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MÓDULO 3 BIG DATA E SUA APLICAÇÃO NO CAMPO INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO 49 Nunca na história foram produzidos tantos dados. Hoje, do momento em que acordamos até a hora de dormimos, registramos várias ocorrências do dia, por exemplo, produzimos texto nas redes sociais e em aplicativos de comunicação. Tudo isso para que sejamos atendidos o mais rapidamente possível. Isso só é possível pelo fato de que a todo momento nossos dados estão sendo lidos e processados, e nosso comportamento é medido e estudado por meio dessa vastidão de dados. Acompanhe: Conseguimos, pelo uso de um celular, pedir o serviço de um motorista usando um aplicativo, que sabe onde estamos, o percurso que deve ser feito e o tempo desse caminho e, ainda, calcula um valor para esse serviço. Vamos entender melhor esse e outros conceitos no vídeo que está no AVA. Não deixe de acessar assistir ao vídeo, ouvir o podcast e realizar a sua atividade de aprendizagem. Só assim você conseguirá liberar o acesso ao módulo seguinte! Neste módulo, serão abordadas as problemáticas envolvidas para manter tamanha quantidade de dados, bem como seu valor agregado, como os dados se tornaram valiosos e o porquê disso. Vamos lá! INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO 50 AULA 1 – O GRANDE VOLUME DE DADOS QUE O CAMPO PODE GERAR Atualmente, uma grande quantidade de dados é produzida no mundo, já que existem sensores de diversos tipos, em vários lugares, na chamada internet das coisas. O desafio é integrar essas informações, devido à velocidade com que os dados são produzidos Hoje, temos smartphones com diversos recursos, tais como câmera, GPS, acelerômetro, entre outros, que possibilitam ao usuário coletar informações às quais antigamente somente grandes corporações tinham acesso. Imagine que, cerca de 30 anos atrás, um GPS custava quase o valor de um automóvel e uma câmera digital era privilégio de poucos; hoje, carregamos essas e outras tecnologias em nossos bolsos. INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO 51 Portanto, a partir desse oceano de dados emerge o termo big data. Em uma tradução literal, big data quer dizer grandes dados, ou grande quantidade de dados. O termo abriga conceitos relacionados às técnicas capazes de lidar com essa grande variedade de dados no sentido de extrair valor e, consequentemente, produzir informação capaz de auxiliar na tomada de decisão EXPLICANDO Segundo um estudo da BSA | The Software Alliance, diariamente são gerados 2,5 quintilhões de bytes. Até 2025, a expectativa da Seagate, empresa do setor tecnológico, é de que o volume chegue a 163 zettabytes, o que representa dez vezes mais dados que em 2016. No tocante aos tipos de dados que podem ser vistos em uma estrutura de big data, temos os dados estruturados e os não estruturados. Dados estruturados: Para exemplificar o que são dados estruturados, imagine uma planilha de Excel. Nessa planilha, é possível organizar os dados em colunas, ou estruturas. Portanto, eles são organizados em colunas, que por sua vez são organizadas em tabelas. Dados não estruturados: Já os dados não estruturados, como o próprio nome diz, não são organizados em colunas ou tabelas. Podem ser textos, fotos, áudio ou até mesmo vídeos. Com essa grande variedade de tecnologias capazes de ler informações sobre diversas coisas, tais como onde nos encontramos, se estamos correndo ou com qual frequência nosso coração está batendo, uma imensa quantidade de dados é produzida diariamente. Estima-se que em um minuto, hoje, a humanidade produza mais dados do que produziu desde o início da sua existência até o século XIX. INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO 52 Se pensarmos na big data gerada pelo agro, os dados podem ser: a localização de um trator, a temperatura de determinada região, o ponto de orvalho de determinado cultivar, entre outros. Os dados gerados pelo agro tornam-se ferramenta inserida no contexto da Era da Informação, que permite às propriedades rurais uma capacidade maior de tomar decisões acertadas e definir o melhor caminho a seguir. O resultado do gerenciamento da big data do agro é que a propriedade rural torna-se mais competitiva, pois seu administrador, ao utilizar dados, é capaz de fazer uso de análises e tendências de mercado, ao ponto de prever seus comportamentos, o que pode otimizar compras e vendas e tirar proveito a seu favor. Mais que um termo que se refere a dados estruturados e não estruturados, a ideia por trás de tecnologias relacionadas a big data é saber como utilizá-los para obter insights relevantes e tomar decisões de gestão acertadas. É a efetivação da gestão chamada data driven, embasada no cruzamento de informações originárias de várias fontes. INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO 53 O crescimento exponencial do volume de informações gerado pelo agro é inevitável, de modo que ignorar os dados disponíveis é um erro que pode levar à baixa competitividade da atividade. Afinal, é por meio da informação que você pode prever tendências e mudanças no mercado de atuação. Ao mesmo tempo, é capaz de avaliar mudanças proporcionadas pela transformação digital, que pode gerar benefícios para seu negócio, tendo como consequência a atuação mais precisa, que foca o bom uso do grande volume de dados gerados. No entanto, embora os dados sejam tão significativos, não basta apenas ter acesso a eles, é necessário tratá-los de maneira correta. O ideal é fazer uma análise aprofundada para encontrar respostas certas, que visem alguns objetivos: redução de custos, economia de tempo, desenvolvimento de novos processos e otimização das tomadas de decisão. DESCOMPLICANDO Filmes como Minority Report, de 2002, apresentam de maneira mais vívida a questão de previsões. Com os dados obtidos, os personagens do filme fazem análises preditivas que indicam onde ocorrerão os próximos assassinatos e quem serão as vítimas. A partir disso, há uma corrida para evitar que a previsão realmente aconteça. É claro que esse contexto não é tão drástico em nossa realidade, mas muito já pode ser feito, pois é possível verificar qual é a tendência de comportamento de consumo ou de variação dos insumos para os meses seguintes. INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO 54 A ideia de utilizar dados na administração rural visa identificar falhas, defeitos e problemas praticamente em tempo real. Isso posto, fica claro que o propósito da big data é agrupar uma grande quantidade de dados, oriundos de diversas fontes, estruturados ou não, com o objetivo de fazer análise e obter informações relevantes. Essa é a inteligência que está por trás do processo. Sem uma avaliação meticulosa e precisa, é impossível saber qual é o melhor caminho. INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO 55 ANÁLISE DE DADOS PARA O AGRO Para que os dados se tornem úteis, é necessário realizar uma análise meticulosa sobre eles. A ideia é encontrar padrões comportamentais e, sempre que houver alguma alteração, tomar a decisão certa. É o caso de uma propriedade rural produzir determinado produto – milho, por exemplo – e identificar, por meio da análise de dados, que o preço tende a cair. Sendo assim, convém trocar a cultura, uma vez que pode haver probabilidade de prejuízo em futuro próximo. EXPLICANDO O trabalho que permite cruzar os dados e, a partir disso, interpretá-los, é a análise de big data, e o profissional que detém essas habilidades é o cientista de dados. Esse profissional consegue implementar mecanismos para extraí-los dos seus bancos de dados de origem, organizá-los, tratá-los e entendê-los para, então, transformá-los em informações úteis para o produtor rural. INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO 56 No agro, é possível apontar o uso da análise de dados para avaliar com mais precisão o impacto do clima nas plantações. Isso porque a big data ajuda a compilar diversos aspectos, como: • índices meteorológicos; • questões geográficas;• adaptação de espécies a determinados climas e solos. Com base nos dados gerados em cada processo, o produtor entende o quanto ele consegue produzir e como reduzir tanto o investimento como os desperdícios e prejuízos. São dados que oferecem uma otimização rica na semeadura, na irrigação e na colheita. O objetivo é a produção potencializada com agilidade e um custo menor em médio e longo prazos, que podem oferecer ao agricultor informações mais precisas para uma agricultura sustentável, sem prejudicar o meio ambiente e mantendo seu cultivo seguro e produtivo. Outras ações que podem ajudar a agricultura de precisão por meio da big data são: • mapeamento rápido e preciso do solo, gerando informações para predizer as ações mais eficazes em curto, médio e longo prazos; • ajuste na quantidade de fertilizantes utilizada, evitando perdas e gastos exorbitantes e, por outro lado, permitindo uma agricultura mais natural. INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO 57 O histórico de dados oferece um plano de ação mais preciso e eficaz para adubação e correção nutrientes do solo, além de possibilitar o acompanhamento dos índices de umidade e de precipitação, entre outras informações, tornando o fluxo de trabalho muito mais qualitativo. Esse tipo de tecnologia não só identifica processos obsoletos e leva a tomadas de decisões mais assertivas, como também gera uma série de benefícios, tais como: REDUÇÃO DE DESPERDÍCIOS: Uma vez que você consegue avaliar com exatidão o momento certo, o produto e a dose certos e a forma de aplicação correta para cada insumo utilizado em sua lavoura, a redução da utilização de insumos (e, consequentemente, do custo de produção) é notável. AÇÕES MAIS PRECISAS: Com o uso da big data na agricultura, as ações passam a ser mais precisas, uma vez que utilizam os dados recolhidos como base para a tomada de decisões. Dessa maneira, você evita perder tempo e dinheiro com ações que nem sempre serão realmente eficazes. REDUÇÃO DO CUSTO DE PRODUÇÃO: Outra vantagem de utilizar uma gestão orientada a dados na administração da propriedade rural é a possibilidade de diminuir os gastos. Graças às técnicas relacionadas à análise de dados, é possível identificar processos obsoletos, bem como operações que precisam de melhorias. Assim, você evita perder dinheiro com investimentos ineficazes e passa a investir apenas em soluções que realmente gerarão resultados. CONTROLAR TUDO DO ESCRITÓRIO: Outra vantagem da big data na agricultura é que o produtor rural não precisa necessariamente estar na lavoura para saber realmente o que está acontecendo. Por meio de recursos tecnológicos, ele consegue controlar tudo em tempo real sem precisar sair do escritório, o que o ajudará a otimizar seu tempo para aplicá-lo em outros aspectos importantes do seu negócio. INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO 58 APERFEIÇOAMENTO DE MÉTRICAS: Desde a década de 1980, as métricas já são utilizadas dentro do agronegócio. É por meio delas que o produtor rural consegue analisar as suas safras, vendo os resultados obtidos em cada período. Contudo, devido à limitação tecnológica, elas costumam ser feitas em menor proporção. Hoje, com o uso da big data na agricultura, é possível aperfeiçoar esses indicadores, tornando-os mais eficazes e detalhados. COMPARATIVO DE MÉTRICAS: É possível comparar as métricas do seu agronegócio com as estimativas regionais e nacionais e, assim, analisar o quão lucrativo ele está sendo em cada período. O histórico dos controles permite descobrir, por exemplo, qual foi a evolução da produtividade ao longo dos anos, se os teores de fósforo do solo aumentaram ou diminuíram em um determinado período, ou se o número de aplicações de inseticidas vem aumentando ou diminuindo. MELHORAR A SUSTENTABILIDADE DO SEU AGRONEGÓCIO: A sustentabilidade vem ganhando cada vez mais destaque nos últimos anos. Isso porque é por meio dela que o produtor rural consegue utilizar os recursos naturais de forma mais eficaz e, ao mesmo tempo, evitar que o meio ambiente seja agredido. A big data na agricultura pode ser utilizada de diferentes formas para tornar o negócio mais sustentável. Alguns produtores rurais, por exemplo, usam sensores para identificar a umidade do solo e verificar se as plantas precisam ou não de irrigação. Também é possível usar essa tecnologia para analisar o volume de chuvas esperado para determinada época. AUMENTAR A PRODUTIVIDADE DAS LAVOURAS: Outra forma de utilização da big data na agricultura é para aumentar a produtividade por hectare. A partir desse sistema de informações e com o uso de sensores, você consegue analisar desde a fertilidade do solo até as condições climáticas de cada período. É possível então criar um cronograma de rotação de culturas que seja mais produtivo para cada época do ano, ou seja, consegue-se fazer um planejamento mais adequado das janelas de semeadura e de colheita, do manejo da fertilidade do solo e do manejo fitossanitário. INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO 59 Essas são apenas algumas das vantagens de usar a big data na agricultura. Tenha em mente que essa tecnologia é eficaz para todo o tipo de produtor rural, dos pequenos aos grandes. Por meio dela, é possível lidar com problemas comuns do agronegócio de forma mais eficaz, evitando a perda de dinheiro e melhorando a produtividade. A proposta de uma solução de big data é oferecer uma abordagem consistente no tratamento do constante crescimento e da complexidade dos dados. Para tanto, o conceito considera os 5 Vs da big data: o volume, a velocidade, a variedade, a veracidade e o valor. AULA 2 – OS VS DA BIG DATA Volume: o conceito de volume na big data é mais bem evidenciado pelos fatos do quotidiano: diariamente, o volume de troca de e-mails, transações bancárias, interações em redes sociais, registro de chamadas e tráfego de dados em linhas telefônicas – todos esses servem de ponto de partida para a compreensão do volume de dados presentes no mundo atualmente. Velocidade: informação é poder, assim a velocidade com a qual se obtém essa informação é uma vantagem competitiva das empresas. A velocidade pode limitar a operação de muitos negócios. Por exemplo, quando utilizamos o cartão de crédito: se não obtemos uma aprovação da compra em alguns segundos, normalmente pensamos em utilizar outro método de pagamento. É a operadora perdendo uma oportunidade de negócios pela falha na velocidade de transmissão e análise dos dados do comprador. INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO 60 Variedade: o volume é apenas o começo dos desafios dessa nova tecnologia, pois se temos um volume enorme de dados, também obtemos a variedade deles. Hoje, há diversas fontes de dados significativamente importantes. Podemos observar a variedade de dados em e-mails, redes sociais, fotografias, áudios, telefones e cartões de crédito. Seja qual for a discussão, podemos obter infinitos pontos de vista sobre o assunto. Empresas que conseguem captar a variedade de fontes ou de critérios agregam mais valor ao negócio. Veracidade: para colher bons frutos do processo da big data, é necessário obter dados verídicos, de acordo com a realidade. Se velocidade e veracidade estiverem bem alinhadas, consegue-se a análise em tempo real, descartando-se os dados passados. A verificação dos dados coletados para adequação e relevância ao propósito da análise é um ponto-chave para se obter dados que agreguem valor ao processo. Valor: quanto maior a riqueza de dados, mais importante é saber realizar as perguntas certas no início de todo processo de análise. É necessário estar focado para a orientação do negócio, para o valor que a coleta e a análise dos dados gerarão para o negócio. É importante estar atento aos custos envolvidos nessa operação, pois o valor agregado do trabalho desenvolvido – coleta, armazenamento e análise de todos esses dados – precisa compensar os custos financeiros envolvidos.INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO 61 EXPLICANDO Para exemplificar a importância da velocidade da informação, pense na seguinte pergunta: você cruzaria uma rua vendado, se a última informação que tivesse fosse uma fotografia tirada do tráfego circulante de 5 minutos atrás? Provavelmente não, pois a fotografia de 5 minutos atrás é irrelevante – você precisa saber das condições atuais para poder cruzar a rua em segurança. A mesma lógica se aplica a empresas, pois elas necessitam de dados atuais sobre seu negócio, ou seja, velocidade. A importância da velocidade é tanta, que em algum momento deverá existir uma ferramenta capaz de analisar os dados em tempo real. Atualmente, eles são analisados somente depois que são armazenados, mas o tempo gasto para o armazenamento em si já desclassifica esse tipo de análise como 100% em tempo real. INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO 62 No início do século XX, as maiores empresas eram a companhias de petróleo – o poder concentrava-se nesse ativo. Atualmente, as maiores empresas são organizações de dados, tais como Alphabet (dona da Google), Apple, Microsoft, Amazon e Facebook. AULA 3 – DADOS, O NOVO PETRÓLEO PARA A PRODUÇÃO NO CAMPO INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO 63 Nesse contexto, surge a frase os dados são o novo petróleo, pois as maiores empresas da atualidade não são as de óleo, mas sim as de dados. Outra comparação que torna a frase um mantra da atualidade é que os dados são o combustível para a inteligência artificial. A importância dos dados deve apenas aumentar ao longo dos próximos anos. Um dos fatores para isso será a popularização da internet das coisas, impulsionada pela tecnologia 5G, a próxima geração de transferência de dados em dispositivos móveis. O 3G foi capaz de conectar os celulares; o 4G marcou a era do streaming, que são as músicas e os vídeos que podemos assistir pelo celular; já o 5G transformará em supercomputador o celular que está no nosso bolso. Isso é algo diferente de tudo o que já vimos. Todo esse movimento que enfatiza o valor por trás dos dados, tornando-os o novo petróleo, está relacionado à forma mais inteligente de utilização das informações disponíveis. Há pouco tempo, empresas utilizavam sistemas de computador apenas para fazer registros e depois consultá-los. A partir do momento em que há valor nos dados, surge um novo emprego para os sistemas de informação e iniciativas de sistemas, até gratuitos à primeira vista, mas que geram um valor tremendo, pois coletam dados para a análise. INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO 64 Exemplos são sistemas como Google, Gmail, Facebook, Instagram, WhatsApp, entre outros. Nenhum deles cobra algum valor do usuário, mesmo assim valem muito! Para se ter uma ideia, em 2014 o Facebook comprou o WhatsApp por 16 bilhões de dólares, equivalentes a 80 bilhões de reais se convertidos a uma cotação de 5 reais o dólar. Veja o valor do WhatsApp comparado ao fato que ele não cobra pelo uso. A explicação para esse alto valor é que o aplicativo consegue dados de muitas pessoas por meio de seu uso, e essa é a nova mercadoria valiosa da atualidade. Saiba mais sobre a questão de ética do Facebook, acessando esta reportagem: https://g1.globo.com/economia/tecnologia/ noticia/entenda-o-escandalo-de-uso-politico- de-dados-que-derrubou-valor-do-facebook-e- o-colocou-na-mira-de-autoridades.ghtml. NA REDE NA REDE Nem tudo são flores quando lidamos com dados. Em 2018, o jornal americano The New York Times publicou extensa matéria questionando a ética do Facebook no uso de dados de seus usuários como um negócio, sem que eles saibam disso. O texto dizia que os dados pessoais se transformaram na commodity mais valorizada desta nossa era digital, “negociados em grande escala pelas empresas mais poderosas do Vale do Silício”. Em meio a essa discussão sobre o valor dos dados e a segurança pessoal de cada um, no sentido de se ter controle sobre a segurança e a exposição das informações pessoais, iniciou-se há alguns anos o debate sobre o aspecto legal disso. INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO 65 EXPLICANDO Em relação à proteção de dados, surgiu a Lei Geral de Proteção de dados (LGPD) – Lei no 13.709/2018. A LGPD criou um conjunto de novos conceitos jurídicos, tais como “dados pessoais” e “dados pessoais sensíveis”. Além de estabelecer as condições nas quais os dados pessoais podem ser tratados, definiu um conjunto de direitos para os titulares dos dados, gerou obrigações específicas para os controladores dos dados e criou uma série de procedimentos e normas para que houvesse maior cuidado com o tratamento de dados pessoais e o compartilhamento com terceiros. AULA 4 – DESAFIOS DA BIG DATA PARA O CAMPO Um problema inicial da big data na agricultura hoje é a coleta de dados no campo. Embora muitas máquinas e implementos agrícolas já contem com GPS e outras tecnologias, como os sensores que coletam um grande volume de dados em tempo real, elas ainda não estão tão acessíveis financeiramente, pois para propriedades menores ainda são percebidas como dispendiosas. INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO 66 Vamos fazer uma pausa para reflexão e ouvir o podcast Inovar Agora, que vai tratar dos desafios de coletar os dados do campo e trabalhar com a sua big data. Para isso acesse o AVA e acompanhe o áudio com a legenda abaixo: Olá. Coletar dados do campo é um desafio, principalmente quando pensamos em investimento e tecnologias, pois os valores podem variar bastante dependendo do porte das máquinas, da quantidade de operações e do tamanho da lavoura. Atualmente, máquinas que contam com GPS e outros sensores possuem um custo que pode inviabilizar seu uso pela maior parte dos produtores. Apesar de que com poucos instrumentos já seja possível coletar e formar um banco de dados rico e preciso, ainda é necessário conhecimento para processar e interpretar o histórico completo da safra em cada parte da lavoura – mesmo utilizando planilhas eletrônicas simples e outros programas. O maior problema do Big Data na agricultura está na disponibilidade de profissionais qualificados para interpretar esses dados produzidos. É preciso saber filtrar esse volume de informações e utilizá-lo para tomar decisões focadas na eficiência das operações. Certamente, um profissional que saiba utilizar os dados gerados pelas tecnologias de Big Data será um especialista muito requisitado no mercado, tendo em vista a grande relevância dos resultados obtidos. Mas como essa tomada de decisões com base no Big Data ocorre na prática? Vamos entender as principais etapas. A grande variedade de dados faz da integração um dos maiores desafios do Big Data. De fato, os dados vêm de diferentes fontes: aplicativos de negócios, redes sociais, e-mails, documentos de funcionários. Combinando todos esses dados harmoniosamente e usando-os para criar relatórios, é possível pensar em soluções de suporte à decisão empresarial. INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO 67 No entanto, essa é uma tarefa muito difícil e especializada. Para resolver esse problema, vários fornecedores oferecem ferramentas de integração projetadas para facilitar o processo. Contudo, muitos produtores admitem que ainda não conhecem tais processos. Dentro desse contexto, surge também uma área relacionada com a governança de dados. A governança de dados é uma gestão eficiente de toda informação digital gerada na propriedade. Um diferencial e tanto para gerar propostas, aumentar a produtividade com menos uso de recursos e com total segurança de sua propriedade intelectual. Resolver problemas de governança de dados geralmente não é fácil, pois requer uma combinação de tecnologia e mudança de política. No entanto, algumas tentativas incluem a alocação de um grupo de pessoas para monitorar dados e definir regras e procedimentos. Por fim, a segurança também é uma preocupação importante no campo do Big Data. Dadosde negócios podem ser atraentes para hackers. De acordo com um estudo do IDG (International Data Group), apenas 39% das empresas usam medidas de segurança adicionais para seus repositórios de dados. Algumas das medidas adicionais mais populares incluem controle de acesso e identidade, criptografia e segregação de dados. Viram quantos são os desafios? É importante que você entenda que é um mundo novo que está surgindo para o agro. Até mais! INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO 68 a) Trata-se de uma grande marca de fastfood. b) Busca resolver problemas com as memórias dos computadores cheias de dados. c) Lida com o novo fato de que os dados passam a ter valor e podem estar em qualquer lugar. 1. O big data é uma realidade cada vez mais presente nas áreas produtivas. Seu desafio consiste em lidar com grandes volumes de dados. Sobre o big data, é correto afirmar que: 2. O objetivo da utilização de dados no campo é a produção potencializada com agilidade, além da redução de custos em médio e longo prazo. Também visa se tornar capaz de oferecer ao agricultor as informações mais precisas, para que seja possível ter uma agricultura sustentável, sem prejudicar o meio ambiente, enquanto mantém seu cultivo seguro e produtivo. Outras ações que podem ajudar a agricultura de precisão por meio do big data, são: d) Dados são considerados valiosos, pois podem servir de objeto de troca para compra de insumos. ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM Convidamos você a fazer as atividades de aprendizagem referentes ao Módulo 3. Leia com atenção os textos antes de responder às perguntas. Lembre-se de que você tem duas tentativas e de que o próximo módulo só será liberado com a conclusão desta atividade. i. Mapeamento rápido e preciso do solo, trazendo informações para predizer as ações mais eficazes em curto, médio e longo prazo. ii. Ajuste na quantidade de fertilizantes utilizada, evitando perdas e gastos exorbitantes e, por outro lado, permitindo uma agricultura mais natural. a) As proposições i e ii são verdadeiras. b) Somente a proposição i é verdadeira. c) Somente a proposição ii é verdadeira. d) Ambas as proposições são falsas. INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO 69 3. A proposta de uma solução de big data é oferecer uma abordagem consistente no tratamento do constante crescimento e da complexidade dos dados. Para tanto, o conceito considera os 5 Vs do big data: o volume, a velocidade, a variedade, a veracidade e o valor. Sobre esse conceito, marque a alternativa verdadeira. 4. Há pouco tempo, empresas utilizavam sistemas de computador apenas para fazerem registros e depois consultá-los. Considerando que há valor nos dados, surge um novo emprego para os sistemas de informação: coletar dados para análises. Daí surgem iniciativas de sistemas, até gratuitos à primeira vista, mas que geram um valor tremendo. Sobre o valor dos dados para os negócios, marque a proposição correta. a) O volume dos dados se refere à quantidade de espaço necessária para armazenar os computadores. a) Já é possível verificar sistemas que não cobram diretamente dos clientes, mas conseguem monetizar através do valor encontrado nos dados que ela gerencia. b) No que tange à velocidade, os dados têm que ser rápidos, ou seja, as conexões de internet não podem falhar. b) Ainda a única estratégia para monetizar sistemas de tecnologia da informação é cobrar caro por mensalidades para uso do sistema. c) O valor está relacionado com a capacidade dos dados gerarem riqueza, pois hoje podem auxiliar na tomada de decisão. c) Os dados valem muito, pois estão relacionados com a capacidade de chantagear pessoas. d) A variedade dos dados está relacionada com o tipo e a cultura em que os dados estarão relacionados. d) Os dados são o novo petróleo, pois ajudam a encontrar novos poços do mineral. INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO 70 5. Ainda se considera que a maior problemática do big data na agricultura está na disponibilidade de profissionais qualificados para interpretar os dados produzidos, que saibam filtrar esse volume de informações e utilizá-lo para tomar decisões focadas na eficiência das operações. Afinal, apenas coletar e armazenar dados sem que exista essa etapa de análise e prática é basicamente inútil. Sobre a oferta de profissionais para o big data, analise as alternativas a seguir e marque a verdadeira. a) A dificuldade em encontrar bons profissionais para lidar com dados está na baixa procura por parte das instituições de ensino em ofertar cursos na área. b) Não há deficiência de mão de obra para demandas relacionadas com processamento e análise de dados. c) O big data demanda um tipo de profissional que é possível encontrar somente fora do país. d) Apesar da dificuldade em encontrar mão de obra especializada para lidar com os dados gerados pelo agro, nota-se que a cada dia mais pessoas se interessam pelo assunto.