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ISBN 10- 85-352-1108-X 
J,.,, """ 
lntrodu~ao a 
• 
conom1a 
ELSEVIER 
OISTRIBUigAO 
EXCLUSIVA PARA 
PROFESSORES 
ELSEVIER 
lntrodu~ao 
.... 
a 
• 
conom1a 
Paul Krugman b. ll Ro 1n We s 
Consultoria Editorial 
HONORIO KUME 
PesqUJsodor do /PEA e Professor do UERJ 
Tradu~ao 
HELGA HOFFMANN 
Econom1sto, Membra do Grupo de Analise 
do Conjunturo lnternoC/onol do USP 
Revisao Tecnica 
REINALDO GoNc;;ALVES 
Professor Titular de Economio lnternocionol 
do Umversidode Federal do Rio de Janeiro 
(!) 
N 
N 
(Sl 
FGV-SP I BIBLIOTECA 
1200902261 
L----------··--· 
(2 
·······•:¥1 CAMPUS 
Do original: Economics 
Tradu9ao autorizada do idioma ingles da edi9ao publicada por Worth Publishers 
Copyright© 2006 by Worth Publishers 
© 2007, Elsevier Editora Ltda. 
Todos os direitos reservados e protegidos pel a Lei 9.610 de 1910211998. 
Nenhuma parte deste livro, sem autoriza9ao previa por escrito da editora, 
podera ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: 
eletr6nicos, mecii.nicos, fotograficos, grava9ao ou quaisquer outros. 
Copidesque: lvone Teixeira 
Editora9ao Eletr6nica: Estudio Castellani 
Revisao Gratica: Marflia Pinto de Oliveira 
Projeto Gratico 
Elsevier Editora Ltda. 
A Oualidade da lnforma9ao. 
Rua Sete de Setembro, 111 - 16° andar 
20050-006 Rio de Janeiro RJ Brasil 
Telefone: (21) 3970-9300 FAX: (21) 2507-1991 
E-mail: info@efsevier.com.br 
Escrit6rio Sao Paulo: 
Rua Quintana, 75318° andar 
04569-011 Brooklin Sao Paulo SP 
Tel.: (11) 5105-8555 
ISBN 13: 978-85-352-1108-5 
ISBN 10: 85-352-11 08-X 
Edi9ao original: ISBN 13: 978-1572591509 I 10: 1-57259-150-1 
Nota: Muito zelo e tecnica foram empregados na edi9ao desta obra. No entanto, podem ocorrer 
erros de digita9ao, impressao ou duvida conceitual. Em qualquer das hip6teses, solicitamos a 
comunica9ao a nossa Central de Atendimento, para que possamos esclarecer ou encaminhar a 
questao. 
Nem a editora nem o autor assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas 
a pessoas ou bens, originados do uso desta publica9ao. 
Central de atendimento 
Tel.: 0800-265340 
Rua Sete de Setembro, 111, 16° andar- Centro - Rio de Janeiro 
e-mail: info@elsevier.com.br 
site: www.campus.com.br 
CIP-Brasil. Cataloga9ao-na-fonte. 
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ 
K95i Krugman, Paul R., 1953-
lntroduyao a economia I Paul Krugman, Robin Wells ; 
traduyao Helga Hoffmann.- Rio de Janeiro : Elsevier, 2007 
il. 
06-3988. 
Tradu9ao de: Economics 
Apendice 
ISBN 85-352-1108-X - 978-85-352-1108-5 
1. Economia. I. Wells, Robin. II. Titulo. 
COD 330 
CDU 330 
Em qualquer Lugar, para as alunos iniciantes que todos fomos urn dia. 
.------------------------------------------.---------------------------------------------------- .. ---------------------------- ........................................................................... .. 
............................................................................................................................................................................................................................................................... 
>> Sobre os auto res 
Paul Krugman e Professor de Economia na Universidade de Princeton, onde leciona regular­
mente nos cursos introdut6rios. Formou-se na Universidade de Yale e tern Ph.D do MIT. Antes de 
sua posic;;ao atual, lecionou nas universidades de Yale, Stanford e no MIT. Tambem pertenceu por 
urn ano aos quadros do Conselho de Assessores Economicos da Presidencia dos Estados Unidos 
em 1982-83. Suas pesquisas estao sobretudo na area de comercio internacional, sendo urn dos 
criadores da "nova teoria do comercio", cujo foco esta em retornos crescentes e competic;;ao im­
perfeita. Tambem trabalha com financ;;as internacionais, concentrando-se em crises cambiais. Em 
1991, recebeu a medalhajohn Bates da American Economic Association. Alem das aulas e da pes­
quisa academica, escreve extensamente para o publico leigo. Krugman e colunista regular do The 
New Yorh Times. Seu ultimo livro e urn best-seller, uma cole<;ao de seus artigos no The New Yorh 
Times como titulo de The Great Unraveling: Losing Our \Vay in the New Century. Seus livros ante­
riores, Peddling Prosperity e The Age of Diminished Expectations, tornaram-se classicos modernos. 
Robin Wells e pesquisadora de economia na Universidade de Princeton, onde leciona regular­
mente aulas nos cursos de gradua<;ao. Formou-se na Universidade de Chicago e tern Ph.D da Uni­
versidade da California em Berkeley; fez pesquisa de p6s~doutorado no MIT. Deu aula nas Universi­
dades de Michigan, de Southampton (Reino Unido), de Stanford e no MIT. Suas aulas e pesquisas se 
concentram em teoria da organizac;;ao e incentivos. Publica regulannente em revistas academicas. 
....... 
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 
(--
~> ~Prefacio 
"0 que e preciso acima de tudo e deixar que 0 significado 
esco!ha as pa!avras, e nao o caminho contrario." 
DE PAUL 
George Orwell 
Politica e a Lingua Inglesa, 1946 
R 
obin e eu gostamos de imaginar que escrevemos este 
livro tendo em mente o conselho de Orwell. Querfa­
mos escrever urn tipo de livro diferente, que de tanta 
atenc,:ao a tarefa de fazer com que os estudantes enten­
dam como os modelos econ6micos se aplicam ao mundo 
real quanta a que e dada aos pr6prios modelos. Querfamos 
adaptar o principia de Orwell ao preparo de urn livro de 
texto de economia: deixar que a finalidade da analise eco­
n6mica - conseguir entender melhor o mundo -, e nao a 
propria mec1nica da analise econ6mica, ditasse o texto. 
Acreditamos que escrever nesse estilo reflete urn com­
promisso como lei tor- urn compromisso de abordar o ma­
terial do ponto de vista de urn iniciante, para tornar o mate­
rial divertido e acessfvel, tornar a descoberta uma alegria. 
Essa e a parte divertida. Mas acreditamos que ha outra obri­
gac,:ao igualmente importante para quem quer escrever urn 
texto de princfpios de economia. A economia e urn instru­
mento muito poderoso. Muitos de n6s que somos econo­
mistas comepmos em outras disciplinas (eu comecei em 
hist6ria, Robin em quimica). E nos apaixonamos por eco­
nomia por acreditar que ela oferece uma visao coerente que 
nos da diretrizes para transformar o mundo em urn lugar 
melhor. (Sim, a maioria dos economistas no fundo sao 
idealistas.) Mas, como qualquer instrumento poderoso, a 
economia precisa ser tratada com cuidado. Para n6s, esta 
obrigac,:ao se tornou urn compromisso de que os estudantes 
aprendam o uso adequado dos modelos - entendam seus 
pressupostos e conhec,:am suas limitac,:oes bern como seus 
usos positivos. For que isso e importante? Porque nao vive­
mos em urn mundo que possa usar "modelo de tamanho 
unico". Para en tender melhor o mundo atraves da econo­
mia, os estudantes precisam aprender a levar em conta os 
tipos de "da-la, toma-ca", ou trade-offs, e as ambiguidades 
0 
enfrentadas pelos economistas e formuladores de politicas 
quando aplicam seus modelos aos problemas do mundo 
real. Esperamos que esta abordagem transforme os estu­
dantes em participantes mais perspicazes e efetivos de nos­
sa vida comum econ6mica, social e politica. 
Aqueles familiarizados com meu trabalho academico 
provavelmente conhecem essa perspectiva. Ali eu tenho 
tentado colocar o foco no problema a ser resolvido e evitar 
tecnicas desnecessarias. Tento simplificar. E tenho tenta­
do escolher t6picos com implicac,:oes no mundo real. 
Escrever para urn amplo publico nao tecnico apenas re­
forc,:ou e expandiu essa tendencia. Eu tinha de partir do 
pressuposto de que os leitores no infcio nao tern motivo 
para ter interesse no tema sobre o qual estou escrevendo­
e minha responsabilidade mostrar por que eles deveriam 
se interessar. Assim, o inicio de cada capitulo esta escrito 
de acordo como lema: "Se voce ainda nao os fisgou quan­
do chegar na terceira frase,voce os perdeu." Tambem 
aprendi que o maximo que voce pode assumir ao escrever 
para leigos e conhecimento aritmetico elementar- soma e 
subtrac,:ao -, mas nao mais que isso. Conceitos precisam 
ser totalmente explicados; provaveis confus6es tern de ser 
previstas e afastadas. E acima de tudo e preciso born senso 
ao escolher o conteudo e o ritmo do texto - nao afogue 
seu leitor. 
DE ROBIN 
C
omo Paul, eu gostaria de escreve: urn livro que atrafsse 
estudantes sem sacnhcar mdev1damente a obrigac;ao 
de ensinar economia bern. Cheguei a uma perspectiva 
semelhante sobre como deveria ser escrito este livro, 
mas por outro caminho. Ela vern da minha experiencia de 
ensinar economia varios anos em uma faculdade de admi-
PREFACIO 
nistrac;;ao de empresas. Tendo alunos tipicamente impa­
cientes com abstrac;;oes e, em geral, insatisfeitos por serem 
obrigados a ter aulas de economia (e que muitas vezes se 
vingam na hora de avaliar o professor), aprendi o quanto e 
i.mportante atrair o estudante para o tema. Dando aula com 
estudos de caso, descobri que os conceitos s6 sao de fato 
aprendidos quando os estudantes conseguem aplici-los. E 
uma das lic;;oes mais importantes que aprendi e que nao se 
deve ser paternalista. Nos- os economistas- muitas vezes 
supomos que as pessoas nao familiarizadas com pensa­
mento conceitual nao sao espertas e capazes. Ao ensinar 
numa faculdade de administrac;;ao de empresas, aprendi 
que nao e assim. A maioria dos meus estudantes era gente 
inteligente e capaz, e muitos tinham arcado com grandes 
responsabilidades em suas vidas profissionais. Embora 
bons em resolver problemas pniticos, nao eram treinados 
em pensar conceitualmente. Precisei reconhecer a capaci­
clade pra.tica que tinham e ao mesmo tempo mostrar-lhes a 
imponancia da capacitac;;ao conceitual que eles nao ti­
nham. Embora eu tenha depois retornado a um departa­
mento de economia, guardei aslic;;oes de como ensinar eco­
nomia em uma faculdade de administrac;;ao de empresas e 
creio que elas foram um ingrediente crucial ao escrever 
este livro-texto. 
VANTAGENS OESTE LIVRO 
A.pcsar de nossas belas palavras. por que um professor de­
veria usar nosso texto' Acreclitamos que nosso livro e dife­
rente em varios aspectos que tornarao um curso de intro­
cluc;;ao a economia mais facil e de maior sucesso, pelos mo­
tivos scguintcs: 
Capitulos intuitivos atraves de exemplos reais. Em 
cada capitulo, usamos exemplos do mundo real, hist6-
rias, aplicac;;oes e estudos de caso para ensinar conceitos 
c motivar o aprenclizado. Acreditamos que a melhor ma­
m~ira de introduzir e consolidar conceitos e usar exem­
plos reais: os cstudantes se relacionam mais facilmente 
com eles. 
Componentes pedag6gicos que reforc;;am o aprendiza­
do. Elaboramos um con junto de elementos para facilitar 
o trabalho do estudante. Descrevemos esses componen­
tes na sec;;ao seguinte "Instrumentos para aprender". 
Capitulos escritos para serem acessiveis e divertidos. 
Usamos um estilo fluido e facil que torna os conceitos 
acessiveis. E tentamos sempre que possivel usar exem­
plos que importam diretamente aos estudantes; por 
exemplo, como decidir o curso a fazer, ou considerar 
por que decisoes de pohtica economica tem implicac;;oes 
importantes sobre como estara o mercado de trabalho 
quando eles se formarem. 
ELSEVIER 
Dados do mundo real ilustram os conceitos. Os exem­
plos com frequencia mostram dados do mundo real, de 
modo que os estudantes percebem como sao as cifras 
reais e como elas se relacionam com os modelos. 
Embora facil, o livro tambem prepara o aluno para os 
cursos subsequentes. Muitas vezes os professores se de­
frontam com alternativas pouco atraentes: urn livro­
texto que e "facil de ensinar", mas que deixa lacunas no 
conhecimento do aluno, ou um livro que e ''dificil de 
ensinar", mas prepara o estudante adequadamente para 
os cursos subsequentes. Trabalhamos para oferecer urn 
texto que da o melhor de ambos os mundos. 
0 livro permite uso flexivel mas conceitualmente es­
truturado dos capitulos. Reconhecemos que os profes­
sores do curso de microeconomia podem preferir usar 
nossos capitulos de micro em uma sequencia diferente 
da que esta no livro. Os Capitulos l a 22 foram escritos 
tendo isso em mente- os instrutores podem usa-los em 
qualquer ordem. 
Reconhecemos tambem que os professores de macroe­
conomia terao preferencias diversas quanto aos t6picos a 
enfatizar e quanto ao grau de detalhamento dos instrumen­
tos de analise. Por esse motivo, nossos capitulos de macro 
sao flexiveis, permitindo preparar um curso que atenda as 
necessidades dos professores. 
INSTRUMENTOS PARA 0 APRENDIZADO 
Estruturamos cada capitulo em um conjunto comum de 
componentes. Esses componentes pretendem ajudar o es­
tudante e, ao mesmo tempo, mante-lo ligado. 
"0 que voce aprendera neste capitulo" 
Para orientar o lei tor, a primeira pagina de cada capitulo da 
uma previa dos seus conteudos. em formato de uma lista 
facil de rever, alertando para os conceitos criticos e deta­
lhando os objetivos do capitulo. 
Historia introdutoria 
Ao contrario de outros livros que comec;;am cada capitulo 
descrevendo aspectos de analise economica, adotamos 
uma abordagem nova: cada capitulo comec;;a com uma his­
t6ria marcante que muitas vezes continua por todo o capi­
tulo. Escolhemos as hist6rias para conseguir duas coisas: 
ilustrar conceitos importantes no capitulo e encorajar o es­
tudante a continuar a leitura para saber mais. 
Como dissemos, nosso principal objetivo e formar in­
tuic;;ao com exemplos realistas. Como cada capitulo e intro­
duzido com uma hist6ria do mundo real, os estudantes se 
ELSEVIER 
relacionarao mais facilmente como material. Por exemplo, 
o Capitulo 3 ensina oferta e demanda no contexto de urn 
mercado de entradas vendidas por cambistas para urn even­
to esportivo. Introduzimos o Capitulo 24, sabre dados ma­
croecon6micos, com a hist6ria de como uma estimativa 
exata do crescimento do PIE real acalmou funciom\rios 
nervosos em Portugal e ajudou o pais na transic;ao da dita­
dura para a democracia 
Estudos de caso de "Economia em a~ao" 
Alem de introduzir os capitulos com hist6rias interessan­
tes, concluimos praticamente todas as principais sec;oes 
com mais exemplos: urn estudo de caso do mundo real de­
nominado "Economia em ac;ao". Este componente da uma 
aplicac;ao breve, porem marcante, do principal conceito 
que acaba de ser tratado na sec;ao. Os estudantes tern a 
vantagem imediata de poder aplicar os conceitos sobre os 
quais acabaram de ler. Por exemplo, no Capitulo 6 usamos 
o caso do eBay, o leilao eletronico, para comunicar o con­
ceito de eficiencia. Nossa discussao de questoes fiscais de 
Iongo prazo (Capitulo 29, "Politica Fiscal"), que inclui a 
questao da solvencia, e seguida de urn relata da moratoria 
Argentina. 
Revisao de final de se~ao: "Breve revisao" 
e perguntas em "Teste seu entendimento" 
A economia tern muito jargao e conceitos abstratos que po­
dem assoberbar o estudante no inicio. Assim, oferecemos 
uma "Breve revisao", sumarios curtos de conceitos no fim 
de cada uma das principais sec;oes. Esta revisao ajuda o es­
tudante a entender o que ele acabou de ler. 
0 item "Teste seu entendimento'' que aparece junto 
com cada "Breve reYisao" consiste em urn conjunto de 
questoes para revisao: soluc;oes a essas questoes aparecem 
no final do livro. Essas questoes e soluc;oes permitem ao es­
tudante testar imediatamente a compreensao da sec;ao que 
foi !ida. Se nao acertam as questoes, e sinal de que deYem 
voltar atras e ler de novo. 
Os casos de "Economia em ac;ao", seguidas da "Breve re­
visao" e de "Teste seu entendimento" constituem nosso 
conjunto pedag6gico exclusivo, que induz o estudante, ao 
fim de cada sec;ao, a aplicar o que aprendeu (via "Economia 
em ac;ao") e reve-lo (via "Breve revisao" e "Teste seu enten­
dimento"). Nossa esperanc;a e que cada estudante tera mais 
exito se usar este conjuntocuidadosamente construido de 
apoio pedag6gico. 
Boxes "Para mentes curiosas" 
Em apoio ao nosso objetivo de ajudar o estudante a formar 
intuic;ao com exemplos do mundo real, quase todos os capi-
PRE FACIO 
tulos con tern urn ou mais boxes "Para mentes curiosas", em 
que os conceitos sao aplicados a eventos reais de modo ines­
perado e as vezes surpreendente, gerando uma sensac;ao do 
poder e da abrangencia da economia. Esses boxes ajudam a 
transmitir ao estudante a ideia de que a economia pode ser 
divertida, mesmo sendo rotulada de "ciencia lugubre". 
No boxe do Capitulo 10, por exemplo, os estudantes 
aprendem que os prec;os em uma linha do orc;amento tern a 
mesma func;ao que os pontos atribuidos a cada alimento 
nas tabelas de dieta de controle de peso. No Capitulo 30, 
assinalamos o fa to curioso de que ha $ 2.500 de moeda em 
circulac;ao por cada pessoa - homem, mulher ou crianc;a -
nos Estados Unidos (quantas pessoas voce conhece que an­
dam com 2.500 d6lares na carteira?). Explicamos entao 
como a moeda nos caixas e na mao de estrangeiros solucio­
na o misterio. 
Boxes para "Armadilhas" 
Certos conceitos levam a mal-entendidos quando o estudan­
te esta iniciando. Alertamos para esses erros nos boxes de 
"Armadilhas", onde os mal-entendidos mais comuns sao ex­
plicitados e corrigidos. Por exemplo, a diferenc:a entre custo 
total crescente e custo marginal crescente e o complicado 
neg6cio de como interpretar uma taxa de cambio. 
Graficos simples 
En tender urn grafico e muitas vezes urn dos maiores obsta­
culos para principiantes. Para ajudar a aliviar o problema, 
este livro foi desenhado para que as figuras sejam grandes, 
claras e faceis de acompanhar. A refcrencia a cada figura foi 
escrita para complernentar a discussao do texto sobre a fi­
gura e para ajudar os estudantes a entender melhor o que 
estao vendo. 
Trabalharnos para simplificar os graficos. Por exernplos, 
para ajudar estudantes a caminhar por urn dos terrenos mais 
arduos- a distinc;ao entre deslocamentos da curva e movi­
mento ao Iongo da curva- incentivamos os estudantes aver 
esta diferenc;a usando dois tipos de flecha: uma flecha para 
deslocamento ( ) e o que chamamos de flecha de 
"movimento ao Iongo", varias flechinhas ( ). 
Essas flechas podem ser vistas nas Figuras 3-12 e 3-13. 
A instruc:ao dos estudantes no uso de graficos e ampliada 
pelo nosso uso de dados do mundo real (em particular nos 
capitulos de macroeconomia), apresentados com frequencia 
em tabelas que podem ser diretamente comparadas com os 
graficos analiticos. Por exemplo, a curva de oferta agregada 
pode parecer um conceito muito abstrato, mas no Capitulo 
27, "Oferta agregada e demanda agregada", fazemos com 
que seja menos abstrato ilustrando o conceito com o com­
portamento efetivo do produto agregado e do nivel de pre­
c;os agregado nos anos 30 (ver Figura 27-6). 
PREFACIO 
Apendice sobre graficos Para estudantes que preci­
sam de uma explica<;ao de como graficos sao construidos, 
interpretados e usados em economia, incluimos urn apen­
dice detalhado sobre isso depois do Capitulo 2. Esse apen­
dice e mais abrangente que a maioria porque sabemos que 
alguns estudantes precisam dessa base e nao queriamos ser 
superficiais. Esperamos que este apendice amplo de me­
lhor preparo aos estudantes para usar e interpretar os grafi­
cos deste livro e depois os do mundo real (nos jornais, re­
vistas etc.). 
"Urn olhar adiante" 
0 texto de cada capitulo termina com "Urn olhar adiante", 
uma exposi<;ao muito breve do que vira nos capitulos sub­
sequentes. Tal sessao de conclusao fornece ao estudante 
urn senso de continuidade entre os capftulos. 
Revisao de fim de capitulo 
Alem da "Breve Revisao" ao fim de cada sessao principal do 
livro, cada capitulo termina com urn Sumario completo, 
porem, curto dos termos e conceitos-chave. Ademais, ha 
uma lista de palavras-chave, com suas respectivas paginas, 
no fim de cada capitulo. 
Para cada capitulo, ha urn conjunto amplo de Proble­
mas que testam a intui<;ao e a capacidade de calcular varia­
veis importantes. Tivemos muito cuidado na formula<;ao 
desses problemas. Garantimos aos professores que eles sao 
urn verdadeiro teste do aprendizado dos estudantes. 
Dados macroeconomicos 
Para complementar o uso de dados do mundo real que faze­
mos nos capitulos, ao ilustrar conceitos macroecon6micos, 
acrescentamos uma ampla sele<;ao de dados macroecon6mi­
cos no fim do livro. Essa serie de dados inclui as variaveis 
macroecon6micas mais importantes dos Estados Unidos. 
Alguns anos do passado mais remoto ilustram o comporta­
mento da economia durante a Grande Depressao e no boom 
posterior a Segunda Guerra. A serie inclui todos OS anos de 
1970 a 2004 para cobertura completa dos anos recentes. 
A ORGANIZA~AO OESTE LIVRO E COMO 
usA~Lo .. 
Este livro e organizado em uma serie de blocos, em que o 
material conceitual aprendido em uma etapa serve de base 
e e integrado ao material conceitual tratado na etapa se­
guinte. Os capitulos se distribuem em 16 blocos. A seguir, 
repassamos esses blocos, dando uma ligeira ideia de cada 
uma dessas partes e seus capitulos e, em seguida, apresen-
ELSEVIER 
tamos as maneiras como cada professor pode ajustar esse 
livro as suas pr6prias necessidades. 
Parte 1: 0 que e economia? 
Na lntroduc;;ao "Os neg6cios comuns da vida", os estu­
dantes se iniciam no estudo da economia no contexto de 
urn passeio pelo shopping em qualquer domingo nos Esta­
dos Unidos. Ali se da a defini<;ao basica de termos como 
economia, mao invisivel e estrutura de mercado. Alem disso, 
da uma visao geral da economia, explicando a diferen<;a en­
tre microeconomia e macroeconomia. 
No Capitulo 1, "Principios basicos" se apresentam e se 
explicam nove principios: quatro principios da escolha in­
dividual, cobrindo conceitos como custo de oportunidade, 
analise marginal e incentivos; e cinco principios da intera­
<;ao entre individuos, cobrindo conceitos como ganho do 
comercio, eficiencia de mercado e falha de mercado. Em 
capitulos posteriores, formamos a intui<;ao com frequentes 
referencias a esses principios na explica<;ao de modelos es­
pecificos. Os estudantes aprendem que esses nove princi­
pios formam uma base conceitual consistente para toda a 
analise econ6mica. 
0 Capitulo 2, "Modelos Econ6micos: Trade-offs e co­
mercio", mostra aos estudantes como pensar como econo­
mista usando tres modelos- fronteira das possibilidades de 
produ<;ao, vantagem comparativa e comercio, eo diagrama 
do fluxo circular- para analisar o mundo ao seu redor. Da 
aos estudantes uma primeira introdu<;ao a ganhos do comer­
cia e compara<;6es internacionais. 0 Apendice do Capitulo 
2 contem uma revisao abrangente de matematica e graficos. 
Parte 2: Oferta e demanda 
Nessa parte, damos os instrumentos analiticos basicos, que 
os estudantes precisam para entender como funcionam os 
mercado, instrumentos que sao comuns a microeconomia 
e a macroeconomia. 
0 Capitulo 3, "Oferta e demanda", cobre o material 
usual de forma inovadora: oferta e demanda, equilibria de 
mercado, assim como excedente e escassez, sao todos ilus­
trados com urn exemplo do mercado de entradas vendidas 
por cambistas para urn evento esportivo. Observa-se como 
a oferta e a procura das entradas dos cambistas muda em 
resposta ao anuncio de que urn jogador muito famoso vai 
se aposentar. 
0 Capitulo 4, "0 mercado bate de volta", cobre varios 
tipos de interven<;6es no mercado e suas consequencias: 
controles de pre<;o e quantidade, ineficiencia e perdas de 
tipo "peso morto". Por meio de exemplos tangiveis, tais 
como o controle de alugueis e as licen<;as para taxis em 
Nova York, os estudantes podem ver como os custos de 
controlar mercados de fato existem. 
-----· 
.. ,.. 
ELSEVIER 
No Capitulo 5, "Elasticidade", as a<;:oes da OPEP e suas 
consequencias para o mercado mundial de petr6leo sao 
nosso exemplo real para discutir elasticidade pre<;:o da de­manda. Neste capitulo, introduzimos varias medidas de 
elasticidade e mostramos como elasticidades sao usadas 
para avaliar a incidencia de urn impasto seletivo, sobre o 
consumo de urn bern especifico. 
Parte 3: Individuos e mercados 
No Capitulo 6, "Excedente do consumidor e do produ­
tor", o estudante aprende, atraves de exemplos como o de 
urn mercado de livros usados e eBay, como os mercados 
aumentam o bem-estar. Apesar da enfase nos conceitos de 
eficiencia de mercado e do chamado peso morto de urn im­
pasto, tambem examinamos preliminarmente falhas de 
mercado. 
0 Capitulo 7, "Tomando decisoes" e especial. Microeco­
nomia e fundamentalmente a ciencia de como tomar deci­
soes. Por conseguinte, para enfatizar como decisoes devem 
ser tomadas e para distinguir entre 0 que e e 0 que nao e 
uma decisao marginal, incluimos toda uma se<;:ao sobre de­
cisoes "ou-ou entao" versus decisoes sobre "quanto"- uma 
distin<;:ao especialmente util nos ultimos capitulos, onde 
comparamos a decisao de uma firma sobre quantidade do 
produto com sua decisao de entrada!saida no mercado. No 
Capitulo 7 tambem retomamos o conceito de custo de 
oportunidade; damos urn tratamento detalhado a analise 
marginal; explicamos o conceito de gasto a fundo perdido; 
e para professores que queiram ensina-lo, cobrimos valor 
presente descontado. Uma cobertura completa de gasto a 
fundo perdido, neste momenta, ajuda mais tarde a compre­
ender a irrelevancia do custo fixo para as decisoes de curto 
prazo da firma a respeito do seu produto. Acreditamos que 
este capitulo ajuda o ensino porque ajuda o desenvolvi­
mento de uma intui<;:ao mais profunda sobre as bases con­
ceituais comuns aos modelos microeconomicos. 
0 que vern a seguir: ernpresa ou consurnidor? Tal­
vez voces tenham notado que colocamos os capitulos sobre 
prodw:;ao antes daqueles sobre consumo. Por que? Porque 
consideramos que tratar dos produtores depois do Capitu­
lo 7 "Tomando decisoes" e uma progressao de conceitos 
mais natural que a de tratar dos consumidores. Como os 
estudantes acabaram de ver custo de oportunidade, lucro 
econ6mico como diferente de lucro contabil, beneficia 
marginal e custo marginal, e gasto a fundo perdido, acha­
mos que o exame das curvas de custo da firma, das suas de­
cisoes de produ<;:ao e de entrada!saida, e o passo seguinte 
mais facil. 
Reconhecemos que havera ceticismo de alguns profes­
sores a respeito dessa abordagem. ja ouvimos muito pro­
fessor dizer que o consumo deve ser estudado antes da pro-
PRE FACIO 
du<;:ao porque o estudante facilmente se percebe como con­
sumidor, mas nao como dono de uma firma. Mas espera­
mos mudar este ponto de vista, porque o que queremos nao 
e que o estudante se pense como consumidor, mas pense 
como urn consumidor racional- urn consumidor que ma­
ximiza utilidade sujeito a recursos escassos. E acreditamos 
que e mais facil para o estudante entender maximiza<;:ao da 
utilidade (sendo utilidade urn conceito vago) depois de en­
tender maximiza<;:ao do lucro. 
Mesmo assim insistimos que, caso o professor assim 
deseje, e facil seguir a ordem tradicional de capitulos -
com o consumidor antes da firma. Escrevemos os capitu­
los de tal modo que nao ha perda se o professor, depois do 
Capitulo 7, passar ao Capitulo 10, "0 consumidor racio­
nal", e ao Capitulo 11 "Preferencias do consumidor e es­
colha do consumidor" (capitulo opcional). 
Parte 4: 0 produtor 
No Capitulo 8, "Por tras da curva de oferta: insumos e 
custos", desenvolvemos a fun<;:ao de produ<;:ao e as varias 
medidas de custo da firma. Ha uma extensa discussao da 
diferen<;:a entre custo medio e marginal, ilustrada, por 
exemplo, com a media das notas dos estudantes. 0 Capi­
tulo 9, "Competi<;:ao perfeita e curva de oferta", explica a 
decisao de produ<;:ao de uma firma perfeitamente compe­
titiva, sua decisao de entrada/saida, a curva de oferta da 
industria e o equilibria em urn mercado perfeitamente 
competitivo. Aproveitamos exemplos dos genericos na 
industria farmaceutica e da crise de energia da California 
em 2000-2001 para contrastar o comportamento de oligo­
p6lios e monop6lios. 
Parte 5: 0 consumidor 
0 Capitulo 10, "0 consumidor racional", oferece urn tra­
tamento completo do comportamento do consumidor para 
professores que nao quiserem tratar de curvas de indiferen­
<;:a. Ha uma exposi<;:ao simples e intuitiva da linha do or<;:a­
mento, da escolha de consumo 6timo, da utilidade margi­
nal decrescente, dos efeitos renda e substitui<;:ao e de sua 
rela<;:ao com a demanda de mercado. Os estudantes apren­
dem, por exemplo, que construir uma linha de or<;:amento 
usando pre<;:os e parecido com o plano de dietas para ema­
grecer usando o sistema de pontos. 0 Capitulo 11, "Prefe­
rencias do consumidor e escolha do consumidor" tern 
abordagem mais detalhada, para os que quiserem cobrir 
curvas de indiferen<;:a. Contem uma analise da escolha de 
consumo 6timo, usando a taxa marginal de substitui<;:ao 
bern como o efeito renda e o efeito substitui<;:ao. 
0 que vern a seguir: Mercados e efidenda, ou es­
trutura de rnercado? Muitos professores possivelmen-
i 
I----
PREFACIO 
te consideram opcionais os proximos dais capitulos - Ca­
pitulo 12, "Mercados de fat ores e distribui<;:ao de renda", e 
Capitulo l3 "Eficiencia e equidade". Para quem quiser pu­
lar esses capitulos, a proxima area tematica sera estrutura 
de mercado alem da competi<;:ao perfeita: monopolio, oli­
gopolio e competi<;:ao monopolistica. Os Capitulos 12 e l3 
tendem a ser usados pelos que querem uma abordagem 
mais profunda de microeconomia e pelos que querem su­
blinhar mercado de trabalho, bem-estar e politicas publi­
cas. Quem preferir a sequencia tradicional devem ir da Par­
te 5 ("0 consumidor") para a Parte 4 ("0 produtor") e dai 
para a Parte 7 ("Estrutura de mercado: alem da competi<;:ao 
perfeita "), deixando de lado Parte 6 ("Mercados e eficien­
cia"). Esta e uma boa op<;:ao para os que desejam contrastar 
a diferen<;:a entre a decisao da firma sobre produto em com­
peti<;:ao perfeita e a decisao do monopolista. Quem quiser 
usar a seqt\encia dos capitulos como esta aqui- "0 Produ­
tor". depois "0 consumidor" seguido de "Estrutura de 
Mercado: Alem da competi<;:ao perfeita"- conseguira fazer 
uma concxao mais firme entre comportamento do consu­
midor, prc<;:os de monopolio, discrimina<;:ao de pre<;:os, di­
ferencia<;:ao de produtos e competi<;:ao monopolistica. Escre­
vemos os capitulos de modo que qualquer das sequencias 
fnncione bem. 
Parte 6: Mercados e eficiencia 
0 Capitulo 12. "Mercados de fatores e distribui<;:ao de 
renda". trata do modelo de mercado de fatores competi­
tiYn c da distrihui<;:ao de rcnda por fator. Ademais. discu­
tc o nwclflo do salario-diciencia do mcrcadu de trabalho 
c lambent a inOuencia da cduca<,:zw. da di"crimina<;:ao e 
do mcrcaclu de podcr. Esperamos que aprescntc uma \'i .. 
s<1o halanccada das \ antagcns c das li mita<;:ocs do modelo 
compctitin' dos mcrcados de trabalho c que levc a uma 
mclhor aprccia<,:<'io das qucstoes de eficienci<l e cqtiidade 
discutidas no capitulo subscqticntc. Para os profcssores 
que cohriram as curvas de indiferen~·a no Capitulo ll, o 
Apendice do Capitulo 12 examina detalhadamente o 
1 radc-off entre trabalho c ociosidade e a cur\' a de oferta 
de trabalho com dobra para tnis. 
No Capitulo 13, ·'Eficiencia e equidade", depois de re­
capitular eficiencia em um t\nico mercado. comparamos 
isso como que significa ter diciencia em uma economia de 
mercado em seu conjunto. Por que distinguir entre equili­
bria parcial e equilibria geral em um curso para iniciantes? 
Isso da aos estudantes melhor compreensao dos objetivos 
muitas vezes conflitantes da eficiencia e da equidade- algo 
que nao da para explorar direito em uma situa<;:ao de equili­
brio parcial. Como exemplo do mundo real, discutimos a 
reunifica<;:ao da Alemanha, em termos dos trade-offs com 
que se defrontaram os formuladoresde politica, que sacri-
ELSEVIER 
ficaram algumas medidas que favoreceriam a eficiencia a 
fim de reduzir as diferen<;:as de renda entre alemaes do leste 
e do oeste. 
Parte 7: Estrutura de mercado: alem 
da competi~ao perfeita 
0 Capitulo 14, "Monopolio'', e urn tratamento completo 
de monopolio, incluindo topicos como discrimina<;:ao de 
pre<;:os e os deitos de bem-estar de um monopolio. Da­
mos muitos exemplos marcantes, como os diamantes De 
Beers. a manipula<;:ao de pre<;:os pelas companhias eletri­
cas da California e a determina<;:ao dos pre<;:os de passa­
gens aereas. No Capitulo 15, "Oligopolio", apresenta­
mos a teo ria dos jogos elementar, tanto de uma unica j o­
gada. quanto a de multiplas jogadas, alem de um trata­
mento integrado do modelo da curva de demanda que­
brada. Os modelos sao aplicados a uma variedade de 
exemplos verdadeiros, tais como a de Archer Daniels 
Midland. um cartel europeu de Yitaminas, a OPEP, a 
guerra de pre<;:os das passagens aereas. No Capitulo 16, 
"Competi<;:ao monopolistica e diferencia<;:ao de produ­
to". os estudantes sao confrontados com um exemplo de 
competi<;:ao monopolistica: a pra<;:a de alimentos do 
shopping local. Passamos a entrada e saida. considera­
<;:•"ics de diciencia e propaganda na competi~.;ao monopo­
listica. 
0 que vern a seguir: Estendendo os Limites do 
mercado, ou Microeconomia e Politicas Publicas? 
A se<;:ao seguinte do livro "Estendendo os limites do merca­
clo'' csta dedicada a aplica<,:oes e extensoes do moclelo do 
mcrcado competitivo: Capitulo 17. "Comercio Internacio­
nal" e Capitulo lR. "Incerteza, risco, e informa<;:ao pri­
vilcgiada". Ambos estes capitulos sao inteiramente opcio­
nais. Os professorcs que prefcrem pular um ou ambos po­
dem passar a sc<;:ao subseqt\ente. "Microeconomia e politi­
cas pilblicas". 
Parte 8: Estendendo os Limites do mercado 
No Capitulo 2. apresentamos uma exposi<;:ao completa dos 
ganhos do comercio e da diferen<;:a entre vantagem compa­
rativa e absoluta, ilustrada por um exemplo internacio­
nal (comercio entre paises de salarios altos e paises de 
baixos salarios). 0 Capitulo 17 "Comercio internacio­
nal", apoia-se nesse material. Contem uma recapitula<;:ao 
da vantagem comparativa, verifica as fontes da vantagem 
comparativa, considera tarifas e cotas e explora a politica 
de prote<;:ao comercial. Levando em conta eventos corren­
tes, damos uma cobertura detalhada da controversia sobre 
importa<;oes provenientes de paises de baixos salarios. 
-----· 
I 
'I ,:f-
ELSEVIER 
A inclusao do Capitulo 18, "Incerteza, riscos e infor­
ma~ao privilegiada", em urn texto para principiantes, po­
deni causar surpresa. Uma rea~ao comum e "Mas esse ma­
terial nao e dificil demais para principiantes?" Cremos que 
com nossa abordagem a resposta e "nao" para muito mais 
estudantes do que se imagina. Nesse capitulo, explicamos 
atitudes quanto a risco, apoiados no conceito basico de uti­
lidade marginal decrescente. Isso nos permite analisar urn 
mercado competitivo simples de empresas seguradoras e e­
xaminar os beneficios e limites da diversifica~ao. Em segui­
da, fazemos uma apresenta<;ao facile intuitiva da informa­
<;ao privilegiada no contexto da sele~ao adversa e do risco 
moral (ou risco comportamental), com ilustra~oes tiradas 
de urn mercado em que ha risco de entrar numa fria (mer­
cado de carros usados) e de uma franquia. Os professores 
ficarao surpresos de ver como e facil ensinar com este ma­
terial e o quanto esclarecera os estudantes sobre a relevan­
cia da economia para o seu cotidiano. 
Parte 9: Microeconomia e politicas publicas 
0 Capitulo 19, "Externalidades", cobre externalidades 
negativas e soluc;:oes como as trocas privadas no sentido de 
Coase, impostos sobre contaminac;:ao e um sistema de li­
cenc;:as comercializaveis. Examinamos tambem externali­
clades positivas, clifusao tecnol6gica e os conseqiientes ar­
gumentos em favor de politicas industrials. 0 Capitulo 20, 
"Bens publicos e recursos comuns", impressiona de ime­
cliato com a hist6ria de como "0 grande fedor de 1858" 
obrigou Londres a construir urn sistema de esgotos publi­
co. Os estudantes aprendem a classificar os bens em quatro 
categorias (bens privados, recursos comuns, bens ptlblicos 
e bens artificialmente escassos) com base em duas dimen­
soes: a capacidade de serem excludentes e de serem rivais 
no consumo. 
0 Capitulo 21, "lmpostos, previdencia social e distri­
bui~ao de renda", come<;a examinando a carga tributaria e 
considerac,;oes sobre eqiiiclade versus eficiencia. Em segui­
da, examina a estrutura de impostos, a atual politica tribu­
taria eo gasto publico nos Estados Uniclos. Dai passa a uma 
investigac,:ao das origens cia pobreza e suas implicac;:oes 
para politicas tributarias e de transferencias. Com esse ca­
pitulo, os estudantes podem ver as clificuldades com que se 
defrontam formuladores de politica quando tratam das 
questoes de eficiencia economica e bem-estar. 
Parte 10: Novas rumos para os mercados 
Esta se<;ao contem um capitulo, Capitulo 22 ,"Tecnologia, 
bens de informa~ao e externalidades de rede". Come<;an­
do pelo exemplo de trocar arquivos de musica pela Inter­
net, este capitulo introduz o conceito de bens de informa­
<;ao e externalidades de rede e analisa o problema que isso 
PRE FACIO 
causa para uma forma<;ao de pre<;os eficiente. Discutimos 
as implicac;:oes para o estabelecimento de padroes e as am­
biguidades que as externalidades de rede apresentam a po­
litica regulat6ria. Os estudantes verao como a questao se 
aplica ao seu cotidiano via exemplos como Kazaa, Compu­
tadores Apple e Microsoft. 
0 ensino da macroeconomia: primeiro o curta 
prazo ou o Longo prazo? Na hist6ria da teoria macro­
economica, questoes de curto prazo e questoes de longo 
prazo concorrem pela prioridade. 0 foco no longo prazo 
dos economistas classicos cedeu lugar ao curto prazo da 
economia keynesiana, depois o pendulo se moveu de volta 
para o longo prazo e ultimamente parece que esta voltando 
para 0 Curto prazo. Essa batalha pela prioridade e reprodu­
zida cada vez que urn professor tern de decidir como ensi­
nar o assunto. Ha duas questoes que provocam indecisao. 
Primeiro, o crescimento economico de longo prazo cleve 
ser abordado logo, ou somente depois de discutir o ciclo e­
con6mico? Segundo, a analise do nivel de prec,;os classica. 
de pleno emprego, deve vir antes ou depois cia analise do 
ciclo econ6mico 7 
N6s tratamos o crescimento de longo prazo logo (Parte 
12, Capitulos 25 e 26) porque achamos que uma discussao 
antecipada do crescimento de longo prazo do PIB real aju­
da os estudantes a compreencler por que o ciclo econ6mico 
envolve flutuac;:oes em torno de uma tendencia para cima. 
Contudo, estruturamos a subsequente analise de curto pra­
zo (Parte 13. Capitulos 27-31) de modo a permitir uma re­
versao dessa ordem, adiando-se o capitulo sobre o longo 
prazo (Capitulo 25) para mais tarde no curso. Contudo. 
somos mais inflexiveis quanto a segunda pergunta. Acredi­
tamos que a abordagem fundamental deste livro - ligar a 
macroeconomia com preocupac;:oes do mundo real - re­
qucr que a cliscussao dos efeitos de curto prazo de choques 
de demanda e de oferta venha antes da discussao do mode­
lo classico. 
Embora alguns livros de macroeconomia tratem do mo­
clelo classico primeiro. e alguns ate rnesmo dediquem mais 
espa<;:O a analise de longo prazo que a de CUrtO prazo, n6s 
acreditamos - baseados em nossa experiencia didatica -
que esta formula faz iniciantes perderem interesse. Afinal 
de contas, vivemos em tempos de politica fiscal e moneta­
ria ativista. Estudantes provavelmente leem reportagens 
sobre a tentativa de o Banco Central estabilizar a economia 
ou sobre debates a respeito do impacto do corte de impos­
tos sobre a cria<;ao de emprego. Se o estudante come<;a seu 
estudo de macroeconomia com modelos em que a politica 
monetaria nao afeta o produto agregado, ele vai ficar coma 
impressao de que o que esta aprendendo na sala de aulas e 
irrelevante no mundo real. Neste livro, explicamos logo 
por que choques de demanda nao tern efeito sobre o produ­
to no longo prazo, mas nao enfatizamos a neutralidade de 
XVI PREFACIO 
longo prazo da moeda sem antes descrever como funciona 
a politica monetaria e fiscal no curto prazo. 
Acreditamos tambem que OS estudantes poderiam nao 
perceber que a macroeconomia e relevante se come~assemos 
o livro com urn modelo que e mais usado para explicar infla­
~ao. Vivemos em urn mundo em que a infla~ao alta que se 
sustenta por muito tempo virou uma memoria distante nos 
pafses ricos- e ate mesmo em muitos pafses em desenvolvi­
mento. A grande maioria dos jovens que usara este livro ainda 
nao tinha nascido da ultima vez que a taxa basica de infla~ao 
nos Estados Unidos passou dos 6%. Ao contrario, estao vivos 
em nossa memoria choques de demanda e de oferta de curto 
prazo, como a recessao de 2001 e a subseqiiente recupera~ao 
sem empregos, ou o salto nos pre~os de energia de 2003 a 
2005. Acreditamos que urn livro que busca mostrar aos estu­
dantes que a economia se aplica ao mundo real precisa enfati­
zar logo no inicio, e nao mais tarde, como modelos macroeco­
nomicos ajudam a entender aqueles eventos. 
Cremos que a hesita~ao de alguns livros-texto em abor­
dar o curto prazo decorre em parte da relutancia em entrar 
numa area marcada por debates aguerridos nos anos 70 e 
80. Mas a ferocidade desses debates, tal como a infla<;ao de 
dois dfgitos, e coisa do passado. Sim, ainda ha serias dispu­
tas sobre teoria e politica macroeconomica. Mas, como ex­
plicamos no Capitulo 34 "A constru~ao da macroeconomia 
moderna", tambem ha muito mais consenso do que no pas­
sado. 0 estudante estara mais bern servido com urn livro 
que enfatiza as questoes macroeconomicas que importam 
mais no debate publico do que com urn que da menos im­
portancia a essas questoes por medo do contencioso. Por 
isso e que decidimos oferecer de inicio uma discussao am­
pla dos efeitos de curto prazo de choques de demanda e de 
oferta, bern como do papel da politica fiscal e monetaria em 
resposta a tais choques. 
Finalmente, uma ultima questao se refere a ordem em 
que se deve ensinar o curto prazo. Alguns professores pre­
ferem come~ar pela tradicional discussao keynesiana dos 
determinantes do gasto agregado. Outros preferem situar 
tal discussao depois de uma introdu~ao da oferta agregada 
e da demanda agregada. E urn terceiro grupo prefere deixar 
inteiramente de lado essa analise. Fizemos uso de uma ino­
va~ao estrutural para que todas as tres abordagens funcio­
nem, incluindo uma discussao intuitiva do multiplicador 
no Capitulo 2 7, "Oferta agregada e demanda agregada", se­
guido de uma discussao algebrica mais detalhada no Capi­
tulo 28, "Renda e despesa". Quem seguir a ordem dos capi­
tulos, dando o Capitulo 28 depois do Capitulo 27, pode 
tratar o famoso diagrama de 45 graus e a algebra correspon­
dente como uma discussao mais aprofundada do principia 
do multiplicador, que os estudantes ja terao aprendido. 
Quem escolher ensinar o Capitulo 28 primeiro, pode tratar 
o Capitulo 27 como refor~o da analise grafica e algebrica. E 
quem quiser pular o Capitulo 28 vera que a discussao 
ELSEVIER 
intuitiva do multiplicador no Capitulo 27 e suficiente para 
a analise das politicas fiscal e monetaria. 
Parte 11 lntrodu~ao a Macroeconomia 
0 Capitulo 23, "Macroeconomia: o quadro geral", intro­
duz as ideias mais gerais da macroeconomia. Come~ando 
com urn exemplo que interessa de perto os estudantes -
como o ciclo economico afeta suas perspectivas de empre­
go -, este capitulo reve brevemente recessoes e expansoes, 
emprego e desemprego, crescimento de longo prazo, infla­
~ao versus defla~ao e a economia aberta. 
0 Capitulo 24, "Monitorando a macroeconomia", ex­
plica como se calculam as cifras macroeconomicas e por 
que. Abrimos com urn exemplo real de como uma estimati­
va do PIB real salvou urn pais de erros de politica e passa­
mos a no~oes elementares de contabilidade nacional, esta­
tisticas de desemprego e indices de pre~os. 
Crescimento de Longo prazo. Come~amos a discus­
sao de modelos macroeconomicos com o crescimento de 
longo prazo. Achamos que os estudantes entenderao me­
lhor o significado de flutua~oes em torno de uma tendencia 
de longo prazo se entenderem primeiro de onde vern as 
tendencias de longo prazo. Mas os professores podem adiar 
o Capitulo 25 para mais tarde no curso, se preferirem. 
Parte 12 A economia no Longo prazo 
0 Capitulo 25, "Crescimento economico de longo pra­
zo", come~a com urn programa de televisao (uma especie 
de reality show da BBC sobre uma familia que passou 3 me­
ses vivendo como se estivesse em 1900), para mostrar o 
significado humano do crescimento economico. Quando 
passamos aos dados economicos, enfatizamos a perspecti­
va internacional. 0 crescimento economico e uma historia 
do mundo em seu conjunto, e nao meramente dos Estados 
Unidos. 0 capitulo usa a fun<;ao de produ<;ao agregada para 
analisar as fontes do crescimento economico e os motivos 
pelos quais alguns paises tern mais sucesso que outros. 
0 Capitulo 26, "Poupan~a, gastos de investimento e 
sistema financeiro", introduz o estudante aos mercados e 
institui~oes financeiras. Ele e agrupado com o Capitulo 25 
neste bloco porque ilumina o papel desses mercados e ins­
titui~oes no crescimento economico. Contudo, o Capitulo 
26 e tambem parte integrante da analise de CUrtO prazo, por 
dois motivos. Primeiro, por sua analise dos mercados de 
credito e da determina~ao da taxa de juros, que oferece ins­
trumentos uteis para entender politica monetaria, fluxos 
de capital internacional, e outros topicos tratados mais tar­
de. Segundo, por sua discussao das institui~oes financeiras, 
que serve de base para examinarmos mais tarde o papel dos 
bancos na cria~ao de moeda. 
------
.. ,.-
ELSEVIER 
0 curto prazo. A macroeconomia como se conhece 
hoje nasceu durante a Grande Depressao, eo esfon;o de en­
tender flutua<;6es de curto prazo e os efeitos das politicas 
fiscal e monetaria continua tao importante quanta antes. 
Dedicamos urn bloco grande de capitulos (Capitulos 27 a 
31) a flutua<;6es de curto prazo. Mas esses capitulos estao 
estruturados de modo a permitir ao professor escolher o ni­
vel de detalhe que preferir. Em particular, sabemos que al­
guns professores querem dar mais enfase a fun<;ao consu­
mo e ao multiplicador. Assim, damos uma explica<;ao in­
tuitiva do multiplicador no Capitulo 27, mas deixamos 
para o Capitulo 28 a discussao detalhada do comportamen­
to do consumidor e de como ele se relaciona com o diagra­
ma de 45 graus. 0 Capitulo 28 e opcional mas pode ser en­
sinado antes do 2 7 se o professor quiser. 
Existe tambem uma discussao permanente entre profes­
sores de economia sobre a conveniencia de substituir a 
apresenta<;ao tradicional da oferta e da demanda agregada, 
que trata as quantidades agregadas de bens e servi<;os de­
mandadas e ofertadas como fun<;ao do nivel de pre<;os, por 
uma estrutura que as trate como fun<;ao da taxa de inflar;cw. 
Neste esquema alternativo, a "curva de oferta agregada" e 
na verdade a curva de Phillips de curto prazo e a "curva de 
demanda agregada" e, na verdade, a representa<;ao dos efei­
tos da politica monetaria que pressiona contra a infla<;ao. 
Entendemos a atra<;ao dessa apresenta<;ao, que facilita a 
passagem para a discussao da infla<;ao. Mas acreditamos 
que esta abordagem obscurece a importante distin<;ao en­
tre comportamento do setor privado e os efeitos de rea<;6es 
a polfticas nesse comportamento. Alem disso, uma visao 
crucial da abordagem tradicional da oferta agregada e da 
demanda agregada e a de que a economia e capaz de secor­
rigir a si mesma no longo prazo. Por isso, introduzimos a 
macroeconomia de curto prazo com urn foco tradicional 
no nfvel de pre<;;os agregado e tratamos a infla<;;ao corrente 
como questao de "medio prazo", reservadapara a Parte 14. 
Parte 13: Flutua~oes economicas de curto 
prazo 
A parte 13 come<;;a com o Capitulo 2 7, "Oferta agregada e 
demanda agregada". A hist6ria introdut6ria desse capitulo 
e sobre a recessao de 1979-1982, que causou espanto aos 
americanos porque esteve combinada com infla<;ao. Isto 
leva a uma analise de como tanto choques de demanda 
quanta choques de oferta afetam a economia. Ao analisar 
choques de demanda, oferecemos uma explica<;ao intuitiva 
do multiplicador, usando a ideia de incrementos sucessi­
vos de gastos ap6s urn choque inicial para explicar de que 
forma a curva de demanda agregada se desloca. Ao analisar 
choques de oferta, enfatizamos choques positivos, tais 
como o salto de produtividade do fim da decada de 1990, 
PRE FACIO 
bern como choques negativos. 0 capitulo conclui com uma 
percep<;ao-chave de que choques de demanda somente afe­
tam o produto no curto prazo. 
0 Capitulo 28, "Renda e despesa", e opcional, para 
professores que queiram ensinar detalhadamente as ori­
gens de mudan<;;as na demanda agregada. Usamos exem­
plos de verdade para aprofundar os determinantes dos gas­
tos de consumo e de investimento, introduzindo o famoso 
diagrama de 45 graus e uma explica<;;ao pormenorizada da 
l6gica do multiplicador. Para quem quer uma apresenta<;ao 
algebrica do multiplicador, ha o Apendice do Capitulo 28. 
0 Capitulo 29, "Politica fiscal", come<;a nojapao, onde 
a politica fiscal discricionaria assumiu a forma de enormes 
projetos de obras publicas, as vezes de valor duvidoso. Isto 
leva a analise do papel da politica discricionaria no deslo­
camento da curva de demanda agregada, que usa a explica­
<;;ao intuitiva do multiplicador do Capitulo 27. Tambem co­
brimos estabilizadores automaticos- usando as afli<;6es do 
"pacta de estabilidade" europeu para ilustrar sua impor­
tancia- e quest6es de longo prazo de divida e solvencia. 0 
apendice do Capitulo 29 mostra como introduzir na anali­
se os impastos. Mostra com mais precisao como o tamanho 
do multiplicador depende da taxa de impastos, e da uma 
explica<;ao intuitiva, em termos de sucessivas rodadas de 
gastos, de como os impastos reduzem o multiplicador. 
A Parte 13 conclui com dois capitulos sobre politica mo­
netaria. 0 Capitulo 30, "Moeda, bancos e o banco cen­
tral", cobre o papel da moeda, a mane ira pela qual os ban­
cos criam moeda, e a estrutura e o papel do Fed, o banco 
central americana, e de outros bancos centrais. Usamos urn 
epis6dio da hist6ria dos Estados Unidos junto com a hist6-
ria do euro para ilustrar como a moeda e as institui<;6es 
monetarias evolufram. 
0 Capitulo 31, "Politica monetaria", cobre o papel da 
politica do banco central americana, o Fed, na determina­
<;ao da taxa de juros e da demanda agregada. Para os exem­
plos do mundo real, aproveitamos os dramaticos desenvol­
vimentos na politica monetaria desde 2000, que torna mais 
facil que nunca mostrar o que faz o Fed. Tambem noses­
for<;;amos por construir uma ponte entre o curto e o longo 
prazo. Por exemplo, explicamos como o Fed pode fixar a 
taxa de juros de curto prazo ainda que essa taxa reflita a 
oferta e a demanda de poupan<;a no longo prazo. 
0 medio prazo. Urn conjunto importante de quest6es 
em macroeconomia gira em torno de desemprego e infla­
<;ao: pode a politica fiscal e monetaria ser usada para redu­
zir desemprego? A tentativa de reduzir desemprego causa 
infla<;ao? Ha urn trade-off entre infla<;ao e desemprego? 
Essas quest6es caem na categoria das quest6es de "medio 
prazo", que se a plica a periodos suficientemente longos 
para que salarios e pre<;;os nao possam ser considerados 
como dados, mas que sao suficientemente curtos para que 
PREFACIO 
o crescimento da produtividade e da popula<;;ao nao che­
guem a dominar o desenrolar dos acontecimentos. 
Parte 14: 0 lado da oferta e o medio prazo 
0 Capitulo 32, "Mercado de trabalho, desemprego e in­
fla<;;ao", come<;;a com hist6rias de como pessoas de fato se 
movem entre emprego e desemprego. Isso explica por que 
ha sempre algum desemprego friccional e estrutural, ilus­
trado pelo problema da "euro-esclerose". Em seguida, pas­
sa a rela<;;ao entre desemprego e o hiato de produto. Con­
clui com a curva de Phillips, o papel das expectativas infla­
cionarias, e como isso se relaciona com a hip6tese da taxa 
natural. 
0 Capitulo 33, "Infla<;;ao, desinfla<;;ao e defla<;;ao", lida 
com as causas e conseqi\encias da infla<;;ao, bern como com 
as razoes dos severos custos que a desinflac.;ao causa em ter­
mos de produto perdido e desemprego. Uma sec;;ao espe­
cial, no fim, analisa os efeitos da deflac.;ao eo problema que 
urn ''limite zero" cria para a politica monetaria. Como ex­
plicamos, estas quest6es, congeladas por mais de meio se­
culo ap6s a Grande Depressao, reapareceram no japao nos 
anos 90 e tiveram grande impacto nas ideias sabre politica 
econ6mica. 
Se houver tempo. Reconhecemos que muitos profes­
sores vao achar que o tempo mal da para cobrir os capitulos 
essenciais ate o Capitulo 33, sobre inflac.;ao. Para os que 
tem mais tempo, contudo, as Partes 15 e 16 (e o Capitulo 
25 para quem optou por deixa-lo para mais tarde) ampliam 
ELSEVIER 
a analise. A Parte 15 contem uma breve hist6ria do pensa­
mento macroecon6mico. A Parte 16 leva a analise para a 
economia internacional. 
Parte 15: Eventos e ideias 
A macroeconomia sempre foi urn campo em fluxo, com no­
vas quest6es de politica surgindo constantemente e visoes 
tradicionais sendo questionadas. 0 Capitulo 34, "A cons­
tru<;;ao da macroeconomia moderna", faz uma revisao da 
hist6ria do pensamento macroecon6mico no contexto das 
preocupa<;;oes de politica cambiantes e dai passa a uma des­
cric;;ao do estado atual dos debates em macroeconomia (ha 
mais concordancias do que se imagina). 
Parte 16: A economia aberta 
0 Capitulo 35, "Macroeconomia de economia aberta", 
analisa as questoes de macroeconomia que decorrem da 
economia aberta. A discussao e estruturada por preocupa­
<.;oes do mundo real: o debate na Gra-Bretanha sobre adotar 
ou nao o euro, o deficit em conta corrente dos Estados Uni­
dos, a acumulac.;ao de reservas em d6lar pela China. 
Para professores que querem aprofundar os tcmas da 
macroeconomia internacional, oferecemos urn capitulo com­
plementar disponivel na Internet. Esse capitulo, ''Cambia 
e crises", leva o estudante para o mundo da especulac.;ao 
cambial e das crises financeiras internacionais, com enfase 
nos dramaticos acontecimentos nos pafses em desenvolvi­
mento na decada de 1980 e 1990. 
-----· 
--------~----------------------------------------------------·-------------------------------------------------------
---·-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------·--·------------------------------------ .. --------------------------------------------------------
>> Agradecimentos 
Escrever um liYro didatico e trabalho de equipe e jamais 
poderiamos te-lo feito sem a ajuda talentosa e responsavel 
de consultores, revisores, participantes de grupos especia­
lizados, professores testando em aula, e outros que foram 
generosos em comentarios ao nosso trabalho. 
Temos uma diYida de gratidao para com os seguintes re­
\'isores e outros consult ores por suas sugestl'ies e conselhos 
Ashley Abramson. Barstow College 
Ljubisa AdamoYich, Florida State Univcrsit_v 
Lee Adkins, 011/alwma State University 
Elena Alvarez, State University of New Yorh, A!bam• 
Da,·id A. Anderson, Centre College 
Fahima Aziz, Ham!ine Univcrsitv 
Sheryl Ball, Virginia Po!yteclmic Institute and State 
University 
Charles L. Ballard, Michigan Stnte University 
CYnthia Bansak, San Diego State Univcrsitv 
Richard Barrett. Universitv of Montuna 
Daniel Barszcz, College of DuPagc 
Charles A. Bennett, Gnnnon University 
Andreas Bentz. Dartmouth College 
Ruben Berrios, Clarion University 
Joydeep Bhattacharya, Imva State University 
HarmannaBloemen, Houston Community College 
Michael Bordo, Rutgers UniversitY, NBER 
james Bradley, Jr., Universitv of South Carolina 
William Branch, University of Oregon 
Michael Brandl. University of Texas, Austin 
Greg Brock, Georgia Southern University 
Raymonda L. Burgman, DePauw University 
Charles Callahan III, State University of New Yorl1, 
Brochport 
james Carden, University of Mississippi 
Bill Carlisle, University of Utah 
Leonard A. Carlson, Emory University 
Andrew Cassey, University of Minnesota 
Shirley Cassing, University of Pittsburgh 
Yuna Chen, South Georgia College 
jim Cobbe, Florida State University 
Eleanor D. Craig, University of Delaware 
Rosemary Thomas Cunningham, Agnes Scott College 
james Cypher, California State University, Fresno 
Susan Dadres, Southem Methodist University 
Ardeshir Dalal, Northem Illinois University 
A. Edward Day, University of Texas, Dallas 
Dennis Debrecht, Carrol! College 
Stephen]. DeCanio, University of California, Santa Barbara 
]. Bradford Delong, University of California, Berhcley 
julie Derrick, Brevard Community College 
Carolyn Dimitri, Montgomery College, Rochville 
Patrick Dolenc, Keene State College 
Amitava Dutt, University of Notre Dame 
jim Eaton, Bridgewater College 
Jim Eden, Portland Comnmnity College 
Rex Edwards, Moorparl1 College 
Can Erbil, Bmndeis University 
Sharon]. Erenburg, Eastern Michigan University 
Joe Essuman, University of Wisconsin, Wauhesha 
David N. Figlio, Univcrsitv of Florida 
David W. Findlay, Colby College 
Eric Fisher, Ohio State University/Universitv of California, 
Santa Barbara 
Oliver Franke, Atlwbasca University 
Rhona Free, Eastern Connectiwt State Universitv 
K. C. Fung, University of California, Santa Cruz 
Susan Gale, New Yorh Univcrsitv 
Neil Garston, California State Universitv, Los Angeles 
E. B. GendeL Woodbwy University 
]. Robert Gillette, University of Kcntctchv 
Lynn G. Gillette, University of Kentuchy 
james N. Giordano, Villanova University 
Robert Godby, University of Wyoming 
DaYid Goodwin, University of New Bnmswich 
Lisa Grobar, California State University, Long Beach 
Philip Grossman, St. Cloud State University 
Wayne Grove, Syracuse University 
Alan Gummerson, Florida International University 
jang- Ting Guo, University of California, Riverside 
Jonathan Hamilton, University of Florida 
Mehdi Haririan, Bloomsburg University of Pennsylvania 
Hadley Hartman, Santa Fe Community College 
Julie Heath, University of Memphis 
john Heim, Rensselaer Polytechnic Institute 
AGRADECIMENTOS 
Jill M. Hendrickson, University of the South 
Rob Holm, Franklin University 
David Horlacher, Middlebury College 
Robert Horn, james Madison University 
Scott Houser, California State University, Fresno 
Patrik T. Hultberg, University of Wyoming 
Aaron jackson, Bentley College 
Nancy Jianakoplos, Colorado State University 
Donn Johnson, Quinnipiac University 
Bruce johnson, Centre College 
Philipp Jonas, Western Michigan University 
Michael] ones, Bridgewater State College 
james jozefowicz, Indiana University of Pennsylvania 
Kamran M. Kadkhah, Northeastern University 
Matthew Kahn, Columbia University 
Barry Keating, University of Notre Dame 
Diane Keenan, Cerritos College 
Bill Kerby, California State University, Sacramento 
Kyoo Kim, Bowling Green University 
Philip King, San Francisco State University 
Sharmila King, University of the Pacific 
Kala Krishna, Penn State University, NBER 
Jean Kujawa, Lourdes College 
Maria Kula, Roger Williams University 
Michael Kuryla, Broome Community College 
Tom Larson, California State University, Los Angeles 
Susan K. Laury, Georgia State University 
Jim Lee, Texas A&M University, Corpus Christi 
Tony Lima, California State University, Hayward 
Solina Lindahl, California State Polytechnic University, 
Pomona 
Malte Loos, Christian- Albrechts Universitat Kiel 
Marty Ludlum, Oklahoma City Community College 
Mark Maier, Glendale Community College 
Rachel McCulloch, Brandeis University 
Doug Meador, Williamjewell College 
Diego Mendez- Carbajo, Illinois Wesleyan University 
Juan Mendoza, State University of New York at Buffalo 
Jeffrey Michael, Towson University 
Jenny Minier, University of Miami 
Ida A. Mirzaie, john Carroll University 
Kristen Monaco, California State University, Long Beach 
Marie Mora, University of Texas, Pan American 
W. Douglas Morgan, University of California, Santa 
Barbara 
Peter B. Morgan, University of Michigan 
Tony Myatt, University of New Brunswick, Fredericton 
Kathryn Nantz, Fairfield University 
john A. Neri, University of Maryland 
Charles Newton, Houston Community College 
joe Nowakowski, Muskingum College 
Seamus O'Cleireacain, Columbia University/State 
University of New York, Purchase 
Martha Olney, University of California, Berkeley 
Kerry Pannell, DePauw University 
Chris Papageorgiou, Louisiana State University 
Brian Peterson, Central College 
john Pharr, Dallas County Community College 
Clifford Poirot, Shawnee State University 
Raymond E. Polchow, Zane State College 
Adnan Qamar, University of Texas, Dallas 
jeffrey Racine, University of South Florida 
Matthew Rafferty, Quinnipiac University 
ELSEVIER 
Dixie Watts Reaves, Virginia Polytechnic Institute e 
State University 
Siobhan Reilly, Mills College 
Thomas Rhoads, Towson University 
Libby Rittenberg, Colorado College 
Malcom Robinson, Thomas More College 
Michael Rolleigh, Williams College 
Christina Romer, University of California, Berkeley 
Brian P. Rosario, University of California, Davis 
Bernard Rose, Rocky Mountain College 
Patricia Rottschaefer, California State University, Fullerton 
jeff Rubin, Rutgers University 
Henry D. Ryder, Gloucester Community College 
Allen Sanderson, University of Chicago 
Rolando Santos, Lakeland Community College 
Christine Sauer, University of New Mexico 
Elizabeth Sawyer- Kelly, University of Wisconsin, Madison 
Edward Sayre, Agnes Scott College 
Robert Schwab, University of Maryland 
Adina Schwartz, Lakeland College 
Gerald Scott, Florida Atlantic University 
Stanley Sedo, University of Maryland 
William Shambora, Ohio University 
Gail Shields, Central Michigan University 
Amy Shrout, West High School 
Eugene Silberberg, University of Washington 
Bill Smith, University of Memphis 
Ray Smith, College of St. Scholastica 
judy Smrha, Baker University 
Marcia S. Snyder, College of Charleston 
John Solow, University of Iowa 
David E. Spencer, Brigham Young University 
Denise Stanley, California State University, Fullerton 
Martha A. Starr, American University 
Richard Startz, University of Washington 
Carol Ogden Stivender, University of North Carolina, 
Charlotte 
jill Stowe, Texas A&M University, Austin 
William Stronge, Florida Atlantic University 
Rodney Swanson, University of California, Los Angeles 
Sarinda Taengnoi, Western New England College 
Lazina Tarin, Central Michigan University 
jason Taylor, University ofVirginia 
-----· 
Mark Thoma, University of California, San Diego 
Mehmet Tosun, West Virginia University 
Karen Travis, Pacific Lutheran University 
Sandra Trejos, Clarion University 
Arienne Turner, Fullerton College 
Neven Valev, Georgia State University 
Kristin Van Gaasbeck, California State University 
Abu Wahid, Tennessee State University 
Stephan Weiler, Colorado State University 
james N. Wetzel, Virginia Commonwealth University 
Robert Whaples, Wake Forest University 
Roger White, University of Georgia 
jonathan B. Wight, University of Richmond 
Mark Wohar, University of Nebraska, Omaha 
William C. Wood, james Madison University 
Ken Woodward, Saddleback College 
Bill Yang, Georgia Southern University 
(emile Yavas, Pennsylvania State University 
Andrea Zanter, Hillsborough Community College 
Devemos agradecer tambem os seguintes estudantes de 
p6s-graduac;:ao por sua revisao e ajuda: Kristy Piccinini, 
University of California, Berkeley; Lanwei Yang, Univer­
sity of California, Berkeley; Casey Rothschild, Massachu­
setts Institute of Technology; and Naomi E. Feldman,Uni­
versity of Michigan, Ann Arbor. 
Ao preparar o manuscrito encontramos com professores 
assistentes dos cursos basicos, em reunioes com grupos con­
centrados em temas especificos, as quais foram de ajuda 
inestimavel. Agradecemos os conselhos e sugestoes fran cas 
destes colegas: 
Michael Bordo, Rutgers University 
jim Cobbe, Florida State University 
Tom Creahan, Morehead State University 
Stephen DeCanio, University of California, Santa Barbara 
Jim Eden, Portland Community College, Sylvania 
David Flath, North Carolina State University 
Rhona Free, Eastern Connecticut State University 
Rick Godby, University of Wyoming 
Wayne Grove, Syracuse University 
jonathan Hamilton, University of Florida 
Robert Horn, james Madison University 
Patrik Hultberg, University of ~yoming 
Bruce johnson, Centre College 
Jimjozefowicz, Indiana University of Pennsylvania 
jim Lee, Texas A&M University, Corpus Christi 
Rachel McCulloch, Brandeis University 
Ida Mirzaie,John Carroll University 
Henry D. Ryder, Gloucester Community College 
Marcia Snyder, College of Charleston 
Brian T rinque, University of Texas, Austin 
William C. Wood, james Madison University 
AGRADECIMENTOS XXI 
Muito obrigado aos que se deram ao trabalho de testar 
rascunhos de nossos capitulos em suas aulas. Os professo­
res abaixo sabem que usamos suas sugestoes. Estendemos 
os agradecimentos aos estudantes que responderam aos 
nossos questionarios sobre capitulos. Essa contribuic;:ao 
dos estudantes nos inspirou. 
Ashley Abramson, Barstow College 
Terry Alexander, Iowa State University 
Fahima Aziz, Hamline University 
Benjamin Balak, Rollins College 
Leon Battista, Bronx Community College 
Richard Beil, Auburn University 
Charles Bennett, Gannon University 
Scott Benson, Idaho State University 
Andreas Bentz, Dartmouth College 
john Bockino, Suffolk County Community College 
Ellen Bowen, Fisher College, New Bedford 
Anne Bresnock, University of California, Los Angeles 
Bruce Brown, California State Polytechnic University, 
Pomona 
john Buck, jacksonville University 
Raymonda Burgman, University of Southern Florida 
William Carlisle, University of Utah 
Kevin Carlson, University of Massachusetts, Boston 
Fred Carstensen, University of Connecticut 
Shirley Cassing, University of Pittsburgh 
Ramon Castillo- Ponce, California State University, 
Los Angeles 
Emily Chamlee- Wright, Beloit College 
Anthony Chan, Santa Monica College 
Mitch Charkiewiecz, Central Connecticut State 
University 
Yuna Chen, South Georgia College 
Maryanne Clifford, Eastern Connecticut State University 
Julia Chismar, St. Joseph's High School 
Gregory Colman, Pace University 
Sarah Culver, University of Alabama 
Rosa Lea Danielson, College of DuPage 
Lew Dars, University of Massachusetts/Dartmouth 
Stephen Davis, Southwest Minnesota State University 
Tom DelGiudice, Hofstra University 
Arna Desser, United States Naval Academy 
Nikolay Dobrinov, University of Colorado 
Patrick Dolenc, Keene State College 
Stratford Douglas, West Virginia University 
julie Dvorak, Warren Township High School 
Dorsey Dyer, Davidson County Community College 
Mary Edwards, St. Cloud State University 
Fritz Efaw, University of Tennessee, Chattanooga 
Herb Elliot, Alan Hancock College 
Can Erbil, Brandeis University 
Yee Tien Fu, Stanford University 
AGRADECIMENTOS 
Yoram Gelman, Lehman College, The City University of 
New York 
E.B. Gendel, Woodbury College 
Doug Gentry, St. Mary's College 
Tommy Georgiades, DeVry University 
Satyajit Ghosh, University of Scranton 
Richard Glendening, Central College 
Patrick Gormely, Kansas State University 
Richard Gosselin, Houston Community College, Central 
Patricia Graham, University of Northern Colorado 
Kathleen Greer Rossman, Birmingham Southern College 
Wayne Grove, Syracuse University 
Eleanor Gubins, Rosemont College 
Alan Haight, State University of New York, Cortland 
Gautam Hazarika, University of Texas, Brownsville 
Tom Head, George Fox University 
Susan Helper. Case Western Reserve Univcrsit.v 
Paul Hettler, Duquesne University 
Roger Hewett, Drahe University 
Michael Hilmer, San Diego State Universit_v 
jill Holman, University of Wisconsin, Milwaukee 
Scott Houser. Califomia State University, Fresno 
Ray Hubbard, Central Georgia Technical College 
Murat Iyigun, Univcrsitv of Colorado 
Habib jam, Rowan University 
Louis johnston, College of St. Benedict/St. John's Univcrsitv 
jackjulian, Indiana University of Pennsylvania 
Soheila Kahkashan, Towson University 
Charles Kaplan, St. joseph's College 
Jay Kaplan, University of Colorado, Boulder 
Bentzil Kasper, Broome Community College 
Kurt Keiser, Adams State College 
Ara Khanjian, Ventura College 
Sinan Koont, Dickinson College 
Emil Kreider, Beloit College 
Kenneth Kriz, University of Nebraska, Omaha 
Tom Larson, California State University, Los Angeles 
Delores Linton, Tarrant County College, Northwest 
Rolf Lokke. Albuquerque Academy 
Ellen Magenheim, Swarthmore College 
Diana McCoy, Truckee Meadows Cornmunity College 
Garrett Milam, Ryerson University 
Robert Miller, Fisher College, New Bedford Campus 
Michael Milligan, Front Range Community College 
Cathy Miners, Failfield University 
Larry Miners, Fairfield University 
Kristen Monaco, California State University, Long Beach 
Marie Mora, University of Texas, Pan American 
james Mueller, Alma College 
Ranganath Murthy, Buclmell University 
Sylvia Nasar, Columbia University 
Gerardo Nebbia, Glendale Community College 
Anthony Negbenebor, Gardner- Webb University 
ELSEVIER 
joseph Nowakowski, Muskingum College 
Charles Okeke, Community College of Southern Nevada 
Kimberley Ott, Kent State University, Salem Campus 
Philip Packard, St. Mary's College 
Jamie Pelley, Mary Baldwin College 
Michael Perelman, Califomia State University 
Mary K. Perkins, Howard University 
john Pharr, Dallas Community College, Cedar Valley 
jerome Picard, Mount Saint Mary College 
Ray Polchow, Muskingwn Area Technical College 
Ernest Poole, Fashion Institute of Technology 
Reza Ramazani, St. Michael's College 
Charles Reichheld, Cuyahoga Community College 
Siobhan Reilly. Mills College 
Michael Righi, Bellevue Community College 
Carl Riskin, Queens College, The City University of 
New Yod< 
Malcolm Robinson. Thomas More College 
Charles Rock, Rollins College 
Richard Romano. Broome Community College 
Jeff Romine, University of Colorado, Denver 
Bernie Rose, Roclzy Mountain College 
Dan Rubenson, Southern Oregon Universitv 
jeff Rubin, Rutgers University 
Lynda Rush. California State Polytechnic Universitv, 
Pomona 
Martin Saba. Community College of Denver 
Sara Saderion, Houston Community College, Southwest 
George Sawdy, Providence College 
Ted Scheinman, Mt. Hood Community College 
Russell Settle, Universitv of Dclnware 
Anna Shostya, Pace Universitv 
Amy Shrout, West High School 
Millicent Sites, Carson- Newman College 
judy Smrha, Balzer University 
john Somers. Portland Community College 
jim Spellicy, Lowell High School 
Tesa Stegner, Idaho Stnte University 
Kurt Stephenson, Virginia Tech 
Charles Stull, Kalamm:oo College 
Laddie Sula, Loras College 
David Switzer, University of Northern Michignn 
Deborah Thorsen, Palm Beach Community College 
Andrew Toole, Cook College/Rutgers University 
Arienne Turner, Fullerton College 
Anthony Uremovic, joliet Junior College 
jane Wallace, University of Pittsburgh 
Tom Watkins, Eastern Kentuchy University 
james Wetzel, Virginia Commonwealth University 
Mark Witte, Northwestern University 
Larry Wolfenbarger, Macon State College 
james Woods, Portland State University 
Mickey Wu, Coe College 
-----· 
l'.r" 
David Yerger, Indiana University of Pennsylvania 
Eric Young, Bishop Amat Memorial High School 
Lou Zaera, Fashion Institute of Technology 
Andrea Zanter, Hillsborough Community College, 
Dale Mabry Campus 
Stephen Zill, De Anza College 
Foram importantes tambem as contribuic,;oes do paine! 
de assessores do CommunityCollege, durante os dois anos 
em que nos assistiu: 
Kathleen Bromley, Monroe Community College 
Barbara Connolly, Westchester Community College 
Will Cummings, Grossmont College 
Richard Gosselin, Houston Community College, Central 
Gus Herring, Broohlwven College 
Charles Okeke, Community College of Southern Nevada 
Charles Reichheld, Cuyahoga Comnwnity College 
Sara Saderion, Houston Community College, Southwest 
Ted Scheinman, Mt. Hood Conmumity College 
]. Ross Thomas, Al!JuqtLcrque Technical Vocational Institute 
Deborah Thorsen, Palm Beach CommtLnity College 
Ranita Wyatt, Dallas Community College 
Agradccemos os seguintes professores por sua criativi­
dade e contribuic,;oes relacionadas com nossos livros ante­
riores, Microeconomics c Macroeconomics: 
Charles Antholt, Western Wnshington University 
Richard BalL Hnverforcl University 
Edward Blomdahl, Bridgewnter State College 
Michael Brace, ]mncstown CommtLnity College 
Gregory Brock, Gem-gin Southern University 
joseph Cavanaugh, Wright Stnte University 
Tom Cooper, Georgetown College 
james Craven, Clnrh College 
Ardeshir DalaL Northern Illinois University 
Asif Dowla, St. Mary's College of Mmyland 
james Dulgeroff, Snn Bernardino Valley Community College 
Tom Duston, Keene Stntc College 
Tomas Dvorak, Union College 
Debra Dwyer, State University of New Yorh, Stony Brooh 
Michael Ellis, New Mexico State University 
Can Erbil, Brandeis University 
john Erkkila, Lal1e Superior State University 
Chuck Fischer, Pittsburg State University 
Eric Fisher, Ohio State University 
john Fitzgerald, Bowdoin College 
Rajeev Goel, Illinois State University 
Pat Graham, University of Northern Colorado 
Hart Hodges, Western Washington University 
Naphtali Hoffman, Elmira College 
AGRADECIMENTOS 
Yu Hsing, Southeastern Louisiana University 
Miren Ivankovic, Southern Wesleyan University 
Allanjenkins, University ofNebrasha, Kearney 
Elia Kacapyr, Ithaca College 
Farida Khan, University of Wisconsin, Pnrkside 
Maureen Kilkenny, Iowa State University 
Kent Klitgaard, Wells College 
janet Koscianski, Shippensburg University 
Charles Kroncke, College of Mount Saint joseph 
Margaret Landman, Bridgewater State College 
Bill Lee, St. Mary's College 
Diego Mendez- Carbajo, Illinois Wesleyan University 
Nelson Nagai, San joaquin Delta College 
William O'Dea, State University of New York, Oneontn 
Douglas Orr, Eastern Washington University 
Phil Packard, Saint Mmy's College of Californin 
Brian Peterson, Centml College 
joe Pomykala, Towson University 
Kevin Quinn, Bowling Green State University 
Lynda Rush, California State Polytechnic University, 
Pomonn 
Richard Schatz, Whitworth College 
Peter Schwartz, University of North Carolina, Charlotte 
Kathleen Segerson, University of Connecticut 
Esther- Mirjam Sent, University of Nijmegen 
Millicent Sites, Carson- Newman College 
Herrick Smith, Nease High School 
M. N. Srinivas, Center for Computer- Assisted Legal Instruc­
tion (CALI) 
Jean- Philippe Stijns, Northeastern University 
Chuck Stull, Knlamazoo College 
Michael Szenberg, Pace University 
Ross Thomas, Albuquerque Technical Vocationnl Institute 
Maurice Weinrobe, Clarh University 
james N. Wetzel, Virginia Commomvectlth University 
Gary Wolfram, Hillsdale College 
William C. Wood, james Madison University 
Paul Zak, Claremont Graduate University 
Alina Zapalska, U.S. Coast Guard Academy 
Gostariamos de agradecer tambem as centenas de pro­
fessores que responderam as nossas pesquisas de mercado 
on-line sobre o projeto deste livro. Sao quase 800. Pena que 
nao tenhamos espar,;o aqui para agradecer cada um deles. 
As pessoas a seguir leram como criticos cada pagina em 
praticamente cada capitulo enos ajudaram: Andreas Bentz, 
Darthmouth College, supervisionou o controle da preci­
sao, mas seu papel foi maior- urn conselheiro constante e 
incansavel que esclareceu nosso trabalho a cada passo. 
E raro encontrar alguem tao leal a este projeto quanta 
Andras, e somos imensamente gratos. Martha Olney, 
University of California, Berkeley, ofereceu insumos o tem­
po todo - houve momentos em que nos salvou de serios 
AGRADECIMENTOS 
deslizes pedag6gicos. Nosso sincero agradecimento a 
Martha. A editora Marilyn Freedman nos ajudou na mon­
tagem de urn livro que os professores podem de fa to usar; 
o seu sentido comum valeu-nos em momentos cruciais. 
Ate nos valemos dela para resolver as diferen<,;as pedag6gi­
cas entre n6s dois. Varias outras pessoas tiveram urn papel 
importante como leitores de capitulos: Elizabeth Sawyer­
Kelly, University of Wisconsin, Madison; David Findlay, 
Colby College; Sharon ]. Ehrenburg, Eastern Michigan 
University; Malte Laos, Christian-Albrechts Universiti.t 
Kiel; e Kristy Piccinini e Lanwei Yang, alunos de p6s­
gradua<,;ao na University of California, Berkeley. 0 sabio e 
detalhado insumo de todos foi muito util. (Kristy, obriga­
do tambem pelo glossario.) Agradecemos em especial 
Dave Figlio, University of Florida, pela revisao e suas con­
tribui<,;oes aos capitulos sobre trabalho e sabre infla<,;ao. 
Obrigado a Rhona Free, em especial pelo papel essencial 
que teve no apendice sabre graficos. E tambem a Rosemary 
Chunningham, do Agnes Scott College, pela assistencia 
nos problemas de fim de capitulo. 
Agradecemos o pessoal antigo e atual da editora Worth 
que tomaram este projeto possivel. Paul Shensa e Bob Worth 
nos sugeriram escrever este livro. Craig Bleyer, editor, man­
teve o processo de escrever em andamento com a mistura 
adequada de paciencia e pressao. A competente lideran<;a de 
Craig nos ajudou a concretizar nossa visao deste livro, ter­
minar todas as suas versoes e lan<;a-lo no mercado. 
Elizabeth Widdicombe, presidente de Freeman e Worth. 
e Catherine Woods, editora na Worth, nos impulsionaram 
e mantiveram a fe em urn projeto que as vezes deve ter sido 
exasperador. 
Este livro teve urn time grafico incrivel. Tracey Kuehn, 
editora associada neste projeto, trabalhou sem descanso e 
ELSEVIER 
com grande competencia para transformar nosso rude 
manuscrito neste belo livro-texto; e isso em prazo muito 
curto. Obrigado a Anthony Calcara, editor neste projeto. 
Karen Osborne fez urn belo trabalho de copidesque. Babs 
Reingold criou a capa espetacular e urn desenho grafico 
que provocou nossa admira<,;ao a cada pagina. E a admira­
<,;ao foi provocada pelo magico desenho de cada pagina fei­
to por Lee Mahler. Obrigado tambem a Barbara Seixas por 
seu trabalho na etapa da manufatura. Ouvimos falar dos 
milagres que voce fez para n6s, Barbara, e prezamos tudo o 
que voce fez. E pela ajuda toda, obrigado a Liz Saxon, assis­
tente editorial. 
Obrigado a Steve Rigolosi, diretor de desenvolvimento 
de mercados, e a Scott Guile, gerente de marketing, por seu 
trabalho energico e criativo comercializando este livro. 
Obrigado tambem a Tom Kling, consultor de economia na­
cional, por sua ajuda em semear neg6cios para este livro. 
Obrigado a Barbara Monteiro, da Monteiro e Cia, bern 
como John Murphy e Dori Weintraub, da editora St. Mar­
tin's Press, pela ajuda com a publicidade do livro. 
Acima de tudo, urn agradecimento especial a Sharon 
Balbos, editor executivo deste projeto, que provavelmente 
sofria tanta tensao quanta n6s, mas manteve a calma ao 
longo de muitos anos de trabalho duro. Esperamos que 
este livro corresponda a dedica<,;ao e ao profissionalismo 
que ela deu a este projeto. 
Paul Krugman Robin Wells 
-----·· 
~~~-------------·-----------------------------------------------~---------------------------------------------------­
--~-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------­
' ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
.. ~>Sumario 
Prefacio ............................ 1x 
J PARTE I 
i 0 que e economia? 
;R:-, 
Introdcu;ao· os neg6cios comuns da vida ........ 1 
UM DOMINGO QUALQUER 1 
A mao invisivel 2 
Meu beneficia, seu custo 2 
Bonstempos, maus tempos 3 
Para a frente e para cima 3 
Uma maquina de descobrir 3 
1 • Principios basicos ................. 4 
TERRENO COMUM 4 
Escolha individual: o cerne da economia 5 
Os recursos sao escassos 5 
Custo de oportunidade: o verdadeiro custo de alga e igual a 
tudo aquila de que voce abre mao para obtHo 6 
"Quanta?" e uma decisao na margem 7 
As pessoas em geral exploram a oportunidade de 
melhorar de situa~ao 7 
Escolha individual: resumo 8 
Economia em at;ao: Trabalho de mulher 8 
Intera~ao: como as economias funcionam 9 
Ha ganhos do comercio 10 
Os mercados caminham para o equilibria 10 
Os recursos deveriam ser usados do modo mais eficiente para 
alcan<;ar os objetivos da sociedade 12 
Os mercados em gerallevam a eficiencia 12 
Quando os mercados nao alcan<;am a eficiencia, a 
interven<;ao do governo pode melhorar o bem-estar da 
sociedade 13 
Economia em at;iio: Restaurando o equilibria nas rodovias 13 
• UM OLHAR ADIANTE • 14 
2 • Modelos economicos: trade-offs e 
comercio ....................... 17 
VISAO DE TUNEL 17 
Modelos em economia: alguns exemplos importantes 18 
Trade-offs: a fronteira das possibilidades de produ<;ao 19 
Vantagem comparativa e ganhos do comercio 21 
Vantagem comparativa e comercio internacional 24 
ARf•1f'.DlLHAS: CONFUNDINDO A VANTAGEM COMPARATIVA 24 
Transa<;6es: o diagrama do fluxo circular 25 
Economia em at;iio: Na<;ao rica, na<;ao pobre 28 
0 uso de modelos 28 
Economia positiva versus economia normativa 28 
Quando e por que os economistas discordam 29 
Economia em at;iio: Economistas no governo 31 
• UM OLHAR ADIANTE • 31 
:U'ENDin oo Cllriruto z: Graficos em economia .... 35 
Percebendo o quadro geral 35 
Graticos, variaveis e modelos economicos 35 
Como os graticos funcionam 35 
Graticos de duas variaveis 35 
Curvas em urn gratico 36 
Urn conceito-chave: a inclina~ao da curva 3 7 
A inclina<;ao de uma curva linear 38 
Curvas horizontais e verticais e suas inclina<;6es 39 
A inclina<;ao de uma curva nao-linear 39 
Calculo da inclina<;ao ao Longo de uma curva linear 39 
Pontos maximo e m\nimo 41 
Graficos que representam informa~ao numerica 41 
Tipos de graficos numericos 42 
Problemas de interpreta<;ao de graficos numericos 44 
PARTE II 
Oferta e Demanda 
• Oferta e demanda ................. 48 
0 ULTIMO JOGO DE GRETZKY 48 
Oferta e demanda: urn modelo de mercado competitive 49 
A curva de demanda 49 
A tabela de demanda e a curva de demanda 49 
Deslocamentos da curva de demanda 50 
Entendendo os deslocamentos da curva de demanda 51 
Economia em at;iio: Ganhando do transito 53 
A curva de oferta 54 
A tabela de oferta e a curva de oferta 54 
>:\\l.· SUMARIO 
Deslocamentos da curva de oferta 55 
Entendendo os deslocamentos na curva de oferta 55 
Economia em ar;iio: Para baixo (e para cima) na fazenda 57 
Oferta, demanda e equilibria 58 
t\Ri'/:1\DlUiAS: VENDIDO E TAMBEM COMPRADO? 58 
Encontrando o pre~o e a quantidade de equilibria 58 
Par que todas as vendas e compras em um mercado se 
dao ao mesmo pre~o? 59 
Par que o pre~o de mercado cai se ele esta acima do pre~o 
de equilibria? 59 
Par que o pre~o de mercado aumenta se ele esta abaixo do 
pre~o de equilibria? 60 
0 usa do equilibria para descrever mercados 61 
Economia em ar;ao: Uma hist6ria de peixes 61 
Mudanr;as na oferta e na demanda 61 
0 que acontece quando a curva de demanda se desloca 61 
0 que acontece quando a curva de oferta se desloca 62 
QUE CURVA E ESSA, ENTAO? 63 
Deslocamentos simultaneos na oferta e na demanda 63 
Econornia ern a~bo: Baunilha pura fica chlque 64 
Mercados competitivos e outros 66 
• UM OLHAR ADIANTE • 66 
• 0 mercado bate de volta . ........... 71 
CIDADE GRANDE, IDEIAS NEM TANTO 71 
Por que os governos controlam 
os prer;os 72 
Tetos para os prer;os 72 
Modelo de um teto para pre~os 72 
Par que um teto para o pre~o causa ineficiencia 73 
E, entiio, por que ha tetos de prer;os? 75 
Economia em a{Oo: Esrassez de petnHeo nos anos 70 76 
Pisos para prer;os 7 7 
Par que um piso para pre~os causa ineficiencia 79 
Entao, par que ha pisos de pre~os? 80 
Econa1nio 2n1 at;do: ''Mercado negro de trabalhof! no Sul da 
Europa 80 
Controle de quantidades 81 
Anatomia dos controles de quantidade 81 
Os custos dos controles de quantidade 84 
Economia em w;ao: Os moluscos de Nova Jersey 84 
Urn paralelo que surpreende: impastos 85 
Par que um impasto e como uma cota? 85 
Quem paga um impasto seletivo? 86 
A receita de um impasto seletivo 87 
Os custos da tributa~ao 87 
Economia em m;ao: Quem paga a previdencia social? 88 
• UM OLHAR ADIANTE • 89 
ELSEVIER 
5 • Elasticidade . .................... 94 
TEMOS dE ANDAR DE CARRO 94 
Definir;ao e medida de elasticidade 95 
A elasticidade-pre~o da demanda 95 
0 metoda do ponto media para calcular elasticidades 96 
Economia em ar;iio: Estimativas da etasticidade 97 
Interpretar;ao da elasticidade-prer;o da demanda 97 
Quao elastica e elastica? 98 
Elasticidade-pre~o ao Longo da curva de demanda 102 
Que fatores determinam a elasticidade-pre~o da 
demanda? 103 
Economia em ap:lo: Os Estados Unidos sao um bom Lugar 
para viver, mas muito caro para visitar 103 
Outras elasticidades da demanda 104 
A elasticidade-pre~o cruzada da demanda 104 
Elasticidade-renda da demanda 105 
Econornia em a~Qo: Gastando 106 
A elasticidade-pre~;o da oferta 106 
Medindo a elasticidade-pre~o da oferta 106 
Que fatores determinam a elasticidade-pre~o da 
oferta? 108 
Economia em m;ao: Os exredentes 
Lembrete de elasticidades 109 
europeus 
Uso da elasticidade: a incidencia de urn impasto 
seletivo 110 
108 
Quando um impasto seletivo e pago principalmente pelos 
consumidores 110 
Quando um impasto seletivo e pago principalmente pelos 
produtores 110 
Juntando tudo 111 
Economic em Afinal, quem paga o imposto sabre 
a foiha de salarios? 111 
• UM OLHAR ADIANTE • 112 
PARTE III 
Individuos e Mercados 
• Excedente do consumidor e do produtor . 117 
GANHANDO DINHEIRO PELO LIVRO 117 
Excedente do consumidor e curva de demanda 118 
Disposi~ao de pagar e curva de demanda 118 
Dispvsi~ao de pagar e excedente do consumidor 
Como mudan~as de pre~o afetam o excedente do 
consumidor 120 
Economia em apio: Quando o dinheiro nao basta 
Excedente do produtor e curva de oferta 123 
Custo e excedente do produtor 123 
119 
122 
Mudan~as no excedente do produtor 125 
Economia em ar;ao: lucrando com desastres 126 
Excedente do consumidor, excedente do produtor e 
ganhos do comercio 127 
-----· 
Os ganhos do comercio 127 
A eficiencia dos mercados: uma visao preliminar 128 
Algumas palavras de advertencia 130 
Economia em at;Go: eBay e eficit~ncia 131 
Aplica~ao do excedente do consumidor e do produtor: os 
custos de urn impasto em termos de eficiencia 131 
Perda par peso marta e elasticidades 133 
Economia em m;iio: Perdendo o barco 134 
• UM OLHAR ADIANTE • 135 
7 • Tomando decisoes ............... 139 
UMA HISTORIA DE DUAS INVASOES 139 
Custo de oportunidade e decisoes 140 
Custo explicito versus implicito 140 
Luera contabil versus lucro econ6mico 141 
Tomando decisoes sobre "quanto": o papel da analise 
marginal 142 
Custo marginal 143 
Beneficia marginal 144 
AUMENTO DO CUSTO TOTAL VERSUS AUMENTO 
DO CUSTO MARGINAL 145 
Analise marginal 146 
CONFUSAO NA MARGEM 148 
Urn principia com muitos usos 148 
Custos irrecuperaveis 149 
0 conceito de valor presente 150 
Tomadores de emprestimos, credores e juros 150 
Defini~ao do valor presente 151 
Usando o valor presente 152 
• UM OLHAR ADIANTE • 153 
PARTE IV 
0 Produtor 
• Por tras da curva de oferta: insumos 
e custos .......... ............. 157 
A MARGEM DE LUCRO DOS AGRICULTORES 157 
A fun~ao de produ~ao 158 
Insumos e produto 158 
''',>> 0 QUE E UMA UNIDADE? 161 
Da fun~ao de produ~ao as curvas de custo 161 
Economia em a~ao: 0 mftico mes-homem 163 
Dois conceitos-chave: Custo marginal e custo medio 164 
Custo marginal 164 
Custo media 166 
Custo total media minima 168 
SUMARIO 
Acurva de custo marginal sempre tern inclina~ao 
para cima? 169 
Economia em arao: 0 custo da energia 170 
Custos de curto prazo versus de Longo prazo 171 
Economias e deseconomias de escala 174 
Resumindo custos: o curta eo longo prazo 174 
Economia em a~ao: Nada como o negocio da neve 
• UM OLHAR ADIANTE • 175 
• Competir;ao perfeita e curva de oferta . 179 
FAZENDO 0 QUE VEM NATURALMENTE 179 
Competi~ao perfeita 180 
Definindo competi~ao perfeita 180 
Duas condi~6es necessarias da competi~ao perfeita 180 
Livre entrada e livre saida 181 
'182 
Produ~ao e Lucros 182 
Usa da analise marginal para escolher a quantidade da 
produ~ao que maximiza o lucro 183 
ESE A RECEITA MARGINAL E 0 CUSTO MARGINAL 
NAO SAO EXATAMENTE IGUAIS? 184 
Quando a produ~ao e lucrativa? 185 
A decisao de produ~ao de curta prazo 187 
LUCRO ECONOMICO, DUTRA VEZ 189 
Mudando o custo fixo 189 
Em resumo: lucratividade e condi~6es de produ~ao da 
firma competitiva 190 
A curva de oferta da industria 191 
Curva de oferta da industria no curta prazo 191 
Curva de oferta da industria no longo prazo 192 
Custo de produ~ao e eficiencia no equilibria de longo 
prazo 195 
196 
• UM OLHAR ADIANTE • 196 
PARTE V 
0 Consumidor 
• 0 consumidor racional ........... 200 
M EXILHAO DEMAIS 200 
Utilidade: obtendo satisfa~ao 201 
Utilidade e consumo 201 
0 principia da utilidade marginal decrescente 201 
Economia em a;;lio: Ostras contra galinhas 203 
Or~amentos e consumo 6timo 204 
Restri~ao or~amentaria e linha or~amentaria 204 
Escolha do consumo 6timo 206 
Economia em a~iio: As possibilidades de consumo do 
trabalhador americana, 1895-2000 208 
"""!., __ 
SUMARIO 
Gastando o d6lar marginal 209 
_ . .,. ,. T'-,0 ~ 
.'"\ ;: ~- >,.} '" • 
ARMADILHAS: A COMPARA(AO MARGINAL CORRETA 209 
Utilidade marginal par unidade de moeda 210 
Consumo 6timo 211 
Economia em a<;iio: Gasolina no posto de auto-servi~o 212 
Da utilidade a curva de demanda 213 
Demanda individual e demanda de mercado 213 
Utilidade marginal, efeito substituic;ao e lei da demanda 213 
Efeito renda 214 
Economia em a(iio: Juros de empn!stimos imobiliiirios 
e renda do consumidor 215 
• UM OLHAR ADIANTE • 216 
11 • Preferencias do consumidor e escolha 
do consumidor ................ 220 
UMA HISTORIA DE DUAS CIDADES 220 
0 mapa da fun~ao de utilidade 221 
Curvas de indiferenc;a 221 
Propriedades das curvas de indiferen<;a 223 
Curvas de indiferen~a e escolha 
do consumidor 225 
Taxa marginal de substituic;ao 225 
A condic;ao de tangencia 228 
Prec;os e taxa marginal de substituic;ao 229 
Preferencias e escolhas 230 
Economia em arao: Ratos e escolha racional 231 
Usando curvas de indiferen~a: 
Substitutos e complementos 232 
Substitutos perfeitos 232 
Complementos perfeitos 233 
Casas menos extremos 234 
Economia em w;ao: Quem precisa de "carne a carne"? 234 
Pre~os, renda e demanda 235 
Efeitos de um aumento de prec;o 235 
1?o~'lLH~<'>: "TUDO 0 MAIS MANTIDO CONSTANTE" 
REVISITADO 236 
Renda e consumo 237 
Efeitos renda e substituic;ao 238 
Economia em O(iio: Quanta de habitac;ao? 240 
• UM OLHAR ADIANTE • 240 
PARTE VI 
Mercados e Eficiencia 
12 • Mercados de fatores e distribui~ao 
de renda ..................... 245 
0 VALOR DE UM DIPLOMA 245 
ELSEVIER 
Os fatores de produ~ao da economia 246 
Fatores de produc;ao 246 
ARr4ADILHAS: MAS o QUE E FATOR? 246 
Par que os prec;os de fator importam: alocac;ao dos 
recursos 246 
Renda de fator e distribuic;ao de renda 246 
Economia em arao: Distribuic;ao de renda por fator nos 
Estados Unidos 247 
Produtividade marginal e demanda de fator 248 
Valor do produto marginal 248 
Valor do produto marginal e demanda de fatores 249 
Deslocamentos da curva de demanda do fator 251 
Teoria da distribuic;ao de renda segundo 
a produtividade marginal 252 
.;,pr,;:,mtHA',: PRODUTIVIDADE MARGINAL, PRECISAMENTE 253 
Economia em at;iio: Poder de estrela 254 
A teoria da distribui~ao de renda segundo a produtividade 
marginal 
e verdadeira? 255 
Disparidades de salario na pratica 255 
Produtividade marginal e desigualdade salarial 256 
Poder de mercado 257 
Salarios de eficiencia 258 
Discriminac;ao 258 
Entao, a teoria de produtividade marginal funciona? 259 
Economia em w;ao: A economia do apartheid 259 
A oferta de trabalho 260 
Trabalho versus tempo livre 260 
Salario e oferta de trabalho 260 
Deslocamentos da curva de oferta de trabalho 262 
Economia em ar;iio: 0 dedinio do emprego de verao 263 
• UM OLHAR ADIANTE • 263 
A"'Ec:nr~E <w U\'-'lTlLO u: Analise da oferta de 
trabalho pelas curvas de indiferen~a ....... 266 
A linha do or~amento da alocac;ao de tempo 266 
Efeito de urn salario mais alto 267 
Analise das curvas de indiferen~a 269 
1 .!!. • Eficiencia e equidade ........... 2 71 
DEPOIS DA QUEDA 271 
Oferta, demanda e as virtudes do mercado 272 
Par que um mercado maximiza o excedente total 272 
Par que os mercados funcionam tao bem: direitos de 
propriedade 273 
Par que os mercados funcionam tao bem: prec;os como sinais 
econ6micos 273 
Par que os mercados as vezes nao funcionam bem: falha de 
mercado 273 
Economia em ar;iio: Suavizando cancelamentos 27 4 
Eficiimcia na economia em seu conjunto 275 
____J _____ _ 
.. ~ 
A eficiencia revisitada 276 
Eficiencia no consumo 276 
Eficiencia na produ~ao 276 
Eficiencia nos n1veis de produto 277 
Ineficiencia na economia: quando os pre~os se 
atrapalham 281 
Economia em ar;ao: Urn grande salta - para tras 282 
Eficiencia e equidade 282 
Oqueejusto? 283 
A fronteira das possibilidades de utilidade 284 
Economia em ar;ao: A morte e os impastos 285 
• UM OLHAR ADIANTE • 286 
PARTE VII 
Estrutura de Mercado: Alem da 
Concorrencia Perfeita 
• Monop6lio ..•..•.•.•...•••... 289 
TODO MUNDO TEM DETER A PEDRA 289 
Tipos de estrutura de mercado 290 
0 significado de monopolio 291 
Monop6lio: nosso primeiro desvio da competi~ao perfeita 291 
0 que os monopolistas fazem 291 
Por que existem monop6lios? 292 
Sera que o monop6lio do diamante 
e para 293 
Como urn monopolista maximiza o lucro 294 
Curva de demanda do monopolista e receita marginal 294 
Produto e pre~o que maximiza o lucro para o 
monopolista 297 
VERIFICANDO 0 PRE~O DE MONOPOLIO 297 
Monop6lio versus competi~ao perfeita 298 
EXISTE UMA CURVA DE OFERTA DO 
MONOPOLIO? 299 
Monop6lio: quadro geral 299 
Econornia ern de podet na 
Monopolio e politicas publicas 301 
Efeitos do monop6lio sabre o bem-estar 301 
Evitando o monop6lio 302 
Lidando com o monop6lio natural 302 
Economia em ar;iio: Di!emas a cabo 304 
Discrimina~ao de pre~o 305 
A l6gica da discrimina~ao de pre~os 306 
Discrimina~ao de pre~o e elasticidade 307 
Discrimina~ao de pre~o perfeita 307 
Economia em apio: Vendas, lojas de fabricas e 
cidades-fantasma 309 
• UM OLHAR ADIANTE • 310 
300 
5 u M A R I 0 XXIX 
15 • Oligop6lio •••••••.•••.•.•.••• 314 
PEGO EM FLAGRANTE 314 
A prevalencia do oligopolio 315 
Economia em apia: Algumas industrias oligopolisticas 315 
Entendendo o oligop6lio 316 
Exemplo de um duop6lio 316 
Colusao e competi~ao 317 
Competi~ao de pre~o versus competi~ao 
de quantidade 318 
Economia em ar;i'io: A grande conspira~ao das vitaminas 319 
Jogos de oligopolistas 3 20 
0 dilema do prisioneiro 320 
ARi\11\DILHAS: JOGO LIM PO NO DILEMA DO PRISIONEIRO 322 
Escapando do dilema do prisioneiro: intera~ao repetida 
e colusao tacita 322 
A curva de demanda quebrada 324 
Economia em ar;ao: Ascensao, queda e ascensao da OPEP 3 26 
Oligop6lio na pratica 327 
0 marco legal 327 
Colusao tacita e guerras de pre~os 328 
Diferencia~ao de produto e lideran~a de pre~o 329 
Economia em ar;iio: Guerras no ar 330 
Quao importante e 0 oligopolio? 331 
• UM OLHAR ADIANTE • 331 
• Competi~ao monopolistica e 
diferencia~ao de produto .••....•. 336 
DIFERENCIA~AO DE FAST-FOOD 336 
Significado de competi~ao monopolistica 33 7 
Grande numero 337 
Produtos diferenciados 337 
Livre entradJ e safda no Longo prazo 337 
Diferencia~ao de produto 33 7 
Diferencia~aopor estilo ou tipo 338 
Diferencia~ao por localiza~ao 338 
Diferencia~ao por qualidade 339 
preto Economia em a~ao: Qualquer cor, desde que 
Entendendo a competi~ao monopolistica 340 
Competi~ao monopol1stica no curta prazo 340 
Competi~ao monopolfstica no Longo prazo 341 
Economia ern a~iio: Bagels da glOria a falencia 342 
Competi~ao monopolistica versus competi~ao 
perfeita 344 
Pre~o, custo marginal e custo total media 344 
A competi~ao monopolfstica e ineficiente? 345 
Controversias sobre a diferencia~ao de produto 346 
0 papel da publicidade 346 
Marcas 347 
Economia em apio: Irracionalidade absoluta 348 
• UM OLHAR ADIANTE • 348 
SUMARIO 
" PARTE VIII 
Estendendo os Limites de Mercado 
1_ 7 • Comercio internacional .......... 351 
UMA ROSA POR QUALQUER OUTRA NA~AO 351 
Vantagem comparativa e comercio internacional 352 
Possibilidades de prodw;ao e vantagem comparativa - uma 
nova visita 352 
Informa~;ao privilegiada: o que voce nao sabe pode 
prejudica-Lo 386 
Selec;ao adversa 386 
Risco moral 387 
ELSEVIER 
Economia em ar;iio: Os donos de franquias se esfon;am 
mais 389 
• UM OLHAR ADIANTE • 390 
os ganhos do comercio internacional 354 PARTE IX 
Fontes da vantagem comparativa 355 Microeconomia e Politicas Publicas 
,,",~,~PLHAS, A falacia do trabalho de pobres 355 
Economia ern a(Go.~ A vantagem comparativa dos Estados 
Unidos 357 
Oferta, demanda e comercio internacional 358 
Efeitos das importac;6es 358 
Efeitos das exportac;6es 360 
Comercio internacional e mercados de fatores 362 
no secuto XIX 363 
Os efeitos da prote~;ao comercial 363 
Os efeitos de uma tarifa 363 
Os efeitos de uma cota de importac;ao 365 
Un1do:, 166 
A economia polltica da protec;ao comercial 366 
Argumentos em favor da protec;ao comercial 366 
A politica da protec;ao comercial 367 
Acordos de comercio internacional e a Organizac;ao 
Mundial do Comercio 367 
• UM OLHAR ADIANTE • 369 
• Incerteza, risco e informa~ao 
privilegiada .................. 3 73 
DEPOIS DA ENCHENTE 373 
A economia da aversao ao risco 3 7 4 
Expectativas e incerteza 374 
A l6gica da aversao ao risco 374 
Pagando para evitar o risco 378 
,- ANTES DO FATO VERSUS DEPOIS DO FATO 378 
Economia em Garantias 3 79 
Comprando, vendendo e reduzindo o risco 380 
Comerciando risco 380 
Fazendo o risco desaparecer: o poder da diversificac;ao 381 
Os limites da diversificac;ao 384 
£conomia em ar;ao: Quando 0 Lloyd's quase foi a 
falencia 385 
'1 • Externalidades ................ 394 
QUEM VAl PARAR A CHUVA? 394 
Economia da poluic;ao 395 
. E COMO SE MEDE 0 CUSTO SOCIAL MARGINAL 
DA POLUI(AO? 395 
Custos e beneficios da poluic;ao 395 
E COMO SE MEDE 0 BENEFICIO SOCIAL MARGINAL 
DA POLUI~AO? 396 
Poluic;ao: um custo externo 396 
A ineficiencia do excesso de poluic;ao 398 
Soluc;6es privadas para externalidades 398 
Politicas para a poluic;ao 400 
Padr6es ambientais 400 
Im pastas sabre emiss6es 400 
por nao furnar 399 
Licenc;as de emissao comercializaveis 402 
Produc;ao, consumo e externalidades 404 
Custo social versus custo privado 404 
Politica ambiental revisitada 405 
Beneficia privado versus beneficia social 406 
• UM OLHAR ADIANTE • 408 
"-. _,-
• Bens publicos e recursos comuns ... 412 
0 GRANDE FEDOR 412 
Bens privados e outros 413 
Caracteristicas dos bens 413 
Par que as mercados conseguem suprir eficientemente 
apenas os bens privados 414 
CUSTO MARGINAL DE QUE, EXATAMENTE? 415 
Econorrda ern a~iia: A tan~fa de um poticiai 415 
Bens publicos 415 
0 fornecimento de bens publicos 416 
Quanta de um bem publico deve ser fornecido? 416 
A analise de custo-beneficio 419 
Economfa em ar;ao: 0 velho rio 419 
Recursos comuns 420 
0 problema do excesso de usa 420 
0 usa eficiente e a conservac;ao de um recurso comum 421 
------------~----------
ELSEVIER 
Economia em at;iio: Uma historia de dois lugares 
pesqueiros 422 
Bens artificialmente escassos 422 
Economia em at;iio: Jogos fora da tela 423 
• UM OLHAR ADIANTE • 424 
21 • Impastos, previdencia social 
e distribui~ao de renda o o o o o o o o o o 427 
UM PROTESTO CONTRA IMPOSTOS 427 
Principios de politica tributaria 428 
0 peso dos impastos: breve revisao 428 
Justi~a tributaria 429 
EqUidade versus eficiencia 430 
£conomia em at;iio: A filosofia dos impostos federais 430 
Entendendo o sistema tributario 431 
Base tributaria e estrutura tributaria 432 
EqUidade, eficiencia e tributa~ao progressiva 433 
Im pastas nos Estados Unidos 434 
Diferentes impastos, diferentes principios 435 
Econornia em Taxas marginais de impasto nos 
Estados Urddos 43 5 
Entendendo o gasto governamental 436 
Tipos de gasto 436 
Gasto publico nos Estados Unidos 437 
Compara~6es ao longo do tempo e do espa~o 438 
Pobreza e ajuda governamental 440 
A defini~ao de pobreza 440 
Tendencias na pobreza 440 
U m retrato dos pobres 440 
Origens e conseqUencias da pobreza 441 
Programas antipobreza 442 
Economia em a;;ao: Pobres velhos, pobres jovens 442 
0 grande debate: impastos, transferencias e distribui~;ao 
de renda 443 
Distribui~ao de renda 443 
0 argumento pela redistribui~ao 444 
Argumentos contra a redistribui~ao de renda 444 
A politica da eqUidade e da eficiencia 445 
Economia em Taxas de imposto marginal efetivas 
sobre os pobres 446 
Os economistas eo sistema tributario 447 
• UM OLHAR ADIANTE • 447 
SUMARIO 
PARTE X 
Novas Dire~oes para os Mercados 
2 2 • Tecnologia, bens de informa~ao 
e externalidades de redeo o o o o o 0 0 0 451 
PROCESSANDO CRIAN~AS 451 
A economia dos bens de informa~;ao 452 
Produzindo e vendendo bens de informa~ao 452 
0 problema do pre~o dos bens de informa~ao 452 
Direitos de propriedade em informa~ao 454 
Economia em at;iio: Remedios no mercado 456 
Externalidades de rede 457 
Tipos de externalidade de rede 457 
Retroalimenta~ao positiva 458 
A competi~ao diante das externalidades de rede 460 
l:conomia em at;iio: 0 grande erro da App!.e 462 
Politicas em rela~;ao a bens de informa~;ao 462 
Pol\tica antitruste 462 
Estabelecimento de padr6es 463 
Er:onomia em ac;ao: 0 caso da Microsoft 464 
PARTE XI 
lntrodu~ao a Macroeconomia 
• Macroeconomia: o quadro geral o o o o o 46 7 
DESAPONTAMENTO DE DIPLOMADOS 467 
Microeconomia versus macroeconomia 468 
Macroeconomia: o conjunto e maior 
que a soma de suas partes 469 
Pol\tica macroecon6mica 469 
Crescimento de longo prazo 470 
Agregados econ6micos 470 
Economia em ac;iio: A Grande Depressao 4 71 
0 ciclo economico 472 
Emprego e desemprego 473 
Produto agregado 474 
Domando o ciclo econ6mico 474 
Economia em m;iio: 0 ddo economico foi domado? 475 
Crescimento economico de Longo prazo 476 
Economia em at;iw: A diferenc;a que faz urn ponto 477 
Infla~;ao e defla~;ao 478 
Economia em ar;iio: Medindo a infla~;ao pe[o hamburguer 480 
A economia aberta 480 
Er:onomia em ap1o: Ao norte da fronteira 481 
• UM OLHAR ADIANTE • 482 
~ 
i! 
~ I 
SUMARIO 
2 4 • Monitorando a macroeconomia •... 485 
DEPOIS DA REVOLU~AO 485 
As contas nacionais 486 
0 diagrama do fluxo circular revisitado 
e expandido 486 
Produto interne bruto 488 
Calculando o PIB 489 
ARMADJLHAS: PIB: 0 QUE ENTRA E 0 QUE FICA FORA 490 
0 que o PIB nos informa 493 
Economia em ar;ao: A cria\ao das contas nacionais 493 
PIB real e produto agregado 494 
Calculando o PIB real 494 
Um detalhe tecnico: d6lares "encadeados" 495 
0 que o PIB real nao mede 495 
Economia em a~iio: Boas decadas, mas decadas 496 
A taxa de desemprego 497 
Entendendo a taxa de desemprego 497 
Crescimento e desemprego 498 
Economia em ap:io: A recupera.;:ao sem emprego 499 
indices de pre~os e nivel de pre~os agregado 500 
Cestas de mercado e indices de prer;:os 500 
0 \ndice de prer;:os ao consumidor 501 
Outras medidas de prer;:o 502 
Economia em Indexa~;ao pelo IPC 503 
• UM OLHAR ADIANTE • 504 
PARTE XII 
A Economia no Longo prazo 
• Crescimento economico de Longo 
prazo ....................... 509 
0 RUIM DE ANTIGAMENTE 509 
Comparando economias no tempo e no espa~o 510 
PIB real per capita510 
MUDAN~A DE NIVEL VERSUS TAXA DE 
MUDAN~A 511 
Taxas de crescimento 511 
Econornia ern A sorte des 1rlandeses S 12 
As fontes do crescimento de Longo prazo 513 
A importancia crucial da produtividade 513 
Explicando o aumento de produtividade 514 
Determinantes do crescimento: a fun~ao de produ~ao 
agregada 514 
''Ri"lt\DILHi\S: PODE SER DECRESCENTE, MAS AINDA 
E POSITIVO 515 
E o papel dos recursos naturais? 518 
Economia em ar;ao: 0 paradoxa da tecnologia da 
informa<;ao 518 
Por que as taxas de crescimento variam 519 
Poupanr;:a e gastos de investimento 520 
Investimento estrangeiro 520 
Educar;:ao 521 
Infra-estrutura 521 
Pesquisa e desenvolvimento 521 
ELSEVIER 
Estabilidade pol\tica, direitos de propriedade e intervenr;:ao 
governamental excessiva 521 
Economia em ar;ao: Brasil, celeiro do mundo? 522 
Exito, decep~ao e fracasso 523 
0 milagre do Leste Asiatica 524 
A frustrar;:ao da America Latina 524 
As dificuldades da Africa 525 
Economia em ap1o: As economias estao convergindo? 525 
• UM OLHAR ADIANTE • 527 
2 • Poupan~a, gastos de investimento 
e sistema financeiro ..........•• 530 
UM BURACO NO CHAO 530 
Casando poupan~a e investimento 531 
"':c',':C,L>ii\S: INVESTIMENTO VERSUS GASTOS DE 
INVESTIMENTO 531 
A identidade poupanr;:a-gasto de investimento 531 
OS DIFERENTES TIP OS DE CAPITAL 533 
0 mercado de fundos para emprestimos 535 
Poupanr;:a, gasto de investimento e pol\tica 
governamental 537 
Economia em ar;ao: On;:amento e gastos de investimento 
nos anos 90 539 
0 sistema financeiro 540 
Tres tarefas do sistema financeiro 541 
Tipos de ativos 543 
Intermediaries financeiros 544 
Economia em ar;ao: Bancos e o milagre sut-coreano 51,5 
Flutua~iies financeiras 546 
A demanda por ar;:6es 546 
Expectativas no mercado acionario 547 
Prer;:os das ar;:6es e macroeconomia 548 
Economia em ar;iio: "Exuberancia irracionat" 549 
• UM OLHAR ADIANTE • 550 
PARTE XIII 
Flutua~oes Economicas no Curto Prazo 
2 • Oferta agregada e demanda agregada 553 
CHOQUES QUE ATINGEM 0 SISTEMA 553 
Oferta agregada 554 
A curva de oferta agregada de curto prazo 554 
Deslocamentos na curva de oferta agregada de 
curto prazo 555 
-----·-
A curva de oferta agregada de longo prazo 558 
Do curta prazo ao longo prazo 560 
ARMADILHAS: JA CHEGAMOS LA? 0 QUE REALMENTE 
SIGNIFICA 0 LONGO PRAZO 561 
Economia em Ofiio: Pre~os e produto na Grande Depressao 561 
Demanda agregada 562 
Par que a curva de demanda agregada tem inclina~ao para 
baixo? 563 
Deslocamentos na curva de demanda agregada 564 
Pallticas governamentais e demanda agregada 565 
~RC<it\DlLcP',, MUDAN~AS NA RIQUEZA: MOVIMENTO AO 
LONGO DA CURVA DE DEMANDA AGREGADA VERSUS SEU 
DESLOCAMENTO 565 
Economia em Movimento ao longo da curva de demanda 
agregada, 1979-1980 566 
0 multiplicador 567 
0 modelo de oferta agregada-demanda agregada 5 70 
Equilibria macroecon6mico de curta prazo 570 
Deslocamentos na curva SRAS 571 
Deslocamentos na demanda agregada: efeitos de 
curta prazo 5 72 
Equilibria macroecon6mico de longo prazo 573 
£(onornia ern ccdt"1: Cheques de oferta versus cho-ques de 
Polltica macroeconomica 5 76 
Palitica econ6mica e choques de demanda 577 
Respondendo a choques de oferta 577 
• UM OLHAR ADIANTE • 578 
• Renda e Despesa ............... 583 
SEJA PATRIOTA E GASTE 583 
Gastos de consumo 584 
Renda dispanivel corrente e gastos de consumo 584 
Deslocamentos da fun~ao consumo agregada 586 
Gastos de investimento 589 
Taxa de juros e gastos de investimento 589 
PIB real esperado no futuro, capacidade produtiva e 
gasto de investimento 590 
Estoques e gasto de investimento nao-planejado 591 
gastos de investimento 592 
Por tras dos deslocamentos da curva de demanda agregada: 
o modelo de renda e gasto 593 
Gasto agregado planejado e PIB real 593 
Equilibria de renda-despesa 594 
EQUILIBRIO DE RENDA-DESPESA VERSUS 
EQUILIBRIO MACROECONOMICO DE CURTO PRAZO 596 
0 processo do multiplicador e o ajustamento nos 
estoques 597 
SU MARIO 
Economia em Ofiio: Tempos de dureza em Buenos Aires 599 
• UM OLHAR ADIANTE • 600 
APENDICE 00 CAPITULO 28: Deriva~aO algebrica do 
multiplicador . ....................... 603 
2 9 • Politica Fiscal ................. 604 
UMA PONTE PARA A PROSPERIDADE? 604 
Politica fiscal: no~oes basicas 605 
Impastos, compra de bens e servi~os, transferencias 
governamentais e emprestimos ao governo 605 
Or~amento publico e despesa total 606 
Politica fiscal de expansao au contra~ao 607 
Nota de advertencia: defasagens na polltica fiscal 608 
Economfa em o.;:ao: Politlca fiscal expansionista 
no 609 
Politica fiscal eo multiplicador 610 
Efeito multiplicador de um aumento nas compras 
governamentais de bens e servi~os 610 
Multiplicador das mudan~as em transferencias 
governamentais e impastos 611 
Como as impastos afetam o multiplicador 611 
f ronotnia ern 0 que se cortando 
0 balan~o or~amentario 614 
612 
0 balan~o or~amentinio como medida de politica fiscal 614 
0 ciclo econ6mico e o balan~o or~amentario ciclicamente 
ajustado 614 
0 or~amento deve ser equilibrado? 616 
Economio em cu;iio: Pacto de estabilidade ou pacto de 
616 
Implica~oes de Longo prazo da politica fiscal 617 
Deficits, superavits e divida 617 
DEFICIT VERSUS DIVIDA 618 
Problemas devidos a uma divida publica crescente 618 
Deficits e divida na pratica 619 
Passivos implicitos 620 
sorrern 
• UM OLHAR ADIANTE • 623 
: Impostos e o 
multiplicador ...................... 627 
• Moeda, bancos e o banco 
central . ..................... 629 
DE VAGAO PELO AR 629 
Significado de dinheiro 630 
0 que e moeda? 630 
CARTOES DE PLASTICO E OFERTA MONETARIA 630 
Papeis da moeda 631 
SU MARIO 
Tipos de moeda 631 
Medindo a oferta de moeda 632 
Economia em at;iio: A hist6ria do d6Lar 632 
0 papel monetario dos bancos 634 
0 que fazem os bancos 634 
0 problema da corrida aos bancos 634 
Regula~ao bancaria 635 
Economia em ar;iio: E urn sistema bancario maravilhoso 636 
Determinantes da oferta monetaria 636 
Como os bancos criam moeda 637 
Reservas, depositos bancarios e multiplicador da moeda 638 
0 multiplicador da moeda na realidade 639 
Economia em ar;iio: 0 multiplicadoi encolhendo moeda 640 
0 Sistema da Reserva Federal 640 
0 Fed: o Banco Central dos Estados Unidos 640 
0 que o Fed faz: reservas obrigat6rias e a taxa de 
redesconto 641 
Opera~6es de mercado aberto 642 
Economia em a<;{!O: A constrw;ao do Banco Central Europeu 643 
• UM OLHAR ADIANTE • 644 
·:{ c1 • Politica monetaria . ............. 648 
~.p;-/ o-;J;;. 
OITO VEZES POR ANO 648 
A demanda por moeda 649 
0 custo de oportunidade de manter moeda 649 
Curva de demanda por moeda 650 
Pre~os e a demanda por moeda 651 
Deslocamentos na curva de demanda de moeda real 652 
Abordagem da demanda de moeda segundo a velocidade 
Economia em at;:ao: Urn iene de verdade 
Moeda e taxa de juros 654 
Taxa de juros de equilibria 654 
Dais modelos de taxas de juros? 655 
t..; A META VERSUS 0 MERCADO 
653 
655 
Politica monetaria e taxa de juros 656 
Economia em ar;iio: 0 Fed toma medidas 656 
Politica monetaria e demanda agregada 658 
Politica monetaria expansionista e contracionista 658 
Politica monetaria e o multiplicador 660 
Dais modelos de taxas de juros revisitados 661 
Economia em ar;iio: 0 Fed e o hiato de produto. 
1985-2004 662 
Moeda, produto e pre~os no Longo prazo 663 
Efeitos de curta e longo prazos de um aumento na oferta 
monetaria 663 
Neutralidade monetaria 664 
Taxa de juros de longo prazo 665 
653 
Economia em ar;ao: Evidencia internacional de neutralidade 
monetaria 666 
• UM OLHAR ADIANTE • 667 
ELSEVIER 
r PARTE XIV 
i 0 Lado da Oferta eo Medio Prazo 
3 2 • Mercado de trabalho, desemprego e 
i nfla~;ao ..................... 6 7 0 
DOIS CAMINHOS PARA 0 DESEMPREGO 670 
A natureza do desemprego 671 
Cria~ao de emprego e destrui~ao de emprego 671 
Desemprego friccional 672 
Desemprego estrutural 672 
A taxa natural de desemprego 675 
Mudan~as na taxa natural de desemprego675 
Economia em ar;ao: Euroesderose 677 
Desemprego e ciclo economico 678 
0 hiato de produto e a taxa de desemprego 678 
A lei de Okun 679 
""';':' QUANDO UMA "LEI" NAO E UMA LEI? 680 
Economia em ar;ao: Recuperac;oes sem emprego 680 
Por que o mercado de trabalho nao se move rapidamente 
para o equilibria? 681 
Economia em ac;fw: Salarios rigidos durante a Grande 
Depressao 683 
Desemprego e infla~ao: a curva de Phillips 683 
A curva de Phillips de curta prazo 683 
Expectativas inflacionarias e curva de 
Phillips de curta prazo 686 
A curva de Phillips de longo prazo 687 
Taxa natural de desemprego revisitada 688 
Economfa em a~iio: Dos setenta preocupantes aos noventa 
flexiveis 688 
• UM OLHAR ADIANTE • 689 
3 • Infla~;ao, desinfla~;ao e defla~;ao . ... 692 
SALARIO POR HORA 692 
Moeda e infla~ao 693 
Maeda e pre~os revisitados 693 
0 impasto inflacionario 695 
A l6gica da hiperinfla~ao 696 
Economia em ac;iio: Moeda e pre\OS no Brasil, 1985-1995 697 
Efeitos da infla~ao 698 
Ganhadores e perdedores da infla~ao inesperada 698 
Infla~ao esperada e taxa de juros 699 
Custos da infla~ao 700 
i\RMADILHAS: QUAIS SAO OS JUROS PARA A DEMANDA POR 
MOEDA? 701 
A taxa 6tima de infla~ao 702 
Economia em ar;ao: Inflac;ao e taxas de juros nos Estados 
Unidos 703 
Infla~ao moderada e desinfla~ao 704 
___]-------
Causas da infla~ao moderada 704 
0 problema da desinfla~ao 704 
Choques de oferta 705 
Economia em a~;iio: A grande desinfla~ao dos anos 80 705 
Defla~ao 706 
Efeitos da defla~ao inesperada 706 
Efeitos da defla~ao esperada 706 
Economia em Ofdo: A armaditha do Japao 707 
• UM OLHAR ADIANTE • 708 
I PARTE XV ~ 
Eventos e Ideias 
4 • A constru~ao da macroeconomia 
moderna . .................... 711 
ACABAR COM A PODRIDAO? 711 
Macroeconomia classica 712 
Maeda e nivel de pre~os 712 
0 ciclo econiimico 712 
fconomia em 01;ao: Quando come\OU o cido economico? 712 
A Grande Depressao e a Revolu~ao Keynesiana 713 
A teoria de Keynes 714 
Politica de combate as recess6es 715 
Economia em ap:Jo: 0 fim da Grande Depress.'w 716 
Desafios a analise economica keynesiana 716 
A volta da politica moneti3ria 716 
Monetarismo 717 
Infla~ao e a taxa natural de desemprego 719 
0 ciclo econiimico da politica 719 
Economia ern ar;clo: 0 flerte do Fed com o 
monetarismo 7 20 
Expectativas racionais, ciclos economicos reais e a 
macroeconomia novo-classica 720 
Expectativas racionais 721 
Ciclos econiimicos reais 721 
Economia em Produtividade total de fator e o cicio 
economico 7 2 2 
0 consenso moderno 723 
Politica monetaria expansionista e Otil no combate a 
recess6es? 723 
Politica fiscal e eficaz no combate a recess6es? 723 
Pode a politica monetaria ejou fiscal reduzir o desemprego 
no longo prazo? 724 
Deve a politica fiscal ser usada de forma discricionaria? 724 
Deve a politica monetaria ser usada de forma 
discricionaria? 724 
Um segredo da macroeconomia 726 
Economia em Ofdo: Depois da bolha 726 
• UM OLHAR ADIANTE • 726 
~ PARTE XVI 
~ A Economia Aberta 
~' 
SUMARIO 
3 5 • Macroeconomia de economia 
aberta ...................... 729 
DILEMAS DO EURO 729 
Fluxos de capital e balan~o de pagamentos 730 
Contas do balan~o de pagamentos 730 
Modelando fluxos de capital privado internacional 733 
Determinantes subjacentes dos fluxos internacionais de 
capital 734 
Econamia em or;ao: A era dourada dos fluxes de 
capital 736 
0 papel da taxa de cambio 73 7 
Entendendo taxas de cambia 737 
PARA QUE LADO SUBIU? 738 
A taxa de cambia de equilibria 738 
Infla~ao e taxa de cambia real 740 
Paridade do poder de compra 742 
Ewnomia em ar;iio: 0 dolar e o deficit 7 43 
Politica cambial 744 
Regimes de taxa de cambia 744 
Como uma taxa de cambia pode ser mantida fixa? 744 
0 dilema do regime cambial 746 
Economia em afiio: A China fixa o yuan 7 4 7 
Taxas de cambio e politica macroeconomica 748 
Desvaloriza~ao e valoriza~ao de taxas de cambia 
fixas 748 
Politica monetaria com cambia flutuante 749 
Ciclos econiimicos internacionais 750 
Economia em ac;iio: A al.egria de uma libra 
desva!orizada 750 
Solu~oes para as questoes de "Teste 
seu entendimento" . ................. 754 
Dados macroeconomicos 1929-2004 ....... 793 
Glossario . .......................... 798 
in dice ........................... 810 
:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 
>> Creditos das fotos 
Cap a 
Primeira linha (da esquerda para a direita): Parents kiss 
son © iStockphoto.com/Pavel Losevsky; Petrobras 
building © iStockphoto.com/Celso Pupo Rodrigues 
Segunda linha (da esquerda para a direita): Industry by 
night © iStockphoto.com/Zsolt Nyulaszi; Summer wheat 
crops field© iStockphoto.com/Alexander Hafemann; 
Biodiesel fuel choice © iStockphoto.com!Logan Buell 
Terceira linha: 
array _of_deep_space_radio_frequency _telescopes 
© iStockphoto.com/Clayton Hansen 
Quarta linha: 
Scoop_of_coffee_beans_in_an_open_burlap_sack 
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Quinta linha (da esquerda para a direita): Little boy's 
legs and feet© iStockphoto.com/jason York; Shopping 
© iStockphoto.com/Amanda Rohde; Boxes on warehouse 
conveyor belt © iStockphoto.com/jim Lopes 
Sexta linha (da esquerda para a direita): Happy family 
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© iStockphoto.com/Arthur Preston; Grinder 
© iStockphoto.com/Chris Ryan 
Setima linha (da esquerda para a direita): Harbour 
© iStockphoto.com/Dicgo Ccrvo; Cement truck 
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© iStockphoto.com/Celso Pupo Rodrigues 
Oitava linha (da esquerda para a direita): Airplane 
landing© iStockphoto.com/ Lars Lindblad; Business 
meeting © iStockphoto.com/Zsolt Nyulaszi ; Fruit and 
vegetable market© iStockphoto.corn!Michal Adamczyk 
Cn!ditos do texto 
Capitulo 5 
lnformac;oes da fonte da Tabela 5-l: 
Ovos, Carne: Kuo S. Huang e Biing-Hwan Lin, Estimation 
of Food Demand and Nutrient Elasticities from 
Household Survey Data, United States Department of 
Agriculture Economic Research Service Technical 
Bulletin, No. 1887 (Washington, DC: U.S. Department of 
Agriculture, 2000); 
Material de papelaria, gasolina, viagens de aviao, viagens ao 
exterior: H. S. Houthakker e Lester D. Taylor, Consumer 
Demand in the United States, 1929-1970: Analyses and 
Projections (Cambridge, MA: Harvard University Press, 
1966); 
Moradia, refei(oes em restaurantes: H. S. Houthakker e 
Lester D. Taylor. Consumer Demand in the United States: 
Analyses and Projections, 2nd ed. (Cambridge, MA: 
Harvard University Press, 1970). 
Capitulo 12 
Fonte do artigo utilizado em "Para Mentes Curiosas": 
C. Camerer et al., Labor Supply of New York City Cab 
Drivers: One Day at a Time. Quarterly journal of 
Economics, 112,407-471. 
Capitulo 19 
Fonte do artigo utilizado em "Economia em A(ao": M. 
Gross, J.L. Sindelar,]. Mullahy, e R. Anderson, Policy 
Watch: Alcohol and Cigarette Taxes, journal of Economic 
Perspectives, 7, 211-222, 1993. 
~~~~~--~~-~ 
~-----------~---~---~-------------------------------------·---------------~--------~~------------~---------~-------~­
-----~---~--~--------------------------------------------------------------------------------------------------------
ECONOMIA? 
>> Introdu~ao: os neg6cios 
comuns da vida 
UM DOMINGO QUALQUER 
I 
f 
domingo a tarde, verao de 2003, 
e a Rodovia l na parte central de 
Nova jersey esta movimentada. 
Milhares de pessoas enchem as 
grandes lojas de departamentos que 
margeiam essa estrada por 20 mi­
lhas, desde Trenton ate New Bruns­
wick. A maioria dos compradores 
esta alegre - e por que nao 7 As lojas 
dali oferecem uma escolha enorme; 
voce pode comprar qualquer coisa. 
desde equipamento eletronico sofis­
ticado a roupas da moda e ate cenou­
ras organicas. Ha possivelmente 
cern mil itens diferentes nesse tre­
cho da estrada. E a maioria desses 
bens nao e apenas bensde luxo que 
s6 os ricos podem adquirir; sao pro­
dutos que milhoes de americanos 
podem comprar e com pram todos os 
dias. 
Essa cena de verao na Rodovia l e 
obviamente comum- mais ou menos 
igual a centenas de outros trechos de 
estrada que cruzam os Estados Uni­
dos, naquela mesma tarde. Mas esta 
disciplina, a economia, se interessa 
principalmente por coisas comuns. 
Como disse o grande economista do 
seculo XIX Alfred Marshall, a econo­
mia e "urn estudo da humanidade nos 
neg6cios comuns da vida". 
0 que a economia pode dizer sobre 
esses "'neg6cios comuns"'? Acontece 
que diz muito. 0 que veremos neste 
livro e que mesmo as cenas comuns 
da vida economica colocam algumas 
questoes importantes; questoes que a 
economia ajuda a responder. Entre 
essas questoes temos: 
Como funciona nosso sistema eco­
nomico? lsto e. como consegue 
fornecer os bens7 
Quando e por que nosso sistema e­
conomico sai do rumo, levando as 
pessoas a um comportamento con­
traproducentc' 
Por que ha expansao e retra<;ao na 
economia? Is to e. por que as vezes 
a economia tern um "ano ruim"7 
Finalmente, por que o Iongo prazo 
e principalmentc uma hist6ria de 
expansao e nao de retra<;:ao? Is to e. 
por que os Estados Unidos e outras 
nac:;oes avan<;:aclas se tornam tao 
mais ric as como passar do tempo? 
Vamos dar uma olhada nessas 
questoes e oferecer uma previa do que 
voce vai aprender neste livro. 
c PARTE I 0 QUE ECONOMIA? 
A MAO INVISIVEL 
Aquela cena de Nova jersey nao pareceria comum para urn 
americana nos tempos coloniais; digamos, urn dos patrio­
tas que ajudou George Washington a veneer a batalha de 
Trenton em 1776. (Naquela epoca, Trenton era uma pe­
quena aldeia sem qualquer shopping a vista, e havia fazen­
das ao Iongo da estrada de barro que mais tarde se tornaria 
a Rodovia 1.) 
Imagine que voce pudesse transportar urn americana do 
periodo colonial para os elias de hoje. (Nao e urn roteiro 
para urn filme? Ate para varios.) Mas o que esse viajante do 
tempo acharia espantoso? 
Certamente o mais espantoso seria a prosperidade da 
America moderna- o leque de bens e servi<;os que as fami­
lias comuns podem adquirir. Olhando toda essa riqueza, 
nosso colona transportado do seculo XVIII indagaria: 
"Como posso ter uma parte disso?" Ou talvez perguntasse: 
"Como minha sociedade pode obter uma parte disso?'' 
A resposta e que para chegar a esse tipo de prosperidade 
voce precisa de um sistema que funcione bem para coorde­
nar as atividades produtivas - as atividades que criam os 
bens e servi<;:os que as pessoas desejam e que os fazem che­
gar aqueles que as querem. E esse tipo de sistema que te­
mos em mente quando falamos da economia. E a analise 
econ6mica e o estudo das economias, tanto no nivel do in­
dividuo quanta da sociedade em seu conjunto. 
Uma economia tem sucesso na medida em que, literal­
mente, entrega os bens. Um viajante do tempo vindo dose­
culo XVIII- ou ate de 1950- ficaria admirado com a quan­
tidade de bens e servi<;:os que a moderna economia ameri­
cana fornece e como n(lmero de pessoas com acesso a eles. 
Comparado com qualquer economia passada e com apenas 
um punhado de outros paises do mundo atuaL os Estados 
Unidos tem um padrao de vida incrivelmente elevado. 
Entao, nossa economia deve estar fazendo alguma coisa 
certa, e o \'iajante do tempo gostaria de cumprimentar o 
responsavel. Mas adivinhe. Nao ha nenhum responsavel. 
Os Estados Unidos tem uma economia de mercado, em 
que a produ<;:ao e o consumo sao o resultado de decisoes 
descentralizadas das empresas e dos individuos. Nao ha au­
toridade central dizendo as pessoas 0 que produzir e para 
onde transportar. Cada produtor individual faz o que 
acredita ser mais lucrativo; cada consumidor compra o 
que escolhe. 
A alternativa para uma economia de mercado e uma eco­
nomia de comando, em que existe uma autoridade central 
tomando decisoes sobre produ<;:ao e consumo. Experimen­
taram-se economias de comando notadamente na Uniao 
Sovietica entre 1917 e 1991. Mas nao funcionaram muito 
bern. Os produtores na Uniao Sovietica rotineiramente nao 
podiam produzir porque lhes faltavam materias-primas es­
senciais ou conseguiam produzir, mas nao encontravam 
ELSEVIER 
ninguem que quisesse comprar seus produtos. Os consu­
midores frequentemente nao conseguiam encontrar itens 
necessarios - economias de comando sao famosas pelas 
longas filas nas lojas. 
Economias de mercado, entretanto, sao capazes de co­
ordenar atividades extremamente complexas e garantir aos 
consumidores a oferta dos bens e servi<;os que desejam. De 
fa to, as pessoas quase sem pensar confiam sua vida ao siste­
ma de mercado: os residentes de qualquer grande cidade 
morreriam de fome em poucos dias se as a<;oes nao-pla­
nejadas, mas de algum modo ordenadas, de milhares de fir­
mas nao fornecessem uma oferta constante de alimentos. 
Surpreendentemente, o "caos" sem plano de uma econo­
mia de mercado acaba sendo muito mais ordenado do que 
o "planejamento" de uma economia de comando. 
Em 1776, em uma passagem famosa de seu livro A Ri­
queza das N(l(;ocs. o pioneiro economista escoces Adam 
Smith escreveu sobre como os individuos. buscando seu 
interesse proprio, muitas vezes acabam servindo ao inte­
resse da sociedade em seu con junto. De urn homem de ne­
gocios cuja busca de lucro torna a na<;:ao mais rica, Smith 
escreveu: "Ele procura apenas seu proprio ganho e, nisso, 
como em muitos outros casos, e levado por uma mao invi­
sivel a promover um fim que nao estava entre suas inten­
<;:oes." Desde entao, os economistas usam o termo mao in­
visivel para se referir a maneira pela qual uma economia de 
mercado consegue domar o poder do interesse proprio em 
favor do bem da sociedade. 
0 estudo de como os individuos tomam decisoes e de 
como essas decisoes interagem e denominado microecono­
mia. Um dos temas centrais da microeconomia e a percep­
<;:ao de Adam Smith: individuos perseguindo seu interesse 
proprio freqiientemente promovem o interesse da socieda­
de como um todo. 
Assim, uma parte da resposta a questao de nosso viajan­
te do tempo - "Como minha sociedade pode alcan<;:ar esse 
tipo de prosperidade que voces consideram fa to natural?"­
e que sua sociedade deveria aprender a apreciar as virtudes 
de uma economia de mercado e o poder cia mao invisivel. 
Mas essa mao invisivcl nao e sempre nossa amiga. E im­
portante en tender tambem quando e por que a busca do in­
teresse proprio individual pode levar a comportamentos 
contraproducentes. 
MEU BENEFICIO, SEU CUSTO 
Uma coisa que nosso viajante do tempo nao aceitaria sobre a 
moderna Rodovia l e o trafego. De fato, ainda que a maior 
parte clas coisas tenha melhoraclo nos Estados Unidos ao Ion­
go do tempo, o congestionamento no transito ficou bern pior. 
Quando ha congestionamento, cada motorista esta im­
pondo urn custo a todos os demais motoristas na estrada-
ELSEVIER 
ele esta atrapalhando os outros (e os outros o estao atrapa­
lhando). Esse custo pode ser substancial: nas principais 
areas metropolitanas, cada vez que alguem vai de carro ao 
trabalho, em vez de usar o transporte publico ou trabalhar 
em casa, ele pode facilmente impor urn custo de 15 d6lares 
ou mais aos outros motoristas. Contudo, ao decidir se pega 
ou nao o carro, o usuario nao tern incentivo para levar em 
conta os custos que imp6e aos demais. 
0 congestionamento e urn exemplo familiar de urn pro­
blema bern mais amplo: as vezes, a busca do interesse pro­
prio pelo individuo, em vez de promover o interesse da so­
ciedade como urn todo, pode, na verdade, causar dano a so­
ciedade. Quando isso acontece, e conhecido como falha de 
mercado. Outros exemplos importantes de falha de merca­
do envolvem poluic;;ao do ar e da agua, bern como o excesso 
de explorac;;ao de recursos naturais como pescado e florestas. 
A boa nova, como voce aprendeni usando este livro para 
estudar microeconomia, e que a analise economica podeser usada para diagnosticar falhas de mercado. E, muitas 
vezes, a analise economica pode ser usada tambem para 
formular soluc;;6es para o problema. 
BONS TEMPOS, MAUS TEMPOS 
A Rodovia l estava movimentada naquele dia de verao de 
2003, mas nao tao mm·imentacla quanto os comerciantes 
gostariam, pois, em meados de 2003, a economia america­
na nao ia bem. 0 principal problema eram os empregos: no 
inicio de 2001, as empresas comec;;aram a demitir grande 
quantidade de trahalhadores e, em junho de 2003, o cm­
prego ainda nao havia comecado a se recuperar. 
Tais periodos de mal-estar sao uma caracteristica regu­
lar das economias modernas. 0 fato e que a economia nao 
funciona sempre regularmente: ela passa por flutua(Dcs, 
uma serie de crescimentos e declfnios. Ao chegar a meia­
idade, o amcricano medio tera passado por tres ou quatro 
declinios, conhecidos como recess6es. (A economia dos 
Estados Unidos sofreu serias recessoes no comec;;o de 1973, 
1980, 1981, 1990 e 2001.) Durante uma recessao grave, 
milhoes de trabalhadores podem perder o emprego. 
Assim como as falhas de mcrcado, as recess6es sao coi­
sas da vida: mas, assim como as falhas de mercado, sao um 
problema para o qual a analise economica oferece algumas 
solw;;oes. Recess6es estao entre as principais preocupac;;6es 
do ramo da economia conhecido como macroeconomia, 
que trata da expansao e da retrac;;ao da economia em geral. 
Se voce estudar macroeconomia, vera como os economis­
tas explicam as recess6es e como as politicas governamen­
tais podem ser aplicadas para minimizar os danos causados 
por flutuac;;oes economicas. 
INTRODU~Ao: OS NEGOCIOS COMUNS DAVIDA :1, 
Contudo, apesar de recess6es ocasionais, no longo pra­
zo, a hist6ria da economia americana tem muito mais ex­
pans6es do que declinios. E esse crescimento de longo pra­
zo e o tema de nossa questao final. 
PARA A FRENTE.E-PARA CIMA _ 
No infcio do seculo XX, a maio ria dos americanos vi via 
em condic;;oes que hoje considerarfamos como de extre­
ma pobreza. Somente 10% das casas tinham vasos sanita­
rios com descarga, apenas 8% tinham aquecimento cen­
tral, s6 2% tinham eletricidade, e quase ninguem tinha 
carro, muito menos maquina de lavar ou aparelho de 
ar-condicionado. 
Essas comparac;;oes sao um lembrete do quanto nossa 
vida mudou pelo crescimento economico, a capacidade 
crescente da economia de produzir bens e servic;;os. 
Por que a economia cresce ao longo do tempo? E por 
que o crescimento economico ocorre mais rapido em cer­
tos periodos e em certos lugares que outros 7 Essas sao 
quest6es cruciais para a analise economica, pois o cresci­
mento e algo bom, como aqueles consumidores na Rodo­
via 1 podem atestar, e a maioria de n6s quer mais cresci­
mento. 
UMA MAOUINA DE DESCOBRIR 
Esperamos ter cotwencido voce de que "os neg6cios co­
muns da vida", se voce parar para pensar, sao, na verdade, 
extraordinarios e podem nos levar a indagac;;6es interessan­
tes e importantes. 
Neste livro, vamos relatar as respostas que os economis­
tas deram a tais quest6es. Mas esta obra, tal como toda a 
analise economica, nao e uma lista de respostas: e a intro­
duc;;ao a uma disciplina, a um modo de tratar as quest6es 
que acabamos de mencionar. Ou como Marshall, que des­
creveu a economia como o estudo dos "neg6cios comuns 
da vida", colocou: "Economia ... nao e um corpo de verda­
des concretas, mas uma maquina para descobrir a verdade 
concreta." 
Tratemos de virar a chave da ignic;;ao. 
PALAVRAS-CHAVE > > > > > > > > > > > 
Economia p. 2 
Analise economica p. 2 
Economia de mercado p. 2 
Mao invisivel p. 2 
Microeconomia p. 2 
Falha de mercado p. 3 
Recessao p. 3 
Macroeconomia p. 3 
Crescimento econ6mico p. 3 
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TERRENO COMUM 
A 
reuniao anual da American Eco­
nomic Association atrai milha­
res de economistas velhos e jo­
vens, famosos e desconhecidos. 
Ha venda de livros, reunioes de neg6- , 
cios e boa quantidade de entrevistas 
para empregos. Mas os economistas 
se reunem, sobretudo, para falar e au­
vir. Nos momentos de maior ativida­
de, podem estar ocorrencia simulta­
neamente 60 ou mais apresenta<;:oes 
sabre questoes que vao desde o futuro 
da balsa de valores ate a decisao de 
quem cozinha em familias de dais as­
salariados. 
0 que essas pessoas tern em co­
mum? Urn perito em mercado de 
a<;:oes provavelmente sabe bern pouco 
de economia do trabalho domestico e 
vice-versa. Mas urn economista que 
entra no seminario errado e acaba ou­
vindo uma apresenta<;:ao sabre urn t6-
pico que nao lhe e familiar, mesmo as­
sim, vai escutar muita coisa que lhe e 
familiar. A razao e que toda analise 
economica se baseia em urn conjunto 
com urn de principios que se aplicam a 
muitas questoes diferentes. 
Alguns desses principios envolvem 
a escolha individual, pais a analise eco­
nomica trata antes de mais nada das 
escolhas que os individuos fazem. 
Voce escolhe trabalhar no verao ou 
pega sua mochila e vai viajar? Voce 
compra urn CD novo ou vai ao cine­
ma? Tais decisoes implicam Jazer uma 
escolha entre urn mimero limitado de 
op<;:oes; limitado porque ninguem 
pode ter tudo o que quer. Cada ques­
tao de economia, em seu nivel mais 
basico, implica individuos fazendo es­
colhas. 
Mas, para entender como uma eco­
nomia funciona, voce precisa mais do 
que entender como os individuos fa­
zem escolhas. Nenhum de nos e Ro­
binson Crusoe sozinho em uma ilha; 
temos de tamar nossas decisoes em 
urn ambiente que e formado pelas de­
cisoes de outros. De fato, em uma eco­
nomia moderna, mesmo a mais sim­
ples das suas decisoes- digamos, o que 
tamar no cafe da manha - e formada 
pelas decisoes de milhares de outras 
pessoas, desde o produtor de banana 
na Costa Rica, que decide plantar a 
fruta que voce come, ate o fazendeiro 
de Iowa que produziu o milho inclui­
do no seu cereal matinal. E porque 
cada urn de n6s, em uma economia de 
mercado, depende de tantos outros- e 
eles, por sua vez, dependem de n6s -, e 
que nossas escolhas interagem. Assim, 
embora toda economia em urn nivel 
basico seja sabre escolhas individuais, 
para en tender como funcionam econo­
mias de mercado temos de entender 
tambem a intera<;:ao no conjunto da 
economia ou como minhas escolhas 
afetam suas escolhas e vice-versa. 
Neste capitulo, vamos examinar 
nove principios basicos de analise 
economica: quatro principios envol­
vendo a escolha individual e cinco en­
volvendo o modo pelo qual as esco­
lhas individuais interagem. 
Neste capitulo, 
voce aprendera: 
• Urn conjunto de prindpios para 
entender a analise econ6mica 
de como os indivfduos fazem 
escolhas. 
• Urn conjunto de prindpios para 
entender como as escolhas 
individuais interagem. 
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• ELSEVIER 
ESCOLHA INDIVIDUAL: 0 CERNE 
DA ECONOMIA 
Qualquer questao economica, no seu nivel mais basico, en­
valve escolha individual, decisoes de urn individuo sobre 
o que fazer eo que new fazer. De fato, voce pode dizer que 
nao e economia se nao e sobre escolha. 
Entre em uma grande loja de departamentos ou super­
mercado. Ha milhares de produtos diferentes a disposic,;ao, e 
e bern pouco provavel que voce, ou qualquer outro, tenha 
condic,;oes de comprar tudo o que deseja. De qualquer mo­
do, o espac,;o que voce tern no seu dormit6rio ou apartamen­
to e fixo, nao estica. Entao, voce vai comprar outra estante 
de livros ou uma geladeira pequena? Dadas as limitac,;oes do 
seu on;amento e do seu espac,;o, voce tern de escolher entre 
qual produto comprar e qual deixar na prateleira. 
0 fa to de aqueles produtos estarem Ia na prateleira ja en­
valve escolha: o gerente da loja escolheu coloca-los la, e os 
fabricantes dos produtos que la estao decidiram produzi-los. 
Todas as atividades economicas envolvem escolha.Quatro principios economicos estao subjacentes na eco­
nomia da escolha individual, que aparecem na Tabela 1-l. 
Vamos examinar em mais detalhe cada urn desses prin­
cipios. 
TABELA 1-1 
Principios subjacentes a economia da escolha 
individual 
1. Recursos sao escassos. 
2. 0 custo real de alga e 0 que voce deve dispensar para 
adquiri-lo. 
3. "Quanta?" e uma decisao na margem. 
4. As pessoas em geral exploram as oportunidades de 
melhorar sua propria situac;:ao. 
Os recursos sao escassos 
Voce nao pode ter sempre tudo que quer. Todo mundo gos­
taria deter uma casa bonita em um bom Iugar (e uma faxine­
ira), dois ou tres carros de luxo, e ferias freql.ientes em hoteis 
chiques. Mas, mesmo em urn pais rico como os Estados Uni­
dos, nao sao muitas as familias que podem ter tudo isso. E 
assim elas precisam escolher: ir a Disneylandia este ano ou 
comprar urn carro melhor, conformar-se com um jardim 
bem pequeno ou se conformar em passar muito tempo no 
6nibus e viver em uma area: em que o terreno e mais barato. 
Uma renda limitada nao e o unico fator que impede as 
pessoas de ter tudo o que querem. 0 tempo tambem tem 
oferta limitada: o dia s6 tem 24 horas. E porque o tempo de 
que dispomos e limitado, escolher gastar tempo com uma 
atividade significa tambem escolher nao gas tar tempo com 
CAPITULO 1 PRINCIPIOS BASICOS 
outra atividade, ou seja, usar o tempo para estudar para um 
exame significa deixar de ir ao cinema naquela hora. De 
fato, muitas pessoas sao tao restringidas pelo numero de 
horas do dia que estao dispostas a trocar dinheiro por tem­
po. Por exemplo, pequenas lojas de conveniencia normal­
mente cobram mais caro do que o supermercado regular. 
Mas elas desempenham um papel valioso ao a tender o con­
sumidor com falta de tempo, que prefere pagar mais do que 
ir mais Ionge ate o supermercado. 
Por que os individuos tem de fazer escolhas? Em ultima 
instancia, a razao e que os recursos sc!o escassos. Recurso e 
qualquer coisa que pode ser usada para produzir alguma 
outra coisa. Listas de recursos de uma economia em geral 
comec;:am com terra, trabalho (o tempo disponivel dos tra­
balhadores), capital (maquinaria, construc,;ao e outros ati­
vos produtivos fabricados pelo homem) e capital humano 
(as conquistas educacionais e habilidades dos trabalhado­
res). Um recurso e escasso quando sua quantidade dispo­
nivelnao e suficiente para satisfazer todos os seus usos pro­
dutivos. Ha muitos recursos que sao escassos, incluindo re­
cursos naturais que provem do ambiente fisico. como mi­
nerios, madeira e petr6leo. lgualmente, existe uma quanti­
dade limitada de recursos humanos: trabalho. competencia 
e inteligencia. E, em uma economia mundial crescendo 
com rapido aumento da populac,;ao, ate o ar e a agua pura 
tornaram-se recursos escassos. 
Assim como os individuos precisam fazer escolhas. a es­
cassez de recursos significa que a sociedade em seu conjunto 
e obrigada a fazer escolhas. Uma forma de a sociedade fazer 
escolhas e simplesmente permitir que elas surjam como re­
sultado de muitas escolhas individuais, que e o que normal­
mente acontece em uma economia de mcrcado. Por cxcmplo. 
os americanos como grupo tem um determinado nCunero de 
horas por semana: quanto dessas horas eles gastam indo ao 
supennercado para conseguir prcc,;os mais baixos. em lugar 
de poupar tempo comprando em lojas de conveniencia perto 
de casa? A resposta e a soma das decisoes inclividuais: cada 
um clos milh(}es de indivfduos na economia faz sua propria 
escolha sobre onde fazer compras. e a escolha do conjunto c 
simplesmentc a soma dessas decis(}es individuais. 
Por varias razoes. ha algumas decis(Jes que a sociedade 
decide que e melhor nao deixar a escolha individual. Por 
exemplo, os autores deste livro vivem em uma area que ate 
recentemente era agricola, mas onde agora as construc,;oes 
estao se expandindo rapidamente. A maioria dos residentes 
locais acha que a comunidade seria mais aprazivel se parte 
do terreno fosse deixada sem lotear e construir. Mas ne­
nhum desses individuos tem um incentivo para deixar que 
seu terreno permanec;:a como um espac;:o verde aberto, em 
Iugar de vende-lo para uma incorporadora. Assim, tem sur­
gido uma tendencia em muitas comunidades nos Estados 
Unidos de que a prefeitura compre areas ainda sem cons­
truc;:ao a fim de preserva-las como area verde. Veremos 
PARTE I 0 QUE ECONOMIA? 
mais tarde par que decisoes sobre como usar recursos es­
cassos muitas vezes sao melhor deixadas aos individuos, 
mas algumas vezes deveriam ser tomadas em um nfvel mais 
alto, da comunidade. 
Custo de oportunidade: o verdadeiro custo 
de algo e igual a tudo aquilo de que voce abre 
mao para obte-Lo 
Voce esta no seu ultimo semestre de curso, e seus horarios 
de aula lhe permitem seguir apenas uma materia eletiva. E 
no entanto ha duas que voce gostaria de fazer: Hist6ria do 
jazz e Tenis para Principiantes. 
Suponha que voce decida fazer o curso de Hist6ria do 
jazz. Qual o custo dessa decisao? Eo fato de que voce nao 
podc fazer Tenis para Principiantes. Os economistas cha­
mam esse tipo de custo, do que voce precisa abrir mao a fim 
de obter algo que qucr, de custo de oportunidade daquele 
i tcm. A.ssim, o custo de oportunidade das aulas de Hist6ria 
dojazz co prazer que voce teria tido com as aulas de Tenis 
para Principiantes. 
0 conceito de custo de oportuniclade e crucial para en­
tender a escolha individual, pois, no fim das contas, todos 
os custos sao custos de oportunidade. Alguns criticos di­
zem que os economistas estao preocupados apenas com 
custos c bcneficios que podem ser medidos em dinheiro. 
Mas isso nao c verdade. Boa parte da analise economica en­
voh·e casos como esse de escolha de um curso, em que a 
taxa de matrieula n<'io aumenta dependendo do curso cleti­
vo. isto c. nao h<i mn custo monetario direto. Mesmo assim. 
o curso que voce escolhe tem um custo de oportunidade: o 
nutro curso desejavcl ao qual Yocc abdica porque seu tem­
po limitado permite acompanhar apenas um. 
VOcE TEM UM CENTAVO? 
ELSEVIER 
Voce podera pensar que o custo de oportunidade e um 
adicional, is to e, algo adicional ao custo monetario do item. 
Suponha que um curso eletivo custe uma matricula adicio­
nal de $750; agora ha um custo monetario em fazer o curso 
de Hist6ria do jazz. 0 custo de oportunidade de fazer esse 
curso e algo separado do custo monetario? 
Pois consideremos os dois casos. Primeiro, suponha que 
fazer o curso de Tenis para Principiantes tambem custe 
$750. Nesse caso, voce teria de gastar os tais $750, nao im­
porta o curso que fizesse. Assim, aquila que voce abdica 
para fazer aulas de Hist6ria do Jazz continua sen do o curso 
de Tenis para Principiantes- voce teria de gastar $750 em 
um caso ou outro. Mas suponha que voce nao tenha de pa­
gar nada pelo curso de tenis. Nesse caso, o que voce abdica 
ao fazer aulas de jazz sao as aulas de tenis e mais tudo o que 
voce poderia comprar com $750. 
De qualquer modo, o custo de fazer o seu curso preferi­
do e tudo 0 que voce tem de deixar de ter ou fazer para fa­
ze-lo. Todos os custos sao em ultima instancia custos de 
oportunidade. 
Algumas vezes, o dinheiro que voce tem de dar por 
algo e uma boa indica<;:ao do seu custo de oportunidade. 
Mas, muitas vezes, nao e. Um exemplo importante e 
como o custo em dinheiro de fazer uma faculdade e um 
mau indicador do custo de oportunidade. Matricula e 
moradia sao os principais gastos para a maioria dos estu­
dantes, mas, mesmo que essas coisas fossem de gra<;:a, fa­
zer uma faculdade e um programa dispendioso, pois a 
maioria dos estudantes universitarios, se nao estivessem 
na faculdade. teria algum emprego. Isto e, ao frequentar 
a faculdade, os estudantes abdicam da renda que teriam 
caso, em Iugar disso, trabalhassem. Isso significa que o 
custo de oportunidade e o que voce paga de matricula, 
Bem ao lado de muitas caixas registradoras, 
nos Estados Unidos, ha um cestinhocheio de 
moedas. As pessoas sao estimuladas a 
arredondar suas compras para baixo ou para 
cima. Assim, sea sua compra custa $5,02 
voce da $5 ao caixa e poe 2 centavos na 
cesta; se custa $4,99, voce paga $5 eo caixa 
joga um centavo na cestinha. Facilita a vida 
de todo mundo. E clara que seria mais facil 
ainda abolir os centavos, medida que alguns 
economistas ja defenderam. 
A resposta e que um centavo nem sempre 
foi uma soma assim tao infima: o poder de 
compra de um centavo foi enormemente 
reduzido pela infla~ao. Ha quarenta anos, um 
centavo tinha mais poder de compra que uma 
moeda de 5 centavos tem hoje. 
de d6lar era equivalente a 18 segundos de 
trabalho; e valia a pena poupar um centavo 
se fazer isso tomava menos que 18 segundos. 
Mas os salarios subiram, junto com os pre~os 
em geral, de modo que o trabalhador media 
hoje recebe mais de $17 a hora. Um centavo 
de d6lar hoje equivale a pouco mais de dois 
segundos de trabalho e, sendo assim, nao 
vale o custo de oportunidade do tempo que 
leva se preocupar com um tostao a mais, um 
tostao a menos. 
Mas por que temos centavos? Sese trata 
de um montante tao pequeno que nao vale a 
pena preocupar-se com ele, por que 
calculamos pre~os com essa exatidao? 
Por que isso importa? Lembre o dito: 
"Centavo poupado, centavo ganho." Mas ha 
outras maneiras de ganhar dinheiro, de modo 
que voce precisa decidir se poupar um 
centavo e um uso produtivo do seu tempo. 
Voce poderia ganhar mais dedicando esse 
tempo a outros usos? 
Ha 40 anos, o salario media nos Estados 
Unidos era cerca de $2 a hora. Um centavo 
Em suma, o aumento do custo de 
oportunidade do tempo em termos de 
dinheiro transformou o centavo de moeda 
util em um inc6modo. 
~~~-------------~ ............ .. 
taxas, moradia, mais a renda perdida, aquela que voce te­
ria ganho em urn emprego. 
E facil ver que o custo de oportunidade de fazer urn 
curso universitario e especialmente alto para gente que 
poderia estar ganhando muito dinheiro nos anos que se­
riam os de estudo. Por isso e que atletas campeoes muitas 
vezes desistem de fazer faculdade ou, en tao, como o famo­
so astro do golfe Tiger Woods, deixam a faculdade antes 
de se formar. 
"Quanto?" e uma decisao na margem 
Algumas decisoes importantes envolvem uma escolha do tipo 
"ou isso ou aquila"- por exemplo, voce decide fazer uma fa­
culdade ou entao comec;ar a trabalhar; voce decide fazer o 
curso de economia ou entao urn outro. Mas outras decisoes 
importantes envolvem escolhas do tipo "quanto?". Por exem­
plo, se neste semestre voce esta fazendo aulas de economia e 
de quimica, voce precisa decidir quanta tempo dedicar a cada 
uma delas. Quando se trata de entender decisoes de "quan­
to?", a economia tem uma percepc;ao importante a oferecer: 
"quanto" e uma decisao na margem. 
Suponha que voce esteja fazendo os cursos de economia 
e de quimica. E suponha que voce seja um estudante que se 
prepara para o curso de medicina, de modo que seu curso 
de quimica importa mais do que o de economia. Significa 
isso que voce deveria dedicar todo o seu tempo a estudar 
qui mica e con tar com a sorte no exame de economia 7 Pro­
vavelmente nao; mesmo que voce julgue que sua nota de 
quimica e mais importante, voce deveria dedicar algum es­
forc;o ao estudo de economia. 
Gastar mais tempo estudando economia envolve um be­
neficia (uma nota esperada mais alta no curso) e um custo 
(voce poderia usar mais tempo fazendo outra coisa, como 
estudar para ter uma nota mais alta em quimica). Ou seja, 
sua decisao envolve um trade-off. ou seja, uma compara­
<;ao entre custos e beneficios. 
Como voce decide esse tipo de questao de '·quanto "? A 
resposta tipica e que vai decidindo um pouquinho a cacla 
momento, decidinclo como gastar a cada nova hora. Diga­
mos que as duas provas sejam no mesmo dia, e na noite an­
terior voce usa o tempo para rever suas anota<;oes de ambos 
os cursos. As 6 da tarde voce decide que uma boa ideia e 
gastar uma hora para cada curso. As 8 horas da noite voce 
decide que e melhor usar mais uma hora para cada um. As 
lO da noite voce esta ficando cansado e percebe que so tem 
mais uma hora para estudar antes de dormir: quimica ou 
economia? Se voce se prepara para medicina, provavel­
mente sera quimica; se voce se prepara para um MBA, pro­
vavelmente sera economia. 
Note como voce tomou sua decisao de alocar seu tempo: 
a cada momenta a questao e se voce deve ou nao gas tar uma 
hora mais em urn dos cursos. E ao decidir usar uma hora 
CAPITULO 1 PRINCIPIOS BASICOS 
mais estudando qmmtca, voce pondera os custos (uma 
hora em que nao pode estudar economia ou tem de ficar 
sem dormir) em comparac;ao com os beneficios (provavel­
mente uma nota maior em quimica). Enquanto o beneficio 
de estudar uma hora mais de quimica excede o custo, voce 
deve optar por estudar aquela hora adicional. 
Decisoes desse tipo - o que fazer com sua hora seguinte 
ou o que fazer com seu dolar seguinte -sao decisoes mar­
ginais. Elas envolvem urn trade-off na margem; comparar 
custos e beneficios de urn pouco mais em uma atividade 
versus urn pouco menos. 0 estudo de tais decisoes e conhe­
cido como analise marginal. 
Muitas das questoes com que nos defrontamos em econo­
mia, e na vida real, envolvem analise marginal: quantos em­
pregados eu deveria contra tar na minha loja? Depois de quan­
tos quilometros devo trocar 0 oleo do carro? Qual e a taxa 
aceitavel de efeitos colaterais ad versos de um novo remedio? 
A analise marginal desempenha um papel central na econo­
mia porque e a chave para decidir "quanta"' fazer de algo. 
As pessoas em geral exploram a oportunidade 
de melhorar de situa~ao 
Urn dia, escutando as noticias financeiras de manha. os au­
tores ouviram uma dica otima de estacionamento barato 
em Nova York. Estacionamentos na area de 'vVall Street 
onde esta a bolsa de ,·a I ores, costumam cobrar $30 por dia. 
Segundo o repcirter, algumas pessoas tinham encontrado 
uma solu<;ao melhor: em Iugar de pagar estacionamento. 
elas iam ao posto ali perto para trocar oleo, onde a troca de 
6leo custa $19,95, e deixavam o carro hl o dia inteiro. 
Boa historia, mas infelizmente nao era verdadeira. Na 
verdade, nem existe esse posto de gasolina ali. Mas. se exis­
tisse, ele teria muita procura por troca de oleo. Por que? 
Porque, quando as pessoas veem uma oportunidade de me­
lhorar sua situac;ao, elas normalmente aproveitam; e se 
achassem uma maneira de estacionar o carro o dia intciro 
por Sl9,95 em vez de S30, elas o fariam. 
Quando voce tenta prever como as pessoas vao se com­
portar em uma situa<;<lo economica, a melhor aposta e que 
aproveitarao a oportunidade de melhorar de situa<;ao. Os 
individuos continuarao a explorar essas oportunidades ate 
que elas se esgotem, isto e, explorarao as oportunidades 
ate que elas tenham sido aproveitadas plenamente. 
Se de fato existisse em Nova York um posto na zona de 
Wall Street em que trocar oleo fosse mais barato que pagar 
estacionamento, poderiamos prever que logo a fila de espe­
ra para trocar oleo seria de varias semanas, ate meses. 
De fa to, o principia de que as pessoas exploram as opor­
tunidades de melhorar sua propria situac;:ao e a base de to­
das as previsoes dos economistas sobre o comportamento 
individual. E se os rendimentos dos que tern MBA aumen­
tarem muito eo dos advogados baixarem, podemos esperar 
PARTE I 0 QUE ECONOMIA? ELSEVIER 
PAGAR POR NOTAS ALTAS? 
A verdadeira recompensa par aprender eo 
proprio aprendizado; isso e clara. Mas 
professores e escolas, muitas vezes, acham 
que vale a pena acrescentar alga mais. 
Alunos de escola primaria que sao bans 
podem ganhar uma estrelinha de ouro; em 
niveis mais altos, os que se saem bern nos 
testes podem receber trofeus, placas 
comemorativas ou ate certificados para 
compra de urn presente. 
maxima no exarne recebia urn bonus de 
poupan~a de $50. 
rnotivar os estudantes para que levassem o 
exame tao a serio quanta os adrninistradores 
daescola. 0 diretor da Parrott Middle School 
defendeu o pagamento par notas 
argumentando que bans estudantes rnuitas 
vezes ficavam escrevendo brincadeiras nas 
folhas de prova. Com elevadas somas de 
dinheiro envolvidas, a diretor decidiu deixar 
de lado suas duvidas sabre a metoda e pagar 
os estudantes que fizessem bern o exame. 
Muitos criticararn os premios ern 
E dinheiro? 
dinheiro. De fato, a maioria dos professores 
acha que pagar dinheiro para aprender e uma 
rna ideia, pais nao ha rnontante de dinheiro 
que seja elevado o suficiente para dar aos 
estudantes o verdadeiro sentido de quanta e 
irnportante sua educa~ao, e fica parecendo 
que aprender e trabalho remunerado. Entao, 
par que as escolas adotaram essa pratica? Sera que pagar aos estudantes pelas 
notas leva a notas mais altas? Entrevistas 
com as estudantes indicam que pelo menos 
alguns sao levados a se esfor~ar rnais nos 
exarnes. E algumas das escolas da Florida que 
introduziram essa forma de incentive relatam 
uma melhoria substancial no desempenho 
Ha alguns anos, as escolas da Florida 
provocaram urn intenso debate ao oferecer 
premios em dinheiro aos que tirassem 
notas altas nos exames padronizados do 
estado. Nurna das escolas (a Parrott Middle 
School), que ofereceu os rnontantes mais 
altos, urn aluno da oitava serie com a nota 
A resposta, conforme se descobriu, e que 
o governo estadual anterior havia 
introduzido urn esquema de pagamento par 
desempenho para as escolas: as escolas cujos 
estudantes tivessern notas altas nos exarnes 
estaduais receberiam verbas extras. 0 
problema surgiu quando se pensou ern dos estudantes. 
que mais estudan tes l"ar<1n administra<,:ao de empresas e 
menos larao direito. E se o pre<,:o cla gasolina suhir e ficar 
alto pur muito tempo. podcremos esperar que mais pcssoas 
C<)mprar<1n carros mcnorcs. cnm mais quilomctragem 
por litro de gasolina. mcllwrando sua pn)pria sitn<.\<;ao 
11~1 prescn<;a de gasolina mais cara ao dirigirem carros 
mai-; cficicntcs no uso de gasL)Iina. 
(~u.mdu mudan<;as 11<\S nponunidacks disponhTis com­
p,·ns<\111 aquclcs que mudam scu comportamcnto. dizcmos 
que a,; pc•;soas sc dcfmntam com no\'OS inccntivos. Se o 
pt-cn) do cstacionamcnto em NoYa York aumenta, quem 
con-,cgue achar uma alternatiYa para chcgar no scu cmpre­
go em \\.all Street economizara dinhcircl, c assim podemos 
cspcr~u menus gcntc dirigindu ate u lrabalho. 
l:m liltimo pcmto: os cconumistac; tcndcm a ser ccti­
cos quanto a qualqucr tcntati\·a de mudar o comporta­
mcnw das pessoas que nclo mudc seus incentivos. For 
c:\cmplo. um plano que pc<,:a aos industriais para redu::ir 
a polui<;c'\0 \oluntariamcntc pnw;:welmcntc nao sera cfi­
caz: um plano que lhcs de um inccntiYo financcim para 
rcduzir a poluic;ao tem muito mais probabilidaclc de fun­
cionar. 
Escolha individual: resume 
Acabamos de ver que ha quatro principios basicos da esco­
lha incliYidual: 
ReCl!rsos sao escassos. E sempre necessaria fazer eseolhas. 
0 verdadeiro Cl!sto de algae igual a tudo aquilo de que voce 
abrc mcio para obte-lo. Todos os custos scio custos de opor­
tLtniclade. 
"Qtwnto?" L' lllliCI dccisc1o nu margcm. Normalmente. a 
qucstao m'\o c "isto ou aquilo" mas "quanto". E esta e 
uma quesU\o cuja rcsposta dependc dos custos c bencfi­
cios de fazcr mais um pouco. 
As pcssoas em gcmlcxplorellll us uportunidudcs de mcllw­
rar suo pn)prin situac;cio. Em nmscql\cncia. as pessoas 
rcspondenlo a incentivos. 
Estamos prnmos, cntao. para fazcr analise economical 
Ainda n<'io. porquc o que de mais interessante acontccc na eco­
nomia nao c meramcnte o rcsultado de escolhas indivicluais. 
mas sim o modo como as eseolhas individuais intcmgcm. 
Trabalho de mulher 
Uma das grancles transforma<;oes do seculo XX foi a mu­
clan<;a na natureza do trabalho da mulher. Em 1900, so­
mente 6'/o das mulhercs easadas nos Estados Unidos ti­
nham trabalho remunerado fora de casa. No inicio do seeu­
lo XXI. esse n(mwro e cerca de 60%. 
0 que causou cssa transforma<;ao? Certamente desem­
penhou um papel a mudan<,:a de atitudes em rela<,:ao ao tra­
balho fora de easa: na primeira metade do seculo XX, mui­
tas vezes se eonsiderava impr6prio que uma mulher casada 
trabalhasse fora de casa se ela nao precisasse, enquanto 
hoje isso e considerado normal. Mas uma das for<;as que 
impulsionou a mudan<;a foi a crescente clisponibilidade de 
aparelhos domesticos, especialmente maquinas de lavar. 
Antes de existirem esses aparelhos, euidar de casa clava 
------II!P:-
ELSEVIER 
muito trabalho, muito mais que urn emprego de jornada 
completa. Em 1945, pesquisadores do governo mediram o 
tempo de uma mulher numa fazenda durante a lavagem se­
manal: ela levava quatro horas lavando a roupa, quatro ho­
ras e meia passando a ferro e andava quase dois quilome­
tros. Ai ela foi equipada com uma maquina de lavar roupa, 
e lavar a mesma quantidade levou 41 minutos, passar rou­
pa foi reduzido a uma horae 45 minutos, e a distancia per­
corrida se reduziu em 90%. 
0 ponto e que, no tempo em que nao existiam aparelhos 
domesticos, o custo de oportunidade de trabalhar fora era 
muito alto: era algo que a mulher tipicamente s6 fazia por 
necessidade financeira premente. Com a aparelhagem mo­
derna, as oportunidades disponiveis para a mulher muda­
ram, e o resto e hist6ria. 
Toda a analise economica envolve esco/ha individual. 
As pessoas precisam fazer escolhas porque os recursos sao 
escassos. 
0 verdadeiro custo de algo e igual a tudo aquila de que voce 
abre mao para obte-lo, ou seja, todos os custos sao custos de 
oportunidade. Custos monetarios as vezes sao urn born indi­
cador dos custos de oportunidade, mas nao sempre. 
Muitas das escolhas nao sao do tipo fazer a/go ou niio, mas 
sim quanta. Escolhas de "quanta" sao feitas com trade-off 
na margem. 0 estudo das decisiies marginais e conhecido 
como analise marginal. 
Como as pessoas normalmente aproveitam as oportunidades 
de tornar sua propria situa.;ao melhor, os incentivos podem 
mudar o comportamento das pessoas. 
1. Explique como cada uma das situac;:6es a seguir ilustra os quatro 
principios da escolha individual. 
a. Voce esta indo pela terceira vez ate a mesa de sobremesas de 
um restaurante do tipo bufe e ja esta se sentindo bern satis­
feito. Embora isso nao va lhe custar mais dinheiro, voce de­
siste de pegar mais uma fatia de bolo de coco, masse serve 
de uma fatia de bolo de chocolate. 
b. Mesmo que existissem mais recursos no mundo, ainda have­
ria escassez. 
c. Varios professores dao cursos de introduc;:ao a economia. 
Aqueles dados pelos professores de maior reputac;:ao enchem 
rapido, enquanto sobram vagas nos cursos dos professores 
de menor reputac;:ao. 
d. Para decidir quantas horas por semana fazer exercicios, voce 
compara os beneficios de uma ou mais horas de ginastica com 
o efeito sobre as suas notas de uma hora a me nos de estudo. 
2. Voce ganha $45.000 por ano no seu atual emprego na firma de 
consultoria Garotos Geniais. Voce esta considerando uma oferta 
de emprego da empresa Man\acos Cerebrais Ltda., que pagara 
$50.000 por a no. Quais das opc;:6es a seguir sao os componentes 
cAPiTuLo 1 PRINCiPros BAsrcos 9 
do custo de oportunidade de aceitar um novo trabalho em Ma­
n\acos Cerebrais? 
a. Aumento do tempo gasto em trans porte como novo emprego. 
b. 0 salario de $45.000 do velho emprego. 
c. 0 escrit6rio mais espac;:oso no novo emprego. 
As respostas estao no fim do livro. 
INTERA~AO: COMO AS ECONOMIAS 
FUN CIO.NAM. . . . . . .. . . . . . . . . . .. 
Como aprendemos na Introduc;:ao, uma economia e urn sis­
tema para coordenar as atividades produtivas de muitas pes­
soas. Em uma economia de mercado, tal como aquela em 
que vivemos, a coordenac;:ao se da sem qualquer coordena­
dor: cada individuo toma suas decisoes. Contudo, tais deci­
soes estao longe de serem independentes umas das outras: as 
oportunidades de cada individuo e, portanto, suas escolhas 
dependem em grande medidade escolhas feitas por outras 
pessoas. Assim, para entender como uma economia de mer­
cado se comporta, temos de examinar essa interac;:ao em que 
minhas escolhas afetam suas escolhas e vice-versa. 
Quando estudamos interac;:ao economica, rapidamente 
aprendemos que o resultado final das escolhas individuais 
pode ser bern diferente do que qualquer urn dos individuos 
pretendia. 
Por exemplo, ao longo do seculo passado, os fazendei­
ros dos Estados Unidos entusiasticamente adotaram novas 
tecnicas agricolas e variedades de cultivos que reduziram 
os custos e aumentaram os rendimentos. E claramente do 
interesse de cada agricultor manter-se atualizado com as 
ultimas tecnicas. Mas o resultado final, quando cada agri­
cultor tratou de au men tar sua propria renda, foi na verdade 
expulsar muitos agricultores dessa atividade. Como os 
agricultores americanos tiveram tanto sucesso em aumen­
tar o rendimento de suas lavouras, os prec;:os tern caido 
continuamente. Esses prec;:os em queda reduziram a renda 
de muitos agricultores, e o resultado e que cada vez menos 
agricultores consideram que a atividade vale a pena. Isto e, 
urn agricultor individual que planta uma variedade melhor 
de cereal ficou em situac;:ao melhor; mas, quando muitos 
plantam uma variedade melhor, o resultado pode ser ode 
piorar a situac;:ao dos agricultores em seu conjunto. 
Quando urn agricultor planta uma nova variedade mais 
produtiva de cereal, ele nao esta simplesmente colhendo mais 
cereal. Esse agricultor afeta o mercado de cereais com sua ele­
vac;:ao de rendimento da terra, com consequencias que serao 
sentidas por outros agricultores, consumidores etc. 
· Assim como ha quatro principios economicos que sao 
parte do tema da escolha, ha cinco principios que fazem 
parte do tema da interac;:ao. Esses cinco principios estao re­
sumidos na Tabela 1-2. Examinaremos mais de perto cada 
urn deles. 
". PARTE I 0 QUE ECONOMIA? 
TABELA 1-2 
Principios subjacentes a intera~ao entre escolhas 
individuais 
1. Ha ganhos do comercio. 
2. Os mercados se movem em dire~ao ao equilibria. 
3. Os recursos deveriam ser usados do modo mais eficiente 
poss\vel para alcan~ar os objetivos da sociedade. 
4. Os mercados normalmente levam a eficiencia. 
5. Quando os mercados nao alcan~am a eficiencia, a 
interven~ao do governo pode melhorar o bem-estar da 
sociedade. 
Ha ganhos do comercio 
Por que as escolhas que eu fat;;o interagem com as escolhas 
que voce faz 7 Urn a familia poderia ten tar suprir todas as 
suas necessidades, ou seja, cultivar sua propria comida, 
costurar sua propria roupa, divertir-se, escrever seus pr6-
prios livros-texto de economia. Mas ten tar viver desse jeito 
seria muito complicado. A chave para urn padrao de vida 
melhor para cada urn eo comercio, em que as pessoas divi­
dem entre si as tarefas, e cada pessoa oferece urn bern ou 
servit;;o que outras pessoas desejam em troca de bens e ser­
vit;;os diferentes que ela propria quer. 
A razao pela qual temos uma economia, e nao muitos in­
dividuos auto-suficientes, e que ha ganhos do comercio: ao 
dividir as tarefas e trocar, duas pessoas (ou seis bilhoes de 
pessoas) podem obter (cada uma delas) daquilo que dese­
jam mais do que conseguiriam sendo auto-suficientes. Os 
ganhos do comercio surgem sobretudo dessa divisao de ta­
refas, que os economistas denominam especializa<,;ao, isto 
e, uma situat;;ao em que cada uma dentre diferentes pessoas 
se ocupa de uma tarefa diferente. 
As vantagens da especializat;;ao e os ganhos do comer­
cia dela resultantes foram o ponto de partida do livro de 
1776 de Adam Smith, A Riqucza das Nw;ocs, que muitos 
consideram o inicio da economia como disciplina. 0 livro 
de Adam Smith comet;;a com uma descrit;;ao de uma fabrica 
de alfinetes no seculo XVIII, onde, em vez de cada operario 
fazer um alfinete do comet;;o ate o fim, cada trabalhador se 
especializava em urn dos muitos passos da fabrica<;ao de 
urn alfinete: 
Urn homem puxa o arame, outro o endireita, urn terceiro o 
corta, urn quarto o faz pontudo, urn quinto o amassa na ponta 
para que se possa colocar a cabec;:a; fazer a cabec;:a do alfinete 
exige duas ou tres operac;:oes separadas; colocar a cabec;:a e uma 
operac;:ao especifica; clarear os alfinetes e mais outra; e enfiar 
os alfinetes no papel e ate urn setor de atividade separado; e o 
importante neg6cio de fazer urn alfinete e, desse modo, dividi­
do em cerca de dezoito operac;:oes distintas (. .. ) Aquelas dez 
ELSEVIER 
pessoas, portanto, podiam fazer quarenta e oito mil ou mais al­
finetes em urn dia. Masse tivessem todas trabalhado indepen­
dente e separadamente, e sem que qualquer uma tivesse sido 
treinada para esse tipo especifico de atividade, cada uma delas 
certamente nao teria conseguido fazer vinte ou, quem sabe, 
nem urn unico alfinete em urn dia. (. .. ) 
0 mesmo principia vale quando observamos como as 
pessoas dividem as tarefas entre elas e comercializam em 
uma economia. A economia como wn todo pode produzir 
mais quando cada pessoa se especializa em uma tarefa e co­
mercializa com as outras. 
0 beneficia da especializa~ao e a razao pela qual uma 
pessoa normalmente escolhe uma s6 carreira. Para tor­
nar-se medico, sao necessarios muitos anos de estudo e ex­
periencia; igualmente sao necessarios muitos anos de estu­
do e experiencia para ser piloto de linhas aereas comerciais. 
Muitos doutores talvez tenham potencial para se tornarem 
excelentes pilotos e vice-versa, mas e pouco provavel que 
alguem que decidisse seguir as duas carreiras chegasse a ser 
urn piloto ou urn medico tao born quanto alguem que deci­
disse desde o inicio se especializar em urn campo. Assim, e 
bom para todo mundo que os individuos se especializem 
na carreira que escolheram. 
Os mercados e que permitem a urn doutor ou a urn pi­
loto se especializar em seu proprio campo. Como existem 
os mercados de v6os comerciais e de servit;;os medicos, 
um doutor pode ter certeza de que pode achar urn voo e 
um piloto pode ter certeza de que encontrara urn medico. 
Enquanto os individuos sabem que podem encontrar os 
bens e servit;;os que desejam no mercado, eles estao dis­
postos a desistir de serem auto-suficientes ease especiali­
zar. Mas o que garante as pessoas que os mercados forne­
cerao os bens? A resposta a essa questao nos leva ao nosso 
segundo principia da interat;;ao que abarca a economia em 
sua totalidade. 
Os mercados caminham para o equilibria 
Em uma tarde de muito movimento no supermercado, ha 
longas filas nos caixas. De repente, urn dos caixas que esta­
va fechado, abre. 0 que acontece7 
A primeira coisa que acontece, e clara, e uma corrida na 
diret;;ao daquele caixa. Depois de alguns minutos, no en­
tanto, a situa<,;ao tera estabilizado; os compradores terao se 
rearranjado de tal modo que a fila no novo caixa tera mais 
ou menos o mesmo comprimento que as demais. 
Como sabemos disso? Sabemos, do quarto principia da 
escolha individual, que as pessoas exploram as oportuni­
dades de melhorar sua propria situa<,;ao. Isso significa que 
as pessoas correrao para o caixa que acaba de abrir a fi.m de 
economizar o tempo que se perde na fila. E a situa<,;ao sees­
tabilizara quando as pessoas nao puderem mais melhorar 
ELSEVIER 
de situac;ao mudando de fila; ou seja, no caso, as oportuni­
dades de melhorar sua propria situac;ao terao sido todas ex­
ploradas. 
Pode parecer que uma historia sobre fila no supermerca­
do nao tenha nada a ver com interac;oes no conjunto da 
economia, mas ela ilustra urn principia importante. Uma 
situac;ao em que os individuos nao podem melhorar de si­
tuac;ao fazendo algo diferente, por exemplo, quando todas 
as filas nos caixas tern o mesmo comprimento, e o que os 
economistas denominam equilibria. Uma situac;ao econ6-
mica est::i em equilibria quando nenhum individuo esta em 
melhor situac;ao se fizesse algo diferente. 
Lembre-se daquela historia do posto de gasolina onde 
supostamentevoce podia deixar o carro o dia inteiro para 
trocar oleo pagando menos do que o estacionamento. Se 
essa oportunidade tivesse de fato existido e as pessoas ain­
da estivessem pagando $30 para estacionar, a situac;ao new 
teria sido urn equilibria. 
E isso deveria ter sido urn sinal de que a historia nao 
era verdadeira. Na realidade, as pessoas teriam aproveita­
do a oportunidade de estacionar barato, do mesmo modo 
que aproveitaram a oportunidade de economizar tempo 
na fila do caixa do supermercado. E ao faze-lo, teriam eli­
minado a oportunidade! Ou teria ficado muito dificil con­
seguir uma hora para trocar oleo ou o prec;o da lubrifica­
c;ao teria aumentado tanto que deixaria de ser uma opc;ao 
atraente (a nao ser que voce, de fato, precisasse trocar o 
oleo do carro). 
Como veremos, os mercados usualmente alcanc;am o 
equilibria via mudancas de precos, que aumentam ou di­
minuem ate que se acabem as oportunidades para que os 
individuos melhorem sua propria situacao. 
~--, 
ESCOLHENDO 0 LADO 
CAPiTULO PRINCIPIOS BASICOS 11 
0 conceito de equilibria e de grande ajuda para enten­
der interac;oes econ6micas, pois permite, por assim dizer, 
cortar caminho por entre os detalhes por vezes intrincados 
dessas interac;oes. Para entender o que acontece quando 
uma nova fila se forma nos caixas do supermercado voce 
nao precisa se preocupar em saber como exatamente se re­
arr-anjam os clientes, quem passa na frente de quem, qual 
foi o caixa que acabou de abrir etc. 0 que voce precisa sa­
ber e que, cada vez que houver uma mudanc;a, a situac;ao se 
movera para um novo equilibria. 
0 fato de que os mercados se movem em direc;ao ao 
equilibria e que faz com que possamos confiar em que 
eles funcionarao de forma previsivel. De fato, podemos 
confiar em que os mercados nos suprirao do que e essen­
cia! para viver. For exemplo, as pessoas que vivem nas 
grandes cidades podem estar certas de que as prateleiras 
dos supermercados estarao sempre cheias. For que? For­
que, se algumas distribuidoras de alimentos deixassem de 
fornecer, se abriria uma oportunidade de lucro para qual­
quer comerciante que passasse a fornecer- e haveria uma 
corrida para vender alimentos, exatamente como na corri­
da para o novo caixa do supermercado. Assim, o mercado 
garante que sempre haven\ comida para os citadinos. E, 
voltando ao nosso exemplo anterior, isso permite que os 
citadinos sejam citadinos; que se especializem em empre­
gos urbanos, em Iugar de viver no campo e cultivar sua 
propria comida. 
Uma economia de mercado permite tambem que as pes­
soas obtenham ganhos do comercio. Mas como sabemos se 
uma economia assim esta funcionando bern? 0 principia 
seguinte nos da urn padrao que pode ser usado para avaliar 
o desempenho econ6mico. 
Por que, nos Estados Unidos, as pessoas 
dirigem do lado direito da estrada? E claro 
que e porque e lei. Mas, muito antes de ser 
lei, era um equilibria. 
Antes de existirem c6digos de transito, 
havia "regras da estrada" informais, praticas 
que todo mundo esperava que todos 
seguissem. Essas regras incluiam um 
entendimento de que as pessoas 
normalmente se manteriam em um dos lados 
da estrada. Em alguns casas, como na 
Inglaterra, a regra era manter a esquerda; 
em outros, como na Fran~a, era manter a 
direita. 
claro, em bora possa ter dependido da forma 
dominante de trafego. Homens a cavalo 
portando espadas na anca direita preferiam 
cavalgar a esquerda (pense em montar ou 
descer do cavalo, e voce percebera por que). 
Par outro lado, pessoas a pe, mas levan do um 
cavalo, se nao eram canhotas, aparentemente 
preferiam andar do lado direito. 
e, seria um equilibria. Hoje em dia, e 
clara, 0 lado de dirigir e fixado em lei; 
alguns paises ate mudaram de lado (a 
Suecia passou do esquerdo para o direito 
em 1967). Mas e os pedestres? Nao ha leis, 
mas ha regras informais. Nos Estados 
Unidos, os pedestres nas cidades em geral 
mantem a direita. 
Por que alguns lugares escolheram a 
direita e outros a esquerda? Isso nao esta 
Em todo caso, uma vez estabelecida a 
regra da estrada, havia fortes incentives 
para que cada individuo se mantivesse do 
lado "usual" da estrada; quem nao o 
fizesse estaria toda hora colidindo com o 
trafego vindo do lado oposto. Assim, uma 
vez estabelecida, a regra da estrada 
Mas, se voce visitar o Japao, aten~ao: os 
japoneses, que dirigem na esquerda, 
tipicamente tambem andam na esquerda. 
No Japao, fa~a como os japoneses. Voce 
nao sera preso se andar do lado direito, 
mas ficara em situa~ao pior do que se 
aceitar o equilibria e andar do lado 
conseguia ser obedecida por si mesmo; isto esquerdo da rua. 
~---~--- ······ .... -···············------·--·----· ......... -··----········---.---- ............ -~--·-·-··---,.~.~--------~-.... -----------------· .. -· -~ 
.~~ .............................................................. ... 
12 PARTE I 0 QUE E ECONOMIA? 
Os recursos deveriam ser usados do 
modo mais eficiente para alcan~ar 
os objetivos da sociedade 
Suponha que voce esteja frequentando urn curso em que a 
sala de aula e pequena demais para o mimero de alunos, e 
muitos tern de ficar de pe ou sen tar no chao, apesar de exis­
tirem salas de aula grandes vazias ali perto. Voce diria, cor­
retamente, que isso nao e maneira de administrar uma fa­
culdade. Os economistas chamam isso de uso ineficiente 
dos recursos. 
Mas, se urn uso ineficiente dos recursos nao e desejavel, 
o que significa usar recursos eficientemente? Talvez voce 
imagine que o uso eficiente dos recursos tern aver com di­
nheiro, talvez seja medido em reais e centavos. Mas, em 
economia, como na vida, o dinheiro e apenas urn meio para 
outros fins. A medida que importa aos economistas nao e 
dinheiro, mas o bem-estar ou a felicidade das pessoas. Para 
os economistas, os recursos de uma economia sao usados efi­
cientemente quando usados de modo a explorar plenamente 
todas as oportunidades de melhorar a situar;ao de cada um. 
Em outras palavras, uma economia e eficiente quando usa 
todas as oportunidades de melhorar a situa<;ao de alguns 
sem piorar a situa<;ao de outros. 
Em nosso exemplo da sala de aula, existe claramente uma 
maneira de melhorar a situac,:ao de todos: transferir as aulas 
para uma sala maior beneficiaria todos daquela classe sem 
prejudicar ninguem na faculdade. Marcar o curso na sala 
menor foi urn uso ineficiente dos recursos da faculdade. 
Quando uma economia e eficiente, ela esta produzindo o 
maximo de ganhos do comercio dados os recursos disponi­
veis. Por que? Porque nao existe maneira de rearranjar o uso 
dos recursos de modo a melhorar a situac,:ao de todo mundo. 
Quando uma economia e eficiente, e possivel melhorar a si­
tua<;ao de uma pessoa rearranjando o uso dos recursos somen­
te se pioramos a situac,:ao de outra pessoa. Em nosso exemplo, 
se todos as salas maiores ja estivessem plenamente ocupadas, 
a faculdade estaria sendo administrada de modo eficiente: 
aquela turma de alunos s6 poderia melhorar de situac,:ao pas­
sando a uma sala maior caso piorasse a situac,:ao dos que esta­
vam numa sala maior ao transferi-los para uma sala menor. 
Os formuladores de politica econ6mica deveriam bus­
car sempre a eficiencia? Nao e bern assim, porque a eficien­
cia nao e o (mica criteria pelo qual avaliar uma economia. 
As pessoas tambem se importam com quest6es como justi­
<,;a e equidade. E existe tipicamente urn trade-off entre equi­
dade e eficiencia: politicas que promovem a equidade mui­
tas vezes existem a custa de menor eficii~ncia na economia 
e vice-versa. 
Para ver isso, consideremos o caso de vagas nos estacio­
namentos publicos reservadas para deficientes fisicos ou 
idosos. Muitos tern dificuldade de andar, pela idade ou por 
alguma incapacidade, d~ modo que parece jus to marcar va-
ELSEVIER 
gas especificamente para eles. Voce pode verificar, no en­
tanto, que ha urn certo grau de ineficiencia envolvido. Para 
garantir que sempre haja uma vaga adequadase urn defici­
ente fisico necessita dela, usualmente ha urn grande nume­
ro de vagas reservadas para eles (nos Estados Unidos). 
Assim, a cada momenta, normalmente ha mais vagas dis­
poniveis do que deficientes querendo uma vaga. 0 resulta­
do e que vagas desejadas ficam sem uso. (E a tentac;ao das 
pessoas nao-incapacitadas de usa-las e tao grande que te­
mos de demove-las com multas por estacionamento proibi­
do.) Assim, a nao ser que sejam empregados manobristas 
para alocar as vagas, ha urn conflito entre eqiiidade, isto e, 
tornar a vida mais "justa" para deficientes, e eficiencia, que 
e garantir que sejam exploradas todas as oportunidades de 
melhorar a situa<,;iio das pessoas, o que no caso e nao deixar 
que vagas de estacionamento fiquem sem uso. 
Exatamente ate onde os formuladores de politicas pu­
blicas devem ir para promover equidade em relac,:ao a efi­
ciencia e uma questao muito dificil, central ao processo po­
litico. Como tal, nao e uma questao que os economistas 
possam responder. 0 que e importante para os economis­
tas, contudo, e procurar usar os recursos econ6micos sem­
pre da maneira mais eficiente possivel, na busca dos objeti­
vos da sociedade, quaisquer que sejam tais objetivos. 
Os mercados em geral Levam a eficiencia 
Nao existe urn departamento do governo americana encar­
regado de assegurar a eficiencia econ6mica geral da econo­
mia de mercado. Nao ha agentes publicos viajando pelo 
pais para garantir que neurocirurgioes nao estejam plan­
tando cereais, que os agricultores do estado de Minnesota, 
no norte dos Estados Unidos, nao estejam tentando culti­
var laranja, que propriedades a beira-mar nao estejam sen­
do usadas como oficinas de autom6veis, que as faculdades 
nao estejam desperdi<,;ando salas. 0 governo nao precisa fa­
zer cumprir a eficiencia porque na maioria dos casas uma 
mao invisfvel cumpre essa func,:ao. 
Em outros termos, os incentivos embutidos em uma 
economia de mercado ja asseguram que os recursos sejam 
normalmente bern usados, que as oportunidades para me­
lhorar a situac,:ao das pessoas nao sejam desperdic;adas. Se 
uma faculdade ficasse conhecida por apertar seus alunos 
em salas pequenas deixando vazias salas de aula grandes, 
logo veria suas matrfculas cafrem, pondo em risco o empre­
go de seus administradores. 0 "mercado" para universita­
rios responderia de urn modo a induzir os administradores 
a gerirem a faculdade eficientemente. 
Uma explicac;ao detalhada de por que os mercados nor­
malmente sao bans em assegurar que os recursos sejam 
bern usados tera de ser adiada ate que tenhamos estudado 
como os mercados de fato funcionam. Mas a razao mais 
elementar e que, em uma economia de mercado, onde os 
------~--------·-~ 
individuos sao livres de escolher o que consomem e o que 
produzem, normalmente as oportunidades de ganho mu­
tua sao aproveitadas. E se ha alguma maneira de melhorar 
a situa~;ao de algumas pessoas, as pessoas usualmente po­
derao tirar proveito da oportunidade. E exatamente isso 
que define a eficiencia: todas as oportunidades de melhorar 
a situa<;:ao de qualquer urn foram exploradas. 
Como aprendemos na Introdu<;:ao, contudo, ha exce­
~;oes a esse principia de que os mercados em geral sao efi­
cientes. Em casos de falha de mercado, a busca individual 
do interesse proprio fundada no mercado piora a situa~;ao 
da sociedade, isto e, o resultado do mercado e ineficiente. 
E, como veremos examinando o principia seguinte, a inter­
ven~;ao governamental pode ajudar. Mas, exceto em instan­
cias de falha de mercado, a regra geral e que os mercados 
sao uma maneira muito boa de organizar a economia. 
Quando os mercados nao alcan~am 
a eficiencia, a interven~ao do governo 
pode melhorar o bem-estar da sociedade 
Recordemos, da lntrodu~;ao, a natureza da falha de mercado 
causada pelo congestionamento de transito: urn morador do 
suburbia pegando seu carro para irate o trabalho nao tern in­
cen tivo para levar em conta o custo que sua a<;ao inflige aos 
demais motoristas na forma de engarrafamentos nas ruas. Ha 
varios remedios para essa situa<;ao; os exemplos incluem co­
brar pedagio. subsidiar o custo do transporte publico ou 
cobrar impostos sobre a venda de gasolina para automoveis 
particulares. Todos esses remedios funcionam mudando os 
incentivos para os possiveis motoristas, dando-lhes motiva­
<;ao para dirigir menos e usar um transporte alternativo. Mas 
eles tem outra caracteristica comum: cada um deles depende 
de uma interven<;ao do governo no mercado. 
Isso nos leva ao nosso ultimo principio da intera<;ao: 
qLlando os mercados new alcanc;am a cficicncia, a intervcnc;:iio 
do governo pode melhorar o bem-estar da sociedadc. Isto e. 
quando os mercados dao errado, uma politica apropriada 
do governo pode algumas vezes aproximar a sociedade de 
um resultado eficiente, ao modificar a maneira como os re­
cursos da sociedade sao usados. 
Um ramo importante da economia se dedica aoestudo de 
por que os mercados falham e que politicas devem ser adota­
das para melhorar o bem-estar social. Em capitulos posterio­
res, estudaremos mais a fundo esses problemas e suas solu­
~;oes, mas agora faremos um breve resumo de par que os 
mercados falham. Eles falham por tres razoes principais: 
As a<;oes dos individuos tern efeitos colaterais que nao 
sao devidamente levadas em conta pelo mercado. 
Uma das partes impede que ocorram trocas mutuamen­
te beneficas ao tentar capturar para si uma propor~;ao 
maior dos recursos. 
CAPITULO 1 PRINCIPIOS BASICOS 13 
,.. Alguns bens, por sua propria natureza, nao servem para 
uma administra<;:ao eficiente pelos mercados. 
Uma parte importante do nosso aprendizado de econo­
mia e aprender a identificar nao so quando os mercados 
funcionam, mas tambem quando eles nao funcionam e 
julgar quais sao as politicas publicas adequadas em cada 
situa<;ao. 
Restaurando o equilibria nas rodovias 
Em 1994, um violento terremoto atingiu a regiao de Los 
Angeles, nos Estados Unidos, causando a destrui~;ao de va­
rias pontes e interrompendo as estradas que centenas de 
milhares de motoristas usavam para chegar ao trabalho. Os 
eventos que se seguiram oferecem um nftido exemplo de 
interdependencia da tomada de decisoes - neste caso, as 
decisoes dos moradores dos suburbios sobre como chegar 
ao trabalho. 
Logo depois do terremoto, havia grande preocupa<;ao 
sobre o impacto no transito, pois os motoristas teriam de se 
somar aos que usavam outras estradas ou dar a volta nas 
partes bloqueadas usando ruas da cidade. Funcionarios 
do governo e o noticiario da TV advertiram que se deve­
riam esperar enormes atrasos e apelaram para que se evi­
tassem viagens desnecessarias, que se mudassem as agen­
das de trabalho para dirigir antes ou depois do horario de 
pico ou usar o transporte publico. Esse alerta foi inespera­
damente eficaz. De fato, tantas pessoas atenderam os ape­
los que aqueles que mantiveram sua rota regular na estrada 
foram e voltaram ao trabalho mais rapidamente do que an­
tes do terremoto. 
E clara que essa situa<;ao nao podia durar. Quando se es­
palhou que o transito de fato nao estava ruim, as pessoas 
abandonaram os novos metodos de ire vir, que eram menos 
c6modos, e voltaram aos seus automoveis e, assim, o transi­
to piorou continuamente. Algumas semanas depois do ter­
remoto, ocorreram graves congestionamentos. Depois de 
mais algumas semanas, no entanto, a situa~;ao se estabilizou: 
a realidade de um transito pior que o usual desencorajou os 
motoristas em numero suficiente para evitar que se concreti­
zasse o pesadelo de uma cidade com transito totalmente pa­
ralisado. Em suma, o transito de Los Angeles tinha chegado 
a um novo equilibria, em que cada morador dos bairros afas­
tados estava fazendo a melhor escolha que lhe era possfvel, 
dado o que todos os demais estavam fazendo. 
Mas este nao e o fim da historia: o medo de que a cidade 
fosse estrangulada pelo transito levou as autoridades munici­pais a fazer o trabalho de reparo das estradas em rapidez re­
corde. Em um ano e meio, todas as rodovias estavam de volta 
ao normal, preparadas para o proximo terremoto. 
I 
PARTE I 0 QUE ECONOMIA? 
Uma caracteristica da maioria das situa~oes economicas e a 
intera~iio das escolhas feitas pelos individuos, cujo resulta­
do final pode ser bern diferente do originalmente pretendi­
do. Em uma economia de mercado, ela toma a forma de co­
mercia entre individuos. 
-o Os individuos interagem porque ocorrem ganhos do comer­
cia. Os ganhos do comercio resultam da especializa~iio. 
As situa~iies economicas normalmente se movem em dire~ao 
ao equilibria. 
Na medida do possivel, deveria ocorrer urn uso eficiente dos 
recursos para alcan~ar os objetivos da sociedade. Mas a efi­
cii!ncia nao e o unico modo de avaliar uma economia; eqiii­
dade tam bern pode ser desejavel, e muitas vezes ha urn tra­
de-off entre eqiiidade e eficiencia. 
Os mercados normalmente siio eficientes, excluidas certas 
exce~oes bern definidas. 
Quando os mercados nao resultam em eficiencia, a inter­
ven~ao do governo pode melhorar o bem-estar da socie­
dade. 
1. Explique como cada uma das situa~6es que se seguem ilustra 
um dos cinco principios da intera~ao. 
a. Usando o site da faculdade na Internet, qualquer estudante 
que quer vender um livro-texto usado par pelo menos X em 
dinheiro consegue vende-lo a outro estudante disposto a 
pagar esse X. 
b. Em uma cooperativa de monitores, os estudantes podem ar­
ranjar para ser monitores em materias nas ql,lais sao bans 
(como economia) em troca de receber ajuda de um monitor 
nas materias em que sao ruins (como filosofia). 
c. A prefeitura do lugar aplica uma lei que exige que bares e 
boates perto de areas residenciais nao ten ham n1vel de rui­
do superior a um dado limite. 
d. Para dar assistencia melhor a pacientes de baixa renda, a ci­
dade de Tampa decidiu fechar algumas clinicas de bairro 
pouco utilizadas e transferir os fundos do or~amento para o 
hospital principal. 
e. No site da faculdade, exemplares de um livro especifico, com 
mais au menos o mesmo grau de desgaste, se vendem par 
aproximadamente o mesmo pre~o. 
2. Dentre as situa~6es a seguir, qual e uma situa~ao de equilibria? 
Qual nao e? Explique suas respostas. 
a. 0 restaurante do outro lado da rua da cafeteria da universi­
dade serve refei~6es mais gostosas e mais baratas que as da 
cafeteria da universidade. A vasta maioria dos estudantes 
continua a comer na cafeteria. 
b. Atualmente voce toma o metro para ir para o trabalho. 
Embora o onibus seja mais barato, leva mais tempo. Assim, 
voce esta disposto a pagar uma passagem de metro mais 
cara para economizar tempo. 
As respostas estao no fim do livro. 
ELSEVIER 
• UM OLHAR ADIANTE • 
Os nove principios basicos que descrevemos estao por tras 
de quase toda a analise econ6mica. Embora de imediato 
possam ser uteis para entender muitas situac;:oes, eles nor­
malmente nao bastam. Para aplicar OS princfpios as ques­
t6es econ6micas reais falta mais urn passo. 
Esse passo e a criac;:ao de modelos, representac;:oes sim­
plificadas de situac;:oes econ6micas. Os modelos tern de ser 
realistas o suficiente para oferecer urn guia do mundo real, 
mas simples o suficiente para permitir que se percebam cla­
ramente as implicac;;oes dos princfpios descritos neste capi­
tulo. Assim, o nosso proximo passo e mostrar como os mo­
delos sao de fa to usados para fazer analise econ6mica. 
RESUMO > > > > > > > > > > > > > > > > 
1. Toda analise econ6mica esta baseada em uma breve lista de 
principios basicos. Esses principios se aplicam a dois niveis 
do entendimento econ6mico. Primeiro, e preciso entender 
como os individuos fazem escolhas; segundo, devemos en­
tender como as escolhas interagem. 
2. Cada pessoa tern de fazer escolhas sabre o que fazer e o que 
nao fazer. A escolha individual e a base da economia; se nao 
envolve escolha, nao e economia. 
3. 0 motivo de serem necessarias escolhas e que os recursos­
qualquer coisa que pode ser usada para produzir uma outra 
coisa- sao escassos. Os limites para as escolhas individuais 
sao tempo e dinheiro; as economias sao limitadas por suas 
ofertas de recursos humanos e naturais. 
4. Como voce e obrigado a escolher entre alternativas limitadas, 
o verdadeiro custo de qualquer coisa e igual a tudo aquila de 
que voce tern de abrir mao para obte-la; todos os custos sao 
custos de oportunidade. 
5. Muitas quest6es econ6micas envolvem quest6es que nao sao 
"ou isto ou aquila", mas sim "quanta": quanta gastar em al­
gum bern. quanta produzir, e assim por diante. Tais decis6es 
tem de ser tomadas implicando um trade-off na ma,.gcm, ou 
seja. comparando os custos e os beneficios de fazer urn pouco 
mais ou urn pouco menos. Decis6es desse tipo sao chamadas 
decis6es marginais, e o estudo de las, a analise marginaL de­
scmpenha um papcl central na economia. 
6. 0 estudo de como as pessoas deveriam tamar decis6es e 
tambem uma boa maneira de entender o comportamento de 
fato. Os individuos normalmente exploram oportunidades 
para melhorar de situa<;ao. Sea oportunidade muda, o com­
portamento das pessoas tambem muda: elas respondem a 
incentivos. 
7. Interac;:ao- minhas escolhas dependem das suas e vice-versa­
acrescenta mais urn nivel de entendimento de economia. Quan­
do os individuos interagem, o resultado final pode ser diferente 
do que eles pretendiam. 
8. A razao para a interac;:ao e que ha ganhos do comercio: ao par­
ticipar de urn comercio de bens e servi<;os com outros, os 
membros de uma economia podem todos melhorar sua situa­
c;:ao. Os ganhos do comercio subjacentes sao a vantagem da es-
------------~-----------
ELSEVIER 
pecializac;:ao, de os individuos se especializarem naquilo em 
que sao bans. 
9. As economias normalmente se movem rumo ao equilibria­
uma situac;:ao em que nenhum individuo pode melhorar sua 
situac;:ao optando par uma ac;:ao diferente. 
10. Uma economia e eficiente se forem aproveitadas todas as 
oportunidades de melhorar a situac;:ao de alguem sem piorar a 
de outrem. Os recursos deveriam ser usados do modo mais 
eficiente passive! para alcanc;:ar os objetivos da sociedade. 
Mas a eficiencia nao e o linico criteria para avaliar uma eco­
nomia: equidade, ou o que e justa, tam berne desejavel, e mui­
tas vezes ha urn trade-off entre equidade e eficiencia. 
11. Os mercados em geral trazem eficiencia, com algumas exce­
c;:oes bern definidas. 
12. Quando os mercados falham e nao resultam em eficiencia, a 
intervenc;:ao do governo pode melhorar o bem-estar da so­
ciedade. 
PALAVRAS-CHAVE > > > > > > > > > > > 
Escolha individual, p. 5 
Recurso, p. 5 
Escasso, p. 5 
Custo de oportunidade. p. 6 
Trade-off. p. 7 
Decisoes marginais, p. 7 
Analise marginal, p. 7 
Incentivo. p. 8 
Interac;:ao, p. 9 
Comercio, p. 10 
Ganhos do comercio, p. lO 
Especializac:ao, p. 10 
Equilibrio, p. 11 
Eficiente, p. 12 
Equidade, p. 12 
PROBLEMAS > > > > > > > > > > > > > > 
1. Em cada uma das situa<;oes que se segucm identifiquc qual 
dos nove principios cst<i funcionando. 
a. Voce cscolhc comprar na ponta de estoque local emlugar 
de pagar prc<;os mais altos pela mesma mercadoria no 
shopping local. 
b. Na sua viagem de ferias, scu orc;:amento esta limitado a 
535 por dia. 
c. 0 diretorio acadcmico tem um site na Internet em que os 
cstudantes que est<1o saindo podem wndcr liwos usados 
e os aparelhos e mt'lveis que usavam no dormitt\rio da 
uni\Trsidadc. em \TZ de da-los aos seus colegas, como an­
tes faziam. 
d. \'occ decide quantas xicaras de cafe vai tomar quando estu­
cla de noite antes de uma prova, consiclerando quanto mais 
voce conseguc estudar com mais uma xicara. comparado 
com o quanto \'OCC vai ficar nervoso por tanto tomar cafe. 
e. Ha um limite de espac;:o no laborat6rio que tem de ser 
usado pelos estudantes de quimica. 0 supervisor do labo­
rat6rio agenda os estudantes segundo a hora em que eles 
podemvir. 
f. Voce percebe que pode se formar urn semestre mais cedo 
se desistir de urn semestre de estuclos no exterior. 
g. No centro academico ha urn quadro de avisos em que as 
pessoas anunciam itens a venda, como bicicletas. Se nao 
ha diferenc;:a de qualidacle, todas as bicicletas vendem 
pelo mesmo prec;:o. 
CAPiTULO 1 PRINCIPIOS BASICOS 15 
h. Voce e melhor em fazer pesquisa de laborat6rio, e sua co­
lega e melhor em escrever relat6rios de pesquisa. Assim, 
voces concordam que voce fara todos os experimentos e 
ela escrevera todos os relat6rios. 
i. 0 estado cletermina que e ilegal dirigir sem passar no exa­
me para carteira de motorista. 
2. Descreva alguns dos custos de oportunidade quando voce de­
cide fazer o seguinte. 
a. Fazer faculdade em vez de aceitar urn emprego. 
b. Assistir a um filme em lugar de estudar para as provas. 
c. Ir de 6nibus em lugar de ir de autom6vel. 
3. Liza precisa comprar urn livro-texto para a sua proxima disci­
plina do curso de economia. 0 prec;:o na livraria da faculdade 
e $65. Urn site de vendas na Internet oferece o livro par $55 e 
outro por $57. Em todos os prec;:os o imposto esta incluiclo. A 
tabela a seguir indica os custos normais de remessa dos livros 
comprados on-line. 
a. Qual o custo de oportunidade de comprar pela Internet? 
b. Mostre a escolha relevante para esta estudante. 0 que cle­
termina qual dessas opc:oes a estudante escolhera? 
Modo de Tempo de Valor 
transporte entrega cobrado 
Padrao 3-7 dias $3,99 
Aereo em 1 dia 1 dia util $13,98 
Aereo em 2 dias 2 dias uteis $8,98 
4. Use o conceito de custo de oportuniclade para explicar o que 
se segue. 
a. Mais pessoas clecidem frequentar uma faculdacle quando 
o mercado de trabalho nao esta bom. 
b. Mais pessoas escolhem fazer elas mesmas os consertos ne­
ccssarios em casa quando a economia esta crescendo pouco. 
c. Ha rna is estacionamentos nos subttrbios do que no centro 
cia cidade. 
d. As lojas de conveniencia que cobram prec:os mais caros 
atendem as pessoas que sao muito ocupadas. 
e. Um menor ntunero de estudantes se matricula nas aulas 
cujo horario e antes de 10 cia manha. 
5. Nos cxemplos scguintes, indique como voce usaria o principio 
cia analise marginal para tomar uma clecisao. 
a. Decidir quantos elias esperar antes de lavar sua roupa. 
b. Decidir quanto tempo fazer pesquisa na biblioteca antes 
de cscrever o trabalho solicitado no curso. 
c. Decidir quantos pacotes de batata frita comer. 
d. Deciclir a quantas aulas do curso nao comparecer. 
6. Esta manh<1 voce fez as seguintes escolhas individuais: voce 
comprou urn pao frances e urn cafe no bar local, foi para a fa­
culdacle no seu carro na hora do rush, datilografou o trabalho 
de curso cia sua colega porque voce datilografa rapido- e em 
troca ela vai lavar sua roupa par urn mes. Em cada uma clessas 
ac;:oes, descreva como suas escolhas inclividuais interagem 
com as de escolhas feitas par outras pessoas. Outras pessoas 
ficaram em situac;:ao pior ou melhor como resultado das suas 
escolhas em cada caso? 
7. Na margem esquerda do rio Hatatoochie mora a familia Hat­
field, enquanto a familia McCoy vive na margem clireita. A 
fl 
li 
'I . II 
Hi PARTE I 0 QUE ECONOMIA? 
alimenta<,:iio de cada familia consiste em frango assado e espi­
gas de milho cozido, e cada uma e auto-suficiente, criando 
suas pr6prias galinhas e plantando seu milho. Explique em 
que condi<,:iies seriam verdadeiras as afirma<,:iies abaixo: 
a. As duas familias ficariam em situa<,:ao melhor se os Ha­
tfield se especializassem em criar frangos e os McCoy em 
plantar milho, e as duas familias comerciassem. 
b. As duas familias ficariam em situa<,:ao melhor se os 
McCoy se especializassem em criar frangos e os Hatfield 
em plantar milho, e as duas familias comerciassem. 
8. Qual das situa<,:iies seguintes descreve urn equilibria? Equal 
nao? E sea situa<,:ao nao e de equilibria, como seria urn equi­
libria? 
a. Muitas pessoas vao e vern todo dia do suburbia ao centro 
da cidade de Pleasantville. Devido ao congestionamento 
de transito, a viagem leva 30 minutos pela rodovia, mas 
apenas 15 minutos pelas ruas laterais. 
b. Na esquina de duas ruas ha dois postos de gasolina. Urn 
cobra $3 por galao de gasolina (3,8 litros) eo outro cobra 
$2,85. Os clientes no primeiro sao atendidos imediata­
mente, enquanto no segundo amargam longas filas. 
c. Cada estudante matriculado na disciplina Economia 101 
e obrigado a assistir a uma aula de orienta<;:ao por semana. 
Este ano se oferecem duas se<.;oes, A e B, no mesmo honi­
rio em salas de aula vizinhas, e os instrutores sao igual­
mente competentes. A se<;:ao A esta superlotada, com gen­
te sentada no chao, que as vezes nem consegue enxergar 
o quadro-negro. Na se<,:ao B ha carteiras vazias. 
9. Em cada urn dos casos que se seguem explique se voce consi­
dera a situacao eficiente ou nao. Se nao e eficiente, por que? 
Que a<;:iies tornariam a situa<.;ao eficiente? 
a. A eletricidade esta incluida no aluguel do seu quarto na 
republica de estudantes. Alguns dos residentes deixam li­
gados a luz. os computadores e os aparelhos eletricos 
quando nao estao em seus quartos. 
b. Em bora a prepara<;:ao tenha o mesmo custo, o restauran­
te da sua republica regularmente oferece pratos em ex­
cesso, dos quais os estudantes nao gostam, como tofu. e 
de menos os pratos que os estudantes preferem, como 
peru assado. 
ELSEVIER 
c. A matricula para uma certa disciplina e superior as vagas. 
Alguns estudantes que precisam dessa materia para com­
pletar seu curso nao conseguem vaga, enquanto outros 
para os quais a disciplina e eletiva estao conseguindo 
vaga. 
10. Discuta as implica<,:6es de eficiencia e equidade de cada uma 
das politicas a seguir. Como voce trataria de balancear a preo­
cupa<.;ao de equidade e de eficiencia nessas areas? 
a. 0 governo paga a matricula total para qualquer estudante 
universitario estudar o curso que quiser. 
b. Quando as pessoas perdem seu emprego, o governo paga 
seguro-desemprego ate que encontrem urn novo emprego. 
11. 0 governo, muitas vezes, adota certas politicas a fim de in­
centivar o comportamento desejado entre os cidadaos. Para 
cada uma das politicas publicas a seguir, determine qual eo 
incentivo e qual o comportamento que o governo quer pro­
mover. Em cada caso, por que voce acha que o governo esta­
ria querendo modificar o comportamento das pessoas, em 
vez de deixar que suas a<;oes sejam determinadas apenas pelo 
mercado? 
a. Existe cobranca de urn impasto de $5 por pacote de ci­
garro. 
b. 0 governo da aos pais $100 quando vacinam uma crianca 
contra caxumba. 
c. 0 governo paga aos estudantes universitarios para darem 
instrucao a crian<;:as de familias de baixa renda. 
d. 0 governo estabelece urn imposto sobre a quantidade de 
ar poluido emitido por uma companhia. 
12. Em cada uma das situacoes seguintes, explique como a inter­
ven<.;ao do governo poderia melhorar o bem-estar da socieda­
de ao mudar o incentivo das pessoas. Em que sentido o mer­
cado esta funcionando errado? 
a. A poluicao provocada pelos autom6veis chegou a nfveis 
insustentaveis. 
b. Todo mundo em Woodville ficaria em situa<;:ao melhor 
seas ruas da cidade fossem iluminadas. Mas nenhum re­
sidente esta disposto a pagar por um poste de luz em 
frente da sua casa porque e impassive! recuperar o custo 
cobrando de outros moradores pelo beneffcio que rece­
be dele. 
~~~~-~---~------------------------------~~---------~-----------------------------------------------------------------­
~-~~~------------------------------------------~----------------------------------------------------------------------
>>Mode los economicos: 
tra.de-_offs.e.comercio 
VISAO DE TUNEL 
f 
m 1901, Wilbur e Orville Wrigth 
construiram algo que mudaria o 
mundo. Nao, nao foi o aviao. 0 
exito do seu voo em Kitty Hawk 
aconteceria dois anos mais tarde. 0 
que fez dos irmaos Wright verdadeiros 
visiomiriosfoi o seu tunel de vento, 
urn aparelho que os levou a experi­
mentar varios desenhos diferentes de 
asas e de controle de superficies. Esses 
experimentos proporcionaram o co­
nhecimento que tornaria possivel o 
v6o de algo mais pesado que o ar. 
A miniatura de urn aviao para do sem 
movimento em urn tunel de vento nao 
e a mesma coisa que urn aviao de verda­
de voando. Mas e urn modelo muito 
util do voo de urn aviao - uma repre­
sentac;:ao simplificada da coisa real que 
pode ser usada para responder a ques­
t6es cruciais, tais como a de quanta sus­
tentac;:ao urn dado formato de asa vai 
gerar a uma dada velocidade do vento. , 
E 6bvio que testar o desenho de 
urn aviao em urn tunel de vento e 
mais barato e mais seguro do que 
construir uma versao em escala com­
pleta na esperanc;:a de que va voar. De 
modo mais geral, os modelos desem­
penham urn papel crucial em quase 
toda pesquisa cientifica, inclusive em 
economia. 
De fato, poderiatnos dizer que a 
teoria econ6mica consiste principal­
mente em uma colec;:ao de modelos, 
uma serie de representac;:oes simplifi­
cadas da realidade econ6mica que nos 
permitem compreender uma varieda­
de de quest6es econ6micas. Neste ca­
pitulo, vamos examinar tres modelos 
econ6micos que sao importantes por 
si s6 e vamos ilustrar tam bern por que 
tais modelos sao tao uteis. Concluire­
mos examinando como os economis­
tas de fato usam modelos em seu tra­
balho. 
Neste capitulo, 
voce aprendera: 
• Por que modelos 
(representar;ao simplificada da 
realidade) desempenham urn 
papel crucial em economia. 
• Tres modelos simples, mas 
importantes: a fronteira das 
possibilidades de produ~ao, a 
vantagem comparativa e o 
diagrama do fluxo circular. 
• A diferenr;a entre economia 
positiva, que tenta descrever a 
economia e prever seu 
comportamento, e economia 
normativa, que tenta 
prescrever politica economica. 
• Quando os economistas 
concordam e por que eles as 
vezes discordam. 
~-~--------------------
13 PARTE I 0 QUE ECONOMIA? 
MODELOS EM ECONOMIA: ALGUNS 
EXEMPLOS IMPORT ANTES ..... 
Urn modelo e qualquer representac,;ao da realidade usada 
para entender melhor situac,;oes da vida real. Mas de que 
modo criamos uma representac,;ao simplificada de uma si­
tuac,;ao econ6mica? 
Uma possibilidade (o equivalente, para o economista, 
de urn tunel de vento) e encontrar ou criar uma econo­
mia real, porem simplificada. Por exemplo, economistas 
interessados no papel econ6mico do dinheiro estudaram 
urn sistema de trocas que se desenvolveu nos campos de 
prisioneiros durante a Segunda Guerra Mundial, em que 
os cigarros se tornaram uma forma de pagamento uni­
versalmente aceita, mesmo entre os prisioneiros que nao 
fumavam. 
Outra possibilidade e simular o funcionamento da eco­
nomia em urn computador. Por exemplo, quando sao pro­
pastas mudan<;as na lei tributaria, funcionarios do governo 
usam mode los tributdrios- extensos programas de compu­
tador- para avaliar como as mudanc,;as propostas afetariam 
diferentes tipos de pessoas. 
A importancia dos modelos e que eles permitem ao eco­
nomista se concentrar somente nos efeitos de uma mudan­
<;a de cada vez, isto e, eles permitem manter todo o resto 
constante e estudar como as mudan<;as propostas afetam o 
resultado economico geral. Assim, o pressuposto de tudo 
o mais constante -que significa que todos os outros fato-
MODELOS PARA MOEDA 
ELSEVIER 
res relevantes permanecem sem mudar- e urn pressuposto 
importante na construc,;ao de modelos econ6micos. 
Mas nem sempre e possivel criar uma versao de toda a 
economia em pequena escala, e urn programa de computa­
dor e apenas tao born quanto OS dados que utiliza. (Os pro­
gramadores tern urn dito: lixo que entra, lixo que sai.) Para 
muitos objetivos, a forma mais efetiva de modelar a econo­
mia e a construc,;ao de "experimentos mentais", versoes hi­
poteticas simplificadas de situac,;oes da vida real. 
No Capitulo l, ilustramos o conceito de equilibria como 
exemplo de como os clientes em fila no supermercado sere­
arranjam quando abre urn novo caixa. Embora nao o tenha­
mos dito, esse foi urn exemplo de urn modelo simples: urn 
supermercado imaginario em que muitos detalhes foram ig­
norados (o que os clientes estavam comprando nao vern ao 
caso). Aquele modelo podia ser usa do para responder a uma 
questao do tipo "e se?": e se abrisse urn novo caixa? 
Como mostrou a hist6ria dos ca_ixas no supermercado, 
muita vezes e possivel descrever e analisar urn modelo eco­
n6mico util em linguagem comum. Contudo, visto que 
muito do que ocorre na economia envolve mudan<;a de 
quantidade (no prec,;o de um produto, no mimero de uni­
dades produzidas, no numero de trabalhadores emprega­
dos na prodw,;ao), os economistas muitas vezes conside­
ram que urn pouco de matematica ajuda a esclarecer uma 
questao. Em particular, urn exemplo numerico, uma equa­
<;ao simples ou especialmente um grafico podem ser essen­
ciais para entender urn conceito econ6mico. 
0 que vale um modelo econ6mico? Em alguns 
casas, vale muito dinheiro. 
Associates, fundada par professores da 
Universidade de Pensilvania. 
mas noticias vindas do mundo inteiro, com 
paises tao diversos como Russia, Japao e 
Brasil em apuros ao mesmo tempo, causaram 
grandes perdas aos investimentos da LTCM. 
Durante alguns dias tensos, muitas pessoas 
temeram que o fundo nao s6 sofresse um 
colapso, mas tambem que levasse muitas 
outras companhias com ele. Gra~as em 
Embora muitos modelos econ6micos 
sejam desenvolvidos para finalidades 
puramente cientificas, outros sao 
desenvolvidos para ajudar os governos a 
fazer politica econ6mica. E um ramo 
crescente e desenvolver modelos 
econ6micos para ajudar as corpora~6es a 
tamar decisoes. 
Quem faz modelos par dinheiro? Ha 
dezenas de firmas de consultoria que 
usam modelos para prever tendencias 
futuras, para oferecer assessoria baseada em 
seus modelos ou que desenvolvem modelos 
encomendados par clientes do setor privado 
au do govern a. Um exemplo notavel e a 
Global Insight, a maior firma de consultoria 
econ6mica do mundo. Ela foi criada par uma 
fusao da Data Resources Inc., fundada par 
professores da Universidade de Harvard e do 
MIT, com a Wharton Economic Forecasting 
Um ramo particularmente lucrativo da 
economia e a teoria das finan~as, que ajuda 
os investidores a avaliar que ativos - tais 
como a~oes de uma companhia - tem valor. 
Os te6ricos das finan~as muitas vezes se 
tornam uma especie de "cientistas espaciais" 
muito bem pagos em grandes firmas de 
Wall Street, porque seus mode los 
financeiros exigem uma grande 
especializa~ao tecnica. 
Infelizmente, a mais famosa aplica~ao de 
teoria das finan~as aos neg6cios terminou 
em desastre. Em 1994, um grupo de 
corretores de Wall Street formou um time 
com famosos te6ricos das finan~as, inclusive 
dais premios Nobel, para criar a Long Term 
Capital Management (LTCM), um fundo que 
usava modelos financeiros sofisticados para 
investir o dinheiro de clientes ricos. A 
principia, o fundo teve exito. Mas, em 1998, 
parte a uma opera~ao de resgate organizada 
pelo governo, isso nao aconteceu. Mas a 
LTCM fechou alguns meses depois, tendo 
alguns dos seus investidores perdido a maior 
parte do dinheiro que haviam aplicado. 
0 que deu errado? Em parte foi azar. Mas 
gente experiente acusou os economistas da 
LTCM de aceitarem riscos excessivos. Seus 
modelos previam que uma serie de mas 
noticias, como as que de fato aconteceram, 
era extremamente improvavel. Mas os 
economistas sensatos sabem que algumas 
vezes escapam possibilidades importantes 
mesmo com o melhor dos modelos. 
------------~---------.. 
CAPITULO 2 MODELOS ECONOMICOS: TRADE-OFFS E COMERCIO 19 
ELSEVIER 
Qualquer que seja a sua forma, urn born modelo econ6-
mico pode ajudar muito a compreensao. A melhor maneira 
de mostrar isso e considerar alguns modelos economicos 
simples, mas importantes, e o que eles nos informam. Va­
mos examinar primeiro a fronteiradas possibilidades de pro­
du<;ao, urn modelo que ajuda os economistas a pensar sabre 
os trade-offs que cada economia enfrenta. Em seguida, pas­
samos a vantagem comparativa, urn modelo que esclarece o 
principia dos ganhos do comercio, tanto o comercio entre 
individuos quanta entre paises. Finalmente, vamos exami­
nar o modelo do Jhow circular, que ajuda os economistas a 
analisar as transac;:oes monetarias que ocorrem na econo­
mia em seu conjunto. 
Ao discutir esses modelos, fazemos usa consideravel de 
graficos para representar rela<;6es matematicas. Esses grafi­
cos desempenham urn papel importante ao Iongo de todo 
este livro. Quem esta familiarizado com o usa de graficos 
nao tera problemas como material a seguir. Quem nao esta. 
deveria passar agora ao apendice deste capitulo, que ofere­
ce uma breve introdu<;ao ao usa dos graficos em economia. 
Trade-offs: a fronteira das possibilidades 
de produ~ao 
0 filme Nctl!fmgo, com Tom Hanks. e uma versao atualiza­
da do classico de Robinson Crusoe. o her6i do romance de 
Daniel Defoe. do seculo XVIII. Tom Hanks desempenha o 
papel de unico sobrevivente de um clesastre de aviao, que 
caiu em uma ilha remota. Como na hist6ria original de Ro­
binson Crusoe. o personagem desempenhado por Hanks 
tem rccursos limitados: os rccursos naturais da ilha, alguns 
itcns que conseguiu resgatar do aviao e. e claro, o scu pro­
prio tempo e esfor<;o. Tendo apenas esses recursos, ele tem 
de sobrcviver. De fato, ele se tornou uma economia de um 
homem s6. 
A fronteira das possibilidades de produ~ao 
A fronteira das possibilidades de produ~ao ilustra 
trade-offs com que se defronta uma economia que produz 
dais bens. Mostra a quantidade maxima de um bern que 
pode ser produzida, dada a quantidade produzida de 
outro bern. Aqui, o numero maximo de cocos que Tom 
pode colher depende do numero de peixes que ele 
pesca e vice-versa. Sua produ~ao de fato possivel e 
representada pela area dentro ou sabre a curva. 
A produ~ao no ponto C e factivel. mas nao e eficiente. 
Os pontos A e 8 sao factiveis e eficientes, mas o 
ponto D nao e factivel. 
0 primeiro principia da economia, que introduzimos 
no Capitulo 1, e que os recursos sao escassos e que, por 
isso, qualquer economia que tenha uma s6 pessoa ou mi­
lhoes, enfrenta trade-offs. Par exemplo, se urn naufrago de­
dica recursos a pescar, ele nao pode usar os mesmos recur­
sos para catar coco. 
Para examinar os trade-offs com que se defronta toda 
economia, os economistas muitas vezes usam o modelo co­
nhecido como fronteira das possibilidades de produc;:ao. 
A ideia por tras desse modelo e melhorar nossa compreen­
sao dos trade-offs ao considerar uma economia simplifica­
da que produz apenas dais bens. Essa simplificac;:ao nos 
permite mostrar o trade-off mediante urn grafico. 
A Figura 2-1 mostra uma fronteira de possibilidades de 
produc;:ao hipotetica para Tom, urn naufrago sozinho em 
uma ilha, que precisa fazer urn born trade-off entre a produ­
<;ao de peixe e a prodw:;ao de coco. A fronteira. ou seja, a 
curva no grafico, mostra a quantidade maxima de peixes 
que I om pode pescar durante a semana, dada a quantidade 
de coco que ele coleta, e vice-versa. Ou seja, responde a 
questoes da forma "qual e o maximo de peixe que Tom 
consegue pescar se ele tambem cata 20 (ou 25 ou 30) co­
cos?" (Logo explicaremos o formato abaulado da curva na 
Figura 2-1, depois de ver como interpretar a fronteira das 
possibilidades de produ<;ao.) 
Ha uma distin<;ao crucial entre pontos dentro da curva 
ou sabre a curva (a area sombreada) e fora da curva. Se o 
ponto de produc;:ao esta dentro ou na fronteira, como o 
ponto C, em que Tom pesca 20 peixes e cata 20 cocos, ele e 
urn ponto possivel. A fronteira diz que, se Tom pesca 20 
peixes, ele consegue tambem catar urn maximo de 25 co­
cos, de modo que certamente ele pode catar 20. Por outro 
!ado, o ponto de produ<;ao que esta fora da fronteira, tal 
como o ponto de prodw:;ao hipotetico D na figura, onde 
Tom pesca 40 peixes e cata 30 cocos, nao e factivel. (Neste 
Quanti dade 
de cocos 
Fadivel e 
35 eficiente 
30 ~----!__ 
Nao-factivel 
D 
• 
25 ~~>x 
:: c ·"' 
10 Factlvel mas 
nao eficiente 
10 20 30 
-\ Fronteira das 
\ 
possibilidades 
de prodUI;ao ( PPF) 
40 50 
Quantidade de peixes 
PARTE I 0 QUE ECONOMIA? 
caso, Tom poderia pescar 40 peixes e nao catar nenhum 
coco ou, entao, ele poderia catar 30 cocos e nao pescar ne­
nhum peixe, mas ele nao pode fazer ambas as coisas.) 
Na Figura 2-1, a fronteira das possibilidades de produ­
<;ao intercepta o eixo horizontal em 40 peixes. Isso significa 
que se Tom dedicasse todos os seus recursos a pescar, ele 
pescaria 40 peixes por semana, mas nao teria sobra de re­
cursos para poder colher cocos. A fronteira das possibilida­
des de produ<;ao intercepta o eixo vertical em 30 cocos; 
isso significa que se Tom dedicasse todos os seus recursos a 
catar coco, ele poderia obter 30 cocos por semana, mas nao 
lhe sobrariam recursos para pescar. 
A figura mostra tambem trade-offs nao tao extremos. 
For exemplo, se Tom decide pescar 20 peixes, ele pode co­
lher 25 cocos; essa escolha de produ<;ao e ilustrada pelo 
ponto A. Se Tom decide pescar 30 peixes, ele pode catar no 
maximo 20 cocos, como mostra o ponto B. 
Fensar em termos da fronteira das possibilidades de 
prodw.;ao simplifica as complexidades da realidade. A eco­
nomia do mundo real produz milhoes de bens diferentes. 
Ate urn naufrago numa ilha produziria mais que dois itens 
diferentes (por exemplo, necessitaria de roupa e moradia, 
alem de comida). Mas, neste modelo, imaginamos uma 
economia que produz somente dois bens. 
Quando simplificamos a realidade, contudo, a fronteira 
das possibilidades de produ<;ao nos ajuda a compreender 
alguns aspectos da economia real melhor do que compre­
enderiamos sem o modelo. 
Antes de mais nada, a fronteira das possibilidades de 
prodw.;ao e uma boa maneira de mostrar o conceito econ6-
mico geral de eficiencia. Recordem do Capitulo 1 que uma 
economia e eficiente quando nao ha oportunidades perdi­
das: nao ha maneira de melhorar a situa<;ao de alguem sem 
piorar a situa<;ao de outrem. Urn elemento-chave da efi­
ciencia e que nao ha oportunidades desperdi~;adas na pro-
Custo de oportunidade crescente 
0 formato abaulado da fronteira das possibilidades de 
produ~ao reflete o custo de oportunidade crescente. 
Neste exemplo, para produzir os primeiros 20 peixes, Tom 
precisa sacrificar 5 cocos. Mas, para produzir urn 
adicional de 20 peixes, ele precisa sacrificar mais 25 
cocos. 
ELSEVIER 
du~;ao: nao ha maneira de produzir mais de urn bern sem 
produzir menos de outros bens. 
Enquanto Tom esta na fronteira das possibilidades de 
produ<;ao, sua produ<;ao e eficiente. No ponto A, os 25 co­
cos que ele colhe sao o numero maximo que pode obter 
dado que decidiu pescar 20 peixes; no ponto B, os 20 cocos 
que ele colhe sao o maximo que pode obter dada a sua esco­
lha de pescar 30 peixes, e assim por diante. 
Mas suponha que por alguma razao Tom esteja no pon­
to C, produzindo 20 peixes e 20 cocos. Nesse caso, esta 
economia de uma s6 pessoa seria, sem duvida, ineficiente, 
pois poderia estar produzindo mais de ambos os bens. 
A fronteira das possibilidades de produ<;ao e util tam­
bern para lembrar o ponto fundamental de que o verdadei­
ro custo de qualquer bern nao e apenas a quantidade de di­
nheiro que ele custa quando o compramos, mas sim tudo o 
mais, alem do dinheiro, que tern de ser sacrificado a fim de 
obter esse bern, ou seja, o custo de oportunidade. Se Tom 
pescasse 30 peixes em vez de 20, ele s6 poderia colher 20 
cocos em vez de 25. Assim, o custo de oportunidade desses 
10 peixes extras sao 5 cocos nao colhidos. E se 10 peixes 
extras tern urn custo de oportunidade de 5 cocos, cada pei­
xe tern urn custo de oportunidade de 5/10 = 0,5 coco. 
Fodemos explicar agora o forma to abaulado da fronteira 
das possibilidades de prodw:;ao que vimos na Figura2-1: 
ela reflete urn pressuposto sobre como os custos de oportu­
nidade mudam quando se altera a composi~;ao do produto. 
A Figura 2-2 mostra a mesma fronteira das possibilidades 
de prodw.;ao que a Figura 2-l. As setas na Figura 2-2 ilus­
tram o fato de que, com esta fronteira de possibilidades de 
produ~;ao abaulada, Tom se defronta com urn custo de opor­
tunidade crescente: quanto mais peixes ele pesca, tanto mais 
coco ele tern de sacrificar para cada peixe adicional que 
pesca e vice-versa. For exemplo, para passar de produzir 0 
peixe para produzir 20 peixes, ele tern de abdicar de cinco 
Quantidade 
de cocos 
35 
25 
20 
15 
10 
0 
... implica abdicar 
de 5 cocos 
Mas praduzir mais 
20 peixes ... 
40 
... implica 
abdicar de mais 
25 cocos 
PPF 
50 
Quantidade de peixes 
CAPiTULO 2 MODELOS ECONOMICOS: TRAOE-OFFS E COMERCIO 21 
cocos. Isto e, o custo de oportunidade daqueles 20 peixes 
sao cinco cocos. Mas, para aumentar sua produc;ao de peixe 
para 40, isto e, produzir urn adicional de 20 peixes, ele tern 
de sacrificar mais 25 cocos, urn custo de oportunidade mu­
ito mais alto. 
Os economistas acreditam que os custos de oportunida­
de normalmente sao crescentes. 0 motivo e que, quando e 
produzida apenas uma pequena quantidade de urn bern, a 
economia pode usar recursos particularmente adequados 
para essa produc;ao. Por exemplo, se uma economia cultiva 
apenas uma pequena quantidade de milho, este pode ser 
plantado em lugares em que o solo e o clima sao perfeitos 
para plantar milho, e que sao menos adequados para plan­
tar qualquer outra coisa, por exemplo, trigo. Assim, plantar 
milho implica sacrificar apenas uma pequena quantidade 
de produc;ao potencial de trigo. Sea economia cultiva uma 
quantidade grande de milho, passa a usar terra que nao e 
tao boa para milho e que teria sido mais adequada para tri­
go. Desse modo, a produc;ao adicional de milho envolveni 
urn sacrificio muito maiar em termos de produc;ao de trigo. 
Finalmente, a fronteira das possibilidades de prodw;;ao 
nos ajuda a compreender o que significa falar de crescimento 
economico. Apresentamos o conceito de crescimento econo­
mico na IntrodU<;:ao, definindo-o como a capacidade crescen­
te da eumomia de pruduzir bens e servi<;os. Como vimos, o 
crescimento economico e uma das caracteristicas funda­
mentais da economia real. Mas podemos realmente dizer 
que a economia cresceu? Afinal, em bora a economia ameri­
cana produza hoje muito rna is coisas do que produzia ha urn 
seculo, ha itens que agora se produzem muito menos, por 
exemplo, carruagens. Em outros termos, a produc,;ao de 
muitos itens de fato caiu. Como, entao, podemos afirmar 
com seguranc;a que a economia em seu conjunto cresceu? 
A resposta, ilustrada na Figura 2-3, e que o crescimento 
economico significa uma expansi'w das possibilidades de 
Crescimento economico 
0 crescimento econ6mico resulta em urn deslocamento da 
fronteira das possibilidades de produ~ao para fora, porque 
as possibilidades de produ~ao se expandiram. A economia 
pode agora produzir mais de tudo. Por exemplo, se a 
produ~ao estivesse inicialmente no ponte A (20 peixes e 
25 cocos), ela poderia mover-se para o ponte E (25 
peixes e 30 cocos). 
prodw;ao da economia: a economia pode produzir mais de 
tudo. Par exemplo, sea produc;ao de Tom esta inicialmente 
no ponto A (20 peixes e 25 cocos), o crescimento economi­
co significaria que ele poderia mover-se para o ponto E (25 
peixes e 30 cocos). E esta fora da fronteira original; assim, 
em urn modelo de fronteira das possibilidades de produ­
c;ao, o crescimento se mostra por urn deslocamento da 
fronteira para fora. 
0 que uma economia de fato produz depende das esco­
lhas que as pessoas fazem. Depois de suas possibilidades de 
produc;ao se expandirem, Tom podera de fato optar par 
nao produzir mais peixe e mais coco. Ele podera decidir 
aumentar a produc;ao de apenas urn bern, e pode escolher 
reduzir a produc;ao de urn s6 bern. Mas mesmo que, por al­
guma razao, ele decida produzir menos coco e menos peixe 
do que antes, ainda assim diremos que sua economia cres­
ceu, porque ele poderia ter produzido mais de tudo. 
A fronteira das possibilidades de produc;:ao e um modelo 
muito simplificado de uma economia, mas nos da lic;oes 
importantes sobre a economia real. Fornece o primeiro 
sentido claro de urn elemento-chave da eficiencia econo­
mica, ilustra o conceito de custo de oportunidade e torna 
clara de que trata o crescimento economico. 
Vantagem comparativa e ganhos do comercio 
Entre os nove principios da economia descritos no Capitu­
lo l estava o dos ganhos do comercio: os ganhos mutuos 
que os individuos obtem ao se especializarem fazendo coi­
sas diferentes e comerciando entre eles. Nossa segunda 
ilustrac;:ao de urn modelo economico e um modelo particu­
larmente util de ganhos do comercio: comercio baseado 
em vantagens comparativas. 
Voltemos aT om sozinho em sua ilha, mas supondo ago­
ra que as ondas tragam um outro naufrago, por acaso cha-
Quanti dade 
de cocos 
35 
30 
25 
20 
15 
10 
0 10 20 25 30 40 50 
PPF 
nova 
Quantidade de peixes 
PARTE I 0 QUE ECONOMIA? 
mado Hank. Poderao os miufragos beneficiar-se do comer­
cia entre eles? 
E 6bvio que havenl. ganhos potenciais de comercio se os 
dois ml.ufragos fazem especialmente bern coisas diferentes. 
Por exemplo, se Tome muito born pescador e Hanke mui­
to born subindo em arvores, en tao faz sentido que Tom 
pesque e que Hank colha coco, e que os dois homens co­
merciem entre eles o produto do esfon;;o de cada urn. 
Mas uma das descobertas mais importantes da econo­
mia e que ocorrem ganhos do comercio mesmo que uma 
das partes nesse comercio nao seja melhor em alguma coi­
sa. Suponha, por exemplo, que Hank se adapte menos a 
vida primitiva do que Tom; ele e muito pior na pesca e, 
comparado a Tom, ate a sua capacidade de colher coco dei­
xa a desejar. Nao obstante, veremos que tanto Tom quanta 
Hank podem viver melhor comerciando urn com o outro 
do que poderiam estando s6s. 
Para as finalidades deste exemplo, vamos redesenhar a 
possibilidade de produc;;ao de Tom, representada pela fron­
teira das possibilidades de prodw;;ao no paine! (a) da Figu­
ra 2-4. De acordo com esse diagrama, Tom poderia pescar 
no maximo 40 peixes, mas somente se nao colhesse coco, e 
poderia colher 30 cocos, mas somente se nao pescasse, 
como antes. 
N a Figura 2-4 substituimos a curva da fronteira das pos­
sibilidades de produc.;ao da Figura 2-l por uma linha reta. 
Por que fazer isso, se ja vimos que os economistas conside­
ram que o normal e uma fronteira das possibilidades de 
produc.;ao abaulada? A resposta e que isso simplifica nossa 
discussao. Como ja explicamos, para modelar. trata-se de 
simplificar. 0 principia da vantagem comparativa nao de­
pende do suposto de que as fronteiras das possibilidades de 
produc.;ao sejam linhas retas, mas e mais facil de explicar 
com essa suposic.;ao. 
A fronteira das possibilidades de produc.;ao em linha reta 
no paine! (a) da Figura 2-4 tern uma inclinac.;ao constante 
de -3/4. (0 apendice deste capitulo explica como calcular a 
ELSEVIER 
inclinac;;ao de uma reta.) Ou seja, para cada quatro peixes 
adicionais que Tom decide pescar, ele colhe tres cocos me­
nos. Assim, o custo de oportunidade de urn peixe para Tom 
e de 3/4 de urn coco, independente da quantidade de peixe 
que ele pesque. Em comparac;;ao, a fronteira das possibili­
dades de produc;;ao e curva quando o custo de oportunida­
de de urn bern muda de acordo com a quantidade que ja foi 
produzida. Por exemplo, voce pode verna Figura 2-2 que, 
se Tom comec;;a no ponto em que ele nao pescou nenhum 
peixe e colhe 30 cocos, seu custo de oportunidade de pes­
car 20 peixes sao cinco cocos. Mas depois que ele ja pescou 
20 peixes, o custo de oportunidade de 20 peixes adicionais 
aumenta para 25 cocos. 
0 paine! (b) da Figura 2-4 mostra as possibilidades de 
produc;;ao de Hank. Comoa de Tom, a fronteira das possi­
bilidades de produc;;ao de Hank e uma linha reta, impli­
cando urn custo de oportunidade constante de peixe em 
termos de coco. Sua fronteira de possibilidades de produ­
c.;ao tern uma inclinac.;ao constante de -2. Hank e menos 
produtivo em tudo o que faz: no maximo, ele consegue 
produzir 10 peixes ou 20 cocos. Mas ele e especialmente 
ruim na pesca; enquanto Tom sacrifica 3/4 de urn coco 
para cada peixe pescado, para Hanko custo de oportuni­
dade de urn peixe e 2 cocos inteiros. A Tabela 2-l resume 
os custos de oportunidade dos dois naufragos para peixes 
e COCOS. 
TABELA 2-1 
Custos de oportunidade de peixes e cocos 
para Tom e Hank 
Custo de Custo de 
oportunidade oportunidade 
de Tom de Hank 
Um peixe 3/4 de coco 2 cocos 
Um coco 4/3 de peixe 1/2 peixe 
Possibilidades de produ~ao 
de dois naufragos (a) Possibilidades de produ~ao de Tom (b) Possibilidades de produ~ao de Hank 
Aqui, cada naufrago tern urn custo 
de oportunidade constante da pesca 
e uma fronteira das possibilidades 
de produ~ao em linha reta. No caso 
de Tom, cada peixe sempre tern urn 
custo de oportunidade de 3/4 de urn 
coco. No caso de Hank, cada peixe 
sempre tern urn custo de 
oportunidade de dais cocos. 
Quantidade Quantidade 
de cocos 
30 
0 28 
Consumo de 
Tom sem 
co mercia 
PPF 
de Tom 
40 
Quantidade de peixes 
de cocos 
20 
0 
Consumo de 
Honk sem 
co mercia 
PPF de Hank 
6 10 
Quantidade de peixes 
~~------------------------
CAPiTULO MODELOS ECONOMICOS: TRADE-OFFS E COMERCIO 
ELSEVIER 
Vantagem comparativa e ganhos do comercio 
(a) Produ~ao e consumo de Tom (b) Produ~ao e consumo de Hank 
Quantidade 
de cocos 
Quanti dade 
de cocos 
30 
10 
9 
Consumo de Tom 
Consumo de Tom 
28 30 
Produr;ao 
de Tom com 
PPF 
de Tom 
40 
Quantidade de peixes 
Ao se especializarem e comerciar, os dois naufragos podem 
produzir e consumir ambos os bens em maior quantidade. 
Tom se especializa em pesca, sua vantagem comparativa, e 
Hank, que tern uma desvantagem absoluta nos dois bens, 
Tom e Hank podem trilhar caminhos separados, cada 
um vivendo no seu !ado da ilha. pescando seu proprio pei­
xe e colhendo seus pr6prios cocos. Suponhamos que eles 
comecem assim e que suas escolhas de consumo sejam 
como na Figura 2-4: na ausencia de comercio, Tom canso­
me 28 peixes e nove cocos por semana, enquanto Hank 
consome seis peixes e oito cocos. 
Mas sera isso o maximo que eles podem fazer? Nao, nao 
e. Dado que os dois naufragos tem custos de oportunidade 
diferentes, eles podem fazer um trato que melhora a situa­
(ao de ambos. 
A Tabela 2-2 mostra como o trato funciona: Tom se espe­
cializa na produ(<'lo de peixe. pescando 40 por semana, e da 
10 a Hank. Enquanto isso. Hank se especializa na produ(ao 
de cocos, catando 20 por semana. c da 10 a Tom. 0 resulta­
do seve na Figura 2-2. Tom agora consome ambos os bens 
em maior quantidade que antes: em \'ez de 28 peixes e nove 
TABELA 2-2 
Como OS naufragos ganham do comercio 
Sem comercio 
Produ~ao Consumo 
Tom Peixes 28 28 
Cocos 9 9 
Hank Peixes 6 6 
Cocos 8 8 
20 
10 
8 
Produ>iio de Hank 
com camercio 
Consumo de Honk 
6 10 
sem comercio 
PPF 
de Hank 
Quantidade de peixes 
mas uma vantagem comparativa em cocos, se especializa 
catando coco. 0 resultado e que cada naufrago pode 
consumir maior quantidade de ambos os bens do que sem 
comercio. 
cocos, ele consome 30 peixes e lO cocos. E Hank tambem 
consome mais, passando de seis peixes e oito cocos para 10 
peixes e 10 cocos. Como a Tabela 2-2 tambem mostra, tanto 
Tom como Hank obtem ganhos do comercio: o consumo de 
peixe de Tom aumenta em dois, e seu consumo de coco au­
menta em um. 0 consumo de peixe de Hank aumenta em 
quatro, e seu consumo de coco aumenta em dois. 
Assim, os dois naufragos ficam em situa(ao melhor 
quando cada um deles se especializa naquilo em que e bom 
e os dois comerciam. Para Tom, e uma boa ideia pescar 
para ambos, pois seu custo de oportunidade de um peixe e 
apenas 3/4 de um coco nao-colhido, comparado com dois 
cocos para Hank. Correspondentemente, e uma boa ideia 
para Hank catar coco para ambos. 
Ou poderiamos dize-lo ao contnirio: porque Tom e tao 
bom na pesca, seu custo de oportunidade de catar coco e 
alto: sao 4/3 de peixe nao-obtidos para cada coco colhido. 
Com comercio 
Produ~ao Consumo 
40 30 
0 10 
0 10 
20 19 
Ganhos do comercio 
+2 
+1 
+4 
+2 
PARTE I 0 QUE ECONOMIA? 
Como Hanke urn pescador precirio, seu custo de oportu­
nidade de catar coco e bern menor, somente meio peixe por 
coco. 
0 que diriamos neste caso e que I om tern uma vanta­
gem comparativa em pescar, e Hank tern uma vantagem 
comparativa em colher cocos. Urn individuo tern uma van­
tagem comparativa na prodw;:ao de algo se o custo de opor­
tunidade daquela produ<;:ao e mais baixo para aquele indi­
viduo do que para outras pessoas. Em outras palavras, 
Hank tern uma vantagem comparativa sobre Tom na pro­
du<;:ao de urn bern ou servi<;:o particular se o custo de opor­
tunidade de Hank ao produzir aquele bern ou servi<;:o e 
rna is baixo do que o de I om. 
E claro que a hist6ria de I om e Hank simplifica a reali­
dade. Mas ela tambem nos ensina algo muito importante 
que se aplica a economia real. 
Primeiro, o modelo oferece uma ilustra<;:ao clara dos ga­
nhos do comercio: ao concordarem em se especializar e 
fornecer bens urn ao outro, Tome Hank podem produzir 
mais e, portanto, ter uma situa<;:ao melhor do que se tentas­
sem ser auto-suficientes. 
Segundo, o modelo demonstra urn ponto importante 
que costuma ser esquecido em analises do mundo real: 
enquanto as pessoas tiverem custos de oportunidade di­
ferentes, cada pessaa tern alguma vantagem comparativa 
em alga, e cada uma tern alguma desvantagem comparativa 
em alga. 
Note que em nosso exemplo Tom de fato e melhor do 
que Hank em produzir ambos os bens: Tom consegue pes­
car mais durante a semana e tambem colhe mais cocos. Is to 
e, Tom tern uma vantagem absoluta em ambas as ativida­
des: ele consegue mais produto com uma dada quantidade 
de insumos (neste caso, o seu tempo) do que Hank. Existe 
a tenta<;:ao de pensar que I om nao tern nada a ganhar do 
comercio com Hank, que e menos competente. 
Mas n6s acabamos de ver que Tom de fa to pode se benefi­
ciar de urn acordo com Hank, porque e a vantagem compara­
tiva, e nao a absaluta, que e a base do ganho mutuo. Nao im­
porta que Hank leve mais tempo para colher urn coco; o que 
importa e que para ele o custo de oportunidade daquele 
coco em termos de peixe e mais baixo. Assim, a despeito de 
sua desvantagem absoluta ate mesmo em cocos, ele tern uma 
vantagem comparativa na coleta de cocos. Enquanto isso 
Tom, que pode usar melhor seu tempo pescando, tern uma 
desvantagem comparativa na extra<;:ao de coco. 
Se a vantagem comparativa fosse relevante apenas para 
naufragos, nao interessaria muito. Na verdade, a ideia da 
vantagem comparativa se aplica a muitas atividades econ6-
micas. Sua aplica<;:ao mais importante se da possivelmente 
no comercio; nao entre individuos, mas entre na<;:6es. Va­
mos examinar brevemente como o modelo da vantagem 
comparativa ajuda a entender tanto as causas como os efei­
tos do comercio internacional. 
Vantagem comparativa e comercio 
internacional 
ELSEVIER 
Examine a etiqueta de urn bern manufaturado vendido nos 
Estados Unidos, e e bern provavel que ele tenha sido pro­
duzido em algum outro pais- na China, no japao ou mes­
mo no Canada. Por outro lado, muitas industrias america­
nas vendem uma elevada propor<;:ao do seu produto no ex­
terior (isso se aplica particularmente a agricultura, a alta 
tecnologia e ao entretenimento). 
CONFUNDINDO A VANTAGEM COMPARATIVA 
Os estudantes o fazem, os colunistas o fazem, e os politicos o 
fazem o tempo todo: eles confundem vantagem comparativa com 
vantagem absoluta. Por exemplo, nos anos 80, quando a economia 
americana parecia estar ficando para tras em rela~ao a doJapao, 
vimos muitos comentaristas alertar que, se os Estados Unidos nao 
melhorassem sua produtividade, dentro em pouco nao teriam mais 
vantagem comparativa em coisa alguma. 
0 que esses comentaristas queriam dizer e que os Estados 
Unidos nao teriam mais vantagem absoluta em nada - que 
chegaria urn momento em que os japoneses seriam melhores em 
tudo. (Isso nao aconteceu, mas esta e outra hist6ria.) E eles 
tinham a ideia de que, nesse caso, nao mais seria vantajoso os 
Estados Unidos comerciarem com o Japao. 
Mas, assim como Hank pode se beneficiar do comercio com Tom 
(e vice-versa), apesar de Tom ser melhor em tudo, uma na~ao pode 
ganhar com o comercio mesmo que seja menos produtiva que os 
paises com que comercia em todas as industrias. 
I oda essa troca internacional de bens e servic;:os deve ser 
comemorada ou ser motivo de preocupa<;:ao? Politicos eo 
povo em geral muitas vezes questionam que o comercio in­
ternacional seja desejavel e argumentam que a nac;:ao deve­
ria produzir os bens ela propria, em vez de comprar dos es­
trangeiros. Industrias em todo o mundo pedem protec;:ao 
contra a competic;:ao estrangeira: os agricultores japoneses 
querem manter de fora o arroz americana, os trabalhadores 
nas siderurgicas americanas querem manter de fora o ac;:o 
europeu. E essas demandas sao muitas vezes apoiadas pela 
opiniao publica. 
Os economistas, no entanto, tern uma visao muito posi­
tiva do comercio internacional. Por que' Porque eles o 
consideram em termos da vantagem comparativa. 
A Figura 2-6 mostra, com urn exemplo simples, como o 
comercio internacional pode ser interpretado em termos da 
vantagem comparativa. Embora o exemplo seja hipotetico, 
ele se baseia em urn padrao real de comercio internacional: 
os americanos exportam carne de porco para o Canada, e os 
canadenses exportam avioes para os Estados Unidos. Os pai­
neis (a) e (b) da Figura 2-6 ilustram fronteiras das possibili­
dades de produ<;:ao hipoteticas para os Estados Unidos e 
CAPiTULO 2 MODELOS ECONOMICOS: TRADE-OFFS E COMERCIO 
Vantagem comparativa e comercio internacional 
Quanti dade 
de avioes 
1.500 
1.000 
(a) Fronteira das possibilidades 
de produ~ao dos EUA 
Consumo dos EVA 
sem comerdo 
..... / 
Consumo dos EVA 
com comerdo 
ProdufiiO 
dos EVA com 
PPF 
dos EUA 
Quantidade de carne de porco 
(milhoes de toneladas) 
Nesse exemplo hipotetico, o Canada e os Estados Unidos 
produzem apenas dois bens: carne de porco e avi6es. Os avi6es 
se medem no eixo vertical, e a carne de porco no eixo 
horizontal. 0 painel (a) mostra a fronteira das possibilidades 
de produ~ao dos Estados Unidos. Ela e relativamente achatada, 
implicando que os Estados Unidos tern uma vantagem 
para o Canada, sendo a carne de parco medida no eixo hori­
zontal e os avioes no eixo vertical. A fronteira das possibili­
dades de produc;:ao dos Estados Unidos e mais achatada que 
a do Canada, implicando que os Estados Unidos tern uma 
vantagem comparativa em carne de parco, eo Canada tern 
uma vantagem comparativa em avioes. 
Embora os pontos de consumo na Figura 2-6 sejam hi­
poteticos, eles ilustram urn principia geral: assim como no 
exemplo de Tome de Hanks, os Estados Unidos eo Canada 
podem obter ganhos mutuos do comercio. Se OS Estados 
Unidos se concentram em produzir carne de parco e en­
viam parte desse produto para o Canada, enquanto o Cana­
da se concentra em avioes e envia parte desse produto para 
os Estados Unidos, ambos os paises podem consumir mais 
do que se insistirem em ser auto-suficientes. 
Alem do mais, esses ganhos reciprocos nao dependem 
de cada pais ser melhor em produzir urn dos tipos de bern. 
Se urn pais tern, digamos, maior produto por pessoa-hora 
em ambas as industrias, isto e, se urn pais tern uma vanta­
gem absoluta em ambas as industrias, ainda assim ocorrem 
ganhos do comercio. 
Mas, como o comercio de fato se leva a cabo em intera­
c;:oes de mercado? Isso nos leva ao nosso modelo final, o dia­
grama do fluxo circular, que ajuda os economistas a analisar 
as transac;:oes que ocorrem em uma economia de mercado. 
Quantidade 
de avioes 
3.000 
2.000 
1.500 
0 
(b) Fronteira das possibilidades 
de produ~ao do Canada 
Produfiio do Canada 
com comercio 
0,5 
sem comercio 
·• :~ Consumo 
do Canada 
com comercio 
PPF 
do Canada 
1,5 
Quantidade de carne de porco 
(milhoes de toneladas) 
comparativa na produ~ao de carne de porco. 0 painel (b) 
mostra a fronteira das possibilidades de produ~ao do Canada e 
tern inclina~ao relativamente forte, implicando que o Canada 
tern uma vantagem comparativa na produ~ao de avi6es. Assim 
como dois individuos, os dois paises ganham com a 
especializa~ao e o comercio. 
Transa~oes: o diagrama do fluxo circular 
Na pequena economia criada por Tome Hank em sua 
ilha, faltam muitas caracteristicas da economia em que vi­
vern os americanos hoje em dia. Por exemplo, embora mi­
lhoes de americanos sejam autonomos, a maioria dos tra­
balhadores sao empregados, normalmente em uma empre­
sa com centenas ou milhares de empregados. Alem disso, 
Tome Hank participam apenas da rna is simples das transa­
c;:oes economicas, o escambo, em que urn individuo troca 
diretamente urn bern ou servic;:o que tern por urn bern ou 
servic;:o que deseja. Na moderna economia, a troca direta e 
rara: em geral, as pessoas trocam bens e servic;:os por di­
nheiro (pedac;:os de papel colorido sem valor intrinseco) e 
depois trocam esses pedac;:os de papel colorido por bens e 
servic;:os que desejam. Ou seja, elas vendem bens e servic;:os 
e compram outros bens e servic;:os. 
E elas vendem e compram uma porc;:ao de coisas diferen­
tes. A economia americana e uma entidade de imensa com­
plexidade, com mais de 100 milhoes de trabalhadores em­
pregados por centenas de milhares de companhias, produ­
zindo milhoes de diferentes bens e servic;:os. Mesmo assim, e 
possivel aprender alga importante sabre a economia exami­
nando o modelo simples que aparece na Figura 2-7, o dia­
grama do fluxo circular. Esse diagrama representa as tran­
sac;:oes levadas a cabo em uma economia com duas especies 
rr ' 
' 
I 
PARTE I 0 QUE E ECONOMIA? 
de fluxos ao redor de urn circulo: o fluxo fisico, como de 
bens, servi<;os, trabalho ou materias-primas, em uma dire­
<;ao e o fluxo de dinheiro, que paga por essas coisas fisicas, 
na dire<;ao oposta. Nesse caso, o fluxo fisico se mostra em 
urn tom mais claro, eo de dinheiro em urn tom mais escuro. 
Os diagramas do fluxo circular mais simples modelam 
uma economia que tern apenas dois tipos de "habitantes": 
domicilios e empresas. Urn domicilio consiste em urn in­
dividuo ou urn grupo de pessoas (usualmente, mas nao ne­
cessariamente, uma familia) que compartilham sua renda. 
Uma firma e uma organiza<;ao (normalmente, mas nao ne­
cessariamente, uma corpora<;ao) que produz bens e servi­
c:os para a venda e que emprega membros dos domicilios. 
Como se ve na Figura 2-7, ha dois tipos de mercado 
nessa economia-modelo. De urn lado (aqui, no lado es­
querdo). ha mercados de bens e servic:os em que os do­
micilios compram das firmas os bens e servic:os que dese­
jam, e isso produz um fluxo de bens e servic:os em direc:ao 
aos domicilios e um fluxo de retorno de dinheiro em dire­
c:ao as firmas. 
Do outro lado, ha os mercados de fatores. Urn fator de 
produc:ao e urn recurso usado para produzir bens e servi­
c:os. Os economistas normalmente usam o termo Jatar de 
produ(ilo para se referir a urn recurso que nao se esgota to­
talmente na produc:ao. Por exemplo, os trabalhadorcs 
usam maquinas de costura para transformar tecido em ca­
misas: os trabalhadores e as maquinas sao fa to res de produ­
c:ao, porem 0 tecido nao e. De modo geral, OS principais fa­
tares de produc:ao sao trabalho. terra, capital e capital hu­
mano. Trabalho c um esforc:o dos seres humanos: terra c 
urn recurso suprido pela natureza: capital se refere a recur­
sos "criados", tais como maquinas e edificios: e capital hu­
manose refere a conquistas educacionais e capacidade tec­
nica cia forc:a de trabalho. que aumentam a sua produtivi-
Diagrama do fluxo circular 
Este modele representa o fluxo de dinheiro e 
o de bens e servi~os em uma economia. No 
mercado para bens e servi~os, os domicilios 
compram bens e servi~os das firmas, gerando 
um fluxo de dinheiro em dire~ao as firmas e Mercados 
de bens um fluxo de bens e servi~os em dire~ao aos 
e servi.;os 
domicilios. 0 dinheiro flui de volta para os 
domicilios quando as firmas compram fatores 
de produ~ao dos domicilios nos mercados de 
fa to res. 
ELSEVIER 
dade. E claro que cada um e, na verdade, uma categoria e 
nao urn unico fator: terra no estado de Dakota e bern dife­
rente de terra na Florida. 
0 mercado de fatores que a maioria das pessoas conhece 
melhor e o mercado de trabalho, em que os trabalhadores 
sao pagos por seu tempo. Alem de trabalho, podemos ima­
ginar que os domicilios possuem e vendem as firmas outros 
fatores de produ<;ao. Por exemplo, quando uma corpora­
<;ao paga dividendos aos seus acionistas, que sao membros 
dos domicilios, na verdade esta pagando pelo uso de ma­
quinas e edificios que, em ultima instancia, pertencem a es­
ses investidores. 
Em que sentido a Figura 2-7 e urn modelo? Is to e, em 
que sentido ela e uma representa<;ao simplificada cia reali­
dade? A resposta e que essa figura ignora uma serie de com­
plicac:oes do mundo real. A seguir, alguns exemplos: 
No mundo real, a distin<;;ao entre empresas e domicilios 
nao e sempre assim tao clara. Considercmos um peque­
no neg6cio familiar: uma fazenda, uma loja, urn pequeno 
hotel. :E uma empresa ou e urn domicilio? Um quadro 
mais completo incluiria um boxe separado para as em­
presas familiares. 
Muitas das vendas que as empresas fazem nao sao para 
os domicilios, mas para outras empresas. Por exemplo, 
as siderurgicas vendem sobretudo para outras firmas, 
como os fabricantes de autom6vcis, e nao para os domi­
cilios. Um quadro mais completo teria de incluir esses 
fluxos de bens e dinheiro dentro do sctor das empresas. 
A figura nao mostra o governo que. no mundo real. re­
tira do fluxo circular uma boa quantidade de dinheiro 
na forma de impostos, mas tambem injeta de volta ao 
fluxo uma boa quantidade de dinheiro na forma de gas­
to ptiblico. 
Dinheiro Domicilios Dinheiro 
Bens e Fa to res 
servi~os 
Mercados 
de fatores 
Bens e 
servit;os Fatores 
Dinheiro Empresas Dinheiro 
··~--~~-· --------------
CAPiTULO 
ELSEVIER 
Em outros termos, a Figura 2-7 nao e de modo algum 
urn quadro completo de todos os tipos de "habitantes" da 
economia real ou de todos os fluxos de dinheiro e de itens 
fisicos que ocorrem entre esses habitantes. 
Apesar de sua simplicidade, o diagrama do fluxo circu­
lar, como qualquer outro modelo economico, e uma ajuda 
util para pensar sabre a economia. 
Por exemplo, urn diagrama do fluxo circular pode aju­
dar a entender como a economia consegue proporcionar 
empregos para uma popula<;:ao crescente. A titulo de ilus­
tra<;:ao, consideremos a enorme expansao da for<;:a de traba­
lho (o numero de pessoas que querem trabalhar) nos Esta­
dos Unidos entre o come<;:o dos anos 60 e o fim dos anos 
80. Esse aumento foi causado em parte pelo fenomeno de­
mografico do baby boom nos Estados Unidos, o surto de au­
menta de natalidade p6s-Segunda Guerra Mundial; a pri­
meira gera<.;ao do baby boom come<.;ou a procurar emprego 
no comec;:o dos anos 60, e a ultima buscou trabalho no fim 
dos 80. Alem disso, mudan<.;as sociais levaram uma propor­
<.;ao cada vez maior de mulheres a procurar emprego fora de 
casa. 0 resultado e que, entre 1962 e 1988, o ni1mero de 
americanos empregados ou procurando emprego aumen­
tou 71°/o. 
Isso e muita gente procurando seu primeiro emprego. 
Mas, felizmente, o niunero de empregos tambem se expan-
MODELOS ECONOMICOS: TRADE-OFFS E COMERCIO 
diu durante o mesmo periodo, em percentagem quase igual. 
Ou foi apenas sorte? 0 diagrama do fluxo circular nos 
ajuda a entender por que o numero de empregos dispo­
niveis cresceu junto com a expansao da forc;:a de traba­
lho. A Figura 2-8 compara os fluxos de dinheiro ao redor 
do circulo da economia nos Estados Unidos entre 1962 e 
1988. Tanto o dinheiro pago aos domicilios quanto o di­
nheiro gasto pelos domicilios aumentou enormemente 
durante o periodo, e nao foi par acaso. A medida que 
mais pessoas passaram a trabalhar, ou seja, mais trabalho 
era vendido nos mercados de fatores, os domicilios ti­
nham mais dinheiro para gastar. Eles usaram esse au­
menta de renda para comprar mais bens e servic;:os nos 
mercados de bens e servi<;:os. E, a fim de produzir esses 
bens e servi<;:os, as empresas tinham de empregar mais 
trabalhadores. 
Assim, apesar de ser urn modelo muito simples da eco­
nomia, o diagrama do fluxo circular ajuda a entender al­
guns fatos importantes sobre a economia real. De acordo 
com o modelo, o numero de empregos nao e fixo porque 
ele depende de quanto gasta os domicilios; e a quantia que 
os domicilios gas tam depende de quantas pessoas estao tra­
balhando. Em outras palavras, nao e por acaso que a econo­
mia de algum modo cria empregos suficientes quando a 
for<.;a de trabalho cresce rapidamente. 
Crescimento da economia nos Estados Unidos, 1962-1988 
1962 
Dinheiro Dinheiro 
Domicilios 
70 milh6es de 
$0,36 trabalhadores 
trilhoes 
Mercados 
de bens 
Mercados 
e servi<;os 
de fatores 
$0,38 
trilhoes 
Empresas 
Dinheiro Dinheiro 
Estes dois diagramas de fluxo circular, um correspondente a 
1962, outro a 1988, ajudam a entender como a economia 
americana foi capaz de produzir emprego suficiente para sua 
crescente for~a de trabalho. 0 numero de trabalhadores quase 
dobrou entre 1962 e 1988, enquanto o fluxo de dinheiro entre 
domicilios e empresas se multiplicou por nove. A medida que a 
1988 
Dinheiro Dinheiro 
Domicilios 
120 milh6es de 
trabalhadores 
$3,36 
trilhoes 
Mercados 
de bens Mercados 
e servi<;os 
de fatores 
$3,53 
trilhoes 
Empresas 
Dinheiro Dinheiro 
for~a de trabalho crescia, o dinheiro para os domicilios 
aumentava, e seus gastos em bens e servi~os cresciam. Isso 
obrigou as empresas a empregar mais trabalhadores para 
atender a maior procura de bens e servi~os e gerou mais 
empregos para os domicilios. 
1:1 i: I 
I 
PARTE I 0 QUE ECONOMIA? 
Na~iio rica, na~iio pobre 
Tire sua roupa (em urn momento e lugar adequado, e 6b­
vio) e olhe as etiquetas que mostram de onde ela vern. Nos 
Estados Unidos, pode-se apostar que muitas delas, senao a 
maioria, sao feitas no exterior, em algum pais muito mais 
pobre que os Estados Unidos (talvez El Salvador, Sri Lanka 
ou Bangladesh). 
For que esses paises sao tao mais pobres que os Estados 
Unidos? 0 motivo imediato e que essas economias sao bern 
menos produtivas- as empresas desses paises simplesmen­
te nao conseguem, com uma dada quantidade de recursos, 
produzir tanto quanto as empresas comparaveis nos Esta­
dos Unidos ou outros paises ricos. For que tais diferen<;as 
de produtivicladc entre paises sao tao grandes e uma ques­
U\o profunda -de fato, e uma das principais questoes que 
prcocupam os economistas. Mas, em todo caso, a diferen<;a 
de produtiviclaclc e um fato. 
Mas, se as economias desses paises sao tao menos produ­
tivas que a clos Estaclos Unidos, como e que eles produzem 
uma quantidaclc tao grande cia roupa usada pelos america­
nos? Por que os americanos nao a fabricam eles mesmos? 
A resposta e a '"van tag em comparativa". Possivelmente toda 
industria em Bangladesh c mcnos produtiva que a industria 
conesponclente nos Estados Unidos. Mas a difcren<;a de pro­
dutiviclade entre paises ricos e paises pobres varia segundo o 
bem: e muito grande na produ<;ao de hens sofisticados, como 
avioes, mas nao c tao grande na produ<;ao de bens simples, 
como vestuario. Assim, a posi<;ao de Bangladesh com respeito a 
produ<;ao de roupa c analoga a posi<;ao de Hank comrespeito a 
coleta de cocos: ele nao c tao bom quanto o outro naufrago, 
mas e o que de faz comparativamente hem. 
A maioria dos modelos econiimicos sao "experimentos men­
tais" ou representa~iies simplificadas da realidade, basea­
das no suposto de que tudo o mais permanece constante. 
Urn modelo econiimico importante e a fronteira das possibi­
lidades de produr;tio, que ilustra os conceitos de eficiencia, 
custo de oportunidade e crescimento econiimico. 
Vantagem comparativa e urn modelo que explica a fonte dos ga­
nhos do comercio, mas freqiientemente e confundida com van­
tagem absoluta. Cada pessoa e cada pais tern uma vantagem 
comparativa em algo, fazendo surgir os ganhos do comercio. 
Nas economias mais simples, as pessoas fazem escambo, ou 
troca direta, em Lugar de comerciar com dinheiro, como se 
faz na economia moderna. 0 diagrama do fluxo circular e urn 
modelo que representa transa~iies dentro da economia como 
fluxos de bens e servi~os, de fatores de produr;tio e de di­
nheiro entre domici/ios e empresas. Essas transa~iies ocor­
rem em mercados de bens e servi~os e mercados de fatores. 
ELSEVIER 
1. Verdadeiro ou falso? Explique sua resposta. 
a. Urn aumento na quantidade de recursos de que disp6e Tom 
para produzir coco e peixe nao muda sua fronteira das possi­
bilidades de produ~ao. 
b. Uma mudan~a tecnol6gica que permite a Tom pescar mais 
peixe com qualquer quantidade de coco resulta em uma mu­
dan~a na sua fronteira de possibilidades de produ~ao. 
c. A fronteira das possibilidades de produ~ao e Cttil porque 
ilustra quanta de um bern uma economia e obrigada a renun­
ciar, para ter mais de outro bern, independentemente de os 
recursos estarem sendo usados com eficiencia. 
2. Na Itcilia, um autom6vel pode ser produzido por oito trabalha­
dores em um dia, e uma maquina de lavar roupa por tres traba­
lhadores em um dia. Nos Estados Unidos, um autom6vel pode 
ser produzido por seis trabalhadores em um dia, e uma maquina 
de lavar por dais trabalhadores em um dia. 
a. Que pais tern uma vantagem absoluta na produ~ao de auto­
m6veis? E na de maquinas de lavar? 
b. Que pais tern uma vantagem comparativa na produ~ao de 
maquinas de lavar? E de autom6veis? 
c. Que padrao de especializa~ao resultaria em maiores ganhos 
do comercio entre os dais paises? 
3. Use o diagram a do fluxo circular para explicar como um au men­
ta no dinheiro gasto pelos domicllios resulta em um aumento 
no numero de empregos na economia. Relate o que preve o mo­
delo do fluxo circular. 
As respostas estao no fim do livro. 
0 USO DE MODELOS 
A analise economica, como vimos, e principalmente uma 
questao de criar modelos que se ap6iam em um conjunto 
de principios basicos, e acrescentar alguns pressupostos 
mais especificos que permitem, a quem constr6i um mode­
lo, aplicar aqueles principios a uma situa<;ao particular. 
Mas o que os economistas de fa to fazem com seus modelos? 
Economia positiva versus economia normativa 
Imagine que voce seja urn assessor economico do governo 
no seu estado. Quais seriam as possiveis questoes do gover­
nador as quais voce responderia? 
Eis ai tres questoes possiveis: 
l. Qual sera a receita dos pedagios nas rodovias do esta­
do no ano que vem? 
2. Qual seria a receita se o pedagio passasse de $1 para 
$1,50? 
3. Devemos aumentar o pedagio, considerando que esse 
aumento reduzira o transito e a polui~ao do ar perto 
da estrada mas significara dificuldade financeira para 
os usuarios frequentes? 
--L---~---------------------------------=---~--=-~------------~-----------.. 
CAPiTULO 2 MODELOS ECONOMICOS: TRADE-OFFS E COMERCIO 
ELSEVIER 
Ha uma grande diferenc,;a entre as duas primeiras ques­
toes e a terceira. As duas primeiras sao questoes sobre fa­
tos. Sera verificado se a previsao do total de pedagio a ser 
arrecadado esta certa ou errada quando a cobranc,;a de pe­
dagio de fato tiver ocorrido. A estimativa sobre o efeito da 
mudanc,;a de prec,;o do pedagio e urn pouco mais dificil de 
verificar, pois a receita depende de outros fatores alem do 
prec,;o do pedagio. E e possivel que seja dificil separar as 
causas de uma mudanc,;a na receita. Ainda assim, em prin­
cipia, ha apenas uma (mica resposta correta. 
Mas a questao sobre se o pedagio deve ou nao ser aumen­
tado pode nao ter uma unica resposta "correta". Duas pes­
soas podem concordar sobre os efeitos de urn pedagio mais 
caro, mas ainda assim podem discordar sobre se o aumento 
do prec,;o do pedagio e uma boa ideia. Por exemplo, alguem 
que mora perto da rodovia, mas nao a usa muito, se importa­
ra muito com barulho e poluic,;ao, mas nem tanto como cus­
to de usar a rodovia. ja as prioridades de urn usuario regular 
que nao vive perto da rodovia serao o oposto. 
Esse exemplo revela uma distinc,;ao-chave entre dois pa­
peis desempenhados pela analise econ6mica. A analise que 
busca responder questoes sobre a maneira como o mundo 
funciona, que tem respostas que sao claramente certas ou 
erradas, e conhecida como economia positiva. Por outro 
!ado, a analise que envolve dizer como o mundo deveria 
funcionar e conhecida como economia normativa. Em ou­
tros termos. a economia positiva trata de descric,;ao, a eco­
nomia normativa trata de prescric,;ao. 
A economia positiva ocupa a maior parte do tempo e do 
esforc,;o dos economistas profissionais. E os modelos de­
sempenham um papel crucial em quase toda a economia 
positiva. Mas, como mencionamos antes, o governo ameri­
cano usa um modelo de computador para avaliar propostas 
de mudanc,;as na politica tributaria nacional. Muitos gover­
nos estaduais tem modelos similares para avaliar os efeitos 
de suas pr6prias po!Hicas tributarias. 
Convem notar que ha uma distin<;ao sutil mas relevante 
entre a primeira e a segunda questao, que. imaginamos, po­
deria ser perguntada pelo governador. A primeira questao 
pede simplesmente um progn6stico da receita do ano que 
vem, ou seja, uma previsao. A segunda questao e do tipo 
"se, en tao" e pergunta como a receita mudaria sea lei tribu­
taria mudasse. Aos economistas se pede responder a ambos 
os tipos de questao, mas os modelos sao particularmente 
uteis para responder a questoes do tipo "se, entao". 
As respostas a tais questoes muitas vezes servem de guia 
para politicas publicas. Mas ainda assim elas sao predic,;oes 
e nao prescric,;oes. Isto e, elas informam o que acontece se 
uma politica se modifica, mas nao informam se o resultado 
e born ou mau. Suponha que seu modelo econ6mico infor­
me que o aumento de pedagio proposto pelo governador 
vai aumentar o valor das propriedades nas comunidades 
perto da rodovia, mas vai prejudicar as pessoas que preci-
sam usar a rodovia para chegar ao trabalho. Isso faz da pro­
pasta de aumento do prec,;o do pedagio uma boa ou uma rna 
ideia? Depende de quem pergunta. Como vimos, quem es­
tiver preocupado com as comunidades na beira da estrada 
apoiara o aumento, mas alguem que estiver mais preocupa­
do com o bem-estar dos motoristas que tem de chegar ao 
trabalho tera uma opiniao diferente. Este e um julgamento 
de valor e nao uma questao de analise econ6mica. 
Ainda assim, os economistas muitas vezes acabam clan­
do conselhos de politica econ6mica. Isto e, dedicam-se a 
economia normativa. Como eles podem fazer isso, see pos­
sivel que nao exista uma resposta "correta"? 
Uma resposta e que os economistas tambem sao cida­
daos, e todos temos opinioes. Mas a analise econ6mica 
pode ser usada para mostrar que algumas politicas sao niti­
damente melhores que outras, independentemente da opi­
niao de quem quer que seja. 
Suponha que uma politica A deixe todos em situac,;ao 
melhor do que a politica B ou, pelo menos, tome melhor a 
situac,;ao de alguns sem piorar a de outros. Entao, A e clara­
mente mais eficiente do que B. Este nao e urn julgamento 
de valor: trata de como melhor alcaw:;ar urn objetivo, e nao 
do proprio objetivo. 
Por exemplo, duas politicas diferentes tern sido usadas 
para ajudar famflias de baixarenda a conseguir moradia: 
tabelamento de alugueis, que limita o que os locatarios po­
dem cobrar, e subsidios para o aluguel, que proporcionam 
as familias uma quantia adicional para pagar o aluguel. 
Quase todos os economistas concordam que os subsidios 
sao uma politica mais eficiente. (No Capitulo 4, veremos 
por que.) E, assim, a grande maioria dos economistas, 
qualquer que seja sua preferencia politica, esta mais a favor 
de subsidios do que de controle de alugueis. 
Quando as politicas podem ser claramente hierarquiza­
das dessa forma, os economistas em geral concordam. Mas 
nao e segredo que os economistas algumas vezes discor­
dam. Por que isso acontece 7 
Quando e por que os economistas discordam 
Os economistas tern a reputa<;ao de discutir entre eles. De 
onde vem essa reputa<;ao? 
Uma das respostas e que a cobertura da midia tende a 
exagerar as reais diferenc,;as de posic,;ao entre os economis­
tas. Quando todos os economistas concordam a respeito de 
uma questao, por exemplo, a proposic,;ao de que o controle 
de alugueis leva a escassez de moradia, os rep6rteres e edi­
tores provavelmente concluem que nao ha uma hist6ria 
que vale a pena cobrir, e assim o consenso profissional ten­
de a ficar fora das reportagens. Mas, quando ha alguma 
questao em que economistas proeminentes tomam posi­
c,;oes opostas, por exemplo, se cortar impostos neste mo­
menta ajudaria ou nao a economia, isso da noticia. Assim, 
PARTE I 0 QUE ECONOMIA? 
ouve-se muito mais sobre as areas de desacordo entre os 
economistas do que sobre a ampla area em que ha acordo. 
Vale a pena lembrar tambem que a economia, inevita­
velmente, e muitas vezes ligada a politica. Em rela<;;ao a va­
rias questoes, ha poderosos grupos de interesses que sabem 
quais opinioes querem ouvir. Por conseguinte, tem um in­
centivo para descobrir e promover economistas que profes­
sem essas opinioes, dando-lhes uma proeminencia e uma 
visibilidade que nao guarda propor<;;ao com o apoio que 
eles tem entre seus colegas. 
Mas, ainda que a aparencia de desacordo entre os econo­
mistas seja maior que o verdadeiro desacordo, continua sen­
do verdade que os economistas muitas vezes discordam a res­
peito de coisas importantes. Por exemplo, alguns economis­
tas muito respeitados argumentam com veemencia que o go­
\Trno americano deveria substituir o imposto de renda por 
um imposto sobrc o mlor ugrcgwlo. um imposto nacional sobrc 
as \Tndas. que c a principal fontc de receita governamental 
em muitos patses europcus. Outros economistas igualmente 
respcitados discordam. Por que essa diferenca de opiniao? 
Uma fonte importante de cliferenca sao os valores: como 
em qualquer grupo variado de individuos. pessoas razoa­
\-cis poclem divergir. Em comparacao com o imposto de 
renda. um imposto sobrc o ,·alor agregado normalmentc 
tcnclc a recair de forma mais pesada sobre as pessoas com 
rencla modesta. A.ssim. um economista que por si s6 apre­
cie mais uma sociedade com mais igualdadc social e de ren­
da tender~\ a ser contrario ao imposto sobre valor agregado. 
Um economista com ,·alores diferentes tcm menos proba­
bilidade de se opor ao imposto sobre o ,·alor agregado. 
lima segunda fonte importante de clivergcncia provcm 
cia construcao de modelos economicos. Como os econo­
mistas hasciam suas conclusc'les em modelos. que sao rc­
prcsentacl"lcs simplificadas da rcalidade. dois cconomistas 
pndem lcgitimamcntc discordar sobrc quais simplifican"les 
S<1o aclequadas c. portanto. chegar a conclus(1cs difcrentes. 
QUANDO OS ECONOMISTAS CONCORDAM 
ELSEVIER 
Suponha que o governo dos Estados Unidos esteja pen­
sando em introduzir urn impasto sobre o valor agregado. 0 
economista A pode basear-se em urn modelo que se con­
centra nos custos administrativos do sistema tributario, 
isto e, o custo de monitorar, processar documentos, arreca­
dar o imposto, e assim por diante. Esse economista podera 
entao assinalar os elevados custos de administrar urn im­
pasto sobre o valor agregado, bem conhecidos, e argumen­
tar contra a mudanc;a. 0 economista B podera pensar que a 
maneira correta de abordar a questao e ignorar os custos 
administrativos e focalizar em como a lei proposta modifi­
caria o comportamento relativo a poupaw;:a. Esse econo­
mista podeni apontar para estudos sugerindo que impastos 
sobre o valor agregado levam ao aumento cia poupanca do 
consumidor, urn resultado desejavel. 
Como os dois economistas usaram modelos cliferentes, 
is to c. adotaram pressupostos simplificadores cliferentes, eles 
chegaram a conclusoes diferentcs. E, assim. os dois econo­
mistas podem encontrar-se em !ados diferentes quanto a 
essa questao. 
A maioria clessas disputas eventualmente se soluciona 
pela acumulacao de evidencia mostrando quais dentre os 
varios modelos propostos pelos economistas aderem me­
lhor aos fatos. Contudo. em economia. como em qualquer 
ciencia. pode passar muito tempo antes que a pesquisa re­
soh·a disputas importantes. Em alguns casos. sao decadas. 
E como a economia esta sempre mudando de forma que 
lorna indlidos modclos antigos ou ln·anta novas qucstoes 
de politica economica. semprc h<i novas questocs sobre as 
quais os cconomistas discorclam. Os formuladores de poli­
tica ecom"lmica tcm de dccidir. cntao. em quais cconomis­
tas a ned i tar. 
0 ponto importante c que a analise ccon6mica cum me­
todo. e m'\o um conjuntn de conclus{Jes. 
"Quando dais economistas se juntam, ha tres 
opini6es diferentes", diz uma piada de 
economistas. Mas sera que os economistas de 
fato discordam tanto? 
Nao, segundo uma pesquisa entre os 
membros da Associa~ao Americana de 
Economia, publicada na edi~ao de maio de 
1992 da American Economic Review. Os 
autores perguntaram aos participantes se 
concordavam ou discordavam de urn certo 
numero de proposi~6es sabre economia; o 
que eles encontraram foi urn grau de 
concordancia muito elevado entre os 
economistas profissionais, a respeito de 
muitas das proposi~6es. No topo, com a 
concordancia de mais de 90% dos 
economistas, estavam as proposi~6es "Tarifas 
e cotas de importa~ao normalmente reduzem 
o bem-estar econ6mico geral" e "Urn teto 
para alugueis reduz a quantidade e a 
qualidade da moradia disponivel". 0 que 
chama a aten~ao nessas duas proposi~6es e 
que muitos nao-economistas discordam 
excluir produtos estrangeiros tern o apoio de 
muitos eleitores, e propostas para acabar 
com o controle de alugueis em cidades como 
Nova York e Sao Francisco enfrentaram 
ferrenha oposi~ao politica. 
Entao, esse estere6tipo de que os 
economistas divergem muito e apenas urn 
mito? Nao de todo; os economistas 
discordam bastante quanto a algumas 
quest6es, especialmente em 
macroeconomia. Mas existe uma ampla base 
de concordancia. delas. Tarifas e cotas de importa~ao para 
-~--~~~-----------
CAPiTULO 2 MODELOS ECONOMICOS: TRADE-OFFS E COMERCIO 
ELSEVIER 
Economistas no governo 
Muitos economistas se ocupam principalmente de ensino e 
pesquisa. Mas urn born mimero de economistas tern uma 
participac;:ao mais direta nos eventos. 
Como descrito na sec;:ao "Para Mentes Curiosas" na pagi­
na 18, os economistas desempenham urn papel importante 
no mundo dos neg6cios, especialmente no setor financei­
ro. Mas o envolvimento mais evidente dos economistas no 
mundo real e a sua extensa participa<;ao no governo. 
Isso nao deveria surpreender. Uma das func;:oes mais im­
portantes do governo e fazer polftica econ6mica. E em quase 
toda decisao de politica do governo e preciso levar em conta 
as efeitos econ6micos. Assim, as governos em todo o mun­
do empregam economistas em uma variedade de func;oes. 
No governo dos Estados Unidos, um papel essencial c 
desempenhado pelo Conselho de Assessores Econ6micos, 
um ramo do Executivo (isto e, funcionarios da presiden­
cia), cuja (mica finalidade e aconselhar a Casa Branca em 
materia econ6mica e preparar o Relat6rio Econ6mico 
Anual do presidente dos Estados Unidos. De forma pouco 
usualpara um 6rgao de governo, a maioria dos economis­
tas do Conselho nao c funcionario ptiblico de Iongo prazo, 
mas sim professorcs universitarios em licenc;a por um ou 
dais anos. Muitos dos economistas mais conhecidos do 
pais serviram no Conselho de Assessores Econ6micos em 
algum momento de sua carreira. 
Os economistas tambem tem um papel importante em 
outras partes do governo americano. De fato. como disse o 
Departamento de Estatistica do Trabalho em seu Occupati­
onal Outlook Handbook, "em quase todas as areas do go­
verna trabalham alguns economistas". Pode-se dizer que o 
pn'lprio Departamento de Estatfstica do Trabalho e um im­
portante empregador de economistas. 
Vale a pena lcmbrar que os economistas clcscmpenham 
um papel particularmentc importantc em duas organiza­
c;:oes internacionais com seclc em \\/ashington: o Fundo 
Monetario lnternacionaL que presta assistencia e faz cm­
prestimos a pafses que passam por dificuldades economi­
cas, eo Banco Mundial, que presta assistencia e faz empres­
timos para promover o desenvolvimento economico de 
Iongo prazo. 
Sera que todos esses economistas no governo discordam 
entre eles to do o tempo? Sao as suas posi<;oes ditadas em 
grande meclida por sua afilia<;ao politica? A resposta a am­
bas as questoes e nao. Embora existam debates importantes 
sobre questoes economicas no governo e a politica inevita­
velmente tenha algum papel, ha um amplo acordo entre os 
economistas sobre muitas questoes, e a maioria dos econo­
mistas no governo se esforc;:a por avaliar as questoes de 
modo tao objetivo quanto possivel. 
Os economistas se dedi cam sobretudo a economia positiva, 
a analise do modo como o mundo funciona, como as respos­
tas sao clara mente corretas ou erradas, e que envolve fazer 
previsoes. Mas na economia normativa, que faz prescri~;oes 
sobre como as coisas deveriam ser, muitas vezes nao existe 
uma resposta certa ou errada, e apenas urn julgamento de 
valor. 
Os economistas discordam por duas razoes, mas nao tanto 
quanta se diz. Primeiro, eles podem discordar sobre quais 
simplifica~;oes adotar em urn modelo. Segundo, os econo­
mistas podem discordar - como qualquer pessoa - sobre 
valores. 
1. Qual das afirma<;6es que se seguem e uma afirma<;ao positiva? 
Quale uma proposi<;ao normativa? 
a. A sociedade precisa tamar medidas para evitar que as pes­
soas tenham um comportamento pessoal perigoso. 
b. As pessoas que tern comportamento pessoal perigoso im­
p6em custos mais altos a sociedade em virtude de custos 
medicos mais elevados. 
2. Verdadeiro ou falso? Explique sua resposta. 
a. A op<;ao politica A e a op<;ao politica B tentam alcan<;ar o 
mesmo objetivo social. A op<;ao politica A, contudo, resulta 
em um usa de recursos menos eficiente que a op<;ao politica 
B. Por conseguinte, os economistas tendem a concordar que 
a op<;ao politica B e preferivel. 
b. Quando dais economistas discordam sabre a conveniencia 
de uma politica, tipicamente e porque um deles cometeu 
um erro. 
c. Os formuladores de politicas publicas sempre podem aplicar 
analise econ6mica para decidir que objetivos a sociedade 
deveria tentar alcan<;ar. 
As respostas esVio no fim do livro. 
• UM OLHAR ADIANTE • 
Este capitulo dcu uma primeira visao do que significa fa­
zcr analise economica. come<;ando pela ideia geral de 
modelo como forma de en tender um mundo complicaclo 
e. em seguida, examinando tres modelos introdut6rios 
simples. 
Para perceber como funciona de verdade a analise eco­
n6mica, contudo, e para mostrar o quanto tal analise pode 
ser uti!, precisamos passar a um modelo mais poderoso. 
Nos dois capitulos que se seguem, vamos estudar o modelo 
econ6mico essencial, aquele que tern uma capacidade es­
pantosa de tornar compreensiveis muitas questoes de polf­
tica econ6mica, prever o efeito de muitas forc;:as e mudar a 
maneira pela qual vemos o mundo. Esse modelo e conheci­
do como "oferta e procura". 
1 r 
I 
.I 
PARTE I 0 QUE ECONOMIA? 
RESUMO > > > > > > > > > > > > > > > > 
1. 
2. 
Quase toda a economia e baseada em modelos, que sao "ex­
perimentos mentais" ou versoes simplificadas da realidade, e 
muitas vezes usam instrumentos matematicos tais como gra­
ficos. Urn pressuposto importante em modelos economicos e 
o pressuposto do tudo o mais constante, que permite anali­
sar o efeito de uma mudanc;:a em urn fa tor man tendo constan­
tes todos os demais fatores relevantes. 
Urn modelo imponante eo da fronteira das possibilidades 
de produc;:ao. Ele ilustra o custo de oportunidade (mos­
trando que quantidade de urn produto e produzida de me­
nos quando e produzida maior quantidade de outro); efi­
ciencia (uma economia e eficiente quando produz na fron­
teira das possibilidades de prodU<;;ao); e crescimento eco­
nomico (uma expansao da fronteira das possibilidades de 
prodw;ao). 
3. Outro modclo importante eo da vantagem comparativa, que 
explica a fonte dos ganhos do comercio entre individuos e 
paiscs. Todo mundo tem alguma vantagem comparativa em 
algo. algum bem ou servic;:o em que a pessoa tem custo de 
oportunidadc mais baixo que todas demais pessoas. Mas. 
muitas \'Czes, ela e confundida com vantagem absoluta. a ca­
paciclade de produzir mn detcrminado bern ou servic;:o me­
lhor do que qualquer outra pessoa. Essa confusao leva alguns 
a concluir crroneamcntc que nao ha ganhos do comercio en­
tre pcs.soas e paises. 
4. Na mais simples das economias. as pfssoas fazem escambo. 
ou scja. trocam hens e sen·icos por outros hens e sen·ic;:os. 
em \'C:: de troca-los por dinheiro. como em uma economia 
moderna. 0 diagrama do fluxo circular e um modelo que 
represcnta transac;bes dcntro da economia como lluxos de 
hens c scrvi<;os, e lluxos de renda entre domicilios e empre­
sas. Essas transacc1cs ocorrem em mercados de bens e servi­
<;os c em mercados de fatores. mercados para fatores de 
produc;:ao tais como trabalho. E preciso en tender como gas­
lLlS. producao, cmprcgo. renda c crescimcnto se rdacionam 
ern uma CCL1nomia. 
5. Os cconomistas usam modclos economicos tanto para a 
economia positiva, que dcscreve como a economia funcio­
na. quanto para a economia normativa. que prcscrevc 
como uma economia deveria funcionar. A economia posi­
tiva mui tas vezes em·olve fazer previsoes. Os economistas 
podcm determinar as rcspostas corretas para questoes po­
sitivas. mas normalmente nao para questc1es nonnativas, 
que envolvem julgamento de valor. As excec;:oes ocorrem 
quando politicas desenhadas para concretizar uma deter­
minada prescri<;ao podem ser claramente hierarquizadas 
em termos de eficiencia. 
6. Ha duas razoes pelas quais os economistas discordam. Em 
primeiro lugar, eles podem discordar sabre quais as simplifi­
ca~:oes que devem ser feitas em um modelo. Em segundo lu­
gar, os economistas, como qualquer pessoa, podem discordar 
sobre valores. 
ELSEVIER 
PALAVRAS-CHAVE > > > > > > > > > > > 
Modelo, p. 18 
Pressuposto de tudo o mais 
constante, p. 18 
Fronteira das possibilidades de 
produc;:ao, p. 19 
Vantagem comparativa, p. 24 
Vantagem absoluta, p. 24 
Escambo, p. 25 
Diagrama do fluxo circular, p. 25 
Domicilio, p. 26 
Empresa, p. 26 
Mercados de bens e 
servic;:os, p. 26 
Mercados de fatores, p. 26 
Fatores de produc;;ao, p. 26 
Economia positiva, p. 29 
Economia normativa, p. 29 
Previsao. p. 29 
PROBLEMAS > > > > > > > > > > > > > > 
1. Atlantis e uma pequena ilha isolada no Atlantico Sul. Seus ha­
bitantes cultivam batatas e pescam. A tabela a seguir mostra o 
produto anual maximo de combinac;:oes de batatas e peixes 
que pode ser produzido. E claro que. com seus recursos e tec­
nologia limitados. sc eles usa rem mais recursus para produzir 
batatas. terao menos recursos disponiveis para a pesca. 
Op~oes de produto Quantidade de Quantidade de 
anual maximo batatas (kg) peixes {kg) 
A 1.000 0 
8 800 300 
c 600 500 
D 400 600 
E 200 650 
F 0 675 
a. Descnhe a fronteira das possibilidades de prodU<;ao com 
batatasno cixo horizontal c pcixes no cixo vertical. !lus­
tre cssas opcc'ies mostrando os pon tos A e F. 
b. Pode Atlantis produzir 500 kg de peixe e 800 kg de hata­
tas? Expliqut·. Onde estaria esse ponto em rela<;ao <1 fron­
teira das possibilidades clc produ<;ao' 
c. Qual e o custo de oportunidadc de aumcntar a produ<;ao 
annal de batatas de 600 para 800 kg' 
d. Qual co custo de oportunidadc de aumentar a producao 
de batatas de 200 para -tOO kg' 
e. Expliquc por que a resposta (c) e a (d) nao e a mesma. 0 
que isso implica para a inclina<;ao da frontcira das possi­
bilidades de produ~ao: 
2. Na Roma antiga. eram produzidos apenas dois hens: espa­
guete e bolinhos de carne. Ha duas tribos em Roma. os Tivoli 
e os Frivoli. Sem ajuda. os TiYoli podem produzir 30 kg de es­
paguete e nenhum bolinho de carne ou 50 kg de bolinho e 
nenhum espaguete ou, entao, qualquer combina~ao interme­
diaria entre esses extremos. Os Frivoli, sozinhos, podem pro­
duzir 40 kg de espaguete e nenhum bolinho ou 30 kg de boli­
nho de carne e nenhum espaguete ou, entao, qualquer com­
bina~ao intermediaria entre esses extremos. 
a. Suponha que todas as fronteiras de possibilidades de pro­
duc;:ao sejam linhas retas. Desenhe um diagrama mostran­
do a fronteira das possibilidades de produc;:ao mensal 
para os Tivoli e outra para os Frivoli. Mostre como elas 
foram calculadas. 
~~------------------------------
CAPiTULO 
b. Qual tribo tern vantagem comparativa na produc;ao de es-
paguete7 E na produc;ao de bolinhos? 
No ano 100, os Frivoli descobrem uma nova tecnica para fazer bo­
linho de carne que dobra a quantidade de bolinhos que eles con­
seguem produzir por mes. 
c. Desenhe as novas fronteiras de possibilidades de produ­
c;ao mensal para os Frivoli. 
d. Depois da inovac;ao, qual tribo agora tern vantagem abso­
luta na produc;ao de bolinhos de carne? E na produc;ao de 
espaguete? Qual tern vantagem comparativa na produc;ao 
de bolinhos de carne? E na produc;ao de espaguete? 
3. Peter Pundit, urn jornalista economico, afirma que a Uniao 
Europeia esta aumentando sua produtividade em todas as in­
dustrias, com grande rapidez. Ele alega que esse avan<;o de 
produtividade e tao rapido que o produto da Uniao Europeia 
nessas indus trias logo vai ser maior que o dos Estados Unidos 
e que, em resultado disso, ja nao sera vantajoso para os Esta­
dos Unidos comerciar com a Uniao Europeia. 
a. Peter Pundit esta correto ou naol Se nao csta. qual e a 
fonte do seu engano I 
b. Sea Uniao Europeia e os Estaclos Unidos continuam a co­
merciar, qual sera a caracteristica clos bens que a L.:niao 
Europeia vai exportar para os Estaclos Unidos, e dos bens 
que os Estados Unidos vao exportar para a Uniao Euro­
peial 
4. Voce esta encarregaclo de distribuir os seus colegas de uniwr­
siclade entre os times de beisebol e de basquetc. Voce ja esta 
nos quatro Cdtimos colegas: dois ddes tcm de ir para o hcise­
bol e dois para o hasquetc. A tabela a seguir d,i a media de su­
cesso de cada um cleles nos lances de bciscbol e de cesta no 
basquete. Explique como voce usaria o conccito de vantagcm 
comparativa para alocar os jogadorcs. Comece por calcular. 
para caclajogador, o custo de oportuniclacle dos lances na ccs­
ta, no basquete, em tcnnos dos lances no hcisebol. 
Nome Media de acerto Media de cestas 
no beisebol no basquete 
Kelley 70% 60% 
Jackie 50% 50% 
Curt 10% 30% 
Gerry 80% 70% 
Por que e provavel que os outros jogadorcs de basquctc fiqucm 
tristes com esse arranjo, mas os jogadores de beiscbol fiqucm 
satisfeitos? Mesmo assim, por que um economista cliria que csta e 
uma forma eficiente de alocar os jogadores nos times desportin1s 
da sua universiclaclel 
5. A economia de Atlantis desenvoh,eu-se, e seus habitantes 
agora usam clinheiro na forma de conchas. Desenhe um clia­
grama do fluxo circular mostranclo clomicflios e empresas. As 
empresas procluzem batata e peixe, e os clomicilios compram 
batata e peixe. Os clomicilios tambem fornecem terra e traba­
lho as empresas. Iclentifique em que parte do fluxo de con­
chas ou do fluxo de coisas ffsicas (bens e servic;os ou recur­
sos) ocorrera cacla um dos impactos listados a seguir. Descre­
va como esse impacto se espalha pelo circulo. 
a. Um ciclone devastaclor inuncla a area plantada de batata. 
MODELOS ECONOMICOS: TRADE-OFFS E COMERCIO 
b. A estac;ao de pesca e proclutiva e e muito grande a quanti­
clade de peixe pescado. 
c. Os habitantes de Atlantis descobrem a danc;a da Macare­
na e passam varios elias do mes clanc;ando. 
6. Urn economista podera clizer que as faculdades e universi­
dacles "procluzem" educac;ao usando como insumo profes­
sores de universidade e estuclantes. De acorclo com essa li­
nha de raciocinio, a educac;ao e entao "consumida" pelos 
clomicilios. Construa um cliagrama do fluxo circular, como 
o que vimos neste capitulo, para representar o setor da eco­
nomia cleclicaclo a ecluca<;ao superior: faculclacles e univer­
sidades representam empresas, e os domicilios tanto con­
somem educac;ao quanto fornecem os professores e os es­
tuclantes as universidades. Quais sao os mercaclos relevan­
tes nesse modelo I 0 que esta senclo com prado e vendido 
em cacla clire<;ao? 0 que aconteceria no modelo se o gover­
no clecidisse subsicliar 50% da matricula de toclos os estu­
clantes universitariosl 
7. Sua colega de dormit6rio na universiclade ouve mt:1sica muito 
alto quasc o tempo toclo. Mas voce prefere mais tranql\iliclacle. 
Voce sugere a ela que compre fones de ouviclo. Ela responde 
que esta clisposta a usar fones de om·iclo, mas que neste mo­
mento preferc gastar seu clinheiro em varias outras coisas de 
maior prioriclacle. Voce discute essa situac;ao com um amigo 
que esta estuclando cconomia. Ocorre a seguinte convcrsa: 
Elc: Qtwnto Cllsta wnfcmc de mn·ido7 
\'oct: $15. 
Elc: Que val(n I'OcC del amais trunqiiilidadc no res to clo scmcstrc! 
Voce: $30. 
Ele: Entao t' cficicntc que voce com pre os .femes de uuvidu pnm 
dct-los ci sua colcga. \'oa gcmlw nwis do que pcrdc, sctt bcncficio 
c' maior qtlf o custo. \'on' clcvcri(] fa;::n isso. 
Voce: Mas nclo c'justo que eu pague pclosfoncs de 0111 idu qucwclo 
nclo sou c11 quem cstci .Jct;::cnc!o /J(]rullw. 
a. Que parte clessa corwcrsa tem afirmacoes positi\'aS por 
sua natureza c que parte contem afirma<;oes nonnativ,1sl 
b. Prepare uma argumcnta,·ao em fann do scu pllnto de \·is­
la, de que e sua colcga quem dewria mudar de h<ihitos. 
De modo similar, componha urna argumcnta<;<io para n 
ponto de vista cla sua colega, de que voce c quem clc\Tria 
comprar os fones de ouviclo. Sc o dormitL1rio da sua uni­
versidade tem uma politica de dar plcno clircito <W' resi­
dentcs de uuvir musica quando quciram, qual o argu­
mcnto que provavelrncnte \·ai veneer? Sc o seu clormit(l­
rio na universiclacle tem urna regra que cliz que a pessoa 
tern de parar de ouvir musica semprc que urn colega re­
clame, qual e o argurnento corn maior probabilidaclc de 
ganhar? 
8. Uma representante cia industria americana do vestmirio fez 
recentemente a seguinte declarac;ao: ''Os trabalhadores na 
Asia muitas vezes trabalham em pessimas concli<;oes ganhan­
do apenas alguns centavos por hora. Os trabalhaclores ameri­
canos sao mais proclutivos e por isso ganham salarios mais al­
tos. Para preservar a cligniclacle do trabalhaclor americana, o 
governo deveria proibir as importa<;oes de vestuario de paises 
asiaticos de baixos sahirios." 
a. Que parte dessa citac;:ao e de afirrnac;oes de economia po­
sitiva? Que parte e de afirma<;oes normativas? 
PARTE I 0 QUE ECONOMIA? 
b. A politica que esta sendo defendida e consistente com a 
afirmac;:ao anterior sobre os salarios e a produtividade de 
trabalhadores americanos e asiaticos? 
c. Uma politica assim melhoraria a situa<,;ao de alguns ameri­
canos sem to mar pi or a de outros? Is toe, essa politica seria 
eficiente do ponto de vista do conjunto dos americanos? 
d. Ostrabalhadores asiaticos de baixos salarios se beneficia­
riam ou seriam prejudicados por uma politica assim 7 
9. As afirmativas a seguir sao verdadeiras ou falsas? Explique 
suas respostas. 
a. "Quando as pessoas sao obrigadas a pagar impastos mais 
altos sobre seu salario ocorre uma redU<;ao do seu incen­
tivo ao trabalho" e uma afirmac;:ao positiva. 
b. ''Deveriamos reduzir impastos para estimular mais traba­
lho" e uma afirmac;:ao positiva. 
c. A analise economica nem sempre pode ser usada para de­
cidir inteiramente o que a sociedade deveria fazer. 
d. "0 sistema de educac;:ao publica neste pais gera 111aiores 
beneficios para a sociedade do que o custo de funciona­
mento desse sistema" e uma afirmac;:ao normativa. 
e. Todos os desacordos entre os economistas sao provoca­
dos pela midia. 
10. Avalie a seguinte afirma<;ao: "E mais facil construir um 1110-
delo econ6mico que reflete precisamente os acontecimentos 
que ja ocorreram do que construir um modelo economico 
para prever enntos futuros." lsso e vcrdade ou nao? For que? 
0 que isso implica para as dificuldades de construir hLms 1110-
delos economicos? 
11. Com freqi\cncia sc pede a cconomistas que trabalham para 
o governo que fac;:am recomendac6cs de politica. For que 
ELSEVIER 
voce pensa que e importante para 0 publico poder diferen­
ciar entre as afirma<;6es positivas e as normativas nessas re­
comenda<,;6es? 
12. 0 prefeito do municipio de Nova York, preocupado como 
potencial de uma epidemia de gripe devastadora neste inver­
no, pergunta a urn economista uma serie de questoes. Essas 
questoes exigem do assessor econ6mico avaliac;:oes positivas 
ou normativas? 
a. Quanta vacina e preciso ter em estoque no municipio ate 
o fim de novembro? 
b. Se oferecermos pagar as companhias farmaceuticas que 
fornecem as vacinas 10% a mais por dose, elas fornecerao 
doses adicionais? 
c. Se houver uma escassez de vacinas no municipio, quem 
devera ser vacinado primeiro, os idosos ou os bem jo­
vens7 (Suponha que uma pessoa de um grupo tenha igual 
probabilidade de morrer de gripe que uma pessoa do ou­
tro grupo.) 
d. Sc o municipio cobrar 525 por \"<Kina. quant::ts pessoas 
pagarao? 
e. Se o municipio cobrar S25 por vacina. poden\ lucrar $10 
em cada uma. Esse dinheiro podera pagar a vacina<;ao das 
pessoas pobres. Deve o municipio implementar um es­
quema como este? 
13. Avalie a seguinte afirmacao: "Sc os economistas tivessem da­
dos suficientes, poderiam resoker todas as questoes de poli­
tica ecom1mica de modo a maxi mizar o bem-estar social. Nao 
haveria mais necessidade de disputas politicas acirradas. tal 
como a de saber se o governo dc\·c proporcionar cuidados 
medicos gratuitos para todos." 
~~~~~-~~-------------~-------~---------------------------------------------------------------------------------------­
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>> Apendice do Capitulo 2: 
Graficos em econ_omia _ 
PERCEBENDO 0 QUADRO GERAL 
Tanto no cliario economico Wall Street journal quanto 
em um livro-texto aparecem muitos graficos. Imagens 
visuais podem facilitar o entendimento de clescri<;;oes 
verbais, de informa<;;ao numerica ou de conceitos. Em 
economia, os graficos sao usados para facilitar a compre­
ensao. Para entencler bem as ideias e a informa<;;ao sendo 
discuticla, e preciso estar familiarizado com a interpreta­
<;;ao dessa ajucla visual. Este apendice explica como os 
graficos sao construiclos e interpretados e como eles sao 
usados em economia. 
GRAFICOS, VARIAVEIS E MODELOS 
ECONOMICOS 
Uma clas razoes para fazer faculclacle e que um diploma uni­
versitario cia acesso a empregos que pagam melhor. Um di­
ploma adicional, por exemplo, em administra<;;ao de em­
presas ou clireito, aumenta os rendimentos aincla mais. Se 
tivessemos de ler um artigo sobre a relac;:ao entre nfvel eclu­
cacional e renda, provavelmente veriamos um grafico mos­
trando os niveis de renda para trabalhadores com cliferen­
tes anos de estudo, e esse grafico descreveria a icleia de que, 
em geral, mais ecluca<;;ao leva a um aumento da renda. Esse 
grafico, como a maioria claqueles usaclos em economia, 
descreveria a rela<;;ao entre duas variaveis economicas. 
Uma variavel e uma quantidade que pocle tomar mais de 
um valor, tal como o numero de anos de estuclo de uma 
pessoa, o pre<;;o de uma latinha de refrigerante ou a renda 
domiciliar. 
Como se viu neste capitulo, a analise economica se ba­
seia muito em modelos, descri<;;oes simplificadas de situa­
<;;oes reais. A maior parte dos modelos economicos descre­
ve a rela<;;ao entre duas variaveis, com a simplifica<;;ao de 
manter constantes as outras variaveis que podem afetar 
essa rela<;;ao. For exemplo, um modelo economico pode 
clescrever a rela<;;ao entre o pre<;;o de uma lata de refrigeran­
te e o numero de latas de refrigerante que os consumiclores 
comprarao, supondo que tuclo o mais que afeta as compras 
clos consumidores de refrigerante permanece constante. 
Esse tipo de modelo pode ser clescrito matematicamente ou 
verbalmente, mas a ilustra<;;ao dessa relac;:ao por meio de 
um grafico torna mais facil sua compreensao. A seguir, va­
mos mostrar como os graficos que representam modelos 
economicos sao construidos e interpretaclos. 
COMO OS GRAFICOS FUNCIONAM 
A maioria clos graficos em economia se baseia na represen­
tac;:ao de pares de variaveis como pontos em um plano qua­
driculaclo, com eixos perpencliculares entre si, que mas­
tram os valores clas duas variaveis, ajuclando a visualizar a 
relacao entre elas. 0 primeiro passo para compreender o 
uso de tais graficos ever como esse sistema funciona. 
Graticos de duas variaveis 
A Figura 2A-l mostra um tipico grafico de duas variaveis. 
Ele ilustra os daclos cia tabela anexa sobre a temperatura ex­
terna e a quantidacle de refrigerante que um vencledor tipi­
co pocle esperar vender no estaclio durante um jogo. A pri­
meira col una mostra a temperatura externa (a primeira va­
riavel), e a segunda co luna mostra o numero de latas de re­
frigerante vendiclas (a segunda variavel). Mostram-se cinco 
combinac;:oes ou pares de cluas variaveis. Cada uma delas e 
denotada por A ate E, na terceira coluna. 
Vamos trac;:ar o grafico com os dados dessa tabela. Em 
qualquer grafico de duas variaveis, uma clelas e denomina­
da varia vel x, e a outra, varia vel y. Aqui, a temperatura ex­
terna e a variavel x, e a quantidade de refrigerante e a varia­
vel y. A linha s6lida horizontal no grafico e denominada 
eixo horizontal ou eixo dos x, e os valores da variavel x, a 
temperatura externa, sao medidos sobre ela. De modo ana-
·,· 
PARTE I 0 QUE ECONOMIA? ELSEVIER 
Representa~;ao de pontos em urn grafico de duas variaveis 
Latas de refrigerante y 
vendidas (unidades) eixo vertical ou eixo dos x variiivel y: 
I 70 
E ----------------------------------! (80, 70) 
vari&vel x: 
temperatura 
extern a 
nUmero de latas 
de refrigerante 
vendidas Ponto Yea 
varidvel 60 
0 °F 10 A 
dependente 
50 10 0 8 
40 30 c 
-------------------------· D 
' (60, 50) 
40 
60 50 D 
30 -------- --------· c : (40, 30) 
80 70 E 
20 
10 
Origem------
A (0, 10) eixo horizontal 
__ ,__B_(1LO_, _o)--'-__j'-----L----'----'----_L--'--.L~ au eixo dos x 
(0,0) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 
Temperatura externa (graus Fahrenheit) -- x e o varidvel 
independente 
Foram representados os dados da tabela, sendo a temperatura 
(a variavel independente) medida ao Longo do eixo horizontal, 
e o nCtmero de latas de refrigerante vendidas (a variavel 
dependente), ao Longo do eixo vertical. Cada uma das cinco 
combina~oes de temperatura e refrigerante vendido e 
logo, a linha vertical solida no grafico e denominada eixo 
vcrticalou eixo dos v. e os val ores da varia vel _v. o n(1mero 
de latas de refrigerante, sao mcdidos sobre ela. Na origem, 
o ponto em que os dois cixos se encontram, cacla variavcle 
igual a zero. A medida que nos movemos para a direita a 
partir da origem. ao Iongo do eixo dos x, os valores da va­
ric1n:l x sao positivos e crcscentes. A medida que nos move­
mos para cima a partir cia origem, aolongo do eixo dos y, os 
valores da vari<1vcl \'sao positivos c crcscentcs. 
E possfvcl reprcsentar cada um dos pontos de A ate E 
nesse grMieo usando um par de mimeros- os val ores que a 
variavcl x c a variawl y tomam em dado ponto. Na Figura 
2A-l, no ponto C, a variavcl x toma o valor de 40 c a varia­
vel y toma 0 \'alor de 30. 0 ponto c e reprcsentado dcsc­
nhando uma linha vertical no ponto 40 do cixo x c uma li­
nha horizontal no ponto 30 do eixo y. Escrcvemos o ponto 
C como (40,30). Escrevemos a origem como (0,0). 
Olhando para os pontos A e B na Figura 2A-l, podcmos 
vcr que, quando uma das variaveis para demarcar um pon­
to tem valor zero, o ponto estara sobre um dos eixos. Se o 
valor de x e zero, o ponto estara sobre o eixo vertical, como 
o ponto A. Se o valor dey e zero, estara sobre o eixo hori­
zontal, como o ponto B. 
A maior parte dos graficos que representam rela<,;oes en­
tre duas variaveis economicas representa uma rela<,;ao cau­
sal, uma rela<,;ao em que o valor assumido por uma variavel 
representada par um ponto: A, B, C, D e E. Cada ponto no 
grafico e identificado par um par de valores. Par exemplo, o 
ponto C corresponde a (40,30), temperatura externa de 40°F 
(valor da variavel x), e 30 refrigerantes vendidos (valor da 
variavel y). 
influencia diretamente ou detcrmina o valor que toma a 
outra variavel. Em uma rela<,;ao causal, a variavel determi­
nante e chamada de variavel independente; a variavel que 
e determinada por ela c chamada de variavel dependente. 
Em nosso cxemplo da vcnda de refrigerantes, a temperatu­
ra externa e a variavel independente. Ela influencia direta­
mcntc o n(unero de latas de rcfrigerante vendidas, que e, 
neste caso, a variavel dependent:. 
For conven<,;ao. coloca-se a variavel independente no 
eixo horizontal, e a dependente, no eixo vertical. A Figura 
2A-l e construfda de modo consistente com essa convcn­
cao: a variavel independente (temperatura externa) esta 
no eixo horizontal, e a variavel independente (refrigeran­
te vendido) esta no eixo vertical. Uma excecao importante 
a essa conven<,;ao e a dos graficos que mostram a rela<,;ao 
economica entre o pre<,;o de um produto c sua quantidade: 
embora o pre<,;o seja em geral a variavel independente que 
determina quantidade, ele e sempre mediclo no eixo ver­
tical. 
Curvas em urn grcifico 
0 painel (a) na Figura 2A-2 repete algumas das informa­
<,;6es da Figura 2A-l, com uma linha reta passando pelos 
pontos B, C, De E. Tallinha em um grafico e chamada de 
curva, independentemente de a linha ser reta ou curva. Sea 
------------------------------------------------------
ELSEVIER 
Desenhando curvas 
NQ de Latas 
de refrigerante 
vendidas 
70 
60 
50 
40 
30 
20 
10 
(a) ReLa~ao Linear positiva 
(80, 70) 
E 
10 20 30 40 50 60 70 80 
Temperatura externa (graus Fahrenheit) 
A curva no painel (a) ilustra a rela~ao entre as duas 
variaveis, temperatura externa e latas de refrigerante 
vendidas. As duas variaveis tern uma rela~ao linear positiva: 
positiva porque a curva e inclinada para cima, e linear 
porque e uma linha reta. Ela implica que um aumento de x 
(temperatura extern a) leva a um aumento dey (refrigerante 
vendido). A curva no painel (b) tambem e uma linha reta, 
mas se inclina para baixo. As duas variaveis aqui 
curva que mostra a relac;;ao entre duas variaveis e uma linha 
reta, ou linear, as variaveis tem uma relac;;ao linear. Quan­
do a curva e uma linha que nao e reta, ou nao-linear, as va­
riaveis tem uma relac;;ao nao-linear. 
Um ponto sobre uma curva indica o valor da variavel y 
para um valor especifico da varia vel x. Por exemplo, o pan­
to D indica que, a temperatura de 60° Fahrenheit, um ven­
dedor pode esperar vender 50 latas de refrigerante. 0 for­
malo e o sentido da curva revelam a natureza geral da rela­
<;ao entre as duas varia\·eis. A inclinac;;ao para cima da curva 
no paine! (a) da Figura 2A-2 sugere que os vendedores po­
dem esperar vender mais refrigerante conforme as tempe­
raturas externas fiquem mais altas. 
Quando duas variaveis se relacionam desse modo, isto 
e, quando um aumento em uma variavel e associado com 
um aumento em outra variavel, diz-se que as variaveis tem 
uma rela<;ao positiva. Isso e ilustrado por uma curva que se 
inclina para cima, da esquerda para a direita. Como essa 
curva e tambem linear, a relac;;ao entre temperatura externa 
eo numero de latas de refrigerante vendidas, ilustrada pela 
curva no paine! (a) da Figura 2A-2, e uma relac,;ao linear 
positiva. 
Quando urn aumento em uma variavel e associado a 
uma diminui<;ao em outra variavel, diz-se que as duas va­
riaveis tern uma rela<;ao negativa. Isso e ilustrado por uma 
CAPITULO 2 APENDICE GRAFICOS EM ECONOMIA 
(b) ReLa~ao Linear negativa 
Quanti dade 
de bebida quente 
vendida 
70 
J (0, 70) 
60 
50 
40 
30 
20 
10 
10 20 30 40 
Temperatura externa (graus Fahrenheit) 
(temperatura externa e quantidade de bebida quente 
vendida) tern uma rela~ao linear negativa: um aumento de x 
(temperatura externa) leva a uma redu~ao dey (quantidade 
de bebida quente vendida). A curva no painel (a) tern um 
intercepto horizontal no ponto 8, onde ela toea o eixo 
horizontal. A curva no painel (b) tern um intercepto 
vertical no ponto J, onde ela toea o eixo vertical, e um 
intercepto no ponto M, onde ela toea o eixo horizontal. 
curva que se inclina para baixo, da esquerda para a direita, 
tal como a curva no paine! (b) da Figura 2A-2. Como essa 
curva tambem e linear, a relac;;ao que ela representa e uma 
rela<;ao linear negativa. Duas variaveis que podem ter uma 
relac;;ao assim sao a temperatura externa e a quantidade de 
bebida quente que urn vendedor pode esperar vender em 
um estadio. 
Voltemos por urn instante a curva do paine! (a) da Figu­
ra 2A-2. Pode-se ver que ela toea o eixo horizontal no pan­
to B. Esse ponto e conhecido como intercepto horizontal e 
mostra o valor da variavel x quando o valor da varia vel y e 
zero. No paine! (b) da Figura 2A-2, a curva toea o eixo ver­
tical no ponto]. Esse ponto e chamado de intercepto verti­
cal e indica o valor da varia vel y quando o valor da variavel 
x e zero. 
UM CONCEITO-CHAVE: A INCLINA~AO 
DACURVA 
A inclinac,;ao de uma linha ou curva indica o quanta a varia­
vel y e sensivel a uma mudan<;a na variavel x. Em nosso 
exemplo da temperatura e dos refrigerantes que urn vende­
dor pode esperar vender, a inclina<;ao da curva indicaria 
que quantidade a mais de latas de refrigerante o vendedor 
38 P A R TE I 0 Q U E E C 0 N 0 M I A ? 
pode esperar vender a cada grau de aumento na temperatu­
ra. Interpretada desse modo, a inclinac;ao da uma informa­
c;ao que faz sentido. Mesmo sem mimeros para x e y, e pos­
sivel chegar a conclusoes importantes sabre a relac;ao entre 
as duas variaveis examinando o quao forte e a inclinac;ao 
em varios pontos da curva. 
A inclina~ao de uma curva linear 
Ao longo de uma curva linear, a inclinac;ao e medida divi­
dindo a "distancia vertical" entre dais pontos na curva pela 
"distancia horizontal" entre esses mesmos dais pontos. A 
distancia vertical e o quanta y se modifica, e a distancia ho­
rizontal eo quanta x se modifica. Eisa formula: 
Mudan<;;a em y L'ly 
1 1
. _ 
------'- ==- == nc 1nac;ao 
Mudan<;;a em x L'lx 
Na formula, o simbolo L'l (o delta grego maiusculo) indi­
ca "mudan<;;a em". Quando uma variavel aumenta, a mu­
danc;a nessa variavel e positiva; quando a variavel diminui, 
a mudan<;;a nessa variavel e negativa. 
A inclinac;ao de uma curva e positiva quando a "distan­
cia vertical" (a mudan<;;a na varia vel y) tern o mesmo sinal 
que a "distancia horizontal" (a mudan<;;a na variavel x). 
Calculo da inclina~;ao 
(a) Inclina~ao constante negativa 
y 
0 10 15 20 25 30 35 40 45 X 
Os paineis(a) e (b) mostram duas curvas lineares. Entre os 
pontos A e 8 na curva do painel (a), a mudan~a em y 
(distancia percorrida na vertical) e -5, e a mudan~a em x 
( distancia percorrida na horizontal) e 10. Assim, a inclina~ao 
de A a 8 e !:J.yjt,x = -5/10 = -1/2 = -0,5, onde o sinal 
negativo indica que a curva se inclina para baixo, da esquerda 
para a direita. No painel (b), a curva entre A e 8 tern 
ELSEVIER 
Isso porque, quando dais numeros tern o mesmo sinal, a 
razao entre eles e positiva. A curva no painel (a) da Figura 
2A-2 tern uma inclinac;ao positiva: ao longo da curva, tan­
to a variavel y quanta a varia vel x au men tam. A inclina<;;ao 
de uma curva e negativa quando a distancia vertical per­
corrida e a distancia horizontal percorrida tern sinais dife­
rentes. Isso porque quando dais numeros tern sinais di­
ferentes a razao entre eles e negativa. A curva no painel 
(b) da Figura 2A-2 tern uma inclinac;ao negativa: ao longo 
da curva, urn aumento na varia vel x esta associado a uma 
diminuic;ao na variavel y. 
A Figura 2A-3 mostra como se calcula a inclinac;ao de 
uma curva linear. Vamos nos concentrar primeiro no pai­
nel (a). Do ponto A ao ponto B, o valor dey muda de 25 
para 20, eo valor de x muda de 10 para 20. Assim, a inclina­
<;;ao da linha entre esses dais pontos e: 
Mudanc;a em y == L'ly == -5 == _.!_ == _0 5 
Mudan<;;a em x L'lx 10 2 ' 
Uma linha reta tern, por assim dizer, o mesmo grau de 
subida!descida em todos os seus pontos, ou melhor, a incli­
na<;;ao de uma linha reta e a mesma em todos os seus pon­
tos. Em outros termos, uma linha reta tern uma inclina<;;ao 
constante. E possivel conferir isso calculando a inclina<;;ao 
(b) Inclina~ao constante positiva 
y 
60 
0 
50 ........ ·······························:.:.>'t 
Inclino<;ao = 5 , 
w J 
/. c,y = 20/l 
30 ·-·--·················:.~:.~:/ ----1 --~! 
8 . /' ' ill<-4 ' 
20 · Inclino<;oo = 5 · -~•·/ : - : 
_ .. /t : : 
A /" I' : : 
10 ·------.... I '• t;y = 10 , , 
ill<= 2 : : 
' ' 
4 10 X 
inclina~ao de t:J.yjt,x = 10/2 = 5. Entre C e 0, a inclina~ao e 
!:J.yjt,x = 20/4 = 5. A inclina~ao e positiva, indicando que a 
curva tern inclina~ao para cima, da esquerda para a direita. 
Alem do mais, a inclina~ao entre A e 8 e a mesma que entre C 
e 0, o que faz dela uma curva linear. A inclina~ao de uma 
curva linear e a mesma independentemente do ponto ao Longo 
da curva em que e calculada. 
------------------------·--
ELSEVIER 
da curva linear entre os pontos A e B e entre os pontos C e D 
no painel (b) da Figura 2A-3. 
Entre A e B: 
Entre C e D: 
fly =10 =5 
fu: 2 
fly= 20 =5 
fu: 4 
Curvas horizontais e verticais 
e suas inclina~oes 
Quando uma curva e horizontal, o valor dey ao longo des­
sa curva nao muda, e constante. Em qualquer ponto da cur­
va, a mudanc;a e zero. Zero dividido por qualquer numero e 
zero. Assim, independentemente do valor da mudanc;a em 
x, a inclinac;ao de uma curva horizontal e sempre zero. 
Se uma curva e vertical, o valor de x ao longo da curva 
nunca muda, e constante. Em toda parte ao longo da curva a 
mudanc;a em x e zero. lsso significa que a inclinac;ao de 
uma linha vertical e uma razao com zero no denominador. 
Uma razao que tern zero no denominador e igual a infinito, 
isto e, urn numero infinitamente elevado. Assim, a inclina­
c;ao de uma linha vertical e igual a infinito. 
Uma curva vertical ou horizontal tern implicac;oes espe­
ciais: significa que as variaveis x e y nao sao relacionadas. 
Duas variaveis nao sao relacionadas quando a mudanc;a em 
uma delas (a variavel independente) nao tern efeito sobre a 
outra (a variavel dependente). Em outros termos, duas va­
riaveis nao sao relacionadas quando a variavel dependente 
e constante, nao importa qual seja o valor da variavel inde­
pendente. Se, como normalmente acontece, a variavel y e a 
dependente, a curva e horizontal. Se a variavel dependente 
e a variavel x, a curva e vertical. 
A inclina~ao de uma curva nao-Linear 
Uma curva nao-linear e aquela cuja inclina<;ao muda a me­
dida que nos movemos ao longo dela. Os paineis (a), (b), 
(c) e (d) na Figura 2A-4 mostram varias curvas nao-li­
neares. Os paineis (a) e (b) mostram curvas nao-lineares 
cujas inclina<;oes mudam ao longo de las, mas essas inclina­
c;oes permanecem sempre positivas. Embora ambas as cur­
vas se inclinem para cima, a curva no painel (a) tern uma 
inclina<;ao que se torna mais ingreme quando se vai da es­
querda para a direita, diferente da curva no painel (b), que 
se torna mais achatada. Diz-se da curva que se inclina para 
cima e se torna mais ingreme, como no painel (a), que ela 
tern uma inclinac;ao crescente positiva. Da curva que se in­
dina para cima, mas vai se tornando mais achatada, como 
no painel (b), se diz que ela tern uma inclinac;ao decrescente 
positiva. 
Quando calculamos a inclinac;ao ao longo dessas curvas 
nao-lineares, obtemos valores diferentes da inclinac;ao em 
CAPITULO 2 APENDICE GRAFICOS EM ECONOMIA 39 
diferentes pontos. A maneira como a inclinac;ao muda ao 
longo da curva determina o formato da curva. Por exem­
plo, no painel (a) da Figura 2A-4, a inclinac;ao da curva e 
urn numero positivo que aumenta continuamente quando 
nos movemos da esquerda para a direita, enquanto no pai­
nel (b) a inclinac;ao e urn numero positivo que diminui 
continuamente. 
As inclinac;oes das curvas nos paineis (c) e (d) sao nu­
meros negativos. Os economistas muitas vezes preferem 
expressar urn numero negativo por seu valor absoluto, que 
e o valor do numero negativo sem o sinal menos. Em geral, 
denota-se o valor absoluto de urn numero por duas barras 
paralelas em torno do numero (por exemplo, o valor abso­
luto de -4 se escreve como l-41 = 4). No painel (c), o valor 
absoluto da inclinac;ao aumenta continuamente quando 
nos movemos da esquerda para a direita. A curva, portanto, 
tern uma inclinac;ao crescente negativa. No painel (d), ova­
lor absoluto da inclinac;ao da curva diminui continuamen­
te ao longo da curva. Por conseguinte, ela tern uma inclina­
c;ao decrescente negativa. 
CaLcuLo da inclina~ao ao Longo de uma curva 
Linear 
Vimos que ao longo de uma curva nao-linear o valor da in­
clinac;ao depende do ponto em que estejamos nessa curva. 
Como se calcula, entao, a inclina<;ao de uma curva nao­
linear? Vamos nos concentrar em dois metodos: o metodo 
do arco (ou calculo pela secante) eo metodo do ponto (ou 
calculo pela tangente). 
Metoda de calcular a inclina~ao no arco Urn arco de 
uma curva e alguma parte ou segmento dessa curva. Por 
exemplo, o painel (a) na Figura 2A-4 mostra urn arco, que 
e o segmento da curva entre os pontos A e B. Para calcular a 
inclinac;ao ao longo de uma curva nao-linear usando o me­
todo do arco, trac;amos uma linha reta entre os dois pontos 
das extremidades de urn arco. Essa linha e a secante do 
arco. A inclina<;ao dessa linha reta e uma medida da incli­
nac;ao media da curva entre esses dois pontos. Pode-se veri­
ficar no painel (a) da Figura 2A-4 que a linha reta entre os 
pontos A e B aumenta de 6 para 10 no eixo dos x (de modo 
que flx = 4) e aumenta de lO para 20 no eixo dos y (de 
modo que fly= 10). Por conseguinte, a inclinac;ao da linha 
reta conectando os pontos A e B e: 
fly= lO = 2 5 
fu: 4 ' 
lsso significa que a inclinac;ao media da curva entre os 
pontos A e B e 2,5. 
Consideremos agora o arco entre os pontos C e D, sobre 
a mesma com curva. Uma linha reta entre esses dois pontos 
PARTE I 0 QUE ECONOMIA? 
Curvas nao-lineares 
(a) Inclina~ao crescente positiva 
y 
45 
40 
35 
30 
25 
20 
15 
10 
0 4 8 10 11 12 X 
(c) Inclina~ao crescente negativa 
~~ ~=3 
40 · · · · · ~'-:::~------~ _ _ Inc/ina,ao 
35 ~~~----•.••• ,,, 1____.,. :'.y-
10 
negativa torna-se 
30 . . _: __ !~:t 8 mawr 
Inc/ina,aa = · .. 
25 -3 1/3 : '.,_ 
20 : ' ";\ ~ = 1 
. \_cj 
15 ------~----------~------ I 
' ' \'. ·' 
; Inclina,ao ~ -15 -\\1------ :'.y = -15 
: : :' ,, D 
0 4 8 9 10 11 12 X 
No painel (a), a inclina~aoda curva de A ate B e !J.y/ /J.x = 10/4 
= 2,5, e deC ate De !J.yj!J.x = 15/1 = 15. A inclina~ao e 
positiva e crescente; torna-se mais ingreme quando nos 
movemos para a direita. No painel (b), a inclina~ao da curva 
de A ate Be !J.yj!J.x = 10/1 = 10, e deC ate De !J.y/!J.x = 5/3 = 
1 2/3. A inclina~ao e positiva e decrescente; torna-se mais 
suave quando nos movemos para a direita. 
No painel (c), a inclina~ao da curva de A ate Be !J.y/!J.x = -10/3 
= -3 1/3, e deC ate De !J.yj!J.x = -15/1 = -15. A inclina~ao e 
aumenta de 11 para 12 no eixo dos x (& = l) e aumenta de 
25 para 40 no eixo dos y (L'-.y = 15). Portanto, a inclinac;ao 
media entre OS pontos c e D e: 
t-.y =15 =15 
fu 1 
Assim, a inclinac;ao media entre OS pontos c e D e 
maior que a inclinac;ao media entre os pontos A e B. Esses 
c:ilculos confirmam o que ja observamos- essa curva que 
se inclina para cima fica mais ingreme quando nos move-
y 
15 
10 
(b) lnclina~ao decrescente positiva 
8 9 10 11 12 X 
(d) lnclina~ao decrescente negativa 
Inclina,aa 
negativa 
fica menor 
: ' " :'.x = 3 
ELSEVIER 
' ' ··-.C I 
5 ---- Inc/ina,aa=-1%--:·:,~--~----./ -"Y=-5 
------.T'­
!!III!I~o 
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 X 
negativa e crescente; torna-se mais forte quando nos movemos 
para a direita. E no painel (d), a inclina~ao da curva de A ate B 
e !J.yj!J.x = -20/1 = -20, e deC ate De !J.yj!J.x = -5/3 = -1 2/3. 
A inclina~ao e negativa e decrescente; torna-se menos forte 
quando nos movemos para a direita. A inclina~ao em cada casa 
foi medida usando o metoda do calculo pela secante, ista e, 
tra~ando uma linha reta conectando dois pontos ao longo da 
curva. A inclina~ao media entre os dais pantos e a inclina~ao da 
linha reta entre esses dois pontos. 
mos da esquerda para a direita e, portanto, ton uma incli­
nac;ao crescente positiva. 
Metodo de calcular a inclinac;ao da tangente no ponto 
Esse metoda calcula a inclinac;ao de uma curva nao-linear 
em urn ponto especifico nessa curva. A Figura 2A-5 ilustra 
como se calcula a inclinac;ao no ponto B na curva. Primei­
ro, trac;amos uma linha reta que toea a curva no ponto B. 
Essa linha e denominada tangente. 0 fa to de que essa linha 
toea a curva no ponto B, e nao a toea em qualquer outro 
ponto, significa que a linha reta e uma tangente a curva no 
ponto B. A inclina<;;ao dessa tangente e igual a inclinac;ao da 
curva nao-linear no ponto B. 
ELSEVIER 
Calculo da incUna~ao pelo metodo no ponto 
Aqui foi tra~ada uma linha tangente, uma linha que toea 
a curva no ponto B. A inclina~ao dessa linha e igual a 
inclina~ao da curva no ponto B. A inclina~ao da linha 
tangente, medida de A ate C e t:,yjill< = 15/5 = 3. 
Pode-se verna Figura 2A-5 como a inclina<;ao da tan­
gente foi calculada: do ponto A ate o ponto C, a mudan<;a 
em y e de 15 unidades, e a mudan<;a em x, de 5 unidades, 
provocando uma inclina<;ao de: 
L1v 15 
_- =-=3 
L\.x 5 
Pelo metodo do ponto, a inclina<;ao da curva no ponto B 
e igual a 3. 
Uma questao surge naturalmente neste ponto. Como se 
decide qual metodo usar ao calcular a inclina<,:ao de uma 
curva nao-linear - metodo do arco (pela secante) ou do 
ponto (pela tangente)? A resposta clependc da propria cur­
va e dos dados usados para construi-la. Usa-se o metodo do 
arco quando nao ha informa<;ao suficiente para tra<;ar uma 
curva continua. Por exemplo, suponha que no paine! (a) 
da Figura 2A-4 tenhamos somcntc os dados representados 
pelos pontos A, C e D. e nao tenhamos os clados represcnta­
dos pelo ponto B ou qualquer ponto do resto da curva. Ncs­
se caso e 6bvio que nao podemos usar o metodo do ponto 
para calcular a inclina<;ao no ponto B; teriamos de usar o 
metodo do arco para obter uma aproxima<;ao da inclina<,:ao 
da curva nessa area, trac,;ando uma linha reta entre os pon­
tos A e C. Mas. se temos dados suficientes para tra<;ar uma 
curva continua como se mostra no paine! (a) da Figura 
2A-4, entao podemos usar o metodo da tangente no ponto 
para calcular a inclina<;ao no ponto B ou em qualquer outro 
ponto ao Iongo da curva. 
Pontos maximo e minimo 
A inclinac,;ao de uma curva nao-linear pode passar de posi­
tiva a negativa ou vice-versa. Quando a inclinac,;ao de uma 
curva muda de positiva para negativa, cria o que e denomi-
CAPiTULO 2 APENDICE GRAFICOS EM ECONOMIA 
y 
25 
20 
15 
10 
A 
Unha 
tangente 
I 
r--!-.y~ 15 
i 
+---r--~! 
""~ 5 : 
4 X 
naclo ponto maximo da curva. Quando a inclina<;ao da cur­
va muda de negativa para positiva cria um ponto minimo. 
0 paine! (a) da Figura 2A-6 ilustra uma curva em que a 
inclina<;ao muda de positiva para negativa quando nos mo­
vemos cla esquerda para a direita. Quando x esta entre 0 e 
50, a inclinacao cia curva e positiva. Em x =50. a cuna a tin­
ge seu ponto mais alto: o maior valor dey ao Iongo cia cur­
va. Esse ponto e denominaclo maximo da curva. Quando x 
excede 50, a inclina<,:ao se torna negativa c a curva passa a 
se mover para baixo. Muitas curvas importantes em econo­
mia, tal como a curva que representa como muda o lucro 
de uma empresa a meclida que ela procluz mais produto. 
tem esse formato. como de um morro. 
Ao contrario, a curva que se mostra no paine! (b) da Fi­
gura 2A-6 tem o fonnato emU: cla tem uma inclina<,:ao que 
muda de negativa para positiva. Em x = 50. a curva <llingc 
scu ponto mais baixo, o menor valor de v ao Iongo da cur­
Ya. Esse ponto e denominado minimo cla CUf\'a. V<inas 
curvas importantes em economia, tai como a que rcprcsen­
ta como muclam os custos de algumas firmas quando o pro­
duto aumenta, tem um fonnato emU como cssa. 
GRAFICOS QUE REPRESENTAM 
INFORMA~AO NUMERICA 
Os graficos podem ser usados tambem como uma maneira 
pratica de resumir e apresentar daclos, scm que se suponha 
qualquer relac,;ao causal entre eles. Os graficos poclem sim­
plesmente mostrar informac.;ao numerica e sao chamados 
grctficos numericos. Aqui vamos considerar apenas quatro 
tipos de graficos: grctfico de series temporais, diagramas de 
dispersao, grctfico de seta res do circulo (que no Brasil tambem 
e chamado de grafico de pizza) e grctfico de barras. Esses gra­
ficos sao usados amplamente para apresentar claclos empi-
~I: 
!! 
I 
PARTE I 0 QUE ECONOMIA? 
ricos de diferentes variaveis economicas, pois muitas vezes 
ajudam os economistas e formuladores de politicas a iden­
tificar padroes ou tendencias na economia. Mas veremos 
tambem que e preciso cuidado para nao interpreta-los de 
forma enganosa ou tirar deles conclusoes que nao se justifi­
cam. Ou seja, e preciso estar consciente tanto da utilidade 
quanto das limita<;6es dos graficos numericos. 
Tipos de graticos numericos 
E provavel que voce tenha vis to graficos nos jornais mos­
trando o que aconteceu ao longo do tempo com variaveis 
economicas como desemprego ou o valor das a<;oes. Urn 
grafico de serie temporal tern sucessivas datas, em urn eixo 
horizontal, e os val ores de uma varia vel que ocorreu nessas 
datas, no eixo vertical. Por exemplo, a Figura 2A-7 mostra 
a taxa de desemprego nos Estados Unidos entre 1989 e me-
Gratico de series 
temporais 
Taxa de 
desemprego (%) 
8 
4 
ELSEVIER 
ados de 2004. A linha ligando esses pontos (que correspon­
dem a taxa de desemprego em cada ano) da uma ideia clara 
da tendencia geral do desemprego ao longo desses anos. 
A Figura 2A-8, mais adiante, e urn exemplo de urn tipo 
diferente de grafico. Representa informa<;ao a respeito da ex­
pectativa de vida mediae do produto nacional bruto per ca­
pita de uma amostra de 158 paises. 0 PNB e, grosso modo, 
uma medida do padrao de vida de urn pais. Cada ponto nes­
se grafico indica a expectativa de vida media e o logaritmo 
do PNB per capita de urn dado pais. (Os economistas verifi­
caram que o logaritmo do PNB esta mais estreitamente rela­
cionado com a expectativa de vida media do que simples­
mente o nfvel do PNB.) Os pontos no canto superior direito 
do grafico, que mostram combina~;oes de expectativas de 
vida elevadas com logaritmosdo PNB per capita elevados, 
representam os pafses economicamente avan~;ados, como os 
Estados Unidos. Os pontos no canto inferior esquerdo do 
Taxa de desemprego, 1989-2004 (dessazonalizada) 
Graficos de series temporais 
mostram datas sucessivas 
no eixo dos x e valores de 
uma variavel no eixo dos y. 
Este grafico de serie 
temporal mostra dados 
dessazonalizados de 
desemprego nos Estados 
Unidos de 1989 a meados 
de 2004. 
1989 '90 '91 '92 '93 '94 '95 '96 '97 '98 '99 2000 '01 '02 '03 '04 
A no 
Fonte: Bureau of Labor Statistics. 
Diagrama de dispersao 
Em urn diagrama de dispersao, cada ponto representa as 
valores correspondentes das variaveis x e y para urn a 
dada observa~ao. Aqui cada ponto indica a expectativa 
de vida media observada e o logaritmo do PNB per 
capita de urn dado pais, para urn conjunto de 158 
paises. A curva ajustada com inclina~ao para cima e a 
melhor aproxima~ao da rela~ao geral entre as duas 
variaveis. 
Fonte: Eduard Bas et al. Health, Nutrition, and Population 
Indicators: A Statistical Handbook (Washington, DC: World 
Bank, 1999). 
gnifico, que mostram combinac;;oes de expectativas de vida 
baixas e logaritmos do PNB menores, representam os paises 
economicamente mais atrasados, como Afeganistao e Serra 
Leoa. 0 padrao da distribuic;;ao dos pontos indica que ha 
uma relac;;ao positiva entre expectativa de vida e logaritmo 
do PNB per capita. De modo geral, as pessoas vivem mais 
nos paises com padrao de vida mais alto. Esse tipo de grafico 
e denominado diagrama de dispersao, urn diagrama em que 
cada ponto corresponde a uma observac;;ao real de uma va­
riavel x e de uma varia vel y. Uma curva e ajustada aos pontos 
dispersos, isto e, trac;;a-se uma curva que aproxime da me­
lhor forma possivel a relac;;ao geral entre as variaveis. Como 
se pode ver, a curva ajustada na Figura 2A-8 tern inclinac;;ao 
para cima, indicando que a relac;;ao subjacente entre as duas 
variaveis e positiva. Diagramas de dispersao sao muitas ve­
zes usados para mostrar uma relac;;ao geral que pode ser infe­
rida de urn conjunto de dados. 
Gratico de pizza 
Urn grafico de pizza (au grafico de setores do circulo) 
mostra a percentagem de urn montante total que pode ser 
atribuida a varios componentes. Este grafico de pizza 
mostra a percentagem do total da receita federal dos 
Estados Unidos que provem de cada fonte. 
Fonte: Executive Office of the President, Office of Management and 
Budget. 
CAPiTULO 
Expectativa de vida 
ao nascer (n2 de anos) 
85 
75 
65 
55 
45 
35 
APENDICE GRAFICOS EM ECONOMIA 
Padrao de vida e expectativa de vida media 
Logaritmo do PNB (per capita) 
Urn grafico de pizza mostra as parcelas de urn total que 
correspondem a varios componentes, geralmente expres­
sas em percentagens. Por exemplo, a Figura 2A-9 e urn gra­
fico de pizza que representa varias fontes de receita do go­
verna americana no orc;;amento de 2003, expressas em per­
centagens da receita total de $1.782,3 bilhoes. Como se 
pode ver, as receitas arrecadadas pelo fundo de previdencia 
social, pelo Medicare (o programa do governo que financia 
cuidados medicos dos idosos) e pelo seguro-desemprego 
correspondiam a 40% do total da receita governamental, e 
o impasto de renda individual correspondia a 45%. 
Graficos de barras usam barras de varias alturas ou 
comprimentos para indicar valores de uma variavel. No 
grafico de barras da Figura 2A-l0, as barras mostram a mu­
danc;;a percentual no mimero de trabalhadores desempre­
gados nos Estados Unidos de 2001 a 2002, separando entre 
brancos, negros ou afro-americanos e asiaticos. Os valores 
Receita do or~amento publico dos EUA em 2003 
segundo as fontes (total: $1.782,3 bilhiies) 
Impastos 
7% 
Impastos 
sabre 
vendas 
4% 
4% 
II il 
PARTE I 0 QUE ECONOMIA? 
Grafico de barras 
Um grafico de barras mede uma variavel usando barras de 
alturas ou comprimentos diversos. Este grafico de barras 
mostra o aumento percentual do numero de 
desempregados nos Estados Unidos entre 2001 e 2002, 
separando entre brancos, negros ou afro-americanos e 
asiaticos. 
Fonte: Bureau of Labor Statistics. 
exatos da variavelsendo medida podem ser escritos no fim 
das barras, como nessa figura. Par exemplo, o mimero de 
trabalhadores asiaticos desempregados nos Estados Uni­
dos aumentou 35% entre 2001 e 2002. No entanto, mesmo 
sem valores precisos, a compara<,;ao das alturas ou compri­
mentos das barras permite perceber o tamanho relativo de 
diferentes valores da variavel. 
Problemas de interpreta~ao de graficos 
numericos 
Embora tenhamos enfatizado no inicio deste apendice que 
os graficos sao imagens visuais que facilitam a compreensao 
de ideias ou informa<;;oes, eles podem ser construidos (in­
tencionalmente ou nao) de modo enganoso e levar a conclu­
soes imprecisas. Esta se<;;ao trata de algumas questoes sabre 
as quais e preciso estar precavido ao interpretar graficos. 
Caracteristica da construr;ao Antes de chegar a qual­
quer conclusao sabre o que um grafico implica, e preciso 
prestar aten<;;ao na escala e no tamanho dos incrementos 
que se mostram nos eixos. Pequenos incrementos tendem 
Interpretando graficos: o efeito da escala 
Os mesmos dados para 2002 usados na Figura 2A-7 estao 
representados aqui, exceto que aqui os dados se mostram 
em escalade 0,1% para os incrementos, em vez de 1%. 
Em conseqliencia dessa mudan~a de escala, um aumento 
na taxa de desemprego em 2002 parece muito maier 
nesta figura do que na Figura 2A-7. 
Fonte: Bureau of Labor Statistics. 
ELSEVIER 
Mudan~a no numero de desempregados por ra~a (2001-2002) 
Brancos 
Negros 
ou afro-
america nos 
Asiaticos 
Mudan~a percentual 
no numero de 
desempregados 
35% 
Mudan~a no 
numero de 
desempregados 
1.168.000 
277.000 
101.000 
a exagerar visualmente mudan<,;as nas variaveis, enquanto 
incrementos grandes tendem a diminuir visualmente. 
Assim, a escala usada na constru<,;ao de um grafico pode in­
fluenciar a interpreta<,;ao do significado das mudan<,;as que 
ele ilustra de uma maneira que talvez nao se justifique. 
Tomemos par exemplo a Figura 2A-ll, que mostra a 
taxa de desemprego nos Estados Unidos em 2002 usando 
uma escalade 0,1 %. Pode-se ver que a taxa de desemprego 
passou de 5,6% no inicio de 2002 para 6% no fim do ana. 
Aqui o aumento de 0,4% na taxa de desemprego parece 
enorme e poderia levar alguem decidindo sobre politicas 
economicas a concluir que esse foi um evento relativamen­
te importante. Mas, se reexaminamos a Figura 2A-7, que 
mostra a taxa de desemprego nos Estados Unidos de 1989 a 
2004, vemos que essa seria uma conclusao enganosa. A Fi­
gura 2A-7 usa os mesmos dados que a Figura 2A-ll, mas e 
construida com uma escalade l% em vez de 0,1 %. Nela se 
pode ver que urn aumento de 0,4% na taxa de desemprego 
em 2002 foi de fato urn evento relativamente insignifican­
te, pelo menos comparado como aumento do clesemprego 
durante 1990 ou 200 l. Essa compara<,;ao mostra que, ao in­
terpretar urn grafico, se nao tivermos o cuidado de conside-
Taxa de desemprego, 2002 (dessazonalizada): incrementos de 0,1% 
Taxa de 
desemprego (%) 
6,0 
5,9 
5,8 
5,7 
5,6 
1/01 1/01 3/01 4/01 5/01 6/01 7/01 8/01 9/01 10/02 11/0112/02 
Mes 
rar a escolha da escala, poderemos chegar a conclusoes 
muito diferentes e possivelmente nos enganar. 
Relacionado com a escolha da escala, temos o uso de 
truncamento na constrw:;ao de urn grafico. Urn eixo e trun­
cado quando uma parte do ambito ou abrangencia da varia­
vel e omitida. lsso se indica por duas barras (II) no eixo, 
perto da origem. Pode-se observar que o eixo vertical da Fi­
gura 2A-ll esta truncado. 0 ambito de valores de 0 a 5,6 
foi omitido e II aparece no eixo. 0 truncamento poupa es­
pac;:o na apresentac;:ao de urn grafico e permite que se usem 
incrementos maiores ao construi-lo. 0 resultado e que mu­
danc;:as na variavel representadas por urn grafico truncado 
parecem maiores comparadasa urn grafico que nao e trun­
cado e usa incrementos menores. 
:E. preciso prestar atenc;:ao tambem no que precisamente 
o grafico esta ilustrando. Por exemplo, na Figura 2A-l0 e 
preciso reconhecer que o que se mostra sao mudanc;:as per­
centuais no mimero de desempregados, e nao mudan~,;as 
em numeros absolutos. A taxa de desemprego dos traba­
lhadores asiaticos aumentou em uma percentagem mais 
alta, de 35% neste exemplo. Se confundirmos mudanc;:as 
numericas com mudanc;:as percentuais, vamos concluir er­
roneamente que a maior parte dos novos trabalhadores de­
sempregados e asiatica. Mas. de fato. a interpretac;:ao corre­
ta da Figura 2A-1 0 mostra que o maior mimero de no\'OS 
trabalhadores desempregados e de brancos: 0 numero de 
trabalhadores brancos aumentou de 1.168.000, o que e 
bem mais que o aumento no numero de trabalhadores de­
sempregados asiaticos, de 101.000 nessc exemplo. Embora 
houvesse um aumento percentual maior do ninnero de tra­
balhadores desempregados asiaticos. o nitmero de traba­
lhadores asiaticos desempregados nos Estados Unidos em 
2001 era muito men or que o ninnero de trabalhadores de­
sempregados brancos, fazenclo com que o numcro de no­
vos trabalhadores asiaticos desempregados fosse menor 
que o de novos desempregados brancos. 
Variaveis omitidas De um diagrama de dispersao 
mostrando duas variaveis que se movem positiva ou nega­
tivamente, uma em relac;:ao a outra, e facil concluir que 
existe uma relac,;ao causal. Mas as relac,;oes entre duas va­
riaveis nem sempre sao diretamente de causa e efeito. :E. 
bem possivel que uma relac,;ao observada entre duas varia­
veis se eleva ao efeito nao-ohservado de uma terceira varia­
vel sobre cada uma dessas duas outras variaveis. Uma va­
riavel nao-observada que, por sua influencia sobre outras 
variaveis, cria uma aparencia erronea de uma relac;:ao cau­
sal direta entre essas variaveis e denominada variavel 
omitida. Por exemplo, na Nova Inglaterra, uma quantida­
de maior de neve caindo em uma semana tipicamente fara 
com que as pessoas comprem mais pas para retirar neve. 
Fara tambem com que as pessoas comprem mais fluido 
para descongelar para-brisas. Masse omitirmos a influen-
CAPITULO 2 APENDICE GRAFICOS EM ECONOMIA 
cia da neve e simplesmente representarmos o numero de 
pas e de garrafas de fluido para descongelar vendidos, te­
remos urn diagrama de dispersao mostrando uma tenden­
cia para cima no padrao de pontos dispersos, indicando 
uma relac;:ao positiva entre pas e fluido descongelante 
vendidos. Contudo, atribuir uma relac;:ao causal entre es­
sas duas variaveis e urn engano; um maior numero de pas 
vendidas nao causa a venda de mais fluido descongelante 
ou vice-versa. Eles se movem em con junto porque sao in­
fluenciados por uma terceira variavel, determinante, que 
e a queda de neve na semana, e que e, neste caso, a varia­
vel omitida. Assim, antes de supor que urn padrao em um 
diagrama de dispersao implica uma relac,;ao de causa e efe­
ito, e importante considerar se o padrao nao e na verdade 
o resultado de uma variavel omitida. Em suma: correlac,;ao 
nao e causac;:ao. 
Causalidade reversa Mesmo que estejamos certos de 
que nao ha variavel omitida e de que existe uma relac,;ao 
causal entre duas variaveis apresentadas em um grafico nu­
merico, e preciso cuidado para nao cometer o erro da cau­
salidade reversa, ou seja, chegar a uma conclusao err6nea 
sobre qual e a variavel dependente equal a independente, 
invertendo a verdadeira direc;:ao da causalidade entre as 
duas variaveis. Por exemplo, imagine urn diagrama de dis­
persao mostrando as notas medias de 20 de seus colegas de 
turma, em um eixo, eo ninnero de horas que cada urn deles 
ficou estudando, em outro. A linha ajustada entre os pon­
tos provavelmente tera uma inclinac;:ao positiva, mostran­
do uma relac;:ao positiva entre a nota e a quantidade de ho­
ras de estudo. Podemos razoavelmente inferir que horas de 
estudo e a variavel independente, e nota e a variavel depen­
dente. Mas e possivel cometer o erro da causalidade rever­
sa, concluindo que urn estudante com nota alta foi induzi­
do a estudar mais e que uma nota baixa levou o aluno a es­
tudar menos. 
Entender como os graficos podem enganar ou ser in­
terpretados de forma incorreta nao e uma preocupac;:ao 
puramente academica. Decisoes de politica, decisoes em­
presariais e argumentos politicos muitas vezes se baseiam 
na interpretac,;ao desses tipos de graficos numericos que 
acabamos de discutir. Problemas como caracteristicas en­
ganosas de construc;:ao do grafico, variaveis omitidas e 
causalidade reversa podem levar a consequencias impor­
tantes e indesejaveis. 
PROBLEMAS > > > > > > > > > > > > > > 
1. Examine os quatro graficos adiante. Considere as afirmac;:oes 
seguintes e indique qual grafico corresponde a cada afirma­
c;:ao. Qual variavel apareceria no eixo horizontal e qual no 
vertical? Em cada uma dessas afirmac;:oes, a inclinacao e posi­
tiva, negativa, zero ou infinita? 
II II 
PARTE I 0 QUE ECONOMIA? 
Painel (a) Painel (b) 
Painel (c) Painel (d) 
a. Se a entrada de cinema subiu de prec;:o, menos gente vai 
ao cinema. 
b. Trabalhadores com mais experiencia normalmente tern 
renda rna is elevada que trabalhadores menos experientes. 
c. Qualquer que seja a temperatura externa, os america­
nos consomem a mesma quantidade de cachorro­
quente por dia. 
d. Os consumidores compram mais iogurte congelado 
quando o prec;:o do sorvete sobe. 
e. As pesquisas nao encontram nenhuma relac;:ao entre nu­
mero de livros de dieta comprados e o numero de quilos 
perdidos pela media das pessoas que fazem dieta. 
f. Independentemente do prec;o, os americanos com pram a 
mesma quantidade de sal. 
2. Durante a administrac;ao Reagan, o economista Arthur Laffer 
argumentou em favor de baixar o impasto de renda a fim de 
aumentar a receita tributaria. Como a maioria dos economis­
tas, ele acreditava que se a taxa de impastos passasse de urn 
certo nivel a receita tributaria cairia, porque impastos elevados 
desestimulariam algumas pessoas de trabalhar, e essas pessoas 
nao trabalhariam nada se nao sobrasse renda depois de pagar 
os impastos. Essa relac;ao entre taxas de impasto e receita tri­
butaria e resumida graficamente no que e amplamente conhe­
cido como curva de Laffer. Trace uma curva de Laffer supondo 
que ela tern o formato de uma curva nao-linear. As questoes 
seguintes ajudarao na construc;ao do grafico. 
a. Quale a variavel independente? Quale a variavel depen­
dente' Em que eixo, portanto, se mede o impasto de ren­
da? Em que eixo se medea receita tributaria? 
b. Qualseria a receita tributaria sea taxa do impasto de ren­
da fosse 0%? 
c. A taxa de impasto de renda maxima possivel e 100%. 
Qual seria a receita tributaria a uma taxa de impasto de 
renda de 100%? 
d. Ha estimativas que mostram agora que o ponto maximo 
em uma curva de Laffer ocorre a uma taxa de impasto de 
aproximadamente 80%. Para taxas de impasto inferiores 
a 80%, como voce descreveria a relac;:ao entre taxa de im­
pasto e receita tributaria? E como essa relac;:ao se refletiria 
na inclinac;:ao? Para taxas de impasto superiores a 80%, 
como voce descreveria a relac;:ao entre taxa de impasto e 
receita tributaria, e como essa relac;:ao se refletiria na in­
clinac;:ao? 
ELSEVIER 
3. Nas figuras a seguir, os numeros nos eixos foram perdidos. 
Tudo o que se sa bee que as unidades que se mostram no eixo 
vertical sao as mesmas que as unidades no eixo horizontal. 
y Painel (a) y Painel (b) 
a. No paine! (a), qual e a inclinac;:ao da linha? Mostre que a 
inclinac;:ao e constante ao Iongo da linha. 
b. No paine! (b), qual e a inclinac;ao da linha7 Mostre que a 
inclinac;ao e constante ao Iongo da linha. 
4. Responda a cada uma das questoes seguintes desenhando urn 
diagrama esquematizado. 
a. Medindo a inclinac;ao de uma curva em tres pontos cada 
vez mais a direita ao Iongo do eixo horizontal, temos que 
a inclinac;aoda curva muda de -0,3 para -0,8 para -2,5, 
medida pelo metodo do ponto. Trace urn diagrama dessa 
curva. Como voce descreveria as relac;oes ilustradas em 
seu diagrama? 
b. Medindo a inclinac;ao de uma curva em cinco pontos cada 
vez mais a direita ao Iongo do eixo horizontal, temos que a 
inclinac;ao da curva muda de 1,5 para 0,5, para 0, para -0,5 
e para -1,5, medida pelo metodo do ponto. Trace urn dia­
grama dessa curva. Ela tern urn maximo ou urn minimo? 
5. A tabela para esta questao mostra a relac;ao entre as horas tra­
balhadas por semana para cada trabalhador e seu salario por 
hora. Fora o fato de que eles recebem salarios horarios dife­
rentes e trabalham ni1meros de horas diferentes, esses cinco 
trabalhadores sao identicos. 
Nome Quantidade de trabalho Salario 
{horas por semana) (por hora) 
Athena 30 $15 
Boris 35 30 
Curt 37 45 
Diego 36 60 
Emily 32 75 
a. Quale a variavel independente? Quale a variavel depen­
dente? 
b. Elabore urn diagrama de dispersao mostrando essa rela­
c;ao. Ajuste uma curva (nao-linear) que conecte os pon­
tos. Coloque o salario por hora no eixo vertical. 
c. De que modo responde o numero de horas trabalhadas 
quando o salario horario muda de $15 para $30, de acor­
do com a relac;:ao representada aqui? Quale a inclinac;:ao 
media da curva entre os pontos de Athena e de Boris? 
d. De que modo responde o numero de horas trabalhadas 
quando o salario horario muda de $60 para $75, de acor­
do com a relac;:ao representada aqui? Qual e a inclinac;:ao 
media da curva entre os pontos de Diego e de Emily? 
6. Ha estudos mostrando uma relac;;ao entre a taxa anual de 
crescimento de urn pais e sua taxa anual de aumento da po­
luic;;ao do ar. Acredita-se que uma taxa mais alta de cresci­
mento economico permite aos residentes de urn pais ter 
mais carros e via jar mais, assim liberando no ar maior quan­
tidade de poluentes. 
a. Quale a variavel independente? Quale a variavel depen­
dente? 
b. Suponha que em urn pais chamado Sulandia, quando a 
taxa de crescimento economico caiu de 3% para 1,5%, a 
taxa anual de aumento da poluic;:ao do ar caiu de 6% para 
5%. Qual e a inclinac;;ao media de uma curva nao-linear 
entre esses pontos, pelo metoda do arco? 
c. Suponha agora que, quando a taxa anual de crescimento 
economico passou de 3,5% para 4,5%, a taxa anual de au­
menta da poluic;:ao do ar passou de 5,5% para 7 ,5%. Qual 
e a inclinac;;ao media de uma curva nao-linear entre esses 
do is pontos, pelo metodo do area? 
d. Como voce dcscreveria a relacao entre essas duas variaveis? 
7. Uma companhia de seguros verificou que a gravidade do 
dana a propriedade causado por urn incendio esta positiva­
mente relacionada como mimero de bombeiros que chegam 
a cena do incendio. 
a. Trace urn diagrama representando essa descoberta, com 
o n1nnero de bombeiros no eixo horizontal e o dano a 
propriedadc no eixo vertical. 0 que diz o diagrama? Su­
ponhamos que se inverta o que esta sendo medido nos 
dais eixos. Quale entao o argumento7 
b. A fim de reduzir o pagamento de indenizac;;oes aos porta­
do res de apolices de seguro, deveria a companhia de se-
CAPiTULO 2 APENDICE GRAFICOS EM ECONOMIA 
guros solicitar a prefeitura que envie menor mimero de 
bombeiros para qualquer incendio? 
8. A tabela que acompanha esta questao mostra o salario anual e 
o impasto de renda devido, no caso de cinco individuos. Fora 
o fato de que eles recebem diferentes salarios e devem dife­
rentes quantias de imposto de renda, esses cinco individuos 
sao identicos. 
Impasto de renda 
Nome Salario anual anual devido 
Suzan a $22.000 $3.304 
Bill 63.000 14.317 
John 3.000 454 
Mary 94.000 23.927 
Peter 37.000 7.020 
a. Se voce tivesse de representar esses pontos em urn grafi­
co, qual seria a inclinac;;ao media da curva entre os pontos 
para os salarios eo impasto de Bille Mary, usando o me­
todo do arco (metoda da secante da curva)? Como voce 
interpretaria esse valor da inclinac;;ao? 
b. Qual seria a inclinac;;ao media da curva entre os pontos 
para os salarios eo impasto de john e de Susan, usando o 
metoda do arco7 Como voce interpretaria esse nlor da 
inclinac;;ao? 
c. 0 que acontece com a inclinac;;ao quando au menta o sala­
rio? 0 que essa rela<;ao implica sabre a maneira pela qual 
o nivel do impasto de renda afeta o incentivo das pessoas 
em conseguir urn salario maior? 
-----~----- .. -~ .............................................................................................................................................................................................................. .. 
.......... i"'"'"'"'"'"'"' ....................................................................................................................................................................................................................... .. 
0 ERT DE A 
>> Oferta e demanda 
0 ULTIMO JOGO DE GRETZKY 
H 
a varias maneiras de voce con­
seguir entradas para urn evento 
esportivo. Voce pode ter o passe 
para a temporada, dando direito a 
uma entrada para cadajogo, pode com­
prar uma entrada para urn unico jogo 
ou pode comprar uma entrada de urn 
cambista. Os cambistas compram entra­
das adiantado, na bilheteria ou de al­
guem que tern entradas para a tempora­
da e decide nao ir a urn jogo, e reven­
dem as vesperas do evento. 
Essa forma de venda, do cambista, 
nem sempre e legal, mas muitas vezes 
e lucrativa. Urn cambista pode com­
prar entradas na bilheteria e, depois 
que se esgotarem, revende-las a urn 
prec;o mais alto aos fas que decidiram 
ir de ultima hora . .E clara que nao ha 
garantia de lucro. Algumas vezes urn 
jogo e inesperadamente "quente", e OS 
cambistas podem vender as entradas a 
prec;os altos, mas algumas vezes urn 
evento e inesperadamente uma "fria" 
e os cambistas terminam vendendo 
com prejuizo. No devido tempo, con­
tudo, apesar de algumas noites em 
que tern azar, os cambistas podem fa­
zer dinheiro apraveitando-se de fas 
ansiosos. 
Os cambistas na cidade de Otawa, 
no Canada, tiveram alguns bons dias 
em abril de 1999. Por que? Porque 
Wayne Gretzky, estrela de h6quei no 
Canada, anunciou inesperadamente 
que decidira se a posen tar do esporte e 
que o jogo de 15 de abril entre o time 
Ottawa Senators e o seu time, o New 
York Rangers, seria o seu ultimo jogo 
em solo canadense. Muitos canaden­
ses queriam ver o fantastico Gretzky 
jogar uma ultima vez e nao desisti­
ram, apesar de as entradas estarem es­
gotadas nas bilheterias. 
E clara que os cambistas que ti­
nham estocado entradas antes do jogo 
ou que podiam conseguir mais entra­
das tiveram grande vantagem. Depois 
do anuncio, os cambistas comec;aram 
a vender entradas por quatra ou cinco 
vezes o valor estampado no bilhete. 
Era simplesmente uma questao de 
oferta e demanda. 
Mas o que queremos dizer com 
isso? Muitas pessoas usam oferta e de­
manda como uma expressao para in­
dicar "as leis do mercado em funcio­
namento". Para os economistas, con­
tudo, o conceito de oferta e demanda 
tern urn significado preciso: e urn mo­
delo de como o mercado se comporta 
que serve para entender muitos mer­
cados mas nao todos eles. 
Neste capitulo, apresentamos os 
componentes com que se constr6i urn 
modelo de oferta e demanda, junta­
mas os peda<;os e mostramos como 
esse modelo pode ser usado para en­
tender como os mercados se compor­
tam- ainda que nem todos. 
Neste capitulo, 
voce aprendera: 
•' • 0 que e um mercado 
competitivo e como ele e 
descrito pelo modelo de 
oferta e demanda. 
• 0 que e curva de demanda e 0 
•· que e curva de oferta. 
• A diferen<;a entre movimentos 
ao Longo de uma curva e 
deslocamentos da curva. 
• Como as curvas de oferta e de 
demanda determinam o pre~o 
de equilibrio e a quantidade 
de equilibrio do mercado. 
• Em caso de escassez ou 
excedente, como o pre<;o se 
move de volta para o equilibria. 
ELSEVIER 
OFERTA E DEMANDA: UM MODELO 
DE MERCADO COMPEJITIVO 
Cambistase seus fregueses constituem urn mercado, urn 
grupo de vendedores e compradores. Mais que isso, 
constituem urn tipo particular de mercado, conhecido 
como mercado competitivo. Grosso modo, urn mercado 
competitivo e urn mercado em que ha muitos comprado­
res e vendedores do mesmo bern ou servi~o. Mais preci­
samente, a caracteristica central de urn mercado compe­
titivo e que as a~oes de qualquer individuo nao tern efei­
to perceptivel sobre o pre~o pelo qual o bern ou servi~o e 
vendido. 
E dificil explicar por que mercados competitivos sao di­
ferentes de outros mercados sem ver primeiro como fun­
ciona urn mercado competitivo. Assim, vamos adiar o as­
sumo: voltaremos a essa questao no fim deste capitulo. Por 
enquanto, vamos afirmar apenas que e mais facil modelar 
mercados competitivos do que outros mercados. Ao pres­
tar urn exame, sempre e uma boa estrategia come~ar res­
pondendo as questoes mais faceis. Neste livro, vamos fazer 
a mesma coisa. Assim, vamos come~ar pelos mercados 
competitivos. 
Quando urn mercado e competitivo, seu comportamento 
e bern descrito por urn modelo conhecido como modelo de 
oferta e demanda. E porque muitos mercados sao competi­
tivos, o modelo de oferta e demanda de fato e muito util. 
Ha cinco elementos-chave nesse modelo: 
A curva de demanda 
., A curva de oferta 
0 con junto de fatores que faz com que a curva de deman­
da se desloque eo con junto de fatores que faz com que a 
curva de oferta se desloque 
0 prec;o de equilibria 
A maneira pela qual o pre~o de equilibria muda quando 
as curvas de oferta e de demanda se deslocam 
Para entender o modelo de oferta e de demanda vamos 
examinar cada urn desses elementos. 
A .CURVA DE DEMANDA 
Quantas pessoas queriam comprar bilhetes dos cambistas 
para ver os New York Rangers jogar contra os Ottawa Sena­
tors naquela noite de abril? De imediato, voce pode pensar 
que a resposta e: todos os fas de h6quei em Ontario que 
ainda nao tinham urn bilhete. Mas, ainda que cada fa de h6-
CAPiTULO 3 OFERTA E DEMANDA 
quei quisesse ver Wayne Gretzky jogar pela ultima vez, 
muitos fas nao estavam dispostos a pagar quatro ou cinco 
vezes o pre~o do bilhete normal. Em geral, o numero de 
pessoas que querem comprar urn bilhete de h6quei, ou 
qualquer outro bern, depende do pre~o. Quanta mais alto o 
pre~o, menor o numero de pessoas que querem comprar o 
bern; quanta mais baixo o pre~o, maior o numero de pes­
soas que querem comprar o bern. 
Assim, a resposta a questao "Quantas pessoas vao que­
rer comprar urn bilhete para o ultimo jogo de Gretzky?" 
depende do pre~o do bilhete. E se voce ainda nao sa be qual 
sera esse pre~o, pode come~ar por fazer uma tabela de quan­
tos bilhetes as pessoas gostariam de comprar a diferentes 
pre~os. Essa tabela e conhecida como tabela de demanda. 
Isso, por sua vez, pode ser usado para desenhar uma curva 
de demanda, que e urn dos elementos-chave do modelo de 
oferta e demanda. 
A tabela de demanda e a curva de demanda 
A tabela de demanda e uma tabela mostrando quanta de 
urn bern ou servi~o os consumidores vao querer comprar a 
diferentes pre~os. No lado dire ito da Figura 3-1, mostra­
mos uma tabela de demanda hipotetica de entradas para 
urn jogo de h6quei. 
De acordo com a tabela, caso haja entradas de cambistas 
disponiveis a $100 cada uma (aproximadamente o seu va­
lor de face), 20.000 pessoas estao dispostas a compra-las. A 
$150, alguns fas acham o pre~o alto demais, e somente 
15.000 estao dispostos a comprar entradas. A $200, ainda 
menos gente quer entradas, e assim por diante. Quanto 
mais alto o pre<,;o, tanto menos entradas as pessoas querem 
comprar. Em outras palavras, a medida que o pre~o so be, a 
quantidade de entradas demandadas cai. 
A Figura 3-1 e uma representa<,;ao visual da informa~ao 
na tabela. (Quem quiser, pode rever a discussao sobre gra­
ficos em economia no apendice do Capitulo 2.) 0 eixo ver­
tical mostra o pre<,;o de uma entrada, e o eixo horizontal 
mostra a quantidade de entradas. Cada ponto no grafico 
corresponde a urn par de dados da tabela. A curva que co­
necta esses pontos e uma curva de demanda. A curva de 
demanda e uma representa<,;ao grafica da tabela de deman­
da, uma outra forma de mostrar o quanta de urn bern ou 
servi~o os consumidores querem comprar a urn dado pre<,;o 
qualquer. 
Suponha que os cambistas estejam cobrando $250 por 
entrada. Podemos verna Figura 3-1 que 8.000 fas estao dis­
postos a pagar esse pre~o; isto e, 8.000 e a quantidade de­
mandada ao pre<;:o de $250. 
PARTE II OFERTA E DEMANDA 
Tabela de demanda e curva 
de demanda Pre~o 
da entrada 
$350 
300 
250 
200 
150 
100 
50 
A medida que 
o pre(:o sobe, 
a quantidade 
demandada cai 
ELSEVIER 
Tabela de demanda por entradas 
Quanti dade 
. . . . . . . . . . . . 
Pre~o 
da entrada 
$350 
............ 300 
················· 250 
................ 200 
150 
·················· 100 
Curva de 
demanda, 0 
de entradas 
demandadas 
5.000 
6.000 
8.000 
11.000 
15.000 
20.000 
A tabela de demanda de entradas foi 
construida para gerar a curva de 
dernanda correspondente, que rnostra 
qual quantidade de urn bern os 
consurnidores querern cornprar a urn 
pre~o dado qualquer. A curva de 
demanda e a tabela de demanda 
refletem a lei de procura ou lei de 
demanda: a medida que o pre~o sobe, 
a quantidade demandada cai. De 
modo similar, uma queda no pre~o 
aumenta a quantidade demandada. 
Em conseqliencia, a curva de 
demanda tern inclina~ao para baixo, 
da esquerda para a direita. 
0 5.000 10.000 15.000 20.000 
Note que a curva de demanda que aparece na Figura 3-1 
tern inclinac;;ao para baixo e isso reflete a proposic;;ao geral de 
que urn prec;;o mais alto reduz o numero de pessoas dispos­
tas a comprar urn bern. Nesse caso, muitas pessoas que da­
riam $100 para ver o grande Gretzky nao se dispoem a dar 
$350. No mundo real, as curvas de demanda quase sempre 
tern inclinac;;ao para baixo, com algumas excec;;oes bern espe­
cificas. As excec;;oes sao os chamados "bens de Giffen", mas 
os economistas acham que eles sao tao raros que na pnitica 
podemos ignora-los. Em geral, a proposic;;ao de que urn pre­
c;;o mais alto para urn bern, tudo o mais mantido constante, 
leva as pessoas a procurarem uma quantidade menor de tal 
bern e tao confiavel que os economistas consideram que ela 
pode ser denominada "lei", a lei da demanda. 
Deslocamentos da curva de demanda 
Quando foi anunciada a aposentadoria de Gretzky, o efeito 
imediato foi que mais pessoas queriam comprar entradas 
para aquele jogo de 15 de abril, a qualquer prec;;o dado. Is to 
e, a cada prec;;o, a quantidade demandada aumentou, em 
consequencia do comunicado. A Figura 3-2 ilustra esse fe­
n6meno mediante a tabela de demanda e a curva de deman­
da para entradas dos cambistas. 
Na Figura 3-2 aparecem duas tabela de demanda. A se­
gunda e a tabela de demanda depois do anuncio, igual a 
que mostramos na Figura 3-l. Mas a primeira tabela de 
demanda mostra a procura por entradas dos cambistas an­
tes de haver sido anunciada a aposentadoria de Gretzky. 
Como seve, depois do anuncio o numero de pessoas dis­
pastas a pagar $350 por uma entrada aumentou; aumen­
tou tambem o numero de pessoas dispostas a pagar $300, 
Quantidade de entradas 
e assim por diante. A cada prec;;o, a segunda tabela, aquela 
ap6s o anuncio, mostra uma quantidade demandada 
maior. Par exemplo, a $200, a quantidade de entradas que 
os fas estavam dispostos a comprar passou de 5.500 para 
11.000. 
0 anuncio da aposentadoria de Gretzky gerou uma nova 
tabela de demanda, uma em que a quantidade demandada e 
maior, a qualquer prec;;o dado, que na tabela original. As 
duas curvas na Figura 3-2 mostram essa informac;;ao em urn 
grafico. Como se ve, a nova tabela de demanda depois do 
anuncio corresponde a uma nova curva de demanda D2 , 
que esta situada a direita da curva de demanda de antes do 
anuncio, D1. Esse deslocamento da curva de demanda 
mostraa mudanc;;a na quantidade demandada a qualquer 
prec;;o dado, representando a mudanc;;a de posjc;;ao da cur­
vade demanda original D1 para sua nova posic;;ao em D2. 
E essencial distinguir entre tais deslocamentos da curva 
de demanda e movimentos ao Iongo da curva de demanda, 
mudanc;;as na quantidade demandada de urn bern que re­
sultam de uma modificac;;ao do prec;;o do bern. A Figura 3-3 
ilustra essa diferenc;;a. 
0 movimento do ponto A para o ponto B e urn movi­
mento ao Iongo da curva de demanda: a quantidade de­
mandada aumenta devido a queda no prec;;o a medida que 
nos movemos para baixo em D1. Aqui, uma queda de prec;;o 
de $350 para $215 provoca urn aumento na quantidade de­
mandada de 2.500 para 5.000 entradas. Mas a quantidade 
demandada pode aumentar tambem quando o pre<;o nao se 
modifica, se ha urn aumento na demanda - urn desloca­
mento para a direita da curva de demanda. Isso e ilustrado 
na Figura 3-3 pelo deslocamento da curva de demanda D1 
para D2 . Mantendo o prec;;o constante em $350, a quantida-
ELSEVIER 
Urn aumento na demanda 
0 anuncio da aposentadoria de 
Gretzky gerou urn aumento na 
demanda, urn aumento na 
quantidade demandada a qualquer 
pre~o dado. Esse evento e 
representado por duas tabelas de 
demanda, uma que mostra a 
demanda antes do anuncio, outra 
que mostra a demanda depois do 
anuncio, bern como pelas curvas de 
demanda correspondentes. 0 
aumento da demanda desloca a 
curva de demanda para a direita. 
Pre~o de 
entrada 
$350 
300 
250 
200 
150 
100 
50 
• 
• Curva de 
~. 
dernanda depois 
• 
j·· 
Curva de • 
dernanda antes Dl 
do antJncio 
D1 
CAPiTULO 3 OFERTA E DEMANDA 51 
Tabela de demanda para entradas 
Quantidade demandada de entradas 
Pre~o Antes do Depois do 
da entrada aniincio aniincio 
$350 2.500 5.000 
300 3.000 6.000 
250 4.000 8.000 
200 5.500 11.000 
150 7.500 15.000 
100 10.000 20.000 
5.000 10.000 15.000 20.000 
de demandada aumenta de 2.500 entradas no ponto A em 
D1 para 5.000 entradas no ponto C em D2. 
Quando os economistas dizem "a demanda de X aumen­
tou" ou "a demanda deY caiu", querem dizer que a curva 
de demanda para X ou para Y se deslocou, e niio que a quan­
tidade demandada aumentou ou diminuiu por causa de 
uma mudan<;a no pre<;o. 
Entendendo os deslocamentos da curva 
de demanda 
A Figura 3-4 ilustra as duas maneiras pelas quais as curvas 
de demanda podem se deslocar. Quando os economistas 
falam de "aumento na demanda", eles estao se referindo a 
Movimento ao Longo da curva de demanda 
versus deslocamento da curva de demanda 
0 aumento na quantidade demandada quando passamos 
do ponto A para o ponto 8 reflete urn movimento ao 
longo da curva de demanda: e o resultado de uma queda 
no pre~o do bern. 0 aumento na quantidade demandada 
quando passamos do ponto A para o ponto C reflete urn 
deslocamento da curva de demanda: e o resultado de urn 
aumento na quantidade demandada a qualquer pre~o 
dado. 
Quantidade de entradas 
urn deslocamento para a direita da curva de demanda: a 
qualquer pre<;o dado, os consumidores demandam maior 
quantidade que antes. Isso se mostra na Figura 3-4 pelo 
deslocamento para a direita da curva de demanda original, 
de D1 para D2. E quando os economistas falam de "queda na 
demanda", eles estao indicando urn deslocamento para a 
esquerda da curva de demanda: a qualquer pre<;o dado, os 
consumidores demandam menor quantidade que antes. 
Isso se mostra na Figura 3-4 pelo deslocamento para a es­
querda da curva de demanda original D1 para D3. 
Mas o que faz com que a curva de demanda se desloque? 
Em nosso exemplo, o evento que desloca a curva de deman­
da eo anuncio da iminente aposentadoria de Gretzky. Mas, 
pensando bern, ha outras coisas que poderiam deslocar a 
Pre~o 
da entrada 
$350 
215 
0 
Urn deslocarnento 
da curva de 
dernanda ... 
......... ~ • .\ __ c ,___.,. 
;\,~'· .. : 
I l I 
: \, : 
: \\~ : 
.• : 8 -----------:------•. 
"\_ 
... niio e o mesmo 
que urn rnovirnento 
ao Lango da curva 
de dernanda. 
L 
D1 
•f-----1-_____L_--
2.500 5.000 Quantidade de entradas 
PARTE II OFERTA E DEMANDA 
Deslocamentos da curva de demanda 
Qualquer evento que aumente a demanda desloca a curva 
de demanda para a direita, refletindo um aumento na 
quantidade demandada a qualquer pre~o dado. Um evento 
que reduz a demanda desloca a curva de demanda para a 
esquerda, refletindo uma queda na quantidade 
demandada a qualquer pre~o dado. 
curva de demanda para essas entradas. Por exemplo, supo­
nha que haja urn espetaculo musical na mesma noite do 
jogo de h6quei e que a banda anuncie que vendera entradas 
pela metade do pre<;o. Isso fara com que haja uma queda na 
demanda para as entradas do jogo de h6quei. Aqueles fas 
de h6quei que gostam tambem de musica vao preferir com­
prar entradas para o show de musica pela metade do pre<;o 
em vez das entradas para o h6quei. 
Os economistas acreditam que ha quatro fatores princi­
pais que deslocam a curva de demanda por urn bern: 
Mudan<;as nos pre<;os de bens relacionados 
Mudan<;as de renda 
Mudan<;as de gosto 
Mudan<;as nas expectativas 
Embora essa lista nao seja exaustiva, ela contem os qua­
tro fatores mais importantes que podem deslocar curvas de 
demanda. Quando dissemos antes que a quantidade de­
mandada de urn bern cai quando seu pre<;o aumenta, tudo o 
mais constante, nos referiamos a que os fatores que deslo­
cam a demanda permaneciam sem modifica<;ao. 
Mudan~as nos pre~os de bens reladonados Se voce 
quiser sair de noite mas nao tern grande preferencia sobre o 
que fazer, urn show de musica e uma altemativa para urn jogo 
de h6quei- eo que os economistas chamam de substituto para 
o jogo de h6quei. Dois bens sao substitutos quando a queda 
do pre<;o de urn deles (show de musica) faz com que os con­
sumidores fiquem menos dispostos a comprar o outro bern 
(jogo de h6quei). Substitutos sao normalmente bens que de 
alguma maneira tern uma fun<;ao similar: show de musica ou 
jogo de h6quei, broa de milho ou pao de queijo, trem ou ani­
bus. Uma queda no pre<;o do bern altemativo induz alguns 
consumidores a compra-lo em lugar do bern original, deslo­
cando a demanda do bern original para a esquerda. 
Pre~o 
~, 
•. Aumento na 
\ demanda 
\---~' \ 
\, ____ \ 
\ 
\ 
' 
ELSEVIER 
Quantidade 
Contudo, as vezes uma queda no pre<;o de urn bern toma 
os consumidores mais dispostos a comprar urn outro bern. 
Tais pares de bens sao conhecidos como complementos ou 
bens complementares. Bens complementares sao normal­
mente bens que de algum modo sao consumidos em con jun­
to: entradas para urn jogo e estacionamento na garagem do 
estadio, a salsicha eo pao do cachorro-quente, carros e gasoli­
na. Se a garagem perto do estadio do jogo de h6quei ofereces­
se estacionamento gratis, mais pessoas estariam dispostas a 
comprar entradas para ver o jogo a qualquer pre<;o dado, pois 
o pre<;o do ''pacote", ou seja, jogo mais estacionamento, teria 
caido. Quando o pre<;o de urn complemento cai, aumenta a 
quantidade demandada do bern original a qualquer pre<;o 
dado, e assim a curva de demanda se desloca para a direita. 
Mudan~as na renda Quando as pessoas tern mais di­
nheiro, normalmente tendem a comprar mais de urn bern a 
qualquer pre<;o dado. Por exemplo, se a renda familiar au­
menta, e mais provavel que a familia fa<;a uma viagem de fe­
rias para a Disneylandia, e assim e mais provavel que ela 
compre passagens aereas. Entao, urn aumento na renda do 
consumidor fara com que as curvas de demanda para a 
maioria dos bens se desloquem para a direita. 
Por que dizemos "a maioria dos bens" e nao "todos os 
bens"? A maioria dos bens sao bens norrnais; a demanda por 
eles aumenta quando a renda do consumidor sobe. Contudo, 
a demanda de alguns produtos cai quando a renda so be. Pes­
soas de renda elevada tern menos tendencia a andar de onibus 
do que pessoas com renda mais baixa. Os bens para os quais a 
demanda cai quando a renda so be saoconhecidos como bens 
inferiores. Quando urn berne inferior, urn aumento da renda 
desloca a curva de demanda para a esquerda. 
Mudan~as de gosto Por que as pessoas querem o que 
querem? Felizmente nao precisamos responder a esta 
questao. 56 precisamos reconhecer que as pessoas tern cer­
tas preferencias ou gostos que determinam o que decidem 
consumir e que esses gostos podem mudar. Os economis­
tas normalmente aglomeram as modifica<;oes na demanda 
devido a moda, cren<;as, mudan<;as culturais etc. sob urn 
unico titulo de gostos ou preferencias. 
Por exemplo, antigamente os homens usavam chapeu. 
Ate mais ou menos a Segunda Guerra Mundial, urn homem 
respeitavel nao estaria bern vestido se nao estivesse com 
urn chapeu decente junto com seu terno. Mas os soldados 
que voltaram da guerra adotaram urn estilo mais informal, 
talvez devido aos rigores da guerra. E o presidente Eise­
nhower, que havia sido o comandante supremo das For<;as 
Aliadas na guerra, muitas vezes andava sem chapeu. A cur­
va de demanda para chapeus se deslocou para a esquerda, 
refletindo o declinio da demanda por chapeus. 
A principal caracteristica das mudan<;as de gosto e que os 
economistas pouco tern a dizer sobre elas, e normalmente as 
consideram como urn dado. Quando os gostos mudam a fa­
vor de urn bern, mais pessoas querem compra-lo a qualquer 
pre<;o dado, de modo que a curva de demanda se desloca 
para a direita. Quando os gostos mudam contra urn bern, 
menos pessoas querem compra-lo a qualquer pre<;o dado, de 
modo que a curva de demanda se desloca para a esquerda. 
Mudan~as nas expectativas Poderiamos dizer que o 
aumento na demanda de entradas para o jogo de h6quei de 
15 de abril foi o resultado de uma mudan<;a de expectati­
vas: os fas ja nao esperavam ter oportunidades futuras para 
ver Gretzky em a<;ao e assim tiveram maior interesse em 
ve-lo enquanto podiam. 
Dependendo do caso especifico, mudan<;as nas expecta­
tivas podem diminuir ou aumentar a demanda de urn bern. 
Por exemplo, consumidores espertos aguardam as liquida­
<;oes e, digamos, compram presentes de datas especiais de­
pais que a data passa, e as mercadorias sao vendidas com 
desconto. Nesse caso, expectativas de uma futura queda de 
pre<;os levam a uma redu<;ao na demanda hoje. 
Expectativas de mudan<;a de renda futura tambem po­
dem levar a mudan<.;as na demanda: se alguem espera que 
sua renda va aumentar no futuro, tipicamente toma empres­
tado hoje e aumenta sua demanda por certos bens; e sea pes­
soa acha que sua renda vai cair no futuro provavelmente 
poupara hoje e reduzira sua demanda de alguns bens. 
Ganhando do transito 
Todas as grandes cidades tern problemas de transito, e mui­
tas autoridades locais tentam desestimular o trafego de vei­
culos no centro congestionado da cidade. Se imaginarmos 
que ir de autom6vel ate o centro da cidade e urn bern que as 
CAPiTULO 3 OFERTA E DEMANDA 
pessoas consomem, podemos usar a analise economica da 
demanda para tentar analisar politicas para o transito. 
Uma estrategia comum das prefeituras e reduzir a de­
manda por viagens de autom6vel diminuindo o pre<.;o do 
substituto. Muitas areas metropolitanas subsidiam servi<.;os 
de 6nibus e de trem, esperando levar as pessoas a deixarem 
seus autom6veis em casa. 
Outra estrategia e aumentar o pre<;o dos complementos. 
Diversas grandes cidades nos Estados Unidos cobram ele­
vados impastos de estacionamentos particulares, tanto 
para aumentar a receita como para desencorajar as pessoas 
de irem de autom6vel para o centro. (Parquimetros com 
horarios limitados aliados a uma fiscaliza<;ao intensa e ou­
tra tatica nessa area.) 
Contudo, poucas cidades se dispuseram a adotar uma 
abordagem direta que causa grande controversia politica: 
reduzir a congestao aumentando o pre<;o de dirigir. Assim, 
foi urn choque quando, em 2003, a prefeitura de Londres 
estabeleceu uma "taxa de congestionamento" de £5 (cerca 
de nove d6lares) para todos os carros que entram no centro 
da cidade durante o horario comercial. 
0 cumprimento e monitorado por cameras automaticas 
que fotografam a placa dos carros. Os motoristas podem 
pagar a taxa adiantado ou ate meia-noite do dia em que o 
autom6vel esteve no centro. Caso nao paguem e sejam fla­
grados, tern de pagar uma multa de £100 (cerca de 180 
d6lares) por cada transgressao. (Uma descri<;ao completa 
das regras encontra-se em www.cclondon.com.) 
Nao e surpresa que os resultados da nova politica de tran­
sito confirmem a lei de demanda. De acordo com reportagens 
de agosto de 2003, o transito no centro de Londres havia cai­
do 32%, e os carros estavam andando 33% mais rapido em 
consequencia da taxa de congestionamento. 
A tabela de demanda mostra como a quantidade demandada 
muda quando o prec;o se modifica. Essa relac;iio e ilustrada 
pela curva de demanda. 
A lei de demanda afirma que curvas de demanda normalmen­
te se inclinam para baixo, isto e, urn prec;o mais alto reduz a 
quantidade demandada. 
Quando os economistas falam de aumento ou diminuic;iio na de­
manda, eles estiio se referindo a deslocamentos da curva de 
demanda. Urn aumento na demanda e urn deslocamento para a 
direita: a quantidade demandada aumenta para qualquer prec;o 
dado. Uma reduc;iio na demanda e urn deslocamento para a es­
querda: a quantidade demandada cai para qualquer prec;o dado. 
Uma mudanc;i! no prec;o resulta em urn movimento ao Longo da 
curva de demanda e em uma mudanc;a na quanti dade demandada. 
Os quatro principais fatores que podem deslocar a curva de 
demanda sao {1) mudanc;a no prec;o de urn bern relacionado, 
tal como urn substituto ou urn complemento, (2) renda, (3) 
gostos e ( 4) expectativas. 
PARTE II OFERTA E DEMANDA 
1. Explique se cada um dos eventos a seguir representa (i) um des­
locamento da curva de demanda ou (ii) um movimento ao longo 
da curva de demanda. 
a. 0 dono de uma loja acha que os clientes estao dispostos a 
pagar mais caro par guarda-chuvas em dias de chuva. 
b. Quando a XYZ Telecom, uma operadora de servi~os telef6ni­
cos de longa distancia, ofereceu tarifas reduzidas nos fins 
de semana, o volume de chamadas aumentou fortemente no 
fim de semana. 
c. No dia dos namorados, as pessoas compram mais rosas, 
ainda que seu pre~o seja mais alto do que em outras epocas 
do ana. 
d. 0 forte aumento do pre~o da gasolina leva muita gente a 
formar grupos em que uma pessoa da carona as demais em 
diferentes dias, a fim de reduzir as compras de gasolina. 
As respostas estao no fim do livro. 
A CURVA DE OFERTA 
Os cambistas precisam comprar as entradas que vendem, e 
muitos deles as com pram de pessoas que tern entradas e de­
cidem vende-las_ A decisao de vender ou nao sua propria 
entrada a urn cambista depende em parte do pre~o ofereci­
do: quanta mais alto o pre~o oferecido, tanto mais e prova­
vel que uma pessoa esteja disposta a vender_ 
Assim como a quantidade de entradas que as pessoas es­
tao dispostas a comprar depende do pre~o que sao obriga­
das a pagar, a quantidade que as pessoas estao dispostas a 
vender, a quantidade ofertada, depende do pw;:o pago por 
ela. (Note que essa e a oferta de entradas no mercado de en-
Tabela de oferta e curva 
de oferta Pre~o 
da entrada 
Construirnos a tabela de oferta 
ELSEVIER 
tradas de cambistas. 0 numero de lugares no estadio eo que 
e, independentemente do pre<;;o, mas essa nao e a quantida­
de que nos interessa aqui.) 
A tabela de oferta e a curva de oferta 
A tabela na Figura 3-5 mostra como a quantidade de entra­
das disponibilizadas varia como pre<;;o, isto e, mostra uma 
tabela de oferta hipotetica de entradas para o ultimo jogo 
de Gretzky. 
Uma tabela de oferta funciona da mesma maneira que a 
tabela de demanda que se mostrou na Figura 3-l. Neste 
caso, a tabela mostra a quantidade de entradas para a tem­
porada de jogos que os assinantes que ja compraram entra­
das estao dispostos a vender a diferentes pre<;;os. Ao prec;:o 
de $100 somente 2.000 pessoas estao dispostas a oferecersuas entradas. A $150, mais algumas pessoas decidem que 
vale a pena sacrificar o jogo a fim de ter mais dinheiro para 
outras coisas, aumentando a quantidade de entradas dispo­
niveis para 5.000. A $200, a quantidade de entradas oferta­
da aumenta para 7.000, e assim por diante. 
Da mesma maneira que a tabela de demanda pode ser re­
presentada graficamente por uma curva de demanda, tam­
bern a tabela de oferta pode ser representada por uma curva 
de oferta, como se mostra na Figura 3-5. Cada ponto na 
curva representa numeros da tabela. 
Suponhamos que o pre~o de oferta dos cambistas aumen­
te de $200 para $250. Podemos ver na Figura 3-5 que a 
quantidade de entradas vendidas a eles au menta de 7.000 
para 8.000. Esta e uma situa<;;ao normal para uma curva de 
oferta, refletindo a proposi~ao geral de que pre~os mais altos 
Tabela de oferta para entradas 
Pre~o Quantidade de 
da entrada entradas ofertada 
para entradas para obter a Curva de oferta, S 
------ $350 8.800 
curva de oferta que rnostra 
$350 
quanto de urn bern as pessoas 300 
estao dispostas a vender a 
250 
qualquer pre~o dado. A curva 
de oferta e a tabela de oferta 200 
refletern o fato de que as 150 
curvas de oferta norrnalrnente 
sao inclinadas para cirna: a 100 
quantidade ofertada aurnenta 50 
quando aurnenta o pre~o. 
0 
A medida que •- · · · · · · · ·- · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 
a prera sobe, 
a quantidade •-----------------------------­
afertada sabe 
·-------------------------------
-~---------------------------------
-·=------------------------------------
.,--------------------------------------------
5.000 10.000 15.000 20.000 
Quantidade de entradas 
300 8.500 
250 8.000 
200 7.000 
150 5.000 
100 2.000 
--------------------~-----------------------
ELSEVIER 
levam a uma quantidade ofertada maior. Assim como as cur­
vas de demanda em geral sao inclinadas para baixo, as 
curvas de oferta normalmente sao inclinadas para cima: 
quanto mais alto o prec;o sendo proposto, tanto mais entra­
das para o h6quei as pessoas estao dispostas a disponibilizar 
- e tanto mais de qualquer bern elas estao dispostas a vender. 
Deslocamentos da curva de oferta 
Quando foi anunciada a aposentadoria de Gretzky, o efeito 
imediato foi o de que as pessoas que ja tinham entradas 
para o jogo de 15 de abril ficaram menos dispostas a vender 
essas entradas aos cambistas a qualquer prec;o dado. Assim, 
a quantidade de entradas oferecidas a qualquer prec;o dado 
caiu: o numero de entradas que as pessoas estavam dispos­
tas a vender a $350 caiu, o numero das que elas estavam 
dispostas a vender a $300 caiu, e assim por diante. A Figura 
3-6 mostra como ilustrar esse evento atraYes de uma tabela 
de oferta e de uma curva de oferta para entradas. 
A tabela na Figura 3-6 mostra duas tabelas de oferta: a 
tabela de antes do anuncio e igual ada Figura 3-5. A pri­
meira tabela de oferta mostra a oferta de entradas de cam­
bistas antes de ser anunciada a aposentadoria de Gretzky. 
E, assim como uma mudanc;a nas tabelas de demanda leva a 
um deslocamento nas curvas de demanda, uma mudanc;a 
nas tabelas de oferta leva a um deslocamento da curva de 
oferta, ou seja, uma mudan<;:a na quantidade ofertada a 
qualquer pre<;:o dado. Isso se mostra na Figura 3-6 pelo des­
locamento da curYa de oferta de antes do anuncio, 5 1, para 
sua nova posic,;ao depois do anuncio, 52. Note que 52 se si­
tua a esquerda de 5 1, refletindo o fa to de que a quantidade 
ofertada declinou a qualquer prec;o dado, na esteira do 
anuncio de Gretzky. 
Redu~ao na oferta 
Pre~o 
da entrada 
$350 
300 
250 
200 
Curva de 
oferta depois • • 
do ant.Jncio 
\•• .. '\ 
Curva de 
CAPiTULO 3 OFERTA E DEMANDA 
Como ja se viu na analise da demanda, e crucial distinguir 
entre tais deslocamentos da curva de oferta e movimentos ao 
longo da curva de oferta, ou seja, mudanc;as na quantidade 
ofertada que resultam de mudanc;as no prec;o. Podemos ver 
essa diferenc;a na Figura 3-7. 0 movimento do ponto A para 0 
ponto B e um movimento ao longo da curva de oferta: a quan­
tidade ofertada cai ao longo de 51 devido a uma queda no pre­
c;o. Aqui uma queda de prec,;o de $250 para $200 leva a uma 
queda na quantidade ofertada de 9.000 para 8.000 entradas. 
Mas a quantidade ofertada pode cair tambem quando o pm;o 
permanece o mesmo devido a urn decrescimo na oferta - urn 
deslocamento da curva de oferta para a esquerda. Isso se mos­
tra na Figura 3-7 pelo deslocamento para a esquerda da curva 
de oferta de 51 para 52. Mantendo constante o prec,;o em $250, 
a quantidade ofertada cai de 9.000 entradas no ponto A em 51 
para 8.000 no ponto C em 52. 
Entendendo os deslocamentos na curva 
de oferta 
A Figura 3-8 ilustra as duas principais maneiras como as 
curvas de oferta podem se deslocar. Quando os economis­
tas fa lam de "aumento na oferta", eles estao se referindo a 
um deslocamento para a direita da curva de oferta: a qual­
quer prec;o dado, as pessoas irao ofertar uma quanti dade do 
bem maior do que antes. Isso se mostra na Figura 3-8 pelo 
deslocamento para a direita da curva de oferta original 5 1 
para 52 . E quando os economistas falam sobre uma "redu­
<;:i'io na oferta", eles querem dizer que houve um desloca­
mento para a esquerda da curva de oferta: a qualquer prec,;o 
dado, as pessoas irao ofertar uma quantidade menor do 
bem do que antes. Isso esta representado na Figura 3-8 
pelo deslocamento para a esquerda de 51 para 53. 
Tabelas de oferta para entradas 
Quantidade de entradas ofertada 
Pre~o Antes Depois 
da entrada do anuncio do anuncio 
$350 9.800 8.800 
300 9.500 8.500 
250 9.000 8.000 
200 8.000 7.000 
0 anuncio da aposentadoria de 
Gretzky provocou uma queda 
na oferta, uma queda na 
quantidade ofertada a 
qualquer pre~o dado. Esse 
evento e representado por 
duas tabelas de oferta, uma 
mostrando a oferta antes do 
anuncio, a outra mostrando a 
oferta depois do anuncio, e as 
curvas de oferta 
correspondentes. A queda na 
oferta desloca a curva de 
oferta para a esquerda. 
150 •• oferta antes 
do anUndo 
150 6.000 5.000 
100 •• 100 3.000 2.000 
50 
5.000 10.000 15.000 20.000 
Quantidade de entradas 
PARTE II OFERTA E DEMANDA 
Movimento ao Longo da curva de oferta versus 
deslocamento da curva de oferta 
A queda na quantidade ofertada quando passarnos do 
ponto A para o ponto B reflete urn rnovirnento ao Longo 
da curva de oferta: e o resultado de urna queda no pre~o 
do bern. A queda na quantidade ofertada quando 
passarnos do ponto A ao ponto C reflete urn deslocarnento 
da curva de oferta: e o resultado de urna queda na 
quantidade ofertada a qualquer pre~o dado. 
Os economistas acreditam que deslocamentos nas cur­
vas de oferta resultam principalmente de tres fatores (em­
bora existam, como no caso da demanda, outras causas 
possiveis): 
'' mudan<;:as nos pre<;:os dos insumos 
,, mudan<;:as na tecnologia 
mudan<;:as nas expectativas 
Mudanf;a nos pref;OS dos insumos Para produzir 
urn produto sao necessarios insumos. Por exemplo, para 
fazer sorvete de baunilha, e necessaria ter favas de bauni­
lha, creme, a<.;ucar, e assim por diante. (Na verdade, e pre­
ciso ter apenas fa vas de baunilha para fazer urn bom sorve­
te de baunilha; ver "Economia em a<;:ao", adiante.) Urn in­
sumo e qualquer bern usado para produzir outro bern. 
Deslocamentos da curva de oferta 
Qualquer evento que aurnenta a oferta desloca a curva de 
oferta para a direita, refletindo o aurnento na quantidade 
ofertada a qualquer pre~o dado. Urn evento que reduz a 
oferta desloca a curva de oferta para a esquerda, 
refletindo urna queda na quantidade ofertada a qualquer 
pre~o dado. 
Pre~o de 
uma entrada 
$250 
200 
0 
Um deslocamenta 
da curva de oferta ... 
:2 1 sl 
[.'-A 
...... ~.;::::>0 ,,.7-:/' 
um movimento · : 
ao Iongo da · .. • ·! B 
curva de oferta 
ELSEVIER 
L~---_---..L....___.[___ 
8.000 9.000 
Quantidade de entradas 
lnsumos, do mesmo modo que o produto,tern pre<.;os. Eo 
aumento no pre<;:o de urn insumo torna a produ<.;ao do 
bern final mais cara para aqueles que produzem e vendem 
o bern. Assim, os vendedores estarao menos dispostos a 
suprir o bern a qualquer pre<.;o dado, e a curva de oferta se 
deslocara para a esquerda. Por exemplo, as empresas jor­
nalisticas compram grande quantidade de papel de im­
prensa (o papel no qual se imprimemjornais). Quando o 
pre<.;o do papel de imprensa aumentou fortemente em 
1994-1995, a aferta dejornais caiu: variosjornais sairam 
de circula<;:ao e novos empreendimentos editoriais foram 
cancelados. De modo similar, uma queda no pre<.;o de urn 
insumo faz com que a produ<.;ao do bern final fique mais 
barata para os vendedores. Eles estarao mais dispostos a 
oferecer o bern a qualquer pre<.;o dado, e a curva de oferta 
se deslocara para a direita. 
Pre~o 
Redu~ao 
na oferta 
Au menta 
na oferta 
Quanti dade 
--------------------------------------------------------.... 
Mudan~as na tecnologia Quando os economistas fa­
lam de tecnologia, eles nao estao necessariamente pensan­
do em alta tecnologia. Eles se referem a maneira de trans­
formar insumos em bens uteis. Nesse sentido, todo o com­
plexo conjunto de atividades que transforma milho das fa­
zendas de Iowa em flocos de milho para o seu cafe da ma­
nha e tecnologia. Quando surge uma tecnologia melhor, 
reduzindo custos de produc;ao e permitindo que o produ­
tor gaste menos insumos para produzir o mesmo produto, 
a oferta aumenta e a curva de oferta se desloca para a direi­
ta. Par exemplo, uma variedade de milho mais resistente a 
pragas faz com que os fazendeiros estejam dispostos a ofe­
recer mais milho a qualquer prec;o dado. 
Mudan~as nas expectativas Imagine que voce tivesse 
uma entrada para o jogo de 15 de abril mas nao podia ir. 
Voce queria vender a entrada a urn cambista. Mas, se voce 
ouviu algum boato de que Gretzky estaria para se aposen­
tar, saberia que a entrada logo ia ter urn prec;o altissimo. 
Assim, voce adiaria a venda da entrada ate que a decisao da 
aposentadoria se tornasse publica. Isso ilustra como as ex­
pectativas alteram a oferta: uma expectativa de que o prec;o 
do bern vai aumentar no futuro faz com que a oferta se re­
duza hoje, mas uma expectativa de que o prec;o de urn bern 
vai baixar no futuro faz com que a oferta aumente hoje. 
Para baixo (e para cima) na fazenda 
Muitos paises adotaram politicas agricolas baseados na 
crenc;a, ou talvez na esperanc;a, de que os produtores nao 
responderiam a mudanc;as de prec;os dos seus produtos. 
Mas eles descobriram, para seu espanto, que o prec;o na 
verdade importa. 
Paises avanc;ados (inclusive os Estados Unidos) tenta­
ram historicamente medidas legislativas para levar o prec;o 
para cima. (0 Capitulo 4 descreve como esses pisos de pre­
c;os funcionam na pnitica.) 0 que se pretendia era elevar a 
renda dos agricultores, nao era aumentar a produc;ao; mas 
a produc;ao mesmo assim subiu. Ate o momenta em que os 
paises da Uniao Europeia comec;aram a garantir prec;os mi­
nimos aos seus agricultores, nos anos 60, eles tinham uma 
produc;ao agricola limitada e importavam boa parte de seus 
alimentos. Mas, uma vez estabelecidos prec;os de garantia, 
a produc;ao se expandiu rapidamente e os agricultores eu­
ropeus comec;aram a cultivar rna is cereais e a produzir rna is 
laticinios do que os consumidores queriam comprar. 
Em paises pobres, especialmente na Africa, os governos 
muitas vezes tentaram manter os prec;os agricolas baixos. A 
estrategia tipica era a de exigir que os agricultores vendes­
sem seus produtos a uma empresa estatal de abastecimen­
to, que os revendia aos consumidores urbanos ou a compra-
CAPiTULO 3 OFERTA E DEMANDA 57 
dares externos. Urn exemplo conhecido eo de Gana, que ja 
foi o maior exportador mundial de cacau, o principal ingre­
diente do chocolate. Entre 1965 e 1980, os agricultores fa­
ram obrigados a vender cacau a prec;os que persistente­
mente ficaram abaixo daqueles que a industria de chocola­
te estava pagando em outros paises. 0 governo de Gana es­
perava que a produc;ao de cacau fosse pouco afetada par 
essa politica e que ele poderia lucrar pagando prec;o baixo e 
vendendo a prec;o alto. De fato, a produc;ao caiu rapida­
mente. Em 1980, a participac;ao de Gana no mercado mun­
dial tinha caido para 12%, enquanto outros exportadores 
de cacau que nao seguiram a mesma politica, inclusive vizi­
nhos africanos, continuamente aumentaram suas vendas. 
Hoje em dia, a Europa esta tentando reformar sua politica 
agricola, e a maioria dos paises em desenvolvimento abando­
nou a tentativa de manter baixos os prec;os agricolas. Parece 
que os governos finalmente aprenderam que, no fim das con­
tas, curvas de oferta de fato se inclinam para cima. 
A tabela de oferta mostra como a quantidade ofertada de­
pende do pre~o. A rela~ao entre as duas se ilustra pela curva 
de oferta. 
> Curvas de oferta normalmente tern inclina~ao para cima: a 
urn pre~o mais alto as pessoas estao dispostas a oferecer 
maior quantidade de urn bern. 
Uma mudan~a no pre~o tern como conseqiiencia urn movi­
mento ao Iongo da curva de oferta e uma mudan~a na quanti­
dade ofertada. 
Como na demanda, quando os economistas falam de aumen­
to ou redu~ao da oferta eles se referem a deslocamentos da 
curva de oferta e nao a mudan~as na quantidade ofertada. 
Urn aumento na oferta e urn deslocamento para a direita: a 
quantidade ofertada aumenta para qualquer pre~o dado. 
Uma redu~ao na oferta e urn deslocamento para a esquerda: 
a quantidade ofertada cai para todos os pre~os dados. 
Os tres principais fatores que podem deslocar a curva de 
oferta sao: (1) mudan~as nos pre~os de insumos, (2) tecno­
logia e (3) expectativas. 
1. Em cada um dos eventos enumerados a seguir, explique se ele 
representa (i) um deslocamento da curva de oferta ou (ii) um 
movimento ao Iongo da curva de oferta: 
a. Um numero maior de proprietarios poe seus im6veis a venda 
quando o mercado imobiliario esquenta e ha um aumento 
nos pre~os dos im6veis. 
b. Muitos produtores de morangos abrem barracas temporarias 
na beira da estrada no per\odo de colheita ainda que nor­
malmente os pre~os sejam baixos nessa epoca. 
c. Imediatamente depois do in\cio do ana escolar, as cadeias 
de lanchonetes nos Estados Unidos precisam aumentar os 
salarios para atrair empregados. 
Ill 
I PARTE II OFERTA E DEMANDA 
d. Muitos trabalhadores da construc;ao civil se mudam tempo­
rariamente para areas atingidas par furac6es, atra\dos par 
salarios mais altos (que sao o prec;o do trabalho). 
e. Desde que novas tecnologias tornaram poss\vel construir 
navios maiores para cruzeiros, cuja manutenc;ao par pessoa 
e mais barata, as linhas de cruzeiros do Caribe oferecem 
mais cabi nas que antes, e a prec;os mais baixos. 
As respostas estao no fim do livro. 
OFERTA# DEMANDA E EQUILIBRIO 
Cobrimos os tres primeiros elementos essenciais do mode­
lo de oferta e demanda: a curva de oferta, a curva de deman­
da eo conjunto de fatores que deslocam cada curva. 0 pas­
so seguinte sera o de reunir esses elementos para mostrar 
que podem ser usados para prever o prec;o a que efetiva­
mente urn bem sera comprado e vendido. 
0 que determina o prec;o a que urn bem e comprado ou 
vendido? No Capitulo l, aprendemos o principio geral de 
que os mere ados se movem para o equilibrio, uma situac;ao 
em que nenhum individuo ficaria em situac;ao melhor 
caso decidisse por uma ac;ao diferente. No caso de um 
mercado competitivo, tcmos de ser mais especificos: um 
mercado competitivo esta em equilibrio quando o prec;o 
se move para um nivel em que a quantidade demandada 
de um bem e igual a quantidade ofertada desse bem. A 
esse prec;o. nenhum vendedor individual poderia melho­
rar sua situac;ao ofereccndo vender uma quantidade maior 
ou menor daquele bem, e nenhum comprador individual 
poderia mclhorar sua situac;ao propondo comprar mais 
ou menos desse bem. 
0 prec;o que iguala a quantidadeofertada e a quantida­
de demandada eo prec;o de equilibrio; a quantidade com­
prada e vendida a esse prec;o e a quantidade de equilibrio. 
0 prcc;o de equilibrio e conhecido tambem como prec;o 
que a justa o mercado: e o prec;o que ·'ajusta o mercado" 
ao garantir que cada comprador disposto a pagar aquele 
prec;o encontra um vendedor disposto a vender aqucle 
pre<,;o e vice-versa. 
Note que a partir de agora nao vamos mais nos ater a in­
termediarios. como os cambistas. mas vamos tratar direta­
mente de prec;o e quantidade de mercado. Por que? Porque 
a func;ao de um intermediario e reunir compradores even­
dedores para comerciar. Mas o que faz compradores even­
dedores comerciarem na verdade nao e o intermediario, e 
sim o prec;o sobre o qual eles se poem de acordo, o pre<,;o de 
equilibrio. Indo mais a fundo e examinando como o pre<,;o 
funciona em um mercado, pode-se supor, sem margem de 
duvida, que os intermediarios estao fazendo seu servic;o e 
podemos deixa-los como pano de fundo. 
Como, entao, encontramos o prec;o e a quantidade de 
equilibrio? 
ELSEVIER 
VENDIDO E TAMBEM COMPRADO? 
Estivemos falando de um prec;o pelo qual o bern e com prado e 
tambem vendido, como se os dais fossem a mesma coisa. Nao 
dever\amos distinguir entre o prec;o recebido pelo vendedor e 
aquele pago pelo comprador? Em prindpio, sim; mas e conveniente 
sacrificar um pouco de realismo no interesse da simplicidade e 
deixar de lado a diferenc;a entre prec;os recebidos pelos vendedores 
e aqueles pagos pelos compradores. Na realidade, as pessoas que 
vendem entradas para o jogo de h6quei aos cambistas, ainda que 
algumas vezes recebam prec;os altos, geralmente recebem menos 
do que aquila que eventualmente pagarao as compradores das 
entradas. Nao ha misterio nisso: a diferenc;a e como o cambista au 
qualquer outro "intermediario" (alguem que faz com que se 
encontrem compradores e vendedores) ganha a vida. Mas, em 
muitos mercados, a diferenc;a entre o prec;o de com pra e o de 
venda e bern pequena. Par isso, nao e tao irrealista pensar no 
prec;o pago pelos compradores como sendo o mesmo que o prec;o 
recebido pelos vendedores. E e isso que vamos supor no resto 
deste capitulo. 
Encontrando o pre~o e a quantidade 
de equilibria 
A maneira mais facil de determinar o prec;o e a quantidade 
de equilibrio em um mcrcado e colocar a curva de oferta e a 
curva de dcmanda no mesmo diagrama. Como a curva de 
ofcrta mostra a quantidade ofertada a qualquer pre<,;o dado 
e a curva de demanda mostra a quantidade demandada a 
qualquer prec;o dado, o prec;o pelo qual as duas curvas se 
cruzam e o prec;o de equilibrio. ou seja. o pm;:o em que a 
quantidade ofertada e igual a quantidade demandada. 
A Figura 3-9 combina a curva de demanda da Figura 3-l 
c a curva de oferta da Figura 3-5. A intcrsc(ao delas se da no 
ponto E, que eo equilibrio desse mercado; isto e. $250 eo 
prc<,;o de equilibrio, e 8.000 entradas e a quantidade de 
cquilfbrin. 
Queremos cnnfirmar que o pnnto E sea justa a nossa de­
finic;ao de equilibrio. Ao prec;o de $250 por entrada, 8.000 
proprictarios de entradas estao dispostos a revender suas 
entradas. e 8.000 pessoas que nao tem entrada estao dis­
postas a compra-las. Assim, ao prec;o de $250, a quantidade 
de entraclas ofertacla e igual a quantidade clemanclada. Note 
que, a qualquer outro prec;o, o mercado nao estaria ajusta­
do, isto e, nem todo comprador conseguiria encontrar urn 
vencledor disposto a vender ou vice-versa. Em outras pala­
vras, se o prec;o fosse mais que $250, a quantidade ofertada 
excecleria a quantidacle demandada; se o prec;o fosse menos 
que $250, a quantidade demandada excecleria a quantidade 
ofertada. 
0 modelo de oferta e clemanda, portanto, preve que da­
das as curvas de demanda e de oferta mostradas na Figura 
3-9, 8.000 entradas mudariam de dono a um prec;o de $250 
cada. 
~~ .......................... ~~--------------------... 
ELSEVIER 
Equilibria de mercado 
0 equilibria de mercado ocorre no ponto E, a 
interse~ao entre a curva de oferta e a curva de demanda. 
Em equilibria, a quantidade demandada e igual a 
quantidade ofertada. Nesse mercado, o pre~o de 
equilibria e $250 e a quantidade de equilibria e 8.000 
entradas. 
Mas como podemos ter certeza de que o mercado chega­
ni ao pre<,;o de equilibrio? Come<,;amos respondendo a tres 
questoes simples: 
l. Por que todas as vendas e compras em urn mercado 
ocorrem ao mesmo pre<,;o? 
2. Por que o pre<;o de mcrcado cai se estiver acima do 
pre<;o de equilfbrio 7 
3. Por que o pre<;o de mercado so be se estiver abaixo do 
pre<;o de cquilibrio? 
Por que todas as vendas e compras 
em um mercado se dao ao mesmo pre~o? 
Ha alguns mercados em que um mesmo bon pode ser vcn­
dido a varios prec,;os. depcndendo de quem vende e de 
quem compra. Por cxcmplo, voce ja comprou uma lem­
bran<;a numa loja para turistas e depois viu o mesmo item 
sendo vendido em outra parte (as vezcs ate mcsmo ao lado) 
por um pre<;o mais baixo? Como os turistas nao sabem 
quais as lojas que oferccem a mclhor barganha e nao tem 
tempo para ficar fazendo muitas comparac,;oes, os vendedo­
res em areas turisticas podem cobrar pre<;os diferentes pelo 
mesmo produto. 
Mas em qualquer mercado em que tanto vendedores 
quanto compradores estiveram presentes por algum tem­
po, vendas e compras tendem a convergir para um pre<,;o 
em geral uniforme, de modo que vale falar do pre<,;o de mer­
cado. E facil ver por que. Suponha que um vendedor tenha 
pedido a um comprador potencial urn pre<,;o nitidamente 
acima do que o comprador sabia que outras pessoas esta­
vam pagando. 0 comprador claramente ficaria em situa<,;ao 
melhor se fosse comprar em outra parte, a nao ser que o 
Pre~o 
da entrada 
$350 
300 
Pre<;a de 
equilibria - 250 
200 
150 
100 
50 
0 
CAP iT U L 0 3 0 FER T A E DEMAND A 59 
Oferta 
Demanda 
5.000 8.000 15.000 20.000 
I Quantidade de entradas 
Quantidade 
de equilibria 
vendedor estivesse disposto a fazer uma oferta melhor. Do 
mesmo modo, um vendedor nao vai querer vender por urn 
pre<,;o muito inferior ao que sabe que a maioria dos com­
pradores esta pagando; ele estara em situa<,;ao melhor espe­
rando por um cliente mais razoavel. Assim, em qualquer 
mercado bem estabelecido, em funcionamento, todos os 
\'endedores e todos os compradores pagam aproximada­
mente o mesmo pre<,;o. Isso e o que denominamos pre<;o de 
mere ado. 
Por que o pre~o de mercado cai se ele esta 
acima do pre~o de equilibrio? 
Suponha que as cun·as de oferta e de demanda sejam as 
mostradas na Figura 3-9, mas que o pre<,;o de mercado esta 
acima do equilibria de $250; digamos que ele esta a $350. 
Essa situa<,;ao e ilustrada na Figura 3-10. Por que o pre<,;o 
nao pode ficar la? 
Como mostra a figura, ao pre<,;o de $350 haveria mais 
entradas disponiveis do que os fas de h6quei teriam inte­
resse em comprar: 8.800 comparados com 5.000. A dife­
ren<,;a de 3.800 eo excedente, tambem conhecido como ex­
cedente de oferta, de entradas a $350. 
Esse excedente significa que ha alguns vendedores 
que ficam frustrados: nao conseguem encontrar alguem 
que queira comprar o que querem vender. Assim, o exce­
dente fornece incentivo para aqueles 3.800 vendedores 
potenciais para que ofere<,;am urn pre<,;o mais baixo a fim 
de atrair neg6cios de outros vendedores. Oferece tam­
bem urn incentivo para compradores potenciais para que 
tratem de barganhar oferecendo urn prec;;o mais baixo. 
Os vendedores que rejeitarem o prec;;o mais baixo nao 
,,~ PARTE II OFERTA E DEMANDA 
Prec;o acima de seu nivel de equilibria 
cria excedente 
0 pre~o de mercado de $350 e superior ao pre~o de 
equilibria de $250. Isso cria urn excedente: a $350 por 
entrada, os vendedores gostariam de vender 8.800 
entradas, mas os fas estariam dispostos a comprar 
somente 5.000, de modo que haveria um excedente de 
3.800 entradas. Esse excedente pressiona o pre~o para 
baixo, ate chegar ao pre~o de equilibria de $250. 
conseguiraoencontrar compradores, e o resultado des­
ses cortes no pre<:;o sera o de pressionar para baixo o pre­
<:;o prevalecente ate que chegue ao pre<:;o de equilibria. 
Assim. o pre<:;o de um bem cai sempre que ha um exce­
dente, is toe, sempre que o pre<:;o esteja acima do nivel de 
equilibria. 
Por que o pre~o de mercado aumenta se ele 
esta a baixo do pre~o de equilibria? 
Suponha agora que o pre<:;o esteja abaixo do nivel de equili­
brio, isto e, a $150 por entrada, como se mostra na Figura 
3-11. Nesse caso, a quantidade demandada (15.000 entra­
das) excede a quantidade ofertada (5.000 entradas), o que 
Prec;o abaixo do seu nivel de equilibria 
cria escassez 
0 pre~o de mercado de $150 esti'i abaixo do pre~o de 
equilibria de $250. Isso cria uma escassez: os fas querem 
comprar 15.000 entradas, mas somente 5.000 estao a 
venda, de modo que ha uma escassez de 10.000 entradas. 
Essa escassez pressionara o pre~o para cima, ate que ele 
chegue ao pre~o de equilibria de $250. 
Pre~o 
da entrada 
50 
0 
Excedente 
5,ooo 1 8,8oo 
1 8,aaa 1 
Quantidade Quantidade 
demandada ofertada 
ELSEVIER 
Demanda 
15,000 20,000 
Quantidade de entradas 
implica que ha 10.000 compradores potenciais que nao 
conseguem encontrar entradas: ha uma escassez, tambem 
conhecida como demanda em excesso, de 10.000 entradas. 
Quando ha escassez, ha pessoas que querem comprar 
entradas, mas nao conseguem encontrar vendedores dis­
postos a vender ao pre<:;o corrente. Nessa situac,:ao, ou os 
compradores propoem pagar mais que o prec,:o que pre­
valece ou os vendedores percebem que podem cobrar um 
prec,:o mais alto. Seja como for, o resultado e pressionar 
para cima o prec,:o prevalecente. Esse tipo de "leilao dos 
pre<:;os" acontece sempre que ha escassez, e havera escas­
sez sempre que o pre<:;o estiver a baixo do nivel de equili­
bria. Assim, o pre<:;o sempre subira se estiver abaixo do 
nivel de equilibria. 
Pre~o 
da entrada 
300 
250 
150 
100 
50 
Oferta 
.v/1 ~ 
··-----/----: ___________ _ 
/ .. ' 
/~ ' : Escassez 
Demanda 
5.000 8.000 15.000 20.000 
I I Quantidade de entradas 
Quantidade Quantidade 
afertada demandada 
----------------------------------------------------------
0 uso do equilibria para descrever mercados 
Vimos que urn mercado tende a ter urn unico pre<;o, que o 
pre<;:o de mercado cai se esta acima do nivel de equilibria e 
so be se esta abaixo desse nivel. Assim, o pre<;:o de mercado 
sempre se move rumo ao pre<;:o de equilibria, o pre<;:o pelo 
qual nao ha nem excedente nem escassez. 
Uma historia de peixes 
No equilibria de mercado, supoe-se que acontece algo no­
tavel: to do mundo que quer vender urn bern encontra com­
prador, e todo mundo que quer comprar urn bern encontra 
vended or. E uma bela teo ria. Mas e realista? 
Em Nova York, a resposta pode ser vista todo dia, logo 
antes do raiar do sol, no famoso mercado de peixe de Fulton, 
que opera desde 1835 (embora tenha mudado do lugar ori­
ginal na rua Fulton). Ali, toda madrugada, os pescadores 
trazem seu peixe e negociam o pre<;:o com donos de restau­
rante, peixarias e com varios intermediarios e corretores. 
Os interesses sao grandes. Se os donos de restaurante 
nao tiverem peixe fresco no menu, vao perder clientes, e 
assim e importante que os compradores potenciais encon­
trem vendedores dispostos a vender. Para os pescadores, e 
mais importante ainda completar uma venda, pois peixe 
nao-vendido perde muito, se nao todo, valor. Mas o merca­
do chega a um equilibria: praticamente todo comprador 
potencial encontra um vended ore vice-versa. A razao e que 
todo dia o pre<;o de cada tipo de peixe rapidamente conver­
ge para um nivel que equilibra a quantidade ofertada e a 
quantidade demandada. 
A tendencia dos mercados a chegar ao equilibria nao e 
simplesmente especula<;:ao te6rica. Pode-se ve-la (e chei­
ra-la) toda madrugada. 
0 pre~;o em urn mercado competitivo se move para o prer;o de 
equilibria, ou prer;o que ajusta o mercado, pelo qual a quan­
ti dade ofertada e igual a quantidade demandada. Esta e a 
quantidade de equilfbrio. 
Todas as vendas e compras em urn mercado ocorrem ao mes­
mo pre~;o. Se o pre~o esta acima do nivel de equilibria, ha 
urn excedente que pressiona o pre~o para baixo. Se o pre~;o 
esta abaixo do nivel de equilibria, ha escassez, o que pres­
siona o pre~;o para cima. 
1. Nas tres situa~6es seguintes o mercado inicialmente esta em 
equilibria. Depois de cada evento descrito a seguir havera exce­
dente ou escassez ao pre~o de equilibria original? 0 que aeon-
CAPITULO 3 OFERTA E DEMANDA 
tecera com o pre~o de equilibria em conseqUencia disso? 
a. 1997 foi urn ano excelente para os vinhedos da California, 
que produziram uma colheita recorde. 
b. Depois de urn furacao, os hoteis da Florida verificam que 
muitas pessoas cancelam suas ferias, deixando-os com quar­
tos vazios. 
c. Quando ha nevascas fortes, muitas pessoas querem comprar 
removedores de neve de segunda mao nas lojas de ferragem 
locais. 
As respostas estao no fim do livro. 
MUDAN.~AS NA OFERTA E NA DEMANDA 
Pode ser que Wayne Gretzky anunciar que ia se aposentar 
tenha sido uma surpresa, mas o consequente aumento no 
pre<;:o das entradas dos cambistas para o jogo de abril nao 
foi nenhuma surpresa. De repente, o numero de pessoas 
que queriam comprar entradas a qualquer pre<;o dado au­
menton, isto e, aumentou a demanda. Ao mesmo tempo, 
como todos que ja tinham entradas queriam ver o tHtimo 
jogo de Gretzky, eles se tornaram menos dispostos a ven­
de-las, isto e, houve uma redu<;ao na oferta. 
Neste caso, houve um even to que deslocou tanto a curva 
de oferta quanto a curva de demanda. Muitas vezes, no en­
tanto, acontece algo que desloca apenas uma das curvas. 
Por exemplo, uma geada na Florida reduz a oferta de laran­
jas, mas nao muda a demanda. Um relat6rio medico dizen­
do que ovos fazem mal a saude reduz a demanda de ovos, 
mas nao atinge a oferta. Ou seja, muitas vezes ha eventos 
que deslocam a curva de oferta ou a curva de demanda, mas 
nao ambas. Par conseguinte, convem examinar o que acon­
tece em cada caso. 
Vimos que, quando uma curva se desloca, pre<;:o e quan­
tidade de equilibria mudam. Vamos nos concentrar na 
analise de como o deslocamento de uma curva altera o pre­
<;o e a quantidade de equilibria. 
0 que acontece quando a curva de demanda 
se desloca 
Cafe e cha sao substitutos. Se o pre<;o do cha sobe, a de­
manda de cafe aumenta. Se o pre<;o do cha cai, a demanda 
de cafe cai. Mas como o pre<;o do cha afeta o mercado de 
cafe? 
A Figura 3-12 mostra o efeito de um aumento no pre<;o 
do cha sobre o mercado de cafe. 0 aumento de pre<;o do 
cha aumenta a demanda de cafe. 0 ponto E1 mostra o equi­
libria correspondente a curva de demanda original, sendo 
P1 o pre<;:o de equilibria e Q1 a quantidade de equilibria 
comprada e vendida. 
Um aumento na demanda e indicado por um desloca­
mento da curva de demanda para a direita, de D1 para D2. Ao 
11 PARTE II OFERTA E DEMANDA 
prec;,:o de mercado original P 1, esse mercado nao esta mais 
em equilibria: ocorre uma escassez porque a quantidade de­
mandada excede a quantidade ofertada. Assim, o pre<;,:o do 
cafe aumenta e gera urn aumento na quantidade ofertada, 
urn movimento para cima ao Iongo da curva de oferta. Urn 
novo equilibria se estabelece no ponto E2 , com o prec,;o de 
equilibria mais alto P2, e uma quantidade de equilibria 
maior Q2 . Essa sequencia de eventos reflete urn principia ge­
ral: quando a demanda de um bem aumenta, tanto o pre<;o de 
equilibria quanta a quantidade de equilibria sobem. 
E o que aconteceria no caso inverso, uma queda no pre­
c,;o do cha? Uma queda no prec,;o do cha reduz a demanda de 
cafe, deslocando a curva de demanda para a esquerda. Ao 
prec;,:o original, ocorre urn excedente, pois a quantidade 
ofertada ex cede a quantidade demandada. 0 prec,;o cai eleva 
a uma reduc,;ao na quantidade ofertada, com prec,;o de equi­
libria mais baixo e quantidadede equilibria mais baixa. 
Isso ilustra outro principia geral: quando a dcmanda de wn 
bcm cai, tcmto o prcr;o de cquilibrio qctanto a quantidade de 
cquilibrio do bem cacm. 
Resumo de como um mercado responde a uma mudan­
<;a na clemancla: llll1 aumcnto na dcmanda leva a um awnento 
tanto no prcr;o de cqtlilibrio qttanto 11Cl quantidadc de cqctili­
brio. Uma redw;Cw 11Cl clemanda leva a wna queda tanto no 
prcr;o de cqllililnio qllanto na quantidaclc de eqllilibrio. 
0 que acontece quando a curva de oferta 
se desloca 
No mundo reaL e um pouco mais facil prever mudan<;as na 
ofcrta do que na demanda. Fatores fisicos que afetam a oferta, 
como a disponihilidade de insumos, sao mais faceis de captar 
que gostos instaYeis que afetam a dcmanda. Ainda assim, na 
Equilibria e deslocamentos da curva 
de demanda 
0 equilibria original no mercado de cafe e f 1, na 
interse~ao da curva de oferta com a curva de demanda 
original 01 • Um aumento no pre~o do cha, um substituto, 
desloca a curva de demanda para a direita, para 02• 
Ocorre escassez ao pre~o original P1 , de modo que tanto 
o pre~o quanta a quantidade ofertada aumentam - um 
movimento ao Longo da curva de oferta. Um novo 
equilibria e alcan~ado em f 2, com o pre~o de equilibria 
P2 mais alto, e a quantidade de equilibria Q2 mais alta. 
Quando a dernanda de urn bern aurnenta, tanto o pre~o de 
equilibria quanta a quantidade de equilibria do bern 
aurnentarn. 
ELSEVIER 
oferta, bem como na demanda, o que realmente conhecemos 
sao os efeitos de deslocamentos na curva de oferta. 
Urn exemplo espetacular de uma mudanc,;a de tecno­
logia que aumentou a oferta ocorreu na industria de se­
micondutores, os chips, que sao o corac;,:ao dos computa­
dores, dos videogames e de muitos outros aparelhos. No 
inicio dos anos 70, os engenheiros aprenderam a usar 
urn processo conhecido como fotolitografia para colocar 
componentes eletronicos microsc6picos em urn chip de 
silicio. Urn progresso subsequente nessa tecnica permi­
tiu colocar cada vez mais componentes em cada chip. A 
Figura 3-13 mostra o efeito dessa inovac,;ao no mercado 
de chips. A curva de demanda nao muda. 0 equilibria 
original e E1, o ponto de intersec,;ao entre a curva de ofer­
ta original 51 e a curva de demanda, com prec,;o de equili­
bria P 1 e quantidade de equilibria Q1. Por causa da mu­
danc,;a tecnol6gica, a oferta aumenta, e 51 se desloca para 
a direita, para 52. Ao prec,;o original P 1, existe agora urn 
excedcnte de chips, eo mercado nao esta mais em equili­
bria. 0 excedente causa uma queda no pre<;o e um au­
menta na quantidade demandada, urn movimento para 
baixo ao Iongo da curva de demanda. 0 novo equilibria 
se da em E2, com pre<;o de equilibria P2 e quantidade de 
equilibria Q2 . No novo equilibria E2 , o prec,;o e mais bai­
xo e a quantidade de equilibria mais alta que antes. Isso 
pode ser expresso como urn principia geral: um aumento 
na oferta leva a uma queda no pre(o de equilibria e a um au­
menlo na quantidade de equilibrio. 
0 que acontece com urn mercado quando a oferta cai? 
Uma queda na oferta leva a um deslocamento para a es­
querda da curva de oferta. Ao prec,;o original, existe agora 
uma escassez. Como resultado clisso, o prec,;o de equili­
bria sobre e a quantidade demandada cai. Isso descreve a 
Pre~o 
do cafe 
P, 
0 prefo t 
so be 
p1 
Urn aurnento 
na dernanda ... 
a1-a, 
A quantidade 
aurnenta 
Oferta 
... leva a um 
movimento ao tonga 
do curva de oferta 
rurno a urn prefO de 
equilibria mais alto 
e uma quantidade de 
equilibria rnais alta 
o, 
Quantidade de cafe 
-·-·~--------------~------------------------~--------------------------...... 
CAPiTULO 3 OFERTA E DEMANDA 
Equilibria e deslocamentos da curva 
de oferta 
Pre~o de 
urn chip Um aumento 
na oferta ... 
~ 52 0 equilibria original no mercado de chips de silicio e 
E1, na interse~ao da curva de demanda com a curva de 
oferta original 51 • Depois que uma mudan~a 
tecnol6gica aumenta a oferta de chips, a curva de 
oferta se desloca para a direita, para 52• Um excedente 
ocorre ao pre~o original P1, de modo que o pre~o cai e 
a quantidade demandada sobe - urn movimento ao 
longo da curva de demanda. Urn novo equilibria e 
alcan~ado em E2, com urn pre~o de equilibria mais 
baixo P2 e uma quantidade de equilibria mais alta Q2• 
Quando a oferta de urn bern aurnenta, o pre~o de 
equilibria do bern cai e a quantidade de equilibria 
aurnenta. 
p1 
0 pret;o J 
cai T 
~·- ~a a um movimenta 
~~ ao Longo da curva de 
"'" demanda para um pret;a 
sequencia de eventos no mercado de papel para jornal 
em 1994-1995 que analisamos anteriormente: uma que­
cia na oferta de papel de imprensa levou a urn aumento 
no pre<;:o e ao fechamento de muitos jornais. Podemos 
formular urn principia geral: uma queda na oferta leva a 
um aumento no prec;o de equilibria e a uma queda na quan­
tidade de equilibria. 
Resumo de como urn mercado responde a uma mudan­
c,;a na oferta: um au menta na oferta leva a uma queda no prec;o 
de equilibria e a um aumento na quantidade de equilibria. 
Uma reduc;cw na oferta leva awn aumento no prec;o de equili­
bria e a uma queda na quantidade de equilibria. 
QUE CURVA E ESSA, ENTAO? 
Quando o pre~o de algum bern muda, em geral podemos dizer que 
isso reflete uma modifica~ao, seja na oferta, seja na demanda. 
Mas e facil ficar confuse sobre qual delas sera. Um indicia que 
ajuda e a dire~ao da mudan~a na quantidade. Se a quantidade 
vendida muda na rnesrna dire~ao que o pre~o - por exemplo, se 
tanto o pre~o quanto a quantidade sobem -, isso sugere que foi a 
curva de demanda que se deslocou. Se o pre~o e a quantidade se 
movem em dire~6es opostas, e provavel que a causa seja um 
.... deslocamento na curva de oferta. 
Deslocamentos simultaneos na oferta 
e na demanda 
Finalmente, algumas vezes acontece que eventos deslo­
quem ambas as curvas, a de demanda e a de oferta. De fa to, 
este capitulo comec,;ou com o exemplo de urn deslocamen­
to simulUl.neo. 0 amincio de Wayne Gretzky de que pre­
tendia se aposentar aumentou a demanda de entradas dos 
A quantidade sobe 
E 2 de equilibria mais baixo 
e uma quantidade de 
equilibria mais alta 
Demanda 
Quantidade de chips 
cambistas, pois mais pessoas queriam ve-lo jogar uma ulti­
ma vez. Mas isso tambem reduziu a oferta, porque aqueles 
que ja tinham entradas passaram a ter menos disposic,;ao de 
passa-las adiante. 
A Figura 3-14 ilustra o que aconteceu. Em ambos os pai­
neis, mostra-se urn aumento na demanda, isto e. um deslo­
camento para a direita da curva de demanda de D1 para 0 2. 
Note que o deslocamento para a direita no paine! (a) e rela­
tivamente maior que o do paine! (b). Ambos os paincis 
mostram uma queda na oferta. isto e. um deslocamento 
para a esquerda da curva de oferta, de 51 para 52. Note que 
o deslocamento para a esquerda no paine! (b) e relativa­
mente maior que o do paine! (a). 
Em ambos os casos, o prec,;o de equilibrio so be, de P 1 
para P2, a medida que o equilfbrio se move de E1 para E2. 
Mas o que acontece com a quantidade de equilibrio, a 
quantidade de entradas dos cambistas comprada e vendi­
cia? No paine! (a), o aumento na demanda e grande em re­
lac,;ao a queda na oferta, e como resultado a quantidade de 
equilibria aumenta. No paine! (b), a queda de oferta e 
grande em relac,;ao ao aumento na demanda, eo resultado 
e que a quantidade de equilibrio cai. Isto e. quando a de­
manda aumenta e a oferta cai, a quantidade de fato com­
prada ou vendida pode baixar ou subir, dependendo de 
quanta se deslocaram as curvas de demanda e de oferta. 
Em geral, quando oferta e demanda se deslocam em dire­
c;oes opostas, podemos prever que o resultado final se clara 
sobre a quantidade comprada e vendida. 0 que podemos di­
zer e que uma curva que se desloca desproporcionalmente 
em relac,;ao a outra curva tera urn efeito desproporcional­
mente maior sobre a quantidade comprada e vendida. Dito 
isso, podemos fazer a seguinte

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