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Aula 04 Livro Didático Digital Márcia Valéria Marconi Gestão de Recursos Humanos Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial ANDRÉA CÉSAR PEDROSA Projeto Gráfico MANUELA CÉSAR ARRUDA Autor MÁRCIA VALÉRIA MARCONI Desenvolvedor CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS Autor MÁRCIA VALÉRIA MARCONI Olá. Meu nome é Márcia Valéria Marconi. Sou formada em Ciências Contábeis, com uma experiência técnico-profissional nas áreas de contabilidade, controladoria, custos, recursos humanos e educação, sendo mais de 20 anos. Passei por empresas como a Esso Brasileira de Petróleo Ltda., Sadia S.A., Econet Editora Ltda, Grupo Uninter, Universidade Positivo e FAEC. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimen- to de uma nova competência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser prioriza- das para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofun- damento do seu conhecimento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma ativi- dade de autoapren- dizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; Iconográficos Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: SUMÁRIO Aprendendo sobre gestão por competências e estratégia organizacional: ..................................................................................... 12 Definição de Gestão ..................................................................................................12 Gestão Participativa .................................................................................................... 14 Gestão por Resultados .............................................................................................17 Conhecendo a gestão corporativa e o desenvolvimento das competências ............................................................................... 19 Desenvolvendo competências ........................................................................ 19 Várias formas de dinâmica de grupo ....................................................... 20 Gestão Corporativa ....................................................................................................25 Gerenciamento de conflitos ........................................................... 37 Mudanças e os impactos no ambiente de trabalho .....................37 Competitividade no ambiente de trabalho .......................................... 38 Imparcialidade e profissionalismo nas decisões estratégicas envolvendo pessoas ............................................... 41 Criatividade e Inovação ........................................................................................... 41 Humanizar para obter sucesso ........................................................................44 Bibliografia ............................................................................................. 47 Gestão de Recursos Humanos 9 UNIDADE 04 Gestão de Recursos Humanos10 Você sabe qual é a principal responsabilidade da gestão de recursos humanos? Nessa disciplina você aprenderá sobre as dúvidas mais frequentes sobre os tipos de gestão estratégica. Além disso, será capaz de conhecer sobre competências na gestão corporativa. Com isso, também, saberá sobre a importância do gerenciamento de conflitos. Desse modo, ao final da disciplina você estará preparado para tomar decisões sobre as práticas voltadas para a competitividade no mercado de trabalho que tem a ver com se adaptar as mudanças na organização na empresa. Por essa razão, abordar esse tema significa também compreender as decisões estratégicas na organização, seu conceito, papel, informações sistêmicas e que traga criatividade para alcançar o sucesso na organização. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! INTRODUÇÃO Gestão de Recursos Humanos 11 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: • Refletir junto com os alunos sobre os tipos de Gestão Estratégica. • Apontar para a importância do desenvolvimento das competências • Apresentar a diferença entre desenvolvimento de pessoal e treinamento na gestão corporativa • Preparar o profissional para levantar e utilizar os dados da gestão de risco e a imparcialidade do profissional na tomada de decisão Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! OBJETIVOS Gestão de Recursos Humanos12 Aprendendo sobre gestão por competências e estratégia organizacional A gestão de pessoas não é uma tarefa fácil! É necessário entender o papel que as pessoas podem se desenvolver de forma a conquistar os melhores resultados na organização. O maior desafio da empresa é a satisfação das necessidades do indivíduo e da realização de seus sonhos. Veremos os principais Modelos de Gestão de Pessoas, sabendo que o modelo adotado depende da empresa e de todos os fatores relativos a cada um particularmente. Definição de Gestão Não é fácil definir objetivos, planejar, colocar tudo em prática e, principalmente, fazer com que as pessoas realizem suas atividades e compartilhem os objetivos são exercícios diários de conhecimento, de estratégia e de relacionamento, conduzindo uma empresa ao desenvolvimento. Para se identificar as melhores ferramentas para conduzir as pessoas, de forma que deem o seu melhor e que façam isso em equipe, requer das lideranças um elevado nível de conhecimento da cultura da empresa, do perfil dos profissionais e dos recursos que possuem para essa finalidade. A maneira da gestão das pessoas um modelo particular, de acordo com a definição de para cada empresa, pois cada empresa tem sua cultura individual. Ao definir a melhor maneira de realizar a gestão, devemos: Gestão de Recursos Humanos 13 Figura 1: Definição de Gestão Elaborado pelo autor. Mapear a cultura de empresa, identificando seus valores e estilos e sua história, entendendo como aconteceu o desenvolvimento, e o que vale a pena ou não na empresa. Mapear o perfil dos profissionais e equipes que fazem parte da empresa, identificando o cliclo evolutivo do desemplnho, do persil pessoal e das expectativas e sonhos de vida Conhecer o negócios e o mercado em que atua a empresa, seus desafios, o perfil dos clientes, as oportunidades e, principalmente, o que o cliente valoriza Identificar os objetivos, as metas e a visão de futuro da empresa, com base na seguinte pergunta: Como a empresa quer estar daqui 10 anos? Para definir o Modelo de Gestão de Pessoas de uma empresa, estes fatores são fundamentais, porque a finalidade essencial da gestão é encontrar a melhor forma de conduzir as pessoas para seus resultados. Também precisamos dizer que não existe um modeloespecífico, uma receita de bolo. O grande desafio dos gestores tornar os interesses individuais e coletivos próximos, fazendo com que esta união mova a Gestão de Recursos Humanos14 empresa em direção a um crescimento diferenciado, utilizando suas habilidades e competências de liderança, através das ferramentas da administração de pessoal. NOTA: A evolução de uma empresa é um processo contínuo, portanto, é fundamental que seus gestores pensem nessa evolução em curto, médio e longo prazo, de forma a viabilizar um crescimento consistente e competitivo. Gestão Participativa Sendo desenvolvido de maneira mais marcante na década de 1980, este Modelo de Gestão Participativa está em uso há algum tempo. A visão mecanicista para a humanista e sua transição deste modelo, a globalização e a crescente necessidade de desenvolvimento de um melhor nível de competitividade de nossas empresas demandam novas formas de gestão, deixando de lado a visão do ser humanista e aperfeiçoando a criatividade, a motivação, o comprometimento e a efetiva participação dos funcionários, nos resultados e nos rumos da empresa. No entanto, a abertura de mercado impôs um novo ritmo a nossas empresas e a seus gestores e os desafios estão se intensificando. A existência humana, porque humana, não pode ser muda, silenciosa, nem tampouco pode nutrir-se de falsas palavras, mas de palavras verdadeiras, com que os homens transformam o mundo. Existir humanamente é pronunciar o mundo, é modificá-lo. O mundo pronunciado, por sua vez, volta-se problematizado aos sujeitos pronunciantes, a exigir deles novo pronunciar. (FREIRE, 1975, p. 93). Neste Modelo de Gestão Participativa em que os empregados participam do processo decisório da empresa, participando efetivamente dos rumos da organização, não apenas contribuindo com ideias. Gestão de Recursos Humanos 15 Com esse modelo que apresenta técnicas, conceitos, experiências práticas e um profundo conteúdo filosófico doutrinário, é um modelo complexo de ser implantado, pelo fato de que a participação não é natural nos modelos convencionais de administração e porque ainda temos alguns paradigmas que mantêm o funcionário à margem da organização de seu trabalho, onde o papel de gestão está apenas com o gestor e os empregados ficam a margem da tomada de decisão. Considerando que esse modelo seja implementado, podemos estender a participação aos clientes. Um exemplo dessa extensão são os Conselhos de Clientes criados por uma empresa para desenvolver uma gestão compartilhada com os fornecedores, formadores de opinião e sociedade, dependendo da atividade e do grau de importância da ampliação dos níveis decisórios para a conquista dos resultados. Uma prática muito comum, hoje, nas organizações, em relação ao Modelo de Gestão Participativa, é o estabelecimento de equipes auto gerenciáveis, as quais podem estar inseridas no processo operacional ou na realização de projetos, e são uma ferramenta de desenvolvimento organizacional muito significativa e com grandes resultados. Nas equipes auto gerenciáveis, observamos que: Figura 2: Equipes auto gerenciáveis Fonte: Autora Objetivos Claros Há intercâmbio de papéis - multifun- cionalidade A equipe tem total condição de suportar o processo decisório Há autonomia para todos os tipos de questões (estratégicas e operacionais) As funções de apoio a operações estão embutidas no próprio grupo Todos compartilham objetivos Gestão de Recursos Humanos16 Quanto à autonomia para todos os tipos de questões – estratégicas e operacionais. Operacionalmente, o Modelo de Gestão Participativa tem um nível complexo de implantação, principalmente em relação à operacionalização do processo decisório em grandes empresas. Com isso, podemos concluir que: a) As pessoas têm maior interesse em participar, quando encontram afinidades entre os interesses do indivíduo e do grupo; b) Pessoas diferentes refletindo sobre um mesmo tema sempre geram resultados melhores; c) Na gestão participativa, é fundamental a mensuração de resultados a curto prazo, de modo a estabelecer credibilidade quanto à viabilidade do processo; d) Quanto maior for o diálogo, maiores serão os resultados; e) Quanto maior o grupo, mais difícil a implantação do processo participativo. Como vantagens do Modelo de Gestão Participativa, podemos destacar: • Os resultados para a organização são maiores: há um desenvolvimento significativo das pessoas e, consequentemente, da organização; • Efetiva participação das pessoas na realização dos objetivos da empresa e na consolidação de seu futuro; • Potencialização do desenvolvimento das pessoas, melhorando o clima organizacional e possibilitando uma melhor distribuição de responsabilidades; • Sólido e consistente processo decisório; • Estabelecimento de uma maior competitividade da empresa, principalmente por proporcionar às pessoas um senso de pertencimento; • Respeito à diversidade, melhorando o nível de qualidade das decisões e de ações desenvolvidas na empresa. Gestão de Recursos Humanos 17 A implantação desse modelo depende um trabalho de ajuste da organização em três dimensões: Comportamental: substituição de estilos tradicionais por um processo de cooperação mútua, liderança, autonomia e responsabilidade. Perguntar, envolver, delegar, consultar, informar em vez de simplesmente mandar. Estrutural: redesenho dos cargos, dos grupos de trabalho e da estrutura como um todo, para que a participação não dependa somente das atitudes e da disposição das pessoas, mas, também, do sistema de normas e procedimentos. A estrutura tem que estimular e favorecer a participação. Interfaces: a gestão é compartilhada em diferentes interfaces e não apenas entre os funcionários. Clientes, fornecedores e distribuidores são consultados em algumas decisões. Projetos são desenvolvidos de forma compartilhada, caracterizando uma organização participativa interna e externamente. Caso não sejam claramente identificados os valores relacionados à participação, é preciso abrir mão desse modelo, pelo menos a curto prazo, pois será necessário preparar a empresa para essa nova forma de ver e operacionalizar a gestão. Qualquer modelo de gestão traz benefícios e desafios proporcionais à quantidade de desafios que o mercado oferece-nos, hoje. Vale entender essa dinâmica e encontrar a melhor maneira de gerir as pessoas, considerando que o Modelo Participativo beneficia a empresa e seus profissionais. Modelo de Gestão por Resultados Já este modelo, tem como objetivo gerir pessoas, tendo como bases de desenvolvimento e avaliação metas mensuráveis de maneira quantitativa e qualitativa, focando no resultado e não necessariamente no processo realizado para se chegar ao resultado, promovendo, aparentemente, maior liberdade na realização. Com isso, ele pode ser mais rígido à medida que avalia as pessoas pelos resultados Gestão de Recursos Humanos18 que alcançam, podendo, muitas vezes, esconder necessidades de desenvolvimento, imprevistos ou qualquer evento que mude o curso dos resultados. Cabe aos gestores promover um acompanhamento mais criterioso da evolução dos resultados, com a finalidade de monitorar possíveis mudanças e reavaliar metas, uma gestão mais sistêmica e adotando uma maior flexibilidade. Através deste Modelo de Gestão por Resultado parte de objetivos, metas e resultados para o negócio, que se desdobram em resultados por área as quais, por sua vez, desdobram-se em resultados por funcionários. Sendo utilizados indicadores quantitativos e qualitativos, de forma a mensurar ao longo do tempo a efetiva geração de resultados. Neste modelo, ultimamente utilizado, considerado por relevantes instituições de ensino como um dos mais influentes conceitos de gestão dos últimos 75 anos, pode ser desenvolvido por meio de um sistema degestão chamado Balanced Scorecard – BSC. Esse sistema foi desenvolvido por Robert Kaplan e David Norton, na década de 1990, e se expandiu após a publicação, em 1996, do livro Translating Strategy into Action – The Balanced Scorecard. Gestão de Recursos Humanos 19 Conhecendo a Gestão Corporativa e o Desenvolvimento das Competências Desenvolvendo competências A palavra competência é conhecida como aquela que integra as diversas dimensões humanas para o desenvolvimento das atividades, as ações humanas estabelecem a criação de conhecimentos e habilidades, em que as crenças e os valores do indivíduo determinam sua identidade, a forma como age e se comporta perante as diferentes situações da vida. Ela é a identidade que deter- mina a motivação para a atitude. A competência define-se portanto, como o modo singular com que uma habilidade é colocada em prática – por isso é fundamental a autoestima e a identificação do sujeito da ação para determinar os diferentes graus de competência. A competência engloba os conhecimentos, os modos singulares presentes na realização humana e as habilidades. Figura 3: Modelos de Gestão por competências Fonte: autora Competência de Negócio Competências das Áreas Competências Profissionais As competências do negócio: Elas envolvem tudo que a empresa precisa desenvolver e conquistar seus objetivos para ser mais competitiva. Contudo, é necessário mapear como cada área da organização vai contribuir para a realização dessas competências. As competências das áreas: É necessário definir as competências necessárias para cada membro de cada área, a fim de contribuir para a obtenção das competências no negócio e das áreas, principalmente. Gestão de Recursos Humanos20 As competências dos profissionais: Todos nós temos um conjunto de habilidades, conhecimentos e atitudes que devem ser praticados na organização, de maneira focada, fazendo com que a área e o profissional realizem suas atividades e aplicando suas melhores competências e sempre com os mesmos objetivos. No entanto, é fundamental que a visão, as estratégias e as competências do negócio estejam bem claras, que envolvem uma atenção significativa para não comprometerem os resultados objetivados e identificando-se o que é essencial ao negócio e atendendo às críticas. Várias formas de dinâmica de grupo Segundo Cartwright & Zander (1975) existem três formas de conceituar de dinâmica de grupo: • A primeira forma trata a dinâmica de grupo como um sistema de ideias políticas, presente nas maneiras de coordenação e na direção de grupos, frisando assim, a influência da liderança democrática, a comunicação dos membros nas decisões e as vantagens das atividades cooperativas em grupos, tanto para a coletividade como para os indivíduos; • A segunda forma representa o respeito a um conjunto de recursos, tais como técnicas de atuação de papéis, de debates, de observação e de feedback de processos coletivos; • A terceira forma refere-se a um espaço de pesquisa destinado a alcançar a informação sobre a condição do grupo, das regras que ajustam seu desenvolvimento e de suas inter-relações com os indivíduos, ou seja, outros grupos dedicados a produzir a informação acerca da natureza de vida. Gestão de Recursos Humanos 21 VOCÊ SABIA? Mas o que significa um grupo? Vários autores, como Michener (1990) e McDavid & Harari (1980), indicam que para existir um grupo deve haver comunicação entre seus membros e objetivos comuns, sendo assim, para existir um grupo é necessária a interação entre duas ou mais pessoas, essa comunicação se dá através das necessidades e tende a produção de suas satisfações. A forma de produção do grupo se atinge em função de seus objetivos, que são diferentes dos objetivos individuais, que se comprometem, necessariamente, na ajuda entre seus membros. Segundo Pichon-Riviére (1980), os grupos são considerados conjuntos reservados de indivíduos unidos em progressão de tempo e espaço, pronunciadas por suas recíprocas exibições internas, que se orientam de maneira clara ou oculta à prática de um trabalho, a qual compõe sua meta, interagindo por meio de complexas estruturas e assunção de papéis. As dinâmicas de grupos são utilizadas no campo da gestão de pessoas, na extensão de treinamento, desenvolvimento e de habilidades em relações humanas etc. Tal prática se torna interessante porque o indivíduo é sociável por natureza e apenas vive, ou sobrevive, em função de seus inter-relacionamentos grupais. Desde o nascimento, a pessoa participa de diferentes grupos, em uma estável exposição entre a procura de sua identidade particular, coletiva e social (ZIMERMAN & OSORIO, 1997). As características dos grupos baseiam-se na natureza do convívio que integram os indivíduos que o compõe: informação direta, tomada de conhecimento de uma intenção comum e preparação de uma organização para que o projeto tenha resultado. É por meio dessas qualidades que um grupo pode ser identificado, se esses elementos forem perdidos de vista, o grupo sumirá (AMADO & GUITTET1978). Gestão de Recursos Humanos22 Nas atividades dos grupos cada indivíduo são diferentes dos demais, em benefício, motivações, princípios, atitudes etc., que são projetadas sobre os diferentes membros e sobre o grupo inteiro. Cada membro colabora com forças assertivas e negativas, explícitas e ocultas. No método de convívio entre o grupo despertam novas forças, que apesar de serem do indivíduo, acontecem simplesmente devido à interação com os outros membros (MAILHIOT, 1991). A forma de perceber as dinâmicas de grupo do qual o integrante faz parte auxilia a compreender muitas de suas ações e reações (MOSCOVICI,1999). Conhecimentos, ideias, opiniões, ações, sentimentos, atitudes, valores de cada integrante do grupo compõe os elementos no método de interação grupal. A influência de cada indivíduo inescapável, ninguém foge da interação com os outros componentes do grupo. O clima e a cultura do grupo, que se desfecha da relação entre seus integrantes, manifesta o ambiente psicossocial interno e a imagem grupal. Auxiliam a caracterizar as fases de comportamento e do desempenho do grupo no seu período existencial. Para compreender um grupo e seus funcionamentos e ter a percepção de seus eventos, as formas de interação e suas consequências, é importante identificar os elementos que convertem as forças em ações e que definem o desenvolvimento do grupo (MOSCOVICI, 1998). Tais forças ressaltam seu funcionamento com base nos objetivos, motivação, comunicação, processo decisório, inovação e liderança. Segundo Lewin (1948), a liderança é um elemento decisivo para o ambiente do grupo. Na maioria dos casos, a maneira de lidar com os conflitos sociais exige a ação de um líder instruído e igualitário. Esse controle não indica somente o uso de alguns recursos inteligentes, pois os mesmos também devem proporcionar que os indivíduos sintam-se bem. Um líder democrático, por exemplo, não é somente um ser humano competente e eficaz. A maneira democrática é complexa e exige a disposição tanto do condutor quanto da equipe para que realizem as suas devidas atribuições. Para Moscovici (1998) existem estilos principais de liderança: • Liderança diretiva ou autoritária: na qual os liderados recebem as ordens e realizam as tarefas sem dar sua opinião; Gestão de Recursos Humanos 23 • Liderança de apoio: O líder se preocupa com os liderados, e procura se aproximar do grupo; • Liderança participativa: O líder aceita sugestões dos liderados, mas ele toma a decisão final; • Liderança orientada para a realização: O líder estabelece objetivos e demonstra aos liderados que eles têm capacidade de atingir com um bom desempenho. Figura 4: Estilos de liderança Fonte: Autora O autor afirma que os diferentes estilos podem ser utilizados pelo mesmo líder em distintas ocasiões. O lídernecessita apresentar certa flexibilidade para utilizar estilos diferentes, sem atingir pontos de incoerência, desta maneira, satisfazer as perspectivas de distintos papéis sociais, desempenhando-os com condutas mais ou menos adequadas resultantes de sua flexibilidade, motivação e experiência. Gestão de Recursos Humanos24 Fonte: Freepik As dinâmicas de grupos podem ser utilizada como uma estratégia para a socialização, treino de relações humanas ou ainda mudança de comportamento do indivíduo. Vários aspectos devem ser considerados, pois neste momento, o grupo adquiri uma forma própria que implica nas emoções e nos atos de cada um. O método de equipe está relacionado com o nível sócio emocional, como fatores de inclusão grupal, controle, afeição, coesão e conflitos, relações e poder (MOSCOVICI, 1999). Ainda segundo Moscovi (1998) a comunicação no estado sócio emocional pode ajudar ou prejudicar o desenvolvimento das tarefas pois este representa o conjunto de forças presentes e atuantes na condição interpessoal e grupal que praticam constantes influências recíprocas. “O estado sócio emocional é o culpado por percepções e emoções já existentes ou provocados pelo próprio convívio e presteza do grupo”. Podemos concluir que a importância da dinâmica de grupo como um instrumento de aprendizagem dentro de um ambiente organizacional, traz como base de que forma esse processo irá incorporar conhecimento e atitudes diferenciadas do sujeito em relação ao objetivo proposto em grupo e a identidade nele encontrada. Gestão de Recursos Humanos 25 Gestão Corporativa Qual a importância de desenvolvermos as pessoas? Antes de responder a essa questão, leia e reflita sobre este provérbio chinês: “Se queres colher em três anos, planta trigo; se queres colher em dez anos, planta uma árvore; mas, se queres colher para sempre, desenvolve o homem”. Com base nisto, podemos afirmar que desenvolver pessoas é garantir a sustentabilidade tanto da empresa como do indivíduo. Mais do que isto, é assegurar a empregabilidade e a competitividade. Marras (2009, p. 146) refere-se a treinamento como “[...] um processo de assimilação cultural a curto prazo, que objetiva repassar ou reciclar conhecimentos, habilidades ou atitudes relacionadas diretamente à execução de tarefas ou à sua otimização no trabalho”. Nesse sentido, Chiavenato (2009, p. 362) acrescenta que “[...] desenvolver pessoas não é apenas dar-lhes informação para que elas aprendam novos conhecimentos, habilidades e destrezas e se tornem mais eficientes naquilo que fazem”. Desenvolver é, acima de tudo, um “enriquecimento da personalidade humana”. O desenvolvimento visa à carreira da pessoa, a qual pressupõe uma progressão gradativa na organização. E o Desenvolvimento Organizacional (DO) é uma abordagem de mudança organizacional fundamentada na pesquisa e ação, na alteração das atitudes dos trabalhadores e também na modificação da direção a ser seguida pela empresa. E ainda, o Desenvolvimento Organizacional (DO) utiliza algumas técnicas: treinamento da sensitividade, Análise Transacional (AT), desenvolvimento de equipes, consultoria de procedimentos, reunião de confrontação e retroação de dados (feedback). Assim, conforme Chiavenato (2009) há três estratos de processos para o desenvolvimento de pessoas: treinamento, desenvolvimento de pessoas e Desenvolvimento Organizacional (DO). Gestão de Recursos Humanos26 Antigamente, o treinamento era visto como um instrumento de ajustamento da pessoa ao cargo. Mas, recentemente, ele é entendido como uma forma de fazer crescer as competências dos indivíduos nas organizações. Nesse sentido, Marras (2009, p. 145) confere ao treinamento uma característica de “[...] estado de mudança no conjunto de Conhecimentos, Habilidades e Atitudes (CHA) de cada trabalhador”. Chiavenato (2009) salienta que, quando a pessoa é preparada para desempenhar de forma adequada as suas funções, o treinamento torna-se uma fonte de lucratividade, possibilitando aos empregados colaborarem efetivamente com os resultados do negócio, ao mesmo tempo em que engrandece o seu capital intelectual. Assim, nas organizações, o treinamento deve ser instituído como um esforço contínuo e ininterrupto, voltado para a melhoria dos atributos dos ocupantes dos cargos, mesmo que já apresentem uma excelente performance, como também direcionado a um upgrade na sua produtividade. Vinculado a isso, Marras (2009) dispõe uma lista de objetivos relacionados ao treinamento: Específicos: formação profissional (grau ideal de capacidade laboral para determinada profissão), especialização (conhecimento ou prática específica) e reciclagem (atualização de conceitos, conhecimentos ou práticas de trabalho); e Genéricos: aumento direto da produtividade (propicia a possibilidade de realizar ações mais precisas e corretas), aumento direto da qualidade (fornece o conhecimento ao trabalhador sobre aquilo que é bem-feito), incentivo motivacional (estimular o funcionário a ser mais eficaz e eficiente), otimização pessoal e organizacional (crescimento profissional, projeção social, alavancagem de melhoria econômica), atendimento de exigências das mudanças (transformações tecnológicas, de processos, comportamentais etc.). Gestão de Recursos Humanos 27 Para atingirmos os objetivos de um treinamento, é crucial fazer um planejamento das suas ações, e na Figura 1.1 a seguir destacamos alguns aspectos. Figura 5 – Programa de Treinamento Fonte: Chiavenato (2009, p. 376). Identificados os ingredientes da programação de treinamento, é hora de estruturá-lo. Para isso, Chiavenato (2009, p. 368) enuncia quatro etapas: 1. Diagnóstico: é o levantamento das necessidades ou carências de treinamento a serem atendidas ou satisfeitas. Essas necessidades podem ser passadas, presentes ou futuras. 2. Desenho: é a elaboração do projeto ou programa de treinamento para atender às necessidades diagnosticadas. Gestão de Recursos Humanos28 3. Implementação: é a execução e condução do programa de treinamento. 4. Avaliação: é a verificação dos resultados obtidos com o treinamento. Marras (2009) afirma que a primeira etapa é que dá subsídio ao plano de treinamento, pois nela podemos identificar quem deve ser treinado e o que deve ser aprendido. Entretanto, para que seja eficaz, Marras (2009) atesta que a segunda etapa deve ser desmembrada em oito fases, como mostra o abaixo. Figura 6 – Fases do Treinamento Fonte: Marras (2009, p. 156). Somente após a demarcação de todos os elementos do desenho do treinamento é que iniciamos a aplicação prática. Por último, fazemos aferição dos resultados alcançados comparados àqueles que foram traçados e esperados pela empresa. Marras (2009) lista algumas das inúmeras técnicas que são comumente empregadas pelas corporações no treinamento: • Aula expositiva: o instrutor fala a um grupo sobre os conhecimentos necessários; Gestão de Recursos Humanos 29 • Estudo de caso: o instrutor solicita aos treinandos a análise escrita de um case (caso-problema); • Dramatização: o treinando representa um papel, como um ator, orientado pelo seu instrutor; • Workshop: exploram-se em grupo soluções de problemas práticos rotineiros; • Brainstorming (tempestade de ideias): estimula a criatividade e a rapidez de raciocínio dos treinandos; • Simulação: instrumento utilizado para treinar operações técnicas específicas, a exemplo de máquinas, equipamentos, veículos (automóveis, aviões e etc.). Por meio dessa técnica, é possível verificar a habilidade motora e/ou visual dos treinandos e suas reações às situações propostas; • Painel: especialistas em determinado assunto apresentam e discutem um tema para os treinandos; • Simpósio: é uma técnica com mesmo formato do painel, mas apresentada mais formalmente. Além disso, os expositores se apresentam individualmente, e cada qualapresenta um viés do tema central; • Palestra: um especialista apresenta aos treinandos a sua opinião ou o seu conhecimento acerca do tema de sua especialidade ou para o qual ele foi convidado a falar. Permite aos treinandos conhecer e debater com o palestrante detalhes do tema; e • Conferência: é como a palestra, com a diferença de ser mais formal. Chiavenato (2009) faz um agrupamento dessas técnicas em forma de classificação quanto ao uso, ao tempo (época) e ao local, conforme podemos visualizar na figura a seguir. Gestão de Recursos Humanos30 Figura 7 – Classificação das técnicas de treinamento. Fonte: Chiavenato (2009, p. 380). Gestão de Recursos Humanos 31 As organizações investem cada vez mais no aprendizado de seus colaboradores. Com isto, vem despontando a educação corporativa que, conforme Chiavenato (2009, p. 388), “[...] é um modelo diferente do treinamento tradicional”, pois faz uso das tecnologias da informação, colocando em evidência o desenvolvimento das pessoas. Sobre esse assunto, trataremos no tópico a seguir. SAIBA MAIS: Para saber mais sobre educação corporativa, leia “Educação corporativa: uma nova abordagem de treinamento e desenvolvimento”, disponível em: <http://www.avm.edu.br/ docpdf/monografias_publicadas/r200043.pdf>. Chiavenato (2009) diz que existe uma diferença entre treinamento e desenvolvimento de pessoas. Ele explica que, enquanto o treinamento se atém ao presente, o desenvolvimento mira no futuro. Ou seja, o treinamento é orientado ao cargo atual buscando melhorar o desempenho imediato. Já o desenvolvimento é dirigido aos cargos a serem ocupados futuramente. Ambos constituem processo de aprendizagem e visam à modificação do comportamento das pessoas por meio da incorporação de novos hábitos, atitudes, conhecimentos, competências e destrezas (CHIAVENATO, 2009). Diante disto, podemos afirmar que o desenvolvimento visa à carreira da pessoa, a qual pressupõe uma progressão gradativa na organização. Com base em Chiavenato (2009, p. 415), citamos, a seguir, as principais ferramentas empregadas pelas empresas para o desenvolvimento de carreira. Centros de avaliação: proporcionam retroação sobre as forças e fraquezas dos candidatos e a compreensão de suas habilidades, ajudando-os a desenvolver objetivos e planos de carreiras adequados e realísticos. Gestão de Recursos Humanos32 Testes psicológicos: servem para ajudar os colaboradores a compreender melhor seus interesses, competências e habilidades. Avaliação do desempenho: é outra fonte de informação valiosa para o desenvolvimento de carreira. Projeções de promoções: são julgamentos feitos pelos gerentes quanto ao avanço potencial de seus colaboradores. Essas projeções ajudam os colaboradores a melhorar seus conhecimentos e experiências. Planejamento de sucessão: focaliza o preparo das pessoas para preencher posições mais complexas na medida em que se tornam vagas. Os colaboradores recebem novos encargos para prepará-los para assumir crescentes responsabilidades. Um dos modos de desenvolvimento de carreira que mais vem sendo praticado pelas corporações bem-sucedidas são os programas de trainees. Chiavenato (2009, p. 418) aponta-os como “[...] uma espécie de curto-circuito dos antigos programas de carreira profissional, uma vez que os treinandos são posicionados, após a sua formação e desenvolvimento, em determinados pontos já avançados ao longo da carreira da empresa”. Saiba que os participantes de um programa de trainee fazem um estágio planejado, recebem treinamento de altos executivos da empresa, participam ativamente de várias atividades e são rigorosamente monitorados e avaliados quanto ao seu desempenho. Esses programas, além de capacitarem as pessoas para exercer funções estratégicas, tornam-nas membros aptos para encararem possíveis mudanças organizacionais. Mas esse é o assunto que abordaremos na seção seguinte. O Desenvolvimento Organizacional (DO), para Chiavenato (2009, p. 419), “[...] é uma abordagem de mudança organizacional” com base na pesquisa e ação, na alteração das atitudes dos trabalhadores e também na modificação da direção a ser seguida pela empresa. O DO faz uso de um processo dinâmico, o qual é apresentado na figura abaixo. Gestão de Recursos Humanos 33 Figura 8 – Fases do processo de Desenvolvimento Organizacional. Fonte: Chiavenato (2009, p. 421). Podemos perceber na figura, que o DO é um ciclo, em que há o reconhecimento da necessidade de mudança (descongelamento), a mudança em si e o recongelamento, que corresponde à estabilização da nova situação. Para tanto, o DO adota uma variedade de técnicas e, dentre elas, Chiavenato (2009) indica: • Treinamento da sensitividade: é o mesmo que sensibilização e consiste em aumentar a sensibilidade das pessoas em relação às suas habilidades e às dificuldades de relacionamento interpessoal por meio de grupos de treinamento; • Análise Transacional (AT): corresponde ao autodiagnóstico das relações interpessoais por meio de qualquer forma de comunicação, mensagem ou de relação com os demais; • Desenvolvimento de equipes: é a mudança de comportamento por meio da crítica mútua entre várias pessoas de diferentes níveis, procurando um ponto de encontro em que a cooperação seja mais proveitosa; Gestão de Recursos Humanos34 • Consultoria de procedimentos: a equipe é coordenada por um consultor que auxilia no desenvolvimento do senso de unidade entre os membros; • Reunião de confrontação: o consultor interno ou externo ajuda os grupos antagônicos em conflito por meio da autoavaliação e da própria avaliação; e • Retroação de dados (feedback): atividades e processos que refletem e espelham a maneira pela qual uma pessoa é percebida ou visualizada pelas outras. Para finalizar, ressaltamos que, embora cada organização empregue a técnica que lhe convém, na verdade, qualquer união de esforços para modificar a empresa como um todo por intermédio da mudança de mentalidade das pessoas pode ser considerada Desenvolvimento Organizacional (DO). RECONGELAMENTO Significa a incorporação de um novo padrão de comportamento de modo que ele se torne a nova norma. Fonte: <http://www.dgz.org. br/fev07/Art_04.htm>. DESCONGELAMENTO Significa a abdicação do padrão atual de comportamento em favor de um novo padrão. Fonte: <http://www.dgz.org. br/fev07/Art_04.htm>. O primeiro passo para aplicação dos indivíduos na organização é o direcionamento, que é o caminho a ser seguido dentro da empresa. Conforme Chiavenato (2009), a orientação das pessoas corresponde a posicioná-las em suas atividades e esclarecê-las do papel que cada uma deve desempenhar, enfatizando a sua importância e contribuição para os objetivos organizacionais. Quando as pessoas ingressam na empresa, precisam saber para onde devem conduzir as suas atividades e esforços. Chiavenato (2009, p. 172) reporta que “[...] imprimir rumos e direções, definir comportamentos e ações, estabelecer metas e resultados a cumprir são algumas providências orientadoras que a organização deve oferecer aos seus funcionários”. Gestão de Recursos Humanos 35 Após vencer o processo seletivo, os novos empregados são admitidos e passam a ocupar os cargos. Contudo, antes que eles comecem a executar suas tarefas, é imprescindível integrá-los ao contexto de trabalho, esclarecendo a filosofia do ambiente e repassando as suas práticas, por meio de uma socialização. SAIBA MAIS: Existem inúmeras formas de integrar os novos colaboradores às empresas. Aprenda mais sobre o assunto, acessando: <http:// www.aedb.br/seget/artigos08/584_ Estrategias%20de%20Socializacao.pdf>, e amplie o seu conhecimento sobre “Estratégias de socialização: a forma mais eficaz para integração entre indivíduo e organização”. A socialização, como destaca Chiavenato (2009, p. 181), é “[...] o modo pelo qual a organização procuramarcar no novo participante a maneira de ele pensar e agir de acordo com os ditames da organização”. Isto significa que o recém-integrante da empresa deve abrir mão de certo grau de sua liberdade para seguir os preceitos internos, concordando em obedecer a um horário, em executar dada atividade e em atender às ordens de seu chefe imediato. Enquanto isso, o atual colaborador busca na corporação um local de satisfação e alcance de suas metas individuais. Portanto, de um lado, há a socialização; do outro, a personalização. Dito de outra forma, ocorre um ajustamento recíproco e bidirecional, em que cada parte age sobre a outra. Chiavenato (2009) menciona que os métodos de socialização mais utilizados são: Processo seletivo: quando as entrevistas contam com a participação dos futuros colegas de trabalho e são exibidas todas as informações relativas à empresa, de forma que o próprio indivíduo veja com seus olhos como ela funciona e como os membros que nela convivem se comportam; Gestão de Recursos Humanos36 Conteúdo do cargo: quando o novo participante recebe tarefas capazes de proporcionar-lhe sucesso no início de sua carreira para, depois, receber outras gradativamente mais complicadas e crescentemente desafiadoras; Supervisor como tutor: quando o novo colaborador liga-se a um tutor capaz de cuidar de sua integração na empresa, acompanhando-o e orientando-o durante o período inicial na empresa; Equipe de trabalho: quando a integração do novo colaborador é atribuída a um grupo de pessoas da empresa com a finalidade de exercer influência sobre o comportamento do indivíduo, incluindo-o em um ambiente social; Programa de integração: chamado também de programa de indução. Tem por finalidade fazer com que o novo participante aprenda e incorpore os valores, normas e padrões de comportamento que a empresa considera imprescindíveis para um bom desempenho em seus quadros. Dentre os métodos citados, o programa de integração é o mais aplicado por ser formal e intensivo e também porque visa a familiarizar os novos colaboradores com a linguagem usual da empresa e com a modelagem do trabalho. Conceito: Orientação, prescrição, indicação. Fonte: <http://www. aulete. com.br/preceito>. RECÍPROCO Que se verifica ou se realiza entre os elementos referentes a dois lados (duas pessoas, dois lados, dois grupos etc.); (ação recíproca); bilateral. Fonte: <http://www.aulete. com.br/recíproco>. Gestão de Recursos Humanos 37 Gerenciamento de Conflitos O mundo em que vivemos se encontra em constante transformação! A primeira mudança significativa que vem ocorrendo em escala global é o surgimento de uma sociedade baseada na informação, que se manifesta por meio do rápido desenvolvimento tecnológico; a segunda é o processo de globalização, que quebra barreiras geográficas, removendo obstáculos para a comercialização de bens e serviços (VERGARA, 2009). Mudanças e os impactos no ambiente de trabalho O mundo se transforma constantemente, e ambiente negocial também! Existem casos de sucesso de organizações em todas as partes do mundo e aprendemos a aplicar em nossas empresas tecnologias vindas de outros países, porque temos um enorme volume de informação neste mundo globalizado. Podemos, por exemplo, comprar produtos da China, Japão e EUA, com a mesma facilidade que os adquirimos em nossas cidades, devido as novas tecnologias. Hoje os concorrentes podem estar em locais geograficamente diferentes, não são somente a vizinhança do bairro. Aquelas empresas que não estiverem prontas para a mudança e ficar estagnada, e preso aos processos e políticas antigas, será atropelada e corre o risco de quebrar. Desta forma, é preciso que as empresas tenham estratégias bem definidas e envolvam todos para que possam ser executadas na prática. Com isso, percebemos que a comunicação é de extrema importância para que a empresa continue competitiva, pois todos devem estar unidos ao rumo da empresa e alinhados as sua missão, visão e valores. Portanto, para que os colaboradores possam cumprir com os objetivos da empresa com qualidade, devem estar qualificados profissionalmente, sempre buscando o lucro. Para isso, ele deve se sentir como o “dono” da empresa, ser ouvido e participar das Gestão de Recursos Humanos38 decisões, desde simples sugestões para redução de custos até grandes planejamentos, de acordo com o cargo que ocupa. Os produtos e/ou serviços oferecidos, tem enorme valor agregado, uma vez que o valor percebido pelo cliente/consumidor, considerando preço versus benefício em comparação com a concorrência. O valor agregado não representa o preço do produto ou serviço, e sim um diferencial, que, na visão do cliente, comprova a escolha de determinado produto/serviço, em vez de outros similares ofertados no mercado. Exemplos de atributos que agregam valor e geram marcas renomadas são: entrega com agilidade, o atendimento personificado, a garantia estendida, os serviços de pós-venda. A empresa deve estar em constante atualização, para que a empresa seja competitiva e agregue valor aos seus produtos e serviços, dando atenção para o desenvolvimento dos processos e das pessoas e, principalmente, buscando sempre o melhor e mais adequado modelo de gestão, que geram transformações que impactam diretamente nas organizações. Competitividade no ambiente de trabalho Figura 9: Competitividade Fonte: Freepik Gestão de Recursos Humanos 39 Devido à concorrência global, estão sendo preocupantes os níveis de competitividade. Desta forma as organizações devem se tornar mais flexíveis, adaptáveis e ágeis em dar respostas aos problemas e inovações nos processos e estruturas para a rápida reorganização e adaptação ao mercado atual. Nesse sentido, precisamos ter ciência de que as empresas estão passando por transformações que nem sempre são iniciadas internamente, mas que são forçadas pela necessidade de se manterem vivas em um mercado global dinâmico e exigente (NERI, 1999). Para permanecerem competitivas, muitas organizações estão realizando parcerias, cooperações, enfim, alianças que configuram novas relações com concorrentes e fornecedores, em busca de minimizar as ameaças que possuem em comum ou por necessidade de redução de custos (VERGARA, 2009). Falando nas mudanças no ambiente de trabalho, quais são elas? As transformações pelas quais as empresas vêm passando podem ser divididas em três áreas principais. A evolução tecnológica introduz processos que muitas vezes dispensam a presença do colaborador, possibilita maior rapidez e volume no fluxo de informações e permite a criação da organização virtual ou teletrabalho (VERGARA, 2009). REFLITA: A organização virtual, o teletrabalho ou trabalho remoto são as atividades realizadas fora do ambiente organizacional. Essa é uma prática comum em algumas áreas, como publicidade e marketing, possível graças à internet, aos notebooks e a maiores opções de controle de resultados. O segundo tipo de transformação é a organizacional, que se refere a novas estruturas, caracterizadas pela redução de níveis hierárquicos; desenvolvimento de composições em rede; ênfase em equipes multidisciplinares, multifuncionais e com alto grau de autonomia Gestão de Recursos Humanos40 (autogerenciadas); maior delegação de tarefas; compartilhamento de poder e visão estratégica por parte de todos os colaboradores, e não apenas da cúpula (VERGARA, 2009). Por último, existem as mudanças no comportamento humano, que estão ao relacionamento interpessoal, as responsabilidades do colaborador na organização, a ética e o papel da organização na construção e no desenvolvimento da carreira dos colaboradores, etc. A descentralização na tomada de decisão, o compartilhamento das responsabilidades e a busca por auto realização das pessoas pessoal e profissional, e não apenas bons salários, são casos de transformaçõesque afetam diretamente as pessoas. Gestão de Recursos Humanos 41 A Imparcialidade e o Profissionalismo nas decisões estratégicas envolvendo pessoas Criatividade e inovação Figura 10: Inovação e criatividade Fonte: Freepik Com a inovação e o pensamento criativo, para as organizações contemporâneas, são a base para a garantia da competitividade e do sucesso organizacional, além de serem elementos diferenciais para gerar qualidade. É necessário entendermos a importância da criação, em um ambiente inovador. Veremos como podemos abordar nosso cenário organizacional e gerenciar pessoas, a fim de garantir uma rotina inovadora e criativa. Assim, Gestão da Inovação que surgiu nos Estados Unidos foi idealizada pelo professor e economista Joseph Schumpeter. Ele quem criou o paradigma da inovação, o qual representa uma mudança Gestão de Recursos Humanos42 impulsionadora no crescimento da economia das empresas. Precisamos considerar que, atualmente, o crescimento e desenvolvimento das em- presas dependem de importantes variáveis: tecnologia, inovação e pessoas. Nesse sentido, a Gestão da Inovação está concentrada no gerenciamento do conhecimento, com o propósito de gerar novos produtos e serviços. Assim, temos a formação de um conceito: Inovar é fazer algo novo. Diferenciação de inovação: • A performance organizacional efetiva é determinada pelo ajuste entre a estrutura social da organização e o ambiente, sendo que as organizações de sucesso são aquelas em que o grau de diferenciação e os meios de integração coincidem com as demandas do ambiente. • Diferentes graus de incerteza = graus de diferenciação. • Ambientes mais estáveis e departamentos mais formalizados. • Grande incerteza (orientados a relacionamentos) versus pouca incerteza (orientados a tarefas). • Ambientes mais instáveis – rápidos feedbacks sobre os resultados. • Departamentos diferem em termos de orientações para as metas. Depois de entendermos que as organizações inovadoras tendem a ser mais lucrativas, temos outro aspecto a considerar: as empresas modernas possuem novas exigências de mercado, e uma delas é a diversidade. Atender à diversidade do mundo atual é saber estreitar as fronteiras entre as empresas. É aí que entra o conhecimento, o qual permeia a ação do indivíduo e é considerado o elemento básico da mudança e da inovação. Na complexidade das empresas, o conhecimento é um recurso transformador e representa um estímulo para o desenvolvimento e para o alcance de novas conquistas. Seu gerenciamento uma estrutura organizacional aberta que possibilita novas tecnologias. Em conformidade com Chiavenato (2004), a estrutura organizacional aberta consiste em um sistema que interage com o ambiente, por intermédio de múltiplas entradas e saídas. Dos estudos pautados na Gestão do Conhecimento, o que mais teve destaque foi a adaptação dos cenários que envolvem o compartilhamento do Gestão de Recursos Humanos 43 conhecimento, no cenário organizacional, elaborada pelos autores japoneses Nonaka e Takeuchi (1997, p. 34), os quais descrevem três tipos de conhecimento: tático (individual), social (socializado pelo grupo) e organizacional (conhecimento que está de posse da organização). Já no site da Revista Você RH, você encontra um artigo muito esclarecedor sobre a Gestão do Conhecimento, escrito por André Saito, intitulado “A importância da gestão do conhecimento”. Nesse viés, podemos considerar que a Gestão do Conhecimento é a aprendizagem organizacional (AO), que, por sua vez, não é meramente a somatória do conhecimento dos indivíduos, visto que ela vai além dos indivíduos, embora dependa deles. A AO é a passagem do conhecimento tácito para o conhecimento explícito e acontece do indivíduo para o grupo e vice-versa. Observe a figura e correlacione com seu entendimento sobre AO. A aprendizagem organizacional, ou AO, consiste em um processo técnico e social de mudança, denominada por diversos autores. Assim, as organizações inovadoras possuem diferenças significativas em suas rotinas e competências. Isso pode conduzir ao surgimento de novas populações organizacionais, com novas formas de se atuar e organizar. REFLITA: Acesse o Portal dos Profissionais de Recursos Humanos e procure pelo texto Aprendizagem Organizacional: a mão única da educação corporativa, do autor Orlando Barbosa Rodrigues (2007). É preciso que existam recursos, conhecimento, estrutura de suporte e condições ambientais, para haver inovação. A inovação tecnológica pode causar mudanças nas organizações e nas populações e melhorar as competências de alguns participantes do processo organizacional, fazendo com que surjam novas competências individuais e coletivas. Gestão de Recursos Humanos44 Com o avançar do desenvolvimento social e com o compartilhamento do conhecimento, o capital humano necessita entender a Gestão do Conhecimento como uma ferramenta, a qual fomenta as competências agregadas, adquiridas por meio dos três níveis do conhecimento, com o intuito de garantir a manutenção dos indivíduos para o alcance dos objetivos definidos e fortalecendo a estratégia empresarial. É preciso um investimento na estratégia de gestão de pessoas, muito mais do que fortalecer os indivíduos que interagem por intermédio do conhecimento. Isso as torna atrativas justamente porque elas procuram encontrar e manter seus talentos, além de desenvolvê-los nas perspectivas teóricas e práticas. O fato é que as empresas estão transformando seu cenário ao se voltarem para a educação organizacional. O grande impacto da parceria é o estabelecimento de uma Gestão de Pessoas justa e composta por gestores que valorizam o capital humano como um grande parceiro da organização. As práticas pessoais e empresariais envolvidas permite-nos trabalhar em conjunto, transferindo e compartilhando informações, experiências e cultura. Humanizar para obter sucesso Figura 11: Metas Fonte: Freepik Gestão de Recursos Humanos 45 O principal papel da Gestão de Pessoas está em transformação e tem como objetivo uma busca contínua por melhores resultados, que aumentem o desempenho da organização e a tornem mais competitiva. Fica assim, claro, que a evolução da área de Gestão de Pessoas só é possível por intermédio de uma perspectiva estratégica que faça o diagnóstico do ambiente organizacional, identificando quais são as demandas da organização e dos empregados. Esse é um modelo competitivo da Gestão de Pessoas descrito por Lacombe e Tonelli (2001, p. 6), que: [...] decorreu, principalmente, do reconhecimento da importância de se considerar o ambiente externo na formulação das estratégias de negócios, e da existência de um gap entre as necessidades previstas para a implantação dessas estratégias e as realidades que as organizações enfrentavam em termos de pessoas para implantá-las. Sendo que a necessidade de obtermos uma perspectiva voltada para a transformação das demandas da área de Gestão de Pessoas deve corresponder a um modelo ou a um método eficiente, capaz de orientar e conduzir os indivíduos a um melhor desenvolvimento de suas atividades. Organizar, definir e implementar uma estratégia organizacional, que objetive uma maior integração entre as capacidades da empresa e das pessoas, fazem parte da atuação da área de GP. Depois de entendermos a capacidade da área de Gestão de Pessoas, podemos dizer que ela deve atuar como interlocutora e mediadora de um relacionamento entre o empregado e a empresa. Sendo assim, respondemos a seguinte questão: qual é o melhor discurso para a garantia do desenvolvimento organizacional? Pensando que o discurso organizacional concentra-se na prática como vantagem competitiva, é possível destacar a existência de uma abordagem que visa à melhoria dos desempenhos para o alcance dos objetivos traçados. Então, podemos compreender que a área de Gestão dePessoas foi transformada com base em um modelo estratégico, considerado fundamental. Sendo as transformações da área trouxeram uma necessidade de mudanças nos papéis exercidos pelos gerentes de pessoas. Fica claro que a função do gestor concentra-se na melhoria e na garantia dos desempenhos profissional e organizacional, bem como na identificação das necessidades dos empregados e da própria Gestão de Recursos Humanos46 empresa, analisando esses aspectos. Dessa maneira, a criação de um Modelo de Gestão de Pessoas integrado possibilitaria a implementação de uma estratégia organizacional, a qual considera uma maior integração entre as capacidades organizacionais, os possíveis resultados positivos e o desenvolvimento do comportamento organizacional. Síntese da Unidade: Nesta unidade compreendemos que: • Vimos que existiam as tendências da gestão estratégica do conhecimento • Conhecemos sobre a necessidade de Gestão Corporativa • Aprendemos a diferença entre treinamento e desenvolvimento corporativo Por isso, o administrador precisa conhecer como conhecer e analisar os riscos e custo-benefício do negócio. Para poder estar alinhado ao mercado e ser um diferencial frente aos concorrentes analisar a gestão de risco junto as mudanças e competitividade no ambiente do trabalho. Caro estudante, você chegou ao fim desta aula, parabéns! Nela, você aprendeu sobre análise sobre avaliação de desempenho de cargos. REFLITA: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a modelo de gestão por competências e suas particularidades. Para complementar seu aprendizado, não deixe de realizar as atividades que acompanham esta aula. Até a próxima! Gestão de Recursos Humanos 47 BIBLIOGRAFIA AMADO, G.; GUITTET, A. , a Dinâmica da Comunicação nos grupos. Ed. Jorge Zahar- 1978 CARTWRIGHT, D.; ZANDER, A. (Org). Dinâmica de grupo: pesquisa e teoria. São Paulo: Pedagógica e Universitária, 1975 CHIAVENATO, Idalberto: Gestão de Pessoas. 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