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Terceirização/quarteirização: conceito e planejamento
Você já deve ter ouvido falar em terceirização. Quando estamos sem tempo para realizar a limpeza da nossa casa por conta da correria do dia a dia e contratamos alguém para realizar tal atividade, estamos realizando a terceirização. Há ainda a quarteirização, que já não faz parte do nosso dia a dia, e é mais voltada ao cotidiano das empresas.
Tanto a terceirização quanto a quarteirização têm as suas especificidades, porém, ambas estão voltadas para a mesma finalidade: a otimização dos resultados das empresas.
Terceirização
Terceirização está relacionada a um “terceiro” ou seja, é quando repassamos parte das atividades de uma empresa a outra, sejam atividades internas ou externas. É comum empresas repassarem suas situações jurídicas a um escritório especializado (atividade interna). Também podemos citar as empresas que terceirizam o departamento de cobrança, contratando uma empresa especialista para realizar tal ação (atividade externa).
As empresas, de um modo geral, buscam a terceirização por conta de custos ou por falta de know how (conhecimento). Podemos citar como exemplo as lojas Renner, que utilizam a terceirização na cobrança de seus clientes inadimplentes. Considerando a sua atuação nacional, contratar uma equipe inteira de cobrança geraria altos custos com recrutamento e seleção, salários, tributos trabalhistas, equipamentos, espaço para alocar esses funcionários etc. Nesse caso, tornou-se mais vantajoso financeiramente contratar uma empresa especialista na área, que já tem toda uma estrutura pronta e o know how necessário para realizar tal atividade. Esta economia ocorre tanto a curto quanto a longo prazo.
Na logística, como ocorre a terceirização?
Na logística, cada agente da cadeia de suprimentos (supply chain) é denominado como um party logistics – PL (prestador logístico ou operador logístico). Antes de compreender como o ocorre a terceirização nessa área, vamos verificar o papel de cada um dentro da cadeia de suprimentos.
Figura 1 – Operadores logísticos
Fonte: <https://pt.linkedin.com/pulse/Èb;quarteiriza%C3%A7%C3%A3o-log%C3%ADstica-4pl-na-cadeia-de-suprimento-leandro-castro>. Acesso em: 5 jul. 2017.
1PL: No topo da cadeia, nós temos a empresa, que pode ser uma indústria. Esta indústria realiza a própria gestão logística, dispondo de frota própria de caminhões para realizar a entrega de seus produtos, sendo responsável desde a produção até a entrega do produto final ao mercado.
2PL: Gestão de serviços básicos de logística, como transporte e armazenamento. Ocorre, normalmente, quando a empresa não conta com infraestrutura suficiente para a atividade logística. A relação não ocorre em nível de parceria (a longo prazo), mas de forma mais pontual. Um exemplo muito comum ocorre quando os fabricantes de automóveis vendem poucas unidades, em momentos de economia em crise, e os seus pátios ficam lotados de carros, sendo necessário buscar alternativas para armazená-los.
Bem, agora que conhecemos brevemente os agentes iniciais da logística, vamos ver como ocorre a terceirização na logística.
3PL: Os third-party logistics ou terceiro prestador logístico. A terceirização logística consiste no repasse total ou de parte da operação logística a outra empresa prestadora de serviços, especialista na área, possibilitando uma gestão mais eficiente da atividade para qual o prestador foi contratado, assim como da cadeia de suprimentos de um modo geral.
A terceirização também permite que a empresa contratante foque na sua atividade fim, já que terá um especialista responsável por determinada atividade. Um exemplo simples:
Você tem um restaurante de comida japonesa e decide, devido à alta demanda, diversificar o atendimento oferecendo o serviço de tele-entrega, que trará mais comodidade a seus clientes. Para atender, inicialmente, essa nova demanda, você acredita que uma equipe composta por três motoboys será o suficiente. Para formar a equipe, seria necessário adquirir três motos (investimento em ativos*), veículos que você não tem no momento, assim como seria necessário tempo para recrutamento e seleção desses profissionais. Uma alternativa para atendimento da sua necessidade é contratar uma empresa terceirizada, especialista, que possa disponibilizar motoboys ao seu restaurante. Portanto, a terceirização da tele-entrega permitirá que você foque na sua atividade fim, oferecendo comida japonesa de qualidade, buscando novos conhecimentos e inovando em seus pratos.
Trazendo de forma mais ampla à logística, a indústria e o comércio, atualmente, contratam serviços terceirizados para realizar atividades relacionadas à cadeia de suprimentos, como armazenamento, manufatura leve, distribuição física de produtos, tecnologia da informação, atendimento ao cliente etc. Sendo possível também, como já visto, terceirizar toda a logística de uma empresa.
A terceirização é recomendada, em especial, às empresas que estão iniciando no mercado, por conta do conhecimento e da especialização em logística customizada por parte desses operadores logísticos (atuam de acordo com as necessidades de cada cliente).
Vamos tentar entender melhor com outro exemplo.
Um outro exemplo, que ocorre no Brasil, trata-se das empresas de grande porte que se especializam no transporte e na distribuição de carga fracionada, utilizando, normalmente, além da frota própria, carros agregados. Veículos de terceiros que trabalham exclusivamente com cargas da empresa, sob contratos a longo prazo. Por meio deste conceito, a empresa repassa ao caminhoneiro o padrão de seu serviço, evitando possíveis deficiências em relação à qualidade, além dos custos adicionais e encargos que surgem na operação de frota própria.
Os operadores logísticos apresentam diferentes serviços especializados, com profissionais qualificados e tecnologia de ponta em equipamentos e sistemas. O conhecimento na área, o acesso à alta tecnologia, o compartilhamento e a otimização de todos esses recursos com diferentes clientes permitem a redução de custos e o aumento de produtividade de seus clientes. Mantendo um nível adequado de estoque, separando, distribuindo e entregando produtos de forma eficiente.
As escalas de que essas empresas dispõem possibilitam maior poder de barganha ao negociar novas tecnologias com fornecedores de TI e negociar com os demais fornecedores da cadeia de suprimentos, como transportadoras, por exemplo. Tudo isso contribui positivamente para a cadeia de valor da empresa contratante.
Figura 2 – Terceirização
Fonte: <http://www.kinsa.com/wp-content/uploads/2014/08/logistics1.jpg>. Acesso em: 5 jul. 2017.
Vamos ver outro exemplo de como um operador logístico pode contribuir com o a cadeia de valor da empresa contratante.
Suponhamos que você abra uma loja virtual para venda de tênis esportivo, negócio semelhante ao da Netshoes. A sua empresa conta com uma central de atendimento on-line própria, que irá processar os pedidos e realizar a interface com o cliente em caso de eventuais dúvidas ou eventuais dificuldades. A sua empresa conta ainda com um centro de distribuição próprio, porém a gestão do dele será realizada por uma empresa terceirizada, e a atividade desta empresa terceirizada vai desde o processo de armazenamento até o envio do produto ao cliente final. Ou seja, todo o processo de armazenamento, movimentação, expedição e transporte do produto será do operador logístico.
Conforme sabemos, devemos perceber nossos fornecedores ou parceiros como agentes estratégicos à cadeia da empresa. Nesse exemplo, se a sua empresa tem um operador logístico com soluções qualificadas em armazenamento, expedição e transporte, será um acréscimo à empresa. Pois em um negócio on-line, como em uma loja virtual, a entrega correta e, principalmente, o tempo de entrega (menor possível), imperam. Neste sentido, é indispensável contar com um parceiro que atenda às necessidades do seu negócio, gerando e agregando valor ao que é entregue ao cliente final.
Então, com base no que vimos até o momento, podemos dizer que a terceirizaçãotraz os seguintes benefícios: reduzir custos, aumentar a eficiência operacional e reduzir o investimento em ativos.
Figura 3 – Benefícios da terceirização
Fonte: <http://www.ilos.com.br/web/solucoes-por-tema/solucoes-por-tema-terceirizacao-logistica/>. Acesso em: 29 jul. 2017.
Com esses benefícios, podemos dizer que a terceirização traz somente vantagens a uma empresa? Infelizmente, não!
O processo de repassar a logística da empresa, seja de forma parcial ou total, a outra, requer planejamento. Como nos exemplos que vimos, é necessário verificar os custos para manter uma estrutura própria, que inclui: armazém, máquinas para movimentação, equipamentos de segurança, funcionários, custos com energia elétrica, segurança do local etc. Esses custos devem ser analisados e comparados com o custo de contratação de um operador logístico. Neste ponto, seria realizado um orçamento. O operador logístico será mais um fornecedor da empresa, pois irá prestar um serviço. Para tal, deverá estar consciente e alinhado com a meta da empresa contratante. Caso contrário, a meta não será alcançada e será a marca da sua empresa que estará em jogo.
Assim, a falta de planejamento na escolha do operador logístico, que pode não estar alinhado às metas da empresa, é uma das desvantagens da terceirização.
Agora que aprofundamos os nossos conhecimentos a respeito de terceirização logística, veremos o próximo operador.
4PL: fourth-party logistics (quarto operador logístico), o operador da quarteirização.
Quarteirização
É a evolução da terceirização em que o gerenciamento das empresas terceirizadas é realizado por uma “quarta” empresa, o que chamamos de quarteirização. Trazendo à logística, este conceito é representado por uma empresa especializada que é contratada por outra para gerir, coordenar e integrar os seus diferentes prestadores de serviços logísticos. O controle de todo o processo logístico é repassado a outra empresa.
Mais do que uma evolução da terceirização, a quarteirização hoje é vista como estratégica para obter um melhor desempenho dos “terceiros”. Os agentes da quarteirização são denominados 4PL (fourth-party logistics), e participam ativamente da interlocução entre contratante e contratado, buscando o aperfeiçoamento da parceria, reduzindo custos, oferecendo assessoria jurídica, definindo o modelo operacional para atendimento do mercado, definição dos canais de distribuição, política de estoques, grau de inovação etc. Também avaliam a necessidade de troca de terceirizados e têm autonomia na necessidade de contratação de novos, além de atuarem em toda a cadeia de suprimentos, realizando a integração do supply network (rede de abastecimento), ou seja, entram na produção do cliente, gerenciando toda a sua cadeia.
Por maior que seja o “poder” do operador logístico nesse conceito, o parceiro sempre seguirá as diretrizes da empresa contratante com relação a metas, qualidade, prazos, entre outros (conforme vimos em terceirização – o mesmo servirá à quarteirização). O quarto operador logístico deverá transformar essas metas em resultados efetivos, agregando, novamente, valor ao contratante e, principalmente, ao seu cliente final.
Assim como na terceirização, a quarteirização também necessita de planejamento. A empresa que pensa em contratar esse tipo de serviço deve avaliar o seu próprio tamanho (se é empresa de grande ou pequeno porte), avaliar suas necessidades, seus objetivos e o quanto a quarteirização logística agregaria em termos de custo, serviço e valor ao seu cliente final. Empresas com atuação no Brasil inteiro, por exemplo, necessitam de um grande trabalho logístico, considerando que se trata de um país continental, no qual, como bem sabemos, grande parte do transporte é realizado por via terrestre, que não apresenta as melhores condições (entre outros desafios que a logística enfrenta em nosso país). Para empresas desse porte, a quarteirização é uma alternativa interessante.
Na Europa, esse processo iniciou com as empresas de consultoria em logística. Atualmente, os 4PL atuam como uma espécie de consultoria centralizadora. No Brasil, este conceito ainda merece a devida atenção, visando ao investimento a longo prazo em infraestrutura e ao crescimento das importações e exportações no país.
Vamos realizar uma pequena pausa para reflexão e revisão?
É possível perceber que alguns conceitos da quarteirização se confundem com terceirização, mas isso é normal, tendo em vista os serviços prestados por esses operadores, o que os diferencia é o nível da operação realizada.
Na quarteirização, a empresa contratada tem a gestão (controle total) sobre a logística da empresa contratante, inclusive sobre as informações e as empresas terceirizadas contratadas. O contratante será atualizado periodicamente (semanalmente, mensalmente etc.) a respeito dos índices de entrega e devolução, por exemplo, assim como de demais informações relevantes para o seu negócio.
Já na terceirização, determinada atividade logística ou toda a operação é repassada a um operador, porém a gestão (controle) continua sob o comando da empresa contratante. O contratante continua gerindo as informações logísticas, por meio de um software próprio, e coordenando os seus terceirizados, por exemplo.
Quais as vantagens e as desvantagens da quarteirização?
Podemos dizer que as vantagens são semelhantes às da terceirização, com o acréscimo da abrangência da quarteirização. Por serem operadores especialistas e atuarem “dentro” do contratante, o acesso à informação é mais rápido, seu alcance é maior, vão onde é difícil de ir, em curto espaço de tempo, em condições adequadas e a um custo mais baixo. Se um terceirizado estiver dificultando a atividade de outro terceiro, a empresa quarteirizada terá autonomia para resolver a situação (sem a necessidade de acionar o contratante).
Tanto o acesso à informação quanto a autonomia preservam e dão maior eficiência ao fluxo da cadeia de suprimentos, tornando a empresa cliente cada vez mais competitiva (o que é um grande benefício).
Ao mesmo tempo que é um benefício, a informação também pode ser considerada uma desvantagem, uma vez que o contratante fica totalmente dependente do sistema de informações do operador logístico, sendo indispensável a contratação de um parceiro de alta qualidade, que disponha de tecnologia de ponta para lidar com um grande fluxo de informações, não somente em sua empresa, mas também em outras (já que atendem a diversas empresas nesse segmento).
Obs.: as demais desvantagens também são semelhantes às já citadas na terceirização.
Após conhecermos mais a fundo a terceirização e a quarteirização, caso alguém questione você se tais conceitos devem ser implantados em uma empresa, pois simplesmente é “melhor”, qual seria a sua resposta? Sim, não ou talvez?
A resposta correta é “depende”.
Temos que conhecer muito bem uma empresa antes de realizar tal “diagnóstico”. Devemos conhecer o seu segmento de atuação, o momento deste segmento (se está em recessão ou se a concorrência é grande), como é realizada a operação logística atual e seus respectivos custos e as metas desta empresa e o seu momento (se está bem financeiramente ou não). Somente a partir desta análise prévia será possível verificar a melhor operação logística a ser adotada.

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