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CENTRO EDUCACIONAL TRÊS MARIAS
ESCOLA DE ENSINO SUPERIOR DO AGRESTE PARAIBANO - EESAP
CURSO BACHAREL EM DIREITO
TEMA: LIMITES DA SEXUALIDADE. VIOLÊNCIA E TRANSGRESSÃO.
SUBTEMA: LGBTQIA+ uma vida de obstáculos
Autores: 
Cícero Félix de Lima; 
Hélio da Cunha Maroja; 
José Daniel Lima dos Santos; 
José Heitor Martiniano Marques Belmino; 
Ricardo Maximino Bernardo Filho; 
Sandro Ferreira de Miranda; 
Serginaldo Ferreira Leal. 
Docente: 
Prof.ª Dr.ª Tâmisa Rúbia S. do N. Silva - ANTROPOLOGIA GERAL E JURÍDICA
GUARABIRA
2024
SUMÁRIO
SUMÁRIO	2
INTRODUÇÃO	3
DESENVOLVIMENTO	4
1º LIMITES DA SEXUALIDADE	4
2º HOMOFOBIA FAMILIAR	5
3º DISCRIMINAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO	7
4º DISCRIMINAÇÃO NO AMBIENTE ESCOLAR, DESDE ANOS INICIAIS ATÉ UNIVERSITÁRIO	8
5º A LGBTFOBIA NO BRASIL: OS NÚMEROS, A VIOLÊNCIA E A CRIMINALIZAÇÃO	8
6º BRASIL: O PAÍS MAIS HOMOTRANSFÓBICO DO MUNDO	10
7º INDICE DE MORTES VIOLENTAS PARA MEMBROS DA COMUNIDADE LGBTQIA+	12
CONSIDERAÇÕES FINAIS	13
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS	14
INTRODUÇÃO
O presente estudo fará uso da pesquisa bibliográfica, a qual tem como característica buscar dados para a produção do conhecimento pretendido através da consulta de vários materiais já publicados sobre determinado assunto a partir da análise de artigos científicos e noticiários diversos sobre o tema abordado.
Sendo o objetivo desse trabalho, apresentar nossa interpretação sobre a temática: Limites da sexualidade. Violência e transgressão. Fazendo uso da subtemática: LGBTQIA+ uma vida de obstáculos, para melhor exposição dos fatos encontrados. 
Nesse sentindo, busca-se identificar os mais diversos tipos de obstáculos enfrentados nos mais diversos tipos de ambientes. Inicialmente trabalharemos a ligação entre os pontos do eixo temático, criando um panorama de ligação sobre limites da sexualidade. Entre o que é considerado “Normal”, que seria os gêneros dicotômicos (masculino/feminino e heterossexualidade obrigatória), e o fora da normalidade que seria os demais tipos de relações entre indivíduos, esses por sua vez são representados pela sigla LGBTQIA+. Em sequencia, sobre as discriminações enfrentadas por essa classe social, iremos abordar os pontos de homofobia familiar, discriminação no ambiente de trabalho e no ambiente escolar, desde os anos iniciais até no ensino universitário. 
Terceiro, analisaremos dados de pesquisas sobre a violência sofrida pela classe LGBTQIA+, dados esses que nos revela o Brasil, como o país mais homotransfóbico do mundo e nos apresenta uma realidade de violência presenciada na nossa sociedade.
Portanto, esse trabalho visa levantar essas questões a respeito da problemática envolvida com a sociedade LGBTQIA+, desde discriminatórios a violência bruta, onde ocorrer a morte desses indivíduos na sociedade.
DESENVOLVIMENTO
1º LIMITES DA SEXUALIDADE
Analisar-se-á os limites da sexualidade e a sua relação com prazeres e perigos, como também sua relatividade em relação à restrição e ampliação normativa de tais casos, assim abrindo espaços para criação de âmbitos com maior tolerância e impondo novos limites. Para isso abre um leque de práticas que são consideradas “normais” e as que são motivos de discriminação, perseguição, punição criminal, etc. Em relações heterossexuais e LGBTQIA+, as fronteiras da sexualidade são definidas por muitos fatores, como a cultura, as normas sociais, os valores individuais e as experiências pessoais. No entanto, é essencial basear tudo isso em garantir o consentimento claro e contínuo e respeitar os limites e as preferências pessoais de todos.
As práticas consideradas “normais” seriam aquelas que trazem um aspecto “conservador”, de que homens devem se relacionar apenas com mulheres e mulheres devem se relacionar apenas com homens, assim trazendo uma relação heterossexual os entres. Assim trazendo também uma relação de que o homem deve ser o provedor da casa, o cabeça, protetor, etc. Fazendo assim a mulher totalmente submissa a ele, apenas sendo ela a que cuida da casa, organiza e cuida de seus filhos, não sendo assim responsabilidade do homem. Entretanto na contemporaneidade não existe apenas está relação, abrindo espaço assim para relações entre homens do mesmo sexo, mulheres do mesmo sexo, dentre outras relações, assim fazendo parte do movimento LGBTQIA+, como também para movimentos feministas, em que a mulher tem seu protagonismo, procurando o seu espaço na sociedade, procurando uma igualdade política, não sendo totalmente submissa a homens, buscando apenas sua igualdade em relações a homens. Também pode notar-se que há mulheres que são as provedoras da casa, a cabeça da casa. Havendo uma quebra de parâmetro para o que seria considerado “normal” para sociedade, seja por uma posição profissional melhor que a do homem, seja por outros motivos, mas assim a mulher tendo seu protagonismo dentro de sua casa, e quebrando esse “tabu” social de que apenas o homem deve ser o provedor da casa. 
Em relação à moralidade podemos ver que existe coisas que na atualidade acontecem frequentemente e que no século XX não tinham tanta expressividade como tem hoje, que são os casos de Homens acima da idade que tem relações com adolescentes menores de idade, algo que nesta época não aconteciam e que poderia ser considerado crime de pedofilia, assim tendo uma visão mais conservadora, entretanto hoje em dia é possível ver que se tornou algo “normal” para sociedade onde há diversos casos desta situação, mas para que exista essa relação é necessário que a adolescente ou o adolescente seja maior de 14 anos e que haja consentimento e permissão de seus representantes. Há um exemplo que repercutiu bastante nas redes sociais que seria o caso do prefeito do município de Araucária (PR), Hissam Hussein Dehain, que se casou com uma adolescente de 16 anos em abril de 2023. O homem tem 65 anos. Assim, podemos ver que se tornou algo normal para sociedade atual, entretanto o casamento só foi valido com a permissão de seus representantes. Podemos ver também, casos de relacionamentos abertos algo que não era bem visto no século anterior, mas que hoje em dia se tornou algo normal, em que casais se relacionam com outros indivíduos, seja com homens, ou seja, com mulheres. Também se tem casos de trisais em que se tem uma relação a três, seja um homem e duas mulheres, ou seja, uma mulher e dois homens, algo que também não era bem visto em séculos anteriores, mas que na sociedade atual é comum o que acontece.
Em relação à violência vemos que pessoas que fazem parte do movimento LGBTQIA+ tem mais tendências a serem violentadas. “Sobre os tipos de violência: a pesquisa indica que as pessoas LGBTQIA+ têm 3 vezes mais chances de serem vítimas de violência física, sendo que 14,7% delas informaram já ter sofrido algum tipo dela, além de a possibilidade de pessoas LGBTQIA+ passarem por algum tipo de violência sexual ser quase 5 vezes maior do que a de heterossexuais. A violência psicológica atingiu 40,03% dos entrevistados LGB+ e 16,73% da população heterossexual.” A partir desses exemplos podemos ver que a população heterossexual tem menos chance de sofrer violência física, sexual e psicológica. Com isso vemos que quem sofre determinadas violências são pessoas que fazem parte deste movimento, apenas por terem uma sexualidade diferente das demais, e por causa disso acabam sendo violentadas, e que tais ações podem ser punidas criminalmente. 
Em suma, a análise dos limites da sexualidade destaca a evolução das normas sociais e a diversidade de práticas e relacionamentos. É fundamental respeitar o consentimento e as preferências individuais, promovendo um ambiente de aceitação. Apesar dos desafios como a violência e discriminação contra pessoas LGBTQIA+, a busca por uma sociedade inclusiva exige educação, diálogo e defesa dos direitos humanos.
2º HOMOFOBIA FAMILIAR
	Quando falamos em homofobia familiar não podemos deixar de nos remeter ao passado bem distante onde a sociedade sempre cultivou a cultura de que os que fazem parte dessa comunidade LGBTQIA+ seriam pessoascom problemas psicológicos e desde os nossos antepassados que foram criados numa sociedade machista e que mesmo com alguns avanços ainda continua até os dias de hoje, não aceitavam esse tipo de orientação sexual, pois, colocava a família em situação de crítica e de exclusão por parte dos vizinhos a religião, trabalho e dentro da própria família causando mau estar entre os irmãos que os rejeitavam e até mesmo faziam criticas pesadas chegando até expulsá-los do convívio em família como também os outros parentes que viam aquilo como uma coisa imoral, inaceitável taxando que houve falha na educação que foi dada pelos pais. 
	Por outro lado, vendo toda essa situação ao seu redor o homossexual a lésbica enfim, todos que são vistos como bode expiatório os quais servem de motivo para responsabilizar essa categoria taxando-os da causa problema de uma sociedade desajustada, assim causando um grande trauma na vida dessa classe que de forma histórica vem lutando pelo reconhecimento por parte da sociedade e principalmente das autoridades no sentido de aprovar leis que responsabilize aqueles que tratam todos com homofobia para que possam também ter garantias no mercado de trabalho, universidades em festas, restaurantes e principalmente na própria família.
	Esse tipo de comportamento tem causado um grande problema na vida dos Gays, Lésbicas, Trans, enfim todos os homossexuais, considerando que o grande problema está em se assumir o primeiro impacto já é com a família onde convive e se depara na maioria das vezes com pais homofóbicos e aquilo os deixa inseguros com qual reação seus pais e familiares terão ao assumir sua orientação sexual, então se cria aquela expectativa negativa somando-se a questão da sociedade, trabalho, estudo, vida social porque por onde passar será taxado pejorativamente de “Boneca”, “Mulherzinha”, “Sapatão”, “Machão” etc. tendo muitas vezes que tomar atitudes de iniciar relacionamentos com outro sexo apenas para demonstrar para a família um comportamento ou desejo que não é seu e toda essa pressão psicológica faz com que os levem a uma depressão profunda chegando a cometerem até o suicídio. Enquanto que tudo isso poderia ser evitado exatamente no seio da família de onde deveriam receber desde o nascimento amor, carinho, compreensão, apoio e é nesse exato momento o primeiro choque e a primeira pergunta que se fazem como irão receber a notícia de que sou homossexual, será que serei compreendido (a), será que vão me expulsar de casa e esse sentimento é devastador para os homossexuais que precisam de apoio familiar para poder enfrentar a sociedade e assim poder desenvolver-se intelectualmente, profissionalmente e se realizar trazendo satisfação e dias de glória para si próprio, como existem várias histórias de homossexuais que conseguiram enfrentar todas essas barreiras, atingiram sucesso e conseguiram até sua independência financeira passando a ajudar seus familiares revertendo a situação como também a sociedade fazendo filantropia só assim, serem respeitados onde quer que estejam, será que é porque hoje estão ricos.
	A comunidade LGBTQIA+ vem lutando muito para que possam viver de forma harmônica na sociedade, mas tem enfrentado dificuldades, alguns projetos de Lei já foram protocolados e não conseguem sucesso devido aos parlamentares da ala evangélica alegando ferir a sua religião e se tratando de assunto polemico nada é feito para que seja dada solução a essa questão. Hoje já se pode adotar crianças, através de casais homoafetivos apesar das criticas contrárias a esse tipo de situação, mas, é de fundamental importância para esses casais a constituição da família pois, essa atitude está trazendo de volta a dignidade para aqueles que foram abandonados pela sua família por diversos motivos quem sabe até por ser um homossexual.
	Importante se faz saber que a atual sociedade tenha a obrigação de sensibilizar os diversos órgãos envolvidos tais como: Congresso Nacional, Universidades, Associações ligadas a causa, poderes Estaduais e Municipais com intuito de definir e aprovar políticas públicas de enfrentamento e consolidação do direito que todo cidadão tem já garantido em nossa constituição cidadã, sendo ela uma das mais completas do mundo.
3º DISCRIMINAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO
Os dados obtidos na pesquisa para esse trabalho mostram claramente os desafios e preconceitos que as pessoas da comunidade LGBTQIA+ enfrentam em seu dia a dia em busca de um trabalho, de uma oportunidade de crescer e de se manter em uma empresa. 
No Brasil os números são cada vez mais preocupantes, a taxa de desemprego no tocante para essa comunidade os números são alarmantes, e com isso no ambiente de trabalho muitos gays e lésbicas, decidem por esconderem sua sexualidade.
33% das empresas do Brasil não contratariam para cargos de chefia pessoas LGBTQIA+;
41% das pessoas LGBTQIA+ afirmam terem sofrido algum tipo de discriminação em razão da sua orientação sexual ou identidade de gênero no ambiente de trabalho;
90% de travestis se prostituem por não terem conseguido nenhum outro emprego, até mesmo aqueles que têm boas qualificações. 
4º DISCRIMINAÇÃO NO AMBIENTE ESCOLAR, DESDE ANOS INICIAIS ATÉ UNIVERSITÁRIO
Mesmo a comunidade LGBTQIA+ terem alcançados tantas conquistas ao longo do tempo e terem conseguidos alguns direitos, a população da LGBTQIA+ ainda enfrenta diversos desafios diários em suas vidas, por exemplo: com relação a direitos com saúde, educação, trabalho e etc. Mas vamos falar a respeito sobre a descriminação no ambiente escolar na vida dessa população, o que passam e o que já passaram para estar onde estão hoje. 
Segundo a Associação brasileira de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais - (ABGLT), em uma pesquisa que fizeram em 2016 alegam que 73% dos alunos LGBTs que foram entrevistados já sofreram agressões verbais por conta da identidade de gênero que se denominava, e assim relevando mais ainda que a escola ainda nos dias de hoje mostra ser um espaço hostil e violento para esses jovens. 
O IBGE alega por meio de pesquisas feitas, estima-se que 25 milhões pessoas não frequentam a escola. Para a população LGBTQIA+ violência e descriminação, não que seja raro, é o que levam ao abandono a escola resultando em mais jovens da população LGBTQIA+ largarem a escola. 
Sendo assim quando saem de um ensino médio e vão para uma faculdade não muda muita coisa, ainda continuam sofrendo preconceitos e sendo tratados diferentes, muitos deixam seu rendimento acadêmico caírem, trocam de curso, mas o problema não estão neles e sim em quem fazem com que essas pessoas sejam diferentes sem ser. Jovens da comunidade LGBTQIA+ enfrentam muitas dificuldades nas faculdades, levando a trocarem de cursos, não tem vontade de ir a aula por sofrer preconceitos a como se vestem ou modo de andarem ou falarem. É muito importante que eles ocupem esses lugares tanto na faculdade quanto na sociedade, pois, eles não são diferentes de nenhum nós.
5º A LGBTFOBIA NO BRASIL: OS NÚMEROS, A VIOLÊNCIA E A CRIMINALIZAÇÃO
A LGBTQfobia no Brasil é uma realidade preocupante e muito desafiadora. Embora o nosso país tenha conseguido avanços expressivos na busca pela promoção dos direitos dos LGBTQ+ na última década, ainda existe altos índices de discriminação, violência e preconceito contra toda a comunidade. 
Infelizmente os casos de violência física, moral, verbal e psicológica contra as pessoas LGBTQ+ são frequentes, e na maioria das situações não existem punições. Além disso, o preconceito e a discriminação existem em todas as esferas sociais, principalmente no mercado de trabalho. 
No nosso país a luta para tornar a LGBTFOBIA em um Crime vem de longas datas, o primeiro projeto foi apresentado no congresso nacional no ano de 2001 como PL 5003/01 que visava determinar “Sanções as práticas discriminatórias em razão da orientação sexual”. No ano de 2006, esse mesmo projeto se transformou na PL 122/2006 com mudanças que buscava alterar a lei do racismo (Lei 7716/89) incluindo nela a discriminação por “gênero, sexo, orientação sexual eidentidade de gênero”, nesse ponto a PL 122/2006 já buscava atender todo o grupo da comunidade LGBT. Por tanto sendo mais correto trata-lo como um projeto que visava criminalizar a LGBTfobia. Apesar de ter sido aprovado pela câmara dos deputados, o projeto foi arquivado no Senado após passar oito anos sem apreciação, e dessa forma a LGBTfobia ainda não é criminalizada no Brasil. 
Só no ano de 2019 esse debate chega ao STF através de duas ações, a primeira delas um mandado de injução 4733 de 2012, movido pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transgêneros e Intersexos (ABGLT) cuja a relatoria ficou com o Ministro Edson Fachin. A segunda é a ADO 26 (Ação Direta de Inconstitucionalidade) movida pelo PPS (Partido Popular Socialista) de 2013, e ficou sobre a relatoria do ministro Celso de Mello. Ambas impetravam pela equiparação das discriminações de sexo e gênero ao crime de racismo, passível de pena de reclusão de 1 a 5 anos. Baseavam-se no Artigo 5º da Constituição Federal que em seu inciso XLI afirma que “a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais” e no inciso XLII que assegura que “a pratica do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”. O STF, no entanto, foi favorável ao enquadrar a homofobia e a transfobia como crimes de racismo. A suprema corte entendeu que houve omissão inconstitucional do congresso Nacional por não editar lei que criminalize atos de homofobia e de transfobia, o STF também entendeu que ocorreu um atraso por parte do Congresso Nacional em relação a questão, acarretando em um atentado aos direitos fundamentais da comunidade LGBT. 
De maneira geral a homofobia é a pratica de rejeição ou aversão aos homossexuais e a homossexualidade, bem como a transfobia é um comportamento baseado no ódio, na intolerância, na rejeição e na violência. De qualquer forma, o enquadramento da homofobia e da tranfobia como crime de racismo, sujeito as sanções desta pratica criminosa, e mesmo com políticas públicas voltadas para amenizar essas injustiças, elas não funcionam de forma efetiva, e há uma falta de conscientização e sensibilidade em muitos setores em nossa sociedade. 
Os números da violência contra a comunidade LGBTQ+ são alarmantes, alguns dos tipos de violências enfrentados por essa comunidade incluem, agressões físicas, agressões morais, assedio verbal, discriminação no local de trabalho, no ambiente educacional, violência doméstica e até mesmo assassinatos. Segundo levantamento feito pela ONG LGBT mais antiga da América Latina, Grupo Gay Bahia (GGB), a cada 20 horas um LGBT sofre violência física ou psicológica no Brasil por serem LGBTs. O Relatório Mundial da (Transgender Europe) apontou para o fato de que 52% dos registros de assassinato de transgêneros no mundo entre os anos de 2016 e 2017 foram no Brasil. Dados obtidos através do disque denúncia (Disque 100) aponta que a maior parte das denúncias da comunidade LGBT diz respeito à violência psicológica, incluindo ameaças, humilhações, bullying. É importante lembrar que é a terceira maior causa de bullying no ambiente educacional. 
Aproximadamente 20 milhões de brasileiros e brasileiras (10% da população), se identificam como pessoas LGBTQIA+, são dados da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) e cerca de 92,5% dessas pessoas relatam o aumento considerável da violência contra a população LGBTQIA+ nos últimos anos, segundo dados de pesquisa da organização de mídia gênero e número, com o apoio da Fundação Ford. 
Combater a LGBTfobia é necessário, uma das maneiras validas vem através das políticas públicas, instrumento que possibilita aos governos promoverem ações em busca de garantir o direito dos diversos grupos da população. Estando atento a compreensão dos problemas inerentes a causa, buscando um registro nacional que aponte informações atualizadas e precisas quanto aos índices de violência praticado contra a comunidade LGBTQIA+, também é de extrema importância o investimento maciço na educação, pois trata-se de um passo positivo para ajudar a minimizar o desrespeito e as injustiças para com todas as minorias, tendo em vista que a boa educação reflete em pessoas com maior capacidade de compreensão e empatia, além de formar cidadãos mais respeitosos e conscientes.
6º BRASIL: O PAÍS MAIS HOMOTRANSFÓBICO DO MUNDO
	O Brasil atualmente é o país onde mais ocorrem homicídios de homossexuais e transexuais no mundo, dado esse que se torna alarmante, haja vista existir mais de 10 países no mundo em quê a pratica é cominado com a pena de morte. A apresentação dos dados nos mostra o claro aumento nos casos no decorrer dos anos. Mais da metade dos LGBTI+ assassinados no mundo ocorrem no Brasil (WAREHAM, Murder LGBT, 2020). 
	Podemos verificar nos dados apresentados que o aumento em claro, independente do tipo de governo executivo vigente no Brasil. Em dossiê apresentado no ano de 2020 pelo observatório de Mortes e Violências LGBTI+ no Brasil. 
Durante os governos de FHC mataram-se em média 127 LGBT por ano; na presidência de Lula 163 e no governo Dilma 296, sendo que nos dois anos e 4 meses de Temer, foram documentadas uma média de 407 mortes anuais, caindo para 283 a média nos dois primeiros anos do governo Bolsonaro.  Enquanto nos Estados Unidos, com 331 milhões de habitantes, mataram-se no ano passado 38 transexuais, no Brasil, com 212 milhões, foram assassinadas 118 trans.
Impossível escrever sobre a violência encontrada no Brasil contra os LGBTQIA+, sem trazer textos do dossiê citado anteriormente. Pois conforme estudamos sobre o assunto, vemos o quanto ainda temos que melhorar com indivíduos pertencentes a uma sociedade. 
Quanto à idade das vítimas, cinco eram “de menor”, a mais jovem, uma travesti de15 anos, moradora em Fortaleza, na Granja Lisboa, foi encontrada agonizante num terreno baldio após levar diversos tiros. 33% das vítimas estavam na flor da idade, entre 15-30 anos e 8% com mais de 46 anos. O mais idoso, com 80 anos, era um gay branco morador em Recife, cego e abandonado pela família, suicidou-se jogando-se do quarto andar de seu prédio. 8,2% dos LGBT+ mortos tinham mais de 46 anos.  
O quesito cor é variável bastante descuidada nas matérias jornalísticas, sendo desconhecida para 43% das vítimas. Encontramos 74 pardos e pretos (54%) e 62 brancos (46%), refletindo aproximadamente a mesma tendência demográfica do conjunto da população nacional. 
Nos avanços dos anos, podemos ver que os números só vêm aumentando, em 2023 houve uma morte a mais que no ano anterior, sendo o quantitativo em 257 mortes violentas, se engana quem acha esse número pequeno, haja vista esses dados serem resultado de um levantamento coletado através de sites de pesquisas na internet e informativos enviados a ONG, e que por conta disso existe erros, haja vista inexistir recursos governamentais auxiliando na coleta dos dados. 
Por fim vale menção ao fato de que no ano de 2023, os dados coletados trouxeram um cenário diverso do identificados nos anos anterior, porém sendo esse novo cenário tão grave quanto os dados anteriores. A apresentação de dados trouxeram a informação de que houve a inversão na posição da parcela da população LGBTQIA+ que mais é vítima de homicídios no Brasil, sendo que dos últimos 44 anos, em 2023 foi a primeira vez em que os travestis e transexuais ultrapassaram os gays no número de mortes violentas.
7º INDICE DE MORTES VIOLENTAS PARA MEMBROS DA COMUNIDADE LGBTQIA+ 
A comunida de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexos além de sofrerem um racismo institucional, discriminação e maus tratos em diferentes ambientes, como doméstico, cárcere, via pública e local de trabalho. O número de mortes violentas contra essa comunidade LGBTQIA+ a cada dia vem aumentado de forma desenfreada, apesar do surgimento de medidas efetivas para o enfrentamento por parte do estado, pouco mudou a situação ou quase nada em relação ao cenário de violência contaessa população. 
Mesmo em um cenário onde foram alcançadas conquistas consideráveis junto ao Poder Judiciário, porém percebe-se a inércia do legislativo e do executivo ao se omitirem no combate a violência que vem acumulando vitimas em toda sociedade. Onde pessoas perversas, matam simplesmente por alguém ser diferente, ferem profundamente os princípios da igualdade e da dignidade da pessoa humana, com facadas, com tiros, com espancamento, dentre outras diferentes causa de mortes onde sua grande maioria acontece no período noturno quando em suas praticas de atividades profissionais, culturais ou/e de lazer.
Em 2020 ocorreram 237 mortes violentas contra esse grupo social, já em 2021 teve um aumento de 33,3% em relação ao ano anterior, atingindo um total de 316 mortes, sendo a maioria dessas mortes causadas por homicídios. Em 2022, o Brasil ocupou o primeiro lugar nas Américas em quantidade de homicídios de pessoas LGBTQIA+, foram 242 homicídios, vendo de outra forma esses mesmos dados, significa dizer que é uma morte a cada 34 horas, dentre outras causas como suicídios, latrocínios, etc..
Esses tipos de crimes violentos contra esse grupo variam de regiões, sendo que as regiões nordeste, norte e centro-oeste tem praticamente o dobro de mortes LGBTQIA+ em relação nas regiões sul e sudeste. Em 2023, chama a atenção ao aumento inexplicado de morte violenta na região sudeste, onde saltou de 63 casos no ano de 2022, para 100 casos no ano de 2023, ocupando o primeiro lugar nacional, fenômeno jamais observado desde o ano de 1980, aumentando em 59%. Os estados que mais concentraram mortes violentas em 2023 foram São Paulo com 34, Minas Gerais com 30, Rio de Janeiro com 28, Bahia com 22 e Ceará com 21 mortes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Presumi-se concluir desse trabalho que mesmo com avanços na legislação e no entendimento da sociedade sobre a classe LGBTQIA+, a luta ainda é constante, haja vista o vasto histórico de lutas e repressão e sendo ainda presente em muitos locais as mais variadas formas de discriminação e preconceito contra a classe. 
Verificamos inicialmente quais seriam os limites da sexualidade, de modo a esse entendimento se tornar diferente com o passa dos anos, sendo afetadas por esse entendimento as mais diversas formas de relações interpessoais. Podemos destacar que esse entendimento afeta a ótica usada para enxergamos as formas de relacionamentos. Onde o que seria considerado o “correto, o normal, o ortodoxo”, deixa de ser apenas isso e surge coisas diferentes desse entendimento, sendo esse mudança motivo de novos debates e conceitos. 
Nos parâmetro entre violência e transgressão, expõe através dos dados presentes na pesquisa que essas fazem parte da nossa sociedade e a cada ano só tende a aumentar. Essa realidade é algo que deve ser motivo de busca por mudança por parte da nossa sociedade, não apenas por aqueles que fazem parte da classe, mas também por todos os membros da sociedade que buscam melhores formas de convívio e cooperação para o desenvolvimento de uma nação igualitária em direito e deveres para todos. 
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Centro Gráfico, 1988. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicao.htm>.
Gregori, M.F. (2021). Pensando violência e os limites da sexualidade: trajetória e influências. Judicialização da Violência de Gênero em Debate: Perspectivas analíticas.
Gregori, M.F. (2008). Limites da sexualidade: violência, gênero e erotismo. Revista De Antropologia, 51, 575-606.
Descriminação na família; A mais dolorosa das homofobias. Disponível em: <https://monografias.brasilescola.uol.com.br/psicologia/descriminacao-na-familia-a-mais-dolorosa-das-homofobias.htm>.
SCHULMAN, S. Homofobia familiar: uma experiência em busca de reconhecimento. Bagoas - Estudos gays: gêneros e sexualidades, [S. l.], v. 4, n. 05, 2012. Disponível em: <https://perio dicos.ufrn.br/bagoas/article/view/2312. Acesso em: 7 maio. 2024>.
As dificuldades enfrentadas pelas pessoas LGBTQIA+. Disponível em: <https://www. fundobrasil.org.br/blog/as-dificuldades-enfrentadas-pelas-pessoas-lgbtqia/>.
LGBTfobia no Brasil: fatos, números e polêmicas. Disponível em: <https://www.politize. com.br/lgbtfobia-brasil-fatos-numeros-polemicas/?https://www.politize.com.br/&gad_source =1&gclid=EAIaIQobChMIqIWB97f0hQMVg5TCCB0iXAlfEAAYAyAAEgLkhvD_BwE>.
A LGBTFobia no Brasil: os números, a violência e a criminalização. Disponível em: <https://www.fundobrasil.org.br/blog/a-lgbtfobia-no-brasil-os-numeros-a-violencia-e-a-criminalizacao/>.
Brasil registra 257 mortes violentas de pessoas LGBTQIA+ em 2023, uma a mais que 2022, e segue como país mais homotransfóbico do mundo. Disponível em: <https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2024/01/20/mortes-violentas-de-pessoas-lgbtqia-na-ba-2023.ghtml>.
ONG contabiliza 257 mortes violentas de LGBTQIA+ em 2023. Disponível em: <https://www.brasildefato.com.br/2024/01/22/ong-contabiliza-257-mortes-violentas-de-lgbtqia-em-2023#:~:text=Grupo%20Gay%20da%20Bahia%20cobra%20produ%C3%A7%C3 %A3o%20oficial%20de%20dados&text=Em%20todo%20o%20ano%20passado,homotransf%C3%B3bico%20do%20mundo%20em%202023>.
Número de mortes violentas de pessoas LGBTI+ subiu 33,3% em um ano. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2022-05/numero-de-mortes-violentas-de-pessoas-lgbti-subiu-333-em-um-ano>.
Um LGBTI+ é assassinado a cada 34 horas no país, aponta relatório. Disponível em: <https://www.cut.org.br/noticias/mm-lgbti-e-assassinado-a-cada-34-horas-no-pais-aponta-relatorio-b8eb>.
Uma pessoa LGBTI+ foi morta violentamente a cada 32 horas no Brasil em 2022. Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/uma-pessoa-lgbti-foi-morta-violentamente-a-cada-32-horas-no-brasil-em-2022/>.
Mortes violentas de pessoas LGBTQIA+ sobem 33% em um ano no Brasil, diz relatório. Disponível em: <https://www.brasildefato.com.br/2022/05/12/brasil-e-o-pais-que-mais-mata-pessoas-lgbtqia-no-mundo-pelo-quarto-ano-consecutivo>.
Duas pessoas LGBTIQAPN+ morreram a cada três dias no Brasil em 2022. Disponível em: <https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2023/05/11/duas-pessoas-lgbtiqapn-morreram-a-cada-tres-dias-no-brasil-em-2022.ghtml>.
Dossiê 2020. Disponível em: <https://observatoriomorteseviolenciaslgbtibrasil.org/dossie /mortes-lgbt-2020/>.
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