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LEGISLAÇÃO PESSOAS JURÍDICAS PROF. ALESSANDRA VIEIRA PESSOAS JURÍDICAS Pessoa Jurídica é a reunião de pessoas e bens que empreendem esforços em busca de fins comuns, sendo sujeitos de direitos e deveres na ordem civil. PESSOAS JURÍDICAS Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado. PESSOAS JURÍDICAS - DIREITO PÚBLICO INTERNO Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios; IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código. PESSOAS JURÍDICAS - DIREITO PÚBLICO EXTERNO Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. RESPONSABILIDADE CIVIL - PESSOAS JURÍDICAS DIREITO PÚBLICO INTERNO Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. RESPONSABILIDADE CIVIL - PESSOAS JURÍDICAS DIREITO PÚBLICO INTERNO Art. 37. 6º, CF: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. RESPONSABILIDADE CIVIL - PESSOAS JURÍDICAS DIREITO PÚBLICO INTERNO A responsabilidade civil do Estado pelos danos causados por seus agentes é objetiva, bastando, para sua caracterização, a ocorrência do dano, a ação ou a omissão administrativa e o nexo de causalidade entre ambos, não se perquirindo se o agente público praticou o ato lesivo motivado por dolo ou com culpa e só podendo ser elidida por culpa exclusiva da vítima ou caso fortuito. RESPONSABILIDADE CIVIL - PESSOAS JURÍDICAS DIREITO PÚBLICO INTERNO O art. 43 do CC do CC trata da Responsabilidade do Estado que é uma RESPONSABILIDADE OBJETIVA. REQUISITOS: 1) ATO LESIVO CAUSADO POR AGENTE PÚBLICO; 2) DANO A TERCEIRO; 3) NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE O ATO LESIVO CAUSADO PELO AGENTE PÚBLICO E O DANO A TERCEIRO. RESPONSABILIDADE CIVIL - PESSOAS JURÍDICAS DIREITO PÚBLICO INTERNO AGENTE CAUSADOR DO DANO = RESPONSABILIDADE SUBJETIVA, A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA VAI PODER COBRAR DE FORMA REGRESSIVA ESSES DANOS QUE O AGENTE PÚBLICO CAUSOU A TERCEIRO, MAS TERÁ QUE PROVAR QUE O AGENTE PÚBLICO OU PRESTADOR DE SERVIÇO PÚBLICO AGIU COM DOLO OU CULPA. PESSOAS JURÍDICAS - DIREITO PRIVADO Pessoas jurídicas de Direito Privado: Originam-se da vontade individual, propondo-se à realização de interesses e fins privados, em benefício dos próprios instituidores ou de determinada parcela da coletividade. PESSOAS JURÍDICAS - DIREITO PRIVADO Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações. IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) VI - (Revogado pela Lei nº 14.382, de 2022) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.825.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.825.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14382.htm PESSOAS JURÍDICAS - DIREITO PRIVADO § 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. § 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. § 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica. EXISTÊNCIA LEGAL - PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. •EX: SOCIEDADE ANÔNIMA; SOCIEDADE EMPRESÁRIA = JUNTA COMERCIAL; •ASSOCIAÇÕES = CARTÓRIO DE REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS. EXISTÊNCIA LEGAL - PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. EXISTÊNCIA LEGAL - PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO EXISTÊNCIA LEGAL DAS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO INSCRIÇÃO DO ATO CONSTITUTIVO NO RESPECTIVO REGISTRO ANULAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO PRAZO DECADENCIAL DE 3 ANOS O QUE DEVE CONTER O REGISTRO DAS PESSOAS JURÍDICAS? Art. 46. O registro declarará: I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso. RESPONSABILIDADE DA PESSOA JURÍDICA – ATOS DOS ADMINISTRADORES Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo. Os atos dos administradores obrigam a pessoa jurídica. Mas não é qualquer ato. Somente aqueles que forem exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo. OBRIGAM A PESSOA JURÍDICA OS ATOS DOS SEUS ADMINISTRADOR ES EXERCIDOS NOS LIMITES DEFINIDOS NO ATO CONSTITUTIVO RESPONSABILIDADE DA PESSOA JURÍDICA – ATOS DOS ADMINISTRADORES OBSERVAÇÃO: Foi revogado o parágrafo único do artigo 1.015 do CC, o qual disciplinava sobre os atos de gestão do administrador de empresa que violavam o objeto social delimitado no ato constitutivo da sociedade empresária. A teoria Ultra Vires dispunha que qualquer ato do administrador de empresa que afrontasse o objeto social não poderia sei imputado à sociedade empresária, constando no sistema brasileiro expressamente no revogado parágrafo único do artigo 1.015 do Código Civil. RESPONSABILIDADE DA PESSOA JURÍDICA – ATOS DOS ADMINISTRADORES Ou seja, a teoria ultra vires societatis é conceituada pelo abuso de poder por parte do administrador, através da violação do objeto social lícito para o qual foi constituída a empresa e desde que esta não tenha sido beneficiada pelo ato em questão. A revogação de parte do art. 1015 do CC, tem como objetivo trazer mais dinamismo aos contratos das sociedades atuais, visto que trará benefícios ao terceiro de boa-fé que firmar contratos com a sociedade empresária. Em suma, em que pese um possível ato de gestão com abuso de poder do administrador, a sociedade restará vinculada e deverá ser responsabilizada, justamente para proteger o terceiro de boa-fé. RESPONSABILIDADE DA PESSOA JURÍDICA – ATOS DOS ADMINISTRADORES Assim, houve a revogação do parágrafo único do art. 1.015 do Código Civil, em que a teoria ULTRA VIRES SOCIETATIS era estabelecida. Agora, não mais havendo essa regra, os atos cometidos pelo administrador – ainda que superiores aos seus poderes outorgados – obrigam a empresa, sendo possível o direito deregresso em caso de prejuízo. ADMINISTRAÇÃO COLETIVA DAS PESSOAS JURÍDICAS Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude. ADMINISTRAÇÃO COLETIVA DAS PESSOAS JURÍDICAS PESSOA JURÍDICA TIVER ADMINISTRAÇÃO COLETIVA DECISÃO TOMADA PELA MAIORIA DOS VOTOS DOS PRESENTES ANULAÇÃO DAS DECISÕES TOMADAS 3 ANOS ADMINISTRAÇÃO COLETIVA DAS PESSOAS JURÍDICAS Art. 48-A. As pessoas jurídicas de direito privado, sem prejuízo do previsto em legislação especial e em seus atos constitutivos, poderão realizar suas assembleias gerais por meio eletrônico, inclusive para os fins do disposto no art. 59 deste Código, respeitados os direitos previstos de participação e de manifestação. (Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14382.htm FALTA DE ADMINISTRAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório. FALTA DE ADMINISTRAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA JUIZ A REQUERIMENTO DO INTERESSADO NOMEARÁ ADMINISTRADOR PROVISÓRIO PESSOA JURÍDICA Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores ou administradores. Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito de alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda e inovação em benefício de todos. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. ABUSO DA PERSONALIDAD E DESVIO DE FINALIDADE CONFUSÃO PATRIMONIAL DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA § 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza. DESVIO DE FINALIDADE UTILIZAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA COM O PROPÓSITO DE LESAR CREDORES DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA § 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por: I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa; II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente insignificante; e III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA § 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se aplica à extensão das obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica. § 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput deste artigo não autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica. § 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da atividade econômica específica da pessoa jurídica. DISSOLUÇÃO DA PESSOA JURÍDICA Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua. § 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução. § 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado. § 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica. DISSOLUÇÃO DA PESSOA JURÍDICA DISSOLUÇÃO DA PESSOA JURÍDICA NÃO SE DÁ DE FORMA AUTOMÁTICA ELA CONTINUA EXISTINDO PARA FINS DE LIQUIDAÇÃO = VERIFICAÇÃO DE CRÉDITOS E DÉBITOS DA PESSOA JURÍDICA CANCELAMENTO DE SUA INSCRIÇÃO NO MESMO LOCAL DE REGISTRO DIREITOS DA PERSONALIDADE - PESSOA JURÍDICA Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. Exemplos: direito ao nome; direito à imagem; direito à intimidade; direito à honra. Súmula 227 do STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. 99178-1610