibe alguma coisa; agir contra a voz clara e preci sa da conciência é sempre pecado, ainda mesmo quando ela está em êrro. "Tudo o que não é segundo a fé (isto é: conforme a conciência), é pecado". (Rorn. XIV, 23) Se, pois, alguém, erradamente, considera alguma https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 227 ação lícita como pecado, e, assim mesmo, a pratica, tor na-se culpado de pecado; se, pelo contrário, por igno rância não cu.lpãvel, considera-se uma ação pecaminosa como lícita ,e se pratica a- mesma, não se comete pecado. 537. Que deve fazer quem tem a conciência inquieta ou escrupulosa? Quem tem a conciência inquieta ou escrupulo sa deve obedecer humildemente aos conselhos do con fessor. APLIOAQAO: Meu filho? "Tem a Deus em teu espiri to todos os clias de tua vida e guarda-te de consentir jamais no pecado. E' verdade que vivemos pobres, mas teremos muitos bens, se temermos a Deus, e nos desviarm-os de to do o pecado, e procedermos bem,,. (Tobias. IV, 6-23) § 2. VARIAS ESPÉCIES DE PECADO 538. Quê sspécies de pecados distinguimos? Distinguimos as seguinles espécies <le pecaJo~: 1) os sete pecados ou vícios capiLais; 2) os seis pecados contra o Espírito Santo; 3) os quatro pecados que bradam ao céu; 4) os nove pecados alheios. Os sete pecados capitais 539. Quais são os sete pecados ou vícios capitais? Os sete pecados ou vícios capitais são: 1) soberba, 2) avareza, 3) luxúria, 4) 1nveJa, 5) gula, 6) ira, https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 228 7) preguiça. Chamam-se pecados capitais (peccata capitalia), porque são raiz e fonte ( cápita) de todos os pecados. As vezes sã.o chama.los "os sete pecados mortais", entre ,tanto, sómente são pecados mortais, quand!o,, por meio deles, se viola um dever _grave. -540. Quando se peca por soberba? Peca-se por soberba, quando se é presumido, estimando-se a si próprio, desordenadamente, e não se dá a Deus a honra que Lhe é devida e se despre• za o próximo. "A soberba é aborrecida por Deus e pelos homens ... O princípio de todo o pecado é a soberba" (Eclesiástico co X, 7-15) Da sobE>rba nascem pecados inumeráveis: pecados de d~sobediência e de oposição contra os superiores, de dureza e indiferença para com os súditos; e para com Deus: de temeridade e, não raramente, a soberba leva à heresia. Exemplos: Lúcifer, Nabucodonosor, o fariseu no templo. -541. Quando se peca por avareza? Peca-se por avareza, quando se ama, e procura desordenadamente o dinheiro e os bens, e se é duro de coração para com os pobres. "Sejam os vossos costumes isentos de avareza, con tentando-vos com o que tendes". (Hebreus XIII, 5) A avareza conduz ao. perjúrio, ao roubo, à fraude, à usura e ao homicídio. Exemplos: Giezí, Judas . .542. Quando se peca p~r luxúria? Peca•se por luxúria, qtrnndo se pensa, fala ou pratica voluntàriamente cousas que ofendem a santa pureza. "Preserva-te, meu filho, de toda a fornicação (ou impureza)". (Tobias IV, 13). Da impureza, origina•se repugnância para a oração https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 229 e para a prática das virtudes, negligência dos deveres de estado, seduções da inocência, promessas falsast sa- crilégios, apostasia de Deus e desespero. 543. Qucmdo se peca por inveja? Peca-se por inveja, quando se tem uma triste za injusta por causa da felicidade do próximo: en tristecendo-se, quando ele vai hem, ou alegrando-se· do seu mal. "Por inveja do demônio, entrou no mundo a morte; e imitam-no aqueles que são do seu partido". (Sabed. II, 24, 25). A inveja gera ódio, calúnia, traição, persegmçao e· homicídios. - Ex.: o demônio, Caim, os irmãos de Jo sé, Saul, os fariseus. 544. Quando se pe·ca por intemperança? Peca-se por intemperança, quando se come ou bebe demasiado, ou com demasiada sofreguidão. "Velai, pois, sobre vós, para que não suceda que os vossos corações se tornem pesados com as demasias do comer e do beber". (Lucas XXI, 34) A intemperança conduz à ociosidade, à impureza, à perturbação da paz e do bem estar domésticos, e, não raramente, à impenitência. - Ex.: o rico avarento. 545. Quando se peca por ira? Peca-se por ira, quando nos exasperamos inte riormente, e nos deixamos arrastar pela cólera, mos trando-nos agastados, ou quando alimentamos dese jos de vingança. "Toda a amargura, e animosidade, e cólera, e cla mor, e maledicência, com toda a espécie d<; malícia, se ja banida dentre vós". (Efés. IV, 31). A ira leva a rixas e disputas, à violências, impre cações e RS blasfêmias. Ex.: Esaú, que, na ~ma ira, quis. matar seu irmão Jacó. 546. Quando se peca por preguiça? Peca-se por preguiça, quando se cede à repug-- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 230 nância natural pelo trabalho e esforçot e se falta as :sim aos seus deveres. "Vai, ó preguiçoso, ter com a formiga, e considera o seu proceder, e aprende dela a sabedoria". (Provérb. VI, 6). Da preguiça espiritual ou tibieza no serviço -divino, diz o Senhor: 41Oxalá foras frio ou quente; mas porque és morno, e nem frio, nem quente, começar-te-ei a vo mitar da minha boca". ( Apoc. III, 15 16) . Da preguiça vem toda espécie de· pecados de omis são, e, especialmente muitos pecados contra o 69 man damento. Ex.: o servo preguiçoso, as virgens impru dentes. 2. Os seis pecados contra o Espírit,o Santo ,547. Quais são os pecados contra o Espírito Santo? Os pecados contra o Espírito Santo são seis: 1) Desesperação da salvação; 2) Presunção de se salvar sem merecimentos; 3) Negar a verdade conhecida como tal; 4) Ter inveja das mercês que Deus faz a ou trem; 5) Obstinação no pecado; 6) Impenitência final. (Exemplos: Caim, Faraó, os fariseus) . . 548. Por quê se chamam pecados contra o Esph'ito Santo? Chamam-se pecados contra o Espírito Santo, porque, por eles, se resiste especialmente à graça do Espírito Santo, repelindo.a ou abusando-a com co~ nhecimento e vontade. "Homens de cerviz dura, e incircuncisos de coração e ouvidos, vós resistis sempre ao Espírito Santo; assim como (foram) vossos pais, ass.ím (sois) vós também". (Atos Apóst. VII, 51). https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 231 549. Por quê nos devemos guardar especialmente des tes pecados? Devemos guardar-nos especialmente destes pe cados, porque eles obrigam, por assim dizer, a Deus a retirar-nos sua graça, tornando nossa conversão 1uase impossível. Entretanto, isso não deve servir a ninguém de pre texto para desesperar da salvação de sua alma, pois to da pessoa, enquanto vive, recebe a graça necessária pa ra se salvar. 3. Os pecados que bradam ao céu 550. Quais são os quatro pecados que bradam ao céu? Os quatro pecados que bradam ao céu são: 1) Homicídio voluntário; 2) Pecado sensual contra a natureza; 3) Oprimir os pobres, orfãos e viuvas; 4) Negar o justo salário aos que trabalham. 551. Porque se chamam pecados que bradam ao céu? Chamam-se pecados que bradam ao céu, por que sua malícia é tão grande, que reclama vingança de Deus contra quem os comete. 1) "A voz do sangue de teu irmão clama da terra por mim ... (Gênes. IV, 10). 2) "O clamor de Sodoma e Gornorra aumentou, e o seu pecado agravou extraordinàriamente. "Vamos destruir este lugar visto que o clamor (dos seus cri mes) aumentou diante do Senhor". (Gênes. XVIII, 20; XIX, 13). 3) "Não correm as lãgrimas à viuva pelas suas fa ces, e não clama ela contra aquele que lhas faz derra mar? Porque elas das faces (das viuvas) sobem até ao céu". (Eclesiãstico, XXXV, 18-19). 4) "Eis que o salário dos trabalhadores. que ceifa~ ram os vossos campos, o qual foi defraudado por vós,. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 232 clama (contra vós), e o clamor deles subiu até aos ou vidos do Senhor dos Exércitos". (Tiago V, 4). 4. Os pecad-os alheios .552. Quais são os nove pecados alheios? Os nove pecados alheios são: 1) aconselhar ao pecado; 2) mandar a outrem que peque. 3) aprovar os pecados de outrem; 4) excitar outros ao pecado; 5) louvar o pecado ·de outrem; 6) calar à vista <los pecados alheios; 7). não castigar os pecados alheios; 8) ajudar os outros a pecar; 9) defender os pecados alheios. 6): pelo silêncio, peca-se somente, quando se podia e devia impedir o pecado por m•eio de conselhos ou cor reção, e não se faz. 7) : ·castigar o pecado é deve dos pais e dos supe riores. Exemplo: Reli . .553. Por que se chamam pecados alheios? Chamam-s e pecados alheios, porque foram ou• tros que os cometeram realmente, mas nos são impu tados por termos de algum modo cooperado neles. "Os que fazem tais coisas são dignos de morte; e não somente quem as faz, mas também quem aprova aqueles que as fazem". (Roman. I, 32). APLICAÇÃO: Examina•te principalmente sobre teu defoito dominante e aplica-te em combatê-lo seriamente, pois assim fecharás a fonte principal de teus pecados. Acei ta de boa vontade os conselhos e exortações, e agradece-os. Jamais cooperes em pecados alheios; antes, procura impe dí-los quando o puderes, https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 233 DA VIRTUDE E PERFEIÇÃO CRISTà 554. Basta-nos evitar o pecado? Não; devemos empregar diligência para ser Vll'· tuosos e conseguir a perfeição própria de nosso es tado. "Aquele que é justo, justifique-se mais; e aquele que é santo santifique-se mais". (Apoo. XXII, 11) .. Não te envergonhes de praticar boas obras até a morte" (Eclesiástico XVIII, 22). Exemplo de S. Paulo: "Não que eu tenha já alcançado o prêmio ou seja já perfei to; mas prossigo. . . Esquecendo-me do que fica para trás, e avançando para as coisas que me estão diante". (Ftlip. III, 12. 13). 555. Por quê devemos aspirar a nos t,ornannos cada dia m-ais virtuo.sos? Devemos nos esforçar para nos tornarmos ca da dia mais virtuosos, porque o homem é bom e a gradável a Deus, na medida de sua virtude. O fim para o qual Deus nos concede uma vida lon ga, é que cresçamos sempre em virtude e méritos; se não fosse esta finalidade, seria lastimável o não mor rermos iogo depois do Batismo. § 1. DA VIRTUDE CRISTA 556. Em quê c-onsiste a virtude cristã? A virtude Cristã consiste na disposição sobre natural e na constante aspiração de fazer o que é a gradável a Deus. No batismo, recebemos. com a graça santificante. certas faculdades ou disposições sobrenaturai.s, que nos tornam aptos a praticar obras meritórias para o céu. Estas disposições chamam-se virtudes infu.~as. Quem faz repetidas vezes obras boas, adquire certa habilida de em praticar o bem. Esta habilidade ou prática cha ma-se virtude adq1iirida. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 234 557. Como se dividJem as virtudes cristãs? As virtudes Cristãs dividem-se em: teologais e morais ou cardiais. 1. Virtudes teologais 558. Quais são as virtudes teologais? As virtudes teologais são a fé, a esperança e a caridade. Chamam-se virtudes teologais ou divinas, porque não somente não são infundidas diretamente por Deus com a graça santificantet mas também porque se refe rem diretamente a Deus. 559. Quê é a fé? A fé é uma virtude sobrenatural, infusa por Deus em nossa alma, pela qual cremos firmemente tudo o que Deus, a Verdade eterna e infalível, nos revelou. Ver pergunta 11 e seguintes. 560. Qui! é a ·esperança? Esperança é uma virtude sobrenatural, infusa por Deus em nossa alma, pela qual esperamos fir memente tudo o que Deus· onipotente, bondoso e fiel, nos prometeu pelos merecimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo. A esperança encerra: 1) o desejo eficaz dos bens que Deus nos prometeu, ·2) a firme confiança de con segui-los- A firme confiança em Deus, deve, todavia, estar u nida a urna salutar desconfiança de nós mesmos, visto que Deus quer nossa cooperação para nos conceder tais ul:!ns. "Tntl>alhai na vossa salvação com temor e tre mor" (Filip. II, 12). 561. Q-ué devemos esperar de Deus? https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 235 Dev~_mos esperar de Deus: a graça, o perdão dos pecados e a salvação eterna. 562. Todo pecador pode esperar perdão? Sim, todo pecador, por mais culpado que seja, pode e deve esperar o perdão, desde que se arrepen~ da sinceramente e queira fazer penitência. "Se o ímpio fizer penitência de todos os pecados que cometeu, e se guardar todos os meus preceitos, cer tissimamente viverá, e não morrerá". ( Ezequiel XVIII, 21). . Exemplos= Maria Madalena, o bom ladrão. 563. Podemos também esperar qe Deus os bens tem porais? Sim, podemos esper!lr de Deus bens temporais, enqüanto nos auxiliam a alcançar a vida eterna, ou, pelo menos, não sejam obstáculo para alcançá~la. 564~ Quê é a caridade? A caridade é uma virtude sobrenatural, infusa po.r Deus em nossas almas, pela qual nos damos a Ele, o Sumo Bem, de todo o coração, para agradar Lhe, cumprindo a sua vontade, e alcançar a união com Ele. "Quem ama verdadeiramente, procura agradar ao Amado e se unir com Ele, tanto quanto possível. Esta união com Deus só se pode realizar pelo cumprimento de .seus mandamentos. 565. Com.o podemos fazer, brevemente, atos de fé. es peran,ça e caridade? Da maneira seguinte: Ato de fé Eu . cre10 firmemente que há um só Deus em https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 236 três pessoas realmente distintas, Padre, Filho e Es pírito Santo, que dá o céu aos bons e o inferno aos máus, para sempre. Creio que o Filho de Deus se fez homem, pade ceu e morreu na cruz para nos salvar e que ao tercei ro dia ressuscitou. Creio tudo o mais que crê e ~psina a santa Igre ja Católica, Apostólica, Romana, porque Deus Ver dade infalível, lho revelou. E nesta crença quero vi ver e morrer. Ato de esperança Eu espero, meu Deus, com firme confiança, que pelos merecimentos de meu Senhor Jesus Cris to, me dareis a salvação elerna e as graças necessá rias para conseguí-la, porque Vós, sumamente hom e poderoso, o haveis prometido a quem observar fiel mente os vossos mandamentos, como eu proponho fazer com o vosso auxílio. Ato de caridade Eu Vos amo, meu Deus, de todo o meu coração e sobre todas as cousas, porque sois infinitamente bom e amável,. e antes quero perder tudo que Vos ofender. Por amor de Vós amo a meu próximo como . a mim mesmo. 566. Quando devem-os fazer atos de fé, esperança e caridade? Devemos fazer esses atos muitas vez;es durante a vida, mas principalmente: 1) Nas tentações contra essas virtudes; https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 237 2) na recepção dos Santos Sacramentos; 3) em perigo de vida e na hora da morte. 2. Virtudes morais 567. Quais são as virtudas que se chamam morais? Chama.se morais as virtudes que ordenam nos sa conduta moral de modo agradável a Deus. Enquanto as virtudes teologais tem por objeto ime diato, o próprio Deus, as virtudes morais tem por obje to imediato, o nosso bem moral (a verdadeira oraemem nossos costumes). 568. Quais são as virtude.s morais qu•e devemos dis tinguir especialmente? Distinguem-se especialmente: 1 ) As 4 virtudes card iais; ou fundamentais; 2) as virtudes opostas aos vícios capitais. 569. Quais são as virtudes cardiais ou fundamentais? As virtudes cardiais ou fundamentais são: I ) prudência, 2) justiça, .~) temperança, 4) fortaleza. Chamam-se virtudes cardiais ou fundamentais) por~ que são como o princípio fundamental das outras virtu des. Cardiais vem do latim cardo, que significa gonzo, dobradiça) :n.t-Stentâcu,lo. 570. Em que consiste a prudência? A prudência consiste em conhecer o verdadeiro hem e escolher os meios mais aplos para alcançá-lo. Exmplo: As virgens prudentes e as loucas. (Mat., XX~). A prudência mundana (carnal) é muito diversa da prudência cristã, pois a primeira procura, astuciosa- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 238 mente, e, em geral, os bens ilusórios, desprezando os verdadeiros bens. 571. Em que consiste a justlça? A justiça consiste em clar e deixar, prontamente, a cada um o que lhe pertence. A palavra justiça é, muitas vezes1 empregada num sentido geral, indicando o conjunto de todas as virtu des. Assim, por exemplo, a Sagrada Escritura diz que Zacarias e Isabel: "Ambos eram justos diante de Deus, caminhando irrepreensivelmente em todos os manda mentos e preceitos do Senhor". (Lucas, I, 6). 572. Em que consiste a temperança? A temperança consiste em refrear todas as pai• xões, os apetites sensuais e o desejo imoderado de bens terrenos. Exemplo: os santos eremitas. 573. Em que consiste a fortaleza? A fortaleza consiste em perseverar firme e co• rajosamente na prática do hem, resistindo a todas as dificuldades e perseguições. Exemplo: os santos mártires. 574. Quais são em particular as virtudes qu,e se opõem aos pecados capitais? As virtudes que se opõem aos pecados capitais são: l) humildade, 2) liberalidade, 3) castidade, 4) caridade, 5) temperança, 6) mansidão, 7) zêlo na prática do bem. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 239 575. Em que consiste a humildade? A humildade consiste em reconhecer nossa fra queza e nossos pecados, atribuindo, por isso, todo o bem a Deus, e tendo-nos em pouca estima. Exemplos: O publicano no templo; São Paulo: "Eu sou o mínimo dos Apóstolos que não sou digno de ser chamado Apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus". (Corint. XV, 9). "Se vos não converterdes e vos não fizerdes como meninos, não entrareis no reino dos céus". (Mateus, XVIII, 3). 576. Em que consiste a liberalidade? A liberalidade consiste na disposição cle socor rer os necessitados com nossos bens ou a contribuir para outros fins louváveis e piedosos. Exemplos: os primeiros cristãoo. (Atos dos Apóst. II, 45). uDai e dar-se-vos-á". (Lucas, VI, 38). 577. Em que cons'.ste a castidade? A castidade consiste em refrear todo desejo ou prazer impuro. Exemplos: Josê do Egito; a SS.ma Virgem Maria. "E os que são de Cristo, crucificaram a sua própria carne com os vícios e concupiscências"- (Gálatas V, 24). 578. Em quê consiste a caridade ou amor benévol,o? A caridade ou amor benévolo consiste cm <lese• jar o bem a todos os homens, partilhando sinceramen te cle suas alegrias e penas. Exemplos: As histórias de Ruth e de Tobias. "Amai-vos rcciprocamP-nte c,J.m amor fraterno. A· legrai-vos com os que estão alegres, chorai com os que choram". (Roman. XII, 10-15). 579. Em que consiste a temperança? A temperança consiste em moderar o apetite na tural de comer e beber. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 240 Exemplos: Daniel, Ananias, Misael e Azarias. (Dan. I) S. João Batista. (Mateus, III, 4) - "Caminhemos como de dia, honestamente; não (caindo) cm glutona rias e na embriaguês". (Roman. XIII, 13). 580. Em quê consiste a. :mansidão? A mansidão consiste em reprimir todos os dese jos de vingança e vencer toda inclinação natural que excita à indignação e à ira. Exemplos: Davi; Santo Estêvão. -. "Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração". (Mateus, XI, 29). 581. Em que consist.e o zelo na prátic!a do bem? O zêlo na prática do bem consiste em servir a Deus com alegria e boa vontade, em promover, se gundo as nossas forças, a sua glória e em cumprir mos fielmente todos os nossos deveres. Exemplos: Matatias (l'-' Macab. II); São Paulo (Fi lip, III, 13-14); "Na solicitude, não sejais negligentes; (sêde) fervorosos de e~pírito, servindo ao Senhor". (Rom. XII, 11). APLIOAÇÃO: Sem uma luta perseverante contra tuas más inclinações. jamais conseguirás as virtudes cristãs; por isso combate fielmente até a morte e Deus te dará a co roa da vida. {Apocalipse, II, 10) § 2. A PERFEFÇ.AO CRIST.A 582. Em quê consiste a perfe1çã,o cristã? A perfeição cristã consiste em que, livres do a• mor desordenado do mundo e de nós mesmos, ame• mos a Deus sobre todas as coisas, e a todas as coisas por Deus. "Pois que há para mim no céu, e, fora de ti, que de sejei eu sobre a terra? ... O' Deus, que és o Deus do meu coração, e a minha heranca para sempreu. (Salmo LXXII, 25-26). https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 241. A perfeicão cristã encerra em si todas as outras. virtudes cristãs, mas no seu ponto culminante, deve es tar a caridade, como rainha das demais virtudes, pois a vida espiritual só atinge sua finalidade - a perfei- cão - quando é completamente dominada e animada pela caridade. 583. Qual é o caminho da perfeição? O caminho da perfeição é a imitação de J csus Cristo. Jesus Cristo é o Modêlo acabado de toda a perfei ção, ao qual todos os homens devem se assemelhar. 1. 1A imita-ção de Jesus Crist10 no estado secular. 584. Pode haver também uma vida perfeita no mundo ou no estado secular? Certamente, pode haver também uma vida per feita no mundo, contanto que não se viva segundo o espírito do mundo, mas segundo o espírito de Jesus Cristo, como o encontramos expresso nas oito bem aventuranças. 585. Quais são as oito bem-·aventuranças? As oito bem-aventuranças são: J.) Bem-aventurados os pobres de espírito, por• que deles é o reino dos céus. 2) Bem-aventurados os mansos, porque eles pos suirão a terra. 3) Bem-a-venturados os que choram, porque eles serão consolados. 4) Bem-aventurados os que têm fome e sêde de justiça, porque eles serão saciados. 5) Bem-aventurados os misericordiosos, por que alcançarão misericórdia. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br :242 6) Bem-aventurados os limpos de coração, por· que eles verão a Deus. 7) Bem-aventurados os pacíficos, porque eles . serão chamados filhos de Deus. 8) Bem-aventurados os que sofrem persegui •ção por amor da justiça, porque deles é o reino dos -céus. (Mateus V, 3-10) Como se vê fàcilmente pelas oito bem•aventuran ças, o espírito de Jesus Cristo é completamente oposto ao espírito do mundo, pois este considera como miserá veis ou loucos justamente aquGles que Cristo chama de bem-aventurados . . 586. Por quê devemos t-odos procurar a perfeição pró pria de nosso e,stado? Nós todos devemos .~spirar a perfeição própria • de nosso estado: 1) porque NoRRo Senhor e Sahrador Divino diz .a todos: "Sêde perfeitos, como vosso Pai celestial é perfeito''. (:Mateus V, 48). 2) porque devemos amar a Deus Nosso Senhor •com todo o nosso coração, com toda a nossa alma, com todo o nosso entendimento e com todas as nossas forças. (l\farcos XII, 30). 3) porque seremos tanto mais felizes no céu, ·quanto mais santa, tiver sido a nossa vida sobre a terra. 4) finalmente, porque, se não pomos cuidado em progredir no bem, corremos perigo de cau em pecaclos graves e de perder-nos eternamente. -587. Que meios deve usar o cristão, de qualquer esta do que seja. para conseguir a perfeição? https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 243'· Para conseguir a perfeição, o cristão, de qual quer estado que seja, deve: 1) orar de bom grado, ouvircom diligência a palavra de Deus e receber com frequência os santos Sacramentos. 2) vencer-se e renunciar constantemente a si mesmo; 3) praticar todas as ações em estado de graça e de uma maneira agradável aos olhos de Deus. 1) "E perseveravam na doutrina dos Apóstolos, e na comum fração do pão e nas orações". (Atos dos Ap .. II, 42). 2) "S-e alguém quer vir após de Mim (ser meu dis•· CÍPlllo), negue-se a si mesmo, e tome a sua cr1:1z, e si ga-me". (Mateus XVI, 24). 3) "Quer comais, quer bebais, quer façais qualquer· outra coisa, fazei tudo para glória de Deus". (111 Co rint. X, 31). 588. Como devemos abnegar-nos? Devemos nos abnegar, procurando vencer-nos mesmo em· coisas lícitas, para nos acostumarmos a vencer-nos em coisas ilícitas. 589. Como podemos mais fácilmente tom.ar nossas a~ ções ordinárias agradáveis a Deus? Para mais fàcilmente, tornarmos nossas ações or dinárias agradáveis a Deus, devemos habituar-nos a representar-nos vivamente, como Jesus Cristo fazia as suas ações ordinárias e excitarmo-nos a imitá-las. pelo amor para com ele. Devemos es.pecialmente aplicar-nos em fazer nos sos t1·abalhos com diligência, paciência e santificá-los pela boa inten~ão; nas refeições devemos ser modera dos e recolhidos; nos recreios, atender ao tempo deter minado, procurar ter a Deus presente e não sair dos li- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br :244 rnítes da honestidade; nas relnções com o proxmio, de vemos ser caridosos e amáveis, mas, ao mesmo tempo, cautelosos, para não sermos induzidos ao mal; final mente, devemos considerar as pen.as e contrar-iedade3 como amorosas disposições de Deus, e como preciosas ocasiões de recolher mérito para o céu. 2. A imitação de Jesus Cristo no estado religios~ Conselhos evangélicos 590. Quais são os meios especiais para conseguir a perfeiçãQ cris.tã? Os meios especiais para conseguir a perfeição e;rist.ã são os que chamamos conselhos evangélicos, que são: l) pobreza voluntá.ria. 2) castidade perpétua, . . :~) obediência perf cita sob \ual. um superior esp1r1- Estes meios são chamados. conselhos evangélicos, porque Jesus Cristo os recomendou e aconselhou no E vangelho, mas não os impôs como preceitos. A eles se refere a expressão do divino Salvador: "Nem todos compreenderam esta palavra mas (somente aqueles a quem foi concedido" {Mateus XIX, 11). A vocação pa ra o estado religioso é uma graça especial. 591. E.m que consiste a pobreza voluntária? A pobreza voluntária consiste em renunciar li vremente à posse de bens temporais, para assim aspi• rar com mais constância à posse dos bens eternos. "Se queres ser pe1·feito, vai, vende o que tens e dã aos pobres e terás um tesouro no céu e depois vem e se gue-me". (Mateus, XIX, 21). 592. O que é a castidade perpétua? Castidade perpétua é a renúncia voluntária, por https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 245, toda a vida, não só aos prazeres impuros, mas tam bém ao matrimônio para poder servir a Deus com, mais perfeição. (Mat. XIX, 10~12). "Quanto, aos vírge~s, não tenho mandamento do Sel)hor, mas dou conselho ... Aquele que casa a sua (fi- lha) virgem, faz bem, e o que a não casa, faz melhor". (I Cor. VII 25-38) "Se alguém disser que o estado de matrimônio deve ser preferido ao estado de virgindade, e que não é melhor e mais grato a Deus o permanece!' na virgindade do que ligar-se pelo matrimônio, seja a nátema». (Concilio de Trento, sess. 24, cap. X) 593. Em que coruf.ste a ,obediência perfeita? A obediência perfeita consiste em o homem re nunciar a sua própria vontade, para cumprir com maior segurança a vontade divina sob um superior· que ocupa o lugar de Deus. (l\iiat. XVI, 24). 594. Por que os conselhos evangélicos são meios exce lentes para a perfeição? Os conselhos evangélicos são meios excelentes para a perfeição: 1) porque, por eles, se afastam os principais obstáculos à perfeição, isto é, o amor desordenado aos bens temporais, aos prazeres sensuais e à inde• pendêncja no agir; 2) porque, por eles, o homem oferece a Deus em sacrificio tudo o que é e tudo o que possue: os bens exteriores, pelo voto de pobreza; o corpo, pelo voto de castidade; a alma e a vontade, pelo voto de· obediência. 595. Quem está obrigado a observar os c-onselhos e vangélicos? Estão obrigados a observar os conselhos evan-- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 246 gélicos os religiosos e todos os que a isso se obriga ram por voto. Como os religiosos, em virtude de seu estadóJ são obrigados a usar destes meios especiais de perfeição o estado religioso chama-se também estado da perfe-ição. APLICAÇÃO: - •jMeu filho, serve a Deus com um co ração perfeito, e uma plena vontade, porque o Senhor son da todos os corações, e penetra todos os pensamentos does pírito, Se tu o buscares, achá-lo-as; mas se o deixares, Ele te rejeitará para sempre" (1 Paralip. XXVIII, 9). https://alexandriacatolica.blogspot.com.br DOS :MEIOS DE OBTER A GRAÇA 596. Quê se ,entende por graça divina? Por graça divina se entende todo dom íntimo e sobrenatural que Deus nos dá gratuitamente, em a ten~ão aos merecimentos de Jesus Cristo, para nos sa salvação eterna. Por sobr€11.atural entende-se tudo o que se refere à. et~rna bem-aventurança. Os dons sobrenaturais são tão sublimes, que nenhuma criatura pode ter uma potên cia natural para os mesmos e nem pode, de modo al gum, alcançá-los por suas forças naturais. 597. De quantas espécies é esta graça? Distinguem~se duas espécies de graça divina: 1) A _graça atual ou graça auxiliar; é um dom· transitório; 2) a graça santificante ou graça de justificação também chamada graça permanente. A graça atual tem diversas denominações: chama• se alual, porque é dada em cada ato; diz-se que é um "dom transitório[), momentâneo", poroue é uma operação passageira do Espírito Santo na alma; chama-se ''gra- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 248 Ç(t auxiliar", porque auxilia a execução de boas obras sobrenaturais, enquanto que a graça santificante é um dom permanente na alma, que a torna j~.{.Sta, e santa aos olhos de Deus. · § l. DA GRAÇA ATUAL 598. Em que consiste a graça atual ou graça auxiliar? A graça atual ilumina a nossa inteligência pa ra conhecer o hem e o mal e move a nossa vonta<le, para praticá-lo ou evitá-lo. 599. A graça atual nos é necessária? A graça atual nos é necessária, que, sem ela, não podemos nem principiar, nem continuar, nem concluir cousa alguma para nossa salvação eterna. "Deus é o que realiza em vós o querer e o execu tar". (Filip. II, 13) Pode-se subdividir a graça atual em: graça antece dente., graça ooncomitantei e graça consequente. 600. Por quê a gyaça atual n·os é indispensável para tu do o que conduz à salvação? A graça atual nos é indispensável para tudo o que conduz à salvação, porque nossa bem-aventuran ça é um bem sobrenatural, e, por conseguinte, só se pode conseguir por / orças sobrenaturais, isto _é, pela .graça • . E tão impossível ao homem dar um passo no cami nho da salvação eterna por suas 'forças naturais, como o é ao homem alcançar o céu visível por uma viagem pelo globo terrestre. 601. Concede Deus a sua graça a todos os homens? Sim, Deus concede a todos os homens graça su ficientes para que observem os preceitos, e pos::-arn ser salvos. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 249 uneus quer se salvem todos os homens, e que che guem ao conhecimento da verdade". (I Tim. II, 4) "Deus é fiel, e não permitirá sejais tentados acima do que po dem as vossas forças. Antes, fará que tireis vantagem da mesma tentação para a poderdes suportar" (I Cor. XI. 13). Deve-se notar, entretanto, que Deus, comunmente, dá só a graça de rezar; as outras graças, estão ligadas. ao uso dos meios de obter a graça, principalmente, à oração. Diz O· Concílio de Trento (sess. 6\ e. II): uDeus não manda coisas impossíveis; apenas, mandando exor ta a fazero que se pode, a pedir o que não se pode e a juda para que se possa". (Ver perg. 315). 602. Quê devemos fazer para que a graça opere a nos sa salvação? Não devemos resistir à graça, mas devrmo::-; co operar fielmente com ela. "Nós vos exortamos a que não recebais em vão a graça de Deus" (II Cor. VI, 1). Deus estende-nos sua mão salvadora; se queremos verdadeiramente ser sal vos. devemos segurar essa mão salvadora e não rejeitá la. Exemplo de São Paulo: Tenho trabalhado mais co piosamente que todos eles; contudo, não eu, mas a gra ça de Deus que está em mim".(I Cor. XV, 10) 603. P6de o homem r.esistir à graç-a? Sim, o homem pode resistir à graça, pois ela não se impõe necessàriamente à vontade humana, mas deixa-a em completa liberdade. "Jerusalém. Jerusalém,.. quantas vezes quis cu juntar teus filhos, como a galinha recolhe debaixo das asas os seus pintinhos, e tu não O quiseste?" (Mateus XXIII, 37) "Se hoje ouvirdes a sua voz, não queirais endure• cer os vossos corações". (Salmo XCIV, 8). APLICAÇÃO: - Pede a Deus diàriamente a sua graça e guarda-te de lhe fechar o cora(.!ão. "Eis que estou à por ta, e bato. Se alguém ouvir a minha voz e me abrir a por ta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo" (Apocal. III, 20). Para que sejam mais fie1mente e fàcil- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 250 mente recebidas, Deus une muitas vezes as suas graças íntimas a circunstâncias e acontecimentos exteriores, co mo: mortes repentinas, doenças, sucessos felizes. fracassos, ~te .. Não passes leviamente sobre tais exortações de Deus, pois nada é mais perigoso do que não reconhecer o dia em que Nosso Senhor visita con.1 sua graça. Exemplo: Jerusalém. (Lucas, XIX 44). § 2. DA GR~~ÇA SANTIFICANTE 604. Quê é a graça santificante? A graça santificante é um dom r::obrenatural, gratuito, que o Espírito Santo comunica às nossas al mas, pelo qual nos tornamos justos e santos, filhos de Deus e herdeiros do céu. 605. Por que dizemos que a graça santificante é um dom gratuito? Dizemos que a graça santificanle é um dom gra~ tuito, porque é uma dádiva livre do amor divino, que não podemos conseguir nem merecer por nossas pró prias forças. ''Considerai que amor nos mostrou o Padre (em querer que sejamos chamados filhos de Deus, e que o sejamos na realidade" (P. João, III 1) "São justifica dos gratuitamente pela sua graça por meio da reden ção, que está em Jesus Cristo" (Roman. III, 24). 606. De que mod_p a graça santific:ante n,os toma jus tos e santos? A graça santificante torna-nos justos e santos, 1) apagando todos os pecados mortais, 2) concedendo à alma uma vida nova e sobre natural. 1) "Fostes lavados, fostes santificados, fostes jus~ tificados em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, e pe lo Espírito de nosso Deus". (I• Cor .. , VI, 11) 2) "Nós sabemos que fomos transladadoo da morte https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 251 (do pecado) para a vida (da graça)" CP João,. III, 14}. Esta vida nova e sobrenatural é uma misteriosa participação da vida divina; quem a recebe, "nasce de Deu.:l', e, por isso, torna-se filho e imagem de Deus. Com a graça santificante. que é a vida sobrenatu ral, são infundidas na alma fôrças superiores para a prática de boas obras, isto é, as virtudes sobrenaturais. 607. Como principia a justificação do pecador? A justificação do pecador principia com a gra ça atual que o previne, o ilumina e o estimula a con verter-se a Deus. 608. Quê deve fazer o pecador. de sua parte, para al cançar a graça da justificação? O pecador deve corresponder à graça atual e preparar-se para a digna recepção do sacramento do batismo, ou, quando já é batizado, para o sacramen to da penitência. A criança recebe a graça da justificação ou graça santificante no batismo sem preparação pessoal; o a dulto deve preparar-se por atos de fé, esperança, pelo arrependimento, propósito, etc. Exemplo : o filho pródigo. 609. Como se perde a graça santificante? Perde-se a graça santificante pelo pecado mor• tal. § 3. DAS BOAS OBRAS 610. Que frutos produz o justo com a gr.aça? Com a graça o justo produz frutos de boas o bras, isto é, obras meritórias. pois Cristo diz: "To na a árvore boa dá bons frutos" (Mateus VII, 17) _ 611. Póde o homem. que vive em estado de pecado mortat fazer o bem? https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 252 O homem, em estado de pecado mortal, pode fazer algum bem, mas sem mérito para o céu. Enquanto o homem for inimigo de Deus, não pode pretender o direito "à coroa da vida que Deus prometeu aos que O amam" (Tiago I, 12). 612. QvJe proveito tem o bem, que o homem pratica. em estado de pecado mortal? O bem que o homem pratica, em estado de pe cado mortal, é muito útil para obter-lhe da miseri córdia divina a graça da conversão, a recompensa temporal e para evitar castigos temporais. • 1Resgata os teus pecados com esmolas, e as tuas iniquidades com obras de misericórdia para com os po bres; talvez que o Senhor te perdoe os teus delitos". (Daniel IV, 24). Exemplo: Os ninivitas. 613. Q·uê m e r e e e mo s pelas bôas obras feitas em estado de graça? Pelas boas obras feitas em estado de graça, me~ recemos: 1) o aumento da graça santificante, 2) a eterna felicidade. 1) "A todo o que tem, dar-se-lhe-á e terá em abun dância". (Mateus XXV, 29) 2) "Cada um receberá a sua recompensa segundo a seu trabalho". (I Cor. III, 8). 614. De onde provém às boas obras o seu mérito? As boas obras recebem o seu valor dos méritos infinitos de Nosso Senhor Jesus Cristo, àe quem so mos membros vivos pela graça santificante. Jesus Cristo disse: HEu sou a videira e vós, os ra mos. O que permanece em Mim e Eu nele, esse dá mui to fruto, porque sem Mim nada podeis fazer". (João, XV, 5) A causa próxima pela qual as boas obras são meri- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 2.53 tórias é, sem dúvida, a graça santificante; a causa r6- mota, são os merecimentos de Cristo, a quem devemos a graça santificante. 615. Todo homem está obrigado a fazer boas obras? Sim, pois "toda árvore que não dá bons frutos, será cortada e lançada ao fogo". (l'viateus VII, 19). 6116. Quais são as principais boas obr-as que todo crisM tão deve praticar? Todo cristão deve guardar os mandamentos de Deus e da Igreja e cumprir os deveres do próprio es tado. 617. Quais são as boas obras que a S-agrada EscrituM ra nos recomenda de modo especial? A Sagrada Escritura nos recomenda de modo esM pecial a oração, o jejum e a esmola; porém, por esM tas boas obras entendem-se todos os atos de piedade, mortificação e caridade para com o próximo. ''E' boa a oraçã0 acompanhada do jejum, e dar es mola vale mais do que juntar tesouros de ouro"• (Tobias XII, 8). 618. A que atende Deus principalment,e em no.ssas boas obras? Deus atende principalmente à reta intenção, pe la qual, ainda com as menores ações, podemos alcan çar de Deus grande recompensa. Exemplos: o óbulo da viuva. (Marcos XII, 43; o co po de água fria. (Mateus X, 42) 619. Qué é a inten,cão? A boa intenção é. o desejo sincero de honrar e servir a Deus. A intenção com a qual se executa uma obra, é, por assim dizer, a alma dessa obra. Uma ação em si má nun ca pode tornarMse boa, pela reta intenção; entretanto, https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 254 uma _ação boa tornar-se-ã tanto mais meritõria, quanto melhor e mas pura a intenção com que fôr praticada. Mesmo as acões indiferentes, como: comer e beber, - podem ser santificadas pela reta intenção; entretanto, uma ação em si boa pode tornar-se má, se fôr má a intenção que leva a executá-la. Assim, para que uma ação seja verdadeiramente boa, requer-se: 1 - que seja uma ação boa, ou, ao menos, indife rente; 2 ·~ circunstâncias boas, ou, ao. menos, indiferentes; 3 - reta intenção. 620. Como se pode fazer brevemente a boa intenção? Faz-se a boa intenção, quando se pensa ou se diz sinceramente:"O' meu Deus, eu Vos ofereço to dos os meus pensamentos, palavras e obras!" ou "Se- ja tudo pelo amor de Deus!" · 621. Qu,ando se deve fazer a boa intenção? E' sumamente útil fazer a reta intenção todas as manhãs e renová-la muitas vezes durante o dia. 622. Quais são os meios principais para alcançar a graça? Os meios principais para alcançar a graça são os santos sacramentos e a oracão . .,. 623. Que diferença existe entlie esses dois meios de graça? 1) Os sacramentos produzem em nós a graça, a oração nô-la alcança; 2) os sacramentos nos ·comunicam graças mais ricas do que a oração; 3) pelos sacramentos, conseguimos só aquelas graças para as quais foram instituidos; pela oração, podemos conseguir todas as espécies de graças, com https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 255 exceção de algumas que Jesus Cristo quis nos fossem concedidas somente por mdo dos sacramentos. APLICAÇÃO: - A graça santificante é o mais precio so dom de Deus. Evita, pois: o peco.do, para não perder a graça. e pratica boas obras, para aumentá-la. Pede, tam bém muitas vezes e intimamente a graça da perseveran ça no bem até a morte. Disso depende tudo. "Aquele que perseverar até o fim, esse será salvo". (Mateus, X, 22). DOS SANTOS SACRAMENTOS 624. Quê é um sacramento? Sacramento é um sinal sensível e eficaz da gra• ça instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo para san tificar as nossas almas. 625. O que se requer para que haja um sacramento? Para que haja um sacramento, requer•se: 1) um sinal visível, 2) a graça interior, 3) a instituição por Jesus Cristo. 626. Por quê Jesus Cristo uniu a participação de sua graça a sinais exterio~s? Jesus Cristo uniu a participação de sua graça a sinais exteriores, para que tivéssemos símbolos ín teligí veis e, ao mesmo tempo, um penhor sensível da graça interior. Também Nooso Senhor, algumas vêzes, ao conce der benefícios espirituais e corporais, serviu-se de sinais exteriores; por exemplo, ao comunicar o Espírito San to (João XX, 22) na cura do cego de nascimento (João IX, 6) e do surdo-mudo (Marcos VII, 33-34). 627. :tstes sinais exteriores sômente simbolizam a gra ça? Não; estes sinais exteriores operam também a https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 256 graça. que simbolizam, se, de nossa parte, não pu• zermos obstáculos; por isso, se chamam também s1. nais eficazes. 628. Que graças produzem os sacramentos? 1) Os sacramentos comunicam ou aumentam a graça santificante; 2) cada sacramento comunica uma graça espe cial, segundo o fim para o qual foi instituído. Além disso, alguns sacramentos ainda imprimem na alma um caráter (batismo, crisma e ordem) ou confe rem um poder especial (ordem). 629. Com.o se devem receber os sacrcmnientos. para que produzam em nós estas graças? Devemos receber os sacramentos dignamente, is~ to é, com preparação conveniente. Quanto melhor é a preparação, tanto mais ricas são as gracas recebidas. F.ntretanto, o ato de imprimir o ca ráter ou de conferir o poder, não depende da recepção digna,. mas somente da recepção válida desses sacra mentos. 630. Que pecado comete aquêle que recebe um sacra ~ento indígnamente? Qem receber um sacramento ind1:gnamente, is mete um pecado muito grave - um sacrilégio. 631. A eficácia dos sacramentos depende também da dignidade de quem os administra? Não, pois a virtude dos sacramentos não vem de quem os administra, mas dos méritos de Jesus Cristo, que os instituiu. Os sacramentos são semelhantes a cana.is de graças que o ministro. apcnns abre ou fecha. 632. P,crque s-e requer que a instituição de um sacra me·nto seja obra d.e Jesus Cristo? https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 237 Requer-se c1ue a instituição Lle um :::acran:1ento seja ohra de Jc~u:1 Cristo, porque Ele não conferiu aos apfü,tolos e aos seus sucessores nenhum poder de in~tituir sacramentos. "Assim todos nos considerem como ministros de Cr.·isto, e riispenseiro,9 (não autores) dos mist(,rios de Deus", diz o Apóstolo (I Cor. IV, 1). 633. Quantos sacramen.tos instituiu Jesus Cristo? Jesus Cristo iru-~tituiu sete sacranwntos: _L) ha- 1 i~mo, 2) con.fi rmação ou crisma, 3) eucarist1a, 4) ptmitc'.:nfia ou confisi::ão, 5) extrema-unção, 6) 01: dt!ill~ 7) matrimônio. Cristo I<:o::;so St~rll-101· .instituiu justarncntc tantos sacnunent.os, quantos são necessários e ú.tcin para a 'l.'-i da sobnJnat-ural. Como o hornmn, na vida natural, pri mcíro nasce. dq)OÍ~ cre~cc-, man( érn a \'ida pelo alÍmcn to, etc., assim também: 1) no hatismo, uasce para R Yi da sobrcnnt.ul'al: recebe depois: 2) na confirnw.ção, for ça e cn::-scimeni.o; ~~) na eucaristia, ulhncnto didno; 1) ;w ~, r;e1 · nrn0n t0 ela p ~~niH'~n:~ i n, rc{;uper a H \' idn so brN1 a t ural perdida; 5) a Pxi n,ma-unç;[w lhe dá fôrça e t,•fr.i gé;-io pura a luta suprema; 6) pela ~-n·dt.'m, perpetuam se os n1Pios dl• grata neee~,::--;ários para a vida _sohrena t~iral, e 7) pPlo n.1ntrimônio, a 11níüo entre honwm C) rnulhc'í' 6 santificada, a fim ck qm.' l•lc·s, assim santifi •·.:-i(fos. 1.nmbém f:'duqrn·rn ~cus filhos para uma Ylcla :.:an- t ª· 634. De onde sabemos que há sete sacramentos? ~~;.tlwrnos que hú selt>, ~acn1mentof-'.'. pela contínu ~t e inl'.11ívt~l cloutrina da ItSreja. A Sagrada Escritura fala sobre alguns saci:amer.- 1 o~ com muita cfan•za. sobn.' 0ufros fa!a nwn<.ts clara n1,_,11, ,,. i\-T;ih t•·. icic:n'. emente faia a Ti·adiç:io, poi~, nã.o sc nwnte os caLólicoc;; de t.odcs os séculos. mas tmnhfan os cbmáHcos gregos e russos e todas as .;citas que, no!'; pri meiros tempos se separaram da Igreja Católica. têm se te sacramentos. Isto é uma prova pa.lpáycl de que 11 dou~ trina elos sei'e sacramentos é tão antiga como a !(;{reja. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br crisma "O batismo, a crisma e a orde·m, podcrn ser recebido'i só uma 'oez porque im.pr.mem na alma um caráter indalé- C6Z"'. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 259 635. Como se dividem os sacramentos? Os sacramentos dividem.se em: 1) sacramentos dos vivos e dos mortos; 2) sacramenlo5 que só se recebem u.ma vez e ~a crmnentos que ~e podem receber mais vezes. 636. Quais são os sacra1r.,entos dos mortos? Os sacramentos dos mortos são dois: o batismo e a penitência. Cham;:im-.se sacramentos dos mortos, pnr,.,ue, na sua recepção, ainda não se tem ou não se precisa ter a vida sobrcnaturnJ, i:,1 o é, a graça santificante. 637. Quais são os sacramentos dos vivos? Os Racrumentos dos vivos são cinco: crisma, eu cari~ti:1. exlrcma-un<.:ão, ordem e matrimônio. Chamam-se sacramentos dos '1:it:os. porrpw. para recebê-los deve-se ter a vida sobrenatural, isto é. a gra.• ça santificnnt~- 638. Que sacramentos podem ser recebidos uma i:.,ó vez? O batismo, a crisma e a ordem podem ser rece bi dos só uma 1,1ez. Estes sacramentos RÓ podem ser recebido~ uma vez. porque imprimem na alma iim cctrâter índelévc-l. 639. Que fim têm as cerimônias que a Igreja usa na ad ministração dos sacramentos? ,. ...... I. , .. as ccrmwnws que a grcJa usa na ann11n1~tra- ção dos sacramentos devem simbolizar a graça e pre• parar-nos para a mesma; também devem contribuir para aumentar a piedade e o respeito dos fiéis. APLICAÇÃO: ~-· Os santos sacramentos são os mais sublimes e mais efic<ãzcs meios da _graça. São semf'!hantes a \T.' o:~ t·p,c•~.ti!l;s c!wios do pr eci•Jsbsimo Sangue de Je• sus Cristo. Guardn•te, por isso de mcnDsprezá-los ou de pro faná-los p:)r injúria ou por recc:pçã_o indigna. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br / (( Em V6•rdade_. em verdade l:e digo qu,e quem. não renul, cei' por 1ne:io da ág-ua. e d,o E1q;írito Santo não poderá en - (João III, 5J. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 261 DO BATISMO 640. Qual é o p r i m e i r o e m a i s n e e e s s á r i o dos sacramentos? O primeiro t' mais lH'<-'C~sário do~ ,;_acra1nentn;;; f o liati:--mo. 641. Por que é o batismo o primeiro emais n e e e s s á r i o dos sacramentos? O bal i~mo 6 o primeiro sacrainenlo, porque, an lt~s dele, não se pode recPher vàlidamente n<>nhum ou iro sacramento; é o mais necessário, porque, sem ba \ i"'mo, n1nµ;uém pode salvar-se. "Em verdadC'. em verdade te digo que qut'm não rr~ nascer por meio da água 0 do Espírito Sf}nto nfto podc·rá c•ntrar no reino de Deus" (João, III 5) Deus. porém. não nos revelou o qrn' ~ncede cor11 w:1 c,·iançus que íito,-re>n sem Vatis,nn. Sabemos só que elas nfto alcm:çam a visão de Deus, mas também nüo são castigadas como aqueles que pecaram pessoalmenf e. 1;:111 todo caso, devemos aceitar que Deus sendo misH·icor clioso, lhes concede um destino fa,·oráveJ e bom. Gt12. Qué é o bati.t:::Tc-::o? O batismo é um sacramento no qual o homem pw·ificado de todo:-:: o,~ pecado~, pda úgua e pela palavra de Deus, e regenerado e santificarlo em Cris to para a vida (-)terna. 643. Em que consiste o s i n. a l s e n s í v e I do ba tismo? O sinal ,•:<'nsfrel do batismo con~it;le em 1,lc-rra rnar água sobre a cabeça de quem vai ser batizado e di::.er ,w mesmo tempo. ~om jnl('ll<.:úo dr hatizdr: "Eu te lwlizo <>m nornP do Padn· P do Filho e do l·>píri11 ► ~nnto'". A pltrificação extP-rior com água significa a purifi cação in1<>rior da alma. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 262 Nos primeiros sécnlos do Cric:.tianísmo. foi mnis u sada a imersão ou também a aspersão, em lugar do der ramamento da ãgua. 644. Que g r a ç a s concec.,e o batismo? 1 ) O batismo purifica do pecado original e de todos os outros pecados; 2) apaga todas as penas temporais e eternas; 3) concede, com a graça santificante, as virtu des sobrenaturais, e assim nos faz filhos de Deus e herdeiros do céu; 4) imprime em nosRa alma um carátt~r indclP ·vel e nos faz membros de Cristo e de sua ~anta Igreja. "Não há pois, at;ora nenhuma condcnnção parn os que cstrw cm Jesus Cristo"• (Rom. VIII, 1). ' 1E)e nos 8nlvou mediante o batismo de regenera ção e de rcnovaç5o do E~pírito Santo, que ele difundiu t,ohro nós n hundan1 c>rn0n 1.0 nor .J f'~•:us Cristo nosso Sal vador: a fim de Que, justiflcndos pela graça. sejamos herdeiros da vida eterna sc>gur.do a esperança que te• mo.s de a pus::.uír um dia". (Tho, III 5-7). 645. Quando irnpôs fcsus Cristo o p r e e eito do ba tismo? Jesus Cristo impôs o preceito do batismo, antes -de sua A!?censão, quando disse aos Apóstolos: "Ide, pois, ensinai todrrs as gente~~ batizando•a!, em nome do Padre e do Filho e do Espírito Santo" (l\fateus XXVIII, 19). 646. Quem p o d e batizar válidamente? Qualquer pessoa pode batizar vàlidamente, mas, fora do ca~o de necessidade, só o sacerdote tem o cli reito de bul izar. 647. Que água se deve empregar para o batismo? https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 263 Qualquer água natural basta para a validade do batismo; entretanto, sempre que for possível, deve-se empregar água benta. Para os batismos solenes, o sacerdote emprega á~ gua batismal, isto é, água sagrada e benta especialmen te para este fim. 648. Que i n t ,e n ç ã o deve ter quem batiza? Quem batiza deve ter a intenção de balizar real mente, isto é, de fazer o que a Igreja faz ou o que Cristo ordenou. Quando o batizando é adulto, deve ter o desejo de ser batizado; do contrário o batismo é inválido. No batismo em, caso de n6cessidade, derrama-se água na cabeça do batizando, dizendo, ao mesmo tcmG po, as pala\Ta:s: "Eu te batizo em nome do Padre e do Filho e do Espírito Santo". -- Nesse caso, as cerimôniçt! solenes ficam para ser feitas pelo sacerdote, mais tanic. 649. Que prometemos a Deus no santo Batismo? No santo batismo, prometemos a Deus: l) Crer firnw e constantemente na doutrina ca tólica; 2) fugiT do pecado e das más ocasiões e levar uma vida agradável a Deus. É o que se chama "promessas do Batismo". E, como Deus, de sua parte, promete ao batizado sua graça e a ::,alvação eterna, esta promessa ·mútv,a chama-se ••alian ça batismal". 650. Que n -o m e se deve dar à criança, no batismo? No batismo, deve•se dar à criança o nome de um santo, para que ela tenha um intercessor junto de Deus e um modelo para imitar. 651. O que se deve observar espe,cialmente com res peito aos p a d r in h o s ? https://alexandriacatolica.blogspot.com.br Os padrinhos Yêm a ~er como pai;'.' espH:ll.ua i:-:; dos bal.izndos, e em seu nome fazem a conf is~ão de fé ~ ai-:: 1n·ome~sa:,, do batismo. Por ~ausa deste parentesco c~piritual os padri nhos nüo se podem casar com os afilhados. nem com os paiR dos InQ.smos. 652. Que devêres têm os padrinhos de batismo? Os padrinhos se comprometem a cuidar da edu cação cri~tã ·do afilhado, ca~o os pais não queiram ou - f' "' I nao po~~am : aze- o. Disso logo se conclue que só se dcn~m escollu~r, pa ra padrinhos de batü;mo, católicos bons e cumpridores do de\'er. 653. Poderá ser alguma vez suprido de outro modo o batismo de água? Quando o hati~;rno dr ;_'igua é impossíve:I, pode fuprí-lo: 1) o arrepeudirn1•11to p<"rfrito ou o arnor a Dt ... us (bati~mo dP- desejo); 2) o martírio por amor de Cristo (batismo de sangue). 1) "Todo que (assim) ama nasceu de Deus e conhe ce a Deus" (P João, IV, 7). 2) "Quem perder a sua alma por causa de Mim, sah'á-Ja-á". (Lucas IX, 24). RITO DO BATISMO As cerimônias do batismo são antiquí!llsimas e: de profunda significação. São as seguintes= A. - Cerimônias que precedem -o batism-o. 1) O batizando, a princípio, permanece à porta da Igreja, pois, só pelo hati.smo será admitido à comunida- de dos fiéis. · https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 265 2) Depois que aí recebe o nome, o sacerdote sopra lhe três Yezes, de leve no rosto, para assim simbolizar que o espírito das trevas é repelido pelo Espírito Santo. 3) Em seguida, o sacerdote faz com o polegar o si nal da cru✓• na fronte e no peito da criança; esta cerimô nia dá a entender que o batizando daí em diante dc\'0 pertencer ao Crucificado, cuja doutrina deve guardar em Sf~U Loração e confessá-la genl"rosamentP com pala \Tas e obras. 4) A seguir. o sac0rdotc coloca um pouco de sal ben to na bôca da criança. O sal é um sírnho1o da sabedoria c1·isrn e na pn•servaçfto da corrupção do pecado. Scgue se: 5) O lºXorcisrno d<c> satanás cujo podt>r é qu0hrndo cm nonw da ~::i.nLÜ;~irna Trindade. ffi A ímposidiu da~, mftos p~•1o sacc'rdotc. como ·,ím hulc, da proteção divina. 7) A entrada na Igreja sob a impo~ic;ão da estola, si nal do poder sacerdotal, em vil'tudc do qual o batizan do é admitido à comunidade da .Igreja. 8) O molhar das orelhas e ào nariz com a saliva, a e xemplo de Jesus (Marcos, VII, 33). para significar que os· sentidos espirituais se abrirão pela graça do batismo üs V(-'J'dadcs do Evangelho e qtw d0n•m firar 8lwtto~ rrnrn ouví-las. ::J) Depois que! o batizando mesmo ou pela boca do seus padrinhos, renunciou à satanás e às suas obras ( aos pecados). 0. à.s suas pompa.-; íàs \'aiclao('s do nrnndo), o ~acerdote unge-o no peito e entre as espáduas com óleo dos catecúmenos; esta unção :significa que, como solda do de Cristo o batizando terá de sustentar lutas contra o demônio e o mundo. 10) A seguir, o batizando é convidado a fazer pú blica e solene confissão das principais verdades da fé; segue-se então a administração do batismo. B. - Cerímônias que se seguem ao batismo. 1) O sacerdote molha o polegar no santo Crisma e unge o neófito no alto da cabeça cm forma de cruz, paw ra representar que a alma agora está ungida com a gra Çé!- do Espírito Santo. ~) Como símbolo da inocência batismal recebida, o neófito recebe uma veste branca; o sacerdote a impõe com as palavras: "Rerehe> a ,Tste branca e cons0rva-a https://alexandriacatolica.blogspot.com.br https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 267 imaculada até o tribunal de Nosso Senhor Jesus Cristo, a fim de que tenhas a vida eterna". 3) Finalmente o neófito recebe umavela acêsa co mo exortação de que, dora cm diante, e seu sagrado de• ver fazer brilhar aos olhos de todo o mundo a luz da fé e de uma conduta irrepreensível. APLICAÇÃO: - Jamais te esqueças do que prometes• tes a Deus no santo batismo e a exortação one o sacerdo• te te fêz ao entregar•te a veste branca e a vela acêsa. (Re nova muít as vezes, talvez todos os do1ningos as Pl"OffiC.\;SaS do batismo) DA CONFIBMAÇ÷O OU CRISMA 654. Que é a e o n f i r m a ç ã o ou e r i s rn a ? A confirmação ou crisma é um sacramento em que o balizado, rnediante a imposição das mãos, un ção e oração do Bispo, é fortalecido pelo Espírilo Sanlo para que· confesse a fé com firmeza e a guar de com fidelidade. O batismo nos dá a v;da sobrenatural, a confirm~• cão a desenvolve. O ba 1 ismo f a.~ nascer os filhos de Deus. a confirma~ ção os faz cretcer e os transforma cm crir-Hios forte~; e soldndct de Cristo. 655. Qual é o s i n a I s e n s í v e 1 da confirmação? O sinal sensível da confirmação é a imposição das mãos, a unção com o santo crisma ( óleo consa grado) e a oração do Bispo. (Ver perg. 658, n. 2). 656. Que graças produz a confirmação? 1) A confirmação aumenta cm nós a graça srut tificante; 2) dácnos o Espírito Santo para professarmoi https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 268 intrepidarnente a nossa fé e para lulurrnü:_:.- contra (1~ inimigo~ da salvação; :3) imprime em nosH:l alma o caráter inclt>1éveI de soldado de Cristo. "Ora, o que nos confirma em Cristo convosco e quü nos ungiu é Deus, o qual também nos imprimiu o seu !'5êlo e deu em nossos corac;ões o penhor do Espíl'ito 1 San to)". i.2'·' Cqr. I, 21-22). 657. De onde sabemos que Cristo instituiu o sacra mento da confirmação? Salwmo:-: ,1ue Cri:--:to ins! it uiu o :::.wT,Ullt'nto ,L.1 confi rnia<._;ão porque: 1) já. os Apóstolos adn:1ini~traram c~te sacra mPn!< 1: 2) assim a / greía o ensmou sPmprc desde os 111·iHwi ro~ t1·n1po~ do Cri:-::iiani~mo. 1 l "Ora os Apóstolos que esta\·am ,_.rn ,Jerusalém, fi~ndn 011ddo dizPl' que ;1 SHmaria tinlrn l'f'f'.(•hido ;:i p;Jh:l. \ ra ck Deus, rnandal'arn-llw lá P~dro e ,Joào: os qwds. tendo c·hcmido. fizeram oração por <-'les. a fim de rece r.el'em o Espí:rito Santo; porque Ele ainda não tinirn dc,scido i;obn.' !W!1hum dt!lcs mas sàlnente tinham sido batizados (.'m nome do Senhor Je:-;us. Entf.io imvunhélm• !hC'.s as m3.o.-: 1-} rc·cPbinm o E'.',p:ri1.o Santo" ( Alo:-:: do~ Apfo;tolos, VIII, 14-17). 2) "e~, hntiza.dos serão conduzidos aos bispos, a fim ck. por s•.1;1 oração e ímn<Jsição das mãos. receberem o Espírito Santo e. pelo sêio do Senhor, serem perfeitos'' (S. Cipriano, bispo ·e mártir. + 258) G50. Quais são as cer.imônias do: confirmação? ·1) O Bi::;po c~tendc as má.o~ sohl'e o::-- cúnfir• rnandos e mvor.a, sobre eles, os 7 dons do Espírito Santo; 2} Fn1 :--cµ:u.ida, inq1Õt· a~ mão~ ~oln,· l'ad a um en1 particular e unge em flirma de cruz, com c1 ~anto https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 269 cnsma à testa do crismando, dizendo: ''Eu te as~n n;i J o com n ~inal da cruz t' te confirmo c·mn o cn::- ma da ~alvac;ão, cm nornr, do Padre, e do Filho, e do l•:~píriio Santo. Am{·rn. •) - \ 1 . R' 1' 1 " ' ;">), o com· mr, o 1:::-po ta a H:~n\:ão a trn.t'l,~ juntos. O eonfirmando não se deve 1•ütirar antes da bênção final. Só as cerimônias indicadas sob o n. 2. eonsthur~m o sinal sensível do sacramento; as demais sfto cerimó nias litú1·gicas. O Crisma. consagrado pelo Bispo é uma mi.stura de óleo de oliveira e de bálsamo. O óleo simboliza a fot"<::a interior que o Espírito Santo comunica para resistirem Yilorim;amur,k aos inimigos da salvação. O Bcí.l-slltno re1n·0.scn1a a graça que o crismando recebe para se con2.c-rv:u· purn e ise11to da corrupção do mundo, e, por uma vida pif'dosa, cRpalhar o bom odor da virtude. O Bispo unge o crismando na fronte, fazendo o :~in·.tl da cruz, pa1·a que ele jamais se envergonhe da cruz d-e Cr-isto. porôm. confess~ sem temor, sua fé em Jesus o Crucificado "Não me P.nvergonho do Evangelho, por que é a vfrtude de Deus para dar a salvação a todo o que Cl'ê. rn·.imeiro ao judeu e depois ao grego" (Roman. I, 16). Depois da unção o Bispo bate de leve na face do erismH.ndo l! di7.: "A paz seja contigo!", para lhe lem brar que. como soldado d0 Cristo. tem o dever de supm· i ar pacic~ntemente. fH~lo nome de Jesus. toda sorte de injúrias. As palav1·as: :: A- pu;-;; se.ia contigo'' é um voto de bên~ãos, para que. alcnncc-m10s a vc-rdadeira paz por meio da lu1a pur Cristo. 659. Quem tem o poder de confirmar? O podt•r de confirmar é próprio dos Bispos, co mo sucessores dos Apóstolos; entretanto, o Papa po clP, por motivos t•~pt:>:cia1:-., conft'rÍr t>~te JHH1Pr tn1n hém a ~implc:-. ~acerdotc~. 660. A crisma é n::cos::ár~a parc:t a sa~va~;õ:.;,? https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 210 A crisma não é necessária para a salvação, mns privam-se de muitas graças e pecam os que deixam de a receber por negligência ou desprêzo. O que Deus instituiu p~ra todo~. df'VC tamhr:>m ~er por todos zelosamente desejado e recebido com gratidão. 661. Quem póde receber a confirmação? Toda pessoa batizada pode receber a confinna• Ç"O .,, . Nos primL'íros tempos do Cristianismo, a Crisma foi administrada logo depois do batismo. Atualmente, costu ma-se esperar até uma idade em que a pessoa é capaz d~ compreender afim de se preparar bem para a re cepção deste sacramento e assim, receber mais graças. 662. Como se deve p repa: r a: r para a confirmação? Dcn~-se purificnr a conciência, é.tu mc110~ de to. do o pecado mortal, e pedir ardcnt<·mentc os dons do E~píríto Santo. 663. Por que se admitem padrinhos para a crisma? i\.drni!ern-R· padrinho~ p:1ra n e1;1sma, para que levem os crismandos para receber o sacramento e, mais tarde .. os auxiliem na luta r:spiritual. por Hí,;oes e conselhos. B' a isso que se obrigam os padrinhos, quando co locam a mão sobre o ombro direito do conrirmando; assim se tornam pais espirituais e protetores de seus a filhados, para que estes conservem a graça da confir~ rnttção. Nasce entre padrinho e confirmado un-1 rmnm tesco espiritual, que, porém, não é considerado 1mpedi mcnto para o matrimônio. 664. Que qualidades devem possuir os padrinhos de • ? cnsm.a. Os padrinhos de crisma devem ser católicos~ já https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 271 cri::-;mi.H.:l0A, de -vida irrepreensível e de idade! tal que pos:-iam cumprir os deveres de padrinhos. Os pais não podem ser padrinhos de crismo. dos fi lhos. Não deve também o padrinho de batismo s.er o mesmo da confirmação. APLJOAÇJO: - Lembra-te sempre que, como soldado de Jesus Cristo, deves lutar pelos interPsscs de Deus e con siderar uma honra sofrer pela fé ignomínias C! persegui ções. DO SS. SACRAMENTO DO ALTAR 665. Que é o S S. S a e r a m e n to d o a l t a r ? O SS. Sacramento da Altar é o corpo e o sangue de .Nosso ~Pnhor Jesus Cri~Lo rlebaixo das aparências de pão f' de vinho. O SS. Sacramento do Altar chama-se também: Eu caristia, Pão dos Anjos, Viãtico, Santa Hôstia. Pão do céu, etc. 666. Qual é no SS. Sacramento do Altar o s i n a I s e n s í v e l e qual a g r a ç a i n t e r i o r ? 1) O sinal ::icm,ivcl são as espécies de pão e vi uho, sobre as quais o ~nccrdote pronuneia as palavras •Ja consagração; 2) a graça interior é o próprio J et-m:1 Cri si o, o Autor de todas as graças. 667. Quando instituiu Jesus o SS. Sacramento? Jesus Cri~to in~tituiu o SS. Sacramento na últ.i .. ma ceia. 668. P a r a q u e fim instituiu Cristo o SS. Sacramento? Cristo instituiu o SS. Sacramento para nos pro• porcionar três bF.nefícios imensos: https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 272 l ) para /H'rrtHl!We<'r ,·om :itUJ lllllJIWlÍdade. no -anúrio~ no nwio df' nós~ ape~ar de ler ~uhido ao r·(,u; 2) \HHa ·~(' oft,rert·r ('.orno Yílirna pt,r no:--, na santa Jl issa. :)) para n•>:--alinwnlar na Santa Com11nlu10. e !--í'l' V iúlico di' no:--~a uhna. § 1. DA. PRESENÇA DE CRISTO NO SS. SACRAMENTO DO ALTAR 669. De onde sabemos que Cristo está presente no SS. Sacrccmento? ::1) p,•I,: u'm!irina dos 1prí~,tolo.•; Í(Jli(·(l. 670. Como p r o n1 e t e u f esus o Altar? No dia st·guinle à primeira rnaravi ll10~a multi plicação dos pães, disse J csus ao~ judeus: ··o pão que Eu darei é a minha carne para a salva~ão do mmHlo". Então, ffr•q>utavam Pnlre ~i O:, judcw;, dizendo: Como poch-- F~lt~ dar-no:-: a comer ~ua t'.arrn,'! E Je~n:- disse~ 1 i ·" l' 1 1 l 1 \" • -~ -Lff~,: <.1n veru.Hw, em ven iH e vos l 1~0 ,-=ie nao eo- !nerdc~ a carne .lo Filho do homem, e não beberdes o :-::eu ~angue~ não terei~ a vida em H)~. r'orquP a rni Hha canH' é Vt'r.JadPirameulp comida, t- o meu ~ an ~UP \ errladt>i 1·cnnenlt"' lwhi da·, ( João, Yl, ,12-56) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 273 As palavras de Cristo 1·eferem-se realmente à ve1· dadeira recepção de sua santa carne e sangue e não po diam ser racionalmente compreendidas de outro modo . . Jesus confirma expresi;:;amente cst-a comprHmsão de sua~ palavras. Interpretar de outro modo s;eria deturpar vio lentamente o verdadeiro sentido. 671. Como instituiu Cristo o SS. Sacramento? :\ a última ceia J c~u~ tornou o pão, alwu~:ouu-o p~1 rl iu-o t' deu-o a ~t->:us di:-:-cipulo~~ dizPndo: ··Tomtli t' {'onwi, i~to é o meu corpo~· E depois tornou o cáh cr tom \ rnho, <.h~u gn1,~a:-::, benzeu-o e o apre~enlt•u ,:tJ:-- cl-i~t·.ípu1o:=-- ('om a~ palavras: "'Bdwi d~h~ to(lo:,;, i~- • to (-; o rnep ~;aHµ:m:·. Faze:i iolo em rncn11jri ct de }vlim·· Uvlalt·'lb \X\L 2h-28: \.'In1·t·o~ \l\. 2:2-2,l-: Í.!U'il.'-' X.\ 11.) 19-:~0) Cristo previa que a Igreja, desde o começo e através etl' t.odos o:,; ~;éc.tfo:,.;, tomal'iu estas palavra::; no :;cnti<b ~i tc1·al. Sr EJc í\l.Üses:'-t' que cm a~sunto tüo írnpm·hnte, se c•ntendernse de outro modo, teria também falado de modo divcn.:;o, s•12. Qm:~ ensinam os A p 6 s to 1 os sobre o SS .. Sct cram;en to? l i H'f' (if' do :-:,rngiw dt· Cri:~ln ·r E o pão, qrw partiwo~, ni'.'iu t~ a pari;<,·ipa!)io do corpo d.o Stnho1·?'"~ (!'-' Cnr. \, 16) Em ontru passagem ele diz: "Todo aquele que co m-:.!r este pão ou bebei· o cálice do Sc-nhm: indíg-n::-1.men tc, i;;erá réu do con,o e do scrn[l1w tio Sc;;Jw1··--. (1'' Cor. XI, 27). 673. Qual é C( dcmtrina da Igreja e a t ó 1 i e a sobre cs~r:~ Sacramento? :\ lgrrja Catúhi·a n1~inot1 i,,,rnpre (·111110 fon:1 r[e https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 274 dúvida e, finalmente, no Concílio de Trento, declarou solenemente como dogma "que o Sacramento da Eu caristia contém verdadeira, real e essencialmente, o Corpo e Sangue de Jesus Cris:o Nosso Senhor, j:1nto com sua alma e divindade, e não somcnlc como num sinal ou figura, ou segundo uma virtude". (Sess. 1:1 e. l.). Assim como Jc•sus Cristo tomou a nossa carne e sangue. assim também aqu~lc alimento bendito pela palavra de oração (palavras sacramC'ntnis) se conve1·te na carne e sangue de Jesus feito Homem". Assim já en sinava o mártir S. Justino. "Vislo que o próprio Senhor falou e disse do pão: Isto é o meu corpo, quem se atre verá a duvidá-lo? E visto quü Ele mc:::mo nos deu a '.;e gurança e disse: Isto é o meu. Sangue, qu0m poderá va cilar ou pensar que não é o seu Sangue? Ele tinha con vertido cm Caná a água cm vinho, ~ nós podemos auvi dar de El~ ter convertído o vinho cm Sangue?" Assim fala S. Cirilo, Bispo de Jerusalém. Igualmente claro .e firme é o testemunho de S. João Crisóstomo, Santo Am brósio. Santo Agostjnho, e de muitos outros Padres da Igreja. ~ Todas a~ seitas orientais que já muito cedo se separaram da Igreja Católica. creram na presença real de Cristo na Eucaristia. 674. Que aconteceu com o pão o o i"inho. quando Cristo pro11unciou sobre eles as palavras: "Isto é o meu corpo - ist:> é o meu sang·uc/'? (.)uando Cristo pronunciou sobre o pão e o vinho as palavras: ''Isto é o meu corpo -- isto é o meu san• gue'\ a substfincia do pão e (io vinho mudou-se no verdadeiro corpo e no verdadeiro san~ue de Jesus Cristo, permanecendo do pão, só as espécies ou apít• rências. 675. Oué se entende por aparências de pão e vinho? Por aparências f]e pão e vinho se entende tudo o https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 275 que deles se percebe pelos sentidos: forma, cor, gos to, cheiro, etc. Esta transformação substancial (transubstanciaç?io), na qual só PC'rmancC'em as espécies. encerra muitos mi• lagrcs. incomprC'ensivC'is a0 entendimento humano, mas que absolutamente não são impossíveis a Deus Onipoten• te. Já na ordem da natureza acontece muita coisa que não podemos compreender mas que devemos reconhecer como realidade. 676. Deu Jesus Cristo também aos Apótolos o poder de transformar pão e vinho em seu santo corp~ e sangue? Sim, Jesus Cristo deu também a seus Apóstolos o poder de trans!ormar o pão e vinho em ~.eu sanlo l. 1 11 "F . . 1 ,. • nJrpo e san~rn•, e 1zem o-. 1es • aze1 1s o cm rru~mona ,-l..:. ~:11· •·•·1 '' li-;___ 1.\.l J .a. Este podei· dos Apóstolos passou para Of.. seus ~.ut·e.::sorr•.s no Sacerdócio,. os bispos e o~; padrPs. G78. Quando os bispos e os sacerd=i,tcs cxercen1 este poder? Os bispos e sacerdotes Pxercern c!?.tr: poder na - 7 li ir. 1 • corJf[igraç~w <la i-::anla lHJ~'sa, <]tiancto pr01mncrn111 f.O• brc o pão e o Yiuho ·as palavras de Cristo= "[:::.to é o . ,. ,, meu corpo - 1sto e o meu sangue Na santa Missa, só podem ser usados pão do trigo e 'l.t'inho de uva. 679. Quó está, pois, sobre o altar. depois da cZJnsa gração? Depois da consa~ra.ção, estão sobre o altar, ver dadeita, real e esscncialmenl'e prescn:cs, o corpo e o https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 276 tangut• dt• .fo,11~ Cri:-::io, ~oh a:-- e.;penc~ dP pao e v 1- nho. 680. Quant,o tempo permanecG Cristo presente no SS. Sacramento com seu corpo e sangue·? C.ri:~lú p1~rnumccc 110 SS. Sac.rnmento com ~<·n corpo t• :-.,;angw·~ enquanto durarem a~ espécies de pão (' Yinho. 68 l. Está sob a espec1e do pão somente o corpo de Cristo e sob a espécíe do vinho somente o seu scrngue? :.\'ão, :--oh ('ada cspec1e, Cristo e~Lá todo inteiro e indini.-;í1Jc[. com canw e sangue, com corpo <· alma, com divindade e humanidade. No SS. Sacramento, o corpo de Cristo está frans figurado como no céu. 682. Quando o sacercl.ote parte a sant-:t Hós~;r:r, o c;,:;r. po de Cristo é também dividido? Quando o sacerdote parte a santa Hóslia, parte sâmr-nte as esp,~ci0 s. o c:orpo de Crislo pt>rmane~•:-:-? t-•m ('Hda parte. intt>iro e vivo. O corpo de Cristo está presente sob as espec1es de pão e vinho de modo semelhante à alma no corpo hu mano, isto é, inteiro em cada parte, com a diferençr~, porém. que uma lesão exterior ou divisão não tem ne nhuma influência sobre o corpo de Cristo. 683. Que exige de nós a presença de Cristo no San tíssimo Sacramento? :\ presença dt> Crislo no SS. Sacramenlo 1~xiµJ· l)UP o adoremo~ 1·on:1 o mais profundo respeito, l ,he https://alexandriacatolica.blogspot.com.br '} .,_..,. - ; r i""\~-i-adt·vmw~ o ~eu arnor e I Jw J wt: .. 1 nw~, com toda a c11nfiança, ~um ~raça~. "Todos os anjos de Deus O ador0m" (Hebr. I, 6). Para render ao SS. Sacramento a honra que lhe é devida, a Igreja o apresenta à adoração publica, dâ a hên<;ão com o Santíssimo, leva-O em procissões solenes e instituiu em sua honra, festas e irmnnda1cs: (Festa do Corpo- de Deus, festa do S. ConH.~ão u.e ,Jesus, ador:l ção das ,40 horas e adoração perpétua; confraria do SS. Sacramento). Como símbolo de adoração e amor, arde, diante do Altar do SS. Sacramento, a Jâmpada eterna. APLICAÇÃO: - Alegra-te com a realidade de que ~ob so Senhor e Salvador quer pe1·manecer entre nós, no SS. Sacramento. até o fim do mundo; agradece-lhe tão grande gtaça; ama-O e visita-O muitas vêzes com devoção; a Ele o mais amável Consolador e Auxiliador.queixa-te de teus sofrimentos com toda confiança, pois Ele mesmo te convi da: "Vinde a Mim todos os que trabalhais (fatigando-vos) e vos achais sobre.carregados, e Eu \'OS aliviaeei" (Mateus, XI, 28). 1. § 2. DO S-l·U·:'I'O SACR:i.FfC!O DA f.-1ISSA ~, • ~ , . r, • 1 .• .ti.JÇC{O ae ~OC!!!lClO: IC,C!ÇGO cn:.re c.b Aníigo Tef~'.~c.::·1onto; o .scrcrJíci·:J <: , •• -r1· f1· r-1·'"' d a l'lfí1· c:s,·· _._..._\.., ... '-" _, J.1!'. - ........ os _:-_;e: . .:_ .. 1..c_:,u."3 de'. C1-uz e o 68'1. Que ó s cr e ri f i e i o ? Sacrifício {, um dmn , i,í nd que ~t· ,)fcn·c(' Deu:-: para rcconhet:.ê-Lo P. adorá-Lo 1:<_1mo no;-:;:-:-o ~upn·- IJ j(_\ ·nl1(11·. A int enc;ão de honrar e adorar a Deus como supre mo Senhor. ó expressa pela própl'Ía ação do sacrifício, pois n ofcl'ta \"isível é destruida 1c,1·almentc ou ern par it'. (" a~·sim oferecida. a Dpu-,;. P::.:r esta àc~t rui<;ão. o homem confessa que Deus ê o Senhor da \"ida e da 1'!10~·- 1.P, de (1 xis1 ir. e do não existir de todos os seres. em uma pa]mT1.1. qu(' Ele é o sup,·flno Senho,·. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 278 685. Houve sacrifícios e m t o d o s o s t e m p o s ? Houve sacrifícios desde o princípio do mundo, e, no Antigo Testamento, foram ordenados rigorosa mente por Deus. 686. Por que foram abolidos os sacrifícios da lei an tiga? Os sacrifícios da lei antiga foram abolidos, por que eram só figuras do Sacrifício imaculado do f\ovo Testamento. 687. Qual é o sacrifício do Novo Testamento? O sacrifício do Novo Testamento é o próprio Je sus Cristo, Filho de Deu~., que, pela sua morte na cruz se ofereceu a 8CU Pn Celestial cm sacrifício por rn'.i:,". 688. Onde o sacrifíci ·.a Cruz é contí!luamente reno- vado, de modo ;: r u e n t o '? O sacrifício da .ruz <~ con'..lnuamcnt.c renovado de modo incruento, no santo Sacrifício da l\1issa. 689. Como pode ser renovado a sacrifício da Cruz no sacrifício da Missa. ze Cristo não morre mais? O Sacrifício da cruz é renovado no Sacrifício da i\1i~.~-a~ por,pianto Cristo se sacrificn real e verdadei- rnmcnte sob OH símbolos da morte cruenta que sofreu nu cruz, i~to é, sob as espécies ,çeparadas de pão e de vinho. Considerando apenas as palavras da Consagração, aparece sob a espécie de pão sõmente o corpo de Cristo e sob a espécie de vinho sõmcmte o Sangue; e, como es tas duas espécies estão visivelmente separadas, simbo lizam a separação que se deu entre o Corpo e o Sangue de Cristo e, com isto, é também simbolizada incruenta~ mente a morte cruenta da cruz. · https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 279 690. Que diferença há entra o santo sacri!ício da Mis sa e o sacrificio da Cruz? O santo sacrifício da Missa é completamente o mc::1mo que Cristo ofereceu na cruz, pois é o mesmo Sacerdote e u mesma Vitima; a diferença está unica mente na ação do sacrifício ou no modo e maneira de sacrificar. O SacGrdote prõpriamcnte dito. em ambos os sacrl• fícios, é o próprio Cristo, pois na santa Missa o Padre é apenas o representante de Cristo, cm cujo nome pro nuncia as palavras. "Isto é o meu corpo - isto é o meu Sangue". Em ambos os sacrifícios, o próprio Cristo, is to é. sua santa Humanidade é também a Vitima. N l santa Missa, usam-se p5.o e vinho unicamente para se~ rcm transfoJ'mados no corpo e no sangue de Jesus Cris to. Na cruz, a ação do sacrifício consistiu em Cristo se sacri. icar, oferecendo ao Pai Cdesnal sua m.orte cruenta 8uportada 1vol-unt(ir-iame-nte; na santa Missa a ação do sacri. ício consiste em Cristo se sacríficar, ofereccnd >1 de novo ao Pai Celestial a mesma morte cruenta, pela representação simbólica da mesma. 691. Que é. pois, o santo sacrifício da Missa? O san~o sacrifício da l\1issa é o sacrifício perpé· tuo do Novo Testamento, pelo qual Nosso Senhor Je sus Cristo, por meio do sacerdote e, sob as espécies de pão e vinho, se of crece ao Pai Celestial. 2. - Profecias. :nstituicão e constante celebracão d-:, J J Santo Sacrifício da Missa. 692. Como fni. predito, já no Antigo Testamento, o san to sacrifício da Missa? l\"o Antigo Testamento, a santa Missa, 1) foi claramente prefigurada pelo sacrifício de Melquisedcc; https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 280 2) foi rXJll'<'s~amente pro.feti;ada pe.lo prnf,·ta ,,Walaquias. 1) Como l\lfelquisedec ofereceu llHO 1:• vinho (G°êne-;;. XIV 18), assim também Cristo se oferece debaixo das espécies de pão e vinho, até o fim do mundo. PDl' is.:;.,) tr-irnhhn diz o Salmo 109 a respeito do :Messias: "Jurou o Senhor, e nflo se arrependerá: Tu és sacerdote eterna mt~nte ~:(:1g-undu a ordem de :\'Ielquisedec". Tamb(~m ris obJaçõc~ do Antigo Teste.menta eram figuras do ;~anw ~:acritkir' da ;\lfi:,sa porém, eram figuras me·nos JJer/eitus que o sacril'ício de Melquisedec. 2) "O meu afeto não está cm vós (judeus), diz o Se- nhor dos t>xércitc.s nem eu aceitarei oferenda alguma da \-o~sa mão. Porque desde o nascei' do sol até ac, poenr~, o nii.':u nome é grande entre as nações, e em todo o lu gH i· St' ~H.cr-irica e ~e ofei·ece i:w meu norn.e unia •.lhla c;üo pura". (iVIalaq. I, 10-11). 693. Quando Jesus Cristo i n s t i t u í u o santo sacri fício da Missa? .k:-u:-. Cri:--to instituiu o :,,;anlo sauiHcio da ,ri~ Sú na última ceia, onde Ele mei'::\mo pri1neiro a ofere ceu e depoi~ dis~c a<)B Apó::\tolos: ·'Fazei isto em mc u<'iria de \'Tim~· 694. Como provamos que desde os Apóstolos se cele brou sempre o santo sacrifício da Missa? l'rovanwi- que de:,:;de o::; Apóstolos ~empre i-ie ce lebrou o :--anto ~aerificio da l\1issa: l ) Pela~ palavra~ de S. Paulo: ""Nó~ ( os crt~- 1 ãos) temos mú altar, do qual os ( sacerdotes judeus) que servem ao tabernáculo não têm faculdade de co n~er'~ (Hehr. "\III, 10). 2) Pelo:,;_ leRt~I~rnnhos inegáveis dos Santos Pa dn·P-, pela~ decif:c"if'-.: dos Conr.ílios, 1wlas anti~a~ ora- https://alexandriacatolica.blogspot.com.br çõeR da 1Iissa e por outros monumentos da Igreja o• riental e ocidentaL ';Quando Cristo disse: Isto é o meu cor'po, etc:., cn• sinou Ele o sacrifício do Novo Te-~:tamcnlo que- a Ig1·•} ja recf'heu dos Apóstolos e a_gora ofor('<'í:' n D<'tts, no mundo ín1'0iro" (St.o. Irincu, t 202). 3. Fim e frutos da Santa Missa 695. Para que fim instituíu Jesus Cristo o santo sacrifi~ cio da Missa? .k:-:u:-; ( .1·i.~10 iH~tituiu o ~anto ~a<'riffrio da :'.\li~- .1) para {.;l 111·ificar conl írnrn nw11l !' a 'I h·u~, do llllldo rnai :-,; 1w1·f1· i I o; .L . 2) para tornar pn··:·-t:•nle, em todo;:;; os tcmp11:--, o :::acl'ifício da cruz: :1) para apl icar-110:-- :;ernpre o~ frulo:-:. da n1es wa. 696. Como se realiza na santa Missa: o seu fim. de 910- ria a Deus do medo mais perfeito e de aplicar.nos os frutos do sacrifício da cruz? O santo ~acrífrcio da lVli s~a realiza e~le f llll: l) Enquanto, <·orno sacri /frio latrPutico. dá a Deu~ a. maior glória; 2) corno sacrifício eucarístico, rende-lhe a mais p<T/eita açüo dr graças por todos os seus benefícios; :3) e.orno Sfl(.'ri f icio propiciatório~ rr.concilia. o Dn,s of "ndidu t~ apn';;:.enla-lhe sati.~fa(iio por no~sos pt'('ad.o~: 4) 1:omo sw.-rif icfr) im petratório. alcança-nr'I:-,; a~ https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 282 mais preciosas graças ern todas as necessidades do corpo e da alma. 697. Em qué consistem os frutos da santa M.issa para nós? Os príncí pais / rutos que colhemos da santa l\.fis. ~a consistem cm que: 1) como sacrifício propiciatório, a santa :Missa r::placa a ira de Dcu.s e alcança-nos remiss<io das pe n as temporaÍs; 2) como sacrifício impetratório, a1cança-nos toda a sorte de graças que precisamos para o corpo e para a alma. G98. A quem se estendem os frutos da santa Missa:? Os frutos da santa ~Iissa se eslendem, em certo grau, a todos os membros da Igreja, aos vivog e cle f nntos, mas ct~pecialmente: l) ao sacerdote qne celeln·a o santo sacrifício; 2) àquele~ por quem especialmente é oferecido~ 3) a todos que assjstem devotamente ao sacri• fícío. G99, A quem oierecemos o santo sacrifício da Missa? O:en~cemos o santo sacrifício da t1issa unÍCa• mente a Deus, ainda que nela também celebramos a memória dos Santos. 700. Co1mo honramos a memória dos Santos durante a Missa Honramos a memória dos Santos durante a Mil">• lf-3: https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 283 l) agradecendo a Deus as graças e a glória que U,es concedeu; · 2) pedindo a Deus que, pelos rnér.itos e inter cessão dos mesmos, nos seja propício. 4 .. A LITURGIA DA SANTA MISSA As pm·tes '))rirtcipa-is da santa Missa são: Ofertó rio, Consagraçcio e Cotnunhé'io. Ao lacto destas partes ainda há muitas outras orações e cerimônias. O con• junto de todas estas orações e cerimônias constitue a litnrgia ou rito lla santa Mi8Sa. As cerimônias e ora. ções do santo sacrifício da :r-.nssa vêm de tempos anti• quíssimos e muitas de'.as, dos Apóstolos, e o seu sen tido sublime e misterioso deve enchr-r de devoção e respeito os nossos corações. As mais importantes são as seguintes: Do começo até o Ofertório. ( Ante-~J!issa) i. O sn.c('rdote, chognndo no altar, desdobra um pano (o corporal) e coloca o cá1íce soh:re o nwsmo. Se guem-se as orações ao pé do altar, que o sacerdote reza. aJternando com os coroinhas que rep:i·ewntélm o povo. Estas orações constarn: a) do Salmo 42, no qual se cxrr1rnc o desejo da ce lebração do santo Sacrifício e a confiança no auxílio di- tjno; • b) da cvnfissc1o geral (Confiteor). que o sacürdote e o povo fazem para se purificarem dos pecados veniais qu~ podem impüdir o chegai• com confian~a e regozijo ao santo altar; e) de orciçõr::s que ímploram a ml~cricôrdía dívind. 2. ~ Feitas as orações ao pé d.:> :dtar. o sacerdote sobl! ao a1tar e beija-o em sinal de respeito. Dirige-se, düpois, n.o lado direito, onde reza o Introito, que ger.::tl,. mente contém trechos da Sagrada Escritura e refere-s,, à fe~ta tlo dia. 3. Depois o sacerdote volta ao meio do altar e https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 284 reza. alienando C'Dm o coroinha o Ky;·/e el.ci-sf1i1 <Se nhor, tende piedade de nós). São nove súplicas de pie dade, sendo três dirigidas ao Padre, três ao Filho e irês ao Espírito Santo. Ao Kyrie. segue-se ordinàriamente o Glória. ou canto dos anjos: Glória a Deus nas alturas. 4. -- Depois do Glória (ou depoi~ do Kyrh.•. qua.ndo nfao há Glória). o sacel'dcte: volta~.se para o povo di1.e11- do: "Do11úmt8 vobiscurn'} {O Senhor seja convosco). De sejando a mesma bênção ao sacerdote, o povo, ou, o co roinhn em nome do povo responde: "F;t.- c1~m- ,.,pirUu tuo'·' ( E cem vosso espírito). Esta piedosa saudação repete-se várias vezes na santa Missa, entre o sacerdote e o povo, como que para se animarem mutuamente a perseverar no fervor. Depojs o celebrante vai ao lado direito do nl .. tar e reza, cm nome de todos os pr<•srntc~ lima ou , :'t rias Oi uções para as intenções gerais. 5. -- Segue-se u leitura da Epfatola, (carta) tiradr1 da Sagrada Escritura; geralmente é um trecho de uma •'Pí:stola dos Apóstolos. /\ Epístola.. scgue-~e o G,·wlual_, ordinàl'iamcnte ti nulo dos Salmos. En) d-e!P-rmjnndas JVIissas, à Epístola seguc-s(• a SeqHência. Depois do Gradual ou da Sequên cia, o celebrante díl'ige-se ao outro lado- do altar e ini· eia a leiturco. do Enrngelho. E~tr. consta de um t1·ecl\r_) de um do~ quatro Evangelhos. O sacerdote pr11·a H::-r o I<:vangclho, dirjge-se ao outro 1ado do aitai·. pal'a ·,;i~ni ficar que o Evang-e1ho ( do-utrina df' ,Tesm, i. rejcitmlo peles judeus, passC)u para os pagão~. Durante o Evan gelho, os fiéis ficam de pé, para dar a entender que es .. tão prontos a ohcàeeer n \·oz de Jesu~ Cri~to, que nos L~ la no Evangelho. e para mosttar respeito pelas verda des nele contidas. 6. Todos O/s domingos do ano, como também nas festas de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Santíssima Vir {c-:·em. dos Apóstolos e Doutores da I~rc-ja. diz-.~0. dep-:--,is do Evangelho, o Credo. Assim termina a An te~l\-lisSia ou Missa dos catecú• menos, assim chamada porque, nos primeiros tempos do Cristianismo, os co.tecúmenos e penitentes púhHcos eraíll despedidos pelo djãcono depois do Evang-eJho. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br Primeira parte principal: o Ofertório 1. --- O sacerdote toma pâo e 'Vi-nho e os oferece ao Altíssimo. Por meio desta oferta, o pão e o vinho sii•:J antecipadamente santificados, para depois serem tran, formados no preciosíssimo Corpo e Sangue de Nosso Se nhor ,Tcsus Cristo, em que consiste e!.!se-nc-ialmente o sem to sa.cri,t,ício. (Ver perg. 689). 2. -- .A seguir o sacerdote lava as mãos - Lwvabo - cm sinal de que a alma deve estar purificada de to do pecado, e até das menores faltas para oferecer o santo Sacrifício. Depois, o sacerdote volta para os as sistent<.>.s e os exorta a se unirem com ele na oração) di zendo: Orate [tatr€'8! (Orai, irmãos!) Pede a Deus acei te benignamente o sacrifício ofc:mecido no que concerne a ele e aos assistentes. E' com a mesma intenção qu;;• ele continua a 1·czar. em Yoz baixa. as Sf.:c1·~!fux_, uma duas ou três. conforme o número de ora~ões rezadas. Segunda parte principal: a Co!l.sagração 1. - Esta parte é preparada pelo Prefácio_. solen~ oração de louvor e agradecimento. Como introdução_, o sacu·d:::.tc diz: "Su·u;um co1·<la !·" ( Elevai os cm·at~õcs !) Por fim, une-se aos coros dos Anjos, dizendo: Santo) Sun 10. Bunto. etc. 2. ~-- As orações, depois do Sanctus, são ditas cm voz ibaixa. daí o nome àe Mü:sa Secretr:. DfH,P o nome de Cânon à parte da santa. Missa que vai do S.;mctus ;1t(, o Pater Noster porque estas ora~ões não variam. Nas o rações CJUP pmcedem à consagração, 1·eza-se df' um mo do especial pela Sttnta Igreja, pelo Papa, pelo:,; Bi~nos, e por todos O!'i fléis, prindpulmente po1· t-cdo~ os presen tes e por a.qu!:!les pelos quais o .sacerdote oferece a San ta Missa ou que ele- quer recomendar a Deus de um mo do· especial. Depois que o sacerdote pedfl por toda a I greja militante, ele faz a comemoração dos Santos v:i ra que Deus, em atenção a seus méritos e sua interee:-5- .são, no;:; protej1:1. sen1pre c~n1 o auxílio de ::;LHt graça. 3. - Um sinal da campainha anuncia que se aproxL ma o momento majs santo da Missa. O celebrante toma o pão em suas mãos e diz sobre o mesmo as palavras prodigiosas da Consctgrci:çãoJ pelas quais o pão se trans .. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 286 forma no prccios1ss1mo Corpo de Jesus Cristo. Então o sacerdote faz uma genuflexão e adora a santa Hóstia; logo depois mostra-a ao povo, para que tambem adora a seu Deus e Salvarior presente no altar. - O mesmo sucede com o cálice, depois que o vinho foi transforma do no precio~íssimo Sangue de J csus Cristo. 4. --· Depois da Consagração, o sacerdote pede, no vam<:!nte, a Deus af.:m de que aceite benignamente este sacrifíc·o para a salvação do pcvo; reza, então, pe:los tle funtos e lembra-se de novo dcs Santos, pedindo admissão à comunhão dos mesmos. Terceira parte principal: a Comunhão 1. - Como introdução a esta parte, o sacerdo~.e reza em voz alta o Pater Noster que é o resumo de to das as petições. 2. -·-- u ~accrdote parte a sagrada Hóstia, coma também .Tc~:1s fez na última ceia quando partiu o pã.'l, 3, -· r:m !,;ep;uida, o sat,--crdote diz, três vezes. o Agnu.a Dei... (Ccrdciro de Deus ... ), no qual se fcguem L!S oraçúes pre,Ju.rutórias para a santa comunhão, as quais finalizam com o Domine, non sum dig1_1.us (3 vezes). 4. -- O celebrante comunga. reccbe1do, primeirn4 mente, a sagrada Hóstia, e, depois, o prC?ciosissimo San gue de .icsus. Enquanto isso. os fiéis devem fazer umq Oom.u.nhão c.s?Jiritual, caso não comungarem realmente. 5. - Depois da santa Comunhão, seguem-se: a Açã,J de graças, n bênç<:"io do sacerdote (está é omitida nas Missas paro defuntos), e. por fim, gera:m~ntc, a nar1·a çfio do ín.icio do Evangelho de S. João,que nos anunda R Incar:nuçtio do Filho de Deus. PARA1'-'1ENTOS, CôRES E UNGUA DA LITURGIA 1. - Os paramentos litúrgicos lcmbrmn-nos que o sa cerdote, no ~-li ar, como representante ou vigário de Je sus Cristo {:clcbra um santo e divino Mistério. Os prin cipais paramentos são: 1) o amicto (símholo do recolhi• mento; 2) n. alva (símbc-lo da pureza espiritual); 3) o dnyulo (timbo1o da continéncía e pureza do espírito): 4) o '111anípulo (símbolo dos trabalhos e fadigas apostó licas); 5) a estola (símbolo do poder e da dignidade sa• https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 287 ccrdotal); 6) a casula (símbolo do jugo de Cristo. que é suavizado pela caridade). 2. - As côns litü.rgicas: Todos os paramentos va riam con. orme os Tempos ou as festas. Devem sua ori gem precisamente à intenção de exprimir o caráter tla solenidade. Como em geral para todos os objetos lítúr- gícos, só pouco a pouco foram dadas normas predsas para o uso das côrcs. Desde a reforma do Missal, depois do Concílio de Trento, há cinco côrcs litúrgicas: a bran ca, a vermelha ou «:mcarnada, a verde, a roxa ou violá~ cea e a '!)reta. A BRANCA simboliza a glória, a maje:;tade, a ole gria, a inocência e a imortalidade, e é usada nas festas de Nosso Senhor (exceto nas da Paixfw) nas de Noss.a Senhora, dos Anjos e cm geral nas dos Santos não Már•· tires. A VERll,fELFIA exprime o amor e o sacrifício; e 1} usada nas Missas e festas do Espírito Santo e dos san tos Mártires. A VERDE é a cor da natureza que cresce e amadu rece. Dela se rcvostcm os sacerdotes nos tempos depois da Epifania e depois dü Pentecostes. A semente dC'itad;'l em nossos corações na celebração das festas começa a germinar. Significa ainda a esperança que depois d-? Pentecostes se faz sentir na expectativa da vinda do Se nhor e na Ressurreição futura. A ROXA, símbolo de penitência e oração, desperta um vivo desejo de mais luz. E' usada por isto nos dü.l.; de preparação, purificação, penitência e jejum, como sã.J os do Advento em preparação para o Natal, e da Qua resma, para a Páscoa. assim como nas vigílias. A côr PRETA carece totalmente de Juz: signifir.a trevas, luto e morte, pecado e infelicidade. Eis por4u~ ~ usada na Sexta~~·eira Santa e nas Missas e cerimônias fúnebres. Em lugar do branco, pode-se usar a lhama pratea da. A lhama de ouro pode substituir o branco, o encat· nado e o verde. No III Domingo do Advento e no IV Do min~o da Quaresma, o paramento pode ser cor de rosa, para exprimir a alegria moderada e a suave esperança em meio do tempo austero da penitência. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br .-'Se ;ufo comer,:le:::; a carne âo Filho do 1-Io,ne·m e nâo t)cberdes o 8CU. sangue, nc"io lereis a ritfo e;n vós·'·'. (João VI, ,54) https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 289 3. - A Santa Missa é celebrada em 7atini: 1) por que esta foi a língua de Roma, que é o ponto central da Cristandade; 2) porque esta lingua não varia com o tem po, como as linguas populares; 3) porque deste modo se representa e se promove melhor a unidade da Igr~ja no culto divino. APLICAÇÃO: - Esforça-te para assistir diàriamente a santa Missa com profunda piedade e reverência; pois não há outra ação ,;iue seja tão santa e divina tão rica em gra ças e bênçãos celestiais, como o santo sacrifício da Missa. Ao ofertório, oferece-te inteiramente ao Pai Celestial; à consagração, adora com fé ao divino Salvador, presente no altar, e pede-lhe perdão; à comunhão, se não puderes co mungar sacramentalmente, comunga ao menos espiritual mt:;nte, isto é, desperta em ti um ardente desejo de te unir a Jesus no sacramento de seu amor. § 3. DA SAGRADA COMUNHÃO 701. Quê é ·a Sa,grada Comunhão? A Sagrada Comunhão é a verdadeira parllc1pa ção do Corpo e Sangue de Jesus Crjsto para alimento das nossas almas. Na santa Comunhão, tomamos parte na oblação preparada durante o santo Sacrifício da Missa. 702. Somos obrigados a receber a santa Comunhão? Sim, somos obrigados a receber a santa Comu nhão: 1) peJo mandamento de Cristo: "Em verdade, em verdade, vos digo: Se não comenles a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não te- 1·eis a vida em vós". (João, VI, 54). 2) pelo .39 mandamento da lgrc>ja .. 703. Devemos também beber do cálice. para tomar o sangue de Cristo? https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 290 Não, para participar do sangue de Jesus Cristo, não precisamos beber do cálice, pois, sob as espécies de pão, recebemos Cristo inteiro e indiviso~ logo, tam bém seu sangue. Por isso, diz a Sagrada Escritura: "Todo aquele que comer este pão ou beber o cálice do Senhor indígna m·ente, será réu do co:rpo e do sangue do Senhor". (1• Corínt. XI, 27) ; e a vida eterna é prometida também à queles que só comungam sob a espécie de pão: "Quem comer deste pão, viverá eternamente". ÇJoão VI, 52-59). 704. Por qué instituiu Jesus Crfat,o o SS. Sacramento sob as duas espé.cies? Jesus Cristo instituiu o SS. Sacramenlo sob as duas espécies, porque, no santo sacrifício da Missa, são necessárias as espécies separadas, para represP.n tar a separação <lo corpo e do sangue de Cristo na cruz. 1 Cristo não se refere aos fié'isJ quando diz: "Bebei dele todos,, .. porém estas palavras são dirigidas sõmente aos Apóstolos e a seus sucessores no sacerdócio e i:mica mente quando celebram a santa Missa. Em outras oca siões, também os sacerdotes comungam somente sob uma espécie. 705. Por que a Igrieja distribui aos fiés a comunhão só sob uma •espécie? A Igreja distribue a Comunhão aos fiéis soh uma só espécie: 1) pai·a pre:;ervar o sangue sagrado da profa na~~ão, pois, sob a espécie de vinho, seria f àcilmente derramado e. não poderia também ser bem conserva ço; 2) para facilitar a todos a recepção do santo https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 291 sacramento, pois muitos te1·ian1 re~eio de beber em um cálice comum; :~) para provar, contra o que dizem os herejes, <Jllc Crh,to e~tá jntF-iramente presente Hob cada espé cie. Já nos primeiros tempos da Igreja, os doentes, os prisioneiros e todos os que comungavam em casa, re cebiam a santa Eucaristia só sob a espécie de pão. Mais tarde, entretanto, os Papas Leão e Gelásio orde naram, excepcionalmente, que se tomasse do cálice, mas esta medida foi tomada 11nicamente para comba ter a heresia dos maniqueus que condenavam o vinho como algo de diabólico. 706. Que graças nos c-onfere a sagrada Comunhão? A i;;agrada Comunhão une-nos intimamente com Cristo, fonle das graças divinas, e, por isso, nos con cede jnúmeras graças, principalmente as seguintes: .1.) conserva e aumenta em nós a graça santifi cante; 2) enfraquece nossas más inclinações P- nns dá maior gosto e força para a prática do bem; :l) purifica-nos dos pecados veniait-1 e In·cserva nos dos mortais; 4) a Eucaristia é o penhor ou garantia rle nos sa res~urreição gloriosa e de nossa bem-aventurança eterna. "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, fica ·em Mhn e Eu nelen. (João, VI, 57). "O que come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vída eterna e Eu o ressuscitarei no último dia", (,João VI, ;,j!i). A Comunhão é, para a alma, ao mesmo tempo, aH mento e remédio; cura suas doenças e lhe concede força e vida. https://alexandriacatolica.blogspot.com.br 292 707. Quem não recebe estas gr.aça:s ao comungar? Não recebe estas graças quem comunga indigna m ente, isto é, quem, cienlernente, está em estado de pecado mortal. 708. Que pecado comete quem comunga indignamen te? Quem comunga indignamente comete: 1) um horrível sacrilégio, pois, peca contra o corpo e o sangue do Senhor; 2) torna-se réu da mais negra ingratidão, pois dirige ao Divino Salvador uma grande ignomínia no momento em que dEJe recebe a maior prova de a· mor. (Salmo LIV, 13-15). "Todo aquele que comer este pão ou beber o cálíc~ do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor. . . Aquele