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Prévia do material em texto

P. JOSÉ DEHARBES 
Gr.ande Catecismo-· 
Católico 
Edição novamente revista por 
JACó LINDEN, S. J. 
Traduzido por uma Irmã 
da Congregação 1.e Santa Catarina 
EDIÇÕES PAULINAS 
RIO DE ,JANEIRO - S. PAULO - PORTO ALEGRE 
FORTALEZA -- BELO HORIZONTE ~- CURITIBA 
https://alexandriacatolica.blogspot.com/
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
NIHIL OBSTAT 
16 de novembro de 1945 
P. José Danti S. J. 
IMPRIMATUR 
São Paulo, 20-Xf-1945 
Carlos Cardeal Arceb. Metrop. 
Todos os direitos reservados 
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Primeiras orações e fórmulas 
que o cristão deve saber 
de cor 
Medi.ta este.is coisas., ocupa-te ne-
1.a.~ a fim à.e que o te,u aproveita-
1ncnto seja manifesto a todos .•.. 
1 Timot., IV., 15. 
1. O Sü1a1 da Cruz 
Pelo sinal da santa cruz, livre-nos Deus, nosso Senhor, 
dos nossos inimigos. 
Em nome do Padre e do Filho e do Espírito Santo. 
Amem. 
2. Credo, ou Símbolo dos ApóstoJos 
Creio em Deus, Padre Todo-Poderoso. Criador do céu 
e da terra; e em Jesus Cristo um só seu Filho, Nosso Se­
nhor: o qual foi concebido" do Espírito Santo, nasceu de 
Maria Virgem, padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi 
crucificado, morto e sepultado; desceu aos infernos; ao ter­
ceiro dia ressurgju dos mortos; subiu aos céus estâ sentado 
à mão direita de Deus Padre Todo-Poderoso, donde hâ de 
vir a julgar os vjvos e os mortos; creio no Espírito Santo, 
a Santa Igreja Católica a Comunhão dos Santos, a remis­
são dos p~cados, a ressurreição da carne, a vida eter­
na. Amém. 
3. Padre-Nosso, ou Oração Domínícal 
Padre-Nosso, que estais no cêu, santificado sejo o­
vosso nome; venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa 
vonta&t, ass1m na terra como no céu; o pão nosso de cada 
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
-6 
dfa nos daj hoje; e perdoai-nos as nossas dividas assim co~ 
mo nós pcrdoamt1s a.os nossos devedores, e não nos deixeis 
cair em tentação, mas livrai•nos do mnl. Amém. 
4. Gloria Patri 
Glôr.ia ao Padre e ao F'ilho e ao Espírito Santo . .Assim 
como era no princípio e agora e sempre e por todos os se. 
culos dos séculos. Amém. 
5. Ave-Nlaria, ou Saudação Angélica 
Ave, Maria, cheia de g1·aça o S~nhor é convosco. Ben-­
dita sois vós entre as mulheres, bendito e o fruto do vos.3o 
ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pe~ 
-cadores, agota e na hora de nossa morte. Amém. 
6. Salve Rainha 
Salve Rainha> 1-Iãe de misericórdia, vida, doçura, espe­
rança nossa, salve. A vós bradamos os degredados filhos de 
Eva; a vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de 
lágrimas, Eia, pois, advogada nossa, esses vossos olhos mi• 
sericordíosos a nós volvei. E depois deste desterro lllOS· 
trai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó clemc21te, 
6 pjedosa, ó doce- sempre Vfrgcm Marfa. Rogai por nós, 
santa Mãe de Deus. para que sejamos dignos das promes­
sas de Cristo. Amém. 
7. «Santo Anjo do Senhor» 
Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador se a tí 
me confiou a piedade divina, sempre me rege, guarda, go­
verna e ilumina. Amém. 
8. «Réquiem aetcrnam>>, pelos fiéis defuntos 
Daí-lhes, Senhor, o eterno descanso: entre os rcsplen­
dores da 1uz perpétua. Descansem em paz. Amém. 
9. Ato de fé 
Eu creio firmemente que há um só Deus, em três Pea­
coas iguais realm~nte distintas, Padn\ Filho e Espírito 
Santo; 9ue dá o céu aos bons e o inferno aos maus para 
.scmpl"c. 
Creio que o filho de Deus se fez homem, padeceu e 
morr~u na cruz para nos salvar e que ao terceiro dia res-• 
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
suscitou. Creio tudo o mais Q\le crê e ensina a Santa Igre­
~~ CatóHca, A110stólica, Romana, porque Deus, verdade 
infalível, lho revelou. E nesta crcn~a quero viver e morrer. 
1 O. Ato de esperànça 
Eu espero, tneu Deus, com firme confiança, que, pelos 
merecimentos de meu Senhor Jesus Cristo, me dareis a saJ .. 
vação eterna e as graças necessárias para consegui~la, por .. 
que Vós, sumamente bom e poderoso, o haveis prometido a 
quem observar fielmente os vossos mandamentos, como eu. 
proponho fazer com o vosso auxílio. 
11. Ato de caridade 
Eu vos amo, meu Deus, de todo o meu coração e sobre 
todas as coisas, porque sois infinitamente bom e amável, 
e antes quero perder tudo que vos ofender. Por amor de 
Vós amo a meu próximo como a mim mesmo. 
12. Ato de contrição 
Senho1· meu Jesus Cristo, Deus e Homem verdadeiro,. 
Criador e Redentor meu por serdes vós quem sois suma­
mente bom e digno de ser amado e porque vos amo e estimo 
sobre todas as coisas, pesa-me, Senhor, de todo o meu cora­
cão de vos ter ofendido, pesa-me também por ter penlido 
o céu e merecido o inferno; proponho firmementet ajudado 
corn os auxílios de vossa divina graça, emendar-me e nun­
ca mais vos tornar ofender; espero alcançar o perdão das. 
minhas culpas. pela vossa infinita misericórdia. Amém. 
13. Os dois mistérios prjncipajs da fé 
1) Unidade e Trindade de Deus; 
2) Incarnação, Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus: 
Cristo. 
14. Os dois mandamentos da caridade 
1 ° Amarás ao Senhor teu Deus de todo o coração, de to­
da a tua alma e de toda a tua mente. 
201 Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. 
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
...... 
l5.t Os dez mandamentos da lei de Deus, 
1 
ou o Decálogo 
Os mandamentos da lei de Deus são dez: os três pri­
meiros perlencen1 à honra d~ Deus, t:! os outros sete ao pro­
veito do próximo: 
1" Amar a Deus sobre todas as coisas. 
2° Não tomar seu santo nome em vão. 
31;1 Guardar os domingos e festas de guarda. 
49 Honrar pai e mãe. 
5v Não matar. 
6,;, Não pecar contra a castidade. 
79 Não furtar. 
89 Não levantar falso testemunho. 
9,;, Não desejar a mulher do próximo. 
10,;, Não cubiçar as coisas alheias 
Estes dez mandamentos se encerrám em dois: Amar a 
Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mes­
mos por amor de Deus. 
16. Os cinco rnandamentos da santa madre 
I~reja 
1·1 Ouvir Missa inteira todos os domingos e festas de 
guarda. 
2'., Confessar-se ao menos uma vez cada ano. 
3t• Comungar pela Páscoa da Ressurreição. 
4') Jejuar e abster-se de carne quando manda a San­
ta Madre Igreja. 
5'-' Pagar dízimos segundo o costume. 
17. Os sete sacran1entos 
P Batismo; 
2~· Confirmação; 
3') Comunhão; 
4'-' Penitência ou Confissão; 
5'} Extrema-Unção; 
6\' Ordem; 
71;1 Matrimônio. 
1 R. Os sete dons do Espírito Santo 
19 Sabedoria; 
2'-' Entendimento; 
3'·' Conselho; 
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4'1 ~·ortaleza; 
5" Ciência; 
6\' Piedade; 
7',. Temor de Deus. 
19. As três virtudes teologais 
1') Fé; 2\' Esperança; 3v Caddade. 
20. As quatro virtudes cardiais 
9 
l". Prudência; 29 Justiça; 3'' Fortale:ta; 4\l Temperança. 
21. As sete obras de misericórdia corporais 
l'-' Dar de comer a quem tem fome; 
2(' Dar de beber a quem tem sêdc; 
~.>,-:i Vestir os nús; · 
4'1 Visitar os enfermos e encarcerados; 
5.,, Dar pousada aos peregrinos; 
6'' Remir os cativos; 
7,:, Enterrar os mortos. 
22. As sete obras de n1isericórdia espirituais 
l" Dar bom conselho; 
2!' Ensinar os ignorantes; 
3,., Consolar os aflitos; 
•1'' Castigar os qu-e erram; 
5" Perdoar as injúrias; 
6'' Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próxi­
mo; 
7'' Rogar a Deus pelos vivos e defuntos. 
23. Os vícios capitais 
l'., Soberba; 
2'' avareza; 
3v luxúria; 
J•• ira; 
5'·' gula; 
6'' inveja; 
7" pregui<;a. 
24. Os seis pecados n1ortais contra o 
Espírito Santo 
1 '' Desesperação da salvação; 
~>· presunção de se salvar sem merecimentos; 
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10 
39 negar a verdade conhecida como tal; 
49 ter inveja das mercês que Deus faz a outrem; 
5v obstinação no pecado; 
69 impenitência final. 
25. Os quatro pecados que bradam ao céu 
1.., Homicídio voluntário; 
2 9 pecado sensual contra a natureza; 
3,;, opressão dos pobres, principalmente dos órfãos e 
viúvas; 
49 negar o salário aos que trabalham. 
26. Os quatro Novíssiinos 
1" Morte; 29 Juízo; 39 Inferno; 49 Paraíso. 
EXAME DE CONCIE:NCIA 
19 Pecados contraDeus 
Por pensamentos - Dúvjdas na fé, desconfiança na mi­
sericórdia de Deus. 
Por palavras - Blasfêmiast palavras ou conversas con­
tra as verdades da fé, da religião, e seus ministros; jura­
mentos falsos; aplaudir ditos ímpios; queixar-se de Deus 
e de sua providência. 
Por obras - Leitura de livros ímpios ou jornais que fa­
lam contra a religião; assistir as reuniões espíritas; faltar 
ao preceito de ouvir missa; irreverências na igreja. 
29 Pecados contra o próximo 
Por pensarnentoB Juizos temerários, desejar-lhe 
mal; ter-lhe ódio, inveja, ira, desejar vingar-se. 
Por palavras - Censuras, murmuracões, levantar fal­
so testemunho, injúrias. 
Por obras - Causar-lhe prejuízo injustamente, furto, 
fraude. 
311 Pecados contra si próprio 
Por pe,nsamentos - Orgulhosos, deshonestos. 
Por ,palavi·as - Mentiras, pragas, palavras, conversa­
ções e cantigas deshonestas. 
Por obras ~ Violação da lei do jejum e da abstinên­
~ia, descuido nos deveres do próprio estado; leituras, vis­
tas, toques, ações deshonestas. 
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ll 
Oracões quotidianas 
l9 A DEUS 
DE lvlANHÃ 
Em nome do Padre e do Filho e d0 Espírito Santo. 
Amém. 
Eu vos adoro, meu Deus, e vos amo de todo o cora­
ção. Dou-vos graças por me terdes criado, feito cristão 
e conservado nesta noite. Ofereço-vos as obras deste dia; 
fazei que sejam todas segundo a vossa santa vontade pa­
ra a maior glória vossa. Preservai-me do pecado e de to­
do o mal. A vossa graça seja sempre comigo e com todos 
os que me são caros. Assim seja. 
:Padre-Nosso., Ave-Maria, Glória, Creclo, Ato8 de fé, 
de espe-rança e de cm·i.dade, Salve-Rain,ha, Santo Anjo do 
Senhor. 
A NOITE 
Eu vos adoro, meu Deus, e vos amo de todo o coração. 
Dou-vos graças por me terdes criado, feito cristão e con­
servado neste dia. Perdoai-me as faltas que hoje cometi e, 
se fiz algum bem, aceitai-o. Guardai-me durante o repouso 
e livrai-me dos perigos. A vossa graça seja sempre comigo 
e com todos os que me são caros. Assim seja. 
Padre-Nosso, Ave-Maria, Credo, Atos de fé, de e.spe• 
rança e de caridade, e.xar,ie de conciência., A to de contrição. 
2r EJJ,1 HONRA DE MARIA SANTÍSSIMA 
Ato de consagração a N assa Senhora 
O' minha Senhora e minha Mãe! eu me ofereço todo a 
vós e, em prova de minha devoção para conv9sco, vo_s con~ 
sagro neste dia os meus olhos, meus ouvjdos, minha boca e 
meu coração, e inteiramente todo o meu ser. E porque sou 
vosso, ó incomparável Mãe, guardai-me, como cpisa e· pro-
priedade vossa. Ave Maria. · ·· 
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12 
O Anjo do Senhor 
V. O anjo do Senhor anunciou a Maria. 
R. E ela concebeu do Espírito Santo. 
Ave Maria. 
V. Eis aqui a esc1·ava do Senhor. 
R. Faça-se em mim segundo a vossa palavra. 
Ave Maria. 
V. E o Verbo divino se fez homem. 
R. E habitou entre nós. 
Ave Maria. 
V. Rogai por nós Santa Mãe de Deus. 
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo .. 
OREMOS 
Infundi, Senhor, em nossos corações a vossa graça, vô­
lo suplícamos, afim de que, conhecendo pela embaixada do 
Anjo a incarnação de Jesus Cristo, vosso Filho, pelos me­
recimentos de sua Paixão e morte cheguemos à glória da 
ressurreição. Pelo mesmo Cristo Senhor Nosso. Amém. 
Rainha dos 
, 
ceus 
V. Rainha do céu, alegrai-vos, Alleluia. 
R. Porque quem merecestes trazer cm vosso puríssi-
mo seio, Alleluia. 
V. Ressus.citou como disse, Allcluia. 
R. Rogai a Deus por nós, Alleluia. 
V. Exultai e alegrai-vos, ó Virgem Maria, Alleluia. 
V. Exultai e alegrai-vos, ó Virgem Maria, Alleluia .. 
leluia. 
OREMOS 
ó Deus que Vos dignastes alegrar o mundo com a res­
surreição de Jesus Cristo, Senhor Nosso, concedei-nos, vô­
lo suplicamos, que por sua Mãe, a Virgem Maria, alcan­
cemos os gozos da vida eterna. Pelo mesmo Cristo, Senhor 
nosso. Amém. 
Glória ao Padre, etc., (Três vezes). 
MISTÉRIOS DO SANTO ROSARIO 
Gozosos - (segundas e quintas-feiras e domingos do Ad­
vento até a Quaresma 
1'-' - A anunciação do Anjo à SS.rna Virgem Maria, 
2" -··- A visitação de Maria SS.ma a Santa Isabel. 
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13 
3' -- O nascimcr1to de .Jesus Cristo no presépio de 
Belém. 
4'' A apresentação do Menino Jesus no templo. 
51' Jcsu~ ó encontrado no templo entre os doutores. 
l ü-rça!:i e sextas-feiras e domingos da Qua­
rcsm~.) 
11' A oração df) J e;-;us no horto. 
2'' A flag-e1ação de N. S. Jesus Cristo prêim à co-
:),•> - A coroação de espinhos. 
4~ A viagem de Jesus Cristo para o Calvário, com 
a cruz às costas. 
5'1 - A crucifixão e morte de N. Senhor Jesus Cristo. 
0-lo;·•ios.os (quartas~feiras, sábados e domingos desde a 
Páscoa ate o Advento). 
1'1 A ressurreição de Nos~o Senhor Jesus Cristo. 
21• A ascensão de Jesus Cristo ao céu. 
311 
--- A vinda do Espírito Santo sobre Maria Santíssi-
n1a e sobre os Apóstolos. 
4v --- A assunção da Virgem Nossa Senhora ao céu. 
5" --- A coroação de Maria Santíssima no céu e a gló­
ria dos Anjos e dos Santos. 
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
INTRODUÇÃO 
.f1im último do hon1ern 
1. Para quê estamos nós neste mundo? 
Estamos neste mundo para conhecer a Deus, a­
má-Lo e serví-Lo, e por este meio conseguir o céu, 
que é o lugar da eterna e perfeita bem-aventurança. 
§ 1. FIM úLTIMO 
2. Qual é nosso fim último? 
Nosso fim último é a bem-aventurança celeste, 
isto é, uma perfeita e eterna f clicidade que consiste 
na contcn1plação e posse de Deus. 
3) Os bens terrestres não nos podem tomar perfeita­
mente felizes? 
Não; os bens terrenos não nos podem tornar per­
f citamente f eli?:es, pois todas as coisas terrenas são 
I· 
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
16 
vãs e pas8ageíra~; nosso coração, porém~ P-Xíge bens 
verdarleiros e eternos. 
"Amontoei para meu uso prata e ouro. e as riqueza~ 
dos reis e das províncias. E não recusei aos n1eu.s olhos 
coí.i;;a alguma de tudo o que eles desejaram; nem proibi 
ao meu coração que gozasse dl" todo o prazer. Mas vi em. 
tudo vaidade e aflição de espírito, e (reconheci) qn~ 
nada havia estável debaixo do sol" (Ecl. II, 8-11). As-
.sim fala Salomão. o mais feliz dos reis. 
"ó Senhor, nosso Deus, Vós nos criastl!s pa1·:1. 
Vós, e inquieto está nosso coração, enquanto não re­
pousar em Vós" <S.to Agostinho). 
4. Para que n,03 d,3vem servir os bens terrenos? 
ÜF bem~ terreno:"- devem servir-no~ de meio pa­
ra alcançar o nosso fim último, isto t\ conhecrr, a­
mor t-• servn- a Dcns. 
§ 2. FIM: PRóXIMO 
5. Qual é, pois, nosso fim próximo, ou a tarefa desta 
vida? 
Nosso fim prôxüno ou a larefa. desta ,·ida é o 
conhecimento, o amor P o se1~vi<;o de Deu~. 
Dizemos fim próximo porque. só por eJe. pod.:.,mos 
alcançar nosso fim último. 
6. Por que exige Deus de nós que O conheçamos, 
amemos e sirvam,os? 
Deus exige: 
1) quP O conheçamo~, porquP e a Vt>rdatle 
e-terna; 
2) ()Ue O amemos, porque f o ::;;umo Bem, ínfi­
nitam.ente amável; 
3) qur, O sirvamoF;, porque é o Senhor ahso]u­
lo de todos. 
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
17 
1. O que acontecerá, pois, a·OiS que não conh-ac-em, nem. 
amam, nem servem a Deus? 
Deus os afastará de si, atirando-os para o infe1·­
no? ahjsmo dt'- perdição, cheio de trevas e tormento~. 
8. Qual é, então, a coisa mais necessária aqui na 
terra? 
A coisa mais necessária aqui na terra é que nós 
r,onheçamo.s a Deus, O amemos e sirvamos, e, assim, 
alcan,cemos a eterna be1n-aventurança. 
"Que aproveita ao homem ganhar todo o mundo. 
se vier a perder a sua alma". (S. lVIat., XVI, 26) 
9_.'. Que devemos fazer para conhecer a Deus, amá-Lo 
e serví-Lo? 
l) Para conhecer a Deus, devemos crer tudo 
o que Ele nos revelou; 
2) Para amá-Lo e serví-Lo, devemos observar 
todos os mandamentos que nos deu; 
:~) Porque, para isso, precisamos da graça di­
vina, devemos usar dos meios que ordenou para a 
nossa salvação. 
Crer o que Deus revelou, guardar seus manda­
mentos e usar dos meios da graça, eis o conteúdo da­
qui1o que se c:hama "Religião Cristã" 
1 O. De q;uê trata o Catecismo?O Catecismo divide-se em trt'~ partes que tra-
tam: 
1) da fé; 
2) dos mandamentos; 
~} dos sacramentos e da oração. 
APLICAÇÃO: De todas as matérias de ensino, a Dou­
trina. Católica é a mais importante, pois do conhecimento 
e da prática da Religião. depende a aquisição de nosso fim 
último, a eterna bemaventurança. "Bemaventurado o ho-
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
18 
mem que adquirju a Sabedoria (conhecimento e amor di­
vinos), e que está rico de prudência! E' mais preciosa que 
todas as riquezas, e tudo o mais que se deseja não se po­
•de comparar com ela. E' árvore da vida para aqueles que 
lançarem mão dela; e bem-aventurado o que a não largar'' 
(Prov., III, 13-18). 
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
I PARTE 
DA FÉ 
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
ªT-u crêste, Tomé, porque me viste; bem-aventurados 
os qi<.e nao virmn e, crera.m. 
(S. João, XX, 29) 
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
21. 
§ 1. NOÇÃO E OBJETO DA FÉ 
11. O quê se entende por fé ( em sentid.:, católico)? 
A :fé é uma virtude que Deus infunde, pela (Jual, 
~em a m.ínima dúvida, temos pm· verdade tudo quan• 
to Deus -revelou, e a Igreja católica nos propõe a crer. 
Crer, cm geral, quer dizer ter por certo alguma 
coisa que provém de uma autoridade e que, no senti­
do próprio, encerra uma verdade firme e não sómen­
te urna opinião. Crer, no sentido religioso, (crer em 
Deus) quer dizer ter como verdade o que vem da in­
falível Autoridade de, Deus. Crer, no sentido cristão 
pleno, quer dizel' ter como certo tudo o que Deus reve­
lou. 
12. Por meio de quem Deus n.os deu as s.ua:s revelações? 
.Deus nos deu as . ..suas rcvela~;ões, no Antigo Tes­
Lamento, pelos Patriarcas e Profetas; e no Novo Tes­
tamento, por seu Filho Jesus Cristo e pelos Apósto­
los. 
"Deus. tendo outrora falado muitas vezes e de mui·· 
tos modos a nossos pais pelos profetas. ultimamente nes­
tes dias, falou-nos pelo Filho" (Hebr. 1, 1-2) 
13. A rrev-elação divina era necessária? 
A rcvclacão divina era absolutamente necessá-., 
ria, pois, sem ela, muitas verdades da salvação, só di-
fícil e insuficientemente seriam conhecidas, e assim a 
maior parte delas ficaria clesconhecida. 
14. Quem nos propõe para crer aquilo que Deus reve­
lou? 
O que Deus revelou, nos é proposto pela Igreja 
Católica, que disto foi incumbida pelo próprio Deus. 
Por Igreja Católica, compreendemos aqui só o Ma­
gistério vivo da Igreja, isto é, o Papa e os _Bispos como 
sucessores dos Apóstolos. A eles foi dirigida a palavra de· 
Cristo: "Ide e ensinai a todos os povos" 
(Mat. XXVIII1 19) 
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
22 
A Igreja nos apresC?nta algum artigo para. crer, 
quando declara que é uma v~rdade revelada por Deus, 
e ordena que seja acreditada como tal. 
§ 2. FONTES DA Ft 
15. De- que maneira chegou a:té nós a revelação divina? 
A revelação divina chegou a nós, parte por es­
crítoi e parte oralmente. Por escrito, isto é, por meio 
ela Sagrada E~critu:ra ou Bíblia; e oralmente, isto é, ... 
por meio da Tradição. 
A Sagradn. Escritura e a Tradição chamam-se, por 
isso, fontes da fé; delas a Igreja haure toda a doutri­
na que nos propõe a crer. 
l. Da Sagrada ~critura 
16. O que: é a Sagrada Escritura? 
A Sagrada Escritura é a coleção dos livros es-• 
critos por inspiração do Espírito Santo e que pela 
Igreja são reconhecidos como palavra de Deus. 
17. Coimo se divide a Sagrada Escritura? 
A Sagrada Escritura divide-se nos livros do 
Antigo e Novo Testamento ou da Antiga e Nova Lei. 
O Antigo Testamento, na maior parte, foi escrito 
cm hebraico; o Novo, em Grego. 
18. Que revelações co.ntém o Antigo Testamento? 
Contém as 1·evelações que Deus fez ao gêner9 
humano antes da vinda de Jesus Cristo, que foram 
escritas por varões santos. por inspiração do Espíri­
to Santo. 
19. De que livros consta o Antigo Testamento? 
O Antigo Testamento consta: 
l ) De 22 livros históricos, que tratam da . 
cria• ,. 
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
23 
ção do mundo, da .história dos Patriarcas e do povo 
judeu; 
2) de 7 livros sapienczais ou morais que são 
uma coleção dos Salmos, de sábias sentenças e má• . 
xnnas; 
3) de 16 lívros proféticos, que contêm, além 
das prof ceias, ameaças de castigos divinos, exorta• 
ções à penitência, palavras de consolação aos atribu­
lados e também sucessos históricos. 
São históricos: os cinco livros de Moisés, o de Josué, 
o dos Juizes, o de Ruth, os quatro dos Reis, os dois das 
Crônicas ou dos ParaUpômcnos, o de Esdras, o de Neh~~ 
mias, o de Tobias, o de Judith, o de Ester e os dois dos 
Macabeus. 
Os livros morais ou sapiencia-is são: os de .Jó, os Sal• 
mos, os Provérbios, o Eclesiastes, o Cânticos dos Cânticos, 
o da Sabedoria e Sirac ou o Eclesiástico. 
Os li.vros profét-icos são: os de Isaías, Jeremias cem 
Baruc, E:sequicl, Daniel (os 4 profetas majores), Oséias, 
Joel, Amós, Abdías, Jonas, Miquéias, Nahum, Abacuc, 
Sofonias; Ageu., Zacarias e Malaquias (os 12 profetas 
menores). 
20. Que doutrina revelada contém o Novo Testamento? 
O Novo Testamento contém a doutr1na revelada 
que recebemos de Jesus Cristo e dos seus Apóstolos. 
21. De que livros consta o Novo Testamento? 
1) Dos 4 Evangelhos de S. :rvlateus, S. ~!arcos, 
S. Lucas e S. João, que anunciam a boa nova do rei­
no de Deus e contém a história da vida de Nosso Se• 
nhor Jesus Cristo; 
2) Dos Atos dos Apóstolos, escritos por São 
Lucas; 
3) Das 14 Epístolas de S. Paulo, e <las 7 dos 
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24 
outros Apóstolos, tiuc contém doutrinas de fé e de 
woral; 
tt,) Do Apocalipse ou revelação misteriosa de 
S. João Evangelista, que contém especialmente pre­
díçfü~s dos combates e triunfos da Igre.ia. 
As Epístolas ou cartas dos Apóstolos são as 14 de 
S. Paulo: 1 epístola aos romanos, 2 aos corintios, 1 aos 
gálatas, l aos efésios, 1 aos felipenses, 1 aos colossenses, 
2 aos Tessa.lonicenses, 2 a S. Timóteo, 1 a S. Tito, 1 a Fi­
lemon, 1 aos hebreus. 
As outras Epistolas apostólicas são: 1 de S. Tiago, 2 de 
S. Pedro, 3 de S. João e 1 do Apóstolo S. Judas Tadeu. 
22. Por que devemo.s nós crer que a Sagr-:cda Escritura 
é verdadeiramente a palavra d,:2- Deus? 
l">orque a Igreja Católica nos ensina que toda 
a Escritura Sagrada, que ela reconhece com0 pala­
vra de Deus~ foi escrila sob a inspiraç.ão do Espíri­
to Santo, con~ervando-a além disRo, ~cmpre incor­
rupta. 
23. Por que outro meio sabem,os que os livros da Sa­
grada Escr.itura e, principalmente, os fatos que êles 
narram, são dignos de fé? 
Que todo~ os livros da Sagrada Escritura, e, 
principalmente, o~ fatos que efos narran1, são dignos 
de fé, sabemo~ também pdo te.-.temunho seguro da 
H. 'l' . 1s or.ia.. 
Um livro é fügno de fé: 
1) quando é autêntico, isto é, quando tJrovém do autor. 
ao qual é a•:ribuido; 
2) c1uando permaneceu intcito; 
3) <1uando seu m;,,tor é digno de fé, isto é, quando o m<!S­
mo podia seguramente saber a verdade e quls trans­
miti-ln fielmente. 
Pelo testemunho da História, constatamos que, em 
nenhum outm livro da Antiguidade. estes três po11tos se 
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25 
verificalll tão seguramente, como em relação à Sagra­
da Escritura. (Vg-l. Schmítz, Kleine Apologetik ~ 21 ~ 24 
§ 30, Anmerk. 1). 
2. Da Tradição 
24. Quê se ente,nde por Tradição? 
PoT Tradicão se entendem as verda.<les .revela-_, 
das que os Apfo,tolos pregavamJ mas que não tleixa~ 
rarn escritas. 
Isso é a "Tradição" em sentido restrito. A palavrat 
:porém, pode -:.ambém ser usada num sentido mais lato_ e 
1ndica então todns as verdades reveladas que foram da• 
das por· Cl'isto e pelos Apóstolos, à Igreja, e. por esta, 
foram transmitidas de geração em geração. 
25. Porventura não e,screveram -os Apóst·olos a doutrina 
de Jesus Cristo? 
Os Apóstolo~ não e~eren·ram nem lodos os a­
lüf-~ nen1 toda a doulrina ,ie .Te-::.us Cristo. 
Por isso já exorta S. Paulo aos primeiros cristãos: 
'jE assim, frmãos, permanecúi firmes e conservaias tra­
dições que aprendestes, oralmente ou por nossa cartaº 
(2'1 Tess, II, 14}. E São João diz: ''Há ainda muitas ou­
tras coisas que fez Jesus as quais, se fossem todas es­
critas circun8tanciadamente, creio quPo o mundo não po­
deria conter os livros que se houves~cm dl: c-serevcr. 
f João XXI, 2-5). 
26. Por que nã.o escreveram -os Apóstolos tôda a dou­
trina de Jesus Cristo? 
Porque Jesul'- quis que ~na Religião se pi-opa• 
gasse e difundi~.t.:e. principahnente p(H meio -da pre­
~ação, e por ll--SO disse ao~ ~eus Apóstolos: "Ide, pre­
gai o EvangeHto a toda criatura'' (Marco~ XVI, 15) 
Se Cristo guH,esse que sua doutrina fosse consel'va­
da e propagada somente pela kütura da Bíblia, porque, 
então, não P.-screveu ele mesmo? Porque escreveram os 
.Apóstolos só bastante tempo depois da Ascensão de Je-
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26 
sus Cristo aos céus, e por que não escreveram todos 
eles? E porque nem sequer a maior parte deles o fize~ 
ram? Porque escreveram eles somente quando se lh€:S 
ofereceu uma ocasião especial e quase por necessi­
dade? 
27. Como foi transmitida a Tradição? 
A Tradição foi transmitida, tanto pelos ensina• 
mentos orais, como pelas normas e costumes da I­
greja, e pelos escritos dos santos Pad1,cs. 
A doutr1na unânime dos Santos Padres deve ser 
considerada como doutrina de Cristo e dos Apóstolos. 
e por isso não nos devemos afastar dela. 
28. Logo não n.os bastará a Bíblia? 
Não; devcmc;s acreditar na Tradição tanto 
quanto na Sagrada Escritura; pois, da mesma forma, 
foi revelada por Deus. 
Í § 3. REGRA DA Ft Cl\TOLICA 
29. Segundo o que fica dito, o que deve o católico 
geralmente crer? 
O católico deve crer tudo quanto Deus revelou 
e a Igreja nos propõe a crer, quer esteja ou não con­
tido na Sagrada Escritura. 
Não é tarefa do crístão em particular, tirar dir~ 
tamente as verdades reveladas das duas fontes da fé, 
isto é, da Sagrada Escritura e da Tradição; isto com­
pete à Igreja; de suas mãos devemos receber as ver­
dades reveladas. 
30. Por qué devemos receber crs verdades reveladas 
das mãos da Igreja. em lugar de tomá-las direta­
mente da Sagrada Escritura e da Tradição? 
Devemos receber as verdades reveladas das 
mãos da Igreja, porque só ela, pela assistência espe­
cial do Espírito Santo, conserva pura e incorrupta 
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27 
a Sagrada Escritura e a Tradição, e as expHca de 
modo inf aHvel. 
"Só a Igteja pode gloriar~se de ser "coluna e fun-­
damento da verdade". (1' Tim. UI, 15). 
31. Então, em vista disto, a ninguém é permilido inter­
pretar a Sa:grada EEcritu:ra e a Tradiçêio contra o 
sentido dcí: Igreja Ca.tólica? 
Não é permiLido a ninguém, porque com i~•~o 
daria a entender que pretende compreender a Sagra• 
da Escritura e a Tradição, melhor do que o Espírito 
Santo,. que inspira à Igreja o seu verdadeiro sentido. 
32. Não é., porém .. a Sagrada Escritura clara e com~ 
prcensívcl a todos? 
Absolutamente; a Sagrada Escritura é um livro 
d1eio de znistérios, no qual "há coisas difíceis de en­
tender, que os indoutos e inconstantes adulteram, pa­
ra sua própria ruína". {2Q. Pedro, III, 16) 
Porque certas pn.ssag-ons da Sagrada Escritura po­
dem, com fncilid2.de ser falsamente interpretadas, e pa­
ra qw~ Bíblias faisíficadas não caiam nas mãos do po­
vo, a JgrC'ja, com razão ordenou que as Traduções, nas 
quais os fiéis que1·em ler a Sagrada Escritura, seja.m 
aprovadas pela Igreja e providas de notas C'Xplicativas 
autorizadas. 
33. É pois um êrro dizer que a Sagrada Escritura é a 
única: fonte de fé, da qucd cada um. por suas in­
vestigações próprias, pode haurir a fé? 
E' um duplo êrro dizer que a Sagrada Escri~ 
tura é a única fonte da fé, da qual cada um pode 
haurir a fé por suas próprias investigações, pois: 
1) Há duas fontes da fé: a Sagrada Escritu­
ra e a Tradição; 
2) Só a Igreja pode haurir destas fontes ai 
verdades da fé com segurança infalível. 
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2S 
E' impossível que a Bíblia. sozinha possa servir de 
norma para a nos.sa fé, pois; 
1) Ela não encerra a revelação completa; 
2) Em· parte nenhuma se encontra na Bíblia, quan­
tos são o.,; livros divinos ou inspirados por Deus, ne>m 
também os seus títulos. Se não soubéramos isto pela 
Tradição não teriamos nem a Bíblia nem o Evangelho; 
3) A Bíblia não dá esclarecimentos sobre o verda­
deiro sentido de suas palavras; por isso, todas as sei­
tas, quanào ãiscutem suas doutrinas contraditórias. a­
pelam para a Bíblia e cada uma julga que achou o ver­
dadeiro sentido; 
4) Se quisés.semos seguir só a Bíblia sem a Tra­
dição, deveríamos, por exemplo, celebrar. com os ju­
deus o sábado, em vez do domingo, e "abster-nos do 
sangue e das carnes sufocadas" (At. dos Ap. XV, 20). 
APLICAÇÃO: Em matéria de fé, não te fies em tua 
débil razão ou em teu próprio modo de ver, mas aferra-te 
sempre e durante toda a tua vida, à doutrina da !~reja 
Católica, submetendo-te· sempre com humildade a todas as 
suas dedsõcs, com a convicção firme de que, crendo o que 
a Igreja te ens:na, não crês na palavra vã do homem. mas 
na palavra imutável e infalível de DeusJ7 
§ 4. NECESSIDADE DA Ft 
34. t necessária a fé p:rra salvar-se? 
A fé é ab:;ülutamente necessária para a salva­
ção, pois Cristo diz: ''O que não crer, será conde­
nc1<lo". (l\larcos, X VI-16) 
"Quem não crê, já está condenado". (João, III, 18). 
"Sem fé é impossível agradar a Deus". (Hebr .. 
XI, 6). 
35. Pode qualquer pe·ssoa salvar-se, seja qual fôr a 
sua fé? 
Não, pois somenle a fé verdadeira, que Jesus 
Cri~lo no:.,, ensinou no~ ~alva; puryue só ela, e não 
oútra, nos torna partfripantes de Cristo, sem o qual 
ninr-:uérn pode esperar a salvação. 
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29 
"O que crê no Filho (de Deus), tem a. vida eterna; 
o que, porém, não crê no Fílho, não verá a vida, mas 
sobre ele permanece a. ira de Deus" (João, III, 36). 
E', pois, falso di:.wr que é indiferente qual a fé que 
se tenha, desde que ,:;e viva bc•m. E' verdade que está 
eserito; "Em toda a nação, aquele que teme a Deus e 
pratica a justiça, lhe é agradável" (At. Apost. X, 35); 
porém quem menospreza a fé que Deus impõe sob pe­
na de eterna condenação, este não teme a Deus e não 
é justo aos olhos de Deus. Se fosse indif crente qual fé 
se tem, Deus não precisaria revelar nenhum dogma de 
fé e -tudo o que ele fez nesse .sentido seria inútil. 
~.rS:t~~al é a Religião que possui a verdadeir•a fé ensi­
, h:i.ada por Jesus Cristo? 
'V Só a Igreja Católica possui a verdadeira fé en­
sinada por Jesus Cristo, pois ela só a recebeu co­
mo dom celesl1al que lhe foi confiado e só ela a 
con,c;.ervou pura e sem nenhuma altcra~·ão. 
Quando tratarmos da igreja demonstraremos duas 
questões; 
1) que só a Igreja Católica é a verdadeira Ig:rcja 
de Cristo (perguntas 244 - 255); 
2) que, como tal, na pregação da doutrina de Cris­
to. jamais pode cair em êrro (perguntas 260 - 261). 
As outras religiões ou seitas nem receberam do 
mesmo Jesus Cristo a sua doutrina da fé, pois apare­
ceram muito depois de Cristo, nem tão pouco conser­
varam sem falsificação o que da doutrina de Jesus 
Cristo tomaram da Igreja Católica, visto que ensinam, 
já uma já outra coisa (tais são as seitas que se dizem 
"cristãs". como; as dos luter·anos, calvinistas, zwinglia­
nos, etc.), ao passo que Jesus Cristo e os Apóstolos en­
sinaram sempre o mesmo . 
.. tlPLICAÇ.4.0: Visto que a fé é necessária para a sal•· 
vação e que só a Igreja Católica a possui, alegra-te e a­
gradece a Deus por seres filho da santa Igreja Católica: 
"Nenhuma riqueza, disse S. Agostinho (Serm 384), ne­
nhum diamante é tão precioso como a fé, pois· só ela dá 
luz ao cego, saúde ao enfêrmo, preserva o justo e conduz 
à felicidade eterna". 
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30 
§ 5. QUALIDADES DA Ft 
37. Como deve ser a nossa fê? 
A nossa fé deve ser: 1) geral, 2) firme, 3) vi­
va, 4) constante. 
38, Quando é geral a nossa fé? 
A nossa fé é geral, quandonão só cremos um 
ou outro dogma, mas tudo o que Deus revelou e a 
Igreja nos propõe. 
F'àcilmente se entende que não basta crer alguma 
coisa, mas é necessário crer, sem exceção, tudo quanto 
a Igreja Católica nos propõe. Pois. l} desde o momen­
to em que a Igreja Católica nos propõe alguma coisa., 
temos a certeza de que Deus o r~v~lou. a fim de o crer­
mos. E por que havíamos de fazer exceções? Não se­
ria a<.;usá-Lo õe mentiroso? E' por isso que diz S. João 
(l". E_p. V. 10): 110 que não crê no Filho, fà-Lo menti­
roso,.; isto é, tem~No na conta ou declara-O mentiro­
so. E não será um tríme horrível? 
2) O que estab<?lece diferença entre as verdades 
reveladas por Deus, da maneira que as não creia to­
das, mas só as que lhe agradam, este tal não tenJ ne• 
nhuma fe, porque não crê em Deus, mas no seu próprio 
ditame, na sua débil razão. 
39. Quando é firme -a nossa fé? 
A nossa fé é firme, quando, sem duvidar, vo­
luntàriamente, no mínimo ponto, cremos o que Deus 
nos revelou e a Igreja nos propõe para crer. 
Ex. Abraão foi refr-·· pensado por sua fé firme; 
Moisés . e . Aarão, porérr':_ oram castigados por causa de 
uma duvida. ..:'~ 
; ,_. ... 
. •·•·. 
40 .. Quando a nossa fé é constante? 
A nossa fé 6 constante, quando estamos dispos­
tos a antes p~rder todas as coisas e até a própria vi­
da do que renegar a nossa santa fé. 
Ex. - Os santos Mártires. 
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31 
41. O que conduz à perda da fé ou aposl!asia? 
À perda da fé ou apostasia conduz: 
1) A sobetba e curiosa investigação dos mis­
térios da Religião; 
2) O abandono da oração e dos demais deve­
res religiosos; 
3) O espírito mundano e uma vida pecamino­
sa; 
4) Leitura de livros e escritos ímpios; 
5) Matrimônios 1nístos, como todas ns relações 
lntimas com os ímpios e incrédulos, principalmente 
com pessoas que zombam da Religião. 
1) ''Graças te dou, ó Pai, Senhor do cóu e da ter­
ra, porque c-scondeste estas coisas aos sáhios ê aos pru­
dentes e as rl.!velaste aos pequeninos''. (Mateus, XI, 25); 
2) "Ser-vos-á tirado o reino de Deus, e será dado 
a um povo que produza os frutos dele". (Mateus, XXI, 
43}; 
3) «<Cons0rva a fé e a boa conciência, repelida a 
qual~ alguns naufragal'am na fé''. (1 .. Titn. I. 19); 
4) "Porventura podo um homc-m esconder o foge 
no seu seío1 sem que ardam os seus vestidos? Ou pode 
andar por cima das brasas, sem que se queime a planta 
de seus pés?" (Prov. VI, 27-28); 
5) "Guardai~vos dos falsos profetast que vêm a vós 
com vestidos de ovelhas, e pol;" dentro são lobos :rapa­
ces". (Mat. VIL 15). 
42. Quando é viva a nossa fé? 
Nossa fé ê i 1iva, quando vivemos, segundo ela, 
evitando o mal e praticando o hem, como a mesma 
prescreve .. 
"Assim como o corpo sem espírito é morto, assim 
também a fé sem abras é- morta. (Tiago, ll. 26). 
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32-
§ 6. PROFISSÃO D.A Ft: SINAL DA CRUZ 
43. Não basta conservar a fé no coração? 
Não; é necessário confessar a fé com palavras 
e obras. 
"Todo aquele, portanto, que me confessar diante 
dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai 
que está nos céus: E o que me negar diante dos homens, 
também o negarei diante de meu Pai que está nos céus'' 
(Mat. X, 32-33). 
44. Hú, porventura, algum sinal especial pelo qual o 
cristão católico confessa a sua fé? 
Sim; o cri~tão católico confessa sua fé peJo si­
na] da cruz. 
45. Por que usamos o sinal da santa cruz como profis­
são da nossa fé? 
Porque da exprime os principais mistérios da 
nosga santa fé~ que são o mistério da Santfo.simn 
Trindade e da nossa Redenção. 
46. O sinal da cruz serve somente para professar a 
nossa fé? 
Não; o ;e:ÍnaJ da cruz serve ainda para nos ar­
mar contra a!'.i tentações do máu inimigo e atrair so­
bre nós as bênçãos do céu. 
Por isso 6 bom e salutar fazer o sinal da cruz com 
frequência, principalmente ao levantar do leito e ao dei­
tar, antes e depois da oração, antes de toda ocupação 
importante assim como também em todos os perigos e 
tentações. 
APLICAÇ.AO: Não te envergonhes jamais da fé católi­
ca, nem do sinal da cruz. Evita cuidadosamente tudo o 
que pode fazer com que tua fé incorra cn1 perigo, como 
sejam: a curiosa e sutil investigação dos mistérios da Re­
ligião, a Ieítura de livros e escritos ímpios e qualquer tra­
to com pessoas ímpias. 
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Do Símbolo Apo~tólico 
47. Onde está contido o que nós, cristãos, devemos a11A 
tes de tudo saber e crer.? 
As -verdades de fé que devemos antes de Ludo 
saber e crer estão contidas nos doze nrtigos do S.írn­
bolo Apostólico. 
Kão basta crer somente cm geral tudo o quo Deus 
revelou e a Igreja nos propõe a crer; mas devemos tam­
bém conhecer cm particular, ao menos, cada uma das 
principais verdades da f 6. Estas se acham reuni elas no 
Credo que co~t8m brcvcmc.mtc todas as doutrinas da fé 
católica. 
48. P.or quê o Credo se chama: "Símbolo dos Apóstolos"? 
Chama-se Símbolo dos Apó.-;Lolos, porque da­
ta dos tempos apostólicos, e, provàvelmente, foi 
composto pelos A pós tolos. 
PRIMEmo ARTIGO DO CREDO 
"Creio em Deus Padre, todõ poderoso criador do céu 
e da terra" 
§ 1. DE DEUS E DOS SEUS ATRIBUTOS 
1. Essência de Deus 
49. Que-m é Deus? 
Deus é o espírito infinitamente perfeito, Se-• 
nhor do céu e da terra, princípio de todos os bens. 
Deus é espírito: e em espírito e verdade é que O de­
ve•m adorar os que O adoram11
• (João, IV, 24). 
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34 
50. Por quê dizemos que Deus é espírito? 
DizemoE que Deus é espírito porque Ele tem 
entendimento e vontade livre, mas não tem corpo. 
Um espírito é um ser simples, que não tem partes 
como os .seres materiais, e cuja atividade consiste prin­
cipalmente em conhecer e querer. 
A Sagrada Escritura fala em olhos, ouvidos, mãos 
de Deus etc., para nos tornar compreensíveis as quali. 
dades de Deus. 
51. Por que dizemos que Deus é infinitamente perfeito? 
Dizemos que Deus é infinitamente perfeito, 
porque Ele possui todas as boas qualidades em 
grau sumo. 
Deus não sómente ultrapassa a todas as criaturas 
em perfeição, mas ainda sua perfeição é tão grande que 
não pode ser imaginada outra maior. Disso se conclui 
também que pode haver só um Deus pois tal perfeição 
inclui necessàriamente que Deus, como Senhor Supremo, 
esteja acima de tudo o que há fora dele. Ora, ê lógico 
que só pode haver 11,m Senhor Supremo que esteja aci­
ma de tudo o mais. 
2. Qualidades de Deus 
52. Quais os atributos e perfeições divinas que deve­
mos essencialmente consider.ar? 
As seguintes: Deus é eterno e imutável; é oni­
presente e ·infinitamente sábio; é oniciente e todo 
poderoso; é infinitamenle santo e justo; infinita­
mente bom, misericordioso e clemente; infinitamente 
venladeiro e fiel. 
53. Que quer dizer: Deus é eterno? 
Deus é eterno quer dizer: que Deus ex1~lm 
sempre, que não teve princípio, nem terá fim. 
"Antes de existirem as montanhas e de ser formada 
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35-
a terra e o orbe., já tu ex~stías, ó Deus! desde uma eter­
nidade a outra eternidade". (Salmo: 89, 2). 
54. Que quer dizer: Deus é imutável? 
Deus é imutável quer dizer: Deus permanece 
eternamente o mesmo, sem müdar-se em si mesmo 
nem nos seus conselhos e decretos. 
"Em Deus não há mudança, nem sombra de vicis­
situde". . . ( Tiago, I, 17). Por conseguinte, quando a Sa­
grada Escritura diz que Deus se arrependeu de ter fei­
to o homem (Moisés, VI, 6), isso se deve tomar em sen­
tido figurado; com isso, quer-se dizer que os homens se 
tornaram indignos aos olhos de Deus de vive!' por mais 
tempo. 
55. A que nos deve impulsar o pensamento na eter­
nidade e imutabilidade de Deus? 
O pensamento da eternidade e imuiabilidaile de 
Deus deve exciLar-11os a dc~prczar o que é passageiro 
e a procurar de todo o coraç.ão o que é eterno. 
"O mundo passa, e a sua concupiscência. Mas aque­
le qµe faz a vontade de Deus, permanece eternamente". 
,, (l • ·J"oão,_ II, 17). 
·.· .-.V;.., < 
$li .. Que quer dizer: Deus é onipre.sente? 
Deus é oni'presente quer dizer: Deus está em to• 
das as parte~: no céu, na terra e em todo o lugar. 
"Deus não está longe de cada um de nós. Porque 
nEle vivemos, e nos movemos e existimos". (Atos dos 
Apóstolos. XVII, 27-28). 
No céu, no SS.mo Sacramento do Altar e na alma 
do justo, Deus está presente de um modo espedal, isto 
é, não sómente com sua essência e sua força, mas tam­
bém com suas especiais mercês e graças. 
57. Que quer dizer.: Deus é infinitamente sábio? 
Deus é infinitamente sábio quer dizer: Deus sa­
be perfeitamente todas as cojsas, desde toda a eter• 
nidade; conhece o passado, o presente e o futuro e 
até os nossos mais seLretos penl--amento~. 
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36 
Deus não precisa peni-nr ou examinar; com um só 
olhar vê e penetra tudo, não somente o que é 1·cal ou o 
que será, mas também o que pode acontecer e o que 
acontecei-ia sob certas condi<;ões. 
"Os olhos do SE?-nhor são mais luminosos do que o 
sol, ~ penetram o profundo do abjsmo e os cora(:ões dos 
mesmos homen.,.<, 11
• (Ecles. XXIII, 28). 
58. Que utilidade 1iramos nós da frequente lembrança 
da presença de Deus e da sua .infinita sabedoria? 
A lembrança da onipresença e <la infinita sabe­
doria de Deus deve ínspirar•nos: 
1) a evitar o mal e a fazer o hem, en1 toda a 
parte, mesmo à~ escondidas; 
2) a não vacilar em nen1mnrn necessidade ou 
perigo, 
1) "Melhor é pura mim cair entre as vossas mãos 
sem cometer o mal, do que pecar na presença do Se­
nhor"! (Daniel, XIII, 23). 
2) "Ainda que cu ande 110 meio da sombra da morte, 
nÊio temerei ma.le•s, porquo t.u (ô Senhor) estás comigo!" 
(Salinos, XXII, 4). 
59~ .. Que· quer dizer: Deus é oniciente? 
Deus é onicientc quer dizer: Deus sabe dispor 
cle todas as coisas do melhor modo para o que quer 
ou para os fins que se propõe. 
"Quão magnificas são as tuas obras, Senhoe! Fizes­
te com sahedoria todas as cousas: a. terra est.á cheia das 
tuas riqm:z.:1s! 11 (Salmo CIII, 24). - Exemplos: Moisés 
salvo das ág;uas; Josó elevado a vic\;~l·~i; o a1nbicioso 
Aman enforcado. 
Contl'rnplem~sc atentnmcmi:e os céus e a terra, os 
mares, os ríos1 os montes, os vales, as águas da terra e 
a atmo.sfo1·n, ~ teremo~ concluído que todas as criaturas 
quü contem são outras tantas línguas que nos anunciam 
a adorável sabedoria. e ciZ':-nc.ia de Deus. 
60. Qué quer di::m-r: .Deu::; é onipotente? 
Deus é onipotente quer dizer: Deus pode todas 
.as coisas e, para executá~las, hasta querê-lo. 
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37 
''A Deus nada é jmpossível''. {Lucas, I, 37) "Tudo 
o que! qu.is, o fêz o Senhor no céu, na terra, no mure cm 
todos os abismos". (Salmo CXX....,"X:IV,6) - Excmplus: A 
eria~.ã.o; os milagres no Egito e no d~serto. 
Só o que é mal e contra a razão, Deus não })Ode fa­
zex· nem querer. 
61. A que deve exitar~nos a fé na: onipotência e na 
ciência infinita de D,eus? 
A fé na onipotência e na ciência infinita de Deus 
deve excitar-nos: 
l) a pôr toda a nossa confiança em Deus; 
2) a sempre comprazer•nos nas disposições di-. 
v1nas. 
1) "Não confiei nos principes, n<;!m nos filhos dos 
homens, que não podem salvar·. Ditoso aquele de quem é 
protetor o Deus de Jacó e cuja esperança está no Senhor 
seu Deus". (Salmo CXL V, 2-3-6) - Ex0.mplo: Gedeão. 
2) "Expõe ao Scnho:r a tua situação, e espera nE)e 
e Ele procederá". (Salmo XXXVI, 5) - Exemplos: Jó, 
Tobias, 
62. Que quer dizer: Deus é santo? 
Deus é santo quer dizer: Deus 
mente o hem e aborrece o mal. 
.. ama e quer so~ 
"Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos cxérci• 
tos". (Isaías. VI, 3). Sendo Deus infinitamente santo, 
Ele abonecc até o menor pecado com ódio eterno e infí~ 
nito. 
63. Qué quer dizer: Deus é justo? 
Deus é justo quer dizer: Deus recompensa ou 
castiga segundo o merecimento <le cada um. 
"Deus há de dar a cada um segundo as suas obras ... ; 
porq\ie diante de Deus não há acepção de pessoas". 
(Rom. II. 6-11} - Exemplos: O mundo castigado pelo di .. 
lúvio; Noé salvo; Sodoma e Gomorra destruídas pelo 
fogo do cêu; Lot poupado. 
Mas só na eternidade, encontraremos ·a recompensa 
perfeita; aqui na te1·ra, devemos crer na justiça de Deus; 
na eternidade, vê-la-emos e experimentaremos os seus 
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38 
efeitos. Mesmo assim, já nesta vida, não há ímpio que 
seja verdadeiramente feliz, nem algum justo verdadeira­
mente infeliz. 
64. A que nos deve excitar o pensament.o na santidade 
e na justiça de Deus? 
O pensamento na santidade e na justiça dP DP-u~ 
deve excitar-nos: 
1) a santificar-nos cada dia mais; 
2) a evjtar com diligência tudo o que ofende a 
Deus. 
1) "Eu sou o Senhor vosso Deus; sêde santos, por­
que eu sou santo" (Levit. XI, 44). 
2) Não temais os que matam o corpo, e não podem 
matar a alm2: mas temei antes aquele que pode lançar 
no inferno a alma e o corpo" (Mateus, X, 28). 
65. Que quer dizer: De1us é bom? 
Deus é bondoso quer dizer: Deus é cheio de a­
mor para com a~ criaturas e lhes dispen~a inúmeros 
benefícios. 
"Deus é caridade". n ~ João, IV, 8) ; "Deus amou de 
tal modo o mundo, que lhe deu seu Filho Unigênito: pa­
ra que todo o que crê nEle, nfw pereça, mas tenha .a vida 
eterna". (João, III, 16). 
Deus ainda nos dispensaria indizivelrnente mal~ hc~ 
nefícios, se nf10 abusássemos dos que recebemos. 
66. Que quer dizer: Deus é misericordioso? 
Deus é misericordioso quer dizer: Deus é cheio 
de misericórdia para com os infelizes e perdoa de 
bom grado a todo pecador verdadeiramente arrepen• 
dido. 
"Juro, diz o Senhor, que não quero a morte do ímpio, 
mas sim que se converta do seu mau proceder. e vi­
\'a" (Ezeq. XXXIII, ll). - Exemplos: Ninive; o filho 
pródigo. 
A misericórdia é a qualidade divina, que Deus mais 
usa conosco nesta vida. Na outra vida. porém, cessará 
de ativar sua misericórdia para dar lugar à justiça. 
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39· 
67.· ;Que devemos fazer por Deus ter usado conosco de 
tanta bondade .e misericórdia? 
Por Deus ter usado conosco de tanta bondade e 
misericórdia, devemos: 
1) ser agradecidos a Deus e amá-Lo <le todo o 
coração; 
2) pedir-lhe perdão de nossos pecados, cheios 
de confiança. 
1) "Nós, portanto, amemos a Deus, porque Deus 
nos amou primeiro". (l" João, IV, 19). 
2) "Levantar-me-ei e irei ter com meu pai". (Lu­
cas, XV, 18). 
68. Quê quer dizer: Deus é longânimie? 
Deus é longâ.nime quer dizer: Deus, com f re­
quência, espera largo tempo ao pecador, antes de o 
punir, para dar-lhe tempo à penitência. 
"O Senhor é compassivo e misericordioso, pac:iente e 
de muita misericórdia" (Salmo CII, 8). 
A longanimidade de Deus, porém, não nos deve ser­
vir de pretexto para pc-rsP.verarmos na impcniténcia. 
"Se hoje ouvirdes a sua voz, não queirais endurecer 
os vossos corações" (Salmo XCIV, 8). 
69. Quê quer dizer: Deus é veraz? 
Deus é veraz quer dizer: Deus somente revela 
Yenlades, porque não Se pode enganar, nem enga­
nar-nos. 
"Deus não é como o homem, capaz de mentir" ,: Nú­
meros, XXIII 19). 
A veracidade de Deus é o fundamento de nossa fé; 
e, como esta veracidade é infinita, nossa fé é igualmente­
íncontestável. 
70. Quê quer dizer: Deus é fieJ? 
Deus é fiel quer dizer: Deus mantém a~ :;;uas 
promes~as e executa as suas ameaças. 
"O céu e a terra passarão, mas as minha.~ palavras 
nfto passarão" (Mateus, XXIV. 35). 
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40 
A fidelidade de Deus é o motivo principal da Gspc­
rançn cristft. 
71. A que obrigam a veracidade e fidelidade de Deus? 
A veracidade e fidelidade de Deus obrigam-nos: 
1) a crer com firmeza inquebrantável na pala­
vra de Deus; 
2) a í im:-nos constantemente nas suas divinas 
promessas e a temer seriamente suas ameaças. 
3. Fontes do conhecimento d~ Deus 
72. Como chegam.os ao conhecimento de Deus e de 
suas divinas perfeições. s.e não O podemos ver? 
Deus rnc~mo detH:::e a conhecer aos homens, por 
diferentes maneiras: 
1)pela criação e guoêrno do mundo visível que 
Ele criou e governa sem cessar; pois ninguém pode 
razoàvelmentc pensar que este mundo se fez a si mes­
mo, ou que dele mer-mo nasce a ordem que nele reina; 
2) pela voz da conciência, que nos exorta a 
que temamos ao Juiz invi~ível que castiga o mal e 
e~peremos n.Ele, pois recompensa o hem. 
3) especialmente pela revelação sobrenatural 
que nos faz conhecer até mesmo os mistérios da Di­
vindade, e n1ja veracidade Deus testemunhou por 
meio de inúmerrn, e incgávci-:1 milagres. 
1.) "Os cémi puh1icmn a ;.1:lôl'in de Dc~us, e o ffrma­
rnento anunc:ia. as obras daJi suas mãos". (Salm,1 XVIII, 
2). ''Pc-1'.~unt:1, pois. aos animai~., e elm, te cnsjnarão, e 
às· a:n's do cóu, (' elas to indicarão. fala c01n a kr:ra, e 
l"'I a ~ (~ 1:espondN':Í, t' os pei.:n~:3 do n1 ar te iJrni 1·uirún. 
Q1wm ignO.i'H que a n:tfio de Deus fc:..:: todas essas cou­
sas?" (Jó, XI( •·;.9). "(Sú) o insensato diz em sPu cora­
ção: ::\'fio hú Deus". (Salmo XIII, 1). 
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41 
2) ••os gentios mostram que o que a lei ordena está 
escrito nos Rcus eorações, dando-lhes testemunho a sua 
próp1•ja conciência e os pensamentos de dentro que os 
acusam, se fizeram o mal, ou também os defendem, se 
riz~rnm o bem''. (Rom. II, 1.5). 
3) "Ninguém jamais viu Deus: o (Filho) Unigêni­
to, que está no feio do Pai, Ele mesmo é que O deu a 
conhecer (aos homens)". (JofLO, II, 18). "Dei-vos a co­
nhecer tudo aquilo que ouvi de meu Pai". (João. IV, 15). 
"Quando não queirais crer em mim, crêdc nas minhas 
obras". (João, X, 38). 
A.PL.lCAÇiIO: - "Tem a Deus em teu espírito todos 
os dias da tua vjda e guarda-te de consentir jan1ais no pe­
cado e de violar os preceitos do Senhor nosso Deus". (To­
bias. IV, 6). 
§ 2. DAS TRtS PESSOAS DIVINAS 
'13. Pot que dizemos: "Creio ,em Deus Padre Todo-Po-
d ':l.'>"- C' ,:,? 
\,';'.,1, 1 • .ic-::Jl"L_. ~ 
Dizemos: "Creio em Deus Padre Todo-Podero-
1) porque Deus é nosso Pai Celestial e invi .. 
FÍYd; 
2) porque em Deus há 
qwu~ primeira é o Pai. 
.-.,.;ª 
. 
mais 
14..; Quantas pessoas há em Deus? 
das 
F 
Em Deus há três pessoas: o PadTe, o Filho e o 
.E~-píriio Santo. 
"Ide, pois <'nsinar todas as gentes, batizando-as cm 
nome do Pacl:.'<'. e do F'.ilho, P do Espírito Santo". (l\:1a­
h~us, XXVIII, l!J). 
Nc, batismo fk, .Jesus manifestaram-se cl.Lstintamentc 
,ts trí;s pessoas div.ina.s: D0us Padre falava do alto do 
c:é-u, Dett8 Filho eira bn.tizado, Deu~ Espírito f.fo.nto apa-• 
1.·l'eiD r•m fol'rna d<~ pmnba. 
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• ,1 
ada uma das Pessoas da . 
Trindade é Deus 
E diz'fom (os Serafins): Santo, Santo, Sa.nto, é o 
Senho-r Deit:i dos exércitos ... ,, 
(!saias, VI, 3) 
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43 
75. Cada uma das três Pess-oas divinas é verdadeiro 
Deus? 
Sim; o Padre é verdadeiro Deus, o Filho é ver• 
r1adeiro Deus e o Espírito Santo é verdadeiro Deu~, 
entretanto, estas três J'ei-;soa~ são um só Deus. 
76. Por qu~ estas três Pessoas são um só Deus? 
As três Pessoas divinas são um só Deus, porque 
todas têm uma só e a rncsma natureza div.ina. 
77. l:': uma Pessoa mais antiga ou m,ais poderosa do 
que as outr:as? 
:\ão; todas as três pessoas são eternas e todas 
três iµ;ualmente poderosas, boas e perf citas, porque 
todas Lrês são um só Deus. 
As três Pessoas divinas possuem não só todas as per­
feições, mas ainda as mesn1as perfeições, pois estas per­
tencem ü essência que é a mesmn nas três Pessoas. Co­
mo em Deus há uma só essência, assim também há t:ma 
só onipotência, uma só sabedoria. etc. 
78. Não há, pois, nenhuma distinção entre o Pai, o 
Filho e o E.spírito · Santo? 
Entre o Pai, o Filho e o Espfrjto Santo há uma 
di:4in(:ão, segundo as Pessoas, a qual consiste em que 
o Padre não é gerado, o Filho é gerado, pelo Pai, e 
o Espírito Santo procede do Padn~ e elo }i'ilho. 
Deus Padre. contemplando-se a si mesmo, com seu 
entendimento. e conhecendo-se perfeitamente, gera uma 
imagem absolutamente igual a si, comunicando-lhe to­
talmente a.sua própria essência_. sem mudança de si mes­
mo. Esta imagem é a figura essencial do Padre, o verda­
deiro Filho de Deu~. E como Deüs jamais esteve sem co­
nhecer a si mesmo, assim jamais esteve ~em gerar a seu 
Filho. logo. este ato de geração é eterno. Podemos ainda 
considerar o Filho divino como expressão ou um falar 
espiritual do Padre é por isso que a Sagrada Escritura 
tamhém O chama "Sabedoria eterna" ou "Verbo do P::ii". 
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Glória ao Padr~~ e ao Filho> e ao Espírito Santo. 
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45 
O Espírito Santo procede do Pai e do Filho; porém, 
não é gerado como a segunda Pessoa, mas procede por 
expiração ou amor (spiratio); por isso é chamado Espí­
rito Santo (Spiritus, sôpro) ou ainda Amor. eterno. 
Quando dizemos que o Padre é a primeira Pessoa da 
Santissima Trindade, o Filho, a segunda e o Espírito 
Santo a terceira, não indicamos com isto grau algum de 
procedência ou anterioridade nas Pessoas divinas, mas 
indicamos somente a ordem de origem das Pessoas des­
de toda a eternidade. 
79. Que obras se atribuem especialmente a cada uma 
das Pessoas divinas? 
Atrihui-sc especialmente: a Deus-Padre, a cria­
ção; a Deus-Filho, a redenção; e a Deus-Espírito­
Santo, a santificação, embora seja~.; obras comuns 
às três Pessoas divinas. . .. , ,; 
Atribuc-se, de modo especial, ao Pai, a criação, por­
que Ele é a origf'm eterna de tudo o q_uc existe, do qual 
também procedem o Filho e o Espírito Santo. Ao Espí­
rito Santo, atribue-se a santificação que é obra do amor, 
porque El~ i-: pessoalmente a caridade de Deus. 
Ao Filho, porém, não somente se atribue a obra da 
redenção, mas esta lhe compete p1·õpriamentc, pela ra­
zão especial de que somente Ele tomou a natureza hu­
mana para remir o mundo. embora as outras duas PesN 
soas divinas também tenham contribuido nesta obra. 
80. Como se chama o mistério de um só Deus em três 
Pessoas? 
O mistério de um só Deus cm três Pessoas cha­
. t,. . l s· t' . rl; . 1 l ma-se m1s eno t a .__ an 1:::s1ma nnr ac e. 
81. Podemos compresnder êste mistério? 
1~ impof:sívcl que o nosso débil cntcndirnenlo, 
que só imperfeitamente entende as cousas criadas, 
compreenda o mistério da Santíssima Trindade, 
(jUe está infinitamente elevado acima <lc todas as cou• 
J,l.as criadas. 
Ainda que não possamos penetrar, nem representar-
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--~~/1~ 
----~ l -----~---==::-
~ ---~=-=--
·~-;:.::1/ó_' ~ 
No princfpio criou Deus o céu e a terra. 
(G~~sis, I, 1) 
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47 
nos claramente este augustíssimo mistério, não obstante, 
a razão demonstra que não há nele contradição alguma. 
Pois não sustentamos que Deus é ao mesmo tempo, sim­
ples e trino na sua essência, ou que nas Pessoas Ele é, 
ao mesmo tempo, uno e trino. o que seria contraditório, 
mas, apoiados na doutrina infalível da Igreja dizemos 
que Deus. simples e uno na natureza é trino nas Pes­
soas. Portanto, não há contradição; esta só existe quan­
do de um mesmo objeto e sob o mesmo aspecto, se afir­
ma ou nega uma coisa. ( Comparação com a alma que é 
simples e espiritual, mas nela distinguem-se três potên­
cias: memória, entendimento e vontade). 
A doutrina da Santíssima Trindade é a doutrina fun­
damental do Cristianismo; sem ela, não poderíamos 
compreender, por exemplo, a Incarnação do Filho de 
Deus e toda a obra da Redenção, que se apoia nesta dou­
trina da Santíssima Trindade. 
APLICAÇÃO: -- Não te esqueças jamais da imensa 
gratidão que deves à Santíssima Trindade pelos inestimáv 
veis benefícios da criação, da redenção e da santificação, e 
guarda fielmente o que no santo Batismo solenemente Lhe 
prometeste. 
(Festa da SS. Trindade) 
§ 3. DE DEUS CRIADOR DO CÉU E DA TERRA 
l. Da criação, conservação e govêmo do mundo 
82. Por quê se chama a Deus "Criador do céu e da 
terra"? 
Chama-se a Deus ''Criador do céu e daterra'', 
porque Êle criou o universo, o céu e a terra, e tudo 
o que há nêlc, tirando-o do nada por sua vontade 
onipotente. 
"No princípio criou Deus o céu e a terra" (Gênes. 
I, l). 
"Tu cria~t.e todas as coisas, e pela tua vontade é que 
elas subsistem e foram criadas". (Apoc. IV, 11) 
83. Deus criou o mundo por: necessidade dele? 
~ão; Deus não criou o mundo por nccessüar 
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48 
dele, pois Deus é en:i si mesmo infinitamente nco e 
feliz, e nada necessita fora de si. 
"Tu és o meu Deus. que não tens necessidade dos 
meus bens ... (Salmo, XV, 2). 
84. Se Deus não precisa de nada fota de si, por que 
então criou o mundo? 
Deus criou o mundo, porque é infinitumente 
bom, e porque quis comunicar da sua riqueza a ou­
tros seres. 
"Nós exjstimos, porque Deus é bom", diz Santo A­
gostinho. 
· Deus era perfeitamente livre cm criai~ um mundo 
ou não, em criar este universo ou um outro. 
85. Para que fim criou De·us o mundo? 
Deus criou o inundo : 
1) para sua glória; 
2) para o bem das criaturas. 
86. O que Deus faz sem cessar pelo mundo que criou? 
Deus conserva e governa o mundo pela sua 
Providência. 
87. Quê quer dizer: Deus c·onserva o mundo? 
Deus conserva o mundo quer dizer: Deus faz 
com que o mundo subsista da maneira e pelo tem• 
po que quer. 
"Como podüria subsistir uma coisa, se tu não o qui­
sesses?Jt {Sabed. XI, 26). 
Se Deus retírasse sua onípotêncía conservadora, o 
mundo voltaria ao nada; seria como a pedra que se de­
sapruma logo que se retirar a mão que a sustenta. 
88. Quê qu,er dizer: Deus governa o mundo? 
Deus governa o mundo quer dizer: Deus cuida 
de tudo, e tudo dirige com sabedo1·ia bondosa ao 
fim para que foi criado. 
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49 
Deus fez tanto o pequeno como o grande, e tem i­
gualmente cuidado do todos". (Sabed. VI. 8). 
· "Até os próprios cabelos da vossa cabeça estão todos 
contados". (Mateus, X, 30). 
89. De quem cuida Deus de m-0do especial? 
De modo especial, Deus cuida <los homens e 
mais par-ticularmente ainda, dos justos. 
''Todas as coisas concorrem pai·a o bem daqueles 
que amam a Deus". (Rom. VIII, 28). 
90. Mas se Dêus dirige e ordena tôdas as cofa.as neste 
mundo1 por. que existe o mal? Por ventura Deus o 
quer? 
Deu~ não quer o mal, mas permite-o: 
l) porque deu aos homens a vontade livre; e 
a reRpcita; 
2) porque sabe também dirigir o mal para o 
bem, isto ê, à exeeução dos seus desígnios divinos e 
elernos. 
Exemplo: A história de José do Egito-. "Vôs tivestos 
intcnçfto de me fa:1.er mal; mas Deus o converteu em 
bem". (Gêncs. II, 20). 
Assim o AltJssimo converteu o dcidclio dos judeus 
cm salvaçâo para o mundo e o endurecimento dos mes­
mos judeus foi utilizado para a conversão dos pagãos. 
Ainda com·ertc diàriamcnte os planos dos ímpios e1:n glo­
rificação para sua Igreja; pois, "não há sabedoria, não 
há prudência, não há conselho (que prevaleça) contra o 
Senhor". (Prov. XXI, 30). 
91. $;e Deus cuida de tudo, ptlr que há tant,os sofrimen­
tos no mundo? 
Há muitos sofi·imentos; 
1) para que o pecador reforme sua vida e não 
pereça eternamente; 
2) para que os justos se purifiquem, alcancc1n 
maiores méritos e mais gloriosa recompensa no céu. 
1) Os irmãos de José: "Justamente sofremos estas 
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.50 
coisas. porque pecamos contra nosso irmão" ( Gêncs. 
XLII, 21). 
2) Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem e 
v'OS perseguirem, e mentindo disserem todo o mal contra 
vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque é 
grande a vossa recompensa nos céus" (Mat., V, 11-12). 
Muitos sofrimentos, os homens atraem sobre si por 
seus próprios pecados (por ex.: pobreza, por causa da 
preguiça, doença, pela embriaguês, etc.). Para certas 
pessoas, o sofrimento é necessário, para preservá-las da 
soberba e do esquecimento de Deus. 
'92. Por que permite Deus às vêzes que os maus pro,s­
perem, ao passo que os justos sofrem? 
Deus permite que os máus não poucas vezes 
prosperem, porque quer, neste mundo, recompensá­
los de algum bem, que por ventura fazem, visto que 
na outra vida, por causa da impenitência, não po­
-derá recompensá-los. 
"Ai de, vós. ó ricos: -ç.nrque tendes a vossa consola­
ção'', isto é, já. tendes a vossa recompensa neste mundo. 
(Lttéas, VI, 24). 
93. Como .se chama o cuidado de Deus para conservar 
e governar o mundo? 
O cuidado de Deus cm c;onservar e governar o 
mundo chama-se divina Providência. 
Os pagãos acreditam num desti-no cégo (Fatum), os 
incrédulos falam de um acaso cégo_. o cristão, porém, sa­
be que toda a sua sorte é dirigida por urn Pai oniciente 
e bondosíssimo. 
94. A que nos deve levar o pensamento na divina 
Providência? 
O pensamento e a fé na divina Providência de­
"Ve levar-nos: 
1) a colocar toda a nossa confiança en1 Deus~ 
não nos atormentando com cuidados angustiosos; 
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51 
2) a aceitar todos os sofrimentos como graças­
de Deus. 
1) "Olhai para as aves do céu. que não semeiam, 
nem ceifam, nem fazem provisão nus celeiros; e contudo 
vosso Pai celeste as sustenta. Porventura não sois vós 
muito mais do que elas?'' (Mateus. VI, 26). 
2) "O Senhor castiga aquele que ama". {Hebreus, 
XII, 6). 
APLICAÇÃO: ---- Jamais te queixes das disposições di­
vinas, pois Deus é Quem sabe melhor o que nos é bom e· 
salutar. 
2. Dos Anjos 
.,, ... =:-,.· 
·\; .. 
95-. Criou Deus alguma coisa mais do que êste m~1n(\(> 
visível? 
Deus criou outro mundo invisível, isto ~, inu­
meráveis espíritos que chamamos anjo~. 
"Eram milhares de milhares (de anjos) os que o ser­
viam, e mil milhões ( ou inumeráveis) os que assistiam 
diante dele". ( Dan. VII, 10). 
A Sagrada Escritura nomeia nove classes diversas 
ou córos de anjos, que são: anjos, arcanjos, pr.incipados, 
virtudes, potestades, dominações, tronos, querubins e se­
rafins". (Coloss. I, 16; Efes. I, 21.; Ezeq. X; Is. VI, 2). 
96. Como er.am os anjos, quando Deus os criou? 
Os anjos eram bons e felizes, dotados de mag­
níficos dons, especialmente da graça santificante. 
Pela sua natureza, os anjos possuem uma inteligên­
cia penetrante, grande força de vontade e uma fortale­
za sobre-humana. Um único anjo feriu, numa noite, cen­
to e oitenta e cinco mil homens no campo dos A..,;:;s:rios. 
(Is. XXXVII, 36). 
97. Perseveraram todos os ian,jos nesse estado de ino­
cência e santidade? 
Não; 1nuitos pecaram, fizeram-se infelizes e f o­
ram precipitados no inferno. Estes chamam-se de­
mônios ou espíritos máus. 
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52 
"Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, 
presos peJas cadeias do inferno os precipitou no tárta­
ro, para serem atormentados e reservados até ao juízo 
(final). (2'-' Pcdr.II, 4). 
Logo depois de sua criação, os anjos (assim como 
nossos primeiros pais) foram submetidos a uma prova. 
Lúcifer um dos anjos de mais luz caiu primeiro, pecan­
do por soberba, e atraiu após si grande número de ou­
tros anjos. 
À frente dos anjos fiéis, estava o arcanjo :.\liguei 
que, com eles lutou contra Lúcifer e seus sequazes, ven­
cendo,-os completamente. (Apoc. XII, 7-8), 
98. Como 1.ecompensou Deus os anjos bons? 
Deus n~compcnsou os anjos bons com a felicí­
da<le eterna, que consiste na contemplação e posse 
de Deus. 
Os anjos nã'o gozaram logo depois de sua criação, 
da. feli~ visão beatífica embora., quanto ao lugar, esti­
vessem no (~éu, donde foram oxpulsos os anjos rebeldes. 
99. Quais sã.o os sentimentos dos anjos bons para co­
nosco? 
Os anjos bom; amam-nos, e por isso defendem 
us nossas almas e os nossos corpos, pedem a Deus 
por nós e nos inspiram o bem. 
"Forque mandou aos seus anjos acerca de ti, que te 
guardem t•m todos os teus caminhos" ( Salmo, XC, 11). 
- Exe1nploi,;: LoL Tobias, Judit. S. Pedro na prisão. 
l 00. Como se chcm:mm o.s anjos que foram dados em 
particular ao hc:m;:;:m pa:rn: sua defesa? 
Os anjos que foram dados, em particular, aos 
homens, para protegê-los na terra e conduzí-lospa­
ra o céu, chamam-se anjos da guarda. 
"Os seus anjos nos céus vêm incessantemente a f a­
cc de meu Pai que estú nos céus". (Mateus, XVIII, 10). 
Seg·undo a opinião gL.L·al dos teólogo;;, cada pessoa. 
cm particular, possui, desde o nascimento, um anjo cus­
tódio próprio. 
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"E' grande a dignidade das almas diz São Jerônimo: 
tão grande, que, a cada um é dado, desde o seu nasci­
mento, um anjo custódio11
• 
101. Quais os nossos deveres para com o anjo da 
guarda? 
Devemos: 
1) pensar com respeito na presença de nosso 
santo anjo da guarda; 
2) invocá,lo cheios de confiança; 
3) seguir prontamente as suas inspirações. 
(Festa dos anjos da guarda). 
"Eis que cu enviarei o meu anjo que vú adiante de 
ti. . . Respeita-o e ouve a sua voz". (Êxodo, XXIII, 20 
21). 
102. De que sentimentos estão animados contra nós oe 
anjos rebeldes? 
Os anjos :rebeldes ou demônios odeiam e inve­
jam-nos; por isso perseguem-nos com tentações e 
procuram arrastar-nos para o inferno. 
"O demônio vosso adversário, anda ao redor, como 
um leão que ruge buscando a quem devorar". {I S. Pedr. 
V, 8). -- Exemplos: Eva, Jó, Judas. 
Enquanto estamos cm estado de graça santif:cante, 
que nos Jaz filhos de Deus. os demônios podem tentar­
nos, pQrém não nos podem prejudicar de modo algum. 
Entretanto, adquirem grande poder sobre nós, desde 
que nos tornamos, voluntàriamcnte seus escravos, por 
meio de um pecado mortal. 
103. Por que permite Deus que os demônios nos tentem? 
Deus permite as tentações dos demônios, por­
que sabe dirigi-las para sua glória e para a salvação 
dos homens. 
Os Santos do céu agrad<'.~em as suas mais belas co­
roas de vitória, às lutas, que, com a graça de Deus, sus-• 
tentaram contra as tentações do espírito mau. 
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104. Que deve·mos fazer contra as tentações do de­
mônio? 
Devemos vigiar, orar e resistir com constância 
às tentações do máu espírito. 
"Tomai o escudo da fé, com que possais apagar 
todos os dardos inflamados do (espírito maligno". (Efes. 
VI, 16). 
"Resisti ao demônio, e ele fugirá de vós". (Tiago, IV, 
17). Exemplo: Jesus no deserto. 
APLICAÇÃO: Venera diàriamente teu santo anjo da 
guarda e recomenda-te a ele em todos os perigos do cor­
po e da alma. Guarda-te de falar ou praticar o mal em 
sua presença e imita sua grande pureza. 
3. Da criação do homem 
105. Qual é a principal criatura de Deus .na tierra? 
A principal criatui·a de Deus na terra é o ho­
mem. 
O homem é o rei do mundo visível; ele deve domi­
nar sobre a.i;; criaturas irracionais, servindo-se delas pa­
ra glorificar a Deus em seu próprio proveito. 
l 06. Quem foram os primeiros homens? 
Os primeiros homens foram Adão e Eva; são 
os primeiro~ pais de toda a hun1anidade. 
107. De que maneira Deus criou a Adão? 
Deu:-, f orn1ou de barro o corpo de Adão e lhe 
inspirou. uma alma imortal. 
Deu:~ infundiu a Adão um i;;ono profundo e, quando 
se achava dormindo tirou uma das suas costelas, com a 
qual formou o corpo de Eva. 
108. Qual o caráter distintivo que o Senhor concedeu 
ao homem na sua criação? 
Deus criou o homem à sua iinagem e seme­
lhança. 
"Façamos o homem à nossa imagem e semelhança" 
( Gênes. I. 2ô). 
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109. Em que consistiu a imagem de Deus no primeiro 
homem? 
A irnagen1 de Deus no primeiro homem con­
sistiu nos dons naturais e sobrenaturais com que foi 
dotado. Pelos dons naturais, o homem é a imagem 
natural de Deus., pelos sobrenaturais, imagem so­
brenatural. 
11 O. Em que consistem os dons naturais, pelos quais o 
home,m é semelhante a Deus? 
Estes dons naturais consistem em que a ahna 
humana é um espírito imortal, dotado ele entendimen­
to e vontade livre. 
11. Em que consistiram os dons sobrenaturais de que 
Deus dotou o primeiro homem? 
Os don~ sobrenaturais dr, que Deus dotou o pri­
.meiro homem consistiram na posse da ~raça ~antifi­
cante que o fez filho dt~ Deu~ e Hw deu din-•ilo ao rt~i­
no dos céus. 
A imagem sobrenatural de Deus cm nossa alma es­
tá para a imagem natural, assim como um quadro pin­
tado com cores \"ivas L>Stá pa1·a um desenho executado 
com poucos traços. - A imagem sobrenatural de Deus 
concede à alma tal beleza e semelhança com Deus, que 
a Santíssima Trindade a contempla com o máximo a­
grado e a escolhe para sua morada. 
112. Que outros dons receberam os primeiros homens, 
ligados a esta imagem sobrenatural de De-µs? 
1) Os primeiros homens tinham o cnlendi mento 
dotado de maiore.:3 conhecimentos; 
2) a ~ua vontade não era tf'ntad.a d~ máus dese-
3) não 1-~~tavam sujeito~ à penalidade e dorc:::.~ 
nem à mortP-. 
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Estes dons juntamente com a imagem sobrenatural 
do Deus, eram dons especiais gratuitos da bondade divi­
na, ~ nfio eram devidos il naturc;r.a humana como tal. 
113. Os primeiros homens receberam sómente par.a si 
cc in1agem sobr:enatural de Deus e os dons cr ela 
ligados? 
Não; os primeiros homcn::i receberam a irnagern. 
sobrenatural dt~ Deus com os dons a ela ligados, tmn­
hén:1 para oR !-Pus descendentes; e nó8 todm, icrímnos 
}lc ... ll '·l.(110 c·lr•]í,.,: n.;:t<>~ (·1on~ ("l-' 1•l1->~ o;;; 1:,:-,;.:s;("lll ''.OJ'•:i, .. 1·-
..JJ. • l . .__., ...... ►.,, \ ,} l. '-· . ►- ~ ~:> , \.... ·'>-· ,_.. .1 L·, ·•· ., lil.., L . .11:._ .. 
vado e não tíve[~:-;f~n:1 pecado. 
Estes bens eram semelhantes a um património fa­
miliar que Adão1 como C'.hcfe de toda a familia Jmmana, 
devia conservar e legar a todos os seus descendentes. 
4. Da queda: dos primeiro.s homens e do pecado 
original 
114. Nos.sos primeiros pais conservaram a imcrgem de 
Deus? 
Não; nossos primeiros pais pecaram e assim per­
deram a imagem sobrenatural de Deus com os dons li­
gados à mesma; a 1rnagem natural ficou de~figu­
rada. 
ll 5. Quê pecado cometeram êles? 
t'.m prendo de soberba e desohcdiêne.ia. 
Querendo ser semelhantes a Deus, comeram do 
fruto proibido. 
Este p0cado foi tanto mais grave, porque o preceito 
era fúcil ele i-er observado e os primeiros pai~ possuiam 
um conhceim:.•nto tão p(,rfrito e umR vontade ainda não 
d0.lJiHtacla. 
l IG. Perd(::")rGrt:! os primeiros pais s6.m,ente para si os 
d,~n:.i sç:hrnnaturuis? 
~\Jão; pois HS~im como por obediência os teriam 
podidu con•-wrvnr~. não sô para si~ mas também para 
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os seus descendentes, assim também, com sua desobe-­
diência, os perderam, para sua descendência, e assim 
precipitaram na maior miséria a todo o gênero hum~t 
no. 
11 '1. Em quê consiste esta miséria? 
Consiste nn que o pecado de Ad5.o, com bua~ 
péssimas consequência8, passou a todos os homens; 
de maneira que agora todos viemos ao mundo man­
chados pela culpa original. 
"Assim como por um só homem entrou o pecado 
(original) nr:stc mundo, e pelo pecado a mm-te: a::::,;lm 
péls.snu a morte a todos os homens, (por aquele homcin) 
no qual todos pcear~:un" (Roman. V, 12). 
118. Com,o chamamos o pecado com o qual todos 116.s 
nascemos? 
O pecado, com o qual todos nós nascemos, cha­
n1a-sc pecado original, porque não o cometemos pes­
soalment,~? porém, herdfi.mo-lo de nossos primeiros 
.. 
pau-,. 
A es.sf>ncia do rwcudo original consfate no seguinte: 
pelo pecado de nossos primeiros pais, nós na:scemos sem 
a. graça santificante que, segundo a ord~m de Deus, de­
veria.mos possuir para Jhc ,;ermos ag1,adáveis fostndo de 
pecado ---- morte espiritual). 
119. Quem foi pre:.mrvnda: de tôda mácu.lcr do pecado 
original? 
Só a SS. Vírge.m Ivlaria, 11or gTaca es11eciul. co-
~ a • 
mnnicada cm vista dos nlóritos de Jesus Cri?.to, :foi 
preservada da mmH.:ha do per:ado original (Festa da 
I nw.cuJ ada C:onceii;;ão.) 
Est.a doutrina, contida na Tradição foi c<;n::se-1·vRda 
na Igreja católicn, de[~de ·t0mpos remo1os; ern 1854, Pfo 
IX ê\ fü•finiu r:nmo dogma. 
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120. Quais as consequências que o pecado acarretou 
sóbl!e os homens?As consequências que o pecado original acarre­
tou sobre os homens são: 
1) Perda da filiação de Deus e do direüo ao 
reino dos céus; 
2) ignorância; 
.1) concupiscência e inclinação da vontade ao 
mal· 
' 
4) penalidades, dores, calamidades e finalmen-
te, a morte. 
1) Quem não renascer por meio da água e do Espí­
rito Santo, não pode entrar no reino de Deus''. (João, 
!II, 5). 
2) Com trabalho descobrimos o que temos diante 
dos olhos" (Sabed. IX, 16). 
3) "Os sentidos e os pensamentos do coração do !10-
mem são inclinados para o mal desde a sua mocidade'' 
fGênes. VIII, 21). 
4) "Uma grande preocupação foi imposta a todos os 
homens, e um pesado jugo carrega sobre os filhos de A­
dão, desde o dia em que eles saem do ventre de sua mãe, 
até o dia da sua sepultura" (Eclesiastico, XL, 1). "Deus 
criou o homem imortal, mas por inveja do demônio, en­
trou no mundo a morte" (Sabed. II, 23-24). 
121. Atingiram sómente os homens as más consequên­
cias do pecado'? 
Não; veio também o castigo à terra, que fôra 
criada para o homem. 
Deus disse a Adão: "A terra será maJdita por tua 
causa; tirarás deJa o sustento com trabalhos penosos 
todos os dias da tua vida. Ela te produzirá espinhos e a­
brolhos" (Gên. III, 17-18). 
122. Que teria acontecido a•o homem, se Deus não ti­
ve,sse tido dele misericórdia? 
Se Deus não tive:-:-~c tido misericúrdía do homem, 
ninguPm mai~ poderia salvar-se. 
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123. Por que ninguém poderia salvar-se? 
O pecado original era, como todo pecado mor­
tal, uma culpa tão imensa, que nenhuma simples 
criatura poderia apagá-la. 
5. Da pr,omessa do Salvador e da pi,eparação 
para sua vinda. 
124. Como se compadeceu De·us do homem? 
Logo depois da queda no pecado, Deus prometeu 
aos homens um Salvador. 
"Porei inimizades entre ti e a mulher e entre a tua 
posteridade e a dela. Ela te pisará a cabeça, e tu arma­
rás traições ao seu calcanhar". (Gên. III, 15). 
125. Quant-o tempo demorou até aparecer o Salvador 
prometido? 
Deus enviou o Salvador prometido somente, se­
gundo o cômputo ordinário, quatro mil anos depois 
<la cria!;ão. (Tempo do Advento). 
126. Por que ,o Divino Salvador não veio logo após à 
queda 110 pecado? 
Os homens deviam primeiramente expnrimen­
tar a profunda miséria cm que o pecado os tinha pre­
cipitado e reconhecer que ningué.m, senão Deus, os 
podia salvar. 
I 27. Durante este tempo, deix,ou Deus os homens com­
pletamente abandonados a si mesmos? 
Não; durante este tempo: 
1) Deus já concedeu aos homem, as graças ne­
cessárias para a salvação, em vista dos futuros mere­
cimentos de Cristo; 
2) preparou-os, dr modo especial, para a vinda 
do Salvador. 
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128. Gomo preparou Deus os homens para -a vinda do 
divino Salvador? 
Deus preparou os homens para a vinda do Divi­
no Salvador: 
1) pela escolha do povo israelita~ com o qual 
firmou urna aliança particular. 
2) pela direção propícia que concedeu também 
aos pagãos. 
129. Por que Deus escolheu um pov.o particular ? 
Deus escolheu um povo próprio pura conservar 
a fé nEle, o único Deus verdadeiro, e a esperança do 
Redentor entre os homens. 
130. Com que meios conservou Deus entre os homens 
a ver.dadeira fé e a esperança no Salvador? 
Deus conservou entre os homens a verdadeira fé 
e a esperança no Salvador: 
1) pela lei com seus sacrifícios e costumes; 
2) por figuras e pelas predições dos Prof e tas, 
({Ue sempre falavam claramente do Salvador. 
São Paulo chama os sacrifícios e usos do Antigo 
Testamento de "Sombra dos bens futuros". (Hcbr. X, 1). 
Como uma ~ombra projetada à frente, tais sacrifícios e 
usos prefiguravam a Redenção. 
131. Com que m·eios Deus prepar.ou os pagãos para a 
vinda do Salvador? 
Deus preparou os pagãos para a vinda do Salva­
dor: 
1) por tradições religiosas de tempos remotos, 
que sua providência especial conservou entre eles; 
2) por notáveis castigos que os deviam corrigir 
e tirar dos caminhos do vício; 
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3) pelos homens extraordinários que suscitava, 
de tempos a tempos, entre eles; 
4) _por meio dos israelitas e de seus livros sa­
grados que espalhou entre eles. 
1) Ainda se encontram atualmente entre os povos 
pagãos vestígios evidentes de tais tradições; p. ex.: sobre 
o paraiso, a queda no pecado, a promessa de um Salva­
dor, etc.; 
2) O dilúvio; Sodoma e Gomorra; as pragas do Egi­
to. 
3) Jó; Mclquisedcc; Balaão; Jonas; Daniel. 
4) "Por isso Deus vos (os israelitas) espalhou por 
entre os povos que O não conhecem, afim de que vós pu­
bliqueis as suas maravilhas, e lhes façais sa1icr que não 
há outro Deus onipotente senão Ele". (Tobias, XIII 4). 
APLICAÇÃO: ~ão te esqueças jamais de que és 
uma imagem de Deus e odeia o pecado qU(~ trouxe toda a 
infelicidade ao mundo. "O pecado torna miscrúvcis os po• 
vos". (Prov. XIV, 34). Agradece a Deus por ter o divino 
Salvador vindo também para ti. 
SEGUNDO ARTIGO DO CREDO 
"E em Je.sus Cristo, um só seu Filho''. 
132. Quem é o Messicrs prometido? 
O l\'lessius prometido é J csus Cristo, o Filho Uni­
gênito de Deus, Nosso Senhor. 
133. Que qt1er dizer "Jesus"? 
Jesus quer dizer Salvador ou Redentor. 
j'Por-lhe-ás o nome de Jesus: porque Ele salvará o 
seu povo de seus pecados". (Mateus, l 21) 
134. Que quer dizer a palavra Cristo? 
Cristo s-ignifica lVIc~~áas em hebraico e t_J,U(~r di-..,. 
zer tingido. 
135. Por quê Jesus s.e chama o Ungido? 
Jesus é chamado o Ungido, porque, no .A.ntigo 
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Testamento. os P.rof etas, Sacerdotes e Reis eram un· 
gídos com óleo, e Jesus é nosso sumo Prof ela, Sacer• 
dote e Rei. 
136. De qué modo Jesus é nosso Profeta~ Sacerdote e 
Rei? 
Jesus é: 
1) nosso Profeta, porque, como l'vlestre, revelou 
os mistérios de Deu~ e ensinou aos homens o que de­
viam crer, esperar e fazer para alcançar a hem-aven• 
turança eterna; 
2) nosso Sacerdote, porque se ofereceu por nós 
como vítima na cruz, e todos os dias continua sacrifi­
cando-se sobre os altares e ainda, no céu, como advo­
gado e mediador, pede sempre por nós; 
3) nosso Rei, porque fundou um reino espiri­
tual, a Iµ;reja, de que é Chefe e o será eternamente. 
137. Por qué se chama a Cristo, o Filho Unigênit,o de 
Deus? 
.Jesus Crí~to diz-se o Filho Cnigênito de Deus, 
porque Ele é o único verdadeiro e pr6prio F'ilho de 
Deus por natureza, una e igual essência com o Pai. 
138. Não som-os também nós filhos c\e Deus? 
Nós também somos filhos de Deus, 1nas não por 
natureza, e sim pela g1·aça divina que o Espfrito ~an­
to derrama em nossos corações e que nos torna filhos 
adotivos de Deus. 
"A toclos que o receberam, deu poder de se torna­
rem filhos de Deus'' (João. l 12) 
Entretanto, ·nossa adoção como filhos de Deus não é 
puramente exterior, como'· se dá entre os homens; pois, 
pela graça santificante, recebem0s uma natureza seme­
lhante à de Deus, "nascemos de Deus" (S. João, I, 13) 
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63 
139 .. Por que se diz que Jesus Cristo é Nosso Senhor? 
Jesus Cristo é Nosso Senhor: 
1) porque I~le é nosso Deus, que nos criou; 
2) porque é nosso Salvador, que nos Tesgatou 
com seu sangue. 
§ 1. JESUS CRISTO, O SALVADOR PRO-ME.TIDO 
140. Por onde s.abemos que Jesus Crist,o é o Salvador 
prometido? 
Sabemos que Jesus Cristo é o Salvador prometi­
do, porque nEle e só nEle se cumpriu tudo o que os 
Profetas. tinham predito sobre o Salvador. 
141. Com•o o Salvador fôra anunciado? 
O Salvador fôra anunciado por figuras e prof e­
vrns. 
142. Quais as figuras mais notáveis do Messias e de 
sua Igreja? 
As prü1cipais figuras do 1\fessias e de sua Igre­
ja são: 
l) Figuras de sua paixão e morte :=,ão: Abel, 
Isaac, Jósé, Davi, o cordeiro pascal, a serpente de 
bronze; 
2) figura de seu sacerdócio (\ principalmente, 
1\-Ielquisedec; 
3) figura de sua ressurreição é Jonas; 
4) figuras tle sua Igreja e dos santos sacra­
mentos são: a arca, o mar Vermelho,o maná, o tem­
plo com suas diversas organizações e sacrifícios, 
143. Quê predisseram os Profetas a respeito do Sal­
vador? 
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Os profetas predisseram a respeito do Salvador, 
especialmente: 
l) o tempo de sua vinda e o lugar de seu nas­
cimento; 
2) as circunstâncias de sua vida, paixão e mor­
te; 
l
:,) • ,. ,.. • l l 
1 ~ua ressurre1çao, sua asccnsao e a vnKa • o 
Espírito Santo; 
4) a fundação, propagação e duração eterna de 
sua Igreja. 
144. Como assinalaram os Profetas o tempo da vinda 
do Messia.s? 
1) O Profeta Daniel predisse que, desde que 
saiu o decreto para reedificar Jerusalém até a morte 
do lV!essias, não passariam setenta semanas inteiras 
rle anos, isto é, 490 anos. (Daniel, IX, 24 em diante). 
2) O Patriarca Jacó predisse que até a vinda do 
Messias, o cetro não sairia de Judá. (Gên. XLIX, 
10). 
3) O Profeta Ageu predisse que, quando o Sal­
vador viesse, o srgundo templo de Jerusalém ainda 
havia de existir. (Agcu, II, 7-10). 
145. Como anunciaram .os profetas o lugar do nasci­
mento do Messias? 
O P1·ofeta l\fiquéias nomeia claramente Belém 
como o lugar do qual virá o Messias. (lVIiquéias V, 
2). 
146. Que predisseram os profetas sôbre a vida do 
Messias? 
Os Prof e tas predisseram: seu magistério públi­
co, a multidão de curas milagrosas, seu amor com-
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pa~sivo e sna (Jernêneia, fma entrada eru 
sobre urna junicnl:a e outras r.oisas mais . 
. ; vx,. \l ~ - r-• 1·x,· e ) A,_,,_ · , ~)-6; Zacar., ., , J . 
6·­;_) 
Jeru:;além 
(Is. LXI; 
147 .. Que circm:1siCm.cias an:uncim.·am os profetas ares­
peiio da paixão e morte do Messias'? 
Os Profetas anunejuram quase todas as ciremt8· 
1ân1:·i·as de ~ma puix:f:,o e morte; p. ex.: qur.. o Sdvpdor 
seria vendido por trinta moedas de prata~ se.ria flage­
lado, ser-lhe-iam arranr..rHlos os cabelos, cuspiT-lhe­
iam no rosto, dar-lhe-iarn a beber fel e vinagre, tràn:;­
passarinm suas rnãos e pé~ e lançariam sortt~ sobre 
~eu~ vP.stidos; que todos que o vis~ern, haviam de 
zombar dele e rn cnP. ff.r iam a cab r: ,;a, dizendo: H E':', p e.­
nm no Senhor~ livre-O", Pie. (Zac. XI~ 12-1:.~: h. L~ 
. S l I X\;1 •·1· P? -, 1 X'"'X't•r·) 6: .... a m. ~t -' 1., :!.:~.;:-iam.,. .L.1 • 
.Sem dúYída, os pro[0tas predisseram um grande rei, 
mas não um 1·ci temporal, como ainda hoje os judeus es­
peram; do co-ntníl'io não o teriam descrito como "urn ho­
mem de dore~;" (Is. LIII. 3) e denominado "o opt<fürío 
dos homens e a abjeção da plc1)c" <Salmo XXI, 7), mas, 
anunciaram antes um rei sobrenatu1·al cujo reino, (a 
Igreja) teria seu início aqui na terra, mas seria comple­
tado no eéu e durariH eternamente. 
148. Que predisseram os profetas -sobre a ressurreição 
e ascensãc- do Messias e sobre a vinda do Es:::írito 
Sa11to'? 
Predisseram que (-de não verü.1 a corrupção, que 
fluhiri a ao céu e difundiria i:iCU e_:,;;pírilo sohrc toda a. 
carne. (Salm. XV, 1.0; LXVTI, ]9: Joe], II, 28). 
149. Que !anunciaram os profetas sôbre a fundaçüo. 
dilata,;ã-o e duraçii.o da Igrej~? 
Predisseram que o l\lcssias in~tiiuiria um nuvo 
HH:r.ift.cio~ um novo ~:acerd6cio, que fundaria um .rei-
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/ ;.t. 
./ /~1. 
·~ 
! / 
1 / ~ ' 
,. '<. .1!J .,. /. qi \, 
·-~-" 
...,... ' 
,,-
{ \' 1 ~; 
~J -~ 
1 =a \ 
-:::-:; \ --- -~ 
~I 11) (.João, .L , 
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67 
no divino que se estenderia até os confins da terra e 
subsistiria eternamente. (1\Ial. I, 11; Is. LXVI, 21; 
Jer. III, 15; Zac. IX, 10; Da. II, 44). 
150. Profetizaram os profetas muito tempo antes da vin­
da de Crl:;to? 
l\1alaquias, o último dos profetas, prof eLizou. 
-1-50 anos antes da vinda de CriRto. 
151. Forcun conhecidas as profecias muito tempo antes 
da vinda de Cristo? 
As prof cciai:-; act•rca do ~\-1essias foram conheci­
daf::. alguns século~ ante~ de Jesus Cristo; os judeus 
conservavam-m1~ e liam-nas e foram também tradu­
zidas para outra~ língmu; P c~palhada~ entre os gen­
tios. 
(É poi-tanto, induhititvP]mcnte corto qm~ c~las pro­
fecias são autênticas, isto é, ue origem divina; só o Deus 
onidentc podia, tnnto tunpo antes, mostrar uma ima-­
.r~em 15.o fiel do :~.fofmias Yindouro; e. como todas estas 
proferias se cumpriram 0.m Jesus de Nazaré, está cla­
ro que Ele é o Salyl'"-:i-g.or p!'omctido.) 
,,jf .:i 
/ ,l - JESUS CRISTO, DEUS VERDADEmo 
! ! ,,\ e'_ .· .. 
lfi2.- Por onde -sabemos que Jesus é Filho de Deus e 
,/ também verdadeiro Deus? 
Sabemos 1.p1e Jesu~ Cristo é Filho de Deus e l.am-
bém é ver d él( 1~~i ro D(~us: 
1 ) pelas pn~rl ições dos prof Pt as ; 
2) pelo tc;;tr:munho do :::1~u Pai cele;;;tial; 
3) por seu próprio testemunho; 
4) pelo lri;tennrnho dos apóstolos; 
5) pela doutrina da Igreja Católica. 
A doutrina da divindade de Cristo é da maior impor­
tância, pois desta verdade ue que Cristo é Deus. segue­
se naturalmente que todos Ol-i seus f'nsínamcntos são di-
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vinoR; q1~e a Jg1·eja por c-le fundada é uma institujção di­
vina; que o magistério da Igreja possui verdadcirnmen• 
te> o carâtcr da infalibilidade que Cristo lhe prometeu 
(ver perg 2131), que, pOl' conseguinte, nús possuimos um 
penhor di\·ino da verdade de cada doutrina da Igreja. -­
Temos sem dúvlda, ainda outras provas i11contcstávei:-5 
da divindade da Igreja 0 de seus ensinamentos pur ex.: 
"sua maravilhosa expansão, sua sublime santidade, sua 
inexgotável abundância de todos os bens, sua unidade 
católica e continuidade invencível" Concílio do Vatica­
no). Entrt!Ülnfo, a prova da divindade de C1·isto é a. 
mais clara e mais simplc~. 
153. Que dizem as predições dos Prof e tas? 
Ao Salvador prometido chamam-nO Deu~, Oem.; 
conosco (Emanuel), o Santíssimo, o Admirável, o Pai 
{ l {·, ,,{-;(" tl •1 ·f 111· 111· ') ·1· i;; -:a~ •1C.• 1·11· 7. •:l 1·'"'"'1·, ,.:.1· ·t () r1E'le · "l'• .. 11 ~. • .. J;! .. · • l. \ _,._ 1 • •- t:s• , &. ~ .1. ...:.J .n. . \ .-i::' . l..· • I .• • .,1 L.• ~ 
. , 1 ',. ( ·1· • ·x-,,. ·x.,.\7 1) J. rnt~;.111() v1.rli r v·l)f' ~a ,ta.ri..~., _ s<11a~), .,. -~'"" .. , ,·._. , er':~-
mias diz: "Ej:~ o nome por que O charnariio: Senhor 
nosso jm;lo.'" (Jcrcmia~ XXIII, 6). 
I 54. Qual é o testemunho do Pai Celestícd? 
(J.w1ndo Cristo foi lrnti%ado no Jordão, e quando 
se l.:ramJigurou no monte Táhor, ouviu-se uma voz do 
céu, que di:-'if..e; "Este é meu Filho amado, no qual pus 
. l 1 A • .., a:f, mn1na~ comp .ac1~nna1--· . 
155. Qual é o testemunho de Cristo? 
1) Cristo prova d aramente que {~ o Filho de 
J)~u/'i, e verdadr.iro Deus corno seu Pa.i; 
2) c.onflrmu-o, já com a Fantidadt~ dt-~ sua. vi d.a, 
_iá com mi:lagn·~ f'. profr-.eias; 
~ ). sda-n com a sua mo rle e ressurrei cão. 
" 1) "E1~ L' o Pai somos um". (João, X, 30); "Tudo o 
que fizer o Pai, o faz ,gualrnentc o Filho.,. afim dt! que 
todos honrem o Filho, como honram o Pai". (Jolw, V, 
l9 23). Quando São Pedro disse a Jesus: "Tu és o Cristo, 
Filho d<:' Deus vivo··, OVfateus, XVI, 16) e São Tomé lhe 
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68 
falou; "Senhor meu, e Deus meu" l,foão, XX 28). ,Jesus 
confirmou estas palavras. 
2) Jesus disse aos judeus: "Qual de vós me argui­
rá de pecado?" (João, VIII, 46); "Quando não queirais 
crer cm Mim, {nas minhas palavras), crede nas minhas 
obras" (João, X, 38). 
~) Quando perante o tribunal, Jesus foi conjurado 
em nome do Deus vivo, a dizer se era o Filho de Deus, 
ele declarou solent:mente: "que era o Cristo, o Filho de 
Deus, que ~e sentará à direita do poder de Deus,· e virá 
sobre as nuvens do cétt", (Mateus, XXVI, 64); e por cau­
sa desta confissão Jesus sofreu a morte. 
156. Quê é milagre? 
Milagre é um fato sensível, extraordinário, su­
perior às forças da natureza, que só pode ser realiza­
do diretamente por Deus, Autor da natureza. 
Que Deus Todo-Poderoso, opere milagres, e, por 
motivos especiais, fazendo exceções, possa mudar as leis 
da natureza, que Ele mesmo deu, - isso é compreensí­
velpm·a toda pessoa que faz bom uso de seu entendi­
mento. 
Só a cegueira voluntária dos incrédulos modernos 
é capaz de não ver isto. 
Em verdade a distinção se se trata realmente de um 
milagre- ou se é apenas a eficácia de alguma vfrtude 
natural menos conhecida, é, muitas vezes, difícil, porém, 
outras vezüs, é bem fácil. Quando, por -exempJo. um mor-
. " to que já está há quatro dias na sepultura, e já na cor-
rupção, por uma única palavra, é ressuscita.do, como a­
conteceu a Lázaro, temos, então. um milagre evidente. 
l 57. Quais foram os principais -mila9Tes que Jesus o­
per;ou? 
Jesus mudou água em vinho; com cinco pães 
alimentou mais de 5.000 homens; com uma palaYra 
acalmou ventos e ondas; curou doenças de toda espé­
cie, expulsou demônios e ressuscitou mortos. Quando 
Ele expirou, toda a natureza cobriu-se de luto. Três 
dias depois de sua rnorle ergueu-:-,.~, outra vez, do ~e-
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70 
pulcro e sumu, r~1.1!~ tarde, ao céu, na presença de 
seus discípulos. 
Os milagres de Jesus não se realizaram em segre­
do, mas publicamente, não só em presença dos diacípu­
los, mas, na sua maior parte, diante de todo o povo e à 
vista dos mesmos invejosos fariseus, e demais inimigos, 
de modo que toda a Judéia e paises circunvizinhos tive­
ram conhecimento deles e puderam dar testemunho. A­
lém disso, ninguém, nem mesmo os mais encarniçados 
inimigo~ do Cristianismo, jamais negaram os milagres de 
.:~sus, nem os puseram em dúvida. Ao contrário, milhões 
de pesso.:::~! deram tudo em testemunho destes milagres, 
até mesmo selar, ... ::-1 esta verdade com seu sangue. 
158. Como provam êstes mi!~gres a divir1dade de 
C.::.J,o? 
Estes mih~grcs provu.r!l que, quando (>·isto diz 
que é Deu~, é verdade; porque tS impossível que Deus 
confirme a mentira "ºrn milagres. 
159. Corno confinna Jesus Cristo a doutrina da sua 
divindade por suas profecias? 
Jesus predis~e muitas cou.Ras, que só Deus podia 
saber, como: a trai~ão de Judas, e a negação de Pc­
{lro, sua paixão e morte: sua ressurreição e ascensão, 
a dilataçú.:) unin~rsal e duração eterna de sua Igreja. 
160. Que profecias de Jesus vemos continuamente em 
cumprimento? 
As profecias d~ Jesus, cujo curnp:::-imento se veri­
fica conthmurnente, ainda cm nosso~ dim,, são: 
l) que o Evangdho !--Crú 1n·1-·gacfo ao mundo in­
tcí ro; (11alPU~, XXl\, 14) 
2) q uc a~ portas do inft~rno não prevalecei-iam 
contra a T ~r1·ja. (!\.Jateus, XVJ, 18) 
:-3) que~ 1i1 1 tPm plo dC' J eru~alérn não ficaria pe­
dra sobre pedra. {~,L-_q•os, \[11, 2). 
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71 
Corn a intenção de malograr a profecia do Senhor 
e dos profetas. resolveu o imperador Juliano, o Apósta­
ta, (363) reconstruir o templo de Jerusalém. Alegremen­
te, o~ judeus, que vieram de todas as partes, começaram 
a obra e tiraram os escombros do velho templo. Mal, 
porém, queriam começar a construção levantaram-se da 
terra chamas, que mataram parte dos trabalhadores e 
fizeram fugir os demais. lsto se repetiu em cada tenta­
tiva de reconstrução, até que se desistiu de reconstruir 
a obra. Escritores contemporâneos. tanto pagãos como 
crtstãos, testemunham este milagre. 
UH,. Qual é a doutrina dos Apóstolos acêrca de Cristo? 
Os A. póstolos ensi nararn expressamente: 
1) que Jesus Cristo é verdadeiro Deus; 
2) quP J esu~ Cri~to possue t.oda a plenitude da 
1 livindade; 
3) que a Jesus Cristo 1wrtence a adoraçãt) de 
todas as criai uras. 
1) "E sabemos que veio o Filho de Deus. . Este é 
o verdadeiro Deus e a vida eü~rna". (1" ,João, V, 20); 
"Cristo, o 4.ual es1á sohre todas as coisas, Deus bendito 
por 1 ndos qs sé-cu los'' (Rom. IX. 5). 
2) "Em Cristo habita corporalmente toda a plenitu­
de da di vindacte". ( Coloss. II, 9}. 
3) "Ao nome de Jesus se dobre todo joe1ho no céu, 
na terra e no inferno''. (F'ilip. II. 10); "E todos os an;jos 
de Deus O adorem!" (Hebr. I. 6). 
Tambüm ns Apóstolos confirmaram sua doutrina so­
bre a divindade de Jesus por meio de inúmeros mila­
gres, que operavam cm nome de Jesus, e, pelo mais es­
tupendo de iodos os milagres, a conversão do mundo• 
162. Que ensina a Igreja Católica sobre a Pessocr de 
Jesus Cristo? 
:\ T greja Católica r.nsinou, desde o princípio que 
,, · t • l 1 · I) , ,. · rn o 1..,ns o e \'·en at eiro eus, e uma so es~encia co 
Pai e ~cmpre dt'.f t:udeu ei,La doulri1111 fmH.lanwntal do 
(1·1sl ianismo. 
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7'1 
"Creio em um só Senh~H· Jesus Cri:;to, Filho Unjgf~­
nHo de Deus. Deus de Deus, Luz de Luz, Deus \'rrdad(.'i-­
ro de Df'u:: venfadPiro.. eonsuhstanciaJ com o Pai, por 
Qut'm foram feitas todas as cousas" (Cr·edo da Santa 
Missa. Concílio de Nic(•ia, 325 depois ele Cristc.). 
Os santos Padres, anteriores ao Concílio de 0licéia. 
também já testemunham u.nânimemente esta verdade. 
Já nus tempos apostólicos lê-se numa carta de Barnabé: 
"O Senhor quis sofrer por nossas almas, para ser o Se­
nhor cta terra", (Cap. V). Segundo o santo Bispo e már­
tfr Inácio {107), Cristo é "nosso Deus" :,eu san.~ue "san­
gue divino'·, ~-eus ~;ofrimentos "sofrimentos de Deus" São 
Clemente de Roma (100), chama a Cristo "Di1 us", o 
"Juiz dos vivos e dos mortos" (24 carta aos Cor.). 
São Justino defende a divindade de Cristo em face 
do judeu Trypho e diz: "Se tivésseis compreendido o que 
os Prol"etas disseram (sobre o Cristo), não teríeis nega­
do que Ele é Deus" (Dial. n.ro 126). 
Santo Irineu di:r.: "Assim. pois, Cristo recebeu de to­
dos testemunho de ser o verdadeiro Deus. Testemunho 
do Padre do Espírito, dos Anjos, das criaturas mate­
riais, dos homens, dos espfritos rebeldes, dos inimigos e. 
finalmente. da mesma morte" ( Adver. haeres.. UI c.. 
XI, n. 7). 
APLIOAQÃO: O vício obscureceu o entendimento. Sé 
sempre piedoso e virtuoso e nunca duvida1;ás da divinda­
de de Jesus Cristo, nem da divindade da sua doutrina. Je­
sus Cristo disse expressamente: "Se alguém quer fazer a 
vo:n1 ,tde de mou Pai, reconhecerá se a doutr-ina é de Dem, 
ou .se procede de Mim mesmo'' (João, VI, 17). 
TERCEIRO ARTIGO DO CREDO 
''O qual foi concebido do Esp'irlh:- Santo, nasceu de 
Maria Virgern". 
§ 1. A ENCARNAÇÃO DO FILHO DE DE~JS 
163. Qu~ c:::in.fossamos com a~ pcilmrras "O qv.al {oi 
concebido do Espírito Santo"? 
Com as palavras "O qual foi concebido <lo Espí­
rito Santo, confessa mos que o Filho ,fr, Dt->ui--, por obra 
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do Espírito Santo, tornou-se homem, isto é, tomou um 
1_·.orpo humano e uma alma humana. 
C\'fo.:;tério da Incarnação do Filho de Deus) . 
. · "O Verbo se frz carne e habitou entre nós" (S. João, 
" "-'>I.. .-· • 
\: ,:i:-:t) . 
rl Sj. · Que cremos, pois, a respeito de J e.sus Crist.o. cren-
,,,,,,, do no mistério da F~ncarnação? 
Cremos que Jesus Cristo é, ao mesmo tempo, ver< 
dadeiro Deus e vcrda(leiro Homem ou Deus-Homem. 
É Deus deRde toda a eternidade t' se fez Ilomem no 
tempo. 
Quando Cristo diz: "Eu e o Pai somos um'' fala de 
Si como Deus; e quando diz: "O Pai é maior do que eu" 
fala de Si como Homem. Pode-se. entretanto, em rela­
ção a Cristo, ãizer com razão: "Deus morreu por nós'' 
porque Aquele que morreu por nós. é Deus. 
165. Quantas naturezas há, pois, em Jesus Cristo? 
Em Jesus Cristo há duas natureza~:· a divina, 
porque é Deus, e a humana, porque é homem. 
166. Haverá em Crist-o duas pessoas? 
Não, Jesu~ Cri8to é uma só Pessoa divina, poi~ 
H~ duaR naturezas estão ín~eparàvdmcnt<-' unidas na 
JH:'Rsoa do Filho de Deus. 
As duas naturezas estão, em Cristo, intimamente 
unidas, mas não Sú confundem. Como, em Cristo, a na­
tureza humana e~tá unida à divina, era natural que ela 
fosse ornada com todas e com as maiores graças e dons. 
que uma natureza criada possa receber. Por conseguin­
te também como Homem, Cristo não podia errar nem 
pecar. 
167. P.or que motivo se atribui a encarnacão do Filho 
de D€us à oper-ação do Espírit.o Santo? 
Atribui-:;;e a enearnação do Filho de Deu~ à oµi::'­
ração do !◄:spíríto Sanlo, porque t>-sta obrafoi c~sén-
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74 
cia.lmenl~ efeito do amor divino e graça para os ho­
mens. (Vide pcrg. 79) 
168. De quem tomou o Filho a natureza humana? 
O Filho de Deus tomou a nalureza humana <le 
Maria, a \iirgem Puríssima, que, por isso, se chama 
t b , ~•·1\1- ·1 l) " " 1· · 1\.1- '' .am. c.m 1t'. ae e e eus ou ( 1nna ... v ae . 
"O Espírito .Santo descerá sobre ti e a virtude do 
Altíssimo te cobrirá com sua sombra. E por isso mesmo 
o Santo que há de nascer de ti será chamado Filho de 
Deus". (Lucas, I, 35). O Anjo do Senhor. - Festa da A­
nt:mciação. 
169. Por que Maria é chamada "puríssima Virgem"? 
l\tlaria é chamada "purbsima Virgem", porque 
permaneceu ::,crnpre uma virgem incomparàvelmente 
pura. 
Jesus era o único Filho de Maria. Quando a Sagra­
da Escrítura fala em irmãos de Jesus, refere-se- apenas 
a parentes prôximos. Do mesmo modo, também Abraão 
e seu sobr1nho Lot são chamados "irmflos", ·na Sagrada 
Escritura. 
Como D<'us escolhe1·a l\'Iaria Santíssimu para ser a. 
Mãe de seu Filho, concedeu-lhe ns mais excelentes prer­
roga.tivas. :Maria, não sõmcnte ficou livre de 1 ado peca­
do porém, até de toda inclinação desordenada. Possuía 
mais graças do que os anjos mais sublimes, era "cheia 
de graça". Durante a vida, participou intimamente de 
todas as açõe.s e sofrimentos de seu Divino Filho, tor­
nem-se semelhante a Ele em todas as virtudes e depois 
da morte, como .Jesus. ergueu-se do sepulcro e, com cor­
po e alma, subiu ao céu. onde impera como rainha, ao 
lado dP. seu Filho. - Festa da Assunr;-ão de Ko:-;sa Se­
nhora. 
170. Quem foi São José? 
São Jos(> foi o P~pôso vfrginal de ~.-faria e o pai 
nu! ricio de Jesus Crü:to . 
.Jesus era tido por filho de ,José. (Lucas, III. 23} 
Fe:--ta de São .Jo~é: a 19 de mal'ço; ele é o p;;it.~·ono da 
f.!.!rc>jH Católica. 
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75 
171. Por quê se fez homem o Filho e: Deus? 
O Filho de Deus se fez homem: 
1) para glorificar a Deus, eh~ modo mais per­
feito; 
2) para sofrer e morrer por nôs; 
~) para nos mostrar, por sua doutrina e seus 
exemplos, o caminho para o céu. 
. } 
,.,.-
§ 2. A VIDA DE JESUS CRISTO 
172. Onde nasceu Jesus? 
Jesus nascP.u em Bel<~m, em um estábulp. 
(Festa do Natal). 
Belém é uma cidadezinha da .Judéia, duas horas ao 
sul de Jerusalém. Foi a ddade natal de Davi. O nome 
Belém significa "Casa do pão" e se refere tanto à fer• 
tilidade da região, como ao fato de ter descido aí, pela 
primeira vez, o "Pão do céu". Sobre a gruta em que 
nasceu Jesus. a Imperatriz Helena mandou construir 
l,lma suntuosa igreja, que ainda hoje existe. 
~-
17~~ .Por que o Filho de Deus quis n.ascer em tanta po­
breza e humilhação? 
O Filho de Deus qui~ nascer cm tanta pohreza 
e humi1hacão: 
.:, 
l) para sofrer por nós desde o princípio de ~ua 
vida; 
2) . -_ para nos exortar cnerg1can1ente a nao ape-
gar no~:--o coração à~ :ri(1uezas e às honra:- vã~. 
174. Por que Deus chamou os pastores e os magos 
para a adoração do Salvador recém~ncrscido? 
Dt~u,:,; chamou os pastores l~ os magos a adorar 
o Salvador rccém-na~cido para mo:4rar que JPsus é o 
Sah-ador do m1mdo inlt:'1ro, dos judeu:-:;. e do~ pag;ãoR. 
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Ao ver a cúiude, chorou .'!obre ela. 
( Lucas. XIX 41 1 
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77 
175. Onde pasE>cu Jesus a menor parte da sua: juven­
tudie? 
Jesus vivfa oculto em Nazaré e era submisso a 
:-;eul-- pais; quando tinha doze anos, foi com seus pais 
a Jerusalém, para a festa da Páscoa. 
Nazaré está situada na Galiléia sobre uma colina, 
cm cujo declive. ao sul. está o monte Líbano, na planí­
cie Esdralon. 
176. Qu,e exemplo deu Jesus especialmente à juven­
tude? 
J Psu~ t:n:-..inou-1 he com seu exemplo: 
l) a obedecer prontamente; 
2) o amor à oração e à instrução; 
:1) a permanecer com gôsto na ca~a de Deus. 
177. Qut: fez Jesus, qua:ndo tinha trinta anos? 
Quando 1inhl1 .10 anos, Jesus dirigiu•se ao rio 
Jordão~ onde foi batizado por João Batista; ern segui­
da, fni ao d<;serto, onde jejuou 4ü dia~ e tlO noites: a 
,ef'~U i t\ foi tentado pelo demônio. 
Por seu batismo. Jesus nos ensina a humildade; pe­
lo jejmn, a mortificaçf10 àos desejos sensuais; por sua 
conduta na t<.•ntação. ensina-nos como devemos lutar 
contra ns tenta(.'ões do demônio. 
178. Qu.e foz Jest:m Crh,to, quando deixou o deserto? 
Quando deixou o clF-~erlo~ Jesus começou a ensi-
11ar publica.tnelll<' t-' n•uniu diseípulo~, denlrc os quai~ 
t·~coHH:'U doze pan1 i;eus apóAolos. 
Jc:.;us conwçou ~.;ua vida pública no ano 15 do rei­
nado de Tibério, enquanto Pôncio Pilatos era governa­
dor romar:o na Judéia. (Lucas. III). 
I 7fj, Que ensinou Jesus? 
Je~u~ ensinou tudo que devemos crer, eHperar e 
fazer [•c.ua akanear a lwm-avcnturanca eterna. 
~ ~ 
l•Jle apresentava seus sublimes ensinamentos mui­
ta::; \. ezes ~ol' a forma dE• f'ompnrações e parábolél.s, eo-
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" 
/J-") 
~ / ? z , ~ 
,/ -/ 
,// ,, 
/ 
é 
($ 
.J~ 1: 
E levando a sua. cruz, saiu v<uct o lugar que. se cha­
ma Oalv6rio, .. , onde o cnwificararn. 
(João, XIX, 17-18) 
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79 
mo expressamente tinha sido predito (Salmo LXXVII, 
2; Mateus. XIII. 35). Sua linguagem era muito sim­
ples, mas cheia de sabedoria e força divinas. de modo 
que todo o povo se admirava e mesmo os criados do 
Sumo Sacerdote confessaram: "Nunca homem algum 
falou como este Homem" (,João. VII, 46). 
APLICAÇÃO: Agradece a Deus por Ele se ter fei-
to Homem por amor de ti. Sê fiel a Ele e à sua dou tri­
na, pois Ele mesmo diz: "Eu sou o caminho, a verdade e 
a vida; ninguém vai ao Pai, senão por mim" (João, XIV, 
6). 
QUARTO ARTIGO DO CREDO 
"Padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucifica­
do, morto e sepultado". 
180. Qué sofreu Jesus? 
Jpsu:-- Cri:=-10 f:ofrcu durante toda a iima vida p~ 
na:-: 11Hlizívr-Í~; e, por últirrn-': ~ofrPu agonia de morte 
110 Hortu d,: Cd'.;fmani, foi t'n\reguc ao~ seus inimi­
go~ fHH' J uda~, depoi::: foj pre~o, vil ipendiado, cuspi­
clo~ açoitado, c·orondo de e:-;pinho~, e, finalmente, 
('rtH'ÍfÍcado. 
O Sa1\'ador. de~de o primeiro momento de sua vi­
ela. teve vivamente, diante de Si, os seus sofrimentos 
com toda.s as cireunsüíncias particulares, e asshr_ Ele 
já sofreu espiritu:::i.Jmente o que. mais tarde, aconteceu 
realmente com Ele, 
181 '.'- Quanto tempo ficou Jesus suspenso na cruz? 
J csu~ ficou ~u~pen~o na ~ruz durante três hora.~~ 
sofrendo indizh:ei~ dores fbicas e moi'a i~, em segui­
da inclinou a cabera e morreu . . , 
A cruz, antes o madeiro do opróbrio e da maldi­
ção, tornou-se, desde cntõ.o, um sinal de honra e de 
bênção. A imagem do Crucificado é para nós uma fon­
te inexgot flvel de consolo e de força. 
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00 
182. Jesus !111orreu em verdade? 
Sim; a alma <lc J eRn~ ~eparou~1-;e realmP-ntc de 
~1c-u corpo. 
l 83. A divindade separo·o-ste tumbém do corpo de 
Jesus? 
Xão; a divindade, depois da morte de Jesus, fj .. 
eou unida, lauto com i-;eu corpo corno com ::;ua alma. 
184. Que milagres aconteceram na hora da morte de 
J,esus? 
Quando Jcsw; expirava, o sol se escureceu, o véu 
do templo se rasgou <le alto a baixo, a terra tremeu, 
os .rochedos se partiram, os sepulcros ~e abriram t· 
muitos rnot'lo~ reRsuscitaram. 
O eclipse mi. hora da mortfi de Jesus foi um mila-· 
gre inegável, e tanto mais notório, porque se estava 
na fase da lua cheia, em que um eclipse natural do 
sol é impossível. Também o fender dos rochedos não 
foi provocado por um simples terremoto, pois ainda ho­
je se vé, na Igreja do Santo Sepulcro, uma larga fen­
da cem ~eis metros de profundidade, trans·versa às co.­
nuula:s da rocha, o que nem a natureza nem a arte se­
riam capazes de produzir. 
185. O que pro·~am estes rnilagres? 
Es.t.es milagres provam que Jesus Cristo é verda­
rleirarnenle o Filho de Deu~, como também o conf efi­
i-;aram o ccnlnrião, ao pé da rn1z, eseur:, soldados. 
O símbolo apostólico menciona expressamente o 
governador romano, sob cujo poder estes fatos se rea­
lizaram. Com isto se faz conhecer exatamente o tempo 
e o lugar em que se passaram estes mais importantes 
acontccimento8 de toda a História da Humanidade, pa­
.ra que ning-uém possa duvidar de sua verdade. 
186. Qué accnteceu depois da m·orte de Jesus? 
Depoi~ da morte de Je8us, seu lado foi tran~pa~-
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~ado por urna lança e o ::,eu corpo colocado num :-5t'­
pukro; o qual foi selado e guarnecido por soldi-u.lo:, . 
• JclSUs deixou que tudo isso sucedesse. para que sua 
rn,,rtc e ~;ua resRurreição tossem. tanto maü; inegáv1:c~is. 
187. Jesus Cristo sofrsu enquanto Deus ou enquanto 
homem? 
Jesus CriRto padeceu enquanto homen:1, isto é~ 
na :,na natureza humana; pois enquanto Deus e se­
gundo a. ima natureza divina, não podia ~ofrr:r, nem 
nwrrcr. 
188. Foi Cristo obrigado a S•~frer a m,ortr::? 
~ão; Jr-~us ~ofrcu voluntàriamenle a moríe, por 
ú1finito arnor a nós. 
"Ele foi sacrificado. pcrqut> E·!0 rncsn10 o quis" 
í fa. LIII, 7). 
"E}e me arnou f:.' sf:' entregou a :,;i mesmo por mim" 
( Gü1a-i-as, II 20). 
189. Por que quis Cristo sofrer e 'morrer? 
Cristo q_ui~ sofrer e morrer para sal i::-f azt~r a JU·-~· 
tí~;a divina pelos nosso8 pecados, e, }J(H" ,-~ste nwio, 1·<~~· 
gatar-nos e salvar-nos. 
Por sua obediência vo!untária ao Pai Celestial, ati:~ 
a morte na cruz, Cri!;to restituiu-lhe a ho.;1ra qu:~ lhe 
haviamos roubado por nossos pecndrn;;, Por isso se di.7. 
de .Jesus: "Foi ferido por causa das nossas iniquida­
des, foi despedaçado por causa dos nossos crimes; o 
castigo que nos d!!via trazer a paz_. caiu sobre ele <' nós 
fomos sarados com as suai;; písaduras" (Is. LIII. 5). 
190. Por que ninguém mais podia dai, p~r :nós, esia ha: .. 
tis.fação, a nC:i:o ser Cristo? 
A ofensa ao Deus infinito exigia unia i;atisfaçãu 
de Yalor infinito, que nenhuma cri.atura era .::apuz de 
Mar. 
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José (de Ariuwtéiai enrol·veu o corpo de Jesu..~ no 
Zcn('ol, e <IPf108itou-o nnm se1JU.lc;·o qiw f:!,/tmxt aberto 
na rocha. 
(Marcos, XV, 46-) 
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83 
191. Por que a satisfação de Cristo é de va~or infinito? 
A satisfação de Cristo é de valor infinito, por­
que foi apresentada por uma Pessoa Divina, pois 
quanto mais nobre é a pessoa que dá a satisfação, 
tanto maior é seu valor. 
192. Foi necessário par.a ujXla satisfação completa que 
Jesus Cristo sofresse penas tão indizíveis? 
O mínimo de seus sofrimentos teria sido bastan­
te, porque cada urna das suas obras é de valor infi­
nito. 
19:lx· Mas, então, por quê Cristo quis padecer tanto por 
/\ nós? 
Cristo quís sofrer tanto, por vúrios motivo~, mas 
p.rincipalmcntP 
l) para que conhecf~semos melhor seu gran<le 
amor; 
2) para nos fazer c011heeer a malícia do pr-cado 
e as penas qm~ merece; 
3) para no~ ensinar ,1;1 levar nossa cruz com pa­
c1cncrn. 
194. De que nos remiu Jesus Cristo por sua paixão e 
morte? 
Jesu~ nos remiu do pecado, da c~cra .. idã,, de .:.a. 
tanás e da condena<.;ão eterna. 
"Eis o Cordeiro de Deus. eis o que tira os pecados 
do mundo'' <João, I, 29). 
195. Que mais nos conseguiu Jesus Cristo por sua pai­
xão e morte? 
Jesus, por sua paixão e morte, nos mereceu a 
gra~a da filiação divina e o direüo ao céu. 
"Sendo nós inimj_gos, fomos reconciliados com Dc-w~ 
pela morte de seu Filho" (Rom. V, .10). 
"Portanto, ir:rnãos, te:i1do nós confiança de ontrar 
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-
Je:-.u-':l. 
Co-P l'c.• · , ... , .d 1-~J :• 
ç~ao. 
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dú''JUi' , ' /:i de 8ll u mort ulmos doª . e_, de8cou . . - '' JH~t , · cto lu··, · .. l•-~ que ,. ,i.ou pci · . esperara.- - _, a · m n rntie . -- .. n-
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no Santo dos Santos lno céu), pelo Sangue de Cristo, 
pelo caminho novo e vivo que nos abriu através do véu, 
isto é, através de sua carne. (Hcbr. X. 19, 20) 
196. Mereceu Cristo a graça e a eterna felicidad~ sô­
mente para -os que efetiv-amante E;e salvam? 
Não; Jesus Cristo mereceu a graça e a felicidadP. 
«-terna para todos os homens sem exceção, como tam­
b~m morreu por todos, sem exceção. 
"Cristo morreu por todos". (211- Cor. V, 15). 
"E Ele é a (vítima de) propiciação por nossos pe­
cados. e não sõmente pelos nossos, mas também pelos 
de todo o mundo" (1 11 João, II, 2). 
197. P.or qué, então, nen1 todos se salvam? 
Todos não se salvam, porque nem todos fazem 
de sua parte o que é necessário para alcançar a .i,al­
vação. 
"Deus, que te criou sem ti, não te salvará sem ti" 
(sem tua cooperação) diz santo Agostinho. 
APLICAÇÃO: Não te esqueças jamais do amor ínfi­
nito de Jesus Cristo, ama de todo o coração Aquele que. 
pm• ti sofreu morte tão amarga. Carrega também tu a 
cruz e segue a Jesus. (Devoções à paixão de Cristo; por 
ex.: vía-sacra, mistérios doforosos do rosário, vene:i;ação 
da agonia de Jesus no horto das Oliveiras, visita ao san­
to Sepulcro na Semana Santa; abstinência às sextasi-foi­
ras). 
QUINTO ARTIGO DO CREDO 
"Desceu ao~ infernos, ao ter,qeiro dia ressurgiu dos 
mortos". 
l 98. Que conf,9ssamos com as palavras: "desceu a-.:,.s 
infernos?" 
Com as palavras: '"desceu aos infernos.~', con­
Í ese.amos que a alma de Cristo, depois de sua morte, 
rlt·-seeu ao limbo, isto é, ao lugar onde se encontravam 
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86 
as almas dos justos que esperavam o tempo da reden­
ção. 
" ... sendo efetivamente morto segundo a carne, 
.mas vivificado pelo Espírito. No qual Ele também foi 
pregar aos espíritos que estavam no cárcere (do lim­
bo)". Cl"' S. Pedro, III, 18-19). 
199. Por qué as almas dos justos estavam. no limbo? 
As almas dos justos estavam no limbo, porque o 
céu fôra fechado pelo pecado, e, só por Cristo, devia 
ser aberto. 
No limbo, estéls almas estavam Hvres de sofrimen­
tos, mas ao mesmo tempo o limbo era para elas uma 
espécie de cárcere, por causa do grande desejo que ti­
nham de alcançar a Deus, seu último fim. 
200. Que motivo levou Cristo a descer a:o limbo? 
Cristo deRceu ao limbo: 
1) para anunciar às almas dos justos a salvação, 
consolá-las e livrá-las; 
2) para mostrar, também no limbo, seu poder a 
sua glória. 
201. Que confessamos com as palavras: "ao terceiro 
dia ressurgiu dos mortos"? 
Com as palavras= "ao terceiro dia ressurgiu dos 
mortos", conff·ssamos que Jesus, ao terceiro dia de• 
pois de sua morte, uniu outra vez sua alma com o cor­
po, e, como EIP mesmo predissera, saiu glorioso do 
sepulcro. (Festa <la Páscoa) 
"Desfazei este templo, e eu o reedificarf!i em três 
dias. Ora Ele falava do templo de seu corpo" (João, 
II, 19-21). 
202. Que sinais àe sua paixão conservou Jesus em seu 
corpo transfigura d-o? 
Jesus conservou as chagas nai:- mãos, nos pés e 
em ~cu 1 ado; a~sim, podia dizer a TomP-: '"1\-1ete aqui 
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o LP-u dedo~ e vê as minhas mãos, aproxima também a 
lua mão, e mete-a no meu lado." (João XX, 27) 
203. Por que conservou Jesus as santas chag1e1s? 
Jesus <-1uis conservar as chagas cm seu corpo 
glorificado: 
1 ) Como Rinal de sua vitória sohrP- a morte e o 
inferno; 
2) para provar que .res~uscitou com aquele mes­
mo corpo qw~ tinha padecido; 
:1) para mostrá-las aos justos e ao8 condenados, 
no dia do juízo final, para conso]ação d~ uns e para 
confusão de outros. 
204. P.or onde sabemos que Jesus Cristo ressuscitou de 
entre os mortos? 
Sabemos que Je~us Cri~to rr.sf-;uscitou dentre osmorlo~, pc1o l"t'~tcmunho dos Apó~tolo~ e do~ discípu­
lo~, os quaí~, dPpoi$ cll.1 rPs~ur.reiçã.o, O viram, O to­
r.aram frequentes vezes, comeram, conve"t-~armn com 
Efo t~ a n unr:i aram a sua ress u rrc i~:ão pn r todas a:, par­
tes, até dianle do Supremo Trihunal qne tinha conde­
nado à morte J p:-;us, apesar de, por tal cnnfisi3ão, a­
i mirem sobre ~j ódio mortal e p,~rsep;uic;õe~. 
Os soldados que vigiavam o sepulcro foram subor­
nados por dinheiro a dizer que. enquanto dormiam. os 
discípulos de .Jesus tinham roubado seu corpo. 
Entretanto: 
1) SE' dormiam, como podiam \·er que os discípu­
los haviam roubado o corpo? 
2) como vadia vir .repentinamente esta imensa co­
ragem aos mt~drosos discípulos que nada mais cspPra­
•,arn de seu Mestre morto? 
3) como podia ser que nenhum dos guardas, que 
,,isl:avum dol'mindo acordasse pelo revo1ver da pesada 
lápide? 
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88 
'1) por que os guardas não foram castigados pelo 
dc-~cui.do de seu dever? 
Com razão, S.to Agostinho já zombava desta tola 
desculpa dos judeus. "O' infeliz astúcia, - exclama ele. 
---- tu te firmas em testemunhas que dormem. Realmen­
te. tu mesma dormiste, quando imaginaste tal coisa!" 
Se o testemunho dos Apóstolos e dos discípulos não 
tosse seguro e írrecusável, jamais teriam podido per­
suadir o mundo de que Aquele que fora julgado como 
malfeitor· diante de todos, que fora morto e sepultado, 
depois de três dias ressuscitasse glorioso. - Entretan~ 
to, apesar de todo o poder e astúcia dos inimigos de .Je­
sus eles persuadiram tão firmemente o mundo da re~ 
surreição de Cristo, que inúmeros suportarrun, por cau­
sa desta persuasão, morte dolorosa. 
205. Que efeitos deve operar em nós a doutrina da 
ressurreição de Cristo? 
A doutrina da ressurreição de Cristo deve: 
1) f ortifü.:ar•nos na fé em sua divindade e na 
esperança de nossa ressurreição futura; 
2) excitar-nos a ressuscitar da morte do peca-­
do par a uma nova e santa vida. 
1} "Deus O ressuscitou dos mortos, e O glorificou, 
afim de- que- a vossa fé e a vossa esperança estivessem 
em Deus". (1' Pedro. I, 21). 
2} "Assim como Cristo ressuscitou dos mortos pela 
glória do Padre. assim nós vivamos uma. vida nova" 
(Rom. VI, 4). 
206. Qu·anto tempo Cristo, depois de sua ressurreição, 
ainda p3-rmcmeceu na terra? 
Depois da sua ressurreição, Jesus ainda perma­
ne{•,r--1.1 na terra 40 dim e conferiu a sem, Ap(>Stolos, cf-.­
pecialmente a S. Pedro, diversos poderes e instru­
çõe~, p,.l ra n hem dt' :--Ua r greja. 
APLICAVÃO: QLJ.em ainda dorme no sono da 11101·-
t.e do pecado, ou está sepultado em maus costumes e dese­
joi:; peeaminosos, ainda não ressuscitou para wna vida no­
va. Nossos sentimentos, bem como nossas aspirações de-
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89 
•-;em sc-r celcshais. "Se ressuscitastes com Cristo. buscai 
as coisas que são lá de cima, onde Cr-isto está sentado â 
de-xtr·a de Deus; afeiçoai-vos às coisas que são lá de cima., 
não As que estão sobre a terra" (Coloss. III, 1.-2). 
SEXTO ARTIGO DO CREDO 
•'Subiu ao céu, está ::rnsentudo à direi~<l de Deu:3 Padre .. 
Todo P,oderoso". 
207. Qué confezsan1-o~ com a:s palavras "subiu .ao 
; .,? ceu . 
Com as palavras '"subiu ao céu'', conf es8amos 
que Je~m; Cristo, por sua própria virtude~ subiu ao 
cP-u com corpo e alma. 
( Festa da Ascensão de Cristo) 
208. Cristo subiu sozinho ao céu? 
Je~us levou consjgo também as alma!':\ dos ju~t.os 
qut' tinha livrado do limbo. 
"Tendo subido hO alto. levou eativo o (•ativ<'it'o" 
\ Ef ésios, IV, 8). 
209. De onde Jesun subiu ao céu? 
Jesus subiu ao céu do J\.1onte das Oliveiras, un· 
de começara sua paixão. 
Com isto, o Salvador nos quis ensinar que os so-­
frimentos nos levrun ao céu. - - O lugar, de onde Jesus 
subiu ao céu, é segundo uma tradição antiga e digna 
de fl,, o mais alto cume do Monte das Oliveiras. Neste 
mesmo lugar, Santa Helena mandou construfr, no sé­
culo IV, uma suntuosa basílica. 
210. Para que Jesus Cristo subiu ao céu? 
·1 e · b. " .. e~u.s .. nsto su 1u ao ceu: 
1) para tomar pussp df' sua glória divina; 
2) para enviar o Espírito Santo à sua Igreja; 
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E rnmuiarü os s~u.s anjo~ co'm tromheta.s e com gra,i­
rle voz, f junlarão os .seus escolhidos dos quatro '!)entos, 
(lnuw e:1dremida1Je doR Cf~us atá c1 ou,tro. 
(Mateus. XIV 31) 
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91 
3) para ser nosso Advogado e rvledianeiro jun• 
to a seu Pai; 
4) para nos preparar no céu urna morada. 
211. Que significam as palavras: Está assentado à 
diri0ita de Deus Padre Todo Poderoso"? 
As palavras "está sentado à mão direita de Deus 
Padre Todo Poderoso", significam que Cristo, tam­
bém como hornem, participa do poder e da glória do 
Pai. 
212. Jesus Cristo não está: em toda parte? 
Como Deus, Jesus Cristo está presente em toda 
parte, mas, como Deus-Homem, só está no céu e no 
SS. Sal'.ramento do altar. 
APLICAÇÃO: Consid~ra frequentemente e espc­
cialmen te nas tentações e adversidades, que nós, aqui na 
terra, somos apenas peregrinos e que nossa pátria é o céu 
para onde Jesus subiu afim de nos preparar uma morada. 
StTIM:O ARTIGO DO CREDO 
"Donde há de "-lir a julgar os vivos e os :mortos". 
213. Que conlessamos com as palavras: "donde há de 
vir a julgar os vivos e os mortos"? 
Com ei:-ta~ palavra~, confessamos que Jesus Cris• 
to virá, no fim do mundo, com grande poder e glô• 
ria, para julgar todos os homens, os bons e OH máus. 
Esüi juízo se chama o "último juízo", "juízo final", 
"juízo geral'' ou juízo universal" porque, no último 
dia, todos os homem;, do mundo inteiro, serão julgados 
juntamente. 
214. Quando será o dia do juízo universal? 
"Aquele dia e aquela hora, ninguén1 sahr.-, nern 
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92 
me~rno os anjo~ do céu; mas somente o Pai'" ( .Ma­
teus, XXIV, :36). 
Ainda assim, Cristo e os Apóstolos predisseram di­
verEas coisas que hão de acontecer antes do fim do 
mundo: 
1) o Evangelho será pregado ao mundo inteiro; 
2) os judeus se converterão, em grande número; 
3) apareeerá o Anti-Cristo e a Igreja será dura ◄ 
mente afligida; 
4) aparecerão sinais extraordinários no céu, que 
encherão os homens de medo e anunciarão a próxima 
vinda do ,Juiz. 
(S. Mateus, XXIV; S. Marcos, XIII; 2· Tessalon. II). 
Tudo isto foi predito, para que os fiéis estejam vigilan• 
tes e não se deixem arrastar pela apostasia; pois, le­
vantar-se-ão falsos profetas que farão falsos milagres e 
enganariam até os escolhido~, se isto fosse possível. 
215 Como i:'rerá: ceiebr.ad.o o juízo universar? 
1) Cristo virá sobre as nuvens do céu e reuni­
rá, diante de ::;eu trono, todos os povos, colocará os 
bons à sua direita, os máus à sua esqut>nla. OVIa­
teus, XXfV e XXV). 
2) Então Cristo revelará a todos os homens o 
bem e o mal, que tiverem praticado, mesmo os mais 
secretos pensamentos de cada um e também as graças 
concedidas a cada alma . 
. 3) Por fim, pronunciar-se-á a ~entença sobre to­
dos. (2 1
! Cor., V, 10). 
"E vi os mortos grandes e pequenos estarem de pé 
diante do trono; e foram abertos os livros; e foi aberto 
outro livro. que é o da vida; e foram julgados os mor­
tos pelas coisas que estavam escritas nos livros. segun­
do as suas obras•· ( Apocal. XX, 12); 
"PGrque nada hã oculto que não venha a descobrir­
se; e nada há r~condido que não venha a saber-se" 
(Lucas. XII, 2); 
"Deus não sõ porá às claras o que se acha escon­
dido nas trevas, mas ainda descobrirá os desígnios dolió 
corações" (1• Cor. IV, 5). · 
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93 
216. Qual será a sentença e o resultado deste últ:mo 
juízo? 
Aos bons Cristo dirá: ""Vinde, benditos de meu 
Pai, possuí o reino que vos c.-;tá preparado llesde o 
princípio do mundo"; aos máus, dirá: "A parlai-vos 
de l\Iim, mald\tos, para o fogo eterno, que foi prepa-
l d A • • ' ' E, ,., ' ' rar o para o emon10 e seus anJOS : • ntao, estes 
irão para o suplício eterno e os justos, para avida eter­
na" (l\Iateus, XXV, ~4, 41, 46) 
217. Por quê haverá um juízo universal? 
Haverá um _juízo univer~al: 
1) para que a justiça e a sabed01'ia de Deus se­
J am manif Pstadas no mundo inteiro; 
2) para que Jesus Cristo seja glorificado diante 
de to<los os homens; 
3) para que os juslos recebam a honra devida, e 
os ímpios~ a infâmia merecida. 
1) IIE os céus anunciarão a sua justiç,:., pol'quanto 
Deus é o J"ui:!.'' CSalmo, XLIX, G). 
2) "Verão o Filho do Homem vir sobre n.s nuv~ns 
do céu, com grande poder e majestade" (Mateus, 
xxnr 30). 
3) "Então os impios gemerão eom angústia do es­
pírito: Estes são aqueles de quem nós noutro tempo 
faziamos zombaria. e a quem tínhamos por objeto de 
cpróbrio. Kós, irn,en~atos. considerávamos a sua vida 
uma loucm-a, e a sua m1wte uma ignomínia. E ei--los 
que :,;ão contados ent.re os filhos de Deus. e entre os 
Sé.mcO~ está n !c'Ua gortc" íSabed. V 3-ô). 
APLICAÇÃO: "Teme a Deus e observa os seus 
mandamentos! -- E <lembremo-nos que) Deus íará daT 
co.ntas no seu juíto de todas as falta,15 e de todo bem P 
mal que se tiver feito" (Ecle.siastes. XII. 13-14). 
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O Espírito Santo, o, quem, o Pai enviarú ern 'l'nev, no" 
;ne, Ele ros E-~ns·inará toâas as coisas. 
(João, XIV, 26) 
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OITAVO ARTIGO DO CREDO 
"Creio no Espírito Sci:nto" 
95 
218. Por quem nos são co-municados o fruto e a graça 
da redenção divi11a? 
O frulo e a graça da divina redenção nos são co­
municados pelo Espírito Santo. 
A distribuição das graças é atribuida ao Espírito 
Santo, po::.·quc pcJ.·tcncem à obra de nossa santificaç5.o. 
219. _Quem é o Espírito Scmto? 
O Espírito Santo é u tercejra pessoa da Sanlíssi• 
ma Trindade, ver<ladeiro Deus com o Pai P- o Filho. 
l"·') Esta é a doutrina expressa da S. E~critura. 
a) A Escritura chama-O expressamente Dew1, co­
mo ao Padre e ao Filho; "Porque o demônio tentou teu 
coração, para que mentisses ao Espírito Santo? Não 
1ncP.f:istc aos hmnens. n1as a Deus". (At.o~ dos Apóst. 
V, 3-·1J; 
1\'a Escritura Sagrada atribuem-se ao Espírito 
Santo as nwsn1as perfeic:fü.•s divina:-: que ao Padre f' ao 
Filho. ''O Espírito tudo pcnetea, mesmo as prof·.1.ndczas 
de Deu~" ( 1" Cor. II, 10); 
b) Do mesmo modo. a Escl'i.tura Sagrada ensina 
dara e terminantemente, que o Espírito Santo é uma 
P•-~::;.soa dis Unta do Padre e do :B'.ilhu: "E eu l'Ogarci ao 
Pai e E!(~ n>s dará um outl'o Consolador, para qtic fique 
eternamente con\·osco, o Espírito da verdade" (Joã.o. 
XIV, 16-17); 
"E desceu sobre ele (Jesus) o Espírito Santo cm 
forma corpórea como uma pomba e ouviu-se do céu es­
ta voz: Tu és o meu Filho díleto, em Ti pus as minhas 
complacencias". (Lucas, III, 22). 
2'•' -- Assim também o ensinou sempre a Igreja 
Católica: ?\o 2') Concílio ecumênico, o 1"' de Constan­
tinopla (381), foi condenada unünimementc a hcres'ia 
de Macedônio que negava a divindade do Espírito San­
to. 
220. De quem procede o Espírito Santo? 
O Espírito Santo procede, deRde toda a eterni• 
dade, do Pai e do Filho. 
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·'Eu vos enviarei o Espírito da Verdade que pro­
t!cde do Pai" ºEle receberá do que é meu" f.Toã0. XV, 
26; XVI, 15) 
Ct·eio no Espírito que é também Senhor e dá vida 
e procede do Pai e do :F'ilho, pelo qual é juntamente 
adorado e glorifica.do e é o que falou pelos profetas". 
(C1wlo da Santa 1\'.Iissa). 
221. Crirb íaki: de uma vinda do Espírito Santo; então 
l::ln 11êi:o e.stá pre:sente em toda pw:tr.?? 
Como Deus, o Espírito Santo. está pre:::ente em 
toda parte; corrw causa da no1:-sf;a sanli f icação e como 
dispr;nsador dos dons e graças sobrenaturais, está es­
pc<:!ialmcnte na Jgreja Católica e na almn dos justos. 
22"). · · <. Qua:::.1do envlou Gnsio o Espí.rii:o Sa:nt.o à sua I-
greja? 
Cri~to enviou v.islvelmenlc o Espírito Su11I o ú ::-;ua 
lgt.-cja, no dia de Pf'ntt>co:,;i P;o;, quando o E:-;píril:o San·· 
to baixou :-:obre o~ .Apústolos em Hngua~ fk fogo. 
( F":-~.ta de Pentecostes) 
As línguas de fogo tinham um duplo sentido: 
l) Significavam que o Espírito Santo, corno um fo­
~o dívino, purffica, ilumina e aquece as almas; 
2) que Ele veio para ím·estir os ApóstoloR com o 
dom da i>alavra apostólica. 
223. Qu~ graças cor.acede o Espirito Santo à igreja? 
O Espírito Santo ensina, santifica e governa a 
1greja, r!P modo invi~ível, ah~ o fim do mundo. 
22-~. Q,uc grc.:,;c-a:s concede o E.si:;ú-·ito 2.cn:to :\ H~J:!:isa: m­
ina? 
O Ef.pfri lo Santo ilumina, santifica, f orlifica e 
cOQsola a no8~a alma, por isso ,~ também chamado 
Saii>ztificador e Consolador. 
"J,2~ . .e, ..,. Quais são os sete dons do Espírito Santo? 
Os dorn-1 <lo Espírito Santo são: 
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97 
Sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, 
ciência, piedade e temor de Deus. 
Estes dons fazem com 4.ue a alma aceite pronta­
mente e siga as inspirações do Espírito Santo. 
226. Quanto tempo permanece na alma o Espírito San­
to com seu dons? 
O Espírito Santo permanece na alma todo o tem­
po que ela está isenta de toda culpa grave, pois o pe­
cado mortal expele o Espírito Santo da alma. 
"Não sabeis que sois templos de Deus e que o Espí­
rito Santo habita em vós? Se alguém violar o templo 
de Deus, Deus destruirá. Porque é santo o templo de 
Deus que. sois vósn. (P Cor. III, 16-17). 
APLICAÇÃO: - Foge do pecado, para que o Espírito 
Santo permaneçe em ti com sua graça; invoca-O cm todos 
os assuntos imoortantes e segue fielmente suas santas 
inspirações: "Não antristeçais (com vossos pecados) o Es­
pír1 to San to" ( Ef es. IV, 30). 
NONO ARTIGO DO CREDO 
"Na S·anta lgriei-a Católica, na Comunhão dos Santos" 
§ 1 DA IGREJA E SUA CONSTITUIÇÃO 
227. Quê é a Igreja? 
A Igreja é a sociedade visível de todos os cris­
tãos que profcs~am a mesma fé, sob a obediência de 
um chefe comum, o Pontífice Romano, e dos Bispos 
uni dos a ele. 
228. Quem fundou a Igreja? 
Foi Jesus Cristo quem fundou a Igreja. 
229. De que modo Cristo fundou a Igreja? 
Cristo fundou a Igreja, escolhendo entre os dis­
cípulos doze Apóstolos, confiando-lhes Reu tríplo po-
4 -· Grande Catecismo Católico 
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98 
der e nomeando S. Pedro chefe visível da Igreja. 
(Ver perg. 135, 136, 257) 
Jesus Cristo completou a fundação da Igreja, en­
viando-lhe o Espírito Santo. O Espírito Santo, com a 
força vivificante de sua graça, é, para o organismo da 
Igreja, o que é a alma humana para o corpo. Assim 
como a criação do primeiro homem foi completada pela 
insuflação da alma, a fundação da Igreja foi completa-
da pela vinda do divino Espírito Santo. 
l. O chefe supremo da Igreja 
230. Por onde sabemos que Jesus Cristo nomeou a 
Seio Pedro chefe visível da Igreja? 
Sabemos que Jesus Cristo nomeou a S. Pedro 
chefe visível da Igreja: 
1) pelas palavras da promessa: "E eu digo-te 
que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a mi­
nha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão 
contra ela. E eu te darei as chaves do reino dos céus: 
e tudo o que ligares sobre a terra, será ligado também 
nos céus : e tudo o que desatares sobre a terra, será 
desatado também nos céus". (Mateus, XVI, 18-19); 
2) pelas palavras da instituição: "Apascenta os 
meus cordeiros'." - "Apascenta as minhas ovelhas!" 
(João, XXI, 15-17) 
1) As palavras da promessa apresentam a supre-• 
macia de S. Pedro numa tríplice imagem. Ele deve: 
a) ser a pedra fundamental da Igreja, isto é, to­
mar tal posição na comunidade dos fiéis, que ela alcan­
ce, por esse meio, uma invencível firmeza; 
b) conservar as chaves do reino dos céus, isto é, 
o completo poder de governar, na lgreja; 
e) possuir na Igreja o poder ilimitado de ligar e des_ 
ligar isto é, de impor deveres e dispensar dos mesmos, 
de infligir castigos e de absolver. 
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2) Pelas palavras da instituição, foi Pedro encar-
1·egado de apascentar todo o rebanho de Cristo, isto é,de governar toda a Igreja. 
231. São Pedro exerceu efetiva,men.te êsse poder supre­
mo? 
Depois da Ascenç:ão de Cristo, S. Pedro exerceu 
efetivamente o ofício de chefe supremo da Igreja e 
foi prontamente reconhecido como tal, pelos outros 
Apóstolos e por toda a Igreja. 
Todas as vezes que algo de importante sucedh ou 
devia ser feito, levantava-se S. Pedro e agia como o 
chefe dos demais. Assim aconteceu na eleíçfw de S. Ma­
tias; no dia de Pentecostes; na 1 u ta por causa da acei­
tação dos gentios na Igreja; no concílio dos Apóstolos 
em Jerusalém, etc. (Atos dos Apóst. I; II; XI; XV). 
Já os Evangelistas. ao nomear os .Apóstolos, colocam 
S. Pedro sempre na frente, embora ele não fosse o 
mais velho entre os Apóstolos e nem o que fora chama­
do primeiro para o Apostolado. S. Mateus (X~ 2) diz ex-
pressamente: "Ora •os nomes dos doze Apóstolos são 
estes: o primeiro (é) Simão, que se chama Pedro ... " 
etc. No Concílio ecumênico de Êfeso (431), foi declara­
do expressamente: "Ninguém duvida. e é coisa reco­
nhecida em todos os séculos; que São Pedro, o Prínci-
pe e a cabeça suprema dos Apóstolos, a coluna da fé, a 
pedra fundamental da Igreja Católica, recebeu as cha­
ves do reino dos céus, o qual agora e sempre vive nos 
seus sucessores e decide"· 
232. Mas não é o próprio Cristo o chefe supre-mo da 
Igreja? 
Cristo é e permanece o Chefe invisível da Igreja, 
Pedro era seu representante visível. 
233. Por que além do chefe invisível, foi necessário 
um chefe visível? 
Foi necessário um chefe visível, porque, sendo a 
Igreja um corpo visível, deve ter também uma cabe­
ça visível. 
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234. Devia cessar d;~pois da morte de São Pedro o ofí­
cio de chefe supremo da Igreja? 
Não; pois: 
1) se foi necessária uma cabeça suprema e visí­
vel, quando a Igreja era pouco numerosa, e não ha­
via senão poucas ou nenhuma heresia, muito mais 
necessário foi quando a lgrej a se propagou e aumen­
taram as heresias e os cismas; 
2) se a Igreja devia durar sempre como Cristo 
a tinha instituído, também devia durar sempre a pe­
dra sobre a qual Ele a tinha fundado, e o ofício de 
pastor supremo, que Ele tinha constituido para go­
verná-la. 
235. Quem é, depois da -morte de São Pedro, o chefe 
visível da Igreja? 
Depois da morte de S. Pedro, o chefe visível da 
1 greja é o Santo Padre, o Papa, que é o legítimo su­
• -~ssor de S. Pedro na cadeira episcopal de Roma. 
Tanto os Padres da Igreja, como os concílios de to­
dos séculos., tem reconhecido unânimemente, com pa­
lavras e fatos que os Papas, que. depois de S. Pedro, 
por eleição legítima, ocupam a Cadeira episcopal de 
Roma, são os sucessores de S. Pedro, e estão de pos­
se de sua dignidade, dü todos os seus direitos e de seus 
plenos poderes. Tem aqui o seu lugar conveniente a 
regra do Concilio de Florença (1438) ao qual assisti­
ram os Bispos gregos e latinos: "Definimos, dizem, que 
a Santa Sé Apostólica, o Pontífice Romano, tem a au­
toridade suprema em toda a Igreja; que o Pontífice Ro­
mano, é o sucessor de S. Pedro. o Príncipe dos Apósto­
los, o verdadeiro Vigário de Jesus Cristo, a cabeça de 
toda a Igreja, o pai e o mestre de todos os crístãos e 
que a ele, na pessoa de Pedro, lhe foi conferido por 
Nosso Senhor ,Jesus Cristo o pleno poder de apascen­
tar, reger e governar toda a Igreja, como assim se con~ 
tém nas constituições e atos dos Concílios gerais" -­
Nunca se celebrou concílio ecumênico algum, a que 
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iôi 
não assistisse o Papa ou seu delegado, e jamais uma 
decisão eclesiástica teve valor geral, antes de ser a­
provada pelo Papa; e os fiéis de todos os tempos sem­
pre consideraram apóstata quem não reconhecesse o 
Papa como chefe supremo da Igreja. No decurso dos 
f.éculos, o sucessor· dP. S. Pedro, por especial disposição 
da divina Provjdência, alcançou um poder temporal so­
bre os estados pontHícíos, para que pudesse exercer 
seu poder espiritual mais livre e independentemente, e 
não dependesse do poder e favor dos príncipes tempo­
rais, mas unicamente de Deus. Com grande injustiça. o 
Santo Padre foi privado,- em 1870, desta posse tempo­
ral. sendo-lhe restituída em 1929. 
2. Ierarquia da Igreja 
236. Quem devia assistir a São Pedro no govêrno da 
lgr;eja? 
Os demais Apóstolos deviam assistir a S. Pedro 
no govêrno da Igreja; também a eles Cristo dissera: 
44Tudo o que ligardes sobre a terra, será ligado tam­
bém no céu: e tudo o que desatardes sobre a terra, 
será desatado também no céu". (Mateus, XVIII, 18). 
237. Por quê devia subsistir também o cargo dos ou­
tros Apósto1os? 
O cargo dos outros Apóstolos devia subsistir, 
porque era tanto mais necessário, quanto mais aumen­
tavam os membros da Igreja. 
Quando Cristo enviou seus Apóstolos para desem­
penhar sua missão, acrescentou as significativas pala­
vras: "Eis que eu estou convosco todos os dias até a 
consumação dos séculos". Com isto Jesus quis dar-lhes 
a entender que seu ofício devia passar a seus sucesso~ 
res e subsistir até o fim do mundo. 
238. Quais são os sucessor dos Apóst,olo.s? 
Os sucessores dos Apóstolos são os Bispos legí­
timamente consagrados e que estão cm comunhão 
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102 
com o Chefe :-;uprcmo da Igreja, o Sumo Pontífice, 
1s1o é-, o~ Hi~po:-: da Igreja Cató]ica. 
Um Bispo que está separado da Santa Sé Romana, 
não é legítimo sucessor dos Apóstolos, pois todo aquele 
que estiver separado do Chefe da Igreja, não é membro 
da Ig1·eja, e, ainda nwnos. poderá tomar parte :no go­
v0rno da Igre,ja. 
239. Devem taimbém os Bispos gov,srnar a Igreja'? 
Sim; também os Bispos devem, ::-;egundo a or­
dem divina, governar a Igreja, mas unidos ao Papa 
e sob a sua dependência. 
"Atendei a vós mesmos (' n todo o rebanho, i::;obrc 
que o Espí-::-ito Santo vos constituiu Bispos, para gover­
nardes a Igreja de Deus, que ele adquiriu com o seu 
próprio san,gue" ( At. Apóst. XX, 28). 
240. De que maneira os Bispos governam a Igreja? 
Os Bispos governam a Igreja: 
] ) administrando cada um o Bispado dc~igrn-1-
do pelo Papa; 
2) reunindo-se para consuhar sobre o bem uni­
veri:-al da Igreja e tomando junto com o Papa as dis­
posiçõe~ e determinações convenientes. 
Uma série de Bispos eminentes e outros sacerdotes 
notáveis são destinados a auxiliar o Santo Padre cm 
,ofícios especiais no govêrno da Igreja universal; são 
os Cardeais que, na mRioria. residam próximos ao Pa­
pa, 
Conforme as disposic;ões da Igreja, introduziu-se 
entre os· Bispos certa ordem hierárquica. A dignidade 
1nais elevada é a dos Patriarcas; o Bispo, cuja jurisdi­
ção se estcn<le a todos os Bispos de um pais, chama-se 
Pl'ima'.l; se a jurbdição .se estende só aos Bispos de 
uma província. chama-se Arcebispo; e os seus subor.di-
1w.dos clrnm;-m1-se- Bispo;:; s ufra_gâneos; Bispo a-u,:til-iar é 
aquele que auxilia outro, principalmente na adminis­
tra,,:üo da Crisma E·! dac;; Ordens sacras. 
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103 
'241. Quem são os auxiliares. dos Bispos? 
Os auxiliares dos Bispos são os Sacerdotes ou 
párocos por eles enviados. 
242. Pode um Sacerdote, sem mais nem menos, exer­
cer as funções sacer.dotais? 
O Sacerdote só pode exercer as funções sacer­
dotais, quando é para isto enviado ou autorizado, pa­
ra esse fim, por seu próprio Bispo. 
"Em verdade, em verdade vos digo: quem não en­
tra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por ou~ 
tra parte,. é ladrão salteadoru. (João, X, 1). 
O Sacerdote não recebe sua jurisdição da Comuni­
dade, mas ,do Bispo, e, por meio deste, de Cristo; ele "é 
embaixador por Cristo, como exortando-vos Deus por 
meio deles". (2~ Cor. V, 20). 
243. E·m que consiste a organização que Jesus Cristo 
deu a sua Igreja? 
A organização que .l esus Cristo deu a sua Igre­
ja, consiste em que os simples fiéis estejam subordina­
dos a_o8 sacenlotes, os sacerdotes aos Bispos, e os 
Bispos ao Sumo Pontífice. 
Portanto, Jesus Cristo não conferiu a todos os 
membros da Igrejao mesmo direito e a mesma auto­
ridade, mas designou a cada membro o seu lugar no 
corpo da Igreja "como quis; ... e assim a alguns cons­
tituiu De-us na Igreja, em primeiro lugar Apóstolos, 
em segundo lugar, Profetas, em terceiro lugar, douto-
res depois os que têm o . poder de operar milagres ..• 
.São porventura todos Apóstolos? Todos Profetas? To• 
dos Doutores?" u~ Cor. XII 18-29; Efes. IV, 11~12). 
Por isso, S. Clemente, discípulo e sucessor de S. Pedro, 
(91~100) compara a Igreja com um· exército em que os 
soldados estão subordinados aos capitães, estes aos co­
ronéis, e estes, ao general. - Esta organização ecle­
siástica é a Hierarquia. 
Visto que somente os Apóstolos e seus sucessores 
- e não os governos civís, - foram encarregado1, por 
Cristo, da administração da Igreja, - nenhuma auto-
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104 
ridade civil tem o direito de governar a Igreja; esta éi 
absolutamente independente do Estado. 
APLICAÇÃO: ~-- Alimenta sempre profundo respeito 
e submissão ao Santo Padre, o Papa, e aos Bispos e sacer­
dotes a ele unidos. E' a eles que Jesus dirigiu as nal:r:ras: 
"O que vos ouve, a mim ouve: e o que vos despreza, a 
mim despreza". (Lucas, X 16). 
§ 2. DOS SINAIS DA IGREJA 
244. Jesus Cristo fundou um-a ;ou muitas Igrejas? 
Jesus Cristo fundou uma só Igreja, como tam­
bém ensinou uma só fé e estabeleceu um só Chefe su­
premo. 
Jesus Cdsto disse: "Sobre esta pedra edtfic,"lrei a 
minha Igreja", não cliz: Igrejas. (Mateus, XVI, 18). 
245. Póde~se conhecer esta Igreja únic-a. fundada por 
Jesus Cristo? 
Pode-se f àcilmente conhecer esta única Igreja 
fundada por Cristo, pois Ele fundou uma ]greja visí­
veJ e lhe deu sinais bem determinados e hem perct!p· 
tíveis. 
Cristo compara sua Igreja com uma cidade situada 
sobre uma colina, a qual, por isso, pode fàcilmente ser 
vista por todos. Se a Igreja não fosse visível, como se 
poderia seguir a exortação de Cristo: "Se teu irmão 
pecar contra ti. dize-o à Igreja; se não ouvir à Igre­
ja, considera-o como um gentio e publicano" (Mateus 
XVIII. 15-17). 
246. Em que a Igreja de Cristo é visível? 
A Igreja de Cristo é visível: 
1 ) em seus chefes e membros; 
2) na publicação e na confissão de sua doutrina; 
3) no santo Sacrifício da missa e na adminis-
tração dos sacramentos. 
Invisível na Igreja é a vida interior da graça. que 
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105 
também se chama "alma da Igreja" e que se relaciona 
com o que é visível. como a alma com o corpo humano. 
247. Quais são ·os sinais da verdadeira Igreja de Cris­
to? 
A ~erdadeíra Igreja de Cristo é: 
\}~---)/una, 2) santa, :3) católica, 4) apostólica. 
·\!' f 
218.{ Por que a verdadeira Igr,eja de Cristo deve s.er 
,,, 1 t t'l' t'l' ? v _,'una. sCI.!.,, -a, ca o 1ca e apos o 1ca. 
jí A verdadeira Igreja de Cristo deve ser: 
/ l) una, porque nenhum reino dividido contra 
si mesmo pode subsistir;_ 
2) santa, porque seu fim é a santificação dos ho­
mens; 
:-3) católica ou universal, porque Cristo fundou 
sua f greja para todos os povos e para todoe,. os tem­
pos; 
4) apostólica, porque Cristo a fundou sobre os 
Apóstolos e ela só pode subsistir sob os sucessores le­
gítimos dos mesmos. 
1) Cristo disse: "Todo o reino dividido contra si 
mesmo será desolado. e cairá casa sobre casa". (Lucas 
XI, 17). 
2) "Santifica~os na verdade". (João, XVII, 17)" Es­
ta é vontade de Deus, a vossa santüicacão". (1' Tes_ 
sal., IV 3). 
3) "Ide, pois, ensinai todas as gentes. . . eis que eu 
estou convosco todos os dias, até a consumação dos 
séculos". (Mateus, XXVIII, 19-20). 
4) "Assim como o Pai me enviou também eu vos 
envio a vós". ( João, XX, 21. Com: Mateus XVI, 18; 
F:~es. II, 20). 
249. Qual a Igreja que te,m todos êstes sinais? 
Nenhuma, senão a Igreja Católica Romana, isto 
é, aquela cuia cabeça é o Pontífice RoIIlano. 
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250. Por que a Igreja católica é una? 
A Igreja católica é uma, porque, sempre e em 
todos os lugares possue: 
1) a mesma fé; 
2) o mesmo Sacrifício e os mesmos sacramen• 
tos; 
:3) um chefe supremo comum. 
Diversidade de pareceres em questões que a Igre­
ja não decidiu, bem como certa diversidade nos ritos 
religiosos_ tolerada pelos Papas, não obstam à unida­
de da Igreja. 
251. P.or que a lgrej-a romana é manifestamente santa? 
A Igreja católica romana é santa: 
l) porque é santo o seu Fundador e santa a sua 
doutrina; 
2) porr1ue possue, gua1·da e dispensa todos os 
meios de santidade; 
:3) porque nela sempre houve santos, cuja san­
tidade foi confirmada por Deus com milagreR e dons 
f:xtraordinários da graça. 
Deus confirmou por milagres, especialmente, a san~ 
tidade daqueles santos, que, com toda a energia, defen­
deram a doutrina católica contra os pseudo-reforma­
dores; p. ex.: S. Francisco de Sales, S. Ficblis de Sig­
maringen, S. Pedro c.~ní~:;io. Este fato encerra, indire­
tamente, uma conf'írmâ.ç§.o divina da própria doutrina 
católica. 
Abusos e defeitos dos membros em particular, 
não podem ser atribuídos à Igreja, pois eles não se ori­
ginam de sua doutrina nem de suas disposições, e ja­
mais foram aprovados por ela. Tais abusos e escânda­
los não são um sinal de que a Igreja tenha deixado de 
ser a verdadeira Igreja de Cristo. O próprio Cristo 
compara sua Igreja com um campo, onde crescem o 
trigo e a cizânia, e com uma rede que colhe peixes bons 
e ruins. (Mateus, XIII). 
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252. Por que a lgr,eja romana é católica ou universal? 
A Igreja romana {, católica ou univen;;al, por· 
que: 
1) desde J P-sus CriRto, suh~istc por todos o~ tem­
pos; 
2) tcrn-se espalhado por todas as partes do mun­
do e ainda hoje se propaga sempre mais. 
Por isso, a Igreja Romana, em todos os tempos, 
foi chamada "Católica", mesmo pelos apóstatas e in­
fiéis. como já S.to Agostinho testemunha; até o dia de 
hoje, ela é chamada, cm todo o mundo, "Igreja Cató­
lica" Ela só conta mais membros que o conjunto das 
outras seitas que se dizem cristãs. (Ver Schmitz: "Klei­
nc- Apologetik * 43, 3). 
253. Por que é apostólica a Igreja romano-c-atólica? 
A Igreja rornano-catblica é apostôlíca: 
1) porque sua orige1n remonta até os Apóstolos; 
2) porque sua doutrina é a doutrina dos .Após­
tolos; 
3) porque seus Prelados, Papa e Bispos, são 
os legítimos sucessores dos Apóstolos. 
De todos os sinaís distintivos da Igreja Católica, 
o mais claro e palpável é a ininterrupta série de Pa­
pas. que l'emonta, numa legítima sucessão, até São Pe­
dro; pois onde está a Cabeça, aí estará também o cor­
po, onde está o rochedo, também está a Igreja sobre 
ele- -edÜicada. 
254. As religiões acatólicas não possuem também ês­
tes quatro sinais distintivos? 
Nn1huma da:-: religiõr~ acatólicas _pos~uem estes 
4 ~inais dístin\1\-0:-, pois: 
1) nenhuma {· una: pois não têm um chefe co­
mum e nem são unas em sua doutrina; 
2) nenhuma é santa; poi~ não têm sunlo~ confir~ 
ma do!-- por mi] agrt:=':,; 
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3) nenhuma é católica; pois nenhuma suhústt> 
desde Jesus Crislo até hoje, e nehuma pode ser com. 
parada com a Igreja Católica a respeito de sua ài[u 
-sao; 
4) nenhuma é apostólica; pois não possuem che­
fes que sejam os legítimos sucessores dos Apóstolos. 
255. Se nenhuma outra, senão a Igreja Católica roma~ 
na, possiu ,o.s sh,,ais da única Igreja de Cristo, o 
que se segue daí? 
Segue-se daí que só a Igreja Católica é a verda­
deira Igreja fundada por Cristo. 
APLICAÇÃO: - Agradece a Deus de todo coração por 
seres filho da Igreja Católica, e reza muitas vezes pela 
conversão dos herejes e infiéis. 
§ 3. FIM D A I G R E J A 
256. Para que fundou Cristo a Igreja? 
Cristo fundou a Igreja, para conduzir, por meio 
dela, todos os homens à salvação eterna. 
257. Que fêz Cristo palia qu.e a Igreja pudesse condu• 
zir todos os homens à eterna salvação? 
1) Cristo confiou à sua Igreja o magistério, o 
sacerdócio e o poder pastoral ( ou jurisdição) ; 
2)concedeu-lhe a assistência do Espírito Santo 
para que desempenhe este tríplice ofício para a sal. 
vação dos homens. 
"Foi-me dado todo o poder no céu e na terra. Ide, 
pois, ensinai todas as gentes batizando-as em nome do 
Padre, e do Filho, e do Espírito Santo-: ensinando-as a 
observar todas as cousas que vos mandei: e eis que eu 
estou convosf'o todos os dias até a consumação dos sé­
culos" (Mateus, XXVIII, 18-20). 
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l. O Magistério da Igreja 
258. Para que instituiu Te.s·us Cristo o magistério? 
Jesus Cristo instituiu o magistério para que, por 
meio dele, a verdade divina fosse fielmente conserva­
da e anunciada a todos os povos. 
Por "magistérion se entende: ora o ofício de ensi• 
nar, ora as pessoas que se ocupam com este ofício. É a 
este último sentido que se relerem as perguntas seguin­
tes. 
259. Como é formado o magistério da Igreja? 
O magistério da Igreja é formado pelo Pontífice 
Romano e pelos Bispos unidos a ele. 
O Papa e os Bispos formam, portanto, a Igreja do­
cente, enquanto os fiéis :formam a Igreja discente. 
260. Que dom possui o magistério da lgljeja? 
O magistério da Igreja possui o dom da infali­
hilidade, isto é, não pode errar em matéria de fé e de 
moral. 
Por este motivo 8. Faulo chama a Igreja de "colu­
na e fundamento da verdade" (1'1- Tim. III 15) 
O dom da infalibilidade é próprio do magistério da 
Igreja em conjunto, mas não de cada Bispo em particu­
lar. Cada Bispo, isoladamente, pode incorrer em erro, 
quando se opõe ao magistério da Igreja; ex.: Macedônio, 
Nestório. 
261. Quem deu ao magistério da Igreja a certeza de 
sua infalibilidade? 
Cristo mesmo deu ao magistério da Igreja a cer• 
t.eza de sua infalibilidade pela tríplice promessa: 
1) que ficaria com eies todos os dias, até o fim 
do mundo; 
2) que o Espírito da Verdade permaneceria e­
tprnamP-ntc corn a Igreja docente; 
~3) qu'e as portas do infarno jamais prevalece­
riam contra a Igreja. 
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1) "Ide. pois. ensinai todas as gentes!. e eis que Eu 
estou convosco todos os dias até à consumação dos 
séeulos" (M;üeus, XXVIII, 1.9-20). 
2) "E Eu rogarei ao Pai, e Ele \'O~ dará um outro Con­
solador. para que fique etP.rnamente convosco, o 
EspírHo de Verdade". (João, XIV, 16-17). 
3) "Tu és Pedro. e sohre esta pedra edificarei a minha 
Tgrej~1. e as portas do inferno não prevalecerão con­
tra ela" (Mateus, XVI, 18). 
Se pudesse acontecer que a Igreja docente errasse, 
forçosamente a I.g-reja discente, que tem o dever de obe­
decer àquela, cairia no mesmo êrro. e então não se cum­
priria a promessa de Cristo, pois que toda a Igreja seria 
vencida pelo espírito da mentira e pelo inferno. 
Quando, portanto. os adversários da fé, sustentam 
que a Igreja Católica. no decurso dos tempos. cdu cm 
êrro, eles contradizem: 
1. a evidente promessa de Jesus Cristo; 
2. o contínuo testemunho de Deus. que, tanto antes, co. 
mo depois da pseudo-reforma, tem glorificado sua 
Igreja e, principalmente, seus apóstolos, com inú­
meros milagres, confirmando, deste modo, a sua 
doutrina; 
3. contradizem também a todos os santos Padres da 
Igreja, que ensinavam a mesma doutrina que a Igre­
ja Católica ensina; 
4. finalmente contradizem a si próprios, pois são dís• 
cordes -entre si a respeito de qual seja propriamen­
te a doutrina de Cristo. 
262. Se, pois. surgir um,a disputa em matéria de fé e 
de moral, quê devemos fazer? 
Devemos submeter-nos à decisão do magistério 
edesiástico. 
"Cristo a uns constituíu Apóstolos. . . a outros pas­
tores e doutores. . . para que não mais sejamos meninos 
flutuantes, e levados ao sabor de todo o vento de dou­
trina" (Efes. IV, 11-14) 
263. De que fontes o magistério da Igreja tira suas 
decisões? 
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111 
O magistério da Igreja tira suas decisões da Sa­
grada Escritura e da Tradição. 
264. A Igreja não ,ensina, pois, -algo de novo, quando .. 
por ,ocasião de disputa, decide; o que se deve 
crer? 
A Igreja, na essência, não ensina nada de novo, 
apenas esclarece e defende a doutrina primitiva que 
vem de Cristo e dos Apóstolos. 
As decisões doutrinárias da Igreja são novas, so­
mente enquanto determinam ou esclarecem pontos obs­
curos ou em controvérsia, ou ainda enquanto deduzem 
certas consequências das verdades reveladas. 
265. Quem dá tais decisões na Igreja? 
Tais decisões doutrinárias são dadas, na Igreja, 
pelo Chefe Supremo, o Papa, ou por um concílio ecu­
mêni_?o.,.confirmado pelo Papa. 
266. ,éuando o Papa é infalív·el? 
_, O Papa é inf alí.vel, quando, como Pastor supre­
fuo e Mestre da Igreja, dá uma decisão em matéria 
de fé e de costumes, para toda a Igreja. 
A infalibilidade do Papa foi declarada soleneme11te 
no Concílio do Vaticano em 1870. 
Tal infabilidade, como a do magistério eclesiásti• 
co, se estende a tudo o que está em ligação com as ver­
dades de fé e de moral, como por ex.: as canonizações, 
a aprovação de congregações religiosas, usos eclesiás­
ticos. 
267. Por que o Papa é i.:..,ialív-el nessas decisõ-es? 
O Papa é infalível nessas decisões: 
1) porque Jesus Cristo instituiu o Papa como 
sucessor de S. Pedro, para ser o fundamento da Igre­
ja (Mateus, XVI, 18; perg. 230); 
2) porque o estabeleceu como Mestre e Pastor 
de toda a Igreja (João, XXI, 15-17); 
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112 
:l) porque lhe deu a promessa de que sua fé não 
,,acilaria e o encarregou de confirmar seus irmãos 
na fé. 
"Eu roguei por ti, para que u tua fé não vacile; e 
tu, uma vez convertido, conflI'ma os teus irmãos" (Lu­
cas. XXII. 32). 
2. O Sacerdó.cio e o Poder Pa.storal 
268. Para que Jesus Cristo instituiu o Sacerdócio? 
Jesus Cristo instituiu o sacerdócio, para que, por 
meio dele, fossem aplicadas aos homens as graças <la 
.R 1 -e< ençao. 
O Espírito Santo comunica diretamente aos homens 
certas graças, mas, muitas, Ele só as quer conceder, por 
meio do sacerdócio Católico, assim como, para a comu­
nicação das verdades da fé, subordinou os homens ao 
magistério eclesiástico, embora também ensine e ~lumi­
ne diretamente os corações. O mesmo vale para o poder 
pastoral. 
269. Como a Igreja exerce o Sacerdóci-o? 
A Igreja exerce o Sacerdócio pelo santo Sacrifí­
rio da l\lissa, pela administração dos sacramentos, co­
mo também pela oração e bênçãos. 
270. Para quê Jesus Cristo instituiu o poder past,oral? 
Jesus Cristo instiLuiu o poder pastoral para go­
vernar os fiéis e conduú-los ao caminho da salvaç'.ão. 
271. Como a Igreja .exerce o poder pastoral? 
A Igrc ja exerce o p9der pastoral: 
l) dando mandamentos, vigiando sobre a ob­
St'rvância dos mesmos e castigando os transgrcssores; 
2) preservando do mal e estimulando pa1·a o 
bem, por meio de recomendações, admoestações e ou­
tros meios caridosos. 
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113, 
De tudo o que foi dito sobre o fim da Igreja segue­
se necessáriamente que a Igreja Católica é a única em 
que podemos encontrar a salvação. 
a. A Igreja Católica, a única em que há salvação 
272. Por que somente na Igreja Católica. há s,alvação? 
\ I . ("' , ] . , , . h ,. l -.: . greFl ... ato. 1ca f~ a umca em que a sa ... vrn:;ao, 
porque da é a única que recebeu de Jesus Cristo o 
poder e os meios de conduzir os homens à salvação. 
S. Paulo chama a Igreja o corpo de Cr-isto) e Cristo 
a Cabeça deste çorpo. (Coloss. I,18). A vida da Cabeça 
só se pode comunicar àquele que é membro do corpo. 
Por isso, Santo Agostinho com os Bíspos da África, reu­
nidos no ano de 412, no Concílio de Zirta, dcdararam: 
"O que está fora da Igreja Católica, achando-se com isto 
apartado da unidade de Cristo, por muito louvável que 
seja a sua conduta, não tem a vida, mas a ira de Deus 
pesa sobre ele". 
A arca de Noé é uma figura da Igreja Católica, fo- -
ra da qual não há salvação. 
273. Que devemos, pois, fazer, para nos salvar? 
Para nos salvar, devemos ser sempre filhos obe­
dientes da Igreja Católica, isto é, crerna sua doutri­
na, observar seus mandamentos e empregar seus 
mejos de salvação. 
"Se alguém não ouvir a Igreja considera-o como 
um gentio e um publicano". {Mateus XVIII, 17) Isto se 
refere principalmente àqueles católicos que só de nome 
pertencem à Igreja, e cuia comportamento não condiz 
com a doutrina e os mandamentos da Igreja. 
274. Que s,e deve dizer daqueles qu-e ,está-o fora da 
Igreja Católic,a? 
Aqueles, que, sem culpa sua, estão fora da Igre­
ja Católica, porém procuram sinceramente a ver.dade, 
f'~ conforme conhecem, observam O:, mandamentos, de 
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114 
Deus, não pertencem exteriormente à Igreja Católica, 
mas interiormente, de modo invisível, estão unidos a 
ela, e, por isso, podem salvar-se. 
A sentença: "Fóra da Igreja não há salvação", re­
fere-se sómente àqueles que, exterior e interiormente, 
estão separados da Igreja. 
E os que andam no êrro, sem culpa sua, embora não 
estejam totalmante separados de Cristo e de sua Igreja, 
e, ainda que, em consequência desta união de vida invi­
sível, recebam muitas e grandes graças, não obstante 
carecem de jnúmeras vantagens e graças; a eles não se 
anuncia a palavra de Deus em toda a sua pureza, inte­
gridade e em seu verdadeiro sentido; carecem também 
da maioria dos mais importantes meios de santifica­
ção, como: do sto. Sacrifício da Missa, do SS. Sacra­
mento, da absolvição sacerdotal, da extrema-unção, etc. 
275. Que pessoas não periencem à Igreja Católica? 
Não pertencem à Igreja Católica: 
1) os não-batizados, como: judeus, maometanos 
--e pagaus; 
2) os herejes e incrédulos batizatlos, mas que, 
concientemente, rejeitam o que a Igreja ensina; 
3) os separados ou cismáticos que crêm, porém 
se separam do Chefe da Igreja, o Santo Padre o Pa­
pa. 
4) o::- r::xcomungados, que a Igreja, por castigo, 
excluiu de sua comunidade. 
Os pecadores na Igreja, pertencem a ela mas são 
como membros mortos de um corpo. 
APLICAÇÃO: Chamamos a Igreja nossa Mãe, e com 
razão; pois: 1) ela nos regenerou espiritualmente no Ba­
tismo e nos fêz filhos de Deus. 2) alimenta-nos com a pa­
lavra divina e com o Pão dos Anjos, 3) educa~nos no te-
mor du Senhor e 4) assfate-nos, enquanto vivemos, e mes­
mo ~epois, da morte acorl)panha•nos amorosamente com 
auxílios e consolações. Honra, pois, e ama a Igreja, como 
tua Mãe, escuta atentamente suas instruções e obedece 
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115 
humildemente a todas as suas leis e disposições; pois "não 
pode ter a Deus por Pai, quem não tem a Igreja por Mãe". 
(S. Cipriano, Bispo e Mártir, 258). 
§ 4. A COMUNHÃO DOS SANTOS 
276. Que se ent1ende por "Comunhão dos Santos"? 
Por "Comunhão do~ santos", entende-se a união 
es pi ri lua l dos fiéis d a terra, das alma5 do pu r ga tú­
ri o e dos hcm-H\-Pnturados do réu. (lgre ja rnilitantt-', 
padecente e triunfante). 
277. Em que consiste esta união espiritual? 
A união espiritual consiste em serem Lodos niem­
bros do Corpo, de que Jesus Cristo é Cabeça, e por 
isso é que uns tem parte nos bens espirituais dm, ou­
tros membros. 
"Assim como num sô corpo temos muitos membros, 
assim ( ainda que) muitos, somos um só corpo em Cris­
to". (Rom. XII, 4-5) 
278. A morte não desf.az esta união entre os vivos e os 
mortos? 
Não; os mortos ficam tão unidos conosco, como 
com Cristo, nossa Cabeça comum. 
279. Por que os membros dessa Comunhão são cha~ 
mados "santos"? 
Esta comunhão chama-se dos ''santos", porque 
todos os seus membros foram santificados pelo batis­
mo e são chamados à santidade perfeita, sendo que 
muitos deles já atingiram esta santidade. 
Pelo ba1ismo, somos santificados sob vários pontos 
de vista: pois, pelo mesmo, recebemos a graça santifican­
te, e, de modo especial, somos consagrados à SS. Trinda­
de e incorporados a Jesus Cristo, nossa Cabeça. 
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116 
280, Em que se mostra noss.a comunhão com os santos 
do céu? 
Veneramos e invocamos os Santos, e eles, por 
:-;ua vez, inlen.:~<lem por m,s, junto a Deus. (Festa de 
Todos os Santos). 
281. Em que s0 mostr.a nossa comunhão com as almas 
do purgatório? 
AuxHiamos as almas do purgatório por meio ele 
e-rações, boas obras, indulgência e, principalmente, 
pelo santo Sacrifício da :Missa. (Finados). 
282. Em que se m,ostra a mútua comunhã·::> dos fiéis 
aqui na terra? 
Os fiéis aqui na terra participam de todas as 
santas :Missas, orações e outras boas obras que se pra­
ticam na Igreja Católica, principalmente, quando es­
tão em estado de graça. 
283. ·Os fiéis que não est,ão em estado de graça parti­
cipam também dêstes bens? 
Estes fiéis, como membros mortos, perdem a 
ma:íor parte destes bens; não obstante, em v:írtude de 
sua união corn a Igreja, participam de vário~ meios .. 
P graças para a sua conversao. 
APLICAÇÃO: Reza todos os dias por teus frrnãos cris­
tãos aquí da terra ou do purgatório e recomenda-te, díá­
riamente, pela manhã e à: noite. à proteção de todos os 
Santos do céu, Antes de tudo aplica-te cm viver santamen­
te, pois "somos concidadãos· dos santos membros da famí­
Jia de Deus" (Efes. II, 19). 
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llT 
DÉCIMO ARTIGO DO CREDO 
"A remissão dos pecados" 
284. Que conJessam,os com as palavras: "a re-missão 
dos pecados"? 
(-, 1 " . - d d " ... om as pa avras a rem1ssao · os peca . os •. 
confessamos que, na Igreja Católica, pelos ntereci­
mentos de Jesus Cristo, pode-se alcançar o perdão 
de todos os pecados e a remissão das penas. 
285. Que meios da graça instituiu Cristo a para remis­
são d1;)s pecados? 
Para a remissão do pecados, Cristo instituiu os 
santos sacramentos do batismo e da penitência. 
Para. a remissão das penas dos pecados, servem, prin­
dpalmc-nte, as óbras de penitência e as indulgências. Pa­
ra a remissão dos pecados e dos castigos, a primeira con­
dição é sempre um verdadeiro sentimento de penitência. 
isto é, uma contrição verdadeira e a firme vontade de se­
emcncbr. 
APLICAÇÃO: Agradece a Deus de todo o teu coração, 
ror poderes, na Igreja, alcançar o perdão dos teus peca­
dos, e recebe rpuitas vezes, dignamente o sacramento da 
penitência a fim de que possas ouvir com frequência as 
consoladoras palavras: "Vai, teus pecados te são per-• 
doados". 
UNDÉCIMO ARTIGO DO CREDO 
"A ressur.reiçã,o da carne" 
286. Que sucede na morte do ho,mem? 
Na morte do homem, a alma se separa do cor­
po e. apresenta-se ao tribunal de Deus, para ser jul• 
gada e o corpo volta à terra de onde foi tirado. 
287. Que sabemos da m-orte? 
Sabemos, com certeza, que havemos de morrer­
mas quando, onde e como, não o sabemos. 
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V,irâ te-n1-1)0 ern que todos os qu,G se encontram, nos se• 
pulcrns ouvirão a VO;Z do Filho de De-us. 
(João V, 28) 
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119 
288. Por que Deus nos ocultou a hora de nossa morte? 
Deus nos oculta a hora de nossa morte: 
1) para que tanto mais O honremos e temamo~, 
como Senhor absoluto da vida e da morte; 
2) para que, a todo o instante estejamos prepa­
rados para a morte; 
3) para que assim se suavize o grande receio que 
acompanha o pensamento da morte próxima. 
"Vós pois estai preparados, porque na hora que não 
cuidais, virá o Filho do Homem". (Lucas XII, 40). Pará­
bola das dez virgens. (Mat. XXV) 
289. Quanto tempo p•ermanecerá o corpo na terra? 
O corpo permanecerá na terra até o dia do juízo 
univer!:lal, quando Deus o ressuscitar e o reunir parâ 
sempre à alma, da qual a morte o tinha separado. 
"Virá tempo em que todos os que se encontram nos 
sepulcros ouvirão a voz do Filho de Deus: e os que tive­
rem feito obras boas, sairão para a ressurreição da vida: 
mas os que tiveram feito obras más, sairão ressuscitados 
para a condenação" (João, V, 28-29) 
290. Para quê hão-díe ressuscitar ·os nossos corpos'? 
Nossos corpos hão de ressuscitar: 
1) para que também o corpo participe da recom · 
pensa ou do castigo, assim como teve parte nas boas 
ou más obras; 
2) paraque a vitória de Cristo sobre a morte 
seja completa. 
"Quando este ( corpo) mortal se revestir da imorta­
lidade então se cumprirá a palavra que está escrita: Tra­
gada foi a morte na vitória. Onde está. ó morte, a tua vi­
tória"? (Cor. XV, 54-55). 
291. Todos -os homens ressuscitarão? 
Sim, todos os homens ressuscitarão, tanto os bons 
como os m~us. 
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120 
(Passagem da S. :E~scritura da perg. 289) 
292. Como serã.o os corp,os ressuscitados? 
Os corpos dos máus serão miseráveis, porém, 08 
dos justos serão formosos e semelhantes ao corpo glo­
rificado de Jesus. 
",Jesus Cdsto transformará nosso corpo de miséria, 
fazendo-o semelhante a seu corpo glorioso". (Filip. III, 21). 
Daí a honra que a Igreja presta aos corpos dos fiéis de­
funtos "{)ela encomendação e pela sepultura eclesiástica 
em cemitério bento. 
Distinguem-se 4 qualidades num corpo glorioso res­
suscitado: 
1) é incorruptível e incapaz de sofrer; 
2) é luminoso: 
3) cheio de força e agilidade; 
4) sútil. 
"Semeia-se lo corpo) corruptível, ressuscitará in­
corruptível. Semeia-se na ignomínia, ressuscita:-á glo­
rioso: scrr.cia-sc inerte, ressuscitará robusto; é semeado 
um corpo animal, ressuscitará um corpo espiritual". (I 
Cor. XV, 42-44). 
APLIOAÇAO: Conser·va-te sempre preparado para 
.morrer. Se tiveste a desgraça de cair cm pecado grave, fa­
ze· um ato de contrição perfeita e vai logo te confessar. 
Nunca abuses dos membros e dos sentidos de teu corpo, a 
fim de que um dia ressuscites glorioso. 
DUóDÉCIMO ARTIGO DO CREDO 
"A vida eterna. Amém" 
293. Que acontece à alma logo depois da morte? 
Logo depois da morte, a alma comparece diante 
do tribunal de Deus, para ser julgada. 
"Está decretado que os homens morram uma só 
vez e (que) depois disso (se siga) o juizo" (Hehr. IX, 
27). Este julgamento chama-se "juizo pct-rticular". 
294. Sôbre •O que será a alma julgada? 
A alma será julgacla sbre todos os pensamentos, 
palavras e obras e sobre a omissão do bem. 
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121 
"Ora eu digo-vos que de qualquer palavra ociosa 
que disserem os homens, darão conta dela no dia do jui­
zo'' (Mateus XII, 36). 
295. Para on,d,3 vai a .alma depois do juízo particular? 
Depois do juízo particular, a alma vai ou para 
o céu, ou para o purgatório, ou para o ínf erno. 
§ 1. O PURGATóRIO 
296. Quem vai para o purgatório? 
Para o purgatório vão as almas dos justo:; que 
morreram com pecados veniais ou que ainda não ~a­
tísfizeram completamente pelos pecados já perdoa• ... 
dos. 
297. Do-nde sabemos que há um purgatório? 
Sabemos que há un1 purgatório: 
1) pela Sagrada Escritura; 
2) pela fé constante da Igreja Católica; 
3) de certo modo, pela própria razão. 
1) "Ê um santo e salutar pensamento orar pelos 
mortos, para que sejam livres de seus pecados" (2 Ma­
cab. XII, 46). "Se a obra de algum arder, ele sofrerá o 
prejuizo; mas será salvo, apesar disso como por meio do 
fogo'' (1 ° Cor. III, 32). 
O Divino Salvador fala de pecados que não serão 
pedoados nem neste século, nem no futuro. (Mateus 
XII, 32). Logo, na outra vida, ainda há remissão de pe­
cados, o que só é possível no purgatório. 
2) Na Igreja, reinou s-empre o costume de rezar pe­
los mortos, como o testemunham os Pastores da Igreja 
e as mais antigas fórmulas de orações usadas no culto 
divino (Liturgia). 
3) Já a própria razão parece exigir um lugar de pu­
rificação; pois para o céu só irão as almas perfeitamen­
te purificadas e para o inferno, aqueles que morrem no 
e~.tado de pecado mortal; portanto, devemos admitir um 
lugar de castigo temporário, onde são purificadas as al­
mas dos que morrem em graça de Deus, sem terem pa­
go todas as penas ou castigos de seus pecados. 
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123 
298. Quanto tempo permanecem as alma.s no purga­
tório? 
As almas fiearn no purgatório, até se tornarem 
perfeitamente puras e dignas da visão divina. 
Não sabemos. ao cert:o, quais sejam o:-; sofrimentos 
do purgatório; porém. conforme a bem fundada e geral 
opinião dos teólogos, estes .sofrimentos são extremamen­
te dolorosos. 
299. Depois do juízo final, ainda existirá o purgatório? 
Não; depois do juízo final, não haverá purgató­
rio, mas apenas céu e inf ~rno. 
"'·~i , ....... 
§ 2. O INFÉRNO 
300. Quem será condenado às penas do inferno? 
São condenados às penas do inferno todos oc; 
que morrem na inimizade de Deus, isto é, em pecado 
mortal.. 
301. Qual será a vida eterna dos condenaàos? 
1) Os condenados estão, para toda a eternida­
de, privados da visão de Deus; 
2) sofrerá~ eternamente o martírio do fogo e 
serão atormentados pelo verme roedor de sua má con-
• A • c1encia; 
3) viverão eternamente na companhia dos de­
mônio~ e da escória dos homens; 
4) ficarão encerrados num cárcere de trevas e 
cheio de horrores. 
A Sagrada Escritura chama o inferno "]ugar de tor­
mentos" ( Lucas, XVI, 28), "o suplício eterno" (Mateus, 
XXV, 46), "um fogo inextinguível" (Marcos, IX. 44), "o 
tanque ardente de fogo e de enxofre: o que P- a segunda 
morte" (Apocalipse, Y~I, 8), "Trevas exteriores: alí 
haverá choro e ranger de dentes" (lVIut.0us VlII, :t2L 
Exemplo: o rico avarento. <Lucas. XVI, 22-24). 
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124 
302. Como sabem•os qu,e as penas dos condenados 
sã·o etern.as? 
Sabemos que as penas dos condenados são eter~ 
nas: 
1) pelo claro testemunho de Jesus Cristo e dos 
Apóstolos; 
2) pela expressa doutrina da Igreja infalível. 
l) "Aparüü-vos de mim malditos para o fogo, e1·"r­
no ... E estes irão para o suplício eterno". (Mateus, XXV, 
41, 46) "Melhor te é entrar na vida eterna coxo do que ten­
do dois pés, ser lançado no, inferno num fogo inextínguivel: 
onde o seu verme não morre e o fogo não se apaga" 
(Marcos, IX, 44-4!5) - "Serão punidos com a perdi~ão 
eterna" (2'' Tcssal. I, 9). 
2) A Igreja condenou solenemente no 5'' Concilio 
ecumênico, o 2Q de Constantinopla (553) a heresia que 
declara que as penas do inl'erno terão fim. 
303. Por que as penas dos ciondenados são eternas? 
As penas dos condenados são eternas: 
1) porque o pecado mortal é uma ofensa tão 
grave à infinita 1\.1ajestade de Deus, que merece um 
castigo infinito; 
2) porque todos os que morrem em pecado mor­
tal, permanecem eternamente endurecidos no pecado; 
3) porque somente a eternidade dos castigos do 
inferno é um meio suficiente para afastar os homens 
do mal. 
E' por isso que todos os que querem entregar-se. 
sem temor ao pecado, procuram persuadir-se de que o 
inferno não existe. 
304. Sofrerão todos os condenados igualmente? 
Não; cada um padecerá, segundo a me<lida de 
seus pecados, e segundo o abuso que f cz das graças 
que lhe foram concedidas. 
"Quanto ela ( a cidade de Babilônia) se glorificou e 
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125 
viveu em delícias, tanto lhe dai de tormento e pranto" 
(Apoc. XVIII, 7) "A todo aquele a quem muito foi da­
do, muito lhe será pedido" íLucas, XII, 48). 
305. Serão todos conden.ados por sua própria culpa? 
Sim, pois todos os homens poderiam se salvar, 
se usassem dos abundantes meios de salvação que 
Deus lhes concede. 
Deus '.'quer que todos os homens se salvem" (1 ~ Tim. 
11, 4). "Diante do homem estão a vida e a motre, o bem 
e o mal; o que agradar, isso lhe será dado" (Eclesiás­
tico, XV, 18). 
§ 3. O CÉU 
306. Quem entra logo no céu? 
Entram logo no céu as almas dos que morrem 
na graça de Deus e se acham livres de todo o pecado 
e das penas do pecado. 
307. Eim qué consiste a f,-=licidade eterna dos justos? 
1) Os bem-aventurados do céu vêm a Deus, fa­
ce a face, e estão unidos a Ele com amor íntimo; 
2) estão livres de todo o mal e inundados de a­
legria no corpo e na alma; 
3) vivem na bem-aventurada companhia dos an­
JOS e santos; 
4) sua morada brilha de beleza e glória divinas. 
1) "Kós agora vemos a Deus como por um espelho, 
em enigma; mas então, (0 veremos) face a face" (1"Cor. XIII. 12). 
2) Deus lhes enxugará todas as lágrimas dos seus 
olhos; e não haverá mais morte nem luto, nem clamor, 
nem mais dor" (Apocal. XXI. 4) - "Embriagar-se-ão 
com a abundância de tua casa ( ó Deus), e tu os farás 
beber na torrente das tuas delícia.e;;" (Salmo XXXV 9) 
3} "Cada um possuirá tanta.e; vezes o céu, quantos 
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Nem o olho vi-1,, nem o ouvido owl'iu, nem janiais pas• 
sou pelo pe-nsamento do homem o que Deus pre,parou pa" 
ra aqueles que o amam. 
(1'4 Cor. lX, 6) 
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127 
são os companheiros e irmãos na felicidadett. (Santo A­
gostinho). 
4) "E esta cidade (a Jerusalém celeste) não tem 
necessidade de sol, nem de luz que alumiem nela; por­
que a claridade de Deus a ilumina, e a sua lâmpada é o 
Cordeiro". ( Apocal. XXI, 23). 
308. Podem·os compreender a bem-aventurança do 
céu? 
Não, a bem-aventurança celestial é muito mais 
elevada do que todas as coisas que se podem dizer ou 
imaginar; pois é uma participação da infinita bem• 
aventurança de Deus. 
"Nem o olho viu nem o ouvido ouviu, nem jamais 
passou pelo pensamento do homem o que Deus preparou 
para aqueles que O amam". (11! Cor. II, 9). 
309. Serão todos igualmente felizes no céu? 
Não; cada justo receberá a recompensa, segun• 
do o seu mérito. 
"Aquele que semeia em abundância, também segará 
em abundância". (2Jl. Cor. IX, 6). 
DOS NOvtSSIMOS 
310. Quais são, os quatr·o novíssimos do homem? 
Os quatro novíssimos do homem são: morte, juí­
zo, inferno e paraiso. 
311. Que utilidade nos traz a recordação freqüente 
dos novíssimos? 
A recordação f requeri.te dos novíssimos é útil, 
para preservar-nos do pecado, e, por conseguinte, da 
morte eterna. 
"Em todas. as tuas obras lembra-te dos teus novís­
simos, e nunca jamais pecarás 11
• (Eclesiástico, VII, 40). 
312. Que ac·ontecerá cem o r:esto da criação? 
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128 
Deus tirará a maldição do que foi criado e o 
deixará participar ela glória dos filhos de Deus. 
"Também o mundo criado será livre du sujt:iç3.o à 
corrupção, para participar da liberdade gloriosa dos fi­
lhos de Deus". (Roman. VIII, 21) -- "E vi um novo céu 
e uma nova terra" (Apoca1. XXI, 1). 
313. Por quê concluímos o Símbolo Apostólic:, com a 
palavra "amém"? 
Concluimos o Símbolo apostólico com a palavra 
,~ , '' r· t t amem , para protestar que cremos · umemen ·e u-
do ó que está contido nos doze artigos da fé. 
A palavra "amém", de origem hebraica significa: 
"assim é" "assim seja" ou ''assim suceda" 
APLICAÇ.1IO: lembra-te, muitas vezes, principalmente, 
nas tentações da séria verdade: "Uma vez. perdido, per-
dido ficou por toda a eternidade nos infernos ... " ou: 
"Um prazer momentâneo traz um tonnento eterno; um 
padecimento breve. uma eterna alegria!" 
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II PARTE 
OS MANDAMENTOS 
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".Aqu,ele que retárn, os mm~ -manda·nientos e os gua,,-da., 
esse é o que me arna". (João, XIV, t1). 
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Necessi.dac_le e 
de observé1r os 
possibilidacle 
manda1nentos 
314. Basta. para nos salvarmos, crer tudo quanto Deus 
revelou? 
Não; paxa nos salvar, é também necessário que 
observemos os mandamentos; pois Cristo àisse: "Se 
queres ent.rar na vida, guarda os mandamentos". 
(Mateus, XIX, 17) 
Quando São Paulo escreve: "o homem é justificado 
pela fé, sem as obras da lei,. (Rom Ili, 28), entende-se 
por "obras da lei" aquelas obras -que são executadas 
unicamente por causa da prescrição exterior da. 2ei., e 
não em vfrtude da graça _de Cristo, e, por isso, não con­
correm para a justificação, (perg. 559); por fé., enten­
de-se a 1Ji'l;a fé em Cristo, que, com o auxilio da graça 
de Cristo, também observa a lei de Cristo. Por isso diz o 
mesmo Apóstolo: ., A circuncisão nada vale. mas a 
observância dos mandamentos de Deus (é que vale tu• 
dof'. (l"' Cor. VII, 19; verif. Gal, V, 6) 
315. Podemos ob.servar os Mandamentos divinos? 
Sim; pois a observância dos mandamentos da 
lei de Deus é possível para todo que~ seriamente, o 
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132 
quer; naturalmente, isto só se consegue com o au­
xílio da graça que Deus não nega a quem a pede. 
Um homem de juízo não exige de ninguém o impos­
sível; muito menos, o exigirá Deus que é oniciente e bon­
dosíssimo. - Alêm disso, em todos os tempos, houve 
muitas almas que não só observaram fielmente os man­
damentos, mas que, em santo zêlo ultrapassaram muito 
do que é exigido pela lei de Deus. "Seus mandamentos 
não são custosos''. (P João, V, 3) "Meu jugo é suave e 
o meu pêso leve" (Mateus, IX, 30) 
316. Por quê a observância dos mandamentos é tão 
penosa paria m·uit,os? 
A observância dos mandamentos é penosa para 
muitos, porque não rezam, não frequentam os sacra­
mentos, que são os meios pelos quais Deus geralmen­
te dá a força para observar a sua lei. 
DO MANDAMENTO PRINCIPAL 
-317. Qual é pr.incipal mandamento que encen•a to­
dos os mais? 
O mandamento principal é o preceito da carida­
de para com Deus e para com o próximo. 
318. Qual é êste mand(llmento? 
"Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu cora­
ção, de Loda a tua alma e_cle todo o teu entendimento. 
Este é o máximo e o primeiro mandamento. O segun­
do é semelhante a este: Âmarás o teu próximo, como 
a ti mesmo". (Mateus, XXII, 37-39) 
Quem ama a Deus de todo o coração cumprirá fiel­
rnfmte todos os deveres para com Deus, e quem ama o 
próximo como a si mesmo, cumprirá conciênciosamente 
todos os deveres para com o próximo, por isso é claro 
que este mandamento máximo encerra todos os mais. 
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133 
§ l. DO AMOR DE DEUS 
319. Quê nos é ordenado pelo ,mandament,o do amor 
de Deus? · 
Este mandamento nos impõe a obriga~ão de 
amar a Deus sobre todas as cousas. 
320. Quando amamos a D•eus sôbre tôdas as coisas? 
Amamos a Deus sobre todas as cousas, quando 
O amamos mais do que tudo o que existe no mundo, 
de modo que estejamos prontos a antes perder tudo 
do que nos separarmos dEle por um pecado mortal. 
"Quem nos separará, pois do amor de Cristo? será 
a tribulação? ou a angústia? ou a fome? ou a nudez? 
ou o perigo? ou a perseguição? ou a espada? nem a 
morte, nem a vida. . . nos poderá separar do amor de 
Deus". (Rom. VIII, 3fi-39) 
Podemos distinguir dois modos de amar a Deus sobre 
todas as coisas: 
1) amor de apreciação suma; 
2) amor sensível e veemente. 
O primeiro é preceituado: o segundo, não. Exemplo: 
uma mãe pode amar a seu filho com mais ternura e 
veemência do que a Deus, mesmo assim ela está pronta 
a antes perder seu filho do que ofender a Deus Tal 
mãe cumpre o :mandamento. · 
Podemos distinguir ~~ graus do amor de Deus:. 
O li' grau consiste na disposição da alma que quer 
antes perder tudo do que se separar de Deus pelo pe­
cado mortal; 
o 29 grau consiste em aplicar todas as forçasJ para 
evitar os pecados veniais; 
o 39 grau consiste na resolução de fazer sempre o 
mais perfeito. 
321. Como podem•os conhecer se amamos a Deus? 
Conhecemos que amamos a Deus, quando obser­
vamos os mandamentos. 
"Aquele que retém os meus mandamentos e os guar­
da, esse é o que me ama". (João, XIV, 21) - Quando se 
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134 
ama alguém, não se lhe ofende; antes, procura-se dar­
lhe alegria -em tudo, 
322. Por quê deve-mos amar •a Deus? 
Devemos amar a Deus: 
1) porque Ele nos concedeu tantos benefícios 
no corpo e na alma, e ainda nos concefle diària­
mcntc; 
2) porque nos amou desde toda a eternidade e 
nos chamou para a hem-aventurança. 
:3) porque Ele é o Bem sumo e infin-ilamente 
perfeito. 
1) "Deus amou de tal modo o mundo, que deu seu 
l'~ilho Unigênito, para que todo o que crê Nele, não pere­
ça, mas tenha a vida eterna" (João, III, 16) 
2) "Euamei-te com amor eterno, por isso, compa­
decido de ti, te atrai a Mim" (Jerem. XXXI, 3) 
3) "Um só é bom. Dc1.1s" (Mateus, x"IX, 17) 
323. Quando é perfeito o nosso amor para com Deus? 
Nosso amor pa.ra com Deus é. perfeito,. quando 
O amamos solirc todas as cousa8, porque Ele é em 
Si e por Si o Bem sumo e dignísRimo de se.e amado. 
Também o am-wr de gratidão pelos benefícios rece­
bidos, faz parte do amo!'· perfeito; pois a causa. deste 
am.01' é a bondade e amabilidade de Deus, que se revela 
em seus benefícios. 
Nós, portanto amemos a Deufi porque Deus nos 
amou primeiro". (I João, IV, 19). 
324. Que efeitos produz o perfeito amor? 
Es:::e amor une nossa alma a Deus pelo \ íncu!o 
da anii,1,arle, 
Por isso, diz a Sagrada Escritura sobre o }lfnfeitv 
a-rnor: 
"Quem permanece na caridade permanece cm Deus, 
e Deus nele". (I João. IV, 16) - Por isso, a contrição, 
unida ao amor perfeito, tc111 o poder de perdoar logo to~ 
dos os pecados mortais. (Compare-se à pergunta 728). 
(Todavia. permanece a ohrigação de acusar tais :>eca-
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135 
dos, na próxima confissão). Ex. Maria Madalena São ... 
lhe perdoados muitos p·ecados porque muíto amou"· (Lu-
cas, VII, 47) · 
32S. Quctndo é imperfeito nosso amor para com D-eus'? 
Nosso amor para com Deus é imperfeito, quan­
do nós O amamos principalmente, porque esperamos 
receber seus henef ícios. 
Ex.: O filho pródigo. "Quantos jornaleiros há em ca­
sa de meu pai. que têm pão em abundância, e eu aqui 
morro de fome! Levantar-ine-ei e irei ter com meu pai''. 
(Lucas, XV, 17, 18) 
326. P.or que mie-io se aumenta em nós o amor de Deus? 
O amor de Deus se aumenta em nús por meio de 
cada boa obra, especialmente: 
1) pela frequente e digna recepção dm; santos 
Sacramentos; 
2) pela meditação das perfeições e benefícios 
de Deus, principalmente da paixão e morte de Jesus. 
(, . t .ris o; 
.3) pela ahnega~'.ãO própria, e paciência nos so­
frimentos. 
327. Por que meio se diminui ou se perde o a·m-or de 
Deus? 
Pelo pecado mortal, perde-se o amor de Deus, 
e pelos pecados veniais debilita-se o seu ardor. 
APL,JOA()ÂO: Exercita-te diligentemente no amor pa­
ra com Deus, pensando ft•~qucntcmente nElc, .rezando a 
Ele, ouvindo e falando nEle- com prazer agindo nEle, so­
tudo por seu amor e nada temendo tanto como- ofendê-Lo. 
§ 2. DO AMOR DO PRóXIl\10 
l, Do amor d,o próximo em g.:~ra:l. 
328. Qual é o amor. que necessáriamente está unido 
ao -amor ~e Deus? 
Ao verdadeiro amor de Deu8-, um~-se necessà-
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136 
riamente o amor ao próximo: "Se alguém disser: Eu 
.amo a Deus, e odiar o seu irmão, é um mentiroso". 
( r~ João, IV~ 20) 
Por nosso ,próxir,w) entende-se qualquer pessoa, co­
mo Cristo claramente nos ensina na parábola do bom 
samaritano. 
329. Por que devemos amar o próximo? 
Devemos amar o próximo, porque: 
1) J csus Cristo o manda, e quer que por este 
amor sejam reconhecidos os seus verdadeiros discí­
pulos; 
2) Jesus Cristo nô-lo ensinou durante sua vida 
e na sua morte com o exemplo; 
3) Todo homem é filho e imagezn de Deus, res­
gatado com o sangue de Cristo e chamado à f elicida­
de eterna. 
1) "Nisto conhecerão todos que sois meus discípu­
los, se tiverdes amor uns aos outros" (João, XIII, 35) 
2) "Sêde pois imitadores de Deus, como filho:s 1nui­
to amados; e andai no amor, como também Cristo nos 
amou, e se entregou a si mesmo por nós a Deus". (Efes. 
V, 1-2). 
3) ''E criou Deus o homem à sua imagem; criou-o 
à imagem de Deus". (Gênes. I, 27) "Suportai-vos uns 
aos outros por caridade, solícitos em conservar a uni­
dade do espírito pelo vínculo da paz ... , como também 
vós fostes chamados a uma só esperança pela vossa vo­
cação". (Efes. IV, 2-4) 
330. Como deve ser nosso amor ao próxim,o? 
Nosso amor ao próX;imo deve ser: l ) sincero ; 
2) desinteressado; :3) universal. 
331. Quando nossa caridade é sincera? 
Nossa caridade é sincera, quando, de coração, 
queremos hem ao próximo e pronto.mente lhe faze-
1nos bem. 
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137 
"Não amemos (somente) de palavra e com a lín­
gua, mas por obra e em verdade" (1' João, III, 18) 
"Tudo o que vós quereis que ·os homens vos façam, 
fazei-o também vós a eles". (Mateus, VII, 12) 
332. Qucmd·o noss-a ;caridade é desinteressada? 
Nosa caridade é desinteressada, quando faze­
mos bem ao próximo por amor de Deus, e não para 
sermos louvados e recompensados pelos homens. 
"Quando dás esmola não saiba a tua mão esquerda 
o que faz a tua direita, para que a tua esmola fique em 
segredo: e teu Pai que vê (o que fazes) em segredo, te 
pagará". (Mateus, VI, 3-4) 
333. Quando no.ssa caridade é universal? 
Nossa caridade é universal, quando abrange to­
dos os homens, quer amigos, quer inimigos. 
"Porque se amais (somente) os que vos amam, que 
recompensa haveis de ter? não fazem os publicanos 
também o mesmo? E se saudardes sômente os vossos ir­
mãos, que fazeis nisso de especial? não fazem também 
assim os gentios?" (Mateus, V, 46-47) 
Isto não quer dizer Que devemos a todos grau i_q·ual 
de amor; podemos e devemos amar mais aqueles que es­
tão unidos a nós por um vínculo mais estreíto, como; 
pais, irmãos, amigos; e também os que são mais dignos 
ou mais necessitados de nosso amor. "Logo, enquanto 
temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente 
aos irmãos na fé". (Gal. VI, 10) 
2. D o a m .o r a o s i n í mi g o s e m p ar 1 i e u l ar 
334. Qual é a parte mais nobre e mais difícil dcc ca­
ridade? 
A parte mais nobre e mais difícil da caridade 
é o amor aos inimigos. 
335. :Não será bastan,te, para cumpriy êste preceito, 
não se ving-ar de nossos immig-os? 
Não; não basta não se vingar de nossos inimi­
gos, pois Deus manda que amemos nossos inimigos 
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138 
isto é, que lhes desejemos o bem e estejamos dipostos 
a socorrê-los em suas necessidades, segundo nossas 
po::,ses. 
"Eu, porém, digo-vos: amai os vossos inimigos, fa­
zei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos perse­
guem e caluniam, para que sejais filhos de vosso Pai 
que está nos céus, o qual faz nascer o seu sol sobre bons 
e máus; e manda a chuva sobre justos e injustos" (Ma­
teus, V, 44-45) 
336. t d e v e r r i g o r ,o s o praticar a .caridade para 
com os inimigos? 
Sim; é dever rigoroso praticar a caridade para 
com os inimigos; pois Cristo disse: "Se vós não per­
doardes, Deus não perdoará vossos pecados'~ (.\1ar­
cos, XI, 26) 
Cumpre-se este dever, quando não se cxcluc o ini­
migo das demonstrações comuns de atenção e de carida­
de, que se tem para com as pessoas do mesmo estado. 
Fazer mais que isso é aconselhávü-1 mas não obri­
gatório. 
337. Que devemos faz.er, se .ofendemos alguem? 
Se ofendemos alguém devemos ir prontamente 
teconciliar-nos com e1e. (l\1ateus, V, 23-21-) 
338. Que devemos lazer1 quando fomos ofendidos? 
Se fornos ofendido~, devemos de hom grado 
oferecer-nos pnra restabelecer a concórdia: perdoar 
de coração e anles sofrer injustjça do qw~ rdrihuir 
mal com ma). 
"Não torneis a ninguém mal por mal. Se é possivel, 
tanto quanto depende de· vós, tende paz com todos os 
homens não vos vingueis a vós mesmos, caríssímos; pois 
está e::;L:ri tu; A mhn me pertence a vingança; cu retri­
buirei. diz o Senhor" (Roman. XII, 17-19) 
Ex: José para com seus irmãos. Davi com Saul. 
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139 
339. Por quê devemos an,ar os nossos inimigos? 
Devemos amar nossos inimigos: 
1) porque Deus nosso Senhor o manda; 
2) porque Jesus, nosso divino Modelo, nos dá 
o exemplo de tal amor; 
:l) porque queremo~ que Deu~ também no:-:: 
perdoe. 
1) Ver passagem da S. E.scrít. da perg. 335; 
2) Mesmo para com seu traidor, Jesus procedeu do 
modo mais afável: foi-lhe ao encontro e disse: "Amigo, 
a que vieste? (Mateus, ~:XVI. 50) Mesmo na cruz, Je­
sus orou por seus algozes: "Pai, perdoai-lhes porque não 
sabem o que fazem". (Lucas, XXIII, 34) 
3) "Perdoai-nos nossas dívidas, comonós perdoamos 
aos nossos devedores". -
Parábola do servo máu. (Mateus XVIII, 23-35) 
3. D a s ·o b r a s d e m i s e r i e ó r d i a 
340. Qu.ais são aquêles que a Saagrada Escritura reco­
menda especialmente à nossa caridade? 
A Sagrada Escritura recomenda especialmente 
à no~sa caridade: 08 pobres, aR viuvas, os órfãos t\ 
em geral todos os que padecem nec..:essidades corpo­
rais e espirituais. 
341. Por meio de que obras deve,mos auxiliar aos ne~ 
oessitad:os? 
Devemo~ auxiliar ao8 necessitados por meio 
elas obras de misericórdia corporais e espirituais. 
"Bem-aventurados os misericordiosos: porque eles 
alcançarão misericórdia" (Mateus, V, 7) "Na verdade 
vos digo que todas as vezes que vós fizestes isto a um 
destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes". 
(Mateus, XXV, 40) 
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140 
342. Quais são as obras de misericórdia corporais? 
As obras de misericórdia cor por ais são: 1) Dar 
de comer a quem tem f orne; 2) dar de beber a 
quem tem sede; 3) vestir os nús; 4) d.ar pousada 
aos peregrinos; 5 ) remir os cativos; 6) visitar os 
enfermos; 7) enterrar os mortos. 
Ex: Tobias, S. Vicente de Paulo. S.ta Isabel de Hun­
gria, as Congregações religiosas de Irmãos e Irmãs de 
Caridade. 
343. É um d e v e r pr,aticar as obras de misericórdia 
corporais? 
É um dever í.ão rigoroso, que Jesus Cristo con­
denou ao fogo eterno os que não são misericordio­
sos, quando possuem mc:Íos e ocasião para praticar 
as obras de misericórdia. 
"Apartai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno 
que foi preparado para o -demônio e para os seus. E.njos: 
porque tive fome e não me destes de comer: tive sede, e 
não me destes de beber: era peregrino, e não me reco­
lhestes: (estava) nú e não me vestistes: enfermo e no 
cárcere, e não me visitastes... Na verdade vos digo: 
Todas as vezes que o não fizestes a um destes mais pe­
queninos, a Mim o não fizestes. E estes irão para o su­
plício eterno". (Mateus, XXV, 41-46) 
344. Que bens estão p~ometidos aos que fazem ,esmo-• 
las? 
Aos que fazem esmolas, estão prometidas bênM 
çãos temporais e principalmente graças espirituais 
para conseguir o perdão clos pecados e a vida eterna. 
41Aquele que dá ao pobre, não terá necessidade; 
aquele que o despreza quando lhe pede, cairá na penú­
ria". (Prov. XXVIII, 27) Exemplo: Tobias. 
"A esmola livra da morte (eterna)) e é a que apaga 
os pecados, e faz encontrar a misericórdia e a vida eter­
na'' ( Tobias, XII, 9). Exemplo: O centurião Cornélio. 
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141 
345. Quais são as obras de -misericór.dia espirituais? 
As obras de misericórdia espirituais são: 
1) Corrigir os que erram; 2) ensinar os igno­
rantes; 3) dar bom conselho; 4) consolar os aflitos; 
5) perdoar a:; injúrias; 6) sofrer com paciência as 
fraquezas do próximo; 7), rogar a Deus pelos vivos e 
defuntos. 
Exemplos: S. João Batista; S. Francisco de Sales, 
Santa Teresa; as Ordens ativas e contemplativas. 
346. :t também um dever praticar as obras de mise­
ricórdia espirituais? 
A prática das obras de misericórdia espiri­
tuais é um dever, quando uma pessoa é bastante in­
teligente para isso, e se lhe apresenta ocasião de 
praticá-las, pois o bem espiritual do próximo deve 
interessar-nos muito mais do que o corporal. 
Quanto à correção fraterna. só se é obrigado a fazê­
la, quando for necessário para a emenda do próximo e 
quando :se pode esperar qÚe ele tire proveito. Em todo 
o caso, a correção deve ser feita com a maior prudên­
cia, caridade e mansidão. 
APLICAÇÃO: Sê pacifico e benévolo para com todos. 
Considera sempre que teu próximo é um filho e uma ima­
gem de Deus. A ele se aplicam as palavras que Deus, ou­
trora, dirigiu aos israelitas: "Aquele que tocar em vós, to­
ca na menina de meus olhos'►• (Zacar. II, 8) Nunca retri­
buirás mal por mal, porém reza por quem te of endelL 
§ 3. DO AMOR CRISTÃO DE SI 1',IBSMO 
347. Pod.e o cristão amar-se a si mesmo? 
Sim; o cristão pode e deve amar-se a si mes~ 
mo, pois Cristo disse: '"Amarás o teu próximo co­
mo a ti mesmo". 
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348. Em quê consiste o amor cristão de nós mesmos? 
O amor cristão de nós mesmos consiste em, 
primeiro que tudo, olharmos pela salvação de no­
sas almal-', pois de sua salvação depende todo o 8eu 
bem estar e a felicidade eterna. 
"Que aproveita ao horpem ganhar todo o mundo. se 
vier a perder a sua abnâ?" (Mateus, XVI, 26) 
349. ?iodemos amar também o corpo e os bens tempo­
rais de um modo cristão? 
Sim; podemos e devemos amar o corpo, os bens 
temporais, a saúde, as faculdades e o bom nome de 
um modo cristão e .~obrenatural, considerando-os co­
mo dons de Deus e empregand9-o& em seu serviço. 
350. Quê se opõe ao amor cristão de si mesmo? 
O que se opõe ao amor crisHío de si mesmo é o 
amor desordenado de si mesmo ou amor próprio. 
também chamado egoismo ou egocentrismo. 
351. Quando é desordenado o amor de si m:e-smo? 
O amor de si mesmo é desordenado, quando o 
homem cuida mais de seu corpo e do temporal, do 
que de sua alma e do eterno. 
It chamado rtmor própJ·io, porque leva o homem a 
procurar sõ o próprio bem estar sem tomar em consi­
deração o bem estar do próximo; e até prefere a pró­
pria honra e a própria vontade à honra e à vontade 
de Deus. É a fonte de todos os pecados 
APLICAÇÃO: Combate desde cedo o funesto amor 
próprio, cm consequência do_ qual, em tudo o que se pensa, 
fala e faz, só se tem em vista a si próprio e às imaginárias 
boas qualidades. 
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143 
DOS DEZ MANDAlVIENTOS DE DEUS 
352. Onde se acha expre·ssamente estabelecido que 
dev,em,os am-ar a Deus e ao próximo? 
A ordem de amar a Deus e ao próximo acha-se 
expressamente estabelecida nos dez mandamentos que 
o Senhor deu ao povo de Israel, no monte Sinai, em 
duas tábuas de pedra. (Êxodo, XIX, XX) 
Os três primeiros mandamentos tratam do amor 
e honra devida a Deus, os outros sete, do respeito e 
amor que devemos mostrar ao nosso próximo. 
353. Por quê nós, os cristãos, .estamos :obrigados a 
observar êstes Mandamentos da Lei Antiga? 
Também como cristãos estamos obrigados a oh• 
servar estes mandamentos: 
l) porque Jesus Cristo, Senhor Nosso, não abo­
liu a lei moral do Antigo Testamento, mas confir­
mou-a r✓ ensinou a sua observância perfeita: 
2) porque os mandamentos contêm a lei natu­
ral, a qual ajnda me~mo t-em aquele testamento obri­
ga a todos os homr-ns por estar fundada na natureza 
humana e gravada por Deus em todos o~ corações. 
(Rom. II, 15) 
Os mesmos gentios estavam obrigados a observar 
a lei natural; mais exata e completamente desenvolvi• 
da nos dez Mandamentos. Pois se um gentio faltava a 
ela, sua conciência como no-lo assegura o Apóstolo, lhe 
dava testemunho, e os pensamentos interiores o acu­
savam de seu pecado. (Rom. II, 15) 
Ainda que a lei natural esteja gravada em todos os 
corações, não foi supérfluo, entretanto, que Deus a 
promulgasse em dez mandamentos com palavras cla­
ras e determinadas; pois nossa faculdade de conhecer 
o bem e praticá-lo ficou muito debilitada pelo pecaào. 
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ªNão terás em minha presença de·uses falsos; não fa­
rás para ti escultura, nem imagem alguma, para adorá-lan. 
(E::xodo XX, 34) 
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145, 
354. O que nos lemhr.am as palavras: "Eu sou o Senhor 
teu Deus". que precedem os dez mandamentos? 
As palavras: "Eu sou o Senhor teu Deus", lem~­
bram-nos que Deus é o nosso soberano Senhor, a 
Quem devemos obediência incondicional. 
PRIMEm,o MANDAMENTO DA LEI DE DEUS 
"Não terás em minha pli'esença deuses falsos; não farás. 
para ti escultura. nem imagem alguma, para a-­
dorá-la". 
1 ADOR~ÇAO 
355. O que manda e o que proíbe o primeiro manda-­
mento? 
O primeiro mandamento manda dar a Deus a 
honra que Lhe é devida, é proíbe dar a uma criatu­
ra a honra que só é devida a Deus. 
Para compreendermos perfeitamente o sentido de 
cada mandamento devemosatender não só às palavras, 
mas devemos, especialmente, penetrar no espírito des­
tas palavras, como Cristo claramente no-lo ensinou no 
sermão da montanha. 
356. De quantas maneiras é a ador,ação que devemos 
a Deus? 
A adoração que devemos a Deus é dupla: inte~­
rior e exterior. 
1 Adoração interior 
357. Como adoramos a Deus com um culto interior:? 
Adoramos a Deus com um culto interior, quan-­
do~ em nosso coração, rendemos a veneração devida 
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146 
a sua infinita Majestade, e nos submetemos a ela, es­
pecialmente quando: 
l) cremos em Deus, esperando nele o O aina­
mos imbre todas as coisas; 
2) adoramo-Lo, agradecemos-Lhe e nos subme­
temos humildemente a sua vontade. 
Adorar a Deus quer dizer: reconhecê-Lo e glori­
ficá-Lo como Senhor Supre.mo; por isso é claro que a 
adoração é devida somente a Deus. 
358. Como se peca contra a fé? 
Peca-se contra a fé: 
1) Por ignorância culpável em matéria religio-
sa; 
2) por incredulidade, heresia e dúvidas volun­
tárias contra a fé; 
3) por leituras e propaganda de escritos contra 
a fé; · 
4) por conversas contra a fé, ou mesmo, ou­
vindo as mesmas com prazer; 
5) por jndif erença em matéria de fé e pela ne­
gação da mesma. 
Os pecados contra a fé são especialmente graves, 
porque a fé é a base de toda a vida cristã e a primeira 
condição para a salvação eterna. - (Sobre a lndife­
re,nça. em matéria de fé, ver perg. 35. Os perigo~ pa­
ra a fé - perg. 41) 
359. Como se peca contra a esperança? 
Peca-se contra a e:--pcrança: 
l.) por dcsespPro e desconfiam;a; 
2) por presunção. 
Desespêro é a falta absoJuta de esperança. (Ex.: 
Caim, Judas). 
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14::7 
Desconfiança é uma esperança fraca e Yacilante. 
( Ex. : Moisés e os israelitas no deserto). 
Presunção é o excesso, o exagêro de esperança. Ex: 
alguém se expõe temeràriamente a um perigo de vida, 
na confiança de que Deus farâ um milagre para sal­
vá-lo; ou alguém contínua sem temor a sua vida pe­
caminosa, ou adía a penitência até o fim da vida, pen­
sando que Deus é infinitamente misericordioso. Ex.: 
No pináculo do templo, o demônio tentou a Jesus à pre­
sunção. - Os contemporâneos de Noé. 
360. Como se peca contra -o amor devido a Deus? 
Contra o amor devido a Deus peca-se por 4ual­
quer pecado, especialmente, por aversão e ódio con­
l.ra Deus, por ingratidão para com seus benefícios,. 
por queixa e murmurações contra suas dü,posi~ões 
paternai~. 
2. Cult,o exterior de Deus 
361. Com.o damos a Deus culto exterior? 
Damos a Deus culto exterior, quando no serviço 
divino público manifestamos nossos sentimentos de 
adoração por nu~io de ações exteriore~. 
Tais são: a oração em comum, a participação no 
culto divino público, o uso dos santos sacramentos e 
dos sacramentais, a prática de sinais católicos, por ex : 
a genuflexão, as mãos postas, etc. 
362. Por quê nos é preceit~•ad.o •o culto exterior.? 
O culto exterior nos é preceituado: 
1) porqut~ Deus não criou só a nossa alma, mas 
também nosRo corpo, e por isso mesmo, com um e ou­
tro devemo:-:; honrá-Lo e adorá-Lo; 
2) pon1ue está na nalureza do homem que o 
culto interior de Deus se manifeste exteriormente; 
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148 
3) porque o culto exterior favorece o culto in­
terior; 
4) porque o culto exterior é útil e necessário 
para a edificação comum, para nos fortalecer na fé e 
para a propagação da Religião. 
Naturalmente, sem o culto interior, o exterior não 
seria sincero, nem teria -valor algum; por isso Jesus 
Cristo chama os fariseus de hipócritas e sepulcros caia­
dos, porque se contentavam com uma piedade puramen­
te exterior. (Mateus, XV, 7; XXIII, 27) 
Quão útil é o culto exterior, quando procede do in­
terior, mostra-nos o exemplo do profeta Daniel, que 
preferiu ser lançado numa cova de leões a omitir o cul­
to exterior devido a Deus .. 
:363. Como se peca contra o cult-o exterior? 
Peca-se contra o culto exterior, descuidando do 
serviço divino ou assistindo a ele sem o devido res­
peito. 
Exemplo: O castigo que sofreram os betsamitas, 
porque tinham olhado sem respeito e por mera curiosi­
dade à arca da Aliança. 
3 Pecados. contra o culto. interior e ex­
terior 
·364. Como se peca. ao mesmo tempo. contra o culto 
divino exterior e int-erior.? 
Peca-se, ao mesmo tempo, contra o culto <livino 
·exterior e interior: 
1) por omissão das orações obrigatórias e ne-
gligência às mesmas; 
2) por idolatria; 
3) por superstição; 
4) por sacrilégio; 
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149· 
5) por simonia ou usura espiritual; 
6) pela fé no espiritismo, frequência às suas. 
sessões e uso de seus remédios. 
365. Quando 1:1e comete pe;cado de i d o 1 a t r i a ? 
Comete-se o pecado de idolatria, quando, se tri-­
buta a uma criatura a honra devida a Deus. 
Somos obrigados à oração, não somente por ser ela 
um meio necessário para obtermos as graças, mas ainda 
porque devemos dar a Deus culto de adoração e ação­
de graças. 
366. Quando se peca por s u p é r s ti ç ão ? 
Peca-se por superstição: 
1) Quando se honra a Deus e aos santos de um, 
modo que se opõe à doutrina e ao uso da Igreja; 
2) quando se atrihue às cousas uma virtude 
que não po<lem ler nem pela sua natureza, nem pe­
las orações da Igreja, nem por disposição divina. 
Há diversas espéc1es de superstições como: 
1) o uso de mefos ou de orações sttpirsticiosas) pa­
ra curar doenças, afastar desgraças, achar tesouros, etc. 
2) a adiv·inhação, como cartomâncía, decifração de· 
sonhos e coisas semelhantes para descobrir coisas ocul­
tas; 
3) a feitiçaria que consiste em querer operar coi­
sas prodigiosas com o auxílio diabólico; 
Entretanto, não é superstição, mas, prática muito 
louvável o uso de medalhas e outros objetos bentos, 
principalmente quando tal prática é acompanhada de· 
.confiança em Deus, na intercessão dos Santos e na bên­
ção da Igreja. 
367. O que se endende por sacrilégio? 
Sacrilégio é a profanação das pessoas, cousas 
ou lugares santos e consagrados a Deus, como por 
exemplo, a recepção indigna de um Sacramento, o 
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150 
maltratar a um sacP.rdote, a profanação de uma Igre­
ja ou dos vasoH :-agrados, etc. 
Exemplos: o rei Baltasar (Daniel, V).; Heliodoro 
( 2'·' Macab. III) ; expulsão dos mercadores do templo 
(João, II. 15) 
368. Quando se comete o pecad10 de s i m ,o n i a o u 
usura espiritual? 
Comete-se o pecado de simonia ou usura espiri­
l ual, quando se compram ou vendem objetos ~agra­
dos, cargos eclesiásticos e cousas semelhantes, por 
dinheiro ou cousa temporal equivalente, como Simão 
l\Jag;o o queria fazer. ( At. Apóst. VIII) 
A. Igreja pune este pecado com os mais duros cas­
tigos e também com a excomunhão. 
O ESPffiITISMO (1) 
O e.<;pir-ítünno é uma das heresias piores e mais per­
niciosas. 
É impossível ser católico e espirita ao mesmo tem­
po. Quem crê no espiritismo. frequenta suas sessões, ou 
toma seus remédios (passes. etc.). torna-se hereje e re­
nega sua fé. 
A malícia do espi-rit·ismo consiste, principalmente, 
na pl'elensa comunicação com as almas dos defuntos pa­
ra saber dele.:; coisas ocultas, o que Deus, já no Antigo 
Testamento proibiu expressamente: "Não se ache en­
tre vós quem consulte adivinhos ou observe sonhos e 
agouros, nem quem seja feiticeiro ou encantador; nem 
quem consulte aos pitões ou adivinhos, nem quem inda­
gue dos mortos a verdade; porque a todas estas coisas 
abomina o Senhor" (Dt. XVIII. 10) 
A maior parte das manifestações do espiritismo são 
imaginárias ou fraudulentas. 
Se ne-las realmente se manifesta alguém do outro 
(1) Extraído do '1Catecismo- da Doutrina Cristã,, pa­
ra uso da Província Eclesiástica de Porto Alegre. 
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151 
mundo, só poderá ser o demônio, o maior inimigo de Deus 
e dos homens. 
Satanás, muitas vezes, se transforma, aparentemen­
te, em anjo de luz1 fala em caridade, amor, salvação e 
atos de piedadeexterna, com o fim de enganar mais fà• 
cilmente os incautos. 
Rezemos muitas vezes esta belíssima oração do Pa­
pa Leão XIII, para que Deus, pela intercessão de S. Mi­
guel Arcanjo. queira livrar o Brasil e o mundo todo da 
peste do espiritismo: 
S. Miguel Arcanjo, protejci-nos no combate; cobrí• 
nos com vosso escudo contra os embustes e ciladas do 
demônio. - Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos; 
e vós. principe da milícia celeste, pelo divino poder, pre­
cipitai no inferno a Satanás e aos outros espíritos ma­
lígnos que andam pelo mundo para perder as almas. 
Amém. 
APLICAÇÃO: Faze muitas vezes atos de fé, esperança 
e caridade e nunca negligencies a oração da manhã, da 
noite e à mesa. Na Igreja, ccmporta-te com reverência e 
assiste com devoção à Santa Missa. 
§ 2 DA VENERAÇÃO E1 INVOCAÇÃO nos SANTOS 
369. Quê ensina a lgljeja Cat6lica acêrca da vene·ra­
ção e invocação dos S,antos? 
,.\ T grcja Católica ensina que é justo e salutar 
w~nerar e invocar os Santos. 
370. A veneração dos Santos não é contrária ao pri­
meiro mandamento? 
A veneração dos Santos não é contrária ao pri­
meiro mandamento, pois: 
l) não rendemos ao8 Santos uma Yeneração di . . 
v1na; 
2.) pelos Santo$, damoR honra e louvor a Deu~ 
mesmo, que para com eles sf' mo:::trou ríeo e pode­
roso. 
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152 
371 Que diferença há en.tre a honra que tributamos 
a Deus e a que tributamos aos Santos? 
1) Adoramos somente a Deus como a nosso Se­
nhor supremo; veneramos os Santos como ~ervos 
fiéis e amigos de Deus; 
2) a Deus adoramos por si mesmo; aos Santos 
veneramos pelos dons e graças que receberam de 
Deus. 
372. Mas. na veneração dos Santos, não nos aj•oelha. 
mos diante dêles, não lhes erigimos te,mplos e 
altare.s e não lhe ofer.ecemos o Santo Sacrifício 
da Missa, como a Deus mesmo? 
1) Na veneração dos Santos, nos ajoelhamos, 
mas não os adoramos, como o servo não adora o seu 
senhor, quando, de joelhos, lhe pede uma graça; 
2) Igrejas e altares são colocados sob a prote­
ção dos Santos e designados por seus nomes, mas são 
consagrados somente a Deus; 
3) o santo Sacrifício da ~Iissa também se ofe­
rece somente a Deus, ainda que, durante o mesmo, 
veneremos os Santos. (Ver perg. 700) 
373. Qual a diferença entre as orações que fazemos 
a Deus e às que dirigimos aos S,antos? 
A Deus pedimos que nos ajude por sua onipo­
tência; aos Santos, que nos ~ocorram por sua inter­
cessão perante Deus. 
374. Mas não é sinal de descolÚiança para oc1m Cris­
t-o. quando n-os dirigimos aos Sant.os? 
Não é, absolutamente, sinal de desconfiança pa­
_1·a com Cristo, quando nos dirigimos aos Santos pois: 
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153 
1) Esperamos de Deus a graça e a bem-aventu­
rança só pelos merecimentos de Cristo; 
2) se fosse um sinal de desconfiança, S. Paulo 
não se teria dirigido aos fiéis, para que o ajudassem 
com suas orações perante Deus. (Rom. XV, 30) 
Deus mesmo mostrou claramente, por numerosos 
milagres, que a invocação dos santos lhe é agradável. -
Na Sagrada Escritura, lê-se que Deus dissera: "Ide ao 
meu servo Jó;. . . e o meu servo Jó orará por vós". 
(Jq, XLII, 8) 
37 5. A quem dev,3mos inv.ocar e vener,ar especialmen­
te, acima de todos os ,anjos e santos? 
Acima de todos os anjos e santos, devemos vene­
rar e invocar especialmente a Bem-aventurada Vir­
gem l\1aria, l\Iãe de Deus, porque: 
1) é 1\ifãe de Deus; 
2) excede muito em graça, santidade e glória a 
todos os santos e anjos·; 
3) por sua intercessão, a SS. Vfrgem pode 
diante de Deus mais do que todos eles. 
376. A quê nos deve levar a veneração dos Santos? 
A veneração dos Santos deve levar-nos a fazer­
mo-nos semelhantes a eles, imitando as suas virtudes. 
Nos Santos, Deus nos deu, para todas as circuns­
tâncias de nossa vida, modelos que devemos imitar. Os 
Santos são os grandes herois do Cristianismo, os ver­
dadeiros ideais da humanidade. 
§ 3. DA VENERAÇÃO DAS IMAGENS E REUQUIAS 
DE CRISTO E DO.S SANTOS. 
377. Dev,emos venerar também as imagens de Cristo 
e dos Santos? 
Certamente~ pois se um filho honra os retrato::; 
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154 
de seus pais, e um súdito os de seu rei, com mais ra• 
zão podemos nós tributar honras às imagens de Jesus, 
Rei dos reis e dos seus santos. 
Quando, no anu 726, surgiu a heresia dos iconoclas­
tas, e, apoiada pelos imperadores gregos, dutante meio 
século, esbravejou contra as imagens e seus vcnerado­
dores, os cristãos verdad~iramente fiéis preferiram so­
frer o martírio a renunciar tão piedoso e coustante 
uso da Igreja. A heresia dos iconoclastas foi condenada 
no 71) concílio ecumênico, em Nicéia, no ano 787. 
378. Por quê vene•ramo.s as imagens de Cristo e dos 
Sant.os? 
Veneramos as imagens de Cri~t.o e dos seu~ 
santos; 
1) porque, nas imagens, veneramos o próprio 
Cristo e os Santos; 
2) porque, pelas imagens, somos estimulados 
ao amor p; à imitação de Cristo e do& Santos. 
379. Mas não é um sinal de que depositamos nossa 
confiança nas i ;n, a g e n s , quando se fazem pe­
regrinações a·os lugares em que ielas se acham? 
Não; pois fazemos as peregrjnações não por 
confiança na imagem, mas, porque s.abemo3 quP­
Dcus, por ela, já distribuiu muitas graças e benefí­
cios, e por isso, nesse lugar, nos sentimos anünados 
a rezar com especial confiança. 
380. Por qué veneramos as relíquias ou os restos mor­
tais dos Santos? 
Veneramos as relíquias ou rer-;to.s rnortai~ dot­
Santos: 
] ) porque seus corpos são membros vivos de 
Jesus Cristo, templos do Espírito Santo, e um dia 
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ªO que l>lasfe·m,ar o nome do Sen,ho1· seja pun:ido rle 
'iíWrte.: toào o 1,ovo o ct1)edrejarâ.'). 
(XXIV, 16) 
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156 
ressuscitarão para tomar posse da glória eterna; 
2) porque Deus, frequentes vezes, tem feito 
milagres por rneio das relíquias dos Santos. 
"E uns que estavam sepultando um homem, viram 
os guerrilheiros e lançaram o cadáver no sepulcro de 
Eliseu. E, logo que o cadáver tocou os ossos de Elíseu, 
o homem ressuscitou, e levantou-se sobre os seus pés". 
(Llvro 49 Reis,. XIII, 21) 
''Sendo aplicados aos enfermos os lenços e aven­
tais que tinham tocado no seu corpo (de São Paulo), 
não só saiam deles as doenças. mas também os espíri­
tos malignos se retiravam" (Atos Apóst. XIX, 12) 
Não é dogma que as relíquias expostas à venera­
ção sejam autênticas; i.sto se funda sõmentc em teste­
munhas humanas, todavia, dignas d-e fé. 
APLICAÇÃO: Venera devotamente os Santos espe~ 
cialmente a Santíssima Virgem, a S. José, a S. Luiz, Pa­
droeiro dos estudantes e ao Padroefro do teu nome. Lê a­
tentamente a vida dos Santos e imita fielmente seus exem­
plos. 
SEGUNDO MANDAMENTO 
"Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão"I 
381. Quê proíb\e Deus no 2. mandamento? 
No 29 mandamento, Deus proihe toda profana­
ção rle seu santo Nome. 
382. Corn,o se pro·lana o santo nome de Dieus? 
Profana-se o santo nome de Deus: 
1) pronunciando-o sem respeito; 
2) por blasfêmias; 
3) por imprecações { ou pragas) ; 
4) por juramentos pecaminosos; 
5) pela violação de votos. 
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15T 
383. Co1mo se peca. por i r r e v e r e n t e p r o n 'U n -
eia r do nome de Deus? 
Peca-se de irreverência contra o santo nome de 
Deus quando se pronuncia este nome na na ou corri 
alguma leviandade. 
Peca-se também, quando se pronuncia, sem reve­
rência, outros nomes santos! 
384. Quando s-e peca por b 1 a s fê m i a ? 
Peca-se por blasfêmia, quando se 1n1uria a 
Deus, aos Santos ou às coisas sagradas, por pensa­
mentos, palavras ou obras. 
No Antigo Testamento, a blasfêmia era castigada 
com a pena de morte. "O que blasfemar o nome do Se. 
nhor seja punido de morte; todo o povo o apedrejará". 
(Levit. XXIV, 16). Também deve ser considerada co­
mo blasfêmia a zombaria ou o escárneo da Relig·ião, se 
o que zomba tem intenção de tornar ridícula e despre­
zível a Religião, a Igreja Católica,os Sacramentos, ce­
rimônias e usos da Igreja. 
385. O que quer dizer i m p r e e ar ou r o g ar pra -
g as? 
Imprecar ou rogar pragas é desejar mal a si ou 
a outrem, no que, com frequência, se deshonra o no• 
me de Deus e de coisas santas. 
O costume de praguejar não é somente pecamino­
so e prejudicial para a alma, mas é também muito de­
shonroso para todo homem, porque é a express.ão de 
sentimentos grosseiros. 
Quanto é indecorosa uma tal linguagem para ho­
mens racionais, e, sobretudo, para católicos., para os fi­
lhos de Deus, cuja conversação deve ser celestial! -
Não raras vezes, Deus permite que tais pragas se cum­
pram de modo horrendo. 
386. Quê é j u r ar. ? 
Jurar é apresentai· a Deus, infinitamente sábio, 
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158 
por testemunha de que se diz verdade, e então clia­
ma-se juramento assertório; ou de que se cumprirá 
uma promessa e chama-se juramento promissório. 
O juramento E'.m si é bom e permitido; pois, por 
este meio, se confessa a fé na sabedoria, na veracidade 
e na justiça de Deus; porém, para isso é preciso que o 
juramento seja feito de ·um modo conveniente>t. Jura-
rás em verdade, e em juízo, e em justiça". (Jer. IV, 2). 
387. Quando se peca jurando? 
Peca-e por juramento: 
1) quando se jura falso, ou na dúvida se o que 
se jura é verdade; 
2) quando se jura sem necessidade; 
.3) quando se jura fazer algum mal ou deixar 
de fazer algum bem. 
Jurar falso é assegurar com juramento que urna 
coisa é verdade, sabendo que é mentira, e também afir­
mar com juramento que se cumprirá o que se promete, 
não tendo realmente intenção de cumprí-la - Jurar 
com dúvida é assegurar wna coisa com ·juramento, 
quando uma pessoa não está certa de que seja verdade, 
ou não tem a firme convicção de que a coisa se apoia 
na verdade. O que jura na dúvida, mesmo se é verdade 
o que jura, peca como o que jura falso, porque de pro­
pósito e concientemente se expõe ao perigo de jurar 
falso. O juramento falso chama-se também perjúrio! 
388. Temos sempre obrigação de cumprir um jura­
me11to? 
Sim; temo::; ~empre obrigação de cumprir um 
juramento, {JUanrlo o podemos, a não ser quando E,:~ 
jurou fazer alguma coisa má. 
(Ex.; Herodes). 
389. Q~e se deve dizer do juramento falso? 
Um juramento falso, prineipalmente diante do 
tribunal, é um dos maiores crimes, porque: 
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159 
1) Chama-se como testemunho da mentira ao 
pníprio Deus oniciente e onipotente, e assim tal ju-
1·amento é uma blasfêmia; 
2) destroe-se o meio mais sólido de conservar 
a fidelidade e a confiança entre os homens; 
3) com o perjúrio, a pessoa se afasta, por as­
sim dizer, solenemente de Deus e atrai sobre si a . 
sua ira. 
Além disso, não raramente o falso juramento causa 
grandes danos ao próximo. 
"Irá (a maldição) à casa do que jura falsamente 
em seu nome; e ficará no meio dessas casas, e as con­
sumira, à sua madeira e às suas pedras ... (Zacar. V. 4) 
390. Quê ,é um voto? 
Voto é uma promessa voluntária feita a Deus, 
pela qual uma pessoa se obriga, sob pena de peca­
do, a fazer uma cousa agradável a Deus. 
Um voto é, portanto: 1) uma promessa verdadei­
ra e própria, pela qual uma pessoa se obriga em con­
ciência a fazer ou a deixar de fazer uma coisa; logo, vo­
to não é um simples desejo ou um propósito; 2) uma 
promessa feita a Deu.s) pois os votos só se fazem a Deus, 
3) uma promessa feita a Deus de fazer uma coisa que 
Lhe é agradável, logo não se pode prometer uma coisa 
vã, pecaminosa ou nociva ao próximo, ou uma coisa que, 
apesar de ser boa em si, possa impedir um bem mais ele­
vado ou fazer com que se negligenciem outros deveres 
estritos. 
391. Há obrig°'ão de cumprir os votos? 
Sim; há obrigação de cumprir os votos, se não 
~obrevém impossibilidade de cumprí-lo~. 
"Se fizeste algum voto a Deus, trata de o cumprir 
sem demora, porque Lhe desagrada a promessa infiel e 
imprudente; mas cumpre tudo o que tiveres prometido. 
E é muito melhor não fazer votos do que, depois de os 
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A obra de piedade cristã obrigatória nos domingos 6 
dias santos) é a ass·istência devota à .Santa Missa. 
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fo.L 
fazer, não os cumprir" (Eclesiastes, V, 4-5) 
Portanto, só se deve fazer um voto, depois de ma­
dura reflexão, e não levianamente, sem consultar o con­
fessor. Este também deve ser consultado, quando o cum­
primento duma promessa se torna muito difícil. 
392. Que ,ordena Deus no segundo mandamento? 
No segundo mandamento, Deus ordena que ve­
neremos seu santo Nome, invocando-o com devoção, 
conf essanclo-o conf::tantcmentc e zelando por sua hon-
1 , • 
ra e gwna. 
A.PLICAQÃO: Guarda-te cuidadosamente do vergo­
nhoso háhito de praguejar e jurar. Invoca, porém, com 
frequência e devotamente os nomes de Jesus e de Maria, 
principalmente nas tentações. 
TERCEIRO MANDAMENTO 
"Lembra-te de santificar o dia do Senhor". 
393. A que nos obriga o terceiro mandamento? 
O terceiro mandamento obriga-nos a santifica.r 
o dia do Senhor. 
394. Qual é o dia do Senhor? 
No Antigo Testamento, foi o sétimo dia ou o 
sábado, cm mcmóriá do dia em que se completou a 
crjação; na Nova Aliança, é o primeiro dia da sema­
na, uu o domingo~ P.m memória do dia P.m que se com­
pletou a redenção. 
395. Por que se diz que a redenção se consumou num 
domingo? 
Diz-se que a redenção se consumou nmn domin­
go, porque foi num domingo que Jesus Cristo ressur-
6 - Grande Catecismo Católico 
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162 
giu do~ morto~, e num domingo t·nvwu o Divino E~­
pirit.o Santo à sua Igreja. 
Pela ressurreição de Cristo, a obra da redenção foi 
confirmada, e, pela descida do Divino Espírito Santo 
surgiu à luz a Igreja que nofi aplica as graças ela n·clen­
ção. (Ver perg. 229) 
396. Que nos é expressamente ordenado no domingo? 
No <lomingo, nos é expressamente ordenado: 
l.) assistir devotamente à santa MiR~a; 
2) abstt'r-nos de trahalho~ i;;ervís. 
397. Por meio de que outras obras piedosas podemos 
santificar o domingo? 
Podemos santificar o domingo: 
1) ouvindo o sermão, comparecendo à:-- in:-:.lru­
çõc~ da Religião e aRsiRtindo am; offoio~ divinos, à 
tanle; 
2) recebendo díguamcnte o~ santo~ Sacrmrn:n­
to::; e: LtzP.rnlo lei1 u ras piedo:--a~ e obra:-:- dl::' nu-í,lad•~ 
crisLã. 
398. Quê sao trabc::lhos serví.s? 
Trabalho;, servíi~ ~ão trahalhos c·o1·1u1n.11:-;~ 1·;...,·. 
cutado:-; hahitualrrwnte por t1m pn•f~arlo:-:, _jornal C'Í rn:-:- ,. 
, . 
opPrano~, . 
. Além das oi.J~as !Sc1:vb;, c~sra? tambôm p~oi;Ji~as ~Ll.­
tra,8 obras qrnl nao sendo propriamente servis, nao oo:-:;­
tantc, por serem ruidosas e estrepitosas, perturl)am con­
sideràvelmcntü O silêncio que requerem os ofícios divi­
nos. Tais são os atos judiciais, leilões, etc. 
399. Peccrm scmeri~e a:qu,$1,es que fazem trabalhos ser 
vis? 
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163 
servís, mas també1n os que, sem rn:~ce:;.,sídade, as exi­
gem de seus criados e operários. 
Os criados, aprendizes, jornaleiros, etc., devem pro­
curar um emprego em que lhes seja permitido come­
morar o domingo e os dias santos de guarda, conforme a 
lei divina e eclesiástica. 
400. Nunca será permitido executar trabalhos servis, 
aos domingos? 
J~ Jwrmitido fazer trabalhos servb, aos domin­
go:;, se as autoridades eclesiásticas, por motivos im­
porlm1tt'S ou µ;rave~, dispensam neste ponto, ou quan­
do urna nf'('.P::~íclade urgente o exige. 
401. Profana-se o domingo somente pela execução de 
trabalhos servis? 
Também se profana o domingo por obra~ más 
ou pPcaminosa~, por excessos e intemperança~, por 
joµ;o!'- " diversões Jjccneíosas, convertendo desla nrn­
nei ra n Ilia do Sr:nhor num dia de <levassi<lão e cs­
efrrnlalo~ público~. 
402. O que devemos teme·r pela profanação do domin­
go? 
J">p]a profanação do domingo, d<-~vemos tcrnt'i~ = 
1) os rastigos temporais e eternos rom que 
fh-.. 11.-- ameaça os que prof anum o domingo; 
2) para nãoprofanarmos o domingo, deve larn­
h(-m ~en,j r-no~ a considerm;ão de que {>, uma imper­
do[n1el kviandarlr consagrar tanlo~ dias ao hem do 
- .,. . .... l coq111 f:' nao querPr <'onsagrar wn so aoi:s n1tert-':"-~f's f a 
a 1nm imo1·tal: 
:3> oulro e!--tímulo para não profanarmos o do-
111m.L~:n --era a 1'(m~id~n:1<·ão de une o r,;p,-vieo divino do 
.> .1- -'> 
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r 
1 
O am,or àe Tobias para com 8eu velho pa·i. - "1Jlntão 
Tobias
1 
tornando do fe7, do peixe, untou os olhos de sei,, pai',. 
(Tob. XI, 13) 
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165 
domingo é a confissão pública de nossa fé católica e 
que, por conseguinte, sua profanação é uma afronta 
à Religião e um escândalo para nossos irmãos cató• 
licos. 
"Violaram inteiramento os meus sábados. Resolví 
poi~ drrnmiar o meu furor sobre eles no deserto, e ex­
terminá-los". (Esequiel XX, 13) "Aquele que violar o 
.sábado, será punido de morte". (.exodo, XXXI, 14) Zê­
lo do.s Israelitas na cdebração do sábado. (2'• Macab. VI, 
11) Assim era no Antigo Testamento. 
APLICAÇÃO: Celebra o dia do Senhor como dever de 
conciência e não te deixe~ sedu7ir, para o profanar, por 
pretextos vãos de diversões, nem pelo exemplo, n-em por 
ordem de ho~fü:ns corrompidos e seni religião. "Deus nos 
conceda esta graça. Não nos é proveitoso abandonar a lei 
e os preceitos de Deus" {l, Macab. II, 21) 
QUARTO MANDAMENTO 
"Honrar pai e mãe". 
§ 1. DEVERES DOS FILHOS E DOS SODITOS 
403. Que manda Deus no quarto m~damento? 
No quarto mmHlamento, Deus manda que os f i • 
lhos amem, honrem, obedeçam aos seus pnis e os sÚ• 
ditos aos seus superiore~. 
1. Deveres dos filhos para com os país. 
404. Por que devem os filhos respeitar, amar e obede­
cer aos pais? 
Os filhos devem respeitar, amar e obedecer aos 
pau,: 
1) porque oi-. pais estão em lugar de Deus: 
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166 
2) porque, depois de Deus, são seus rna10res 
benfeitores; 
~) porque os pai:,; devem educá-lo~ para Deus 
e para a vida t>lt-~rna. 
405. Quando pecam os filhos contra a honra e o res-
peito devido aos pais? 
n~ f;]ho.-- pecam contra o devido respeiLo: 
1) tJuanc]o desprezam ou menosprezam os pais; 
2) qumuJo falam mal deles; 
.~) quando ~e envergonham deles; 
!J.) quando lhe~ re~ponclern com aspcn~.za e de~­
dém. 
·\~uanto ao ôlho do que escarnece de seu pai, e do 
que dr.-sprcza a mãe que o deu à luz, arranquem-no os 
corvos que andam ~1 borda da ... c; torrPntes. e comam-no 
os filhos da á_g-nia" (Prov. XXX. 17) 
406. Quando pecam os filhos contra o amor que de­
vem aos pais? 
o~ filho~ pecam f'ontra n amor que devem a 
i-.Pll!-- }1~11~: 
·1 ) qnnndo Jhe:-:- :--ão inp:ralo!-- 1~ não reiam por 
,2) qtw.tido Hw.:- d,•:;ejam ou fazi·m algum mal; 
. ' 1 1 1 . 1 • t •.> quJn1 11 o~ cn n:-- 1•t·Pn1 nu ~f' uam con ra 
d.-~: 
l) IJli,111do nao º" :--iwtH-rem na:-' m·ce~sírlades e 
rni,; 'IIPº 1·t il 111 1·otn pa('iência . .;na-- fraquPza8. 
'·(1 <JW' !1•r'ÍI' seu pai ou s1rn rnãc. ~eja punido de 
nwt·IP. < l qu,:, arnaldiçoar SC'U pai ou ~ua mãe. seja puni­
do d,, mor11:" (Êxodo. XXI. U-17) "Filho. ampara a ve­
ihic•• de rr_'t~ pai. e não o r•n1TiSU'<'as durante a sua vi­
da'' ( Eclesiástico, III, 14). 
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167 
Exemplo: Jesus, mesmo agonizando na cruz, cuida 
de sua mãe. 
407. Quando pecam os filhos contra a obediência de­
vida aos pais? 
pai~: 
()-; filhos pecam contra a obediência devioa aos 
l) se não obedecem ou obedecem mal:. 
2) se não atendem à~ suas aclmoestaçõe.s; 
J) se resistem ao~ castigo!- que lhes impõem pe­
ia~ ~uas falta~. 
"Se um homem tiver gerado um filho contumaz e 
rebelde, que não atende às ordens do pai ou da mãe, e 
eastigado desdenha de obedecer. . ; o povo da cidade o 
apedrejará, e ele monerá. para que tireis o mal do meio 
de vós e todo o Israel, -ouvindo isto, tema" (Deuter. 
XXI, 18 - 21) 
408. O que têm a temer os filhos que não observam 
o 4.' mandament-o? 
Os filhos t]Ue não oh~ervam o quarto nianda• 
nwnto~ juntanwnle com H ignomínia e a afronta que 
c·,'wrn ~obre l•fo:,;, por serem rnáus filhos, têm sobre 
.:.i n nw l :li<;ão de Deus nesta vírla e devem tPnwr pa­
ra a outra a condenação eterna. 
"Maldito o que não honra seu pai e sua mãe; e to­
do o povo dirá: Assim seja" (Deuter. XXVII. 16) 
Exemplos: Cam. Absalão, os filhos de Helí. 
409. O que têm a esperar os filhos que fielment,: ob­
servam o 4.t ma.ndam•ento? 
0:- filho.~ que observam fielmcnle o quario 
111;,u1d1nnento~ lhn a ef-perar ne~la vida a prolec;ão e 
a h~nc.;ão dt• Dt·us e na oulra a f elieídadc eterna . 
. "Honra tPu pai e tua mfw que é o primeiro man~ 
,ltnncnto qu~ h·rn promessa; afim de que sejas feliz e 
tentrn.s lan:a vida sobre a terra" (Efes. VI, 2-3) 
E:H'm:plos: Sr.rn, Jafl't, haac. o jovem Tohias. 
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168 
2. Deveres dos súditos para com os superiores. 
410. Só (:1 nossos pais devemos respeito, amor e obe­
diência? 
Não só a nossos pais devemos respeito, amor 
.e obediência, mas também a nossos tutores, mes• 
tres, palrões, governadores, hem como a todas a:, 
autoridades eclesiásticas e civís. 
4Il. Por qué devemos respeitar, amar e obedecer a 
nossos superiores, como a nossos pais? 
Devemos respeitar, amar e obedecer a nossos 
RUperiores, como a nossos pais, porque são substitu­
tos ou auxiliares dos pais ou, de algum modo tfan 
sua parte na autoridade e rios direitos dos pais. 
412. Quais são os deveres particulares dos emprega­
dos para com seus patrões? 
Os empregados devem: 
1) respeitar os patrões e obedecer-lhes; 
2) zelar pelos interêsse5 dos mesmos; 
3) cumprir fielmente as obrigações impostas 
pelos empu~gos. 
"Exorta os servos a que sejam submissos a seus se­
nhores, a~radando-lhes em tudo, não os conlradi:t.emio, 
não os defraudando. mas mostrando em tudo inteira fi­
delidade". (Tito, II, 9-10) "Servos, obedecei em tudo a 
vossos senhores temporais não servindo só quando sob 
as (suas) vistas, como para agradar aos homens, mas 
com sinceridade de coração, temendo a Deus". (Colo~s., 
III. 22) "Servos, sêde obedientes aos vossos senhores 
com todo o temor, não só aos bons e moderados, ma:; 
também aos díscolos". (1 ~ Pedr. II, 18) 
413. Que deve1·es temos a cumprir para com os supe­
riores eclesiásticos? 
Estamos obrigados= 
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169 
l) a honrá-los e amá-los como representantes 
de Deus e como pais espirituais; 
2) a submeter-se prontamente a suas ordens; 
3) a cuidar de seu sustento, segundo a lei e o 
costume. 
1) "Terne o Senhor com toda a tua alma, e venera 
os seus sacerdotes,,, (Eclesiástico, VII, 31) 
~) Obedecei aos vossos superiores, e sede-lhes su­
jeitos, porque eles velam, como quem hã de dar conta 
das vossas almas, para que façam isto com alegria e 
não gemcmdo: ·pois isto não vos convém" (Hebr. XIII, 
17) 
3) "Assim ordenou também o Senhor aos que pre­
gam o Evangelho, que vivam do Evangelho" (1~ Cor. 
IX, 14) 
414. Quais são os nossos deveres para com os supe­
riores ciyís? 
E~Hnrnos obrigados: 
l) a prestar às autoridades civís estabelecidas 
por Deus, respeito, fidelidade e conciênciosa obediên­
cia; 
2) a pagar as contribuíções e impostos; 
3) a assistir-lhes, quando há necessidade, e de­
f endê-1os com nossos bens e nosso sangue contra os 
inimigo5, da pãtria. 
41 S. Donde procedem o poder e a autoridade dos su­
periores eclesiásticos e civis? 
Todo o poder e autoridade dos superiores ecle­
siásticos e civis vêm de Deus, a quem representam: 
os edA~iá.stir~os, no domínio espiritual, os ci ds, em 
negócios temporais. 
Não há poder que não venha. de Deus; e os (pode-
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170 
res} quf1 ,,xh.ttm1 foram instituídos por Deus'' (Rom., 
XIII 1) 
416. Corno se peca contra a autoridade eclesiástica ~ 
(~ civil? 
l ) por <lesprêzo; 
2) por críticas e maledieências temeráriaH; 
:1) por oposição e revolta; 
11-) por r Pcusa em pagar as devifl ~-..~ co nt rí h II i-
"Aquele pois que resiste à autoddadc, res..iste a or­
dem de Deus. E os que resistem atraem sobre si prõ­
pr'ioo a condenação.. É pois necessário que lhe estejais 
sujeitos, não sõmente pelo temor do castigo, mas tam-
i~ém por motivo d-9 conciência. . Pagai pois a todos o 
que lhe é devido; a quem tributo, o tributo; a quem 
imposto, o imposto; a quem temor, o temor; a quem 
honra, a honra11
• (Rom. XIII, 2-5-7) 
Exempos: Coré, Datan e Abiron. 
41 7. Em que casos é preciso desobedecer aos pais e 
aos superiores? 
]~ preciso desobedeet'r aos pais e uo~ Hlperiore~, 
quando ranndarnn alguma cousa que diante de Deu::­
é ilícita; pois "deve-se obedecer anteH a Deu.; que ao~ 
homens~~ (At. Apóst. V, 29) 
Exemplos: Os -três jovens na fornalha a1·dcnte, ('m 
Babilônia; os irmãos Macabeus; os Apóstolos diante do 
Sinédrio. 
418. Qual deve se·r o procedimento dos jovens par,:c 
com as pessoas idosas? 
Os jovem.: devem re~peitar o~ mais w~lho:-: e ou­
nr seui-. conselhos. 
;'Levanta-te diante duma cabeça encnnecida, e hon­
ra R pessoa do ,·elho" (Lev. XIX, 32) 
APLIC'.L1</Ã0: Honra teus pais. teu confessor. teu 
nw:;tn- e todoE- ,),!-: qUE\ cm e:onst'ouência de um cs.r,go o-u 
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171 
da idade têm alguma autoridade sobre ti. Obedece, pronta 
e alegremente, a exemplo de Jesus, para que "nfto gemas 
no fim.. e digas: Porque _detestei a disciplina, e porque 
o meu coração não cedeu às repreensões, nem ouvi a voz 
dos que ensinavam, nem dei ouvidos aos n1estres?" 
(Prov. V, 11-13) 
§ 2. DEVERES DOS PAIS E SUPERIORES 
419. O quarto mandamento encerra somente os deve­
res dos filhos e dos súditos? 
O quarto mandamento compreende também os 
(fo'IJer<'s dos pais e supen:ores. 
O 441 mandamento concede aos pais e superiores 
díreilo8 sobre os filhos e súditos. Estes direitos baseiam­
se nos de·vcres; por isso os dever·es dos pais e superioret. 
também estão compreendidos no 41.> mandamento. 
1. Deveres dos pais para com os filhos. 
420. Qual é o ptimeir-o e mais santo dever d-os pais 
para c-om os filhos? 
O primeiro e mais santo dtWfü' dos pais para 
com os filhos consiste em educá-los para Deus e paM 
ra a viria eterna; por isso devem: 
1) rezar fervorosamente pelos fi]hos; 
2) educá-los bem na Religião católica.; 
:; _) al'O~lurná-lo:-: dc:--de cti:do à piedadr. e à~ boas 
ohrc1--; principalmerür.- pelo horn exemplo; 
·l) prr$crvá-los do::; 1wrigos; 
-~) nhl íg:ar --uas falta~ (:om caridade cristã. 
·· 1;; , ós. pais echwai \ ossos filhos na. disciplina e nas 
instruções do Senhor" ( F:fés. VI, 4) - "O menino que 
b abandonado à suR. vontade, é a w~rgonha de sua mãe''. 
{Prov. XXIX, 15). "Não poupes a correção ao menino, 
porque, se lhe bateres com a vara, não morrerá. Tu lhe 
baterás com a vara, e livrarás a sua alma do infe1'no". 
(Prov. XXIII, 13, 14) 
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172 
-t2 l. Qual é o segundo e importante dever dos pais? 
O segundo dever importante dos pais consiste 
em cuidar do bem estar e progresso iemporal de seus 
filhos; por isso devem: 
1) conservar seus haveres em condições con­
venientes, e, se necessário, procurar aumentá-los; 
2) cuidar convenientemente do alimento, ves• 
tuário e da saúde de seus filhos; 
3) acostumá-los, desde cedo, ao trabalho e f a­
zer com que aprendam o que lhes pode ser útil. .. 
422. Como pecam os pais que negligenciam os deve­
res para com os filhos? 
Os pais que negligenciam os deveres para com 
seus filhos, principalmente quando não lhes dão uma 
boa educação cristã e católica, pecam gra1;emente, e, 
além disso, tornam-se participantes dos pecados de 
seus filhos, e, não poucas vezes, são a causa de sua 
perdição temporal e eterna. 
Exemplo: Heli. 
2. Deveres dos Superiores para com os súdítos. 
423. Quais são os deveres dos tutores. educadores, 
superiores e mestres? 
Os deveres dos tutores, educadores, superiores e 
mestres~ são relativamente os mesmos que os dos 
pais, visto que são seus representantes. 
424. Qual é a obrigaçfü, dos patrões para com seus 
empregados? 
Os patrões devem: 
1) tratar o:::- empregados com caridade; 
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173 
2) pagar-lhes o justo salário; 
3) animá-los com palavras e exemplos ao cum­
primento c-le !,eus r1ev~r~~ cristã.os. e à prática r1e todo 
o hem; 
4) afastá-los do mal e das más ocasiões. 
"Se tens um escravo fiel, estima-o como a tua al­
ma, trata-o como um irmão". (Eclesiástico, XXXIII, 
31) - "Vós, Senhores, tratai os vossos servos com jus­
tiça e equidade, sabendo que também vós tendes um Se­
nhor no céu". (Coloss., IV, 1) - "Se alguém não tem 
cuidado dos seus, e principalmente dos da sua casa, ne~ 
gou a fé e é pior que um infiel''. (P Tim. V, 8) 
425. Quais os deveres dos superiores para c.om seus 
súditos? 
Os superiores são designados por Deus para 
promover o bem de seus súditos; devem, portanto: 
l) promover, segundo suas forças, o bem estar 
dos súditos; 
2) exercer ~eu ofício com sabedoria e justiça 
íntegra; 
3) ea~tigar o mal; 
4) dar a todos bom exemplo por sua conduta 
c.risl:ã. 
''O príncipe é ministro de Deus para teu bem" 
(Rom. XIII, 4) 
"Josafá, dando as suas ordens aos juizcs disse: 
"Vêde o que fazeis, porque não exel'ceis a justir,,'a dum 
homem, mas sim a do Senhor; e tudo o que julgardes, 
recairá sobre vós. O temor do Senhor seja convosco, 
e fazei todas as coisas com diligência, porque no Senhor 
nosso Deus não há iniquidade, nem acepção de pessoas, 
hPm cubiça d(' dádivas" (21' ParaHp. XIX, 6-7) 
Nas eleições para cargos púhlicos, devemos ver se 
aqueles a quem queremos cle_r;cr possLtem os conheci­
rncntos indispensáveis, se vivem no temor de Deus, se 
têm uma vontade firme e honestidade comprovada. 
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·~• 
---·---
__ g_:&J=z.?_ -
"Todo o que derra.-nw,r o sangue hunwno, (será ca..sti­
gado) com. a efusão <.lo .<;eu próprio sangue; 1Jorqite o ho­
nunn foi feito à irnageni de Detts". 
(Gên. IX, 6) 
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175 
APLICAÇÃO: Honra sempre teus SU{leriores, como 
ministros dr. Deus f' nunca dês ouvido àqueles inimigos 1c 
toda ordem legal que "prometem a liberdade, quando eles 
mesmos são ei:-crnvos da corrupção". (2" Pedr. Il 19) 
QUINTO MANDA.MENTO 
"Não matarás" 
426. Quê proíbe Deus no quinto mandamento? 
No quinto mandamento Deus proibe todos os pe• 
cados pelos quais se causa dano ao próximo na vida 
do corpo ou da alma. 
427. Como se peca contra a vida corporal do próximo? 
Pe1~a-se contra a vida corporal do próximo: 
1) matando, ft~rindo ou e~paneando in_jm,la• 
mente o prôximo: 
2) pn~jndicando-lhc 
quando :-:P amarp;ura ou 
aflicõe~ t~ maw:: Lratos. 
·> 
Mntar só é lícito: 
a saúde, principalmente 
~e encm~ta a sua vi(la com 
1) ao governo para castigar certos crimes: 
:2) aos soldados. em defesa da pátria; 
;i) ,t todos, Pm l<:gítima defesa da vida e dos bens. 
428. É permüido propô:- ou aceitar duelo para defen­
der a hon.ra ultrajada? 
l\ão: (\ dtwln, ('ln qualqul:'r ('(t:-'o, nlC"n\0 que 
não s,~ja de rnü.i.'lC~ (~ um grande erínw que :-:;e opi•t' a 
Ioda~ "·" li·i~ di, i1w.~ e h1rnHma~, e~ por conseguinl(', 
não ,~ J>1:>1·n11\1do. 
Tortos os que t.omam parte cm duelos. como tam .. 
bém as 1estr-mnnhas Yoluntár-ias, incorrc~m em pena de 
excomunhão. 
429. Q1..w _pecado ccr.c;t:!le c,;1quele que, h1ju!jtan.-.:.·:?nte, 
1-:,·ata o prô~cimo? 
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176 
Quem injustamente mata o próximo comete um 
peearlo que brada aos céus, porque: 
l) usurpa criminosamente os direitos de Deus; 
2) destroe a segurança na sociedade humana; 
:1) lança o pró,;imo na mais profunda desgraça 
temporal, e~ muitas vezes~ precipita•o na eterna con­
denação. 
"Todo o que derramar o sangue humano, (será cas• 
tigado) com a efusão do seu rrróprio snnguc--: porque o 
homem foi feito à imagem de Deus". (Gên. IX, 6) - Já 
nesta vida o homicida é ntormentado com horríveis re­
morsos. e, muitas vezes,é castigado com uma morte ig­
nominio~a. como vemos cm Caim, (Gên. IV, 16), em Acab 
e Jezal>el (39 Reis, XXI; 21-24; 49 Reis, IX) 
430. O quinto mandamento proíbe somente as obras 
más e efetivas contra a vida do próximo? 
O quinto mandamento proibe também tudo o 
que conduz à obra má ou a ela excita, como: a ira, o 
ódio, a inveja, as rixa8, as palavras 1n3uriosas e as 
maldições. 
"Todo aquele que se irar contra seu. irmão, .será 
condenado em juízo". (Mateus, V, 22) -- "Todo o que 
tem ódio a seu irmão, é um homieída". (111 João, III. 15) 
431. Quando se peca contra a própria vida? 
Peca•se contra a própria vida: 
1) quando se lira a vida a si mesmo, ou t,e a 
expõe levianamente a um grande perigo; 
2) quando se prejudica a saúde por intempe­
rança, libertinagem e por ira violenta. 
432. Que pecado comete o suicida? 
O suicida comete um crime monstruoso: 
1) contra a divina majestade, a qual f.Õrncnte 
compete o direito sobre a vida e a morte; 
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177 
2) contra a própria alma~ que, ~em piedade, 
a atira para o fogo eterno; 
3) contra a sociedade civil e contra sua pró• 
p1·ia f umílin à qual causa luto e ignomínia indes• 
r,ritíveis. 
A Igreja. nega a sepultura eclesiástica aos suicidas. 
433. Nunca se pode expor a vida própria ou a saúde 
a algum perigo? 
Levianamente, nunca devemos expôr nossa vi­
da ou nossa saúde; mas tratando-Re de cumprir 
algum grande dever, como salvar a vida corporal ou 
espiril.u~il do próximo, não só é pern1íti<lo, mas, 
é, em muitos casos, um preceito expôr ao perigo a 
sua vida ou a saúde. 
'
1Kão temais os que matam o corpo e não podem 
matar a alma: mas temei antes aquele que pode Jançar 
no inferno a alma e o corpo". (Mateus X, 28} "O que 
perder a sua vida pot meu amor. achá-la-á" (~fateus, 
X, 39) 
434. Pode-se desejar a m-orte a si próprio? 
Por desespero e mau humor nunca se deve dese­
jar a morte; pode-se, porém, desejá-la por uma boa 
intcn~ão por exemplo: pelo desejo de nunca mais 
ofender a Deus P df' poder çontemplá-l.o face a f u­
ce no céu. 
"Desejo ser desatado fda carne). e estar com Cris­
tot> (Filip. I, 23) 
435. Como se danifica o próximo na vida da alma? 
Danifica-se o prôximo na vitfo da alma, quando 
,c:.e lhe dú esc[mdalo, isto é, quando intencionalmente 
se induz o p1:óximo ao pecado, ou quando~ voluntà-
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178 
rianwnle P sr•m nec·p~~idade, ~e lhe dá <H·a~1ao para 
cometê•lo. 
436. Quem é réu de escândalo? 
São n~us ele e~cândalo todos os tjlH.', 
modo, Pxcitarn ao mal, ou o aconselham, 
ordPnam ou o aprovam; e em particular: 
de ul~um 
auxiliam~ 
l) os que entretêm conversas ímpia~ ou imo­
ra1~ em pre~ença de outros nu ~e Yt"'~tem deshone~ta-
mente: 
2) o~ que espalham livros e Pslampas rnú.;: 
3) os que abrem suas casas a ladrões, ébrio~, 
jogadorps e u oulros homens vieio8os para fazerem 
1wla::- suas rt'1rniÕf"~ ilfcita~; 
4) o:-: superim·es que não impedem o mal! 11a 
medida de seu dcn.:'r, ou ati• nH ... ~nw o favor1'(·1·m pnr 
seu mau exemplo. 
437. Quê motivos nos devem intimidar para nao dar• 
mos escândalo? 
Deve horwri:..mr-nos do escândalo: 
l) o pen:-amcnto de que o c~eândalo~o é uni au­
\ i] iar de ~ataná.;;, t' ()IH~ inala a:-:; airna:-:- que .ie:::u . .;; Lri~• 
lo n:-:--µ;atou corn f) ~t~U :--anguc; 
2) a~ lt'rrÍ H'Í ~ corn;pquênc·iH:-- dt>:--le pecado: 
:1) n len·Í\ t'l ~e11tcn<;a de• Jesu,..;. Cri~lo: ~.o que 
Pi-cc111dal iz,tr u lll de~te:-:: pequenino~, quP 1T(~m cn1 
mim. m,·H10r Pie ff)rn •!Ut' ~e lhe pr--mlu1·1-1:-.-:.(' ao 
coco a mi"1 íJIJI' um a:-;no faz o-irar. r (Jlff• n Linc:1..;~,•ii1 .~ o ~ > 
no fundo du llH-Jr~" (?vL.tleu:-~ "\Vlll, 6) 
1) Ele (o demônio) foi homicida desde o princípio". 
1 J ort0 VIII. 0l4) 
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179 
2) Toda a humanidade foi COlT0mpida pela descen­
dência de Caim. 
3) "Ai daquele homem por quem vem o escândalo!" 
< Mateus, XVIII 7) 
~xemplo: Eleazar, que preferiu moner a dar es­
cândalo aos jovens. 
438. Que se deve fazer no caso de se causar da·no ao 
próximo no corpo ou na alma? 
Quando se causou dano ao próximo no corpo ou 
na alma, eleve-se não só arrepender-se e confessar o 
pecado, mas tamhérn reparar o dano cawrndo, quan­
to for po~~ível. 
APLICAÇÃO: Sê comedido e pacifico. Fog-e dos sedu­
tores; e não sejas tu mesmo sedutor e assas.sino da alma 
do próximo. Esforça-te antes para edificar os outros por 
tuas palavras e exemplos e assim cooperar na salvação das 
almas. 
SEXTO E NONO MANDAMENTOS 
• 
"Não cometerás aàultério" -- "Não cubiçaréts a 
mulher do teu próximo." 
439, Que proíbe Dsus no sexto e nono mandamentos? 
No sexto e nono mandanwnto~, DPu:, proibt>: 
l) o adultério e todo pecado contra a ('.i:!.~11 da­
de; 
2) tutlo o que induz à impureza. 
<Ver perg. 57): "E nem sequer se nomeie entr,: vós 
a fornicação ou quaJqucr impureza. como convém a san­
tos" (Efos. V. 3) 
440. Quais são os pecados contra a castidade? 
De um medo gera], é peeado contra a cnst.i,i.:t­
cle ! udo o que c~tá l1pulo a uma corn placPncia \'O· 
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O castigo de Sodoma e Gomo-r-ra. 
"Não sateis que sois templo de Detts1 e que o E:;pírito 
do Dous habita em vósl Se alguém violar o tcm.plo do Deu,s 1 
Deu,s o âestrufrâ. Porque é santa o templo de Deus, que 
sois vós". 
II Cor. III, 16-17) 
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181 
luntária em coisas impuras; a tais pecados, perten­
cem especialmente: 
1) consentir em pensamentos e desejos im-
puros; 
2) conversas, canções e gracejos impuros; 
3) ouvir e ler com agrado coisas impuras; 
4) olhares e ações impuras. 
Por desejos impuros, entende-se o desejo de ver, 
ouvir ou fazer alguma coisa impura. Na confissão, não 
devemos 110s acusar somente que consentimos em desc~ 
jos impuros, mas declarar taml.Jém a que espécie de ve­
cado, tais desejos se referiram; por ex.: desejei volun­
táriamente ver coisas impuras. Quando se tem düvida 
se alguma coisa é ou não contrii.ria à santa pureza: de­
ve-se pedir esclarecimentos ao confessor e, enquanto se 
estiver na dúvida, evitar tal açào duvidosa. 
441. São graves os pecados con.tra a castidade? 
Sim; todo pecado contra a castidade, per. 
f citanwnte voluntário, é pecado mortal; entretanto, 
un:1 é mais grave que o outro, conforme as pessoas 
com as quais se comete o pecado ou conforme seja 
mais vergonhoso e contra a natureza, e segundo são 
mais nocivas_ as suas consequências. 
442. O que induz geralmeute à impureza? 
Induzem à impureza: 
l) 
')' .... ) 
.3) 
4) 
5) 
olhares curiosos; 
modas indecentes; 
más t:ompanhias e leituras imorais; 
comédias indecentes e bailes; 
relações demasiadamente livres con1 pessoas 
de outro sexo; 
ó) ernhr1aguês e ociorüdu<le. 
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A f eUcidade da família cristã praticaiite. Boni-avent·u.ra<los os puros de coração, porque eles ve~ rã.o a, neu..s". 
(Mat. V, 8) 
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443. Por que deve cada um guardar-S,11"3 especialmente 
da impi1reza? 
De·v1· cada um guardar-~t' P~pecialmrntc da im­
Jmreza, porque não há pecado mcÜ6 vergonho&o e 
mai~ funesto ~m suas eonsequência~, do qur o peca­
do e I('~ impur~za. 
444. Por quê o pecado de impureza é tão vergonhoso? 
O pecado de impureza é Ião vt~rgonhoso, porque 
cometendo-o, o homem, imagem e templo de Deus, 
ehamado a uma vida pura e santa, se rebaixa até o 
nível do~ animais. 
Es1 e vício procura SC'mp1·t' os lugares escuros e ocnI­
tos. 
445. Quais são as e o n se q u ê n e i as da impu­
reza? 
l) A. impureza priva o homem da inocência e 
infecciona-lhe o corpo e a alma; 
2) conduz a muitos outros. pecados e vícios e 
muitas reze~ ao homicídio e ao desesp<~ro; 
:-i) precipila o homem na miséria, na infâmia e 
na itmomínia, e por último, na (:ondena,;ão eterna. 
"Não sabeis que s.ci.s templo de Deus, e lJ.Ue o Espí­
ritc de Deus habita em vós? Se alguém violar o tem­
plo de Deus. Deus o destruirá.Porque é santo o templo 
de Deus. que vós sois" (P Cor. III. 16•17). "Aquele que 
se junta com prostitutas tornar-se-á corrompido; chega• 
rá a ser o pasto da podridão e dos vermes" (Eclesiásti­
co XIX. 3) ---· -'Pelo que toca aos deshonestos. sua parte 
será no tanque ardente de fogo e de enxofre" (Apoc. 
XXI, 8). 
Exemplos: O dilú\·io. Sodoma e Gomorra. Herodes e He­
rodíades que, pela impureza, foram induzidos a deca­
pitai, S. João Batista. 
446. Que o r d e n a Deus no sexto e nono man. 
damentos? 
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184 
No sexto e nono mandamentos, Deus ordena que 
sejamos honestos e puros em nossos pensamentos, 
olhares, palavras e ações, e qu~ guardemos com ·su­
mo cuidado a pureza de nossas almas, como o maior 
bem e o mais bdo adôrno do homem. 
447. Por que devemos estimar, de modo especial, a 
virtude rla castidade? 
Devemos estimar a virtude da castidade, de mo­
do especial: 
1) porque ela faz os homens +;emelhantes aos . 
anJos; 
2) porque nos alcança uma especial amízade 
de Cristo e dos santos; 
3) porque nos concede a felicidade interior e 
disposição para a prática do bem, principalmente pa­
ra relações com Deus, na oração. 
1) A cn~1idade é chamada. de nreferência, a virtu­
de an.gélfoa; S, Luiz: " o jovem angélico". 
2) O Filho de eDus escolheu para sua Mãe, a Vir­
gem puríssima, para seu pai adotivo, o casto S. José, e 
para .beu ai.scipuJo pnidileto, o apóstolo S. Joi-w, que 01·a 
virgem. 
3) "Bem~aventurados os limpos de coração, porque 
eles verão a Deus" (Mateus, V, 8). 
448. Que m e í o s devermos empregar para conser­
var a castidade? 
Para conservar a castidade, devemos: 
J) fugir das más companhias e das ocasiões 
de pecado; 
2) guardar os sentidos, principalmente a vista; 
3) recorrer a Deus e à SS. Virgem no tempo da 
tentação; 
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185 
4) receber frequente1nente os santrn, sacramen. 
tos; 
5) pedir com f~rvor a virtulle da pureza; 
ú) pensar que Deus está sempre pre.senle, e 
que a ·qualquer momento podemos morrer. 
"Aquele que ama o perigo perecerá nele". ( Ecie­
siãstico III, 27) esta sentença aplica-se espücialmente 
em relação aos pecados de impureza. Quem, ao contrá­
C'io, foge do perigo e procura o auxílio de Deus, ficará 
intato no meio das chamas da tentação, como os três 
jovens na fornalha ardente, em Babilônia. 
APLICAÇÃO: Pensa muitas .vezC?s nas palavras da Sa­
grada Escritura: "Oh, quão formosa é a geração casta com 
o seu brilhot A &ua memória é imortal, e é louvada diante 
de Deus e diante dos homens. • . Coroada para sempre, tri­
unfa. ganhando o prêmio nos combates pela castidadet•. 
(Sabed. IV, 1-2), 
SÉTIMO E DÉCIMO MANDAMENTOS 
''Não furtar". - "Não cobiçarás a casa. nem o cam· 
po. nem o servo, nem a serva, nem 
o boi. nem o jumento de teu próxi­
mo. nem coisa alguma que lhe per . ... 
tença . 
449. Quê proíbe Deus no sétimo e décimo mandamen­
tos? 
No sétimo mandamento, Deus proibe causar 
dano ao próximo em sua propriedade por meio de 
roubo, furto, fraude, u~mra e por outros meios in­
justos; no décimo mandamento, proibe também 08 
desejos de· possuir de maneira injusta os bens alheios. 
O sétimo e décimo mandamentos têm por objeto as­
segurar e proteger a propriedade do próximo. Isto supõe 
que a propriedade particulat·, assim como existe e sem­
pre exi~tiu, é ju:sta. Logo. as atuais doutrinas comunis-
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Nao fu1·ttri'âs. "Que !t.p1·ouei.ta ao honi.f·-m .<1u11hw· t-ocfo 
o m1rn1.'o 8c Uer a ve1·der a s-ua ulnw?-'' 
(Mat. :XVI, 26) 
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187 
tas que combatem o direito de propriedade, são falsas e 
cont1·árias à lei divina. Por isto, nenhum cristão deve a 
elas aderir. 
450. Quando se peca por roubo e furto? 
J.) Peca-se por roubo, quan<lo, com violência, 
e coni..ra a vontade do dono, se tira algum bem alheio; 
2) peca-se por furto, quando se tira o bem 
alheio à..s <'Slxmdídas. 
45 I. Que outros pecados deve,m .ser considerados co­
m.o furto? 
São pecados de roubo ou furto: não pagar as 
dívida:--~ comprar, ocultar ou vender coi~as rouba­
da:;;; não !',':-'tiluir coi~a~ achatlas ou furtada~~ ou ao 
nicno~ o seu valor. 
Só se pode conservar objetos achados quando depois 
de se fazrrem ;:is rlP.vitfa.s dilig-êndR.s, nífo se encontrou o 
proprictár'io. 
452. Quando se peca por fraude? 
Peea-se por fraude, enganando no peso, na me­
dida, ua qualidade, passando moeda falsa, empre­
gando material ruim, f azetulo obra mal feita, falsi­
ficanrlo mr--rcadorias, e, principalmente, adulterando 
gênerm; a1iment:íeios. 
Se alguém foi defraudado, não adquire com is1o o 
direito de enganar a outros, para se indenizar. 
453. Qua.ndo se peca por usura? 
Peca••Sc por usura: 
1) quando se exige juros ilícitos por uma so­
ma emprestada; 
2) quando se compra cereais ou mercadorias 
para vendê-la~ por um preço exorbitante; 
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188 
3) em geral, quando se abusa da necessidade e 
da ignorância do próximo para seu próprio provei­
to e ganho. 
454. Como se peca ainda contra o sétimo mandamen. 
to? 
Peca.se também contra o sétimo mandamento: 
1) quando, por malícia ou negligência culpá• 
vel, se prejudíca ô próximo nos seus bens; 
2) quando se toma parte em pecados contra 
este mandamento por conselho ou au.,>d.lio. 
Graves e injustos danos co.usa aquele gue. po1· joga­
tina ou dissipação, leva sua família à miséria, ou que 
difama os negociantes e operários para lhes tirar 'os fre. 
guêses, como todo aquele· que, por qualquer meio ilíci• 
to, impede alguém de ganhar honestamente aquilo a que 
tem direito. 
Pertencem a este número os estudantes, que, por 
faltft de aplicação não correspondem às despesas dos es­
tudos, ou que desperdiçam o tempo e o dinheiro destina­
dos aos estudos, em leviandades, prazei·es e gastos inú­
teis. 
455. Quando são graves os pecados con.tra o sétimo 
mandamento? 
Os pecados contra o sétimo mandamento são 
graves, quando com eles se causa notável dano à 
propriedade do próximo. 
465. Quando se peca gra-vemente, embora por pe­
quenos roubos e prejuízos? 
Os pequenos roubos e prejuizos ao próximo tor­
nam-se pecados graves, quando: 
1) são repetidos com frequência, de modo qut>; 
o proprietário sofre um dano notável, ou mesmo 
quando há vontade de os repetir com frequência; 
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2) quando o próximo sofre grandes prejuizos 
pela falta dessas coisas que, em si, são pequenas, e 
tais prejuízos já foram previstos de antemão pelo 
que os causa. 
457. Que se deve fazer quando se possue um bem a­
lheio ou se prejudicou o próximo? 
Deve-se restituir o bem alheio e reparar o da­
no, conforme. for possível; sem isso não há perdão de 
Deus. 
458. Quem está obrigado a fazer à restituição ou re­
paração dos danos? 
À restituição ou reparação dos danos está obri-
ga.do: 
l) aquele que roubou o alheio, ou tiuem o po2-
sue e causou o dano; 
2) se o primeiro, que foi causa principal do 
dano, não o repara, e~tão obrigados a isso os que. 
tomaram parte no pecado, ou aqueles que não o im­
pediram podendo, e que, por ofício, deviam fazê-lo. 
4-59. Quando se. deve restituir? 
l) Quando ilícita e cientcmente se adquiriu, 
reservou ou prejudicou uma coisa alheia, deve-se in­
denizar perfeitamente o proprietário; 
2) se o dano ou roubo sucedeu, sem que disso 
se tives:.=;c conciência, então Jogo que se ficar ciente 
de que se po~sue um bem alheio, dcve~se restituir t.u­
do quanto dele ainda exista, e tambfan o aumento 
de riqueza que dele proveio. 
No primeiro caso, não basta restituir a coisa rouba­
da, ou. no CHSO elo a mesn,a não existir mais, o preço e-
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190 
quivalente ao que tinha quando se roubou, mas _é neces­
sário restituir o que os bens roubados produziram ou 
produziriam se não tivessem sido danificados; entretan­
to, pode-se reter dos produtos da coisa roubada aqueJas 
despesas que o proprietário devC'ráter. fe_ito para co~se~­
vá-la_ Em uma palavra, deve-se restituir ao propneta­
rio todo o lucro de que foi privado, e pagar todo o dano 
que se lhe causou. 
No .'ff,Y'ttndo caso, deve-se restituir tudo o que ainda 
existe do bem alheio e aquilo que tem produzido, dedu­
zindo, contudo, as despc-sas de conservaçfw 
460. A quem devemos restituir o bem alheio? 
Dt>n· ser re~tituirlo ao propriMário ou a :,;pu~ 
hPrdeíro:-:. 
Quando i~1o não for pos~Í\'l~l, devt~-~e dá-1o ao~ 
puhrt-'~ ou empregá-lo em ohra.-: dt:> (:aridadt•. 
461. Quê se deve fazer quando não .s,e pode fazer logo 
a restituição? 
DPn·-~c· empregar ~erianwnle toda a e.li) ígênc:ia 
para fazer a n"'slilnil;ão ou repan:t<,;ão o nrni~ drpre~­
!-:-U possível. 
Quando se está em dúvida sobre a restituição ou 
indenização. deve-se pedir con~elho ao confessor. 
462. Quê devemos considerar para não lançar mão 
do alheio ou para não omitir a restituição? 
n,,, Pnto:- eon~iderar: 
1) que a rnorlt~ no:-i arrebatará o~ lwn~ inju~h> 
mentt"' adquirido:-: " i:-:to mai::- d(•pr<>~:-ia do que o es­
peramo,..;; 
2) que a po~~P do hem alheio não 1 raz consigo 
f Plit-idade, tH·m ht'n-:ão, mas :--Ím dP~:rra(:a~ anµ;ú~tin~ 
1nald1(Jio e uni fim de::-grat;ado; 
•)' l • • • l 1 ,) ) 'l"'~ naua JlHll~ UTHClOlli.l fl() q1ff•~ por t::n 
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hem f.H-t~~agP1ro, pt->rder o céu •~ precipilar a alma no 
fogo eterno. 
"Aquele que semeia a iniquidade. colh~rá males" 
(Prov. XXII. 8). 
"Que aproveita ao homem ganhar todo o mHndo, se 
vier a perder R sua aJma ?'' (Mateus. XVI, 26) 
463. Quê manda: Deus no sétimo e décimo manda­
mentos? 
No ~hinm r· décimo mandamentos, Deu~ man­
da dar a cada um o que e seu e e~tar contenh:• com o 
que ~P po~sue. 
O 1>nlire den' lª.Star contente com o que possuc ou 
com o que• pode ganhar honestamente. Deve alegrar-se 
por se' v01· semeJhante ao Divino Salvador, que era po­
br~ e tüo amante da pobreza. que a exaltou como uma 
bem-aventurança. Quando os pobres Rão aplicados e e­
conômicos, Deus e as pes.soas de bem o.s auxilié1m pa1·a 
poder,,m vi\·er hem. 
O ,'i<'o devP. proteger os pobres. pois Deus o exige; 
P, ~e nüo o fizer('rn, ouYirão, um dia, dos lábios do Juiz 
divino a terrível P rigorosa palavra: "Tive fome, e não 
me dc~tcs de comer: tive sêde. e não me d~Ates de bt:?-
ber C'tc.'' 
APLICAÇÃO: •·- Nunca furtes, ainda que uma coisa 
mínima, nem mesmo a teus pais. Considera e toma a peito 
as palavras 1 ão verdadeiras: "Pelas coisas pequenas se 
pl'jnc1pH1. <' inulrnerüc\ se cai em grandes" "Bens adqui­
ridos injustamente não trazem proveito'', - Não apegues 
teu coração ao dinheiro. nem a bens passageiros, pois "a 
raiz de todos os males é o amor ao e.linheiro" (I Tim. 
VI, 10). 
OITAVO J\/IANDAMENTO 
"Não direis falso testemunho contra o t,eu próximo" 
464. O que proíbe o oitavo mandamento? 
O oü,no nrnndnnwnlo 1n·111lw l<>vanlar fabo 
te:--;lí'lllllnlw 1·ontra o prú,i1no, i:-:lo e\ fazer declara-
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"Cerca te'U,8 ouvidos com espinhosJ não queiras ou,vir 
a Zingua -m.á·''. 
(Ecli, XXVIII, 28) 
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193 
ções falsas, perante o tribunal, contra a pessoa acu• 
sada; proíbe também todos os pecados que po<lcm f e­
rir a 1x1 rdaclc ou a honra do próximo. 
465. Qual é o dever daquêle que deve prestar um tes­
temunho perant,e o tribunal? 
Quem prcci:,u.r fazer um depoimento perante o 
tribunal deve llPclarar pura e plenamente a verdade, 
assim como sahc, sem nada acrescentar, nem dimi­
mnr. 
Este dever é grave. pois, em geral, tais depoimcn-­
tos estflo ligados a um juramento. 
"Tendo mandado vir dois homens, filhos do demô­
nio ... ; e eles, como homens diabólicos, deram ies1.c~mu­
nho contra Nubot" (3ç Reis. XXI, 13). 
§ l. PECADOS CONTRA A VERDADE 
466. Como se peca contra a verdade? 
Peca-se contra a verdade por toda espécie de 
mentira e falsidade. 
467. Que quer dizer mentir? 
l\tlentir é dizer concientemcn!e e de pr1;p1')t,:Ilu 
uma falsidade. 
468. Não se deve jamais mentir? 
Não; nunca se deve mentir nern para utilidade 
própria nem alheia, e nem por graeêjo. 
"A mentira é no homem uma vergonhosa mancha 
(Eclesiástico XX, 26), A mentira. segundo a intenção do 
que a diz, divide-se em: 
a) oficiosa, que se diz para prestar serviços, para 
sair-s-e de certos embaraços cu para preservar-se de al­
gum dano; 
b) pernic-íosa, quando se pretende causar a1 ~um da­
no ao próximo; 
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194 
e) jocosa, quando com a mentira, se pretende fa­
z~r rir. Quando, porém, se tratam de contos em que há 
tantas aventuras e invcrossimilhanças, que todo homem 
razoável pode descobrir a falsidade, então não há men­
tira, mas puros gracejos. 
Tambi'm certas fórmulas de civilidade, ampliações e 
histórias imaginárias não são mentiras. 
469. Não se pode calar a v;erdade, quandó se é inter­
rogado? 
Há casos em que é permitido, e, às vezes, ate 
rigoroso dever calar a verdade. 
1) E' pe1'mitido calar a verdade, ou dar uma respos. 
ta evasiva, quando aquele que foterroga não tem ne• 
nhurn, dirt::ito àe exigir que se lhe revele a verdade; 
2) é de1,n cal fl r a verdade. q mm do se tr a 1 a de um 
segredo, cuja revelação seria contrária à priidência ,;ris­
ta, a i.:<..trilú1,J.e ou às ob1'igu.ções profissionais. 
470. Quando se peca por lingimento? 
Peca~se por fingimento, quando, pelo comporta­
mento exterior, se quer induzir os outros a erro. 
Urna forr.ia especial da dissimulação é a hipocrisia, 
pela qual uma pessoa se finge melhor ou mais piedosa do 
que na realidade é. 
"Ai de vós, Escribas e Fariseus hipócritas: porque 
sois semelhantes aos Eepulcros branqueados, que por fo­
ra parecem formosos aos homens, mas por dentro estão 
cheios de ossos de mortos, e de toda a podridão. Assim 
também vós por fora pareceis justos aos homens: mas 
por dentro estais cheios de hipocrisia e iniquidade". 
(Mateus XXIII, 27-28). 
§ 2. PECADOS CONTRA A HONRA DO PRôXIMO 
471. Como se peca co.ntra a honra do próximo? 
Peca-se contra a honra do próximo: 
1) por difamação e calúnias; 
2) por palavras injuriosas e desprezíveis; 
3) por suspeitas e juízos temerários. 
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195 
472. Quando se peca por diJamação? 
Peca.se por difamação, quando se publicam as 
faltas do próximo~ sem necessidade. 
473. Quando se pode revelar faltas do próximo? 
Po<le e mesmo se deve revelar as faltas do pró-. 
x1mo: 
l) quando se necessita de um conselho; 
2) quando é necessário para maior bem do pró• 
x1mo; 
3) para evitar um mal maior. 
Porém n[!sses casos, devemos observar e atender ao 
seguinte: 
1) que a!'; faltas ou pecados devem ser manifesta­
dos só1nr'nte às pessoas que podem remediá-las, e quem 
os manifesta deve ter uma boa intenção; 
2) ao m:mifestar as faltas do próximo não é lícito 
aumentá-lns ou cxagerâ-las, nem dar o duvido::.o como 
ccrw. 
A difamação está ligado o dct.estõ:vcl vício de le·var 
m,c:):'.e1·ico:-1, o que consi::.te ern contar a uma pcsr,oa, cmn 
má intcnçfto, tudo o que se ouviu dizC'r de d0svnntajoso 
a seu rcspei io, semeando assim a sizânia, o ódio e ini­
mizades mortai,c;. A Sagrada Escritura diz a esse rcs~ 
peito: "O mexeriqueiro e o homem de duas línguus é 
maldito porq1;e pf'rtnrha muitos que vivem em paz". 
(Eclesiástico XXVIII, 15). 
474. Como se peca por calúnia? 
Peca•se por calúnia, quando se atribue ao pró­
ximo faltas que não cometeu ou se exagera as que 
tem. 
"Aquele que dctrae ocultamente a outrem, é seme• 
lhante à serpente que morde ca:ada". (Ecle.siasto X, 11). 
475. A difamação~ a calúnia são sempre pecados gra­
ves? 
Não; a gravidade desses pecados depende de 
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196 
certas circunstâncias. Em geral, pode-se dizer da ca­
_l únia e da difamação que são tanto mais graves: 
1) quanto maior é a falta e mais respeitável a 
pessoa de quem se fala; 
2) quanto maior é o dano que se lhe causa; 
3) quanto mais numerosassão as pessoas que 
ouvem a calúnia ou a difamação; 
4) quanto mais maliciosa for a intenção que 
se tem, 
476. Que se deve fazer, quando se difamou ou calu­
niou o próximo? 
1) Quem difamou o próximo, está obrigado a 
restituir-lhe a honra, desculpando-o na medida do 
possível, ou exaltando suas boas qualidades; 
2) quem caluniou o próximo, deve retratar a 
calúnia; 
3) em ambos os casos, há obrigação de rcpa­
r ar todos os danos causados. 
477. Também é pecado ouvir falar mal do próximo? 
E' pecado ou-vir falar mal do próximo: 
1) quando se escuta, com prazer, a~ conversas 
maledicentcs; 
2) quando não se impedem tais cunver::;as, em­
bora se possa fàcilmente; 
3) quando se dá ocasião ou se ali 1nenta a con• 
vcrsaç.ão dos murmuradon~s, por meio de pcrguntag 
ou sinais de aprovação. 
"Cerca os teus ouvidos com espinhos, não escutes 
a língua má", (Eclesiástico XXVIII, 28) "O vento do a­
quilão dissipa as chuvas, e o rosto triste, a língua mal­
dizente", (Prov. XXV, 23) 
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197 
478. Quando se peca por palavras de injúria e des­
prêzo? 
Peca-se por palavras de injúria e desprezo, 
t{uando se lança ao rosto do próximo o que o rebai• 
xa perante os outros. 
Também se pode injuriar o próximo sem prof e rir 
palavras, isto é, tratando-o com sinais de desprezo ou 
omitindo as devidas manifestações de respeito. 
Quando se injuria a alguém, deve-se pedir descul­
pa, principalmente se a ofensa foi grave. 
479. Quando se peca por suspeitas falsas e juízos te­
n1erários? 
1) Peca-se por falsas suspeitas, quando, sem 
motivo suficiente, se presume mal do próximo; 
2) Peca-se por juízo temerário, quando, sem 
razão suficiente, se tem por certo e verdadeiro algum 
mal do próximo. 
"Não julgueis, para que não sejais julga dos. . . E 
por que vês a arésta no ôlho de teu irmão, e não vês a 
traye no teu mho?" (Mateus VII, 1-3). 
O oitavo mandamento foi promulgado, cm prir.1.ciro 
Jug-ar, para proteger a hoúra do próximo; porém, disso 
se conclnc também que devemos cuidar de nossa prõpria 
honra, conforme o mandamento: 41 Amarás a teu próxi• 
mo. como a ti mesmo". 
§ 3. CUIDADO DA PRôPRIA HONRA - DOMtNIO 
DA UNGUA 
480. Até que ponto dever.nos cuidar de nossa própria. 
honra? 
Derenrns cuidar de no~:-:a pnlpria honri.1., na me­
dida que o exige a honra de Deus, a edificação do 
prúxirno e os- deveres de nosso estado. 
"Pr-ocu,.·c.mc-::; fuzc'r o bem. não só diante de Deu::;, 
rnas também d-innte dos homens" fII Cor: VIII. 21) -·--· 
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
198 
No cuidado de nosso bom nome e reputação, devemos, 
porém, guardar-nos, com dJigência. de ultrapassar a 
justa medida. Port an+o devemos estar dispostos a rn­
f-rer injúrias e cscárneos. quando isso rf'duncla <'m gló­
ria para Deus, em salvação para o próximo ou para nós, 
j; i,0s,,,,., !"nntido ane cti·~ a ~_,;,,-racla E'-C'l"1u1 a: --~P .-tl-
guém te ferir na tua face direita, apresenta-lhe também 
.,. 0;•1 r:i'' (~\Pr1"1~· V, 3~)); e ··Se soi'- u!traiados í'Or <'RU• 
sa do nome de Cristo, bem-aventurados sereis". (I Pedro, 
IV, 1,1) Lxe111plo dus AlJübLOlus. \Atos A_,,ó;,;1, V, -l.i) 
481. Como devemos cuidar de nossa própria honra? 
Devemos cu-i<lar de nossa própria honra, usan­
clo de meios lkito~~ principalmente, por uma vida 
virtuosa e evitando até a aparência do mal. 
··Tende 1.ima boa conciõncia: para que. naquilo em 
que diz-em mal de \'ÓS SC"jam confund•dos os que caJu~ 
.ni:un o vo~~r, bom• prO<"'("dcr em Cri~1o" (I Pedro. III, 
:i.G) "Guardai-vos de toda a aparência d\) mal''. (I Tess. 
V, 221, 
Pt·esunção, vaidade e desprezo dos outros, são rnc-ios 
im.própr.:os para pro~cgcr o bom nome: do mesmo modo, 
1nr:~os oc; outros meios con:.rfu:ios à modéstia e à humil­
d~de cristãs. 
402. Ou:? de .. ,emos fazer para nos preservc:r de::; peca~ 
do~ da tngua? 
Par a uos preservar dos pecadots da lír.guo., de­
vemos: 
l) falar com reflexão •C com,i<lerar que teremos 
de dar coritas, no dia do juizo, de toda pa.lJ.vra ocio.;­
sa. U,fat. XII, 36); 
2) conservar nosso coração livre das ambiçõe:;, 
da in\'eja, do ódio e de outras puixões desordenadas. 
1) "Aquele qt;c- ~ua1·da n. s11a boca guarda a sua al­
m~. po ... é•m n "' te ~ inconsiderD.do no falar scntir:í ma­
les". (Prov. :XIII, 3). 
2) ''Con&o µodcis dizer coi.sas bons, vós que i;oís 
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199 
mau~? porque a boca fala da abundância do coração". 
0\'latcu~ XII, 34). 
483. Que ordena Deus no oitavo mandamento? 
Deus ordena no oitavo mandamento que: 
1) sejamos sempre sinceros; 
2) dominemos a língua; 
3) cuidemos de no~sa própria honra e da do 
próximo. 
"Se aJ~uém não peca r1Pln na1::ivra. ('<:t" (node-se di­
zer que) é um homem perfeito►'. (Tiago III, 2). 
··Mais vrJc o born nome do que munas riquezas". 
(Prov. XXII, 1). 
APLICAÇÃO: ~ Detesta toda mentira e fingimento! 
Nunea fales descaridosamente de teu próximo e não o o­
fendas cem palavras injuriosas: "o golp0 de uma vara faz 
uma pisadura: mas o golpe da língua esmigalha os ossos". 
(Eele::;iástico XXVIII, 21). !\ao ocultes, porém, as tahas do 
próximo àqueles que as possam corrigir. 
DOS MANDAMENTOS DA IGREJA 
484. Quais são os preceitos que os cristãos devem ob­
servar, além dos mandamentos de Deus? 
Os cristãos devem observar também os manda­
mentos da J greja. 
 observância dos mandamentos de Deus, estão o­
brigados todos os homens, pois estes estão inscritos no 
coração de todos os homens (lei natural) e se funda­
mentam na natureza humana; à observância do:, man­
damentos da Igreja, porém, só os cristãos estão obriga• 
dos, pois só eles são súditos da Igreja. · 
485~ Donde vem à Igreja o direito de impôr preceitos? 
Estp, direito a Igreja o recebeu do próprio Jesus 
Cristo, que lhe deu o encargo de reger e governar os 
fiéis em seu nome. 
''Tudo o que ligardes sobre a terra. 1erâ ligado tam. 
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
200 
bém no céu: e tudo o que desatardes sobre a tcrl' a, será 
desatado tumbém no céu". (1\fotcus, XVIII, 18) 
Portanto, quem despreza os mandamentos da Jgre• 
ja, despreza o próprio Cristo. "O que vos ouve, a mim 
ouve: e o que vos dl'spreza, a mim despreza" (Lucas 
X, 16). 
486. Quê enc;erra ainda este poder da Igreja? 
Este poder da Igreja encerra também o direito 
de velar sobre a observância dos mandamentos e Lle 
castigar os Lransgressores. 
Os castigos que a Igreja comumente aplica são: 
privação dos santos Sacramentos, da sepultura eclesiás• 
tica e a exclusão da comunidade religiosa ou excomu~ 
nhão. 
487. Quais sãos os principais mandamentos da Igreja? 
Os principais mandamentos da Igreja são cinco: 
19 ouvir l\lissa inteira nos domingos e festas de 
guarda; 
21
' confessar-se ao menos uma vez cada ano; 
39 comungar ao menos pela Páscoa da Ressur­
reição; 
49 Jejuar e abster-se de carne, quando manda a 
santa l\fadre Igreja; 
SQ Pagar dízimos segundo o costume; 
A Igreja, além dostcs mandamentos, promulgou ou• 
tras leis que se estendem sõmente a um estado em par­
ticular ou que se estendem a todos os fiéis, mas só• cm 
determinadas ci~cunstânci as; por exemplo; sobre o ca­
samento, a vida sacerdotal, os templos, etc. Estas leis 
estão contidas no Código de Direito Canônico. 
Uma grave obrigação imposta pela Igreja em nos-
sos dias é o dever da "1lção Católica" · 
488. Para que a Igreja estabeleceu estes preceitos? 
A Igreja estabeleceu estes p1·eceitos: 
1) para melhor explicar os mand&mentos divi-
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20] 
nos e determinar mais cxutamcnte o quanto em s1 eu­
cerram; 
2) para nos esliinular a levar uma vida piedo­
sa e penitente e, por este modo, promover a nos~a sal­
vação clcrna. 
489. Como nos obrigam os mandamentos da Igreja? 
Os mandamcnlos da Igreja nos obrigam estrita­
mente, isto é, sob pena de pecado grave. 
"Quem não ouvir a Igreja, seja considerado como 
um gentio e um publicano". (]\-1ateus XVIII, 17) Já no 
Antigo Testamento Deus ordenara: "Aquele que, dei­xando-se levar pela soberba, não quiser obedecer ao 
mandato do sacerdote, esse homem mo::-rerá, e tirarás 
o mal do meio de Israel; e todo o po\To, ouvindo isto, te­
merá, para que dai em diante nenhum se inche d~ so­
berba". (Deuteronômio XVII, 12-13). 
PRINIEmo MANDAMENTO DA IGREJA 
·•ouvir Missa inteira nos domingos e festas de guarda". 
490. Quê nos ordena o primeiro ma,ndamento da Igre­
ja? 
O primeiro mandamento da Igreja nos ordena 
ouvir IVlissa, do começo até o fim, com atenção, res­
peilo e devoção, todos os domingos e dias santos de 
guarda. 
491.. Por que motivo a Igreja ordena justamente a as;: 
sistência à santa Missa aos domingos e festas de 
guarda? 
A Igreja ordena justamente a assistência à 8an• 
ta Missa aos domingos e festas de guardat porque o 
santo sacrifício da l\íissa é o ato mais santo e perf ei­
to -do q1ho divino, pelo qual parlemos venerar digna-
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20.2 
mente a Deus e abrir-nos a mais rica fonte de graças. 
(Ver pcrg. 696) . 
f 
492. Quem é obrigado a ouvir Missa nos domingos e 
festas de guarda? 
São obrigados a ouvir ~1issa nos domingos e f es­
tas de guarda todos os católicos que tem o uso da ra­
zão e não estão impedidos por motivo grave. 
Motivos graves que podem dispensar da Missa ~e 
preceito: doença, velhice, máu tempo, distância, v~agcrn 
inadiável, perigo de vida, cuidado de doentes e temor 
fundado de grande prejuizo nos bens. 
493. Quando ee peca contra êste mandament.-,? 
Peca-se contra o primeiro mandamento da I­
gre.1a; 
1) quando, por própria culpa, se deixa de as­
sistir à santa 1\·'lissa ou uma parte da mesma; 
2) quando, durante o santo sacrifício se estã vo­
luntàriamr~nle distraido ou se porta irreverentemente, 
"O Senhor está no seu santo templo; cale-se toda 
a terra diante düle". (Habac, II, 20) 
494. Onde de"Jem os fiéis assistir à santa Missa nos 
do1'!'Üngos e dias mr.,1.1.tos de guarda? 
Os fiéis devem assistir à Santa lvlissa nos do .. 
mingos e dias santos de guarda, em sua Igreja paro­
quial, porque nesta o pároco prega especialmente pa­
ra seus paroquianos e oferece por eles a santa Missa. 
Todavia, também se satisfaz ao preceito da Igrejat 
ouvindo-a em qualquer outra Igreja pública. 
4:JS. O pri::.;.10~):'0 mm1.dcn.'::~c,nto te!mbétr.: nos ordena ou­
T;ir o sermão? 
Não está ordenado na letra deste preceito que 
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203 
se ouça o sermão, mas está contido em seu e!:-1pírito, 
pois tal assistência contribue para a digna celebração 
dos domingos e festas e é um dever essencial <los 
bons cristãos. 
Desde tempos antiquíssimos o sermão costuma ser 
feHo no tempo da Missa, logo depois do Evangelho; por 
isso, a Igreja, que prC'scrcve a assistência à santa Mis­
€.a, não precisa dar uma ordem expressa de que se as­
~ista também ao sermão. 
496. Por que devemos assistir também ao sermão? 
Devemos assistir ao sermão, 
1) porque a palavra de Deus é um poderoso 
meio de sal va.ção, e foi ordenado pelo próprio Deus; 
2) porque lemos a necessidade de recordar as 
verdade~ da fé e <lc sermos exortados à prática do 
bcrn; · 
3) pm·qne temos o dever de nos edificar mutua­
mente Df'"io f'Xf•mn]o df" piedade f'risl 5. 
O que é de Deu&, ouve as palavras de Deus. Por is­
so, \ Ó.::, nifo üs ou ;is, tAJ!'!(UC nào sois de Deus". [João, 
V'lII. 471 E'. portanto, uni má11 sinal, qul:lndo se negli­
gencia a audição da palavra divina. 
~97. C:,m:, dovem,.Js ouvir a pcilavra do Deus? 
Devcnws ouvir a pa!avr:1 <lc Deus: 
] ) com ntcnç[t0,- rc~peito e sü1cero desejo de a­
proveitarmos dela para a nossa salvação; 
2) punclt'.rmHlo sobre a:, verdades que ouvimos, 
fazendo ap1 icaç-ã,u <~ seguindo-as fielmcr.!e. 
"Bcm-aventur~c.os nqucles riuc· ouvcr1 n i)aluvra de 
Deus, e a põem ~m prática". (Lucas, XI, 28). 
498. Cor.1 que fim se eslctbelecer·c.m1 cs fostas do Se-­
nhor? 
As festas de .f csus Cri..,to foram r.stabelecidns: 
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
204· 
l) para ·que meditemos os mistérios de nossa 
Hcdenção. 
2} pai·a dar graças a Deus pelos benefícios que 
nos concede; 
:1) para renovar nosso zelo e fervor no serviço 
de Deus e assim nos tornarmos dignos dos frutos da 
Redenção. 
499. Com que fim se estabeleceram as festas dos San· 
tos? 
As festas dos Santos foram estabelecidas: 
l) para que louvemos ao Senhor pelas graças 
com que os rnnqueceu, e quP por sua intercessão 
conceda também a mís; 
2) para nos trazer ü memória os exemplos de 
~uas virludcs e a sua felicidade no céu~ e excitar.nos 
a tomar a resolução de imitá-los; 
3) para que os invoquemos como medianeiros 
chanie de Dem~. 
SOO. Pode a Igreja abolir ou transferir as festas? 
c\~sim como a I~rejn. tem o direito de csUibele­
cer ns fe.-;t..1s~ tcrn ta:rnbénl o ,lin•i to de aholí-las, trans-
f , J 1· • , J l . . . 1 ~ en- as ou .1.1n11la- ni.; a e c~tcn:runados .1ugares, con1or· 
me o c~:j~~ircm o \emnn e a~ tircun5tfincias. 
l. .1 . 
A douti'i-11.a da Igreja é E! deve sei- sempre a mesma, 
•PDI'CJ Ltc n H'.r·dacfo não n1L:dn. Tal, porém, não sucede c'.om 
a orga11 i;::aça.o e as dispo.siçc3ei., que a Igrcj a cst.abc;J f!cc 
no corn:-r cfos .sóc.ulo~; nisso c>la pode atender às circun~­
t r.1wl;1-. de turn1:o ,_, dP 11::;·n_r·. Pnr-1Rri'1o. pode hnH·1· di­
versidade na celebração das fostas, sem que isto preju~ 
dique u Hitlorido.d(~ d.a J,;,·cjc'- iH::!Ir! a u:L:iu.dc du· _fe, nem 
a doutrina. nc.•m aos costumeB. 
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205 
~-tPLlCA.ÇAO: -~ Seja para ti uma i·c·i;i·a inviolável o 
a~sist ir. 1.'m IUél paróouia. quando te ro1· po;-;:sín:-1 nos ofí­
cios divinos e ao sermão nos domingos e dias festivos. 
ORDEM DAS FESTAS LITúRGICAS 
NO ANO ECLESIÁSTICO 
1. Sob a inspiração do divino Espírito Santo, a Igre­
ja instituiu e m·denou as solenidades litúrgicas de tal rno­
do, q'..le. durantL: o ano c-cles1ástico, toda a vida de Nosso 
Ser.hor Jesus Cristo passa, cm seus mistérios principais, 
diante de nossos olhos. A~sim sendo, devemos viver os mis­
térios de nossa Redenção e apropriar-nos de seus frutos 
por uma devota celebração dessas festas. Ao lado das fos­
tas de Nosso Senhor, a Igreja inseriu outras, em honra de 
Nossa Senhora e dos Santos mais eminentes. O conjunto 
dessas solenidades ~ucessivas que anualmente, se reno·v·am, 
forma o ano alf:.siâstico, também chamado ano litú.r{J-ico 
ou cristl:io. 
2. Distinguem-se festas móveis e inióveis. 
Imóveis são as festas que recaem sempre no mesmo 
dia do mês; po:- ex Nata( que se celebra sempre aos 25 
de dezembro. 
A distt·ibuiçfH> das festas móveis 1·egula-se pela Pás~ 
coa; por ex.: Pentecostes - celebrada 50 dias depois da 
Páscoa. E a própria festa de Páscoa é móvel: cai sempre 
no domingo depois da 1 ~ lua cheía de março. 
3. As festas maiores sfw precedidas de uma co·m.emo­
raçr'io rt véspen, (vii.ülial. e alJ.;urnas s;ío ~erc;u1dus dP um ni­
tavário o~memorativo (oilava). 1.\.s duas festltS culmin.1;1-
tes ele Nos~o Senhor - I\;nal e Páscoa ~ são prceed.idas 
de uma preparação maior e st•gnidas de uma comemora­
ção ainda mais prolongada, e formam duas grandes épo~ 
cas ou c-iclos litfrrgicos. 
A. FESTAS DO SENHOR 
l. C i e l o d o N a t a l 
1. A preparação para o Natal ou a vinda do Senhor. é 
o Advento, t:om a qual come~;a o ano cdesiústico. Abr;, 1 t:~e 
quatro semanas e lembra-nos os 4.000 anos, cheios dt de-
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206 
sejos e expectativas, que precederam a vinda do Messias. 
Durante o Advento devemos preparar nosso coração, por 
meio da penitência, aspirações e ardentes súplicas, para 
que Cristo venha nascer espiritualmente em nossas almas. 
A cor roxa dos paramentos e a Missa "Rorate" exprimem 
estes sentimentos 
2. No dia de Natal, o ofício divino começa à meia-noi­
te, porque esta noite foi especialmente san1if1cac.J.a µelo 
nascimento" do divino Infante; é, pois, uma noite santa e 
con~agrada. Nesse dia, carla SacPrrlote pode cekhr;-,1' 1 rês 
santas Missas em memória da t1·ftJlice geraçãodo Verbo~ 
eterna, no seio do Pai; temporal, no da Virg-r!m Santí~síma; 
espirítual, no coração dos homens. O fru~o princ1paJ que 
devemos colher no mistério do ~a.tal é o amor à pobreza, 
à humildade e à mortif icaç<io. 
3. No tempo comemorativo do Natal, destacam-se 
duas grandes festas: 
A Circundsfw e a Epifania. A festa da Circu:ncisão 
coincide com o início do ano civil (1•1 de janeiro}; como na 
Circuncisflo, o divino Infante recebeu o nome de Jesus cs• 
ta coincidência nos exorta a começar nossos trabalhos 
neste San tíssimo Nome. 
A festa da Epifania, nos 6 de janeiro, é celebrada co­
mo uma grata rcconlaçfio dP Cllit! o Sa1vmlor reci•m-nnsd­
do chamou a Si, por uma estrela prodigiosa, os três Magos 
clu u,·u::nte, como rcpre.,Cni.antcs do nwndo pagào. E tAc •.. 1e 
modo, Cristo manifc•-;ta-se como Salvador de todos: dos 
gentios, como dos judeus. Neste dia, devemos agrndeccr 
c~pcei a:men t 0 a nos~n n,carâo JJa,u a ve;ylwiei ni t'é. 
Com a oitava da Epifania, encerra-se o ciclo de Natal. 
II.· C i e l o d a P á s e o a 
Celebração do mistério da Redenção da humanidade 
1. Tem,po de preparação: Nós nos preparamos com Je­
sus Cristo para receber a vida divina. A preparação para a 
Páscoa divide-se em: remo' a próxima e imediata. h,to é, 
por três degraus, subimos para celebrar a Ressurreição de 
Jc~sus C1 is10 e Lcrn1li(•r11 pa1·a rcs.surgirmos com Ele: a I o 
tempo. da Septuagésima; b) o tempo da Quaresma; e) o 
tempo da Paixão. 
a) A prepamçt"io remota para a festa de Páscoa abrange 
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207 
os domingos da Septuagésima Scxagé:;ima. e Quinquagési­
ma. Neste tempo, a Igreja nos exorta â penitência e ao re­
colhimen t:o, pelo uso de paramentos roxos e pela supressão 
do "Glória'' e do "Allcluia". 
b l A p·1·epara(~ffo próxima é o tempo da Quare~mcr,. Anti­
gamente, o inicio da Quaresma era variável nos diversos 
lugares: 70 - 60 - 50 ou t10 d.ias antes da Pá~coa. ü Pa­
pa Gregório Magno estabeleceu, então. para todos, que o 
tempo da Quaresma começasse na quarta-feira depois do 
domingo da Quinquagésima -- quarta-feira de dnza.s -
de modo que o tempo do jejum quaresmal passou a contar 
justamente •10 dias. excetuando-se os domingos nos quais 
não se jeJua. -- Pela imposição das cinzas, na primeira 
quarta-feira da Quaresma, a Igreja nos dirige um convi­
te oficial, para fazermos penitência: "Lembra-te, ó ho­
mern., que és pó e em pó te hás de tornar". A cimm é o sím~ 
holo de peni1 f'!lCia pelos pecados que trouxeram a mot·te 
para este mundo. Durante os 40 dias da Quaresma, os cris­
tãos devem unir-se íntimame·nte aos sofrimentos e à m,cr­
te do divino Sa.l·11c1,do-r. por meio de medi.taça.o e ·penitência, 
a fim de que. mortos ao pecado, ressuscitem com Ele pa­
ra uma vida nova, nas grandes solenidades pascais. 
e) A preparação imediata para a festa de Páscoa é o te11i­
po da Patxão que começa 14 dias antes do domingo da Res­
suneição. A Igreja quer que, neste tempo, nos concentre­
mos, o mais intensamente _gossível na Paixão de Jesus e 
gravemos profundamente em nossas almas o mistério de 
nossa Redenção. Em sinal de tristeza, e em referência às 
últimas palavras do Evangelho "Jesus escondeu-se e aban­
donou o templo", são veladas, durante este tempo, as ima­
gens dos altares e os próprios Crucifixos. 
O último domingo que precede à festa de Páscoa é 
chamado "Domingo de Rmnos"; nele se comernora a entra­
da triun.al de Jesus cm Jerusalém, poucos dias antes de 
sua Paixão. As palmas bentas não devem lembrar-nos 
apenas os ramos de palmeira com que o povo judáico ho­
nwnarrcon a Jf!.sus nesta ocasião, mas devem, especialmen­
te, nos estimular ao combate, à luta com Cristo, para que 
alcancemos a palma da vitória, com a qual, um dia após o 
juizo final, acompanharemos o mesmo divino Salvado1·, 
em sua· entrada tl'iunfal, como Rei e Vencedor, na Jerusa­
lém celeste. 
Com o Domingo de Ramos, começa a Semana Santa, 
durante a qual a Igreja celebra os santos mistérios de nos.: 
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208 
sa Redenção. Nestes dias, todo cristão piedoso se enche de 
tristeza e se compadece da Paixão e Morte do Filho de 
Deus. 
A quinta-feira san'ta (chamada, cm alemão, "Grun­
dunr1erstagº - quinta-feira verde - porque, antigamente, 
havia o costume de comer, neste dia, as primeiras horta­
liças da primavera} é, para a Igreja, um dia cm que se 
mesclA.m alegria imensa e profunda tri~tcza. 1;~ um rlia de 
alegria porque nele se comemora a instituição do Sacrifí­
cio e Sac.:ramento da Eucaristia e do Sacramento da Ordem, 
e por isso a liturgia desig-na este dia com o nome de "Feria 
Quinta in Coena Domini", isto ó, Quinta-feira da Ceia do 
Senhor. F~. porém, igualmente, um dia de tristeza, por cau­
sa da Paixão de Cristo que começa- Por este motivo neste 
dia canta-se o Glória. na santa Missa, duranh~ o qual to­
cam festivamente o n1·gao e os sinos> que depois emudecem 
até o Glória, do Sábado Santo. Depois da 8anta :Missa o 
Snntíssi·m.o Bacni-nwn:to é retirado do aUa,r•Tnór, e levado 
cm procissno ao altar lateral da exposição. como símbolo 
de que Cristo, por sua morte, se afastou dos seus. 
A So:x:lct-fcíru santa é o dia da condenação do Salva• 
dor, de sua crucLixão e morte na cruz. i:~ dia de luto (mivcr• 
sal. Neste dia, a Igreja nao c6lel>rc.t o Sacrifício incnwnta 
da Missa para fazer realçar o Sacrifício c-ru,ento de Nosso 
Senhor, na cruz, e congre,riar os fiéis cm redor do Sumo Sa• 
ccrdotc, que se oferece como Vítima, pelos pecados do mun~ 
do. Durante a Missa, dos Pn;;.ssu/ntificaâos, a grande Hóstia 
consagrada na véspera (pressantificada) e levada ao altar 
lateral, é elevada, para que os fiéis A vejam e A adorem, 
e, depois, é consumida pelo celebrante, único a comungar 
nesta Missa. 
O Sabádo Santo é dedicado ao descanso do Senhor na 
sepultura. En~ ref anto, na Missa deste dia, a Igreja já co­
memora a Ressurreição. iniciando, logo pela manhã, as ce­
rimônias que outrora se realizavam à noite da Ressurrei­
ção. (Antigarr.cntc em todas as grandes fostas, o culto di­
vino principiava na noite precedente; daí o nome "vigfüa,'·' 
No Sáhado santo, benze-se o fogo novo, o Círio pascal e a 
Pia batismal. O fogo novo, que se extrae de uma pedra sim­
bolh:a o divino Salvador; a surgir do sepulcro E'Xcavado no 
rochedo. 
O O-frio f)((.Sca-l é igualmente um símbolo de Cristo Re-s­
sucitado que nos libertou da escravidão de satanás, como 
outrora a coluna de fogo libertou o rJOvo de Israel da ser-
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209 
vidfio dos c-gípr.ios. Os; cinco orifícios do Cfr;o pascal. nre­
enchidos com cinco grão de incenso significam as cinco 
chagas de N o:5so Senhor. 
A água bat·ismal ó benta, po1·que nos primeiros tem­
pos do Cristianismo, era neste dia que se realizava o balis­
mo cfos Catecúmenos que, durante toda a qllaresma, se pre­
paravam paru a recepção deste Sacramento. 
2. Domingo da Ressurreição. O dia da Páscoa é o maior 
e mais solene dia do ano, é a festa triunfal da R.c1fonç("io, 
pois, pela Ressurreição Cristo completou e selou sua vitó­
ria sobre a mortl~ e o pecado. Alep;remo-nos com nosso di­
vino Salvador e l'enovemos nossa fé em, sua DLvinclnde e n 
f..~zwrançci ele noss((, própria ressurreiç<1o gloriotHt. 
3_ A comemomçiio ela feRtct. de Pâ.cicoet) que se esten­
de até o Sábado depois de Pentecostes, mostra-nos o divino 
Rc.,ssuscit.ado que, cm seu amor e bondade. ainda permane­
ce 40 dias entre seus discípulos, consolando-os e instruindo­
o.s 8obrc a Instituição de sua Igreja; e só depois sobe ao 
Côu para enviar em seu lugar, o divino Espírito Santo, o 
Consolador. Na celelJrn:ção lhúrgica do Salvador Rcs=;usci• 
tado, é notáw~l o primeiro domingo depois da Páscoa, cha­
mado "Domi·ngo -in (l.lb-is·'' (domingo branco) porque, outro~ 
ra, era. neste clia que, pela última vez, os neófitos apare­
ciam em suas túnicas brancas que receberam no dia do Ba­
tismo, no Sábado Santo. 
As procisscies dct8 Rogaçóes na festa de S . .i\olarcos (25 
de abril) e dos trêsdias que precedem à Ascenção, nfio têm 
relaçfto especial com a festa da Páscoa; foram introduzi­
das em partP. para implorar que Deus afastm;se as adver­
sidades públicas, em parte, para suplicar a bênção para os 
frutos da terra. 
Com a festa da Ascenção_, o divino Salvador se afasta, 
por assim dizer, d~ nosso meio; em sinal, o Círio pascal, 
que permanecia acêso durante os solenes ofícios divinos, e 
apagado depois do Evangelho. 
A grande festa rle Pentecostes foi instituidFJ para co­
memorar a descida do Espírito Santo cm forma visível. 
sohT"c os Após1 oJos e o.s primP-iros cristão.s. Desde então, Ele 
ainda desce, ·embora invisivelmente. schre todos os que se 
pi·eparam para recebê-Lo. 
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210 
m. Tempo Acíclico 
No decorrer do ano eclesiástico, há dois períodos que 
não possuem um caráter festivo especial: o primeiro é o 
tempo que vai do fim da oitava da Epifania até a Septua­
gésima. O segundo compreende o tempo que vrti da oitava 
de Pentecostes até o Advento. No último período cclc:bram~ 
se diversas festas bem ímportan tes, que não pertencem a 
nenhum ciclo litúrgico. A primeira delas é a festa da SS· 
Trindade (no primeiro domingo depois de Pentecostes), ein 
que veneramos o supremo, e, ao mesmo tempo fundamen­
tal mistério da fé cristã, o qual nos faz compreender os de­
mais mistérios da fé. 
Na quinta-feira seguinte, a Igreja celebra uma serTun~ 
da festa em honra do SS. Sacramento - a festa de "Cor­
pu~ Ghristi" ou "fe:Jta, rlo SS. Corpo de Deu.-,''. porque nH 
quíntn-fefra santa o dia da instituição, a lembrança da Pai­
xão e Morte do Salvador não permite expansões de alegda. 
Depois de comcrnorar este Sacramento por oito dias. com 
júbilo e ações de graças, a Igreja celebra, no dia depois da 
oitava, como encerramento da mesma, a f03ta do Sagrado 
Coração de Jesus, cm reparação das ofensas que o Divino 
Coração recebe de tantas almas, no SS Sacramento do al­
tar. No último domingo de outubro, célebra-se a festa dtJ 
Cristo-Rei. 
Além das mencionadas, há outras festas pequenas cm 
honra de Nosso Senhor que são celebradas durante o ano 
eclesiástico, mas sem solenidades exteriores; ex.: a festa 
da Invenção da Santa Cruz (3 de maio), a festa do prcc10-
sissimo Sangue de N. S. Jesus Cristo (1 9 de julho), a festa 
da Exaltação da Santa Cruz (14 de setembro). 
B. FESTAS DOS SANTOS 
L Festas da SSma. Virgem 
Como toda a vida da SS. Virgem foi uma perfeita côpia 
da vida de Cristo, a Igreja celebra também todos os acon­
tecimentos principais da sua vida, como celebra os de Cris­
to. 
Entre as numerosas festas marianas, as mais signifi­
cativas são as seguintes: 
1. A festa da Imac,ulada Conceição. aos 8 de df'7.l"mbro, 
em que a Igreja se rejubila com o singular privilégio da 
Rainha dos céus de ser concebida sem pecado orighwl. 
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211 
2. A festa da Purfflccu;fio de Nossa Sen1wra ou de Nos­
sa Senhora da Candelária, aos 2 de fevereiro. Cclet.,ra-se 
fü•sta festa a apresentação do Menino Jesu., no templo. na 
<1ual Maria SS. oferece o sacrifício da purificação, prescri­
to pela lei mosáica. A bênção e a procissão das velas, com 
c1Ut' "e soJcniza e;;te dia, recordam-nos que Jesus. nesta o­
casião foi louvado como a "Luz para alumiar as nações••. 
t~ ... ui.,,.:....S lJ., ;,ú!,). 
3_ A festa da Anunciação de Nossa Senhora, aos 25 
de março. Seu objeto é a escolha da Virgem Maria para a 
dignidade de Mflc de Deus, o seu consentimento e a conse­
t1u.entc Incarnação do Verbo Divino. 
4. A festa da .Assunção de Nossa. Senhora, aos 15 de 
agosto. E' a maior fosta que se celebra em honra de Nossa 
Senhorn, 1j01!- ~=e comemora a morte e a gloriosa Assunção 
de Maria SS.ma ao céu, onde, coroada corno Rainha dos 
Anjos e dos Santos, reina à direita de seu divino Filho. 
5. A festa da Natividade de Nossa Senhor(t, aos 8 de 
~"t"mhro. cm que se comemora o jubiloso natalício da mais 
rrivílcgimla dentre as criaturas. O nn8cim0:nto de 1\-fo:da 
SS.ma é, por assim dizer, -a aurora do dia da Redenção. 
Como cm honra de .Jesus Cristo, assim também em 
honra de Nossa Senhora, a Igreja celebra diversas outras 
festas menores, como: 
Aparição de Nossa Senhora de Lourdes 11 de fevereiro; 
1\ü..'isa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil 
Visitação de Nossa Senhora 
J\: ossa Senhora do Carmo 
Dcdicaç:Io dn Igreja de N. S. das Neves 
Santíssimo Nome de Maria 
7 de setembro; 
2 de julho; 
16 de julho; 
5 de agosto: 
12 de setembro; 
15 de setembro e 
do dom. da Paixão; 
24 de setembro; 
7 de ou-..ubro: 
11 de outubro; 
21 de novembro; 
12 de dezembro. 
As Sete Dores de Nossa Senhora 
na scxta-feiI-a depois 
No}~sa Senhora das 1·1:ercês 
Festa do Rosário 
Maternidade da SS. Virgem 
Apresentação de Nossa Senhora 
No,.sa Senhora de Guadalupe 
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212 
II. F e s t a s d o s s a n t o s 
m a i s e m i n en t e s 
A Igreja celebra quase diàriamcnte a festa de um ou 
mais de seus numerosos Santos (ver o calendário litúrgi­
co); os mais importantes são: 
1 a festa de Santo Estevão, protomártir do Cristianis­
mo, no dia imediato à festa de Natal (26 de dezem.,. 
bro); 
2. a festa de S. José, Pai nutrício de Jesus aos 19 d_e 
março; 
3. a festa do Patrocínio de S. José como Pad"oC'iro da 
Igreja universal, na terceira quarta.,.feira depois da 
Páscoa; 
4. a festa dos Príncipes dos Apóstolos S. Pedro e Siio 
Paulo_, aos 29 de junho; 
5. a festa de Todos os Santos, em l'1 de novembro; 
6, a fosta do Padroeiro ela. Igreja, de cada Paróquia em 
singular. 
As festas já mencionadas. cumpre acrcscr-ntar a fa.')ta 
da drxlicnçito duB l(p·ejas, que em algumas Dioceses é trans­
ferida para um dia comum; a festa do,,; Santos Anjos elo, 
Guarcla, no primeiro domingo de 1-;etembro. Em aig-uns paí­
ses também se comemora festivamcn te o nnscimcnto· de S. 
Joéfo Bati.~ta, a()<.; 2-1 de junho. No~ diferentes pélisc~ j> pro­
víncias, há ainda outras diversidades na comemoração dus 
festa_s eclesiásticas. 
APLIOL1Çli.O: Prepara-te bem para as prir.cipais 
festas do ano, de modo riue possas receber em abundância 
as graças das mesmas. Guarda-te de profanar os dias san­
tos de guarda <'Om n c-xc>cuçfto de trabalhos servís, por ex­
cessos e diversões licenciosas, 
SEGUNDO E TERCEmo MANDAMENTOS DA IGREJA 
"Confessar-se ao menos uma vez cada ano". -
''Comungar ao menos pala Páscoa da Ressurreição". 
50 l. Que ordena o segundo mandamento da Igre­
ja? 
O segundo mandamento da Igreja ordena u Lo• 
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213 
dos os cristãos, que tiverem o uso da raz.ão, a se con• 
f essarem, ao menos uma vez por ano. 
502. Quê nos ordena o terceiro mandame-nto da Igreja? 
O terceiro mandamento da Igreja ordena a 
todos, que atingiram a idade da discreção, a receber 
:dignamente a sagrada Comunhão, ao menos uma \'PZ 
cada ano, no tempo pascal. 
Quem se descuidou e não recebeu a sagrada Comu­
nhão durante o tempo pascal deve, logo qu.e lhe, fôr pos­
sível, satisfazer a este preceito. 
Por dupla razão, determinou a Igreja que o tempo 
pascal íôssc o prazo para a recepção da S. Eucaristia: 
1) porque foi neste tempo que Crísto instituiu o SS. Sa• 
cramento do Altar; 2) porque foi no mesmo tempo que 
Cris_to morreu e ressuscitou por nós e por isso também 
nós devemos morrer a.o pecado, afim de ressuscitarmos 
com- Ele para uma vida nova. 
O tempo pascal no Drasil começa no domingo de 
Septuagésima (três domingos antes dn quartn...fcirn ele 
cinzm:) e termina no dia de São Pedi'O (29 de junho)• 
O cumprimento do preceito pascal chama-se d e s o 
briga. 
Quem cornunga lndignmnr•nli~ não cumpre o pre 4 
ccito f.H.l0cal. (~UL'Jll dura111,c tudo o tempo lJtt.scul e,;;u ver 
ünpedido de ir ü igreja, d:)'>·c chamar o pú1·oco para fa. 
zer sua desobriga cm casa. 
503. Dev•8mos conte:ntar--nos com receber os sc-.mtc1s sa­
cramc-r1tos da Coníi::isão e da Eucaristia somente 
uma vez per ano? 
N áo; porqtH~ é n:nlcnt:í~~;úno de~ejo da ] ~reja que 
rccd.H1mo~, os f:a11t.o~ sa cr m; 1c ntn~ da Con f i ~-~f:,ão e ( '.o­
rm.mhãn co.m a maior fn .. qut~Hcia IH1vsívd~ e c"lrm as. 
(] l. -:.IJ() ,._J; ('(r)• "-:. ric~C(~~·- ::l r 1'. ·t·~ IJ '! ·1·· -:1 ,·1; it"-' f)áh~~ 'l r1 111•0-· 11 L1 ~~ l' . . .... ... ~. l.-~... . ... L.,l. .. '- .._ :- <.. L.. i l,1 _, i ,., .. I\ ~ i... .. ~., 
em I1Qfi _prc._~cio~~os. frutos pura a vida eterna. 
Exemp.lo: os prtmeiros cristãos. 
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214 
504. Por que então a Igreja não impãe corno ur.1 dt'.!Ver 
a frequente recepção dos santos Sacramentos? 
A Igreja não nos impõe como um dever a f rew 
quente recepção dos santos Sacramentos: 
l) porque nosso amor para com Deus e nosso 
zêlo pelo bem e santificação de nossas almas já il..;.j 
devem mover à confissão e comunhão frequente; 
2) porque a lgreja só quis ordenar o mínimo 
que ca<la cristão deve fazer, para n~:.o se tornar cul­
pado de pccaJo mortal. 
5D5~ Quantas vêzes nos é permitido c-~mungar'? 
Quem se acha em estado de graça ~ tem a inten­
ç5o de tirar da santa Comunhão f ruto::1 para sua al­
ma~ pode comungar diàriamc1~,te. 
f''\1',"l c•n.~~" -~-:~n.r <li (-r:nmí'nt,, 01\ f••·p.,,1,e,n1-,.s vezes 
convém consultar o próprio confessor ou o pároco. 
A.PT.,TC ,lÇAn; -- I-nr,:--,,,,_tf' c"m() um <!ev<'r inr,ue .. 
brantável a participação frequente do Pão do:i Anjos; can .. 
fe::,~a-te e comur.g;a aü moi:;J)o.; uma. vez pvr mês. 
QUARTO ~1ANDA:MENTO DA IGR'SJA 
"iej.u.ar e abster-se de carne qucnc.o manda a santa 
Madre Igreja... · 
SC!S. Quo nos ordena o quarto mandronento da !greja? 
O quarto rrwndamento da Igreja nos onicna je-­
ju:ir e não com.er cat·nc nos diaf:> prcscrüos. 
S37. Quais são os dias de jejum e abstinência prescri­
tos pela tgr_ejo para o Drcw.J.? 
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2i5 
A começar de agosto de 1951 a Sé Apostólica 
determinou para o Brasil as seguintes imposições a 
serem observadas por três anos: 
1) Dias de jejum com abstinência: 
G-"~uarta-feira de cinzas; 
Sexta-feira santa; 
Sexta-feira das têmporas do advento; 
Vigília da Assunção; 
Anti-vigília de Natal. 
2) Dias de abstinência: 
Sextas-feiras da quaresma. 
1) A Igreja ordenou o jejum e abstinênci.a quares­
mais: 
. a) para que imitemos o exemplo que Jesus nos deu, 
jejuando 40 dias no <leserto; 
b) cm memória da amarga Paixão e Morte de Nos­
so Senhor; 
e) para que nos preparemos dignamente para a 
grande festa da Ressurreição. 
2) As Quatro têmporas clu Ano: 
Para inidar de maneira mais piedosa as quatro es• 
tações do ano, já nos primeiros tempos eram celebr.adas 
as Têmporas. Estes dias são sempre a qua.rtci-feirn,, a 
sexta feira e o sâhtido, e são dedicados ao jejum e à o­
ração. As Têmpor~3i:;_ são celebradas: n) as primeirn.!! .. 
na 31J. semana do Adven.to; b) as segundas, na 2'!- sem.una 
da Quaresma; e) as terceiras, na oitava. de Pr:,ntecostc-11: 
e d) as í~ltimas ser,iprr:;· depo-is da festa da, exalt~ção 1l<t 
t~tmta Onr-:.: (14 de setembro). As têmporas foram insti .. 
tuidas para agradecer a Deus as colheitas e para implo.­
l'Hr novas b-2ncãos do Senhor para as seáras futuras. O 
dia mais solene era o sábado e ainda hoje é o dia prefe-­
rido para as ordenações sagradas. É, portanto, de sumo 
interêsse para os fiéis, que nestes dias impl,orem a Deus.,. 
a dãdiva de Pastores zelosos para o rebanho do St~nhor. 
3) Pela abstinência. rias vi!]ília,s, dev,.mo-nos prepa .. 
rar para a digna celebracão das grandf}S festo.s. 
508. Em quê consiste o jejum? 
O Je;um consiste ~m tomar uma :,Ó refeição com-
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216 
pleta ao dia. De manhã é pe.rmitida uma pc'-1uena re­
f eiç.ão, denominada parva, e outra à noite, chamada. 
colaciio . 
.:, 
As bebidas não quebram o jejum a não ser o leite 
o chocolate e outras bebidas nutritivas, 
509. Quem es·tá obrigado ao jejum? 
A lei do jejum obriga a todos os católicos desde 
os 21 anos completos até os 60 começados, se não es• 
f ivcrem dispensados por motivos graves. 
510. Quem está disp_ensado do jejum? 
Estão dispensados <lo jejum: 
1) os doentes, convalescentes e fracos; 
2) os que tem trabalhos pesados a executar, e 
aqueles para quem o jejum ê um impedimento real 
para cumprir devidamente as obrigações <le seu esta• 
do ou vocação. 
Nos dias de jejum sem abstinência póde-se comer 
carne só na refeição principal. 
511. Em quê consiste a abstinência? 
A ahstinência consiste em nos privarmos de car­
ne ou de alimentos feitos de carne. 
8cgundo a. lei geral da Igrc,ia, a norma mais Regura 
e mais breve para o jejum e abstinência, é que cada um 
observe o uso ap1·ovado rin Dioce::,e cm Que f:e acha, pela 
auturidade ~desiástica. Com autorização pontifícia. os 
Bispo::; costumum dar, anualmente, para suas Dioceses 
diversa::; dí~p~1 nsas do mandamento geral do jejum e abs­
tinência. 
~12. Quem está obrigado à abstinência? 
A lei da abstinência de carne obriga a todos os 
católicos, desde os 7 anos completos até ao fim da vi­
da, ~e não estiverem dispensados por motivo grave, 
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217 
por exemplo: doença, receita médica, impossibilida­
de ou grande dificuldarle de oht.e1· oui:ros alimentos, 
etc .. 
513. Que dev.em fazer aqueles que não podem cum~ 
prir o preceito d.a abstinência? 
Aqueles que não podem cumprir o preceito da 
abstinência, devem pedir dispensa a seu Diretor espi­
ritual e substituir a ab~tinência por outras boas 
obras. 
514. Por quê motivo devemos observar a abstinência 
e o jejum nos días prescritos? 
Devemos observar a abstinência e o ,jejum nos 
dias prescritos: 
I) para imitar o exemplo de Jesus e dos San­
tos; 
2) para f azcr penitência por nossos pecados; 
3) para dominar mais_ fàcilmente nossas incli-- . naçoes sensums; 
4) para demonstrar nossa obediência à santa 
Igreja. 
"Ê . boa a oração acompanhada do jejum. e dar es­
mola vale mais do que juntar tesouros de ouro" (To­
bias, XII, 8). 
515. Não é superstição o privar-se de cer.tos alimentos? 
Seria [,Upt~rstição, se nós nos privássemos de certos 
alimentos, como se fossem, por sua natureza maus 
ou impuros, como ensinam diversas doutrinas errô­
neas; porém não o é de modo algum, quando o faze­
mos com espírito de penitência, como a santa Igreja 
o prescreve. 
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21.8 
Deus mesmo proibiu aos Israelitas certos alimentos 
(Levlt. XI J e o.s Avo.s wlos, ao., 1a·unc1ros cri~tãos. l Atos 
An- XV. 20) E~ci17nr e os irmão::; macabeus prc. criram 
so:rer morte atrocíssima a comer alimentos proibidol.:i. 
- E' verdade que Cr;~to dLsc; "Não é aquilo L1ue entra 
prJ~ h...,,--.:1 011c mnnf'ha o hom<'m", (l\T.at. XV, ll), mas a 
desobediência, que vem do coração, mancha o homrm, co­
mo prova a queda pecaminosa de nossos primeiros pais. 
516. Basta que nos dias da jejum nos privemos de ali­
mentos. 
Não; nossa Mãe, a santa Igreja, deseja que pas­
semos estes <lias cm espírito de penilência e que os 
santifiquemos pela oração e pela prática de boas o­
bras. (Isaías LVIII, 6, 7). 
"Daquilo que te privas, reparte com outrem, para 
que o corpo de teu irmão indigente seja aliviado com 
aquilo que serviu de mortificação a teu corpo". (S. Greg. 
Magno}. 
APLICAÇÃO: Observe o mandamento do jejum e da 
abstinência como um preceito que o próprio Deus te deu. 
por meio da santa Igreja, e considera como honra o poder 
observá-lo fielmente 
5. MJ.L'I\JDAJYIENTO DA IGREJA 
"Ajudar a Igreja em suas necessidades", 
517. Que nos ordena o quinto mandamento da Igreja? 
O quinto mandamento da lgrej a nos ordena con• 
tribuir para a manutenção do cuho e o sustento dos 
ministros da Religião. 
Conforme suas posses os fiéis devem contribuir pa­
ra a construção de igrejas, para o sustento do culto e 
dos sacerdotes, para a formação do clero (Pia Obra dag 
Vocações Sacerdotais), para a manutenção da escola e 
da imprensa católica (Dia da Boa Imprensa), para a 
Propagação da Fé. (Missões), etc. 
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br219 
Contribue-r.:e para o rmsh"nto rlos ministros da Reli­
!?'Hio. nRganrlo as <>!-lpórtu'as das 1'fissas -e as taxas dos 
batizados, casamentos, encomendações, etc. 
"Snindn torla a mnlt ;dà{J dos "i 1 ho!-i de 1..-r::1<'1 rl:i '!"r"'-
sença de MoisÍ!s. ofereceram ao Senho1·. com uma von­
tade prorna e cheia de afeto. as pr.rn.icía~.• para a oura 
do tabem.áculo d.o testemunho. Para tudo aqui:o (lUe 
era necessário para o culto e V«:!stes sagradas, os ho­
mens e mullwrcs deram os braceletes e as arrecadas. os 
anéis e os ornatos" (Êx. XXXV, 20-22) 
.. Se- nõs semeamos para Yós as coi:rn.s espirilua.is é 
porventura grande coisa colhermos as vossas coisa3 ma­
tcri0Js? Não sabc·is que- os que trabalham no santuário 
com'?m do que é elo santuário, e que os que servem ao 
altar participam do al~ ar? Assim tamhém ordenou o Se­
nhor ans que pr-egam o J•:vangelho que vivam do Evan­
~:e~ho". (1"- Cor I IX. 11, 13. 14) 
E:-t~a,do do "r,n,tC"'f'i<-'.J1'l<l da D011tri1•~• Cri~tã'' para uso 
da Pro\·íncia Eclesiástica de Porto Alegre, 
DA TR.AN!3GTIESSAO DOS MANDAM'ZNT03 
§ l. DO PECADO El\1 GWAL 
518. O c·rur.. é o oeca.do? J. \i,r .. li" 
.Pecado é uma violação voluntár·ia à lei div·ina. 
A "lei divina" torna-se aqui no seu sentido rna;s ex• 
tt>nso e 1dgnif1ca a vontade de Deus nosso Supremo Sc­
nho:r e Legislador. dt! qual.quer modo 4.ue- i-;e nos mani­
fesü~. quer mandando. quer proibindo. Por co11seguh,.e1 
abrr,ça rdo ~,ó os ~Iandam:~ntos de Deus e as p·cscr,ções 
feitas por Je~us Cristo. mas também todo:-; os precdlos 
que Deu!-. gravou desde o princípio no cora~ão do horrl('m, 
e nos faz conhecei- peh.t vo~~ da razão ou lei flE"..tural, as­
sim como também os preceifos e ordens dadas pelos hü­
men:; como rcprese:ntant.es de Deus, como s5.o os prC'cei-
1.os -'.'las autcridadP.s legítimas -~clesiásticas e seculares, 
dos pais e dcrnais superiores. 
A tr-anêi.l:'.:ressão é voluntária. quando hã o conheci• 
mcnto :10 rnal e o consen lirr.cnto da vontade. 
519. De quantos modos se pode pecar? 
Pode-se pecar: 
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1,11 7\ 
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✓• (iá, 
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221 
1) por maus pensamentos, desejos, palavra~ e 
obras; 
2) pela omissão do bem que se devia fazer. 
1. Pecados graves e veniais 
520. Todos os pecados são iguais? 
Não; pois há pecados graves que se chamam 
mortais, e outros leves que se chamam 'Veniais. 
Cristo compara alguns pecados com argueiro, ou­
tros, com traves. (Mateus, VII, 3) 
521. Quando se comete pecado mortal? 
Comete-se pecado mortal, quando se transgride 
voluntàriamcnte a lei divina em maléria grave. 
A transgressão é bem voluntária, quando está liga­
da ao claro conhecimento do mal e a.o pleno consenti­
mento da vontade. isto ft:, quando se conhecP. (]Ue se 1 ra­
ta de um pecado mortal, e, ainda assim, cede-se plena­
n1en te à tem lação. I\' ão é nece::;súrio que :se eonlwi,;a wtla 
a maldade do pecado ou se cometa o mesmo friamente. 
522. O que se requer para que haja pecado mortal? 
Para que haja pecado mortal, requer-se: 
1) matéria grave; 
2) claro conhecimento do mal; 
3) pleno consentimento da vontade. 
523. Quando se comete pecado venial? 
Comete-se pecado venial: 
1) quando se desobedece à lei" divina em maté,. 
na leve; 
2) quando se lhe desobedece em matéria f.?;rave, 
mas sem perfeila a<lvcrtência ou sem pleno consen• 
timento. 
524. Po·r qué o pecado grave se chama mor.tal? 
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"Aquele que de.spreza as coisas pequenas, pouco a pou-
(;'O cairá'' {Ecli. XlX. 1) 
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
223 
O pecado grave chama-se mortal, porque rou­
ba a quem o comete a graça santificante, que é a vi­
da sobrenatural do homem e o torna merecedor do 
inf crno, que é a morte eterna. 
"O pccmlo qunndo tiver sido consumado, gera a 
morte". (Tiago, I, 1.5) 
~ 4Tens n reputação de que vives, e estás morto''. (A­
pocalipse, III, 1) 
525. Por qu~ o pecado leve se chama venial? 
O pecado pequeno ou leve chama-se venial, por­
que mais f àcilrnente obtém o perdão (vênia), mesmo 
fora da confiss.fio. 
Os pecados veníais podem ser apagados por jejuns, 
esmolas, devota assistência à santa Missa digna receo• 
ção da Sagrada Comunhão, uso devoto da água benta 
e por outras boas obras, entretanto, nunca sem verda• 
deiro arrependimento dos pecados. 
2. Malícia e castigos do pecado. 
526. Quê nos deve fazer temer o pecado mo:tal? 
Deve nos fazer temer o pecado m01~tal a consi­
deração de sua malícia e más consequências. 
527. Em quê consiste a malícia do pecado mortal? 
O pecado mortal é: 
1) uma grave ofensa a Deus, nosso supremo 
Rei e Senhor; 
2) uma vergonhosa ingratidão para com Deus 
nosso bondosíssimo Pai; 
3) uma execrável infidelidade a Jesus, nosso 
amabilíssimo Reden:or; 
4) afrontosa injúria ao Espírito Santo, o divi­
no Hóspede de nossa alma. 
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224 
1) "Tu quebraste o meu jugo, rompeste os meus Ja­
ços e disseste; Não servirei (o Senhor)" (Jcrcm. II, 201 
2} Ouví céu~. e tu. ó terrn. c,.;rnt a, parque o Senhor 
é quem falou. Criei filhos (diz Ele) ü engrandeci-os, 
porém eles dcsr,r0z.1ram-me" í r~,;!Ías I. 21 
3) "Se alguém não ama a Nosso Senhor .Jcsns Cris­
to, seja anátema". (I Cor XVI, 22) 
4) "Não sabeis q¼e sois tcrnp1o de DP.us. e que o fü,­
pírito de Deus habita em vós?'' f! Cor, III, 16) 
528. Podemos conhecer inteiramente a malícia do pe­
cado? 
Não; para podermos compreender toda a malí­
cia que há no pecado, precisaríamos de um perfeito 
conhecimento da infinita grandeza e bondade do_ 
Deus e Senhor que é of en<lido pelo pecado. 
529. Por onde conhecemos melhor a malícia do pecado 
mortal? 
Conhecemos melhor a malícia e a culpabilidade 
do pecado mortal: 
1) pelos casligos severos dos anjos rebeldes e 
de nossos prirne.iros país; 
2) 1,elo eterno castigo do inferno que merece 
a culpa grave; 
3) pelos cruéis padecimentos e morte que o Fi­
lho de Deus sofreu por nossos pecados. 
530. Quais são as consequências do pecado mortal? 
As consequências do pecado mortal são terrí­
vern: 
1) rouba-nos a graça santificante, e, com ela; o 
amor e a filiação de Deus; 
2) priva-nos de todo o mérito e do direito a 
glória no céu; 
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225 
3) submete-nos à justiça de Deus, e, por último, 
à condenação eterna. 
"Os que cometem pecado e iniquidade. são inimigos. 
das suas almas". (Tohias XII, 10) 
531. Devemos evitar só o pecado -mortal? 
Devemos temer e evitar todo pecado, seja mor-· 
tal ou veni~l, como o maior mal que há no mundo. 
532, Por quê devemos evitar cuidadosamente também. 
o pecado venial? 
Devemos evitar cuidadosamente também o peca­
do venial: 
1) porque o pecado venial é também uma o­
fensa a Deus; 
2) porque impede muitas graças que Deus nos. 
quer comunicar; 
3) porque atrai muitos castigos de Deus nesta 
vida, e o purgatório na outra; 
4) porque conduz, pouco a pouco, ao pecado 
moi-tal. 
'jAquele que despreza as coisas pequenas, pouco a. 
pouco cairá". (Eclesiástico XIX, 1) 
"Vede como um pouco de fogo encendeia um gran­
de bosque!" (Tiago III, 5). 
3. A conciência 
533. Como somos advertidos interiormente do peca­
do? 
Somos interiormente advertidos do pecado pela 
voz da cnnr.ifncia. 
534. Quê é a conciência? 
A conciência é a voz interior que: 
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226 
1) em cada uma de nossas ações nos diz o que 
é bom e o que é mau; 
2) antes da ação nos estimula a praticar o bem 
e a evitar o mal; 
3) depois da ação nos louva ou censura, con­
forme praticamos o bem ou õ mal. 
A concíência é a voz de Deus quefala ao nosso co­
ração, tanto pela razão, como pela fé e pela graça. A fé 
e a graça são sempre seguras e não enganam, porém nos­
sa razão está sujeita à dúvida e ao erro. É per isto, 
que a conciênc-ia, muitas vezes, está perplexa, e, outras 
vezes, é falsa ou errônea. Por pecados habituais, a luz 
da razão e da fé é obscurecida e a graça se afasta. A 
consequência disso é o endureclmento ou embotamento 
da conciência. Um temperamento tímido pode ter f àcil­
mente a razão perturbada então, a conciência delicada 
se torna escrupulosa, de tal modo que teme o pecado 
onde não há. A leviandade, ao contrário, pode tornar a 
conciência larga, ou frouxa. de tal modo que considera 
como permitido o que realmente é pecaminoso. 
535. Quê devemos fazer, quando a conciência está 
perplexa? 
Quando a conciência está perplexa, devemos 
procurar esclarecer-nos, e, no entretanto, evitar, o 
quanto possível, tudo o que possa ser pecaminoso. 
536. Quando ;estamos obrigado.s a seguir a voz da 
conciência? 
Estamos obrigados a obedecer à voz da conciên• 
.cia, quando ela, clara e. precisamente, nos ordena ou 
proibe alguma coisa; agir contra a voz clara e preci­
sa da conciência é sempre pecado, ainda mesmo 
quando ela está em êrro. 
"Tudo o que não é segundo a fé (isto é: conforme a 
conciência), é pecado". (Rorn. XIV, 23) 
Se, pois, alguém, erradamente, considera alguma 
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227 
ação lícita como pecado, e, assim mesmo, a pratica, tor­
na-se culpado de pecado; se, pelo contrário, por igno­
rância não cu.lpãvel, considera-se uma ação pecaminosa 
como lícita ,e se pratica a- mesma, não se comete pecado. 
537. Que deve fazer quem tem a conciência inquieta 
ou escrupulosa? 
Quem tem a conciência inquieta ou escrupulo­
sa deve obedecer humildemente aos conselhos do con­
fessor. 
APLIOAQAO: Meu filho? "Tem a Deus em teu espiri­
to todos os clias de tua vida e guarda-te de consentir jamais 
no pecado. E' verdade que vivemos pobres, mas teremos 
muitos bens, se temermos a Deus, e nos desviarm-os de to­
do o pecado, e procedermos bem,,. (Tobias. IV, 6-23) 
§ 2. VARIAS ESPÉCIES DE PECADO 
538. Quê sspécies de pecados distinguimos? 
Distinguimos as seguinles espécies <le pecaJo~: 
1) os sete pecados ou vícios capiLais; 
2) os seis pecados contra o Espírito Santo; 
3) os quatro pecados que bradam ao céu; 
4) os nove pecados alheios. 
Os sete pecados capitais 
539. Quais são os sete pecados ou vícios capitais? 
Os sete pecados ou vícios capitais são: 
1) soberba, 
2) avareza, 
3) luxúria, 
4) 1nveJa, 
5) gula, 
6) ira, 
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228 
7) preguiça. 
Chamam-se pecados capitais (peccata capitalia), 
porque são raiz e fonte ( cápita) de todos os pecados. As 
vezes sã.o chama.los "os sete pecados mortais", entre­
,tanto, sómente são pecados mortais, quand!o,, por meio 
deles, se viola um dever _grave. 
-540. Quando se peca por soberba? 
Peca-se por soberba, quando se é presumido, 
estimando-se a si próprio, desordenadamente, e não 
se dá a Deus a honra que Lhe é devida e se despre• 
za o próximo. 
"A soberba é aborrecida por Deus e pelos homens ... 
O princípio de todo o pecado é a soberba" (Eclesiástico­
co X, 7-15) 
Da sobE>rba nascem pecados inumeráveis: pecados 
de d~sobediência e de oposição contra os superiores, de 
dureza e indiferença para com os súditos; e para com 
Deus: de temeridade e, não raramente, a soberba leva 
à heresia. Exemplos: Lúcifer, Nabucodonosor, o fariseu 
no templo. 
-541. Quando se peca por avareza? 
Peca-se por avareza, quando se ama, e procura 
desordenadamente o dinheiro e os bens, e se é duro 
de coração para com os pobres. 
"Sejam os vossos costumes isentos de avareza, con­
tentando-vos com o que tendes". (Hebreus XIII, 5) 
A avareza conduz ao. perjúrio, ao roubo, à fraude, 
à usura e ao homicídio. 
Exemplos: Giezí, Judas . 
.542. Quando se peca p~r luxúria? 
Peca•se por luxúria, qtrnndo se pensa, fala ou 
pratica voluntàriamente cousas que ofendem a santa 
pureza. 
"Preserva-te, meu filho, de toda a fornicação (ou 
impureza)". (Tobias IV, 13). 
Da impureza, origina•se repugnância para a oração 
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229 
e para a prática das virtudes, negligência dos deveres 
de estado, seduções da inocência, promessas falsast sa-­
crilégios, apostasia de Deus e desespero. 
543. Qucmdo se peca por inveja? 
Peca-se por inveja, quando se tem uma triste­
za injusta por causa da felicidade do próximo: en­
tristecendo-se, quando ele vai hem, ou alegrando-se· 
do seu mal. 
"Por inveja do demônio, entrou no mundo a morte; 
e imitam-no aqueles que são do seu partido". (Sabed. 
II, 24, 25). 
A inveja gera ódio, calúnia, traição, persegmçao e· 
homicídios. - Ex.: o demônio, Caim, os irmãos de Jo­
sé, Saul, os fariseus. 
544. Quando se pe·ca por intemperança? 
Peca-se por intemperança, quando se come ou 
bebe demasiado, ou com demasiada sofreguidão. 
"Velai, pois, sobre vós, para que não suceda que os 
vossos corações se tornem pesados com as demasias do 
comer e do beber". (Lucas XXI, 34) 
A intemperança conduz à ociosidade, à impureza, à 
perturbação da paz e do bem estar domésticos, e, não 
raramente, à impenitência. - Ex.: o rico avarento. 
545. Quando se peca por ira? 
Peca-se por ira, quando nos exasperamos inte­
riormente, e nos deixamos arrastar pela cólera, mos­
trando-nos agastados, ou quando alimentamos dese­
jos de vingança. 
"Toda a amargura, e animosidade, e cólera, e cla­
mor, e maledicência, com toda a espécie d<; malícia, se­
ja banida dentre vós". (Efés. IV, 31). 
A ira leva a rixas e disputas, à violências, impre­
cações e RS blasfêmias. Ex.: Esaú, que, na ~ma ira, quis. 
matar seu irmão Jacó. 
546. Quando se peca por preguiça? 
Peca-se por preguiça, quando se cede à repug--
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230 
nância natural pelo trabalho e esforçot e se falta as­
:sim aos seus deveres. 
"Vai, ó preguiçoso, ter com a formiga, e considera 
o seu proceder, e aprende dela a sabedoria". (Provérb. 
VI, 6). 
Da preguiça espiritual ou tibieza no serviço -divino, 
diz o Senhor: 41Oxalá foras frio ou quente; mas porque 
és morno, e nem frio, nem quente, começar-te-ei a vo­
mitar da minha boca". ( Apoc. III, 15 16) . 
Da preguiça vem toda espécie de· pecados de omis­
são, e, especialmente muitos pecados contra o 69 man­
damento. Ex.: o servo preguiçoso, as virgens impru­
dentes. 
2. Os seis pecados contra o Espírit,o Santo 
,547. Quais são os pecados contra o Espírito Santo? 
Os pecados contra o Espírito Santo são seis: 
1) Desesperação da salvação; 
2) Presunção de se salvar sem merecimentos; 
3) Negar a verdade conhecida como tal; 
4) Ter inveja das mercês que Deus faz a ou­
trem; 
5) Obstinação no pecado; 
6) Impenitência final. 
(Exemplos: Caim, Faraó, os fariseus) . 
. 548. Por quê se chamam pecados contra o Esph'ito 
Santo? 
Chamam-se pecados contra o Espírito Santo, 
porque, por eles, se resiste especialmente à graça do 
Espírito Santo, repelindo.a ou abusando-a com co~ 
nhecimento e vontade. 
"Homens de cerviz dura, e incircuncisos de coração 
e ouvidos, vós resistis sempre ao Espírito Santo; assim 
como (foram) vossos pais, ass.ím (sois) vós também". 
(Atos Apóst. VII, 51). 
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231 
549. Por quê nos devemos guardar especialmente des­
tes pecados? 
Devemos guardar-nos especialmente destes pe­
cados, porque eles obrigam, por assim dizer, a Deus 
a retirar-nos sua graça, tornando nossa conversão 
1uase impossível. 
Entretanto, isso não deve servir a ninguém de pre­
texto para desesperar da salvação de sua alma, pois to­
da pessoa, enquanto vive, recebe a graça necessária pa­
ra se salvar. 
3. Os pecados que bradam ao céu 
550. Quais são os quatro pecados que bradam ao céu? 
Os quatro pecados que bradam ao céu são: 
1) Homicídio voluntário; 
2) Pecado sensual contra a natureza; 
3) Oprimir os pobres, orfãos e viuvas; 
4) Negar o justo salário aos que trabalham. 
551. Porque se chamam pecados que bradam ao céu? 
Chamam-se pecados que bradam ao céu, por­
que sua malícia é tão grande, que reclama vingança 
de Deus contra quem os comete. 
1) "A voz do sangue de teu irmão clama da terra 
por mim ... (Gênes. IV, 10). 
2) "O clamor de Sodoma e Gornorra aumentou, 
e o seu pecado agravou extraordinàriamente. "Vamos­
destruir este lugar visto que o clamor (dos seus cri­
mes) aumentou diante do Senhor". (Gênes. XVIII, 20; 
XIX, 13). 
3) "Não correm as lãgrimas à viuva pelas suas fa­
ces, e não clama ela contra aquele que lhas faz derra­
mar? Porque elas das faces (das viuvas) sobem até ao 
céu". (Eclesiãstico, XXXV, 18-19). 
4) "Eis que o salário dos trabalhadores. que ceifa~ 
ram os vossos campos, o qual foi defraudado por vós,. 
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232 
clama (contra vós), e o clamor deles subiu até aos ou­
vidos do Senhor dos Exércitos". (Tiago V, 4). 
4. Os pecad-os alheios 
.552. Quais são os nove pecados alheios? 
Os nove pecados alheios são: 
1) aconselhar ao pecado; 
2) mandar a outrem que peque. 
3) aprovar os pecados de outrem; 
4) excitar outros ao pecado; 
5) louvar o pecado ·de outrem; 
6) calar à vista <los pecados alheios; 
7). não castigar os pecados alheios; 
8) ajudar os outros a pecar; 
9) defender os pecados alheios. 
6): pelo silêncio, peca-se somente, quando se podia 
e devia impedir o pecado por m•eio de conselhos ou cor­
reção, e não se faz. 
7) : ·castigar o pecado é deve dos pais e dos supe­
riores. Exemplo: Reli . 
.553. Por que se chamam pecados alheios? 
Chamam-s e pecados alheios, porque foram ou• 
tros que os cometeram realmente, mas nos são impu­
tados por termos de algum modo cooperado neles. 
"Os que fazem tais coisas são dignos de morte; e 
não somente quem as faz, mas também quem aprova 
aqueles que as fazem". (Roman. I, 32). 
APLICAÇÃO: Examina•te principalmente sobre teu 
defoito dominante e aplica-te em combatê-lo seriamente, 
pois assim fecharás a fonte principal de teus pecados. Acei­
ta de boa vontade os conselhos e exortações, e agradece-os. 
Jamais cooperes em pecados alheios; antes, procura impe­
dí-los quando o puderes, 
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233 
DA VIRTUDE E PERFEIÇÃO CRISTÃ 
554. Basta-nos evitar o pecado? 
Não; devemos empregar diligência para ser Vll'· 
tuosos e conseguir a perfeição própria de nosso es­
tado. 
"Aquele que é justo, justifique-se mais; e aquele 
que é santo santifique-se mais". (Apoo. XXII, 11) .. Não 
te envergonhes de praticar boas obras até a morte" 
(Eclesiástico XVIII, 22). Exemplo de S. Paulo: "Não 
que eu tenha já alcançado o prêmio ou seja já perfei­
to; mas prossigo. . . Esquecendo-me do que fica para 
trás, e avançando para as coisas que me estão diante". 
(Ftlip. III, 12. 13). 
555. Por quê devemos aspirar a nos t,ornannos cada 
dia m-ais virtuo.sos? 
Devemos nos esforçar para nos tornarmos ca­
da dia mais virtuosos, porque o homem é bom e a­
gradável a Deus, na medida de sua virtude. 
O fim para o qual Deus nos concede uma vida lon­
ga, é que cresçamos sempre em virtude e méritos; se 
não fosse esta finalidade, seria lastimável o não mor­
rermos iogo depois do Batismo. 
§ 1. DA VIRTUDE CRISTA 
556. Em quê c-onsiste a virtude cristã? 
A virtude Cristã consiste na disposição sobre­
natural e na constante aspiração de fazer o que é a­
gradável a Deus. 
No batismo, recebemos. com a graça santificante. 
certas faculdades ou disposições sobrenaturai.s, que nos 
tornam aptos a praticar obras meritórias para o céu. 
Estas disposições chamam-se virtudes infu.~as. Quem 
faz repetidas vezes obras boas, adquire certa habilida­
de em praticar o bem. Esta habilidade ou prática cha­
ma-se virtude adq1iirida. 
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234 
557. Como se dividJem as virtudes cristãs? 
As virtudes Cristãs dividem-se em: teologais e 
morais ou cardiais. 
1. Virtudes teologais 
558. Quais são as virtudes teologais? 
As virtudes teologais são a fé, a esperança e a 
caridade. 
Chamam-se virtudes teologais ou divinas, porque 
não somente não são infundidas diretamente por Deus 
com a graça santificantet mas também porque se refe­
rem diretamente a Deus. 
559. Quê é a fé? 
A fé é uma virtude sobrenatural, infusa por 
Deus em nossa alma, pela qual cremos firmemente 
tudo o que Deus, a Verdade eterna e infalível, nos 
revelou. 
Ver pergunta 11 e seguintes. 
560. Qui! é a ·esperança? 
Esperança é uma virtude sobrenatural, infusa 
por Deus em nossa alma, pela qual esperamos fir­
memente tudo o que Deus· onipotente, bondoso e fiel, 
nos prometeu pelos merecimentos de Nosso Senhor 
Jesus Cristo. 
A esperança encerra: 1) o desejo eficaz dos bens 
que Deus nos prometeu, ·2) a firme confiança de con­
segui-los-
A firme confiança em Deus, deve, todavia, estar u­
nida a urna salutar desconfiança de nós mesmos, visto 
que Deus quer nossa cooperação para nos conceder tais 
ul:!ns. "Tntl>alhai na vossa salvação com temor e tre­
mor" (Filip. II, 12). 
561. Q-ué devemos esperar de Deus? 
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235 
Dev~_mos esperar de Deus: a graça, o perdão 
dos pecados e a salvação eterna. 
562. Todo pecador pode esperar perdão? 
Sim, todo pecador, por mais culpado que seja, 
pode e deve esperar o perdão, desde que se arrepen~ 
da sinceramente e queira fazer penitência. 
"Se o ímpio fizer penitência de todos os pecados 
que cometeu, e se guardar todos os meus preceitos, cer­
tissimamente viverá, e não morrerá". ( Ezequiel XVIII, 
21). . 
Exemplos= Maria Madalena, o bom ladrão. 
563. Podemos também esperar qe Deus os bens tem­
porais? 
Sim, podemos esper!lr de Deus bens temporais, 
enqüanto nos auxiliam a alcançar a vida eterna, ou, 
pelo menos, não sejam obstáculo para alcançá~la. 
564~ Quê é a caridade? 
A caridade é uma virtude sobrenatural, infusa 
po.r Deus em nossas almas, pela qual nos damos a 
Ele, o Sumo Bem, de todo o coração, para agradar­
Lhe, cumprindo a sua vontade, e alcançar a união 
com Ele. 
"Quem ama verdadeiramente, procura agradar ao 
Amado e se unir com Ele, tanto quanto possível. Esta 
união com Deus só se pode realizar pelo cumprimento de 
.seus mandamentos. 
565. Com.o podemos fazer, brevemente, atos de fé. es­
peran,ça e caridade? 
Da maneira seguinte: 
Ato de fé 
Eu 
. 
cre10 firmemente que há um só Deus em 
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236 
três pessoas realmente distintas, Padre, Filho e Es­
pírito Santo, que dá o céu aos bons e o inferno aos 
máus, para sempre. 
Creio que o Filho de Deus se fez homem, pade­
ceu e morreu na cruz para nos salvar e que ao tercei­
ro dia ressuscitou. 
Creio tudo o mais que crê e ~psina a santa Igre­
ja Católica, Apostólica, Romana, porque Deus Ver­
dade infalível, lho revelou. E nesta crença quero vi­
ver e morrer. 
Ato de esperança 
Eu espero, meu Deus, com firme confiança, 
que pelos merecimentos de meu Senhor Jesus Cris­
to, me dareis a salvação elerna e as graças necessá­
rias para conseguí-la, porque Vós, sumamente hom 
e poderoso, o haveis prometido a quem observar fiel­
mente os vossos mandamentos, como eu proponho 
fazer com o vosso auxílio. 
Ato de caridade 
Eu Vos amo, meu Deus, de todo o meu coração 
e sobre todas as cousas, porque sois infinitamente 
bom e amável,. e antes quero perder tudo que Vos 
ofender. Por amor de Vós amo a meu próximo como . 
a mim mesmo. 
566. Quando devem-os fazer atos de fé, esperança e 
caridade? 
Devemos fazer esses atos muitas vez;es durante 
a vida, mas principalmente: 
1) Nas tentações contra essas virtudes; 
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237 
2) na recepção dos Santos Sacramentos; 
3) em perigo de vida e na hora da morte. 
2. Virtudes morais 
567. Quais são as virtudas que se chamam morais? 
Chama.se morais as virtudes que ordenam nos­
sa conduta moral de modo agradável a Deus. 
Enquanto as virtudes teologais tem por objeto ime­
diato, o próprio Deus, as virtudes morais tem por obje­
to imediato, o nosso bem moral (a verdadeira oraemem 
nossos costumes). 
568. Quais são as virtude.s morais qu•e devemos dis­
tinguir especialmente? 
Distinguem-se especialmente: 
1 ) As 4 virtudes card iais; ou fundamentais; 
2) as virtudes opostas aos vícios capitais. 
569. Quais são as virtudes cardiais ou fundamentais? 
As virtudes cardiais ou fundamentais são: 
I ) prudência, 
2) justiça, 
.~) temperança, 
4) fortaleza. 
Chamam-se virtudes cardiais ou fundamentais) por~ 
que são como o princípio fundamental das outras virtu­
des. Cardiais vem do latim cardo, que significa gonzo, 
dobradiça) :n.t-Stentâcu,lo. 
570. Em que consiste a prudência? 
A prudência consiste em conhecer o verdadeiro 
hem e escolher os meios mais aplos para alcançá-lo. 
Exmplo: As virgens prudentes e as loucas. (Mat., 
XX~). 
A prudência mundana (carnal) é muito diversa da 
prudência cristã, pois a primeira procura, astuciosa-
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238 
mente, e, em geral, os bens ilusórios, desprezando os 
verdadeiros bens. 
571. Em que consiste a justlça? 
A justiça consiste em clar e deixar, prontamente, 
a cada um o que lhe pertence. 
A palavra justiça é, muitas vezes1 empregada num 
sentido geral, indicando o conjunto de todas as virtu­
des. Assim, por exemplo, a Sagrada Escritura diz que 
Zacarias e Isabel: "Ambos eram justos diante de Deus, 
caminhando irrepreensivelmente em todos os manda­
mentos e preceitos do Senhor". (Lucas, I, 6). 
572. Em que consiste a temperança? 
A temperança consiste em refrear todas as pai• 
xões, os apetites sensuais e o desejo imoderado de 
bens terrenos. 
Exemplo: os santos eremitas. 
573. Em que consiste a fortaleza? 
A fortaleza consiste em perseverar firme e co• 
rajosamente na prática do hem, resistindo a todas as 
dificuldades e perseguições. 
Exemplo: os santos mártires. 
574. Quais são em particular as virtudes qu,e se opõem 
aos pecados capitais? 
As virtudes que se opõem aos pecados capitais 
são: 
l) humildade, 
2) liberalidade, 
3) castidade, 
4) caridade, 
5) temperança, 
6) mansidão, 
7) zêlo na prática do bem. 
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575. Em que consiste a humildade? 
A humildade consiste em reconhecer nossa fra­
queza e nossos pecados, atribuindo, por isso, todo o 
bem a Deus, e tendo-nos em pouca estima. 
Exemplos: O publicano no templo; São Paulo: "Eu 
sou o mínimo dos Apóstolos que não sou digno de ser 
chamado Apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus". 
(Corint. XV, 9). 
"Se vos não converterdes e vos não fizerdes como 
meninos, não entrareis no reino dos céus". (Mateus, 
XVIII, 3). 
576. Em que consiste a liberalidade? 
A liberalidade consiste na disposição cle socor­
rer os necessitados com nossos bens ou a contribuir 
para outros fins louváveis e piedosos. 
Exemplos: os primeiros cristãoo. (Atos dos Apóst. 
II, 45). 
uDai e dar-se-vos-á". (Lucas, VI, 38). 
577. Em que cons'.ste a castidade? 
A castidade consiste em refrear todo desejo ou 
prazer impuro. 
Exemplos: Josê do Egito; a SS.ma Virgem Maria. 
"E os que são de Cristo, crucificaram a sua própria 
carne com os vícios e concupiscências"- (Gálatas V, 24). 
578. Em quê consiste a caridade ou amor benévol,o? 
A caridade ou amor benévolo consiste cm <lese• 
jar o bem a todos os homens, partilhando sinceramen­
te cle suas alegrias e penas. 
Exemplos: As histórias de Ruth e de Tobias. 
"Amai-vos rcciprocamP-nte c,J.m amor fraterno. A· 
legrai-vos com os que estão alegres, chorai com os que 
choram". (Roman. XII, 10-15). 
579. Em que consiste a temperança? 
A temperança consiste em moderar o apetite na­
tural de comer e beber. 
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240 
Exemplos: Daniel, Ananias, Misael e Azarias. (Dan. 
I) S. João Batista. (Mateus, III, 4) - "Caminhemos 
como de dia, honestamente; não (caindo) cm glutona­
rias e na embriaguês". (Roman. XIII, 13). 
580. Em quê consiste a. :mansidão? 
A mansidão consiste em reprimir todos os dese­
jos de vingança e vencer toda inclinação natural que 
excita à indignação e à ira. 
Exemplos: Davi; Santo Estêvão. -. "Aprendei de 
Mim que sou manso e humilde de coração". (Mateus, 
XI, 29). 
581. Em que consist.e o zelo na prátic!a do bem? 
O zêlo na prática do bem consiste em servir a 
Deus com alegria e boa vontade, em promover, se­
gundo as nossas forças, a sua glória e em cumprir­
mos fielmente todos os nossos deveres. 
Exemplos: Matatias (l'-' Macab. II); São Paulo (Fi­
lip, III, 13-14); "Na solicitude, não sejais negligentes; 
(sêde) fervorosos de e~pírito, servindo ao Senhor". 
(Rom. XII, 11). 
APLIOAÇÃO: Sem uma luta perseverante contra tuas 
más inclinações. jamais conseguirás as virtudes cristãs; por 
isso combate fielmente até a morte e Deus te dará a co­
roa da vida. {Apocalipse, II, 10) 
§ 2. A PERFEFÇ.AO CRIST.A 
582. Em quê consiste a perfe1çã,o cristã? 
A perfeição cristã consiste em que, livres do a• 
mor desordenado do mundo e de nós mesmos, ame• 
mos a Deus sobre todas as coisas, e a todas as coisas 
por Deus. 
"Pois que há para mim no céu, e, fora de ti, que de­
sejei eu sobre a terra? ... O' Deus, que és o Deus do 
meu coração, e a minha heranca para sempreu. (Salmo 
LXXII, 25-26). 
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241. 
A perfeicão cristã encerra em si todas as outras. 
virtudes cristãs, mas no seu ponto culminante, deve es­
tar a caridade, como rainha das demais virtudes, pois 
a vida espiritual só atinge sua finalidade - a perfei-
cão - quando é completamente dominada e animada 
pela caridade. 
583. Qual é o caminho da perfeição? 
O caminho da perfeição é a imitação de J csus 
Cristo. 
Jesus Cristo é o Modêlo acabado de toda a perfei­
ção, ao qual todos os homens devem se assemelhar. 
1. 1A imita-ção de Jesus Crist10 no estado secular. 
584. Pode haver também uma vida perfeita no mundo­
ou no estado secular? 
Certamente, pode haver também uma vida per­
feita no mundo, contanto que não se viva segundo o 
espírito do mundo, mas segundo o espírito de Jesus 
Cristo, como o encontramos expresso nas oito bem­
aventuranças. 
585. Quais são as oito bem-·aventuranças? 
As oito bem-aventuranças são: 
J.) Bem-aventurados os pobres de espírito, por• 
que deles é o reino dos céus. 
2) Bem-aventurados os mansos, porque eles pos­
suirão a terra. 
3) Bem-a-venturados os que choram, porque 
eles serão consolados. 
4) Bem-aventurados os que têm fome e sêde de 
justiça, porque eles serão saciados. 
5) Bem-aventurados os misericordiosos, por­
que alcançarão misericórdia. 
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
:242 
6) Bem-aventurados os limpos de coração, por· 
que eles verão a Deus. 
7) Bem-aventurados os pacíficos, porque eles 
. serão chamados filhos de Deus. 
8) Bem-aventurados os que sofrem persegui­
•ção por amor da justiça, porque deles é o reino dos 
-céus. (Mateus V, 3-10) 
Como se vê fàcilmente pelas oito bem•aventuran­
ças, o espírito de Jesus Cristo é completamente oposto 
ao espírito do mundo, pois este considera como miserá­
veis ou loucos justamente aquGles que Cristo chama de 
bem-aventurados . 
. 586. Por quê devemos t-odos procurar a perfeição pró­
pria de nosso e,stado? 
Nós todos devemos .~spirar a perfeição própria 
• de nosso estado: 
1) porque NoRRo Senhor e Sahrador Divino diz 
.a todos: "Sêde perfeitos, como vosso Pai celestial é 
perfeito''. (:Mateus V, 48). 
2) porque devemos amar a Deus Nosso Senhor 
•com todo o nosso coração, com toda a nossa alma, 
com todo o nosso entendimento e com todas as nossas 
forças. (l\farcos XII, 30). 
3) porque seremos tanto mais felizes no céu, 
·quanto mais santa, tiver sido a nossa vida sobre a 
terra. 
4) finalmente, porque, se não pomos cuidado 
em progredir no bem, corremos perigo de cau em 
pecaclos graves e de perder-nos eternamente. 
-587. Que meios deve usar o cristão, de qualquer esta­
do que seja. para conseguir a perfeição? 
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243'· 
Para conseguir a perfeição, o cristão, de qual­
quer estado que seja, deve: 
1) orar de bom grado, ouvircom diligência a 
palavra de Deus e receber com frequência os santos 
Sacramentos. 
2) vencer-se e renunciar constantemente a si 
mesmo; 
3) praticar todas as ações em estado de graça 
e de uma maneira agradável aos olhos de Deus. 
1) "E perseveravam na doutrina dos Apóstolos, e 
na comum fração do pão e nas orações". (Atos dos Ap .. 
II, 42). 
2) "S-e alguém quer vir após de Mim (ser meu dis•· 
CÍPlllo), negue-se a si mesmo, e tome a sua cr1:1z, e si­
ga-me". (Mateus XVI, 24). 
3) "Quer comais, quer bebais, quer façais qualquer· 
outra coisa, fazei tudo para glória de Deus". (111 Co­
rint. X, 31). 
588. Como devemos abnegar-nos? 
Devemos nos abnegar, procurando vencer-nos 
mesmo em· coisas lícitas, para nos acostumarmos a 
vencer-nos em coisas ilícitas. 
589. Como podemos mais fácilmente tom.ar nossas a~ 
ções ordinárias agradáveis a Deus? 
Para mais fàcilmente, tornarmos nossas ações or­
dinárias agradáveis a Deus, devemos habituar-nos a 
representar-nos vivamente, como Jesus Cristo fazia 
as suas ações ordinárias e excitarmo-nos a imitá-las. 
pelo amor para com ele. 
Devemos es.pecialmente aplicar-nos em fazer nos­
sos t1·abalhos com diligência, paciência e santificá-los 
pela boa inten~ão; nas refeições devemos ser modera­
dos e recolhidos; nos recreios, atender ao tempo deter­
minado, procurar ter a Deus presente e não sair dos li-
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
:244 
rnítes da honestidade; nas relnções com o proxmio, de­
vemos ser caridosos e amáveis, mas, ao mesmo tempo, 
cautelosos, para não sermos induzidos ao mal; final­
mente, devemos considerar as pen.as e contrar-iedade3 
como amorosas disposições de Deus, e como preciosas 
ocasiões de recolher mérito para o céu. 
2. A imitação de Jesus Cristo no estado religios~ 
Conselhos evangélicos 
590. Quais são os meios especiais para conseguir a 
perfeiçãQ cris.tã? 
Os meios especiais para conseguir a perfeição 
e;rist.ã são os que chamamos conselhos evangélicos, 
que são: 
l) pobreza voluntá.ria. 
2) castidade perpétua, 
. . 
:~) obediência perf cita sob 
\ual. 
um superior esp1r1-
Estes meios são chamados. conselhos evangélicos, 
porque Jesus Cristo os recomendou e aconselhou no E­
vangelho, mas não os impôs como preceitos. A eles se 
refere a expressão do divino Salvador: "Nem todos 
compreenderam esta palavra mas (somente aqueles a 
quem foi concedido" {Mateus XIX, 11). A vocação pa­
ra o estado religioso é uma graça especial. 
591. E.m que consiste a pobreza voluntária? 
A pobreza voluntária consiste em renunciar li­
vremente à posse de bens temporais, para assim aspi• 
rar com mais constância à posse dos bens eternos. 
"Se queres ser pe1·feito, vai, vende o que tens e dã 
aos pobres e terás um tesouro no céu e depois vem e se­
gue-me". (Mateus, XIX, 21). 
592. O que é a castidade perpétua? 
Castidade perpétua é a renúncia voluntária, por 
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
245, 
toda a vida, não só aos prazeres impuros, mas tam­
bém ao matrimônio para poder servir a Deus com, 
mais perfeição. (Mat. XIX, 10~12). 
"Quanto, aos vírge~s, não tenho mandamento do 
Sel)hor, mas dou conselho ... Aquele que casa a sua (fi-­
lha) virgem, faz bem, e o que a não casa, faz melhor". 
(I Cor. VII 25-38) "Se alguém disser que o estado de 
matrimônio deve ser preferido ao estado de virgindade, 
e que não é melhor e mais grato a Deus o permanece!' 
na virgindade do que ligar-se pelo matrimônio, seja a­
nátema». (Concilio de Trento, sess. 24, cap. X) 
593. Em que coruf.ste a ,obediência perfeita? 
A obediência perfeita consiste em o homem re­
nunciar a sua própria vontade, para cumprir com 
maior segurança a vontade divina sob um superior· 
que ocupa o lugar de Deus. (l\iiat. XVI, 24). 
594. Por que os conselhos evangélicos são meios exce­
lentes para a perfeição? 
Os conselhos evangélicos são meios excelentes 
para a perfeição: 
1) porque, por eles, se afastam os principais 
obstáculos à perfeição, isto é, o amor desordenado 
aos bens temporais, aos prazeres sensuais e à inde•­
pendêncja no agir; 
2) porque, por eles, o homem oferece a Deus 
em sacrificio tudo o que é e tudo o que possue: os­
bens exteriores, pelo voto de pobreza; o corpo, pelo 
voto de castidade; a alma e a vontade, pelo voto de· 
obediência. 
595. Quem está obrigado a observar os c-onselhos e­
vangélicos? 
Estão obrigados a observar os conselhos evan--
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246 
gélicos os religiosos e todos os que a isso se obriga­
ram por voto. 
Como os religiosos, em virtude de seu estadóJ são 
obrigados a usar destes meios especiais de perfeição o 
estado religioso chama-se também estado da perfe-ição. 
APLICAÇÃO: - •jMeu filho, serve a Deus com um co­
ração perfeito, e uma plena vontade, porque o Senhor son­
da todos os corações, e penetra todos os pensamentos does­
pírito, Se tu o buscares, achá-lo-as; mas se o deixares, Ele 
te rejeitará para sempre" (1 Paralip. XXVIII, 9). 
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DOS :MEIOS DE OBTER A GRAÇA 
596. Quê se ,entende por graça divina? 
Por graça divina se entende todo dom íntimo e 
sobrenatural que Deus nos dá gratuitamente, em a­
ten~ão aos merecimentos de Jesus Cristo, para nos­
sa salvação eterna. 
Por sobr€11.atural entende-se tudo o que se refere à. 
et~rna bem-aventurança. Os dons sobrenaturais são tão 
sublimes, que nenhuma criatura pode ter uma potên­
cia natural para os mesmos e nem pode, de modo al­
gum, alcançá-los por suas forças naturais. 
597. De quantas espécies é esta graça? 
Distinguem~se duas espécies de graça divina: 
1) A _graça atual ou graça auxiliar; é um dom· 
transitório; 
2) a graça santificante ou graça de justificação­
também chamada graça permanente. 
A graça atual tem diversas denominações: chama• 
se alual, porque é dada em cada ato; diz-se que é um 
"dom transitório[), momentâneo", poroue é uma operação 
passageira do Espírito Santo na alma; chama-se ''gra-
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
248 
Ç(t auxiliar", porque auxilia a execução de boas obras 
sobrenaturais, enquanto que a graça santificante é um 
dom permanente na alma, que a torna j~.{.Sta, e santa aos 
olhos de Deus. · 
§ l. DA GRAÇA ATUAL 
598. Em que consiste a graça atual ou graça auxiliar? 
A graça atual ilumina a nossa inteligência pa­
ra conhecer o hem e o mal e move a nossa vonta<le, 
para praticá-lo ou evitá-lo. 
599. A graça atual nos é necessária? 
A graça atual nos é necessária, que, sem ela, 
não podemos nem principiar, nem continuar, nem 
concluir cousa alguma para nossa salvação eterna. 
"Deus é o que realiza em vós o querer e o execu­
tar". (Filip. II, 13) 
Pode-se subdividir a graça atual em: graça antece­
dente., graça ooncomitantei e graça consequente. 
600. Por quê a gyaça atual n·os é indispensável para tu­
do o que conduz à salvação? 
A graça atual nos é indispensável para tudo o 
que conduz à salvação, porque nossa bem-aventuran­
ça é um bem sobrenatural, e, por conseguinte, só se 
pode conseguir por / orças sobrenaturais, isto _é, pela 
.graça • 
. E tão impossível ao homem dar um passo no cami­
nho da salvação eterna por suas 'forças naturais, como 
o é ao homem alcançar o céu visível por uma viagem pelo 
globo terrestre. 
601. Concede Deus a sua graça a todos os homens? 
Sim, Deus concede a todos os homens graça su­
ficientes para que observem os preceitos, e pos::-arn 
ser salvos. 
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249 
uneus quer se salvem todos os homens, e que che­
guem ao conhecimento da verdade". (I Tim. II, 4) "Deus 
é fiel, e não permitirá sejais tentados acima do que po­
dem as vossas forças. Antes, fará que tireis vantagem 
da mesma tentação para a poderdes suportar" (I Cor. 
XI. 13). 
Deve-se notar, entretanto, que Deus, comunmente, 
dá só a graça de rezar; as outras graças, estão ligadas. 
ao uso dos meios de obter a graça, principalmente, à 
oração. Diz O· Concílio de Trento (sess. 6\ e. II): uDeus 
não manda coisas impossíveis; apenas, mandando exor­
ta a fazero que se pode, a pedir o que não se pode e a­
juda para que se possa". (Ver perg. 315). 
602. Quê devemos fazer para que a graça opere a nos­
sa salvação? 
Não devemos resistir à graça, mas devrmo::-; co­
operar fielmente com ela. 
"Nós vos exortamos a que não recebais em vão a 
graça de Deus" (II Cor. VI, 1). Deus estende-nos sua 
mão salvadora; se queremos verdadeiramente ser sal­
vos. devemos segurar essa mão salvadora e não rejeitá­
la. 
Exemplo de São Paulo: Tenho trabalhado mais co­
piosamente que todos eles; contudo, não eu, mas a gra­
ça de Deus que está em mim".(I Cor. XV, 10) 
603. P6de o homem r.esistir à graç-a? 
Sim, o homem pode resistir à graça, pois ela 
não se impõe necessàriamente à vontade humana, 
mas deixa-a em completa liberdade. 
"Jerusalém. Jerusalém,.. quantas vezes quis cu 
juntar teus filhos, como a galinha recolhe debaixo das 
asas os seus pintinhos, e tu não O quiseste?" (Mateus 
XXIII, 37) 
"Se hoje ouvirdes a sua voz, não queirais endure• 
cer os vossos corações". (Salmo XCIV, 8). 
APLICAÇÃO: - Pede a Deus diàriamente a sua graça 
e guarda-te de lhe fechar o cora(.!ão. "Eis que estou à por­
ta, e bato. Se alguém ouvir a minha voz e me abrir a por­
ta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo" 
(Apocal. III, 20). Para que sejam mais fie1mente e fàcil-
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
250 
mente recebidas, Deus une muitas vezes as suas graças 
íntimas a circunstâncias e acontecimentos exteriores, co­
mo: mortes repentinas, doenças, sucessos felizes. fracassos, 
~te .. Não passes leviamente sobre tais exortações de Deus, 
pois nada é mais perigoso do que não reconhecer o dia em 
que Nosso Senhor visita con.1 sua graça. 
Exemplo: Jerusalém. (Lucas, XIX 44). 
§ 2. DA GR~~ÇA SANTIFICANTE 
604. Quê é a graça santificante? 
A graça santificante é um dom r::obrenatural, 
gratuito, que o Espírito Santo comunica às nossas al­
mas, pelo qual nos tornamos justos e santos, filhos 
de Deus e herdeiros do céu. 
605. Por que dizemos que a graça santificante é um 
dom gratuito? 
Dizemos que a graça santificanle é um dom gra~ 
tuito, porque é uma dádiva livre do amor divino, que 
não podemos conseguir nem merecer por nossas pró­
prias forças. 
''Considerai que amor nos mostrou o Padre (em 
querer que sejamos chamados filhos de Deus, e que o 
sejamos na realidade" (P. João, III 1) "São justifica­
dos gratuitamente pela sua graça por meio da reden­
ção, que está em Jesus Cristo" (Roman. III, 24). 
606. De que mod_p a graça santific:ante n,os toma jus­
tos e santos? 
A graça santificante torna-nos justos e santos, 
1) apagando todos os pecados mortais, 
2) concedendo à alma uma vida nova e sobre­
natural. 
1) "Fostes lavados, fostes santificados, fostes jus~ 
tificados em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, e pe­
lo Espírito de nosso Deus". (I• Cor .. , VI, 11) 
2) "Nós sabemos que fomos transladadoo da morte 
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
251 
(do pecado) para a vida (da graça)" CP João,. III, 14}. 
Esta vida nova e sobrenatural é uma misteriosa 
participação da vida divina; quem a recebe, "nasce de 
Deu.:l', e, por isso, torna-se filho e imagem de Deus. 
Com a graça santificante. que é a vida sobrenatu­
ral, são infundidas na alma fôrças superiores para a 
prática de boas obras, isto é, as virtudes sobrenaturais. 
607. Como principia a justificação do pecador? 
A justificação do pecador principia com a gra­
ça atual que o previne, o ilumina e o estimula a con­
verter-se a Deus. 
608. Quê deve fazer o pecador. de sua parte, para al­
cançar a graça da justificação? 
O pecador deve corresponder à graça atual e 
preparar-se para a digna recepção do sacramento do 
batismo, ou, quando já é batizado, para o sacramen­
to da penitência. 
A criança recebe a graça da justificação ou graça 
santificante no batismo sem preparação pessoal; o a­
dulto deve preparar-se por atos de fé, esperança, pelo 
arrependimento, propósito, etc. 
Exemplo : o filho pródigo. 
609. Como se perde a graça santificante? 
Perde-se a graça santificante pelo pecado mor• 
tal. 
§ 3. DAS BOAS OBRAS 
610. Que frutos produz o justo com a gr.aça? 
Com a graça o justo produz frutos de boas o­
bras, isto é, obras meritórias. pois Cristo diz: "To­
na a árvore boa dá bons frutos" (Mateus VII, 17) _ 
611. Póde o homem. que vive em estado de pecado 
mortat fazer o bem? 
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252 
O homem, em estado de pecado mortal, pode 
fazer algum bem, mas sem mérito para o céu. 
Enquanto o homem for inimigo de Deus, não pode 
pretender o direito "à coroa da vida que Deus prometeu 
aos que O amam" (Tiago I, 12). 
612. QvJe proveito tem o bem, que o homem pratica. 
em estado de pecado mortal? 
O bem que o homem pratica, em estado de pe­
cado mortal, é muito útil para obter-lhe da miseri­
córdia divina a graça da conversão, a recompensa 
temporal e para evitar castigos temporais. 
•
1Resgata os teus pecados com esmolas, e as tuas 
iniquidades com obras de misericórdia para com os po­
bres; talvez que o Senhor te perdoe os teus delitos". 
(Daniel IV, 24). 
Exemplo: Os ninivitas. 
613. Q·uê m e r e e e mo s pelas bôas obras feitas em 
estado de graça? 
Pelas boas obras feitas em estado de graça, me~ 
recemos: 
1) o aumento da graça santificante, 
2) a eterna felicidade. 
1) "A todo o que tem, dar-se-lhe-á e terá em abun­
dância". (Mateus XXV, 29) 
2) "Cada um receberá a sua recompensa segundo a 
seu trabalho". (I Cor. III, 8). 
614. De onde provém às boas obras o seu mérito? 
As boas obras recebem o seu valor dos méritos 
infinitos de Nosso Senhor Jesus Cristo, àe quem so­
mos membros vivos pela graça santificante. 
Jesus Cristo disse: HEu sou a videira e vós, os ra­
mos. O que permanece em Mim e Eu nele, esse dá mui­
to fruto, porque sem Mim nada podeis fazer". (João, 
XV, 5) 
A causa próxima pela qual as boas obras são meri-
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2.53 
tórias é, sem dúvida, a graça santificante; a causa r6-
mota, são os merecimentos de Cristo, a quem devemos a 
graça santificante. 
615. Todo homem está obrigado a fazer boas obras? 
Sim, pois "toda árvore que não dá bons frutos, 
será cortada e lançada ao fogo". (l'viateus VII, 19). 
6116. Quais são as principais boas obr-as que todo crisM 
tão deve praticar? 
Todo cristão deve guardar os mandamentos de 
Deus e da Igreja e cumprir os deveres do próprio es­
tado. 
617. Quais são as boas obras que a S-agrada EscrituM 
ra nos recomenda de modo especial? 
A Sagrada Escritura nos recomenda de modo esM 
pecial a oração, o jejum e a esmola; porém, por esM 
tas boas obras entendem-se todos os atos de piedade, 
mortificação e caridade para com o próximo. 
''E' boa a oraçã0 acompanhada do jejum, e dar es­
mola vale mais do que juntar tesouros de ouro"• (Tobias 
XII, 8). 
618. A que atende Deus principalment,e em no.ssas 
boas obras? 
Deus atende principalmente à reta intenção, pe­
la qual, ainda com as menores ações, podemos alcan­
çar de Deus grande recompensa. 
Exemplos: o óbulo da viuva. (Marcos XII, 43; o co­
po de água fria. (Mateus X, 42) 
619. Qué é a inten,cão? 
A boa intenção é. o desejo sincero de honrar e 
servir a Deus. 
A intenção com a qual se executa uma obra, é, por 
assim dizer, a alma dessa obra. Uma ação em si má nun­
ca pode tornarMse boa, pela reta intenção; entretanto, 
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
254 
uma _ação boa tornar-se-ã tanto mais meritõria, quanto 
melhor e mas pura a intenção com que fôr praticada. 
Mesmo as acões indiferentes, como: comer e beber, -
podem ser santificadas pela reta intenção; entretanto, 
uma ação em si boa pode tornar-se má, se fôr má a 
intenção que leva a executá-la. Assim, para que uma 
ação seja verdadeiramente boa, requer-se: 
1 - que seja uma ação boa, ou, ao menos, indife­
rente; 
2 ·~ circunstâncias boas, ou, ao. menos, indiferentes; 
3 - reta intenção. 
620. Como se pode fazer brevemente a boa intenção? 
Faz-se a boa intenção, quando se pensa ou se 
diz sinceramente:"O' meu Deus, eu Vos ofereço to­
dos os meus pensamentos, palavras e obras!" ou "Se-
ja tudo pelo amor de Deus!" · 
621. Qu,ando se deve fazer a boa intenção? 
E' sumamente útil fazer a reta intenção todas as 
manhãs e renová-la muitas vezes durante o dia. 
622. Quais são os meios principais para alcançar a 
graça? 
Os meios principais para alcançar a graça são 
os santos sacramentos e a oracão . .,. 
623. Que diferença existe entlie esses dois meios de 
graça? 
1) Os sacramentos produzem em nós a graça, a 
oração nô-la alcança; 
2) os sacramentos nos ·comunicam graças mais 
ricas do que a oração; 
3) pelos sacramentos, conseguimos só aquelas 
graças para as quais foram instituidos; pela oração, 
podemos conseguir todas as espécies de graças, com 
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255 
exceção de algumas que Jesus Cristo quis nos fossem 
concedidas somente por mdo dos sacramentos. 
APLICAÇÃO: - A graça santificante é o mais precio­
so dom de Deus. Evita, pois: o peco.do, para não perder a 
graça. e pratica boas obras, para aumentá-la. Pede, tam­
bém muitas vezes e intimamente a graça da perseveran­
ça no bem até a morte. Disso depende tudo. "Aquele que 
perseverar até o fim, esse será salvo". (Mateus, X, 22). 
DOS SANTOS SACRAMENTOS 
624. Quê é um sacramento? 
Sacramento é um sinal sensível e eficaz da gra• 
ça instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo para san­
tificar as nossas almas. 
625. O que se requer para que haja um sacramento? 
Para que haja um sacramento, requer•se: 
1) um sinal visível, 
2) a graça interior, 
3) a instituição por Jesus Cristo. 
626. Por quê Jesus Cristo uniu a participação de sua 
graça a sinais exterio~s? 
Jesus Cristo uniu a participação de sua graça 
a sinais exteriores, para que tivéssemos símbolos ín­
teligí veis e, ao mesmo tempo, um penhor sensível da 
graça interior. 
Também Nooso Senhor, algumas vêzes, ao conce­
der benefícios espirituais e corporais, serviu-se de sinais 
exteriores; por exemplo, ao comunicar o Espírito San­
to (João XX, 22) na cura do cego de nascimento (João 
IX, 6) e do surdo-mudo (Marcos VII, 33-34). 
627. :tstes sinais exteriores sômente simbolizam a gra­
ça? 
Não; estes sinais exteriores operam também a 
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graça. que simbolizam, se, de nossa parte, não pu• 
zermos obstáculos; por isso, se chamam também s1.­
nais eficazes. 
628. Que graças produzem os sacramentos? 
1) Os sacramentos comunicam ou aumentam a 
graça santificante; 
2) cada sacramento comunica uma graça espe­
cial, segundo o fim para o qual foi instituído. 
Além disso, alguns sacramentos ainda imprimem na 
alma um caráter (batismo, crisma e ordem) ou confe­
rem um poder especial (ordem). 
629. Com.o se devem receber os sacrcmnientos. para que 
produzam em nós estas graças? 
Devemos receber os sacramentos dignamente, is~ 
to é, com preparação conveniente. 
Quanto melhor é a preparação, tanto mais ricas são 
as gracas recebidas. F.ntretanto, o ato de imprimir o ca­
ráter ou de conferir o poder, não depende da recepção 
digna,. mas somente da recepção válida desses sacra­
mentos. 
630. Que pecado comete aquêle que recebe um sacra­
~ento indígnamente? 
Qem receber um sacramento ind1:gnamente, is­
mete um pecado muito grave - um sacrilégio. 
631. A eficácia dos sacramentos depende também da 
dignidade de quem os administra? 
Não, pois a virtude dos sacramentos não vem 
de quem os administra, mas dos méritos de Jesus 
Cristo, que os instituiu. 
Os sacramentos são semelhantes a cana.is de graças 
que o ministro. apcnns abre ou fecha. 
632. P,crque s-e requer que a instituição de um sacra­
me·nto seja obra d.e Jesus Cristo? 
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Requer-se c1ue a instituição Lle um :::acran:1ento 
seja ohra de Jc~u:1 Cristo, porque Ele não conferiu 
aos apfü,tolos e aos seus sucessores nenhum poder de 
in~tituir sacramentos. 
"Assim todos nos considerem como ministros de 
Cr.·isto, e riispenseiro,9 (não autores) dos mist(,rios de 
Deus", diz o Apóstolo (I Cor. IV, 1). 
633. Quantos sacramen.tos instituiu Jesus Cristo? 
Jesus Cristo iru-~tituiu sete sacranwntos: _L) ha-
1 i~mo, 2) con.fi rmação ou crisma, 3) eucarist1a, 4) 
ptmitc'.:nfia ou confisi::ão, 5) extrema-unção, 6) 01:­
dt!ill~ 7) matrimônio. 
Cristo I<:o::;so St~rll-101· .instituiu justarncntc tantos 
sacnunent.os, quantos são necessários e ú.tcin para a 'l.'-i­
da sobnJnat-ural. Como o hornmn, na vida natural, pri­
mcíro nasce. dq)OÍ~ cre~cc-, man( érn a \'ida pelo alÍmcn­
to, etc., assim também: 1) no hatismo, uasce para R Yi­
da sobrcnnt.ul'al: recebe depois: 2) na confirnw.ção, for­
ça e cn::-scimeni.o; ~~) na eucaristia, ulhncnto didno; 1) 
;w ~, r;e1 · nrn0n t0 ela p ~~niH'~n:~ i n, rc{;uper a H \' idn so brN1 a­
t ural perdida; 5) a Pxi n,ma-unç;[w lhe dá fôrça e t,•fr.i­
gé;-io pura a luta suprema; 6) pela ~-n·dt.'m, perpetuam­
se os n1Pios dl• grata neee~,::--;ários para a vida _sohrena­
t~iral, e 7) pPlo n.1ntrimônio, a 11níüo entre honwm C) 
rnulhc'í' 6 santificada, a fim ck qm.' l•lc·s, assim santifi­
•·.:-i(fos. 1.nmbém f:'duqrn·rn ~cus filhos para uma Ylcla :.:an-
t ª· 
634. De onde sabemos que há sete sacramentos? 
~~;.tlwrnos que hú selt>, ~acn1mentof-'.'. pela contínu ~t 
e inl'.11ívt~l cloutrina da ItSreja. 
A Sagrada Escritura fala sobre alguns saci:amer.-
1 o~ com muita cfan•za. sobn.' 0ufros fa!a nwn<.ts clara­
n1,_,11, ,,. i\-T;ih t•·. icic:n'. emente faia a Ti·adiç:io, poi~, nã.o sc­
nwnte os caLólicoc;; de t.odcs os séculos. mas tmnhfan os 
cbmáHcos gregos e russos e todas as .;citas que, no!'; pri­
meiros tempos se separaram da Igreja Católica. têm se­
te sacramentos. Isto é uma prova pa.lpáycl de que 11 dou~ 
trina elos sei'e sacramentos é tão antiga como a !(;{reja. 
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crisma 
"O batismo, a crisma e a orde·m, podcrn ser recebido'i 
só uma 'oez porque im.pr.mem na alma um caráter indalé-­
C6Z"'. 
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635. Como se dividem os sacramentos? 
Os sacramentos dividem.se em: 
1) sacramentos dos vivos e dos mortos; 
2) sacramenlo5 que só se recebem u.ma vez e ~a­
crmnentos que ~e podem receber mais vezes. 
636. Quais são os sacra1r.,entos dos mortos? 
Os sacramentos dos mortos são dois: o batismo 
e a penitência. 
Cham;:im-.se sacramentos dos mortos, pnr,.,ue, na 
sua recepção, ainda não se tem ou não se precisa ter a 
vida sobrcnaturnJ, i:,1 o é, a graça santificante. 
637. Quais são os sacramentos dos vivos? 
Os Racrumentos dos vivos são cinco: crisma, eu­
cari~ti:1. exlrcma-un<.:ão, ordem e matrimônio. 
Chamam-se sacramentos dos '1:it:os. porrpw. para 
recebê-los deve-se ter a vida sobrenatural, isto é. a gra.• 
ça santificnnt~-
638. Que sacramentos podem ser recebidos uma i:.,ó vez? 
O batismo, a crisma e a ordem podem ser rece­
bi dos só uma 1,1ez. 
Estes sacramentos RÓ podem ser recebido~ uma vez. 
porque imprimem na alma iim cctrâter índelévc-l. 
639. Que fim têm as cerimônias que a Igreja usa na ad­
ministração dos sacramentos? ,. ...... I. , .. 
as ccrmwnws que a grcJa usa na ann11n1~tra-
ção dos sacramentos devem simbolizar a graça e pre• 
parar-nos para a mesma; também devem contribuir 
para aumentar a piedade e o respeito dos fiéis. 
APLICAÇÃO: ~-· Os santos sacramentos são os mais 
sublimes e mais efic<ãzcs meios da _graça. São semf'!hantes 
a \T.' o:~ t·p,c•~.ti!l;s c!wios do pr eci•Jsbsimo Sangue de Je• 
sus Cristo. Guardn•te, por isso de mcnDsprezá-los ou de pro­
faná-los p:)r injúria ou por recc:pçã_o indigna. 
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/ 
(( Em V6•rdade_. em verdade l:e digo qu,e quem. não renul,­
cei' por 1ne:io da ág-ua. e d,o E1q;írito Santo não poderá en -
(João III, 5J. 
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DO BATISMO 
640. Qual é o p r i m e i r o e m a i s n e e e s s á r i o 
dos sacramentos? 
O primeiro t' mais lH'<-'C~sário do~ ,;_acra1nentn;;; f 
o liati:--mo. 
641. Por que é o batismo o primeiro emais 
n e e e s s á r i o dos sacramentos? 
O bal i~mo 6 o primeiro sacrainenlo, porque, an­
lt~s dele, não se pode recPher vàlidamente n<>nhum ou­
iro sacramento; é o mais necessário, porque, sem ba­
\ i"'mo, n1nµ;uém pode salvar-se. 
"Em verdadC'. em verdade te digo que qut'm não rr~ 
nascer por meio da água 0 do Espírito Sf}nto nfto podc·rá 
c•ntrar no reino de Deus" (João, III 5) 
Deus. porém. não nos revelou o qrn' ~ncede cor11 w:1 
c,·iançus que íito,-re>n sem Vatis,nn. Sabemos só que elas 
nfto alcm:çam a visão de Deus, mas também nüo são 
castigadas como aqueles que pecaram pessoalmenf e. 1;:111 
todo caso, devemos aceitar que Deus sendo misH·icor­
clioso, lhes concede um destino fa,·oráveJ e bom. 
Gt12. Qué é o bati.t:::Tc-::o? 
O batismo é um sacramento no qual o homem 
pw·ificado de todo:-:: o,~ pecado~, pda úgua e pela 
palavra de Deus, e regenerado e santificarlo em Cris­
to para a vida (-)terna. 
643. Em que consiste o s i n. a l s e n s í v e I do ba­
tismo? 
O sinal ,•:<'nsfrel do batismo con~it;le em 1,lc-rra­
rnar água sobre a cabeça de quem vai ser batizado e 
di::.er ,w mesmo tempo. ~om jnl('ll<.:úo dr hatizdr: "Eu 
te lwlizo <>m nornP do Padn· P do Filho e do l·>píri11 ► 
~nnto'". 
A pltrificação extP-rior com água significa a purifi­
cação in1<>rior da alma. 
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Nos primeiros sécnlos do Cric:.tianísmo. foi mnis u­
sada a imersão ou também a aspersão, em lugar do der­
ramamento da ãgua. 
644. Que g r a ç a s concec.,e o batismo? 
1 ) O batismo purifica do pecado original e de 
todos os outros pecados; 
2) apaga todas as penas temporais e eternas; 
3) concede, com a graça santificante, as virtu­
des sobrenaturais, e assim nos faz filhos de Deus e 
herdeiros do céu; 
4) imprime em nosRa alma um carátt~r indclP­
·vel e nos faz membros de Cristo e de sua ~anta Igreja. 
"Não há pois, at;ora nenhuma condcnnção parn os 
que cstrw cm Jesus Cristo"• (Rom. VIII, 1). 
'
1E)e nos 8nlvou mediante o batismo de regenera­
ção e de rcnovaç5o do E~pírito Santo, que ele difundiu 
t,ohro nós n hundan1 c>rn0n 1.0 nor .J f'~•:us Cristo nosso Sal­
vador: a fim de Que, justiflcndos pela graça. sejamos 
herdeiros da vida eterna sc>gur.do a esperança que te• 
mo.s de a pus::.uír um dia". (Tho, III 5-7). 
645. Quando irnpôs fcsus Cristo o p r e e eito do ba­
tismo? 
Jesus Cristo impôs o preceito do batismo, antes 
-de sua A!?censão, quando disse aos Apóstolos: "Ide, 
pois, ensinai todrrs as gente~~ batizando•a!, em nome 
do Padre e do Filho e do Espírito Santo" (l\fateus 
XXVIII, 19). 
646. Quem p o d e batizar válidamente? 
Qualquer pessoa pode batizar vàlidamente, mas, 
fora do ca~o de necessidade, só o sacerdote tem o cli­
reito de bul izar. 
647. Que água se deve empregar para o batismo? 
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Qualquer água natural basta para a validade do 
batismo; entretanto, sempre que for possível, deve-se 
empregar água benta. 
Para os batismos solenes, o sacerdote emprega á~ 
gua batismal, isto é, água sagrada e benta especialmen­
te para este fim. 
648. Que i n t ,e n ç ã o deve ter quem batiza? 
Quem batiza deve ter a intenção de balizar real­
mente, isto é, de fazer o que a Igreja faz ou o que 
Cristo ordenou. 
Quando o batizando é adulto, deve ter o desejo de 
ser batizado; do contrário o batismo é inválido. 
No batismo em, caso de n6cessidade, derrama-se 
água na cabeça do batizando, dizendo, ao mesmo tcmG 
po, as pala\Ta:s: "Eu te batizo em nome do Padre e do 
Filho e do Espírito Santo". -- Nesse caso, as cerimôniçt! 
solenes ficam para ser feitas pelo sacerdote, mais tanic. 
649. Que prometemos a Deus no santo Batismo? 
No santo batismo, prometemos a Deus: 
l) Crer firnw e constantemente na doutrina ca­
tólica; 
2) fugiT do pecado e das más ocasiões e levar 
uma vida agradável a Deus. 
É o que se chama "promessas do Batismo". E, como 
Deus, de sua parte, promete ao batizado sua graça e a 
::,alvação eterna, esta promessa ·mútv,a chama-se ••alian­
ça batismal". 
650. Que n -o m e se deve dar à criança, no batismo? 
No batismo, deve•se dar à criança o nome de 
um santo, para que ela tenha um intercessor junto de 
Deus e um modelo para imitar. 
651. O que se deve observar espe,cialmente com res­
peito aos p a d r in h o s ? 
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Os padrinhos Yêm a ~er como pai;'.' espH:ll.ua i:-:; 
dos bal.izndos, e em seu nome fazem a conf is~ão de 
fé ~ ai-:: 1n·ome~sa:,, do batismo. 
Por ~ausa deste parentesco c~piritual os padri­
nhos nüo se podem casar com os afilhados. nem com os 
paiR dos InQ.smos. 
652. Que devêres têm os padrinhos de batismo? 
Os padrinhos se comprometem a cuidar da edu­
cação cri~tã ·do afilhado, ca~o os pais não queiram ou 
- f' "' I nao po~~am : aze- o. 
Disso logo se conclue que só se dcn~m escollu~r, pa­
ra padrinhos de batü;mo, católicos bons e cumpridores 
do de\'er. 
653. Poderá ser alguma vez suprido de outro modo o 
batismo de água? 
Quando o hati~;rno dr ;_'igua é impossíve:I, pode 
fuprí-lo: 
1) o arrepeudirn1•11to p<"rfrito ou o arnor a Dt ... us 
(bati~mo dP- desejo); 
2) o martírio por amor de Cristo (batismo de 
sangue). 
1) "Todo que (assim) ama nasceu de Deus e conhe­
ce a Deus" (P João, IV, 7). 
2) "Quem perder a sua alma por causa de Mim, 
sah'á-Ja-á". (Lucas IX, 24). 
RITO DO BATISMO 
As cerimônias do batismo são antiquí!llsimas e: de 
profunda significação. São as seguintes= 
A. - Cerimônias que precedem -o batism-o. 
1) O batizando, a princípio, permanece à porta da 
Igreja, pois, só pelo hati.smo será admitido à comunida-
de dos fiéis. · 
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2) Depois que aí recebe o nome, o sacerdote sopra­
lhe três Yezes, de leve no rosto, para assim simbolizar 
que o espírito das trevas é repelido pelo Espírito Santo. 
3) Em seguida, o sacerdote faz com o polegar o si­
nal da cru✓• na fronte e no peito da criança; esta cerimô­
nia dá a entender que o batizando daí em diante dc\'0 
pertencer ao Crucificado, cuja doutrina deve guardar 
em Sf~U Loração e confessá-la genl"rosamentP com pala­
\Tas e obras. 
4) A seguir. o sac0rdotc coloca um pouco de sal ben­
to na bôca da criança. O sal é um sírnho1o da sabedoria 
c1·isrn e na pn•servaçfto da corrupção do pecado. Scgue­
se: 
5) O lºXorcisrno d<c> satanás cujo podt>r é qu0hrndo cm 
nonw da ~::i.nLÜ;~irna Trindade. 
ffi A ímposidiu da~, mftos p~•1o sacc'rdotc. como ·,ím­
hulc, da proteção divina. 
7) A entrada na Igreja sob a impo~ic;ão da estola, si­
nal do poder sacerdotal, em vil'tudc do qual o batizan­
do é admitido à comunidade da .Igreja. 
8) O molhar das orelhas e ào nariz com a saliva, a e­
xemplo de Jesus (Marcos, VII, 33). para significar que 
os· sentidos espirituais se abrirão pela graça do batismo 
üs V(-'J'dadcs do Evangelho e qtw d0n•m firar 8lwtto~ 
rrnrn ouví-las. 
::J) Depois que! o batizando mesmo ou pela boca do 
seus padrinhos, renunciou à satanás e às suas obras ( aos 
pecados). 0. à.s suas pompa.-; íàs \'aiclao('s do nrnndo), o 
~acerdote unge-o no peito e entre as espáduas com óleo 
dos catecúmenos; esta unção :significa que, como solda­
do de Cristo o batizando terá de sustentar lutas contra 
o demônio e o mundo. 
10) A seguir, o batizando é convidado a fazer pú­
blica e solene confissão das principais verdades da fé; 
segue-se então a administração do batismo. 
B. - Cerímônias que se seguem ao batismo. 
1) O sacerdote molha o polegar no santo Crisma e 
unge o neófito no alto da cabeça cm forma de cruz, paw 
ra representar que a alma agora está ungida com a gra­
Çé!- do Espírito Santo. 
~) Como símbolo da inocência batismal recebida, o 
neófito recebe uma veste branca; o sacerdote a impõe 
com as palavras: "Rerehe> a ,Tste branca e cons0rva-a 
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imaculada até o tribunal de Nosso Senhor Jesus Cristo, 
a fim de que tenhas a vida eterna". 
3) Finalmente o neófito recebe umavela acêsa co­
mo exortação de que, dora cm diante, e seu sagrado de• 
ver fazer brilhar aos olhos de todo o mundo a luz da fé 
e de uma conduta irrepreensível. 
APLICAÇÃO: - Jamais te esqueças do que prometes• 
tes a Deus no santo batismo e a exortação one o sacerdo• 
te te fêz ao entregar•te a veste branca e a vela acêsa. (Re­
nova muít as vezes, talvez todos os do1ningos as Pl"OffiC.\;SaS 
do batismo) 
DA CONFIBMAÇ÷O OU CRISMA 
654. Que é a e o n f i r m a ç ã o ou e r i s rn a ? 
A confirmação ou crisma é um sacramento em 
que o balizado, rnediante a imposição das mãos, un­
ção e oração do Bispo, é fortalecido pelo Espírilo 
Sanlo para que· confesse a fé com firmeza e a guar­
de com fidelidade. 
O batismo nos dá a v;da sobrenatural, a confirm~• 
cão a desenvolve. 
O ba 1 ismo f a.~ nascer os filhos de Deus. a confirma~ 
ção os faz cretcer e os transforma cm crir-Hios forte~; e 
soldndct de Cristo. 
655. Qual é o s i n a I s e n s í v e 1 da confirmação? 
O sinal sensível da confirmação é a imposição 
das mãos, a unção com o santo crisma ( óleo consa­
grado) e a oração do Bispo. 
(Ver perg. 658, n. 2). 
656. Que graças produz a confirmação? 
1) A confirmação aumenta cm nós a graça srut­
tificante; 
2) dácnos o Espírito Santo para professarmoi 
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intrepidarnente a nossa fé e para lulurrnü:_:.- contra (1~ 
inimigo~ da salvação; 
:3) imprime em nosH:l alma o caráter inclt>1éveI 
de soldado de Cristo. 
"Ora, o que nos confirma em Cristo convosco e quü 
nos ungiu é Deus, o qual também nos imprimiu o seu 
!'5êlo e deu em nossos corac;ões o penhor do Espíl'ito 1 San­
to)". i.2'·' Cqr. I, 21-22). 
657. De onde sabemos que Cristo instituiu o sacra­
mento da confirmação? 
Salwmo:-: ,1ue Cri:--:to ins! it uiu o :::.wT,Ullt'nto ,L.1 
confi rnia<._;ão porque: 
1) já. os Apóstolos adn:1ini~traram c~te sacra­
mPn!< 1: 
2) assim a / greía o ensmou sPmprc desde os 
111·iHwi ro~ t1·n1po~ do Cri:-::iiani~mo. 
1 l "Ora os Apóstolos que esta\·am ,_.rn ,Jerusalém, 
fi~ndn 011ddo dizPl' que ;1 SHmaria tinlrn l'f'f'.(•hido ;:i p;Jh:l.­
\ ra ck Deus, rnandal'arn-llw lá P~dro e ,Joào: os qwds. 
tendo c·hcmido. fizeram oração por <-'les. a fim de rece­
r.el'em o Espí:rito Santo; porque Ele ainda não tinirn 
dc,scido i;obn.' !W!1hum dt!lcs mas sàlnente tinham sido 
batizados (.'m nome do Senhor Je:-;us. Entf.io imvunhélm• 
!hC'.s as m3.o.-: 1-} rc·cPbinm o E'.',p:ri1.o Santo" ( Alo:-:: do~ 
Apfo;tolos, VIII, 14-17). 
2) "e~, hntiza.dos serão conduzidos aos bispos, a fim 
ck. por s•.1;1 oração e ímn<Jsição das mãos. receberem o 
Espírito Santo e. pelo sêio do Senhor, serem perfeitos'' 
(S. Cipriano, bispo ·e mártir. + 258) 
G50. Quais são as cer.imônias do: confirmação? 
·1) O Bi::;po c~tendc as má.o~ sohl'e o::-- cúnfir• 
rnandos e mvor.a, sobre eles, os 7 dons do Espírito 
Santo; 
2} Fn1 :--cµ:u.ida, inq1Õt· a~ mão~ ~oln,· l'ad a um 
en1 particular e unge em flirma de cruz, com c1 ~anto 
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cnsma à testa do crismando, dizendo: ''Eu te as~n­
n;i J o com n ~inal da cruz t' te confirmo c·mn o cn::-­
ma da ~alvac;ão, cm nornr, do Padre, e do Filho, e do 
l•:~píriio Santo. Am{·rn. 
•) - \ 1 . R' 1' 1 " ' ;">), o com· mr, o 1:::-po ta a H:~n\:ão a trn.t'l,~ 
juntos. 
O eonfirmando não se deve 1•ütirar antes da bênção 
final. Só as cerimônias indicadas sob o n. 2. eonsthur~m 
o sinal sensível do sacramento; as demais sfto cerimó­
nias litú1·gicas. 
O Crisma. consagrado pelo Bispo é uma mi.stura de 
óleo de oliveira e de bálsamo. O óleo simboliza a fot"<::a 
interior que o Espírito Santo comunica para resistirem 
Yilorim;amur,k aos inimigos da salvação. O Bcí.l-slltno 
re1n·0.scn1a a graça que o crismando recebe para se 
con2.c-rv:u· purn e ise11to da corrupção do mundo, e, por 
uma vida pif'dosa, cRpalhar o bom odor da virtude. 
O Bispo unge o crismando na fronte, fazendo o :~in·.tl 
da cruz, pa1·a que ele jamais se envergonhe da cruz d-e 
Cr-isto. porôm. confess~ sem temor, sua fé em Jesus o 
Crucificado "Não me P.nvergonho do Evangelho, por­
que é a vfrtude de Deus para dar a salvação a todo o 
que Cl'ê. rn·.imeiro ao judeu e depois ao grego" (Roman. 
I, 16). 
Depois da unção o Bispo bate de leve na face do 
erismH.ndo l! di7.: "A paz seja contigo!", para lhe lem­
brar que. como soldado d0 Cristo. tem o dever de supm·­
i ar pacic~ntemente. fH~lo nome de Jesus. toda sorte de 
injúrias. As palav1·as: :: A- pu;-;; se.ia contigo'' é um voto 
de bên~ãos, para que. alcnncc-m10s a vc-rdadeira paz por 
meio da lu1a pur Cristo. 
659. Quem tem o poder de confirmar? 
O podt•r de confirmar é próprio dos Bispos, co­
mo sucessores dos Apóstolos; entretanto, o Papa po­
clP, por motivos t•~pt:>:cia1:-., conft'rÍr t>~te JHH1Pr tn1n­
hém a ~implc:-. ~acerdotc~. 
660. A crisma é n::cos::ár~a parc:t a sa~va~;õ:.;,? 
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210 
A crisma não é necessária para a salvação, mns 
privam-se de muitas graças e pecam os que deixam 
de a receber por negligência ou desprêzo. 
O que Deus instituiu p~ra todo~. df'VC tamhr:>m ~er 
por todos zelosamente desejado e recebido com gratidão. 
661. Quem póde receber a confirmação? 
Toda pessoa batizada pode receber a confinna• 
Ç"O .,, . 
Nos primL'íros tempos do Cristianismo, a Crisma foi 
administrada logo depois do batismo. Atualmente, costu­
ma-se esperar até uma idade em que a pessoa é capaz 
d~ compreender afim de se preparar bem para a re­
cepção deste sacramento e assim, receber mais graças. 
662. Como se deve p repa: r a: r para a confirmação? 
Dcn~-se purificnr a conciência, é.tu mc110~ de to. 
do o pecado mortal, e pedir ardcnt<·mentc os dons do 
E~píríto Santo. 
663. Por que se admitem padrinhos para a crisma? 
i\.drni!ern-R· padrinho~ p:1ra n e1;1sma, para que 
levem os crismandos para receber o sacramento e, 
mais tarde .. os auxiliem na luta r:spiritual. por Hí,;oes 
e conselhos. 
B' a isso que se obrigam os padrinhos, quando co­
locam a mão sobre o ombro direito do conrirmando; 
assim se tornam pais espirituais e protetores de seus a­
filhados, para que estes conservem a graça da confir~ 
rnttção. Nasce entre padrinho e confirmado un-1 rmnm­
tesco espiritual, que, porém, não é considerado 1mpedi­
mcnto para o matrimônio. 
664. Que qualidades devem possuir os padrinhos de 
• ? cnsm.a. 
Os padrinhos de crisma devem ser católicos~ já 
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cri::-;mi.H.:l0A, de -vida irrepreensível e de idade! tal que 
pos:-iam cumprir os deveres de padrinhos. 
Os pais não podem ser padrinhos de crismo. dos fi­
lhos. Não deve também o padrinho de batismo s.er o 
mesmo da confirmação. 
APLJOAÇJO: - Lembra-te sempre que, como soldado 
de Jesus Cristo, deves lutar pelos interPsscs de Deus e con­
siderar uma honra sofrer pela fé ignomínias C! persegui­
ções. 
DO SS. SACRAMENTO DO ALTAR 
665. Que é o S S. S a e r a m e n to d o a l t a r ? 
O SS. Sacramento da Altar é o corpo e o sangue 
de .Nosso ~Pnhor Jesus Cri~Lo rlebaixo das aparências 
de pão f' de vinho. 
O SS. Sacramento do Altar chama-se também: Eu­
caristia, Pão dos Anjos, Viãtico, Santa Hôstia. Pão do 
céu, etc. 
666. Qual é no SS. Sacramento do Altar o s i n a I 
s e n s í v e l e qual a g r a ç a i n t e r i o r ? 
1) O sinal ::icm,ivcl são as espécies de pão e vi­
uho, sobre as quais o ~nccrdote pronuneia as palavras 
•Ja consagração; 
2) a graça interior é o próprio J et-m:1 Cri si o, o 
Autor de todas as graças. 
667. Quando instituiu Jesus o SS. Sacramento? 
Jesus Cri~to in~tituiu o SS. Sacramento na últ.i .. 
ma ceia. 
668. P a r a q u e fim instituiu Cristo o SS. Sacramento? 
Cristo instituiu o SS. Sacramento para nos pro• 
porcionar três bF.nefícios imensos: 
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l ) para /H'rrtHl!We<'r ,·om :itUJ lllllJIWlÍdade. no 
-anúrio~ no nwio df' nós~ ape~ar de ler ~uhido ao 
r·(,u; 
2) \HHa ·~(' oft,rert·r ('.orno Yílirna pt,r no:--, na 
santa Jl issa. 
:)) para n•>:--alinwnlar na Santa Com11nlu10. e 
!--í'l' V iúlico di' no:--~a uhna. 
§ 1. DA. PRESENÇA DE CRISTO NO SS. SACRAMENTO 
DO ALTAR 
669. De onde sabemos que Cristo está presente no SS. 
Sacrccmento? 
::1) p,•I,: u'm!irina dos 1prí~,tolo.•; 
Í(Jli(·(l. 
670. Como p r o n1 e t e u f esus o 
Altar? 
No dia st·guinle à primeira rnaravi ll10~a multi­
plicação dos pães, disse J csus ao~ judeus: ··o pão que 
Eu darei é a minha carne para a salva~ão do mmHlo". 
Então, ffr•q>utavam Pnlre ~i O:, judcw;, dizendo: Como 
poch-- F~lt~ dar-no:-: a comer ~ua t'.arrn,'! E Je~n:- disse~ 
1 
i ·" l' 1 1 l 1 \" • -~ -Lff~,: <.1n veru.Hw, em ven iH e vos l 1~0 ,-=ie nao eo-
!nerdc~ a carne .lo Filho do homem, e não beberdes o 
:-::eu ~angue~ não terei~ a vida em H)~. r'orquP a rni­
Hha canH' é Vt'r.JadPirameulp comida, t- o meu ~ an­
~UP \ errladt>i 1·cnnenlt"' lwhi da·, ( João, Yl, ,12-56) 
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273 
As palavras de Cristo 1·eferem-se realmente à ve1·­
dadeira recepção de sua santa carne e sangue e não po­
diam ser racionalmente compreendidas de outro modo . 
. Jesus confirma expresi;:;amente cst-a comprHmsão de sua~ 
palavras. Interpretar de outro modo s;eria deturpar vio­
lentamente o verdadeiro sentido. 
671. Como instituiu Cristo o SS. Sacramento? 
:\ a última ceia J c~u~ tornou o pão, alwu~:ouu-o 
p~1 rl iu-o t' deu-o a ~t->:us di:-:-cipulo~~ dizPndo: ··Tomtli 
t' {'onwi, i~to é o meu corpo~· E depois tornou o cáh­
cr tom \ rnho, <.h~u gn1,~a:-::, benzeu-o e o apre~enlt•u 
,:tJ:-- cl-i~t·.ípu1o:=-- ('om a~ palavras: "'Bdwi d~h~ to(lo:,;, i~-
• 
to (-; o rnep ~;aHµ:m:·. Faze:i iolo em rncn11jri ct de 
}vlim·· Uvlalt·'lb \X\L 2h-28: \.'In1·t·o~ \l\. 2:2-2,l-: 
Í.!U'il.'-' X.\ 11.) 19-:~0) 
Cristo previa que a Igreja, desde o começo e através 
etl' t.odos o:,; ~;éc.tfo:,.;, tomal'iu estas palavra::; no :;cnti<b ~i­
tc1·al. Sr EJc í\l.Üses:'-t' que cm a~sunto tüo írnpm·hnte, se 
c•ntendernse de outro modo, teria também falado de modo 
divcn.:;o, 
s•12. Qm:~ ensinam os A p 6 s to 1 os sobre o SS .. Sct­
cram;en to? 
l i 
H'f' (if' 
do :-:,rngiw dt· Cri:~ln ·r E o pão, qrw partiwo~, ni'.'iu t~ a 
pari;<,·ipa!)io do corpo d.o Stnho1·?'"~ (!'-' Cnr. \, 16) 
Em ontru passagem ele diz: "Todo aquele que co­
m-:.!r este pão ou bebei· o cálice do Sc-nhm: indíg-n::-1.men­
tc, i;;erá réu do con,o e do scrn[l1w tio Sc;;Jw1··--. (1'' Cor. 
XI, 27). 
673. Qual é C( dcmtrina da Igreja e a t ó 1 i e a sobre 
cs~r:~ Sacramento? 
:\ lgrrja Catúhi·a n1~inot1 i,,,rnpre (·111110 fon:1 r[e 
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274 
dúvida e, finalmente, no Concílio de Trento, declarou 
solenemente como dogma "que o Sacramento da Eu­
caristia contém verdadeira, real e essencialmente, o 
Corpo e Sangue de Jesus Cris:o Nosso Senhor, j:1nto 
com sua alma e divindade, e não somcnlc como num 
sinal ou figura, ou segundo uma virtude". (Sess. 1:1 
e. l.). 
Assim como Jc•sus Cristo tomou a nossa carne e 
sangue. assim também aqu~lc alimento bendito pela 
palavra de oração (palavras sacramC'ntnis) se conve1·te 
na carne e sangue de Jesus feito Homem". Assim já en­
sinava o mártir S. Justino. "Vislo que o próprio Senhor 
falou e disse do pão: Isto é o meu corpo, quem se atre­
verá a duvidá-lo? E visto quü Ele mc:::mo nos deu a '.;e­
gurança e disse: Isto é o meu. Sangue, qu0m poderá va­
cilar ou pensar que não é o seu Sangue? Ele tinha con­
vertido cm Caná a água cm vinho, ~ nós podemos auvi­
dar de El~ ter convertído o vinho cm Sangue?" Assim 
fala S. Cirilo, Bispo de Jerusalém. Igualmente claro .e 
firme é o testemunho de S. João Crisóstomo, Santo Am­
brósio. Santo Agostjnho, e de muitos outros Padres da 
Igreja. ~ Todas a~ seitas orientais que já muito cedo se 
separaram da Igreja Católica. creram na presença real 
de Cristo na Eucaristia. 
674. Que aconteceu com o pão o o i"inho. quando 
Cristo pro11unciou sobre eles as palavras: "Isto é 
o meu corpo - ist:> é o meu sang·uc/'? 
(.)uando Cristo pronunciou sobre o pão e o vinho 
as palavras: ''Isto é o meu corpo -- isto é o meu san• 
gue'\ a substfincia do pão e (io vinho mudou-se no 
verdadeiro corpo e no verdadeiro san~ue de Jesus 
Cristo, permanecendo do pão, só as espécies ou apít• 
rências. 
675. Oué se entende por aparências de pão e vinho? 
Por aparências f]e pão e vinho se entende tudo o 
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275 
que deles se percebe pelos sentidos: forma, cor, gos­
to, cheiro, etc. 
Esta transformação substancial (transubstanciaç?io), 
na qual só PC'rmancC'em as espécies. encerra muitos mi• 
lagrcs. incomprC'ensivC'is a0 entendimento humano, mas 
que absolutamente não são impossíveis a Deus Onipoten• 
te. Já na ordem da natureza acontece muita coisa que 
não podemos compreender mas que devemos reconhecer 
como realidade. 
676. Deu Jesus Cristo também aos Apótolos o poder de 
transformar pão e vinho em seu santo corp~ e 
sangue? 
Sim, Jesus Cristo deu também a seus Apóstolos 
o poder de trans!ormar o pão e vinho em ~.eu sanlo 
l. 1 11 "F . . 1 ,. • nJrpo e san~rn•, e 1zem o-. 1es • aze1 1s o cm rru~mona 
,-l..:. ~:11· •·•·1 '' 
li-;___ 1.\.l J .a. 
Este podei· dos Apóstolos passou para Of.. seus 
~.ut·e.::sorr•.s no Sacerdócio,. os bispos e o~; padrPs. 
G78. Quando os bispos e os sacerd=i,tcs cxercen1 este 
poder? 
Os bispos e sacerdotes Pxercern c!?.tr: poder na 
- 7 li ir. 1 • 
corJf[igraç~w <la i-::anla lHJ~'sa, <]tiancto pr01mncrn111 f.O• 
brc o pão e o Yiuho ·as palavras de Cristo= "[:::.to é o . ,. ,, 
meu corpo - 1sto e o meu sangue 
Na santa Missa, só podem ser usados pão do trigo 
e 'l.t'inho de uva. 
679. Quó está, pois, sobre o altar. depois da cZJnsa­
gração? 
Depois da consa~ra.ção, estão sobre o altar, ver­
dadeita, real e esscncialmenl'e prescn:cs, o corpo e o 
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276 
tangut• dt• .fo,11~ Cri:-::io, ~oh a:-- e.;penc~ dP pao e v 1-
nho. 
680. Quant,o tempo permanecG Cristo presente no SS. 
Sacramento com seu corpo e sangue·? 
C.ri:~lú p1~rnumccc 110 SS. Sac.rnmento com ~<·n 
corpo t• :-.,;angw·~ enquanto durarem a~ espécies de pão 
(' Yinho. 
68 l. Está sob a espec1e do pão somente o corpo de 
Cristo e sob a espécíe do vinho somente o seu 
scrngue? 
:.\'ão, :--oh ('ada cspec1e, Cristo e~Lá todo inteiro e 
indini.-;í1Jc[. com canw e sangue, com corpo <· alma, 
com divindade e humanidade. 
No SS. Sacramento, o corpo de Cristo está frans­
figurado como no céu. 
682. Quando o sacercl.ote parte a sant-:t Hós~;r:r, o c;,:;r. 
po de Cristo é também dividido? 
Quando o sacerdote parte a santa Hóslia, parte 
sâmr-nte as esp,~ci0 s. o c:orpo de Crislo pt>rmane~•:-:-? t-•m 
('Hda parte. intt>iro e vivo. 
O corpo de Cristo está presente sob as espec1es de 
pão e vinho de modo semelhante à alma no corpo hu­
mano, isto é, inteiro em cada parte, com a diferençr~, 
porém. que uma lesão exterior ou divisão não tem ne­
nhuma influência sobre o corpo de Cristo. 
683. Que exige de nós a presença de Cristo no San­
tíssimo Sacramento? 
:\ presença dt> Crislo no SS. Sacramenlo 1~xiµJ· 
l)UP o adoremo~ 1·on:1 o mais profundo respeito, l ,he 
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'} .,_..,. 
- ; r 
i""\~-i-adt·vmw~ o ~eu arnor e I Jw J wt: .. 1 nw~, com toda a 
c11nfiança, ~um ~raça~. 
"Todos os anjos de Deus O ador0m" (Hebr. I, 6). 
Para render ao SS. Sacramento a honra que lhe é 
devida, a Igreja o apresenta à adoração publica, dâ a 
hên<;ão com o Santíssimo, leva-O em procissões solenes 
e instituiu em sua honra, festas e irmnnda1cs: (Festa 
do Corpo- de Deus, festa do S. ConH.~ão u.e ,Jesus, ador:l­
ção das ,40 horas e adoração perpétua; confraria do SS. 
Sacramento). 
Como símbolo de adoração e amor, arde, diante do 
Altar do SS. Sacramento, a Jâmpada eterna. 
APLICAÇÃO: - Alegra-te com a realidade de que ~ob­
so Senhor e Salvador quer pe1·manecer entre nós, no SS. 
Sacramento. até o fim do mundo; agradece-lhe tão grande 
gtaça; ama-O e visita-O muitas vêzes com devoção; a Ele 
o mais amável Consolador e Auxiliador.queixa-te de teus 
sofrimentos com toda confiança, pois Ele mesmo te convi­
da: "Vinde a Mim todos os que trabalhais (fatigando-vos) 
e vos achais sobre.carregados, e Eu \'OS aliviaeei" (Mateus, 
XI, 28). 
1. 
§ 2. DO S-l·U·:'I'O SACR:i.FfC!O DA f.-1ISSA 
~, • ~ , . r, • 1 .• 
.ti.JÇC{O ae ~OC!!!lClO: IC,C!ÇGO cn:.re 
c.b Aníigo Tef~'.~c.::·1onto; o .scrcrJíci·:J 
<: , •• -r1· f1· r-1·'"' d a l'lfí1· c:s,·· _._..._\.., ... '-" _, J.1!'. - ........ 
os _:-_;e: . .:_ .. 1..c_:,u."3 
de'. C1-uz e o 
68'1. Que ó s cr e ri f i e i o ? 
Sacrifício {, um dmn , i,í nd que ~t· ,)fcn·c(' 
Deu:-: para rcconhet:.ê-Lo P. adorá-Lo 1:<_1mo no;-:;:-:-o ~upn·-
IJ j(_\ ·nl1(11·. 
A int enc;ão de honrar e adorar a Deus como supre­
mo Senhor. ó expressa pela própl'Ía ação do sacrifício, 
pois n ofcl'ta \"isível é destruida 1c,1·almentc ou ern par­
it'. (" a~·sim oferecida. a Dpu-,;. P::.:r esta àc~t rui<;ão. o 
homem confessa que Deus ê o Senhor da \"ida e da 1'!10~·-
1.P, de (1 xis1 ir. e do não existir de todos os seres. em uma 
pa]mT1.1. qu(' Ele é o sup,·flno Senho,·. 
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278 
685. Houve sacrifícios e m t o d o s o s t e m p o s ? 
Houve sacrifícios desde o princípio do mundo, 
e, no Antigo Testamento, foram ordenados rigorosa­
mente por Deus. 
686. Por que foram abolidos os sacrifícios da lei an­
tiga? 
Os sacrifícios da lei antiga foram abolidos, por­
que eram só figuras do Sacrifício imaculado do f\ovo 
Testamento. 
687. Qual é o sacrifício do Novo Testamento? 
O sacrifício do Novo Testamento é o próprio Je­
sus Cristo, Filho de Deu~., que, pela sua morte na cruz 
se ofereceu a 8CU Pn Celestial cm sacrifício por rn'.i:,". 
688. Onde o sacrifíci ·.a Cruz é contí!luamente reno-
vado, de modo ;: r u e n t o '? 
O sacrifício da .ruz <~ con'..lnuamcnt.c renovado 
de modo incruento, no santo Sacrifício da l\1issa. 
689. Como pode ser renovado a sacrifício da Cruz no 
sacrifício da Missa. ze Cristo não morre mais? 
O Sacrifício da cruz é renovado no Sacrifício da 
i\1i~.~-a~ por,pianto Cristo se sacrificn real e verdadei-
rnmcnte sob OH símbolos da morte cruenta que sofreu 
nu cruz, i~to é, sob as espécies ,çeparadas de pão e de 
vinho. 
Considerando apenas as palavras da Consagração, 
aparece sob a espécie de pão sõmente o corpo de Cristo 
e sob a espécie de vinho sõmcmte o Sangue; e, como es­
tas duas espécies estão visivelmente separadas, simbo­
lizam a separação que se deu entre o Corpo e o Sangue 
de Cristo e, com isto, é também simbolizada incruenta~ 
mente a morte cruenta da cruz. · 
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279 
690. Que diferença há entra o santo sacri!ício da Mis­
sa e o sacrificio da Cruz? 
O santo sacrifício da Missa é completamente o 
mc::1mo que Cristo ofereceu na cruz, pois é o mesmo 
Sacerdote e u mesma Vitima; a diferença está unica­
mente na ação do sacrifício ou no modo e maneira de 
sacrificar. 
O SacGrdote prõpriamcnte dito. em ambos os sacrl• 
fícios, é o próprio Cristo, pois na santa Missa o Padre é 
apenas o representante de Cristo, cm cujo nome pro­
nuncia as palavras. "Isto é o meu corpo - isto é o meu 
Sangue". Em ambos os sacrifícios, o próprio Cristo, is­
to é. sua santa Humanidade é também a Vitima. N l 
santa Missa, usam-se p5.o e vinho unicamente para se~ 
rcm transfoJ'mados no corpo e no sangue de Jesus Cris­
to. Na cruz, a ação do sacrifício consistiu em Cristo se 
sacri. icar, oferecendo ao Pai Cdesnal sua m.orte cruenta 
8uportada 1vol-unt(ir-iame-nte; na santa Missa a ação do 
sacri. ício consiste em Cristo se sacríficar, ofereccnd >1 
de novo ao Pai Celestial a mesma morte cruenta, pela 
representação simbólica da mesma. 
691. Que é. pois, o santo sacrifício da Missa? 
O san~o sacrifício da l\1issa é o sacrifício perpé· 
tuo do Novo Testamento, pelo qual Nosso Senhor Je­
sus Cristo, por meio do sacerdote e, sob as espécies 
de pão e vinho, se of crece ao Pai Celestial. 
2. - Profecias. :nstituicão e constante celebracão d-:, 
J J 
Santo Sacrifício da Missa. 
692. Como fni. predito, já no Antigo Testamento, o san­
to sacrifício da Missa? 
l\"o Antigo Testamento, a santa Missa, 
1) foi claramente prefigurada pelo sacrifício 
de Melquisedcc; 
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280 
2) foi rXJll'<'s~amente pro.feti;ada pe.lo prnf,·ta 
,,Walaquias. 
1) Como l\lfelquisedec ofereceu llHO 1:• vinho (G°êne-;;. 
XIV 18), assim também Cristo se oferece debaixo das 
espécies de pão e vinho, até o fim do mundo. PDl' is.:;.,) 
tr-irnhhn diz o Salmo 109 a respeito do :Messias: "Jurou 
o Senhor, e nflo se arrependerá: Tu és sacerdote eterna­
mt~nte ~:(:1g-undu a ordem de :\'Ielquisedec". Tamb(~m ris 
obJaçõc~ do Antigo Teste.menta eram figuras do ;~anw 
~:acritkir' da ;\lfi:,sa porém, eram figuras me·nos JJer/eitus 
que o sacril'ício de Melquisedec. 
2) "O meu afeto não está cm vós (judeus), diz o Se-
nhor dos t>xércitc.s nem eu aceitarei oferenda alguma da 
\-o~sa mão. Porque desde o nascei' do sol até ac, poenr~, 
o nii.':u nome é grande entre as nações, e em todo o lu­
gH i· St' ~H.cr-irica e ~e ofei·ece i:w meu norn.e unia •.lhla­
c;üo pura". (iVIalaq. I, 10-11). 
693. Quando Jesus Cristo i n s t i t u í u o santo sacri­
fício da Missa? 
.k:-u:-. Cri:--to instituiu o :,,;anlo sauiHcio da ,ri~­
Sú na última ceia, onde Ele mei'::\mo pri1neiro a ofere­
ceu e depoi~ dis~c a<)B Apó::\tolos: ·'Fazei isto em mc­
u<'iria de \'Tim~· 
694. Como provamos que desde os Apóstolos se cele­
brou sempre o santo sacrifício da Missa? 
l'rovanwi- que de:,:;de o::; Apóstolos ~empre i-ie ce­
lebrou o :--anto ~aerificio da l\1issa: 
l ) Pela~ palavra~ de S. Paulo: ""Nó~ ( os crt~-
1 ãos) temos mú altar, do qual os ( sacerdotes judeus) 
que servem ao tabernáculo não têm faculdade de co­
n~er'~ (Hehr. "\III, 10). 
2) Pelo:,;_ leRt~I~rnnhos inegáveis dos Santos Pa­
dn·P-, pela~ decif:c"if'-.: dos Conr.ílios, 1wlas anti~a~ ora-
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çõeR da 1Iissa e por outros monumentos da Igreja o• 
riental e ocidentaL 
';Quando Cristo disse: Isto é o meu cor'po, etc:., cn• 
sinou Ele o sacrifício do Novo Te-~:tamcnlo que- a Ig1·•}­
ja recf'heu dos Apóstolos e a_gora ofor('<'í:' n D<'tts, no 
mundo ín1'0iro" (St.o. Irincu, t 202). 
3. Fim e frutos da Santa Missa 
695. Para que fim instituíu Jesus Cristo o santo sacrifi~ 
cio da Missa? 
.k:-:u:-; ( .1·i.~10 iH~tituiu o ~anto ~a<'riffrio da :'.\li~-
.1) para {.;l 111·ificar conl írnrn nw11l !' a 'I h·u~, do 
llllldo rnai :-,; 1w1·f1· i I o; 
.L . 
2) para tornar pn··:·-t:•nle, em todo;:;; os tcmp11:--, o 
:::acl'ifício da cruz: 
:1) para apl icar-110:-- :;ernpre o~ frulo:-:. da n1es­
wa. 
696. Como se realiza na santa Missa: o seu fim. de 910-
ria a Deus do medo mais perfeito e de aplicar.nos 
os frutos do sacrifício da cruz? 
O santo ~acrífrcio da lVli s~a realiza e~le f llll: 
l) Enquanto, <·orno sacri /frio latrPutico. dá a 
Deu~ a. maior glória; 
2) corno sacrifício eucarístico, rende-lhe a mais 
p<T/eita açüo dr graças por todos os seus benefícios; 
:3) e.orno Sfl(.'ri f icio propiciatório~ rr.concilia. o 
Dn,s of "ndidu t~ apn';;:.enla-lhe sati.~fa(iio por no~sos 
pt'('ad.o~: 
4) 1:omo sw.-rif icfr) im petratório. alcança-nr'I:-,; a~ 
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282 
mais preciosas graças ern todas as necessidades do 
corpo e da alma. 
697. Em qué consistem os frutos da santa M.issa para 
nós? 
Os príncí pais / rutos que colhemos da santa l\.fis. 
~a consistem cm que: 
1) como sacrifício propiciatório, a santa :Missa 
r::placa a ira de Dcu.s e alcança-nos remiss<io das pe­
n as temporaÍs; 
2) como sacrifício impetratório, a1cança-nos 
toda a sorte de graças que precisamos para o corpo e 
para a alma. 
G98. A quem se estendem os frutos da santa Missa:? 
Os frutos da santa ~Iissa se eslendem, em certo 
grau, a todos os membros da Igreja, aos vivog e cle­
f nntos, mas ct~pecialmente: 
l) ao sacerdote qne celeln·a o santo sacrifício; 
2) àquele~ por quem especialmente é ofereci­do~ 
3) a todos que assjstem devotamente ao sacri• 
fícío. 
G99, A quem oierecemos o santo sacrifício da Missa? 
O:en~cemos o santo sacrifício da t1issa unÍCa• 
mente a Deus, ainda que nela também celebramos a 
memória dos Santos. 
700. Co1mo honramos a memória dos Santos durante a 
Missa 
Honramos a memória dos Santos durante a Mil">• 
lf-3: 
https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
283 
l) agradecendo a Deus as graças e a glória que 
U,es concedeu; · 
2) pedindo a Deus que, pelos rnér.itos e inter­
cessão dos mesmos, nos seja propício. 
4 .. A LITURGIA DA SANTA MISSA 
As pm·tes '))rirtcipa-is da santa Missa são: Ofertó­
rio, Consagraçcio e Cotnunhé'io. Ao lacto destas partes 
ainda há muitas outras orações e cerimônias. O con• 
junto de todas estas orações e cerimônias constitue a 
litnrgia ou rito lla santa Mi8Sa. As cerimônias e ora. 
ções do santo sacrifício da :r-.nssa vêm de tempos anti• 
quíssimos e muitas de'.as, dos Apóstolos, e o seu sen­
tido sublime e misterioso deve enchr-r de devoção e 
respeito os nossos corações. As mais importantes são as 
seguintes: 
Do começo até o Ofertório. 
( Ante-~J!issa) 
i. O sn.c('rdote, chognndo no altar, desdobra um 
pano (o corporal) e coloca o cá1íce soh:re o nwsmo. Se­
guem-se as orações ao pé do altar, que o sacerdote reza. 
aJternando com os coroinhas que rep:i·ewntélm o povo. 
Estas orações constarn: 
a) do Salmo 42, no qual se cxrr1rnc o desejo da ce­
lebração do santo Sacrifício e a confiança no auxílio di-
tjno; • 
b) da cvnfissc1o geral (Confiteor). que o sacürdote 
e o povo fazem para se purificarem dos pecados veniais 
qu~ podem impüdir o chegai• com confian~a e regozijo 
ao santo altar; 
e) de orciçõr::s que ímploram a ml~cricôrdía dívind. 
2. ~ Feitas as orações ao pé d.:> :dtar. o sacerdote 
sobl! ao a1tar e beija-o em sinal de respeito. Dirige-se, 
düpois, n.o lado direito, onde reza o Introito, que ger.::tl,. 
mente contém trechos da Sagrada Escritura e refere-s,, 
à fe~ta tlo dia. 
3. Depois o sacerdote volta ao meio do altar e 
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284 
reza. alienando C'Dm o coroinha o Ky;·/e el.ci-sf1i1 <Se­
nhor, tende piedade de nós). São nove súplicas de pie­
dade, sendo três dirigidas ao Padre, três ao Filho e irês 
ao Espírito Santo. Ao Kyrie. segue-se ordinàriamente o 
Glória. ou canto dos anjos: Glória a Deus nas alturas. 
4. -- Depois do Glória (ou depoi~ do Kyrh.•. qua.ndo 
nfao há Glória). o sacel'dcte: volta~.se para o povo di1.e11-
do: "Do11úmt8 vobiscurn'} {O Senhor seja convosco). De­
sejando a mesma bênção ao sacerdote, o povo, ou, o co­
roinhn em nome do povo responde: "F;t.- c1~m- ,.,pirUu tuo'·' 
( E cem vosso espírito). Esta piedosa saudação repete-se 
várias vezes na santa Missa, entre o sacerdote e o povo, 
como que para se animarem mutuamente a perseverar 
no fervor. Depojs o celebrante vai ao lado direito do nl .. 
tar e reza, cm nome de todos os pr<•srntc~ lima ou , :'t­
rias Oi uções para as intenções gerais. 
5. -- Segue-se u leitura da Epfatola, (carta) tiradr1 
da Sagrada Escritura; geralmente é um trecho de uma 
•'Pí:stola dos Apóstolos. 
/\ Epístola.. scgue-~e o G,·wlual_, ordinàl'iamcnte ti­
nulo dos Salmos. En) d-e!P-rmjnndas JVIissas, à Epístola 
seguc-s(• a SeqHência. Depois do Gradual ou da Sequên­
cia, o celebrante díl'ige-se ao outro lado- do altar e ini· 
eia a leiturco. do Enrngelho. E~tr. consta de um t1·ecl\r_) 
de um do~ quatro Evangelhos. O sacerdote pr11·a H::-r o 
I<:vangclho, dirjge-se ao outro 1ado do aitai·. pal'a ·,;i~ni­
ficar que o Evang-e1ho ( do-utrina df' ,Tesm, i. rejcitmlo 
peles judeus, passC)u para os pagão~. Durante o Evan­
gelho, os fiéis ficam de pé, para dar a entender que es .. 
tão prontos a ohcàeeer n \·oz de Jesu~ Cri~to, que nos L~­
la no Evangelho. e para mosttar respeito pelas verda­
des nele contidas. 
6. Todos O/s domingos do ano, como também nas 
festas de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Santíssima Vir­
{c-:·em. dos Apóstolos e Doutores da I~rc-ja. diz-.~0. dep-:--,is 
do Evangelho, o Credo. 
Assim termina a An te~l\-lisSia ou Missa dos catecú• 
menos, assim chamada porque, nos primeiros tempos do 
Cristianismo, os co.tecúmenos e penitentes púhHcos eraíll 
despedidos pelo djãcono depois do Evang-eJho. 
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Primeira parte principal: o Ofertório 
1. --- O sacerdote toma pâo e 'Vi-nho e os oferece ao 
Altíssimo. Por meio desta oferta, o pão e o vinho sii•:J 
antecipadamente santificados, para depois serem tran,­
formados no preciosíssimo Corpo e Sangue de Nosso Se­
nhor ,Tcsus Cristo, em que consiste e!.!se-nc-ialmente o sem­
to sa.cri,t,ício. (Ver perg. 689). 
2. -- .A seguir o sacerdote lava as mãos - Lwvabo 
- cm sinal de que a alma deve estar purificada de to­
do pecado, e até das menores faltas para oferecer o 
santo Sacrifício. Depois, o sacerdote volta para os as­
sistent<.>.s e os exorta a se unirem com ele na oração) di­
zendo: Orate [tatr€'8! (Orai, irmãos!) Pede a Deus acei­
te benignamente o sacrifício ofc:mecido no que concerne 
a ele e aos assistentes. E' com a mesma intenção qu;;• 
ele continua a 1·czar. em Yoz baixa. as Sf.:c1·~!fux_, uma 
duas ou três. conforme o número de ora~ões rezadas. 
Segunda parte principal: a Co!l.sagração 
1. - Esta parte é preparada pelo Prefácio_. solen~ 
oração de louvor e agradecimento. Como introdução_, o 
sacu·d:::.tc diz: "Su·u;um co1·<la !·" ( Elevai os cm·at~õcs !) 
Por fim, une-se aos coros dos Anjos, dizendo: Santo) 
Sun 10. Bunto. etc. 
2. ~-- As orações, depois do Sanctus, são ditas cm voz 
ibaixa. daí o nome àe Mü:sa Secretr:. DfH,P o nome de 
Cânon à parte da santa. Missa que vai do S.;mctus ;1t(, o 
Pater Noster porque estas ora~ões não variam. Nas o­
rações CJUP pmcedem à consagração, 1·eza-se df' um mo­
do especial pela Sttnta Igreja, pelo Papa, pelo:,; Bi~nos, 
e por todos O!'i fléis, prindpulmente po1· t-cdo~ os presen­
tes e por a.qu!:!les pelos quais o .sacerdote oferece a San­
ta Missa ou que ele- quer recomendar a Deus de um mo­
do· especial. Depois que o sacerdote pedfl por toda a I­
greja militante, ele faz a comemoração dos Santos v:i­
ra que Deus, em atenção a seus méritos e sua interee:-5-
.são, no;:; protej1:1. sen1pre c~n1 o auxílio de ::;LHt graça. 
3. - Um sinal da campainha anuncia que se aproxL 
ma o momento majs santo da Missa. O celebrante toma 
o pão em suas mãos e diz sobre o mesmo as palavras 
prodigiosas da Consctgrci:çãoJ pelas quais o pão se trans .. 
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forma no prccios1ss1mo Corpo de Jesus Cristo. Então o 
sacerdote faz uma genuflexão e adora a santa Hóstia; 
logo depois mostra-a ao povo, para que tambem adora 
a seu Deus e Salvarior presente no altar. - O mesmo 
sucede com o cálice, depois que o vinho foi transforma­
do no precio~íssimo Sangue de J csus Cristo. 
4. --· Depois da Consagração, o sacerdote pede, no­
vam<:!nte, a Deus af.:m de que aceite benignamente este 
sacrifíc·o para a salvação do pcvo; reza, então, pe:los tle­
funtos e lembra-se de novo dcs Santos, pedindo admissão 
à comunhão dos mesmos. 
Terceira parte principal: a Comunhão 
1. - Como introdução a esta parte, o sacerdo~.e 
reza em voz alta o Pater Noster que é o resumo de to­
das as petições. 
2. -·-- u ~accrdote parte a sagrada Hóstia, coma 
também .Tc~:1s fez na última ceia quando partiu o pã.'l, 
3, -· r:m !,;ep;uida, o sat,--crdote diz, três vezes. o Agnu.a 
Dei... (Ccrdciro de Deus ... ), no qual se fcguem L!S 
oraçúes pre,Ju.rutórias para a santa comunhão, as quais 
finalizam com o Domine, non sum dig1_1.us (3 vezes). 
4. -- O celebrante comunga. reccbe1do, primeirn4 
mente, a sagrada Hóstia, e, depois, o prC?ciosissimo San­
gue de .icsus. Enquanto isso. os fiéis devem fazer umq 
Oom.u.nhão c.s?Jiritual, caso não comungarem realmente. 
5. - Depois da santa Comunhão, seguem-se: a Açã,J 
de graças, n bênç<:"io do sacerdote (está é omitida nas 
Missas paro defuntos), e. por fim, gera:m~ntc, a nar1·a­
çfio do ín.icio do Evangelho de S. João,que nos anunda 
R Incar:nuçtio do Filho de Deus. 
PARA1'-'1ENTOS, CôRES E UNGUA DA LITURGIA 
1. - Os paramentos litúrgicos lcmbrmn-nos que o sa­
cerdote, no ~-li ar, como representante ou vigário de Je­
sus Cristo {:clcbra um santo e divino Mistério. Os prin­
cipais paramentos são: 1) o amicto (símholo do recolhi• 
mento; 2) n. alva (símbc-lo da pureza espiritual); 3) o 
dnyulo (timbo1o da continéncía e pureza do espírito): 
4) o '111anípulo (símbolo dos trabalhos e fadigas apostó­
licas); 5) a estola (símbolo do poder e da dignidade sa• 
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287 
ccrdotal); 6) a casula (símbolo do jugo de Cristo. que é 
suavizado pela caridade). 
2. - As côns litü.rgicas: Todos os paramentos va­
riam con. orme os Tempos ou as festas. Devem sua ori­
gem precisamente à intenção de exprimir o caráter tla 
solenidade. Como em geral para todos os objetos lítúr-
gícos, só pouco a pouco foram dadas normas predsas 
para o uso das côrcs. Desde a reforma do Missal, depois 
do Concílio de Trento, há cinco côrcs litúrgicas: a bran­
ca, a vermelha ou «:mcarnada, a verde, a roxa ou violá~ 
cea e a '!)reta. 
A BRANCA simboliza a glória, a maje:;tade, a ole­
gria, a inocência e a imortalidade, e é usada nas festas 
de Nosso Senhor (exceto nas da Paixfw) nas de Noss.a 
Senhora, dos Anjos e cm geral nas dos Santos não Már•· 
tires. 
A VERll,fELFIA exprime o amor e o sacrifício; e 1} 
usada nas Missas e festas do Espírito Santo e dos san­
tos Mártires. 
A VERDE é a cor da natureza que cresce e amadu­
rece. Dela se rcvostcm os sacerdotes nos tempos depois 
da Epifania e depois dü Pentecostes. A semente dC'itad;'l 
em nossos corações na celebração das festas começa a 
germinar. Significa ainda a esperança que depois d-? 
Pentecostes se faz sentir na expectativa da vinda do Se­
nhor e na Ressurreição futura. 
A ROXA, símbolo de penitência e oração, desperta 
um vivo desejo de mais luz. E' usada por isto nos dü.l.; 
de preparação, purificação, penitência e jejum, como sã.J 
os do Advento em preparação para o Natal, e da Qua­
resma, para a Páscoa. assim como nas vigílias. 
A côr PRETA carece totalmente de Juz: signifir.a 
trevas, luto e morte, pecado e infelicidade. Eis por4u~ 
~ usada na Sexta~~·eira Santa e nas Missas e cerimônias 
fúnebres. 
Em lugar do branco, pode-se usar a lhama pratea­
da. A lhama de ouro pode substituir o branco, o encat·­
nado e o verde. No III Domingo do Advento e no IV Do­
min~o da Quaresma, o paramento pode ser cor de rosa, 
para exprimir a alegria moderada e a suave esperança 
em meio do tempo austero da penitência. 
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.-'Se ;ufo comer,:le:::; a carne âo Filho do 1-Io,ne·m e nâo 
t)cberdes o 8CU. sangue, nc"io lereis a ritfo e;n vós·'·'. 
(João VI, ,54) 
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3. - A Santa Missa é celebrada em 7atini: 1) por­
que esta foi a língua de Roma, que é o ponto central da 
Cristandade; 2) porque esta lingua não varia com o tem­
po, como as linguas populares; 3) porque deste modo se 
representa e se promove melhor a unidade da Igr~ja no 
culto divino. 
APLICAÇÃO: - Esforça-te para assistir diàriamente 
a santa Missa com profunda piedade e reverência; pois não 
há outra ação ,;iue seja tão santa e divina tão rica em gra­
ças e bênçãos celestiais, como o santo sacrifício da Missa. 
Ao ofertório, oferece-te inteiramente ao Pai Celestial; à 
consagração, adora com fé ao divino Salvador, presente no 
altar, e pede-lhe perdão; à comunhão, se não puderes co­
mungar sacramentalmente, comunga ao menos espiritual­
mt:;nte, isto é, desperta em ti um ardente desejo de te unir 
a Jesus no sacramento de seu amor. 
§ 3. DA SAGRADA COMUNHÃO 
701. Quê é ·a Sa,grada Comunhão? 
A Sagrada Comunhão é a verdadeira parllc1pa­
ção do Corpo e Sangue de Jesus Crjsto para alimento 
das nossas almas. 
Na santa Comunhão, tomamos parte na oblação 
preparada durante o santo Sacrifício da Missa. 
702. Somos obrigados a receber a santa Comunhão? 
Sim, somos obrigados a receber a santa Comu­
nhão: 
1) peJo mandamento de Cristo: "Em verdade, 
em verdade, vos digo: Se não comenles a carne do 
Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não te-
1·eis a vida em vós". (João, VI, 54). 
2) pelo .39 mandamento da lgrc>ja .. 
703. Devemos também beber do cálice. para tomar 
o sangue de Cristo? 
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Não, para participar do sangue de Jesus Cristo, 
não precisamos beber do cálice, pois, sob as espécies 
de pão, recebemos Cristo inteiro e indiviso~ logo, tam­
bém seu sangue. 
Por isso, diz a Sagrada Escritura: "Todo aquele 
que comer este pão ou beber o cálice do Senhor indígna­
m·ente, será réu do co:rpo e do sangue do Senhor". (1• 
Corínt. XI, 27) ; e a vida eterna é prometida também à­
queles que só comungam sob a espécie de pão: "Quem 
comer deste pão, viverá eternamente". ÇJoão VI, 52-59). 
704. Por qué instituiu Jesus Crfat,o o SS. Sacramento sob 
as duas espé.cies? 
Jesus Cristo instituiu o SS. Sacramenlo sob as 
duas espécies, porque, no santo sacrifício da Missa, 
são necessárias as espécies separadas, para represP.n­
tar a separação <lo corpo e do sangue de Cristo na 
cruz. 
1 
Cristo não se refere aos fié'isJ quando diz: "Bebei 
dele todos,, .. porém estas palavras são dirigidas sõmente 
aos Apóstolos e a seus sucessores no sacerdócio e i:mica­
mente quando celebram a santa Missa. Em outras oca­
siões, também os sacerdotes comungam somente sob uma 
espécie. 
705. Por que a Igrieja distribui aos fiés a comunhão só 
sob uma •espécie? 
A Igreja distribue a Comunhão aos fiéis soh 
uma só espécie: 
1) pai·a pre:;ervar o sangue sagrado da profa­
na~~ão, pois, sob a espécie de vinho, seria f àcilmente 
derramado e. não poderia também ser bem conserva­
ço; 
2) para facilitar a todos a recepção do santo 
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sacramento, pois muitos te1·ian1 re~eio de beber em 
um cálice comum; 
:~) para provar, contra o que dizem os herejes, 
<Jllc Crh,to e~tá jntF-iramente presente Hob cada espé­
cie. 
Já nos primeiros tempos da Igreja, os doentes, os 
prisioneiros e todos os que comungavam em casa, re­
cebiam a santa Eucaristia só sob a espécie de pão. 
Mais tarde, entretanto, os Papas Leão e Gelásio orde­
naram, excepcionalmente, que se tomasse do cálice, 
mas esta medida foi tomada 11nicamente para comba­
ter a heresia dos maniqueus que condenavam o vinho 
como algo de diabólico. 
706. Que graças nos c-onfere a sagrada Comunhão? 
A i;;agrada Comunhão une-nos intimamente com 
Cristo, fonle das graças divinas, e, por isso, nos con­
cede jnúmeras graças, principalmente as seguintes: 
.1.) conserva e aumenta em nós a graça santifi­
cante; 
2) enfraquece nossas más inclinações P- nns dá 
maior gosto e força para a prática do bem; 
:l) purifica-nos dos pecados veniait-1 e In·cserva­
nos dos mortais; 
4) a Eucaristia é o penhor ou garantia rle nos­
sa res~urreição gloriosa e de nossa bem-aventurança 
eterna. 
"Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, 
fica ·em Mhn e Eu nelen. (João, VI, 57). 
"O que come a minha carne e bebe o meu sangue, 
tem a vída eterna e Eu o ressuscitarei no último dia", 
(,João VI, ;,j!i). 
A Comunhão é, para a alma, ao mesmo tempo, aH­
mento e remédio; cura suas doenças e lhe concede força 
e vida. 
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707. Quem não recebe estas gr.aça:s ao comungar? 
Não recebe estas graças quem comunga indigna­
m ente, isto é, quem, cienlernente, está em estado de 
pecado mortal. 
708. Que pecado comete quem comunga indignamen­
te? 
Quem comunga indignamente comete: 
1) um horrível sacrilégio, pois, peca contra o 
corpo e o sangue do Senhor; 
2) torna-se réu da mais negra ingratidão, pois 
dirige ao Divino Salvador uma grande ignomínia no 
momento em que dEJe recebe a maior prova de a· 
mor. (Salmo LIV, 13-15). 
"Todo aquele que comer este pão ou beber o cálíc~ 
do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue 
do Senhor. . . Aquele

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