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Fundamentos Da Neuroeducação
Atuação 
Interdisciplinar e 
Neuroeducação
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
FRANCINE HEIDEN RIOS
AUTORIA
Franciane Heiden Rios
Olá! Sou formada em Pedagogia, Mestre em Educação, Especialista 
em Educação Especial e Inclusiva e Tecnologias Educacionais. Estou 
nesta área desde o início da minha vida profissional, cursei Magistério, 
ingressei como estagiária e da escola nunca mais sai. Esse espaço rico 
de aprendizagens humanas me oportunizou pensar sobre diferentes 
questões e perceber as pessoas em suas diferentes necessidades. Durante 
dez anos fui servidora concursada, professora, do Município de São José 
dos Pinhais, também atuei como educadora pela Prefeitura Municipal 
de Curitiba e, atualmente, sou supervisora do curso de Pedagogia da 
UNIVESP – Universidade Virtual do Estado de São Paulo - e diretora 
pedagógica da CuriosaIdade, instituição que atua em parceria com redes 
de ensino para desenvolvimento de boas práticas educativas tendo 
como subsídio a perspectiva do Desenho Universal para a Aprendizagem. 
Acredito no princípio básico da inclusão e no respeito pela diversidade, 
portanto, escrever, palestrar, capacitar ou qualquer outra ação ou prática 
profissional relacionada ao tema são hoje meu foco de atuação. 
Desejo que tenhamos juntos um caminho rico de aprendizagens 
significativas, que o material aqui proposto em suas ideias, reflexões e 
discussões permitam a você construir-se enquanto um profissional 
interdisciplinar, que navega entre as mais diversas áreas do conhecimento 
em prol de uma melhor prática educativa, avançando para a qualidade na 
educação e consequente transformação social. 
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Construção do Conhecimento na Neuroeducação ...................... 10
Neurociência e Educação: Desvelando Conceitos ................................................ 10
Neuroeducação: Um Novo Paradigma? ......................................................................... 13
Interdisciplinaridade, Multidisciplinaridade e 
Transdisciplinaridade e a Construção do Conhecimento na 
Neuroeducação ........................................................................................... 17
Primeiros Conceitos: Diferenciando as Perspectivas Teórico-
metodológicas .............................................................................................................................................................17
Neuroeducação como Campo Interdisciplinar ......................................................... 19
Processos Interdisciplinares: Ciências, Neurociência e 
Neuroeducação ........................................................................................... 25
Fundamentos e Conceitos Iniciais sobre Educação, Cérebro e 
Aprendizagem ...................................................................................................................................25
A Evolução dos Conceitos sobre o Cérebro ............................................27
Breve História da Ciência na Perspectiva da Neuroeducação ...27
Processos Interdisciplinares: Cultura, Arte e Neuroeducação 33
Processos Iniciais: Complexidade e Aprendizagem ..............................................33
Sociedade, Cultura e Aprendizagem ................................................................................35
7
UNIDADE
01
Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
8
INTRODUÇÃO
A tarefa de educar nos dias atuais exige cada vez mais dos professores 
e educadores. Atender às demandas exige novos conhecimentos e uma 
sólida formação teórica, com o desejo incessante na busca pela atualização 
profissional. Entender o processo de aprendizagem em seu dinamismo e 
complexidade é caráter fundamental na concepção do “bom professor” e, nesse 
sentido, a neurociência apresenta uma ampla perspectiva de qualificação. 
Entretanto, apenas conhecer como o cérebro funciona na ação de 
aprender não é o ideal. Compreender como o conjunto de saberes sobre o 
Sistema Nervoso Central opera e significa à Educação, se constituem como 
os principais objetivos do professor e, portanto, configura-se em uma nova 
perspectiva: a neuroeducação. 
Dos conhecimentos da neuroeducação, a educação busca ser mais 
efetiva e eficaz, não apenas ao que se restringe à escola, mas a tudo que 
se amplia enquanto melhorias para a qualidade de vida da sociedade atual. 
Entretanto, para que a prática seja efetiva, a formação teórica é fundamental 
e essa formação não é linear ou restrita: opera na perspectiva interdisciplinar 
exigindo do professor relacionar os mais variados saberes das mais diversas 
áreas para que, ao final, seja possível garantir a complexidade do ser 
humano e de suas relações.
Para tanto, a compreensão da maneira como se desenvolvem e se 
“assentam” os conhecimentos na neuroeducação exige uma ampliação 
conceitual generosa e inclusive, requisita a articulação de saberes que a 
princípio, parecem não conversar entre si. Mas é a partir dessas relações 
que será possível a investigação da dinâmica de integração do sujeito ao 
ambiente externo, significando o que “acontece no cérebro”. 
Assim, nesta unidade propomos compreender os primeiros elementos 
e as relações no que se refere à neuroeducação, com objetivo de constatar 
como se estrutura a perspectiva do professor que utiliza os conhecimentos 
da neuroeducação. Objetivamos nesse percurso formativo identificar, 
compreender e refletir sobre a construção da neuroeducação enquanto 
ciência, para que, à frente, seja possível avançar para as contribuições 
dessa área nos processos de ensino-aprendizagem, entendeu? Ao longo 
desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo!
 Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
9
OBJETIVOS
Olá, seja muito bem-vindo à Unidade 1. Até o término desta etapa de 
estudos, nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes 
competências profissionais:
1. Interpretar os principais elementos e referências relacionados à 
produção de conhecimentos na neuroeducação.
2. Identificar as características que permitem considerar a 
neuroeducação enquanto uma área interdisciplinar.
3. Relacionar neurociência e educação compreendendo os aspectos 
interdisciplinares.
4. Explicar as relações entre arte, história e cultura na formação em 
neuroeducação.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho! Lembre-se que para fazer a diferença é preciso transformar-se 
sempre em algo melhor! Assim, convido você para que juntos possamos 
aprender mais, melhor e de forma ativa com a intenção de que ao fim desse 
processo, esses conteúdos ganhem vida e resultem em boas práticas.
Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
10
Construçãodo Conhecimento na 
Neuroeducação
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
os princípios de construção do termo “neuroeducação”, 
seus objetivos e o cenário no qual se desenvolve. Isto 
será fundamental para o exercício de sua profissão, afinal, 
na perspectiva educacional, os conhecimentos de outras 
áreas precisam ser apropriados de forma a convergir 
com os objetivos de atuação. As pessoas que não 
iniciarem a discussão e sua formação em neuroeducação 
compreendendo as relações complexas por trás dessa 
ciência, poderão ter dificuldade para avançar seja no 
campo da pesquisa, seja em intervenção, pois, sempre 
faltará algo para compreender o ser humano, complexo 
em sua essência. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
Neurociência e Educação: Desvelando 
Conceitos
Como todo processo e produto da construção humana, a Educação 
também se transforma mediante os avanços, às necessidades e às 
relações sociais. Na escola, muitos desafios surgem e não é raro ouvirmos: 
“no meu tempo não era assim”. Essa frase é, no sentido de sua construção, 
verdadeira: a escola e as pessoas não são iguais ao que eram há dez, 
vinte, trinta anos ou no século passado. A sociedade se transformou e 
com ela, as pessoas. 
Entretanto, a escola por vezes parece insistir em “educar da 
mesma forma que no passado”, expurgando ou subutilizando novos 
conhecimentos, novas necessidades e novas possibilidades, o que resulta 
em seu espaço de atuação, problemas e dificuldades no processo ensino-
aprendizagem e, até mesmo, nas relações humanas estabelecidas. 
 Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
11
ACESSE:
Indicamos que assistam à animação da palestra de Sir Ken 
Robinson, especialista em educação e criativa, no qual ele 
discute sobre as “Mudanças de paradigmas na Educação”. 
Acesse clicando aqui. 
Nesse sentido, a afirmação “no meu tempo não era assim” não pode ser 
compreendida como lamentação ou de forma saudosista e sim, como uma 
evidência de que os tempos mudaram e, portanto, na escola e na ação do 
professor é inevitável e imprescindível que também ocorram transformações.
SAIBA MAIS:
Para saber mais, leia o artigo Educação e Aprendizagem no 
Brasil: “Ainda somos os mesmos”, afirma neuropsicóloga da 
FCM. Disponível aqui. 
Muitos elementos precisam ser revistos: estrutura – desde a física à 
tecnológica, recursos, acolhimento, entre todos os outros que impactam 
no processo de ensino-aprendizagem. Entretanto, o destaque sempre 
será para a formação docente: professores com formação consistente, 
atualizada e constante são o diferencial em qualquer espaço educacional. 
Nesse sentido, em um cenário no qual os números de alunos 
com déficits, transtornos, dificuldades ou “desajustes” aumentam ou 
se evidenciam de maneira exponencial, a formação docente passa a 
necessitar de outros saberes e conhecimentos em sua prática, dentre 
eles, aqueles oriundos da neurociência. 
As pesquisas no campo das neurociências buscam, cada vez mais, 
articulação com o campo da Educação, afinal, seus conhecimentos 
permitem aos professores conhecer cada vez mais a estrutura e 
funcionamento do cérebro e, com isso, embasar suas práticas pedagógicas 
de forma mais assertiva. 
Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
http://https://www.youtube.com/watch?v=rvK2nGkA4vE 
https://www.fcm.unicamp.br/fcm/relacoes-publicas/saladeimprensa/educacao-e-aprendizagem-no-brasil-ainda-somos-os-mesmos-afirma-neuropsicologa-da-fcm
12
Figura 1 - Cérebro
Fonte: Pixabay 
O conhecimento do cérebro humano, em sua complexidade, não 
é objeto de estudo de apenas um campo da ciência. A neurociência se 
integra a outras em uma rede que se amplia de informações, saberes 
e conhecimentos e difunde-se como um conceito múltiplo de diversas 
áreas. Operam na apropriação, articulação, construção e reconstrução de 
novos saberes e práticas. 
Há sempre o limite ético de cada campo, a apropriação dos 
conhecimentos da neurociência se projetam de forma diferente na 
psicologia, medicina, terapia ocupacional, em outras diversas áreas e 
inclusive na Educação. Afinal, a didática tem como objetivo compreender 
o processo de ensino e de aprendizagem, assim, aproxima-se dos 
conhecimentos da neurociência para, a fundo, compreender como o 
cérebro opera nessa ação. 
Essa aproximação não é nova, há tempos a Educação “flerta” com 
as demais ciências humanas e da saúde, articulando conceitos filosóficos, 
históricos e sociais às questões psicológicas e biológicas, essa base 
teórica variada e diversa é o que fornece recursos para compreender a 
complexidade humana. Vale destacar essa condição ao propor a união da 
 Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
13
biologia, neurociência, desenvolvimento e educação como base para a 
pesquisa e consequente prática educacional. 
Assim, na ação educacional a base na neurociência dispõe 
de ferramentas que auxiliam compreender e analisar o processo da 
aprendizagem, qualificando a ação docente, afinal aprender não é “absorver 
informações”, mas sim um processo complexo de transformação do indivíduo 
que opera na perspectiva neurofisiológica e neuropsicológica. É nesse 
espaço que a relação da neurociência com a educação se efetiva, permitindo 
compreender a importância do cérebro no processo de aprendizagem. 
EXEMPLO: 
A articulação entre neurociência e Educação permite uma 
mudança de perspectiva fundamental para a aprendizagem: em sua 
ação o professor além de se centrar em métodos e teorias para ensinar, 
avançaria no sentido de compreender como o aluno aprende e como 
essa aprendizagem se desenvolve em nível cerebral. 
Neuroeducação: Um Novo Paradigma?
É no trabalho conjunto de pesquisadores e profissionais que 
objetivam qualificar processos, produzir novas hipóteses e métodos que 
a neuroeducação se constitui. Seu interesse em demonstrar princípios 
práticos para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem a partir 
da relação mente–cérebro–educação pode ser compreendido como 
um novo paradigma na pesquisa educacional e, portanto, um campo de 
produção de novos conhecimentos. 
DEFINIÇÃO:
A neuroeducação prevê a integração dos resultados 
de pesquisas em neurociências na busca por novas e 
diversificadas formas de ensinar, potencializando os resultados 
de aprendizagem. Tem como finalidade proporcionar 
ferramentas psicológicas que qualifiquem a capacidade dos 
aprendizes de aprender a aprender, aprender a pensar e 
refletir, aprender a transferir e generalizar saberes, aprender a 
estudar e aprender a se comunicar (FONSECA, 2008).
Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
14
Com base nos conhecimentos da neurociência, a neuroeducação 
avança para a análise de conhecimentos sobre o processo de ensino-
aprendizagem a partir dos processos cerebrais. Entretanto, é fundamental 
saber que a neurociência não introduz novas estratégias educacionais, 
por isso do avanço da neuroeducação. Enquanto a neurociências fornece 
razões importantes e concretas sobre como acontece o processo de 
aprendizagem humana na perspectiva biopsicossocial, a neuroeducação 
explora essas considerações na aprendizagem buscando novas 
estratégias de ensino. 
SAIBA MAIS:
Na construção do conhecimento é importante, como diz 
o ditado popular: “provar o vinagre e o vinho”, portanto, 
indicamos a leitura do artigo “Neuroeducação para 
educadores: o que tem de errado”. O texto traz várias 
provocações sobre a neuroeducação, muitas delas 
polêmicas, por exemplo: “Ora, o cérebro está envolvido 
em todas as atividades humanas, não só na escola. Não 
faz sentido acrescentarmos o radical “neuro” para cada 
uma delas. Já imaginou: neuroculinária, neurofutebol, 
neurobanho, neurojardinagem, neuro-passeio-na-praia 
[...]?”. Disponível aqui. 
Criticidade é fundamental na construção do conhecimento e as 
“contradições” apresentadas no artigo anterior nos permite seguir nosso 
percurso de aprendizagem com “olhos mais atentos”. 
Na perspectivade sua constituição, podemos conceber a 
neuroeducação conforme imagem a seguir: 
Figura 2 - Constituição da neuroeducação 
 Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
https://www.psicoedu.com.br/2016/11/neuroeducacao-aprendizagem.html
15
Fonte: Tracey Tokuhama-Espinosa (2008).
Essa construção da neuroeducação apresenta ferramentas 
úteis para melhorar o aprendizado desde que tenha o embasamento 
teórico-científico adequado, portanto, mais que compreender o que é 
neuroeducação, é fundamental discutir como esse campo se solidifica 
na perspectiva científica e o que, de fato, a partir das relações com 
a neurociência a Educação avança. E, para tanto, é fundamental 
compreender como se dá o processo de construção de conhecimento 
nessa área, a princípio, esclarecendo como ela se estabelece enquanto 
campo interdisciplinar, multidisciplinar e transdisciplinar na busca de 
um método comum para traduzir resultados de pesquisas científicas de 
diversas áreas em estratégias pedagógicas aplicáveis. 
Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
16
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos 
resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que na 
neuroeducação é preciso conhecer o cérebro humano em 
sua complexidade e para isso é preciso “navegar” em vários 
campos da ciência. Por esse motivo, vimos que podemos 
compreender a neurociência enquanto a integração 
em uma rede que se amplia de informações, saberes e 
conhecimentos e difunde-se como um conceito múltiplo 
de diversas áreas, o que permite operar na apropriação, 
articulação, construção e reconstrução de novos saberes 
e práticas. Mas, que nessa integração, há sempre o limite 
ético de cada campo e de cada profissional diante seu 
campo de atuação. Avançamos para compreender a 
relação entre neurociência e educação, identificando que os 
conhecimentos da neurociência permitem aos professores 
conhecer cada vez mais a estrutura e funcionamento do 
cérebro e, com isso, embasar suas práticas pedagógicas 
de forma mais assertiva. Assim, a ação educacional 
tendo como base a neurociência dispõe de ferramentas 
que auxiliam compreender e analisar o processo da 
aprendizagem, qualificando a ação docente, afinal aprender 
não é “absorver informações”, mas sim, um processo 
complexo de transformação do indivíduo que opera na 
perspectiva neurofisiológica e neuropsicológica. É nesse 
espaço que a relação da neurociência com a educação se 
efetiva, permitindo compreender a importância do cérebro 
no processo de aprendizagem. 
 Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
17
Interdisciplinaridade, 
Multidisciplinaridade e 
Transdisciplinaridade e a Construção 
do Conhecimento na Neuroeducação
OBJETIVO:
Ao término deste item você será capaz de entender o 
porquê é possível afirmar que a neuroeducação é um 
campo interdisciplinar. Isto será fundamental para o 
exercício de sua profissão, afinal, dessa perspectiva é que 
visualizamos no que podemos avançar em outras áreas e 
no que devemos resguardar os limites éticos de atuação. 
E então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá. Avante!.
Primeiros Conceitos: Diferenciando as 
Perspectivas Teórico-metodológicas
Como vimos, a neuroeducação é apontada como um novo 
paradigma na Educação. Dessa perspectiva emergem conceitos e práticas 
que buscam articular diversas áreas de conhecimento em um campo 
com um objetivo em comum: qualificar o processo ensino-aprendizagem. 
Muitos desses conhecimentos já operam como bases teóricas efetivas 
em sua área específica, entretanto, na neuroeducação, os pesquisadores 
ainda buscam a relação e modulagem necessárias a eles, afinal, é fato 
que o cérebro é indispensável para a aprendizagem, assim como o 
comportamento, a metodologia, a didática e outros saberes, e que todos 
eles já são discutidos e, de certa forma, incorporados no processo ensino-
aprendizagem. Sendo assim, por que se faz necessário um novo campo 
de conhecimentos?
Essa resposta não é simples de se responder e, mesmo que 
se esboce uma discussão, essa também não será definitiva, afinal, as 
demandas sociais mudam a cada dia e os conhecimentos da humanidade, 
Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
18
com seus avanços, também, o que nos permite afirmar que, mais que 
compreender a neuroeducação como um manual orientador para a 
prática docente, é preciso identifica-la como um território de pesquisas e 
transformações. Nesse sentido, é fundamental que sejam esclarecidos os 
conceitos de multidisciplinar, transdisciplinar e interdisciplinar. 
A primeira questão é perceber que esses três conceitos são 
diferentes entre si. Apesar de contemplarem a ideia de “integração” e 
“totalidade” disciplinar, cada um deles é perpassado por perspectivas 
teórico-filosóficas diferentes e inconciliáveis e, portanto, uma organização 
interdisciplinar é diferente da multidicisciplinar ou transdisciplinar.
A perspectiva multidisciplinar ou multidisciplinaridade é a tentativa 
de trabalho conjunto, de diferentes profissionais, em que cada um desses 
interage com o objeto de investigação sob a ótica de sua área. Conforme 
indica Almeida Filho (1997), a ideia recorrente é de justaposição de 
disciplinas.
Na transdisciplinaridade se busca um novo paradigma de trabalho 
nas ciências da educação. As palavras-chave são complexidade e holístico, 
indicando a busca pela síntese histórica das diferentes contribuições por 
área. É a ideia de rede em busca da unidade de conhecimento. 
Por fim, a interdisciplinaridade busca a superação da 
superespecialização e da desarticulação teórico-prática. Tem como 
objetivo a formação integral, intencionalmente contribuindo para, 
conforme indica Saviani (1991), ações transformadoras no interior da 
sociedade, necessitando que a prática seja analisada, pensada, permeada 
e articulada com a teoria, resultando na superação da ação não pensada 
pela prática concreta, reflexiva e planejada.
Na figura a seguir é possível perceber as diferenças entre as 
perspectivas multi, trans e interdisciplinar:
 Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
19
Figura 3 - Perspectivas multi, trans e interdisciplinar (Modelo de Jantsch) 
Fonte: Elaborada pela autora (2019).
Trazendo essas reflexões para a neuroeducação, qual seria a 
perspectiva metodológica pela qual ela produz seus conhecimentos? 
Veremos que a perspectiva interdisciplinar é a que, na atualidade, faz-se 
constante. 
Neuroeducação como Campo 
Interdisciplinar
Por sua estrutura e como se desenvolve, é possível afirmar que a 
neuroeducação segue uma perspectiva interdisciplinar, afinal, busca a 
superação da fragmentação e do caráter “especialista” do conhecimento 
que, quando em prática, resultaria em uma visão parcial da complexidade 
humana e de suas relações e instituições. 
Nesse sentido, a perspectiva interdisciplinar evidencia na 
neuroeducação um movimento contemporâneo que [...] 
emerge na perspectiva da dialogicidade e da integração 
das ciências e do conhecimento e vem buscando 
romper com o caráter de hiperespecialização e com a 
fragmentação dos saberes. (THIESE, 2008, p. 547)
Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
20
IMPORTANTE:
A neuroeducação indica a possibilidade de se superar 
os “compartimentos” dos saberes, em busca de uma 
integração que vá muito além da troca de informações, 
deseja integrar caminhos epistemológicos, métodos 
e organização da produção de conhecimentos. Afinal, 
conforme aponta Goldman (1979): 
[...] Um olhar interdisciplinar sobre a realidade permite que 
entendamos melhor a relação entre seu todo e as partes 
que a constituem. Para ele, apenas o modo dialético de 
pensar, fundado na historicidade, poderia favorecer maior 
integração entre as ciências. (GOLDMAN, 1979, p. 3-25
Portanto, é possível pensar a interdisciplinaridade da neuroeducação 
a partir do que Japiassu(1976) considera: a intensidade das trocas entre 
os especialistas e o grau dessa interação entre os conhecimentos em 
prol de um mesmo projeto. Entendendo que a aprendizagem demanda 
a integralidade do indivíduo, a perspectiva interdisciplinar permitiria 
recuperar em termos de pesquisa e práticas essa unidade, primando pela 
passagem do que é subjetivo para intersubjetividade, alterando as ideias 
de cultura, da escola e do homem. 
Figura 4 - Interdisciplinaridade 
Fonte: Elaborada pela autora (2019).
 Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
21
A questão pertinente é compreender que a perspectiva 
interdisciplinar avança da conceituação para proposições pedagógicas, 
resultando em um novo enfoque epistemológico na neuroeducação, 
sendo que o próprio conceito de interdisciplinaridade é dinâmico e em 
construção, afinal, como aponta Leis (2005, p. 5) “[...] a tarefa de procurar 
definições finais para a interdisciplinaridade não seria algo propriamente 
interdisciplinar, senão disciplinar”. 
IMPORTANTE:
Ou seja, não existe uma definição única possível para 
o conceito de interdisciplinaridade, afinal, a construção 
do conhecimento permite as mais variadas experiências 
interdisciplinares, confundindo-se com a dinâmica vida da 
produção do próprio conhecimento. 
Podemos afirmar que mesmo diante desse dinamismo reconstrutor, 
é que no campo conceitual a interdisciplinaridade opera como uma reação 
à abordagem normalizadora da perspectiva disciplinar. Um exemplo 
possível para essa afirmação é que na perspectiva interdisciplinar não 
faria sentido se a neuroeducação organizasse em seu escopo de atuação 
pesquisas sobre a anatomia cerebral, mas faz mais sentido e se torna mais 
produtivo que ela se aproprie e estabeleça relações e interações com as 
outras áreas e outros profissionais para qualificar sua atuação. Ao invés 
de perguntar como o cérebro funcional, a pergunta na neuroeducação 
seria: sabendo que de acordo com a medicina, psicologia e neurociências 
o cérebro funciona de determinada forma, como esses estudos podem 
ser apropriados pela neuroeducação para qualificar os processos de 
aprendizagem? 
Assim, independente de um conceito final sobre interdisciplinaridade, 
a definição central permite situar essa abordagem enquanto “local de 
construção de conhecimento” que busca superar a fragmentação das 
ciências e dos conhecimentos produzidos. 
Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
22
ACESSE:
Para se aprofundar ainda mais neste tema, assista ao vídeo 
de Marcos Meier e Neuroeducação clicando aqui. 
Devemos, portanto, encontrar o sentido epistemológico e suas 
implicações sobre os processos da neuroeducação, seja enquanto 
produtora de novos saberes, seja em seus processos de intervenção, o que 
para Japiassu (1976), significa intensificar as trocas e o grau de interação entre 
as diversas áreas em um mesmo projeto de pesquisa, sendo necessário a 
complementaridade de métodos, conceitos e conhecimentos. 
ACESSE:
Educação Inovadora - Neuroeducação e a forma como 
o cérebro aprende. O texto busca esclarecer o que é 
neurociência e neuroeducação, destacando as questões 
de interdisciplinaridade da produção do conhecimento. 
Disponível aqui. 
Para Japiassu (1976, p. 65-66):
[...] do ponto de vista integrador, a interdisciplinaridade 
requer equilíbrio entre amplitude, profundidade e síntese. 
A amplitude assegura uma larga base de conhecimento e 
informação. A profundidade assegura o requisito disciplinar 
e/ou conhecimento e informação interdisciplinar para 
a tarefa a ser executada. A síntese assegura o processo 
integrador.
E nessa afirmação, talvez, esteja no limite ético da atuação da 
neuroeducação: o pensamento e as práticas interdisciplinares não 
descaracterizam a dimensão disciplinar do conhecimento em suas etapas 
de investigação, produção e socialização, afinal, enquanto educadores é 
inconcebível que possamos desenvolver uma autópsia para analisar a 
 Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
https://www.youtube.com/watch?v=ozAD_RCr8Ig
https://www.youtube.com/watch?v=rtZoANRMZrc
23
estrutura do cérebro, não é mesmo? Propõe-se, portanto, uma revisão 
profunda do pensamento de articulação e interação entre as áreas, 
que deve ser encaminhado no sentido de intensificar diálogos, trocas e 
integração conceitual e metodológica nas diferentes áreas do saber. Para 
Japiassu isso significa que:
Podemos dizer que nós reconhecemos diante de um 
empreendimento interdisciplinar todas as vezes em 
que ele conseguir incorporar os resultados de várias 
especialidades, que tomar de empréstimo a outras 
disciplinas certos instrumentos e técnicas metodológicos, 
fazendo uso dos esquemas conceituais e das análises 
que se encontram nos diversos ramos do saber, a fim 
de fazê-los integrarem e convergirem, depois de terem 
sido comparados e julgados. Donde podermos dizer que 
o papel específico da atividade interdisciplinar consiste, 
primordialmente, em lançar uma ponte para ligar as 
fronteiras que haviam sido estabelecidas anteriormente 
entre as disciplinas com o objetivo preciso de assegurar 
a cada uma, seu caráter propriamente positivo, segundo 
modos particulares e com resultados específicos. 
(JAPIASSU, 1976, p. 75)
Assim, pensando na construção identitária da neuroeducação 
é preciso que avancemos nas discussões acerca da produção do 
conhecimento de forma geral para que, ao final desse processo de 
construção de saberes, possamos identificar o local da neuroeducação 
na perspectiva interdisciplinar. 
Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
24
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter 
aprendido que as demandas sociais mudam a cada dia 
e os conhecimentos da humanidade, com seus avanços, 
também, o que nos permite afirmar que, mais que 
compreender a neuroeducação como um manual orientador 
para a prática docente, é preciso identifica-la como um 
território de pesquisas e transformações. Diante dessa 
afirmação, avançamos para compreender os conceitos 
de multidisciplinar, transdisciplinar e interdisciplinar, 
perspectivas diferentes entre si apesar de contemplarem a 
ideia de “integração” e “totalidade” disciplinar. teoria e prática, 
evidenciando uma formação integral. Dessas discussões 
foi possível identificar a neuroeducação enquanto campo 
interdisciplinar, que busca superar os “compartimentos” 
dos saberes, integrando caminhos epistemológicos, 
métodos e organização da produção de conhecimentos. 
E que na perspectiva da atuação, devemos encontrar 
o sentido epistemológico e suas implicações sobre os 
processos da neuroeducação, intensificando as trocas e o 
grau de interação entre as diversas áreas em um mesmo 
projeto de pesquisa, atuando na complementaridade 
de métodos, conceitos e conhecimentos. Vimos que 
na multidisciplinaridade há a tentativa de trabalho 
conjunto a partir da justaposição de disciplinas; já na 
transdisciplinaridade termos como “complexidade” e 
“holístico” são palavras-chave e que se busca um trabalho em 
rede. Sobre interdisciplinaridade, vimos que o objetivo está 
na superação da “superespecialização” e da desarticulação 
entre Destacamos que a interdisciplinaridade permite 
respeitar o limite ético da atuação da neuroeducação ao não 
descaracterizar a dimensão disciplinar do conhecimento 
em suas etapas de investigação, produção e socialização, 
propondo uma revisão profunda do pensamento de 
articulação e interação entre as áreas, que deve ser 
encaminhado no sentido de intensificar diálogos, trocas e 
integração conceitual e metodológica nas diferentes áreas 
do saber.
 Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
25
Processos Interdisciplinares: Ciências, 
Neurociência e Neuroeducação
OBJETIVO:
Ao término deste item você será capaz de entender 
como se estruturam os primeiros elementosrelacionados 
à interdisciplinaridade da neuroeducação. Para tanto, 
propomos um percurso pelos fundamentos e conceitos 
da educação, cérebro, aprendizagem e da ciência na 
perspectiva da neuroeducação. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Fundamentos e Conceitos Iniciais sobre 
Educação, Cérebro e Aprendizagem
A construção dos saberes na neuroeducação são perpassados, 
como vimos, pela composição de entendimentos de outras áreas 
do conhecimento. Assim, falar em neuroeducação é, primeiramente, 
compreender como a sua construção enquanto área de estudo se 
relaciona com os avanços e descobertas, principalmente, da neurociência 
e da educação, sendo fundamental perceber a construção histórica 
dessas duas áreas centrais. 
IMPORTANTE:
De modo geral, seja na neurociência, seja na educação, 
todo o conhecimento teórico-prático será apresentado e 
apropriado por diferenciadas óticas: a do neurocientista, 
a do psicólogo e a do pedagogo. Essa diversidade é 
fundamental pois, indica a mudança de paradigma, no 
qual não se pretende uma nova teoria para a educação 
com base em outros conhecimentos, mas sim, busca-
se a compreensão científica do processo de ensino-
aprendizagem. 
Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
26
Na perspectiva do pedagogo, o eixo central da interdisciplinaridade 
é a educação, afinal, essa é nossa área de atuação e no movimento de 
correlações possíveis, pretende abordar os saberes sobre o ser humano 
em sua diversidade, considerando a filosofia, a antropologia, a sociologia, 
a psicologia, a biologia e a neurociência. Se retornarmos a figura que 
utilizamos no capítulo anterior para estruturar a perspectiva interdisciplinar, 
teríamos a seguinte composição: 
Figura 5 - Interdisciplinaridade e educação
Educação
Psicologia Biologia Sociologia Filosofia Antropologia Neurociência
Fonte: Elaborada pela autora (2019).
Ou seja, a construção de conhecimentos não é relacionada apenas 
com a neurociência, mas na neuroeducação, essa relação se destaca, 
cabendo à neurociência prover as bases relacionadas ao sistema nervoso, 
em especial, o cérebro humano afinal: 
Educadores, professores e pais, assim como psicólogos, 
neurologistas ou psiquiatras são, de certa maneira, 
aqueles que mais trabalham com o cérebro. Mais do que 
intervir quando ele não funciona bem, os educadores 
contribuem para a organização do sistema nervoso 
do aprendiz e, portanto, dos comportamentos que ele 
apresentará durante a vida. E essa é uma tarefa de grande 
responsabilidade! Portanto, é curioso não conhecerem o 
funcionamento cerebral. (COSENZA, 2011, p. 7)
Afinal, a compreensão de como se dá o processo de construção 
do conhecimento oferece a possibilidade de ações que promovam a 
aprendizagem e o desenvolvimento dos estudantes. Entretanto, compreender, 
articular e reconstruir as perspectivas sobre esses mecanismos envolvidos 
nesse processo não é tarefa simples, mas essa articulação permitiria avançar 
significativamente em estratégias educacionais. Para avançarmos é preciso 
compreender como o avanço na neurociência e sua construção histórica se 
relaciona com a Educação.
 Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
27
A Evolução dos Conceitos sobre o Cérebro
Com o avanço tecnológico, principalmente com a tecnologia 
de neuroimagem, é possível interpretar não apenas a anatomia, mas o 
funcionamento do cérebro em tempo real. Essas pesquisas e avanços 
repercutem na educação sistematizando como o processo de ensino-
aprendizagem, a priori abstrato, se projeta de forma concreta nas estruturas 
neurológicas, permitindo compreender como o cérebro aprende. 
Portanto, esses autores ainda destacam que nesse cenário 
haveriam duas vertentes para as pesquisas em neuroeducação: a primeira 
centrada nas condições específicas do desenvolvimento e aprendizagem, 
principalmente ao que se relaciona os transtornos e distúrbios de 
aprendizagem como o autismo ou a dislexia e, a segunda, voltada para a 
compreensão de como o cérebro funciona e se desenvolve. 
Essas duas “frentes” são inter-relacionadas e têm como objetivo 
contribuir na produção de conhecimentos que ajudem o professor ensinar 
melhor e o aluno aprender com mais efetividade, avançando para o 
esclarecimento de situações específicas. 
Enquanto ciência da educação, a neuroeducação teve nos últimos 
anos uma maior amplitude e consolidação de suas perspectivas teórico-
práticas, principalmente nos Estados Unidos, inicialmente enquanto 
campo multidisciplinar de conhecimento e de atuação profissional, 
nas áreas de docência e da pesquisa educacional e, como vimos, 
avançando para a perspectiva interdisciplinar, como afirmam Hardiman 
e Denckla (2009). Assim, conhecer o processo de construção histórica 
da neurociência é fundamental para perceber como ela colabora e se 
sedimenta na neuroeducação. 
Breve História da Ciência na Perspectiva da 
Neuroeducação
A neurociência está vinculada com a medicina científica e com a 
origem das demais ciências, portanto, suas histórias se entrelaçam e seu 
desenvolvimento é consequência da sociedade moderna. Assim, para 
compreendermos o cenário atual é necessário um breve histórico dos 
Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
28
elementos fundamentais em relação às origens e eventos que marcaram 
essa trajetória.
A a Filosofia e as ciências tiveram seu início na Grécia Antiga, com 
destaque para Platão, Sócrates e Aristóteles e suas contribuições.
SAIBA MAIS:
A filosofia médica hipocrática se firmou e viveu por meio 
da grande influência do macedônio Aristóteles, pai da 
Biologia. Saiba mais sobre esse assunto na reportagem “A 
contribuição de Aristóteles para a Ciência”, disponível aqui.
Das mais importantes concepções filosóficas das ciências, duas são 
baseadas nos filósofos gregos: a de base racional, desenvolvida a partir 
da perspectiva platônica, e a de base empírica, de perspectiva aristotélica. 
Sobre a medicina que virá a possibilitar a neociência e, 
posteriormente, a neuroeducação, é fundamental evidenciar que a 
perspectiva moderna dessa ciência é jônica e decorrente das culturas 
eurásicas e eurafricanas, com destaque para os seguintes pensadores: 
Zoroastro (625- 551 a.C.), Confúcio (551-479 a.C.) Buda (563-483 a.C.), Tales 
de Mileto (625-547 a.C.), Pitágoras (582-500 a.C.).
Na Idade Média, houve certa inércia na produção de conhecimento, 
até mesmo porque o pensamento cristão católico passa a vigorar e os 
monastérios centralizam a maior parte das produções e processos. 
Inclusive, houve destruição de muitos registros, sendo que, por exemplo, 
os conceitos de Aristóteles e Galeno sobreviveram na Pérsia, retornando 
à Itália em 980-1037, a partir de traduções árabes. 
Em relação aos estudos anatômicos, apenas em 1478 com a 
permissão papal para a dissecção de cadáveres humanos que as ciências 
médicas passam a serem ampliadas. É nesse período que se passou a 
buscar explicações e justificativas aos fenômenos por meio da Química, 
da Física e da Matemática.
 Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/ciencias/historia-da-ciencia-1-a-contribuicao-de-aristoteles-a-ciencia.htm
29
Com o Renascimento, no século XVII, instaura-se a Revolução 
Científica, representada principalmente por René Descartes (1596-1650) e 
é aqui que podemos identificar os primórdios na neurociência.
É com Leonardo da Vinci (1452-1519) e seu entusiasmo pela anatomia 
humana que temos as primeiras pinturas e registros das cavidades 
cerebrais e a identificação dessas como “ventrículos cerebrais”. 
Figura 6 – Esboço da fisiologia do cérebro 
Fonte: Wikimedia Commons 
No início do século XVII, com Francis Bacon (1561-1626) e John Locke 
(1632-1704), o empirismo científico passa a emergir em concorrência com 
as ideias racionalistas clássicas de Descartes. Avançando no tempo, é no 
século XVIII com as observações anatomoclínica e anatomapatológica 
que a neurofisiologia, principalmentecom Magendie (1781-1826) passa a 
Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
30
criar corpo teórico. Ainda é nesse período que a teoria celular é proposta 
por Robert Hooke (1635-1703) e sedimentada por Schwann (1810-1882), 
que reconheceu que todo organismo é formado por células, unidade essa 
que por Claude Bernard (1813-1878) foi definida como “unidade funcional”.
Figura 7 - Estrutura do súber 
Fonte: Wikimedia Commons
Desenho da estrutura do súber, conforme visto pelo microscópio de Robert Hooke e 
descrito em seu livro Micrographia, a qual dá origem à palavra “célula”, usada para 
descrever a menor unidade de um organismo vivo.
No século XIX houve as descobertas das drogas que agiam no 
sistema nervoso central, como a anestesia geral. No século XX, com o 
rápido desenvolvimento tecnológico, houve o avanço da ciência na 
mesma proporção.
Assim, é possível afirmarmos que da Idade Antiga à 
contemporaneidade houve a preocupação em pensar sobre o cérebro, 
sendo que os primeiros registros médicos podem ser encontrados 
 Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
31
em papiros datados de 2500 a.C., no Egito Antigo. E, não obstante, nos 
séculos XVII, XVIII e XIX, avançou-se na anatomia do sistema nervoso via 
dissecação, originando a neurofisiologia. 
IMPORTANTE:
Da rudimentar concepção grega, os conhecimentos sobre 
o cérebro e o sistema nervoso foram se completando e se 
redesenhando para a perspectiva científica e, com esse 
avanço, foi possível compreender a neurotransmissão, eixo 
central do processo de aprendizagem. 
É no século XIX que a atividade elétrica do sistema nervoso, em 
específico, do cérebro, teve destaque com os estudos de Ivan Petrovic 
Pavlov (1849-1936) e a concepção de “condicionamento cortical cerebral” 
e dos “reflexos condicionados”. Em paralelo, nesse mesmo período, 
Santiago Ramón y Cajal (1852-1934) desenvolvem a teoria neuronal, 
fundamental na neurociência. Com o positivismo ditando a estrutura, é 
também nesse século que a neurologia científica passa a se estruturar 
como a conhecemos hoje, com a racionalização da estrutura neural e das 
funções nervosas. 
Foi no final do século XIX que Pierre Paul Broca identifica a área 
relacionada com a expressão da linguagem e Carl Wernicke identificou 
a área de compreensão da linguagem. Muitos foram as descobertas na 
área da neurociência a partir do século XIX que se ampliaram no século 
XX, sendo a década de 90 conhecida como a “década do cérebro”, e 
se mantem em expansão até hoje. Com a imensa produção científica 
sobre os processos neuronais, se faz possível substanciar os estudos na 
neuroeducação, porém, para compreensão da interdisciplinaridade nessa 
ciência é necessário avançarmos na multiplicidade dos saberes e, com 
isso, nas relações com a cultura e a arte. 
Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
32
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
que a construção dos saberes na neuroeducação são 
perpassados, como vimos, pela construção de saberes 
de outras áreas do conhecimento. Assim, falar em 
neuroeducação é, primeiramente, compreender como a 
sua construção enquanto área de estudo se relaciona com 
os avanços e descobertas, principalmente, da neurociência 
e da educação, sendo fundamental perceber a construção 
histórica dessas duas áreas centrais. Vimos que seja na 
neurociência, seja na educação, todo o conhecimento 
teórico-prático é apresentado e apropriado por 
diferenciadas óticas: a do neurocientista, a do psicólogo e a 
do pedagogo, sendo fundamental essa diversidade para a 
mudança de paradigma, no qual não se pretende uma nova 
teoria para a educação com base em outros conhecimentos, 
mas sim, busca-se a compreensão científica do processo 
de ensino-aprendizagem. Para o pedagogo ou educador, 
vimos que a educação é o “norte” para a apropriação desses 
conceitos de outras áreas, pretendendo abordar os saberes 
sobre o ser humano em sua diversidade, considerando 
a filosofia, a antropologia, a sociologia, a psicologia, 
a biologia e a neurociência, com vistas à qualificação 
da aprendizagem e do ensino. Ainda, indicamos que a 
construção de conhecimentos não é relacionada apenas 
com a neurociência, mas, na neuroeducação, essa relação 
se destaca, cabendo à neurociência prover as bases 
relacionadas ao sistema nervoso enquanto outras áreas 
“humanizam” essa perspectiva biológica. 
 Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
33
Processos Interdisciplinares: Cultura, 
Arte e Neuroeducação
OBJETIVO:
Ao término deste item você será capaz de entender como 
se estabelecem as relações entre neuroeducação, arte, 
cultura e sociedade. Isto será fundamental para o exercício 
de sua profissão, afinal, para ser possível compreender a 
complexidade humana, é fundamental que nossa formação 
também seja interdisciplinar e privilegie a complexidade. 
E então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá. Avante!.
Processos Iniciais: Complexidade e 
Aprendizagem
No capítulo anterior vimos que como base da neurociência está o 
desenvolvimento cerebral, complexo e diverso, nas relações cérebro e 
mente. E é no aspecto da “mente” que a neuroeducação busca em outras 
ciências o sentido de sua ação. Afinal, não é apenas a questão biológica 
que impera no processo de aprendizagem e desenvolvimento, tão 
importante quanto, estão as questões culturais e sociais. 
Compreender como as pessoas aprendem não é novidade no 
campo da Educação e em outras áreas correlatas, tais como a Psicologia e 
a Psicopedagogia. Entretanto, a aliança da neurociência com a educação 
permite discutir a ciência da aprendizagem com objetivo de construir 
novas propostas para o conhecimento ativo, ainda, que permita repensar 
como e o que é ensinado e como se avalia esse estudo. 
IMPORTANTE:
É possível, portanto, perceber a neuroeducação enquanto 
campo da pesquisa educacional, interdisciplinar, como 
metodologia própria, que se fortalece com as contribuições 
da neurociência, da psicologia e da pedagogia. 
Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
34
Em aspectos de pesquisa, a neurociência é provida de meios 
para comprovar os diversos princípios da aprendizagem em laboratório, 
permitindo afirmar que ao aprender se muda a estrutura cerebral e seu 
funcionamento. Portanto, da ciência se qualifica a prática. Porém, essas 
transformações no campo social têm outras nuances. 
Primeiro pela característica complexa do ato de aprender: 
O ser humano, como ser aprendente, acaba por se 
transformar no produto das interações interiores e 
exteriores que realiza com os outros seres humanos, ou 
seja, com a sociedade no seu todo. (FONSECA, 2009, p. 65)
Por segundo, a mudança de perspectiva do que é saber no contexto 
da sociedade atual. 
Figura 8 – Saber na sociedade atual 
Fonte: Pixabay
Saber não está mais centrado na capacidade de lembrar ou de repetir 
informações, mas sim com a competência de poder buscar e encontrar 
as informações que se necessita nos mais variados contextos. Assim, 
por mais que a área da ciência médica, em específico a neurociência, 
provenha com saberes relacionados à estrutura neurofisiológica, é a 
condição subjetiva do homem e de suas relações e interações sociais que 
permitem essa mudança de perspectiva. 
Não cabe mais à educação suprir os estudantes de todo o 
conhecimento disponível, mas sim possibilitar a formação dos alunos 
para o desenvolvimento de recursos intelectuais e de estratégias de 
 Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
35
aprendizagem, provendo-lhes de autonomia para pensar e agir sobre as 
ciências. E é por essa necessidade social e cultural que as premissas da 
neurociência precisam ser reguladas na neuroeducação. Afinal, qualificar 
a aprendizagem por meio de novas propostas pode significar muito em 
termos de qualidadede vida para as pessoas.
Sociedade, Cultura e Aprendizagem
Em nossa sociedade atual, o conhecimento e as informações são 
produzidos em ritmo frenético o que permite considerar a conclusão de Teixeira 
(2000): 
[...] aprender assume o significado de “ganhar um modo 
de agir”, isto é, a aprendizagem só ocorre quando, após 
assimilarmos algo, conseguimos agir de acordo com o que 
aprendemos. Aprender, nessa concepção, é um processo 
ativo que se desenvolve a partir da seleção de reações 
apropriadas, que depois são fixadas. (TEIXEIRA, 2000, p. 875)
E para que essa aprendizagem seja possível, é necessário considerar 
a complexidade humana e, com isso, congregar diversas áreas: Filosofia, 
Psicologia, Antropologia, Tecnologia, entre outras, para que seja possível 
uma ciência da “aprendizagem”, a qual se preocupe não apenas com que 
o aluno aprende, mas na mesma proporção, com como ele compreende 
o que foi aprendido. Essa ênfase no entendimento privilegia, portanto, o 
conhecimento e os processos pelos quais foi possível aprender, considera 
o ser humano e sua motivação, atividade e responsabilidade diante desse 
processo. 
Nessa perspectiva ainda é fundamental destacar que a “[...] 
aprendizagem é influenciada de maneira fundamental pelo contexto 
em que acontece” (TEIXEIRA, 2000, p. 879), assim, o conceito de cultura, 
sociedade e pela questão afetiva, de arte, são fundamentais nos escopos 
teóricos da neuroeducação, pois essas três frentes permeiam as 
relações e conexões com o mundo e agregam valores essenciais para a 
aprendizagem. 
Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
36
Figura 9 - Diversidade humana 
Fonte: Pixabay
Fala-se, portanto, do “cérebro social” que, para Ehrenberg (2008), é 
a condição do biológico dotada pelas relações sociais, comporta a ideia 
de que: 
[...] os “comportamentos” sociais se explicam 
essencialmente pelo funcionamento cerebral. O cérebro 
aparece então como o substrato biológico que condiciona 
a sociabilidade e a psicologia humanas. Entre o homem 
biológico e o homem social, não mais saberíamos bem 
onde estamos atualmente. (EHRENBERG, 2008, p. 01)
Sendo assim, a neuroeducação convive com as diversas áreas de 
saber agregando conhecimento delas advindos. Os saberes e conceitos 
se influenciam mutuamente na medida em que são incorporados 
e manuseados atendendo à demanda da educação, em busca de 
respostas para indagações inerentes à ciência do ensino. Tem-se como 
prioridade construir a conexão entre essas áreas específicas para que os 
desafios sejam transpostos e, como isso, priorize-se o desenvolvimento 
de metodologias compatíveis com as premissas da neuroeducação. E, 
para tanto, é importante a compreensão de que de “o que está tecido 
em conjunto se torna complexo”, sendo indiscutível a importância 
do pensamento complexo na tríade história, arte e cultura para as 
investigações neuroeducacionais. 
 Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
37
Da arte e sua relação com a neuroeducação, podemos destacar 
que a expressão artística permite “uma maior vivência dos sentimentos e, 
desta forma, abranger o processo da aprendizagem como um todo, e não 
apenas em sua dimensão simbólica, verbosa, palavresca, como insiste 
em fazer a escola tradicional” (DUARTE JR., 1988, p. 70).
VOCÊ SABIA?
Arte e Psiquiatria – Nise da Silveira. Nise da Silveira é 
expoente na relação arte e psiquiatria. Sua atuação 
foi fundamental para a reforma psiquiátrica e adentrar 
em sua perspectiva é necessária e esclarecedora para 
compreender como o biológico, o social e o afetivo devem 
ser sempre privilegiados na mesma proporção. Para saber 
mais, visite a ocupação virtual “Arte e Psiquiatria – Nise da 
Silveira” promovida pelo Itaú Cultural, acessível aqui. 
Figura 10 - Emygdio de Barros pintando no jardim do hospital
Fonte: Itaú Cultural.
Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
https://www.itaucultural.org.br/ocupacao/nise-da-silveira/arte-e-psiquiatria/
38
A arte permite a humanização e uma atenção diferenciada aos 
problemas da contemporaneidade, pois: “[...] a arte, em todas as suas 
manifestações, é, por conseguinte, uma tentativa de nos colocar diante de 
formas que concretizem aspectos do sentir humano” (RABELO, 2018, p. 23). 
Essa perspectiva que humaniza e se apropria do contexto histórico-
cultural para compreender a complexidade humana, surge como uma 
resposta à cultura ocidental que prioriza a ciência da razão e pouco 
considera as emoções. Com a arte e suas possibilidades de expressão, 
é possível rever essa visão positivista e, como isso, garantir a complexa e 
interdisciplinar existência humana, visão de integração que permite uma 
perspectiva não dicotomizada do conhecimento, afinal, o ser humano e a 
vida não são nem um pouco simples ou exatas. 
Compreender o caráter histórico-social é um dos fatores que 
caracterizam a perspectiva interdisciplinar, pois assim é possível vincular 
a teoria à prática e garantir a dialogicidade entre as perspectivas. Portanto, 
a cultura é também elemento fundamental nessa relação. 
DEFINIÇÃO:
A cultura pode ser compreendida como tudo que se 
relaciona a existência do homem e sua ação e transformação 
na e da natureza. É o conjunto das suas práticas sociais 
repletas de símbolos e ritos. É a expressão identitária de 
um povo por meio de suas tradições, danças, rezas, cantos, 
arte, gastronomia, lendas, vestuário, entre outros; é aquela 
que significa e atribui sentido à sua existência. Para Brandão 
(1985): 
De modo concreto, a cultura inclui objetos, 
instrumentos, técnicas e atividades humanas 
socializadas e padronizadas de produção de 
bens, da ordem social, de normas, palavras, 
ideias, valores, símbolos, preceitos, crenças 
e sentimentos. Destarte, ela abrange o 
universo do mundo criado pelo trabalho do 
homem sobre o mundo da natureza de que 
o homem é parte. (BRANDÃO, 1985, p. 20)
 Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
39
Mas, a questão que se faz é: qual a relação de arte, cultura e história 
com a neuroeducação? A relação está na formação interdisciplinar 
necessária para que você, neuroeducador, possa privilegiar essa visão 
integral e complexa dos sujeitos com os quais irá estabelecer e promover 
interações. Essa construção profissional lhe permitirá o respeito à 
diversidade e o olhar crítico às demandas e respostas para sua prática, 
permitindo ações recíprocas, humildes, afetivas e, quando necessário, 
ousadas, conforme aponta Fazenda (2008), resultando não na substituição 
do conhecimento já instituído, mas sim, sua integração e seleção com 
vistas à uma ação humana e dialógica. 
Na articulação das áreas é possível identificar quatro competências 
necessárias à ação transformadora no que se relaciona à neuroeducação: 
Figura 11 - Quatro competências fundamentais à neuroeducação
Fonte: Elaborada pela autora com base em Fazenda (2008). 
Assim, na neuroeducação espera-se que o educador tenha clareza 
da necessidade de ser e se constituir também enquanto profissional 
interdisciplinar, comprometendo-se com o diálogo e complexidade 
humana, não privilegiando ou negligenciando nenhum dos aspectos 
humanos na pesquisa ou na intervenção.
Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação
40
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THIESE, J. da S. A interdisciplinaridade como um movimento 
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graduação e Pesquisa em Educação. Campinas - SP: Autores Associados
TOKUHAMA-ESPINOSA, T. N. The scientifically substantiated 
art of teaching: a study in the development of standards in the new 
academic field of neuroeducation (mind, brain, and education science). 
Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Educação, Capella 
University, Mineápolis, Minesota, 2008.
Atuação Interdisciplinar e Neuroeducação

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