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FASUL EDUCACIONAL CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS OMIR QUINTINO SOARES TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS: uma análise sistemática da literatura com foco estratégico no modelo de negócio da empresa Projeto Integrador Governador Valadares/MG 2024 OMIR QUINTINO SOARES TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS: uma análise sistemática da literatura com foco estratégico no modelo de negócio da empresa Projeto Integrador apresentado à Banca do Curso Superior de Tecnologia em Negócios Imobiliários da FASUL Educacional como requisito para aprovação na disciplina Projeto Integrador. Professor Orientador Maurício Ricardo Soares Governador Valadares/MG 2024 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 4 2 OBJETIVO........................................................................................................................ 6 2.1 OBJETVO GERAL .................................................................................................... 6 2.2 OBJETVOS ESPECÍFICOS...................................................................................... 6 3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 6 4 APORTE TEÓRICO ........................................................................................................ 7 4. 1 Treinamento, desenvolvimento e aprendizagem organizacional ............................. 9 5 RESULTADOS ............................................................................................................... 11 6 CONCLUSÕES ............................................................................................................... 14 7 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 155 4 1 INTRODUÇÃO O projeto integrador se constitui no âmbito estratégico de ensino e aprendizagem, com o objetivo de proporcionar a interdisciplinaridade dos temas abordados nos módulos estudados ao longo do curso. Por isso, esse projeto é considerado o método de pesquisa e extensão de cada módulo integrando toda a disciplina estudada de um modo geral. É o projeto integrador que oferece as condições para que haja uma avaliação das competências estudadas pelos estudantes. Neste projeto, as principais características do perfil profissional são ressaltadas e servem para que cada estudante seja avaliado ao término do curso. Ressalta-se que o projeto integrador articula de forma teórica e prática, promovendo a valorização das pesquisas individuais e coletivas. Além disso, esse tipo de iniciativa ainda promove esclarecimento, análise e avaliação do que está sendo estudado com o objetivo de descobrir possíveis soluções e novas propostas para um determinado assunto, considerando que essas soluções beneficiem primeiramente a sociedade que o aluno pertencerá quando se tornar um profissional. Neste trabalho, o Projeto Integrador será observado na realidade da empresa de nome fictício “COLUN EPP”, baseado em suas atividades de execução de furo direcional no método não destrutivo. A estrutura, organização e desenvolvimento da execução das atividades desta empresa foram observadas de forma criteriosa a fim de proporcionar melhor compreensão e avaliação, tendo nesses pontos como principais nesta pesquisa. As atividades executadas consistem na mobilização inicial após emissão da O.S; implantação do canteiro do projeto; elaboração dos projetos detalhados e planos de perfuração, emissão de documentações técnicas e treinamentos; planejamento das atividades e logísticas; abertura de poços de ataque e preparação do site de trabalho; fornecimento e instalação de tubulações (tubo condutor e camisa); fornecimento e instalação de tubulações em aço carbono enterrada; solda das tubulações de PEAD para puxamento por HDD; execução da perfuração direcional e suas fases; execução das conexões entre tubo PEAD com tubulação de Aço com a Adutora existente; verificação de estanqueidade (teste hidrostático) na rede executada; elaboração dos projetos “ as Built” dos serviços executados conforme procedimentos da contratante; e desmobilização de equipamentos e pessoa. Acredita-se que as condições ambientais e organizacionais interferem diretamente no desempenho e nos resultados da empresa. Por isso, dispõe dos recursos necessários para monitorar de forma constante o ambiente de trabalho, atuando de forma pró - ativa, na 5 implementação de programas específicos para promover um bom ambiente de trabalho, no que diz respeito aos aspectos como meio ambiente, segurança, higiene, limpeza e bem-estar. O objetivo é assegurar o nível de satisfação das pessoas através de um ambiente aberto, estimulante, seguro e saudável que preserve a vida humana como um valor acima dos demais objetivos e prioridades. Neste sentido, a organização da empresa visa praticar os controles necessários, em que pese, a relevância dos treinamentos e reciclagem de suas equipes para o alcance esperados de sua política. A seguir apresenta-se a organização da empresa. Figura 1: fluxograma das atividades Fonte: o autor. 6 Portanto, nesta análise do Projeto integrador requereu-se conhecer a estrutura e o modus operandi da empresa apresentada no sentido de ser coerente com as marcas formativas e as competências do curso, abordar a formação humana e científica que lhe é próprio. Neste sentido, espera-se desenvolver novas propostas, soluções e empreendimentos de forma criativa, inovadora e autônoma. 2 OBJETIVO Em todos os Projetos Integradores o objetivo é integrar os temas do módulo de maneira aplicada em forma de documento técnico – científico que prepare o acadêmico para o mercado de trabalho, conforme o Manual de Projeto Integrador do Curso Superior de Tecnologia em Negócios Imobiliários da Fasul Educacional EaD. Para tanto, apresenta-se abaixo os objetivos a repercutir. 2.1 OBJETVO GERAL Analisar o processo de treinamento, desenvolvimento e aprendizagem organizacional com foco estratégico no modelo de negócio da empresa Colun EPP. 2.2 OBJETVOS ESPECÍFICOS ✓ Conhecer a teoria e a prática dos processos da empresa. ✓ Investigar a eficácia dos treinamentos ocorridos no processo. ✓ Verificar o desenvolvimento da dinâmica organizacional na aplicação dos treinamentos e recursos disponíveis. 3 METODOLOGIA Neste artigo, analisamos o problema da ordem do dimensionamento treinamento, desenvolvimento e aprendizagem organizacional com foco estratégico na atividade empresarial apresentada. Destaca-se que problemas dessa ordem podem ser classificados nas categorias de decisão, de localização e de otimização. A metodologia adotada percorreu a análise teórica com base na literatura nos bancos de dados Capes, Google Acadêmico e Scielo, selecionando artigos, teses e dissertações que elucidassem os meios necessários para atender aos objetivos elencados. Num segundo momento, 7 analisou-se documentos do setor de engenharia da empresa Colun EPP, afim de conhecer o processo, escopo, organização, métodos de execução e a finalidade do seu projeto específico. Nesta busca selecionamos seis artigos, que discorrem precisamente sobre o objeto deste estudo. Além dos seis artigos, outros 60 foram encontrados e descartados por desviarem do nosso objetivo, ou por desviarem consideravelmente do assunto.Utilizamos os boleanos: treinamento AND problema de gestão AND organização AND aprendizagem organizacional, totalizando 64 artigos encontrados com os filtros de língua portuguesa, revisados por pares, entre 2020 e 2024. 4 APORTE TEÓRICO Para teorizar este estudo, uma busca foi realizada na plataforma de periódicos, no intuito de encontrar na literatura como o tema e o uso da investigação proposta tem sido discutida e utilizada nos meios pertinentes. Para definir com base na literatura a importância do treinamento, desenvolvimento e aprendizagem do capital humano para sustentar uma vantagem competitiva organizacional. Recorreu-se também aos livros de Recursos Humanos. A seguir, na figura 2, apresenta-se a literatura que repercute de modo pontual a visão mais atual que corresponde antever situações e pensar treinamento e desenvolvimento de pessoas de maneira estratégica, como parte da cultura organizacional. O processo de aprendizagem é o caminho mais direto à obtenção de novas habilidades, capacidades e conhecimentos que podem ser aplicados não apenas para otimizar o desempenho profissional, mas também melhorar as mais diversas áreas da vida, como a inteligência emocional, que pode ser aplicada em diferentes contextos. De acordo com Senge (1999) a organização caracterizada como aprendiz, ou seja, que se envolve no aprendizado organizacional como um processo contínuo, deve refletir sobre seus sistemas, deve ter habilidade pessoal, deve possuir modelos mentais, visão compartilhada e aprendizado em equipe. Destaca-se quatro postulados para as organizações: estímulo de inovações, aplicação das lições aprendidas, implementação da mudança e desafio de pressuposições. Uma empresa para se manter competitiva, deve buscar sua constante atualização e revisão de seus métodos de trabalho. Paris e Barbosa (2003) enfatizam a participação dos líderes face as transformações e o cenário de mudanças. Apresenta a ideia que um auto transição é o caminho para a agilidade necessária na empresa. Parte do pressuposto que nenhuma pode ocorrer na organização se não ocorrer individualmente em cada um de seus integrantes, reafirma Meira e Meira (2014). Para essa mudança, ou capacidade de reação à mudança ocorrer como https://www.gupy.io/blog/cultura-organizacional https://www.gupy.io/blog-do-emprego/inteligencia-emocional 8 uma organização aprendiz, faz-se necessária a atuação do líder como um facilitador da transição. Tal facilitação vem a ser operacionalizada, semelhantemente descrito por Fleury, como em um processo Os autores, após a análise de suas obras concordam que O processo de globalização e o aumento de competição organizacional tem causado transformações importantes nos sistemas de controles e relações entre a matriz e subsidiárias de companhias multinacionais ao redor do mundo (PARIS, BARBOSA. 2003) e que é uma realidade para as organizações que adotaram a gestão do Conhecimento e incentivam a permuta de experiências e conhecimentos entre seus colaboradores (MIRANDA et al, 2010). ANO 2003 2010 2014 Cad. EBAPE.BR, 2018 2024 1936 ABEPRO Estratégia e Negócios AUTOR TÍTULO REVISTA/EDITORA Aprendizagem organizacional e Relações entre uma subsidiária brasileira e matriz de uma companhia multinacional na indústria automobilistica Criação de comunidades de prática como instrumento para o aprendizado organizacional. A cultura de belezas americanas: gestão de pessoas, discurso e sujeito Figura 2. Aporte Teórico Roberto Campos da Rocha Miranda; Kira Tarapanoff; Gabriela Alves Duarte Fabio Bittencourt Meira; Mônica Birchler Vanzella Meira OBJETIVO Analisar a relação entre uma corporação multinacional com sua subsidiária brasileira para verificar como eles estão utilizando a aprendizagem local para melhorar métodos, processos e tecnologias administrativas no local de trabalho. Relatar a experiência de criação de Comunidades de Prática no Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, IBICT, a partir de sua concepção teórica, metodológica e operacional. Considerar que o discurso organizacional é, na verdade, signo de uma contradição constitutiva do campo a partir da qual as ações gerenciais são produzidas. Wanderson Stael Paris; Solange de Lima Barbosa Silvania da Silva Onça; Diógenes de Souza Bido; Adriana dos Santos Caparróz Carvalho Definir e operacionalizar o clima para a aprendizagem grupal (CAG) como um preditor dos comportamentos de aprendizagem grupal. Propor ações apoiadoras à Sustentabilidade Organizacional com ênfase nos procedimentos de Memória Organizacional, utilizando a ISO 30401:2018, no ambiente da Administração Pública, a partir da análise de documentos disponibilizados nos Diários Eletrônicos dos Tribunais de Contas dos Estados da região sul do Brasil. Ensinar o futuro profissional a pensar e, sobretudo, a raciocinar a partir de uma bagagem de conceitos e idéias que traz como ferramentas de trabalho. Jean Bernardino; Faimara do Rocio Strauhs Fonte: O autor Procedimentos de memória organizacional na administração pública: ações que apoiam a sustentaabilidade organizacional. Perspectivas em Gestão & Conhecimento Idalberto Chiavenato Organizações & Sociedade Introdução à teoria geral da administração McGraw-Hill do Brasil Clima e comportamneto organizacional de aprendizagem grupal. CONCLUSÃO Maior estruturação e formalização da geração, gestão e transferência de conhecimento entre a subsidiária e a matriz em adição ao aprimoramento dos sistemas de controle. Moodle foi concebido em código aberto, tem linguagem de fácil desenvolvimento (PHP), que permite a adequação do ambiente às necessidades da organização e apresenta um conjunto de módulos que favorece a avaliação da participação dos integrantes das comunidades de prática. Como resultado, foram formadas comunidades de prática no Instituto, encontrando-se todas em operação e funcionando com grupos de 5 pessoas. Os referenciais teóricos do discurso organizacional e da teoria linguística fundamentam a crítica às práticas inovadoras de gestão de pessoas. Um dos personagens do filme Beleza americana ajuda a reordenar a reflexão anterior, propiciando a retomada do problema segundo a nova chave, com a passagem do discurso ao sujeito. A modelagem de equações estruturais revelou que o CAG tem forte relação com os comportamentos de aprendizagem grupal. Assim, a promoção de um CAG requer que a equipe perceba que tem: apoio da gestão; tempo suficiente para realizar o trabalho e aprender; controle sobre eventos organizacionais, possiblidade de iniciar uma ação e tomar decisões; oportunidades de aprender com os especialistas; acesso fácil a informações e orientações escritas e sentimento geral de satisfação com o local de trabalho. Os diferentes documentos recuperados, permitiram conceber como resultado maior um quadro de ações apoiadoras da Sustentabilidade Organizacional, considerando os procedimentos da Memória Organizacional. Evidencia-se como resultado ações reais de Memória Organizacional extraídas dos documentos dos TCEs do PR, SC e RS, cuja finalidade é a de auxiliar gestores na identificação de Práticas de Gestão do Conhecimento para o aprimoramento de ações de Sustentabilidade Organizacional, com o intuito de otimizar os processos organizacionais. A aprendizagem individual é parte de uma heurística dentro da organização, contudo a soma de tais aprendizagens seria o suficiente para obter a vantagem competitiva exigida ou haveria algo além dessa simples soma de capacidades individuais? A pesquisa que se segue aborda os conceitos da atualidade, em um vetor com a origem na competência individual para a aprendizagem organizacional, na busca desses questionamentos imprescindíveis para empresas do mercado globalizado. 9 O discurso organizacional parece incapaz de induzir comportamentos alinhados com as exigênciase necessidades da empresa. Autores como (MEIRA e MEIRA, 2010); (ONÇA et al, 2018); (BERNARDINO e STRAUHS, 2024) afirmam que a literatura sobre gestão de pessoas aponta essa dissociação entre discurso e prática como um paradoxo. Há um aumento do reconhecimento por parte das organizações da necessidade de reestruturar o trabalho em torno de equipes, proporcionando oportunidades para os membros aprenderem com os colegas por meio do diálogo e discussão. Outrossim, cada empresa ou organização estrutura-se socialmente, com seus sistemas de valores. Essa cultura organizacional distribui-se em características básicas (ROCHA et al, 2010), e que se definem por: inovação e assunção de riscos, atenção aos detalhes, orientação para os resultados, orientação para as pessoas, orientação para a equipe, agressividade e estabilidade. Cada empresa valorizará mais uma dessas características em detrimento a outra. Definirá com tais opções a cultura dominante na empresa. A cultura organizacional, segundo, Chiavenato (1936) é também a argamassa social que une a empresa por intermédio de valores compartilhados, alinha as pessoas em um sistema de valores, essa cultura pode ser forte ou fraca, influindo diretamente na união entre seus membros e a empresa. Por outro lado, os valores compartilhados são mais marcantes quando os integrantes da organização possuem maior autonomia. Significa que os valores são presentes na vida das pessoas da empresa por uma questão de opção. Para Chiavenato (1936), a cultura organizacional dominante, quando contribui para o crescimento da empresa é sem dúvida um ativo intangível, difícil de mensurá-lo. Contudo esse ativo pode passar a passivo quando surgem as mudanças, sejam elas ocasionadas pelas fusões ou inovações tecnológicas. Podem se tornar barreiras, uma vez em que a máxima de ‘trabalhar como antes’ já não venha a ser o suficiente para a empresa. Logo, quanto mais forte uma cultura organizacional, poderá tornar-se uma grande barreira contra as mudanças. Portanto, a aprendizagem organizacional decorre da socialização de novos integrantes a essa equipe. Um indivíduo que passe a integrar essa coletividade, então passa a compartilhar desse sistema de valores. Será aceito ou não, conforme sua adaptação no meio. O clima para a aprendizagem grupal é construído por líderes e outras pessoas, que aprendem com a sua experiência, influenciam a aprendizagem de outras pessoas, e criam um ambiente de expectativas que molda e apoia os resultados desejados que, por sua vez, são medidos e recompensados. 4. 1 Treinamento, desenvolvimento e aprendizagem organizacional 10 As empresas são compostas por uma parte física, seu capital tangível, e uma parte intangível. As pessoas que nela desempenham sua atividade, dedicam-se em torná-la ativa. Cada indivíduo que compõe a organização, seja em qualquer nível, estratégico, de gerenciamento ou operacional, possui sua capacidade, mais ou menos evidente. Dedicam-se em maior ou menor grau naquilo que estão se propondo a desempenhar. Ao se estabelecer um diagrama seria possível, portanto, dimensionar que na organização existem pessoas com alta capacidade e pessoas com não tão alta capacidade, assim como pessoas que têm uma alta dedicação como pessoas não tão dedicadas. Dentro dessa realidade a empresa desenvolve sua atividade. Entretanto, cada qual desse universo, devido a inúmeras variáveis, é passível de mudar temporariamente para um ou outro subgrupo, que compõem uma organização social. A empresa é o berço no qual se desenvolve esta chamada dinâmica social empresarial que contribui em maior ou menor grau para a ascendência ou decadência da empresa. Para auxiliar essa compreensão, estudiosos lançaram-se nessa área de pesquisa e descobriram que na empresa ocorre um fenômeno chamado aprendizagem organizacional. Um componente dentro da organização que embora intangível, contribui sobremaneira para o prosseguimento da empresa no cenário globalizado. Uma empresa, ao se estabelecer no exterior, entra em contato com uma cultura diferente, com todas as suas peculiaridades. E uma terceira cultura organizacional, de caráter híbrido, é gerada na nova planta, produto da cultura organizacional da companhia e da cultura organizacional do país que recebe a empresa. O estilo gerencial será justamente a ferramenta utilizada pela empresa para efetivar esta adaptação e adequação para que a empresa não se perca no meio de tantas variáveis e novas situações no processo de internacionalização. (PARIS, BARBOSA, 2003.p. 3) Como um processo contínuo a aprendizagem organizacional e mudança são descritas da seguinte maneira por Fleury (2004): estratégia influi e é influenciada pela aprendizagem, a aprendizagem influi e é influenciada pela competência, a competência influi e é influenciada pelos recursos, o qual influi na estratégia. Quanto a recursos, o autor define também os recursos humanos em questão, a qual passa para uma gestão de pessoas. Entretanto, Fleury (2004) também apresenta uma gestão do conhecimento, a qual é a responsável pela aprendizagem organizacional: aquisição, memorização, desenvolvimento e memorização. No bojo dos conceitos que se relacionam ao objeto de intervenção da Engenharia do Trabalho, que inclui as interações entre o trabalhador e os meios de produção de modo geral, tem-se a importante distinção entre a tarefa e a atividade. Inclusive, faz-se relevante a distinção entre o trabalho prescrito e o trabalho real (BEZERRA; GEMMA, 2021). 11 A tarefa refere-se ao que é imposto ao trabalhador por instância externa à sua atividade e a atividade representa o modo como os resultados serão obtidos. O trabalho prescrito se relaciona à tarefa e o trabalho real, à atividade (BEZERRA; GEMMA, 2021). Na Figura 1 podem ser observadas as diferenças entre os conceitos. Figura 1 – Tarefa e atividade Fonte: Bezerra; Gemma (2021) 5 RESULTADOS Ampla geração de informações, é a criação do conhecimento, não pode haver barreiras neste levantamento, um banco de dados que permeie a organização para constatar a realidade da organização. Possivelmente onde se realiza a detecção dos erros. Integração e disseminação, por intermédio do diálogo, entre os setores da organização, onde se busca a interpretação coletiva das informações. Interpretação coletiva é o entendimento da equipe sobre a organização. Autoridade para assumir e responsabilidade para agir, é a decisão propriamente dita, ou sua execução. Em uma linha de pensamento semelhante à Fleury, apresenta o modelo LTM (Learning Tactics Model), Modelo de táticas de aprendizado desenvolvido em 1992, é disposto em quatro táticas, cada qual com seu processo: agir, pensamento, sentimento e acesso aos outros. Na tática do ‘agir’, definem-se interpretar a vida pela ação, confiar na atividade e aprender fazendo. Quanto a tática do ‘pensamento’, significa interpretar a vida pela análise racional, confiar nos fatos e aprender pelas estratégias. A tática do ‘sentimento’ abrange interpretar a vida pelos sentimentos, confiar nos sentimentos, aprender pelas próprias emoções e dos outros. 12 A tática de acesso aos outros, significa interpretar a vida pelo que os outros introduzem, confiar na interação e aprender com os outros. Uma empresa para se manter competitiva, deve buscar sua constante atualização e revisão de seus métodos de trabalho. Enfatiza-se a participação dos líderes face as transformações e o cenário de mudanças. Apresenta a ideia que é o caminho para a agilidade necessária na empresa. Parte do pressuposto que nenhuma pode ocorrer na organização se não ocorrer individualmente em cada um de seus integrantes. Para essa mudança, ou capacidade de reação à mudança ocorrer como uma organização aprendiz, faz-se necessária a atuação do líder como um facilitador da transição.Tal facilitação vem a ser operacionalizada como em um processo. O conceito de liderança a um processo no qual há a participação de toda a equipe para a consecução dos objetivos. Portanto, o processo de facilitação ocorra em primeira instância na própria pessoa, por um insight de si mesmo, pelo autoconhecimento. Em um segundo momento no grupo de trabalho, por intermédio de uma competência interpessoal, e fechando o ciclo, para um novo reinício tem-se a aplicação na organização, pela habilidade em estimular o diálogo coletivo. Para Chiavenato (1936), a aprendizagem individual é parte de uma heurística dentro da organização, contudo a soma de tais aprendizagens seria o suficiente para obter a vantagem competitiva exigida ou haveria algo além dessa simples soma de capacidades individuais. A pesquisa que se segue aborda os conceitos da atualidade, em um vetor com a origem na competência individual para a aprendizagem organizacional, na busca desses questionamentos imprescindíveis para empresas do mercado globalizado que precisa estabelecer programas estratégicos integrados ao negócio da empresa com a avaliação da importância do investimento em treinamento e desenvolvimento para gerar vantagem competitiva organizacional. Bernardino e Strauhs (2024) e Paris e Barbosa 2003) enfatizaram as etapas do processo de diagnóstico de treinamento e desenvolvimento em contextos organizacionais. Demonstraram os procedimentos para determinação de índice de prioridade geral de necessidades de treinamento e desenvolvimento formalização da geração, gestão e transferência de conhecimento entre a subsidiária e a matriz em adição ao aprimoramento dos sistemas de controle. Para a elaboração de um programa eficaz de treinamento ao propósito de construir um programa eficaz de treinamento que impulsione o aprendizado, a literatura utilizada neste artigo repercutiu que O primeiro passo para a elaboração de um planejamento estratégico consiste em avaliar a fase em que a empresa se encontra hoje e refletir sobre onde você espera que ela esteja 13 nos próximos anos. Esse é o momento de antecipar quais são as oportunidades e os desafios que provavelmente serão encontrados ao longo desse caminho (ROCHA et al, 2003.p. 34). A análise/matriz SWOT (ROCHA et al, 2010), pode ser uma das metodologias utilizadas para este momento. A missão é o propósito da organização, o significado por trás da sua existência. A visão é o futuro que se pretende concretizar por meio dela, e os valores são os princípios básicos, sobre os quais todas as atividades e os comportamentos das pessoas ligadas à organização devem se pautar. A construção e aplicação de instrumentos de medida para avaliação de aprendizagem envolve vários passos importantes. Definição dos Objetivos Instrucionais, onde antes de criar qualquer instrumento de avaliação, é crucial definir claramente os objetivos instrucionais. Esses objetivos indicam o que os colaboradores devem aprender e são a base para a construção dos itens de avaliação. Depois a seleção da Taxonomia de Resultados de Aprendizagem, ou seja, a taxonomia de Bloom é frequentemente usada para classificar os níveis de aprendizagem. Ela descreve diferentes níveis cognitivos, desde o conhecimento básico até a síntese e avaliação. Os objetivos instrucionais devem ser alinhados com os níveis da taxonomia adotada. A literatura trouxe que existem vários métodos e estratégias para avaliar o aprendizado e o desempenho dos funcionários após um treinamento. Na avaliação da aprendizagem, os funcionários são avaliados quanto ao conhecimento adquirido durante o treinamento. Isso pode ser feito por meio de questionários de múltipla escolha ou questões discursivas. O objetivo é verificar se os participantes compreenderam os conceitos e habilidades ensinados no curso. Para Paris e Barbosa (2003), na avaliação da eficácia, se avalia o desempenho do funcionário após o treinamento. É importante que haja um registro prévio do histórico de comportamento ou eficiência do colaborador para comparação. Pode-se utilizar formulários de avaliação preenchidos pelo supervisor para avaliar se houve melhora no desempenho após o treinamento. Se pode verificar se as técnicas e conhecimentos ministrados no curso estão sendo aplicados no dia a dia. Na avaliação da reação, os funcionários são questionados sobre o que acharam do curso. Isso pode ser feito por meio de entrevistas ou questionários. Avalia o palestrante, o conteúdo ministrado e sua relevância para que os funcionários possam ter um melhor desempenho em suas funções. Já a gamificação uma metodologia que utiliza elementos lúdicos para promover o conhecimento. Ela pode aumentar o interesse dos colaboradores e engajá-los no programa de desenvolvimento. https://blog.aevo.com.br/matriz-swot/ https://aulaincrivel.com/bloom/ https://aulaincrivel.com/bloom/ https://www.gestaumlab.com.br/blog/avaliacao-de-treinamento https://www.gestaumlab.com.br/blog/avaliacao-de-treinamento 14 Assim, de acordo com Senge (1999) a organização caracterizada como aprendiz, ou seja, que se envolve no aprendizado organizacional como um processo contínuo, deve refletir sobre seus sistemas, deve ter habilidade pessoal, deve possuir modelos mentais, visão compartilhada e aprendizado em equipe. Onça et al (2018) por sua vez destaca quatro postulados para as organizações: estímulo de inovações, aplicação das lições aprendidas, implementação da mudança e desafio de pressuposições. A mudança de paradigmas é constante ante o cenário globalizado. A aprendizagem organizacional vem tornar o capital intangível, competência, em condições de buscar novas estratégias e desenvolver novas capacidades para adaptação constante da empresa. A aprendizagem organizacional, no entanto, demanda por parte de todos seus integrantes, um constante questionamento que vai de encontro ao conservadorismo normal de toda empresa. 6 CONCLUSÕES O objetivo geral deste trabalho foi analisar o processo de treinamento, desenvolvimento e aprendizagem organizacional com foco estratégico no modelo de negócio da empresa Colun EPP a partir da literatura elegida para este trabalho. Para chegar a este fim foi necessário conhecer a teoria e a prática dos processos da empresa. Nisto, a literatura elucidou os meios a serem percorridos para que a organização alcance o melhoramento do seu negócio. Também buscou-se investigar a eficácia dos treinamentos ocorridos no processo, diante repercutiu que não bastam apenas treinamentos aplicados sem a espera de retorno propício, se faz necessário avaliar e categorizar os resultados que tornem práticas as teorias divulgadas. E por fim, foi preciso verificar o desenvolvimento da dinâmica organizacional na aplicação dos treinamentos e recursos disponíveis. Sugere-se a realização de novos trabalhos a respeito do tema, compreendendo sua importância laborativa, social e acadêmica. São muitas as ferramentas, métodos e normas de aprendizagem organizacional disponíveis a fim de auxiliar no processo de avaliação treinamentos e gestão, contudo, não podem estar limitados os esforços para se proporcionar um ambiente de trabalho mais seguro e confortável para os colaboradores de cada setor e ao melhoramento do negócio da empresa. 15 7 REFERÊNCIAS CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 3. ed. 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