Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

ESTÁGIO SUPERVISIONADO 
PRÉ-PROJETO DE 
INTERVENÇÃO 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Aline Aparecida da Cunha de Brito 
 
 
 
 
CONVERSA INICIAL 
 Nesta etapa, o foco será a contextualização da intervenção profissional 
sob a perspectiva da teoria marxista. Vamos explorar como essa abordagem nos 
auxilia a compreender as relações de classe, as desigualdades estruturais e os 
processos de alienação presentes na sociedade. Com isso, seremos capazes de 
desenvolver intervenções que busquem enfrentar essas questões e promover 
transformações sociais. 
Além disso, um aspecto importante a ser discutido será a problematização 
do objeto da intervenção. Em vez de aceitar passivamente a realidade como 
dada, é essencial questionar e problematizar os elementos presentes, a fim de 
compreender as causas das desigualdades e dos problemas sociais. Com base 
nessa reflexão crítica, podemos desenvolver estratégias e ações que sejam mais 
efetivas e direcionadas para enfrentar tais desafios. 
Esta etapa também abordará a importância de argumentar e justificar a 
ação interventiva. Para promover transformações sociais significativas, é 
fundamental não apenas realizar ações, mas também ser capaz de fundamentá-
las teoricamente e apresentar evidências que sustentem a necessidade e 
relevância das intervenções propostas. 
Além disso, serão abordados brevemente os conceitos de objetivos gerais 
e específicos no pré-projeto de intervenção. O objetivo geral representa o 
resultado final almejado, enquanto os objetivos específicos delineiam as etapas 
e metas intermediárias necessárias para atingir o objetivo geral. Essa definição 
clara dos objetivos permite um melhor planejamento e direcionamento da 
intervenção. 
Por fim, a proposta do projeto de intervenção será discutida com ênfase 
na centralidade nos usuários dos serviços. Reconhecer as necessidades, os 
desejos e as perspectivas dos usuários é fundamental para que a intervenção 
seja efetiva e significativa. Por meio dessa compreensão, podemos desenvolver 
estratégias que promovam a participação ativa dos usuários, respeitando suas 
experiências e empoderando-os como protagonistas das transformações em 
suas vidas. Bons estudos! 
 
 
 
TEMA 1 – PROJETO DE INTERVENÇÃO X PROJETO DE PESQUISA 
Embora ambos compartilhem o termo projeto, o projeto de intervenção e 
o projeto de pesquisa possuem finalidades e abordagens diferentes. É muito 
comum o aluno que está em processo de estágio obrigatório supervisionado 
também estar na fase de construção do seu trabalho de conclusão de curso, por 
isso também pode haver confusão entre os dois tipos de projeto. Vamos, então, 
diferenciar ambas as abordagens. 
O projeto de intervenção tem como objetivo principal promover mudanças 
concretas e transformações sociais em determinada realidade. É uma proposta 
de ação prática voltada para solucionar um problema ou atender às 
necessidades de um determinado grupo ou comunidade. O projeto de 
intervenção envolve planejamento, execução, monitoramento e avaliação das 
ações propostas. Visa impactar diretamente o público-alvo, trazendo melhorias 
em sua qualidade de vida, fortalecendo vínculos sociais, promovendo a 
conscientização e desenvolvendo capacidades individuais e coletivas. 
Já o projeto de pesquisa tem como objetivo principal a produção de 
conhecimento, o avanço do corpo teórico-científico em determinada área. 
Envolve estudo, análise, interpretação e sistematização de dados e informações 
existentes ou a serem coletados. Geralmente, é realizado no âmbito acadêmico 
ou científico, e sua finalidade é investigar um fenômeno, responder a uma 
pergunta de pesquisa ou testar uma hipótese. O projeto de pesquisa pode incluir 
revisão bibliográfica, coleta de dados, análise estatística, redação de artigos 
científicos, entre outras etapas. O objetivo é contribuir para o conhecimento 
teórico em determinada área, expandindo o entendimento sobre um tema 
específico, por exemplo, o tema de um trabalho de conclusão de curso, pautado 
em um projeto de pesquisa. 
Em síntese, a diferença básica entre projeto de intervenção e projeto de 
pesquisa está no propósito: enquanto o primeiro busca promover mudanças 
práticas e concretas em uma realidade social, o segundo visa produzir 
conhecimento científico e teórico sobre determinado tema. 
O projeto de intervenção em Serviço Social é uma ferramenta 
fundamental para a atuação profissional nessa área. Ele consiste em um 
planejamento organizado e estruturado de ações que visam intervir em 
 
 
determinada realidade social, com o objetivo de promover mudanças positivas e 
melhorias na vida das pessoas envolvidas. 
Um projeto de intervenção é uma proposta de ação construída a partir 
da identificação de problemas, necessidades e fatores determinantes. 
Cabe lembrar que o termo projeto refere-se a um plano para realização 
de uma ação coordenada no futuro; ou seja, algo que se lança à frente, 
sustentado em objetivos a serem alcançados. Já a palavra intervenção 
implica uma ação objetiva, um fazer concreto numa dada realidade. 
Nesse sentido, um projeto de intervenção deve definir e orientar as 
ações planejadas para resolução de problemas e/ou necessidades 
identificadas, preocupando-se em gerar mudança e desenvolvimento. 
(Bordin, 2018, p.51) 
No projeto de intervenção, são identificadas e analisadas as demandas, 
as necessidades e os desafios de determinado grupo, comunidade ou contexto 
social em que o profissional está inserido. Com base nessa análise, são definidos 
os objetivos específicos a serem alcançados e as estratégias de intervenção a 
serem adotadas. 
É importante ressaltar que o projeto de intervenção em Serviço Social é 
construído em consonância com os princípios éticos e políticos da profissão, 
como a garantia dos direitos humanos, a promoção da justiça social, a 
valorização da diversidade e a participação ativa das pessoas envolvidas. Assim, 
um projeto de intervenção pode ser definido como um conjunto de 
atividades preventivas, elaboradas com base em objetivos definidos e 
implementadas em um determinado tempo e contexto, com 
fundamentação teórica e metodológica bem definida, dirigida a 
enfrentar um fenômeno social num território específico. Visa, ainda, ao 
acompanhamento e à avaliação que possibilitem a construção de 
conhecimentos, a produção de novas tecnologias e intervenções sobre 
a temática. (Bordin, 2018, p.51) 
As ações desenvolvidas no projeto de intervenção podem variar de 
acordo com a natureza da problemática a ser enfrentada bem como com as 
habilidades e os recursos disponíveis. Podem incluir atividades como 
acolhimento e orientação, visitas domiciliares, entrevistas, encaminhamentos, 
oficinas, grupos de reflexão, mobilização comunitária, articulação com outras 
instituições, entre outras. 
A avaliação e o monitoramento das ações também são importantes no 
projeto de intervenção, pois permitem a avaliação dos resultados alcançados, a 
identificação de ajustes necessários e a aprendizagem ao longo do processo. 
 
 
 
TEMA 2 – CAMPO DE ESTÁGIO E OS USUÁRIOS DOS SERVIÇOS 
No tópico anterior, entendemos a diferença entre o projeto de intervenção 
e o projeto de pesquisa, certo? Agora, vamos compreender um pouco mais sobre 
os principais objetivos para se construir um projeto de intervenção no seu campo 
de estágio. 
Convidamos você neste momento a refletir sobre o seu campo de estágio. 
Onde você está inserido? Em uma instituição de acolhimento? Em um Centro 
Especializado de Assistência Social? No Ministério Público? Ou em um campo 
de estágio que trabalha com medidas socioeducativas? Percebe que os campos 
de estágio variam, mas o trabalho do assistente social, nos múltiplos campos de 
atuação, está vinculado aos interesses dos usuários que acessam os serviços? 
O objetivo principal de se construir um projeto de intervenção é 
direcionar as políticas públicas paraatender de forma efetiva aos 
usuários dos serviços. A intervenção busca assegurar que as 
demandas, necessidades e direitos desses usuários sejam 
reconhecidos e contemplados nas políticas públicas. (Lassance, 2022, 
p.10) 
Nesse sentido, o projeto busca promover uma mudança estrutural nos 
campos de estágio e nas práticas profissionais do Serviço Social, visando 
priorizar o público-alvo central: os usuários dos serviços. Afinal, são eles que 
enfrentam diversas vulnerabilidades e dificuldades sociais e são os principais 
beneficiados quando as políticas públicas se voltam especificamente para as 
suas necessidades. Frequentemente, os usuários dos serviços são indivíduos 
em situação de vulnerabilidade ou que enfrentam dificuldades sociais, e é 
essencial que o projeto de intervenção esteja alinhado às suas necessidades, 
garantindo acesso a direitos básicos e promovendo uma maior qualidade de 
vida. 
A intervenção no campo de estágio com foco no usuário das políticas 
públicas é uma abordagem essencial para promover melhorias e garantir que 
estas atendam efetivamente às necessidades da população. Essa intervenção 
visa buscar soluções que estejam alinhadas com as demandas e realidades dos 
usuários, levando em consideração seus direitos, experiências e perspectivas. 
É importante ressaltar que, embora o público-alvo direto de um projeto de 
intervenção em Serviço Social possa ser os profissionais que atuam no campo 
de estágio, é fundamental entender que o objetivo principal é sempre centrado 
nos usuários dos serviços. Ao capacitar e sensibilizar os profissionais, 
 
 
desenvolvendo protocolos de atuação e promovendo uma reflexão sobre suas 
práticas, o intuito é melhorar o atendimento e a qualidade de vida dos usuários 
atendidos por eles. 
Ao direcionar ações para os profissionais, o projeto de intervenção busca 
gerar um impacto indireto e positivo nos usuários dos serviços. Afinal, são os 
usuários que têm suas necessidades atendidas e suas demandas consideradas 
quando os profissionais estão preparados e conscientes de sua importância e 
papel na promoção do bem-estar social. 
Dessa forma, mesmo que inicialmente o projeto de intervenção se 
concentre nos profissionais, é preciso manter o usuário como figura central em 
todo o processo. Assim, a intervenção no campo de estágio com foco no usuário 
das políticas públicas busca assegurar que estas sejam desenvolvidas de forma 
mais participativa, inclusiva e direcionada às reais necessidades da população. 
Essa abordagem potencializa o impacto das ações implementadas, promove o 
empoderamento dos usuários e contribui para a construção de uma sociedade 
mais justa e equitativa. 
TEMA 3 – INTERVENÇÃO PROFISSIONAL: TEORIA MARXISTA 
A intervenção profissional do assistente social, vinculada com a teoria 
marxista, adquire uma perspectiva crítica e transformadora. Elaborada por Karl 
Marx, essa teoria busca compreender as relações sociais e analisar as estruturas 
de poder e exploração presentes na sociedade capitalista. Ao aplicá-la na prática 
profissional, o assistente social busca não apenas atender às demandas 
imediatas dos indivíduos, mas também compreender as causas estruturais que 
geram as desigualdades e injustiças sociais (Netto, 1989). 
Embasada na teoria marxista, busca promover a transformação social por 
meio da análise das relações de classe e das condições de trabalho e de vida 
da população. Esse enfoque crítico permite ao assistente social identificar as 
contradições e desigualdades do sistema capitalista e criar estratégias de 
intervenção que tenham como objetivo a superação dessas questões estruturais. 
A partir da perspectiva marxista, o assistente social compreende que 
as demandas individuais são influenciadas e determinadas pelo 
contexto social e econômico em que as pessoas estão inseridas. Por 
isso, sua intervenção profissional vai além da assistência 
individualizada, buscando promover mudanças nas políticas e nas 
práticas sociais, visando à garantia de direitos, à redistribuição de 
 
 
recursos e à construção de uma sociedade mais justa e igualitária. 
(Netto, 2011, p.18) 
A teoria marxista exerce uma influência significativa na prática do 
assistente social no contexto das políticas públicas. Essa teoria proporciona uma 
base crítica sólida para a análise das políticas, permitindo ao assistente social 
identificar as bases econômicas e ideológicas que estão por trás das decisões 
políticas e seus impactos na reprodução das desigualdades sociais. 
Ao adotar uma abordagem marxista em seu exercício profissional, o 
assistente social torna-se capaz de compreender o contexto social, político e 
econômico no qual tais políticas estão inseridas. Isso inclui identificar como os 
interesses da classe dominante influenciam a formulação e implementação 
dessas políticas bem como compreender como elas podem perpetuar ou até 
mesmo ampliar as desigualdades existentes na sociedade. 
Por meio da análise crítica embasada na teoria marxista, o assistente 
social pode identificar como as políticas públicas podem ser utilizadas como 
ferramentas de controle e manutenção do status quo, privilegiando determinados 
grupos e reforçando as estruturas de opressão existentes. Essa perspectiva 
crítica oferece a oportunidade de problematizar as políticas vigentes, questionar 
suas intenções e impactos e buscar alternativas mais justas e igualitárias. 
Com base nessa reflexão crítica, o assistente social pode desenvolver 
estratégias de intervenção que visem modificar as políticas públicas, 
reivindicando a participação popular no processo decisório, ampliando o acesso 
aos direitos sociais e promovendo a igualdade social. A teoria marxista, assim, 
se apresenta como uma ferramenta analítica poderosa para guiar a prática do 
assistente social na área da política pública, buscando transformações 
estruturais e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. 
Para tanto no desenvolvimento do pré-projeto de intervenção e na 
construção do diário do campo é importante considerar a relevância e aplicação 
prática da teoria social crítica baseada em Marx. 
Essa abordagem crítica possibilita uma análise mais profunda das 
condições estruturais que impactam a vida dos usuários dos serviços 
sociais, como questões de classe, gênero, raça, dentre outras. 
Compreender essas dinâmicas é fundamental para promover uma 
intervenção social mais efetiva e contextualizada, que vá além do 
tratamento dos problemas individuais, buscando abordar também as 
causas estruturais dessas questões sociais. (Simionatto, 2018. p.87) 
 
 
Ao incorporar a teoria social crítica no pré-projeto de intervenção, o aluno 
estará embasando suas ações em uma perspectiva que reconheça a 
necessidade de transformações sociais e da superação das desigualdades. Isso 
implica considerar a intersecção de diferentes opressões e discriminações bem 
como a importância de fortalecer a participação e o protagonismo dos usuários 
dos serviços na busca por seus direitos. 
TEMA 4 – PROBLEMATIZANDO O PRÉ-PROJETO DE INTERVENÇÃO 
O projeto de intervenção é uma ferramenta fundamental no exercício 
profissional, pois visa propor ações e estratégias para solucionar problemas 
identificados no cotidiano profissional. Nessa fase do pré-projeto de intervenção, 
é importante problematizar as abordagens, levando em consideração alguns 
aspectos. 
 Para problematizar um fenômeno social é necessário analisar para além 
da demanda posta. “Tal observação permitirá aos alunos identificar dificuldades, 
carências, discrepâncias, de várias ordens, que serão transformadas em 
problemas, ou seja, serão problematizadas” (Queiroz, 2013, p.166). 
Primeiramente, é necessário refletir sobre qual problema você deseja 
intervir no campo de estágio. Por exemplo, se o seu campo de estágio é uma 
unidade básica de saúde, e em sua análise você identifica que essa unidade vem 
atendendo um número preocupantede gravidez na adolescência, o seu 
problema central são as adolescentes grávidas, porém por trás desse tema 
existe um arcabouço de expressões da questão social que fomentam e fazem a 
manutenção para que meninas na adolescência enfrentam uma gravidez. 
Com base no exemplo acima, o aluno deve imprimir a dimensão 
investigativa, entendendo o contexto do território, a luta de classes, as injustiças 
sociais daquele território, abordar os problemas biológicos, físicos e psicológicos 
em torno de uma gravidez na adolescência, buscando por legislações, 
equipamentos e políticas públicas que deveriam proteger essas adolescentes, 
identificando, inclusive, qual a capacidade dessa unidade básica de lidar com 
essa demanda. É por meio da dimensão investigativa, que estudamos na aula 2, 
que o aluno elabora a problematização do seu pré-projeto de intervenção 
refletindo sobre os fatores que ocasionam e até mesmo mantêm o fenômeno 
gravidez na adolescência. 
 
 
Além disso, é preciso considerar que o pré-projeto de intervenção pode 
ser uma abordagem verticalizada e impositiva, em que as soluções são definidas 
por profissionais e especialistas, sem considerar a participação ativa da 
comunidade envolvida. Essa falta de diálogo e escuta pode gerar resistência e 
falta de adesão por parte dos beneficiários, comprometendo os resultados 
almejados. “Quando um problema não é adequadamente formulado, pode haver 
uma interpretação distorcida da situação que é o objeto de atenção e, 
consequentemente, tomada de decisões equivocadas” (Queiroz, 2013, p.173). 
Diante das problematizações, é importante buscar alternativas que tornem o pré-
projeto de intervenção mais efetivo e participativo. Uma opção é fortalecer a 
participação e o protagonismo da comunidade, envolvendo-a na identificação 
dos problemas e na definição das estratégias de intervenção. Dessa forma, as 
ações terão mais adesão e maior chance de sucesso. 
Queiroz, em seu livro Formação e gestão de políticas públicas, elabora 
propostas para que o aluno consiga desenvolver a problematização no projeto 
de intervenção. Na fase do pré-projeto de intervenção, após delimitar o problema 
em que deseja intervir, 
o aluno entra na fase da teorização. Esta é a etapa do estudo, da 
investigação propriamente dita. Os alunos se organizam tecnicamente 
para buscar as informações que necessitam sobre o problema, onde 
quer que elas se encontrem, dentro de cada ponto-chave já definido. 
Vão à biblioteca buscar livros, revistas especializadas, pesquisas já 
realizadas, jornais, atas de congressos etc.; vão consultar especialistas 
sobre o assunto; vão observar o fenômeno ocorrendo; aplicam 
questionários para obter informações de várias ordens (quantitativas 
ou qualitativas); assistem palestras e aulas quando oportunas etc. 
(Queiroz, 2013, p. 171) 
 Nessa perspectiva, problematizar é o ato de teorizar, fundamentar e 
argumentar sobre o problema posto. É por meio da investigação que o aluno 
qualifica sua problematização defendendo e negociando com a instituição em 
que faz estágio que o problema existe, é estrutural, sistemático e que impacta a 
qualidade de vida dos usuários em alguma perspectiva. Problematizar também 
significa refletir sobre as demandas sociais do território, dos usuários e articular 
soluções junto à instituição visando sempre à defesa e garantia de direitos da 
classe trabalhadora. 
Em resumo, o projeto de intervenção é uma ferramenta valiosa para 
promover transformações e solucionar problemas em diferentes áreas. No 
entanto, é necessário problematizar essa abordagem, levando em consideração 
aspectos como a efetividade das ações, os limites da atuação, as condições da 
 
 
instituição que oferta os serviços, o contexto social da demanda a ser 
problematizada, os aspectos históricos, econômicos e culturais sobre o 
problema, a participação da comunidade e a sustentabilidade das intervenções. 
É crucial promover uma reflexão crítica sobre o problema do pré-projeto 
de intervenção, possibilitando o surgimento de novas ideias e abordagens para 
enfrentar os desafios encontrados. Por isso, ao elaborar o seu pré-projeto de 
intervenção reflita sobre o problema central em que deseja intervir e em seguida 
execute uma investigação crítica sobre o contexto social em que esse problema 
foi estabelecido, como ele se comporta e se configura nessa dinâmica de relação 
de poderes que impacta a dinâmica social. 
TEMA 5 – JUSTIFICANDO O PRÉ-PROJETO DE INTERVENÇÃO: 
ARGUMENTOS E OBJETIVOS 
5.1. Justificativa e argumentações 
Justificar um pré-projeto de intervenção é fundamental para apresentar os 
argumentos e objetivos que embasam a proposta e demonstram a relevância e 
viabilidade da intervenção a ser realizada. Nesse sentido, é necessário oferecer 
uma fundamentação sólida e coerente, que evidencie a necessidade da 
intervenção e seus potenciais benefícios. 
Primeiramente, é importante apresentar os argumentos que sustentam 
a intervenção proposta. Isso pode ser feito por meio de dados 
estatísticos, estudos científicos ou relatos de experiências anteriores. 
Esses argumentos servem para embasar a importância da ação a ser 
realizada, mostrando que há um problema a ser enfrentado e que a 
intervenção é uma forma efetiva de solucioná-lo ou minimizá-lo. 
(Lassance, 2022, p. 37). 
Ao justificar o pré-projeto de intervenção, é importante também citar como 
o problema afeta as pessoas ou a comunidade envolvida, destacando a 
importância de buscar alternativas para superá-lo. Isso contribui para demonstrar 
a relevância social da intervenção e despertar o interesse e o apoio de possíveis 
colaboradores ou financiadores. 
Existem algumas maneiras de justificar um projeto de intervenção, por 
exemplo, a identificação de necessidades. Essa identificação é importante para 
demonstrar no projeto que existe uma demanda ou necessidade real a ser 
atendida. Isso pode ser feito por meio de dados estatísticos, estudos de caso, 
 
 
pesquisas ou levantamentos de campo que evidenciem a existência de um 
problema social ou uma lacuna nas políticas públicas (Giehl, 2015). 
Outro ponto relevante é a fundamentação teórica, que é crucial para 
embasar o projeto e proporcionar uma compreensão aprofundada do fenômeno 
abordado. Ao citar teorias, conceitos e estudos relacionados ao tema, é possível 
demonstrar a relevância do projeto e seu alinhamento com a área de 
conhecimento (Giehl, 2015). 
De outra perspectiva, para argumentar e justificar o seu pré-projeto de 
intervenção, a análise de conjuntura é uma importante ferramenta, pois um 
projeto de intervenção deve apresentar um diagnóstico claro sobre a situação a 
ser abordada. Isso envolve descrever detalhadamente o contexto em que o 
projeto será implementado, identificando as causas, consequências e as 
principais pessoas ou grupos afetados. Essa análise serve para embasar as 
ações propostas e mostrar a necessidade de intervenção (Giehl, 2015). 
Ao definir objetivos e metas claras para o projeto de intervenção, é 
possível justificar sua relevância e necessidade. “Os objetivos devem estar 
alinhados com as demandas identificadas e demonstrar como o projeto 
contribuirá para superar as situações problemáticas” (Giehl, 2015, p. 113). As 
metas, por sua vez, servem para estabelecer indicadores de avaliação e 
mensuração do impacto do projeto. 
Por fim, não menos importante, é fundamental destacar os benefícios e 
impactos positivos que o projeto de intervenção pode trazer para o público-alvo, 
a comunidade e a sociedade em geral. Isso demonstra a importância de 
implementar as ações propostas e construir argumentos sólidos para justificar o 
projeto. 
5.2. Objetivo geral e os objetos específicos 
Para construir o objetivo geral e os objetivos específicos de um projeto de 
intervenção, é importante seguir alguns passos que garantam a clareza e a 
coerência das metas a serem alcançadas. 
Além disso, é necessáriodefinir os objetivos da intervenção, ou seja, o 
que se pretende alcançar com ela. Esses objetivos devem ser claros, específicos 
e mensuráveis, de forma a permitir a avaliação posterior dos resultados obtidos. 
“A elaboração do projeto começa como uma investigação guiada por perguntas 
 
 
e, se preciso, por algumas premissas – por exemplo, sobre objetivos e valores” 
(Giehl, 2015, p. 132). 
O objetivo geral representa a meta ampla e abrangente do projeto de 
intervenção. É uma peça fundamental deste, pois define a direção e o propósito 
da ação a ser executada. Ele representa o resultado desejado que se pretende 
alcançar ao fim do projeto e serve como um guia para todas as etapas e 
atividades desenvolvidas. 
O objetivo geral também facilita o processo de avaliação e 
monitoramento do projeto. Ao ter um resultado claramente definido, 
torna-se mais fácil verificar se as ações estão sendo efetivas, identificar 
possíveis desvios e fazer os ajustes necessários. É importante 
ressaltar que o objetivo geral deve ser realista e alcançável, levando 
em consideração as capacidades e os recursos disponíveis. Ele deve 
ser específico o suficiente para orientar a ação, mas também flexível o 
bastante para permitir adaptações ao longo do projeto, caso 
necessário. (Giehl, 2015, p. 114) 
Ele deve expressar de forma sucinta e clara o resultado esperado ao fim 
da intervenção. Para construir o objetivo geral, é necessário considerar a 
situação problemática identificada e definir o impacto positivo que se busca 
atingir. Deve ser formulado de maneira direta, indicando o que se pretende 
alcançar com a implementação das ações propostas no projeto. 
Além do objetivo geral, os objetivos específicos desempenham um papel 
fundamental no projeto de intervenção. Enquanto o objetivo geral fornece a 
direção principal do projeto, os objetivos específicos desdobram esse resultado 
final em etapas menores e mais tangíveis. 
“Os objetivos específicos representam as metas intermediárias que, 
quando alcançadas, contribuirão para o alcance do objetivo geral. Eles devem 
ser claros, mensuráveis e relacionados às ações planejadas no projeto de 
intervenção” (Giehl, 2015, p.116). É importante que os objetivos específicos 
sejam realistas e alcançáveis, considerando os recursos disponíveis e o tempo 
previsto para a intervenção. É importante ressaltar que os objetivos específicos 
devem estar alinhados com a realidade local, levando em conta as 
particularidades do público-alvo e as especificidades da intervenção proposta. 
No planejamento e execução de qualquer projeto, é comum 
estabelecermos objetivos que esperamos alcançar ao final. No entanto, é 
importante reconhecer que, ao longo do percurso, podem surgir circunstâncias 
imprevistas ou informações atualizadas que nos levam a reavaliar e ajustar 
 
 
esses objetivos. Essa flexibilidade é fundamental para garantir a efetividade da 
intervenção. 
Quando nos mantemos rigidamente focados em objetivos estabelecidos 
no início do projeto, corremos o risco de seguir um caminho que não mais se 
alinha às necessidades e realidades do momento. Isso pode comprometer a 
eficiência da ação, levando-nos a dedicar recursos e esforços em direções que 
já não são mais relevantes ou producentes. 
Portanto, uma abordagem mais dinâmica e adaptativa é necessária. Ao 
longo do projeto, é importante realizar avaliações periódicas para verificar se os 
objetivos ainda são coerentes com a situação atual. Se necessário, devem ser 
realizados ajustes ou até mesmo a definição de novos objetivos que se alinhem 
melhor com os desafios e as oportunidades surgidos durante o processo. 
NA PRÁTICA 
Chegou o momento de colocarmos em prática todo o aprendizado 
adquirido com a abordagem da intervenção profissional sob a perspectiva da 
teoria marxista. Vamos organizar e sistematizar o nosso pré-projeto de 
intervenção, revisando cada etapa e fazendo os ajustes necessários para 
aprimorá-lo. Primeiramente, vamos relembrar que o objetivo geral do pré-projeto 
sempre foi buscar promover transformações sociais e combater as 
desigualdades estruturais presentes na sociedade. Para isso, é importante 
argumentar e problematizar de maneira crítica e propositiva. Em seguida, 
aprimoramos o diário de campo com os subsídios desta etapa. Problematizar, 
argumentar e refletir criticamente sobre as atividades no cotidiano de estágio 
trará um suporte qualitativo para a construção do seu diário de campo. 
Desafie-se a aplicar com excelência tudo o que aprendemos até agora. 
Mãos à obra! 
FINALIZANDO 
 Nesta etapa, aprendemos alguns elementos que embasam a reflexão 
crítica na construção do diário de campo e do pré-projeto de intervenção. 
Também apresentamos bases fundamentadas para facilitar o processo de 
construção da sua ação interventiva na realidade do seu campo de estágio. 
Agora é com você! 
 
 
REFERÊNCIAS 
BORDIN, É. B. Planejamento em serviço social. Curitiba: InterSaberes, 2018. 
GIEHL, P. R. et al. Elaboração de projetos sociais. Curitiba: InterSaberes, 
2015. 
LASSANCE, A. Como elaborar projetos de intervenção para a 
implementação de políticas públicas? Texto para discussão (TD) da Diretoria 
de Estudos Internacionais (Dinte). Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica 
Aplicada, 2022. 
NETTO, J. P. O serviço social e a tradição marxista. Serviço Social & 
Sociedade, ano 10, n. 30, p. 89-102, maio/ago. 1989. 
NETTO, J. P. Introdução ao estudo do método de Marx. São Paulo: 
Expressão Popular, 2011 
QUEIROZ, R. B. Formação e gestão de políticas públicas. Curitiba: 
InterSaberes, 2012. (Série Gestão Pública) 
SIMIONATTO, I. As abordagens marxistas no estudo dos fundamentos no 
Serviço Social. In: GUERRA, Y.; LEWGOY, A. M. B. et al. (Org.). Serviço social 
e seus fundamentos: conhecimento e crítica. Campinas: Papel Social, 2018, v. 
1, p. 85-114.

Mais conteúdos dessa disciplina